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DEZEMBRO • 2ª QUINZENA ANO 91º • 2023 • Nº 24

Diretor:
Miguel Peixoto de Sousa

O Impacto do OE 2024
nas famílias e nas empresas
O Orçamento do Estado para 2024 foi aprovado com a inflação e há também uma descida das taxas até
pela Assembleia da República, no passado dia 29 de ao 5º escalão, com limite nos €27.146. Quem receber
novembro, aguardando-se a promulgação do Presidente um salário mínimo, que passará a ser de €820, está
da República e a posterior publicação em Diário da isento de pagar IRS.
República, sendo provável que tal venha a acontecer Relativamente aos jovens que entram no mercado
na penúltima semana de dezembro. de trabalho, há maiores isenções. No 1º ano, passa de
Neste número, na pág. 886 e seguintes indicamos 50% para 100%, no 2º de 40% para 75% e nos 3º e
as principais alterações que impactam na esfera das 4º anos de 30% para 50%. No 5º ano a isenção passa
famílias e das empresas. Assim, no próximo ano, os também de 20% para 25%.
escalões vão ser atualizados em 3% em consonância De destacar que, em sede de deduções à coleta, o
limite de dedução da renda de casa subiu para € 600 e
o valor despendido em explicações e com empregada
SUMÁRIO doméstica passam a ser dedutíveis no IRS devido a final.
Legislação
Port. n.º 401/2023, de 4.12 (Estatuto de startup
O fim do IVA zero chega com 2024, mas há alimentos
e de scaleup - Procedimentos) .......................... 901 e 902 que vão descer do escalão de IVA de 23% para o de 13%
DL n.º 109/2023, de 24.11 (Prorroga diversos prazos - como por exemplo os óleos alimentares e as alheiras.
de regimes jurídicos temporários - Documentos
e vistos relativos à permanência em Portugal) 902
Na esfera das empresas, destaca-se a promoção do
Lei n.º 65/2019, de 23.8 (Sistema de informação investimento empresarial, com especial incidência: no
cadastral simplificado) ...................................... 904 a 909 reforço do incentivo à capitalização de empresas (ICE),
DL n.º 113/2023, de 30.11 (Desempregados de longa
na aplicação de incentivos fiscais à investigação cien-
duração - Medida excecional de incentivo ao regresso
ao trabalho - Vítimas de violência Doméstica tífica e inovação, na valorização salarial e na redução
- Desemprego involuntário)............................. 910 a 913 das tributações autónomas.
Portaria n.º 399/2023, de 30.11 (Programa Qualifica Por forma a fomentar o investimento por parte das
Indústria - Grandes empresas - Quebra de faturação) . 913
grandes tecnológicas, os custos salariais com a criação
Resoluções Administrativas e Informações Vinculativas
Programa Mais Habitação - Lei n.º 56/2023, de 6.10 de novos postos de trabalho qualificados vão ser con-
- Efeitos retroativos - Regularização tributária ....... 896 siderados no cálculo dos benefícios fiscais.
Reparação de velocípedes - taxas do imposto... 898 e 899 As Startups de pequena e média dimensão, veem a
Congressos na área da saúde - isenções ................899 e 900
Obrigações fiscais do mês e informações diversas 883 a 895
sua taxa de IRC reduzida para 12,5% no primeiro ano.
Trabalho e Segurança Social
Esta taxa de 12,5% só se aplica aos primeiros €50.000
Legislação, Informações diversas e regulamentação de matéria coletável.
do trabalho .............................................................. 910 a 919 É também alargado o regime das stock options aos
Sumários do Diário da República............................ 920 fundadores.
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Perceber os impactos fiscais e o respe-


tivo enquadramento legal, com as ób-
vias dificuldades que a nova estrutura
conceptual da economia digital deter-
mina é o propósito da presente pu-
blicação, que agrega um conjunto de
trabalhos da autoria de profissionais e
académicos profundamente conhece-
dores desta área, que tem vindo a as-
sumir uma significativa importância na
atividade dos agentes económicos.
Aqui encontramos relevantes contri-
butos de autores nacionais e brasileiros
que dão ao leitor uma perspetiva atual
de matérias tão impactantes como a
criptomoeda, a tributação das opera-
ções digitais, e bem assim o olhar da
União Europeia sobre as temáticas co-
nexas.

Coordenação Pedro Marinho Falcão e Juracy Soares

Páginas 384 PVP €20

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884 Boletim do Contribuinte
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IRS
OBRIGAÇÕES Comunicação de despesas de saúde
EM JANEIRO Modelo 45
Envio, até 31 de janeiro, da Declaração Modelo 45, por
transmissão eletrónica de dados pelas entidades que prestem
gestoras de fundos, associações mutualistas, instituições sem serviços de saúde previstos nos n.ºs 2 e 3 do artigo 78.º-C
fins lucrativos que tenham por objeto a prestação de cuidados de do CIRS, caso as entidades não estejam obrigadas à emissão
saúde e demais entidades que possam comparticipar em despesas de faturas ou, estando dispensadas, não as tenham emitido.
de saúde, aos sujeitos passivos, de documentos comprovativos
dos juros, prémios de seguros e outros encargos pagos no ano IRS
anterior e que possam ser deduzidos à coleta ou abatidos aos
seus rendimentos.
Comunicação de despesas de formação
e educação
IRS Declaração modelo 46
Abatimentos e deduções à coleta Envio, até 31 de janeiro, da Declaração Modelo 46, por
transmissão eletrónica de dados, pelas entidades que prestem
Entrega, até ao dia 22, pelas entidades que recebam ou serviços de educação e de formação previstos nos n.ºs 5 e
pagam quaisquer importâncias suscetíveis de abatimento aos 6 do artigo 78.º-D do CIRS caso as entidades não estejam
rendimentos ou dedução à coleta de documento comprovativo obrigadas à emissão de faturas ou, estando dispensadas, não
aos sujeitos passivos. as tenham emitido.

IRS IRS
Rendimentos relativos a planos de opções Comunicação de encargos com lares
e de subscrição Declaração modelo 47
Entrega, até ao dia 22, pelas entidades que suportem Envio, até 31 de janeiro, da Declaração Modelo 47, por
encargos, preços ou vantagens económicas referidos no n.º transmissão eletrónica de dados, pelas entidades que recebam
4 do artigo 24.º ou por entidade compreendida no âmbito valores relativos a encargos com lares previstos nos n.ºs 3 e
do n.º 10 do artigo 2.º, aos sujeitos passivos, de documento 4 do artigo 84.º do CIRS caso as entidades não estejam obri-
comprovativo dos rendimentos relativos a planos de opções, gadas à emissão de faturas ou, estando dispensadas, não as
de subscrição, de atribuição ou outros de efeito equivalente. tenham emitido.

IRS IRS e IRC


Juros e amortizações de habitação Declaração modelo 30
permanente, prémios de seguros de saúde, vida Envio, até 31 de janeiro, da Declaração Modelo 30, por
e acidentes pessoais, PPR, fundos transmissão eletrónica de dados, pelas entidades devedoras ou
de pensões e regimes complementares pagadoras de rendimentos a sujeitos passivos não residentes
em território português, no mês de novembro do ano anterior.
Declaração modelo 37
Envio, até 31 de janeiro, da Declaração Modelo 37, por IRC
transmissão eletrónica de dados, pelas instituições de crédito,
cooperativas de habitação, empresas de seguros, empresas
Modelo 22 de substituição
gestoras de fundos e outros regimes complementares referidos Envio, até 31 de janeiro, da Declaração periódica de
nos artigos 16.º e 21.º do Estatuto dos Benefícios Fiscais. rendimentos Modelo 22, de substituição, por transmissão
eletrónica de dados, pelos sujeitos passivos alienantes, nos
IRS casos em que o valor patrimonial tributário definitivo dos imó-
veis não esteja determinado até ao final do prazo estabelecido
Modelo 44 para a entrega das declarações de rendimento do período de
tributação a que respeita a transmissão e o valor resultante da
Comunicação anual de rendas recebidas avaliação seja superior ao valor de venda.
Envio, até 31 de janeiro, da Declaração Modelo 44,
por transmissão eletrónica de dados ou em suporte de papel, IRS, IRC e IVA
pelos sujeitos passivos de IRS com rendimentos da categoria Comunicação de elementos de fatura
F que estejam dispensados e não tenham optado pela emissão
de recibos de rendas eletrónicos e ainda as entidades a que se Comunicação, até ao dia 8 de janeiro, por transmissão
refere o n.º 7 do artigo 78.º-E do CIRS. eletrónica de dados, dos elementos das faturas emitidas no mês
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forfetário dos produtores agrícolas que pretendam exercer a


OBRIGAÇÕES opção pela sua aplicação.

EM JANEIRO IVA
Pedido de compensação forfetária

anterior pelas pessoas singulares ou coletivas que tenham Envio, até ao dia 15 de janeiro, por transmissão eletrónica
sede, estabelecimento estável ou domicílio fiscal em território de dados, do pedido de compensação forfetária pelos sujeitos
português e que aqui pratiquem operações sujeitas a IVA. passivos de imposto que optaram pelo regime previsto nos
artigos 59.º-A a 59.º-E do CIVA, relativamente às operações
nele abrangidas e efetuadas no ano anterior.
IVA
Declaração periódica IMT
Envio da Declaração Periódica, até ao dia 22, por transmis- Transmissão de imóveis situados em Portugal
são eletrónica de dados, acompanhada dos anexos que se mos- operada no estrangeiro
trem devidos, pelos sujeitos passivos do regime normal mensal,
relativa às operações efetuadas em novembro do ano anterior. Envio, até ao dia 15 de janeiro, por transmissão eletrónica
de dados, pelos serviços competentes do Ministério dos Ne-
IVA gócios Estrangeiros, de relação comprovativa de transmissões
de imóveis situados em Portugal, operadas no estrangeiro e
Declaração recapitulativa legalizados no trimestre anterior.

Entrega, até ao dia 22, da declaração recapitulativa, por


transmissão eletrónica de dados, pelos sujeitos passivos do
IMI
regime normal mensal que no mês anterior tenham efetuado Declaração Modelo 2
transmissões intracomunitárias de bens e/ou prestações de
serviços noutros Estados-Membros, quando tais operações Envio, até ao dia 15 de janeiro, da Declaração Modelo 2,
sejam aí localizadas, nos termos do artigo 6.º do CIVA, e para por transmissão eletrónica de dados, por parte das entidades
os sujeitos passivos do regime normal trimestral quando o fornecedoras de água, energia e do serviço fixo de telefones,
total das transmissões intracomunitárias de bens a incluir na dos contratos celebrados com os seus clientes, bem como as
declaração tenha no trimestre em curso (ou em qualquer mês alterações que se tenham verificado no trimestre anterior.
do trimestre) excedido o montante de € 50 000.
Entrega, até ao dia 22, da declaração recapitulativa, por
transmissão eletrónica de dados, pelos sujeitos passivos do Contribuição extraordinária sobre a indústria
regime normal trimestral que no trimestre anterior tenham farmacêutica
efetuado transmissões intracomunitárias de bens e/ou pres-
tações de serviços noutros Estados-Membros, quando tais Declaração modelo 28
operações sejam aí localizadas, nos termos do artigo 6.º do
CIVA, e o montante das transmissões intracomunitárias a Envio, até ao dia 31 de janeiro, da Declaração Modelo
incluir não tenha excedido € 50 000 no trimestre em curso ou 28 por transmissão eletrónica de dados, pelas entidades a que
em qualquer um dos 4 trimestres anteriores. alude o artigo 2.º do regime da contribuição extraordinária
sobre a indústria farmacêutica, aprovado pelo artigo 168.º
IVA da Lei n.º 82 -B/2014, de 31 de dezembro, e que que não se
encontrem isentas da contribuição, ao abrigo do n.º 2 do artigo
Declaração de alterações 5.º do mesmo regime, da contribuição extraordinária sobre a
Regime de isenção indústria farmacêutica apurada no 4.º trimestre do ano anterior.

Entrega, até ao dia 31, da declaração de alterações, pelos su- Imposto do Selo
jeitos passivos que, estando no regime de isenção do artigo 53.º,
tenham no ano anterior ultrapassado os limites nele estabelecido. Declaração Mensal de Imposto do Selo (DMIS)

Envio, até ao dia 22 de janeiro, da Declaração Mensal de


IVA Imposto do Selo (DMIS), por transmissão eletrónica de dados,
Regime forfetário dos produtores agrícolas pelos sujeitos passivos que titulem atos, contratos, documentos,
títulos ou outros factos sujeitos a imposto do selo, ainda que
Entrega, até ao dia 31, da declaração de alterações pelos dele isentos, praticados no mês anterior, ou liquidado imposto
sujeitos passivos suscetíveis de ser abrangidos pelo regime nos termos da verba 29 da Tabela Geral, no trimestre anterior.
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No próximo ano, serão alargados os valores que podem


INFORMAÇÕES ser deduzidos à coleta do IRS nos custos com ginásios, isto
é, partir de 2024 é dedutível 30% do IVA suportado, com o
DIVERSAS limite máximo de 250 euros.
• Dedução à coleta. Encargos com trabalhadores domés-
ticos
Orçamento do Estado para 2024 Foi aprovada uma alteração ao Código do IRS que irá
permitir aos contribuintes deduzir 5% dos encargos suportados
O impacto nas famílias e nas empresas com a retribuição dos trabalhadores domésticos, até ao limite
de 200 euros.
Numa situação difícil e inusitada, o Orçamento do Estrado
para 2024 foi aprovado na Assembleia da República e deverá • Isenções de IRS para senhorios com rendas antigas
ser publicado em Diário da República, no próximo dia 20 de Os proprietários com contratos de arrendamento antigos
dezembro. vão ficar isentos de IRS sobre os rendimentos provenientes
Este Orçamento, que, será até março executado por um das rendas, bem como de IMI sobre os imóveis objecto destes
governo de gestão, contem mais medidas com impacto nas contratos.
famílias e poucas são as medidas dirigidas às empresas. Assim: Significa, pois, que esta isenção é aplicável aos contratos
de arrendamento habitacionais celebrados antes da vigência
do RAU (anteriores a 18 de novembro de 1990) por arrenda-
Imposto sobre o Rendimento
tários com um Rendimento Anual Bruto Corrigido (RABC)
das Pessoas Singulares - IRS inferior a cinco Retribuições Mínimas Nacionais Anuais ou
com idade igual ou superior a 65 anos ou deficiência com grau
• Escalões do IRS e subida do mínimo de existência
de incapacidade igual ou superior a 60%.
Os escalões do IRS sobem em 3% e as taxas são reduzidas
para os primeiros cinco escalões. • IRS Jovem
Assim, a partir do dia 1 de janeiro de 2024, o limite do Procede-se a um novo reforço do regime fiscal aplicável
primeiro escalão de rendimento coletável sobe de 7479 euros aos rendimentos auferidos por jovens trabalhadores (não de-
para 7703 euros, com a taxa a recuar dos atuais 14,5% para pendentes) com idade entre os 18 e os 26 anos, ou até aos 30
13,25%. anos no caso de conclusão de doutoramento, prevendo-se que
O maior recuo de taxas verifica-se, nos segundo e terceiro as isenções aplicáveis passem a corresponder a:
escalões de rendimento. • 100% no primeiro ano, com limite de 40 vezes o valor
Relativamente ao mínimo de existência, ou seja, relati- do IAS;
vamente ao rendimento isento de IRS existe um aumento
• 75% no segundo ano, com limite de 30 vezes o valor
fixando-se em 11.480 euros.
do IAS;
Esta subida faz com que se continue a manter dentro do
• 50% no terceiro e no quarto ano, com limite de 20 vezes
mínimo de existência o valor do salário mínimo nacional, que
o valor do IAS;
em 2024 aumenta para 820 euros.
• 25% no quinto ano, com limite de 10 vezes o valor do IAS.
• Dedução à coleta do IRS. Despesas com explicações
As explicações em centros de estudo vão passar a poder • Alunos deslocados. Apoio fiscal
ser dedutíveis no IRS como despesas de educação. As rendas suportadas pelos alunos deslocados passam a
Atualmente, só podem ser descontadas no IRS as despesas dar um desconto mais significativo no IRS. Assim, no âmbito
com explicações dadas a título pessoal sobre matérias do en- das despesas de educação e formação, passa a ser dedutível a
sino escolar ou superior, por estarem isentas de IVA, e desde título de rendas um valor máximo de 400 euros anuais, sendo
que realizadas por profissional inscrito como trabalhador in- o limite global de 800 euros, aumentado em 300 euros quando
dependente na categoria de professor, formador ou explicador. a diferença seja relativa a rendas.
De referir que o montante da dedução à coleta das despesas
• Mais-valias de imóveis. Recuperação em caso de impos-
de edução é de 30% do seu valor com o limite de 800 euros.
sibilidade de reinvestimento
• Dedução á coleta. Encargos com rendas As famílias que pagaram IRS sobre mais-valias de imóveis
Para 2024, a dedução em sede de IRS decorrente de encar- por não terem conseguido reinvestir dentro do prazo, têm até
gos com rendas terá o limite máximo de 600 euros, que pode ao fim de 2024 para pedir a devolução.
subir para 900 euros para famílias com menores. Atualmente, Estabelece o OE para 2024 que, os contribuintes que
o limite máximo encontra-se fixado em 502 euros. tenham vendido a sua casa em anos anteriores e que não te-
• Dedução à coleta por exigência de fatura. IVA dos ginásios nham conseguido adquirir uma nova para habitação própria
Atualmente, nas despesas realizadas nos setores de repa- permanente dentro dos 36 meses (prazo estipulado no Código
ração e manutenção de automóveis e motociclos, alojamento do IRS), para não terem de pagar IRS sobre as mais-valias
e restauração, cabeleireiros, atividades veterinárias, ginásios podem recuperar o imposto pago, apresentando, para o efeito,
e jornais, é dedutível 15% do IVA suportado. uma declaração de substituição até ao final de 2024.
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como gasto fiscal durante os primeiros 15 anos (por oposição


INFORMAÇÕES aos 20 anos atualmente previstos).

DIVERSAS
Imposto sobre o Valor Acrescentado - IVA
• Cadeiras de transporte de criança em bicicletas vão ter
IVA a 6%
Imposto sobre o Rendimento Atualmente a taxa reduzida de IVA só é aplicável às ca-
das pessoas Coletivas – IRC deirinhas e assentos para o transporte em automóvel.
Em 2024, as cadeiras e assentos próprios para o transporte
• Taxa de IRC de crianças em bicicletas vão igualmente passar a beneficiar
É reduzida a taxa de IRC para 12,5% aplicável aos pri- da taxa reduzida de IVA, de 6%.
meiros 50.000 euros de matéria coletável quando, tratando-se
de start-up que qualifique como micro, pequena, média ou • Produtos com taxas de IVA alteradas
empresa de pequena-média capitalização (Small Mid Cap), O IVA dos óleos alimentares vai baixar da taxa normal
cumpra cumulativamente as seguintes condições: (23%) para a taxa intermédia, de 13%.
- Seja uma empresa inovadora com um elevado potencial de Neste momento e até ao final do ano, há um cabaz de
crescimento ou à qual tenha sido reconhecida idoneidade produtos essenciais, como os óleos alimentares, com o IVA
pela ANI na prática de atividades de I&D ou certificação a zero. Esta isenção termina a 1 de janeiro de 2024.
do processo de reconhecimento de empresas do setor da As pastas de atum, cavala e sardinha passarão a ser tri-
tecnologia; butadas à taxa reduzida do IVA de 6%.
- Tenha concluído, pelo menos, uma ronda de financia-
mento de capital de risco por entidade legalmente ha-
bilitada para o investimento em capital de risco sujeita Imposto do Selo
à supervisão da CMVM (ou congénere), ou mediante a
aportação de instrumentos de capital ou quase capital • Doações entre pais e filhos. Limite para não declarar
por parte de investidores que não sejam acionistas fun- aumenta para 5.000 euros
dadores da empresa; De referir que, tal como sucede atualmente, se exceder
- Tenha recebido investimento do Banco Português de os cinco mil euros e tiver de ser declarada, esta doação entre
Fomento, S. A., ou de fundos geridos por este, ou por familiares diretos continua, como até agora, a estar isenta de
empresas suas participadas, ou de um dos seus instru- Imposto do Selo.
mentos de capital ou quase capital. A doação de bens ou valores até 500 euros não tem de ser
declarada para efeitos do Imposto do Selo, mas o valor limite
• Tributação autónoma vai subir para 5.000 euros quando é entre pais e filhos ou casais.
São reduzidas as taxas de tributação autónoma incidentes Assim, as doações entre cônjuge ou unido de facto, des-
sobre os encargos efetuados ou suportados com viaturas ligei- cendentes e ascendentes, até ao montante de 5.000 euros irão
ras de passageiros, viaturas ligeiras de mercadorias referidas integrar a lista de transmissões gratuitas que atualmente não
na alínea b) do n.º 1 do artigo 7.º do Código do Imposto sobre são sujeitas a Imposto do Selo e que, em matéria de valores ou
Veículos, motos ou motociclos, para: bens estava até agora limitada a 500 euros, independentemente
• 8,5% , no caso de viaturas com um custo de aquisição da relação ou grau de parentesco de quem a fazia.
inferior a € 27.500; De salientar que, tal como sucede atualmente, se exceder
• 25,5%, no caso de viaturas com um custo de aquisição os cinco mil euros e tiver de ser declarada, esta doação entre
igual ou superior a € 27.500 e inferior a € 35.000; familiares diretos continua, como até agora, a estar isenta de
e Imposto do Selo.
• 32,5%, no caso de viaturas com um custo de aquisição
igual ou superior a € 35.000. • Operações de crédito para aquisição ou construção de
Os encargos com veículos movidos exclusivamente a ener- habitação própria permanente
gia elétrica com custo de aquisição que exceda os € 62.500 Passam a estar isentas de Imposto do Selo sobre a utilização
apenas estão sujeitos à taxa de 10% quando não respeitem a: de crédito as operações de fixação temporária da prestação e
- Viaturas ligeiras de passageiros, motos ou motociclos capitalização dos montantes diferidos no valor do emprés-
afetos à exploração de serviço público de transportes, timo, no âmbito dos contratos de crédito para aquisição ou
destinados a serem alugados no exercício da atividade construção de habitação própria permanente, nos termos do
normal do sujeito passivo; ou Decreto-Lei n.º 91/2023, de 11 de outubro.
- Viaturas automóveis relativamente às quais tenha sido ce-
lebrado acordo entre o colaborador e a entidade patronal Imposto sobre o álcool, as bebidas alcoólicas
sobre a imputação àquele da referida viatura automóvel. e as bebidas adicionadas de açúcar ou outros
• Goodwill edulcorantes (IABA)
O custo de aquisição associado ao goodwill adquirido no
âmbito de uma concentração de atividades empresariais cujo As taxas de IABA aplicáveis às bebidas alcoólicas e às
reconhecimento inicial ocorra nos períodos de tributação que bebidas adicionadas de açúcar ou outros edulcorantes sofre
se iniciem em ou após 1 janeiro de 2024, passa a ser aceite um aumento genérico de 10%.
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rados em relação ao total e a parcela da remuneração fixa


