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Guia Base para a

prescrição em Nutrologia e
Terapia Biomolecular

Vademecum
Guia Base para a
prescrição em Nutrologia e
Terapia Biomolecular
Guia Base para a
prescrição
em Nutrologia e Terapia
Biomolecular

Vademecum

Dr. Marcio Bontempo


Membro da
Associação Brasileira de Medicina Integrativa

Manual informativo e prático para a prescrição de


suplementos nutricionais, nutracêuticos,
adaptogênicos, alimentos funcionais,
fitoterápicos, produtos biológicos ativos,
oligoelementos, vitaminas, minerais, nutrientes
em geral e enzimas.

Colaboradores

Maria Emilia Gadelha Serra


Francisco Humberto de Freitas Azevedo
Jose Antonio Abi Ramia
José de Felippe Junior
Luciana Zanetti Rocha Pitta Nilo
Esvalter Gardin
Guia Base para a
prescrição
em Nutrologia e Terapia Diagramação e Arte de Capa

Biomolecular Flávio Lopes da Silva

Supervisão
Victor Tagore

ISBN: 978-85-7062-818-3

B722g Bontempo, Marcio


Guia Base para prescrição moderna em nutrologia e terapia
biomolecular: Vademecum / Marcio Bontempo. – Brasília
: Thesaurus, 2009.
400 p.

Inclui índice de assuntos e bibliografia.

Conteúdo das matérias dos colaboradores: Medicina


biomolecular / José Felippe Junior – Peróxido de hidrogênio:
uma terapia biológica / Francisco Humberto Freitas Azeve-
do – Aminoácidos / José Antonio Abi Ramia – A prescrição
médica no farmacêutico / Luciana Zanetti Rocha Pitta – O
viscum album na terapêutica / Nilo Everton Gardin. Maria
Emilia Gadelha Serra - Ozonioterapia.

CDU 612.39
CDD 613.2

Todos os direitos em língua portuguesa, no Brasil, reservados de acordo com a lei. Nenhuma parte
deste livro pode ser reproduzida ou transmitida de qualquer forma ou por qualquer meio, incluindo
fotocópia, gravação ou informação computadorizada, sem permissão por escrito do Autor. TAGORE
EDITORA LTDA. SIG Quadra 8, lote 2356 - CEP 70610-400 - Brasília, DF.
Fone: (61) 3344-3738 - Fax: (61) 3344-2353 * End. Eletrônico: editor@thesaurus.com.br *Página na
Internet: www.thesaurus.com.br

Composto e impresso no Brasil


Printed in Brazil
Guia Base para a
prescrição
em Nutrologia e Terapia
Biomolecular

Dedicamos este trabalho ao estimado


Professor Dr. José Eduardo Dutra de Oliveira,
considerado o Pai da Nutrologia no Brasil.
Também ao incansável Dr. José de Felippe
Júnior, pelo pioneirismo na luta por uma
terapêutica mais inteligente, o conceito correto
de Terapia Biomolecular e por novos conceitos na
Medicina.
A todos os bons e conscientes profissionais de
saúde que não se acomodam com a terapêutica
convencional e buscam se atualizar no melhor da
ciência médica, apesar das pressões dos
atavismos anacrônicos do sistema de controle da
profissão.
Sumário

Sobre o autor e os colaboradores ...............................................................09


Apresentação .............................................................................................11
Introdução .................................................................................................15
Porque usar suplementos e produtos similares ...........................................25
A alimentação industrializada no banco dos réus...................................25
Hoje precisamos de suplementos..........................................................27

Questões éticas ..........................................................................................29


Medicina Biológica .....................................................................................33
Oligoterapia - a sutil medicina funcional com microminerais coloidais..........35
Medicina Biomolecular – Dr. José de Felippe Júnior......................................37
O que há de verdadeiro na aplicação de megadoses de vitaminas ................47
Peróxido de Hidrogênio - Uma terapia
biológica – Dr. Francisco Humberto de Freitas Azevedo ................................49
Ozonioterapia médica - Dra. Maria Emilia Gadelha Serra...............................
Estudo e descrição de alimentos funcionais, suplementos
nutricionais, bioterápicos, nutrientes, fitoterápicos e similares ....................53
Alimentos funcionais ............................................................................55
Adendo - As propriedades medicinais do vinho .....................................96
Vitaminas ........................................................................................... 106
Minerais............................................................................................. 122
Aminoácidos – Dr. José Antonio Abi Ramia .......................................... 139
Enzimas.............................................................................................. 148
Fitoterápicos ...................................................................................... 156
Probióticos ......................................................................................... 196
Suplementos especiais ....................................................................... 199

Legislação brasileira atual sobre suplementos e similares .......................... 249


Fraudes e falsificações .............................................................................. 253
Como prescrever e orientar a aquisição
de produtos confiáveis e seguros ........................................................ 255
A prescrição médica na visão do farmacêutico – Dra. Luciana Zanetti Rocha Pitta
.........................................................................................................257
Adendo de atualização – Cuidados necessários na prescrição..................... 277
Antibióticos, como prescrever adequadamente......................................... 283
Protocolos terapêuticos – vademecum ..................................................... 295
O desafio do câncer e opções terapêuticas atuais- Dr. José de Felippe Jr .... 351
Capítulo especial: O viscum album
na terapêutica – Dr. Nilo Esvalter Gardin ................................................... 371
Índice de assuntos .................................................................................... 385
Bibliografia e literatura recomendada ....................................................... 391
Toda vez que alguém diz que tal terapia “não
funciona” sem a ter testado, estamos diante de dois
tipos de individuos: um que está acostumado a um
tipo de tratamento e outro que não consegue ver
adiante.

9
obre o autor e os colaboradores

Marcio Bontempo (coordenador)

Médico, especialista em Saúde Pública, pós-graduado


em Nutrologia, homeopata, naturopata e acupuntor.
Presidente da Federação Brasileira de Medicina
Tradicional
Diretor Científico da Associação Brasileira de
Acupuntura.
Diretor vice-presidente do Instituto Brasileiro de
Crenoterapia e Termalismo.
Diretor Científico da Associação Brasileira de
Acupuntura.
Membro da Associação Brasileira de Nutrologia. Autor
de 94 obras relacionadas com a saúde.

Maria Emilia Gadelha Serra

Médica graduada pela Universidade Federal do Rio


de Janeiro (UFRJ).
Mestre em Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça
e Pescoço pela Escola Paulista de Medicina.
Formação em Medicina Biológica Alemã e
Homotoxicologia – Hufeland Gasellschaft für
Gesamtmedizin.
International Society of Homotoxicology (Alemanha)
e Dr.O’Byrne Biological Nedicine Center )Colômbia).
Fundadora e Presidente da Sociedade Brasileira de
Ozonioterapia Médica (SOBOM), em 2019
Fundadora da Associação Brasileira de Ozonioterapia
(ABOZ).

10
Francisco Humberto de Freitas Azevedo

Médico pela Universidade Federal de Uberlândia,


Especialista em Nutrologia (Associação Brasileira de
Nutrologia).
Pós-Graduação “Lato-Sensu” em Medicina
Biomolecular pela USC-UNIRIO.
Livro Publicado - “Peróxido de Hidrogênio”, em co-
autoria com Dr. Roberto César Leite. Editora: Corpo
Mente (Abril/2004).

José Antonio Abi Ramia

Formado em Medicina pela Universidade Federal


Fluminense (UFF) em 1972,
Pós-graduado em Cardiologia pela Santa Casa de
Misericórdia.
Especialista em Nutrologia Médica e Ciências
Biomoleculares pela Sociedade Brasileira de
Nutrologia.
Membro da Sociedade de Medicina Ortomolecular do
Estado do Rio de Janeiro (SOMORJ).
Sócio fundador do Centrocardio (Hospital do Coração
de Niterói).
Membro da Academia de Ciências de Nova Iorque.

José de Felippe Júnior

Doutor em Fisiologia pela Universidade de São Pau- lo.

Docente – livre de Clínica Médica setor Medicina

11
Intensiva pela Universidade do Rio de Janeiro.
Presidente do Comitê Multidisciplinar de Medicina
Biomolecular da Associação Paulista de Medicina.
Fundador e Presidente da Sociedade Brasileira de
Medicina Biomolecular e Radicais Livres e da
Associação Brasileira de Medicina Complementar.

Luciana Zanetti Rocha Pitta

Formada pela Faculdade de Farmácia da Universidade


Federal do Rio Grande do Sul.
Especialista em Manipulação Alopática Magistral-São
Paulo-SP.
Pós-Graduada em Farmácia Clínica-Brasília-DF
Integrante da Equipe Farmacêutica da Farmacotécnica
Instituto de Manipulações Farmacêuticas LTDA,
Brasília-DF.

Nilo Esvalter Gardin

Médico de orientação antroposófica, homeopata,


especialista em clínica médica pela Sociedade
Brasileira de Clínica Médica, e em hematologia pela
Sociedade Brasileira de Hematologia e Hemoterapia,
coordena- dor do comitê de medicina complementar
da Associação Brasileira de Cuidados Paliativos.

12
Para ler antes de iniciar

A vida acontece no microcosmo. Não no visível, que é apenas uma expressão do


que ocorre na intimidade da matéria-energia, mas em escala nonométrica, no pela
interação entre átomos, partículas, moléculas e substratos energéticos.
Olhamos os mares, florestas, o céu, os astros e galáxias, mas tudo depende do que
acontece no micro.
E o mais intrigante, misterioso, é o fato de que nada é aleatório, mas, de algum
modo regido por “algo”, por uma “administração intrínseca” da vida que, com
suas leis, principalmente fundamentadas na polaridade de opostos, move o
universo. O avanço da física tem assim demonstrado, embora nossos
conhecimentos nesse campo ainda possam ser considerados rudimentares, diante
do grande enigma que é a existência.
E esse microcosmo onde ocorrem os fenômenos da vida é inegavelmente perfeito
em sua essência e expressão. Não há “erro” nesse processo intrínseco, ou seja, na
essência da natureza, tudo ocorre de modo perfeito.
Então, quando pensamos na doença, imediatamente nos vem a ideia de um “erro
cometido”, de um desvio, de uma infração a essa perfeição, que acontece
certamente, em primeira instância, em escala manométrica, perturbando o que
se denomina como homeostase (a condição normal do organismo e da saúde). E
assim é. Impossível haver doença sem perturbação desse equilíbrio ou status
perfeito profundo.
Diante da constatação da perfeição absoluta do “governo” intrínseco da vida”,
uma enfermidade ocorre como alguma forma de desajuste, desalinho, corrupção
ou interferência anômala nesse processo essencial.
Então imediatamente emerge na mente a ideia de que a cura se baseia numa
“correção”, num retorno ao equilíbrio, numa restauração – possível ou não - de
algo que se alterou. E fica claro que a ação curativa eficiente deve ocorrer no
microcosmo do corpo doente, pois se ajustando o micro se corrige o macro, e não
ao contrário. E assim acontece quando aplicamos substâncias, ou interferimos de
algum modo no organismo enfermo.
Pensar em combater sinais e sintomas exige apenas conhecimento das ações das
substâncias e drogas, raciocínio associativo e experiência clínica, aplicáveis
principalmente nas doenças agudas e emergências.
Pensar na cura essencial, principalmente das doenças crônicas e degenerativas,
exige muito discernimento, ou um tipo de inteligência sistêmica e capacidade
extra de percepção, com certa liberdade do academismo trivial.
Sabendo-se que muitas doenças surgem por vários fatores, geralmente associados
e produzem sintomas frequentemente similares (dor, incômodo, inflamação,
etc.), conhecer esses fatores torna-se essencial para atuar adequadamente no
microcosmo do corpo humano.
Os desequilíbrios que geram as enfermidades podem ter várias causas e origens,
como por exemplo:
Carência de um ou mais nutrientes (iodo: hipotireoidismo; cálcio e magnésio:
13
osteoporose, cáries; zinco: HBP; selênio: cisto de ovário: triptofano: depressão,
etc;);
Intoxicação (venenos, metais pesados, ).
Radiação.
Infecção (parasitas, bactérias, vírus, fungos, etc.).
Acúmulos (gordura, colesterol, cálcio, sódio, etc.).
E todas estas causas produzem diferentes impactos (funcionais, imunológicos,
nervosos, etc.) e sua expressão dependem também das condições do organismo.
Sem entrar no âmbito das doenças congênitas e hereditárias - que são resultantes
também dos impactos dessas mesmas causas – precisamos compreender que o
microcosmo é um campo complexo e não pode ser pensado mais somente como
um ambiente “material”. Com o avanço da Física, a interação do binômio matéria-
energia nos projeta a um novo entendimento dos fenômenos e amplia, mesmo
com informações escassas, as possibilidades de ações, libertando-nos dos grilhões
da visão analítico-cartesiana, à qual a abordagem alopática crua e anacrônica está
escravizada.
No terreno da pesquisa, é célere a descoberta de novas informações, por exemplo
na genética, na imunologia, na oncologia, na farmacologia, etc. que estão abrindo
novos campos para a terapêutica, de um modo tão rápido que constantemente
tornam obsoletos conceitos alopáticos de praxe, o que exigiria estudos e
atualizações frequentes - quase diárias, diríamos – por parte dos profissionais que
prescrevem fármacos. Principalmente se contarmos com o fato de que várias
drogas são retiradas frequentemente de circulação, ou porque são descobertos
efeitos indesejados ou ineficiência, ou porque surgem novos fármacos mais
eficientes e inteligentes que as substituem.
Também, diante da abertura dos novos campos dimensionais descobertos pela
ciência (partículas imateriais, bóson de Higgs, etc.), que nos distanciam da
abordagem materialista somente “química”, as doenças psicossomáticas,
somatizações e doenças energéticas e da “alma”, fazem parte do âmbito das
causas das doenças ou, pelo menos, dos fatores agravantes, agentes
desencadeantes ou idiossincrasias.
Tudo isso exalta a importância do conhecimento e da capacidade de percepção do
profissional de saúde na decisão terapêutica. Pensar na alimentação é sempre
necessário, uma vez que atualmente grande parte das interferências negativas no
microcosmo dos seres humanos se deve à dieta industrializada.
Além da dieta, desintoxicação, prescrição de suplementos inteligentes
(adaptogênicos, antioxidantes, vitalizadores, etc.), reposição de nutrientes,
bloqueios metabólicos (aromatização, anticorpos autoimunes, etc.),
imunomodulação, normalização bioquímica, restauração de mecanismos de
compensação, proteção ao DNA e às membranas celulares, oxigenação protegida,
ações energéticas, etc. fazem da terapêutica nessas bases uma verdadeira
alquimia, bem como seus protagonistas, os modernos alquimistas.
É extremamente difícil para um profissional de formação e mentalidade
acadêmica analítica, entender que os recursos inteligentes aqui apontados, não
são seguem a mesma linha de raciocínio convencional que dita “uma droga para
14
essa doença”. Seu uso serve tanto para uma ação de reposição nutricional, como
ação protetora, bloqueadora, estimulante, normalizadora ou restauradora.
Portanto, o uso desses modernos recursos se prestam tanto para a terapêutica
quanto para a prevenção. Em outras palavras, servem para serem usados tanto
por indivíduos doentes quanto saudáveis, dependendo da situação. Por exemplo,
usar suplementos nutricionais, pró e prebióticos, antioxidantes, desintoxicantes,
vitalizantes, alimentos funcionais, etc. é uma forma tanto de recuperar quanto de
proteger o organismo. Por que não usar regularmente suplementação normal de
vitamina D para manter estáveis os níveis desse nutriente, sabendo-se que está
ocorrendo quase uma epidemia de carência dessa vitamina e, sendo que sua
suplementação habitual só é benéfica, pois a mesma não oferece toxicidade em
doses normais? Ato contínuo, antioxidantes como Omega 3, vitamina E, vitamina
C, ajudam a varrer radicais livres; clorela, cúrcuma, aloe vera são excelentes para
desintoxicar o organismo, diante de uma alimentação industrializada rica em
metais pesados e substâncias tóxicas. Por que não ingerir substâncias
anticancerígenas como própolis verde, acho, cogumelos, açafrão (principalmente
em cápsulas), já que estamos todos expostos ao câncer e esses recursos protegem
nosso DNA de mutações e anomalias? Por isso se diz que esses recursos são
terapêuticos e profiláticos, o que caracteriza a sua inteligência adaptogênica.

Estas reflexões não são uma crítica à terapêutica alopática. Como já afirmamos,
ela tem o seu lugar e sua importância, principalmente nas emergências e doenças
agudas, porém, não se configura como recurso eficiente, ou antes, inteligente,
para a maioria das doenças crônicas, na grande maioria dos casos.
Por isso dizemos que o raciocínio alopático é fácil e só exige experiência. Porém é
muito difícil o raciocínio sistêmico. Como ele não se limita apenas prescrever
fármacos “anti” alguma coisa, a definição das ações terapêuticas exige muito mais
do que o mero conhecimento acadêmico pode oferecer. E aqui, certamente,
reside a razão das instituições corporativistas serem habitual e historicamente
refratárias às novas descobertas científicas no âmbito da saúde: enquanto o que
é novo instiga quem tem coragem, geralmente perturba o inseguro.
Para aqueles que considerarem estas reflexões como mera filosofia,
recomendamos libertarem-se dessa visão e se atualizarem. O que para alguns
pode parecer divagação, subjetividade, para os mais identificados com o novo
paradigma da saúde chama-se discernimento, inteligência e livre percepção.

15
16
Apresentação

É do buscar e não do achar


que nasce o que eu não
conhecia.
Clarice Lispector
Com o avanço da física, todas as áreas do
conhecimento estão se transformando muito
rapidamente, principalmente o campo da terapêutica,
que passa hoje por uma profunda revolução,
culminando no surgimento e expansão da medicina
orto (bio) molecular, da nutrologia (nutrição clínica) e
da medicina biológica como um todo. A terapêutica
convencional, antes fundamentada apenas no uso de
fármacos voltados para o combate direto às doenças,
sinais e sintomas, passa por uma grande mudança. O
crescente entendi- mento, no seio médico-acadêmico,
de que as doenças - quaisquer que sejam elas - têm
causas multifatoriais e dependem profundamente de
fatores ambientais, dietéticos, individuais, genéticos
(fenotípicos?), emocionais, mentais e até existenciais,
tem questionado o uso exclusivo dos medicamentos de
praxe, sem uma compreensão maior de todos os
elementos envolvidos com as enfermidades e sua
etiopatogenia ampla.
A expansão das doenças crônicas e degenerativas,
autoimunes e de novas infecções microbianas (AIDS,
SAAR, etc.) contribui para o questionamento se a
terapêutica farmacológica, com sua abordagem
organicista e reducionista tem sido eficaz na luta por
uma saúde humana [e animal] melhor que no passado.
Parece-nos que não. Certamente o homem atual tem
uma expectativa de vida maior e vive mais, porém
apenas quantitativamente, necessitando cada vez mais
de uma quantidade crescente de medicamentos.
A questão básica é: combater os sintomas apenas
ou resgatar a saúde? Certamente que a resposta de-
pende das circunstâncias e de cada caso específico,
tipo de doença, condições do paciente, questões de
saúde coletiva, etc., mas, em tese, o mundo médico
mais consciente está sofrendo uma substancial mu-
dança de conceito, onde, exceto o campo das
13
urgências e emergências, palavras como
desintoxicação, depuração, reequilíbrio, re-
harmonização, restauração de função, antioxidação,
oxidação, oxigenação, nutrição, proteção celular,
imunomodulação, etc. es- tão se tornando cada vez
mais comuns no universo dos profissionais de saúde.
Nesse aspecto, é preciso bem dimensionar o
crescimento da importância da alimentação e, ato
contínuo, da terapêutica alimentar (nutrológica) nesse
vasto contexto de transformação de conceitos.
Também é notório como as técnicas terapêuticas
alternativas têm sido procuradas e uti- lizadas em
todo o planeta e como várias delas estão adentrando
o campo da terapêutica oficial, como é o caso da
Homeopatia, da Acupuntura, da fitoterapia, somente
para citarmos o Brasil (ver Portaria 971/2006 do
Ministério da Saúde).
O surgimento do universo dos suplementos
nutricionais, dos fitoterápicos, dos complementos
alimentares, dos pré e próbióticos, das enzimas e dos
produtos biológicos ativos, está ocorrendo de modo
rápido, dentro de um campo que até há bem pouco
tempo estava despreparado para esse impacto. Esse
universo pode ser considerado herdeiro da fase de
algumas décadas, onde os produtos naturais simples
(ex.: geleia real, própolis, pólen, etc.), os chás e os
extratos vegetais eram os únicos recursos disponíveis
como alternativas à farmacologia oficial. Ele está em
franco crescimento, a ponto de deixar a todos
atônitos, não só os consumidores, mas médicos,
autoridades sanitárias e a própria indústria
farmacêutica. Portanto, não se pode mais falar em
medicina oficial e medicina “alternativa”; existe
apenas uma única Medicina, com um grande universo,
isso sim, de técnicas e recursos terapêuticos.
Hoje é grande e crescente a oferta de recursos
terapêuticos e suplementares, como vitaminas,
minerais, ervas, produtos naturais e similares, mas
sente-se a falta de profissionais experientes no
assunto.
Enquanto as autoridades sanitárias lutam para se
organizarem e definirem uma posição clara frente a
esses produtos e recursos, e os profissionais de saúde
não se especializam, o consumidor submete-se às
orientações amadoras dos balconistas das casas
14
comerciais, principalmente em farmácias, além, é
claro da propaganda do fabricante. Dentro da própria
classe médica há problemas, pois, a priori, o
profissional gabaritado para prescrever suplementos
e similares é o nutrólogo – um a especialidade ainda
em desenvolvimento e com poucos representantes.
Quantos médicos não se sentem desconfortáveis
quando um paciente afirma estar ingerindo (ou
interessado em fazer uso), por exemplo, de ginkgo
biloba, Ômega 3 ou certos minerais ou vitaminas,
quando eles desconhecem tais produtos ou, pelo
menos, têm uma vaga e incompleta informação sobre
os mesmos, insuficiente para dar certezas ao seu
paciente. Não raro, nessas situações, a maioria dos
médicos condena ou desaconselha tais produtos. Há
ocasiões, também não raras, em que o médico
permite que o paciente continue a utilizar
determinado produto citado que ele (o médico)
desconhece, acreditando que o mesmo é inócuo e
sem efeito (mantendo-o como se fosse um placebo), e
que pode produzir efeitos indesejáveis, ou mesmo
danos à saúde. Outros médicos condenam e
desaconselham de imediato tais procedimentos
simplesmente para zelar pela sua autoridade sobre o
paciente. Podem estar cometendo um erro.
Mas como saber ?
As próprias autoridades sanitárias e órgãos de
classe (CFM, AMB, etc.) se encontram na mesma
situação, sofrendo o impacto das novidades
terapêuticas, com grandes evidências de eficiência,
mas não sabem como se posicionar diante da questão
da legalidade da sua aplicação e, frequentemente se
colocam na posição de condenar, ou considerar o
recurso como uma “pseudociência”. O caso da
ozonioterapia é típico, principalmente no Brasil,
considerada como “ciência experimental” pelo CFM,
não autorizando os médicos a aplicar, porém, nada
podendo fazer contra aqueles que a aplicam.

Para a nossa tranquilidade, está crescendo no seio


da prática da medicina, odontologia, nutrição,
farmácia, biomedicina, etc., profissionais de saúde
identificados com o novo paradigma sistêmico, que
trabalham com os novos (ou antigos atualizados)
recursos terapêuticos diferentes da farmacologia
15
clássica acadêmica.
Este livro tem o objetivo de orientar os
profissionais de saúde, de qualquer especialidade ou
modalidade, quanto à prescrição e indicação
adequada dos mais recentes recursos terapêuticos da
medicina biológica ou de suplementares disponíveis,
vitaminas, minerais, oligoelementos, enzimas,
fitoterápicos e produtos biologicamente ativos, ao
mesmo tempo apontando o que existe de verdadeiro
e de científico.
Os recursos aqui apontados não excluem ou
substituem a terapêutica farmacológica e podem,
segundo o critério, o conhecimento e a experiência do
profissional que prescreve, ser utilizados
concomitantemente, simultaneamente, dentro de um
protocolo de tratamento bem fundamentado e
inteligente. Por exemplo: ao prescrever um antibiótico
oral, por que não proteger a flora intestinal com
probióticos, associando minerais e oligoelementos
que irão reforçar o sistema imunológico, e
antioxidantes que reduzirão o estresse metabólico e a
condição inflamatória do organismo (talvez a causa
básica da infecção)?
Neste Guia procuramos apontar o que há de ver-
dadeiro e realmente eficaz no universo dos
suplementos, vitaminas, minerais, enzimas, ervas e
similares. Para isso, incluímos matérias de expoentes
na área da medicina biomolecular e biológica, como o
Dr. José

16
De Felippe Júnior, Dra. Maria Emilha Gadelha Serra, Dr.
Francisco Humberto de Freitas Azevedo, Dra. Dr. Jose
Antonio Abi Ramia, Dr. Nilo Cardin, além das
orientações úteis de uma farmacêutica experiente,
Dra. Luiciana Zanetti Rocha Pitta, de modo a orientar
os profissionais de saúde na delicada arte da
prescrição adequada dos itens deste manual.
Sendo a primeira obra médica no gênero no país,
fruto de anos de minuciosas pesquisas e atualizações
frequentes, ela vem preencher uma lacuna que vinha
se fazendo incômoda para toda a classe médica e de
profissionais de saúde em geral, cuja maioria
desconhece ou têm informações incompletas sobre os
itens aqui citados.

O autor

17
Introdução

Descobertas não acontecem por causa


da medicina. Elas acontecem porque
alguém tem coragem de tentar.
Meredith Grey

Graças à velocidade com que as pesquisas


científicas são atualmente desenvolvidas e com tantos
recursos tecnológicos modernos, uma incontável
quantidade de informações e experiências sérias, com
metodologia apropriada, tem sido realizadas em todos
os pontos do planeta, observando os efeitos, tanto de
plantas medicinais, quanto de nutrientes concentrados
(fitonutrientes), aminoácidos, enzimas, microminerais,
fármacos e produtos bioidênticos, algas, proteínas e
outros itens, que não pertencem à família das drogas
sintéticas, mas muito mais ao universo dos
adaptogênicos.

Adaptogenicidade

Trata-se de um conceito que nasceu a partir da percepção unificante da medicina


oriental, em associação com os conceitos farmacológicos ocidentais. No âmbito
da terapêutica com drogas, os efeitos se devem à capacidade direta dos
componentes de um remédio, planta, etc. em oposição ao sinais e sintomas. Já
um adaptogênico é um modulador capaz de equilibrar o organismo e restabelecer
sua harmonia, geralmente sem produzir danos, agindo como um regulador, e não
um antagonista ou opositor. Como exemplo, temos a ação da famosa raiz de
ginseng, rica em saponinas, mas cujo efeito se deve não só a elas, mas também à
sua energia estrutural intrínseca (tão bem compreendidos hoje pela medicina
quântica). Há diversos outros recursos adaptogênicos, como o alho (capaz de
reduzir a pressão arterial sem ser um hipotensor, ao mesmo tempo que, mesmo
em grandes quantidades, não diminui a pressão arterial de uma pessoa
normotensa).
Foi graças ao advento da terapia ortomolecular e da Nutrologia (de certo modo,
filhas da naturopatia, da medicina natural, com a chancela da ciência analítica)
que estes conceitos ganharam campo, tanto no universo das terapias oficiais
quanto naquelas ditas “não convencionais”. Outros recursos, geralmente
alimentos funcionais ou plantas, têm o mesmo efeito modulador, como a babosa
(aloe vera), a cúrcuma, o gengibre, o noni, os cogumelos comestíveis, o alcaçuz, a
23
própolis, etc., cada um no seu campo de ação. Esses produtos possuem tanto
substâncias farmacologicamente ativas como agem segundo sua composição
estrutural física e energética. E, atualmente, ressurgem no universo da
terapêutica universal.

A revolução na terapêutica e na prevenção

Esses novos dados que a todo instante nos chegam,


se tornam disponíveis, principalmente, pelo advento da
revolucionária Internet, não obstante, encontram uma
classe médica que ainda reage de modo lento e, porque
não dizer, com desconfiança, ou mesmo, em alguns
círculos mais conservadores, refratariamente.
Para o bem da medicina e da saúde da
humanidade, é necessário evitar se colocar
refratariamente, utilizando ainda velhos clichês e
estereótipos contra tudo de novo que surge. É bem
certo que devemos ter estrito cuidado com a adoção
de técnicas terapêuticas novas, principalmente diante
da responsabilidade pro- fissional em nós depositada
pela sociedade. No entanto, em nome dessa mesma
confiança, não podemos permitir que esse
posicionamento impeça de chegar até nós aquilo que
é verdadeiramente útil, eficaz e que pode representar
um recurso capaz de beneficiar os doentes. Isso fica
mais nítido se entendermos que não estamos nesta
obra lidando com medicamentos perigosos ou com
substâncias não identificadas cientificamente, mas
com suplementos nutricionais, vita- minas, enzimas
digestivas de fonte vegetal, ervas não tóxicas,
produtos biológicos, alimentos concentrados,
aminoácidos, etc., capazes de promover modificações,
complementações e interferências suaves,
geralmente não farmacológicas, sendo todos
elementos geralmente inofensivos. Mesmo assim, nos
item onde se faz necessário um controle da dosagem
e da posologia, apresentamos um índice diário
recomendado (IDR), determinado pelas autoridades
sanitárias, sejam nacionais (Ministério da Saúde), ou
internacionais (FDA1 nos Estados Unidos, por
exemplo), com base no em parâmetros como o RDA2 e
o USRDA3 além de rígida posologia para itens
potencialmente mais tóxicos (como por exemplo o
selênio, a vitamina A, o zinco, algumas ervas, etc.),
apontando inclusive os possíveis problemas derivados
24
de grandes doses de algum item, cujas menções se
fazem necessárias.
Todos os itens aqui mencionados, porém, não de-
vem ser entendidos como substitutos à terapêutica
convencional habitual. Em outras palavras, não
sugerimos ou aconselhamos os profissionais a evitarem
os medicamentos de praxe, as cirurgias necessárias ou
procedimentos do gênero, para aplicar os itens deste
manual. A sensatez nos ensina a dimensionar
adequadamente cada caso e estabelecer um protocolo
ou sistema terapêutico inteligente. Muitas das vezes,
grande parte dos itens aqui estudados podem e devem
ser utilizados como auxiliares à prática terapêutica
convencional, em associação a ela e aos medicamentos
geralmente adotados pela comunidade médica. Em
outros casos, podem funcionar como recursos
principais, notadamente nas reposições vitamínicas e
enzimáticas, nas doenças crônicas e degenerativas,
quando falha o tratamento farmacológico ou não
existem recursos terapêuticos oficiais.
Os itens aqui indicados, a não ser nos casos de
hipersensibilidade de um organismo, não apresentam
os mesmos problemas que as drogas

1 FDA – Sigla do Food and Drug Administration - órgão do governo


norte-americano que regulamenta e aprova o uso e a comercialização
de alimentos e medicamentos.
2. RDA - Sigla que significa “dose diária recomendada” (Recomended
Doses Allowance). Refere-se à dose usual diária de vitaminas ou sais
minerais recomendadas pelas autoridades sanitárias internacionais.
Esta sigla geralmente está presente nos rótulos dos frascos de
suplementos minerais.
3. USRDA - Sigla que significa “dose diária recomendada” nos Esta-
dos Unidos (United States Recomended Doses Allowance). Refere-se
à dose usual diária de vitaminas ou sais minerais recomendadas pelas
autoridades sanitárias nesse país. Esta sigla geralmente está presente
nos rótulos dos frascos de suplementos minerais de produtos fabrica-
dos nos Estados Unidos.
habituais, principalmente quanto à questão dos efeitos
colaterais, efeitos tóxicos (no curto, médio ou longo
prazo) e interação medicamentosa. Reafirmamos que os
produtos em questão, apesar de inofensivos, são
pesquisados e aplicados mundialmente por médicos
responsáveis. Já as drogas, mesmo depois de
submetidas a testes, apresentam perigos inusitados,
haja vista a quantidade de fármacos que são retirados
de circulação por apresentarem problemas
posteriormente à sua aprovação.
25
Efeitos colaterais são o fantasma da terapêutica
farmacológica

Os efeitos colaterais e mau uso de remédios


matam 200.000 norte-americanos por ano (mais do
que os mortos na guerra do Vietnã). Thomas J. Moore,
membro-sênior do Departamento de Política de Saúde
de George Washington Medical University e autor do
famoso livro Prescription for Disaster – The Hidden
Danger in your Medicine Cabiner (Editora Simon &
Schuster), pesquisou durante seis anos os 50
medicamentos mais vendidos nos Estados Unidos,
entre eles nove antibióticos, oito drogas para
hipertensão arterial, seis analgésicos, cinco
hormônios, cinco produtos para depressão e
ansiedade, cinco antilipêmicos e doze anti-
inflamatórios não hormonais, quanto aos seus efeitos
colaterais e possível eficiência. Os cinquenta produtos
observados perfazem 28% das prescrições médicas
nos EUA, totalizando 650 milhões de embalagens de
remédios-ano, o equivalente a três embalagens para
cada americano. O autor cita a aspirina,
tranquilizantes diazepínicos, o Ibuprofeno e outros
anti-inflamatórios não hormonais, o Pravacol e o
Mevacor, a ofloxacina e a amoxacilina, o Accutane, o
Hismanal, o Isomeride ou Redux (inclusive de venda
proibida), o Ritalin, o Lanoxin, dentre outros, como
produtos extremamente danosos ao organismo,
citando dezenas de casos de mortes e danos devido
aos efeitos colaterais dos mesmos. O autor mostra que
o número de vítimas nos EUA por remédios mal
administrados é 4 vezes maior que os assassinatos e 2
vezes maior que as vítimas de acidentes
automobilísticos. A possibilidade de se ser
hospitalizado por causa de um remédio nos EUA é 10
vezes maior do que um acidente de carro. E isso num
país onde há rígido controle da prescrição de
medicamentos. Imagine-se no Brasil, onde é possível
adquirir quase qualquer medicamento com extrema
facilidade (são indicados por balconistas de farmácia
num volume maior do que as prescrições médicas). A
situação é mais preocupante neste país se
verificarmos que a FDA possui 54 funcionários para
controlar 3200 medicamentos diferentes, enquanto
26
no Brasil existem 15.000 tipos de produtos, para um
número muito menor de pessoal qualificado.
Uma das atividades mais importantes no controle
das iatrogenias é a divulgação dos estudos decorrentes
das notificações. O estudo das reações adversas a
medicamentos tem como objetivo reconhecer as
reações extraordinárias mais previsíveis ou aquelas
imprevisíveis, com a finalidade de aumentar o
conhecimento sobre os efeitos de uma substância
medicamentosa no organismo humano, tornando o
seu uso mais seguro. Segundo a Secretaria de Saúde de
São Paulo, estatísticas nos estados Unidos têm
demonstrado que a incidência de Reações Adversas a
Medicamentos (RAM) pode chegar até 20 % dos
pacientes internados, sendo até maior para aqueles em
tratamento com múltiplas drogas, e de 5 a 20 % dos
pacientes ambulatoriais. Se aplicadas tais taxas à
população de São Paulo e considerando somente as
internações e atendimentos ambulatoriais, que se
estima foram feitos pelo SUS, pode-se chegar a
estupenda cifra de 5.620.000 casos em geral e 46.000
internações devidas exclusivamente às iatrogenias. O
problema pode ser muito mais grave pois a venda de
medicamentos é ainda pouco controlada e a prevalente
automedicação leva não só ao aumento do número de
RAM, bem como do grau de nocividade. O custo social
e econômico dessa situação é com certeza muito
elevado, embora ainda não tenha sido medido até a
edição deste trabalho.
Nem sempre os efeitos nocivos dos medicamentos
são detectados durante os estudos pré-clínicos. E,
muitas vezes, algumas reações mais graves e mais raras,
só aparecem quando o medicamento é administrado a
um grande número de pacientes, por um longo
período. Desse modo, a detecção precoce e a avaliação
destes efeitos adversos são de fundamental
importância.
Mas mesmo que se determine maior controle
sobre a prescrição e o controle sobre os efeitos
adversos dos medicamentos, diversos fatores nos
preocupam dentro do universo das drogas,
principalmente a dúvida se a pesquisa realizada com o
mesmo foi suficiente para uma indicação segura (o
caso da talidomida mostrou o contrário); se os efeitos
em longo prazo, principalmente a mutagenicidade
27
foram checados e calculados; se haverá interação
medicamentosa entre os diversos remédios
prescritos; se são conhecidos os efeitos individuais do
remédio, sempre diferentes de organismo para
organismo; se existe hipersensibilidade dos
indivíduos; se os remédios prescritos apenas abafam
efeitos, não atingindo as verdadeiras causas da
doença; se os remédios interferem e quanto nas
funções bioquímicas e metabólicas mais nobres; se os
médicos, principalmente os recém formados, têm
experiência e sabem prescrever os medicamentos, ou
se são desatentos, prescrevendo
indiscriminadamente, mesmo que acompanhem a
posologia recomendada.

Propagandas de remédios são prejudiciais

No Brasil há a agravante da propaganda na TV, revistas, rádio, outdoors e


panfletos, estimulando o uso de medicamentos. O emérito professor Fernando
Lefèvre, uma das maiores autoridades brasileiras em Saúde Coletiva, condena
peremptoriamente a propaganda de remédios na mídia, classificando o ato
como incentivo à automedicação. A própria advertência exigida para a
propaganda de medicamentos “Ao persistirem os sintomas um médico deve
ser consultado” (geralmente narrada muito rapidamente, ou exposta sem
tempo suficiente para que seja compreendida ou assimilada) é perigosa, pois é
acintosamente permissiva quanto à automedicação. Além disso, não há
parâmetros definidos para que um “consumidor” de determinado remédio
saiba o momento certo para procurar quando os sintomas não desaparecem.
Pode ser tarde demais, por exemplo, numa situação em que se usa um
analgésico para cefaleia, que mascarou o crescimento de um tumor cerebral
inoperável.
Estou certo de que medicamento não é bem de
consumo para que seja permitida propaganda do seu
uso.
Também, as informações disponíveis quanto ao
uso de medicamentos “oficiais” não é completa o
suficiente para nos deixar inteiramente confortáveis
ou seguros ao prescrevê-los. Não existem garantias
completas quanto a outros efeitos e interações
prováveis, sendo assim, é necessário triplicar os
cuidados, seja na escolha do medicamento, na sua
posologia individualizada e na associação dos mesmos
com outras drogas.
Por outro lado, os efeitos colaterais, efeitos
tóxicos, contraindicações, hipersensibilidade, etc., são
28
praticamente inexistentes ou então muito inferiores
com o uso de suplementos, fitoterápicos, etc., quando
comparados aos dos medicamentos. Também, do
mesmo modo, as interações medicamentosas,
comuns aos medicamentos - embora possam ocorrer
com a prescrição de suplementos e minerais, e até
com a maior parte dos fitoterápicos - são, neste caso,
muito mais controláveis, previsíveis e evitáveis.
Devemos lembrar-nos de que não existe uma
terapêutica medicamentosa oficial, ou seja, nenhum
profissional de saúde, principalmente médico,
dentista, etc., é sumamente obrigado a prescrever
fármacos. Inclusive a decisão médica quanto à
terapêutica é garantida pelo próprio Código de Ética
Médica (ver comentários adiante). Não fosse assim,
nunca estaríamos autorizados a aplicar os salvadores
placebos, que tanto nos ajudam na prática diária. O
que não se deve fazer é aplicar drogas e
medicamentos novos, sem segurança, sem dados
confiáveis, etc., conforme constatamos
frequentemente em relação a muitos produtos da
indústria farmacêutica.

Só há uma Medicina

Embora se utilize largamente hoje o termo


“medicina alternativa”, devemos entender que ele é
muito mais uma referência a um conjunto de métodos
terapêuticos não convencionais (oficiosos), do que um
sistema médico organizado e, aparentemente,
antagônico à medicina oficial.
A medicina sempre foi e será uma só, ou seja, a arte
e a ciência de restabelecer a saúde humana ou animal.
O que temos são setores da própria medicina universal
que se caracterizam por diferentes formas de
abordagem, conduta e métodos, daí a denominação de
“medicina natural”, “medicina indígena”, “medicina
oriental”, “medicina doméstica”, etc., pertencentes à
mesma área de atividade humana, a Medicina
Tradicional, à qual, também, pertence a atual medicina
oficial.
Isso fica ainda mais nítido se observarmos que
técnicas terapêuticas e diagnósticas pertencentes ao
setor não oficial, até mesmo empírico, quando se
firmam pela eficácia e comprovam a sua validade,
29
adentram automaticamente a medicina hegemônica,
como foi o caso da hipnose (antes mesmerismo) da
homeopatia, da acupuntura, etc., além de diversas
técnicas atualmente em vias de se tornarem “oficiais”,
como a ozonioterapia, por exemplo.
Como exemplo de afinidade entre a população e
a “medicina alternativa” citamos um artigo de
introdução por Eisemberg e colaboradores, editores
do Jornal American of Medicine Association, onde
relatam uma enquete nacional randomizada, com
adultos, por telefone, em 1990, com 1539 pessoas e,
em 1997, com 2055 pessoas. Os autores constataram
que no ano de 1990, 33,8% das pessoas consultadas
procurou pelo menos por 1 tratamento alternativo de
16 apresentadas e este total subiu para 42,1%, em
1997. O uso de práticas alternativas foi feito para
infecções crônicas, dores nas costas, ansiedade, de-
pressão e dor de cabeça.
É interessante a informação de que o paciente foi
encaminhado pelo próprio médico para essa prática
alternativa, em 39,8% das vezes, no ano 90 e 38,5%,
em 1997, e os pacientes tiveram que pagar por esse
atendimento em 64% das vezes, em 1990 e 58,3%, em
1997, quando o atendimento médico era coberto pelo
plano de Saúde e essa alternativa não.
As visitas a métodos alternativos tiveram um
aumento de 47,3%, pois foram de 427 milhões de
pessoas, em 90, para 629 milhões, em 1997, sendo
que 15 milhões receberam medicamentos de ervas e
120 milhões de pessoas receberam receitas de
polivitamínicos. Estima-se que os gastos com esse tipo
de prática atingiram em 1997, a 27 bilhões de dólares
de gastos feitos pelo próprio paciente que mantiveram
a melhora. Fonte: JAMA 1998; 280:1585-89.
A verdade é que a opinião pública mundial é
favorável e se identifica com métodos terapêuticos
não convencionais e os procura, principalmente
porque não oferecem os mesmos perigos e riscos dos
medicamentos comuns.
No Brasil está ocorrendo o mesmo, sendo que o
fenômeno é crescente, pois médicos e demais
profissionais da saúde estão cada vez mais
prescrevendo suplementos e similares. É cada vez
mais comum, por exemplo, clientes solicitarem
prescrições desse tipo dos seus médicos
30
O mercado internacional de fármacos mobiliza
quase um trilhão de dólares anualmente4. Obviamente
que, devido a interesses, os argumentos mais comuns
utilizados contra os recursos terapêuticos não
convencio- nais é que eles “não são científicos”, “não
funcionam” ou que são criados por pessoas
interessadas em lucros ou em enganar o próximo, como
se a própria indústria farmacêutica não fosse movida
apenas pelo lucro, investindo em intensa propaganda
dos seus produtos.
Com o avanço da ciência, somos hoje capazes de
saber precisamente como um produto, suplemento,
nutriente, planta medicinal, etc agem no organismo.
Nesse aspecto, devemos considerar o fato inegável de
que qualquer composto, alimento, substância, planta,
etc,. que seja assimilado por organismo vivo,
interferirá na sua natureza e interagirá com ele,
modificando-o
4. A Abifarma (Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas)
teve lucro acima de 10 bilhões de dólares em 1998.
de algum modo, em diferentes graus de intensidade.
Entendendo o organismo como um sistema, ele é
sensível à presença de elementos externos, quaisquer
que eles sejam, desde um veneno – que determina
grandes mudanças nele, até um grão de cereal – que
produz mudanças também, porém imperceptíveis.
Assim, uma planta, seja um extrato medicinal, uma
verdura, um grão de leguminosa, um pedaço de raiz,
um chá ou o pó liofilizado de uma erva, representam
fatores que contêm uma ou mais “informações”. Estas
podem ser, desde princípios ativos como a cafeína do
café, passando pelos aminoácidos de um grão, até os
minerais de uma raiz sem propriedades medicinais
evidentes. Essas “informações” produzem, sempre,
algum tipo, previsto ou imprevisto, perceptível ou
não, de impacto no organismo.
Se antes rotulávamos de “empírico” o uso de um
determinado produto, hoje sabemos que, todas,
absolutamente todas as verdades cientificamente
aceitas, existiam antes no universo do empirismo, que
é a origem e o princípio único de tudo o que se sabe e
se aceita atualmente no mundo científico. Portanto,
negar algo como sendo “empírico” é uma precipitação
injusta contra algo que um dia figurará como verdade,
aceito no futuro como fato inegável. Não que se deva
31
aceitar tudo o que é empírico, mas respeitar. Caso
contrário, corremos o risco de sermos tão radicais
quanto as atividades e fatos realmente supersticiosos,
inventados, charlatanescos, irreais, oportunistas, etc.
que combatemos.
Assim, simplesmente duvidar ou “não acreditar”
na eficácia de um produto, sem antes estudá-lo ou
considerar as informações existentes, evidências e
provas é, isto sim, uma atitude não científica e
retrógrada.

“A prova científica, por si só, não tem o poder de


comprovar nada, tudo que ela pode fazer é refutar
e, mesmo assim, provisória e circunstancialmente,
um fato ou um fenômeno estudado. ”

Herbert Pereira

Sabendo-se que o que caracteriza a evolução da


ciência é a velocidade com que velhas teorias são
substituídas por novos e irrefutáveis fatos, assumir
uma posição refratária ou negar novas possibilidades
e evidências, simplesmente por fazê-lo, é refrear o
progresso dessa mesma Ciência, é retardá-la.
É inexorável o fato de que o que conhecemos hoje
tornar-se-á obsoleto em breve tempo e que, o quanto
antes isso acontecer, tanto mais rapidamente a ciência
cresce. O conhecimento passado cumpre o seu papel
na história da Ciência.

Nenhuma teoria científica já foi aceita sem oposição


Louis Pasteur

Por exemplo, o modelo da circulação sanguínea


apresentado no passado por Willian Harvey, era
ridículo quando comparado ao que se conhece sobre o
tema atualmente. No entanto, na sua época
representou uma grande revolução no conhecimento
médico. E, diga-se de passagem, foi refutada e
veementemente combatida pelos conservadores que
“não acreditavam” em nas ideias de Harvey,
simplesmente porque elas contrariavam a práxis
médica que, baseada em Galeno, acreditava que
dentro das artérias passava ar e não sangue (daí o
nome derivado do grego: artérias).
32
Então a pergunta que deve ser feita atualmente é:
deveremos assumir uma postura de antagonismo ao
que é novo, imitando os opositores dos “Harveys”, dos
“Pasteurs”, dos “Sommelweiss”, etc., ou devemos
abrir as nossas mentes e investigar com neutralidade
o que nos vêm? Talvez tivéssemos o direito de, a priori,
duvidar, se não tivéssemos a responsabilidade
precípua de cuidar da saúde dos nossos clientes e da
própria humanidade. É interessante poder constatar
que, dependendo dos nossos critérios e decisões,
sofrimentos podem ser mitigados e problemas de
saúde podem ser resolvidos, desde que não nos
posicionemos de modo imediatamente refratário.

33
Porque usar suplementos
e produtos similares

Correções mb1
O processo de decorticação ou de
A alimentação industrializada
no banco dos réus
O aspecto mais marcante da his-
tória da alimentação humana é a mu-
dança dos padrões alimentares, com o
aparecimento de hábitos prejudi-
ciais, de alimentos industrializados
com aditivos alimentares inorgânicos,
agrotóxicos, adubos químicos, etc.
Até o início do século 20 existiam,
apenas, cerca de oitocentos tipos de
alimentos conhecidos, configurando
todas as possibilidades de recursos
naturais disponíveis no campo da
alimentação. Hoje são quase 40 mil
produtos, sendo que cerca de 39.200
representam criações sintéticas ou
artificiais. Acompanhando de modo
paralelo o crescimento do universo
da alimentação industrializada está
o aparecimento em maior escala das
doenças degenerativas (principalmen-
te entre as populações mais abasta-
das), como resultado da interferência
química sintética sobre os seres vivos.
A agitação dos tempos modernos,
principalmente nas cidades, trouxe
também um novo componente: as re-
feições rápidas, o fast food, os sandu-
íches, a comida “a quilo”, e os refrige-
rantes, o cafezinho, o drink do happy
hour , a comida de avião, as miríades
de guloseimas industrializadas (balas,
chicletes, sorvetes, chocolates, etc.).

25
refinamento dos grãos de cereais fez precoce.
empobrecer também alimentos im- A importância da boa alimenta-
portantes como os pães e massas, ção como base para uma boa saú- de
de- rivados dos milenares cereais, parece ter-se reduzido à medida
retiran- do deles a maior parte das
vitaminas e fibras (película), dos
óleos essenciais ricos em vitaminas
e proteínas.
Não fora apenas isso, come-se
em excesso e a alimentação
disponí- vel apresenta fatores
causadores de inúmeras doenças,
como o excesso de gorduras
saturadas e colesterol, o açúcar
branco desmineralizante, os
corantes e conservantes, etc. Além
disso, os alimentos atualmente
apre- sentam teores de nutrientes
inferio- res - principalmente de
proteínas, vi- taminas e sais
minerais - o que exige a ingestão
constante de mais comida ou de
suplementação extra para su- prir
as solicitações e exigências do or-
ganismo. Com isso a obesidade,
uma doença antes rara, cresce
assustado- ramente no mundo
inteiro. Só nos Estados Unidos,
considera-se oficial- mente que
50% da população tem o seu peso
acima dos níveis normais.
Outras doenças, cujas incidências
cada vez mais elevada, têm preocupa-
do a todos são o câncer, as enfermida-
des cardiovasculares, o diabetes, a os-
teoporose, as moléstias reumáticas e
o acentuado envelhecimento
26
que se desenvolveu a concepção alimentação moderna sobre os seres
quantitativa relativa à nutrição. Mas humanos, acompanhou a alimenta-
atualmente está definitivamente es- ção dos índios de Pima, uma região
tabelecido no mundo científico que do deserto de Sonora, no Arizona,
uma boa nutrição é importante para Durante milhares de anos eles se
a prevenção de doenças. alimentaram do que a terra lhes for-
A dieta do paciente deve ser alvo necia, comendo tubérculos, cactos,
principal de atenção. Freqüen- sementes, feijões e alguma carne de
temente observamos que mudanças caça e peixe. Até há cerca de 40 anos
alimentares qualitativas produzem eles continuavam com esse tipo de
efeitos imediatos sobre muitas situ- dieta e não apresentavam nenhuma
ações anormais nos seres vivos, mas doença moderna. Devido a vários
ironicamente, nutrição é comumente motivos, esses índios tiveram a sua
a última coisa em que a maioria dos alimentação bruscamente substituí-
médicos presta atenção. da pela habitual, incluindo hambur-
Um exemplo é o hábito do cafe- gers, refrigerantes, batatas fritas,
zinho, aceito como normal e permi- sorvetes, etc. De acordo com estatís-
tido para a maioria dos pacientes. ticas disponíveis, mais de 50% desses
Sabemos hoje que a cafeína estimu- índios, em idade superior a 35 anos
la o lançamento de norepinefrina na sofre hoje de diabetes.
corrente sanguínea, o que cria um Mais modernamente temos da-
pico de energia temporária; mas a dos cada vez mais importância à die-
cafeína também inibe a habilidade ta como causa, mas também como
do corpo para absorver vitamina B 1, meio de tratamento de diversas do-
causa perda de magnésio, agita a enças. Como Hipócrates, que ensina-
bainha dos neurônios, enfraquece as va “fazei do vosso alimento o vosso
glândulas supra-renais e é cria- dora remédio”, o uso de dietas terapêu-
de habito. Quase nenhuma doença ticas, embora em voga atualmente,
pode ser diretamente re- lacionada não é nada novo.
ao hábito do cafezinho, mas isto De acordo com o Instituto Ame-
pode ser a causa central de ricano para Pesquisa de Câncer, 40%
desequilíbrios bioquímicos e meta- de todo o câncer nos homens e 60%
bólicos que poderão ser a causa de em mulheres são, de algu- ma
patologias. maneira, associados em com a dieta.
Os produtos mais desaconselha- Outras doenças diretamente
dos pelos peritos são: açucarados, relacionadas com a alimentação,
gordurosos, snacks, queijos amarelos, segundo o mesmo instituto são o
refrigerantes, bacon, carnes embuti- diabetes, as desordens cardiovas-
das, carnes vermelhas, frituras em ge- culares, o infarto do miocárdio e as
ral, batatas fritas, cereais adocicados e doença de cólon.
enlatados diversos. A Organização Mundial de Saúde
Um estudo realizado pela Uni- alerta que 85% das doenças dege-
versidade do Arizona, buscando co- nerativas estão relacionadas em ge-
nhecer o resultado do impacto da ral com a alimentação. Para ratificar

27
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

essa porcentegam, estudos compara- boa alimentação, é fundamental


tivos ligados à alimentação, mostram evitar os alimentos industrializados,
que as doenças degenerativas surgi- o que inclui a carne industrial, os re-
ram e cresceram acompanhando as frigerantes, os produtos coloridos e
mudanças alimentares, em direção a adocicados, as frituras, a salsicharia,
uma dieta cada vez mais artificial da o sal refinado e as farinhas brancas.
humanidade. Aconselha-se o consumo de produ-
Juntamente com o crescimento tos integrais, mais especificamente
dos índices das doenças crônicas, de cereais como arroz, trigo, milho e
observamos o consumo cada vez aveia, além de verduras, frutas, le-
maior de drogas sintomáticas, como gumes, raízes e tubérculos e alimen-
analgésicos, antiácidos, antiinflama- tos ricos em fibras.
tórios, antibióticos, antireumáticos,
corticóides, laxantes, sonoríferos, Hoje precisamos de
antidistônicos, psicotrópicos, drogas suplementos
psiquiátricas, e outras.
Se pudéssemos manter o orga-
Se a nossa dieta sofresse uma redu- nismo suprido de vitaminas e mine-
ção em 50% de produtos industriali- rais apenas com a dieta, não necessi-
zados, açúcar branco e sal refinado, taríamos talvez de suplementos, mas
teríamos uma redução no consumo atualmente, devido aos métodos
mundial de remédios de 19% nos pró- agrícolas que enfraquecem o solo,
ximos 2 anos e de 42% nos próximos aos adubos químicos, aos agrotóxi-
10 anos. cos, às técnicas de preservação dos
Associação Médica Americana alimentos por congelamento, pasteu-
rização e outros, além do cozimento
A associação Médica Americana e do uso do forno de microondas, os
informa que se a nossa dieta sofresse alimentos disponíveis apresentam
concentrações menores de nutrien-
uma redução em 50% de produtos
tes. O milho enlatado, por exemplo,
industrializados, açúcar branco e sal
contém menos zeína e aminoácidos
refinado, teríamos uma redução no
do que o milho fresco retirado de
consumo mundial de remédios de uma espiga. A exposição ao forno de
19% nos próximos 2 anos e de 42% microondas destrói rapidamente
nos próximos 10 anos. quase toda a vitamina C dos alimen-
A alimentação ideal consiste na tos a ele expostos. Existem nume-
escolha adequada dos alimentos. rosos exemplos semelhantes, que
Para a prevenção das doenças, boa devem ser associados ao fato de que
absorção dos nutrientes, boa função a nossa dieta conta hoje com fatores
intestinal e manutenção da saúde antinutrientes – como a sacarose
aconselha-se a adoção de uma ali- concentrada e refinada – que favore-
mentação bem balanceada, variada, cem os processos carenciais.
rica, nutritiva, vital, fresca e prefe- Alguns dados recentes, cientifi-
rencialmente orgânica (sem aditivos camente comprovados, ligados à de-
e agrotóxicos). Para a prática de uma ficiência de nutrientes:

28
• Deficiências das vitaminas A, C, e E são, ansiedade, falta de memória,
têm sido relacionadas com o aumen- redução da libido, entre centenas
to do risco de câncer. de outros problemas, não pode
• Depleções de cobre e de zinco pro- ser verdadeiramente eliminada,
duzem redução da capacidade imu- seja com medicamentos palia-
nológica. tivos, com estimulantes, com
• Baixos níveis de cromo podem pro-
hormônios, com psicoterapia, ou
vocar elevação do colesterol e distúr-
mesmo com ervas de efeito orgâ-
bios no metabolismo dos açucares.
nico comprovado. Só se poderá
resolver esses problemas com a
• A falta de selênio predispõe o orga-
suplementação zinco.
nismo às doenças do coração. Baixos
níveis de magnésio contribuem sig- Práticas assim são essencialmen-
nificativamente para Síndrome pré- te médicas e, absolutamente inteli-
menstrual. gentes principalmente se intendemos
que o estresse, o consumo excessivo
• Dados sugerem decididamente que o
de açúcar refinado, de cereais de-
uso de suplementos nutricionais
corticados, entre outras coisas, são
pode economizar milhões em cui-
fatores depletadores de zinco. Então
dado ligados à saúde. Por exemplo,
uma suplementação desse mineral,
temos a certeza de que um suporte
associada a uma dieta bem orienta-
extra de cálcio e magnésio reduz a
da, representa o tratamento causal e
incidência de fraturas de quadril nas
básico para muitos sintomas que,
pessoas mais idosas que sofrem de
não fossem estes novos conceitos,
osteoporose.
estariam sendo tratados com técni-
• Há centenas de estudos científi- cas infrutíferas, ou, pelo menos, de
cos apontando o fato de que a su- resultados provisórios.
plementação com vitaminas, mi-
nerais básicos e enzimas, é capaz
de melhorar a nossa saúde de um
modo amplo. Por exemplo, estu-
dos gabaritados e bem documen-
tados apontam que muitos de
nós somos deficientes em cálcio,
magnésio, zinco e manganês. O
zinco participa de 80 a 90 reações
metalo-enzimáticas, muitas delas
envolvidas com a função imuno-
lógica, o que mostra que a defi-
ciência deste mineral traço pode
comprometer as defesas orgâni-
cas em graus variados. Sob este
aspecto, a vasta sintomatologia
provocada pela deficiência do mi-
neral, como por exemplo, depres-

28
Questões éticas quanto à escolha da
terapêutica

“A medicina é uma profissão essen- serão prescritos “remédios” somente


cialmente dinâmica e, por essa caracte- sintomáticos, como antidepressivos,
rística, exige constantes atualizações de analgésicos, eventualmente sonífe-
enfoque e normatizações” ros, eventualmente hormônios, an-
tiinflamatórios, redutores prostáticos,
Paulo Eduardo Behrens etc. Essa gama de medicamentos, no
Ex-Membro Conselheiro do entanto, não atingirá a causa do pro-
Conselho Federal de Medicina blema, além de prejudicar ainda mais
o quadro clínico, produzir interações
A prescrição de recursos diferen- medicamentosas, expor o paciente a
tes dos medicamentos e drogas não dependências farmacológicas, crian-
é uma atividade antiética. Conforme do uma grande confusão na vida do
Dr. José de Felippe Jr., “Na arte de doente. Como já vimos, uma simples
curar, deixar de aprender é omitir so- reposição adequada de zinco pode
corro, e retardar tratamentos espe- eliminar de uma só vez os problemas,
rando maiores evidências científicas é barateando o custo do tratamento e
ser cientista e não médico”. permitindo conforto e bem-estar. En-
Atualmente o profissional de tão um bom clínico, saberá avaliar o
saúde, principalmente o médico, não quadro e considerar os fatores causa-
pode ser forçado a limitar seus recur- dores da deficiência, ensinando o pa-
sos terapêuticos a drogas e remédios ciente a evitá-los, tais como o estres-
convencionais. Há centenas de situa- se, o alcoolismo, a má-absorção de
ções clínicas que exigem muito mais nutrientes, o tratamento de doenças
do profissional do que a prescrição de inflamatórias intestinais, síndromes
medicamentos sintomáticos. Temos, diarréicas, sudorese excessiva, ali-
por exemplo, síndromes de carência mentação inadequada, etc.
mineral que determinam quadros que
só podem desaparecer comple- O Art. 2° do Código de Ética mé-
tamente com reposição do elemento dica menciona que:
em falta; o uso de drogas paliativas só
piora o quadro, enganando tanto o “O alvo de toda a atenção do mé-
médico quanto o paciente. Uma dico é a saúde do ser humano, em
carência de zinco, por exemplo, como benefício da qual deverá agir com o
vimos pode provocar muitos sinais e máximo de zelo e o melhor de sua
sintomas. Se não forem pesquisadas e capacidade profissional.”
conhecidas as causas dessa carência,

29
Essa preocupação é ratificada pelo porém incompleto: vivemos mais
artigo 5° do Código que aconselha: apenas quantitativamente e não
qualitativamente, ou, em outras pa-
“O médico deve aprimorar con- lavras, podemos prolongar a vida de
tinuamente seus conhecimentos e um organismo com câncer, úlcera
usar o melhor do progresso científico péptica, infecções, etc., do que no
em benefício do paciente.” passado.
O próprio fato de que novos an-
Impor ao médico um procedi- tibióticos, de espectro cada vez mais
mento terapêutico determinado e amplo devem ser criados, acaba com a
limitado, é uma infração ao artigo 8° esperança iniciada nos primórdios da
do Código de Ética: teoria microbiana de que eliminarí-
amos os germes patogênicos. Ao con-
“O médico não pode, em qual- trário, as infecções hospitalares conti-
quer circunstância, ou sob qualquer nuam a ser um tipo de fantasma para
pretexto, renunciar à sua liberda- de hospitais de todo o mundo e a maior
profissional, devendo evitar que parte das infecções continuam a existir.
quaisquer restrições ou imposições Só no Brasil, continua a morrer um ci-
possam prejudicar a eficácia e corre- dadão a cada 35 minutos de tuberculo-
ção de seu trabalho.” se, apesar dos antibióticos potentes.
Sabendo-se então que a huma-
Deveríamos nos preocupar com nidade hoje está mais doente e ex-
condutas médicas, fruto muitas ve- posta e que o uso de medicamentos
zes do desconhecimento, da falta de contribui para isso, ou seja, para um
informação ou da acomodação do tipo de degeneração biológica racial,
profissional, que o induz ao uso vicio- é dever do médico denunciar esses
so de medicamentos. O aumento da aspectos e, por continuidade, lutar
incidência das doenças degenerati- contra os mesmos, em obediência,
vas e crônicas na humanidade – fato até mesmo ao artigo 13° do Código
denunciado constantemente pela de Ética Médica que diz:
Organização Mundial de Saúde – é
preocupante: Com o uso apenas de “O médico deve denunciar às
medicamentos supressivos, que ini- autoridades competentes quaisquer
bem as respostas do organismo, es- formas de poluição ou deterioração
tamos permitindo que os processos do meio ambiente, prejudiciais à saú-
mórbidos agudos cronifiquem-se e se de e à vida”
incrustem no organismo dos se- res
humanos. Há um preço pago pela Portanto, prescrever adequada-
biomassa humana pelo uso de medi- mente, com consciência e conheci-
camentos que apenas eliminam sinais mento,além de aconselhar hábitos e
e sintomas, que é a redução da sua costumes mais naturais, trabalhando
qualidade biológica. pelo restabelecimento da saúde do
Diz-se que atualmente o ser hu- doente como um todo e não apenas
mano vive mais; isso é verdadeiro, combatendo sintomas é o procedi-

30
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

mento correto, atendendo assim ao devidamente informado da situação


artigo 21 do Código de Ética Médica, e das possíveis conseqüências”.
que aponta que o médico deve:
Mesmo se sabendo que a le-
“Indicar o procedimento ade- gislação atual sobre o registro, co-
quado ao paciente, observadas as mércio e prescrição de vitaminas,
práticas reconhecidamente aceitas e nutrientes, suplementos, minerais,
respeitando as normas legais vigen- enzimas, fitoterápicos, etc, ainda é
tes no País”. indefinida, que está ainda em fase de
aperfeiçoamento e em constantes
Ainda sobre o artigo 21, é ne- mudanças, com dezenas de portarias
cessário esclarecer o que significa e resoluções (inclusive umas subs-
“práticas reconhecidamente aceitas tituindo outras), isso só prova que
e respeitando as normas legais vi- não se infringe nenhuma norma aos
gentes no País”. prescrevê-los. Por isso, também se
respeita, sem forçar a interpretação
Os produtos mencionados neste da lei, o artigo 133 do mesmo código
manual existem, a sua imensa maioria que proíbe ao médico:
recebe registro para comercialização
pelo Ministério da Saúde, são contro- “Divulgar, fora do meio científico,
lados pelo serviço de Vigilância Sani- processo de tratamento ou desco-
tária, são facilmente encontrados e berta cujo valor ainda não esteja ex-
têm sido regularmente consumidos. pressamente reconhecido por órgão
Se não é nenhuma contravenção competente.
comprá-los e consumi-los, porque se-
ria coibido ao médico prescrevê-los ? Nesse caso, ao prescrever os pro-
E quem melhor senão médicos e pro- dutos em questão não estaríamos
“divulgando-os”, como se procura ca-
fissionais de saúde para fazê-lo? Por-
racterizar a ação. E ratificando, se um
tanto, infere-se que se são produtos
órgão do governo faz exigências para
cujo uso é legalizado, a sua utilização,
registrar um produto assim e se uma
indicação e prescrição são práticas
empresa cumpre essas exigências e
reconhecidas oficialmente. Portanto,
consegue o seu intento, esse pro-
ao prescrevermos suplementos e até
duto é “expressamente reconhecido
mesmo fitoterápicos não se fere o ar-
por órgão competente”.
tigo 124 do Código de Ética Médica,
que diz ser proibido ao médico:
O artigo 24 aponta ainda que o
paciente ou seu responsável legal de-
“Usar experimentalmente qual-
ver ser “devidamente informado da
quer tipo de terapêutica, ainda não situação e das possíveis conseqüên-
liberada para uso no país, sem a cias” da terapêutica. Nesse aspecto,
devida autorização dos órgãos com- parece ser a preocupação de todo
petentes e sem consentimento do profissional gabaritado, explicar ao
paciente ou de seu responsável legal, paciente as razões da prescrição de

31
suplementos e produtos não conven-
cionais; no entanto, esse trabalho
não é difícil, pois sentimos que os pa-
cientes denotam simpatia pelo mé-
todo, pois, como já vimos anterior-
mente, ele não oferece os mesmos
perigos que a terapêutica comum.
Infelizmente, esse trecho do artigo
24, no entanto, é dificilmente respei-
tado pelos médicos alopatas comuns
quando não explicam – e muitas
vezes desconhecem – todos os pro-
váveis efeitos colaterais ou adversos
dos medicamentos comuns.
E se atualmente é cada vez mais
comum que clientes solicitem pres-
crições de suplementos ou fitoterá-
picos, e se esses produtos estão le-
galizados e disponíveis no comércio,
não atender a essas solicitações é, de
fato, infringir o artigo 56 do Códiço de
Ética Médica:

“Desrespeitar o direito do pa-


ciente de decidir livremente sobre a
execução de práticas diagnósticas ou
terapêuticas….”

32
Medicina Biológica

Denomina-se medicina biológica • Fitoterapia


a área da medicina que utiliza proce- • Fototerapia
dimentos que atuam na preservação
• Hidroterapia do cólon
ou reconstrução das forças orgânicas
metabólicas, funcionais e celulares e • Homeopatia
nos mecanismos espontâneos de • Homotoxicologia
autocura. • Imunoterapia
A medicina biológica aplica mé-
• Lisadoterapia (terapia celular)
todos e técnicas voltadas para o
resgate da saúde e não contra as • Mineraloterapia
doenças, buscando a integridade do • Monodietas
biossistema humano, utilizado subs- • Nosodioterapia
tâncias originárias dos processos vi-
• Nutrição parenteral
tais e procedimentos orientados às
funções mantenedoras da vida. • Oligoterapia
A aplicação prática da terapêuti- • Oligoterapia biocatalítica
ca biológica considera os aspectos fí- • Organoterapia (opoterapia)
sicos e energéticos, aplicando recur-
• Oxigenoterapia
sos naturais, forças físicas e métodos
psicológicos, centrados em aspectos • Oxigenoterapia biocatalítica de Jac-
clínicos e fisiopatológicos individuais, quier
porém substâncias sintéticas podem • Ozonoterapia
ser usadas terapeuticamente, desde • Quelação
que atuem em consonância com as
• Soroterapia antioxidante
leis biológicas que regem os proces-
sos vitais do organismo doente. • Terapia biorressonante
• Terapia citoplasmática de Theurer
Alguns dos mais utilizados mé- • Terapia com Regeneresen
todos terapêuticos da Medicina • Terapia com Resistocell
Biológica:
• Terapia de indução iônica de Moros

• Aminoacidoterapia • Terapia hematógena de oxidação (fo-


tobioluminescência)
• Auto-hemoterapia
• Terapia de reposição hormonal bioi-
• Auto-uroterapia.
dêntica
• Enzimoterapia sistêmica

33
• Terapia humoral
• Terapia neural de Huneke
• Terapia ortomolecular (biomolecu-
lar)
• Terapia polarizante
• Terapias mesenquimal de Voll
• Termoterapia.
• Trofoterapia
• Vitaminoterapia
• Etc.

34
Oligoterapia - a sutil
medicina funcional com
microminerais coloidais

Denomina-se oligoterapia o sis- baseia no princípio da “vicariação


tema terapêutico baseado na ação regressiva” que significa a sucessão
terapêutica de elementos químicos de mudanças geralmente caracteri-
na sua forma ionizada, isolados ou zada pela reativação, com tendência a
compostos, visando o equilíbrio bio- eliminação das toxinas (principio de
energético do organismo. Tem por excreção), visando a regeneração do
objetivo o tratamento de pacientes organismo.
que apresentam um conjunto de sin- Os diversos microminerais utili-
tomas ocasionados por uma desor- zados na oligoterapia, como ferro,
dem fisiológica reversível de parte ou zinco, cobre manganês iodo, mo-
de todo o organismo. libidênio, cromo, selênio, cobalto,
Trata-se de uma abordagem fun- ouro, prata, etc. têm definidas as
cional e não sintomatológica. Permi- suas funções bioenergéticas e or-
te o tratamento de estados pré-pato- gânicas dentro do universo dessa
lógicos e busca corrigir os distúrbios técnica.
funcionais que podem evolui para A oligoterapia é praticada por
patologias lesionais. Assim como a médicos no mundo inteiro, sendo
homeopatia, é uma terapêutica indi- cerca de 15 mil só no Brasil. Al-
vidualizada, mas com padrões de re- gumas farmácias de manipulação
posição de microminerais essenciais. fornecem os itens da oligoterapia
A sua vantagem é não apresentar (microminerais ionizados e na for-
efeitos colaterais ou contra-indica- ma coloidal), mas geralmente os
ções, podendo ser prescrita por lon- produtos são adquiridos de empre-
gos períodos. sas que se dedicam exclusivamente à
O tratamento é feito com micro- sua importação e distribuição, ou à
minerais, administrado por via oral, sua fabricação e distribuição no
mas também por via parenteral, em Brasil. Maiores informações, fazer
estado ionizado coloidal. São remé- contato com o autor.
dios com um só ou vários elementos, Neste manual não indicamos re-
empregados no tratamento de vários médios oligoterápicos na seção de
desequilíbrios. Os oligoelementos sugestões terapêuticas, pois é um
participam obrigatoriamente do or- sistema que necessita de individuali-
ganismo humano sendo, portanto, zação do caso.
oferecidos como matéria prima que o
organismo utiliza para suas neces-
sidades básicas. A Oligoterapia se

35
36
Medicina Biomolecular

Por Prof. Dr. José de Felippe Júnior

Medicina Biomolecular é aquela e que beneficia a eles próprios e à


que atua na prevenção e no tratamen- industria farmacêutica. O nome bio-
to das doenças, utilizando todos os re- molecular, existe desde que a bioquí-
cursos e procedimentos disponíveis na mica deu os seus primeiros passos e
medicina contemporânea. É a medici- é o respeito e a gratidão unidos às
na que aprendemos na escola, acresci- bases científicas datadas de mais de
da das recentes aquisições no campo 150 anos que nos fazem empregar o
da biologia molecular, da genética mo- termo biomolecular: bioquímica apli-
lecular, dos radicais livres, da nutrição, cada á clínica.
da ecologia sistêmica, da indução en- Na estratégia biomolecular o
zimática, etc., em outras palavras, é a nosso primeiro desafio junto ao pa-
medicina dos novos tempos. ciente é descobrir quais os nutrientes
O nome ortomolecular não é usa- que estão faltando ou em excesso e
do por mim e vou explicar porquê. o segundo desafio é descobrir se es-
Este termo foi cunhado em 1968 por tão presentes elementos estranhos
um grande químico, Professor Linus ao meio interno e ás células. Muitas
Pauling5, baseado em trabalhos vezes a correção dos desvios encon-
randomizados e duplo cegos do psi- trados é o suficiente para proporcio-
quiatra canadense, Abrahan Hoffer narmos o necessário equilíbrio me-
que conseguiu diminuir o tempo de tabólico/energético requerido para
internação de esquizofrênicos com o retornar novamente o paciente ao
uso de doses elevadas de vitamina B3 estado de saúde.
(3g/dia). Devido à fama de Linus Esta primeira abordagem da Me-
Pauling, os médicos nos Estados Uni- dicina Biomolecular constitui-se nos
dos começaram a empregar o termo rudimentos, na parte geral comum a
ortomolecular com um grande apelo todas as especialidades médicas, sem
de marketing pessoal e de uma pana- a qual nenhum tratamento clínico ou
céia que absolutamente não existe, cirúrgico, por mais sofisticado que
seja, atingirá a sua máxima eficácia.
5. Linus Pauling - Prêmio Nobel de Química em
1954, Prêmio Nobel da Paz em 1962 e Prêmio
O pensamento lógico, comprovado
Lenin da Paz em 1970. Cientista responsável por inúmeros trabalhos científicos é
pela introdução das teorias da Medicina Orto- simples: devemos introduzir nas cé-
molecular em terapêutica clínica. Pauling foi o
lulas e no meio interno os elementos
introdutor da mecânica quântica na química
atômica, tendo se aprofundado no estudo das químicos que porventura estejam
moléculas e na natureza das ligações químicas. faltando e retirar os elementos em
Considerado até hoje como um dos maiores
excesso, geralmente estranhos ao
químicos deste século.

37
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

organismo. É fácil compreender que Esta questão é um pouco mais


um organismo sem deficiências e complicada devido à existência de
sem substâncias a ele estranhas, rea- substâncias “não essenciais” que po-
girá muito melhor a qualquer tipo de dem se comportar como “essenciais”
tratamento. E muito mais que isso: se . Isto acontece ou porque o organis-
o organismo estiver saudável, ele mo não consegue momentaneamen-
estará em melhores condições de te sintetizá-las devido à presença de
assim continuar, pois todos os seus interferências metabólicas,( ex.: ca-
mecanismos de defesa estarão em feína e ácido linolênico )ou porque a
pleno e completo funcionamento. síntese está reduzida em relação às
Este tipo de medicina é básico e necessidades, como nos idosos, no
necessário à todas as especialidades pós-operatório e em certas doenças
médicas, começando pela medicina (ex.: arginina, histidina, glutamina,
interna onde o seu papel reveste-se inositol, PABA , Coenzima Q10 ).
da maior importância em vista da vi-
Devemos ressaltar que as defici-
são global do organismo que os inter-
ências de nutrientes essenciais, tão
nistas possuem, passando pela gine-
freqüentes hoje, coincidem com o
cologia, cardiologia, geriatria, cirurgia
alarmante aumento de várias doenças
geral, psiquiatria, terapia intensiva,
oncologia, etc, chegando até‚ as cirur- como: hipoglicemia funcional, depres-
gias especializadas como a oftamolo- são, astenia, hiperatividade, infecções
gia, os transplantes e outras. de repetição, etc, incluindo as doen-
Vamos nos ater neste artigo à ças degenerativas: aterosclerose, cân-
parte geral da medicina biomolecu- cer e artropatias, as quais não mais
lar, aquela parte comum a todas as estão se limitando à idade. De fato em
especialidades. 1975, 93 das 213 milhões de pessoas
Todas as células do corpo pro- nos EUA, isto é ‚45% da população
duzem energia com a finalidade de sofria de alguma forma de doença
fabricar vários tipos de moléculas ne- degenerativa: metade estava relacio-
cessárias para o seu bom funciona- nada ao sistema vascular, um quinto
mento. Das centenas de substâncias eram vítimas de artrite ou artrose e
que entram neste processo todas são aproximadamente 350.000 pessoas
sintetizadas pelo organismo, exceto morriam anualmente com câncer.
cerca de 45 delas. Estas substâncias De acordo com Roger Willians
são chamadas de “nutrientes essen- (1945): “o micro-ambiente nutri-
ciais” e portanto o organismo deve cional das nossas células possui im-
recebê-las já prontas do meio exter- portância crucial para nossa saúde e
no. Isto quer dizer que necessitamos as deficiências nesse ambiente se
de um aporte nutricional adequado, constituem na principal causa das
em elementos essenciais, e não é doenças”. Esta pode ser uma ma-
difícil compreender que a falta de um neira exagerada de se enxergar tais
ou mais desses elementos preju- problemas, mas serve de alerta para
dicará o funcionamento das células aqueles que não dão importância aos
e, conseqüentemente do organismo cerca de 45 nutrientes necessários ao
como um todo. micro-ambiente celular.

38
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Na época em que Casimir Funk nas camadas mais jovens da popu-


cunhou a palavra vitamina, as de- lação. As hipoglicemias reativas es-
ficiências dessas substâncias eram tão se tornando tão freqüentes que
intensas e provocavam doenças bem atingem proporções epidêmicas. Os
definidas, com quadros clínicos com- doentes mentais superlotam os hos-
pletos e facilmente identificáveis pitais gerais e os psiquiátricos, e a
como o escorbuto, a pelagra e o be- cada ano vemos crescer o número de
ribéri. Hoje o que habitualmente en- crianças hiperativas, retardadas ou
contramos são deficiências vitamíni- esquizofrênicas.
cas parciais e portanto as expressões Tudo isso vem ocorrendo após a
clínicas são incompletas e de difícil era industrial, onde o organismo vem
diagnóstico para o profissional não sendo submetido às substân- cias
atento. E não estamos nos referindo alienígenas como conservantes,
ás camadas de baixa renda, onde rei- acidulantes, estabilizantes, edulco-
rantes, antioxidantes sintéticos e,
na a desnutrição protêico-calórica e
particularmente a diversos tipos de
as graves deficiências vitamínicas e
metais, acrescido da má qualidade
de oligoelementos. Estamos nos re-
dos alimentos ingeridos.
ferindo ás pessoas de classe média
Para dar seqüência ao nosso ra-
alta e ás chamadas classes de elite. A
ciocínio, vamos discorrer brevemen-
maioria desses indivíduos se alimen- te sobre os radicais livres.
tam bem e se nutrem mal. Possuem Em 1900 descobriu-se o primeiro
quantidade, mas não qualidade. radical livre. Em 50 anos se conhe-
A indústria alimentícia e as agro- ceu toda a sua química e em 1954
indústrias espoliam os alimentos de pela primeira vez relacionou-se estas
diversos tipos de nutrientes ao lado substâncias reativas e tóxicas a uma
de a eles adicionarem metais e doença inexorável: o envelhecimen-
substâncias estranhas. A colheita, o to. Hoje, acredita-se que esses ele-
armazenamento e o transporte de mentos, com elétron não pareado na
legumes, verduras e frutas nas condi- camada de valência, sejam os res-
ções atuais, reduzem drasticamente ponsáveis pelo menos em parte, por
a quantidade de vitaminas e sais mi- elevado número de doenças abran-
nerais neles contidos. Por outro lado gendo vários órgãos e sistemas.
e agravando a situação, está a pobre- De todo oxigênio disponível pela
za do nosso solo em vários micronu- célula, 95% se transforma em ener-
trientes tais como: selênio, cromo, gia, utilizada para fabricar substân-
zinco, cobalto, manganês, etc. cias vitais e mantê-la funcionante e
Como podemos deduzir, não é de viva. E o que acontece com os 5%
se estranhar, que seja tão comum o restantes ? Pois bem, isto é muito
aparecimento nos pacientes mais interessante e simples. Esses 5% são
idosos da aterosclerose, do câncer e transformados no metabolismo em
das artropatias degenerativas. Tam- radicais livres de oxigênio ou de es-
bém não podemos estranhar o apa- pécies reativas tóxicas de oxigênio:
recimento dessas mesmas moléstias, radical superóxido, peróxido de hi-
e cada vez com maior freqüência, drogênio e radical hidroxila.

39
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Esses elementos são gerados no alumínio, o níquel, etc, e aos metais


organismo desde a concepção logo considerados não tóxicos dependen-
nos primeiros segundos de vida intra- do da sua concentração no organis-
uterina e a sua produção é continua mo, como por exemplo, o ferro. To-
durante toda a nossa existência. Até dos esses metais, particularmente o
os 40/45 anos aproximadamente, o ferro, atuam como catalisadores,
organismo administra muito bem aumentando a geração dos radicais
esses 5% e consegue neutralizá-los. livres de oxigênio na reação chama-
Chega o dia em que a produção de da de Waber-Weiss. Quanto ao ferro,
radicais livres excede a sua degra- a sua falta provoca aquilo que todos
dação e sobrepuja os mecanismos de nós sabemos e enxergamos no pa-
defesa naturais anti-radical e de ciente, a anemia ferropriva , porém,
reparo celular e tem-se o início das o excesso das reservas corporais des-
alterações estruturais de proteínas, te elemento (aumento da ferritina
lipídeos, ácidos nucléicos e carboidra- sérica) provoca algo impossível de se
tos, as quais culminam na lesão celu- perceber dentro do consultório
lar. Assim sendo ocorre, paulatina e médico. Somente os estudos popula-
gradativamente, lesão de molécula a cionais é que percebem a importân-
molécula, célula a célula, tecido a te- cia do excesso das reservas de ferro:
cido, órgão a órgão, até chegarmos à aumento da prevalência de : angina,
instalação das doenças. Um dos me- infarto, derrame cerebral, câncer e
canismos mais freqüentes de lesão infecções de repetição.
celular ocorre na membrana celular Outra razão da dificuldade de de-
no fenômeno conhecido como pero- gradação dos radicais está nas consi-
xidação lipídica. derações acima sobre os problemas
Não podemos nos esquecer que com a nutrição, pois os mecanismos
nosso organismo necessita de uma de defesa anti-radical, tanto os enzi-
certa quantidade de radicais livres máticos quanto os não enzimáticos
para serem usados em algumas rea- dependem do aporte adequado de
ções fisiológicas , incluindo matar as nutrientes. Entretanto, o que é inges-
bactérias fagocitadas pelos neutrófi- tão adequada de nutrientes? Quais
los. Abolir completamente os radicais elementos estão em falta ? Quais as
livres seria interferir na nossa bioquí- doses recomendadas? Estas per-
mica normal e nas nossas defesas, guntas são muito difíceis mas quem
portanto não podemos ingerir indis- está mais apto a respondê-las é o
criminadamente as vitaminas ,os sais próprio paciente com a ajuda de um
minerais e os aminoácidos, pois que- profissional experiente e voltado para
braríamos algo de muito importante o problema. Podemos desvendar os
: o equilíbrio dinâmico vital. déficits de nutrientes, por exemplo,
Esta ficando cada vez mais difícil com o emprego de tabelas de inqué-
administrar os radicais livres e uma rito de sinais e sintomas (usamos
das razões é a crescente exposição do questionário computadorizado com
organismo aos metais tóxicos como o 400 perguntas) aliada à análise de
chumbo, o mercúrio, o cádmio, o minerais no cabelo cortado rente ao

40
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

couro cabeludo(mineralograma ca- do a sua probabilidade de assim se


pilar). Outro problema é a dose ade- manter(medicina preventiva).
quada. Cada organismo é diferente e Historiadores como H.E.Sigerist, já
reage de modo próprio às doses. acreditavam que “o ideal da medicina
Dessa maneira, não podemos nos é a prevenção das doenças e a neces-
guiar pelas tabelas de doses míni- sidade de tratamento curativo é a tá-
mas necessárias (R.D.A), porém elas cita admissão de sua falência”. Segun-
são úteis para termos uma idéia das do, E.J.Stelglitz “Os médicos pensam
quantidades de nutrientes neces- inteiramente em termos de doença e
sários para o indivíduo normal em ignoram as imensas oportunidades
condições padrões. Devemos pro- de tornar a população mais saudável”.
curar as doses adequadas para cada Em visita ao Brasil, o Dr. David Tejada-
indivíduo em particular, de acordo de-Rivero da Organização Pan-ameri-
com determinada doença, idade, cana de Saúde, abriu o I Simpósio In-
estado nutricional, moléstias asso- ternacional de Medicina Assistencial
ciadas etc. Tarefa difícil, porém não e de Saúde Pública dizendo que “O
impossível, se utilizarmos as reações modelo médico curativo está falido e
do próprio paciente como parâmetro é a classe médica quem precisa tomar
de controle e os ensinamentos da a bandeira da mudança”.
biodisponibilidade dos nutrientes e No momento atual , a evolução
da cronobiologia. Seria uma espécie dos conceitos e o melhor conheci-
de medicina intensiva de consultório, mento dos mecanismos básicos da
onde o médico administra algum nu- biologia molecular e da física quânti-
triente suspeito de estar deficiente e ca levaram a Medicina Biomolecular
observa contínua e pacientemente a ampliar as suas estratégias, com a
os efeitos resultantes. finalidade de melhor conhecer o or-
Resumindo, se nós oferecermos ganismo humano e assim aumentar
ás células todos os elementos ne- ainda mais a eficácia do tratamento
cessários ao seu metabolismo, elas clássico da medicina tradicional.
terão condições de produzir energia, Nossa luta continua no campo da
fabricar substâncias vitais, degradar medicina ambiental , na procura dos
os radicais livres, agir nos mecanis- agentes químicos e físicos estranhos
mos de reparo celular e de vigilância ao organismo e no campo da medi-
imunológica. Se concomitantemente cina nutricional , na busca das defi-
empregarmos as técnicas e os medi- ciências dos nutrientes essenciais .
camentos específicos de cada espe- No entanto somente a desintoxica-
cialidade, estaremos aumentando as ção e a reposição dos nutrientes e
probabilidades de êxito clínico ou dos hormônios ,muitas vezes não é o
cirúrgico, isto é‚estaremos aumen- suficiente para restaurar o equilíbrio
tando as chances de sucesso tera- desejado. Estamos empregando uma
pêutico (medicina curativa).Se por- visão mecanicista da biologia , visão
ventura o indivíduo que esta sendo avançada sim , porque é baseada no
submetido a este tipo de abordagem acúmulo de conhecimentos da bio-
for saudável, estaremos aumentan- química clássica ,estratégia já com-

41
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

provada e muito eficaz , entretanto comprovado por inúmeros trabalhos


sentimos que ela é incompleta . randomizados e duplo cego de exce-
Em nossa época , o nosso raciocí- lente nível . Entretanto, o que mais
nio precisa se adequar aos novos co- nos preocupa e que consome a maior
nhecimentos da intimidade da matéria parte da nossa energia e do nosso
. A abordagem da física newtoniana do tempo diz respeito à prevenção. Nós
homem como máquina , deve ceder médicos biomoleculares investimos
espaço para a abordagem do homem mais na saúde do que na doença.
integrado à natureza da qual ele faz Queremos um povo saudável, mor-
parte. Os átomos com todos os seus rendo sem a presença de limitações
sub níveis de energia são os constituin- físicas ou intelectuais. Queremos
tes de toda matéria existente no uni- envelhecer e morrer com saúde em
verso, queremos dizer de toda a maté- toda a nossa plenitude física e men-
ria existente , incluindo a biológica . tal. Queremos qualidade de vida, a
Os conceitos da física relacio- quantidade fica na nossa esperança.
nados à Mecânica Quântica de Max
Planck , Niels Bohr, De Broglie , Hei- Estratégias da Medicina
senberg, Schrodinger e outros , jun- Biomolecular
tamente com a Teoria da Relativida-
de de Einstein , entrelaçadas com a • 1- Dieta Inteligente.
Teoria da Informação e da Lógica dos • 2- Exercícios aeróbicos moderados.
Conjuntos Fuzzi estão aí solitários,
• 3- Resolver os problemas do cotidia-
isolados e sem voz para nós médicos.
no usando a razão e não as emoções
É como se tais conceitos simples-
desnecessárias.
mente não existissem. Este mundo
completamente novo e inexplorado • 4- Aprender a livrar-se dos metais
queiramos ou não, existe e está inte- tóxicos.
ragindo com a nossa biologia . • 5- Abolir os drogas , o fumo e o exces-
A Medicina Biomolecular, medi- so de álcool.
cina dos novos tempos, surgiu para • 6- Higiene do sono.
congregar médicos de todas as espe-
• 7- Livrar-se dos campos eletromag-
cialidades, a utilizar todos os recursos
néticos prejudiciais e das zonas geo-
disponíveis para alcançar o objetivo
páticas.
maior: a prevenção das doenças. Nós
médicos precisamos aprender a per- • 8-Antioxidantes e nutrientes com
ceber o Homem , como um ser per- moderação e equilíbrio.
tencente ao universo, perfeitamente
integrado na natureza, e devemos
estar aptos a aplicar a melhor estra-
tégia terapêutica . A Medicina Bio-
molecular se preocupa ainda com o
tratamento de doenças já instaladas
e o seu emprego , aumenta a eficá-
cia dos tratamentos clássicos, fato já

42
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Observação sobre os radicais livres desmineralizantes como o estresse, o


açúcar branco, os pesticidas, os
Os radicais livres são átomos ou metais pesados, etc.), o oxigênio po-
grupos de átomos muito instáveis e dia ser contido eficazmente por estas
reativos, que por apresentarem um enzimas. Mas atualmente diversos
número ímpar de elétrons (elétron fatores enfraquecem a capacidade
desemparelhado) na sua órbita ex- antioxidativa do organismo vivo, per-
terna, tornam-se ávidos de se com- mitindo que surjam assim as formas
binarem com qualquer substância relativamente tóxicas do oxigênio, os
existente nas proximidades, na ten- radicais livres, responsáveis pela
tativa de recuperar a sua estabilida- agressão celular que é, em primeira
de química. Alguns são produzidos instância, a causa das doenças dege-
nerativas e do envelhecimento mais
por reações indispensáveis tais como
rápido do homem moderno.
as reações metabólicas e enzimáti-
cas, porém quando gerados descon-
Alguns fatores que contribuem para
troladamente podem danificar pro-
a elevação do índice de radicais
teínas, lipídeos e ácidos nuclêicos,
livres no organismo (ordem aleató-
ocasionando uma série de doenças e
ria, sem ordem de importância):
acelerando o envelhecimento. Os
radicais livres são importantes para a
• consumo excessivo de açúcar branco
realização de diversas reações en-
dógenas, sendo prejudiciais somen- • consumo de alimentos embutidos e
enlatados
te quando em excesso. Os radicais
livres mais importantes são formas • radiografias
tóxicas do oxigênio. Sabemos que o • radioterapia
oxigênio é um gás vital, mas também • exposição aos raios ultravioleta, sem
tóxico. Se não for totalmente utiliza- proteção
do pode prejudicar o organismo pela
• radiação gama
sua ação oxidativa. Cerca de 95% do
oxigênio assimilado pelo organismo • alimentos gordurosos
humano transforma-se em energia, • consumo excessivo e constante de
sendo que os 5% restantes podem bebidas alcoólicas
ser prejudiciais. Para conter a ação • dietas pobres em proteínas e/ou vita-
oxidativa residual do oxigênio não minas e minerais
utilizado, o organismo vivo possui
• água tratada, de torneira, rica em
enzimas antioxidantes. Mas estas compostos químicos
enzimas dependem da presença em
• tabagismo (fumaça de cigarro, mes-
quantidades regulares de minerais
mo para quem não fuma)
de modo a cumprirem perfeitamente
a sua função. Enquanto a humanida- • agrotóxicos nos alimentos
de possuía uma dieta capaz de forne- • gorduras saturadas
cer quantitativamente os nutrientes • estresse constante
básicos para a atuação destas enzi-
• poluição atmosférica
mas (e não existiam tantos fatores

43
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

• certas drogas de prescrição, princi- to de Agricultura, Beltsville, Estados


palmente corticóides e antibióticos Unidos, o orégano usado na culiná-
ria, pelo alto teor de ácido rosema-
Para combater os radicais livres rínico, é um excelente capturador de
no organismo, utilizam-se atual- radicais livres e conseqüentemente
mente os agentes chamados an- um antioxidante que pode contribuir
tioxidantes, que têm se mostrado para uma boa saúde.
excelentes inibidores da carcinogê- O arroz integral, por exemplo,
nese química (câncer produzido por tem uma forte ação anti-radicais
agentes químicos). Antioxidantes
livres, o que explica a sua enorme
são compostos capazes de neutra-
ação depurativa e restauradora.
lizar o excesso de radicais livres no
Nos primórdios da medicina bio-
organismo. São a principal arma te-
rapêutica da medicina ortomolecu- molecular, sabia-se da necessidade
lar. Algumas enzimas especiais, vi- de se proceder à reposição externa
taminas, minerais e microminerais de nutrientes, principalmente os
(ou oligoelementos), são os princi- minerais, mas deparou-se com dois
pais compostos antioxidantes que o inconvenientes: a sua a baixa absor-
organismo dispõe para neutrali- zar ção e a sua elevada eliminação. Isto
as reações dos radicais livres. A ocorre devido ao fato dos nutrien-
redução dos agentes antioxidantes tes se ionizarem (tanto no aparelho
naturais no corpo humano deve-se a digestivo quanto no sangue), ou seja,
fatores ambientais, como: álcool, as moléculas separam-se em átomos,
fumo, estresse e consumo exces- que tornam a se combinar com
sivo de alimentos industrializados
outros, formando compostos
que contribuem para o não apro-
moleculares que dificultam a assi-
veitamento dos nutrientes básicos;
com isto ocorre uma baixa absor- ção milação do nutriente pela célula. O
e baixa biodisponibilidade dos aumento da administração para
mesmos. tentar compensar a baixa absorção,
Com o desenvolvimento da me- pode torná-los tóxicos para o apa-
dicina, o estudo da capacidade an- relho digestivo, gerando os conhe-
tioxidante de diversos elementos, cidos efeitos colaterais, como por
vitaminas, enzimas, minerais, ervas e exemplo os maus efeitos dos sais de
alimentos, tem sido incrementado. ferro, magnésio, entre outros. Para
Descobriu-se que muitos alimentos e evitar isto e para otimizar a absor-
plantas têm a capacidade de com- ção, ultimamente aplica-se a técni-
bater naturalmente os radicais livres. ca de ministrar os agentes antioxi-
Dentre eles destacam-se: o arroz inte- dantes preferencialmente através da
gral, o ginkgo biloba, o boldo, a alfafa, quelação.
o inhame, o misso, o queijo de soja, a A quelação é uma técnica de
babosa e outros. envolver um átomo com camadas de
Segundo Jim Duke do Agricultural aminoácidos de modo a evitar a
Reserarch Center, do Departamen- formação de compostos molecu-

44
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

lares6. Ver detalhes sobre a técnica tinutricionais, tais como fibras, fita-
em Minerais. tos, fosfatos, ácido oxálico, celulose,
Os minerais quelados são comuns hemi-celulose, gorduras e outros, que
na natureza. Por exemplo, o ferro na os fariam inaproveitáveis, sendo eli-
molécula de hemoglobina, o magné- minados com as fezes.
sio na clorofila ou o cobalto na mo- Os minerais e microminerais (oli-
lécula de vitamina B12 são quelados goelementos) são amplamente utili-
de minerais em aminoácidos. A quase zados atualmente nos suplementos e
totalidade das ligações dos micromi- formulações. A diferença básica entre
nerais no intestino delgado, com o eles é que os minerais existem em
propósito de serem absorvidos, ocor- quantidades maiores no organismo
rem através de formação de quelados e os oligoelementos estão presentes
com as proteínas transportadoras. Os em concentrações bem mais baixas
minerais-aminoácidos quelados são nos líquidos e nos tecidos, muitas
absorvidos intactos, como dipeptídios vezes apenas como traços; mas ape-
(dois aminoácidos juntos) estáveis, sar da sua pequena concentração,
sem se ionizarem no processo diges- muitos destes são de grande impor-
tância para o funcionamento normal
tivo. O fato de estarem numa forma
do organismo. Os minerais principais
estável assegura sua resistência a
são o cálcio, o magnésio, o fósforo, o
ligações químicas com os fatores an-
potássio, o ferro, o sódio, o enxofre,
o cloro e o iodo, sendo que os quatro
6. A célula não necessita de exatamente de
moléculas (átomos ligados), mas de átomos últimos não são comumente utiliza-
(zinco, cálcio, ferro, etc.). Quando os minerais dos pela medicina ortomolecular, mas
são ingeridos na sua forma composta (cloreto apenas em situações especiais. Os
de zinco, carbonato de cálcio, sulfato ferroso, microminerais são o zinco, o cobre, o
por exemplo), sofrem no estômago, por ação do
HCL e enzimas, uma ionização ou separação de manganês, o cromo, o selênio, o mo-
compostos, com a liberação de ânions, ou radi- libidênio, o flúor, o cobalto, sendo os
cais livres; quando produzidos em quantidades três últimos usados muito raramente.
exageradas, e absorvidos, passam a prejudicar
o organismo. No estado iônico, os minerais tor-
A importância dos nutrientes mi-
nam-se instáveis e um grande percentual destes nerais tem sido revelada com maior
(de 70 a 99,5%) reage com elementos comuns clareza nos últimos 30 anos. Muitos
na alimentação. Isto ocorre frequentemente deles eram considerados somente
pelo fato de que estes compostos secundários
se tornam insolúveis com o aumento de Ph que
como elementos tóxicos.
ocorre no descenso pelo intestino delgado, ou Há métodos laboratoriais para se
então são absorvidos mas não liberam o metal conhecer a quantidade de mine- rais
para sua metabolização e são então excretados. e microminerais no organismo,
Os minerais no estado iônico que não reagiram,
que são em uma menor quantidade, chegando principalmente por meio de exames
ao intestino são ligados a proteínas específicas solicitáveis específica ou generica-
das células mucosas. Esta ligação se dá pelo pro- mente através do sangue venoso ou
cesso de quelação do mineral com a proteína
transportadora. Esta proteína na qual o mineral
por meio do mineralograma7. É pos-

está quelado é transferida para dentro da célu-


la onde o mineral acaba sendo liberado. Uma 7. Método diagnóstico baseado na análise da
vez dentro da célula os minerais são quelados a composição mineral do fio de cabelo, capaz de
outras proteínas específicas que os transportam revelar a quantidade de minerais, micromine-
até o plasma para a sua utilização. rais e de metais pesados no organismo. O teste
45
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

sível também conhecer a quantidade


de radicais livres presentes em dado
momento no sangue humano, atra-
vés da simples solicitação, a labora-
tórios de boa qualidade e idôneos.

revela a concentração de elementos no organis-


mo e permite o acompanhamento do processo
de reequilíbrio mineral. Atualmente está caindo
em desuso, cedendo lugar para o exame direto
do sangue.

46
O que há de verdadeiro
na aplicação de megadoses
de vitaminas

O conceituado cientista, Doutor de qualquer suplemento ou comple-


Linus Pauling, o criador da medicina mento alimentar, vitamina ou mine-
ortomolecular ou biomolecular , duas ral. Em contraste, ele enfatiza que o
vezes prêmio Nobel de medicina, fez uso de contraceptivos oferece risco
diversos trabalhos aplicando doses de aproximadamente duzentos efei-
crescentes e elevadas de vitaminas, tos colaterais perigosos. Atualmente
principalmente utilizando a vitamina a vida, seja humana, animal ou ve-
C, mostrando assim que megadoses getal, é afetada de diversos modos e
de vitaminas têm efeito terapêutico por diversas causas. Como sabemos,
em diversos casos. Ele mesmo, por- o meio ambiente alterado é a princi-
tador de câncer de bexiga aos 52 pal causa das enfermidades. Porém,
anos, ingerindo doses elevadas de o mais importante é entender como
vitamina C, manteve o seu tumor es- fatores como a alimentação indus-
tacionado e assintomático, falecendo trializada, o estresse, a poluição, a
aos 92 anos, por outras causas. vida sedentária, causam a maioria
As teses do Dr. Pauling sobre a das doenças, além de contribuírem
aplicação terapêutica de megadoses para alterações genéticas preocu-
de vitaminas foram aceitas e apli- pantes. Fora alguns casos raros es-
cadas em diversos países, como os pecíficos comprovados, os fatores
Estados Unidos, Canadá, Inglaterra, citados agem indiretamente através
Alemanha, Itália, Japão, Coréia e da alteração dos sistemas e apare-
outros. No Brasil as autoridades sa- lhos do corpo humano, interferindo
nitárias insistem ainda em afirmar, nas suas funções. Quando o grau de
sem explicação plausível, que o uso interferência e agressão atinge certo
de megadoses vitamínicas “não têm grau, segundo a predisposição e a
comprovação científica”. Apesar de capacidade de tolerância de cada or-
centenas de estudos e pesquisas dis- ganismo, surgem doenças. Portanto,
poníveis mostrando a eficácia do mé- agir diretamente combatendo as do-
todo, o Ministério da Saúde no Brasil enças é uma medida cabível apenas
ainda não considera o sistema. em situações emergenciais.
O uso de vitaminas e suplemen- Para uma profilaxia ideal é vital
tos é muito mais seguro do que tera- minimizar (já que evitar completa-
pia com drogas. Mortes por overdose mente é impossível) a ação desequili-
de nutriente é um fato extremamen- brante desses fatores ambientais. No
te raro. Dr. Zoltan R. Rona, cientista e entanto, infelizmente, apenas adotar
autor, aponta que nunca houve uma uma alimentação mais natural e ba-
morte como resultado do uso lanceada, praticar esportes, procurar

47
habitar em regiões menos poluídas,
etc., atualmente não é mais suficien-
te para se garantir um bom estado
geral orgânico e uma boa qualidade
de vida biológica; precisamos tam-
bém suplementar nutricionalmente
o organismo.

48
Peróxido de Hidrogênio
- Uma terapia biológica
Dr. Francisco Humberto de Freitas Azevedo

Entre tantas terapias oxidativas, a gias) condensando-as e transforman-


mais conhecida, a mais popular, mais do-as cada vez mais em sólidos. Essa
divulgada e mais usada é sem sombra propriedade deste átomo é que dá a
de duvida a terapia endovenosa com forma ao nosso corpo e ao DNA, ex-
Peróxido de Hidrogênio. Isso se deve à ceto na estrutura dos ossos. Um bom
facilidade de aplicação da solução en- exemplo disso nos dá a industria ali-
dovenosa em pacientes de qualquer mentícia quando transforma o óleo
faixa etária e a qualquer hora. comestível extraído de grãos (milho,
Por haver pouquíssima contra- soja e etc) em gordura hidrogenada
indicação e sem quaisquer efeitos co- (margarina) fazendo literalmente a
laterais, além das melhoras efetivas, adição de gás hidrogênio no produto,
de importante monta nas patologias tentando criar um substituto para a
tratadas, faz parecer a maravilha da nossa deliciosa manteiga de leite. E,
medicina atual e a terapia de eleição por este motivo ele é um anabólico.
para um futuro muito próximo. Esses efeitos são equilibrados ou
O Peróxido de Hidrogênio endo- compensados “in vivo” (em nosso or-
venoso é usado principalmente para ganismo) pelo oxigênio, que é chama-
casos onde existe a falência ou a ine- do de catabólico, e que tem a função
ficácia dos antibióticos de última ge- de fazer justamente o contrário: que-
ração como bactericidas, fungicidas, brar moléculas, amolecer estruturas,
viricidas e alguns parasiticidas. dissolver, desconcentrar, combinar
Foi o químico francês Louis Jac- com outras moléculas, fracionar e
ques Thenard, que em 1818 desco- conseqüentemente limpar as células
briu o Peróxido de Hidrogênio = H2O2, do corpo humano de toxinas e de im-
e o chamou de “Água Oxigenada”. purezas, destruindo produtos de efei-
Por conter um átomo de oxigênio tos colaterais e removendo as estru-
nascente a mais em sua molécula o turas desnecessárias ou metabólitos e
torna uma água pesada e faz toda a os produtos do anabolismo. Funciona
diferença. portanto como solvente e representa
Apesar de na sua composição, ser o pólo oposto da criação: flexibilizan-
94% de oxigênio, o seu nome correto do nossa estrutura corporal. Sem um
deveria ser Dióxido de Hidrogênio. equilíbrio adequado desses dois áto-
Ao hidrogênio desta solução cabe mos na atmosfera não seria possível a
a função de solidificação, de integra- existência da vida humana.
ção e de concentração das estruturas O H2O2 é uma substancia natu- ral
protéicas (reúne uma matriz de ener- produzida pelo nosso organismo

49
através das membranas celulares, da Na-K-ATPase, trabalho também
plasmática (dos adipócitos, hepatóci- confirmado por Garner Nh (médico e
tos, eritrócitos, fagócitos), nucleares, pesquisador americano) em 1984.
mitocondriais e ainda pelos peroxis- O Peróxido de Hidrogênio é tão
somos (antigos cloroplastos, o com- versátil que age diferentemente nas
plexo de Golgi e outros). células brancas e nas vermelhas do
A primeira publicação feita sobre nosso sangue. Junto ao oxigênio,
o uso endovenoso do H2O2 foi no Lan- envolvendo-se em todos os tipos de
cet em 1920 e efetuado com sucesso metabolismo com aumento significa-
na cidade de Busrah na Índia por tivo na taxa metabólica, faz o papel
T.H. Oliver (médico inglês), durante de mensageiro secundário em diver-
um surto de pneumonia epidêmica. sas vias hormonais (a geração de pe-
Durante este surto mais de 80% dos róxido no útero é estrógeno depen-
acometidos pela doença morreram. dente e essencialmente necessário
No entanto, com a aplicação de H2O2 para a produção de progesterona).
conseguiu-se diminuir para 48% essa Tem ação insulino-mimética (imita
fatalidade. a ação da insulina no sangue podendo
Além do seu poder viricida, fun- nos fornecer um resultado falso posi-
gicida, bactericida e parasiticida am- tivo e por isto estaria contra indicado
plamente comprovados a solução de para o casos de diabetes mellitus tipo
Peróxido de Hidrogênio é usado para I), mas fundamental e importantíssi-
renutrir e re-oxigenar as célu- las, mo no tratamento do D.M.II.
para induzir a produção de neu- O Peróxido de Hidrogênio realiza o
trófilo, PMN (polimorfo nucleares), controle termogênico e muitas outras
na estimulação endógena e na libe- ações no organismo, como provou o
ração das endo-enzimas: Catalase, Dr. Edward Rosenow (descobridor do
SOD- Super-Óxido-Dismutase (mito- estreptococo, em 1925, como causa-
condrial e membranal), Citocromo-C, dor da febre reumática), e nos seus
Glutationa, Ubiquinona (Co-E-Q-10), mais de 450 trabalhos publicados so-
na oxidação de imunocomplexos e bre o assunto, e, por último Charles
até na produção de interferon. H. Farr MD, PhD, (medico homeopata
T.Ramazarma (médico Indiano) e por duas vezes indicado a prêmio
em 1982 afirmou em sua revisão de Nobel) e o maior divulgador e pesqui-
geração de H2O2 em biomembranas: sador do Peróxido de Hidrogênio, fun-
“... o H2O2 é uma molécula resultante dador do IBOM- International Bioxida-
do metabolismo celular e não pode tive Medicine em Oklahoma – USA.
ser esquecida como sendo um mero O composto é capaz de induzir
e indesejável subproduto da criação entre outras atividades biológicas imu-
do ERTO’s (Espécies Reativas Tóxicas nizantes e “mortais” a produção de
do Oxigênio)”. gama-interferon pelas células NK (na-
É um produto importante para a tural killer), o que pode por sua vez es-
integridade das membranas e da re- timular a produção de H2O2 endógeno,
gulação do transporte da membrana criando uma espécie de autocumplici-
mediante a alteração da atividade dade e um circulo vicioso entre os dois.

50
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Este estudo foi publicado em 1983, no ficam indicados para todas elas, tais
“Journal of Interferon Research” (vol.3 como: bronquites, bronquiolites,
numero 2 pag.143 a 151). bronquiectasias, reações asmáti- cas,
O grande segredo da função ou influenzas, DPOC’s, enfizemas e
melhor da atuação do Peróxido de Hi- outras e mais para o EBV- Eps- tein
drogênio em nosso organismo é que Barr Vírus (doença do beijo),
ele é associado ao Citocromo C - que Candidiase, Citomegalovirus, HPV,
é encontrado na corrente sanguínea Diabetes Melitus II, HIV, AVC, Do-
e nos espaços intra e extracelulares - enças vasculares, Artrites, Doenças
antes de se desmutar e desta forma Cardiovasculares, mal de Alzheimer,
permanece por mais 30 a 40 minutos MS-Esclerose Múltipla, ELA-Escle-
estimulando a produção de catalase, rose Lateral Amiotrófica, Psoríase,
superóxido desmutase e PMN, e au- Febre Reumática, Hepatites, Mal de
mentando o poder de fagocitose e as Parkinson, Migranhas, Enxaquecas,
defesas endógenas contra os agentes Cluster, Dort – LER, Fibromialgia, re-
patógenos. È aqui que concentra o ações alérgicas ao meio ambiente,
seu poder viricida, fungicida, bacte- Esteatose Hepática, Cirroses, Mal de
ricida e parasiticida. Chagas, Hanseníase, Ciatalgias, Ne-
Suas contra-indicações são ape- fropatias, SFC- Síndrome da Fadiga
nas em quatro situações: Crônica, SPP- Síndrome Psicogênica
Primária, Lúpus, Sífilis, Herpes Sim-
1 - No diabetes mellitus tipo I - por sua plex e H.Zoster e etc.
ação insulino-mimética, pois atua As dosagens máximas e ampla-
como um sitio possibilitador da mente divulgadas pelo IBOM, uni-
membrana plasmática para induzir o versalmente usadas para aplicação
transporte da glicose. endovenosa, devem seguir critérios
rígidos de conformidade com a orien-
tação do Dr. Charles H. Farr.
2 - Nas anemias - por fazer hemólise e
Por ser o Peróxido de Hidrogênio
nas desordens de estabilidade da
um produto de intermediação do
membrana celular, no caso específico
metabolismo, extensa e amplamen-
da anemia megaloblástica.
te distribuído pelo organismo e par-
ticipando de um numero significa-
3 - No Dermato-granuloma – CGC (Cro- tivo de reações bioquímicas, sendo o
nic Granulomatose Disease) – por principal receptor de elétrons do
acelerar o processo de formação dos organismo em várias reações RedOx,
nódulos. impõe-se como ultranecessário o
princípio do conhecimento bioquí-
mico sobre o H2O2 em segmento de
4 - Na gravidez por vasodilatar a mem-
tecidos, de bactérias, de fungos e ou
brana placentária.
de leveduras e, muita experiência
clínica e a técnica para o profissional
As indicações no entanto come- médico que se dispuser a trabalhar
çam pelas doenças pulmonares e aí com o mesmo.

51
Mais informações sobre o Peróxi-
do de Hidrogênio, fazer contato com
o autor deste manual, ou com o au-
tor deste texto:
imbiológica@uol.com.br

52
OZONIOTERAPIA MÉDICA
Dra. Maria Emilia Gadelha Serra

Nas últimas décadas, o cuidado com a saúde vem amadurecendo e caminha numa
nova direção: a de cuidados mais sistêmicos e integrados, de acordo com a
emergente Medicina de Redes e os conceitos da Biologia dos Sistemas,
propagados pelo Professor Albert-László Barabási, da Northestern University
(EUA) e pelo Dr. Leroy Hood, DO Institute for Systems Biology (EUA),
respectivamente.
O modelo de Medicina estritamente baseado em sintomas e medicamentos “anti-
sintomas” vem dando sinais de esgotamento, diante de tantos desafios oferecidos
pela poluição ambiental e deficiências nutricionais, relacionadas à baixa qualidade
do solo e pelo envelhecimento da população, dentre outros fatores. Na verdade,
é cada vez mais difícil estar verdadeiramente saudável. E saúde é muito mais do
que ausência de doenças. É preciso buscar opções terapêuticas para restabelecer
a capacidade do organismo humano de se adaptar a tantas agressões, de forma
mais natural.
Embora difundida na Alemanha desde o final do século XIX e introduzida no Brasil
em 1975, a Ozonioterapia era ainda desconhecida por grande parte da população
brasileira. A partir de março de 2018, isso começou a mudar: a Ozonioterapia foi
incorporada nas Práticas Integrativas e Complementares (PICS) do Ministério da
Saúde, por meio da Portaria GM/MS no. 702 de 21 de março de 2018. Agora já são
29 PICS e a nova portaria prevê que a Ozonioterapia seja progressivamente
disponibilizada nos diversos níveis da atenção à saúde no Brasil, iniciando-se pela
Atenção Básica, assim como previsto para as demais práticas de acordo com os
termos da Política Nacional de Prática Integrativas e Complementares aprovada
pela Portaria GM/MS de 3 de maio de 2006, seguindo-se a diretriz da Organização
Mundial de Saúde sobre o tema, a qual sofreu atualização em seu relatório
intitulado WHO Traditional Medicine Strategy 2014-2023. Esse fato representa um
grande avanço e talvez se torne um divisor de águas para melhorar os indicadores
de resolubilidade de atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS).
A inclusão da Ozonioterapia como prática complementar no SUS revela a abertura
do Ministério da Saúde para um novo olhar de cuidados em saúde. Desde 2015,
o Conselho Federal de Odontologia (CFO) regulamentou a prática como
procedimento odontológico útil em todas as áreas da Odontologia moderna no
Brasil, por meio da Resolução CFO no. 166/2015. A Ozonioterapia é também
objeto de um projeto de lei, aprovado por unanimidade no Senado Federal em
outubro de 2018. O atual PL 9001/2017 se encontra na Câmara dos Deputados,
aguardando análise, que oficializará a técnica como procedimento médico e
odontológico no Brasil. Diante da iniciativa legislativa, o Conselho Federal de
Medicina (CFM), de forma surpreendente, se posicionou contrariamente ao
reconhecimento da técnica como procedimento médico, alegando se tratar de um
“procedimento experimental”. Médicos em todo Brasil recorreram à Justiça,
defendendo seu direito ao livre exercício profissional e principalmente o direito

53
dos pacientes de serem tratados com um recurso terapêutico eficiente, seguro e
de baixo custo. O tratamento com Ozônio Medicinal, em associação aos
tratamentos convencionais e utilizado de forma complementar, está disponível
em cerca de 50 países em todos os continentes. Rússia, China, Japão, Itália,
Portugal, Espanha, Turquia, Grécia, Egito, Cuba, Honduras e vários países do Leste
Europeu inclusive disponibilizam a terapia nos seus sistemas públicos de saúde.
Os seguros de saúde alemães reembolsam procedimentos variados de
Ozonioterapia desde a década de 1980. Seriam os organismos dos brasileiros
diferentes dos de outros seres humanos?
E, afinal, o que é Ozonioterapia? Também conhecida como “Terapia pelo Ozônio
Medicinal”, a Ozonioterapia utiliza uma mistura de gases bem comuns: o oxigênio
(O2) – fundamental para a vida – e o ozônio (O3, uma combinação de 1 molécula
e 1 átomo de oxigênio) – o mesmo da famosa camada de ozônio, com a diferença
que este ozônio é gerado a partir de oxigênio totalmente puro, específico para uso
medicinal. A mistura gasosa resultante, que contém no máximo 5% de ozônio,
apresenta propriedades terapêuticas sui generis. É capaz de destruir bactérias,
fungos e vírus. Tem também a capacidade de melhorar a oxigenação dos tecidos,
além de “modular” (regular) o estado do sistema imunológico para mais ou para
menos, a depender da necessidade do indivíduo doente – ações muito úteis no
controle de infecções, inclusive das associadas às superbactérias, em conjunção
ao tratamento convencional com antibióticos. Outra habilidade do Ozônio
Medicinal é estimular as enzimas antioxidantes de todas as células, sem exceção
– esse aumento enzimático possibilita que as células se adaptem e resistam de
forma mais estruturada aos ataques dos famosos radicais livres gerados pela
própria respiração. Doenças inflamatórias, alérgicas e autoimunes também se
beneficiam com a Ozonioterapia, tais como artroses de articulações, dores
lombares, hérnia de disco, artrite reumatoide, em decorrência do efeito
modulador da inflamação e do sistema imunológico promovido pelo Ozônio
Medicinal. É utilizada ainda para melhoria de várias alterações metabólicas e da
microcirculação, pois promove fluidez do sangue e induz a síntese de um outro
gás, o óxido nítrico, que é responsável por gerar dilatação dos vasos sanguíneos
de menor calibre. A Ozonioterapia também auxilia no controle das taxas de glicose
no sangue, acelera a cicatrização de feridas, diminuindo a incidência de infecções
oportunistas, tornando-se um tratamento complementar de escolha em
diabéticos, visando a prevenção das complicações habituais da doença.
A Ozonioterapia também já foi avaliada do ponto de vista da segurança: na década
de 1980, um estudo alemão tabulou os dados de quase 5,6 milhões de
tratamentos de Ozonioterapia e encontrou a incrível cifra de 40 casos com efeitos
colaterais menores e somente seis óbitos! Melhor dizendo: 0,0007% de risco de
complicações e 0,0001% de risco de morte. Não se conhece nenhuma terapia
médica tão segura.
Além do quesito segurança, face às questões econômicas do SUS, podemos
reiterar a economia e os ganhos que a Ozonioterapia pode gerar. Uma análise
econômico-financeira do uso da Ozonioterapia como parte do tratamento de
diversas patologias, elaborada pela Profa. Dra. Celina Ramalho, Doutora em
54
Economia da Saúde e Professora da Fundação Getúlio Vargas – SP, revelou dados
impactantes: 1) em caso de dores lombares crônicas e hérnias de disco, a
Ozonioterapia pode reduzir a indicação de cirurgias de coluna e indicação de
próteses ortopédicas em até 90%, segundo estudos realizados na Itália, Estados
Unidos, Canadá e Espanha; 2) em feridas de diabéticos (em especial no chamado
“pé diabético”), a Ozonioterapia pode atuar e evitar tais mutilações entre 45% a
95% dos casos, a depender do tempo do início do tratamento e do estágio da
ferida – segundo dados oriundos de estudos realizados na Coreia do Sul, Israel,
Alemanha e Cuba; 3) a conclusão principal: as estatísticas clínicas comprovam a
eficácia do uso da Ozonioterapia nas suas diversas aplicações e indicam a
diminuição dos custos em saúde entre 20% a 80%. Enquanto recurso econômico,
entende-se que a Ozonioterapia é definida como tal na forma de uma prática
complementar, e não substitutiva dos métodos convencionais da prática médica,
justificando seu apontamento na determinação das PICS pelo Ministério da Saúde.
Especialmente face à situação da saúde pública no Brasil e dos recursos restritos
para se atender à demanda crescente – 77% da população depende do SUS, o que
significa 164 milhões de brasileiros – não considerar a Ozonioterapia como parte
importante no atendimento de saúde pública se configura um absurdo
inaceitável.
Em resumo: a Ozonioterapia pode auxiliar a recuperar e/ou manter saúde, uma
vez que otimiza o tratamento de infecções, previne amputações de membros,
regula a atividade do sistema imunológico e apresenta efeitos analgésicos e anti-
inflamatórios potentes, dentre várias outras características benéficas e úteis. Estar
vivo e principalmente saudável é sempre um desafio, especialmente em um
mundo poluído como o atual – a Ozonioterapia, exatamente devido aos seus
mecanismos de ação em rede, vai ao encontro desse modelo atual de Medicina e
vem se consolidando como uma grande modalidade terapêutica aliada.

Referências importantes do
texto:
Ozone: A Multifaceted Molecule with Unexpected Therapeutic Activity.
Autores: Zanardi I, Borrelli E, Valacchi G, Travagli V1, Bocci V.
Localização: Curr Med Chem. 2016;23(4):304-14

Therapeutic relevance of ozone therapy in degenerative diseases: Focus on


diabetes and spinal pain.
Autores:Braidy N1, Izadi M2, Sureda A3, Jonaidi-Jafari N2, Banki A4, Nabavi
SF5, Nabavi SM5.
Localização: J Cell Physiol. 2018 Apr;233(4):2705-2714. doi: 10.1002/jcp.26044.
Epub 2017 Jul 11.
55
Ozone therapy for the treatment of chronic wounds: A systematic review.
Autores:Fitzpatrick E1, Holland OJ2, Vanderlelie JJ2.
Localização: Int Wound J. 2018 Aug;15(4):633-644. doi: 10.1111/iwj.12907. Epub
2018 Mar 13.

Ozone therapy as a treatment for low back pain secondary to herniated disc: a
systematic review and meta-analysis of randomized controlled trials.
Autores: Magalhaes FN1, Dotta L, Sasse A, Teixera MJ, Fonoff ET.
Localização: Pain Physician. 2012 Mar-Apr;15(2):E115-29.

A metaanalysis of the effectiveness and safety of ozone treatments for


herniated lumbar discs.
Autores:Steppan J1, Meaders T, Muto M, Murphy KJ.
Localização: J Vasc Interv Radiol. 2010 Apr;21(4):534-48. doi:
10.1016/j.jvir.2009.12.393. Epub 2010 Feb 25.

Effect of low-dose gaseous ozone on pathogenic bacteria


Autores: Belchor Fontes1, Ana Maria Cattani Heimbecker2, Glacus de Souza
Localização: Brito3, Silvia F Costa4, Inneke M van der Heijden5, Anna S Levin6*
and Samir Rasslan7
Fontes et al. BMC Infectious Diseases 2012, 12:358
http://www.biomedcentral.com/1471-2334/12/358

56
Apresentação e descrição de
alimentos funcionais,
suplementos nutricionais,
bioterápicos, nutrientes,
fitoterápicos e similares
Importante tica, como reduzir os radicais livres
agressores, como otimizar as trocas
As indicações terapêuticas deste celulares minerais e gasosas, como
manual não se destinam a situações melhorar a perfusão sanguínea, etc.
agudas ou emergenciais, mas a ca- Infelizmente a maioria da classe
sos crônicos, onde se podem aplicar médica desconhece como realizar
recursos terapêuticos não conven- esses processos. Somente com os
cionais com segurança, visando o fármacos tradicionais, não é possível
restabelecimento máximo possível fazê-lo. E o que se aprende nas facul-
da saúde e do bem estar. Assim, por dades é geralmente, utilizar drogas e
exemplo, por razões óbvias, não indi- recursos de “oposição” a sinais e
camos recursos para serem utilizados sintomas, ou a combater fenômenos
no momento do infarto agudo do periféricos.
miocárdio, mas na angina pectoris, Sabemos hoje que os procedi-
como preventivo do infarto, ou no pe- mentos aqui apontados, são capazes
ríodo pós-infarto, visando melhorar o de restabelecer a capacidade orgâni-
processo circulatório, as condições ca de melhorar por si mesmo, carac-
gerais do organismo e como profiláti- terizando o milenar - mas nem agora
co de um novo ataque, em associação entendido – ensinamento do mestre
e como apoio à medicação conven- Hipócrates: vis natura medicatrix, ou
cional. O mesmo entendimento apli- seja, o poder de autocura na nossa
camos (por exemplo, na pielonefrite natureza interna.
aguda e crônica) em quase todos os Para a segurança do leitor, as
casos de infecções agudas e crônicas. doses e as posologias aqui indicadas
É mais que necessário conhe- foram baseadas na Portaria 33/98
cermos recursos verdadeiramente para a determinação do IDR (Inges-
capazes de agir em favor do orga- tão Diária Recomendada) e na Porta-
nismo, de modo a criar uma melhor ria 40/98 para os Níveis Máximos de
ambiência biológica-metabólica e Segurança de Vitaminas e Minerais.
bioquímica, ao invés de se aguar- dar
passivamente um novo episó- dio
agudo, por exemplo, de uma
infecção. Assim, há como aumentar
a capacidade do sistema imunológi-
co, como desintoxicar o organismo,
como elevar a sua reserva enzimá-

57
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Alimentos funcionais
“Alimentos são remédios,
remédios são alimentos”.
Hipócrates, 2500 antes
do FDA e da ANVISA.

Alimentos funcionais podem ser de uma dieta contendo uma varie-


definidos como “produtos alimentí- dade de alimentos, incluindo frutas,
cios que produzem benefícios espe- vegetais, grãos e legumes.
cíficos à saúde além dos nutrientes Existem cinco mercados de ali-
tradicionais que eles contêm” ou mentos funcionais: bebidas, produ-
alimentos que contêm níveis signifi- tos lácteos, produtos de confeitaria,
cantes de componentes ativos biolo- produtos de panificação e cereais
gicamente que trazem benefícios à matinais. A seguir os principais ali-
saúde além da nutrição básica8. mentos funcionais e suas caracterís-
A partir da década de 90, a ticas:
atenção tem sido crescente à essa
categoria de alimentos, por causa

de seu valor adicional em relação


às propriedades preventivas de do- cional de Vigilância Sanitária
enças. Só nos Estados Unidos, em
1998, o mercado de alimentos fun-
cionais representou 16,7 bilhões de
dólares, o que correspondeu a um
crescimento anual de 10,9%. Esse
crescimento é devido à ima- gem
positiva que os alimentos tra- zem,
com relação ao seu impacto na
saúde e bem estar, e por isso, têm se
tornado populares. O Brasil já
aprovou e utiliza o conceito de
alimentos funcionais.
Alimentos funcionais, também
chamados de “nutracêuticos”, são
vistos como promotores de saúde e
podem estão associados à redução
ao risco a certas doenças. Entretanto,
alimentos funcionais sozinhos não
podem garantir boa saúde, eles po-
dem melhorar a saúde quando parte
8. Conceito adotado pela ANVISA - Agência Na-
55
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Açafrão O açaí é um dos alimentos mais


ricos em ferro, contém elevada
Crocus sativus quantidade de vitamina E, tem gran-
Um estigma da flor do crocus sativus, de quantidade de fibras e proteínas.
planta da família das Iridáceas, que é
mais aplicada como tempero, com
poucos efeitos medicinais. É
confundido com a cúrcuma, cujo nome
científico é curcuma longa, também
chamada de açafrão da terra, é um
rizoma (caule subterrâneo)
pertencente à mesma família do
gengibre, as gengiberáceas, com
grandes propriedades terapêuticas e
adaptogênicas.
Ver mais detalhes em Curcuma.

Açaí
Euterpe oleracea

Embora consumido há muitos


tempo pelos índios e populações
do norte e nordeste brasileiro, só
recentemente o açaí passou a ser
consumido em larga escala como
alimento, primeiramente no Brasil
e agora em muitas partes do mun-
do, para onde é exportado. Recen-
temente a fruta foi considerada um
dos alimentos mais ricos em antio-
xidantes. Hoje a composição quími-
ca do açaí é conhecida e está sen-
do muito estudada. É um alimento
fortemente antioxidante, rico em
pigmentos, que são basicamente
antocianinas.
56
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Tabela do Açaí - Fonte: Universidade Federal do Pará

Tabela Nutricional para 100 gramas de açaí


Proteínas 13,0 g Ferro 26,0 mg

Fibras 34,0 g Fósforo 227,0 mg

Sódio 56,4 mg Vitamina C 17,0 mg

Potássio 932,0 mg Vitamina E 45,0 mg

Cálcio 286,0 mg Lipídios 17,0 g

Magnésio 174,0 mg Glicídios 36,0 g

Valor
349 kcal
Calórico total

Também os teores de cálcio e de po- contidos no açaí destruíram células


tássio são elevados, contendo ainda tumorais malignas. O estudo mos- tra
vitamina B1, lipídios, oligoelemen- que os extratos do açaí foram
tos como manganês, cobre, boro e capazes de estimular a destruição de
cromo. A parte lipídica é composta até 86% das células de leucemia
de ácidos graxos de boa qualidade, testadas. A açaí está sendo muito
com 60% de monoinsaturados e 13% estudado pelo Instituto de Ciências
de poliinsaturados. O percen- tual de Alimentícias e Agrícolas da Universi-
proteínas é superior ao do leite dade na Flórida, e foi por eles consi-
(3,50%) e do ovo (12,49%), e em derado como uma das plantas mais
termos de teor de aminoácidos, o ricas em antioxidantes conhecida.
açaí é semelhante ao do ovo.
Pelo seu teor elevado de nu- Suplementos de açaí
trientes e pigmentos, o açaí é um dos
mais recentes membros do gru- po O açaí pode ser consumido como
dos alimentos funcionais, indica- do alimento, mas existem já suplemen-
contra a anemia, a desnutrição e tos à base da fruta, como bebidas,
como protetor do organismo. Pelo componente de barrinhas de cereais,
seu grande potencia antioxidante, a etc. Trata-se de um produto bastante
fruta tem ação medicinal, indicada calórico. Mais recentemente pode ser
para diversas doenças. Vem sendo encontrado em pó para compor ou-
muito pesquisado ultimamente em tros alimentos e bebidas, e também,
diversos países. Um artigo no Jour- mais raramente ainda, a sua fração
nal of Agricultural and Food Chemis- antioxidante (pigmentos, minerais)
try dos Estados Unidos, apresentou em pó liofilizado ou micronizado,
detalhes de como os antioxidantes sem os componentes calóricos.

57
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

to), que lhe conferem as conhecidas


propriedades antibacterianas (ger-
Alho mes gran negativos e gran positivos)
Allium sativum e antivirais. Outros componentes
ativos do alho são: ajoeno, alicisteí-
Família das liliáceas. Ingerido na, alinase, aliina, polissulfureto de
como alimento, na forma crua, o alho alilo, ácido salicílico. Há também os
tem comprovadamente uma leve seguintes minerais: cálcio, enxofre,
ação antiinflamatória, antitussígena, ferro, iodo, sódio, germânio, incluin-
laxante, vermífuga, carminativa, anti- do as vitaminas: A, B1, B2 e C, além
séptica, diurética, depurativa, hipo- de óleos essenciais.
tensora, emoliente e antitérmica. A alicina só aparece de fato quan-
Não existem ainda pesquisas do o alho é mastigado ou cortado,
científicas mais detalhadas sobre o rompendo-se as células do bulbo. E é
alho, mas podem ser encontrados também a alicina a responsável pelo
muitos trabalhos e relatos ligados ao forte odor característico e pe- los
uso medicinal do bulbo, desde a anti- efeitos medicinais da planta. A alicina
ga medicina tibetana, aiurvédica, pas- é quimicamente o di-propenyl
sando pela medicina mesopotâmica, tiosulfinato, responsável pela maio-
persa e egípcia, com muitas há refe- ria das propriedades farmacológicas
rências em livros e escritos antigos, da planta. Visualmente, em labora-
incluindo de médicos europeus des- tório, a alicina é um líquido de colo-
de a Idade Média, Idade Moderna e ração amarelada. Experiências (ver
Contemporânea, onde ele é indicado adiante) comprovam que a alicina é
nas afecções catarrais agudas e crô- um antimicrobiano poderoso. Atua,
nicas, secreções brônquicas purulen- por exemplo, na morte de bactérias
tas, tuberculose pulmonar, amidalite, gram-negativas, causadoras de infec-
insônia, diabetes, otite, difteria, reu- ções e furunculoses. Funciona tam-
matismo, tifo, febres, intermitentes, bém como agente antiviral, comba-
cistite, nefrite, litíase renal e vesical. tendo, entre outros o vírus da gripe.
Externamente o sumo de alho diluí- Não se explica ainda completa-
do em água, é usado pela medicina mente como funcionam os compos-
popular há milênios contra úlceras tos derivados do enxofre no organis-
purulentas. Podemos concluir que, se mo, mas os pesquisadores acreditam
o produto não fosse eficaz, não pode- que eles atuem diretamente no nú-
ria gozar dessa fama milenarmente. cleo dos vírus, impedindo sua proli-
Acrescente-se que ainda, mais atual- feração. Assim, a alicina agiria contra
mente a medicina doméstica e popu- bactérias e fungos como a cândida
lar usa um hidrolato, feito com alguns albicans, responsável pela candidíase
dentes amassados e colocados em (sapinho). Na China, estão estudando
água para a febre e para os mesmos há mais ou menos três anos o efeito
problemas antes relacionados. do extrato injetável do dialil sulfeto,
Os principais componentes ati- outro dos componentes do alho, con-
vos do alho são a alicina (Di-propenil tra o citomegalovírus e alguns outros
tiosulfina) e a garlicina (dialil dissulfe- tipos do vírus causadores do herpes.

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GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Outros estudos, porém, apontam dissulfeto, beneficiando o coração a


nos derivados do enxofre um efeito circulação, aumentando a elasticida-
diferente, mas igualmente benéfico: o de dos vasos sanguíneos e relaxando
fortalecimento do sistema imunológi- as fibras musculares, provocando va-
co, com o aumento do número de lin- sodilatação. Por isso, o alho é indicado
fócitos T, uma das mais cativas células para prevenir a pressão alta, além de
de defesa do organismo. Dessa forma, ajudar a combater a arteriosclerose,
a proliferação dos microorganismos que é o endurecimento das artérias.
também ficaria inibida ou eliminada. O trissulfeto de metil-alila é uma
O dialil dissulfeto é uma das mais enzima que inibe a agregação das
importantes substâncias da planta e plaquetas do sangue - uma das prin-
foi descoberta em 1892 pelo cien- cipais causas da trombose, a obstru-
tista alemão P.W. Semmler. : Está ção dos vasos sanguíneos. Atua em
presente em 60% do óleo do alho e conjunto com o ajoeno, substância
tem a capacidade de reduzir a “cap- presente no óleo essencial do alho,
tação” dos lipídios pelas células do que funciona como anticoagulante.
tecido que reveste a parte interna Germânio e selênio são dois mi-
dos vasos. Como efeito, diminui a crominerais fundamentais para a
formação de ateromas, placas en- saúde, embora existam em quantida-
durecidas formadas principalmente des ínfimas na dieta. O selênio traba-
por gorduras, que podem obstruir os lha como um potente antioxidante,
vasos sanguíneos, ajudando também combatendo a formação dos, agindo
a prevenir os problemas cardíacos e também como um condutor de oxi-
circulatórios, provocados pelo exces- gênio, rejuvenescendo e revitalizan-
so de colesterol. Tem também ação do as células. Ao longo do tempo, o
antitumoral: Em pesquisas realizadas organismo perde parte da capacida-
no Centro do Câncer da Universida- de de obter e levar as quantidades
de do Texas, nos Estados Unidos, a adequadas de oxigênio a todas as cé-
substância mostrou capacidade de lulas do corpo. O germânio, que tem
reduzir em até 75% - e em alguns ca- sido considerado ultimamente como
sos chegou a impedir - a formação de um fator inibidor da oncogênese. A
câncer de cólon (intestino grosso) em ação anticâncer do alho é apoiada
ratos de laboratório que receberam pela hipótese que se baseia no fato
doses extras de produtos considera- da alicisteína estimular as enzimas
dos cancerígenos. Outras pesquisas que bloqueiam a formação de nitri-
realizadas em duas cidades chinesas tos no estômago.
indicaram que em uma delas, onde o Estudos em Oxford, Inglaterra,
hábito de comer alho era rotineiro, a mostraram ser o consumo do alho
incidência de câncer do aparelho di- um hábito capaz de reduzir a inci-
gestivo (esôfago, estômago e intesti- dência de doenças cardiovasculares
nos) era dez vezes menor do que em e de diminuir os níveis elevados de
sua vizinha, na qual o consumo desse colesterol e suas frações anormais. É
alimento era muito pequeno. um dos recursos naturais contra a
O polissulfeto de alila (di e trissul- arteriosclerose e a aterosclerose. O
feto) atua em conjunto com o dialil polissulfureto de alilo é capaz de

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reduzir a resistência das artérias e de além das já citadas antimicrobianas,


relaxar as fibras musculares, pro- antineoplásicas (combate o câncer),
movendo a vasodilatação, sendo útil, como imunoestimulatórias e hipogli-
portanto, como auxiliar no tratamen- cemiantes (reduz o açúcar do sangue).
to da hipertensão arterial. Tido como
preventivo do infarto do miocárdio. Protetor do coração e do sistema
Em diversos trabalhos, o alho é vascular
apontado como um poderoso antio-
xidante e protetor do DNA, além de O consumo regular de alho reduz
imunoestimulante auxiliar nas doen- o nível do colesterol sanguíneo total,
ças virais e micóticas. evita a agregação plaquetária e tam-
bém possui atividade antioxidante,
Pesquisas científicas prevenindo aterosclerose. Um estu-
do canadense efetuado com homens
O alho tem sido um dos alimen- moderadamente hipercolesterolê-
tos mais estudados nas últimas dé- micos (32 a 68 anos) mostrou que o
cadas, com mais de 1200 pesquisas consumo de 7,2g/dia de extrato de
farmacológicas. A maioria deles con- alho durante meio ano reduz em 5,5%
centrou-se no papel do vegetal nas a pressão arterial sistólica, em 7,0% o
doenças cardiovasculares, no câncer, colesterol sérico total e em 4,6% o co-
e no formidável poder antibacteriano lesterol de baixa densidade (LDL).
e antioxidante. A atividade redutora do coles-
Cientistas hoje realizam estudos terol do alho se deve à inibição de
para conhecer o seu potencial an- diversos passos enzimáticos da sín-
ticancerígeno, estando já provado ser tese hepática do colesterol e a um
eficaz na prevenção do câncer acréscimo na excreção de ácido biliar
digestivo, mamário e da próstata. Já e de esteróis. Os componentes do
diversas evidências e testes mostram alho alicina, alinina e S-alil sulfato
que o alho é redutor de problemas possuem propriedades que inibem a
cardio-circulatórios, pois reduz a coa- agregação plaquetária, que resulta
gulação do sangue, impedindo que as na prevenção da aterosclerose e das
plaquetas se aglomerem e se agarrem doenças cardiovasculares.
às paredes das artérias; também se Estudos recentes nos Estados
sabe que ele ajuda a baixar a tensão Unidos constataram que a taxa de
arterial, alargando os vasos sanguí- agregação plaquetária em homens
neos e permitindo, assim, que o san- que consumiram o equivalente a 6
gue circule mais livremente. Também dentes de alho fresco caiu de 10% a
combate as infecções de vários tipos, 58%. Vários cientistas e médicos
inclusivamente provocadas por vírus, acreditam que os componentes do
bactérias e fungos, reforça a imunida- alho podem ser tão efetivo que a as-
de, tem propriedades antioxidantes e pirina para inibir a formação de coá-
pode baixar os níveis de colesterol. gulos sanguíneos.
Pesquisas recentes identificaram O alho parece ter ação semelhan-
que o alho possui ainda diversas pro- te a dos medicamentos que inibem a
priedades dentre as quais se destacam, produção de colesterol. Dezenas de

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estudos científicos sugerem que a in- pylori, tido por uma ala da medicina
gestão diária de alho pode reduzir os como capaz de causar dispepsia, gas-
níveis de colesterol de 9% a 12%. trite, câncer gástrico e também de
Um estudo realizado na Alemanha úlceras gástricas e duodenais. Foi ob-
concluiu que 1 grama de alho consu- servado recentemente que 2g/L de
mido por dia reduz em 80% o volume extrato de alho inibe completamente
da placa de aterosclerose nas artérias. o crescimento do heliobacter pylori.
O alho melhora o fluxo sanguí- neo Os autores concluíram que este efeito
em todo o corpo, e não apenas nas bactericida pode contribuir para pre-
artérias coronárias, pois tem ação venir a formação de câncer gástrico.
vasodilatadora – efeito de expansão Esta evidência foi comprovada num
dos vasos sanguíneos e estudo epidemiológico efetuado na
conseqüente diminuição da pressão China, onde foi notado que o risco de
arterial, além de aumentar a flexibi- câncer gástrico é 13 vezes menor em
lidade das artérias. indivíduos que consomem 20g/dia de
alho em relação aqueles que con-
Um antibiótico natural somem menos que 1g/dia. Em outro
estudo, na Itália, foi observada uma
Um estudo mostrou que uma di- correlação negativa entre o consumo
luição em série de extrato fresco de de alho e o risco de câncer gástrico.
alho foi capaz de inibir o crescimen-
to de 14 espécies de bactérias, en- Ação antiviral
tre as quais o stafilococcus aureus,
klebsiella peneumoniae e escheri- Diversos estudos que apontam
chia coli, bactérias potencialmente também para uma atividade antiviral
patogênicas (produzem doenças). O e antifúngica do alho, daí a sua tra-
mesmo efeito ainda se obteve numa dicional indicação para casos de res-
diluição 128 vezes menor. Uma so- friado, gripe, nas viroses em geral e
lução de 5% preparada com alho nas micoses.
fresco desidratado mostrou ativi- Ainda de acordo com o estudo
dade bactericida contra salmonella britânico, a alicina, um dos compos-
typhimurium. Acredita-se que este tos ativos do alho, também seria
efeito antibiótico se deva à alicina, o apropriada no tratamento de infec-
componente chave da atividade ções hospitalares.
antimicrobiana que também é res-
ponsável pelo odor característico do Também contra o câncer
alho. Com o alho, os cientistas con-
cluíram que é possível até mesmo Uma importante pesquisa realiza-
destruir alguns germes resistentes da por uma equipe da Universidade
aos antibióticos comuns. da Carolina do Norte, mostra que as
pessoas que regularmente comem
Útil nas úlceras gástricas alho cru ou cozido, diminuem pela
metade o risco de sofrerem de câncer
O alho ainda tem se mostrado ser de estômago, quando comparados
capaz de combater o helicobacter aos que não comem alho. Essas pes-

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GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

soas também têm reduzido em dois de oxidação que contribui para o en-
terços os riscos de sofrerem de câncer velhecimento celular e que também
do reto. O chefe da equipe, o profes- lesam o DNA e iniciam alterações ce-
sor Lenore Arab, disse que “as pesso- lulares carcinogênicas. O alho inibe a
as que consomem alho regularmente formação de nitritos, substâncias
se beneficiam de um efeito protetor”. químicas envolvidas na origem do
A explicação científica para o efeito câncer de estômago.
anticancerígeno do alho é baseada na Em um relatório publicado pelo
descoberta da capacidade do bul- bo Instituto Ann Hsing, os cientistas de-
de estimular a da enzima hepática clararam que “vários estudos de ca-
glutationa S-transferase envolvida em sos em que as dietas de pacientes de
processos de desintoxicação de mui- câncer são comparadas com aquelas
tos agentes cancerígenos. de pessoas saudáveis mostram uma
Numerosos estudos sugerem ligação entre o consumo de alho e um
que o alho bloqueia alterações ce- menor risco de câncer de estômago,
lulares que podem causar câncer – e colo do útero, esôfago e mama” ·.
pode destruir células cancerosas já Cientistas do Instituto Weizmann,
formadas. Em um deles, foi demons- de Israel, conseguiram destruir tu-
trado que a ingestão diária de pouco mores usando uma substância tirada
menos de um dente de alho reduziu do alho. A explicação está no efeito
o risco de câncer pela metade. Um antitumoral da alicina - um meio de
estudo realizado como mulheres em defesa da planta, que se forma ape-
Iowa, nos EUA, constatou que o risco nas quando ela está sendo atacada
de câncer de cólon entre as mulheres por um parasita. Os cientistas já co-
que comiam alho toda semana cor- nheciam os efeitos tóxicos da alicina,
respondia a 1/3 do risco entre aque- capaz de matar micróbios e até célu-
las que nunca comiam alho. las normais (mas quando comemos o
Estudos chineses sugerem que o alho cru a alicina se torna inofen-
alho pode reduzir em 12 vezes a in- siva). Os pesquisadores procuraram
cidência de câncer gástrico. Existem fazer o mesmo que a planta faz para
evidências laboratoriais de que o alho defender-se: juntar a enzima alinase
pode diminuir a incidência de cânceres com aliína para formar a alicina den-
de mama, pele e pulmão. Acredita-se tro dos tecidos canceroso, de modo a
que o trissulfeto de dialila presente no destruir as células alteradas. Para
alho seja tão efetivo na destruição de isso, criaram um artefato (chamado
células cancerosas quanto o 5-fluorou- de “míssil”), capaz de levar a alinase
racil, uma droga quimioterápica. até a célula a ser atacada e, depois,
O poder antitumoral do alho de- injetar a aliína; ao se encontrarem na
ve-se grandemente à alicina. O alho superfície da célula, formariam a
também pode bloquear a formação alicina. O tal “míssil” é um anticorpo
de substâncias causadoras de câncer. projetado para reconhecer apenas
Entre outras ações anticancerígenas, um alvo, receptores que ficam super-
a alicina neutraliza moléculas peri- fície da célula do tumor. Esses recep-
gosas denominadas radicais livres, tores são encontrados somente em
produtos intermediários do processo células cancerosas.

