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- NA LINGUAGEM HUMANA:
Pensamentos e idéias:
. Não existem na forma física não podendo ser diretamente transmitidos.
. É necessário transformá-los em forma física para que possam ser transmitidos
entre os indivíduos.
- NA AQUISIÇÃO DE LINGUAGEM:
- Fase lingüística
Bibliografia:
NORTHERN, JERRY L.; DOWNS, MARION P. Audição em crianças. 3.ed. São Paulo,
Manole, 1989.
2) DESVANTAGEM BIOLÓGICA
- Maior exposição a acidentes: a audição adverte de certos perigos antes que
ocorram, permitindo evitá-los.
- Dificuldade de equilíbrio: muitas vezes aparecem alterações concomitantes
dos órgãos do equilíbrio.
- Diminuição do contato com o meio ambiente: audição mantém o contato com
o meio ambiente 24 horas por dia.
- Diminuição do nível de vigilância:
. os órgãos sensoriais são fonte de estímulo para o organismo
. as excitações de origem externa são imprescindíveis para o
desenvolvimento das células e centros nervosos
. os indivíduos surdos tem uma diminuição do índice de estímulos
sensoriais que alcançam a formação reticular mesoencefálica, o que influi
sobre o nível de vigilância.
ROTEIRO DE ESTUDOS – AUDIOLOGIA CLÍNICA 2
MARIA LUCY FRAGA TEDESCO
3) DESVANTAGEM SOCIAL E AFETIVA
- Isolamento:
. pela supressão de algumas comunicações;
. ligado à segregação pelo fato de ser diferente;
. surdos são colocados como expectadores e não como participantes.
- Insegurança:
. o ouvinte fica em contato com a mãe ainda que não esteja diante de
seus olhos (ouve-a deslocando-se e observa que alguém cuida dele, que não
está só)
. a palavra facilita o aprendizado das proibições, facilita o entendimento
dos reforços positivos e negativos.
4) DESVANTAGEM INTELECTUAL
- As crianças com deficiência auditiva profunda assumem com êxito certas
tarefas intelectuais porém com um nível inferior aos ouvintes;
- Este nível inferior não é atribuido a uma deficiência mental e sim a um atraso
de desenvolvimento devido a falta de estimulação.
Bibliografia:
COLIN, D. Psicologia del niño sordo. Barcelona: Toray-Masson, 1980. Cap 1, 1-5 pp.
PEIXES:
- Primeiros animais a escutar;
- Possuíam um órgão do equilíbrio que adquiriu um receptor auditivo;
- O labirinto dos peixes possui canais semicirculares, utrículo, sáculo e lagena;
- Lagena: extensão do sáculo e presumivelmente o antecessor da cóclea;
- Provavelmente células da mácula do sáculo e da lagena se tornaram
sensíveis ao som;
- Caminhos neurais e centros cerebrais apareceram para transmitir e
interpretar sinais deste órgão sensorial.
ANFÍBIOS:
- Também desenvolveram um labirinto auditivo pela transformação de células
ciliadas do labirinto vestibular e mudanças no sistema nervoso central para
se tornar sensível ao som;
- As células sensoriais descansam em uma estrutura firme e uma membrana
tectória se move sobre elas em resposta a vibrações sonoras;
- No início tinham uma péssima audição por via aérea. Passavam seu tempo
na água ou se arrastavam pelo chão e a vibração era conduzida para o
labirinto através dos óssos do corpo (pelos nossos modelos tinham uma
perda condutiva);
- Desenvolveram um aparelho condutivo com membrana timpânica e columela
(ossículo) que transmitem a energia sonora do ar para o labirinto auditivo.
RÉPTEIS:
- Desenvolveram um labirinto auditivo composto por células ciliadas dentro de
canais cheios de líquido;
- As células sensoriais repousam sobre uma membrana flexível que fica entre
dois canais repletos de fluído;
- A membrana e as células cilidas se movem em resposta ao som;
- O movimento relativo entre cílio e corpo celular estimula a célula;
- O sistema dos répteis é o desenho básico que passou para os animais que
vieram depois, inclusive o homem;
- O aparelho condutor de som é semelhante ao dos anfíbios.