INFORMAÇÕES anual dos 10% de trabalhadores menos bem remunerados
em relação ao total, apurada no último dia do período de
DIVERSAS tributação dos exercícios em causa;
- «Aumento salarial», reporta-se ao aumento ocorrido entre
o último dia do período de tributação do exercício e o
último dia do período de tributação do exercício anterior.
Reduz-se de 3,5% para 1,2% o limite mínimo do grau - «Remuneração fixa», a remuneração auferida pelo tra-
alcoólico adquirido para apurar a taxa aplicável às cervejas balhador que não esteja dependente do desempenho
de vários escalões, o que representa um aumento entre 38% e individual, da equipa ou da empresa, bem como as
286% para as cervejas naquele intervalo, dependendo do grau remunerações acessórias que se revelem de caráter fixo;
de plato das mesmas. - «Remuneração mínima mensal garantida» o valor da
remuneração mínima mensal vigente no último dia do
período de tributação.
Imposto sobre o Tabaco (IT) Passam a ter acesso a este benefício os trabalhadores que
integrem o agregado familiar da entidade patronal e os mem-
Em 2024, será tributado à taxa de € 0,175/ml o líquido bros de órgãos sociais do sujeito passivo de IRC.
sem nicotina em recipientes utilizados para carga e recarga Excluídos estão os trabalhadores que detenham direta ou
de cigarros eletrónicos. indiretamente uma participação não inferior a 50 % do capital
social ou dos direitos de voto do sujeito passivo de IRC, bem
como os membros do respetivo agregado familiar.
Imposto Único de Circulação
• Incentivo fiscal à aquisição de participações sociais de
Não há agravamento do IUC para carros anteriores a 2007. start-ups
Todavia, o IUC aumenta em 2024 em todas as categorias com Mantem-se a isenção de IRS de 50% dos ganhos derivados
atualizações à taxa de inflação prevista. de planos de opções, de subscrição, de atribuição ou outros
de efeito equivalente de entidade que, no ano anterior à apro-
vação do plano ou no ano de aprovação do plano caso este
Imposto Sobre Veículos – ISV seja o primeiro ano de atividade da empresa, seja reconhecida
como start-up.
À exceção dos veículos usados (cujas taxas se mantém Considera-se entidade patronal toda a que pague ou co-
inalteradas), verifica-se um aumento generalizado de cerca de loque à disposição remunerações que constituam rendimentos
5% nas taxas de ISV, quer na componente de cilindrada, quer de trabalho dependente, sendo a ela equiparada qualquer outra
na componente ambiental. entidade que com ela esteja em relação de grupo, domínio ou
simples participação, independentemente da respetiva locali-
zação geográfica.
Benefícios Fiscais Relativamente ao regime aplicável às start-ups e scaleups,
mesmo que os trabalhadores a 1 de janeiro de 2024, mante-
Mantém-se em vigor, até 31.12.2024, os seguintes bene-
nham na sua esfera pessoal os títulos gerados dos ganhos, e
fícios fiscais:
tenham beneficiado da isenção de IRS anteriormente prevista,
- Deduções no âmbito de parcerias de títulos de impacto
mantêm o benefício de isenção de tributação em IRS, desde que
social;
os títulos permaneçam na sua esfera por um período mínimo
- Incentivos fiscais à atividade silvícola e agrícola;
de dois anos desde o exercício da sua opção ou subscrição.
- Entidades de gestão florestal e unidades de gestão florestal
Os ganhos resultantes da alienação onerosa dos valores
- Produção cinematográfica e audiovisual;
mobiliários ou direitos equiparados, derivados dos planos
- Embarcações eletrossolares ou exclusivamente elétricas.
adquiridos antes de 1 de janeiro de 2024, e cujos titulares
tenham beneficiado do regime anteriormente em vigor, são
• Incentivo fiscal à valorização salarial
tributados no âmbito da categoria G, sendo apurados pela
Para a determinação do lucro tributável dos sujeitos passi-
diferença positiva entre o valor de realização e o valor de
vos de IRC e dos sujeitos passivos de IRS com contabilidade
mercado à data da aquisição da opção ou do direito.
organizada, os encargos correspondentes ao aumento salarial
Os ganhos resultantes da alienação onerosa dos valores
relativo a trabalhadores com contrato de trabalho por tempo
mobiliários ou direitos equiparados, derivados dos planos
indeterminado são considerados em 150 % do respetivo mon-
adquiridos antes de 1 de janeiro de 2024, e cujos titulares
tante, contabilizado como custo do exercício.
tenham beneficiado do regime anteriormente em vigor, são
Apenas são considerados os encargos relativos a trabalha-
tributados no âmbito da categoria G, sendo apurados pela
dores abrangidos por instrumento de regulamentação coletiva
diferença positiva entre o valor de realização e o valor de
de trabalho dinâmica, cuja remuneração tenha aumentado
mercado à data da aquisição da opção ou do direito.
acima da remuneração mínima mensal garantida (RMMG),
em pelo menos 5%. • Incentivo à capitalização das empresas
Para tal considera-se: Relativamente a este incentivo, na determinação do lucro
- «Leque salarial», o rácio entre a parcela da remuneração tributável das sociedades comerciais ou civis sob forma co-
fixa anual dos 10% de trabalhadores mais bem remune- mercial, cooperativas, empresas públicas, e demais pessoas
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DEZEMBRO 2023 - Nº 24

entrada tenha ocorrido até 31 de dezembro de 2021, podem,


INFORMAÇÕES até 31 de dezembro de 2024, submeter os mesmos à apreciação
dos tribunais arbitrais, independentemente do valor do pedido.
DIVERSAS
Apoios

coletivas de direito público ou privado com sede ou direção • Passe sub23


Em 2024, o acesso ao passe gratuito para pessoas com
efetiva em território português pode ser deduzida uma impor-
idades compreendidas entre os 18 e os 23 anos vai ser alargado
tância correspondente à aplicação da taxa Euribor a 12 meses,
a estudantes do ensino profissional.
que corresponda à média do período de tributação, calculada
Até agora, apenas os estudantes das licenciaturas entre os
tendo por base o último dia de cada mês, adicionada de um
18 e os 23 anos tinham direito a essa gratuitidade.
spread de 1,5 pontos percentuais, ao montante dos aumentos
líquidos dos capitais próprios elegíveis. • Programa Regressar continua até 2026
Para efeitos deste regime, não são considerados os aumen- Este Programa em vigor desde 2019, visa facilitar o re-
tos de capitais próprios elegíveis que resultem de entradas gresso de emigrantes a Portugal. Estabelece o OE para 2024
realizadas em dinheiro, no âmbito da constituição de socie- que será mantido até ao final de 2026.
dades ou do aumento do capital da sociedade beneficiária por De salientar que a exclusão de tributação mantém-se.
entidade com a qual o sujeito passivo esteja em situação de • Regime Fiscal de Ex-Residentes
relações especiais que sejam financiadas através de mútuos O regime fiscal mantém-se para o ano, todavia prevê-se
concedidos, no próprio período de tributação ou num dos seis que sejam excluídos de tributação 50% dos rendimentos do
períodos de tributação anteriores, pelo próprio sujeito passivo trabalho dependente e dos rendimentos empresariais e pro-
ou por outra entidade com a qual essa entidade e o sujeito pas- fissionais dos sujeitos passivos, até ao montante de 250.000
sivo estejam em situação de relações especiais, presumindo-se, euros, pelo período de 5 anos (eram 3), que:
nestes casos, que os aumentos de capital foram financiados - se tornem fiscalmente residentes até 2026;
por esses mútuos, exceto se o sujeito passivo comprovar que - não tenham sido considerados residentes em território
estes se destinaram a outros fins. português em qualquer dos cinco anos anteriores;
• Incentivo fiscal à investigação científica e inovação - tenham sido residentes em território português em qual-
Beneficiam do regime de incentivo fiscal à investigação quer período antecedente ao referido no ponto anterior.
científica e inovação os sujeitos passivos que, tornando-se Refira-se que estas novas regras apenas serão aplicáveis a
fiscalmente residentes, não tenham sido residentes em terri- quem se torne fiscalmente residente em 2024 ou depois.
tório português, em qualquer dos cinco anos anteriores e que • Regime transitório para os residentes não habituais
aufiram rendimentos que se enquadrem em: O OE para 2024 vem permitir às pessoas que se inscrevam
• carreiras de docentes de ensino superior e de investigação como residentes fiscais em 2024 a possibilidade de ainda be-
científica; neficiarem do regime fiscal dos residentes não habituais, desde
• postos de trabalho qualificados no âmbito dos benefícios que comprovem ter preparado a sua mudança ainda durante
contratuais ao investimento produtivo; 2023. O comprovativo poderá ser efetuado através:
• postos de trabalho de investigação e desenvolvimento, • Promessa ou contrato de trabalho, promessa ou acordo
de pessoal com habilitações literárias mínimas do nível de destacamento celebrado até 31 de dezembro de 2023,
8 do Quadro Nacional de Qualificações – doutoramento. cujo exercício das funções deva ocorrer em território
O sujeito passivo que cumpra estes requisitos pode ser nacional;
tributado, em sede de IRS, à taxa especial de 20% sobre os • Contrato de arrendamento ou outro contrato que conce-
rendimentos líquidos das categorias A e B auferidos no âm- da o uso ou a posse de imóvel em território português
bito das atividades referidas, durante um prazo de 10 anos celebrado até 10 de outubro de 2023;
consecutivos a partir do ano da sua inscrição como residente • Contrato de reserva ou contrato-promessa de aquisição
em território português. de direito real sobre imóvel em território português
Este regime só pode ser utilizado uma vez pelo mesmo celebrado até 10 de outubro de 2023;
sujeito passivo. • Matrícula ou inscrição para os dependentes, em estabele-
cimento de ensino domiciliado em território português,
completada até 10 de outubro de 2023;
Justiça Tributária • Visto de residência ou autorização de residência válidos
até 31 de dezembro de 2023;
• Código do Procedimento e de Processo Tributário (CPPT) • Procedimento, iniciado até 31 de dezembro de 2023, de
Passa a estar prevista a possibilidade de utilização da área concessão de visto de residência ou de autorização de
reservada da Segurança Social Direta, a par da área reservada residência, junto das entidades competentes designa-
do Portal das Finanças, para efeitos das notificações de pe- damente através do pedido de agendamento ou efetivo
nhora de valores depositados e das comunicações dos saldos agendamento para submissão do pedido de concessão
penhorados e das contas objeto de penhora. do visto de residência ou autorização de residência ou,
Os sujeitos passivos que tenham processos de impugnação ainda, através da submissão do pedido para a concessão
judicial pendentes de decisão de primeira instância, e cuja do visto de residência ou autorização de residência.
890 Boletim do Contribuinte
DEZEMBRO 2023 - Nº 24

levar ou que acondicionem refeições prontas a consumir no


INFORMAÇÕES ponto de venda ao consumidor.
A taxa reduz-se de € 0,30 para € 0,10 por embalagem,
DIVERSAS acrescidos de IVA, a qual deve ser repercutida pelos agentes
económicos no consumidor final, a título de preço das emba-
lagens. Contudo, o preço de venda não poderá ser inferior a €
0,30 (mais IVA), incluindo a referida taxa
Refira-se, ainda, que estas novas regras de acesso ao regime
se aplicarão, não só ao próprio, mas também ao sujeito passivo
que seja membro do agregado familiar.
Arrendamento
Contribuições Especiais
Mecanismo de compensação aos senhorios
• Contribuição sobre os sacos de plásticos muito leves
O Conselho de Ministros aprovou um decreto-lei que
É criada uma contribuição sobre os sacos de plásticos muito
leves (além daquela já existente sobre os sacos de plástico estabelece o mecanismo de compensação aos senhorios,
leves), entendendo-se por tais aqueles que são adquiridos na até ao limite de 1/15 do Valor Patrimonial Tributário do
venda a granel de produtos de panificação, frutas e hortícolas locado, para os contratos de arrendamento para habitação
frescos que são produzidos, importados, adquiridos no terri- celebrados antes de 18 de novembro de 1990, na sequência
tório de Portugal continental, bem como os que são expedidos da não transição desses contratos para o Novo Regime do
para este território. A contribuição é de € 0,04, acrescidos de Arrendamento Urbano.
IVA, por cada saco de plástico muito leve, constituindo encargo Em causa estão os arrendatários que invocaram e
do adquirente final, à exceção dos que sejam utilizados em comprovaram que o RABC (Rendimento Anual Bruto
contexto social ou humanitário, os quais estão isentos. Corrigido) do seu agregado familiar era inferior a cinco
Os sujeitos passivos terão de comunicar à AT (até fim de Retribuições Mínimas Nacionais Anuais, o equivalente a
janeiro de cada ano) as quantidades de sacos de plástico muito
€ 53.200 em 2023. Estes contratos não transitaram para o
leves adquiridos e distribuídos no ano anterior. Os sujeitos
NRAU e a atualização da renda era feita de acordo com as
passivos também estarão obrigados a marcar os sacos de
plástico muito leves com a indicação da sua compatibilidade taxas de esforço estabelecidas na lei.
com as diferentes operações de gestão de resíduos, de forma De salientar ainda que o OE para 2024 estabelece que
a facilitar a sua separação e tratamento. isenção de IRS para senhorios de rendas antigas. Ou seja,
os proprietários com contratos de arrendamento antigos vão
• Contribuição sobre embalagens de utilização única uti-
ficar isentos de IRS sobre os rendimentos provenientes das
lizadas em refeições prontas a consumir
rendas, bem como de IMI sobre os imóveis objeto destes
Alarga-se o tipo de embalagens de utilização única em
refeições prontas a consumir, em regime de pronto a comer e contratos.

Boletim do Contribuinte nº 25
Caro assinante,

Terminamos mais um ano juntos!


Em 2023, o Boletim do Contribuinte lançou novas rubricas com artigos de opinião de conceituados conta-
bilistas e advogados, que esperamos ser do seu agrado e de grande utilidade para a sua atividade profissional .
Essas rubricas são:
• Informação Contabilística;
• Orientações na Gestão das PME’s; e
• Imobiliário e Arrendamento.
No final do mês de dezembro irá receber no seu correio eletrónico o Boletim do Contribuinte nº 25, em
formato digital, com a compilação de todos os artigos relevantes publicados ao longo de 2023 nas várias
edições do Boletim do Contribuinte.
Desejamos um Santo e Feliz Natal e votos de excelente Ano Novo.
Em 2024 esperamos por si.
Boletim do Contribuinte 891
DEZEMBRO 2023 - Nº 24

e os sujeitos passivos de IRS com contabilidade organizada


INFORMAÇÃO (categoria B).
Excluem-se os sujeitos passivos que desenvolvam ativi-
CONTABILÍSTICA dades económicas que gerem, pelo menos, 50% do volume
de negócios no domínio da produção, transporte, distribuição
e comércio de eletricidade ou gás ou fabricação de produtos
petrolíferos, refinados ou a partir de resíduos, e de aglomerados
Regime extraordinário de apoio de combustíveis.
a encargos suportados com eletricidade Aplicações relevantes
São elegíveis os gastos e perdas incorridos ou suportados
e gás com consumos de eletricidade e gás natural na parte em que
excedam os do período de tributação anterior, deduzidos de
No âmbito do Plano Extraordinário intitulado “Energia
eventuais apoios recebidos nos termos do Decreto-Lei n.º 30-
para Avançar” foram consideradas diversas componentes com
B/2022, de 18 de abril.
o objetivo de combater o aumento dos preços da energia e para
mitigar os efeitos da inflação. Uma das medidas de caráter Cumulatividade e limitações
fiscal foi o benefício fiscal com a majoração dos gastos da O benefício fiscal não pode ser cumulado com outros
energia (eletricidade e gás). apoios ou incentivos de qualquer natureza relativamente aos
Este benefício fiscal, face à sua natureza extraordinária, mesmos gastos e perdas elegíveis.
Este benefício não se encontra abrangido pela regra de
constou da própria Lei do Orçamento do Estado para 2023,
minimis.
referimo-nos ao artigo 231.º da Lei n.º 24ºD/2022, de 30 de
Uma vez que não se encontrava nas exceções enumeradas
dezembro.
no artigo 92º do Código do IRC, este benefício fiscal esteve
Tal benefício, ainda que previsto na Lei do Orçamento do (em 2022) abrangido pela limitação ao resultado da liquidação.
Estado para 2023, teve aplicação no período fiscal de 2022. De facto, esta limitação impediu a utilização deste benefício de
Com o aproximar do final do ano de 2023, importa clarificar uma forma mais abrangente, sendo uma das situações que se
se o benefício irá ser prorrogado e em que moldes. Verificamos prevê alterar no seu ressurgimento ou prorrogação (expectável
que consta novamente na Proposta de Orçamento do Estado para os anos de 2023 e 2024 conforme proposta OE2024).
para 2024, que se encontra em discussão, com algumas alte-
Movimentos contabilísticos
rações à sua redação original.
Os gastos suportados com as diversas despesas serão
O benefício fiscal normalmente registados como gastos do período ou como
Este benefício fiscal opera por dedução ao lucro tributável, integrando o custo de produção.
através da majoração em 20% dos gastos e perdas incorridos No que se refere ao benefício fiscal propriamente dito
ou suportados com consumos de eletricidade e gás natural (redução de IRC resultante da majoração dos encargos), na
na parte em que excedam os do período de tributação ante- prática, este diferencial será evidenciado apenas aquando do
rior, deduzidos de eventuais apoios recebidos nos termos do apuramento da estimativa de imposto, pelo seu valor líqui-
Decreto-Lei n.º 30-B/2022, de 18 de abril. do, num movimento a débito da subconta 8121 – Resultado
líquido do período - Imposto estimado para o período por
As entidades abrangidas por esta medida tiveram que cal-
contrapartida a crédito da conta 241x – Estado e outros entes
cular o diferencial de consumo de eletricidade e gás natural
públicos - Imposto sobre o rendimento. Ou seja, o lançamen-
entre os anos de 2022 e 2021. Caso os consumos em 2022
to correspondente à estimativa de imposto é feito pelo valor
fossem superiores aos de 2021, então, essa diferença positiva líquido (após a dedução do benefício fiscal).
terá sido majorada em 20%.
No caso de sujeitos passivos que iniciaram a sua atividade Declarações fiscais
durante o período de tributação de 2021 os gastos e perdas Tratando-se de um sujeito passivo de IRC, a dedução ao
incorridos a considerar para efeitos de cálculo do benefício em lucro tributável será evidenciada aquando do preenchimento do
quadro 07 da Modelo 22, com a inscrição deste valor (majora-
2022 foram proporcionais ao período de atividade do sujeito
ção) no campo 774. O valor relativo à majoração dos encargos
passivo nesse ano.
deve também ser considerado no campo 434 do quadro 04 do
Tratando-se de um benefício que trata de uma dedução ao
Anexo D à Modelo 22.
lucro tributável este poderá ser sempre utilizado, independen- No caso de a entidade beneficiária ser sujeito passivo
temente do resultado apurado, isto é, seja lucro ou prejuízo. de IRS com contabilidade organizada o benefício deve ser
Caso o sujeito passivo apure um prejuízo fiscal, a utilização inscrito no campo 466 do quadro 4 do Anexo C à declaração
do benefício traduz-se no incremento desse prejuízo fiscal. de rendimento Modelo 3.
Condições subjetivas Lembramos que no dossier fiscal deverá existir a evidência
Podem utilizar este benefício fiscal os dos sujeitos passivos do cálculo do benefício fiscal.
de IRC residentes que exerçam, a título principal, uma ativi- Doutrina
dade de natureza comercial, industrial ou agrícola, os sujeitos Ainda que tenham sido diversas as dúvidas neste primeiro
passivos de IRC não residentes com estabelecimento estável ano de aplicação do benefício, como doutrina administrativa
892 Boletim do Contribuinte
DEZEMBRO 2023 - Nº 24

“… Proposta de Lei n.º 109/XV/2ª


INFORMAÇÃO (…)
Artigo 145.º - Disposição transitória em matéria de im-
CONTABILÍSTICA posto sobre o rendimento das pessoas coletivas
(…)
2 - A majoração resultante da aplicação do regime extraor-
dinário de apoio a encargos suportados com eletricidade e
apenas se conhece a Ficha Doutrinária Processo n.º 1437/23, gás previsto no artigo 231.º da Lei n.º 24-D/2022, de 30 de
com despacho da Subdiretora-geral dos Impostos sobre o dezembro de 2022, que, por ultrapassar o limite previsto no
Rendimento e Relações Internacionais, de 19-04-2023. Neste n.º 1 do artigo 92.º do Código do IRC, não pôde ser usufruída
ficou claro que o cálculo para efeitos do benefício deve ter nos períodos de tributação que se iniciaram em ou após 1 de
por base os encargos com a energia de uma forma global, isto janeiro de 2022 e 1 de janeiro de 2023, pode ser considerada
é, somatório dos valores relativos à eletricidade e gás (e não para efeitos de apuramento do resultado tributável até ao
cada um deles individualmente). décimo segundo período de tributação seguinte.
Transcrevemos um excerto do citado despacho: (…)
“… Pretendendo-se com este regime mitigar os efeitos Artigo 146.º - Regime extraordinário de apoio a encargos
da subida dos preços da energia na estrutura de custos das suportados com eletricidade e gás
empresas e não distinguindo a norma os dois tipos de gastos, 1 - Para efeitos de determinação do lucro tributável dos
referindo-se a gastos com a energia como um todo, considera- sujeitos passivos de IRC residentes que exerçam, a título
-se que a majoração em causa deve ter por base o montante principal, uma atividade de natureza comercial, industrial
total dos gastos e perdas com energia, ou seja, no caso concreto, ou agrícola, dos sujeitos passivo de IRC não residentes com
o somatório dos gastos e perdas com eletricidade e com gás estabelecimento estável e dos sujeitos passivos de IRS com
natural. contabilidade organizada (categoria B), podem ser majora-
Assim, a majoração em causa deve ser apurada da seguinte dos em 20 % os gastos e perdas previstos no número seguinte
forma: relativos aos períodos de tributação com início em ou após 1
(∑Gastos e perdas com eletricidade e gás natural em N de janeiro de 2023 e 1 de janeiro de 2024.
- ∑Gastos e perdas com eletricidade e gás natural em N-1 –
Eventuais apoios recebidos nos termos do DL 30-B/2022) x 2 - Para efeitos do disposto no número anterior, conside-
20%...” ram -se elegíveis os gastos e perdas incorridos ou suportados
Exemplo referentes a consumos de eletricidade e gás natural na parte
Vejamos o seguinte exemplo. Determinado sujeito passivo em que excedam os do período de tributação anterior, deduzi-
com a atividade de restauração apresentou os seguintes gastos dos de eventuais apoios recebidos nos termos do Decreto-Lei
com energia: n.º 30-B/2022, de 18 de abril, na sua redação atual.
Consumos com eletricidade e gás natural em 2021: € 3 - O disposto no n.º 1, no que respeita ao exercício de
5.000,00 2024, não concorre para o limite previsto no n.º 1 do artigo
Consumos com eletricidade e gás natural em 2022: € 92.º do Código do IRC.
8.000,00 4 - No caso dos sujeitos passivos que iniciem a atividade no
Diferencial: € 3.000,00 (€ 8.000,00 - € 5.000,00) período de anterior à aplicação do regime, os gastos e perdas
Majoração: € 600,00 (€ 3.000,00 x 20%) incorridos a considerar para efeitos dos números anteriores
devem ser proporcionais ao período de atividade do sujeito
Tratando-se de um sujeito passivo de IRC, a majoração
passivo nesse ano.
deverá ser inscrita no campo 774 do quadro 07 da Modelo
5 - Excluem-se do disposto no n.º 1 os sujeitos passivos que
22, assim como no campo 434 do quadro 04 do Anexo D à
desenvolvam atividades económicas que gerem, pelo menos,
Modelo 22.
50 % do volume de negócios no domínio da:
Por sua vez, caso este sujeito passivo exercesse a sua ati-
a) Produção, transporte, distribuição e comércio de ele-
vidade em nome individual, isto é, caso se tratasse de sujeito
tricidade ou gás; ou
passivo de IRS enquadrado no regime de tributação com base
b) Fabricação de produtos petrolíferos, refinados ou a
nas regras da contabilidade, então, a majoração seria inscrita
partir de resíduos, e de aglomerados de combustíveis.
no campo 466 do quadro 4 do Anexo C à declaração de ren-
6 - O benefício fiscal previsto nos números anteriores
dimento Modelo 3.
não pode ser cumulado com outros apoios ou incentivos de
Proposta do Orçamento do Estado para 2024 qualquer natureza relativamente aos mesmos gastos e perdas
Mantendo-se a tendência de aumento dos preços, consta elegíveis…”
da Proposta de OE2024 a prorrogação desta medida para os
anos de 2023 e 2024. A par da continuação da sua utilização,
pretende-se a exclusão para efeitos de cálculo do artigo 92º Colaboração:
do Código do IRC, assim como, para aqueles que se viram Elsa Marvanejo da Costa
impossibilitados da sua plena utilização em resultado desta Contabilista Certificada, especialista sobre o imposto
limitação que o possam fazer num prazo até 10 anos. sobre o rendimento na Ordem dos Contabilistas Certificados
Boletim do Contribuinte 893
DEZEMBRO 2023 - Nº 24

