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MAGISTRATURA

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Capítulos
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MAGISTRATURA
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Direito Processual
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Olá, aluno!

Bem-vindo ao estudo para os concursos de Magistratura Federal. Preparamos todo esse


material para você não só com muito carinho, mas também com muita métrica e especificidade,
garantindo que você terá em mãos um conteúdo direcionado e distribuído de forma inteligente.

Para isso, estamos constantemente analisando o histórico de provas anteriores com fins de
entender como cada Banca costuma cobrar os assuntos do edital da carreira. Afinal, queremos
que sua atenção esteja focada nos assuntos que lhe trarão maior aproveitamento, pois o tempo
é escasso e o cronograma é extenso. Conte conosco para otimizar seu estudo sempre!

l
Ademais, estamos constantemente perseguindo melhorias para trazer um conteúdo completo
a
n
que facilite a sua vida e potencialize o seu aprendizado. Com isso em mente, a estrutura do
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PDF Ad Verum foi feita em capítulos, de modo que você possa consultar especificamente os
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assuntos que estiver estudando no dia ou na semana. Ao final de cada capítulo você tem a
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oportunidade de revisar, praticar, identificar erros e aprofundar o assunto com a leitura de
jurisprudência selecionada.
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E, mesmo você gostando muito de tudo isso, acreditamos que o PDF sempre pode ser
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aperfeiçoado! Portanto, pedimos gentilmente que, caso tenha quaisquer sugestões ou

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J 0 ra
comentários, entre em contato através do email pdf@cers.com.br. Sua opinião vale ouro para
A
a gente! t u
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Racionalizar a preparação dos nossos alunos é mais que um objetivo para Ad Verum, trata-se
jo
de uma obsessão. Sem mais delongas, partiremos agora para o estudo da disciplina.

Faça bom uso do seu PDF Ad Verum!

Bons estudos 
RECORRÊNCIA DA DISCIPLINA

Como dito, estudar de forma direcionada, com base nos assuntos objetivamente mais

recorrentes é essencial. Afinal, uma preparação planejada pode fazer toda a diferença. Pensando
nisso, através do estudo realizado pelo nosso setor de inteligência com base nas últimas provas,
trouxemos os temas mais abordados nessa disciplina.

Demais
Legislações
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Extravagantes
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14%
a c Do procedente

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Recursos
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14% e
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A J 0 ra
Da jurisdição
Dos sujeitos do
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Do precedente Dos sujeitos do processo
Da jurisdição Recursos
Demais Legislações Extravagantes
SOBRE O CONCURSO

Daremos início ao estudo da disciplina Direito Processual Civil. Via de regra, nos concursos
para a Magistratura Federal esta disciplina é extremamente cobrada, na primeira fase, na
segunda e até na prova oral. É a disciplina base do direito material privado com a qual os Juízes
lidam com frequência.

Por ser uma matéria densa, muito extensa e cheia de nuances, é muito comum que as
Bancas Examinadoras passeiem tanto pela Doutrina, abordando o histórico dos institutos, teorias
e conceitos, quanto pela letra fria da lei e pela jurisprudência. Nesse último ponto, é muito

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importante que o aluno esteja antenado com as decisões recentes dos Tribunais Superiores,

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pois as novidades legislativas e jurisprudenciais chamam a atenção dos elaboradores.
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Dada a complexidade e a relevância da matéria para a sua prova, aqui vamos trata-la com
E dad
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bastante cuidado. Vamos nos debruçar sobre os detalhes, sem, contudo, deixar de lado as
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informações que provavelmente você já domina. Faremos uma abordagem completa, chamando
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a sua atenção para os temas controversos, mudança de entendimento e alterações legislativas.

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Recorde-se que o trabalho do Juiz Federal é diuturnamente regido pelo Direito Processual

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Civil, que, além de estar presente em praticamente todas as manifestações do magistrado,
A J 0 ra
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quando não relacionadas ao âmbito penal, possui aplicação subsidiária em diversas searas, como
Constitucional, Administrativa a en
d
a t Tributária, razão pela qual você deve estar atento à

jondisciplina.
interdisciplinaridade dessa

Ao fim, praticaremos com questões comentadas, prioritariamente da carreira. Caso haja


pouca ou nenhuma questão sobre o tema, fixaremos com questões de carreiras cuja
complexidade da abordagem seja equivalente, como de Juiz Estadual.

Preparados? Vamos lá! Mãos à obra!


Abordaremos os assuntos da disciplina de Direito Processual Civil da seguinte forma:

CAPÍTULOS

Capítulo 1 – Teoria Geral do Processo, Fatos Jurídicos e Jurisdição.

Capítulo 2 - Direito de Ação, Pressupostos Processuais e Competência.

Capítulo 3 – Sujeitos, Partes, Juiz e Funções Essenciais à Justiça.

Capítulo 4 – Atos Processuais e Nulidade.

Capítulo 5 - Tutela Provisória e Provas.

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Capítulo 6 - Formação, suspensão e extinção do processo, Modelos de organização processual

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e Providências preliminares.
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Capítulo 7 – Julgamento conforme o estado do processo, Decisão Judicial, Cumprimento de
e
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sentença, Precedentes e Coisa Julgada.
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Capítulo 8 – Recursos.
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Capítulo 9 – Processo de Execução.

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A J 0 ra
Capítulo 10 - Procedimentos especiais.
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n d
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Capítulo 11 – Processo coletivo.
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SUMÁRIO
DIREITO PROCESSUAL CIVIL, Capítulo 1...................................................................................................................5

1. Teoria Geral do Processo ...............................................................................................................5

1.1 Normas Processuais Civis .............................................................................................................................. 5

1.2 Princípios .............................................................................................................................................................. 5

1.2.1 Princípio da Inércia .................................................................................................................................. 6

1.2.2 Princípio da Inafastabilidade da Jurisdição ................................................................................... 6

1.2.3 Princípio da Efetividade ......................................................................................................................... 7

1.2.4 Princípios da Boa-fé e Cooperação .................................................................................................. 7


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1.2.5
io n
Princípio da Isonomia e Contraditório ............................................................................................ 9

a c
1.2.6
c
Princípio da Não Surpresa ou do Contraditório Substanciado ......................................... 10
u
1.2.7 E dad d e
Princípio da Fundamentação das Decisões................................................................................ 11
e
rt le
1.3
o So
Direito Intertemporal .................................................................................................................................... 11
p
2. S ut 22- il.com u ra 92
Política de Tratamento Adequado de Conflitos Jurídicos ................................................... 13

2.1 r ata 86 gm um n D .4 a
Negociação, Mediação e Conciliação ................................................................................................... 13
e
2.1.1
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Princípios que regem a conciliação e a mediação (art. 166): ............................................ 15
A J 0 ra
2.2 t u
Equivalentes Jurisdicionais ......................................................................................................................... 16
n d
2.2.1 a ta
Autotutela ................................................................................................................................................. 16
jo n
2.2.2 Autocomposição .................................................................................................................................... 16

2.3 Arbitragem ........................................................................................................................................................ 17

3. Teoria dos Fatos Jurídicos Processuais .................................................................................... 19

3.1 Ato-fato Jurídico............................................................................................................................................. 19

3.2 Ato Unilateral ................................................................................................................................................... 19

3.3 Negócio Jurídico............................................................................................................................................. 19

3.4 Fatos Naturais (Fatos Jurídicos Strictu Sensu) ................................................................................... 19


3.4.1 Fatos Naturais Ordinários .................................................................................................................. 19

3.4.2 Fatos Naturais Extraordinários ......................................................................................................... 19

3.5 Ato Jurídico em Sentido Estrito ............................................................................................................... 20

4. Função jurisdicional ...................................................................................................................... 21

4.1 Noções de Jurisdição ................................................................................................................................... 21

4.1.1 Conceito..................................................................................................................................................... 21

4.1.2 Características.......................................................................................................................................... 23

4.1.3 Classificação ............................................................................................................................................. 24

4.1.4 Princípios ................................................................................................................................................... 26

5. a
Cooperação Internacional ........................................................................................................... 27 l
io n
5.1 c
Cooperação Internacional .......................................................................................................................... 27
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QUADRO SINÓTICO ............................................................................................................................. 29
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QUESTÕES COMENTADAS .................................................................................................................. 32

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GABARITO .............................................................................................................................................. 42

e r ata 86 gm um n D .4 a
LEGISLAÇÃO COMPILADA ...................................................................................................................... 46

V on 24.5 67@
JURISPRUDÊNCIA.................................................................................................................................... 47
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A J 0 ra
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................................. 48
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL

Capítulo 1
Após a vigência do Novo Código de Processo Civil (Lei nº 13.105/15), por se tratar de
inovação legislativa recente, sem amparo jurisprudencial com grandes enfoques, a maioria das
provas limitava-se a cobrar o texto da lei. Ocorre que, como será demonstrado no decorrer do
material, passados mais de três anos da entrada em vigor da Lei nº 13.105/15, as bancas já
estão mudando o perfil.

1. Teoria Geral do Processo a l


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1.1 Normas Processuais Civis
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O Novo Código de Processo Civil foi estruturado para ser aplicado à luz da Constituição
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da República de 1988, em uma verdadeira filtragem constitucional. Sendo assim, os artigos
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iniciais tratam sobre os direitos fundamentais processuais, a serem observados por todas as
partes do processo.
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De acordo com o Art. 14 do CPC, a norma processual não retroagirá e será aplicável
A J 0 ra
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imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as
u
situações jurídicas consolidadas asob
d
n a vigência da norma revogada.
a t
o n
Assim, quanto à japlicação da norma processual aos processos ainda em trâmite, isto é,
àqueles não acobertados pelo fenômeno processual da coisa julgada, nesse caso, aplica-se a
regra do tempus regit actum, não tendo a lei nova o condão de atingir atos processuais já
consumados.

1.2 Princípios

Tendo em vista a ideia empregada pelo movimento do neoprocessualismo, isto é, o


reconhecimento da estreita e necessária relação entre a Constituição Federal e o Processo Civil,

5
fica claro percebermos que o CPC de 2015 dispõe, em seus artigos iniciais, as denominadas
normas fundamentais (regras e princípios) do processo civil brasileiro, o que se vislumbra da
análise dos artigos 1º ao 12 do CPC.

Assim sendo, além dos princípios encontrados na nossa Constituição (como os princípios
do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa, entre outros), veremos a seguir
os principais dispositivos que tratam a respeito da matéria.

O art. 1º da Lei 13.105/15, ao determinar que “O processo civil será ordenado,


disciplinado e interpretado conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidos
na Constituição da República Federativa do Brasil”, denuncia a preocupação dada às ideias
decorrentes do movimento do neoprocessualismo/neoconstitucionalismo.

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1.2.1 Princípio da Inércia
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No Art. 2º, encontramos o chamado Princípio da Inércia, o qual preceitua que a parte

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deve provocar o Estado-juiz para que este exerça o seu pode/dever de jurisdição (dizer o direito),
e
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alguns doutrinadores lecionam está-se diante do “princípio da demanda” A partir disso,
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vislumbramos outro princípio bastante importante – o princípio do Impulso Oficial, o qual

e um n D .4 a
determina que, uma vez provocada à função jurisdicional do Estado, este tem o dever de
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impulsionar a marcha processual, no sentido de ver sanada a lide (conflito de interesse

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J 0 ra
qualificado por uma pretensão resistida).
A t u
n d
1.2.2 Princípio da Inafastabilidade da Jurisdição
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O Art. 3º, caput, elenca o Princípio da Inafastabilidade da Jurisdição, oriundo do art.
5º, XXXV, da Constituição Federal: “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão
ou ameaça a direito”. Não se pode deixar de mencionar a valorização dada pelo NCPC aos
métodos de solução consensual de conflitos, como é o caso da conciliação e da mediação.

Também chamado de princípio do acesso à justiça, ele se traduz no direito de ação em


sentido amplo, que é o direito de obter uma resposta do Poder Judiciário aos requerimentos a
ele dirigidos. O Poder Judiciário não pode se recusar a examinar e a responder os pedidos que
lhe foram formulados.

6
1.2.3 Princípio da Efetividade

Uma das novidades que o aluno deve tomar bastante atenção, reside no Art. 4º, o qual
traz à baila o Princípio da Efetividade ou da Primazia da Decisão de Mérito, afirmando que
“As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a
atividade satisfativa”.

É um princípio dirigido ao legislador e ao juiz. Ao legislador, a fim de que, na edição de


leis processuais, cuide para que o processo chegue ao fim almejado no menor tempo possível
e com a maior economia de esforços e gastos. Ao juiz, a fim de que conduza o processo com
toda presteza possível.

l
Dá-se tanto na fase de conhecimento, quanto na execução. Uma das formas pela qual
a
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o NCPC busca dar essa efetividade é por meio da jurisprudencialização. De acordo com o

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referido princípio, as partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do
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mérito, de maneira satisfativa.
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Sobre o tema, assunto interessante é a disciplina judiciária do magistrado: o magistrado
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deve aplicar a jurisprudência dos tribunais superiores, de maneira que o juiz que não cumpre

e um n D .4 a
tal determinação é institucionalmente indisciplinado.
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Dessa forma, de acordo com esse novo sentido de jurisprudencialização trazido pelo novo
d
A J 0 ra civil law
código, o nosso sistema passa a ser um hibridismo entre o e o common law.
t
ndu
t a
1.2.4 Princípios da Boa-fé e Cooperação1
a
j o n
O Art. 5º, por sua vez, trata do Princípio da Boa-fé Objetiva, a qual deve nortear todas
as fases processuais, incluindo aqui, as negociações processuais, tem como fundamento o art.
422 do Código Civil.

A eventual nulidade declarada pelo juiz de ato processual praticado pelo serventuário não
pode retroagir para prejudicar os atos praticados de boa-fé pelas partes. Dessa forma, no
processo, exige-se dos magistrados e dos serventuários da Justiça conduta pautada por lealdade

1
Vide Questão 9.
7
e boa-fé, sendo vedados os comportamentos contraditórios. Em outras palavras, aplica-se
também o venire contra factum proprium para atos do juiz e dos serventuários da justiça2.

A "nulidade de algibeira" ocorre quando a parte se vale da “estratégia” de não alegar a


nulidade logo depois de ela ter ocorrido, mas apenas em um momento posterior, se as suas
outras teses não conseguirem ter êxito. Dessa forma, a parte fica com um trunfo, com uma
“carta na manga”, escondida, para ser utilizada mais a frente, como um último artifício. Esse
nome foi cunhado pelo falecido Ministro do STJ, Humberto Gomes de Barros. Algibeira = bolso.
Assim, a “nulidade de algibeira” é aquela que a parte guarda no bolso (na algibeira) para ser
utilizada quando ela quiser. Tal postura viola claramente a boa-fé processual e a lealdade, que
são deveres das partes e de todos aqueles que participam do processo. Por essa razão, a
“nulidade de algibeira” é rechaçada pela jurisprudência do STJ3.
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A boa-fé objetiva deve ser observada por todo aquele que participa do processo,
a
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incluídos os magistrados. Sobre isso, e pela importância que o tema tem para a carreira de

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magistratura, veja como decidiu4 o Superior Tribunal de Justiça, em julgado comentado pelo
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o So
Blog do Dizer o Direito: O princípio da boa-fé objetiva é aplicado ao direito processual civil. Se
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o processo estava suspenso, não era possível que fosse praticado nenhum ato processual,

e um n D .4 a
ressalvados os urgentes a fim de evitar dano irreparável. Desse modo, ao homologar a
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convenção pela suspensão do processo, o Poder Judiciário criou nas partes a legítima expectativa

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J 0 ra
de que o processo só voltaria a tramitar após o prazo convencionado. Não se pode admitir que,
A t u
durante o prazo de suspensão deferido pelo juiz, seja publicada a sentença (ato processual) e,
n d
ta
o pior, que a partir de então comece a correr o prazo para recurso contra a decisão. Ao agir
a
jo n
dessa forma, o Estado-juiz incidiu na vedação de venire contra factum proprium considerando
que praticou ato contraditório, incompatível com a suspensão.

Já o art. 6º consagra o Princípio da Cooperação, no sentido de garantir a lealdade e a


boa-fé no desenrolar do processo, dele decorrem alguns deveres para os sujeitos processuais,

2
STJ. 4ª Turma. AgRg no AREsp 91311-DF, Rel. Min. Antonio Carlos Ferreira, julgado em 6/12/2012 (Info 511).
3
STJ. 3ª Turma. REsp 1372802-RJ, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 11/3/2014 (Info 539).
4 STJ. 2ª Turma. REsp 1306463-RS, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 4/9/2012 (Info 503).

8
quais sejam: o de esclarecimento, o de lealdade e o de proteção. Assim, todos os sujeitos
devem cooperar entre si, para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e
efetiva.5

1.2.5 Princípio da Isonomia e Contraditório

Às partes é assegurada a paridade de tratamento em relação ao exercício dos direitos


e faculdades processuais, devendo haver a observância da isonomia em seu aspecto
substancial.

É um princípio dirigido ao legislador e ao juiz, e que exige que a lei e o Judiciário tratem
igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida das suas desigualdades (isonomia
real).
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c
Há situações em que a lei concede privilégios a um dos litigantes, sem que isso ofenda
a
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o princípio da isonomia, por serem justificados pelo contexto, como é o caso do prazo em

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dobro para Ministério Público, Defensoria Pública e Fazenda Pública, a remessa necessária, a
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prioridade de tramitação processual em algumas condições, exceções à ordem cronológica6,
p
dentre outros. u ra 92
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De acordo com o artigo 9º, passa a ser regra o contraditório prévio, logo a decisão
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inaudita altera parte V n 4.5 7@
é proibida, salvo exceções legais, sendo permitida a decisão surpresa nas
hipóteses de: A d o
J 02 ra6
ut d
 a n
Tutela provisória deturgência;
a
 jon expressas no artigo 311, II e III:
Tutela de evidência,

II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver


tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante;

5
Vide Questão 5.
6
Vide Questão 6.
9
III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do
contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto

custodiado, sob cominação de multa;

 Decisão prevista no artigo 701 do CPC (trata de ação monitória).

Na eventualidade de o ato beneficiar a parte que ainda não se manifestou, há dispensa


do contraditório, por ser inútil. Neste sentido, quando houver indeferimento da petição inicial
ou improcedência liminar do pedido, o juiz extinguirá o processo sem a oitiva da parte
beneficiada, que será posteriormente comunicada por ato pelo escrivão ou pelo chefe da
secretaria, conforme artigos 239 e 241.

Deve-se, portanto, dar ciência aos participantes do processo de tudo o que nele ocorre,

a l
n
dando-lhes oportunidades de se manifestar e de se opor aos requerimentos do adversário.
io
a c
u c
1.2.6 Princípio da Não Surpresa ou do Contraditório Substanciado

E d de
r t e leda
Não pode deixar de se atentar ao que estabelece o Art. 10, nele há a previsão do

o So
denominado Princípio do Contraditório Substanciado (em que as partes têm a oportunidade
p
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de influenciar na decisão final proferida), tudo com o fito de IMPEDIR a prolação da chamada
“decisão surpresa”.
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e nat .58 @g 6
d V o 24 67
Na exposição de motivos, o legislador deixou claro que, mesmo em decisões de ordem
A J 0 tra
pública, aquelas em que pode decidir de ofício, o Juiz não as pode proferir sem que seja
ud
ta n
conferido à parte o direito ao contraditório. Esse contraditório deve ser substancial, ou seja,
n a
jo
capaz de influir no conhecimento do juiz.

Ainda que se trate de matéria sobre a qual o juiz possa decidir de ofício, e que as partes
não tenham arguido no curso do processo, o juiz deve, antes de decidir com base nela,
previamente suscitá-la, para, a respeito, colher a manifestação das partes. Ademais, o juiz não
reconhecerá sequer a carência de ação antes de dar às partes a oportunidade de se manifestar7.

7
Vide Questão 8.
10
Importante distinguir duas modalidades de decisão: a decisão surpresa é aquela
proferida sem a observância do contraditório. Por outro lado, é chamada de decisão de
terceira via a proferida com base em fundamento não discutido pelas partes.

Com a impossibilidade de decisão de terceira via, o Juiz tem o dever de ouvir as partes
antes de uma decisão, por fundamento do dever de consulta.

1.2.7 Princípio da Fundamentação das Decisões

l
De acordo com o artigo 11, do CPC, todos os julgamentos do judiciário serão públicos
a
io n
e fundamentados, sob pena de nulidade, havendo reprodução da norma constitucional do

a c
artigo 93, XI.
u c
1.3 Direito Intertemporal8 E dad d e
e
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u ra 92
O CPC/2015 têm vigência em 16/03/2016, havendo previsão de 1 ano de vacatio legis.
S ut 22- il.com
Assim, de acordo com o Princípio da aplicação imediata (art. 1046, CPC), o novo código atinge

e um n D .4 a
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os processos pendentes, isola dos atos processuais – preservando os já realizados –, e não

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retroage para prejudicar os direitos processuais adquiridos.
A J 0 ra
t u
d
Atualmente, não há mais divisão entre procedimento sumário e ordinário, sendo o
n
a ta
procedimento do CPC/15 denominado de comum. Porém, de acordo com o §1º, do artigo
jo n
1.046, as ações que foram distribuídas antes da vigência do novo código, sob o rito sumário
ou dos procedimentos especiais, tramitarão sob esses procedimentos, até que seja proferida
da sentença.

Porém, quando da abertura do prazo para a interposição de recurso, surge um novo


direito para a parte – o direito subjetivo ao recurso –, e por isso é perfeitamente possível, a
partir daí, sejam impostas as regras do CPC sobre recursos e seu processamento.

8
Vide Questão 3.
11
A doutrina também aduz que os prazos processuais iniciados antes do NCPC serão
integralmente regulados pelo CPC/73 (Enunciado 267, FPPC), e que a regra de contagem dos
prazos em dias úteis só se aplica àqueles iniciados após a vigência do NCPC (Enunciado 268,
FPPC).

Nas ações declaratórias incidentais deduzidas em processos e iniciadas antes do NCPC,


aplica-se, também o CPC/73.

a l
QUADRO DE VIGÊNCIA
io n
a c
Decisão publicada na égide do CPC/73 c
Recursos e prazos do CPC/73
u
Decisão publicada na égide do CPC/2015 d e
E dad
Recursos e prazos do CPC/2015

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Recursos
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Lei da publicação da sentença

Condições da ação
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Lei da propositura da ação

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Contestação
r m n D .4
m a Lei da citação
a
e at 8 g 6
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Provas Lei do requerimento, ou do momento da

A J 0 ra determinação de ofício.
t
du n
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12
2. Política de Tratamento Adequado de Conflitos Jurídicos

O Estado não detém o monopólio da solução dos conflitos por meio da jurisdição, sendo
admitidas outras maneiras de as partes chegarem à solução do conflito, conhecidas como
equivalentes jurisdicionais ou formas alternativas de solução dos conflitos.

2.1 Negociação, Mediação e Conciliação

Trata-se de institutos distintos, porém possuem inúmeras características e normas


procedimentais comuns. Uma das normas fundamentais do CPC/2015 é o princípio da
promoção pelo Estado da solução consensual dos conflitos (art. 3º, par. 2º, NCPC).

a l
O CNJ, diante da inércia do Poder Legislativo, editou a Resolução n. 125/2010

io n
disciplinando as funções do mediador e do conciliador, na tentativa de instituir no Judiciário
a c
c
brasileiro uma política pública de solução consensual dos conflitos.
u
E dad d e
Os Centros Judiciários de Solução Consensual de Conflitos, previstos no art. 165, dispõe
e
rt le
o So
que os Tribunais têm o dever de criarem centros judiciários de solução consensual de conflitos.
p
u ra 92
S ut 22- il.com
São órgãos do Tribunal, do Poder Judiciário. Cabe a cada Tribunal definir a composição e a

e um n D .4 a
organização desses centros, com base em diretrizes estabelecidas pelo CNJ.
r ata 86 gm
V on 24.5 67@
Esses centros terão duas competências: realização das audiências de mediação e
d
A J 0 ra
t
conciliação e desenvolvimento de programas destinados a auxiliar, orientar e estimular a
u
d
n pública).
autocomposição (vertente de política
a t a
n
jo e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão
A conciliação, a mediação
ser estimulados pelos juízes, defensores públicos e membros do MP, inclusive no curso do
processo judicial.

A condução das audiências de mediação e conciliação não será feita pelo juiz, mas sim
por meio de profissionais que se submeterão a uma capacitação para tanto, os mediadores e
conciliadores.

Eles serão cadastrados, podendo ocorrer de duas formas: cadastro nacional (gerido pelo
CNJ), e cadastro no respectivo Tribunal (TJ ou TRF). Nesse cadastro, é preciso que se especifique
13
qual a área de especialização do mediador ou conciliador, constar dados relevantes (número de
causas, sucesso ou insucesso), como se fosse um histórico do mediador e do conciliador.

Ainda, a mediação e a conciliação podem se dar em câmaras privadas, fora dos centros
judiciários, se as partes as escolherem ou se essas câmaras forem conveniadas com o Tribunal
(art. 168).

O mediador e o conciliador, ainda, podem ser concursados ou não, pois os Tribunais


podem criar cargos públicos de mediadores e conciliadores (a serem providos por meio de
concurso público – art. 167, par. 6º); ou cadastrar profissionais que queiram ser mediadores ou
conciliadores. Não se exige que sejam advogados ou que tenham bacharelado em direito, sendo
suficiente a capacitação mínima obtida em curso específico. Mas, em sendo advogados, ficam

a l
impedidos de exercer a advocacia nos juízos em que desempenhem as suas funções.

io n
a c
Tanto a atuação do conciliador quanto a do mediador ocorrerão preferencialmente nas
u c
d e
hipóteses enumeradas. Mas, nos casos de dúvida, atuará o conciliador ou o mediador, sem que
E dad
isso implique nulidade ou vício. e
rt le
p o So
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S ut 22- il.com
Tanto um quanto o outro poderão aplicar técnicas negociais, com o objetivo de

um n D .4 a
proporcionar ambiente favorável à autocomposição.

e r ata 86 gm
V on 24.5 67@
De acordo com o artigo art. 165, §§ 2º e 3º do CPC, há uma diferencia legal entre
d
A J 0 ra
mediadores e conciliadores:
t u
d
n3º)
MEDIADORES (PAR.
a t a CONCILIADORES (PAR. 2º)

jonao conflito que auxiliam os conflitantes na busca da solução


São terceiros estranhos
consensual.
Distinguem-se pelas técnicas que utilizam (o modo de auxílio dos conflitantes).

A mediação é uma técnica mais sutil. A conciliação é uma técnica mais incisiva,
invasiva.
Não pode fazer propostas de acordo.

14
Tem que ser apenas um facilitador do diálogo, O conciliador pode fazer propostas de
para que os próprios conflitantes construam a solução do conflito.
solução.

Técnica recomendada para os casos em que os Técnica recomendada para conflitos


conflitantes já tinham anteriormente uma episódicos ou ocasionais, entre pessoas
relação jurídica entre eles, um histórico de que não tinham relação anterior.
relação.
Ex.: conflitos decorrentes de acidentes,
Ex.: conflitos de família, entre fornecedor e consumidor
sociedades, vizinhança.
a l
io n
a c
u c
2.1.1 Princípios que regem a conciliação e a mediação (art. 166):
d e
E dad
e
rt le
 Independência (do mediador e do conciliador): está relacionada à atuação dos

p o So
mediadores e conciliadores, que não podem sofrer pressões de quem quer que seja
u ra 92
S ut 22- il.com
no exercício de suas funções;

um n D .4 a
r ata 86 gm
 Imparcialidade (do mediador e do conciliador): é possível a arguição da suspeição
e
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ou do impedimento do mediador e do conciliador (são auxiliares da justiça);
d
A J 0 ra
t
 Autonomia da vontade: a celebração do acordo deve respeitar a autonomia da
u
n d
vontade das partes. A mediação e a conciliação sempre devem fazer prevalecer a
a ta
n
vontade das partes, inclusive quanto à definição das regras procedimentais. As partes
jo
podem criar um procedimento de mediação (par. 4º do art. 166).
 Confidencialidade: o mediador e o conciliador não podem expor o que foi
presenciado. Todas as informações que receberam, tudo a que tiveram acesso nessa
condição fica sob a cláusula de sigilo.
 Oralidade
 Informalidade
 Decisão informada: é preciso que o procedimento de mediação e conciliação
produza uma decisão final (um acordo) porque as partes chegaram à conclusão de

15
que aquilo é o melhor para elas. É preciso criar um ambiente em que as pessoas
sejam bem informadas sobre os termos e as consequências do acordo. O
consentimento para a solução consensual deve ser informado.

2.2 Equivalentes Jurisdicionais

São formas alternativas de solução dos conflitos. Pode-se afirmar que os principais são:
autotutela, autocomposição e arbitragem.

2.2.1 Autotutela

Ocorre quando uma das partes, no intento de ver satisfeita sua vontade, utiliza-se da
própria força para solucionar o conflito de maneira parcial e egoísta.
a l
io n
Ademais, o ordenamento jurídico, em regra, veda o exercício da autotutela, tratando-a,
a c
c
inclusive, como crime: exercício arbitrário das próprias razões, art. 345 do Código Penal (se for
u
E dad d e
um particular) e exercício arbitrário ou abuso de poder (se for o Estado).
e
rt le
o So
Entretanto, o próprio ordenamento jurídico brasileiro traz exceções em que é permitido se
p
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S ut 22- il.com
utilizar do instituto em estudo, é o caso da Legítima Defesa (art. 188, I, do CC), do desforço

e um n D .4 a
imediato no esbulho (art. 1.210, §1º do CC), do direito de greve, do direito de retenção, do
r ata 86 gm
V on 24.5 67@
estado de necessidade, do privilégio do poder público de executar os seus próprios atos, da
d
A J 0 ra
guerra, dentre outras.
t u
d
Em respeito ao princípio daninafastabilidade (art. 5º, XXXV, da Constituição Federal de
a t a
jon
1988 e art. 3º, caput, do CPC/2015),
controle posterior judicial.
todo e qualquer exercício da autotutela está submetido ao

2.2.2 Autocomposição

É o legítimo meio de solução pacífica dos conflitos, pois, ocorre quando a própria parte,
espontaneamente, sacrifica, total ou parcial, seu interesse com o fito de ver solucionado o
litígio, podendo ocorrer dentro do processo jurisdicional ou fora dele.

16
A doutrina mais atual vem considerando como um verdadeiro princípio o “estímulo da
solução por autocomposição”.

Além disso, são consideradas espécies de autocomposição:

 Transação: quando os conflitantes solucionam o conflito por meio de concessões


mútuas;
 Submissão: quando um dos conflitantes abre mão de seus interesses em prol da
pretensão do outro e, consequentemente, da solução do conflito. Vale a menção de
que, em sede judicial, quando a submissão é feita pelo autor, está-se diante da
renúncia (art. 487, III, "c", do CPC/2015), quando é feita pelo réu, está-se diante do
reconhecimento da procedência do pedido (art. 487, III, "a", CPC/2015).

a l
Ainda no que tange ao incentivo à autocomposição, o Novo Código de Processo Civil:
io n
a c
c
 Traz a necessidade de tentativa de conciliação como ato anterior ao oferecimento da
u
defesa pelo réu (arts. 334 e 695);
E dad d e
e
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 Permite a homologação judicial de acordo extrajudicial de qualquer natureza (art. 515,
p o So
III; art. 725, VIII);
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um n D .4 a
 Permite que, no acordo judicial, seja incluída matéria estranha ao objeto

e r ata 86 gm
litigioso do processo (art. 515, §2º);

d V on 24.5 67@
 Permite acordos processuais atípicos, desde que sobre o processo (art. 190).
A J 0 ra
t u
2.3 Arbitragem n d
a ta
jo n
A respeito da arbitragem, existe uma celeuma relativa à discussão se ela representa um
equivalente jurisdicional ou o próprio exercício de jurisdição por autoridade não-estatal.

A título de exemplo, Fredie Didier considera ser ela um verdadeiro exercício de


jurisdição, por isso, aduz que:

“A arbitragem, no Brasil, não é equivalente jurisdicional: é propriamente jurisdição, exercida


por particulares, com autorização do Estado e como consequência do exercício do direito

fundamental de autorregramento (autonomia privada)”

17
Em sentido contrário, Luiz Guilherme Marinoni defende que a jurisdição somente é
exercida por pessoa investida do poder jurisdicional nos moldes da Constituição Federal. Ponto
de vista esse defendido, também, por Cassio Scarpinella Bueno, vejamos:

“De outra parte, não consigo concordar, com o devido respeito de variados especialistas
e estudiosos do tema, que a arbitragem tenha caráter jurisdicional. Principalmente porque

ela que não possui e nem tem aptidão de possuir a imperatividade inerente àquela outra
classe, o que não significa dizer que não seja possível à lei equipará-la a um ato
jurisdicional, como, inequivocamente, faz o inciso VII do art. 515 do CPC de 2015, seguindo,
no particular, o caminho já traçado pela sua lei de regência, a Lei n. 9.307/1996”.

Porém, a posição majoritária é que se trata de uma jurisdição não estatal, consistindo
no julgamento do litígio por terceiro imparcial, escolhido pelas partes.

a l
A arbitragem somente pode ser convencionada por pessoas maiores e capazes e com
io n
relação a direitos disponíveis.
a c
Ainda, é instituída mediante negócio jurídico denominado
u c
d e
convenção de arbitragem, que compreende a cláusula compromissória e o compromisso arbitral.
E dad
e
rt le
o So
A cláusula compromissória é a convenção através da qual as partes, em um contrato,
p
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comprometem-se a submeter à arbitragem os litígios que possam vir a surgir, relativamente a

e r ata 86 gm um n D .4 a
tal contrato. Deve ser estipulada por escrito, podendo estar inserta no próprio contrato ou em
documento apartado que a ele se refira.

d V on 24.5 67@
A J 0 ra
t
O compromisso arbitral é a convenção através da qual as partes submetem um litígio à
u
d
n podendo ser judicial ou extrajudicial. Se judicial, celebrar-
arbitragem de uma ou mais pessoas,
t a
aperante o juízo ou tribunal, onde tem curso a demanda. Se
n
se-á por termo nos autos,
jo
extrajudicial será celebrado por escrito particular, assinado por duas testemunhas, ou por
instrumento público.

18
3. Teoria dos Fatos Jurídicos Processuais

3.1 Ato-fato Jurídico

É todo aquele que considera o ato produzido em si e não pela vontade humana, ou seja,
o ato terá maior relevância para a área jurídica do que o agente que pode ser um incapaz. Ex.:
um menor de idade achar um tesouro. O agente não é importante no primeiro momento, mas
sim o ato, apesar de ser menor, este terá uma parte daquilo que foi achado.

3.2 Ato Unilateral

Do jurídico, ato unilateral é aquele que gera efeitos jurídicos apenas pela manifestação

a l
da vontade de uma pessoa só. O ato unilateral é quando eu dou uma recompensa a quem
io n
achou meu cachorro.
a c
u c
3.3 Negócio Jurídico
E dad d e
e
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o So
É aquele proveniente da relação entre duas ou mais pessoas que ao se reunirem, podem
p
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S ut 22- il.com
ocasionar em efeitos jurídicos. Ex.: um contrato de aluguel.

e r a um n D .4 a
3.4 Fatos Naturais (Fatos m Sensu)
86 gStrictu
ta Jurídicos
V n 4 .5 7@
Ad Jo 02 tra6provenientes da natureza e não precisam da
Os fatos naturais são acontecimentos
u
vontade humana para que sejam n dmanifestados ou mesmo quando o homem colabora
t a
a Eles podem ser divididos em:
n
indiretamente para a sua ocorrência.
jo
3.4.1 Fatos Naturais Ordinários

Quando são esperados, como por exemplo, a morte, o nascimento etc.;

3.4.2 Fatos Naturais Extraordinários

São aqueles que são imprevisíveis, como terremotos, enchentes, raios etc., que serão
considerados apenas se gerarem consequências jurídicas. Ex.: Avião é atingido por um raio e
todos os passageiros morrem.

19
3.5 Ato Jurídico em Sentido Estrito

Podem ser chamados de atos meramente lícitos e são cometidos pelo homem sem o
interesse de influenciar na esfera jurídica, pois estão em conformidade com a lei. Ex.: teste de
DNA para reconhecer a paternidade.

a l
io n
a c
u c
E dad d e
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e um n D .4 a
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d V on 24.5 67@
A J 0 ra
t u
n d
a ta
jo n

20
4. Função jurisdicional

4.1 Noções de Jurisdição

Inicialmente, vale frisarmos que a Jurisdição surgiu da necessidade de o Estado tomar


para si o poder/dever de solucionar os conflitos oriundos do meio social. É a partir de então
que se tem a noção de Função Jurisdicional, a qual representa uma das funções essenciais do
Estado, que tem por dever solucionar a chamada LIDE, isto é, o conflito de interesse qualificado
por uma pretensão resistida, através da aplicação das leis aos casos concretos.

Isso significa dizer que, após o Estado chamar para si a responsabilidade de estabelecer
a pacificação social, é vedada, em regra, a denominada autotutela, isto é, quando a própria
a l
n
parte, utilizando-se de suas próprias forças, soluciona os conflitos que se vê envolvida. Todavia,
io
a c
a essa regra cabe exceções, previstas, saliente-se, no próprio ordenamento jurídico pátrio, é o

u c
d e
caso da Legítima Defesa (art. 188, I, do CC), do desforço imediato no esbulho (art. 1.210, §1º do
E dad
CC) dentre outras.
e
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p o So
u ra 92
São quatro os institutos fundamentais do processo civil: jurisdição, ação, defesa e
S ut 22- il.com
um n D .4 a
processo.

e r ata 86 gm
V on 24.5 67@
Mas, afinal, o que é Jurisdição?
d J 0 ra
A Conceito
4.1.1 t u
n d
a ta
Inicialmente, cumpre destacar que o conceito neutralizante e arcaico de que a Jurisdição
jo n
é apenas o poder de o Estado “dizer o direto” diante do caso concreto, segundo a doutrina,
não está de acordo com a nova sistemática da ciência processual, principalmente, após a
vigência do Novo Código de Processo Civil (Lei 13.105/2015).

Ao tratar do tema, Cassio Scarpinella Bueno, em seu Manual de Direito Processual Civil,
sublinha “ser incorreto associar a função jurisdicional com o papel de o Poder Judiciário ‘dizer
o direito’, como se o magistrado se limitasse, sempre e invariavelmente, a revelar o direito
preexistente ao caso concreto”, isso significa dizer que não se deve tratar o juiz como verdadeiro

21
“boca da lei”, mas sim, deve o Estado-juiz realizar concretamente o direito, como se depreende
da redação do Art. 4º, do CPC/2015.

Para Marcus Vinícius R. Gonçalves, é possível conceituar a Jurisdição como a “Função do


Estado, pela qual ele, no intuito de solucionar os conflitos de interesse em caráter coativo,
aplica a lei geral e abstrata aos casos concretos que lhe são submetidos”. É, pois, a atividade do
Estado, exercida através do juiz, que busca pacificar os conflitos em sociedade pela aplicação
das leis aos casos concretos9.

Por outra faceta e no intuito de adequar o conceito de Jurisdição às diversas


transformações pelas quais o Estado passou, Fredie Didier, em seu Curso de Direito Processual
Civil I, considera que:

a l
n
A jurisdição é a função atribuída a terceiro imparcial (a) de realizar o Direito de modo
io
c
imperativo (b) e criativo (reconstrutivo) (c) reconhecendo/efetivando/protegendo situações
a
u c
jurídicas (d) concretamente deduzidas (e), em decisão insuscetível de controle externo (f)

E dad d e
e com aptidão para tornar-se indiscutível (g).

e
rt le
o So
Nesse particular, há de se frisar a ideia de que tal conceito reflete os vários fatores
p
u ra 92
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responsáveis pelo atual modelo de Estado, tais como: a força normativa da Constituição,

e um n D .4 a
propulsora do denominado Neoprocessualismo/Formalismo Valorativo que, por seu turno,
r ata 86 gm
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visa adequar o processo civil aos preceitos constitucionais fundamentais; a valorização, por parte
d
A J 0 ra
do Legislador, da técnica das cláusulas gerais processuais, a qual abre espaço para o papel
t u
d
criativo do juiz frente ao caso concreto; a criação de agências reguladoras, dotadas de função
n
a ta
executiva, legislativa e judicante, dentre outros.
jo n
Por fim, saliente-se que a Jurisdição se distingue das demais funções essenciais ao Estado
(Legislativa e Administrativa) devido a certas características, as quais passaremos a analisar
adiante. Ressalte-se que essas classificações, em que pese pouco cobradas em provas de
primeira e segundas fases, são recorrentes em sede de prova oral, principalmente pela relação
direta do tema com o exercício da sua carreira, razão pela qual você deve estar atento,
memorizar e entender as nuances. Vamos lá!

9
Vide Questão 10.
22
4.1.2 Características

No intuito de particularizar a Jurisdição, a doutrina elenca as principais características do


ato jurisdicional que, unidas, distinguem-no dos outros atos estatais, bem como dos atos
praticados por particulares, vejamos:

 Substitutividade: compreende a noção de que a vontade do Estado-juiz, o Poder


Judiciário, substitui a vontade das partes na resolução dos litígios, motivo pelo qual,
aquele deve, no exercício de sua função jurisdicional, ser imparcial, garantindo-se,
dessa forma, a pacificação do conflito que as envolve. Como afirma Fredie Didier é a
chamada técnica de solução de conflitos por heterocomposição. Dessa forma,
havendo um contrato de empréstimo inadimplido, e sendo a vontade da lei o

a l
n
pagamento de tal dívida, a jurisdição terá condições de substituir a vontade do
io
c
devedor (de não pagar) pela vontade da lei (realização do pagamento).
a
u c
 Imperatividade: a decisão do Estado-juiz tem caráter coativo, isto é, é imposta aos
E dad d e
litigantes, de modo que estes devem cumpri-la, a fim de se ver satisfeita a decisão
e
rt le
proferida.
p o So
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S ut 22- il.com
 Definitividade: é a determinação de que as decisões judiciais, quando preenchidos

e um n D .4 a
certos requisitos, adquirem o caráter de imutabilidade, não podendo ser mais
r ata 86 gm
V on 24.5 67@
discutidas, uma vez que se está diante da chamada coisa julgada.
d
A J 0 ra
t u
n d
a ta
jo n

É incorreto afirmar que só haverá jurisdição se houver coisa julgada, pois o legislador
ordinário pode, por exemplo, em certas hipóteses, não submeter certas decisões à coisa
julgada, tendo em mente que esta representa uma opção política do Estado.

 Inafastabilidade: característica intimamente ligada ao acesso à justiça, visto que o


controle jurisdicional não pode ser evitado ou sofrer mitigações, conforme preceito
disposto no art. 5º, XXXV, da Constituição Federal de 1988 “a lei não excluirá da
23
apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito” e reproduzido no Art.
3º, caput, do CPC/2015 “Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou
lesão a direito”. Ainda que não haja lei que se possa aplicar, de forma específica, a
determinado caso concreto, o juiz não se escusa de julgar invocando lacuna.
 Indelegabilidade: o exercício da função jurisdicional somente pode ser exercido pelo
Poder Judiciário, não podendo ser delegado, sob pena de violação ao princípio do
juiz natural (o qual será estudado mais à frente).
 Inércia: pode-se afirmar que é uma característica garantidora da imparcialidade do
julgador, posto que os envolvidos no conflito têm a incumbência de provocar a
função jurisdicional do Estado, a fim de ver solucionado o conflito no qual estão
envolvidos. Conforme lição de Marcus Vinícius R. Gonçalves “A função jurisdicional

a l
n
não se movimenta de ofício, mas apenas por provocação dos interessados”. Ressalte-
io
c
se, por fim, que, uma vez iniciado o processo, o Estado se torna o maior interessado
a
u c
em ver o litígio solucionado, visto que ele é o responsável pela manutenção da paz
E dad d e
social, dessa forma, deve conduzir a marcha processual de maneira justa e efetiva,
e
rt le
o So
através do denominado Impulso Oficial.
p
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 Investidura: é a determinação de que somente exerce a jurisdição aquele ocupante

e um n D .4 a
de cargo de Juiz, regularmente investido nessa função.
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 Inevitabilidade10: a autoridade dos órgãos jurisdicionais, sendo uma emanação da
d
A J 0 ra
soberania estatal, impõe-se por si mesma, independentemente da vontade das partes
t u
d
ou de eventual pacto de aceitarem os resultados do processo.
n
a ta
4.1.3
jon
Classificação

Preliminarmente, insta dizer que a Jurisdição é UNA e abrange todo e qualquer litígio
referente ao direito, todavia, por razões didáticas, ela apresenta algumas classificações, vejamos:

 Jurisdição Contenciosa: é aquela em que há uma lide, isto é, um conflito de interesse


qualificado por uma pretensão resistida, a qual deve ser solucionada pelo Poder
Judiciário. Destarte, uma das partes busca obter uma determinação judicial no intuito

10
Vide Questões 4 e 7.
24
de obrigar a parte contrária. Além disso, tendo em vista que a sentença decide uma
situação conflituosa, ela sempre favorece uma das partes.
 Jurisdição Voluntária: é aquela em que NÃO há uma lide ou, em caso de existência
de uma situação conflituosa, esta não é objeto imediato da apreciação judicial. Assim,
a parte busca uma determinação judicial que valha para ela mesma. Ademais, é
possível que a sentença favoreça ambas as partes. Por fim, é mister acentuar a lição
da doutrina no sentido de que “A jurisdição voluntária não serve para que o juiz diga
quem tem razão, mas para que tome determinadas providências que são necessárias
para a proteção de um ou ambos os sujeitos da relação processual”.
 Jurisdição Penal: está ligada a toda causa penal e a pretensões punitivas
submetidas ao Estado.

a l
n
 Jurisdição Civil: está ligada a toda jurisdição não penal. Como ensina Humberto
io
c
Theodoro Júnior “Aquilo que não couber na jurisdição penal e nas jurisdições especiais
a
u c
será alcançado pela jurisdição civil, pouco importando que a lide verse sobre direito
E dad d e
material público (constitucional, administrativo etc.) ou privado (civil ou comercial)”.
e
rt le
o So
Essa classificação recebe bastante crítica de parcela da doutrina, pois “Se o critério é
p
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a natureza do direito material, por que não se falar também em jurisdição trabalhista,

e um n D .4 a
jurisdição eleitoral, jurisdição penal militar?”11
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 Jurisdição Especial: abarca a solução de litígios trabalhistas, militares e eleitorais.
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 Jurisdição Comum: representa a chamada competência supletiva, pois é competente
t u
d
para solucionar todo e qualquer conflito que não for de competência especial.
n
a ta
 Jurisdição Superior: é aquela competente para reexaminar as decisões proferidas
jo n
por órgãos jurisdicionais de hierarquia inferior.
 Jurisdição Inferior: é aquela exercida pelo órgão jurisdicional que enfrenta o processo
desde o início, ou seja, aquele que tem competência originária para a demanda,
onde as decisões proferidas estão sujeitas à análise por outro órgão jurisdicional de
hierarquia superior.

11
Neves, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito Processual Civil - Volume Único. 10ª edição. Editora
JusPodvm, 2018, p. 96.
25
Não confundir Jurisdição superior com o julgamento pelos tribunais, pois os tribunais
exercem tanto jurisdição superior como inferior, tudo a depender do caso concreto. Todos os
tribunais têm ações de sua competência originária, e nesses casos exercem a jurisdição
inferior. Da mesma forma, todos os tribunais têm competência recursal, quando então
exercerão jurisdição superior.

4.1.4 Princípios a l
io n
a c
c
A função jurisdicional deve ser exercida através do respeito aos seguintes princípios
u
fundamentais:
E dadd e
e
rt le
o So
 Princípio do Juiz Natural: determina que a função jurisdicional deve ser exercida
p
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apenas pelo órgão a que a Constituição reservou a parcela do poder jurisdicional.

e um n D .4 a
Nesse ponto, insta salientar a regra da VEDAÇÃO ao denominado Tribunal de
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Exceção, isto é, a criação de juízes ou tribunais para o julgamento de certas causas.

d V on 24.5 67@
J 0 ra
 Princípio da improrrogabilidade: determina que os limites da jurisdição estão
A t u
previstos na constituição Federal, razão pela qual, não se permite ao legislador
n d
ta
ordinário reduzi-los ou ampliá-los.
a
jon
 Princípio da Indeclinabilidade: determina que o Órgão Jurisdicional tem o dever de,
uma vez provocado, prestar a tutela jurisdicional. É a famosa vedação ao Non Liquet,
prevista no caput do art. 140, do CPC/2015.
 Princípio da Aderência Territorial: determina que todo juiz ou órgão judicial está
adstrito a certa circunscrição territorial, na qual deve exercer a sua parcela do poder
jurisdicional, conforme estabelecido na Constituição ou nas leis de organização
judiciária.

26
5. Cooperação Internacional

5.1 Cooperação Internacional

A necessidade de cooperação internacional decorre do fenômeno da globalização dos


interesses econômicos, assim como do alargamento das comunicações sociais, devido ao avanço
tecnológico, razão pela qual, o Estado precisa da cooperação do outro para melhor aplicação
da justiça e satisfação de suas decisões.

A Lei 13.105/2015 (NCPC) elenca as normas gerais a respeito do tema. Nesse sentido, o
art. 26 estabelece que o tratado de que o Brasil for parte regerá a cooperação internacional,
além de trazer os requisitos genéricos para tal cooperação, vejamos:
a l
io n
Mas, a pergunta que se faz é: como se dará essa cooperação internacional?
a c
u c
Três são as maneiras fundamentais para o exercício dessa cooperação: por auxílio direto,
por carta rogatória ou pela E dad d e
homologação de sentença
e
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estrangeira.
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 Auxílio direto12: cabe quando a medida não decorrer diretamente de decisão de
um n D .4 a
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autoridade jurisdicional estrangeira a ser submetida a juízo de delibação no Brasil
e
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(art. 28, do CPC/2015);
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A J 0 ra
t
 Carta rogatória: é procedimento de jurisdição contenciosa, perante o Superior
u
d
n assegurar às partes as garantias do devido processo legal
Tribunal de Justiça, e deve
a t a
n
(art. 36, do CPC/2015).
jo
 Homologação de sentença estrangeira: requerida por ação de homologação de
decisão estrangeira, salvo disposição especial em sentido contrário prevista em
tratado (art. 960, do CPC/2015). É o mecanismo pelo qual a autoridade brasileira
outorga eficácia à sentença estrangeira, fazendo com que ela possa ser executada no
Brasil, pois, sem a homologação, a sentença estrangeira é absolutamente ineficaz em
território nacional. Hoje, a competência em questão é do Superior Tribunal de Justiça.

12
Vide Questão 1.
27
Olha aí, aluno, uma importante atribuição que você vai exercer quando assumir o
cargo: a sentença homologada é título executivo judicial e deverá ser executada
perante o juízo federal competente.
Principais requisitos para a homologação:
a) Sentença proferida por autoridade competente;
b) As partes devem ter sido citadas; e a revelia, legalmente caracterizada;
c) Ser respeitado o contraditório;
d) A sentença estrangeira deve ser eficaz no país em que foi proferida (não é
necessário que tenha ocorrido o trânsito em julgado);
e) É necessário que a sentença não afronte a coisa julgada brasileira;
f) Não pode conter manifesta ofensa à ordem pública.

a l
io n
O Ministério da Justiça exercerá as funções de autoridade central na ausência de

a c
c
designação específica, podendo comunicar-se diretamente com suas congêneres e, se
u
d e
necessário, com outros órgãos estrangeiros responsáveis pela tramitação e pela execução de
E dad
e
rt le
pedidos de cooperação enviados e recebidos pelo Estado brasileiro, respeitadas as disposições
específicas constantes de tratado. p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
e um n D .4 a
r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
t u
n d
a ta
jo n

28
QUADRO SINÓTICO

TEORIA GERAL DO PROCESSO


 Princípio da Inércia
 Princípio da Inafastabilidade da Jurisdição
 Princípio da Efetividade
PRINCÍPIOS  Princípios da Boa-fé e Cooperação
 Princípio da Isonomia e Contraditório

l
 Princípio da Não Surpresa ou do Contraditório Substanciado
a
 Princípio da Fundamentação das Decisões
io n
c
Vigência do CPC a partir de 16/03/206, atingindo todos os novos processos
a
DIREITO INTERTEMPORAL
c
e os pendentes, preservando atos já realizados e não retroagem para
u
d e
prejudicar os direitos processuais adquiridos.
E dad
e
rt le
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
POLÍTICA DE TRATAMENTO ADEQUADO DE CONFLITOS JURÍDICOS

um n D .4 a
O mediador, que atuará preferencialmente nos casos em que houver vínculo

e r ata 86 gm
anterior entre as partes, auxiliará aos interessados a compreender as questões
MEDIAÇÃO
d V on 24.5 67@
e os interesses em conflito, de modo que eles possam, pelo restabelecimento

A J 0 ra da comunicação, identificar, por si próprios, soluções consensuais que gerem


t benefícios mútuos.
u
n d
O conciliador, que atuará preferencialmente nos casos em que não houver

a ta
vínculo anterior entre as partes, poderá sugerir soluções para o litígio, sendo
CONCILIAÇÃO
jo nvedada a utilização de qualquer tipo de constrangimento ou intimidação
para que as partes conciliem.
 Independência (do mediador e do conciliador);
 Imparcialidade (do mediador e do conciliador);
 Autonomia da vontade;
PRINCÍPIOS QUE REGEM A
 Confidencialidade;
CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO
 Oralidade;
 Informalidade;
 Decisão informada;
EQUIVALENTES  Autotutela: uma das partes, no intento de ver satisfeita sua vontade, utiliza-
JURISDICIONAIS se da própria força para solucionar o conflito.

29
 Autocomposição: a própria parte, espontaneamente, sacrifica, total ou
parcial, seu interesse com o fito de ver solucionado o litígio.
 Arbitragem: jurisdição não estatal, consistindo no julgamento do litígio
por terceiro imparcial, escolhido pelas partes.

TEORIA DOS FATOS JURÍDICOS PROCESSUAIS


ATO-FATO JURÍDICO É o ato produzido em si e não pela vontade humana.
É o ato que gera efeitos jurídicos apenas pela manifestação da vontade
ATO UNILATERAL
de uma pessoa só.
É a relação entre duas ou mais pessoas que ao se reunirem, podem
NEGÍCIO JURÍDICO
ocasionar em efeitos jurídicos.
FATOS NATURAIS (FATOS São acontecimentos provenientes da natureza e não precisam da vontade
JURÍDICOS STRICTU SENSU) humana.

a l
ATO JURÍDICO EM SENTIDO
ESTRITO
io n
São os atos cometidos pelo homem sem o interesse de influenciar na
esfera jurídica, pois estão em conformidade com a lei.

a c
u c
FUNÇÃO JURISDICIONALE dad d e
e
rt le
o So
A jurisdição pode ser entendida como a atuação estatal visando à aplicação do direito
p
CONCEITO
u ra 92
S ut 22- il.com
objetivo ao caso concreto, resolvendo-se com definitividade uma situação de crise jurídica
e gerando com tal solução a pacificação social.13

e um n D .4 a
r ata 86 gm
 Substitutividade: é a noção de que a vontade do Estado-juiz substitui a vontade das

d V on 24.5 67@
partes na resolução dos litígios.
 Imperatividade: a decisão do Estado-juiz tem caráter coativo.
A J 0 ra
t
 Definitividade: as decisões judiciais, quando preenchidos certos requisitos, adquirem
u
d
o caráter de imutabilidade.
n
CARACTERÍSTICAS ta
 Inafastabilidade: o controle jurisdicional não pode ser evitado ou sofrer mitigações.
a
jo n
 Indelegabilidade: o exercício da função jurisdicional somente pode ser exercido pelo
Poder Judiciário.
 Inércia: é uma característica garantidora da imparcialidade do julgador.
 Investidura: é a determinação de que somente exerce a jurisdição aquele ocupante
de cargo de Juiz.
 Jurisdição Contenciosa: é aquela em que há uma lide.
CLASSIFICAÇÃO  Jurisdição Voluntária: é aquela em que NÃO há uma lide ou, em caso de existência
de uma situação conflituosa, esta não é objeto imediato da apreciação judicial.