MAMÍFEROS:
- Trouxeram com eles o labirinto auditivo dos répteis (como fizeram os
pássaros depois);
- O órgão de corti é uma especialização dos mamíferos;
- A diferenciação entre células ciliadas internas e externas representa uma
evolução.
- O aparelho condutor do som também evoluiu tornando-se mais eficiente.
Bibliografia:
PECK, JAMES E. Development of hearing. Part I: Phylogeny. J Am Acad Audiol
5: 291-299 (1994)
ROTEIRO DE ESTUDOS – AUDIOLOGIA CLÍNICA 4
MARIA LUCY FRAGA TEDESCO
CONCEITOS IMPORTANTES DA ACÚSTICA
QUALIDADES DO SOM:
FREQÜÊNCIA
TOM PURO:
RUÍDO:
Superposição de várias freqüências sem relação harmônica entre elas.
INTENSIDADE
Intensidade Sensação
10 1
100 2
1000 3
Foi por meio desta relação que se adotou a unidade Bel ( unidade que relaciona
a intensidade física com a sensação auditiva percebida).
Bel: unidade logarítmica que exprime a relação entre duas quantidades de energia.
NB= log I / I0
Mas o Bel ainda é uma unidade que oferece valores muito grandes para os
cálculos usuais, por isto usa-se o decibel que é um submúltiplo do Bel.
NdB= 10 log I / I0
Decibel Nível de Intensidade (dBNI): usa como nível de referência 10-16 watt / cm2
Decibel Nível de Pressão Sonora (dBNPS): usa como nível de referência 0,0002 dina
/ cm2 ou 20µPa
dBNPS= 20 log P / P0
( a intensidade é proporcional ao quadrado da pressão)
BIBLIOGRAFIA:
- ANATOMIA
- FISIOLOGIA
- FÍSICA
. ACÚSTICA
. ELETRÔNICA
- PSICOLOGIA
- MEDICINA:
. OTORRINOLARINGOLOGIA (OTOLOGIA)
. NEUROLOGIA
. PEDIATRIA
. GERIATRIA
- EDUCAÇÃO
- SOCIOLOGIA
- Prevenção:
. Berçários
. Triagem auditiva (creches, escolas,
postos de saúde)
. Conservação auditiva de indivíduos
expostos a ambientes ruidosos
HISTÓRICO
PROVA LOGOMÉTRICA:
A primeira medida utilizada para verificar o grau de surdez foi a palavra.
Posteriormente Fowler fez uma tabela para saber, por aproximação, os decibels
de perda quando não era possível realizar outro tipo de prova. Mantendo uma distância
de 76 cm entre o examinador e o examinado:
AVALIAÇÃO INSTRUMENTAL:
- Apito de Galton - possui uma rosca numerada que varia a freqüência e para saber o
tom correspondente é preciso usar uma tabela.
- Diapasões:
Compostos por um cabo e dois ramos iguais que entram em vibração e
produzem tons puros.
BIBLIOGRAFIA:
LACERDA, ARMANDO PAIVA de. Audiologia Clínica. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 1976.
Avaliação da audição:
MÉTODOS PSICOFÍSICOS:
BIBLIOGRAFIA:
OBJETIVOS DA ANAMNESE
IDENTIFICAÇÃO:
- Nome
- Idade
- Sexo
- Profissão
- Endereço
HISTÓRIA E SINTOMAS:
-Queixa auditiva:
- Início
- Duração
- Súbita ou progressiva
- Uni ou bilateral
- Flutuação
- Sons audíveis
- Intolerância a sons
- Zumbido
- Plenitude auricular
- Dificuldade de compreensão:
. ao telefone
. ambientes ruidosos
- Tontura
- Antecedentes otológicos
- Antecedentes familiares
ROTEIRO DE ESTUDOS – AUDIOLOGIA CLÍNICA 14
MARIA LUCY FRAGA TEDESCO
- Outras doenças:
. Metabólicas
. Vasculares
. Diabetes
. Sífilis
. Outras
- Medicamentos
- Objetivos:
. Fornecer dados precisos e diferenciais no que diz respeito à integridade do
mecanismo auditivo a fim de auxiliar o diagnóstico médico.