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O estudo chamou muita atenção nham a doença. Aqueles que comem


da comunidade científica mundial e mais de dez gramas de cebola, alho e
foi publicado na revista especializada cebolinha teriam menos chances de
Molecular Cancer Therapeutics, sob a desenvolver a doença.
autoria de Aharon Rabinkov, Talia Jamie Bearse, da Coalizão Ame-
Miron, Marina Mironchick, David Mi- ricana contra o Câncer de Próstata,
relman e Meir Wilchek. afirmou estar satisfeito com as pro-
A técnica foi testada em camun- vas da relação entre boa alimentação
dongos que tinham tumores no es- e prevenção da doença. “Talvez isso
tômago, mas tem potencial para ser estimule homens a deixarem de lado
usado contra outros tumores, ou o fast food, e adotarem saladas com
mesmo micróbios. Basta que tenham cebola e alho nas dietas”.
receptores específicos que sirvam de
alvo. Para os cientistas, o tratamento Um imunoestimulante poderoso
pode ser aplicado em casos graves e
atuar impedindo a que células do A propriedade estimulante do
tumor migrem para outros pontos do sistema de defesa (imunoestimu-
organismo (metástase). Mesmo que lante) do alho está, também, rela-
os médicos não consigam deter- cionada à presença de substâncias
minar para quais pontos as células encontradas no seu extrato (dialil tri-
metastáticas migraram, “a combina- sulfito e dialil sulfito) que estimulam
ção anticorpo-aliinase-aliína as ca- as células de defesa de uma maneira
çaria e destruiria em qualquer lugar geral, principalmente importantes as
do corpo”, segundo os estudiosos. células T e de citoquinas produzidas
por macrófagos. Neste sentido, es-
tudos têm demonstrado que o alho
Pesquisa aponta que o alho pode atua estimulando tanto a imunidade
reduzir a incidência de câncer de humoral como a celular.
próstata Pesquisas concentram-se tam-
bém nos componentes minerais do
De acordo com um estudo pu- alho, entre eles os teores dos ele-
blicado Instituto Nacional do Câncer mentos zinco e selênio, ambos me-
dos Estados Unidos o alho e cebola tais antioxidantes, envolvidos tanto
podem ajudar a evitar o desenvol- direta como indiretamente no fun-
vimento de câncer de próstata. De cionamento do sistema imunológico.
acordo com a pesquisa, o risco de A medicina moderna tem identifica-
homens que comem mais alho e ce- do baixos níveis sangüíneos tanto de
bola desenvolverem câncer de prós- selênio como de zinco, em pacientes
tata é 50% menor que dos que quase portadores de enfermidades como a
não comem estes legumes. O res- AIDS, onde o sistema de defesa
ponsável pelos benefícios seriam os encontra-se gravemente debilitado.
compostos sulfurosos contidos nes- A terapêutica dietética recomenda-
ses alimentos. Foram examinadas as da para pacientes imunodeprimidos
dietas de 230 homens com câncer de preconiza o consumo de alho, entre
próstata e de outros 471 que não ti- outros alimentos funcionais.

63
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Uma notícia divulgada em O Dr. A. I. Virtanen, finlandês ven-


9/5/2005 pela Agência de Notícias cedor do prêmio Nobel, descobriu na
d`AIDS, menciona que a ministra sul- planta várias substâncias benéficas,
africana de saúde, Tshabalala-Msi- ao organismo.
mang, receita alho para o tratamento Cientistas do Garlic Centre em
da doença. East Sussex, na Inglaterra mostraram
num estudo que pessoas que tomam
Útil também no diabetes uma pílula de alho por dia estão me-
nos propensas a resfriados comuns.
Atualmente sabe-se que o alho De acordo com a pesquisa, uma pílula
possui propriedades hipoglicemian- de alho, tomada diariamente, ajuda-
tes. O extrato de alho mediante seu ria a reduzir em mais de 50% o risco
componente sulfóxido S-alilciteína, de se contrair um resfriado. O dire-
reduziu significantemente a glicose tor do Garlic Centre, Peter Josling,
sangüínea em estudos realizados no
que chefiou a pesquisa, disse que a
Japão. O mecanismo provável desta
pílula de alho foi dada à metade dos
atuação se deve, ao menos em par-
146 voluntários; a outra metade re-
te, ao estímulo à secreção de insulina
cebeu um placebo. Num prazo de 90
pelas células ß do pâncreas.
dias durante o período do inverno —
quando os casos de gripe são mais
Um preventivo para muitas outras
doenças freqüentes —, apenas 24 resfriados
foram registrados entre os que to-
Na prevenção de outras doenças, maram a pílula de alho. No resto do
o alho também tem merecido des- grupo que tomou o placebo, 65 pes-
taque. Há alguns meses, um estudo soas ficaram gripadas. Ainda de acor-
efetuado em duas regiões distintas do com a pesquisa, os voluntários
da China, uma que emprega o alho que receberam a pílula e pegaram a
na culinária e outra que não o utiliza, gripe tiveram uma recuperação mais
mostrou que a região que usa regu- rápida do que os que tomaram o pla-
larmente o alho tem menores índi- cebo. Somente na Grã-Bretanha, há
ces de morbidade e de mortalidade mais de 200 formas diferentes de ví-
em relação à região que não utiliza o rus que causam a gripe.
alho na alimentação.
Atualmente o alho é utilizado em O famoso óleo de alho
muitas clínicas e hospitais russos sob
a forma de extratos voláteis que são O óleo de alho é considerado
vaporizados e inalados. como anti-séptico intestinal e pul-
O eletrobiólogo russo, professor monar, estimulante circulatório,
Gurwitch, descobriu que o alho emi- diurético, hipotensor, purificador do
te um tipo de radiação ultravioleta sangue, re-equilibrante glandular e
que é mitogênica (estimula o cresci- vermífugo, o alho vem sendo usado
mento e atividade celular), tendo um há milênios tanto no oriente como no
efeito rejuvenescedor em todas as ocidente. É um suplemento ali-
funções corporais. mentar rico em óleos essenciais que

64
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atua como auxiliar na prevenção de nos provocados pelo pó medicinal de


formação de placas de gordura nas alho, mesmo em concentrações muito
artérias. É necessário adquirir mar- superiores a 50 mg dia de alicina.
cas idôneas e tomar cuidado com fal-
sificações. O óleo de alho autêntico Fontes científicas
apresenta odor de alho acentuado
quando rompemos a sua cápsula. ALDER, A. J.; HOLUB, B. J. Garlic and
fish oil for reducing serum lipids and
Suplementos de alho lipoproteins. American Journal of Clinical
Nutrition, Bethesda, v. 65, n. 7, p. 445-
Existem numerosos produtos à 450, 1997.
base de alho no comércio, desde cáp-
ARUOMA, O. I.; SPENCER, J. P. E.; WAR-
sulas gelatinosas, comprimidos, pó
REN, D.; JENNER, P.;
em cápsulas, flocos, óleos comestí-
veis aromatizados, etc. Como sempre BADAWI, Camila Badawi - Acadêmica
podem ocorrer falsificações ou pro- de Nutrição da FSP – USP, estagiária
dutos de baixa qualidade. Aconselha- curricular em marketing da Nutrociência
mos buscar empresas fornecedoras Assessoria em Nutrologia.
idôneas. Estes suplementos podem BONTEMPO, Marcio - Medicina Natural.
ser encontrados nas farmácias co- Editora Nova Cultural. São Paulo. 1986.
muns, farmácias de manipulação (de BUTLER, J.; HALLIWELL, B. Characteriza-
preferência), importadoras, casas do tion of food antioxidants illustrated using
ramo de produtos naturais e até em commercial garlic and ginger prepara-
bons e variados supermercados. tions. Food Chemistry, S.l., v. 60, n. 2, p.
149-156, 1997.
Dose recomendada do suplemento
BLOCH, A. S. Pushing the envelope of nu-
de alho
trition support: complementary therapies.
Nutrition, S.l., v. 16, n. 3, p. 236-239, 2000.
Aconselha-se o consumo diário
de 400 a 600 mg – ou mais, para ESTUDO NACIONAL DE DESPESA FAMI-
combater um resfriado ou uma gri- LIAR Tabela de composição dos alimen-
pe. Como manutenção da saúde, 500 tos. IBGE: Rio de Janeiro, 1977.
mg/dia são uma boa dose. Deve-se FRANCO, G. Tabela de composição quí-
procurar um suplemento padroniza- mica dos alimentos. Atheneu: São Paulo,
do que contenha 4000 microgramas 9 ed., 1992.
de “alicina potencial”. GRIMBLE, R. F. Modification of inflam-
Nas composições, recomenda-se o matory aspects of immune function by
uso oral de 500 mg de pó seco e liofili- nutrients. Nutrition Research, S.l., v. 18,
zado do alho, que contém assim cerca n. 7, p. 1297-1317, 1998.
de 1% de alicina ativa (5 mg.). Doses de HEINERMAN, J. The healing benefits of
até 20 mg/dia de alicina (4 cápsulas ou garlic. Nutrition, S.l., v. 13, n. 2, p. 173-
drágeas de 500 mg cada) podem ser 174, 1997.
prescritas. Não existem efeitos conhe- KÉSIA, Diego Quintaes - Artigos e estu-
cidos, sejam tóxicos, colaterais ou da- dos. Nutricionista

65
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Docente do Centro Universitário Adven- sanguíneas. Tem também a proprieda-


tista de São Paulo de de estimular a função tireoideana e
Mestre em Ciência da Nutrição. Douto- de ser hipoglicemiante (recomendada
randa em Ciência da Nutrição pela FEA/ para consumo dos diabéticos). Um
UNICAMP bom recurso natural para a redução do
excesso de colesterol e para a restaura-
MODESTO, M.L. - Cozinhar com vegetais. ção da função intestinal.
Editora Verbo. SP 2004. Como alimento a aveia é um
OREKHOV, A. N.; GRÜNWALD, J. Effects of tônico para a debilidade geral, prin-
garlic on atherosclerosis. Nutrition, S.l., v. cipalmente devido a doenças exaus-
13, n 7-8, p. 656-663, 1997. tivas e nas convalescenças. Existem
registros de que a aveia era usada re-
PANTOJA, C. V.; MARTIN, N. T.; NORRIS,
gularmente como alimento no com-
B. C.; CONTRERAS, C. M. Purification and bate à coréia, à paralisia agitante e às
bioassays of a diuretic and natriuretic epilepsias. Deve-se utilizar a aveia in-
fraction from garlic (Allium sativum). tegral, grãos, flocos ou farinha fina.
Journal of Ethnopharmacology, S.l., v. 70,
n. 1, p. 35-40, 2000.
SIVAM G. .P. Garlic and Helicobacter
pylori. Food and Chemical Toxicology, S.l.,
v. 5, n. 5, p. 582, 1997.
SATO, T.; MIYATA, G. The nutraceutical Azeite de Oliva
benefit, part IV: Garlic. Nutrition, S.l., v.
O azeite de oliva é o óleo extraí-
16, n. 9, p. 78.
do da oliva, que deve ser sempre ex-
SCHNEIDER, Ernst - A Cura e a Saúde tra virgem, ou seja, prensado a frio e
Pelos Alimentos. Casa Publicadora extraído sem o uso de produtos quí-
Brasileira. 2ª edição. Santo André. São micos. É considerado um importante
Paulo. 1984. membro da família dos alimentos
funcionais devido às suas proprie-
Seleções do Reader’s Digest - O poder
dades antioxidantes e protetoras. O
curativo das vitaminas e dos minerais.
seu principal agente nutracêutico é o
ácido oléico (ômega 9), mas existem
diversos outros ácidos graxos e com-
ponentes, segundo a seguinte tabela:
Aveia
Avena sativa Classificação do azeite
Composição dos ácidos graxos do azeite de oliva

Alimento da família das gramíneas. Molé cula


C 14:0
Nome
Mirísti co
g/100g
< 0,05
É reconhecidamente um alimento alta- C 16:0 Palmíti co 7,5 - 20,0

mente energético cuja composição de C 16:1


C 17:0
Palmitoléico
Margárico
0,3 - 3,5
< 0,3
nutrientes assemelha-se ao trigo. Uma C 17:1 Heptade cenói co < 0,6

das mais importantes fontes de fibras C 18:0


C 18:1
Esteárico
Oléico
0,5 - 5,0
55,0 - 83,0
alimentares. Por ser rica em manga- C 18:2 Linoléico 3,5 - 21,0

nês, é particularmente recomendada C 18:3


C 20:0
Linolêni co
Araquídi co
< 0,9
< 0,6
no tratamento e na prevenção da ane- C 20:1 Eicosenóico < 0,4

mia por falta de ferro ou por perdas C 22:0


C 24:0
Behê nico
Lignocéri co
< 0,2
< 0,2

66
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

O azeite de oliva é classificado estabilidade do metabolismo do co-


com base no seu sabor e aroma (as lesterol, pois contribui para a redu-
propriedades organolépticas), acidez e ção do LDL colesterol e manutenção
outros dados químicos, e pelo pro- do nível do HDL.
cesso extrativo e dividido, basicamen- A presença, no azeite, de hidro-
te, em 3 tipos: carbonetos - como o esqualeno, por
Azeite Extra Virgem – Com aroma exemplo - favorece a eliminação de
e sabor de alta qualidade, apresenta toxinas, a proteção da membrana ce-
acidez inferior a 0,8 1%. Quanto mais lular e a ação anticarcinogênica. Tam-
selecionadas as azeitonas, melhor a bém a presença de esteróis, como o ß-
qualidade do azeite. sitosterol por exemplo, favorece a
Azeite Virgem – Apresenta sabor redução do colesterol e ajuda na pre-
e aroma marcantes, mas não tão apu- venção e combate ao câncer (próstata,
colon, mama); a redução dos compos-
rados como os extra virgens, podendo
tos fenólicos que inibem oxidação e
apresentar pequenos defeitos. Tem
reagem com radicais livres; a inibição
acidez entre 0,8 e 2%..
da agregação plaquetária; e a preven-
Azeite Puro – Composto por azei-
ção da oxidação do LDL. Por conter vi-
te refinado e azeite virgem, apresen- ta tamina E, o a azeite representa o palel
menos de 1,5% de acidez. Sabor e de um bom antioxidante.
aroma marcantes com acidez abaixo de
2%. As frações obtidas através da Benefícios conhecidos do azeite de
extração por processo de prensagem oliva:
mecânica das azeitonas, que possuem
acidez acima de 3,3% de acidez são • Ajuda a prevenir a arteriosclerose
refinadas para eliminação de defeitos, e seus riscos.
como acidez elevada e sabor e aro- ma • Melhora o funcionamento do es-
desagradáveis. O azeite refinado é tômago e do pâncreas.
então utilizado para formar o azeite • Digere-se com maior facilidade
“puro”. É um azeite que provém de do que qualquer outra gordura
uma composição entre azeites refina- comestível, não tem colesterol e
dos e azeites virgens que lhe dão cor, proporciona a mesma caloria dos
sabor e aroma. No Brasil, onde mui- outros óleos.
tos “azeites” compostos são vendidos • Acelera as funções metabólicas.
como “extra virgem”, ainda não é exigi- • Produz efeito protetor e tônico da
da essa menção. epiderme.
• Estimula o crescimento e favore-
Efeitos do azeite de oliva no ce a absorção de cálcio e a mine-
organismo ralização.

Por sua composição rica em áci- Resumo das propriedades medici-


dos graxos monoinsaturados, como o nais do azeite
ácido oléico, e baixo em satura- dos, • Ajuda a evitar a osteoporose.
o consumo do azeite de oliva está • Ajuda a prevenir doenças cardio-
diretamente relacionado com a vasculares.

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GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

• Antioxidante. virgem, na temperatura adequada,


• Ativados da função intestinal (le- protege o alimento mantendo suas
vemente laxante). propriedades e incorporando seus
• Aumenta a expectativa de vida. elementos positivos.
• Auxiliar na hipertensão e na sua
prevenção.
• Cataratas e outras doenças ocu- O azeite de oliva na cosmética
lares.
• Contém polifenóis antioxidantes. O azeite de oliva contém diversos
• Contribui para a prevenção ou agentes naturais antioxidantes que
redução dos sintomas da artrite e ajudam a prevenir o envelhecimento.
do reumatismo. Os povos antigos, gregos e romanos,
• Doenças da pele - efeito protetor untavam seus corpos com azeite evi-
e tonificante. tando o ressecamento da pele. Essa
• Efeito antidepressivo.
prática era muito comum porque es-
• Favorece a mineralização óssea.
• Fortalecimento do sistema imu- ses povos viviam numa região muito
nológico. quente e seca, e o azeite favorecia a
• Melhora das condições alteradas proteção da pele.
no diabetes. A oliveira e o azeite de seu fruto
• Prevenção da arteriosclerose. têm sido parte da cultura mediter-
• Proteção contra a deterioração da rânea desde suas origens. Além de
função cognitiva e da memória. ser utilizado na alimentação, servia
• Proteção contra o câncer (mama, como remédio e produto de beleza,
próstata, trato digestivo).
entre outros. Os egípcios descobri-
• Redução da incidência de trom-
bose. ram os efeitos benéficos do azeite de
• Redução do NF Kapa B. oliva para sua pele e passaram a
• Regulador intestinal e hepático. utilizá-lo como emoliente. Foi com-
• Útil nas doenças biliares. provado que o azeite de oliva é uma
forma natural de manter a beleza da
Útil no diabetes pele, das unhas e dos cabelos.
A ciência hoje explica o efeito cos-
No caso de diabetes, a substitui- mético do azeite, mostrando que as
ção de gordura saturada pelo azeite vitaminas A, D, K e E, são poderosas
melhora a resistência à insulina e con- antioxidantes, o que ajuda a retardar
seqüentemente diminui a glicose do o envelhecimento da pele.
diabético. Hoje o azeite é largamente em-
O azeite de oliva extra virgem pregado na cosmética. Suas aplica-
bem puro é o mais adequado para ções na área da estética e beleza são
ser consumido tanto ao natural como inumeráveis: como anti-rugas, hidra-
em fritura. Em virtude de sua com- tante e suavizante para peles secas; é
posição, o azeite de oliva (desde que purificador, calmante, e serve para
extra virgem, pois o comum é rpeju- amolecer as impurezas da pele e tor-
dicial quando exposto ao calor) man- nar mais fácil a remoção; melhora a
tém suas propriedades, mesmo nas elasticidade da pele, é perfeito para
temperaturas mais elevadas. Uma banhos relaxantes e massagens e dá
fritura feita em azeite de oliva extra brilho aos cabelos.

68
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Bibliografia científica sobre o azeite: Masters C. n-3 Fatty acids and the
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Polyunsaturated fatty acids. Is there a Mattson FH, Grundy SM. Comparison
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lino- lenic acids. J Biol Chem. 1966; Corner EJ. Comparison of the effect of
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and delta 5 dessaturases: case of thromboxane A2 and prostacyclin
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GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

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S, Khoo JC, Miller E, Barnett J, the activation of SREBP-1 and the up-
Witztum JL, Steinberg D. Low regula- tion of stearoyl-CoA
density lipopro- tein rich in oleic desaturase during postna- tal
acid is protected against oxida- tive development of the brain.
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GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

nutrition. Nutr Rev. 1995; assimilação dos nutrientes, flatulên-


53(7):202-5. cia, fermentações intestinais, maior
assimilação de gorduras saturadas.
World Health Organization: Diet,
Populações cuja dieta é pobre em
nutrition, and the prevention of fibras apresentam maior incidência de
chronic diseases. Report of a WHO doenças degenerativas incluindo o
câncer de cólon.
Study Group. WHO Technical
Em geral, as fibras não são digeri-
Report Se- ries 797, Geneva 1990 das nem absorvidas no intestino del-
Yehuda S, Rabinovitz S, Carasso RL, gado, mas muitas são digeridas no
Mostofsky DI. The role of intestino grosso; parte de seus pro-
dutos digeridos entra no organismo e
polyunsaturated fatty acids in
contribuem significativamente na
restoring the aging neuronal redução do colesterol e de gorduras
membrane. Neu- robiol Aging. 2002; saturadas no organismo.
23(5):843-53. As fibras podem ser classifica- das
como solúveis e insolúveis. As

Fibras
Fibras representam a parte me-
nos digerível dos alimentos, sendo
mais freqüentes nos cereais inte-
grais, nas verduras, raízes e legumes.
As fibras alimentares, em sua maior
parte, são compostas de polissa-
carídeos vegetais comestíveis que
participam da formação da estrutu-
ra das paredes das células vegetais.
Há alimentos completamente sem
fibras, como é o caso da carne, dos
ovos, dos laticínios. Uma dieta pobre
em fibras favorece várias disfunções
orgânicas, incluindo a obstipação
intestinal, diverticulite, colites, má
71
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

fibras insolúveis não se dissolvem publicou sua su- gestão, em 1969, de


na água, enquanto as fibras que a baixa inci- dência de câncer de
solúveis formam uma solução cólon e reto en- tre os habitantes de
altamente vis- cosa quando partes tropicais da África poderia se
dissolvidas na água. As fibras dever ao alto consumo de fibras na
insolúveis são encontradas nos alimentação desses povos.
grãos integrais e nos farelos de Fibras alimentares, principalmen-
trigo, centeio, arroz e milho, bem te as insolúveis, são altamente reco-
como na celulose. As fibras solúveis
são encontradas nas frutas, ervi-
lhas e feijões secos, cevada, aveia,
goma (guar, xanthan, alfarroba),
mucilagens (psilium) e pectinas.
Geralmente, as fibras insolúveis
(por exemplo, farelo de trigo) são
melhores para a saúde do intestino
(regularidade do intestino etc.) e as
fibras solúveis são melhores para
diminuir o colesterol e ajudar no
diabetes e na obesidade.
Há categorias de microfibras
não digeríveis extraídas do exoes-
queleto de crustáceos, uma delas a
quitosana, um amino
polissacarídeo muito semelhante à
celulose (fibra vegetal não
digerível). A quitosa- na tem a
propriedade de absorver
quantidades maiores de colesterol
e gorduras presentes nos intestinos
do que muitas fibras vegetais. Ela
está sendo cada vez mais utilizada
em tratamentos contra a
obesidade. (Ver Quitosana)
A importância das fibras come-
çou a crescer logo depois que
Burkitt, um cirurgião inglês, 72
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

mendadas no tratamento da diverti- em abundância e isoladamente das fi-


culose (15 a 30 gr. diários de farelo de bras dos cereais, pois estas devem ser
trigo). Mas o mesmo tratamento não ingeridas juntamente com o grão inte-
é recomendável para a diverticu- lite gral. Com a utilização de muitas fibras
(diverticulose com inflamação), isoladas (farelo de trigo, por exemplo),
quando se recomenda uma dieta ocorre um seqüestro de alguns mine-
pobre em fibras para não aumentar a rais, como o zinco e algumas vitami-
motilidade intestinal. Mas aumento nas em nível intestinal. Quantidades
do consumo de fibras insolúveis na moderadas (aproximadamente duas
dieta normal ajuda a prevenir o de- colheres de sopa) e diárias de farelo
senvolvimento tanto da diverticulose de trigo não produzem este efeito de
quanto da diverticulite. modo considerável.
O Instituto Nacional do Câncer Há seis formas de fibras vegetais,
dos Estados Unidos recomenda uma solúveis e insolúveis, cada uma com
dieta rica em fibras e pobre em gor- sua própria função específica:
dura para ajudar a prevenir alguns
tipos de câncer. O aumento do con- Pectina
sumo de fibras ajuda o organismo a
descarregar substâncias químicas A pectina reduz a velocidade de
cancerígenas presentes na alimenta- absorção dos alimentos assim que
ção. A probabilidade de substâncias ingeridos e é recomendada para
químicas cancerígenas agirem é me- casos de hipoglicemia ou diabete,
pois permite que os níveis de gli-
nor quanto menos tempo permane-
cose no sangue sejam alcançados
cerem no intestino.
mais gradualmente. A pectina tam-
As fibras mais adequadas são
bém contribui para a remoção de
aquelas presentes nos cereais inte-
toxinas e metais pesados no san-
grais, sendo que a do trigo, da aveia e
gue, além de reduzir também os
do arroz são as mais consumidas. Ao
níveis circulantes de colesterol, o
contrário do que se pensa, existem
que diminui o risco de doença car-
alimentos falsamente ricos em fibras, díaca e de litíase biliar. Ela também
como é o caso da alface, do tomate e atua aumentando a ligação entre as
do aipo. Eles possuem alguma fibra, moléculas dos ácidos biliares,
porém bem menos do que legumes e favorecendo a função biliar.
grãos de cereais. As fibras dos cereais Fontes naturais de pectina são:
não são compostas apenas de celulo- cenouras, beterrabas, repolho, fru-
ses como a dos demais vegetais, mas tas cítricas, uvas, bananas, repolho,
contêm nutrientes como vitaminas do ervilhas, feijões em geral, casca de
complexo B. No processo de decor- cebola e polpa de beterraba.
ticação, ou “beneficiamento”. Estas Há preparações sob a forma de
fibras e seus nutrientes são retiradas pós, disponíveis no comércio afim,
dos cereais, restando apenas os grãos para a prescrição médica. Doses ide-
ricos em amido, destituídos dos seus ais estão entre 15 a 25 g. diárias.
principais valores nutricionais. Contu-
do, também não se recomenda o uso

73
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Celulose não digerível. Está também presen-


te nas partes externas e na textura
A celulose é uma fibra insolúvel, das paredes de plantas, constituin-
um carboidrato complexo, compo- do um componente fibroso mais
nente estrutural principal de muitos consistente. Este tipo de celulose é
vegetais, geralmente cobrindo a parte quimicamente rompido por grupos
externa dos mesmos. É também a par- de bactérias saprófitas nos intesti-
te fibrosa protetora da célula vegetal. nos e pode formar gases em alguns
A presença da celulose nos alimentos tipos de indivíduos. A hemicelulose
ingeridos contribui para uma boa con- tem também uma grande capacida-
dição dos vasos sanguíneos, para a de de reter água, sendo assim reco-
prevenção das varizes e hemorróidas, mendada para o controle de peso, o
na colite e na obstipação intestinal. A tratamento auxiliar e a prevenção do
celulose, por não ser absorvida pelo câncer de cólon, a obstipação
organismo, também é comprovada- intestinal e para remover substân-
mente útil na desintoxicação de subs- cias cancerígenas que podem estar
tâncias carcinogênicas no nível intesti- presentes nos intestinos (principal-
nal, como a amônia, as nitrosaminas e mente presos), como a amônia e as
outras, pela sua capacidade quela- nitrosaminas.
dora, ou de agarrar esses compostos, Fontes de hemicelulose: Psillium,
anulando a sua ação e favorecendo a farelo de trigo de aveia, maçãs, ba-
sua eliminação. Também é utilizada no
nanas, feijões, repolho, grãos intei-
tratamento ou prevenção da obesida-
ros, e legumes verdes. O psillium é
de e para o controle do peso corporal,
comumente usado em vários
uma vez que ela capta água circulante
produtos laxantes pois, espessa
numa proporção de 4 a 5 vezes o seu
muito depressa em contato com os
próprio volume; ao assimilar essa água
líquidos orgânicos, favorecendo o
do ambiente, aumenta-se o volume do
bolo fecal que, ao ser evacuado em trabalho de evacuação intesti- nal.
maior quantidade, acaba por reduzir o Além disso, foi recentemente
peso corpóreo. confirmado que o psillium ajuda a
Fontes de celulose: Feijões ver- controlar os níveis de colesterol de
des, farelo de trigo, beterrabas, ervi- sangue. A American Heart Associa-
lhas, brócolos, pêras, maçãs e outros, tion recomenda o uso do psillium na
desde que apresentem a sua película dieta devido às suas proprieda- des
externa ou casca. Uma semente de antagônicas ao colesterol.
grão de bico ou de soja sem a sua A dose ideal de psillium para
casca translúcida externa, por exem- adultos é de duas colheres-de-chá
plo, não tem celulose em quantida- em um copo de água após as refei-
des suficientes. ções. Para crianças metade da dose.

Hemicelulose Lignina

Como a celulose, a hemicelulose A lignina, apresentada neste


também é um carboidrato complexo trabalho juntamente com a semente
de linho (que é rica em lignina), é um
74
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sacarídeo compos- to de polímeros


de álcoois aromáti-

75
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cos. Ela é uma fibra que contribui A goma arábica, extraída de um


para a rigidez de célula vegetal. É tipo de acácia (acacia decurrens), é
também uma fibra capaz de reduzir muito conhecida e consiste em uma
os níveis de colesterol do sangue e de variedade de poliaçúcares concen-
prevenir a formação de cálculos bilia- trados. Usado para mantém o sabor
res, pois se liga aos ácidos biliares, e conservar. Nas composições de
reduzindo o seu excesso. suplementos é usado em pequena
A lignina produzida como re- quantidade como adsorvente de gor-
sultado da atividade de bactérias duras e toxinas intestinais.
intestinais, forma enterodiol e en- A goma da semente de linho é
terolactona, estrogênio de ação usada como substituto da goma ará-
inibitória do câncer de mama. A bica com indicações semelhantes.
lignina é também recomendada Possui efeito laxativo.
para câncer de cólon e no diabetes. A goma xantina é normalmente
Fontes de lignina mais comuns são a vendida como um sal de potássio, e
semente de linho, o trigo, a bata- ta, tem ação antimicrobiana. Ela forma
a maçãs, o repolho, o pêssego, o uma fina camada nos intestinos e
tomate, o morango, a castanha- do- impede a absorção de gorduras sa-
pará, a cenouras, a ervilhas e os turadas Deve ser usada em refeições
feijões verdes. muito gordurosas.

Gomas Mucilagens

Gomas são polissacarídeos hi- São obtidas mucilagens geral-


drossolúveis, presentes em vários ti- mente de semente e algas e são usa-
pos de plantas, onde têm a função de dos como agentes espessantes ou
reparo de áreas danificadas. Várias estabilizantes, pois são capazes de
gomas e mucilagens são usados em reter água. São três os tipos de mu-
alimentos dietéticos naturais. Eles cilagens mais comuns:
formam géis no intestino delgado ca-
pazes de se ligarem a ácidos graxos e • Agar-agar. Extraída de algas, pode
outros compostos, contribuindo para permanecer estável em tempera-
a sua eliminação. turas altas. Freqüentemente usada
A goma de guar, derivada de uma para espessar bolos, gelatinas, laticí-
planta nativa da Índia,é uma das mais nios e outros.
comumente usadas. É um composto
• Alginato. Extraído de alga marrom,
insípido, inodoro e completamente
permite aumento da textura cremo-
solúvel em água, que age como um
sa, além de inibir a formação de cris-
colóide protetor, emulsificante, usa-
tais de gelo.
do em líquidos viscosos muito espes-
sos. Pode ser facilmente encontrado • Carrageenan. Outra mucilagem de
em produtos para emagrecimento, alga que é usada tipicamente para
redução do colesterol corpóreo ex- formação de gel, além de emulsifi-
cessivo e estimulante intestinal. cante de certos alimentos.

76
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co, por ser mais rico em beta gluca-


na que muitos outros cogumelos. As
Cogumelos pesquisas e as experiências parecem
apontar que o consumo deste cogu-
Pelas suas propriedades medici- melo como suplemento faz aumentar
nais e nutritivas, muitos cogumelos o número de células “natural killers”
são classificados como alimentos e outras células de defesa do corpo,
funcionais. Eles são utilizados tanto daí ser considerado uma esperan- ça
na culinária como na terapêutica. Na como remédio contra o câncer. É
culinária, os tipos de cogumelos mais utilizado hoje no Brasil e em diversos
comuns no Brasil são champignon, o países em tratamentos contra o cân-
funghi porcini e os cogumelos japo- cer, a Aids e o diabetes.
neses como o shiitake e o shimeji. O É um produto facilmente encon-
reishi (ganoderma lucidum) e o trado nas casas do ramo. A posologia
maitake, ambos originários do Japão, não é definida, devendo-se seguir as
são mais comumente con- sumidos recomendações do fabricante. Não é
na forma de suplemento em cápsulas um cogumelo tóxico em dosagens
e em preparados líquidos. No Brasil sensatas.
usa-se mais o Cogumelo do Sol, É um produto facilmente
também em cápsulas e outras encontrado nas casas do ramo. A
apresentações. posologia não é definida, girando
De um modo geral, os cogumelos entre 500 mg a 2 gr./dia. Mas deve-
têm o potencial variável de fortalecer se seguir as recomendações do
fabricante.

Ver também: Beta glucana, Mai-


take e Ganoderma.
o sistema imunológico,seja como ali-
mento ou suplemento, sendo atribu- Angeles, descobriram potencial
ída a eles a capacidade de regular a medicinal neste cogumelo do sol,
pressão arterial e o nível de coleste- considerado um dos mais fortes na
rol no sangue. estimulação do sistema imunológi-
Ver Cogumelo do sol, Maitake,
Ganoderma e Beta glucana.

Cogumelo do Sol
Agaricus blazei murril

Este cogumelo foi cultivado ini-


cialmente no Brasil na década de 60,
e é utilizado largamente sob a forma
de cápsulas. Pesquisas realizadas na
Universidade da Califórnia, em Los
77
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Maitake
Grifola frondosa

O Maitake (tradução: cogumelo


dançante), chamado de “rei dos co-
gumelos”, é um choupo grande, do
tamanho aproximado de uma bola
de basquete, nativo do nordeste do
Ja- pão. Na medicina tradicional
japone- sa é apontado como um
adaptógeno e tonifico, considerado
um potente imunoestimulador.
Estudos atribuem o poder do
maitake à beta-glucana, um
polissacarídeo composto de mo-
léculas de glicose ligadas entre si.
Atualmente os pesquisadores
identi- ficaram e isolaram a beta-
glucana do maitake e denominaram
o extrato de fração D, que possui
estrutura única de polissacarídeos e
o grau de ramifi- cações da cadeia é
maior do que

78
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outras beta-glucanas de outras fon- os efeitos medicinais se explicam em


tes naturais inclusive outros cogume- termos de “presença de princípios
los medicinais. Foi constatado que da ativos ou alcalóides”. Muitos nutrien-
beta glucana do maitake é muito efi- tes, como os aminoácidos por exem-
caz quando ministrado oralmente, ao plo, trabalham como restauradores
contrário da beta-glucana de outras de funções celulares e metabólicas; e
fontes naturais, inclusive de outros o cogumelo Ganoderma é
cogumelos medicinais, que perdem basicamente um alimento. No Japão
sua eficácia quando ingeridos por via o reishi é con- siderado como um
oral. alimento capaz de aprimorar e
Administra-se o maitake como manter a beleza e a saúde, não
alimento. Não há dose definida e o obstante, não é registra- do pelo
governo japonês como re- médio.
cogumelo não é tóxico em quantida-
Experiências ainda no Japão
des comuns.
mostram que o reishi possui efeito
anticancerígeno, o que pode ser atri-
Ganoderma buído ao germânio orgânico, compo-
Ganoderma lucidum nente desse cogumelo.
Cogumelo da classe dos Na medicina aiurvédica o reishi é
basidiomicetos, ordem aplicado sistematicamente toda vez
aphyllopholares, família Formes. Era que era necessário “restabelecer o
conhecido na China desde tempos equilíbrio inespecífico do organismo
remotos como “ci”; devido aos seus doente”.
efeitos medicinais passou a ser Empiricamente o Ganoderma
chamado de Lei-ci, que significa mostra efeito analgésico, sendo
“cogumelo espiritual ou divi- no”. benéfico principalmente para
Trata-se de um cogumelo vermelho doentes em es- tado adiantado; além
gigante que nasce nas montanhas disso o Ganoderma contribui para o
geladas do norte da China (Mandchú- aumento do apetite. Recentes
ria), que recebe vários nomes na re- resultados da pesquisa sobre o
gião, sendo mais conhecido como ganoderma, relatados pelo
“reichi”, um dos remédios sagrados Laboratório Botânico da Faculdade
da antiga medicina. de Ciências de Pequim mostram a
Os estudos realizados por impor- sua eficácia no tratamento auxiliar
tantes laboratórios no Ocidente não dos seguintes problemas: Bronqui-
revelaram a presença de nenhum te crônica, angina pectoris, enfar- te
princípio ativo de importância no do miocárdio, arteriosclerose,
Ganoderma, no entanto, é inegável hipercolesterolemia, hipertensão
arterial, doenças hematológicas e
que o cogumelo produz efeitos, pois
hepatite; além destas o Ganoderma
faz parte dos mais antigos tratados
mos- trou efeito analgésico e
de medicina do mundo oriental,
calmante, hepatoprotetor,
alguns datando de mais de 3 mil
fortalecedor das funções
anos. Se não fosse eficaz não teria hematogênicas, auxiliar da
esse em- prego milenar. Ademais, coagulação sangüínea e melhoria
nem todos das funções intestinais. É a seguin-
79
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

te a análise sobre a composição


parcial do reishi, divulgado pelo
La-

80
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boratório Botânico da Faculdade de


Ciências de Pequim:

• Lipídios 1.9-2.0%
• Nitrogênio 1.6-2.1%

• Glicose 4-5%
• Fenóis e outros 0.08-0.12% alimentos funcionais, pela sua
composição complexa, rica em
• Cálcio e outros0.22%
antioxidantes e agentes protetores do
• Água 12-13% sistema imunológico. Um dos recursos
• Aminoácidos, proteínas, tritilpenoi- vegetais mais utilizado pela
des ,etc. humanidade, desde os tempos mais
• Outros minerais:boro,cálcio,ferro,pot remotos, e em quase todas as culturas,
ássio, sódio, manganês, etc.). seja como alimento (tempero) ou como
remédio. Era uma das especiarias antes
mais procuradas pelos navegadores das
Empiricamente observado, o uso
Índias. É um bulbo aromático que medra
contínuo do ganoderma desintoxica o em regiões tropicais, sendo mais
sangue,
originário da Índia e da Jamaica. Possui
melhoraacirculaçãosanguíneaeaumen-
resinas e óleos voláteis aos quais se
ta a resistência contra enfermidades.
devem as suas propriedades
Não há posologia definida, prin-
estomáquicas e carminativas.
cipalmente por não haver nenhum O gengibre é muito rico em vitamina C.
fator tóxico presente no produto em
Tanto em medicina quanto no terreno da
quantidades normais. Cada 150 mg
alimentação é empregado de múltiplas
do extrato desidratado estandardi- formas, desde o simples chá até como
zado do cogumelo contêm 4% (6 mg)
condimento em muitos pratos. Na
de triterpenos e 10% (15 mg) de po-
medicina aiurvédica é um dos mais
lissacarídeos.
importantes alimentos-medicamentos.
Recomenda-se a dose de 300 mg/ Usado como condimento, auxilia a ação
dia para efeitos de manutenção da saú- das enzimas digestivas, daí ser aplicado
de e doses acima de 1g/dia em casos de contra a dispepsia e a flatulência. O pó, a
doenças mais graves. Deve-se estabele-
tintura ou o chá de gengibre são famosos
cer uma individualização da dose, se-
no tratamento das gripes, resfriados,
gundo cada caso e situaçãoparticular. sinusites, rinites, amidalites, afonia,
tosse, pneumonias, etc. Externamente
tem aplicação contra infecções,
inflamações da pele, das unhas e contra
manchas provocadas por parasitas ou
Gengibre fungos.
Zingiber officinalis
Cada 250 mg do bulbo fresco contêm 4%
(10 mg) de óleos voláteis ricos em
O gengibre (Zingiber officinalis), é
princípios ativos, sendo os mais
considerado um dos mais importantes
81
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

importantes a zingiberona, o sangramento e parâmetros


bisabolene e vários gingeróis. imunológicos, devido a sua capacidade
de inibir a tromboxano-sintetase e por
Suplementos de gengibre em cápsulas atuar como agonista da prostaciclina. No
Além do gengibre desidratado em pó, entanto, um estudo randomizado,
existem cápsulas de gengibre, duplo-cego sobre os efeitos de gengibre
geralmente de 250, 500 mg, seco (2 g/dia, oralmente durante 14 dias)
disponíveis no comércio comum e nas na função plaquetária não mostrou
farmácias de manipulação. Não existe diferenças nos tempos de sangramento
dosagem mínima ou máxima em pacientes que receberam gengibre
determinada, bem como o bulbo não ou placebo.(8,9).
apresenta efeitos tóxicos ou maus Formas farmacêuticas: Cápsulas ou
resultados com o uso, mesmo em comprimidos contendo extrato seco,
grandes quantidades. droga vegetal (rizomas), extrato fluido, e
O gengibre segundo o Memento tintura. (2,10)
Fitoterápico Brasileiro: Vias de administração e posologia: Oral.
Parte utilizada/órgão vegetal: Rizomas Infuso: acima de 12 anos: de 0,5 a 1 g em
Indicações terapêuticas: Antiemético, 150 ml de água, 5 minutos após o
antidispéptico, e nos casos de cinetose. preparo, tomar de duas a quatro vezes
Contraindicações: Contraindicado para ao dia.(2) Tintura: tomar 2,5 ml da
pessoas com cálculos biliares, irritação tintura diluída em 75 ml de água, uma a
gástrica e hipertensão arterial. Não é três vezes ao dia ou 1,5 a 3,0 ml
indicado para crianças. diariamente.(2,51)
Precauções de uso: Aqueles que Tempo de utilização: Não existe tempo
tomam medicamentos anticoagulantes pré-determinado uma vez que o
ou que apresentam distúrbios da gengibre não é tóxico e seu uso regular é
coagulação sanguínea devem consultar benéfico à saúde, por ser considerado
seu médico antes de usar suplementos um alimento funcional. Pacientes que
com gengibre em concentrações usaram doses grandes de gengibre por
elevadas. Portadores de cálculos um período de 3 meses a 2,5 anos não
biliares devem consultar seu médico apresentaram efeitos adversos. (15)
antes de usar preparações de gengibre. Superdosagem: Altas doses (12-14 g) de
Efeitos adversos: Dermatite de contato gengibre podem aumentar os efeitos da
tem sido relatada em pacientes terapia anticoagulante.
sensíveis. Prescrição: Fitoterápico, isento de
Interações medicamentosas: O prescrição médica.
gengibre pode afetar o tempo de Principais classes químicas: Óleo
82
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essencial (zingibereno, β-bisabolol, β- o edema de pata induzido por


sesquifelandreno), shogaol, e gingerol; carragenina em ratos por inibição da
zingeronas e diterpenoides de núcleo atividade da ciclo-oxigenase.(32)
labdano. Os dialdeídos diterpenos do tipo labdano
Informações sobre segurança e isolados a partir de extratos de gengibre
eficácia: Ensaios não-clínicos têm sido descritos como inibidores da 5-
Farmacológicos A administração lipoxigenase humana in vitro. (33)
intraduodenal de um extrato acetônico
(rico em óleo essencial) do rizoma de Ensaios clínicos farmacológicos
gengibre em ratos aumentou a Estudo clínico com a administração oral
secreção biliar. A administração oral do do pó do rizoma de gengibre (940 mg) foi
extrato acetônico de gengibre (75 mais eficaz do que dimenidrinato (100
mg/kg), do shogaol; (2,5 mg/kg), do mg) na prevenção dos sintomas
gingerol estimulou a motilidade gastrointestinais da cinetose. (39)
gastrointestinal em ratos, (21) e a Os resultados desse estudo sugeriram
atividade foi comparável à de que o gengibre não age no centro do
metoclopramida (10 mg/kg) e a vômito em nível central, mas age
domperidona. diretamente sobre o trato
Em estudos in vitro verificou-se que um gastrointestinal por meio de suas
infuso de gengibre inibiu as atividades propriedades aromáticas, carminativas e
da ciclo-oxigenase e lipoxigenase, absorventes, através do aumento da
assim os seus efeitos anti-inflamatórios motilidade gástrica e absorção de
podem ser devidos à diminuição da toxinas e ácidos. (39)
formação de prostaglandinas e Em estudos clínicos randomizados,
leucotrienos.(28) duplo-cego, o efeito do pó do rizoma de
Verificou-se que o infuso de gengibre é gengibre foi testado no tratamento
um inibidor potente da tromboxano profilático de náusea que, quando
sintetase, e aumentou os níveis de administrado por via oral foi
prostaciclina, sem aumento estatisticamente melhor do que o
concomitante de prostaglandinas E2 placebo na redução da incidência de
ou F2a. (29) vômitos e sudorese 4 horas após a
Em estudos in vivo verificou-se que a ingestão. (40,41)
administração oral de extratos de Na comparação dos efeitos de sete
gengibre atuam na redução do edema formulações de gengibre e antieméticos
da pata de rato e sua potência foi prescritos para a prevenção de enjoo em
comparável à do ácido 1.489 indivíduos, o gengibre foi tão
acetilsalicílico.(30,31) O shogaol inibiu eficaz quanto os outros fármacos
83
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

antieméticos testados. (40) casos de náuseas e vômitos de pós-


Vários estudos clínicos avaliaram os operatórios, foi detectada diferença
efeitos da raiz de gengibre em casos de significativa em comparação com o
cinetose. Quatro dessas investigações placebo, (48) sendo que o efeito do
possibilitaram verificar que o rizoma do gengibre foi considerado tão eficaz ou
gengibre administrado por via oral foi melhor do que a metoclopramida.
eficaz para a terapia profilática de (48,49)
náuseas e vômitos. Os estudos clínicos A administração oral de pó de rizoma de
que avaliaram as reações gengibre em pacientes com distúrbios
gastrointestinais envolvidas na doença reumáticos e musculoesqueléticos
de movimento registraram melhores produziu diferentes graus de alívio da
respostas do que aqueles que dor e do edema. (50)
enfatizaram as respostas que
envolvem o sistema nervoso central. Efeitos e estudos toxicológicos
(42-44) O infuso de gengibre causou atividade
A hipótese de que o aumento do mutagênica em células B291I e
esvaziamento gástrico pode estar Salmonella typhimurium cepa está 100,
envolvido nos efeitos antieméticos de mas não na cepa TA 98. (34), entretanto,
gengibre foi comprovada. Estudos alguns componentes do gengibre fresco
clínicos concluíram que as doses orais foram identificados como agentes
de gengibre não atuam sobre o mutagênicos. A ação mutagênica de
esvaziamento gástrico, tal como foi gingerol e shogaóis foi determinada em
registrado por cintilografia sequencial ensaio com Salmonella/
gástrica e técnica de absorção de microssoma,(35) e o aumento da
paracetamol. (45-46) mutagênese foi observado em uma cepa
Em um estudo duplo-cego, cruzado e de Escherichia coli HS30 tratada com
randomizado, a administração oral de gingerol. (36), no entanto, a
pó de rizoma de gengibre (250 mg, 4 mutagenicidade de gingerol e shogaóis
vezes ao dia) foi efetiva no tratamento foi suprimida na presença de várias
de casos de vômito pernicioso na concentrações de um constituinte
gravidez. (47) Tanto o grau de náusea antimutagênico, zingerona, do gengibre.
quanto o número de ataques de (35) Por outro lado, o sumo de gengibre
vómitos foram significativamente demonstrou ser antimutagênico e
reduzidos. (47) Além disso, em um suprimiu as mutações espontâneas
estudo prospectivo randomizado, induzidos pelo gingerol. Outros estudos
duplo-cego, com 60 pacientes que também relataram a ação
receberam gengibre, somente nos antimutagênica do suco de gengibre.
84
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

(37,38) stimulation of prostacyclin; relevance for


Em estudo clínico duplo-cego, medicine and psychiatry. Medical
randomizado, foi evidenciada a ação hypotheses, v. 20, p. 271–278, 1986.
efetiva do gengibre (250 mg por via (7) BACKON, J. Ginger as an antiemetic:
oral, 4 vezes ao dia) no tratamento de possible side effects due to its
vômito pernicioso na gravidez. (47) thromboxane synthetase activity.
Efeitos teratogênicos não foram Anaesthesia, v. 46, p. 705–706,1991.
observados em crianças nascidas (8) SRIVASTAVA, K. C. Isolation and
durante esse estudo, e todos os recém- effects of some ginger components on
nascidos apresentaram APGAR de 9 ou platelet aggregation and eicosanoid
10 após 5 minutos. (47) biosynthesis. Prostaglandins and
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88
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Gérmen de trigo fácil fraudar o óleo de gérmen de trigo,


por- tanto, é sempre conveniente
É a parte do trigo que se situa certificar- se da idoneidade do
na base do grão, a sua parte fabricante.
germinável Representa o setor do Guaraná
trigo onde se concentra a maior
parte dos seus nu- trientes mais Paullinia cupana Kunth
importantes. É rico em nutrientes, Trata-se de um fitoterápico, mas devido
sais minerais, proteínas, ácido ao seu uso intenso e propriedades
glutâmico, vitaminas do com- plexo descobertas passou para a lista de
B e vitamina E. Esta parte do trigo, alimentos funcionais.
curiosamente, é retirado pela Muito utilizado na medicina popular e
indústria alimentar durante o pro- tradicional, principalmente no norte e
cesso de produção da farinha nordeste do Brasil, na forma de pó de
branca. Recomendado para extrato denso solidificado das sementes.
esterilidade, dis- túrbios de Na medicina convencional tem aplicação
menopausa tais como: ten- são na astenia e como psicoestimulante. (2).
mental e insônia; previne doenças O guaraná possui metilxantinas
cardiovasculares, rejuvenescendo os (guaranina, cafeína, teofilina,
vasos sanguíneos e diminuindo a teobromina e outros alcaloides) e
ten- são arterial e varizes. Como taninos condensados.
alimento, pode ser usado no iorgute, Segundo o Memento Fitoterápico da
coalhadas, leite, sucos, frutas, pães Farmacopeia Brasileira - 1ª edição, são as
etc. seguintes as informações técnicas sobre
O gérmen do trigo contém um o guaraná da Amazônia:
óleo essencial, onde se localizam os Ensaios não-clínicos Farmacológicos
seus principais componentes O extrato aquoso de P. cupana causou
nutricionais. diferentes efeitos terapêuticos como
Não existe dosagem mínima ou diminuição da fadiga física e mental e
máxima determinada, bem como melhora de funções cognitivas. (7,8,9)
não existem efeitos tóxicos ou Em estudos, tais como testes de
maus resultados com o uso, mesmo associação, confirmou-se que a cafeína
em grandes quantidades do óleo. reduz o tempo de reação, melhora a
No comércio podem ser capacidade mental, e produz aumento
encontra- das cápsulas gelatinosas, na velocidade de realização de cálculos,
de 100, 200, embora a precisão não sofra grandes
250, 400, 500 ou 1000 mg. É muito melhorias. No entanto, esses benefícios
89
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

só se fazem sentir até um limite de 200 apresentando a teofilina 50-60%, a


mg de cafeína que, ultrapassado, pode cafeína 25- 30% e a teobromina 15-25%,
inibir essas capacidades. (5) justificando-se esse valor mais baixo
Com os estudos toxicológicos com P. para a teobromina devido à ausência do
cupana em animais de laboratório grupo metila no nitrogênio, importante
verificou-se baixa toxicidade. Com para a ligação com as proteínas
estudos em voluntários sadios plasmáticas. (17)
demonstrou-se também ausência de Contraindicações
efeitos tóxicos. (10) Não foram Contraindicado para pacientes com
encontrados dados descritos na distúrbios cardiovasculares, hipertensão
literatura consultada. arterial, arritmia cardíaca, gastrite,
Várias ações farmacológicas oriundas úlcera péptica, úlcera duodenal, cólon
das metilxantinas (cafeína, teobromina irritável, afecções renais,
e teofilina) sobre o Sistema Nervoso hipertireoidismo, cirrose hepática e
Central (SNC) e cardiovascular foram predisposição à espasmos musculares. É
observadas. (11,12) contraindicado para crianças e pacientes
O mecanismo de ação inclui a inibição com histórico de hipersensibilidade e
da enzima fosfodiesterase (com alergia a qualquer um dos componentes
aumento das concentrações de AMP do fitoterápico. (3)
intracelular) e o antagonismo de Seu uso é desaconselhado a pacientes
adenosina, o que resulta na que apresentem desordens psíquicas
estimulação do SNC. (13, 14) como pânico, agitação, ansiedade e
Produz estimulação cardíaca (efeito insônia. Em pacientes com epilepsia ou
inotrópico e cronotrópico positivo), disritmia cerebral. Não deve ser utilizado
além de promover vasodilatação em pacientes com distúrbios da
periférica e vasoconstrição craniana. coagulação ou sob trata- mento com
(15) anticoagulantes. Não associar a bebidas
Estimula a musculatura esquelética e o que contenham metilxantinas (café, chá,
centro da respiração. Além disso, achocolatados, refrigerantes a base de
aumenta a secreção ácida gástrica e extrato de cola e de guaraná e mate),
age como diurético em curto prazo. Na para não potencializar os efeitos desse
farmacocinética da cafeína foi fitoterápico. (4)
observada a sua rápida absorção por As metilxantinas, constituintes principais
via oral e um pico plasmático cerca de de extratos de guaraná, pela estimulação
uma hora após sua administração. (16) direta do músculo cardíaco, podem
A ligação às proteínas plasmáticas causar aumento da frequência cardíaca e
difere entre as três metilxantinas, arritmias. Além disso, podem produzir
90
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

irritação gástrica e aumento da extrato seco (250 mg de extrato


diurese. (5) padronizado em cafeína).
Efeitos adversos Ingerir 2 cápsulas pela manhã e 1 a 2
Os efeitos adversos desse fitoterápico, cápsulas após o almoço. Sua
devidos à cafeína, são geralmente leves administração à noite pode causar
e transitórios, embora frequentes. Sob insônia.
o ponto de vista psiquiátrico, a cafeína Em caso de tratamento da astenia e
pode exacerbar estados ansiosos e outros distúrbios, este não deve
contribuir para distúrbios do sono. ultrapassar um mês, sendo necessário
Devido à presença das metilxantinas, um período de duas semanas de
seu uso contínuo pode causar interrupção do tratamento antes de seu
dependência. O uso excessivo desse reinício.
fitoterápico também pode levar a Doses excessivas desse fitoterápico
hipocalcemia (diminuição de cálcio) e podem causar vômitos, cólicas
hipocalemia (diminuição de potássio), abdominais, convulsões e arritmias,
devido à sua ação diurética. (5) havendo necessidade de cuidados
Interações medicamentosas intensivos. Deve-se proceder à lavagem
Esse fitoterápico potencializa a ação de gástrica. Pode-se administrar carvão
analgésicos e, quando administrado ativado ou sorbitol para retardar a
com anticoagulantes, inibe a agregação absorção do fitoterápico. Em caso de
de plaquetas aumentando o risco de administração acima do recomendado,
sangramento. (6) Esse fitoterápico suspender o uso e manter o paciente sob
pode levar à hipocalcemia e, observação.
consequentemente, à toxicidade da Referências sobre o guaraná
digoxina. O etinilestradiol pode segundo a Farmacopeia Brasileira
potencializar o efeito da cafeína, (1) TROPICOS. Disponível em: . Acesso
enquanto que a cimetidina potencializa em: 03 maio 2016.
seu efeito e também sua toxicidade. (2) PALUSKA, S. A. Caffeine and exercise.
Como usar Curr Sports Med Rep, v. 2, n. 4, p. 213-
Na cultura popular usa-se o pó, 1 a 2 219, 2003.
gramas dissolvidos em água, (3) STRAIN, E. C.; GRIFFITHS, R. R.
regularmente como dose diária Caffeine related disorders. In: SADOCK,
estimulante, pura ou misturado a B. J.; SADOCK, V. A. Comprehensive
outros itens como açaí, sucos, etc. Textbook of Psychiatry. 7th ed.
Para um melhor controle da dose Baltimore: Lippincott, p. 982-990, 2000.
recomenda-se o uso da planta em (4) KENNEDY, D. O.; HASKELL, C. F.;
cápsulas ou comprimidos contendo WESNES, K. A.; SCHOLEY, A. B. Improved
91
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

cognitive performance in human 2015. Paullinia cupana Kunth 77


volunteers following administration of Memento Fitoterápico da Farmacopeia
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92
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Inhame No Brasil, é comum que um alimento


Tubérculo de grande ação como tenha nomes diferentes de acordo com a
alimento funcional, dada as suas região do pais, o problema é quando se
propriedades nutracêuticas utiliza o mesmo nome para dois
depurativas. Confundido alimentos de famílias diferentes, como é
frequentemente com outro tubérculo, o caso do inhame, pois por serem
o cará (Dioscorea alata), o nome diferentes, possuem composição de
do cará na língua espanhola é nutrientes diferentes.
“ñame"(que significa “para comer” em
senegalês), por esse motivo é bastante Inhame (cará) – Dioscorea ssp. Pertence
confundido com o inhame, à família Dioscoriaceae, Dicotiledônea e
especialmente na região Nordeste do ao gênero Dioscorea, com mais de 600
Brasil. O inhame (Dioscorea spp.) espécies, quatorze das quais tem seus
pertence à família Dioscoreácea, com tubérculos utilizados como alimento.
nove gêneros e cerca de 1000 espécies, Inhame taro (Colocasia esculenta), que
sendo o cará (Dioscorea alata, ou pertence a família das Aráceas.
Dioscorea caynnensis) uma delas.
Estima-se que ocorram no Brasil entre Os tubérculos contêm carboidratos
150 e 200 espécies de Dioscorea. Já o (amidos), aminoácidos, proteínas
taro (Colocasia esculenta), o tubérculo mucilagens, fibras absorvíveis e não
menor, peludinho, pertence à família absorvíveis, potássio, vitaminas (B1, B2,
Araceae, com 105 gêneros e 3.500 B3), ácido oxálico, oxalato de cálcio,
espécies. No Brasil, uma mesma sapotoxina e antocianinas. Os tubérculos
espécie de inhame pode ser chamada contêm proteínas de alto peso molecular
também popularmente de “cará”, que inibem as enzimas "amilase salivar"
dependendo da região, podendo ser e "amilase pancreática". Os rebentos
considerados próximos do ponto de contêm as antocianinas pelargonidina 3-
vista nutricional. O mesmo não glucosídeo, cianidín 3-ramnosídeo e
acontece com o taro, ou ‘inhame cianetação 3-glicosídeo. Amidas
japonês”, pequeno, por pertencer à hidroxicinamoil foram obtidas das
outra família vegetal. inflorescências e dois novos dihidroxi-
Originário da África, mais esterois foram isolados dos tubérculos.
especificamente das ilhas de Cabo Os rizomas são muito ricos em amido e
Verde e São Tomé, o cará foi trazido ao fibra dietética.
Brasil pelos portugueses e aqui se Como alimento, o inhame é
adaptou muito bem. notadamente desintoxicante,
depurativo, laxante, antirreumático,
93
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

combate o excesso de ácido úrico 1940, no sul do México, utilizado pela


(antiartrítico). Também é usado etnomedicina local como
externamente em cataplasmas. anticoncepcional. Marker descobriu nela
A medicina tradicional e popular precursores de hormônios, e tornou-se o
brasileira indica consumir o inhame primeiro a isolar esteroides na raiz de
como alimento em casos de atraso no vegetais. Desta planta, Marker isolou a
crescimento de crianças, más substância diosgenina e a partir dela
condições gastrointestinais, diarreias, pôde-se sintetizar progesterona e
alergias, dengue, zica, chicungunya, testosterona. O inhame selvagem
menopausa e anemia. Também mexicano também contém DHEA. Ver
controla o ácido úrico elevado, é tido DHEA.
como capaz de aumenta a fertilidade Grande parte das propriedades
feminina. Popularmente tem largo funcionais do inhame (Dioscorea spp.) se
emprego contra furunculoses, como deve a presença de um fito-hormônio
cataplasmas quentes locais. Seu uso chamado diosgenina, que há muito
regular na alimentação ajuda a tempo vem sendo utilizado pela
controlar o colesterol, o triglicéride e o indústria farmacêutica como matéria-
açúcar no sangue prima para produção de corticosteroides
e esteróides sexuais2,3. A diosgenina,
Recentemente, graças ao que é um tipo de saponina esteroidal,
aprofundamento dos estudos dos pode ser convertida, no organismo
efeitos estabilizadores hormonais de humano, em progesterona, aldosterona,
um primo do inhame (disocorea ssp) cortisol e estrogênio, graças a uma série
comum, o chamado “Inhame selvagem de reações enzimáticas.
mexicano” (disocorea villosa), o
inhame brasileiro tem sido indicado Por isso, o nosso inhame também passa
também em casos de alterações a ser indicado como coadjuvante contra
endócrinas. os sintomas e sinais da menopausa, nas
Para desequilíbrios diversas alterações hormonais por
hormonais carência dos mesmos, na redução da
O inhame selvagem mexicano, também libido, na impotência sexual masculina
da família das dioscoreáceas, é por falta de hormônios e em todas as
tubérculo de valor alimentício, rico em situações de envelhecimento precoce ou
minerais e oligoelementos, utilizado acentuado.
largamente como remédio na medicina Pesquisadoras da Faculdade de Farmácia
natural, doméstica, indígena. Foi e do Museu de História Natural e Jardim
reconhecido por Russel Marker em Botânico da Universidade Federal de
94
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Minas Gerais (UFMG) Maria das Graças matéria-prima para fabricação de pílulas
Lins Brandão e Juliana Quadros Mollica anticoncepcionais.
descobriram que o inhame age como As pesquisadoras ressaltam, no entanto,
um excelente repositor hormonal para que a estrutura da diosgenina é
mulheres na menopausa, constatando diferente dos estrógenos produzidos
a utilidade da planta na reposição pelo organismo, e o nosso corpo não
hormonal. pode transformá-la em estrógenos.
As pesquisadoras brasileiras iniciaram Mesmo assim, dados científicos
as pesquisas depois que o estudo demonstram que a ingestão do inhame
"Women’s Health Initiative" mostrou pode levar à melhoria dos sintomas da
que a terapia de reposição hormonal pós-menopausa".
tradicional (que combina estrógeno e Estudos realizados com animais
progesterona), aumentava o risco de mostraram que a ingestão do inhame
doença coronariana, infarto, causa diminuição da perda óssea
embolismo pulmonar e câncer de associada à menopausa.
mama. Depois desse estudo, vem Devido aos riscos de desenvolvimento de
aumentando o número de mulheres na desordens como câncer, osteoporose e
pós-menopausa que buscam uma mal de Alzheimer com a terapia de
terapia alternativa para amenizar os reposição hormonal com uso do
efeitos indesejáveis das condições estrogênio sintético, inúmeras opções
associadas com o declínio dos de tratamento vêm sendo pesquisadas, e
estrógenos, que causa fogachos, o uso da diosgenina é uma delas, graças
desordens do sono, dor nas ao seu potencial gerador de estrogênio.
articulações, instabilidade de humor, Um estudo verificou o efeito em seres
cefaleias e pode levar ao risco do humanos da diosgenina na saúde da
aparecimento de doenças como mulher na pós-menopausa e concluiu
osteoporose, hipertensão e depressão. que a ingestão de inhame por 30 dias
As farmacêuticas se inspiraram teve efeitos benéficos no status
cientificamente em resultados já eram hormonal, no perfil lipídico e na
conhecidos há séculos pelos chineses capacidade antioxidante das mulheres
para tratamento de desordens da analisadas, fatores que levam a redução
menstruação e sintomas da pós- do risco de desenvolvimento de câncer
menopausa. Concluíram que o inhame de mama e doenças cardiovasculares.
(Dioscorea spp.) é ótima fonte de Outro efeito da diosgenina é a
diosgenina, substância que tem a capacidade hipocolesterolêmica, por
estrutura similar aos estrógenos suprimir a absorção intestinal e
humanos e que é utilizada como aumentar a sua excreção. Em estudo
95
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

com animais, o fito-hormônio mostrou dinitropireno (um carcinógeno humano).


também reduzir os níveis plasmático e Um tratamento do extrato levou ao
hepático de colesterol total, aumentar desaparecimento quase que completa
os níveis plasmáticos de lipoproteína de metástases pulmonares num estudo
de alta densidade (HDL), aumentar a modelo. O tratamento do extrato foi
expressão de enzimas antioxidantes, iniciado após o estabelecimento de
como superóxido dismutase (SOD), tumores mamários em camundongos,
glutationa peroxidase (GSH-Px) nos observando-se significativa inibição de
eritrócitos e catalase (CAT) nos metástases espontâneas em seus
eritrócitos e no fígado, além de pulmões. Os autores concluem que o
aumentar a resistência ao dano no DNA extrato se mostrou eficaz tanto no
linfocitário. Esses resultados sugerem modelo preventivo quanto no
que a diosgenina é eficaz no controle terapêutico. O estudo está registrado
da hipercolesterolemia tanto por como: “US National Library of Medicine
melhorar o perfil lipídico como (2013): Antimetastatic activity isolated
também por modular o estresse from Colocasia esculenta”
oxidativo.
A capacidade de estimular a expressão Pode ser usado como alimento cozido, e
gênica de enzimas do complexo atualmente sob a forma de cápsulas
antioxidante também foi demonstrada como suplemento com pó desidratado
em outro estudo em animais, onde se concentrado do tubérculo. Cada 500 mg
observou o aumento da atividade da do extrato seco estandardizado do
SOD e da GSH-Px, tendo sido associado tubérculo contêm em média 10% (25
com a melhora do déficit cognitivo mg) de diosgenina. A posologia indicada
causado pelo dano oxidativo em ratos é de 500 a 2000 mg, divididas em duas
senescentes. A diosgenina também doses diárias.
demonstrou atividade antialérgica em
um estudo com animais, onde foi
associada a supressão da produção de
IgE e da infiltração e degranulação de
mastócitos.
Ação anticancerígena comprovada
Sua propriedade anticancerígena e
antimetastática em sido relatada há
alguns anos, quando se descobriu que
a fibra derivada de inhame pode
absorver o agente mutagênico 1,8-
96
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

de sementes de linho melhora em


muito os casos de obstipação intes-
Linhaça tinal, reduzindo ou eliminando a ne-
ver linho cessidade de laxantes.
A presença de componentes
Ômega 3 permite reproduzir os efei-
Linho, sementes de tos do produto similar àquele pre-
Linum usitatissimum sente nos lipídios de peixes.
Ver: Lipídios de peixes e A impor-
Família das lineáceas. O linho, tância das fibras na dieta.
famosa planta da qual se extraem fi- O que chamou a atenção dos
bras para tecidos, tem a sua semente pesquisadores da semente de linho
muito rica em fibras e óleos insatu-
é a quantidade superior de Ômega 3
rados. A planta fornece mais comu-
do produto em relação aos óleos de
mente sementes marrom-escuras,
peixes. Cada 60 g de sementes
de onde se extrai o conhecido óleo
de linhaça, de uso tanto industrial douradas de linho contêm 9 g de
quanto medicinal. Há também as ácidos graxos insaturados Ôme- ga
sementes amarelo-douradas, mais 3, o que corresponde à mesma
ricas e mais adequados ao uso medi- quantidade presente em 1,7 kg de
cinal ou alimentar. salmão. Além disso, as mesmas
A semente do linho apresenta sementes douradas são uma das
diversos componentes importantes maiores fontes de fibras úteis; cada
para a saúde, como o ácido alfa-li- 50 g de sementes têm 11,7 g de fi-
nolênico (componente do Ômega 3), bra, uma taxa muito superior à do
fibras solúveis e insolúveis, incluindo trigo e do arroz integral.
a lignina. A composição da semente Pela sua composição a semente
de linho é variável, tendendo a ser do linho transformou-se hoje num
mais rica na semente dourada. De dos maiores e mais eficazes recur-
um modo geral, as sementes de linho
sos para a redução do excesso de
apresentam 41% de óleos insatura-
colesterol, principalmente do LDL e
dos, 26% de proteínas, 24% de ex-
do VLDL. Segundo Instituto Nacional
trato de nitrogênio livre, 5% de fibras
e 4% de cinzas, com abundância de do Câncer dos Estados Unidos, além
muitos minerais e oligoelementos, dos bons efeitos na redução do co-
aminoácidos e monossacarídeos. lesterol, a semente de linho é útil
Ultimamente tem-se prestado contra as doenças cardiovasculares
mais atenção à importância medici- em geral, e contra o câncer, princi-
nal da semente de linho, sendo que palmente como preventivo. A pre-
muitos estudos e observações estão sença da lignina e de fitoestrógenos
se desenvolvendo e outros, já defini- nas sementes do linho podem expli-
dos, apontam para notáveis efeitos car o efeito anticâncer do produto. O
do produto. Dr. Julian Whitaker, nos Estados
Devido às suas fibras e à sua mu- Unidos, recomenda que cada mu-
cilagem (goma), a ingestão regular lher uso ½ xícara diária de sementes

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douradas de linho como prevenção Composição química para


do câncer de mama. 46 g de sementes:
O produto é indicado também na
redução das taxas de glicose nos Calorias: 251 Kcal.
Vitamina B6: 0,4 mg
diabéticos e auxiliar nas dietas de Proteínas: 10,6 g
Vitamina B12:
emagrecimento, uma vez que produz Carboidratos:
0.3 mg
saciedade. 13, 9 g
Cálcio: 104 mg
Médicos norte-americanos têm Gorduras: 16, 9 g
Potássio: 338 mg
aplicado as sementes de linhaça, para Fibras: 11, 7 g
Sódio: 10,4 mg
uso alimentar, como auxiliar e preven- Colesterol: 0g
Magnésio: 229 mg
tivo também nos casos de doenças Ômega 3: 8,0 g
Fósforo: 293 mg
dermatológicas, lupus eritematoso, Ômega 6: 2,4 g
Ferro: 2,2 mg
nefrite, baixa imunidade, asma, dese- Vitamina A: 8,5 UI
Cobre: 1,1 mg
quilíbrios hormonais, câncer de mama, Vitamina E: 59 UI
Manganês: 2,5 mg
câncer de próstata e câncer de cólon. Vitamina B1: 0,3 mg
Selênio: 4 mcg
A semente de linho foi alimento Vitamina B2:1,5 mg
Cromo: 5 mcg
de escolha para um trabalho da FAO Vitamina B3: 2,2 mg

(Organização para a Agricultura e


Aminoácidos essenciais: valina,
Alimentação, da ONU) para um pro-
isoleucina, leucina, licina, metionina,
jeto que visava a redução da desnu-
fenilalanina, treonina, triptofano.
trição em Bangladesh e Uganda. As
OBS.: Estes nutrientes estão pre-
sementes foram incluídas na dieta sentes em quantidades bem acima
das populações carentes dessas regi- do RDA.
ões durante 6 meses. Nesse período A dose sugerida é de 150g de se-
ocorreu uma diminuição de 78 % dos mentes diariamente, que podem ser
problemas derivados da desnutrição, consumidas cruas, moídas (para me-
com reversão drástica de indicadores lhorar a sua digestão), adicionadas a
como mortalidade infantil, morbida- bebidas frias, sucos, vitaminas, ou
de ligada a doenças cardiovasculares em pães, biscoitos, papinhas, mas-
(hipertensão arterial) e dos sintomas sas, etc. Crianças podem ingerir me-
do diabetes. tade da dose.
A semente de linho possui uma
quantidade de nutrientes superior à
maioria dos cereais integrais:

Mamão
Caryca papaya

Planta da família das papaiáceas,


cujos efeitos benéficos para o or-
ganismo são indubitáveis. Utilizado
como alimento, a fruta madura é di-
gestiva, diurética, emoliente, laxante,
refrescante. É uma excelente fonte de
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betacaroteno. Existem vários tipos,


sendo mais utilizados o mamão ama-
relo, o mamão bahia e o papaya. Mel
O mamão contém um importan-
te componente, a papaína, que é Pela sua composição, o mel é um
uma enzima proteolítica semelhante alimento funcional. Sua compo- sição
à pepsina (do suco gástrico), por seu do mel é complexa e varia em função
grande poder digestivo; por isso o do tipo de abelha, das plan- tas de
mamão é receitado nas doenças do cujas flores onde é extraído o néctar
estômago e dos intestinos. e de acordo com a localização
O Dr. John Harvey Kellogg consi- geográfica dessas das plantas, o que
dera o mamão o mais poderoso diges- produz também diferentes consis-
tivo que se conhece. É usado como tências e cores do produto. Mas de
alimento nas enfermidades do estô- um modo geral, o mel é constituído,
mago e intestinos, casos severos de na sua maior parte, de cerca de 75%
indigestão e gastrite. Tem efeito auxi- de carboidratos -açúcares simples
liar nos distúrbios digestivos, como a como glicose e frutose -, 20% de
digestão lenta, a vesícula preguiçosa, água, minerais, aminoácidos, ácidos
os gases excessivos, intolerância ali- orgânicos (acético, cítrico, entre ou-
mentar, prisão de ventre. Também tros), vitaminas do complexo B, vita-
produz efeitos nos problemas circu- mina C, D e E. O mel possui ainda um
latórios, varizes, hemorróidas além teor considerável de antioxidantes,
de ser um importante remédio para como flavonóides e corpos fenólicos,
prevenir o enfarte, a arteriosclerose além de importantes enzimas, como
etc. Os seus efeitos devem-se à ação, invertase, diastase, fosfatase, catala-
depurativa, digestiva e estimulante se, glicose-oxidase, alfaglicosidase,
da papaína. peroxidase, lipase, amilase, fosfatase
O mamão comido em jejum, de ácida e inulase.
manhã, é eficaz contra diabete, a O mel contém também um im-
bronquite e a icterícia. É também portante componente, o peróxido de
bom depurativo do sangue. hidrogênio que é a principal subs-
Na China a polpa do mamão é tância antibacteriana do mel, cuja
seca e empregada em cozimento quantidade no produto depende
para reduzir inchações e inflama- tanto dos níveis de glicose-oxidase,
ções dos pés, para combater o reu- quanto de catalase, que, por sua vez,
matismo. Nas Antilhas prepara-se um é inibidora da produção do peróxido.
xarope do suco da fruta madura As células de defesa humanas, como
cozida, muito eficaz contra a tosse os macrófagos, por exemplo, depen-
dos tuberculosos e contra todas as dem da sua produção particular de
enfermidades do peito. O mamão peróxido de hidrogênio, daí se dizer
maduro, esfregado, sobre a pele, tira popularmente que o mel é um “anti-
as manchas, suaviza a cútis áspera e biótico” natural.
elimina as rugas. É importante saber que somente
o mel puro, sem ser pasteurizado,

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preferencialmente retirado direta- cirurgias ginecológicas permaneciam


mente dos opérculos ou favos con- internadas menos tempo e não apre-
tém todos os componentes mencio- sentavam sinais de infecção quando
nados, principalmente suas enzimas. as incisões eram cobertas com mel.
Muito respeitado empiricamente • Na questão do controle do peso, des-
e pala tradição, existe hoje um vasto cobriu-se que quando o mel é mistu-
material resultante de estudos cien- rado à mesma quantidade de açúcar
tíficos sobre o mel. O que existe de e ingerido, há uma redução de 40%
registros sobre os efeitos terapêu- de calorias para o corpo. O mel se dis-
ticos e saudáveis do mel podem ser solve muito rapidamente no sangue,
resumido no seguinte: penetrando no sistema circulatório
• Ajuda a cicatrizar e a prevenir infec- em 7 minutos quando ingerido com
ções em feridas ou queimaduras su- água fresca e em 20 minutos com
perficiais. água gelada.
• Ajuda a desintoxicar e favorece a • É ideal para o tratamento da obstipa-
digestão, sem sobrecarregar o orga- ção intestinal devido a sua elevada
nismo, concentração de frutose. Além disso,
• Cientistas constataram que os atletas a frutose não digerida serve como ali-
têm melhor desempenho quando to- mento para bactérias intestinais ami-
mam um pouco de mel, por ser uma gas e a leve fermentação atrai água
excelente fonte de energia. para o intestino grosso, produzindo
efeito laxativo.
• Destrói bactérias e ajuda a cicatrizar
mais rapidamente cortes e feridas. • É um tônico do estômago, pois não
resulta produz acidificação ou fer-
• Devido às suas qualidades adstrin- mentação alcoólica, uma vez que a
gentes e suavizantes, o mel é também sua digestão é rápida.
utilizado largamente na cosmética, • O mel parece reduzir inflamações, es-
na produção de cremes, máscaras de timular o fluxo sanguíneo e promover
limpeza facial, tônicos, etc.). Ver indi- o crescimento de células epiteliais,
cações adiante. que revestem o interior do estômago
e do intestino. Provou-se inclusive
• É um dos melhores e mais eficientes que o mel é capaz de destruir helio-
recursos naturais contra os efeitos da bacter pylori, a bactéria responsável
gripe e resfriados. pela maioria das úlceras.
• É um remédio natural para aliviar a • Participa da purificação do sangue,
dor de garganta, principalmente no que a circulação sanguínea é regu-
quando é adicionado à limonada lada e alimentada, com efeitos positi-
quente ou a chás medicinais. O mel vos sobre problemas capilares.
age como osmótico hipertônico, o • Tem propriedades conhecidas pela
que significa que retira água do teci- medicina natural, como antianêmica,
emoliente, antiputrefante, digestiva,
do inflamado, reduzindo o edema e o
laxativa e diurética, segundo Veríssi-
desconforto. mo, 1987.
• Na década de 1970, cirurgiões rela- • Usado com sucesso como cicatrizante
taram que mulheres submetidas a e anti-séptico no tratamento de feri-

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das. Já existem no mercado curativos Explicações científicas para os


impregnados com mel para o trata- efeitos medicinais do mel
mento de feridas de difícil cicatrização.
O elevado conteúdo de açúcar no mel
retira das feridas a umidade de que as
As numerosas propriedades
bactérias necessitam para sobreviver. medicinais atribuídas ao mel pela
O mel bloqueia a passagem de conta- medicina popular e vêm sendo com-
minantes externos prejudiciais. provadas por inúmeros trabalhos
científicos, mas o seu poder antimi-
Indicações medicinais clássicas do mel: crobiano talvez seja seu efeito medi-
cinal mais ativo (Sato, 2000), sendo
• Anemias. que não apenas um fator, mas vários
• Anorexia (perda crônica de apetite). fatores e suas interações são os res-
• Astenia (cansaço físico ou mental).
ponsáveis por tal atividade. Estudos
realizados por Adcock (1962), Mo-
• Atraso de crescimento.
lan (1992) e Wahdan (1998), mos-
• Bronquites. tram que os fatores responsáveis ela
• Conjuntivites. atividade antimicrobiana são os
• Deficiência constitucional infanto- fatores químicos relacionados com a
juvenil. presença de substâncias inibido- ras,
• Desnutrição infantil. como o peróxido de hidrogê- nio, e
substâncias voláteis, como os
• Emagrecimento.
flavonóides e ácidos fenólicos; e os
• Hipoglicemia. fatores físicos, como sua alta osmo-
• Insônia. laridade e acidez. As propriedades
• Má dentição. antibacterianas do mel também fo-
ram amplamente confirmadas em
• Nefrites.
diversos trabalhos científicos, como
• Prisão de ventre. White e Subers, 1963; White, Su-
• Queimaduras (aplicação externa). bers e Schepartz, 1966; Smith, 1969;
• Tosses. Dustmann, 1979; Molan, 1988; Allen,
1991; Cortopassi-Laurino & Gelly,
• Úlceras externas.
1991, como também sua ação
• Úlceras gastrintestinais. fungicida (Efem, 1992), cicatrizante
(Bergman, 1983 e Efem, 1988; Gre-
Para estes casos, a quantidade en, 1988 e Gupta, 1993) e promoto-
diária de mel, nos casos em que pre- ra da epitelização das extremidades
cisa ser ingerido é, para adulto, uma a de feridas (Efem, 1988).
duas colheres de sopa, e para crian- Stonoga e Freitas, em 1991 apon-
ças, uma a duas colheres de chá. Va- taram as propriedades antissépticas,
riações devem ser orientadas por pro- antibacterianas também são atri-
fissional ou pessoa experimentada no buídas ao mel, confirmando que o
assunto, ou sob orientação de médico produto pode ser utilizado como
ou nutricionista. Deve-se ingerir o mel coadjuvante na área terapêutica em
vagarosamente, aos poucos. diversos tratamentos profiláticos

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Obviamente que os diferentes problemas oculares, principalmente


tipos de mel apresentam poder anti- em irritações; isso causa uma rápida
microbiano variável, em dependência sensação de ardência e vermelhidão,
da sua composição. Neste aspecto, mas não produza outros efeitos cola-
Wilkins, 1995), informaram o mun- do terais. Em todo caso, quaisquer apli-
científico que os méis de manuka cações de produtos nos olhos - mes-
(produzido na Nova Zelândia a partir mo naturais - devem acontecer sob
das flores da árvore de mesmo nome) orientação médica.
e de viperina (echium vulgare), são os
de maior potencial terapêutico como O mel no tratamento e prevenção
antibiótico natural, apresentando alta da catarata
atividade antimicrobiana, segundo os
autores, devido à presença de alguns Durante a Conferência Mundial
tipos de ácidos. de Apicultura, realizada de 20 a 26 de
Mais recentemente estudiosos setembro de 1993, na China, fo- ram
têm atribuído ao peróxido de hidro- discutidos tratamentos com os
gênio e à própolis, ambos presentes derivados do mel, geléia real, pólen e
no mel, como responsáveis pelas própolis que mostraram capacidade
propriedades antibióticas do produ- de curar doenças. Durante o even- to,
to, obviamente aliados aos demais um médico romeno declarou que ele
componentes já descritos. usava o mel para tratar pacientes
A Itália e a França já vêm tra- com catarata e que 2094 pacientes,
balhando na produção de mel com se recuperaram completamente do
objetivos terapêuticas específicos, problema. Também na ocasião, mé-
principalmente para casos de úlceras dicos poloneses relataram curas de
e distúrbios respiratórios, segundo muitos pacientes com a resina da
Yaniv & Rudich, desde 1996. abelha.
Estudos realizados na Índia mos-
tram que queimaduras cobertas com Estudo na Pensilvânia comprova a
mel são curadas mais rapidamente e ação antitussígena do mel
com menos dor e cicatrizes do que as
queimaduras tratadas com medica- Cientistas da Universidade Esta-
mentos convencionais. dual da Pensilvânia, EUA, realizaram
Um outro estudo nos Estados Uni- um estudo que sugere ser o mel um
dos, apontou que o mel é útil também grande remédio para tosse. O
no tratamento de distúrbios dos olhos, estudo, publicado na revista espe-
como conjuntivite e queimaduras quí- cializada Archives of Paediatric and
micas. A pesquisa testou uma pomada Adolescent Medicine, analisou 105
de mel em mais de 100 pacientes com crianças entre 2 e 18 anos com tos-
distúrbios dos olhos que não respon- se forte e freqüente durante a noite.
diam a tratamentos convencionais e Os participantes foram divididos em
constatou melhora em 85% dos casos. três grupos. As crianças do primeiro
A medicina popular usa aplicar o mel grupo tomaram uma colher de mel,
nos olhos como recurso para diversos as do segundo, uma de xarope indus-

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trializado à base de dextrometorfano os bacilos da difteria. O mel natural


(DM) - substância encontrada em também produz barreiras contra os
vários xaropes existentes no merca- germens patogênicos piógenos (pro-
do -, e, o terceiro, um medicamento dutores de pus), como as bactérias
placebo (composto falso, sem ação do grupo colitífico e os germens for-
medicinal). Todas as doses foram madores de pigmentos e de esporos.
administradas pelos pais 30 minutos
antes de as crianças dormirem. Bibliografia cientófica do mel

Também no tratamento do câncer ALLEN, K. L., MOLAN, P. C. & REID, G. M.


A survey of the antibacterial activity of
Há trabalhos recentes na Alema- some New Zealand honeys. Journal of
nha, mostrando resultados positivos Pharmacy and Pharmacology, v.43, p.
relacionando o consumo do mel nos 817-22, 1991(b).
casos de câncer: uma solução 100 g
EFEM, S. E. E. Clinical observations on the
de mel em 500 ml de água, que se vai
wound healing properties of honey. British
tomando aos poucos durante todo o
Journal Surgery, v.75, p. 679-81, 1988.
dia, aliviou as dores e desconfortos
provocados pela doença. HAYDAK, M. H., PALMER, L. S., TANQUARY,
M. C. & VIVINO, A. E. The effect of com-
Nas doenças hepáticas ercial clarification on the vitamin content
of honey. Journal of Nutricion, v.26, n.3, p.
Também estudos mostram que 319-21, 1943.
as matérias açucaradas presentes no MOLAN, P. C. & RUSSELL, K. M. Non-per-
mel desempenham um papel im- oxide antibacterial activity in some New
portante no tratamento das doenças Zealand honeys. Journal of Apicultural
do fígado. Mas deve-se procurar ao Research, v.27, n.1, p. 62-7, 1988.
mesmo tempo ministrar vitaminas e MOLAN, P. C. The antibacterial activity
alimentos ricos em albumina. of honey. The nature of the antibacterial
activity. Bee World, 73(1): p.5-28, 1992.
Nos problemas circulatórios
SABATIER, S. AMIOT, M.J. TACCHINI, M.
& AUBERT, S. identification of flavonoids
O mel tem sido utilizado como im-
in sunflower honey. J. Food Sci. off. Publ.
portante auxiliar no tratamento mo-
Inst. Food. Technol. Chicago. ILL. The
derno das doenças da circulação, tam-
Institute. 57: 773-4, 1992.
bém com bons resultados nos casos
de nervosismo, estresse, indigestão, e SATO, T. & MIYATA, G. The nutraceutical
na recuperação de convalescentes. benefit, Part III: Honey. Nutrition 16:468-
469, 2000.
Contra a difteria SCHEPARTZ, A.I. & SUBERS, M.H. Catalase
in honey. Journal of Apicultural Research,
Cientistas norte-americanos des- v.5, n.1, p. 37-43, 1966.
cobriram que o mel puro, exerce con-
siderável proteção orgânica contra

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moverem doenças cardiovasculares.


O fato também se deve à maior aten-
ção nos óleos e ácidos graxos insatu-
Mirtilo rados e poliinsaturados, tipo Omega
Vaccinium myrtillus 3 e 6, óleos de peixes, etc., como
capazes de reduzir os índices de co-
Ou Bilberry nos Estados Unidos. lesterol e triglicérides. Foi a época
Sub-arbusto da família das ericáceas, em que se difundiu a “mania antigor-
de 20 a 50 cm. de altura, que fornece dura”. Mas atualmente muitos con-
frutos pequenos, muito apreciados na ceitos mudaram e as pesquisas vêm
culinária na América do Norte, onde demonstrando que uma alimentação
os nativos os utilizavam como remé- pobre em gorduras saturadas não é o
dio para muitas doenças. A planta é caminho para a prevenção eficaz das
famosa na Europa, sendo apreciada doenças cardiovasculares, tampouco
também como remédio. Hoje mais o uso intenso de ácidos graxos insa-
estudado, o mirtilo mostrou ser uma turados e poliinsaturados.
importante fontes de bioflavonóides e Por uma questão de mercado e
vitaminas. Muito rico em vitamina C e interesses da indústria dos alimen-
minerais, como cálcio, potássio, zinco, tos, a “era das gorduras hidrogena-
cromo, cobre, selênio, ferro e cobalto. das”, anunciava as margarinas como
Há diversos produtos no mercado, “salvadoras” da humanidade. Hoje,
apresentando o bilberry, em extratos, ao contrário, estas são as novas vi-
cápsulas, etc. Cada 50 mg do extrato lãs, com a evidenciação dos maus
seco do fruto contém 25% (12,5 mg) efeitos das gorduras trans-saturadas,
de antocianidinas ativas. das quais as margarinas são ricas. A
manteiga natural, antes uma inimiga
devido ao seu teor de gorduras satu-
radas, emerge hoje novamente como
Óleo de coco mais saudável que as margarinas. O
Extra virgem mesmo acontece agora com o óleo de
coco, que ressurge, desta vez, como
O óleo de coco é um derivado da um “herói”. A explicação é simples. O
massa do coco, rico em gorduras óleo de coco é rico em ácidos graxos
saturadas. A gordura bruta de coco saturados, porém estes ácidos são de
foi muito utilizada no passado, sen- cadeia média, portanto de fácil meta-
do depois substituído na culinária, bolização e baixa capacidade de oxi-
com o advento dos óleos vegetais dação, tanto no ambiente quanto no
industrializados e das margarinas. organismo. Mas é importante saber
Estigmatizado,foi quase esquecido, que o óleo de coco deve ser extraído
principalmente depois da época em a frio – o chamado óleo de coco extra
que todos os alimentos ricos em gor- virgem. Como todo óleo que passa
duras saturadas foram considerados por processo de hidrogenação, como
capazes de promover elevação do co- no caso das margarinas, também o
lesterol, bloqueio das artérias e pro- de coco, se industrializado e muito

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aquecido, torna-se rico em gorduras Ácido caprílico 5,5-9,5%.


trans, que causam oxidação e preju- Ácido cáprico 4,5-9,5%.
dicam o equilíbrio entre o bom e o Ácido linoléico 1,5-2,5%.
mau colesterol. Geralmente os óleos Ácido esteárico 1-3%.
vegetais são compostos basicamen- Ácido capróico 0,3-0,8%.
te de ácidos graxos de cadeia longa e Ácido araquídico até 0,04%.
armazenados no organismo como
gordura corporal, ao contrário do O coco pode ser considerado um
óleo de coco, que é utilizado como alimento funcional, pois é rico em
energia para o metabolismo. proteínas, carboidratos, óleos e
A grande surpresa das novas minerais e vários componentes be-
constatações foi que se verificou que néficos à saúde, classificados como
uma dieta rica em óleo de coco não nutracêuticos, como os ácidos láuri-
aumenta o colesterol e nem o risco co, mirístico e palmítico.
de se desenvolver doença coronaria- Cerca de 50% da gordura do coco
na, como se imaginava, mas oposta- é composta pelo ácido láurico, o seu
mente, o óleo tem a propriedade de principal ácido graxo, de cadeia média,
aumentar a fração HDL do colesterol. que no corpo humano se transforma
em monolaurina, um monoglicerídeo
Além disso, a gordura do coco leva à
de ação antibacteriana, antiviral e an-
normalização dos lipídios (gorduras)
tiprotozoária, usado pelo organismo
corporais, protege o fígado dos efei-
para destruir a capa lipídica de vários
tos do álcool e aumenta a resposta
microorganismos, tais como:
imunológica contra diversos micror-
ganismos, sendo também benéfica
• Cândida albicans
no combate aos fatores de risco de
doenças cardiovasculares. • Citomegalovirus
O teor de gordura saturada do • Clamídia
óleo de coco é semelhante ao do lei- • estreptococos dos grupos A, F e G
te humano, o que significa que ela é
• Giárdia
de fácil digestão, gera energia rapida-
mente e tem efeito benéfico sobre o • Helicobacter pylori
sistema imunológico. • Herpes
Com estes dados conclui-se que • Influenza
o produto não é prejudicial e, ao con-
• Listeria monocytogenes
trário, ajuda a proteger o organismo
e promover a saúde. • Neisseria ghonorreae
O óleo de coco possui os seguin- • outros.
tes ácidos graxos, pela ordem de • Staphylococcus aureus
quantidade:
• Streptococcus agalactiae
Ácido láurico 44-52%. • Vírus HIV
Ácido mirístico 13-19%.
Ácido palmítico 7,5-10,5%. A vantagem do óleo de coco é
Ácido oléico 5,8%. que a monolaurina só atua contra

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bactérias e microrganismos patogê- ram altos níveis de gordura trans9 no


nicos, e não afeta as bactérias da flo- procedimento culinário. Nisto se in-
ra intestinal benéfica. clui o azeite de oliva, tido como mais
Além do ácido láurico, cerca de saudável por ser do tipo monoinsa-
7% dos ácidos graxos do coco é turado, mas que se altera muito com
composto pelo ácido cáprico, que se o aquecimento, ocorrendo formação
transforma no organismo em mono- de ácido esteárico e outros agentes
caprina, um composto também com oxidados. A vantagem das gorduras
propriedades antimicrobianas, no- saturadas, como de coco, porco e
outras é que são as mais resistentes
tadamente contra o vírus HIV, a Cla-
à oxidação e mais estáveis ao calor.
mídia, o ambos os tipos de herpes,
Portanto, para cozinhar, a melhor es-
simples e zoster.
colha é o óleo de coco.
Recentes pesquisas comprovam
Atualmente o óleo de coco está
a atividade antiinflamatória do óleo sendo muito utilizado como um su-
de coco extra virgem devido à sua plemento, na sua forma natural e em
capacidade de elevar os níveis da in- cápsulas.
terleucina 10, um poderoso agente Resumo da importância das gor-
antiinflamatório. Além disso, reduz o duras saturadas no organismo, inge-
risco de câncer, regulariza o ritmo in- ridas como alimento ou como suple-
testinal, ajuda a controlar o diabetes, mento:
melhora a digestão e absorção de
nutrientes, aumenta o metabolismo, • Os ácidos graxos saturados consti-
ajuda na perda de peso pela “quei- tuem 50% da membrana celular.
ma” de gorduras, ajuda a prevenir a • São responsáveis pela firmeza e inte-
osteoporose, aumenta os níveis de gridade das células.
energia, mantém a pele macia e, pela • Desempenham importante papel no
sua ação antioxidante, reduz o metabolismo ósseo, pois cerca de
processo de envelhecimento. 50% das gorduras provenientes dos
O óleo de coco contém uma boa alimentos necessitam estarem
quantidade de glicerol, que é impor- saturadas de cálcio para serem efe-
tante a produção de ácidos graxos tivamente incorporadas à estrutura
saturados ou insaturados, de acordo esquelética1.

com as necessidades orgânicas.


Ele também é rico em vitamina E, 9. Quando os átomos de hidrogênios se encon-
tram no mesmo lado do plano, são chamados
um grande agente antioxidante. de cis, se estão em lados opostos, de trans. Os
Uma vantagem do óleo de coco é ácidos graxos trans estão presentes em produ-
tos industrializados, como na margarina e na
que ele se conserva por longos perío-
gordura vegetal hidrogenada. Em excesso, os
dos, sem necessidade de refrigeração ácidos graxos trans são tão ou mais prejudiciais
ou da adição de produtos químicos. que os ácidos graxos saturados, no que diz res-
peito à elevação dos níveis de colesterol sangü-
Os óleos vegetais, principalmente
íneos. As gorduras trans são formadas também
os poliinsaturados – como os de soja, quando os óleos vegetais são aquecidos a altas
milho, girassol, canola, etc. – sofrem temperaturas. Com altas temperaturas, fica al-
terada a sua forma original “cis” transformando
alterações químicas e físicas que ge-
a gordura em “trans”.

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• Os ácidos graxos saturados são res- 3. Nanji, A A, et al, Gastroenterology, Aug


ponsáveis pela redução da Lp, uma 1995, 109(2):547-54; Cha, Y S, and D S Sa-
substância que quando presente no chan, J Am Coll Nutr, Aug 1994, 13(4):338-
sangue que pode desencadear pro- 43; Hargrove, H L, et al, FASEB Journal,
blemas cardiovasculares2. Meeting Abstracts, Mar 1999, #204.1, p
• Protegem o fígado de efeitos tóxicos A222.
de várias drogas, principalmente do 4. Kabara, J J, The Pharmacological Effects
álcool3 . of Lipids, The American Oil Chemists Soci-
• Potencializam o sistema imunológi- ety, Champaign, IL, 1978, 1-14; Cohen, L A,
co4. et al, J Natl Cancer Inst, 1986, 77:43.
• São necessárias para a utilização ade- 5. Garg, M L, et al, FASEB Journal, 1988,
quada dos ácidos graxos essenciais. 2:4:A852; Oliart Ros, R M, et al, “Meeting
Por exemplo, os omega-3 são melhor Abstracts,” AOCS Proceedings, May 1998,
retidos nos tecidos quando a dieta é 7, Chicago, IL.
rica em ácidos graxos saturados5. 6. Lawson, L D and F Kummerow, Lipids,
• Os ácidos esteárico e palmítico são 1979, 14:501-503; Garg, M L, Lipids, Apr
fundamentais para a nutrição do co- 1989, 24(4):334-9.
ração e estão presentes na capa de
gorduras altamente saturadas que
Estudos científicos e pesquisas com
envolve o músculo cardíaco, sendo
o uso do óleo de coco
principalmente utilizadas em situa-
ções estressantes6.
O Life Sciences Research Office,
• Ácidos graxos saturados de curta e
mantido pela Federação das Socie-
média cadeia apresentam importan-
dades de Biologia Experimental dos
tes propriedades antimicrobianas,
Estados Unidos, por solicitação do
protegendo o trato digestivo da ação
FDA (Food and Drug Administration),
de germes patogênicos.
realizou um estudo sobre a gordura
de coco, denominado Health As-
Referências científicas do texto: pects of Dietary Trans Fatty Acids,
sob a orientação da Dra. Mary Enig,
1. Watkins, B A, et al, “Importance of Vita- do Conselho Estadual de Aconselha-
min E in Bone Formation and in Chrondro- mento Nutricional de Maryland e do
cyte Function” Purdue University, Lafay- jornal do Colégio Americano de
ette, IN, AOCS Proceedings, 1996; Watkins, Nutrição, apresentando diversos re-
B A, and M F Seifert, “Food Lipids and Bone sultados
Health,” Food Lipids and Health, R E Mc-
Donald and D B Min, eds, (Marcel Dekker, Efeitos nos níveis de colesterol
Inc, New York, 1996) p 101.
2. Dahlen, G H, et al, J Intern Med, Nov Num artigo publicado no Indian
1998, 244(5):417-24; Khosla, P, and K C Coconut Journal, em 1995, a Doutora
Hayes, J Am Coll Nutr, 1996, 15:325-339; Enig afirmou que os problemas com
Clevidence, B A, et al, Arterioscler Thromb o óleo de coco começaram há qua-
Vasc Biol, 1997, 17:1657-1661. tro décadas quando pesquisadores

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GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

alimentaram animais com óleo de Também a autora cita um estudo


coco hidrogenado propositadamen- epidemiológico elaborado por Kaunitz
te alterado, para torná-lo completa- e Davrit (1992) mostrando que em so-
mente destituído de qualquer ácido ciedades onde se tem uma dieta rica
graxo essencial. Os animais alimen- em óleo de coco natural, não ocorre
tados com óleo de coco hidrogena- aumento dos índices de colesterol,
do (sendo a única fonte de gordura) nem das doenças coronarianas.
apresentaram naturalmente uma de- A Doutora Enig menciona tam-
ficiência em ácidos graxos essenciais. bém ama pesquisa de 1994, realiza-
Houve um aumento do colesterol no da por Tholstrup e colaboradores,
sangue. Dietas que causam uma de- com óleo de palmeira não hidroge-
ficiência dos ácidos graxos essenciais nado, rico em acido láurico e con-
provocam um aumento nos níveis de tendo também ácido mirístico, onde
colesterol assim como nos índices
foi encontrado aumento significativo
arteroscleróticos. Os mesmos efeitos
nos níveis de colesterol HDL. O óleo
foram verificados com outros óleos
de coco natural, ao provocar um au-
hidrogenados como e de semente de
mento no HDL – o bom colesterol-,
algodão, soja e milho. A Doutora Enig
explica que isso não acontece quan- ajuda na prevenção de arteriosclero-
do animais são alimentados com óleo se e de doenças coronarianas.
de coco não processado. Ela compa- A médica conclui que o público
rou os efeitos das dietas contendo tem sido mal informado a respeito
10% de óleo de coco e 10% de óleo dos óleos vegetais, tendo sido levado
de girassol em proteínas distribuídas a acreditar que óleos tropicais (como
em ratos, obtendo resultados que o de coco) provocam bloqueio nas
mostraram que, em relação ao óleo artérias e doenças cardíacas, quando
de girassol, o óleo de coco produziu ocorre exatamente o contrário. As
níveis significativamente mais baixos margarinas, ricas em gorduras trans
de beta-pre lipoproteínas (VLDL) e são as piores, além do óleo de cano-
significativamente mais altos de alfa- la, que quando utilizado na cozinha
lipoproteínas (HDL). ele produz um elevado nível dessas
No mesmo artigo, a Doutora Enig gorduras .
apresenta um estudo elaborado por
Awad (1981) onde ratos foram ali- Pesquisas utilizando o óleo de coco
mentados com 14% de óleo de coco no tratamento da AIDS e outras
natural e 14% de óleo de girassol. infecções virais
Segundo o autor, o óleo de girassol
provocou nos tecidos dos animais um Em 1999, foram realizados testes
acúmulo de colesterol seis vezes procurando determinar se a mono-
maior do que os animais alimenta- laurina - um derivado do ácido láu-
dos com óleo de coco (não hidroge- rico, presente no óleo de coco-, teria
nados). Os animais alimentados com ação no aumento de células CD4 e na
óleo de coco regular tiveram um índi- redução da carga viral nos pacien- tes
ce mais baixo de colesterol no fígado HIV soropositivo, pela Fundação
e em outros órgãos do corpo. Filipina para Pesquisa e Desenvolvi-

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GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

mento do Coco juntamente com o Journal de setembro de 1995, a ati-


Hospital São Lázaro e os Laboratórios vidade antiviral e antimicrobiana
United. Os testes, coordenados pelo geral da monolaurina tem sido regis-
Dr. Eric Tayan, envolveram 15 pacien- trada desde 1966. Assim como o Dr.
tes do Hospital São Lázaro portado- Conrado Dayrit, a Dra. Enig confirma
res de HIV, nos primeiros estágios de em seu artigo, que a monolaurina, é
desenvolvimento do vírus. Foram capaz de destruir a membrana de
ministrados 50ml de óleo de coco di- lipídios que envolve os vírus bem
ária em 15 pacientes (10 mulheres e como torna inativas bactérias, leve-
5 homens) portadores do vírus HIV e
duras e fungos.
que nunca haviam recebido nenhum
A Doutora Enig também informa
tipo de tratamento anti-HIV. Os re-
no mesmo artigo que a monolaurina
sultados apontaram um aumento
dos linfócitos de defesa do corpo, pode ser eficaz em outras viroses,
CD4 e CD8 de 248 para 1.065 e 570 como sarampo, estomatite vesicu-
para 1671 respectivamente. As es- lar, herpes simplex, infecção pelo ci-
tatísticas finais incluíram resultados tomegalovírus , na influenza, contra
para 4 homens e 10 mulheres e mos- o pneumonovirus, e na rubéola. A
tram que 7 (2h, 5m) de 14 pacientes substância tem ação também con-
tiveram uma redução em 3 meses de tra algumas bactérias, como Listeria,
uso diário do óleo, enquanto 8 (3h, Staphylococus aureus, Streptococus
5m) sofreram redução em 6 meses. agalactiae, Streptococci dos Grupos
Os níveis de CD4 e CD8 aumentaram A, B, F e G, Organismos Gram positi-
em 5 pacientes, mas não mantiveram vos e Gram negativos que se tornam
relação com a diminuição da conta- inativas pela ação da monolaurina.
gem viral. Na Índia, o óleo de coco é ministrado
Concluiu-se que a adição de óleo a bezerros no tratamento de Cryptos-
de coco extra virgem na alimentação poridium.
de pacientes portadores do HIV pode
trazer como benefício a diminuição do Pesquisa sobre o uso do óleo de
nível da carga viral em indivíduos HIV coco contra o câncer
positivos, diminuição do antígeno P24
e o aumento do CD4 e/ou CD4/CD8.
Em 1986, Cohen e colaboradores
Segundo o Dr. Conrado Dayrit,
mostraram que os efeitos inibidores do
Presidente da Academia Nacional de
óleo de coco no câncer de mama
Ciências e Tecnologia das Filipinas, o
induzido quimicamente. No estudo a
vírus que causa a AIDS está envolvi- do
por uma membrana gordurosa que a pequena elevação do colesterol nos
monolaurina pode penetrar e animais comendo óleo de coco funcio-
destruir. Nos testes, a monolaurina se nou como protetora enquanto; animais
mostrou capaz de destruir a essa que ingeriram óleo poliinsaturado (mi-
membrana. Os testes continuam para lho, girassol, etc) tiveram redução do
conhecer melhor esses mecanismos. colesterol, porém mais tumores.
Segundo a Mary Enig, em outro artigo Com bases nas nessas pesquisas,
publicado no Indian Coconut o consumo regular de óleo de coco,

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seja na alimentação ou de modo su-


plementar, é indicado para pessoas
com baixa resistência imunológica, Pimentas
como aquelas que se gripam facil-
mente, aquelas portadoras de do- Há muitas plantas picantes, mas
enças bacterianas e viróticas como uma pimenta é assim caracterizada
doenças venéreas, tuberculose, por possuir piperina (gênero piper)
pneumonia, herpes, e até mesmo em ou a capsaicina (Gênero capsicum)
doenças degenerativas e auto- em sua composição.
imunes, como a fiblomialgia, o lupus, A capsaicina é um componente
a artrite reumática, a doença de Cro- químico que estimula os termo- recep-
hn, câncer, etc. tores das mucosas e da pele, em de
pendência da quantidade do princípio
Uso tópico ativo. Já a piperina tem ação cáustica
direta, irritando a área de contato,
O uso tópico do óleo de coco produzindo efeitos vasodilatadores
semelhantes à capsaicina, mas de
virgem atua na prevenção de rugas e
seu consumo sistemático é um modo quimicamente diferente.
Foram identificados e isolados
poderoso agente antioxidante. É
cinco componentes naturais da famí-
usado na fabricação de cosméticos e
lia das pimentas. As concentrações
sabonetes. Na Índia o óleo de coco é
dos princípios ativos nas pimentas
utilizado no tratamento de quei-
são: Capsaicina (C) 69%; Dihidrocap-
maduras, eczemas e micoses pela
saicina (DHC) 22%; Nordihidrocap-
sua propriedade anti-séptica e em
saicina (NDHC) 7%; Homocapsaicina
massagens suavizantes. No Oriente o
(HC) 1% e Homodihidrocapsaicina
óleo de coco é famoso como embele-
(HDHC) 1%, naturais e a Vanilamida
zador dos cabelos e é muito utilizado
de ácido n-nonanoico (VNA) sintéti-
pelas mulheres. Uso regular do óleo
co. A capsaicina é o mais poderoso
de coco sobre a pele torna-a suave e destes componentes e os químicos.
aveludada. Além dos princípios ativos capsai-
cina e piperina, as pimentas são mui-
Cuidados na aquisição to ricas em vitamina A, E e C, ácido
fólico, zinco e armazenam potássio,
Na aquisição é fundamental a cer- além de serem livres de colesterol.
tificação de que óleo é de origem or- Têm, por isso, fortes propriedades
gânica e extraído a frio, extra virgem. antioxidantes e protetores do DNA
celular. As pimentas também contêm
Dose bioflavonóides, pigmentos vegetais
carotenóides (como o licopeno das
Em termos de suplementação a pimentas vermelhas) que previnem
dose recomendada é de aproximada- contra o câncer. Existem mais de 600
mente 20 g. 3 vezes ao dia. diferentes carotenóides, dos quais
cinqüenta são utilizados pelo corpo

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humano; dentre eles destacam-se o perina (do gênero piper), que causam
alfa-caroteno, o beta-caroteno, a a sensação de ardor, possuem três
luteína, o licopeno, a zeaxantina e a efeitos farmacológicos importantes:
criptoxantina. Dentre os carotenóides antiinflamatório, antioxidante e ca-
mais abundantes nos tecidos huma- pacidade de liberar endorfina. Uma
nos encontram-se o beta-caroteno e vez no organismo, elas ativam recep-
o licopeno. Estes compostos ofere- tores sensíveis na língua, que comu-
cem poderosa ação protetora contra nicam estímulos ao cérebro. Diante
os diversos danos provocados pelos da sensação de que a boca está “pe-
radicais livres, prevenindo, portanto, gando fogo”, o cérebro procura “apa-
algumas doenças degenerativas. As gá-lo”, liberando a endorfina, que
pimentas vermelhas e amarelas são causa uma sensação de bem-estar e
uma das fontes vegetais mais ricas faz da pimenta um alimento aconse-
em beta caroteno.
lhável para quem tem enxaqueca ou
dores de cabeça crônicas.
Vitaminas antioxidantes e prote-
Uma pesquisa recente indica que
toras - uma das maiores fontes de
capsaicina pode atuar como anticoagu-
vitamina C da natureza.
lante, prevenindo a formação de coá-
gulos que podem causar ataques cardí-
Apenas 30g de pimenta contêm
70mg de vitamina C, mais que 100% acos, derrames cerebrais e trombose.
das necessidades diárias (RDA), bem O rubor, a salivação e a transpi-
como cerca de 70% da RDA para a vita- ração, provocados pela vasodilatação
mina A, sob a forma de beta caroteno. causada pela pimenta são, na verda-
A pimenta tem também seis ve- de, uma defesa do organismo e ne-
zes mais vitamina C do que a laranja. nhum dano físico pode ocorrer.
28 gramas de pimenta fornecem a Por ser antioxidante, rica em
quantidade diária de vitamina C de flavonóides e vitamina C, a pimenta
que o ser humano adulto necessita. pode ainda reduzir o risco de doen-
ças crônicas como câncer de prós-
Estudos científicos tata, catarata, diabetes e mal de
Alzheimer, também pelo seu efeito
Pesquisas das últimas décadas desintoxicante do sangue.
têm demonstrado que a capsaicina,
princípio ativo das pimentas do gêne- Antidepressivo natural
ro capsicum, apresenta propriedades
medicinais comprovadas: atua como Pesquisas mais recentes apon-
cicatrizante de feridas, é um podero- tam que o uso regular de pimenta
so antioxidante, age na dissolução de influencia a liberação de endorfinas,
coágulos sanguíneos, previne a ar- mediadores químicos cerebrais res-
teriosclerose, controla o colesterol, ponsáveis pela sensação de bem-
evita hemorragias, aumenta a resis- estar e da elevação do humor, o que
tência física. aponta a pimenta como um antide-
Experiências vêm comprovando pressivo.
que, tanto a capsaicina quanto a pi-

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Útil no diabetes lula). Foi descoberto era que a prote-


ína N-F-kappaB, presente em tumo-
Cientistas apontam que o consu- res hormônio-dependentes em casos
mo regular de pimenta provou ser útil de câncer de próstata foi inibida pela
em muitas condições alteradas, como capsaicina. O composto mostrou
no diabetes, câncer e artrites. As pes- também um efeito regulador do an-
quisas mostram que não somente seu drogênio e redutor do PSA - antígeno
consumo regular ajuda a melhorar os prostático específico, presente em
controle de níveis da insulina, mas taxas elevadas em caso de câncer de
pode também ajudar combater o pro- próstata. Para testar a eficácia da cap-
cesso inflamatório responsável pela saicina em seres vivos, a substância
artrite. Investigadores da Universida- foi introduzida no estômago de ratos
de de Tasmânia relataram em 2002 com tumores induzidos de próstata.
uma experimentação que mostrou As doses foram de 400 miligramas de
que consumo regular de um pimentão capsaicina, três vezes uma semana,
picante (parente próximo das pimen- equivalentes para um homem de 91
tas) numa refeição, ajudou a controlar kg. Após quatro semanas, o tamanho
o equilíbrio da insulina em 60% do dos tumores diminuiu significativa-
grupo estudado, numa pesquisa ran- mente no grupo observado, compa-
domizada cruzada. Foram realizadas rado ao grupo de controle. Verificou-
amostras de sangue para a verifica- se também que a capsaicina inibe o
ção dos níveis da glicose, da insulina e crescimento dos tumores dos ratos
do peptídeo C do soro. Os resultados sem causar toxicidade. Ver maiores
apontaram uma redução dos níveis de detalhes no capítulo seguinte.
glicose, estabilidade da insulina e uma A pesquisa teve os resultados
menor secreção de peptídeo C (cuja parecidos com aqueles achados por
elevação altera os níveis de glicose e um grupo de investigadores de Pitts-
de insulina). burg, que alimentou seres humanos
portadores de tumores pancreáticos
Pimenta contra o câncer de próstata malignos com doses de capsaicina,
durante cinco dias por a semana.
Atualmente diversos grupos de Houve redução de 50% dos tumores,
cientistas estudam o efeito da cap- sem afetação das células pancreáti-
saicina no combate ao câncer da cas saudáveis ou efeitos colaterais.
próstata. O Doutor Akio Mori da Uni- Há observadores, contudo, que
versidade de Califórnia, Los Angeles afirmam ser o excesso de consumo
apresentou interessante pesquisa no de pimenta capaz de provocar cân-
American Journal of Cancer Research, cer de estômago, com base apenas
apontando a capacidade da capsaici- na verificação de maior incidência da
na em inibir o crescimento de células doença em populações que fazem
de tumor maligno de próstata in vi- uso intenso de pimentas, como na Ín-
tro e também in vivo, comprovando dia e no México, Porém essa afirma-
o poder da substância em provocar a ção carece de base científica, já que
apoptose (morte programada da cé- existe também incidência de câncer

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de estômago também em popula- Quebrando alguns tabus


ções que tradicionalmente não con- sobre a pimenta
somem pimenta, como foi o caso dos
japoneses no período pós segunda Pimentas não são contra-indi-
guerra mundial. Ao contrário, dietas cadas para quem tem hemorróidas.
para o tratamento natural do câncer Hemorróidas são dilatações de vari-
de estômago, baseadas em cereais zes na região do ânus, causada por
integrais, frutas e legumes, incluem sedentarismo, ingestão de gorduras
pimentas como ingredientes. e problemas cardiovasculares. A pi-
Recentemente cientistas de menta não pode causar hemorróidas,
Taiwan observaram a morte de cé- apenas agravá-la, se for um consumo
lulas cancerosas do esôfago. Já em excessivo.
Toronto, no Canadá, a pimenta me- O consumo de pimenta, usada
lhorou o funcionamento do pâncreas com moderação não é contra-indica-
em cobaias com diabete tipo 2. da para quem sofre de pressão alta.
Ela é vasodilatadora arterial e até
Pimenta na cura da ajuda a combater o problema.
esquistossomose A pimenta tem o poder de irritar
mucosas e, por isso, poderia atacar o
Pesquisadores da Universidade estômago e as hemorróidas, porém,
de Franca (Unifran) e da Universida- a capsaicina apresenta um poder de
cicatrização, o que poderia proteger
de de São Paulo (USP) descobriram
o organismo contra esses problemas.
uma substância extraída da pimenta
O segredo está na quantidade: evitar
asiática que conseguiu eliminar a do-
excessos em ambos os casos.
ença em animais infectados pela es-
quistossomose. A equipe comandada

pelo farmacêutico Márcio Luís Andra-


de e Silva, da Unifran, desenvolveu Pólen de flores
um medicamento para a doença de
Chagas obtido a partir da cubebina, Pó de composição muito com-
substância que estudam quase 10 plexa, presente nas inflorescências,
anos, tendo agora aplicado o mesmo comumente extraído pelas abelhas,
tratamento contra a esquistossomo- que utilizam-no como alimento,
se. A substância é semi-sintética, já como fonte de proteínas. Seu uso é
que ao produto natural foram adicio- antiqüíssimo sendo que os médicos
nados alguns compostos. O cientista egípcios já conheciam as suas pro-
informa que o novo produto tem bai- priedades, ensinadas mesmo por
xa toxicidade, oferecendo maior se- Hipócrates.
gurança no uso terapêutico. A cube- É uma substância amarelada ou
bina usada atualmente foi extraída cinza, coletada das flores pelas abe-
da piper cubeba, um tipo de pimenta lhas operárias nas primeiras horas da
asiática, parecida com a pimenta-do- manhã e transportada para o interior
reino, encontrada na Índia. da colméia em forma de bolotas, de-
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GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

positadas no interior das células de bém o pólen está presente em diver-


armazenamento. É rico em substân- sas formulações e puro, liofilizado,
cias gordurosas, minerais, vitaminas e em cápsulas.
enzimas. No pólen existem todos os
aminoácidos essenciais, carboidratos,
lipídios, sais minerais, e as vitaminas
B, C, D, E e H, além de muitas enzimas Soja
digestivas. Seu consumo por seres hu- Glycine Hispida
manos tem efeito comprovado para
casos de esgotamento do nervosismo Prelo seu teor de proteínas, gor-
e insônia, na melhora e prevenção da duras essenciais e fitoestrógenos,
impotência e astenia sexual, prote- como as isoflavonas, além de outros
ção das funções gástricas e hepáticas, nutrientes e nutracêuticos, a soja é
para melhor o apetite, no crescimen- um dos mais importantes alimentos
to infantil e no raquitismo. funcionais.
Pela sua riqueza em minerais, É uma leguminosa muito rica em
enzimas, vitaminas, aminoácidos e proteínas rica (40 %), e gordura (20
compostos vitalizantes, o pólen tem %) e, principalmente, de isoflavonas,
ação tônica, sendo também usado fitoestrógeno encontrado em grande
como estimulante do apetite, ativa- concentração na soja.
dor estomacal (não é contra-indicado
na úlcera), obesidade, prisão de ven- Controvérsias facilmente resolvidas
tre, diarréia (é um normalizador das
funções intestinais, por isso pode ser A soja tem tanto aficionados
usado em ambos os casos). O seu uso quanto críticos acirrados. A contro-
empírico contra mal estar, ten- são vérsia sobre a questão de o feijão
nervosa e diabetes é tradicional. É soja ser prejudicial à saúde, descalci-
considerado pela medicina popular ficante ou fermentativo, pode ser re-
como um bom recurso contra o des- solvida se avaliados os seguintes cri-
gaste nervoso e o estresse, usado térios: se os antigos não consumiam
também para fortalecer crianças pá- a soja sob forma de feijão cozido, isto
lidas e doentes. deve ter uma razão baseada na sa-
Atualmente o pólen está sendo bedoria empírica do homem. Ocorre
progressivamente utilizado pelos que o grão de soja possui uma pelí-
médicos como auxiliar terapêutico cula (semelhante à do grão de bico)
na inapetência e nos desgastes ner- que contém um fator antinutriente;
vosos. Mais recentemente o pólen se consumido em abundância, este
tem demonstrado utilidade na pro- fator pode produzir carências vita-
teção da próstata, principalmente na mínicas significativas, razão pela qual
hipertrofia do órgão (HPB), agindo aconselha-se a retirar esta película
como redutor do volume prostático. em caso de necessidade de consumo
Pode provocar reações alérgicas dos grãos cozidos da soja. Isto pode
em pessoas sensíveis. A dose é livre, ser efetuado deixando-se os grãos de
geralmente 30 a 100 g. por dia. Tam- molho em água por doze horas e reti-

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rando-os manualmente. Este proces- um desastre para a saúde. Os antinu-


so é fundamental na produção do lei- trientes citados, contudo, estão pre-
te de soja com objetivo de fabricação sentes em maior quantidade no grão
do tofu, ou queijo de soja; as receitas cru da soja (48, 1 U.I.T.), nas farinhas
clássicas orientais de tofu obedecem concentradas de soja (66,6 U.I.T.) e
rigorosamente a este princípio. Des- nos produtos isolados do mesmo
se modo, para o consumo infantil ou grão (177,4 U.I.T.); no leite de soja e
adulto do leite de soja, é fundamen- na proteína texturizada de soja estão
tal recorrer-se a este recurso. presentes, também, mas em quanti-
O grão de soja, bem como o leite dades residuais: 2,6 U.I.T. para o leite
de soja cru ou cozido, não devem ser e de 3,4 a 5,8 na proteína texturiza-
ingeridos em grandes quantidades da. Por esta razão recomenda-se evi-
ou muito freqüentemente, princi- tar o consumo direto do feijão soja e
palmente por crianças antes dos 5 preferir os seus derivados.
anos. Embora sejam excelentes fon-
Existem também na soja alguns
tes de proteínas, cálcio, vitaminas e
fatores inibidores da captação de
outros minerais, quando consumidos
iodo pela tireóide, mas as suas quan-
regularmente passam a prejudicar o
tidades são mínimas e muito mais
organismo se ingeridos em abundân-
cia. Esta é uma situação muito pouco presentes na película do grão. Nos
compreendida e que criou em torno produtos fermentados de soja, como
da soja a falsa fama de “descalcifi- shoio, misso e tempeh, esses fatores
cante”, e “antinutriente”. De fato, a desaparecem.
soja pode ser descalcificante mesmo Alguns argumentam sobre a pre-
sendo rica em cálcio; ocorre que ela sença de fatores hormonóides na soja,
é muito mais rica em fosfatos, que como a ginestina e a ginesteína, que
competem com o cálcio quanto a as- teriam um comportamento semelhan-
similação intestinal. Mas o problema tes aos hormônios femininos no corpo
só pode ocorrer, repetimos, se gran- humano. Ocorre que a quantidade
des quantidades de soja crua ou de desses compostos na soja é de menos
leite de soja forem consumidos cons- de 1 grama por quilo, ou seja, uma par-
tantemente; se o consumo, mesmo te em mil ou 0,001%, o que passa a ser
regular, for moderado e parcimonio- considerado como um resíduo irrisó-
so, a soja passa a ter efeito salutar. rio, incapaz de produzir danos, quan-
Quanto à questão da ação “anti- do comparado, por exemplo com os
nutriente” da soja, é necessário o se- hormônios sintéticos (dieliletilbestrol),
guinte esclarecimento: de fato exis- presentes em quantidades imprevisí-
tem na soja agentes antinutrientes, veis – mas com certeza em proporções
como a antitripsina, hemaglutininas bem maiores – na carne bovina, nas
e lecitinas tóxicas que perturbam a salsichas, presuntos, frios, etc.
assimilação de certas proteínas. Mas De qualquer modo, o leite de soja
estes produtos são comuns também não deve ser recomendado como
na maioria das leguminosas consu- base alimentar para crianças, notada-
midas pelo homem, principalmente mente para bebês, em substituição ao
nos feijões, sem que isso signifique leite materno ou ao de vaca. Ele pode

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GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

fazer parte de um composto a ser re- cerca de 70 calorias. A uva apresenta


ceitado pelo especialista orientador. pequenas quantidades de vitaminas
É preciso entender que o grão de do complexo B e vitamina C.
soja, bem como o leite, a farinha e a Outros componentes presentes
proteína texturizada da soja são em menor quantidade são o cremor
alimentos muito fortes e ricos, o que de tártaro (0,5%), ácido tartárico
exige um consumo reduzido dos 0,3%, outros ácidos 0,3% e minerais
mesmos. Outros derivados da soja, - dependendo do tipo de uva - como
importantes para a saúde são o tofu, potássio, cálcio, fósforo, magnésio,
o misso, o shoio. cobre e iodo, 0,50% ao todo. Na cas-
Ver também Isoflavonas e Ácidos ca encontram-se cerca de 200 com-
graxos essenciais. postos químicos conhecidos como
polifenóis, compostos encontrados
em diversas formas na natureza, que
integram os flavonóides, atuando
Uva como antioxidantes. Os polifenóis
Vitis vinifera são estruturas microscópicas, pre-
sentes na polpa da uva, na casca, nas
Devido à sua grande quantidade sementes e no engaço. O mais
de nutrientes e componentes antio- importante polifenol da uva é o res-
xidantes, a uva é considerada um veratrol (ver adiante), encontrado
alimento funcional, com potencial em uma película junto à casca dos
medicinal, sendo utilizada como re- grãos da uva, que será apresentado
médio natural desde tempos antigos. adiante. A casca de uva é a parte mais
Em função das mais modernas pes- rica em pigmentos chamados
quisas, descobriu-se que o extrato da flavonóides, sendo o mais freqüente
semente da uva possui compos- tos a quercitina. Estes componentes são
flavonóides de alta capacidade de bem mais concentrados nas uvas tin-
proteção celular (antioxidante), tas, vermelhas ou escuras e menos
principalmente antocianidinas. Hoje nas uvas brancas ou verdes.
os flavonóides extraídos da uva são A semente da uva contém proan-
largamente utilizados no mundo in- tocianidinas, estruturas 15 a 25 vezes
teiro, seja por leigos ou prescritos mais potentes que a vitamina E para
por médicos. neutralizar radicais livres. O óleo da
Conforme a variedade, a compo- semente da uva também aumenta o
sição da uva muda, mas de um modo colesterol HDL, considerado o bom
geral as uvas contêm componentes colesterol.
comuns: 70% da composição das uvas Cada 50 mg do extrato estandar-
é de água. É uma fruta das mais ricas dizado da fruta contêm 95% (47.5
em carboidratos, sendo que a glicose mg) de proantocianidinas, que são as
é o mais comum: são cerca de 25% de formas químicas precursoras dos bio-
glicose e 3% de outros açúcares. Em flavonóides sob a forma de antocia-
geral, 100 gramas de uva (como a niá- nidinas. Existem diversos preparados
gara madura, por exemplo) fornecem e apresentações no mercado, desde

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pílulas, cápsulas ou drágeas, isola- vinho são a malvidina, a cianidina, a pe-


damente ou em composições. O ex- tunidina, a peonidina e a delfinidina.
trato seco das sementes da uva, com • Flavonóides - São compostos também
o mesmo teor de antocianidinas da fenólicos, ou pigmentos amarelos,
uva, pode ser encontrado nas farmá- presentes na película da uva tinta, na
cias de manipulação. Prescrever vitis forma de monoglicosídeos de kaem-
vinifera, extrato seco de sementes de pferol, quercetina e da mirecetina. A
uva. Dosagem: entre 60 a 100 mg, 3 quercetina está presente também nas
vezes ao dia. películas das uvas brancas. Os flavo-
nóides são conhecidos pelo seu gran-
Adendo especial - As proprie- de poder antioxidante, maior muitas
dades medicinais do vinho vezes que a o vitamina E, atuando na
redução dos radicais livres.
Além dos componentes presentes • Procianidinas - São catequinas que
na uva, o vinho contém muitos outros, equivalem ao potencial de aproxi-
formados devido ao processo de fer- madamente cinco unidades de flavo-
mentação e vinificação. O vinho pos- nóides. Estão mais concentradas nas
sui cerca de 1.000 substâncias identi- sementes das uvas e, nos vinhos, em
ficadas, com uma característica ímpar, bem maior concentração nos tintos
diferente de qualquer outra bebida, do que nos brancos. Estão relaciona-
onde os componentes convivem em das com o efeito de maior resistência
harmonia. Dessas 1000 substâncias, dos vasos sangüíneos e de proteção
apenas 600 foram estudadas. contra doenças cardiovasculares atri-
buído ao vinho.
Principais componentes do vinho:
• Estilbenos - Também do grupo de
compostos fenólicos, ou polifenóis,
• Álcool - Entre 6 a 19 graus.
há o famoso resveratrol (uma fitoa-
• Ácidos orgânicos – Os mais comuns lexina), sintetizado pela videira como
são: tartárico, o málico, o cítrico e o reação de defesa, em resposta a uma
lático. situação de estresse, como por
• Tanino - São compostos fenólicos pre- exemplo o ataque de microrganismos
sentes tanto na uva e no vinho. São prejudiciais. O resveratrol tem sido
responsáveis pela atividade antiviral, muito estudado devido ao efeito pro-
recentemente descobertas, principal- tetor das doenças cardiovasculares. A
mente dos vinhos envelhecidos. Tem concentração de resveratrol no vinho
uma ação antibiótica ampla sobre um varia de 1,3 a 7,0 mg/L. Ver mais so-
grande número de bactérias, sendo bre o resveratrol adiante.
capaz de inibir o crescimento de vá- • Vitaminas - O vinho apresenta quan-
rios vírus, entre os quais o do herpes tidades modestas de vitaminas: vita-
e da poliomielite. mina C, várias do complexo B (B1, B2,
• Antocianinas - São responsáveis pela B12 e PP)., colina, ácido fólico e me-
coloração vermelha dos vinhos tintos soinositol. Entre as lipossolúveis a be-
jovens. As principais antocianidinas do bida possui as vitaminas A, D, E e K.

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• Aminoácidos - O vinho contém os 24 • Associação Brasileira de Nutrologia.


aminoácidos, em proporções se- • FDA - Food and Drug Administration.
melhantes à do sangue humano. O
• American Hart Association.
aminoácido predominante do vinho é
a prolina, além de quantidades ra- • National Stroke Association.
zoáveis de alanina, ácido aspártico e • Outras.
ácido glutâmico, este envolvido com
o metabolismo cerebral. Ultimamente tem-se falado e
• Minerais - Os minerais e micromi- escrito muito sobre os efeitos me-
nerais mais comuns são: sódio, po- dicinais e benéficos do vinho. Entre
tássio, cloro, cálcio, magnésio, ferro, essas citações, destacamos algumas
manganês, cobre, zinco, cromo, si- mais contundentes:
lício, iodo, boro, flúor, molibidênio, As pessoas que envelhecem to-
lítio e vanádio. mando vinho regularmente, mode-
• Aminas - O vinho contém pequenas radamente e durante as refeições,
quantidades de aminas, sendo as envelhecem com melhor qualidade
principais a recém descoberta sero- de vida, apresentando:
tonina e a histamina.
• QI mais elevado.
O vinho é considerado um • Maior capacidade de atenção e me-
alimento, e funcional morização.
• Melhor capacidade de comunicação.
Pela sua composição em nu-
• Melhor humor.
trientes, o caracteriza-se como um
alimento e pelo seu elevado teor de • Nível inferior de ansiedade e agitação.
antioxidantes e polifenóis, um ali-
mento funcional. A maioria dos paí- Um preventivo da úlcera do
ses grandes produtores classificam o estômago
vinho como um alimento. No Brasil,
somente o estado do Rio Grande do Um estudo de maio de 2003 re-
Sul oficializou esse conceito. alizado pela Universidade de Belfast,
com 10.500 pessoas, apontou que
Os efeitos positivos comprovados consumidores de 3 a 6 cálices de vi-
do vinho sobre a saúde nho por semana, têm 17% a menos
de risco de contrair úlcera do estô-
Instituições que reconhecem o mago em relação aos que não bebem
fato de que o vinho tem efeitos me- vinho. Os pesquisadores especulam a
dicinais, não tem contra-indicação e é possibilidade de tal efeito dever-se à
benéfico se ingerido com moderação: estimulação da produção do suco
gástrico, que com isso destruiria o
• Organização Mundial de Saúde. heliobacter pilorii, bactéria tida como
• Sociedade Brasileira de Hipertensão responsável pelo surgimento da úlce-
Arterial. ra. Entretanto, outros acreditam que

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efeito se deva à ação protetora dos Auxiliar na menopausa e na


pigmentos do vinho em relação à osteoporose
ação dos radicais livres já no estôma-
go enquanto. Há também cientistas Devido à similaridade estrutural e
que atribuem tal efeito à incremen- funcional com o estrogênio, do mes-
tação do processo digestivo de que o mo modo que as isoflavonas, cientis-
vinho (tanto o tinto quanto o branco) tas comprovaram que mulheres que
é capaz, o que reduziria a produção tomam de duas a três taças de vinho
do suco gástrico, reduzindo um pou- ao dia, principalmente tinto, regular-
co o excessivo ph ácido do estômago. mente, apresentam menos sinais das
Esperamos que as próximas pesqui- manifestações clínicas da menopausa
sas elucidem a questão, mas a certe- e do climatério, reduzindo a incidên-
za do efeito é incontestável. cia de osteoporose, favorecendo o
ganho de massa óssea (o vinho é rico
Reduz a gordura e a circunferência em cálcio e magnésio....). Também
abdominal graças à ação dos polifenóis sobre o
organismo feminino, a ingestão de vi-
Descobriu-se na Itália que o res- nho tinto tem relação direta também
veratrol e outros polifenóis presentes com a recalcificação (ou a redução da
no vinho ativam uma enzima chama- menor perda de minerais) o aumen-
to da fertilidade feminina, da libido e
da mapquinase, que tem a capacida-
a preservação da consistência e elas-
de de regenerar os neurônios. Pes-
ticidade da pele.
quisas mostraram que pessoas que
tomam vinho durante as refeições
Menor risco de derrame cerebral,
têm melhor digestão e portanto a in-
mas somente para quem bebe pouco
gestão regular e moderada de vinho
diminui a circunferência abdominal,
Um conhecido estudo de A. L.
em ambos os sexos.
Klatsky, que investigou os hábitos de
129 000 pessoas durante seis anos,
Preventivo do câncer de mama
mostrou que o risco de acidente vas-
cular cerebral é 30% menor entre os
Resultados de estudos com o res- consumidores de um copo de vinho
veratrol mostram que a substância, por dia e de 20% entre os consumi-
assim como as isofavonas as soja, dores de um a dois copos de vinho
tem uma acentuada similaridade diários. Porém, a má notícia para
estrutural e funcional com os hor- aqueles que exageram, é que essa
mônios sexuais femininos, principal- mesma pesquisa confirma os malefí-
mente com o estrogênio. Dados de cios do excesso, mesmo de bons vi-
pesquisas atuais apontam a redução nhos: o risco de um derrame cerebral
dos riscos de desenvolver câncer de aumenta em 90% para consumos su-
mama e de ovário quando a mulher periores a seis copos por dia. O estu-
bebe vinho de maneira regular e mo- do chama-se: “Is alcohol good for
deradamente, junto às refeições. your health?” (é o álcool, bom para

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sua saúde) e foi publicado em 2003 ram que pessoas que bebem de 250
na Nova Inglaterra em 200, EUA, por a 500 ml de vinho por dia, nas refei-
Klatsky A.L. & Friedman G.D. ções, correm 75 por cento menos o
No Circulation – Journal of the risco de desenvolver a doença de
American Heart Association, acha- Alzheimer.
mos artigo apontando 13 estudos Em novembro de 2002 houve um
publicados pela médica L. Lacoviello grande debate entre cientis- tas,
e colegas, do Consorzio Mario Negri entre eles médicos, biólogos,
Sud, Santa Maria, Imbaro, Itália, mos- bioquímicos e biofísicos do mundo
trando redução do risco de desen- inteiro, em Santiago do Chile, para
volvimento de doença vascular para debater a relação entre vinho e
quem bebe vinho regularmente. As saúde . Concluiu-se que os consu-
pesquisas envolveram 201.307 par- midores moderados de vinho (por
ticipantes, mostrando que aqueles exemplo, de um a dois cálices por
que bebiam vinho tiveram redução dia) estão menos sujeitos da Doen-
significativa do risco de doença vas- ça de Alzheimer e de um doenças
cular quando comparados aos que cardiovasculares do abstêmios ou
não bebiam. Os dados mostraram consumidores exagerados.
que consumir até 150 ml de vinho O envelhecimento da célula, dos
por dia estava ligado a uma redução tecidos, do organismo como um todo
significativa do risco vascular. A au- é uma ação dos radicais livres. O
tora e seus colaboradores sugerem, organismo produz algumas en-
na publicação, que “os abstêmios zimas, como superoxi-desmutase,
devem ser informados de que, na catalase e a glutationa peroxidase
ausência de contra-indicações e no para se proteger, mas essa produ-
contexto de alimentação e estilo de ção diminui com o passar dos anos,
vida saudáveis, o consumo leve e gerando os processos biológicos do
moderado de vinho contribui para envelhecimento.
uma saúde melhor. As pessoas que já Os vinhos, ricos em polifenóis,
são consumidoras leves a modera- são potentes antioxidantes, ou seja,
das de vinho devem ser incentivadas “varredores” de radicais livres. Pes-
a continuar”. quisas desenvolvidas pelo National
Institute for Longevity, do Japão,
Uma esperança efetiva contra o mostraram que as pessoas que be-
envelhecimento, a senilidade e a bem vinho moderadamente vivem
Doença de Alzheimer mais e têm um Q.I. mais elevado do
que as que bebem outras bebidas al-
Em 1997, na França já se de- coólicas ou que não bebem.
monstrou a associação entre consu- Uma experiência realizada pelo
mo moderado e freqüente de vinho e Dr. David A. Sinclair e equipe da
prevenção de doenças degenera- Universidade de Harvard e do La-
tivas, principalmente a doença de boratório Biomol, publicado na Re-
Alzheimer e a demência dos idosos. vista Nature, conseguiu aumentar
No estudo, os observadores concluí- em 70% a duração da vida de seres

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unicelulares chamados Saccha- Efeitos do vinho sobre o aparelho


romyces cerevisiae tratando-os com cardiovascular
resveratrol. Também uma espécie de
moscas que duram cerca de 30 dias, Um dos efeitos mais notáveis do
quando recebiam o resvera- trol vinho sobre o organismo ocorre
passaram a viver em média 40 dias. A principalmente sobre o coração e os
dose estudada nesses ani- mais vasos sangüíneos – o aparelho car-
corresponde para o Homem ao diovascular. A seguir o que existe de
conteúdo de resveratrol exis- tente mais atual em termos de pesquisas
em aproximadamente 3 taças de científicas sobre o tema:
vinho. O Dr. Sinclair atribui esse
efeito de aumentar o tempo de vida O que se sabe sobre os efeitos do
ao fato do resveratrol aumentar a álcool no coração e na circulação
enzima Sir2, que estabiliza o DNA e sanguínea
com isso aumenta a vida da célula,
diminui o declínio funcional na se- Antes de se conhecer com de-
nilidade, deixando as pessoas mais talhes a ação antioxidante e prote-
saudáveis. Ele aponta outras 17 tora dos polifenóis e dos pigmentos
substâncias no vinho com uma pos- do vinho, os clássicos e seculares
sível ação antienvelhecedora. efeitos da bebida sobre o aparelho
cardiovascular sempre foram atribu-
Benefício para os diabéticos ídos ao álcool. Depois que as aná-
lises químicas descobriram outras
Um estudo de dezembro de substâncias componentes do vinho,
2001, realizado por investigadores da estas passaram a receber mais aten-
Escola de Saúde Pública de Harvard, ção dos pesquisadores, que atribu-
publicado no Journal of The Ameri- íram a elas esses efeitos. Porém, há
can College of Cardiology, mostrou evidências e pesquisas de que o
que diabéticos tipo 2 que bebam um álcool tem alguma participação
a dois copos por dia têm menores nesses resultados, uma vez que, em
risco de sofrer doença coronária, a pequenas quantidades, não só atua
principal causa de mortalidade das como favorecedor da assimilação dos
pessoas com esta doença. Os pes- demais componentes e nutrien- tes
quisadores chegaram a esta conclu- do vinho, como também tem ati-
são após terem acompanhado 2.500 vidade medicinal.
doentes diabéticos durante 11 anos. Verificou-se, por exemplo, que
Eles constataram que o perigo de em doses moderadas, o álcool tem
sofrer afecções coronárias diminuía como efeito um aumento da freqü-
com o consumo moderado de álcool. ência e débito cardíacos, associado a
Conclui-se, com este estudo que be- uma diminuição da eficiência mio-
ber vinho moderadamente durante cárdica, devido ao possível vazamen-
as refeições pode ser benéfico para to de eletrólitos e enzimas para o
os diabéticos do tipo 2, reduzindo o seio coronário. O excesso de álcool,
risco de doença coronariana. na corrente sanguínea produz ainda

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ligeiro aumento da pressão sistólica, des de álcool sobre o coração e vasos


vasodilatação periférica e aumento sanguíneos, verificou-se que o vinho
ou diminuição da resistência perifé- é superior à cerveja quanto à prote-
rica, dependendo da intensidade da ção contra doenças isquêmicas (angi-
vasoconstrição visceral1,2,3,4,5,6. na, enfarte e coronariopatias)18.
Mas em doses altas, o álcool atua
ao contrário, como forte depressor Consumo moderado
do miocárdio e tem efeito tóxico di-
reto sobre o mesmo. Há inclusive a Considera-se como consumo
chamada “doença cardíaca alcoóli- moderado a ingestão máxima de 60 g
ca”. Há muitas controvérsias entre os de álcool por dia, o que equivale a
estudiosos sobre a ação do álco- ol cerca de 400 ml (cerca de meia gar-
como vasodilatador coronariano, rafa) de um vinho com 15% de álcool
porém, existem casos registrados em ou 1.200 ml de cerveja com 5% de
que o álcool pode gerar alívio da dor álcool ou ainda 120 ml (cerca de 2
de crises de angina sem modificar as doses regulares) de bebida destilado
alterações isquêmicas do eletro- com teor alcoólico de 50%, como uís-
cardiograma, sugerindo um efeito que, cachaça, vodca, conhaque, etc.
depressor sobre o sistema nervoso (6,7,19,20,21). Porém devemos con-
central. De qualquer modo, o bom siderar que a tolerância e os efeitos
senso nos diz que doses excessivas do álcool são variáveis e variam de
de álcool devem ser evitadas de pessoa a pessoa, portanto, cada um
qualquer modo. deve dimensionar para si o que signi-
Diversos estudos mostram rela- fica um consumo pequeno, modera-
ção inversa entre consumo modera- do ou elevado.
do de álcool e incidência de doenças Mesmo que esses estudos apon-
cardíacas obstrutivas, incluindo-se a tem para um efeito benéfico de pe-
angina e o enfarte6,7,8,9,10,11. quenas doses de álcool sobre o siste-
Sobre os efeitos do consumo ma cardiovascular, há outros, de igual
moderado de álcool sobre o sistema seriedade, mostrando evidências de
circulatório, principalmente sobre o que o consumo excessivo de álcool
coração, é importante frisar que os pode produzir efeito oposto19.
estudos se basearam no vinho como Um estudo mostrou que em 3786
fonte de álcool e não de outras be- pacientes submetidos à cineangioco-
bidas alcoólicas9,12,13,14,15,16,17. ronariografia, apenas 10% eram con-
Isto é particularmente importante sumidores de vinho e a maioria dos
porque os efeitos benéficos do vinho pacientes consumia bebidas mais
sobre essa função orgânica se devam fortes15.
não somente pela ação do álcool (em Um dos estudos mais surpreen-
pequenas quantidades) verificados no dentes, mostrou que o consumo mo-
estudo, mas devido aos seus outros derado de vinho e de cerveja, entre
componentes, como veremos a seguir. não fumantes, é capaz de reduzir a
Ainda nas pesquisas sobre os fei- mortalidade mais do que as bebidas
tos salutares de pequenas quantida- fortes destiladas17.

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Vários estudos mostraram que pela conversão de VLDL (o “excelen-


há maior risco de enfarte e doenças te” colesterol) em HDL, sugere.
cardiovasculares entre pessoas que Confirmando esses achados,
param de beber há 10 anos e em abs- também Castelli e colegas34,35, estu-
têmios21,22,23,24,25,26,27,28. dando o efeito do consumo de álcool
Nos Estados Unidos, entre 1969 e sobre as lipoproteínas e triglicérides
1978 o consumo de vinho cresceu plasmáticos em cinco populações
55% e a taxa de mortalidade por do- consumidoras de vinho, descobriu
enças coronarianas caiu 22%12. que o consumo moderado de vinho
O número de mortes por do- eleva os níveis sanguíneos de HDL,
enças cardiovasculares (entre elas o diminui os níveis das LDL, não influi
enfarte) na Europa é menor nos nos níveis das VLDL e causa pequena
países consumidores de vinho, prin- elevação dos triglicérides. Os autores
cipalmente na França e na Itália, se- informam que o vinho pode ter efei-
to benéfico na aterosclerose, possi-
guindo um gradiente de norte para
velmente por aumentar as HDL que
sul, inverso ao gradiente de con-
removem o colesterol dos depósitos
sumo de vinho, ou seja, nos locais
e o transportam até o fígado, onde é
onde o vinho é mais consumido, nas
excretado na bile. As HDL também
regiões mais ao norte, a incidência de
bloqueiam a interiorização das LDL, o
doenças cardiovasculares é me-
que pode ser o principal mecanismo
nor18.
que abastece as células de gorduras
Pesquisas sobre os efeitos do saturadas, um dos elementos bási-
consumo de vinho sobre o excesso cos na formação da aterosclerose.
de colesterol Muitos outros autores encontraram
É de aceitação geral na medicina alta correlação positiva entre HDL e
moderna que as HDL, as lipoproteínas a ingestão moderada e regular de
de alta densidade, ou o “bom” coles- vinho36,37,38,39 ou de bebidas al-
terol, do plasma, tem ação protetora coólicas em geral19,31,38,40,41.
contra as doenças coronarianas obs- Nesse aspecto, um houve um traba-
trutivas32. Segundo Gómez33, popu- lho bastante convincente realizado
lações com grande longevidade apre- por Breier e Lisch39. Eles estudaram
sentam elevado HDL e baixo LDL - o um paciente que ingeria aproximada-
“mau” colesterol, mesmo entre ido- mente 400 ml de vinho diariamente,
sos. É sabido que a vida sedentária, a mas era portador de hipercolestero-
obesidade e hábitos como o tabagis- lemia familiar, sem sinais de ateros-
mo levam a uma queda da HDL, que clerose precoce, mas que apresenta-
inclusive é maior entre as mulheres va alta concentração plasmática da
do que em homens (o HDL tem ação HDL. Na pesquisa foram feitas dosa-
redutora da testosterona e elevadora gens de HDL, controlando-se a inges-
do estrógeno). O autor aponta que a tão de vinho. Uma primeira dosagem
atividade física diária e a ingestão de foi feita com o paciente ainda inge-
quantidades moderadas de álcool (1 rindo vinho e revelou HDL alta. Em
a 2 doses por dia) eleva o HDL, talvez, seguida, uma segunda dosagem após

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21 dias sem ingestão de vinho, reve- Manku e colaboradores44 levantam


lou 75% de redução da HDL. Seguiu- a hipótese de que o consumo de ál-
se um período de 21 dias de ingestão cool produz um aumento significati-
usual de vinho, ao final do qual uma vo, dose dependente, de prostaglan-
terceira dosagem revelou uma con- dina E nas plaquetas, o que inibe a
centração de HDL igual à da primei- agregação plaquetária e dilata as
ra dosagem. O estudo mostra muito coronárias.
claramente que o paciente estava Cientistas como Langer e cole-
protegido contra as complicações gas41 publicaram trabalhos mostran-
ateroscleróticas devido ao aumento do que cerca de 50% da proteção
das taxas de colesterol total, devido fornecida pelo consumo moderado
ao aumento da antiaterogênica HDL, de álcool contra as doenças corona-
provocado pelo consumo moderado rianas deve-se à HDL. Incluem que
de vinho. uma proteção adicional de mais 18%
Também os estudos mostram que poderia ser atribuída à baixa de LDL.
o consumo moderado de álcool do Os restantes 50% da proteção do vi-
vinho, além dos efeitos sobre a HDL, nho são desconhecidos para alguns
produz diminuição da LDL, o “mau” autores mas definidos por outros
colesterol19,39,41, pela diminuição como resultado da ação dos outros
da proteína transportadora de coles- componentes da bebida além do ál-
terol-éster e aumento no “pool” de cool, como bioflavonóides, resvera-
apoproteínas-HDL31, aumento dos trol, vitamina C, etc. que agem como
triglicérides plasmáticos42, aumen- antioxidantes e podem, inclusive, in-
to do alfa-colesterol e diminuição do terferir nos mecanismos de formação
beta-colesterol7. de coágulos. Na explicação do “pa-
Diversos autores acreditam que a radoxo francês”, Renaud e Lorgeril5
ação do álcool na prevenção das argumentam que, “embora estudos
doenças coronarianas não se deve a anteriores mostrem que o consumo
um efeito contra a aterosclerose,
de álcool pode reduzir o risco de DCI
mas sim através da inibição da agre-
em pelo menos 40% através do au-
gação plaquetária. Esta posição é
mento da HDL, os níveis de HDL na
ratificada por outro autores24,25. Há
França não são maiores do que em
trabalhos mostrando que o consumo
outros países”, porém a agregação
regular e moderado de álcool pode
plaquetária é menor5,11. Barnard e
provocar redução das
Linter45 acreditam que a associação
plaquetas19,41,43 e diminuição, da
entre o consumo de alho e de álco- ol
agregação plaquetária11,19,41,43.
pode explicar o efeito protetor do
Estudos surpreendentes que mos-
álcool, por diminuição da agregação
tram que houve maior redução na
agregação entre as plaquetas em plaquetária, uma vez que existem
situações de ingestão elevada de muitos trabalhos comprovando a
gorduras saturadas ou baixa inges- ação antiagregadora de plaquetas
tão de ácidos graxos poliinsatura- exercida pelo ajoene, um dos com-
dos, junto com o consumo de vinho. ponentes do alho.