13
Neves, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito Processual Civil, Volume Único. 10ª edição. Editora
JusPodvm, p. 59.
30
 Jurisdição Penal: está ligada a toda causa penal e a pretensões punitivas submetidas
ao Estado.
 Jurisdição Civil: está ligada a toda jurisdição não penal.
 Jurisdição Especial: abarca a solução de litígios trabalhistas, militares e eleitorais.
 Jurisdição Comum: representa a chamada competência supletiva.
 Jurisdição Superior: reexamina as decisões proferidas por órgãos jurisdicionais de
hierarquia inferior.
 Jurisdição Inferior: as decisões proferidas estão submetidas à análise por outro
órgão jurisdicional de hierarquia superior;
 Princípio do Juiz Natural: função jurisdicional apenas exercida pelo órgão que a
Constituição reservou a parcela do poder jurisdicional;
 Princípio da improrrogabilidade: os limites da jurisdição estão previstos na
constituição Federal;
PRINCÍPIOS
 Princípio da Indeclinabilidade: uma vez provocado, prestar a tutela jurisdicional;

l
 Princípio da Aderência Territorial: todo juiz ou órgão judicial está adstrito a certa
a
io n
circunscrição territorial, na qual deve exercer a sua parcela do poder jurisdicional,
conforme estabelecido na Constituição ou nas leis de organização judiciária

a c
u c
E dad d e
e
COOPERAÇÃO INTERNACIONAL
rt le
AUXÍLIO DIRETO
A
p o So
medida não decorre diretamente de decisão de autoridade

Su utra 2-92 l.com


jurisdicional estrangeira a ser submetida a juízo de delibação no Brasil.

CARTA ROGATÓRIA m D 4 2 ai
Procedimento de jurisdição contenciosa, perante o Superior Tribunal de

u .
er tan 86 gm
Justiça, e deve assegurar às partes as garantias do devido processo legal.

V
HOMOLOGAÇÃO DE SENTENÇA
n a .5 @ Requerida por ação de homologação de decisão estrangeira, salvo

d
ESTRANGEIRA
J o 24 67 disposição especial em sentido contrário prevista em tratado.
A 0 tra
du n
a t a
jon

31
QUESTÕES COMENTADAS

Aluno, haja vista a pequena quantidade de questões da carreira de Magistratura


Federal sobre o tema, complementaremos o estudo com questões de outras
carreiras, mas que abordem o assunto com igual nível de complexidade. O
importante é que não deixemos de treinar. Vamos lá?

Questão 1 a l
io n
c
(CESPE - 2017 - TRF - 5ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto) De acordo com as regras do
a
u c
Código de Processo Civil (CPC) que tratam da cooperação jurídica internacional, o denominado
E dad d e
auxílio direto passivo
e
rt le
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
A) depende, para que seja cumprido, da concessão de exequatur, exceto quando tiver por objeto

um n D .4 a
ato de instrução processual.

e r ata 86 gm
V on 24.5 67@
B) deve ser, caso dependa de medida judicial, pleiteado em juízo pelo Ministério Público,
d
A J 0 ra
independentemente de quem atue como autoridade central no caso.
t u
n d
ta
C) deve ser encaminhado, pelo Estado estrangeiro interessado, diretamente a órgão do Poder
a
Judiciário brasileiro. jo n
D) pode ser utilizado para qualquer medida judicial ou extrajudicial, desde que não vedada pela
lei brasileira e não sujeita a juízo de delibação no Brasil.

E) somente pode ser utilizado nos casos previstos em tratados internacionais ratificados pelo
Brasil, dependendo a sua efetivação de homologação no STJ.

32
Comentário:

Correta letra D. Uma das formas de cooperação internacional é o auxílio direto, que cabe quando
a medida não decorrer diretamente de decisão de autoridade jurisdicional estrangeira a ser
submetida a juízo de delibação no Brasil (art. 28, do CPC/2015).

Questão 2
(FCC - 2019 - TJ-AL - Juiz Substituto) Em relação à jurisdição, é correto afirmar que:

A) ao se dizer que a lei não excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito, o
ordenamento jurídico processual refere-se ao princípio da indelegabilidade.
a l
io n
B) à jurisdição voluntária não se aplicam as garantias fundamentais do processo, pela inexistência

a c
de lide e pela possibilidade de se julgar por equidade.
u c
E dad d e
C) viola o princípio do Juiz natural a instituição de Câmaras de Recesso nos tribunais, por
e
rt le
o So
julgarem em períodos nos quais, em regra, não deve haver atividade jurisdicional.
p
u ra 92
S ut 22- il.com
D) só haverá atividade jurisdicional relativa à disciplina e às competições desportivas após

um n D .4 a
r ata 86 gm
esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva reguladas em lei.
e
d V on 24.5 67@
E) por ter natureza jurisdicional, a arbitragem pode tutelar quaisquer direitos, patrimoniais ou
A J 0 ra
t
imateriais, disponíveis ou não. u
n d
Comentário: a ta
jo n
Correta letra D. Está de acordo com o art. 217, §1º, da CF, que estabelece que “O Poder Judiciário
só admitirá ações relativas à disciplina e às competições desportivas após esgotarem-se as
instâncias da justiça desportiva, regulada em lei”.

Em relação a letra A, trata-se, em verdade, do Princípio da Inafastabilidade do Poder Jurisdicional.


Com efeito, a prestação jurisdicional deve sempre ser realizada, ainda que para se dizer que o
direito não existe, ou, simplesmente, para se declarar a incompetência, conforme dispõe o artigo
5º, XXXV, da Constituição e o artigo 3º do NCPC.

33
Já na letra B, a jurisdição voluntária não afasta as garantias fundamentais do processo.

Na alternativa de letra C, somente haveria tal violação se fossem criadas especificamente para
um determinado ou determinados processos.

Por fim, a letra E, na arbitragem somente pode ser convencionada por pessoas maiores e capazes
e com relação a direitos disponíveis.

Questão 3
(TRF - 2ª Região - 2017 - TRF - 2ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto) Sobre o direito
intertemporal, considere as normas do Código de Processo Civil e o entendimento do Superior
a l
Tribunal de Justiça e assinale a opção correta:
io n
a c
c
A) As disposições do CPC-2015 devem ser aplicadas imediatamente após a sua entrada em vigor
u
a todos os processos em tramitação. d e
E dad
e
rt le
p o So
B) São cabíveis honorários sucumbenciais recursais somente contra decisões publicadas a partir
u ra 92
S ut 22- il.com
da entrada em vigor do novo código.

e um n D .4 a
r ata 86 gm
C) As disposições de direito probatório adotadas no novo código somente serão aplicadas aos

d V on 24.5 67@
J 0 ra
processos instaurados a partir da sua entrada em vigor.
A t u
n d
D) No tema intertemporal, o CPC adotou o sistema puro do isolamento dos atos processuais.
a ta
jo n
E) No tema, o novo CPC adotou o sistema das fases processuais.

Comentário:

Correta letra B. "O Superior Tribunal de Justiça propugna que, em homenagem à


natureza processual material e com o escopo de preservar-se o direito adquirido, as normas
sobre honorários advocatícios não são alcançadas por lei nova. A sentença, como ato
processual que qualifica o nascedouro do direito à percepção dos honorários advocatícios, deve
34
ser considerada o marco temporal para a aplicação das regras fixadas pelo CPC/2015" (REsp
1465535/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 21/06/2016, DJe
22/08/2016).

Questão 4
(FCC - 2020 - TJ-MS - Juiz Substituto) No que tange à jurisdição, é correto afirmar:

A) em obediência ao princípio da inafastabilidade da jurisdição, em nenhuma hipótese a parte


precisará exaurir a via administrativa de solução de conflitos, podendo sempre, desde logo,
buscar a solução pela via do Poder Judiciário.

a l
io n
B) a integração obrigatória à relação jurídico-processual concerne ao princípio da inevitabilidade
a c
c
da jurisdição, gerando o estado de sujeição das partes às decisões jurisdicionais.
u
d e
E dad
e
C) o princípio segundo o qual ninguém será processado senão pela autoridade competente diz
rt le
respeito à indelegabilidade da jurisdição.
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
um n D .4 a
D) nos procedimentos especiais de jurisdição voluntária, a intervenção do Judiciário não é

e r ata 86 gm
obrigatória para que se obtenha o bem da vida pretendido, mostrando-se sempre facultativa

d
essa interferência.
V on 24.5 67@
A J 0 ra
t u
n d
E) em obediência ao princípio do juiz natural, é defesa a criação de varas especializadas, câmaras
a ta
n
especializadas nos tribunais ou foros distritais.
jo

Comentário:

Correta letra B. É verdade que a redação poderia ser mais detalhada, porque a expressão
“integração obrigatória” dá margem a interpretações que admitem ressalvas: ao passo que o
autor é integrado assim que dá início ao processo, o réu somente fará parte do processo com
a citação – e esta, por vezes, não ocorre. Basta imaginar a sentença de improcedência liminar

35
em face da qual o autor não tenha oferecido qualquer recurso. Haveria, nesse caso, sentença
transitada em julgado e sem a integração processual do réu. De todo modo, apesar desta
ressalva, a alternativa não está errada, pois a inevitabilidade da jurisdição de fato guarda
pertinência com a imposição do direito ao fato e com sujeição das partes. Diz respeito, para
Dinamarco, aos escopos jurídico e político do processo.

Questão 5
(CESPE - 2019 - TJ-SC - Juiz Substituto) De acordo com os princípios constitucionais e
infraconstitucionais do processo civil, assinale a opção correta.

A) Segundo o princípio da igualdade processual, os litigantes devem receber do juiz tratamento


a l
n
idêntico, razão pela qual a doutrina, majoritariamente, posiciona-se pela inconstitucionalidade
io
a c
das regras do CPC, que estabelecem prazos diferenciados para o Ministério Público, a Advocacia

u c
Pública e a Defensoria Pública se manifestarem nos autos.
d e
E dad
e
rt le
B) O conteúdo do princípio do juiz natural é unidimensional, manifestando-se na garantia do
p o So
u ra 92
cidadão a se submeter a um julgamento por juiz competente e pré-constituído na forma da lei.
S ut 22- il.com
e um n D .4 a
C) O novo CPC adotou o princípio do contraditório efetivo, eliminando o contraditório
r ata 86 gm
V on 24.5 67@
postecipado, previsto no sistema processual civil antigo.
d
A J 0 ra
t
D) O paradigma cooperativo adotado pelo novo CPC traz como decorrência os deveres de
u
d
esclarecimento, de prevenção e denassistência ou auxílio.
a ta
jon como princípios a serem observados pelo juiz na aplicação do
E) O CPC prevê, expressamente,
ordenamento jurídico a proporcionalidade, moralidade, impessoalidade, razoabilidade,
legalidade, publicidade e a eficiência.

Comentário:

Correta letra D. A doutrina nacional, que já enfrentou o tema, divisa fundamentalmente três
vertentes desse princípio da cooperação, entendidas como verdadeiros deveres do juiz na
condução do processo: (i) dever de esclarecimento, consubstanciado na atividade do juiz de

36
requerer às partes esclarecimentos sobre suas alegações e pedidos, o que naturalmente evita a
decretação de nulidades e a equivocada interpretação do juiz a respeito de uma conduta
assumida pela parte; (ii) dever de consultar, exigindo que o juiz sempre consulte as partes antes
de proferir decisão, em tema já tratado quanto ao conhecimento de matérias e questões de
ofício; (iii) dever de prevenir, apontando às partes eventuais deficiências e permitindo suas
devidas correções, evitando-se assim a declaração de nulidade, dando-se ênfase ao processo
como genuíno mecanismo técnico de proteção de direito material.

Questão 6
(CESPE - 2019 - TJ-PA - Juiz de Direito Substituto.) Após ser elaborada lista que continha a
ordem cronológica de conclusão para proferir sentença, a parte requereu prioridade no

a l
julgamento, alegando urgência. O juiz, no entanto, indeferiu o pedido, por não ter vislumbrado

io n
c
a urgência alegada. Nessa situação hipotética, o processo retornará para a lista na
a
u c
d e
A) mesma posição em que ocupava caso o juiz entenda que o pedido não era meramente
E dad
protelatório. e
rt le
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
B) mesma posição que ocupava, independentemente da constatação de necessidade de
conversão em diligência.

e um n D .4 a
r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
C) mesma posição que ocupava, se não houver necessidade de reabertura da instrução.
A J 0 ra
t u
d
D) última posição entre os que já estavam na lista quando da apresentação do pedido pelo
n
autor. a ta
jo n
E) última posição, se o juiz entender que o pedido era manifestamente incabível.

Comentário:

Correta letra C. Art. 12, §§ 4º e 5º, do NCPC – “Art. 12. Os juízes e os tribunais atenderão,

preferencialmente, à ordem cronológica de conclusão para proferir sentença ou acórdão. §4º


Após a inclusão do processo na lista de que trata o §1º, o requerimento formulado pela parte

37
não altera a ordem cronológica para a decisão, exceto quando implicar a reabertura da
instrução ou a conversão do julgamento em diligência. §5º Decidido o requerimento previsto
no §4º, o processo retornará à mesma posição em que anteriormente se encontrava na lista.”

Questão 7
(CESPE - 2019 - TJ-PA - Juiz de Direito Substituto.) A regra de que as partes deverão
submeter-se ao quanto decidido pelo órgão jurisdicional coaduna-se com o princípio do(a):

A) inafastabilidade da apreciação pelo Poder Judiciário.

B) adequação. a l
io n
a c
C) segurança jurídica.
u c
E dad d e
D) inevitabilidade.
e
rt le
p o So
E) dispositivo. u ra 92
S ut 22- il.com
e um n D .4 a
r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
Comentário:
A J 0 ra
t u
d
Correta letra D. Pelo princípio da inevitabilidade, tratando-se, a jurisdição, de emanação do
n
a ta
próprio poder estatal, as partes hão de se submeter ao que for decidido pelo órgão jurisdicional,
jo n
posicionando-se em verdadeira sujeição perante o Estado-Juiz. Assim, não podem as partes
evitar os efeitos decorrentes da decisão estatal. Lembrar: Inevitável não se submeter ao decidido
pelo Judiciário.

Questão 8
(TRF - 2ª Região - 2017 - TRF - 2ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto) Caio move ação em face
de autarquia federal. O feito é contestado e, depois, o juiz federal verifica, de ofício, que o lapso

38
de tempo prescricional previsto em lei foi ultrapassado, embora nada nos autos toque ou refira
o assunto. O Juiz:

A) Deve julgar o processo extinto sem resolução do mérito.

B) Deve julgar o pedido improcedente, tendo em vista que a prescrição pode ser reconhecida
de ofício.

C) Deve ser dada às partes oportunidade de manifestação.

D) A hipótese, no novo CPC, é de carência de ação.

E) Não conhecerá da prescrição, diante da omissão da defesa.

a l
io n
a c
Comentário: u c
E dad d e
e
rt le
Correta letra C. Na exposição de motivos, o legislador deixou claro que, mesmo em decisões de

p o So
ordem pública, aquelas em que pode decidir de ofício, o Juiz não as pode proferir sem que seja
u ra 92
S ut 22- il.com
conferido à parte o direito ao contraditório. Esse contraditório deve ser substancial, ou seja,
um n D .4 a
r ata 86 gm
capaz de influir no convencimento do juiz. Ainda que se trate de matéria sobre a qual o juiz
e
V on 24.5 67@
possa decidir de ofício, e que as partes não tenham arguido no curso do processo, o juiz deve,
d
A J 0 ra
t
antes de decidir com base nela, previamente suscitá-la, para, a respeito, colher a manifestação
u
n d
das partes. Ademais, o juiz não reconhecerá sequer a carência de ação antes de dar às partes a
a t a
n
oportunidade de se manifestar.
jo

Questão 9
(CONSULPLAN - 2018 - TJ-MG - Juiz de Direito Substituto) São princípios fundamentais do
processo civil, EXCETO:

A) Isonomia.

B) Cooperação.

39
C) Informalidade.

D) Boa-fé objetiva.

Comentário:

Correta letra C. O NCPC trouxe, na sua Parte Geral, Livro I, um título específico sobre as normas
fundamentais do Processo Civil (arts. 1º a 15), onde são encontrados diversos Princípios
Fundamentais, tais como os Princípios da Isonomia, da Cooperação e da Boa fé Objetiva. Com
efeito, segundo o artigo 7º do NCPC, “é assegurada às partes paridade de tratamento em relação
ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e
à aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório”. Do

l
artigo 7º extrai-se o PRINCÍPIO DA IGUALDADE OU DA ISONOMIA, o qual se relaciona com a
a
io n
ideia de processo justo, no qual seja dispensado às partes e procuradores idêntico tratamento,

a c
para que tenham iguais oportunidades de fazer valer suas ideias em juízo.
u c
E dad d e
Por sua vez, dispõe o artigo 6º do NCPC que “todos os sujeitos do processo devem cooperar
e
rt le
o So
entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva”, trazendo
p
o PRINCÍPIO DA COOPERAÇÃO. u ra 92
S ut 22- il.com
um n D .4 a
r ata 86 gm
Por fim, o artigo 5º trata do PRINCÍPIO DA BOA-FÉ, segundo o qual “aquele que de qualquer
e
V on 24.5 67@
forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé”, impondo a todos que
d
A J 0 ra
t
participam do processo os deveres de probidade e moralidade, uma vez que, o processo não
u
n d
pode ser utilizado para obtenção de resultados ilícitos, escusos, devendo todos zelar pela correta
a ta
n
e justa composição do litígio.
jo
O Princípio da Informalidade, por sua vez, não pode ser considerado um Princípio
FUNDAMENTAL do Processo Civil, como um todo, uma vez que a norma processual traz diversas
formalidades que devem ser respeitadas (sem prejuízo da aplicação do Princípio da
Instrumentalidade das Formas). Frise-se, entretanto, que o Princípio da Informalidade é um dos
norteadores do procedimento dos Juizados Especiais, conforme previsto no artigo 2º da Lei
9.099/95 (Art. 2º O processo orientar-se-á pelos critérios da oralidade, simplicidade,

40
informalidade, economia processual e celeridade, buscando, sempre que possível, a conciliação
ou a transação).

Questão 10
(TRF - 3ª REGIÃO - 2018 - Juiz Federal Substituto) Sobre a jurisdição é CORRETO afirmar que:

A) Ela é invariavelmente uma atividade estatal a cargo do Poder Judiciário.

B) Seu escopo social é a pacificação mediante a eliminação dos conflitos.

C) Seu escopo jurídico abrange a descoberta da verdade e a formação da coisa julgada material.

D) Ela é sempre uma atividade voltada à atuação do direito objetivo em concreto.

Comentário: a l
io n
Correta letra B. Escopos da Jurisdição: a c
u c
E dad d e
Jurídico: é a aplicação concreta da vontade do direito (por meio da criação da norma jurídica).
e
rt le
p o So
Social: resolver o conflito de interesses proporcionando às partes envolvidas a pacificação social.
u ra 92
S ut 22- il.com
Educacional: ensinar aos jurisdicionados, e não somente às partes envolvidas no processo, seus
direitos e deveres.
e um n D .4 a
r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
Político: tem por objeto fortalecer o Estado, a jurisdição é o último recurso em termos de
t u
d
proteção às liberdades públicas e aos direitos fundamentais; incentivar a participação
n
a ta
democrática por meio do processo.
jo n

41
GABARITO

Questão 1 - D

Questão 2 - D

Questão 3 - B

Questão 4 - B

Questão 5 - D a l
ion
Questão 6 - C
a c
u c
Questão 7 - D d e
E dad
Questão 8 - C e
rt le
p o So
Questão 9 - C u ra 92
S ut 22- il.com
Questão 10 - B
e um n D .4 a
r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
t u
n d
a ta
jon

42
QUESTÃO DESAFIO

Quais as características principais do princípio da boa-fé? Esse


princípio deve ser respeitado apenas pelas partes ou o Juiz
também deve seguir?

Máximo de 5 linhas

a l
ion
a c
u c
E dad d e
e
rt le
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
e um n D .4 a
r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
t u
n d
a ta
jon

43
GABARITO DA QUESTÃO DESAFIO

De acordo com a doutrina, o princípio da boa-fé constitui regra de conduta, relacionado

aos padrões sociais ou legais de lisura e lealdade. Ademais, de acordo com o art. 5º do
CPC, todos que participam do processo, inclusive o Juiz, devem respeitar esse princípio.

Você deve ter abordado necessariamente os seguintes itens em sua resposta:

 Lisura e lealdade

O princípio da boa-fé encontra-se expresso no art. 5º do CPC. De acordo com o ensinamento


de Humberto Theodoro Júnior: “Consiste o princípio da boa-fé objetiva em exigir do agente que

a l
pratique o ato jurídico sempre pautado em valores acatados pelos costumes, identificados com

io n
c
a ideia de lealdade e lisura. Com isso, confere-se segurança às relações jurídicas, permitindo-se
a
u c
aos respectivos sujeitos confiar nos seus efeitos programados e esperados.” (Theodoro Júnior,

E dad d e
Humberto. Curso de Direito Processual Civil – vol. I: teoria geral do direito processual civil,
e
rt le
o So
processo de conhecimento, procedimento comum – 60. ed. – Rio de Janeiro: Forense, 2019, p.
p
139). u ra 92
S ut 22- il.com
um n D .4 a
r ata 86 gm
Assim, para caracterização da boa-fé, deve-se observar o dever de lealdade e lisura dos agentes.
e
V on 24.5 67@
Para garantir essa atuação, o código processual traz regras de proteção à boa-fé, como, por
d
A J 0 ra
t
exemplo, as normas sobre litigância de má-fé (arts. 79 ao 81 do CPC).
u
n d
a ta
 Todos que participam do processo, inclusive o Juiz
jo n
Conforme aduz a doutrina: “A boa-fé processual também deve orientar a atuação jurisdicional,
ou seja, tanto as partes, como o juiz, devem atuar conforme os princípios éticos, de forma a
propiciar a rápida e efetiva solução da lide. Por esta razão é que o art. 5º do novo CPC enuncia
que “aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a
boa-fé””. (Donizetti, Elpídio. Curso didático de direito processual civil – 22. Ed. – São Paulo: Atlas,
2019, p. 130).

44
Inclusive, o STJ já reconheceu que o Juiz deve respeitar o princípio da boa-fé objetiva, vejamos:
“PROCESSUAL CIVIL. TEMPESTIVIDADE DA APELAÇÃO. SUSPENSÃO DO PROCESSO.
HOMOLOGAÇÃO ANTES DE SER PUBLICADA A DECISÃO RECORRIDA. IMPOSSIBILIDADE DA
PRÁTICA DE ATO ENQUANTO PARALISADA A MARCHA PROCESSUAL. HIPÓTESE QUE NÃO SE
CONFUNDE COM A ALEGADA MODIFICAÇÃO DE PRAZO PEREMPTÓRIO. BOA-FÉ DO
JURISDICIONADO. SEGURANÇA JURÍDICA E DEVIDO PROCESSO LEGAL. NEMO POTEST VENIRE
CONTRA FACTUM PROPRIUM. 1. O objeto do presente recurso é o juízo negativo de
admissibilidade da Apelação proferido pelo Tribunal de Justiça, que admitiu o início da contagem
de prazo recursal de decisão publicada enquanto o processo se encontra suspenso, por expressa
homologação do juízo de 1° grau. (...) 8. É imperiosa a proteção da boa-fé objetiva das partes
da relação jurídico-processual, em atenção aos princípios da segurança jurídica, do devido

a l
n
processo legal e seus corolários - princípios da confiança e da não surpresa - valores muito
io
c
caros ao nosso ordenamento jurídico. 9. Ao homologar a convenção pela suspensão do
a
u c
processo, o Poder Judiciário criou nos jurisdicionados a legítima expectativa de que o processo
E dad d e
só voltaria a tramitar após o termo final do prazo convencionado. Por óbvio, não se pode admitir
e
rt le
o So
que, logo em seguida, seja praticado ato processual de ofício - publicação de decisão - e,
p
u ra 92
S ut 22- il.com
ademais, considerá-lo como termo inicial do prazo recursal. 10. Está caracterizada a prática de

e r ata 86 gm um n D .4 a
atos contraditórios justamente pelo sujeito da relação processual responsável por conduzir o

V on 24.5 67@
procedimento com vistas à concretização do princípio do devido processo legal. Assim agindo,
d
o Poder
A J 0 ra
Judiciário feriu a máxima nemo potest venire contra factum proprium,
t u
d
reconhecidamente aplicável no âmbito processual. Precedentes do STJ. 11. Recurso Especial
n
a ta
provido.” (REsp 1306463/RS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em
jo
04/09/2012, DJe 11/09/2012).
n
Desse modo, todos os participantes devem respeitar o princípio da boa-fé, incluídos as partes,
os advogados, os magistrados, servidores públicos e agentes políticos que, eventualmente,
atuem no processo.

45
LEGISLAÇÃO COMPILADA

Neste capítulo, é de extrema importância a leitura de:

Teoria geral do processo

 CPC: arts. 1 a 15;


 Enunciados do FPPC: 373, 375, 376, 377;

Política de tratamento adequado de conflitos jurídicos a l


io n
a c
 CPC: arts 165 a 175;
u c
 Lei 13.140/15: Integral;
E dad d e
 Lei 9.307/90: Integral; e
rt le
 Súmulas: 485, STJ; p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
Função jurisdicional
e um n D .4 a
r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
 CPC: art. 16 a 25;
A J 0 ra
t u
Cooperação internacional e nacional
n d
a ta
 CPC: art. 26 a 41;n
jo
Arbitragem

 Súmula 485, STJ

A Lei de Arbitragem aplica-se aos contratos que contenham cláusula arbitral, ainda que celebrados antes da sua
edição.

46
JURISPRUDÊNCIA

Arbitragem

 Informativo 622 do STJ:

Se a parte quiser arguir a nulidade da cláusula arbitral, deverá formular esse pedido, em

a l
n
primeiro lugar, ao próprio árbitro, não sendo possível que proponha diretamente ação
io
c
judicial, em razão da aplicação do princípio Kompetenz-Kompetenz.
a
u c
 Informativo 637 do STJ:
E dad d e
e
rt le
o So
Se a parte já tem um título executivo, não precisa ir para a arbitragem mesmo que o
p
u ra 92
S ut 22- il.com
contrato contenha cláusula compromissória. A existência de cláusula compromissória não

e um n D .4 a
afeta a executividade do título de crédito inadimplido e não impede a deflagração do
r ata 86 gm
procedimento falimentar, fundamentado no art. 94, I, da Lei nº 11.101/2005

d V on 24.5 67@
A J 0 ra
t u
n d
a ta
jo n

47
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Presidência da República, 1988.

______. Lei nº 13.105 de 16 de março de 2015. Institui o Código de Processo Civil. Brasília:
Presidência da República, 2015.

BUENO, Cassio Scarpinella. Manual de Direito Processual Civil: Inteiramente Estruturado à


Luz do Novo CPC, de acordo com a Lei n. 13.256, de 4-2-2016. 2. ed. rev., atual. e ampl. – São
Paulo: Saraiva, 2016.

a l
n
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Vade Mecum de Jurisprudência Dizer o Direito. 4ª Edição.
io
– Salvador: Ed. Podivm, 2018.
a c
u c
d e
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmulas do STF e STJ. 3ª Edição. – Salvador: Ed. Podivm,
E dad
2018. e
rt le
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
DIDIER JR., Fredie. Curso de Direito Processual Civil: Introdução ao Direito Processual Civil,

e um n D .4 a
Parte Geral e Processo de Conhecimento. 18. ed. - Salvador: Ed. Jus Podivm, 2016.
r ata 86 gm
V on 24.5 67@
GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Direito Processual Civil Esquematizado/ Marcus Vinicius
d
A J 0 ra
Rios Gonçalves; coordenador Pedro Lenza. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
t u
d
nManual de Direito Processual Civil - Volume Único. 10ª
t
Neves, Daniel Amorim Assumpção.
a a
jo
edição. Editora JusPodvm, n
2018.

Thamay, Rennan. Manual de Direito Processual Civil – 2. ed. – São Paulo: Saraiva Educação,
2019.

THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil – Teoria geral do direito
processual civil, processo de conhecimento e procedimento comum – vol. I/Humberto
Theodoro Júnior. 58. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2017.

48
MAGISTRATURA
FEDERAL
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E d e
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te ed a
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Direito Processual
Su utra 22-92il.com Civil
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Ad J 02 utra6
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SUMÁRIO
6. Direito da Ação ............................................................................................................................................................. 2

6.1 Conceito ................................................................................................................................................................ 2

6.2 Teorias da Ação ................................................................................................................................................. 3

6.3 Requisitos Para a Apreciação do Mérito ................................................................................................ 4

6.4 Classificação das Ações .................................................................................................................................. 6

6.4.1 Ação Constitutiva ...................................................................................................................................... 6

6.4.2 l
Ação Condenatória .................................................................................................................................. 7
a
6.4.3 io n
Ação Meramente Declaratória ............................................................................................................ 7
a c
6.5
u c
Elementos da Ação .......................................................................................................................................... 7

E dad d e
7.
e
Pressupostos Processuais ................................................................................................................................ 10
rt le
7.1 p o So
Conceito ............................................................................................................................................................. 10

7.2 S ut 22- il.com u ra 92


Divisão dos Pressupostos Processuais: ................................................................................................. 10

7.2.1 e r ata 86 gm um n D .4 a
Pressupostos de Existência: ............................................................................................................... 10

d V on 24.5 67@
7.2.2
A J 0 ra
Requisitos de Validade: ....................................................................................................................... 11
t u
8. d
Competência........................................................................................................................................................... 15
n
a ta
8.1 n
Conceito ............................................................................................................................................................. 15
jo
8.2 Competência Absoluta ................................................................................................................................ 16

8.3 Competência Relativa................................................................................................................................... 17

8.4 Conexão e Continência ............................................................................................................................... 19

8.5 Critérios para a fixação de competência ............................................................................................. 20

8.6 Principais Regras de Competência de Foro ....................................................................................... 21

8.7 Conflito de Competência............................................................................................................................ 24

8.7.1 Competência para Julgamento do Conflito ............................................................................... 25


QUADRO SINÓTICO ..................................................................................................................................................... 27

QUESTÕES COMENTADAS ....................................................................................................................................... 29

GABARITO ......................................................................................................................................................................... 39

QUESTÃO DESAFIO ........................................................................................................................................................ 40

GABARITO DA QUESTÃO DESAFIO......................................................................................................................... 41

LEGISLAÇÃO COMPILADA ........................................................................................................................................ 43

JURISPRUDÊNCIA.......................................................................................................................................................... 48

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................................................. 64

a l
io n
a c
u c
E dad d e
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p o So
S ut 22- il.com u ra 92
e r ata 86 gm um n D .4 a
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
t u
n d
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jo n
DIREITO PROCESSUAL CIVIL

Capítulo 2
Nesse capítulo, vamos abordar os seguintes temas: Direito da Ação; Pressupostos
Processuais; e Competência.

6. Direito da Ação

6.1 Conceito

a l
É o direito público, subjetivo e abstrato pelo qual a parte provoca o Estado-juiz (que é

io n
inerte, lembre-se) para que este exerça o seu poder/dever jurisdicional, dando uma resposta
a c
denominada de provimento ou tutela jurisdicional.
u c
E dad d e
e
O direito de ação é uma faculdade daquele que se sente prejudicado, podendo ou não
rt le
o So
ser exercida. É uma forma de acionar a jurisdição do Estado. É um direito incondicionado, pois
p
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mesmo que o interessado não preencha todas as “condições da ação”, ele terá direito a uma
resposta do Judiciário.
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jon

O direito de ação surge como direito a uma resposta de mérito. Mas, o que é mérito?

Seguindo os passos da Teoria Abstratista Eclética, que possui como grande defensor o
jurista italiano Eurico Túlio Liebman, o mérito é sinônimo de pretensão inicial, isto é, aquilo
que o autor pede/postula em juízo. Assim sendo, pode-se dizer que para essa teoria “o direito
de ação, em sentido estrito, é o direito a obter uma resposta de mérito, isto é, uma decisão,
positiva ou negativa, a respeito da pretensão formulada”.
2
Já em sentido amplo, o direito de ação traduz verdadeiro acesso à justiça. A esse respeito,
estabelece o art. 17, do CPC/2015 “Para postular em juízo é necessário ter interesse e
legitimidade”.

O que releva considerar é que o direito de ação, de provocar o Judiciário e dele obter
uma resposta, deflui do texto constitucional (art. 5º XXXV, CF - a lei não excluirá da apreciação
do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito). Só terá direito a um pronunciamento de mérito
(julgamento de procedência ou de improcedência) aquele que preencher as chamadas condições
da ação.1

A ideia de ter o direito de ação constitucionalizado é de permitir o acesso à justiça, tanto


que alguns doutrinadores chamam o art. 5º, XXXV da CF de princípio do acesso à justiça ou
Inafastabilidade da Jurisdição. a l
io n
6.2 Teorias da Ação a c
u c
E dad d e
Segundo Daniel Amorim Assumpção Neves2, as teorias da ação podem ser divididas da
e
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seguinte forma:
p o So
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S ut 22- il.com
 Teoria imanentista ou civilista: Na teoria imanentista não existe direito de ação
um n D .4 a
r ata 86 gm
sem a existência direito material, pois se trata de um mesmo direito, apenas em
e
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fases diferentes. Quando há respeito ao direito material, ele remanesce estático,
d
A J 0 ra
t
colocando-se em movimento somente no caso de agressão ou ameaça, hipótese na
u
d
n direito de ação.
qual passa a ser considerado Assim, o direito de ação não é
t a
a já se encontra superada.
autônomo. Essa n
teoria
jo
 Teoria concreta da ação: Nessa teoria reconhece-se a autonomia do direito de ação,
mas não a sua independência. Assim, defende que o direito de ação só existe se o
direito material existir, condicionando a existência do primeiro à existência do
segundo, porém sendo duas coisas distintas. Essa teoria também já se encontra
superada.

1 ALVIM, Eduardo Arruda. Direito processual civil. 5. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: RT, 2013, p. 169.
2
Neves, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito Processual Civil - Volume Único. 10ª edição. Editora
JusPodvm, 2018, p. 123.
3
 Teoria abstrata da ação: Para essa teoria, o direito de ação é abstrato, amplo,
genérico e incondicionado, não existindo nenhum requisito que precise ser
preenchido para sua existência. Desse modo, não existem condições para o exercício
da ação, já que é absolutamente irrelevante para fins de existência do direito de ação.
 Teoria eclética: Para a teoria eclética, o direito de ação não se confunde com o
direito material, inclusive existindo de forma autônoma e independente, mas
depende do preenchimento de certos requisitos formais chamados de "condições
da ação”. O Código de Processo Civil adotou a teoria eclética, ao prever
expressamente que a sentença fundada em ausência das condições da ação é
meramente terminativa, não produzindo coisa julgada material (art. 485, VI, do CPC).
Para essa teoria, o direito de ação é o direito de obter uma resposta de mérito, ou

a l
n
seja, uma decisão positiva ou negativa, a respeito da pretensão formulada. É uma
io
c
teoria abstratista, pois não condiciona a existência da ação à existência de direito
a
u c
material. Mas, preste atenção ao detalhe, aluno! Exige-se uma resposta de mérito, e
E dad
não, necessariamente, uma sentença de mérito.
d e
e
rt le
o So
 Teoria da asserção: É uma teoria moderna, intermediária entre a teoria abstrata pura
p
u ra 92
S ut 22- il.com
e a teoria eclética. Para essa corrente a presença das condições da ação deve ser

e um n D .4 a
analisada pelo juiz com os elementos fornecidos pelo próprio autor em sua petição
r ata 86 gm
V on 24.5 67@
inicial, admitindo-se provisoriamente que o autor está dizendo a verdade.
d
A J 0 ra
t
6.3 Requisitos Para a Apreciação
u do Mérito3
n d
a ta
Conforme se depreende do art. 17, do CPC, acima já referido, os requisitos para a
jo n
apreciação do mérito são:

 Interesse de agir: para se ver configurado, há de se preencher o binômio:


necessidade (o Judiciário é o meio necessário para a solução do conflito) e
adequação (a ação proposta está de acordo com a necessidade posta em juízo).
Alguns autores defendem a presença de um terceiro requisito: a utilidade (o meio a
ser utilizado deve trazer alguma para o autor da ação). Desse modo, o autor não terá

3
Vide Questão 5.
4
interesse de agir quando não puder obter, por meio da ação proposta, o resultado
por ele almejado.
 Legitimidade ad causam: é matéria de ordem pública e determina que, em regra, as
pessoas só podem postular em juízo em nome próprio e não alheio (é a chamada
Legitimidade Ordinária). Salvo, quando expressamente autorizado por lei (vide Art.
18, do CPC).

Todavia, quando se postula em nome próprio, direito alheio, está-se diante da


denominada Legitimidade Extraordinária/Substituição Processual. A esse respeito, diz o
parágrafo único do art. 18, do CPC “Havendo substituição processual, o substituído poderá
intervir como assistente litisconsorcial”.

a l
Na seara da legitimidade extraordinária, a coisa julgada atingirá não somente aqueles que

io n
c
figuraram como partes no processo, mas também o substituído processual, que não foi parte. É
a
u c
por essa razão que a legislação admite que o substituído ingresse no processo, para auxiliar o
d e
E dad
substituto, na qualidade de assistente litisconsorcial.
e
rt le
p o So
Ex.: recentemente, o STJ sumulou o entendimento segundo o qual “o Ministério Público
u ra 92
S ut 22- il.com
tem legitimidade ativa para ajuizar ação de alimentos em proveito de criança ou adolescente

um n D .4 a
r ata 86 gm
independentemente do exercício do poder familiar dos pais, ou do fato de o menor se encontrar
e
V on 24.5 67@
nas situações de risco descritas no artigo 98 do Estatuto da Criança e do Adolescente, ou de
d
A J 0 ra
quaisquer outros questionamentos acerca da existência ou eficiência da Defensoria Pública na
t u
n d
comarca” (Súm. 594 do STJ), hipótese em que atuará como substituto processual, propondo a
a ta
n
ação em nome próprio, porém em defesa de direito alheiro (criança ou adolescente).
jo

Não se deve confundir legitimidade extraordinária com a chamada REPRESENTAÇÃO, pois


nesta o autor está em nome próprio, defendendo direito próprio (é o caso do incapaz
representado, em juízo, pela mãe, conforme disciplina o art. 71, do CPC).

5
Também não se deve confundir substituição processual com sucessão processual. A
substituição processual ocorre quando alguém fica no processo para defender direito
alheio, hipótese do art. 109, §§ 1º e 2º do CPC. Já a sucessão ocorre quando um sai e o
outro entra no processo, hipótese dos arts. 109, caput, §1º, e 110, CPC.

Ainda, vale lembrar que, em regra, a alienação da coisa litigiosa não altera a legitimidade

l
das partes. Excepcionalmente, poderá haver a substituição do alienante ou do cedente, pelo
a
adquirente ou cessionário, desde que haja consentimento da parte contrária.
io n
a c
c
O art. 17, do CPC, portanto, demonstra que a manutenção da adoção da teoria eclética,
u
d e
E dad
acolhida no CPC anterior, uma vez que permanece a exigir o preenchimento de certas condições
e
rt le
para que a resposta de mérito possa ser proferida. Percebemos, além disso, que foi excluída a
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
condição da ação denominada de “possibilidade jurídica do pedido”, conforme pensamento

um n D .4 a
desenvolvido por Liebman, a partir da terceira edição de seu Manual.

e r ata 86 gm
V on 24.5 67@
Por fim, recorde-se que o exame das condições da ação deve ser feito em abstrato, pela
d
A J 0 ra
versão dos fatos trazida pela petição inicial. O juiz fará a verificação de que as condições estão
t u
d
preenchidas considerando verdadeiro aquilo que consta na exordial, em abstrato.
n
a ta
n
jo das Ações
6.4 Classificação

Trata-se de uma classificação conforme o tipo de tutela postulada.

6.4.1 Ação Constitutiva

É a demanda que tem o objetivo de obter a certificação e efetivação de um direito


potestativo, ou seja, direito que alguém tem de interferir na esfera jurídica de outra pessoa,
para criar, alterar ou extinguir situações jurídicas.

6
6.4.2 Ação Condenatória

Ação condenatória é aquela em que se afirma a titularidade de um direito a uma


prestação e pela qual se busca a certificação e a efetivação desse mesmo direito, com a
condenação do réu ao cumprimento da prestação devida. Podem ser positivas ou negativas.

6.4.3 Ação Meramente Declaratória

Na ação meramente declaratória pede-se o reconhecimento da existência, da


inexistência de uma relação jurídica ou o modo de ser dessa relação ou a declaração de
autenticidade ou da falsidade de documento. Não se busca a efetivação de direito algum,
nem direito à prestação, nem direito potestativo.

a l
Está prevista no art. 19, do CPC, o qual dispõe:
io n
a c
Art. 19. O interesse do autor pode limitar-se à declaração:

u c
E dad d e
I - da existência, da inexistência ou do modo de ser de uma relação jurídica;

e
rt le
o So
II - da autenticidade ou da falsidade de documento.
p
u ra 92
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Ademais, sobre o tema em análise, a Súmula 181/STJ informa que:

e um n D .4 a
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“É admissível ação declaratória, visando a obter certeza quanto à exata interpretação de

d V on 24.5 67@
cláusula contratual.”

A J 0 ra
t u
Vale salientar, por oportuno, que é possível mesmo diante de violação de direito.
n d
ta
naAção
6.5 Elementos da
jo
Três são os elementos da ação:

 Partes: é aquele que postula em juízo (autor), bem como aquele em face de quem o
pedido da tutela jurisdicional é dirigido (réu). Em regra, não é possível uma ação sem
autor. Há raríssimas hipóteses em que a ação não terá autor, que são nos casos em
que o juiz pode dar início ao processo de ofício, a exemplo do processo de
arrecadação de bens do ausente. Por outro lado, é perfeitamente possível que a ação
não tenha réu, como é o caso da ADI.

7
 Causa de Pedir: é composta pelos fatos (os casos concretos de natureza pessoal,
específica e particular) e pelos fundamentos jurídicos do pedido (é o direito que o
autor quer que seja aplicado ao caso, é a norma geral e abstrata, não se confunde
com o mero fundamento legal, isto é, a aplicação de um artigo de lei ao caso
concreto), como disciplina o art. 319, III, do CPC. Apenas os fatos vinculam o juiz no
julgamento e é deles que o réu se defende (Teoria da Substanciação), os fundamentos
jurídicos, não.
Parte da doutrina entende que a causa de pedir nas ações de direito real exige a
indicação não apenas do direito sobre o qual se embasa o pedido, mas também do
fato que deu origem a esse direito.

a l
io n
a c
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Não há que se falar em litispendência ou coisa julgada diante dos casos em que, mesmo

um n D .4 a
havendo duas ações com as mesmas partes e com os mesmos pedidos, apresentam

e r ata 86 gm
fundamentos em fatos distintos.

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A J 0 ra
A respeito da causa de pedir, há uma celeuma doutrinária referente à nomenclatura, de
t u
n d
modo que Nelson Nery Junior defende que os fatos são a causa de pedir próxima e os
a ta
n
fundamentos jurídicos de causa de pedir remota; ao passo que Vicente Greco Filho defende
jo
justamente o contrário, sendo os fatos a causa de pedir remota e os fundamentos jurídicos a
causa de pedir próxima.

 Pedido (art. 322 e ss): pode ser de dividido em dois:


 Mediato: é o bem da vida que se busca alcançar. Representa, portanto, os
requerimentos feitos na petição inicial, por exemplo.
 Imediato: é o provimento jurisdicional que se postula em juízo. Nesse caso,
espera-se que o juiz defira a respeito do provimento, seja condenando,
declarando ou constituindo alguma relação jurídica.
8
Além disso, os arts. 322 e 324 estabelecem que o pedido deve ser certo (aquele em que
o objeto é claramente individualizado) e determinado (aquele em que é líquido, ou seja, há a
indicação da quantidade que se pretende receber). Pode, porém, requerer-se pedidos líquidos
genéricos diante das hipóteses excepcionais previstas no §1º, do art. 324 do CPC.

a l
io n
a c
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e um n D .4 a
r ata 86 gm
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9
7. Pressupostos Processuais

7.1 Conceito

Constituem exigências que possibilitam o surgimento de uma relação jurídica válida e seu
desenvolvimento imune a vício que possa nulificá-la, no todo, ou em parte. Assim, são
formalidades processuais que são analisadas antes de se julgar o mérito do caso, e somente se
preenchidos os seus requisitos é que o Juiz poderá analisar o mérito. Constituem matéria de
ordem pública, que deve ser examinada pelo juiz de ofício.

a l
io n
a c
u c
E dad d e
Os pressupostos processuais não se confundem com os requisitos para a apreciação do
e
rt le
p o So
mérito.

u ra 92
S ut 22- il.com
Os pressupostos processuais são divididos, conforme a doutrina, em pressupostos de
um n D .4 a
r ata 86 gm
existência e validade, ou em subjetivos e objetivos. Aqui, iremos utilizar os dois critérios para
e
d V on 24.5 67@
melhor aprendermos o tema.
A J 0 ra
t
du Processuais:
7.2 Divisão dos Pressupostos
n
a t a
jon
7.2.1 Pressupostos de Existência:

SUBJETIVOS
A capacidade de ser parte diz respeito à capacidade do
sujeito de gozo e exercício de direitos e obrigações (art. 1º
CAPACIDADE DE SER do CC), existindo para as pessoas físicas, pessoas jurídicas,
PARTE pessoas formais (art. 75 do CPC), e para a maioria dos entes
despersonalizados. Importante: Capacidade de ser parte é
diferente de capacidade de estar em juízo (capacidade

10
processual), pois, mesmo os incapazes possuem capacidade
de ser parte, desde que regulamente representados/assistidos.
É o poder jurisdicional em que o estado investe em uma
pessoa, o Juiz, tornando-o capaz de exercer essa função. Os
atos praticados por pessoas que não estão investidos nessa
função são considerados ineficazes, podendo atingir todo o
INVESTIDURA (JUIZ)
processo, quando integralmente conduzido por sujeito que
não está investido na jurisdição, como parcialmente, quando
somente determinados atos são praticados por sujeito não
investido de jurisdição.

OBJETIVO
a l
io n
Em razão da jurisdição ser inerte, faz-se necessário a

a c
provocação do interessado para existir o processo. Sem o
DEMANDA
u c
d e
ato de demandar, a relação jurídica processual de direito
E dad
e
processual nem mesmo chegará a existir.
rt le
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
7.2.2 Requisitos de Validade:

e um n D .4 a
r ata 86 gm
d V on 24.5 67@ SUBJETIVOS

A J 0 ra A competência é a demarcação dos limites em que cada


t u
d
juízo poderá atuar, levando em consideração os termos da
n
COMPETÊNCIA
a tademanda, isto é, à vista da petição inicial, e não a procedência
jo n ou improcedência da pretensão, bem como não a definem a
legitimidade ou não das partes.
É essencial para a regularidade do processo que um terceiro
(o Juiz) imparcial, desinteressado diretamente no conflito de
interesses, julgue a demanda. Sem a imparcialidade, de nada
IMPARCIALIDADE (JUIZ)
adiantaria o sujeito ser investido do poder jurisdicional, pois
ele sempre iria julgar em benefício próprio, sem respeitar os
direitos das partes.
Para praticar atos processuais, as partes precisam ser
CAPACIDADE PROCESSUAL
absolutamente capazes, ou seja, não podem ser
11
absolutamente ou relativamente incapazes (art. 3 e 4 do CC).
No entanto, somente com representação ou assistência, é que
os incapazes passam a ter capacidade. Já para as pessoas
jurídicas ou formais, está previsto no art. 75 do CPC as pessoas
que podem ser consideradas as suas representantes, sendo
indispensável a sua presença.
Em regra, as partes deverão ser assistidas por um advogado
devidamente habilitado pela Ordem dos Advogados do
CAPACIDADE
Brasil (OAB). Existem exceções, como ocorre nos Juizados
POSTULATÓRIA
Especiais, na Justiça Trabalhista, no Habeas Corpus e na
ADIn/Adecon.

a l
OBJETIVOS – INTRÍNSECOS
io n
a c
A inépcia da petição inicial impede o desenvolvimento válido
u c
PETIÇÃO INICIAL APTA
d e
e regular do processo, tendo suas hipóteses previstas no art.
E dad
330, § 1º do CPC.
e
rt le
o So
Com a citação válida do demandado complementa-se a
p
u ra 92
S ut 22- il.com
relação jurídica processual, sendo tal ato de essencial

um n D .4 a
importância para a regularidade do processo. Em caso de

e r ata 86 gm
CITAÇÃO VÁLIDA extinção do processo antes da citação do réu (arts. 330 e 332

d V on 24.5 67@
do CPC), a citação também é necessária, havendo somente
A J 0 ra
t nesses casos irregularidade procedimental se não ocorrer a
u
n d
citação válida.
a taOs atos processuais devem ser praticados na forma prevista
jon
pela lei, tratando-se a formalidade de uma medida que
prestigia a segurança para as partes. No entanto, o novo CPC
adotou uma nova postura, permitindo que a formalidade deve
REGULARIDADE FORMAL
sempre ser afastada quando o ato processual atingir a sua
finalidade e não gerar prejuízo, ainda que praticado em
desconformidade com a forma legal. Trata-se do princípio da
instrumentalidade das formas.

12
OBJETIVOS - EXTRÍNSECOS (NEGATIVOS)
Haverá litispendência quando dois ou mais processos
idênticos existirem concomitantemente, caracterizando-se a
identidade pela verificação no caso concreto da tríplice
identidade - mesmas partes, mesma causa de pedir e mesmo
LITISPENDÊNCIA
pedido. Significa pendência da causa, que começa a existir
(art. 485, V do CPC)
quando de sua propositura e se encerra com a sua extinção.
Para o autor da demanda, há litispendência desde o protocolo
de sua petição inicial, enquanto que para o réu a
litispendência depende de sua citação válida.

l
Semelhante a litispendencia, porém ocorre quando um dos
a
n
processos já chegou ao seu final, com trânsito em julgado da
io
a c
decisão. Tem o condão de garantir a imutabilidade do
COISA JULGADA
pronunciamento u
judicial, c sendo sua qualidade essa
(art. 485, V do CPC)
E dad d e
estabilidade derivada da imutabilidade e da indiscutibilidade
e
rt le
da decisão de mérito transitada em julgado, essencial à
p o So
u ra 92
segurança jurídica do sistema.
S ut 22- il.com
Se o autor der causa, por três vezes, à extinção do processo

PEREMPÇÃO e um n D .4 a
r ata 86 gmem razão de seu abandono, não poderá intentar nova ação

d V on 24.5 67@ contra o réu com o mesmo objeto, ficando-lhe ressalvada,


A J 0 ra
(art. 485, V do CPC)
entretanto, a possibilidade de alegar em defesa o seu direito
t u
d
(art. 486, § 3º do CPC).
n
a taTratado pela Lei 9.307/1996, ocorre quando as partes
jo n preferem uma solução arbitral à intervenção do Poder
CONVENÇÃO DE
Judiciário, podendo qualquer uma delas arguir em sua defesa
ARBITRAGEM
tal convenção, de forma a impedir a continuação do processo,
(art. 485, VII do CPC)
forçando a parte que buscou a proteção jurisdicional à
solução arbitral.
TRANSAÇÃO
Acordo de vontade das partes com sacrifícios recíprocos.
(art. 487, III, b do CPC)

13
AUSÊNCIA DE PAGAMENTO
DE CUSTAS PROCESSUAIS
EM DEMANDA IDÊNTICA Faz-se necessário o pagamento das custas e dos honorários
EXTINTA ANTERIORMENTE advocatícios para a propositura de nova demanda extinta
POR SENTENÇA anteriormente sem o julgamento do mérito.
TERMINATIVA
(art. 486, § 2º do CPC)

a l
io n
a c
u c
E dadd e
e
rt le
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
e um n D .4 a
r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
t u
n d
a ta
jo n

14
8. Competência

A competência é um tema com grande incidência nas provas para Magistratura Federal,
por isso, devemos estar atentos a todas as regras.

8.1 Conceito

A doutrina processual conceitua a competência como sendo a medida da jurisdição, ou


seja, o critério de distribuição das atribuições da função jurisdicional entre os vários órgãos
judiciários. Para que possa ficar clara a noção de quais os órgãos competentes para o exercício
jurisdicional, abaixo está representada a estrutura do Poder Judiciário:

a l CNJ
STF
io n
a c
STJ TST u c TSE STM
E dad d e
e
rt le
TJ
p
TRF o TRT
S o TRE
JUIZ

Su utra 2-92 l.com


MILITAR

JUIZ DE m
JUIZD 4 2 a
JUIZ DOi JUIZ
DIREITO u
FEDERAL .
er tan 86 TRABALHO
gm ELEITORAL
V n a .5 @
d J o 24 67
A 0 tra
A competência das justiças especiais é apurada de acordo com a matéria discutida no

n du
processo. A competência da justiça comum é supletiva, isto é, abrange todas as causas que não
t a
adas especiais.
n
forem objeto de competência
jo
A justiça comum pode ser federal ou estadual, sendo que a federal4 é determinada em
razão do critério “pessoa”. Já à justiça estadual cabe o julgamento de todas as causas que não
pertencerem à justiça federal.

Você sabe o que é Perpetuatio Jurisdicionis? Atenção, pois embora seja uma definição
simples, é recorrentemente objeto de questionamento em concurso público! Essa expressão
estipula que a competência é determinada no momento do registro ou da distribuição da

4
Vide Questão 3.
15
petição inicial, sendo irrelevantes as alterações posteriores do estado de fato e de direito, salvo
se suprimirem o órgão jurisdicional ou alterarem a competência absoluta5.

Além disso, para indicar o foro competente, classicamente, a competência é dividida em


absoluta e relativa, como veremos a seguir.

8.2 Competência Absoluta

Diz respeito às matérias de ordem pública, as quais NÃO podem ser modificadas pelas
partes e podem ser reconhecidas de ofício. Vale mencionar que o art. 337, II, do CPC determina
que ela deve ser alegada nas preliminares da contestação, todavia, não há impedimento de que
as partes, em qualquer momento, a aleguem, visto que NÃO está sujeita à preclusão6.

a l
n
Como exceção à regra disposta no art. 337, II, do CPC, o art. 63, §3º, do CPC, determina
io
c
que as partes podem modificar a competência em razão do valor e do território, elegendo foro
a
onde será proposta ação oriunda de direitos e obrigações. u c
E dad d e
e
rt le
Nesse caso, se abusiva, antes da citação, a cláusula de eleição de foro pode ser reputada

p o So
ineficaz de ofício pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro de domicílio
do réu.
u ra 92
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e um n D .4 a
r ata 86 gm
Regras de competência formuladas pela própria Constituição Federal são sempre

d V on 24.5 67@
J 0 ra
absolutas, seja qual for o critério utilizado.
A t u
n d
a ta
jo n

O reconhecimento da incompetência absoluta acarreta a nulidade dos atos decisórios


praticados até então, de modo que o juízo incompetente deve remeter os autos ao juízo

5
Vide Questão 1.
6
Vide Questão 4.
16
competente. Nesse sentido, mesmo diante de uma sentença transitada em julgado, deve-se
ajuizar a Ação Rescisória para ver sanado o vício de incompetência absoluta.

Por último, diga-se que está ligada aos critérios material, pessoal e funcional.

8.3 Competência Relativa

Diz respeito às matérias de interesse das partes, portanto, podem ser modificadas por
estas, podendo, assim, acarretar:

 Prorrogação: ocorre quando, não arguida a incompetência relativa no momento


oportuno (por exemplo, quando o réu, na preliminar de contestação, não a alega),
esta torna-se competente.
a l
n
 Derrogação pela eleição de foro: ocorre quando as próprias partes, voluntariamente
io
a c
(através de um contrato), escolhem o foro competente para processar e julgar as

u c
d e
demandas oriundas do contrato celebrado, nos moldes do art. 63, do CPC. A cláusula
E dad
e
deve constar de contrato escrito e aludir expressamente a determinado negócio
rt le
p o So
jurídico. É importante destacar, ainda, que as regras de eleição de foro não prevalecem
u ra 92
S ut 22- il.com
sobre as regras de conexão.

e um n D .4 a
r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
t u
n d
a ta
jo n
Ressalte-se, ainda, que não podem ser reconhecidas de ofício, nos moldes da Súmula 33, do
Superior Tribunal de Justiça, a qual dispõe “A incompetência relativa não pode ser declarada
de ofício”.

17
Norma que tem sido cobrada em prova com bastante frequência é a contida no artigo
§3º, do artigo 63 do CPC. Isto porque, é facultado ao juiz rejeitar a cláusula de eleição de
foro, desde que antes da citação, sempre que entender que esta é abusiva. Declarando-a,
portanto, ineficaz e remetendo os autos ao foro de domicílio do réu. É exceção, eis que a
competência relativa não é alegada de ofício.

Importante destacar que, inovando ao antigo código, referida norma não se aplica apenas
aos casos de contrato de adesão, sendo que em qualquer contrato, se verificada referida
abusividade, poderá o juiz observar a norma.