nómico foca-se precisamente na ótica económica, na previsão


ORIENTAÇÕES dos rendimentos e gastos, permitindo identificar oportunidades
para maximizar os lucros definidos nos objetivos. Por outro
NA GESTÃO DAS PME´S lado, o Orçamento de Tesouraria está relacionado com a ótica
monetária e com os fluxos de caixa (tesouraria), permitindo
a gestão da liquidez (de exploração e extra-exploração) nesse
espaço temporal, prevenindo períodos eventuais de escassez
A importância da planificação de caixa e possibilitando a otimização de investimentos em
caso de excedentes.
orçamental nas PME´s
Periodicidade e Prazo de Elaboração
O Planeamento Empresarial Na definição da periodicidade do Orçamento Empresarial,
será importante termos em conta as características e especifici-
Imprescindível na gestão das nossas PME´s, o foco no dades da nossa empresa, a nossa área de atividade e as próprias
planeamento consiste na definição e desenvolvimento de condições económicas atuais. Com base na minha experiência
estratégias claras e concretas de modo a podermos antecipar em PME´s, aconselho a elaboração de um Orçamento Anual,
as metas e objetivos a atingir num determinado espaço de com lugar a revisões e ajustes conforme eventual redefinição
tempo. Para que a nossa empresa se mantenha competitiva, dos objetivos da empresa ao longo do ano, ou seja, pretende-
necessitamos de ajustar e rever o nosso planeamento de forma -se que o Orçamento Empresarial seja um documento flexível
contínua e regular, de acordo com as condições que o mercado e não estático. O processo de estudo, preparação, análise e
nos apresente. Podemos resumir o planeamento em 3 níveis elaboração deste documento de gestão sob base anual deve
fundamentais para uma gestão empresarial de sucesso: 1) Nível ser feito, preferencialmente, no 4º Trimestre do ano anterior.
Estratégico, focado a longo prazo, onde vamos definir não só Seguindo este planeamento, permitirá às empresas iniciar o
a missão, visão e valores da empresa, mas também analisar o novo ano com ideias claras e concretas acerca do caminho e
ambiente interno e externo, a análise SWOT (Forças, Oportuni- estratégia a seguir para atingir os objetivos propostos.
dades, Fraquezas e Ameaças), e outras estratégias importantes Etapas na implementação do Orçamento Empresarial
conforme os objetivos a atingir; 2) Nível Tático, focado a curto No sentido de garantir um eficaz e eficiente documento de
e médio prazo, que está relacionado com um planeamento gestão, será imprescindível seguir algumas etapas: 1) Definir
mais específico, alocando recursos para as diferentes áreas e os colaboradores que irão participar no processo; 2) Definir
departamentos da empresa (ex: elaboração de checklists de a estratégia, os objetivos e metas orçamentais; 3) Efetuar um
objetivos por setores da empresa); 3) Nível Operacional, foca- diagnóstico da situação financeira da empresa, ou seja, reco-
do no curto prazo, onde nos iremos concentrar nas atividades lher e analisar os dados históricos financeiros (demonstrações
diárias e operacionais da empresa desenhando um mapa de financeiras dos anos anteriores) e até operacionais (outras
tarefas (cronograma operacional) para os diferentes depar- análises e avaliações realizadas nos anos anteriores); 4) Prever
tamentos da empresa, supervisionando a sua prossecução de detalhadamente o volume de negócios por produto (ou serviço)
forma construtiva através de reuniões regulares com a equipa e por canais de venda. Tal projeção pode ser efetuada com
percebendo as dificuldades e ajustando o plano, sempre com base no histórico, na projeção dos comerciais da empresa, e
os objetivos da empresa em mente. da própria relação crescente com os clientes; 5) Considerar
eventuais outros rendimentos que a empresa possa obter (apli-
O que é o Orçamento Empresarial e qual o seu objetivo?
cações financeiras, outros ganhos, etc); 6) Efetuar a previsão
Sendo uma ferramenta de gestão e de controlo financeiro
dos múltiplos fluxos conforme tipologia (receitas vs despesas,
fundamental na tomada de decisões e no sucesso das organiza- rendimentos vs gastos e recebimentos vs pagamentos). No caso
ções, o Orçamento Empresarial permite analisar e monitorizar do Orçamento Económico, devemos ter especial atenção na
a situação e a saúde financeira de uma empresa, de forma a que análise dos custos fixos (ex: seguros, rendas, alugueres, vigi-
possa crescer de forma mais sustentada e organizada. Neste lância e segurança, material de escritório, etc) e variáveis da
documento de gestão devemos transcrever os fluxos previstos empresa (ex: matérias primas e subsidiárias, comissões sobre
para o período em análise. O objetivo fundamental deverá ser vendas, horas extraordinárias, etc); 7) Projetar o EBITDA
o controlo de custos, otimização dos recursos disponíveis e (Resultado Líquido + Juros + Impostos + Depreciações +
maximização do lucro. O processo de criação de um orçamento Amortizações ) e o RLE (Resultado Líquido do Exercício) com
empresarial poderá requerer a colaboração de vários departa- base nas margens previstas; 8) Avaliar a carga fiscal e reduzir
mentos, podendo ser aconselhável proceder à elaboração de o impacto tributário no orçamento da empresa; 9) Planear os
orçamentos secundários por centros de responsabilidade, com investimentos estratégicos em ativos a realizar; 10) Analisar,
vista a uma análise mais profunda e específica. rever e efetuar últimos ajustes antes de finalizar o documen-
Orçamento Económico Vs Orçamento de Tesouraria to; 11) Enviar o orçamento empresarial para aprovação da
No âmbito do Orçamento Empresarial, dois instrumentos administração; 12) Implementar o Orçamento na prática; 13)
destacam-se pela sua importância na gestão de uma PME: Monitorizar os desvios (em termos absolutos e percentuais)
Orçamento Económico e Orçamento de Tesouraria. Ambos entre o desempenho orçamentado e o efetivamente realizado
fornecem uma visão clara e objetiva das operações da empresa analisando também o peso percentual das rúbricas sobre o
e na própria tomada de decisão dos gestores, mas em vertentes fluxo total (ex: peso de cada um dos custos sobre o volume
diferentes como de seguida analisaremos. O Orçamento Eco- de negócios, no Orçamento Económico Empresarial); 14)
894 Boletim do Contribuinte
DEZEMBRO 2023 - Nº 24

Sugestão de Reporting
ORIENTAÇÕES Devemos proceder ao registo dos valores reais no nosso
Orçamento Empresarial assim que obtivermos o período an-
NA GESTÃO DAS PME´S terior (mês ou trimestre) completamente encerrado em termos
de balancete. Aconselho que o reporting à administração da
empresa seja efetuado entre os dias 15 e 20 do mês seguinte
ao período acumulado em análise (Ex: a análise acumulada do
Adotar medidas corretivas com base na análise de desvios e 1º trimestre de 2024 deve ser reportada à administração entre
eventualmente reduzir custos estratégicos em determinadas o dia 15 e 20 de Abril).
categorias; 15) Rever periodicamente o Orçamento e efetuar Uma matéria também importante para adoção mais eficaz
eventuais ajustes mesmo que em fase de funcionamento. do Orçamento Empresarial, será a opção das PME´s em te-
rem nos seus quadros um Contabilista Certificado interno e
A importância da definição de metas e exemplos de ob-
até mesmo um Controller de Gestão. Tal possibilitará que a
jetivos
informação contabilística, financeira e não financeira, esteja
Uma PME deve estar em constante evolução redefinindo
disponível com mais celeridade para análise e reporte no
metas e objetivos, sendo que estes podem e devem ser analisa-
Orçamento Empresarial.
dos regularmente com vista ao sucesso organizacional. Neste
contexto, o Orçamento Empresarial é uma ferramenta essencial Aplicação Prática
para orientar, motivar e avaliar o desempenho de uma empresa. Não obstante a diversidade da oferta de softwares e progra-
Entre diversos objetivos que podem ser projetados, podemos mas de contabilidade e faturação, é um facto que o mercado
sugerir alguns exemplos: 1) Atrair e contratar mais mão-de- não disponibiliza, de forma genérica, programas ou aplicações
-obra qualificada com um estudo previamente estruturado para algumas ferramentas estratégicas e não estratégicas de
dos custos a incorrer; 2) Investimento em novos produtos ou gestão de empresas. Por norma, a implementação do Orçamen-
tecnologias; 3) Reduzir os custos fixos da empresa em 15%; to Empresarial é feita pela via do Microsoft Excel. Além de
4) Otimizar os custos de produção em 10%; 5) Aumentar o Contabilista Certificado e Formador, sou Consultor de Gestão
volume de negócios em 20%; 6) Otimização fiscal através de PME´s e desenvolvo mapas e folhas de cálculo excel para
dos vários benefícios fiscais disponíveis, reduzindo o peso contabilistas e gestores, e nesse âmbito desenvolvi um “Orça-
% do imposto IRC; 7) Renegociar os prazos de pagamento mento Económico Empresarial” e um “Orçamento Tesouraria
a fornecedores e de recebimento de clientes; 8) Otimização Empresarial” que podem ser consultados nas minhas redes
da tesouraria com vista à redução de financiamentos com a sociais “Vasco Lopes Contabilista Certificado” (Facebook,
banca; 9) Aumentar a aposta no mercado online, investindo em Instagram e LinkedIn).
publicidade; 10) Lançamento de um novo produto inovador;
O efeito inflação na elaboração do Orçamento Empresarial
Colaboração:
Segundo dados do Banco de Portugal, prevê-se que a
Vasco Lopes
inflação possa atingir 3,6% em 2024. É aconselhável que,
Contabilista Certificado / Formador / Consultor de Gestão
ao elaborar o Orçamento Empresarial do ano seguinte, e em
Fundador do Projeto “Vasco Lopes Contabilista Certi-
determinados custos que possamos prever que se possam
ficado”
manter inalterados, considerar um incremento mínimo da
Mapas Excel para Contabilistas e Gestores de PME´s
taxa de inflação.

Neste Natal escolha uma prenda Económica mas com Vida!


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Boletim do Contribuinte 895
DEZEMBRO 2023 - Nº 24

ou restauro profundos, devidamente atestadas pela Câmara


IMOBILIÁRIO Municipal, (seja lá o que isso for), muitas perguntas ficam por
responder com esta lei.
E ARRENDAMENTO Uma delas diz respeito à questão de saber se tendo o contrato
antigo (celebrado nos últimos cinco anos) uma renda inferior aos
limites acima referidos, fixados por Portaria, se a renda do novo
contrato tem o limite indicado de 1,02. Na verdade, apesar de
Dois meses sobre o “Mais Habitação” poder ser estranho àquele que parece ser o sentido e a justificação
e as perturbações no Arrendamento da norma, o certo é que esta define com precisão o seu âmbito
de aplicação – contratos que excedam os limites gerais de preço
Decorreram dois meses desde a entrada em vigor da Lei n.º de renda por tipologia – pelo que outra conclusão não se poderá
56/2023, de 6 de outubro, a qual corporizou aquele que foi um retirar, a não ser a de considerar que caso a renda seja de valor
dos mais debatidos processos legislativos da XV Legislatura, o inferior a tais limites, o limite de 1,02 não se aplica, tendo o
“Pacote Mais Habitação” apresentado pelo Governo na Proposta senhorio ampla liberdade no que respeita à fixação da renda.
de Lei n.º 71/XV/1.ª. Por outro lado, vemos também que a possibilidade de o
Envolto em contestação e polémicas, as propostas do Go- senhorio poder recuperar as despesas por si suportadas na rea-
verno para combater os problemas da habitação em Portugal, lização de obras de remodelação ou restauro profundos, levanta
trouxeram alterações a vários diplomas, tais como o Novo Re- muitas dúvidas, tais como a questão de saber se é indiferente o
gime do Arrendamento Urbano (NRAU), o Balcão Nacional do momento da realização dessas obras, podendo tratar-se de obras
Arrendamento, o Procedimento Especial de Despejo, o Regime realizadas, por hipótese, há 10 anos ou mais.
Jurídico da Exploração dos Estabelecimentos de Alojamento Outra questão prende-se com o facto de saber o que se en-
Local, entre muitos outros. tende por obras devidamente atestadas pela Câmara Municipal,
No que concerne ao regime do arrendamento urbano, o di- conceito que o legislador não cuidou de concretizar.
ploma procedeu à definição de regras excecionais e transitórias Acresce também a preocupação com uma consequência que
quanto ao valor das rendas nos novos contratos de arrendamento, esta solução acarreta e que está relacionada com o montante total
subsequentes a contratos celebrados nos últimos cinco anos e a que o senhorio pode recuperar. É que da forma que a norma
mecanismos de proteção dos inquilinos com contratos de arren- está redigida, parece que poderá recuperar a quantia integral
damento anteriores a 1990 e à garantia da justa compensação que despendeu nas tais obras, desde que tal recuperação não
do senhorio. exceda o limite anual de 15%.
Relativamente à primeira medida, não tendo sido fixado um Finalmente, podemos também equacionar a dificuldade de
limite máximo abaixo do coeficiente de atualização anual, à perceber qual a consequência legal para o incumprimento do
semelhança do que sucedeu para o ano de 2023, a opção legisla- limite fixado, bem como saber quem irá proceder à fiscalização
tiva recaiu sobre uma solução que além de ser inovadora, deixa do comportamento dos senhorios, dos contratos que celebram e
margem para inúmeras dúvidas no que respeita à sua aplicação. se tais contratos respeitam a imóveis sobre os quais existiu um
Assim, se um senhorio celebrar um contrato de arrenda- contrato de arrendamento nos últimos cinco anos.
mento para fins habitacionais sobre um imóvel sobre o qual Vemos, pois, que a perturbação causada pelos anúncios do
tenha vigorado um contrato de arrendamento nos últimos “Mais Habitação” irá continuar mesmo depois da lei ter sido
cinco anos anteriores a 7 de outubro de 2023 (data da entrada publicada e estar em vigor. Irá continuar pelo menos até 31 de
em vigor da Lei n.º 56/2023, de 6 de outubro), a renda inicial dezembro de 2029, período durante o qual esta solução vigorará,
do novo contrato não poderá exceder o valor da última renda a não ser que a norma venha a ser revogada.
praticada sobre o mesmo imóvel em contrato anterior, aplicado
o coeficiente de 1,02.
Colaboração:
O âmbito de aplicação da norma são os contratos que exce-
Márcia Passos
dam os limites gerais de preço de renda por tipologia previstos
Advogada
no Programa de Arrendamento Acessível. Assim, por exemplo,
um arrendamento de um T2 que em Lisboa se encontra no
escalão 6 ou no Porto, em que se encontra no escalão 5, caso a
renda seja superior a 1150,00 € ou 1000,00 € respetivamente,
a nova renda não poderá ser superior a estes valores, aplicado
o coeficiente de 1,02.
Ora, apesar das exceções que esta regra comporta, como
a possibilidade de acrescentar àquele valor final de renda, os
valores que resultam de atualizações legais anuais dos últimos
três anos, caso não tenham sido realizadas no arrendamento
anterior, e o valor das despesas suportadas pelo senhorio, até
ao limite anual de 15%, relativamente a obras de remodelação Vida Económica - Livraria online
896 Boletim do Contribuinte
DEZEMBRO 2023 - Nº 24

3. Neste contexto, considerando o caráter retroativo do re-


RESOLUÇÕES gime, a Lei n.º 56/2023, de 6 de outubro, deve ser considerada
fundamento para apresentação de declaração de rendimentos
ADMINISTRATIVAS modelo 3, de substituição, no prazo previsto no n.º 2 do artigo
140.º do Código do IRS, isto é, 2 (dois) anos a contar do termo
do prazo legal para a entrega da declaração, ou, no mesmo
prazo, para apresentação de reclamação graciosa nos termos
Programa mais habitação daquele artigo, ou seja, em regra, o prazo referido decorre até
final do mês de junho de 2025.
Lei n.º 56/2023, de 6 de outubro II – Suspensão de contagem do prazo para o reinvestimento
Norma transitória em matéria fiscal – art. 50.º previsto na alínea b) do n.º 5 do artigo 10.º do Código do
IRS, durante um período de dois anos, com efeitos a 1 de
Efeitos retroativos janeiro de 2020
1. Nos termos do n.º 6 do artigo 50.º da Lei n.º 56/2023, o
Regularização de situações tributárias prazo para o reinvestimento de valores de realização prove-
nientes da alienação de habitação própria e permanente fica
A Lei n.º 56/2023, de 6 de outubro, aprovou um conjunto
suspenso durante 2 (dois) anos, com efeitos a 01.01.2020. Con-
de medidas no âmbito da habitação, que compõem o Progra-
sidera-se, então, que o referido prazo ficou suspenso entre o dia
ma Mais Habitação, tendo procedido a alterações legislativas
01.01.2020 e o dia 01.01.2022 (artigo 279.º, al. c) do Código
com impacto no Imposto sobre o Rendimento das Pessoas
Civil), voltando a correr a partir do dia 02.01.2022, inclusive.
Singulares (IRS).
Sem prejuízo de serem posteriormente divulgadas ins- 2. Os prazos previstos na al. b) do n.º 5 do artigo 10.º do
truções sobre o entendimento interpretativo a considerar no Código do IRS, em curso a 01.01.2020, eram os relativos a
âmbito da aplicação dos regimes aprovados em sede de IRS, alienações de imóveis ocorridas em ou após 01.01.2017 (cuja
considerando que o artigo 50.º da Lei n.º 56/2023, de 6 de intenção de reinvestimento nos 36 meses posteriores à realiza-
outubro, aprovou, com efeitos retroativos: ção tenha sido manifestada na declaração de rendimentos do
ano da transmissão), ou relativos a reinvestimentos efetuados
a) Um regime fiscal de exclusão de tributação dos ganhos
em ou após 01.01.2018 (reinvestimentos efetuados nos 24
de transmissão onerosa de terrenos para construção ou
meses anteriores à alienação do imóvel, cuja alienação do
de imóveis habitacionais, que não sejam destinados a
imóvel destinado a HPP não tenha ocorrido nesse prazo),
habitação própria, aplicável às transmissões realizadas
prazos que, tendo ficado suspensos, retomam a sua contagem
entre 1 de janeiro de 2022 e 31 de dezembro de 2024;
bem como, após o términus da suspensão.
3. Assim, existirão situações tributárias que, na ausência
b) Um regime de suspensão de contagem do prazo para o desta previsão legal, entretanto se consolidaram, em função
reinvestimento previsto na alínea b) do n.º 5 do artigo
do quadro legal vigente à época, nomeadamente:
10.º do Código do IRS, durante um período de dois
anos, com efeitos a 1 de janeiro de 2020; a) sujeitos passivos que, pese embora terem manifestado
Importa divulgar, desde já, as instruções para efeitos de a intenção de proceder ao reinvestimento do valor de
regularização das situações tributárias dos contribuintes já realização, não o tenham conseguido concretizar no
ocorridas e às quais se apliquem os regimes acima indicados, anterior prazo de 36 meses; ou,
sendo de observar o seguinte: b) sujeitos passivos que adquiriram um imóvel, na ex-
I – Regime de exclusão de tributação dos ganhos de mais- petativa de venderem o imóvel HPP no prazo de 24
-valias provenientes de transmissão onerosa de terrenos meses, mas só tenham vindo a concretizar a venda
para construção ou de imóveis habitacionais, que não sejam depois desse prazo.
destinados a habitação própria, aplicável às transmissões 4. Existem também situações tributárias em que a AT
realizadas entre 1 de janeiro de 2022 e 31 de dezembro já procedeu à reliquidação do IRS do ano da obtenção da
de 2024 mais-valia por não ter sido concretizado no prazo legal o re-
1. Nos termos do n.º 4 do artigo 50.º da Lei n.º 56/2023, investimento cuja intenção foi declarada na modelo 3 do ano
o regime previsto nos n.ºs 1 a 5 deste artigo tem uma aplica- da obtenção do ganho.
ção retroativa a transmissões efetuadas desde 01.01.2022, e 5. Conclui-se, assim, que este regime de suspensão do
também limitada no tempo, ou seja, a transmissões efetuadas prazo de reinvestimento, com efeitos retroativos ao ano de
desde aquela data e até 31.12.2024, sendo por isso um regime 2020, tem impacto em situações em que a AT já procedeu ao
temporário, transitório. procedimento de reliquidação do Imposto considerado em
2. No que se refere ao ano de 2022, verifica-se que, na sua falta e pode ter impacto nas situações em que a AT ainda não
maioria, as declarações de rendimentos já terão sido entregues efetuou esse procedimento.
e liquidadas nos termos, respetivamente, do n.º 1 do artigo 60.º 6. Em qualquer dos casos referidos no ponto anterior, a
e da alínea a) do n.º 1 do artigo 77.º, ambos os artigos do Códi- regularização da situação tributária do contribuinte, caso te-
go do IRS, pelo que, na ausência de norma que permitisse aos nha havido declaração de intenção de reinvestimento e caso o
contribuintes excluir de tributação as mais-valias em questão, reinvestimento tenha existido e seja considerado efetuado no
estes ganhos terão sido declarados e tributados. prazo legal por via deste regime de suspensão de prazo, passa
Boletim do Contribuinte 897
DEZEMBRO 2023 - Nº 24

b) Evidenciando-se o prazo previsto no ponto anterior


RESOLUÇÕES ultrapassado e para as situações aí previstas, podem os
contribuintes ver reconhecido o direito a que lhes seja
ADMINISTRATIVAS regularizada a situação tributária, através do pedido
de revisão dos atos tributários de liquidação de IRS,
previsto no n.º 3 do artigo 78.º da LGT, a apresentar nos
três anos posteriores ao do ato tributário (liquidação ofi-
por dever ser corrigida a declaração do ano em que é efetuado ciosa da AT por não reinvestimento), com fundamento
o reinvestimento e não a declaração em que é declarada a em injustiça grave ou notória.
intenção do reinvestimento. III – Disponibilização da declaração modelo 3 para efeitos
7. Assim, em ambas as situações referidas nos dois pon- de substituição de declarações já entregues para efeitos de
tos anteriores, deve ser entregue declaração modelo 3, de regularização de situações já ocorridas a que seja aplicável
substituição, relativa ao ano em se efetuou o reinvestimento, os regimes e procedimentos referidos nos Pontos I e II
identificando a concretização desse mesmo reinvestimento, 1. Para efeitos de regularização das situações referidas nos
sendo que: Pontos I e II através de entrega de declaração de rendimentos,
a) Nas situações em que a AT ainda não reliquidou o IRS de substituição, alerta-se que a declaração Modelo 3 em vigor
do ano da alienação (o que se verifica relativamente aos (aprovada pela Portaria n.º 47/2023, de 15 de fevereiro) não
anos de 2019 a 2021), a declaração de substituição terá está ainda apta para declarar estes factos tributários, uma
por efeito considerar o reinvestimento concretizado, vez que a lei que aprovou os regimes em causa foi publicada
total ou parcialmente, pelo que a exclusão de tributação apenas em 06.10.2023. Tal significa que a declaração modelo
no ano da obtenção da mais-valia e da declaração de 3 tem de ser objeto de adaptação a estas novas realidades,
intenção de reinvestimento mantém-se; bem como as respetivas aplicações informáticas, para que os
contribuintes possam submeter a modelo 3, de substituição,
b) Nas situações em que a AT, oficiosamente, já reliquidou
para estes efeitos.
o IRS do ano da alienação (o que se verifica relati-
2. Os desenvolvimentos destes trabalhos pela AT estarão
vamente aos anos de 2017 e 2018), a declaração de
concluídos no início do prazo previsto na lei para a entrega das
substituição terá por efeito nova reliquidação do IRS do
declarações de rendimentos do ano de 2023, ou seja, a partir
ano da alienação, no sentido de considerar a exclusão
de 1 de abril de 2024.
de tributação em face do regime de suspensão do prazo
3. Não obstante o constrangimento associado ao facto de
do reinvestimento.
não ser possível a entrega imediata e até final de março de
8. Considerando o exposto, a Lei n.º 56/2023, de 6 de ou-
2024 da modelo 3, de substituição, para regularização das
tubro, deve ser considerada fundamento para apresentação de
situações tributárias já ocorridas ao abrigo destes regimes,
declaração de rendimentos modelo 3, de substituição, do ano
salienta-se que esta via é mais célere comparativamente à
em que o contribuinte concretizou o reinvestimento, caso o
via de sindicância dos atos tributários de liquidação do IRS,
mesmo seja considerado no prazo legal atendendo à suspensão
quer seja administrativa ou judicial. De facto, a execução de
da contagem do prazo em 2020 e em 2021.
decisões favoráveis nesta matéria também só é possível após
9. Sem prejuízo do direito de entrega de declaração de a disponibilização da submissão da declaração com os novos
substituição referida no ponto anterior, nos casos em que exista impressos e consequente adaptação do respetivo documento
ato tributário, em que as mais-valias em causa tenham sido de correção oficioso, sendo este meio, pois, mais moroso, e
tributadas (liquidação oficiosa da AT por não reinvestimento por isso menos eficiente, para o contribuinte ver a sua situação
concretizado no prazo), deve ser considerada fundamento: tributária regularizada, pelo que considera-se que a via decla-
a) Para apresentação de reclamação graciosa, nos termos rativa deve ser privilegiada pelos contribuintes.
dos n.ºs 1 e 4 do artigo 70.º do CPPT, no prazo de
120 (cento e vinte) dias contados a partir da data da (Ofício Circulado n.º20262/2023, de 27.11.2023, da Sub-DG
publicação da Lei; (GT - Área Imp. s/Rendimento), da AT)

Este livro compila, de forma atualizada, o CPC e a legislação complementar que os autores identifica-
IMEDIATO ram como sendo a que maior utilidade tem para quem aplica o direito processual civil diariamente,
seja no âmbito profissional (Advogados, Magistrados, Solicitadores, Agentes de Execução, e Oficiais
de Justiça), seja para os estudantes de direito e estagiários em advocacia e solicitadoria.
Os autores pretendem, assim, munir os aplicadores do direito de uma ferramenta de consulta rápida
e atual, facilitando o seu trabalho, contribuindo para a aplicação do direito.

