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Diretor:
Miguel Peixoto de Sousa
O Impacto do OE 2024
nas famílias e nas empresas
O Orçamento do Estado para 2024 foi aprovado com a inflação e há também uma descida das taxas até
pela Assembleia da República, no passado dia 29 de ao 5º escalão, com limite nos €27.146. Quem receber
novembro, aguardando-se a promulgação do Presidente um salário mínimo, que passará a ser de €820, está
da República e a posterior publicação em Diário da isento de pagar IRS.
República, sendo provável que tal venha a acontecer Relativamente aos jovens que entram no mercado
na penúltima semana de dezembro. de trabalho, há maiores isenções. No 1º ano, passa de
Neste número, na pág. 886 e seguintes indicamos 50% para 100%, no 2º de 40% para 75% e nos 3º e
as principais alterações que impactam na esfera das 4º anos de 30% para 50%. No 5º ano a isenção passa
famílias e das empresas. Assim, no próximo ano, os também de 20% para 25%.
escalões vão ser atualizados em 3% em consonância De destacar que, em sede de deduções à coleta, o
limite de dedução da renda de casa subiu para € 600 e
o valor despendido em explicações e com empregada
SUMÁRIO doméstica passam a ser dedutíveis no IRS devido a final.
Legislação
Port. n.º 401/2023, de 4.12 (Estatuto de startup
O fim do IVA zero chega com 2024, mas há alimentos
e de scaleup - Procedimentos) .......................... 901 e 902 que vão descer do escalão de IVA de 23% para o de 13%
DL n.º 109/2023, de 24.11 (Prorroga diversos prazos - como por exemplo os óleos alimentares e as alheiras.
de regimes jurídicos temporários - Documentos
e vistos relativos à permanência em Portugal) 902
Na esfera das empresas, destaca-se a promoção do
Lei n.º 65/2019, de 23.8 (Sistema de informação investimento empresarial, com especial incidência: no
cadastral simplificado) ...................................... 904 a 909 reforço do incentivo à capitalização de empresas (ICE),
DL n.º 113/2023, de 30.11 (Desempregados de longa
na aplicação de incentivos fiscais à investigação cien-
duração - Medida excecional de incentivo ao regresso
ao trabalho - Vítimas de violência Doméstica tífica e inovação, na valorização salarial e na redução
- Desemprego involuntário)............................. 910 a 913 das tributações autónomas.
Portaria n.º 399/2023, de 30.11 (Programa Qualifica Por forma a fomentar o investimento por parte das
Indústria - Grandes empresas - Quebra de faturação) . 913
grandes tecnológicas, os custos salariais com a criação
Resoluções Administrativas e Informações Vinculativas
Programa Mais Habitação - Lei n.º 56/2023, de 6.10 de novos postos de trabalho qualificados vão ser con-
- Efeitos retroativos - Regularização tributária ....... 896 siderados no cálculo dos benefícios fiscais.
Reparação de velocípedes - taxas do imposto... 898 e 899 As Startups de pequena e média dimensão, veem a
Congressos na área da saúde - isenções ................899 e 900
Obrigações fiscais do mês e informações diversas 883 a 895
sua taxa de IRC reduzida para 12,5% no primeiro ano.
Trabalho e Segurança Social
Esta taxa de 12,5% só se aplica aos primeiros €50.000
Legislação, Informações diversas e regulamentação de matéria coletável.
do trabalho .............................................................. 910 a 919 É também alargado o regime das stock options aos
Sumários do Diário da República............................ 920 fundadores.
882 Boletim do Contribuinte
DEZEMBRO 2023 - Nº 24
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884 Boletim do Contribuinte
DEZEMBRO 2023 - Nº 24
IRS
OBRIGAÇÕES Comunicação de despesas de saúde
EM JANEIRO Modelo 45
Envio, até 31 de janeiro, da Declaração Modelo 45, por
transmissão eletrónica de dados pelas entidades que prestem
gestoras de fundos, associações mutualistas, instituições sem serviços de saúde previstos nos n.ºs 2 e 3 do artigo 78.º-C
fins lucrativos que tenham por objeto a prestação de cuidados de do CIRS, caso as entidades não estejam obrigadas à emissão
saúde e demais entidades que possam comparticipar em despesas de faturas ou, estando dispensadas, não as tenham emitido.
de saúde, aos sujeitos passivos, de documentos comprovativos
dos juros, prémios de seguros e outros encargos pagos no ano IRS
anterior e que possam ser deduzidos à coleta ou abatidos aos
seus rendimentos.