LIMIAR DE AUDIBILIDADE:
1) Cabina acústica:
- Objetivo de sua utilização: evitar que o ruído ambiental mascare os tons puros
utilizados no teste, acusando perdas auditivas inexistentes.
. Se o ruído no interior das cabina for superior, pode mascarar os tons puros
acusando uma perda auditiva inexistente.
2) Audiômetro:
- Aparelho eletroacústico utilizado na realização de audiometria tonal liminar.
- Componentes básicos:
. Gerador de freqüências - produz tons puros nas freqüências de 125,
250, 500, 750, 1000, 1500, 2000, 3000, 4000, 6000 e 8000 Hz
- Colocação de fones:
Devemos pedir para o paciente tirar brincos e óculos, ter cuidado para colocar o
fone bem centralizado no meato acústico externo, não dobrar o pavilhão
auditivo, não deixar cabelo entre o fone e a orelha e colocar o fone vermelho na
orelha direita e o azul na esquerda.
- Freqüências testadas:
Ao realizarmos a audiometria tonal por via aérea testamos as seguintes
freqüências, nessa ordem:
1000 – 2000 – 3000 – 4000 – 6000 – 8000 – 500 – 250 Hz
- Tom utilizado:
Podemos utilizar o tom puro contínuo, pulsátil ou modulado. Normalmente
usamos o tom puro contínuo. O tom puro pulsátil e o modulado devem ser
utilizados na avaliação de crianças ou quando o paciente tiver zumbido.
- Duração do estímulo: não deve ser muito longo nem muito curto
PADRÃO DE NORMALIDADE:
- Quando realizar: A audiometria tonal liminar por via óssea deve ser realizada
quando os limiares aéreos não estiverem normais.
- O trajeto do som na audiometria tonal por via óssea: orelha interna, nervo
coclear e sistema nervoso auditivo central:
OI NC SNAC
- Objetivos:
. Determinar o grau de comprometimento condutivo: através da comparação dos
limiares aéreos e ósseos;
. Determinar o grau do comprometimento neuro-sensorial: através da
comparação do limiar ósseo do paciente com o 0dBNA.
- Instrução ao paciente:
Exemplo: Você vai continuar a escutar os apitinhos só que junto vai escutar um
barulho de chuva. Não ligue para o barulho da chuva e continue a levantar a
mão ao escutar o apitinho.
- Freqüências testadas:
Ao realizarmos a audiometria tonal por via óssea testamos as seguintes
freqüências, nessa ordem:
1000 – 2000 – 3000 – 4000 – 500
. A freqüência de 250 Hz não é testada por provocar muita sensação tátil.
. O vibrador ósseo apresenta limitações mecânicas para a transmissão de
freqüências abaixo de 250 Hz e acima de 4000 Hz.
ROTEIRO DE ESTUDOS – AUDIOLOGIA CLÍNICA 20
MARIA LUCY FRAGA TEDESCO
- Intensidade:
. O vibrador ósseo apresenta limitações mecânicas para a transmissão de
intensidades superiores a 70 dBNA;
. Em perdas neuro-sensoriais maiores que 70 dBNA, a via óssea estará ausente
em 70 dBNA (ou no valor máximo de saída do audiômetro para via óssea).
AUDIOGRAMA
- Os valores da orelha esquerda são marcados em azul e unidos por uma linha
tracejada.
MUNHOZ, MSL; CAOVILLA, HH; SILVA, MLG da; GANANÇA, MM. Audiologia clínica.
Série otoneurológica volume 2. São Paulo: Atheneu, 2000.
RUSSO, I.C.P.; SANTOS, T.M.M. A prática da audiologia clínica. 4.ed. São Paulo:
Cortez, 1994.
- Curva Não linear: quando os limiares variam. Podemos encontrar as seguintes perdas
não lineares:
Curva Ascendente: quando os limiares das freqüências graves são
piores que os limiares das freqüências agudas;
e) Origem do problema:
Hereditária;
Não-hereditária.
f) Orelha atingida:
Deficiência (Perda) Auditiva Unilateral: quando o problema atinge apenas
uma orelha;
Deficiência (Perda) Auditiva Bilateral: quando o problema atinge as duas
orelhas.
- Simétricas: perdas iguais ou muito parecidas nas duas orelhas.