Outro artigo que recorrentemente vem sendo cobrado em prova é o 64, tendo em vista
que trouxe importante alteração no que diz respeito à forma em que será alegada a

a l
n
incompetência. Neste sentido, tanto a incompetência absoluta, quanto a relativa serão alegadas
io
c
como matérias preliminares à contestação, conforme inciso II, do artigo 337 do CPC.
a
u c
d e
O parágrafo 4º do artigo 64 também traz uma inovação importante, pois, de acordo com
E dad
e
rt le
o artigo, salvo decisão judicial em contrário, serão conservadas as decisões proferidas pelo

p o So
juízo incompetente até que outra seja proferida, se for o caso, pelo juízo competente.
u ra 92
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A J 0 ra
t u
n d
a ta
jon a incompetência relativa acarretará a nulidade da sentença, pois
Em nenhuma ocasião
quando não invocada no momento oportuno, gerará o fenômeno da prorrogação de
competência, já explicitado acima.

Por fim, insta frisar que está ligada aos critérios do valor da causa e territorial.

18
As partes podem convencionar acerca da competência relativa. Tal convenção deve ser feita
de forma escrita, deve dizer respeito a negócio jurídico determinado e obrigará aos
herdeiros e aos sucessores.

8.4 Conexão7 e Continência

a l
Apenas a competência relativa pode ser alterada através da conexão e da continência. A

io n
conexão e a continência são, portanto, hipóteses de modificação de competência, sendo que
a c
c
são conexas duas ações quando lhes for comum o pedido ou a causa de pedir. Por outro
u
E dad d e
lado, haverá continência quando entre duas ou mais ações houver identidade quanto às partes
e
rt le
e a causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo, abrange os demais.
p o So
u ra 92
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A doutrina entende que a conexão é matéria de ordem pública, por isso será determinada

e um n D .4 a
pelo juiz, de ofício, a qualquer tempo, ainda que nenhuma das partes solicite. O Ministério
r ata 86 gm
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Público também pode requerer a reunião.
d
A J 0 ra
t
Não se justifica a reunião de ações se não existe qualquer risco de sentenças conflitantes,
u
ou se a reunião não trouxer nenhum
d
n proveito em termos de economia processual. É a chamada
a t a
n
conexão por prejudicialidade.
jo
O artigo 55, do CPC, trouxe expressa a previsão contida na súmula 235, do STJ, de
maneira que não será determinada a reunião dos processos, mesmo havendo conexão, se um
deles já tiver sido sentenciado.

Súmula 235: A conexão não determina a reunião dos processos, se um deles já foi julgado.

7
Vide Questão 2.
19
Novidade trazida pela Lei 13.105/15 se refere à possibilidade de aplicação das regras de
conexão entre execução de título extrajudicial e ação de conhecimentos, quando forem
relativas ao mesmo título.

No artigo 57, há uma novidade sem correspondente com o antigo CPC, pois, de acordo
com referido artigo, quando houver continência e a ação continente (mais ampla) tiver sido
proposta anteriormente, no processo relativo à ação contida (menos ampla), será proferida
sentença sem resolução do mérito. Por outro lado, se a ação contida tiver sido primeiramente
distribuída, as ações serão necessariamente reunidas8.

A lógica de tal regra é o fato de que, se a ação contida foi proposta após a continente,
seu objeto principal já está sendo discutido na continente, motivo pelo qual poderá ser extinta
sem o julgamento do mérito. a l
io n
a c
Aplica-se a regra da prevenção (artigo 58), devendo as ações serem reunidas no juízo
u c
d e
prevento que, conforme as regras trazidas pela nova legislação processual, será aquele em que
E dad
houve o primeiro registro ou distribuição da ação. e
rt le
op o
a S 92 om
u
8.5 Critérios para a fixação de rcompetência
S ut 22- il.c
r u m n D menção
. 4 àsm a
Nesse ponto do estudo,
e há
a
de
ase
t 58 fazer 6 g valiosas lições de Giuseppe Chiovenda,

d V
citado por Marcus Vinicius R. n
2
. 7@ de estabelecer os critérios, voltados ao
4 no6sentido
o Gonçalves,
legislador, paraA
J 0 tra
a apuração de competência:
d u
t a n
"1° Critério objetivo;
n a
jo
2° Critério funcional;

3° Critério territorial.

Extrai-se o critério objetivo ou do valor da causa (competência por valor) ou da natureza


da causa (competência por matéria) [...]. O critério funcional extrai-se da natureza especial
e das exigências especiais das funções que se chama o magistrado a exercer num
processo... O critério territorial relaciona-se com a circunscrição territorial designada à

atividade de cada órgão jurisdicional."

8
Vide Questão 6.
20
8.6 Principais Regras de Competência de Foro

Muita atenção ao subtópico em análise, pois, dele decorre a grande maioria das questões
relativas à competência de foro.

Aqui, há uma enorme contribuição para a sistematização do estudo refletida no quadro-


resumo desenvolvido por GONÇALVES, em seu Livro Direito Processual Civil Esquematizado,
conforme se segue:

Tipo de Ação Foro Competente Caráter da Regra

Ações pessoais e reais sobre Foro do domicílio do réu (art.


a l
bens móveis. 46, CPC).
io n
Relativo.

a c
u c
E dad d e Absoluto, exceto se a ação

Ações reais imobiliárias e


rt le
não versar sobre

p o So
Foro de situação do imóvel propriedade, posse,
(incluindo possessórias e
u ra 92
S ut 22- il.com
(art. 47, CPC). vizinhança, servidão, divisão

um n D .4 a
adjudicações compulsórias).
e demarcação de terras e
e r ata 86 gm
d V on 24.5 67@ nunciação de obra nova.

A J 0 ra
t u
Foro do domicílio do autor
d
n herança no Brasil; se ele
Ação de inventário, partilha e ada
t
a não possuía domicílio certo,
arrecadação, bem como
jo nas
que envolvam o o da situação dos bens
cumprimento de disposições imóveis; se havia bens
Relativo.
de última vontade, imóveis em lugares diversos,
impugnação ou anulação de em qualquer deles; se não
partilha extrajudicial, ou em havia imóveis, o foro do local
que o espólio for réu. de qualquer bem do espólio
(art. 48, do CPC).

21
Foro do domicílio do
guardião do filho incapaz; do
Ações de separação, divórcio,
último domicílio do casal; ou
anulação de casamento e
do domicílio do réu, se Relativo.
reconhecimento ou
nenhuma das partes residir
dissolução de união estável.9
no último domicílio do casal
(art. 53, I, do CPC).

Ações de alimentos, ainda Foro do domicílio do


que cumuladas com alimentando (art. 53, II, do Relativo.
investigação de paternidade. CPC)

a l
Foro do lugar do ato ou fato,
io n
salvo quando se tratar de
a c
u c
Ação de reparação de danos
relação de consumo, quando
E dad d e
em geral. e
a competência será a do
rt le
Relativo.

o So
domicílio do consumidor (art.
p
u ra 92
S ut 22- il.com
53, IV, “a”, do CPC e art. 101,

e um n D .4 a
r ata 86 gm I, do CDC)

d V on 24.5 67@
Foro do domicílio do autor
A J 0 ra
Ação de reparação de danos t u
ou do local do ato ou fato, a
d
n da vítima (art. 53, V, Relativo.
em acidentes de veículo.
a t acritério

jo n do CPC)

Se autora, no domicílio do
réu; se ré, o autor poderá Relativo, salvo se a ação for
Ações em que a União é propô-la no seu domicílio ou real imobiliária, quando a
parte. no lugar do ato ou do fato, competência do foro de

salvo se a ação for real situação será absoluta.

imobiliária, quando a

9
Vide Questão 9.
22
competência é sempre do
foro de situação (art.109, §§
1º e 2º, da CF). O autor pode
ainda propor no Distrito
Federal.

A fazenda Pública Estadual


não tem foro privilegiado.
Assim, quando autora, as
ações serão propostas no
domicílio do réu, e quando
ré, no domicílio do autor, no
a l
Ações em que a Fazenda de ocorrência do ato ou fato,
io n
Relativo, salvo se a ação for
a c
Pública Estadual é parte. no de situação do imóvel ou
u c real imobiliária.

E dad d e
no Capital do Estado, sempre
e
rt le
na vara privativa onde
p o So
u ra 92
houver. Se a ação for real
S ut 22- il.com
imobiliária, a competência é

e um n D .4 a
r ata 86 gmsempre do foro de situação

d V on 24.5 67@ do imóvel.


A J 0 ra
t u
Ações que guardam vínculo d
A competência será do foro
n
com outras anteriormente a tae do juízo em que correr a Absoluto, por tratar-se de

jo n competência funcional.
propostas. ação anteriormente aforada.

23
Competência e foro especial para a mulher: o STF tinha entendimento de que a regra de
competência e foro para a mulher, prevista no artigo 100 do CPC/73, não ofendia a isonomia
trazida pela Constituição aos homens e mulheres (artigo 5º, I). Em que pese referido
entendimento, o NCPC inovou ao não trazer prerrogativa em razão de gênero. Neste sentido,
atualmente, a legislação processual da preferência ao guardião do incapaz, regra geral.

8.7 Conflito de Competência

Segundo o art. 66 do CPC, haverá conflito de competência em três hipóteses:

I. Dois ou mais juízes se declaram competentes (conflito positivo);


II. Dois ou mais juízes se consideram incompetentes, atribuindo um ao outro a
competência (conflito negativo);
a l
III.
io n
Entre 2 ou mais juízes surge controvérsia acerca da reunião ou separação de
a c
processos10.
u c
E dad d e
O conflito somente passará a existir a partir do momento em que dois ou mais juízes
e
rt le
tenham proferido nos autos determinações divergentes, criando um verdadeiro conflito entre
p o So
eles. u ra 92
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e um n D .4 a
r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
t u
n d
a ta
jon
Súmula 59 do STJ: não há conflito de competência se já existe sentença com trânsito em
julgado, proferida por um dos Juízos conflitantes.

Não se pode falar em conflito de competência em hipóteses nas quais a divergência se


verifica entre dois órgãos que mantenham uma relação de superioridade/inferioridade
hierárquica. Nesses casos, o órgão que seja superior hierarquicamente julgará o processo. Ex.:
não há conflito entre o STF e qualquer juízo, pois o STF sempre será o competente; entre o STJ

10
Vide Questão 8.
24
e TRF/TJ (o STJ é um órgão superior, portanto será o competente); entre TRF/TJ e juiz
federal/estadual (o TRF/TJ como órgão superior, será o competente).

O art. 951, do CPC, estabelece quem pode suscitar o conflito de competência, e os


legitimados são: qualquer das partes, o Ministério Público ou o próprio Juiz. Apesar da
omissão legal, também o Defensor Público tem legitimidade para suscitar o conflito sempre
que participar de algum dos processos envolvidos no conflito. O réu que tiver arguido
incompetência relativa não poderá suscitar o conflito.

8.7.1 Competência para Julgamento do Conflito

O Supremo Tribunal Federal terá competência sempre que estiver envolvido no conflito

l
um Tribunal Superior (art. 102, I, o, da CF). Assim, é possível que o conflito envolva um juiz de
a
io n
primeiro grau, na hipótese de estabelecer entre ele e o Tribunal Superior ao qual não é

a c
c
vinculado. Pois, se existir essa vinculação/hierarquia, aplica-se a regra de que não há
u
d e
propriamente um conflito de competência, e sim um conflito de hierarquia, onde prevalece o
E dad
e
rt le
entendimento do órgão hierarquicamente superior é o competente.

p o So
u ra 92
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Já o Superior Tribunal de Justiça compete o julgamento quando existirem os conflitos

e um n D .4 a
de competência entre quaisquer tribunais, bem como entre tribunal e juízes a ele não
r ata 86 gm
vinculados e entre juízes vinculados a tribunais diversos (art. 105, I, d, da CF). Importante

d V on 24.5 67@
J 0 ra
mencionar que o dispositivo legal teve o cuidado de apontar para a necessidade de
A t u
desvinculação funcional entre o juízo de primeiro grau e o tribunal de segundo grau envolvidos
n d
no conflito.
a ta
jo n

Súmula 180 do STJ: Na lide trabalhista, compete ao Tribunal Regional do Trabalho dirimir
conflito de competência verificado, na respectiva região, entre Juiz Estadual e junta de
Conciliação e Julgamento.

25
Havendo conflito entre juízos de primeiro grau vinculados à mesma justiça, será o
Tribunal de tal Justiça o competente para o julgamento do conflito, ou seja, o TJ em caso de
Juízes estaduais, ou o TRF em caso de Juízes Federais.

Súmula 3 do STJ: Compete ao Tribunal Regional Federal dirimir conflito de competência


verificado, na respectiva região, entre Juiz Federal e Juiz Estadual investido de jurisdição
federal.
a l
io n
a c
u c
E dad d e
e
rt le
p o So
u ra 92
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A J 0 ra
t u
n d
a ta
jo n

26
QUADRO SINÓTICO

DIREITO DE AÇÃO
 Teoria imanentista ou civilista;
 Teoria concreta da ação;
TEORIAS  Teoria abstrata da ação;
 Teoria eclética (adotada pelo CPC);
 Teoria da asserção;
 Interesse de agir: binômio necessidade e adequação;
a l
REQUISITOS
io n
 Legitimidade ad causam: em regra, as pessoas só podem postular em juízo
em nome próprio;
a c
c
 Ação Constitutiva: visa obter a certificação e efetivação de um direito
u
potestativo;
E dadd e
e
 Ação Condenatória: busca a certificação e a efetivação da titularidade de
rt le
CLASSIFICAÇÃO
p o So
um direito a uma prestação, com a condenação do réu ao cumprimento da

u ra 92
S ut 22- il.com
prestação devida;
 Ação Meramente Declaratória: reconhecimento da existência, da

e um n D .4 a
r ata 86 gm inexistência de uma relação jurídica ou o modo de ser dessa relação ou a
declaração de autenticidade ou da falsidade de documento;

d V on 24.5 67@
 Partes;
A J 0 ra
ELEMENTOS
t  Causa de Pedir;
u
 Pedido;
n d
a ta
jo n
PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS
 Capacidade de ser parte;
EXISTÊNCIA - SUBJETIVOS
 Investidura (juiz);
EXISTÊNCIA - OBJETIVO  Demanda;
 Competência;
 Imparcialidade (Juiz);
VALIDADE - SUBJETIVOS
 Capacidade Processual;
 Capacidade Postulatória;
VALIDADE – OBJETIVOS -  Petição inicial apta;
INTRÍNSECOS  Citação válida;

27
 Regularidade formal;
 Litispendência;
 Coisa julgada;
 Perempção;
VALIDADE – OBJETIVOS –
 Convenção de arbitragem;
EXTRÍNSECOS (NEGATIVOS)
 Transação;
 Ausência de pagamento de custas processuais em demanda idêntica
extinta anteriormente por sentença terminativa;

COMPETÊNCIA
 Matérias de ordem pública, as quais NÃO podem ser modificadas pelas
COMPETÊNCIA ABSOLUTA
partes e podem ser reconhecidas de ofício;
 Matérias de interesse das partes;
COMPETÊNCIA RELATIVA
 Pode acarretar prorrogação de competência;
a l
CONEXÃO
io n
 Quando em duas ações for comum o pedido ou a causa de pedir;

a c
c
 Quando em duas ou mais ações houver identidade quanto às partes e

u
CONTINÊNCIA
d e
a causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo, abrange
os demais; E dad
PRINCIPAIS REGRAS e
rt le
Verificar na tabela da página 19.

p o So
u ra 92
 Dois ou mais juízes se declaram competentes (conflito positivo);

S ut 22- il.com
 Dois ou mais juízes se consideram incompetentes, atribuindo um ao
CONFLITO DE COMPETÊNCIA

e um n D .4 a
r ata 86 gm
outro a competência (conflito negativo);
 Entre 2 ou mais juízes surge controvérsia acerca da reunião ou

d V on 24.5 67@ separação de processos.

A J 0 ra  STF: sempre que estiver envolvido no conflito um Tribunal Superior;


t u
COMPETÊNCIA PARA
n d
 STJ: conflitos de competência entre quaisquer tribunais, bem como entre

JULGAMENTO
a ta
tribunal e juízes a ele não vinculados e entre juízes vinculados a tribunais

jo n diversos;
 TJ/TRF: conflito entre juízos de primeiro grau vinculados à mesma justiça;

28
QUESTÕES COMENTADAS

Aluno, haja vista a pequena quantidade de questões da carreira de Magistratura


Federal sobre o tema, complementaremos o estudo com questões de outras
carreiras, mas que abordem o assunto com igual nível de complexidade. O
importante é que não deixemos de treinar. Vamos lá?

Questão 1 a l
io n
c
(TRF - 2ª Região - 2018 - TRF - 2ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto) No Processo Civil,
a
determina-se a competência no momento: u c
E dadd e
A) da citação. e
rt le
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
B) do registro ou da distribuição da petição inicial.

e um n D .4 a
r ata 86 gm
C) do despacho/decisão positivo que determina a citação.

d V on 24.5 67@
A J 0 ra
t
D) do primeiro despacho ou decisão proferida pelo órgão julgador.
u
n d
a ta
E) da estabilização da demanda, se o réu não alegar a incompetência em preliminar de
jo n
contestação.

Comentário:

Correta letra B. É o que disciplina o art. 43 do CPC: Determina-se a competência no momento


do registro ou da distribuição da petição inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado
de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem órgão judiciário ou
alterarem a competência absoluta.
29
Questão 2
(CESPE - 2017 - TRF - 5ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto) Após ser demitido de um órgão
federal, Afonso ajuizou ação contra a União, pelo procedimento comum, pedindo sua
reintegração à administração pública, sob o argumento de que o ato de sua demissão havia
sido nulo. Seu processo foi distribuído a uma vara federal comum. Posteriormente, Afonso
ajuizou nova demanda, em sede de juizado especial federal, buscando a condenação da União
no valor de vinte mil reais, a título de danos morais, em razão dos mesmos fatos que deram
ensejo à sua demissão.
Nessa situação hipotética, os dois processos

a l
io n
A) deverão ser reunidos na vara federal comum, para que se evitem decisões contraditórias,
ainda que não haja conexão pela causa de pedir. a c
u c
E dad d e
B) poderão ser reunidos apenas se o juiz da vara federal entender que a reunião não
e
rt le
o So
comprometerá a razoável duração do primeiro processo.
p
u ra 92
S ut 22- il.com
C) não deverão ser reunidos, e o processo distribuído ao juizado especial federal deverá ser

e um n D .4 a
r ata 86 gm
extinto sem resolução do mérito.

d V on 24.5 67@
A J 0 ra
D) não poderão ser reunidos para julgamento conjunto, e, por esse motivo, não haverá
t u
modificação de competência.
n d
a ta
jon
E) deverão ser reunidos, em razão da conexão pela causa de pedir, salvo se um deles já houver
sido sentenciado.

Comentário:

Correta letra D. A competência do Juizado Especial Federal é a obrigatoriedade estabelecida


pelo art. 3º, §3º, da Lei nº 10.259/2001. Da redação legal consta que, se no foro houver Vara do
Juizado Especial Federal, sua competência será absoluta. "A conexão é fato jurídico processual

30
que normalmente produz o efeito jurídico de determinar a modificação da competência relativa.
Não é possível a modificação de competência absoluta por meio da conexão”.

Questão 3
(CESPE - 2017 - TRF - 5ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto) Com base na jurisprudência do
Superior Tribunal de Justiça (STJ), julgue os seguintes itens, no que concerne à tutela provisória,
à competência e ao cumprimento de sentença.
I. Mesmo após o comparecimento espontâneo do réu em juízo, é indispensável sua intimação
formal para que se inicie o prazo para a impugnação na fase de cumprimento de sentença.

a l
n
II. A justiça federal possui competência para julgar demanda proposta por estudante acerca de
io
c
credenciamento de instituição privada de ensino superior junto ao Ministério da Educação, com
a
vistas à expedição de diploma de ensino a distância ao autor.u c
E dad d e
e
rt le
III. Em demanda previdenciária, os valores recebidos por força de tutela provisória de urgência
p o So
u ra 92
antecipada posteriormente revogada serão irrepetíveis, em razão da natureza alimentar e da
S ut 22- il.com
um n D .4 a
boa-fé no seu recebimento.

e r ata 86 gm
V on 24.5 67@
Assinale a opção correta.
d
A J 0 ra
A) Nenhum item está certo.
t u
n d
a ta
jon
B) Apenas o item I está certo.

C) Apenas o item II está certo.

D) Apenas o item III está certo.

E) Todos os itens estão certos.

Comentário:

31
Correta letra C.

I – Incorreta. Após o comparecimento espontâneo do réu em juízo, é dispensável sua intimação


formal para que se inicie o prazo para a impugnação na fase de cumprimento de sentença.

II – Correta. Dentre outros casos elencados no art. 109 da CF, aos juízes federais compete
processar e julgar as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal
forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência,
as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho. No caso de
credenciamento de instituição privada de ensino superior junto ao Ministério da Educação
(órgão da União), com vistas à expedição de diploma de ensino a distância ao autor, resta
evidente o interesse jurídico da União, justificando a competência da justiça federal. Neste
a l
sentido, vide Conflito de Competência 149102 PR 2016/0261737-6.
io n
a c
u c
III – Incorreta. A antecipação dos efeitos da tutela é revestida do caráter de reversibilidade da

E dad d e
medida, que pode ser desfeita a qualquer momento, no curso da relação processual, razão pela
e
rt le
o So
qual não será concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão. O
p
u ra 92
S ut 22- il.com
art. 302 define que, independentemente da reparação por dano processual, a parte responde

e um n D .4 a
pelo prejuízo que a efetivação da tutela de urgência causar à parte adversa, se a sentença lhe
r ata 86 gm
for desfavorável (inciso I do mesmo artigo).

d V on 24.5 67@
A J 0 ra
t u
d
n Questão 4
a ta
(TRF - 2ª Região - 2017o-n
j TRF - 2ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto) Analise as assertivas e,
após, marque a opção correta: I- Em regra, as questões resolvidas na fase de conhecimento, se
a decisão a seu respeito não comportava agravo de instrumento, serão cobertas pela preclusão
caso não sejam suscitadas em preliminar da apelação, eventualmente interposta contra a decisão
final, ou nas contrarrazões. II- É preclusivo o prazo para arguição de incompetência absoluta. III-
Das três hipóteses clássicas de p reclusão, a temporal, a lógica e a consumativa, o Código de
2015 prestigiou as duas primeiras e aboliu a última.

A) Estão corretas apenas as assertivas 1 e II.

32
B) Estão corretas apenas as assertivas I e III.

C) São falsas apenas as assertivas II e III.

D) São falsas todas as assertivas.

E) São falsas apenas as assertivas I e II.

Comentário:

Correta letra E.

a l
n
I. Correta. CPC | Art. 1.009. (...) §1º As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão
io
c
a seu respeito não comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem
a
u c
ser suscitadas em preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a decisão final, ou
nas contrarrazões. E dadd e
e
rt le
p o So
u ra 92
II. Incorreta. CPC | Art. 64. (...) §1º A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer
S ut 22- il.com
um n D .4 a
tempo e grau de jurisdição e deve ser declarada de ofício.

e r ata 86 gm
V on 24.5 67@
III. O NCPC não aboliu a preclusão consumativa, que é a impossibilidade de a parte
d
A J 0 ra
praticar determinado ato por já ter praticado um ato anterior que esgotou os efeitos do ato
t u
que ele quer praticar. n d
a ta
jo n
Questão 5
(TRF - 4ª REGIÃO - 2016 - TRF - 4ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto) ADAPTADA
Considerando as regras do Código de Processo Civil de 2015, julgue o item a seguir:
As condições da ação não estão previstas no Código, o que impede o indeferimento da petição
inicial por ilegitimidade para a causa ou falta de interesse processual.

CERTO

33
ERRADO

Comentário:

Errado. Ao contrário do que se afirma, o novo Código de Processo Civil não extinguiu as
condições da ação, mas apenas deixou de considerar a possibilidade jurídica do pedido como
uma delas. A legitimidade das partes e o interesse processual (de agir) continuam sendo
considerados condições da ação, decorrendo de sua ausência a extinção do processo sem
resolução do mérito. Veja: Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: VI - verificar ausência
de legitimidade ou de interesse processual.

a l
io n
a c
Questão 6 u c
E dad d e
(VUNESP - 2017 - TJ-SP - Juiz Substituto) Em matéria de competência, assinale a alternativa
e
rt le
correta.
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
A) A competência determinada por critério territorial é sempre relativa.

e um n D .4 a
B) A prevenção é efeito da citação válida.
r ata 86 gm
V on 24.5 67@
C) No caso de continência, as demandas devem ser reunidas para julgamento conjunto, salvo
d
A J 0 ra
se a ação continente preceder a propositura da ação contida, caso em que essa última terá seu
t u
d
processo extinto sem resolução do mérito.
n
a ta
D) Compete à autoridade judiciária brasileira julgar as ações em que as partes se submetam à
jo n
jurisdição nacional, desde que o façam expressamente.

Comentário:

Correta letra C. É o que disciplina o art. 57 do CPC: De acordo com o referido artigo, quando
houver continência e a ação continente (mais ampla) tiver sido proposta anteriormente, no
processo relativo à ação contida (menos ampla), será proferida sentença sem resolução do
mérito. Por outro lado, se a ação contida tiver sido primeiramente distribuída, as ações serão

34
necessariamente reunidas. A lógica de tal regra é o fato de que, se a ação contida foi proposta
após a continente, seu objeto principal já está sendo discutido na continente, motivo pelo qual
poderá ser extinta sem o julgamento do mérito.

Questão 7
(VUNESP - 2018 - TJ-SP - Juiz Substituto) Em matéria de competência, é correto afirmar:

A) a regra de competência estabelecida para quando o réu for incapaz, conforme critério
territorial, é inderrogável e sua inobservância gera incompetência absoluta.

B) para ação fundada em direito real, em regra, será competente o foro da situação da coisa,
móvel ou imóvel. a l
io n
a c
c
C) no cumprimento de precatória, se o juiz deprecado reconhecer sua incompetência territorial,
u
deverá devolver a carta ao juiz deprecante.
E dad d e
e
rt le
o So
D) na execução fundada em título extrajudicial, é concorrentemente competente o foro da
p
u ra 92
S ut 22- il.com
situação dos bens sujeitos a constrição.

e um n D .4 a
r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
Comentário: A J 0 ra
t u
d
n fundada em título extrajudicial será processada perante
t a
Correta letra D. CPC, Art. 781. A execução
a o seguinte: I - a execução poderá ser proposta no foro de
jo n
o juízo competente, observando-se
domicílio do executado, de eleição constante do título ou, ainda, de situação dos bens a ela
sujeitos.

Questão 8
(VUNESP - 2019 - TJ-RO - Juiz de Direito Substituto) As causas cíveis serão processadas e
decididas pelo juiz nos limites de sua competência, ressalvado às partes o direito de instituir
juízo arbitral, na forma da lei. Em matéria de competência, é correto afirmar que

35
A) a incompetência relativa não pode ser alegada pelo Ministério Público nas causas em que
atuar

B) na execução por carta, a competência para julgar os embargos é, em regra, do juízo


deprecado.

C) compete à Justiça estadual processar e julgar ação possessória ajuizada em decorrência do


exercício do direito de greve pelos trabalhadores da iniciativa privada.

D) a presença da União ou de qualquer de seus entes, na ação de usucapião especial, afasta a


competência do foro da situação do imóvel.

l
E) há conflito de competência quando entre 2 (dois) ou mais juízes surge controvérsia acerca
a
da reunião ou separação de processos.
io n
a c
u c
E dad d e
Comentário: e
rt le
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
Correta letra E. É exatamente o que dispõe o art. 66: “Há conflito de competência quando: III -

e um n D .4 a
entre 2 (dois) ou mais juízes surge controvérsia acerca da reunião ou separação de processos”.
r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
t u Questão 9
n d
a ta
n
(VUNESP - 2018 - TJ-MT - Juiz Substituto) João e José formam um casal homoafetivo, sem
jo
filhos, que possuem domicílio certo em Cuiabá. A empresa Y atua no ramo de produção de
cosméticos e também está localizada na capital do Estado do Mato Grosso. Com base nessas
informações e nas regras de competência fixadas no CPC/2015, assinale a alternativa correta.

A) No caso de falecimento de José ocorrido no estrangeiro, o foro de situação dos bens imóveis
será o competente para processar e julgar a ação de inventário.

B) No caso de ação de dissolução da união estável de João e José, será competente o foro do
último domicílio do casal.

36
C) Se a empresa Y demandar ação de reparação de danos contra serventia notarial com sede
no interior do Estado, por ato praticado em razão do ofício, será competente o foro da Comarca
de Cuiabá.

D) Tramitando no juízo da Comarca de Cuiabá ação de falência da empresa Y, a intervenção da


União como interessada no feito implicará na remessa dos autos à Justiça Federal.

E) Caso José proponha uma ação possessória imobiliária, terá competência relativa o juízo do
foro de situação da coisa.

Comentário:

Correta letra B. O art. 53, I, “b”, do CPC, estabelece a competência para julgar a dissolução de
união estável do último domicílio do casal, quando não há filho incapaz.
a l
io n
Questão 10 a c
u c
d e
(CESPE - TJ-PR - Juiz Substituto) De acordo com o Código de Processo Civil, no que concerne
E dad
e
rt le
ao julgamento de ação reivindicatória da propriedade de bem imóvel localizado em território

p o So
u ra 92
nacional, a competência internacional da justiça brasileira e a competência territorial do foro do
S ut 22- il.com
local do imóvel são consideradas, respectivamente, como

e
A) exclusiva e absoluta.
um n D .4 a
r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
B) exclusiva e relativa.
t u
n d
C) concorrente e absoluta.
a ta
jon
D) concorrente e relativa.

Comentário:

Correta letra A. A competência para o julgamento da ação reivindicatória de bem imóvel


localizado no território nacional é exclusiva da jurisdição brasileira por força do art. 23, I, do
CPC/15, que estabelece que "compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de
qualquer outra conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil".

37
A competência territorial do foro do local em que está situado o bem imóvel, por sua vez, é
absoluta, porque assim determina o art. 47, §2º, do CPC/15, senão vejamos: "A ação possessória
imobiliária será proposta no foro de situação da coisa, cujo juízo tem competência absoluta”.

a l
io n
a c
u c
E dad d e
e
rt le
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
e um n D .4 a
r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
t u
n d
a ta
jo n

38
GABARITO

Questão 1 - B

Questão 2 - D

Questão 3 - C

Questão 4 - E

Questão 5 - ERRADO a l
ion
Questão 6 - C
a c
u c
Questão 7 - D d e
E dad
Questão 8 - E e
rt le
p o So
Questão 9 - B u ra 92
S ut 22- il.com
Questão 10 - A
e um n D .4 a
r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
t u
n d
a ta
jo n

39
QUESTÃO DESAFIO

O Ministério Público pode arguir matéria de competência relativa?

Máximo de 5 linhas

a l
ion
a c
u c
E dad d e
e
rt le
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
e um n D .4 a
r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
t u
n d
a ta
jon

40
GABARITO DA QUESTÃO DESAFIO

Diferentemente do Magistrado que não pode declarar de ofício a incompetência relativa, o

Ministério Público pode perfeitamente alegar a incompetência relativa nos processos nos
quais ele atuar, nos termos do art. 65, parágrafo único, do CPC.

Você deve ter abordado necessariamente os seguintes itens em sua resposta:

 O MP pode arguir incompetência relativa

Assim como o réu que deverá alegar incompetência relativa do juízo na preliminar da
contestação (art. 64 do CPC), o Ministério Público também poderá arguir a incompetência

a l
relativa. No entanto, o autor não pode alegar a incompetência relativa em razão de preclusão

io n
c
lógica. Isso porque ele tem, na propositura da demanda, o momento procedimental adequado
a
u c
para se manifestar a respeito da competência, não sendo logicamente compatível escolher o
foro e alegar posteriormente a sua incompetência. E dad d e
e
rt le
p o So
Ademais, segundo aduz Misael Montenegro Filho (Montenegro Filho, Misael. Direito Processual
u ra 92
S ut 22- il.com
Civil – 14. ed. – São Paulo: Atlas, 2019, p. 156): “Reconhecida a incompetência relativa, o processo
um n D .4 a
r ata 86 gm
é remetido ao juízo competente, com a ressalva de que, salvo decisão judicial em sentido
e
V on 24.5 67@
contrário, conservar-se-ão os efeitos de decisão proferida pelo juízo incompetente até que outra
d
A J 0 ra
t
seja proferida, se for o caso, pelo juízo competente (§ 4º do art. 64 do CPC)”.
u
n d
a ta
 Art. 65, parágrafo único, do CPC
jo n
O Código de Processo Civil expressamente estabelece a legitimidade do Ministério Público para
arguir a incompetência relativa no parágrafo único do art. 64 do CPC, vejamos: “A incompetência
relativa pode ser alegada pelo Ministério Público nas causas em que atuar.”

Ademais, importante não confundir competência com investidura. Segundo lição do professor
Elpídio Donizetti: “A falta de investidura, por constituir pressuposto processual, leva à inexistência
do processo. Já a incompetência absoluta, requisito de validade, conduz ao deslocamento do
processo ao órgão competente. Quanto à incompetência relativa, jamais constituirá causa de

41
nulidade. Isso porque se a parte não arguir essa incompetência, o juiz tornar-se-á competente
(prorrogação). Caso a incompetência relativa seja arguida, o juiz terá que sobre essa questão
proferir decisão, em virtude da qual, em se reconhecendo a incompetência, os autos serão
remetidos ao juízo competente.” (Donizetti, Elpídio. Curso didático de direito processual civil –
22. Ed. – São Paulo: Atlas, 2019, p. 227).

a l
io n
a c
u c
E dad d e
e
rt le
p o So
u ra 92
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e um n D .4 a
r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
t u
n d
a ta
jo n

42
LEGISLAÇÃO COMPILADA

Neste capítulo, é de extrema importância a leitura de:

Direito da ação

 CPC: arts. 16 a 20;


 Súmulas: 181, 242 e 258, STJ; a l
io n
Pressupostos Processuais a c
u c
 CPC: arts. 17 a 20; 70 a 76; 103 a 112; E dad d e
e
rt le
Competência p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
 CPC: art. 21 a 66;

e um n D .4 a
r ata 86 gm
 Súmulas do STJ: 1, 3, 11, 15, 33, 34, 42, 55, 59, 66, 82, 140, 150, 180, 206, 224, 235, 236,
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
250, 254, 324, 376, 428, 506, 553, 570;
t u
 Súmulas do STF: 336, 501, 503, 508, 517, 556, 689;
n d
 Súmula vinculante: 27 do STF.
a ta
jo n
 Súmula vinculante 27

Compete à Justiça Estadual julgar causas entre consumidor e concessionária de serviço público de telefonia, quando
a ANATEL não seja litisconsorte passiva necessária, assistente, nem opoente.

 SÚMULA 336, STF

A imunidade da autarquia financiadora, quanto ao contrato de financiamento, não se estende à compra e venda
entre particulares, embora constantes os dois atos de um só instrumento.

 SÚMULA 501, STF

43
Compete à Justiça ordinária estadual o processo e o julgamento, em ambas as instâncias, das causas de acidente
do trabalho, ainda que promovidas contra a União, suas autarquias, empresas públicas ou sociedades de economia

mista.

 SÚMULA 503, STF

A dúvida, suscitada por particular, sobre o direito de tributar, manifestado por dois Estados, não configura litígio
da competência originária do Supremo Tribunal Federal.

 SÚMULA 508, STF

Compete à Justiça Estadual, em ambas as instâncias, processar e julgar as causas em que for parte o Banco do
Brasil S. A.

 SÚMULA 517, STF

l
As sociedades de economia mista só têm foro na Justiça Federal, quando a União intervém como assistente ou
a
opoente.
io n
a c
 SÚMULA 556, STF
u c
E dad d e
É competente a Justiça comum para julgar as causas em que é parte sociedade de economia mista.
e
rt le
 Súmula 689, STF
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
O segurado pode ajuizar ação contra a instituição previdenciária perante o juízo federal do seu domicílio ou nas

e r ata 86 gmum n D .4 a
varas federais da Capital do Estado-Membro.

V on 24.5 67@
 Súmula 1, STJ
d
A J 0 ra
t
O foro do domicílio ou da residência do alimentando e o competente para a ação de investigação de paternidade,
u
quando cumulada com a de alimentos.
n d
a ta
 Súmula 3, STJ
jo n
Compete ao Tribunal Regional Federal dirimir conflito de competência verificado, na respectiva região, entre Juiz
Federal e Juiz Estadual investido de jurisdição federal.

 Súmula 11, STJ

A presença da União ou de qualquer de seus entes, na ação de usucapião especial, não afasta a competência do
foro da situação do imóvel.

 Súmula 15, STJ

Compete a Justiça Estadual processar e julgar os litígios decorrentes de acidente do trabalho.

44
 Súmula 33, STJ

A incompetência relativa não pode ser declarada de ofício.

 Súmula 34, STJ

Compete a Justiça Estadual processar e julgar causa relativa à mensalidade escolar, cobrada por estabelecimento
particular de ensino.

 Súmula 42, STJ

Compete a justiça comum estadual processar e julgar as causas cíveis em que é parte sociedade de economia mista
e os crimes praticados em seu detrimento.

 Súmula 55, STJ

Tribunal Regional Federal não é competente para julgar recurso de decisão proferida por juiz estadual não investido
de jurisdição federal.
a l
io n
 Súmula 59, STJ
a c
u c
d e
Não há conflito de competência se já existe sentença com trânsito em julgado, proferida por um dos juízos
E dad
conflitantes.
e
rt le
 Súmula 66, STJ
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
Compete a Justiça Federal processar e julgar execução fiscal promovida por conselho de fiscalização profissional.

e
 Súmula 82, STJ
um n D .4 a
r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
Compete a Justiça Federal, excluídas as reclamações trabalhistas, processar e julgar os feitos relativos à
movimentação do FGTS. t u
n d
 Súmula 140, STJ a ta
jo n
Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar crime em que o indígena figure como autor ou vítima.

 Súmula 150, STJ

Compete a Justiça Federal decidir sobre a existência de interesse jurídico que justifique a presença, no processo,
da união, suas autarquias ou empresas públicas.

 Súmula 180, STJ

Na lide trabalhista, compete ao Tribunal Regional do Trabalho dirimir conflito de competência verificado, na
respectiva região, entre Juiz Estadual e junta de Conciliação e Julgamento.

45
 Súmula 206, STJ

A existência de vara privativa, instituída por lei estadual, não altera a competência territorial resultante das leis de
processo.

 Súmula 224, STJ

Excluído do feito o ente federal, cuja presença levara o Juiz Estadual a declinar da competência, deve o Juiz Federal
restituir os autos e não suscitar conflito.

 Súmula 235, STJ

A conexão não determina a reunião dos processos, se um deles já foi julgado.

 Súmula 236, STJ

Não compete ao Superior Tribunal de Justiça dirimir conflitos de competência entre juízes trabalhistas vinculados
a Tribunais Regionais do Trabalho diversos.
a l
io n
 Súmula 254, STJ
a c
u c
d e
A decisão do Juízo Federal que exclui da relação processual ente federal não pode ser reexaminada no Juízo
E dad
Estadual.
e
rt le
 Súmula 324, STJ
p o So
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S ut 22- il.com
Compete à Justiça Federal processar e julgar ações de que participa a Fundação Habitacional do Exército,

r ata 86 gm um n D .4 a
equiparada à entidade autárquica federal, supervisionada pelo Ministério do Exército.
e
d V on 24.5 67@
 Súmula 376, STJ
A J 0 ra
t u
Compete a turma recursal processar e julgar o mandado de segurança contra ato de juizado especial.
n d
 Súmula 428, STJ a ta
jo n
Compete ao Tribunal Regional Federal decidir os conflitos de competência entre juizado especial federal e juízo
federal da mesma seção judiciária.

 Súmula 506, STJ

A Anatel não é parte legítima nas demandas entre a concessionária e o usuário de telefonia decorrentes de relação
contratual.

 Súmula 553, STJ

Nos casos de empréstimo compulsório sobre o consumo de energia elétrica, é competente a Justiça estadual para
o julgamento de demanda proposta exclusivamente contra a Eletrobrás. Requerida a intervenção da União no feito

46
após a prolação de sentença pelo juízo estadual, os autos devem ser remetidos ao Tribunal Regional Federal
competente para o julgamento da apelação se deferida a intervenção.

 Súmula 570, STJ

Compete à Justiça Federal o processo e julgamento de demanda em que se discute a ausência de ou o obstáculo
ao credenciamento de instituição particular de ensino superior no Ministério da Educação como condição de
expedição de diploma de ensino a distância aos estudantes.

a l
io n
a c
u c
E dad d e
e
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p o So
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e um n D .4 a
r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
t u
n d
a ta
jo n

47
JURISPRUDÊNCIA

Pressupostos processuais

 Informativo 494 do STJ

O prazo para que o autor emende a petição inicial é um prazo dilatório (e não
peremptório). Logo, o juiz poderá aceitar a emenda da petição inicial mesmo fora deste

l
prazo. Este prazo pode ser reduzido ou ampliado por convenção das partes ou por
a
io n
determinação do juiz. Novo CPC: o raciocínio empregado no julgado acima permanece
a c
c
válido no novo CPC (art. 139, VI). No entanto, é importante destacar que o prazo disponível
u
E dad d e
para que o autor emende a petição inicial foi ampliado pelo CPC 2015 para 15 dias (antes,
e
rt le
o prazo era de 10 dias). STJ. 2ª Seção. REsp 1133689-PE, Rel. Min. Massami Uyeda, julgado
p o So
em 28/3/2012 (recurso repetitivo).
u ra 92
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 Informativo 511 do STJ
e um n D .4 a
r ata 86 gm
V on 24.5 67@
A emenda da petição inicial é um direito subjetivo do autor, e não mera faculdade do juiz.
d
A J 0 ra
t
Assim, é nula a sentença que indefere a petição inicial sem que o juiz permita a correção
u
do vício sanável. No entanto, n d
em 2012, a 3ª Turma do STJ decidiu, em um caso específico,
t a
a de ação rescisória sem resolução do mérito na hipótese de
n
que é possível a extinção
jo
indeferimento da petição inicial, em face da ausência do recolhimento das custas e do
depósito prévio, sem que tenha havido intimação prévia e pessoal da parte para regularizar
essa situação. Como a falta de recolhimento de custas e depósito na ação rescisória não
se enquadra nas hipóteses do § 1º do art. 267 do CPC 1973, a intimação prévia da parte
não era necessária para que fosse possível a extinção do processo. STJ 3ª Turma. REsp
1286262-ES, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 18/12/2012.

 Informativo 526 do STJ

48
Depois que tiver sido oferecida a contestação, o autor só poderá desistir da ação se houver
o consentimento do réu. Se o réu não quiser concordar com a desistência, deverá
apresentar ao juízo um motivo justificável, sob pena de sua conduta ser considerada como
abuso de direito. Desse modo, se a recusa do réu em aceitar a desistência for infundada
(sem um motivo razoável), o juiz poderá suprir a sua concordância e homologar a
desistência. No caso concreto, o réu negou a desistência, afirmando que possuía interesse
no julgamento de mérito da demanda. O STJ considerou que esse argumento era relevante
e que se tratava de fundamentação razoável, apta a impedir a extinção do processo sem
resolução do mérito. STJ. 3ª Turma. REsp 1318558-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado
em 4/6/2013 (Info 526).

 Informativo 535 do STJ


a l
io n
c
Não tendo o autor da ação de reintegração se desincumbido do ônus de provar a posse
a
u c
alegada, o pedido deve ser julgado improcedente e o processo extinto com resolução de

E dad d e
mérito. STJ. REsp 930336-MG, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 6/2/2014.
e
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 Informativo 537 do STJ:
p o So
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um n D .4 a
Em determinada comarca, centenas de ações individuais idênticas foram propostas por

e r ata 86 gm
autores diferentes contra o mesmo réu. O juiz, diante dessa situação, reconheceu a

d V on 24.5 67@
existência de conexão e determinou a extinção dos processos para que fossem novamente
A J 0 ra
t u
ajuizados em ações formadas por grupos de 20 litisconsortes cada. O STJ afirmou que esse
d
n magistrado não encontra amparo na legislação. Após
t
procedimento adotado pelo a
ao máximo que o juiz pode fazer é determinar a reunião dos
jo n
reconhecer a conexão,
processos para julgamento conjunto, jamais determinar a sua extinção, condicionando que
fossem propostas novas ações com a formação de litisconsórcio. STJ. 2ª Turma. AgRg no
AREsp 410980-SE, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 18/2/2014.

 Informativo 538 do STJ

A constatação posterior ao ajuizamento da execução fiscal de que a pessoa jurídica


executada tivera sua falência decretada antes da propositura da ação executiva não implica
a extinção do processo sem resolução de mérito. Deve ser dada a oportunidade de o

49
exequente retificar a CDA, fazendo constar a informação de que a parte devedora se
encontra em estado falimentar, e emendar a Inicial. STJ. 1ª Seção. REsp 1372243-SE, Rel.
originário Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Rel. para acórdão Min. Og Fernandes, julgado
em 11/12/2013 (recurso repetitivo).

 Informativo 600 do STJ

Nas hipóteses de extinção do processo sem resolução de mérito provocada pela perda do
objeto da ação em razão de ato de terceiro e sem que exista a possibilidade de se saber
qual dos litigantes seria sucumbente se o mérito da ação fosse julgado, o pagamento das
custas e dos honorários advocatícios deve ser rateado entre as partes.

l
Ex: João teve um ataque cardíaco e foi internado em um hospital particular, onde colocaram
a
n
um stent no paciente. Inicialmente, o plano de saúde de João recusou-se a pagar ao
io
a c
hospital os valores despendidos com o stent. Diante disso, o hospital ingressou com ação
u c
d e
cobrando este valor de João. Ocorre que João havia feito um pedido administrativo de
E dad
e
rt le
reconsideração ao plano de saúde, que foi acolhido e, assim, o convênio transferiu

p o So
espontaneamente o dinheiro do tratamento ao hospital. Neste caso, o juiz deverá extinguir
u ra 92
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o processo sem resolução do mérito por perda superveniente do interesse de agir e

um n D .4 a
r ata 86 gm
condenar as duas partes ao pagamento das custas e dos honorários advocatícios divididos
e
V on 24.5 67@
entre elas. STJ. 3ª Turma. REsp 1641160-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 16/3/2017
d
A
(Info 600) J 0 ra
t u
n d
t a
 STJ. 3ª Turma. REsp 1746047/PA,
a
Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado em 21/08/2018.

jonno AREsp 980.664/MG, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em


STJ. 4ª Turma. AgInt
23/5/2017.

A falta de assinatura nos recursos interpostos nas instâncias ordinárias configura vício
sanável, devendo ser concedido prazo razoável para o suprimento dessa irregularidade.

 STJ. 3ª Turma. AgInt no AgInt no AREsp 1053466/MS, Rel. Min. Marco Aurélio
Bellizze, julgado em 07/08/2018

50
Intimada a regularizar a sua representação processual, nos termos do art. 932, parágrafo
único, do CPC vigente, a parte que deixa de proceder à juntada no prazo de 5 (cinco) dias,
faz incidir ao caso a Súmula 115/STJ. STJ. 3ª Turma. AgInt no AgInt no AREsp 1053466/MS,
Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 07/08/2018.

 STJ. 4ª Turma. AgInt no AREsp 1219271/SP, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em
23/08/2018

Não é possível conhecer do recurso especial subscrito por advogado sem procuração nos
autos caso a parte, depois de intimada para regularizar sua representação processual, nos
termos do art. 932, parágrafo único, do CPC/2015, deixa transcorrer in albis o prazo
concedido para o saneamento do vício, nos termos do art. 76, § 2º, I, do CPC/2015. Isso

a l
significa que detectado o vício na representação processual, mesmo que se trate de recurso

io n
c
especial, deverá ser dado um prazo de 5 dias para que a parte regularize a situação.
a
u c
Somente se a parte não regularizar, o recurso não será conhecido. STJ. 4ª Turma. AgInt no

E dad d e
AREsp 1219271/SP, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em 23/08/2018.
e
rt le
 Informativo 635 do STJ:
p o So
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um n D .4 a
Não há motivo para ser citada a sociedade empresária se todos os sócios fazem parte do

e r ata 86 gm
processo como parte. STJ. 3ª Turma. REsp 1.731.464-SP, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado

d
em 25/09/2018.
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t u
 Informativo 661 do STJ
n d
a ta
jon não tenha agência ou filial no Brasil pode ser citada por meio de
Empresa estrangeira que
seu entreposto no país. É regular a citação da pessoa jurídica estrangeira por meio de seu
entreposto no Brasil, ainda que não seja formalmente aquela mesma pessoa jurídica ou
agência ou filial. STJ. Corte Especial. HDE 410-EX, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em
20/11/2019.

Competência

 Informativo 980 do STF:

51
Compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer e julgar originariamente causas que
envolvam a interpretação de normas relativas à imunidade tributária recíproca, em razão
do potencial abalo ao pacto federativo. STF. Plenário. ACO 1098, Rel. Roberto Barroso,
julgado em 11/05/2020;

 Informativo 976 do STF:

Compete à Justiça comum julgar conflitos entre Município e servidor contratado depois da
CF/88, ainda que sem concurso público, pois, uma vez vigente regime jurídico-
administrativo, este disciplinará a absorção de pessoal pelo poder público. Logo, eventual
nulidade do vínculo e as consequências daí oriundas devem ser apreciadas pela Justiça
comum, e não pela Justiça do Trabalho. STF. Plenário. ARE 1179455 AgR/PI, rel. orig. Min.
Rosa Weber, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 5/5/2020;
a l
io n
 Informativo 968 do STF:
a c
u c
d e
Compete à Justiça comum processar e julgar controvérsias relacionadas à fase pré-
E dad
e
rt le
contratual de seleção e de admissão de pessoal e eventual nulidade do certame em face

p o So
da Administração Pública, direta e indireta, nas hipóteses em que adotado o regime
u ra 92
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celetista de contratação de pessoal. STF. Plenário. RE 960429/RN, Rel. Min. Gilmar Mendes,
um n D .4 a
r ata 86 gm
julgado em 4 e 5/3/2020 (repercussão geral – Tema 992) (Info 968).
e
d V on 24.5 67@
J 0 ra
 Informativo 620 do STJ:
A t u
n d
Compete à Justiça Comum Estadual o exame e o julgamento de feito que discute direitos
a ta
n
de ex-empregado aposentado ou demitido sem justa causa de permanecer em plano de
jo
saúde coletivo oferecido pela própria empresa empregadora aos trabalhadores ativos, na
modalidade de autogestão.

 Informativo 627 do STJ:

Compete à Justiça Comum Estadual o julgamento de demanda com natureza


predominantemente civil entre ex-empregado aposentado ou demitido sem justa causa e
operadoras de plano de saúde na modalidade autogestão vinculadas ao empregador.

 Informativo 586 do STJ:

52
Se o juízo reconhece a sua incompetência absoluta para conhecer da causa, ele deverá
determinar a remessa dos autos ao juízo competente e não extinguir o processo sem
exame do mérito. O argumento de impossibilidade técnica do Poder Judiciário em remeter
os autos para o juízo competente, ante as dificuldades inerentes ao processamento
eletrônico, não pode ser utilizado para prejudicar o jurisdicionado, sob pena de configurar-
se indevido obstáculo ao acesso à tutela jurisdicional. Assim, implica indevido obstáculo ao
acesso à tutela jurisdicional a decisão que, após o reconhecimento da incompetência
absoluta do juízo, em vez de determinar a remessa dos autos ao juízo competente, extingue
o feito sem exame do mérito, sob o argumento de impossibilidade técnica do Judiciário
em remeter os autos para o órgão julgador competente, ante as dificuldades inerentes ao
processamento eletrônico.

a l
 Informativo 960 do STF
io n
a c
u c
O art. 109, § 2º, da Constituição Federal encerra a possibilidade de a ação contra a União

E dad d e
ser proposta no domicílio do autor, no lugar em que ocorrido o ato ou fato ou em que
e
rt le
o So
situada a coisa, na capital do estado-membro, ou ainda no Distrito Federal. Desse modo,
p
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o autor, se quiser ajuizar demanda contra a União, terá cinco opções, podendo propor a

e um n D .4 a
ação: a) no foro do domicílio do autor; b) no lugar em que ocorreu o ato ou fato que deu
r ata 86 gm
origem à demanda; c) no lugar em que estiver situada a coisa; d) na capital do Estado-

d V on 24.5 67@
J 0 ra
membro; ou e) no Distrito Federal. STF. 1ª Turma. RE 463101 AgR-AgR, Rel. Min. Marco
A t u
Aurélio, julgado em 27/10/2015. STF. 2ª Turma. ARE 1151612 AgR/SP, Rel. Min. Cármen
n d
ta
Lúcia, julgado em 19/11/2019.
a
jo n
 Informativo 601 do STJ

Não há, em regra, interesse jurídico da ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica –
para figurar como ré ou assistente simples de ação de repetição de indébito relativa a
valores cobrados por força de contrato de fornecimento de energia elétrica celebrado entre
usuário do serviço e concessionária do serviço público. Em razão disso, essa ação é de
competência da Justiça Estadual. STJ. 1ª Seção. REsp 1.389.750-RS, Rel. Min. Herman
Benjamin, julgado em 14/12/2016 (recurso repetitivo) (Info 601).

53
 Informativo 917 do STF

Compete à Justiça Comum Estadual (juízo da infância e juventude) apreciar os pedidos de


alvará visando a participação de crianças e adolescentes em representações artísticas. Não
se trata de competência da Justiça do Trabalho. O art. 114, I e IX, da CF/88 não abrange
os casos de pedido de autorização para participação de crianças e adolescentes em eventos
artísticos, considerando que não há, no caso, conflito atinente a relação de trabalho. Trata-
se de pedido de conteúdo nitidamente civil. STF. Plenário. ADI 5326/DF, Rel. Min. Marco
Aurélio, julgado em 27/9/2018.

 Informativo 837 do STF

l
Compete à justiça federal processar e julgar ações em que a Ordem dos Advogados do
a
n
Brasil (OAB), quer mediante o conselho federal, quer seccional, figure na relação processual.
io
a c
STF. Plenário. RE 595332/PR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 31/8/2016 (repercussão
u c
geral) (Info 837)
E dad d e
 Informativo 951 do STF e
rt le
p o So
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Não compete ao STF julgar ação proposta pelo Estado-membro contra a União e a

e um n D .4 a
instituição financeira cobrando repasse dos depósitos judiciais que estão no banco Não
r ata 86 gm
V on 24.5 67@
compete ao STF julgar ação proposta contra a União e o Banco do Brasil para obrigar que
d
A J 0 ra
a instituição financeira cumpra lei estadual que determina o repasse de parte dos valores
t u
d
dos depósitos judiciais para o caixa único do Estado. Trata-se de controvérsia meramente
n
a ta
patrimonial, não justificando sequer a presença da União no polo passivo. STF. Plenário.
jon
ACO 989/BA, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 11/9/2019 (Info 951).

 Informativo 644 do STJ

O vínculo de conexão a justificar a reunião de medidas cautelares preparatórias está


vinculado com a identidade de objeto e/ou de causa de pedir existente entre as ações
principais a serem propostas e não do processo cautelar em si. STJ. 1ª Turma. AREsp
832.354-SP, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 21/02/2019.

 Informativo 945 do STF

54
Existe uma decisão proferida pelo TJ em processo coletivo que beneficia diversos servidores
do Poder Judiciário. Esses servidores começam a ingressar com execuções individuais
pedindo o pagamento dos valores reconhecidos no acórdão do TJ. João é um deles e
ajuíza pedido de cumprimento de sentença. O TJ remete a execução individual de João
para o STF afirmando que mais da metade dos Desembargadores possui alguma relação
de parentesco com outros servidores beneficiados pela decisão. Logo, para o TJ, a
competência para julgar todas as execuções individuais seria do STF, com base no art. 102,
I, “n”, segunda parte, da CF/88. O STF, contudo, não concordou com a decisão. O STF não
é competente para julgar originariamente a execução de João, pois não há impedimento
dos Desembargadores. Nenhum deles mantêm relação de parentesco com João, servidor
que figura especificamente no processo de execução individual. STF. 1ª Turma. AO 2380

a l
n
AgR/SE, Rel. Min. Alexandre de Moraes, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em
io
25/6/2019.
a c
u c
 Informativo 596 do STJ
E dad d e
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o So
Em regra, as ações tratando sobre divergências internas ocorridas no âmbito do partido
p
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político são julgadas pela Justiça Estadual. Exceção: se a questão interna corporis do partido

e um n D .4 a
político puder gerar reflexos diretos no processo eleitoral, então, neste caso a competência
r ata 86 gm
será da Justiça Eleitoral. Assim, compete à Justiça Eleitoral processar e julgar as causas em

d V on 24.5 67@
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que a análise da controvérsia é capaz de produzir reflexos diretos no processo eleitoral.
A t u
STJ. 2ª Seção. CC 148.693-BA, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 14/12/2016.
n d
a ta
n
 STJ. 4ª Turma. REsp 1.679.909-RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, por unanimidade,
jo
julgado em 14/11/2017, DJe 01/02/2018

É cabível a interposição de agravo de instrumento contra decisão relacionada à definição


de competência, a despeito de não previsto expressamente no rol do art. 1.015 do
CPC/2015. Apesar de não previsto expressamente no rol do art. 1.015 do CPC/2015, a
decisão interlocutória que acolhe ou rejeita a alegação de incompetência desafia recurso
de agravo de instrumento, por uma interpretação analógica ou extensiva da norma contida
no inciso III do art. 1.015 do CPC/2015, já que ambas possuem a mesma ratio -, qual seja,

55
afastar o juízo incompetente para a causa, permitindo que o juízo natural e adequado
julgue a demanda.