Comunicação de despesas de formação
e educação
IRS Declaração modelo 46
Abatimentos e deduções à coleta Envio, até 31 de janeiro, da Declaração Modelo 46, por
transmissão eletrónica de dados, pelas entidades que prestem
Entrega, até ao dia 22, pelas entidades que recebam ou serviços de educação e de formação previstos nos n.ºs 5 e
pagam quaisquer importâncias suscetíveis de abatimento aos 6 do artigo 78.º-D do CIRS caso as entidades não estejam
rendimentos ou dedução à coleta de documento comprovativo obrigadas à emissão de faturas ou, estando dispensadas, não
aos sujeitos passivos. as tenham emitido.
IRS IRS
Rendimentos relativos a planos de opções Comunicação de encargos com lares
e de subscrição Declaração modelo 47
Entrega, até ao dia 22, pelas entidades que suportem Envio, até 31 de janeiro, da Declaração Modelo 47, por
encargos, preços ou vantagens económicas referidos no n.º transmissão eletrónica de dados, pelas entidades que recebam
4 do artigo 24.º ou por entidade compreendida no âmbito valores relativos a encargos com lares previstos nos n.ºs 3 e
do n.º 10 do artigo 2.º, aos sujeitos passivos, de documento 4 do artigo 84.º do CIRS caso as entidades não estejam obri-
comprovativo dos rendimentos relativos a planos de opções, gadas à emissão de faturas ou, estando dispensadas, não as
de subscrição, de atribuição ou outros de efeito equivalente. tenham emitido.
EM JANEIRO IVA
Pedido de compensação forfetária
anterior pelas pessoas singulares ou coletivas que tenham Envio, até ao dia 15 de janeiro, por transmissão eletrónica
sede, estabelecimento estável ou domicílio fiscal em território de dados, do pedido de compensação forfetária pelos sujeitos
português e que aqui pratiquem operações sujeitas a IVA. passivos de imposto que optaram pelo regime previsto nos
artigos 59.º-A a 59.º-E do CIVA, relativamente às operações
nele abrangidas e efetuadas no ano anterior.
IVA
Declaração periódica IMT
Envio da Declaração Periódica, até ao dia 22, por transmis- Transmissão de imóveis situados em Portugal
são eletrónica de dados, acompanhada dos anexos que se mos- operada no estrangeiro
trem devidos, pelos sujeitos passivos do regime normal mensal,
relativa às operações efetuadas em novembro do ano anterior. Envio, até ao dia 15 de janeiro, por transmissão eletrónica
de dados, pelos serviços competentes do Ministério dos Ne-
IVA gócios Estrangeiros, de relação comprovativa de transmissões
de imóveis situados em Portugal, operadas no estrangeiro e
Declaração recapitulativa legalizados no trimestre anterior.
Entrega, até ao dia 31, da declaração de alterações, pelos su- Imposto do Selo
jeitos passivos que, estando no regime de isenção do artigo 53.º,
tenham no ano anterior ultrapassado os limites nele estabelecido. Declaração Mensal de Imposto do Selo (DMIS)
DIVERSAS
Imposto sobre o Valor Acrescentado - IVA
• Cadeiras de transporte de criança em bicicletas vão ter
IVA a 6%
Imposto sobre o Rendimento Atualmente a taxa reduzida de IVA só é aplicável às ca-
das pessoas Coletivas – IRC deirinhas e assentos para o transporte em automóvel.
Em 2024, as cadeiras e assentos próprios para o transporte
• Taxa de IRC de crianças em bicicletas vão igualmente passar a beneficiar
É reduzida a taxa de IRC para 12,5% aplicável aos pri- da taxa reduzida de IVA, de 6%.
meiros 50.000 euros de matéria coletável quando, tratando-se
de start-up que qualifique como micro, pequena, média ou • Produtos com taxas de IVA alteradas
empresa de pequena-média capitalização (Small Mid Cap), O IVA dos óleos alimentares vai baixar da taxa normal
cumpra cumulativamente as seguintes condições: (23%) para a taxa intermédia, de 13%.