- Assimétricas: perdas diferentes nas duas orelhas.
h) Constância da perda:
Deficiência (Perda) Auditiva Flutuante: quando existe fase de melhora e
piora da perda auditiva;
Deficiência (Perda) Auditiva Não-Flutuante: quando a perda auditiva é
constante, isto é, mantém-se igual ou se piora não volta a melhorar.
BIBLIOGRAFIA:
RUSSO, I.C.P.; SANTOS, T.M.M. dos. A prática da audiologia clínica. 4.ed. São
Paulo: Cortez, 1994. 253 p.
SILMAN, S.; SILVERMAN, C.A. Auditory diagnosis: principles and applications.
San Diego: Singular Publishing Group, 1997. 412 p.
STACH, B.A. Clinical audiology: an introduction. San Diego: Singular Publishing
Group, 1998. 585 p.
OBJETIVOS DA LOGOAUDIOMETRIA
PERCEPÇÃO DE FALA
(KEITH, 1982)
- É muito difícil ter acesso aos efeitos de uma desordem no SNAC na percepção
de fala.
Sinais de fala de todos os níveis de redundância dão muita informação
para o SNAC que tem grande redundância intrínsica.
Mesmo que a redundância intrínsica esteja reduzida por problemas
neurológicos, a redundância extrínsica de fala é suficiente para permitir um
processamento normal.
A solução para ter acesso às desordens do SNAC é reduzir a redundância
extrínsica da informação de fala.
Diferentes tipos de materiais de fala são úteis para diferentes tipos de medidas
audiométricas de fala:
- Sílabas sem sentido
- Monossílabos
- Dissílabos ou espondaicos
- Trissílabos
- Sentenças sem sentido mas sintaticamente apropriadas
- Sentenças
AUDIÔMETRO
CIRCUITO PARA REALIZAÇÃO DE LOGOAUDIOMETRIA
MATERIAL DE FALA:
- Convencionou-se utilizar a repetição da sílaba “pa” para pesquisar o SDT.
MÉTODO:
- Obtém-se a média dos limiares tonais por via aérea nas freqüências de 500,
1000 e 2000Hz para cada orelha;
- O paciente é instruído a levantar a mão ou apertar um botão ao ouvir a voz do
examinador;
- Inicia-se o teste com 30 a 40 dB acima da média tonal.
- Abaixa-se a intensidade de 10 em 10 dB até o paciente deixar de ouvir a voz;
- Varia-se a intensidade subindo e descendo de 5 em 5dB até encontrar o nível
de intensidade onde o paciente detecta 50% das apresentações.
- O resultado do SRT é expresso em dBNA
RESULTADO ESPERADO:
- O SDT está situado no nível de intensidade correspondente à perda média
tonal, ou seja, àquela referente às freqüências de 500, 1000 e 2000 Hz. Em alguns
casos pode coincidir com o melhor limiar tonal (RUSSO & SANTOS, 1994).
- O SDT deve coincidir com o melhor limiar auditivo encontrado (REDONDO &
LOPES FILHO, 1997; STACH, 1998).
- O SDT deve coincidir com o melhor limiar dentre as freqüências de 250, 500,
1000 e 2000Hz (FROTA, 1998)
DEFINIÇÃO:
- É o menor nível de intensidade em que a fala pode ser identificada (STACH,
1998).
- Nível de intensidade no qual o ouvinte pode identificar 50% das palavras
apresentadas (RUSSO & SANTOS, 1994).
MÉTODO:
- pode ser feito com viva voz ou com gravação em fita cassete ou CD;
- Obtém-se a média dos limiares tonais por via aérea nas freqüências de 500,
1000 e 2000Hz para cada orelha;
- Instrui-se o paciente a repetir as palavras da maneira que ouvir. Não esquecer
de referir que elas vão ficando cada vez mais fracas;
- Inicia-se o teste com 30 a 40 dB acima da média tonal;
- Na maneira convencional as palavras são apresentadas em grupos de quatro e
a intensidade deverá ser diminuída, em passos de 10dB, até o ponto em que o
indivíduo consiga repetir apenas 1 palavra. A intensidade então é aumentada de 5 em
5dB, até o nível em que ele repita corretamente 2 palavras (50%).