 Informativo 599 do STJ

O pedido cumulado de indenização, quando mediato e dependente do reconhecimento


do pedido antecedente de declaração da autoria da obra, não afasta a regra geral de
competência do foro do domicílio do réu. Ex: João lançou um livro. Pedro, alegando que
o conteúdo da obra é uma cópia de um livro escrito por ele anos atrás, ajuíza ação de
indenização contra João. A competência, neste caso, será do domicílio do réu, nos termos
do art. 46 do CPC. A análise do pedido de reparação de danos pressupõe o anterior
acolhimento do pedido declaratório de reconhecimento de autoria da obra. Este é o objeto

a l
principal da lide. Em outras palavras, não se pode condenar o réu a indenizar o autor por

io n
c
violação a direito autoral se, antes, não for demonstrado que o requerente é o verdadeiro
a
u c
autor da obra. Nesse contexto, a competência deve ser definida levando-se em conta o

E dad d e
pedido principal, de índole declaratória, de modo que deve incidir a regra geral do art. 46
e
rt le
o So
do CPC. STJ. 2ª Seção. REsp 1.138.522-SP, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em
p
8/2/2017. u ra 92
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 Informativo 571 do STJ
e um n D .4 a
r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
É possível ao participante ou assistido de plano de benefícios patrocinado ajuizar ação em
A J 0 ra
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face da respectiva entidade fechada de previdência privada nos seguintes lugares: • no
foro do domicílio da ré; •tano
d
neventual foro de eleição do contrato; ou • no foro onde
n aa patrocinadora do plano. STJ. 2ª Seção. REsp 1.536.786-MG, Rel.
o
labora ou laborou jpara
Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 26/8/2015.

 RE 594435, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em


24/05/2018, PROCESSO ELETRÔNICO DJe 31/08/2018

COMPETÊNCIA – COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA – INCIDÊNCIA DE


CONTRIBUIÇÃO SOCIAL. Compete à Justiça comum o julgamento de conflito a envolver a
incidência de contribuição previdenciária sobre complementação de proventos de
aposentadoria.

56
 CC 157.664/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em
23/05/2018, DJe 25/05/2018

CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. JUSTIÇA COMUM ESTADUAL E JUSTIÇA


ESPECIALIZADA DO TRABALHO. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER. MANUTENÇÃO DE EX-
EMPREGADO APOSENTADO EM PLANO DE SAÚDE COLETIVO DE ENTIDADE DE
AUTOGESTÃO VINCULADA AO EMPREGADOR. NATUREZA PREDOMINANTEMENTE CIVIL
DO LITÍGIO. 1. Conflito negativo de competência suscitado pelo Juízo Trabalhista.
Conclusão ao gabinete em 10/04/2018. 2. O propósito do presente conflito consiste em
definir a competência para julgar controvérsias estabelecidas entre ex-empregados (nas
hipóteses de aposentadoria, rescisão ou exoneração do contrato de trabalho sem justa

l
causa) e operadoras de plano de saúde na modalidade autogestão vinculadas ao
a
io n
empregador, acerca do direito de manter a condição de beneficiário, nas mesmas

a c
c
condições de cobertura assistencial de que gozava quando da vigência do contrato de
u
d e
trabalho. 3. Se a demanda é movida com base em conflitos próprios da relação
E dad
e
rt le
empregatícia ou do pagamento de verbas dela decorrentes, então a competência para seu

p o So
julgamento será da Justiça do Trabalho, de acordo com o art. 114, IX da CF/88. 4. Plano
u ra 92
S ut 22- il.com
de saúde coletivo disponibilizado pelo empregador ao empregado não é considerado
um n D .4 a
r ata 86 gm
salário, conforme disposto no art. 458, §2º, IV da Consolidação das Leis Trabalhistas, em
e
V on 24.5 67@
redação dada pela Lei 10.243/01. 5. A operadora de plano de saúde de autogestão,
d
A J 0 ra
t
vinculada à instituição empregadora, é disciplinada no âmbito do sistema de saúde
u
d
n em Resolução Normativa nº 137/06 da ANS. 6. O
suplementar, conforme disposto
t a
a avaliar a procedência ou improcedência do pedido está
fundamento jurídico npara
jo
estritamente vinculado à interpretação da Lei dos Planos de Saúde, sobretudo dos arts. 30
e 31. 7. Essas razões permitem concluir pela inexistência de discussão sobre o contrato de
trabalho ou de direitos trabalhistas, mas um litígio acerca da manutenção ou não do ex-
empregado em plano de saúde coletivo, cuja natureza é preponderantemente civil e não
trabalhista. 8. Declarada a competência da Justiça comum estadual para julgamento da
demanda.

 REsp 1303154/DF, Rel. Ministro GURGEL DE FARIA, PRIMEIRA TURMA, julgado em


16/06/2016, DJe 08/08/2016
57
PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. RETENÇÃO DE TRIBUTOS FEDERAIS POR OCASIÃO
DO PAGAMENTO DE LICENÇAS-PRÊMIO CONVERTIDAS EM PECÚNIA. ATO PRATICADO
PELO PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL. EXERCÍCIO DE FUNÇÃO
ADMINISTRATIVA FEDERAL. AUTORIDADE COATORA. LEGITIMIDADE. TRF DA 1ª
REGIÃO. COMPETÊNCIA. 1. Por força do § 3º do art. 6º da Lei n. 12.016/2009, a retenção
de tributos pela fonte pagadora legitima a indicação da autoridade responsável como
autoridade coatora. 2. O Procurador-Geral de Justiça do Distrito Federal, ao determinar a
retenção de tributos federais por ocasião do pagamento de parcelas remuneratórias
(conversão de licenças-prêmio em pecúnia), está no exercício de função administrativa
federal, razão pela qual não se pode reconhecer a competência do Tribunal de Justiça do
Distrito Federal para o julgamento de mandado de segurança impetrado contra tal ato. 3.

a l
n
Por força do princípio da simetria constitucional e à luz dos arts. 102, I, "d", e 109, VIII, da
io
c
Constituição Federal, deve-se reconhecer que os mandados de segurança impetrados
a
u c
contra atos do Procurador-Geral de Justiça do Distrito Federal, quando em atividade
E dad d e
submetida à jurisdição administrativa de natureza federal, são da competência do Tribunal
e
rt le
o So
Regional Federal da 1ª Região. 4. Nos casos em que o writ é mal endereçado, admite-se
p
u ra 92
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sua remessa ao tribunal competente para seu processamento e julgamento. 5. Recurso

e um n D .4 a
especial provido, com a determinação de remessa dos autos ao TRF da 1ª Região.
r ata 86 gm
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 REsp 1221941/RJ, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado
d
A J 0 ra
t
em 24/02/2015, DJe 14/04/2015
u
n d
ta
RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL. COMPETÊNCIA. CONEXÃO. REUNIÃO DE AÇÕES.
a
jo n
RELAÇÃO DE PREJUDICIALIDADE ENTRE AS CAUSAS. PROCESSO DE CONHECIMENTO E DE
EXECUÇÃO. POSSIBILIDADE DE JULGAMENTO CONJUNTO. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL
NÃO COMPROVADO. 1. Uma causa, mercê de não poder ser idêntica à outra, pode guardar
com a mesma um vínculo de identidade quanto a um de seus elementos caracterizadores.
Esse vínculo entre as ações por força da identidade de um de seus elementos denomina-
se, tecnicamente, de conexão. (FUX, Luiz. Curso de direito processual civil. Rio de Janeiro:
Forense, 2001). 2. A moderna teoria materialista da conexão ultrapassa os limites estreitos
da teoria tradicional e procura caracterizar o fenômeno pela identificação de fatos comuns,
causais ou finalísticos entre diferentes ações, superando a simples identidade parcial dos
58
elementos constitutivos das ações. 3. É possível a conexão entre um processo de
conhecimento e um de execução, quando se observar entre eles uma mesma origem, ou
seja, que as causas se fundamentam em fatos comuns ou nas mesmas relações jurídicas,
sujeitando-as a uma análise conjunta. 4. O efeito jurídico maior da conexão é a modificação
de competência, com reunião das causas em um mesmo juízo. A modificação apenas não
acontecerá nos casos de competência absoluta, quando se providenciará a suspensão do
andamento processual de uma das ações, até que a conexa seja, enfim, resolvida. 5. O
conhecimento do recurso fundado na alínea "c" do permissivo constitucional pressupõe a
demonstração analítica da alegada divergência. A demonstração da divergência não se
satisfaz com a simples transcrição de ementas, mas com o confronto entre trechos do
acórdão recorrido e das decisões apontadas como divergentes, mencionando-se as

a l
n
circunstâncias que identifiquem ou assemelhem os casos confrontados, caso contrário não
io
c
se terá por satisfeito o disposto no § 2º do art. 255 do RISTJ. 6. Recurso especial a que se
a
nega provimento. u c
E dad d e
e
rt le
 REsp 875.612/MG, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em
04/09/2014, DJe 17/11/2014 p o So
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e um n D .4 a
RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE DIVÓRCIO DIRETO LITIGIOSO. AUTOR
r ata 86 gm
CÔNJUGE VARÃO INTERDITADO. REPRESENTAÇÃO POR CURADOR. RÉ DOMICILIADA EM

d V on 24.5 67@
J 0 ra
COMARCA DIVERSA. EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA. DOMICÍLIO DA MULHER EM
A t u
CONTRAPOSIÇÃO AO DO INCAPAZ (CPC, ARTS. 98 E 100, I). NORMAS DE CARÁTER
n d
ta
PROTETIVO. PREVALÊNCIA, NO CASO, DA REGRA QUE PRIVILEGIA OS INTERESSES DO
a
jon
INCAPAZ, INDEPENDENTEMENTE DA POSIÇÃO QUE OCUPE NOS POLOS DA RELAÇÃO
PROCESSUAL. RECURSO PROVIDO. 1. Neste recurso, tirado de exceção de incompetência
deduzida em ação de divórcio direto litigioso, estão em confronto os interesses da ré,
cônjuge feminino, que objetiva, com espeque no art. 100, I, do CPC, a prevalência do foro
especial de sua residência, e os do cônjuge varão incapaz, representado por curador, de
que prepondere o do domicílio deste, com fundamento no art. 98 do CPC. 2. A regra
processual do art. 98 protege pessoa absoluta ou relativamente incapaz, por considerá-la
mais frágil na relação jurídica processual, quando litiga em qualquer ação. Assim, na melhor
compreensão a ser extraída dessa norma, não há razão para diferenciar-se a posição
59
processual do incapaz. Figure o incapaz como autor ou réu em qualquer ação, deve-se
possibilitar ao seu representante litigar no foro de seu domicílio, pois, normalmente,
sempre necessitará de proteção, de amparo, de facilitação da defesa dos seus interesses,
mormente em ações de estado. 3. No confronto entre as normas protetivas invocadas pelas
partes, entre o foro da residência da mulher e o do domicílio do representante do incapaz,
deve preponderar a regra que privilegia o incapaz, pela maior fragilidade de quem atua
representado, necessitando de facilitação de meios, especialmente numa relação processual
formada em ação de divórcio, em que o delicado direito material a ser discutido pode
envolver íntimos sentimentos e relevantes aspectos patrimoniais. 4. Recurso especial
provido para julgar improcedente a exceção de incompetência do juízo oposta pela
recorrida.

a l
io n
 ACO 2350 AgR, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Segunda Turma, julgado em
19/08/2014, DJe 03-10-2014 a c
u c
E dad d e
CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO PROPOSTA CONTRA O CONSELHO
e
rt le
o So
NACIONAL DE JUSTIÇA. ART. 102, I, “R”, DA CONSTITUIÇÃO. INTERPRETAÇÃO RESTRITA
p
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S ut 22- il.com
DA COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. 1. A jurisprudência do

e um n D .4 a
Supremo Tribunal Federal, afirmada inclusive por decisão unânime do Plenário, é no sentido
r ata 86 gm
de que as “ações” a que se refere o art. 102, I, “r”, da Constituição, são apenas as ações

d V on 24.5 67@
J 0 ra
constitucionais de mandado de segurança, mandado de injunção, habeas data e habeas
A t u
corpus (AO 1706 AgR/DF, Min. Celso de Mello, Dje de 18.02.2014). As demais ações em
n d
ta
que se questionam atos do Conselho Nacional de Justiça – CNJ ou do Conselho Nacional
a
jo n
do Ministério Público - CNMP submetem-se, consequentemente, ao regime de
competência estabelecido pelas normas comuns de direito processual, com as restrições e
limitações previstas nos artigos 1º, 3º e 4º da Lei 8.347/92 e art. 1º da Lei 9.494/97. 2.
Agravo regimental improvido.

 CC 128.079/MT, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em


12/03/2014, DJe 09/04/2014

CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. AÇÃO DE INEXIGIBILIDADE DE CHEQUE E DE


INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. CHEQUE FALSIFICADO DADO EM PAGAMENTO.
60
ACIDENTE DE CONSUMO (CDC, ART. 17). CONSUMIDOR POR EQUIPARAÇÃO OU
BYSTANDARD. COMPETÊNCIA DO FORO DO DOMICÍLIO DO CONSUMIDOR. 1. Cuida-se
de suposto uso de cheque falsificado para pagamento de estadia em hotel, provocando a
inscrição do consumidor em serviços de proteção ao crédito e a emergência de danos
morais. 2. Configura-se, em tese, acidente de consumo em virtude da suposta falta de
segurança na prestação do serviço por parte do estabelecimento hoteleiro que,
alegadamente, poderia ter identificado a fraude mediante simples conferência de assinatura
na cédula de identidade do portador do cheque. 3. Equiparam-se aos consumidores todas
as vítimas do acidente de consumo (CDC, art. 17). 4. Conflito conhecido para declarar
competente o foro do domicílio do consumidor.

 CC 131.195/MG, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em


a l
26/02/2014, DJe 04/04/2014.
io n
a c
u c
CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. JUSTIÇA DO TRABALHO. JUSTIÇA COMUM. AÇÃO

E dad d e
DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS. INCIDENTE OCORRIDO DURANTE
e
rt le
o So
EXERCÍCIO DE ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO. INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO DE
p
u ra 92
S ut 22- il.com
TRABALHO. CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. ÍNDOLE EMINENTEMENTE CIVIL.

e um n D .4 a
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA COMUM. 1. Cuida a hipótese de ação de indenização,
r ata 86 gm
promovida por estagiário contra instituição de ensino e de instituição hospitalar autorizada

d V on 24.5 67@
J 0 ra
a ministrar estágio obrigatório curricular, na qual é alegada a ocorrência de danos materiais
A t u
e morais derivados de incidente que expôs estudante ao perigo de contágio por vírus,
n d
ta
obrigando-a a submeter-se a tratamento preventivo. 2. Não configurada, na hipótese, a
a
jo n
existência de vínculo laboral, mas de relação civil de prestação de serviços de
disponibilização de vaga de estágio obrigatório acadêmico, exigido por instituição de
ensino superior para colação de grau, competindo à Justiça Comum processar e julgar a
ação de indenização. 3. Conflito conhecido para declarar competente a Justiça Comum
Estadual.

 REsp 1291924/RJ, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em


28/05/2013, DJe 07/06/2013.

61
PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. UNIÃO ESTÁVEL HOMOAFETIVA.
RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO. COMPETÊNCIA PARA JULGAMENTO. 1. Recurso
especial tirado de acórdão que, na origem, fixou a competência do Juízo Civil para
apreciação de ação de reconhecimento e dissolução de união estável homoafetiva, em
detrimento da competência da Vara de Família existente. 2. A plena equiparação das uniões
estáveis homoafetivas, às uniões estáveis heteroafetivas trouxe, como corolário, a extensão
automática àquelas, das prerrogativas já outorgadas aos companheiros dentro de uma
união estável tradicional. 3. Apesar da organização judiciária de cada Estado ser afeta ao
Judiciário local, a outorga de competências privativas a determinadas Varas, impõe a
submissão dessas varas às respectivas vinculações legais construídas em nível federal, sob
pena de ofensa à lógica do razoável e, in casu, também agressão ao princípio da igualdade.

a l
n
4. Se a prerrogativa de vara privativa é outorgada ao extrato heterossexual da população
io
c
brasileira, para a solução de determinadas lides, também o será à fração homossexual,
a
u c
assexual ou transexual, e todos os demais grupos representativos de minorias de qualquer
E dad d e
natureza que tenham similar demanda. 5. Havendo vara privativa para julgamento de
e
rt le
o So
processos de família, esta é competente para apreciar e julgar pedido de reconhecimento
p
u ra 92
S ut 22- il.com
e dissolução de união estável homoafetiva, independentemente das limitações inseridas no

e um n D .4 a
Código de Organização e Divisão Judiciária local 6. Recurso especial provido.
r ata 86 gm
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 CC 111.230/DF, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em
d
A J 0 ra
t
08/05/2013, DJe 03/04/2014
u
n d
ta
PROCESSO CIVIL. ARBITRAGEM. NATUREZA JURISDICIONAL. CONFLITO DE COMPETÊNCIA
a
jo n
FRENTE A JUÍZO ESTATAL. POSSIBILIDADE. MEDIDA CAUTELAR DE ARROLAMENTO.
COMPETÊNCIA. JUÍZO ARBITRAL. 1. A atividade desenvolvida no âmbito da arbitragem tem
natureza jurisdicional, sendo possível a existência de conflito de competência entre juízo
estatal e câmara arbitral. 2. O direito processual deve, na máxima medida possível, estar a
serviço do direito material, como um instrumento para a realização daquele. Não se pode,
assim, interpretar uma regra processual de modo a gerar uma situação de impasse,
subtraindo da parte meios de se insurgir contra uma situação que repute injusta. 3. A
medida cautelar de arrolamento possui, entre os seus requisitos, a demonstração do direito
aos bens e dos fatos em que se funda o receio de extravio ou de dissipação destes, os
62
quais não demandam cognição apenas sobre o risco de redução patrimonial do devedor,
mas também um juízo de valor ligado ao mérito da controvérsia principal, circunstância
que, aliada ao fortalecimento da arbitragem que vem sendo levado a efeito desde a
promulgação da Lei nº 9.307/96, exige que se preserve a autoridade do árbitro como juiz
de fato e de direito, evitando-se, ainda, a prolação de decisões conflitantes. 4. Conflito
conhecido para declarar a competência do Tribunal Arbitral.

a l
io n
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u c
E dad d e
e
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e um n D .4 a
r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
t u
n d
a ta
jo n

63
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALVIM, Eduardo Arruda. Direito processual civil. 5. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: RT, 2013.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Presidência da República, 1988.

______. Lei nº 13.105 de 16 de março de 2015. Institui o Código de Processo Civil. Brasília:
Presidência da República, 2015.

BUENO, Cassio Scarpinella. Manual de Direito Processual Civil: Inteiramente Estruturado à


Luz do Novo CPC, de acordo com a Lei n. 13.256, de 4-2-2016. 2. ed. rev., atual. e ampl. – São

a l
Paulo: Saraiva, 2016.
io n
a c
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Vade Mecum de Jurisprudência Dizer o Direito. 4ª Edição.
u c
– Salvador: Ed. Podivm, 2018.
E dad d e
e
rt le
o So
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmulas do STF e STJ. 3ª Edição. – Salvador: Ed. Podivm,
p
2018. u ra 92
S ut 22- il.com
um n D .4 a
r ata 86 gm
DIDIER JR., Fredie. Curso de Direito Processual Civil: Introdução ao Direito Processual Civil,
e
V on 24.5 67@
Parte Geral e Processo de Conhecimento. 18. ed. - Salvador: Ed. Jus Podivm, 2016.
d
A J 0 ra
t u
GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Direito Processual Civil Esquematizado/ Marcus Vinicius
d
nLenza. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
t a
Rios Gonçalves; coordenador Pedro
a
o n
Neves, Daniel Amorim jAssumpção. Manual de Direito Processual Civil - Volume Único. 10ª
edição. Editora JusPodvm, 2018.

Thamay, Rennan. Manual de Direito Processual Civil – 2. ed. – São Paulo: Saraiva Educação,
2019.

THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil – Teoria geral do direito
processual civil, processo de conhecimento e procedimento comum – vol. I/Humberto
Theodoro Júnior. 58. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2017.

64
MAGISTRATURA
FEDERAL
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E d e
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Direito Processual
Su utra 22-92il.com Civil
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6 . g 3
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Ad J 02 utra6
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SUMÁRIO

DIREITO PROCESSUAL CIVIL, Capítulo 3...................................................................................................................3


9. Sujeitos do Processo ................................................................................................................................................... 3

9.1 Capacidade de Ser Parte ............................................................................................................................... 3

9.2 Capacidade de Estar em Juízo .................................................................................................................... 4

9.3 Capacidade Postulatória ................................................................................................................................ 5

10. Partes e Procuradores .............................................................................................................................................. 7

10.1 Deveres das Partes ....................................................................................................................................... 7


a l
10.2
io
Responsabilidade das Partes por Dano Processual ....................................................................... 8n
a c
10.3
c
Despesas Processuais e Honorários Advocatícios .......................................................................... 9
u
10.3.1 E dad d e
Despesas Processuais ......................................................................................................................... 9
e
rt le
10.3.2
o So
Dos Honorários Advocatícios ....................................................................................................... 10
p
10.4 S ut 22- il.com u ra 92
Gratuidade de Justiça............................................................................................................................... 11

10.5 r ata 86 gm um n D .4 a
Dos Procuradores ...................................................................................................................................... 12
e
10.5.1
d V on 24.5 67@
Direitos dos Advogados ................................................................................................................. 12
A J 0 ra
10.6 t u
Da sucessão das partes e procuradores .......................................................................................... 12
n d
a ta
11. Demais Sujeitos do Processo ............................................................................................................................. 14
jo n
11.1 Litisconsórcio ............................................................................................................................................... 14

11.1.1 Classificação ......................................................................................................................................... 14

11.2 Intervenção de Terceiros ........................................................................................................................ 17

11.2.1 A Assistência ........................................................................................................................................ 18

11.2.2 A Denunciação da Lide ................................................................................................................... 19

11.2.3 O Chamamento ao Processo........................................................................................................ 19

11.2.4 Do Incidente de Desconsideração da Personalidade Jurídica ....................................... 21


11.2.5 Amicus Curiae ..................................................................................................................................... 22

11.2.6 Intervenção Anômala ....................................................................................................................... 23

12. Juiz e Auxiliares da Justiça .................................................................................................................................. 24

12.1 Poderes, Deveres e Responsabilidade do Juiz .............................................................................. 24

12.1.1 Vedação ao Non Liquet.................................................................................................................. 25

12.1.2 Responsabilidade do Juiz............................................................................................................... 26

12.2 Impedimentos e suspeição .................................................................................................................... 26

12.2.1 Impedimentos do Juiz ..................................................................................................................... 26

12.2.2 a l
Suspeição do Juiz .............................................................................................................................. 27

io n
12.3 c
Auxiliares da Justiça .................................................................................................................................. 28
a
u c
d e
13. Funções Essenciais à Justiça ............................................................................................................................... 30
E dad
13.1 e
rt le
Ministério Público ...................................................................................................................................... 30

p o So
13.1.1
S ut 22- il.com u ra 92
O Ministério Público como Parte ............................................................................................... 30

13.1.2
um n D .4 a
O Ministério Público como Fiscal da Ordem Jurídica ....................................................... 30

e r ata 86 gm
13.1.3
V on 24.5 67@
Aspectos Processuais da Intervenção do Ministério Público ......................................... 31
d
13.2 A J 0 ra
Advocacia Pública ...................................................................................................................................... 32
t u
n d
13.3
a t a
Defensoria Pública ..................................................................................................................................... 33

jo n
QUADRO SINÓTICO ..................................................................................................................................................... 34

QUESTÕES COMENTADAS ....................................................................................................................................... 38

GABARITO ......................................................................................................................................................................... 48

QUESTÃO DESAFIO ........................................................................................................................................................ 49

GABARITO DA QUESTÃO DESAFIO......................................................................................................................... 50

LEGISLAÇÃO COMPILADA............................................................................................................................................ 52

JURISPRUDÊNCIA ............................................................................................................................................................ 55
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................................................. 58

a l
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a c
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E dad d e
e
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p o So
S ut 22- il.com u ra 92
e r ata 86 gm um n D .4 a
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A J 0 ra
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL

Capítulo 3

9. Sujeitos do Processo

O tema em estudo está disciplinado no Livro III (da Parte Geral), Título I, do CPC e inicia
tratando da chamada “capacidade de ser parte” e, posteriormente, com “a capacidade de estar
em juízo”, conhecida também como “legitimação processual”.

Antes de tudo, insta salientar que a relação jurídico-processual é formada, pelo menos,
por três sujeitos, quais sejam: autor, réu e juiz. a l
io n
a c
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d e
E dad
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u ra 92
S ut 22- il.com
e um n D .4 a
A Capacidade Processual é um pressuposto de validade do processo.
r ata 86 gm
d V deonSer2Parte
4 .5 7@
9.1 Capacidade
A J 0 ra6
t u
d
n e qualquer indivíduo, capaz de ter direitos e obrigações
Traduz a possibilidade de todo
t a
ado art. 1º do Código Civil, figurar como parte na via judicial, seja
na ordem civil, nos moldes
jo n
como autor (legitimidade ativa), seja como réu (legitimidade passiva).

Sem exceção, todas as pessoas têm capacidade de ser partes: pessoas físicas, jurídicas de
direito público ou privado e entes despersonalizados.

A União é representada pela AGU, os Estados e DF são representados pelos seus


procuradores, e o Município é representado pelo seu prefeito ou por seus procuradores.
Autarquias e fundações, por quem a lei do ente federado designar. As pessoas jurídicas de
direito privado, por quem o estatuto designar, ou, em caso de omissão, pelos seus diretores. As

3
pessoas jurídicas estrangeiras serão representadas pelo gerente, representante ou administrador
de sua filial, agência ou sucursal aberta ou instalada no Brasil.

Nesse sentido, trata o art. 75, do CPC, das pessoas jurídicas e dos entes despersonalizados,
que possuem a capacidade de ser parte. Artigo este que merece atenciosa e exaustiva leitura.

9.2 Capacidade de Estar em Juízo

Conforme dispõe o art. 70, do CPC “Toda pessoa que se encontre no exercício de seus
direitos tem capacidade para estar em juízo”, portanto, nem todo aquele que possui a
capacidade de ser parte, possui a capacidade de estar em juízo.

Os incapazes serão representados ou assistidos pelos pais, tutores ou curadores. Se

a l
n
relativamente incapaz, é caso de assistência. Se absolutamente incapaz, é caso de representação.
io
a c
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E dad d e
e
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p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
e um n D .4 a
O art. 72, do CPC trata do Curador Especial, ou seja, o representante legal daquelas pessoas
r ata 86 gm
V on 24.5 67@
maiores e incapazes devido a um processo de interdição ou do deficiente, nos termos do art.
d
A J 0 ra 84, §1º, da Lei n. 13.146/2015.
t u
Há também a possibilidade dea n d
nomeação de curador especial em favor de réu preso, como
a t
forma de assegurar oon
contraditório, com o objetivo de defender o réu que não tenha
j
advogado constituído e em favor do réu revel citado fictamente (por edital ou por hora certa).

Ainda, a doutrina entende que ao curador especial que atua como defensor do réu não é
admitido o ajuizamento de reconvenção, que é peça de ataque e não de defesa. O curador
especial pode apresentar contestação por negativa geral. Trataremos do tema em capítulos
seguintes.

Atualmente, a curadoria especial é função institucional da Defensoria Pública.

4
Mas, qual a consequência jurídica da falta de nomeação de curador especial?

Se a ausência se referir à parte ou ao interveniente, como no caso do incapaz, estar-se-


á diante da ausência de um dos pressupostos de validade do processo, a capacidade
processual. O que acarretará a nulidade do processo, sendo, nesse caso, admitida a Ação
Rescisória. Já quando se refere ao réu preso ou citado fictamente, haverá a nulidade do
processo apenas se houver prejuízo ao réu.

a l
io n
a c
Ressalte-se a importante matéria tratada no art. 73, do CPC, o qual diz respeito à integração da

u c
d e
capacidade processual das pessoas casadas, pois há uma restrição na referida capacidade, sendo
E dad
e
necessário o consentimento do outro (outorga uxória – quando decorrente da mulher; ou
rt le
o So
marital – quando decorrente do homem) diante das demandas que versam sobre direitos reais
p
imobiliários. u ra 92
S ut 22- il.com
r um n D .4 a gm
ata 586
e
9.3 Capacidade Postulatória
V n . 7@
4
Ad Jo 2 ra6os atos processuais devem ser praticados por
No sistema processual civil0brasileiro,
ut
aqueles que possuem a capacidade
d
n de postulação: advogados (públicos e privados),
t a
a do Ministério Público.
n
Defensores Públicos e membros
jo
Sobre o tema o art. 103, do CPC determina que a parte será representada em juízo por
advogado regularmente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil, sendo lícito à parte postular
em causa própria quando tiver habilitação legal.

Há casos excepcionais em que a lei admite a capacidade postulatória por quem


normalmente não a tem, a exemplo do habeas corpus.

5
Conforme disciplina a Lei 9.099/95, nos juizados especiais cíveis, dispensa-se a presença de
advogado nas causas em que o valor não ultrapasse 20 (vinte) salários mínimos. Entretanto,
na via recursal, exige-se a presença de advogado.

Nos casos em que é necessária a participação do advogado, será necessária a juntada de


procuração, que é o instrumento de mandato apto a atribuir ao profissional poderes de
representação para atuar em juízo em nome da parte. A falta da procuração implica a ineficácia
do ato, respondendo o advogado por perdas e danos. a l
io n
a c
Por fim, não esqueça que a advocacia é uma das funções essenciais à justiça. Estudaremos
u c
o tema em capítulos seguintes.
E dad d e
e
rt le
p o So
u ra 92
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e um n D .4 a
r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
t u
n d
a ta
jo n

6
10. Partes e Procuradores

10.1 Deveres das Partes

São deveres das partes, de seus procuradores e de todos aqueles que de qualquer forma
participem do processo (art. 77, do CPC):

 Expor os fatos em juízo conforme a verdade;


 Não formular pretensão ou de apresentar defesa quando cientes de que são
destituídas de fundamento;
 Não produzir provas e não praticar atos inúteis ou desnecessários à declaração
ou à defesa do direito;
a l

io n
Cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais, de natureza provisória ou
final, e não criar embaraços à sua efetivação;
a c
u c

E dad d e
Declinar, no primeiro momento que lhes couber falar nos autos, o endereço

e
residencial ou profissional onde receberão intimações, atualizando essa
rt le
p o So
informação sempre que ocorrer qualquer modificação temporária ou definitiva;

u ra 92
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Não praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou direito litigioso.

e um n D .4 a
r ata 86 gm
Nas hipóteses de não cumprimento das decisões jurisdicionais e prática de inovação ilegal

d V on 24.5 67@
no estado de fato de bem ou direito litigioso, o CPC considerou como uma conduta punida
A J 0 ra
t
como ato atentatório à dignidade da justiça, devendo o juiz advertir as partes sobre.
u
n d
a ta
Ainda, cabe ao juiz, sem prejuízo das sanções criminais, civis e processuais cabíveis, aplicar
jo n
ao responsável, multa de até vinte por cento do valor da causa, de acordo com a gravidade
da conduta, ou, quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa prevista poderá
ser fixada em até 10 (dez) vezes o valor do salário-mínimo.

Caso não seja paga no prazo a ser fixado pelo juiz, a multa prevista será inscrita como
dívida ativa da União ou do Estado após o trânsito em julgado da decisão que a fixou, e sua
execução observará o procedimento da execução fiscal.

7
Por sua vez, aos advogados públicos ou privados e aos membros da Defensoria Pública
e do Ministério Público não se aplica a referida multa, devendo eventual responsabilidade
disciplinar ser apurada pelo respectivo órgão de classe ou corregedoria, ao qual o juiz oficiará.

A respeito dos deveres das partes, há de se frisar que o CPC incentiva a valorização e o
respeito ao princípio da boa-fé objetiva, traduzido a partir de condutas éticas, honestas e
leis.
a l
10.2 Responsabilidade das Partes por Dano Processual io n
a c
u c
d e
Determina o art. 79, do CPC que aquele que atua no processo com má-fé responde por
E dad
e
rt le
perdas e danos, seja ele autor, réu ou interveniente.

p o So
u ra 92
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Os casos em que são considerados litigantes de má-fé estão exemplificadamente

e um n D .4 a
elencados no art. 80, do CPC, o qual é de leitura obrigatória. Ressalte-se que, só haverá
r ata 86 gm
litigância de má-fé, se a parte agir de forma intencional dolosa com a consciência do ato que

d V on 24.5 67@
está praticando.
A J 0 ra
t u
n d
a ta
jo n

De ofício ou a requerimento, o juiz condenará o litigante de má-fé a pagar multa, que


deverá ser superior a um por cento e inferior a dez por cento do valor corrigido da causa,
a indenizar a parte contrária pelos prejuízos que esta sofreu e a arcar com os honorários
advocatícios e com todas as despesas que efetuou.

8
Aluno, faça uma leitura bem atenta do texto da lei, pois você não pode confundir os
casos de litigância de má-fé com as hipóteses de atos atentatórios à dignidade da justiça1, pois
são distintos tanto os fatos geradores, quanto a repercussão jurídica e o destino dos valores
(enquanto na litigância de má-fé a condenação e as perdas e danos reverterão em proveito da
parte contrária, prejudicada pela conduta da outra, em caso de ato atentatório, a condenação
imposta reverte-se em favor da Fazenda Pública). Esse ponto é bastante recorrente em provas
de concurso, e, principalmente em se tratando de magistratura federal, você não pode perder
uma questão por esse descuido.

Ressalte-se, ainda, que quando forem 2(dois) ou mais os litigantes de má-fé, o juiz
condenará cada um na proporção de seu respectivo interesse na causa ou solidariamente
aqueles que se coligaram para lesar a parte contrária.
a l
io n
c
Além do mais, quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa poderá ser
a
fixada em até 10 (dez) vezes o valor do salário-mínimo. u c
E dad d e
e
rt le
Por fim, mencione-se que o valor da indenização será fixado pelo juiz ou, caso não seja

p o So
possível mensurá-lo, liquidado por arbitramento ou pelo procedimento comum, nos próprios
autos.
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r um n D .4 a6 m
e ata 58e Honorários
10.3 Despesas Processuais
V n g Advocatícios
. 7@
d o
J 02 ra6 4
A ut
10.3.1 Despesas Processuais
n d
t a
a as despesas dos atos que realizarem ou requererem no
Incumbe às partes prover
jo n
processo, antecipando-lhes o pagamento, desde o início até a sentença final ou, na execução,
até a plena satisfação do direito reconhecido no título, salvo os casos de justiça gratuita.

Incumbe ao autor adiantar as despesas relativas a ato cuja realização o juiz determinar
de ofício ou a requerimento do Ministério Público, quando sua intervenção ocorrer como fiscal
da ordem jurídica. Em relação à prova pericial, se ela tiver sido requerida por ambas as partes
ou determinada de ofício, as despesas serão rateadas.

1
Vide Questão 6.
9
Em caso de desistência da ação ou de renúncia ao direito em que ela se funda, as
despesas ficarão a cargo do autor. Em caso de reconhecimento jurídico do pedido, a cargo do
réu. Se o procedimento for de jurisdição voluntária, as despesas serão adiantadas pelo
requerente e rateadas entre os interessados.

10.3.2 Dos Honorários Advocatícios

São três os tipos de honorários advocatícios: os convencionados, os arbitrados


judicialmente e os de sucumbência.

 Convencionais: são aqueles acordados entre o advogado e o seu cliente, podem ser
fixados de acordo com a tabela de honorários ou em valor superior.
 Arbitrados judicialmente: são direcionados ao Juiz da causa, por meio de ação
a l
io n
própria, o qual os estabelecerá, de modo que não os fixe em valor inferior ao da

a c
tabela de honorários.
u c
d e
 De Sucumbência: são os que a parte vencida no processo deve pagar a outra parte.
E dad
e
rt le
Sobre o tema, a título de exemplo, o art. 82, §2º, do CPC dispõe “A sentença

p o So
condenará o vencido a pagar ao vencedor as despesas que antecipou.”
u ra 92
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e um n D .4 a
Entende-se que os honorários fixados no processo pertencem ao advogado (e não à parte),
r ata 86 gm
que tem o direito autônomo para executar a sentença no que diz respeito a essa verba, podendo

d V on 24.5 67@
J 0 ra
requerer que o precatório, quando necessário, seja expedido em seu favor. Ainda que venha a
A t u
ser destituído no curso do processo, pode requerer que continue sendo intimado para, na fase
n d
ta
executiva, cobrar os valores. Ainda, o advogado pode recorrer em nome próprio da decisão,
a
jo n
com a exclusiva finalidade de elevar o valor dos seus honorários.

Pontos relevantes sobre o tema:

 Serão devidos na reconvenção, no cumprimento de sentença, provisório ou


definitivo, na execução, resistida ou não, e nos recursos interpostos,
cumulativamente;
 Não é possível majorar os honorários na hipótese de recurso no mesmo grau de
jurisdição, como é o caso dos embargos de declaração. Só haverá majoração se o
recurso vier a ser julgado por órgão diferente do que proferiu a decisão recorrida.

10
 O que determinará a possibilidade ou não de incidência dos honorários recursais é
a data da publicação da sentença.
 Quando cada litigante for em parte vencedor e em parte vencido, o juiz distribuirá
reciprocamente entre eles os honorários e as despesas.
 Não é possível a compensação de honorários advocatícios em caso de sucumbência
recíproca.
 Se o vencido for beneficiário da justiça gratuita, o juiz condenará nos honorários,
mas suspenderá a execução por 5 anos ou até que se prove que a parte adquiriu
condições suficientes para arcar com eles sem prejuízo do seu sustento.

10.4 Gratuidade de Justiça2

l
Com o advento do CPC de 2015, a Lei n. 1.060/50 (que regulava a gratuidade da justiça)
a
foi revogada quase por inteira pelo art. 1.072, III, do CPC.
io n
a c
u c
Dessa forma, foram revogados os arts. 2°, 3°, 4°, 5°, 6°, 7°, ll, 12 e 17 da mencionada lei.

E dadd e
Portanto, a gratuidade passou a ser disciplinada nos arts. 98 a 102, do CPC, os quais, saliente-
e
rt le
se, merecem bastante atenção!
p o So
u ra 92
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É benefício devido a toda pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com

um n D .4 a
r ata 86 gm
insuficiência de recursos para pagar as custas, despesas processuais e honorários de advogado
e
V on 24.5 67@
(envolve também atos notariais, diárias de testemunhas, dentre outras). Para as pessoas naturais,
d
A J 0 ra
há presunção relativa de veracidade da alegação de insuficiência. Com relação às pessoas
t u
n d
jurídicas, para fazer jus ao benefício, terá que provar que não pode arcar com as despesas.
a ta
jona qualquer momento do processo, e, deferida pelo juízo, a parte
Pode ser requerida
contrária pode impugná-la, em preliminar de contestação, na réplica, nas contrarrazões ou em
simples petição, a depender do momento processual em que for deferida. Não suspende o
curso do processo. Da decisão que indeferir ou revogar, cabe agravo de instrumento.

Vale ressaltar que a gratuidade não exime a responsabilidade do beneficiário de pagar as


multas incorridas no curso do processo.

2
Vide Questão 1 e 5.
11
10.5 Dos Procuradores

Em linhas preliminares, insta salientar que a parte será representada em juízo por
advogado regularmente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil. Ademais, o advogado não
será admitido a postular em juízo sem procuração, salvo para evitar preclusão, decadência ou
prescrição, ou para praticar ato considerado urgente.

No que tange à procuração, o art. 105 do CPC prevê que em regra, a procuração é geral
para o foro, que habilita o advogado a praticar todos os atos do processo. Porém, para receber
citação, confessar, reconhecer a procedência do pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito
sobre o qual se funda a ação, receber, dar quitação, firmar compromisso e assinar declaração
de hipossuficiência econômica, que devem constar de cláusula específica.
a l
10.5.1 Direitos dos Advogados io n
a c
u c
d e
Os direitos dos advogados estão previstos no art. 107 do CPC, assegurado o direito de:
E dad
e
rt le
 Examinar autos de qualquer processo em cartório de fórum e secretaria de tribunal,
p o So
u ra 92
mesmo sem procuração, independentemente da fase de tramitação, assegurados a
S ut 22- il.com
obtenção de cópias e o registro de anotações, salvo na hipótese de segredo de

e um n D .4 a
r ata 86 gm
justiça, nas quais apenas o advogado constituído terá acesso aos autos;

d V on 24.5 67@
 Requerer vista dos autos de qualquer processo, pelo prazo de 5 (cinco) dias;
A J 0 ra
t
 Retirar os autos do cartório ou da secretaria, pelo prazo legal, sempre que neles lhe
u
d
n do juiz, nos casos previstos em lei.
a t a
couber falar por determinação

jo n
10.6 Da sucessão das partes e procuradores

A sucessão das partes e dos procuradores pode ocorrer por ato inter vivos ou causa mortis.

Por ato inter vivos, ocorrerá nos casos de alienação de coisa litigiosa. Segundo disciplina
o CPC, desde o momento em que ocorre a citação válida, a coisa ou o direito objeto do conflito
passa a ser litigioso, e permanece nessa condição até o trânsito em julgado da demanda. Regra
geral, a legitimidade das partes não é alterada pela alienação de coisa ou direito litigioso, uma
vez que o processo continua correndo com as partes originárias. A exceção fica por conta do

12
caso em que há anuência da parte contrária, situação em que haverá a sucessão do alienante
ou cedente, pelo adquirente ou cessionário.

É um caso de legitimidade extraordinária ou de substituição processual, em que o


substituído pode ingressar como assistente litisconsorcial. Mas, ingressando ou não, sofrerá os
efeitos da sentença.

A sucessão causa mortis ocorrerá em caso de falecimento.

Em caso de falecimento da parte, esta será sucedida pelo espólio (quando a ação tiver
natureza patrimonial) ou pelos herdeiros (quando a ação tiver natureza pessoal ou quando já
houver finalizado a partilha). Nos casos de ação de caráter personalíssimo, a morte de uma das
partes implica a extinção do processo sem resolução do mérito.
a l
io n
Já a sucessão dos procuradores pode se dar por vontade da parte, que pode substituir o
a c
c
seu advogado, constituindo outro, ou do próprio procurador. Caso a parte revogue o mandato
u
E dad d e
do seu advogado, o juiz lhe concederá prazo para regularização da representação. Caso o
e
rt le
procurador renuncie, esse deve provar que cientificou a parte que representa para que este
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
constitua novo procurador. Nesses casos, após a renúncia, o advogado continua representando

um n D .4 a
o mandante por 10 dias, ou até que ele nomeie novo procurador.

e r ata 86 gm
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A J 0 ra
t u
n d
a ta
jo n

13
11. Demais Sujeitos do Processo

11.1 Litisconsórcio

É o fenômeno processual vislumbrado a partir da pluralidade de partes no polo ativo,


no passivo ou em ambos os polos da demanda. Sua principal função no sistema processual
brasileiro é a de garantir a economia/eficiência processual (nos moldes do art. 5º, LXXVIII, da
CF/88 e art. 4º, do CPC) e a harmonia dos julgados. Além disso, está disciplinado nos arts. 113
a 118, do Título II, do Livro III (da Parte Geral) do CPC.

11.1.1 Classificação

 Quanto à posição dos litisconsortes:


a l
io n
 Ativo: quando há a pluralidade de autores;
a c
 Passivo: quando há a pluralidade de réus;
u c
 Misto: pluralidade em ambos os polos. E dad d e
 Quanto ao momento de sua formação:
e
rt le
p o So
u ra 92
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 Inicial/Originário: ocorre no momento da propositura da petição inicial;

e um n D .4 a
 Ulterior/Incidental: ocorre em momento posterior à propositura da demanda,
r ata 86 gm
isto é, ao longo do processo.

d V on 24.5 67@
J 0 ra
 Quanto à obrigatoriedade:
A t u
 Facultativo: quando decorre da própria vontade das partes.
n d
a ta
jo n

O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número de litigantes na


fase de conhecimento, na liquidação de sentença ou na execução, quando este comprometer
a rápida solução do litígio ou dificultar a defesa ou o cumprimento da sentença (art. 113,
§1º, do CPC). Essa limitação pode se dar de ofício ou a requerimento do réu. É o chamado

14
“litisconsórcio multitudinário”. O pedido de limitação interrompe o prazo para resposta, que
recomeça a partir da intimação da decisão. Todos os processos decorrentes do
desmembramento permanecerão no mesmo juízo. Contra a decisão judicial que aprecia o
pedido de desmembramento, o recurso cabível será o agravo de instrumento.

 Necessário: quando é imposto por expressa disposição legal, ou melhor,


quando oriunda da “natureza da relação jurídica controvertida”, conforme
preceitua o art. 114. É o caso, por exemplo, do §1º, do art. 73, do CPC, já
mencionado acima, bem como do §4º, do art. 903, que trata do pedido
de invalidação da arrematação após a expedição da carta respectiva, caso em
que o arrematante será litisconsorte necessário do executado.

l
A sentença proferida sem a participação do litisconsórcio necessário quando
a
io n
esse era obrigatório acarreta a nulidade da decisão, em caso de litisconsórcio
a c
c
unitário, ou ineficácia em relação aos que não foram citados, no caso do
u
litisconsórcio simples.
E dadd e
e
rt le
p o So
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e um n D .4 a
r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
t u
Verifica-se que a hipótese prevista no inciso I, do art. 113, do CPC trata-se de litisconsórcio
d
n mais indivíduos “houver comunhão de direitos ou de
t
necessário, pois, se entre doisa ou
a lide”, estes deverão litigar conjuntamente, salvo, expressa
jo
obrigações relativamente nà
autorização legal em sentido contrário (como ocorre nos casos da legitimação extraordinária,
prevista no art. 18, do CPC). Já as hipóteses previstas nos incisos II e III referem-se ao
litisconsórcio facultativo.

15
A limitação realizada pelo juiz quanto ao número de litigantes, conforme visto em linhas
anteriores, NÃO se aplica ao litisconsórcio necessário.

 Quanto às possíveis soluções:


 Simples: quando a decisão da causa pode ser distinta para cada litisconsorte.
Não é preciso que a sentença venha a ser de fato diferente para que essa forma

a
esteja configurada, sendo suficiente que exista a possibilidade.l
io n
c
Vale ressaltar que, nos casos de solidariedade, o credor poderá ajuizar ação em
a
u c
face de cada devedor isoladamente, ou em face de todos em conjunto, caso em

E dad d e
que o litisconsórcio será facultativo e simples;
e
rt le
o So
 Unitário: quando a decisão da causa deve ser uniforme para todos os
p
u ra 92
t - c o m
litisconsortes. A esse respeito, dispõe o art. 116, do CPC “O litisconsórcio será
S
unitário quando,m D uda relação
pela natureza 2 i . o juiz tiver de decidir o mérito
2 jurídica,
l
a
ru a antodos86os.4litisconsortes.”
m
de modo e uniforme tpara g
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
Se há unitariedade da lide, o litisconsórcio será necessário e unitário, nas

u t
hipóteses de legitimidade ordinária; mas será unitário e facultativo, nos casos de
n d
ta
legitimidade extraordinária.
a
jo n
Segundo Marcus Vinícius Gonçalves, “se simples, o resultado pode ser diferente para os
litisconsortes, e, em princípio, os atos praticados por um não afetam os outros. A regra é a da
independência. Mas, se o litisconsórcio é unitário, como o resultado há de ser o mesmo para
todos, os atos que beneficiarem um dos litisconsortes haverão de favorecer a todos, pois, do
contrário, o resultado acabaria sendo diferente, o que é juridicamente impossível. Os
litisconsortes necessários estão vinculados entre si, por um regime de interdependência.”

16
A doutrina acentua que é muito frequente que esses diversos critérios classificatórios se
combinem entre si, ensejando, por exemplo, litisconsórcios ativos, iniciais, facultativos e
simples ou litisconsórcios passivos, ulteriores, necessários e unitários.

Por outro lado, dá-se o nome de “litisconsórcio impróprio” àquele que se forma quando
há apenas afinidade por um ponto comum de fato ou de direito.

Por fim, convém lembrar que, para litisconsortes com procuradores diferentes, de
a l
io n
escritórios de advocacia diferentes, em autos físicos, há a previsão de prazo em dobro. Mas,
a c
c
atenção! Somente há prazo em dobro para litisconsortes com diferentes procuradores quando,
u
E dad d e
além de existir dificuldade em cumprir o prazo processual e consultar os autos, for recolhido
e
rt le
mais de um preparo recursal. Havendo interposição de recurso em conjunto e o recolhimento
p o So
u ra 92
de um só preparo, não há que se falar na duplicação legal do prazo.3
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11.2 Intervenção
r um
de D .4
Terceiros
n m a
a
e nat .58 @g 6
d V o 24 67
A J
Está disposta no Título III, do Livro III (da Parte Geral), do CPC/2015, corresponde ao
0 tra
u
ingresso de um terceiro, juridicamente interessado, no processo. Cinco são as modalidades de
d
n
ta a denunciação da lide, o chamamento ao processo, o
intervenção de terceiros: a assistência,
a
jon da personalidade jurídica e o amicus curiae, as quais
incidente de desconsideração
estudaremos a seguir.

3
STJ. 3ª Turma. REsp 1694404/SP, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado em 22/05/2018.
17
A intervenção de terceiro pode ser voluntária (quando o próprio terceiro a manifesta) ou
provocada (quando a outra parte pede ao juiz que convoque o terceiro).

11.2.1 A Assistência

É a forma típica de intervenção, já que um terceiro ingressa em um processo no qual não

l
figurava, com o fito de se beneficiar direta ou indiretamente deste. É sempre voluntária. Possui
a
io n
como pressuposto de validade a demonstração do interesse jurídico por parte do terceiro

a c
c
estranho ao processo. Não amplia os limites objetivos da lidem porque o assistente não formula
u
d e
novos pedidos, mas apenas auxilia a parte na obtenção de um resultado favorável. Podem
E dad
e
rt le
ingressar a qualquer tempo no processo, desde que ainda não tenha ocorrido o trânsito em
julgado. p o So
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e um n D .4 a
Existem duas famosas modalidades de assistência, vejamos:
r ata 86 gm
V on 24.5 67@
 Assistência Simples/Adesiva: ocorre quando o terceiro, que possui interesse jurídico
d
A J 0 ra
que uma das partes vença, assiste uma das partes para que ela obtenha uma sentença
t u
n d
favorável, vide art. 121 do CPC. Pode ingressar como assistente simples o terceiro
a ta
n
que, não sendo titular da relação jurídica que está sendo discutida em juízo, é titular
jo
da relação com ela interligada. A coisa julgada não pode se estender ao assistente
simples, mas ele não poderá mais discutir os fundamentos da sentença proferida no
processo em que participou.
 Assistência Litisconsorcial: ocorre quando o terceiro busca satisfazer um interesse
próprio, vide art. 124 do CPC. Só existe no âmbito da legitimidade extraordinária.
Aquele que pode ingressar como assistente litisconsorcial sofrerá os efeitos da coisa
julgada, intervindo ou não.

18
11.2.2 A Denunciação da Lide

É a modalidade pela qual os denunciantes (autor e/ou réu), na mesma relação processual,
postulam em face de um terceiro (denunciado), através do direito de regresso (evicção,
decorrente de lei ou contrato), no intuito deste ser responsabilizado pelos danos decorrentes
de eventual decisão prejudicial. Tem natureza jurídica de ação, mas não implica a formação de
um processo autônomo, amplia o objeto do processo em que ocorre.

As hipóteses de cabimento da denunciação da lide estão dispostas no art. 125, do CPC,


o qual merece leitura exaustiva.

A pergunta que se faz a respeito do tema é a seguinte: é possível a denunciação feita


pelo denunciado? A resposta é no sentido positivo, trata-se da denominada “denunciação
a l
io
sucessiva”, não podendo o denunciado sucessivo promover nova denunciação, hipótese em n
a c
c
que eventual direito de regresso será exercido por ação autônoma. Nos casos em que há
u
d e
denunciação sucessiva, não se admite que seja feita por salto, isto é, aquele que a promove
E dad
e
rt le
deve dirigi-la ao terceiro com quem tenha relação direta, da qual resulta o direito de regresso.

p o So
u ra 92
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Por fim, destaque-se que o Superior Tribunal de Justiça entende que não é extinta a

e um n D .4 a
denunciação da lide apresentada intempestivamente pelo réu nas hipóteses em que o
r ata 86 gm
denunciado contesta apenas a pretensão de mérito da demanda principal4.

d V on 24.5 67@
J 0 aoraProcesso
A O Chamamento
11.2.3 t u
n d
ta
É a modalidade pela qual há o chamamento por parte do réu (chamante) de terceiro
a
jo n
(chamado) que, a partir de então passará a ser litisconsorte passivo, tendo em vista a sua
responsabilidade e coobrigação frente ao autor da demanda.

É sempre facultativo, pois, mesmo que o réu não o faça, poderá reaver dos demais
coobrigados a parte que lhes cabe, em ação autônoma.

Segundo Marcus Vinícius Gonçalves, o chamamento é um meio pelo qual o afiançado ou


demais devedores solidários passam a integrar o polo passivo, em litisconsórcio com o réu

4
STJ. 3ª Turma. REsp 1637108-PR, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 6/6/2017 (Info 606).
19
originário, por iniciativa deste, não se caracterizando como uma ação de regresso dos chamantes
contra os chamados. Esse litisconsórcio é facultativo e simples.

As hipóteses de admissibilidade do chamamento ao processo estão dispostas no art. 130,


do CPC/2015:

 Do afiançado, na ação em que o fiador for réu;


 Dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles;
 Dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns o
pagamento da dívida comum.

a l
io n
a c
u c
E dad d e
e
rt le
Conforme acentua o art. 131, caput, do CPC, o chamamento ao processo é requerido

p o So
pelo réu em contestação e a citação dos chamados “deve ser promovida no prazo de 30
u ra 92
S ut 22- il.com
(trinta) dias, sob pena de ficar sem efeito o chamamento”.

e um n D .4 a
r ata 86 gm
O tradicional entendimento do STJ é no sentido de que, nas ações para fornecimento de
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
medicamentos, apesar de a obrigação ser solidária entre Municípios, Estados e União, caso o
t u
d
autor tenha proposto a ação apenas contra o Estado-membro, não cabe o chamamento ao
n
a ta
processo da União, medida que apenas iria protelar a solução da causa. Todavia, recentemente,
jo n
preferiu julgado no sentido de que os entes da Federação, em decorrência da competência
comum, são solidariamente responsáveis nas demandas prestacionais na área da saúde e, diante
dos critérios constitucionais de descentralização e hierarquização, compete à autoridade judicial
direcionar o cumprimento conforme as regras de repartição de competências e determinar o
ressarcimento a quem suportou o ônus financeiro5.

5
STF. Plenário. RE 855178 ED/SE, rel. orig. Min. Luiz Fux, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgado em 23/5/2019
(Info 941).
20
11.2.4 Do Incidente de Desconsideração da Personalidade Jurídica6

Trata-se de uma das novidades trazidas pelo CPC e está disciplinada nos artigos 133 a
137.

É a possibilidade de se responsabilizar pessoas naturais por atos praticados por pessoas


jurídicas. É cabível em todas as fases do processo de conhecimento, no cumprimento de
sentença, bem como na execução fundada em título executivo extrajudicial, conforme dispõe o
art. 134, do CPC.