- Seja uma empresa inovadora com um elevado potencial de Neste momento e até ao final do ano, há um cabaz de
crescimento ou à qual tenha sido reconhecida idoneidade produtos essenciais, como os óleos alimentares, com o IVA
pela ANI na prática de atividades de I&D ou certificação a zero. Esta isenção termina a 1 de janeiro de 2024.
do processo de reconhecimento de empresas do setor da As pastas de atum, cavala e sardinha passarão a ser tri-
tecnologia; butadas à taxa reduzida do IVA de 6%.
- Tenha concluído, pelo menos, uma ronda de financia-
mento de capital de risco por entidade legalmente ha-
bilitada para o investimento em capital de risco sujeita Imposto do Selo
à supervisão da CMVM (ou congénere), ou mediante a
aportação de instrumentos de capital ou quase capital • Doações entre pais e filhos. Limite para não declarar
por parte de investidores que não sejam acionistas fun- aumenta para 5.000 euros
dadores da empresa; De referir que, tal como sucede atualmente, se exceder
- Tenha recebido investimento do Banco Português de os cinco mil euros e tiver de ser declarada, esta doação entre
Fomento, S. A., ou de fundos geridos por este, ou por familiares diretos continua, como até agora, a estar isenta de
empresas suas participadas, ou de um dos seus instru- Imposto do Selo.
mentos de capital ou quase capital. A doação de bens ou valores até 500 euros não tem de ser
declarada para efeitos do Imposto do Selo, mas o valor limite
• Tributação autónoma vai subir para 5.000 euros quando é entre pais e filhos ou casais.
São reduzidas as taxas de tributação autónoma incidentes Assim, as doações entre cônjuge ou unido de facto, des-
sobre os encargos efetuados ou suportados com viaturas ligei- cendentes e ascendentes, até ao montante de 5.000 euros irão
ras de passageiros, viaturas ligeiras de mercadorias referidas integrar a lista de transmissões gratuitas que atualmente não
na alínea b) do n.º 1 do artigo 7.º do Código do Imposto sobre são sujeitas a Imposto do Selo e que, em matéria de valores ou
Veículos, motos ou motociclos, para: bens estava até agora limitada a 500 euros, independentemente
• 8,5% , no caso de viaturas com um custo de aquisição da relação ou grau de parentesco de quem a fazia.
inferior a € 27.500; De salientar que, tal como sucede atualmente, se exceder
• 25,5%, no caso de viaturas com um custo de aquisição os cinco mil euros e tiver de ser declarada, esta doação entre
igual ou superior a € 27.500 e inferior a € 35.000; familiares diretos continua, como até agora, a estar isenta de
e Imposto do Selo.
• 32,5%, no caso de viaturas com um custo de aquisição
igual ou superior a € 35.000. • Operações de crédito para aquisição ou construção de
Os encargos com veículos movidos exclusivamente a ener- habitação própria permanente
gia elétrica com custo de aquisição que exceda os € 62.500 Passam a estar isentas de Imposto do Selo sobre a utilização
apenas estão sujeitos à taxa de 10% quando não respeitem a: de crédito as operações de fixação temporária da prestação e
- Viaturas ligeiras de passageiros, motos ou motociclos capitalização dos montantes diferidos no valor do emprés-
afetos à exploração de serviço público de transportes, timo, no âmbito dos contratos de crédito para aquisição ou
destinados a serem alugados no exercício da atividade construção de habitação própria permanente, nos termos do
normal do sujeito passivo; ou Decreto-Lei n.º 91/2023, de 11 de outubro.
- Viaturas automóveis relativamente às quais tenha sido ce-
lebrado acordo entre o colaborador e a entidade patronal Imposto sobre o álcool, as bebidas alcoólicas
sobre a imputação àquele da referida viatura automóvel. e as bebidas adicionadas de açúcar ou outros
• Goodwill edulcorantes (IABA)
O custo de aquisição associado ao goodwill adquirido no
âmbito de uma concentração de atividades empresariais cujo As taxas de IABA aplicáveis às bebidas alcoólicas e às
reconhecimento inicial ocorra nos períodos de tributação que bebidas adicionadas de açúcar ou outros edulcorantes sofre
se iniciem em ou após 1 janeiro de 2024, passa a ser aceite um aumento genérico de 10%.