Autores: Márcia Passos; José Gagliardini; Miguel Miranda; Ana Rebelo Sousa
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898 Boletim do Contribuinte
DEZEMBRO 2023 - Nº 24

5. Com a entrada em vigor a 1 de janeiro de


INFORMAÇÕES 2023 da Lei n.º 24-D/2022, de 30 de dezembro,
que aprovou o Orçamento do Estado para 2023,
VINCULATIVAS foi introduzida uma alteração à verba 2.31 da
Lista I anexa ao CIVA passando a mesma a ter a
seguinte redação: “2.31 - Aquisição e reparação
de velocípedes”.
Reparação de velocípedes 6. Com a nova redação dada à referida verba
2.31 passaram a beneficiar da aplicação da taxa
Taxas do imposto reduzida, prevista na alínea a) do n.º 1 do artigo
18.º do CIVA, não só os serviços de reparação
FICHA DOUTRINÁRIA de velocípedes, mas também, a sua transmissão.
Diploma: CIVA 7. Dado que a verba 2.31 não estabelece qualquer
Artigo: Artigo 18.º - Taxas do imposto limitação quanto ao tipo de velocípedes, o Ofí-
Assunto: Reparação de velocípedes cio-Circulado n.º 30254 de 2023.01.05, da Área
Processo: n.º 24263, por despacho de 2023-02-24, da Diretora de Gestão Tributária do IVA (que se encontra
de Serviços do IVA (por subdelegação) disponível no Portal das Finanças) esclarece que
devem considerar-se abrangidos no seu âmbito
Conteúdo: O presente pedido de informação vinculativa, de aplicação, os velocípedes que assim sejam
solicitada ao abrigo do artigo 68.º da Lei Geral classificados nos termos do Código da Estrada.
Tributária, pelo sujeito passivo “[…]” (doravante Contudo, quando estiver em causa a mera trans-
Requerente), com o número de identificação fiscal missão de partes, peças ou acessórios, a mesma
“[…]”, prende-se com a taxa de IVA a aplicar aos é tributada à taxa normal, a que se refere a alínea
serviços de reparação de velocípedes. c) do n.º 1 do artigo 18.º do CIVA.
Sobre o assunto, cumpre informar: 8. Os serviços de reparação efetuados em velo-
I - Caracterização do requerente cípedes, incluindo as peças e outros materiais
1. O Requerente exerce, a título principal, a ativi- incorporados no próprio serviço de reparação,
dade que tem por base o CAE 47640 - “Comércio enquadram-se na verba 2.31, sendo sujeitos a
a retalho de artigos de desporto, de campismo e tributação à taxa reduzida.
lazer, em estabelecimentos especializados” e, a IV – CONCLUSÃO
título secundário, a atividade que tem por base o 9. Face ao exposto, e respondendo concreta-
CAE 95290 - “Reparação de outros bens de uso mente às questões colocadas pelo Requerente,
pessoal e doméstico”. informa-se, que, poderá aplicar a taxa reduzida
2. Em sede de IVA encontra-se enquadrado no a que se refere a alínea a) do n.º 1 do artigo 18.º
regime normal de tributação, com periodicidade do Código do IVA, por enquadramento na verba
trimestral, desde 2011.10.03. 2.31 da lista I anexa ao CIVA, às prestações de
II - O Pedido serviços de reparação de velocípedes, classifica-
3. No presente pedido de informação vinculativa dos como tal nos termos do Código da Estrada.
o Requerente refere ser seu entendimento, que, 10. A aplicação da taxa reduzida inclui as peças
passando a verba 2.31 da Lista I anexa ao Código e outros materiais que sejam incorporados no
do IVA (CIVA) a prever, também, a aquisição próprio serviço de reparação.
de velocípedes, se aplica, no ano de 2023, à sua Na fatura que titula a operação nada obsta a
transmissão, a taxa de 6%. que seja discriminado o valor correspondente
4. Contudo, tendo em conta a alteração da redação a todas as intervenções levadas a cabo (mão de
da norma que deixou de mencionar “serviços de obra e o valor correspondente às peças utiliza-
reparação”, passando a mencionar, apenas, “repa- das), devendo, contudo, ser inequivocamente
ração”, o Requerente vem solicitar esclarecimento identificado na fatura que as peças e outros
para as questões que a seguir se transcrevem: materiais utilizados na reparação, fazem parte
“1. No caso da reparação, aplica-se a taxa reduzida da prestação de serviços efetuada, devendo a
à totalidade da reparação (mão de obra e peças taxa do IVA ser aplicada ao valor global, isto é,
aplicadas)? ao valor da prestação de serviços de reparação
2. Caso a resposta seja positiva, pode-se discriminar do velocípede.
a mão de obra e o valor das peças na fatura? 11. Caso o fornecimento das peças e de outros
(Comercialmente, é importante fazê-lo. Por razões materiais, ainda que destinados à reparação,
obvias, o cliente gosta de ter informação sobre o sejam objeto de faturação individualizada,
que está a pagar.)” deve ser aplicada a taxa normal a que se refere
III - Enquadramento legal a alínea c) do n.º 1 do artigo 18.º do CIVA, por
Breve referência à verba 2.31, da Lista I, anexa falta de enquadramento em qualquer uma das
ao Código do IVA Listas anexas ao CIVA.
Boletim do Contribuinte 899
DEZEMBRO 2023 - Nº 24

ingresso no evento serão comercializados numa


INFORMAÇÕES plataforma digital semelhante à TicketLine.
5. Atendendo a que, conforme refere, a atividade
VINCULATIVAS que exerce é, na sua maioria, isenta de IVA ao
abrigo do artigo 9.º do CIVA, a Requerente vem
solicitar esclarecimento sobre o enquadramento
destes eventos, designadamente sobre a possibi-
Congressos na área da saúde lidade de os mesmos beneficiarem, também, da
isenção do imposto.
Isenções nas operações internas III - Enquadramento Legal
6. A alínea 1) do artigo 9.º do CIVA isenta de
FICHA DOUTRINÁRIA imposto as prestações de serviços efetuadas no
Diploma: CIVA exercício das “profissões de médico, odontolo-
Artigo: Artigo 9.º - Isenções nas operações internas gista, psicólogo, parteiro, enfermeiro e outras
Assunto: Congressos na área da saúde profissões paramédicas”.
Processo: n.º 24248, por despacho de 2023.01.26, da Diretora 7. Esta disposição legal corresponde ao previsto
de Serviços do IVA (por subdelegação) na alínea c) do n.º 1 do artigo 132.º da Diretiva
IVA (Diretiva 2006/112/CE, do Conselho, de 28
Conteúdo: O presente pedido de informação vinculativa de novembro), segundo a qual os Estados-Mem-
solicitada, ao abrigo do artigo 68.º da Lei Geral bros devem isentar “As prestações de serviços
Tributária, pelo sujeito passivo “[…]” (doravante de assistência efetuadas no âmbito do exercício
Requerente), com o número de identificação de profissões médicas e paramédicas, tal como
fiscal “[…]”, prende-se com o enquadramento, definidas pelo Estado-membro em causa”.
em sede de IVA, da realização de congressos na 8. Importa realçar que a redação da norma co-
área da saúde. munitária implica que os Estados-Membros não
Sobre o assunto, cumpre informar: isentam todas as prestações de serviços efetuadas
I - Caracterização do requerente no âmbito das profissões referidas, mas apenas
1. A Requerente é uma sociedade por quotas as prestações de serviços de assistência.
que exerce, a título principal, a atividade que 9. Realça-se, também, que, atendendo à matriz
tem por base o CAE 86220 - “Prática médica comunitária do IVA, os Estados-Membros estão
clínica especializada, ambulatório” e, a título obrigados, na gestão e administração do impos-
secundário, as atividades que têm por base os to, a observar a jurisprudência produzida pelo
seguintes CAE: Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE)
CAE 86210 - “Actividades prática médica clínica na interpretação das normas da Diretiva IVA.
geral, ambulatório”; 10. De acordo com o TJUE, as isenções, de-
CAE 86906 - “Outras actividades de saúde hu- signadamente as previstas no artigo 132.º da
mana, n.e.”; Diretiva, são de interpretação estrita, dado que
CAE 85591 - “Formação profissional”. constituem derrogações ao princípio geral de
2. Constitui-se, para efeitos de IVA, como um que o IVA é cobrado sobre todas as prestações
sujeito passivo misto tendo, pela prática de de serviços efectuadas a título oneroso por um
operações que conferem direito à dedução, sujeito passivo, sem, todavia, inviabilizar os
enquadramento no regime normal do IVA, com objetivos prosseguidos pelas referidas isenções,
periodicidade trimestral, desde 2017.04.18. Aten- respeitando as exigências do princípio da neutra-
to o disposto no artigo 23.º do Código do IVA lidade fiscal inerente ao sistema comum de IVA.
(CIVA) indicou utilizar para efeitos do exercício Pode ver-se, a propósito, os Acórdãos C-384/98,
do direito à dedução do imposto, o método da de 14 de setembro de 2000 (caso D.) e C-45/01,
afetação real de todos os bens. de 6 de novembro de 2003 (caso Dornier).
II - O Pedido 11. A respeito do disposto na alínea c) do n.º 1
3. No presente pedido de informação vinculativa do artigo 132.º da Diretiva IVA, o TJUE afirmou
a Requerente refere que, no âmbito das atividades em vários arestos, entre outros, no acórdão de
declaradas, procede à realização de “serviços mé- 10 de setembro de 2002, proferido no processo
dicos especializados”, “exames complementares C-141/00 (caso Kugler), que esta disposição
de diagnóstico” e “formação profissional”. comunitária tem um caráter objetivo, definindo
4. Mais refere que tenciona, num futuro próxi- as operações isentas em função da natureza dos
mo, realizar “pequenos congressos presenciais serviços prestados, sem atender à forma jurídica
ou digitais na área da saúde”, sendo o primeiro do prestador (pessoa singular ou coletiva), bas-
congresso sobre o tema “Dignidade e Autode- tando que sejam preenchidas duas condições: i)
terminação da Pessoa Idosa”. Os bilhetes de tratar-se de serviços médicos ou paramédicos e;
900 Boletim do Contribuinte
DEZEMBRO 2023 - Nº 24

na isenção prevista na alínea 1) do artigo 9.º do


INFORMAÇÕES CIVA, os serviços que se insiram no conceito
de prestação de serviços médicos definido na
VINCULATIVAS jurisprudência comunitária, ou seja, que sejam
entendidos como uma terapêutica necessária e
com um propósito de prevenção, tratamento e, se
possível, cura das doenças ou outros distúrbios
ii) que estes sejam fornecidos por pessoas que de saúde e sejam assegurados por profissionais
possuam as qualificações profissionais exigidas. habilitados nos termos da legislação aplicável.
12. Quanto à determinação do tipo de cuidados 18. Estão fora do conceito estrito da isenção, de-
abrangidos pela alínea c) do n.º 1 do artigo 132.º finido pelo TJUE, as prestações de serviços cuja
da Diretiva IVA, o TJUE, definindo o conceito de finalidade principal não é a proteção, manutenção
prestações de serviços médicos, considera como ou o restabelecimento da saúde da pessoa.
tais, as que consistam em prestar assistência a 19. A alínea 14) do artigo 9.º do CIVA isenta de
pessoas, diagnosticando e tratando uma doença imposto “As prestações de serviços e as transmis-
ou qualquer anomalia de saúde (cfr. acórdão de sões de bens com elas conexas, efectuadas por
14 de setembro de 2000, proferido no processo pessoas colectivas de direito público e organismos
C-384/98, acórdão de 21 de março de 2013, sem finalidade lucrativa, relativas a congressos,
proferido no processo C-91/12 e acórdão de colóquios, conferências, seminários, cursos e
18 de setembro de 2019, proferido no processo manifestações análogas de natureza científica,
C-700/17). cultural, educativa ou técnica”.
13. Resulta, ainda, da jurisprudência comunitá- 20. Conforme se verifica, a aplicação da isenção
ria emanada pelo TJUE, que não deve decorrer prevista na alínea 14) do artigo 9.º do CIVA está
desse conceito, que a finalidade terapêutica deva subordinada a certos requisitos, nomeadamente
ser compreendida numa aceção particularmente à condição de que as operações sejam efetuadas
restrita, devendo as prestações médicas efetuadas por pessoas coletivas de direito público, bem
com a finalidade de proteger, incluindo manter como, por organismos sem fins lucrativos, cuja
ou restabelecer a saúde das pessoas, beneficiar definição é concretizada no artigo 10.º do CIVA.
da isenção prevista na alínea c) do n.º 1 do arti- IV – Conclusão
go 132.º da Diretiva IVA (cfr. acórdão de 16 de 21. Tendo em conta o explanado na presente
junho de 2010, proferido no processo C-86/09 informação e respondendo concretamente à
e acórdão de 21 de março de 2013, proferido no questão colocada pela Requerente, informa-se
processo C-91/12). que as prestações de serviços efetuadas no âmbito
14. Com efeito importa ter em conta a finalidade de “pequenos congressos presenciais ou digitais
dos serviços prestados tendo em vista determinar na área da saúde”, não merecem acolhimento na
a eventual tributação ou isenção dos mesmos isenção da alínea 1) do artigo 9.º do CIVA, dado
(cfr. se extrai do acórdão de 20 de novembro de que a sua finalidade principal não é a proteção,
2003, proferido no processo C-307/01). manutenção ou o restabelecimento da saúde das
15. Neste contexto, estão ainda inseridas no pessoas.
conceito de prestação de serviços de assistência, 22. Por sua vez, tais prestações de serviços
os exames ou outras intervenções médicas com também não beneficiam de enquadramento na
carácter preventivo efetuados a pessoas que não isenção prevista na alínea 14) do artigo 9.º do
sofrem de qualquer doença ou anomalia de saúde, CIVA, atendendo a que a Requerente não se trata
com uma finalidade terapêutica (cfr. acórdão de de uma pessoa coletiva de direito público ou de
20 de novembro de 2003, proferido no processo um organismo sem finalidade lucrativa.
C-307/01). 23. Face ao exposto, a realização de “pequenos
16. Por outro lado, as prestações de serviços congressos presenciais ou digitais na área da
que consistam na comunicação de informações saúde”, não merece acolhimento nas isenções
sobre patologias ou terapias, mas que não podem, anteriormente referidas nem em quaisquer ou-
em função do seu caráter geral, contribuir para tras isenções ao abrigo do artigo 9.º do CIVA,
proteger, manter ou restabelecer a saúde das pes- configurando o exercício de operações sujeitas
soas, não podem ser abrangidas pelo conceito de a imposto e dele não isentas.
prestação de serviços de assistência (cfr. acórdão 24. Deste modo, tendo em conta que os ingressos
do TJUE de 5 de março de 2020, proferido no nos referidos eventos não se encontram contem-
processo C-48/19, caso X-GmbH). plados em nenhuma das Listas anexas ao CIVA,
17. Assim, são suscetíveis de enquadramento os mesmos são passíveis de tributação à taxa
na alínea c) do n.º 1 do artigo 132.º da Diretiva normal prevista na alínea c) do n.º 1 do artigo
IVA e, consequentemente, de enquadramento 18.º do CIVA.
Boletim do Contribuinte 901
DEZEMBRO 2023 - Nº 24

b) Data de início de atividade, conforme Autoridade Tri-


butária e Aduaneira;
LEGISLAÇÃO c) Número de trabalhadores e volume de negócios no exer-
cício económico anterior, de acordo com a informação
empresarial simplificada ou, no caso de empresa com
início de atividade recente, número de trabalhadores de
acordo com os dados constantes na segurança social re-
Estatuto de startup e de scaleup lativos ao mês anterior e volume de negócios estimado
na declaração de início de atividade;
Procedimento de reconhecimento e cessação d) Comprovativo de que a empresa não resulta de uma
transformação ou cisão de uma grande empresa e não
Portaria n.º 401/2023 tem no seu capital qualquer participação maioritária
de 4 de dezembro direta ou indireta de uma grande empresa, conforme
(in DR, n.º 233/2023, I Série, de 4.12.2023)
Registo Nacional de Pessoas Coletivas;
e) Comprovativo do cumprimento de uma das condições
A Lei n.º 21/2023, de 25 de maio, definiu os conceitos legais previstas nas subalíneas da alínea f) do n.º 1 do artigo
de startup e scaleup e estabeleceu o regime de reconhecimento do 2.º da Lei n.º 21/2023, de 25 de maio.
seu estatuto. 2 - Os interessados no reconhecimento do estatuto de scaleup
Determina o artigo 7.º daquela lei que o procedimento de reconhe- submetem o formulário eletrónico integralmente preenchido e
cimento e de cessação do estatuto de startup e de scaleup é definido instruído com os elementos identificados nas alíneas a), d) e e)
por portaria dos membros do Governo responsáveis pelas áreas da do número anterior e com a confirmação do preenchimento dos
digitalização e da modernização administrativa e da economia.
critérios para a obtenção da certificação Tech Visa previstos no
Assim, ao abrigo do n.º 1 do artigo 7.º da Lei n.º 21/2023, de 25
de maio, manda o Governo, pelo Ministro da Economia e do Mar artigo 3.º da Portaria n.º 328/2018, de 19 de dezembro.
e pelo Secretário de Estado da Digitalização e da Modernização 3 - A falta de cumprimento de uma das condições previstas
Administrativa o seguinte: nas subalíneas da alínea f) do n.º 1 do artigo 2.º da Lei n.º
21/2023, de 25 de maio, pode ser suprida mediante declaração
ARTIGO 1.º prévia prevista no artigo 4.º da presente portaria, a requerer
Objeto diretamente no formulário previsto nos números anteriores.
4 - Mediante consentimento do interessado, a comprovação
A presente portaria define o procedimento de reconheci- do cumprimento das condições previstas na alínea e) do n.º 1
mento e cessação do estatuto de startup e de scaleup previsto do presente artigo pode ser realizada pela Agência Nacional
na Lei n.º 21/2023, de 25 de maio.
de Inovação, S. A., pelo IAPMEI ou pelo Banco Português
de Fomento, S. A., nos termos das respetivas competências,
ARTIGO 2.º
através de validação direta na plataforma tecnológica de
Reconhecimento do estatuto
avaliação da certificação, ficando o requerente dispensado da
1 - O reconhecimento do estatuto é obtido mediante pro- entrega do respetivo comprovativo.
cedimento de comunicação prévia dirigido à Startup Portugal 5 - A verificação do cumprimento da alínea d) do n.º 2 do
- Associação Portuguesa para a Promoção de Empreendedo- presente artigo, quando não resulte dos documentos apresen-
rismo (Startup Portugal), nos termos do n.º 2 do artigo 7.º da tados, pode ser realizada pelo IAPMEI, nos termos das respe-
Lei n.º 21/2023, de 25 de maio. tivas competências, através de validação direta na plataforma
2 - A comunicação prévia é realizada através de formulário tecnológica de avaliação da certificação.
eletrónico disponível no portal único de serviços públicos, não
sendo admissível a submissão dos dados necessários ao seu ARTIGO 4.º
preenchimento por outra via. Declaração prévia
3 - Sem prejuízo do disposto no número anterior, em caso
de impossibilidade de submissão do formulário eletrónico 1 - O interessado que não preencha os requisitos da alínea
por motivo de indisponibilidade do portal único de serviços f) do n.º 1 do artigo 2.º da Lei n.º 21/2023, de 25 de maio,
públicos, a comunicação prévia é realizada através do endereço pode solicitar junto da Startup Portugal, através do portal único
de e-mail constante do sítio da Internet da Startup Portugal. de serviços públicos, a declaração prévia prevista no n.º 3 do
4 - A Startup Portugal disponibiliza, no portal único de mencionado artigo.
serviços públicos e no seu sítio da Internet, o manual de pro- 2 - A Startup Portugal decide fundamentadamente sobre o
cedimentos de submissão do formulário referido no n.º 2 do pedido apresentado pelo interessado no prazo de 30 dias úteis
presente artigo. contados da data da respetiva apresentação.

ARTIGO 3.º ARTIGO 5.º


Modo de submissão e informação considerada Certificado digital
1 - Os interessados no reconhecimento do estatuto de 1 - No prazo máximo de cinco dias após a submissão dos
startup submetem o formulário eletrónico integralmente formulários previsto nos n.os 1 e 2 do artigo 2.º ou da emissão
preenchido e instruído com os seguintes elementos: da declaração prevista no artigo 4.º, é disponibilizado, no portal
a) Dados de identificação da pessoa coletiva requerente, único de serviços públicos, documento digital certificativo do
conforme Registo Nacional de Pessoas Coletivas; reconhecimento do estatuto de startup ou scaleup.
902 Boletim do Contribuinte
DEZEMBRO 2023 - Nº 24

sendo o respetivo processo tramitado nos termos do Código


do Procedimento Administrativo.
LEGISLAÇÃO 3 - A Startup Portugal remete às entidades responsáveis
pelas informações previstas no artigo 3.º e quando disso tenha
conhecimento, os indícios de falsas declarações ou viciação
dos dados fornecidos para obtenção do reconhecimento.
4 - À anulação do ato aplica-se o regime e efeitos que
2 - Os interessados podem reagir a decisão desfavorável resultam do Código do Procedimento Administrativo.
através dos meios impugnatórios gerais previstos no Código
ARTIGO 10.º
do Procedimento Administrativo.
Acesso à informação
ARTIGO 6.º 1 - Os serviços e organismos da Administração Pública
Período de validade disponibilizam gratuitamente à Startup Portugal o acesso à
O reconhecimento do estatuto de startup ou scaleup é vá- informação que permita avaliar o cumprimento dos requisi-
lido por um período de três anos contados da data de emissão tos para o reconhecimento ou cessação do estatuto de startup
do documento digital certificativo previsto no artigo anterior, ou scaleup, nos termos previstos no artigo 28.º-A da Lei n.º
sendo oficiosamente renovado por igual período e mediante 135/99, de 22 de abril, na sua redação atual.
confirmação da Startup Portugal, sem prejuízo do disposto no 2 - A transmissão dos dados é efetuada através de comu-
artigo 7.º da presente portaria e no n.º 4 do artigo 6.º da Lei nicação eletrónica segura.
n.º 21/2023, de 25 de maio.
ARTIGO 11.º
ARTIGO 7.º Entrada em vigor
Processo de verificação de manutenção do estatuto A presente portaria entra em vigor no dia seguinte à sua
1 - Sem prejuízo do disposto no n.º 2 do artigo 6.º da Lei publicação.
n.º 21/2023, de 25 de maio, a Startup Portugal pode a qualquer
momento verificar a manutenção dos requisitos necessários
para a conservação do estatuto de startup ou scaleup. Prorroga diversos prazos de regimes
2 - Para os efeitos previstos no número anterior, a Startup
Portugal, pode solicitar às entidades referidas no artigo 3.º a jurídicos temporários
disponibilização dos elementos necessários para o processo de Documentos e vistos relativos à permanência
verificação da manutenção do estatuto, ficando estas obrigadas
a remeter os mesmos no prazo máximo de 15 dias. em território nacional
3 - Caso da verificação resulte a cessação do estatuto, a Decreto-Lei n.º 109/2023
Startup Portugal notifica o interessado nos termos do n.º 2 do
artigo 8.º da presente portaria. de 24 de novembro
(in DR, n.º 228/2023, I Série, de 24.11.2023
ARTIGO 8.º
Cessação do estatuto de startup ou scaleup A pandemia da doença COVID-19 teve um impacto significativo
1 - O estatuto pode cessar, através da comunicação prevista no atendimento ao público, o que resultou num aumento de pendên-
cias em matéria de concessão e renovação de autorizações de residên-
no n.º 3 do artigo 6.º da Lei n.º 21/2023, de 25 de maio ou cia. Por este motivo, e procurando também acautelar a transição de
sempre que se verifique a inexistência dos pressupostos que competências em matéria administrativa no âmbito da reestruturação
conduziram ao seu reconhecimento por ato da Startup Portugal. do sistema português de controlo de fronteiras, aprovada pela Lei n.º
2 - A Startup Portugal notifica o interessado da intenção de 73/2021, de 12 de novembro, na sua redação atual, que originou a
proceder à cessação do estatuto sendo o respetivo processo tra- criação da Agência para a Integração, Migrações e Asilo, I. P., através
mitado nos termos do Código do Procedimento Administrativo. do Decreto-Lei n.º 41/2023, de 2 de junho, considera-se oportuno
3 - A cessação do estatuto produz efeitos desde a data da assegurar a continuidade do regime estabelecido no Decreto-Lei n.º
10-A/2020, de 13 de março, na sua redação atual, no que respeita
notificação ao interessado. à atendibilidade de documentos expirados relativos à permanência
4 - Sempre que se confirme a alteração dos pressupostos a em território nacional.
Startup Portugal notifica o interessado da decisão final, comu- Adicionalmente, é efetuada, através do presente decreto-lei, uma
nica à Autoridade Tributária e Aduaneira a decisão e procede à alteração ao decreto-lei que define as regras gerais de aplicação dos
atualização da listagem no seu sítio da Internet e na plataforma programas operacionais e dos programas de desenvolvimento rural
usada para comunicar o estatuto em causa. do Portugal 2020, com o intuito de promover uma maior harmoni-
zação entre as regras de elegibilidade das despesas em matéria de
ARTIGO 9.º pagamentos aos beneficiários dos sistemas de incentivos.
Por último, prorroga-se a linha de financiamento ao setor social,
Anulação do estatuto de startup ou scaleup criada pelo Decreto-Lei n.º 78-A/2022, de 8 de novembro, bem
1 - O reconhecimento do estatuto pode ser anulado pela como o prazo de cedência temporária da gestão de estabelecimentos
Startup Portugal por falsas declarações sobre a situação da integrados do Instituto da Segurança Social, I. P., à Santa Casa da
Misericórdia de Lisboa, garantindo a continuidade da atividade
entidade ou viciação dos dados fornecidos para obtenção do desenvolvida nestes estabelecimentos.
reconhecimento. Assim:
2 - O procedimento inicia-se com a notificação ao interes- Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 198.º da Constituição,
sado da intenção de proceder à anulação do reconhecimento o Governo decreta o seguinte:
Boletim do Contribuinte 903
DEZEMBRO 2023 - Nº 24