-Com a finalidade de tornar o exame mais rápido, diminui-se de 10 em 10 dB,
apresentando uma palavra em cada nível de intensidade, até que o paciente não mais
repita. Aumenta-se 5 dB e apresenta-se 4 palavras. Dependendo de quantas palavras
o paciente emita corretamente, passaremos a aumentar ou diminuir a intensidade em
intervalos de 5dB, apresentando 4 palavras em cada nível, até encontrar a intensidade
onde o paciente acerta 2 e erra 2 palavras (50%).
RESULTADO ESPERADO:
- O SRT está situado entre 5 e 10 dB acima da média dos limiares de 500, 1000
e 2000Hz, desde que sejam mantidas as condições ideais de isolamento acústico e de
nível de ruído interno da cabine audiométrica (RUSSO & SANTOS, 1994).
- O SRT (realizado com espondaicas) está situado entre 6dB da média dos
limiares de 500, 1000 e 2000Hz (STACH,1998).
APLICAÇÃO CLÍNICA:
- Confirmação dos limiares tonais;
- Serve também para alertar o audiologista quanto a possíveis falhas na
avaliação.
Se o SRT estiver situado acima ou abaixo desses valores indicará:
. erro na determinação dos limiares tonais que deverão ser retestados;
. presença de desordem funcional ou simulação;
. falha no equipamento;
. falha do examinador no controle do V.U. ou da intensidade de voz ao
realizar o SRT.
Material de fala:
- As palavras utilizadas para esta avaliação deverão:
. conter todos os fonemas da língua;
. ser familiares;
. ter igual dificuldade, tanto entre vocábulos quanto entre as listas de cada
orelha.
- Segundo CARHART (1965), o balanceamento fonético é de importância
secundária, uma vez que os vocábulos mais usados e significantes são aqueles que
proporcionam os melhores resultados no teste.
- São montadas duas listas de 25 palavras monossilábicas, uma para cada
orelha.
- Utiliza-se, também, duas listas de 25 palavras dissilábicas, uma para cada
orelha.
Cuidados:
1) Observar se os fones estão corretamente posicionados;
2) Certificar-se de que a voz do paciente esteja sendo ouvida perfeitamente a fim de
evitar possíveis erros de interpretação;
3) Ajustar o V.U. de forma que não ultrapasse a marca zero, mas que a atinja em todas
as apresentações;
4) Emitir as palavras de modo claro, sem exagero ou articulação forçada;
5) Pronunciar as palavras em velocidade e ritmo normais de fala, deixando, entre elas,
um intervalo suficiente para possibilitar a identificação e a repetição das mesmas;
6) Usar a gravação sempre que existir algum problema que possa alterar a
inteligibilidade de sua voz (resfriados, rouquidão).
- Instruir o paciente para que repita a última palavra que lhe for apresentada;
Resultados:
Este teste é supraliminar e seus resultados são expressos em porcentagem de
acertos no reconhecimento das palavras e não em nível de intensidade.
. da etiologia do problema.
CURVA DE INTELIGIBILIDADE
CURVA DE ARTICULAÇÃO
FUNÇÃO PERFORMANCE-INTENSIDADE
PERFORMANCE-INTENSITY FUNCTION
(PI FUNCTION)
ADMITÂNCIA ACÚSTICA: facilidade com que o fluxo de energia sonora passa através
de um sistema
IMITÂNCIA ACÚSTICA
IMPEDÂNCIA + ADMITÂNCIA
IMPEDÂNCIA ADMITÂNCIA
← GRANDEZAS
ACÚSTICA ACÚSTICA
RECÍPROCAS →
(OPOSIÇÃO) (FACILIDADE)
RESISTÊNCIA CONDUCTÂNCIA
ACÚSTICA – ATRITO ← GRANDEZAS ACÚSTICA – ATRITO
(independe da RECÍPROCAS → (independe da
freqüência sonora) freqüência sonora)
REACTÂNCIA DE SUSCEPTÂNCIA DE
← GRANDEZAS
RIGIDEZ RIGIDEZ
RECÍPROCAS →
(freqüências graves) (freqüências graves)
REACTÂNCIA DE SUSCEPTÂNCIA DE
← GRANDEZAS
MASSA MASSA
RECÍPROCAS →
(freqüências agudas) (freqüências agudas)
1. COMPLIÂNCIA ESTÁTICA
Stach (1998)
valor mínimo 0,5 ml 0,5 ml
valor máximo 1,5 ml 1,5 ml
Abaixo do esperado
- Vedamento inadequado (encostou o orifício da sonda na parede do meato
acústico externo);
- Presença de cerume no meato acústico externo.