888 Boletim do Contribuinte
DEZEMBRO 2023 - Nº 24
Boletim do Contribuinte nº 25
Caro assinante,
Sugestão de Reporting
ORIENTAÇÕES Devemos proceder ao registo dos valores reais no nosso
Orçamento Empresarial assim que obtivermos o período an-
NA GESTÃO DAS PME´S terior (mês ou trimestre) completamente encerrado em termos
de balancete. Aconselho que o reporting à administração da
empresa seja efetuado entre os dias 15 e 20 do mês seguinte
ao período acumulado em análise (Ex: a análise acumulada do
Adotar medidas corretivas com base na análise de desvios e 1º trimestre de 2024 deve ser reportada à administração entre
eventualmente reduzir custos estratégicos em determinadas o dia 15 e 20 de Abril).
categorias; 15) Rever periodicamente o Orçamento e efetuar Uma matéria também importante para adoção mais eficaz
eventuais ajustes mesmo que em fase de funcionamento. do Orçamento Empresarial, será a opção das PME´s em te-
rem nos seus quadros um Contabilista Certificado interno e
A importância da definição de metas e exemplos de ob-
até mesmo um Controller de Gestão. Tal possibilitará que a
jetivos
informação contabilística, financeira e não financeira, esteja
Uma PME deve estar em constante evolução redefinindo
disponível com mais celeridade para análise e reporte no
metas e objetivos, sendo que estes podem e devem ser analisa-
Orçamento Empresarial.
dos regularmente com vista ao sucesso organizacional. Neste
contexto, o Orçamento Empresarial é uma ferramenta essencial Aplicação Prática
para orientar, motivar e avaliar o desempenho de uma empresa. Não obstante a diversidade da oferta de softwares e progra-
Entre diversos objetivos que podem ser projetados, podemos mas de contabilidade e faturação, é um facto que o mercado
sugerir alguns exemplos: 1) Atrair e contratar mais mão-de- não disponibiliza, de forma genérica, programas ou aplicações
-obra qualificada com um estudo previamente estruturado para algumas ferramentas estratégicas e não estratégicas de
dos custos a incorrer; 2) Investimento em novos produtos ou gestão de empresas. Por norma, a implementação do Orçamen-
tecnologias; 3) Reduzir os custos fixos da empresa em 15%; to Empresarial é feita pela via do Microsoft Excel. Além de
4) Otimizar os custos de produção em 10%; 5) Aumentar o Contabilista Certificado e Formador, sou Consultor de Gestão
volume de negócios em 20%; 6) Otimização fiscal através de PME´s e desenvolvo mapas e folhas de cálculo excel para
dos vários benefícios fiscais disponíveis, reduzindo o peso contabilistas e gestores, e nesse âmbito desenvolvi um “Orça-
% do imposto IRC; 7) Renegociar os prazos de pagamento mento Económico Empresarial” e um “Orçamento Tesouraria
a fornecedores e de recebimento de clientes; 8) Otimização Empresarial” que podem ser consultados nas minhas redes
da tesouraria com vista à redução de financiamentos com a sociais “Vasco Lopes Contabilista Certificado” (Facebook,
banca; 9) Aumentar a aposta no mercado online, investindo em Instagram e LinkedIn).
publicidade; 10) Lançamento de um novo produto inovador;
O efeito inflação na elaboração do Orçamento Empresarial
Colaboração:
Segundo dados do Banco de Portugal, prevê-se que a
Vasco Lopes
inflação possa atingir 3,6% em 2024. É aconselhável que,
Contabilista Certificado / Formador / Consultor de Gestão
ao elaborar o Orçamento Empresarial do ano seguinte, e em
Fundador do Projeto “Vasco Lopes Contabilista Certi-
determinados custos que possamos prever que se possam
ficado”
manter inalterados, considerar um incremento mínimo da
Mapas Excel para Contabilistas e Gestores de PME´s
taxa de inflação.
Este livro compila, de forma atualizada, o CPC e a legislação complementar que os autores identifica-
IMEDIATO ram como sendo a que maior utilidade tem para quem aplica o direito processual civil diariamente,
seja no âmbito profissional (Advogados, Magistrados, Solicitadores, Agentes de Execução, e Oficiais
de Justiça), seja para os estudantes de direito e estagiários em advocacia e solicitadoria.
Os autores pretendem, assim, munir os aplicadores do direito de uma ferramenta de consulta rápida
e atual, facilitando o seu trabalho, contribuindo para a aplicação do direito.