ARTIGO 1.º «ARTIGO 3.º


Objeto [...]
1 - [...].
O presente decreto-lei procede: 2 - Para efeitos do disposto no número anterior, a gestão dos
a) À quinta alteração ao Decreto-Lei n.º 159/2014, de 27 estabelecimentos é cedida até 30 de setembro de 2024.
de outubro, alterado pelos Decretos-Leis n.os 215/2015, 3 - [...].
de 6 de outubro, 88/2018, de 6 de novembro, 127/2019, 4 - [...].
de 29 de agosto, e 10-L/2020, de 26 de março, que 5 - [...].
6 - [...].»
estabelece as regras gerais de aplicação dos programas
operacionais e dos programas de desenvolvimento rural
ARTIGO 4.º
financiados pelos fundos europeus estruturais e de in-
Alteração ao Decreto-Lei n.º 10-A/2020, de 13 de março
vestimento, para o período de programação 2014-2020;
b) À quarta alteração ao Decreto-Lei n.º 240/2015, de 14 de O artigo 16.º do Decreto-Lei n.º 10-A/2020, de 13 de
outubro, alterado pelos Decretos-Leis n.os 68/2016, de março, na sua redação atual, passa a ter a seguinte redação:
3 de novembro, 143/2017, de 29 de novembro, e 7/2022, «ARTIGO 16.º
de 10 de janeiro, que estabelece o regime legal da trans- [...]
missão dos estabelecimentos integrados do Instituto da 1 - [...].
Segurança Social, I. P., e respetivos apartamentos de auto- 2 - [...].
nomização, para a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa; 3 - [...].
4 - [...].
c) À quadragésima quinta alteração ao Decreto-Lei n.º
5 - [...].
10-A/2020, de 13 de março, na sua redação atual, que 6 - [...].
estabelece as medidas excecionais e temporárias rela- 7 - [...].
tivas à situação epidemiológica do novo Coronavírus 8 - Os documentos e vistos relativos à permanência em território
- COVID-19; nacional, cuja validade expire a partir da data de entrada em vigor
d) À segunda alteração ao Decreto-Lei n.º 78-A/2022, de do presente decreto-lei ou nos 15 dias imediatamente anteriores, são
15 de novembro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 20/2023, aceites, nos mesmos termos, até 30 de junho de 2024.
de 22 de março, que reforça o sistema de incentivos 9 - Os documentos referidos no número anterior continuam a
ser aceites, nos mesmos termos, após 30 de junho de 2024, desde
«Apoiar as Indústrias Intensivas em Gás», cria uma
que o seu titular faça prova de que já procedeu ao agendamento da
linha de financiamento ao setor social e disciplina o respetiva renovação.
pagamento do apoio extraordinário a titulares de ren- 10 - [...].»
dimentos e prestações sociais.
ARTIGO 5.º
ARTIGO 2.º Alteração ao Decreto-Lei n.º 78-A/2022, de 15 de novembro
Alteração ao Decreto-Lei n.º 159/2014, de 27 de outubro
O artigo 2.º do Decreto-Lei n.º 78-A/2022, de 15 de no-
O artigo 15.º do Decreto-Lei n.º 159/2014, de 27 de ou- vembro, na sua redação atual, passa a ter a seguinte redação:
tubro, na sua redação atual, passa a ter a seguinte redação:
«ARTIGO 2.º
«ARTIGO 15.º [...]
[...] 1 - [...].
1 - [...]. 2 - [...].
2 - [...]. 3 - As linhas de crédito referidas no n.º 1 destinam-se a suprir
3 - [...]. necessidades de financiamento e de investimento, quer no âmbito
4 - [...]. da transição ambiental, quer no âmbito da concretização de novos
5 - No âmbito dos sistemas de incentivos, a despesa só é elegível projetos ou de requalificação de equipamentos sociais, mediante
se, para além do disposto no número anterior, tiver sido reembolsada empréstimos a conceder até 31 de dezembro de 2024.
ao beneficiário, pelo organismo pagador, entre 1 de janeiro de 2014 4 - Para efeitos do disposto no n.º 1, as garantias concedidas, até
e 29 de fevereiro de 2024. 31 de dezembro de 2024, pelas sociedades de garantia mútua ficam
6 - [...]. excecionadas, no que respeita à qualidade acionista dos beneficiários,
7 - [...]. do disposto na alínea a) do n.º 1 e no n.º 5 do artigo 2.º do Decreto-Lei
8 - [...]. n.º 211/98, de 16 de julho, na sua redação atual.
9 - [...]. 5 - [...].»
10 - [...].
11 - [...].
ARTIGO 6.º
12 - [...].
13 - [...]. Entrada em vigor e produção de efeitos
14 - [...].» 1 - O presente decreto-lei entra em vigor no dia seguinte
ao da sua publicação.
ARTIGO 3.º 2 - O disposto no artigo 3.º produz efeitos a 1 de outubro
Alteração ao Decreto-Lei n.º 240/2015, de 14 de outubro de 2023.
O artigo 3.º do Decreto-Lei n.º 240/2015, de 14 de outubro, 3 - O disposto nos artigos 2.º e 4.º produz efeitos a 1 de
na sua redação atual, passa a ter a seguinte redação: janeiro de 2024.
904 Boletim do Contribuinte
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5 - A operacionalização do regime previsto na alínea a)


do n.º 1 depende da celebração de um acordo de colaboração
LEGISLAÇÃO interinstitucional entre o Instituto dos Registos e do Notaria-
do, I. P. (IRN, I. P.), o Centro de Coordenação Técnica e cada
município, que regula:
a) As ações a desenvolver com vista à expansão do sistema
de informação cadastral simplificado e do Balcão Único
do Prédio (BUPi);
Sistema de informação cadastral b) O modo de partilha de informação de caracterização
simplificado e identificação dos prédios rústicos ou mistos e dos
seus titulares e de caracterização do território nacional.
Lei n.º 65/2019, 6 - Para a realização das ações a que se refere a alínea
a) do número anterior, o Centro de Coordenação Técnica, o
de 23 de agosto IRN, I. P., os municípios e as entidades intermunicipais podem
(Republicada pelo Decreto-Lei nº 90/2023, de 11 de outubro) estabelecer protocolos de cooperação com outras entidades
públicas e privadas.
CAPÍTULO I 7 - No quadro do Centro de Coordenação Técnica referido no
Disposições gerais n.º 5, mediante protocolo a celebrar entre a Autoridade Tributária
e Aduaneira (AT) e o IRN, I. P., a AT transmite à plataforma
ARTIGO 1.º BUPi a informação relativa aos prédios inscritos nas matrizes
Objeto e âmbito prediais rústica e urbana, localizados no respetivo município,
bem como a identificação dos seus titulares, através do nome
1 - A presente lei mantém em vigor e generaliza a aplicação e número de identificação fiscal, e respetivo domicílio fiscal.
do sistema de informação cadastral simplificado, instituído 8 - O Centro de Coordenação Técnica, os municípios e
pela Lei n.º 78/2017, de 17 de agosto, integrando os seguintes as entidades intermunicipais colaboram entre si na expansão
procedimentos: do sistema de informação cadastral simplificado e do BUPi.
a) O procedimento de representação gráfica georreferen- 9 - O novo sistema de informação cadastral simplificado
ciada (RGG), previsto nos artigos 5.º a 12.º da Lei n.º concorre para a elaboração do cadastro predial rústico no plano
78/2017, de 17 de agosto, aplicável aos prédios rústicos nacional.
e mistos, nos municípios que não dispõem de cadastro 10 - A presente lei promove igualmente a universalização
geométrico da propriedade rústica (CGPR) ou cadastro do BUPi, criado pela Lei n.º 78/2017, de 17 de agosto, en-
predial em vigor; quanto plataforma nacional de registo e cadastro do território
b) O procedimento especial de registo, previsto nos artigos (PNRCT), abrangendo os prédios urbanos, rústicos e mistos
13.º a 15.º da Lei n.º 78/2017, de 17 de agosto, aplicá- de todo o território nacional.
vel, com as especificidades constantes da presente lei: ARTIGO 2.º
i) Aos prédios rústicos ou mistos não descritos no Sistema de informação cadastral simplificado
registo, em todo o território nacional;
1 - O IRN, I. P., é a entidade responsável pelo sistema de in-
ii) Aos prédios rústicos ou mistos descritos no registo, formação cadastral simplificado e pelo BUPi, competindo-lhe:
desde que situados em concelhos que não dispõem a) Garantir a todo o tempo a atualização e a interopera-
de CGPR ou cadastro predial em vigor, cuja inscrição bilidade dos dados detidos pelas entidades referidas
de aquisição se encontre desatualizada e constitua nos n.os 2 e 7 do artigo 6.º da Lei n.º 78/2017, de 17
a primeira atualização após a realização da RGG. de agosto;
2 - A presente lei cria ainda, no âmbito do sistema de b) Assegurar a harmonização da informação relevante
informação cadastral simplificada: sobre os elementos caracterizadores e de identificação
a) O procedimento especial de justificação de prédio dos prédios usados para efeitos cadastrais, registais e
rústico e misto; matriciais;
b) O procedimento de consulta pública destinado à reso- c) (Revogada.)
lução das situações de validação de RGG com reserva d) Assegurar a supervisão do procedimento de RGG.
de geometria; e 2 - Compete aos serviços de registo realizar os procedimen-
c) Os procedimentos de inscrição de prédio rústico omisso tos especiais de registo e de justificação previstos na presente lei.
na matriz predial não cadastral e de alteração de área de ARTIGO 3.º
prédio rústico inscrito na matriz predial não cadastral. Cadastro geométrico da propriedade rústica e cadastro
3 - O procedimento a que se refere a alínea a) do número predial
anterior aplica-se aos prédios rústicos ou mistos não descritos (Revogado.)
no registo, em todo o território nacional, e ainda aos prédios
rústicos ou mistos descritos no registo cuja inscrição de aquisi- ARTIGO 4.º
ção se encontre desatualizada e constitua a primeira atualização Princípios gerais
após a realização da RGG, situados em concelhos que não 1 - O regime constante da presente lei obedece aos prin-
dispõem de CGPR ou cadastro predial em vigor. cípios da:
4 - Os procedimentos a que se referem as alíneas b) e c) a) Coordenação, assegurando a partilha de informação
do n.º 2 aplicam-se na área dos municípios que não dispõem entre as entidades competentes sobre os elementos
de CGPR ou cadastro predial em vigor identificados no anexo caracterizadores e de identificação dos prédios rústicos
i e no anexo ii à presente lei e da qual fazem parte integrante. e mistos e dos seus titulares, para efeitos de localização
Boletim do Contribuinte 905
DEZEMBRO 2023 - Nº 24

geográfica e de supressão da omissão no registo predial 4 - É aprovado, por portaria dos membros do Governo
e demais efeitos de identificação do prédio; responsáveis pelas áreas das finanças, da modernização
b) Complementaridade, assegurando que a harmonização administrativa, da justiça, das autarquias locais, do ordena-
das informações da competência das diversas entidades mento do território e da agricultura e florestas, o regime de
salvaguarda os efeitos jurídicos respetivos, nos termos funcionamento e financiamento do modelo de organização e
da legislação aplicável; desenvolvimento do regime instituído pela Lei n.º 78/2017, de
c) Subsidiariedade, no sentido de a informação ser reco- 17 de agosto, com as especificidades constantes da presente lei.
lhida e transmitida pelas entidades competentes que
mais adequadamente o possam efetuar, tendo em conta ARTIGO 6.º
fatores de proximidade; Número de identificação de prédio
d) Participação, reforçando a atuação cívica dos cidadãos, 1 - O número de identificação de prédio (NIP), a que se
através do acesso à informação e à participação nos refere o artigo 3.º da Lei n.º 78/2017, de 17 de agosto, é um
procedimentos de RGG e de registo especial de prédio identificador numérico, sequencial, com dígito de controlo e
rústico e misto omisso; sem significado lógico, destinado ao tratamento e harmoniza-
e) Publicitação, garantindo a transparência e o caráter pú- ção da informação de índole predial, visando a prossecução
blico dos procedimentos e das informações cadastrais, dos seguintes objetivos:
com garantia da proteção dos dados pessoais envolvidos. a) Assegurar a identificação unívoca dos prédios, mediante
2 - De acordo com a alínea b) do número anterior, as a atribuição de um número único de identificação, de
relações entre o cadastro, o registo predial e a matriz predial
utilização comum a toda a Administração Pública,
regem-se por um princípio de complementaridade, nos termos
possibilitando a criação da informação predial única;
do qual a situação jurídica e fiscal dos prédios constante do
b) Unificar e permitir uma gestão uniforme e informática dos
registo predial e da matriz predial produz os efeitos previstos
conteúdos cadastrais num único sistema de informação;
na legislação respetiva.
3 - Sem prejuízo do regime legal relativo à proteção dos c) Assegurar o acesso à informação pela Administração
dados pessoais, o acesso à informação cadastral por parte dos Pública, pelos cidadãos e pelas empresas, designada-
particulares e das entidades e serviços da Administração Públi- mente por via eletrónica e com a garantia da proteção
ca do Estado e de outras pessoas coletivas públicas efetua-se de dados pessoais envolvidos.
nos termos previstos na Lei n.º 78/2017, de 17 de agosto, e 2 - O NIP é atribuído a cada prédio sempre que seja con-
na presente lei. firmada a coincidência entre a informação constante das bases
de dados das descrições prediais do IRN, I. P., e das bases de
ARTIGO 5.º dados que contêm as inscrições matriciais da AT, associando-se
Modelo de organização e desenvolvimento a RGG ou a configuração geométrica do prédio (CGP) depen-
1 - O modelo de organização e desenvolvimento do sistema dendo da informação constar no BUPi ou na carta cadastral.
de informação cadastral simplificado e do BUPi desenvolve-se 3 - A informação predial única subjacente ao NIP integra
em três níveis: designadamente:
a) Ao nível central, através de um Centro de Coordenação a) A descrição e as inscrições do registo predial;
Técnica, com competências de coordenação, decisão e b) A inscrição matricial, quando aplicável;
apoio, integrado no Ministério da Justiça; c) A RGG do prédio, quando não cadastrado, ou a CGP
que consta da carta cadastral;
b) Ao nível regional, através de Centros de Competências
d) Outros dados e elementos relativos à caracterização do
Regionais, a estabelecer por resolução do Conselho de
prédio e à identificação dos seus titulares que possam
Ministros, com competências e recursos para a partilha
ser partilhados no BUPi.
e articulação de conhecimentos e de capacidades insta-
ladas no domínio da informação geoespacial; ARTIGO 6.º-A
c) Ao nível municipal, através de Unidades de Competência Plataforma de serviços geográficos Balcão Único do
Locais, que formam a rede de balcões de atendimento, Prédio
para atendimento ao cidadão, identificação, tratamento 1 - O BUPi integra uma plataforma de serviços geográficos
e partilha da informação respeitante ao território, seus de alta disponibilidade que se enquadra como uma Infraestrutura
titulares e limites. de Dados Espaciais (IDE) e tem como objetivo fornecer conteú-
2 - As competências dos municípios referidas na alínea
dos ao visualizador BUPi e a entidades parceiras, assegurando os
c) do número anterior podem ser delegadas na entidade
necessários atributos de segurança, escalabilidade e resiliência.
intermunicipal que estes integram, podendo ser exercidas
2 - Os conjuntos de dados geográficos disponibilizados
exclusivamente pela entidade intermunicipal ou em conjunto
com cada município. na plataforma de serviços geográficos BUPi que configurem
3 - Para efeitos do previsto na alínea c) do n.º 1 compete cartografia ou informação geográfica oficial ou homologada
às Unidades de Competência Locais: cumprem as obrigações de inscrição no Registo Nacional
a) Partilhar com o BUPi informação sobre os elementos de Dados Geográficos do Sistema Nacional de Informação
caracterizadores e de identificação dos prédios rústicos Geográfica (SNIG), nos termos do Decreto-Lei n.º 193/95, de
ou mistos, dos seus titulares e de caracterização do 28 de julho, e do Decreto-Lei n.º 180/2009, de 7 de agosto,
território nacional de que o município disponha, para ambos na sua redação atual.
efeitos de identificação dos prédios e supressão de ARTIGO 7.º
omissão no registo predial; Confirmação de confinantes
b) Assegurar a elaboração no BUPi, pelos técnicos habili-
tados, das operações de RGG dos prédios; 1 - Para os efeitos previstos no n.º 3 do artigo 5.º da Lei
c) Disponibilizar balcões de atendimento ao cidadão. n.º 78/2017, de 17 de agosto, considera-se validada por todos
906 Boletim do Contribuinte
DEZEMBRO 2023 - Nº 24

8 - Em tudo o que seja omisso aplica-se subsidiariamente


ao procedimento de conciliação administrativa o Código do
LEGISLAÇÃO Procedimento Administrativo.
ARTIGO 7.º-B
RGG validada com reserva
1 - A RGG é validada com reserva de geometria sempre que:
os proprietários confinantes a informação resultante da RGG a) O interessado declare que não conhece ou que não é
nas seguintes situações: possível determinar algum dos limites do prédio;
a) Declaração de aceitação de todos os proprietários dos b) Exista sobreposição de polígonos;
prédios confinantes, conforme formulário constante c) Não esteja identificada a totalidade dos polígonos dos
do anexo ii ao Decreto Regulamentar n.º 9-A/2017, de prédios confinantes sem conflito de estremas comuns.
3 de novembro, no caso de não haver conflito quanto 2 - A reserva quanto à geometria do prédio na RGG pode
aos confinantes; ser resolvida das seguintes formas:
b) Existência, no BUPi, da totalidade dos polígonos dos a) Com recurso ao procedimento de conciliação adminis-
prédios confinantes sem conflito de estremas comuns. trativa, nos casos em que exista conflito de estremas
2 - No caso de existir conflito quanto aos confinantes com prédios confinantes;
pode ser assinada uma declaração de aceitação de todos os b) Com recurso ao procedimento de consulta pública, nos
proprietários dos prédios confinantes, desde que seja corrigida casos em que não se encontrem ainda identificadas
a sobreposição de polígonos e assinada a declaração presen- todas as estremas dos prédios confinantes.
cialmente perante técnico habilitado para o efeito, conforme 3 - A RGG validada com reserva de geometria não obsta à
formulário constante do anexo ii ao Decreto Regulamentar n.º realização do registo fora do âmbito dos procedimentos espe-
9-A/2017, de 3 de novembro. ciais de registo, nem à instauração do procedimento especial
3 - Não sendo corrigida a sobreposição de polígonos de de registo ou de justificação.
prédios confinantes nos termos do número anterior, o conflito 4 - Uma vez validada por todos os proprietários dos prédios
é objeto do procedimento de conciliação administrativa. confinantes nos termos do artigo 7.º, a RGG é convertida em
ARTIGO 7.º-A CGP, passando a integrar a carta cadastral por referência ao NIP.
Conciliação administrativa ARTIGO 7.º-C
1 - O procedimento da conciliação administrativa é um Procedimento de consulta pública
mecanismo de conciliação que se destina a possibilitar aos 1 - Para efeitos da alínea b) do n.º 2 do artigo anterior, é
interessados alcançarem um acordo relativamente ao limite das realizado um procedimento de consulta pública com periodi-
estremas de prédios confinantes resultante de procedimentos cidade anual.
de RGG, corrigindo os polígonos sobrepostos. 2 - Compete ao Centro de Coordenação Técnica promover
2 - O recurso à conciliação administrativa não obsta à a publicitação da consulta pública, com indicação de todos
realização do registo fora do âmbito dos procedimentos espe- os elementos disponíveis relativos aos prédios em causa,
ciais de registo nem à instauração do procedimento especial relevantes para a sua identificação por parte dos interessados,
de registo ou de justificação, ou à sua conclusão, caso este se mediante anúncio de acesso livre a publicitar no seu sítio na
encontre pendente. Internet, durante 60 dias, e ainda através:
3 - Podem ser conciliadores, no âmbito do procedimento
a) Do município e da freguesia onde se localizem os pré-
de conciliação administrativa:
dios, nomeadamente por divulgação do anúncio em
a) Os técnicos habilitados que sejam trabalhadores dos muni-
sítio oficial da autarquia na Internet e por afixação de
cípios ou lhes prestem serviços e se encontrem inscritos
editais nas respetivas sedes;
no BUPI para prestarem apoio ao cidadão, designados
b) Do envio da informação ao Ministério dos Negócios
por despacho do Presidente da Câmara Municipal;
b) Os técnicos de cadastro predial a que se referem as Estrangeiros, para que este assegure a divulgação junto
alíneas a) a c) do n.º 2 do artigo 3.º da Lei n.º 3/2015, das comunidades portuguesas no estrangeiro, através
de 9 de janeiro, e que estejam inscritos na lista oficial da rede diplomática e consular.
de técnicos de cadastro predial. 3 - As reclamações que forem apresentadas durante a
4 - O conciliador assegura, ao longo de todo o procedimen- consulta pública são apreciadas por uma comissão adminis-
to, o respeito pelos princípios da celeridade, independência, trativa, que integra um representante da AT, do IRN, I. P., e
imparcialidade, legalidade e transparência. da DGT, sendo o representante do IRN, I. P., um conservador
5 - O conciliador não pode intervir no procedimento caso de registos designado por deliberação do respetivo conselho
se encontre em alguma das situações previstas nas alíneas a) diretivo, exercendo a função de presidente.
a e) do n.º 1 do artigo 69.º do Código do Procedimento Ad- 4 - Os prédios confinantes que não forem identificados no
ministrativo, aprovado em anexo ao Decreto-Lei n.º 4/2015, âmbito do procedimento de consulta pública ficam sujeitos
de 7 de janeiro, na sua redação atual, sob pena de nulidade. ao procedimento de identificação e reconhecimento de prédio
6 - O conciliador fica sujeito a segredo profissional relati- rústico ou misto sem dono conhecido, aprovado pelo Decreto-
vamente aos factos de que tenha conhecimento no exercício -Lei n.º 15/2019, de 21 de janeiro, na sua redação atual.
das suas funções e por causa delas. 5 - Inicia-se o procedimento de reconhecimento de prédio
7 - O dever de segredo não cessa com o termo das funções sem dono conhecido previsto no Decreto-Lei n.º 15/2019, de
ou da prestação de serviços. 21 de janeiro, se:
Boletim do Contribuinte 907
DEZEMBRO 2023 - Nº 24