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Prescrição especial como suges- Klatsky AL, Friedman GD, Siegelelaud AB.
tão, englobando as propriedades da Alcohol consumption before myocardial in-
uva e do vinho: sugiro a seguinte farctation. Results from Kaiser-Permanent
fórmula que contém mos principais epidemiologic study of myocardial infarc-
elementos ativos do vinho e da uva: tation. Ann Intern Med 1974; 81: 294-301.
Yano K, Rhoads GG, Kagan A. Cofee, alcohol
Vitis vinífera - extrato seco 100 mg and risk of coronary heart disease among
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Para um tratamento de 30 dias: Popham RE, Schmidt W, Israel Y. Variation in
Mande: 90 cápsulas mortality from ischaemic heart disease in
Tomar 1 cápsula 3 vezes ao dia, relation to alcohol and milk consump-
às refeições tion. Med Hypotheses 1983; 12 : 321-
9. Rimm EB, Giovannucci EL, Willett W,
Sugestão de suplemento que CNolditz GA., Ascherio A, Rosner B, Stamp-
proporciona 80% da proteção e da fer MJ. Lancet 1991; 338 : 464-8
ação do vinho e da uva sobre o orga- Rimm EB, Giovannucci EL, Willett W,
nismo, sem a necessidade de inges- CNolditz GA., Ascherio A, Rosner B, Stamp-
tão destes. fer MJ. Lancet 1991; 338 : 464-8
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of high-density lipoprotein and its sub- tors in a Rome working population group:

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HDL-cholesterol. Ann Nutr Metab 1982; Vitaminas


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Hagan RD, Smith MG, Gettman LR.High Vitaminas são substâncias orgâ-
density lipoprotein cholesterol in relation nicas indispensáveis à manutenção
to food consumption and running distance. das funções metabólicas normais do
Prev Med 1983; 12 : 287-95. organismo. A deficiência ou au-
Breier C, Lisch HJ. Distinct increase of sência de vitaminas na alimentação
plasma concentrations of high-density li- determina perturbações conheci-
poprotein-2 and pos-heparin lipolytic ac- das como estados carenciais, des-
tivity by constant moderate alcohol intake. vitaminoses, hipovitaminoses ou
Schweiz Med Wochenschr 1984; 114 : avitaminoses.
1930-2. Uma alimentação equilibrada
Puchois P, Ghalim N, Zylberberg G, Fievet P, fornece ao organismo as vitaminas
Demarquilly C, Fruchart JJ. Effect of al- de que ele normalmente necessita.
cohol intake on human apolipoprotein A-I Contudo em algumas situações, tais
containing lipoprotein subfractions. Arch como em dietas deficientes, pertur-
Intern Med 1990; 150: 1638-41. bações na absorção, necessidade au-
mentada dos tecidos - crescimento,
Langer RD, Criqui MH, Reed DM.
gestação, lactação, trabalhos físicos
Lipoproteins and blood pressure as biologi-
pesados, estresse, hipertireoidismo e
cal pathways for effect of moderate alcohol
presença de radicais livres, a adminis-
consumption on coronary heart disease.
tração externa torna-se necessária.
Circulation 1992; 85 : 910-15.
Assim como es demais nutrien-
Steinmetz J, Panek E, Siest G, Gueguen R. tes, as vitaminas podem ser obtidas
Factors affecting the concetration of tria-
de três fontes: as fontes primárias,
cylglicerols (triglycerides) in plasma: refer-
fornecidas pelo reino vegetal; as
ence values for adults. Clin Chem 1979; 25
fontes secundárias, fornecidas pelo
: 924-32.
reino animal, e as fontes terciárias,
Haut MJ, Cowan DH. The effect of ethanol representadas pela origem sintética,
on hemostatic properties of human blood produzidas em laboratórios.
platelets. Am J Med 1974; 56: 22-3. A maioria das vitaminas disponí-
Manku MS, Oka M, Horrobin DF. Alcohol veis hoje no comércio (farmácias, ali-
consumption and coronary heart-disease. mentos industrializados) é de fonte
Lancet. 1979; 1 (8131) : 1404. terciária. São inúmeras as vantagens
Barnard MJ, Linter SPK. Wine and coronary
dos nutrientes primários, principal-
heart disease. Lancet 1992; 340 : 313-4.
mente por serem absorvidos e distri-
buídos mais facilmente, além de não
provocarem acúmulos, deposições,
reações adversas e de se combina-
rem melhor bioquimicamente no
metabolismo.
Quando à dose das vitaminas,
cada país tem estabelecido as suas

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normas, geralmente centradas no tovitamina, é encontrada nas frutas e


RDA, ou USRDA. Nos Estados Unidos, vegetais pigmentados, como o ma-
O National Research Council da Na- mão, a cenoura, a beterraba, a abóbo-
tional Academy of Sciences, consti- ra e na clorofila. Na sua forma sintéti-
tuiu a Food and Nutrition Board com ca, esta vitamina se apresenta como
a finalidade de realizar estudos con- acetato (acetato de vitamina A).
trolados para determinar as necessi- A vitamina A e os carotenóides
dades diárias do homem em relação são potentes antioxidantes e neutra-
às diversas vitaminas, que determina lizantes dos radicais livres.
o seguinte: Esta vitamina apresenta importan-
A tabela abaixo, contudo é ape- te efeito farmacodinâmico no sentido
nas uma referência, uma vez que no
de manter estáveis as funções das
Brasil o Ministério da Saúde estabe-
atividades enzimáticas e do metabolis-
lece as necessidades diárias de vita-
mo. Estudos revelaram que a vitamina
minas segundo o IDR (Ingestão Diária
A apresenta excelente ação antioxi-
Recomendada), apontada em cada
dante, em imunodeficiências e como
uma das vitaminas e minerais estu-
dados a seguir. adjuvante na terapêutica anticâncer. O
retinol e outros similares, estão inte-
gralmente envolvidos no crescimento e
Vitamina A na diferenciação celular. Inúmeros
experimentos demonstram que a vita-
Denominação usual de pelo me- mina A tem potente poder antioxidan-
nos três compostos: retinol, retinal e te podendo reduzir os riscos de câncer
carotenóides, ou alfa-caroteno, beta- prevenindo os danos causados aos te-
caroteno e gama- caroteno. A forma cidos pela oxidação.
ativa da vitamina A é encontrada O mecanismo de ação dos efeitos
normalmente na natureza em tecidos da vitamina A em imunodeficiências
animais, como no óleo de fígado de poderia ser descrito devido a poten-
bacalhau, na manteiga, na gema do cialização dos linfócitos assim como
ovo, no queijo e no fígado; como pro- da atividade dos fagócitos.

Vitaminas Unidade Crianças Adultos Gestantes e lactantes

Até um ano 1-4 anos

A UI 1500 2500 5000 8000


D UI 400 400 400 400
E UI 5 30 30 30
C MG 35 40 60 60
B1 MG 0,5 0,7 1,5 1,7
B2 MG 0,4 0,8 1,7 2
B6 MG 0,4 0,7 2 2,5
B12 MCG 2 3 6 8
Ac.fólico MG 0,1 0,2 0,4 0,8
B3 MG 8 9 20 20
B5 MG 3 5 10 10
H MG 0,15 0,15 0,3 0,3

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A carência de vitamina A deter- ingerida em doses elevadas (25.000 a


mina redução do crescimento, foto- 50.000 U.I./dia), quando pode causar
fobia, redução da capacidade visual envenenamento. Durante a gestação,
(principalmente noturna), cegueira, doses assim elevadas, ingeridas por
distúrbios glandulares variados, pro- períodos longos, podem provocar efei-
blemas hepáticos e outros. tos teratogênicos (alterações cromos-
O beta caroteno é um pigmento, sômicas do feto). Daí se recomendar
um tipo de caroteno, como molécula utilizar a forma “pré”, o betacaroteno,
precursora da vitamina A. Uma molé- que não produz toxidade na mesma
cula de beta-caroteno pode fornecer proporção da vitamina A sintética em
duas moléculas de vitamina A ativa, doses maiores que as normais.
com ação antioxidante. Os carotenói- As doses diárias de vitamina A
des, principalmente a sua fração β, variam entre 5.000 e 10.000 U.I. Em
são potentes antioxidantes e neutra- tratamentos mais prolongados
lizantes dos radicais livres. Apresenta recomenda-se a utilização do beta-
importante efeito farmacodinâmico catoreno.
no sentido de manter estáveis as fun- IDR: Adultos: 800 mcg (2,666 UI).
ções das atividades enzimáticas e do Crianças: 700 mcg (2,333 UI).
metabolismo. Estudos revelaram que Os níveis máximos de segurança
o beta-caroteno apresenta excelente determinados pela Secretaria de Vi-
ação antioxidante, em imunodefici- gilância Sanitária são os seguintes:
ências e como auxiliar na terapêutica Adultos: 10.000 UI.
anticâncer. Lactentes: 500 UI/kg de peso cor-
Diversos estudos e pesquisas poral até o limite de 5.000 UI. Pediá-
aplicando-se concentrações de beta- trico: 500 UI/kg de peso corporal até
caroteno como recurso no tratamen- o limite de 10.000 UI.
to da AIDS foram realizadas e outras Para o betacaroteno:
estão em andamento. Uma delas, Dose terapêutica: 5.000 UI\ Dose
entitulada “The Effect of Supplemen- diária máxima de 50.000 UI\dia, os
tal Beta-Carotene on Immunologic. níveis máximos diários de segurança
Indices in Patients with AIDS: A Pilot determinados pela Secretaria de Vi-
Study “, desenvolvida por David A. gilância Sanitária são os seguintes:
Fryburg, Rebecca J. Mark, Brigitte P. Adultos: 25.000 UI.
Griffith, Philip W. Askenase e Thomas Lactentes: 500 UI/kg de peso cor-
F. Patterson, da Divisão de Endocri- poral até o limite de 5000 UI. Pediá-
nologia, Metabolismo, imunologia e trico: 500 UI/kg de peso corporal até
Doenças Infecciosas do Departamen- o limite de 10.000 UI.
to de Medicina Interna da Unbiver-
sidade de Yale, New Haven Connec-
ticut, mostram notáveis efeitos do Vitamina B1
pigmento em pacientes portadores
da doença por vírus HIV. A vitamina B1, também denomi-
Na sua forma sintética (acetato), a nada tiamina ou aneurina, desempe-
vitamina A pode ser tóxica quando nha importante papel no metabolis-

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mo intermediário de carboidratos Lactentes: 10 mg/kg de peso cor-


promovendo a liberação de energia poral até o limite de 100 mg. Pediá-
(ATP). Regulariza o metabolismo dos trico: 10 mg/kg de peso corporal até
açúcares e permite a síntese das gor- o limite de 200 mg.
duras a partir dos glicídios.
Sua carência origina distúrbios
neurológicos, cardiovasculares e gas- Vitamina B2
trintestinais. O bom funcionamento
do sistema imunológico também Grupo das vitaminas do comple-
está intimamente relacionado com xo B, hidrossolúveis, também deno-
as taxas séricas de tiamina. Está lar- minada riboflavina. É componente
gamente presente no córtex dos ce- essencial do flaminato mononucletí-
deo (FN) e do flaminato adenina di-
reais integrais, nas frutas, no lêvedo
nucletídeo (FADA), que são enzimas
e na gema de ovo; praticamente au-
produtoras de energia e atuantes nos
sente na carne animal. A sua carência
processo de oxirredução do organis-
contribui para o surgimento do beri- mo, assim como no metabolismo de
béri, polineurite, edemas, perturba- proteínas e lipídios. A vitamina B2 é
ções cardiovasculares e outras doen- essencial para o crescimento e a ma-
ças. Indica-se o seu uso como auxiliar nutenção da integridade de mucosas
no tratamento de perturbações neu- e dos tecidos. Sua carência provoca
rológicas, síndromes dolorosas, afec- redução da acuidade visual, além de
ções dermatológicas (pelagra, por opacidade e ulceração da córnea.
exemplo) e doenças do fígado. Pode ser encontrada principal-
O manganês e zinco facilitam a mente nos cereais integrais, na le-
sua utilização pelos tecidos. A vitami- vedura e nos músculos. As doses
na C intensifica sua ação no sistema diárias terapêuticas recomendadas
nervoso. estão entre 1 e 5 mg, que inclusive
As reservas de tiamina dos tecidos são suficientes para a regressão dos
esgotam-se muito facilmente devido a sintomas acima mencionados.
sua solubilidade na água, o que torna IDR: Adultos: 1,6 mg. Crianças:
necessário um suprimento continua- 1,2 mg.
do e equilibrado desta vitamina. São Os níveis máximos de segurança
sugeridas doses terapêuticas diárias determinados pela Secretaria de Vi-
para hipovitaminoses de 5 a 50 mg di- gilância Sanitária são os seguintes:
árias, dependendo de cada caso. Adultos:30 mg.
IDR: Adultos: 1,4 mg. Crianças: 1 mg. Lactentes: 5 mg/kg de peso cor-
Não há produção de efeitos tó- xicos poral até o limite de 20 mg. Pediátri-
quando administrada por via oral, co: 3 a 10 mg/dia.
pois os excessos são eliminados
rapidamente pela urina.
Os níveis máximos de segurança Vitamina B3
determinados pela Secretaria de Vi-
gilância Sanitária são os seguintes: Vitamina do grupo do complexo B
Adultos: 300 mg. e das hidrossolúveis, configurada por

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0
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dois componentes: o ácido nicotínico IDR: Adultos: 20 mg. Crianças:


(niacina) e a sua amida (niacinami- 13mg.
da). Esta vitamina atua no organismo Os níveis máximos de segurança
em diversas reações metabólicas; as são: Adultos: 1.500 a 2.000 mg.\dia
principais são aquelas envolvidas Lactentes: 20 mg/kg de peso cor-
com a produção de energia por fazer poral até o limite de 300 mg. Pediá-
parte de duas importantes coenzi- trico: 20 mg/kg de peso corporal até
mas: a I adenina dinucletídeo (NADA) o limite de 400 mg.
e o fosfato de nicotinamida adenina
I (NADP). Por atuar nos mesmos re-
ceptores dos benzodiazepínicos a vi- Vitamina B6
tamina B3 pode causar sedação. Em
certas psicoses, há a formação exa- Pertence ao grupo das vitaminas
gerada de dimetiltriptamida, por au- hidrossolúveis do complexo B, tam-
mento na síntese de radical metila. A bém denominada piridoxina.
vitamina B3 capta estas substâncias A vitamina B6 intervém em uma
formando metilnicotinamida, sendo série de reações metabólicas, como
eliminada na urina. por exemplo a descarbolização da
A carência desta vitamina pode tirosina, da arginina, do ácido glutâ-
produzir a pelagra e certos tipos de mico; da desanimação de serina e da
treonina; da dissulfuração da vitelina e
demência. A niacina e a nicotinamida
da homocisteína; da conversão do
podem ser encontradas nas levedu-
triptofano a ácido nicotínico. Atua no
ras (lêvedo de cerveja, por exem-
metabolismo de carboidratos e de-
plo), no fígado, nos legumes secos,
sempenha importante papel no me-
nos grãos dos cereais, sendo mais tabolismo do sistema nervoso central
concentradas nos cereais integrais, por descarboxilar o ácido glutâmico
como o arroz, o trigo, o centeio, o para a formação de ácido gama-ami-
trigo sarraceno, a aveia, o milho, o nobutírico (GABA). Ver Vitaminas.
malte e outros. Está presente nas leveduras (lê-
Em doses elevadas (farmacodi- vedo de cerveja), nos cereais (mais
nâmicas, ou em mega doses), a nico- abundantemente nos integrais) e no
tinamida inibe a formação da adre- fígado.
nalina em excesso e seus derivados As doses recomendadas estão
metabólicos. Tem indicação no tra- entre 10 a 300 mg.
tamento das demências e das neuro- IDR: Adultos: 2 mg. Crianças: 1,4
ses, principalmente provocadas por mcg.
situações de estresse. Os níveis máximos de segurança
O organismo pode produzir pe- determinados pela Secretaria de Vi-
quena quantidade de nicotinamida a gilância Sanitária são os seguintes:
partir do triptofano, entretanto insu- Adultos: 600 mg.
ficientes para as necessidades diárias Lactentes: 10 mg/kg de peso cor-
do homem adulto. As doses diárias poral até o limite de 100 mg. Pediá-
recomendadas são de 25 g a 300mg. trico: 10 mg/kg de peso corporal até
Ver Niacina. o limite de 200 mg.

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IDR: Adultos: 100 mcg. Crianças:


140 mcg.
Vitamina B12 Os níveis máximos de segurança
determinados pela Secretaria de Vi-
Vitaminas hidrossolúvel do com- gilância Sanitária são os seguintes:
plexo B, também denominada cia- Adultos: 1.000 mcg.
nocobalamina, devido à presença em Lactentes: 50 mcg/kg de peso
sua molécula de um grupo ciâ- nico corporal até o limite de 500 mcg. Pe-
ligado ao cobalto. Suas funções diátrico: 50 mcg/kg de peso corporal
biológicas estão relacionadas com a até o limite de 1.000 mcg.
síntese de ácidos nuclêicos, na trans- Inglês:
ferência de grupos metilas lábeis das
reações de transmetilação, na forma-
ção de mielina no sistema nervoso e Vitamina B13
participação no metabolismo de lipí- Ácido orótico
deos e carboidratos.
As fontes alimentares mais ricas Atua no metabolismo do ácido
são os extratos de fígado, mas pode fólico e a vitamina B12 e pode ser ob-
ser obtida do reino vegetal a partir da tida através de uma combinação de
alga clorela, da alga espirulina, de sais minerais. O ácido orótico previne
complexos processos de síntese or- a deterioração e agressão das células
gânica, e da fermentação alcalina da do fígado e atua reduzindo o enve-
soja e de seus derivados e em peque- lhecimento. Tem sido aplicado no
nas quantidades no vinho. tratamento dae esclerose múltipla.
É importante informar que a vi- Os resultados da deficiência da
tamina B12 é reservada no fígado por vitamina B13 não são clara- mente
vários anos. Dietas pobres em conhecidos e os sintomas são
vitamina B12 só podem afetar o or- indeterminados. As fontes na- turais
ganismo após vários meses ou anos. do ácido orótico são as raí- zes dos
Recentes pesquisas apontam que a vegetais e o soro do leite. Esta
principal fonte de vitamina B12 para vitamina ainda não foi suficien-
seres humanos e mamíferos em ge- temente pesquisada. Na forma de
ral, não são exatamente alimentos suplemento (destinar as prescrições
mas a síntese realizada por bactérias para farmácias de manipulação) deve
nos intestinos. ser aplicada com precaução.
A carência de vitamina B12 pro- As doses não são definidas, sen-
duz a anemia perniciosa ou macro- do próximas da vitamina B1.
cítica. As doses recomendadas para
adultos variam entre 10 a 1.000 mcg
diárias. Acima desta dose a cianoco- Vitamina B15
balamina torna-se progressivamente Ácido pangâmico ou
tóxica. São relatados casos de sensi- DMG (dimetilglicina)
bilidade cutânea ao uso da vitamina
B12. Doses superiores a 5 mg podem Há autores que não consideram o
provocar choque do tipo anafilático. ácido pangânico uma vitamina. Tra-

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ta-se de um composto hidrossolúvel os indícios de que possa ter qualquer


de ação supostamente antioxidante, efeito terapêutico em qualquer do-
que funcionaria basicamente como a ença são escassos.
vitamina E. É mais eficaz se tomada Há alguns anos a FDA nos Esta-
juntamente com as vitaminas A e E. dos Unidos colocou-se contra o uso
Esta vitamina está largamente do ácido pangâmico por considerá-lo
presente na maior parte dos alimen- perigoso e tentou bani-lo, mas vol-
tos vegetais, principalmente no lêve- tou atrás depois que alguns estudos
do de cerveja, arroz integral, grãos mostraram ser um composto inter-
integrais em geral, semente de abó- mediário presente naturalmente em
bora, semente de gergelim. Sua de- muitos alimentos.
ficiência, muito rara, pode produzir Há, atualmente, estudiosos que
perturbações glandulares e nervosas, apontam ingredientes ativos do áci-
distúrbios cardíacos pela redução da do pangâmico como capazes de de-
oxigenação dos tecidos. sencadear o câncer. Nos testes rea-
A literatura sobre este ácido é con- lizados com a dimetilglicina, alguns
troversa. Há informações apontando componentes demonstram proprie-
que o ácido pangânico amplia o tem- dades mutagênicas, com altas pro-
po de vida da célula, auxilia na síntese babilidades de serem também carci-
de proteínas, acelera a recuperação nogênicas. O Doutor Neville Colman,
do cansaço, baixa as taxas de coleste- do Laboratório de Hematologia e
rol no sangue, estimula as respostas Nutrição do Centro Médico dos Vete-
imunológicas, protege o organismo ranos de Nova Iorque, aponta que o
contra os poluentes, alivia os sinto- principal componente da formulação
mas de angina e asma, é hepatoprote- da DMG, sob condições que simulam
tor na cirrose. Mas outros estudiosos as observadas no trato digestivo hu-
não concordam com estas afirmações
mano, é capaz de reagir, formando
alegando que os estudos utilizados
um agente cancerígeno e mutagêni-
para chegar a estas conclusões foram
co em potencial a diisopropilamina-
metodologicamente falhos.
dicloracetato.
Há autores que afirmam ser este
Há indicações de que o ácido
ácido capaz de ação protetora do fíga-
pangâmico tenha efeito lipotrópico,
do e de reduzir o desejo por bebidas
ou seja, capaz de promover a melhor
alcoólicas, por isso, tem sido usado
utilização das gorduras, mas devido à
como coadjuvante no tratamento al-
escassez de estudos que tornem a sua
coolismo. Há indicação como redutor
utilização mais segura, é mais sensato
dos sintomas provocados pelo exces-
utilizar outras substâncias de efeito já
so de consumo de álcool, a conheci-
comprovado, como a colina, a coen-
da ressaca, mas não há comprovação
efetiva deste efeito. zima Q10, a carnitina e outros. Sem
nenhuma comprovação, o ácido pan-
A maior parte das pesquisas com
o ácido pangâmico não foram convin- gâmico foi recentemente apontado
centes a ponto de considerá-lo um como capaz de aumentar a energia e
produto útil ou necessário. Também o desempenho muscular em atletas.

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Alguns autores indicam este pro- 50, batizando-a sob o nome de Laetrile.
duto para desportistas e como sendo Não há comprovações científicas am-
próprio para os habitantes de cida- plas e aceitáveis sobre este composto,
des poluídas. Enquanto ainda não embora seja utilizado no tratamento
obtivermos dados seguros sobre esta do câncer por alguns estudiosos.
suposta vitamina, sugerimos que seu De um modo geral recomenda-se a
uso deva ser evitado, salvo se o pro- ingestão de quantidades maiores de
fissional leitor tiver experiência com alimentos que contenham a vitamina
o composto. A dose é indeterminada B17 como auxiliar no tratamento do
câncer. Existe a vitamina B 17 injetável
disponível. As doses são determinadas,
Vitamina B17 variando segundo cada fabricante.
Amigdalina ou Laetrile

Uma vitamina que foi muito co- Vitamina BX


mentada nos Estados Unidos há al- Ver Ácido
guns anos como útil no tratamento para-aminobenzóico
do câncer e outras enfermidades. É
composta de duas moléculas de
açúcar, uma de benzaldeído e outra Vitamina C
de ácido cianídrico. Supostamente
possui propriedades específicas de A vitamina C é uma das vitaminas
prevenção e controle do câncer, se- solúveis em água. A sua forma natu-
gundo alguns autores. O cianeto sozi- ral, ou primária, é o ácido L-ascórbico
nho é mortal se ingerido, mas por ele e na sua forma terciária é o ácido as-
estar ligado a um segundo elemento córbico, sintetizado em laboratório.
químico (benzaldehidro) ele passa No item Vitaminas, demonstra-se a
pelo trato intestinal sem causar da- superioridade biológica da vitamina C
nos ao organismo. primária, em relação à terciária. Esta
Algumas pesquisas tentam mos- vitamina é fundamental para a vida e
trar que a molécula da vitamina B 17, está envolvida em numerosos pro-
quando em contato com uma célula cessos fisiológicos complexos. Os bio-
cancerosa, é quebrada e o elemento flavonóides são considerados formas
tóxico cianeto liberado ataca direta- precursoras primárias da vitamina C.
mente a célula tumoral, destruindo-a. A vitamina C está intimamente
Essa quebra é promovida pela enzima ralacionada com biossíntese de co-
beta–glucosidase, que está presente lágeno, daí a sua importância global
em grande concentração na célula tu- na economia orgânica. Pesquisas de-
moral, sendo que uma célula maligna monstraram que a utilização de acido
possui 3000 vezes mais beta–glucosi- L-ascórbico, em doses terapêuticas,
dase que uma célula normal. produz aumento na atividade da en-
Essemecanismofoidescritonolivro
zima lisil-hidroxilase e na biossíntese
de autoria do jornalista Phillip Day apre-
total do colágeno. Do ponto de vista
senta estudos desenvolvidos por Dr.
imunológico promove o aumento da
Krebs, que isolou a vitamina já nos anos

113
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produção de línfócitos e da mobilida- câncer desde os seus 50 anos; mas


de dos fagócitos estimulando o siste- permaneceu assintomático até a sua
ma de defesa. morte. A toxidade da vitamina C
A vitamina C é uma das principais (ácido ascórbico) em dose elevada é
vitaminas da fisiologia humana, sen- bastante controvertida. Acredita-se
do considerada de primeira ordem que é capaz de provocar a precipita-
para evitar processos perioxidativos ção de uratos, oxalatos e cálculos no
da meteorização de gorduras e for- trato urinário.
mação de radicais livres. Na preven- Importantes fontes alimentares
ção das doenças cardiovasculares a de ácido ascórbico incluem os ve-
vitamina C atua como antioxidante getais folhosos, ervilhas, pimenta,
na cadeia do ácido aracdônico re- alguns tuberosos (batatas, nabos),
duzindo os níveis plasmáticos de tomates, frutas cítricas e outras (la-
triglicérides e colesterol. Portanto, a ranjas, limões, limas, grape-fruit),
vitamina C, contando com a sua for- morangos, bananas, etc. Atualmen-
ma de ácido ascórbico, L-ascórbico te descobriu-se ser a fruta brasileira
ou bioflavonoide, é um dos mais po- acerola uma das mais ricas fontes de
derosos antioxidantes, utilizado pela vitamina C do planeta.
medicina ortomolecular na “varredu- Devido à sua solubilidade na
ra” dos radicais livres. água e à sua susceptibilidade à de-
Vários estudos correlacionam a gradação (irreversível por oxidação),
utilização de vitamina C com a redu- quando passa então a compostos
ção da incidência de câncer do estô- inativos, é possível perderem-se
mago, da pele, pulmonar e renal. Seu quantidades consideráveis de ácido
mecanismo de ação contra o câncer L-ascórbico nos seguintes casos: a)
ainda não foi claramente descrito. durante o cozimento; b) durante os
Acredita-se que a vitamina C possa processos de industrialização e ar-
modificar o metabolismo de hidro- mazenamento em baixa temperatura
carbonetos policíclicos. Ao reagir antes do processamento; c) rápido
com radicais livres (geotrópicos) re- pré-aquecimento; d) enlatamento;
duziria sua atividade mutagênica. e) secagem; f) congelamento. No lei-
Linnus Pauling. Prêmio Nobel de te, a vitamina C é também habitual-
Medicina, foi um dos mais famo- sos mente destruída pela pasteurização.
estudiosos da vitamina C, tendo Portanto somente se pode obter em
difundido a idéia da utilização de quantidades seguras de vitamina C a
doses elevadas (farmacodinâmicas) partir de alimentos crus ou por meio
de ácido ascórbico como preventivo de suplementação extra.
das doenças degenerativas e como O ácido ascórbico é o componen-
bloqueador do processo do enve- te principal e mais ativo da vitamina
lhecimento. O Dr. Pauling chegou a C, e quimicamente é uma enediol-
ingerir pessoalmente doses diárias lactona de um ácido, com configu-
superiores a 15 g. de ácido ascórbi- ração semelhante à de um açúcar, a
co. Segundo informações, o cientista, L-glicose. Assemelha-se a um sal
que morreu nonagenário, sofria de branco, sendo considerado a vitami-

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na C em sua forma sintética, já que a conjuntivo, do tecido osteóide, da


vitamina C existente na natureza, na dentina e do “cimento” intercelular
sua forma primária, é o ácido L- dos capilares.
ascórbico. Trata-se de um ácido re- Essa necessidade torna-se particu-
lativamente forte, inclusive mais do larmente crítica no caso de reparação
que o ácido acético. de tecidos atingidos, como ocorre por
O ácido ascórbico está ampla- exemplo, na cicatrização de ferimen-
mente distribuído nos reinos animal tos. Muitas das importantes manifesta-
e vegetal. O ácido ascórbico está pre- ções clínicas de deficiência vitamina C,
sente em todas as células vegetais dependem diretamente do desenvolvi-
vivas, sendo que as maiores quanti- mento anormal destes tecidos.
dades se encontram em folhas e flo- A deficiência aguda de vitamina C
res, ou seja, naquelas porções com denomina-se escorbuto e aplica-se
grande atividade de crescimento. Os aos aspectos característicos resultan-
tecidos animais contêm quantidades tes da incapacidade de determinadas
bastante reduzidas, as concentrações células especializadas como os fibro-
mais elevadas verificando-se geral- blasto, os osteoblastos e os odonto-
mente em órgãos de alta atividade blastos de promoverem o depósito
metabólica (glândulas endócrinas, normal do colágeno, do tecido oste-
fígado). Podem-se encontrar quanti- óide e da dentina, respectivamente.
dades consideráveis no leite huma- Este quadro é revertido com a admi-
no (75 mg/litro) e menos no leite de nistração oral de vitamina C ou ácido
vaca (22 mg/litro). ascórbico.
Apenas o homem, outros prima- A ingestão diária de cerca de 100
tas e as cobaias são, dentre as muitas mg é suficiente para manter a con-
espécies investigadas, incapazes de centração plasmática de ácido ascór-
sintetizar o ácido ascórbico; todas as bico em torno de 1 mg/100 ml, no
necessidades do homem, com relação adulto normal. O que se recomenda
à vitamina C, devem, por conseguinte, oficialmente como sendo a ingestão
devem ser supridas pela dieta. mínima diária corresponde a: crian-
O plasma sanguíneo humano ças 30 mg (com menos de 1 ano de
normal contém cerca de 0,6 a 1,5 mg idade) até 80 mg (adolescência);
de ácido ascórbico por 100 ml. Em adultos, 75 mg; grávidas, 100 mg;
condições dietéticas adequadas, a durante a lactação, 150 mg. As ne-
concentração nas células vermelhas cessidades aumentam em presença
do sangue é de uma a duas vezes e de infecções.
meia a do plasma. Ao passo que nos A administração de grandes
leucócitos e nas plaquetas (“camada quantidades do ácido ascórbica, ao
branca”) é de 20 a 40 vezes. que se saiba, não produz efeitos de-
O ácido ascórbico é necessário à letérios no homem.
atividade funcional de fibroblastos e Doses: As doses utilizadas em su-
de osteoblastos e conseqüentemen- plementação nutricional para o ácido
te à formação de fibras colágenas e ascórbico para adultos, estão com-
de mucopolissacarídeos do tecido preendidas entre 0,5 a 5 g, sendo

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que alguns autores sugerem doses fixaria na cromatina ou na membra-


ainda mais elevadas. na celular, provocando a liberação de
Toxidade: A toxidade do ácido as- um gen específico, com liberação do
córbico em dose elevadas é bastan- RN mensageiro, que codificaria a
te controvertida. Acredita-se que é biossíntese de proteínas transporta-
capaz de provocar a precipitação de doras de cálcio. Devido a sua ação
uratos, oxalatos e cálculos no trato nos mecanismos de absorção de cál-
urinário. cio e fósforo, a vitamina D tem sido
As doses utilizadas em suplemen- utilizada na mineralização das matri-
tação nutricional para o ácido ascór- zes dos ossos (osteosporose e cresci-
bico estão compreendidas entre 0,5 mento) e em cardiopatias.
a 5 g, sendo que alguns autores suge- A vitamina D é a mais tóxica das
rem doses ainda mais elevadas. vitaminas, quando ingerida em quan-
IDR: Adultos: 60 mg . Crianças: 45 tidade excessiva. Dose diária de 10
mil a 20 mil UI em crianças e 60 mil
mg.
UI em adultos pode provocar sinto-
Os níveis máximos de segurança
mas tóxicos tais como vômitos, dores
determinados pela Secretaria de Vi-
abdominais, polidipsia, poliúra, diar-
gilância Sanitária são os seguintes:
réias e eventualmente desidratação.
Adultos: 1.000 mg. Não existe um consenso científi-
Lactentes: 25 mg/kg de peso cor- co sobre as quantidades mínimas di-
poral até o limite de 300 mg. Pediá- árias de vitamina D necessárias para
trico: 25 mg/kg de peso corporal até que o organismo humano mantenha
o limite de 1.000 mg. a homeostase normal de cálcio e fós-
foro inorgânico e uma mineralização
normal dos ossos. Geralmente doses
Vitamina D diárias na faixa de 400 UI a 600 UI são
consideradas idéias para o adul- to.
Denominação comum de três No tratamento da osteosporose
principais esteróides: o calciferol recomendam-se doses que variam de
(vitamina D1), o ergocalciferol (vita- 500 a 1000 UI/dia de vitamina D2, ou
mina D2) e o colecalciferol (vitamina 5 mg\dia de vitamina D3.
D3). Eles são originados a partir de IDR: Adultos: 5 mg ou 200 UI.
precursores (protovitamina D) pre- Crianças: 10 mg ou 400 UI.
sentes na pele, que ao serem expos- Os níveis máximos de segurança
tos à irradiação ultravioleta do sol determinados pela Secretaria de Vi-
transformam-se em vitamina D. gilância Sanitária são os seguintes:
As fontes alimentares da vitami- Adultos: 800 UI para a vitamina
na D são o óleo de fígado de baca- D2 e de 5 mg para a vitamina D3.
lhau e de peixes de águas frias (atum,
hipoglosso, arenque, etc.), o ovo e
outros. Vitamina E
Existem várias hipóteses des-
crevendo o mecanismo de ação da Ou α-tocoferol. A vitamina E e
vitamina D. Acredita-se que esta se vários álcoois de estrutura química

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vizinha constituem outro importante Os níveis máximos de segurança


grupo de antioxidantes. Anteriormen- determinados pela Secretaria de Vi-
te associava-se o seu uso somente a gilância Sanitária são os seguintes:
processos reprodutivos, tais como a Adultos: 1.200 UI.
indução à espermatogênese e a ferti- Lactentes: 20 UI/kg de peso corpo-
lidade em fêmeas. Atualmente estu- ral até o limite de 200 UI, ou 30 mg\dia.
dos revelam sua potente ação como Pediátrico: 20 UI/kg de peso corporal
anti-oxidante, em imunodeficiências, até o limite de 400 UI, ou 60 mg\dia.
nos processos de envelhecimento,
em cardiopatias e como coadjuvante
no tratamento do câncer. Vitamina F
A vitamina E age protegendo as Ver Ácidos graxos essenciais
membranas biológicas dos efeitos oxi-
dantes negativos dos radicais livres. Ela
introduz-se nos lipídeos da camada Vitamina H
mais externa, reforçando o tecido con- Biotina Ver Biotina
juntivo e favorecendo sua vasculariza-
ção. Ao reagir com os radicais peróxi-
dos, transforma-os em um radical mais
Vitamina K
estável e menos reativo, que pode ser
Assim como a vitamina A e a vi-
reduzido a um álcool de ácido graxo
tamina C, ou o complexo B, vitamina
pela glutationa-peroxidase. Durante
K não é apenas uma vitamina, mas
esta reação, a vitamina E toma a forma
um termo genérico que designa um
de um radical tocorefol que pode ser grupo, sendo que as suas formas na-
reconvertido pela ação da vitamina C turais mais importantes são: K1, filo-
nas membranas celulares. quinona ou fitonadiona e vitamina
A vitamina E está presente em K2, que corresponde a uma família
abundância no germes dos cereais de substâncias chamadas menaqui-
integrais (principalmente no óleo de nonas; há também uma forma sinté-
germe de trigo), no óleo de amen- tica, e a vitamina K3 ou menadiona.
doim, no azeite de oliva. A letra que designa esta vitamina
As doses diárias terapêuticas, ou origina-se da palavra alemã koagula-
nas hipovitaminoses estão entre 400 tion. Embora pouco comentada como
a 800 UI, mas podem ser superiores suplemento, e uma vitamina bastan-
quando destinada a uma ação neu- te importante para o organismo.
tralizadora de radicais livres. A vitamina K tem várias funções
IDR.: Adultos: 10 mg (15 UI). biológicas conhecidas e muitas ainda
Crianças: 7 mg (10 UI), como dose de desconhecidas. A mais importante é
reposição fisiológica. a síntese de vários fatores envolvidos
A Vitamina E usualmente é bem na coagulação do sangue, reconhe-
tolerada. Altas doses podem provo- cida pelo papel que desempenha na
car diarréia, dor abdominal e outros prevenção de sangramentos.
distúrbios gastrintestinais. Também desempenha um papel sig-

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nificativo na mineralização óssea e, diona, inibe uma série de tumores


portanto, na manutenção da cicatri- humanos in vitro. Dentre eles estão
zação normal de ossos e fraturas; por os tumores de mama, ovário, cólon,
esta razão, estudos em andamento estômago, rim e pulmão. A ativida-
sugerem que a vitamina K possa ser de da vitamina é comparável a de
benéfica na prevenção e tratamento alguns agentes quimioterapêuticos
da osteoporose pós-menopausa. altamente tóxicos. Atualmente, al-
Um estudo no Japão relatou que, guns testes em seres humanos estão
em três mulheres em fase pós-meno- sendo realizados usando a vitamina K
pausa com osteoporose, a perda de isolada ou em combinação com
cálcio foi reduzida em 18 a 50% pelo outros agentes no tratamento de
tratamento diário com vitamina K. Em cânceres humanos.
um estudo mais recente realizado em A vitamina K está amplamente
Londres, foi relatado que dezesseis presente nos alimentos e a defici-
pacientes idosos com osteoporose e ência é rara. Vegetais e laticínios são
fraturas apresentaram níveis sangüí- excelentes fontes. Na verdade, os
neos significativamente reduzidos de alimentos que contêm lactobacilos,
vitamina K comparados aos grupos de como o iogurte e a coalhada, são
indivíduos com níveis normais. especialmente recomendados, uma
Devido à sua ampla presença nos vez que estes microrganismos são
alimentos, a deficiência de vitamina capazes de produzir a vitamina.
K é incomum, incluindo-se que ela é Nos suplementos nutricionais, a
também sintetizada de nos intestinos vitamina K está disponível mais co-
por bactérias da flora normal. Dentre mumente na sua forma K1, ou filo-
os grupos de risco estão as pessoas quinona.
que têm problemas de má absorção, Vitamina K2
que precisam de nutrição por via in- A vitamina K2 produzida no intestino do
travenosa, pacientes submetidos à corpo humano tem absorção baixa, o
terapia prolongada com antibióticos
que exige suplementação quando
orais, que seguem dietas de baixas necessário, em situações específicas.
calorias e consumidores de certas Sendo mais biodisponível (melhor
drogas como a colestiramina (reduz
absorção) e mais bioativa (tempo de
os níveis de colesterol), óleos mine- meia vida) a K2 tem atividade na
rais, anticonvulsivos (fenobarbital) e
coagulação sanguínea, mas em estudos
alguns antibióticos (cefalosporinas, recentes ela também tem sido associada
por exemplo). Os sintomas de defici- ao tratamento da osteoporose, pois ela
ência de vitamina K são a fragilidade
utiliza o cálcio para a construção óssea.
capilar, caracterizada pelas equimo-
Também a vitamina K2 se associa melhor
ses fáceis e manchas roxas na pele. com a vitamina D e assim melhor
Há muita esperança recente aproveitamento do cálcio para a
quanto à possibilidade do seu pos- absorção nos ossos, evitando que ele se
sível papel no tratamento e preven- deposite em locais não apropriados
ção do câncer. Descobriu-se que a como artérias, articulações e alguns
vitamina K, especialmente a mena- órgãos, prevenindo doenças
cardiovasculares.
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A vitamina K1 ou K2 não devem ser


consumida/associada com
anticoagulantes, a não ser sob critério
médico.

O IDR de vitamina K para


homens é de 80 microgramas, para
mulheres de 65 microgramas
diários e crianças de 30 mcg. Altas
doses, superiores a 500
microgramas diários, podem causar
reações do tipo alérgicas, por
exemplo, erupções de pele, coceira
e rubor. Foram relatados problemas
hepáticos, embora incomuns, com
o uso de altas doses desta vitamina.
Os níveis máximos de
segurança determinados pela
Secretaria de Vigilância Sanitária
são os seguintes:
Adultos: 25 mg.
Lactentes: 1 mg/kg de peso cor-
poral até o limite de 10 mg.
Pediátrico: 1 mg/kg de peso
cor- poral até o limite de 25 mg.

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Adultos: 20 mg/dia
Dose pediátrica: 0,1 a 1mg\dia.
Vitamina M O modo mais técnico de uso do
ácido fólico é o Metilfolato (5-
MTHF) , a forma ativa do ácido,
por via intramuscular.

Por essa via, o 5-MTHF atua com


mais intensidade em muitos
processos do organismo, incluindo
a redução de homocisteína,
desintoxicação de muitas toxinas,
produção de diversos
neurotransmissores, está ligado
diretamente com a função
cognitiva, manutenção do humor e
como coadjuvante no tratamento
do câncer.

Em conjunto com a vitamina B12,


como doador do grupo metila,
participa da conversão do
aminoácido homocisteína à
metionina, sendo vital, portanto
para muitos processos, incluindo a
síntese da serotonina, melatonina
e DNA.
Muito indicado para o tratamento
da depressão.

Ácido Fólico
Ver: Ácido fólico
Ácido pantotênico
Vitamina P ção da várias enzimas catalizadoras
Bioflavonóides metabólicas de transferência de uni-
Ver: Bioflavonóides
dades, utilizadas em reações de meti-
lação. Sua atividade mais importante
Ácido ascórbico
refere-se à síntese de nucleoproteí-
nas. Baixos níveis de ácido fólico no
organismo ocasionam má formação
Àcido fólico das células vermelhas, acarretando
anemias, principalmente megalo-
O ácido fólico entra na constitui- blásticas. Em certas ocasiões, a de-
120
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ficiência de ácido fólico encontra-se cognitivos;


associada à leucemia, aos distúrbios - Desintoxicante;
mieloproliferativo, a certas doenças - Ocorrência de deficiência do tubo
crônicas da pele e outras doenças neural do feto;
debilitantes crônicas. - Promove redução dos níveis
A reposição de ácido fólico é plasmáticos de homocisteína.
indicada em casos de anemia
hemolítica, hemodiálise crônica, As doses de reposição nas carências,
gestantes e lactentes (de baixo peso geralmente sugeridas es- tão
ao nascer ou com mães com compreendidas entre 2,5 e 5 mg, para
deficiência de ácido fólico); Síndrome um IDR de 20 mg para adultos e de 10
de má-absorção associada com mg para crianças. O ácido fólico não
doenças do trato hepatobiliar ou do possui efeitos tóxicos conhe- cidos,
intestino delgado; Preventivo de mas doses maiores do que o IDR não
falhas do fechamento do tubo são recomendadas.
neural; Podem ser indicados também Os níveis máximos de segurança
como antidepressivos, determinados pela Secretaria de
antiproliferativa, antiteratogenico e Vigilância Sanitária são os seguintes:
anti-inflamatórios (gengival);
Prevenção de defeitos do tubo
neural na gravidez.

É encontrado mais abundante


mente nos legumes, verduras e fíga-
do fresco.
Sinais e sintomas da deficiência de
folato incluem: anemia, fadiga,
irritabilidade, neuropatia periférica,
hiper-reflexividade, pernas
inquietas, diarreia, perda de peso,
insônia, depressão, demência,
distúrbio cognitivo e transtornos
psiquiátricos

Benefícios:
- Antidepressivo;
- Adjuvante em tratamentos de
doença cardiovascular
- Tratamento de distúrbios 121
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Um dos componentes do com- renais, de glicogênio hepático e de


plexo vitamínico B. O ácido panto- glicose no sangue. Parece haver
tênico esta presente em todos os
tecidos vivos, talvez em sua maior
parte em forma combinada. A fonte
mais rica em ácido pantotênico que
se conhece, é a geléia real, onde é
considerado responsável pelo de-
senvolvimento das abelhas rainhas,
a partir das larvas. O lêvedo, fígado,
rim, ovo, farelo de trigo e de arroz,
amendoim e ervilhas possuem tam-
bém quantidades relativamente
grandes. O leite de vaca, a carne
de vaca , de porco, de carneiro e
de galinha, alguns peixes, o trigo, o
centeio, a aveia e as batatas doces,
possuem- no em quantidades
mode- radas. Já a maior parte das
verduras e das frutas constituem
fortes mais ou menos pobres da
vitamina.
A concentração do ácido
pantotênico no sangue total é de 15
a 45 (média 30) g/100 ml.
Componente da coenzima A, está
relacionado com um certo número
de reações meta- bólicas de
importância fundamental, O ácido
pantotênico parece parti- cipar da
atividade adrenocortical, sendo
essencial na produção de hor-
mônios, a partir dos acetados ativos
( acetil-coA) e do colesterol.
Os animais com carência de
ácido pantotênico apresentam ní-
veis baixos de colesterol nas supra-
122
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uma menor resposta funcional das


supra renais ao estresse no homem,
embora ainda não sejam totalmen- Ácido
te conhecidas as manifestações de para-aminobenzóico
carência do ácido pantotênico . É (PABA)
possível que, pelo menos em parte, Vitamina BX
isso se deva à sua larga difusão nos
alimentos e também por ser sinte- A forma cristalina “para” do áci-
tizado, ainda que em grau limitado, do aminobenzóico, como parte do
pelas bactérias intestinais. Uma das complexo vitamínico B. Trata-se de
fontes do ácido pantotênico é o pan- um importante precursor da síntese
totenato de cálcio. do ácido fólico. Não é um nutrien- te
Alguns sintomas atribuídos à ca- de importância como as demais
rência de outros elementos do com- vitaminas do complexo B e não há
plexo vitamínico B, podem ser devi- evidências de que seja um compo-
dos à falta deste fator. nente essencial na dieta humana.
As exigências do homem com
Está presente em alimentos como
relação ao acido pantotênico não são
fígado, lêvedo de cerveja, grãos inte-
conhecidas. Recomenda-se a in-
grais, soro de leite, germe e trigo e
gestão diária de 5 a 12 mg para 2500
melado. É utilizado em formulações
cal., ou em média, em termos de IDR,
tópicas contra eczemas e em pe-
de 6 mg para adultos e de 5 mg para
crianças. Esta quantidade deve ser quenas quantidades, apenas como
aumentada em presença de estresse complemento fixador de vitaminas e
forte ( ex: doenças agudas, queima- enzimas. Tem a propriedade de filtrar
duras, ferimento grave etc.), em par- os raios solares, além de auxiliar na
ticular quando em uso de antibióti- assimilação e, portanto na eficácia do
cos, devido á possível ocorrência de ácido pantotênico, por isso é lar-
exaustão adrenocortical nos estados gamente empregado também para
de carência de ácido pantotênico. É absorção dos raios ultravioleta em
necessário lembrar que o consumo cosméticos. Se usado na forma de
excessivo de açúcar refinado exige pomada, ajuda a evitar queimaduras
elementos do complexo B (fator des- solares ou a reduzir a dor de queima-
vitaminizante da sacarose concen- duras. Atribui-se a ele, usado topica-
trada no sangue), incluindo o ácido mente em pomadas, a capacidade de
pantotênico. manter a pele saudável e macia,
Os níveis máximos diários de retardar as rugas e restaurar a cor na-
segurança determinados pela Secre- tural do seu cabelo.
taria de Vigilância Sanitária são os As doses orais recomendadas es-
seguintes: tão em torno de 25 a 300 mg./dia
Adultos: 1000 mg.
Lactentes: 50 mg/kg de peso cor-
poral até o limite de 500 mg. Pediá- Beta-caroteno
trico: 50 mcg/kg de peso corporal até Ver Vitamina A
o limite de 1000 mg.

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Biotina Colina
Um tipo de vitamina cristali- na, Este é tido como um importan- te
parte do complexo B (C10 H 16 composto orgânico, pertencente ao
N2O3)S), essencial para a ativação de grupo das vitaminas. Ela não é
muitos sistemas enzimáticos. Atua encontrada em grandes quantida-
no metabolismo das gorduras e pro- des nos alimentos vegetais, mas em
teínas, além de ser sinérgica com as maior abundância na gema do ovo e
vitaminas B2, B6, a niacina. É encon- no fígado; no entanto, os animais
trada em boa quantidade em alimen- herbívoros e os vegetarianos podem
tos como fígado, nozes, castanhas, sintetizar a colina a partir de substân-
amêndoas, arroz integral, gema de cias simples presentes nas frutas co-
ovo, leite e leveduras. Também é muns, oleaginosas, cereais integrais
sintetizada por bactérias da flora in- e verduras. É um dos precursores da
testinal. A sua absorção, contudo, é acetilcolina e como tal, desempenha
reduzida em presença da substância importante papel na transmissão ner-
denominada avitina, presente na vosa. Está envolvida no metabolismo
clara do ovo (fixadora da biotina), o dos lipídios por ser parte integrante
que pode acarretar deficiências des- dos fosfolipídios. É importante no
ta vitamina. Deve-se evitar, portanto metabolismo porque a sua carência
o consumo excessivo da clara do ovo produz degeneração gordurosa do
isolada. As necessidades de biotina fígado, seguida de cirrose, necrose
são pequenas, mas a sua deficiên- hemorrágica do córtex renal, atraso
cia, conquanto rara, produz eczema do crescimento, involução do timo, e
de rosto e corpo, exaustão extrema, redução da secreção láctea.
palidez, atrofia das papilas da língua, Em doses concentradas, a colina
dores musculares e alterações no é utilizada como um dos emulsifi-
metabolismo das gorduras. A bioti- cadores das gorduras e protetores
na contribui para evitar que o cabelo hepáticos, aplicada no tratamento da
fique grisalho, ajuda no tratamento cirrose do fígado e em outras do-
preventivo contra a calvície, alivia as enças hepáticas, assim como na tu-
dores musculares, alivia o eczema e a berculose e nas atonias intestinais.
dermatite. Atualmente é utilizada também no
IDR – Adultos: 150 mcg e crian- tratamento da demência e de do-
ças: 30 mcg. enças neurológicas, mais especifica-
Os níveis máximos de segurança mente nas desordens extrapirami-
determinados pela Secretaria de Vi- dais. Muito utilizada em formulações
gilância Sanitária são os seguintes: ortomoleculares e suplementares
Adultos: 2,5 mg. como preventivo das doenças do fí-
Lactentes: 0,125 mg/kg de peso gado e do metabolismo.
corporal até o limite de 1, 25 mg. As necessidades humanas giram
Pediátrico: 0,125 mg/kg de peso em torno de 25 a 300 mg/dia. Suge-
corporal até o limite de 2,5 mg. re-se a dose diária de 200 mg/ dia

121
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para adultos e 70 mg/dia para crian- altas como vasodilatador nos casos de
ças. Não são citados efeitos tóxicos, espasmos de artérias cerebrais,
mesmo em grandes doses. retinianas e auditivas. Tem importân-
cia também por ser a precursora da
niacinamida. Ver Vitamina B3 e Nia-
cinamida.
Inositol IDR.: Adultos: 18 mg, Crianças: 13
mg.
Um composto orgânico do gru-
po das vitaminas do complexo B. O
inositol é um haxálcool derivado do
cicloexano, sendo um isôme- ro da Niacinamida
glicose. Está ligado também ao
metabolismo das gorduras, no Ou nicotinamina. Juntamente
transporte de cátions através da com a niacina, forma a vitamina B3. A
membrana celular e no metabolis- niacinamida é também chamada de
mo das mitocôndrias. É encontrado vitamina PP. Utilizada no tratamento
nos músculos, vísceras e em diver- das demências, neuroses e perturba-
sas plantas. Pesquisas recentes no ções psíquicas, principalmente deri-
campo da bioquímica têm apontado vadas do estresse. Em grandes doses
o inositol como um agente capaz de (farmacodinâmicas), tem a proprie-
reduzir a congestão do fígado e pro- dade de inibir a formação da adrena-
teger os hepatócitos. Participa de lina (inibe a metilação da noradrena-
inúmeras fórmulas suplementares e lina) e, conseqüentemente, dos seus
ortomoleculares. Não são citados derivados tóxicos, o adrenocromo e a
efeitos tóxicos de doses elevadas. adrenolutina, capazes de perturbar o
As doses recomendadas estão equilíbrio neuro-endócrino. Ver Vita-
entre 25 e 300 mg./dia. mina B3 e Niacina.

Minerais
Laetrile Minerais são elementos inorgâni-
Ver Vitamina B17 cos com estrutura cristalina e compo-
sição química características. São clas-
sificados em macro ou micro minerais.
Macrominerais são elementos de que
Niacina o corpo necessita numa concentra-
ção superior a 100 miligramas por dia
Ou ácido nicotínico. É um dos e microminerais, ou oligoelemen- tos,
componentes da vitamina B3, que é são minerais que o corpo requer
composta também pela niacinami- numa concentração diária inferior a
da, uma amida do ácido nicotínico. O 100 mg/dia. Entre os macro-minerais
ácido nicotínico é considerado a pro- temos o cálcio, o magnésio, o fósforo,
tovitamina B3. É utilizado em doses o ferro, o iodo, o manganês. Entre os

122
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micro-minerais, estão o cobre, o zin- O mineral sob a forma quelada


co, o selênio, o boro, o cromo, o moli- com aminoácidos não sofre ioniza-
bidênio, o tungstênio outros. ção no processo digestivo, sendo
O corpo humano necessita obter prontamente absorvido, atingindo
os minerais dos alimentos. Atual- mais facilmente os mecanismos que
mente, devido à utilização de adubos permitam sua distribuição e utiliza-
químicos e de agrotóxicos, da indus- ção. Ao serem metabolizados geram
trialização e conservação artificial produtos 100% nutricionais, não
dos alimentos, a quantidade de mi- liberando radicais indesejáveis tais
nerais nos alimentos é menor, o que como sulfatos, cloretos, carbonatos
exige a sua suplementação. Também ou gluconatos. A toxidade dos mine-
a presença de compostos “seqüestra- rais -aminoácidos quelados é subs-
dores” de minerais na dieta, como os tancialmente menor que os minerais
fitatos e o açúcar branco, por exem- comuns, não quelados. A terapêutica
plo, e devido à perda mineral através ortomolecular (biomolecular) se ba-
do estresse moderno, é cada vez seia no suprimento de micronutrien-
mais importante buscar os minerais tes essenciais ao funcionamento do
primários através dos suplementos. organismo, em concentrações que
Os minerais estão disponíveis garantam a absorção adequada das
através de quatro formas básicas, vitaminas e minerais, prevenindo a
uma, natural, através dos alimentos formação de radicais livres.
que os contenha especificamente e
três através de suplementação: a for- Minerais iônicos
ma molecular (ex.: sulfato de zinco),
a forma quelada e a forma iônica. Um íon é um átomo ou grupo de
átomos carregados positiva ou ne-
Minerais quelados
gativamente, segundo o ganho ou a
perda de elétrons. Esta carga é o fator
Quelação é uma técnica para
determinante da atração e repulsão
fornecer minerais em sua forma
entre os íons, que se transformam
elementar ao organismo, de modo a
assim em eletrólitos ativos.(Clayman,
melhorar a sua absorção, distribui-
605), (Dox, Melloni, Eisner, 227).
ção e aproveitamento. Através da
Um mineral iônico contém um ou
quelação (do grego chel = garra) os
mais íons. Alguns dos minerais mais
íons chegam às células na sua forma
não combinada. Isto é feito também essenciais são microminerais que de-
com o objetivo de reduzir as perdas pendem da sua carga iônica para se-
decorrentes da alta eliminação e bai- rem bem absorvidos, ou tornarem-se
xa absorção de alguns minerais. fisiologicamente ativos.
Diversos compostos químicos Os íons têm um papel importante
podem ser usados para “quelar” um no corpo. Cálcio, potássio, sódio, clo-
mineral, mas a forma mais adequa- reto, e íons de cobre, são alguns íons
da é através dos aminoácidos, pois que participam das atividades elétri-
liberam mais facilmente os minerais cos do corpo. O potássio é o íon posi-
agregados à sua estrutura ao serem tivo principal intracelular. O sódio é o
prontamente assimilados. íon positivo principal no fluido extra-

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celular. O cloro é o íon negativo mais Muitos minerais dependem de


abundante nos fluidos orgânicos. No um suficiente grau de acidez do estô-
corpo, os fluidos de dentro e de fora mago e de enzimas para serem bem
das células são soluções eletrolíticas “desmontados” ionicamente.
que contêm quantidades iguais de A forma dos diferentes minerais é
íons positivos (cátions) e negativos de suma importância, uma vez que
(anions), fazendo com que o corpo disso depende o seu transporte ideal
seja um todo eletricamente neutro. A pelo sistema circulatório e a sua di-
membrana celular separa estas nâmica no microambiente intracelu-
soluções iônicas. Desequilíbrios de lar12. Qualquer que seja o potencial
quaisquer destes íons ou inibição do
nutricional de um alimento ou de um
transporte de sódio através da mem-
suplemento, a sua contribuição é irre-
brana podem produzir deficiência na
levante se os nutrientes básicos nele
condução de mensagens elétricas.
Esta deficiência conduz depressa a contidos não forem bem absorvidos.
uma perturbação de corpo geral e a Todo e qualquer mineral que não seja
perda de habilidade de manter es- completamente transformado na for-
táveis as condições metabólicas e a ma iônica será mal assimilado
homeostase. Os minerais presentes nos alimen-
A cada segundo os íons geram tos geralmente estão ligados a proteí-
bilhões de impulsos elétricos no co- nas ou a moléculas complexas. Com o
ração, nos músculos, no cérebro e processo da digestão, esses minerais
mantêm a função osmótica de todo o surgem no trato digestivo como íons
corpo. Muitos processos vitais carregados, como por exemplo Fe**,
dependem do movimento de íons Zn**, PO4, SeO3, etc., o que favorece
através da membrana celular. Uma a sua assimilação intestinal13.
recente pesquisa indica que os íons Minerais que são absorvidos na
minerais representam um papel sig- forma iônica estão em solução líqui-
nificante contra uma grande varie- da verdadeira e apresentam carga
dade de doenças degenerativas10. positiva ou negativa. Eles também
Eles também atuam na redução dos têm propriedades únicas e distintas
danos produzidos por contaminantes
entre si, o que lhes faculta a parti-
ambientais, protegendo o organismo
cipação na comunicação bioquímica
contra os efeitos dos radicais livres e
do organismo. Estas comunicações
dos metais pesados11. Mas a boa
ajudam os nutrientes a se moverem
atividade dos minerais depende da
forma como eles entram no organis- em direção às áreas do corpo onde
mo, por meio dos alimentos ou dos eles são mais necessários.
suplementos. Desequilíbrios quantitativos e
qualitativos (cargas) de qualquer íon

10. American Medical Association. The Ameri-


can Medical Association’s Encyclopedia of 12. Schauss, Alex. Minerals and Human Health:
Medicine. Ed. Charles B. Clayman. Random The Rationale for Optimal and Balanced Trace
House:1989, p. 605. Element Levels2. Life Science Press: 1995,
11. Schauss, Alex. Minerals and Human Health: pp.1,3.
The Rationale for Optimal and Balanced Trace 13. Rosenberg, I.H., Solomans, N.W. Absortion
Element Levels1. Life Science Press: 1995, and Malabsorption of Nutrients Minerals. Alan
pp.1,3. R. Liss: 1984, pg. 2.
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produzem deficiência elétrica orgâni-


ca, que gera uma perturbação geral
com a perda de habilidade do orga- Boro
nismo de manter a estabilidade bio-
química e funcional14. Um dos oligoelementos cuja im-
Os minerais e micro-minerais de portância para o organismo até só foi
uma solução iônica apresentam-se considerada recentemente. Estudos
em estado de associações equilibra- mais recentes apontam o boro como
das, onde os íons de cargas diferen- importante na prevenção da oste-
tes se emparelham, o que evita que oporose pós menopáusica. Estudos
fiquem reativos. Por exemplo, o clo- apontam para a capacidade do boro
ro (cloreto) pode se associar a mui- em aumentar a produção estrogêni-
tos outros minerais e, desse modo, é ca (incluindo a testosterona). Esse
prontamente absorvido,tornando-se efeito deve-se ao fato do boro for-
um dos minerais mais abundantes no necer grupos hidróxidos necessários
corpo. Isto é muito diferente do cloro para a formação da 17 alfa hidroxi-
molecular, laboratorialmente proces- pregnonelona, que é um importante
sado, que é muito reativo e tóxico. precursor hormonal. O boro é então
Uma solução coloidal é uma sus- importante como suplemento hor-
pensão de minerais não solúveis em monal. Pode ser inclusive indicado
água, ou não ionizados. Portanto, a para atletas por contribuir no desen-
maioria dos minerais coloidais é sus- volvimento muscular, apesar de não
pensão eletricamente estática. se configurar como um anabolizante.
Minerais iônicos e coloidais po- Outros estudos, ainda não com-
dem ser iguais em muitos aspectos, pletamente demonstrados, apontam
no entanto, a maior diferença entre o boro como benéfico no tratamento
eles é que os primeiros são pronta e em longo prazo da artrite reumatóide.
completamente assimilados, são me- A dose diária recomendada é de
lhor reconhecidos pelo metabolismo 3 mg.
e imediatamente utilizados pelas cé-
lulas. Os minerais coloidais, ao con-
trário, demoram a serem assimilados Cálcio
e exigem um processo de reconver-
são que determina a perda de muitos O cálcio é um dos minerais mais
elementos. importantes e talvez o mais estuda-
Minerais em estado iônico/coloi- do. Sabe-se que no organismo ele
dal podem, ser obtidos através do co- desempenha duas funções princi-
mércio afim. Há 3 empresas no Brasil pais: mecânica e metabólica. Ele atua
fornecendo minerais iônicos para uso na sustentação e na mobilização, por
médico. A posologia é sempre indivi- ser constituinte importante no tecido
dual e adaptada para cada caso. ósseo; metabolicamente ele partici-
par em muitos processos fisiológicos
tais como a transmissão nervosa, a
14. Nielson, Mark T. Íons: The Fountain of Eletric
Energy in Body. 1993, pg. 3.
contração muscular, a coagulação

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sanguínea, a permeabilidade das dá por transporte ativo como um di-


membranas, as reações imunes e de peptídio, o que dispensa a utilização
fixação do complemento, a fagoci- da vitamina D.
tose, a secreção e ação de algumas O cálcio quelado é utilizado em
enzimas e hormônios. Contratura e formulações para o desenvolvimen-
relaxamento muscular, controle de to ósseo, gravidez, lactação, para o
pressão arterial, assim como media- tratamento da osteoporose, em for-
ção na transmissão nervosa, são ou- mulações com multiminerais, e em
tras funções importantes do cálcio. associação com o magnésio (2/1)
Há uma relação direta entre as quando se deseja uma harmonia da
proporções dos níveis do cálcio, de proporção Ca/Mg no organismo. O
magnésio e de fósforo, de 2 para 1 e uso do magnésio associado ao cálcio
de 1 para 3, respectivamente, ou protege contra o excesso de cálcio
seja, há 2 vezes mais cálcio do que intracelular, responsável por vários
magnésio e 3 vezes mais fósforo do fenômenos patológicos.
que cálcio. O cálcio quelado é preparado em
Enquanto a dose diária recomen- numerosas formulações em doses
dada de cálcio nos Estados Unidos, que variam de 200 a 1000mg por dia,
para um adulto médio é de aproxi- dependendo de cada caso específico.
madamente 1000mg, estima-se uma Dose diária recomendada: 800
ingestão média de 743mg por dia nos mg/dia para o cálcio comum e 200 mg/
Estados Unidos (530mg para pessoas dia para o cálcio aminoácido quelado.
entre 35 -50 anos). Numa pesquisa Os níveis máximos de segurança
nos Estados Unidos em 1987, ne- determinados pela Secretaria de Vi-
nhum grupo pesquisado de mulhe- gilância Sanitária são os seguintes:
res em qualquer faixa etária atingiu o Adultos: 1.500 mg/dia
patamar do RDA (média de 501mg). Lactentes: 150 mg/kg de peso
Durante a gravidez e lactação as ne- corporal até o limite de 1.200 mg. Pe-
cessidades dose diárias de cálcio são diátrico: 80 mg/kg de peso corporal
acrescidas de 400 mg (total de 1200 até o limite de 1.500 mg.
a 1400mg/dia).
No Brasil o IDR é de 800 mg, tan-
to para adultos como para crianças.
É de conhecimento geral atual- Cobre
mente que são necessárias quanti-
dades adequadas de vitamina D para Embora exista em pequenas
que haja uma melhor absorção de quantidades no organismo, o cobre é
cálcio. O cálcio quelado (mais usu- um oligoelemento fundamental para
almente com o aminoácido glicina), a vida. Está presente em pequenas
porém, é muito mais absorvível e quantidades nos alimentos, mas tan-
utilizável pelo organismo, do que to a sua carência quanto o seu exces-
qualquer forma molecular combi- so são prejudiciais ao organismo.
nada (gluconato, óxido, carbonato, O cobre participa na estruturação
etc.), uma vez que não se ioniza no e formação de muitas enzimas tais
processo digestivo. Sua absorção se como: ceruloplasmina (transporte do

126
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ferro), superóxido desmutase (elimi- aminoácido quelado aumenta os ní-


nação de radicais superóxido), lisiloxi- veis de superóxido desmutase nos
dase (síntese de elastina e colágeno) e glóbulos vermelhos numa média de
tirosinase (síntese de melanina). 28% em 21 indivíduos pesquisados.
O cobre foi recentemente identi- Quelado com lisina (aminoácido) o
ficado como um elemento essencial cobre tem uma ação comparável su-
para aumentar o nível das respostas peróxido desmutase bovina, na sua
imunológicas, a resistência ao estres- atividade inibidora ou “varredora” de
se e às doenças de caráter crônico e/ radicais livres. Quelado com glicina
ou degenerativo. Juntamente com o (aminoácido) o cobre é usado formu-
zinco, é um dos microminerais que lações gerais como coadjuvante nos
mais se perde como efeito da espo- tratamentos antiinflamatórios.
liação produzida pelo estresse.
As doses diárias recomendadas
Um balanço apropriado de zinco/ (IDR) como sendo seguras são de 3 a 5
cobre está associado a baixos índices
mg (crianças: 2 mg). Em medicina or-
de doenças coronarianas. Além disso,
tomolecular (biomolecular) utiliza-se
o cobre é fundamental para promover
de 1,5 a 3,0 mg diariamente, do cobre
a síntese de hemoglobina, para a for-
sob a forma aminoácido quelada.
mação dos tecidos conectivos e dos
Formulações onde o cobre apa-
ossos, para o adequado metabolismo
dos hormônios da tireóide e catecola- rece em doses acima destas, devem
minas (epinefrina e dopamina). ser realizadas com cuidado e por pro-
O cobre constituiu-se eficiente fissionais experientes. Os níveis má-
antioxidante e varredor de radicais ximos de segurança determinados
livres. Sua atividade pode ser expli- pela Secretaria de Vigilância Sanitária
cada por ser constituinte da molé- são os seguintes:
cula das enzimas superoxidase e su- Adultos: 9 mg. Lactentes: 0,1 mg/
peróxido desmutase. Os complexos kg de peso corporal até o limite de 1
de cobre de baixo peso molecular mg. Pediátrico: 0,1 mg/kg de peso
eliminam os radicais superóxidos corporal até o limite de 2 mg.
apresentando desta maneira potente
efeito antiinflamatório. Estudos mos-
traram que dietas pobres em cobre
provocam elevação de colesterol sé- Cromo
rico em animais de laboratório. Fisio-
logicamente o cobre é necessário ao Um oligoelemento presente em
funcionamento da insulina, transpor- pequenas quantidades em alguns
te de açúcar e a lipólise. alimentos. Estudos têm demonstra-
Estudos em animais mostram que do que em pessoas normais o cromo
o cobre quelado é absorvido me- lhor dietético, não atinge o patamar míni-
e de forma mais segura que os sais mo e seguro de 50 mcg/dia. Obser-
compostos do oligoelemento. vações em um grupo de mulheres e
Um estudo sobre artrite reuma- homens demonstraram uma média
tóide realizado pelos pesquisadores de ingestão diária de 33 ± 3 e 25 ± 1,
em Pardue, mostrou que o cobre abaixo das quantidades mínimas para

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a manutenção de um balanço saudá- desmineralizantes (açúcar branco


vel. Em outro estudo, relacionou-se a em excesso) e outros.
ingestão média de cromo por 1000 As doses fisiológicas diárias ne-
calorias, obtendo-se uma média de 9- cessárias de cromo são de 200 a 600
15mcg, o que determina uma ne- mcg, para um IDR, tanto para adultos
cessidade de dietas com 3000 a 5000 quanto para crianças, de 200 mcg.
calorias para que se atinja a normali- Freqüentemente o cromo aparece
dade na ingestão diária de cromo. nos produtos suplementares como
Vários estudos revelam uma for- picolinato de cromo, uma forma mo-
te associação entre deficiência de lecular de mais fácil absorção; no
cromo, doenças cardiovasculares e entanto as formas aminoácido que-
diabetes. A suplementação com cro- ladas e iônicas são mais recomendá-
mo tem efeito normalizador da tole- veis, uma vez que a sua absorção e
rância à glicose (participa do Fator de distribuição no organismo é maior.
Tolerância à Glicose, ou GTF), assim
Os níveis máximos de segurança
como a melhora significativamente
determinados pela Secretaria de Vi-
os níveis séricos de lipídios, coleste-
gilância Sanitária são os seguintes:
rol total, triglicérides e HDL coleste-
Adultos: 1.000 mcg
rol. Recentes avanços sobre o cromo
na nutrição revelam efeitos positivos Lactentes: 10 mcg/kg de peso
sobre hipoglicêmicos, sobre diabéti- corporal até o limite de 100 mcg. Pe-
cos que utilizam insulina ou hipogli- diátrico: 10 mg/kg de peso corporal
cemia via oral. até o limite de 500 mcg.
Um estudo na Finlândia mostrou
uma correlação inversa entre a mor-
bidade e mortalidade por doenças
cardiovasculares e o cromo. Assim Ferro
como uma associação entre cromo
sérico e doenças coronarianas. A de- Sabemos que o ferro é compo-
ficiência de cromo é decididamente nente essencial de várias metalopro-
um fator de risco nas doenças ateros- teínas (ex: hemoglobina, mioglobina,
cleróticas do coração. co-fatores, enzimas e outras). Sua
O cromo corporal diminui com a função essencial é o transporte e
idade. A absorção de cromo é inversa- utilização do oxigênio e a sua carên-
mente proporcional a sua quantidade cia resulta em processos patológicos
na dieta e se situa em torno de 0,4 a bastante conhecidos e discutidos,
2%. Há aumento da excreção de cromo como as anemias ferroprivas.
durante os exercícios, no estresse e nos O organismo de um adulto médio
traumatismos e em indivíduos que possui de 3 a 5 g de ferro, destes 500
consomem muito açúcar refinado. a 1000 mg são armazenados como
Cresce atualmente a importân- estoques não funcionais, principal-
cia da suplementação de cromo, mente na ferritina e na hemossideri-
devido ao crescimento dos fatores na, no fígado, na medula óssea, baço
que o reduzem nos alimentos, ao e em menor quantidade no tecido
estresse moderno, aos produtos muscular.

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Muitos autores colocam a defici- apresentação mais comum, o sulfato


ência de ferro como a mais comum ferroso. Geralmente, somente 4 a 6 %
deficiência nutricional no mundo, do ferro ingerido como sulfato ferroso
afetando pelo menos 1 bilhão de é realmente absorvido; estudos de-
pessoas. Pelo menos 58% da popu- monstram que destes, somente meta-
lação norte americana consome me- de do ferro que chega a ser absorvido
nos que o RDA de ferro. a partir do sulfato ferroso é utilizado
Um estudo sobre a relação entre pelo organismo, sendo o resto elimi-
as dosagens de ferro em dietas mé- nado através do próprio intestino.
dias nos EUA e os valores do RDA por O aumento de ferro com o intuito
faixa etária determinou que os norte de compensar a sua baixa absorção e
americanos consomem percentual- utilização resulta então num estado
mente as seguintes quantidades: tóxico para os intestinos, o que de-
termina um aumento dos já clássicos
De 6 a 11 meses 79,% do RDA efeitos colaterais gastrintestinais dos
2 anos 56,0% do RDA compostos comuns de ferro. Doses
Meninas de 14 a 16 anos 59,4% do RDA entre 3 a 18 g. podem produzir efei-
Mulheres 25 a 30 anos 57,8% do RDA tos tóxicos e a siderose, quando o
excesso de ferro deposita-se no orga-
Nos países do terceiro mundo nismo, principalmente no fígado.
estes dados são alarmantes. Na gra- Para contornar estes problemas e
videz, a quantidade total de ferro a suplementar ferro adequadamente,
ser dirigida ao feto é de 800 mg. No utiliza-se o ferro aminoácido quela-
tempo total da gravidez é apontada do. Sob esta forma, o ferro tem 360%
uma necessidade de suplementação maior absorção que o carbonato de
de outros 12-42 mg/d, totalizando ferro, 380% maior absorção que o
uma suplementação de 30 a 60 mg sulfato ferroso e 490% maior absor-
de ferro por dia. ção que o óxido de ferro.
Uma dieta que satisfaça as ne- Todos os estudos demonstraram
cessidades mínimas de ferro para que o ferro aminoácido quelado tem
uma mulher em fase fértil (18mg/d) melhor absorção, utilização e tole-
chegaria a 3000 calorias, acima disto rância que o sulfato ferroso utilizado
podem surgir efeitos indesejáveis. comumente receitado.
Nos indivíduos que praticam espor- Um estudo recente em adoles-
tes, a perda diária normal (1mg/d) centes anêmicos, pelo Doutor Piñeda
pode ser acrescida de mais um mili- no INCAP (Institute of Nutrition for
grama através do suor, o que eleva as Central America) mostrou que 30 mg
necessidades mínimas apontadas de ferro, como ferro aminoácido que-
pelo RDA para indivíduos com ativi- lado, eleva os índices de hemoglobi-
dade esportiva para 20mg/dia. na ao mesmo patamar que 120 mg
No Brasil, um dos problemas com de ferro como sulfato ferroso, sem
a suplementação de ferro é que a tantos de acúmulos ou excessos.
forma mais comum de se prescrever A toxicidade do ferro proveniente
ou ingerir o metal é através da sua dos alimentos é praticamente nula,

129
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mas possível em organismos com dis-


túrbios metabólicos específicos. Ao
contrário, o ferro férrico, geralmente Fósforo
presente nos suplementos, deve ser
ministrado com cautela. Há inclusive Sabemos que o fósforo é um mi-
relatos apontando maior incidência neral que desempenha um importante
de câncer em situações de níveis sé- papel no metabolismo energético geral
ricos elevados de ferro. e intracelular pois participa da molécu-
Compostos de ferro e complexo la do ATP, sob a forma de fosfato. Mais
vitamínico-minerais não devem ser de 80% de todo o fósforo orgânico,
prescritos para pacientes que sofrem contudo, está presente nos ossos.
fortemente de angina pectoris ou que Pelo fato de ser facilmente obtido
já apresentaram infarto do miocárdio. através dos alimentos em quantida-
Isto porque o ferro existe nos estados des suficientes, o fósforo não é muito
férrico e ferroso, sendo que este apa- aplicado habitualmente nas fórmulas
rece livre, não ligado a proteínas, sen- de suplementos, ou da medicina or-
do um importante gerador de radicais tomolecular (biomolecular). Quando
livres do grupo hidroxila, capazes de
participa, é escolhido juntamente
lesar as paredes das artérias. O ferro
com outros minerais em formulações
férrico, ligado a proteínas, não tem
para combater o estresse, as defici-
essa mesma capacidade. Portanto,
ências imunológicas, o raquitismo e a
em doenças cardiovasculares em ge-
piorréia.
ral, é importante evitar o contato do
organismo doente com o ferro ferro- Assim como para o cálcio, o zinco,
so, ou livre. Há trabalhos, contudo, o cobre, o ferro e o selênio, sugere-
que aconselham a evitar quaisquer se prescrever o fósforo sob a forma
suplementos que contenham ferro, aminoácido quelada, cujas doses di-
mesmo férrico, de modo a minimizar árias sugeridas são de 200 a 400 mg,
a exposição ao metal do organismo ou seja, um pouco menos do que na
doente ou predisposto. forma molecular, não ionizada.
Dose: Crianças jovens (4 a 8 As necessidades diárias de fósforo
anos): 0,6 mg./kg/de peso/dia. Lac- para um adulto normal são de aproxi-
tentes (até 1 ano): 1 a 2 mg./kg/ madamente 1 a 1,5 gr, ou cerca de uma
peso/dia. vez e meia as necessidades de cálcio,
Sugestão para um adulto normal, embora o IDR seja de 800 mg, tanto
com atividades físicas: 30 mg/dia. para crianças quanto para adultos.
IDR para adultos: 14 mg. Os níveis máximos de segurança
Os níveis máximos de segurança determinados pela Secretaria de Vi-
determinados pela Secretaria de Vi- gilância Sanitária são os seguintes:
gilância Sanitária são os seguintes: Adultos: 1.500 mg.
Adultos: 65 mg. Lactentes: 150 mg/kg de peso
Lactentes: 2,0 mg/kg de peso corporal até o limite de 80 mg. Pediá-
corporal até o limite de 15 mg. Pediá- trico: 80 mg/kg de peso corporal até
trico: 2,0 mg/kg de peso corporal até o limite de 1.500 mg.
o limite de 50 mg.

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Lactentes: 10 mg/kg de peso cor-


poral até o limite de 100 mcg. Pediá-
Iodo trico: 10 mg/kg de peso corporal até
o limite de 300 mcg.
Elemento químico ametálico, da
família dos halogênios, de grande im-
portância para o corpo humano. Par-
ticipa da formação dos hormônios Magnésio
tireoidianos e a sua carência deter-
mina a hipofunção desta glândula e o O magnésio é um dos componen-
surgimento do bócio. Está presente tes do grupo dos macrominerais. Ele
em diversos alimentos como as algas atua na manutenção da função ner-
marinhas, o agrião, a salsa, os frutos vosa e como parte integrante de mui-
do mar e outros, mas é no sal natural tas enzimas. É um íon dos mais im-
onde está presente em maior abun- portantes como elemento ligado ao
dância, sendo a sua principal fonte. sistema imunológico. A sua redução
Atualmente o sal refinado precisa ser determina diminuição da capacidade
acrescido de iodo (iodeto de potás- de defesa do organismo. Sua deficiên-
sio), uma vez que durante a sua in- cia favorece também o aparecimento
dustrialização ocorre a perda do iodo de distúrbios neuromusculares com
natural, presente no sal marinho. hiperexcitabilidade neuromuscular e
distúrbios do comportamento tais
O iodo é utilizado em medicina sob
como: excitabilidade, ansiedade, ce-
a forma de iodetos. Para uso interno é
faléia, fadiga mental, vertigens.
aplicado no tratamento das afecções
Estudos revelam o papel funda-
da tireóide, do reumatismo, da arte-
mental do magnésio na regulação do
riosclerose e como fluidificador das se-
tônus vascular, prevenindo o
creções brônquicas. Para uso externo é
espasmo das coronárias, as lesões
utilizado na sua forma sólida (diluída
cardiovasculares, assim como as ta-
em álcool) como anti-séptico, antimi- quicardias ventriculares. O uso do
cótico como corante marcador. magnésio protege contra o excesso
É necessário em pequeníssimas de cálcio intracelular, responsável
quantidades, ainda não bem deter- por vários fenômenos patológicos.
minadas. O seu excesso pode ser O organismo humano normal-
tóxico, mas depende de muitas va- mente possui de 20 a 25 gramas de
riáveis. Nas formulações para suple- magnésio, das quais 50 a 60% se en-
mentação, utiliza-se o iodeto de po- contram nos ossos; a maior parte do
tássio como fonte molecular de iodo, magnésio restante se encontra nos
sempre em doses fisiológicas baixas. músculos e eritrócitos, e aproxima-
IDR – Adultos: 150 mcg. Crianças: damente 1% como magnésio extra-
120 mcg. celular. O magnésio toma parte na
Os níveis máximos de segurança síntese e hidrólise do ATP, ativação e
determinados pela Secretaria de Vi- estabilização de macro moléculas
gilância Sanitária são os seguintes: como a ADN e ribossomos, além de
Adultos: 600 mcg. ativar e regular inúmeras enzimas,

131
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tais como a fosfatase alcalina que A fonte natural de magnésio são


está envolvida no metabolismo do os alimentos, notadamente os frutos
cálcio e do fósforo. do mar, as frutas oleaginosas, as le-
O magnésio em combinação com guminosas, as sementes, os cereais.
o cálcio regula a permeabilidade das As doses diárias suplementares
membranas. Sua concentração nos de magnésio sugeridas correspon-
fluídos extracelulares é crítica para a dem a 500-750mg, mas os compos-
integridade e funcionamento do sis- tos deste íon (como o cloreto, por
tema nervoso, tanto na condução do exemplo) atuam sobre os intestinos
estímulo nervoso, como na sua trans- como laxantes. A melhor forma de se
missão através da junção mioneural. ingerir magnésio suplementar é atra-
Os estudos sobre o magnésio em vés da sua forma quelada. Quelado
cardiologia demonstram a eficiência com glicina, o magnésio é altamente
de sua administração mesmo sem absorvível e não apresenta os inde-
hipomagnesenemia. Entretanto, 75% sejáveis sintomas colaterais da admi-
da população ingere menos que as nistração do magnésio no aparelho
doses recomendadas de magnésio, digestivo. É utilizado nas formulações
porque em média uma dieta supre de gerais, como relaxante, na prevenção
50 a 67% das necessidades míni- mas e tratamento das doenças cardíacas,
orgânicas (dados sobre a popu- lação no combate à fadiga neuromuscular,
norte americana). no estresse, e no tratamento da sín-
O sal marinho natural era antes drome pré-menstrual (associado à
uma das mais importantes fontes de vitamina B6).
magnésio, mas com a industrialização Quelado com ácido aspártico o
e o refino, grande parte do magnésio magnésio (na forma de sal), tem seu
é extraída, tornando o produto final, uso recomendado para melhorar a
o sal refinado, um composto apenas performance do músculo cardíaco e
de cloreto e de sódio. Considera-se o nas formulações antiestresse, ofere-
refino do sal uma das causas da cendo maior segurança e a tolerân-
redução do aporte de magnésio no cia. Ver Cálcio e Osteoporose.
organismo da população mundial. IDR – Adultos: 300 mg. Crianças:
Recentemente tem se demonstrado 170 mg.
também que o consumo excessivo ou Os níveis máximos de segurança
regular de açúcar branco tende a determinados pela Secretaria de Vi-
reduzir os níveis disponíveis de mag- gilância Sanitária são os seguintes:
nésio no sangue. Adultos: 700 mg.
É relativamente difícil conhecer a Lactentes: 10 mg/kg de peso cor-
quantidade de magnésio do orga- poral até o limite de 80 mg. Pediátri-
nismo humano. Os testes comuns de co: 10 mg/kg de peso corporal até o
sangue não mostram a distribuição e limite de 200 mg.
a concentração real do magnésio e
muitos erroneamente acreditam que
os níveis orgânicos de magnésio são
sempre satisfatórios.

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funções do aparelho reprodutor e ao


funcionamento cerebral.
Manganês O papel do manganês como antio-
xidante é cada vez mais considerado.
O manganês é um dos micro-mi- Estudos com tumores malignos mos-
nerais que participa de inúmeros me- traram quantidades diminuídas da
canismos metabólicos e bioquímicos, enzima superóxido desmutase (SOD),
dentre eles, o a regulação de vários que contém manganês, mas não se
processos que controlam a home- pode inferir que a deficiência de man-
ostase da glicose. Alguns autores ci- ganês possa desencadear processos
tam-no como modulador da síntese, degenerativos em seres humanos.
secreção e degradação da insulina. O manganês parece participar da
Outra importante ação do manganês síntese da dopamina, devido a isso,
é aumentar a mobilização do cálcio vários estudos atuais estão sendo
intracelular; ele ativa as enzimas que conduzidos no sentido de verificar a
inibem os depósitos de cálcio e solu- eficácia do manganês suplementar na
bilizam o cálcio depositado. Participa doença de Parkinson. Curiosamente,
de metabolismo cerebral, tanto sua o estágio final da intoxicação pelo
deficiência como os estados tóxicos manganês produz uma sintomatolo-
afetam o metabolismo cerebral. O gia semelhante ao parkinsonismo. A
manganês juntamente com o cobalto L-dopa também é a droga usada para
e magnésio, são fundamentais para a o tratamento do estado crônico de
síntese de ácido hialurônico, consti- envenenamento por manganês.
tuinte da mucina, que compõe o lí- Considerado importante para o
quido sinovial. Constatou-se que os funcionamento normal do cérebro e
artríticos possuem seis vezes menos eficaz no tratamento da esquizofrenia
manganês que as pessoas normais. e de algumas doenças nervosas. Exis-
Além das ações citadas, o manga- tem relatos, não comprovados cienti-
nês ativa as enzimas tiaminoquinase, ficamente, da eficácia do manganês
(que viabiliza a ação da tiamina), a glu- no tratamento da esquizofrenia.
cotransferase e a galctiltransferase na Sendo um mineral de tal importân-
formação das glicoproteínas que não se cia, o manganês é geralmente ingerido
formam na ausência de manganês. As pela população em quantidades me-
glicoproteínas formam parte da mem- nores do que as exigidas. Nos EUA 50%
brana das células e especificamente da população não consome quantida-
acredita-se que são responsáveis pela des apropriadas de manganês.
defesa celular contra o ataque de vírus Um dos problemas também liga-
e certas formas de câncer. dos ao manganês é que ele é fracamen-
Acredita-se que o interferon só é te absorvido, chegando ao máximo de
produzido na presença de manganês. 3%, enquanto que a sua eliminação é
O manganês também está associado alta: 97 a 99%. Isto exige a ingestão de
à formação do tecido conjuntivo e alimentos que o contenham (como a
ossos, ao crescimento, ao metabo- aveia integral, o centeio, o trigo sar-
lismo dos carboidratos e lipídios, às raceno, as frutas e outros), ou a sua

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suplementação , em doses diárias es- A) Na antiangiogênese:


tabelecidas entre 5 a 20 mg. Diminui a produção de IL-1 alfa.
A melhor forma de se suplemen- Diminui a produção de IL-6.
tar o manganês é através das prepa- Diminui a produção de IL-8.
rações queladas, que permite uma Inibe o fator 2 de crescimento do
absorção 250% maior as demais. O fibroblasto.
aminoácido mais comumente associa- Inibe o fator de crescimento en-
do ao manganês é a glicina, usado em dotelial vascular (VGEF).
suplementações alimentares, em for-
mulações antioxidantes e em todas as B) Na inibição da atividade do
formulações onde são requeridas uma NFkappa-B: com diminuição da pro-
absorção e uma tolerância maiores. liferação celular, e aumentando a
apoptose.
IDR – Adultos: 5 mg. Crianças: 3
mg.
C) Na diminuição da atividade da
Os níveis máximos de segurança
SODCuZn, aumentando o potencial
determinados pela Secretaria de Vi- oxidativo intracelular
gilância Sanitária são os seguintes:
Adultos: 10 mg. As respostas terapêuticas com
Lactentes: 0,1 mg/kg de peso molibidênio no tratamento do cân-
corporal até o limite de 1 mg. Pediá- cer só se apresentam após 90 dias de
trico: 0,1 mg/kg de peso corporal até tratamento. Os sais de molibdênio
o limite de 3 mg. têm efeito sinérgico com a radiotera-
pia e a quimioterapia (Felippe-2004-
2005- 2006).
IDR – Adultos: 250 mcg. Crianças:
Molibidênio 150 mcg.
Os níveis máximos de segurança
Um dos micro-minerais do qual determinados pela Secretaria de Vi-
só recentemente se descobriu a im- gilância Sanitária são os seguintes:
portância para o corpo humano como Adultos: 350 mcg.
um mineral-traço. Não é um mineral Lactentes: 15 mcg/kg de peso
essencial e as suas exigências são mí- corporal até o limite de 150 mcg. Pe-
nimas. Participa do metabolismo do diátrico: 15 mcg/kg de peso corporal
ferro, do zinco e do cobre. As suas até o limite de 300 mcg.
ações no organismo ainda não são
completamente conhecidas. É sem-
pre utilizado sob a forma quelada.
Atualmente sais de molibidênio, Potássio
ou o mineral na forma quelada tem
aplicação como tratamento auxiliar Metal alcalino, sendo um íon
do câncer. Os estudos mostram o se- importante para todo o metabolis-
guinte mecanismo de ação dos sais mo. No organismo adulto normal a
de molibdênio no câncer : sua concentração é de 42 mEq/Kg, a
maior parte da qual no espaço intra-

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celular. Trata-se de um cátion lábil, sua função está relacionada com o


facilmente permutável, em concen- desenvolvimento e a função do sê-
trações que oscilam nos diversos men. A vitamina E e o selênio são si-
tecidos. Importante é que o potássio nérgicos, isto significa que o uso em
esteja presente em quantidades equi- conjunto produz uma maior eficácia
libradas no corpo humano, pois tanto do que cada um isoladamente. Está
o seu excesso quanto a sua carência presente em numerosos alimentos,
determinam problemas sérios. principalmente nas frutas oleagino-
Está presente em abundância nas sas e nas gorduras animais.
frutas (principalmente na laranja e O selênio tem sido estudado
no abacaxi), nos legumes e verduras. como um agente no tratamento de
Na forma natural encontra-se sob a alguns tipos de câncer. Zhong em
forma de cloreto. Deve ser obtido 2001, mostrou o efeito do selenito de
através dos alimentos ou nos suple- sódio sobre células do câncer de
mentos (em doses fisiológicas), sen- próstata humano LNCaP. Shen em
do necessários cuidados técnicos se 2000 mostrou que o selênio pode
aplicado de modo parenteral. funcionar de dois modos sobre as cé-
lulas cancerosas: como antioxidante
, aumentando a geração de GSH ou
como oxidante aumentando a gera-
Selênio ção de H2O2; quantidades supra nu-
tricionais de selênio em uma primei-
O selênio é um importante oli- ra fase aumentam os níveis de GSH
goelemento que atua reduzindo a como mecanismo de defesa, porém,
oxidação de pontes sulfídricas das logo a seguir com a continuidade e a
proteínas e na desnaturação do co- permanência do selênio acontece
lágeno. Alguns trabalhos correlacio- grande produção de H2O2, que acar-
nam a utilização do selênio na pre- reta drástica diminuição do GSH e os
venção do câncer, principalmente efeitos citotóxicos sobre a célula
aqueles determinados por agentes tumoral. A superóxido desmutase, a
carcinogênicos e nas viroses. São catalase e a desferroxamina atenuam
descritas ainda algumas proprieda- significantemente os efeitos apoptó-
des cardioprotetoras. ticos do selênio.
Em medicina biomolecular o se- O selênio e o mais tóxico dos
lênio representa um potente antio- micronutrientes essenciais. Concen-
xidante e varredor de radicais livres, trações na faixa de 3-4 ppm geram
por ser parte constituinte da toxicidade crônica.
glutationa peroxidase, enzima que A maioria dos trabalhos sugere
remove efi- cientemente os doses diárias compreendidas entre
peróxidos de hidro- gênio formados 50 e 200mg por dia, para um IDR de
durante a redução metabólica do 70 mg para adultos e de 30 mcg para
oxigênio (a glutationa peroxidase crianças.
converte os lipoperóxidos em Os níveis máximos de segurança
substâncias não tóxicas.). Outras determinados pela Secretaria de Vi-
enzimas dependentes de selênio são gilância Sanitária são os seguintes:
encontradas nos órgãos genitais e
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Adultos: 150 mcg. citos, desempenhando importante


Lactentes: 5 mcg/kg de peso cor- função na homeostase ácido-básica
poral até o limite de 50 mcg. Pediátri- dos organismos vivos. Entre outras
co: 5 mcg/kg de peso corporal até o funções o zinco está relacionado com
limite de 100 mcg. o metabolismo dos carboidratos,
o metabolismo protéico, atividade
muscular, a formação e a atuação das
plaquetas, com a defesa imunológica
Zinco e na prevenção da aterosclerose.
A deficiência de zinco causa dimi-
Um dos mais importante micro- nuição da tolerância a carboidratos;
minerais, pois participa da formação e a deficiência de zinco, provavelmen-
função de numerosas enzimas e atua te, toma parte no desenvolvimento
em grande parte dos fenômenos bio- do diabetes no adulto, caracterizado
lógicos. Um dos componentes funda- por uma diminuição na sensibilidade
mentais das enzimas ligadas aos pro- à insulina. A deficiência deste ele-
cessos oxidativos e essencial à ação de mento acarreta também um distúr-
catalizadores, atuando diretamente no bio na formação do colágeno, o que
crescimento e funções celulares. explicaria seus efeitos benéficos nos
Os alimentos naturais mais ricos processos de cicatrização de feri-
em zinco são: grãos, pão integral, pão mentos e na recuperação de tecidos
de centeio, massas, frutos do mar, quer sofreram queimaduras.
vegetais, frutas frescas, nozes; mas a O observações realizadas em
quantidade de zinco nos alimen- tos Bangladesh demonstraram que a su-
varia de acordo com a qualidade do plementação dos 50 mg de zinco/dia
solo de plantio e dos fertilizantes na dieta é benéfica na reabilitação
utilizados. Além disso, as fontes ve- nutricional de crianças com desnutri-
getais contêm ânions fixadores do ção com desnutrição severa.
zinco e no processo de moagem e O zinco tem, ainda, sido utilizado
industrialização dos cereais há consi- com sucesso no tratamento da acne
derável perda do mineral. e em dermatite tipo herpético. Al-
As primeiras observações de de- guns autores têm observado efeitos
ficiência de zinco foram realizadas benéficos no tratamento da artrite
por Prasad e Halstead, em jovens que reumatóide.
se alimentavam, quase quer ex- A administração de zinco permite
clusivamente, de pão e cereais, sem observar uma melhora da resistência
proteína animal. Descreveram entre ao esforço e um aumento da força
vários sinais e sintomas o nanismo e muscular, talvez relacionado à eli-
hipogonadismo, a ausência ou de- minação mais fácil do ácido láctico,
ficiência de paladar e olfato e ainda formado durante a atividade muscu-
sinais de cegueira noturna. lar pela desidrogenase láctica (zinco
A anidrase carbônica e sua de- dependente).
pendência do zinco foi uma das pri- A deficiência de zinco parece
meiras a serem estudadas (1939). É provocar problemas na adesão e
uma enzima encontrada nos eritró- agregação plaquetárias, que são re-

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versíveis com a correção da mesma. estados observa-se uma maior elimi-


Em crianças desnutridas, atrofia do nação urinária de zinco o que pode
timo e uma deficiência da imunidade gerar déficits agudos.
humoral têm sido observadas. Após a A terapia com uma suplementa-
restauração nutricional, quando as ção de zinco tem se mostrado efetiva
proteínas plasmáticas e os níveis de no tratamento da artrite, por dimi-
corticosteróides retornam ao nor- nuir o edema e a rigidez matinal das
mal, a atrofia persiste e somente é articulações. Isto ocorre devido a sua
corrigida quando se restabelecem os ação antiinflamatória estabilizadora
níveis de zinco. das membranas liássica e modulado-
Em pacientes sob nutrição paren- ras das atividades dos macrófagos.
teral com níveis plasmáticos baixos A utilização de zinco em pacien-
de zinco, anormalidades da imunida- tes com disfunção glandular tem se
de celular são corrigidas pela admi- mostrado importante para a corre-
nistração de zinco (Allen, 1981). ção e normalização dos valores séri-
Oleske descreve a cura da acro- cos de testosterona e na contagem
dermatite e a restauração da imuni- de espermatozóides, assim como nos
dade celular através de tratamento níveis de L.H em pacientes com he-
com zinco. A deficiência de zinco pro- patomegalia.
voca igualmente uma diminuição na Lutz e colaboradores, em 1951,
resistência a infecções virais, especial- demonstraram que a quantidade de
mente do grupo Herpes. (Fridlander, zinco, na pessoa adulta, encontra-se
2000). em torno de 1,4 a 2,3 g. Os órgãos
Diferentes estudos demonstra- mais ricos em zinco são os olhos, a
ram o efeito do zinco na diminuição próstata, os músculos, o fígado, os
dos níveis plasmáticos de colesterol. rins e ossos. A taxa plasmática nor-
A administração de sulfato de zinco mal de zinco é de 89 mais ou menos
parece melhorar a condição clíni- ca 10 mcg/100 ml.
de pacientes com aterosclerose A maior parte do zinco da ali-
(Poreis,1968). Observou-se uma di- mentação, de 10 a 15 mg/dia, é ab-
minuição dos níveis plasmáticos e da sorvida no duodeno, íleo e jejuno. No
quantidade de zinco nos cabelos de homem, uma ingestão de 15 mg/ dia
pacientes com aterosclerose e insufi- parece suficiente de acordo com
ciência coronariana. Turnlund. Pequena parte pode ser
O zinco participa da molécula da absorvida no estômago e no cólon.
superóxido desmutase, que protege Somente 10 a 40% do zinco ingerido
as células contra os efeitos tóxicos do é absorvido. O mecanismo de absor-
oxigênio. A carência de zinco deter- ção não é completamente conhecido.
mina uma diminuição da imunidade Uma vez absorvido, o zinco liga-se às
celular por reduzir a atividade da nu- proteínas plasmáticas e é levado ao
cleosídeo fosforitas, enzima essencial fígado, onde se liga a proteínas fixa-
para a atividade dos linfócitos T. doras de metais.
O Zinco está envolvido nos me- Algumas substâncias limitam a
canismos de estresse. Durante estes absorção do zinco; é o caso dos fí-

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gados e fibras. O fitato, ácido fítico, nefrótica, queimados graves, gravi-


presente nos vegetais, prejudicam a dez, aleitamento, talassemia, sudo-
biodisponibilidade do zinco nos rese, alimentação inadequada.
mesmos. Outras substâncias agem Estudos indicam que são neces-
aumentando sua absorção, como a sários 12,5 mg de zinco na dieta diá-
lactose. (Fournier, 1971; Grudento, ria, para manter um balanço positivo.
1982.). O leite de vaca, apesar de Considerando-se que apenas 10 a 40
mais rico em zinco que o humano, % do zinco ingerido na dieta são ab-
não melhora à deficiência de zinco. sorvidos, recomenda-se que a oferta
Isto se deve a presença no leite hu- média ao indivíduo adulto seja em
mano de um fixador com baixo peso torno de 15 mg/dia.
molecular que favorece a absorção; Durante a gravidez há uma ne-
outro fator é a grande quantidade de cessidade maior de zinco, para que
cálcio no leite da vaca que interage haja um desenvolvimento fetal ade-
com a absorção do zinco.
quado. Recomenda-se por isso um
A eliminação do zinco é prin-
acréscimo de 5mg/dia, além das
cipalmente fecal, de 2 a 3 mg/dia,
necessidades basais, levando-se em
devida a dois fatores: o zinco não
consideração que muitas das dietas
absorvido e o secretado pela mucosa
não contém níveis suficientes deste
intestinal. A principal fonte endóge-
mineral. No período de lactação as
na para excreção do zinco é o suco
necessidades são ainda maiores, já
pancreático. Em casos de diarréia, a
perda pode chegar a 11 mg de Zn/l. que a perda através do leite mater-
No recém-nascido, durante as pri- no é avaliado em torno de 3 mg/dia.
meiras semanas, a urina apresenta Recomenda-se, portanto, a adição de
grande quantidade de zinco, levando 10 mg/dia de zinco, além daquelas
a uma diminuição na concentração necessidades básicas diárias.
plasmática. A eliminação de zinco Nas crianças de 1 a 10 anos, a
ocorre, também, através do leite ma- dose recomendada é de 10 mg/dia;
terno, aumentando as necessidades no entanto, é necessário observar se
do elemento no período de lactação; o tipo de alimentação apresenta
em situações de sudorese abundan- quantidade adequada de zinco, se há
te (atletas em competições ou traba- consumo demasiado de açúcar
lhadores braçais em países tropicais) branco (que elimina zinco), ou se há
também pode haver perdas impor- grande consumo de cereais que con-
tantes, podendo chegar a 4 mg/dia. tenham fitato, Nas crianças, em par-
Algumas causas da deficiência de ticular, há que se observar as perdas
zinco são o estresse, o alcoolis- mo por sudorese excessiva e pelo trato
acentuado, tratamentos com D- gastrointestinal (diarréias).
Penicilina, nutrição parenteral pro- Em pacientes adultos, suplemen-
longada, síndromes de má-absorção, to de zinco é sempre necessário em
doenças inflamatórias intestinais, suporte nutricional parenteral pro-
síndromes diarréicas, enteropatia longado. Recomenda-se 0,1 mg Zn/
perdedora de proteínas, síndrome kg de peso corpóreo.

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O suplemento diário recomenda- Aminoácidos


do por via oral é em torno de 5 a 10
mg de zinco. Na criança, a aceleração Colaboração do Dr. José Antonio Abi
do crescimento tem sido observada Ramia, com acrescimos do autor
com doses de 4 a 5 mg de Zn/dia.
O zinco é muito pouco tóxico e Nome genérico de compostos
existe boa margem de segurança en- químicos que possuem as duas fun-
tre as necessidades fisiológicas e as ções, amino e ácido, que constituem
doses tóxicas. os elementos essenciais das proteí-
Os níveis máximos de segurança nas. São fundamentais para a maté-
determinados pela Secretaria de Vi- ria viva e indispensáveis na alimenta-
gilância Sanitária são os seguintes: ção. Todas as proteínas são formadas
Adultos: 30 mg. por aminoácidos ligados entre si por
Lactentes: 0,5 mg/kg de peso cadeias peptídicas.
corporal até o limite de 10 mg. São conhecidos atualmente 22
Pediátrico: 0,5 mg/kg de peso aminoácidos principais, divididos em
corporal até o limite de 10 mg. 10 essenciais e 12 não essenciais. A
Observação importante: doses de bioquímica moderna entende que os
zinco acima de 20 mg para adultos e primeiros (essenciais) não podem ser
de 12 mg para crianças podem reduzir sintetizados pelo organismo huma-
a absorção de cobre. Recomenda-se a no, que, no entanto, é capaz de sinte-
suplementação deste mineral (cobre) tizar os aminoácidos não essenciais.
quando de se necessitar utilizar de Atualmente tem se observado que o
doses de zinco superiores a essas. organismo pode sintetizar. Em situa-
ções especiais, até mesmo aminoáci-
dos essenciais através de atividades
hepáticas especiais. Normalmente, o
fígado que produz 80 por cento dos
aminoácidos necessários.
Os aminoácidos conhecidos até
hoje são, por ordem alfabética: ácido
aspártico, ácido glutâmico, alanina,
arginina, cisteína, cistina, diiodoti-
rosina, fenilananina, glicina, hidroxi-
lisina, hidroxiprolina, histidina, iso-
leucina, leucina, listina, metionina,
prolina, serina, tireonina, tireoxina,
tirosina, triptofano e valina.

Aminoácidos essenciais

São assim considerados os ami-


noácidos não sintetizados pelo or-
ganismo em situações comuns; por-

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tanto, devem ser obtidos do meio proteínas vegetais (sendo as da soja,


exterior, por meio da alimentação ou do arroz e do trigo, as mais comum).
da suplementação. Os aminoácidos Os grãos de cereais integrais são mais
essenciais são 10: Ácido glutâmico, ricos em triptofano (película), em lisi-
alanina, arginina, fenilananina, histi- na e em ácido glutâmico (no glúten).
dina, isoleucina, leucina, metionina, O arroz integral, além desses, é rico
triptofano e valina. em treonina. As frutas oleaginosas,
As combinações dos aminoácidos possuem lisina e metionina. Os legu-
conhecidos formam mais de 50.000 mes em geral são ricos em metionina
tipos de proteínas classificadas, além e triptofano. A soja é particularmente
de mais de 20.000 tipos de enzimas. rica em diversos aminoácidos, mas
Para uma proteína ser conside- rada principalmente de metionina.
de boa qualidade ela deve con- ter a É hoje comprovadamente pos-
maior quantidade possível de sível obter todos os aminoácidos de
aminoácidos essenciais, no entanto, fontes vegetais. A carne bovina é
cada proteína tem um aminoácido uma fonte de aminoácidos atu-
predominante. almente em questão. Ela fornece a
Entre numerosas outras funções, maior parte dos aminoácidos, no
os aminoácidos permitem que as entanto, se a ingestão diária for su-
vitaminas e os minerais possam ser perior a 1 grama por quilo de peso,
aproveitados e que atuem adequa- inicia-se uma elevação prejudicial do
damente nos sistemas bioquímicos, metabolismo nitrogenado, propor-
principalmente no metabolismo. A ca- cional à quantidade de carne ingeri-
rência de qualquer aminoácido pode da. Combinando-se vários vegetais e
prejudicar a absorção de nutrientes, alguns laticínios, ovos e peixes, é
incluindo outros aminoácidos. possível obter todos os aminoácidos
Hoje, tratamentos com suple- necessários para a nutrição huma-
mentação de aminoácidos têm sido na, e em quantidades exigidas para a
relatados como eficazes em numero- manutenção de todas as funções
sas doenças, principalmente relacio- corporais, sem o inconveniente da
nadas com a estrutura muscular e o elevação dos resíduos nitrogenados.
metabolismo cerebral. Dietas hiperprotêicas à base de carne
Aminoácidos estão disponíveis animal estão relacionadas hoje como
em diversas formas, seja em pó, causa de diversas patologias, como o
cápsulas, drágeas, bebidas, etc., sen- câncer, as doenças cardiovasculares,
do que a sua dosagem e posologia, as doenças reumáticas, o envelheci-
variam de um produto para outro, mento precoce, a elevação dos radi-
segundo o objetivo e a indicação do cais livres capazes de provocar pro-
aminoácido. cessos degenerativos em geral.
As fontes normalmente utilizadas Recentemente comprovou-se
para a elaboração dos produtos co- que a proteína bovina e suína, quan-
merciais são tecidos animais, levedu- to exposta a temperaturas superiores
ra, leite bovino ou caprino, soro do lei- a 90 graus, por mais de 10 minutos,
te bovino, clara de ovo, albumina, ou sofrem uma redução da quantidade

141
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de proteínas úteis (termolábeis), e


elevação das lipoproteínas associa-
das a ácidos graxos saturados e po- Ácido aspártico
lissaturados.
Compostos de aminoácidos são Considerado muito útil nos casos
hoje comuns no campo da suplemen- de fadiga crônica. Tem capacidade de
tação, principalmente em produtos remover o nível de amônia do orga-
para atletas, desportistas em geral, nismo e é protetor do fígado. Ajuda a
crianças em crescimento e convales- aumentar a resistência do organis-
centes. mo, sendo um neuroexcitante.
A dosificação dos aminoácidos é Utilizado com eficácia relativa na
relativa e depende do objetivo, caso recuperação da dependência de
e do aminoácido. Atletas podem utili- opiáceos. Descobriu-se que este ami-
zar doses mais elevadas, mas devem noácido é mais útil do que algumas
obedecer às orientações de profis- drogas psicoativas.
sionais gabaritados. Não é costume No passado, as pessoas que to-
direcionarmos prescrições de amino- maram os sais de potássio e magné-
ácidos às farmácias de manipulação, sio do ácido aspártico e se sentiram
mesmo porque isso é extremamen- significativamente mais energéti-
te dispendioso e desnecessário. A cos, deram início à propaganda de
maior parte dos produtos comerciais que este aminoácido eleva os níveis
importados disponíveis apresentam energéticos do organismo. Contudo,
doses balanceadas e seguras, desde há controvérsias sobre este efeito.
que obedecidas as posologias e indi- Mesmo assim existem muitos pro-
cações do fabricante. dutos para atletas que incluem este
Lembramos que para máxima aminoácido.
utilização e eficiência, os aminoáci- Não se recomenda o uso deste
aminoácido em doses superiores a 1,5
dos devem ser ingeridos pelo menos
mg/dia, salvo sob supervisão médica.
uma hora antes das refeições ou com
Dose: 500 mg, 3 vezes ao dia.
estômago vazio. Para aumentar a uti-
Dose máxima diária: 3.000 mg.
lização dos mesmos, deve-se ingerir
um complexo multivitaminico-mine-
ral que contenha vitaminas do com-
plexo B, vitamina C e vitamina E.
A seguir a descrição das proprie- Ácido glutâmico
dades e funções dos principais ami-
Como L-glutamato, representa a
noácidos. Cada aminoácido aparece
principal via de biossíntese do ácido
em seu nome comum, mas lembra-
gama aminobutírico (GABA), que é um
mos que cada um deles é precedido
neurotransmissor inibidor que atua
da letra L. Assim quando grafamos
como ansiolítico, relacionado com os
“ácido aspártico”, entenda-se “ácido
L-aspártico”, que é a forma levógira benzodiazepínicos. Metaboliza açúca-
como o ácido aparece primariamen- res e gorduras, contribuindo no trata-
te na natureza, ou seja, sem modifi- mento das desordens mentais.
cação química. Dose: 100 mg, 3 vezes ao dia.mb1

141
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lizada em formulações para atletas


como anabolizante.
Alanina Pode haver deficiência relativa de
arginina em casos de traumas cirúrgi-
Participa no metabolismo ener- cos e alguma outra forma de estresse.
gético e da glicose; atua na hipogli- Não deve ser utilizado na gravidez,
cemia. Atua também no sistema imu- durante a amamentação e em pesso-
nológico, reproduzindo os linfócitos. as propensas a erupção de herpes.
Indicada nos cálculos renais junto Fontes alimentares da arginina
com a vitamina B6. são: carne, leite, ovos, queijos, alho,
Dose: 250 mg, 3 vezes ao dia. ervilhas, grãos e chocolate.
Dose máxima diária: 3.000 mg. Dose: 500 a 1000 mg, 3 vezes ao
dia. Dose máxima diária: 6.000 mg.

Arginina
BCAA
Trata-se de um aminoácido so-
mente essencial para crianças em Iniciais de branched chain ami-
crescimento; não é um aminoácido no acids ou “cadeia ramificada de
essencial para adultos, mas é muito aminoácidos”, composta comumen-
importante e necessário para o me- te pela isoleucina, leucina e valina,
tabolismo muscular. Estimula a libe- fundamental para a formação da
ração do hormônio de crescimento, fibra muscular, para o metabolismo
atua nas ações de desintoxicação do dos músculos e para a reposição do
fígado, melhora as respostas do sis- desgaste proveniente da exigência
tema imunológico, é importante na física. São responsáveis pela for-
espermatogênese e atua em distúr- mação de 35% do tecido muscular.
bios renais. Utilizado no tratamento São essencialmente anabólicos e
auxiliar da infertilidade masculina. muito indicados para atletas por te-
rem importante valor na síntese das
Existem vários estudos em anda-
proteínas e por minimizar a quebra
mento mostrando desde já que este
das mesmas, ajudando no ganho de
aminoácido tem efeito considerável
massa muscular com qualidade e
no aumento da imunidade e comba-
definição.
te ao câncer.
Os BCAA‘s são muito utilizados
Desempenha um papel muito nas composições e suplementos para
significativo também nos processos atletas e utilizados no tratamento da
de cicatrização. Ajuda a regular e sus- artrite.
tentar os principais componentes do
sistema imunológico. Tem demons-
trado importantes propriedades he-
patoprotetoras. Carnitina
Parece ser capaz de desenvolver
os músculos e eliminar as gorduras A carnitina é considerada pela
saturadas, daí ser amplamente uti- maioria como sendo um aminoácido

142
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mas, tecnicamente é um ácido me- mação da queratina que é a principal


tílico. A carnitina ajuda a regular o proteína do cabelo, pele e unhas.
metabolismo da gordura no coração atua na queda de cabelo e na psoría-
e nos músculos comuns, servindo de se. Estudos mostram que a L-cisteína
transportador de ácidos graxos até a é capaz de prolongar significativa-
mitocôndria. O metabolismo dos áci- mente a sobrevida de animais em
dos graxos em pessoas obesas tem experimentos e possui bons efeitos
sido melhorado com a suplementa- desintoxicantes.
ção da carnitina. Ela ajuda prevenir o Dose: 500 a 1000 mg, 3 vezes ao
acúmulo de gorduras saturadas, dia. Dose máxima diária: 4.000 mg.
aumentando a utilização dos ácidos
graxos.
Dose: 500 a 1000 mg, 3 vezes ao
dia. Dose máxima diária: 3.000 mg. Fenilalanina

respiratório, remove o excesso de


cobre do organismo, auxilia na for-
Cisteína
Aminoácido não essencial, com-
posto orgânico aminado e sulfurado,
encontrado nos produtos de hidrólise
da ceratina. Existe nos tecidos em es-
tado livre ou compreendida na
glutationa (combinação de ácido
glutâmico, cisteína e glicocola). É
importante por ser a matéria prima da
síntese da tau- rina (aminoácido) e
dos taurocolatos da bile. Tem papel
importante nos processos de
oxirredução, por trans- formar-se
reversivelmente em cistina,
permitindo que este aminoácido se
combine com a glutationa. Está
envol- vida na síntese da coenzima A e
é par- te da enzima glutationa
peroxidase.
Um dos aminoácidos de ação an-
tioxidante mais potente: juntamente
com o selênio e a vitamina E, atua na
eliminação dos radicais livres; além
disso age como protetor das células
hepáticas e cerebrais contra o fumo
e o álcool; fluidifica o muco do tra- to
143
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Um dos aminoácidos mais


impor- tantes, sendo precursor da
tirosina e das catecolaminas. É um
precursor dos neurotransmissores
epinefri- na e do hormônio de
supressão do apetite CCK, por isso,
pode ser mui- to útil durante as
dietas alimentares de
emagrecimento, porém, deve ser
evitado em grávidas, portadores de
hipertensão arterial e alterações
car- diovasculares.
Nas suas formas tanto D como L
este aminoácido parece produzir
um efeito parecido com a
endorfina, por isso têm-se relatado
um efeito anal- gésico
principalmente nas dores de
cabeça e dores crônicas nas costas
e no alivio da depressão.
A fenilcetoanúria está associada
à defeito genético no metabolismo
da fenilalanina (ausência de enzima
feni- lalaninahidroxilase). A doença
está re- lacionada ao retardamento
mental e os níveis de fenilalanina na
urina dos pacientes é muito superior
ao normal; além disso, estes
pacientes têm drás- tica perda de
vitamina B6.
Dose: 500 a 1.000 mg, 3 vezes
ao dia. Dose máxima diária: 4.000
mg.

144
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dilatador sobre os vasos sanguíneos.


É útil também na manutenção da fle-
Glicina xibilidade das juntas
Dose: 250 a 1000 mg, 3 vezes ao
A glicina é um aminoácido que dia. Dose máxima diária: 5.000 mg.
participa na síntese das purinas e da
hemoglobina. Age na hiperacidez
gástrica diminuindo os efeitos colate-
rais do uso de aspirina. Indicada na Isoleucina
gota, na hiperlipidemia, na miastenia
gravis e na psicose maníaco-depres- Um dos aminoácidos menos es-
siva. Usada também na depressão tudados, a isoleucina é um regulador
bipolar, nas doenças da próstata e em da glicose sanguínea e quando uti-
diversas alterações do sistema lizada juntamente com a Leucina e a
nervoso central. Valina ajuda no metabolismo dos
É um inibidor neurológico, sendo músculos. Incrementa a síntese da
uma das principais fontes de cresci- hemoglobina.
mento e desenvolvimento muscular. Dose: 500 a 1.000 mg, 3 vezes ao
Auxilia na saúde da próstata, ajuda dia. Dose máxima diária: 8.000 mg.
na recuperação da pele e do tecido
muscular. Com a arginina e a metio-
nina, forma a creatinina.
Dose: 500 a 1000 mg, 3 vezes ao Leucina
dia. Dose máxima diária: 3.000 mg.
É uma das principais fontes de
energia durante exercícios prolon-
gados. Também aumenta a síntese e
Histidina armazenamento de proteínas. A
leucina faz parte dos aminoácidos de
É uma precursora da histamina. É cadeia contínua, que são metaboliza-
essencial para o crescimento princi- dos somente no tecido muscular, im-
palmente em neonatos e prematuros portantes componentes de qualquer
com deficiência de cisteína e imatu- programa de esportes.
ridade do fígado em converter a me- A leucina aumenta a capacida- de
tionina. É coadjuvante no tratamento de cicatrização óssea, da pele e do
das alergias e da artrite remautóide. tecido muscular. É recomendada para
Estudos recentes apontam a sua ca- as fases pós-cirúrgicas e conva-
pacidade de reduzir a hiperacidez lescenças. Um excesso deste aminoá-
gástrica, além de ser promissora no cido pode causar hipoglicemia.
tratamento da artrite reumatóide, Dose: 500 a 1.000 mg, 3 vezes ao
sempre em doses mais elevadas. dia. Dose máxima diária: 12.000 mg.
A histidina auxilia na produção de
células vermelhas saudáveis.
Também é benéfica para a circulação
do sangue em função de seu efeito

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ponente nas formulações como com-


plemento dietético e por seu efeito
Lisina protetor da célula hepática contra a
infiltração gordurosa. Considerado
Fundamental para o crescimen- um dos mais ativos agentes lipotrófi-
to e desenvolvimento dos ossos em cos. Além disso, estimula a síntese de
crianças, ajuda na absorção do cálcio glutationa, diminui o pH urinário, tua
e a manter o balanço nitrogenado em positivamente em alguns tipos de
adultos. Mais recentemente des- depressão, na esquizofrenia e na Do-
cobriu-se que a lisina, em doses mais ença de Parkinson e também como
elevadas (acima de 1 g./dia) aumen- antialérgico.
ta a imunidade aos resfriados e ao Dose: 500 a 1.000 mg, 3 vezes ao
herpes devido a sua capacidade de dia. Dose máxima diária: 3.000 mg.
formar inúmeros anticorpos. Contri-
bui também para a produção de hor-
mônios e das enzimas necessárias à
cicatrização dos tecidos. Ornitina
A lisina tem importante ação no
bloqueio de enzimas que dissolvem o Composto aminado considerado
colágeno e, por isso, tem emprego por alguns autores como pertencente
como suplemento no câncer e nas in- à família dos aminoácidos, relaciona-
fecções agudas ou crônicas. da sinergicamente com a L-arginina na
Atualmente é um recurso utiliza- liberação do hormônio do crescimen-
do no tratamento do herpes simples, to (GH). Ajuda a estimular o sistema
por ser um antagonista da arginina, imunológico e tem grande influência
envolvida no desencadeamento das na energia corporal, ajuda também na
crises de herpes em pessoas porta- regeneração da célula hepática. Não
doras. Pela sua ação imunoestimu- deve ser usada em pessoas com
lante, tem aplicação no tratamento tendência à esquizofrenia.
da infecção pelo HIV. Dose: 500 a 1.000 mg, 3 vezes ao
Dose: 500 a 1.000 mg, 3 vezes ao dia. Dose máxima diária: 3.000 mg.
dia. Dose máxima diária: 8.000 mg.

Prolina
Metionina
Juntamente com a hidroxiproli-
Um dos 22 aminoácidos, perten- na, a glicina e a hidroxilisina, forma o
ce ao grupo dos 10 essenciais (não colágeno. É parte da substância P,
sintetizados pelos seres humanos). que é um tetrapeptídeo (arginina-
Indispensável ao organismo para o prolina-lisina-prolina).
equilíbrio bioquímico e o crescimen- Dose: 500 a 1.000 mg, 3 vezes ao
to. Indispensável ao organismo para dia. Dose máxima diária: 3.000 mg.
o equilíbrio bioquímico e o cresci-
mento, necessitando ser reposto
diariamente.. Empregado como com-
146
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Dose: 500 a 1.000 mg, 3 vezes ao


dia. Dose máxima diária: 3.000 mg.
Serina
Um dos componentes na forma-
ção das esfingomielinas do cérebro. Tirosina
Um estimulante do sistema imuno-
lógico, elevando os níveis de anti- Importante por participar na
corpos. Importante no metabolismo síntese da epinefrina, dopamina e
das gorduras e ácidos graxos e para o melanina. Considerada eficaz contra
crescimento muscular. Atualmen- te a ansiedade, nos distúrbios do sono,
tem demonstrado capacidade no nas síndromes de abstinência e na
combate à dor. desintoxicação de drogas. Segundo
Dose: 250 mg, 3 vezes ao dia. os novos estudos, pode ser um bom
Dose máxima diária: 3.000 mg. antidepressivo e energizador psíqui-
co, capaz de aumentar o desempe-
nho sob estresse. A tirosina é usada
pelas glândulas tireóide e adrenal
Taurina para a síntese hormonal. A tirosina
também auxilia no combate aos pro-
A taurina age sobre o aparelho blemas alérgicos. Atua fortalecendo
cardiovascular, aumentando a con- o músculo cardíaco, controla o ape-
tratilidade e a excreção de sódio e tite, melhora a atividade sexual e as
água. Atua nas retinopatias e reti- funções da hipófise.
nites, na hipertensão arterial, na Dose: 500 a 1.000 mg, 3 vezes ao
epilepsia e nos casos de redução do dia. Dose máxima diária: 100mg/Kg
ácido clorídrico no estômago. Um de peso.
importante componente da bílis,
atua também da nivelação do co-
lesterol. Utilizada atualmente em,
composições para o tratamento da, Treonina
hiperatividade infantil, epilepsia e
disfunções cerebrais. Tem respeitá- Importante na síntese do colá-
vel ação contra a ansiedade. Ajuda a geno, da elastina e da proteína do
estabilizar e a manter a saúde do esmalte dos dentes. Tem ação no
cérebro e do sistema nervoso. É um sistema imunológico, no controle aos
dos principais aminoácidos neuro- ataques de epilepsia, no parkinsonis-
inibidores que reduz a transmissão mo, ajuda a manter o balanço protê-
dos impulsos nervosos de uma célula ico. Também age contra a depressão.
para outra, é também importante no Contribui para o bom funcionamento
metabolismo das gorduras. Indicado do fígado, sendo um fator lipotrópi-
na insônia, nas depressões leves, no co. É particularmente útil na produ-
estresse, além de ajudar baixar o co- ção dos lipídios da membrana celular
lesterol e os triglicérides. e na promoção de um funcionamen-

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to saudável do timo. Utilizado atual-


mente como auxiliar no tratamento
da Doença de Parkinson e da artrite Valina
reumatóide.
Dose: 500 a 1.000 mg, 3 vezes ao Assim como a leucina e a isoleu-
dia. Dose máxima diária: 4.000 mg. cina, contribui para o metabolismo
muscular e participa do balanço ni-
trogenado. Atua como um estimulan-
te natural dos tecidos e está envolvi-
da com a regeneração dos tecido. É o
principal componente da família de
cadeia contínua que permite o
Triptofano armazenamento das moléculas que
É um aminoácido muito impor- produzem energia. É melhor quando
tante por ser precursor da serotoni- usado em conjunto com dois outros
a leucina e a isoleucina (ver BCAA).
na, da melatonina, e de outros me-
diadores químicos cerebrais; quando Dose: 400 a 1.600 mg, 3 vezes ao
os níveis de triptofano estão reduzi- dia. Dose máxima diária: 6.400 mg.
dos, há menor crescimento cerebral,
tendência à depressão (redução da
serotonina) e ansiedade. Ele traba-
lha em parceria com várias vitaminas
do Complexo B, otimizando as suas
ações metabólicas. Eficaz no trata-
mento do estresse, da depressão,
dos distúrbios do sono, da hiperativi-
dade em crianças, das dores de difícil
controle (dores de cabeça, dor de
dente, dor do câncer).
Apontado atualmente como útil
nos casos de ansiedade alimentar
com excesso de consumo de alimen-
tos. Parece ser um controlador útil
do humor e capaz de suprimir os
desejos de alimentos, álcool e an-
fetamina. ajudando também na for-
mação muscular. Altas doses podem
desencadear efeitos colaterais em
algumas pessoas.
Dose: 500 a 1.500 mg, 3 vezes ao
dia. Dose máxima diária: 3.000 mg.

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Enzimas gundo no organismo, incluindo a di-


gestão e absorção dos alimentos, o
Enzimas são compostos protê- pensamento, o humor, a sexualidade,
icos complexos, caracterizados por o equilíbrio hormonal, a circulação
longas cadeias de aminoácidos, uni- sanguínea, a respiração, os estímulos
dos por ligações peptídicas. Os ami- nervosos, a ideal função do sistema
noácidos, por sua vez, são derivados imunológico, a reposição celular, a
da quebra das cadeias das proteínas proteção contra as doenças e o enve-
e funcionam como transportadores lhecimento, o mecanismo do olfato,
dos fatores vitais para a atividade en- das visão, do paladar, do tato, da au-
zimática. Há também as co-enzimas, dição, o crescimento e a inibição do
que são formadas a partir de vitami- crescimento celular e muitas outras
nas e minerais, destinadas à ativação funções vitais. A vitalidade física e a
das enzimas. longevidade estão relacionadas às
As vitaminas combinadas aos atividades enzimáticas. Portanto a
aminoácidos são, na maioria das saúde depende das enzimas e, prin-
vezes, formadoras da estrutura da cipalmente, da manutenção dos ní-
enzima, enquanto que os minerais e veis ideais das mesmas corpo.
os oligoelementos são ativadores das Por ocasião do nascimento, o
enzimas. Esta ativação produz cargas corpo humano apresenta um poten-
eletrostáticas que determinam toda cial enzimático metabólico limitado,
a dinâmica elétrica corporal, gerando Quanto mais rapidamente é usado o
a atração e a repulsão de partículas potencial enzimático mais curta é a
dentro das enzimas. Esta energia é vida orgânica e mais doenças ten-
basicamente importante para o sis- dem a surgir. É necessário evitar a
tema nervoso e para a transmissão depleção ou o enfraquecimento das
dos estímulos ao longo dos nervos, enzimas por meio do consumo de
além da regulação da temperatura alimentos ricos em enzimas ou pela
corpórea, secreção glandular, ativi- ingestão de suplementos enzimáti-
dade muscular e demais funções que cos adequados.
demandam energia imediata. Este Recentes estudos concluem que a
tipo de energia gerada pelo comple- causa central das doenças degenerati-
xo enzimático é o único conhecido vas e do envelhecimento rápido é exa-
pela ciência que não pode ser sinte- tamente a redução do nosso potencial
ticamente reproduzido. Existem hoje enzimático, que é provocado por dois
cerca de 33 mil enzimas conhecidas. fatores principais, em ordem de im-
As enzimas são responsáveis portância: a ingestão de alimentos
também pela formação estrutural, pobres em enzimas e pelo stress.
crescimento, desintoxicação, defesa Carências enzimáticas são detec-
e também pela existência dos me- tadas em pacientes que apresentam
canismos de cura do organismo. Elas doenças crônicas, como o câncer, o
são também a força fundamental reumatismo em todas as suas formas
que regula mais de dez mil funções e derivações, a artrite reumatóide, as
bioquímicas que ocorrem a cada se- alergias, doenças da pele, doen-

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ças cardiovasculares e até certos ti- as enzimas dos alimentos ou, mais
pos de obesidade, entre dezenas de modernamente, as provenientes de
outras. Com o advento da medicina suplementos nutricionais especiais.
ortomolecular (biomolecular), muito O alimento humano mais rico em
se relacionou esses problemas com a enzimas é o leite materno, ou antes, o
carência de vitaminas, minerais e colostro, que é o produto biológico
oligoelementos, o que determina o mais rico em enzimas e em ativadores
surgimento dos infernais “radicais enzimáticos conhecido. Daí ser o co-
livres”, responsáveis pela interferên- lostro importante, não só pela presen-
cia na função celular e causas das ça de nutrientes em quantidades ba-
enfermidades crônicas. No entanto, lanceadas e apropriadas, por ser uma
pesquisas mais atuais centralizam fonte de anticorpos e de elementos
essas causas mais na carência enzi- protetores, mas pela presença de en-
mática, uma vez que, sem enzimas, zimas de elevado potencial. Enquanto
nem mesmo a função de assimilação o próprio leite materno é rico em en-
e distribuição das vitaminas e dos mi- zimas digestivas, o colostro o é em en-
nerais pode ser efetivada. zimas metabólicas. O mesmo se infere
Até mesmo os radicais livres sur- quanto ao leite dos demais mamífe-
gem devido ao enfraquecimento de ros. Depois temos as frutas, as frutas
enzimas, associado à carência de mi- oleaginosas, os cereais integrais, as
crominerais. Como exemplo, temos o verduras, os legumes, as raízes, o leite
zinco e o cobre, envolvidos com uma cru de outros animais, o mel, os ovos
enzima metabólica e intracelular, a e a carne, desde que todos crus. Tam-
SOD (Super Óxido Desmutase) que, bém possuem enzimas os alimentos
quando enfraquecida, permite o sur- fermentados em meio salino (misso,
gimento de radicais livres. shoio) e fermentados naturalmente
Pesquisas atuais apontam que os com base protêica (queijo de soja,
níveis enzimáticos nos tecidos cor- queijo fresco, iogurte).
porais são elevados na infância e re- O cozimento, destrói as enzimas
duzidos na velhice. Um recém-nato, digestivas presente nos alimentos, o
por exemplo, apresenta cerca de cem que torna os alimentos cozidos e in-
vezes mais enzimas na sua corrente dustrializados, produtos sem vida.
sanguínea do que um idoso. Em con- Cada enzima possui uma função
trapartida, um idoso, apresenta cer- específica no corpo, segundo o arran-
ca de mil vezes mais radicais livres no jo das cadeias de aminoácidos e com-
seu organismo do que um bebê. ponentes vitamínicos e minerais a elas
Existem dois tipos básicos de en- associadas. Enzimas estão associadas
zimas: as endógenas, ou internas e as a muitas outras importantes funções
exógenas, ou externas, originadas bioquímicas, como por exemplo a
fora do corpo. As endógenas dividem- catálise. Catalizadores são estruturas
se em metabólicas (presentes nas que ativam uma reação química, sem
células, sangue e tecidos em geral) e serem modificados ou envolvidos no
em digestivas, presentes no trato resultado da reação. Estão presentes
digestivo. As enzimas exógenas são nas reações de síntese, combinação

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divisão e duplicação das moléculas. • Lactase – destinada à quebra da mo-


Enzimas com esta função estão pre- lécula da lactose.
sentes, por exemplo, na quebra das • Celulase – tem a função de quebrar a
cadeias protêicas de alimentos no película dos vegetais.
trato digestivo, nos fenômenos da re-
• Maltase – com a função de quebrar a
produção, na respiração e armazena-
molécula da maltose
mento de energia no fígado.
Existem mais de mil tipos básicos
de enzimas metabólicas e, a cada dia, Há dezenas de outras enzimas
novas enzimas dessa classe são digestivas, mas com a mesma função
descobertas. Já as enzimas digestivas de reduzir as longas cadeias molecu-
existem em número muito menor, lares dos alimentos de modo a trans-
sendo que as principais são: formá-los em elementos menores,
São as seguintes as enzimas di- assimiláveis para o organismo.
gestivas do organismo humano e os Uma vez assimiladas, estas partes
locais onde estão produzidas: menores serão reagrupadas, estrutura-
das e formarão células, tecidos, ossos,
Boca – Ptialina (amilase salivar) sangue, humores, cartilagens, etc.
Estômago – amilase, lipase, pep- Apesar da disponibilidade de ali-
sina, renina. mentos para a maior parte dos habi-
Intestinos delgado – amino pep- tantes do planeta, raramente vamos
tidase, dipeptidase, lactase, fosfata- encontrar uma pessoa que não apre-
se, maltase, sucrase. sente um ou mais tipos de deficiência
Pâncreas – amilase, quimiotripsi- enzimática, mesmo (e principalmen-
na, lipase, tripsina. te) entre os povos que se alimentam
abundantemente.
As funções das principais são as Fatores que determinam o en-
seguintes: fraquecimento enzimático humano
são a poluição ambiental, o fast food,
• Amilases – destinadas à quebra das os alimentos não espoliados de seus
moléculas dos amidos ou açúcares de nutrientes básicos, o solo desmine-
longa cadeia. A ptialina da saliva é um ralizado pelos adubos, o estresse, o
exemplo e aponta para a importância consumo demasiado de produtos
da mastigação como fase inicial da desmineralizantes como o açúcar
digestão dos amidos presentes nas branco, o excesso de café, álcool e
farinhas, féculas, grãos, etc. medicamentos, presença de metais
pesados, agrotóxicos e aditivos ali-
• Proteases – Destinadas à quebra da
mentares sintéticos e outros. Porém
cadeia de aminoácidos das proteínas,
o fator principal é não consumir ali-
seja das carnes, ovos, leite, ou dos
mentos crus como a natureza os ofe-
vegetais protêicos.
rece, expondo-os ao cozimento, con-
• Lipases – Destinadas à quebra da ca- gelado-os, expondo-os aos fornos de
deia molecular das gorduras (lipídios) micro-ondas, etc.
para a formação de glicerol e ácidos Com a descoberta das enzimas e
graxos. do seu importante papel vital, o

151
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quadro de degeneração biológica manecem em “antecâmaras” (es-


humana e animal tende a mudar e a tômagos enzimáticos) durante um
se criar novas concepções médico- tempo considerável, até que as suas
científicas no campo da saúde. enzimas terminem o primeiro estágio
Um alimento cru geralmente trás da digestão. Nos carnívoros ocorre o
consigo enzimas que servem para a mesmo, porém mais rapidamente.
sua própria digestão, daí os proces- Foram encontrados em estôma-
sos de autólise, autodigestão (cereais, gos de orcas, corpos inteiros de focas
frutas, verduras, tubérculos) e, no ex- que ali estavam há muitas horas, em
tremo, de putrefação (carnes, ovos), processo “autodigestivo”, numa si-
que acontecem quando um alimento tuação em que não havia nenhuma
é deixado sob efeito do tempo, sem glândula secretora de proteases nes-
conservação. As nossas enzimas di- ses estômagos. Isso ocorre em todos
gestivas, presentes na saliva (ptialina, os organismos de animais carnívoros,
que é uma amilase), no estômago uma vez que a carne animal é rica na
(proteases) e nos intestinos (lipases) e enzima catepsina, capaz de promo-
as produzidas no pâncreas, existem ver a autodigestão das proteínas.
tão somente com o papel de reserva Essa função da catepsina não ocorre
ou para “retocar” o processo digesti- plenamente enquanto o animal está
vo. Normalmente, o corpo conta com vivo, uma vez que esta enzima é ati-
a presença das enzimas digestivas que vada após a morte das células.
já vêm nos alimentos. Do mesmo modo, nos vegetais
Estudos recentes mostram que a existem celulases, amilases, prote-
maioria dos animais apresenta uma ases, lipases e outras enzimas que
perfeita adaptação orgânica ao tipo também só são ativadas por ocasião
próprio de alimento. Geralmente os da morte celular, de sua destruição
animais não produzem grandes quan- ou da interrupção da oferta de ma-
tidades de enzimas digestivas, Na ver- terial nutriente. Os vegetais, notada-
dade, os seus órgãos produtores de mente as folhas e as películas de ce-
enzimas, como o pâncreas, têm um reais e leguminosas (feijões e grãos
funcionamento muitas vezes menor em feixes) apresentam uma capa de
quando comparado ao mesmo órgão celulose digerível com dificuldade ou
de um ser humano moderno. Tanto o parcialmente para os seres humanos
estômago de animais herbívoros, (daí eliminarmos cascas de feijão, de
quanto de carnívoros, não mostram a tomate, etc. pelas fezes). Mas nos
presença de enzimas digestivas, uma animais silvestres, herbívoros e rumi-
vez que contam com “estômagos en- nantes, também não produzem em
zimáticos”, aonde as enzimas que já seus corpos quantidades suficientes
vêm nos seus respectivos tipos de de celulase (enzima que dissolve a
alimentos farão a digestão dos mes- celulose das folhas); a digestão das
mos, sem a necessidade de muitas folhas ocorre nas suas “câmaras” ou
enzimas serem produzidas. pré-estômagos (pança) onde o calor
Estudos revelaram que nos ani- corpóreo e a umidade favorecem a
mais herbívoros, os alimentos per- ação da celulase que existe nas pró-

151
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prias folhas. Isto é verdadeiro tam- deveria ocorrer anteriormente. Mas


bém para seres humanos. chamamos atenção para o fato do
A celulase e outras enzimas pre- alimento ingerido necessitar de calor
sentes nos vegetais explicam o pro- e humidade para que sejam ativadas
cesso de deterioração que eles sofrem as suas enzimas naturais. Se estes
quando se tornam gradativamente alimentos não possuírem estas en-
gelatinosos quando não conservados. zimas, nada de substancial ocorrerá
É aquela transformação que acontece nesse primeiro período da digestão,
na alface, no repolho e em outras ver- a não ser a formação de gases (fer-
duras, quando as suas folhas vão mur- mentação pela ausência de enzimas),
chando ou apresentam áreas amole- eructação, arrotos…; então começa o
cidas e geleificadas mais escuras. Isto silencioso e habitual tormento para o
se deve à ação das enzimas. organismo, forçado a produzir enzi-
Uma enzima digestiva presente mas digestivas para compensar a sua
nos alimentos citados é ativada por
ausência nos alimentos.
vários fatores, sendo um dos princi-
Animais domesticados, que se
pais a elevação da temperatura. Se
alimentam de rações e alimentos co-
exposta a temperaturas elevadas,
zidos, apresentam uma incidência de
uma enzima é completamente des-
doenças muitas vezes superior à dos
truída, mas se mantida prolongada-
mente a temperaturas como a cor- animais selvagens ou que se alimen-
poral, por exemplo, ela será ativada tam adequadamente, segundo a sua
e realizará as suas funções adequa- natureza. Assim, cães, gatos, porcos,
damente. O estômago humano é aves, cavalos, etc. precisam de ve-
fisiologicamente dividido em duas terinários e de remédios do mesmo
partes, a proximal e a distal. Após modo que os seres humanos necessi-
uma refeição, os alimentos permane- tam de médicos. Os seus organismos
cem até cerca de uma hora na parte apresentam o mesmo tipo de “des-
superior, em “lento aquecimento” , vio”, quando o excesso de produção
onde não recebem nenhum tipo de de enzimas digestivas determina
enzima digestiva corpórea, a não ser uma exaustão do material que seria
as poucas amilases salivares (que ha- destinado à estruturação das enzi-
bitualmente resultam de uma quase mas metabólicas.
convencional má mastigação). Muito Estudos recentes mostraram que
claramente, o corpo parece aguar- o pâncreas de animais e seres huma-
dar a autodigestão dos alimentos, de nos submetidos a uma dieta cozida é
modo muito semelhante ao que mais pesado do que daqueles habitu-
ocorre nos “estômagos enzimáticos” ados à ingestão de alimentos crus ou
das orcas e ruminantes. Somen- te apropriados, segundo a sua natureza.
depois deste período inicia-se o O pâncreas é obrigado a executar uma
processo da digestão das proteínas função, extra, um trabalho maior para
com a ação do suco gástrico rico em produzir enzimas, o que determina o
pepsina e outras enzimas, que ape- seu aumento de peso e volume.
nas existem para “arrematar” uma
Quando humanos e animais fa-
quebra de cadeias protêicas que
zem uso de alimentos crus ou apro-

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priados, ou se submetem a uma su- ses. A comida típica brasileira repre-


plementação de enzimas digestivas, senta um dos hábitos alimentares
o pâncreas reduz o seu volume e mais insalubres do planeta quanto à
muitos maus sintomas desaparecem, questão enzimática, pois tudo é cozi-
como fadiga, gazes, dores de cabeça, do, frito ou assado.
alergias, dores de estômago, prisão Estudos recentes mostram que
de ventre, alterações circulatórias, uma simples cenoura, atualmente,
distúrbios menstruais, inflamações e pode ter até 30% a menos vitaminas
infecções, diarréias e deficiências nu- e minerais do que no passado, ou
tricionais, entre muitos outros. quando comparada à outra cenou- ra
Não é necessário adotar uma que cresceu numa terra normal. O
dieta completamente crua para se mesmo ocorre quanto a uma in-
garantir uma boa condição enzimáti- finidade de outros produtos, prin-
ca orgânica. É importante o consumo cipalmente os importantes cereais,
de cereais integrais, suas vitaminas e mesmo que integrais. Sobre essa
suas fibras, como o arroz integral, o questão, o Dr.Daniel T. Quingley, no
trigo para o nosso pão, o centeio, seu livro The National Malnutrition,
o milho, a cevada, o trigo sarraceno, comenta o seguinte: “qualquer pes-
etc, mas estes devem ser sempre in- soa que, no passado, tenha comido
tegrais, pois os mesmos decorticados açúcar, farinha refinada, comida en-
perdem grande parte da seus nu- latada, etc., tem alguma doença ca-
trientes principais. Ademais, quan- rencial e a extensão dessa carência
do mastigamos prolongadamente o vai depender da percentagem dessa
arroz integral ou uma fatia de pão deficiência na dieta”.
integral completo, uma espiga de Quando se ingere um alimento
que não apresenta a quantidade su-
milho, etc. mesmo que cozidos, re-
ficiente de nutrientes básicos, não se
alizamos uma digestão quase com-
adquire a quantidade de minerais e
pleta dos mesmos já na boca, através
vitaminas para a elaboração das en-
da ação da amilase, ou ptialina, que zimas metabólicas, o que representa
transforma o amido em maltose e
mais um fator de enfraquecimento
derivados, já na boca. Assim, não so- das mesmas. Estabelece-se então
brecarregamos o organismo exigindo uma disputa por nutrientes, sendo
dele a elaboração de amilases intes- que grande parte dos aminoácidos,
tinais, o que não provocará desvios microminerais e vitaminas acabam
de enzimas metabólicas. No entanto, destinados à elaboração das enzi-
se mesmo os cereais integrais não mas digestivas. Isso ocorre crônica e
forem bem mastigados, haverá exi- continuamente no organismo, enfra-
gência de produção extra de enzimas quecendo-o e expondo-o às doenças
digestivas através do pâncreas. Isto degenerativas e ao envelhecimento
ocorre continuamente quando se in- prematuro.
gere uma refeição típica do brasilei- Conclui-se, portanto, que além
ro, o arroz branco com feijão, quando das mudanças dietéticas indicadas,
não se mastiga adequadamente e se ou mesmo quando não se possa
exige assim uma enorme sobrecarga adotá-las, é necessário adotar uma
orgânica para a produção de amila- suplementação enzimática, vitamí-

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nica e mineral, preferentemente de sociar lipase. Para uma dieta rica em


fontes primárias. vegetais cozidos, associar amilase e
celulase; ato contínuo, para uma die-
Nomenclatura, unidade, dose ta rica em açúcar, incluir sucrase.
e posologia Se houver o hábito de ingerir lati-
cínios, em presença ou não de alergia
Existe uma nomenclatura diversa à lactose, recomenda-se incluir lacta-
relacionada com enzimas, baseada se como suplemento.
nas recomendações do Comitê de Uma boa orientação é recomen-
Nomenclatura da União Internacio- dar que o paciente opte por uma
nal de Bioquímica e Biologia Mole- dieta composta mais por itens crus,
cular (IUBMB) e descreve cada tipo mas na impossibilidade e para evitar
de enzima, obedecendo a variantes sacrifícios, para proteger a reserva
como classe, atividade, etc. enzimática do organismo, uma su-
A unidade própria das enzimas plementação com diversos tipos de
pode ser o grama ou a unidade es- enzimas deve ser associada a uma
pecífica de cada uma. Assim uma li- dieta mista, cuja dosagem de praxe é
pase, por exemplo, pode ser medida aproximadamente a seguinte:
em mg ou em UL (unidade de lipase); • Amilase – 50 mg = 1.500 AU (amilase
as proteases são medidas em mg ou units)
em PU (protease unit) e assim por • Protease – 50 mg = 5.000 PU (prote-
diante, num padrão já adotado inter- ase units)
nacionalmente.
• Lipase – 50 mg = 250 LU (lipase
A prescrição ou uso de enzimas
units)
não obedece aos mesmos princípios
das vitaminas, minerais, oligoelemen- • Lactase – 50 mg = 50 LAU (lactase
tos, fitoterápicos ou medicamentos. A units)
dose ou posologia das enzimas, com • Celulase – 50 mg = 250 CU (celulase
exceção dos sistemas terapêuticos units)
que empregam concentrações eleva-
• Bromelaína – 50 mg ou 100 GDU
das das mesmas, depende do objetivo
da prescrição e sofre variação segun- • Papaína - 30 mg = 60.000 unidades
do o tipo de alimento consumido.
A técnica habitual é suplemen-
tar enzimas toda vez que se ingerir
alimentos cozidos e especificamen- Enzimas do
te para cada tipo de alimento. Por mamão
exemplo, para uma dieta rica em
carne animal, recomenda-se associar Produto extraído do mamão, sob
proteases (tripsina, quimiotripsina, a forma de um pó amarelo, acondicio-
papaína, bromelaína, ou proteases nado depois em cápsulas ou drágeas.
produzidas por vegetais ou pelo as- Contém papaína, a enzima própria
pergilus niger); pare dietas ricas em do mamão, que é basicamente um
gorduras saturadas, laticínios pas- fermento solúvel, mais abundante no
teurizados, frituras, etc., deve-se as- fruto verde e nas sementes, sen-

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do um fac-simile da pepsina (enzima rece prevenir as infecções intestinais


digestiva presente no suco gástrico), bacterianas. Pode ser ingerida ou
por seu grande poder digestivo; por aplicada topicamente, fazendo par-
isso o mamão é receitado pelos mé- te de diversos cosméticos e recursos
dicos nas doenças do estômago e dos medicinais para uso externo.
intestinos. Ver Mamão. Dose: 100 a 200 mg, 3 vezes ao dia.

Bromelaína Micozima
(ou bromelina
Enzima (alfa-amilase) produzida
Um dos componentes ativos das pela fermentação de um fungo que
plantas bromeliáceas, dentre as facilita a digestão do amido. Está pre-
quais se destaca o abacaxi, o ananás sente em algumas fórmulas para su-
e a bromélia. A bromelaÍna é basica- plementação enzimática. A sua dose
mente uma enzima proteolítica ativa, não está estabelecida.
extraída mais comumente do abaca-
xi, fazendo parte de diversas fórmu-

las para suplementação enzimática.