Na desconsideração, não é que o juiz transforme o sócio em codevedor, mas estenderá


a responsabilidade patrimonial a ele, permitindo que seus bens sejam atingidos para fazer frente
ao débito, que continua sendo da empresa.
a l
io n
c
Por outra faceta, o Novo Código de Processo Civil, no §2º, do seu art. 133, igualmente,
a
u c
prevê a possibilidade de se responsabilizar as pessoas jurídicas por atos praticados por pessoas

E dad d e
naturais, é a chamada “desconsideração inversa da personalidade jurídica”.
e
rt le
p o So
Ademais, é instaurado a pedido da parte ou a requerimento do Ministério Público, nos
u ra 92
S ut 22- il.com
moldes do art. 133, do CPC. Salvo requerimento na petição inicial, a instauração do incidente
suspenderá o processo.
e um n D .4 a
r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
Em relação ao procedimento, o art. 135, do CPC informa que uma vez instaurado o
A J 0 ra
t u
incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado para se manifestar e requerer as provas
d
n Ao final, concluída a instrução, se necessária, o incidente
t
cabíveis no prazo de 15 (quinze)
a adias.

jo
será resolvido por decisão n
interlocutória, da qual cabe agravo de instrumento, ou se a decisão
for proferida pelo relator, cabe agravo interno (art. 136, do CPC).

Por último, saliente-se que acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a


oneração de bens, havida em fraude de execução, será ineficaz em relação ao requerente.

6
Vide Questão 3.
21
11.2.5 Amicus Curiae

É a intervenção de um terceiro no processo (seja por iniciativa própria, por provocação


de uma das partes ou, até mesmo, por determinação do magistrado) com o fito de auxiliar o
juízo diante do proferimento de uma decisão que leve em conta os interesses dispersos na
sociedade civil e no próprio Estado. Vem regulado no art. 138, do CPC.

Assim, Amicus Curiae / Amigo da Corte / Amigo do Tribunal é uma pessoa que atua em
causas de relevância social, repercussão geral ou cujo objeto seja bastante específico, de
modo que o magistrado não necessite de apoio técnico. É, portanto, um terceiro que representa
um interesse institucional, que convém seja manifestado no processo e que pode ser
considerado no julgamento. Poderá ser uma pessoa física, jurídica, um órgão ou entidade, mas

a l
cujos interesses institucionais poderão ser afetados.
io n
a c
c
É a única modalidade de intervenção de terceiros que pode ser determinada pelo juiz de
u
d e
ofício. A participação do amicus curiae no processo se resume a emitir uma manifestação, sendo
E dad
e
rt le
que sua intervenção não pode provocar nenhuma alteração de competência. Cabe ao juiz definir

p o So
os seus poderes, mas a lei lhe atribui a faculdade de recorrer dos embargos de declaração e do
u ra 92
S ut 22- il.com
incidente de resolução de demandas repetitivas7.

e um n D .4 a
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A J 0 ra
t u
n d
a ta
jon
A decisão do Relator que ADMITE ou INADMITE o ingresso do amicus curiae é irrecorrível.
STF. Plenário. RE 602584 AgR, Rel. para acórdão Min. Luiz Fux, julgado em 17/10/2018

7
Vide Questão 7.
22
11.2.6 Intervenção Anômala

Intervenção anódina ou intervenção anômala é a modalidade de intervenção prevista no


art. 5º da Lei 9.469/97, que autoriza a União e outros entes de direito público a intervirem em
processos para dirimir questões fáticas e de direito.

Neste tipo de intervenção não é necessário que seja demonstrado interesse jurídico
para que seja deferida a participação do ente público no processo, sendo suficiente a
demonstração potencial e reflexa de repercussão econômica8.

Interessante observar que, ainda que se trate de intervenção da União, esta não é
suficiente para atrair a competência da justiça federal em casos que já não sejam de sua
competência.
a l
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S ut 22- il.com
e r ata 86 gm um n D .4 a
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
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n d
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jo n

8
CUNHA, Leonardo Jose Carneiro da., A fazenda Pública em Juízo, 2016, p. 147.
23
12. Juiz e Auxiliares da Justiça

Esse é um tema que exige bastante atenção, porque possui bastante incidência nas provas
para as carreiras de magistratura, inclusive federal. Então, fique esperto, principalmente porque
esse ponto refere-se às informações que devem lhe interessar. Vamos lá!

A doutrina se refere ao juiz como sendo a pessoa a quem se atribui parcela do poder
jurisdicional. Porém, o juiz não se confunde com juízo (isto é, o órgão jurisdicional responsável
para o julgamento de determinada causa).

Portanto, cumpre ao juiz dirigir o processo, competindo-lhe, com a ajuda dos auxiliares
da justiça, fazer executar as regras da lei processual.

a l
12.1 Poderes, Deveres e Responsabilidade do Juiz
i o n
a c
u c
Ao longo do art. 139 do CPC, percebemos um rol dos deveres-poderes dirigidos aos
E d de
r t e leda
magistrados, os quais traduzem verdadeiros instrumentos para a direção do processo. Vejamos:

p o So
 Assegurar às partes igualdade de tratamento;
Su utra 22-92il.com
 Velar pela duração razoável do processo;

r um n D .4
m a
a
e nat .58 @g 6
 Prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da justiça e indeferir
V o 24 67
postulações meramente protelatórias;
d
A J 0 ra
ut
 Determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias
d
t a n o cumprimento de ordem judicial, inclusive nas ações
necessárias para assegurar
que tenham porn a prestação pecuniária;
objeto
jo
 Promover, a qualquer tempo, a autocomposição, preferencialmente com auxílio de
conciliadores e mediadores judiciais;
 Dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova,
adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à
tutela do direito;
 Exercer o poder de polícia, requisitando, quando necessário, força policial, além da
segurança interna dos fóruns e tribunais;

24
 Determinar, a qualquer tempo, o comparecimento pessoal das partes, para inquiri-
las sobre os fatos da causa, hipótese em que não incidirá a pena de confesso;
 Determinar o suprimento de pressupostos processuais e o saneamento de outros
vícios processuais;
 Quando se deparar com diversas demandas individuais repetitivas, oficiar o
Ministério Público, a Defensoria Pública, para, se for o caso, promover a propositura
da ação coletiva respectiva.

a l
io n
c
O exercício dos poderes-deveres do juiz está vinculado ao Princípio da Cooperação, o qual
a
u c
determina que todos os sujeitos processuais devem cooperar no sentido de se alcançar uma
E dad d e
r t e
resposta de mérito efetiva, justa e célere, conforme dispõe o art. 6º, do CPC “Todos os sujeitos
le em tempo razoável, decisão de
o
do processo devem cooperar entre si para que o
se obtenha,
p ra S 92 m
mérito justa e efetiva
”. u
S ut 22- il.co
r um n D .4
m a
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e naoatNon.5Liquet
12.1.1 Vedação 8 @g
d V o 24 67
A J 0 ra
É a determinação de que, mesmo diante das hipóteses em que a verdade não aparece, o
u t
juiz está impedido de se eximir de n d
sentenciar, pois o art. 373 do CPC, por exemplo, prevê regras
a t a
jo n
técnicas de julgamento perfeitamente aplicáveis a essa questão.

Assim sendo, o art. 140 do CPC estabelece que o juiz não se exime de decidir sob a
alegação de lacuna ou obscuridade do ordenamento jurídico, e que só decidirá por equidade
nos casos previstos em lei.

Nesse casso, o juiz deve se utilizar do disposto no art. 4º, da LINDB, ou seja, da analogia,
dos costumes e dos princípios gerais de direito.

25
12.1.2 Responsabilidade do Juiz

O juiz responderá, civil e regressivamente, por perdas e danos quando no exercício de


suas funções, proceder com dolo ou fraude; e quando recusar, omitir ou retardar, sem justo
motivo, providência que deva ordenar de ofício ou a requerimento da parte.

12.2 Impedimentos e suspeição

Busca a garantia do princípio da imparcialidade, pois o juiz, na condução do processo,


deve-se manter equidistante das partes. É um risco grave à imparcialidade.

12.2.1 Impedimentos do Juiz

a l
Nos casos em que a decisão é proferida por um juiz impedido, há a nulidade absoluta,

io n
independentemente da prova do prejuízo, a qual enseja a propositura de ação rescisória, nos
a c
c
termos do art. 966, II, do CPC. Refere-se sempre à atuação do juiz em determinado processo.
u
E dad d e
As hipóteses estão elencadas no art. 144, do CPC e possuem caráter mais objetivo, vejamos:
e
rt le
p o So
 Em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como
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S ut 22- il.com
membro do Ministério Público ou prestou depoimento como testemunha;

um n D .4 a
r ata 86 gm
 Quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou membro do
e
V on 24.5 67@
Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo
d
A J 0 ra
ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive;
t u
d
 Quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou parente,
n
a ta
consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive;
jo n
 De que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão;
 Quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa jurídica
parte no processo;
 Quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qualquer das partes;
 Em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha relação de
emprego ou decorrente de contrato de prestação de serviços;

26
 Em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu cônjuge,
companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o
terceiro grau, inclusive, mesmo que patrocinado por advogado de outro escritório;
 Quando promover ação contra a parte ou seu advogado.

Verificadas as hipóteses de impedimento, deve o juiz ser afastado do processo em que se


verifica o problema.
a l
io n
12.2.2 Suspeição do Juiz a c
u c
E dad d e
Igualmente, busca a garantia do princípio da imparcialidade, pois o juiz, na condução do
e
rt le
o So
processo, deve-se manter equidistante das partes. É um risco menos grave à imparcialidade.
p
u ra 92
S ut 22- il.com
Nos casos em que a decisão é proferida por um juiz suspeito, sem impugnação das partes ou

e um n D .4 a
reconhecimento de ofício por parte do juiz, NÃO haverá vício ou nulidade. As hipóteses estão
r ata 86 gm
elencadas no art. 145, do CPC e possuem caráter mais pessoal/subjetivo, vejamos:

d V on 24.5 67@
A J 0 ra
 Amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados;
t u
n d
 Que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes ou depois
a ta
n
de iniciado o processo, que aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa
jo
ou que subministrar meios para atender às despesas do litígio;
 Quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu cônjuge ou
companheiro ou de parentes destes, em linha reta até o terceiro grau, inclusive;
 Interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das partes.

Desde o protocolo da petição em que se arguiu o impedimento ou suspeição, o processo


terá ficado suspenso e assim permanecerá se o efeito suspensivo for deferido. Todavia, se o
relator negar o efeito suspensivo, o processo voltará a correr.

27
12.3 Auxiliares da Justiça

São todos aqueles que colaboram para o adequado desempenho da função jurisdicional.

Quem são? A resposta pode ser encontrada no art. 149 do CPC. Todavia, ressalte-se que
o rol apresentado é meramente exemplificativo.

Vejamos:

AUXILIARES DA JUSTIÇA

Tem a responsabilidade de dirigir o cartório, competindo-lhe


ordenar os trabalhos e comandar as tarefas dos escreventes e
demais funcionários. Suas tarefas estão enumeradas no art. 152
ESCRIVÃO
a l
do CPC. Além disso, ficam sob
io n
a sua guarda e

a c
responsabilidade os autos dos processos, salvo as hipóteses
u c
legais.
E dad d e
CHEFE DE SECRETARIA
e
rt le
Tem a incumbência de desenvolver as tarefas enumeradas no

p o So
art. 152 do CPC.
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Tem a incumbência de desenvolver as tarefas enumeradas no
OFICIAL DE JUSTIÇA
e um n D .4 a
r ata 86 gm
art. 154 do CPC. Como por exemplo, fazer prisões, citações,

d V on 24.5 67@
penhoras etc.
A J 0 ra
t Tem a responsabilidade de auxiliar o juiz quando houver a
u
PERITO n d
necessidade de produção de provas a respeito de fatos que
a t a
jon dependam de conhecimentos técnicos ou científicos.

São responsáveis pela guarda e conservação dos bens


DEPOSITÁRIO E O arrestados, penhorados, sequestrados ou arrecadados,
ADMINISTRADOR sendo responsáveis pelos danos que, por culpa ou dolo,
provocarem.

INTÉRPRETE E O São os responsáveis pelo auxílio do juiz quando da necessidade


TRADUTOR de analisar documentos estrangeiros ou traduzi-los.

28
Atua, preferencialmente, nos casos em que houver vínculo
anterior entre as partes, auxiliando os interessados a
compreender as questões e os interesses em conflito, de modo
MEDIADOR
que eles possam, pelo restabelecimento da comunicação,
identificar, por si próprios, soluções consensuais que gerem
benefícios mútuos (§3º, do art. 165 do CPC).

Atua, preferencialmente, nos casos em que não há vínculo


anterior entre as partes, podendo sugerir soluções para o
CONCILIADOR JUDICIAL litígio, sendo vedada a utilização de qualquer tipo de
constrangimento ou intimidação para que as partes conciliem
(§2º, do art. 165 do CPC).
a l
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u c
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e um n D .4 a
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A J 0 ra
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29
13. Funções Essenciais à Justiça

Como estabelece a Constituição, as funções essenciais à justiça são divididas em


Ministério Público, Advocacia Pública, Defensoria Pública e Advocacia. Analisaremos as 3
primeiras carreiras, tendo em vista que a advocacia já foi tratada nesse capítulo.

13.1 Ministério Público

No processo civil, pode exercer a função de parte/substituto processual e de fiscal da


ordem jurídica (custos juris). Suas atribuições estão disciplinadas nos arts. 177 a 181, do CPC
de 2015.

13.1.1 O Ministério Público como Parte


a l
io n
a c
O Ministério Público está representado na constituição Federal entre as Funções
u c
d e
Essenciais à Justiça. Nos termos do art. 127, da CF/88, incumbe-lhe a defesa da ordem jurídica,
E dad
e
do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.
rt le
p o So
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A título de exemplo, o Parquet atuará como parte para promover o inquérito civil e a
S ut 22- il.com
um n D .4 a
ação civil pública, na busca da proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de

e r ata 86 gm
outros interesses difusos e coletivos (art. 129, III, da CF/88).

d V on 24.5 67@
A J 0 ra
Sobre o tema, em 2018, o STF reconheceu ser o MP parte legítima para ajuizamento de
t u
d
ação civil pública que vise o fornecimento de remédios a portadores de certa doença (Tema 262
n
a ta
– RE 605533). O Parquet tem, ainda, legitimidade para ajuizar ação civil pública que vise anular
jo n
ato administrativo de aposentadoria que importe em lesão ao patrimônio público (Tema 561 –
RE 409356.

13.1.2 O Ministério Público como Fiscal da Ordem Jurídica

Com base no art. 178, do CPC, o Ministério Público intervirá no Processo Civil como fiscal
da ordem Jurídica nos processos que envolvam interesse público ou social, interesse de
incapaz e litígios coletivos pela posse de terra rural ou urbana.

30
Insta frisar que, nos casos em que for obrigatória a intervenção do Ministério Público
como fiscal da ordem jurídica, se ele não for intimado, haverá a nulidade do processo, sendo
cabível, nesse caso, a Ação Rescisória, nos termos do Art. 967, II, “a”, do CPC. Sobre esse tema,
dispõe o art. 279, do CPC.

Contudo, a nulidade só pode ser decretada após a intimação do Ministério Público, que
se manifestará sobre a existência ou a inexistência de prejuízo.

Ressalte-se que, quando intervém como fiscal da ordem jurídica, ele terá vista dos autos
depois das partes, podendo produzir provas, requerer as medidas processuais pertinentes e
recorrer.

13.1.3 Aspectos Processuais da Intervenção do Ministério Público


a l
io n
c
 O Ministério Público gozará de prazo em dobro para manifestar-se nos autos, que
a
u c
terá início a partir de sua intimação pessoal9, nos termos do art. 183, §1º, do CPC.

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Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma
t u
d
expressa, prazo próprio para o Ministério Público.
n
a ta
 Nos casos de o n
j intervenção como fiscal da ordem jurídica, o Ministério Público: terá
vista dos autos depois das partes, sendo intimado de todos os atos do processo;
poderá produzir provas, requerer as medidas processuais pertinentes e recorrer.

A intimação do Ministério Público é sempre pessoal.

9
Vide Questão 8.
31
Nem o Ministério Público, nem a Fazenda Pública respondem por honorários advocatícios,
quando aquele for vencido nas ações coletivas que propuser, ressalvada a hipótese de litigância
de má-fé. Se restar vencedor o Ministério Público, também não receberá honorários advocatícios.

O membro do Ministério Público será civil e regressivamente responsável quando agir com
dolo ou fraude no exercício de suas funções.

a l
13.2 Advocacia Pública
io n
a c
u c
A Advocacia Pública é responsável pela representação judicial da União, dos Estados, do
E dad d e
Distrito Federal, dos Municípios e de suas respectivas autarquias e fundações de direito público.
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As intimações para a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas
n
a ta
respectivas autarquias e fundações de direito público serão realizadas perante o órgão de
jo n
Advocacia Pública responsável por sua representação judicial. Assim, busca-se evitar o
endereçamento da intimação para o próprio órgão que é parte na relação jurídica processual e
que não é responsável por sua defesa em juízo.

Na defesa dos órgãos e das entidades públicas, o prazo também será em dobro para
todas as manifestações processuais, exceto quando houver outro prazo expresso em lei.

32
13.3 Defensoria Pública

Houve um trabalho intenso de fortalecimento da Defensoria Pública na legislação


processual civil, de maneira que a instituição é citada em diversos artigos do código, inclusive,
em capítulo próprio.

A Defensoria Pública exercerá a orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos


e a defesa dos direitos individuais e coletivos dos necessitados, em todos os graus, de forma
integral e gratuita, tendo prazo em dobro para todas as suas manifestações, salvo quando
houver outro prazo expresso em lei.

O Código de Processo Civil de 2015 trouxe inovação reservando à Defensoria Pública um

l
título próprio (artigos 185 a 187), afirmando a importância da Instituição na efetivação da
a
assistência jurídica integral dos necessitados.
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33
QUADRO SINÓTICO

SUJEITOS DO PROCESSO
O processo é formado por (pelo menos): AUTOR, RÉU e JUIZ
Possibilidade de todo e qualquer indivíduo, capaz de ter direitos e
CAPACIDADE DE SER PARTE obrigações na ordem civil, figurar como parte na via judicial, seja como
autor (legitimidade ativa), seja como réu (legitimidade passiva).
CAPACIDADE DE ESTAR EM Aquele que se encontre no exercício de seus direitos tem capacidade para
JUÍZO estar em juízo.
a l
 Advogado (públicos e privados);
io n
CAPACIDADE
 Defensores Públicos;
a c
POSTULATÓRIA
 Membros do Ministério Público;
u c
E dad d e
 Advogado regularmente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil;
e
rt le
 Possui direito de examinar autos de qualquer processo (salvo quando
DOS PROCURADORES
p o So
estiver em segredo de justiça), requerer vista dos autos de qualquer
u ra 92
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processo, e retirar os autos.

e um n D .4 a
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DEVERES E RESPONSABILIDADE POR DANO PROCESSUAL
A J 0 ra  Expor os fatos em juízo conforme a verdade;
t u
d
 Não formular pretensão ou de apresentar defesa quando cientes de que
n
a ta
são destituídas de fundamento;

jo n  Não produzir provas e não praticar atos inúteis ou desnecessários à


declaração ou à defesa do direito;
 Cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais, de natureza provisória
DEVERES DAS PARTES ou final, e não criar embaraços à sua efetivação;
 Declinar, no primeiro momento que lhes couber falar nos autos, o
endereço residencial ou profissional onde receberão intimações,
atualizando essa informação sempre que ocorrer qualquer modificação
temporária ou definitiva;
 Não praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou direito
litigioso.

34
(multa: até 20% do valor da causa de acordo com a gravidade da conduta,
ou, quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa prevista
poderá ser fixada em até 10 (dez) vezes o valor do salário-mínimo).
DESPESAS PROCESSUAIS Incumbe às partes prover as despesas.
 Convencionais: acordados entre o advogado e o seu cliente;
HONORÁRIOS
 Arbitrados judicialmente: estabelecido pelo Juiz da causa;
ADVOCATÍCIOS
 Sucumbenciais: o que a parte perdedora paga para a parte vencida;

DEMAIS SUJEITOS DO PROCESSO


Pluralidade de partes Classificação
no polo ativo, no
 Ativo  Inicial /  Facultativo  Simples
LITISCONSÓRCIO passivo ou em ambos
 Passivo Originário  Necessário  Unitário
os polos da demanda;
 Misto  Ulterior /
a l
Incidental

io n
c
 Assistência: terceiro ingressa em um processo no qual não figurava, com o fito de se
a
beneficiar direta ou indiretamente;
u c
E dad d e
 Denunciação da lide: os denunciantes (autor e/ou réu), na mesma relação processual,
postulam em face de um terceiro (denunciado), através do direito de regresso, no
e
rt le
intuito deste ser responsabilizado pelos danos decorrentes de eventual decisão

p o So
INTERVENÇÃO DE
TERCEIROS
prejudicial;
u ra 92
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 Chamamento ao processo: chamamento por parte do réu de terceiro que, a partir de

e um n D .4 a
então passará a ser litisconsorte passivo, tendo em vista a sua responsabilidade e
r ata 86 gm
coobrigação frente ao autor da demanda;

d V on 24.5 67@
 Incidente de desconsideração da personalidade jurídica: possibilidade de se

A J 0 ra
responsabilizar pessoas naturais por atos praticados por pessoas jurídicas;
t u
 Amicus curiae: auxiliar o juízo diante do proferimento de uma decisão que leve em
n d
ta
conta os interesses dispersos na sociedade civil e no próprio Estado;
a
jo n
 Assegurar às partes igualdade de tratamento;
 Velar pela duração razoável do processo;
 Prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da justiça e indeferir
postulações meramente protelatórias;
PODERES E DEVERES
 Determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-
DO JUIZ
rogatórias necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial,
inclusive nas ações que tenham por objeto prestação pecuniária;
 Promover, a qualquer tempo, a autocomposição, preferencialmente com
auxílio de conciliadores e mediadores judiciais;

35
 Dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de
prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior
efetividade à tutela do direito;
 Exercer o poder de polícia, requisitando, quando necessário, força policial,
além da segurança interna dos fóruns e tribunais;
 Determinar, a qualquer tempo, o comparecimento pessoal das partes, para
inquiri-las sobre os fatos da causa, hipótese em que não incidirá a pena de
confesso;
 Determinar o suprimento de pressupostos processuais e o saneamento de
outros vícios processuais;
 Quando se deparar com diversas demandas individuais repetitivas, oficiar o
Ministério Público, a Defensoria Pública, para, se for o caso, promover a
propositura da ação coletiva respectiva.
 Vedação ao non liquet.
Responderá, civil e regressivamente, por perdas e danos quando:
a l
RESPONSABILIDADE
DO JUIZ io n
 No exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude;
 Recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, providência que deva ordenar

a c
de ofício ou a requerimento da parte.
u c
E dad d e
 Em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou
como membro do Ministério Público ou prestou depoimento como
testemunha; e
rt le
p o So
 Quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou
u ra 92
S ut 22- il.com
membro do Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer

e um n D .4 a
parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau,
r ata 86 gm
inclusive;

d V on 24.5 67@
 Quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou

A J 0 ra
parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau,
t
inclusive; u
n d
IMPEDIMENTOS
a ta
 De que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão;

jo n
 Quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa
jurídica parte no processo;
 Quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qualquer das
partes;
 Em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha relação de
emprego ou decorrente de contrato de prestação de serviços;
 Em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu cônjuge,
companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral,
até o terceiro grau, inclusive, mesmo que patrocinado por advogado de outro
escritório;
 Quando promover ação contra a parte ou seu advogado.
SUSPEIÇÃO  Amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados;

36
 Que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes ou
depois de iniciado o processo, que aconselhar alguma das partes acerca do
objeto da causa ou que subministrar meios para atender às despesas do litígio;
 Quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu cônjuge ou
companheiro ou de parentes destes, em linha reta até o terceiro grau,
inclusive;
 Interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das partes.
 Escrivão;
 Chefe de Secretaria;
 Oficial de Justiça;
 Perito;
 Depositário;
 Administrador;
AUXILIARES DA  Intérprete;
JUSTIÇA  Tradutor;
a l
 Mediador;
 Conciliador Judicial; io n
a c
 Partidor;
u c
 Distribuidor;
 Contabilista; E dad d e
 Regulador de Avarias. e
rt le
p o So
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S ut 22- il.com
e r ata 86 gmum n D .4 a
FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA
 Função de parte/substituto processual e de fiscal da ordem jurídica;

d V on 24.5 67@  Como parte, incumbe-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime


A J 0 ra
MINISTÉRIO PÚBLICO t democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis;
u
d
 Como fiscal da ordem jurídica, atuará quando houver interesse público
n
a ta ou social, interesse de incapaz e litígios coletivos pela posse de terra

jo n rural ou urbana.
 Responsável pela representação judicial da União, dos Estados, do
ADVOCACIA PÚBLICA Distrito Federal, dos Municípios e de suas respectivas autarquias e
fundações de direito público.
 Exercerá a orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a
DEFENSORIA PÚBLICA defesa dos direitos individuais e coletivos dos necessitados, em todos
os graus, de forma integral e gratuita.

37
QUESTÕES COMENTADAS

Aluno, haja vista a pequena quantidade de questões da carreira de Magistratura


Federal sobre o tema, complementaremos o estudo com questões de outras
carreiras, mas que abordem o assunto com igual nível de complexidade. O
importante é que não deixemos de treinar. Vamos lá?

Questão 1 a l
io n
c
(TRF - 2ª Região - 2018 - TRF - 2ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto) A gratuidade da justiça
a
não compreende: u c
E dad d e
e
rt le
A) Os emolumentos devidos a notários ou registradores.
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
B) as despesas com a realização de exame de código genético - DNA.

e um n D .4 a
r ata 86 gm
C) A dispensa da publicação em outros meios que não oficiais.

d V on 24.5 67@
A J 0 ra
t
D) Os honorários do advogado.
u
n d
a ta
E) as obrigações decorrentes da sucumbência, que ficarão sob condição suspensiva.
jo n

Comentário:

Correta letra E. Veja o que dispõe o art. 98, §2º: A concessão de gratuidade não afasta a
responsabilidade do beneficiário pelas despesas processuais e pelos honorários advocatícios
decorrentes de sua sucumbência. §3º Vencido o beneficiário, as obrigações decorrentes de sua
sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser
executadas se, nos 5 (cinco) anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as
38
certificou, o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que
justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do
beneficiário.

Questão 2
(TRF - 2ª Região - 2018 - TRF - 2ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto) Em termos de sujeitos
processuais, pode-se afirmar que:

A) os pais têm legitimidade para postular alimentos para os filhos.

l
B) no Código de Processo Civil de 2015, não se exige a participação do cônjuge do autor nas
a
ações possessórias em geral.
io n
a c
u c
d e
C) em caso de união estável comprovada, ambos os companheiros precisam ser citados em
E dad
e
demanda que verse sobre dívida contraída por um deles a bem da família.
rt le
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
D) o espólio é representado em juízo, ativa e passivamente, pelos sucessores.

r ata 86 gm um n D .4 a
E) os procuradores de um Estado não poderão praticar atos processuais em favor de outro ente
e
V on 24.5 67@
federado, mesmo que firmado convênio entre as respectivas procuradorias.
d
A J 0 ra
t u
n d
a ta
Comentário:
jo n
Correta letra C. Veja o que afirma o art. 73 do CPC: O cônjuge necessitará do consentimento do
outro para propor ação que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o
regime de separação absoluta de bens. §1º Ambos os cônjuges serão necessariamente
citados para a ação: (...) III - fundada em dívida contraída por um dos cônjuges
a bem da família; §3º Aplica-se o disposto neste artigo à união estável comprovada nos autos.

39
Questão 3
(TRF - 3ª REGIÃO - 2018 - TRF - 3ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto) Sobre o incidente de
desconsideração da personalidade jurídica é CORRETO afirmar que:

A) Sua instauração impede atos de invasão patrimonial até que a questão sobre a
desconsideração seja resolvida

B) Se o pedido for acolhido, o marco considerado pela lei para eventual fraude de execução é
o da citação da pessoa jurídica cuja personalidade se pretende desconsiderar.

C) O julgamento favorável ao credor, pelo mérito do incidente, não impede que a pessoa jurídica
cuja personalidade se busca desconsiderar rediscuta o mesmo tema pela via dos embargos de
terceiro. a l
io n
a c
c
D) Se a desconsideração for requerida na inicial, não haverá suspensão do processo e a questão
u
d e
deverá ser obrigatoriamente resolvida ao final da fase de conhecimento, pela sentença.
E dad
e
rt le
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
Comentário:

e um n D .4 a
r ata 86 gm
V on 24.5 67@
Correta letra B. Art. 792, §3º, do CPC: Nos casos de desconsideração da personalidade jurídica,
d
A J 0 ra
a fraude à execução verifica-se a partir da citação da parte cuja personalidade se pretende
t u
desconsiderar.
n d
a ta
jo n
Questão 4
(FCC - 2019 - TJ-AL - Juiz Substituto) É cabível denunciação da lide

A) dos fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles.

B) ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao


denunciante, a fim de que possa exercer os direitos que da evicção lhe resultam.

40
C) quando alguém pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o direito sobre que controvertem
autor e réu.

D) para instaurar o incidente de desconsideração da personalidade jurídica.

E) para atuar como amicus curiae nas hipóteses legalmente previstas.

Comentário:

Correta letra B: Art. 125, I, do NCPC – “Art. 125. É admissível a denunciação da lide, promovida
por qualquer das partes: I - ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi
transferido ao denunciante, a fim de que possa exercer os direitos que da evicção lhe resultam”.

LETRA A: Essa seria uma hipótese de chamamento ao processo, nos termos do artigo 130, II, do
a l
n
NCPC (Art. 130. É admissível o chamamento ao processo, requerido pelo réu: II - dos demais
io
fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles).
a c
u c
E dad d e
LETRA C: Essa seria uma hipótese de oposição, prevista no artigo 682 do NCPC, a qual não é
e
rt le
mais prevista como intervenção de terceiro, mas sim como Procedimento Especial de Jurisdição
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
Contenciosa (Art. 682. Quem pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o direito sobre que

um n D .4 a
controvertem autor e réu poderá, até ser proferida a sentença, oferecer oposição contra ambos).

e r ata 86 gm
V on 24.5 67@
LETRA D: Não se exige a denunciação da lide para a instauração do incidente de desconsideração
d
A J 0 ra
da personalidade jurídica, a qual tem seus requisitos previstos em lei, conforme artigo 133, §1º,
t u
do NCPC. n d
a ta
jo n
LETRA E: Os requisitos para que alguém intervenha no processo como amicus curiae estão
previstos no artigo 138 do NCPC, e não guardam qualquer relação com o incidente de
desconsideração da personalidade jurídica.

Questão 5
(TRF - 3ª REGIÃO - 2018 - TRF - 3ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto) Relativamente à
gratuidade no processo civil, indique a afirmativa INCORRETA:

41
A) Ela compreende, dentre outros, as taxas judiciais, os depósitos exigidos para interposição de
recurso ou propositura de ação e, ainda, os honorários de perito e advocatícios, inclusive aqueles
decorrentes da sucumbência.

B) Sua concessão poderá ocorrer apenas em relação a algum dos atos processuais e poderá
consistir em parcelamento de despesas.

C) No caso de assistência por advogado particular, a gratuidade não abrange o preparo de


recurso que verse exclusivamente sobre valor de honorários de sucumbência fixados em favor
daquele primeiro.

D) Quando houver recurso contra a decisão que a indeferir ou revogar, o recorrente estará

a l
dispensado do recolhimento de custas até decisão do relator sobre a questão, preliminarmente

io n
ao julgamento do recurso.
a c
u c
d e
E dad
e
rt le
Comentário:
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
Incorreta letra A: Art. 98, §1º, do CPC. A gratuidade da justiça compreende:

e um n D .4 a
r ata 86 gm
I - as taxas ou as custas judiciais;

d V on 24.5 67@
A J 0 ra
t
VI - os honorários do advogado e do perito (...)
u
n d
a ta
VIII - os depósitos previstos em lei para a interposição de recurso, para propositura de ação e
jo n
para a prática de outros atos processuais inerentes ao exercício da ampla defesa e do
contraditório.

§2° A concessão de gratuidade não afasta a responsabilidade do beneficiário pelas despesas


processuais e pelos honorários advocatícios decorrentes de sua sucumbência.

Questão 6

42
(CESPE - 2019 - TJ-PA - Juiz de Direito Substituto.) De acordo com o CPC, poderá ser punida

como ato atentatório à dignidade da justiça a conduta de

A) o autor expor fatos em notória desconformidade com a verdade.

B) a parte criar embaraços à efetivação de decisão judicial de natureza provisória.

C) o réu deixar de atualizar, caso haja mudança, o endereço onde receberá intimações.

D) qualquer das partes praticar, com finalidade protelatória, atos desnecessários à defesa do
direito.

E) o autor formular pretensão destituída de fundamento, ainda que o faça inconscientemente.

a l
io n
a c
Comentário: u c
E dad d e
e
rt le
Correta letra B. Conforme o art. 77, §2º do CPC, constitui ato atentatório à dignidade da justiça
p o So
u ra 92
a violação ao disposto nos incisos IV e VI de tal artigo: IV - cumprir com exatidão as decisões
S ut 22- il.com
jurisdicionais, de natureza provisória ou final, e não criar embaraços à sua efetivação; e VI - não

e r ata 86 gm um n D .4 a
praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou direito litigioso.

d V on 24.5 67@
A J 0 ra
t u
n d
a ta Questão 7
jo n
(VUNESP - 2019 - TJ-RO - Juiz de Direito Substituto) Com relação aos sujeitos do processo,
assinale a alternativa correta.

A) Os honorários constituem direito do advogado e têm natureza alimentar, com os mesmos


privilégios dos créditos oriundos da legislação do trabalho, sendo permitida a compensação em
caso de sucumbência parcial.

43
B) O autor que, no cumprimento de sentença, deixar de residir no Brasil ao longo da tramitação
do processo, prestará caução suficiente ao pagamento das custas e dos honorários de advogado
da parte contrária.

C) A intervenção do amicus curiae não implica alteração de competência nem autoriza a


interposição de recursos, ressalvados a oposição de embargos de declaração e o recurso da
decisão que julgar o incidente de resolução de demandas repetitivas.

D) A Fazenda Pública, quando parte no processo, fica sujeita à exigência do depósito prévio dos
honorários periciais, ainda que não exista previsão orçamentária no exercício financeiro para tal
adiantamento.

a l
E) A assistência deve ser requerida, por petição do interessado, dentro dos autos do processo,

io n
c
devendo ser deferido o ingresso do terceiro se não houver impugnação das partes no prazo de
a
10 (dez) dias, salvo se for o caso de rejeição liminar.
u c
E dadd e
e
rt le
Comentário:
p o So
S tu ra 92
- c o m
m u 22 il.
amicusDcuriae
Correta letra C. A intervenção do não implica alteração de competência nem
r u a n 6 . 4 ma
V ne t 8 g
autoriza a interposição de recursos, ressalvados a oposição de embargos de declaração e o
a .5 @
d J o 24 67
recurso da decisão que julgar o incidente de resolução de demandas repetitivas (artigo 138, §1º
A 0 tra
e §3º, do CPC).
du n
a t a
jon
Questão 8
(VUNESP - 2019 - TJ-RO - Juiz de Direito Substituto) Ao lado da advocacia privada, a
Constituição Federal reservou a três órgãos públicos a defesa, preventiva ou repressiva, de
interesses juridicamente protegidos, tratando-os como essenciais à função jurisdicional do
Estado. A respeito do tema e sua disciplina processual, assinale a alternativa correta.

A) Em razão do interesse público envolvido, é obrigatória a intervenção do Ministério Público


nas ações indenizatórias propostas contra o Estado.

44
B) O membro da Advocacia Pública será civil e diretamente responsável quando agir com dolo
ou culpa no exercício de suas funções.

C) A intervenção do Ministério Público é necessária em todos os procedimentos de jurisdição


voluntária.

D) A intimação pessoal dos membros do Ministério Público e da Defensoria Pública far-se-á da


mesma forma prevista para os membros da Advocacia Pública.

E) O juiz determinará de ofício a intimação pessoal da parte patrocinada pela Defensoria Pública
quando o ato processual depender de providência ou informação que somente o representado
possa realizar ou prestar.

a l
io n
a c
Comentário:
u c
E dadd e
Correta letra D. e
rt le
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
Advocacia Pública: Art. 183, §1º. A intimação pessoal far-se-á por carga, remessa ou meio
eletrônico.

e um n D .4 a
r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
Defensoria Pública: §1º O prazo tem início com a intimação pessoal do defensor público, nos
A J 0 ra
termos do art. 183, §1º. t u
n d
a ta
Ministério Público: Art. 180. O Ministério Público gozará de prazo em dobro para manifestar-
jon
se nos autos, que terá início a partir de sua intimação pessoal, nos termos do art. 183, §1º.

Questão 9
(CESPE - 2019 - TJ-PR - Juiz Substituto) Renato, recém-nascido, e Antônia, sua mãe, são
autores de ação ajuizada em desfavor de Luiz, suposto pai de Renato. Na ação, são pleiteados
a declaração de paternidade de Luiz em favor de Renato e o ressarcimento de despesas

45
decorrentes do parto em favor de Antônia. Essa situação configura hipótese de litisconsórcio
facultativo e

A) unitário.

B) eventual.

C) sucessivo.

D) alternativo.

Comentário:
a l
io n
c
Correta letra C. No litisconsórcio SUCESSIVO pode ocorrer de cada litisconsorte formular um
a
u c
pedido, mas o pedido de um só pode ser acolhido SE o pedido do outro for. O pedido de
E dad d e
Antônia só será acolhido se a declaração de paternidade de Luiz em favor de Renato for positiva.
e
rt le
p o So
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S ut 22- il.com
e um n Questão
D .410 a
r ata 86 gm
V on 24.5 67@
(VUNESP - 2018 - TJ-SP - Juiz Substituto) Em relação ao Ministério Público, é correto afirmar:
d
A J 0 ra
t u
d
A) quando a prova pericial por ele requerida não seja realizada por entidade pública, caberá a
n
a ta
ele, Ministério Público, adiantar os custos respectivos, desde que haja previsão orçamentária.
jo n
B) em prol do Ministério Público vigora presunção de veracidade de suas alegações e de
autenticidade dos documentos que juntar aos autos.

C) se o respectivo membro deixar de cumprir decisão jurisdicional ou criar embaraço para tanto,
será a ele imposta multa de até vinte por cento do valor da causa, sem prejuízo da apuração
de eventual responsabilidade disciplinar.

D) respectivo membro será civilmente responsável, de forma direta quando agir com fraude e
regressivamente quando agir com dolo ou culpa grave.
46
Comentário:

Correta letra A. Art. 91, §1º, do CPC - As perícias requeridas pela Fazenda Pública, pelo Ministério
Público ou pela Defensoria Pública poderão ser realizadas por entidade pública ou, havendo
previsão orçamentária, ter os valores adiantados por aquele que requerer a prova.

a l
io n
a c
u c
E dad d e
e
rt le
p o So
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S ut 22- il.com
e um n D .4 a
r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
t u
n d
a ta
jo n

47
GABARITO

Questão 1 - E

Questão 2 - C

Questão 3 - B

Questão 4 - B

Questão 5 - A a l
ion
Questão 6 - B
a c
u c
Questão 7 - C d e
E dad
Questão 8 - D e
rt le
p o So
Questão 9 - C u ra 92
S ut 22- il.com
Questão 10 - A
e um n D .4 a
r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
t u
n d
a ta
jon

48
QUESTÃO DESAFIO

O Movimento dos Sem Terra ocupou determinado terreno urbano,


por reputá-lo improdutivo e que não atendia a sua função social.

Ocorre que, esta terra pertence a uma ONG que constrói abrigo
para pessoas órfãs que, quando completam 18 (anos), tem que
deixar os abrigos institucionais, sem que, muitas vezes, tenham
completado os estudos ou tenham qualquer condição de se manter
independentes, indo parar nas ruas. Todavia, este terreno está, de
a l
fato, desocupado há alguns anos, tendo em vista o anONG precisa
c i
reunir doações para iniciar a construção da a
c casa. Ao saber da
u
d de
ocupação, os representantes legais da E ONGaadentraram com ação
r t e le d
o
de imissão na posse. O Ministério o
p ra Público
S 2 deverá intervir nesse
S u t - 9 .co m
m u 2
litígio?DFundamente.
2 il
u
r atan 86 gm . 4 a
e
V on 24.5 67@ Máximo de 5 linhas
A d J 0 ra
ut d
ta n
n a
jo

49
GABARITO DA QUESTÃO DESAFIO

Por haver um litígio coletivo por terra, o Ministério Público deve intervir na qualidade de

Fiscal da Ordem Jurídica, tendo em vista se tratar de litígio coletivo pela posse de terra
urbana, consoante aduz o art. 178, III, do CPC.

Você deve ter abordado necessariamente os seguintes itens em sua resposta:

 Litígio coletivo por terra

De acordo com o art. 178, III, do CPC, o Ministério Público deverá intervir nas causas que
envolvam: “litígios coletivos pela posse de terra rural ou urbana.” Conforme ensinamento do

a l
professor Marcus Vinicius Rios Gonçalves: “Por litígio coletivo, deve-se entender aquele que

io n
c
envolve um grande número de pessoas, que podem figurar tanto no polo ativo quanto no polo
a
u c
passivo, embora esta última hipótese seja a mais comum.” (Gonçalves, Marcus Vinicius Rios.

E dad d e
Direito processual civil – Esquematizado – 11. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2020, p. 972).
e
rt le
p o So
Desse modo, todo o litígio discutindo a posse da terra, seja urbano ou rural, o Ministério Público
u ra 92
S ut 22- il.com
deve atuar como fiscal da ordem jurídica, inclusive para acompanhar a audiência de mediação
um n D .4 a
r ata 86 gm
prevista no art. 565, § 2º, do CPC.
e
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
 Fiscal da ordem jurídica
t u
d
nFederal quanto o art. 176 do CPC preveem a atuação do
Tanto o art. 127 da Constituição
t a
ada ordem jurídica. Nesses casos, como atuará de “custos legis”, a
Ministério Público como o
j n
fiscal
atuação do Ministério Público será absolutamente imparcial, pois a sua preocupação será a
defesa da lei, ou do interesse público ou social que subjaz ao objeto do processo. Sobre o tema,
o doutrinador Elpídio Donizetti justifica essa atuação: “Qualquer que seja o interesse justificador
da intervenção do Ministério Público, incumbe ao órgão, precipuamente, a defesa da ordem
jurídica. Pouco importa figure num dos polos da relação processual um incapaz ou a Fazenda
Pública. O primeiro aspecto a ser tutelado é a ordem jurídica, até porque, preservada esta, na
demanda, preservado estará o regime democrático, os interesses sociais e individuais

50
indisponíveis”. (Donizetti, Elpídio. Curso didático de direito processual civil – 22. Ed. – São Paulo:
Atlas, 2019, p. 411).

a l
io n
a c
u c
E dad d e
e
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p o So
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e um n D .4 a
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A J 0 ra
t u
n d
a ta
jo n

51
LEGISLAÇÃO COMPILADA

Neste capítulo, é de extrema importância a leitura de:

Sujeitos do Processo

 CPC: arts. 70 a 76;


a l
ion
Partes e Procuradores a c
u c
 CPC: arts. 77 a 112; E dad d e
e
rt le
 Súmulas: 14, 201, 326, 421 do STJ, e 450 e 616 do STF;
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
 Súmula Vinculante: 47 do STF;

u m
Demais Sujeitos do Processo
r n D .4
m a
a
e nat .58 @g 6
d V o 24 67
 CPC: arts. 113 a 138;
A J 0 tra
 Súmula: 537 do STJ; u d
ta n
a
Juiz e Auxiliares da Justiça
n
jo
 CPC: arts. 139 a 175;
 Súmula: 72 do STF

Funções Essenciais à Justiça

 CPC: arts. 176 a 187;


 CF: arts. 127 a 135;
 Súmula: 421 do STJ;

52
Partes e Procuradores

 Súmula vinculante 47

Os honorários advocatícios incluídos na condenação ou destacados do montante principal devido ao credor


consubstanciam verba de natureza alimentar cuja satisfação ocorrerá com a expedição de precatório ou requisição
de pequeno valor, observada ordem especial restrita aos créditos dessa natureza.

 Súmula 14 do STJ

Arbitrados os honorários advocatícios em percentual sobre o valor da causa, a correção monetária incide a partir
do respectivo ajuizamento.

 Súmula 201 do STJ

Os honorários advocatícios não podem ser fixados em salários-mínimos.

a l
 Súmula 326 do STJ
io n
a c
c
Na ação de indenização por dano moral, a condenação em montante inferior ao postulado na inicial não implica
u
sucumbência recíproca.
E dad d e
 Súmula 421 do STJ e
rt le
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
Os honorários advocatícios não são devidos à Defensoria Pública quando ela atua contra a pessoa jurídica de

direito público à qual pertença.

e r ata 86 gm
 Súmula 450 do STF
um n D .4 a
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
São devidos honorários de advogado sempre que vencedor o beneficiário de justiça gratuita.
t u
 Súmula 616 do STF
n d
a ta
n
É permitida a cumulação da multa contratual com os honorários de advogado, após o advento do Código de
jo
Processo Civil vigente.

Demais Sujeitos do Processo

 Súmula 537 do STJ

Em ação de reparação de danos, a seguradora denunciada, se aceitar a denunciação ou contestar o pedido do


autor, pode ser condenada, direta e solidariamente junto com o segurado, ao pagamento da indenização devida à
vítima, nos limites contratados na apólice.

Juiz e Auxiliares da Justiça

53
 Súmula 72 do STF

No julgamento de questão constitucional, vinculada a decisão do Tribunal Superior Eleitoral, não estão impedidos
os Ministros do Supremo Tribunal Federal que ali tenham funcionado no mesmo processo, ou no processo
originário.

Funções Essenciais à Justiça

 Súmula 421 do STJ

Os honorários advocatícios não são devidos à Defensoria Pública quando ela atua contra a pessoa jurídica de
direito público à qual pertença.

a l
io n
a c
u c
E dad d e
e
rt le
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
e r ata 86 gm um n D .4 a
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
t u
n d
a ta
jo n

54
JURISPRUDÊNCIA

Honorários advocatícios e de sucumbência

 Informativo 617 do STJ

Configura supressão de grau de jurisdição o arbitramento no STJ de honorários de

a l
n
sucumbência com base no CPC/2015, na hipótese em que as instâncias ordinárias utilizaram
io
equivocadamente o CPC/1973 para a sua fixação.
a c
u c
 Informativo 636 do STJ d e
E dad
e
rt le
o So
Os honorários advocatícios contratuais não se incluem nas despesas processuais do art. 82,
p
§ 2º, do CPC/2015 u ra 92
S ut 22- il.com
 um n D .4 a
r ata 86 gm
Informativo 929 do STF
e
d V on 24.5 67@
Não é possível o fracionamento da execução dos honorários advocatícios decorrentes de
A J 0 ra
t u
uma única ação proposta contra a fazenda pública por vários litisconsortes ativos
n d
facultativos.
a ta
jon
 Informativo 640 do STJ

Tribunal deve condenar o apelante em honorários advocatícios em caso de manutenção


da sentença que indeferiu a petição inicial.

 Informativo 645 do STJ

Honorários devem seguir regra objetiva; equidade é critério subsidiário. Os honorários


advocatícios só podem ser fixados com base na equidade de forma subsidiária, ou seja: •
quando não for possível o arbitramento pela regra geral; ou • quando for inestimável ou

55
irrisório o valor da causa. Assim, o juízo de equidade na fixação dos honorários advocatícios
somente pode ser utilizado de forma subsidiária, quando não presente qualquer hipótese
prevista no § 2º do art. 85 do CPC.

Gratuidade da Justiça

 Informativo 622 do STJ

Possibilidade de concessão de gratuidade da justiça a estrangeiros não residentes no Brasil.

 Informativo 643 do STJ

O interessado deverá ser intimado para a realização do preparo recursal nas hipóteses de
indeferimento ou de não processamento do pedido de gratuidade da justiça.
a l
Sujeitos do Processo
io n
a c
 Informativo 521 do STJ
u c
d e
E dad
e
rt le
A assistência exige interesse jurídico. Assim, não pode ingressar em processo judicial na

p o So
condição de assistente simples em caso que o interesse em intervir no feito esteja limitado
u ra 92
S ut 22- il.com
aos reflexos econômicos de eventual sucumbência.

 e um n D .4 a
r ata 86 gm
Informativo 535 do STJ

d V on 24.5 67@
A J 0 ra
Não sabe a denunciação da lide embasada no art. 125, II do CPC quando introduzir
t u
d
fundamento novo à causa, estranho ao processo principal, apto a provocar uma lide
n
a ta
paralela, a exigir ampla dilação probatória.
jo n
Litisconsórcio

 Informativo 929 do STF

Não é possível fracionar o crédito de honorários advocatícios em litisconsórcio ativo


facultativo simples em execução contra a Fazenda Pública por frustrar o regime do
precatório. A quantia devida a título de honorários advocatícios é uma só, fixada de forma
global, pois se trata de um único processo, e, portanto, consiste em título a ser executado
de forma una e indivisível. STF. Plenário. RE 919269 ED-EDv/RS, ARE 930251 AgR-ED-

56
EDv/RS, ARE 797499 AgR-EDv/RS, RE 919793 AgR-ED-EDv/RS, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado
em 7/2/2019.

 Informativo 585 do STJ

Em ação civil pública, a formação de litisconsórcio ativo facultativo entre o Ministério


Público Estadual e o Federal depende da demonstração de alguma razão específica que
justifique a presença de ambos na lide. STJ. 3ª Turma. REsp 1.254.428-MG, Rel. Min. João
Otávio de Noronha, julgado em 2/6/2016.

Intervenção de terceiros

 Informativo 539 do STJ

a l
n
Nas ações para fornecimento de medicamentos, apesar de a obrigação ser solidária entre
io
c
Municípios, Estados e União, caso o autor tenha proposto a ação apenas contra o Estado-
a
u c
membro, não cabe o chamamento ao processo da União, medida que apenas iria protelar
E dadd e
e
a solução da causa. STJ. 1a Seção. REsp 1.203.244-SC, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado
rt le
em 9/4/2014 (recurso repetitivo).
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
Informativo 642 do STJ
um n D .4 a

e r ata 86 gm
Não cabe intervenção de terceiros na modalidade de oposição na ação de usucapião. STJ.
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
3ª Turma. REsp 1.726.292-CE, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 12/02/2019.
t u
 Informativo 606 do STJ n d
a ta
jo n
Não é extinta a denunciação da lide apresentada intempestivamente pelo réu nas hipóteses
em que o denunciado contesta apenas a pretensão de mérito da demanda principal. STJ.
3ª Turma. REsp 1637108-PR, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 6/6/2017.

57
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Presidência da República, 1988.

______. Lei nº 13.105 de 16 de março de 2015. Institui o Código de Processo Civil. Brasília:
Presidência da República, 2015.

BUENO, Cassio Scarpinella. Manual de Direito Processual Civil: Inteiramente Estruturado à


Luz do Novo CPC, de acordo com a Lei n. 13.256, de 4-2-2016. 2. ed. rev., atual. e ampl. – São
Paulo: Saraiva, 2016.

a l
n
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Vade Mecum de Jurisprudência Dizer o Direito. 4ª Edição.
io
– Salvador: Ed. Podivm, 2018.
a c
u c
d e
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmulas do STF e STJ. 3ª Edição. – Salvador: Ed. Podivm,
E dad
2018. e
rt le
p o So
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S ut 22- il.com
CUNHA, Leonardo Jose Carneiro da., A fazenda Pública em Juizo, 2016.

um n D .4 a
r ata 86 gm
DIDIER JR., Fredie. Curso de Direito Processual Civil: Introdução ao Direito Processual Civil,
e
V on 24.5 67@
Parte Geral e Processo de Conhecimento. 18. ed. - Salvador: Ed. Jus Podivm, 2016.
d
A J 0 ra
t u
GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Direito Processual Civil Esquematizado/ Marcus Vinicius
d
nLenza. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
t a
Rios Gonçalves; coordenador Pedro
a
o n
Neves, Daniel Amorim jAssumpção. Manual de Direito Processual Civil - Volume Único. 10ª
edição. Editora JusPodivm, 2018.

Thamay, Rennan. Manual de Direito Processual Civil – 2. ed. – São Paulo: Saraiva Educação,
2019.

THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil – Teoria geral do direito
processual civil, processo de conhecimento e procedimento comum – vol. I/Humberto
Theodoro Júnior. 58. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2017.

58
MAGISTRATURA
FEDERAL
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E d e
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Direito Processual
Su utra 22-92il.com Civil
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V e Capítulo
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Ad J 02 utra6
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SUMÁRIO
14. Atos Processuais .................................................................................................................................................... 3

14.1 Processo Eletrônico ...................................................................................................................................... 4

14.2 Negócios Processuais.................................................................................................................................. 4

14.2.1 Negócio Jurídico Unilateral .............................................................................................................. 5

14.2.2 Negócio Processual Bilateral ........................................................................................................... 5

14.2.3 Negócio Jurídico Processual Plurilateral..................................................................................... 5

14.2.4 Negócios Jurídicos Processuais Típicos ...................................................................................... 5

14.2.5 Cláusula Geral de Negócios Jurídicos Processuais ................................................................ 6


a l
io n
14.3
c
Da Forma, do Tempo e do Lugar dos Atos Processuais ............................................................. 6
a
14.3.1 u c
Forma dos Atos ..................................................................................................................................... 6
E dad d e
14.3.2
e
Tempo dos Atos.................................................................................................................................... 7
rt le
14.3.3 p o So
Lugar dos Atos ...................................................................................................................................... 8
S ut 22- il.com u ra 92
14.4 Dos Prazos Processuais .............................................................................................................................. 8

14.4.1 e r ata 86 gm um n D .4 a
Contagem dos Prazos ........................................................................................................................ 9

d V on 24.5 67@
14.4.2
A J 0 ra
Começo do Prazo .............................................................................................................................. 11
t u
14.4.3
n d
Ato Praticado Antes do Início da Contagem do Prazo .................................................... 12
a t a
14.5 Da Comunicaçãon
jo dos Atos Processuais ........................................................................................... 12
14.5.1 Citação.................................................................................................................................................... 12

14.5.2 Intimação............................................................................................................................................... 17

14.5.3 Cartas ...................................................................................................................................................... 18

14.6 Distribuição e Registro ............................................................................................................................ 18

15. Nulidades .................................................................................................................................................................. 20

15.1 Vício e Nulidade ......................................................................................................................................... 20



15.2 Nulidade Relativa ....................................................................................................................................... 21

15.3 Nulidade Absoluta ..................................................................................................................................... 22

15.4 Mera Irregularidade .................................................................................................................................. 24

15.5 Inexistência Jurídica .................................................................................................................................. 24

16. Preclusão ................................................................................................................................................................... 25

17. Cognição .................................................................................................................................................................... 27

17.1 Conceito ......................................................................................................................................................... 27

17.2 Cognição Exauriente ................................................................................................................................. 27

17.3 Cognição Sumária...................................................................................................................................... 27

17.4 a l
Cognição Superficial ou Rarefeita ...................................................................................................... 28
io n
18. c
Valor da Causa .................................................................................................................................................... 29
a
u c
18.1 d e
Reflexos .......................................................................................................................................................... 29
E dad
18.2 e
rt le
Critérios para Fixação do Valor da Causa ....................................................................................... 29

p o So
S ut 22- il.com u ra 92
QUADRO SINÓTICO ..................................................................................................................................................... 32

e r ata 86 gm um n D .4 a
QUESTÕES COMENTADAS ....................................................................................................................................... 36

V on 24.5 67@
GABARITO ......................................................................................................................................................................... 45
d
A J 0 ra
t
QUESTÃO DESAFIO ........................................................................................................................................................ 46
u
n d
a t a
GABARITO DA QUESTÃO DESAFIO......................................................................................................................... 47
n
jo............................................................................................................................................ 49
LEGISLAÇÃO COMPILADA

JURISPRUDÊNCIA ............................................................................................................................................................ 50

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................................................. 53


DIREITO PROCESSUAL CIVIL

Capítulo 4

14. Atos Processuais

É toda e qualquer conduta praticada pelos sujeitos processuais e que possuem relevância
para o processo, isto é, que podem criar, modificar ou extinguir direitos ao longo deste. Logo,
um procedimento judicial, para que tramite da forma adequada, depende da prática de atos
processuais.

a l
Em regra, não há forma determinada para o cumprimento dos atos processuais, salvo
io n
quando a lei estabelecer forma específica.
a c
u c
d e
Também é regra que os atos processuais sejam públicos, porém, o art. 189, do CPC,
E dad
e
rt le
estabelece as hipóteses em que os atos processuais tramitarão em segredo de justiça:

p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
 Em que o exija o interesse público ou social;

um n D .4 a
 Que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, separação, união

e r ata 86 gm
estável, filiação, alimentos e guarda de crianças e adolescentes;

d V on 24.5 67@
J 0 ra
 Em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à intimidade;
A t u
 Que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento de carta arbitral, desde
n d
ta
que a confidencialidade estipulada na arbitragem seja comprovada perante o
a
juízo. jo n
Quando o processo correr em segredo de justiça, só poderá ser consultado pelas partes,
seus advogados, terreiros intervenientes admitidos no processo e pelo Ministério Público. Mas,
o terceiro que demonstrar interesse jurídico e que não tenha intervido no processo poderá
requerer ao juiz a certidão do dispositivo da sentença, bem como de inventário e de partilha
resultantes de divórcio ou de separação.