Autores: Márcia Passos; José Gagliardini; Miguel Miranda; Ana Rebelo Sousa
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898 Boletim do Contribuinte
DEZEMBRO 2023 - Nº 24
geográfica e de supressão da omissão no registo predial 4 - É aprovado, por portaria dos membros do Governo
e demais efeitos de identificação do prédio; responsáveis pelas áreas das finanças, da modernização
b) Complementaridade, assegurando que a harmonização administrativa, da justiça, das autarquias locais, do ordena-
das informações da competência das diversas entidades mento do território e da agricultura e florestas, o regime de
salvaguarda os efeitos jurídicos respetivos, nos termos funcionamento e financiamento do modelo de organização e
da legislação aplicável; desenvolvimento do regime instituído pela Lei n.º 78/2017, de
c) Subsidiariedade, no sentido de a informação ser reco- 17 de agosto, com as especificidades constantes da presente lei.
lhida e transmitida pelas entidades competentes que
mais adequadamente o possam efetuar, tendo em conta ARTIGO 6.º
fatores de proximidade; Número de identificação de prédio
d) Participação, reforçando a atuação cívica dos cidadãos, 1 - O número de identificação de prédio (NIP), a que se
através do acesso à informação e à participação nos refere o artigo 3.º da Lei n.º 78/2017, de 17 de agosto, é um
procedimentos de RGG e de registo especial de prédio identificador numérico, sequencial, com dígito de controlo e
rústico e misto omisso; sem significado lógico, destinado ao tratamento e harmoniza-
e) Publicitação, garantindo a transparência e o caráter pú- ção da informação de índole predial, visando a prossecução
blico dos procedimentos e das informações cadastrais, dos seguintes objetivos:
com garantia da proteção dos dados pessoais envolvidos. a) Assegurar a identificação unívoca dos prédios, mediante
2 - De acordo com a alínea b) do número anterior, as a atribuição de um número único de identificação, de
relações entre o cadastro, o registo predial e a matriz predial
utilização comum a toda a Administração Pública,
regem-se por um princípio de complementaridade, nos termos
possibilitando a criação da informação predial única;
do qual a situação jurídica e fiscal dos prédios constante do
b) Unificar e permitir uma gestão uniforme e informática dos
registo predial e da matriz predial produz os efeitos previstos
conteúdos cadastrais num único sistema de informação;
na legislação respetiva.
3 - Sem prejuízo do regime legal relativo à proteção dos c) Assegurar o acesso à informação pela Administração
dados pessoais, o acesso à informação cadastral por parte dos Pública, pelos cidadãos e pelas empresas, designada-
particulares e das entidades e serviços da Administração Públi- mente por via eletrónica e com a garantia da proteção
ca do Estado e de outras pessoas coletivas públicas efetua-se de dados pessoais envolvidos.
nos termos previstos na Lei n.º 78/2017, de 17 de agosto, e 2 - O NIP é atribuído a cada prédio sempre que seja con-
na presente lei. firmada a coincidência entre a informação constante das bases
de dados das descrições prediais do IRN, I. P., e das bases de
ARTIGO 5.º dados que contêm as inscrições matriciais da AT, associando-se
Modelo de organização e desenvolvimento a RGG ou a configuração geométrica do prédio (CGP) depen-
1 - O modelo de organização e desenvolvimento do sistema dendo da informação constar no BUPi ou na carta cadastral.
de informação cadastral simplificado e do BUPi desenvolve-se 3 - A informação predial única subjacente ao NIP integra
em três níveis: designadamente:
a) Ao nível central, através de um Centro de Coordenação a) A descrição e as inscrições do registo predial;
Técnica, com competências de coordenação, decisão e b) A inscrição matricial, quando aplicável;
apoio, integrado no Ministério da Justiça; c) A RGG do prédio, quando não cadastrado, ou a CGP
que consta da carta cadastral;
b) Ao nível regional, através de Centros de Competências
d) Outros dados e elementos relativos à caracterização do
Regionais, a estabelecer por resolução do Conselho de
prédio e à identificação dos seus titulares que possam
Ministros, com competências e recursos para a partilha
ser partilhados no BUPi.