É utilizada para a quebra da Ornitina
molécula das proteínas de modo a
favorecer a melhor absorção de nu- Composto aminado considerado
trientes. Tem emprego como suple- por alguns autores como pertencente
mentação enzimática na insuficiên- à família dos aminoácidos, relaciona-
cia pancreática. Devido à sua ampla da sinergicamente com a L-arginina na
resistência às variações de pH, pode liberação do hormônio do crescimen-
ser usada como substituto à pepsina to (GH). Ajuda a estimular o sistema
e tripsina, em casos de deficiências imunológico e tem grande influência
digestivas. na energia corporal, ajuda também na
Usada mais concentradamente, é regeneração da célula hepática. Não
um bom auxiliar antiinflamatório e deve ser usada em pessoas com
tem efeito inibidor da síntese da tendência à esquizofrenia.
fibrina.degradando fibrina e fibrino- Dose: 500 a 1.000 mg, 3 vezes ao
gênio. É aplicada no combate à celu- dia. Dose máxima diária: 3.000 mg.
lite, à epididimite, como antiadesivo
plaquetário em doenças cardiovas-

culares, tromboses, veias varicosas,


flebites, e topicamente em úlceras to do câncer, necroses por tumores,
externas. Melhora a recuperação dos alergias, dismenorréia. O seu uso pa-
tecidos em traumas. Indicada nas do-
enças da tireóide, como inibidor do
apetite, como auxiliar no tratamen-
155
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Pancreatina
Composto rico em enzimas di-
gestivas, obtida por liofilização do
pâncreas animal (caprino ou
bovino). Utilizado em pequenas
quantidades

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em composições estimulantes das Fitoterápicos


funções digestivas.
Grupo ao qual pertencem as
plantas medicinais e seus princípios
ativos. Plantas sempre tiveram o seu
Papaína lugar de importância em todos os sis-
temas médicos de todos os tempos e
Enzima cristalina, proteolítica, povos e, nem mesmo com a ascen-
extraída do látex do mamão, sendo a são da terapêutica farmacológica, as
principal enzima desta fruta. Ver em plantas perderam o seu posto na
Enzimas do mamão. medicina. Depois de uma era em que
Dose padrão: 30 mg por refeição tudo parecia poder ser sintetizado
se esta for concentrada em proteínas em laboratório, recursos terapêuti-
animais e gorduras. cos à base de plantas e seus deriva-
dos, direta ou indiretamente, preen-
chem cerca de 40% de tudo aquilo
que pertence ao universo das drogas
de farmácia e da terapêutica univer-
Pepsina sal. Hoje, com a expansão da medici-
na biomolecular, os fitoterápicos são
Enzima proteolítica presente no
cada vez mais utilizados.
suco gástrico. Sua função é a diges-
No Brasil, o uso terapêutico des-
tão das proteínas. Convertendo-as
tes recursos fortaleceu-se com esta-
em peptonas e polipeptídios de ca-
belecimento da Política Nacional de
deias fracas. Para uso em suplemen- Plantas Medicinais e Fitoterápicos,
tos enzimáticos, é obtida a partir da como parte da Política Nacional de
mucosa gástrica liofilizada, bovina ou Práticas Integrativas e Complemen-
caprina, quando se se apresenta tares, que deve, em breve, oficializar
como um pó amarelo-acastanhado a prescrição de plantas e fitoterápi-
ou branco. Utilizada suplementar- cos na rede pública de saúde.
mente como auxiliar em casos de
Memento Fitoterápico da
digestão difícil, em pequenas doses.
Pode digerir de 2.500 a 5.000 vezes o Farmacopéia Brasileira
seu peso de clara de ovo cozido.
No Brasil as regras para o uso de plantas
medicinais são regidas pelo Memento
Fitoterápico da Farmacopeia Brasileira,
segundo o Anexo I da Portaria nº 354, de
11 de agosto de 2006. O uso de plantas
medicinais e fitoterápicos para a saúde
fortaleceu-se com estabelecimento da
Política Nacional de Plantas Medicinais e
Fitoterápicos, como parte da Política
Nacional de Práticas Integrativas e
Complementares, Portaria 971/2006,
que praticamente oficializa a prescrição
de plantas e fitoterápicos na rede
157
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

pública de saúde. Existem, atualmente, cerca de duas


centenas de plantas medicinais e
Algumas regras básicas do Memento medicamentos fitoterápicos utilizados
Fitoterápico regularmente, oferecidos pelo comércio,
aplicados e prescritos por médicos e
Indicações terapêuticas outros profissionais de saúde. Neste
Guia, por motivos práticos, apontaremos
Esse é o item do memento em que são apenas aqueles de uso mais corriqueiro
descritas as indicações para a planta na prática terapêutica diária.
medicinal, nos derivados vegetais e
formas farmacêuticas. A avaliação da Plantas medicinais mais
indicação terapêutica das plantas
mencionadas neste Guia segue as importantes
normas em vigor na ANVISA para
fitoterápicos (Resolução RDC nº 26, de Existem mais de duas mil plantas
13 de maio de 2014 e Instrução medicinais em uso regular no Brasil,
Normativa nº 02, de 13 de maio de sendo que, destas, apenas cerca de 200
2014). são as mais conhecidas pela medicina
Precauções de uso popular, e muitas fazem parte da
Nessa parte da monografia, são Farmacopeia Brasileira. A seguir,
descritas as precauções de uso apresentamos somente algumas das
conhecidas. Precauções não descritas mais utilizadas, segundo sua eficácia e
quanto ao uso da planta medicinal na tradição. Como preparar as plantas para
forma indicada no memento podem uso Plantas medicinais podem ser
existir se for utilizada outra parte da usadas na sua forma fresca natural ou
planta, ou em outras formas seca, em extrato seco com seus
farmacêuticas. princípios ativos (pós e cápsulas), ou em
Efeitos adversos alcoolaturas, tinturas e preparados
São descritos nesse item efeitos homeopáticos. Podem ser aplicadas
adversos possíveis ou já descritos na diretamente ao corpo em sumos,
literatura técnico-científica com a compressas ou como chás. A forma mais
planta medicinal nas formas prática são os chás fracionados, ou seja,
farmacêuticas previstas na monografia. as ervas desidratadas e embaladas, para
Outros eventos adversos não descritos que possam ser preparados os chás na
podem ocorrer caso a planta medicinal medida que se queira.
seja utilizada de forma diferente do Como preparar o chá
previsto no Memento Fitoterápico. Salvo indicações específicas para cada
158
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planta adiante, as formas de preparo Infusão: Colocar cerca de 5g da planta


dos chás devem obedecer a algumas (aproximadamente 1 colher de sopa),
regras. Para partes duras como em 500ml de água fervente. Tampar e
sementes, cascas e raízes, é indicado aguardar cerca de 20 minutos.
fazer a decocção. Para partes tenras,
como flores e folhas, é indicada a Existem atualmente cerca de
infusão. duas centenas de medicamentos
fitoterápicos aplicados e prescritos
Decocção: Ferver 5g da planta por médicos e outros profissionais de
(aproximadamente 1 colher de sopa) saúde. Neste manual, por motivos
em 500ml de água por 5 a 20 minutos, práticos, apontaremos apenas aque-
dependendo da dureza e do tamanho les de uso mais corriqueiro na prática
terapêutica diária.
das partículas. Tampar e aguardar
cerca de 15 minutos.

Alcaçuz
Glycirrhiza glabra.

Família das leguminosas. O que


se conhece como alcaçuz é a raiz doce

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da planta do mesmo nome; arbusto seu uso deve ser prolongado, por vá-
originário da Europa meridional, da rias semanas. Não serve como trata-
família das leguminosas-papilionáce- mento para casos muito agudos por
as, de flores em espigas longas e ra- não apresentar efeitos instantâneos.
ízes longas, ricas em açúcar. O pó da É também um adoçante natural, já
raiz é utilizado como excipiente para apresentando o seu próprio açúcar.
a confecção de pílulas. Encontrado comumente no comércio
A planta tem propriedades medi- especializado como um bastãozinho
cinais conhecidas há milênios, sendo ou em pó escuro; para ser usado
que os antigos gregos e egípcios já a como bala, em pequenas quantida-
utilizavam no combate às doenças des ou adicionado a pratos especiais.
respiratórias como a gripe, a tosse, o Em pó desidratado participa como
catarro, a asma e a bronquite. Tam- componente de diversas fórmulas
bém é um leve estimulante da diges- fitoterápicas.
tão e ajuda a combater as diarréias,
Atualmente o alcaçuz, na sua for-
apesar de não prender os intestinos.
ma de estrato seco DGL, está sendo
Também possui propriedades tôni-
aplicado no tratamento do câncer,
cas, indicado para anemias, fraquezas
e no pós-parto. Apresenta também principalmente o de próstata. Ver de-
propriedades lactogênicas, desinto- talhes amplos no capítulo O desafio
xicantes e calmantes. O chá da raiz é do câncer e opções terapêuticas
refrescante e serve para o tratamen- atuais, adiante, onde o Dr. José de
to da úlcera e das cólicas do estôma- Felippe Jr mostra detalhes
go. O pó ou o chá da raiz é indicado farmacológicos do alcaçuz no
também contra a prisão de ventre, as tratamento do câncer.
inflamações das vias urinárias (Wei- Cada 500 mg do extrato estan-
ner, 1980), tosses, congestão do fíga- dardizado da raiz contêm 2% (< 10
do, falta de ar, náuseas e é também mg) de glicirrizina ativa. Não existe
diurético. Diz-se que a raiz mastigada nenhuma ação tóxica ligada ao pro-
combate o hábito de fumar. duto nem dose mínima ou máxima
Existem diversos componentes fi- determinada.
toterapêuticos ativos no alcaçuz, mas
a sua ação principal deve-se à glicirrizi-
na, um polissacarídeo complexo. Exis-
te uma apresentação do alcaçuz, que Alecrim
é a sua forma “deglicirrizinada” (DGL), Rosmarinus officinalis.
com menos carboidratos e maior con-
centração de princípios ativos cicatri- É o alecrim comum. Muito estu-
zantes, muito eficaz como tratamento dado atualmente depois da desco-
auxiliar de úlceras gástricas. berta que a resina desta planta é a
Não existem grandes trabalhos base da produção da própolis verde
científicos relacionados ao alcaçuz, (Ver própolis), a forma mais potente
sendo o seu uso ainda caracteristica- de própolis conhecida. Os princípios
mente empírico.A sua ação é sempre ativos mais importantes do alecrim
suave e contínua, razão pela qual o são: pineno, canfeno, borneol, cine-
ol, lineol, taninos e óleos.
160
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Na medicina popular, empiri-


camente, usa-se a decocção ou a

161
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tintura das folhas do alecrim como convertase with anti-ln!lammatory activ-


digestivo, antifisético, antiespasmó- ity. lnt J lmnmunopharmacol.
dico e tônico hepatoprotetor; Usa- 1988;10(6):729-37. Pamnham MJ.
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tose, bronquite, asma, no cansaço,
mary, sage, and sumac extracts and their
no reumatismo e nas gripes. O pó das
combinations on
folhas secas é cicatrizante. Usa- do
também na medicina popular em stability of natural peanut ou. J Med Food.
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em abscessos e contusões. Mesmo 3 . Bano MJ, Lorente J, castilio J, Benaven-
na ,medicina doméstica o alecrim é te-Garcia O, dei Rio JA, Ortuno A, Quirin
tido como tóxico e abortivo em doses 1KW, Gerard D.
elevadas (26) e produz dermatite de
Phenolic diterpenes, flavones, and ros-
contato (23).
marinic acid distribution during the devel-
Na farmacologia e na medicina,
opment of leaves,
porém, há muito mais certezas sobre
seus efeitos, sendo que até agora são fiowers, stems, and roots oí Rosmarinus of-
os seguintes os efeitos já observados flcinalis. Antioxidant activity. J Agric Food
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inhubut benzo[a]pyreneinduced genotox- comum e de uso antigo na medicina
icity In human bronchial cells. Carcinogen- popular como calmante, sedativo,
esis. 1995 Sep;16(9):2057-62. aplicado contra a insônia e em proble-
17. Huang MT, Ho CT, Wang ZY, Ferraro T, mas intestinais. Folhas cruas são leve-
Lou YR, Stauber K, Ma W, Georgiadis C, mente laxantes, antiácidas, diuréticas
Laskin JD, Conney AH. Inhibition of skin tu- e anti-reumáticas. O suco cru e o chá
morigenesis by rosemary and uts constitu- das folhas, talos e raízes, são soníferos.
ents carnosol and ursolic acid. Cancer Res. Na fitoterapia tem ação como calman-
19g4 Feb 1;54(3):701-8. te do estômago, béquica, antiictérica
18. Aqei MB. Relaxant e!fect o! the volatile e calmantes. Usada em cataplasmas
ou o! Rosmarinus officinalis on tracheal em contusões e inchaços.
163
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

A planta chamou a atenção dos response to carrot and lettuce chatlenge


cientistas que nas pesquisas des- in allergic patients. Ann Atlergy Asthma
cobriram a presença dos seguintes immunol.1995 Feb;74(2):152.
princípios ativos na alface: Lactucina, 6. Roman-Ramos R, Flomes-Saenz JL,
manitol, ácido lactúcico, oxálico, as- Alarcon-Aguitar FJ. Anti-hyperglycemic
paragina, carboidratos, sais minerais effect o! some edible ptants.J Ethnophar-
e vitaminas. Foram descobertos al- macot. 1995 Aug 11;48(1):25-32.
guns efeitos colaterais, como derma- Department of Heatth Sciences, Metro-
tite de contato1, alergia2,3,4 e rinite potitan Autonomous Univemsity, Mexico,
5, que somente podem aparecem em D.F., Mexico.
grandes doses e com o consumo de
7. Giordani R, Moulin-Traffort J, Regti
grandes quantidades da planta. Os
P.Glycosidic activities o! candida aibicans
estudos foram mais positivos para os
after action o! vegetable latex saps (natu-
bons efeitos e foram comprovados
ral antifungals) and isoconazole (synthetic
feitos medicinais importantes como
anti!ungal). Mycoses. 1991 JanFeb34(1-
anti oxidante6, para o tratamento da
2):67-73.
candidíase7 e como antifúngico7,8.
8. Moutin-Traffomt J, Giordani R, Regh
Notas de referências científicas da P. Anti!ungal action o! latex saps from
alface Lactuca sativa L. and Asclepias curassavica
L. Mycoses. 1990 Jul-Aug;33(7-8):383-92.

1. Jovanovic M, Poljacki M. [compositae


dermatitis]. Med Pregl. 2003 Jan-
Feb;56(1-2):43-9. [Article in cmoauan]
2. San Miguel-Moncin M, Krail M, Scheu-
mem 5, Enrique E, Alonso R, Conti A,
Cistero-Bahima A, Vieths 5.
Lettuce anaphytaxis: identification o! a
lipid trans!er protein as the major alter-
gen. Allergy. 2003
Jun;58(6):51 1-7.
3. Vila L, Sanchez G, Sanz ML, Dieguez 1,
Martinez A, Palacios R, Martinez J. Study
o! a case o!
hypersensitivity to lettuce (Lactuca sativa).
CIin Exp Allergy. 1998 Aug;28(8):1031-5.
4. Kanerva L, EstlanderT, Jolanki R. Oc-
cupational aliergic contact dermatitis !rom
spices. Contact
Dermatitis. 1996 Sep;35(3):l 57-62.
5. Schwartz HJ, Arnold JL, Stroht KP.Nasal

161
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

de melancolia e de doenças mentais.


Os princípios ativos mais importantes
Alfafa são: timol, estragol, metilchavicol, li-
Medicago sativa nalol, cânfora e taninos. As folhas são
usadas normalmente como tradicio-
Uma das plantas mais ricas em nal condimento. No uso empírico, o
clorofila. Mais utilizada na forma de chá das folhas é, estimulante digesti-
broto, como alimento. Os princípios vo, antiespasmódico para cólicas do
ativos mais importantes da alfafa são estômago, galactogênico, béquico e
a vitamina K e os fitoestrógenos. anti-reumático. Gargarejos com o
Popularmente a alfafa é utilizada em chá são aplicados nas doenças da
chás (e como alimento), para melhora boca, garganta e na halitose.
do apetite, nas alterações intestinais, A infusão é aplicada como digesti-
e no tratamento empírico da úlcera vo, antiespasmódico, antiemético, na
péptica, pela sua ação cicatrizante. debilidade orgânica, nas febres e como
Também aplicada nas doenças uriná- anti-reumático. As folhas amassadas
rias, na cistite crônica, e no tratamen- são eficazes em vários tipos de feridas,
to da retenção hídrica. Mito popular devido à sua ação cicatrizante.
no reumatismo, na artrite e como cal- Os efeitos comprovados cientifi-
mante nas doenças nervosas. Cientifi- camente e em estudo mostram os se-
camente, porém, seu efeito até agora guintes efeitos medicinais: Tratamen-
verificado é como coadjuvante no tra- to e prevenção da úlcera gástrica1;
tamento do diabetes1. Anti inflamatório2,3,4; AIDS- Efeito
anti HIV “in vitro”4.
Nota de referências científicas da
alfafa Notas de referências científicas
da alfavaca
1. Swanston-Flatt 5K, Day c, Bailey CJ,
Flatt PR. Traditionai plant treatments for 1- Síngh 5. Evatuation o! gastric anti-utcer
dlabetes.Studles in normal and strepto- activity o! !ixed ou o! Ocimum basilicum
zotocin diabetic mice. Diabetotogia. 1990 Linn. and its
Aug;33(8):462-4. Biomedical Sciences possible mechanism o! action. Indian J Exp
Research Centre, University of Ulster, Biol. 1999 Mar,37(3):253-7
Colemaine, UK. 2- Singh 5. Mechanism o! action o! antuin-
flammatory e!fect o! flxed ou o! Ocimum
basilicum Linn. Indian J Exp Biot. 1999
Alfavaca Mar,37(3):248-52.
Ocimum basilicum 3- Singh s.comparative evaiuation o! an-
tiinflammatory potential o! flxed oil o! di-
A alfavaca, ou manjericão, é co- fferent specles o!
nhecida desde a antiguidade e foi Ocimum and its possible mecha- nism
muito utilizada pelos médicos árabes. o! action. lndianJ Exp Bioi. 1998
Na Pérsia era empregada em casos Oct;36(10):1028-31.

161
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

4- Yamasaki K, Nakano M, Kawahata T, acetovanilona; ácidos graxos poliin-


Mori H, Otake T, Ueba NI, Oishi 1, lnami R, saturados; ácidos orgânicos: ácido
Vamane M, Nakamuma M, Murata H, málico, ácido cítrico, palmítico, este-
Nakanlshi T. Anti-Htv-1 activity o! herbs in árico, aráquico e pectínico; betaína;
Labiatae. Biol Phamm Buli. 1998 Aug;21 fenóis (ácido dihidroxibenzóico); fi-
(8):829-33. tosteróis (beta- sitosterol); furfurol;
oleína; óleos essenciais; resinas; sa-
licilatos (ácido salicílico), erotonina;
Alfazema sesquiterpenos (gossipol); taninos;
Lavanda officinalis. vitamina E.
A descrição da ação conhecida
Existem vários tipos de alfaze- dos dois princípios ativos mais im-
ma, mas todas as suas variedades portantes concentra-se no sitosterol,
têm como princípios ativos conheci- de atividade estrogênica fraca. Novos
dos o geraniol, o furfurol, o linalol, o dados devem surgir com os resulta-
cariofileno e a cumarina, que lhes dos das pesquisas.
conferem as propriedades: tônica e
calmante dos nervos, antimicrobia-
na e desintoxicante intestinal O chá
das flores e folhas tem ação estimu- Angélica
lante, antiespasmódica, estomáqui- Angelica archangelica.
ca e emenagoga, além de combater
os gases intestinais. É empregada Família das umbelíferas. Como
empiricamente como digestiva, es- uso medicinal tem feito tônico,
timulante e antiespasmódica, para estomáquico, aperiente, diurético,
combater cólicas e gases, as indi- depurativo, expectorante, carmi-
gestões e fermentações digestivas. nativo e emenagogo. Largamente
Externamente, usa-se sob a forma de utilizada e apreciada pela medi- cina
alcoolatura para fricções contra o popular e etnomedicina bra- sileira.
reumatismo. Tem como componentes principais
Existem algumas pesquisas em óleos essenciais, óleos voláteis,
andamento na Universidade de São cumarina, ácidos orgâni- cos, tanino,
Paulo e na Universidade Federal do e princípios amargos. A cumarina
Rio de Janeiro. deriva de compostos da
benzopirona, que ocorre na planta
de forma livre ou como heterosíde-
os derivados de lactonas do ácido D-
Algodoeiro hidroxicinâmico, que possuem
Gossipyum herbaceum propriedades medicinais variadas,
principalmente como anticoagu-
Esta planta está atualmente sob lantes (warfarina), estrogênicos,
estudos científicos pela UNICAMP- antibacterianos (novobiocina), es-
São Paulo. Os princípios ativos mais pasmódicos (escopoletina) e vaso-
importantes do algodoeiro são: dilatadores (visnadina). Esta planta

162
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entra na fórmula de diversos extra- adultos (metade da dose para crian-


tos vegetais compostos. ças até 20 Kg. de peso), divididos em
Na China e na Índia utiliza-se uma duas doses equivalentes a 250 mg do
planta similar, a angelica sinensis, de extrato.
composição muito semelhante à Resultados positivos têm sido re-
angélica brasileira, conhecida como latados e observados com o a aplica-
Dong quai ou Dang gui, devido à sua ção da raiz do astrágalo em casos de
capacidade de reduzir os sintomas da herpes simplex, herpes zoster, outras
tensão pré-menstrual, os distúrbios doenças virais em geral (incluindo as
menstruais e da menopausa. viroses comuns da infância) e, mais
Não há um estudo ainda apon- recentemente contra a AIDS, como
tando a quantidade de princípios ati- coadjuvante na luta para a redução da
vos por miligrama do extrato da plan- carga viral do organismo infectado.
ta, uma vez que ele ainda não está
estandardizado no Brasil. Portanto, o
seu uso obedece às informações
empíricas, apesar de se conhecer a Babosa
composição química da planta. Aloe vera
A posologia indicada é de 100 a
200 mg três vezes ao dia. Originária da região do Medi-
terrâneo, da família das liliáceas, é
uma planta cujos efeitos medicinais
são cada vez mais comprovados; no
Astrágalo entanto, há uma tendência dos em-
Astragalus membranaceus píricos a exagerar na capacidade me-
dicinal dela. Hoje é um fitoterápico
Planta leguminosa papilionácea, usado quase em todo o mundo. Tem
espinhosa, originária da Ásia, produ- como componentes ativos a aloína
tora da goma adraganta. Muito co- (glicosídio da antraquinona), aloé
nhecida, tanto no Oriente como no emodina, polissacarídeos (mucila-
Ocidente pelas suas propriedades gens), silicatos, salicilatos, lactato de
estimulantes das defesas orgânicas e magnésio, taninos e resinas.
da resistência contra os germes. Tem Tem efeito cicatrizante em úl-
ação antiinflamatória, tônica, ceras gástricas e duodenais. As suas
antimicrobiana e estimulante da diversas propriedades medi- cinais
leucocitose. Utiliza-se o extrato de- são: resolutiva, emoliente, anti-
sidratado da raiz para a elaboração séptica, antiinflamatória, ads-
dos produtos fitoterápicos. O princí- tringente, analgésica, colerética e
pio ativo do astrágalo é uma flavona, vulnerária. Externamente, o sumo
mais especificamente a 4-hidroxi-3- batido pode é um dos mais eficazes
metoxisoflavona; cada 500 mg do recursos contra as manchas da pele
extrato desidratado da raiz contém e queimaduras de todos os graus,
aproximadamente 0,5%, ou 2,0 mg úlceras varicosas, erisipela, úlce- ras
deste composto. A dose terapêutica comuns, inflamações, eczemas,
recomendada é de 2,0 mg/dia para queda de cabelo, feridas em geral,

163
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inflamações nos olhos e nas hemor- Os efeitos medicinais comprovados


róidas de qualquer tipo. do boldo (do Chile)
Recente estudo realizado pelo
Southwest Institute for Natural Sour- Anti-aterosclerose
Antitussígeno
ces, nos Estados Unidos, mostraram Anticolesterolêmico
Anti-uricêmico
a eficácia da babosa nos períodos Antianêmico
Auxiliar no
pós-operatórios. Ingerida por via oral Antidiabético
controle
(sumo) ou aplicada esterilizada sobre Antidiarrêico
do peso corporal.
a pele e nas cicatrizes, a babosa au- Antidispéptico
mentou consideravelmente a oxige- Bócio exoftálmico
Anti-hemofílico.
nação dos tecidos. Anti-clorótico
Anti-hemorroidário
Não existe posologia ou dose es- Cardiotônico
Anti-hipertensivo
tabelecida. Podem ser encontrados Colagogo
Antiictérico
diversos produtos à base de babosa Colerético
Antiinflamatório
no comércio, porém as mais seguras Depurativa
Antilítico
são as apresentações estandardiza- Desintoxicante
Antimalárico
das, em cápsulas ou extratos. Diurética
Antipneumônico
Dose recomendada – 50 a 100 ml Febrífugo
Anti-raquítico
de extrato aquoso estandardizado, ou Hepatotônico
Anti-séptico
2 a 4 cápsulas gelatinosas de 500 mg de Hipoglicemiante
urinário
extrato concentrado, 3 vezes ao dia. Laxativo
Anti-sifilítico
Pneumotônico
Nefrotônico

Prescreve-se o boldo na forma de


Boldo extrato seco, 100 a 200 mg. 3 vezes ao
Pneumus boldus
dia, para adultos. Há a forma do chá:
Fazer infusão - 5 gramas de folhas
Existem vários tipos de boldo,
secas, em 100 ml de água fervente,
sendo mais conhecidos o boldo-do-
deixando por 15 minutos. Tomar três
chile, de folhas pequenas e o “boldo
vezes ao dia, antes das refeições.
nacional”, de folhas maiores. De um
modo geral, as folhas do boldo pos-
suem alcalóides derivados principal-
mente do núcleo da aporfina, sendo
que foram isolados quatro mais im- Borragem
Borago officinalis
portantes: boldina, iso-coridina, nor-
isocoridina e laurotetanina. A planta
contém ainda taninóides, como o Planta originária da região do
boldosídio e peumosídio. Há ainda Mediterrâneo e Ásia Menor utili-
óleos essenciais como ascaridol e o zada tanto na culinária quanto na
linalol, entre outros. Hoje são conhe- fitoterapia, onde é utilizada por seu
cidas a sua atividade colerética (devi- efeito antiinflamatório e diurético.
do aos derivados flavônicos) e ação Suas folhas frescas ou secas são usa-
colagoga, atribuída à boldina e aos das como tempero e as flores como
óleos essenciais. aromatizante. É rica em sais mine-
164
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rais, como o potássio. A principal como remédio contra diversos ma-


utilidade atualmente da borragem, les, principalmente nas doenças dos
assim como a Prímula, é o seu óleo, rins, do trato urinário e da próstata.
muito rico em ácidos graxos poliin- Foi primeiramente introduzida na Eu-
saturados, sendo o principal o ácido ropa em 1821, onde começou a ter
gama-linolênico – GLA, um dos mais fama pelos seus interessantes efeitos
eficazes recursos no tratamento da sobre o aparelho urinário.
Síndrome pré-menstrual, distúrbios As folhas do buchu contêm mu-
endócrinos e contra o envelhecimen- cilagens e um óleo volátil balsâmico,
to acelerado. utilizado em pomadas analgésicas e
O óleo de borragem é encontra- em perfumes; os nativos da África uti-
do tanto em farmácias de manipula- lizam este óleo perfumado sobre os
ção quanto no comércio afim. Para seus corpos. As folhas são aromáticas
segurança, melhor é a prescrição en- e podem ser utilizadas como flavori-
caminhada para aviamento nas boas zante em alimentos e condimentos.
farmácias de manipulação Muitos remédios compostos
Ver Ácido gama-linolênico. para problemas urinários , nos Esta-
Posologia do óleo de borragem: dos Unidos e na África do Sul, apre-
500 a 1000 mg 2 a 3 vezes ao dia. sentam o buchu em sua fórmula, se-
gundo Mowrey no famoso livro The
Scientific Validation of Herbal Medi-
cine (New Canaan, Connnecticut. Ke-
Bromélia ats Publishing Inc. pg. 235. 1986).
Gen. Bromelia Em termos medicinais, o buchu
tem diversos efeitos verificados, en-
Planta da família das bromeliáce- tre eles: diurético (principal), anti-
as, da qual fazem parte o abacaxi e o séptico, diaforético, tônico renal,
ananás. Existem numerosos tipos de antilítico e estimulante. As suas indi-
bromélia. Deste grupo se extrai o cações principais são para as doen-
princípio ativo, a bromelaína. Nos ças genito-urinárias, principalmente
compostos fitoterápicos são usados inflamatórias, infecciosas, dolorosas
os frutos da bromélia para a obten- (disúria). Entre as suas ações verifi-
ção de nutrientes e princípios ativos. cou-se a sua capacidade em absorver
Ver Bromelaína. o excesso de ácido úrico do organis-
mo e reduzir as inflamações da be-
xiga, além de retirar a mucosidade
urinária e resíduos. Utilizado tam-
Buchu bém na prostatite, uretrites em geral
Barosma betulina e irritação da bexiga, tanto em casos
agudos quanto crônicos.
Planta da família das betulináce- O buchu foi utilizado com suces-
as. Os benefícios do buchu (ou buco), so nos Estados Unidos, em 1847, por
foram primeiramente descobertos Henry T. Helmbold, que patenteou um
mais amplamente a partir da região extrato da planta, com recomendações
do sudoeste da África do Sul. A plan- para uso no diabetes, cálculos renais,
ta sempre foi utilizada pelos nativos infecções urinárias, catarro da bexiga,

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doenças venéreas, doenças nervosas. uma flavona.Os primeiros trabalhos


Não existe posologia ou dosagem farmacológicos com a substância
mínima diária recomendada. Em ge- apontavam para uma confirmação das
ral, 100 a 200 mg 3 vezes ao dia. A indicações terapêuticas. Mais tarde,
planta não produz efeitos tóxicos em verificou-se que a silimarina era
dosagens mesmo mais elevadas. composta por quatro isômeros de
flavolignanas denominados, silibinina,
isosilibinina, silidianina e silicristina.
Desde 1975, a silimarina e em
Cardo mariano especial, a silibinina, tem sido ob-
Silybus marianus jetivo de estudos farmacológicos.
Como a silibinina é o isômero mais
O cardo mariano é uma planta bem documentado em termos de
medicinal largamente utilizada na eficácia, a qualidade dos extratos
medicina tradicional européia. Tam- vegetais não depende apenas do seu
bém conhecido no Brasil como cardo- conteúdo em silimarina, mais ainda
leiteiro, é um parente bem próximo da concentração e biodisponi-
da serralha (sonchus oleraceus), mas bilidade de silibinina.
diferente do conhecido cardo-santo Devido à sua natureza fenólica a
(cnicus benedictus). silimarina e seu isômero são an-
Na França as raízes, folhas e fru- tioxidantes capazes de reagir com
tos da planta são utilizados no trata- numerosos radicais livres, incluindo
mento de várias doenças hepáticas, os radicais hidróxido, formando com-
constipação, cálculos biliares hepati- postos mais estáveis. Foi demonstra-
te, esteatose. A tintura de seus frutos do que a silimarina inibe a lipoperoxi-
possui propriedades colagogas e co- dação nos microssomos hepáticos e
leréticas, antialérgicas e estimulan- mitocôndrias. A atividade como var-
tes do sistema circulatório. redor de radicais livres da silimarina
Na Itália, os frutos da planta são para diferentes radicais de oxigênio
usados no tratamento de doenças he- foi comprovada.
páticas de várias origens, oligúria, gra- É sabido que a síntese de prote-
ças à sua ação desintoxicante hepática ínas ocorre nos ribossomos. A po-
e suas propriedades diuréticas. limerase I é uma enzima que indica o
Na medicina tradicional da Ale- processo de síntese de RNA ribos-
manha, os frutos do cardo mariano, somal e consequentemente de pro-
sãs utilizados em decocção e tinturas teínas. Foi demonstrado em estudo
no tratamento de cálculos biliares, in vitro com hepatócitos isolados e in
hepato-coleangiopatias, devido às vivo, em cobaias, que a silibinina
suas propriedades colagogas, esti- estimula especificamente a atividade
mulantes da circulação portal e he- da polimerase I e síntese de RNA ri-
patoprotetoras. bossomial, aumentando a velocidade
O isolamento do composto ativo de formação de ribossoma e da sín-
da planta, a silimarina, foi primei- tese protêica.
ramente realizado por Wagner, em A silimarina pode inibir a síntese
1974, que acreditava ser o composto de lecitinas hepáticas e diminuir o ca-
uma substância única, semelhante a tabolismo. O efeito inibitório foi con-

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firmado na membrana microssomial leucócitos polimorfonucleares imobi-


de fígado de ratos tratados previa- lizados por vários agentes que inibem
mente com silimarina. Em membra- a via de liberação de histamina media-
nas danificadas, a silimarina apresen- da por neutrófilos, por mastócitos em
tou um comportamento diferente: na cobaias e por basófilos em humanos.
membrana celular de fígados de ratos A planta é usada empiricamente
intoxicados por etanol ou etionina, a no Brasil, sob a forma cápsulas con-
silimarina foi capaz de antagonizar a tendo o pó desidratado da planta in-
inibição da síntese de fosfolipídios in- teira. Nos Estados Unidos e na Euro-
duzida pelos agentes tóxicos. pa usa-se o extrato das sementes do
A silibinina aumenta a incorpora- cardo mariano estandardizado para
ção de glicerol (etanol dependente) um mínimo de 80% de silimarina (200
nos lipídios de hepatócitos isolados mg), a cada 250 mg.
de ratos. A mudança na relação de
lipídios neutros e fosfolipídios em
lipídios neutros é impedida pela sili-
binina. Foi verificado um aumento na Cáscara sagrada
incorporação de acetato nos lipídios Rhammus purshiana
hepáticos e fosfolipídios e a inibição
da síntese de colesterol pela silimari- Planta da família das ramnáce- as
na e pela silibinina. de cujo córtex se extrai um pó ou
prepara-se uma tintura ou um extrato
Cirrose fluido dotado de propriedades laxa-
tivas e colagogas. Planta conhecida
Ao longo de 4 anos observou-se, desde a antiguidade, distribuída pra-
em estudos duplo cegos, com 170 ticamente no mundo inteiro. O princí-
pacientes, com cirrose de diferentes pio ativo da cáscara sagrada é a casca-
etiologias, que o tratamento com rina, um derivado hidroxiantracênico,
silimarina provocou redução da mor- que pode ser obtido sob a forma de
talidade, quando comparado ao gru- cristais, dotados das propriedades
po placebo. Tal efeito foi ainda mais acima citadas. O mais comum é o uso
evidente em pacientes com cirrose das cascas em pó fino, onde cada 100
hepática induzida pelo álcool. Um es- mg contêm 25 a 30% (25 a 30 mg) de
tudo com 277 pacientes com vírus da derivados hidroxiantracênicos, entre
hepatite crônica, cirrose, esteatose eles a própria cascarina.
hepática e outras hepatopatias, de- Atualmente a planta é prescrita
monstrou a eficácia da silimarina em por médicos do mundo inteiro e faz
inibir a atividade fibrótica. Os níveis parte de diversas fórmulas laxantes e
séricos de P-III-P reduziram significa- redutoras de peso. No entanto, deve-
tivamente após 4 semanas de trata- se saber que a cáscara sagrada tem
mento com a silimarina. efeito irritante da mucosa intestinal.
A silimarina e a silibinina respon- Ela é recomendada para ativar os
dem positivamente em alguns testes intestinos, mas não deve ser usada
de atividades antiinflamatórias e an- continuamente, pois condiciona o
tialérgicas: os dois compostos são ca- órgão a funcionar somente com ela.
pazes de aumentar a mobilização de O melhor é restaurar a função intes-

167
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tinal normal através de correção ali- tromboses e derrames.


mentar e de hábitos. De acordo com alguns estudos,
Devido às reconhecidas proprie- os antioxidantes do chá são mais po-
dades laxantes da planta, recomenda- tentes do que os antioxidantes de vi-
se a adaptação individual da dose. Ha- tamina E, C, carotenos ou xantofila.
bitualmente, indica-se ministrar 100
mg, uma, duas ou três vezes ao dia. Osteoporose e cárie dentária
Como os efeitos variam de um indivi-
duo para outro, evitar os excessos que Outros estudos mostram que o
podem desencadear efeitos drásticos. consumo regular do chá verde, pela
sua composição mineral e de antio-
xidantes, pode prevenir a redução da
densidade mineral óssea, responsá-
Chá verde vel pela osteoporose e também pela
Camélia sinensis cárie dentária.

Um chá tradicional, de uso mi- Anticancerígeno


lenar no Oriente que agora ganhou o
mundo ocidental também.Basica- O chá verde atua na prevenção
mente o chá verde tem efeito estimu- do câncer por ser rico em bioflavo-
lante e sempre foi conhecido por esta nóides e catequinas, substâncias que
principal propriedade. Atualmente a bloqueiam as alterações celulares
Ciência descobriu as propriedades que dão origem aos tumores. Os es-
terapêuticas e também cosméticas do tudos mostram que a ação antican-
chá. Ele hoje é considerado um aliado cerígena do chá verde estaria ligada
da saúde por ser rico em flavonóides - à presença de EGCG – epigalocate-
substâncias antioxidantes que ajudam quina, que provavelmente inibe a ini-
a neutralizar os radicais livres, respon- ciação e promoção de marcadores
sáveis pelo envelhecimento celular bioquímicos de tumores, entre ou-
precoce. Por ser antioxidante, o chá tros fatores, retardando o desenvol-
verde ajuda a desintoxicar o organis- vimento da doença.
mo, o que torna a pessoa mais saudá-
vel e reduz o estresse oxidativo. Doenças degenerativas em geral
Está comprovado que o chá ver-
de ajuda a diminuir as taxas de coles- A Sociedade Brasileira de Mé-
terol, além de ativar o sistema imu- dicos Antroposóficos confirma que
nológico. Além de conter manganês, consumir chá verde regularmente
potássio, ácido fólico e as vitaminas ajuda a prevenir alguns tipos de cân-
C, K, B1 e B2, ajuda a prevenir doen- cer, artrose, aterosclerose e outras
ças cardíacas e circulatórias por con- doenças degenerativas.
ter boa dose de tanino: o consumo
diário desse chá diminui as taxas do Um auxiliar no emagrecimento e
LDL (colesterol que faz mal à saúde) e controle do peso corporal
fortalece as artérias e veias, atuando
também levemente contra a agrega- Está comprovado que o chá ver-
ção plaquetária, responsável pelas de acelera o metabolismo e ajuda a

168
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queimar gordura corporal. Um dos tar e retardar o desenvolvimento do


estudos foi realizado na Suíça com Mal de Alzheimer. Os pesquisadores
três grupos de pessoas que seguiram estão à procura de fundos para pros-
a mesma dieta. O grupo que recebeu seguir na pesquisa e descobrir quais
chá verde teve aumento de 4% na ve- componentes do chá verde e preto
locidade de combustão das calorias inibem a atividade das enzimas que
no organismo e de 5% na queima de produzem a doença.
calorias em relação aos outros dois
grupos pesquisados. Um grande recurso cosmético para
Um estudo realizado em 1999, a beleza
nos Estados Unidos, aponta que o
extrato de chá verde, devido ao po- Existem no mercado numerosos
lifenóis, aumenta o gasto energético produtos cosméticos preparados com
e a oxidação de gordura. O mecanis- o chá verde, em cremes, loções, ex-
mo provável seria inibição da enzima tratos, etc., com base na constatação
COMT, que resultaria em aumento da de que as substâncias presentes na
norepinefrina e termogênese do me- camellia sinensis também dissolvem
tabolismo das gorduras. gorduras e são eficazes no tratamen-
Também um estudo publicado no to de celulite e gordura localizada.
American Journal of Clinical Nutri-
tion, demonstrou que extrato de chá Para peles oleosas
verde pode aumentar a utilização de
energia muito acima dos efeitos da O chá verde é rico em tanino,
cafeína pura. substância com propriedades anti-
Comprava-se atualmente que as séptica e adstringente, indicada para
substâncias presentes no chá verde limpar e equilibrar peles oleosas.
têm ação antiinflamatória e antigri-
pal, ativam o sistema imunológico e Protetor contra os raios ultravioleta
regeneram a pele.
A Revista Veja em matéria pu-
Uma esperança contra o mal de blicada no dia 3 de março de 2004,
Alzheimer comenta um estudo realizado por
pesquisadores da Universidade de
Nova Jersey, durante um congresso
Segundo um estudo britânico
da Academia Americana de Derma-
publicado no jornal Royal Psycho-
tologia, que mostram que o chá,
therapy Research, beber chá verde
transformado em creme, melhora o
regularmente ajuda a melhorar a
sistema de defesa das células a pele
memória Os cientistas descobriram
contra os raios ultravioleta do tipo B.
que a ingestão de chá verde ou preto
Ao reduzir a inflamação causada por
inibe a atividade de enzimas no cére-
essa radiação, o chá verde aumen-
bro associadas à memória.
taria a proteção contra o câncer de
O jornal, em 26/10/2004, mos-
pele. A indústria de cosméticos está
tra uma pesquisa liderada pelo Dr. Ed atenta, pois o estudo abre as portas
Okello, que aponta o chá verde e
para a produção de loções protetoras
preto como um provável recurso tra- à base de chá verde.

169
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Algumas pesquisas também indi- Referências bibliográficas


cam que os benefícios do consumo
do chá verde podem levar ao aumen- ALBUQUERQUE, J. Plantas medicinais de uso
to da longevidade. popular. Brasília : ABEAS/MEC, 1989. 96p.
ALMEIDA, E. R. As plantas medicinais brasil-
Recomendações especiais para o eiras. São Paulo : Hemus , 1993. 339p.
uso do chá verde ALZUGARY, D., ALZUGARY, C. Plantas que
curam, Rio de Janeiro : s. n., 1983. v. 1.
O chá verde contém cafeína en- BALBACH, A., BOARIM, D. As hortaliças :
tre os seus princípios ativos e deve medicina natural. 2. ed. rev. at., Itaquaque-
ser evitado em excesso por pessoas cetuba : Vida Plena, 1992. 291p.
sensíveis ao alcalóide. BALMÉ, F. Plantas medicinais. São Paulo :
O chá verde é geralmente livre de Hemus Livraria, 1978. 398p.
efeitos colaterais. Os efeitos adversos BREMNESS, L. Guia prático :plantas
mais comuna, que podem ocorrer aromáticas culinárias, medicinais e cosmé-
ticas. Porto : Civilização, 1993. 240p.
apenas com o consumo exagerado
(vários copos por dia) são: insônia, CORRÊA, M.P. Dicionário das plantas úteis
do Brasil e das exóticas cultivadas. Rio de
ansiedade e outros efeitos causados Janeiro : Imprensa Nacional, 1926, v. 1.
por causa da cafeína na erva.
CORRÊA, M.P. Dicionário das plantas úteis
Crianças, gestantes, idosos e por- do Brasil e das exóticas cultivadas. Rio de
tadores de qualquer enfermidade Janeiro : Imprensa Nacional, 1926, v. 2.
devem consultar o médico antes de CORRÊA, M.P., PENNA, L. Dicionário das
fazer uso do chá. plantas úteis do Brasil e das exóticas cul-
O chá deve ser acondicionado em tivadas. Rio de Janeiro : Instituto Brasileiro
local fresco e seco e, na hora do pre- de Defesa Florestal, 1969, v. 4. 172p.
paro, passar água fervente no bule e DUARTE, F.R. Enciclopédia de plantas
nas xícaras. Os conhecedores acon- brasileiras. São Paulo : Três, 1988. v. 1.
selham que a água esteja um pouco MOREIRA, F. As plantas que curam. São
abaixo da fervura e, de preferência, Paulo : Hemus Livraria, 1978. 256p.
não colocar açúcar. MORGAN, R. Enciclopédia das ervas e
plantas medicinais. São Paulo : Hemus,
1979, v. 1-4.
Como preparar o chá verde
ROTMAN, F. A cura popular pela comida. 10.
ed. Rio de Janeiro : Record, 1984. 366p.
Fazer uma infusão com uma co-
SEABRA, Alberto. Higiene e tratamento
lher de sopa rasa da erva para cada homeopático das doenças domésticas, fls.
xícara de água “quase” fervente. No 122 e 123.
caso dos saches comerciais é mais SOUZA, M. et al. Constituintes químicos
simples ainda, bastando colocá-lo na ativos de plantas medicinais brasileiras.
xícara com água quente. Fortaleza : EUFC, 1991.
Uso como suplemento VON HERTWIG, I. Plantas aromáticas e me-
dicinais. 2. ed. São Paulo : Ícone, 1991. 14p.
Prescrever: chá verde, ou camé-
lia sinensis – extrato seco. Dose: 100
a 250 mg, 3 vezes ao dia. Dose máxi-
ma diária: 500 mg.

171
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

fuga racemosa possui efeitos estro-


gênicos, o que indica o seu uso para
o alívio dos sintomas causados pela
Cimifuga racemosa tensão pré-menstrual e menopausa.
(actea racemosa) As pesquisas apontam também que a
Cimifuga racemosa planta tem ação expectorante, diuré-
tica, antipertensiva, antiinflamatória,
Planta da família das ranuncula- emenagoga, antidepressiva, anties-
ceae, um dos membros mais recen- pasmódica e vasodilatadora.
tes do universo da fitoterapia pelas As indicações então são para o
suas aplicações na terapêutica de tratamento dos distúrbios do clima-
reposição hormonal. Os princípios tério (menopausa), alívio nos sin-
ativos da cimifuga são triterpenos tomas da tensão pré-menstrual e
(acteína) glicosídeos, deoxiacteína, desordens menstruais neurovegeta-
cimigoside, alcalóides quinolizidíni- tivas, desde que estejam associadas
cos (cistisina, metil-cistisina) e deri- a sintomas psicovegetativos, ou seja,
vados de fenilpropanos, incluindo o estados depressivos. Reduz, seleti-
ácido isoferrúlico. vamente, as concentrações séricas
As folhas contêm uma substância do LH (hormônio luteinizante). Tam-
resinosa, a cimifugina e um princípio bém, reduz a ligação do LH aos re-
amargo, a racemosina. ceptores hipotalâmicos. A cimicífuga
Na medicina popular (actea ra- racemosa possui efeitos estrogênicos
cemosa) é indicada no reumatismo, permitindo o alívio dos sintomas
dores de garganta, nas bronquites, causados pela tensão pré-menstrual
febres, dores lombares e picadas de e menopausa. Para estes casos, pro-
animais peçonhentos. fissionais experientes indicam uma
A planta recebeu maior atenção
combinação de Cimifuga racemosa
quando há algumas décadas experi-
com o hipérico (ver Hipérico).
ências com a aplicação de injeções de
Dosagem / Posologia:
tinturas-mãe da planta resultaram Extrato alcoólico ou isopropanó-
em aumento volumétrico do útero e
lico 60% ,correspondendo a um míni-
dos ovários de ratas e regularidade
mo de 40mg da droga por dia.
da menstruação em fêmeas de ratos
Extrato seco: 20 a 40mg, 3 vezes
com amenorréia, e da menopausa
ao dia.
em fêmeas de outros animais.
Duração do tratamento: 6 meses,
A cimifuga e seus extratos atu-
am no sistema endócrino femini- no. repetindo-se anualmente.
Estudos relativamente recentes Acompanha bem os tratamentos
demonstraram que os componen- com isoflavonas da soja e outros fito-
tes das raízes da cimifuga são ca- hormônios.
pazes de se acoplar aos receptores
do estrogênio, in vitro e in vivo; além Efeitos colaterais
disso, reduz seletivamente as
concentrações séricas do hormônio É necessário cuidado com o uso
luteinizante (LH), reduzindo as liga- da cimifuga, pois podem ocorrer,
ções deste hormônio aos receptores embora muito raramente, náuseas,
hipotalâmicos. Decididamente, cimi- tonturas, diarréias, problemas gás-

171
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

tricos, alterações visuais e tremores sos minerais e vitaminas.


corporais. Na superdosagem podem O seu uso no Brasil ainda não
mais facilmente ocorrem vertigem, está estandardizado, como aconte-
vômitos e dores de cabeça. ce nos Estados Unidos, Alemanha e
Japão, mas perece estar em vias de
Contra-indicação sê-lo. Enquanto isso, a empresa dis-
tribuidora da planta deve ser idônea
É um fitoterápico que não deve ou se escolher um produto importa-
ser usado durante a gestação e na do dos Estados Unidos.
amamentação. Também tem incom- Não existe dose determinada,
patibilidade com contraceptivos mas recomenda-se o uso de 100 a
orais e hormônios como estrógenos 200 mg/ de 2 a 3 vezes ao dia, do ex-
conjugados. trato seco da planta ou do pó liofiliza-
do das folhas.
Referências bibliográficas

British Herbal Pharmacopoeia (1996)


British Pharmaceutical Codex (1934-73) Dong quai
Brasil 1 Farmacopéia dos Estados Unidos Angelica sinensis.
do Brasil (1926) The Pharmaceutical
ofJapan llth Edition (1986) The Extra Phar- Família das umbelíferas. Também
macopoeia. 31. Edition The US National chamada de Dang gui, é uma erva
Formulary X-XIV (1955-75) que cresce em abundância nas pro-
víncias centrais e no oeste da China e
Japão. No Ocidente existe a similar
Angélica (Angelica archangelica), que
medra praticamente em toda Améri-
Dente de leão ca do Sul, América Central, parte da
Taraxacum officinale
América do Norte, África, Europa e
Oceania. É conhecida milenarmente
Conhecida planta da família das
pelos chineses como uma planta des-
sinantéreas-chicoráceas, usada mi-
tinada ao tratamento de problemas
lenarmente como remédio ou como
femininos de saúde, principalmente
alimento, que já conquistou defini-
da esfera endócrina, atuando no des-
tivamente o seu lugar no universo dos
conforto causado por tensões pré-
fitoterápicos, não somente em termos
menstruais, nas diversas alterações
empíricos, mas também cien- tíficos.
do ciclo menstrual, no período da
Tem distribuição praticamente
pré-menopausa e da menopausa.
mundial. As folhas frescas por decoc-
Esta planta tem sido cotada por
ção ou secas (cápsulas), tem aplicação
conter fitoestrogênios, um deles
nas afecções do aparelho urinário, nas
classificado como ligustilida. Cada
doenças do fígado, no tratamento do
250 mg do pó seco do extrato estan-
escorbuto e como enérgico depurati- dardizado da raiz, contém 0,9% (2250
vo do sangue. É usado como excelen-
mcg) de ligustilida. Outros compo-
te alimento, em saladas cruas. Uma nentes ativos recentemente isolados
fonte vegetal de iodo, além de diver-
do don quai são: butil ftalene, ácido

172
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

ferúlico, além de óleos aromáticos e Da efedra extrai-se a efedrina,


polissacarídeos. que possui efeitos simpaticomiméti-
A planta tem sido utilizada tam- cos, muito semelhantes à adrenalina
bém como auxiliar no tratamento de e à anfetamina, empregado na medi-
infecções por fungos, como a candi- cina convencional para os estados de
díase (candida albicans), que produz hipotensão arterial, broncodilatador
fluxos vaginais. Além disso, a Angéli- e como estimulante do sistema ner-
ca tem atividade imunoestimulante voso central.
por incrementar a atividade leucoci- Na medicina não convencional,
tária B e T e por aumentar a produ- utiliza-se o extrato alcoólico da raiz
ção de interferon. Estas proprieda- da efedra ou o seu pó desidratado
des facultam ao dong quai também (cápsulas ou comprimidos), com os
uma atividade antineoplásica, prin- mesmos objetivos com que se utiliza
cipalmente na área ginecológica. a efedrina, ou seja, nos estados agu-
Outros efeitos terapêuticos rela- dos da bronquite asmática, nas tos-
cionados à planta são: emenagoga, tô- ses com espasmos brônquicos, como
nica, sedativa, estimulante do apetite e vasoconstritor periférico nas rinites
tonificante muscular, dores de cabeça, obstrutivas (uso oral), como eficaz
dores por traumas, contusões, cirurgias, descongestionante nasal e bronquial,
paralisias, prisão de ventre e câncer. como tônico nos estados de fraqueza
Contra-indicada na diarréia profusa. com pressão baixa, nos vários tipos
Há diversos produtos importados de hipotensão arterial e como esti-
disponíveis no mercado, mas sugere- mulante do sistema nervoso voluntá-
se a prescrição e o encaminhamento rio. Tem indicação como coadjuvante
a boas farmácias de manipulação. contra o tabagismo, a sífilis e a ble-
Posologia – Extrato seco - 250 norragia. É também emanagoga, por
mg, de 1 a 3 vezes ao dia. ser capaz de contrair a musculatura
uterina em doses maiores.
Mesmo sendo uma planta, a efe-
dra tem diversas contra indicações,
Efedra como hipersensibilidade a simpatico-
Ephedra equisentia
miméticos, no glaucoma, no período
da gravidez, na hipertensão arterial,
Família das efedráceas. Planta no diabetes, na arteriosclerose, na
conhecida milenarmente na China aterosclerose, nos espasmos coro-
como Ma huang, originária da Ásia. narianos, na angina pectoris, nas
Na América do Norte há uma planta doenças arteriais periféricas, quando
similar que era utilizada como chá pe- se faz uso de substâncias vasodilata-
los nativos da região das montanhas doras, e outros.
rochosas. Os nativos ensinaram o uso Efeitos colaterais: tremores, ansie-
da bebida estimulante aos mórmons, dade, dores de cabeça, confusão men-
que passaram a adotá-la para uso re- tal, alucinações, prostração, tonteira,
gular; por esta razão a efedra passou palpitação, taquicardia, anorexia, náu-
a ser conhecida no continente como seas, vomito. Em situações extremas:
Chá dos Mórmons. disúria, retenção urinária, dispnéia.

173
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Portanto, qualquer produto que fúngicas. Há registros de aplicação po-


contenha efedrina ou a planta efedra, pular da equinácea contra picadas de
deve ser considerado um fármaco cobras. Um dos maiores aficionados
ativo que merece atenção especial. na utilização da equinácea nos Esta-
Infelizmente, usa-se indiscriminada- dos Unidos foi o Dr. H.C.F. Meyer, de
mente a efedra como anorexígeno, Pawnee, Nebrasca, que criou um elixir
em diversas preparações que podem desintoxicante que ficou famoso no
ser obtidas sem prescrição médica. O século passado. A planta faz parte do
chá da efedra pode ser considerado King’s American Dispensatory, onde é
um estimulante leve, mas as cápsu- citada pelos seus efeitos contra a
las e demais preparados devem ser picada de abelha, na congestão nasal
considerados como medicamentos crônica, úlceras varicosas, cólera, ma-
no sentido amplo do termo. lária, varíola, rubéola, difteria, escar-
É relativamente difícil conhecer a latina, gripes, meningite, septicemias,
quantidade de efedrina nos pre- gangrena e sífilis.
parados contendo a planta efedra,
Embora ainda utilizada empiri-
uma vez que são raros os produtos
camente e não tendo todos os seus
estandardizados e também porque a
componentes amplamente estuda-
concentração do alcalóide varia nas
dos, a equinácea é aceita hoje como
plantas segundo o local de plantação,
a época do ano, a fase da lua, o méto- um imunoestimulante e imunomo-
do de liofilização e concentração do dulador leve. Ela está participando
extrato, etc. Portanto, é sempre bom de muitos estudos científicos, com
conhecer a concentração de efedrina esperanças para o tratamento da
nos produtos comerciais. AIDS e das doenças imunológicas.
A posologia da efedrina pura é de Cada 200 mg do extrato seco es-
25 a 50 mg para adultos, com uma tandardizado da planta apresenta 4%
tolerância máxima de 150 mg/24 hrs. (8 mg) de equinacosídios ativos.
Para crianças: 3 mg/kg/dia, divididos
em várias doses.

Erva-de-são joão
Hipericum perforatum
Equinácea
Echinacea purpurea. Planta da família das sinantéreas.
Também conhecida como hipérico, a
Família das compostas. Uma das planta é usada há milênios como
mais famosas plantas utilizadas pelos sedativo e calmante, além de possuir
nativos da América do Norte. Utiliza- efeitos antidepressivos. Há registros
se a raiz em pó, em extratos alcoóli- do uso desta erva deste o antigo Ti-
cos, além do sumo medicinal ou o chá. bete, há mais de 5.000 anos, onde era
Considerado um recurso para melho- usado como componente de elixires
rar as defesas imunológicas. Indicada e infusões medicinais. Figura tam-
como agente antiinfeccioso auxiliar bém nas farmacopéias da mesopo-
para infecções bacterianas, virais ou tâmia, Egito, Pérsia, Grécia, medicina
174
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

árabe, penetrando pela idade média antidepressivos e fármacos antipsi-


e chegando até os dias atuais, onde o cóticos, apresentam resposta lenta
seu uso tem se intensificado. No ou nula ao produto, no entanto, há
Brasil a planta tem ampla aplicação relatos de casos em que pacientes
em medicina popular nas diarréias, impregnados por haloperidol mos-
disenterias, cólicas produzidas pelo traram boa resposta ao hipérico. Há
acúmulo de gases intestinais, reuma- relatos também em que pacientes
tismo agudo, tosses, bronquites, cri- farmacodependentes de longa data
ses de asma e como leve sedativo de conseguiram manter-se bem clinica-
efeito calmante. mente apenas com hipérico, depois
O hipérico tem como princípios de um longo período de redução gra-
ativos um flavonóide, a hipericina, dativa dos fármacos e inclusão pro-
além da hiperina, da rutina, do cate- gressiva do hipérico.
col peflavite (vitamina P) e outros.
Atualmente há diversas expe-
riências e dados científicos apon-
tando os bons efeitos do hipérico nos Espinheiro alvar
distúrbios neurovegetativos, na Crataegus axyacantha
ansiedade por diversas causas, na
depressão, bem como nas doenças Ou pilriteiro. Família das rosáce-
nervosas em geral e problemas simi- as. Tem aplicação empírica e médica
lares, com a vantagem de não pro- (fitoterapia) como cardiotônico, indi-
vocar dependência medicamentosa cado nas diferentes afecções do apa-
ou intoxicações. Há psiquiatras que relho cardiovascular e urinário. Tido
têm encontrado no hipérico um bom como um tônico circulatório. Não
substituto para o Prozac ou outras possui efeito farmacológico, mas é um
drogas psicoativas. estimulante e reforçador das funções
Não há dose mínima ou máxi- ma do coração, dos rins e das artérias.
padronizada para a planta. Cada 250 Pode ser utilizado tanto em casos de
mg da planta liofilizada, princi- hipertensão como de hipotensão ar-
palmente das folhas, flores e a raiz, terial. O seu uso já começa a ser es-
apresentam 0,3 a 0,5 % (750 a 1250 tandardizado e diversas composições
mcg) de hipericina ativa. Recomen- fitoterápicas obtiveram registros no
da-se a prescrição inicial de 500 mg/ Ministério da Saúde, estando à venda
dia (divididos em duas tomadas) para nas drogarias comuns.
distúrbios simples, elevando-se a Cada 250 mg do extrato desidra-
dose gradativamente até que se tado apresenta 30% (75 mg) de prin-
obtenham resultados satisfatórios. cípios ativos, além de flavonóides e
Dependendo do caso, pode-se che- mucopolissacarídeos.
gar, por exemplo até 3 ou 4 gr/ dia, Posologia: As doses não estão
sem que surjam efeitos indesejáveis. padronizadas e dependem de cada
Pacientes condicionados a drogas caso individual. Em geral 250 mg 3 a
psicoativas, como ansiolíticos fortes 4 vezes ao dia, como auxiliar no trata-
(benzodiazepínicos, por exemplo), mento das doenças cardiovasculares,

175
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

funcionando como um cardiotônico 3,2 quilos no grupo que recebeu a


e sedativo nervoso (antidistônico) de erva e 4,1 quilos no grupo placebo.
leve a moderado. Com isso mostrou-se que a erva não
tem influência direta na perda de
peso (Ver: JAMA 1998; 280:1596-
1600). O estudo, porém, não aponta
Garcínia variantes importantes exigidas para
Garcinia cambogia uma boa metodologia científica,
como por exemplo o tipo específico e
Planta da família das compostas, o volume individual de alimentos
muito apreciada na Índia e na China ingeridos pelos que participaram do
pelas suas propriedades medicinais. mesmo, além de aspectos familiares,
Da garcínia se extrai uma mucilagem sociais, condições endócrinas, etc, o
(goma-guta) e uma resina, de efeito que reduz consideravelmente a vali-
purgativo drástico, e aplicadas tam- dade dos resultados.
bém no tratamento nas hidropsias De qualquer modo, devido à con-
das doenças cardíacas. O pó das fo- tribuição lipolítica do ácido hidroxicí-
lhas desidratadas tem leve efeito la- trico, ao efeito laxante da erva como
xante e é um fraco anorexígeno. um todo, além da sua ação diurética
Atualmente a garcínia é freqüen- (também tônica e diaforética) e di-
temente utilizada como recurso para gestiva, ela pode ser considerada,
a redução de peso, mas os seus efei- não um poderoso recurso como mos-
tos nesse campo não estão compro- tra a propaganda, mas um auxiliar na
vados. A garcínia cambogia apresenta redução do peso.
como princípio ativo que o ácido hi-
droxicítrico que em experimentações

mostrou-se capaz de inibir as enzimas


extra mitrocondriais que têm papel Gengibre
importante na inibição da lipogêne- Zingiber officinalis
se. Embora existam alguns estudos
mostrando que a planta tem ação li- Um dos recursos vegetais mais
política, há outros que não apontam utilizado pela humanidade, desde os
efeito algum da mesma nesse cam- tempos mais remotos, e em quase
po. Por exemplo, o Journal American todas as culturas, seja como alimento
of Medicine Association (JAMA) na (tempero) ou como remédio. Uma das
edição de 11/11/98, mostrou um es- especiarias antes mais procuradas pe-
tudo aplicando a erva garcínia cam- los navegadores das Índias. É um bulbo
bogia contra a obesidade. Nele um aromático que medra em regiões tropi-
total de 135 obesos, com índice de cais, sendo mais comum na Índia e na
massa corporal de 32 (no limite de Jamaica. Possui resinas e óleos voláteis
normalidade de 30) foram divididos aos quais se devem as suas proprieda-
em dois grupos: 66 receberam a erva des estomáquicas e carminativas.
e 69 receberam placebo, durante 12 O gengibre é muito rico em vita-
semanas. Durante o tratamento am- mina C. Tanto em medicina quanto
bos os grupos perderam peso sendo no terreno da alimentação é empre-
176
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

gado de múltiplas formas, desde o alemão Engelbert Kaempfer, que es-


simples chá até como condimento teve no Japão de 1690 a 1692, sendo
em muitos pratos. Na medicina aiur- introduzido na Europa em 1727. Hoje
védica é um dos mais importantes o ginkgo biloba e os seus princípios
alimentos-medicamentos. Usado ativos isolados, são largamente utili-
como condimento, auxilia a ação das zados pela medicina moderna como
enzimas digestivas, daí ser aplicado auxiliar nos trabalhos de redução dos
contra a dispepsia e a flatulência. O radicais livres, graças à sua ação an-
pó, a tintura ou o chá de gengibre são tioxidante, entre outras. Há diversos
famosos no tratamento das gripes, produtos comerciais à base de ginkgo
resfriados, sinusites, rinites, amida- biloba, elaborados inclusive pela in-
lites, afonia, tosse, pneumonias, etc. dústria farmacêutica, disponíveis nas
Externamente tem aplicação contra farmácias comuns.
infecções, inflamações da pele, das As folhas do ginkgo possuem
unhas e contra manchas provocadas vários princípios ativos, entre eles:
por parasitas ou fungos. quercitina, kanferol, catequina, ter-
Cada 250 mg contêm 4% (10 mg) penos, flavonóides, glicosídeos e
de óleos voláteis ricos em princípios bioflavonóides como a ginkgetina e a
ativos, sendo os mais importantes a isoginkgetina. Cada 100 mg do pó
zingiberona, o bisabolene e vários liofilizado das folhas contêm 24 mg
gingeróis. de glicosídios flavonóides e 6 mg de
Existem práticas cápsulas de terpenos (lactonas).
gengibre, geralmente de 500 mg, Esses princípios ativos atuam em
disponíveis no comércio. Não existe casos de distúrbios circulatórios ar-
dosagem mínima ou máxima de- teriais, tais como, vertigem, cefaléia,
terminada, bem como o bulbo não dificuldade de concentração, perda
apresenta efeitos tóxicos ou maus de memória e diminuição da capaci-
resultados com o uso, mesmo em dade auditiva e intelectual, devido à
grandes quantidades. É difícil fraudar má irrigação cerebral. Atuam preven-
o gengibre, graças à facilidade de se tivamente na isquemia, nas angiopa-
abrir uma cápsula e provar o seu sa- tias e em certas formas de flebites.
bor característico picante, no entan- O ginkgo possui uma caracterís-
to, é sempre conveniente certificar- tica particular, a de melhorar as pro-
se da idoneidade do fabricante. priedades fluídicas do sangue através
da diminuição da sua viscosidade,
favorecendo a alimentação e oxige-
nação dos tecidos. É indicado como
Ginkgo biloba auxiliar no tratamento da fase inicial
Ginkgo biloba das angiopatias diabéticas e como
auxiliar permanente nos processos
Família das Ginkgoáceas. É uma vasculares degenerativos, também
planta utilizada pela medicina tradi- de fundo diabético. Úlceras dérmicas
cional tradicional há mais de 5.000 decorrentes de um abastecimento
anos. No Ocidente, o ginkgo foi pri- deficiente de oxigênio e substân- cias
meiramente descrito pelo médico nutritivas também podem ser

177
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

tratadas com ginkgo. Em nível dos Oriente o ginseng é chamado de zen-


membros (pernas e braços), atua nos shen, ou a “raiz do homem com a
casos de dor, palidez e cianose das mente zen”.
extremidades com sensação de frio. O ginseng é também chamado
Devido à sua atividade à sua “vaso do espírito” por causa do be-
propriedade antioxidante o ginkgo é névolo espírito da natureza que es-
também empregado na redução dos tava associado a ele, “raiz de vida” e
radicais livres. Aplicado também e “essência seminal da terra”, por
em tratamentos estéticos por ser an- causa da crença de que a raiz era uma
tiinflamatório e proteger a pele con- condensação dentro da terra, de
tra os raios ultravioleta e gama. Atua energias vitais para o homem. “Erva
como profilático do envelhecimento mágica”, “maravilha do mun- do” e
celular, inibindo a destruição do colá- “raiz dos tártaros” são nomes que
geno e a despolimerização do ácido evidenciam sua fama, enquanto o
hilaurônico, reativa o metabolismo mais prosaico “elixir regenerativo
celular e promove regularização das que elimina rugas no rosto” e o nome
secreções sebáceas, em peles secas e tibetano semelhante, “planta medici-
desidratadas. nal que dá longa vida”, relacionam-se
O ginkgo pode ser encontrado a seu suposto poder medicinal. Os
em comprimidos, cápsulas e extratos, coreanos chamam-no Poughwang,
tanto em farmácias comuns, como em que quer dizer “fênix da Coréia”, por-
farmácias homeopáticas mistas, far- que as folhas morrem todo inverno
mácias de manipulação e entrepostos para crescer de novo na primavera.
de produtos naturais. A dose profiláti- Há muitos outros nomes nos países
ca aconselhada é de 1 cápsula de 40 da Ásia, do Japão ao Afeganistão.
mg, 3 vezes ao dia, antes das princi- No ocidente a planta foi primeiro
pais refeições. Doses maiores podem chamada Panax schinseg Nees por um
ser usadas, a critério médico. botânico alemão, Nees van Esenbeck.
Em 1842, teve seu nome mudado para
Panax ginseng. Panax deriva do grego,
pan-axos, que significa “cura-tudo”.
Ginseng Devido à sua fama no Oriente, a plan-
Panax ginseng ta foi largamente utilizada pelos mé-
dicos da Europa, no século XVM. Com
Planta da família das araliáceas. E a sua indicação principalmente para a
a famosa raiz oriental, utilizada há mi- melhoria da saúde, ele foi aplicado na
lênios pela medicina popular e oficial recuperação dos convalescentes,
oriental, como um remédio capaz de como restaurador orgânico e profilá-
“recuperar as energias e recuperar o tico na fraqueza geral e anemia. Havia
equilíbrio perdido”. Ginseng ou, em uma indicação quase que específica
chinês, jen-shen, significa vagamente do ginseng para uma situação assim
“raiz-homem”. Em uma versão mais descrita: “falta de apetite, fôlego cur-
exata, jen-shen significa “cristaliza- to, acompanhados por transpiração,
ção da essência da terra sob a forma agitação nervosa, falta de memória,
de homem”. Em algumas regiões do sede continua, fraqueza e ausência

178
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de desejo sexual”. Os relatos médicos anos, contém 15% (aproximadamen-


ocidentais da Europa, contudo, não te 37,5 mg) de ginsenosídios, o que já
confirmam (nem negam) esses resul- significa uma quantidade adequa- da
tados. Na América do Norte, onde e eficaz.
existe (ou existiu) o ginseng na sua Não há indicações terapêuticas
forma silvestre, a planta teve a mesma específicas. Recomenda-se o ginseng
fama que na Europa, sendo inclusive para melhorar a saúde geral, para
comercializada a custos elevados. combater o estresse e o cansaço men-
Atualmente o ginseng só existe tal. Não é um estimulante, mas um
praticamente cultivado e vem sendo tônico geral. É tradicionalmente indi-
muito estudado pelos farmacologis- cado para homens após os 60 anos.
tas. Foram isolados vários compo- Como existem diversas marcas de
nentes da raiz, como óleos essenciais ginseng no mercado internacio- nal e
(panacene e panaxinol), panaxosíde- brasileiro, sugerimos o uso ou a
prescrição das indicações dos autores
os (panaxatriol, panaxadiol), cerca
deste trabalho. Existe uma informa-
de vinte saponinas (ginsenosídeo,
ção deturpada relacionada com um
ginsenina, panaxina, panoquilona,
suposto “ginseng brasileiro”, que é
protapanaxadiol, ácido panacêni- co,
uma denominação popular para a
panose, e outros) ácido nicotíni- co, “pfaffia paniculata” (ver adiante), que
riboflavina e tiamina, além dos não tem os mesmos componentes e
açúcares neutros, glicose, sacarose, efeitos do panax ginseng. Há em-
frutose e maltose. Estes componen- presas brasileiras que encapsulam a
tes garantem efeitos orgânicos que pfaffia e rotulam o seu produto como
poderiam explicar a fama milenar da “ginseng”, o que é um engano. O mais
planta, no entanto, apesar dos avan- seguro e adquirir ou indicar o ginseng
ços da farmacologia e dos resultados coreano, que apresenta o selo do go-
com o uso empírico da planta, ainda verno da Coréia. Há também o gin-
carecemos de estudos conclusivos. seng norte-americano, estadunidense
Não existem quaisquer evidên- e canadense, que possui propriedades
cias de efeitos tóxicos ou de efeitos medicinais semelhantes, porém nem
colaterais com o uso do ginseng au- todas as marcas são confiáveis.
têntico, mesmo se consumido em Para evitar a prescrição de nomes
grandes quantidades. comerciais comuns, existem marcas
Existe também o problema – mui- com dosagens e apresentações pró-
to comum - da falsificação do ginseng, prias para a prescrição médica. Uma
além da questão da “idade” da raiz. outra alternativa é encaminhar a recei-
São necessários no mínimo 10 meses ta para que seja aviada em farmácia de
para se colher uma raiz que contenha manipulação de confiança, que garan-
os alcalóides em quantidades suficien- ta a origem do ginsengsolicitado.
tes. Há raízes que podem ter 7 , 10 ou A dose recomendada do ginseng é
outras mais raras, de 12 anos, como o de cerca de 750 mg/ dia, de uma só vez
famoso ginseng vermelho. pela manhã ou divididos em 3 doses de
Cada 250 mg de pó seco da raiz 250 mg., for a das refeições para uma
do ginseng coreano de no mínimo 2 assimilação mais específica e isolada.

179
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grego, utilizado para a preparação de


ungüentos e cataplasmas, como
Ginseng siberiano emoliente, para combater tumores e
Eleutherococus senticosus outras inflamações purulentas. Por via
oral, o chá da planta ou, mais mo-
É o correspondente asiático do dernamente, o pó das sementes e os
norte do ginseng chinês e coreano. extratos, têm indicação para muitas
Tem propriedades medicinais distan- enfermidades, sendo conhecido pela
tes, embora parecidas às do Panax sua ação contra as diarréias e disente-
ginseng. O seu efeito contudo, ao que rias. Atualmente é um dos recursos ve-
parece, é mais estimulante e mais getais mais comuns como estimulante
afrodisíaco, ao mesmo tempo que do metabolismo, principalmente na
menos tônico que a raiz do ginseng. falta de apetite, nas anemias, no ema-
Esta planta medra nas tundras grecimento e nas convalescenças.
geladas da Sibéria e norte da Europa. É mais um produto que ultrapas-
Tem diversas aplicações na medicina sa os limites da aplicação empírica e
tradicional dos povos do norte da participa de uma grande quantidade
Ásia. Foi levada para os Estados Uni- de fórmulas e tratamentos, alguns
dos no século XV, tendo se aclimata- deles indicados adiante.
do bem ao norte. Hoje, grande parte É comumente encontrado em pó,
do “ginseng” norte americano não é em cápsulas. A dose usual mínima é
a raiz chinesa ou norte-americana, de 250 mg/dia, podendo elevar-se
mas esta, a siberiana. A concentra- até se obter os efeitos desejados.
ção de princípios ativos é próxima à
do ginseng coreano. Cada 250 mg da
raiz liofilizada apresentam aproxima-
damente 0,8 % 2 mg de eleuterosí- Gymnema
dios, que são os princípios ativos da Gymnema sylvestre
planta, aproximadamente semelhan-
tes aos do ginseng coreano. Planta da família da asclepias-
Quanto à dosagem e posologia, daceae, nativa da Índia, distribuída
são semelhantes às do ginseng core- amplamente da Índia até à China
ano ou chinês. setentrional, nas zonas tropicais e
subtropicais. Utilizada há 2000 anos
como medicamento popular para
diabetes pela medicina aiurvédica. A
Feno grego planta possui uma ação especial de
Trigonela foenum groecum inibir a absorção dos açúcares nos in-
testinos, o que levantou o interesse
Planta da família das leguminosas, de pesquisadores europeus e ame-
de efeito estimulante e resolutivo. ricanos por essa propriedade. Atual-
Talvez um dos produtos vegetais mais mente é sabido que o ácido gymne-
antigos utilizados pela medicina. Nos micos, um glicosídeo triterpenóide,
livros médicos antigos existem apon- presente na planta, é o responsável
tamentos de tratamentos com feno por esse efeito.

181
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A primeira pesquisa desta planta cemia ou alteram significativamente o


antidiabética foi efetuado em 1920 na metabolismo glicídico. Embora útil no
Europa, porém estudos mais aprofun- diabetes, o gymnema apenas age,
dados sobre o efeito farmacológico conforme foi apontado, inibindo leve-
das folhas e de seu mecanismo não mente a captação da glicose nos intes-
foram realizados na época. Foi pes- tinos, contudo, não é recomendável
quisado o mecanismo no tratamento que o produto seja usado em casos de
do diabetes, fixando-se na absorção hipoglicemia moderada ou severa.
pela digestão. Foi observada a inibi-
ção pelo ácido gymnêmico no Depar-
tamento de Fisiologia da Universidade
de Tottori, que vem realizando pes- Hidraste
quisas sobre a planta. Foi comprovada Hydrastis canadensis
a redução da glicemia após adminis-
tração de açúcar, como também a di- Planta da família das ranuncu-
minuição na liberação de insulina. As láceas. Usam-se os rizomas sob a
pesquisas mostraram também que a forma de pó desidratado, ou a de-
planta tem ação contra a cárie dentá- cocção, tintura, extrato alcoólico ou
ria, pois inibe a síntese de glucan pelo extrato fluido, por via interna, ou sob
streptococcus mutans, bactéria causa- a forma de óvulos e supositó- rios,
dora de cáries. A ocorrência de cáries para uso externo, Os princípios ativos
é também devida a este germe na ca- do hidraste são: a hidrastina, a
vidade bucal, que sintetiza glucan, um berberina e a canadina, usados como
polissacarídeo a partir do açúcar, atra- anidrótico e vasoconstritor em
vés da enzima exógena glicosil trans- metrorragias, menorragias, hemor-
ferase (GT-ase). Outras bactérias além róidas, hemoptises, etc.). Também se
do streptococcus mutans vivem na usa como estimulante gástrico para
presença de glucan e do ácido láctico, aumentar o apetite. Também um dos
produzido também à partir da presen- grandes remédios da homeopatia.
ça da sacarose no sulco gengival. Atualmente existem diversos es-
Cada 300 mg de pó desidratado tudos e pesquisas em andamento uti-
das folhas do gymnema contêm 75% lizando o hidraste como hemostático,
225 mg) de ácido gymnêmico. porém sem resultados conclusivos.
O gymnema pode ser encontra- Há diversas formas e apresenta-
do com alguma facilidade nos entre- ções no comércio afim.
postos afins, mas deve-se optar pelas Cada 250 mg do extrato do pó de-
marcas idôneas recomendadas, que sidratado dos rizomas apresentam 10%
geralmente são estrangeiras e o pro- (25 mg) dos alcalóides acima citados.
duto importado.
Não há IDR ou RDA definidos para
este produto pois o gymnema não é
tóxico ou apresenta efeitos colate- Hipérico
rais. Dosagens elevadas da planta, por Hipericum perforatum
exemplo não produzem hipogli- Ver erva-de-são-joão

181
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

lhas e flores têm forte efeito adstrin-


gente, sendo, por isso, recomendado
Inhame selvagem nas diarréias em geral. Na etnomedi-
mexicano cina brasileira e na medicina popu-
Colocasia esculenta lar de diversos países tem indicação
contra o câncer. Ver Pau d’arco.
Família das disocoreáceas. Trata-
se de um tubérculo de valor alimen-

tício, rico em minerais e oligoele-


mentos, utilizado largamente como
remédio na medicina natural, domés-
Kava-Kava
Kawa Kawa ou Piper methysticum.
tica, indígena. Reconhecida por Rus-
sel Marker em 1940, no sul do Méxi-
co, utilizado pela etnomedicina local Famosa e tradicional planta da
como anticoncepcional. Marker des- família das piperáceas, muito utiliza-
cobriu nela precursores de hormô- da há milênios pela medicina orien-
nios, e tornou-se o primeiro a isolar tal, principalmente na Índia, China e
esteróides na raiz de vegetais. Desta Japão. Teve largo emprego como
planta, Marker isolou a substância componente de fórmulas e chás utili-
diosgenina e a partir dela pôde-se zados em rituais religiosos, tida como
sintetizar progesterona e testoste- planta hipnótica e psicoativa. Tem
rona. O inhame selvagem mexicano ação basicamente calmante e sedati-
também contém DHEA. Ver DHEA. va em doses pequenas. No Ocidente
É indicado como coadjuvante é conhecida pelo seu efeito adstrin-
contra os sintomas e sinais da meno- gente, tônico e diurético, sendo usa-
pausa, nas diversas alterações hor- da em muitos países, principalmente
monais por carência dos mesmos, na na forma de chá das folhas e ramas,
redução da libido, na impotência contra as blenorragias agudas dolo-
sexual masculina por falta de hormô- rosas, leucorréias, inflamações da
nios e em todas as situações de enve-
bexiga e uretrites.
lhecimento precoce ou acentuado.
Hoje é uma planta indicada como
Cada 250 mg do extrato seco es-
antidepressivo leve e auxiliar no tra-
tandardizado do tubérculo contêm
10% (25 mg) de diosgenina. A poso- tamento dos distúrbios nervosos e
logia indicada é de 500 a 1000 mg, di- psíquicos. Muito comum no co-
vididas em duas doses diárias, como mércio afim, mas ainda não existem
manutenção do equilíbrio hormonal evidências científicas amplamente
para pessoas acima de 55 anos, ou a comprovadas sobre a sua eficácia. No
critério médico. entanto, o seu uso empírico pare- ce
apontar para resultados razoáveis.
Não existem dados de riscos toxico-
lógicos com o uso dos seus princípios
Ipê roxo ativos, que são lactonas primárias.
Tecoma impetiginosa Cada 250 mg do extrato estan-
dardizado contêm 29 a 31% (72.5-
O mesmo que Pau d’ arco. Família 77,5 mg) de princípios ativos deno-
das bignoniáceas. As cascas ou as fo- minados kavalactonas.
182
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

A dose deve ser individualizada,


progressivamente para cada caso até
que se obtenham os resultados dese- Palmeira serrada
jados. Iniciar com 500 mg, divididos (Saw palmetto)
em duas doses de 250 mg ao longo Serenoa repens ou Sabal serrulata
do dia. Evitar, contudo, doses supe-
riores a 3 ou 4 g. para casos comuns Planta da família das palmáceas.
ou em situações que exijam pronto Trata-se de uma palmeira pequena,
reflexo, manuseio de máquinas, ve- de cujo fruto de prepara um extrato
ículos, etc. Há registros de médicos rico em substâncias tônicas (vitami- na
que obtiveram resultados interessan- C, taninos, saponinas), nutritivas
tes na depressão comum aplicando (minerais como o cálcio, o potássio, o
doses próximas a 10 g/dia. zinco, o selênio) e adstringentes.
Considerada como um bom recurso
antianêmico, nas fraquezas em geral e
como afrodisíaco (ainda não compro-
Passiflora vado). Mais recentemente tem sido
Passiflora incarnata aplicada na prevenção e tratamento
das doenças da próstata, principal-
Tanto o fruto do maracujá como mente na hipertrofia benigna (HPB).
as suas folhas e raízes, são tradi- Estudos mostraram a capacidade
cionalmente usados pela medicina do saw palmetto em reduzir a trans-
popular e também na terapêutica formação da testosterona em dihi-
comum, como calmante suave, se- drotestosterona, esta responsável
dativo leve , promovendo sono tran- pelo aumento do tecido prostático,
qüilo e suave em doses maiores. Em que está geralmente mais elevada
doses elevadas foi um bom recurso homens acima dos 45 anos.
no passado no tratamento da histe- Com o extrato da planta (no caso
ria nervosa. Com cerca de 4 alcalói- com a serenoa repens), foi realizada
des ativos, entre eles a passiflorina, uma meta-análise de 18 estudos ran-
esta planta (extrato das folhas, caule domizados tendo sido usada sozinha
e raízes) está presente em diversas ou com outras ervas fitoterápicas e
formulações vegetais. Seus efeitos comparada com a finasterida usando-
são sensíveis e não apresenta efeitos se os critérios de auto-relato, sobre a
indesejados ou tóxicos. melhora dos sintomas de retenção
Não há posologia estabelecida, urinária descrita nos questionários
devendo a dose ser adaptada indivi- internacionais. Os autores concluem
dualmente. Cada 250 mg de extrato que os tratamentos com a erva foram
desidratado estandardizado das flo- curtos, mas que deram bons resulta-
res contêm 3,5 a 4% (8,75-10 mg) de dos e devem-se continuar as pesqui-
passiflorina. sas. A finasterida, medicação usada
para reduzir o volume prostático na
HPB, costuma causar impotência em
cerca de 5% dos pacientes e essa

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GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

erva, somente em 1,1% dos casos, mostrado capaz de evitar que hor-
mas a melhora dos sintomas clínicos, mônios carcinocinéticos produzidos
sem reduzir o tamanho da próstata, é pelos tumores malignos atinjam as
equivalente entre os dois tratamen- células normais.
tos. (Ver JAMA 1998; 280:1604-09) O médico norte americano, Dr.
A planta tem sido atualmente John Heinerman, autor de mais de
indicada como afrodisíaco masculi- uma dezena de livros sobre pesqui-
no, no entanto, não há comprovação sas com ervas, relata que durante o
científica desse efeito. Mesmo empi- 36o Congresso Anual da Sociedade de
ricamente, o efeito é eventual e pode Pesquisas de Plantas Medicinais
coincidir com efeitos psicológicos. (16/12/1989), foram apresentados
Cada 200 mg do extrato desi- trabalhos apontando a capacidade do
dratado estandardizado apresentam Pau d’arco como antineoplásico. Nesse
95% (190 mg) de ácidos graxos livres congresso foi apresentado um caso de
e ativos, principalmente ácido caprí- câncer de cólon que desapareceu após
lico, ácido láurico, ácido olêico, além trinta dias de uso do chá da planta.
de fitoesteróides (beta-sitosterol, Confirma-se atualmente o uso
popular do pau d’arco também no
stigmasterol, cicloartenol, e 24 metil-
tratamento de doenças venéreas,
cicloartenol).
como a sífilis (Duke, 1985), no lupus,
A posologia indicada é de 600
nas faringites e nas disenterias.
mg/ dia, divididos em três doses, O pau d’arco também tem ação
como profilático para os problemas bactericida, principalmente nas in-
prostáticos. Doses individualizadas fecções gastrintestinais (mostrou-se
podem ser superiores a 2 g/dia para eficaz contra cepas de heliobacter pi-
casos especiais. lorii, in vitro), além de ser diurético e
antipirético (Pedersen, 1994), desin-
toxicante, anti-reumático, analgésico
e estimulante das defesas orgânicas.
Pau d´arco Não existe posologia definida.
Tabebuia heptaphylla Cada 100 mg do extrato desidra- tado
da casca da planta contêm 3% (3
Família das bignoniáceas. Árvo- mg) do seu princípio ativo, o
re originária do Brasil, onde é mais lapachol, além de fitoesteróides.
conhecida como Ipê. Tem largo uso Recomenda-se a dose de 600 mg/
na medicina popular, principalmente dia, divididos em três doses, nas
contra o câncer. Possui como princí- gastrites e doenças venéreas. Como
pio ativo o lupachol e mais oito subs- coadjuvante nas doenças neoplási-
tâncias ainda em estudos. O lupachol cas, as doses podem ser muito mais
é uma naftoquinona que tem sido elevadas, chegando a 4 ou 5 g./dia ou
demonstrada como capaz de inibir os mais. Não existem dados de efei- tos
tumores malignos e de reduzir a dor tóxicos ou colaterais com o uso da
provocada pelos tumores, segundo planta, pois, diferentemente de
pesquisas realizadas pelo Instituto de muitos agentes antineoplásicos, o
Antibióticos da Universidade Federal pau d’árco (lapachol) não é citocida
de Pernambuco. O lupachol tem se ou citotóxico.

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e vitamina C. Tem a propriedade de


melhorar as defesas orgânicas e res-
Prímula taurar a saúde.
Primula veris Cada 110 mg do extrato seco dos
frutos contêm 30% (33 mg) de flavo-
Planta herbácea da família das nóides ativos.
primuláceas. É uma erva de folhas em A dose recomendada para adultos
roseta e flores solitárias ou agrupadas é de 250 mg, de 3 a 6 vezes ao dia.
em umbelas. A planta fornece um óleo
fino, insaturado, rico em ácidos graxos

poliinsaturados especiais, tipo Ômega


3, como os ácidos linolêico, linolênico, Sarsaparrilha
olêico e gama-linolênico (GLA). Smilax officinalis
O óleo de prímula tem sido apli-
cado como auxiliar nos distúrbios da
Família das asparagíneas. Um dos
menstruação, dismenorréia e nos
utilizados recursos na etnomedicina
distúrbios da menopausa. O seu uso,
como depurativo e anti-sifilítico. O
no entanto, ainda é de certo modo
chá dos ramos frescos e das folhas
empírico, uma vez que os estudos até
(por decocção) é aplicado empirica-
agora são inconclusivos. Mesmo
assim o produto é sugerido adian- te mente contra a sífilis, a blenorragia e
para os casos mencionados. Não as doenças venéreas em geral. É
existe toxicidade determinada pela também diurético e desintoxicante e
prímula até o momento. Ver Ácido combate as infecções urinárias. Tra-
gama-linolênico e Borragem balha também como um tônico geral
A dose recomendada é de 250 do organismo. Estudos mais atuais
mg, 2 a 3 vezes ao dia. detectaram fitohormônios precurso-
res da testosterona na raiz da salsa-
parrilha.
Nas formulações fitoterápicas
Sabugueiro utiliza-se o pó da raiz desidratada da
Sambucus nigra planta.
A dose habitual para adultos é de
Ou cereja silvestre. Pequena fru- 250 mg do extrato seco desidratado,
ta comestível de cor púrpura escura, 3 a 6 vezes ao dia.
muito apreciada pelos imigrantes e
nativos da América do Norte, sendo
também comum em certas regiões
européias. Utilizada freqüentemente Unha-de-gato
para a produção de vinho e conser- Uncaria tormentosa
vas. Na etnomedicina sempre foi uti-
lizada no combate a febres, distúrbios A unha-de-gato é uma planta da
digestivos, diarréias e como fonte de família das rubiáceas, sendo uma
enzimas digestivas. Atualmente é uti- trepadeira nativa da América do Sul,
lizado como fonte de bioflavonóides comum nas florestas do Peru, Bolí-
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via, Venezuela e também no Brasil. O pelo mau funcionamento do sistema


uso interno e externo dos extratos imunológico, como as alergias, doen-
aquosos dessa planta no tratamen- ças inflamatórias imunológicas, tais
to de diversas doenças é, de longa com a artrite reumatóide; a terapia
data, conhecido pela etnomedicina de suporte nos casos de doenças ne-
da América do Sul. Vem ultimamente oplásicas, tais como os vírus e retro-
sendo alvo de estudos científicos em vírus do herpes.
várias partes do mundo. Os princípios ativos da Uncaria
Nos Estados Unidos a planta tomentosa demonstraram largo es-
(cat’s claw) vem sendo utilizada po- pectro de efeitos medicinais, bem
pularmente de forma crescente,no
como longo prazo de tolerância. São
tratamento oficioso da AIDS e de ou-
adequados para uso em combinação
tras síndromes de imunodeficiência,
com outros medicamentos no trata-
além do câncer e de doenças virais,
notadamente o herpes (simples e mento de estados agudos de doen-
zoster). Um importante estudo foi de- ças, ou como terapia em longo prazo
senvolvido na Alemanha através do para melhorar os sintomas de doen-
Ministério da Saúde e por interesses ças crônicas ou crônicas progressi-
particulares associados. Foi utilizado vas, bem como pós-tratamento de
o medicamento de nome Krallen- pacientes portadores de tumor.
dorn, preparado à partir da planta- Resumo de algumas pesquisas
máter citada, da qual são obtidos os realizadas na Alemanha, segundo in-
ingredientes ativos dos preparados dicado acima:
aqui aplicados. Nele há uma apresen-
tação de resultados e observações Resultados com artrite reumatóide
oriundos de experiências e pesqui-
sas realizadas com a planta uncaria Durante o período de 1983 a
tomentosa na Alemanha. Aponta-se 1985, na Alemanha, seis pacientes
a capacidade dos princípios ativos da sofrendo de artrite reumatóide parti-
planta de melhorar a defesa imuno- ciparam de uma terapia experimental
lógica, dos seus efeitos imunomo- com a planta. Depois de um período
duladores, da sua ação antialérgica, interveniente de 9.2 anos em média,
de seus efeitos antiinflamatórios, de (8.5 - 10.3 anos) todos esses pacientes
suas propriedades cicatrizantes em
mostraram redução relativa, em graus
doenças gastroduodenais, de sua
variáveis, dos sintomas da doença,
ação antitumoral e inibidora da car-
com redução principalmente da dor.
cinogênese, de suas propriedades
antibacterianas e antivirais.
A planta é constituída por glicosí- Resumo dos resultados no HIV
dios do ácido quinóvico, triterpenos (estágios CDC A1 e CDB B2):
polioxigenados e alcalóides. Os prin-
cípios ativos são principalmente, al- Durante o período de 1987 até
calóides oxindólicos pentacíclicos do 1991, 32 pacientes infectados com
extrato da raiz da uncaria tomenosa HIV participaram de uma experiência
As áreas de aplicação clínica são terapêutica com a planta. 14 desses
as doenças primariamente, causadas pacientes forneceram dados sobre o

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GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

tratamento regularmente. O período litos, foram determinados a interva-


de observação por paciente foi de 12 los regulares. Testes também foram
meses no mínimo e de 36 meses no realizados a intervalos regulares para
máximo. Antes de iniciar a terapia com determinar a presença de germes
um preparado, nenhum dos pacientes nos fluidos corpóreos, bem como so-
envolvidos havia tomado AZT ou qual- rologia viral.
quer outro agente terapêutico para O processo estatístico dos dados
HIV. Também nenhum dos pacientes foi restrito à aplicação da estatísti- ca
estava tomando profilaxia oportunís- descrita para computar valores
tica na época em que se submeteram médios e para cada parâmetro, me-
à terapia com o preparado em teste. dido a cada vez com o objetivo de
Parâmetros de progresso foram cole- comparar o progresso aferido com os
tados cada 3 ou 6 meses dependendo valores básicos relevantes, bem
da saúde do paciente. como com o cálculo dos coeficientes
Durante todo o período de ob- de correlação, num esforço para de-
servação, os pacientes tomaram uma terminar possíveis correlações entre
cápsula de pó da uncaria tomentosa o número de células CD4 e o desen-
ao dia, o que é equivalente a uma in- volvimento de leucócitos, linfócitos e
gestão de 160mg de cloridrato alca- células CD8.
lóide oxindólico. No caso de infecções O período de observação dos
adicionais terem sido contraídas, os efeitos clínicos em pacientes no es-
pacientes foram adicionalmente tra- tágio CDC A1, foi estendido para o
tados com antibióticos. No caso da intervalo de 1.5 a 5 anos. Através de
contagem das células CD4 cair abaixo todo o período de observação, todos
de 200/µl, chamou-se a atenção do os e tratados permaneceram livres
paciente para esse desenvolvimento de sintomas clínicos da doença.
e recomendar-se-ia que ele ou ela se No decorrer do tratamento, du-
submetesse a uma terapia com AZT e rante todo o período de observação
a uma profilaxia oportunística. dos efeitos nos parâmetros sangü-
Na maioria dos casos os testes íneos de pacientes no estágio CDC
foram realizados em intervalos de 3 a A1, as contagens de leucócitos e
6 meses, mas em casos individuais, linfócitos permaneceram dentro das
em intervalos maiores ou menores. faixas de normalidade. Depois de um
Os seguintes parâmetros foram ob- ano de tratamento, as células CD8
servados regularmente: eritrócitos, aumentaram em 970µl em compa-
hemoglobina, hematócrito, leucóci- ração com o valor-base no início da
tos, trombócitos, quadro sangüíneo terapia. Durante o 2° ano de terapia
diferencial, sub-tipificação e propor- seu valor foi de aproximadamente
ção, teste Western-Blot, antígenos 400/µl acima do valor-base. Nos ter-
HIV-1 e HIV-2, “recombining blot”, e ceiro e quarto anos de terapia eles
imuno-eletroforese. foram respectivamente 650 e 800/
Os valores TGO, TGP e TGG do micromililitros acima do valor inicial.
fígado, os rins, gordura no sangue, Depois do primeiro e segundo anos
valores de açúcar no sangue e eletró- de terapia as células CDC 4 estavam

187
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

respectivamente 150 e 200 µl acima pneumocystis carinii, candidíase gas-


do seu valor antes do início da tera- trintestinal e infecções por herpes.
pia. Durante o terceiro ano de tera- Aproximadamente 42 meses após
pia esses valores foram restaurados ser submetido à terapia pela primei-
ao seu valor-base. Durante o quarto ra vez, esse paciente morreu vítima
ano de terapia alcançaram um nível das conseqüências da pneumonia. A
de 100 µl abaixo do seu valor-base. única mulher paciente nesse grupo
Durante o primeiro ano de terapia, desenvolveu diarréia recorrente e
pacientes no estágio CDC A1, os valo- candidíase vulvovaginal, depois do
res IgG patologicamente aumentados, quinto ano de tratamento.
desceram para o limite superior da Quanto aos efeitos nos parâme-
faixa normal de tolerância e perma- tros sangüíneos em pacientes no
neceram dentro da faixa normal até o estágio CDC B2, as contagens leuco-
quinto ano. Os valores de IgA e IgM citárias e linfocitárias permaneceram
para os pacientes, estavam dentro da dentro da faixa de normalidade até o
faixa de normalidade antes do início quinto ano de terapia. Seis anos após
da terapia e permaneceram na faixa ter-se submetido à terapia, um
de normalidade durante todo o perí- paciente teve (com 2700 leucócitos/
odo de observação. A 11.2 nmol/l o µl) um valor abaixo do normal. A con-
serum neopterin estava ligeiramente tagem de células CD8 depois de um,
mais alto que o normal antes da te- dois e três anos de terapia ficou entre
rapia ser iniciada. Com uma faixa de 400 e 450/µl acima do valor-base logo
variações de 12-18 nmol/l, este valor antes da terapia. No quarto ano fica-
permaneceu ligeiramente patologica- ram aproximadamente 1300/µl acima
mente elevado durante todo o perío- do valor-base, e no quinto ano de te-
do de observação. rapia retornaram a seu valor Inicial.
O período de observação dos Um ano depois do início da terapia a
efeitos clínicos em pacientes no es- contagem de células CD4, apresen-
tágio CDC B2 foi estendido para a tou um aumento de 100/µl acima do
faixa de 1 a 6 anos.Ao se submete- valor-base. Dois anos depois do início
rem à terapia pela primeira vez, os da terapia apresentou o valor de 250/
pacientes estavam sofrendo de can- µl acima do valor-base. No terceiro e
didíase orofaríngea e vulvovaginal, quarto ano de terapia, a média era de
leucoplasia oral, infecções crônicas respectivamente 50/µl e 100µl acima
por Herpes 1 e 2 e polineuropatia do valor-base. A contagem de células
periférica. Durante o primeiro ano de CD4 foi restituída ao seu valor inicial
terapia os sintomas clínicos desa- durante o quinto ano de tratamento.
pareceram em todos os pacientes. 7 Embora patologicamente elevado
dos 9 pacientes permaneceram livres antes do início da terapia, os valores
de sintomas clínicos de doença du- da IgG caíram para dentro do limite
rante todo o período de observação. máximo da faixa normal de tolerância
Três anos depois de ser submetido à durante o primeiro ano de terapia,
terapia, um paciente foi diagnostica- cresceram ligeiramente novamente
do como sofrendo de pneumonia por durante o segundo ano e depois de

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cinco anos de terapia, ficaram mais primeira vez. Ela foi primeiramente
altos que o seu valor inicial de 2380 diagnosticada como HIV positiva no
mg/dl. Os valores IgA e e IgM ficaram ano em que foi infectada. Quando os
dentro da faixa de normalidade antes presentes dados foram avaliados, esta
da terapia e permaneceram dentro paciente havia completado o quinto
dessa faixa durante todo o período ano de tratamento com o preparado
de observação. em teste. Dez anos depois de ter sido
Antes da terapia, o valor do se- infectada por HIV, esta paciente está
rum-neoptrin era de 14.6 nmol/l o ainda sem sintomas clínicos observá-
valor do serum-neoptine , dessa for- veis e tem 600 células CD4/µl. A única
ma mais elevado que o valor normal paciente no grupo CBC B2 também ha-
de 10 nmol/l. Durante todo o perío- via sido infectada por HIV cinco anos
do de observação, esse valor flutuou antes do início do tratamento com o
entre 13 e 18 nmol/l, sendo assim preparado em teste. Na ocasião de
patologicamente elevado. nossa avaliação desses últimos dados,
Nenhum outro efeito colateral ela havia completado o sexto ano de
foi observado em nenhum dos pa- terapia com o produto em teste. Onze
cientes tratados até agora. As conta- anos depois de ter sido infectada com
gens eritrocitárias e trombocitárias HIV, esta paciente tem, entrementes,
permanecem estáveis em todos os 250 CD4/µl, que corresponde aproxi-
pacientes, bem como valores do fí- madamente ao valor inicial de 300/
gado, creatinina, uréia, glicose e li- µl que ela apresentava antes de se
pídios séricos. submeter à terapia seis anos antes, e
Com base na terapia contínua por - sem contar a candidíase vaginal re-
períodos de até 6 anos, parece-nos corrente - ela continua sem quaisquer
que o preparado em teste é atóxico e sintomas clínicos.
que a terapia é virtualmente sem O mecanismo de ação do prepara-
efeitos colaterais. Efeitos colaterais do em teste é ainda desconhecido. O
suficientemente sérios para necessi- efeito retardador observado in-vitro dos
tar o término prematuro da terapia alcalóides no desenvolvimento do HIV
não foram observados em nenhum e em culturas de linfócitos a 33.5% não
dos pacientes tratados. A terapia parece explicar adequadamente os no-
com o preparado em teste mostrou táveis efeitos clínicos conseguidos em
efeito de retardamento no progresso gatos infectados por retrovirus ou no
dos sintomas da doença e também grupo de pacientes infectados com HIV.
na total eclosão da AIDS. O início de uma possível ex-
Os mais notáveis exemplos desse plicação pode ser encontrado na
efeito ocorreram em duas das mu- estreita correlação positiva entre
lheres pacientes. Uma paciente do o número de células CD4 e a con-
grupo CDC A1 infectou-se com HIV tagem leucocitária e na correlação,
cinco anos antes de submeter-se à um pouco mais distante, entre a
terapia com o produto em teste pela contagem das células CD4 e a con-

189
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tagem de linfócitos, ou da
Leucócitos/micro 1
contagem das células CD4 10.000.........................................................................................
e CD8, como observado no 9.000..................................................................................
8.000...............................................................
grupo de pacientes CDC 7.000....................................................
6.000....................................
B2. 5.000..........................
4.000..............
A correlação positiva 3.000..
2.000 0 100 200 300 400 500 600 700 800 900
entre a contagem das cé-
CD4/l
lulas CD4 e a contagem das
células CD8 (com r = 0.7), Figura 2: Correlação do desen-
oferece uma expli-

cação para a não verificação de volvimento da contagem de células


melhora significativa na razão T4/ T8 CD4 com a contagem de leucócitos
que pode ser esperada nos pa- em pacientes no estágio CDC B2 sob
cientes tratados com o preparado a influência do preparado em teste.
em teste.
Qualquer aumento do número de No grupo de pacientes CDC A1,
células CD4 tinha em paralelo um au- que teve contagens de células CD4
mento do número de células CD8. No mais estáveis e flutuações de con-
grupo de pacientes CDC B2, notou-se tagens de células CD4 por paciente
que o aumento de células CD4 de até consideravelmente menores, a cor-
500 células /µl não é um processo relação entre as contagens de células
isolado, mas sim a expressão de um CD4 e leucócitos, linfócitos e células
aumento em todas as populações de CD8 é relativamente fraca. Os coe-
leucócitos. Neste contexto, pareceria ficientes de correlação respectivos
que o aumento de leucócitos seria o aqui foram calculados como r=0.3,
fator mais decisivo porque a mais r=0.3 e r=0.2.
notável correlação positiva é entre a
contagem de leucócitos e a contagem Tratamento do herpes simples e
de células CD4, onde o coeficiente de do herpes zoster:
correlação é r=0.9.
Quanto aos subtipos de leucó- Durante o ano de 1989, quatro
citos, tem-se a impressão de que médicos usaram o preparado em tes-
somente o número absoluto de cé- te para tratar um total de 37 pacien-
lulas é relevante. Entre a contagem tes sofrendo de infecções de herpes
de linfócitos e a contagem de célu- e mantiveram registros documenta-
las CD4 (coeficiente de correlação dos dos resultados. 17 dos pacientes
r=0.8) existe também uma forte tinham herpes simplex e 20 apresen-
correlação. Em contraste, nenhuma tavam infecções com zoster. A terapia
correlação pode ser estabelecida com o preparado em teste, bem como
entre as contagens de células CD4 e a avaliação clínica, foram realizadas
a percentagem de linfócitos e per- diariamente pelo médico assistente
centagem de granulócitos com coe- até que as lesões foramcuradas (30).
ficientes de correlação de r= 0.2 e Os pacientes foram tratados com
0.1 respectivamente 4 preparados galênicos tópicos. A
191
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

base de cada um dos 4 preparados co, a reação pós-vacina pode vir a ser
era um extrato contendo 8µg de alca- mais severa acompanhada de febre.
lóides oxindólicos pentacíclicos por • Vacinas passivas com soros animais
mg. A dosagem do extrato nos pre- não devem ser administradas junta-
parados galênicos era, em cada caso, mente com preparados da planta, pois
40g por kg. Na maioria dos pacientes existe um risco de que uma reação ao
o tratamento era administrado uma soro seja provocada como uma reação
vez ao dia, mas 4 dos pacientes com à proteína estranha introduzida.
herpes zoster eram tratados de duas
• Soroterapia intravenosa de hiperimo-
em duas horas na fase de vigília.
nuglobulina deve ser evitada.
No caso de herpes simples, 3 dos
17 pacientes ficaram subjetivamente • A aplicação intravenosa de extratos de
livres de dor um dia após o início da timo em combinação com os prepara-
terapia. No Terceiro dia esse número dos também deve ser evitada devido
subiu para 14 dos 17 pacientes. No ao risco de uma reação sorológica.
quinto dia, 16 dos 17 pacientes e até • Terapias hormonais com proto ou
o sétimo dia todos os pacientes. As peptídeormônios animais - como por
lesões herpéticas sararam completa- exemplo a insulina de origem bovina
mente em 3 dos pacientes até o quin- ou suína - não devem ser efetuadas
to dia, em nove dos pacientes até o em combinação com a administração
sétimo dia, em 13 dos pacientes até do preparado.
o nono dia, em 15 dos pacientes até • A terapia da hemofilia com plasma
o décimo primeiro dia. Até o décimo fresco ou crioprecipitados e a admi-
sétimo dia de tratamento as lesões nistração concorrente dos extratos de
desapareceram completamente tam- uncaria tomentosa deve ser evitada.
bém nos dois pacientes restantes. No entanto, o tratamento com fatores
No caso de herpes zoster. 16 dos concentrados estandardizados não
20 pacientes foram tratados com a apresentam quaisquer problemas.
dosagem mais baixa (1 vez ao dia); 4
• Tendo em vista a ausência de quais-
dos 20 pacientes receberam do- ses
quer informações empíricas, a ad-
muito mais altas do preparado em
ministração dos preparados aqui
teste, envolvendo a aplicação da
apontados durante a gravidez ou a
substância em intervalos de 2 horas.
lactação, não pode ser recomendada
No grupo de 16 pacientes, 2
no momento.
ficaram subjetivamente livres de
sintomas 3 dias depois do início do • A presença de uma infecção crônica
tratamento. sub-limiar pode, devido à maior sen-
sibilidade do sistema imunológico,
Alguns cuidados ao utilizar pre- dar origem a sintomas de uma res-
parados com a uncaria tomentosa: posta imunodefensiva acompanha-
dos de febre e fadiga antes da infec-
• Enquanto que vacinas ativas podem ser ção ser curada.
administradas em combinação com a • Durante a terapia de doenças auto-
uncaria tomentosa sem qualquer ris- imunes e de alguns tumores, o pa-

191
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

ciente pode sofrer fases passageiras tratar de produto tóxico ou prejudi-


de diarréia ou constipação. cial, e uma vez que as suas proprieda-
• Durante a terapia de tumores, o ma- des medicinais foram observadas, não
terial tumoral pode morrer extensi- é necessária uma receita médica para
vamente e, dessa forma, levar a uma adquirir o produto.
febre lítica que persiste por uma ou • Extratos e derivados de uncaria to-
duas semanas. Todos esses sintomas mentosa podem ser adquiridos li-
podem ser tratados com medicamen- vremente no comércio especializado
tos prontamente disponíveis. para fitoterápicos, mas para trata-
• Quando administrado como terapia mento médico a praxe é a prescrição
adjuvante durante a quimioterapia, o da uncaria tomentosa, na forma de
preparado não deve ser dado conco- extrato seco, para uso oral.
mitantemente com o agente quimio-
terápico. Em tais casos o preparado Resumo de indicações da uncaria
deve ser tomado durante os inter- tomentosa:
valos entre as séries quimioterápicas
e, após o término da quimioterapia, • Recomenda-se aplicar a planta em es-
continuamente. tudo com o objetivo de modificar as
defesas do organismo em casos de:
Aspectos legais • Suscetibilidade a infecções devido à
fraqueza do sistema de defesa.
• O extrato e os derivados da uncaria
• Alergias tais como febre do feno e
tomentosa são obtidos por meio de
asma alérgica.
processos protegidos por patente.
Por enquanto são fabricados apenas • Úlceras gástricas e duodenais.
na Áustria, Alemanha e nos Estados • Doenças agudas e crônicas causadas
Unidos. Os produtos preparados a por vírus.
partir deste extrato ainda não são de • Doenças inflamatórias crônicas de ca-
uso oficial e a sua venda na Áustria é ráter reumático.
permitida em conformidade com o
• Várias doenças autoimunes, neuro-
estipulado no parágrafo 12/2 da Lei
dermite em particular.
sobre Produtos Farmacêuticos. Tanto
na Áustria como na Alemanha, os pa- • Doenças tumorais. Aqui a planta es-
cientes só podem obter os derivados tudada pode ser usada como terapia
da uncaria tomentosa nas farmácias adjuvante para reduzir os efeitos
contra apresentação de uma receita colaterais da radioterapia e da qui-
médica válida. mioterapia, como proteção contra
• Nos Estados Unidos existem três pro- infecções e nos tratamentos tumorais
dutores, sendo a FDA o órgão oficial posteriores.
fiscalizador. O consumo é livre, dentro
das normatizações de produção esta- Contra-indicações
belecida pelo governo. Uma vez que a
planta em questão foi devidamente Até o momento, nenhum efeito
testada, tendo-se concluído não se colateral sério foi observado, quando

192
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

as dosagens recomendadas foram influência terapêutica, sua dosagem


seguidas. No entanto, a planta, sob a pode ser adaptada individualmente e
forma aqui apresentada, e para os caso a caso. A experiência com pa-
casos apontados, deve ser adminis- cientes tem confirmado que os níveis
trada sob supervisão médica. de dosagem apresentados abaixo
Como não existem referências de produzem bons resultados em tera-
pacientes grávidas em tratamen- to pia em longo prazo e em tratamento
com uncaria tomentosa desacon- de manutenção. Num prazo de até
selha-se o uso deste medicamento oito anos , não surgiu nenhum sinal
nesse período. Também não há regis- de efeito tóxico.
tros de tratamentos de crianças com
Mais comumente a planta é mi-
menos de três anos de idade com os
nistrada acondicionada em cápsulas
derivados da planta.
contendo 200, 250, 450 ou 500 mg.
Uma contra-indicação é no tra-
tamento de pacientes portadores de de concentrado de extrato da casca e
leucemia que estão aguardando um da raiz. Cada 250 mg de extrato seco
transplante de medula. O mesmo se contêm aproximadamente 3% de alca-
aplica a todos os pacientes aguardan- lóides oxindólicos (7,5 mg.) e 15% de
do o transplante de um órgão. Outra compostos fenólicos (37,5 mg). Existe
contra-indicação é feita para todos os o extrato da uncaria tomentosa em
casos de imunossupressão induzida gotas, própria para uso pediátrico.
iatrogenicamente, por medicamen-
tos, por exemplo,no caso de pacien- Referências de pesquisas científicas
tes com órgãos transplantados. com a uncaria tomentosa

Tolerância Chirigos M.A. : MT-2 Assay for HIV. Reverse


transcriptase-Assay for HIV and Rausher
De modo geral, a terapia com un- Murine Leukaemia Assay. Unpublished
caria tomentosa é bem tolerada den- data. Interne Ordnungsnummer. LabNo
tro dos níveis de dosagem recomen- ASV 6286-87 (1990).
dados, no entanto, como os agentes
terapêuticos de planta são substân- .Huber C.H.: Der Einfluβ von Anitan-Ex-
cias imunomodificadoras, pacientes trakten auf einige Lymphozyten-Funktion-
portadores de um processo infiltrati- en, auf Granulozyten-Phagozytose und das
vo latente, ou de uma infecção crôni- in-vitro Wachstum von menschlichen,
ca latente podem - i.e. como resulta- hamopoietischen Tumoren; Unpublished
do de uma forte reação imunológica data. Interne Ordnungsnummer. LabNo
- apresentar brevemente sintomas de 110/84 (1984).
influenza tais como febre, fatiga e ar- .Keplinger K., Wagner H., Kreutzkamp B.,:
tralgia, antes que o processo infiltrati- Oxindole alcaloids having properties
vo seja curado. stimulation the immunologic system and
Preparations containing the same. US. US
Dosagem
4.940.725 (1990).

Como os extratos de uncaria .Keplinger U. Keplinger K.: Haben alkaloide


tomentosa têm um extenso raio de aus Uncaria tomentosa einen positiven

193
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Einfluβ auf den Krankheitsverlauf retrovi- (ERUT): 28-day oral rat toxicity study. Un-
raien infektionen ? Präsentation AIDS Kon- published data. Interne Ordnungsnummer.
gress Vienna (1991) LabNo 10940(1986)
.Keplinger U.: Alkaloide Uncaria tomen- .Schwaiger M., Hirch-Kauffmann M. :
tosa Präsentation AIDS Kongress Vienna Selektive Schadigung transformierte Aellen
(1991) durch Anitan. Unpublished data. Interne
.Kreutzkamp B.: Niedermolekulare in- Ordnungsnummer. DatNo 104/78 (1978).
haltstoffe mit immunstimulierenden .Teppner H., Keplinger K., Wetschnig W.:
Eigenchaften aus Uncaria tomentosa. PhD Karyosystematik von Uncaria tomentosa
thesis. University of Munich (1984). und Uncaria guianensis. Phyton (Horn,
.Kynoch R.S., Lloyd G.K. Acute oral toxicity Austria) 34 (1) 125-134 (1984).
to mice of Substance E-2919: Unpublished .Wagner H., Juscic K., Kreutzkamp B.: Die
data: Interne Ordnungsnummer. LabNo Alkaloide von Uncaria tomentosa und ihre
4646/D3/75 (1975). phagozytosesteigende Wirkung. Planta
.Leiner G.: Vertraglichkeitspüfung von Kral- Med. 51, 419-423 (1985).
lendorn - Tee na gesunden erwachsenen
Probanden. Unpublished data. Interne Ord-
nungsnummer. LabNo 100/75 (1975).
Uva ursina
.Montegegro de Matta S. et al.: Alcalooids Arctostaphylos uvaursi
and Procyanids of an Uncaria species from
Peru; II Pharmaco 31(7); 527-535 (1976), Família das ericáceas. Planta
.Phillipson I.D., Hemingway S.R.: Alcaloids indicada para o tratamento dos dis-
os Uncarie; Part V, their occurrence and túrbios urinários; é diurética e anti-
chemotaxonomy. Lloydia 41 (6) 503 570 séptica urinárias pelo fato de possuir
(1987). arbutina, um alcalóide que se desdo-
.Rizzi R. et al.: Mutagenic and antimuta- bra num composto anti-séptico, a hi-
genic activities of Uncaria tomentosa and droquinona. Aplica-se como auxiliar
its extracts. J. Ethno Pharmacol 38 (1), 63- nas infecções urinárias ou inflamação
77 (1993). dos rins, da bexiga e da uretra.
Cada 200 mg de extrato seco ou
.Rosenwirth B. : Untersuchungen über die
preparado liofilizado das folhas da
antivirale Wirkung gegen Herpes simplex
planta contêm cerca de 25% (50 mg)
- 1 und 2 von Tee-Lyophilisat Gesamtal-
de arbutina, capaz de fornecer de 30
kaloidfraktion und Eizenlalkaloiden aus
a 40 mg de hidroquinona. Não possui
Uncaria tomentosa. Unpublished data. In-
ação tóxica, mesmo em doses dez ve-
terne Ordnungsnummer. LabNo TS89.730-
zes superior à indicada.
36 (1987).
A dose terapêutica recomenda-
.Suter W., Reber G.: Mutagenitatsestung da é de 800 mg/dia, divididos em 4
im Ames-Test der Subatanz Anitan F-190; doses. Metade dessa dose é indica-
unpublished data. Interne Ordnungsnum- da como profilático para infecções
mer. LabNo 1008/85BC200-0 (1985). urinárias para pessoas predispostas.
.Svendsen O., Skydsgaard K.: Test Report Pode ser associada facilmente a an-
Extractum Radicis Uncariae tomentosae tibióticos e demais fármacos para

194
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

tratamento de distúrbios urinários


similares.
A planta, sob a forma de cápsu- Visco branco
las (pó liofiliozado das folhas, caule, Viscum album
frutos e raiz), pode ser facilmente en-
contrada nas casas de produtos natu- Ver: Capítulo especial - O viscum
rais, inclusive de empresas nacionais, album na terapêutica. Ver também a
porém devemos indicar as idôneas e aplicação do viscum album em AIDS,
confiáveis. Artrite reumatóide, Artrite, Artrose,
Câncer, Hepatite, Febre reumática, Fi-
bromialgia, Leucemia, Lupus Eritema-
toso e Síndrome da Fadiga Crônica.
Valeriana
Valeriana officinalis

Família das valerianáceas, Planta


utilizada há milênios como calmante
e sedativa do sistema nervoso. Da
sua composição fazem parte: tanino,
amido, ácido fórmico, magnésio, áci-
do acético, ácido propiônico, ácido
valeriânico (principio ativo mais im-
portante), ácido isovaleriânico, resi-
na, essência volátil e alcalóides varia-
dos. Tem também efeito levemente
antiespasmódico. Foi muito utilizada
no passado como tratamento para a
histeria. Utiliza-se o pó da raiz desi-
dratada, sendo que cada 300 mg con-
têm 1%, ou 3 mg, de ácido valeriâni-
co. Não existe dose padronizada para
a planta. A dose diária indicada como
auxiliar nos distúrbios nervosos, é de
1.200 mg, divididas em 3 doses de
400 mg. Como antiespasmódico
auxiliar nas cólicas biliares, mens-
truais ou intestinais, a dose sugerida
de 1.800 mg. Como indutor do sono,
existem relatos de que doses únicas
de 1500 mg ou superiores, podem
ser eficazes.
Não existem efeitos colaterais ou
tóxicos relatados, mesmo em doses
superiores a 3 mg/dia.

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Probióticos líbrio na flora intestinal, conhecido


como disbiose.
Suplementos classificados como Os lactobacilos são agentes fun-
probióticos são microrganismos impor- damentais para a ecologia intestinal
tantes para a vida orgânica, que vivem (que repercute na saúde de todo o
em simbiose com outros seres micros- organismo), mas se reduzidos em
cópicos na flora intestinal. Existem cer- quantidade podem ser substituídos
ca de 100 trilhões de bactérias nos in- por bactérias prejudiciais. Dentre os
testinos, com aproximadamente 1000 microrganismos úteis temos os lac-
espécies de enterobactérias, normais tobacilos acidófilos, os lactobacilos
ou patogênicas, como: Escherichia coli, bifidus, alcalígenes sp, bacillus lentis-
Shigella, Proteus, Yersinia, Aerobacter, porus, saccharomyces boulardii e ou-
Serratia, Salmonela, Lactobacillus, tros de menor importância. Dentre
Bifidubacterium, etc..Estes micorga- estes microrganismos, os mais estu-
nismos fermentam carboidratos e fi- dados são os lactobacilos acidófilos,
bras, produzindo ácido láctico, ácido dos quais existem vários tipos, sendo
acético, ácido succínico, ácido fórmico, que os mais comuns são: acidophilus,
ácido graxos de cadeia curta, enzimas o brevis, o bulgaricus e o plantarum,
digestivas (beta-galactosidase) e gases capazes de produzir substâncias de
como etanol, gás carbônico. ação antibiótica como a acidofilina, a
As enterobactérias têm a impor- lactacidina (acidophilus), a lactobici-
tante função de sintetizar as vitaminas na (brevis), a bulgarina (bulgaricus) e
do complexo B (incluindo a B12, pro- a lactobicina (plantarum).
vando que a maior fonte desta vitami- A presença de lactobacilos acidó-
na não são os alimentos, mas a síntese filos nos intestinos aumenta a assimi-
intestinal, como acontece nos intesti- lação dos nutrientes, produz enzimas
nos das vacas). A produção de ácidos e vitaminas, diminui a alergia alimen-
pelos lactobacilos provoca a redução tar, diminui os distúrbios gastrintes-
do pH intestinal, dificultando o cresci- tinais, diminui a formação dos gases
mento de bactérias patogênicas. e o mau hálito, diminui o colesterol e
Os lactobacilos, ou probióticos, triglicérides do sangue, diminui a
dependem dos chamados prébióticos, incidência do câncer e formação de
que vêm a ser a sua fonte de nutrien- nitritos, além de ser é imunoestimu-
tes, os carboidratos, principalmente lante. Há recomendação médica para
polímeros conhecidos como fruto- o uso de lactobacilos acidófilos para
oligossacárideos (banana, mel, açú- a prevenção da candidíase vaginal.
car mascavo, arroz, centeio, tomate, O mecanismo de ação dos lac-
aveia...), inulina e lactulose, presentes tobacilos é extremamente simples.
em alimentos como a chicória, o alho, Primeiramente, é importante saber
o aspargo, a alcachofra. que eles não combatem diretamente
Situações que afetam os intesti- os microrganismos intestinais pre-
nos, como fermentações, antibióti- judiciais, mas acabam por reduzir o
cos, uso excessivo de laxantes, prisão crescimento deles por meio da se-
de ventre, etc., causam um desequi- creção dos seus “antibióticos” já cita-

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dos, mas principalmente através da podem ser encontrados nas farmácias


competição por alimentos. Como são de manipulação sob a forma liofiliza-
muitos e proliferam-se rapidamente, da, em pó ou nas farmácias comuns.
não permitem que sobrem muitos Recomendados como auxiliares
nutrientes ou espaço vital para os durante tratamentos com antibió-
demais organismos microscópicos. É ticos por via oral, por protegerem a
um tratamento inteligente que não flora intestinal.
agride o organismo. Doses:
Lactobacillus acidophylus – 200 a
A importância da boa condição da 400 milhões de UI (20 a 40 mg). Dose
flora intestinal máxima diária: 800 milhões de UI ou 80
mg. Dose pediátrica: 10 a 20 mg/dia.
O cuidado com a alimentação é Lactobacillus bifidus – 200 a 400
fundamental para a boa saúde da milhões de UI (20 a 40 mg). Dose má-
flora intestinal, mas atualmente, com xima diária: 800 milhões de UI ou 80
tanta poluição alimentar, é fun- mg. Dose pediátrica: 10 a 20 mg/dia.
damental a reposição da flora intesti- Lactobacillus bulgaricus - 200 a 400
nal com lactobacilos, mesmo para as milhões de UI (20 a 40 mg). Dose máxi-
pessoas com hábitos saudáveis. ma diária: 800 milhões de UI ou 80 mg.
Lactobacilos acidófilos podem Dose pediátrica: 10 a 20 mg/dia.
ser facilmente obtidos através do Bacilus laterosporus – 1 milhão
consumo de coalhada e iogurte, mas de UI, 2 vezes ao dia. Para crianças
nem todos possuem lactobacilos aci- não há dose definida. Melhor utilizar
dófilos, daí ser importante certificar- os outros lactobacilos.
se disso na aquisição de iogurtes e A sugestão é a prescrição de todos
similares. Os iogurtes mais ricos os lactobacilos em conjunto, uma vez
nesse microrganismo são os caseiros, que se completam em diversas fun-
preparados por inoculação dos fer- ções. Na prática, prescrevemos uma
mentos apropriados. Mesmo pesso- cápsula que contenha todos os lacto-
as com deficiência da enzima disso- bacilos juntos, em 3 doses diárias, com
ciadora do açúcar do leite, a lactase, exceção do Bacilus laterosporus, que
podem tolerar bem o iogurte. deve ser prescrito separadamente.
As composições com lactobacilos
disponíveis tanto nas farmácias de Kefir
manipulação como nos produtos das O kefir é um dos alimentos
indústrias farmacêuticas cumprem o considerados um dos mais ricos em
papel de restabelecer a homeostasia probióticos e, por isso, faz parte do
intestinal, sendo indicados nos casos grupo de suplementos especiais. Ver
de diarréias, uso prolongado de an- no capítulo a seguir.
tibióticos, quimioterápicos, antiin-
flamatórios, produtos oncológicos, Referências:
intestino irritável e colites.
Como suplemento e como recur-
Armuzzi, A.; Cremonini, F.; Ojetti, V.; Bar-
so terapêutico auxiliar, lactobacilos
tolozzi, F.; Canducci, F.; Candelli, M.; San-

197
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

tarelli, L.; Cammarota, G.; De Lorenzo, A.;


Pola, P.; Gasbarrini, G.; Gasbarrini, A.
Effect of Lactobacillus GG
supplementation on antibiotic-associated
gastrointestinal side effects during
Helicobacter pylori erradica- tion
therapy: a pilot study. Digestion, v. 63, p.
1-7, 2001.

198
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Martins FS, Tiago FCP,Barbosa FHF, Penna


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1, p. 1-12, 2000.

199
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Suplementos especiais aracdônico


Ver Ácidos graxos essenciais

Considerações Ácido
Docosahexaenoico – DHA
Nesta classificação estão os novos Ver Óleo de peixes
itens, basicamente suplementos
nutricionais, derivados de alimentos
funcionais, adaptogênicos e insumos
que vem descobertos, produzidos ou Ácido
desenvolvidos mais recentemente, eicosapentaenoico- EPA
com comprovação científica e Ver Óleo de peixes
pesquisas (muitas aqui apontadas em
alguns dos principais itens) ou que
apresentam fortes evidências quanto à
sua eficiência, sem que sejam
Ácido
exatamente recursos empíricos. Aqui gama-linolênico - GLA
Apresentamos apenas aqueles
consideradosa mais eficientes e com O corpo produz GLA a partir do
comprovação científica, abstendo-nos ácido linolênico (ômega 3), um dos
de apresentar aqueles ainda em estudo ácidos graxos essenciais, não sinte-
ou sem eficiência terapêutica ou tizado pelo organismo em situações
funcional reconhecida. normais. O GLA tem numerosas fun-
A maioria dos itens a seguir podem ser ções no corpo, entre outras coisas, é
encontrados pelo: precursor de uma importante família
Banco de Dados do Metabolismo de substâncias, conhecidas como
Humano (HMDB) prostaglandinas, que possuem efei-
www.hmdb.ca/metabolites/HMDB000 tos complexos no organismo, como
2395 por exemplo a neurotransmissão, a
O HMDB é um banco de dados secreção de insulina, a regulação da
eletrônico disponível gratuitamente agregação plaquetária, o tônus vas-
que contém informações detalhadas cular, o equilíbrio hidro-eletrolítico, a
sobre metabólitos de moléculas das função gastrointestinal. O ácido lino-
moléculas encontradas no corpo lênico é transformado em GLA atra-
humano. vés da ação enzimática, e assim pode
contribuir para a síntese e controle de
Os principais suplementos e similares prostaglandinas. Portanto, quanto
especiais mais utilizados atualmente
conhecidos são apresentados em
ordem alfabética a seguir.

Ácido
200
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

mais GAL se ingerir, mais


prostaglan- dinas benéficas são Ácidos graxos são os componentes
produzidas. As fontes naturais mais da molécula dos lipídios associados ao
abundantes de GLA são as plantas glicerol. São formados por cadeias de
Prímula e Borra- gem, de onde o átomos de carbono ligados a hidrogê-
ácido é extraído para a produção de nio, presentes em gorduras e óleos.
suplementos. São classificados de acordo com o ta-
De um modo geral, o GLA é in- manho (curta, média, longa) ou com o
dicado com o antiinflamatório nos tipo de ligação da cadeia hidrocar-
casos de reumatismo, artrite, artro- bonada (saturados, mono e poliinsa-
se, nas doenças cardiovasculares,
no tratamento do câncer (embora
não existam evidências bem
definidas), como modulador
imunológico, em problemas
neurológicos e psiquiátri- cos, mas
principalmente para reduzir os
sintomas do Transtorno disfórico
pré-menstrual (TDPM), a antiga Sín-
drome Pré-Menstrual
É contra-indicado na epilepsia,
principalmente do lobo temporal,
pois há possibilidades de
agravamen- to, porém não há
evidências muito claras deste
efeito.
Dose: 500 a 1000 mg. 3 vezes ao
dia.
Ver também: Prímula e Borra-
gem.

Ácidos graxos
essenciais
Entendimentos
201
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

turados). Os ácidos graxos saturados águas frias, como atum, salmão e ba-
são mais comumente encontrados na calhau são ricos em ômega-3. Mais
forma sólida, a chamada gordura e em recentemente contudo, descobriu-se
produtos de origem animal como que o óleo de linho (linhaça) possui
manteiga, leite, creme de leite, chan- de 2 a 3 vezes mais ômega 3 do que
tilly, queijos gordurosos, banha de qualquer animal.
porco, gordura das carnes, pele das O consumo moderado de alimen-
aves e dos peixes, todos de cadeia mo- tos ricos em ácidos graxos essenciais
lecular longa. Existe também a gordu- está relacionado com a redução dos
ra de coco, mas ela é a exceção: é de níveis elevados de colesterol e, as-
origem vegetal, sendo rica em ácidos sim, ao menor risco para o apareci-
graxos saturados, porém a maioria é mento de doenças cardiovasculares,
de cadeia curta e média. entre outros efeitos benéficos.
Os ácidos graxos insaturados são Um problema, porém é que a
os lipídios encontrados na forma lí- maioria dos alimentos que contém
quida, de óleos, em produtos de ori- ácidos graxos essenciais, como as
sementes e grãos, com exceção da
gem vegetal, exceto para os óleos de
linhaça, não fornecem a quantida- de
peixe, que também são ricos em áci-
necessária desses elementos , que
dos graxos insaturados. Estes ácidos
são retirados durante o proces-
apresentam uma ou mais ligações samento e a industrialização, daí a
duplas na cadeia. necessidade de utilizar suplementos
Quando o ácido graxo possui uma e complementos alimentares ricos
única dupla ligação, é classificado nesses ácidos graxos. Ver também:
como monoinsaturado (o ácido oléico Ômega-3, Ômega-6,
do azeite de oliva, por exemplo); se Posologia: Em geral 500 a 1000 mg
apresentar duas ou mais ligações du- 1, 2 ou 3 vezes ao dia, como manuten-
plas, é denominado poliinsaturado. ção. Doses maiores são utilizadas por
muitos profissionais experientes.
Ácidos graxos essenciais

São ácidos graxos poliinsaturados


e são importantes porque, diferente- Ácido linolêico
mente dos demais ácidos graxos, não - Omega 6
são sintetizados pelo do organismo, Ver Ácidos graxos essenciais
devendo ser obtidos através da ali-
mentação.
Existem vários ácidos graxos es-
senciais, mas os mais importantes são Ácido linolênico
o ácido linolênico (ômega3) e o ácido – Omega 3
linolêico (ômega 6). As melhores fon- Ver Ácidos graxos essenciais
tes alimentares ômega-3 e 6 são os
óleos vegetais (linhaça, prímula, bor-
ragem, girassol, milho, soja, algodão).
Os óleos de peixe, principalmente de

202
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

vegetarianos. Os obesos também


conseguiram melhores resultados no
Ácido linolênico uso do ácido linoléico conjugado na
Conjulgado - CLA redução da gordura corporal.
Os efeitos do CLA in vitro, de au-
Ácido linolêico conjugado - CLA mentar a lipólise e reduzir a ativida-
O ácido linolêico conjugado, cuja de da LPL7, foram confirmados em
abreviação é CLA (conjugated linoleic camundongos1,2,3,4, mostrando au-
acid) é um derivado da gordura en- mento no gasto energético e oxida-
contrada principalmente em ovos, ção de lipídios em animais. O possível
laticínios, carnes e aves. Ele possui efeito termogênico do CLA tem sido
inúmeras propriedades biológicas, relacionado à indução na expressão
incluindo seus efeitos no metabolis- gênica de proteínas desacopladoras
mo lipídico e na composição corporal (UCPs), verificada no tecido adiposo
e do leite Experimentos em animais e marrom de ratos diabéticos (ZDF)5,6.
alguns já em humanos, têm siste- Entretanto, ao contrário do observa-
maticamente mostrado que o CLA do em ratos, esse efeito é pouco ex-
promove benefícios para a saúde pressivo em humanos7.
como anticarcinogênico, antiateros- Quanto a pesquisas em huma-
clerótico, antidiabético, na melhoria nos, Blankson e colaboradores8,
do sistema imune e no aumento da realizaram um estudo randomizado e
massa muscular com diminuição da duplo-cego, envolvendo com 60
massa gordurosa. Pode também ser voluntários com sobrepeso ou obesi-
útil para diabéticos ao ajudar a evitar dade (IMC entre 25 e 35kg/m2)que
a hiperglicemia. receberam uma dieta com 9g/dia de
O CLA tem sido cada vez mais óleo de oliva (grupo placebo), ou
utilizado como suplemento por atle- uma dieta com 1,7; 3,4; 5,1 ou 6,8g
tas devido ao seu suposto efeito em de CLA/dia, por doze semanas, sendo
aumentar a utilização de gordura pelo os isômeros predominantes o 9-cis,
organismo e, desta forma, promover o 11-trans e o 10-trans, 12-cis, 1:1.
emagrecimento e aumento de massa Verificou-se uma redução significati-
magra, embora haja ainda controvér- va no tecido adiposo dos indivíduos
sias sobre a sua eficácia na redução de que receberam as doses de 3,4 (n=7)
peso. Parece depender muito do e 6,8 (n=10); e aumento da massa
organismo. Estudos com animais têm magra somente no grupo que rece-
demonstrado resultados animado- res beu 6,8g de CLA. Entretanto, como
na redução de gordura corporal, um treinamento físico foi realizado
porém, os estudos em humanos não conjuntamente com o uso do CLA, e
indicaram a mesma eficiência obtida os níveis de atividade diferiram entre
em camundongos. Os melhores re- os grupos, também não foi possível
sultados em humanos na diminuição avaliar se o efeito da modificação na
da gordura corporal aconteceram composição corporal foi devido ao
naqueles que tinham deficiência de uso do CLA, do exercício, ou da com-
CLA, como por exemplo, em grupos binação dos dois fatores.

203
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

São necessárias mais pesqui- sas Dose recomendada: 700mg a 2g


para a avaliação dos efeitos dos dois dia, acima desta dosagem somente
principais isômeros do CLA em com orientação médica especializada
humanos, que incluam medidas de (Nutrólogo, Endocrinologista). Dosa-
atividade enzimática, como, por gens maiores podem ser divididas em
exemplo, lipase hormônio sensível, 2 ou 3 vezes ao dia.
lipase lipoprotéica, carnitina palmi-
toiltransferase, de modo a se esclare- Referências científicas do ácido
cerem os reais mecanismos de ação linolêico conjugado
do CLA, e para uma melhor avaliação
da hipótese de aumento da lipólise 1. Pariza MW, Park Y, Cook ME. The biologi-
e/ou redução da lipogênese, para cally active isomers of conjugated linoleic
que então possam ser usados com acid. Prog Lipid Res. 2001; 40(4):283-98.
segurança e eficiência como agentes
2. West DB, Delany JP, Camet PM, Blohm F,
anti-obesidade.
Truett AA, Scimeca J. Effects of conjugated
linoleic acid on body fat and energy me-
Atividade anticarcinogênica
tabolism in the mouse. Am J Physiol. 1998;
275(3 Pt 2):R667-72.
A maioria das substâncias naturais
que apresentam atividade anticarci- 3. Park Y, Storkson JM, Albright KJ, Liu W,
nogênica é originada das plantas, com Pariza MW. Evidence that the trans- 10,cis-
exceção é o ácido linolêico conjugado. 12 isomer of conjugated linoleic acid
Mas alguns estudos têm relacionado o induces body composition changes in
seu consumo com a redução da glico- mice. Lipids.1999; 34(3):235-41.
se sangüínea, colesterol, arterioscle- 4. Park Y, Pariza MW. Lipoxygenase inhibi-
rose, gordura corporal, e a modulação tors inhibit heparin-releasable lipoprotein
do sistema imune.(HA et al.,1990; IP lipase activity in 3T3-L1 adipocytes and en-
et al.,1991;CHINet al.,1993; IP et al., hance body fat reduction in mice by conju-
1994;MCINTOSH et al., 1994; WONG gated linoleic acid. Biochim Biophys Acta.
et al.,1997; IP et al., 1999). 2001; 1534(1):27-33.
5. Portocarrero C, Bauman D, Barbano D,
Efeitos indesejáveis
Zierath J, Houseknecht K. Regulation of
UCP1 and UCP2 gene expression by dietary
Alguns efeitos indesejáveis re-
conjugated linoleic acid (CLA) in zucker
lacionados ao uso do CLA foram en-
diabetic fatty (ZDF) rats. In: American Dia-
contrados tanto em estudos com
humanos quanto em animais, como betes Association (ADA) annual meeting;
aumento da resistência à insulina9, 1999 June 17-24; San Diego; 1999. (Ab-
10, aumento da glicose e insulina de stract – 0021).
jejum10; elevação da peroxidação lipí- 6. Ryder JW, Portocarrero CP, Song XM, Cui
dica11, redução da HDL-colesterol em L, Yu M, Combatsiaris T, et al. Isomer-Spe-
indivíduos com síndrome metabólica cific Antidiabetic Properties of Conjugated
(dislipidemia, hiper-tensão) tratados Linoleic Acid: Improved Glucose Toler-
com o isômero 10-trans, 12-cis12. ance, Skeletal Muscle Insulin Action, and

204
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

UCP-2 Gene Expression. Diabetes. 2001;


50(5):1149-57.
7. Rothwell N. Thermogenesis: where are Ácido Lipóico
we and where are we going? Report of a
workshop held in London 21st April 2001, O ácido lipóico é uma coenzima
convened by Professor Mike Stock. Int J antioxidante que combate os radicais
Obes. 2001; 25(9):1272-4. tanto em no tecido adiposo como na
8.Blankson H, Stakkestad JA, Fagertun H, pele e nos músculos, por ser solúvel
Thom E, Wadstein J, Gudmundsen O. Con- tanto na água quanto na gordura,
jugated linoleic acid reduces body fat mass regenerando os tecidos lesados. Al-
in overweight and obese humans. J Nutr. guns denominam o ácido lipóico de
2000; 130(12):2943-8. “antioxidante universal” devido à sua
9. Tsuboyama-Kasaoka N, Takahashi M, notável capacidade de combater os
Tanemura K, Kim HJ, Tange T, Okuyama H, radicais livres. Ele tem poder antioxi-
et al. Conjugated linoleic acid supplemen- dante superior a Vitamina C e E (aju-
tation reduces adipose tissue by apoptosis dando a proteger e prolongar a vida e
and develops lipodystrophy in mice. Diabe- potencia dessas vitaminas, do gluta
tes. 2000; 49(9):1534-42. tion), desintoxica o fígado e também
eleva o potencial da Coenzima Q10.
10. Smedman A, Vessby B. Conjugated
Este ácido (na forma de alfa-li-
linoleic acid supplementation in humans-
póico) foi isolado por Reed em 1951.
metabolic effects. Lipids. 2001; 36(8):773-
Há mais de 20 anos é usado como
81.
medicamento para prevenção de do-
11. Riserus U, Smedman A, Basu S, Vessby enças relacionadas ao diabetes e a
B. Conjugated Linoleic Acid (CLA) and Body partir de 1970 iniciou-se seu uso para
Weight Regulation in Humans. Lipids. tratamento de doenças hepáticas.
2003; 38(2): 133-37. Atualmente é largamente utilizado
12. Choi Y, Park Y, Pariza M, Ntambi J. Regu- na Alemanha e na China como me-
lation of stearoyl-CoA desaturase activity dicamento e na Europa e EUA como
by the trans-10,cis-12 isomer of conjugated suplemento alimentar e para cosme-
linoleic acid in HepG2 cells. Biochem Bio- tologia. No Japão e utilizado como
phys Res Commun. 2001; 284(3):689-93. regulador do metabolismo e hepato-
protetor. Em Junho de 2004, foi apro-
vado como suplemento alimentar
pelo FDA, nos Estados Unidos.

Os efeitos verificados do ácido


lipóico
• Forte antioxidante
• Fortalece o sistema imunoló-
gico
• Prevenção de diabetes e do-
enças relacionadas

205
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

• Prevenção de problemas car- dose-resposta, uma função que pode


díacos e do fígado melhorar a captura de nutrientes pe-
• Ação antienvelhecimento las células musculares e circulação de
• Embelezamento e clareamen- proteínas.
to da pele Uma das indicações básicas do
ácido alfa lipóico é no tratamento de
Verificou-se que o ácido lipóico lesões neurológicas, inclusive a neu-
aumenta o fluxo sanguíneo e melho- ropatia diabética.
ra a condução dos impulsos nervo-
sos, sendo indicado no tratamento Uso cosmético
de problemas neurológicos – como
dormências e formigamentos – de O ácido lipóico é utilizado nos
qualquer origem, não apenas os de- tratamentos cosméticos em uso tópi-
correntes do diabetes. Além disso, o co devido ao seu efeito anti-radicais
ácido alfa lipóico auxilia no desen- livres, sendo constituinte de formu-
volvimento de massa muscular. Atu- lações específicas. Aconselha-se a
almente, este ácido é utilizado para combinar seu uso tópico com o oral,
incrementar sinergicamente outros para melhores resultados.
antioxidantes, potencializando-os.
Efeitos indesejáveis
Um bom recurso na prevenção e
tratamento do diabetes Alguns efeitos raros têm sido ob-
servados com o uso por via oral do
O ácido alfa lipóico vem sendo ácido lipóico, como cefaléia, pareste-
usado por mais de 30 anos na Europa sias, erupções cutâneas e câimbras
para tratar a neuropatia diabética em musculares. Existem alguns informes
pacientes tanto no DM-1 quanto o de raras situações de ocorrência de
DM-2, pois ajuda a regular açúcar no síndrome insulínica auto-imune em
sangue e previne neuropatia diabéti- pacientes usando ácido lipóico por
ca e cardiopatia. Ele diminui as con- via oral, com eventos de hipoglice-
centrações de lactato e de piruvato mia e formação de anticorpos anti-
no soro sanguíneo, além de melhorar insulina (sem insulinoterapia prévia),
a eficácia da glicose em pacientes porém é uma situação paradoxal,
obesos com diabetes do tipo 2. que exige mais estudos.
Estudos atuais mostram que o Não está ainda bem definida
ácido alfa lipóico melhora a redu- ção completamente a questão da segu-
da glicose, dinamizando a distri- rança quanto ao uso de ácido lipói-
buição de outros nutrientes. Isto se co por grávidas, nutrizes, nefropatas
deve à capacidade do composto em ou hepatopatas, portanto, o produto
imitar a ação da insulina, aumentan- não deve ser utilizado nestes casos.
do em cerca de 65% a utilização de Dose: 200 a 600 mg 3 vezes ao
glicose, pelas células musculares. O dia, uso máximo de 2 gr/dia, salvo em
ácido lipóico provoca uma ascenden- situações definidas pelo médico
te mudança na curva glicose-insulina especialista.

206
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Bibliografia científica indicada: Packer L, Tritschler HJ, Wessel K. (1997).


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207
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Ácido Orotico muscular e favorecer o crescimento do


Ver vitamina B13 músculo esquelético, além de reduzir a
gordura acumulada no corpo.
Fator de proteção contra o
Ácido ursólico envelhecimento
O Ácido Ursólico mostrou efeito
O ácido ursólico é um triterpenóide anabólico sobre os músculos
derivado do reino vegetal, isolado de esqueléticos, que por sua vez tem um
vários tipos de plantas medicinais, papel de destaque no processo de
como Eriobotrya japonica, Rosmarinns envelhecimento. Um estudo
officinalis, Melaleuca leucadendron, (PMID:15994040 ) comprovou que o
Ocimum sanctum e Glechoma ácido Ursólico eleva a concentração dos
hederaceae, sendo parte integrante da biomarcadores antienvelhecimento
dieta humana. (SIRT1 e PGC-1α) nas células satélites
Como suplemento, o ácido ursólico isoladas.
tem potencial antitumoral e atividade Dose: Cápsulas. 150 mg 3 vezes ao dia.
antioxidante, com papel importante na
regulação da apoptose induzida
através da eliminação de radicais livres
de oxigênio.
Durante a última década, mais de 700 Algas
artigos de pesquisa foram publicados
na pesquisa de triterpenóides, sobre Alga Lithothamnium
seus efeitos benéficos, os estudos de – Biominerais marinhos
toxicidade e o uso clínico em várias Lithothamnium calcareum
doenças, incluindo quimioterapias
anticâncer. Foi descoberto A lithothamnium é uma alga ma-
recentemente que o tratamento com rinha da família das Coralináceas,
ácido ursólico afeta o crescimento e a presentes em praticamente todos os
apoptose nas células mares, principalmente no Brasil, que
cancerígenas. (PMID:15994040 , 1751 é a maior reserva mundial do organis-
6235 , 17213663 ). mo. Trata-se de uma alga vermelha,
Para ganho de massa muscular e semelhante a uma cebola aberta, que
redução da gordura corporal se torna branca ao morrer. Possui em
Estudos recentes apontaram que o sua composição todos os nutrientes
ácido ursólico pode auxiliar na presentes na água do mar e entre 50
prevenção da perda de massa e atrofia e 74 minerais e microminerais, orga-
208
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

nizados de modo proporcional e


har- mônico. Pela estrutura química
dos minerais, quelados
naturalmente, o organismo
consegue absorver cerca de 98%
dos mesmos, o que torna a
lithothamnium um eficiente de
com- plemento multimineral.