3
Os atos pressupõem atividade comissiva, mas as omissões podem ser relevantes para o
processo, quando a lei determina a prática de determinado ato e impõe consequências para a
sua não realização.

Os atos podem ser das partes (podem ser unilaterais ou bilaterais) ou do juiz, que se
manifesta através de despachos, decisões interlocutórias e sentenças.

14.1 Processo Eletrônico

Segundo o art. 193 do CPC, os atos processuais podem ser total ou parcialmente digitais,
de forma a permitir que sejam produzidos, comunicados, armazenados e validados por meio
eletrônico, na forma da lei, que é substancialmente a Lei 11.419/2006.

a l
n
É importante fazer a leitura integral dos artigos correspondentes aos atos processuais
io
c
eletrônicos. Contudo, é importante destacar que o processo eletrônico é um avanço porque
a
u c
elimina atos humanos custosos, tanto em termos de esforço, temporais, como de custo, tanto
E dad d e
dos servidores dos tribunais, quanto das partes e dos patronos.
e
rt le
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
e um n D .4 a
r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
t u
Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advocacia distintos, terão
d
n as suas manifestações, em qualquer juízo ou tribunal,
prazos contados em dobro para
a t atodas

o n
independentemente de jrequerimento. Porém, não se aplica o disposto aos processos em autos
eletrônicos.

14.2 Negócios Processuais

Com o advento do Código de Processo Civil de 2015 passou a ser previsto,


expressamente, a possibilidade de as partes realizarem negócio jurídico processual, com vistas
ao Princípio da Cooperação Processual.

4
14.2.1 Negócio Jurídico Unilateral

Por meio dos quais o sujeito processual, pelo exercício de vontade, gera consequências
no processo. Nessa espécie de negócio jurídico apenas a vontade de uma das partes é
relevante.

Exemplo: na renúncia ao prazo (art. 225 do CPC), na desistência da execução ou de medida


executiva (art. 775 do CPC), na desistência do recurso (art. 998 do CPC), na renúncia ao direito
recursal (art. 999 do CPC) etc.

14.2.2 Negócio Processual Bilateral

Depende de um acordo de vontades das partes, sendo dessa espécie de negócio jurídico

a l
que versa o art. 190 do CPC, além de outros negócios jurídicos típicos.
io n
a c
c
Assim como as declarações unilaterais, os atos bilaterais produzem imediatamente a
u
d e
constituição, modificação ou extinção de direitos processuais.
E dad
r t e le
o
14.2.3 Negócio Jurídico Processual
p ra S 92 mPlurilateral
o
u
S ut 22- il.co
Também pode o negócio jurídico processual ser plurilateral, quando a sua eficácia

r um n D .4
m a
a
e nat .58 @g 6
depende de um acordo de vontade das partes e do juiz, aqui entendido como órgão
V o 24 67
jurisdicional, já que nada impede a realização de tais espécies de negócio processual no tribunal,
d
A J 0 tra
seja em atividade recursal ou originária. A calendarização do procedimento, previsto no art. 191
u d
n
do CPC, e o saneamento compartilhado, consagrado no art. 357, § 3º, do CPC.
ta
n a
jo Jurídicos Processuais Típicos
14.2.4 Negócios

Ocorre sempre que a lei prevê um negócio jurídico processual de forma expressa, tem-
se um negócio jurídico processual típico. Nesses casos, é possível que os requisitos de
admissibilidade também estejam previstos de forma específica.

Exemplo: cláusula de eleição de foro, que permite às partes, antes da propositura da


ação, modificar o foro abstratamente competente para a demanda judicial.

5
14.2.5 Cláusula Geral de Negócios Jurídicos Processuais

O art. 190, caput, do CPC, prevê em seu caput a possibilidade de as partes, desde que
plenamente capazes e em causa que verse sobre direitos que admitam a autocomposição,
estipularem mudanças no procedimento para ajustá-lo às especificidades da causa e
convencionarem sobre os seus ônus, poderes, faculdades e deveres processuais. O novo diploma
legal, assim, cria uma cláusula geral de negociação processual, que pode ter como objeto as
situações processuais das partes e o procedimento. Assim, a disponibilidade do direito material
repercutirá numa possível flexibilização do procedimento, pelas partes capazes. Nesse toar, as
partes podem negociar não só sobre o direito material discutido, mas também sobre o próprio
procedimento. Essa é uma faceta do princípio da cooperação1.

a l
n
Vale ressaltar que a negociação processual será, de ofício ou a requerimento, controlada
io
c
pelo juiz. Não é possível que se convencione sobre os poderes e deveres dos magistrados nem
a
u c
a fixação de estipulações que violem as garantias constitucionais do processo.
E dad d e
14.3 Da Forma, do Tempo e do r t e
Lugar
l edos Atos Processuais
p o So
Su utra 22-92il.com
14.3.1 Forma dos Atos

r um n D .4
m a
a
e nat .58 @g 6
A lei determina que os atos e os termos processuais independem de forma determinada,

d V o 24 67
A J
salvo quando a lei expressamente a exigir, considerando-se válidos os que, realizados de outro
0 tra
u
modo, lhe preencham a finalidade essencial (Art. 188, caput, do CPC).
d
ta n
a
Vige, portanto, o Princípio da Instrumentalidade das Formas (Art. 277 do CPC): “Quando
n
jo
a lei prescrever determinada forma, o juiz considerará válido o ato se, realizado de outro modo,
lhe alcançar a finalidade”.

Os atos processuais devem ser redigidos em vernáculo, os orais devem ser praticados em
língua portuguesa, ou por meio de um intérprete, devem ser assinados pelas pessoas que nele
intervierem. São vedados espaços em branco nos atos e termos do processo, salvo se
inutilizados.

1
Vide Questão 7.
6
Com a informatização do processo judicial, editou-se a Lei n. 11.419/2006, a qual tratou dos
meios eletrônicos, da transmissão eletrônica e da assinatura eletrônica. O art. 2° autoriza o envio
de petições, de recursos e a prática de atos processuais em geral por meio eletrônico, com a
utilização da assinatura digital, baseada em certificado digital emitido pela autoridade
certificadora; ou mediante cadastro do usuário no Poder Judiciário. O CPC trata do tema nos
arts. 193 a 199, os quais são de leitura obrigatória!
a l
io n
14.3.2 Tempo dos Atos
a c
u c
d e
Conforme estabelece o art. 212, do CPC, os atos processuais devem ser praticados em dias
E dad
e
rt le
úteis, das 6 (seis) às 20 (vinte) horas. Ademais, para os efeitos forenses, os dias úteis são

p o So
aqueles que não são considerados feriados, ou seja, os sábados, os domingos e os dias em que
u ra 92
S ut 22- il.com
não haja expediente forense (art. 216). No entanto, existe uma exceção que permite a prática
um n D .4 a
r ata 86 gm
de atos processuais quando não há expediente forense, em razão da urgência e da relevância
e
V on 24.5 67@
da matéria. Isso ocorre quando o tribunal funcionar em sistema de plantão judiciário.
d
A J 0 ra
t u
Lembre-se que a Constituição Federal não mais admite as férias coletivas nos juízos e
n d
ta
tribunais de segundo grau. Todavia, há atos que, em qualquer tipo de processo, podem ser
a
jo n
praticados durante as férias: tutelas de urgência, citação, penhora e intimação. Ademais, os
processos de jurisdição voluntária, os necessários para a conservação dos direitos, ações de
alimentos, processos de nomeação ou remoção do tutor e curador, e os demais processos que
a lei determinar não suspendem com a superveniência de férias forenses.

Não há preclusão para que o juiz pratique os atos do processo e emita pronunciamentos
que lhe incumbem, pois os prazos do juiz são impróprios, mas, se desrespeitado o fixado por
lei, ele ficará sujeito a sanções administrativas.

7
O tempo dos atos não se confunde com o expediente forense, o qual pode encerrar, por
exemplo: às 17h, às 18h ou às 19h.

Vale mencionar, ainda, que a prática eletrônica de ato processual pode ocorrer em
qualquer horário até as 24 (vinte e quatro) horas do último dia do prazo.

14.3.3 Lugar dos Atos

a l
n
A regra, determinada no art. 217 do CPC, é a de que os atos processuais realizar-se-ão
io
a c
ordinariamente na sede do juízo, ou, excepcionalmente, em outro lugar em razão, por exemplo,
u c
de:
E dad d e
e
rt le
 Deferência: art. 454 do CPC (inquirição na própria residência), por exemplo;
p o So
u ra 92
 De interesse da justiça: art. 483 do CPC (inspeção judicial);
S ut 22- il.com
um n D .4 a
 Atos de comunicação de atos judiciais: via postal ou por oficial de justiça;

e r ata 86 gm
 Atos de constrição judicial: serão realizados pelo oficial de justiça fora da sede do
juízo; d V on 24.5 67@
A J 0 ra
t u
 Quando existir obstáculo para o ato ser praticado no juízo: oitiva de testemunha
d
n ou por outro motivo relevante que a impossibilite de
t a
acometida de enfermidade
ado juízo (art. 449, parágrafo único do Novo CPC) e a oitiva do
comparecer à o
j n
sede
interditando que não possa se deslocar (art. 751, § 1° do Novo CPC).

14.4 Dos Prazos Processuais

Pode-se dizer que é o intervalo de tempo concedido à parte para a prática de um ato
processual. É delimitado em termo inicial (dies quo) e pelo final (dies ad quem) e, geralmente,
são classificados da seguinte forma:

 Prazos Legais: são os estabelecidos em lei (art. 218, caput, CPC);

8
 Prazos Judiciais: são os definidos pelo juiz (art. 218, §1º, CPC). A atividade do juiz de
fixar prazos processuais é subsidiária, só podendo ser exercida quando a lei for
omissa a esse respeito.
 Prazos Convencionais: são os acordados entre as partes.
 Prazos Próprios: são os dirigidos às partes, sendo que a sua inobservância gera a
denominada preclusão temporal;
 Prazos Impróprios: são os dirigidos aos órgãos jurisdicionais, os quais, mesmo não
sendo observados, não geram qualquer consequência no processo.

Segundo Marcus Vinícius, sem a convenção das partes, o juiz tem poderes apenas para
dilatar prazos processuais, adequando-os às necessidades do conflito, de modo a conferir maior

l
efetividade à tutela do direito. Afora essa hipótese, em que a dilação decorre da necessidade
a
io n
do processo, só é dado ao juiz aumentar o prazo, por até dois meses nas comarcas ou

a c
c
seções/subseções onde for dificultoso o transporte. Sem a concordância das partes, o juiz pode,
u
d e
ainda, reduzir os prazos meramente dilatórios. Os peremptórios, só com a anuência das partes.
E dad
e
rt le
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
e um n D .4 a
r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
t u
d
Na omissão legal e de inércia do juiz em fixar um prazo para a prática do ato processual o
n
a ta
prazo será de 5 dias. Trata-se de um prazo legal genérico, aplicável a qualquer espécie de ato
jo n
processual diante do binômio silêncio da lei-omissão do juiz (art. 218, § 3°, do CPC).

14.4.1 Contagem dos Prazos

Relembrando, contam-se, em regra, os prazos processuais em dias ÚTEIS (art. 219 do


CPC).

A regra da contagem do prazo em dias úteis não se aplica aqueles fixados em horas,
meses ou anos.

9
A Lei n.º 13.728/2018, inseriu, na Lei n.º 9.099/1995, o art. 12-A, prevendo, expressamente, a
aplicação da contagem dos prazos processuais em dias úteis também em sede de Juizados
Especiais. A regra é aplicada nos Juizados Especiais Estaduais (Lei n.º 9.099/1995), Federais (Lei
n.º 10.259/2001, cf. art. 1º) e da Fazenda Pública no âmbito dos Estados, Distrito Federal,
Territórios e Municípios (Lei n.º 12.153/2009, cf. art. 27).

l
Outro detalhe importante é que essa previsão NÃO se estende aos prazos processuais
a
io n
penais, que permanecem sendo computados em dias corridos (STF. 1ª Turma. ARE 1057146

a c
c
AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 22/09/2017; STJ. 6ª Turma. AgRg no AREsp
u
d e
840.620/SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 21/11/2017).
E dad
e
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o So
 Prazos para o Ministério Público, a Fazenda Pública e a Defensoria Pública: de
p
u ra 92
S ut 22- il.com
acordo com os arts. 180, 183 e 186 do CPC, são contados em dobro o prazo para a

e um n D .4 a
Fazenda Pública, o Ministério Público e para a Defensoria Pública. Também têm esse
r ata 86 gm
privilégio os escritórios de prática jurídica das faculdades de Direito, públicas ou

d V on 24.5 67@
J 0 ra
privadas, reconhecidas na forma da lei e as entidades que prestam assistência
A t u
judiciária gratuita, em razão de convênios firmados com a Defensoria Pública.
n d
a ta
jo n

Quando o juiz ou a lei não fixarem prazo para as partes, as intimações só obrigarão o
comparecimento após 48h e será de 5 dias o prazo para a prática do ato. Sendo, destaque-se,
tempestivo o ato processual praticado antes do termo inicial do prazo. Vide §§ 3º e 4º, do Art.
218 do CPC.

10
O art. 224 do CPC estabelece “Salvo disposição em contrário, os prazos serão contados
excluindo o dia do começo e incluindo o dia do vencimento”.

O prazo nunca pode se iniciar ou terminar em dia em que não haja expediente forense,
de forma que o início e o fim da contagem do prazo nesse caso serão prorrogados para o
primeiro dia útil subsequente, em razão de que todos os prazos só podem acontecer em dias
úteis.

Além disso, o §1° do art. 224, do CPC, traz inovadora previsão ao afirmar que os dias do
começo e do vencimento do prazo serão protraídos para o primeiro dia útil seguinte, se
coincidirem com dia em que o expediente forense for encerrado antes ou iniciado depois da
hora normal ou houver indisponibilidade da comunicação eletrônica.

a l
io n
a c
u c
d e
E dad
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Art. 225. A parte poderá renunciar ao prazo estabelecido exclusivamente em seu favor, desde
que o faça de maneira expressa.2
e um n D .4 a
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d V on 24.5 67@
A Começo
14.4.2 J do0Prazora
t u
d
De fundamental importâncianse faz estudar o art. 231, do CPC, que é bastante cobrado
a ta
jon
nas provas, por suas peculiaridades. Assim, salvo disposição em sentido diverso, considera-se
dia do começo do prazo:

 A data de juntada aos autos do aviso de recebimento, quando a citação ou a


intimação for pelo correio;
 A data de juntada aos autos do mandado cumprido, quando a citação ou a
intimação for por oficial de justiça;

2
Vide Questões 2 e 4.
11
 A data de ocorrência da citação ou da intimação, quando ela se der por ato do
escrivão ou do chefe de secretaria;
 O dia útil seguinte ao fim da dilação assinada pelo juiz, quando a citação ou a
intimação for por edital;
 O dia útil seguinte à consulta ao teor da citação ou da intimação ou ao término
do prazo para que a consulta se dê, quando a citação ou a intimação for eletrônica;
 A data de juntada do comunicado de que trata o art. 232 ou, não havendo esse,
a data de juntada da carta aos autos de origem devidamente cumprida, quando a
citação ou a intimação se realizar em cumprimento de carta;
 A data de publicação, quando a intimação se der pelo Diário da Justiça impresso
ou eletrônico;

a l
n
 O dia da carga, quando a intimação se der por meio da retirada dos autos, em
io
carga, do cartório ou da secretaria.
a c
u c
d Contagem
14.4.3 Ato Praticado Antes do Início da
E d e do Prazo
r t e leda
o So
Todo prazo processual dever ter seu termo inicial e final, ou seja, a data que tem início o
p
Su utra 22-92il.com
prazo e outra que dá o seu fim. Como sabemos, as partes devem sempre respeitar esse prazo,

u m D .4 a
principalmente o prazo final, já que o seu desrespeito acarreta a perda da possibilidade de
r n m
a
e nat .58 @g 6
praticar o ato.
d V o 24 67
A J 0 tra
No entanto, o art. 218, §4°, do CPC, estabelece expressamente que o ato praticado antes
u d
n
da intimação da parte é tempestivo, independentemente de reiteração após a intimação.
ta
n a
Desse modo, o ato praticado antes do início do prazo de contagem é expressamente aceito
jo
pelo Código de Processo Civil.

14.5 Da Comunicação dos Atos Processuais

14.5.1 Citação

Nos termos do art. 238, Citação é o ato pelo qual são convocados o réu, o executado
ou o interessado para integrar a relação processual. O referido ato é indispensável ao regular
andamento do processo. É pressuposto processual de eficácia.

12
Nos casos de indeferimento da petição inicial (Art. 330) e de improcedência liminar do
pedido (Art. 332), não há que se falar em citação do réu, pois, a decisão é dada antes de
formada a relação processual – Art. 239 do CPC.

Entende o STJ que, na ação de cobrança, é desnecessária a citação da sociedade


empresária se todos os que participam do quadro social integram a lide3.

É importante dizer que o comparecimento espontâneo do réu ou do executado supre a


a l
io
falta ou a nulidade da citação, fluindo a partir desta data o prazo para apresentação de
n
a c
c
contestação ou de embargos à execução. O STJ entende que a juntada aos autos de procuração
u
E dad d e
com poderes específicos para receber citação configura o comparecimento espontâneo. Porém,
e
rt le
fique atento ao detalhe: o STJ entende que não supre a falta de citação em ação revisional de
p o So
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alimentos o comparecimento do réu para contraminutar agravo de instrumento contra decisão
S ut 22- il.com
um n D .4 a
denegatória de tutela antecipada, sem que haja qualquer pronunciamento na ação principal por
parte do demandado4.
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d V on 24.5 67@
A J 0 ra
 Efeitos da Citação Válida: ainda que ordenada por juízo incompetente (Art. 240 do
t u
CPC):
n d
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 Induz litispendência (quando há uma lide pendente)5;
jo n

3
STJ. 3ª Turma. REsp 1731464-SP, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado em 25/09/2018 (Info 635).
4
STJ. 4ª Turma. REsp 1310704-MS, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 10/11/2015 (Info 573).
5
Vide Questão 3.
13
A litispendência é causa de extinção do processo sem resolução do mérito – nos
termos do Art. 485, V, do CPC.

 Torna litigiosa a coisa (os bens ou a relação jurídica se tornam sub judice);
 Constitui em mora o devedor (quando o devedor retarda injustamente o
cumprimento de uma obrigação).

a l
Importante lembrar que não é mais um efeito da citação a interrupção da prescrição, pois,

io n
atualmente, a prescrição é interrompida com o despacho que ordena a citação, retroagindo
a c
c
à data da propositura da ação, configurando, inclusive, se determinada por juízo incompetente
u
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E dad
(artigo 240, §1º, do CPC).
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 Modalidades: conforme o art. 246, do CPC, são as seguintes:
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 Correio (via postal): é feita para qualquer comarca do país. Uma vez deferida,

um n D .4 a
r ata 86 gm
o escrivão ou o chefe de secretaria remeterá ao citando cópias da petição inicial
e
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e do despacho do juiz e comunicará o prazo para resposta, o endereço do juízo
d
A J 0 ra
e o respectivo cartório. Essa é a forma prioritária de citação das pessoas naturais,
t u
n d
das microempresas e das empresas de pequeno porte. Na ação monitória, a
a ta
n
citação deve ser feita por carta.
jo
 Oficial de Justiça: ocorre nas hipóteses previstas no próprio CPC ou em lei, ou
quando frustrada a citação pelo correio. Seus requisitos estão previstos no art.
250 do CPC. Se houver vários citandos, o prazo para resposta só começa a correr
da juntada do último mandado de citação cumprido.

14
Quando e, por 2 (duas) vezes, o oficial de justiça houver procurado o citando em seu domicílio
ou residência sem o encontrar, deverá, havendo suspeita de ocultação, intimar qualquer pessoa
da família ou, em sua falta, qualquer vizinho de que, no dia útil imediato, voltará a fim de efetuar
a citação, na hora que designar – é a denominada Citação por Hora Certa (arts. 252/254 do
CPC).

a l
 Escrivão ou Chefe de Secretaria: sempre que o citando comparecer em
cartório. io n
a c
c
 Edital: ocorre quando desconhecido ou incerto o citando; ignorado, incerto ou
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E dadd e
inacessível o lugar em que se encontrar o citando e nos casos expressos em lei.
e
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Seus requisitos estão dispostos no Art. 257 do CPC. Cabe em todos os tipos de
p o So
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processo, desde que preenchidos os requisitos. O juiz fixará o prazo do edital,

um n D .4 a
que pode variar entre 20 e 60 dias, a contar da publicação.

e r ata 86 gm
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A parte que requerer a citação por edital, alegando dolosamente a ocorrência das
d
A J 0 ra
circunstâncias autorizadoras para sua realização, incorrerá em multa de 5 (cinco) vezes o
t u
d
salário-mínimo, que será revertida em benefício do citando.
n
a ta
jon reflete a busca da celeridade e economia processuais. Está
 Meio Eletrônico:
regulada pela Lei 11.419/066.

Além dessas modalidades, a doutrina costuma classificar as citações pelo correio, por
oficial de justiça, pelo escrivão ou chefe de secretaria e por meio eletrônico como sendo
Citações Reais. Já as citações por edital e por hora certa como sendo Citações Fictas.

6
Vide Questão 10.
15
A citação direta é feita na pessoa do réu ou de seu representante legal. Já a indireta, é feita na
pessoa de um terceiro que tenha poderes de recebê-la com efeito vinculante em relação ao réu.
Um exemplo de citação indireta é o que ocorre nos condomínios edilícios e nos loteamentos
com controle de acesso, será válida a entrega do mandado ao funcionário da portaria
responsável pelo recebimento de correspondência. O porteiro poderá recusar ao recebimento
do mandado se, por escrito, declarar, sob as penas da lei, que o destinatário da correspondência
está ausente.
a l
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Por fim, o Superior Tribunal de Justiça entende que é regular a citação da pessoa jurídica
u c
d e
estrangeira por meio de seu entreposto no Brasil, ainda que não seja formalmente aquela mesma
E dad
pessoa jurídica ou agência ou filial7.
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No que concerne a citações de pessoas jurídicas8, a jurisprudência adota a teoria da
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um n D .4 a
aparência, segundo a qual considera-se válida a citação feita na pessoa de quem, sem nenhuma

e r ata 86 gm
reserva, identifica-se como representante da sociedade empresária, mesmo sem ter poderes

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expressos de representação, e assina o documento de recebimento. Assim, é válida a citação da
A J 0 ra
t u
pessoa jurídica quando recebida por quem, em sua sede, se apresenta como seu representante
d
n ressalva quanto à inexistência de poderes para representá-
t a
legal e recebe a citação sem qualquer
a
la em juízo . 9
jo n

7
STJ. Corte Especial. HDE 410-EX, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 20/11/2019 (Info 661).
8
Vide Questão 1.
9
STJ. Corte Especial. EREsp 864947-SC, Rel. Min. Ministra Laurita Vaz, julgados em 6/6/2012 (Info 499).
Comentado pelo Blog do Dizer o Direito.
16
14.5.2 Intimação

É o ato pelo qual se dá ciência a alguém (partes, advogados, auxiliares da justiça e


terceiros) dos atos e dos termos do processo.

É importante dizer que é facultado aos advogados promover a intimação do advogado


da outra parte por meio do correio, juntando aos autos, a seguir, cópia do ofício de intimação
e do aviso de recebimento (Intimação Direta).

Segundo o STJ, é válida a intimação da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT


realizada na pessoa do advogado cadastrado no sistema PJe10.

Outro entendimento relevante do STJ é a de que a habilitação de advogado em autos


eletrônicos não é suficiente para a presunção de ciência inequívoca das decisões, sendo a l
io n
c
inaplicável a lógica dos autos físicos. A lógica da presunção de ciência inequívoca do conteúdo
a
u c
de decisão constante de autos físicos, quando da habilitação de advogado com a carga do

E dad d e
processo, não se aplica nos processos eletrônicos. Para ter acesso ao conteúdo de decisão
e
rt le
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prolatada e não publicada nos autos eletrônicos, o advogado deverá acessar a decisão, gerando,
p
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automaticamente, informação no movimento do processo acerca da leitura do conteúdo da
decisão11.

e um n D .4 a
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Além dessa, a intimação pode ocorrer por meio eletrônico (art. 270 do CPC) – forma
d
A J 0 ra
preferencial -, por publicação no órgão oficial (art. 272 do CPC), pelo correio (art. 273, II e 274
t u
n d
do CPC), pelo escrivão ou chefe da secretaria (art. 274 do CPC), por oficial de justiça (art. 275
a ta
n
do CPC), inclusive por hora certa (art. 275, § 2° do CPC) e por edital (art. 275, § 2° do CPC).
jo
Lembre-se, ainda, que a intimação eletrônica prevalece sobre a publicação no Diário de
Justiça no caso de duplicidade de intimações12.

10
STJ. 3ª Turma. REsp 1574008-SE, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 12/03/2019 (Info 644).
11
STJ. 3ª Turma. AgInt no REsp 1592443-PR, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 17/12/2018 (Info
642).
12
STJ. 4ª Turma. AgInt no AREsp 1330052/RJ, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 26/03/2019 (Info 647).
17
14.5.3 Cartas

Decorrem do Princípio da Aderência, já estudado nas linhas anteriores. São transmitidas,


preferencialmente, por meios eletrônicos. São elas:

 Carta Rogatória: aquela enviada por um órgão jurisdicional pátrio para um órgão
jurisdicional estrangeiro;
 Carta de Ordem: a enviada por um órgão hierarquicamente superior para um órgão
de hierarquia inferior.
 Carta Precatória: a enviada por um órgão jurisdicional nacional para outro órgão
de jurisdição nacional de MESMA hierarquia. Expedida entre juízos que não têm
relação de subordinação, o juízo deprecado é obrigado a cumprir a solicitação contida

a l
na carta, salvo nas hipóteses do art. 267 do CPC.
io n
c
 Carta Arbitral: a que se refere à comunicação entre os órgãos jurisdicionais e o Juízo
a
Arbitral. u c
E dad d e
e
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Nos casos de intimação/citação realizadas por correio, oficial de justiça, ou por carta de

p o So
ordem, precatória ou rogatória, o prazo recursal inicia-se com a juntada aos autos do aviso de
u ra 92
S ut 22- il.com
recebimento, do mandado cumprido, ou da juntada da carta13.

e um n D .4 a
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Em qualquer espécie de carta os atos processuais a serem praticados serão de

d V on 24.5 67@
J 0 ra
comunicação (citação, intimação e notificação), de instrução (produção de prova, tais como a
A t u
oitiva de testemunha, colheita de depoimento pessoal e realização de perícia) e de constrição
n d
ta
como, por exemplo, a penhora e o depósito)14.
a
jo n
14.6 Distribuição e Registro

O candidato, ao estudar esse tema, deve levar consigo o seguinte entendimento: quando
houver mais de um juízo competente para o conhecimento de determinada ação, deverá haver

13
STJ. Corte Especial. REsp 1632777-SP, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 17/5/2017 (recurso
repetitivo) (Info 604).
14
MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz; MITIDIERO, Daniel. Novo Código de processo civil
comentado. 2. ed. rev. atual. e ampl. São Paulo : Revista dos Tribunais, 2016, p. 267.
18
a DISTRIBUIÇÃO (vide Art. 284 do CPC), pois, a partir dela, considera-se PREVENTO O JUIZ,
conforme se depreende da leitura do art. 59 do CPC.

A doutrina divide a distribuição em dois tipos: por dependência e a livre:

 Por Dependência: previstas nos três incisos do art. 286 do CPC, os quais são de
leitura obrigatória. Nos casos em que a lei determina a distribuição por dependência,
a competência do juízo prevento é absoluta.
 Livre: cabível sempre que não existir razão para a distribuição por dependência.

Por último, realizada a distribuição, com o cumprimento das exigências dos arts. 287 e
290, do CPC, o processo será REGISTRADO.

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19
15. Nulidades

É vislumbrada quando o ato é praticado sem a observância dos requisitos de validade.

15.1 Vício e Nulidade

Ato viciado é o ato imperfeito, praticado com defeito porque em desrespeito à forma
legal prevista para a sua prática. Como todo ato processual tem um objetivo, um resultado
pretendido pela parte que o pratica, a lei assegura às partes que, praticado o ato dentro das
formalidades legais, o efeito legal será gerado e o objetivo pretendido alcançado.

Já a nulidade é a sanção processual para a parte que descumpre a forma legal na prática

a l
do ato. O desrespeito à forma é suficiente para a existência de um ato defeituoso, e que em

io n
regra esse desrespeito com a forma é sancionado pela nulidade, que impedirá que o ato
a c
c
processual gere os efeitos previstos em lei e, por consequência, que a parte que o praticou
u
alcance o objetivo pretendido.
E dad d e
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Efeito expansivo das nulidades: declarada a nulidade, o juiz invalidará todos os atos
p
u ra 92
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subsequentes que dele dependem, preservando os que com ele não estiverem relacionados. A

e um n D .4 a
nulidade não atinge, portanto, os atos antecedentes ao ato nulo. Há casos excepcionais em que
r ata 86 gm
V on 24.5 67@
todos os atos posteriores a ele são dependentes, como é o caso da citação. Caso a citação seja
d
A J 0 ra
nula, todos os demais atos do processo também serão.
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n d
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jo n

Desse modo, ato viciado não se confunde com ato nulo, sendo o primeiro apenas o ato
defeituoso, enquanto o segundo é o ato defeituoso atingido pela nulidade.

20
15.2 Nulidade Relativa

Está ligada aos interesses particulares das próprias partes. Por isso, deve ser alegada
pelas partes, na primeira oportunidade que tiverem de se manifestarem nos autos, sob pena
de preclusão, conforme estabelece o art. 278, do CPC15.

A nulidade relativa não pode ser declarada de ofício, devendo o Juiz aguardar a
manifestação da parte interessada. A parte interessada, como estabelece o art. 276, do CPC, não
precisa ser apenas interessada, mas somente a parte inocente, ou seja, aquela que não foi
responsável pelo ato viciado, poderá formular pedido para sua anulação. A parte que deu causa
à nulidade não tem legitimidade para requerer a sua decretação, em desrespeito aos princípios
de boa-fé e lealdade processual.
a l
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e um n D .4 a
O art. 282, §2º, do CPC, aponta para a possibilidade de o juiz não declarar a nulidade relativa
r ata 86 gm
de algum ato, mesmo que imperfeito, quando a decisão de mérito puder ser favorável à

d V on 24.5 67@
J 0 ra
parte inocente. Assim, por exemplo, a parte que, derrotada em sentença, pede a anulação da
A t u
sentença arguindo em sua apelação a nulidade do processo em razão de não ter sido lhe dada
n d
ta
vista de um documento juntado pela parte contrária e, caso não seja acolhida tal alegação, pede
a
jo n
a reforma da sentença. O Tribunal, percebendo ter ocorrido o desrespeito ao contraditório (com
a não intimação para manifestação sobre documentos juntados pela parte contrária), não deve
decretar a nulidade se entender que, apesar da nulidade relativa, no mérito recursal tem razão
o apelante. Nesse caso, eventual decretação de nulidade prejudicaria o próprio apelante,
que, no julgamento do mérito, teria a reforma da sentença de mérito que lhe favorece,

15
Vide Questão 8.
21
devendo o Tribunal deixar de reconhecer a nulidade e julgar o recurso no mérito a favor daquele
que apontou a existência da nulidade relativa.16

NÃO há nulidade na publicação de ato processual em razão do acréscimo de uma letra


ao sobrenome do advogado no caso em que o seu prenome, o nome das partes e o número
do processo foram cadastrados corretamente, sobretudo se, mesmo com a existência de erro
idêntico nas intimações anteriores, houve observância aos prazos processuais passados, de
modo a demonstrar que o erro gráfico não impediu a exata identificação do processo. O
entendimento do STJ é no sentido de que o erro insignificante na grafia do nome do advogado,
aliado à possibilidade de se identificar o processo por outros elementos, como o seu número e
o nome da parte, não enseja a nulidade da publicação do ato processual17.

a l
15.3 Nulidade Absoluta
io n
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c
Busca preservar algo superior ao interesse das partes, está ligada ao interesse público.
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Trata-se de uma garantia de preservação do interesse público da Justiça e da boa administração
jurisdicional.
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Podem ser declaradas de ofício pelo juiz, em qualquer tempo e grau de jurisdição

e r ata 86 gmum n D .4 a
(salvo recurso especial ou extraordinário, que exigem o prequestionamento). Também é

V on 24.5 67@
possível a manifestação da parte para buscar a nulidade absoluta, inclusive daquele que foi o
d
A J 0 ra
causador da nulidade, como no caso de autor indicar incompetência absoluta do juízo.
t u
n d
a ta
jo n

16
Neves, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito Processual Civil - Volume Único. 10ª edição. Editora JusPodvm, 2018, p.
476.
17
STJ. Corte Especial. EREsp 1356168-RS, Rel. originário Min. Sidnei Beneti, Rel. para acórdão Min. Jorge Mussi,
julgado em 13/3/2014 (Info 553).

22
O Superior Tribunal de Justiça tem decisões no sentido de inadmitir a alegação de nulidade,
ainda que absoluta, pela parte que a causou ou prejudicada por ela quando tal postura
estiver fundada em má-fé e deslealdade processual. Trata-se da utilização da chamada
nulidade de algibeira ou bolso.

As nulidades absolutas se convalidam no trânsito em julgado, que é considerado como


sanatório geral das nulidades, transformando-se após esse momento processual em vícios de
rescindibilidade. O vício de rescindibilidade atinge a estabilidade definitiva com o decurso do
prazo de dois anos da ação rescisória, em fenômeno conhecido como "coisa julgada soberana”.

Para distinguir a nulidade absoluta da relativa é necessário verificar se a forma prevista


em lei e não respeitada decorria de norma cogente, fixada em prol do interesse público, ou de

a l
norma não cogente, estatuída em vista do interesse das partes.
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um n D .4 a
r ata 86 gm
O art. 279 do CPC prevê tradicional hipótese de nulidade absoluta cominada: a ausência de
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intimação do Ministério Público nos processos em que deve participar como fiscal da ordem
A J 0 ra
t
jurídica. O seu § 2º, ao prever que a nulidade só pode ser decretada após a intimação do
u
d
n sobre a existência ou a inexistência de prejuízo. O
a t a
Ministério Público, que se manifestará
dispositivo cria uma regra n
jo formal para a decretação da nulidade, que, uma vez descumprida,
gera nulidade absoluta, mas deixa claro que só haverá anulação se demonstrado o prejuízo
gerado pela ausência do Ministério Público no processo, consagrando, ainda que implicitamente,
o princípio da instrumentalidade das formas. Registre-se apenas que, ainda que imprescindível
a intimação do Ministério Público para a decretação de nulidade, a decisão é do juízo, que
deverá analisar e concluir se a ausência realmente gerou prejuízo no caso concreto.

23
15.4 Mera Irregularidade

A mera irregularidade é gerada pela inobservância de regra não relevante para


considerações acerca da validade do ato, sem relação com a formalidade exigível e a produção
do resultado pretendido.

Como exemplo, podemos apresentar a utilização de língua estrangeira em alguma


petição, desde que não torne a petição incompreensível, já que o art. 192, do CPC, estabelece
que todos os atos devem ser feitos em língua portuguesa. Assim, a utilização de certas palavras
em língua estrangeira não torna o ato nulo, ocorrendo uma mera irregularidade, já que não
constitui um vício grave o suficiente para tornar o ato nulo.

l
Vale ressaltar que, além das irregularidades e das nulidades, a doutrina tem admitido um
a
io n
outro tipo de vício: o da ineficácia. A ineficácia ocorre quando há inobservância de forma
a c
c
essencial, estrutural, que constitua pressuposto processual de eficácia do processo. Não preclui
u
E dad d e
nunca, e pode ser alegada a qualquer momento. Se o processo se encerrar sem que o vício seja
e
rt le
detectado, qualquer interessado pode postular que o juízo o declare, e só depois da declaração
p o So
é que deixará de produzir efeitos.
u ra 92
S ut 22- il.com
15.5 Inexistênciau
r m
Jurídica
n D .4
m a
a
e nat .58 @g 6
d V o 24 67
A J
É um ato que falta elemento constitutivo mínimo, sendo impossível considerá-lo como
0 tra
u
ato processual. Assim, o vício que gera a inexistência do ato não se convalida jamais, podendo
d
n
tademanda e após o seu encerramento, independentemente de
ser reconhecido na constância da
a
n declaratória de inexistência de ato jurídico”.
jo“ação
prazo, por meio de mera

Como exemplo, podemos verificar no caso de uma sentença sem a assinatura do juiz ou
assinada por alguém não investido na jurisdição, embora exista no plano fático, não passa de
mero pedaço de papel sem importância jurídica.

24
16. Preclusão

Pode-se considerar que a preclusão é a perda de uma faculdade processual, ou seja, da


oportunidade de manifestação ou prática de um ato no decorrer do processo.

Ela tem como objetivo evitar abusos e retrocessos e prestigiar a entrega de prestação
jurisdicional de boa qualidade, assegurando a certeza e a estabilidade das situações
processuais.

Dessa forma, conclui-se que a preclusão é a forma de controle dos atos para que o
processo tenha o seu devido desenvolvimento regular, com estabilidade.

São elas:
a l
io n
 Preclusão Temporal: ocorre quando a parte não pratica o ato no momento devido,
a c
c
quando o prazo para manifestação já decorreu, precluindo, portanto, o direito à sua
u
E dad d e
prática. É o caso mais comum de preclusão tido no nosso ordenamento jurídico.
e
rt le
Como exemplo, podemos utilizar o art. 63, § 4º, do CPC, que prevê que o réu deve
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
alegar na contestação a abusividade da cláusula de eleição de foro, sob pena de

um n D .4 a
preclusão. Essa preclusão é temporal, pois se o réu não alegou a abusividade da

e r ata 86 gm
cláusula no momento da contestação, ele não poderá mais fazê-lo, em razão do

d V on 24.5 67@
momento oportuno já ter findado.
A J 0 ra
t u
 Preclusão Lógica: ocorre quando a parte pratica um ato anterior logicamente
d
nque se quer praticar, motivo pelo qual fica impedida da
t
incompatível com ato
a a
jo
prática do ato n
subsequente. Por exemplo, temos que o aceite de um ato é
incompatível com o recurso. Se você recorre, significa que não aceitou e vice-versa.
Portanto, aceitar uma decisão implica na preclusão lógica da faculdade recursal. Um
exemplo explícito no CPC é o caso de uma parte praticar um ato viciado, sendo
vedado a mesma parte alegar o vício que deu causa, em razão da preclusão lógica.
Essa previsão se encontra do art. 276 do CPC.
 Preclusão Consumativa: ocorre quando a parte pratica o ato processual.
Consumando o ato, não poderá o interessado realizá-lo novamente e tampouco
complementá-lo ou emendá-lo. Como exemplo de preclusão consumativa, podemos
25
utilizar o caso de se apresentar alegações finais ou uma contestação. Após apresenta-
la, não será mais possível a sua reapresentação, ainda que esteja dentro do prazo
processual.

A preclusão consumativa apenas impede a reapresentação do mesmo ato processual. No


entanto, a parte não perde o direito de emenda dos atos. É que ocorre com a emenda à
petição inicial, que você não pode apresentá-la novamente, mas pode emendá-la nos moldes
a l
da legislação.
io n
a c
c
 Preclusão pro judicato: é dirigido ao juiz e diz respeito à impossibilidade de este
u
E dad d e
decidir novamente aquilo que já foi examinado. Vejamos o que diz o art. 505, do
e
rt le
CPC, pois esse ponto é de conhecimento obrigatório para um Juiz Federal:
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
Art. 505. Nenhum juiz decidirá novamente as questões já decididas relativas à mesma lide,

um n D .4 a
salvo:

e r ata 86 gm
I - se, tratando-se de relação jurídica de trato continuado, sobreveio modificação no estado

d V on 24.5 67@
de fato ou de direito, caso em que poderá a parte pedir a revisão do que foi estatuído na

A J 0 ra
sentença;

t
II - nos demais casos prescritos em lei.
u
n d
ta
Nem todas as decisões estarão sujeitas a essa preclusão, mas a doutrina entende que o
a
n decisões que deferem a produção de provas, concedem medidas
jonas
juiz não pode voltar atrás
de urgência e nas que decidem matérias que não são de ordem pública, como é o caso das
referentes às nulidades relativas.

Logo, a preclusão pro judicato é uma forma de preclusão consumativa, mas direcionada
ao juiz, impedindo-o de tomar decisões já examinadas, pois, não havendo esse impedimento,
nunca se criaria uma segurança jurídica.

26
17. Cognição

17.1 Conceito

Cognição é a técnica utilizada pelo juiz para, através da consideração, análise e valoração
das alegações e provas produzidas pelas partes, formar juízos de valor acerca das questões
suscitadas no processo, a fim de decidi-las. Trata-se de atividade comum a todas as categorias
de módulo processual, embora se revele predominante no módulo cognitivo.

17.2 Cognição Exauriente

A cognição exauriente, portanto, permite a prolação de um a decisão baseada em juízo

a l
de certeza (jurídica), o que justifica a formação da coisa julgada, manto que reveste de
io n
c
imutabilidade e indiscutibilidade o conteúdo dessa decisão. Em outros termos, a cognição
a
u c
exauriente permite a resolução definitiva da questão trazida ao crivo do judiciário, impedindo,

E dad d e
assim, o surgimento de processo posterior que tenha o mesmo objeto.
e
rt le
17.3 Cognição Sumária p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
e um n D .4 a
Na cognição sumária, busca-se um juízo de probabilidade, devendo o provimento a ser
r ata 86 gm
V on 24.5 67@
proferido afirmar, apenas e tão somente, que é provável a existência do direito, ou seja, que há
d
A J 0 ra
fortes indícios no sentido de sua existência, convergindo para tal conclusão a maioria dos
t u
fatores postos sob o exame do juiz.
n d
a ta
jon não poderá jamais ser tido por imutável e indiscutível, já que
Tal provimento, obviamente,
não é capaz de afirmar a existência do direito, sendo, portanto, incapaz de ser alcançado pela
imutabilidade e indiscutibilidade decorrentes da autoridade de coisa julgada substancial.

A cognição sumária é uma técnica destinada a assegurar três escopos principais:


economia processual, evitar o abuso do direito de defesa e busca de efetividade da tutela
quando esta seja com prometida pelo tempo.

27
17.4 Cognição Superficial ou Rarefeita

A terceira e última das modalidades de cognição quanto à profundidade é a cognição


superficial ou rarefeita. Esta se caracteriza por levar o juiz a um juízo de possibilidade (ou,
pode-se dizer, a um juízo de verossimilhança). É de se notar que é aqui, na cognição superficial,
e não na cognição sumária, que haverá verdadeiro juízo de verossimilhança.

A cognição superficial é típica das decisões liminares em processo cautelar (mas não em
todas as liminares, visto que algumas são deferidas com base em cognição sumária, com o no
caso do mandado de segurança). Pode-se, pois, afirmar que a decisão liminar será deferida com
base num a cognição que, no plano vertical, encontra-se um "degrau” acima daquela exigida
para o provimento final do processo onde a mesma é prolatada.
a l
io n
a c
u c
E dad d e
e
rt le
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
e um n D .4 a
r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
t u
n d
a ta
jo n

28
18. Valor da Causa

O art. 291 do CPC prevê que “a toda causa será atribuído valor certo, ainda que não
tenha conteúdo econômico imediatamente aferível”, ou seja, mesmo que o bem tutelado na
causa não tenha um valor economicamente aferível, se faz necessário a indicação de um valor
à causa, mesmo tratando-se de uma estimativa.

18.1 Reflexos

A fixação do valor da causa é de suma importância, pois é o critério objetivo eleito pela
lei, para a determinação de uma série de situações presentes enquanto existente a relação
processual. Assim, os reflexos que o valor da causa traz ao processo são os seguintes:
a l
io n
 Competência: o valor da causa é critério para a fixação do juízo (art. 63, CPC);
a c
c
 Procedimento: o valor da causa também é critério para a possibilidade de atuação
u
E dad
do juizado especial civil (art. 3º da lei 9099/95); d e
 No cálculo das custas e do preparo; e
rt le
p o So
u ra 92
 Na fixação do valor para fins de aplicação de multas: em caso de deslealdade ou
S ut 22- il.com
um n D .4 a
má-fé processual;

e r ata 86 gm
 Nos recursos em execução fiscal (Lei n. 6.830/80);

d V on 24.5 67@
 Nos inventários e partilhas: o valor da causa influi sobre a adoção do rito de
A J 0 ra
t u
arrolamento (art. 664, caput, do CPC).
n d
18.2 Critérios para
a
at Fixação do Valor da Causa
jon
Como já foi falado anteriormente, em regra, o valor da causa deve ser compatível com a
pretensão econômica da demanda, e, não sendo possível a sua valoração certa, a fixação se
dará por estimativa do autor.

Assim, para facilitar a atribuição do valor da causa, o art. 292 do CPC indica as regras
específicas para o cálculo do valor da causa, vejamos:

Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e será:

29
I - na ação de cobrança de dívida, a soma monetariamente corrigida do principal, dos
juros de mora vencidos e de outras penalidades, se houver, até a data de propositura
da ação;

II - na ação que tiver por objeto a existência, a validade, o cumprimento, a modificação,

a resolução, a resilição ou a rescisão de ato jurídico, o valor do ato ou o de sua parte


controvertida;

Em regra, se a ação proposta tiver por objetivo questionar um negócio jurídico, o valor
da causa será o valor econômico deste contrato. Entretanto, a jurisprudência entende que, se
estiver sendo impugnada apenas uma parte do negócio ou determinada cláusula contratual,
o valor da causa não será o valor integral do contrato, mas tão somente o benefício econômico
daquilo que está sendo questionado no processo18.

a l
n
III - na ação de alimentos, a soma de 12 (doze) prestações mensais pedidas pelo autor;
io
a c
c
IV - na ação de divisão, de demarcação e de reivindicação, o valor de avaliação da área
u
ou do bem objeto do pedido;
E dad d e
e
rt le
V - na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o valor pretendido;

p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
VI - na ação em que há cumulação de pedidos, a quantia correspondente à soma dos

um n D .4 a
valores de todos eles;

e r ata 86 gm
VII - na ação em que os pedidos são alternativos, o de maior valor;

d V on 24.5 67@
A J 0 ra
VIII - na ação em que houver pedido subsidiário, o valor do pedido principal19.
t u
n d
§ 1º Quando se pedirem prestações vencidas e vincendas, considerar-se-á o valor de

a ta
n
umas e outras.
jo
§ 2º O valor das prestações vincendas será igual a uma prestação anual, se a obrigação
for por tempo indeterminado ou por tempo superior a 1 (um) ano, e, se por tempo
inferior, será igual à soma das prestações.

§ 3º O juiz corrigirá, de ofício e por arbitramento, o valor da causa quando verificar


que não corresponde ao conteúdo patrimonial em discussão ou ao proveito

18
STF. Plenário. ACO 664 Impugnação ao Valor da Causa-AgR/RJ, rel. Min. Cármen Lúcia, 24/4/2013 (Info 703).
19
Vide Questão 6.
30
econômico perseguido pelo autor, caso em que se procederá ao recolhimento das custas
correspondentes.

Com isso, aparentemente, pode-se ter o valor da causa com indícios mínimos de fixação.
Todavia, não são raras as situações em que se faz necessária a intervenção judicial para corrigir
o valor da causa. O réu poderá impugnar, em preliminar da contestação, o valor atribuído à
causa pelo autor, sob pena de preclusão, e o juiz decidirá a respeito, impondo, se for o caso,
a complementação das custas (art. 293, do CPC).

A ação rescisória é uma ação e, portanto, o autor, na petição inicial, deverá indicar o valor
da causa. Qual é o critério para se atribuir o valor da causa na ação rescisória? Em regra, o valor
da causa na ação rescisória deverá ser o mesmo que foi atribuído à ação principal (originária),
devidamente atualizado monetariamente (valor da causa da ação originária + correção
a l
io
monetária). Exceção: é possível que, mesmo o autor tendo indicado o mesmo valor da ação n
a c
c
principal, a parte ré impugne o valor da causa demonstrando que o benefício econômico
u
d e
pretendido na rescisória está em descompasso com essa fixação (ex: provando que houve uma
E dad
e
rt le
excepcional valorização do bem pretendido na ação rescisória). O impugnante deverá

p o So
u ra 92
demonstrar, com precisão, o valor correto que entende devido para a ação rescisória, instruindo
S ut 22- il.com
a inicial da impugnação com os documentos necessários à comprovação do alegado20.

e um n D .4 a
r ata 86 gm
O valor da causa em ação de reintegração de posse que objetive a retomada de bem
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
objeto de contrato de comodato que tenha sido extinto deve corresponder à quantia
t u
d
equivalente a doze meses de aluguel do imóvel21.
n
a ta
n
O valor da causa para fins de fixação da competência nos juizados especiais federais, na
jo
hipótese de existência de litisconsórcio ativo, deve ser calculado dividindo-se o montante pelo
número de autores22.

20
STJ. 2ª Seção. PET 9892-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 11/2/2015 (Info 556). Comentado pelo
Blog do Dizer o Direito.
21
STJ. 3ª Turma. REsp 1230839-MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 19/3/2013 (Info 519).
22
STJ. 2ª Turma. REsp 1257935-PB, Rel. Min. Eliana Calmon, julgado em 18/10/2012.

31
QUADRO SINÓTICO

ATOS PROCESSUAIS
Os atos processuais podem ser total ou parcialmente digitais, de forma a
PROCESSO ELETRÔNICO permitir que sejam produzidos, comunicados, armazenados e validados por
meio eletrônico.

 Negócio Jurídico Unilateral;

 Negócio Processual Bilateral;


a l
NEGÓCIOS PROCESSUAIS  Negócio Jurídico Processual Plurilateral;
io n
 Negócios Jurídicos Processuais Típicos;
a c
u c
 Cláusula Geral de Negócios Jurídicos Processuais.

E dad d e
Os atos e os termos processuais independem de forma determinada, salvo
FORMA DOS ATOS
e
rt le
quando a lei expressamente a exigir (Princípio da Instrumentalidade das
PROCESSUAIS
Formas);
p o So
TEMPO DOS ATOS
u ra 92
S ut 22- il.com
Os atos processuais devem ser praticados em dias úteis, das 6 (seis) às 20

PROCESSUAIS
e um n D .4 a
r ata 86 gm
(vinte) horas;

d V on 24.5 67@
LUGAR DOS ATOS Em regra, os atos processuais realizar-se-ão ordinariamente na sede do juízo;

A
PROCESSUAIS J 0 ra
t u
 Prazos Legais;
n d
ta
 Prazos Judiciais;
a
PRAZOS PROCESSUAIS
jo n  Prazos Convencionais;

 Prazos Próprios;
 Prazos Impróprios.

 Citação Ato pelo qual são convocados o réu, o


executado ou o interessado para integrar a
COMUNICAÇÃO DOS ATOS
relação processual.
PROCESSUAIS
 Efeitos: induz litispendência, torna litigiosa a
coisa e constitui em mora o devedor;

32
 Modalidades: correio, oficial de justiça,
escrivão ou chefe de secretaria, edital e meio

eletrônico.

 Intimação Ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos


e dos termos do processo.

 Intimação Direta;
 Meio eletrônico;
 Publicação no órgão oficial;
 Correio;

 Escrivão ou chefe da secretaria


 Oficial de justiça, inclusive por hora certa;
 Edital.

 Cartas  Carta Rogatória;

a l
 Carta de Ordem;

io n
 Carta Precatória;
a c
c
 Carta Arbitral.
u
 Por Dependência
E dad d e
DISTRIBUIÇÃO
 Livre e
rt le
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
e um n D .4 a
r ata 86 gm NULIDADES

VÍCIO
d V on 24.5 67@
Ato imperfeito, praticado com defeito porque em desrespeito à forma legal

A J 0 ra prevista para a sua prática;


t u
Sanção processual para a parte que descumpre a forma legal na prática do
NULIDADE
n d
a ta
ato;

jon  Ligada aos interesses particulares das próprias partes;


 Deve ser alegada pelas partes, na primeira oportunidade que tiverem
NULIDADE RELATIVA
de se manifestarem nos autos;

 Não pode ser declarada de ofício.

 Ligada ao interesse público


 Pode ser declarada de ofício pelo juiz
NULIDADE ABSOLUTA
 Pode ser declarada a qualquer tempo e grau de jurisdição (salvo recurso
especial ou extraordinário, que exigem o prequestionamento).

MERA IRREGULARIDADE  Inobservância de regra não relevante;

33
 Ato que falta elemento constitutivo mínimo, sendo impossível
INEXISTÊNCIA JURÍDICA considera-lo como ato processual;

 Nunca se convalida;

PRECLUSÃO
PRECLUSÃO TEMPORAL  A parte não pratica o ato no momento devido;

 A parte pratica um ato anterior logicamente incompatível com ato que


PRECLUSÃO LÓGICA
se quer praticar;

PRECLUSÃO CONSUMATIVA  A parte pratica o ato processual, consumando-o;

 Dirigido ao juiz;
PRECLUSÃO PRO JUDICATO
 Impossibilidade de decidir novamente aquilo que já foi examinado.

a l
io n
COGNIÇÃO
a c
u c
COGNIÇÃO EXAURIENTE d e
 Decisão baseada em juízo de certeza (jurídica), o que justifica a
E dad
e
formação da coisa julgada;

rt le
COGNIÇÃO SUMÁRIA
p o So
 Juízo de probabilidade, devendo o provimento a ser proferido afirmar,

u ra 92
S ut 22- il.com
apenas e tão somente, que é provável a existência do direito;

um n D .4 a
COGNIÇÃO SUPERFICIAL OU  Juízo de verossimilhança;
RAREFEITA
e r ata 86 gm
 Típica das decisões liminares em processo cautelar.

d V on 24.5 67@
A J 0 ra
t u Valor da Causa
n d
a ta
 Competência;

jo n
 Procedimento:
 Calculo das custas e do preparo;
Reflexos
 Fixação do valor de multas;
 Recursos em execução fiscal;
 No inventário e partilha.

Em regra, conteúdo econômico da demanda; Quando não for possível, uma


estimativa.
Critérios  Na ação de cobrança de dívida, a soma monetariamente corrigida do principal,
dos juros de mora vencidos e de outras penalidades, se houver, até a data de
propositura da ação;

34
 Na ação que tiver por objeto a existência, a validade, o cumprimento, a
modificação, a resolução, a resilição ou a rescisão de ato jurídico, o valor do ato

ou o de sua parte controvertida;

 Na ação de alimentos, a soma de 12 (doze) prestações mensais pedidas pelo autor;


 Na ação de divisão, de demarcação e de reivindicação, o valor de avaliação da
área ou do bem objeto do pedido;

 Na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o valor pretendido;

 Na ação em que há cumulação de pedidos, a quantia correspondente à soma dos


valores de todos eles;

 Na ação em que os pedidos são alternativos, o de maior valor;


 Na ação em que houver pedido subsidiário, o valor do pedido principal.

a l
io n
a c
u c
E dad d e
e
rt le
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
e um n D .4 a
r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
t u
n d
a ta
jo n

35
QUESTÕES COMENTADAS

Aluno, haja vista a pequena quantidade de questões da carreira de Magistratura


Federal sobre o tema, complementaremos o estudo com questões de outras
carreiras, mas que abordem o assunto com igual nível de complexidade. O
importante é que não deixemos de treinar. Vamos lá?

a l
io n
Questão 1
a c
u c
d e
(TRF - 3ª REGIÃO - 2018 - TRF - 3ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto) Sobre o ato de citação,
E dad
é CORRETO afirmar: e
rt le
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
A) O gerente de filial ou agência presume-se autorizado pela pessoa jurídica estrangeira a

e r ata 86 gmum n D .4 a
receber citação para qualquer processo.