Acima do esperado
- Perfuração de membrana timpânica;
- Presença de tubo de ventilação permeável.
mínimo máximo
Jerger (1972) 0,39 ml 1,3 ml
Brooks (1971) 0,35 ml 1,05 ml
Katz (1994) 0,28 ml 2,5 ml
Rossi (1998) 0,18 ml 2,5 ml
Stach (1998) 0,30 ml 1,6 ml
2. TIMPANOMETRIA
TIPO A:
Encontrada em indivíduos com função de orelha média normal.
Mostra um pico de máxima compliância entre 0,28 e 2,5 ml ao redor da pressão
atmosférica ( 100 daPa)
TIPO AD
Encontrada em indivíduos com disjunção de cadeia ossicular ou com membrana
timpânica flácida.
O pico da curva ultrapassa o limite do gráfico deixando um intervalo entre os
dois ramos da curva igual ou superior a 100 daPa.
TIPO B
Indica presença de líquido na orelha média (otite serosa ou secretora). Pode
ainda representar vedação do meato ou perfuração timpânica.
Não apresenta pico de máxima compliância, sendo a curva achatada.
REFLEXO CONTRALATERAL:
Quando o estímulo sonoro é apresentado em uma orelha e o reflexo acústico é
medido na outra.
TÉCNICA
nervo coclear (VIII par) núcleo coclear ventral complexo olivar superior
núcleo motor do nervo facial nervo facial (VII par) músculo estapédio
Baseada na diferença do limiar de reflexo acústico para tons puros e para ruído
branco. Esta diferença é de 20 a 30 dB, sendo o reflexo para ruído branco obtido a
níveis menos intensos de estímulo.
O limiar de reflexo para ruído branco é subtraído da média dos limiares de
reflexo para tons puros de 500, 1000 e 2000 Hz.
O valor desta diferença varia de acordo com o equipamento utilizado, por isto é
preciso pesquisar a diferença entre estes dois níveis de reflexo, em ouvintes normais,
para obter o fator de correção. Jerger encontrou 25 db de diferença. Se a diferença
encontrada for inferior ou superior a este valor deve-se acrescentar o valor de correção
ao calculo da perda.
Se a diferença entre os dois limiares de reflexo for inferior a 15 dB indica
presença de perda auditiva neuro-sensorial.
ROTEIRO DE ESTUDOS – AUDIOLOGIA CLÍNICA 57
MARIA LUCY FRAGA TEDESCO
MASCARAMENTO
DEFINIÇÃO:
• Mascaramento é o processo pelo qual o limiar de audibilidade para um som é
elevado pela presença de outro som (ANSI, 1989)
RUÍDOS MASCARANTES
Espectro acústico do Ruído Branco apresentado por meio de um fone TDH-39 (Fonte:
Musiek e Rintelmann, 2001)
Por ter energia concentrada numa faixa de freqüências mais estreita do que
o Ruído Branco, sua efetividade de mascaramento para sons de fala é maior,
necessitando de menor intensidade total.
• Quando um tom puro é mascarado por um Ruído de Banda Larga, apenas uma
faixa limitada do ruído em torno da freqüência testada é essencial para mascará-
lo;
• Extensão da faixa do ruído cuja energia é igual à energia do tom puro no centro
da faixa quando o tom mal é mascarado pelo ruído (Goldstein e Newman, 1999);
• Extensão da faixa do ruído cujo limiar absoluto é igual ao limiar do tom puro no
centro da faixa (Goldstein e Newman, 1999);
• A energia acústica acima e abaixo dessa faixa pode ser removida sem afetar o
mascaramento produzido pelo ruído (Sanders e Hall, 2001).