209
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Composição quantitativa aproxi- de microminerais, seja pelos solos


mada da alga Lithothamnium empobrecidos ou pela industrializa-
ção, agrotóxicos, etc. Hoje se atribui
COMPOSIÇÃO a maior incidências de doenças de-
QUALI-QUANTITATIVA
generativas como câncer, diabetes,
obesidade, osteoporose, hipertensão
Elemento e outras, a um tipo de “desnutrição
Cálcio 370 mg / g. mineral” das células. O uso de recur-
Magnésio 30 mg / g. sos ricos em macro e microminerais
é fundamental para o tratamento de
Silício 7 mg / g doenças como para a prevenção.
Alumínio 1,6 mg / g Suplementos contendo a alga li-
Ferro 1,5 mg / g thothamnium são hoje largamente
utilizados como varredores de radi-
Fósforo 271 µg / g
cais livres e como remineralizante do
Selênio 12 µg / g organismo, com a vantagem da
Cloro 0,1 µg / g ausência de efeitos colaterais e to-
xicidade e de não interferir medica-
Enxofre 3,3 mg / g
mentosamente com fármacos.
Sódio 4,7 mg / g A dose é de 500 mg 2 a 3 vezes ao
Potássio 571 µg / g dia. Dose máxima diária em torno de
2 g. Existem suplementos especiais
Cromo 2,02 µg / g
disponíveis no comércio, mas é ne-
Manganês 27 µg / g cessário adquirir de empresa idônea,
Zinco 7 µg / g que ofereça produtos certificados e
legalmente registrados. Não é en-
Níquel 2,34 µg / g
contrado em farmácias de manipu-
Cobalto 47 µg / g lação. No Brasil a empresa Phosther
Molibdênio 12 µg / g Algamar faz a prospecção, industria-
lização e comercialização dos Biomi-
Prata 10 µg / g
nerais marinhos da alga lithotham-
Cobre 4,6 µg / g nium. Mais informações através do
Boro 18 µg / g site www.phostheralgamar.com
Bário 4,6 µg / g
Clorela
Chlorella regularis
Os minerais mas são fundamen-
tais a todos os processos bioquími-
Alga microscópica de água doce,
cos do organismo e correspondem a
uma das mais antigas formas de vida
5% do nosso peso corporal (cinzas).
As necessidades básicas de minerais do planeta, com aproximadamente
diárias giram em torno de 1,5 g, que dois bilhões de anos. Tanto as clore-
deveriam ser supridas pela dieta. las quanto outras formas de algas são
Minerais são suplementos im- fundamentais para a vida em função
portantes atualmente, uma vez que a da sua grande capacidade de fotossín-
alimentação moderna é carente tese. Uma célula de clorela tem apro-

210
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ximadamente o mesmo tamanho das apresentando apenas uma pequena


células vermelhas do sangue humano, redução na quantidade de metionina.
apresentando o diâmetro de 5 micra, Quanto às vitaminas, a clorela
não obstante, é uma planta completa contém uma grande quantidade de
com núcleo definido e um citoplasma beta-caroteno (protovitamina A),
completo com todas as organelas, vitamina C, vitamina E, vitamina K,
mostrando reservas de uma grande vitamina B1,B2,B6, B12, niacina, áci-
quantidade de compostos. Outra ca- do pantotênico, ácido fólico, biotina,
racterística importante da clorela é o colina, inositol, ácido para-amino-
seu rápido desenvolvimento. Uma benzoico (PABA), e outras em me-
única célula de clorela pode dividir-se nor quantidade. Na sua composição
e subdividir-se em quatro novas célu- mineral a clorela possui é também
las a cada 20 horas. um dos organismos mais completos e
No Japão, onde as pesquisas so- ricos, apresentando quantidades
bre a clorela tem sido intensas, ela é consideráveis de cálcio, magnésio,
conhecida como a super alga e é con- zinco, cobre, manganês, ferro, enxo-
sumida hoje em larga escala como fre, iodo, fósforo, potássio, cobalto,
remédio e acrescentada a diversos selênio e outros. Na sua composi-
alimentos como macarrão, biscoitos, ção, ela apresenta também enzimas,
pães, bebidas e para enriquecer ali- ácidos graxos poliinsaturados e uma
mentos infantis. Em diversos hospi- boa carga do importante ácido lipói-
tais e centros terapêuticos no Japão co, fundamental para o crescimento
e em outros países a clorela tem sido de micro-organismos benéficos.
aplicada no tratamento e na preven- A clorela é desintoxicante, re-
ção de muitas doenças. Devido à sua mineralizante e tem se mostrado
natureza elementar e ao seu rápido como uma rica fonte de elementos
crescimento, a clorela acumula uma primários. É indicada no combate ao
imensa quantidade de nutrientes, envelhecimento precoce, como esti-
mais especificamente de proteínas, mulante dos mecanismos de defesa,
de micro-minerais (oligoelementos), sendo uma das mais ricas fontes de
de vitaminas, de clorofila e de diver- beta-caroteno.
sos fatores normalizadores das fun- Recomenda-se o consumo da
ções orgânicas. clorela como recurso para minimizar
Em sua composição básica a clore- os efeitos e o impacto negativo do
la apresenta uma porcentagem de 60% meio ambiente sobre o organismo.
de proteínas e é capaz de produzir 50% Recomenda-se também para todos,
mais proteína do que qualquer outro principalmente para bebês, crianças,
ser vivo. Ela possui proporcionalmente grávidas, idosos, convalescentes e
mais proteínas do que a soja (37%), a adolescentes em crescimento.
carne de vaca (45%), e o trigo (10%). É possível adquirir clorela sob a
Ela contém 8 aminoácidos essenciais e forma de pós, cápsulas, comprimidos
todos os não essenciais; dos seres vi- e líquidos. Infelizmente é comum a
vos que contêm proteínas ela é o mais falsificação da clorela, sendo que a
completo em termos de aminoácidos, mais recomendada é a importada da

211
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Coréia ou do Japão, onde os métodos Fucus


de produção são os mais adequados. Fucus vesiculosus
A dose de manutenção é de 2 a 3
g/dia, divididos em três doses, às refei- O fucus vesiculosus é uma alga
ções. Para crianças, metade da dose. marinha castanha pertencente a um
grupo de algas multicelulares, encon-
Espirulina trada nos mares, mas muito comum
nas costas do Mar do Norte e Mar
Trata-se de um tipo especial de Báltico. Foi descoberto em 1811 e,
alga prulicelular de água doce, mui- devido ao ser teor de iodo, foi usado
to rica em clorofila, apresentada extensivamente para tratar o bócio.
como um pó verde. É uma das maio- Depois, com a descoberta da sua pro-
res fontes vegetais de vitamina B12 priedade de elevar a taxa metabólica,
(contém 2 e ½ vezes mais do que o passou a ser aplicado na obesidade.
fígado bovino), portanto de interesse A cor marrom do fucus deve-se à
para vegetarianos. Uma grande fonte presença do pigmento denominado
também de beta caroteno. fucoxantina. Como é uma alga rica
Os astecas já conheciam a espi- em iodo, é indicada para o bom fun-
rulina e a preparavam sob a forma de cionamento da tiróide. Pois uma das
um caldo verde, que adicionavam funções desta glândula é aumentar o
aos demais alimentos. O seu princi- metabolismo resultando na queima
pal efeito é como um suplemento calórica. Descobriu-se também que o
alimentar, além de desintoxicar o fucus contribui para a diminuição da
organismo das impurezas habituais retenção de líquidos no corpo e
oriundas de uma alimentação dese- produz saciedade por dilatar-se no
quilibrada. Quando utilizada antes estômago. Por tudo isso, hoje o fu-
das refeições é útil para emagrecer e cus está presente em muitas fórmu-
las para emagrecer. Há outras indi-
inibir o apetite. Quando utilizada jun-
cações para fucus.
tamente com as refeições é um exce-
Mais recentemente, uma pes-
lente tônico dada a sua grande quan-
quisa realizada na Universidade Fe-
tidade de nutrientes, vitaminas, e,
deral do Rio Grande do Norte/UFRN
principalmente sais mineiras. Produz
mostrou eficácia do fucus no trata-
excelentes resultados no tratamento mento de ratos portadores de artrite
de crianças anêmicas, descalcificadas reumatóide quimicamente induzida.
e doentes. Pode até ser dada para Os pesquisadores utilizaram frações
bebês de colo. Tem a composição purificadas do fucanas (F1 e F2) ex-
semelhante, porém geralmente um traídas do Fucus vesiculosus. Os estu-
pouco inferior à Clorela*. Ver tam- diosos explicam que as fucanas são
bém Clorela. moléculas extremamente heterogê-
Não existem quantidades reco- neas e ramificadas, possuindo como
mendadas definidas, mas sugere-se a principal característica a α-L-fucose
dose de 2 a 8 g/dia. Há diversas apre- sulfatada em C3, C2 ou C4, com ativi-
sentações no mercado, como pós, dades antitrombótica, antiinflamató-
cápsulas, comprimidos, drágeas, etc. ria e antiviral. Os resultados obtidos

212
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sugeriram que o tratamento com as década de 50 do século passado passou


frações purificadas de Fucus vesicu- a ser usado também na correção da
losus provoca ação antiinflamatória metahemoglobinemia. Nesta anomalia,
neste tipo de artrite. o azul de metileno age por reduzir o
Dose e posologia. Como o fucus grupo heme da metahemoglobina a
não é uma alga comestível, deve ser hemoglobina.
utilizado na forma de pó ou su- Com o avanço da concepção
plemento. ortomolecular e da Nutrologia, o azul de
metileno passou a ser aplicado por via
Musgo irlandês endovenosa como um ativador dos
Chondrus crispus processos de geração de energia, por ter
a propriedade de ativar as mitocôndrias.
Tipo de alga comum nas regiões Os estudos e pesquisas se intensificaram
mais frias da Europa. Também co- sobre esta substância a partir do ano
nhecido como musgo-branco. Con- 2.000, com várias novas funções
tém uma mucilagem rica em cálcio, descobertas. O azul de metileno obstrui
ferro e iodo. Utiliza-se a sua goma a acumulação do monofosfato cíclico do
como geléia no tratamento de con- guanosina, inibindo a enzima guanilato
valescentes, nas anemias, nas perdas ciclase, que resulta em resposta reduzida
minerais, como alimento tônico na dos vasos vasodilatadores GMP-
gravidez e externamente como ca- dependentes como óxido nítrico e
taplasma nas dores reumáticas e in- monóxido de carbono.
flamações. Está atualmente presente Uma esperança contra o mal de
em numerosas combinações fitote- Alzheimer
rápicas e suplementares e em prepa- Foram principalmente os trabalhos dos
rados estandardizados para controle cientistas Gonzalez-Lima, Bryan R.
do peso corporal. Não há dose ou Barksdale e Julio C. Rojas do
posologia definida. Departamento de Psicologia da
Universidade do Texas, publicado em
2013 que o azul de metileno teve sua
Azul de metileno expressão definida no tratamento do
mal de Alzheimer. Os estudiosos
perceberam que por inibir o glicogênio
Quimicamente é o cloreto de
sintase cinase 3, o azul de metileno é
metiltionínio, composto aromático
capaz de dissolver as placas beta
heterocíclico, sólido verde escuro que
amiloides, bloqueando a evolução da
diluído em água se torna azul intenso.
doença, reduzindo os danos neuronais
Foi sintetizado pela primeira vez em
produzidos pela proteína tau, que é
1876 e usado inicialmente como
produzida de modo anômalo nas células
corante. Depois utilizado em uso tópico
cerebrais.
para feridas e infecções da pele e em
Com ação antioxidante, é um recurso
queimaduras, tido como restaurador
para varredura de radicais livres e ação
da pele. Mais tarde seu uso oral
anti-inflamatória. Além disso, o azul de
ganhou espaço no tratamento de
metileno tem ação inibitória da enzima
infecções do trato urinário e casos de
óxido nítrico sintetase, que reduz a
intoxicação por cianeto. Depois da
213
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

produção de oxido nítrico, o que reduz mais jovem quando aplicado pela via
o fluxo sanguíneo, o que faz desta endovenosa e, eventualmente por via
substância um coadjuvante no oral.
tratamento tanto da hipotensão como Muitas outras aplicações e usos vem
da hipertensão arterial. Ele inibe e sendo descobertas em relação a este
baixa da acetilcolina e a serotonina , poderoso recurso. Embora não
mas aumenta a dopamina, a apresente toxicidade, deve ser aplicado
noradrenalina e a feniletilamina. com cuidado.
Sua ação desintoxicante contribui para O uso deste suplemento somente deve
a remoção de toxinas e metais ser feito por profissional experiente.
pesados. Embora existam suplementos para seu
No controle do peso uso via oral, está evidente que seus
A aplicação regular endovenosa do azul efeitos são mais determinantes por via
de metileno facilita a redução corporal endovenosa e o suplemento pode ser
e perda de peso, pois facilita a obtido em ampolas de 2 ou 5 ml no
transformação da gordura em Acetil- comércio afim. Em geral o azul de
CoA, aumenta a betaoxidação. Ele metileno EV é aplicado uma a duas vezes
também aumenta o MPK que é outro por semana, em soro fisiológico,
agente de queima de gordura corporal. lentamente e acompanha tratamentos
Diabetes ortomoleculares como componente de
É considerado um poderoso protocolos. O tempo de uso depende do
desglicante atuando na diabetes e critério de cada profissional e dos
síndrome metabólica resultados.
Um reparador da pele
Um trabalho publicado na revista Bibliografia e fontes científicas sobre o
Scientific Reports em 2015, mostrou azul de metileno
que se conseguiu reparar quase F. Gonzalez-Lima a,b,c,;Bryan R.
completamente as células da pele que Barksdale c; Julio C. Rojas d -
foram danificadas pela progeria, com Mitochondrial respiration as a target for
aplicações de azul de metileno. A neuroprotection and cognitive
progeria é a doença do enhancement. Biochemical
envelhecimento rápido, em que certos Pharmacology. Texas University, 2013.
componentes do envelhecimento são Attwell D, Laughlin SB. An energy budget
acelerados no corpo. Agora, pesquisas for signaling in the grey matter of the
mostram que o azul de metileno brain. J Cereb Blood Flow Metab
também pode ser efetivo para ajudar 2001;21:1133–45.
indivíduos saudáveis a atingir uma pele Skou JC. The influence of some cations
214
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

on an adenosine triphosphatase from cascade hypothesis: progress and


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216
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

resposta imune em muitas


doenças, como no câncer e em • 1 An Arsenal of Immune Defense:
enfermidades auto-imune, mas Czop, Joyce K., “The Role of Beta.-
dispomos ainda de poucas Glucan Receptors on Blood and Tis-
informações confirmadoras dos sue Leukocytes in Phagocytosis and
efeitos da beta-glucana. Metabolic Activation”. Pathology and
Estudos apontam que os efeitos Immunopathology Research; 5:286-
imunoestimulantes e 296. Harvard Medical School. 1986.
anticancarígenos resultantes do • 2 Activation of Immune Defense
consumo regular de co- gumelos Against Infectious Disease: Hunter K,
(maitake, Ganoderma, shimeji, cogu- Gault R, Jordan F, “Mode of Action of
melo do sol, etc.) adviriam da B-Glucan Immunopotentiators-Rese-
presença de beta glucana nesses
alimentos.
A beta glucana, dependendo da
sua origem, pode ser mais ou me-
nos solúvel e a sua molécula mais
ou menos estável. Hoje a beta
glucana é largamente comercializada
(mais em outros países e bem
pouco no Brasil), em cápsulas,
elixires, comprimidos, mas a forma
mais segura e controlável é a
apresentação injetável, para uso
parenteral. É preciso cuidado, pois
há apresentações e nomes
comerciais, pois também existem
falsificações. Para os profissionais de
saúde interes- sados no uso da beta
glucana, sugere- se o contato com
fabricantes idôneos e o uso da
forma injetável.
Mais informações sobre a beta
glucana podem ser obtidas através
do organismo internacional que se
dedica a pesquisar o produto: The
Beta Glucan Research Organization
(www.betaglucan.org) e dos
seguin- tes estudos:
217
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

arch Summary Release,” Department prevenção das doenças


of Microbiology, University of Nevada cardiovasculares. Ela converte a
School of Medicine, Jan 2001. homocisteína em metionina e depois em
• 3 Immune Response Enhancement: S-adenosil L-metionina, um composto
Meira, D.A., et al; The Use of Glucan orgânico, originado pela reação entre
as Immunostimulant in the Treatment L.methionina e adenosina trifosfato
of Paracoccidioidomycosis; Am J. Trop (ATP) pela metionina
Med Hyg 55(5), 496-503; 1996. Dept adenosiltransferase.
of Trop Dis, Dept of Microbio, State U Estudos indicam qua a betaína contribui
of Sao Paulo, Brazil. para a proteção do fígado, pois as lesões
• Mais detalhes sobre a beta glucana e hepáticas provocadas pelo consumo de
sua uilização na terapia do câncer, ver álcool se devem principalmente à
adiante em: O desafio do câncer e as acumulação de gorduras no fígado.
opções terapêuticas atuais. Na medicina convencional tem emprego
* ver mais informações adiante como tratamento auxiliar nas
em “O desafio do câncer e as opções degenerações musculares. Também é
terapeuticas atuais”. tido como ativo inibidor das células
cancerígenas, entre outras ações. Em
medicina biomolecular a betaína é
considerada um dos mais potentes
Betaína antioxidantes do reino vegetal.
Dose: Recomenda-se prescrever 500
Derivado trimetilado da glicocola, ou mg, 3 vezes ao dia.
trimetilglicina, esta substância se
encontra na beterraba, em alguns
frutos do mar, nos germes do malte e Bioflavonoides
em menor quantidade em outros Nome genérico que designa um
vegetais. É um alcaloide cristalino grupo de compostos amplamente
(C5H11NO2), naturalmente presente distribuídos no reino vegetal e que
em inúmeros tecidos humanos. possuem ação semelhante à vitamina
Com o passar dos anos e também com C. Também denominados vitamina P,
o excesso de consumo de álcool, ou foram descobertos por Szent Györgv
certos medicamentos, a metilação em 1936, mas só recentemente mais
hepática (principal responsável pela observados e aplicados, graças ao
desintoxicação e metabolização dos desenvolvimento da medicina orto-
nutrientes) diminui, tendo como molecular (biomolecular). Entre os
resultado um aumento dos níveis de bioflavonóides mais conhecidos es-
homocisteína. Com concentrações tão a rutina, a hesperidina e a quer-
plasmáticas elevadas deste aminoácido cetina. Podem ser encontrados mais
tóxico, há maior risco de formação de concentradamente nas frutas cítri-
doenças cardiovasculares, e outras cas, nas pimentas e outros.
enfermidades associadas ao Dentre os muitos grupos de bio-
envelhecimento. flavonóides estão as proantocianidi-
A betaína desempenha um papel nas, precursoras das antocianidinas.
particularmente importante na Estes compostos existem em muitas

211
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

frutas, vegetais e outras plantas,


mas principalmente nas sementes
da uva, na casca dos pinheiros, no
espinhei- ro bravo (crataegus
oxyacantha), no mirtilo (blueberry)
e na groselha pre- ta (blackcurrent).
As proantocianidi- nas pertencem a
um grupo de bio- flavonóides não
tóxicos, solúveis em água, de alta
biodisponibilidade, di- ferentes dos
demais bioflavonóides. As
proantocianidinas são compostos
orgânicos que incluem as catecinas,
as epicatecinas, as flavonas e oligô-
meros de taninos condensados.
Nos últimos 20 anos,
numerosos estudos sobre as
proantocianidinas tem permitido
uma melhor compre- ensão sobre
as características quími- cas,
funções biológicas e aplicações
clínicas destes compostos. Desco-
briu-se, por exemplo, que as mais
ativas proantocianidinas são
aquelas extraídas da casca dos
pinheiros e das sementes das uvas.
A extração de proantocianidinas da
casca dos pinheiros foi patenteada
na França em 1951 por J.
Masquelier, e da se-

211
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

mentes da uva, também na França, recurso para melhorar a memória e


em 1970, por J. Michaud. reduzir a senilidade.
Experiências em laboratórios (in Os bioflavonóides refazem os te-
vitro) mostraram que as antociani- cidos danificados, protegendo a pele
dinas são cerca de 50 vezes mais po- contra a agressão dos radicais livres e
tentes que a vitamina E e 20 vezes eliminando as enzimas degradadoras
mais fortes que a vitamina C. Outros do colágeno (a principal proteína da
estudos em animais e seres humanos pele, responsável pela sua firmeza e
mostraram que estes compostos são elasticidade), fixando as suas fibras e
poderosos antioxidantes, capazes de tornando-o mais estável. Estes
reduzir eficazmente os radicais livres. compostos podem ser considera- dos
As antocianidinas protegem e como recursos contra as rugas,
estimulam a reparação dos tecidos mantendo a pele com aspecto suave,
ricos em colágeno, particularmente elástico e brilhante.
das paredes das artérias, contribuin- Estudos também têm apontado
do como proteção contra a ateros- as antocianidinas como agentes redu-
clerose. Elas reduzem a produção de tores da fragilidade vascular, principal-
histamina, incrementando a resistên- mente nos casos de diabetes, quando
cia orgânica contra a agressão dos há redução da capacidade visual devi-
elementos mutagênicos, o LDL coles- do a problemas da retina; ocorre me-
terol e os radicais livres. Também re- lhora da sua vascularização evitando
duzem o própio colesterol comum e a pequenas hemorragias retinianas.
formação das “células espumosas” Diversos estudos mostraram que
(ricas em gorduras), exercendo uma as antocianidinas são inofensivas, ató-
ação preventiva contra a instalação xicas, seguras, incapazes de produzir
dos fatores ateroscleróticos. Além alterações no feto, não estimulam ou
disso, estes compostos melhoram a desencadeiam o câncer ou alergias.
circulação periférica, restauram a ati- Por mais de 30 anos, as antocianidi-
vidade capilar e fortalecem os vasos nas não têm apresentado nenhum
sanguíneos fragilizados, prevenindo sinal de toxidade. Ao contrário, as
as equimoses por meio da redução da pessoas que fazem uso regular delas
fragilidade capilar, principalmente melhoram as suas defesas imunoló-
incrementando a ação da vitamina C gicas, têm menos reações alérgicas,
e fortalecendo o material colágeno maior flexibilidade muscular, melhor
dos vasos capilares. visão, melhor circulação, maior resis-
Estudos mais modernos têm de- tência física, curas mais rápidas, níveis
monstrado que as antocianidinas são mais elevados de energia, disposição
um dos poucos antioxidantes nutri- física e, em geral, menor exposição ao
cionais que conseguem atravessar a processo de envelhecimento
barreira hemato-encefálica, prote-
gendo melhor as células cerebrais. As principais indicações dos biofla-
Por fortalecer os vasos capilares, as vonóides são:
• envelhecimento precoce.
antocianidinas agem como preven-
tivos dos derrames cerebrais e um • diabetes.

211
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

• aterosclerose.
• arteriosclerose.
• doenças cardíacas. Biomonerais
• reumatismo.
marinhos
Ver em Algas - Alga Lithothamnium
• prevenção das doenças degenerativas.
• recuperação em casos de acidentes,

fraturas e contusões.
• convalescenças.
• períodos pós-cirúrgicos.
• perturbações vasculares (como nos Boswellia serrata
casos de tabagismo, diabetes, alcoo- A Boswellia serrata é uma árvore
lismo, aterosclerose).
originária da Índia e Arábia Saudita, da
• como estimulante das defesas orgâ- qual se extrai o incenso, também
nicas. conhecido como Frankinsense, que é
• como preventivo dos acidentes vas- uma resina produzida pela árvore. A sua
culares cerebrais. atividade medicinal se deve aos
• varizes, hemorróidas e dilatações ve- chamados ácidos boswelicos, por isso a
nosas em geral. planta apresenta propriedades
• para reforçar a parede dos vasos. medicinais e cosméticas. O extrato seco
obtido da goma-resina do caule é usado
• para a redução do cansaço, na adina-
para o tratamento da artrite reumatoide,
mia, na falta de energia e nas letar-
osteoartrites, artrose, processos
gias de várias causas.
inflamatórios, miosite, fibrosite e colite.
• nas dificuldades de aprendizado. Também é utilizada no tratamento da
• na falta de memória. asma brônquica e das doenças
• como suplemento nutricional para inflamatórias intestinais, como doença
atletas em geral. de Crohn, doença celíaca e colite
• De um modo geral se aceita que o ulcerativa.
corpo humano necessita aproxima- A boswellia não tem toxicidade em doses
damente de 500 mg/dia. normais, não prejudica o estômago e
As doses diárias sugeridas são de mais potente que muitas plantas e até
30 a 150 mg, sendo 60 a 90 mg. para anti-inflamatórios similares para o
adultos e 30 mg. para crianças. campo reumático. O uso contínuo da
As necessidades diárias de bio- planta produz aumento da mobilidade
flavonóides simples não são conheci- articular, redução do inchaço comum,
das devido à ampla presença destes menor rigidez matinal.
compostos nos alimentos vegetais.
Não são conhecidas carências de bio- Dose
flavonóides e toda a sua importância As doses orais estão entre de 200 a 500
está no seu uso concentrado (doses mg três vezes ao dia, a critério do
farmacodinâmicas) nas formulações profissional.
suplementares e ortomoleculares.
212
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Cuidados sentes no reino vegetal. Existem mais


O uso de extratos de Boswellia serrata de 600 diferentes carotenóides, dos
deve ser cuidadoso em pacientes com quais 50 são utilizados pelo corpo
gastrite ou refluxo gastroesofágico. humano, e dentre eles estão o Alfa-
Caroteno, Beta-Caroteno, Luteína, Li-
Interações medicamentosas: copeno, Zeaxantina e Criptoxantina.
Estes compostos oferecem pode-
A Boswellia pode potencializar a ação rosa ação protetora contra os diver-
de inibidores de leucotrienos, como sos danos provocados pelos radicais
produtos plantas de ação anti- livres, prevenindo portanto, algumas
inflamatória como o harpagophytum doenças degenerativas. Ver Betaca-
procumbens (Garra do Diabo) ou dos roteno, Licopeno.
fármacos zafrilukast e montelukast,
que são utilizados no tratamento da
asma, pois apresenta o mesmo
mecanismo de ação. De certo modo,
Carnitina
com o cuidado necessário, a associação Forma não sintética da carnitina,
destes itens é possível dentro de um um composto químico orgânico, ba-
protocolo bem estabelecido, com o sicamente uma betaina, comumente
benefício de melhores resultados. presente no fígado e nos músculos.
Porém, também ocorrer interações Alguns a consideram um aminoáci-
medicamentosas de potencialização de do devido à sua estrutura química.
efeitos entre a Boswellia serrata e Pode ser sintetizada no fígado e nos
agentes antineoplásicos, redutores de rins. A sua função bioquímica é no
lipídeos, e alguns anti-inflamatórios transporte de ácidos graxos de lon-
não-esteroidais. ga cadeia para o interior das células.
Os sintomas da deficiência de carni-
tina, segundo o National Research
Council, dos Estados Unidos, incluem
fraqueza muscular progressiva e hi-
poglicemia severa. A carnitina não é
encontrada nos alimentos vegetais.
Há a forma sintética da carnitina, a

Carotenóides
São pigmentos largamente pre-
213
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carnitina-dl, que pode produzir efei- capacidade de inibir a xantina oxidase e


tos colaterais. consequentemente suprime a formação
As doses diárias recomendadas de ácido úrico, além de radicais livres do
para efeitos suplementares são de oxigênio. Há evidências de que a crisina
250 a 750 mg. também pode inibir a peroxidação
lipídica.
Dose habitual via oral: 500 mg 1 a 2 vezes
Crisina ao dia.
Crisina, ou 5,7 diidroxiflavona, é um
potente flavonoide extraído da
planta Passiflora coerulea Sua Glutamina
estrutura molecular é muito
semelhante às de outros flavonoides A glutamina é nome comum do
ácido 2-aminoglutarâmico, uma 5-
como a luteolina e a epigenina.
A crisina apresenta atividade amida do ácido glutâmico um
composto aminado, classificado como
fitoestrogênica, antioxidante e
um aminoácido não essencial
ansiolítica.
(sintetizado pelo organismo),
A crisina é tida como inibidor natural de
encontrado no músculo, perfazendo
aromatase, enzima do organismo
aproximadamente 50% de todos os
responsável pelo processo da
aminoácidos livres.
aromatização, que transforma a
Trata-se de um importante
testosterona em estrogênio nos coadjuvante da glicose na
homens idosos e em processo de suplementação energética do
envelhecimento. Este fenômeno é a cérebro. Aproximadamente 60% de
causa da relativa feminização todos os aminoácidos livres no corpo
masculina na idade mais avançada, estão na forma de glutamina.
inclusive retratada pela ginecomastia. O seu consumo regular melho- ra
Nos últimos anos, muitos estudos a memória e a atividade mental,
mostraram que os níveis de contribuindo como auxiliar na fadiga
testosterona aumentam quando a ação crônica e a depressão. A glutamina é
da aromatase é bloqueada, pois é ela considerada como capaz de reduzir o
que converte a androstenediona em desejo por bebidas alcoólicas do- ces,
estrona, e a testosterona em estradiol. além de ser um antiácido natural,
Considerada uma “isoflavona pois ajuda a manter o pH do
anabólica”, pelo seu efeito estômago em níveis normais. É muito
antiestrogênico, ela impediria a eficiente no combate à síndrome do
conversão da testosterona em
estrogênios, porém esse efeito ainda
não está completamente
demonstrado.
A crisina tem sido utilizada juntamente
com recursos naturais precursores ou
os estimuladores da testosterona,
objetivando o efeito bloqueador.
Porém, é a ação antioxidante o efeito
mais comprovado da crisina, através da
214
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“overtreino” que pode ocorrer em


atletas submetidos a grande esforço
físico. Sendo o músculo um grande Cartilagem
armazenador de glutamina, a sua in- de tubarão
gestão é importante para esses atle-
tas. É um excelente anti-catabólico. Apesar da polêmica sobre a eficá-
cia da cartilagem de tubarão, numero-
Tem muitas funções no organis- sas pesquisas atuais tendem a mostrar
mo, entre elas a desintoxicação da que o produto produz efeitos terapêu-
amônia, a regulação da síntese pro- ticos verificáveis, porém nem tão espe-
téica, é um precursor do nitrogênio, taculares como querem alguns aficio-
promove a hidratação celular (uma nados e interessados no seu comércio.
das razões de aumentar a massa O produto é resultante da lio-
muscular), estimula a produção do filização da cartilagem desidratada
hormônio do crescimento, mantém o de várias partes de tubarões. Inega-
equilíbrio ácido-básico, auxilia no sis- velmente, trata-se de um composto
tema imunológico, aumenta a produ- muito rico em proteínas, aminoá-
ção de glicogênio no fígado. Portanto cidos, gelatina, mucilagens, cálcio,
tem ação anticatabólica e anabólica. magnésio, zinco, vitaminas variadas e
É muito utilizada como suplemento componentes ainda em estudos. A
para atletas. Vem sendo muito es- cartilagem é também um complexo
tudada em nutrição esportiva, como formado por colágeno, mucopolis-
eficiente no combate à síndrome de sacarídeos, condroitina, glicosami-
overtreino e ao catabolismo muscu- noglicanos, além de substâncias não
lar, normalmente ocorrido em atletas orgânicas como fosfato de cálcio,
submetidos a grande esforço físico. produzidos pelos condrócitos e óleos
A dose indicada é de 10 a 20 gra- insaturados. É a seguinte a composi-
mas por dia ; sendo que o principal ção química da fração lipídica apolar
horário para sua utilização é logo de- da cartilagem tubarão:
pois do treino.
Partes por
Composto
mil
Colesterol 0,720
Ácido palmítico 0,071
Ácido olêico 0,067
Ácido esteárico 0,029
Ácido icosanotrienoico 0,022
Oleato de metila 0,018
Colestan-4,6-dien-3-ol 0,017
Colestan-3,5-dieno 0,016
Ácido palmito-oleico 0,016
Palmitato de metila 0,008
Colest-4-eno-3-ona 0,005

215
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Os tubarões são animais muito rois presentes no óleo do fígado des-


resistentes às doenças, o que sempre ses animais. Estas pesquisas foram
instigou os cientistas. Muitas pesqui- realizadas com tubarões comuns; em
sas foram levadas a cabo em diver- termos de proporção, o squa- lus
sas partes do mundo, muitas delas tem o fígado dez a quinze vezes
inspiradas na prática empírica de maior que o tubarão comum, e o seu
alguns povos de utilizar a cartilagem óleo possui concentrações bem mais
do tubarão para o tratamento de elevadas de hidrocarbonetos insatu-
variados males, principalmente em rados do tipo dos alcoxiglicerois, po-
processos inflamatórios. Em regiões rém ricos em esqualene.
das Filipinas, partes cartilaginosas de Na década de 70, o Ministério da
tubarões são desidratadas ao sol e Saúde de Cuba iniciou os estudos
transformadas num pó fino que é sobre a aplicação da cartilagem de
guardado para ser aplicado em cor- tubarão no tratamento do câncer.
tes na pele; é tradicional e famoso o Surgiu um centro especializado nes-
poder cicatrizante deste pó, com ele- se tipo de tratamento que até hoje
vada capacidade hemostática (anti- recebe pacientes do mundo inteiro.
hemorrágica). Não se sabe exatamente qual o
O Dr. Carl Luer, do Mote Marine mecanismo de ação da cartilagem de
Laboratory, na Florida, onde durante tubarão no tratamento do cân- cer,
cerca de 15 anos, realizou uma pes- mas presume-se que o processo
quisa onde submeteu um grupo de ocorra devido à grande capacidade
tubarões a vários compostos cance- inibitória da angiogênese (formação
rígenos, entre eles a aflatoxina B1, e de novos vasos sanguíneos através
nenhum animal contraiu câncer. dos quais o tumor se expande) da
Uma outra experiência realizada cartilagem de tubarão. Há correntes
no Laboratório Marinho de Saraso- que acreditam ser este efeito resul-
ta, também na Flórida, revelou que tante de uma melhor nutrição e oxi-
dentre 150 animais inoculados com genação celular e pelo provável efei-
câncer, apenas 8 deles contraíram a to antioxidante do produto.
moléstia. Uma outra hipótese procura expli-
Um colega do Dr. Luer, o Dr. Sa- car o efeito da cartilagem de tubarão
muel Gruber, da Universidade de contra o câncer através de um peptí-
Miami, inoculou altas concentrações deo classificado como MAB609, uma
de vibrião do cólera em vários tuba- proteína inibidora da angiogênese.
rões, em doses suficientes para ma- A cartilagem de tubarão tem e
tar muitos animais de grande porte, mostrado também eficaz em situa-
como bois e cavalos, mas nenhum ções como a osteoporose, a artrose,
adquiriu a doença. a artrite reumatóide além de psoría-
Cientistas suecos liderados pelos se, retinopatia diabética e glaucoma
professores Bo Hallgren e Boeryd es- neovascular. Talvez este efeito possa
tudaram o fenômeno e descobriram ser explicado também com base no
que o poder imunológico dos tuba- efeito anti-angiogênese da cartila-
rões deve-se ao teor de alcoxiglice- gem, pois há correntes científicas

216
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que estudam estas enfermidades de clorofila tem apenas cerca de três


como relacionadas ao processo de quilos de clorofila por tonelada do
formação de vasos sanguíneos. produto, ou apenas 0.2 %. A clorela é
Existem também evidências da o organismo vivo mais rico em clo-
capacidade protetora da cartilagem rofila que se tem notícia. Hoje nos
de tubarão na aterosclerose. Experi- meios científicos conhece-se a no-
ências feitas em coelhos mostraram tável capacidade da clorofila de esti-
que o sulfato de condroitina ini- be mular a formação do eritrócito, ou a
a aterosclerose na aorta desses célula vermelha do sangue; portanto,
animais, mesmo em situações de a clorofila é um dos melhores recur-
presença de excesso de colesterol. sos para o tratamento da anemia por
Resultados com o uso oral da carti- falta de ferro.
lagem de tubarão contra a psoríase Em 1936, os doutores J.H.Hughes
têm sido observados ultimamente. e A.L.Latner, cientistas da Universida-
Não há dosagem determinada, de de Liverpool, mostraram vários es-
principalmente por não ser um pro- tudos onde coelhos com anemia arti-
duto tóxico. As recomendações são ficialmente induzida receberam várias
de doses acima de 4g/dia como auxi- doses de clorofila fresca ou refinada
liar no tratamento de neoplasias e de dentro de uma dieta muito pobre em
metade da dose para demais casos. O ferro; os animais curaram-se graças à
produto é basicamente um suple- conversão da clorofila em hemoglo-
mento nutricional e não um fármaco, bina (magnésio em ferro). Apesar da
apesar de alguns componentes ativos utilização de dois tipos de clorofila, a
que, no entanto, são naturais. porcentagem de conversão foi maior
com o uso da clorofila fresca.
A clorofila tem grande influên-
cia sobre o crescimento bacteriano e
Clorofila animal, no metabolismo em geral, na
respiração, na ação hormonal, na
A clorofila é o pigmento verde dos nutrição, no sistema imunológico e
vegetais que possui o magnésio como numa série de situações anormais.
elemento principal na molécu- la, Ela determina maior velocidade na
sendo resultante do processo de recuperação das contusões e quei-
fotossíntese. Os estudos do professor maduras e tem ação desodorizante.
Louis Kevran sobre transmutações Há muito se sabe da capacida- de
biológicas a baixa energia mostrou a desodorizante da clorofila, sen- do
importância da clorofila para a vida aplicada para reduzir o odor em
humana, inclusive na prevenção e no hospitais e como componentes em
tratamento adequado e correto das desodorantes comerciais comuns.
anemias ferroprivas de várias causas. Dentro do organismo, principalmen-
Apesar da sua cor verde, as fo- te nas vias digestivas, a clorofila re-
lhas e as verduras, contudo, possuem duz os maus odores, tanto do hálito
menos de 1% da substância e a pró- e das fezes como do corpo em geral
pria alfafa, uma das mais ricas fontes (axilas, suor, genitais, pés, etc.). Isso

217
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

ocorre pela capacidade da clorofila infecções gengivais provenientes de


de reduzir a putrefação causada por várias causas, tais como o estresse,
bactérias. Esta é a razão pela qual a carência de vitamina C, etc. Para es-
clorela é usada como desodorizante tes casos, pode-se hoje tanto ingerir
interno do organismo. regularmente clorofila líquida como
Outra propriedade medicinal da aplicar massagens gengivais com a
clorofila é a sua capacidade cicatri- polpa digital usando-se uma solução
zante e restauradora dos tecidos. Em de clorofila.
1930 o Dr. E.Burgi mostrou que Uma forma prática de utilizar a
extratos de plantas verdes eram ca- clorofila é através dos produtos que
pazes de estimular o crescimento de a possuem de modo concentrado,
tecidos humanos em meios de cul- como a clorela (ver Clorela), a alga
tura. Em 1943 os doutores P.R.Kline, Espirulina (ver Alga Espirulina), a
E.Grahan e T.H.Flinke, clínicos nova- espirulina (ver Espirulina) e outros,
iorquinos, aplicaram pomadas e so- ou através da sua forma líquida, não
luções aquosas de clorofila no trata- facilmente encontrada no comércio
mento de vários tipos de úlceras de afim. O meio mais simples e barato,
pele, obtendo respostas muito satis- mas que não fornece grandes quan-
fatórias: 19 dos 25 casos obtiveram tidades concentradas de clorofila,
rápida recuperação. são os sucos caseiros crus de folhas
Durante o período da Segunda vegetais, como de couve, de brócolis,
Guerra Mundial, ocorreram muitas etc., que devem ser preparados, bati-
pesquisas com a clorofila nos Estados dos com água.
Unidos. Em 1940 mais de 1000 casos Mesmo em grandes quantidades a
de gripes e de infecções respiratórias clorofila não apresenta efeitos tóxicos.
foram tratados e curados somente
com extratos de clorofila. Mais de
1300 animais de laboratórios apresen-
taram rápida resposta no tratamento Coenzima Q10
de contusões e feridas. Na ocasião, 20
casos de distúrbios intestinais tipo Trata-se de uma molécula lipos-
colite foram curados definitivamente solúvel, de ocorrência natural, que se
com extratos de clorofila. encontra em todas as células do
Em 1941, os trabalhos do dentis- organismo. Também denominada
ta, Dr. S.L.Goldberg, mostraram a ca- ubidecarenona ou ubiquinona. Ela é
pacidade da clorofila de tratar as do- utilizada nas mitocôndrias como pro-
enças da cavidade oral. 300 pacientes dutora de energia a partir do ATP e
com piorréia (sangramento gengival considerada um antioxidante fisioló-
e perda de dentes) apresentaram gico. Atualmente participa de um nú-
excelente recuperação; o mesmo mero cada vez maior de formulações
resultado foi obtido com a aplicação ortomoleculares e suplementares.
de bochechos e massagens gengivais O principal uso deste composto
com extrato concentrado de clorofila concentrou-se em sua ação sobre as
em casos de estomatites e em casos doenças cardiovasculares. Alguns

218
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

estudos detectaram a melhoria do


metabolismo do músculo cardíaco
induzido pela Coenzima Q10, bem
como a eficácia no tratamento de in-
suficiência coronária e insuficiência
cardíaca congestiva.
Estudos mostraram que pacien- Creatina
tes portadores de insuficiência cardí-
aca têm uma deficiência relativa de Composto orgânico semelhante
Coenzima Q10 no coração e respon- aos aminoácidos. Sua presença no te-
dem bem à administração oral diária cido muscular principalmente em sua
de suplementos de Coenzima Q10, forma fosforilada (creatina-fosfato)
uma vez que ela aumenta a produção representa uma das principais formas
de energia nas células do músculo de reserva de energia para nutrir os
cardíaco. Cerca de 91% dos pacientes músculos. A síntese biológica da crea-
estudados apresentaram melhoria tina deriva dos aminoácidos arginina,
em 30 dias a partir da suplementa- glicina e metionina. A arginina é me-
ção de Coenzima Q10. tabolizada nos rins, com o auxílio da
Pesquisas realizadas no Hospi- tal glicina em guanidinoacetato, que por
Metodista de Indianápolis e no sua vez, é metilado no tecido hepáti-
Instituto de Pesquisas Biomédicas da co, pela ação da metionina, transfor-
Universidade do Texas, trataram, mando-se em creatina.
com sucesso, pacientes de falência A suplementação com creatina
renal com a Coenzima Q10. Essas aumenta a concentração de creatina-
pesquisas mostram que a Coenzima fosfato nos músculos, melhorando a
Q10 aumenta a capacidade de bom- sua performance e capacidade mus-
beamento do coração e elimina os cular nos exercícios de alta intensi-
efeitos colaterais provocados pelas dade por períodos curtos. Aumenta
drogas convencionais usadas para in- significativamente a força muscular,
suficiência cardíaca. o volume e o peso dos músculos.
Podem ocorrer estados de defici- Uma vez que a captação da creatina
ência de coenzima Q10, mas as suas pelos músculos depende de insulina,
causas não são ainda bem conheci- preconiza-se sua ingestão com bebi-
das. Há alguns anos estudos preli- das com carboidratos concentrados,
minares mostraram que a coenzima cromo e vanádio.
Q10 tem diversas ações terapêuticas Cúrcuma
potencialmente valiosas, dentre elas
o aumento da imunidade. Muitos
A cúrcuma, cujo nome científico
estudos e testes com este composto
é curcuma longa, é uma planta originária
estão em andamento.
na Ásia, onde tem sido usada na
Não há ainda uma padronização medicina tradicional oriental por mais de
geral da IDR humana, mas sugere-se
10 mil anos. Também chamada de
a dose diária entre 10 a 300mg. açafrão da terra, ela é um rizoma (caule
subterrâneo) pertencente à mesma

219
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

família do gengibre, as gengiberáceas. inflamatórios e capacidade


Frequentemente confundida com o imunomoduladora, principalmente
açafrão - um estigma da flor do crocus alterando o perfil de citocinas de Thl de
sativus, planta da família das Iridáceas, linfócitos T auxiliares e atividade
que é mais aplicada como tempero, hipolipidêmica (baixa o LDL colesterol,
com poucos efeitos medicinais. triglicéridos e fosfolípidos).
A cúrcuma sempre fez parte dos Pesquisas atuais demonstram que a
recursos medicinais naturais, mas substância tem capacidade de estabilizar
atualmente com o avanço da as membranas e de impedir a
tecnologia, suas propriedades estão peroxidação lipídica, um processo chave
sendo cada vez mais conhecidas e no estabelecimento, progressão e
aplicadas. Desde a antiguidade, era complicações de muitas doenças do
principalmente usada para combater fígado, rim, nas enfermidades
vários problemas gastrointestinal, cardiovasculares, neurodegenerativas,
desde diarreia, cólica, inflamação e até bem como no diabetes.
o câncer digestivo. Pesquisas bem mais recentes apontam
Seu componente principal é a para sua atividade anticancerígena,
curcumina (identificada quimicamente principalmente contra câncer de pele,
como diferuloImetano), seguida da cólon e duodeno, como tratamento e
demetoxcurcumina e como prevenção para os casos de
bisdemetoxicurcumina. Apresenta pessoas suscetíveis.
óleos essenciais (turmona aromática) e A principal via de ação anticancerígena,
o tetrahidrocurcuminoide (THC), seu segundo pesquisadores da Universidade
metabolito ativo. Assim a cúrcuma do Texas – EUA e seu investigador
apresenta efeitos principalmente principal Bharat Aggarwal, a cúrcuma
antibacterianos, antifúngicos e inibe o crescimento e a metástase das
antiparasitários e, mais atualmente células cancerosas atuando contra os
descobriu-se sua capacidade de inibir a fatores de transcrição que regulam os
integrase, enzima que favorece o genes necessários para a formação do
desenvolvimento do vírus HIV-1. tumor. Estes quando são desativados
Também foram demonstrados efeitos inibem a ação de genes envolvidos no
específicos sobre outros tecidos e crescimento e invasão de células
órgãos, como a pele, sistema digestivo cancerígenas.
e respiratório e fígado. Os cientistas
concluíram que essas propriedades se Curcumina como recurso preventivo
devem a diferentes mecanismos de para quem apresenta genes ou
ação. A curcumina tem efeitos anti- marcadores de câncer
220
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

AIDS, choque séptico, sarcoidose, DPOC,


Como se verificou a capacidade da diabetes, síndrome do intestino irritável
curcumina em desativar os fatores de (IBS), etc. Além disso, os pesquisadores
transcrição que regulam os genes que acreditam que o aumento da atividade
formam tumores, o uso regular da de NF-kB é uma das principais causas do
cúrcuma, (ou a técnica a aplicação da envelhecimento e suas patologias
curcumina por via intramuscular) é associadas e influencia a expectativa de
uma das mais importantes medidas vida.
preventivas.
Um bom recurso para a úlcera gástrica
Na Universidade do Texas existe em A cúrcuma reduz a dor e acelera a
andamento uma investigação sobre as cicatrização das úlceras gástricas e
propriedades de quimioprevenção da duodenais, oferecendo maior proteção
curcumina no mieloma múltiplo e no às mucosas. Além disso é um antiácido
câncer de pâncreas e oral. natural, pois diminui a secreção de
ácidos gástricos (induzida por histamina)
Um anti-inflamatório natural potente por meio de ligação competitiva dose-
dependente com receptores H2 de
A cúrcuma é também eficiente nas histamina.
crises de artrite, pois ajuda a reduzir os Um excelente antidepressivo
efeitos dessa doença graças aos efeitos Na medicina chinesa é o ingrediente
anti-inflamatórios. Ela atua sobre a principal da fórmula fitoterápica contra a
chamada “cascata inflamatória, doença. A curcumina é lipossolúvel e
retardando a produção de mediadores atravessa facilmente a barreira
inflamatórios por inibição das enzimas hematoencefálica, inibindo a enzima
ciclooxigenase-2 (COX-2) e 5- monoaminoxidase (MAO), aumentando
lipoxigenase (5-LO). Ela também a atividade da serotonina, noradrenalina
desativa o TNF alfa, pressionando a via e dopamina no cérebro, além de ativar
de sinalização NF-kB. NF-kB, que áreas do cérebro importantes para
desempenham um papel fundamental emoções, motivação, aprendizagem e
no desencadeamento e manutenção memória.
de processos inflamatório, associados
à artrite reumatoide e a numerosos Alguns outros efeitos comprovados da
problemas de saúde como asma, cúrcuma:
alergias, aterosclerose, insuficiência
cardíaca, outras doenças autoimunes
(esclerose múltipla, arterites, etc.),
221
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

 Potente antioxidante - pode ser considerada uma substância


Neutraliza no corpo o com um grande potencial que pode ser
efeito dos radicais aplicada para muitas doenças crônicas.
livres. A cúrcuma não atua apenas
farmacologicamente, mas como
 Reduz o
adaptogênicos
envelhecimento.
 Aumenta a produção de Constatações científicas mais recentes:
bile.
 Estimula a
desintoxicação. A cúrcuma tem ação adaptogênica,
 Inibe a agregação ou seja, segundo os novos conceitos
plaquetária. farmacológicos, age modulando,
 Previne doenças restabelecendo a homeostase, ou o
cardiovasculares. equilíbrio do organismo. Não tem ação
 Regula os níveis de direta de oposição farmacológica.
gordura no corpo.
 Atua inibindo o Seu uso serve enormemente como
surgimento da Doença tratamento do câncer, pois atinge
de Alzheimer. TODOS os parâmetros de alterações
 Reduz os efeitos e ligadas à doença. As ações da cúrcuma
previne a aterosclerose. têm reflexo inibidor tanto do tumor
original quanto das metástases, se
 Reduz os efeitos da
existirem.
psoríase.
 Tem atividade
Seu uso serve como prevenção e
imunomoduladora,
tratamento para quase todas as doenças
equilibrando o sistema degenerativas pois as matrizes causais
imunológico. ou etiopatogênicas são as mesmas.
Outras indicações
Devido ao seu mecanismo de ação
reguladora multifuncional, é muito Posologia sugerida:
extenso o escopo das suas aplicações
em medicina. Com uma ótima Recomenda-se a ingestão da cúrcuma
disponibilidade biológica, a curcumina, sob a forma de cápsulas contendo o pó
principal componente da cúrcuma, concentrado do rizoma desidratado.
222
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Ideal é ingerir 3 cápsulas de 600mg por princípio ativo mais importante é


dia, às refeições. A dose em casos degradado no aparelho digestivo dessa
específicos pode variar segundo a forma.
indicação. A curcuma é considerada A cúrcuma correta deve ser ingerida sob
muito segura em doses pequenas e a forma de extrato desidratado, em
moderadas para a maioria das pessoas. cápsulas, na concentração perfeita e de
origem orgânica certificada.
Contraindicações Deve-se buscar adquirir o produto de
Não é recomendado o uso oral da empresa idônea. Grande parte dos
cúrcuma apenas em casos de produtos de cúrcuma em pó, em
obstrução do trato biliar, cálculos cápsulas disponíveis nos entrepostos
biliares, icterícia obstrutiva e cólica naturais, farmácias, internet, etc. são
biliar aguda. Também em doses produzidos com a planta comum que
elevadas, a curcumina pode produzir pode receber carga de agrotóxicos.
cálculos renais em pessoas propensas.
Uma dose muito alta da cúrcuma em Curcumina injetável
pó pode causar irritação da mucosa do
estômago e deve ser evitada por O principal componente da cúrcuma na
pacientes com úlcera gástrica ativa. O sua forma injetável intramuscular.
consumo de altas doses também pode Tem indicação para suprimir as vias pró-
causar náusea e diarreia. inflamatórias associadas a muitas
Não há dados suficientes sobre o uso doenças crônicas pelo bloqueio da
durante a gravidez e a lactação, por produção e da ação do fator de necrose
isso não se recomenda o uso de tumoral, por ligação direta a esse
cúrcuma nesses períodos. mediador.

Na versão injetável. Ver no capítulo de Bibliografia e fontes científicas do texto


Protocolos sobre a cúrcuma

Karunagaran D, rashmi R, Kumar


Os cuidados com a aquisição da
TR.Indução da apoptose como
cúrcuma
conseqüência da curcumina para o
tratamento do câncer. Cure Cancer Drug
A cúrcuma usada como tempero
Targets. 2005
disponível no mercado não é a
Referências
cúrcuma indicada, mesmo porque esse
Aggarwal BB, Kumar A, Aggarwal MS,
tempero é confundido com o açafrão e
Shishodia S. Curcumin derived from
também porque a curcumina, seu
223
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

turmeric (Curcuma longa): a spice for irradiation. Plast Reconstr Surg.


all seasons. In: Preuss H, ed.
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Curcumin protects against 4-hydroxy-
differentially regulate anti-inflammatory
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treatment enhances the repair and
regeneration of wounds in mice
exposed to hemibody gamma-
224
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

para taxas baixas nos sete primeiros


anos de vida; a partir daí as taxas
DHA – Ácido começam a se elevar, atingindo um
docosahexaenoico pico máximo em torno dos 21 anos.
Ver Óleo de peixes e Depois da segunda década de vida, a
Ácidos graxos essenciais DHEA começa a declinar na propor-
ção de 20% a cada dez anos. Por volta
dos 80 anos, os níveis chegam a 15%
daqueles relativos à idade de 20 anos
DHEA (Orentreich, 1987). Num estudo rea-
Dehidroepiandrosterona lizado com mais de 2000 homens, os
níveis séricos de DHEA e DHEAS, de-
A de hidroepiandrosterona (DHEA) cresceram 60%, dos 40 até os 80 anos
é um hormônio intermediário pro- (Belanger, 1994). Com a redução dos
duzido pelas glândulas supra-renais, níveis sangüíneos de DHEA, há tam-
precursor da síntese dos hormônios bém redução dos níveis da substância
esteróides, dos quais fazem parte a nos tecidos (Slypere, 1985).
testosterona, o estrogênio, a proges- Como as concentrações de DHEA
terona, a cortisona e outros. Segundo diminuem no corpo com a idade,
Parker (1989), Roberts e Fitten (1990), imaginou-se que uma suplementa-
a DHEA é derivado da pregnenolona, ção com a substância poderia au-
que é um derivado do colesterol. Nos mentar o tempo e a expectativa de
homens, 5 a 30% da DHEA circulante vida. Estudos com animais mostram
é produzido também pelas supra-re- que a suplementação com DHEA au-
nais, mas nas mulheres, praticamente mentou o tempo de vida dos mes-
toda DHEA provém dessas glândulas. mos (Lucas, 1985).
Na corrente sangüínea, a DHEA Cientistas da Universidade da Ca-
existe sob a forma de sulfato de dehi- lifórnia em San Diego, têm conduzi-
droepiandosterona (DHEAS). do um estudo com 13 homens e 17
A dehidroepiandrosterona foi iso- mulheres, entre a idade de 40 e 70
lada pela primeira vez em 1934, quan- anos, num ensaio duplo-cego com
do não se conheciam completamente placebo. Os participantes receberam
todas as suas funções no corpo huma- 50 mg. de DHEA todas as noites, du-
no e animal. Foi a partir da década de rante 3 meses. Até agora, os resulta-
60 que os estudos sobre a substância dos mostraram aumento significativo
se intensificaram, culminando depois da biodisponibilidade de compostos
de 1980, numa frenética busca de bioquímicos importantes, como a
prováveis efeitos. A possibilidade de insulina sérica e outros. As pessoas
frenagem do processo do envelhe- que ingeriram a substância mostra-
cimento foi talvez o argumento que ram melhoria do humor, sensação de
mais chamou a atenção de cientistas relaxamento e maior habilidade no
e leigos para a DHEA. lidar com situações estressantes, em
Os níveis de DHEA são elevados oposição ao grupo que ingeriu place-
por ocasião do nascimento, caindo bo (Morales, 1994).

225
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

O mesmo grupo de cientistas trou que a administração oral diária


conduziu outra experiência na qual 8 de 30 a 90 mg. de DHEA, durante 4 se-
homens e 8 mulheres ingeriram 100 manas, elevou consideravelmente as
mg. de DHEA por um período de 6 taxas sanguíneas de DHEA e DHEAS,
meses. Os níveis sangüíneos de DHEA com informes de incremento da me-
elevaram-se em muitos picos em mória e do humor (Wolkowitz, 1995).
ambos os grupos, sendo que os Muitos estudos com a DHEA e o
homens mostraram níveis dobrados colesterol foram realizados. Um deles
de andrógenos e as mulheres níveis observou que cães obesos alimenta-
quadruplicados do mesmo grupo de dos com uma dieta rica em DHEA, de
hormônios. Não houve modificação 30 a 75 mg/dia mostrou uma redução
de outros componentes nutricionais de 3% do peso corporal sem modifi-
orgânicos ou de funções bioquímicas cação do volume de alimentos (Kurz-
normais (Yen, 1995). man, 1990). Outro foi realizado com
Estudos com ratos mostraram seis macacos Rhesus, para os quais
que a DHEA é capaz de incremen- tar foram ministrados 60 mg. por kg de
a memória (Flood, 1988; Flood e peso de DHEA durante 4 semanas e
Roberts, 1988). Em função disso, foi depois 75 mg por mais 4 semanas; em
sugerido que a DHEA possa minimi- comparação com seis macacos não
zar o dano produzido pelo processo tratados, o grupo em teste mostrou
degenerativo no tecido nervoso e, redução dos níveis sangüíneos de co-
assim, ser útil em doenças neurode- lesterol e LDL (Haffa, 1994).
generativas ou distúrbio da memória Estudos em seres humanos tam-
em seres humanos (Roberts, 1987). bém mostraram resultados pareci-
A DHEA e outros esteróides po- dos. Um grupo de pessoas entre 65 e
dem ter um importante papel numa 82 anos recebeu 85 mg de DHEA por
grande variedade de alterações neu- dia durante 3 semanas. Verificou-se
rológicas, como a Doença de Hunting- uma redução da peroxidação lipídica
ton, o Mal de Parkinson ou mesmo o (formação de radicais livres ligados
Mal de Alzheimer. Os níveis sangüí- às gorduras) e decréscimo dos trigli-
neos de DHEA mostram-se baixos em cérides, dos fosfolipídios e aumento
pessoas portadoras da Doença de do HDL (Araghinikan, 1996). Um es-
Huntington, comparados ao de pes- tudo com homens jovens também
soas normais (Leblhuber, 1995). mostrou que a ingestão de DHEA é
Pacientes portadores do Mal de capaz de reduzir os níveis sangüíne-
Alzheimer e demência cérebro-vas- os de colesterol e do LDL colesterol
cular apresentam níveis sangüíneos (Nestler, 1988).
normais de DHEA, no entanto mos- Durante alguns anos se falou
tram baixos níveis de DHEAS (a for- sobre o efeito protetor do coração
ma biodisponível da DHEA), quando realizado pela DHEA, acreditando-se
comparados com indivíduos normais que isto se devia à capacidade des- ta
(Yanase, 1996). Estes dados carecem de reduzir o excesso de colesterol
de maiores estudos e comparações. (tido como causa da maior parte das
Um outro estudo realizado com doenças cardiovasculares); mas atu-
seis pessoas entre 51 e 72 anos, mos- almente sabe-se que este efeito se

221
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

deve mais à ação preventiva da for- superior a 65 anos, vacinados contra


mação das estrias ateromatosas na o vírus da influenza, foi comparado a
aorta de que a DHEA é capaz. (Birke- um outro grupo também vacinado,
nhager-Gilesse, 1994). mas que ingeriu 50 mg de DHEA por
Uma vez que os níveis corporais dois dias consecutivos; este mostrou
de DHEA declinam com a idade, a su- uma resposta imune quatro vezes su-
plementação de DHEA pode estimu- perior ao primeiro (Aranco, 1995).
lar o sistema imunológico. Pesquisas A pessoa infectada pelo vírus da
têm demonstrado que existem re- AIDS apresenta uma inibição do seu
ceptores para DHEA nas células T e sistema de defesas, com redução das
nos monócitos, estas, as mais impor- células “T” auxiliares (menos de 200
tantes células das defesas do organis- por ml de sangue). Um estudo com
mo (Okabe,1995; McLachlan, 1996). 98 adultos infectados apontou uma
Em animais, experiências com a significante correlação entre DHEAS
DHEA mostraram a capacidade da e estas células (Wisniewiski e col.,
substância de melhorar a resposta dos 1993). Também uma experiência “in
anticorpos e de reverter a desregulação vitro” mostrou claramente que a
da citoquina nas células “T” (Weksker, DHEA tem uma ação antiproliferativa
1993; Aranco, 1993). Hamsters e ratos dos vírus HIV, por reduzir a sua dupli-
inoculados com substâncias depresso- cação (Henderson, 1992).
ras do sistema de defesa, apresentan- A relação entre os níveis de DHEA
do devido a isso infecção por parasitas, e DHEAS e a subseqüente progressão
tornaram-se imunes aos mesmos de- da AIDS foi investigada num grupo de
pois de ingerirem DHEA (Rasmussen e homens infectados. Quando os níveis
Healey, 1992). sangüíneos de DHEA estavam baixos,
Numa outra pesquisa, foram a tendência da progressão da doença
ministrados 50 mg de DHEA a nove mostrou-se bem maior, apontando
homens com a idade média de 64 que a DHEA pode ter um efeito pro-
anos, durante 20 dias. Os resultados tetor do organismo na infecção por
mostraram uma elevação das quan- HIV (Jacobson. 1991).
tidades das “Killer Cels”, (as células A substância apresenta um lar-
destruidoras dos tecidos tumorais), go espectro de ação preventiva de
incremento da função das células câncer em animais de laboratório,
“T”, sem elevação da quantidade das associada ao efeito inibidor de tumo-
mesmas (Yen, 1995). res experimentais de fígado (Simile,
Animais em idade mais avançada 1995), de mama (Schwartz,1979), de
apresentam redução da sua capacida- pulmões (Schwartz e Tannen, 1981),
de orgânica de produzir anticorpos, o de cólon (Nyce e col. , 1984), de prós-
que pode determinar uma menor tata (Bosland, 1995) e tecido linfóide
resposta à vacinação. quando se mi- (Hursting, 1995). Numa pesquisa do
nistra DHEA a estes animais, melhora Instituto Nacional de Saúde dos Es-
substancialmente a sua resposta às tados Unidos (NIH), a DHEA mostrou
vacinas. O mesmo resultado pode ser uma significativa capacidade quimio-
observado em seres humanos. Um protetora na formação de tumores
grupo de voluntários com idade malignos (Boone, 1992).

221
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Através de suplementação na tavdekar, 1994). Também em pacien-


dieta, a DHEA é capaz de reduzir tes com câncer de próstata, os níveis
quimicamente o câncer induzido de de DHEA mostraram-se baixos, mas
mama em ratos. A mortalidade por os de testosterona muito elevados
câncer mostrou-se reduzida nos ra- (Sthal, 1992).
tos que ingeriram DHEA por longo Existem informações de que as
tempo (Ratko, 1991). Um incremen- taxas sanguíneas de DHEA estão
to dos níveis sangüíneos de DHEA, muito baixas nos casos de câncer de
comparáveis ao que ocorre em mu- mama em pacientes na menopausa
lheres adultas, produziu progressiva (Bhatavdekar, 1992; Zumoff, 1981).
inibição do desenvolvimento de tu- Porém existem controvérsias quanto
mores (Li, 1994). A DHEA ministrada às taxas da substância nos casos de
durante 84 semanas na alimentação câncer de ovário. Em um estudo com
(0,45%) resultou na inibição de 100% portadoras de câncer de ovário veri-
de tumores espontâneos de testícu- ficou-se que os níveis de andrógenos
los, num estudo comparado com ani- estavam mais baixos do que no grupo
mais de controle (Rao, 1992). de controle, no entanto, um outro es-
Tratamentos tópicos com DHEA tudo com 20.000 mulheres, 31 casos
apresentaram inibição de tumores de câncer de ovário apresentaram
malignos de pele quimicamente indu- altos níveis sangüíneos de andróge-
zidos e também de tumores espontâ- nos (androestadiona, por exemplo) e
neos (Schwartz e Pashko, 1995). DHEA (Helzisouer, 1995).
Apesar de ser um precursor do O efeito de DHEA sobre o sono foi
hormônio feminino estrogênio, a estudado em 10 homens saudáveis,
DHEA mostrou-se eficaz na inibição de aos quais foi fornecida uma dose úni-
tumores estrogênio-induzidos ca diária de 500 mg da substância.
humanos de mama. Sugere-se que o Houve intensificação no movimento
mecanismo de ação seria a capacida- dos olhos na fase do sono relacio-
de da DHEA de ativar os receptores de nada com os sonhos, com relatos de
andrógenos (antagonistas do estrogê- sono mais tranqüilo e menos agitado,
nio) ou de substituir os receptores E2 sem alterações orgânicas quaisquer
do estrogênio (Boccuzzi, 1993). (Fries, 1995).
Os estudiosos da DHEA acreditam Muitos estudos têm demonstrado
que ação preventiva do câncer que a que a DHEA pode estar envolvida com
substância apresenta deve-se ao seu a questão do comportamento (Bo-
efeito inibidor não-competitivo da logna, 1987; Flood e Roberts, 1988;
glicose-6-fosfato desidrogenase, re- Rudman, 1990; Sunderland, 1989). As
duzindo assim a proliferação exces- reduções das taxas de DHEA devido à
siva e agressiva das células alteradas idade ou em doenças específicas po-
(Schwartz e Pashko, 1995). dem ser relevantes em doenças psi-
Algumas pesquisas mais recentes quiátricas. Um relato de Wolkowitz, de
apontam que os níveis sangüíneos de 1995, aponta que a administração de
DHEAS e testosterona são menores DHEA para sexagenários incremen-
em homens com câncer de pulmão tou tanto os padrões objetivos quanto
do que nos grupos de controle (Bha- subjetivos de depressão.

222
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Nos últimos anos os suplementos ro a isolar esteróides na raiz de ve-


de DHEA eram os mais vendidos nas getais. Desta planta, Marker isolou a
lojas de alimentos naturais, até que a substância diosgenina e à partir dela
FDA desautorizou o comércio do pro- pôde-se sintetizar progesterona e
duto, declarando que a DHEA é uma testosterona. Mais tarde, descobriu-
droga experimental. Apesar disso a se que uma planta da mesma família,
DHEA continuou a estar presente, o inhame selvagem mexicano, tinha
desta vez apenas em drogarias, ven- um teor ainda maior de diosgenina.
dida sob prescrição médica. Esta si- Esse inhame tornou-se a fonte da
tuação mudou à partir de 1994, com pílula anticoncepcional original. O
a instituição do DSHEA (Dietary Su- inhame selvagem mexicano também
plement and Health Education Act), contém DHEA. Até então não se sabia
maiores estudos foram realizados, da existência da própria testosterona
concluindo-se que a substância não em nenhuma planta, mas recente-
oferecia perigos. A DHEA pode ser mente descobriu-se que a raiz da sal-
vendida atualmente sem receita mé- saparrilha também contém testoste-
dica nos Estados Unidos e em vários rona em pequenas quantidades.
países da Europa e Ásia. No Brasil o
produto foi a princípio liberado para Dimetionina
prescrição médica, mas hoje seu uso
não é autorizado pelas Secretaria de Forma molecular combinada da
Vigilância Sanitária. metionina, que pertence ao grupo
Até meados de 1996, não se co- dos aminoácidos essenciais. Indis-
nhecia a qualidade dos suplementos pensável ao organismo para o equi-
de DHEA que estavam no mercado. líbrio bioquímico e o crescimento.
Dizia-se que alguns continham quase Empregado como componente nas
nenhum DHEA. Acredita-se que al- formulações como complemento
guns produtos de DHEA consumidos dietético e por seu efeito protetor da
via oral são destruídos pelo fígado e célula do fígado. Ver Metionina.
não chegam aos tecidos-alvo.
Um precursor vegetal de hormô- Dióxido de cloro (MMS)
nios humanos
No passado, não se acreditava
O dióxido de cloro é uma solução (MMS)
que existissem esteróides nas plan-
obtida misturando-se clorito de sódio a
tas, como alternativa para a fonte
28% com ácido clorídrico PA a 4%. Ele
animal. Mas em 1940, Russel Ma-
vem sendo usado a mais de 100 anos
rker descobriu no sul do México uma
para desinfecção de materiais cirúrgicos,
planta chamada pelos índios de
água potável, bolsas de sangue,
cabeza de negro, um membro da
verduras, leite e muitas aplicações
espécie Discorea, utilizado pela
O MMS não é exatamente um
etnomedicina local como anticon-
medicamento, mas é utilizado na
cepcional. Marker interessou-se pela
terapêutica por muitos profissionais no
planta, descobrindo nela precursores mundo inteiro. Tem indicação via oral
de hormônios e tornou-se o primei-
como antimicrobiano amplo, contra

223
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

vírus (inclusive HIV), fungos, bactérias Iniciais do dimetilaminoetanol.


e parasitas causadoras de doenças, Apesar do nome, é um produto na-
também usado no tratamento paralelo tural, precursor imediato da colina. É
ou conjugado do câncer, de vários tipos um estimulante da formação de ace-
de artrites e tem sido aplicado com tilcolina melhor que a própria colina,
algum resultado no autismo . O MMS pois atravessa apenas as membranas
atua por oxigenação dos tecidos, doentes. o DMAE é um importante
destruindo patógenos anaeróbicos, varredor de radicais livres, principal-
favorecendo a recuperação do sistema mente dos radicais hidroxil. Tem sido
imunológico. considerado por alguns autores como
Em geral se usa juntar 1 gota de Clorito fundamental em todos os tratamentos
de Sódio com 1 gota do ativador Ácido de otimização de memória. É indica-
Clorídrico PA , gerando-se o gás dióxido
de Cloro (comumente chamado de
CDS). Depois acrescenta-se um pouco
de água à mistura e bebe-se essa
quantidade várias vezes ao dias.
Geralmente nos tratamentos por via
oral as doses são determinadas
segundo os objetivos almejados. Inicia-
se com uma gota de cada componente
no primeiro dia, passando para duas
gotas no segundo dia e finalizando com
3 gotas de cada um no terceiro dia,
para tratamentos que vão de 10 a 30
dias.
Os componentes do MMS são
adquiridos no mercado afim e
preparados em casa, mas existem as
ofertas do produto pronto. Deve-se
procurar um fornecedor idôneo e
seguir a orientação da dosagem.

DMAE
224
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

do na prevenção do envelhecimento, produzir vasodilatação, melhora o fluxo


quadros depressivos (não psicóticos), sanguíneo, aumenta a efetividade dos
fadiga, apatia, desordens do movi- agentes farmacológicos por alteração da
mento, dificuldade de aprendizado, permeabilidade das membranas e age
hiperatividade nas crianças, Mal de Al- como relaxante muscular. Seu uso vinha
zheimer. Normaliza o sono REM. É con- sendo apenas externo, mas o seu uso por
tra indicado nas esquizofrenias, PMD e via oral e até endovenosa ganhou campo
epilepsias. Apresenta como efeitos nas últimas décadas.
colaterais eventuais, tensão muscular O dimetilsulfóxido descoberto em 1866
e dificuldade para adormecer. pelo cientista russo Dr. Alexander
Como é um produto ainda em Saytzeff, mas foi a partir do início de
estudo pela maioria da comunidade 1980 que as suas propriedades
científica, não apresentamos indica- antiinflamatórias e citoprotetoras
ções do mesmo neste trabalho. passou a ser considerada e observada,
constituir-se hoje um dos agentes
farmacêuticos mais estudados.
DMG O dimetilsulfóxido apresenta uma
molécula anfipática, composta por um
Iniciais do ácido pangâmico ou
radical sufonil e dois domínios metílicos
dimetilglicina, também chamado de
não polares, o que o torna capaz de
vitamina B15, apesar de não ser uma
solubilizar substâncias polares e
vitamina. Ver Vitamina B15.
apolares. Trata-se de uma propriedade
de grande importância, pois o DMSO
DMSO pode atuar intracelularmente, já que
Dimetilsulfóxido ou sulfóxido de permite a solubilização de agentes
dimetilo terapêuticos e tóxicos não solúveis.
É um composto usado normalmente O foco principal dos estudos está na
como solvente na indústria, com observação da sua capacidade
fórmula (CH3)2SO. Na farmacologia é antimicrobiana ou de melhorar a
um recurso orgânico utilizado como atividade antimicrobiana de alguns
veículo em muitas formulações fármacos. Nos Estados Unidos vários
dermatológicas, na forma PA 99,9%. testes (indicados na bibliografia abaixo)
Suas ações conhecidas incluem o poder foram realizados de agosto de 2017 a
de penetração em membranas, com agosto de 2018 para se verificar a
efeito de analgesia local, vasodilatação, atividade antibacteriana do DMSO,
dissolução do colágeno, além de ação utilizando-se o método de microdiluição
anti-inflamatória e antisséptica. em caldo em placa de Elisa, com
É conhecido como veículo para concentrações (2,5% a 20%). O DMSO
princípios ativos como o minoxidil, pois mostrou eficiência para potencializar a
facilita a penetração epidérmica dessas ação de um agente antimicrobiano na
substâncias e aumentando, portanto o inibição de diversas cepas bacterianas,
seu efeito. tais como: Staphylococcus epidermides,
Farmacologicamente é um anti- Proteus mirabilis, Pseudomonas
inflamatório não esteroidal que aeruginosa, Shigella flexneri , Klebsiella
diminui o crescimento bacteriano. Por pneumoniae, Staphylococcus
225
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

saprophyticus, Enterococcus faecalis , Ação vasodilatadora


Enterococcus durans/ hirae derivada ,
Staphylococcus spp e muitos outros. Resultante da ação histaminogênica
Pela sua ação contra o crescimento de (Brayton, 1986; Stone,1993) e
cepas de Staphylococcus saprophyticus anticolinesterásica (Brayton, 1986)
isolado de infecção do trato urinário somada à vasodilatação subdermal e a
(ITU), o DMSO foi posteriormente desagregação plaquetária, que resultam
aprovado pelo FDA nos Estados Unidos em importante proteção contra lesão
como coadjuvante no tratamento da isquêmica (Brayton, 1986; Rand-Luby et
cistite intersticial, através de uso oral al. 1996), sendo reconhecida como
ou injetado em solução aquosa na importante na garantia de enxertos.
bexiga. Se administrado logo após um derrame,
o DMSO, um dos maiores solventes do
Ação anti-inflamatória mundo, mostrou dissolver o coágulo que
causa o derrame, restaurando a
A partir de 1960 essa propriedade tem circulação e evitando a paralisia.
sido considerada difundida (Blythe, Uma substância que pode impedir um
1986; Brayton, 1986), com resultados derrame cerebral enquanto está
múltiplos (Alsup & DeBowes, 1984; acontecendo é algo que muitos podem
Soyka 1990), entre os quais: querer em seu consultório médico
antagonismo das substâncias caseiro.
originadas da cascata do ácido Um estudo recente na Turquia combinou
aracdônico (Stone, 1993) e do fator de DMSO com frutose difosfato. Em 20
agregação plaquetária (Brayton, 1986), pacientes com lesões na cabeça, a
inibição da infiltração de PMN combinação mostrou-se muito eficaz na
(Alsup,1984; Soyka, 1990; Rose & diminuição da pressão intracraniana. De
Hodgson, 1993), remoção dos radicais la Torre declara que, em sua experiência,
livres produzidos pelos neutrófilos, nada reduz a pressão intracraniana mais
(Blythe et al.1986; Soyka, 1990; Henry, rapidamente que o DMSO. Testes em
1992; Parks, 1995; Mackay, 1996; animais na década de 1960 e, em
Murray, 1996) os quais estão seguida, testes em humanos em
envolvidos na evolução do distúrbio prisioneiros em 1967 demonstraram que
circulatório que resultam em necrose. o DMSO é não-tóxico, na verdade,
Os estudos mostram que o DMSO é menos tóxico do que a aspirina.
mais eficaz na inflamação aguda (Rose
& Hodgson, 1993). Ação diurética

226
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Estudos (Blythe et al.1986; Soyka 1990)


em pacientes normovolêmicos Tem sido documentada por vários
apontou que o DMSO reverter pesquisadores (Alsup & DeBowes, 1984;
alterações neurológicas decorrentes Stone, 1993; Rose (83) 3322.3222;
de traumatismos cranianos, sem serem Hodgson, 1993). O mecanismo de ação
observadas alterações eletrolíticas. • dos aminoglicosídeos e do cloranfenicol,
por exemplo, depende,
Ação analgésica fundamentalmente, da veiculação dos
princípios ativos para o interior dos
Segundo estudo ((Rosenbaum 1965; microrganismos, proporcionando a
1975; Stone, Wood & Wood, Haigler & atuação destas drogas no ribossomo
Spring, 1983; Brayton, 1986), essa ação bacteriano (TAVARES, 1996).
se deve indiretamente à propriedade Uso na veterinária
anti-inflamatória, e diretamente ao
bloqueio químico da fibra C em nervos O DMSO tem sido utilizado como
aferentes periféricos além da ação excipiente para formulações em
central análoga a morfina terapêutica veterinária, como um grupo
controle para teste de produtos naturais,
Ação miorrelaxante para o tratamento de células cultivadas
em determinados experimentos e vários
Este efeito tem sido observado em estudos in vitro.
várias pesquisdas (Rosenbaum, 1965;
Brayton, 1986; Stone, 1993) associado Toxicidade do DMSO
a efeitos tranquilizante e sedativo,.
Essa propriedade decorre Em se considerando as múltiplas
principalmente das outras aplicações do DMSO, suas características
propriedades, ou seja, anti- fisiológicas e farmacológicas bem como
inflamatórias e analgésicas. seus efeitos ainda não são totalmente
compreendidos, mas as novas
Ação citoprotetora investigações sobre suas atividades e
qual concentração de uso é segura tem
Sua capacidade foi considerada sido melhor definidas.
superior ao do glicerol para preservar Existem contradições entre os
eritrócitos e espermatozoides pesquisadores, como alguns que
(Brayton, 1986, Koterba et al. 1990). advertem sobre o potencial cancerígeno
do DMSO e uma quantidade bem maior
Ação antimicrobiana que o indicam exatamente como
227
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

adjuvante da terapia anticancerígena. oculares. Mas estes efeitos colaterais só


Ao contrário do que foi inicialmente apareceram com impropriedade na
divulgado com a pressão da indústria indicação, na concentração, na dosagem
farmacêutica nos Estados Unidos sobre ou na velocidade de administração,
o FDA, a toxicidade do DMSO é inclusive estudos mostraram que não se
reconhecidamente baixa (Brayton, observou anemia nem insuficiência renal
1986; Soyka, 1990; Rose & Hodgson, (Appell et al. 1992). (83) 3322.3222.
1993; Stone, 1993). A dimetil sulfona e o sulfato de dimetila,
Depois de 1.200 publicações científicas os principais produtos da degradação do
sobre os méritos do DMSO, após DMSO (Hucker et al.1967; Thews et
simpósios internacionais na Alemanha, al.1975) não tem ação tóxica em
EUA e Áustria - todos concluindo que o dosagens regulares.
DMSO é seguro e eficaz - depois de três A excreção principal do DMSO é por via
empresas farmacêuticas separadas urinária (daí sua indicação em infecções
terem se submetido a novas aplicações urinárias recorrentes e cistite
de drogas à FDA (todas rejeitadas), intersticial) e respiratória, esta
Alguns fatores devem ser levados em participando com menos de 3%
consideração, como por exemplo, (Brayton, 1986), dai a possibilidade de
particularidades fisiológicas de cada algum odor.
espécie animal, variabilidades e
individualidades, estado de saúde do Dosagem
paciente, estágio da afecção, tipo de
lesão, além da dose e concentração a O DMSO é utilizado por via oral, diluído
serem empregadas e frequência de em água. Pode ser usado diretamente na
administração do fármaco (Carpenter; pele onde é absorvido e contribui para a
Angel; Morgan, 1994; Rand-Luby et al., absorção de outras substâncias. Pode ser
1996). usado por via intramuscular e
Efeitos desconfortantes e alguns endovenosa por profissional experiente.
colaterais Frequentemente o DMSO é utilizado
Podem ser observados o aparecimento oralmente ou topicamente associado ao
de um odor desagradável, semelhante Dióxido de cloro (MMS).
ao de alho, pela via respiratória de
eliminação do DMSO. No entanto, deve-se verificar sempre a
Com doses orais mais altas pode haver possibilidade de rara alergia, de modo
hemólise, hemoglobinúria, cólica, que deve-se passar um pouco de DMSO
diarreia e tremores musculares, no braço antes de administrá-lo por via
reações cutâneas e alteração de lentes oral.
228
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

1986.
Deve-se evitar usar o DMSO BRAYTON, C.F. Dimethyl sulfoxide
concomitante com medicamentos sem (DMSO): a review. Cornell Veterinarian,
avaliação e dimensionamento v.76, n.01, p.76-90, 1986.
farmacológico, pois ele pode aumentar BRITO, R.C., SILVA, G.N., FARIAS, T.C.,
a absorção e o efeito de drogas e FERREIRA,P.B., FERREIRA,S.B.
remédios. Standardization of the Safety Level of the
Também não deve ter contato com Use of DMSO in Viability Assays in
plásticos e borracha, pois estes são Bacterial Cells. MOL2NET, 2017, 3,
dissolvidos pelo DMSO e podem doi:10.3390/mol2net-03-xxxx
penetrar as membranas do corpo. ROSENBAUM, E.E.; HERSCHLER, R.J.;
É contraindicado em casos raros de JACOB, S.W. Dimethyl sulfoxide in
excesso de metionina no sangue. musculoskeletal disordens. Journal of
As doses são variáveis e devem ser the American Medical Association,
obedecidas as orientações dos v.192, n.02, p.309-313, 1965.
fabricantes e fornecedores. Para Fukushima, R.S.; Weimer, P.J.; Kunz, D.
maiores detalhes fazer contato com Photocatalytic interaction of resazurin
este autor e o site indicado. N-oxide with cysteine optimizes
preparation of anaerobic culture
Bibliografia e fontes científicas do medium. Anaerobe, 8: 29-34, 2002.
DMSO: HUCKER, H.B., MILLER, J.K., HORCHBERT,
ALSUP, E.M.; DeBOWES, R.M. Dimethyl A. at. al. Studies in the absorption,
sulfoxide. Journal of the American excretion and metabolism of dimethyl
Veterinary Medical Association, v.185, sulfoxide (DMSO) in man. J. Pharmacol.
n.09, p.1011-1014, 1984. Exp. Therap. v.155, p.309-319, 1967.
APPELL, L.H., BLYTHE, L.L., LASSEN, PALOMINO, J.C.; MARTIN, A.;
E.D., CRAIG, A.M., Adverse effects of CAMACHO, M.; GUERRA, H.; SWINGS, J.;
rapid intravenous DMSO PORTAELS, F. Resazurin Microtiter Assay
administration on horses. J. Equine. Plate: Simple and Inexpensive Method
Vet. Sc. v.12, p.215-218, 1992. for Detection of Drug Resistance in
BLYTHE, L.L.; CRAIG, A.M.; Mycobacterium tuberculosis.
CHRISTENSEN, J.M.; APPELL, L.H.; Antimicrob. Agents Chemother., v.46,
SLIZESKI, M.L. Pharmacokinetic n.8, p.2720-2722, 2002.
disposition of dimethyl sulfoxide ROSE, R.J., HODGSON, D.R. Manual of
administered intravenously to horses. equine practice. Philadelphia:
American Journal of Veterinary Saunsders.1993, 532p.
Research, v.47, n.08, p.1739-1743, RAND-LUBY, L., POMMIER, R.F.,
229
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

WILLIAMS, S.T. et al. Improved EPA – Ácido Eicosapentaenoico


outcome of surgical flaps treated with Ver Óleo de peixes e Ácidos gra-
topical dimethylsulfoxide. Ann. Surg. xos essenciais
v.224, n.4, p.583-590, 1996.
SOJKA, E.J., KIMMICK, S.V.B., CARISON, Fosfatidilcolina
G.P. et al. Dimethyl sulfoxide update - Ver Fosfatidilserina.
New applications and dosing methods.
Proceed. Am. Assoc. Equine Practit. Fosfatidilserina
v.36, p.683-690, 1990.
STONE,R.W. Clinical uptates on the use A fosfatidilserina, assim como a
of dimethyl silfoxide. Canine Practice. fosfatidilcolina, são fosfolipídios que
v.18, p.16-19, 1993 CLSI. Perfomance aparecem como um compo- nente
Standards for Antimicrobial das lecitinas. Elas compõem 70% das
Susceptibility Testing; Twenty-Fifth membranas das células ce- rebrais. A
Informational Supplement. CLSI fosfatidilserina da mem- brana
document. M100-S25. Wayne. PA: celular ativa e regula prote- ínas
Clinical and Laboratory Standards relacionadas com o processo das
Institue, 2015 trocas com o interstício, além de
participar diretamente da trans-
missão dos impulsos nervosos, bem
como da captação, armazenamento
e liberação de neurotransmissores e
mediadores químicos.
O cérebro humano é rico em
ácidos graxos essenciais e fosfoli-
pídios, entre eles a fosfatidilserina.
Aproximadamente 60 % do cérebro é
composto de lipídios insaturados es-
senciais, cuja carência produz maus
efeitos na função do órgão, A relação
entre saúde mental e lipídios essen-
ciais é importante e tem sido alvo de
numerosos estudos. Sem esses lipí-
dios, a célula nervosa é sumamente
prejudicada na sua função. Uma ca-
rência de fosfolipídios, como a fosfa-
tidilserina ou a fosfatidilcolina, reduz
a velocidade da atividade mental, in-
230
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

dependentemente da idade.
Estudos eletroencefalográficos
indicam que a fosfatidilserina pode
aumentar desempenho de cérebro
de modo global. Estudos duplos-ce-
gos mostraram que a
fosfatidilserina é capaz de
restabelecer achados

231
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

eletroencefalográficos a níveis nor- exposição a luz natural. Sem causar


mais e experiências tomográficas qualquer complicação, o nutriente
apontam que a substância ativa ra- pode ser tomado associadamente
pidamente o metabolismo cerebral com antidepressivos, embora mui-
após a sua ingestão oral. Uma vez tos de meus pacientes afirmem que
ingerida, a fosfatidilserina é rapida- já não precisam deles quando estão
mente assimilada e atravessa pron- usando fosfatidilserina”2
tamente a barreira hemato-encefá- O uso inicial da fosfatidilserina foi
lica, sem produzir efeitos colaterais para o tratamento da depressão
ou indesejáveis. Contudo, ainda não senil. Foram obtidos resultados mui-
existem estudos conclusivos relacio- to bons em números estudos duplos-
nados à gravidez. cegos3. Num deles, um total de 494
O Dr. Parris M. Kidd relata que um pacientes anciãos (entre 65 e 93 anos
estudo com a ingestão oral de de idade), apresentando senilidade
fosfatidilserina mostrou melhora no- de moderada a severa, foram subme-
tável dos sintomas em 23 pessoas de tidos ao uso oral de fosfatidilserina e
idades variadas que apresentavam placebo durante 6 mês. Os pacientes
redução considerável da memória, foram submetidos a uma avaliação
julgamento prejudicado, dificuldade do desempenho mental, comporta-
de manter o pensamento abstrato e mento, e humor ao final do estudo.
outras funções mentais, incluindo Foram notadas melhorias de signifi-
também mudanças da personalidade cantes a notáveis somente no grupo
e do comportamento. que ingeriu o produto. Um outro es-
Reduções dos níveis de fosfatidil- tudo semelhante mostrou resultados
serina são associadas com a deficiên- parecidos quanto a uma melhoria da
cia de dopamina, o neurotransmissor memória e do comportamento. Estes
reduzido ou ausente no Mal de Pa- resultados aconteceram sem influen-
rkinson. Opostamente, quantidades ciar os níveis de serotonina e de ou-
normais ou mais elevadas de fosfati- tros neurotransmissores, particular-
dilserina incrementam a liberação da mente da monoaminoxidase (MAO),
acetilcolina. sugerindo então outro mecanismo
Estudos clínicos extensos indi- de ação diferente da inibição. O me-
cam que uma suplementação de fos- lhor fluxo iônico através da membra-
fatidilserina pode reduzir o declínio na celular pode ser uma explicação.
mental associado com a idade. Um Outro fato é que a fosfatidilserina
baixo nível de fosfatidilserina no cé- pode reduzir a secreção de cortisol,
rebro é associado com um prejuízo uma vez que, tipicamente, os níveis
da função mental e com a depressão de cortisol estão elevados em pa-
em idosos1 cientes deprimidos.
O Dr. Robert Atkins prescreve O uso regular de fosfatidilserina
fosfatidilserina para todas as pesso- pode controlar a produção de corti-
as em tratamento de depressão. É sol, um dos hormônios secretados
particularmente útil para aliviar de- em resposta à tensão emocional ou
sordens afetivas sazonais e a melan- física. Em situações de exposição ao
colia do inverno causado por falta de stress, exercícios intensos e o mero

232
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

processo de envelhecimento tam- zheimer. Foram tratados durante 12


bém geram uma produção maior de semanas com uma formulação de
cortisol. Porquanto este hormônio fosfatidilserina de córtex bovino ou
seja essencial para a vida, o seu ex- placebo. As pessoas que ingeriram
cesso é prejudicial, na medida em fosfatidilserina mostraram melhora
que impede o cérebro de absorver em vários aspectos quando compa-
adequadamente a glicose, inibindo a radas àquelas que só ingeriram pla-
comunicação inter-neuronal, além cebo. As diferenças entre grupos de
do seu conhecido efeito de debilitar tratamento foram muito aparentes
o sistema imunológico. Uma ativida- entre pacientes com deterioração
de física intensa ativa a produção de cognitiva menos severa. Estes resul-
cortisol e outros hormônios capazes tados sugerem que a fosfatidilserina
de reduzir a capacidade do tecido seja um candidato promissor para o
muscular. Devido a isso, muitos es-
tratamento dessa enfermidade.
pecialistas estão recomendando que
Normalmente o cérebro pode fa-
atletas ingiram suplementos à base
bricar níveis suficientes de fosfatidil-
de fosfatidilserina.
serina; porém, se há uma deficiência
A fosfatidilserina mostrou-se
de doadores de radicais metil, ácido
efetivamente capaz de melhorar a
fólico, vitamina B-12, ou ácidos gra-
memória de pessoas idosas em dois
estudos multi-centrados4 e em vá- xos essenciais, pode haver produção
rios estudos duplos-cegos5. A suple- deficiente de fosfatidilserina.
mentação oral com fosfatidilserina Os alimentos comuns fornecem
beneficia também as funções cog- quantidades reduzidas de fosfatidil-
nitivas, particularmente em adultos serina, o que realça a importância de
maduros. se obter o produto por meio de sua
Onze ensaios utilizando técnicas síntese no cérebro através de co-
experimentais placebo-controladas e fatores precursores e demais nu-
fosfatidilserina, levadas a cabo nos trientes ligados com a sua síntese. A
Estados Unidos e na Europa, lecitina da soja é, até agora, a fonte
indicaram que a substância ingerida mais importante de fosfatidilserina,
melhorou significativamente o grau mas, mesmo assim, possui apenas
de aquisição de informações, a re- traços do fosfolipídio. Produtos in-
cordação de nomes, faces, números dustrializados como o açúcar branco,
de telefone, objetos extraviados, o excesso de álcool e outros fatores
fatos recentes e a habilidade para se ainda em estudo, inibem a síntese
concentrar, em pacientes porta- orgânica de fosfatidilserina.
dores de arteriosclerose cerebral A ingestão suplementar de fos-
avançada. Os benefícios persistiram fatidilserina parece reduzir o efeito
após pelo menos 4 semanas depois inebriante do álcool e melhorar a ca-
que o uso da fosfatidilserina foi des- pacidade de julgamento7.
continuado Originalmente a fosfatidilserina
Crook, Petrie e Massari6, estuda- era isolada do cérebro bovino. Atu-
ram 51 pacientes que apresentavam almente, existe uma apresentação
critério clínico ligados ao Mal de Al- semi-sintética derivada da lecitina de

233
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

soja. O uso da substância não produz


efeitos colaterais, nem contra indica- GLA
ções, confirmado por todos os auto-
res pesquisados8. Iniciais do nome inglês do ácido
A dose diária suplementar de fos- gama linolênico (gama linolenic acid),
fatidilserina é de 300 mg, divididos presente em grande quantidade na
em 3 vezes 100 mg., inicialmente, prímula, rica em ácidos graxos insatu-
podendo ser usada indefinidamente. rados especiais tipo Ômega 3, como
Aconselha-se a não inferir a substân- os ácidos linolêico, linolênico, olêico e
cia a noite, pois pode haver redução o próprio gama-linolênico. (ver Prímu-
do o sono. Por ser um lipídio, a fos- la e Suplementos especiais).
fatidilserina é vulnerável aos radicais
livres e, por isso, deve ser acompa- Glutamina
nhada de suplementação com vita-
mina E, vitamina C, selênio e outros Composto orgânico, é o ácido 2-
minerais e vitaminas. aminoglutarâmico, uma 5-amida do
Referências bibliográficas ácido glutâmico. Trata-se de um
e cientificas importante coadjuvante da glicose
na suplementação energética do
1. Michael T. Murray .Encyclopedia of cérebro. Aproximadamente 60% de
Nutritional Supplement pg 356-57. todos os aminoácidos livres no corpo
estão na forma de glutamina.
2. Robert C. Atkins Dr. Atkins’s Vita Nutri-
O seu consumo regular melho- ra
ent Solution , page 253-55
a memória e a atividade mental,
3. Referidos em: Michael T. Murray. contribuindo como auxiliar na fadiga
Encyclopedia of Nutritional Supplement crônica e a depressão. A glutamina é
pg 356-57 considerada como capaz de reduzir o
4. Crook TH, et al. 1991. Neurol 41: 644- desejo por bebidas alcoólicas do- ces,
649. E Crook TH et al. 1992. Psychophar- além de ser um antiácido natu- ral,
macol. 28:61-66. pois ajuda a manter o pH do es-
tômago em níveis normais. É muito
5. Palmieri G et al. 1987. Clin. Trials 24:
eficiente no combate à síndrome do
73-83. - Cenacchi T et al.1993. Aging Clin.
Exp. Res. 5: 123-133. - Delwaide PJ et al.
1986. Acta Neurol. Scand. 73: 136-140.
6. Crook T, Petrie W, Wells C, Massari
DC -Effects of phosphatidylserine in Al-
zheimer’s disease. Psychopharmacol Bull
1992 28:1 61-6
7. Dr. Atkins’s Vita Nutrient Solution , page
253-55.
8. Parris M. Kidd, . A Remarkable Brain Cell
Nutrient.e Edmund R. Burke, PH.D, from
Nutrition Science News.

234
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

“overtreino” que pode ocorrer em • aumenta a função imunológica


atletas submetidos a grande esforço • melhora a circulação
físico. Sendo o músculo um grande • promove perda de peso
armazenador de glutamina, a sua in- • promove a longevidade
gestão é importante para esses atle-
tas. É um excelente anti-catabólico. A dose é livre.

Goji berry
Guar
Goji é o nome dos pequenos frutos da
Resina/seiva extraída do córtex e
planta originária das montanhas do
do mesocarpo dos frutos da ár- vore
Tibete, Lycium barbarum, ou Lycium
do Guar (Cyamaposis tetrago-
chinense, aos quais são atribuídas nolobus), da família das compostas,
propriedades medicinais e salutares, originária da China, Índia e parte do
sendo uma saborosa e tradicional Oriente Médio. A sua goma torna-se
fruta rica em aminoácidos. um gel em contato com a água e é
As bagas de goji são uma fonte de muito utilizado para a confecção de
zeaxantina, um antioxidante que geléias caseiras, para compor pós
protege os olhos da radiação solar medicinais e, atualmente, como par- te
ultravioleta. Estudos sugerem que de fórmulas que visam o controle de
zeaxantina e a luteína estão associadas peso e a captação de gorduras e
a uma melhor visão e menor colesterol. Ver A importância das fi-
probabilidade de cataratas e bras na dieta.
degeneração macular relacionada com
a idade. Embora as bagas de goji sejam Glutadiona
uma fonte, a zeaxantina é encontrado
em muitos vegetais, incluindo couve,
A glutationa é um tripeptídeo sulfúrico,
espinafre e brócolis, conforme
que consiste nos aminoácidos: ácido
apresentado neste trabalho.
glutamínico, l-cisteína e l-glicina. É um
poderoso antioxidante e desintoxicante
Nos últimos anos, o suco de goji
produzido pelo organismo, eficiente em
tornou-se popular como bebida de
proteger as células contra radicais livres
saúde e para o controle do peso.
e o sistema imunológico. Ela é vital para
Existem diversos produtos no mercado
o organismo, especialmente devido à
à base de goji, desde a fruta
presença do grupamento - SH, que faz
desidratada, sucos e cápsulas.
com que a glutationa exista tanto nas
formas reduzida (GSH) quanto de
Alguns dos efeitos atribuídos ao goji
oxidada como um dímero (GSSG).
incluem:
Os níveis de glutationa no corpo humano
• protege o fígado
diminuem com a idade, começando a
• melhora a função sexual e a
decair a partir dos vinte anos. A
fertilidade
suplementação com l-cisteína pode
• fortalece as pernas
ajudar o corpo a produzir mais
• melhora a pele e saúde do cabelo
glutationa.
235
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Alguns alimentos contêm glutationa, diminuindo a inflamação crônica. Entre


enquanto outros estimulam sua outras ações, esses efeitos reduzem o
produção. Alimentos que podem risco de adquirir o Parkinson e retardam
ajudar a aumentar os níveis de a progressão da doença em portadores.
glutationa são vegetais contendo A glutationa pode ser tomada por via
precursores, como a l-cisteína e a l- intramuscular ou endovenosa para
metionina, ou aqueles ricos em tratar o Mal de Alzheimer, osteoartrite e
enxofre, como alho, cebola, salsa e mal de Parkinson, e como coadjuvante
vegetais crucíferos, como brócolis, na forma de suplemento oral para
couve, couve-flor, espinafre, além de catarata e glaucoma, para prevenir o
abacate, aspargo, batata, pimenta, envelhecimento, tratar ou prevenir o
cenoura, abóbora, toranja, maçã, alcoolismo, com efeito na asma, nas
laranja, pêssego, banana, melão e doenças cardíacas, hepatite, doença
tomate. Sempre melhor ingeri-los crus, hepática, imunodeficiências, incluindo a
pois o cozimento reduz os níveis de AIDS. Aplicada dessa forma também
glutationa em 30 a 60%, além disso, o para a perda de memória comum, para
enlatamento ou empacotamento tratar intoxicação por drogas e metais
eliminam completamente a glutationa. pesados. Também pode ser usada de
A glutationa alimentar é encontrada forma inalada para tratamento de
em grandes quantidades em carnes doenças pulmonares, incluindo fibrose
frescas e cruas, e em quantidades cística.
moderadas em laticínios e ovos. Há indícios de que a glutationa por via
Ela é eficiente na defesa contra oral melhora a qualidade do esperma,
xenobióticos, atuando por peroxidação por diminuir o estresse oxidativo nas
lipídica através três reações: como células do esperma, fazendo com que
substrato pela glutationa peroxidase, elas fiquem mais saudáveis e com menor
na eliminação de peróxidos; como danos sobre o DNA. Tem por isso sido
redutor da forma oxidada da vitamina usada casais com problema de
C, que assim pode atuar, mantendo a fertilidade.
vitamina E na sua forma reduzida e Um estudo da Universidade de Utrecht
funcional e finalmente, através da descobriu que a glutationa previne
enzima glutationa-S-transferase, reações asmáticas e hipersensibilidade
detoxificar os aldeídos reativos, como o das vias aéreas, sendo por isso indicada
malondialdeído, gerados durante a para tratar asma.
peroxidação lipídica. Por essas ações a A glutationa tem emprego psiquiátrico
glutationa protege as células de danos no transtorno bipolar, esquizofrenia e
e melhora a resposta inflamatória, depressão, pois estes casos podem estar
236
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

ligados a níveis baixos de glutationa. glutadiona por via parenteral, como nos
O funcionamento das células do protocolos injetáveis. A dose habitual é
sistema imune depende dos níveis de de 500 mg 3 vezes ao dia. Para o uso
glutationa e a sua falta pode produzir parenteral, observar a dosagem nos
alterações depressoras ou reativas, protocolos específicos.
como doenças autoimunes, sendo que
baixos níveis de glutationa foram
verificados no lúpus e na artrite Hesperidina
reumatoide.
Existem muitos suplementos de Um dos bioflavonóides cítricos,
glutationa no mercado, mas a presente no sumo do limão, na cas- ca
glutadiona nessa forma é geralmente da laranja e também em algumas
metabolizada e transformada em pimentas. A palavra deriva do grego
aminoácidos durante a digestão hesperideo, ou fruto carnudo, como a
fazendo com que a absorção de laranja. É uma das flavonas (com-
glutationa seja mínima. O aminoácido postos pigmentados) existentes na
l-metionina parece ser eficaz para vitamina P (complexo vitamínico ao
aumentar os níveis de glutationa no qual pertencem os bioflavonóides).
corpo, pois ele é convertido em Pertence ao mesmo grupo da quer-
cisteína, um dos componentes da citina, da rutina e das proantocianidi-
glutationa. Suplementos de l-cisteína nas. Ver Bioflavonóides, Vitamina B3,
devem ser evitados, já que a cisteína Rutina. Quercetina .
isolada é oxidada facilmente e pode
afetar o cérebro, a retina, o fígado e Hipericina
outros órgãos. Portanto, a
suplementação deve ser feita com Um flavonóide que constitui um
precursores da cisteína, e não com a dos princípios ativos da erva-de-são-
própria. joão, o hipericum perforatum, consti-
Sugere-se prescrever a N-acetilcisteína,
um precursor da cisteína que é bem
absorvido pelo intestino. Ele não
aumenta os níveis de glutationa se já
estiverem normais, mas ajuda a elevá-
los quando estão muito baixos até o
nível normal. Portanto o ideal é usar
aminoácidos precursores junto com a
glutationa suplementar, ou aplicar a
237
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

tuindo-se num dos principais semelhante ao sabor do iogurte grego.


respon- sáveis pelos efeitos da Quão forte o sabor depende de quanto
planta sobre o sistema nervoso. tempo o kefir foi fermentado; um
Não existia ainda sob a forma processo de fermentação mais longo
isolada até a data da edi- ção deste geralmente leva a um sabor mais forte e
manual. Ver Hipérico. mais firme e até produz alguma
carbonatação, que resulta da levedura
ativa. O kefir derivado do leite pode ser
Kefir consumido por pessoas intolerantes á
lactose, pois o produto é isento desse
O kefir é um alimento probiótico que carboidrato.
contém muitos compostos bioativos, Diferenças
incluindo cerca de 30 cepas de com o iogurte:
bactérias saprófitas benéficas. O nome
é originário da palavra turca Keyif, que As culturas de iogurte vêm de cepas
significa ‘bom sentimento’. termofílicas e precisam ser aquecidas
O Kefir é feito a partir de qualquer tipo para serem ativadas em um fabricante
de leite (geralmente de vaca, ovelha, de iogurte. Há também cepas mesofílicas
cabra, e até de coco) com a adição de também. O kefir vem exclusivamente de
uma matriz básica denominada “grão cepas mesofílicas, que cultivam à
de kefir”, contendo leveduras com temperatura ambiente e não necessitam
aspecto gelatinoso, capaz de fermentar de aquecimento.
o leite. Há também um tipo de kefir Em termos de quantidades de
cultivado em água adocicada, mas o probióticos, o iogurte contém dois a sete
mais comum é o kefir derivado do leite. tipos de probióticos. Kefir contém 10-34
A ele se atribui a longevidade e saúde cepas de probióticos, bem como
dos povos da região, considerada das numerosas cepas de leveduras e
mais longevas da terra. Isso porque na bactérias benéficas.
fermentação do leite se originam Iogurte contém bactérias transitórias
compostos ácidos orgânicos, além de para ajudar a limpar e alinhar o intestino,
vitaminas B1, B12, Vit. K, ácido fólico e nutrindo as bactérias benéficas. Eles
biotina. Existem numerosos trabalhos alcançam os intestinos mas não ficam
científicos comprovando os efeitos retidas. As bactérias do kefir podem se
benéficos do kefir, fixar nas paredes e colonizar a mucosa
para permanecer atuando. Essas
Uma vez fermentado, o kefir do leite bactérias e leveduras atacam germes
tem um sabor azedo que é um pouco patogênicos e bactérias prejudiciais
238
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

presentes nos intestinos.


Enquanto o iogurte produz reações em  Kluyveromyces marxianus /
situações de intolerância á lactose, o Candida kefyr
mesmo não ocorre em relação ao kefir  Lactococcus lactis subsp. lactis
de origem láctea. Pesquisas publicadas  Lactococcus lactis subsp.
no Journal of the Academy of Nutrition cremoris
and Dietetics mostraram que o kefir até  Streptococcus thermophilus
melhora a digestão em adultos com má  Lactobacillus delbrueckii
absorção de lactose. Há a opção do subsp. bulgaricus
feito com leite de coco ou água.  Lactobacillus casei
Na forma de bebida probiótica o kefir  Kazachstania unispora
pode ser encontrado no comércio  Lactobacillus acidophilus
específico, mas pode ser feito  Bifidobacterium lactis
artesanalmente, na cozinha. Existem
 Leuconostoc mesenteroides
disponíveis muitas receitas mostrando
 Saccaromyces unisporus.
como fazer grãos de kefir e maneiras
interessantes de usá-los na culinária,
Em um estudo de 2015 publicado em
em sopas, assados etc.
Frontiers in Microbiology, o kefir foi
reconhecido como uma fonte potencial
Uma xícara de kefir de leite integral,
de probióticos e moléculas com várias
adquirido no comércio contem em
propriedades saudáveis. Segundo os
média os seguintes nutrientes:
autores, “suas propriedades biológicas
sugerem seu uso como antioxidante,
160 calorias
agente antitumoral, agente
12 gramas de carboidratos
antimicrobiano e imunomodulador,
10 gramas de proteína
entre outras funções”.
8 gramas de gordura
Entre os efeitos benéficos do kefir, o
390 miligramas de cálcio (30 por cento
estudo apontou o seguinte:
DV)
Aumenta a imunidade
5 microgramas de vitamina D (25 por
A biotina e o folato presentes no produto
cento DV)
ajudam a estimular o sistema
90 microgramas de vitamina A (10 por
imunológico e proteger as células. Uma
cento DV)
cepa probiótica do kefir, o Lactobacillus
376 miligramas de potássio (8 por
Kefiri, ajuda na defesa contra bactérias
cento DV)
nocivas, como salmonela e Echerichia.
No Kefir são encontradas as seguintes
coli. O Kefir também contém outro
bactérias e leveduras:
composto poderoso exclusivo, um
239
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

polissacarídeo insolúvel chamado contrário das cepas de iogurte, que


kefiran que demonstrou conter reduziram o número de células em 14%.
propriedades antimicrobianas capazes
de combater a cândida albicans. O Melhora a digestão e a vida intestinal
kefiran também mostrou eficiência na
redução do colesterol e na regulação O kefir e o iogurte de kefir ajudam a
da pressão sanguínea. restabelecer o equilíbrio da flora
intestinal, com efeito contra doenças
Reforça a estrutura óssea gastrointestinais como a síndrome do
intestino irritável, a doença de Crohn, a
O kefir feito de laticínios integrais doença celíaca e úlceras gástricas.
retém níveis de cálcio do leite, mas Os probióticos também atuam contra a
possui compostos bioativos que diarréia disruptiva e outros efeitos
ajudam a absorver o cálcio no corpo e colaterais gastrointestinais causados por
impedir a degeneração óssea. Além antibióticos e outros medicamentos.
disso ele contém a importante
vitamina K2, vital para melhorar a Ação antialérgica
absorção de cálcio, bem como para
aumentar a densidade óssea. Os O consumo regular de kefir ajuda a tratar
probióticos do kefir melhoram a a inflamação e assim reduz o risco de
absorção de nutrientes, incluindo problemas respiratórios, como alergias e
fósforo, magnésio (praticamente asma. De acordo com um estudo com
ausente no leite, mas muito animais em imunobiologia, mostrou-se
concentrado no kefir), e vitamina D. que o kefir diminui o acúmulo de muco
Ação potencialmente anticancerígena respiratório em camundongos.
Foi demonstrado em alguns estudos in Os microrganismos vivos presentes no
vitro que os compostos encontrados do kefir ajudam o sistema imunológico a
kefir contribuem para a apoptose, suprimir naturalmente as reações
morte das células cancerígenas do alérgicas e ajudam a mudar a resposta do
estômago. Tal efeito se deve ao organismo que ocorrem das reações
bloqueio das conversões enzimáticas alérgicas. Alguns cientistas acreditam
que propmovem o câncer. Um teste in que muitas reações alérgicas
vitro realizado pela Escola de Dietética respiratórias se devem à falta de
e Nutrição Humana no Macdonald bactérias benéficas no intestino.
Campus da Universidade McGill, no Pesquisadores do Vanderbilt University
Canadá, mostrou que o kefir reduziu as Medical Center revisaram 23 estudos
células do câncer de mama em 56%, ao diferentes com quase 2.000 pessoas, e
240
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

em 17 desses estudos, os indivíduos Além da forma líquida para ser bebida,


testados que tomaram probióticos hoje é bem comum o kefir em pó
mostraram melhoras significativas nos liofilizado. Neste caso em sachês ou em
sintomas alérgicos e na qualidade de cápsulas.
vida. Para informações sobre como adquirir o
kefir, fazer contato com a editora ou o
Efeito benéfico sobre a pele autor.

Quando a flora intestinal se altera, há


perturbações que se refletem também Lecitina
na pele, podendo causa vários tipos de
problemas como acne, psoríase, Composto orgânico encontrado
erupções cutâneas e eczema. O kefir em alguns alimentos, sendo a soja
favorece o trabalho das boas bactérias uma das mais ricas fontes naturais.
com reflexo sobre a pele. Não só ajuda Constitui-se de ácidos graxos, triglicé-
com problemas de pele com base rides, fósforo, inositol e colina. É uti-
sistêmica, mas o também lizada pelo organismo para construir
queimaduras e erupções cutâneas. grande parte dos tecidos nervosos e
Além disso o componente kefiran, cerebrais. A lecitina compõe cerca de
demonstrou atividade na cicatrização 1/5 de nossos nervos e 1/3 de nosso
de feridas na pele e também proteger cérebro. No sistema nervoso, a leci-
para o tecido conjuntivo. tina é usada para produzir eletrici-
dade. A falta desta substância no or-
Altamente consumido nos países da ganismo leva à exaustão dos nervos,
Europa Oriental, era tradicionalmente sendo por este motivo recomendada
feito em sacos de pele. A produção em como tônico nervoso. A lecitina de
massa de kefir começou em meados da soja é emulsificante conservando as
década de 1900 na Rússia e produziu gorduras em suspensão, permitindo
1,2 milhão de toneladas do produto que estas passem pelas paredes das
fermentado no final do século XX. artérias, prevenindo a construção de
Hoje, o kefir se tornou um fenômeno depósitos que restringem a circula-
mundial. As vendas apenas nos EUA ção do sangue.
pela Lifeway, que representa 97% de
todas as vendas de kefir nos EUA,
registraram um crescimento de US $ 58
milhões em 2009 para mais de US $ 130
milhões em 2014.
241
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

A lecitina corrige as principais mate, a goiaba vermelha, a melancia,


causas das doenças do coração, a pimenta vermelha e outros.
derrames, arteriosclerose, pois ela é Estima-se que o licopeno corres-
uma gordura que dissolve outras ponde a 50% de todos os carotenóides
gorduras no organismo. O colesterol encontrados nos tecidos, concentran-
é uma substância essencial ao nosso do-se especialmente nos testículos,
organismo; quando em excesso e na glândula adrenal e próstata.
falta da lecitina para convertê-lo em O Licopeno também é consi-
energia, torna-se um elemento per- derado melhor antioxidante que o
nicioso. A lecitina dissolve e controla beta-caroteno, por ser 2 vezes mais
o colesterol, ajuda a conservar a be- eficiente na captura de espécies rea-
leza da pele (a maioria das doenças tivas de oxigênio, em especial a mo-
da pele têm como causa a má absor- lécula de oxigênio singlet.
ção de gorduras pelo organismo), au- Igualmente importante é que o
xilia o corpo a queimar as gorduras. É Licopeno é regenerado após esta cap-
ótimo tônico nervoso, previne o tura e portanto pode fazer esta deto-
acúmulo de gorduras no organismo, xificação sem destruir a si próprio.
arteriosclerose, cirrose hepática, va- Existem evidências de potencial
rizes, fortalece a memória. do licopeno na redução aos danos
As dose recomendáveis estão provocados pela radiação ultraviole-
entre 500 mg a 4 g/dia, podendo po- ta. A suplementação alimentar atra-
rém ser superiores a estas em casos vés da dieta ou através de cápsulas,
de doenças cardiovasculares. propicia aumento dos níveis de lico-
peno na pele, o qual neutraliza a oxi-
dação celular promovida pela radia-
Licopeno ção UV. e em conseqüência protege a
pele do foto-envelhecimento e da
É um pigmento pertencente à carcinogênese.
família dos carotenóides. Existem Estudos realizados na Universida-
mais de 600 diferentes carotenói- de de Harvard mostram que homens
des, dos quais cinqüenta são utili- que consomem grandes quantidades
zados pelo corpo humano; dentre de tomates ou produtos à base de to-
eles destacam-se o alfa-caroteno, o mate, rico em Licopeno, tinha menos
beta-caroteno, a luteína, o licopeno, 50% de risco em desenvolver câncer
a zeaxantina e a criptoxantina. Den- de próstata, em relação aos que não
tre os carotenóides mais abundantes faziam uso rotineiro deste alimento.
nos tecidos humanos encontram-se O mais famoso estudo sobre o
o beta-caroteno e o licopeno. licopeno foi publicado no Journal of
Estes compostos oferecem pode- the National Cancer Institute, edita-
rosa ação protetora contra os diver- da em dezembro de 1996.
sos danos provocados pelos radicais Em 1986, pesquisadores acompa-
livres, prevenindo portanto, algumas nharam 48.000 profissionais de saúde,
doenças degenerativas. observando seus hábitos alimentares
O licopeno está presente em fru- no período de 01 ano e, seguindo
tas e vegetais, aos quais concede a estes indivíduos até 1992 com o fim
cor vermelha, principalmente no to-

242
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

de observar aqueles que haviam de- Protege contra radiação U.V.


senvolvido ou não câncer na próstata. Em conjunto com outros carote-
Concluiu-se que o hábito de ingerir nóides previne a degeneração mole-
alimentos como tomate, molho de to- cular senil.
mate está fortemente associado a um Em mulheres, previne contra dis-
menor risco de câncer na próstata. plasia cervical do colo uterino.
Um dos mecanismos que expli- A dose recomendada é de 5 a
cam o efeito é que o licopeno reduz 10mg de licopeno ao dia.
a oxidação do colesterol. Produtos de Não há relatos de intoxicação ou
oxidação do colesterol resultante do contra indicação ao uso de licopeno.
stress oxidativo encontrados no teci- Bibliografia e trabalhos científi-
do prostático canceroso, fazem supor cos sobre o licopeno:
que o colesterol oxidado tem efeito GESTER, HELGA M.A. The Poten-
carcinogênico direto. cial Role of Lycopene for Human he-
Esta mesma capacidade pode es- alth. Journal of The American College
tar relacionada à proteção ao apare- of Nutrition. 1997,16(2):109-126.
lho cardiovascular, uma vez que o LDL KAPITANOV,AB. Et al Radiation.
oxidado é um dos componentes impli- Protective Effectiveness of lycopene.
cados na gênese da arteriosclerose. Radiatsionnaia Biologia, Radioecolo-
Estudos randomizados também
gia, May/June 1994: 34: 439-445.
fazem supor que dietas ricas em li-
GARTNER, CHRISTINE, et al.
copeno podem promover proteção
Lycopene is more bioavailable from
contra cânceres do trato gastriintes-
tomato paste than from fresh toma-
tinal, principalmente esôfago, estô-
toes. American Journal of Clinical Nu-
mago, cólon e reto.
tricion 1997; 66:116-122.
Os níveis séricos de licopeno de-
Antioxidants and Lycopene,
clinam um pouco em indivíduos que
Nutrition Week, march 21, 1997;
consomem álcool ou cigarro, porém,
infelizmente declinam com o enve- 27(11):7.
lhecimento, mesmo mantendo-se a
ingestão de fontes ricas neste carote- Lipase
nóide, necessitando-se portanto de
suplementação para a manutenção Enzima encarregada da dissocia-
do seu efeito protetor. ção da molécula de gordura em gli-
cerol e ácido graxo. Participa como
Principais indicações para suple- componente em formulações para
mentação com Licopeno: melhoria da digestão e para ativida-
des lipolíticas. Ver Enzimas.
Efeito preventivo contra a displa-
sia prostática. Lugol
Reduz de 15% a 30% o risco de
Lugol é o nome da combinação de iodo
câncer na próstata.
metálico com iodeto de potássio, uma
Previne envelhecimento celular.
Como antioxidante de rotina para solução criada peloquímico francês Jean
indivíduos fumantes, que consomem Lugol, que criou a mistura ainda no
álcool ou dietas ricas em gorduras. século XIX, para tratar as disfunções da
tireoide. A função principal do iodo é
231
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

participar da síntese dos hormônios suficiente de iodo apresentam as mais


tireoidianos T3 e T4, pela tireoide. baixas taxas de câncer de pulmão e
Em 2007 foi publicada a obra Iodine também de câncer dos ovários e do
Remedies: Secrets from the Sea, do útero.
Dr. Chris Robin, apontava também A reposição do Iodo através da solução
outras propriedades curativas da de Lugol é uma forma tida como eficaz e
mistura iodo-iodeto de potássio, com segura para suplementar e de equilibrar
ações benéficas contra o crescimento os níveis de iodo e prevenir contra várias
tumoral, nos cistos dos ovários, doenças. É difundido que seu uso oral, na
reações alérgicas, doenças concentração de 5%, bebido em água. 2
autoimunes, e na pele como em a 3 vezes por semana, contribui para o
aplicação externa nas cicatrizes com bom funcionamento da tireoide,
queloides, nas fístulas, hemorroidas, fortalece unhas, dentes e cabelos, além
quistos sebáceos, infecções vaginais e de auxiliar na remoção de toxinas. Mas
tanto na doença de Dupuytren como existem algumas vertentes controversas
na em relação ao lugol como suplemento.
Outras investigações sugerem que a Fica a critério de cada profissional a sua
solução de Lugol por via oral age como utilização.
agente preventivo e curativo de alguns Sugestão: 2 gotas ao dia em ,meio copo
tipos de câncer de mama e próstata. O de água, diarimente.
mecanismo explicativo resultaria da Pàra crianças e gestantes procurar o
capacidade do iodo interagir com ajuste da dose.
estrógenos, já que o iodo propicia o
metabolismo do estrógeno e do 16-
alfahidroxiestrona, estrógenos MSM - Metilsulfonilmetano
cancerígenos em excesso, em estriol,
que é um estrógeno neutro para o Metilsulfonilmetano, ou MSM, é um
organismo. Também agiria bloqueando composto que ocorre naturalmente em
a transformação de testosterona em pequenas concentrações em alimentos
estrogênio (aromatização), porém este como legumes frescos, carne e laticínios,
efeito não está totalmente milho, tomate, leite, chá e café. Mas
comprovado. pode ser ingerido na forma de
Há também estudos mostrando suplemento visando efeitos amplos. O
relação entre o câncer do pulmão e a MSM representa uma fonte de enxofre
insuficiência de iodo. Nos estudos foi natural, que desempenha um papel em
verificado que populações, como as muitos dos processos do
mulheres japonesas, com aporte corpo. Normalmente, os suplementos
231
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

de MSM contêm uma forma sintética


de MSM.
Os principais benefícios do MSM se
devem à sua ação anti-inflamatória em
muitos problemas de saúde, incluindo
artrite (ou dor nas articulações),
osteoratrite (principalmente do
joelho), recuperação muscular após o
exercício, alergias e problemas de
pele.
Alguns estudos indicam que os MSM
pode ser úteis para o tratamento de
várias outros problemas, como
obesidade, distúrbios hepáticos,
hipertensão arterial, colesterol
elevado, doença periodontal, infecções
em geral, cistites inflamatórias e
infecciosas, cistite intersticial,
problemas pulmonares, mal de
Alzheimer, HIV e câncer.
A dose habitual é de 500 miligramas
três vezes ao dia, ou 3 gramas duas
vezes por dia para osteoartrite. A
qualidade e ingredientes ativos em
suplementos podem variar de
fabricante para fabricante.

Óleo de peixes
São gorduras insaturadas ou
combinações de ácidos graxos po-
liinsaturados, principalmente os
áci- dos eicosapentaenoico (EPA) e
doco- sahexaenoico (DHA), da
família química Omega 3, presentes
em
231
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

grandes quantidades na gordura dos indicações também para diversas do-


peixes que habitam as águas oceâni- enças de pele, incluindo a psoríase.
cas geladas de várias profundidades, Percebem-se também interessantes
incluindo salmão, sardinha, efeitos contra estados inflamatórios
bacalhau, atum, bonito, haddock e o crônicos e cíclicos, como as doenças
e outros. reumáticas, a artrite comum e a ar-
Os lipídios de peixes têm sido co- trite reumatóide. Há diversos estu-
mentados em medicina desde 1975, dos em andamento com a aplicação
quando foram publicados no Ameri- de óleos de peixes em artrites15, com
can Journal of Clinical Nutrition, os resultados já muito interessantes,
trabalhos de dois médicos dinamar- talvez pela capacidade desses óleos
queses, os Drs. H.O. Bang e J. Dyer- apresentarem efeito antiinflamatório
berg.. Eles estudaram a vida e o orga- por inibirem as prostaglandinas.
nismo dos esquimós da Groenlândia, As gorduras de peixes, na alimen-
constatando a existência de grande tação ou em suplementos, ajudam a
quantidade de ácidos graxos muito aliviar os sinais e sintomas de diver-
insaturados no sangue dos nativos. sas doenças da pele, como o eczema
Os esquimós alimentam-se exclusiva- e a psoríase. As conclusões dos efei-
mente de peixes, de gordura de foca tos circulatórios do omega 3 devem-
e outros animais; não consomem se à constatação experimental de
verduras, frutas, raízes, cereais, etc. que os ácidos graxos insaturados e
e não sofrem de doenças carenciais; poliinsaturados (como por exemplo o
o seu sangue é de baixa viscosidade, ácido linolêico, o ácido linolênico, o
livre de excessos de colesterol e não ácido aracdônico, o EPA, o DHA, etc.),
sofrem de doenças cardiovasculares. são precursores de compostos como
Aconteceram depois diversas experi- a prostaglandina I2, ou prostaciclina,
ências em vários países, publicadas que é muito benéfica ao organismo
em muitos jornais científicos, como o devido à sua ação vasodilatadora, ini-
New England Journal of Medicine, bidora da agregação das plaquetas,
Atherosclerosis, no famoso Lancet, e além de ser antiinflamatória.
outros, confirmando as observações A presença dos ácidos graxos po-
dos médicos dinamarqueses. liinsaturados no sangue inibe a ação
A ingestão regular destes lipí- da enzima ciclooxigenase, que faz a
dios (alguns cientistas os denomi- conversão dos ácidos graxos em
nam pelo nome genérico de Omega tromboxane A2, composto de ação
3) reduz a agregação das plaquetas, contrária à prostaciclina, ou seja: é
contribuindo para a diminuição dos vasoconstritor e favorece a adesivi-
riscos de coágulos, reduz as taxas de dade plaquetária, contribuindo para a
colesterol e de triglicérides, sendo formação dos trombos. Também pro-
portanto um importante coadjuvan- movem a maior quantidade de trom-
te no tratamento e na prevenção das
doenças cardiovasculares, entre elas 15. Num dos estudos, foram ministrados 2,7 g
a aterosclerose, a angina pectoris, o de EPA e 0,12 g de DHA diários para um grupo
infarto do miocárdio, a arterios- de pacientes artríticos, observando-se redução
dos lucotrienos, compostos que estimulam a
clerose e a hipertensão arterial. Há formação de radicais livres nas articulações

231
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

boxane A3, que tem ação inerte, mas uma vez que nessa concentração es-
cuja presença no sangue reduz os ses óleos podem reduzir os níveis de
efeitos negativos da tromboxane A2. açúcar plasmáticos e a secreção de
Atualmente diversos trabalhos insulina, porém estes efeitos são fa-
estão observando o efeito dos óleos cilmente revertidos com a suspensão
insaturados de peixe no tratamen- to do produto.
do câncer, principalmente o da Excessos de óleos de peixes (por
mama, mas ainda não há nada con- exemplo acima de 6 g/dia), ingeridos
clusivo. durante muito tempo, podem pro-
duzir carências vitamínicas ligadas ao
Cuidados grupo das lipossolúveis, como a
vitamina E. Mas caso seja necessário
Os óleos comerciais de peixes, ministrar doses elevadas de óleos de
principalmente da família Omega 3, peixes, uma suplementação de vita-
devem ter o selo internacional de
isenção de metais pesados. Óleos
pronientes de peixes provenientes
do Atlântico Norte geralmente são
contaminados por metais pesados
que entraram na cadeia alimentar
devido aos milhares de naufrágios
que ocorreram durante as duas
guerras mundiais. Os peixes do Mar
do Norte ou do Pacífico Sul, Oceano
índico e Atlântico Sul, em geral não
apresentam metais pesados na sua
estrutura gordurosa.
Como os óleos de peixes não
contêm vitamina E na sua compo-
sição – e por isso podem sofrer um
processo de peroxidação (ransifica-
ção) - é sugerido que se faça uma
suplementação dessa vitamina ao
prescrever óleos de peixe, tipo EPA e
DHA, na base de 400 UI/dia.
Mesmo em doses elevadas (aci-
ma de 10 g/dia, por exemplo), os
óleos de peixes não são tóxicos, po-
rém podem reduzir o tempo de coa-
gulação e favorecer as hemorragias,
porém não existem relatos do fato
registrados até agora.
Doses em torno de 4 a 5 g/ dia
podem ser de certo modo prejudi-
ciais para diabéticos do tipo 1 e 2,
232
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

minas lipossolúveis elimina o incon- óleo essen- cial. Este vegetal entra na
veniente. composição da cerveja, sendo
Há estudos apontando também responsável pero seu sabor amargo
que os óleos de peixes possuem um característico. O lúpulo tem efeito
componente tóxico para o músculo tônico e diurético, sendo
cardíaco, o ácido cetoléico, porém, recomendado nas fraquezas,
sem base científica. anemias, doenças linfáticas, dispep-
Fontes alimentares de óleos de sias, vermes intestinais e doenças da
peixes são principalmente o salmão pele. Na cerveja o lúpulo empresta à
durante as estações frias (cada 50 g bebida um pouco destas proprieda-
contêm cerca de 4 g de óleos insa- des medicinais, mas se ingerida em
turados tipo Ômega 3), o bacalhau,
o atum gordo e outros. A maioria
dos peixes de água doce, além do
salmão, apresenta também
grandes concentrações desses
óleos.
A dose recomendada é de 2 a 5
g/dia, associadas a 400 UI de
vitami- na E, durante longos
períodos.

Omega 3 - Ácido linolênico


Ver Ácidos graxos
essenciais Omega 6 –
Ácido linolêico Ver Ácidos
graxos essenciais Omega 9
- Ácido olêico
Ver Ácidos graxos essenciais e
Azeite de Oliva

Lúpulo
Humulus lupulus

Planta da família das canabiáce-


as. Contém um composto
balsâmico amargo, a lupulina, e um
233
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

excesso torna-se prejudicial. É utili- Devido à sua afinidade com lipí-


zado nas formulações sob a forma de dios específicos, a melatonina tem a
pó fino das flores da planta. capacidade de atravessar a membra-
Não há dose definida. Em geral: na das células da pineal, das células
100 a 250 mg, 3 vezes ao dia. que revestem os vasos sanguíneos e
rapidamente atingir a corrente
Luteína sanguínea, de onde se difunde pelo
líquido intersticial de todo organis-
Pigmento vegetal, membro da fa- mo, alcançando o espaço intrace-
mília dos carotenos (ver Beta carote- lular, onde se fixa principalmente
no), também denominado xantofila. dentro do núcleo, no ácido desoxi-
Nas composições de suplementos é ribonuclêico.
utilizada sob a forma desidratada e Até bem pouco tempo, sabia-se
estabilizada. Tem efeito antioxidante. pouco sobre a melatonina, como por
Não há dose definida. exemplo, que ela interage com re-
ceptores específicos, produzindo al-
guns efeitos glandulares e mediando
Melatonina o ritmo circadiano. Mas hoje se sabe
que a sua ação primária, independe
Um dos hormônios sintetizados da interação com receptores, agindo
pela glândula pineal, e em bem me- como um potente antioxidante natu-
nor quantidade na retina e no trato ral, varredor de radicais livres, nota-
gastrointestinal, classificado quimi- damente do radical hidroxila. Talvez
camente como N-acetil-5 metoxitrip- este efeito se deva à capacidade da
tamina. Ela é produzida em maior melatonina de estimular a atividade
quantidade no período noturno, sen- da gluationa peroxidase, cuja função
do que a luz rapidamente suprime a é metabolizar o peróxido de hidro-
sua síntese; a escuridão é o requisito gênio, precursor do radical hidroxila.
absoluto para a sua produção e libe- Como antioxidante a melatonina é
ração, por esta razão a concentração mais atuante do que o glutation e o
de melatonina no sangue e nas célu- manitol, como protetor do DNA.
las é 3 a 10 vezes maior à noite. Em um sistema experimental, in
vitro, de geração de radicais hidroxila,
a melatonina apresentou efeito var-
redor 5 vezes maior do que
glutationa e 14 vezes maior do que o
manitol. Estes resultados com a
melatonina são excepcionais, se
considerarmos que a glutationa e o
manitol são dois dos mais excelentes
varredores de radicais livres, um em
nível intrace- lular e o outro
extracelular, respecti- vamente.
Também testes in vivo aponta-
ram a ação antioxidante da melatoni-
na. Administrando-se 300 mg/kg de

234
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

extrato oleoso de sassafrás a ratos, células da pineal que ocorrem com a


observa-se em 24 horas o apareci- idade. Pois é a norepinefrina que es-
mento de lesão maciça do DNA dos timula tais receptores à noite, aumen-
hepatócitos. A administração prévia tando o seu ritmo de produção. Outro
de 0,2 mg/kg de melatonina reduz fator é a alteração das estruturas do
em 40% a lesão do DNA. Aumenta- sistema nervoso central que gover-
do-se a dose de melatonina para 0,4 nam a síntese noturna do hormônio.
mg/kg reduz-se para apenas 1% a le- Tais estruturas são expostas, durante
são do DNA. toda a vida aos radicais livres, até que
Demonstra-se hoje que a bomba surgem lesões suficientes para dimi-
de cálcio do coração (Ca/Mg ATPase
nuir a síntese da melatonina.
dependente) exibe um ritmo circa-
Atualmente a medicina ortomo-
diano e que a retirada cirúrgica da
lecular (biomolecular) considera a
glândula pineal destrói esse ritmo, e
também que os radicais livres inibem melatonina como um excelente an-
a sua atividade e a melatonina a es- tioxidante, tanto pelos seus efeitos
timula. fisiológicos e farmacológicos como
Estudos mais recentes relacio- pela ausência de efeitos colaterais.
nando a melatonina com o diabete Mesmo quando empregada em do-
melito mostram que este hormônio ses muito altas e por vários anos, ela
tem a capacidade de reduzir a inten- parece não provocar efeitos co-
sidade do diabete no camundongo laterais em seres humanos, exceto a
quando quimicamente (aloxana). indução de sono. A sua notável solu-
Não existem ainda estudos publica- bilidade em lipídios torna fácil a sua
dos ou mencionados mostrando a absorção, seja pelos intestinos, pela
mesma ação da melatonina no dia- mucosa oral ou nasal. Acredita-se en-
betes humano comum. tão que a melatonina desempenhe
A melatonina sofre um decrésci- um papel protetor contra os radicais
mo gradual de produção com o enve- livres de oxigênio, diminuindo a inci-
lhecimento. Nas pessoas com idade dência das doenças degenerativas da
superior a 75 anos, o seu ritmo de idade e interferindo no próprio enve-
síntese nas 24 horas é somente uma lhecimento celular.
pequena fração daquele observado A melatonina tem sido empre-
nas pessoas de 20 a 30 anos. Isto
gada com relativo sucesso no trata-
pode acenar para a possibilidade de
mento da insônia crônica, nos casos
utilização da melatonina na pre-
de pessoas com síndrome do fuso-
venção e no combate das doenças
degenerativas, principalmente a ar- horário e inversão da noite pelo dia
teriosclerose, o reumatismo e outras (disincronia circadiana). Ela mostra-
alterações senis, incluindo a demên- se um bom auxiliar no tratamento da
cia e o Mal de Alzheimer. ansiedade em suas várias formas, da
Os estudos modernos mostram depressão, da fadiga crônica, da hipe-
que a melatonina sofre uma redu- ção ratividade, e nos casos de confusão
no envelhecimento devido à di- mental associada às doenças men-
minuição do número de receptores tais. Estudos mais recentes apontam
beta-adrenérgicos pós-sinápticos dos para efeitos mais significativos da

235
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

combinação da melatonina ao ami- rita). Provém mais comumente do


noácido triptofano no tratamento Japão e pode ser extraído de várias
auxiliar das doenças mentais. espécies de menta, principalmente
A indicação mais comuns da da hortelã-pimenta.
melatonina é a insônia, onde pro- Externamente o mentol tem pro-
duz resultados muito interessantes; priedades fracamente anti-sépticas,
secundariamente as indicações são atuando sobre os nervos sensitivos,
para as desordens senis, o envelheci- causando primeiramente sensação
mento muito acentuado, as reduções de calor e de formigamento, passan-
da capacidade imunológica, as taxas do rapidamente por uma sensação
elevadas de colesterol, na arterios- de frescor e adormecimento. Apli-
clerose, nas doenças mentais e como cado nas mucosas inflamadas, como
preventivo do câncer. as do nariz e da garganta, diminui a
Apesar dos efeitos interessantes, congestão e as secreções.
sugerimos que a decisão de prescre- É utilizado preponderantemente
ver a melatonina seja bem ponde- em fórmulas tópicas (uso externo),
rada, pensada e acompanhada, por mas pode fazer parte de compostos
ser ainda uma substância em estudo, para uso oral, agindo como antifiséti-
cujos efeitos podem variar de um co, antiflatulento e antiespasmódico,
para outro indivíduo, além de não se sempre em pequenas quantidades.
conhecer todas as possibilidades dos Atualmente existe um tipo de
efeitos do hormônio em longo prazo. mentol sintetizado, derivado da hi-
A melatonina deve ser ingerida drogenização do timol, presente em
sempre à noite, em doses baixas, ini- muitas formulações, que deve ser
ciando-se com 2 mg, passando-se de- evitado: Weiss e Leung (1980 e
pois do primeiro mês a 3 ou 4 mg/dia, 1985), mostraram os efeitos tóxicos
segundo as condições individuais. do mentol artificial, provando defi-
Mais estudos destacados com a nitivamente que os seus efeitos são
melatonina: bastante diferentes do óleo natural
Reiter R.J.: Interactions of the do mentol (L-mentol natural), que
pineal hormone melatonin with oxy- não é um produto tóxico.
gen - centered free radicals: a brief
review. Brazilian J. Med. Biol. Res., NADH
26:1141 - 1155, 1993.
Poeggeler B et al: Melatonin, hy- NADH é a abreviação de dinu-
droxyl radical - mediated oxidative cleotídio de nicotinamida e adeni-
damage and aging: a hypothesis .J. na com hidrogênio de alta energia
Pineal Res. 14:151 - 168, 1993. (nicotinamide adenine dinucleo- tide
hydride). Trata-se de uma im-
Mentol portante coenzima, de ocorrência
natural, presente em todas as cé-
O mentol apresenta-se como lulas vivas, das bactérias aos seres
uma substância branca e cristalina, humanos, como um componente
que se obtém por arrefecimento da fundamental para a produção de
essência da hortelã (mentha pipe- energia celular1

236
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Células que necessitam de ener- mina o movimento muscular. Sem a


gia, como os neurônios, células mus- quantidade necessária de dopamina,
culares, possuem elevedas concen- os músculos tornam-se rijos. Esta
trações de NADH. Há referências a reação é exemplificada nos sinais e
concentrações próximas a 90 mcg de sintomas do Mal de Parkinson, onde
NADH por grama nesses tecidos. existe destruição das células cere-
O NADH participa da síntese do brais encarregadas da produção de
ATP2 . Quando o composto é oxida- dopamina. Dados preliminares suge-
do na mitocôndria, forma água e rem que o NADH pode ajudar a redu-
energia. Quanto mais NADH está zir os sintomas parkinsonianos.
presente na célula, maior o gradien-
te de energia (ATP) a célula é capaz Mal de Parkinson
de produzir. Para cumprir a demanda
de energia, o corpo humano sintetiza Num ensaio, George Birkmayer,
NADH continuamente, num processo médico diretor do Instituto Birkmayer
que envolve a niacina e outros ele- para Terapia do Mal de Parkinson em
mentos do complexo B3. Viena, Áustria, forneceu NADH para
Embora o NADH ocorra natural- 885 pessoas com a doença. Aproxi-
mente em todas as células vegetais, madamente metade deles recebeu
a carne animal é uma fonte mais rica 12, 5 mg de NADH IM, enquanto que
do composto, no entanto a car- ne os demais ingeriram NADH oralmen-
industrializada (salsichas, carne de te, em cápsulas. Aproximadamente
hambúrgueres, etc.), processada e 80% dos pacientes obtiveram efeitos
cozida, o possui menor quantida- de. clínicos benéficos: 19.3 % mostraram
Além disso ambiente ácido do excelentes melhora (30 a 50 %); 58.8
estômago destrói mais facilmente o % uma melhora moderada (10 a 30).
NADH presente na carne animal do Entre todos os pacientes, apenas
que nos vegetais, uma vez que estes 21.8 % deixou de apresentar algum
têm a sua digestão completada mais tipo de resposta ao produto. Prati-
no nível intestinal do que gástrico. camente não houve diferença entre
os efeitos do NADH oral ou IM. Os
Função física e mental pacientes mais jovens e aqueles que
estavam doentes há menos tempo
obtiveram melhores resultados. 4
Pesquisas científicas atuais su-
gerem que uma suplementação com
Depressão
NADH pode melhorar a saúde física e
mental. Por exemplo, estudos mos-
O NADH intensifica também a sín-
traram que o NADH intensifica dras-
tese danorepinefrina(noradrenalina).
ticamente a produção da dopamina,
Níveis reduzidos de dopamina e de
um neurotransmissor envolvido com
norepinefrina pode produzir depres-
o processo da memória imediata,
são e alterações negativas do humor.
com os movimentos involuntários,
As drogas que elevam as taxas desses
com o tônus muscular e os reflexos.
mediadores químicos nos níveis cere-
Ele também media a liberação do
brais, podem elevar positivamente o
hormônio do crescimento e deter-

237
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

humor até o ponto da euforia, seme- ça a envelhecer quando o reparo do


lhante ao efeito das anfetaminas, da DNA se torna progressivamente
cocaína e de outras drogas capazes ineficiente. O reparo do DNA exige
de inibir a redução dos níveis de am- NADH. Além disso, o maior respon-
bos neurotransmissores. sável pelo constante ataque ao DNA
Um ensaio de 1992, conduzido celular vem dos radicais livres, gera-
por Birkmayer observou o efeito do do pelos formas tóxicas provenientes
NADH em 205 pacientes que sofriam do metabolismo normal do oxigênio.
de depressão. O produto foi ministra- O NADH é um potente varredor de
do oralmente, na dose de 5 mg, in- radicais livres, protegendo a integri-
tramuscularmente, na dose de 12.5 dade celular7.
mg) ou intravenosamente, na dose
idêntica de 12.5 mg), de 5 a 310 dias. Performance atlética
90% dos pacientes mostraram efeitos
clínicos benéficos. A melhora global Pesquisadores estão justamen-
te observando o NADH como um
foi de 11.5 pontos no teste que me-
possível recurso para melhorar a
dia a severidade da depressão, o que
performance atlética. Teoricamente,
significa uma estatística moderada5
a função fisiológica e corporal é re-
forçada pelo NADH e, portanto, be-
Mal de Alzheimer néfica para atletas. Outra pesquisa
comandada pelo Dr. Birkmayer com
Diversos estudos preliminares atletas de competição indicou que o
mostraram que o NADH pode ser útil NADH aumenta a capacidade de
também no Mal de Alzheimer. trabalho físico. O pesquisador e seus
Também num estudo comandado colegas mediram a performance fí-
pelo Dr. Birkmayer, 17 pacientes com sica de 17 ciclistas de competição e
demência senil tipo Alzheimer, rece- maratonistas de longa distância atra-
beram NADH entre 8 e 12 semanas. vés de bicicleta ergométrica. Os atle-
Avaliados numa escala que mede a tas submeteram-se aos testes antes
deteriorização mental, os pacientes e depois da ingerirem cada um 5 mg
apresentaram melhora da disfunção de NADH antes do desjejum matinal
cognitiva. Não ocorreram efeitos ad- durante 4 semanas. Durante esse pe-
versos.6 Este estudo piloto foi apenas ríodo foram considerados diversos
um ensaio aberto, cujos resultados fatores, incluindo os estilos de vida
ainda não podem ser considerados de cada pessoa. Como resultado, a
conclusivos. Estudos duplos-cegos maior parte dos atletas apresenta-
com grupo de controle/placebo são ram aumento da capacidade do tem-
necessários para avaliar o efeito do po de reação muscular, na ordem de
NADH no Mal de Alzheimer. 10% em 5 atletas, de 10 a 20% em 8
pessoas e mais de 20% em 3 deles.
Envelhecimento menor redução da capacidade de re-
ação. O tempo global de reação e re-
Uma das teorias do envelheci- flexos cresceram consideravelmente
em 16 dos 17 atletas observados 8. .
mento postula que a célula come-

238
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Os pesquisadores pensaram na Não existe posologia ou dose de-


hipótese de que a redução da capa- terminada para o composto, mas su-
cidade de reação e reflexo se devia a gere-se a ingestão de 5 a 10 mg uma
uma deficiência prévia de NADH em ou duas vezes ao dia para os casos
alguns atletas e que a suplementação acima descritos. Doses superiores
com o produto determinou elevação podem ser prescritas para atletas ou
na produção de dopamina, gerando desportistas.
aumento da capacidade de alerta;
este mesmo efeito já havia sido de- Referências científicas ligadas
tectado em estudos com ratos9 . O ao NADH
estudo foi completado com evidên-
1. Lehninger, A.L. Vitamins and Coen-
cias de que o estímulo da produção
zymes, Biochemistry, 2nd Ed.: 337-42.
de ATP pelo NADH pode ter influen-
The Johns Hopkins University School of
ciado na performance dos atletas.
Medicine, New York: Worth Publishers
Atualmente o NADH está sendo
Inc., 1975.
estudado com detalhes pelo Dr. Ed-
2. Devlin, T.M. Biochemistry With Clinical
mund R. Burke, Ph.D., e professor de
Correlations, 3rd Ed.: 559-63. Hahnemann
biologia da Universidade do Co-
University School of Medicine, New York:
lorado, co-autor do conhecido livro
Wiley Liss, 1992.
Training Nutrition e autor do best
seller Pyruvate (Keats, 1997). O Dr. 3. Alberts, B. et al. Energy Conversion:
Burke é também diretor de ciências Mitochondria and Chloroplasts. Molecular
esportivas do time oficial de ciclistas Biology of the Cell, 3rd Ed.: 653-720. New
dos Estados Unidos. Os seus estudos York: Garland Publishing Inc., 1994.
sobre o NADH indicam resultados in- 4. Birkmayer, J.G.D., et al. “Nicotinamide
teressantes para o forro. adenine dinucleotide (NADH) - a new
O NADH é hoje encontrado como therapeutic approach to Parkinson’s dis-
suplemento nutricional e é indicado ease: Comparison of oral and parenteral
como auxiliar terapêutico ou como application.” Acta Neurologica Scandina-
preventivo das doenças relacionada via 87 (Suppl 146): 32-35, 1993.
neste item; além disso, é indicado 5. Birkmayer, J.G.D. & Birkmayer, W. “The
para as pessoas cujo estilo de vida coenzyme nicotinamide adenine dinucle-
exige reposição energética, vitalida- otide (NADH) as biological antidepressive
de e atividade mental. agent experience with 205 patients.” New
Mesmo em concentrações eleva- Trends in Clinical Neuropharmacology (in
das, o NADH não tem demonstrado press).
toxicidade ou efeitos adversos10. Es- 6. Birkmayer, J.G.D. “Coenzyme nicotin-
tudos em andamento e ensaios clíni- amide adenine dinucleotide: New Thera-
cos, tanto nos Estados Unidos como peutic approach for improving dementia
em outros países estão confirmando of the Alzheimer type.” Annals of Clinical
o efeito do NADH na performance de and Laboratory Science, 26 (1): 1-9, 1996.
atletas e desportistas. Não pe auto- 7. Birkmayer, J.G.D. Energy for Life: NADH,
rizada para a prescrição médica no The Energizing Coenzyme: 6-11. New York:
Brasil. Menuco Corp., 1996.

239
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

8. Birkmayer, J.G.D. & Vank, P. “Reduced concentração e ao desempenho, além de


coenzyme 1 (NADH) improves psycho- efeito neuroprotetor, imunoprotetor e
motoric and physical performance in protetor das células e vasos cardíacos.
athletes.” White Paper Report, New York: A ação da PQQ ocorre principalmente
Menuco Corp., 1996. pela promoção da biogênese de novas
9. Gardier, A.M. “Effects of acute and mitocôndrias por ativação de vias de
chronic NADH administration on pe- sinalização, diretamente envolvidas no
ripheral and central norepinephrine and desenvolvimento, função e metabolismo
dopamine synthesis in the rat.” Birkmayer energético celular. O composto não só só
Institut fur Parkinsontherapie, Internal Lab protege a mitocôndria do estresse
Report (No. 94070401). oxidativo, mas atua na biogênese
espontânea dessas organelas celulares,
10. Birkmayer, J.G.D. & Vank, op. cit., 16.
principalmente em processo de
envelhecimento. Sendo assim, seu uso
Octaconasol aumenta o nível de energia através da
preservação da função mitocondrial,
Trata-se de um lipídio presente gerando maior quantidade de ATP.
no óleo de germe de trigo concen-
trado, que tem se mostrado benéfico
contra distrofias musculares e neuro- Própolis
musculares, dores musculares após
exercícios, baixo rendimento físico. O A própolis comum é um compos-
produto incrementa a utilização do to resinoso coletado pelas abelhas
oxigênio durante a atividade físi- ca,
(Apis mellifera), que a usam para
além de promover maior reserva de
construir e completar espaços nas
glicogênio muscular. Tem efeito
colméias, e como recurso mantene-
também como redutor do excesso de
dor da saúde (Greennaway, 1990).
colesterol. Não existem, contudo,
estudos conclusivos completos sobre
o produto.