a) Os prédios confinantes não forem identificados no âmbi- -se, simultaneamente o IRN, I. P., da realização daquela
to do procedimento de consulta pública e não estiverem comunicação que, assim, equivale ao pedido de alteração ou
descritos no registo predial; retificação de área na matriz a que se refere o n.º 1 do artigo
b) Os prédios estiverem inscritos na matriz; e 31.º do Código do Registo Predial, sempre que o interessado
c) Os titulares da inscrição matricial tiverem sido notifica- pretenda que a descrição predial seja aberta ou atualizada com
dos pelo Centro de Coordenação Técnica, para no prazo a área constante da RGG, nos termos previstos no artigo 16.º
de 90 dias promover o procedimento especial de RGG da Lei n.º 78/2017, de 17 de agosto.
e de registo ou declarar a quem pertence o prédio sem CAPÍTULO II
que o tenham efetuado. Sistema de informação cadastral simplificado
6 - Se o notificado declarar que não é o proprietário do
prédio, mas indicar a quem o mesmo pertence, notifica-se a SECÇÃO I
pessoa identificada, para os efeitos do número anterior. Procedimento especial de registo de prédio rústico e misto
ARTIGO 7.º-D ARTIGO 8.º
Procedimento de inscrição de prédio rústico omisso na Procedimento especial de registo de prédio rústico e misto
matriz 1 - (Revogado.)
1 - O procedimento de inscrição de prédio rústico omisso 2 - Sem prejuízo do disposto no artigo 14.º da Lei n.º
na matriz predial é aplicável aos prédios rústicos situados em 78/2017, de 17 de agosto, o procedimento especial de registo
municípios que não dispõem de qualquer regime de cadastro de prédio rústico e misto pode ser promovido por iniciativa
predial em vigor. dos interessados, desde que:
2 - Em cumprimento do princípio da colaboração previsto a) Disponham de documento comprovativo do seu direito
no artigo 59.º da lei geral tributária (LGT) e no n.º 2 do artigo de propriedade e;
48.º do Código do Procedimento e de Processo Tributário b) Ocorra na sequência de RGG, quando se trate de pré-
(CPPT), para inscrição de prédio rústico omisso na matriz dio rústico inscrito na matriz não cadastral, ou seja
predial, o interessado deve fazer a entrega de: apresentada a CGP, quando o prédio esteja inscrito na
a) RGG, pendente de finalização, elaborada por técnico matriz cadastral.
habilitado; SECÇÃO II
b) Declaração de participação de inscrição de prédio Procedimento especial de justificação de prédio rústico
rústico omisso. e misto
3 - Quando a RGG não se encontre validada nos termos
ARTIGO 9.º
previstos no n.º 1 do artigo 7.º, é necessário apresentar decla-
Procedimento especial de justificação de prédio rústico e misto
ração de aceitação dos limites do prédio efetuada por, pelo
menos, um confinante, devidamente identificado com o NIF 1 - (Revogado.)
e a indicação do artigo matricial do seu prédio. 2 - Ao procedimento especial de justificação de prédio rús-
4 - Após a entrega da declaração para inscrição de prédio tico e misto aplica-se, em matéria de competência, o disposto
rústico omisso, acompanhada dos elementos instrutórios, há no artigo 13.º da Lei n.º 78/2017, de 17 de agosto.
lugar à inscrição matricial do prédio, com a atribuição do 3 - O procedimento especial de justificação de prédio
correspondente artigo matricial, ainda que condicionada à rústico e misto pode ser promovido pelo interessado que não
fixação do valor patrimonial tributário, nos termos do Código disponha de documento para prova do seu direito de proprie-
do Imposto Municipal sobre Imóveis, aplicando-se para o dade, desde que se verifique por consulta ao BUPi:
efeito o previsto no n.º 4 do artigo 14.º a) A existência de RGG, quando se trate de prédio rústico
5 - Após a inscrição matricial do prédio rústico, o promotor inscrito na matriz não cadastral; ou
deve concluir o procedimento de RGG, retomando o processo b) A existência de CGP, quando se trate de prédio inscrito
que está pendente de finalização no BUPi, com associação do na matriz cadastral.
artigo matricial que tenha sido atribuído ao prédio em causa. 4 - As formalidades prévias, a tramitação e os meios de
impugnação do processo especial de justificação são estabe-
ARTIGO 7.º-E lecidos por decreto regulamentar.
Procedimento de alteração de área de prédio rústico
inscrito na matriz ARTIGO 10.º
Direito subsidiário
1 - O procedimento de alteração de área de prédio rústico
inscrito na matriz predial é aplicável aos prédios rústicos si- Ao procedimento especial de justificação previsto na
tuados em municípios que não dispõem de CGPR ou cadastro presente secção são aplicáveis, em tudo o que não estiver
predial em vigor. especialmente regulado, as disposições do Código do Registo
2 - Enquanto a RGG não produzir os efeitos previstos no Predial e do Código do Notariado.
n.º 3 do artigo 5.º da Lei n.º 78/2017, de 17 de agosto, tran- SECÇÃO III
sitoriamente, subsistem simultaneamente na matriz predial Disposições comuns
rústica a área relevante para efeitos de liquidação de impostos
sobre o respetivo prédio, com recurso à informação previa- ARTIGO 11.º
mente existente na matriz, e a área resultante da RGG, que Anotação à descrição
não tem quaisquer efeitos de liquidação de imposto sobre o Para efeitos do previsto no artigo 18.º da Lei n.º 78/2017,
respetivo prédio. de 17 de agosto, no caso de prédios descritos, a existência de
3 - Para os efeitos previstos no número anterior, as RGG RGG é comunicada por via eletrónica ao sistema de informa-
elaboradas são comunicadas pelo BUPi à AT, informando- ção de registo predial.
908 Boletim do Contribuinte
DEZEMBRO 2023 - Nº 24

presente lei ou qualquer ato de registo efetuado nos


termos gerais do Código de Registo Predial;
LEGISLAÇÃO f) Os procedimentos simplificados de sucessão hereditária,
celebrados nos serviços de registo, que sejam neces-
sários à regularização da situação registal dos prédios
rústicos ou mistos não descritos ou sem inscrição
de aquisição ou reconhecimento de direito ou mera
posse em vigor, desde que instruídos com RGG ou
ARTIGO 12.º que apresentem CGP e de prédios rústicos ou mistos
Baldios descritos, desde que instruídos com RGG e de que
O regime aplicável aos baldios e aos demais meios de resulte a realização do primeiro registo de aquisição
produção comunitários, previsto na Lei n.º 75/2017, de 17 de após a realização da RGG;
agosto, é tramitado, com as necessárias adaptações, no âmbito g) Os atos de atualização da descrição predial em confor-
do sistema de informação cadastral simplificado previsto na midade com a RGG ou com a CGP;
presente lei, sendo integrados no registo predial, assumindo o h) Os atos de registo relativos a prédios rústicos ou mistos
BUPi, para todos os efeitos legais, as funções da plataforma não descritos, ou descritos sem inscrição de aquisição
eletrónica nacional prevista no artigo 9.º do referido diploma. ou reconhecimentos de direto de propriedade ou de
mera posse em vigor, desde que instruídos com RGG
ARTIGO 13.º ou que apresentem CGP;
Publicitação i) O primeiro pedido de registo de aquisição de prédio
O sistema de informação cadastral simplificado e as rústico ou misto descrito com inscrição de aquisição ou
medidas a adotar para a identificação da estrutura fundiária, reconhecimento de direito de propriedade ou de mera
através dos limites georreferenciados dos prédios rústicos e posse em vigor, efetuado após a realização da RGG e
mistos e da titularidade, previstos na presente lei e demais instruído com esta;
legislação aplicável, devem ser objeto de publicitação e ampla j) Os processos de justificação, nos termos do artigo 116.º
divulgação, nomeadamente pelo IRN, I. P., mediante anúncio e seguintes do Código de Registo Predial, desde que
de acesso livre em sítio próprio do Ministério da Justiça, instruídos com RGG ou que apresentem CGP;
pelos municípios e freguesias, bem como pelo Ministério dos k) Os atos praticados no âmbito de procedimento de ins-
Negócios Estrangeiros, que deve assegurar a divulgação junto crição de prédio omisso na matriz;
das comunidades portuguesas no estrangeiro, através da rede l) Os atos praticados no âmbito de procedimento de alte-
diplomática e consular. ração de áreas de prédio rústico na matriz, desde que
instruídos com RGG.
CAPÍTULO III 2 - Quando o título sujeito a registo ou o procedimento
Disposições finais e transitórias simplificado de sucessão hereditária abranjam prédios urba-
ARTIGO 14.º nos, rústicos ou mistos, os atos e procedimentos previstos no
Regime emolumentar e tributário número anterior são igualmente gratuitos.
3 - Quando os prédios se encontrem integrados em terrenos
1 - São gratuitos os atos e procedimentos previstos na baldios, a gratuitidade prevista no presente artigo aplica-se
presente lei que abranjam prédios rústicos ou mistos, com área independentemente da área dos prédios.
igual ou inferior a 50 hectares, bem como: 4 - A inscrição dos prédios rústicos omissos na matriz não
a) Os documentos emitidos pelas entidades ou serviços dá lugar à aplicação de coimas, à instauração de processo de
da Administração Pública destinados a instruir o pro- infração tributária ou à liquidação de impostos e juros devidos
cedimento de RGG e a instruir e suprir as deficiências à data da regularização.
no âmbito dos procedimentos especialmente previstos 5 - O disposto no número anterior é aplicável às situações
na presente lei; em que, para efeitos de atualização das matrizes rústicas, se
b) Os documentos emitidos pelas entidades ou serviços da verificou o incumprimento da obrigação de declaração das
Administração Pública destinados a instruir e/ou suprir alterações ou das modificações ao prédio rústico.
deficiências do pedido de registo de aquisição, efetuado 6 - Na alteração de área de prédio rústico previamente
nos termos gerais do Código de Registo Predial, de inscrito na matriz, nos termos do artigo 130.º do Código do
prédio rústico ou misto não descrito ou sem inscrição Imposto Municipal sobre Imóveis, a informação da RGG
de aquisição ou reconhecimento de direito ou mera resultante do procedimento previsto no artigo 5.º da Lei n.º
posse em vigor, desde que instruídos com RGG ou que 78/2017, de 17 de agosto, sobre prédios previamente inscritos
apresentem CGP; na matriz não releva para efeitos de liquidação de impostos
c) Os documentos emitidos pelas entidades ou serviços sobre o respetivo prédio, mantendo-se, para esse efeito, o
da Administração Pública destinados a instruir e/ou recurso à informação previamente existente na matriz.
suprir deficiências do primeiro pedido de registo de
aquisição efetuado nos termos gerais do Código de Re- ARTIGO 15.º
gisto Predial, de prédio rústico ou misto descrito, após Regulamentação
a realização da RGG, desde que instruído com esta; São definidas por decreto regulamentar as seguintes matérias:
d) As certidões negativas de registos que digam respeito a) A articulação do NIP com o sistema de identificação
a prédios rústicos ou mistos necessárias a instruir atos usado para efeitos cadastrais, registais e matriciais;
de titulação, desde que seja apresentada RGG ou CGP; b) A metodologia de identificação e delimitação do domí-
e) As RGG de prédios efetuadas pelas entidades públicas nio público;
ou a pedido dos interessados junto daquelas, destinadas c) Os termos da efetivação da promoção oficiosa da RGG;
a instruir os procedimentos especialmente previstos na d) O procedimento de conciliação administrativa;
Boletim do Contribuinte 909
DEZEMBRO 2023 - Nº 24

e) As demais matérias cuja regulamentação deva revestir encontrem delimitadas e sem sobreposições e que estejam
essa forma, nos termos da presente lei. devidamente identificadas e caracterizadas de acordo com
grupos de informação temáticos relativos à sua dominialida-
ARTIGO 16.º
de, ocupação do solo, gestão e uso da propriedade, com base
Produção de efeitos
na compilação de dados geográficos produzidos por várias
A presente lei produz efeitos a partir de 1 de novembro de entidades públicas e dos procedimentos de RGG.
2018, considerando-se ratificados todos os atos praticados ao 3 - A «área conhecida» é calculada em percentagem e em
abrigo do regime previsto na Lei n.º 78/2017, de 17 de agosto, hectares.
até à data de entrada em vigor da presente lei.
ARTIGO 17.º
ARTIGO 16.º-A Avaliação
Indicador «área conhecida»
1 - O Governo publica um relatório anual sobre a aplicação
1 - Para efeitos de monitorização e avaliação de resultados do regime previsto na presente lei, o qual contém, nomeada-
em matéria de informação de caracterização e identificação dos mente, informação relativa à área conhecida.
prédios rústicos e mistos e dos seus titulares e de caracterização 2 - Sem prejuízo do disposto no número anterior, até 31 de
do território nacional é utilizado o indicador «área conhecida». julho de 2025, o Governo apresenta à Assembleia da República
2 - Considera-se «área conhecida», no território continen- um relatório de avaliação da aplicação do presente regime ao
tal, o somatório das áreas dos 153 municípios do território território nacional
continental que não dispõem de CGPR ou cadastro predial
ARTIGO 18.º
em vigor, indicados no anexo i à presente lei, e no território
Entrada em vigor
das regiões autónomas, o somatório das áreas dos municípios
das regiões autónomas que não dispõem de CGPR ou cadastro A presente lei entra em vigor no dia seguinte ao da sua
predial em vigor, indicados no anexo ii à presente lei, que se publicação.

ANEXO I
Listagem dos 153 municípios do território continental que não dispõem de cadastro geométrico da propriedade rústica
ou cadastro predial em vigor
(a que se refere o n.º 4 do artigo 1.º e o n.º 2 do artigo 16.º-A)

Concelhos Castanheira de Pera. Marco de Canaveses. Penela. Valpaços.


Águeda. Castro Daire. Marinha Grande. Pinhel. Viana do Castelo.
Aguiar da Beira. Celorico da Beira. Mealhada. Pombal. Vieira do Minho.
Albergaria-a-Velha. Celorico de Basto. Mêda. Ponte da Barca. Vila de Rei.
Alcobaça. Cinfães. Melgaço. Ponte de Lima. Vila do Conde.
Alfândega da Fé. Coimbra. Mira. Póvoa de Lanhoso. Vila Flor.
Alijó. Condeixa-a-Nova. Miranda do Corvo. Póvoa de Varzim. Vila Nova de Cerveira.
Almeida. Covilhã. Miranda do Douro. Proença-a-Nova. Vila Nova de Famalicão.
Alvaiázere. Espinho. Mirandela. Ribeira de Pena. Vila Nova de Foz Côa.
Amarante. Esposende. Moimenta da Beira. Sabrosa. Vila Nova de Gaia.
Amares. Estarreja. Monção. Sabugal. Vila Nova de Paiva.
Anadia. Fafe. Mondim de Basto. Santa Comba Dão. Vila Nova de Poiares.
Ansião. Felgueiras. Montalegre. Santa Maria da Feira. Vila Pouca de Aguiar.
Arcos de Valdevez. Figueira da Foz. Montemor-o-Velho. Santo Tirso. Vila Real.
Arganil. Figueira de Castelo Rodrigo. Mortágua. São João da Pesqueira. Vila Verde.
Armamar. Figueiró dos Vinhos. Murça. São Pedro do Sul. Vimioso.
Arouca. Fornos de Algodres. Murtosa. Sátão. Vinhais.
Aveiro. Freixo de Espada à Cinta. Nelas. Sernancelhe. Viseu.
Baião. Fundão. Oleiros. Sertã. Vizela.
Barcelos. Góis. Oliveira de Azeméis. Sever do Vouga. Vouzela.
Batalha. Gondomar. Oliveira de Frades. Soure. Castelo de Paiva.
Belmonte. Gouveia. Oliveira do Bairro. Tábua. Chaves.
Boticas. Guarda. Ourém. Tarouca. Lisboa.
Braga. Guimarães. Ovar. Terras de Bouro. Maia.
Bragança. Ílhavo. Paços de Ferreira. Tondela. Matosinhos.
Cabeceiras de Basto. Leiria. Pampilhosa da Serra. Torre de Moncorvo. Porto.
Caldas da Rainha. Lousã. Paredes de Coura. Trancoso. Resende.
Caminha. Lousada. Pedrógão Grande. Vagos. São João da Madeira.
Cantanhede. Macedo de Cavaleiros. Penacova. Vale de Cambra. Tabuaço.
Carrazeda de Ansiães. Mangualde. Penalva do Castelo. Valença. Trofa.
Carregal do Sal. Manteigas. Penedono. Valongo.

ANEXO II
Listagem dos 19 municípios das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira que não dispõem de cadastro geométrico
da propriedade rústica ou cadastro predial em vigor
(a que se refere o n.º 4 do artigo 1.º e o n.º 2 do artigo 16.º-A)

Concelhos Corvo. Madalena. Povoação. Santa Cruz das Flores.


Angra do Heroísmo. Horta. Nordeste. Praia da Vitória. São Roque do Pico.
Calheta. Lajes das Flores. Ponta do Sol. Ribeira Brava. São Vicente.
Calheta. Lajes do Pico. Porto Moniz. Santa Cruz da Graciosa. Vila do Porto.
910 Boletim do Contribuinte
DEZEMBRO 2023 - Nº 23

TRABALHO E SEGURANÇA SOCIAL


passando a constar que se considera cessação
DESEMPREGADOS DE LONGA DURAÇÃO involuntária do vínculo contratual com a
entidade contratante a cessação do contrato
Medida excecional de incentivo ao regresso ao trabalho de prestação de serviços por iniciativa do
trabalhador independente economicamente
Vítimas de violência doméstica dependente com o estatuto de vítima de vio-
Desemprego involuntário lência doméstica.
Igualmente se prevê a alteração do De-
Decreto-Lei n.º 113/2023 creto-Lei n.º 12/2013, de 25 de janeiro, que
estabelece o regime jurídico de proteção
de 30 de novembro social na eventualidade de desemprego dos
(in DR, n.º 232/2023, I Série, de 30.11.2023) trabalhadores independentes com atividade
empresarial e dos membros dos órgãos esta-
O Programa do XXIII Governo Consti- previsto em diploma legal que disponha sobre tutários das pessoas coletivas, para garantir
tucional identifica como prioritária a neces- medidas ativas de emprego. que é considerada como cessação involun-
sidade de reforço das políticas e dos serviços Concomitantemente, o Governo tem tária da atividade profissional a cessação
públicos para o trabalho digno e para um vindo a assumir como prioridade o combate da atividade profissional por iniciativa dos
mercado de emprego mais inclusivo para ao flagelo da violência doméstica. Neste beneficiários com o estatuto de vítima de
grupos e contextos que tenham mais dificul- desígnio, o Programa do XXIII Governo violência doméstica.
dade na sua integração, nos quais se incluem Constitucional prevê o combate a todas as Por fim, efetuam-se alterações pontuais,
os desempregados de longa duração. formas de violência, em particular contra as de simplificação do processo de atribuição do
Os desempregados que se encontram em mulheres, com destaque para a violência do- subsídio de desemprego.
situação de desemprego há mais de 12 meses méstica, através da necessidade de prevenção Foram ouvidos os parceiros sociais com
enfrentam maiores dificuldades e desafios no primária, designadamente nas escolas, nas assento na Comissão Permanente de Con-
regresso ao mercado de trabalho, apesar das universidades e nos serviços de saúde, de certação Social do Conselho Económico e
ofertas que lhes são apresentadas. modo a evitar a violência no namoro e todas Social.
Com o propósito de incentivar o regresso as formas de violência de género. Assim:
ao mercado de trabalho dos desempregados Neste contexto, a Lei n.º 12/2022, de 27 Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo
de longa duração, o presente decreto-lei vem de junho, veio determinar o alargamento do 198.º da Constituição, o Governo decreta o
criar uma medida excecional que permite a subsídio de desemprego às vítimas de violên- seguinte:
acumulação parcial do subsídio de desempre- cia doméstica a quem tenha sido reconhecido
go com rendimentos de trabalho. o estatuto de vítima. Para este efeito, foi ARTIGO 1.º
A medida resulta do Acordo de Médio aprovada, no âmbito da Agenda do Trabalho Objeto
Prazo de Melhoria dos Rendimentos, dos Digno, a alteração ao Código do Trabalho
Salários e da Competitividade, celebrado em que dispensa o cumprimento do aviso prévio 1 - O presente decreto-lei estabelece
sede de Concertação Social e visa garantir que no caso de denúncia do trabalhador a quem
uma medida excecional de incentivo ao
os desempregados de longa duração, que se tenha sido reconhecido o estatuto de vítima
encontrem a receber subsídio de desemprego de violência doméstica, nos termos de legis-
regresso ao trabalho para desempregados
e que aceitem uma oferta de emprego a tempo lação específica, e independentemente do de longa duração, que permite a acumu-
completo, obtenham uma melhoria significa- pagamento de indemnização. lação parcial do montante do subsídio
tiva dos seus rendimentos. Desta forma, pas- Cabe agora, através do presente decre- de desemprego com rendimentos de
sam a auferir um rendimento superior ao que to-lei, proceder às alterações necessárias à trabalho.
tinham em situação de desemprego, tornando concretização do alargamento do subsídio de 2 - O presente decreto-lei procede
mais vantajosa a aceitação daquela oferta. desemprego ao trabalhador a quem tenha sido ainda a alterações no âmbito da proteção
Pretende-se, por um lado, desincentivar reconhecido o estatuto de vítima de violência social do desemprego, alargando o subsí-
que a situação de desemprego e consequente doméstica.
dio de desemprego a vítimas de violência
perda de capacidades produtivas se perpetue É, assim, alterado o Decreto-Lei n.º
e, por outro, aumentar o rendimento dis- 220/2006, de 3 de novembro, que estabelece
doméstica com estatuto de vítima e atua-
ponível numa fase de transição. Para além o regime jurídico de proteção social da even- lizando diversas normas procedimentais.
disso, visa a compensação do custo de opor- tualidade de desemprego dos trabalhadores 3 - Para efeitos do número anterior,
tunidade associado ao regresso ao trabalho, por conta de outrem, por forma a considerar, o presente decreto-lei procede:
considerando, nomeadamente, o impacto na designadamente, como desemprego involun- a) À décima sétima alteração ao
disponibilidade de tempo para a família. tário a denúncia do trabalhador com estatuto Decreto-Lei n.º 220/2006, de
Esta medida é enquadrável no Decreto- de violência doméstica. 3 de novembro, que estabelece
-Lei n.º 220/2006, de 3 de novembro, que Da mesma forma, é alterado o Decre- o quadro legal da reparação da
estabelece o regime jurídico de proteção to-Lei n.º 65/2012, de 15 de março, que
eventualidade de desemprego
social da eventualidade de desemprego dos estabelece, no âmbito previdencial, o regime
trabalhadores por conta de outrem e que, nes- jurídico de proteção social na eventualidade
dos trabalhadores por conta de
se âmbito, permite, com caráter excecional, de desemprego dos trabalhadores que se en- outrem, na sua redação atual;
a acumulação de prestações de desemprego contrem enquadrados no regime dos trabalha- b) À quarta alteração ao Decre-
com rendimentos de trabalho independente ou dores independentes e que prestam serviços to-Lei n.º 65/2012, de 15 de
por conta de outrem quando expressamente maioritariamente a uma entidade contratante, março, alterado pelos Decre-
Boletim do Contribuinte 911
DEZEMBRO 2023 - Nº 24