e articulação de conhecimentos e de capacidades insta-
ladas no domínio da informação geoespacial; ARTIGO 6.º-A
c) Ao nível municipal, através de Unidades de Competência Plataforma de serviços geográficos Balcão Único do
Locais, que formam a rede de balcões de atendimento, Prédio
para atendimento ao cidadão, identificação, tratamento 1 - O BUPi integra uma plataforma de serviços geográficos
e partilha da informação respeitante ao território, seus de alta disponibilidade que se enquadra como uma Infraestrutura
titulares e limites. de Dados Espaciais (IDE) e tem como objetivo fornecer conteú-
2 - As competências dos municípios referidas na alínea
dos ao visualizador BUPi e a entidades parceiras, assegurando os
c) do número anterior podem ser delegadas na entidade
necessários atributos de segurança, escalabilidade e resiliência.
intermunicipal que estes integram, podendo ser exercidas
2 - Os conjuntos de dados geográficos disponibilizados
exclusivamente pela entidade intermunicipal ou em conjunto
com cada município. na plataforma de serviços geográficos BUPi que configurem
3 - Para efeitos do previsto na alínea c) do n.º 1 compete cartografia ou informação geográfica oficial ou homologada
às Unidades de Competência Locais: cumprem as obrigações de inscrição no Registo Nacional
a) Partilhar com o BUPi informação sobre os elementos de Dados Geográficos do Sistema Nacional de Informação
caracterizadores e de identificação dos prédios rústicos Geográfica (SNIG), nos termos do Decreto-Lei n.º 193/95, de
ou mistos, dos seus titulares e de caracterização do 28 de julho, e do Decreto-Lei n.º 180/2009, de 7 de agosto,
território nacional de que o município disponha, para ambos na sua redação atual.
efeitos de identificação dos prédios e supressão de ARTIGO 7.º
omissão no registo predial; Confirmação de confinantes
b) Assegurar a elaboração no BUPi, pelos técnicos habili-
tados, das operações de RGG dos prédios; 1 - Para os efeitos previstos no n.º 3 do artigo 5.º da Lei
c) Disponibilizar balcões de atendimento ao cidadão. n.º 78/2017, de 17 de agosto, considera-se validada por todos
906 Boletim do Contribuinte
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a) Os prédios confinantes não forem identificados no âmbi- -se, simultaneamente o IRN, I. P., da realização daquela
to do procedimento de consulta pública e não estiverem comunicação que, assim, equivale ao pedido de alteração ou
descritos no registo predial; retificação de área na matriz a que se refere o n.º 1 do artigo
b) Os prédios estiverem inscritos na matriz; e 31.º do Código do Registo Predial, sempre que o interessado
c) Os titulares da inscrição matricial tiverem sido notifica- pretenda que a descrição predial seja aberta ou atualizada com
dos pelo Centro de Coordenação Técnica, para no prazo a área constante da RGG, nos termos previstos no artigo 16.º
de 90 dias promover o procedimento especial de RGG da Lei n.º 78/2017, de 17 de agosto.
e de registo ou declarar a quem pertence o prédio sem CAPÍTULO II
que o tenham efetuado. Sistema de informação cadastral simplificado
6 - Se o notificado declarar que não é o proprietário do
prédio, mas indicar a quem o mesmo pertence, notifica-se a SECÇÃO I
pessoa identificada, para os efeitos do número anterior. Procedimento especial de registo de prédio rústico e misto
ARTIGO 7.º-D ARTIGO 8.º
Procedimento de inscrição de prédio rústico omisso na Procedimento especial de registo de prédio rústico e misto
matriz 1 - (Revogado.)
1 - O procedimento de inscrição de prédio rústico omisso 2 - Sem prejuízo do disposto no artigo 14.º da Lei n.º
na matriz predial é aplicável aos prédios rústicos situados em 78/2017, de 17 de agosto, o procedimento especial de registo
municípios que não dispõem de qualquer regime de cadastro de prédio rústico e misto pode ser promovido por iniciativa
predial em vigor. dos interessados, desde que:
2 - Em cumprimento do princípio da colaboração previsto a) Disponham de documento comprovativo do seu direito
no artigo 59.º da lei geral tributária (LGT) e no n.º 2 do artigo de propriedade e;
48.º do Código do Procedimento e de Processo Tributário b) Ocorra na sequência de RGG, quando se trate de pré-
(CPPT), para inscrição de prédio rústico omisso na matriz dio rústico inscrito na matriz não cadastral, ou seja
predial, o interessado deve fazer a entrega de: apresentada a CGP, quando o prédio esteja inscrito na
a) RGG, pendente de finalização, elaborada por técnico matriz cadastral.