• Ruído criado pela passagem do Ruído Branco através de uma série de filtros
eletrônicos ativos de banda estreita;
• A energia sonora está concentrada numa faixa restrita de freqüências sendo que
a freqüência central é a testada na audiometria tonal.
MASCARAMENTO EFETIVO
• Supermascaramento:
• Mascaramento mínimo:
• Mascaramento máximo :
ATENUAÇÃO INTERAURAL
Da freqüência testada
Faixa de extensão dos valores da atenuação interaural para estímulos conduzidos por via aérea através
de fones circum-aurais (Fonte:KATZ, 1999):
Estudo Freqüências
Liden e col. (1959) 40-75 45-75 50-70 45-75 45-75 45-75 45-80
Coles e Pride
---- 50-80 45-80 40-80 45-75 50-85 ----
(1968)
250 40 75
500 40 75 0
1000 40 60 0
2000 45 55 0
4000 50 65 0
8000 50 65
• Intensidade do estímulo;
• Sensibilidade auditiva na orelha não testada;
• Atenuação interaural.
CURVA SOMBRA
QUANDO MASCARAR
LOGOAUDIOMETRIA:
• LDV (SDT): Quando a diferença entre o LDV da OT, obtido sem mascaramento,
e o melhor limiar da ONT, for igual ou maior que 40 dB.
BIBLIOGRAFIA
FRAZZA, M.M.; SILVA, M.L.G. da; MUNHOZ, M.S.L.; GANANÇA, M.M.; CAOVILLA,
H.H. Mascaramento. In: MUNHOZ, M.S.L.; CAOVILLA, H.H.; SILVA, M.L.G. da;
GANANÇA, M.M. Audiologia clínica. São Paulo: Atheneu, 2000. pp.73-84
SANDERS, J.W.; HALL, J.W. Mascaramento Clínico. In: MUSIEK, F.E.; RINTELMANN,
W.F. Perspectivas atuais em avaliação auditiva. Barueri-SP: Manole, 2001. pp. 63-83
SILMAN, S.; SILVERMAN, C.A. Auditory Diagnosis: principles and applications. San
Diego: Singular Publishing Group, 1997. pp. 1-6 e 36-44
STACH, B.A. Clinical audiology. An introduction. San Diego: Singular Publishing Group,
1998. pp. 216-229
TESTE DE RINNE
Resultados:
- Rinne positivo: a vibração será ouvida por via aérea, após ter deixado de ouvir
por via óssea.
Aparece na:
- audição normal
-perda sensorioneural (aqui o tempo de ambas as vias está diminuído)
- Rinne negativo: a sensação por via óssea se mantém por tempo maior que por
via aérea.
WEBER AUDIOMÉTRICO:
TESTE DE BING
BIBLIOGRAFIA:
SEBASTIAN, GONZALO DE. Audiologia Prática. 3.ed. Rio de Janeiro: Enelivros, 1986.
- Instrução:
. damos o botão de controle da intensidade para o paciente.
. Instruímos o paciente a apertar o botão assim que ouvir o som e soltá-lo ao
deixar de ouvi-lo.
- Assim que o som, que aumenta regularmente, for percebido, o paciente deve apertar
o botão. Esta manobra inverte o motor que aciona o potenciômetro, de modo que neste
momento o som diminui de intensidade.
- Assim que o som decrescente não for mais percebido, o paciente deve soltar o botão.
A partir deste instante, o motor se inverte e o som volta a aumentar.
- Assim que escutar novamente o som, deve apertar o botão e assim por diante.
- Realiza-se o teste por via aérea em uma e outra orelha com som contínuo e ,
posteriormente, com som interrompido.
- Foi proposta uma prova por via óssea, mas ela não passou para a prática corrente,
sendo difícil resolver o problema do mascaramento contralateral.
A curva obtida oscila ao redor de um valor médio que pode ser considerado
como o limiar de audibilidade mínima do indivíduo.
Os pontos superiores correspondem aos instantes de não percepção do som e
os pontos inferiores aos de percepção.
Se unirmos os pontos superiores entre si e os pontos inferiores entre si por
linhas retas, são obtidas duas linhas que correspondem à presença e ausência de
percepção sonora respectivamente.
Traçando-se uma linha média entre as duas retas, obtém-se o limiar verdadeiro.