PABA
Ver Ácido para-aminobenzóico.

PQQ
Pirroloquinolina quinona
Trata-se de uma vitamina do complexo
B, de ação antioxidante bem superior à
vitamina C, com ação maior na
neutralização dos radicais livres
superóxidos e hidroxila. É um novo co-
fator com atividade similar à vitamina
B, quanto à reparação cognitiva, com
importante papel no processo de anti-
envelhecimento, na estimulação
natural dos níveis energéticos ligados à
240
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

A própolis possui importantes mas como dehidrogenase, glicose- 6-


propriedades farmacológicas, fosfatase, adenosina trifosfatase e
poden- do ser aplicada em grande fosfatase ácida (Tikhonov and Ma-
quantida- de de propósitos, como montova, 1987).
antiinflama- tório, agente A própolis é utilizada como recurso
hipotensor, modulador medicinal desde a antiguidade. Os gre-
imunológico, além de agente bac- gos já a utilizavam nos seus sistemas
teriostático e bactericida para uma terapêuticos e são responsáveis pelo
grande variedade de nome do produto. (Makashvili, 1978).
microrganismos (bactérias, vírus, Atualmente estudos científi-
fungos e parasitas), bem como para cos bem conduzidos mostram que
muitos outros usos ainda em
avaliação (Ghisalberti, 1979).
Contém cerca de 300 subs- tâncias
ativas, apresentando rica
composição em polissacarídeos
com- plexos, terpenos, taninos,
compos- tos fenólicos, compostos
aromáticos diversos, além de
aldeídos e outras substâncias (Asis,
1989; Koo e Park, 1997). A própolis
é rica em flavonói- des
apresentando doze: pinocembri-
na, acacetina, crisina, rutina,
catequi- na, naringenina, galangina,
luteolina, kaempferol, apigenina,
miricetina e quercetina. Dois ácidos
fenólicos: cinâmico e cafeico. Um
estilbeno e resveratrol. A própolis
contém 55 % de resinas e
substâncias balsâmicas, 30 % de
cera, 10 % de óleo etérico e 5% de
pólen. É rico em vitaminas e
minerais (Nikolaev, 1978), contendo
magnésio, cálcio, iodo, potássio, só-
dio, cobre, zinco, manganês e ferro,
além das vitaminas B1,B2, B6, C e E.
Além disso a própolis contém enzi-
241
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

a própolis é um poderoso antioxi- Grange e Davey, em 1990; Ro- jas


dante, possuindo grande atividade Hernandez e colaboradores em,
antimicrobiana, cicatrizante (úlceras 1993, verificaram a efetividade do
internas e externas) e propriedades extrato de própolis contra cepas de
antitumorais. Muito utilizada empi- bactérias Gram-positivas, como Pro-
ricamente nas gripes, febres, resfria- pionibacterium, Arachinia and Eu-
dos, tosses, sinusite, viroses em geral, bacterium, além de cepas de clostri-
alergias, inflamações, dores, e exter- dium (já visto por Kedzia em 1986).
namente, em infecções tópicas, mico- Também resultados de inibição fo-
ses, etc., também em gargarejos para ram verificados em cepas de Myco-
inflamações e infecções da garganta. bacterium tuberculosis, além de con-
firmarem alguma ação contra bacilos
Própolis verde Gram-negativos.
(Cytoprópolis) Aga e colaboradores, em 1994,
isolaram três componentes antimi-
A própolis verde é a mesma pró- crobianos de extratos de própolis
polis das abelhas, porém extraída de brasileiros, identificando- os como
uma resina das folhas da planta ácido 3,5 diprenil-4- hidroxicinâmi-
alecrim do campo (baccharis dracun- co, o ácido 3-prenil- 4- dihidroci-
culifolia). Estudos apontam que esta namoloxicinâmico e o 2,2- dimetil
própolis tem efeitos muito superio- -6- carboxietenil- 2H-1-benzopireno,
res que a própolis comum, possuin- com forte atividade contra o Bacillus
do maior concentração de bioflavo- cereus, o Enterobacter erogenosa e
nóides ativos e de todos os demais Artroderma benhamiae.
componentes. Takasi e colaboradores em 1994,
Pesquisas científicas relativas à verificaram que a própolis é capaz de
própolis inibir o crescimento bacteriano por
interferência na sua divisão celular,
Atividade antibacteriana pela desorganização do citoplasma e
de desestruturação da membrana
Vokhonina e colegas, 1969; Ako- celular dos germes, fenômenos que
pyan e colegas, 1970; Grecianu e os antibióticos mais potentes não
Enciu, 1976 descobriram atividades conseguem fazer
antibacterianas da própolis contra Ugur e Arslan (2004) investi-
muitos germes Gram positivos e garam as propriedades antibacte-
Gram negativos, com ação contra rianas e antifúngicas do extrato de 45
bacilos Gram negativos mais limi- diferentes tipos de própolis em
tada. Mugla, Turquia, verificando que vá-
Shub e colaboradores , em 1978, rios microrganismos foram sensíveis
inocularam bactérias em placas de à substância, como a Shigella e o
Petri com agar-agar misturada com Streptococcus mutans, a Salmonella
própolis de 18 regiões diferentes da typhi e o Pseudomonas aeruginosa. A
Rússia, tendo como resultado a ini- pesquisa usou um grupo que rece-
bição de cepas de Bacillus cereus e beu antibióticos e outro que recebeu
Staphylococcus aureus.
241
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

própolis, sendo que os resultados e logo após irrigados com solução


apontaram igual resultado em am- salina isotônica. Depois de 17 dias de
bos os grupos. tratamento, 9 pacientes haviam se
recuperado completamente e os
Atividade antiviral demais melhorado muito.
Em 1982, Pepeljnjak e colabira-
Ecsanu e colaboradores, em dores verificaram que extratos puros
1981, verificaram a redução da mor- de própolis, numa concentração de
talidade em ratos infectados pelo 15- 30 mg/ml, foram capazes de ini-
vírus A/PR8/34 (HONI),da influenza, bir completamente cepas de Candida
através da administração de extratos albicans, Aspergillus flavus,
hidrolizados de própolis. Aspergillus ochraceus, Penicillium
Amoros e colaboradores, em viridicatum e Penicillium notatum.
1994, descobriram que a própolis Em 2001, Ota e colaboradores
pode reduzir titulagens de vírus e a estudaram a atividade da própolis
síntese de de DNA. Serkedjieva e contra fungos patogênicos em 75 ce-
colaboradores confirmaram o mes- pas de Candida sendo: 20de Candida
mo em 1997, observando que um albicans, 20 de Candida tropicalis, 20
componente da própolis isolado, o de Candida krusei and 15 de Candida
isopentil ferulato é capaz de inibir o guilliermondii, verificando forte ação
vírus A1 Noney Kong da influenza. antifúngica, com destruição de prati-
Em 2001, Ito e colaboradores camente todas as cepas.
verificaram a efetividade do triterpe-
noide melliferone, do ácido morôni- Atividade antiparazitária e anti-
co, do ácido anueizônico e do ácido protozoária
betulônico, além de quatro compo-
nentes aromáticos - todos estes so- Higashi e de Castro, em 1995,
lados de amostras de própolis brasi- verificaram em testes, que o extrato
leiro – na inativação do vírus HIV e na alcoólico e o extrato dimetil-sulfó-
ativação dos linfócitos H9. xido DEP) da própolis, foram ativos
contra o Trypanosoma cruzi (mal de
Atividade antifúngica Chagas). Em 1977 , Starzyk e colabo-
radores verificaram que os mesmos
Em 1979, Kovalik investigou 12 componentes foram mortais para o
pacientes portadores de sinusite crô- Trichomonas vaginalis.
nica causada por Candida albicans.
Observando que o fungo mostrou-se Atividade antiinflamatória
muito sensível à própolis em 8 casos;
em dois casos a resposta foi fraca e Em 1999, Park e Kahng estu-
nula em dois deles. Os pacientes daram a ação antiinflamatória da
foram tratados com emulsões de própolis em inflamações crônicas,
extratos alcoólicos concentrados de utilizando ratos com artrite, na dose
própolis, que foram introduzidas dia- entre 50 a 100 mg diárias, por kg de
riamente nos sinus através do nariz peso. Dianta dos excelentes resul-

241
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

tados, os autores concluíram que a procurar orientação profissional, mas


própolis tem forte efeito antiinflama- em geral elas toleram bem o extrato
tório, tanto em inflamações crônicas alcoólico de própolis (melhor o
quanto agudas. hidroalcoólico, que não incomoda)
misturado em água e mel, sucos, etc.
Ação anti-ulcerosa
Referências científicas da própolis
Tossoun e colaboradores repor-
taram em 1997 a capacidade do mel Xie, L.; Allway, G.; Wild, C.; Kilgore, N.; Lee,
e da própolis em inibir o crescimento K. H. Bioorg. Med. Chem. Lett. 2001, 11,
do Helicobacter in vitro was. O mes- 2291-2293.
mo resultado verificou Boyanova e Marcucci, M. C. Apidologie 1995, 26,
colaboradores em 2003, observando a 83-99.
ação do extrato alcoólico de própo- lis Matsuno, T.; Matsumoto, Y.; Saito, M.;
a 30 % em 38 casos clínicos isolados de Morikawa, J. Z. Naturforsch. 1997, 52,
úlcera com infecção por H. pylori. 702-704.
Dose e posologia. A própolis é
Vynograd, N.; Vynograd, I.; Sosnowski, Z.
facilmente encontrada no comércio
Phytomed. 2000, 7, 1-6.
sob a forma de extrato alcoólico, ge-
ralmente a 30% (o mais recomenda- Matsuno, T.; Jung, S. K.; Matsumoto, Y.;
do), mas deve-se procurar prescrever Morikawa, J. Anticancer. Res. 1997, 17,
ou adquirir produtos registrados e d 3565-3568.
empresas idôneas, evitando o pro- Kimoto, T.; Arai, S.; Kohguchi, M.; Aga, M.;
duto na forma artesanal, a não ser Nomura, Y.; Micallef, M. J.; Kurimoto, M.;
que se confie no fabricante. Muitos Mito, K. Cancer Detect. Prev. 1998, 22,
apicultores produzem a própolis, que 506- 515.
pode ser obtida também em pó ou a Basnet, P.; Matsuno, T.; Neidlein, R. Z.
própria resina, mas o seu uso não é Naturforsch. 1997, 52, 828-838.
prático. Há também a própolis em
Park, Y. K.; Koo, M. H.; Abreu, J. A. S.;
cápsulas, de várias dosagens.
Ikegaki, M.; Cury, J. A.; Rosalen, P. L. Curr.
Existe no mercado mais especia-
Microbiol. 1998, 36, 24-28.
lizado a própolis em solução hidro-
alcoólica muito prática para uso Park, Y. K.; Ikegaki, M.; Alencar, S. M.;
pediátrico e por pessoas que têm Moura, F. F. Honeybee Sci.2000, 21, 85-90.
dificuldade para ingerir o produto na Anales Musum Nacional Montevideo, Ser.
forma de extrato alcoólico, uma vez 2, 4, No. 11, 1936; p 40.
que ele é bastante picante. Marchiori, J. N. C.; Sobral, M. Dedrologia
Recomenda-se o uso da própolis das Angiospermas Myrtales; Editora
verde, que é mais potente e eficaz. Universidade Federal de Santa Maria,
A posologia regular para o extra- 1997; p 87.
to de própolis a 30% em de 10m a 20 Flora Brasiliensis; 1857; Vol. 14, No. 1, p
gotas, 3 vezes ao dia, em água (ou 233.
suco). Em cápsulas: 250 a 700 mg 3 a
Hashimoto, F.; Kashiwada, Y.; Cosentino,
4 vezes ao dia, ou dependendo do
critério do profissional. Para crianças,
242
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

L. M.; Chen, C. H.; Garrett, P. E.; Lee, K. H. fór- mula foi desenvolvida na
Bioorg. Med. Chem. 1997, 5, 2133-2143. Universidade de Logan, Estados
Unidos, patenteada pelo cientista, Dr.
Kashiwada, Y.; Wang, H. K.; Nagao, T.;
Roy A. Brog.
Kitanaka, S.; Yasuda, I.; Fujioka, T.; Yamagi-
Comparado ao leite animal tipo
shi, T.; Cosentino, L. M.; Kozuka, M.; Ok-
A, o CPSL é muito superior e mais
abe, H.; Ikeshiro, Y.; Hu, C. Q.; Yeh, E.; Lee,
fácil de digerir, favorecendo um ín-
K. H. J. Nat. Prod. 1998, 61,1090-1095. dice de absorção e aproveitamento
Ahsan, M.; Armstrong, J. A.; Gray, A. I.; nutritivo ideal ao corpo humano. É
Waterman, P. G. Phytochemistry 1995, 38, um produto puro, com um nível de
1275-1278. microorganismos e bactérias pratica-
Li, L.; Xue, H.; Kangouri, K.; Ikeda, A.; mente nulo, quando comparado ao
Omura, S. Planta Med. 1989, 55, 294-296. leite animal “in natura“, apresentan-
do excelente sabor.
Liu, J.; Huang, M.; Tao, Y. Can. J. Chem.
O CPSL é classificado nutricional-
1988, 66, 414-415.
mente como um “análogo lácteo“,
Patra, A.; Chaudhuri, S. K.; Panda, S. K. J. pois a sua composição é, de certo
Nat. Prod. 1988, 51, 217-220. modo, similar à do leite em alguns de
Lopes, N. P.; Blumenthal, E. E. A.; seus componentes. Quando o leite
Cavalheiro, A. J.; Kato, M. J.; Yoshida, M. de vaca é separado em coalho e soro
Phytochemistry 1996, 43, 1089-1092. liquido, os microminerais permane-
cem no soro, e quando remove-se o
Gangloff, A. R.; Judge, T. M.; Helquist, P. J.
seu conteúdo de água e gorduras
Org. Chem. 1990, 55, 3679-3682.
para a preparação do pó de soro (ou
Bohlmann, F.; Scheidges, C.; Zdero, C.; soro desidratado), o resultado é um
King, R. M.; Robinson, H. Phytochemistry produto com teor concentrado de
1984, 23, 1109-1111. eletrólitos de leite. Mais de 50
Bennett, G. J.; Harrison, L. J.; Sia, G. L.; % da parte sólida do leite consiste de
Sim, K. Y.; Connolly, J. D. Phytochemistry gordura e caseína que são trans-
1992, 31, 1325-1327. formados em queijos. Retirando-se
Pereda-Miranda, R.; Delgado, G. J. Nat.
esta parte sólida o resultante é pó de
soro, com alta concentração de mi-
Prod. 1990, 53, 182-185.
nerais de traço. As análises mostram
Ye, Y.; Kinoshita, K.; Koyama, K.; Takahashi, que o pó de soro possui mais que o
K.; Kondo, N.; Yuasa, H. J. Nat. Prod. 1998, dobro de minerais de traço ou eletró-
61, 456-460. litos que o leite em pó.
Anti-AIDS Agents. 48 Journal of Natural
Products, 2001, Vol. 64, No. 10 1281.

Proteínas do soro do
leite (CPSL)

O Concentrado liofilizado de pro


teínas do soro do leite (CPSL), é um
su- plemento alimentar, derivado do
soro do leite bovino, a partir de uma
com- posição láctea modificada, cuja
243
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Na produção do CPSL, ocorre uma A quantidade sugerida para uso é


redução de 10 % dos caseinatos e au- de 2 a 3 colheres de sopa/dia do pó
mento de 90% de lactoalbuminas,que de CPSL (misturadas a alimentos, su-
são proteínas ricas em aminoácidos. cos, vitaminas, etc.) para adultos não
Há eliminação de lipídios saturados e atletas. Desportistas e pessoas fisica-
colesterol e redução da lactose, atra- mente ativas podem utilizar até o do-
vés de processos de ultrafiltração. Há bro da dose. Para crianças, as quan-
produtos no mercado completamen- tidades para consumo podem ser
te livres de lactose. inferiores, mas o ideal é que sejam
Resumindo, além de proteínas e estabelecidas por nutricionistas. O
aminoácidos de elevada assimilação, o produto não deve ser aquecido para
CPSL contém vitaminas e minerais, evitar a degradação dos nutrientes.
carboidratos, gorduras leves e enzi-
mas biológicas. Uma colher de sopa de Quercetina
CPSL apresenta 25 % das necessidades
nutricionais diárias (R.D.A) para um Bioflavonoide largamente pre-
adulto comum, não desportista. sente no reino vegetal, em particular
O produto é indicado como su- nos frutos cítricos. Pertence ao grupo
plemento protêico-nutricional para da vitamina P, no qual estão também
todas as pessoas, de qualquer idade,
sem nenhuma contra-indicação, prin-
cipalmente para compensar longas
jornadas diárias de trabalho físico e/
ou mental, para estudantes, esportis-
tas, grávidas e lactantes, convalescen-
tes, ou para programas de controle ou
redução de peso (um copo de CPSL
contém apenas 90 calorias contra 160
do leite tipo “A”). É um importante
produto para a nutrição infantil.
A proteína de soro é uma das
melhores fontes de aminoácidos co-
nhecida, mas é reconhecida também
por sua capacidade de aumentar a
resistência imunológica. A lactoalbu-
mina (a principal proteína de soro),
foi cientificamente comprovou ser
2.4 vezes mais nutritiva que a pro-
teína do ovo e 5 vezes mais que a
caseína em relação a sua capacidade
imunológica. Estudos confirmam que
os aminoácidos da lactoalbumina são
os responsáveis pelo aumento da ca-
pacidade imunológica .

244
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a rutina, a hesperidina, etc. Ver Bio- micelas de calorias pesadas. Estas


flavonóides. são substâncias que freqüentemente
são convertidas em gordura e aca-
Quitosana bam armazenadas no corpo. Como o
polímero da quitosana cresce, torna-
A quitosana é um aminopolissa- se grande demais para ser absorvido
carídio derivado da quitina, da área digestiva e acaba excretado,
presente na carapaça dos levando consigo a gordura e as subs-
crustáceos. A quiti- na é tâncias capazes de produzi-la.
estruturalmente semelhante à Os ácidos biliares também são
celulose, uma fibra das plantas, neutralizados pelos polímeros da qui-
com a diferença de que o
grupamento químico hidroxi é
substituído por acetilamino. A
quitosana é obtida da quitina por
meio de um processo de- nominado
desacetilação. Esta remo- ção dos
radicais acetil resulta num polímero
instável, uma molécula com
polaridade fortemente positiva,
capaz de atrair moléculas
carregadas negativamente.
Dentro do sistema digestivo, a
quitosana forma um gel carregado
positivamente, que atrai as molé-
culas de carga negativa de gorduras
saturadas e bílis, prendendo-as for-
temente nos locais onde os grupos
acetil foram removidos. Este
proces- so forma grandes
estruturas (políme- ros) que não
podem ser facilmente
desmontadas pelo processo
digesti- vo. A quitosana atua então
como co- agulador de sólidos
ativados, que po- dem conter
moléculas de alta caloria como
cadeias de açúcar complexas e
245
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

tosana. Estes ácidos são destinados a que o grau farmacêutico agora dispo-
quebrar as moléculas de gorduras nível ao público) está entre 90 a 95%
em partículas menores, chamadas e pode absorver 10 a 12 vezes o seu
micelas, que são digeridas e então peso. A quitosana comum, presente
absorvidas por atividade enzimáti- nos alimentos que a contém (a cara-
ca, acabando por contribuindo para o paça dos crustáceos) tem um grau de
acúmulo de massa gordurosa no desacetilação entre 75 a 80% e liga 4
corpo. A quitosana reduz a absorção a 6 vezes seu peso. Ao adquirir a qui-
destas micelas. tosana, devemos observar o rótulo
Com o hábito de consumir mais do produto para saber o seu grau de
gorduras saturadas do que o normal, desacetilação. Lembrar também que
o organismo humano atual produz quitosana é uma substância e não
uma quantidade maior de ácidos bi- uma marca comercial.
liares. Acredita-se que ácidos biliares Já se sabe que a vitamina C, (áci-
em excessivos contribuam para o do ascórbico) dobra a eficácia da qui-
surgimento do câncer do cólon e da tonasa4.
próstata, portanto, o uso da quito- Um estudo clínico sobre a inges-
sana pode ter efeito positivo contra tão de quitosana mostrou que em
estes problemas2. cinco semanas, o colesterol total de
A quitosana é caracteristicamen- uma pessoa estava reduzido a 32%.
te um fibra lipofílica. Geralmente as Paralelamente, a quitosana eleva os
fibras são hidrófilas repelem a gordu- níveis do “bom” colesterol, o HDL ,
ra e atraem a água3. A quitosana, na que é benéfico e capaz de manter as
verdade, captura e inativa gorduras e artérias livre da placa ateromatosa;
colesterol, prevenindo a sua absor- os níveis apontados foram de 7.5%
ção e armazenamento. depois de cinco semanas5. Os estu-
Pesquisas de laboratório apon- dos também mostraram que os níveis
tam que a quitosana pode ligar quan- de triglicerídeos estavam reduzidos a
tidades significativamente mais altas 18% no mesmo período de tempo6.
de gorduras que as outras fibras. De Estudos adicionais mostraram
fato, 23 diferentes tipos de fibra fo- que também diminuíram significa-
ram usadas em um estudo, mostran- tivamente as concentrações de co-
do que a quitosana foi a que mostrou lesterol total. Cientistas japoneses
melhores resultados, atraindo e eli- concluíram que ratos alimentados
minando 55% mais gordura na área com quitosana durante 4 semanas
gastrointestinal que as demais. apresentaram redução dos níveis de
O grau da cargas negativas, gor- colesterol de 60% a mais em relação
duras, lipídios em geral, colesterol, ao grupo de controle7.
cadeias complexas de açúcar, ou de Níveis elevados de colesterol
carboidrato de alta caloria (amidos), determinam maior tendência ao
são atacados pela quitosana em pro- acúmulo de gordura saturada. O
porção direta ao grau de desaceti- colesterol está presente na gordura
lação desta. Há diferentes graus de saturada, no sebo, na manteiga, em
desacetilação da quitosana, sendo muitos queijos gordurosos, nas vísce-

246
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

ras animais, em muitos frutos do mar 3 Betty Kamen, Ph.D. New Facts on Fiber.
(porém estes possuem um colesterol Group of nutrition Encounter, Beginner,
de muito mais fácil metabolização), Ca. 1991 ISBN 0-944501-05-2
etc. Um posicionamento parecido 4 Kanauchi, et al. Growing effect of a
poder ser feito quanto aos triglicé- chitosan and ascorbic acid it mixes in
rides. No entanto, o excesso deles é fecal dietary fat excretion. Biosci-Biotech-
o fator comprovadamente causador Biochem.,1994, 59(9)1617-1620.
das doenças descritas como causa-
das pelo excesso de gorduras satura- 5 Maezaki et al. Hypocholesterolemic
das no organismo. makes of chitosan in adult males. Biosci-C\
Mesmo se uma pessoa não apre- Biotchnol-Biochem, 1993:57(9)1439-44.
sente peso excessivo, não significa 6 Ikeda, et al. Related it makes of dietary
que os seus níveis de colesterol e tri- fiber and it puts on weight as lymphatic
glicérides sejam normais. Há pessoas cholesterol and triglyceride absorption
magras que podem ser hipertensas in mices. Newspaper of Nutrition 1989.
além de ter esses níveis muito acima 119(10)1383-7.
do normal.
7 Kobayashi, et al. Chitosan effect in
A quitosana de grau farmacêuti-
serum and liver cholesterol evens in
co mostrou-se ser tão efetiva quanto
cholesterol-fed mices. Nutrition Rep. mt.
as melhores drogas redutoras do co-
1979:19(3) 327-34.
lesterol disponíveis. Nenhum efeito
colateral foi verificado com o uso da 8 .Kato, et al. Chitosan as anti-hyperten-
quitosana; ao contrário, o produto sive. Jpn. Kikoi Tokkyo Koho JP, March of
mostrou-se capaz de reduzir a hi- Ol 994 April. 92/147759.
pertensão arterial8, melhorar as do- 8 Kato, et al. Mechanism of the ascent
enças cardíacas existentes e outros in sanguine pressure through sodium
problemas cardiovasculares. chloride and decrease makes of chitosan
Posologia – Não há dose definida, in sanguine pressure. Baiosaiensu for
mas recomenda-se de 100 a 250 mg, Indasutori, 1993, 51(12) 987-8
3 vezes ao dia, ou mais, a critério mé-
dico, como tratamento para a redução
do excesso de colesterol. Em situações Resveratrol
de refeições ricas em lipídios satura-
dos, dobrar a dose por refeição. O resveratrol é uma fitolexina do
grupo dos polifenóis estilbenos,
Referências científicas da quitosana encontrados na uva, no vinho, e na
própolis. Quimicamente é o trans-
1 Nauss, et al. Tlie that calls of micellar resveratrol, ou 3, 5, 4 trihidroxitrans-
lipids the chitosan. Department of Bio- estibeleno. As fitoalexinas, como o
chemistry and Biophysiology, Texas A&M
resveratrol, são compostos produ-
University 1983, 18(10) 714-19
zidos pela uva como defesa contra
2 Maeawka, et al. Food that contains chi- microrganismos, principalmente para
tin or yours derived for reduction of blood proteger-se de fungos, ou da radiação
and acid of urine uric. Jpn. Kikoi Tokkyo ultravioleta. A esta substância atribui-
Koho JP, Dec. 111991 90/82840 se a capacidade de redução da visco-

247
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

sidade do sangue e do bloqueio da sencadeando a ação de um gene. A


evolução da aterosclerose (4). Dra Holmes-McNary afirma que esta
Os especialistas da Universida- experiência foi muito interessante
de de Carolina do Norte observa- ram porque explicou como uma dieta rica
que o resveratrol atua sobre um em antioxidantes atua ao nível das
processo genético envolvido na moléculas.
inflamação, no desenvolvimento da A ação antioxidante do resve-
arteriosclerose ou no bloqueio dos ratrol já foi comprovada cientifica-
vasos sanguíneos, o que mostra as mente. Juntamente com os demais
aplicações do composto em doenças componentes antioxidantes da uva e
cardiovasculares. do vinho, ele é capaz de inibir a
Cientistas brasileiros, do curso de oxidação do LDL, o colesterol ruim.
pós-graduação em Biotecnologia, do Quando oxidada, essa molécula noci-
Departamento de Química e de va tem ainda mais facilidade para se
Fitotecnia da Universidade Federal depositar nas artérias até obstruí-las,
de Santa Catarina, FSC; Miguel Soria- provocando um infarto ou derrame.
no Caro, concluíram que, devido ao Uma das mais recentes descober-
resveratrol, o consumo moderado de tas sobre o resveratrol mostra que a
vinho tinto é capaz de reduzir a agre- substância é capaz de potencializar a
gação plaquetária e aumentar a con- atividade do gene SIRT1 humano,
centração de HDL, o bom colesterol. ligado à longevidade.
O resveratrol é uma recurso tam-
bém contra o câncer Maior concentração nos vinhos
Segundo a doutora Minnie tintos
Holmes-McNary, também da Uni-
versidade de Carolina do Norte em Os vinhos tintos são mais ricos
Chapel Hill, o resveratrol possui pro- em polifenóis como o resveratrol e a
priedades antiinflamatórias e anti- variedade de uva tinta com major
cancerígenas. A pesquisadores utili- concentração de polifenóis e res-
zou células de cultivo humano e de veratrol é a Merlot. Vinhos roses e
ratos, observando que o resveratrol brancos, espumantes em geral, con-
modula a atividade da NF-kappa B, têm, portanto, menor quantidade de
uma proteína que une o DNA ao inte- polifenóis, pigmentos e resveratrol,
rior do núcleo celular e genes ativos produzindo resultados menores
ou inativos. Há evidências fortes de Atualmente já pe possível pres-
que o resveratrol ajuda a desativar crever o resveratrol, que está dispo-
um mecanismo de proteção natural nível nas farmácias de manipulação.
que resguarda as células canceríge- A dose usual é 10 a 200 mg, numa
nas de serem aniquiladas. Segundo dosagem máxima diária de 200 mg.
os pesquisadores, quando o resvera- Cer adendo especial: As Proprie-
trol estava ausente do cultivo in vitro, dades Medicinais do Vinho e Uva.
as células cancerosas sobreviveram,
mas quando presente, conseguiu-se
provocar a morte dessas células, de-

248
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Rutina

Um dos bioflavonóides. É um
álcool cristalino, extraído mais fre-
qüentemente do caule do tomatei-
ro, do tabaco, das folhas da arruda e
outros. Tem as mesmas propriedades
da vitamina P (niacinamida). Perten-
ce ao mesmo grupo da quercitina, da
hesperidina e das proantocianidinas.
Ver Bioflavonóides, Vitamina B3,
Quercetina. Hesperidina.

Sais biliares

São compostos químicos orgâ-


nicos complexos, componentes da
bile (secreção do fígado e da vesícu-
la biliar). Os mais importantes são o
ácido cólico e xenodesixicólico, que
se apresentam principalmente como
saís de sódio. Para as preparações
terapêuticas podem ser retirados da
bile bovina ou então de deriva- dos
parcialmente sintéticos, como o
ácido tricetocolânico. Sua função nos
suplementos e composições é
estimular a produção normal da bile
(ação colagoga), a liberação do con-
teúdo da vesícula biliar (ação coleré-
tica) além de melhorar a digestão das
gorduras. Há estudos em andamento
que apontam a capacidade dos sais
biliares ingeridos oralmente de dis-
solver cálculos biliares e de contribu-
írem para a eficácia das dietas para
emagrecer.

Saw Palmetto
Ver Palmeira Serrada, em Fitoterápicos

Zeolita
249
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR
A zeolita, também chamada de “zeólito”, ou clinoptilolite, é um mineral composto
principalmente de sílica (o terceiro elemento mais abundante no corpo humano)
e tetraedro de alumina. Ela foi formada há mais de 300 milhões de anos, com
muitas variações naturais, cada uma delas única em seu ambiente. Algumas se
formaram quando rochas vulcânicas e cinzas reagiram com a água do mar; outras
são variações de água doce. Na Austrália a zeolita é conhecida como clinoptilolite
e o país tem um dois maiores depósitos do mundo.
Como tantas outras substâncias vulcânicas, a zeolita tem forte ação
desintoxicante. Ela mostra grande poder de absorção, retenção, liberação e troca
de diferentes substâncias químicas, nutrientes, toxinas e íons no organismo. Assim
como carvão ativado em sua capacidade adsortiva, a zeólita ajuda a eliminar as
impurezas por meio de “quelatação”, ou agregação e neutralização do material.
Modo de ação
A zeolita é único tem uma microporosa, sendo um dos poucos minerais carregados
negativamente da natureza, portanto capaz de atrair contaminantes carregados
positivamente, como metais pesados e toxinas. O mecanismo ocorre pela
absorção por atração eletrostáticados contaminantes carregados positivamente,
ao mesmo tempo que o mineral transfere partículas benéficas de silício e outros
elementos. Como a zeólita não é absorvida pelas células, ela atrai os poluentes
dos alimentos e ajuda a eliminá-los para a pele ou urina, enquando que suas
nanopartículas minerais úteis são absorvidas.
Um estudo de grande importância
Estudo com a aplicação da zeolita, desenvolvido pela Universidade da California,
Carolina do Norte e Florida, em 1992, por James L Flores, Stewart A Lonky e Erik J
Deitsch.
Os autores consideraram que o tratamento das doenças crônicas resultantes do
acúmulo de metais pesados no organismo a longo prazo, pode ser positivo com a
terapia de quelação, apesar dos numerosos desafios clínicos, incluindo efeitos
colaterais indesejáveis e eficácia imprevisível. O uso da zeolita natural, o
clinoptilolite, foi estudada para se averiguar a sua capacidade na remoção de
substâncias tóxicas do organismo, como uma alternativa segura às abordagens
tradicionais. O estudo objetivou avaliar a capacidade da zeolita suspensa em água
para remover metais pesados do corpo através da excreção urinária, sem a
remoção indesejável de eletrólitos fisiologicamente importantes.
O protocolo utilizou dois grupos de tratamento, cada um consistindo de onze
homens saudáveis com idade entre 36 e 70 anos. Os voluntários receberam uma
versão comercialmente disponível da substância do estudo por sete dias (Grupo
1) e 30 dias (Grupo 2) e amostras de urina foram coletadas em momentos
específicos do estudo. As alterações na concentração urinária dos metais pesados
foram medidas por espectrometria de massa com plasma indutivamente acoplado
e comparadas com a linha de base. Além disso, amostras de soro foram obtidas
de cinco indivíduos em cada grupo e os eletrólitos séricos foram medidos antes e
após a ingestão do produto. Os participantes de ambos os grupos apresentaram
concentrações aumentadas de metais pesados na urina com o pico de excreção
por volta do dia 4. Nenhuma alteração clinicamente significativa nos níveis de
eletrólitos séricos foi observada em sete ou 30 dias na SCA. A conclusão foi
250
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR
positiva quanto à capacidade da zeolita em desintoxicar substâncias tóxicas de
vários tipos, sem eliminar nutrientes importantes do organismo.
Referência:
James L Flores 1 , Stewart A Lonky 2 , Erik J Deitsch 3
1 Eno Research and Development, Inc., Hillsborough, Carolina do Norte,
EUA; 2 Universidade da Califórnia em Los Angeles, Los Angeles, CA,
EUA; 3 Wellness Industries, LLC, Parkland, FL, EUA
Aquisição
Existem muitas marcas comerciais de zeolita, que pode ser encontrada em pó (uso
oral ou em máscaras dermatológicas para limpeza da pele) no comércio comum
específico, ou pela internet, com alguma segurança, desde que o fornecedor seja
idôneo.
Para orientação na aquisição segura deste item, entrar em contato com o autor
ou a editora, conforme indicado neste Guia.
Advertência
É importante usar apenas a zeolçita micronizada de alta qualidade
(preferencialmente o clinoptilolite) que tenha sido devidamente limpo e 100%
puro.

251
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

252
Legislação brasileira atual
sobre suplementos

No Brasil a regulamentação de O próprio Decreto-Lei n. 986 de 21 de


tudo o que se considera medicamen- outubro de 1969 apontava que
to, suplemento ou alimento é realiza- suplementos e vitaminas pertencem
da pelo Ministério da Saúde, através ao grupo dos alimentos e não ao dos
da Secretaria de Vigilância Sanitária e medicamentos
a ANVISA - Agência Nacional de Vigi- Com base nas recomendações do
lância Sanitária. Codex Alimentarius16 e segundo o
Quase um século de leis e por- Decreto n. 79.094 de 5 de janeiro de
tarias, geralmente conflitantes (e 1977 e na Lei n. 6.360 de 23 de
algumas até sem sentido), têm setembro de 1976 temos as seguin-
criado mais confusão do que au- tes disposições que bem diferenciam
xiliado a resolver os problemas no os suplementos dos medicamentos,
setor. Acrescente-se a isso que o drogas, etc.:
Ministério da Fazenda tem exigên- Por enquanto, os suplementos
cias rígidas quanto a produtos im- alimentares e nutricionais, vitami-
portados, dificultando assim a sua nas e minerais, são regulamentados
entrada no país, ou o seu registro e classificados com base na Resolu-
para comercialização. ção RDC nº 24, de 15 de fevereiro de
Até o momento não dispomos de 2005. Os fitoterápicos não relacio-
definições bem claras sobre a legisla- nados a alimentos estão sob estudo,
ção dos suplementos e similares no mas muitos são classificados como
Brasil. Como as diversas portarias e medicamentos. E aqui a confusão é
emendas, além de liminares e ações grande, pois, a priori, como medica-
contra as portarias, segundo os inte- mentos, só poderiam ser usados sob
resses de Indústria Farmacêutica e prescrição médica, no entanto, po-
dos importadores ou comerciantes dem ser adquiridos no comércio sem
de suplementos, deixam a todos con- essa necessidade.
fusos, qualquer definição ou aceita- Outros recursos da medicina bio-
ção de uma determinada norma atu- lógica ainda estão sendo avaliados.
al é precária e instável. 16. Codex alimentarius - Comitê composto por
A legislação brasileira que esta- uma comissão mista entre técnicos da Organiza-
va em vigor mostrava claramente ção Mundial de Saúde e a FAO (Organização para
Alimentação e Agricultura, da ONU) para estudos
que as vitaminas, minerais, suple- e determinações sobre toxicologia dos aditivos
mentos e, obviamente, os produ- tos alimentares e compostos similares aplicados aos
naturais, devem fazer parte do grupo alimentos. O Codex emite boletinns e separatas
científicas relativos ao tema aos governos e mi-
dos alimentos e nutrientes.
nistérios da saúde do mundo inteiro.

249
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Os recursos da medicina antroposófi- suplementos dietéticos, de acordo


ca estão sendo legislados e controla- com a Emenda de 1958 sobre Aditi-
dos na mesma esfera da homeopatia, vos Alimentares ao Decreto Federal
mas em relação a muitos outros, per- sobre Alimentos, Drogas e Cosméti-
manece a indecisão. cos (FD&C Act). No entanto, com a
A Agência Nacional de Vigilância emissão do Decreto de Educação e
Sanitária ANVISA, se baseia muito nas Saúde sobre Suplementos Dietéticos
decisões do FDA norte-americano, (DSHEA) de 1994, o Congresso incluiu
que, no entanto, também se vê às vol- uma emenda no Decreto da FD&C
tas com muitos problemas nessa área. para incluir diversas determinações
Uma das mais recentes normas que se aplicam apenas a suplementos
da Secretaria de Vigilância Sanitária dietéticos e a ingredientes dietéticos
refere-se aos esteróides e anabo- em suplementos dietéticos. Como
lizantes (talvez mais em função da resultado dessas determinações, in-
propaganda excessiva e uso indiscri- gredientes dietéticos usados em su-
minado desses produtos por parte de plementos dietéticos, não estão mais
atletas), criando a LEI No 9.965, de 27 sujeitos à avaliação de segurança
de abril de 2000, que restringe a pré-comercial, requisitada para no-
venda de esteróides ou peptídeos vos ingredientes alimentares ou para
anabolizantes e dá outras providên- novos usos de ingredientes alimenta-
cias, mas não esclarece muito sobre res antigos. Eles devem, no entanto,
os anabolizantes naturais. corresponder as exigências de outras
Nos Estados Unidos a classifica- determinações de segurança.
ção dos suplementos é um pouco Assinado pelo Presidente Clinton,
mais clara. O órgão que regulamen- em 25 de Outubro de 1994, o DSHEA
ta hoje os registros e classificações é reconhece que milhões de consumi-
o Centro Americano de Alimentos e dores acreditam que os suplementos
Drogas Para a Segurança nos Alimen- nutricionais podem ajudar a melho-
tos e Nutrição Aplicada. Em 1994, rar a dieta diária e proporcionar be-
preocupados com a questão dos su- nefícios para a saúde. A intenção do
plementos, os técnicos desse centro Congresso em promulgar o DSHEA,
emitiram o Decreto de Saúde e Edu- foi atender aos interesses dos consu-
cação para Suplementos Dietéticos, midores e fabricantes, para garantir
o famoso DSHEA. que produtos seguros, apropriada-
Durante décadas, o FDA regulari- mente rotulados, continuem dispo-
zou os suplementos dietéticos como níveis àqueles que querem usá-los.
alimentos, principalmente para as- Nos laudos associados ao DSHEA,
segurar que eles sejam seguros e o Congresso afirmou que pode haver
saudáveis e que sua rotulação seja um relação positiva entre a prática de
verdadeira e não enganosa. Um as- uma dieta segura e boa saúde, e que,
pecto importante de garantia de pro- apesar de novas pesquisas científicas
teção, foi a avaliação do FDA sobre a serem necessárias, pode haver uma
segurança de todos os ingredientes conexão entre o uso de suplementos
novos, inclusive aqueles usados em dietéticos, e a redução nos gastos com

250
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

a saúde e a prevenção de doenças.


As determinações do DSHEA de-
finem suplementos dietéticos e in-
gredientes dietéticos; estabelecem
uma nova estrutura para garantir a
segurança ;delineiam orientação
para literatura a ser exposta onde os
suplementos são vendidos; regulariza
o uso de advertências e afirmações
sobre suportes nutricionais; exigem
rotulação de ingredientes e fatores
nutricionais; e dá ao FDA a autorida-
de para estabelecer regulamentos de
práticas ideais de fabricação (GMP).

Conclusões

É preciso considerar que existem


muitos suplementos, vitaminas e
minerais importados principalmente
dos Estados Unidos, comercializados
no Brasil, seja a matéria prima, ou o
próprio produto já na sua embala-
gem. Se a qualidade dos produtos fa-
bricados nos Estados Unidos, graças
à vigilância do FDA, já é considerável,
aguarda-se que com as novas reso-
luções os consumidores do mundo
inteiro sejam beneficiados com mais
segurança e critério.
O Ministério da Saúde no Brasil
observa as resoluções das autorida-
des sanitárias dos Estados Unidos de
modo a se adequar quanto à realida-
de brasileira.

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GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

251
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Fraudes e falsificações

Dos problemas relacionados com de grandes plantações) e conservan-


o universo dos suplementos nutricio- tes que podem ser prejudiciais ao
nais e produtos naturais, um merece consumidor. Com larga freqüência, as
atenção destacada, que é a necessi- concentrações de alcalóides ou
dade de adquirirmos produtos con- princípios ativos das ervas são variá-
fiáveis, evitando assim as fraudes e veis em função da região de origem,
os produtos falsos, os prejudiciais ou clima, solo, fase da lua, etc, o que de-
os ineficazes. Talvez esta preocupa- termina efeitos irregulares.
ção devesse ser maior no passado, Devemos ser cuidadosos ao
quando não contávamos com tantas prescrever ou permitir o uso de um
empresas de médio e grande porte, “produto natural”. Não é por ser clas-
incluindo as grandes multinacionais sificado como “natural” que um pro-
dos suplementos e ervas, produzin- duto pode ser consumido ou ingerido
do e distribuindo itens de qualidade sem cuidados. Há diversos produtos
e cientificamente gabaritados. Mas extraídos diretamente da natureza
ainda persiste a real necessidade de que possuem efeitos medicinais ou
precavermo-nos, pois continuam a ativos no organismo, como o guara-
existir fraudes, falsificações e riscos ná, a noz de cola, o café, o hipérico, a
com o uso de alguns itens, ou talvez valeriana, o condurango, o mulungú,
a questão frustrante da ineficácia. etc., que devem ser usados adequa-
Talvez o maior problema relativo damente Mesmo sabendo que um
a este campo esteja concentrado nas produto natural é um nome genérico
empresas que distribuem ervas me- atribuído aos produtos oriundos di-
dicinais não estandardizadas e produ- retamente da natureza, sem nenhum
tos “in natura”. Para se ter um produ- componente artificial, produtos to-
to herbáceo tecnicamente aceitável, talmente naturais, podem ser pre-
não basta secar folhas ou raízes de judiciais ou contra indicados. Hoje
uma planta e acondicioná-la em cáp- existem centenas de produtos indus-
sulas. É necessário obedecer os crité- trializados, ditos “naturais”. Também
rios de dosagens de princípios ativos, há uma grande diferença entre um
padronizações, efeitos conhecidos, produto natural e dietético, embora
saber a origem da planta, a época de as pessoas constantemente os en-
colheita, etc. Muitas ervas com- tendam como sinônimos. Existem
pradas aleatoriamente e em grandes muitos produtos industrializados e
quantidades, apresentam cargas de sintéticos, nada naturais, que osten-
agrotóxicos (proximidade de áreas tam o rótulo de “natural”.

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Muitos produtos diet, light ou te que a FDA deveria apontar também


slim possuem produtos químicos as estatísticas dos danos à saúde, seja
artificiais, mais comumente ciclama- a curto, médio e longo prazo,
tos, sacarinas, conservantes etc. e provocados pelos efeitos colaterais e
são vendidos em lojas e entrepostos doenças iatrogênicas resultante do
“naturais”, junto com produtos idô- uso de drogas alopáticas de uso auto-
neos e puros. Como exemplo temos rizado, principalmente receitadas por
a falsa “estévia” em pó branco (ver médicos. Mesmo correndo o risco de
Estévia adiante), vendida como um efeitos prejudiciais com o uso de pro-
produto “natural”. dutos naturais e suplementos, eles
Nos Estados Unidos é sempre acreditam que eles sejam considera-
grande a preocupação do governo e velmente menores do que aqueles
dos órgãos ligados à saúde da popu- provocados pelos medicamentos.
lação. Em março de 1990 a Adminis- Outra crítica à FDA aponta que o
tração de Alimentos e Drogas (FDA) órgão insiste em utilizar a palavra
iniciou uma forte campanha contra “remédio” , generalizando esta deno-
as fraudes e falsificações na área da minação para todo o grupo dos suple-
saúde envolvendo produtos ditos mentos e produtos naturais. A esses
“naturais” e similares. A FDA se preo- críticos parece que, sob o pretexto de
cupa com o número crescente de ci- proteger a saúde da população, a FDA
dadãos confiando a sua saúde a indi- tem utilizado a questão das frau- des
víduos e empresas não qualificados, e falsificações, fazendo parecer que
adquirindo “remédios” não compro- todos os suplementos e produtos
vados, muitas vezes perigosos. similares, a priori, deveriam ser con-
O Medical Work News, um jornal siderados como possíveis fraudes ou
de assuntos médicos, aponta que a potencialmente perigosos ou inefica-
fraude na saúde é realmente um gran- zes. Afirmam também que os interes-
de negócio nos Estados Unidos. Ele ses da indústria farmacêutica sempre
estima que os americanos gastem cer- foram muito poderosos e influentes
ca de vinte e sete bilhões de dólares sobre o governo de todos os países,
por ano em produtos ou tratamentos não sendo diferente nos Estados Uni-
enganosos. A FDA avalia que trinta e dos. É comum nos Estados Unidos,
oito milhões de americanos usaram ouvir e ler comentários de que, sendo
um produto fraudulento durante o um órgão governamental, a FDA não
ano de 1995, acrescentando que es- parece estar livre desse jugo, pois os
ses produtos não estão isentos de ris- laboratórios produtores de drogas
co. De acordo com uma pesquisa da têm grande preocupação com o cres-
agência, uma entre dez pessoas que cimento do mercado de suplementos
experimentam remédios falsos é pre- e similares; eles dispõem do poder de
judicada pelos seus efeitos danosos. pressionar a FDA a tomar posições rí-
Reações contra a FDA também gidas contra os produtos do mencio-
existem e são constantes. Há corren- nado mercado emergente.
tes de médicos de visão naturista ou Acreditam os críticos que a dis-
holística que afirmam veementemen- posição e os estudos que buscam um

254
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

tipo diferente de classificação para Como prescrever e orientar a


os suplementos e produtos afins aquisição de produtos confiáveis e
sejam uma grande esperança de re- seguros
dução do poder secular da indústria As boas farmácias de manipula-
farmacêutica. ção e o comércio similar idôneo são
As amplas evidências científi- cas os locais mais próprios para direcio-
que apóiam a suplementação namento das prescrições. Devemos
vitamínica-mineral-enzimática, es- procurar fazer contato com esses es-
tão criando uma nova mentalidade tabelecimentos, conhecer sua estru-
médica. Conseqüentemente, a téc- tura e critérios, tecnologia, idonei-
nica não mais pode ser considerada dade, tempo de mercado, filosofia de
charlatanesca (ou empírica) como trabalho, etc., de modo a eleger
era a princípio rotulada. A própria aquele, ou aqueles, de nossa confian-
indústria farmacêutica, incluindo as
ça, para aviar as receitas. Também o
mais poderosas multinacionais, es-
acompanhamento do trabalho des-
tão adentrando o campo da suple-
ses estabelecimentos com os pacien-
mentação e da fitoterapia, haja vista
tes, a qualidade dos produtos, etc.,
os numerosos itens hoje disponíveis
em farmácias, largamente prescritos são atitudes necessárias. Na mesma
por médicos, como diversos compos- direção, devemos conhecer detalhes
tos minerais e vitamínicos naturais, farmacológicos e farmacotécnicos
extratos de plantas, etc. dos itens prescritos e estar em cons-
tante contato com os farmacêuticos
Resumo dos cuidados necessários ou técnicos responsáveis pelas far-
na escolha dos produtos mácias e comércio afim, atentos para
corrigir eventuais discrepâncias ou
• Certeza de boa origem do produto. erros de preparo, procedimentos,
• Idoneidade da empresa. etc. É importante que o profissional
de saúde que prescreve, mantenha
• Conhecer as dosagens no produto.
uma relação próxima com a farmácia
• Posologia e hora correta. e os profissionais responsáveis pelo
• Preferir prescrever fitoterápicos es- aviamento das suas receitas.
tandardizados (concentração padro- Quanto aos produtos de livre
nizada de princípios ativos). aquisição, aqueles que não necessi-
• Conhecer a adequação ao caso par- tam de receita médica (os chamados
ticular. “OTC”), precisamos também ter cui-
• Fazer associações adequadas com dados. Uma parte dos suplementos,
outros suplementos. produtos biológicos, fitoterápicos
• Definir o tempo em que deve utilizar disponíveis no mercado são apro-
determinado produto. vados pela Vigilância Sanitária, mas
existem alguns que burlam a fisca-
• Conhecer as possíveis interações com
lização e estão presentes nas casas
remédios comuns.
comerciais ou são oferecidos através
• Conhecer os sinais de uma possível de outros canais de vendas, como
alergia ao produto. pela Internet, por exemplo. Também

255
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

uma boa parte dos produtos dispo-


níveis é de itens importados, cujos
fabricantes e detalhes podemos não
conhecer. Produtos importados dos
Estados Unidos geralmente são fabri-
cados por empresas idôneas e mais
confiáveis, graças à vigilância do FDA,
mas existem produtos de outros pa-
íses que exigem muito cuidado. Um
exemplo é o conhecido “ginseng co-
reano”, que inclusive apresenta um
“selo”, supostamente do governo da
Coréia, que não é confiável e pode
ser falsificado.
O melhor é conhecer bem os
itens e destinar a prescrição para far-
mácias de manipulação. Mesmo que
as boas farmácias não disponham de
determinado item, não é difícil que
consigam adquirir. Quanto a isso,
contrastando com o passado recente,
atualmente não temos tido dificulda-
des quanto à obtenção de produtos e
itens mais raros ou mais difíceis.
Para melhor informar os leitores,
nosso site fornece orientação de far-
mácias confiáveis, pontos de venda e
formas de adquirir os itens apre-
sentados neste manual, além de dis-
ponibilidade de informações gerais e
específicas, pesquisas, contatos e
acesso a links úteis.

Site: www.drmarciobontempo.com.br

256
A Prescrição médica
na visão do farmacêutico
Luciana Zanetti Rocha Pitta

Em homenagem á minha querida e amada Tia tâncias ativas e o excipiente, estão


Anita, vítima do erro de prescrição e negligência na
administração de medicamento no ambiente acondicionadas em um pequeno in-
hospitalar. Que sua partida e meu conhecimento vólucro preparado à base gelatina,
possam salvar a vida de outras pessoas.
que podem ser duras ou moles, ou
ainda de origem animal ou vegetal.
1. Introdução

A prescrição deve conter:


A prescrição é uma ordem mé-
dica para preparar e administrar um
• Nome do fármaco e dose por unida-
tratamento específico para um de-
de posológica.
terminado paciente. É uma decisão,
e pressupõe-se, que houve a avalia- • Quantidade total de cápsulas para o
ção do paciente, a chegada de um período de tratamento
diagnóstico e a indicação racional de • Posologia e duração do tratamento.
um medicamento. A prescrição não é
apenas um pedaço de papel com
informações sobre um trata- mento. Exemplo:
D- Penicilamina 350mg Mande: 30 cápsulas
A prescrição deve ser clara, le- Ingerir 1 cápsula de 8/8 horas durante 10 dias.
gível e conter todas as informações
necessárias para o entendimento do
farmacêutico, responsável pela O medicamento manipulado na
dispensação do medicamento, bem forma de cápsulas não deve ser par-
como para o paciente e/ou responsá- tido ou dividido ao meio.
vel pelo tratamento. As cápsulas podem variar de cor
Este capítulo trata de assuntos sem interferir na ação terapêutica do
relacionados á prática da prescri- produto, mas com a finalidade de
ção, sem a pretensão de esgotar o facilitar, ao paciente, a identificação
tema. do medicamento que está toman-
do, principalmente, nos tratamentos
2. Como prescrever:
com mais de dois medicamentos.
O tamanho das cápsulas pode
As prescrições podem variar con- variar, conforme a capacidade de
forme a forma farmacêutica escolhi- preenchimento. Por exemplo, uma
da pelo médico. cápsula tamanho “2” tem uma ca-
2.1. Cápsulas: São formas farma- pacidade média de 222 a 444mg de
cêuticas sólidas nas quais as subs- produto encapsulado. Já uma cápsula
de tamanho “00”, comporta de 570 a

257
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

1140mg de pó. As diferenças de ca- gástrico, mas devem segregar-se ra-


pacidade em peso são relacionadas pidamente no suco intestinal.
com a tenuidade, densidade apa- São indicadas para os casos em
rente e etc, dos pós das substâncias que o princípio ativo não deve ser
prescritas. Uma cápsula número “0” digerido e nem degradado pelo pH
pode conter 300mg de um fármaco ácido no estômago; quando o fárma-
“X” ou 825mg de um fármaco “Y”. co é irritante para a mucosa gástrica;
No caso de prescrições conten- quando o fármaco produz náuseas
do vários fármacos, a dose prescri- ou vômitos se atuar no estômago;
ta, geralmente, não cabe um uma só quando o fármaco não pode sofrer
cápsula, fazendo com que seja diluições antes de chegar ao intesti-
dividida em várias cápsulas. Isso é no e quando seu efeito máximo deve
comum, em prescrições contendo
ser produzido no duodeno ou jejuno.
minerais, composições multivita-
Os casos clássicos de fármacos que se
mínicas e associações de fármacos.
enquadram nos perfis supra cita-
Nesses casos a posologia deve ser
dos, devem ser de conhecimento do
prescrita desta forma:
farmacêutico, que providenciará o
revestimento mesmo sem ressalva
Por exemplo:
médica. Todavia, o médico poderá
informar na prescrição a escolha por
“Tomar 1 dose 2x ao dia” cápsulas gastroresistentes.

Exemplo:
Cabe ao estabelecimento farma-
cêutico determinar quantas cápsulas
correspondem á dose prescrita pelo Pancreatina 500 mg Mande: 30 cápsulas gas-
médico. Isso é orientado ao paciente troresistentes.
no momento da dispensação do me-
dicamento. Nesse momento, muitos
pacientes acreditam que a farmácia 2.2. Comprimidos
equivocou-se na manipulação do me- Os comprimidos são formas far-
dicamento, ou que estão alterando a macêuticas sólidas compostas de prin-
prescrição médica, ou ainda, que o cípios ativos, preparados com o auxílio
médico errou na prescrição. Seria de adjuvantes farmacêuticos, os exci-
interessante, que já fosse orientado pientes. Eles podem variar de tama-
ainda no consultório médico, que há nho, peso, forma, espessura e etc.
possibilidade que de a dose prescri- A prescrição deve conter:
ta não caiba em uma única cápsula, • Nome do fármaco e dose por
mas que o número será determinado unidade posológica.
pela farmácia sem comprometer o • Quantidade total de compri-
tratamento. midos para o período de tra-
As cápsulas “gastroresistentes” tamento
ou “enterosolúveis”, apresentam um • Posologia e duração do trata-
revestimento que resistente ao suco mento.

258
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Exemplo: Zinco quelato 10mg


Diclofenaco de Sódio 50mg Mande:15 com- Selênio quelato 25mcg
primidos Cianocobalamina 25mcg
Ingerir 1 comprimido de 8/8 horas por 5 Aspartato de Magnésio 200mg
dias. Shake qsp 1 envelope Mande: 60 envelopes
Tomar 1 envelope misturado na água 2x ao
dia por 60 dias.
Os comprimidos podem ter ca-
racterísticas diferenciadas, podendo
ser gastroresistentes, de liberação
Sulfato de Condroitina 400mg
prolonga, liberação programada, su- Sulfato de Glucosamina 500mg
blinguais entre outros. Medicamen- Excipiente efervescente qsp 1 envelope Man-
tos que apresentam esses tipos de de: 180 envelopes
Ingerir 1 envelope 3x ao dia durante 2 me-
revestimento não devem ser masti-
ses.
gados, partidos ou triturados.

2.3 : Pós Algumas formulações, geralmen-


Também são classificadas como te, com associações de minerais, vi-
formas farmacêuticas sólidas. Os pós taminas e fármacos com dosagens
podem ser dispensados em mo- altas, se fossem manipulados em
nodroga ou em associações, com ou cápsulas, seriam dispensados em
sem excipiente. várias doses, obrigando o paciente a
Há várias formas de prescrever ingerir um grande números de cáp-
uma receita na forma de pó, porém sulas, ou ainda, se manipuladas em
são indispensáveis as seguintes infor- xaropes ou suspensões, o paciente
mações: deveria tomar grande quantidade do
medicamento o que poderia com-
• Nome do fármaco e dose por prometer a adesão ao tratamento,
unidade posológica. Para isso lança-se mão da forma
• Quantidade total de doses farmacêutica pó, manipulada em en-
para o período de tratamento velopes contendo doses individuais,
• Posologia e duração do trata- no qual o paciente irá ingerir, com
mento. maior facilidade a toda dose prescri-
ta misturada na água. Os excipientes
utilizados nos envelopes podem ser
Exemplos: manipulados conforme a particulari-
dade do paciente, com variações de
Creatina 20g
Ingerir uma colher de sobremesa de creatina sabor, efervescência, por exemplo.
2x ao dia, por 30 dias
2.4 Xaropes:
São formas farmacêuticas líqui-
das preparadas á base de açúcar e
água, apropriadas para fármacos hi-
drossolúveis.

259
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

A concentração do açúcar encon- Por exemplo:


tra-se próxima á saturação, forman-
do uma solução hipertônica, capaz
de desidratar os microorganismos, Zinco quelato taste free 10mg
Xarope qsp 1mL
que sofrem plasmólise e impedindo
sua proliferação.
Geralmente os xaropes têm boa No exemplo acima, entende-se
aceitação por parte do paciente, pois que o médico quer 10mg do Zinco
há possibilidade de correção do sa- (elemento) e não 10 mg de Zinco
bor do fármaco, em função do efeito quelato. O farmacêutico ao manipu-
edulcorante. Todavia, pela alta con- lar levará em consideração a diluição
centração de açúcar é contra indica-
do lote de Zinco quelato disponível
da para uso em pacientes diabéticos
no laboratório.e fará a correção.
ou submetidos á dietas com restrição
calórica. Assim,
Zinco quelato 20% quer dizer que
Como prescrever:
em cada 100g de Zinco quelato há
20g de Zinco elementar.
Nome do fármaco e dose por uni-
Então para a manipulação de
dade posológica (mL)
10mg de Zinco, serão pesados, 50 mg
Quantidade total para o período
de Zinco quelato. Em alguns casos,
de tratamento será necessária maior quantidade de
Caso necessário, solicitar sabor xarope para solubilizar o conteúdo do
Posologia e duração de trata- fármaco corrigido. Nessas situações a
mento. posologia poderá sofrer alteração, no
Exemplo:
que diz respeito, a quantidade de xa-
rope a ser administrada, sendo de res-
Magnésio Quelato Taste Free 40mg ponsabilidade do farmacêutico, no ato
Sabor morango qs da dispensação, orientar e informar o
Xarope qsp 5 mL paciente ou responsável por ele.
Mande: 200 mL
Tomar 5mL 1x ao dia, durante 40 dias.
Nas prescrições médicas, ainda
encontramos posologias assim, pres-
critas: “Tomar 1 colher de chá 2x ao
As prescrições, contendo subs- dia”. Sabe-se que:
tâncias diluídas ou submetidas ao 1 colher de café = 2,5 mL
fator de equivalência, poderão sofrer 1 colher de chá = 5,0 mL
alguma alteração em relação á quan- 1 colher de sobremesa = 10,0 mL
tidade em mL’s por unidade posoló- 1 colher de sopa = 15,0 mL
gica. Isso ocorre nas associações de Todavia, estudos comparativos
vários fármacos, bem como minerais têm demonstrado diferenças de até
e produtos com fator de correção, 42% no volume das colheres de fa-
onde quantidade de xarope que a queiros diferentes, o que poderia,
dose do fármaco seria solubilizada provocar, dependendo do fármaco,
poderá variar. uma situação de superdosagem.

261
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Dessa forma, o correto é prescrever:


“Tomar 5,0mL v.o. 2x ao dia”. Nitrofurantoína 50mg
Suspensão qsp 5ml Mande: 50 mL
Outra recomendação é não pres- Tomar 5mL v.o. 1x ao dia durante 10 dias.
crever a posologia em gotas, em con-
ta-gotas que não foram calibrados
previamente. A densidade de uma Há a possibilidade de ser manipu-
formulação pode variar de acordo lar suspensões livre de açúcar para os
com os componentes, dando volu- pacientes diabéticos, basta o médico
mes diferentes por gotas. Por exem- solicitar “Suspensão dietética” ou “Sus-
plo, um fármaco 1 mL de um fármaco pensão Sugar Free”, ou ainda salientar
“X” corresponde a 20 gotas, porém na prescrição que o paciente é diabéti-
um fármaco “Y” pode corresponder a co ou que não pode ingerir açúcar. De
15 gotas. posse da prescrição o farmacêutico irá
As formas farmacêuticas líquidas avaliar e decidir qual o agente suspen-
orais, como o xarope, têm sido dis- sor adequado para o paciente que será
pensadas com seringas dosadoras, submetido ao tratamento.
que conferem maior precisão e segu- Os fármacos manipulados nas
rança da dose administrada. formas farmacêuticas xarope e sus-
pensão, têm validades diferentes
2.5 Suspensões que as observadas nas formas far-
São formas farmacêuticas líqui- macêuticas sólidas, pelo fato de es-
das utilizadas para veicular princípios tarem mais suscetíveis á reações de
ativos insolúveis, compostas de água degradação em função do meio líqui-
e um agente suspensor, como os de- do. Pode então, ocorrer de o médico
rivados de derivado de celulose, ben- prescrever a quantidade total a para
tonita, pectina e goma arábica. Estes o tratamento e ser aviada uma quan-
têm a capacidade de aumentar a vis- tidade inferior, pois objetivo é garan-
cosidade e retardar a sedimentação tir a estabilidade do fármaco. Isto
do princípio ativo são solubilizado. também é de responsabilidade do
Por esse motivo, é imprescindível, farmacêutico, que deve estar sempre
agitar o frasco antes de cada admi- se atualizando, a aprimorando suas
nistração, para ressuspender o fár- técnicas de manipulação.
maco e ingerir a dose correta.
2.6 Cremes, Loções e Géis
Como prescrever: São classificadas como formas
farmacêuticas semi-sólidas e usadas
Nome do fármaco e dose por uni- como veículos de formulações. Ge-
dade posológica (mL) ralmente, os cremes possuem em
Quantidade total para o período sua formulação maior quantidade
de tratamento substâncias oleosas, quando compa-
Caso necessário, solicitar sabor rados com as loções que apresentam
Posologia e duração de trata- característica mais líquida. Já os géis,
mento. consistem numa dispersão de um só-
Exemplo: lido (derivado de celulose, polímeros

261
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

e resina) em um líquido que poder


água ou água/álcool. Lactato de Amônio 12%
Óleo de Amêndoas Doces 5%
Habitualmente, prescreve-se o Loção qsp 120 mL
creme para peles ressecadas, as Aplicar diariamente no corpo após o banho.
loções para peles mistas ou para Uso contínuo.

grandes extensões da área de apli-


cação, e os géis para peles oleosas e
acnéicas. Peróxido de benzoíla 5%
Gel qsp 15 g
Aplicar nas costas á noite, durante 30 dias.
Para prescrever são necessários:

Nome do princípio ativo e sua


Há uma infinidade de veículos
respectiva concentração (geralmente que podem ser usados, como por
expressa em porcentagem- %) exemplo, gel de carbopol, gel de na-
Veículo (creme, gel, loção, cre- trosol, gel de aristoflex, porém de
me/gel) acordo com princípio ativo ou as-
Quantidade total para o período sociações prescrita, é que o farma-
de tratamento cêutico irá definir qual será o mais
Posologia e duração do trata- adequado e que garanta a estabili-
mento dade da formulação. O profissional
Convencionou-se que as con- prescritor pode solicitar o veículo
centrações prescritas em porcen- específico que deseja, desde que o
tagem (%) referem-se a g/100g ou farmacêutico verifique a viabilidade
mL/100mL. Numa prescrição com da prescrição, sempre com o intuito
princípio ativo a “2%”, entende-se de garantir a estabilidade da formu-
que deverá ter 2g de princípio ativo lação sem comprometer a eficácia do
em 100g do produto final, o mesmo tratamento.
que 20mg/g de produto. Sempre que É comum nessas prescrições as
prescrita em porcentagem, as associações de vários princípios ati-
proporções serão calculadas con- vos. Porém, devemos levar em consi-
forme a quantidade do final. No caso, deração vários fatores, como: pH de
acima de um P.A. com 2%, usa-se 2g cada produto, modo de conservação,
para uma formulação de 100g, e 0,5g local de aplicação, incompatibilidades
para uma quantidade final de 25g. farmacológicas e farmacotécnicas. Há
produtos em que o pH de maior ação
Exemplos de prescrição. é ácido, não sendo recomendado
associar com produtos que tem esta-
bilidade em meio básico. As incom-
Ácido Retinóico 0,025% patibilidades farmacológicas podem
Hidroquinona 5%
Creme qsp 20g
interferir na ação final do produto,
Aplicar á noite na face e lavar pela manhã, não resultando na ação esperada, e
durante 30 dias. assim comprometendo o sucesso do
tratamento. Já, as farmacotécnicas
caracterizam-se, por exemplo, por

262
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

precipitação; separação; mudança de de álcool que deseja, ou deixar a de-


cor, consistência e odor. Em ambos os cisão para a farmácia que irá aviar a
casos, o farmacêutico deverá entrar fórmula.
em contato com o profissional pres- Exemplos:
critor, relatando os problemas e dan-
do sugestões, para que juntos apro-
vem as alterações necessárias, com a Minoxidil 5%
Solução Hidroalcoólica qsp 100mL
finalidade de garantir ao paciente um
Aplicar diariamente no couro cabeludo, du-
tratamento correto e seguro. rante 2 meses.

2.7 : Soluções
(Aquosa e Alcoólicas)
Formas farmacêuticas líquidas, Solução de Fluoreto de Sódio a 0,05%.
as soluções podem ser usadas tanto Bochechar diariamente por 30 dias.
para uso interno, quanto para uso
externo.
2.8 Jujubas e Pirulitos
Como prescrever: São prescritas como formas
farmacêuticas alternativas, para fa-
Nome do princípio ativo e sua cilitar a adesão do paciente ao tra-
respectiva concentração tamento. Pelo motivo da alta vas-
Veículo (Solução hidroalcoólica, cularização da superfície oral, pode
Solução Aquosa) ser usada para alguns fármacos com
Quantidade total para o período efeito sistêmico, embora seja mais
de tratamento indicada para ação local da mucosa
oral.
Posologia e duração do trata- Nem todos os fármacos podem
mento ser aviados em jujubas e pirulitos, em
função da dose prescrita, e da
Os adjuvantes farmacotécnicos temperatura de degradação do
utilizados (conservantes, co-solven- fármaco, uma vez que é incorpo-
tes, etc) serão definidos de acordo rado na base, em temperatura aci-
com as características do fármaco, lo- ma da considerada ambiente.
cal de ação e estabilidade da formu-
lação. Reitero, que isso é de decisão
do farmacêutico, e que o profissional Como prescrever:
prescritor apenas informe na prescri-
ção a sua decisão em usar como veí- Nome do fármaco e dose por uni-
culo uma solução. dade posológica
Há casos em que o prescritor Quantidade total de cápsulas
sabe especificamente o veículo que para o período de tratamento
será usado, para isso, basta informar Posologia e duração do trata-
na prescrição sua decisão. mento.
Para as soluções alcoólicas o mé- Exemplos:
dico pode informar a concentração

263
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

- Via de administração indicada


Glutamina 250mg para fármacos que provocam irrita-
Pirulito Base qsp 1 unidade Mande: 10 uni-
dades ção estomacal;
Chupar 2 pirulitos ao dia, por 5 dias. - Não sofrem efeito de primeira
passagem no fígado,
- Amplamente usada em paciente
pediátricos ou adultos incapazes de
Ácido Ascórbico 100mg
Jujuba base qsp 1 unidade Mande: 30 uni- ingerir o medicamento por via oral;
dades - Usada em paciente com episó-
Mastigar 1 jujuba ao dia, por 30 dias. dios de vômitos.

A prescrição de óvulos e suposi-


2.9 Óvulos e Supositórios
tórios deve conter:
Destinadas a aplicação retal, va- • Nome do fármaco e dose por
ginal ou uretral, as óvulos e supositó-
unidade posológica.
rios, apresentam consistência firme, • Quantidade total de óvulos ou
com forma cônica ou ogival, obtidas supositórios para o perío- do
por solidificação ou compressão em de tratamento.
moldes e massas adequadas para vei- • Posologia e duração do trata-
cular os princípios ativos prescritos. mento.
Os supositórios e óvulos quando inse- Exemplos:
ridos, amolecem, se dissolvem e exer-
cem efeitos sistêmicos ou localizados.
Os supositórios utilizados para Progesterona 100mg
efeitos locais são utilizados para ali- Óvulo qsp 1 unidade Mande: 10 unidades
Colocar 1 óvulo via vaginal 1x ao dia, por 10
viar constipação ou dor, irritação, dias.
prurido e inflamações associadas á
hemorróidas e outras situações anor-
retais. Já os óvulos, são empregados Diazepam 0,5mg
Supositório qsp 1 unidade Mande: 5 unidades
como contraceptivos, anti-sépticos e Colocar 1 supositório via retal no caso de fe-
no tratamento de patógenos invaso- bre acima de 37ºC.
res da genitália feminina.
Tanto a mucosa retal como a da
A técnica de manipulação dos
vagina, permitem a absorção de mui-
óvulos e supositórios, requer maior
tos fármacos solúveis, podendo de-
tempo, pois é necessário aquecimen-
sencadear efeitos sistêmicos. Porém
to da base, como também o resfria-
a via retal é comumente usada para
mento á uma temperatura específica
uma ação sistêmica por apresentar
para que as unidades sejam desen-
algumas vantagens sobre a via oral,
formadas sem comprometer a forma
tais como:
cônica ou ogival.
- Os fármacos que são desativa-
dos ou destruídos pelo pH ou ativi-
3. Casos Especiais
dade enzimática do estômago, não
sofrem essa ação destrutiva;

264
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

3.1. Pacientes Diabéticos e aumenta de forma gradativa no


Para esses pacientes a forma far- decorrer das horas. Já nos prematu-
macêutica “xarope” não é indicada, ros, a secreção ocorre de forma mais
pela alta concentração de açúcar. A lenta, atingindo maior concentração
sacarose é o açúcar comumente no 4º dia de vida. Isso, pode alterar a
empregado, porém podem ser subs- absorção de medicamentos que são
tituídas por outros açúcares, como a inativados total ou parcialmente pelo
dextrose, ou por não-açúcares, como baixo pH do suco gástrico, devendo
a glicerina, o sorbitol e o pro- então, escolher outra via de admi-
pilenoglicol. Essas substâncias são nistração. Nos dois primeiros dias de
glicogênicas, ou seja, convertem-se vida o tempo de esvaziamento
em glicose no organismo, sendo tam- gástrico é prolongado, fazendo com
bém contra-indicadas para esses pa- que fármacos não absorvidos prima-
cientes. Nesses casos, são utilizadas riamente no estômago, passam a ser
substâncias não-glicogênicas, como a absorvidos, bem como, os que são
metilcelulose ou hidroxietilcelulose. absorvidos no intestino tenham seu
Nas prescrições para pacientes efeito retardado. Assim, não há como
diabéticos, é imprescindível o médico prever a quantidade de fármaco ab-
informar o caso do paciente ou ressal- sorvida, podendo resultar em con-
tar o uso de veículos isentos de açúca- centrações subterapêuticas, como
res ou substâncias glicogênicas. quantidades maiores que podem
Por exemplo: provocar toxicidade. Por exemplo, no
recém-nascido o paracetamol, a feni-
Zinco quelato 10mg
toína e o fenobarbital tem sua absor-
Veículo oral isento de açúcar qsp 5mL ção diminuída quando comparada á
crianças e adultos. Por outro lado, há
um aumento da absorção da ampici-
3.2. Pacientes Pediátricos. lina e da penicilina G.
Embora, o processos fisiológicos O aumento do peristaltismo ten-
dos lactentes e crianças sigam os de a reduzir a absorção , pela redução
mesmo princípios gerais doa adultos, do contato do fármaco na superfície
vários processos, passam por uma intestinal. Além disso, a atividade das
mudança significativa no 1º ano, enzimas gastrointestinal, os ácidos
principalmente, nas primeiras sema- biliares e a lípase, estão reduzidas
nas de vida. prejudicando a absorção de alguns
É difícil prever a farmacocinética medicamentos.
de um medicamento nos lactentes, A distribuição dos medicamen-
como por exemplo, a função gas- tos, são afetadas pela constituição,
trointestinal, que se modifica de for- no que diz a quantidade de água de
ma significativa nos primeiros dias de extracelular e gordura corporal. No
vida, alterando o perfil de absorção casos de fármacos lipossolúveis, que
dos medicamentos. Nos nascidos a se acumulam no tecido adipo- so,
termo a secreção do suco gástrico estes tendem a se acumular em
inicia-se poucas horas após o parto quantidade menores no prematuro

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de baixo peso, devido a menor por- macêutico poderá avaliar se a dose


centagem de gordura corporal que o prescrita está adequada, em rela- ção
nascidos a termo. á preconizada na dose/ quilo de
O fígado é o principal órgão de peso. Essa conferência é de suma im-
metabolização dos medicamentos, portância, pois á casos, evidenciados
onde as oxidases de função mista por mim, de equívoco na prescrição,
(citocromo P450) e as enzimas de onde a dose prescrita era para uma
conjugação são menores (50 a 70% criança que, teoricamente, estaria
dos valores dos adultos) nos pacien- pesando 42 quilos, sendo que o pa-
te neonatal. Em função dessa capaci- ciente não havia atingido, sequer, 10
dade reduzida, algumas substâncias quilos de peso. Até mesmo as pres-
apresentam depurações mais lentas crições de medicamentos que serão
e prolongados tempos de meia-vida. usados no ambiente hospitalar, não
Para evitar que as reações adversas e há costume de se detalhar o modo de
aos efeitos tóxicos atinjam no recém- uso na prescrição que chega á far-
nascido, é fundamental que as doses mácia para ser aviada, dificultando a
e o regime posológico sejam ajusta- avaliação do farmacêutico que se
dos. Por exemplo, a meia-vida da fe- torna responsável pela dispensação
nitoína num paciente de 2 dias tem de um medicamento com informa-
t1/2 de 80 horas e num adulto de 12 ções incompletas.
a 18 horas. O médico ao prescrever um tra-
A excreção também sofre altera- tamento, deve ler a receita, orientar
ções, pois a taxa de filtração glome- o modo de uso e esclarecer as possí-
rular e menor nos recém-nascidos, veis dúvidas, para o responsável pela
com o valor de 30 a 40% da capaci- criança.
dade do adulto, porém a capacidade Algumas recomendações são im-
de filtração é igualada aos valores de portantes:
um adulto. Entre o 6º e o 12º mês de - A pessoa responsável por ad-
vida. Por esse motivo, a eliminação
ministrar o medicamento deve ser
de alguns fármacos fica reduzida,
orientada.
devendo-se diminuir a dose admi-
- Não administre o medicamento
nistrada e aumentando o intervalo
se mudou de cor, odor, sabor ou con-
entre doses.
sistência;
Pode-se observar a importân- cia
-No caso, de suspensões “Agite
da avaliação do paciente recém-
antes de usar”.
nascido, levando em consideração as
- Sempre que der o medicamento
diferenças nos processos fisiológicos
pela 1º vez á uma criança, observe-a
que afetam o perfil cinético dos me-
pelo menos duas horas. Na constata-
dicamentos.
Na captação de uma receita, o ção de alguma reação, por exemplo
farmacêutico fica atento á idade e alérgica, entre em contato com o mé-
peso do paciente pediátrico. É fun- dico ou procure socorro imediato.
damental que estas informações -Não deixe medicamentos ao al-
venham prescritas, pois assim o far- cance das crianças.

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- Seguir todas as orientações mé- passará lentamente pela placenta, e


dicas, ressaltando o tempo de trata- ainda será o efeito da ligação das
mento recomendado. proteínas plasmáticas maternas, pra-
- Entregue a prescrição ou infor- ticamente impedindo a chegada do
me á professora da criança, a medi- fármaco ao feto. Há também dife-
cação que ela está usando, para que renças no grau de ligação á proteínas
ela fique atenta á qualquer alteração plasmáticas, tendo maior afinidade
no estado geral da criança. nas proteínas maternas e menor afi-
nidade nas proteínas fetais.
3.3 Gestantes Outros dois mecanismos impor-
Muitos medicamentos prescritos tantes protegem o feto da ação dos
para as gestantes têm a capacidade medicamentos. A própria placenta se
de atravessar a placenta e atuar so- encarrega de ser uma barreira se-
bre o embrião ou feto. Vários fatores mipermeável e ainda serve de local
afetam a permeação dos fármacos
de metabolismo, que tem a função
através da placenta,tais como: as ca-
de inativar alguns fármacos. Os me-
racterísticas físico-químicas de cada
dicamentos de que passam pela pla-
substância, a velocidade em que o
centa atingem a circulação fetal pela
fármaco atravessa a placenta e a
veia umbilical. Aproximadamente, 40
quantidade que atinge o feto, o tem-
po de tratamento, a distribuição da a 60% desse fluxo flue para o fígado
substância nos diferentes tecidos fe- fetal, onde será parcialmente meta-
tais, a época gestacional e os efeitos bolizado, e o restante atinge a circu-
das associações dos medicamentos. lação fetal. Uma grande proporção
Os fármacos lipofílicos atraves- que está na artéria umbilical, pode
sam com maior rapidez a placenta, ser desviada da placenta, voltando
penetrando na circulação do feto, en- para a veia umbilical e novamente ao
tretanto, substâncias altamente ioni- fígado. No caso, de o metabólito do
zadas, tentem a atravessar de forma fármaco ser mais ativo, isso poderá
mais lenta a placenta, alcançando o prejudicar o feto.
feto em concentrações mais baixas. Em virtude dessas informações,
Outro fator, é o peso molecular a prescrição médica para a paciente
de cada fármaco, sendo os que apre- gestante deverá ser feita por um pro-
sentam pesos moleculares de 250 a fissional especificamente habilitado.
500, têm maior facilidade de atraves- Nos testes de desenvolvimento
sar a placenta, já os que estão na fai- de fármacos, não há permissão que
xa de 500 a 1000 passam com maior sejam feitos em mulheres gestantes,
dificuldade, sempre levando em con- assim, não há como ter certeza da
sideração a lipossolubilidade e o grau segurança do uso do medicamento.
de ionização. O obstetra, por ser especialista, terá
Somente a fração não ligada ás maior experiência em recomendar o
proteínas plasmáticas e os recepto- uso de um medicamento. É comum,
res desencadeando o efeito farmaco- a paciente gestante, frente á uma
lógico. Se um fármaco estiver na sua prescrição, questionar ao farmacêu-
forma ionizada e pouco lipossolúvel, tico sobre a segurança do uso do me-

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dicamento, mesmo as que confiam devido ao declínio da capacidade


no profissional médico na qual estão funcional dos sistemas orgânicos.
sendo assistidas. Nos medicamentos A capacidade de absorção dos
que oferecem riscos comprovados medicamentos, parece não estar
ou expressamente contra-indicados, comprometida no paciente idoso,
o farmacêutico deverá entrar em mas sim a velocidade, que fica alte-
contato com o profissional prescritor rada devido aos hábitos alimentares,
para que juntos discutam a alteração maior consumo de medicamentos
da receita, e muitas vezes, substituin- não prescritos (laxantes e antiácidos)
do por fármaco mais seguro Seria in- e as alterações no tempo de esvazia-
teressante já na consulta o médico mento gástrico, que fica mais lenta
ler a prescrição junto com a paciente, com o avançar da idade. Com isso, o
responder suas perguntas e esclare- tempo para o início do efeito tera-
cer, que nas bulas, por exemplo, ha- pêutico ficará mais retardado, bem
verá uma ressalva quanto as precau- como, o aumento da permanência,
ções daquele medicamento durante pode promover a absorção de medi-
a gestação, mas que isso se deve ao camento, que inicialmente não seria
fato, de que ensaios clínicos não são absorvido no estômago, ou propiciar
realizados em gestantes. Obviamen- a degradação de substâncias instá-
te, medicamentos que comprovada- veis no pH ácido do suco gástrico.
mente oferecem riscos não devem Com a absorção lentificada pode
ser prescritos, sendo que muitos ocorrer um aumento da inativação
outros deve ser analisada a relação de L-Dopa e da penicilina.
risco x benefício. As diferenças de tamanho e
Além disso, sempre pergunte para composição dos compartimentos
sua paciente que está em idade fértil, corporais, alteram a distribuição do
se há a possibilidade de uma gravidez medicamento. Os idosos têm massa
recente ou ainda desconhecida, pois magra reduzida, menor água corpó-
muitas, sob tratamento medicamen- rea e maior percentual de gordura,
toso, entram em contato com o far- quando comparados aos adultos. Os
macêutico e confidenciam que não fármacos que têm um volume de dis-
informaram ao médico a possibilidade tribuição aumentando, devido essas
de estarem grávidas e, assim expõem diferenças, apresentam um maior
a gestação aos possíveis efeitos pre- tempo de meia-vida, sendo neces-
judiciais dos medicamentos. Sempre sário a adequação do regime poso-
que for prescrever medicamentos que lógico, como a ampliação do inter-
trazem riscos ou comprovada- mente valo entre doses. Por exemplo, com o
contra-ndicados (mutagênicos e aumento da gordura corporal, há
teratogênicos) certifique-se que sua o aumento do tempo de meia-vida
paciente esteja fazendo um método de fármacos lipossolúveis, como o
contraceptivo eficaz. diazapem, que possuem o t 1/2 em
torno de 24 horas em adultos jovens,
3.4 Idosos e cerca de 90 horas no idoso. Já os
Há várias alterações farmacoló- fármacos hidrossolúveis como o lítio,
gicas associadas ao envelhecimento, cimetidina e digoxina, tem aumento

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da sua concentração pela redução da de meia-vida dos fármacos. Além dis-


água corporal, sendo fundamental so, há o comprometimento mecanis-
nesse caso o ajuste e a personaliza- mo de metabolização de fase 1, que
ção da dose administrada. Há tam- deixa o fármaco com características
bém uma diminuição da albumina mais polares, com a finalidade de fa-
séria, que liga-se aos fármacos áci- cilitar sua excreção. Exemplificando
dos fracos, bem como, o aumento da essa situação, tem-se o aumento da
glicoproteína α-ácida, que se liga aos atividade do alprazolam e do diaze-
fármacos básicos. Cabe lembrar que, pam. Mais uma vez, o ajuste da poso-
apenas a fração livre (não ligadas ás logia , com a personalização da dose
proteínas plasmáticas), chegará aos ou adequação dos intervalos entre
receptores e desencadeará o efeito doses é fundamental para o sucesso
terapêutico. Dessa forma, há a ten- do tratamento.
dência de os fármacos ácidos fracos,
A função renal, também sofre
estarem com maior fração livre, o
diminuição da sua capacidade fun-
que poderia provocar um aumento
cional, existindo uma diminuição da
das reações adversas ou até mesmo,
depuração da creatinina no paciente
toxicidade. Isso ocorre, com a digoxi-
na, teofilina, fenitoína, warfarina, ci- idoso. Cabe lembrar, que essa redu-
metidina e sulfoniluréias que tem um ção não desencadeia no aumento
aumento da concentração de droga equivalente da creatinina sérica, pois
livre, em função da diminuição da a produção de creatinina é diminuí-
albumina sérica. Por outro lado, os da à medida que a massa muscular
fármacos básicos terão maior fração também diminui. Isso refletirá, no
ligada, comprometendo o efeito tera- aumento acentuado do tempo de
pêutico, como a lidocaína. Em função meia-vida, podendo acumular o fár-
disso, as doses prescritas devem ser maco em níveis tóxicos, comprome-
ajustadas e personalizadas de acordo tendo a delicada saúde do paciente.
com o medicamento e o paciente. Es- O lítio, a digoxina, os aminoglicosíde-
tudos clínicos mostraram que os me- os, a vancomicina e a clorpropamida
dicamentos são metabolizados mais são exemplos de fármacos que tem
lentamente, embora a capacidade sua meia-via aumentada pela redu-
hepática de metabolização parece ção do fluxo sanguíneo renal.
não estar diminuída com o avanço da Recomenda-se que, ao prescre-
idade. Essas alterações podem estar ver, o profissional deve:
relacionadas com a diminuição do - Avaliar o estado clínico geral do
fluxo sanguíneo hepático e com o paciente;
declínio da capacidade de recupe- - Reavaliar o tratamento em uso,
ração de lesões hepáticas causadas, minimizando o número medicamen-
por exemplo, pelo álcool ou hepatite tos prescritos, com a finalidade de
viral. Isso reflete nos dos fármacos de reduzir as interações medicamento-
alta extração, onde qualquer variação sas e seus efeitos tóxicos;
do fluxo de chegada no medicamento
- Iniciar o tratamento com doses
no fígado, pode provocar alterações
menores e adequando conforme a
significativas, prolongando o tempo
reposta observada;

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- Evitar a prescrição de medica- No caso dos antimicrobianos, é


mentos não indicados pela literatura fundamental que o paciente siga de
médica e científica, e caso, seja im- forma rígida a posologia , geralmen-
prescindível a prescrição deve haver te prescrita de 12/12horas ou de 8/8
um monitoramento constante. horas. É dessa forma, que a concen-
Por todos esses motivos, o pacien- tração plasmática do medicamento,
te geriátrico deve ser constantemen- ficará acima da concentração mínima
te monitorado e usar medicamentos inibitória, combatendo a proliferação
personalizados, respeitando as alte- dos microorganismo e obtendo o su-
rações dos processos fisiológicos cau- cesso do tratamento.
sados com o avançar da idade. As aminas simpatomiméticas,
obviamente, devem ser ingeridas
4. Considerações Gerais pelo menos 1 hora antes da refeição
para a obtenção do efeito anorexíge-
4.1 Doses Acima das Usuais no, não sendo obrigatória a determi-
As doses são preconizadas para nação de horários rígidos.
homens de 70kg. Todavia, para al- O uso de corticóides deve respeitar
gumas patologias as doses utilizadas o ciclo do cortisol, produzido de forma
estão acima das recomendadas, po- endógena, devendo ser ingerido por
dendo gerar dúvida se houve equí- volta das 07 ou 08 horas da manhã.
voco no momento da prescrição, ou Caso haja necessidade, que outras
se, foi intencional. Com o fácil acesso doses de corticóides, sempre iniciar a
da informação, o paciente pesquisa e maior dose pela manhã, e reduzindo
questiona sobre a possível “superdo- nas doses vespertinas e noturnas.
sagem”, indagando ao farmacêutico a
prescrição médica. Para esses casos, 4.3. Interferência em Exames:
o contato entre o médico e farma- No caso de o médico solicitar
cêutico é fundamental, para esclare- exames, deve orientar seu paciente,
cer possíveis dúvidas, com o objetivo como proceder para que não haja
de passar segurança ao paciente. interferência nos resultados labora-
Exemplos para essa situação é a toriais.
dose de vitamina B1 indicada para Por exemplo, ácido acetil salicíli-
pacientes com Síndrome de West, ou co, absorve o mesmo cumprimento
ainda de Ácido fólico em pacientes de onda do ácido úrico no método
submetidos á quimioterapia. colorimétrico. O resultado desse exa-
Se o profissional prescritor preferir, me será o somatório dessa interfe-
poderá informar a o CID ou alguma ob- rência, podendo dar um “falso positi-
servação de confirmação da dose aci- vo”. Alguns, antimicrobianos, como a
ma da usual receitada na prescrição. cefalexina e o norfloxacino, ao serem
excretados pela urina reagem com o
4.2: Posologias: cobre (reagente de Benedict), dando
As posologias podem variar de cor tijolo, indicando hiperglicemia,
acordo com a farmacologia de cada fazendo com que o paciente use in-
fármaco, hábitos de vida , processos sulina, dando o risco de ocorrer um
fisiológicos, entre outros. coma hipoglicêmico.

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Recomende ao seu paciente sem- se o paciente está sob uso de outro


pre informar ao laboratório os medi- medicamento. Quando a resposta é
camentos que está utilizando. afirmativa, deve-se imediatamente,
perguntar qual a substância, dose,
4.4: Álcool x Medicamentos posologia e tempo de tratamento. De
Muito comum o paciente ques- posse dessas informações o médico
tionar sobre o uso de bebidas alco- irá adequar, ou até mesmo substituir
ólicas durante o tratamento. Errone- algum medicamento com o objetivo
amente, acredita-se que não ingerir de não ocorrer interações medica-
o medicamento no dia que irá fazer mentosas significativas.
uso dessas bebidas, é suficiente para As interações podem ocorrer tan-
não ocorrer interações. Todavia, dei- to por mecanismos farmacocinéticos
xar de tomar uma única dose não como farmacodinâmicos.
significa que o organismo “está livre” Na absorção as interações me-
no medicamento, principalmente, no dicamentosas podem ocorrer pela
casos de fármacos com tempo de capacidade de um fármaco quelar ou
meia-vida longo. O ideal é “conven- ligar-se á outro, por competiram pela
cer” o paciente que a interrupção do superfície e absorção ou ainda, pela
tratamento pode ser prejudicial. alteração da motilidade gastrointes-
O uso eventual de bebidas al- tinal. O efeito pela velocidade de ab-
coólicas gera uma efeito inibidor no sorção, raramente tem grande signi-
metabolismo, no sistema citocromo ficância clínica, todavia a inteferência
P450, retardando o metabolismo, e no grau de absorção, pode resultar e
habitualmente, aumentando o efeito doses subterapêuticas. Os antiácidos
do medicamento e, conseqüente- comprometem a absorção gastroin-
mente exacerbando os efeitos co- testinal do ferro.
laterais ou até mesmo, provocando No processo da distribuição obser-
uma possível toxicidade. Por outro va-se que a interação pode se dar por
lado, o uso crônico, estimula as en- competição de ligação ás proteínas
zimas que promovem a indução, ace- plasmáticas ou pelodescolamento dos
lerando o metabolismo e diminuindo sítios de ligação nos tecidos. Todavia,
a ação farmacológica do medicamen- há estudos que na presença fármacos
to. Em alcoólatras crônicos, em uso livres, não ligados ou deslocados, há
de paracetamol, ocorre o aumento processos de compensação que au-
da formação de metabólicos hepato- mentam a eliminação dessa droga.
tóxicos, Já em pacientes submetidos A indução e a inibição enzimáti-
ao tratamento com anticoagulantes ca, são processos considerados que
orais, há o aumento do efeito hipro- grande significâncias clínica, pois afe-
trombinêmico quando há a ingestão tam no tempo de meia-vida e nas flu-
aguda de bebidas alcoólicas. tuações das concentrações plasmáti-
cas dos medicamentos, dando doses
4.5. Interações Medicamentosas. tóxicas ou subterapêuticas. A cime-
Na anamnese, o profissional tidina pelo mecanismo de inibição
prescritor sempre deve questionar enzimática, diminui o metabolismo

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de alguns benzodiazepínicos, como o toso como na manutenção do estado


diazepam, alprazolam e lorazepam. nutricional do paciente.
A interação entre medicamentos, Essas interferências aumentam
altera a excreção renal, pelas modi- ao longo do trato gastrointestinal,
ficações do pH urinário, que podem sendo insignificante na boca, gargan-
aumentar ou diminuir a reabsorção e ta e esôfago, relevante no estômago
conseqüentemente, os níveis séricos e intensa no trânsito intestinal.
do fármaco, bem como a resposta Basicamente, esses problemas
farmacológica. Na interação entre têm dois aspectos: a interação do
salicilatos e o metrotrexato, há uma medicamento com o alimento, que
diminuição da depuração do meto- poderá comprometer a absorção ou
trexato, aumentando sua toxicidade. promover a eliminação de vários nu-
Porém, há um “problema ocul- to”. trientes alterando o estado nutricio-
É quando o paciente faz uso de nal. A segunda situação, é a interação
do alimento com o medicamento,
medicamentos que ele não considera
que pode alterar o efeito terapêutico,
importante. É o caso do uso de Ácido
como também aumentar as reações
Ascórbico (Vitamina C) de uso contí-
adversas dos mesmos. Esses casos
nuo, onde o próprio se auto-medica
são comumente observados em pa-
com o objetivo de prevenir gripes cientes submetidos á tratamento me-
e resfriados. A vitamina C acidifica dicamentos de uso contínuo, e agra-
a urina aumentando a reabsorção vadas pelo uso de múltiplas drogas.
e diminuindo a excreção de ácidos Existem medicamentos que po-
fracos, como o fenobarbital. Isso faz dem alterar a absorção, metabolismo
com que o fenobarbital que seria e excreção de nutrientes, como tam-
excretado, seja reabsorvido, aumen- bém, podem aumentar ou diminuir a
tando os níveis plasmáticos do medi- ingestão de alimentos em função de
camento. Nesse caso, se o paciente seu efeito colateral. Observamos
estivesse com o uso de bicarbonato esses casos, com as aminas simpa-
de sódio, que alcaliniza a urina, ha- tomiméticas que provocam o efeito
veria uma diminuição da reabsorção anorexígeno, e os anti-histamínicos
e o aumento da excreção do anticon- que e estimulam o apetite.
vulsivante, diminuindo os níveis plas- Os laxantes diminuem o tempo
máticos do fenobarbital. de trânsito intestinal, que podem
promover perdas na absorção de nu-
4.6: Interações de Medicamentos trientes, como o cálcio e potássio. Os
e Alimentos medicamentos destinados à redução
As interações entre medicamen- do colesterol,seqüestram os ácidos
tos e alimentos podem causar alte- biliares afetando a absorção de gor-
rações nos efeitos farmacológicos ou duras e vitaminas lipossolúveis. Já os
na biotransformação do fármacos, antiácidos, aumentam o pH estoma-
que por sua vez pode modificar o cal e afetam alguns nutrientes como
aproveitamento dos nutrientes, re- o, ferro e o cálcio.
sultando no comprometimento da Os medicamentos podem au-
eficácia do tratamento medicamen- mentar a excreção de nutrientes e ,

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conseqüentemente, reduzindo a rea- é importante que o medicamento


bsorção renal, ou ainda, competindo, seja administrado com o estômago
com os alimentos pelas mesmas pro- vazio, todavia substâncias instáveis
teínas plasmáticas que transportam em meio ácido, são degradas não
ambos, que levaria á um quadro de atingindo os níveis plasmáticos de-
alteração nutricional. O metrotre- sejáveis.
xato, por exemplo, é antagonista do A presença de alimentos não é,
ácido fólico, e a penicilina, hidralazi- obrigatoriamente, um fator para a
na e a levodopa são antagonistas da diminuição da quantidade de medi-
vitamina B6. camento absorvida, mas os estudos
Vários fatores afetam a ação do revelam que há um retardo no tem-
medicamento, principalmente, aque- po de absorção, fazendo com o medi-
les de interferem na absorção e bio- camento atinja seu nível máximo em
disponibilidade, como pH gástrico, a um prazo mais longo.
motilidade intestinal e a integridade Para serem absorvidas as subs-
da superfície de absorção intestinal. tâncias não podem estar ionizadas. Os
A presença de alguns alimentos e medicamentos com características quí-
bebidas, provocam mudanças da io- micas ácidas não se ionizam no meio
nização, estabilidade, solubilidade e ácido, já os fármacos básicos não são
no tempo de trânsito intestinal, que ionizados no meio alcalino. Por esse
podem alterar significativamente os motivo, as modificações do pH interfe-
níveis plasmáticos do medicamento, rem nas frações ionizadas e não-ioniza-
ocorrendo situações de não alcan- das, afetando a extensão da absorção
ce das concentrações necessárias do medicamento. O hidróxido de alu-
constituindo uma dose subliminar, mínio torna o meio alcalino aumentan-
ou promover de forma significativa do a absorção da pseudoefedrina.
a absorção, chegando a atingir níveis A alteração do pH urinário, in-
tóxicos. A amoxicilina, eritromicina e terfere na eliminação de certos me-
a ampicilina são exemplos, de fárma- dicamentos e alterando o processo
cos que tem sua absorção diminuída, de reabsorção tubular de substân-
já o paracetamol, a furosemida e o cias ácido ou bases fracas, pela al-
sulfametoxazol, tem sua absorção re- teração dos graus de ionização. As
tardada pela presença de alimentos. dietas predominantemente básicas
Os alimentos quentes, ricos em (vegetais,leite e derivados), alcalini-
gorduras e alta viscosidade prolon- zam a urina, aumentando a ionização
gam o tempo do alimento no estôma- e a excreção de ácidos fracos como: a
go, assim, de acordo com as caracte- acetazolamida, furosemida, nitrofu-
rísticas químicas do medicamento, a rantoína, barbitúricos, aminoglicosí-
administração do mesmo deverá ser deos, penicilinas e indometacina. Por
1 hora antes ou duas horas depois outro lado, as dietas predominantes
da refeição. Nos casos, de substân- ácidas (carnes, aves, frutos do mar,
cias básicas, como alguns antimi- ovo, amendoim, pães, biscoitos e
crobianos e anti-hipertensivos, que milho) acidificam a urina, ionizam as
são bem dissolvidas em meio ácido, bases fracas, aumentando a excreção

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de: amitriptilina, anfetamina, cloro- apenas em uma consulta. Mesmo


quina, morfina, nortriptilina e teo- assim, com a finalidade de resolver o
filina. O aumento da excreção pode problema, o médico prescreve um
diminuir a eficácia terapêutica do medicamento, que pode promover a
medicamento, bem como, o aumen- melhora, bem como não atingir a res-
to da reabsorção pode causar maior posta terapêutica necessária.
aparecimento de reações adversas. Quando ocorre a segunda situ-
Os pacientes vegetarianos têm ação, atribui-se ao medicamento, a
seu pH urinário próximo á neutralida- “culpa” pelo insucesso do tratamen-
de, isso provoca um aumento no pH, to, sendo prontamente questionada
ionizando os medicamentos ácidos sua qualidade e procedência, e mui-
fracos, diminuindo sua reabsorção e tas vezes, a causa dessa insatisfação
aumentando sua excreção. está relacionada a uma escolha ina-
Geralmente, os alimentos não dequada de um ou mais fármacos, de
provocam acentuadas alterações no doses não personalizadas ou de um
pH urinário, mas podem provocar li- regime posológico que não respeita
as particularidades do quadro geral.
geiras modificações, que podem ou
Nesse momento, a integração
não interferir no tratamento medica-
médico-farmacêutico é fundamen-
mentoso.
tal, pois o médico é o profissional
Alguns hábitos alimentares po-
capacitado para a avaliação clínica e
dem interferir no efeito do medica-
a decisão de um diagnóstico, e o far-
mento, tais como: os vegetais por
macêutico para orientar a prescrição
serem ricos em vitamina K podem e utilização correta do medicamen-
ampliar o efeito anticoagulante da to, bem como esclarecer possíveis
varfarina, podendo resultar em incompatibilidades medicamentosas
tromboembolismo; a ingesta de café ou físico-químicas dos fármacos.
ou chá, precipitam e, conseqüente- A farmacogenética, que estuda as
mente inativam a flufenazina e uma influências das diferenças genéti- cas
dieta rica em fibras pode, por ação sobre as respostas terapêuticas dos
sinérgica, aumentar o efeito laxante fármacos, e a farmacogenômica, que
do bisacodil. se embasa a informação gené- tica
para orientar a escolha de uma
5. Conclusão terapia farmacológica personalizada,
comentam que o sucesso dos trata-
No momento da prescrição, o mentos medicamento estão relacio-
profissional deve avaliar o quadro clí- nados com uma prescrição racional e
nico do paciente, suas particularida- particularizada.
des farmacocinéticas e farmacodinâ-
micas, hábitos alimentares e de vida, Referências Bibliográficas:
a patologia e as características físico-
químicas de cada fármaco. Na maio- Katzung G. Betram: Farmacologia Clínica
ria das vezes, é quase que impossí- e Básica 5º edição Editora Guanabara
vel obter todas essas informações, Koogan, Rio de Janeiro, 1994

274
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Rang, H.P. e Dale, M.M. Farmacologia 5ª


edição Editora Elsevier, Rio de Janeiro,
2004
Ansel, H.C. Farmacotécnica – Formas
Farmacêuticas e Sistemas de Liberação de
Fármacos 6ª Edição São Paulo, 2000.
Ferreira, A. O. Guia Prático da Farmácia
Magistral, Juiz de Fora 2000.
Caetano, N. BPR- Guia de Remédios 7ª
edição Oceano Ind. Gráfica. Rio de Janeiro
2000.
Martindale- The Complete Drug Reference
33ª edição Pharmaceutical Press, USA,
2002

275
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

276
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Adendo de atualização - Cuidados


necessários na prescrição

Embora os insumos e itens aqui apresentados não apresentem exatamente a


conotação de “fármacos” com seus efeitos colaterais comuns, e muitos podem ser
usados em associação harmônica, são biológica e metabolicamente ativos, sendo
necessário cuidado na sua prescrição, uso, dose e combinação. De um modo
geral, uma vez obedecidas as doses, posologia e proporções apontadas neste Guia
Base, os ristosa de efeitos indesejados são raros. Mas a seguir algumas
advertências e cuidados quanto a alguns insumos específicos:

Vitamina A tadas por especialistas antes de usar


Mulheres não devem ingerir vi- doses elevadas de vitamina C, uma vez
tamina A durante a gravidez numa que esta vitamina eleva a absor- ção
dosagem maior a 10,000 IU, espe- do metal.
cificamente durante as primeiras 7 Embora a vitamina C seja consi-
semanas. derada como um das vitaminas mais
seguras, há indivíduos que podem
Vitamina B6 (piridoxina) apresentar diarréia.
Os diabéticos só deveriam usar
vitamina B6 sob supervisão médica
qualificada, pois ela pode afetar ní-
veis de açúcar de sangue. Além dis-
so, a vitamina B6 pode incrementar
os efeitos de medicamentos anticon-
vulsivantes.
Este é um assunto controverso,
mas algumas pessoas que tomam
doses altas de vitamina B6 por um
período longo podem experimentar
sintomas como parestesias, entorpeci-
mento, ou fraqueza nas extremidades.

Vitamina C
Diabéticos também devem inge-
rir vitamina C sob cuidados e aten-
ção, pois ela pode afetar os níveis
sanguíneos de glicose. Pessoas com
desordens genéticas ligadas ao me-
tabolismo do ferro devem ser orien-

277
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

A preocupação de que a vitami- Hashimoto, mias- tenia gravis,


na C em doses elevadas aumenta o amenorréia secundária, vitiligo e
risco de litíase renal foi recentemen- candidíase.
te reduzida com pesquisas que não
mostraram essa evidência. Alguns
investigadores acreditam que doses
elevadas de vitamina C durante um
longo período podem causar
escorbu- to, por hipovitaminose pós
vitamínica, no entanto, nenhum
estudo conseguir demonstrar essa
tendência.

Ácido fólico
Suplementos com ácido fólico
podem reduzir o efeito de muitos
qui- mioterápicos, analgésicos,
antibióti- cos e antiinflamatórios,
como o meto- trexate, a colchicina, o
trimetropim, a pirimetamina, o
trimetrexate e a feni- toína. Doses
elevadas de ácido fólico podem
intensificar um ataque apoplé- tico,
além de mascararem os sintomas de
deficiência da vitamina B12.
Pessoas com risco de anemia
perniciosa só devem usar
suplemen- tos de ácido fólico sob
supervisão de um hematologista.
Fatores de risco incluem uma
história familiar, como também
doenças autoimune endó- crina
como tipo diabetes, hipopara-
tiroidismo, a doença de Addison, hi-
popituitarismo, deficiência
orgânica testicular, doença de
Sepulcros, ti- reoidite crônica de
278
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Niacina Cromo
Diabéticos só devem usar niacina Os diabéticos só deveriam usar
sob supervisão médica especializada, cromo sob supervisão de endocrinolo-
uma vez que a vitamina pode também gista experiente. Independentemente
afetar os níveis sanguíneos de glicose. da dose o micromineral afeta variavel-
Há estudos mostrando que a nia- mente os níveis de glicosesanguínea.
cina deveria ser evitada por pessoas
com doenças muito agudas, gota e Cobre
úlceras pépticas, mas não se conse- Diabéticos avançados só devem
guiu evidenciar essa questão até o ingerir cobre sob supervisão médica
momento. A niacina também pode especializada, uma vez que existe
incrementar o efeito de medicamen- tendência nos diabéticos a reter mais
tos anticonvulsivantes. o micronutriente.
A suplementação com niacina
pode causar náusea, diarréia, enxa- DMSO
queca e fatiga para algumas pessoas Cuidado com a associação para
sensíveis. A niacina em doses altas evitar a assimilação exagerada
pode ser hepatotóxica, segundo pes- devido á capacidade do
quisas mais recentes. dimetilsulfóxido em ampliar a
absorção de fármacos e outras
Triptofano substâncias.
Mais recentemente demons-
trou-se que o triptofano pode ser Vitamina D
alergênico para pessoas suscetíveis, Doses maiores que 1.000 IU/ dia
principalmente para asmáticos. O não são recomendadas. Um consumo
aminoácido é convertido em seroto- elevado de vitamina D pode elevar os
nina, que pode causar broncoconstri- níveis de cálcio no sangue de modo
ção em asmáticos. perigoso, podendo resultar em de-
posições patológicas do mineral em
Lisina tecidos e órgãos.
A lisina pode elevar níveis de co-
lesterol no sangue. Pessoas com co- Vitamina K
lesterol elevado devem ter os níveis Pessoas que usam drogas antico-
de colesterol monitorados enquanto agulantes não devem ingerir vitami-
ingerem lisina. na K suplementar.

Cálcio Ferro
Pessoas com hiperparatiroidismo Suplementos de ferro são causa
ou hipercalcemia devido a câncer só principal de envenenamento fatais
devem ingerir cálcio sob supervisão em crianças. Os médicos devem
médica especializada. orientar os pais a manterem produ-
Doses elevadas de cálcio podem tos e suplementos à base de ferro
causar constipação intestinal e po- longe do alcance das crianças. Os
dem aumentar o risco de litíase renal grupos de risco mais elevados são as
em organismos suscetíveis. crianças abaixo de dois anos.. A so-
brecarga de ferro pode resultar em
279
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

doença cardíaca, infecção e


possivel- mente câncer.
Infartados devem evitar a inges-
tão de ferro suplementar, uma vez
que o mineral pode elevar a
agressão vascular por incrementar
a formação de radicais livres.

280
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Magnésio respiração semelhante ao alho, e su-


Pessoas com doença renal ou pressão da capacidade imunológica.
cardíaca severa não deveriam usar
suplementos de magnésio, a não ser Iodo
sob supervisão médica especializada. O iodo na forma de anti-séptico é
O abuso de sais de magnésio pode venenoso se ingerido.
produzir efeito laxante ou drás- tico. A doses de colina superiores a 20
Até mesmo doses pequenas de g/dia podem produzir dores. A coli-
magnésio podem causar diarréia em na na forma de fosfatidilcolina não
algumas pessoas. Os sinais toxicida- deve ser prescrita para pessoas com
de por magnésio em doses maiores depressão, pois os sintomas podem
são: náusea e vômitos. piorar.

Potássio Fibras
Fibras sob a forma de cápsulas ou
Pessoas com doença renal ou
pílulas não devem ser prescritas para
cardíaca severa não devem ingerir
pessoas com desordens de de-
suplementos à base de potássio, a
glutição, pois pode haver obstrução
não ser sob supervisão médica espe-
do órgão.
cializada ou monitoramento. Doses
Excesso de fibra suplementar
elevadas de potássio podem causar pode causar flatulência e desconfor-
ritmos cardíacos anormais e morte. to abdominal, além de interferir na
absorção de drogas.
Zinco
Estudos atuais indicam que pes- Melatonina
soas com colesterol elevado também Não se sabe o que o uso pro-
só devem ingerir zinco sob supervi- longado pode causar. Mesmo que
são médica especializada, uma vez algumas das propriedades sejam
que doses altas de zinco podem ele- notáveis, ela deve ser prescrita com
var os níveis de colesterol por efeito precaução.
“rebote”.
Doses de zinco acima de 300 mg/ Ômega-3, 6 e ácidos gordurosos
dia podem também prejudicar fun- Pessoas com epilepsia de foco no
ção do sistema imune. Acrescente-se lóbulo temporal não deveriam usar
que muito zinco também pode pro- omega-3, 6 ou qualquer ácido graxo
duzir deficiência severa de cobre. insaturado, pois pode haver incre-
mentação da irritação neuronal.
Selênio
Mais recentemente alguns estu- Cuidados complementares
dos confirmaram que quantidades importantes
de selênio superiores a 1000 mcg/
dia podem causar perda de cabelo, Optar por minerais aminoácido-
cansaço, unhas frágeis, desconforto quelados, iônicos ou derivados de
muscular, náuseas, falta de apetite, vegetais (primários), sem aditivos à
perda de peso, dermatites, odor de base de alumínio.

281
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Orientar o paciente para que ve- de úlceras gástricas, gastrites erosi-


rifique sempre a data de vencimento vas, etc., quando é necessário evitar
do produto prescrito. o excesso de atividade enzimática
Optar por vitaminas de fontes gástrica.
orgânicas. Optar pelo ferro sob a forma de
Optar por aminoácidos na sua for- gluconato ou de fonte vegetal, pois
ma primária ou livre (o nome é pre- saturam menos a ferritina.
cedido pela letra L minúsculo) (como Ao prescrever lactobacilos aci-
por exemplo, l-lisina, l-arginina), pois dófilos ou similares, assegurar que o
são assim melhor assimilados. produto tenha estado sob refrige-
Quando prescrever cálcio, optar ração, conferindo-se também a data
pelas formas queladas ou molecula- do vencimento. Preferir a forma lí-
res (por exemplo: (gluconato, citrato, quida ou liofilizada em cápsula, que
aspartato, lactato), pois são melhor garantem a população bacteriana e
absorvidos, assimilados e distribu- incluem a bifidobacteria.
ídos. O carbonato é aceitável se o Prescrever sempre a glucosamina
produto possuir outros minerais, ou (sulfato) associada com a condroitina
seja, deve-se evitar o carbonato de (sulfato), pois sem esta a glucosami-
cálcio isoladamente. na tem ação limitada.
O zinco sob a forma de picolina- Procurar prescrever apenas ervas
to e o cromo sob a forma de cromo cientificamente estudadas.
GTF; são muito mais indicados pela Ao necessitar prescrever antio-
maior absorção e distribuição no or- xidantes, preferir as composições de
ganismo. largo espectro, contendo vitamina E,
Usar os óleos encapsulados sob a selênio, germânio, vitamina C (ácido
forma coated para liberação entérica l-ascórbico), vitamina A, betacarote-
e não gástrica. no, bioflavonóides cítricos ou extrato
Preferir vitamina C sob a forma de semente de uva, evitando usá-los
coated ou timed release, para libera- isoladamente.
ção lenta no nível intestinal. Quando prescrever pólen de flo-
Ao prescrever a vitamina Bl2 e a res, evitar os produtos que possam
B6, optar por tabletes sublinguais, apresentar agrotóxicos, acostuman-
pois elas podem ser destruídas no do-se, para isso, a indicar um produ-
trato digestivo. tor idôneo, que tenha o seu produto
Prescrever a vitamina E com se- registrado no Ministério da Agricul-
lênio, pois eles se completam numa tura. O pólen retirado de flores onde
série de funções bioquímicas. a pulverização de “defensivos” agrí-
Prescrever o cálcio juntamente colas é intensa, carregam fortes tra-
com magnésio, na proporção de 2/1. ços destes.
Lembrar que as enzimas prote- É necessário ter cautela com
olíticas podem ser prescritas sob a produtos que possam conter açúcar,
forma tamponada ou enteric coated amido, sal refinado, carvão mineral,
para que sejam dissolvidas nos intes- leveduras, lactose, corantes, aroma-
tinos, como por exemplo nos casos tizantes e conservantes artificiais,

281
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

segundo as condições clínicas dos


pacientes. Os rótulos dos produtos
apontam a presença ou a ausência
destes componentes e, geralmente
são confiáveis, principalmente os
produtos importados.
Preferir empresas que sejam idô-
neas, que possuam um departamen-
to científico e de pesquisas.
Orientar os clientes para que não
utilizem outros produtos, mesmo
que “naturais”, durante o tratamen-
to, principalmente indicados por bal-
conistas das lojas, onde é freqüente a
tentativa de vender mais itens. Ade-
mais, não é porque um produto está
nas prateleiras de uma loja de pro-
dutos naturais ou de suplementos
que ele seja bom para a saúde, que
possa ser ingerido livremente e não
apresente efeitos indesejáveis. Há in-
clusive a questão da propaganda ex-
cessiva feita pelo próprio fabricante.
Por isso, prescrever produtos com o
nome da empresa escolhida.

281
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

281
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Antibióticos - como prescrever


adequadamente

Depois dos analgésicos, os antibi- sos terapêuticos e procedimentos di-


óticos são os fármacos mais utilizados ferentes das drogas farmacológicas,
na prática médica, mas, em cerca de nesta seção apresentamos algumas
65% dos casos, são usados de forma informações úteis de modo a con-
inapropriada, tanto nos consultórios tribuir para a prescrição e utilização
quanto nos hospitais, segundo dados ideal dos antibióticos, segundo as
da Associação Médica Americana. orientações de importantes institui-
Desde a descoberta das penicili- ções como a Organização Mundial de
nas naturais, a indústria farmacêuti- Saúde, a Associação Médica Ameri-
ca desenvolveu diversos antimicro- cana e o nosso Ministério da Saúde.
bianos, com espectro de ação cada
vez mais amplo, porém não houve O que devemos saber sobre os anti-
paralelamente a preocupação com as bióticos de modo a prescrevê-los e
conseqüências futuras de tal de- usá-los adequadamente.
senvolvimento. Hoje é notório o uso
Segundo o Ministério da Saúde
inadequado desses medicamentos
são as razões para o fracasso tera-
tendo como principal conseqüência o
pêutico são as seguintes:
surgimento de microrganismos
multirresistentes. A temida infecção
Ausência de infecção
hospitalar é um grande fantasma e os Coleções não drenadas;
hospitais se transformaram em focos Concentração inadequada do antibi-
de microrganismos resistentes aos ótico no sítio da infecção
antibióticos. Corpos estranhos;
A Organização Mundial de Saúde Defesa imune diminuída
declara que só teremos antimicro- Desenvolvimento de resistência aos
bianos efetivos por apenas mais 20 agentes antimicrobianos.
anos e que 25% a 35% de pacientes Diagnóstico incorreto
hospitalizados fazem uso de antimi- Erros nos testes de sensibilidade
crobianos em algum momento de Infecção em sítio de difícil acesso
sua internação. Freqüentemente, os Infecção não bacteriana
profissionais envolvidos, médicos, Infecção polimicrobiana
farmacêuticos e enfermeiros desco- Outros fatores do hospedeiro
nhecem os prejuízos causados pela Outros fatores presentes no sítio da
aplicação mal feita desses fármacos. infecção:
Embora este seja um manual vol- Retardamento no diagnóstico ou te-
tado para a apresentação de recur- rapia.

283
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Superinfecção. Cocos Gram positivos:


Tecido necrótico. Enterococcus – faecalis, faecium,
avium
Como proceder: Staphylococcus – aureus e spp ( coa-
gulase positivos )
Primeiramente é importante o Streptococcus – pneumoniae, viri-
diagnóstico preciso do caso, l levan- dans, bovis, pyogenes, agalactiae
do em conta todas as possibilidades Bacilos Gram positivos:
acima. Bacillus – anthracis
Em segundo lugar, o óbvio: an- Corynebacterium – diphtheriae, spp
tibióticos são substâncias que agem Listeria – monocytogenes
sobre as bactérias, inibindo o seu Rhodococcus – equi, spp
crescimento ou destruindo-as, ca- Cocos Gram negativos:
racterizando-se então como, bacte- Moraxella – carrhalis
riostáticos e bactericidas, respectiva- Neisseriae – meningitidis, gorrhoeae
mente. Bacilos Gram negativos:
A diferença é importante, pois os Acinetobacter – spp
antibióticos têm a sua ação dividida Aeromonas
como inibidores do crescimento ou Alcaligenes
destruidores de bactérias. No caso Bordetella
de uma escolha errada, por exem- Brucella
plo de um antibiótico bacteriostáti- Campylobacter
co para uma bactéria que deve ser Eiknella
destruída, pode haver fracasso no Enterobacteriaceae – Escherichia
tratamento; por outro lado, escolher coli, Klebsiella pneumoniae, Entero-
um antibiótico bactericida para tra- bacter aerogenes, aglomerans, Ser-
tar uma infecção desencadeada por ratia marcescens, Hafnia, Proteus
uma bactéria não tão agressiva, que vulgaris, mirabilis, Morganella mor-
poderia ser debelada por um agente ganii, Providencia alcalifaciens, stu-
bacteriostático, pode produzir resis- artii, Citrobacter diversus, feundii
tência dos microrganismos, que se Flavimonas
tornam mais fortalecidos. Gardnerella – vaginalis
Também é importante conhecer Haemophhilus – influenzae, ducrey
a classificação dos microrganismos Helicobacter - pylori
diferentes dos vírus e fungos, além Legionella
das características de coloração pelo Pasteurella
método de Gram, de modo a saber Pseudomonas – aeruginosa, cepacia
escolher o antimicrobiano correto, o Salmonella – typhi
que raramente acontece na prática Shigella
médica comum. Oficial- mente a Vibrio
classificação das bactérias é a Yersinia – pestis, enterocolitica
seguinte: Espiroquetas:
Classificação dos microrganismos Leptospira
de importância clínica Treponema – pallidum

284
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Anaeróbios: vitaminas do complexo B e lactobaci-


Bacteróides (bacilo gram negativo)- los. Na medida do possível, recorrer à
fragilis, sp antibioticoterapia parenteral.
Clostridium (bacilo gram positivo) – Importante: conhecer bem a
tetani, difficile toxocidade do antibiótico - que ge-
Cocos Gram positivos – Actinomyces, ralmente podem ser hepatotóxicos,
Bifidobacterium, Lactobacillus, Pro- neurotóxicos, nefrotóxicos, ototó-
pionibacterium xicos, etc.) e adequar a informação
Fusobacterium às condições clínicas, patológicas do
Peptostreptococcus (coco gram po- paciente e epidemiológicas am-
sitivo) bientais. Dentre os antimicrobia-
nos, deve-se sempre escolher com
Lembretes muito importantes base em: menor toxicidade, menor
quanto ao uso de antibióticos: indução de resistência, penetração
IA priori, o antibiograma e a cul- em concentração eficaz no sítio de
tura devem preceder qualquer trata- infecção, posologia mais cômoda,
mento com antibióticos. Deve-se evi- via de administração mais adequa-
tar iniciar a antobioticoterapia sem da, menor custo.
colher adequadamente material para Importante: ao prescrever os an-
exame direto e cultura, a não ser que timicrobianos o médico deve consi-
seja desnecessário ou inapropriado derar as peculiaridades de cada caso.
(por exemplo, na maioria das sinu- Anamnese, exame físico e dados la-
sites ou otites não complicadas). Po- boratoriais são fundamentais para
rém, a cultura não diferencia coloni- determinar se um paciente está re-
zação de infecção, não devendo ser almente infectado e o local da infec-
analisada fora do contexto clínico. ção. Desta forma consegue-se consi-
Importante: antibióticos não derar os possíveis microrganismos, e
servem para tratar vírus ou prevenir qual droga atingiria melhor concen-
viroses; ao contrário, podem até fa- tração no local afetado. A exemplo:
vorecer viroses, pois geralmente re- infecção urinária, germes possíveis
duzem a resistência imunológica ao – enterobactérias; antibióticos que
reduzirem a flora intestinal. concentram bem em vias urinárias e
Importante: Não há antibiótico- são sensíveis a estes microrganismos
terapia profilática. A maior parte das – ampicilina, sulfametoxazol/trime-
resistâncias bacterianas se devem ao toprim, quinolonas.
uso dos antibióticos preventivamente A idade do paciente é importante
de modo desnecessário e indevido. pois pode reduzir o número de agen-
Importante: antibióticos por via tes etiológicos, por exemplo, Hemo-
oral afetam a flora bacteriana, levan- philus influenzae é a causa freqüente
do a prejuísos no sistema imunológi- de meningite em crianças não vaci-
co e enfraquecimento do organismo. nadas, sendo incomum em adultos.
Recomenda-se o uso de recursos pro- Procurar saber se o paciente em
tetores da flora (como muitos apon- questão era previamente hígido ou
tados neste manual) intestinal, como enfermo, o processo infeccioso é agu-

285
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

do ou crônico e a localização do su- nos. Brasília, Coordenação de Con-


posto sítio infeccioso, permite a quem trole de Infecção Hospitalar, 1998.
prescreve avaliar a gravidade e urgên-
cia do início de antibioticoterapia. Finalizamos esta seção referente
A seguinte tabela mostra infor- aos antibióticos, lembrando o ensi-
mações úteis para e escolha do an- namento do Dr. Claude Bernard – o
tibiótico adequadoe um a antibioti- “pai da fisiologia”, que dizia: “O ger-
coterapia consciente. Foi divulgada me não é nada; o terreno é tudo”. O
pela Secretaria de Saúde do Estado “terreno” a que se refere o velho
de São Paulo, com base na poblicação mestre é a “pessoa” como um todo,
do MINISTÉRIO DA SAÚDE - Consenso o que vale dizer que a visão segmen-
sobre o uso racional de antimicrobia- tada, a fragmentação do indivíduo

Tabela 1
DROGA/ GRAU DE PENE-
TRAÇÃO NOS SÌTIOS DOSE/VIA EFEITOS COLATERAIS ESPECTRO

50-300mg/
Kg/dia de
4/4h ou 6/6h
IM ou EV
AMPICILINA 50-100mg/ Enterococcus sp, Strep-
Kg/dia vo Náusea, diarréia, dor tococcus pneumoniae
Boa penetração em A alimenta- abdominal, nefrite e sp, Listeria. Atividade
quase todos os tecidos ção interfere intersticial, tromboci- irregular para entero-
com exceção de ossos e a absorção, topenia. bactérias, fraca ação
próstata. portanto antianaeróbica.
deve ser inje-
rido longe das
refeições.
50-150mg/
Kg/dia (am-
picilina ) de
6/6h EV Além dos efeitos Infecções graves causados
AMPICILINA/SULBACTAM 25-50mg/ acima, da ampicilina, por germes primariamen-
Kg/dia VO de leucopenia, anemia, te sensíveis a ampicilina,
Boa penetração em todos 12/12h
os tecidos. aumento das transa- anaeróbios e principal-
A dose minases. mente Acinetobacter.
máxima de
sulbactam é
de 4g/dia.
50-100mg/
Kg/dia VO de Exantema maculopa-
AMOXICILINA 8/8h. pular, prurido, febre,
Penetração semelhante a A alimen- diarréia, eosinofilia, As mesmas da ampicilina.
ampicilina. tação não elevação das transami-
interfere na nases, leucopenia.
absorção.
As mesmas da ampicilina,
AMOXICILINA/CLAVU- Staphylococcus spp,
LANATO 30-100mg/ Além dos efeitos da anaeróbios, Haemophilus
Kg/dia EV ampicilina, plaqueto- influenzae, moraxella
O ácido clavulânico tem de 6/6h ou penia. catarrhalis. Sem atividade
penetração terapêutica 8/8h. contra Serratia e Entero-
no osso. bacter.

286
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

DROGA/ GRAU DE PENE-


TRAÇÃO NOS SÌTIOS DOSE/VIA EFEITOS COLATERAIS ESPECTRO

15mg/Kg/dia
EV ou IM de
12/12h ou 1x
ao dia.
A admi-
nistração
endovenosa Nefrotoxicidade be- Enterobactérias, Sta-
deve ser feita nigna e reversível não phylococcus (infecções
AMICACINA graves em associação
Não atinge níveis adequa- em 30-60 oligúrica traduzida por
minutos. aumento da creatinina, com oxacilina ou cefaloti-
dos no líquor. A administra- ototoxicidade (função na), Pseudomonas aeru-
ção única di- vestibular e auditiva). ginosa (em associação ao
ária melhora beta– lactâmico )
o efeito pós-
antibiótico e
permite ação
bactericida
rápida.

50-100mg/
Kg/dia EV ou Alterações no paladar, Gram negativos em geral,
AZTREONAM IM de 8/8h icterícia, plaquetope- incluindo Pseudomonas
ou 12/12h. nia, leucopenia, eleva- aeruginosas. Não tem
ções de transaminases ação contra germes gram
Penetra bem em todos os Infecções gra- e de fosfatase alcalina, positivos e anaeróbios.
tecidos. ves – 50mg/ alteração na atividade Sinergismo com aminogli-
Kg/dose da protrombina. cosídeos.
A cada 6/6h.

10mg/Kg/dia Náuseas, vômitos, dor Chlammydia, Legionella,


AZITROMICINA VO em dose abdominal, tonteira, Moraxella catarrhalis, My-
única diária. cefaléia, cansaço, coplasma, Neisseria sp,
Boa penetração na maio- A alimenta- erupções cutâneas. moderada para Staphylo-
ria dos tecidos. ção interfere coccus, Streptococcus e
na absorção. anaeróbios.

Flebite, mal estar, cala-


frios, febre hipotensão,
arritmia, miocardite
0,5-1mg/Kg/ tóxica, anemia, leuco-
dia EV 1x dia penia, plaquetopenia,
gota a gota hipopotassemia,
ANFOTERICINA B por no míni- nefrotoxicidade tradu-
Não atravessa bem barrei- mo 3 horas.
zida por aumento da
ra hematoencefálica, não Diluição creatinina sérica.
concentra bem em coá- somente em Infecções fúngicas.
A administração prévia
gulos sanguíneos, fibrina, solução glico- de antipirético e anti-
humor vítreo, secreção sada a 5%, a histamínico, além do
brônquica e parótida. dose diluída uso concomitante de
não deve hidrocortisona (100mg
ultrapassar a em Y com a droga)
10 mg/100ml. diminuem os efeitos
colaterais locais, cala-
frios e tremores.

287
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

DROGA/ GRAU DE PENE-


TRAÇÃO NOS SÌTIOS DOSE/VIA EFEITOS COLATERAIS ESPECTRO

30-50mg/Kg/ Streptococcus sp,


CEFALEXINA dia VO de 6/6 Náuseas, vômitos, Staphylococcus sp, gram
horas. diarréia, neutro penia, negativos sensíveis no an-
trombocitopenia e tibiograma e anaeróbios
Boa penetração na maio- Alimen- elevação das transa- de boca. Embora apre-
ria dos tecidos. tos não minases. sentam atividade in vitro
interferem na para Neisseria, na prática
absorção. não tem eficácia.

50-100mg/
Kg/dia de 4/4 Neutropenia, aumento
CEFALOTINA ou 6/6 horas O mesmo da cefalexi-
EV ou IM. das transaminases,
insuficiência renal (por na, sendo atualmente
Não atinge boa concen- necrose tubular agu- utilizado como alternativa
tração no líquor. Infecções à oxacilina e profilaxia
da), teste de Coombs
graves – 150- fal-so positivo. cirúrgica.
200mg/Kg/
dia.

30-50mg/Kg/
dia de 6/6 ou
CEFAZOLINA de 8/8 horas Os mesmos da cefa-
IM ou EV. O mesmo da cefalotina.
Não atinge boa concen- Infecções gra- lotina.
tração liquórica. ves – 100mg/
Kg/dia.

Ação sobre gram positi-


100-200mg/ vos (menor ação), gram
CEFOXITINA Kg/dia de negativos (maior ação)
Não atinge boa concen- 4/4 ou de Neutropenia, insufici- e anaeróbios. Devido ao
6/6 horas IM ência renal. grande poder indutor de
tração liquórica.
ou EV. resistência, só é recomen-
dado o uso para profilaxia
cirúrgica.
Gram negativos em geral,
pouca ação contra gram
60-200mg/ positivos (Staphylococcus
CEFTAZIDIMA Kg/dia de Diarréia, leucopenia, e Streptococcus). Princi-
8/8 ou 12/12 trombocitopenia, pal indicação atualmente
Boa penetração na maio- horas IM ou aumento das transa- é para Pseudomonas
ria dos tecidos. EV. minases e fosfatase aeruginosa cujo efeito
Dose máxima alcalina. sinérgico é conseguido
de 12g/dia. com aminoglicosídeo
ou quinolona ( de ação
sistêmica).
Colite pseudomem- Gram positivos (menor
50-100mg/ branosa, aumento para Staphylococcus e
CETRIAXONA Kg/dia EV ou das transaminases, sem ação para Entero-
Boa penetração na maio- IM de 12/12 leucopenia, tromboci- coccus) e gram negativos
ria dos tecidos. ou 24/24 topenia, lama biliar por (menor para Pseudo-
horas. deposição deste sal na monas).
vesícula.

288
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

DROGA/ GRAU DE PENE-


TRAÇÃO NOS SÌTIOS DOSE/VIA EFEITOS COLATERAIS ESPECTRO

Gram positivos (não age


contra Enterococcus sp,
CEFEPIMA nem Listeria ), excelente
50-150mg EV Náusea, modificação
ou IM de 8/8 atividade contra gram
Boa penetração na do paladar, parestesia, negativos, inclusive Pseu-
maioria dos ou de 12/12 elevação das transa-
tecidos. horas. minases. domonas aeruginosa.
Não tem ação contra
Acinetobacter , nem
anaeróbios.
200 – 400mg
de 8/8 ou de
12/12horas Gram positivos (menor
EV. contra Streptococcus) e
500- 1000mg
VO de 12/12 Náusea, diarréia, dor gram negativos (ente-
CIPROFLOXACINA horas. abdominal, elevação robactérias e Pseudo-
Boa penetração na maio- A dose de das transaminases, monas ). Em infecções
400mg de estafilocócicas graves é
ria dos tecidos. leucopenia, sonolência, recomendada associação
8/8h deve convulsão, tendinite.
ser feita em com rifampicina (300mg
casos de de 12/12 horas). Não tem
meningite ação contra anaeróbios.
ou sepse
abdominal.
Náusea, vômitos Staphy lococcus, Strepto-
15mg/Kg/ dia cefaléia, tonteiras, coccus, e pneumococo.
CLARITROMICINA VO ou EV de
Boa penetração na maio- hipoacusia, taquicardia Chlamydia, Mycoplasma,
12/12 horas. supraventricular Moraxella, anaeróbios.
ria dos tecidos. Dose máxima e psicose maníaca Atividade moderada para
de 2g/dia. depressiva. Haemophilus
20-50mg/
Náuseas, vômitos, diar-
Kg/dia VO IM
ou EV. réia, gosto metálico,
CLINDAMICINA colite pseudomem-
Dose máxima branosa, leucopenia, Gram positivos, menos
Concentração no líquor é de 4.800mg. trombocitopenia, enterococos e anaeró-
baixa, mesmo em presen- O gotejamen- bloqueio neuromus- bios.
ça de meningite. to não deve cular, febre, eritema
exceder a polimorfo, síndrome de
Stevens-Johnson.
30mg/min.
100- 400mg/
dia VO ou EV
dose única
FLUCONAZOL diária. Náuseas, vômitos,
Em meningi- cefaléia, dor abdo-
Boa concentração na tes ou infec- minal, elevação das Infecções fúngicas.
maioria dos tecidos. ções graves transaminases.
pode-se usar
até 12mg/Kg/
dia.
Gram positivos, gram
30-50mg/Kg/ Náuseas, diarréia (prin- negativos de forma geral,
dia IM ou EV cipalmente se a infusão e anaeróbios. Efeito sinér-
IMIPENEM/CILASTATINA de 6/6 horas. for rápida) , febre gico com aminoglicosíde-
superinfecção ( com os contra Pseudomonas
Boa penetração na maio- A dose má- bactérias e fungos), aeruginosa. Pelo seu
ria dos tecidos. xima diária é convulsão, leucopenia, poder eliptogênico deve
de 4g/dia. plaquetopenia, eleva- ser evitada em infecções
ção das transaminases do SNC.

289
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

DROGA/ GRAU DE PENE-


TRAÇÃO NOS SÌTIOS DOSE/VIA EFEITOS COLATERAIS ESPECTRO

Gram positivos, incluindo


Staphylococcus , pneu-
mococo, Mycoplasma
LEVOFLOXACINA 500mg/dia e gram negativos: ente-
VO ou EV em Vertigens, tonteiras,
alterações de transami- robactérias, hemófilos,
Não atinge concentração dose única
diária. nases, tendinites. Moraxella, Pseudomonas,
terapêutica no líquor. Legionella, Efeito menor
para enterococos e
anaeróbios.
15mg/Kg
– dose de
METRONIDAZOL Náusea, dor abdomi-
ataque e a se- nal, diarréia, cefaléia,
guir 7,5 mg/ sensação de gosto Anaeróbios.
Boa penetração na maio- Kg/ de 6/6 ou
ria dos tecidos. metálico, parestesia.
8/8 horas VO
ou EV.
10- 20mg/
Kg/dia de 8/8
ou de 12/12
horas EV ou
IM. Diarréia, náusea, vô-
MEROPENEM mito, leucopenia, trom- O mesmo do Imipenem,
Em infecções
do SNC a bocitopenia, elevação porém o risco de convul-
Boa penetração na maio- das transaminases, são é menor.
ria dos tecidos. dose é de
40mg/Kg/ eosinofilia.
dose, com
dose máxima
de 6g/dia
Enterobactérias, Hae-
NORFLOXACINA mophilus, Moraxella,
Boa concentração Eikenella, Aeromonas,
Náusea, vômitos,
somente no parênquima 400mg VO de diarréia, artralgia, leu- Pasteurella, Staphylococ-
renal, vias urinárias, bile 12/12 horas. copenia, eosinofilia. cus, menor ação contra
e fezes (por recuperação Streptococcus e Entero-
da droga). coccus. Não tem ação
contra anaeróbios.
Staphylococcus, menor
para Streptococcus não
OXACILINA 50-200mg/ Flebite, eosinofilia, fe- tem ação para Enterococ-
Kg/dia de 4/4 cus. Nas estafilococcias
Boa penetração na maio- ou 6/6 horas bre, aumento de TGO. pode haver vantagem em
ria dos tecidos. EV ou IM. associar aminoglicosídeos
(nos 5 primeiros dias ) ou
rifampicina.
Gram positivos, menor
Febre, flebite, pa- para Staphylococcus,
gram negativos de
PENICILINA G CRISTALINA restesia, convulsão, orofaringe e anaeróbios,
50.000- coma (pode ocorrer espiroquetas e actinomi-
com doses altas em cetos. Nas infecções por
Boa penatração na 300.000U/ idosos, doença cere-
maioria dos tecidos, com Kg/dia EV de Enterococcus deve ser
bral prévia), anemia associada ao aminogli-
exceção de próstata e 4/4 horas. hemolítica, reações
olho. cosídeo. Não deve ser
de hipersensibilidade,
nefrotoxicidade. infundida concomitante
ao aminoglicosídeo por
inativa-lo.

291
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

DROGA/ GRAU DE PENE-


TRAÇÃO NOS SÌTIOS DOSE/VIA EFEITOS COLATERAIS ESPECTRO

400.000 - 1.
PENICILINA G PROCAÍNA 200.000U/dia Febre, eritema, dor Sreptococcus, Neisseria
Não proporciona dose de 12/12 ou local e abcesso estéril, gonorrhoe, Treponema
adequada no líquor. 24/24 horas reações de hipersensi-
bilidade. pallidum.
IM.

Náuseas, vômitos,
PIPERACILINA/TAZOBAC- 2,25-4,5g EV / diarréia, dor no local Gram positivos, inclusive
dia de 6/6 ou (quando usado IM), Enterococcus, gram
TAM Boa penetração na
maioria dos tecidos. 8/8 horas IM elevação das transami- negativos, mesmo a Pseu-
ou EV. nases, anemia, leuco- domonas e anaeróbios.
penia, plaquetopenia,

15.000-30- Parestesia, tonteiras,


.000U/Kg/ fraqueza muscular, Klebsiella, Escherichia,
ataxia, parestesia, blo-
dia de 8/8 queio neuro muscular Enterobacter, Haemophi-
POLIMIXINA B Não pro- ou 12/12 (os efeitos tóxicos são lus, Salmonella, Shigella,
porciona dose adequada horas IM ou mais comuns em obe- Pasteurella, Vibrio, Pseu-
EV. Deve ser sos, por isso, a dose domonas. Nãoapresenta
no líquor nem humor dissolvido ação contra Proteus, Ser-
aquoso. deve ser calculada
em soro de acordo com peso ratia, Neisseria e Brucella.
glicosado e ideal), hiponatremia, Tem efeito sinérgico com
infundido 2 hipocalemia, nefroto- beta-lactâmicos.
horas.
xicidade.
Gram positivos, incluindo
5-20mg/ Náusea, vômitos, Staphylococcus e Strepto-
SULFAMETOXAZOL/TRI- Kg/dia de diarréia, anemia, leuco- coccus, porém sem ação
METOPRIM Difunde-se trimetoprim penia trombocitopenia, contra Enterococcus.
depressão, acidose Gram negativos, entero-
adequadamente por todo VO ou EV de tubular, anafilaxia, bactérias, Haemophilus,
o organismo. 6/6, 8/8 ou síndrome de Stevens- Neisseria. Sem ação
12/12horas. Johnson. contra anaeróbios e Pseu-
domonas aeruginosa.
Gram positivos: Staphylo-
12-18mg/Kg/ Náuseas, vômitos, coccus, Streptococcus,
dia durante diarréia, eritema, Enterococcus. Não
TEICOPLANINA Não pe- 2-4 dias de prurido, febre, trombo- tem ação contra gram
netra bem no líquor, nem 12/12 horas, citopenia, aumento das negativos e aneróbios.
a seguir 6mg/ transaminases, neu- Nas endocardites por
tecido gorduroso. enterococos recomenda-
Kg/dia em tropenia, hipoacusia,
dose única EV raramente síndrome do se associação com
ou IM. homem vermelho. aminoglicosídeo visando
ação sinérgica.
O mesmo da teicopla-
nina. O uso combinado
Febre, flebite, calafrios, com aminoglicosídeo ou
30-40mg/Kg/ hipotensão, síndrome rifampicina apresenta
VANCOMICINA Não atinge dia de 6/6 ou do homem vermelho efeito sinérgico. Deve-se
concentração boa no 12/12 horas (normal-mente asso- reservar a utilização
líquor de indivíduos sem EV. A infusão ciada à infusão rápida), para infecções por gram
meningite. deve ser feita leucopenia, eosinofilia, positivos só sensível a
em 1 hora. nefrotoxicidade e esta droga ou pacientes
ototoxicidade. alérgicos, pela possibili-
dade de emergência de
multir-resistentes.

291
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

TABELA 2
TOPOGRAFIA MICROBIOTA ESPERADA
BOCA e DENTES Staphylococcus, Streptococcus, espiroquetas, actinomiceto, bacterói-
de, fusobactéria, fungos.
SEIOS PARANASAIS Streptococcus, Haemophilus influenzae, actinomiceto, bacteróide,
fusobactéria, peptococo, Propionibacterium.
GARGANTA Staphylococcus, Streptococcus, Haemophilus, Corynebacterium, Neis-
seriae, Fusobacterium, Bacteróides, Candida.
FLORA CUTÂNEA Staphylococcus, Streptococcus, Corynebacterium, Propionibacterium,
Micrococci, fungos.
INTESTINO DELGADO Enterobactérias, Enterococcus, fungos.

INTESTINO GROSSO Enterobactérias, enterococcus, fungos, actinomiceto, Bacteróides,


Clostridium, bifidobactéria.
FLORA VAGINAL Lactobacilo, Streptococcus, corinebactéria, micoplasma, peptococo,
actinomiceto, fungos.
PERÍNEO e URETRA Staphylococcus, Streptococcus, Corynebacterium, Propionibacterium,
fungos, micoplasma, actinomiceto, Bacteróides, Clostridium.

em partes, como elementos de uma Referências bibliográficas sobre os


engrenagem, já perdeu lugar para a antibióticos
visão unificada, integrativa, que con-
sidera aspectos orgânicos, bioquími- BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Consenso
cos, ambientais, genéticos, psicoló- sobre o uso racional de antimicrobianos.
gicos, afetivos, mentais, familiares e Brasília, Coordenação de Controle de
sociais. A atenção ao “terreno” Infecção Hospitalar, 1998.
significa trabalhar no resgate da saú- BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual
de e não apenas combater sinais e de controle de infecção hospitalar. Brasília,
sintomas isoladamente, sem a visão Centro de Documentação, 1985.
do todo que é o organismo e a pes-
BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria
soa. Lembramos que existem muitos
n° 2616/GM de 12 de maio de 1998.
recursos, tanto oficiais quanto oficio-
Diário Oficial da União da República Fede-
sos, capazes de trabalhar o “terreno”,
rativa do Brasil, Brasília, seção 1, n° 89, pp.
fortalecendo-o e equilibrando-o. A
133, 13 de maio 1998.
Homeopatia, a Acupuntura (que são
especialidades médicas) a medicina CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND
biológica, biomolecular, etc. Ofere- PREVENTION. Recommendations for
cem muitos recursos nessa direção e preventing the spread of vancomycin
são opções importantes para o pro- resistance. Atlanta 1999.
fissional mais sensível e inteligente. COUTO CR, PEDROSA TMG, NOGUEIRA
Este manual foi preparado com o ob- JM. Infecção hospitalar epidemiologia e
jetivo de incrementar esta visão inte- controle. Rio de janeiro, MEDSI, 1997.
grativa e um modus operandi médico EDWARD SW. Surgical Site Infections. Hos-
mais sensato. pital Epidemiology and Infection Control
1999;190-209.

293
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

EHRENKRANS NJ. Antimicrobial Prophy-


laxis in Surgery: Mechanisms, Misconcep-
tions, and Miachief. Infection Control and
Hospital Epidemiology 1993;14:99-106..
MANGRAM AJ, HORAN TC, PEARSON MF,
SILVER CL, JARVIS RW. Guideline for Preven-
tion of Surgical Site Infection. Hospital In-
fection Control Pratices Advisory Commit-
tee menbership List. Infection Control and
Hospital Epidemiology 1999;20:219-269.
OLIVEIRA CA, ALBUQUERQUE PC, ROCHA
MCL. Infecções Hospitalares: abordagem,
prevenção e controle. Rio de Janeiro,
MEDSI, 1998.
RIBEIRO MA, MACULIVECIUS J. Manual de
organização do lactário. Rio de Janeiro,
Atheneu, 1985.
RODRIGUES CAE e cols. Infecções
hospitalares: prevenção e controle. São
Paulo,Sarvier, 1997.
SCHECHTER M, MARANGONI DV. Doen-
ças infecciosas: conduta diagnóstica e
terapêutica. Rio de Janeiro, Guanabara
Koogan, 1994.

293
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

293
Protocolos e indicações
terapêuticas
(vademecum)

guir, uma vez que tal não é o propósi- to


Apresentamos aqui apenas al deste trabalho. Optamos por uma
gumas patologias e disfunções, apresentação sucinta e sintética,
apontando indicações terapêuticas e prática e direta. Assim, preferimos
sugestões. A importância principal comentar somente o que considera-
deste trabalho se concentra na mos como informação essencial para
apresentação até agore realizada em cada item, indicando, associadamen-
relação a cada item ou recurso. Mas te a conhecimentos médicos de pra
primamos por mostrar patologias xe necessários, aspectos mais atuais
degenerativas, dentre elas as que e recém relacionados aos mesmos.
mais têm desafiado a medici- na Como se trata de um manual
moderna e nas quais a terapêutica de para profissionais de saúde e para
praxe disponível tem tido dificul- estudantes, subentende-se que o
dades em obter resultados satisfató- leitor domine a terminologia aqui
rios, ou tem falhado. empregada, sem a necessidade de
Os protocolos a seguir explicá-la.
representam apenas alguns, entre
muitos, da experiência clínica do 3
autor e de seus colaboradores. Antes de utilizar o capítulo que se
segue, sugerimos ao leitor estudar no
Antes de iniciar o capítulo se- capítulo anterior cada um dos
guinte, leia atentamente: produtos ou item indicado para as
doenças comentadas, de modo a
1 conhecer melhor a posologia e modo
As indicações terapêuticas e de uso de cada um. Muitos dos
protocolos a seguir são para uso agentes terapêuticos e suplementos
profissional e responsável. Este é um indicados têm dosagem e posologia
manual técnico dirigido a médicos, que devem se adaptar a cada caso,
dentistas e demais profissionais de segundo variáveis como idade,
saúde, e não para o público leigo. condições clínicas e patológicas,
peso, sexo, tipo de atividade, tipo de
2 alimentação, etc. Para isso, incluímos
Não pretendemos adentrar am- aqui algumas adaptações
plamente nos aspectos patológicos, posológicas específicas que,
fisiopatológicos, etiopatológicos, contudo, podem ser modificadas e
etiológicos, clínicos, bioquímicos e adaptadas.
demais características de cada pato- Quando uma indicação de
logia ou problema mencionado a se- produto ou suplemento não
295
apresentar doses ou posologia,
estas devem ser obtidas no capítulo
anterior, estudando-se o item em
questão, como é o caso das
enzimas e dos aminoácidos.

4
As indicações e sugestões a se-
guir não são apenas resultantes da

296
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

experiência do autor, seus - e a responsabilidade - de escolher


colaboradores, ou de alguns
profissionais isolados, mas de uma
grande comunidade médica e cien-
tífica, principalmente internacional,
com documentação científica, con-
forme indicada neste trabalho.