habilitado; SECÇÃO II
b) Declaração de participação de inscrição de prédio Procedimento especial de justificação de prédio rústico
rústico omisso. e misto
3 - Quando a RGG não se encontre validada nos termos
ARTIGO 9.º
previstos no n.º 1 do artigo 7.º, é necessário apresentar decla-
Procedimento especial de justificação de prédio rústico e misto
ração de aceitação dos limites do prédio efetuada por, pelo
menos, um confinante, devidamente identificado com o NIF 1 - (Revogado.)
e a indicação do artigo matricial do seu prédio. 2 - Ao procedimento especial de justificação de prédio rús-
4 - Após a entrega da declaração para inscrição de prédio tico e misto aplica-se, em matéria de competência, o disposto
rústico omisso, acompanhada dos elementos instrutórios, há no artigo 13.º da Lei n.º 78/2017, de 17 de agosto.
lugar à inscrição matricial do prédio, com a atribuição do 3 - O procedimento especial de justificação de prédio
correspondente artigo matricial, ainda que condicionada à rústico e misto pode ser promovido pelo interessado que não
fixação do valor patrimonial tributário, nos termos do Código disponha de documento para prova do seu direito de proprie-
do Imposto Municipal sobre Imóveis, aplicando-se para o dade, desde que se verifique por consulta ao BUPi:
efeito o previsto no n.º 4 do artigo 14.º a) A existência de RGG, quando se trate de prédio rústico
5 - Após a inscrição matricial do prédio rústico, o promotor inscrito na matriz não cadastral; ou
deve concluir o procedimento de RGG, retomando o processo b) A existência de CGP, quando se trate de prédio inscrito
que está pendente de finalização no BUPi, com associação do na matriz cadastral.
artigo matricial que tenha sido atribuído ao prédio em causa. 4 - As formalidades prévias, a tramitação e os meios de
impugnação do processo especial de justificação são estabe-
ARTIGO 7.º-E lecidos por decreto regulamentar.
Procedimento de alteração de área de prédio rústico
inscrito na matriz ARTIGO 10.º
Direito subsidiário
1 - O procedimento de alteração de área de prédio rústico
inscrito na matriz predial é aplicável aos prédios rústicos si- Ao procedimento especial de justificação previsto na
tuados em municípios que não dispõem de CGPR ou cadastro presente secção são aplicáveis, em tudo o que não estiver
predial em vigor. especialmente regulado, as disposições do Código do Registo
2 - Enquanto a RGG não produzir os efeitos previstos no Predial e do Código do Notariado.
n.º 3 do artigo 5.º da Lei n.º 78/2017, de 17 de agosto, tran- SECÇÃO III
sitoriamente, subsistem simultaneamente na matriz predial Disposições comuns
rústica a área relevante para efeitos de liquidação de impostos
sobre o respetivo prédio, com recurso à informação previa- ARTIGO 11.º
mente existente na matriz, e a área resultante da RGG, que Anotação à descrição
não tem quaisquer efeitos de liquidação de imposto sobre o Para efeitos do previsto no artigo 18.º da Lei n.º 78/2017,
respetivo prédio. de 17 de agosto, no caso de prédios descritos, a existência de
3 - Para os efeitos previstos no número anterior, as RGG RGG é comunicada por via eletrónica ao sistema de informa-
elaboradas são comunicadas pelo BUPi à AT, informando- ção de registo predial.
908 Boletim do Contribuinte
DEZEMBRO 2023 - Nº 24
e) As demais matérias cuja regulamentação deva revestir encontrem delimitadas e sem sobreposições e que estejam
essa forma, nos termos da presente lei. devidamente identificadas e caracterizadas de acordo com
grupos de informação temáticos relativos à sua dominialida-
ARTIGO 16.º
de, ocupação do solo, gestão e uso da propriedade, com base
Produção de efeitos
na compilação de dados geográficos produzidos por várias
A presente lei produz efeitos a partir de 1 de novembro de entidades públicas e dos procedimentos de RGG.
2018, considerando-se ratificados todos os atos praticados ao 3 - A «área conhecida» é calculada em percentagem e em
abrigo do regime previsto na Lei n.º 78/2017, de 17 de agosto, hectares.
até à data de entrada em vigor da presente lei.