TRABALHO E SEGURANÇA SOCIAL


tos-Leis n.os 13/2013, de 25 de artigo anterior podem acumular parcial- a partir do mês seguinte à data da
janeiro, 53/2018, de 2 de julho, mente o subsídio de desemprego com respetiva conversão.
e 119/2021, de 16 de dezembro, rendimentos de trabalho, após 12 meses
que estabelece o regime jurídico de concessão do subsídio, desde que: ARTIGO 5.º
de proteção no desemprego dos a) Aceitem oferta de emprego apre- Incapacidade para o trabalho por
trabalhadores independentes que sentada pelos serviços públicos doença
prestam serviços maioritariamen- competentes na área do emprego
te a uma entidade contratante; e formação profissional ou obte- Durante o período de incapacidade
c) À terceira alteração ao Decreto-Lei nham colocação pelos próprios para o trabalho por doença do benefi-
n.º 12/2013, de 25 de janeiro, meios com celebração de contrato ciário:
alterado pelos Decretos-Leis de trabalho a tempo completo a) O subsídio de desemprego é pago
n.os 53/2018, de 2 de julho, e numa das seguintes modalidades: por inteiro;
119/2021, de 16 de dezembro, i) Sem termo; b) Não se suspende a contagem dos
que estabelece o regime jurídico ii) A termo certo com duração ini- períodos de concessão do subsí-
de proteção no desemprego dos cial igual ou superior a 12 meses; dio de desemprego previstos no
trabalhadores independentes iii) A termo incerto desde que com artigo anterior.
com atividade empresarial e dos duração previsível igual ou supe-
membros dos órgãos estatutários rior a 12 meses; ARTIGO 6.º
das pessoas coletivas. b) A retribuição do trabalho por conta Manutenção da medida
de outrem seja igual ou inferior
CAPÍTULO I à remuneração de referência do Nas situações em que o beneficiário
Medida excecional de incentivo ao subsídio de desemprego. celebre um novo contrato de trabalho,
regresso ao trabalho para desempre- 2 - Para efeitos da alínea b) do nú- de qualquer natureza ou modalidade,
gados de longa duração mero anterior, o limite previsto pode ser nos cinco dias úteis seguintes ao da data
atualizado de acordo com o limiar de de cessação do contrato imediatamente
ARTIGO 2.º valorização salarial previsto na alínea anterior, não há lugar a interrupção ou
Âmbito pessoal a) do n.º 3 do artigo 19.º-B do Estatuto cessação da medida desde que não se en-
dos Benefícios Fiscais, aprovado pelo contre esgotado o período de concessão
1 - A medida excecional prevista no Decreto-Lei n.º 215/89, de 1 de julho, do subsídio de desemprego.
presente capítulo abrange os beneficiá- na sua redação atual.
rios do regime geral de segurança social 3 - Cada beneficiário só pode aceder ARTIGO 7.º
titulares do subsídio de desemprego que uma vez à medida. Cessação do pagamento
sejam desempregados de longa duração
à data de entrada em vigor do presente ARTIGO 4.º O direito ao subsídio de desemprego
diploma, e que tenham ainda um período Montante do subsídio de desemprego nos termos previstos no presente capítulo
remanescente de concessão do subsídio cessa quando o valor da retribuição do
de desemprego. O montante do subsídio de desempre- trabalho por conta de outrem for superior
2 - Para efeitos do presente capítulo, go a atribuir aos beneficiários depende aos limites previstos no artigo 3.º
considera-se: da modalidade do contrato de trabalho
a) «Desempregados de longa du- celebrado, nos seguintes termos: ARTIGO 8.º
ração» os beneficiários que se a) Contratos de trabalho sem termo: Atribuição
encontrem a receber subsídio de i) 65 % entre o 13.º e o 18.º mês;
desemprego há mais de 12 meses; ii) 45 % entre o 19.º e o 24.º mês; A atribuição do subsídio de desem-
b) «Subsídio de desemprego» o iii) 25 % entre o 25.º mês e o final prego nos termos previstos no presente
subsídio de desemprego previsto do período de concessão; capítulo é feita mediante requerimento
na alínea a) do artigo 3.º do De- b) Contratos de trabalho a termo certo do beneficiário.
creto-Lei n.º 220/2006, de 3 de ou incerto: 25 % entre o 13.º mês
novembro, na sua redação atual. e o final do período de concessão ARTIGO 9.º
do subsídio de desemprego para Registo de equivalências
ARTIGO 3.º contratos a termo com duração
Condições de acesso inicial superior a 12 meses de 1 - A remuneração a registar por equi-
duração inicial; valência corresponde ao valor da remu-
1 - Sem prejuízo do n.º 4 do artigo c) Aos contratos de trabalho a termo neração de referência que serviu de base
60.º do Decreto-Lei n.º 220/2006, de 3 certo ou incerto convertidos em de cálculo ao subsídio de desemprego no
de novembro, na sua redação atual, os contratos sem termo aplica-se o montante que exceda a remuneração por
beneficiários a que se refere o n.º 1 do disposto na alínea a), com efeitos trabalho por conta de outrem.
912 Boletim do Contribuinte
DEZEMBRO 2023 - Nº 23

TRABALHO E SEGURANÇA SOCIAL


2 - A remuneração de referência novembro, na sua redação atual, passam desemprego e da data a que se reporta a última
prevista no número anterior não pode ser a ter a seguinte redação: remuneração, bem como com a declaração
superior a oito vezes o valor do Indexante comprovativa do estatuto de vítima de vio-
«ARTIGO 9.º lência doméstica do beneficiário, na situação
dos Apoios Sociais. [...]
3 - Nas situações em que o valor de desemprego prevista no n.º 7 do artigo 9.º
1 - [...]
da remuneração de trabalho é igual 2 - O empregador pode emitir online no
2 - [...]
sítio da Internet da segurança social a decla-
ou superior ao valor de referência que 3 - [...]
ração com a informação prevista no número
serviu de base de cálculo ao subsídio de 4 - [...]
anterior, comprovativa da situação de desem-
desemprego não há lugar ao registo de 5 - [...]
prego, ficando imediatamente disponível para
remunerações por equivalência à entrada 6 - [...]
o beneficiário.
de contribuições. 7 - É ainda considerada como desemprego
3 - [...]
involuntário a denúncia do contrato de traba-
4 - [...]
ARTIGO 10.º lho por parte do trabalhador com o estatuto
Flexibilização da idade de acesso à de vítima de violência doméstica. ARTIGO 75.º
pensão por velhice Intervenção supletiva da Autoridade
ARTIGO 43.º
para as Condições do Trabalho
Deveres do empregador e da entidade
1 - Sem prejuízo do disposto no gestora Nas situações em que não se verifique
número seguinte, os beneficiários abran- 1 - Com a comunicação da cessação
o disposto no artigo 43.º, a emissão das de-
gidos pela presente medida, que se clarações aí previstas compete à Autoridade
do contrato de trabalho pelo empregador à
encontrem em situação de desemprego para as Condições do Trabalho, que, a reque-
segurança social, a declaração prevista no
involuntário, podem aderir ao regime de rimento do trabalhador, e na sequência de
artigo 73.º para instrução do requerimento
flexibilização da idade de acesso à pen- averiguações efetuadas junto do empregador,
das prestações fica disponível no sítio da
são por velhice, nos termos e condições as deve emitir no prazo máximo de 30 dias a
Internet da segurança social, para consulta
previstos no regime jurídico de proteção partir da data do requerimento.»
do beneficiário.
no desemprego dos trabalhadores por 2 - [...]
conta de outrem. ARTIGO 13.º
ARTIGO 60.º
2 - Nas situações em que adquiram Alteração ao Decreto-Lei n.º 65/2012,
[...]
novo prazo de garantia para acesso a 1 - [...] de 15 de março
prestações de desemprego, os benefi- 2 - Para efeitos de acumulação, não são
ciários apenas podem aceder à pensão relevantes: Os artigos 6.º e 12.º do Decreto-Lei
de velhice, por antecipação da idade, a) As indemnizações e pensões por riscos n.º 65/2012, de 15 de março, na sua
após esgotado o período de concessão profissionais ou equiparadas; redação atual, passam a ter a seguinte
das mesmas. b) As pensões de sobrevivência e invali-
redação:
dez relativa inferiores a 1 IAS.
«ARTIGO 6.º
ARTIGO 11.º 3 - [...]
[...]
Aplicação subsidiária 4 - [...]
1 - [...]
ARTIGO 63.º 2 - Para efeitos do disposto na alínea a)
Em tudo o que não se encontre espe- [...] do número anterior, considera-se a cessação
cialmente previsto no presente diploma Nas situações em que a cessação do do contrato de prestação de serviços por
aplicam-se as regras do regime jurídico contrato de trabalho por acordo teve subja- iniciativa do trabalhador independente eco-
de proteção no desemprego dos traba- cente a convicção do trabalhador, criada pelo nomicamente dependente com o estatuto de
lhadores por conta de outrem que não empregador, de que a empresa se encontra vítima de violência doméstica.
sejam incompatíveis com as disposições numa das situações previstas no n.º 2 do artigo 3 - (Anterior n.º 2.)
do presente decreto-lei. 10.º ou de que se encontram preenchidas as ARTIGO 12.º
condições previstas no n.º 4 do mesmo artigo [...]
CAPÍTULO II e tal não se venha a verificar, o trabalhador
Alterações legislativas no âmbito mantém o direito às prestações de desempre- 1 - O requerimento do subsídio por cessa-
go, ficando o empregador obrigado perante a ção de atividade é instruído com informação
da proteção social da eventualidade
segurança social ao pagamento do montante comprovativa da situação de cessação invo-
desemprego
correspondente às prestações de desemprego luntária do contrato de prestação de serviços
efetivamente pagas ao trabalhador. e da data a que se reporta, em modelo próprio,
ARTIGO 12.º bem como com a declaração comprovativa do
Alteração ao Decreto-Lei n.º ARTIGO 73.º
estatuto de violência doméstica do beneficiá-
220/2006, de 3 de novembro [...]
rio, na situação prevista no n.º 2 do artigo 6.º
1 - O requerimento das prestações de 2 - A informação da situação de cessação
Os artigos 9.º, 43.º, 60.º, 63.º, 73.º e desemprego é instruído com informação do involuntária do contrato de prestação de
75.º do Decreto-Lei n.º 220/2006, de 3 de empregador comprovativa da situação de serviços é emitida, em modelo próprio, pela
Boletim do Contribuinte 913
DEZEMBRO 2023 - Nº 24

TRABALHO E SEGURANÇA SOCIAL


entidade contratante no sítio da Internet da «ARTIGO 7.º ARTIGO 15.º
segurança social, no prazo de cinco dias úteis [...] Norma revogatória
a contar da data da cessação do contrato de 1 - [...]
prestação de serviços. 2 - [...] 1 - É revogada a Portaria n.º 26/2015,
3 - A declaração prevista no n.º 1 é apre- 3 - Considera-se ‘cessação involuntária de 10 de fevereiro.
sentada pelo beneficiário no sítio da Internet da atividade profissional’ a cessação da ati- 2 - Sem prejuízo do previsto no nú-
da segurança social, devendo ser corretamen- vidade profissional por iniciativa dos benefi- mero anterior, ficam salvaguardados os
te digitalizada e integralmente apreensível. ciários previstos no artigo 3.º, com o estatuto apoios deferidos na vigência da portaria
4 - (Anterior n.º 3.)» de vítima de violência doméstica. até ao fim do período de concessão.
4 - (Anterior n.º 3.)
ARTIGO 14.º ARTIGO 13.º ARTIGO 16.º
Alteração ao Decreto-Lei n.º 12/2013, [...] Entrada em vigor
de 25 de janeiro 1 - [...]
2 - [...] 1 - O presente decreto-lei entra em vi-
3 - [...] gor no dia seguinte ao da sua publicação.
Os artigos 7.º e 13.º do Decreto-Lei 4 - Na situação prevista no n.º 3 do 2 - A medida excecional de incentivo
n.º 12/2013, de 25 de janeiro, na sua artigo 7.º, o requerimento é ainda instruído ao regresso ao trabalho para desempre-
redação atual, passam a ter a seguinte com a declaração do estatuto de violência gados de longa duração vigorará até 31
redação: doméstica.» de dezembro de 2026.

PROGRAMA QUALIFICA INDÚSTRIA processos de qualificação e requalifica-


ção de trabalhadores.
Alteração dos critérios para as grandes empresas ARTIGO 2.º
Alteração da Portaria n.º 282/2023,
Quebra de faturação - novo valor percentual de 14 de setembro
Portaria n.º 399/2023,
Os artigos 3.º, 4.º, 8.º e 14.º da Por-
de 30 de novembro taria n.º 282/2023(1), de 14 de setembro,
(in DR, n.º 232/2023, I Série, de 30.11.2023) passam a ter a seguinte redação:
«ARTIGO 3.º
[...]
A Portaria n.º 174/2020, de 17 de julho, Foram ouvidos os parceiros sociais
1 - Para aceder ao presente Programa, a
procedeu à criação do «Programa Qualifica com assento na Comissão Permanente de entidade empregadora deve:
Indústria», dirigido a micro, pequenas e mé- Concertação Social. a) [...]
dias empresas (PME) dos setores industriais, Assim, nos termos do disposto na alínea b) [...]
destinado a apoiar processos de qualificação f) do n.º 1 e na alínea b) do n.º 6 do artigo 9.º c) [...]
e requalificação de trabalhadores (Programa). do Decreto-Lei n.º 396/2007, de 31 de de- d) Registar um decréscimo extraordi-
Com a presente alteração, é ajustado o zembro, na sua atual redação, e nas alíneas b) nário do número de encomendas e,
âmbito de aplicação do Programa no que diz e j) do n.º 2 do artigo 3.º do Decreto-Lei n.º subsequentemente, uma quebra de
respeito a Grandes Empresas, deixando as 13/2015, de 26 de janeiro, manda o Governo, faturação igual ou superior a 20 %,
candidaturas das mesmas de ficar limitadas pelo Secretário de Estado do Trabalho, no num só trimestre, entre o terceiro mês
à dotação definida para o efeito pelos respe- uso da competência delegada pelo Despacho anterior e o terceiro mês posterior ao
tivos avisos e passando a estar condicionadas n.º 7910/2022, de 21 de junho, da Ministra da apresentação da candidatura ou ao
apenas pelo número de trabalhadores que do Trabalho, Solidariedade e Segurança início da ação de formação, quando
poderão ser abrangidos pelo Programa, sendo Social, publicado no Diário da República, comparado com o período homólogo
estabelecido o limite de 100 trabalhadores por 2.ª série, n.º 123, de 28 de junho de 2022, do ano anterior.
candidatura, para Grandes Empresas. o seguinte: e) [...]
Foi também alterado o requisito de aces- f) [...]
so relativo ao decréscimo extraordinário do ARTIGO 1.º g) [...]
número de encomendas e subsequente quebra Objeto h) [...]
de faturação, passando a exigir-se uma que- i) [...]
bra de faturação igual ou superior a 20 % no A presente portaria procede à primei- j) [...]
mesmo período de referência estabelecido ra alteração da Portaria n.º 282/2023(1), 2 - Sem prejuízo do disposto na alínea
na Portaria. de 14 de setembro, que cria o «Programa b) do número anterior, poderão aceder ao
Por fim, foi clarificado que o apoio a Qualifica Indústria», dirigido a micro, Programa Grandes Empresas desde que a
atribuir no âmbito do Programa inclui custos pequenas e médias empresas (PME) dos respetiva candidatura não exceda o limite de
com subsídio de alimentação. setores industriais, destinado a apoiar 100 trabalhadores.
914 Boletim do Contribuinte
DEZEMBRO 2023 - Nº 23

TRABALHO E SEGURANÇA SOCIAL


ARTIGO 4.º 2 - [...] ARTIGO 3.º
[...] 3 - [...] Norma revogatória
4 - [...]
1 - Os apoios a atribuir traduzem-se numa
5 - (Revogado.)
subvenção não reembolsável, para fazer face
6 - [...]
É revogado o n.º 5 do artigo 8.º da
aos encargos com os custos salariais e subsídio Portaria n.º 282/2023, de 14 de setembro.
7 - [...]
de alimentação, e com os custos de formação,
nos termos indicados nos números seguintes. ARTIGO 14.º
2 - [...] [...] ARTIGO 4.º
3 - [...] Entrada em vigor
O apoio previsto no artigo 4.º é atribuído
4 - [...] ao abrigo do regime de auxílios de Estado -
5 - [...] auxílios à formação, nos termos do artigo A presente portaria entra em vigor no
6 - [...] 31.º do Regulamento (EU) n.º 651/2014 da dia seguinte ao da sua publicação.
7 - [...]
Comissão, de 17 de junho de 2014, com as
ARTIGO 8.º alterações dadas pelo Regulamento (EU) n.º N.R. - 1 - A Port. 282/2023, de 14.9, foi
[...] 2017/1084 da Comissão, de 14 de junho de publicada no Bol. do Contribuinte, 2023,
1 - [...] 2017.» pág. 793.

ARBITRAGEM FISCAL
20 de dezembro | 17h00/21h00 | 4 horas

PROGRAMA
• Âmbito da arbitragem tributária
• Os requisitos, a designação, os
impedimentos e os deveres dos árbitros
• A constituição do tribunal arbitral FORMADOR
• A tramitação e custos do processo arbitral Rogério M. Fernandes Ferreira
Advogado especialista em
• A decisão arbitral: prazo, deliberação,
direito Fiscal
efeitos e publicação
• Os recursos da decisão arbitral
• A taxa de arbitragem
• Articulação com outros meios de defesa

PREÇO*
Assinante GrupoVE 98 G
Não Assinante 120 G
* Acresce IVA à taxa em vigor

INFORMAÇÕES/INSCRIÇÕES
Vida Económica - Editorial SA.
223 399 400/27 (chamada para a rede fixa nacional)
Email formacao@grupovidaeconomica.pt
www.vebs.pt
Boletim do Contribuinte 915
DEZEMBRO 2023 - Nº 24

TRABALHO E SEGURANÇA SOCIAL

DESEMPREGADO DE LONGA DURAÇÃO Requerimento


A atribuição do subsídio de desem-
Acumulação de subsídio com rendimentos de trabalho prego é feita mediante requerimento do
beneficiário.

Com o objetivo de incentivar o - sem termo; Vítimas de violência doméstica


regresso ao mercado de trabalho dos - a termo certo com duração inicial O Decreto-Lei nº 113/2023 veio, ain-
desempregados de longa duração, o igual ou superior a 12 meses; da, alterar o Decreto-Lei nº 220/2006, de
Decreto-Lei nº 113/2023, de 30.11, veio - a termo incerto desde que com du- 3.11, que estabeleceu o regime jurídico
estabelecer uma medida excecional que ração previsível igual ou superior de proteção no desemprego dos traba-
permite a acumulação parcial do subsí- a 12 meses; lhadores por conta de outrem, de modo
dio de desemprego com rendimentos de - a retribuição do trabalho por conta a considerar, designadamente, como
trabalho. de outrem seja igual ou inferior à desemprego involuntário a denúncia do
Esta medida visa, segundo o Go- remuneração de referência do sub- contrato do trabalhador com estatuto de
sídio de desemprego. violência doméstica.
verno, garantir que os desempregados
Refira-se que, o direito ao subsídio Da mesma forma, foi alterado o
de longa duração, que se encontrem a
de desemprego cessa quando o valor Decreto-Lei nº 65/2012, de 15.3, que
receber subsídio de desemprego e que
da retribuição do trabalho por conta de contém o regime jurídico de proteção
aceitem uma oferta de emprego a tempo outrem for superior àquele limite.
completo, obtenham uma melhoria dos social na eventualidade de desemprego
seus rendimentos. Deste modo, passam Montante do subsídio de desemprego dos trabalhadores que se encontrem en-
a auferir um rendimento superior ao O montante do subsídio de desempre- quadrados no regime dos trabalhadores
que tinham em situação de desemprego, go a atribuir aos beneficiários depende independentes e que prestam serviços
tornando mais vantajosa a aceitação da da modalidade do contrato de trabalho maioritariamente a uma entidade con-
celebrado, nos seguintes termos: tratante, passando a constar que se con-
oferta de emprego.
Por um lado, pretende-se desin- sidera cessação involuntária do vínculo
Contratos de trabalho sem termo:
centivar que a situação de desemprego contratual com a entidade contratante
e consequente perda de capacidades 65 % entre o 13º e o 18º mês; a cessação do contrato de prestação de
produtivas se mantenha e, por outro, serviços por iniciativa do trabalhador in-
45 % entre o 19º e o 24º mês;
aumentar o rendimento disponível numa dependente economicamente dependente
fase de transição. 25 % entre o 25º mês e o final do com o estatuto de vítima de violência
período de concessão; doméstica.
Condições de acesso Por último, alterou-se o Decreto-Lei
Nota: aos contratos de trabalho a termo
Os beneficiários podem acumular certo ou incerto convertidos em contratos sem nº 12/2013, de 25.1, que aprovou o
parcialmente o subsídio de desemprego termo aplicam-se as regras acima referidas, regime jurídico de proteção social no
com rendimentos de trabalho, após 12 com efeitos a partir do mês seguinte à data desemprego dos trabalhadores indepen-
meses de concessão do subsídio, desde da respetiva conversão. dentes com atividade empresarial e dos
que: Contratos de trabalho a termo certo membros dos órgãos estatutários das pes-
- aceitem oferta de emprego apresen- ou incerto: soas coletivas, por forma a garantir que é
tada pelo centro de emprego (IEFP) 25 % entre o 13º mês e o final do considerada como cessação involuntária
ou obtenham colocação pelos pró- período de atribuição do subsídio da atividade profissional a cessação da
prios meios com celebração de con- de desemprego para contratos a atividade profissional por iniciativa dos
trato de trabalho a tempo completo termo com duração inicial superior beneficiários com o estatuto de vítima de
numa das seguintes modalidades: a 12 meses; violência doméstica.

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916 Boletim do Contribuinte
DEZEMBRO 2023 - Nº 23

TRABALHO E SEGURANÇA SOCIAL

PROGRAMA QUALIFICA INDÚSTRIA empresas dos setores industriais,


enquanto fator de desenvolvimen-
Alteração de critério para as grandes empresas to profissional, (re)qualificação e
melhoria da respetiva emprega-
bilidade;
A Portaria nº 399/2023, de 30.11 Foi igualmente alterado o requisito
- prevenir o risco de desemprego e
alterou o Programa Qualifica Indústria de acesso relativo ao decréscimo ex-
promover a manutenção dos postos
(Portaria nº 282/2023, de 14.9), dirigido traordinário do número de encomendas
de trabalho;
a micro, pequenas e médias empresas e subsequente quebra de faturação,
- contribuir para a melhoria da pro-
(PME) dos setores industriais (exs: passando a exigir-se uma quebra de fatu-
dutividade e da competitividade
empresas do setor têxtil e do calçado), ração igual ou superior a 20% (ao invés
das empresas e da economia.
destinado a apoiar processos de qualifi- dos anteriores 25%) num só trimestre,
cação e requalificação de trabalhadores. entre o terceiro mês anterior e o terceiro Candidatura
Esta modificação consiste no ajus- mês posterior ao da apresentação da A candidatura é efetuada, por sub-
tamento do âmbito de aplicação do candidatura ou ao início da ação de missão eletrónica, em formulário
Programa no que diz respeito a grandes formação, quando comparado com o próprio a disponibilizar no portal do
empresas, deixando as candidaturas das período homólogo do ano anterior. Instituto do Emprego e Formação
mesmas de ficar limitadas à dotação defi- Por fim, foi clarificado que o apoio Profissional (www.iefp.pt), mediante o
nida para o efeito pelos respetivos avisos a atribuir no âmbito do Programa inclui preenchimento de um pedido de apoio.
e passando a estar condicionadas apenas custos com subsídio de alimentação. O Programa adota um regime de
pelo número de trabalhadores que pode- Segundo o Executivo, constituem candidatura aberta pelo período de
rão ser abrangidos pelo Programa, sendo objetivos deste Programa: vigência e são aprovadas candidaturas
estabelecido o limite de 100 trabalhadores - contribuir para a melhoria das até ao limite da dotação orçamental
por candidatura, para grandes empresas. qualificações dos trabalhadores das prevista.