5
A escolha dos produtos e itens
para a prescrição deve obedecer aos
princípios da sensatez. Assim, a
escolha de apenas um item indi- cado
ou de vários – senão de todos
– é de competência do profissional.
Caso se opte por todos os produtos e
itens indicados para uma doença, é
necessário estabelecer uma ordem
posológica ou uma fórmula, com
uma adequação de uso. Vitaminas e
minerais podem ser prescritos juntos,
em fórmulas definidas. Uma outra
composição separada pode ser
composta por aminoácidos, assim
como uma outra por enzimas e outra
por fitoterápicos, sem que isso
represente riscos. Mesmo assim, é
necessário acompanhamento do tra-
tamento e adequação terapêutica.
Fórmulas compostas podem ser
elaboradas e encaminhadas para far-
mácias de manipulação, ou, no caso
de produtos isolados, buscar adquirir
as marcas seguras.

6
Este manual apenas oferece su-
gestões e opções de recursos tera-
pêuticos. Não assumimos a posição
de que a terapêutica de praxe, com
base nos fármacos convencionais,
deva ser substituída pelas indicações
aqui presentes. Conforme mostra-
mos na apresentação deste trabalho,
o profissional de saúde tem o direito
297
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

o método terapêutico que lhe itens, tratamentos e indicações tera-


aprouver, com critério e pêuticas mencionadas, indicação de
consciência. Com o avanço dos fornecedores, informações extras,
novos conceitos médicos e etc., estão à disposição dos leitores,
terapêuticos, já não existem limites bastando para tal solicitá-los junto ao
precisos entre o que podemos autor e à editora.
ainda denominar “terapêutica De qualquer modo, tomamos o
oficial” e “terapêutica oficiosa”, cuidado de associar a maior
portanto associações entre os quantidade possível de pesquisas
“dois” modelos estão sendo cada científicas, experiências
vez mais aplicadas na prática comprovadas e registradas,
clínica. evidências e trabalhos sérios para
cada item ou recurso apresentado.
7
As patologias apresentadas a 9
seguir pertencem às diversas Em todas patologias apresen-
especialidades médicas. Portanto, tadas a seguir, além das sugestões
o clínico geral ou especialista de terapêuticas, indica-se a terapêutica
outra área não referente à
enfermidade apresentada, deve ter
em mente que o especialista
específico domina uma gama maior
de informações e conhecimentos
relativos ao problema e à
terapêutica, e deve ser consultado
em caso de necessidade. No
entanto, as indicações a seguir são
oferecidas também aos
especialistas, que po- dem ter aqui
alternativas úteis que podem
contribuir para resultados
consistentes.

8
Índices e referências aos docu-
mentos, trabalhos e pesquisas aqui
apontadas, quanto aos produtos,
298
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

homeopática e antroposófica. Aqui apresentados não tenham a mesma


não são apresentadas sugestões ho- conotação tóxica de fármacos, não
meopáticas porque essa terapêutica apresentem os mesmos riscos, sua
deve ser realizada através da indivi- indicação pediátrica exige atenção
dualização do tratamento, onde os quantoàs doses e administração, bem
remédios não são escolhidos do mes- como para grávidas, ficando a critério
mo modo que o raciocínio médico de do profissional a decisão do uso,
praxe, que relaciona a doença a um segundo seu discernimento.
remédio. Na homeopatia, a relação é
entre o remédio e a pessoa, com seu 13
conjunto de sinais e sintomas. Pode-
se associar a terapêutica homeopá- Para dirimir dúvidas, para
tica juntamente com as indicações a esclarecimentos, para
seguir, com exceção eventualmente
dos fitoterápicos antagônicos, aconselhamento, troca de
segundo cada caso. informações e sugestões,
bem como para indicações
10
O tempo de tratamento é muito de como adquirir de modo
relativo e depende de muitos fatores. seguro os itens aqui
Em geral, os recursos a seguir devem apresentados, enviar email
ser utilizados até a melhora significa-
tiva do problema, ou suspensos em
para o autor através do
caso de resultados indesejados ou endereço:
sem efeito. De um modo geral, apela-
se para o bom senso de cada profis-
sional, de modo a ajustar o tempo de
tratamento segundo a sua experiên- rmbontempo@gmail.com
cia, em dependência de cada caso

11
Com exceção do viscum album, a
maior parte dos recursos terapeu-
ticos aqui apresentados é para uso
oral, porém, diversos itens podem ser
encontrados para uso intra-muscular
ou renoso e sua aplicação depende
da experiência do profissional.
Para tanto associamos alguns
protocolos injetáveis mais modernos
que podem ser utilizados
concomitantemente, dentro de um
planejamento e sensato.

12
Embora os recursos aqui
299
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

ambiente intestinal, de- sintoxicarão,


depuração de resíduos
inconvenientes e restabelecimento
Indicações concomitante da boa função (motili-
dade) intestinal.
Acidente vascular cerebral
Sugestões: (Usar um ou mais itens,
combinados em fórmula):
Como tratamento após o
Complexo de enzimas digestivas
incidente, recomenda-se, além da
contendo: lipase, protease, celulase,
terapia de praxe, as terapias
amilase e papaína (esta:200 mg/dia).
bioxidativas, com ozônio,
Coenzima Q 10 – 30 a 60 mg, 2 x ao dia.
fotoluminescência e peróxido de
DMSO - Ajustar dose, oral ou tópica.
hidrogênio.
Kefir – 500 mg 3 vezes ao dia.
Ver mais detalhes em DMSO.
Lecitina – 1 a 2 g. /dia
Azul de metileno – ver descrição no
Ácido pantotênico – 100 mg/dia
capítulo de Suplementos Especiais.
Vitamina A – 20.000 UI de betacaro-
Ozônio (Mb1)
teno/dia
Ver informações úteis para
este problema no capítulo Peróxido
de hidrogênio - Uma terapia
biológica.

Acne
Na acne é necessário depurar o
organismo e melhorar a qualidade
biológica intestinal, reduzir os radi-
cais livres, melhorar a função
intesti- nal e normalizar a função
endócrina. A utilização de enzimas
digestivas concentradas é hoje um
importante e eficaz recurso contra
este proble- ma, uma vez que
promove a digestão e a assimilação
ideal dos nutrientes, evitando a
fermentação digestiva, redução do
estresse intestinal com revigoração
da flora, manutenção do ph ideal do
300
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Vitamina C – 1 a 3 g./dia Curcumina injetável - 200 mg, 2 ml


Vitamina E – 400 UI /dia uma vez por semana, por 3 meses ou
Zinco – 50 mg/dia mais.
Bioflavonóides – 100 mg/dia Dióxido de cloro- MMS – Ajustar dose
Lactobacilos acidófilos (ou outros, DMSO - Ajustar dose, oral ou tópica.
sozinhos ou associados) - 20 a 40 mg
(200 a 400 milhões de UI), 3 vezes ao Equinácea – 250 mg, 3 vezes ao dia.
dia, pouco antes das refeições. Glutationa - ver capítulo para ajuste.
Clorela - 3 a 4 g/dia. Lactobacilos acidófilos (ou outros,
Sementes de linho – 50 a 100 g/dia. sozinhos ou associados) - 20 a 40 mg
Alcaçuz – 500 mg, 3 vezes ao dia. (200 a 400 milhões de UI), 3 vezes ao
Feno-grego – 250 mg 3 vezes ao dia. dia, pouco antes das refeições.
MSM (Metilosulfonilmetano)- 500 MSM (Metilosulfonilmetano)- 500
miligramas três vezes ao dia. miligramas três vezes ao dia.
Musgo irlândes – 2 a 3 g/dia. Superóxido Desmutase - 150 mcg, 2
Zeolita – Ajustar dose. Ver item. vezes ao dia
Cytoprópolis - Ver posologia no capí-
AIDS tulo correspondente.
Proteínas do soro do leite – 3 a 5 co-
O objetivo principal destas suges- lheres de sopa/dia.
Unha da gato – 500 mg, 3 vezes ao
tões é o de elevar a capacidade do
dia, ou mais.
sistema imunológico e proteger o or-
Viscum álbum injetável – Ver em:
ganismo. Podem ser aplicadas só, ou
Capítulo especial: O viscum album na
associadas a qualquer tratamento.
terapêutica.
Evitar o uso de adoçantes à base
Vitamina A – 50.000 UI de betacaro-
de aspartame, pois seus teno/dia
componentes (metanol, ácido Vitamina C – até 10.000 mg/dia de
fórmico e outros) podem agravar ácido L-ascórbico.
este problema.(Bretherick, 1981; Vitamina E – 1.200 UI/dia.
Uribe, 1981; Stegink 1984; Novick, Zinco – 50 mg/dia
1985; Kulezycki, 1986). Obs.: Crianças devem ter a sua dose
ajustada adequadamente, segundo
Sugestões: (Usar um ou mais cada item.
itens, combinados em fórmula): * Na homeopatia, ver Método Cano-
va, na literatura médica específica.
Alho – Comer 03 dentes por dia
1.000 a 2.000 mg/dia Alcoolismo
Astrágalo – 250 mg do extrato, 3 ve-
zes ao dia. O alcoolismo, seja agudo ou crô-
Bioflavonóides – 100 mg, 3 vezes ao nico, determina uma grande quan-
dia. tidade de doenças e desequilíbrios;
Complexo B – 100 1 150 mg 3 x ao além da conhecida e terminal cirro-
dia. se, são comuns as úlceras gástricas,
as gastrites, o câncer de esôfago, da
laringe e de estômago. No sistema
301
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

nervoso, podem surgir polineurites,


atrofias musculares, paralisias mus-
culares, paralisias oftálmicas,
epilep- sia por lesões cerebrais
provocadas pelo álcool e outras,
que tendem a se manter mesmo
depois da cura do alcoolismo.

302
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

É preciso recuperar do melhor Evitar os elementos capazes de


modo possível a condição orgânica produzir as reações enquanto se de-
geral e de órgãos mais afetados em senvolve um tratamento adequado.
particular. As sugestões a seguir são Vacinas dessensibilizantes sob orien-
aplicáveis independentemente da tação profissional são aconselháveis.
abstenção.
Sugestões: (Usar um ou mais
Sugestões: (Usar um ou mais itens, combinados em fórmula):
itens, combinados em fórmula): Bioflavonóides – 100 mg, 3 vezes ao
Ácido pangâmico (DMG). dia.
Betaína – 150 mg 3 x ao dia. Cardo mariano – 250 mg, 3 vezes ao
Bioflavonóides – 250 mg, 3 vezes ao dia.
dia. MSM (Metilosulfonilmetano)- 500
Cardo mariano – 250 mg, 3 vezes ao miligramas três vezes ao dia.
dia. Unha-de-gato - 250 mg, 3 vezes ao
Dente de leão – 250 mg, 3 vezes ao dia.
dia. Vitamina C – 500 a 1.000 mg/dia.
Erva-de-são-joão – 250 mg, 3 vezes
ao dia. Evitar o uso de adoçantes à base
Glutamina – 5g\dia. de aspartame, pois seus componentes
Kava-kava – 250 mg, 2 a 3 vezes ao (metanol, ácido fórmico e outros)
dia. podem agravar este
Lecitina de soja – 1 a 2 g/ dia, às re- problema.(Bretherick, 1981; Uribe,
feições. 1981; Stegink 1984; Novick, 1985;
Licopeno – 5 a 10 mg/dia. Kulezycki, 1986).
Vitamina A – 5.000 UI/por dia.
Vitamina B1 – 150 mg 3 x ao dia.
Vitamina B3 - 50 mg/3 x ao dia.
Alopécia
Vitamina B6 – 50 mg 3 x ao dia.
Vitamina C – 5.000 mg/dia. Prestar atenção às calvícies pro-
Vitamina E – 1.200 UI/ dia. duzidas por causas adquiridas, como
Zeolita – Ajustar dose. Ver item. nos casos de mixedema, sífilis, tuber-
culose, algumas anemias, grandes
Zinco – 10 a 50 mg /dia. Não ultrapas-
ansiedades, choques emocionais, es-
sar 100 mg/ dia somando-se todas as
tresse, quimioterapia para o câncer e
fontes, inclusive alimentares.
alguns outros mais raros. Trabalhar a
causa. De um modo geral, os resul-
Alergias tados não são bons para os casos de
calvície hereditária ou familiar, mas
As manifestações podem ser va- indica-se:
riadas como as reações de pele (der-
matoses alérgicas), as urticárias, a Sugestões: (Usar um ou mais
rinite*, a coriza, a bronquite*, assim itens, combinados em fórmula):
como diarréias, corrimentos vaginais
e outros. As reações mais intensas
podem provocar até o choque ana-
filático.
303
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Bioflavonóides – 100 mg, 3 vezes ao O consumo de antiácidos à base de


dia. hidróxido de alumínio – de uso muito
Cardo mariano – 250 mg, 3 vezes ao comum – é considerado um dos
dia. fatores que favorecem o surgimento
Clorela ou espirulina – 500 mg, 3 ve- da doença. Estudos apontam que 60%
zes ao dia. dos pacientes portadores do Mal de
Complexo de aminoácidos Alzheimer fizeram uso prolon- gado de
Dióxido de cloro- MMS – Ajustar antiácidos ou produtos com
compostos de alumínio. Os utensílios
dose
de alumínio para preparo de alimen-
Lecitina de soja – 1 a 2 g/ dia, às re-
tos são também observados.
feições.
Não existe tratamento conven-
Pirroloquinolina quinona (PQQ) – 20 cional definido. Os fármacos que
mg 2 a 3 vezes ao dia. melhoram a oxigenação cerebral se
Vitamina A – 5.000 UI/por dia. mostram ineficazes. Os melhores
Vitamina B1 – 150 mg 3 x ao dia. resultados atualmente são obtidos
Vitamina B3 - 50 mg/3 x ao dia. através dos recursos da medicina
Vitamina B6 – 50 mg 3 x ao dia. biomolecular, com a redução dos ra-
Vitamina C – 5.000 mg/dia. dicais livres, a melhora da perfusão
Vitamina E – 1.200 UI/ dia. sanguínea cerebral, a incrementação
Zinco – 10 a 50 mg /dia. Não ultrapas- do metabolismo cerebral, a restaura-
sar 100 mg/ dia somando-se todas as ção da capacidade enzimática do or-
fontes, inclusive alimentares. ganismo, a quelatação dos metais pe-
sados, principalmente do alumínio, a
Alzheimer, mal de suplementação vitamínico-mineral
ou, mais comumente, a aplicação de
Esta doença afeta hoje cerca de 4 megadoses vitamínicas de ação an-
milhões de pessoas acima de 65 anos tioxidante.
nos Estados Unidos; na verdade, é o Importantes trabalhos estão sen-
tipo mais comum de demência na do desenvolvidos apontando efeitos
população idosa. interessantes de doses acima de 10 g
A causa permanece ainda desco- diárias de vitamina C (ácido l-ascór-
nhecida, mas diversos fatores estão já bico), sob monitoração médica. Di-
relacionados como desencadeadores versos casos mostram que é possível
do problema, como fatores ambien- controlar a doença e estacioná-la. No
tais (agrotóxicos nos alimentos), ali- entanto, sabe-se hoje que a doença
mentação industrializada e pobre em exige muito mais do que ações iso-
enzimas, excesso de consumo de açú- ladas assim. É necessário combinar
car branco, uso regular do aspartame diversos recursos visando os efeitos
como adoçante (principalmente em acima, o que pode ser conseguido
alimentos quentes), níveis séricos e com as seguintes prescrições:
tissulares de alumínio elevados, bem
como de enxofre, cálcio, silício e bro- Sugestões: (Usar um ou mais
mo. Deficiências de zinco, potássio, itens, combinados em fórmula):
boro, vitamina B12, selênio e mag- Alho – extrato seco – 1000 mg/dia,
nésio, também podem influenciar no com as refeições.
desenvolvimento da moléstia. Azul de metileno – ver descrição no
304
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capítulo de Suplementos Especiais.


Cálcio (aminoácido quelado) – 1.000 Ou outros recursos de escolha
mg/ dia apresentados no texto, de escolha do
Carnitina – 500 mg em duas doses profissional.
diárias (1000 mg/dia) Evitar o uso de adoçantes à base
Coenzima Q10 – 75 mg 2 vezes ao de aspartame, pois seus componentes
dia. (metanol, ácido fórmico e outros)
DHA – 2 a 4 g/ dia podem agravar este
DHEA – 100 mg/dia problema.(Bretherick, 1981; Uribe,
DMSO - Ajustar dose, oral. 1981; Stegink 1984; Novick, 1985;
Fosfatidilserina (ou fosfatidilcolina) – Kulezycki, 1986).
100 mg, 3 vezes ao dia.
Ginkgo biloba – 100 mg, 3 vezes ao • Indica-se um cálice de vinho tin-
dia (300 mg/dia). to (ou suco de uva tinta de qua-
Ginseng coreano - 250 mg, 3 vezes lidade, sem açúcar), uma a duas
ao dia. vezes por dia, às refeições.
Glutationa - ver capítulo
para ajuste.
Lecitina de soja – 1 a 2 g/ dia
Licopeno – 5 a 10 mg/dia.
Lugol – 2 gotas ao dia, em água.
Magnésio (aminoácido quelado) –
500 mg/dia
MSM (Metilosulfonilmetano)- 500
miligramas três vezes ao dia.
Niacina – 30 mg/dia
PABA – 200 mg/dia
Pirroloquinolina quinona (PQQ) – 20
mg 2 a 3 vezes ao dia.
Vitamina A – 5.000 UI/ dia
Vitamina C – 8000 mg/dia
Vitamina E – 1200 UI/ dia
Vitis vinífera – Extrato seco. 100 a
200 mg 3 vezes ao dia.
Zinco – 50 mg/dia. Não ultrapassar
100 mg/dia, incluindo a fonte
alimentar)
305
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

• Ver informações úteis para Excluindo-se os casos de gravi-


este problema no capítulo dez, os produtos indicados para uso
Peróxido de hidrogênio - Uma simultâneo são:
terapia biológica. Sugestões: (Usar um ou mais
itens, combinados em fórmula):
Amenorréia
Alcaçuz - 500 mg 3 vezes ao dia.
Além da definição da causa da Bioflavonóides – 100 mg, 3 vezes ao
suspensão da menstruação, o pro- dia.
fissional deve estar atento ao fato
de que, atualmente, já foram de-
tectados fatores alimentares capa-
zes de contribuir para a alteração
do sistema hormonal, os chamados
disruptores endócrinos. Alimentos
como a carne vermelha e carnes
embutidas industrializadas brasilei-
ras geralmente possuem
hormônios estrogênicos
anabolizantes (ex.: die-
tiletilbestrol) sintéticos capazes de
perturbar o sutil mecanismo
hormo- nal humano, promovendo
desequilí- brios do feed back, que
pode incluir a suspensão do ciclo
menstrual (ou outras alterações do
mesmo), além de cistos, tumores,
nódulos, câncer, etc. Cerca de 50%
da carne verme- lha e 95 % do
frango de granja e dos ovos
industrializados no Brasil tam- bém
apresentam esses mesmos hor-
mônios. Os resíduos de hormônios
nesses alimentos não se modificam
com o cozimento. Os seus efeitos
são imprevisíveis no organismos, e
as pesquisas são extremamente
lentas nesse campo.
306
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Dente de leão – 250 mg, 3 vezes ao Lactobacilos acidófilos (ou outros,


dia. sozinhos ou associados) - 20 a 40 mg
Dong quai - 250 mg, 3 vezes ao dia. (200 a 400 milhões de UI), 3 vezes ao
Isoflavonas – 35 mg 3 vezes ao dia. dia, pouco antes das refeições.
Lecitina – 2g/dia.
Manganês – 100 mg/dia. Cytoprópolis). Cápsulas: 300 mg 4 a 5
Selênio – 150 mcg/dia. vezes ao dia.
Uva ursina – 200 mg, 4 vezes ao dia. Manganês – 100 mg/dia.
Vitamina E – 400 UI/dia. Mirtilo – 250 mg, 2 vezes ao dia.
Vitamina C – 1.000 mg/dia. Sementes de linho – 100 g/dia.
Vitaminas A – 5.000 UI/dia Unha-de-gato – 250 mg, 3 vezes ao
Zinco – 30 mg/dia. dia.
Vitamina A (betacaroteno) – 10.000
UI/dia.
Amidalite
Vitamina C – 600 mg/dia.
Vitamina D 400 UI/dia.
É necessário conhecer bem as
causas do problema, antes de optar
pela antibioticoterapia de repetição
Anemia
ou cirurgia. Recomenda-se aumentar
e/ou restabelecer a capacidade de Há muitas causas e tipos. Tecni-
resistência do organismo. A repeti- camente é a redução da quantidade
ção constante da antibioticoterapia de hemoglobina ou de células ver-
- que deve ser correta (ver capítulo melhas no organismo, que pode ser
anterior) -, só resolve o problema na motivada pela carência de ferro (a
crise aguda e o cronifica, além de causa mais comum), de vitamina B12
prejudicar a flora intestinal e o siste- ou ácido fólico. A anemia chamada
ma imunológico, criando um circulo “aguda” se deve pela perda direta de
vicioso, com crises recorrentes. sangue, como nas hemorragias, na
menstruação, etc.. Há vermino- ses e
Sugestões: (Usar um ou mais doenças que podem provocar
itens, combinados em fórmula): anemia.

(Para crianças pequenas, adaptar a Sugestões: (Usar um ou mais


dose conforme recomendações ante- itens, combinados em fórmula):*:
riores, disponíveis nos diversos itens,
ou buscar orientação pediátrica) Ácido fólico – 200 mcg/dia.
Alcaçuz DGL - 500 mg 3 vezes ao dia.
Cálcio – Aminoácido quelado - 800
Clorela ou espirulina – 500 mg 3 ve-
mg/dia.
zes ao dia.
Clorela ou espirulina – 300 a 500 mg,
Cogumelo Ganoderma – 1.000
2 a 3 vezes ao dia, dependendo do
mg/dia.
caso e da idade.
Dióxido de cloro- MMS – Ajustar
Ferro - Aminoácido quelado - 20 a 30
dose.
mg/dia.
DMSO - Ajustar dose, oral.
Kefir – 500 mg 3 vezes ao dia. Magnésio – Aminoácido quelado -
400 mg/dia
307
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Vitamina C - 1.000 mg, 3 vezes ao


dia
Vitaminas B12 – 200 mcg/dia

308
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

• A dose deve obedecer ao tipo Aconselhar o paciente a evitar


de anemia, ao caso e à idade do sistematicamente os fatores causais
paciente. De um modo geral, acima descritos. Adotar uma dieta
todos os itens indicados devem balanceada, mais natural e simples e
fazer parte do tratamento, com praticar atividades físicas.
maior ênfase àqueles relaciona- Sugestões: (Usar um ou mais
dos especificamente com a na- itens, combinados em fórmula):
tureza do problema.
As sugestões se destinam à preven-
Angina pectoris e infarto do ção do infarto e como auxiliares no
pós-infarto, podendo ser utilizados
miocárdio associados ao tratamento de praxe,
mas sempre a critério médico.
As causas são variadas e depen- Alho 1.000 mg/dia
dem da predisposição. Os fatores
Bioflavonóides – 500 mg/dia
ambientais desencadeantes mais
Cálcio – 600 mg/dia.
comuns são: alimentação rica em Carnitina - 500 mg 2 vezes ao dia.
colesterol, triglicérides e gorduras CoenzimaQ10–75mgde1a4vezesaodia.
saturadas, tabagismo, estresse, here- Complexo B – 50 mg, 3 vezes ao dia.
ditariedade, vida sedentária e outros. Crisina - 500 mg 2 vezes ao dia.
Mais recentemente tem-se verifica- DMSO - Ajustar dose, oral ou
do a presença de homocisteína17 em endovenosa.
níveis elevados nas doenças cardio- Espinheiro alvar – 400 mg/dia.
vasculares. Extrato de semente de uva – 100 mg
de 1 a 4 vezes ao dia
17. A homocisteína é produto derivado de ami- Ginkgo biloba – 100 mg/dia
noácido que quando presente no sangue em ní-
veis altos age como um fator de risco coronaria-
Lecitina de soja – 1.200 mg/ dia
no ainda maior que o próprio colesterol (LDL). Licopeno – 5 a 10 mg/dia.
Segundo o Dr. Hélio Ventura, especialista em Magnésio – 300 mg/dia
medicina do exercício pela UFRJ, no Rio de Ja-
Óleo de coco - 15 a 25 g. 3 vezes ao dia.
neiro. Segundo ele, a homocisteína pode estar
relacionada a diversas cardiopatias e a doenças Ômega 3 – 2.000 mg/dia
como arteriosclerose. Sementes (douradas) de linho – 100
Apesar de os efeitos das altas taxas de homocis- g/dia.
teína no organismo poderem vir a ser fatais, a
prevenção é simples e pode ser feita através do Vitamina A – 5.000 UI/dia
consumo de ácido fólico e também de vitaminas Vitamina C – 3.000 a 5.000 mg/dia
do complexo B, como B6 e B12, ou através de Vitamina E – 1.200 UI/dia
uma dieta balanceada ou mesmo da suplemen-
tação alimentar. Segundo o Dr. Kilmer McCully, Zinco – 50 mg/dia
da Universidade de Harvard e autor do livro “A • Ver informações úteis para este
Revolução da Homocisteína” (1997), afirma que problema no capítulo Peróxido
altas taxas de homocisteína podem estar ainda
relacionadas a alguns tipos de câncer. Pessoas
de hidrogênio - Uma terapia
que tenham história de problemas cardíacos na biológica.
família ou aquelas sujeitas a fatores de risco • Indica-se um cálice de vinho tin-
(fumo, estresse, sedentarismo, obesidade, dia-
betes e pressão alta) são aquelas mais indicadas
to (ou suco de uva tinta de qua-
para um exame de detecção das taxas de homo- lidade, sem açúcar), uma a duas
cisteína no sangue. vezes por dia, às refeições.
309
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

ajuste.
Arteriosclerose
Lecitina de soja – 1.200 mg/ dia
Licopeno – 5 a 10 mg/dia.
Embora não se conheçam clara- Magnésio – 300 mg/dia
mente e completamente definidas as
causas do esclerosamento das
artérias, seja no cérebro, nas arté-
rias coronárias, nos rins, etc, sabe-se
que a alimentação rica em gorduras
saturadas e industrializadas, o taba-
gismo, a vida sedentária, a poluição
ambiental e o estresse moderno, o
alcoolismo, têm grande influência na
causa do problema, determinando a
deposição constante e contínua den-
tro das artérias de material compos-
to por colesterol, triglicérides, cálcio
e sódio, isolados ou em conjunto,
produzindo defeitos progressivos na
irrigação sanguínea.
Considera-se atualmente que o
problema não é passível de cura, mas
pode ser interrompido. É necessário
trabalhar reduzindo ou eliminando
os fatores determinantes, bem como
tentar restabelecer as condições ge-
rais do organismo, segundo cada pa-
ciente e cada caso.

Sugestões: (Usar um ou mais


itens, combinados em fórmula):

Alho 1.000 mg/dia


Bioflavonóides – 200 mg/dia
Cálcio – 600 mg/dia.
Carnitina - 500 mg, 2 vezes ao dia.
Clorela ou espirulina – 500 mg. 4 ve-
zes ao dia.
Coenzima Q10 – 75 mg de 2 vezes ao
dia. Complexo B – 150 mg, 3 vezes ao
dia.
Crisina - 500 mg 2 vezes ao dia.
DMSO - Ajustar dose oral.
Espinheiro alvar – 400 mg/dia.
Ginkgo biloba – 100 mg/dia
Glutationa - ver capítulo para
310
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Ômega 3 – 2.000 mg/dia necessária. As vísceras animais, os


Quitosana – 250 mg, 3 vezes ao laticínios, os alimentos embutidos, as
dia, com as refeições frituras, o açúcar e o excesso de
Sementes (douradas) de linho – gordura animal e carboidratos
100 g/dia. devem ser evitados. Frutas, verduras,
Vitamina A – 5.000 UI/dia raízes, tubérculos e cereais integrais
Vitamina C – 3.000 a 5.000 são recomendados.
mg/dia Vitamina E – 1.200
UI/dia Sugestões: (Usar um ou mais
Zinco – 50 mg/dia itens, combinados em fórmula):
• Indica-se um cálice de vinho
tin- to (ou suco de uva tinta de
qua- lidade, sem açúcar), uma
a duas vezes por dia, às
refeições.
• Ver informações úteis para
este problema no capítulo
Peróxido de hidrogênio - Uma
terapia biológica.

Artrites

Um problema crônico, com epi-


sódios agudos que podem
desapare- cer espontaneamente.
Depende da predisposição herdada
e é agravada por fatores ambientais
desencade- antes, principalmente
por alimentos acidificantes e
tóxicos. Devem-se evitar os fatores
desencadeantes e tentar inibir a
evolução do proble- ma,
principalmente alimentos ricos em
ácido úrico, como as vísceras e
peles animais. Uma dieta composta
de alimentos ricos em fibras, natu-
rais, frescos e nutritivos é
311
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Alho, extrato - 300 mg, 4 vezes ao Sementes (douradas) de linho – 100


dia. g/dia.
Bioflavonóides – 100 mg 3 vezes ao Treonina – 5 mg/dia.
dia. Unha-de-gato – 400 mg, 3 vezes ao dia
Boswellia serrata - 200 a 500 Viscum álbum injetável – Ver em:
mg três vezes ao dia. Capítulo especial: O viscum album na
Cálcio - 800mg/dia. terapêutica.
Cartilagem de tubarão – 500 mg. 6 Vitamina A (betacaroteno) – 20.000
vezes ao dia. UI/dia.
Cobre – 3 mg/dia.
Coenzima Q10 – 40 mg/dia.
Cogumelo Ganoderma –
2g/dia.
Complexo B – 150 mg, 3 vezes ao
dia.
Complexo completo de aminoácidos.
Complexo enzimático concentrado,
com protease, lipase, amilase, celu-
lase, sacarase, maltase, lactase, bro-
melaína e papaína.
Condroitina (sulfato) – 250 mg, 3 ve-
zes ao dia.
Crisina - 500 mg 2 vezes ao dia.
Curcumina injetável - 200 mg, 2 ml
uma vez por semana, por 3 meses ou
mais.
Dióxido de cloro- MMS – Ajustar
dose.
Espirulina ou Clorela – 500 mg 3 a 4
vezes ao dia.
Glucosamina – 500 mg, 3 vezes ao
dia.
Lactobacilos acidófilos (ou outros,
sozinhos ou associados) - 20 a 40 mg
(200 a 400 milhões de UI), ou mais, 3
vezes ao dia, pouco antes das re-
feições.
Lecitina de soja – 2.000mg, 3 vezes
ao dia.
Magnésio – 400 mg/dia.
MSM (Metilosulfonilmetano)- 500
miligramas três vezes ao dia.
Ômega 3 – 500 mg, 3 vezes ao dia.
Proteína do soro do leite (Whey) – 3
colheres de sopa/dia.
312
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Vitamina B12 – 100 curativo e sintomáti- co, em que se


mcg/dia. Vitamina C – preserva a doença.
2.000 mg/dia. Vitamina D – O objetivo de uma terapêutica
400 UI/dia. inteligente é cuidar dos processos
Vitamina E – 800 agudos e tentar restabelecer a boa
UI/dia Zinco – 40 condição do organismo.
mg/dia Deve-se procurar combater dire-
• Indica-se Um cálice de vinho tamente a “proteína velha”, através
tinto (ou suco de uva tinta de de estímulos imunológicos do próprio
qualidade, sem açúcar), uma a corpo, de modo a impedir a formação
duas vezes por dia, às de imunocomplexos e, conseqüente-
refeições. mente, o processo inflamatório não
• Zeolita – Ajustar dose. Ver item. se realiza, ou se reduz lenta e natu-
ralmente. Deve-se proteger as arti-
Protocolo injetável intramuscular: culações acometidas, com substân-
PQQ+Lidocaína........5mg+10mg/ 2ml cias naturais revitalizantes. Em casos
Condroitina..................200mg/ 2ml mais graves, se associam os antiinfla-
Curcumina..................200mg/ 2ml matórios habituais, como tratamen-
Complexo B (c/ B1)...............1ml to sintomático paliativo. Indica-se
Sulfato de Magnésio......400mg/ 1ml também psicoterapia, ginástica, hi-
Aplicar uma vez por semana. droterapia, eurritmia e fisioterapia.

Artrite reumatóide

Hoje a medicina oficial tende a


considerar este modalidade de
artri- te como uma alteração auto-
imune, ou de auto-agressão.
Geralmente são utilizados os
corticóides e alguns casos
imunossu- pressores. Os
corticóides imobilizam o sistema
imunológico e impedem a
multiplicação celular; ao invés de
combater o antígeno-Ag,
combatem o anticorpo-Ac.
Portanto é uma pro- cedimento não
313
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Uma dieta composta de alimentos ri- Glucosamina – 500 mg, 3 vezes ao dia.
cos em fibras, naturais, frescos e nu- Glutationa - ver capítulo para ajuste.
tritivos é necessária. Os laticínios, os Lactobacilos acidófilos (ou outros,
alimentos embutidos, as frituras, o sozinhos ou associados) - 20 a 40 mg
açúcar e o excesso de gordura animal
e carboidratos devem ser evitados.
Frutas, verduras, raízes, tubérculos e
cereais integrais são recomendados.

Sugestões: (Usar um ou mais


itens, combinados em fórmula):

Para durante ou, principalmente,


fora das crises, como preventivo,
para adultos. Para crianças, deve-se
observar a posologia relativa a cada
item abaixo relacionados:
Alho, extrato - 400 mg, 4 vezes ao
dia.
Bioflavonóides – 100 mg 3 vezes ao
dia.
Boswellia serrata - 200 a 500
mg três vezes ao dia.
Cálcio - 800mg/dia.
Cartilagem de tubarão – 500 mg. 6
vezes ao dia.
Cobre – 3 mg/dia.
Coenzima Q10 – 50 mg/dia.
Cogumelo Ganoderma –
2g/dia.
Complexo B – 150 mg, 3 vezes ao dia.
Complexo completo de aminoácidos.
Complexo enzimático concentrado,
com protease, lipase, amilase, celu-
lase, sacarase, maltase, lactase, bro-
melaína e papaína.
Condroitina (sulfato) – 250 mg, 3 ve-
zes ao dia.
Crisina - 500 mg 2 vezes ao dia.
Dióxido de cloro- MMS – Ajustar
dose.
Espirulina ou Clorela – 500 mg 3 a 4
vezes ao dia.
Extrato de alho – 500 mg 3 vezes ao
dia.
314
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

(200 a 400 milhões de UI), ou mais,


3 vezes ao dia, pouco antes das re-
feições. Artrose
Lecitina de soja – 2.000mg, 3 vezes
ao dia. As causas são variadas, ligadas à
Magnésio – 400 mg/dia. predisposição hereditária, ao sistema
MSM (Metilosulfonilmetano)- 500 nervoso e a vários alimentos. Devem-
miligramas três vezes ao dia. se evitar os fatores desencadeantes e
Ômega 3 – 500 mg, 3 vezes ao dia. tentar inibir a evolução do proble-
Treonina – 5 mg/dia. ma, principalmente alimentos ricos
Unha-de-gato – 400 mg, 3 vezes ao em ácido úrico, como as vísceras e
dia peles animais. Uma dieta composta
Viscum álbum injetável – Ver em: de alimentos ricos em fibras, natu-
Capítulo especial: O viscum album rais, frescos e nutritivos é necessária.
na terapêutica. As vísceras animais, os laticínios, os
Vitamina A (betacaroteno) – 30.000 alimentos embutidos, as frituras, o
UI/dia. açúcar e o excesso de gordura animal
Vitamina B12 – 100 e carboidratos devem ser evitados.
mcg/dia. Vitamina C – Frutas cítricas, verduras, raízes, tu-
2.000 mg/dia. Vitamina D – bérculos e cereais integrais são reco-
400 UI/dia. mendados.
Vitamina E – 800
UI/dia Zinco – 40
mg/dia
• Ver informações úteis para
este problema no capítulo
Peróxido de hidrogênio - Uma
terapia biológica.

Protocolo injetável
intramuscular:
PQQ+Lidocaína...5mg+10mg/ 2ml
Condroitina...............200mg/ 2ml
Curcumina..................200mg/
2ml
Complexo B (c/ B1)...............1ml
Sulfato de Magnésio..400mg/ 1ml
Aplicar uma vez por semana.
315
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Sugestões: (Usar um ou mais terapêutica.


itens, combinados em fórmula): Vitamina A (betacaroteno) – 20.000
UI/dia.
Alho, extrato - 400 mg, 3 vezes ao Vitamina B12 – 100 mcg/dia.
dia. Vitamina C – 3.000 mg/dia.
Bioflavonóides – 100 mg 3 vezes ao
dia.
Boswellia serrata - 200 a 500
mg três vezes ao dia.
Cálcio - 300mg/dia.
Cartilagem de tubarão – 500 mg. 6
vezes ao dia.
Cobre – 3 mg/dia.
Coenzima Q10 – 40 mg/dia.
Complexo B – 150 mg, 3 vezes ao dia.
Complexo enzimático concentrado,
com protease, lipase, amilase, celu-
lase, sacarase, maltase, lactase, bro-
melaína e papaína.
Condroitina (sulfato) – 250 mg, 3 ve-
zes ao dia.
Crisina - 500 mg 2 vezes ao dia.
Dióxido de cloro- MMS – Ajustar
dose.
Extrato de alho – 500 mg 3 vezes ao
dia.
Glucosamina – 500 mg, 3 vezes ao
dia.
Lactobacilos acidófilos (ou outros,
sozinhos ou associados) - 20 a 40 mg
(200 a 400 milhões de UI), ou mais, 3
vezes ao dia, pouco antes das re-
feições.
Lecitina de soja – 2.000mg, 3 vezes
ao dia.
Magnésio – 400 mg/dia.
MSM (Metilosulfonilmetano)- 500
miligramas três vezes ao dia.
Ômega 3 – 1.000 mg, 2 vezes ao dia.
Proteína do soro do leite (Whey) – 3
colheres de sopa/dia.
Unha-de-gato – 500 mg, 3 vezes ao
dia
Viscum álbum injetável – Ver em:
Capítulo especial: O viscum album na
316
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Vitamina D – 400 determinada pelo pediatra.


UI/dia. Vitamina E – Evitar o uso de adoçantes à base
400 UI/dia Zinco – 50 de aspartame, pois seus componentes
mg/dia. (metanol, ácido fórmico e outros)
Protocolo injetável intramuscular: podem agravar este
PQQ+Lidocaína........5mg+10mg/ 2ml problema.(Bretherick, 1981; Uribe,
Condroitina..................200mg/ 2ml 1981; Stegink 1984; Novick, 1985;
Curcumina..................200mg/ 2ml Kulezycki, 1986).
Complexo B (c/ B1)...............1ml
Sulfato de Magnésio......400mg/ 1ml Sugestões: (Usar um ou mais itens,
Aplicar uma vez por semana. combinados em fórmula):
Arginina – 100 mg/dia.
• Indica-se Um cálice de vinho tin Bioflavonóides – 100 mg, 3 vezes ao
to (ou suco de uva tinta de dia.
qua- lidade, sem açúcar), uma Boswellia serrata - 200 a 500
a duas vezes por dia, às mg três vezes ao dia.
refeições. Coenzima Q10 – 50 mg 2 vezes ao
• Zeolita – Ajustar dose. Ver item. dia.
Complexo B – 100 mg, 3 vezes ao
dia.
Feno-grego – 250 mg 3 vezes ao dia.
Asma ou bronquite asmática

Evitar os fatores sabidamente


desencadeantes e procurar
harmoni- zar imunologicamente o
organismo. Tratamentos
dessensibilizantes são
recomendados.
As sugestões indicadas a seguir
destinam-se a adultos. Para trata-
mentos pediátricos é necessário
proceder a adaptações individuais
da dose. Para tanto é necessário es-
tudar cada indicação de modo a se
conhecer a posologia para crianças,
o que dependerá, também, da
estra- tégia terapêutica
317
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Glutationa - ver capítulo para ajuste. itens, combinados em fórmula):


Lactobacilos acidófilos (ou outros,
sozinhos ou associados) - 20 a 40 mg
(200 a 400 milhões de UI), 3 vezes ao
dia, pouco antes das refeições.
Selênio – 100 mcg/dia.
Sementes (douradas) de linho – 100
g/dia.
Unha-de-gato – 250 mg, 4 vezes ao
dia.
Vitamina A – 30.000 UI/dia, durante
30 dias. Grávidas: 10.000 UI/dia.
Vitamina C – Há autores que reco-
mendam 10.000 mg (10 g)/dia du-
rante as crises e metade da dose for
a delas, para adultos.
Obs - Os produtos indicados podem
ser usados conjuntamente com qual-
quer tratamento, pois não apresen-
tam ação farmacológica, como bron-
codilatadora, por exemplo.

Aterosclerose
O mesmo que para Arteriosclerose.
Ver Arteriosclerose

Bronquite comum

É a inflamação/infecção dos brô-


nquios pela presença de agentes ex-
ternos, germes, poluição ambiental,
fumo, mudanças de temperatura, de
certos aspectos nervosos ou psí-
quicos obscuros e de idiossincrasias
individuais. É comum nos casos de
dilatação brônquica, enfisema pul-
monar, gripe, tosses virais, pneumo-
nias e tuberculose.
Evitar os fatores desencadeantes.
A seguir sugestões para equilibrar o
organismo e aplicar nas crises, asso-
ciados com a terapêutica de praxe.

Sugestões: (Usar um ou mais


318
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Bioflavonóides – 100 mg, 3 vezes Glucosamina (sulfato) – 500 mg 3 ve-


ao dia. zes ao dia.
Erva-de-são-joão – 250 mg, 3 a 4 Unha-de-gato – 250 mg, 3 vezes ao
ve- zes ao dia. dia.
Feno-grego – 250 mg 3 vezes ao dia. Vitamina B12 – 200 mcg/dia
Gengibre – 500 mg, 3 vezes ao dia. Vitamina C – 3 a 4 g/dia.
Lactobacilos acidófilos (ou outros, Zinco – 30 mg/dia.
sozinhos ou associados) - 20 a 40 mg
(200 a 400 milhões de UI), 3 vezes ao Protocolo injetável intramuscular:
dia, pouco antes das refeições. PQQ+Lidocaína........5mg+10mg/ 2ml
Unha-de-gato – 250 mg, 4 vezes ao Condroitina..................200mg/ 2ml
dia. Curcumina..................200mg/ 2ml
Vitamina C – Há autores que reco- Complexo B (c/ B1)...............1ml
mendam 10.000 mg (10 g)/dia du- Sulfato de Magnésio......400mg/ 1ml
rante as crises e metade da dose for Aplicar uma vez por semana.
a delas, para adultos.

Bursite
Pertence ao grupo das doenças
reumáticas. Nas crises e como res-
taurador do organismo para
minimi- zar novos episódios:

Sugestões: (Usar um ou mais


itens, combinados em fórmula):

Complexo enzimático contendo


pro- tease, amilase, lipase, lactase,
papa- ína e bromelaína, em
quantidades iguais.
Complexo amplo de aminoácidos.
Bioflavonóides – 100 mg, 3 vezes
ao dia.
Cálcio – 400 mg, 3 vezes ao dia.
Magnésio – 200 mg, 3 vezes ao dia.
Sulfato de condroitina – 250 mg 3
ve- zes ao dia.
319
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

* Indica-se um cálice de vinho tinto fórmico e outros) podem agravar este


(ou suco de uva tinta de qualidade, problema.(Bretherick, 1981; Uribe,
sem açúcar), uma a duas vezes por 1981; Stegink 1984; Novick, 1985;
dia, às refeições. Kulezycki, 1986).

Neste Guia apontamos numerosos


Câncer recursos para o combate ou
tratamento do câncer, bastando usar
Já foram identificados numerosos
o buscador de palavras para localizar.
agentes desencadeantes de neopla-
sias, como produtos sintéticos, aditi-
Nota: a seguir apontamos os recursos
vos alimentares, agrotóxicos, certos
gerais no tratamento do câncer, porém,
tipos de radiação, venenos agrícolas,
existem aqueles mais específicos para os
remédios, alimentos, etc. Há agentes
diversos tipos de câncer. As indicações a
ambientais capazes de provocar o cân-
seguir não substituem os tratamentos
cer (em organismos suscetíveis) como
convencionais e podem ser usados
o alcatrão e outros componentes do
concomitantemente, pois não
tabaco, as partículas poluentes em
interferem nas ações dos
suspensão no ar das grandes cidades
quimioterápicos ou radioterapia, ao
(emissão dos escapamentos dos auto-
contrário, contribuem para a maior
móveis e das fábricas), as partículas de
proteção do organismo contra as
amianto nos pulmões, a exposição ex-
agressões clássicas dos fármacos e da
cessiva à radiação e ao raios-X, o raio
radiação.
ultra violeta sobre a pele e outros. O
Sugestões: (Usar um ou mais
tabagismo, o alcoolismo e distúrbios
itens, combinados em fórmula):
psicoafetivos específicos devem ser
considerados como agentes causais.
Ácido ursólico - 150 mg 3 vezes ao
Uma dieta demasiadamente carrega-
dia.
da em proteínas animais eleva o nível
Alcaçuz DGL, extrato seco – 300 mg 3
de toxinas no organismo (benzopire-
vezes ao dia.
no), incrementa o metabolismo nitro-
Azul de metileno – ver descrição no
genado (nitrosaminas), favorecendo o
capítulo de Suplementos Especiais.
surgimento de tumores por reação.
Babosa – 100 ml de extrato aquoso
Diversos estudos mostram que a estandardizado, ou 4 cápsulas gelati-
carne exposta à brasa apresenta ní- nosas de 500 mg de extrato concen-
veis elevados de benzopirino e acro- trado, 3 vezes ao dia.
leína, dois potentes cacinogênicos.
Beta glucana - Ver adiante em: O de-
Para casos pediátricos ou infan-
safio do câncer e as opções terapêu-
tis, estudar cada indicação para ajus- ticas atuais.
te da posologia. Associar com outros Boswellia serrata - 200 a 500
produtos segundo o órgão ou a fun- mg três vezes ao dia.
ção afetada e segundo a especialida-
Cartilagem de tubarão – 500 mg, 6
de médica.
vezes ao dia.
Evitar o uso de adoçantes à base Clorela ou espirulina – 500 mg, 6 ve-
de aspartame, pois seus zes ao dia.
componentes (metanol, ácido
320
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Coenzima Q10 – 60 mg 2 vezes ao Viscum álbum injetável – Ver em:


dia.
Ganoderma – 3g/ dia. Cápsulas.
Cúrcuma – 500 mg 3 vezes ao dia, em
cápsulas com conteúdo
estandardizado.
Crisina - 500 mg 2 vezes ao dia.
Curcumina injetável - 200 mg, 2 ml
uma vez por semana, por 3 meses ou
mais.
Dióxido de cloro- MMS – Ajustar
dose.
DMSO - Ajustar dose oral.
Extrato de alho – 500 mg, 3 vezes ao
dia.
Gengibre – Pó desidratado – 30 a 50
gr/dia em água ou cápsulas de 500
mg do extrato seco ativo, 2 3 vezes
ao dia, perfazendo 3 grs/dia.
Glutationa - ver capítulo para
ajuste.
Kefir – 500 mg 3 vezes ao dia.
Licopeno – 5 a 15 mg/dia.
Lugol – 2 gotas ao dia, ou mais, em
água.
Magnésio – 250 mg, 2 vezes ao dia.
MSM (Metilosulfonilmetano)- 500
miligramas três vezes ao dia.
Pau d’arco – 250 mg, 3 vezes ao
dia.
Cytoprópolis – 700 mg 4 a 8 vezes
ao dia, em cápsulas.
Selênio quelado – 50 mcg/dia
Sementes (douradas) de linho – 150
g/dia.
Unha-de-gato – 1.000 a 3.000
mg/dia
321
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Capítulo especial: O viscum album na geralmente associadas. Em outras


terapêutica. palavras, não há uma causa isolada ou
Vitamina C – até 10.000 mg (10g)/ específica para o câncer. Tudo depende
dia, dependendo do caso. da suscetibilidade do indivíduo e de seus
Zeolita – Ajustar dose. Ver item. hábitos, sentimentos, etc.

Ver mais indicações e considerações Mas independentemente da discussão


adiante e nos vários setores que se o tratamento do câncer deve
abordam o tema neste manual. realizado pelo sistema convencional
Peróxido de hidrogênio - Ver (cirurgia, quimioterapia, radioterapia,
informações úteis para este problema etc.), ou não convencional
no capítulo Peróxido de hidrogênio - (ozoniotrerapia, nutrologia,
Uma terapia biológica. ortomolecular, naturopatia, medicina
natural, cura quântica, etc.), ou ambos
Ver mais informações e novos recursos
associados, o fato é que o outro universo
terapêuticos no capítulo es- pecial
das pessoas que não tem câncer é
adiante: O desafio do câncer e opções
desassistido, sem orientação preventiva
terapêuticas atuais, adiante, onde o Dr.
ou campanhas educativas, ou seja, não
José de Felippe Jr aponta seus
se estabelece uma linha de ação que
protocolos e recursos no tratamento
ensine a população sobre como não ter
do câncer e no Capítulo seguinte. O
câncer.
viscum album na terapêutica – Dr. Nilo
Mesmo com as campanhas como
Esvalter Gardin.
“outubro rosa” e “novembro azul”
(supostamente para a prevenção do
câncer de mama ou de próstata),
A necessidade de uma política representam ações “constatativas” das
preventiva (educativa) em doenças e não mostram uma forma
relação ao câncer plausivel para se evitar eficientemente
essas moléstias. Desse modo, é quase
Certamente o câncer é a doença que inútil a campanha “novembro azul”,
mais preocupa as pessoas. Existe um como apontam os estudos e estatísticas,
terror estabelecido em relação a esse pois tudo se resume em sugerir apenas a
mal, apesar dos avanços da medicina. regularidade do toque prostático para
Sabemos que existem recursos, uma população masculina acima dos 50
convencionais ou não, eficientes para o anos. Ocorre que, diferentemente do
tratamento do câncer. O que público feminino, que pode proceder ao
geralmente não prestamos atenção é: fácil autodiagnostico pela simples
por que aparece o câncer? Que existem palpação das mamas, o acesso à próstata
diversos tipos de tumores e de causas, necessita de um especialista, além do
sejam ambientais, genéticas, que, são raros os homens que se
alimentares, emocionais, ambientais, dispõem de fato a realizar
etc., também sabemos. Mas com o periodicamente um procedimento
avanço da visão sistêmica na medicina, considerado vexatório pela cultura
estamos agora descobrindo a popular. As causas alimentares, por
sincronicidade dessas causas, exemplo, não são ventiladas, embora
311
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

atualmente cerca de 10 fatores que todo o avanço da medicina, sabendo-se


favorecem o câncer de próstata dos vários agentes causadores de
estejam presentes na comida e na câncer, não existe uma educação de
bebida cotidiana do povo, segundo a hábitos preventivos desencadeados
Organização Mundial de Saúde. Entre pelas autoridades sanitárias em relação
eles estão metais pesados,
à prevenção do câncer. Refrigerantes
xenobióticos do tipo “hormone like”, carcinogênicos acidificantes e coloridos
benzopireno, aminas heterocíclicas, artificialmente são ingeridos aos bilhões
agentes de glicação avançada (AGEs), de toneladas diariamente pela
excesso de proteína animal (elevação humanidade, além da absurda infinidade
do metrabolismo nitrogenado),
de outros similares com agrotóxicos,
gorduras trans, etc. Estes obviamentecomo carnes quimificadas, itens com
agem mais intrinsecamente diante de antibióticos, nitratos, hormônios
tendências genéticas. E aqui está o sintéticos, frituras saturadas, plásticos
ponto de maior negligência do modelo geradores de partículas cancerígenas,
de saúde atual: justamente os grupos etc.
de risco, representados pelos
Mesmo diante de estudos
indivíduos que possuem casos de comprobatórios devidamente
câncer de próstata na família, deveriam
documentados sobre a influência dos
receber orientação preventiva
alimentos industrializados na gênese do
especial. Isso obviamente não ocorre câncer, existem “especialistas” que
no sistema público, limitando-se tal afirmam “o câncer é genético e se você
orientação, eventualmente, à medicinatem os marcadores um dia vai ter
privada, quando o profissional tem câncer”. Esse entendimento
ciência dessas informações. reducionista, limitado, cartesiano, que
O mesmo raciocínio se encaixa no inclusive inunda o mundo acadêmico, é
âmbito do diabete mellito, quando um retrato do derrotismo médico e de
pessoas chamadas pré-diabéticas uma lacuna no campo do discernimento
deveriam ser orientadas quanto a do profissional, que muito favorece a
fatores dietéticos e hábitos no sentido
indústria dos alimentos sintéticos ou não
de se evitar a doença. Bastaria uma naturais. Com base nessa postura,
campanha bem estruturada. aqueles que apresentam marcadores
para câncer estão todos fadados a
desenvolver a enfermidade e nada
Situação paradoxal podem fazer quanto a isso. Que se pode
comer ou beber o que se queira, pois não
Em resumo, em pleno Século XXI, com fará nenhuma diferença.
311
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Na nossa tese, se uma pessoa tem criado campanhas de conscientização


parentes com câncer ou marcadores dos governos, advertindo para a
genéticos ela, mais que outras, é inconsequência do pensamento
exatamente a candidata a redobrar os genético isolacionista e a liberalidade
cuidados com fatores desencadeantes quanto à alimentação, pois essa tese
ambientais, principalmente vem contribuindo para o crescimento da
alimentares. incidência de câncer no mundo.

O fato é que muitas pessoas poderiam Câncer - o cerco total


de fato serem salvas de desenvolverem A partir do entendimento fundamental
câncer se os especialistas se de que o câncer significa um crescimento
conscientizassem da fórmula desordenado de células que reagem
fundamental de Claude Bernard: contra fatores ambientais (mutações e
reações provocadas por substâncias
químicas, radiação, toxinas, radicais
Doença = Suscetibilidade + Fator livres, acidificação dos sistemas,
desencadeante carências nutricionais crônicas,
hormônios, etc.) e nosso sistema
imunológico não as reconhece, podemos
Nessa equação, mesmo para uma ter um ponto de apoio lógico.
pessoa suscetível, se não houver fator Há cerca de duas décadas, cientistas
desencadeante, ou ele for minimizado, russos e japoneses, em estudos
o risco de desenvolver a doença se associados, descobriram que todos os
reduz enormemente, até por uma seres humanos desenvolvem
questão de lógica. É devido a essa constantemente células malignas. Eles
equação que podemos entender que denominam “oncócitos” a essas células e
um indivíduo nunca tem câncer, elas estão no nosso sangue, formadas
embora fume a vida inteira, beba numa média de 10 mil por dia,
demais e se alimente sem critério, dependendo do país, raça, etc. Na
justamente pela falta de um dos pessoa imunologicamente normal essas
fatores da fórmula: a tendência células são regularmente destruídas,
genética. No entanto, obviamente mas quando falha ou se enfraquece o
desenvolverá outros problemas de sistema de defesa, essas células não são
saúde, possivelmente diabetes, reconhecidas como anormais, formado-
sobrepeso, hipertensão, doenças se o câncer.
reumáticas, etc. Em função disso, está mais que clara a
A Organização Mundial de Saúde tem importância da prevenção, que
311
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

contrasta imensamente com a sombria pH ácido para se desenvolverem,


tese de que “não há nada a se fazer se principalmente do lactato).
há tendência genética”. Hoje essa
posição é considerada retrógrada e 5 – Oxigenar o organismo (células
limitante, em função das descobertas malignas precisam de baixo teor de
desenvolvidas pelos estudos dos oxigênio para se desenvolverem,
fenômenos fenotípicos e da principalmente pela glicólise anaeróbica.
epigenética, ciências que avançaram
muito com a decodificação do genoma 6 – Equilibrar/modular o sistema
humano. Portanto, retirar imunológico corrigindo mutações que
cirurgicamente órgãos que podem desgovernam os marcadores contra de
desenvolver câncer quando existem células anormais.
marcadores genéticos, como no caso
da mama, representa uma aberração 7 – Restabelecer o padrão nutricional
para a boa medicina e uma fonte de vitamínico-proteico-mineral do
lucros para oportunistas. organismo.

O que o médico consciente deve 8 - Prescrever protocolos terapêuticos


saber quanto à prevenção do câncer com associação adequada de
suplementos nutricionais, itens
Além obviamente da eliminação das adaptogênicos, alimentos funcionais,
causas ambientais, psíquicas, fitoterápicos de alta potência anti-
energéticas, etc. a prevenção se neoplásica, além de outros recursos de
resume com as seguintes medidas: seu conhecimento e conforme sugerido
neste trabalho.
1 - Impedir ou reduzir a ação
mutagênica ou agressiva do excesso de
radicais livres no núcleo das células e Cárie dentária
também na membrana celular.
Fora os cuidados odontológicos de
2 – Reduzir os radicais inflamatórios. praxe, deve-se recomendar evitar o
açúcar branco e ingerir alimentos e
3 – Desintoxicar o organismo via ação suplementos ricos em cálcio, mag-
hepática e renal. nésio e fosfato, como o leite e seus
derivados, verduras e frutas oleagi-
4 – Regular o pH do organismo ou das nosas. A ingestão do açúcar e seus
células (células malignas precisam de derivados (doces em geral, sorvetes,
311
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

refrigerantes, chocolates, bolos, etc.) Sugestões: (Usar um ou mais


favorecem grandemente as cáries. Se itens, combinados em fórmula):
os dentes não são escovados logo
após a ingestão de produtos doces, a Alga Lithothamnium – 500 mg 3 ve-
condensação do açúcar no sulco zes ao dia.
gengival e em outras regiões forma Clorela ou espirulina 500 mg 3 a 4
meios de cultura para o crescimento vezes ao dia.
de bactérias, que acabam por formar Dióxido de cloro- MMS – Ajustar dose.
placas que agridem áreas enfraque- Zeolita – Ajustar dose. Ver item.
cidas dos dentes. Há também a ação
descalcificante e desmineralizante Suplementação vitamínica-mineral,
do açúcar no sangue, o que torna os principalmente com cálcio, magnésio,
dentes mais fracos e sujeitos à ação fósforo, vitamina C e complexo B, são
das bactérias cariogênicas de grande valia para a prevenção e re-
Está definitivamente comprovado cuperação da boa condição dentária.
que carências minerais e vitamínicas • Ver informações úteis para este
problema no capítulo Peróxido
abalam a estrutura dos dentes, bem
de hidrogênio - Uma terapia
como o seu suprimento sanguíneo. A
biológica.
clorofila tem efeito anti-séptico na
boca, uma vez que combate a forma-
ção das placas bacterianas. Catarata
Em geral recomenda-se a cirur-
gia, mas existem estudos mostrando
que é possível frenar o processo ou
prevenir a sua ocorrência, principal-
mente quando existe tendência fa-
miliar. De um modo geral, sugere-se
o seguinte:

Sugestões: (Usar um ou mais


itens, combinados em fórmula):

Alho – 1 g/dia.
Azul de metileno – ver descrição no
capítulo de Suplementos Especiais.
Bioflavonóides – 100 mg 3 vezes ao
dia.
311
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Cálcio – 400 mg, 3 vezes ao dia.


Cobre – 5 mg/dia
Coenzima Q10 – 50 mg 2 vezes ao
dia.
Cromo – 100 mcg/dia, 3 vezes ao
dia Crisina - 500 mg 2 vezes ao dia.
Ferro - 18 mg/dia
Glutationa - ver capítulo para
ajuste.
Luteína – 100 mg, 2 vezes ao dia.
Magnésio – 200 mg, 3 vezes ao dia.
Mirtilo - 400 mg ,3 vezes ao dia
Niacina – 50 mg 2 vezes ao dia.
Óleo de peixes – Ômega 3 - 2 a 3 g/
dia.

311
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Selênio – 100 mgc.dia Caspa- seborréia


Vitamina A – (betacaroteno) – 15.000
UI/dia. As causas são variadas, estando
Vitamina B12 – 200 mcg/dia mais ligadas a problemas digestivos,
Vitamina C – 3 a 4 g/dia. congestão crônica relativa do fígado
Vitamina E – 1.200 UI/dia. devido a uma alimentação rica em
Zinco – 50 mg/dia. produtos mucogênicos, como o leite
* Indica-se Um cálice de vinho tinto de vaca e seus derivados.
(ou suco de uva tinta de qualidade,
sem açúcar), uma a duas vezes por Sugestões: (Usar um ou mais
dia, às refeições. itens, combinados em fórmula):

Ciática (dor ciática) Babosa – 50 ml de extrato aquoso


estandardizado, ou 2 cápsulas gelati-
Pode surgir repentinamente em nosas de 500 mg de extrato concen-
crises características e às vezes de- trado, 3 vezes ao dia.
saparece espontaneamente, mes- Clorela ou espirulina - 500 mg, 3 ve-
mo sem nenhum dos tratamentos zes ao dia.
citados. A vida sedentária, o peso Extrato de alho – 500 mg/dia.
excessivo, os vícios posturais, a pre- Sementes (douradas) de linho – 100
disposição hereditária e fatores ali- g/dia.
mentares , estão relacionados com o
problema.
Colite nervosa
Sugestões para as crises agudas:
Os episódios podem ser agu- dos
Bioflavonóides – 100 mg ,3 vezes ao dia. (aparecendo logo após choques
Magnésio – 200 mg, 3 vezes ao dia. emocionais, traumas, etc.) ou crô-
Niacina – 50 mg 2 vezes ao dia. nicos e constantes. A febre, quando
Óleo de peixes – Ômega 3 - 2 a 3 g/ existe, só é elevada nas formas mais
dia. graves da doença. É considerada uma
Selênio – 100 mgc.dia doença psicossomática.
Unha-de-gato – 500 mg, 3 vezes ao É importante evitar os fatores ali-
dia. mentares que contribuem para a com-
Vitamina A – (betacaroteno) – 25.000 plicação do problema. Buscar orienta-
UI/dia. ção nutricional adequada. Evitar os
Vitamina B12 – 200 mcg/dia laticínios, o açúcar branco, o café e
Vitamina C – 2 a 3 g/dia. alimentos irritantes dos intestinos.
Vitamina E – 1.200 UI/dia. Deve-se trabalha em favor do
Zinco – 50 mg/dia. restabelecimento das boas condi-
Obs – For a das crises, prescrever ções e função intestinal.
metade da dose dos mesmos produ-
tos, durante 2 a 3 meses, de modo a Sugestões: (Usar um ou mais
tentar evitar novas crises. itens, combinados em fórmula):

311
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Alcaçuz - 500 mg 3 vezes ao


dia. Cefaléia
Boswellia serrata - 200 a 500
mg três vezes ao dia.
Como os fatores determinantes e
Gengibre – 500 mg, 3 vezes ao dia. as causas são variadas, é necessário
Cáscara sagrada – Mínimo de 100 conhecer a natureza do problema. São
mg/dia. inúmeras as causas da dor de ca- beça,
Babosa – 50 ml de extrato aquoso sendo as mais comuns aquelas
estandardizado, ou 2 cápsulas gelati- relacionadas com problemas diges-
nosas de 500 mg de extrato concen- tivos, problemas do fígado, excesso de
trado, 3 vezes ao dia. álcool, estresse, intestinos presos,
Kefir – 500 mg 3 vezes ao dia.
Sementes (douradas) de linho – 100
g/dia.

Cistite - Uretrite
Comum bacteriana ou intersticial

O problema pode ser agudo ou


crônico, com fases de recorrência;
pode ser provocado por diversas
causas, como cálculos na bexiga, in-
fecções urinárias, doenças
sexualmente transmissíveis,
traumatismos de vários tipos,
exposição ao frio excessivo e outras.

Sugestões: (Usar um ou mais


itens, combinados em fórmula):

Como preventivo e nas crises, além


da medicação de praxe:
Azul de metileno – ver descrição no
capítulo de Suplementos Especiais.
Buchu, 200 mg 3 vezes ao dia.
Clorela ou espirulina – 500 mg, 3 ve-
zes ao dia.
Dente de leão – 200 mg, 3 vezes ao dia.
DMSO - uso oral e intravesical, por
profissional experiente.
MSM (Metilosulfonilmetano)- 500
miligramas três vezes ao dia.
Uva ursina – 200 mg, 4 vezes ao dia.
Vitamina C – 500 mg, 2 vezes ao dia.

312
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

flatulência, gripes, enxaquecas (ver doses comuns de protease, lipase,


Enxaqueca), pressão alta, tensão amilase, lactase, sacarase, aqui indi-
ner- vosa, problemas dentários, camos dosagens específicas de:
proble- mas dos olhos e da bromelaína – 750 mg, 2 vezes ao dia;
acuidade visual, nevralgias da face, tripsina – 250 mg 3 vezes ao dia; pan-
sinusites, etc.
Evitar o uso de adoçantes à base
de aspartame, pois seus
componentes (metanol, ácido
fórmico e outros) podem agravar
este problema.(Bretherick, 1981;
Uribe, 1981; Stegink 1984; Novick,
1985; Kulezycki, 1986).

Cirrose hepática

A fibrose progressiva do teci-


do hepático tem diversas causas,
desde a hepatite crônica quanto às
agressões constantes no
alcoolismo, carências nutricionais,
intoxicações medicamentosas,
hereditariedade, etc. O que se pode
fazer é proteger na medida do
possível o fígado, evi- tando a
progressão do problema.
O tratamento com complexos
en- zimáticos, de aminoácidos e os
fitote- rápicos (silimarina), colina e
inositol, tem demonstrado bons
resultados e são hoje recursos
quase únicos nessa enfermidade.

Sugestões: (Usar um ou mais


itens, combinados em fórmula):

Complexo enzimático – Além das


313
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

creatina – 500 mg 6 vezes ao dia pa- em colesterol ou capazes de favorecer


paína – 300 mg, 2 a formação ou acúmulo do mesmo no
vezes ao dia. organismo, como as gordu- ras animais
Complexo amplo de aminoácidos. (incluindo o leite comum e os queijos
Bioflavonóides – 100 mg, 3 vezes ao gordurosos), margarinas, as frituras
dia. carregadas, os ovos, frutos do mar
Cardo mariano – 500 mg, 4 vezes ao diferentes dos peixes, devem ser
dia. evitados para uso constante.
Coenzima Q10 – 40 mg 2 vezes ao
dia.
Colina – 200 mg, 3 vezes ao dia.
Complexo B – 150 mg 3 vezes ao dia.
Extrato de alho – 1.000 mg/dia.
Glutationa - ver capítulo para
ajuste.
Inositol – 100 mg, 3 vezes ao dia.
Lactobacilos acidófilos (ou outros,
sozinhos ou associados) - 20 a 40 mg
(200 a 400 milhões de UI), ou mais,
3 vezes ao dia, pouco antes das re-
feições.
Lecitina de soja – 1.500 mg 3 vezes
ao dia.
Vitamina A – 10.000 UI/dia.
Vitamina B12 – 200 mcg/dia.
Vitamina C – 1.000 mg/dia.
Zinco – 30 mg/dia.
Zeolita – Ajustar dose. Ver item.

• Ver informações úteis para este


problema no capítulo Peróxido
de hidrogênio - Uma terapia
biológica.

Colesterol, excesso de
Embora estudos mais recentes
reduzam a importância do excesso
do mal colesterol (LDL e VLDL) na
gênese de doenças cardiovasculares,
existem as evidências de que o
excesso de colesterol e de
triglicérides na circulação sangüínea
contribui para a formação das placas
ateromatosas que tendem a se fixar
dentro das artérias. Alimentos ricos
314
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Sugestões: (Usar um ou mais


itens, combinados em fórmula): Depressão
Ácido ursólico - 150 mg 3 vezes ao Existem numerosas causas que
dia. devem ser conhecidas de modo a se
Betacaroteno – 30.000 UI/dia. proceder ao tratamento correto. Os
Bioflavonóides – 100 mg, 3 vezes fracassos terapêuticos, a dependência
ao dia. medicamentosa e as impregnações,
Coenzima Q10 – 75 mg, 2 vezes ao dia. têm provocado reações aos métodos
Complexo B – 50 mg, 3 vezes ao dia. ortodoxos da psiquiatria. Devem-se
Complexo de aminoácidos pesquisar também as possibilidades
Crisina - 500 mg 2 vezes ao dia. de hipoglicemia e de fatores endó-
Extrato de alho – 400 mg, 3 vezes genos. Atualmente estão e moda os
ao dia. antidepressivos com base na inibição
Fibras – 50 g/dia, mesmo com a in- da recaptação da serotonina.
gestão das sementes de linho.
Ginkgo biloba – 100 mg, 2 vezes ao
dia.
Lecitina de soja – 2 g/dia.
MSM (Metilosulfonilmetano)- 500
miligramas três vezes ao dia.
Óleos de peixes, ômega 3 – 2g/dia
(mesmo se prescrita a semente
dou- rada de linho.
Quitosana – 250 mg, 3 a 4 vezes ao
dia, com as refeições.
Sementes (douradas) de linho –
150 g/dia.
Vitamina C – 2 a 5.000 mg/
dia. Vitamina E – 1.200
UI/dia.
Zeolita – Ajustar dose. Ver item.
Zinco – 30 mg/dia.
• Indica-se um cálice de vinho
tinto (ou suco de uva tinta de
qua- lidade, sem açúcar), uma
a duas vezes por dia, às
refeições.
315
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Evitar o uso de adoçantes à base geral do organismo, melhorar os sin-


de aspartame, pois seus tomas, reduzir a necessidade de in-
componentes (metanol, ácido sulina ou de hipoglicemiantes orais e
fórmico e outros) podem agravar protegê-lo dos conhecidos efeitos
este problema.(Bretherick, 1981; danosos em longo prazo provocados
Uribe, 1981; Stegink 1984; Novick, pela doença, como os problemas cir-
1985; Kulezycki, 1986). culatórios, as infecções pela redução
Sugestões: (Usar um ou mais da imunidade geral, a retinopatia,
itens, combinados em fórmula) impotência sexual, as cãimbras e o
infarto do miocárdio.
(Sugestões complementares à tera-
pêutica de praxe):

Azul de metileno – ver descrição no


capítulo de Suplementos Especiais.
DHEA – 25 mg/dia.
Fosfatidilserina (ou fosfatidilcolina) –
100 mg, 3 vezes ao dia.
NADH – 5 mg, 2 vezes ao dia.
Kefir - 500 mg 3 vezes ao dia.
Melatonina – 3 mg/dia, ao deitar.
Nicotinamida – 300 mg. 3 a 4 vezes ao dia.
Complexo de aminoácidos contendo
fenilananina, glicina, triptofano, e
metionina.
Kava-Kava – 250 mg, 3 vezes ao dia.
Pirroloquinolina quinona (PQQ) – 20
mg 2 a 3 vezes ao dia.

Protocolo injetável intramuscular:


5- Triptofano....................10mg/ 2ml
DMAE.............................140mg/ 2ml
Metilfolato...................3500mcg/ 1ml
Inositol...............................10%/ 2ml
Sulfato de Magnésio........400mg/ 1ml
Aplicar de uma a 3 vezes por semana.

Diabetes mellito

O organismo do diabético é po-


tencialmente gerador de radicais
livres, é mais ácido, mais intoxicado e
mais frágil. O objetivo é reduzir os
radicais livres que agridem as células
e contribuem para a degeneração

316
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Observação importante: m protease, lipase, amilase, e lactase.


Plantas como o gymnema silvestre, Cromo (picolinato) –200 mcg/dia, 3
embora bastante usadas vezes ao dia.
empiricamente, de- vem ser Extrato de alho – 500 mg, 3 vezes ao dia.
prescritas segundo o grau de Fibras – 50 g/dia, mesmo com a in-
tolerância à glicose de cada gestão das sementes de linho.
paciente e sempre dentro do Gymnema silvestre – 300 mg, 3 vezes
programa tera- pêutico, avaliando- ao dia.
se a quantidade de insulina ou Kefir - 500 mg 3 vezes ao dia.
hipoglicemiantes uti- lizados. Deve- Lactobacilos acidófilos (ou outros,
se levar em considera- ção que uma sozinhos ou associados) - 20 a 40 mg
eventual redução das necessidades
de insulina e/ou hipo- glicemiantes
pode se fazer neces- sário quando
se usa qualquer outro fator
hipoglicemiante associado ou
mesmo quando se determina uma
melhoria global da qualidade do or-
ganismo.

Sugestões: (Usar um ou mais


itens, combinados em fórmula):

Azul de metileno – ver descrição no


capítulo de Suplementos Especiais.
Betaína – 150 mg, 3 vezes ao dia.
Cálcio – 600 mg/ 2 vezes ao dia.
Clorela ou espirulina – 2 gr/dia.
Cobre – 5 mg/dia.
Coenzima Q10 – 100 mg, 2 vezes ao
dia.
Cogumelo Ganoderma – 500 mg, 4
vezes ao dia.
Cogumelo shitake – 100 a 300
mg/dia. Complexo B – 150 mg, 3
vezes ao dia.
Complexoenzimáticoconcentrado,co
317
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Crisina - 500 mg 2 vezes ao dia.


(200 a 400 milhões de UI), ou mais, 3 gliptinas (vidogliptina, sitaglipti-
vezes ao dia, pouco antes das re- na) que aumentam a produção da
feições. insulina.
Crisina - 500 mg 2 vezes ao dia.
Glutationa - ver capítulo Dismenorréia
para ajuste.
Lêvedo de cerveja – 3 g/dia. Desequilíbrios endócrinos de-
Lugol – 2 gotas ao dia, em água. terminam contraturas dolorosas ou
Magnésio – 300 mg/dia. espasmos da musculatura uterina
Manganês – 100 mg/dia. durante a menstruação, seja pelo
MSM (Metilosulfonilmetano)- 500 esforço para a expulsão do conteúdo
miligramas três vezes ao dia. endometrial ou devido a contrações
Omega 3 - 2.000 mg/dia. irregulares. Anormalidades anatô-
Potássio – 100 mg, 3 vezes ao dia. micas (cérvix muito longo e aperta- do,
Sementes (douradas) de linho – 100 ou um útero inclinado), também
g/dia. provocam estes sintomas. Há diver-
Unha-de-gato – 500 mg, 3 vezes ao sas outras causas. Assim como para
dia.
Vitamina A – 15.000 UI/dia.
Vitamina C – 1.000 mg, 2 vezes ao dia.
Vitamina D – 600 UI/dia.
Vitamina E – 1.200 UI/ dia.
Zeolita – Ajustar dose. Ver item.
Zinco – 50 mg/dia.

Protocolo injetável
intramuscular
Beta Alanina......................500mg/ 2ml
D-Ribose........................750mg/ 1,5ml
Metilfolato....................3500mcg/ 1ml
L-Carnitina.......................600mg/ 1ml
Picolinato de Cromo.......100mcg/ 2ml
Aplicar uma vez por semana.

• Indica-se um cálice de vinho tin-


to (ou suco de uva tinta de qua-
lidade, sem açúcar), uma a duas
vezes por dia, às refeições.
• Ver informações úteis para este
problema no capítulo Peróxido
de hidrogênio - Uma terapia
biológica.
• Atualmente são utilizados inibi-
dores da enzima DPP4, como as
318
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

a amenorréia e outros distúrbios da mg/dia.


menstruação, é importante Óleo de prímula - 250 mg, 2 a 3 vezes
conside- rar que existem fatores ao dia.
alimentares capazes de contribuir Potássio – 100 mg/dia.
para a altera- ção do sistema Selênio – 150 mcg/dia.
hormonal, os chama- dos Vitamina A – 15.000 UI/dia.
disruptores endócrinos. Vitamina C – 500 mg, 2 vezes ao dia.
Alimentos como a carne verme- Vitamina D – 600 UI/dia.
lha e carnes embutidas Vitamina E – 1.200 UI/ dia.
industrializa- das brasileiras Zinco – 20 mg/dia.
geralmente possuem hormônios
estrogênicos anabolizan- tes (ex.:
dietiletilbestrol) sintéticos capazes
de perturbar o sutil meca- nismo
hormonal humano, promo- vendo
desequilíbrios do feed back, que
pode incluir a suspensão do ciclo
menstrual (ou outras alterações do
mesmo), além de cistos, tumores,
nódulos, câncer, etc. Cerca de 50%
da carne vermelha e 95 % do frango
de granja e dos ovos
industrializados no Brasil também
apresentam esses mesmos
hormônios. Os resíduos de
hormônios nesses alimentos não se
modificam com o cozimento.
Em geral, indica-se o seguinte:

Sugestões: (Usar um ou mais


itens, combinados em fórmula):

Alcaçuz - 500 mg 3 vezes ao dia.


Angélica ou Dong Quai - extrato
seco. 500mg 3 vezes ao dia.
Lecitina – 1 a 2 g/dia.
Manganês – 100
319
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Complexo completo de aminoácidos.


Distúrbios
Complexo enzimático concentrado,
neurovegetativos

Os sintomas são aqueles pareci-


dos com os provocados pelo estresse
(que inclusive é uma das principais
causas dos desequilíbrios do sistema
nervoso autônomo), como: ansieda-
de, medo, insatisfação com a vida,
angústia, depressão, insônia, incer-
teza quanto ao futuro, tonteiras, me-
mória deficiente e outros.
Além de estabelecer hábitos e rit-
mo de vida mais naturais, uma dieta
regular, nutritiva e natural, inclusive
evitando os excessos (como álcool,
café, frituras) e hábitos perniciosos,
como o tabagismo, bem como o ex-
cesso de trabalho intelectual, deve-
se estabelecer uma suplementação
vitamínico-mineral e enzimática ade-
quada a cada caso. O uso de com-
postos e fitoterápicos ansiolíticos e
antidepressivos dependerão das ca-
racterísticas do problema e de cada
pessoa.
Uma reposição fisiológica e ade-
quada de vitaminas e minerais é es-
sencial uma vez que as distonias são
também provocadas pela carência de
minerais como o zinco, o magnésio, o
cobre, o selênio e outros.

Sugestões: (Usar um ou mais


itens, combinados em fórmula):

Azul de metileno – ver descrição no


capítulo de Suplementos Especiais.
Cálcio - 600mg/dia.
Clorela ou espirulina – 500 mg 3 a 4
vezes ao dia.
Cobre – 3 mg/dia.
Coenzima Q10 – 40 mg/dia.
Complexo B – 100 mg, 3 vezes ao
dia.
320
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

com protease, lipase, amilase, celu- aparecem quando os divertículos in-


lase, sacarase, maltase, lactase, flamam, aparecendo um quadro agu-
bro- melaína e papaína. do de dor e espasmos, denominado
Erva-de são-joão – 250 mg, 4 vezes diverticulite. Existe tendência à ma-
ao dia. lignização em cerca de 10% dos casos
Ferro – 18 mg/dia. em pessoas acima de 60 anos.
Glutationa - ver Uma das causas do problema é a
capítulo para ajuste. dieta pobre em fibras, que causa
Magnésio – 300 espasmos do cólon e dos músculos
mg/dia. Manganês – periféricos ao órgão, com enfraque-
100 mg/dia. cimento de pregas e de pontos mus-
Ômega 3 – 500 mg, 3 vezes ao dia. culares.
Passiflora – 250 mg, 3 vezes ao dia.
Proteína do soro do leite (Whey) – Sugestões: (Usar um ou mais
4 colheres de sopa/dia. itens, combinados em fórmula):
Pirroloquinolina quinona (PQQ) – 20
mg 2 a 3 vezes ao dia.
Selênio – 100 mcg/dia.
Vitamina A (betacaroteno) –
30.000 UI/dia.
Vitamina B12 – 100
mcg/dia. Vitamina C –
3.000 mg/dia. Vitamina D –
400 UI/dia.
Vitamina E – 400
UI/dia Zinco – 50
mg/dia
• Indica-se Um cálice de vinho
tin- to (ou suco de uva tinta de
qua- lidade, sem açúcar), uma
a duas vezes por dia, às
refeições.

Diverticulose

Um problema benigno que ra-


ramente produz sintomas, que só
321
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Babosa – 50 ml de extrato aquoso nica mineral ampla, associadamente


estandardizado, ou 2 cápsulas gelati-
nosas de 500 mg de extrato concen-
trado, 3 vezes ao dia.
Bioflavonóides – 100 mg, 3 vezes ao
dia.
Boswellia serrata - 200 a 500
mg três vezes ao dia.
Coenzima Q10 - 60 mg/dia.
Complexo B – 50 mg, 3 vezes ao dia.
Fibras – 50 g/dia, mesmo com a in-
gestão das sementes de linho.
Lactobacilos acidófilos (ou outros,
sozinhos ou associados) - 20 a 40 mg
(200 a 400 milhões de UI), ou mais, 3
vezes ao dia, pouco antes das re-
feições.
Ômega 3 ou óleo de peixes – 200 mg
3 vezes ao dia.
Proteína do soro do leite (whey) – 3
colheres de sopa/dia.
Sementes douradas de linho – 150 g/
dia.
Vitamina A (beta-caroteno) – 10.000
UI/dia.

Doença celíaca

Uma doença que se torna cada


vez mais comum, caracterizada por
um distúrbio herdado de má absor-
ção, onde o individuo apresenta rea-
ção alérgica a alimentos que contêm
glúten. Estimativas atuais apontam
que 1 em cada 2.500 norte-america-
nos sofre do mal.
Os sintomas são diarréia (este-
atorréia é comum) ou obstipação
intestinal, com emissões volumosas,
pútridas, associadas à fadiga, cefa-
léias, anemia, eventualmente confu-
são mental, etc.
Os sintomas podem ser melho-
rados e se reforçar o organismo com
suplementação enzimática/ vitamí-
322
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

a uma dieta restritiva em alimentos


com glúten. É importante lembrar Eczema
que mesmo uma pequena
quantida- de de glúten pode Pode ocorrer devido a diversos
provocar crises. fatores, mas geralmente é o resultado
da eliminação de toxinas pela pele; fa-
Sugestões para adultos: tores psíquicos e alérgicos devem ser
sempre considerados também. Há se-
Betaína – 150 mg 3 vezes ao melhanças entre o eczema e as diver-
dia. sas doenças de pele. Deve-se reconhe-
Boswellia serrata - 200 a 500 cer e evitar os fatores determinantes.
mg três vezes ao dia.
Cálcio – 500 mg/dia. Sugestões: (Usar um ou mais
Complexo enzimático amplo itens, combinados em fórmula):
conten- do protease, lipase,
amilase, lactase, sucrase, sacarase,
bromelaína e pa- paína.
Fibras (derivadas de produtos sem
glúten) – 50 a 100 g/dia.
Lactobacilos acidófilos (ou outros,
sozinhos ou associados) - 20 a 40
mg (200 a 400 milhões de UI), ou
mais, 3 vezes ao dia, pouco antes
das re- feições.
Lecitina – 1.000
mg/dia. Magnésio –
250 mg/dia.
Proteína do soro do leite (whey) –
200 g/dia.
Vitamina B1 – 150 mg, 2 vezes ao
dia.
Vitamina C – 2 a 3.000
g/dia.
Zeolita – Ajustar dose. Ver item.
Zinco – 30 mg/dia
OBS - Para crianças, a dose deve
ser adaptada segundo cada item es-
pecífico.
323
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Azul de metileno – ver descrição no Pólen de flores – 50 a 100 g\dia.


capítulo de Suplementos Especiais.
Babosa – 50 ml de extrato aquoso
estandardizado, ou 2 cápsulas gelati-
nosas de 500 mg de extrato concen-
trado, 3 vezes ao dia.
Clorela ou espirulina ou espirulina –
500 mg, 6 vezes ao dia.
Sementes (douradas) de linho – 100 g/dia.

Ejaculação precoce

É um sintoma determinado por


estímulos nervosos descontrolados,
provocados por desequilíbrio neuro-
vegetativo, resultante de condições
como a ansiedade, a neurastenia, o
estresse, o uso de drogas (maconha,
cocaína, etc.), disfunção hormonal,
excessos generalizados e a certa pre-
disposição herdada ou como efeito
de certos medicamentos (diazepam e
similares). Está freqüentemente as-
sociado à impotência sexual, a fato-
res psicológicos e a algumas doenças
endócrinas e nervosas.
Associadamente às sugestões abai-
xo, é preciso estabelecer uma dieta
balanceada, nutritiva e natural. Evitar
os excessos e os hábitos perniciosos,
como o do álcool, do café, do cigarro,
etc. Evitar os fatores causais. Praticar
esportes ou atividades físicas regular-
mente, respiração e relaxamento.

Sugestões: (Usar um ou mais


itens, combinados em fórmula):

Complexo B – 50 mg, 3 vezes ao dia.


Erva-de-são-joão – 250 mg, 3 vezes
ao dia.
Ginseng coreano ou chinês - 250 mg,
3 vezes ao dia.
Magnésio – 400 mg/dia.
Passiflora - 250 mg, 3 vezes ao dia.
324
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Dióxido de cloro- MMS – Ajustar epileptiformes.


dose. Há novidades sobre a enxaqueca.
Salsaparrilha – 250 mg, 3 vezes ao Sabe-se que o distúrbio também pode
dia. ocorrer como um tipo de reação do
Selênio - 100 mcg/dia. organismo contra certas toxinas, cer-
Sementes douradas de linho – 150 g/ tos produtos mucogênicos, excessos
dia. de algumas proteínas animais ainda
Saw palmetto (serenoa), extrato seco não bem classificadas, bem como por
– 200 mg, 3 a 4 vezes ao dia. certos produtos, como o café, o leite
Vitamina A (beta-caroteno) – e seus derivados, o sal refinado e o
10.000 UI/dia. açúcar branco.
Vitamina C – Mínimo de 500 mg, 3 Antes de prescrever é necessário
vezes ao dia. conhecer as causas do problema.
Vitamina D – 400
UI/dia. Vitamina E –
800 UI/dia. Zinco – 30
mg/dia.

Enxaqueca

Nos indivíduos suscetíveis, as


crises podem ser desencadeadas
por várias causas, tais como abusos
ali- mentares, esforço visual
prolongado, fadiga física e/ou
psíquica, esforço in- telectual
prolongado, menstruação,
ovulação, odores e perfumes
fortes, produtos químicos, poluição
atmos- férica, friagem e outras. A
afecção é, em regra, familiar e
atinge mais freqüentemente as
mulheres. Mais recentemente, têm
surgido teorias e evidências do
vínculo da enxaque- ca com
disritmias cerebrais e causas
325
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Evitar o uso de adoçantes à base


de aspartame, pois seus
componentes (metanol, ácido Esclerose múltipla
fórmico e outros) podem agravar
este problema.(Bretherick, 1981; O objetivo da terapêutica é im-
Uribe, 1981; Stegink 1984; Novick, pedir que os anticorpos agridam a
1985; Kulezycki, 1986). bainha de mielina, causando infla-
Sugestões: (Usar um ou mais mação e degeneração do neurônio,
itens, combinados em fórmula): que formam as placas na bainha de

Angélica – 200 mg, 3 vezes ao dia.


Azul de metileno – ver descrição no
capítulo de Suplementos Especiais.
Betaína – 100 mg, 3 vezes ao dia.
Cardo mariano – 250 mg, 3 vezes ao
dia.
Clorela ou espirulina – 500 mg, 3 ve-
zes ao dia.
Cobre – 5 mg/dia.
Complexo B – 150 mg, 2 vezes ao
dia.
Complexo enzimático concentrado,
com protease, lipase, amilase, e lac-
tase.
Crisina - 500 mg 2 vezes ao dia.
Dente de leão – 200 mg, 3 vezes ao
dia.
Fibras – 50 g/dia, mesmo com a in-
gestão das sementes de linho.
Glutationa - ver
capítulo para ajuste.
Magnésio – 400 mg/dia.
Selênio – 100 mcg/dia.
Sementes (douradas) de linho – 100
g/dia.
Vitamina C – 1.000 mg/dia.
Zinco – 40 mg/dia.
Protocolo injetável
intramuscular
Complexo B(c/B1)....................... 1ml
5-OH Triptofano..............10mg/ 2ml
GABA................................25mg/ 2ml
Inositol+L-Taurina..0mg+100mg/ 2ml
Sulfato de Magnésio..........400mg/ 1ml
Aplicar uma vez poe semana.
326
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

mielina, reduzindo a interrupção da principalmente pela ação


transmissão dos estímulos antioxidante, que reduz os ra- dicais
nervosos. Busca-se reduzir a livres, estes capazes de agredir mais
progressão nos ca- sos crônicos. A ainda a bainha de mielina.
terapêutica é dificul- tada por não Evitar o uso de adoçantes à base
se conhecer a causa da doença, que de aspartame, pois seus componentes
atinge entre 250.000 a (metanol, ácido fórmico e outros)
500.00 norte-americanos, a podem agravar este problema.
maioria mulheres da raça Bretherick, 1981; Uribe, 1981;
caucasiana. Stegink 1984; Novick, 1985; Kulezycki,
Há estudos apontando que uma 1986).
carência de selênio pode contribuir
para o surgimento da enfermidade. Sugestões: (Usar um ou mais itens,
Outras correntes acreditam que combinados em fórmula):
viro- ses podem desencadear uma
respos- ta auto-imune semelhante. Ácido ursólico - 150 mg 3 vezes ao
A doença tem sido tratada com dia.
imunossupressores, incluindo corti- Azul de metileno – ver descrição no
costeróides, mas os resultados são capítulo de Suplementos Especiais.
desalentadores a médio e longo Complexo enzimático concentrado,
pra- zo, principalmente devido aos com protease, lipase, amilase, e lac-
efeitos colaterais destes fármacos, tase, bromelaína e papaína.
em al- guns pacientes, piores do Complexo completo de aminoácidos.
que a do- ença a ser tratada. Betaína – 100 mg, 3 vezes ao dia.
Ultimamente a terapia com en- Boswellia serrata - 200 a 500
zimas tem sido empregada, com mg três vezes ao dia.
resultados interessantes, visando Bioflavonóides – 100 mg 3 vezes ao
o restabelecimento da capacidade dia.
Cálcio - 1.000mg/.
imunológica do organismo, restitui-
Cobre – 5 mg/dia.
ção da reserva enzimática, redução
Coenzima Q10 – 50 mg/dia.
da presença na circulação de com-
Cogumelo Ganoderma –
plexos antígeno-anticorpo, redução
2g/dia.
da inflamação e fortalecimento da
Complexo B – 150 mg, 3 vezes ao
capacidade metabólica. dia.
Suplementação vitamínica e DHEA – 25 mg/dia.
mi- neral ampla tem se mostrado Dióxido de cloro- MMS – Ajustar dose.
um ex- celente auxílio, Espirulina ou Clorela – 300 mg 3 a 4
321
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

vezes ao dia. Estresse


Lactobacilos acidófilos – 500 milhões
de UI 4 a 5 vezes ao dia, combinados No estresse ocorrem mudanças
com outros lactobacilos. no organismo, onde o desgaste de
Lecitina de soja – 2.000mg. 3 vezes micronutrientes, a distonia neuro-
ao dia. vegetativa, o mau balanceamento
Magnésio – 500 mg/dia. energético, o excesso de radicais li-
MSM (Metilosulfonilmetano)- 500 vres circulando pelo sangue, a redu-
miligramas três vezes ao dia. ção da oxigenação dos tecidos, a aci-
Ômega 3 – 300 mg, 3 vezes ao dificação geral, a intoxicação crônica,
dia. Potássio – 100 mg, 3 etc., que produzem tipos variados de
vezes ao dia. sinais e sintomas.
Pode haver períodos de grande
Pirroloquinolina quinona (PQQ) – 20 agitação, ansiedade e exuberância
mg 2 a 3 vezes ao dia. energética, seguidos imediatamente
Selênio – 150 mcg, 2 vezes ao dia. de depressão, prostração, preguiça;
Vitamina A (betacaroteno) – 30.000 essa oscilação constante, tanto de
UI/dia. sintomas físicos quanto psíquicos,
Vitamina B12 – 200 mcg/dia. aliados a uma grande variação do
Vitamina C – 3.000 mg/dia. humor, são comuns na situação de
Vitamina D – 400 UI/dia. estresse. Nos casos leves pode haver
Vitamina E – 1.200 UI/dia apenas irritabilidade, insônia mode-
Zinco – 30 mg/dia rada, ansiedade e humor variável,
inapetência, distúrbios da memória e
outros; com a piora do problema ou
em casos mais severos, estes sinto-
mas ampliam-se, podendo instalar-
se impotência ou frigidez, ejaculação
precoce, desinteresse ou exaltação
sexual anormal, tendência ao au-
mento de peso, aos inchaços, à dila-
tação abdominal,etc.
Em nível orgânico, são comuns as
gastrites, as úlceras pépticas, a azia,
a prisão de ventre, a flatulência, as
dores de cabeça, a elevação ou o
rebaixamento acentuado da pressão
321
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

arterial, a queda de cabelos, as do-


enças da pele, os distúrbios
afetivos, a instabilidade emocional,
às vezes medos infundados e até
pânico des- necessário.
Importante é a prática de
ativida- des físicas e a abstenção
de fatores

321
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

agravantes, como alcoolismo, taba- lidade, sem açúcar), uma a duas


gismo, drogas, excesso de fármacos vezes por dia, às refeições.
psicoativos, café em demasia, esti-
mulantes, etc.
As indicações a seguir são úteis
como auxiliares no combate ao es-
tresse e podem ser utilizadas continu-
amente, com intervalos pequenos.

Sugestões: (Usar um ou mais


itens, combinados em fórmula):

Bioflavonóides – 100 mg 3 vezes ao


dia.
Cálcio - 1.000mg/dia.
Cobre – 5 mg/dia.
Coenzima Q10 – 50 mg/dia.
Complexo B – 150 mg, 3 vezes ao
dia.
Complexo completo de aminoácidos.
Erva-de-são-joão – 250 mg, 3 vezes
ao dia.
Espirulina ou Clorela – 300 mg 3 a 4
vezes ao dia.
Kava-kava – 250 mg, 2 a 3 vezes ao
dia.
Lecitina de soja – 2.000mg. 3 vezes
ao dia.
Lugol – 2 gotas ao dia, em água.
Magnésio – 500 mg/dia.
Manganês – 100 mg/dia.
Ômega 3 – 300 mg, 3 vezes ao dia.
Selênio – 100 mcg/dia.
Pirroloquinolina quinona (PQQ) – 20
mg 2 a 3 vezes ao dia.
Valeriana – 250 mg, 3 vezes ao dia.
Vitamina A (betacaroteno) – 30.000
UI/dia.
Vitamina B12 – 200 mcg/dia.
Vitamina C – 3.000 mg/dia.
Vitamina D – 400 UI/dia.
Vitamina E – 1.200 UI/dia
Zinco – 50 mg/dia
• Indica-se Um cálice de vinho tin-
to (ou suco de uva tinta de qua-
321
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Febre reumática maltase, lactase, bro- melaína e


papaína.
É importante a localização dos Condroitina (sulfato) – 250 mg, 3 ve-
focos infecciosos determinados por zes ao dia.
estreptococos beta hemolíticos. Espirulina ou Clorela – 500 mg 3 a 4
Em- bora as penicilinas naturais e vezes ao dia.
sintéti- cas de última geração sejam Extrato de alho – 500 mg 3 vezes ao
de certo modo eficazes no dia.
tratamento da fase aguda, não se Glucosamina – 500 mg, 3 vezes ao
consegue atingir o pro- cesso oculto dia.
que gera o problema. É necessário
trabalhar pela restaura- ção do
equilíbrio orgânico e do bom
estado metabólico geral, além de
se determinar uma dieta isenta de
pro- dutos industrializados,
principalmen- te o açúcar branco.

Sugestões para durante ou,


prin- cipalmente, fora das crises,
como preventivo:

Bioflavonóides – 100 mg 3 vezes


ao dia.
Cálcio - 800mg/dia.
Cartilagem de tubarão – 500 mg, 6
vezes ao dia.
Cobre – 3 mg/dia.
Coenzima Q10 – 40
mg/dia. Cogumelo
Ganoderma – 2g/dia.
Complexo B – 150 mg, 3 vezes ao
dia.
Complexo completo de
aminoácidos. Complexo enzimático
concentrado, com protease, lipase,
amilase, celu- lase, sacarase,
321
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Lactobacilos acidófilos (ou outros, Não há tratamento de praxe defi-


sozinhos ou associados) - 20 a 40 mg nido. Em geral usam-se paliativos se-
(200 a 400 milhões de UI), ou mais, 3 gundo os sinais clínicos observados.
vezes ao dia, pouco antes das re- Atualmente está em grande con-
feições. ceito o tratamento com enzimas di-
Lecitina de soja – 2.000mg, 3 vezes gestivas e metabólicas, para reduzir a
ao dia. formação e a concentração de muco,
Magnésio – 400 mg/dia. além de promover digestão. As enzi-
Ômega 3 – 500 mg, 3 vezes ao dia. mas devem ser ministradas por pe-
Unha-de-gato – 400 mg, 3 vezes ao diatra experiente, seja por via oral ou
dia endovenosa.
Viscum álbum injetável – Ver em:
Capítulo especial: O viscum album na Flebite
O mesmo procedimento que para varizes. Ver
terapêutica. Varizes.
Vitamina A (betacaroteno) – 30.000
UI/dia. Fibromialgia
Vitamina B12 – 100 mcg/dia.
Vitamina C – 2.000 mg/dia.
Vitamina D – 400 UI/dia. Está definida em alguns círculos
Vitamina E – 800 UI/dia médicos o papel da ação do excesso
Zinco – 40 mg/dia de radicais livres na agravação, ou
• Ver informações úteis para este até mesmo na gênese da fibromial-
problema no capítulo Peróxido gia, uma doença cuja incidência tem
de hidrogênio - Uma terapia aumentado de modo alarmante no
mundo inteiro.
biológica.
O objetivo da terapêutica, além
de sintomatológico, é evitar a agres-
Fibrose cística são aos tecidos e reduzir, ou impedir,
o processo inflamatório. Não há tera-
A raça caucasiana é mais sujeita à pêutica de praxe oficializada ou bem
enfermidade. É hoje o mais sério pro- definida. Os corticóides e os antide-
blema respiratório entre as crianças pressivos continuam sendo os fár-
nos Estados Unidos. O muco impede macos de escolha, mas os resultados
também que as enzimas digestivas são geralmente paliativos. A seguir
pancreáticas atinjam a luz intestinal, algumas indicações que podem ser
prejudicando enormemente a diges- úteis, principalmente nas crises.
tão. O resultado é a perda de peso,
má nutrição, esteatorréia ou obstru- Evitar o uso de adoçantes à base
ção Intestinal. Cerca de 10% dos be- de aspartame, pois seus componentes
bês acometidos necessitam de cirur-
(metanol, ácido fórmico e outros)
gia imediata para restaurar o trânsito
podem agravar este
intestinal.
problema.(Bretherick, 1981; Uribe,
Os sinais iniciais podem ser sudo-
1981; Stegink 1984; Novick, 1985;
rese profusa e salgada (por retenção de
Kulezycki, 1986).
sódio), cianose de extremidades ou ge-
ral, dificuldades respiratórias e outras.

322
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Sugestões: (Usar um ou mais aplicada sobre pontos de acu-


itens, combinados em fórmula): puntura tem produzido resulta-
dos sarisfatórios.
Bioflavonóides – 100 mg 3 vezes ao • Ver informações úteis para este
dia. problema no capítulo Peróxido de
Boswellia serrata - 200 a 500 hidrogênio - Uma terapia
mg três vezes ao dia. biológica.
Cálcio - 800mg/dia.
Complexo B – 150 mg, 3 vezes ao dia. Gastrite
Complexo completo de aminoácidos.
Complexo enzimático concentrado, O papel do heliobacter pilorii como
com protease, lipase, amilase, celu- causa exclusiva da gastrite e úlceras
lase, sacarase, maltase, lactase, bro- está hoje sob reavaliação e
melaína e papaína.
Crisina - 500 mg 2 vezes ao dia.
DMSO - Ajustar dose oral.
Espirulina ou Clorela – 500 mg 3 a 4
vezes ao dia.
Extrato de alho – 500 mg 3 veazes ao
dia.
Glucosamina – 500 mg, 3 vezes ao
dia.
Lecitina de soja – 2.000mg, 3 vezes
ao dia.
Magnésio – 400 mg/dia.
MSM (Metilosulfonilmetano)- 500
miligramas três vezes ao dia.
Óleo de peixes ou ômega 3 e 6 – 1000
mg 6 vezes ao dia de cada um.
Unha-de-gato – 400 mg, 3 vezes ao
dia
Viscum álbum injetável – Ver em:
Capítulo especial: O viscum album na
terapêutica.
Indica-se a acupuntura sistêmica, que
produz bons resultados.

Protocolo injetável intramuscular:


PQQ+Lidocaína..........5mg+10mg/ 2ml
5-OH Triptofano...............10mg/ 2ml
L-Carnitina.......................600mg/ 1ml
D-Ribose........................750mg/ 1,5ml
Curcumina.......................200mg/ 2ml
Aplicar uma vez por semana.

• A apitoxina - veneno de abelha


323
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

não já não é aceito em todos os cír- concen- trado, 3 vezes ao dia.


culos médicos. Uma vez que a Clorela ou espirulina – 500 mg, 4 ve-
maior parte dos seres humanos zes ao dia.
apresenta esse microrganismo no Espinheira santa - extrato seco. 500
estômago, sem desenvolver mg 4 a 5 vezes ao dia. Ou em chá
gastrites, fica clara a maior após as refeições.
importância aos fatores imu- Lecitina – 1.000 mg/dia
nológicos ou individuais. Ademais, Pau d’arco – 250 mg, 4 vezes ao dia.
a antibioticoterapia contra o helio-
bacter pilorii só produz resultados
provisórios, havendo
recrudescência na grande maioria
dos casos, evidan- ciando-se que as
causas reais não fo- ram atingidas
com essa terapêutica. Além disso,
as gastrites podem ser crônicas ou
agudas, hipo ou hiperclo- rídricas,
mucosas, a gastrite tipica- mente
nervosa por vagotonia, etc.
A hereditariedade é também
um fator importante na maior ou
menor suscetibilidade a esta
doença. É pre- ciso evitar os fatores
desencadean- tes ou causais
alimentares, adotando uma dieta
mais natural, evitando-se as
frituras, o café e o chá mate ou
preto, as bebidas gaseificadas, as
be- bidas alcoólicas.

Sugestões: (Usar um ou mais


itens, combinados em fórmula):

Alcaçuz - 500 mg 3 vezes ao dia.


Babosa – 100 ml de extrato aquoso
estandardizado, ou 2 cápsulas
gelati- nosas de 500 mg de extrato
324
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Gengivas, sangramentos das na sintomas no início, produzindo


depois, gradativamente a visão “em
Problema comum que pode ter túnel”, halos, dificuldade de visão no-
muitas causas, como a carência de vi- turna, cefaléias, etc. O segundo tipo
tamina C, gengivites, periodontoses, determina uma súbita perda da visão,
tártaro dentário, placas bacterianas com dores oculares e cefaléias.
no sulco gengival e outras. Procurar Além dos colírios redutores da
localizar a causa. Sugerir escovação pressão intra-ocular, atualmente
regular com pastas dentifrícias her- utiliza-se, sugere-se o seguinte como
báceas especiais. Orientação odon- complemento para melhorar as con-
tológica é necessária para os casos dições orgânicas:
mais resistentes.
Sugestões: (Usar um ou mais
Sugestões: (Usar um ou mais itens, combinados em fórmula):
itens, combinados em fórmula):
Azul de metileno – ver descrição no
Vitamina C – 500 mg, 4 vezes ao dia. capítulo de Suplementos Especiais.
Bioflavonóides –100 mg, 3 vezes ao Bioflavonóides – 500mg/dia.
dia. Coenzima Q10 – 60 mg/dia.
Clorela ou espirulina - 500 mg, 4 ve- Extrato de alho – 2g/dia.
zes ao dia Glutationa - ver capítulo para ajuste.
Kefir - 500 mg 3 vezes ao dia. Lactobacilos acidófilos (ou outros,
sozinhos ou associados) - 20 a 40 mg
Glaucoma (200 a 400 milhões de UI), ou mais, 3
vezes ao dia, pouco antes das re-
feições.
O aumento da pressão intra- Niacina – 50 mg 2 vezes ao dia.
ocular é atualmente uma das mais Ômega 3 – 2g/dia.
sérias e comuns anormalidades dos Vitamina A – 5.000 UI/dia.
olhos nos Estados Unidos e a princi- Vitamina C – 3g/dia.
pal causa de cegueira para cerca de Vitamina E – 1.200 UI/dia.
70 milhões de indivíduos no mundo. Zinco – 40 mg/dia.
Atualmente cerca de 10.000 bebês
nascem com glaucoma nos Estados
Gota
Unidos. Pessoas acima de 50 anos,
diabéticos, parentes de glaucoma-
O objetivo da terapêutica é sinto-
tosos e afro-americanos, são as mais
matológico (combater a inflamação)
propensas a desenvolverem o mal.
nas crises e preventivo fora delas, pro-
Como se sabe, a pressão intra-
curando-se reduzir a concentração de
ocular se eleva quando a saída do hu-
ácido úrico, tanto sérica quanto tissular.
mos aquoso é obstruída (ou quando a
O problema está nitidamente ligado a
sua produção é excessiva). Se não tra-
fatores hereditários e alimentares.
tada adequadamente a enfermidade
É necessário estabelecer uma
leva à cegueira, em qualquer dos dois
dieta mais alcalina para evitar a
tipos básicos, seja o glaucoma de ân-
concentração de compostos ácidos,
gulo aberto ou o de ângulo fechado.
como vísceras, frituras carregadas,
O primeiro geralmente não determi-
325
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

leguminosas (feijões), cerveja,


álcool em excesso.

326
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Sugestões: (Usar um ou mais Sugestões: (Usar um ou mais itens,


itens, combinados em fórmula): combinados em fórmula):

Boswellia serrata - 200 a 500


mg três vezes ao dia.
Buchu - 200 mg 3 vezes ao dia.
Coenzima Q10 – 30 mg, 2 vezes ao
dia.
Complexo B – 50 mg 3 vezes ao dia.
Crisina - 500 mg 2 vezes ao dia.
Dong quai - 250 mg, de 1 a 3 vezes
ao dia.
Ginseng siberiano - 250 mg, 3 vezes
ao dia.
Glucosamina (sulfato) – 500 mg, 2
vezes ao dia.
Lactobacilos acidófilos (ou outros,
sozinhos ou associados) - 20 a 40 mg
(200 a 400 milhões de UI), ou mais, 3
vezes ao dia, pouco antes das re-
feições.
Ômega 3 ou Óleo de peixes – 200 mg
3 vezes ao dia.
Sementes (douradas) de linho – 100
g/dia.
Vitamina A - 10.000 UI/dia.
Vitamina C - 3.000 mg/dia.
Vitamina E – 400 UI/dia.
Vitis vinífera - Extrato seco. 200 mg 3
a 4 vezes ao dia.
Zeolita – Ajustar dose. Ver item.
Zinco – 50 mg/dia.
• Indica-se Um cálice de vinho tin-
to (ou suco de uva tinta de qua-
lidade, sem açúcar), uma a duas
vezes por dia, às refeições.

Gripe

Deve-se estabelecer um bom


diagnóstico diferencial com outras vi-
roses e enfermidades, inclusive alér-
gicas, caso os episódios sejam muito
agudos, intensos e constantes.

327
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Na crise e como preventivo em fórmico e outros) podem agravar este


sur- tos: problema.(Bretherick, 1981; Uribe,
Bioflavonóides – 100 mg, 3 vezes 1981; Stegink 1984; Novick, 1985;
ao dia. Kulezycki, 1986).
Dióxido de cloro- MMS – Ajustar
dose. Sugestões: (Usar um ou mais
Equinácea - 250 mg, 3 vezes ao dia. itens, combinados em fórmula):
Extrato de alho – 500 mg, 3 vezes
ao dia.
Unha-de-gato – 500 mg, 3 vezes ao
dia.
Vitamina C – 1.000 mg/dia
• Ver informações úteis para
este problema no capítulo
Peróxido de hidrogênio - Uma
terapia biológica.

Hepatite

Seja em qualquer das hepatites,


na fase aguda ou crônica, o objetivo
da terapêutica deve ser de proteger
o fígado, combater os vírus, interfe-
rindo no processo de continuidade
de degeneração dos hepatócitos. A
terapêutica de praxe,
principalmente com interferon, não
tem mostrado re- sultados
satisfatórios. Há linhas mé- dicas
que adotam a filosofia de que é
perfeitamente possível interferir np
processo de degeneração do órgão
e de eliminar os vírus presentes.

Evitar o uso de adoçantes à base


de aspartame, pois seus
componentes (metanol, ácido
328
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Angélica – 200 mg, 3 vezes ao dia. biológica.


Betaína – 100 mg, 3 vezes ao dia. • O uso do ozônio EV e intra-retal
Bioflavonóides – 100 mg, 3 vezes ao tem mostrado bons resultados no
dia. tratamento das hepatites e da
Cardo mariano – 500 mg, 3 vezes ao cirrose hepática. Também
dia. resultados positivos têm sido
Clorela ou espirulina – 500 mg, 4 ve-
zes ao dia.
Coenzima Q10 – 30 mg, 2 vezes ao
dia.
Complexo B – 50 mg 3 vezes ao dia.
Complexo enzimático concentrado,
com protease, lipase, amilase, lacta-
se, celulase, bromelaína e papaína.
Dente de leão – 200 mg, 3 vezes ao
dia.
Dióxido de cloro- MMS – Ajustar
dose.
Espinheiro alvar – 100 mg, 3 vezes ao
dia.
Glutationa - ver capítulo para ajuste.
Kefir - 500 mg 3 vezes ao dia.
Lactobacilos acidófilos (ou outros,
sozinhos ou associados) - 20 a 40 mg
(200 a 400 milhões de UI), ou mais, 3
vezes ao dia, pouco antes das re-
feições.
MSM (Metilosulfonilmetano)- 500
miligramas três vezes ao dia.
Ômega 3 ou Óleo de peixes – 200 mg
3 vezes ao dia.
Sementes (douradas) de linho – 100
g/dia.
Superóxido desmutase – 100 mcg/
dia.
Viscum álbum injetável – Ver em:
Capítulo especial: O viscum album na
terapêutica.
Vitamina A - 10.000 UI/dia.
Vitamina C - 3.000 mg/dia.
Vitamina E – 400 UI/dia.
Zeolita – Ajustar dose. Ver item.
Zinco – 50 mg/dia.
• Ver informações úteis para este
problema no capítulo Peróxido
de hidrogênio - Uma terapia
329
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

relatados com a autoimunote- dose.


rapia hematológica com foto- Glutationa - ver capítulo para ajuste.
luminescência do sangue com Kefir - 500 mg 3 vezes ao dia.
ultravioleta. Ver na literatura Lactobacilos acidófilos – 500 milhões
científica ou solicitar através de UI, ou mais, 3 vezes ao dia.
do site do autor. Lisina - 100 a 500 mg de 3 a 4 vezes
ao dia, dependendo da intensidade
Herpes simples da crise.
Magnésio – 400 mg/dia.
O objetivo terapêutico deve ser MSM (Metilosulfonilmetano)- 500
reduzir os incômodos sinais e sinto- miligramas três vezes ao dia.
mas durante as crises, mas Selênio – 150 mcg/dia.
principal- mente de restabelecer a Unha-de-gato – 500 mg, 3 vezes ao
condição imunológica do paciente dia.
e as con- dições gerais do Vitamina C - 1 a 2 g/dia para a fase de
organismo, depois delas. Durante crise e metade da dose fora dos
as crises, uma das su- gestões mais episódios, como prevenção.
eficazes é a lisina (ver abaixo), um
aminoácido antagonista da arginina
que, em concentrações maiores
favorece a infecção. Então durante
e depois das crises:
Sugestões: (Usar um ou mais
itens, combinados em fórmula):

Uso local: Extrato de própolis a


30% Ácidos graxos essenciais
Ômega 3– 100 a 200 mg 3 vezes
ao dia, às re- feições.
Coenzima Q10 - 60 mg de 1 a 3
vezes ao dia, às refeições, tanto
durante quanto fora das crises.
Complexo B – 150 mg, 2 vezes ao
dia.
Curcumina injetável - 200 mg, 2 ml
uma vez por semana, por 3 meses ou
mais.
Dióxido de cloro- MMS – Ajustar
330
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Zinco – 50 mg/dia. viscosidade sangüínea, tonificar os


• Ver informações úteis para este rins, melhorar a condição metabólica
problema no capítulo Peróxido geral, entre outras.
de Hidrogênio - Uma terapia
biológica. Sugestões: (Usar um ou mais
itens, combinados em fórmula):
Herpes zoster
O mesmo que para Herpes simples Azul de metileno – ver descrição no
capítulo de Suplementos Especiais.
Bioflavonóides – 100 mg, 3 vezes ao
Hipertensão arterial
dia.
Clorela ou espirulina – 500 mg, 3 ve-
A hipertensão arterial está as-
zes ao dia.
sociada a diversas causas como o
Coenzima Q10 – 30 mg, 2 vezes ao
estresse da vida moderna, à heredi-
dia.
tariedade, aos hábitos alimentares
Complexo B – 50 mg 3 vezes ao dia.
excessivos, ao consumo exagerado
Dente-de-leão – 200mg, 3 vezes ao
de sal refinado, gorduras saturadas,
dia.
tabagismo, etc. Há também muitos
Extrato de alho – 250 mg/dia.
tipos de hipertensão real associado a
Lactobacilos acidófilos (ou outros,
muitas causas, como aquelas liga-
sozinhos ou associados) - 20 a 40 mg
das a problemas renais, à arterios-
(200 a 400 milhões de UI), ou mais,
clerose, à retenção de sal e água no
3 vezes ao dia, pouco antes das re-
organismo e outras. Quando não se
feições.
conhecem as causas é chamada de
Magnésio (aminoácido quelado) -
“hipertensão idiopática”.
200 a 300 mg, 2 a 3 vezes ao dia.
O objetivo da terapêutica con-
Lúpulo - 200 mg, 3 vezes ao dia.
vencional é reduzir a pressão arterial
MSM (Metilosulfonilmetano)- 500
e mantê-la nos níveis normais, o que
miligramas três vezes ao dia.
é feito através de hipotensores, diu-
Óleo de coco - 20 1 25 g\ 3 vezes ao
réticos, etc. No entanto, os objetivos
dia.
devem ir além desse. A dieta deve ser
Ômega 3 ou Óleo de peixes – 200 mg
pobre em cloreto de sódio, em
3 vezes ao dia.
gorduras saturadas, em alimentos al-
Sementes (douradas) de linho – 100
tamente processados, rica em fibras,
g/dia.
ácidos graxos essenciais, enzimas
Vitamina A - 10.000 UI/dia.
naturais, cereais integrais, frutas cí-
Vitamina C - 3.000 mg/dia.
tricas, etc. A atividade física deve ser
Vitamina E – 400 UI/dia.
estimulada
Zinco – 50 mg/dia.
As sugestões a seguir são úteis
• Usar regularmente o azeite de
para produzir proteção cardiovas-
oliva extra virgem.
cular, ajudar a reduzir os níveis de
• Indica-se um cálice de vinho tin-
tensão arterial, reduzir os radicais
to (ou suco de uva tinta de qua-
livres, combater o excesso de coles-
lidade, sem açúcar), uma a duas
terol e outros fatores que elevam a
vezes por dia, às refeições.
331
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Hipoglicemia associados, incluindo doenças como


o diabetes, os distúrbios hormonais,
Há diversas causas associadas, traumatismos, infecções urinarias e
sendo necessário conhecê-las. Além genitais. Fatores agravantes devem
da orientação dietética adequada, de ser considerados, como tabagismo,
um modo geral, para melhorar as alcoolismo, e outros como etários,
condições do organismo, indica-se: sexuais, ansiedade, estresse, o uso
de drogas, predisposição ou efeito de
Sugestões: (Usar um ou mais certos medicamentos (diazepam e
itens, combinados em fórmula): similares). As causas psicológicas são
também comuns.
Bioflavonóides – 100 mg 3 vezes ao É necessário separar os episódios
dia. de impotência eventual do problema
Cálcio - 800 mg/. de ordem crônica ou constante. Hoje
Cobre – 3 mg/dia. existem vários produtos clássicos no
Coenzima Q10 – 50 mg/dia. mercado para a disfunção erétil. De
Complexo B – 150 mg, 3 vezes ao modo geral, as seguintes Indicações
dia. terapêuticas podem ser úteis
Cromo (picolinato) – 400 mcg/dia.
Espirulina ou Clorela – 300 mg 3 a 4 Sugestões: (Usar um ou mais
vezes ao dia itens, combinados em fórmula):
Lactobacilos acidófilos (ou outros,
sozinhos ou associados) - 20 a 40 mg Bioflavonóides – 100 mg, 3 vezes ao
(200 a 400 milhões de UI), ou mais, 3 dia.
vezes ao dia, pouco antes das re- Coenzima Q10 - 60 mg/dia.
feições. Complexo amplo e completo de ami-
Magnésio – 400 mg/dia. noácidos.
Ômega 3 – 300 mg, 3 vezes ao dia. Complexo B – 100 mg, 3 vezes ao
Proteína do soro do leite (Whey) – 3 dia.
a 4 colheres de sopa/dia. Dente de leão – 250 mg, 3 vezes ao
Selênio – 100 mcg/dia dia.
Vitamina A (betacaroteno) – 30.000 Ginseng siberiano - 250 mg, 3 vezes
UI/dia. ao dia.
Vitamina B12 – 400 mcg/dia. Magnésio – 400 mg/dia.
Vitamina C – 3.000 mg/dia. Ômega 3 ou óleo de peixes – 200 mg
Vitamina D – 400 UI/dia. 3 vezes ao dia.
Vitamina E – 1.200 UI/dia Selênio – 150 mcg/dia.
Zinco – 50 mg/dia Sementes douradas de linho – 150 g/
dia.
Impotência sexual (e Saw palmetto (serenoa), extrato seco
– 200 mg, 3 vezes ao dia.
disfunção erétil) Vitamina A (beta-caroteno) – 10.000
UI/dia.
O problema pode ter como cau- Vitamina C – 3.000 mg/dia.
sa numerosos fatores, isolados ou
332
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Vitamina D – 400 UI/dia. Diversos produtos alimentícios


Vitamina E – 800 UI/dia. industrializados são capazes de pro-
Zinco – 30 mg/dia. mover alterações das células san-
* Indica-se um cálice de vinho tinto güíneas de pessoas predispostas: O
(ou suco de uva tinta de qualidade, açúcar branco consumido em exces-
sem açúcar), uma a duas vezes por so produz a perda constante de mi-
dia, às refeições. nerais e microminerais importantes,
como o magnésio, o zinco, o cromo,
o selênio e outros. Esse tipo de “ane-
Infarto cardíaco
mia mineral”, ou carência crônica de
O mesmo que para Angina pectoris.
oligoelementos, associada à acidi-
ficação constante provocada pelas
Insônia concentrações de açúcar (ácido car-
bônico, ácido lático, etc.). contribui
Procurar conhecer as causas. Evi- para a elevação das taxas de radicais
tar o café e demais produtos excitan- livres e enfraquece as células sangü-
tes. Adotar hábitos de vida e alimen- íneas precursoras, permitindo, por
tares mais saudáveis. um complexo mecanismo, a pertur-
bação funcional intrínseca dos ele-
Sugestões: (Usar um ou mais mentos figurados do sangue.
itens, combinados em fórmula): Outros elementos capazes de
provocar leucemia em cobaias e em
Complexo B – 100 mg, 3 vezes ao seres humanos: os aditivos sintéti-
dia. cos (corantes, aromatizantes, etc.), a
sacarina, os ciclamatos (presentes
Lúpulo - 250 mg, 3 vezes ao dia.
em praticamente todos os produtos
Melatonina* – 3 mg/ dia, ao deitar,
“diet”), o dietiletilbestrol (hormônio
à noite.
sintético feminino aplicado ao gado
Passiflora – 500 mg, ao deitar, junta-
bovino para produzir mais peso;
mente.
também presente na carne das aves
Valeriana – 500 mg ao deitar, junta- e nos ovos de granja), o sulfito de
mente com passiflora. sódio (usado para colorir as carnes de
*Não é liberada no Brasil
açougue e as carnes industrializa-
das: salsichas, presuntos, lingüiças,
Leucemia salames, mortadelas, e outros), o
nitrato de potássio, os óleos refina-
As presentes indicações devem dos, o benzopireno (um dos maiores
ser entendidas como recursos auxilia- cancerígenos ambientais, presentes
res dentro de um plano maior de tra- nas gorduras escuras das frituras, na
tamento. Mesmo associados ao tra- carne dos hambúrgueres industria-
tamento quimioterápico de praxe, os lizados, etc.) e outros. Ver adiante o
recursos aqui apresentados são úteis. capítulo especial: O desafio do cân-
Médicos que aplicaram estes recur- cer e as opções terapêuticas atuais.
sos em associação com os programas Evitar o uso de adoçantes à base
quimioterápicos contra a leucemia, de aspartame, pois seus componentes
obtiveram resultados superiores. (metanol, ácido fórmico e outros)
333
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

podem agravar este terapêutica.


problema.(Bretherick, 1981; Uribe, Vitamina C – até 10.000 mg (10g)/ dia,
1981; Stegink 1984; Novick, 1985; dependendo do caso.
Kulezycki, 1986). Vitamina D – 800 UI/ dia. Vitamina E –
Sugestões: (Usar um ou mais 1.200 UI/dia
itens, combinados em fórmula): Zeolita – Ajustar dose. Ver item.

Para casos pediátricos ou infantis, es- • Ver informações úteis para este
tudar cada indicação para ajuste da problema no capítulo Peróxido de
posologia. hidrogênio - Uma terapia biológica.
Azul de metileno – ver descrição no
capítulo de Suplementos Especiais.
Babosa – 100 ml de extrato aquoso
estandardizado, ou 4 cápsulas gelati-
nosas de 500 mg de extrato concen-
trado, 3 vezes ao dia.
Clorela ou espirulina – 500 mg, 6 ve-
zes ao dia.
Coenzima Q10 – 60 mg 2 vezes ao
dia.
Cogumelo Ganoderma ou maitake –
2g/dia. Licopeno – 5 a 10 mg/dia.
Dióxido de cloro- MMS – Ajustar
dose.
DMSO - Ajustar dose oral.
Kefir - 500 mg 3 vezes ao dia.
Lugol – 2 gotas ao dia, em água.
Magnésio – 250 mg, 2 vezes ao dia.
Pau d’arco – 250 mg, 3 vezes ao dia.
Selênio – 50 mcg/dia
Sementes (douradas) de linho – 150
g/dia.
Superóxido desmutase – 150 mcg, 2
vezes ao dia.
Unha-de-gato – 1.000 a 3.000 mg/dia.
Viscum álbum injetável – Ver em:
Capítulo especial: O viscum album na
331
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Leucorréia Deve-se localizar a causa, mas de


um modo geral:
Fora os casos de alergia,
quando o equilíbrio da flora vaginal Sugestões: (Usar um ou mais
é altera- do pela presença de itens, combinados em fórmula):
material ácido ou destruído por
outros fatores, um determinado Bioflavonóides – 100 mg 3 vezes ao
microorganismo pode multiplicar- dia.
se de maneira exagerada, Cartilagem de tubarão – 500 mg, 6
contribuindo para vários tipos de vezes ao dia.
vagi- nite. como a monilíase, a Coenzima Q10 – 50 mg/dia.
candidíase, a tricomoníase que Cogumelo Ganoderma –
aparecem, muitas vezes, pelo uso 2g/dia.
de antibióticos, por
anticoncepcionais orais, devido ao
diabetes, ou por contato sexual.
A cervicite pode também
produ- zir corrimentos e é causada
por uma variedade de
microorganismos. Em casos mais
intensos, antibióticos, cremes e
supositórios vaginais são eficientes
e, quando é mais grave ainda, reage
a tratamentos como uma
cauterização ou criocirurgia.
Podem resultar de agressões in-
flamatórias ao colo do útero
exposto ao ambiente vaginal mais
ácido; po- dem também aparecer
como resul- tado de infecções
bacterianas locais inespecíficas.
Corrimentos vaginais podem
aparecer também no câncer
ginecológico do baixo ventre,
sendo geralmente acompanhado
por sinais e sintomas graves e
persistentes.
331
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Complexo completo de aminoácidos e outros. Sintomas digestivos são co-


Dong quai - 250 mg, de 1 a 3 vezes ao
dia.
Espirulina ou Clorela – 300 mg 3 a 4
vezes ao dia
Lactobacilos acidófilos (ou outros,
sozinhos ou associados) - 20 a 40 mg
(200 a 400 milhões de UI), ou mais, 3
vezes ao dia, pouco antes das re-
feições.
Lêvedo de cerveja – 1 colher de so-
bremesa/dia.
Kefir - 500 mg 3 vezes ao dia.
Licopeno – 5 a 10 mg/dia.
Ômega 3 – 300 mg, 3 vezes ao dia.
Proteína do soro do leite (Whey) –
uso como complemento alimentar.
Selênio – 100 mcg/dia
Vitamina A – 20.000 UI/dia.
Vitamina C – 4.000 mg/dia
Vitamina E – 1.200 UI/dia
• Ver informações úteis para este
problema no capítulo Peróxido de
hidrogênio - Uma terapiabiológica.

Lupus eritematoso sistêmico

Há estatísticas apontando que


mais de 2 milhões de pessoas nos
Estados Unidos são afetadas pela do-
ença, sendo mais comum entre mu-
lheres jovens.
A doença ocorre em períodos de
crises seguidas de remissões. Apesar
dos sintomas do lupus dependerem
de que parte ou órgão é mais ataca-
do pelos anticorpos do doente, exis-
tem alguns mais marcantes, como
febres baixas de duração prolonga-
da, inflamações articulares, fraqueza
ou fadiga, úlcerações orais ou nasais,
erupções cutâneas, inflamação gan-
glionar, sensibilidade excessiva ao
sol, arrepios, perda de peso, anemia

331
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

muns, como dor abdominal, náuse- Glutationa - ver capítulo para ajuste.
as, vômitos, diarréia e constipação. Lactobacilos acidófilos (ou outros,
Sintomas ligados aos nervos, como sozinhos ou associados) - 20 a 40 mg
cefaléias, paralisias temporárias, (200 a 400 milhões de UI), ou mais, 3
comportamento psicótico, são tam- vezes ao dia, pouco antes das re-
bém freqüentes. feições.
O diagnóstico diferencial com Magnésio (aminoácido quelado) –
outras moléstias de caráter 200 mg/dia.
degene- rativos pode ser difícil, o MSM (Metilosulfonilmetano)- 500
que exige exames laboratoriais miligramas três vezes ao dia.
específicos. Ômega 3 – 500 mg, 3 vezes ao dia.
Unha-de-gato – 400 mg, 3 vezes ao
Sugestões: para durante ou, dia.
prin- cipalmente, fora das crises, Viscum álbum injetável – Ver em:
como preventivo: Capítulo especial: O viscum album na
terapêutica.
Azul de metileno – ver descrição no Vitamina A (betacaroteno) – 30.000
capítulo de Suplementos Especiais. UI/dia.
Bioflavonóides – 100 mg 3 vezes ao Vitamina B12 – 100 mcg/dia.
dia.
Boswellia serrata - 200 a 500
mg três vezes ao dia.
Cálcio -
600mg/dia.
Cobre – 5 mg/dia.
Coenzima Q10 – 60 mg/dia.
Complexo B – 100 mg, 3 vezes ao
dia.
Condroitina (sulfato) – 250 mg, 3
ve- zes ao dia.
Crisina - 500 mg 2 vezes ao dia.
Dióxido de cloro- MMS – Ajustar
dose.
Espirulina ou Clorela – 500 mg 3 a 4
vezes ao dia.
Glucosamina – 500 mg, 3 vezes ao
dia.
331
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Vitamina C – 3.000 mg/dia. Vitamina D – 400 UI/dia. Vitamina E – 400


UI/dia Zinco – 50 mg/dia
* Ver informações úteis para este problema no capítulo Peróxido de hi- drogênio
- Uma terapia biológica.

Mastite

Pode ou não ocorrer supuração ou formação de abscesso. Evitar os


alimentos que possam conter hor- mônios sintéticos, como a carne bovina, as
carnes industrializadas (embutidos), o açúcar branco e as fri- turas. Adotar uma
dieta mais natural, rica em fibras.

Sugestões: (Usar um ou mais itens, combinados em fórmula):

Alcaçuz - 500 mg 3 vezes ao dia. Bioflavonóides – 100 mg, 3 vezes ao dia.


Cálcio - 800mg/dia.
Dente de leão – 250 mg, 3 vezes ao dia.
Dióxido de cloro- MMS – Ajustar dose.
DMSO - Ajustar dose, oral ou tópica.
Kefir - 500 mg 3 vezes ao dia.
Lecitina – 1 a 2 g/dia.
Lugol – 2 gotas ao dia, em água.
Magnésio, aminoácido quelado – 400 mg/dia.
Manganês – 100 mg/dia. Selênio – 150 mcg/dia.
Sementes (douradas) de linho – 100 g/dia, como preventivo do câncer.
Vitamina A – 15.000 UI/dia. Vitamina C – 500 mg, 3 vezes ao dia. Vitamina E –
400 UI/dia.

Menopausa

Hoje, com a alimentação indus- trializada (com os disruptores hor- monais),


a poluição ambiental, o uso

338
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR
excessivo de remédios alopáticos, os hormônios, os anticoncepcionais, o
alcoolismo e o tabagismo, a tensão e o estresse, etc., o organismo feminino
também se degenera precocemente e a função reprodutora, bem como os
distúrbios do climatério ocorrem mais cedo. No envelhecimento natu- ral
normal não existem propriamente os sintomas característicos da meno- pausa
(ondas de calor, sudorese, irri- tabilidade, ressecamento acentuado da mucosa
vaginal, pele precoce- mente desidratada, etc.),
Adotar hábitos de vida mais na- turais evitando os fatores acima des-
critos.

Sugestões: (Usar um ou mais itens, combinados em fórmula):

Cimifuga racemosa, extrato seco – 100 mg 3 vezes ao dia


Isoflavonas - 35 mg 3 a 4 vezes ao dia Dong quai - 250 mg, de 1 a 3 vezes ao dia.
Lecitina – 1 a 2 g/dia.
Lugol – 2 gotas ao dia, em água.
Magnésio, aminoácido quelado – 400 mg/dia.
Manganês – 100 mg/dia.
Óleo de prímula ou borragem - 500 mg, 2 a 3 vezes ao dia.
Selênio – 150 mcg/dia.
Sementes (douradas) de linho – 100 g/dia, como preventivo do câncer.
Vitamina A – 15.000 UI/dia. Vitamina C – 500 mg, 3 vezes ao dia. Vitamina E
– 800 UI/dia.
Zinco – 30 mg/dia.

Metais pesados, intoxicação por

São considerados metais tóxicos


(ou pesados) o chumbo, o alumí
nio, o cádmio, o mercúrio e outros. O acetato de chumbo em suas compo-
chumbo é um dos metais tóxicos sições, e está muito presente entre
mais encontrados e os sinais clínicos operários que trabalham com soldas,
mais evidentes de intoxicação por principalmente linotipistas de gráfi-
chumbo, presente principalmente cas e jornais.
em áreas industriais e que até pou- O mercúrio pode ser encontrado
co tempo era adicionado à gasolina, em alimentos carregados de agrotó-
são irritabilidade, agressividade, san- xicos que contenham o metal, nas
gramento nas gengivas, impotência amálgamas dentárias, mariscos con-
sexual, síndrome do pânico, fadiga, taminados pelo metal assim como
medos, diminuição da memória em alguns componentes de cálcio de os-
adultos e dificuldade de aprendiza- tras (sem controle de qualidade das
gem em crianças, além de outros ostras utilizadas, se contaminadas ou
sintomas. A intoxicação pelo chum- não por mercúrio), pode provo- car
bo pode ser provocada por tinturas intoxicação levando a depressão,
para cabelos, como dos que contem fadiga e alterações neurológicas que
podem até levar a encefalite.
339
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

O alumínio, por sua vez, com- as condições gerais do organismo,


promete principalmente os ossos e o reti- rar os metais tóxicos existentes.
cérebro. Acredita-se que a intoxi-
cação por esse metal possa ser um Sugestões: (Usar um ou mais
dos desencadeadores da Doença de itens, combinados em fórmula):
Alzheimer. O alumínio pode provocar
depressão e impotência sexual, entre Na medicina biomolecular bons re-
outros sintomas. Ele está presente sultados são obtidos com o uso en-
nos antiácidos à base de hidróxido de dovenoso de EDTA (Ácido etileno-
alumínio, laminados (papel alumínio, diaminotetracético), como quelador
marmitex, panelas), desodorantes de metais pesados.
antiperspirantes e outros cosméti- Ver protocolo de praxe com
cos, pastas de dentes, etc. profissionais da área.
A falta de minerais essenciais
ou o excesso de algum desses Azul de metileno – ver descrição no
minerais tóxicos estão comumente capítulo de Suplementos Especiais.
associados com fadiga, stress, Complexos multivitamínicos e mine-
artrite, diabetes, depressão, rais associados a uma eliminação dos
osteoporose, diabetes, fatores intoxicantes.
agressividade, irritabilidade, dores Cardo mariano – 250 mg, 3 vezes ao dia.
musculares, disfunções Clorela ou espirulina – 500 a 1000 mg
relacionadas ao colesterol, 3 vezes ao dia.
processos irregulares de Glutationa - ver capítulo para ajuste.
envelhecimento (radicais livres), Kefir - 1 gr. 3 vezes ao dia.
complicações do aparelho digestivo Lugol – 2 gotas ao dia, em água.
(como a má absorção dos Zeolita – Ajustar dose. Ver item.
alimentos), hipertensão e uma
série de proble- mas do organismo.
A pesquisa direta da presença Recurso homeopático
de metais pesados no sangue é o Existe o tratamento homeo- pático, à
mais indicado. base de um remédio
Com dietas específicas e suple-
mentos vitamínicos, que incluem os
chamados “varredores de radicais
livres” (antioxidantes), além de fito-
terápicos, smart drugs, etc pode-se
corrigir o metabolismo e melhorar
340
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

produzido com a dinamização Bioflavonóides – 100 mg 3 vezes ao


dos metais pesados presen- tes dia.
no organismo e um tipo de Cálcio - 1.000mg/.
auto-hemoterapia, feita com o Cobre – 5 mg/dia.
sangue do paciente, preparado Cogumelo Ganoderma – 1g/dia.
homeopaticamente e adminis- Complexo B – 150 mg, 3 vezes ao
trado via oral ou subcutânea. dia.
Tem dado resultados surpreen- Cromo (picolinato) – 400 mcg/dia.
dentes na redução dos metais Curcumina injetável - 200 mg, 2 ml
pesados do organismo. uma vez por semana, por 3 meses ou
• Consultar um médico homeo- mais.
pata Dioxido de cloro (MMS) – Ajustar a
dose.
Mononucleose infecciosa DMSO - Ajustar dose oral.
Espirulina ou Clorela – 300 mg 3 a 4
Importante saber que essa vi- vezes ao dia.
rose provocada pelo vírus Epstein- Kefir - 500 mg 3 vezes ao dia.
Barr - que afeta as células do siste- Magnésio – 500 mg/dia.
MSM (Metilosulfonilmetano)- 500
ma imunológico - , pode ocorrer em
qualquer idade. Cerca de metade das miligramas três vezes ao dia.
Cytoprópolis. Per posologia no
crianças adquirem o vírus antes dos
capítulo correspondente.
cinco anos de idade (freqüen-
Selênio – 50 mcg, 2 vezes ao dia.
temente através do beijo). Uma vez
Vitamina A (betacaroteno) – 30.000
adquirido o vírus permanece no or-
UI/dia.
ganismo por toda a vida, mas a in-
Vitamina C – 3.000 mg/dia.
fecção só se manifesta em situações
Vitamina D – 400 UI/dia.
de queda da resistência imunológica.
Vitamina E – 1.200 UI/dia
Há trabalhos modernos associando a
• Ver informações úteis para este
mononucleose infecciosa como
problema no capítulo Peróxido
causa da Síndrome da Fadiga Crônica
de hidrogênio - Uma terapia
(ver adiante), uma vez que o sintoma
biológica.
de fadiga intensa é comum às duas
doenças. Na MI, há, no entanto, um
quadro somente agudo, com febre, Obesidade
cansaço extremo, faringite, gânglios
cervicais, hepato ou esplenomegalia. Hoje considera-se como sendo
Os sintomas desaparecem em algu- obeso o indivíduo com um IMC (Ín-
mas semanas. dice de massa corporal) acima de 30,
como em situação de sobrepeso um
Sugestões: (Usar um ou mais IMC acima de 25 e como normal o
itens, combinados em fórmula): IMC abaixo de 25, com o cuidado de
se medir o mesmo índice em pessoas
(Para crianças adaptar a posologia atléticas que possuem massa magra
segundo cada item) desenvolvida, pois os resultados po-
dem não revelar a realidade da situa-
341
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

ção. Também o critério do IMC não


é fidedigno para pessoas de baixa
esta- tura ou idosas magras com
perda de massa magra. Outros
indicadores de- vem ser
considerados no diagnóstico da
obesidade, como a circunferência

342
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

abdominal (elevada acima de 100cm mentando a produção das citocinas


para homens e de 88cm para mulhe- pró-inflamatórias e aumentando a
res), as pregas cutâneas, etc. atividade da ciclo-óxigenase 2 e da 5-
O sobrepeso e a obesidade mór- lipoóxigenase que atuam na pro-
bida são resultantes de fatores ge- dução dos eicosanóides pró-inflama-
notípicos e fenotípicos, associados à tórios provindos da cascata do ácido
um balanço calórico positivo e à vida araquidônico(Wellen, 2005). Essa
sedentária, porém, existem outros inflamação crônica do adipócito está
agentes e variáveis envolvidos. relacionada a um aumento no risco
O conceito comum entre mé- de aterosclerose, heperlipidemia, re-
dicos, nutricionistas e leigos pode sistência à insulina e diabetes melli-
resumir-se em que os obesos não são tus tipo 2 (Paolni-Giacobino, 2003)7).
exatamente pessoas que comem Como consequência da inflamação
excessivamente e têm uma vida se- no adipócito ocorre:
dentária. Chamam atenção os casos 1. Redução da produção de adiponec-
de pessoas que mesmo adotando tina.
uma dieta com balanço calórico ne- 2. Elevação da produção de leptina.
gativo e praticarem atividades físicas 3. Elevação da produção de cortisol.
regulares, não conseguirem perder 4. Redução da atividade da LHS (lipase
ou manter o peso. hormônio sensível) e aumento da
Atualmente a obesidade é tam- LPL (lipoproteína lipase).
bém considareda uma doença infla- 5. Resistência insulínica.
matória (Matsudo, 2007), uma vez
que o tecido adiposo é um órgão O papel do exercício no controle da
secretor ativ de moléculas inflamató- obesidade e sobrepeso:
rias e imunes. Portanto, a obesidade,
principalmente a adiposidade visce- Logo no início do exercício físi-
ral, está definitivamente associada a co, há um aumanto na liberação de
uma inflamação crônica subclínica. adrenalina e noradrenalina que se
Indivíduos obesos apresentam níveis ligam aos receptores beta-3 dos adi-
elevados de proteína C-reativa (PCR), pócitos. A enzima hormônio sensível-
fator alfa de necrose tumoral (TNF- lipase é ativada e junto com a enzima
alfa) e interleucina-6. Os macrófagos monoacilglicerol lípase degradam os
têm um papel decisivo na estrutura- triglicerídeos em glicerol e ácidos
ção do processo inflamatório, pois graxos. Os ácidos graxos livres unem-
uma vez ativados, infiltram-se no te- se à albumina e são transportados
cido adiposo, propiciando o aumento aos músculos esqueléticos para se-
na produção local das citocinas pró- rem usados como fonte de energia. A
inflamatórias. Em todo esse processo, inflamação é modulada pelos ácidos
ocorre também um aumento da ati- graxos livres e a resistência à insulina
vidade do NFkB, que é um importan- funciona como um mediador infla-
te fator nuclear de transcrição gênica matório. O efeito do treinamento ae-
pró-inflamatório. O NFkB intermedia róbico, incrementa a atividade lipolí-
todos os processos inflamatórios, au- tica do tecido adiposo, levando a um

343
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

aumento no número e na atividade da e frustrante do peso (Bontempo,


das mitocôndrias e da oxidação dos 2003).
ácidos graxos livres.
Atualmente se reconhece o fato Tratamentos sugeridos
de que os alimentos, mesmo natu-
rais, não são nutricionalmente com- • Diante da complexidade do me-
pletos e que as carências celulares de canismo da obesidade e do con-
micronutrientes são fatores também junto das suas múltiplas causas,
associados ao aumento de peso. As- é importante estabelecer um
sim se desenvolve um tipo de fome protocolo e um método tera-
que só poderia ser saciada com a pêutico que englobe as questões
ingestão de minerais e micromine- nutricionais, os desequilíbrios
rais, mas o obeso acaba ingerindo hormonais, as condições imuno-
alimentos que agradem o paladar e lógicas e ambientais, o estresse
causem saciedade, geralmente ricos oxidativo, a condição tóxica do
em calorias vazias, que não suprem organismo, as condições emo-
as reais necessidades celulares de cionais, econômicas, sociais, etc.
minerais (Bontempo, 2003). Cria-se • Propõe-se sempre uma dieta de
assim um círculo vicioso que acaba baixa caloria, bem orientada e
resultando em aumento do peso, calculada, regulada segundo as
pois a célula continua carente de um condições e características do
dos seus combustíveis principais - os paciente. Para que se ative o pro-
microminerais – sendo que os teci- cesso de perda de peso, é funda-
dos continuam a produzir peptídeos mental ter como alvo a redução
que estimulam o processo da fome. substabcial do processo infla-
A ingestão excessiva de hidratos de matório, principalmente através
carbono de elevado índice glicêmico, de uma dieta antiinflamatória
açúcares concentrados (sacarose), (Matsudo, 2007), composta de
demais produtos calóricos, gorduras carboidratos de baixo índice gli-
saturadas, gorduras trans, está dire- cêmico, ácidos graxos ômega-3,
tamente relacionada com o aumento micronutrientes (ver abaixo),
de peso, na maioria dos casos. O ide- fibras, alimentos funcionais,
al é a adoção de uma dieta rica em probióticos, além da redução de
micronutrientes e/ou a suplementa- possíveis alimentos alergênicos e
ção com microminerais apropriados da exposição a toxinas.
(ver adiante). • Atividades físicas regulares - sob
As dietas somente baseadas na orientação profissional – para o
restrição de calorias geralmente pre- aumento do gasto calórico, re-
judicam e perpetuam o problema, dução do processo inflamatório,
pois a tendência é o aumento dos oxigenação dos lipídios, desin-
níveis de ansiedade, depois de um toxicação, etc.
período de dieta sacrificante, reper- • Fundamental é a restauração ou
cutindo no incremento da ingestão manutenção da regularidade da
de alimentos e a recuperação rápi- atividade intestinal.

