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Sinopse:

“O maior privilégio é o de nem mesmo precisar pensar nos seus privilégios”. Esta
frase, referindo-se aos brancos, foi dita durante um debate histórico sobre
racismo, ocorrido em 2015, no Itaú Cultural, por um jovem negro da periferia de
São Paulo que estava na plateia. Que horas ela volta? retrata o momento em que
esse privilégio do privilégio foi arrancado da classe média brasileira. O momento
delicado, tenso como um varal de roupas bem esticado, que acontecia dos muros
para dentro das casas, ou da porta para dentro dos apartamentos. O momento
que seria determinante para tudo o que aconteceria nos anos seguintes no Brasil.

Anna Muylaert, com seu olhar afiado (não como faca, mas como agulha) para as
subjetividades que fazem rodar o mundo objetivo, percebeu – e contou – essa
história. Que horas ela volta? não é apenas um ótimo filme e um ótimo roteiro. É
um filme e um roteiro que retratam o tempo que pariu outros tempos. Se, no início
dos anos 2000, Cidade de Deus, de Fernando Meirelles e Kátia Lund, deu notícias
do país que não tinha mudado, apesar da volta da democracia e das ambições da
Constituição de 1988, Que horas ela volta? é o filme icônico do momento em que
a tensão racial e social ocultada no Brasil por tantas falsificações ao longo das
décadas foi exposta ao sol do verão em toda a sua gloriosa monstruosidade.”

Eliane Brum

Saiba mais em: https://livrariapublica.com.br/livros/que-horas-ela-volta-roteiros-do-


cinema-brasileiro-anna-muylaert/

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