V on 24.5 67@
B) Nos casos de litisconsórcio passivo necessário, o juiz de ofício determinará diretamente a
d
A J 0 ra
t
citação de todos que devam ser litisconsortes.
u
n d
a ta
C) No caso de ação possessória em que figure no polo passivo grande número de pessoas, a
jo n
citação será feita por edital.

D) A procuração geral para o foro, salvo se previstos poderes especiais específicos, não habilita
o advogado a receber citação, o que vale inclusive para a hipótese de reconvenção, por ter esta
natureza jurídica de ação.

Comentário

36
Correta letra A. Veja o que disciplina o art. 75 do CPC: Serão representados em juízo, ativa e
passivamente: §3º O gerente de filial ou agência presume-se autorizado pela pessoa jurídica
estrangeira a receber citação para qualquer processo.

Questão 2
(VUNESP – 2019 – TJ-RO – Juiz de Direito Substituto) Com relação à forma, ao tempo e ao
lugar dos atos processuais, assinale a alternativa correta.

A) A parte poderá renunciar ao prazo estabelecido exclusivamente em seu favor, desde que o
faça de maneira expressa.

a l
n
B) Os atos das partes consistentes em declarações unilaterais ou bilaterais de vontade só podem
io
a c
modificar ou extinguir direitos processuais após a homologação judicial.
u c
E dad d e
C) Salvo autorização judicial, as citações, intimações e penhoras não poderão ser realizadas no
período de férias forenses e nos feriados. e
rt le
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
D) Em caso de obstáculo criado por uma das partes, superado o motivo que deu causa à

e um n D .4 a
suspensão do curso do prazo, este será restituído integralmente à outra parte.
r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
E) O documento redigido em língua estrangeira poderá ser juntado aos autos desacompanhado
A J 0 ra
t
de versão para a língua portuguesa se as partes assim acordarem.
u
n d
Comentário a ta
jo n
Correta letra A: A parte poderá renunciar ao prazo estabelecido exclusivamente em seu favor,
desde que o faça de maneira expressa (art. 225 do CPC);

LETRA B: Os atos das partes consistentes em declarações unilaterais ou bilaterais de


vontade produzem imediatamente a constituição, modificação ou extinção de direitos
processuais (art. 200 do CPC);

LETRA C: Independentemente de autorização judicial, as citações, intimações e penhoras


poderão realizar-se no período de férias forenses, onde as houver, e nos feriados ou dias úteis

37
fora do horário estabelecido neste artigo, observado o disposto no art. 5º, XI da CF (art. 212,
§2º, do CPC);

LETRA D: Suspende-se o curso do prazo por obstáculo criado em detrimento da parte ou


ocorrendo qualquer das hipóteses do art. 313, devendo o prazo ser restituído por tempo igual
ao que faltava para sua complementação (art. 221 do CPC);

LETRA E: O documento redigido em língua estrangeira somente poderá ser juntado aos autos
quando acompanhado de versão para a língua portuguesa tramitada por via diplomática ou
pela autoridade central, ou firmada por tradutor juramentado (art. 192 do CPC).

Questão 3
l
(TRF - 2ª Região - 2017 - TRF - 2ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto) Mévio ingressa com
a
io n
ação em face da Empresa de Correios e Telégrafos -ECT. Postula indenização, já que foi
a c
atropelado por veículo da ré. Marque a opção correta:
u c
E dadd e
e
A) A citação pode ser feita na pessoa do advogado geral da União.
rt le
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
B) Considerando que a ré é o Correio, a citação não pode ser feita pelo correio e deve ser feita
por Oficial de Justiça.

e um n D .4 a
r ata 86 gm
V on 24.5 67@
C) Julgado procedente o pedido, a citação será, no caso, o termo inicial do fluxo dos juros de
d
A J 0 ra
mora. t u
n d
a ta
D) A citação válida, ainda que ordenada por juiz incompetente, torna prevento do juízo.
jon
E) A citação válida, ainda que ordenada por juiz incompetente, produz litispendência.

Comentário

Correta letra E. É o que afirma o art. 240 do CPC: A citação válida, ainda quando ordenada por
juízo incompetente, induz litispendência, torna litigiosa a coisa e constitui em mora o devedor,

38
ressalvado o disposto nos arts. 397 e 398 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código
Civil).

Questão 4
(FCC - 2019 FCC - TJ-AL - Juiz Substituto) Quanto aos prazos,

A) sendo a lei omissa, o prazo para a parte praticar o ato processual será sempre o de dez dias.

B) a parte pode renunciar àqueles estabelecidos exclusivamente em seu favor, desde que o faça
de maneira expressa.

a l
C) quando contados em dias, estabelecidos legal ou judicialmente, computar-se-ão os dias
corridos.
io n
a c
u c
D) se processuais, interrompem-se nos dias compreendidos entre 20 de dezembro e 20 de
janeiro, inclusive. E dadd e
e
rt le
p o So
E) será considerado intempestivo o ato praticado antes de seu termo inicial, por ainda não
existir, processualmente.
u ra 92
S ut 22- il.com
Comentário e um n D .4 a
r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
t
Correta letra B: Art. 225 do NCPC – “Art. 225. A parte poderá renunciar ao prazo estabelecido
u
n d
exclusivamente em seu favor, desde que o faça de maneira expressa”.
a ta
jo n
LETRA A: Art. 218, §1º, do NCPC – “Art. 218. Os atos processuais serão realizados nos prazos
prescritos em lei. §1º Quando a lei for omissa, O JUIZ DETERMINARÁ OS PRAZOS em
consideração à complexidade do ato”.

LETRA C: Art. 219 do NCPC – “Art. 219. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou
pelo juiz, computar-se-ão somente os dias ÚTEIS”.

LETRA D: Art. 220 do NCPC – “Art. 220. SUSPENDE-SE o curso do prazo processual nos dias
compreendidos entre 20 de dezembro e 20 de janeiro, inclusive”.

39
LETRA E: Art. 218, §4º, do NCPC – “Art. 218. §4º Será considerado TEMPESTIVO o ato praticado
antes do termo inicial do prazo”.

Questão 5
(FCC – 2019 - TJ-AL - Juiz Substituto) O erro de forma do processo

A) acarreta a ineficácia de todos os atos processuais, que deverão ser repetidos de acordo com
a forma prescrita ou não defesa em lei.

B) acarreta unicamente a anulação dos atos que não possam ser aproveitados, devendo ser
praticados os que forem necessários a fim de se observarem as prescrições legais.

C) não acarreta consequência processual alguma, devendo prevalecer os atos praticados em


a l
nome do exercício pleno e efetivo da atividade jurisdicional.
io n
a c
c
D) acarreta a inexistência dos atos processuais cujo aproveitamento não seja possível, a serem
u
novamente praticados em tempo razoável.
E dad d e
e
rt le
o So
E) é mera irregularidade, que só necessitará de ratificação ou convalidação se alguma das partes
p
for menor ou incapaz. u ra 92
S ut 22- il.com
Comentário
e um n D .4 a
r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
J 0 ra
Correta letra B. Veja o que diz o art. 283 do CPC: O erro de forma do processo acarreta
A t u
unicamente a anulação dos atos que não possam ser aproveitados, devendo ser praticados os
n d
ta
que forem necessários a fim de se observarem as prescrições legais.
a
jo n
Questão 6
(CESPE - 2019 - TJ-BA - Juiz de Direito Substituto) De acordo com o CPC, na ação em que
houver pedido subsidiário, o valor da causa corresponderá

A) à soma dos valores dos pedidos principal e subsidiário.

B) ao pedido de maior valor, entre o principal e o subsidiário.

C) à média dos valores dos pedidos principal e subsidiário.

40
D) ao valor do pedido principal.

E) ao valor de qualquer dos pedidos, principal ou subsidiário, desde que a diferença dos seus
valores seja de até 5%.

Comentário

Correta letra D. Art. 292 do CPC: O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção
e será: VIII - na ação em que houver pedido subsidiário, o valor do pedido principal.

a l
Questão 7
io n
a c
c
(CESPE - 2018 - TJ-CE - Juiz Substituto) A fixação de calendário para a prática de atos
u
processuais
E dadd e
e
rt le
A) vincula as partes, mas não o juiz.
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
um n D .4 a
B) torna dispensável intimação para a audiência cuja data esteja designada no calendário.

e r ata 86 gm
V on 24.5 67@
C) é uma convenção processual e, portanto, não pode ser firmada pela fazenda pública.
d
A J 0 ra
t u
D) deve assumir a forma determinada em lei para evitar falha que gere nulidade.
n d
a ta
n
E) é uma convenção processual que, se estipular confidencialidade, permitirá que o processo
jo
tramite em segredo de justiça.

Comentário

Correta letra B. É a redação do art. 191, §2º, CPC: "Dispensa-se a intimação das partes para a
prática de ato processual ou a realização de audiência cujas datas tiverem sido designadas no
calendário."

41
Questão 8
(TRF - 2ª Região - 2017 - TRF - 2ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto) ATENÇÃO. O acerto da
presente questão consiste em IDENTIFICAR A ASSERTIVA FALSA. Em tema de nulidade
processual, é ERRADO afirmar:

A) O CPC adota a concepção de instrumentalidade das formas.

B) Com a restrição ao cabimento do agravo de instrumento, não há mais pena de preclusão


caso a eventual nulidade dos atos não seja alegada na primeira oportunidade que couber à
parte falar nos autos.

a l
io n
C) Quando puder decidir o mérito em favor da parte a quem aproveite a nulidade, o Juiz não a
a c
pronunciará.
u c
E dadd e
e
D) Anulado o ato. consideram-se de nenhum efeito os subsequentes que dele dependam;
rt le
o So
todavia, a nulidade de uma parte do ato não prejudicará as outras que dela sejam
p
independentes. u ra 92
S ut 22- il.com
e um n D .4 a
r ata 86 gm
E) O ato não será repetido nem sua falta será suprida quando não prejudicar a parte.

d V on 24.5 67@
A J 0 ra
t u
n d
Comentário
a ta
jon
Incorreta letra B. Veja o que diz o art. 278 do CPC: A nulidade dos atos deve ser alegada na
primeira oportunidade em que couber à parte falar nos autos, sob pena de preclusão. Parágrafo
único. Não se aplica o disposto no caput às nulidades que o juiz deva decretar de ofício, nem
prevalece a preclusão provando a parte legítimo impedimento.

Todas as demais assertivas estão conformes.

Questão 9
42
(CESPE - 2018 - TJ-CE - Juiz Substituto) Com base no CPC, é correto afirmar que o valor da
causa:

A) não servirá de base de cálculo para a fixação de multa por ato atentatório à dignidade da
justiça caso seja irrisório ou demasiado elevado.

B) é um requisito legal da petição inicial, mas não da reconvenção.

C) não poderá ser corrigido de ofício pelo juiz, mesmo se verificado que a monta indicada não
corresponde ao conteúdo patrimonial em discussão.

D) pode ser corrigido a qualquer tempo se comprovada alteração superveniente de fato ou de

l
direito, oportunidade na qual será complementado o seu pagamento, se necessário.
a
io n
c
E) corresponderá, em causa relativa a obrigação por tempo indeterminado, à soma das parcelas
a
u c
vencidas mais o valor de uma prestação anual relativa às parcelas vincendas.

E dadd e
e
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p o So
Comentário u ra 92
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um n D .4 a
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Correta letra E. É o que diz o §2° do art. 292 do CPC, veja: “O valor das prestações vincendas
e
V on 24.5 67@
será igual a uma prestação anual, se a obrigação for por tempo indeterminado ou por tempo
d
A J 0 ra
t
superior a 01 ano, e, se por tempo inferior, será igual à soma das prestações”.
u
n d
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Questão 10
CESPE - 2019 - TJ-PA - Juiz de Direito Substituto: A intimação de empresa pública para o
cumprimento de sentença, caso não haja procurador constituído nos autos, será feita
preferencialmente por

A) diário oficial.

B) mandado.

43
C) meio eletrônico.

D) edital.

E) carta com aviso de recebimento.

Comentário

Correta letra C. Art. 246. §1º Com exceção das microempresas e das empresas de pequeno
porte, as empresas públicas e privadas são obrigadas a manter cadastro nos sistemas de
processo em autos eletrônicos, para efeito de recebimento de citações e intimações, as quais
serão efetuadas preferencialmente por esse meio.

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e
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44
GABARITO

Questão 1 - A

Questão 2 - A

Questão 3 - E

Questão 4 - B

Questão 5 - B a l
ion
Questão 6 - D
a c
u c
Questão 7 - B d e
E dad
Questão 8 - B e
rt le
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Questão 9 - E u ra 92
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Questão 10 – C
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45
QUESTÃO DESAFIO

A habilitação de advogado em processo eletrônico ocasiona


presunção de ciência inequívoca das decisões? E pode haver

presunção de ciência inequívoca em processo físico?

Máximo de 5 linhas

a l
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u c
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46
GABARITO DA QUESTÃO DESAFIO

Segundo entendimento do STJ, constante no informativo nº 642, a lógica da presunção de

ciência inequívoca do conteúdo de decisão constante de autos físicos, quando da


habilitação de advogado com a carga do processo, não se aplica nos processos eletrônicos.

Você deve ter abordado necessariamente os seguintes itens em sua resposta:

 Não se aplica nos processos eletrônicos

De acordo com o art. 194 do CPC: “Os sistemas de automação processual respeitarão a
publicidade dos atos, o acesso e a participação das partes e de seus procuradores (...)”. Assim,

a l
em regra, nos processos judiciais faz-se necessário o respeito ao princípio da publicidade dos

io n
atos processuais.
a c
u c
d e
No entanto, por conseguir consultar o processo na hora que lhe convém, os advogados tem a
E dad
e
rt le
possibilidade de verificar as decisões antes de serem intimados, devido ao fato de que é

p o So
necessário o servidor, depois de anexada a decisão nos autos eletrônicos, intimar os patronos
u ra 92
S ut 22- il.com
para terem ciência da decisão. Assim, cinge-se a controvérsia a saber se a habilitação de

r ata 86 gm um n D .4 a
advogado no processo eletrônico deve ser entendida como a antiga carga física dos autos, onde
e
V on 24.5 67@
a interpretação do STJ era no sentido de que se presumia ciente da decisão constante do
d
A J 0 ra
processo. t u
n d
a ta
Desse modo, o STJ decidiu da seguinte forma: “A habilitação de advogado em autos eletrônicos
jon
não é suficiente para a presunção de ciência inequívoca das decisões, sendo inaplicável a lógica
dos autos físicos.” Isso porque “Para ter acesso ao conteúdo de decisão prolatada e não
publicada nos autos eletrônicos, o advogado deverá acessar a decisão, gerando,
automaticamente, informação no movimento do processo acerca da leitura do conteúdo da
decisão.” STJ. 3ª Turma. AgInt no REsp 1.592.443-PR, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino,
julgado em 17/12/2018 (Info 642).

 Diferente da habilitação com a carga do físico

47
De acordo com o art. 272, § 6º, do CPC: “A retirada dos autos do cartório ou da secretaria em
carga pelo advogado, por pessoa credenciada a pedido do advogado ou da sociedade de
advogados, pela Advocacia Pública, pela Defensoria Pública ou pelo Ministério Público implicará
intimação de qualquer decisão contida no processo retirado, ainda que pendente de publicação.”
Por isso se considera que é presumia a ciência da decisão com a carga física dos autos, mesmo
pendente de publicação, já que a decisão estará nos autos e o patrono saberá da decisão.

Sobre o tema, o respeitável doutrinador Humberto Theodoro Júnior explica: “Sendo a citação
uma modalidade de intimação, qualificada pelo fim de cientificar o citando sobre a propositura
da ação, não há de ser diferente a regra de suprimento a ela aplicável, de modo que não se
deve admitir que uma simples petição de vista possa tornar o réu automaticamente citado.

l
Haverá de se seguir a carga dos autos ao advogado, para que ocorra o suprimento da citação”.
a
io n
(Theodoro Júnior, Humberto. Curso de Direito Processual Civil – vol. I: teoria geral do direito
a c
c
processual civil, processo de conhecimento, procedimento comum – 60. ed. – Rio de Janeiro:
u
Forense, 2019, p. 814).
E dad d e
e
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p o So
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48
LEGISLAÇÃO COMPILADA

Neste capítulo, é de extrema importância a leitura de:

Atos Processuais

 CPC: arts. 188 a 275; e 284 a 293;


 Lei 11.419/2006.
a l
 Súmulas: 106, 429 do STJ; e 310 e 449 do STF
io n
a c
Nulidades
u c
E dad d e
 CPC: arts. 276 a 283;
e
rt le
p o So
Atos Processuais u ra 92
S ut 22- il.com
 Súmula 106, STJ

e um n D .4 a
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V on 24.5 67@
Proposta a ação no prazo fixado para o seu exercício, a demora na citação, por motivos inerentes ao mecanismo
d
A J 0 ra
da justiça, não justifica o acolhimento da arguição de prescrição ou decadência.
t u
 Súmula 429, STJ n d
a ta
jo n
A citação postal, quando autorizada por lei, exige o aviso de recebimento.

 Súmula 310, STF

Quando a intimação tiver lugar na sexta-feira, ou a publicação com efeito de intimação fôr feita nesse dia, o prazo
judicial terá início na segunda-feira imediata, salvo se não houver expediente, caso em que começará no primeiro
dia útil que se seguir.

Valor da Causa

 Súmula 449, STF

O valor da causa, na consignatória de aluguel, corresponde a uma anuidade.

49
JURISPRUDÊNCIA

Atos processuais

 Informativo 546 do STJ:

Não supre a falta de citação em ação revisional de alimentos o comparecimento do réu

a l
para contraminutar agravo de instrumento contra decisão denegatória de tutela
io n
c
antecipada, sem que haja qualquer pronunciamento na ação principal por parte do
a
demandado.
u c
E dad d e
 Informativo 820 do STJ: e
rt le
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
Nos casos de intimação pessoal realizada por oficial de justiça, a contagem do prazo para

um n D .4 a
interposição de recursos ou a eventual certificação de trânsito em julgado começa a partir

e r ata 86 gm
da juntada dos autos do mandado devidamente cumprido.

d V on 24.5 67@
 A J 0 ra
Informativo 642 do STJ:
t u
A habilitação de advogado em
d
n autos eletrônicos não é suficiente para a presunção de
a t a
jo n
ciência inequívoca das decisões, sendo inaplicável a lógica dos autos físicos. A lógica da
presunção de ciência inequívoca do conteúdo de decisão constante de autos físicos,
quando da habilitação de advogado com a carga do processo, não se aplica nos processos
eletrônicos. Para ter acesso ao conteúdo de decisão prolatada e não publicada nos autos
eletrônicos, o advogado deverá acessar a decisão, gerando, automaticamente, informação
no movimento do processo acerca da leitura do conteúdo da decisão.

 Informativo 644 do STJ:

50
É valida a intimação da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT realizada na
pessoa do advogado cadastrado no sistema PJe.

 Informativo 604, STJ:

Nos casos de intimação/citação realizadas por correio, oficial de justiça, ou por carta de
ordem, precatória ou rogatória, o prazo recursal inicia-se com a juntada aos autos do aviso
de recebimento, do mandado cumprido, ou da juntada da carta. STJ. (recurso repetitivo)
(Info 604)

 Informativo 647, STJ:

Na hipótese de duplicidade de intimações, prevalece a intimação eletrônica sobre aquela


realizada por meio do Diário de Justiça
a l
io n
Nulidades
a c
u c
 Informativo 553 do STJ:
E dad d e
e
rt le
Não há nulidade na publicação de ato processual em razão do acréscimo de uma letra ao
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
sobrenome do advogado no caso em que o seu prenome, o nomes das partes e o número

um n D .4 a
do processo foram cadastrados corretamente, sobretudo se, mesmo com a existência de

e r ata 86 gm
erro idêntico nas intimações anteriores, houve observância aos prazos processuais

d V on 24.5 67@
passados, de modo a demonstrar que o erro tráfico não impediu a exata identificação do
A J 0 ra
t u
processo. O entendimento do STJ é no sentido de que o erro insignificante na grafia do
àn
d
t
nome do advogado, aliado
a a possibilidade se identificar o processo por outros elementos,

jone o nome da parte, não enseja nulidade da publicação do ato


como o seu número
processual.

Valor da Causa

 Informativo 519 do STJ

O valor da causa em ação de reintegração de posse que objetive a retomada de bem


objeto de contrato de comodato que tenha sido extinto deve corresponder à quantia

51
equivalente a doze meses de aluguel do imóvel. STJ. 3ª Turma. REsp 1230839-MG, Rel. Min.
Nancy Andrighi, julgado em 19/3/2013 (Info 519).

 Informativo 703 do STF

Em regra, se a ação proposta tiver por objetivo questionar um negócio jurídico, o valor da
causa será o valor econômico deste contrato. Entretanto, a jurisprudência entende que, se
estiver sendo impugnada apenas uma parte do negócio ou determinada cláusula
contratual, o valor da causa não será o valor integral do contrato, mas tão somente o
benefício econômico daquilo que está sendo questionado no processo. STF. Plenário. ACO
664 Impugnação ao Valor da Causa-AgR/RJ, rel. Min. Cármen Lúcia, 24/4/2013.

Informativo 556 do STJ



a l
io n
A ação rescisória é uma ação e, portanto, o autor, na petição inicial, deverá indicar o valor

a c
c
da causa. Qual é o critério para se atribuir o valor da causa na ação rescisória? Em regra,
u
d e
o valor da causa na ação rescisória deverá ser o mesmo que foi atribuído para a ação
E dad
e
rt le
principal (originária), devidamente atualizado monetariamente (valor da causa da ação

p o So
u ra 92
originária + correção monetária). Exceção: é possível que, mesmo o autor tendo indicado
S ut 22- il.com
o mesmo valor da ação principal, a parte ré impugne o valor da causa demonstrando que
um n D .4 a
r ata 86 gm
o benefício econômico pretendido na rescisória está em descompasso com essa fixação
e
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(ex: provando que houve uma excepcional valorização do bem pretendido na ação
A J 0 ra
t
rescisória). O impugnante deverá demonstrar, com precisão, o valor correto que entende
u
d
n instruindo a inicial da impugnação com os documentos
t a
devido para a ação rescisória,
a do alegado. STJ. 2ª Seção. PET 9892-SP, Rel. Min. Luis Felipe
n
necessários à comprovação
jo
Salomão, julgado em 11/2/2015.

52
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Presidência da República, 1988.

______. Lei nº 13.105 de 16 de março de 2015. Institui o Código de Processo Civil. Brasília:
Presidência da República, 2015.

BUENO, Cassio Scarpinella. Manual de Direito Processual Civil: Inteiramente Estruturado à


Luz do Novo CPC, de acordo com a Lei n. 13.256, de 4-2-2016. 2. ed. rev., atual. e ampl. – São
Paulo: Saraiva, 2016.

a l
n
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Vade Mecum de Jurisprudência Dizer o Direito. 4ª Edição.
io
– Salvador: Ed. Podivm, 2018.
a c
u c
d e
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmulas do STF e STJ. 3ª Edição. – Salvador: Ed. Podivm,
E dad
2018. e
rt le
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
DIDIER JR., Fredie. Curso de Direito Processual Civil: Introdução ao Direito Processual Civil,

e um n D .4 a
Parte Geral e Processo de Conhecimento. 18. ed. - Salvador: Ed. Jus Podivm, 2016.
r ata 86 gm
V on 24.5 67@
GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Direito Processual Civil Esquematizado/ Marcus Vinicius
d
A J 0 ra
Rios Gonçalves; coordenador Pedro Lenza. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
t u
d
n Sérgio Cruz; MITIDIERO, Daniel. Novo Código de
t a
MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART,
aed. rev. atual. e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2016.
jo
processo civil comentado.n2.

Neves, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito Processual Civil - Volume Único. 10ª
edição. Editora JusPodvm, 2018.

Thamay, Rennan. Manual de Direito Processual Civil – 2. ed. – São Paulo: Saraiva Educação,
2019.

53
THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil – Teoria geral do direito
processual civil, processo de conhecimento e procedimento comum – vol. I/Humberto
Theodoro Júnior. 58. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2017.

a l
io n
a c
u c
E dad d e
e
rt le
p o So
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e um n D .4 a
r ata 86 gm
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A J 0 ra
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54
MAGISTRATURA
FEDERAL
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E d e
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Direito Processual
Su utra 22-92il.com Civil
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SUMÁRIO

DIREITO PROCESSUAL CIVIL, Capítulo 5....................................................................................................................3


19. Tutela Provisória ...................................................................................................................................................... 3

19.1 Conceito ............................................................................................................................................................ 3

19.2 Efetivação da Tutela Provisória ............................................................................................................... 5

19.3 Classificações .................................................................................................................................................. 6

19.3.1 Tutela Provisória de Urgência ......................................................................................................... 7

19.3.2 Tutela Provisória de Evidência ..................................................................................................... 17

19.4 Tutela Provisória Contra a Fazenda Pública ................................................................................... 21


a l
io n
20. Provas ......................................................................................................................................................................... 23

a c
20.1
c
Teoria Geral do Direito Probatório .................................................................................................... 23
u
20.2 E dad d e
Ônus da Prova............................................................................................................................................. 24
e
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20.2.1 o So
Inversão do Ônus da Prova .......................................................................................................... 24
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20.3 S ut 22- il.com u ra 92
Provas em espécie ..................................................................................................................................... 26

20.3.1 r ata 86 gm um n D .4 a
Ata Notarial .......................................................................................................................................... 26
e
20.3.2
d V on 24.5 67@
Depoimento Pessoal ........................................................................................................................ 27
A J 0 ra
20.3.3 t u
Confissão ............................................................................................................................................... 28
n d
20.3.4 a ta
Exibição de Documento ou Coisa .............................................................................................. 28
jo n
20.3.5 Prova Documental ............................................................................................................................. 30

20.3.6 Documentos Eletrônicos................................................................................................................. 31

20.3.7 Prova Testemunhal ........................................................................................................................... 32

20.3.8 Prova Pericial ....................................................................................................................................... 33

20.3.9 Inspeção Judicial ................................................................................................................................ 33

QUADRO SINÓTICO ..................................................................................................................................................... 35

QUESTÕES COMENTADAS ....................................................................................................................................... 38



GABARITO ......................................................................................................................................................................... 49

QUESTÃO DESAFIO ........................................................................................................................................................ 50

GABARITO DA QUESTÃO DESAFIO......................................................................................................................... 51

LEGISLAÇÃO COMPILADA............................................................................................................................................ 53

JURISPRUDÊNCIA ............................................................................................................................................................ 54

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................................................. 61

a l
io n
a c
u c
E dad d e
e
rt le
p o So
S ut 22- il.com u ra 92
e r ata 86 gm um n D .4 a
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A J 0 ra
t u
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a ta
jo n
DIREITO PROCESSUAL CIVIL

Capítulo 4

19. Tutela Provisória

Este assunto é um dos mais cobrados em provas objetivas, sendo indispensável que o
candidato conheça todas as modalidades de tutelas provisórias, bem como tenha conhecimento
sobre o direito comparado, levando em conta as mudanças trazidas pelo CPC.

19.1 Conceito
a l
io n
Conforme ensina a doutrina, podemos conceituar a tutela provisória como sendo o
a c
c
conjunto de técnicas que permite ao magistrado, após preenchidos determinados pressupostos
u
E dad d e
(que estão em torno da presença da “urgência” ou da “evidência”), prestar a tutela jurisdicional,
e
rt le
antecedente ou incidentalmente, com base em decisão instável (motivo do caráter provisório)
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
apta a assegurar e/ou a satisfazer, desde logo, a pretensão do autor.

e um n D .4 a
Também podemos conceituar a tutela provisória como uma tutela jurisdicional, fruto de
r ata 86 gm
V on 24.5 67@
uma cognição sumária, dotada de precariedade, que visa a resguardar o direito deduzido em
d
A J 0 ra
juízo ou que objetiva conferir o direito em litígio a quem demonstre possuí-lo.
t u
Tutela provisória não se a
d
n com julgamento antecipado de mérito. Enquanto a
confunde
t
aproferida em cognição sumária e com caráter de provisoriedade,
jo n
primeira é tutela diferenciada,
o segundo é efetivo julgamento, proferido em sede de cognição exauriente e que se reveste
dos efeitos da coisa julgada material.

É jurisdicional, pois deriva de uma decisão judicial, é proferida por um Juiz, que deve ser
competente e imparcial. Ressalte-se, neste ponto, que a tutela provisória é, via de regra,
decidida por decisão interlocutória, de modo a ser recorrível por agravo de instrumento (art.
1015, I, do CPC). Contudo é possível, sim, que a decisão sobre tutela provisória seja proferida
na Sentença, quando será recorrível por apelação, que, neste caso, não terá efeito suspensivo

3
(art. 1012, § 1º, V, do CPC). Ademais, sendo uma decisão judicial, está submetida ao princípio
da motivação das decisões judiciais, de modo que a sua concessão, revogação, modificação
ou o seu indeferimento devem ser motivados (art. 298, do CPC).

É fruto de uma cognição sumária, pois a decisão é, via de regra, proferida antes da
Sentença, ato judicial pelo qual o Juiz efetivamente decide a lide.

Por fim, é precária, justamente por ser fruto de uma cognição sumária, de um juízo de
probabilidade, o Juiz pode notar que errou ao proferir a decisão, pode perceber que é mais
provável, na verdade, que o direito pertença à outra parte, de modo que é possível, a qualquer
tempo, na pendência do processo, a revogação da tutela provisória, nos termos do art. 296,
do CPC. Atente-se para o fato de que, em caso de procedência do pedido, não haverá cessação
da eficácia da medida, mas a sua substituição pelo provimento definitivo. a l
io n
a c
A tutela provisória perdura a sua eficácia no curso do processo enquanto não for revogada
u c
d e
ou substituída pela tutela definitiva. Ela não está sujeita à preclusão nem à coisa julgada material.
E dad
e
rt le
Nota-se, assim, que as tutelas provisórias são formas de inversão do ônus temporal no
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
processo. Em geral, o ônus do transcurso do tempo, no curso do processo, é do autor, ele que

um n D .4 a
fica sem o direito pleiteado enquanto o processo passa por seu trâmite regular. Por meio da

e r ata 86 gm
tutela provisória, o direito lhe é concedido, do modo precário, ou ao menos o direito passa a

d V on 24.5 67@
ser acautelado, antes do fim do processo, de modo que o ônus passa a ser do Réu.
A J 0 ra
t u
n d
a ta
jo n

A tutela provisória pode ser deferida em qualquer tipo de processo, seja ele de conhecimento,
seja de execução, ou em qualquer grau de jurisdição.

4
19.2 Efetivação da Tutela Provisória

Segundo a previsão do art. 297, caput, do CPC, o juiz poderá determinar as medidas que
considerar adequadas para a efetivação da tutela provisória. O termo efetivação significa
execução da tutela, que não dependerá de processo autônomo, desenvolvendo-se por mera
fase procedimental.

O parágrafo único do art. 297, do CPC, prevê expressamente que a efetivação da tutela
provisória é realizada por meio de cumprimento de sentença provisória, no que couber. A
utilização do termo "no que couber" permite ao juiz do caso concreto deixar de aplicar as
regras procedimentais da execução provisória que se mostrarem contraproducentes à
efetivação da tutela antecipada.
a l
io n
Tratando-se de tutela de urgência, é invariavelmente incompatível com a necessidade de
a c
c
imediata satisfação o procedimento estabelecido pelo cumprimento de sentença. Nessa espécie
u
E dad d e
de efetivação, portanto, mais do que nunca se aplicará o termo "no que couber", permitindo ao
e
rt le
juiz a antecipação de atos processuais executivos, ainda que em descompasso com o
p o So
u ra 92
procedimento legal, se tal postura for necessária para a efetiva satisfação do direito pela parte
S ut 22- il.com
que obteve uma tutela de urgência.

e um n D .4 a
r ata 86 gm
V on 24.5 67@
A efetiva satisfação da tutela de urgência que tenha como objeto uma obrigação de pagar
d
A J 0 ra
quantia certa depende da anuência em pagar pelo demandado, o que raramente ocorre. Tendo
t u
d
sido intimado para cumprir sua obrigação e quedando-se inerte, restará ao demandante tentar
n
a ta
localizar o patrimônio do demandado e convertê-lo dentro das formas legais em satisfação de
jo n
seu direito. Mas, a burocracia que envolve a maioria desses atos executivos é incompatível com
a urgência exigida para a efetivação dessa espécie de tutela, de forma que caberá ao juiz a
tomada de providências que agilizem essa efetivação, tais como a penhora de dinheiro on line,
alienação antecipada etc. Todo esse procedimento se realizará como mera fase procedimental,

5
porque, mesmo diante da recusa do demandado em pagar, a ação autônoma de execução
continua a ser dispensável.1

Em regra, a tutela provisória é concedida por meio de uma decisão interlocutória, sendo
executada por meio de cumprimento provisório de sentença, nos termos do parágrafo único
do art. 297, do CPC.

19.3 Classificações2 a l
io n
a c
c
A expressão “tutela provisória” designa um conjunto de tutelas, que podem ser requeridas
u
d e
no bojo tanto do processo de conhecimento, quanto de execução, e que podem ser fundadas
E dad
e
rt le
na urgência (cautelar ou antecipada) ou na evidência. Quanto ao momento de concessão,

p o So
classifica-se em: antecedente ou incidental, nos termos do art. 294 do CPC.
u ra 92
S ut 22- il.com
e um n D .4 a
r ata 86 gm ANTECIPADA
d V on 24.5 67@ (ANTECEDENTE
A J 0 ra OU INCIDENTAL)
t u URGÊNCIA
n d
TUTELA a ta CAUTELAR
jon
(ATECEDENTE OU
PROVISÓRIA
INCIDENTAL)
EVIDÊNCIA

1
Neves, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito Processual Civil - Volume Único. 10ª edição. Editora
JusPodvm, 2018, p. 487-488.
2
Vide Questão 3.
6
19.3.1 Tutela Provisória de Urgência

Com o advento do NCPC, houve uma unificação entre o antigo procedimento cautelar
e antecipado, sendo ambas, atualmente, espécies de tutela de urgência. Neste sentido, no
requerimento de qualquer das espécies, deverá a parte comprovar os seguintes requisitos:
probabilidade do direito (fumus boni iuris) e perigo de dano ou risco ao resultado útil do
processo (periculum in mora). O perigo pode ser resultado de ação ou omissão do réu.

a l
io n
Tragamos à baila, para clarear as ideias, a informação disposta no Enunciado nº 143 do FPPC
a c
c
(Fórum Permanente de Processualistas Civis): (art. 300, caput) “A redação do art. 300, caput,
u
E dad d e
superou a distinção entre os requisitos da concessão para a tutela cautelar e para a tutela
e
rt le
satisfativa de urgência, erigindo a probabilidade e o perigo na demora a requisitos comuns para
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
a prestação de ambas as tutelas de forma antecipada”.

um n D .4 a
r ata 86 gm
A concessão poderá ser feita de forma liminar ou após justificação prévia. Caberá ao
e
V on 24.5 67@
juiz analisar a urgência que acomete a causa para que decida se é razoável proferir, desde logo,
d
A J 0 ra
a decisão, independentemente de manifestação da parte contrária.
t u
d
n provisória pode ser deferida em caráter antecedente, ou,
a
Em casos de urgência, a ttutela
acaráter liminar, antes que tenha sido citado o réu. Conforme
jo
já no processo principal, n
em
preceitua Marcus Vinícius, ainda que não tenham sido deferidas em caráter liminar, elas podem
ser concedidas a qualquer tempo, mesmo na fase de sentença, e até depois dela, pois ainda
assim serão anteriores à solução final, definitiva do processo.

Regra geral, a tutela provisória somente será concedida no caso de possibilidade de


reversibilidade (art. 300, §3º, do CPC). Ocorre que, quando o direito envolver dupla
irreversibilidade, o juiz deverá analisar, com base no caso concreto, a proporção do direito que,
se irreversível, causará menos dano.

7
Sobre o tema, expõe o enunciado 25 da EFAM: “A vedação de tutela de urgência cujos
efeitos possam ser irreversíveis (art. 300, § 3º) pode ser afastada no caso concreto, com base
na garantia do acesso à justiça”.

No que tange à extensão, a cognição das tutelas de urgência é plena, já que não há
restrições quanto às matérias cognoscíveis pelo juiz. Já do ponto de vista da profundidade, a

l
cognição do juiz é superficial, uma vez que não decide com base na certeza do direito, mas em
a
um juízo de plausabilidade.
io n
a c
c
Sabendo que os requisitos para a concessão das tutelas de urgência são os mesmos, cabe
u
E dad d e
ao juiz identificar se o pedido é satisfativo (tutela antecipada) ou não satisfativo (tutela
e
rt le
cautelar). Assim, apenas a tutela provisória antecipada tem natureza satisfativa, pois admite que
p o So
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S ut 22- il.com
o juiz já defira os efeitos que, sem ela, só seriam concedidos ao fim.

e um n D .4 a
Nesse particular, ainda que se formule um pedido cautelar no lugar de um antecipado, o
r ata 86 gm
V on 24.5 67@
juiz não deve indeferir a medida, em respeito ao Princípio da Fungibilidade (Art. 305, parágrafo
d
A
único, do CPC). J 0 ra
t u
n d
a ta
jo n

A parte a quem for concedida a tutela de urgência é objetivamente responsável pelos danos
que, porventura, vier a causar com a sua efetivação, de forma que a indenização será liquidada
nos autos em que a medida tiver sido concedida. Trata-se de aplicação da teoria do risco-
proveito, considerando-se que, se de um lado a obtenção e a efetivação de uma tutela

8
cautelar são altamente proveitosas para a parte, por outro lado, os riscos pela concessão
dessa tutela provisória concedida mediante cognição sumária são exclusivamente daquele que
dela se aproveitou.

O ressarcimento dos prejuízos advindos do deferimento da tutela provisória posteriormente


revogada por sentença que extingue o processo sem resolução de mérito, sempre que
possível, deverá ser liquidado nos próprios autos3.

Justamente por isto, é possível que o juiz, ao conceder a tutela provisória, exija caução
real ou fidejussória, de modo a restar garantida a reparação dos danos sofridos pela outra
parte em caso de revogação da decisão que concedeu a tutela. Importante ressaltar que a

a l
imposição de caução não é obrigatória (cabendo ao juiz analisar a sua necessidade em cada
io n
c
caso) e que a caução não subsiste caso o requerente da tutela provisória demonstre ser
a
hipossuficiente (art. 300, § 1º, do CPC). u c
E dad d e
e
rt le
O art. 302, do CPC, expõe as hipóteses legais de responsabilidade objetiva em razão do

p o So
prejuízo da efetivação da tutela de urgência causar à parte adversa, vejamos:
u ra 92
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e um n D .4 a
 Quando a sentença lhe for desfavorável;
r ata 86 gm
 Quando obtida liminarmente a tutela em caráter antecedente, não fornecer os meios

d V on 24.5 67@
J 0 ra
necessários para a citação do requerido no prazo de 5 (cinco) dias;
A t u
 Quando ocorrer a cessação da eficácia da medida em qualquer hipótese legal4;
n d
ta
 Quando o juiz acolher a alegação de decadência ou prescrição da pretensão do
a
autor. jo n

3
STJ. 3ª Turma. REsp 1.770.124-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 21/05/2019 (Info 649).
4
Vide Questão 3.
9
A responsabilidade pelos prejuízos causados à parte adversa em razão da concessão e
efetivação de tutela de urgência ao final revogada não exclui a eventual reparação por dano
processual.

19.3.1.1 Tutela Provisória de Urgência Antecipada

É a tutela provisória de natureza satisfativa, a qual permite ao juiz definir


antecipadamente os efeitos que, sem ela, somente poderia conceder ao final. Não se antecipa
a tutela constitutiva ou declaratória da mesma forma que não se antecipa a tutela condenatória,
mas sim os efeitos que essas tutelas geram no plano dos fatos. É útil, portanto, para afastar
uma situação de perigo de prejuízo. a l
io n
a c
A competência para examinar a tutela provisória antecedente, seja antecipada ou cautelar,
u c
d e
é a do juízo competente para conhecer do pedido principal.
E dad
e
rt le
Em nenhum dos dois casos, as custas já deverão ser pagas no início, não havendo novas
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
custas quando for apresentado ou aditado o pedido principal.

um n D .4 a
r ata 86 gm
O pedido de suspensão liminar de ato administrativo em uma ação anulatória, por
e
V on 24.5 67@
exemplo, tem como objetivo antecipar os efeitos da sentença final, de modo que o ato, desde
d
A J 0 ra
já, pare de produzir seus efeitos. Outro exemplo de tutela antecipada se configura quando se
t u
d
pleiteia, em ação que busque o fornecimento de medicamentos por determinado ente público,
n
a ta
a concessão dos medicamentos antes da sentença. Note-se que, em ambos os casos, busca-se
jo n
uma antecipação dos efeitos da própria sentença. É uma antecipação do próprio pedido.

19.3.1.2 Tutela Provisória de Urgência Antecipada Antecedente

A lei 13.105/15 (NCPC) repetiu o procedimento de requerimento de tutela antecipada,


previsto no CPC/73, porém inovou ao trazer a possibilidade de a tutela ser requerida em caráter
antecedente, bem como a possibilidade de estabilização da tutela, quando requerida em
momento anterior à propositura da ação.

10
Antes da propositura da ação principal, poderá a parte fazer o pedido de tutela
antecipada em caráter antecedente, demonstrando o direito a que se busca e comprovando
o preenchimento dos requisitos do art 300, do CPC, sendo que, quanto ao pedido principal,
deve a parte apenas indicar qual a tutela final pretendida.

O autor deverá indicar o valor da causa, que deverá corresponder ao do pedido final.

É assim que dispõe o art. 303, do CPC, “nos casos em que a urgência for contemporânea
à propositura da ação, a petição inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e
à indicação do pedido de tutela final, com a exposição da lide, do direito que se busca realizar
e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo”.

l
Não se trata propriamente de uma petição inicial, mas de um requerimento inicial
a
voltado exclusivamente à tutela de urgência pretendida.
io n
a c
u c
Concedida a tutela, será conferido ao autor o prazo de 15 dias (ou outro maior que o

E dad d e
juiz determinar), para que adite sua petição (não incidindo novas custas) com a complementação
e
rt le
o So
de sua argumentação, a juntada dos documentos e a confirmação do pedido de tutela final,
p
u ra 92
S ut 22- il.com
que acompanharão o processo. O descumprimento acarretará a extinção do processo sem
apreciação do mérito.

e um n D .4 a
r ata 86 gm
V on 24.5 67@
Feita a complementação, o réu é citado para comparecer à audiência de conciliação e
d
A J 0 ra
t
é intimado da decisão interlocutória que concedeu a tutela, para que, caso queira, interponha
u
o agravo de instrumento. n d
a ta
jo n
Na eventualidade de o juízo entender que não é hipótese de concessão da tutela
antecipada antecedente, será o autor intimado, no prazo de cinco dias, para complementar
sua petição com a tutela final requerida, sob pena de extinção do processo.

O pronunciamento que indefere o pedido de tutela antecipada formulada em caráter


antecedente é também impugnável por meio do agravo de instrumento, nos termos do art.
1.015, I, do CPC.

11
19.3.1.3 Estabilização da Tutela Antecipada Antecedente

Quando o interesse do autor se satisfaz frente à concessão da tutela antecipada em


caráter antecedente e o réu não agrava de instrumento, nem aquele adita a petição inicial,
ocorre o fenômeno da estabilização (vide art. 304, do CPC), ou seja, a imutabilidade da
autoridade (efeitos) das decisões judiciais. Embora o processo seja extinto sem julgamento do
mérito, a decisão liminar permanece produzindo efeitos. Segundo Marcus Vinícius, a ideia da
estabilidade é a de alcançar o resultado pretendido sem a necessidade de cognição exauriente.

a l
io n
a c
u c
A decisão estabilizada não faz coisa julgada. Na coisa julgada, temos uma tutela final; ocorre

E dad d e
após o trânsito em julgado de uma decisão COM resolução de mérito; está sujeita a uma
e
rt le
ação rescisória (de competência originária de tribunal), a qual deve ser proposta no prazo de
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
dois anos (art. 975 do CPC).

um n D .4 a
r ata 86 gm
A estabilização representa uma generalização da técnica monitória para situações de
e
V on 24.5 67@
urgência e para a tutela satisfativa, na medida em que viabiliza a obtenção de resultados práticos
d
A J 0 ra
a partir da inércia do réu.t u
n d
ta
A medida que for deferida em cognição sumária será eficaz e poderá ser efetivada na
a
jo n
forma de cumprimento provisório de sentença.

Vale a pena fazer um destaque sobre o assunto, que possui íntima relação com o tema
“litisconsórcio”, que vimos em capítulos anteriores. A tutela antecipada antecedente pode ser
concedida contra mais de um réu. Se o autor não aditar a inicial e nenhum dos réus interpuser
impugnação, a medida se tornará estável para todos? Se o litisconsórcio for unitário, o ato
benéfico praticado por um deles, a todos aproveita. Se, contudo, o litisconsórcio for simples, só
haverá estabilidade em relação aos réus que não tenham recorrido. Veja a importância de você
fazer um estudo conectado!

12
Havendo a interposição do agravo de instrumento pelo réu, estará afastada a estabilização da
tutela antecipada concedida de forma antecedente independentemente do resultado do
recurso. O simples fato de o réu ter se insurgido contra a decisão, mesmo que por meio de
recurso formalmente imperfeito, já é o suficiente para a não aplicação do art. 304, do Novo CPC.

a l
io n
a c
u c
E dad d e
e
rt le
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
A tutela antecipada antecedente (art. 303 do CPC) somente se torna estável se não houver

um n D .4 a
nenhum tipo de impugnação formulada pela parte contrária, de forma que a mera

e r ata 86 gm
contestação tem força de impedir a estabilização. STJ. 3 Turma. REsp 1.760.966-SP, Rel. Min.

d V on 24.5 67@
A J 0 ra
Marco Aurélio Bellizze, julgado em 04/12/2018 (Info 639).
t u
n d
As partes terão um prazo de até dois anos para requerer a revisão, a reforma ou a
a ta
n
invalidação da tutela estabilizadora, contados da ciência da decisão que extinguiu o processo,
jo
havendo preclusão do direito, após o decurso desse prazo, mantendo, portanto, os efeitos da
decisão (art. 304, §5º, do CPC). Esse é um prazo decadencial.

O procedimento previsto no §5º, do artigo 304, não se confunde com a ação rescisória.
13
19.3.1.4 Tutela Provisória de Urgência Cautelar5

Para abordar o presente tema, é importante que o candidato atente que o presente tópico
não se confunde com o processo cautelar que era previsto no CPC/73. A nova legislação
extinguiu a divisão em espécie dos procedimentos cautelares, prevendo ainda como novidade
a possibilidade do requerimento de tutela antecipada cautelar antecedente.

Assim, a tutela provisória de urgência cautelar é de natureza não satisfativa, visto que o
juiz não defere de pronto os efeitos pedidos, mas apenas determina uma medida protetiva,
assecuratória, de modo a preservar o direito do autor, em razão do risco relativo à demora no
processo, nos moldes do caput do art. 297, do CPC.

a l
io n
a c
u c
E dad d e
e
rt le
p o So
A tutela de urgência cautelar não busca antecipar o provimento final do feito, não busca
u ra 92
S ut 22- il.com
conferir ao autor um direito, ainda que precário, mas sim proteger o objeto do processo.

e um n D .4 a
r ata 86 gm
São formas de efetivação da tutela cautelar, o arresto, o sequestro, o arrolamento de

d V on 24.5 67@
J 0 ra
bens, o registro de protesto contra alienação de bem e qualquer outra medida idônea para
A t u
asseguração do direito (art. 301, do CPC)6.
n d
a ta
n
A tutela cautelar é ampla, geral e irrestrita, significando que a parte que dela necessite
jo
deve apenas demonstrar o preenchimento do fumus boni iuris e o periculum in mora no caso
concreto para recebê-la, ou seja, os requisitos do art. 300, do CPC, e com a exposição sumária
dos motivos pelo qual se objetiva o direito.

Feito o requerimento, o réu será citado para que apresente contestação em um prazo de
cinco dias (artigo 306).

5
Vide Questão 1.
6
Vide Questão 5.
14
Após a efetivação da cautelar (se atentem ao termo efetivação, já que os examinadores
costumam trocá-lo pelo “deferimento”), o autor formulará, nos mesmos autos, o pedido principal
em um prazo de trinta dias, sob pena de cessação da cautelar.

19.3.1.5 Tutela Provisória de Urgência Cautelar Antecedente

Nos termos do art. 305, caput, do CPC, a petição inicial da ação que visa à prestação de
tutela cautelar em caráter antecedente indicará a lide e seu fundamento, a exposição sumária
do direito que se visa assegurar e o perigo na demora da prestação da tutela jurisdicional.

Sendo acolhido o pedido e efetivada a medida cautelar, o autor terá o prazo de 30 dias
para aditar a petição inicial, elaborando seu pedido principal, sendo adotado a partir desse
momento o procedimento comum.
a l
io n
a c
Também, com o acolhimento do pedido cautelar antecedente, o réu será citado para,

u c
d e
no prazo de 5 dias, contestar o pedido, indicando as provas que pretende produzir. Sendo
E dad
e
apresentada contestação pelo réu, o parágrafo único do art. 307, do CPC, dispõe que o pedido
rt le
cautelar seguirá o procedimento comum.
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
um n D .4 a
No entanto, a ausência jurídica de contestação no processo cautelar gera a revelia do réu,

e r ata 86 gm
exatamente como ocorre no processo de conhecimento.

d V on 24.5 67@
A J 0 ra
t u
n d
a ta
jo n

Essa presunção relativa de veracidade limita-se apenas ao pedido cautelar.

Havendo revelia e sendo gerado o efeito da presunção da veracidade dos fatos, impõe-
se a aplicação do art. 355, II, do CPC, verificando-se o julgamento antecipado do mérito.

No caso de rejeição do pedido, entretanto, a conversão do processo cautelar em


processo principal é uma mera faculdade do autor. O indeferimento do pedido apenas influi no

15
julgamento do pedido principal se o motivo do indeferimento for o reconhecimento de
decadência ou de prescrição, como prevê o art. 310, do CPC.

As causas de cessação da eficácia da tutela cautelar se encontram nos incisos do art. 309,
do CPC, vejamos:

 Não deduzir o pedido principal no prazo legal: é a possibilidade do autor não


elaborar o pedido principal no prazo de 30 dias, hipótese aplicável somente às
cautelares requeridas em caráter antecedente, já que de forma incidental, como será
analisado, o pedido principal já foi formulado.
 Não for efetivada dentro de 30 (trinta) dias: impede que a cautelar gere efeitos, de
forma que a cessação nesse caso não será dos efeitos da tutela cautelar, ainda não

a l
n
gerados, mas da eficácia da decisão que concedeu a tutela cautelar.
io
c
 O juiz julgar improcedente o pedido principal formulado pelo autor ou extinguir
a
u c
o processo sem resolução de mérito: cessa a eficácia da medida cautelar, já que em
E dad d e
ambos os casos a decisão gera a derrota do autor, sendo consequência a perda de
e
rt le
o So
eficácia da tutela cautelar que o favorecia.
p
19.3.1.6
u ra 92
S ut 22- il.com
Tutela Provisória de Urgência (Antecipada ou

e um n D .4 a
r ataIncidental
Cautelar) 8 6 gm
V n .5 @ 4 67
Ad J o
Quando a urgência surge no
2
0 cursotrdo
u
a processo, deve-se formular o pedido incidental
da tutela provisória, que nada maisn dé do que o pleito em simples petição dirigido ao próprio
aa
Juiz da causa, explicitando n
ta
urgência, a probabilidade do direito e o pedido.
jo
Pode ser concedida a qualquer momento do processo, ou seja, do início, com a
propositura da demanda, até o final, com o trânsito em julgado.

Ressalte-se que, por ser pleiteada por simples petição, a tutela de urgência (antecipada
ou cautelar) requerida em caráter incidental independerá do pagamento de custas, tendo em
vista já ter havido pagamento de custas quando da propositura da ação.

16
Apesar do pedido ser no curso do processo, a tutela de urgência incidental também pode
ser concedida inaudita altera parte, o que significa dizer que é admissível a concessão dessa
espécie de tutela de urgência sem o pronunciamento da parte contrária.

Nesses casos em que a tutela é concedida inaudita altera parte¸ não há violação do princípio
do contraditório, pois, nos casos, existe o chamado contraditório diferido, nos termos do art.
9, parágrafo único, I, do CPC.
a l
ion
a c
No entanto, tal possibilidade deve ser concedida apenas de maneira excepcional, pois
u c
d e
somente se justifica conceder uma tutela de urgência de natureza satisfativa antes da oitiva do
E dad
e
rt le
réu em situações de extrema urgência, nas quais a mera espera da citação e resposta do réu já

p o So
seja suficiente para o perecimento do direito do autor. Por exemplo, a hipótese de a ciência
u ra 92
S ut 22- il.com
motivar o réu a adotar alguma conduta que venha a frustrar a eficácia de uma futura antecipação

um n D .4 a
r ata 86 gm
de tutela pode justificar no caso concreto sua concessão liminarmente.
e
d
19.3.2
V oProvisória
Tutela
n 4.5de Evidência
2 6 7@
A J 0 tra
d u
n
A tutela de evidência permite que o juiz antecipe uma medida, transferindo do autor para
ta
n a
o réu o ônus da demora processual. Sob esse título, o legislador agrupou (em rol que a doutrina
jo
entende taxativo) hipóteses que dispensam a urgência, o perigo de dano ou o risco do
resultado útil do processo.

Quando deferida com fundamento na evidência, só poderá ter caráter de tutela


antecipada, de natureza satisfativa, não pode ter natureza cautelar.

É sempre deferida em cognição sumária e em caráter provisório.

Nos termos do art. 311 do CPC, a tutela da evidência será concedida, independentemente
da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando:

17
19.3.2.1 Abuso do Direito de Defesa ou o Manifesto Propósito
Protelatório da Parte

O inciso I, do art. 311, do CPC, prevê que a concessão de tutela provisória de evidência
pode ser decorrente do abuso do direito de defesa ou do manifesto propósito protelatório da
parte.

O juiz a concede quando, no curso do processo, a conduta da parte é tal que permita
inferir que está protelando o julgamento, ou buscando auferir vantagens indevidas, pelo decurso
do tempo.

Não pode ser concedida liminarmente.

a l
n
Mas, atenção, aluno! Se a matéria for só de direito e a defesa for manifestamente
io
c
protelatória, nem será caso de tutela de evidência, mas de julgamento antecipado da lide.
a
u c
E dad d e
e
rt le
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
e um n D .4 a
r ata 86 gm
V on 24.5 67@
“A probabilidade do direito constitui requisito para concessão da tutela da evidência fundada
d
A J 0 ra
em abuso do direito de defesa ou em manifesto propósito protelatório da parte contrária”,
t u
d
conforme estipulado pelo Enunciado 47 da I Jornada de Direito Processual Civil do CJF/STJ.
n
a ta
19.3.2.2 jon
Fato Provável e Tese Jurídica Pacificada nos Tribunais
Superiores

O inciso II, do art. 311, do CPC, dispõe que: as alegações de fato puderem ser
comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos
repetitivos ou em súmula vinculante.

São dois os requisitos cumulativos: que havendo questão de fato, ela já possa ser
comprovada apenas por documentos; e que a questão de direito seja objeto de tese firmada

18
em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante. Tais circunstâncias, se verificadas,
darão ao juiz uma forte convicção de procedência da pretensão do autor.

Nessa segunda hipótese, fica evidenciada a necessidade de probabilidade de existência


do direito do autor, elemento essencial da tutela de evidência. O legislador tomou o cuidado
de exigir essa probabilidade tanto no aspecto fático como no jurídico, exigindo prova
documental para comprovar os fatos alegados e tese jurídica já firmada em julgamento de casos
repetitivos ou em súmula vinculante.

a l
io n
a c
u c
Enunciado nº 30 da Enfam (Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados):
E dad d e
e
“É possível a concessão da tutela de evidência prevista no art. 311, II, do CPC/2015 quando a
rt le
o So
pretensão autoral estiver de acordo com orientação firmada pelo Supremo Tribunal Federal em
p
u ra 92
S ut 22- il.com
sede de controle abstrato de constitucionalidade ou com tese prevista em súmula dos tribunais,

e um n D .4 a
independentemente de caráter vinculante.”
r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
Enunciado nº 31 da Enfam: “A concessão da tutela de evidência prevista no art. 311, II, do
A J 0 ra
t
CPC/2015 independe do trânsito em julgado da decisão paradigma.”
u
n d
a ta
19.3.2.3 Prova Documental em Ação Reipersecutória
jon
Prevista no inciso III, do art. 311, do CPC, a tutela de evidência pode ser concedida quando
se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de
depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação
de multa.