344
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

• A recomendação para a cirurgia Sementes (douradas) de linho –


bariátrica deve ser pensada para 200 g/dia, 2 vezes ao dia.
os casos de obesidade mórbida Vitamina D – 400 UI/dia.
Vitamina E – 1.200 UI/dia.
Sugestões de suplementos: Zinco – 30 mg/dia
Ácido ursólico - 150 mg 3 vezes ao
dia. Protocolo injetável
Azul de metileno – ver descrição no intramuscular sugerido
capítulo de Suplementos Especiais. para elevar a
Betaína – 100 mg, 3 vezes ao dia. metabolização de gorduras
Bioflavonóides – 100 mg 3 vezes ao viscerais:
dia.
Cálcio - 1.000mg/dia. 5-OH-Triptofano.....................10mg/2ml
Cobre – 5 mg/dia. Hidroximetilbutirato.............50mg/ 2ml
Coenzima Q10 – 50 mg/dia. Vanádio.............................50mcg/ 2ml
Cogumelo Ganoderma – 1g/dia. L- Carnitina................................600mg/ l
Colina – 100 mg, 3 vezes ao dia. Picolinato de Cromo..........100mcg/ 2ml
Complexo B – 100 mg, 3 vezes ao Aplicar uma vez por semana, por 3
dia. meses.
Complexo completo de aminoácidos,
contendo principalmente l-argini- na, l-
carnitina, l-metionina, l-ornitina, l-
tirosina.
Complexo enzimático concentra- do,
com protease, lipase, amilase, ce-
lulase, lactase, bromelaína e papaína.
Cromo (picolinato) – 400 mcg/dia.
DHEA – 25 mg/dia.
Espirulina ou Clorela– 500 mg 3 a 4
vezes ao dia.
Goma de guar – 1g, 3 vezes ao dia.
Lactobacilos acidófilos – 300 mg, 3
vezes ao dia.
Lecitina de soja – 1.000mg. 3 vezes ao
dia.
Lugol – 2 gotas ao dia, em água.
Magnésio – 250 a 500 mg/dia.
Musgo irlândes – 2 a 3 g/dia. MSM
(Metilosulfonilmetano)- 500
miligramas três vezes ao dia.
Ômega 3 (ou óleo de peixes) –
1000 mg, 2 a 3 vezes ao dia.
Potássio – 100 mg, 3 vezes ao dia.
Proteína do soro do leite (Whey)
Selênio – 50 mcg, 2 vezes ao dia.
345
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Osteoporose (e osteopenia) modernos, principalmente com a


alimentação centrada em produtos
muito refinados, com a contribuição da
É uma doença metabólica,
vida sedentária, o uso prolongado de
sistêmica, que acomete os ossos, com
anticoncepcionais e de hormônios, além
alta morbidade. De um modo geral
de outras causas que levam à perda
denomina-se osteopenia e
mineral dos ossos, tornando-se
osteoporose, o enfraquecimento
progressivamente enfraquecidos e,
mineral do osso que acontece com
portanto, com tendência a fraturas. Os
frequência depois da menopausa ou na
novos hábitos alimentares alimentos
idade madura da mulher. Calcula-se
pobres em nutrientes e, além disso
que com o envelhecimento
sequestradores de nutrientes, como o
populacional na América Latina, o ano
açúcar branco, refrigerantes, alimentos
de 2050, quando comparado a 1950,
pobres em fibras e acidificantes,
haverá um crescimento de 400% no
associados a pouca exposição ao sol, são
número de fraturas de quadril para
certamente fatores determinantes
homens e mulheres entre 50 e 60 anos,
A deficiência de vitamina D, que leva a
e próximo de 700% nas idades
uma menor fixação de cálcio nos ossos
superiores a 65 anos. Estima-se que a
tem sido um dos fatores considerados
proporção da osteoporose para
como uma das causas do problema. A
homens e mulheres seja de seis
carência de vitamina D, está associada
mulheres para um homem a partir dos
também a outras doenças
50 anos e duas para um acima de 60
degenerativas, uma vez que ela está no
anos. Aproximadamente uma em cada
centro de mais de 100 atividades
três mulheres vai apresentar uma
metabólicas, muito além apenas da
fratura óssea durante a vida. É bem
fixação de cálcio e magnésio nos ossos.
menos incidente no universo
O uso de medicamentos como os
masculino.
corticosteroides também tem sido
Rara no passado da humanidade, a
associado também à osteoporose, como
desmineralização óssea é um problema
uma das complicações mais graves
de ordem mundial e sua incidência tem
desses fármacos.
crescido no planeta. A influência
O tratamento convencional se baseia na
hereditária é hoje levada em conta por
prescrição de fixadores de cálcio, os
muitos grupos de pesquisadores, mas
bisfosfonatos, com ação antirreabsortiva
não se localizou ainda uma causa
dos ossos (alendronato, risedronato,
isolada para a osteoporose, que parece
ibandronato), os moduladores seletivos
ser um resultado de um conjunto de
de estrogênio (SERM), os anticorpos
fatores ligados aos hábitos humanos
346
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

monoclonais, a calcitonina, além da Melhores resultados, tanto na


reposição de estrogênio, vitamina D e interrupção da perda óssea quanto na
cálcio. sua recuperação são obtidos com um
O magnésio negligenciado protocolo conjunto, sendo que, além das
Existe uma grande dificuldade em se drogas mencionadas, indica-se o
tratar a osteoporose, principalmente seguinte:
devido a alguns erros conceituais. Não Evitar os itens dietéticos antinutrientes
existe eficácia completa utilizando-se mencionados
fixadores de cálcio. Os ossos são Magnésio quelado – 300 mg 3 vezes ao
formados e mantidos pela ação dia.
antagônica e complementar de Cálcio quelado - 600 mg 3 vezes ao dia.
osteoclastos e osteoblastos e sua Selênio – 50 mcg, 2 vezes ao dia.
estrutura é grandemente complexa em Vitamina A (betacaroteno) – 30.000
temos minerais, sendo que o cálcio é UI/dia.
tão somente um dos seus Vitamina B12 – 100 mcg/dia.
componentes. Presta-se atenção Vitamina C – 3.000 mg/dia.
demasiada ao cálcio e se esquece do Vitamina D – 400 UI/dia.
magnésio, que atua em sincronicidade Vitamina E – 1.200 UI/dia
com o cálcio (na proporção 2/1) e do Vitamina K2 - 150 microgramas/dia.
fósforo, além de outros. Raramente se Zeolita – Ajustar dose. Ver item.
verifica uma suplementação de Zinco – 50 mg/dia
magnésio no tratamento convencional
da osteopenia e da osteoporose, o que
representa uma forma de iatrogenia, já Protocolo injetável Intramuscular
que a fixação do cálcio depende do Vitamina D3.......................00UI/ 1ml
magnésio como um tipo de “cimento”. Vitamina K1..........................1mg/ 2ml
Além disso, as formas queladas de Complexo B (c/ B1).......................1ml
cálcio e magnésio são muito mais Lidocaína...........................1%/ 2ml
eficientes do que suas formas Sulfato de Magnésio.......400mg/ 1ml
moleculares, sem o inconveniente dos Aplicar uma vez por semana.
acúmulos, cálculos biliares e renais,
deposição em artérias, calcificações, Parkinson (mal de), e
etc., comuns como resultado parkinsonismo
indesejado do tratamento
convencional, quando não se conhece
ou considera estes aspectos Para a doença verdadeira, o tra-
nutrológico. tamento principal é feito com a droga
347
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

L-dopa, que o cérebro converte em


dopamina. NO parkinsonismo,
deve- se verificar a causa dos sinais
e sin- tomas. Para o Mal de
Parkinson não há cura conhecida,
no entanto há registros e é possível
a interrupção da evolução do
processo, através de
suplementação vitamínico/mineral
e a utilização de enzimas digestivas
concentradas, associadamente a al-
gumas plantas medicinais e
recursos fitoterápicos modernos,
que são hoje importantes recursos
contra este pro- blema. Eles
promovem melhor distri- buição e
assimilação dos nutrientes,
restauração de funções
metabólicas prejudicadas,
depuração de resíduos tóxicos e
restabelecimento concomi- tante
da boa função circulatória.
Evitar o uso de adoçantes à base
de aspartame, pois seus
componentes (metanol, ácido
fórmico e outros) podem agravar
este problema.(Bretherick, 1981;
Uribe, 1981; Stegink 1984; Novick,
1985; Kulezycki, 1986).

Sugestões: (Usar um ou mais


itens, combinados em fórmula):

Como terapêutica única ou


associada ao tratamento de praxe:
Bioflavonóides – 100 mg 3 vezes ao
dia.
Cálcio - 800mg/.
348
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Cobre – 5 mg/dia. próstata, que acomete 60% dos ho-


Coenzima Q10 – 50 mg/dia. mens entre 40 e 60 anos. Com o en-
Cogumelo Ganoderma – velhecimento grande parte da testos-
2g/dia. terona, pela ação da 5-alfa-redutase,
Complexo B – 150 mg, 3 vezes ao
dia.
Complexo completo de aminoácidos,
com ênfase na treonina (5 mg/dia).
Complexo enzimático concentrado,
com protease, lipase, amilase, e lac-
tase, bromelaína e papaína.
Espirulina ou Clorela – 300 mg 3 a 4
vezes ao dia.
Glutationa - ver capítulo para
ajuste.Extrato de alho – 500 mg 3
vezes ao dia.
Ferro – 18 mg/dia.
Ginkgo biloba – 100 mg, 3 vezes ao dia.
Lactobacilos acidófilos (ou outros,
sozinhos ou associados) - 20 a 40 mg
(200 a 400 milhões de UI), 3 vezes ao
dia, pouco antes das refeições.
Lecitina de soja – 2.000mg. 3 vezes
ao dia.
Magnésio – 500 mg/dia. Melatonina
– 3 mg/dia, à noite. Ômega 3 – 500
mg, 3 vezes ao dia.
Pirroloquinolina quinona (PQQ) – 20
mg 2 a 3 vezes ao dia.
Selênio – 50 mcg, 2 vezes ao dia.
Vitamina A (betacaroteno) – 30.000
UI/dia.
Vitamina B12 – 100 mcg/dia.
Vitamina C – 3.000 mg/dia.
Vitamina D – 400 UI/dia.
Vitamina E – 1.200 UI/dia
Zeolita – Ajustar dose. Ver item.
Zinco – 50 mg/dia

Próstata, hipertrofia da (HPB)

Atualmente é perfeitamente co-


nhecido o mecanismo pelo qual se
desenvolve a hipertrofia benigna da
349
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

se converte em di- granja, que podem conter hormônios


hidrotestosterona, que age sin- téticos (incluindo o
provocando hiperplasia e do tecido dietiletilbestrol) que contribuem
prostático. Ademais, com a redução para alterações da próstata por
dos níveis séricos de testos- terona, serem estrógenos, atu- am como
ocorre elevação dos níveis de disruptores endócrinos para o
outros hormônios, como homem.
prolactina, estradiol, hormônio Recomenda-se que todo pacien-
luteinizante e hormônio folículo te portador de HPB faça uso contínuo
estimulante, que também de licopeno (ver dose abaixo), que
contribuem para o cresci- mento do atua protegendo o tecido prostático
órgão, notadamente a pro- lactina, da malignização. Ver Licopeno.
que ativa a 5-alfa redutase.
Além de atuar sobre os
sintomas, é necessário reduzir ou
impedir a continuidade do
crescimento da glân- dula. Isso se
faz inibindo a produção de
prolactina pela hipófise, através do
uso do zinco associado à vitamina
B6, além do uso do saw palmetto e
dos demais itens indicados a seguir,
que podem ser utilizados sozinhos,
juntos, ou mesmo combinados à te-
rapia formal, que inclui a
finasterida e outros redutores da
próstata.
É necessário adotar hábitos de
vida mais naturais, evitando o se-
dentarismo e os excessos prejudi-
ciais, como o álcool
(principalmente a cerveja que
estimula a produção de prolactina),
o tabagismo os exces- sos
alimentares e a atividade sexual
constante. Recomenda-se evitar a
carne vermelha e o frango de
350
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Sugestões: (Usar um ou mais Levar sempre em conta o envol-


itens, combinados em fórmula): vimento do sistema nervoso no de-
sencadeamento das crises, na causa e
(Para tratar os sintoma impedir o na manutenção da doença. É im-
crescimento) portante o diagnóstico diferencial de
Crisina - 500 mg 2 vezes ao dia. outras patologias da pele. Apenas para
lembrar, esta é uma moléstia crônica
Curcumina injetável - 200 mg, 2 ml
da pele, caracterizada por pápulas
uma vez por semana, por 3 meses ou
escamosas que se alargam e se
mais.
agregam, formando aspectos cir-
Dióxido de cloro- MMS – Ajustar
culares, com descamações amarelas
dose. ou prateadas, que, quando destaca-
DMSO - Ajustar dose oral.
das, deixam aparecer uma superfície
Feno-grego – 250 mg 3 vezes ao dia.
vermelha. Pode ser de pequenas ou
Kefir - 500 mg 3 vezes ao dia.
Licopeno – 5 a 10 mg/dia.
Lugol – 2 gotas ao dia, em água.
Magnésio – 500 mg/dia.
Mirtilo – 250 mg, 3 vezes ao dia.
Pólen - 100 g. 2 vezes ao dia.
Saw palmetto – Extrato seco – 200 a
400 g. 3 vezes ao dia.
Selênio – 100 mcg, 2 vezes ao dia.
Sementes (douradas) de linho – 100
g/dia.
Unha-de-gato – 250 mg, 3 vezes ao
dia.
Vitamina A (betacaroteno) – 20.000
UI/dia.
Vitamina B12 – 100 mcg/dia.
Vitamina C – 2.000 mg/dia.
Vitamina D – 400 UI/dia.
Vitamina E – 1.200 UI/dia
Zinco – 50 mg/dia
• Indica-se um cálice de vinho tin-
to (ou suco de uva tinta de qua-
lidade, sem açúcar), uma a duas
vezes por dia, às refeições.
Proceder ao ajuste hormonal, reduzindo
o excesso de formação estrógenos e
normalizando os níveis de testosterona.
O objetivo é impedir a ação estrogênica
sobre a próstata por meio do bloqueio da
enzima aromatase e da 5 alfa redutase.

Psoríase

351
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

de grandes dimensões, as vezes Uribe, 1981; Stegink 1984; Novick,


limi- tada a uma pequena dobra 1985; Kulezycki, 1986).
(cotovelo, joelho) ou a grandes
áreas corporais. Quando surge no Sugestões: (Usar um ou mais
couro cabeludo, produz itens, combinados em fórmula):
descamações semelhantes à
dermatite seborréica.
Muitas são as teorias que pro-
curam explicar a sua causa. Antes
considerada como o resultado do
mau aproveitamento das gorduras
e do metabolismo das vitaminas li-
possolúveis, hoje já se admite ser a
psoríase uma doença nervosa, de
bases psicossomáticas, associada a
fatores alimentares e imunológicos
complexos. Uma alimentação gor-
durosa pode estar relacionada
como um dos fatores
desencadeantes do problema.
Insistir na adoção de hábitos de
vida mais naturais, evitando o
sedentarismo e os excessos
prejudiciais, como o álcool, o
tabagismo e os ex- cessos
alimentares.
Na psoríase é necessário de-
sintoxicar o organismo e mantê-lo
livre de compostos tóxicos. Além
disso, é preciso retirar excessos de
gorduras saturadas e de estabe-
lecer uma condição de equilíbrio
imunológico.
Evitar o uso de adoçantes à base
de aspartame, pois seus
componentes (metanol, ácido
fórmico e outros) podem agravar
este problema.(Bretherick, 1981;
352
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Betaína – 100 mg, 3 vezes ao dia. • A Homeopatia tem excelen- tes


Bioflavonóides – 100 mg 3 vezes ao dia. recursos para a psoríase
Cálcio - 800 mg, 2 vezes ao dia.
Cartilagem de tubarão – 500 mg, 3
vezes ao dia.
Cobre – 3 mg/dia.
Coenzima Q10 – 50 mg/dia.
Cogumelo Ganoderma –
1g/dia.
Complexo B – 150 mg, 3 vezes ao
dia.
Complexo completo de aminoácidos,
mais concentrado em arginina.
Complexo enzimático concentrado,
com protease, lipase, amilase, e lac-
tase, bromelaína e papaína.
DHEA – 30 mg/dia.
DMSO - Ajustar dose oral.
Espirulina ou Clorela – 500 mg 3 a 4
vezes ao dia
Extrato de alho – 300 mg, 3 vezes ao
dia.
Lactobacilos acidófilos (ou outros,
sozinhos ou associados) - 20 a 40 mg
(200 a 400 milhões de UI), ou mais, 3
vezes ao dia, pouco antes das re-
feições.
Lecitina de soja – 1.000mg, 3 vezes
ao dia.
Magnésio – 400 mg/dia.
Ômega 3 – 1.000 mg/dia.
Selênio – 100 mcg/dia
Sementes (douradas) de linho – 100
g/dia.
Vitamina A (betacaroteno) – 30.000
UI/dia.
Vitamina B12 – 400 mcg/dia.
Vitamina C – 5.000 mg/dia.
Vitamina D – 400 UI/dia.
Vitamina E – 1.200 UI/dia
Zeolita – Ajustar dose. Ver item.
Zinco – 50 mg/dia
• Ver informações úteis para este
problema no capítulo Peróxido
de hidrogênio - Uma terapia
biológica.
341
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

e os tratamentos apresentam Não há tratamento definido para


bons resultados, só ou asso- o problema, sendo que os corticoste-
ciados. róides representam recursos paliati-
vos mais comumente aplicados.
Rinite Evitar o uso de adoçantes à base
O mesmo que para sinusite. Ver Sinusite. de aspartame, pois seus componentes
(metanol, ácido fórmico e outros)
Síndrome da fadiga crônica podem agravar este
problema.(Bretherick, 1981; Uribe,
1981; Stegink 1984; Novick, 1985;
Calcula-se que mais de um mi-
Kulezycki, 1986).
lhão de norte-americanos sofra
hoje desse mal. Não há dados
Sugestões: (Usar um ou mais itens,
conclusivos para o Brasil, mas sabe-
combinados em fórmula):
se que esta é mais uma das doenças
degenerativas de ocorrência
Ácido ursólico - 150 mg 3 vezes ao
mundial, a desafiar a medicina
dia.
moderna.
Betaína – 100 mg, 3 vezes ao dia.
Tende-se a considerar esta mo- Bioflavonóides – 100 mg 3 vezes ao
léstia como uma disfunção imuno- dia.
lógica ligada ao sistema nervoso Cálcio - 800 mg/dia.
central, mas de causa Cobre – 5 mg/dia.
desconhecida. Ela pode ter início Coenzima Q10 – 50 mg/dia.
após infecção viral (Epstein-Barr, Cogumelo Ganoderma –
herpes, citomegaloví- rus, 1g/dia.
mononucleose, etc.). Em alguns Complexo B – 150 mg, 3 vezes ao
casos a doença tem início após um dia.
acesso de bronquite, hepatite ou Complexo enzimático concentrado,
ou- tras infecções, que parecem com protease, lipase, amilase, e lac-
abalar estruturas do SNC. tase, bromelaína e papaína.
Uma fadiga progressiva, Espirulina ou Clorela – 300 mg 3 a 4
tenden- do à exaustão aos médios e vezes ao dia
pequenos esforços é característica. Crisina - 500 mg 2 vezes ao dia.
Pode haver febre, surgimento de Kefir - 500 mg 3 vezes ao dia.
linfonodos, dor articular, distúrbios Lactobacilos acidófilos (ou outros,
do sono, depres- são, irritabilidade, sozinhos ou associados) - 20 a 40 mg
falta de memória e confusão (200 a 400 milhões de UI), ou mais, 3
mental. vezes ao dia, pouco antes das re-
354
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

feições. Zinco – 50 mg/dia


Lecitina de soja – 1.000mg. 3 vezes
ao dia. • Ver informações úteis para este
Magnésio – 400 mg/dia. problema no capítulo Peróxido
Ômega 3 – 1.000 mg, 3 vezes ao dia.
de hidrogênio - Uma terapia
Potássio – 100 mg, 3 vezes ao dia. biológica.
Proteína do soro do leite (Whey) – •
Uso como complemento alimentar. Terapia injetável intramuscular:
Pirroloquinolina quinona (PQQ) – 20
mg 2 a 3 vezes ao dia.
L- Lisina...........120mg/2ml - 2 amp.
Selênio – 150 mcg/dia
Vitamina C...........22%/2ml - 2 amp.
Viscum álbum injetável – Ver em:
Sulfato de Magnésio.400mg/1ml - 1
Capítulo especial: O viscum album na
amp.
terapêutica.
Complexo B (s/B1).......2ml - 1 amp.
Vitamina A (betacaroteno) – 30.000
Sulfato de Zinco............20mg/2ml -
UI/dia.
1 amp. Curcumina........200mg/2ml -
Vitamina B12 – 400 mcg/dia.
Vitamina C – 5.000 mg/dia. 1 amp. Selênio............80mcg/2ml - 1
Vitamina D – 400 UI/dia. amp.
Vitamina E – 1.200 UI/dia. Vitamina B6......100mg/5ml - 1 amp.
Aplicar semanalmente.

Síndrome de Guillain-Barré

Para informação médica, esta


síndrome pode ser caracterizada
como uma polineurite febril aguda,
uma polineuropatia infecciosa ou
uma polirradiculoneurite, determi-
nada pela inflamação de raízes ner-
vosas que produzem um rápido
enfraquecimento muscular, com
perda da sensibilidade que leva à
paralisia. Inicia-se geralmente nos
pés, com tendência ascendente em
direção aos membros superiores,
músculos faciais, levando inclusive à
dificul- dade de deglutição. Acredita-
355
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

se que seja uma doença autoimune dia.


desen- cadeada por uma infecção, Boswellia serrata - 200 a 500
cirurgia ou devido a um processo mg três vezes ao dia.
intenso de imunização (vacinação). Cálcio - 800 mg/dia.
Correntes médicas concordam Coenzima Q10 – 50 mg/dia.
que a doença é mais um processo Complexo B – 150mg, 3 vezes ao dia.
de- generativo, entre numerosos Complexo completo de aminoácidos.
outros, determinados pela má Complexo enzimático concentrado,
qualidade de vida atual, em função com protease, lipase, amilase, e lac-
das alterações do meio ambiente e tase, bromelaína e papaína.
a sua influência sobre os Crisina - 500 mg 2 vezes ao dia.
organismos vivos. Espirulina ou Clorela – 600 mg 3 a 4
Não há tratamento definido, vezes ao dia
sen- do que os corticosteróides são Glutationa - ver capítulo para
usa- dos paliativamente. ajuste.Lactobacilos acidófilos (ou
Atualmente tanto esta outros, sozinhos ou associados) - 20 a
síndrome como as demais doenças 40 mg (200 a 400 milhões de UI), ou
degenera- tivas, respondem a um mais, 3 vezes ao dia, pouco antes das
re- feições.
tratamento amplo, conforme o
Magnésio – 400 mg/dia.
sugerido adiante, onde se busca
Ômega 3 – 300 mg, 3 vezes ao dia.
restabelecer a ordem geral
Proteína do soro do leite (Whey) – 1
biológica e metabólica global do
colher de sopa 3 vezes ao dia.
organismo.
Sementes (douradas) de linho – 100
Evitar o uso de adoçantes à base
g/dia.
de aspartame, pois seus Superóxido Desmutase – 150 mcg/ 2
componentes (metanol, ácido vezes ao dia.
fórmico e outros) podem agravar Vitamina A – 20.000 UI/dia.
este problema.(Bretherick, 1981; Vitamina B12 – 400 mcg/dia.
Uribe, 1981; Stegink 1984; Novick, Vitamina C – 5.000 mg/dia
1985; Kulezycki, 1986). Vitamina E – 1.200 UI/dia
Zinco – 50 mg/dia
Sugestões: (Usar um ou mais • A oligoterapia e a homeopatia
itens, combinados em fórmula): são muito recomendadas.

Ácido ursólico - 150 mg 3 vezes ao


dia.
Bioflavonóides – 100 mg 3 vezes ao
356
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

• Ver informações úteis para Não há cura medicamentosa para


este problema no capítulo este distúrbio, mas além de se evitar
Peróxido de hidrogênio - Uma os fatores agravantes ou desencade-
terapia biológica. antes, a necessidade de restaurar-se
a condição mais natural do organis-
Síndrome do cólon irritável mo e do psiquismo do indivíduo aco-
metido.
Calcula-se que 40% da A utilização de enzimas diges-
população dos países tivas concentradas e probióticos é
desenvolvidos apresen- tam o hoje um importante e eficaz recurso
problema, em diversos graus, contra este problema, uma vez que
sendo uma condição bastante
ligada à mudança alimentar e de
estilo de vida da civilização
moderna. A ali- mentação pobre em
fibras e rica em proteínas e
carboidratos rápidos, a vida
sedentária, o consumo de medi-
camentos e o estresse estão direta-
mente relacionados com o mal.
A terapêutica sintomática na
cri- se procura aliviar a dor
abdominal e diarréia ou a
constipação. A crise produz forte
contratura do tubo in- testinal,
produzindo espasmos com
freqüentes emissões diarrêicas. Ge-
ralmente a crise é seguida por um
longo período de constipação intes-
tinal. O problema pode ser
agravado por fatores emocionais,
tratamentos medicamentosos e
outros. Os sinto- mas podem ser
acompanhados de cefaléia,
náuseas, fadiga, má assimi- lação
de nutrientes, depressão, an-
siedade e outros.
357
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

promove a digestão e a assimilação dia.


ideal dos nutrientes, evitando a fer- Ômega 3 – 400 mg, 3 vezes ao dia.
mentação digestiva, redução do es- Selênio – 50 mcg, 2 vezes ao dia.
tresse intestinal com revigoração da Sementes (douradas) de linho – 100
flora, manutenção do ph ideal do g/dia.
ambiente intestinal, desintoxicação, Vitamina A (betacaroteno) – 20.000
depuração de resíduos inconvenien- UI/dia.
tes e restabelecimento concomitante Vitamina B12 – 200 mcg/dia.
da boa função (motilidade) intesti- Vitamina C – 3.000 mg/dia.
nal. Recomenda-se uma dieta com Vitamina D – 400 UI/dia.
fibras, com o mínimo de carboidratos Vitamina E – 1.200 UI/dia
processados, isenta de produtos in-
dustrializados, irritantes, condimen-
tados em excesso, embutidos, pro-
Síndrome Pré-menstrual
Ver em Transtorno Disfórico Pré-menstrual
teína animal em demasia e produtos
fermentativos.
De um modo geral, sugere-se o Sinusite
seguinte:
Sugestões: (Usar um ou mais Nos últimos anos têm crescido as
itens, combinados em fórmula): evidências sobre os efeitos do leite e
seus derivados sobre o organismo hu-
Bioflavonóides – 100 mg 3 vezes ao mano sensível ou alérgico. O leite pos-
dia. sui vários componentes em quantida-
Cálcio - 500mg/dia. des desproporcionais para o homem,
Cobre – 3 mg/dia. como o excesso de caseina. Os laticí-
Coenzima Q10 – 50 mg/dia. nios contêm também alergenos di-
Cogumelo Ganoderma – 1g/dia. versos, capazes de provocar reações,
Complexo B – 50 mg, 3 vezes ao dia. como a lactoglobulina. O excesso de
Complexo completo de aminoácidos. albuminas, de mucopolissacarídeos,
Complexo enzimático concentrado, e de outros compostos mucóides fa-
com protease, lipase, amilase, e lac- zem do leite integral um dos produtos
tase, bromelaína e papaína. mais mucogênicos, capaz, portanto,
Espirulina ou Clorela – 500 mg 3 a 4 de aumentar a secreção das muco-
vezes ao dia. sas. Excesso de consumo de amidos,
Fibras – 50 g/dia, mesmo com a in- massas, etc. podem contribuir para o
gestão das sementes de linho. problema.
Kefir - 500 mg 3 vezes ao dia. Muitas pessoas apresentam into-
Lactobacilos acidófilos (ou outros, lerância a lactose, com diverso sinto-
sozinhos ou associados) - 20 a 40 mg mas, incluindo renites e sinusites.
(200 a 400 milhões de UI), ou mais, 3 Muitos organismos descarregam
vezes ao dia, pouco antes das re- o excesso de compostos mucóides
feições. lácteos através dos “emunctórios na-
Lecitina de soja – 1.000mg. 3 vezes turais”, ou seja, das áreas forradas por
ao dia. mucosas, como o conduto auditivo,
Magnésio – 250 mg/dia. 2 vezes ao
358
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

as paredes dos brônquios, a mucosa Magnésio (aminoácido quelado) –


nasal, as paredes dos seios da face, as 300 mg/dia.
paredes vaginais e também através Proteína do soro do leite (Whey) –
da pele e do couro cabeludo, contri- Em substituição ao leite de vaca.
buindo para o surgimento respecti- Unha-de-gato – 400 mg, 3 vezes ao
vamente de bronquites, rinites, sinu- dia
sites, corrimentos vaginais, eczemas, Vitamina A (betacaroteno) – 20.000
descamações, caspas e seborréias. UI/dia.
Sugerir evitar os laticínios, subs- Vitamina B12 – 100 mcg/dia.
tituindo-os por outras fontes de pro- Vitamina C – 1.000 mg/dia.
Vitamina D – 400 UI/dia.
teínas e cálcio, como as proteínas do
Vitamina E – 800 UI/dia
soro do leite (whey). Evitar também
• Ver informações úteis para este
o açúcar branco, os alimentos indus-
problema no capítulo Peróxido
trializados e adotar hábitos alimenta- de hidrogênio - Uma terapia
res mais naturais. biológica.
Sugestões: (Usar um ou mais
itens, combinados em fórmula):
Transtorno Disfórico Pré-
Para durante ou, principalmente, menstrual
fora das crises, como preventivo.
Para crianças, adaptar a posologia É o novo nome da antiga Sín-
segundo cada item específico. drome Pré-Menstrual, ou Tensão pré-
Alho, extrato - 300 mg, 3 vezes ao dia. menstrual. Algumas correntes da
Bioflavonóides – 100 mg 3 vezes ao medicina atribuem esta síndrome à
dia. retenção de água no organismo,
Cálcio - 600mg/dia. causada por níveis mais elevados de
Cobre – 3 mg/dia. estrogênio. Como este hormônio in-
Complexo B – 150 mg, 3 vezes ao dia. terfere na eliminação de sódio pelos
Complexo completo de rins, níveis elevados podem levar os
aminoácidos. tecidos do corpo a reter água, o que
DMSO - Ajustar dose oral. provoca aumento de peso, inchaços,
Equinácea – 250 mg, 3 vezes ao dia. dores de cabeça e nas costas, além de
Espirulina ou Clorela – 500 mg 3 a 4 nervosismo e irritabilidade. Pro-
vezes ao dia. vavelmente porque o líquido acumu-
Extrato de alho – 500 mg 3 veazes ao lado edemacia os nervos e dificulta a
dia.
transmissão dos impulsos nervosos. A
Feno-grego – 250 mg 3 vezes ao dia.
intensidade varia de um período
Lactase, bromelaína e papaína –
menstrual a outro, e de mulher para
Complexo. Ver dosagens no capítulo
mulher. Cãimbras nas pernas e dores
correspondente.
Lactobacilos acidófilos (ou outros, abdominais podem vir, por outro lado,
sozinhos ou associados) - 20 a 40 mg de uma inabilidade temporária do
(200 a 400 milhões de UI), ou mais, 3 corpo em armazenar cálcio. A mode-
vezes ao dia, pouco antes das re- ração no sal, pelo menos nos últimos
feições. dias antes da menstruação contribui
para a redução destes sintomas.
359
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

O tratamento de praxe pela me- Ômega 3 – 400 mg, 3 vezes ao dia.


dicina acadêmica é através da admi-
nistração de anticoncepcionais com
baixos níveis de estrogênio e de an-
siolíticos, antidepressivos. Atualmen-
te a administração de óleo de prímu-
la ou de borragem tem produzido
resultados satisfatórios, porém nem
para todas as pacientes.
Recomenda-se sugerir a adoção
de hábitos mais naturais, evitando o
sedentarismo e os excessos preju-
diciais, como o excesso de álcool, o
tabagismo, os excessos alimentares.
Evitar o sal refinado (substituir pelo
sal marinho), as frituras e os alimen-
tos muito temperados e gordurosos,
mas principalmente aqueles que po-
dem conter disruptores hormonais,
como carnes vermelhas, embutidos e
aves de granja.

Sugestões: (Usar um ou mais


itens, combinados em fórmula):

Ácido ursólico - 150 mg 3 vezes ao


dia.
Alcaçuz - 500 mg 3 vezes ao dia.
Buchu - 200 mg 3 vezes ao dia.
Cálcio - 800mg/dia.
Cobre – 3 mg/dia.
Coenzima Q10 – 50 mg/dia.
DHEA* – 30 mg/dia.
Dong quai - 250 mg, de 1 a 3 vezes
ao dia.
Ginseng coreano ou chinês - 250 mg,
3 vezes ao dia.
Lecitina de soja – 1.000mg. 3 vezes
ao dia.
Magnésio, aminoácido quelado –
400 mg/dia.
Manganês – 100 mg/dia.
Mirtilo – 250 mg, 2 vezes ao dia.
Niacina – 50 mg/dia.
Óleo de prímula ou borragem– 250
mg, 3 vezes ao dia.
360
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Potássio – 100 mg, 3 vezes ao dia. entre os tumores citados e as


Selênio – 150 mcg/dia. nodulações por ingurgitamento dos
Vitamina A (betacaroteno) – gânglios linfáticos que ocorrem em
30.000 UI/dia. diversos casos antes e durante o
Vitamina B12 – 200 mcg/dia. período menstrual ou no princípio da
Vitamina B6 – 50 mg, 3 vezes ao gravidez. Os tumores aqui apon-
dia. Vitamina C – 3.000 mg/dia. tados são aqueles que persistem, e
Vitamina D – 400 geralmente crescem, mesmo após a
UI/dia. Vitamina E – menstruação e não desaparecem.
1.200 UI/dia Zinco – 50 Há dados estatísticos oficiais que
mg/dia apontam a maior incidência de
*Não é liberado aqui no Brasil
• A oligoterapia e a homeopatia
produzem bons resultados

Tumores de mama
Os desequilíbrios hormonais, ti-
dos como causas de muitas
doenças ginecológicas - entre elas
os tumo- res (benignos ou
malignos) - podem resultar da ação
de fatores externos
desencadeantes (alimentos ricos
em hormônios sintéticos e
disrupto- res hormonais, por
exemplo), sobre um organismo
genética ou conge- nitamente
suscetível, numa pessoa emocional
ou mentalmente propícia. As
doenças tumorais mais comuns da
mama são os nódulos (solitários,
múltiplos ou bilaterais), os cistos,
os miomas, e outros menos
freqüentes; o câncer de ovário é
mais raro, mas sua incidência tem
aumentado ulti- mamente. Deve-se
fazer uma clara di- ferenciação
361
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

tumores de mama em mulheres que Sementes (douradas) de linho – 100


não amamentam ou que o fazem de g/dia, como preventivo do câncer.
modo escasso; por esta razão, a ama- Superóxido desmutase – 150 mcg/ dia
mentação regular é um dos melhores Unha-de-gato – 400 mg, 3 vezes ao dia.
preventivos contra todos os tipos de Vitamina A (betacaroteno) – 30.000
tumores de mama, principalmente o UI/dia.
câncer. Ver também Câncer.
Sugestões: (Usar um ou mais
itens, combinados em fórmula):

Ácido ursólico - 150 mg 3 vezes ao


dia.
Bioflavonóides – 100 mg, 3 vezes ao
dia.
Cartilagem de tubarão – 500 mg, 4
vezes ao dia.
Cogumelo Ganoderma – 2g/dia.
Complexo enzimático composto por
enzimas digestivas: protease, lipase,
amilase, bromelaína, papaína, em
concentrações mais elevadas, geral-
mente superiores a 100 mg/dia cada,
principalmente em casos de neopla-
sia maligna.
Curcumina injetável - 200 mg, 2 ml
uma vez por semana, por 3 meses ou
mais.
Dióxido de cloro- MMS – Ajustar
dose.
DMSO - Ajustar dose oral.
Dong quai - 250 mg, de 1 a 3 vezes ao
dia.
Gengibre – 500 mg, 3 vezes ao dia.
Ginseng coreano ou chinês - 250 mg,
3 vezes ao dia.
Kefir - 500 mg 3 vezes ao dia.
Lactobacilos acidófilos (ou outros,
sozinhos ou associados) - 20 a 40 mg
(200 a 400 milhões de UI), ou mais, 3
vezes ao dia, pouco antes das re-
feições.
Lecitina – 1 a 2 g/dia.
Magnésio – 250 mg/dia.
Manganês – 100 mg/dia.
Selênio – 150 mcg/dia.
362
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Vitamina C –2 g/dia. principalmen- te na hipertrofia


Vitamina D – 800 UI/dia. benigna.
Vitamina E – 1.200 Os desequilíbrios hormonais,
UI/dia. Zinco – 30 tidos como causas de muitas doen-
mg/dia. ças - entre elas os tumores - podem
resultar da ação de fatores externos
Tumores da próstata desencadeantes (alimentos ricos em
hormônios sintéticos, por exemplo),
As doenças tumorais prostáti- sobre um organismo genética ou
cas mais comuns são o adenoma, os congenitamente suscetível, numa
cistos fibrosos e o câncer, que pode pessoa emocional ou mentalmente
ser completamente assintomático propícia.
no início, ou apresentar sintomas
se- melhantes aos do simples
aumento da próstata, como
poliúria, polaci- úria, nictúria
intensa progressiva e aumento da
glândula ao toque retal. Segundo os
conceitos da medicina moderna,
toda formação tumoral, seja
maligna ou benigna representa a
expressão de um desgoverno meta-
bólico, orgânico, funcional,
energéti- co e bioenergético
profundo e de um colapso da
capacidade do organismo (ou do
individuo) de gerenciar a sí próprio.
O papel da di-hidrotestoste- rona
na proliferação das células pros-
táticas tem grande importância
nesta questão e é necessário usar
recursos que inibam a sua
atividade, confor- me indicado logo
a seguir. Proteger o tecido
prostático com licopeno tam- bém
é uma medida inteligente para
evitar a malignização,
363
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Uma alimentação natural, rica baixa agressividade que não exige


em fibras e sementes oleaginosas tratamento imediato, podendo ceder
(linhaça dourada), atividades físicas, com recursos não cirúrgicos. No Brasil,
lazer adequado e psicoterapia são ainda não há um amplo conhecimento
indicados. deste marcador pela maioria dos
Após os quarenta anos de idade urologistas e cirurgiões.
é necessário realizar exames médicos
urológicos rotineiros, clínicos e a do- As indicações a seguir são mais
sagem do antígeno prostático (PSA). profiláticas, para uma boa saúde da
Embora a averiguação dos níveis do próstata. Ver também Hipertrofia Pros-
PSA não seja mais tão fundamental tática Benigna, Câncer e Câncer de
para a prevenção ou detecção do Próstata - Estratégias complementares
câncer de próstata, ainda é um
parâmetro utilizado largamente. Sugestões: (Usar um ou mais itens,
O PSA, ou antígeno prostático combinados em fórmula):
específico, é uma proteína descoberta
em 1986, considerado na época um Ácido ursólico - 150 mg 3 vezes ao
marcador para o câncer da próstata. dia.
Quando foi descoberto, tornou-se um Cogumelo Ganoderma – 2g/dia.
marcador tido como infalível para Curcumina injetável - 200 mg, 2 ml
diagnosticar tumores malignos uma vez por semana, por 3 meses ou
prostáticos. Bastava uma simples mais.
elevação das suas taxas sanguíneas Dióxido de cloro- MMS – Ajustar dose.
para o paciente ser considerado DMSO - Ajustar dose oral.
portador de câncer. O que no início não Ginseng siberiano - 250 mg, 3 vezes ao
se sabia era que o PSA também se eleva dia.
em situações de inflamação e infecção Kefir - 500 mg 3 vezes ao dia.
da próstata (prostatite crônica ou Licopeno – 10 mg/dia.
aguda) e na hipertrofia benigna do Pólen – 50 a 100 g.\dia
órgão- HPB. Principalmente nos Salsaparrilha – 250 mg, 3 vezes ao dia.
Estados Unidos, calcula-se que mais de Sementes (douradas) de linho – 100
um milhão de homens já tenham sido g/dia, como preventivo do câncer.
submetidos desnecessariamente à Selênio – 100 mcg/dia.
retirada cirúrgica radical da próstata, Saw palmetto (serenoa), extrato seco
sofrendo os péssimos resultados da – 200 mg, 3 vezes ao dia.
falta do órgão, principalmente a Unha-de-gato – 250 mg, 3 vezes ao
incontinência urinária e a disfunção dia.
erétil, geralmente definitiva. Vitamina C – 1.000 mg/dia.
Porém, já existe um novo e mais Zeolita – Ajustar dose. Ver item.
confiável marcador para câncer de Zinco – 50 mg/dia.
próstata. Chama-se proteína HSP-27 e
indica o grau de agressividade do tipo Tumores de ovário
de câncer de próstata, e se requer
tratamento. A ausência da proteína As doenças tumorais ovarianas
HSP-27 sugere um tipo de câncer de mais comuns são os ovários policís-
364
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

ticos (cistos múltiplos e geralmen- mais comuns são os miomas e os


te bilaterais), o cisto ovariano, que pólipos; o câncer de útero é mais
pode ser uni ou bilateral; o câncer raro, mas a sua incidência tem au-
de ovário é mais raro, mas a sua mentado ultimamente. A medicina
inci- dência tem aumentado comum geralmente indica a cirurgia
ultimamen- te. Há também os para os tumores muito expressivos e
tumores malignos. Os cistos são o tratamento com hormônios para
tumores benignos, ge- ralmente de alguns tipos de miomas e nos casos
conteúdo aquoso, que podem ser de câncer,.
diminutos ou muito gran- des.
Podem produzir vários sintomas e
sinais, sendo os mais comuns as
dores laterais típicas do baixo ven-
tre e sobre a região correspondente
ao, ou aos ovários acometidos; cor-
rimentos vaginais são também co-
muns, mas não são
necessariamente produzidos por
cistos (Veja Leucor- réia). A
medicina comum geralmen- te
indica a cirurgia para os tumores
muito expressivos e o tratamento
com hormônios para os ovários
poli- císticos em mulheres jovens.
Exames ginecológicos de rotina.
Em caso de tumores, buscar o
resta- belecimento e o reequilíbrio
global do organismo.

Sugestões: (Usar um ou mais


itens, combinados em fórmula):

O mesmo que para tumores da


mama. Ver Tumores da mama.

Tumores do útero
As doenças tumorais uterinas
365
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Os desequilíbrios hormonais, ti- gastrite e úlceras está hoje sob


dos como causas de muitas doenças reavaliação e não já não é aceito em
ginecológicas - entre elas os tumo- todos os círculos médicos. Uma vez
res benignos e malignos - podem que a maior parte dos seres huma- nos
resultar da ação de fatores externos apresenta esse microrganismo no
desencadeantes (alimentos ricos em estômago, sem desenvolver gas-
hormônios sintéticos e disrup- tores
hormonais, por exemplo), sobre um
organismo genética ou
congenitamente suscetível, numa
pessoa emocional ou mentalmente
propícia.
Uma alimentação natural, con-
forme recomendado no próximo
capítulo, ginástica habitual, lazer,
meditação e psicoterapia são indi-
cados.

Sugestões: (Usar um ou mais


itens, combinados em fórmula):

Ácido ursólico - 150 mg 3 vezes ao


dia.
Curcumina injetável - 200 mg, 2 ml
uma vez por semana, por 3 meses ou
mais.
DMSO - Ajustar dose oral.
Kefir - 500 mg 3 vezes ao dia.
Licopeno – 5 a 10 mg/dia.
E o mesmo que para tumores de
mama. Ver Tumores de mama.

Úlceras gástricas

Doença freqüentemente ligada a


fatores nervosos, psicossomáti- cos,
a hábitos alimentares ou como
resultado de uma vida estressante e
desequilibrada. A hereditariedade é
também um fator importante na
maior ou menor suscetibilidade a
esta doença.
Conforme foi demonstrado para
o caso da gastrite, o papel do helio-
bacter pilorii como causa exclusiva da
366
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

trites, fica clara a maior mais, 3 vezes ao dia, pouco antes das
importância aos fatores re- feições.
imunológicos ou indivi- duais. Magnésio – 200 mg/dia.
Ademais, a antibioticoterapia Ômega 3 – 300 mg, 3 vezes ao dia.
contra o heliobacter pilorii só Pau d’arco - 200 mg, 3 vezes ao dia,
produz resultados provisórios, às refeições, ou o chá, associado à
havendo re- crudescência na espinheira santa.
grande maioria dos casos, Valeriana – 200 mg, 3 vezes ao dia.
evidanciando-se que as causas reais
não foram atingidas com essa
terapêutica. Além disso, as gastrites
podem ser crônicas ou agudas, hipo
ou hiperclorídricas, mucosas, a gas-
trite tipicamente nervosa por vago-
tonia, etc.
Evitar os fatores
desencadeantes apontados e
obedecer aos critérios alimentares
apontados, principal- mente o café,
as frituras, as bebidas
carbonatadas.

Sugestões: (Usar um ou mais


itens, combinados em fórmula):

Alcaçuz – 500 mg, 3 vezes ao dia.


Babosa – 50 ml de extrato aquoso
estandardizado, ou 2 cápsulas
gelati- nosas de 500 mg de extrato
concen- trado, 3 vezes ao dia.
Espinheira santa, extrato seco - 300
a 500 mg 3 vezes ao dia, ou o chá, 3
vezes ao dia, após as refeições,
junto com o chá de pau d´arco
Ferro – 18 mg/dia.
Lactobacilos acidófilos (ou outros,
sozinhos ou associados) - 20 a 40
mg (200 a 400 milhões de UI), ou
367
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Varizes Vitiligo

A influência hereditária é impor- A sua causa é desconhecida, mas


tante no surgimento das dilatações são fortes os fatores psicossomáticos
venosas. Entre os fatores predispo- e hereditários. São considerados fa-
nentes ou desencadeantes das vari- tores desencadeantes a depressão, o
zes estão a vida sedentária, as pro- esgotamento físico ou psíquico, os
fissões que exigem a permanência traumatismos, as anemias, o diabe-
parada, sentada ou de pé, por longo tes, a doença de Addison, o hiper e o
tempo (dentistas, cirurgiões, caixas, hipotireoidismo. Surge principalmen-
motoristas, etc.). Com a redução da te em pessoas de pele morena ou
função venosa de retornar o sangue escura e em qualquer parte do cor-
ao coração, surge a estase sangüínea po. Evitar o estresse e a vida agitada.
em diversos trechos dilatados, o que Adotar hábitos alimentares mais salu-
pode favorecer a inflamação e a in- tares e estabelecer hábitos saudáveis,
fecção, condição mais comumente como a ginástica, evitando os hábitos
conhecida como flebite; a cronici- nocivos como o tabagismo, o alcoolis-
dade deste estado e sua repetição mo, o excesso de remédios, etc.
constante, pode produzir úlceras na
pele próxima às dilatações (úlceras Sugestões: (Usar um ou mais
varicosas) e favorecer a erisipela. A itens, combinados em fórmula):
gravidez em pessoas predispostas, a
obesidade, o diabetes, o uso de dro- Bioflavonóides – 100 mg 3 vezes ao
gas e medicamentos em excesso, o dia.
alcoolismo, o estresse, a alimentação Cálcio - 1.000 mg/dia.
rica em açúcar e em gorduras satura- Cobre – 5 mg/dia.
das, e outros, são fatores que contri- Coenzima Q10 – 50 mg/dia.
buem para a existência das varizes. Complexo B – 150mg, 3 vezes ao dia.
lactase, bromelaína e papaína.
Sugestões: (Usar um ou mais Espirulina ou Clorela – 600 mg 3 a 4
itens, combinados em fórmula): vezes ao dia
Magnésio, aminoácido quelado – 300
Bioflavonóides - 100 mg, 3 vezes ao mg. 2 vezes ao dia.
dia. Sementes (douradas) de linho – 100
Cardo-leiteiro – 250 mg, 3 vezes ao g/dia.
dia Vitamina A – 20.000 UI/dia. Vitamina
Clorela ou espirulina – 500 mg, 3 ve- B12 – 400 mcg/dia. Vitamina C – 5.000
zes ao dia. mg/dia Vitamina E – 1.200 UI/dia
Complexo B – 150 mg/dia Zeolita – Ajustar dose. Ver item.
Dente de leão – 250 mg, 3 vezes ao Zinco – 50 mg/dia
dia.
Ginkgo biloba – 100 mg/dia
Vitamina C – 1.000 mg/dia.

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GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

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O desafio do câncer e
opções terapêuticas atuais
Dr. José de Felippe Jr.
(Com apresentação e comentários do autor)

nativos”, estão na fila dos candidatos á oficiali-


dade, bastando que comprovem a sua eficácia.
Apesar de toda a tecnologia e mi- Nota do autor.

lhares de pesquisas, investimentos,


estudos e avanços, o câncer continua
com suas etiopatogenia, fisiopatoge-
nia e fisiopatologia ainda não comple-
tamente conhecidos. Contudo, é cada
vez maior a aproximação dos cientis-
tas em relação à vitória contra o dis-
túrbio. Apesar da maior arma contra
o câncer ser ainda o diagnóstico pre-
coce, novos agentes quimioterápicos
ditos “inteligentes” e menos agressi-
vos às células normais, têm sido apli-
cados com sucesso em diversos tipos
de tumores. Paralelamente, novos re-
cursos oficiosos18 têm demonstrado
eficácia nessa luta, sejam eles usados
em combinação com a cirurgia/qui-
mio/radioterapia convencional, ou
isoladamente. Aqui apontamos alguns
desses recursos de modo a contribuir
para que os profissionais de saúde (e
doentes) conheçam outros meios de
combater o mal em questão. Antes
porém, teceremos algumas conside-
rações em relação ao câncer:
O câncer não é exatamente uma
doença, mas uma resposta de adap-
tação do organismo a estímulos ex-
ternos, dentro de um padrão heredi-

18. Lembramos que invariavelmente todos os


métodos terapêuticos oficiais foram um dia
oficiosos, pois passaram antes por testes, o que
significa que os chamados “ oficiosos, ou “alter-
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tário, daí a dificuldade em se ter uma consumo de isoflavonas. Estudos em
“cura”. animais cor- roborados por
A vida moderna, evidências epidemio-
principalmente com o
sedentarismo, os hábitos per-
niciosos (alcoolismo, tabagismo,
uso de drogas, etc.), o consumo
constan- te de fármacos e remédios
comuns (notadamente os
antibióticos) e o es- tresse, a
agitação, a ansiedade, a de-
pressão, favorece os desequilíbrios
e disfunções orgânicas, que podem
precipitar o câncer.
O meio ambiente contém
muitos elementos carcinogênicos e
carcino- cinéticos, principalmente
nos alimen- tos. A dieta moderna é
composta por itens altamente
elaborados, refina- dos, pobres em
nutrientes essen- ciais, rico em
elementos supérfluos e agressivos
(agrotóxicos, corantes artificiais,
aromatizantes, hormô- nios,
antibióticos, metais pesados, etc.),
caracterizada pelos fast food,
excesso de açúcar, de carne animal,
de alimentos industrializados
pobres em energia vital, etc.
Algumas informações sobre a
relação entre hábitos alimentares e
a incidência de câncer, segundo
Jose de Felippe Jr.:
Na Ásia a incidência do câncer
de mama, de próstata e de cólon é
bem menor que na América do
Norte, possivelmente pelo alto
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lógicas mostram forte relação entre alimentos de elevado índice glicêmi-


o consumo de isoflavonas e o baixo co, o aumento da carga glicêmica e a
índice de câncer (Kennedy-1995, Va- falta de atividade física acarretam
lachovicova-2004, Sarkar-2002-2004, hiperinsulinemia a qual se associa ao
Park-2004). aumento da incidência de vários
A incidência de câncer de cólon, tipos de câncer. A obesidade se asso-
de reto, de pâncreas, de mama, de cia com hiperinsulinemia e aumento
endométrio e de próstata é 10 vezes do risco de câncer.
maior na América do Norte, Europa e A gordura corporal total se corre-
Austrália quando comparada com a laciona com câncer de mama, colo-
África e o Sul da Ásia (International retal, próstata, endométrio e ovário
Agency for Research on Cancer – (Albanes – 1990 , Schapira – 1990 ,
1997). Quando os imigrantes destes Russo – 1998). Já foi demonstrado o
países de baixo risco passam a viver relevante papel da insulina no carci-
nas áreas de alto risco aumenta a in- noma de mama (Castro – 1980 , Ka-
cidência dos cânceres acima mencio- aks- 1996), no câncer de ovário (Beck
nados mostrando que o câncer pos- - 1994) e em outros tipos. Inclusive no
sui mais relação com a alimentação e câncer colo-retal, de estômago e de
o ambiente que a pessoa vive do que mama conseguiu-se detectar
com a própria genética. elevados níveis de insulina no teci- do
Estudos epidemiológicos indi- canceroso quando comparado com
cam que populações que consomem amostras de tecido controle sem
grandes quantidades de ácidos gra- câncer (Yam - 1996). A associa- ção
xos ômega-3 apresentam menor inci- direta entre o índice glicêmico com o
dência de câncer de mama, de prós- câncer colo-retal ou o câncer de
tata e de cólon quando comparadas mama foi mostrado sem sombras de
com populações que consomem me- dúvidas em 3 estudos epidemio-
nores quantidades desses elementos lógicos (Slattery – 1997 , Franceschi
(Hardman-2002). Existem evidências – 2001 , Augustin – 2001). Entretan-
que quanto menor o conteúdo de to, as evidências apontam para uma
ácidos graxos intratumoral maior é o associação mais ampla envolvendo
grau de malignidade do tumor (Hard- outros tipos de câncer e responsabili-
man-2002-2004, Shahidi-2004 , Bab- zando tanto o índice glicêmico, como
cock-2005 , Rodriguez-Cruz-2005). a carga glicêmica (McKeown-Eyssen
O aumento da ingestão de ca- – 1994 , Giovannucci – 1995-1999 ,
lorias na forma de carboidratos re- Bruning – 1992) .
finados, a baixa ingestão de frutas e Dentre os fatores ambientais
vegetais, a hiperinsulinemia e os mais contundentes, mencionamos os
altos níveis dos IGFs (Fatores de Cres- chamados disruptores endócri- nos,
cimento Dependentes de Insulina) capazes não só de desencadear e
proporcionam maior risco de apa- acelerar o câncer, quanto diversas
recimento de vários tipos de câncer outras doenças. Há muita preocupa-
(Giovannucci – 1999 , Augustin – ção com estes produtos não apenas
2002 , Kaaks - 1996). A ingestão de no seu potencial carcinogênico e car-

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cinocinético, mas em outras doenças siosas, deprimidas e que apresentam


degenerativas. Há muitos produtos e tumores malignos. Com o enfraqueci-
compostos artificiais presentes no mento do sistema imunológico, célu-
meio ambiente, sendo que os princi- las malignas que porventura surjam,
pais estão presentes em pesticidas, não são reconhecidas pelas defesas
herbicidas (DDT, PCB, Endossulfan, orgânicas. Aqui podemos inserir as
etc.), em alimentos animais (dietile- variações individuais que o impacto
tilbestrol, um anabolizante comum metabólico, bioquímico e funcional
na carne bovina, porco e frango), que tais experiências provocam. É
dioxina, nitrofuranos, metilparabeno possível que as pessoas que passam
(inclusive nas pastas de dentes indus- por experiências negativas extremas
trializadas), etc. e não desenvolvem a doença, sejam
A hereditariedade é um fator im- aquelas em que as condições neuro-
portante na gênese do câncer, mas é endócrinas sejam menos desarmôni-
muito negligenciada pelas autori- cas e apresentem melhor condição
dades sanitárias, que deveriam es- imunológica.
tabelecer um programa preventivo Segundo Felippe Jr., “a quimio-
especial para pessoas que tenham terapia e a radioterapia são fatores
história de câncer na sua família. de agressão do mais alto grau de-
Muito se fala nas causas psico- sencadeiam e exacerbam esses me-
afetivas do câncer. Certamente que canismos de sobrevivência e tornam
experiências profundamente doloro- as células que não morreram, resis-
sas estão na base causal da doença e tentes ao tratamento subseqüente.
muitas pessoas que passam por elas Devemos nos lembrar que as células
desenvolvem câncer depois de um cancerosas quando agredidas tam-
período, porém o que não se bém aumentam a geração de outras
entende é porque todas as pessoas substâncias como o fator de trans-
que passam por essas situações não crição nuclear NF-kappaB o qual
formam tumores, sendo imunes ou também é um fator de sobrevivência
resistentes à enfermidade. Em situa- das células normais e que as células
ções psíquicas extremas, dependen- malignas sabem muito bem utilizar
do da hereditariedade e da susceti- (Felippe – 2004 a 2007)”
bilidade da pessoa, ocorre grande Hoje a ciência conhece várias si-
desarmonia neuro-endócrina, com a tuações relacionadas ao comporta-
inibição da formação de dezenas de mento e às condições bioquímicas,
substâncias importantes (como a 5- metabólicas e genéticas que ocor-
hidroxitriptamina ou a serotonina), rem nas células cancerígenas, o que
além de mediadores químicos cere- permite ampliar as estratégias de
brais fundamentais para a homeos- combate terapêutico. Nesse aspec-
tase. Um fenômeno marcante nestes to, um fato muito contundente é a
casos é a surpreendente elevação chamada glicólise anaeróbica, que
dos níveis de cortisol plasmático, um acontece de modo intenso dentro da
hormônio imunodepressor, presente célula tumoral, com a conseqüente
em níveis mais altos em pessoas an- produção de ácido lático (tumores

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malignos têm um nível de acidez, um pia. Os IGFs e seus receptores estão


pH em torno de 0,5 a menos que as envolvidos no desenvolvimento de
células normais e produzem ácido vários tipos de câncer como : mama,
lático). Devido ao seu metabolismo próstata, pulmão, colo-retal, endo-
muito mais acelerado, as células ma- métrio, osteossarcoma, neuroblas-
lignas consomem mais glicose em toma, pâncreas, ovário e testículo
busca de energia; quando os níveis (Sullivan – 1995 , Torestsky – 1996 ,
de oxigênio são inferiores, a glicose Sachdev – 2001 , Moschos – 2002 ,
não se transforma em ácido pirúvi- Dupont – 2003 ). Vários estudos epi-
co, que aciona o ciclo de Krebs, for- demiológicos têm sistematicamen-
mando ATP, mas forma uma grande te apontado que o elevado nível de
quantidade de ácido lático, que não IGF-I está associado com maior risco
fica retido no ambiente intracelular, de desenvolvimento do câncer colo-
mas é expelido pela membrana, de retal, próstata, mama e pulmão. Ci-
modo que o meio extracelular se tor- tamos aqui em ordem, 4 estudos de
na mais ácido. O bloqueio da glicóli- câncer colo-retal , 4 de próstata, 4 de
se anaeróbica é então fundamental mama e 1 de pulmão : Ma-1999
para combater as células malignas, , Peters-2003 , Nomura-2003 , Pal-
forçando a apoptose, ou morte celu- mqvist-2002 , Chan-1998 , Chokka-
lar, e isso é possível de vários modos, lingam-2001 , Stattin-2000 , Shi-2001
mas principalmente através do enri- , Hankinson -1998 , Kaaks-2002 , To-
quecimento dos níveis de oxigênio niolo-2000 , Krajcik-2002 , Yu-1999.
do organismo, o que é feito através
do uso de peróxido de hidrogênio ou Potencial transmembrana da mem-
ozonioterapia. brana mitocondrial
Outros elementos relacionados
ao câncer, segundo José de Fellipe Jr. As mitocôndrias no câncer são
e sua importante pesquisa científica hiperpolarizadas e conseqüentemen-
de diversos autores: te têm baixa fosforilação oxidativa e
Um fator importante na grande ambas alterações são revertidas pelo
maioria dos cânceres é o IGF-I. O dicloroacetato de sódio (DCA) Mi-
sistema GH/IGF( Growth Hormone/ chelakis -2007). Foi estudado o po-
Insulin-Like Growth Factor ) desem- tencial transmembrana mitocondrial
penha papel crucial na carcinogênese (PTM) em três linhagens de células
humana. O sistema GH/IGF promove malignas humanas: A549 (câncer de
a progressão do ciclo celular (mito- pulmão de células não pequenas),
se), previne a execução da apoptose, M059K (glioblastoma) e MCF-7 (cân-
facilita a neoangiogênese tumoral, cer de mama) e comparadas com três
induz a invasão tumoral, assiste os linhagens de células não cancerosas
oncogenes na transformação de cé- também humanas: células epiteliais
lulas benignas em malignas, dificul- de vias aéreas, fibroblastos e múscu-
ta a diferenciação celular e provoca lo liso de artéria pulmonar (Bonnet e
resistência ao tratamento do câncer Michelakis – fev-2007). Todas células
com a quimioterapia e a radiotera- malignas apresentavam mitocôndrias

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significantemente hiperpolarizadas Segundo De Felippe Jr., primei-


(alto PTM) quando comparadas com ramente é preciso ter muito cuidado
as células normais. A incubação com com uso de antioxidantes no câncer,
DCA por 48 horas reverte o estado pois podem beneficiar as células ma-
hiperpolarizado das três linhagens ligna, favorecendo o crescimento do
malignas, isto é, os valores do PTM tumor, em vez do contrário, e até in-
diminuem e retornam aos valores terferindo negativamente na quimio-
normais. O DCA não altera o PTM das terapia convencional:
células normais. Lan Bo Chen em “Com o passar dos anos e o co-
1988, faz revisão do assunto e cons- nhecimento mais profundo das rea-
tata que 200 tipos / linhagens de cé- ções de oxido-redução têm surgido na
lulas derivadas de tumores humanos literatura grande número de trabalhos
apresentavam potencial transmem- mostrando que, enquanto concentra-
brana mitocondrial elevado ( hiper- ções normais de GSH e de outros an-
polarização ) : rins, ovário, pâncreas, tioxidantes no intracelular protegem o
pulmão, córtex adrenal, pele, ama, DNA nuclear das lesões provocadas
próstata, cervix, vulva, cólon, fígado, pelas ERTO (espécies reativas tóxicas
testículo, esôfago, língua , a grande de oxigênio) e diminuem a prevalência
maioria dos adenocarcinomas, carci- do câncer, a presença de quantidades
noma de célula transicional, carcino- normais de GSH e de outros antioxi-
ma epidermoide e melanoma. Temos dantes no câncer já instalado provoca
exceções , isto é, tipos de células aumento da proliferação celular ma-
malignas que não apresentam hiper- ligna, diminuição da apoptose e facili-
polarização da membrana mitocon- ta a neoangiogênese tumoral ( Felippe
drial: câncer de pulmão de pequenas –1990-2001- 2004- 2005 ).
células (oat cell) e carcinoma pobre- Temos que compreender muito
mente diferenciado de colon. bem que os antioxidantes protegem
Somos favoráveis ao estabeleci- o DNA nuclear das lesões oxidativas e
mento de um protocolo composto de diminuem a prevalência do câncer,
múltiplos recursos, aplicados associa- funcionando como agentes preven-
damente, de modo a cercar todos os tivos. Entretanto, no câncer já ins-
elementos relacionados ao câncer. talado os antioxidantes protegem a
Esta postura tem sido muito eficaz na célula cancerosa enquanto que os
prática médica em relação à “do- agentes oxidantes promovem a lesão
ença”. do DNA nuclear provocando a morte
da célula maligna, funcionando as-
A seguir alguns recursos que po- sim como agentes curativos. Aqui os
dem fazer parte de um protocolo te- antioxidantes seriam um verdadeiro
rapêutico inteligente, apresentados desastre (Felippe –1994- 2004). O uso
pelo Dr. José de Felippe Jr., publicado de antioxidantes em doses exa-
pelo site da Associação Brasileira de geradas pode inibir importantes me-
Medicina Complementar, apresenta- canismos de defesa contra o câncer
dos aqui com a autorização do cien- (Verhaegen - 1995, McGovan - 1996,
tista: Maxwell - 1999, Salganik - 2001). Em

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1996, Saintot na França já indicava que utilizam amplamente a via das


que no câncer de mama a progressão pentoses que é potente gerador de
tumoral e a presença de metástases agentes antioxidantes (NADPH) no
se associavam à maior concentração meio intracelular durante o metabo-
de vitamina E no soro concomitante lismo da glicose. A dose de tiamina
com o menor nível sérico de peroxi- necessária somente para corrigir a
dação lipídica atestada pelos baixos sua deficiência já é suficiente para
níveis de malondialdeído, marcador estimular o crescimento do tumor
da presença de radicais livres. Assim (Felippe- 2005).
sendo a progressão tumoral e a pre- Nunca vi na prática clínica, médi-
sença de metástases se associou ao cos ou nutricionistas se preocuparem
alto potencial antioxidante do soro com a vitamina B1 no câncer. Dispo-
destas pacientes. Em 1996 Schwartz mos das drogas mais modernas para
mostrou que o aumento da atividade
o tratamento do câncer, os aparelhos
antioxidante em células transforma-
mais sofisticados e continuamos a
das aumentava a sua proliferação e
administrar tiamina. “
advertiu que devemos conhecer mui-
to bem a farmacologia dos nutrientes Ratificando a nossa posição de
antioxidantes antes de empregá-los usar vários recursos terapêuticos
no câncer. De fato, Salganik mostrou simultaneamente, o Dr. De Felippe
que o acetato de alfa-tocoferol, po- escreve:
tente agente antioxidante de mem- “Sempre é necessário o concurso
brana, inibe a geração de radicais de várias estratégias, para aniquilar
livres em células do câncer de mama por completo, esse inimigo tão astu-
humano e como conseqüência inibe to, tão traiçoeiro, com tanta vontade
também a apoptose dessas células de sobreviver a qualquer custo, que
malignas (Salganik – 2000). Muito chega a ser insano, pois a sua vitó- ria
importante e de grande valor prático significa o seu próprio desapare-
é o trabalho de Labriola, que consta- cimento. O organismo sozinho não
tou que os antioxidantes exógenos consegue, mas com o emprego de
podem inibir a atividade da quimio- vários tipos de estratégias, cada uma
terapia anticâncer nos seres huma- atuando em locais distintos da célu-
nos. Quando os médicos prescrevem la maligna, da massa tumoral e do
antioxidantes em excesso no intuito meio ambiente que vive a célula, jun-
de diminuir os efeitos colaterais da tamente com o tratamento do terre-
quimioterapia pode ocorrer interfe- no, têm-se obtido a erradicação total
rência na eficácia desta estratégia de vários tipos de tumores, inclusive
(Labriola – 1999, Felippe – 2004)”. aqueles com metástases.
Entre os antioxidantes muito uti- As medidas terapêuticas moder-
lizados no tratamento do câncer está nas que matam as células malignas
a tiamina, ou vitamina B1. mas De ou por meio físico com a radiotera-
Fellipe alerta contra os perigos desse pia (radiação ionizante) ou por meio
procedimento: químico com a quimioterapia, mui-
“A tiamina pode agravar muitos tas vezes provocam a seleção das
tipos de câncer, justamente aqueles células malignas mais resistentes e

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deste modo mais aptas de tomarem alternativas para os casos em que a


conta do hospedeiro. Isto pode acon- quimioterapia foi ineficaz. Essas
tecer porque estes métodos sozinhos substâncias deveriam ser capazes de
dificilmente conseguem exterminar induzir parada da proliferação
100% das células malignas.” celular, apoptose e diferenciação
“A estratégia endócrino-nutricio- celular, particularmente em células
nal ou metabólico-nutricional deve andrógeno-independentes. Aqui se
ser empregada em conjunto com o destaca a mistura de ervas Chinesas,
médico oncologista para aumentar o PC-SPES da qual extraiu-se o princí-
índice de sucesso terapêutico. Na pio ativo, licochalcone-A, de um de
verdade a aplicação em conjunto dos seus componentes, a raiz do alcaçuz
procedimentos do oncologista e do (Fu-2004).
clínico aumenta a eficácia do trata-
mento melhorando tanto a qualida- Alcaçuz
de de vida como a probabilidade de
cura (Felippe- 2007)”.
O extrato da raiz do alcaçuz
Alguns recursos, estratégias tera-
mostrou atividade anti tumoral em
pêuticas e pesquisas, segundo ainda
células dos seguintes tipos de câncer
José de Felippe:
humanos: próstata, mama, leuce-
Câncer de próstata - estratégias mia, cólon , gástrico, endometrial,
complementares (também para hepático, pulmonar , epidérmico e
todos os tipos de câncer) renal (Rafi-2000 , Baba-2002 , Ama-
to-2002, Ma-2000-2001, Mori-2000,
“O câncer de próstata é a princi- Watari-1976, Wang-1992 , Aga-
pal causa de morte do homem Ame- rwal-1991 , Yamazaki-2002).
ricano (Greelee-2001). A terapia dis- A licochalcone-A (LA) é um novo
ponível promove regressão tumoral flavonóide isolado da raiz do alcaçuz
de curta duração e a doença segue o (Glycyrrhiza glabra) e que possui sig-
seu curso com uma sobrevida média nificante atividade anti tumoral em
de 18 meses (Crawford-1992 , De- várias linhagens de células malignas
nis-1998 , Schroder-1999 , Klotz-2001 humanas. O LA em células hormô-
, Labrie-2002). O tratamento conven- nio-independente PC-3 do câncer de
cional do câncer de próstata consiste próstata humano induz modesta
em prostatectomia radical, radiote- apoptose, entretanto, possui efeito
rapia, terapia supressora de andró- pronunciado sobre a progressão do
genos e quimioterapia. Embora a te- ciclo celular parando a proliferação
rapia supressora de andrógenos seja das células em G2/M, acompanha-
inicialmente eficaz, ela não é cura- do pela supressão das ciclinas B1 e
tiva na maioria dos casos e o tumor cdc2. Também ocorre diminuição da
volta a crescer de um modo indepen- expressão do fator de transcrição E2F
dente dos andrógenos (Landis-1998 , junto com a redução da ciclina D1 e
Pirtskhalaishvili-2001). diminuição das CDKs 4 e 6 ,porém,
Estes fatos animaram os pes- ocorre aumento da expressão da ci-
quisadores a procurar substâncias clina E . Muito importante de desta-

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car é que a supressão da proliferação pendente) e da LNCaP (andrógeno-


celular maligna foi tempo dependen- dependente) do câncer de próstata
te e dose dependente (Fu-2004). O LA de uma maneira tempo dependente e
pode induzir parada do ciclo celular dose dependente. Ocorre parada do
em G1 e S no chamado efeito da pa- ciclo celular na fase S e G2/M devido
rada hipermitogênica. (Blagosklonny o aumento da expressão do GADD153
-2003). mRNA e de proteínas associadas com
A mistura PC-SPES apresenta sig- o ciclo celular. Não se observou apop-
nificante eficácia clínica no câncer de tose (Kanazawa-2003). Entretanto,
próstata tanto na forma hormônio- em outros tipos de células, MCF-7 e
dependente como na forma refratá- T47D do câncer de mama humano
ria. Muitos trabalhos científicos com- observou-se apoptose com o uso da
provam esta afirmação: DiPaola-1998 isoliquitigenina (Rafi-2002).
, Porterfield-1999-2000 , Small-2000 , A isoliquitigenina (ILTG), flavonoi-
Pfeifer-2000 , Taille-2000-2000 , Pira- de extraído da raiz da Glycyrrhiza gla-
ni-2001 , Oh-2001-2002 bra, possui atividade anti tumoral in
Após o estudo da atividade desta vivo e in vitro (Ma-2001, Tamir-2001
mistura fitoterápica verificou-se que , Baba-2002, Rafi-2002).
os extratos derivados da Scutellaria O modo de ação descoberto no
baicalensis e Glycyrrhiza uralensis câncer gástrico é muito peculiar. A
continham os princípios ativos da ILTG, possivelmente o principal agente
mistura PC-SPES, evidenciado pela anti tumoral do alcaçuz, induz apop-
redução da proliferação das células tose em células MGC-803 do câncer
CaP do câncer de próstata huma- no gástrico humano. Acontece aumento
e diminuição da expressão de dois da concentração intracelular de cálcio
genes específicos da próstata, o com diminuição do potencial trans-
receptor androgênico (AR) e o an- membrana Deltapsi mitocondrial de
tígeno prostático específico (PSA) um modo dose dependente e a seguir
(Hsieh-2000). Nas analises posterio- vem a apoptose (Ma-2001). Neste
res dos extratos deste suplemento modelo não ocorre aumento da ex-
isolou-se a licochalcone-A que está pressão do gene apoptótico p53 (Ma-
presente em boas quantidades na 2000). É o mesmo modo de ação do
Glycyrrhiza glabra. DCA – dicloroacetato de sódio, o qual
O LA isolado da raiz do Glycyr- ativa a enzima chave da fosforilação
rhiza demonstrou potente efeito anti oxidativa a PDHc – complexo piruvato
tumoral em células do câncer de desidrogenase (Michelakis-2007).”
próstata, mama e leucemia humana
(Rafi-2000). A ação da raiz do alcaçuz
Descobriu-se que a raiz do Glycyr-
rhiza diminui os níveis de testosterona A raiz do alcaçuz contém beta-
no homem (Armanini-1999-2002). hidroxi-DHP, a qual induz fosforilação
A isoliquitigenina inibe significati- da proteína anti apoptótica Bcl-2, in-
vamente a proliferação da linhagem duz apoptose e parada do ciclo celu-
de células DU145 (andrógeno-inde- lar na fase G2/M em células do câncer

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de mama e de próstata, de um modo Suprime o efeito do estradiol so-


semelhante ao quimioterápico pacli- bre os proto-oncogenes.
taxel, agente anti-microtúbulo (Rafi – Ácido linolênico (Omega 3) con-
Vastano-2002). Mecanismos de ação jugado (CLA).
do Alcaçuz (glicirrizina) na inibição da “Em células do câncer de prós-
proliferação celular e apoptose: tata humano LNCap, o CLA natural,
Aumenta a expressão do bax – mas não o sintético, aumenta signi-
apoptótico. ficantemente a apoptose provocada
Aumenta a expressão do pelo TNF-alfa o que se correlaciona
GADD153 mRNA. com a redução da atividade trans-
Aumenta a expressão do gene cricional do NF-kappaB (35%), a di-
apoptótico p53. minuição da atividade ligadora do
Aumenta expressão da ciclina E NF-kappaB (15%) e a diminuição da
(para alguns diminui). fosforilação do IkappaB-alfa (36%)
Aumenta o cálcio intracelular (Song-2006). Outro mecanismo do
com diminuição do potencial trans- CLA aumentando a apoptose e dimi-
membrana Deltapsi mitocondrial e nuindo a proliferação do câncer de
apoptose. próstata é aumentando a proteína
Aumenta o p21(waf1/cip1). kinase-delta (PKC-delta) e diminuin-
Diminui a CDK 2 , CDK 4 e a CDK do a PKC-iota (Song-2004). Foi mos-
6. trado em células PC-3 do câncer de
Diminui a expressão da ciclooxi- próstata humano que o CLA diminui a
genase-2. expressão do gene Bcl-2 e aumenta o
Diminui a expressão da lipoxige- inibidor do ciclo celular, p21(WAF1/
nase. Cip1). O isômero sintético é o mais
Diminui o fator de transcrição potente provocando 55% da inibição
E2F e reduz ciclina D1. proliferativa (Ochoa-2004).
Diminui os níveis séricos de tes- Síntese dos mecanismos de Ação
tosterona. do ácido linolêico conjugado:
Fosforila a proteína Bcl-2. Ativa a proteína p53.
Inibe a MAO, aumenta o adreno- Ativa o AP-1(activator fator-1)
cromo e inibe a mitose. atenuando a transcrição da Cooxige-
Inibe a proteína kinase C (PKC). nase-2.
Inibe atividade da ornitina decar- Ativa o PTP-gama, gene supres-
boxilase (OD). sor de tumor.
Inibe o fator de crescimento tu- Aumenta a expressão do PPA2
moral epidérmico (EGF). (protein phosphatase A2) reduzindo
Parada do ciclo celular na fase a atividade da ERK1/2 (extracelular
G2/M. signal-regulated kinase 1/2).
Parada do ciclo celular na fase S e Aumenta a PKC-delta e diminui a
G1. PKC-iota.
Reduz a expressão da proteína Aumenta a produção de PPAR-
anti apoptótica Bcl-2. alfa e diminui a produção de PPAR-
Suprime as ciclinas B1 , cdc2 e E. beta/delta.”

359
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Aumenta a produção de PPAR-ga- a diferenciação celular, diminuem a


ma : diminui a inflamação e aumenta neoangiogênese tumoral e diminuem
a diferenciação celular (reverte o fe- o aparecimento de metástases. Exis-
nótipo maligno.) tem evidências que quanto menor o
Aumenta a proteína pró apoptó- conteúdo de ácidos graxos intratu-
tica Bak. moral maior é o grau de malignida-
Aumenta o CDK inibidor do ciclo de do tumor (Hardman-2002-2004,
celular p21(WAF1/Cip1). Shahidi-2004 , Babcock-2005 , Rodri-
Diminui a expressão da Erb-3 que guez-Cruz-2005).
inibe a ativação da via Akt. Em animais o consumo de ácidos
Diminui a fosforilação da proteí- graxos ômega-3 diminui a prolifera-
na retinoblastoma. ção maligna de células cancerosas
Diminui a neoangiogênese: dimi- humanas neles implantadas, au-
nuindo a expressão do VEGF-A e di- menta a eficácia da quimioterapia,
minuindo a ativação da COX-2. reduz os efeitos colaterais da qui-
Diminui a produção do 5-HETE mioterapia e reduz os efeitos mór-
via lipoxigenase. bidos do câncer. Esses ácidos graxos
Inibe a expressão do gene anti são importantes em vários aspectos
tumoral NAG-1. da saúde incluindo a cardiovascular
Inibe o fator de transcrição nu- (Hardman-1999-2000-2001-2002
clear NF-kappaB. , Barber-1999 , La Guardia-2005 ,
Não permite a ativação da prote- Moyad-2005).
ína kinase C e do fator de transcrição Estudos epidemiológicos indicam
nuclear NF-kappaB provocada por que populações que consomem gran-
ácidos biliares. des quantidades de ácidos graxos
Reduz a atividade da ERK1/2. ômega-3 apresentam menor incidên-
Reduz a expressão das ciclinas e cia de câncer de mama, de próstata e
das CDKs (cyclin dependent-kinases) de cólon quando comparadas com
inibindo o ciclo celular proliferativo. populações que consomem menores
Suprime a captação tumoral de quantidades desses elementos (in
ácido linolêico. Hardman-2002).
Suprime a produção celular do Em estudo que envolveu 50.000
agente mitótico 13-HODE. homens Giovannucci em “follow up”
de 10 anos observou que nos homens
Ácido linolênico (Ômega-3) que consumiam peixe mais do que 3
vezes por semana, o câncer agressivo
“Os ácidos graxos poliinsatura- e metastático de próstata caiu para a
dos possuem vários efeitos contra as metade. O consumo de peixe não
células malignas e o seu emprego em diminuiu a incidência do câncer de
seres humanos no combate ao cân- próstata, mas, influenciou a agressi-
cer está muito perto, pois em mode- vidade e o potencial metastático do
los animais e em cultura de células tumor (in-Aktas-2004).
eles diminuem a proliferação malig- Aumento do potencial transmem-
na, aumentam a apoptose, induzem brana da membrana citoplasmática

361
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Os ácidos graxos ômega-3 pro- (18%EPA e 12%DHA) verificou-se di-


vocam aumento da excreção renal de minuição da perda de peso e tam-
sódio, diminuição do cálcio intra- bém que alguns pacientes realmente
celular e aumento do potássio intra- começaram a ganhar peso (Wigmo-
celular (Knapp-1991) e desta forma re-1996).
interferem no potencial de ação das O EPA, 2 a18 g ao dia, aumentou
membranas citoplasmáticas das cé- o apetite de pacientes com câncer e
lulas malignas. Todos esses fatores caquexia e observou-se um real au-
levam ao aumento do potencial de mento do peso. O uso de megestrol
ação, isto é, polarização da membra- provocou os mesmos efeitos (Ja- toi-
na celular com o conseqüente aumen- 2004). A melhor dose para caque- xia
to da produção de ATP. Sabe-se queo está entre 2 a 4 g/dia de EPA.
aumento do potencial de membrana Bougnoux, em 1999, mostrou que
acima de -15mv faz cessar a proli- os pacientes com câncer de mama e
feração mitótica e que o aumento da maiores concentrações tissulares de
produção de ATP via fosforilação DHA a longo tempo responderam
oxidativa mitocondrial faz cessar a melhor à quimioterapia, com maior
glicólise anaeróbia, motor da mitose número de remissões completas ou
(Felippe-jan 2004). respostas parciais. Outro autor mos-
Tratamento do câncer humano trou que se consegue este tipo de
com ômega-3 resultado em apenas 3 meses de su-
Em 1995, Gogos usou 18 g / dia plementação (Bagga-1997).”
de óleo de peixe em 20 pacientes com Síntese dos mecanismos de ôme-
tumores sólidos. No final de 40 dias ga-3 no tratamento do câncer:
detectou significante aumento da Ativa caspase-3.
razão T-Helper / T-Supressor, prin- Ativa o sistema imune.
cipalmente devido ao aumento dos Aumenta a atividade da G6PD:
linfócitos T supressores. efeito prejudicial no câncer.
Em 1998, Gogos em estudo pros- Aumenta a transcrição de genes
pectivo, randomizado e controlado pró apoptóticos.
com placebo, usou 18g /dia de óleo Aumenta o efeito da quimiotera-
de peixe em 60 pacientes. No grupo pia .
suplementado houve aumento da re- Aumenta o potencial redox intra-
lação CD4/CD8, diminuição do fator celular.
de necrose tumoral no grupo subnu- Aumenta o potencial transmem-
trido e um aumento da sobrevida no brana.
grupo bem nutrido e subnutrido. Defosforila a proteína retinoblas-
Burns, em 1999, mostrou que a toma.
dose tolerada de ácidos graxos ôme- Diminui a expressão dos oncoge-
ga-3 como óleo de peixe é de 0,3 g/kg nes: Ras e AP-1.
por dia ou 21 g/dia em pessoa com Diminui a produção de PGE2
70 kilos. (proliferativo) e aumenta a de PGE3.
Em pacientes com câncer de Fosforila a sub unidade IF2 inibin-
pâncreas, 12 g/dia de óleo de peixe do translação.

361
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Inativa a família Bcl-2 de genes Zhang-2005). A genisteína aumenta o


anti apoptóticos. efeito anticâncer de vários agentes
Induz a diferenciação celular. fitoquímicos como limoneno, curcu-
Inibe a aromatase P450 diminuin- mina, epigalacatequina galato e sul-
do a produção de estrógenos. forafene (Bradlow-1999) e aumenta
Inibe a indução da COX-2 . a sensibilidade das células malignas à
Inibe a neo-angiogênese. quimioterapia e radioterapia.
Inibe a proteína kinase C (PKC). A genisteína in vitro aumenta a
Inibe a translação do mRNA. inibição do crescimento tumoral e
Inibe o fator de transcrição nu- aumenta a apoptose provocada pela
clear NF-kappaB. cisplatina, docetaxel, doxorubicin e
gemcitabine no câncer de próstata,
Genisteína mama, pâncreas e pulmão (Li-2004
- 2005, Banerjee-2005). Baixas do-
“A genisteína, um dos isoflavo- ses do quimioterápico provocam o
nóides predominantes da soja, pos- mesmo efeito terapêutico quando as
sui potente efeito antiproliferativo e células são pré-tratadas com genis-
pró apoptótico em vários tipos de teína. Estudos in vivo confirmaram
câncer: mama (El-Zarruk-1999), esses resultados. A genisteína combi-
próstata (Zhou-1999), cabeça e nada com docetaxel ou gemcitabine
pescoço (Alhasan-1999), pulmonar inibe significantemente a expressão
(Lian-1998), pancreático (Boros-2001 de vários agentes relacionados com a
, Douziech-1998-1999), bexiga (Su- apoptose: Bcl-2 , Bcl-XL, p21waf1 e
2000), fígado (Tacchini-2000), endo- survivina (Banerjee-2005 , Li-2005).
métrio (Konstantakopoulos-2006), No câncer de próstata PC-3 a
linfoma (Park-2005), incluindo as leu- combinação de genisteína e radio-
cemias refratárias à quimioterapia terapia aumentam os efeitos ini-
como a linfoblástica aguda da crian- bitórios sobre a síntese de DNA, a
ça e a linfoblástica crônica do adul- to proliferação celular e a formação de
(Uckun-1999). A genisteína inibe a colônias in vitro (Hillman-2001). Esta
tirosina kinase (El-Zarruk-1999), a combinação promove maior controle
proteína kinase (Waldron-2000), a da proliferação do tumor primário e
proteína tirosina kinase (AKT), o das metástases a linfonodos quando
ramo não oxidativo da via das pen- comparada com a radioterapia so-
toses e inibe parcialmente a glico- se- zinha (Hillman-2004). A genisteína
6-fosfatodehidrogenase (G6PD), aumenta a eficácia da radioterapia
fatores que provocam a parada do no câncer de mama e de próstata
ciclo celular, a inibição da prolifera- (Ravindranath-2004).
ção celular maligna e o aumento da Inibe o fator NF-kappaB
apoptose (Boros-2001). Além disso, a O fator de transcrição nuclear
genisteína inibe a neoangiogê- nese NF-kappaB é um poderoso fator de
tumoral e o aparecimento de sobrevivência das células malignas
metástases (Zhou-1999) e inibe a porque ele aumenta a proliferação
expressão do oncogene MDM2 (Li e celular, abole a apoptose e aumen-

362
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ta a neoangiogênese tumoral (Feli- Em 2003, Takimoto administrou


ppe-2004). A genisteína inibe o fator dois preparados de soja um com 43%
de transcrição nuclear NF-kappaB em e outro com 90% de genisteína em 13
vários tipos de câncer (Wang-2006 , pacientes com câncer de próstata e
Sarkar-2006a). avaliou os efeitos sobre a proteína
Os quimioterápicos habitual- tirosina kinase (PTK). As doses foram
mente usados no tratamento do de 2, 4 e 8 mg/kg de genisteína por
câncer induzem o aumento da ativi- via oral. Não se observaram efeitos
dade do NF-kappaB como mecanis- colaterais exceto que um dos pacien-
mo de defesa das células malignas e tes apresentou “rash” cutâneo. A
assim aumentam a sua resistência concentração de genisteína total no
aos quimioterápicos (Chuang-2002). plasma variou de 4,3 a 16,3 micromol
Estudos in vivo e in vitro mostraram e de genisteína livre de 0,066 a 0,17
que o NF-kappaB é significativamen- micromol. Houve inibição da PTK em
te aumentado pela cisplatina, do- todas as concentrações utilizadas
cetaxel, gemcitabine e radioterapia e tipo dose dependente.”
que este aumento de atividade é Síntese dos mecanismos de ação
completamente abolido com o pré- da Genisteína contra o câncer:
tratamento com genisteína em cé- Aumenta o efeito da quimiotera-
lulas do câncer de próstata, mama, pia.
pulmão e pâncreas (Li-2004-2005 , Aumenta o efeito da radiotera-
Hillman-2001). pia.
A genisteína inibindo o NF-ka- Inibe a ciclina B e promove a pa-
ppaB consegue sensibilizar as células rada do ciclo celular em G2/M.
malignas a vários quimioterápicos Inibe a COX-2.
tais como, cisplatina, docetaxel e Inibe a expressão do oncogene
gemcitabine (Li-2005 , Sarkar-2006a MDM2.
-2006b). Inibe a gelatinase – MMP-2.
É bem conhecido o papel promo- Inibe a neoangiogênese tumoral.
tor do estrógeno na carcinogênese da Inibe a proteína kinase.
mama, entretanto também existem Inibe a proteína tirosino kinase
receptores de estrógeno na próstata (PTK).
e no cólon os quais podem promover Inibe a tirosina kinase.
a proliferação maligna destes órgãos Inibe a topoisomerase II.
(Weihua-2001, Foley-2000). Inibe a transcetolase – diminui
A ginesteina compete com o re- síntese de ribose.
ceptor do 17 beta-estradiol devido à Inibe a via Akt de resistência à
similaridade estrutural, resultando quimioterapia e radioterapia.
em atividade agonista (baixas doses) Inibe fatores pró apoptóticos:
ou antagonista (altas doses). A ati- Bcl-2, Bcl-XL, p21waf1 e survivina.
vidade antagonista provoca inibição Inibe o fator de crescimento epi-
da proliferação celular do câncer de dérmico: EGF.
mama e de próstata in vivo e in vitro Inibe o fator de crescimento se-
(Sarkar-2006a). melhante a insulina-I : IGF-I.

363
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Inibe o fator de crescimento-be- ção tende para a oxidação (excesso


ta: TGF-beta. de oxidantes, excesso de agentes
Inibe o NF-kappaB. aceptores de hidrogênio ou de elé-
Inibe o VEGF (vascular endothe- trons), à medida que a GSSG (gluta-
lial growth factor). tiona oxidada) é formada ela inibe a
Inibe parcialmente a G6PD – di- glicólise anaeróbia. A inibição da
minui a produção de NADPH. glicólise anaeróbia faz parar o ciclo
Reduz os sinais de transdução celular (mitose) e a conseqüência é a
pela diminuição do segundo mensa- diminuição da proliferação celular
geiro IP3. neoplásica com apoptose da célula
tumoral (Felippe-2004).
Glicose-6-fosfatodehidrogenase Quando o potencial redox é alto,
(G6PD) as células estão em estágio quies-
cente, sem proliferação. Quando o
O NADPH produzido na via das potencial redox é alto, isto é, quan-
pentoses é o principal agente redutor do o meio intracelular é oxidante se
intracelular, ele é o principal forne- formam pontes S-S de disulfeto (por
cedor de átomos de hidrogênio (elé- ex: GS-SG). Estas pontes estabilizam
trons) no citoplasma e o seu papel a estrutura tridimensional das pro-
fundamental é manter a glutationa teínas e nestas condições a proteína
em seu estado reduzido (GSH) o que retinoblastoma (RBp) está defosfori-
protege os grupos sulfidrilas e a inte- lada e portanto não ocorre a transcri-
gridade celular do excesso de radicais ção nuclear necessária para o avanço
livres de oxigênio. do ciclo celular e as células continu-
De fato, quando o meio intrace- am no estado quiescente, sem proli-
lular é redutor, isto é, o equilíbrio da feração. Fato importante é um outro
oxirredução tende para a redução efeito do potencial redox alto. Ele ini-
(excesso de antioxidantes, excesso de be o fator de transcrição nuclear NF
agentes doadores de hidrogê- nio ou KappaB, o qual diminui a proliferação
de elétrons), à medida que a GSSG celular, promove a apoptose da célu-
(glutationa oxidada) vai sendo la maligna e dificulta a neoangiogê-
formada ela é reduzida para GSH a nese tumoral (Felippe- 1990-1994-
qual ativa a glicólise anaeróbia que é 2003-2004-2005).
o motor da mitose, aumentando a Se o meio intracelular é manti- do
proliferação celular neoplásica. Este oxidante consegue-se bloquear a
meio redutor facilita a fosforilação proliferação celular maligna e a célu-
da proteína retinoblastoma, do NF- la pode entrar na fase G0 ou sofrer
kappaB e do importante fator de pro- citotoxicidade, posteriormente cami-
liferação celular : “mitogen-activated nhando para apoptose e /ou necrose.
protein kinase” (MAP kinase), todos É muito interessante saber que as
eles contribuindo para a proliferação células cancerosas requerem apenas
celular. um leve aumento do potencial redox
Quando o meio intracelular é oxi- para cessarem a proliferação, en-
dante, isto é, o equilíbrio da oxirredu- tretanto este leve aumento deve ser

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contínuo e ininterrupto até acontecer amônio (TM) diminuiu o número de


a apoptose, porque se houver queda metástases e melhorou a sobrevida,
do potencial redox restaura-se a fos- quando usado em conjunto com ou-
forilação da proteína retinoblastoma tros agentes (van Golen-2002).
e as células voltam a proliferar (Feli- Mecanismo de ação dos sais de
ppe -2004-2005). molibdênio:
Recentemente surgiram muitos Antiangiogênese:
trabalhos em animais de experi- inibe o fator de crescimento en-
mentação inoculados com células de dotelial vascular (VGEF);
câncer humano e estudos em cultu- inibe o fator 2 de crescimento do
ra de células neoplásicas humanas, fibroblasto;
mostrando que o meio intracelular diminui a produção de IL-1 alfa;
oxidante provoca parada do ciclo ce- diminui a produção de IL-6 Dimi-
lular e apoptose. Estes efeitos foram nui a produção de IL-8.
observados em mais de 20 tipos de inibição da atividade do NFka-
câncer humano incluindo: mama, ppa-B:
próstata, pulmão, astrocitomas, glio- diminui a proliferação celular
mas, tumores de cabeça e pescoço, diminui a angiogênese
tumores colo-retal, tumores de fíga- aumenta a apoptose.
do, tumores de pâncreas, carcinoma diminuição da atividade da SOD-
epidermóide, etc. (Felippe- 2004 – CuZn com aumento do potencial oxi-
2005)”. dativo intracelular.
Síntese dos mecanismos de ação
da Glicose-6-fosfatodehidrogenase: “Devido ao fato da resposta tera-
Acúmulo da proteína p53. pêutica ao sal de molibdênio somen-
Ativação da deoxiribonuclease. te se observar após 90 dias de trata-
Defosforilação da proteína reti- mento, sempre devemos acrescentar
noblastoma. outro tipo de estratégia anticâncer
Diminuição da atividade da fosfo- como o disulfiran, o benzaldeído, o
frutoquinase e diminuição do NADH. naltrexone, a glucana, o cálcio-EAP, a
Inativação do cdK1. hipertermia com radio freqüência
Inibição da Cdc25 fosfatase. localizada, a oxidação intratumoral
Inibição da expressão da proteí- sistêmica, etc.(Felippe-2004-2005-
na Bcl-2. 2006). Os sais de molibdênio têm
Inibição da MAP kinase. efeito sinérgico com a radioterapia e
Inibição da proteína-tirosina- a quimioterapia.”
kinase.
Inibição do fator de transcrição Somatostatina
nuclear NF-KappaB.
“A somatostatina ou fator inibi-
Molibdênio dor de liberação da somatotropina, é
um peptídeo de origem hipotalâ-
“No camundongo com câncer mica localizado em várias partes do
de próstata o tetratiomolibdato de sistema nervoso central, ilhotas de

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Langerhans e mucosa do trato diges- DNA elementos sem os quais não há


tivo superior. Entre as suas principais proliferação celular maligna.
ações destaca-se a supressão dos Inibe as principais enzimas do
seguintes hormônios: hormônio do ciclo das pentoses, G6PD e transce-
crescimento (GH), insulina, glucagon tolase.
e L-DOPA. Suprime a geração de GH dimi-
A somatostatina tem sido usada nuindo a síntese hepática do IGF-I e
no tratamento de tumores malignos, desta forma provoca a diminuição da
em processos inflamatórios como proliferação celular maligna, o au-
pancreatite e diarréia maligna e no mento da apoptose e a diminuição da
sangramento intestinal. neoangiogênese tumoral (Felippe
A somatostatina apresenta efeito – 2005 agosto).
antiproliferativo em vários modelos Suprime a insulina e provoca di-
animais e em vários tipos de linha- minuição da glicólise anaeróbia, mo-
gens de células malignas de seres tor da mitose.
humanos (Reubi - 1993).
Em 1990 descobriu-se que vários Selênio
tumores humanos como os de mama,
próstata, pâncreas, ovário e o menin- Zhong em 2001, mostrou o efeito
geoma. apresentavam receptores al- do selenito de sódio sobre células do
tamente específicos para a somatos- câncer de próstata humano LNCaP.
tatina (Srkalovic - 1990) , e que a sua Para comparar os efeitos agudos e
função era a de inibir o crescimento crônicos do selênio, o autor utilizou
tumoral nestes órgãos . De fato, já foi dois tipos de linhagens : uma adap-
demonstrado que a somatostati- na tada ao selênio por 6 meses e outra
inibe o crescimento do tumor de não adaptada. Após exposição aguda
próstata de rato, do tumor de mama ao selenito, ambas linhagens exibi-
de camundongos e do câncer pancre- ram lesão mitocondrial e morte ce-
ático de cobaia (Schally - 1990). lular por apoptose. Após exposição
Acredita-se que a somatostati- crônica as células mostraram inibição
na funcione como um inibidor das do crescimento provocada por pa-
enzimas, glucose-6-fosfatodehidro- rada do ciclo celular e somente leve
genase (G6PD) e transcetolase , as apoptose. Este trabalho nos mostra
quais estão envolvidas na síntese de que tanto o uso agudo como o crôni-
NADPH , principal agente redu- tor do co do selenito provocam efeitos ma-
intracelular e na síntese de ribose, léficos nas células do câncer de prós-
coluna dorsal dos ácidos nuclêicos tata humano. Shen em 2000 mostrou
necessários para a for- mação de RNA que o selênio pode funcionar de dois
e DNA no processo de proliferação modos sobre as células cancerosas:
celular maligna “. Síntese dos antioxidante , aumentando a geração
mecanismos de ação da de GSH ou como oxidante aumentan-
somatostatina: do a geração de H2O2. De fato, quan-
Diminui drasticamente a forma- tidades supra nutricionais de selênio
ção de ribose e portanto de RNA e em uma primeira fase aumentam os

366
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níveis de GSH como mecanismo de diminuir ou até abolir o efeito da vit.


defesa, porém, logo a seguir com a K3. A aspirina e a indometacina con-
continuidade e a permanência do se- seguem suprimir quase que por com-
lênio acontece grande produção de pleto a geração de radical superóxido
H2O2 , que acarreta drástica diminui- gerados pela menadiona.
ção do GSH e os efeitos citotóxicos
sobre a célula cancerosa. A superóxi- Vitamina C com a Vitamina K3
do desmutase, a catalase e a desfer-
roxamina atenuam significantemente A vitamina C e a vitamina K3 ad-
os efeitos apoptóticos do selênio.” ministradas na razão 100:1 exibem
atividade antitumoral sinérgica e
Vitamina K preferencialmente matam as células
tumorais por autoschizis. Esta dupla
“Existem 3 formas de vitaminas K de vitaminas induz ao bloqueio da di-
: vitamina K1 (filoquinona ou fitona- visão celular na fase G1/S, diminuí a
diona) , vitamina K2 (menaquinona) e síntese de DNA, aumenta a produção
vitamina K3 (menadiona). A vitamina de radical superoxido e de H2O2 e di-
K3 é a que possui maior atividade an- minuí severamente os níveis de GSH
titumoral mostrando inibição de 50% e de outros tiois celulares. Neste ín-
na formação de colônias em 86% dos terim ocorre aumento de 8 a 10 vezes
tumores humanos testados a 1 mi- na quantidade intracelular de cálcio
crograma/ml. Estes tumores incluem ionizado. As vitaminas K3 e C aumen-
o câncer de mama, de próstata , glio- tam o estresse oxidativo até ele se so-
mas , tumores de cabeça e pescoço, brepor à defesa antioxidante endóge-
etc. In vivo a atividade antitumoral na. Neste momento é que acontece a
necessita de doses relativamente liberação de cálcio ionizado o qual
altas . A vitamina K3 exerce efeito ativa a DNAase dependente de cálcio
antitumoral inibindo a atividade da , a qual provoca a clivagem do DNA. O
Cdk1. A ligação da vit. K3 à fosfatase Prof. Gilloteaux, descreve 3 pacientes
Cdc25 provoca a formação de Cdk1 com câncer de mama e um paciente
hiperfosforilado que é inativo o que com câncer de próstata com sobrevi-
subseqüentemente induz à parada da de longo prazo com o emprego da
do ciclo celular e a morte das células. dupla de vitaminas, C e K3.”
A vitamina K3 induz a parada do ciclo
celular e a morte da célula por inibir Vitamina D3
a Cdc25 fosfatase a qual promove o
acúmulo da proteína retinoblastoma A vitamina D3 (1,25 dihidroxivi-
inativa hipofosforilada e a Cdk1 inati- taminaD3) forma hormonal da vita-
va hiperfosforilada. A vit. K3 também mina D , possuí atividade anticâncer
induz apoptose por fragmentação do in vivo e in vitro. A noção que a vi-
DNA e aumento da expressão do tamina 1,25(OH)2-D3 desempenha
gene c-myc . Antioxidantes como a atividade anticâncer veio de estudos
acetilcisteína, catalase , superóxido epidemiológicos que mostraram cor-
desmutase e desferroxamina podem relação inversa entre a incidência e

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a malignidade do câncer de mama , induz a apoptose em células do carci-


de próstata e colorretal com a expo- noma prostático, in vitro. Obteve um
sição ao Sol, com a ingestão de vit. D índice de morte celular da ordem de
e com os níveis sanguíneos de me- 95% em 24 horas de incubação, das
tabólitos da vit. D. É bem conhecido células malignas com a dose de 480
que a vit D3 apresenta propriedade mcg/ml. Quando associou a vitamina
antiangiogênica frente a tumores só- C (200mcg/ml) obteve morte celular
lidos, incluindo os tumores de mama, superior a 90% usando somente 30 a
de próstata e de cólon. Takaku em 60 mcg/ml de glucana. O mecanis-
2001 mostrou elegantemente que a mo de ação proposto pelo autor foi a
vitamina D2 (ergosterol) também indução de estresse oxidativo nas
apresenta potente efeito antiangio- células tumorais.”
gênico. No sarcoma 180 no rato, Mais informações sobre este item
notou que o retardo do crescimento e contato com o Dr. José de Felippe,
provocado por uma fração lipídica do acessar site da Associação Brasileira
de medicina Complementar:
Agaricus blazei Murill era por antian-
www.medicinacomplementar.
giogênese e que o responsável por
com.br
esse efeito era o ergosterol presente
Trabalhos e publicações científi-
no extrato do cogumelo. O ergosterol
cas do dr. José de Felippe Jr. referen-
não possuí atividade in vitro contra o tes ao tema, incluindo os apresenta-
sarcoma 180. Takaku provou pela dos através do referido site:
primeira vez na literatura que um dos • Felippe JJ. Radicais Livres como
mecanismos anti tumorais dos Mecanismo Intermediário de
cogumelos é devido à presença de Moléstia. In Felippe Jr. Pron- to
vitamina D2. “ Socorro: Fisiopatologia
– Diagnóstico – Tratamento.
Beta glucana Ed.Guanabara –Koogan. 1168-
1173,1990.
“A beta glucana é um imunomo- • Felippe JJ. Estratégia Terapêuti-
dulador que foi muito estudado por ca de Indução da Apoptose, da
DiLuzio como bactericida, viricida, Inibição da Proliferação Celular
fungicida e anticâncer em animais de e da Inibição da Angiogênese
experimentação, pelos seus efei- tos com a Oxidação Tumoral Provo-
de aumentar a imunidade celular, a cada por Nutrientes Pró Oxidan-
imunidade humoral e a atividade das tes. Revista
células “natural killer”. Felippe Jr. • Felippe JJ. Eficácia da Indução
mostrou seus efeitos benéficos no Oxidante Intracelular e da Apli-
tratamento de infecções graves em cação de Radio Freqüência no
pacientes de UTI e também como Tratamento do Câncer: Estraté-
agente que diminuí drasticamente a gia Química e Física. Revista Ele-
incidência de infecção hospitalar trônica da Associação Brasileira
– pneumonia e septicemia - em po- de Medicina Complementar.
litraumatizados graves. Fullerton em • Felippe JJ . Em Busca do Me-
2000 mostrou que a beta glucana canismo de Ação Único para

368
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

o Tratamento das Doenças: Inibem o fator nuclear NF-ka-


Energia Livre - ATP. Um en- saio ppaB. Revista Eletrônica da As-
teórico com evidências sociação Brasileira de Medicina
experimentais. Revista Eletrô- Complementar.
nica da Associação Brasileira de • Felippe JJ. Substância Funda-
Medicina Complementar. mental: Elo Esquecido no Tra-
Biblioteca de Câncer. Janeiro. tamento do Câncer. Revista Ele-
Tema do mês de maio de 2003. trônica da Associação Brasileira
• Felippe JJ. Estratégia terapêuti- de Medicina Complementar.
ca de indução de apoptose, de • Felippe JJ. Tratamento do Cân-
inibição da proliferação celular e cer com Medidas e Drogas que
de inibição da angiogênese com Acordam Genes Silenciados pela
a oxidação intratumoral das cé- Metilação das ilhas CpG do
lulas cancerosas. Revista Eletrô- DNA. Felippe JJ. Fluidez da
nica da Associação Brasileira de
Membrana: possivelmente o
Medicina Complementar,
ponto mais fraco das células
• Felippe JJ . Eficácia da indução
malignas. Revista Eletrônica da
oxidante intracelular e da apli-
Associação Brasileira de Medici-
cação de radio freqüência no
na Complementar. Tema do mês
tratamento do câncer : Estraté-
gia Química e Física. Revista Ele- de maio de 2004.
trônica da Associação Brasileira • Felippe JJ. Desacetilação como
de Medicina mecanismo de controle epige-
• Felippe JJ. Estratégia terapêuti- nético do Câncer : Inibição da
ca de indução de apoptose, de Proliferação Celular Maligna,
inibição da proliferação celular Aumento da Diferenciação Ce-
e de inibição da angiogênese lular e Aumento da Apoptose.
com a oxidação intratumoral, Revista Eletrônica da Associação
provocada por nutrientes pro- Brasileira de Medicina Comple-
oxidantes . mentar. Tema do mês de julho
• Felippe JJ. Estratégia Oxidante de 2004.
Nutricional Antineoplásica.Re- • Felippe JJ. Metabolismo da
vista Eletrônica da Associação Célula Tumoral - Câncer como
Brasileira de Medicina Comple- um Problema da Bioenergética
mentar, Felippe JJ. O Controle Mitocondrial : Impedimento da
do Câncer com um Método Fosforilação Oxidativa - Fisiopa-
Muito Simples e Não Dispendio- tologia e Perspectivas de Trata-
so : Provocar a Hiperpolarização mento. Revista Eletrônica da As-
celular com Dieta Pobre em Só- sociação Brasileira de Medicina
dio e Rica em Potássio. Estraté- Complementar. Tema do mês de
gia Química e Física. Revista Ele- agosto de 2004.
trônica da Associação Brasileira • Felippe JJ. Metabolismo das
de Medicina Complementar. Células Cancerosas: A Drástica
• Felippe JJ. Tratamento do Cân- Queda do GSH e o Aumento da
cer com medidas e drogas que Oxidação Intracelular Provoca

369
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Parada da Proliferação Celular • Felippe JJ. Estão Contra Indica-


Maligna, Aumento da Apoptose dos nos Pacientes com Câncer.
e Antiangiogênese Tumoral Re- Revista Eletrônica da Associação
vista Eletrônica da Associação Brasileira de Medicina Comple-
Brasileira de Medicina Comple- mentar, Biblioteca de Câncer.
mentar. Tema do mês de setem- Tema da semana de 17/01/05.
bro de 2004.
• Felippe JJ . Estratégia Oxidante
Nutricional Antineoplásica . Re-
vista Eletrônica da Associação
Brasileira de Medicina Comple-
mentar, Biblioteca de Câncer.
Janeiro. Tema da semana de
30/10/04.
• Felippe JJ . Bloqueadores dos
canais de cálcio - mais um clas-
se de drogas perigosas para a
saúde : podem provocar câncer.
Revista Eletrônica da Associação
Brasileira de Medicina Comple-
mentar, Tema da semana de
04/11/04.
• Felippe JJ . Nicotinamida : Rele-
vante papel na prevenção e no
tratamento da carcinogênese
humana, porque regula o NAD+
celular . Revista Eletrônica da
Associação Brasileira de Medi-
cina. Biblioteca de Câncer. Tema
da semana de 27/12/04.
• Felippe JJ . Estratégia Terapêu-
tica para induzir a oxidação in-
tratumoral, inibir o NF-kappaB,
aumentar a fluidez de membra-
na, demetilar o DNA, acetilar o
DNA, ativar a delta-6 desaturase
e aumentar a oxigenação tissu-
lar para provocar : apoptose,
inibição da proliferação celular e
inibição da angiogênese das cé-
lulas transformadas. Revista Ele-
trônica da Associação Brasileira
de Medicina ComplementarTe-
ma da semana de 03/01/05.

371
Viscum album: o medicamento
antroposófico para o câncer e outras
patologias
Por Dr. Nilo Esvalter Cardin

A medicina antroposófica, ori- compressas, quirofonética, orien-


ginada da antroposofia de Rudolf tações nutricionais e de hábitos de
Steiner no início do século XX, é uma vida.
abordagem médico-terapêutica de No tratamento antroposófico
base vitalista e transdisciplinar que complementar do câncer, freqüen-
compreende o ser humano de modo temente se indica psicoterapia de
integral, ou seja, em seus âmbitos fí- suporte e reestruturação biográfica,
sico, psíquico e espiritual. assim como as terapias externas e
Os medicamentos antroposófi- massagem rítmica. No campo me-
cos são obtidos da natureza, dos rei- dicamentoso, a principal indicação é
nos mineral, vegetal e animal. Não há o Viscum album (VA). O intuito do
medicamento antroposófico sintéti- tratamento antroposófico do câncer
co, embora o médico antroposófico não é só eliminar as células tumorais,
recorra aos chamados medicamentos mas restabelecer a dinâmica saudá-
alopáticos quando necessário, assim vel do ser humano como um todo, o
como aos demais recursos conven- que significa um tratamento causal
cionais da medicina acadêmica, tais mais profundo.
como cirurgias e vacinas – por isso a O uso do VA representa uma
medicina antroposófica é conside- importante contribuição para a mo-
rada uma medicina complementar e derna oncologia, dado a sua ação
não alternativa. citotóxica e imunomodulatória am-
Não se concebe um medicamen- plamente estudadas1-8.
to antroposófico obtido de uma plan- Embora fosse um medicamento
ta geneticamente modificada, ou que conhecido de longa data, com diver-
em seu processo de produção foram sas indicações populares na Europa e
usados agrotóxicos, fertilizantes quí- na Ásia, sua primeira indicação para
micos ou herbicidas sintéticos. o tratamento complementar do
Além de medicamentos, o mé- câncer foi dada em 1917 por Steiner,
dico antroposófico lança mão de quando os primeiros pacientes com
outros recursos para restabelecer o carcinoma receberam preparados
equilíbrio abalado na enfermidade, injetáveis do extrato de VA. Nos úl-
de acordo com cada caso, como por timos 30 anos o VA se tornou a te-
exemplo, reestruturação biográfica, rapia complementar para o câncer
psicoterapia antroposófica, terapia mais largamente usada na Europa.9
artística, euritmia curativa, massa- O laboratório farmacêutico Weleda,
gem rítmica, terapias externas com fundado por Steiner e pela médica

371
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Ita Wegman, produz o extrato aquo- que pode ser influenciado pelas le-
so fermentado do Viscum album, que citinas) e aumentam a liberação de
na maioria dos países recebe o nome interferon-gama.
de Iscador, mas que no Brasil man- Como conseqüência, o VA pode
tém seu nome científico. melhorar as chances de cura do pa-
A monografia oficial do VA fei- ta ciente com câncer, aumentar o tem-
pela Comissão C do Ministério da po de sobrevida global e diminuir os
Saúde da Alemanha, indica esse efeitos adversos do tratamento
medicamento, de acordo com o co- convencional (quimioterápico ou ra-
nhecimento antroposófico do ser dioterápico), quando usado em asso-
humano e da natureza, para tumores ciação a este11-14.
malignos e não malignos, alterações No Brasil, os tipos disponíveis de
intercorrentes dos órgãos hemato- VA são:
poiéticos, para estímulo da atividade - Viscum album Q, que possui a
da medula óssea, profilaxia de recor- concentração maior de lecitinas e é
rência do câncer, estados pré-can- indicado geralmente para câncer de
cerosos definidos, doenças crônicas pulmão, próstata, trato digestivo e
como Crohn e artropatias10. hepatite C.
O VA usado no tratamento do - Viscum album M, indicado para
câncer é constituído pelo extrato da pacientes do sexo feminino, especial-
planta toda, o que implica numa mente nos casos de câncer de mama,
composição de grande complexidade útero e ovário.
química. Os principais componentes - Viscum album P, que possui a
identificados, de importância tera- menor concentração de lecitinas e
pêutica, são viscotoxinas, lecitinas e apresenta efeito predominantemen-
polissacarídeos. Essas substâncias te imunoestimulante. É indicado para
agindo de modo combinado têm efei- prevenção de infecções, para os
to antitumoral, imunoestimulante, tumores de pele e linfoma.
termorregulador, reparador de DNA Os três se apresentam na forma
danificado e analgésico, atestado por de ampolas de 1 ml, em dinamiza-
diversos estudos pré-clínicos, experi- ções que vão do D1 ao D5, aplicados
mentais e clínicos. Viscotoxinas têm em dose única diária, em região ab-
alta toxicidade contra a célula tumo- dominal lateral ou glútea, geralmente
ral mas não contra a célula normal, e de manhã aproveitando o aumento
aumentam significantemente a ativi- fisiológico da temperatura corpórea,
dade fagocítica de granulócitos. 2 ou 3 vezes por semana, durante
As lecitinas são inibidoras poten- longo tempo – ao menos 1 ano para
tes da síntese protéica ao nível dos o câncer e para hepatite C. Freqüen-
ribossomos, e são inativadas pelo temente se indica o VA por 5 anos.
trato digestivo, o que implica na obri- Geralmente o tratamento se ini-
gatoriedade do uso do VA por via pa- cia pela apresentação mais diluída,
renteral (subcutânea). ou seja, o D5.
Polissacarídeos estimulam a pro- A experiência clínica mostra que
liferação de linfócitos T CD4+ (efeito as doses precisam ser individualiza-

372
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

das, isto é, o médico deve manter a no dia seguinte. Este fenômeno de


dose ou esquema de doses que mais aquecimento acompanha o estímulo
trouxe bem estar ao paciente. Isso ao sistema imunológico e não deve
pode ser obtido com a alternância de ser medicado com antitérmicos. Se a
doses (por exemplo, D5 alternado na temperatura exceder os 38oC, outras
mesma semana com D2), com o causas de febre deverão ser investi-
esquema de redução progressiva da gadas e o tratamento com VA des-
dinamização, ou simplesmente man- continuado até que a febre desapa-
tendo-se uma só dinamização. reça – a menos que seja causada pelo
Durante o primeiro ano de trata- próprio tumor.
mento com VA, é recomendado man- O VA é contra-indicado quando
ter a continuidade das aplicações, se há alergia a algum dos componentes,
possível sem interrupções. Após o e em estados febris (a não ser causa-
primeiro ano, algumas pausas de 1 a dos pelo próprio tumor).
As precauções para seu uso di-
4 semanas devem ser feitas a cada 1
zem respeito à gestação e lactação
ou 2 meses de tratamento.
(pela falta de estudo clínico nessas
O tratamento com VA costuma
condições), inflamações agudas ou
ser bem tolerado pelos pacientes na
febre acima de 38oC (não causada
grande maioria dos casos. É espera-
pelo próprio tumor), tuberculose
do que reações inflamatórias leves e ativa, hipertireoidismo descompen-
transitórias se desenvolvam no local sado, tumores primários ou metastá-
de aplicação, como parte da ação ticos no sistema nervoso central sem
imunoestimulante do medicamento, tratamento específico para hiperten-
especialmente com D1 e D2. No local são craniana (pois o VA pode provo-
da injeção subcutânea pode desenvol- car reação inflamatória peritumoral e
ver-se induração levemente dolorosa dessa forma, aumentar o edema em
e hiperemiada que normalmente não tecido nervoso).
interfere nas atividades do paciente e Crianças devem receber doses
que costuma desaparecer após 1 dia, proporcionais ao peso, iniciando-se
sem deixar seqüelas. Quando neces- com doses mais baixas.
sário, recomendam-se compressas Referências Bibliográficas do tex-
locais com calêndula na forma de to do Dr. Nilo Cardin
creme ou tintura para uso externo. Se 1. Frantz M; Jung ML; Ribereau-
o diâmetro da reação local exceder 5 Gayon G; Anton R. Modulation of
cm, é aconselhável esperar os sinais mistletoe (Viscum album L.) lectins
inflamatórios locais desaparecerem cytotoxicity by carbohydrates and se-
para se proceder à aplicação seguin- rum lycoproteins. Arzneimittelforsc-
te, numa dose 50% menor. hung; 50(5):471-478, 2000.
Também pode haver aumento da 2. Hajto T, Hostanska K, Saller R.
temperatura corpórea, que a ri- gor Mistletoe therapy from the pharma-
não se trata de um efeito adver- so, cologic perspective. Forsch Komple-
mas desejável. Geralmente há mentarmed; 6(4):186-194, 1999.
acréscimo de 0,5 a 1oC na tempera- 3. Vehmeyer K; Hajto T; Hostan-
tura corpórea após a aplicação e/ou ska K; Könemann S; Löser H; Saller R;

373
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Wörmann B. Lectin-induced increase der Kommission C. Filderstadt: Ge-


in clonogenic growth of haematopoi- sellschaft Anthroposophischer Ärzte
etic progenitor cells. Eur J Haematol; in Deutschland, pp.945-946, 1999.
60(1):16-20, 1998. 11. Kiene H. Klinische Studien zur
4. Edlund U; Hensel A; Fröse D; Misteltherapie karzinomatöser Er-
Pfüller U; Scheffler A. Polysaccha- krankungen. Therapeutikon; 6:347-
rides from fresh Viscum album L. 353, 1989.
berry extract and their interaction 12. Kleijnen J; Knipschild P. Mis-
with Viscum album agglutinin I. Arz- tletoe treatment for cancer: Review
neimittelforschung; 50(7):645-651, of controlled trials in humans. Phyto-
2000. medicine; 1:255-260, 1994.
5. Stein GM; Edlund U; Pfüller U; 13. Kienle GS; Berrino F; Büssing
Büssing A; Schietzel M. Influence of A; Portalupi E; Rosenzweig S; Kiene
polysaccharides from Viscum album H. Mistletoe in cancer - a systematic
L. on human lymphocytes, mono-
review on controlled clinical trials.
cytes and granulocytes in vitro. Anti-
Eur J Med Res; 8(3):109-119, 2003.
cancer Res; 19(5B):3907-3914, 1999.
14. Kienle GS, Kiene H. Comple-
6. Jordan E; Wagner H. Structure
mentary cancer therapy: a systematic
and properties of polysaccharides
from Viscum album (L.). Oncology; 43 review of prospective clinical trials on
Suppl 1:8-15, 1986. anthroposophic mistletoe extracts.
7. Romagnoli S; Fogolari F; Cata- Eur J Med Res; 12:103-119, 2007.
lano M; Zetta L; Schaller G; Urech K;
Giannattasio M; Ragona L; Molinari H. Complementos sobre viscum album
NMR solution structure of viscotoxin no câncer e em outras patologias
C1 from Viscum album species Color-
atum ohwi: toward a structure-func- Conforme as informações do tex-
tion analysis of viscotoxins. Biochem- to anterior, do Dr. Nilo Cardin, o vis-
istry; 42(43):12503-12510, 2003. cum álbum (visco branco) injetável é
8. Stein GM, Schaller G, Pfuller U, um medicamento fitoterápico pro-
Schietzel M, Bussing A. Thionins from duzido pela Weleda do Brasil (com
Viscum album L: influence of the vis- sedes em quase todos os países), se-
cotoxins on the activation of granulo- gundo a farmacotécnica da medicina
cytes. Anticancer Res; 19(2A): 1037- antroposófica (regulamentada pelo
1042, 1999. CFM), devidamente legalizado e de
9. Moschèn R; Kemmler G; Sch- uso autorizado e generalizado, por
weigkofler H; Holzner B; Dünser M; médicos, em todo o país.
Richter R; Fleischhacker WW; Spern- Os principais componentes, de
er-Unterweger B. Use of alternative/ Importância terapêutica, já identifi-
complementary therapy in breast cados, são lecitinas, viscotoxinas e
cancer patients - a psychological polissacarídeos, que agem de modo
perspective. Support Care Cancer; combinado, com efeito antitumoral e
9(4):267-74, 2001. imunoestimulante. As viscotoxi- nas,
10. Anthroposophische Arzneim- ou tioninas, são polipeptídeos
ittel - Aufbereitungsmonographien básicos compostos por seis sub-tipos

374
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

de peptídeos de baixo peso molecu- Foram descobertas 3 lecitinas no


lar, ricos em aminoácidos alcalinos, viscum album: ML-I, ML-II, e ML-III. A
portanto com afinidade pelos ácidos primeira liga –se especificamente a
nucléicos. Estas substâncias têm alta carboidratos ou glicoconjugados con-
toxicidade contra célula tumoral1 e tendo D-galactose6, sendo a lectina
aumentam significantemente a ativi- mais freqüente. A ML-II e MLIII têm
dade fagocítica de granulócitos2. afinidade para a N-acetilgalactosami-
As viscotoxinas interagem com na, sendo a ML-III a mais citotóxica in
fosfatidilserina fosfolipídica ácida vitro7. A ML-I tem efeito citostático
(FFA) da membrana celular e modifi- em cultura de células tumorais, induz
cam sua organização supramolecular, apoptose, aumenta a secreção de ci-
resultando em sua citotoxicidade. As toquinas pró-inflamatórias, estimula
a proliferação e a atividade das célu-
células tumorais expressam 7 a 8 ve-
las natural killer (NK)8 e aumenta a
zes mais FFA que células não-tumo-
proliferação de células progenitoras
rais, o que explica a especificidade da
hematológicas9 ML-II induz a mor- te
ação citotóxica. Isso foi bem estu-
celular por apoptose seletiva em
dado com a viscotoxina A3, uma das
células tumorais e não em linfócitos
três viscotoxinas mais abundantes no normais10.
extrato do viscum album, junto com
Como as lecitinas são inativadas
a A2 e B3. pelo trato digestivo, há a necessida-
As lecitinas são glicoproteínas de do uso do viscum álbum por via
inibidoras potentes da síntese pro- parenteral (ver adiante).
téica ao nível dos ribossomos, con- Conforme apontado pelo Dr. Nilo
tendo uma cadeia A tóxica e uma Cardin, os polissacarídeos do viscum
cadeia 8 carboidrato-ligante, unidas álbum têm função imunoes-
por uma ligação dissulfeto, como ou- timulante, interagindo com a leci-
tros membros desta família incluindo tina ML-I2611 e estimulam in vitro a
a ricina — a melhor caracterizada do proliferação de linfócitos T CD4+,
grupo de toxinas de plantas relacio- aumentam a liberação de interferon-
nadas. A cadeia A é a parte catalitica- gama e interleucina 6, esta de modo
mente ativa, enquanto que a cadeia B transitório12.
é responsável pela ligação da toxi- na Pesquisas e aplicações do viscum
ao receptor na superfície da célula album
neoplásica. Após essa ligação, ocorre Em 1989, Kiene13 publicou a pri-
a endocitose da lectina, que é levada meira meta-análise, seguido de Klei-
à rede trans-golgi e desta ao retículo nen e Knipschild (1994)14. Foram 46
endoplasmático, onde sofre trans- estudos clínicos sobre o tratamento
locação e a sub-unidade A ligada ao com viscum álbum para casos de cân-
dissulfeto vai para o citossol encon- cer, dos quais 35 foram controlados.
trando seus substratos. A grande po- Foram considerados 12 expressivos,
tência dessas toxinas é evidenciada 14 não expressivos e 9 incertos. To-
pelo fato de que poucas moléculas dos esses 12 estudos mostraram van-
no citossol são suficientes para matar tagem no uso do preparado, sendo 9
a célula tumoraI4,5. estatisticamente significantes.

375
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

A meta-análise de Kleijnen & estudo mostrou resultado positivo


Kipschild foi mais criteriosa em rela- estatisticamente significante, 2 ten-
ção à metodologia científica e pon- dência positiva e 3 sem efeito. Sobre
tuou os trabalhos de acordo com as qualidade de vida, há 3 estudos com
10 seguintes características (0 a 10 efeito positivo estatisticamente signi-
pontos): doença bem descrita (diag- ficante e 1 sem efeito. E finalmente,
nóstico, estádio, duração, terapias qualidade de vida em relação aos
prévias); pelo menos 50 pacientes efeitos colaterais da terapia citorre-
por grupo; pré-estratificação em in- dutora, 3 mostraram efeitos positivos
dicadores prognósticos relevantes; estatisticamente significativos.
alocação randômica; apresentação Grossarth-Nlaticek e colabora-
de características básicas relevan- dores mostraram, em estudo com
tes; menos de l0% de desistências; 10.226 pacientes com câncer de
intervenções bem descritas; duplo várias topografias, que o uso do vis-
cego; efeitos mensuráveis relevantes cum album apresenta benefícios em
termos de aumento da sobrevida
e bem descritos; apresentação de re-
global estatisticamente significante
sultados de tal maneira que a análise
em carcinoma de cólon, reto, mama
pode ser checada pelo leitor. Como
e pulmão de pequenas células. Para
resultado, 11 estudos clínicos foram carcinoma de pulmão não-pequenas
pontuados, sendo 4 com resultado células e estômago e houve uma
significante a favor do viscum álbum tendência (P de 0,5 e 0,6, respectiva-
(sobre tumores colorretal, brônquico mente) sugerindo sobrevida maior no
e mamário), 6 com tendência e 1 sem grupo tratado com o preparado16.
benefício. Todos os demais trabalhos
receberam nota zero, até a data da- Câncer de Mama
quela publicação (1994).
Em 2003, Kienle e colaboradores A Dra. Rita Leroi mostrou que
revisaram estudos clínicos prospectivos após tratamento cirúrgico para car-
quanto à evidência de eficácia da tera- cinoma de mama estádio 1 e II, os
pia com viscum álbum para o câncer15. pacientes que receberam viscum
Foram identificados 23 estudos, álbum injetável (Iscador®) tiveram
sendo 16 randomizados, 2 quasi-ran- maior sobrevida global aos 10 anos
domizados e 5 não-randomizados. (P<0,01) do que os que não recebe-
Em relação à sobrevida global, 8 ram (n=228)17.
estudos mostraram resultados posi- Em recente publicação, Bock e co-
tivos estatisticamente significantes, 8 laboradores estudaram 1.442 pacien-
mostraram tendência positiva e 4 tes com câncer de mama não-metas-
mostraram ausência de efeito. Dos tático (estádio I a III) de 16 centros da
estudos que avaliaram a sobrevida Alemanha e Suíça. Após cirurgia, as
livre de doença, nenhum obteve sig- pacientes receberam viscum ál- bum
nificância estatística: 1 estudo mos- complementar ao tratamento
trou tendência positiva, 3 mostraram convencional e foram comparadas ao
10 ausências de efeito e 1 tendência grupo controle sem o prepara- do.
negativa. Em relação à remissão, 1 Ajustado pelos fatores de risco,

376
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

o grupo que recebeu viscum album po que usou viscum álbum em rela-
teve maior sobrevida global estima- ção aos que não receberam terapia
da aos 12 anos e significantemente adjuvante ou que receberam outras
menos efeitos adversos ao tratamen- terapias adjuvantes. Pacientes mais
to convencional (16,3% comparado a jovens (<75 anos) e com doença até
54,1% do grupo controle). O tempo o estádio III responderam melhor ao
mediano de duração do tratamento viscum album22.
com VA foi de 52 meses18. Em 101 pacientes com carcino-
O tratamento de 36 pacientes ma colorretal inoperável foi usado
com câncer de mama com VA (1 ng/ viscum álbum, comparados a 54 pa-
kg de peso de lectina padronizada 2 Cientes sem a medicação. A sobrevi-
vezes por semana por 12 semanas) da global em 1 ano foi de 54% para o
elevou significantemente (P<0,005) a grupo viscum álbum e 24% para o
concentração plasmática de beta- grupo controle23.
endorfina, reduziu a leucopenia pós-
quimioterapia e aumentou a atividade
Câncer de Pulmão
de linfócitos T e de células NK. Análise
estatística dos dados (pela correlação
O tratamento com viscum álbum
de Spearman) mostrou correlação
entre atividade de linfócitos T e cé- para carcinoma brônquico (apenas 1
lulas NK e níveis de beta-endorfina caso de carcinoma de pequenas
plasmática, sugerindo forte conexão células) operado foi estudado pros-
entre sistema imune e neuro-endócri- pectivamente por Salzer e Havelec,
no19,20. comparando 37 pacientes tratados a
40 controles sem terapia adjuvante.
Câncer Gástrico Após 6 anos, 38,5% dos pacientes do
grupo que usou viscum álbum
Em estudo retrospectivo, Gün- estavam vivos contra 15% do grupo
czler e colaboradores compararam controle24.
67 pacientes que receberam viscum
álbum com 101 pacientes do grupo Câncer de Ovário
controle, após gastrectomia para
carcinoma gástrico e encontraram Um dos artigos considerados pela
sobrevida global aos 5 anos significa- meta-análise citada de Kiene como
tivamente maior no grupo que usou expressivo foi o estudo de Hassauer e
o medicamento21. colaboradores em carcinoma de ová-
rio, com 25 pacientes recebendo tra-
Câncer Colorretal tamento pós-operatório com viscum
álbum, comparados a 22 pacientes
A análise retrospectiva do viscum que receberam Cytoval® (citostático
album em pacientes com carcinoma usado na época do estudo). O grupo
de cólon e reto operados, feita por que usou o viscum album apresentou
Hellan e colaboradores, mostrou au- vantagens na sobrevida global aos 5
mento significativo da sobrevida e anos (16,7% contra 5,6%, respectiva-
diminuição das recorrências no gru- mente25.

377
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Outros estudos com câncer33. Estudos mostram que


esses pacientes têm tendência a tem-
Outros estudos são descritos em peraturas corpóreas mais baixas que
literatura sobre o tratamento com pessoas normais. O uso do viscum
VA, com menores casuísticas. Para o álbum pode promover um aumento
glioma maligno estádios III e IV, o uso na temperatura corpórea de cerca de
da ML-I aumentou a sobrevida glo- 1°C ou mais, logo após a aplicação e/
bal do grupo de tratamento quando ou na seguinte. Processos Inflama-
comparado ao controle26. tórios inespecíficos são estimulados
Há pesquisas desse teor também com o aumento da temperatura cor-
para o tratamento complementar do pórea, como ativação de fagócitos e
câncer de bexiga, colo de útero, pân- células NK, produzindo efeito imuno-
creas, leucemias e linfomas27. lógico benéfico34.

Imunomodulação Hepatite C

O viscum álbum tem efeito imu- Um estudo com 5 pacientes com


noestimulante, aumentando o nú- hepatite C crônica recebendo viscum
mero e atividade de linfócitos, cé- álbum durante 12 meses mostrou ser
lulas NK, monócitos e macrófagos, esse tratamento bem tolerado35.
maturação e diferenciação de linfó- Posteriormente, Huber e colabora-
citos CD4+ auxiliadores27,28 além do dores usaram o remédio (Abnobavis-
estímulo direto à migração e dis- cum®) em 25 pacientes com hepatite
tribuição tecidual de linfócitos T, com C crônica com TGO elevada, durante
maior atividade locomotora de célu- 9 meses; após 6 meses de observação
las CD4+ do que CD8+49 e estímulo à clínica. Não houve mudança na do-
proliferação e atividade fagocítica de sagem de TGO tampouco carga viral
granulócitos29,30. durante o período do pré-tratamento
O viscum álbum produz altera- ou do tratamento. Sintomas próprios
ções funcionais na microcirculação da doença (cansaço, mialgia, sensa-
de tecidos imunologicamente ativos, ção de plenitude em hipocôndrio di-
ocasionando aumento na tendência reito) melhoraram significantemente
da adesão de leucócitos, determi- após 2 meses de viscum álbum, ocor-
nantes para o início da reação imu- reu eosinofilia entre o 2° e o 6° mês
nológica31. Em relação à imunidade de tratamento 36.
humoral, o viscum álbum induz a li- Neste estudo é importante consi-
beração de citoquinas pró-inflamató- derar que só foram verificadas as ta-
rias, como fator de necrose tumoral xas de TGP e não dos das demais tran-
alfa, IL-1, IL-2 e IL-6.32. saminases e marcadores hepáticos.
Além disso, o período de avaliação foi
Termorregulação curto demais para a redução da carga
viral, mas a melhoria dos sintoma e a
Alguns autores consideram caó- eosinofilia são significativos.
tica a termorregulação nos pacientes

378
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

HPV - Infecção pelo papiloma vírus O uso concomitante de antiinfla-


matórios do viscum album. Além dis-
A displasia cervical uterina é con- so, até o momento não com viscum
siderada uma lesão pré-cancerígena e álbum podendo ser administrado
está associada à presença do papi- hormonioterapia. Tampouco há res-
lomavírus humano (HPV). Em estudo trições.
coordenado pelo Dr. Robert Gorter, 100 Pode diminuir a atividade imu-
pacientes com displasia cervical recebe- noestimulante foram relatadas In-
ram 2 doses semanais de viscum álbum terações medicamentosas durante
(Iscador®) durante 6 meses. Inicialmen- quimioterapia, radioterapia ou para
te 100% das pacientes tinha papanico- o uso no pré-operatório.
laou classe IIID. Após 6 meses de terapia
77% havia melhorado (19% apresenta- Contra-indicações:
va classe 1 e 58% classe II) e apenas 23%
mantinha-se na classe IIID37. O viscum álbum é contra-indica-
do nas seguintes situações clínicas:
HIV/SIDA Alergia a algum dos componen-
tes.
Stoss e colaboradores38 aplica- Estados febris (a não ser pelo
ram viscum álbum em 30 pacientes próprio tumor).
HIV-positivos por 18 semanas, em Cuidados necessários:
doses escalonadas (até 0,1 mg/kg de 1- Hipersensibilidade ao medica-
peso corpóreo), mostrando aumento mento: Nestes casos deve-se proce-
na contagem de linfócitos CD3+ sem der à dessensibilização.
aumento na população de linfócitos 2- Inflamações agudas ou febre
CD8+ ou eosinófilos. O tratamento acima de 38°C (que não causada pelo
foi bem tolerado pelos pacientes. Van próprio tumor): O tratamento deve
Wely e colaboradores39 chegaram á ser interrompido até que os sintomas
mesma conclusão, após 8 meses de tenham desaparecidos.
tratamento em 16 pacientes HIV- 3- Tuberculose ativa e hiperti-
positivos. Os efeitos adversos (leves) reoidismo descompensado.
foram: resfriado, gengivite, febre, eri- - Tumores primários ou metastá-
tema local, eosinofilia, aumento dos ticos no sistema nervoso central com
níveis de uréia e diminuição leve da risco de hipertensão craniana: O vis-
albuminemia. Nenhum paciente teve cum álbum pode provocar reação in-
progressão no estádio da doença. flamatória peritumoral e dessa forma
aumentar o edema em tecido nervo-
Outras indicações: so. Se sinais de hipertensão intracra-
niana aparecem, a possibilidade do
O viscum álbum também é indi- uso de diuréticos e corticosteróides
cado, com base em sua ação imuno- deve ser avaliada. Se o tratamento
moduladora, em síndrome da fadiga com VA não puder ser interrompido,
crônica40 e poliartrite crônica41. usá-lo com cautela e doses mínimas.
Interações medicamentosas Uso pediátrico:

379
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Crianças devem receber doses K, Rouge P, Darbon ti. Comparative


proporcionais ao peso, iniciando-se membrane interaction study aí vis-
com doses mais baixas. Não exceder cotoxins A3, A2 and B from mistle-
a dose de 50 mg ao dia. toe (viscum aibum) and connections
Informações complementares with their structures. Biochem 3; 374
O uso do Iscador® faz parte do (Pt 1): 71-78, 2003.
programa de tratamento comple- 4. Agapov II, Tonevitsky AG,
mentar do câncer do Royal London Moysenovich MM, Maluchenko Nv,
Homoeopathic Hospital do Instituto Weyhenmeyer R, Kirpichnikov MP.
Hiscia e Lukas Klinik, Suíça, da Clíni- Mistletoe lecitin dissociates into
ca Tobias e Clínica Vivenda Sant’Anna catalytic and binding subunits before
no Brasil e diversos outros centros translocation across the membrane
homeopáticos, antroposóficos e fito- to the cytopiasm. FEBS Lett; 452(3):
terápicos bem conceituados. 211-214, 1999.
Segundo Julian,42 os primeiros 5. Lord 3M; Roberts LM. Taxin en-
experimentos de patogenesia com try: retrograde transport through the
VA foram feitos por Proil, Stager, secretor’,’ pathway 3 Cei! Biol;140(4):
Schier e Black na segunda metade do 733-735, 1998.14.
século XIX, usando tintura mãe e 6. Kaliks B. O tratamento do cân-
dinamizações baixas. Stockebrand e cer na Medicina Antroposófica: uni
Kass fizeram experimento em 17 pes- estuda biográfico. Ampliação da Arte
soas com Dl, D2, D3, D14, D15 e D30. Médica; 1: 7-20, 1993.
Boericke recomenda o uso do VA em 7. Frantz M; Jung ML; Ribereau-
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381
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

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383
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

383
Índice de assuntos
(refazer paginação Mb1)

Para distúrbios, produtos e


componentes dos produtos

Azul de metileno mb1


A

Açaí 55, 56
Acidente vascular cerebral 297
Ácido ascórbico 119
Ácido fólico 119, 270, 277, 302
Ácido linolêico conjugado 201
Ácido para-aminobenzóico 239
Ácido ursólico Mb1
Acne 297
Agar-agar 72
AIDS 11, 62, 63, 87, 88, 108, 161,
163, 174, 186, 189, 194, 195,
221, 243, 298
Alcoolismo 298
Alga Espirulina 216
Algas 205, 212
Alginato 72
Alho 57, 298, 301, 303, 304, 305,
306, 307, 310, 344
Alopécia 299
Alzheimer, mal de 300
Amenorréia 301
Amidalite 302
Aminoácidos 7, 75, 77, 97, 139, 140
Anemia 302
Angélica 162, 172, 173, 315, 319,
326
Angina pectoris 303, 329
Arteriosclerose 304, 308
Artrite 195, 304, 305
Artrite reumatóide 195, 305
Artrose 195, 306
Asma 307
Astrágalo 163, 298
Aterosclerose 308
Aveia 65
385
307, 309, 321, 330, 340, 346
B
Babosa 163, 309, 311, 312, 317,
318, 323, 330, 348
Beta-caroteno 120
Betaína 210, 299, 314, 317, 319,
320, 326, 340, 341
Bioflavonóides 104, 119, 210, 228,
243, 247, 298, 299, 300, 301,
303, 304, 305, 306, 307, 308,
310, 311, 313, 317, 320, 321,
323, 324, 325, 326, 327, 328,
330, 331, 332, 334, 337, 340,
341, 342, 343, 344, 346, 349
Biominerais marinhos 205, 206
Biotina 117, 121
Boro 125, 206
Boswellia serrata
Bromelaína 154, 155, 165
Bromélia 165
Bronquite comum 308
Buchu 165, 312, 325, 345
Bursite 308
C
Cálcio 56, 75, 77, 123, 125, 132,
206, 278, 301, 302, 303, 304,
305, 306, 307, 308, 310, 314,
316, 317, 320, 321, 323, 328,
331, 332, 334, 337, 340, 341,
342, 343, 344, 345, 349
Câncer 26, 58, 62, 70, 76, 195, 309,
346, 347, 357, 368, 369, 370,
376, 377
Cárie dentária 310
Carnitina 142, 212, 301, 303, 304
Carotenóides 212
Cartilagem de tubarão 305, 306,
386
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Caspa 311 301, 314, 320, 340, 345


Catarata 310
Cefaléia 312
Celulose 71
Ciática 311
Cirrose hepática 312
Cisteína 143
Cistite 312, 387
Clorela 206, 208, 216, 298, 300,
302, 304, 305, 306, 309, 310,
311, 312, 314, 316, 318, 319,
320, 321, 323, 324, 326, 327,
328, 330, 331, 333, 334, 338,
340, 341, 342, 343, 344, 349
Clorofila 215, 388
Cobre 77, 126, 206, 278, 305, 306,
307, 310, 314, 316, 319, 320,
321, 328, 331, 334, 338, 340,
341, 343, 344, 345, 349
Coenzima Q10 38, 203, 216, 217,
301, 303, 304, 305, 306, 307,
309, 310, 313, 314, 316, 317,
320, 321, 324, 325, 326, 327,
328, 330, 331, 338, 340, 341,
342, 343, 345, 349
Cogumelo do sol 73
Cogumelos 73
Colesterol, excesso de 313
Colina 121, 313
Colite nervosa 311
Complexo B 147, 298, 303, 304,
305, 306, 307, 313, 314, 316,
317, 318, 319, 320, 321, 323,
325, 326, 327, 328, 329, 331,
334, 338, 340, 341, 342, 343,
344, 349
Crisina Mb1
Cromo 77, 127, 206, 278, 310, 314,
328, 334
Cúrcuma
Curcumina
D
Depressão 236, 313
DHA 199, 219, 230, 231, 232, 301,
361
DHEA 182, 219, 220, 221, 222, 223,
387
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Diabetes 51, 202, 203, 314 ferro 35, 40, 44, 45, 55, 57, 65, 75,
Diarréia 288, 290 83, 97, 122, 127, 128, 129,
Dimetionina 223 130, 134, 207, 209, 215, 239,
Dióxido de cloro - MMS 271, 272, 277, 278, 280, 302
Dismenorréia 315 Ferro 56, 77, 128, 206, 278, 302,
Diverticulose 316 310, 316, 338, 348
DMAE 223 Fibras 56, 69, 77, 279, 313, 314,
DMG 111, 112, 224, 299 317, 319, 343
DMSO 224 Fibromialgia 51, 195, 322
Doença celíaca 317
Dong Quai 315
E
Eczema 317
Efedra 173
Ejaculação precoce 318
Enxaqueca 312, 318
Enzimas do mamão
156
EPA 199, 224, 230, 231, 232, 361
Erva-de-são-joão 299, 308, 318, 321
Esclerose múltipla 319
Espirulina 208, 216, 305, 306, 320,
321, 323, 328, 331, 334, 338,
340, 341, 342, 343, 344, 349
Estresse 13, 28, 29, 43, 44, 47, 82,
93, 96, 106, 110, 120, 122,
123, 127, 128, 130, 132, 137,
138, 142, 146, 147, 150, 168,
179, 216, 297, 299, 303, 304,
312, 316, 318, 320, 321, 327,
328, 332, 342, 343, 349, 351,
367, 368
F

Febre reumática 195, 321


Feno-grego 298, 307, 308, 339, 344
388
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Fibrose cística 322 Insônia 80, 329


Flebite 287, 290, 322 Iodo 131, 279
Fosfatidilcolina 224 Ioimbina 228
Fosfatidilserina 224, 301, 314
Fósforo 56, 77, 130, 206
Frutose 227
Fucus vesiculosus 208, 209
G

Ganoderma 73, 74, 305, 306, 309,


314, 320, 321, 330, 334, 338, 340,
341, 343, 346, 347
Garcínia 176
Gastrite 323
Gengibre 75, 176, 308, 312, 346
Gengivas, sangramentos das 324
Ginkgo biloba 177, 301, 303, 304,
313, 338, 349
Ginseng coreano 301, 318, 345, 346
Ginseng siberiano 180, 325, 328,
347
GLA 165, 185, 199, 227
Glaucoma 324
Glutamina 213, 227, 264, 299
Glutationa
Gomas 72
Gota 324
Gripe 325
Guar 228
Gymnema silvestre 314
H
Hemicelulose 71
Hemorróidas 92
Hepatite 195, 325, 378
Herpes simples 326, 327
Herpes zoster 327
Hesperidina 228, 247
Hipericina 228
Hipérico 171, 181, 228
Hipertensão arterial 327
Hipoglicemia 80, 328
I
Impotência sexual 328
Inositol 122, 313
389
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

L Melatonina 233, 279, 314, 329, 338


Menopausa 332
Lecitina 228, 297, 299, 300, 301, Mentol 235
302, 303, 304, 305, 306, 307, Metais pesados, intoxicação por 332
313, 315, 317, 320, 321, 322, Metionina 145, 223
323, 332, 338, 340, 341, 343, MSM - Metilsulfonilmetano
345, 346 Mirtilo 83, 302, 310, 339, 345
Leucemia 195, 329 Molibidênio 134
Leucorréia 330, 347
Licopeno 212, 229, 230, 299, 301,
303, 304, 309, 330, 331, 338,
339, 347, 348
Lignina 71
Linhaça 76
Linho 76
Lipase 154, 230
Lisina 145, 278, 326
Lugol
Lúpulo 232, 327, 329
Lupus eritematoso sistêmico 331
Luteína 212, 233, 310

M
Magnésio 56, 77, 131, 206, 259,
260, 279, 301, 302, 303, 304,
305, 306, 307, 308, 309, 310,
311, 315, 316, 317, 318, 319,
320, 321, 322, 323, 326, 327,
328, 330, 331, 332, 334, 338,
339, 340, 341, 342, 343, 344,
345, 346, 348, 349
Maitake 73, 309
Mamão 77, 155
Manganês 77, 133, 206, 302, 315,
316, 321, 332, 345, 346
Manitol 233
Mastite 332
Mel 78
390
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

Mononucleose infecciosa 334 R


Mucilagens 72 Resveratrol 104, 245
Musgo irlandês 209 Rinite 340
Rutina 228, 247
N
S
NADH 235, 236, 237, 238, 239, 314,
365 Sais biliares 247
Niacina 110, 122, 278, 301, 310, Saw palmetto 183, 318, 328, 339,
311, 324, 345 347
Niacinamida 122 Selênio 77, 135, 206, 259, 279, 302,
308, 309, 311, 315, 316, 318,
O
319, 320, 321, 326, 328, 330,
Óleo de peixes 199, 219, 224, 230, 331, 332, 334, 338, 339, 340,
310, 311, 323, 325, 326, 327 341, 343, 345, 346, 347, 366
Omega 3 13, 83, 200, 231, 232, 315, Serenoa 183
359 Síndrome da fadiga crônica 340
Omega 6 200, 232 Síndrome de Guillain-Barré 341
Omega 9 205, 232 Síndrome do cólon irritável 342
Osteoporose 132, 168 Síndrome Pré-menstrual 343
Ozonio mb1 Sinusite 340, 343
Soja 93
P
T
PABA 38, 120, 207, 239, 301
Papaína 154, 156 Transtorno Disfórico Pré-menstrual
Pau d’arco 182, 184, 309, 323, 330, 343, 344
348 Triptofano 147, 278
Pectina 70 Tumores de mama 345, 348
Pepsina 156 Tumores do útero 347
Pimentas 89, 92
Pólen de flores 92, 318 U
Potássio 56, 77, 134, 206, 279, 315,
Úlceras gástricas 192, 348
320, 341, 345, 369
Unha-de-gato 185, 299, 302, 305,
Prímula 165, 185, 199, 227
306, 307, 308, 309, 311, 315,
Pirroloquinolina quinona (PQQ) 322, 323, 325, 326, 330, 331,
Própolis 239, 240, 298, 302, 309, 339, 344, 346, 347
334 Uretrite 312
Próstata, hipertrofia da 338 Uva 95, 194, 246, 302, 312
Próstata, hipertrofia da (HPB) 338 Uva ursina 194, 302, 312
Proteínas do soro do leite 298
Psoríase 51, 339
Q

Quercetina 228, 243, 247


Quitosana 69, 243, 304, 313
391
GUIA PARA A PRESCRIÇÃO EM NUTROLOGIA E TERAPIA BIO(ORTO)MOLECULAR

V 341, 342, 343, 344, 345, 346,


349
Valeriana 195, 321, 329, 348 Vitamina K 117, 278, 367
Varizes 322, 348 Vitaminas 7, 53, 90, 96, 106, 107,
Vinho 104, 246 110, 111, 113, 296, 302
Vitamina A 77, 107, 120, 277, 297, Vitiligo 349
298, 299, 300, 301, 302, 303,
304, 305, 306, 307, 308, 311, Z
313, 315, 316, 317, 318, 320,
321, 322, 324, 325, 326, 327, Zinco 136, 137, 206, 259, 260, 265,
328, 331, 332, 334, 338, 339, 279, 298, 299, 300, 301, 302,
340, 341, 342, 343, 344, 345, 303, 304, 305, 306, 307, 308,
346, 349 311, 313, 315, 316, 317, 318,
Vitamina B1 77, 108, 299, 300, 317 319, 320, 321, 322, 324, 325,
Vitamina B2 77, 109 326, 327, 328, 329, 332, 338,
Vitamina B3 77, 109, 122, 228, 247, 339, 340, 341, 342, 345, 346,
299, 300 347, 349
Vitamina B6 77, 110, 277, 299, 300,
345
Vitamina B12 77, 111, 305, 306,
307, 308, 311, 313, 316, 320,
321, 322, 328, 331, 338, 339,
340, 341, 342, 343, 344, 345,
349
Vitamina B13 111
Vitamina C 56, 113, 119, 203, 272,
277, 298, 299, 300, 301, 302,
303, 304, 305, 306, 307, 308,
310, 311, 312, 313, 315, 316,
317, 318, 319, 320, 321, 322,
324, 325, 326, 327, 328, 330,
331, 332, 334, 338, 339, 340,
341, 342, 343, 344, 345, 346,
347, 349, 367
Vitamina D 116, 278, 302, 305, 306,
307, 315, 316, 318, 320, 321,
322, 328, 329, 330, 332, 334,
338, 339, 340, 341, 343, 344,
345, 346
Vitamina E 56, 77, 116, 117, 298,
299, 300, 301, 302, 303, 304,
305, 306, 307, 311, 313, 315,
316, 318, 320, 321, 322, 324,
325, 326, 327, 328, 329, 330,
331, 332, 334, 338, 339, 340,

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foi composto em tipologia Calibri,
corpo 9/14pt, e impresso em pa-
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