ARTIGO 17.º
ARTIGO 16.º-A Avaliação
Indicador «área conhecida»
1 - O Governo publica um relatório anual sobre a aplicação
1 - Para efeitos de monitorização e avaliação de resultados do regime previsto na presente lei, o qual contém, nomeada-
em matéria de informação de caracterização e identificação dos mente, informação relativa à área conhecida.
prédios rústicos e mistos e dos seus titulares e de caracterização 2 - Sem prejuízo do disposto no número anterior, até 31 de
do território nacional é utilizado o indicador «área conhecida». julho de 2025, o Governo apresenta à Assembleia da República
2 - Considera-se «área conhecida», no território continen- um relatório de avaliação da aplicação do presente regime ao
tal, o somatório das áreas dos 153 municípios do território território nacional
continental que não dispõem de CGPR ou cadastro predial
ARTIGO 18.º
em vigor, indicados no anexo i à presente lei, e no território
Entrada em vigor
das regiões autónomas, o somatório das áreas dos municípios
das regiões autónomas que não dispõem de CGPR ou cadastro A presente lei entra em vigor no dia seguinte ao da sua
predial em vigor, indicados no anexo ii à presente lei, que se publicação.
ANEXO I
Listagem dos 153 municípios do território continental que não dispõem de cadastro geométrico da propriedade rústica
ou cadastro predial em vigor
(a que se refere o n.º 4 do artigo 1.º e o n.º 2 do artigo 16.º-A)
ANEXO II
Listagem dos 19 municípios das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira que não dispõem de cadastro geométrico
da propriedade rústica ou cadastro predial em vigor
(a que se refere o n.º 4 do artigo 1.º e o n.º 2 do artigo 16.º-A)
ARBITRAGEM FISCAL
20 de dezembro | 17h00/21h00 | 4 horas
PROGRAMA
• Âmbito da arbitragem tributária
• Os requisitos, a designação, os
impedimentos e os deveres dos árbitros
• A constituição do tribunal arbitral FORMADOR
• A tramitação e custos do processo arbitral Rogério M. Fernandes Ferreira
Advogado especialista em
• A decisão arbitral: prazo, deliberação,
direito Fiscal
efeitos e publicação
• Os recursos da decisão arbitral
• A taxa de arbitragem
• Articulação com outros meios de defesa
PREÇO*
Assinante GrupoVE 98 G
Não Assinante 120 G
* Acresce IVA à taxa em vigor
INFORMAÇÕES/INSCRIÇÕES
Vida Económica - Editorial SA.
223 399 400/27 (chamada para a rede fixa nacional)
Email formacao@grupovidaeconomica.pt
www.vebs.pt
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Futebol Profissional
– Acordo de empresa entre o Futebol Clube
REGULAMENTAÇÃO DO TRABALHO do Porto e o CESP - Sindicato dos Trabalhadores
do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal e
outro - Alteração salarial e outras
(Bol. do TE, n.º 44, de 29.11.2023)
Compilação de sumários do Boletim do Trabalho e Emprego, 1ª Série, nº 44 de 2023 Vinho do Porto
– Contrato coletivo entre a Associação das
Empresas de Vinho do Porto (AEVP) e o Sindicato
Nacional dos Trabalhadores da Indústria e Comér-
Cerâmica e Vidro Energia e Transportes - COFESINT e outros - Al-
cio de Alimentação, Bebidas e Afins - Alteração
– Contrato coletivo entre a Associação Por- teração salarial e outras
salarial e outras e texto consolidado – Retificação
tuguesa da Indústria dos Recursos Minerais (Assi- (Bol. do TE, n.º 44, de 29.11.2023)
(Bol. do TE, n.º 44, de 29.11.2023)
magra) e a Federação Portuguesa dos Sindicatos
da Construção, Cerâmica e Vidro - FEVICCOM e
outras - Alteração/texto consolidado Feder. - Federação CCT - Contrato Coletivo de Trabalho
(Bol. do TE, n.º 44, de 29.11.2023) Siglas Assoc. - Associação ACT - Acordo Coletivo de Trabalho
PRT - Port. de Regulamentação
Combustíveis e Lubrificantes
– Acordo coletivo entre a BP Portugal - Co-
e Sind. - Sindicato
Ind. - Indústria de Trabalho
mércio de Combustíveis e Lubrificantes, SA e Abreviaturas Dist. - Distrito PE - Port. de Extensão
CT - Comissão Técnica AE - Acordo de Empresas
outras e a Federação de Sindicatos da Indústria,