TIPO I : encontrada no indivíduo com audição normal ou com perda auditiva condutiva.
- As duas curvas, som contínuo e interrompido, estão juntas.
- A amplitude da curva é normal, isto é, em torno de 10 dB.
Não há, portanto, recrutamento nem fadiga.
Resultados:
Cuidados:
Os indivíduos com audição treinada, como por exemplo músicos e afinador de
piano, podem detectar os incrementos sem apresentar lesão coclear.
Os incrementos são apresentados em intervalos de tempo iguais, o que pode
levar o paciente a responder condicionado ao tempo e não por estar detectando o
incremento.
S I S I
Resultados:
A quantidade de declínio tonal em dB (tone decay) é a diferença entre o limiar do
indivíduo e a intensidade em que o teste terminou, ou seja:
0 a 10 dB - normal
15 a 25 dB - coclear
30 dB ou mais - retrococlear
TDT
Resultados:
Resultado:
Jerger e Jerger (1971) encontraram o índice de 0,40 como sendo o mais alto em
problemas cocleares e o índice de 0,45 como o mais baixo em problemas
retrococleares. Baseando-se neste estudo considerar-se que índices iguais ou maiores
que 0,45 sugerem presença de alteração retrococlear.
Índice de Rollover:
Weber:
Timpanometria:
Nos casos em que há perfuração de membrana timpânica, este teste não
poderá ser realizado.
A timpanometria estará sempre alterada nas perdas condutivas:
Tipo B – nos casos de otite serosa ou secretora;
Tipo C - nas disfunções tubárias;
Tipo A - quando existe rigidez do sistema tímpano-ossicular
(otosclerose ou timpanosclerose);
Tipo Ad - quando o sistema tímpano-ossicular se tornar muito livre
por ruptura da cadeia ossicular.
Compliância estática:
Ela estará diminuída nos casos de rigidez do sistema tímpano-ossicular,
ou seja, abaixo de 0,3ml e estará aumentada quando ocorrer na disjunção de cadeia
ossicular, ou seja, acima de 2.5ml.
Reflexo acústico:
Os reflexos acústicos contra e ipsilaterais estarão ausentes, uma vez que
o problema condutivo acarreta problemas na eferência.
Decay imitanciométrico:
Este teste não poderá ser realizado nas alterações condutivas bilaterais
pois há ausência de reflexos. Nas perdas condutivas unilaterais o decay
imitanciométrico será negativo já que não existe adaptação.
As perdas auditivas neurossensoriais podem ser de qualquer grau desde leve até
profunda.
Quanto à configuração da curva, a curva mais comum é a descendente, mas é
possível encontrar qualquer tipo de configuração.
Esta perda pode ser unilateral ou bilateral, simétrica ou assimétrica.
Audiometria tonal por via óssea: rebaixada, estando acoplada à via aérea.
Nestes casos não existe gap aéreo-ósseo, sendo aceitável um gap máximo de 10
dB.
Índice de Rollover:
Weber:
Reflexo acústico:
- em alterações cocleares: reflexo presente, geralmente, indica a presença
de recrutamento, ou seja, diferença entre limiar auditivo e limiar de reflexo acústico
menor que 60dB.
- em alterações retrococleares: em perdas leves o reflexo estará presente
com uma diferença de 70 a 90 em relação ao limiar auditivo, em perdas maiores o
reflexo estará ausente.
ROTEIRO DE ESTUDOS – AUDIOLOGIA CLÍNICA 89
MARIA LUCY FRAGA TEDESCO
Decay imitanciométrico:
- em alterações cocleares: negativo
- em alterações retrococleares: positivo
Fowler ou Reger:
- em alterações cocleares: presença de recrutamento
- em alterações retrococleares: gráfico com linhas paralelas, com indicação de
decrutamento.
SISI:
-em alterações cocleares: porcentagem entre 60 e 100%
- em alterações retrococleares: porcentagem entre 0 e 60%
Tone Decay:
- em alterações cocleares: tone decay de 0 a 25dB.
- em alterações retrococleares: tone decay igual ou maior 30dB.
STAT:
- em alterações cocleares: negativo
- em alterações retrococleares: positivo.
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