Trabalhadores Independentes • Para rendimentos declarados no ano


2018 e seguintes:
10%, nas situações em que a
ENTIDADES CONTRATANTES dependência económica é superior
a 80%;
Notificação para pagamento das contribuições 7%, nas situações de dependência
económica superior a 50% e igual
São abrangidas no processo de notifi- A qualidade de entidade contratante é ou inferior a 80%;
cação anual, efetuado por via eletrónica apurada apenas relativamente aos traba- • Para rendimentos declarados ante-
pelo Instituto da Segurança Social, todas lhadores independentes que se encontrem riores ao ano 2018:
as entidades contratantes com atividade sujeitos ao cumprimento da obrigação de 5%, nas situações de dependência
declarada no Anexo SS do Modelo 3 do contribuir e tenham rendimento anual económica de, pelo menos, 80%.
IRS, referente ao ano de rendimentos obtido com prestação de serviços igual Prazo de pagamento
de 2022. ou superior a 6 x Indexante dos Apoios O prazo de pagamento das contribui-
O Código Contributivo da Segurança Sociais (IAS). ções das entidades contratantes à Segu-
Social define como entidades contratan- rança Social é até ao dia 20 de dezembro
tes, as pessoas coletivas e as pessoas Como se faz o cálculo da obrigação
contributiva de 2023 e o incumprimento deste prazo
singulares com atividade empresarial,
Nos termos da legislação em vigor, é passível de aplicação de contraordena-
independentemente da sua natureza e
a obrigação contributiva por parte das ção, bem como de juros de mora.
das finalidades que prossigam, que no
mesmo ano civil beneficiem de mais entidades contratantes constitui-se no Após a receção da notificação eletró-
de 50% do valor total da atividade de momento em que a Segurança Social nica: como consultar e pagar
trabalhador independente. apura oficiosamente o valor dos serviços No momento em que as entidades
O apuramento do montante de con- que lhe foram prestados e efetiva-se com contratantes recebem a notificação na
tribuições a pagar pelas entidades con- o pagamento da respetiva contribuição. Inbox da Segurança Social Direta (www.
tratantes depende dos valores indicados O cálculo do valor da contribuição a seg-social.pt):
na declaração anual de rendimentos, pagar pela entidade contratante resulta da • Devem aceder à notificação eletró-
relativamente ao valor total de serviços aplicação de uma das taxas legalmente nica disponível na respetiva caixa
que lhe foram prestados pelo trabalhador fixadas para o efeito. A taxa contributiva de mensagem, e em seguida, podem
independente. é fixada nos seguintes termos: clicar no link com a designação
Boletim do Contribuinte 917
DEZEMBRO 2023 - Nº 24

TRABALHO E SEGURANÇA SOCIAL


Conta-corrente » Notificações de deverá aceder ao separador “Re- nas tesourarias da Segurança
entidade contratante » Consultar clamação”, para registar a mesma, Social:
notificação; no prazo que dispõe para efetuar o • em dinheiro - até ao limite de
• A consulta do detalhe da notificação 150 euros;
pagamento.
por cada trabalhador independente • por cheque visado, cheque ban-
pode ser efetuada, selecionando Meios de pagamento cário e cheque emitido pela
“Consultar Contribuição”; O pagamento deve ser efetuado: Agência de Gestão da Tesoura-
• Se a entidade contratante concordar ria e da Dívida Pública (IGCP),
por multibanco ou homebanking,
com o valor notificado deve proce- sem limite de valor;
der ao respetivo pagamento, emi- através de Documento de Pagamen- • através do terminal de pagamen-
tindo o documento de pagamento; to disponível na Segurança Social to automático - sem limite de
• Caso discorde do valor notificado, Direta; valor.

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA De entre as alterações, procede-se


ao alargamento das quotas com
Valorização dos trabalhadores potencial de progressão mais rápida
e, consequentemente, do número de
trabalhadores que podem atingir o
O Governo aprovou, em Conselho de tema Integrado de Gestão e Avaliação do topo das carreiras;
Ministros, dois diplomas de valorização Desempenho na Administração Pública - a alteração da estrutura remunera-
dos trabalhadores da Administração (SIADAP) e à valorização da carreira tória da carreira geral de técnico
Pública, “contribuindo para motivar geral de Técnico Superior. superior, incluindo as carreiras
os profissionais que exercem funções Concretizando o compromisso assu- especiais de técnico superior espe-
públicas e assegurar serviços públicos mido no âmbito do Acordo Plurianual cialista em orçamento e finanças e
de qualidade”. de Valorização dos Trabalhadores da em estatística. Esta valorização vai
favorecer de modo mais acentuado
Os mesmos diplomas assinalam o Administração Pública, são introduzidas
as primeiras posições da carreira,
culminar de um processo negocial atra- as seguintes medidas:
através da redução do número de
vés do qual foi possível chegar a um novo - a criação de um novo modelo de posições remuneratórias, passando
acordo com as estruturas sindicais da avaliação que permite um desenvol- das atuais 14 para 11, o que permite
FESAP e da Frente Sindical coordenada vimento das carreiras mais equili- um mais célere desenvolvimento da
pelo STE relativamente à revisão do Sis- brado, mais rápido e mais atrativo. carreira.

COMISSÃO DE TRABALHADORES - em estabelecimento com mais de 200


trabalhadores, cinco.
Número máximo de trabalhadores O número de membros de comissão
coordenadora não pode exceder o núme-
ro das comissões de trabalhadores que a
Em conformidade com o art. 417º Os trabalhadores têm direito de criar,
mesma coordena, nem o máximo de 11
do Código do Trabalho, o número de em cada empresa, uma comissão de membros.
membros de comissão de trabalhadores trabalhadores para defesa dos seus inte- Quanto à duração do mandato, impor-
não pode exceder, consoante o número resses e exercício dos direitos previstos ta referir que o respeitante aos membros
de trabalhadores da empresa, os seguin-
na Constituição e na legislação. de comissão de trabalhadores, comissão
tes limites:
Podem ser criadas subcomissões de coordenadora ou subcomissão de traba-
- em empresa com menos de 50 tra- trabalhadores em estabelecimentos da lhadores não pode exceder quatro anos,
balhadores, dois; sendo permitidos mandatos sucessivos.
empresa geograficamente dispersos.
- em empresa com 50 ou mais trabalhadores Por seu lado, o número de membros Para o exercício das suas funções,
e menos de 200, três; o membro das seguintes estruturas tem
de subcomissão de trabalhadores não
- em empresa com 201 a 500 trabalhadores, direito a um determinado crédito mensal
três a cinco;
pode exceder:
de horas:
- em empresa com 501 a 1000 tra- - em estabelecimento com menos de 50
trabalhadores, um só membro; - subcomissão de trabalhadores, oito horas;
balhadores, cinco a sete;
- em estabelecimento com 50 a 200 tra- - comissão de trabalhadores, 25 horas;
- em empresa com mais de 1000 tra-
balhadores, sete a 11. balhadores, três; - comissão coordenadora, 20 horas.
918 Boletim do Contribuinte
DEZEMBRO 2023 - Nº 23

TRABALHO E SEGURANÇA SOCIAL


Em microempresa (que emprega montante global correspondente à soma Em empresa do sector empresarial do
menos de 10 trabalhadores), aqueles dos créditos de horas de todos eles, com Estado com mais de 1000 trabalhadores, a
créditos de horas são reduzidos a metade. o limite individual de 40 horas mensais. comissão de trabalhadores pode deliberar
Em empresa com mais de 1000 O trabalhador que seja membro de por unanimidade que um dos membros
trabalhadores, a comissão de trabalha- mais de uma das citadas estruturas não tenha crédito de horas correspondente a
dores pode deliberar por unanimidade pode cumular os correspondentes crédi- metade do seu período normal de trabalho.
redistribuir pelos seus membros um tos de horas. (Código do Trabalho, arts. 417º e 422º)

HABILITAÇÃO PROFISSIONAL grau de mestre ou de doutor na área cien-


tífica abrangida pelo respetivo grupo de
PARA A DOCÊNCIA recrutamento, bem como aos estudantes
que tendo frequentado estes cursos não
Alterações os tenham concluído.
Acresce que, os estagiários passam a
ser remunerados tendo por referência o
O Decreto-Lei nº 112/2023, de 29.11 Para o efeito, foram introduzidas índice 167 da escala indiciária constante
regras específicas para a aquisição de em anexo ao Estatuto da Carreira dos
alterou o regime jurídico da habilitação
habilitação profissional para a docência Educadores de Infância e dos Professores
profissional para a docência na educação
destinadas aos candidatos que possuam, dos Ensinos Básico e Secundário (De-
pré-escolar e nos ensinos básico e se-
pelo menos, 6 anos de serviço docente creto-Lei nº 139-A/90, de 28.4 - ECD),
cundário, tendo por objetivo atrair para
prestados nos últimos 10 anos, com de acordo com o horário atribuído e, por
a profissão docente mais candidatos e outro lado, valorizou-se o estatuto do
avaliação mínima de Bom, no respetivo
reter mais profissionais. grupo de recrutamento, aos detentores do professor cooperante.

ESTÁGIOS NO ESTRANGEIRO • desenvolver e consolidar uma


comunidade de profissionais com
Alterações à medida INOV Contacto fortes competências internacionais,
através da NetworkContacto, rede
de talento focada na geração de
A Portaria nº 398/2023, de 30.11, Programa de Estágios Internacionais de oportunidades para a economia
introduziu alterações à medida INOV Jovens Quadros. portuguesa.
Contacto - Programa de Estágios Inter- De acordo com o novo diploma O estágio INOV Contacto, que decor-
nacionais de Jovens Quadros. legal, são objetivos do Programa INOV re em Portugal e no estrangeiro, é cons-
Conforme refere aquela portaria, Contacto: tituído pelas seguintes fases sequenciais,
“de modo a manter a excelência dos • contribuir para a competitividade de frequência obrigatória:
resultados, importa rever o INOV Con- das empresas portuguesas, dotando 1ª fase - período de formação em
tacto, reforçar o objetivo de criação de jovens quadros de uma formação Portugal;
empregos qualificados e sustentáveis e complementar em mercados inter- 2.ª fase - estágio na entidade de aco-
de formação de recursos humanos com nacionais, através do aprofunda-
lhimento, que consiste em formação em
mento e aquisição de conhecimen-
competências ajustadas aos modelos contexto real de trabalho, no estrangeiro,
tos, qualificações e competências
organizacionais de trabalho, aptos a em regime presencial, podendo, em casos
internacionais, oferecendo-lhes
desenvolver projetos criativos e inovado- justificados, ser adotado o regime híbri-
uma experiência em ambiente labo-
res, com potencial impacto nas áreas do ral que os motive a desenvolver e a do, nos termos definidos pela entidade
investimento estrangeiro, da exportação implementar soluções inovadoras de acolhimento.
e da internacionalização das empresas adequadas às exigências do merca- O estágio tem uma duração global
portuguesas.” do de trabalho global; ininterrupta de 6 a 12 meses.
Importa ter presente que, a Portaria • contribuir para uma maior integração A seleção e indicação do local de
nº 183/2015, de 22.6 (retificada pela e inclusão nos novos modelos de realização do estágio, em Portugal e no
Declaração de Retificação nº 33/2015, de emprego qualificado e internacional; estrangeiro, é da inteira responsabili-
13.7), com as alterações que lhe foram • criar ferramentas e estabelecer dade da Agência para o Investimento e
introduzidas pela Portaria nº 196/2017, parcerias inovadoras, contribuindo Comércio Externo de Portugal (AICEP),
de 23.6, estabeleceu o enquadramento para aumentar a competitividade da sendo comunicada ao estagiário no final
aplicável à medida INOV Contacto - economia portuguesa; do curso de práticas internacionais.
Boletim do Contribuinte 919
DEZEMBRO 2023 - Nº 24

TRABALHO E SEGURANÇA SOCIAL

BAIXAS MÉDICAS LARES DE IDOSOS


Emissão pelas urgências Promoção da qualidade
e médicos do setor privado
As Estruturas Residenciais para as
Pessoas Idosas (ERPI) vão ter novas
O Governo aprovou, em reunião do sociais, incluindo os respetivos serviços regras, visando, segundo o Governo,
Conselho de Ministros, o alargamento de urgência. promover a personalização dos cuidados
dos serviços competentes para a emissão Prevê-se, ainda, que a emissão pode e do envelhecimento ativo e saudável.
da certificação da incapacidade tempo- ser feita através de transmissão eletró- A Portaria nº 349/2023, de 13.11, que
rária para o trabalho e a autodeclaração alterou os requisitos a cumprir pelos lares,
nica, quando efetuada pelos serviços
de doença (baixa médica). determina a criação de Planos Individuais
competentes, ou, em alternativa, ser
Com o objetivo de melhorar o acesso de Cuidados (PIC) aos residentes em lares
e a qualidade dos cuidados de saúde, o autodeclarada por compromisso de honra
- planos que devem ser monitorizados,
novo diploma legal prevê que a emis- através de serviço digital do Serviço Na- acompanhados e avaliados de forma
são da baixa médica passa a poder ser cional de Saúde (SNS) ou dos serviços contínua, de forma a garantir a qualidade
realizada por entidades prestadoras de regionais de saúde das Regiões Autóno- dos serviços prestados, adequando-os às
cuidados de saúde públicas, privadas e mas dos Açores e da Madeira. necessidades de cada pessoa.

Futebol Profissional
– Acordo de empresa entre o Futebol Clube
REGULAMENTAÇÃO DO TRABALHO do Porto e o CESP - Sindicato dos Trabalhadores
do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal e
outro - Alteração salarial e outras
(Bol. do TE, n.º 44, de 29.11.2023)
Compilação de sumários do Boletim do Trabalho e Emprego, 1ª Série, nº 44 de 2023 Vinho do Porto
– Contrato coletivo entre a Associação das
Empresas de Vinho do Porto (AEVP) e o Sindicato
Nacional dos Trabalhadores da Indústria e Comér-
Cerâmica e Vidro Energia e Transportes - COFESINT e outros - Al-
cio de Alimentação, Bebidas e Afins - Alteração
– Contrato coletivo entre a Associação Por- teração salarial e outras
salarial e outras e texto consolidado – Retificação
tuguesa da Indústria dos Recursos Minerais (Assi- (Bol. do TE, n.º 44, de 29.11.2023)
(Bol. do TE, n.º 44, de 29.11.2023)
magra) e a Federação Portuguesa dos Sindicatos
da Construção, Cerâmica e Vidro - FEVICCOM e
outras - Alteração/texto consolidado Feder. - Federação CCT - Contrato Coletivo de Trabalho
(Bol. do TE, n.º 44, de 29.11.2023) Siglas Assoc. - Associação ACT - Acordo Coletivo de Trabalho
PRT - Port. de Regulamentação
Combustíveis e Lubrificantes
– Acordo coletivo entre a BP Portugal - Co-
e Sind. - Sindicato
Ind. - Indústria de Trabalho
mércio de Combustíveis e Lubrificantes, SA e Abreviaturas Dist. - Distrito PE - Port. de Extensão
CT - Comissão Técnica AE - Acordo de Empresas
outras e a Federação de Sindicatos da Indústria,

1.ª SÉRIE - DIÁRIO DA REPÚBLICA

COMPILAÇÃO DE SUMÁRIOS - NOVEMBRO/DEZEMBRO (de 24 de novembro a 7 de dezembro)

(Continuação da pág. anterior) em 2025 profissional do setor da mobilidade e dos trans-


Saúde Port. n.º 415/2023 - Estabelece as condições portes e completa a transposição da Diretiva (UE)
Port. n.º 402/2023, de 4.12 - Define os pro- de criação, instalação, organização e funcionamen- 2021/1187
cedimentos a adotar com vista ao alargamento do to a que deve obedecer a resposta social serviço Port. n.º 411-B/2023, de 5.12 - Procede à
acesso à Profilaxia Pré-Exposição ao VIH (PrEP) e de assistência pessoal de apoio à pessoa com defi- identificação dos projetos destinados à construção,
estabelece um regime excecional de compartici- ciência ou incapacidade que assenta no desenvol- adaptação ou modificação de infraestruturas da
pação para os medicamentos destinados à PrEP vimento do Modelo de Apoio à Vida Independente Rede Transeuropeia de Transportes (RTE-T), nos
Port. n.º 411-A/2023, de 5.12 - Regula o Startups termos do n.º 1 do artigo 16.º do Decreto-Lei n.º
índice de desempenho da equipa multiprofissional Port. n.º 401/2023, de 4.12 - Define o 114-B/2023, de 5 de dezembro
das unidades de saúde familiar de modelo B, e a procedimento de reconhecimento e cessação do Violência doméstica
atribuição dos incentivos institucionais a estas e estatuto de startup e de scaleup previsto na Lei n.º DL n.º 113/2023, de 30.11 - Estabelece uma
às unidades de cuidados de saúde personalizados 21/2023, de 25 de maio medida excecional de incentivo ao regresso ao
Segurança Social Transportes trabalho para desempregados de longa duração
Port. n.º 414/2023, de 7.12 - Determina DL n.º 114-B/2023, de 5.12 - Estabelece e alarga o subsídio de desemprego às vítimas de
a idade normal de acesso à pensão de velhice o regime de formação à distância na certificação violência doméstica
920 Boletim do Contribuinte
DEZEMBRO 2023 - Nº 23

TRABALHO E SEGURANÇA SOCIAL


1.ª SÉRIE - DIÁRIO DA REPÚBLICA

COMPILAÇÃO DE SUMÁRIOS - NOVEMBRO/DEZEMBRO (de 24 de novembro a 7 de dezembro)

Açores – IVA Desempregados ceptível de suspensão/interrupção, a determinar


Dec. Leg. Reg. n.º 40/2023/A, de 27.11 - DL n.º 113/2023, de 30.11 - Estabelece uma casuisticamente.»
Define os termos da participação dos municípios medida excecional de incentivo ao regresso ao Incentivos
da Região Autónoma dos Açores na receita do trabalho para desempregados de longa duração Port. n.º 396-B/2023, de 27.11 - Procede à
imposto sobre o valor acrescentado (IVA) e alarga o subsídio de desemprego às vítimas de segunda alteração ao Regulamento do Sistema de
Açores – veículos elétricos violência doméstica Incentivos «Empresas 4.0», aprovado pela Portaria
Dec. Reg. Reg. n.º 35/2023/A, de 27.11 - Pri- Equipamentos sociais n.º 135-A/2022, de 1 de abril
meira alteração do Decreto Regulamentar Regional Port. n.º 415/2023 - Estabelece as condições Port. n.º 399/2023, de 30.11 - Procede à
n.º 4/2021/A, de 26 de abril, que regulamenta a de criação, instalação, organização e funcionamen- primeira alteração da Portaria n.º 282/2023, de
atribuição de incentivos financeiros para a introdu- to a que deve obedecer a resposta social serviço 14 de setembro, que cria o «Programa Qualifica
ção no consumo de veículos elétricos novos bem de assistência pessoal de apoio à pessoa com defi- Indústria», dirigido a micro, pequenas e médias
como a atribuição de incentivos financeiros para a ciência ou incapacidade que assenta no desenvol- empresas (PME) dos setores industriais, destinado
aquisição de pontos de carregamento de veículos vimento do Modelo de Apoio à Vida Independente a apoiar processos de qualificação e requalificação
elétricos, fixando os valores e as condições para Estágios no estrangeiro de trabalhadores
a atribuição dos referidos incentivos financeiros Port. n.º 398/2023, de 30.11 - Altera a Porta- Inibições e destituições
Agricultura – apoios ria n.º 183/2015, de 22 de junho, que estabelece o DL n.º 114-C/2023, de 5.12 - Transpõe par-
Port. n.º 417/2023, de 7.12 - Procede à 6.ª enquadramento aplicável à medida INOV Contacto cialmente a Diretiva (UE) 2019/1151 e procede
alteração da Portaria n.º 324-A/2016, de 19 de Estrangeiros - retificação à criação de uma base de dados de inibições e
dezembro, que estabelece o regime de aplicação Decl. de Retif. n.º 24/2023, de 28.11 - Reti- destituições
das operações n.os 2.2.1, «Apoio ao forneci- fica a Portaria n.º 307/2023, de 13 de outubro, que Institutos públicos
mento de serviços aconselhamento agrícola e aprova a tabela das taxas e dos demais encargos DL n.º 114/2023, de 4.12 - Procede à alte-
florestal», 2.2.2, «Apoio à criação de serviços de devidos pelos procedimentos administrativos ração das comissões de coordenação e desenvol-
aconselhamento», e 2.2.3, «Apoio à formação vimento regional em institutos públicos
inerentes à concessão de vistos em postos de fron-
de conselheiros das entidades prestadoras dos Operações transfronteiriças
teira, à prorrogação de permanência em território
serviços de aconselhamento», inseridas na ação DL n.º 114-D/2023, de 5.12 - Transpõe a
nacional, à emissão de documentos de viagem, à
n.º 2.2, «Aconselhamento», da medida n.º 2, «Co- Diretiva (UE) 2019/2121, na parte respeitante às
concessão e renovação de autorizações de resi-
nhecimento», integrada na área n.º 1, «Inovação e transformações, fusões e cisões transfronteiriças
dência e à prática dos demais atos relacionados
conhecimento», do Programa de Desenvolvimento Ordens profissionais
com a entrada e permanência de estrangeiros em
Rural do Continente, abreviadamente designado Lei n.º 66/2023, de 7.12 - Alteração à Lei
território nacional
por PDR2020 n.º 121/2019, de 25 de setembro, que cria a Or-
Formação profissional
Base de dados dem dos Assistentes Sociais e aprova o respetivo
DL n.º 114-C/2023, de 5.12 - Transpõe par- Port. n.º 399/2023, de 30.11 - Procede à
Estatuto
cialmente a Diretiva (UE) 2019/1151 e procede primeira alteração da Portaria n.º 282/2023, de
Lei n.º 67/2023, de 7.12 - Alteração ao Esta-
à criação de uma base de dados de inibições e 14 de setembro, que cria o «Programa Qualifica
tuto da Ordem dos Despachantes Oficiais
destituições Indústria», dirigido a micro, pequenas e médias
Lei n.º 68/2023, de 7.12 - Alteração ao
Bombeiros profissionais empresas (PME) dos setores industriais, destinado
Estatuto da Ordem dos Contabilistas Certificados
DL n.º 111/2023, de 29.11 - Clarifica a ad- a apoiar processos de qualificação e requalificação
Lei n.º 69/2023, de 7.12 - Alterações ao
missibilidade da atribuição de suplementos remu- de trabalhadores
Estatuto do Notariado, ao Estatuto da Ordem dos
neratórios pela prestação de trabalho suplementar DL n.º 114-B/2023, de 5.12 - Estabelece
Notários e ao Código do Notariado
e de trabalho por turnos o regime de formação à distância na certificação
Pensões
Carta de condução profissional do setor da mobilidade e dos trans-
Port. n.º 414/2023, de 7.12 - Determina
Dec. n.º 29-A/2023, de 30.11 - Aprova o portes e completa a transposição da Diretiva (UE) a idade normal de acesso à pensão de velhice
Acordo entre a República Portuguesa e o Reino 2021/1187 em 2025
Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte sobre Fundo de Garantia Salarial Pesca
Reconhecimento Mútuo para Efeitos de Condução Ac. do STA n.º 13/2023, de 5.12 - Acór- Port. n.º 411/2023, de 5.12 - Define o regime
e Troca de Cartas de Condução, assinado em dão do STA de 26-10-2023, no Processo n.º jurídico da pesca por arte envolvente-arrastante
Londres, a 13 de outubro de 2023 621/17.2BEPNF-A - Pleno da 1.ª Secção Unifor- Prazos - prorrogação
Código das Sociedades Comerciais miza-se a jurisprudência nos seguintes termos: «O DL n.º 109/2023, de 24.11 - Prorroga diver-
DL n.º 114-D/2023, de 5.12 - Transpõe a prazo de caducidade de um ano para reclamação ao sos prazos de regimes jurídicos temporários
Diretiva (UE) 2019/2121, na parte respeitante às Fundo de Garantia Salarial de créditos emergentes Professores
transformações, fusões e cisões transfronteiriças de contrato de trabalho previsto no artigo 2.º n.º DL n.º 112/2023, de 29.11 - Altera o regime
Consumidores 8 do Novo Regime do Fundo de Garantia Salarial, jurídico da habilitação profissional para a docência
DL n.º 114-A/2023, de 5.12 - Transpõe a aprovado pelo Decreto-Lei n.º 59/2015, de 21 de na educação pré-escolar e nos ensinos básico e
Diretiva (UE) 2020/1828 relativa a ações coletivas Abril, na redacção anterior à alteração introduzida secundário
para proteção dos interesses dos consumidores pela Lei n.º 71/2018, de 31 de Dezembro, é sus- (Continua na pág. anterior)

Boletim do Contribuinte Detentores de 5% ou mais do capital da empresa:


João Carlos Peixoto de Sousa - 57,14%
Estatuto Editorial: https://bit.ly/2WY860z
Proprietário e editor: Jornal Fiscal, Lda. - 20,00%
Impressão: Uniarte Gráfica, SA.
VIDA ECONOMICA – EDITORIAL, SA. João Luís Marinho Peixoto de Sousa - 5,71%
Rua Pinheiro de Campanhã, 342, 4300-414 Porto
Sede e redação: Rua Gonçalo Cristóvão, 14 RC, Miguel Gil Marinho Peixoto de Sousa - 5,71% Tiragem 10 000 exemplares
4000-263 Porto. Paulo Alexandre Marinho Peixoto de Sousa - 5,71% Nº de registo na ERC 100 299
Tel. 223 399 400 (chamada para a rede fixa nacional)
Administração: João Luís Peixoto de Sousa
Email: bc@grupovidaeconomica.pt Depósito Legal nº 33 444/89
Diretor: Miguel Peixoto de Sousa
NIPC: 507258487

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