Substituiu o procedimento especial de depósito, que agora é tutela de evidência. Assim,


caso o depositário não devolva a coisa, pode-se pretender a devolução por meio de tutela
provisória da evidência.

19
Enunciado 29 da Enfam: “para a concessão da tutela de evidência prevista no art. 311, III, do
CPC/2015, o pedido reipersecutório deve ser fundado em prova documental do contrato de
depósito e também da mora”.

19.3.2.4 Prova Documental sem Prova do Réu Capaz de Gerar


Dúvida Razoável ao Juiz

a l
n
O inciso IV, do art. 311, do CPC, prevê a última hipótese de tutela da evidência. Se a
io
c
petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito
a
u c
do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável, ao juiz caberá a
E dad d e
concessão da tutela provisória da evidência. A prova pode ser documentada, ou seja, o autor
e
rt le
o So
pode se valer de prova emprestada oral ou pericial.
p
u ra 92
S ut 22- il.com
e um n D .4 a
r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
t u
n d
a ta
jo n
Nas hipóteses previstas nos incisos II e III, do artigo 311, o juiz poderá conceder a tutela de
evidência liminarmente, sendo a materialização do contraditório diferida, ou seja, em momento
posterior à concessão do direito.

20
A respeito do tema, seguem alguns dos principais enunciados do FPPC (Fórum Permanente de
Processualistas Civis) e da Enfam (Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de
Magistrados):

Enunciado nº 418 do FPPC: “As tutelas provisórias de urgência e de evidência são admissíveis
no sistema dos Juizados Especiais.”

a l
Enunciado nº 422 do FPPC: “A tutela de evidência é compatível com os procedimentos
especiais.” io n
a c
u
Enunciado nº 423 do FPPC: “Cabe tutela de evidência recursal.”
c
E dad d e
19.4
e
Tutela Provisória ContraoartFazenda
le Pública
o
p ra S 92 m
u
S ut 22- il.co
Atualmente, está ultrapassado o entendimento de que exista uma vedação generalizada

r um n D .4
m a
a 6
de antecipação de tutela contra a Fazenda Pública, podendo sim ser possível a concessão de
e nat .58 @g
d V o 24 67
tutela provisória contra a fazenda pública.
A J 0 tra
u
Os três principais argumentos contrários à possibilidade de concessão de tutela
d
n
ta (que foram superados) são:
antecipada contra a Fazenda Pública
n a
j o
 Reexame necessário: previsto no art. 496, do CPC, só é exigido de algumas sentenças
de mérito que causam determinada lesão à Fazenda Pública, e não de decisão
interlocutória.
 Necessidade de trânsito em julgado para expedição de precatório: nem sempre o
pagamento de pagar quantia certa dependerá de precatório, como admite o STJ, ao
estabelecer que em caso de fornecimento de medicamento não entregue pelo Estado,
inclusive com o bloqueio de verbas públicas, na esteira de entendimento consolidado
no Supremo Tribunal Federal. Além disso, nem todas as causas contra a fazenda

21
pública versam sobre pagamento de quantia certa, existem também as causas que
buscam a satisfação das obrigações de fazer, não fazer e entregar coisa.
 Vedação ao cabimento de “cautelares satisfativas” decorrente da previsão do art.
1.º da Lei 8.952/1994: a vedação geral à concessão da tutela antecipada só pode ser
creditada à incapacidade de compreender as diferenças entre tutela cautelar e tutela
antecipada.

a l
io n
Súmula 729, STF: “A decisão da Ação direta de Constitucionalidade 4 não se aplica à antecipação
a c
c
de tutela em causa de natureza previdenciária”. Ou seja, pode conceder a tutela provisória contra
u
a Fazenda Pública em matéria previdenciária – não há restrições. E dad d e
e
rt le
p o So
Somente está proibida a concessão de tutela antecipada nas hipóteses listadas no art. 1º
u ra 92
S ut 22- il.com
da Lei nº 9.494/97, que deve ser interpretado restritivamente. No presente julgado, o STF afirmou

r ata 86 gmum n D .4 a
que seria possível a concessão de tutela antecipada tratando sobre férias de servidores públicos,
e
V on 24.5 67@
considerando que isso não envolve a reclassificação ou equiparação de servidores públicos nem
d
A J 0 ra
a concessão de aumento ou extensão de vantagens7.
t u
n d
a ta
jo n

7
STF. Plenário. Rcl 4311/DF, red. p/ o acórdão Min. Dias Toffoli, julgado em 6/11/2014 (Info 766).
22
20. Provas

20.1 Teoria Geral do Direito Probatório

Para Daniel Amorim de Assumpção Neves8, o termo “prova”, no campo processual, é


empregado em diferentes acepções, vejamos:

 Pode significar a produção de atos tendentes ao convencimento do juiz, confundindo-


se nesse caso com o próprio procedimento probatório (por exemplo, o autor tem o
ônus de provar, ou seja, de praticar os atos atinentes à formação do convencimento
do juiz);
 Pode significar o próprio meio pelo qual a prova será produzida (prova documental,
a l
prova testemunhal etc.);
io n
a c
 Pode significar a coisa ou pessoa da qual se extrai informação capaz de comprovar a

u c
d e
veracidade de uma alegação, ou seja, a fonte de prova (documento, testemunha);
E dad
e
 Pode significar o resultado de convencimento do juiz (por exemplo, "esse fato está
rt le
devidamente provado nos autos").
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
Assim, a prova no processo civil tem a finalidade de garantir que as partes provem suas

e um n D .4 a
r ata 86 gm
alegações, isto é, o fato constitutivo do direito do autor, ou eventual fato impeditivo,

d V on 24.5 67@
modificativo ou extintivo, arguido pelo réu.
A J 0 ra
t u
d
Dessa forma e nos termos dos arts. 319, VI, e 336, do CPC, cabe às partes indicar, na
n
a ta
petição inicial e na contestação, os meios de prova que pretendem produzir para ver
jon
confirmadas as suas alegações.

8
NEVES, Daniel. p. 724.
23
Em matéria probatória, o Processo Civil brasileiro é norteado pelo Princípio do Convencimento
Fundamentado ou da Persuasão Racional (vide art. 371, do CPC).

20.2 Ônus da Prova

A função do ônus da prova é indicar qual dos litigantes sofrerá as consequências negativas
advindas da falta de comprovação. Segundo a doutrina, a aplicação das regras do ônus da prova
fica restrita aos casos de terem sido esgotadas as possibilidades de aclaramento dos fatos. Caso
ainda haja prova que possa auxiliar o juiz, esse deve mandar produzi-la. Será delimitado na
decisão de saneamento, mas, ao fixá-lo, o juiz deve observar uma peculiaridade trazida no
artigo 373. Isto porque, apesar de mantido o sistema estático de ônus da prova como regra

l
(incumbe ao autor a prova do fato constitutivo de seu direito e ao réu, a existência de fato
a
io n
impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor), o parágrafo primeiro inovou ao
possibilitar a distribuição dinâmica do ônus da prova9. a c
u c
E dad d e
A exceção (distribuição dinâmica da prova) ocorrerá quando as peculiaridades da causa
e
rt le
o So
impossibilitem ou dificultem excessivamente a produção da prova por aquele que em regra
p
u ra 92
S ut 22- il.com
deveria fazê-la. Também será possível quando a parte contrária tiver maior facilidade na
obtenção da prova.

e um n D .4 a
r ata 86 gm
V on 24.5 67@
O juiz irá avaliar qual parte está em melhores condições de produzir a prova e, por decisão
d
A J 0 ra
fundamentada, decidirá o ônus.
t u
n d
ta
20.2.1 Inversão do Ônus da Prova
a
j on
Outra possibilidade é a inversão convencional da prova, que será admitida quando o
direito recair sobre direito disponível e que não gere à outra parte uma prova diabólica, ou seja,
excessivamente difícil de ser produzida.

Existem três espécies de inversão do ônus da prova:

9
Vide Questão 7.
24
 Convencional: decorre de um acordo de vontades entre as partes, que poderá ocorrer
antes ou durante o processo. Possui duas limitações, causando a nulidade da
convenção quando: recair sobre direito indisponível da parte; ou tornar
excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito.
 Legal: prevista expressamente em lei, não exigindo o preenchimento de requisitos
legais no caso concreto. Os exemplos dessa espécie de inversão do ônus probatório
são encontrados no Código de Defesa do Consumidor, nos arts. 12, § 3º; 14, § 3º; e
38, todos do CDC.
 Judicial: em toda relação jurídica de direito material levada a juízo será possível essa
inversão em aplicação da teoria, agora consagrada legislativamente, da distribuição
dinâmica do ônus da prova.

a l
Considerações relevantes:
io n
a c
u c
Não há hierarquia entre as provas, cabendo ao juiz sopesá-las ao formar seu

convencimento. E dad d e
e
rt le

p o So
É vedada a prova obtida por meios ilícitos.
 u ra 92
S ut 22- il.com
O sistema da persuasão racional determina que o juiz indique as razões pelas quais

e um n D .4 a
formou o seu convencimento, expondo o fundamento e a prova que o sustentam.
r ata 86 gm

d V on 24.5 67@
O magistrado pode negar a realização de perícia requerida pela parte sem que isso

A J 0 ra
importe, necessariamente, cerceamento de defesa.
t u

n d
É admissível a juntada de documentos novos, inclusive na fase recursal, desde que não

a ta
se trate de documento indispensável à propositura da ação, inexista má-fé na sua
jo n
ocultação e seja observado o princípio do contraditório - art. 435 do CPC/2015 (STJ. 3ª
Turma. REsp 1721700/SC, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 08/05/2018).
 É admissível, assegurado o contraditório, a prova emprestada vinda de processo do qual
não participaram as partes do processo para o qual a prova será trasladada. A prova
emprestada não pode se restringir a processos em que figurem partes idênticas, sob pena
de se reduzir excessivamente sua aplicabilidade sem justificativa razoável para isso.
Quando se diz que se deve assegurar o contraditório, significa que a parte deve ter o

25
direito de se insurgir contra a prova trazida e de impugná-la (STJ. Corte Especial. EREsp
617428-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 4/6/2014 (Info 543)).
 Não viola o art. 935 do CC a utilização de provas colhidas no processo criminal como
fundamentação para condenar o réu à reparação do dano no juízo cível (STJ. 1ª Turma.
AgRg no AREsp 24940-RJ, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 18/2/2014
(Info 536)).

20.3 Provas em espécie

Querido aluno, tenha bastante cuidado quando da leitura dos dispositivos legais relativos
ao tema, pois são comumente cobrados em provas de concurso para magistratura federal.

a
Seguem abaixo alguns dos principais meios de prova em direito admitidos. l
io n
20.3.1 Ata Notarial a c
u c
E dad d e
Consiste na manifestação do tabelião sobre a existência e o modo de existir de algum
e
rt le
fato, a requerimento do interessado. Não se confunde com a escritura pública e tem ampla
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
utilidade nos dias atuais, notadamente, para atestar questões expostas na rede mundial de

e um n D .4 a
computadores, pela efemeridade de sua existência.
r ata 86 gm
V on 24.5 67@
A ata notarial é cabível sempre que for possível a uma pessoa humana, no caso o tabelião,
d
A J 0 ra
atestar a existência ou modo de ser, independentemente da natureza ou espécie de natureza
t u
n d
jurídica de direito material derivada de tais fatos. Sua força probatória decorre da fé pública do
a ta
tabelião, pela qual o juiz poderá presumir o fato lá descrito como verdadeiro.
jo n
Trata-se de espécie de prova pré-constituída, ou seja, criada fora do juízo, o que pode
facilmente ser comprovado pela sua forma documental.

O parágrafo único do art. 384, do CPC, prevê que “dados representados por imagem ou
som gravados em arquivos eletrônicos poderão constar da ata notarial”.

26
20.3.2 Depoimento Pessoal

O depoimento pessoal é espécie de prova oral, sendo conceituado como o testemunho


das partes em juízo sempre que requerido expressamente pela parte contrária ou pelo juiz. É
importante colocar as partes diretamente diante do juiz, sem o filtro criado pelos advogados
quando elaboram suas razões. Muitas vezes, inclusive, o depoimento pessoal pode mostrar que
as coisas não se deram exatamente como narrado pelo advogado na petição inicial ou
contestação.

Assim, o depoimento pessoal nada mais é do que o interrogatório das partes (autor,
réu e terceiros intervenientes) realizado pelo juiz, com a finalidade de esclarecimento certos
pontos controvertidos da demanda ou até mesmo para se obter a confissão.

a l
io n
Segundo Daniel Amorim de Assumpção Neves10, o depoimento pessoal se desenvolve

a c
c
em quatro fases procedimentais: propositura; admissibilidade, produção e valoração.
u
E dad d e
O momento ideal para a propositura se dará na petição inicial do autor e a contestação
e
rt le
o So
do réu. No entanto, como é comum, nesse momento a mera indicação genérica dos meios de
p
u ra 92
S ut 22- il.com
prova, a propositura específica do depoimento pessoal se dá invariavelmente ao final da fase

pretendem produzir. e um n D .4 a
postulatória, quando o juiz determina às partes a especificação dos meios de prova que
r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
A admissibilidade, em regra, se dará por meio de decisão saneadora escrita. Trata-se de
t u
n d
decisão interlocutória, mas em razão de sua ausência no rol do art. 1.015, do CPC, não é
a ta
n
recorrível por agravo de instrumento.
jo
A produção da prova divide-se em duas fases: preparação e realização. A preparação da
prova antecede a audiência de instrução, constituindo-se na intimação da parte para que
compareça em juízo sob pena de confesso. A realização se dá na audiência de instrução e
julgamento. Apesar de o momento adequado para a produção do meio de prova ora analisado
ser a audiência de instrução e julgamento, admite-se excepcionalmente que o depoimento
pessoal seja prestado em outro momento processual.

10
NEVES, Daniel, p. 768.
27
Quanto à valoração, como todo meio de prova, o depoimento pessoal será valorado no
momento em que o juiz proferir sua sentença, quando deverá na fundamentação de sua decisão
exteriorizar as cargas de convencimento dadas no caso concreto para cada meio de prova
produzido.

20.3.3 Confissão

Ocorre quando a parte admite a verdade de um fato, contrário ao seu interesse e


favorável ao interesse da parte adversa.

Aduz o art. 389 do CPC que a confissão pode ser judicial ou extrajudicial. A confissão
judicial é feita nos autos, mediante atos do processo, tais como a contestação, a réplica e o
depoimento pessoal.
a l
io n
c
A confissão judicial pode ser espontânea ou provocada, realizada pela própria parte ou
a
por representante com poderes específicos para confessar.
u c
E dad d e
e
rt le
A confissão provocada resulta do depoimento pessoal, podendo ser real, quando a parte

p o So
efetivamente responde às perguntas que lhe são dirigidas confessando determinados fatos, e
u ra 92
S ut 22- il.com
ficta, quando a parte deixa de comparecer à audiência de instrução ou se nega

um n D .4 a
r ata 86 gm
injustificadamente a responder objetivamente as perguntas que lhe são feitas.
e
d V on 24.5 67@
A confissão espontânea é realizada fora do depoimento pessoal, podendo ser tanto
A J 0 ra
t u
oral, hipótese em que o juiz documentará a confissão nos autos mediante a elaboração de
d
n escrita.
t a
termo (art. 390, § 2º, do CPC), como
a
n
jo é realizada fora do processo, de forma escrita ou oral, mas
A confissão extrajudicial
nesse caso só terá eficácia se a lei não exigir a forma escrita (art. 394, do CPC).

20.3.4 Exibição de Documento ou Coisa

Trata-se de meio de prova utilizado para a parte provar alegação de fato por meio de
coisa ou documento que não esteja em seu poder.

Apesar disso, fique atento ao detalhe, aluno! Não é cabível ação de exibição de
documentos que tenha por objeto a obtenção de informações detidas pela Administração

28
Pública que não foram materializadas em documentos (eletrônicos ou não), ainda que se alegue
demora na prestação dessas informações pela via administrativa11.

O art. 396 prevê que “o juiz pode ordenar que a parte exiba documento ou coisa que se
encontre em seu poder”.

O juiz, de ofício, pode determinar a terceiros a exibição de documento ou coisa. Quando


dirigida à parte do processo, o poder do juiz se fundamenta nos chamados "poderes
instrutórios”; consagrado no art. 370, caput, do CPC. Quando dirigida a terceiro, além dos
"poderes instrutórios”; aplica-se o dever do terceiro de colaborar com a atividade judicial na
busca da verdade, conforme previsto nos arts. 378 e 380, II, do CPC.

l
A escusa pela parte ou pelo terceiro em exibir a coisa ou documento em juízo pode se
a
fundamentar em seis hipóteses (art. 404 do Novo CPC):
io n
a c
I. Se concernente a negócios da própria vida da família;
u c
II.
E dad
Se a sua apresentação puder violar dever de honra; d e
III. e
rt le
Se a publicidade do documento redundar em desonra à parte ou ao terceiro, bem

p o So
como a seus parentes consanguíneos ou afins até o terceiro grau; ou lhes representar
perigo de ação penal;
u ra 92
S ut 22- il.com
IV. um n D .4 a
r ata 86 gm
Se a exibição acarretar a divulgação de fatos, a cujo respeito, por estado ou profissão,
e
V on 24.5 67@
deva guardar segredo;
d
V. A J 0 ra
Se subsistirem outros motivos graves que, segundo o prudente arbítrio do juiz,
t u
d
justifiquem a recusa da exibição;
n
VI. a ta
Houver disposição legal que justifique a recusa da exibição.
jo n
Não se esqueça que o STJ entende que é cabível a cominação de multa diária — astreintes
— em ação de exibição de documentos.

Porém, o art. 399, do CPC, limita seu exercício de defesa prevendo três hipóteses em que
não será admitida tal recusa:

I. O requerido tiver obrigação legal de exibir;

11
STJ. 2ª Turma. REsp 1415741-MG, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 3/12/2015 (Info 575).
29
II. O requerido tiver aludido ao documento ou à coisa, no processo, com o intuito de
constituir prova;
III. O documento, por seu conteúdo, for comum às partes.

Por fim, vale ressaltar que o Superior Tribunal de Justiça já fixou entendimento no sentido
de que é admissível o ajuizamento da ação de exibição de documentos, de forma autônoma,
na vigência do CPC/2015. Admite-se o ajuizamento de ação autônoma para a exibição de
documento, com base nos arts. 381 e 396 e seguintes do CPC, ou até mesmo pelo procedimento
comum, previsto nos arts. 318 e seguintes do CPC12.

20.3.5 Prova Documental

São os escritos, os desenhos, os mapas, as pinturas, as fotografias, as gravações sonoras,


a l
filmes etc., capazes de representar fisicamente um fato.
io n
a c
c
Segundo o art. 405 do Novo CPC, o documento público faz prova da sua formação e,
u
d e
também, dos fatos que o escrivão, o chefe de secretaria, o tabelião13 ou o servidor declarar
E dad
e
rt le
que ocorreram em sua presença. Na hipótese de a lei exigir, como da substância do ato, um

p o So
documento (art. 406, do CPC).
u ra 92
determinado instrumento público, nenhuma outra prova poderá suprir a ausência desse
S ut 22- il.com
e um n D .4 a
r ata 86 gm
V on 24.5 67@
Já o documento é particular sempre que for elaborado sem a intervenção de um oficial
d
A J 0 ra
público. Segundo o art. 408, do CPC, as declarações constantes do documento particular escrito
t u
d
e assinado ou somente assinado presumem-se verdadeiras em relação ao signatário.
n
a ta
n
O art. 411, do CPC, prevê que três hipóteses em que o documento será considerado
jo
autêntico:

I. Tabelião reconhecer a firma do signatário;


II. Autoria estiver identificada por qualquer outro meio legal de certificação, inclusive
eletrônico, nos termos da lei;
III. Não houver impugnação da parte contra quem foi produzido o documento.

12
STJ. 4ª Turma.REsp 1774987-SP, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 08/11/2018 (Info 637).
13
Vide Questão 8.
30
O art. 434, caput, do CPC, prevê que a prova documental deve ser produzida pelo autor
na instrução da petição inicial e pelo réu na instrução da contestação. O art. 435, do CPC,
entretanto, expressamente prevê exceções à rigidez da regra consagrada no dispositivo anterior.
No caput do art. supracitado, há duas hipóteses: provar fatos supervenientes e para contrapor
prova documental produzida nos autos.

Já o parágrafo único do art. 435, do CPC, admite a juntada posterior de documentos


formados após a petição inicial ou a contestação, bem como dos que se tornaram conhecidos,
acessíveis ou disponíveis após esses atos, cabendo à parte que os produzir comprovar o motivo
que a impediu de juntá-los anteriormente.

Veja o elucidativo julgado do STJ, comentado pelo Blog do Dizer o Direito, sobre o tema:
Como regra, os documentos devem ser juntados aos autos com a petição inicial (no caso do a l
io n
c
autor) ou com a resposta (no caso do réu). A jurisprudência do STJ admite a juntada de
a
u c
documentos novos após a petição inicial e a contestação mesmo em situações não previstas na

E dad d e
lei, desde que: (i) não se trate de documento indispensável à propositura da ação; (ii) não haja
e
rt le
o So
má fé na ocultação do documento; (iii) seja ouvida a parte contrária. No caso julgado, o STJ
p
u ra 92
S ut 22- il.com
afirmou que a mera declaração do juiz de que a prova documental é intempestiva e, por isso,

e um n D .4 a
deve ser desentranhada dos autos, não é capaz de, por si só, impedir o conhecimento da referida
r ata 86 gm
prova pelo Tribunal no julgamento de recurso, tendo em vista a maior amplitude no processo

d V on 24.5 67@
J 0 ra
civil moderno dos poderes instrutórios do juiz, ao qual cabe determinar, até mesmo de ofício,
A t u
a produção de provas necessárias à instrução do processo. Assim, se a prova permaneceu nos
n d
ta
autos mesmo tendo sido declarada intempestiva pelo juiz de 1ª instância, poderá o Tribunal
a
jo n
analisá-la para fundamentar seu veredicto14.

20.3.6 Documentos Eletrônicos

Documento eletrônico é toda forma de representação de um fato por decodificação,


por meios utilizados na informática, telecomunicações e outras formas de produção
cibernética. Assim, podemos considerar documento eletrônico todo o meio físico

14
STJ. 4ª Turma. REsp 1072276-RN, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 21/2/2013 (Info 516).
31
eletrônico/digital capaz de registrar fatos, tais como: CDs, DVDs, BluRay Disc, HDs, pendrives,
email etc.

Diferente do documento físico, cuja autenticidade é reconhecida por meio da assinatura


de seu autor, o documento eletrônico deve ser subscrito com o uso de certificado digital
emitido no âmbito da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (art. 3° da Lei 12.682/2012).

20.3.7 Prova Testemunhal

Prova testemunhal é meio de prova consubstanciado na declaração em juízo de um


terceiro que de alguma forma tenha presenciado os fatos discutidos na demanda.

A respeito desse meio de prova, o candidato deve se atentar à informação disposta no

a l
art. 442, do CPC: “A prova testemunhal é sempre admissível, não dispondo a lei de modo

io n
diverso”15.
a c
u c
d e
Outro ponto muito importante reside na informação expressa no art. 447, do CPC, pois é
E dad
e
rt le
dito que as pessoas incapazes, impedidas ou suspeitas NÃO podem depor como testemunhas.

p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
Já o art. 447, § 3º, do CPC, prevê as pessoas que são consideras suspeitas para depor

um n D .4 a
como testemunhas, quais são: o inimigo da parte ou o seu amigo íntimo; ou o que tiver
interesse no litígio.
e r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
Já são impedidos de testemunhar, segundo o art. 447, § 2, do CPC: O cônjuge, o
t u
d
companheiro, o ascendente e o descendente em qualquer grau e o colateral, até o terceiro grau,
n
a ta
de alguma das partes, por consanguinidade ou afinidade, salvo se o exigir o interesse público
jo n
ou, tratando-se de causa relativa ao estado da pessoa, não se puder obter de outro modo a
prova que o juiz repute necessária ao julgamento do mérito; O que é parte na causa; E o que
intervém em nome de uma parte, como o tutor, o representante legal da pessoa jurídica, o juiz,
o advogado e outros que assistam ou tenham assistido as partes.

15
Vide Questão 10.
32
20.3.8 Prova Pericial16

Toda vez que houver a necessidade de conhecimento técnico ou científico específico


para esclarecer determinados fatos da causa, pode o juiz, de ofício ou a requerimento, se valer
da prova pericial.

Como não se pode exigir conhecimento pleno do juiz a respeito de todas as ciências
humanas e exatas, sempre que o esclarecimento dos fatos exigir tal espécie de conhecimento,
o juízo se valerá de um auxiliar especialista, chamado de perito.

Como vimos em capítulo anterior, se o juiz, de ofício, determinar a realização de perícia,


a antecipação da remuneração do perito será rateada por ambas as partes, ou seja, as duas
partes irão dividir os custos do valor que será pago ao perito.
a l
io n
c
É possível que o juiz desconsidere as conclusões constantes do laudo pericial e
a
u c
fundamente sua decisão em outras provas. Isso ocorre porque a preferência do julgador por

E dad d e
determinada prova insere-se no livre convencimento motivado, e não cabe compelir o
e
rt le
o So
magistrado a colher com primazia determinada prova em detrimento de outras pretendidas
p
u ra 92
S ut 22- il.com
pelas partes se, pela base do conjunto probatório, tiver se convencido da verdade dos fatos17.

r u
20.3.9 Inspeção
m n D .4
Judicial m a
a
e nat .58 @g 6
d V o 24 67
A J
A inspeção judicial consiste em prova produzida diretamente pelo juiz, quando
0 tra
u
inspeciona pessoas, coisas ou lugares, sem qualquer intermediário entre a fonte de prova e o
d
n
ta judicial bens móveis, imóveis e semoventes, além das partes
juiz. Podem ser objeto de inspeção
a
e de terceiros. jon
Em regra, a inspeção judicial ocorre na sede do juízo e na audiência de instrução e
julgamento. Ainda que na sede do juízo, é plenamente admitida a inspeção judicial em
audiência com esse fim específico. Excepcionalmente, a inspeção judicial ocorrerá fora da sede

16
Vide Questão 6.
17
STF. Plenário. RE 567708/SP, rel. orig. Min. Gilmar Mendes, red. p/ o acórdão Min. Cármen Lúcia, julgado em
8/3/2016 (Info 817).
33
do juízo, prevendo o art. 483, do CPC, as hipóteses nas quais o juiz deverá ir ao local onde se
encontrem a pessoa ou a coisa.

A inspeção judicial fora da sede do juízo ocorre sempre que o juiz entender necessária
tal medida para a melhor verificação ou interpretação dos fatos que deva observar. Também
será realizada a inspeção judicial no local da coisa sempre que seu transporte à sede do juízo
mostrar-se dispendioso ou extremamente difícil, como na hipótese de coisas de grande porte
ou de alto valor. Por fim, também será realizada a inspeção judicial fora da sede do juízo na
reconstituição dos fatos, quando o juiz deverá se locomover até o local em que os fatos
ocorreram.

a l
io n
a c
u c
E dad d e
e
rt le
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
e um n D .4 a
r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
t u
n d
a ta
jo n

34
QUADRO SINÓTICO

TUTELA PROVISÓRIA
Tutela jurisdicional, fruto de uma cognição sumária, dotada de precariedade,
CONCEITO que visa a resguardar o direito deduzido em juízo ou que objetiva conferir o
direito em litígio a quem demonstre possuí-lo.
Exigem dois requisitos cumulativos:
TUTELAS PROVISÓRIAS DE
 A probabilidade do direito;
URGÊNCIA
 O perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo.
a l
TUTELA PROVISÓRIA DE
io n
Possui natureza satisfativa, a qual permite ao juiz definir antecipadamente os

URGÊNCIA ANTECIPADA a c
efeitos que, sem ela, somente poderia conceder ao final;

u c
Útil para afastar uma situação de perigo de prejuízo.

TUTELA PROVISÓRIA DE E dad d e


Quando a urgência é requerida em momento anterior a propositura da ação.

URGÊNCIA ANTECIPADA e
rt le
Limita-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de

ANTECEDENTE
p o So
tutela final, com a exposição da lide, do direito que se busca realizar e do

u ra 92
S ut 22- il.com
perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo.
Possui natureza não satisfativa, visto que o juiz não defere de pronto os efeitos

e um n D .4 a
r ata 86 gm
pedidos, mas apenas determina uma medida protetiva, assecuratória, de modo

V on 24.5 67@
TUTELA PROVISÓRIA DE
d
a preservar o direito do autor, em razão do risco relativo à demora no processo.

A J 0 ra
URGÊNCIA CAUTELAR
A tutela cautelar é ampla, geral e irrestrita, significando que a parte que dela

t necessite deve apenas demonstrar o preenchimento do fumus boni iuris e o


u
n d
periculum in mora no caso concreto para recebê-la, e com a exposição sumária

a ta
dos motivos pelo qual se objetiva o direito.

jo nTambém é requerida em momento anterior a propositura da ação.


TUTELA PROVISÓRIA DE
Indicará a lide e seu fundamento, a exposição sumária do direito que se visa
URGÊNCIA CAUTELAR
assegurar e o perigo na demora da prestação da tutela jurisdicional.
ANTECEDENTE

Surge no curso do processo.


TUTELA PROVISÓRIA DE Concedida a qualquer momento do processo, ou seja, do início, com a
URGÊNCIA (ANTECIPADA OU propositura da demanda, até o final, com o trânsito em julgado.
CAUTELAR) INCIDENTAL Pode ser concedida inaudita altera parte.

TUTELA PROVISÓRIA DE Exige apenas um requisito para a sua concessão, qual seja: a demonstração da
EVIDÊNCIA probabilidade do direito, nos termos legais.

35
Será concedida quando:
 Ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito
protelatório da parte;
 As alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente
e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula
vinculante;
 Se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental
adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem
de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa;
 A petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos
constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de
gerar dúvida razoável.

PROVAS
a l
Pode ser empregado em diferentes acepções:
io n
c
 Pode significar a produção de atos tendentes ao convencimento do juiz,
a
u c
confundindo-se nesse caso com o próprio procedimento probatório (por

d e
exemplo, o autor tem o ônus de provar, ou seja, de praticar os atos
E dad
e
atinentes à formação do convencimento do juiz);
rt le
TEORIA GERAL DO DIREITO
o So
 Pode significar o próprio meio pelo qual a prova será produzida (prova
p
PROBATÓRIO
u ra 92
S ut 22- il.com
documental, prova testemunhal etc.);
 Pode significar a coisa ou pessoa da qual se extrai informação capaz de

e um n D .4 a
r ata 86 gm comprovar a veracidade de uma alegação, ou seja, a fonte de prova
(documento, testemunha);

d V on 24.5 67@
 Pode significar o resultado de convencimento do juiz (por exemplo, "esse
A J 0 ra fato está devidamente provado nos autos").
t u
d
Em regra, incumbe ao autor a prova do fato constitutivo de seu direito e ao
n
ta
réu, a existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do
a
jo nautor.
A exceção ocorrerá quando as peculiaridades da causa impossibilitem ou
dificultem excessivamente a produção da prova por aquele quem em regra
ÔNUS DA PROVA
deveria fazê-la.
Existem três espécies de inversão do ônus da prova:
 Convencional;
 Legal;
 Judicial.
 Ata notarial;
 Depoimento pessoal;
PROVAS EM ESPÉCIE
 Confissão;
 Exibição de documento ou coisa;

36
 Prova documental;
 Documentos Eletrônicos;
 Prova Testemunhal;
 Prova Pericial;
 Inspeção Judicial.

a l
ion
a c
u c
d e
E dad
e
rt le
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
e um n D .4 a
r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
t u
n d
a ta
jon

37
QUESTÕES COMENTADAS

Aluno, haja vista a pequena quantidade de questões da carreira de Magistratura


Federal sobre o tema, complementaremos o estudo com questões de outras
carreiras, mas que abordem o assunto com igual nível de complexidade. O
importante é que não deixemos de treinar. Vamos lá?

a l
ion
Questão 1
a c
u c
d e
(TRF - 2ª Região - 2018 - TRF - 2ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto) Caio requereu, como
E dad
e
rt le
tutela provisória de urgência, em caráter antecedente, o bloqueio de cem mil reais, na conta-

p o So
corrente de Tício, a título de garantia para a eventual procedência de pedido de condenação
u ra 92
S ut 22- il.com
pecuniária em face do mesmo, tendo o juiz deferido a medida, que não foi impugnada. Em

um n D .4 a
r ata 86 gm
seguida, o juiz considerou estabilizada a demanda e extinguiu o processo sem o julgamento do
e
V on 24.5 67@
mérito. Em relação ao caso descrito, pode-se afirmar que:
d
A J 0 ra
t u
A) o processo deveria ser extinto com o julgamento do mérito.
n d
a t a
jon a contestação, tendo em vista que a impugnação à estabilização
B) o juiz deveria ter aguardado
pode ser realizada na contestação.

C) a tutela provisória concedida não é suscetível de estabilização.

D) o juiz deveria ter indeferido a tutela em questão porque não cabível em caráter antecedente.

E) o juiz deveria ter aplicado o princípio da fungibilidade à hipótese.

38
Comentário:

Correta letra C. A questão se refere à tutela cautelar, que possui natureza conservativa, eis que
não satisfaz a pretensão de qualquer das partes, apenas preserva o resultado útil do processo.
Em sendo assim, não se afigura possível sua estabilização, não apenas porque o art. 304 do
CPC/15 se refere de forma expressa apenas à tutela antecipada, mas também porque sua
natureza conservativa não permite a sua perenização sem qualquer tutela do direito material.

Questão 2
(TRF - 2ª Região - 2017 - TRF - 2ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto) Marque a opção correta:

a l
A) O requerente de tutela de urgência, desde que esteja de boa-fé, não responde pela reparação
io n
c
de eventual prejuízo que a efetivação da medida, mais tarde revogada pela sentença definitiva,
a
tenha causado à contraparte.
u c
E dad d e
e
rt le
B) Se ocorrer a cessação da eficácia da medida, a parte requerente responde pelo prejuízo que

p o So
u ra 92
a efetivação da tutela de urgência cause à parte adversa.
S ut 22- il.com
e um n D .4 a
C) Os valores de benefício previdenciário recebido por força de tutela antecipada posteriormente
r ata 86 gm
V on 24.5 67@
revogada pela sentença (que transita em julgado) não devem ser devolvidos.
d
A J 0 ra
t u
D) Em hipótese na qual ocorreu, sem caução, o cumprimento provisório de sentença, e depois
d
n efeito suspensivo -, o juiz deve verificar o caso concreto
provimento do recurso - que nãot atinha
aprejuízos entre as partes.
jo
e, com equidade, distribuirnos

E) Nas hipóteses nas quais, no cumprimento provisório, o CPC prevê a dispensa de caução, é
vedado ao juiz exigi-la.

Comentário:

39
Correta letra B. Art. 302 do CPC: Independentemente da reparação por dano processual, a parte
responde pelo prejuízo que a efetivação da tutela de urgência causar à parte adversa, se: III -
ocorrer a cessação da eficácia da medida em qualquer hipótese legal.

Questão 3
(TRF - 4ª REGIÃO - 2016 - TRF - 4ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto) Dadas as assertivas
abaixo, assinale a alternativa correta.
Considerando as regras do Código de Processo Civil de 2015:
a l
io n
a c
I. A tutela provisória de evidência será concedida pelo juiz quando, presentes a probabilidade
u c
d e
do direito e o perigo de dano, ficar caracterizado o abuso no direito de defesa ou o manifesto
E dad
propósito protelatório do réu. e
rt le
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
II. A estabilização da tutela de urgência antecipada ocorre quando não for interposto o recurso

e um n D .4 a
da decisão que a concedeu e implica a extinção do processo, sem formação de coisa julgada,
r ata 86 gm
V on 24.5 67@
podendo, porém, o juízo alterar a medida de urgência a qualquer tempo.
d
A J 0 ra
t u
III. As modalidades de tutela provisória de urgência são cautelar, antecipada e antecedente.
n d
a ta
n
IV. Se a tutela de urgência requerida em caráter antecedente for concedida, o autor terá o prazo
jo
de 5 dias para emendar sua petição inicial, indicando qual a lide principal que será ajuizada, e
de 30 dias para a propositura da ação principal.

Comentário:

Correta letra E.

40
I - Incorreta. Art. 311 do CPC: A tutela de evidência será concedida, independentemente da
demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil quando: I - ficar caracterizado
o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte;

II - Incorreta. Art. 304 do CPC: A tutela antecipada, concedida nos termos do artigo 303, torna-
se estável, se da decisão que a conceder não for interposto o recurso respectivo; §6º: A decisão
que conceder a tutela não fará coisa julgada, mas a estabilidade dos respectivos efeitos só será
afastada por decisão que a revir, reformar ou invalidar, (...)".

III – Incorreta. A tutela provisória pode ser classificada pela sua natureza (antecipada ou
cautelar), fundamentação (urgência ou evidência) ou pelo momento em que é

l
requerida (antecedente ou incidental). Assim pode-se afirmar que a tutela provisória quando de
a
urgência, poderá ser antecipada ou cautelar.
io n
a c
u c
IV – Incorreta. Art. 303, §1º: Concedida a tutela antecipada a que se refere o caput deste artigo:

E dad d e
I- Deverá o autor aditar a petição inicial, com a complementação de sua argumentação, juntada
e
rt le
o So
de novos documentos e confirmação do pedido de tutela final, no prazo de 15 dias, ou em
p
outro maior em que o juiz fixar. u ra 92
S ut 22- il.com
e um n D .4 a
r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
A J 0 Questão
tra 4 u
n d
(FCC - 2019 - TJ-AL - Juiz Substituto) A tutela da evidência
a ta
n concessão de liminar judicial.
joadmite
A) em nenhuma hipótese

B) depende de demonstração de perigo de dano iminente.

C) depende de demonstração de risco ao resultado útil do processo.

D) não pode ser concedida se dependente de prova documental dos fatos constitutivos do
direito do autor, ainda que o réu não oponha objeção capaz de gerar dúvida razoável.

41
E) será concedida, entre outras hipóteses, se se tratar de pedido reipersecutório fundado em
prova documental adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de
entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa.

Comentário:

Correta letra E - Art. 311, III, do NCPC – “Art. 311. A tutela da evidência será concedida,
independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do
processo, quando: III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental
adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto
custodiado, sob cominação de multa”.

Questão 5
a l
(FCC - 2020 - TJ-MS - Juiz Substituto) A tutela provisória io n
a c
u c
d e
A) da evidência será concedida sempre e unicamente quando caracterizado o abuso do direito
E dad
e
rt le
de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte.

p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
B) observará o rol taxativo previsto na norma processual.

um n D .4 a
r ata 86 gm
C) conserva sua eficácia na pendência do processo, mas pode a qualquer tempo ser modificada,
e
V on 24.5 67@
embora não revogada.
d
A J 0 ra
t u
d
D) de urgência de natureza antecipada só poderá ser concedida após justificação prévia.
n
a ta
joncautelar pode ser efetivada mediante arresto, sequestro, arrolamento
E) de urgência de natureza
de bens, registro de protesto contra alienação de bem e qualquer outra medida idônea para
asseguração do direito.

Comentário:

42
Correta letra E. É exatamente o que disciplina o art. 301 do CPC. A tutela de urgência de natureza

cautelar pode ser efetivada mediante arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de
protesto contra alienação de bem e qualquer outra medida idônea para asseguração do direito.

Questão 6
(TRF - 3ª REGIÃO - 2018 - TRF - 3ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto) Em tema de prova
pericial afigura-se CORRETO afirmar:

A) O critério para que o juiz determine a produção de prova técnica simplificada é a prevalência
da oralidade no processo.

a l
io n
B) Se o laudo for inconclusivo o juiz poderá reduzir a remuneração do perito.
a c
u c
d e
C) No caso em que as partes, de comum acordo, escolham o perito, compete exclusivamente
E dad
àquelas a formulação de quesitos.
e
rt le
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
D) Sendo vedado ao perito ultrapassar os limites de sua designação, ele deve se abster de emitir

um n D .4 a
opiniões pessoais que excedam o exame técnico ou científico do objeto da perícia, de ouvir

e r ata 86 gm
testemunhas ou de obter documentos que estejam em poder da parte.

d V on 24.5 67@
A J 0 ra
t u
n d
Comentário:
a ta
jo n
Correta letra B. CPC, Art. 465, §5° Quando a perícia for inconclusiva ou deficiente, o juiz poderá
reduzir a remuneração inicialmente arbitrada para o trabalho.

Questão 7
(TRF - 4ª REGIÃO - 2016 - TRF - 4ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto) ADAPTADA. Acerca
do Direito Probatório, julgue o item a seguir: A distribuição do ônus da prova é dinâmica, fixada

43
em princípio no próprio Código, mas podendo ser alterada pelo juiz diante de peculiaridades
da causa relacionadas à excessiva dificuldade de cumprir o encargo segundo a regra geral.
CERTO
ERRADO

Comentário:

Correto. Esse é o gabarito atribuído pela Banca, mas que deixa margem para discussão. A rigor, a
distribuição do ônus da prova é estática, fixada em princípio no próprio Código, mas podendo
ser alterada pelo juiz para dinâmica diante de peculiaridades da causa relacionadas à excessiva

l
dificuldade de cumprir o encargo segundo a regra geral. Como se pode notar, o sistema
a
io n
brasileiro passou a ser misto, sendo possível aplicar ao caso concreto o sistema flexível

a c
c
da distribuição dinâmica do ônus da prova como o sistema rígido da distribuição legal. Tudo
u
d e
dependerá da iniciativa do juiz, que não estará obrigado a fazer distribuição do ônus probatório
E dad
de forma diferente daquela prevista na lei. e
rt le
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
e 8
um n D .4 a
r ata Questão
6 8 gm
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
FCC - 2019 - TJ-AL - Juiz Substituto: Quanto aos princípios gerais e às modalidades de provas
t u
no Processo Civil,
n d
a ta
n
A) a existência e o modo de existir de algum fato podem ser atestados ou documentados
jo
mediante ata lavrada por tabelião, salvo em relação a dados relativos a imagem ou som gravados
em arquivos eletrônicos.

B) a produção antecipada da prova previne a competência do Juízo para a ação que venha a
ser proposta.

C) quando a lei exigir instrumento público como da substância do ato, somente prova pericial
pode suprir-lhe a falta.

44
D) a confissão judicial pode ser espontânea ou provocada; se espontânea, só pode ser feita pela
própria parte.

E) o documento feito por oficial público incompetente ou sem a observância das formalidades
legais, sendo subscrito pelas partes, tem a mesma eficácia probatória do documento particular.

Comentário:

Correta Letra E. Art. 407. O documento feito por oficial público incompetente ou sem a
observância das formalidades legais, sendo subscrito pelas partes, tem a mesma eficácia
probatória do documento particular.

a l
io n
a c
u c
E dad d e
e
rt le
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
e um n D .4 a
r ata 86 gm
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A J 0 ra
t u
n d
a ta
jo n

45
Questão 9
VUNESP - 2018 - TJ-MT - Juiz Substituto: As tutelas provisórias têm como objetivo minimizar
as consequências nefastas que o tempo do processo pode causar no direito da parte. No
entanto, sua efetivação poderá causar prejuízos à parte adversa.

A respeito do tema, assinale a alternativa correta.

A) A indenização será liquidada nos autos em que a medida tiver sido concedida, sempre que
possível.

B) A sentença que reconhece a prescrição ou decadência da pretensão do autor não tem o


condão de gerar a responsabilidade daquele que se beneficiou da efetivação da tutela de
urgência.
a l
io n
c
C) Por se tratar de dano decorrente de decisão judicial, não há que se falar em responsabilidade
a
u c
pela efetivação da tutela provisória de urgência, salvo em caso de culpa do requerente.

E dad d e
e
rt le
D) A responsabilidade do requerente pela efetivação da tutela provisória que ao final do

p o So
processo foi cassada é subjetiva, depende de apuração da culpa e do prejuízo, devendo ser
realizada em autos apartados.
u ra 92
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e um n D .4 a
r ata 86 gm
E) O prejudicado pela tutela de urgência infundada necessita propor ação de indenização contra

d V on 24.5 67@
o requerente para obter o reconhecimento de seu direito e a condenação do responsável.
A J 0 ra
t u
Comentário:
n d
a ta
jon será liquidada nos autos em que a medida tiver sido concedida,
Correta letra A - A indenização
sempre que possível.

Observar que a alternativa é reprodução literal do art. 302, parágrafo único, do CPC/2015.

Art. 302. Independentemente da reparação por dano processual, a parte responde pelo prejuízo
que a efetivação da tutela de urgência causar à parte adversa, se: (...)
Parágrafo único. A indenização será liquidada nos autos em que a medida tiver sido concedida,
sempre que possível.

46
O CPC/2015, seguindo a mesma linha do CPC/1973, adotou a teoria do risco-proveito, ao
estabelecer que o beneficiado com o deferimento da tutela provisória deverá arcar com os
prejuízos causados à parte adversa, sempre que: i) a sentença lhe for desfavorável; ii) a parte
requerente não fornecer meios para a citação do requerido no prazo de 5 dias, caso a tutela
seja deferida liminarmente; iii) ocorrer a cessação da eficácia da medida em qualquer hipótese
legal; ou iv) o juiz acolher a decadência ou prescrição da pretensão do autor (art. 302). Em
relação à forma de se buscar o ressarcimento dos prejuízos advindos com o deferimento da
tutela provisória, o parágrafo único do art. 302 do CPC/2015 é claro ao estabelecer que “a
indenização será liquidada nos autos em que a medida tiver sido concedida, sempre que
possível”, dispensando-se, assim, o ajuizamento de ação autônoma para esse fim. A obrigação
de indenizar a parte adversa dos prejuízos advindos com o deferimento da tutela provisória

a l
n
posteriormente revogada é decorrência ex lege da sentença de improcedência ou de extinção
io
c
do feito sem resolução de mérito, como no caso, sendo dispensável, portanto, pronunciamento
a
u c
judicial a esse respeito, devendo o respectivo valor ser liquidado nos próprios autos em que a
E dad d e
medida tiver sido concedida, em obediência, inclusive, aos princípios da celeridade e economia
e
rt le
o So
processual (STJ. 3ª Turma. REsp 1.770.124-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em
p
21/05/2019 (Info 649)). u ra 92
S ut 22- il.com
e um n D .4 a
r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
A J 0 Questão
tra 10 u
d
VUNESP - 2018 - TJ-SP - Juiz Substituto: Em relação à prova testemunhal, é correto afirmar:
n
a ta
jon a comparecer para depor sobre fatos que lhe acarretem grave
A) a testemunha não é obrigada
dano.

B) ela não comporta a qualificação jurídica de prova nova para efeito de ação rescisória.

C) reputa-se impedido de depor sob compromisso legal aquele que tiver interesse no litígio.

D) como regra, ela será indeferida quando o fato só puder ser comprovado por documento ou
prova pericial.

Comentário:

47
Correta Letra D - Art. 443, II, do NCPC – “Art. 443. O juiz indeferirá a inquirição de testemunhas
sobre fatos: I - já provados por documento ou confissão da parte; II - que só por documento
ou por exame pericial puderem ser provados”.

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GABARITO

Questão 1 - C

Questão 2 - B

Questão 3 - E

Questão 4 - E

Questão 5 - E a l
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Questão 6 - B
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Questão 7 – CERTO (?) d e
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Questão 8 - E e
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Questão 9 - A u ra 92
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Questão 10 – D
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QUESTÃO DESAFIO

Alisson é credor de Juliano e entra com ação de execução para


satisfação da dívida. Ocorre que, ao saber da intenção de Alisson

de executar a dívida, Juliano emprega meios de livrar-se de seus


bens e dividendos para que não haja saldo a executar. Receoso de
não ter a dívida quitada, Alisson pretende requerer uma tutela de
urgência, mas está em dúvida se deve requerer a tutela antecipada
ou a tutela cautelar. Vale salientar que, o fulcro da tutela é a
a l
satisfatividade, ou seja, seu desejo é o adiantamento
i o ndos efeitos da
a c
sentença de mérito em sede de execução. Com
u c qual tutela Alisson
E dpretensão
d e satisfeita?
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deve pleitear em juízo para ter sua

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Máximo de 5 linhas

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50
GABARITO DA QUESTÃO DESAFIO

Deve-se pleitear a tutela antecipada, vez que terá a possibilidade de satisfazer o seu direito,

de forma a permitir-lhe antecipar os efeitos da sentença, recaindo o ônus da demora sobre


a parte adversa. A tutela cautelar se restringe ao acautelamento do direito.

Você deve ter abordado necessariamente os seguintes itens em sua resposta:

 Tutela antecipada

O parágrafo único do art. 294 do CPC estabelece duas formas de tutela provisória de urgência,
a tutela antecipada e a tutela cautelar. Para diferenciar as duas modalidades de tutela de

a l
urgência, o doutrinador Marcus Vinícius Rios Gonçalves aduz que “A satisfatividade é o critério

io n
c
mais útil para distinguir a tutela antecipada da cautelar. As duas são provisórias e têm requisitos
a
u c
muito assemelhados, relacionados à urgência. Mas somente a primeira tem natureza satisfativa,

E dad d e
permitindo ao juiz que já defira os efeitos que, sem ela, só poderia conceder no final. Na cautelar,
e
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o juiz não defere, ainda, os efeitos pedidos, mas apenas determina uma medida protetiva,
p
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assecurativa, que preserva o direito do autor, em risco pela demora no processo”. (Gonçalves,

e um n D .4 a
Marcus Vinicius Rios. Direito processual civil – Esquematizado – 11. ed. – São Paulo: Saraiva
r ata 86 gm
Educação, 2020, p. 561).

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 Antecipa os efeitos da sentença
a
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A tutela antecipada deve ser a escolhida por Alisson por ser a única que tem o condão de
satisfazer sua pretensão, já que antecipa os efeitos da sentença, ao passo em que a cautelar
apenas emprega meios de resguardar o direito pleiteado, sem adiantar os efeitos.

No entanto, conforme ensinamento da doutrina: “É importante não confundir satisfatividade


com definitividade. A tutela antecipada é concedida com base num juízo provisório, formado a
partir de fatos muitas vezes unilateralmente narrados. Pode ser que na decisão final, em razão
do contraditório e das provas apresentadas pela parte adversa, o juiz mude seu convencimento

51
e decida contrariamente aos interesses daquele que foi beneficiado com a antecipação”.
(Donizetti, Elpídio. Curso didático de direito processual civil – 22. Ed. – São Paulo: Atlas, 2019, p.
524).

De acordo com o art. 296 do CPC: “A tutela provisória conserva sua eficácia na pendência do
processo, mas pode, a qualquer tempo, ser revogada ou modificada.”

Assim, conforme ensinamento de Humberto Dalla (Pinho, Humberto Dalla Bernardina de. Manual
de direito processual civil contemporâneo – 2. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2020, p. 569)
a tutela antecipada: “não acarreta a solução definitiva e irreversível da situação litigiosa e
permite, preenchidos seus requisitos, a antecipação imediata dos efeitos da sentença, ainda que
pendente recurso dotado de efeito suspensivo.”
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52
LEGISLAÇÃO COMPILADA

Neste capítulo, é de extrema importância a leitura de:

Tutela Provisória

 CPC: arts. 294 a 311;


 Enunciados FPPC: 29, 30, 31, 32, 33, 34, 35, 38, 39, 40, 41, 42, 43, 44, 45, 46, 47, 48, 49,
64, 70, 66, 80, 92, 140, 141, 142, 143, 271, 381, 385, 418, 419, 420, 421, 422, 423, 448, 496,

a l
497, 498, 499, 500, 501, 502, 503, 504, 581, 582, 596, 613;
io n
 Súmula: 729 do STF.
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Provas
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 CPC: arts. 369 a 484;
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 Enunciados NCPC: 21, 29, 30, 31, 32, 33 51, 52, 53, 54, 66, 72, 156, 157, 158, 514, 516,

e um n D .4 a
515, 517, 518, 519, 584, 602;
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 Súmula: 231 do STF; e 149 do STJ.

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 Súmula 231 do STF t u
n d
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O revel, em processo cível, pode produzir provas, desde que compareça em tempo oportuno.

jon
 Súmula 149 do STJ

A prova exclusivamente testemunhal não basta à comprovação da atividade agrícola, para efeito da obtenção de
benefício previdenciário.

53
JURISPRUDÊNCIA

Tutela Provisória

 Informativo 562 do STJ

A depender do caso concreto, o valor de multa cominatória pode ser exigido em montante
superior ao da obrigação principal. STJ. 3ª Turma. REsp 1.352.426-GO, Rel. Min. Moura
Ribeiro, julgado em 5/5/2015.
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 Informativo 606 do STJ
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É permitida a imposição de multa diária (astreintes) a ente público para compeli-lo a
E dad
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fornecer medicamento a pessoa desprovida de recursos financeiros. STJ. 1ª Seção. REsp

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1.474.665-RS, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 26/4/2017 (recurso repetitivo).
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Informativo 608 do STJ
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É possível o requerimento de antecipação dos efeitos da tutela em sede de sustentação
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oral. STJ. 4ª Turma. REsp 1.332.766-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 1/6/2017.
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Informativo 608 do aSTJ

jo n
O valor da multa cominatória (astreintes) não integra a base de cálculo da verba honorária.
Ex: juiz proferiu sentença condenando o réu a pagar: a) R$ 100 mil a título de danos morais;
b) R$ 40 mil de multa cominatória (astreintes); c) 10% de honorários advocatícios sobre o
valor da condenação. Os 10% do advogado serão calculados sobre R$ 100 mil (e não sobre
R$ 140 mil). A base de cálculo dos honorários advocatícios sucumbenciais na fase de
conhecimento é a condenação referente ao mérito principal da causa. STJ. 3ª Turma. REsp
1.367.212-RR, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 20/6/2017.

 Informativo 639 do STJ

54
A tutela antecipada antecedente (art. 303 do CPC) somente se torna estável se não houver
nenhum tipo de impugnação – contestação, agravo de instrumento, etc – formulada pela
parte contrária, de forma que a mera contestação tem força de impedir a estabilização, a
leitura que deve ser feita do dispositivo legal, tomando como base uma interpretação
sistemática e teleológica do instituto. STJ. 3ª Turma. REsp 1.760.966-SP, Rel. Min. Marco
Aurélio Bellizze, julgado em 04/12/2018.

 Informativo 644 do STJ

A legislação não prevê requisitos formais no pedido de contracautela (suspensão de


segurança). Para sua análise, exige-se tão somente requerimento da pessoa jurídica que
exerce munus público, formalizado em simples petição dirigida ao presidente do tribunal

a l
ao qual couber o conhecimento do respectivo recurso na causa principal. STJ. Corte

io n
c
Especial. AgInt no AgInt na SLS 2.116-MG, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 07/11/2018.
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 Informativo 649 do STJ
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O CPC/2015, seguindo a mesma linha do CPC/1973, adotou a teoria do risco-proveito, ao
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estabelecer que o beneficiado com o deferimento da tutela provisória deverá arcar com os

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prejuízos causados à parte adversa, sempre que: i) a sentença lhe for desfavorável; ii) a

e r ata 86 gm
parte requerente não fornecer meios para a citação do requerido no prazo de 5 dias, caso

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a tutela seja deferida liminarmente; iii) ocorrer a cessação da eficácia da medida em
A J 0 ra
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qualquer hipótese legal; ou iv) o juiz acolher a decadência ou prescrição da pretensão do
àn
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autor (art. 302). Em relação
a a forma de se buscar o ressarcimento dos prejuízos advindos
com o deferimentojo dantutela provisória, o parágrafo único do art. 302 do CPC/2015 é claro
ao estabelecer que “a indenização será liquidada nos autos em que a medida tiver sido
concedida, sempre que possível”, dispensando-se, assim, o ajuizamento de ação autônoma
para esse fim. A obrigação de indenizar a parte adversa dos prejuízos advindos com o
deferimento da tutela provisória posteriormente revogada é decorrência ex lege da
sentença de improcedência ou de extinção do feito sem resolução de mérito, como no
caso, sendo dispensável, portanto, pronunciamento judicial a esse respeito, devendo o
respectivo valor ser liquidado nos próprios autos em que a medida tiver sido concedida,

55
em obediência, inclusive, aos princípios da celeridade e economia processual. STJ. 3ª Turma.
REsp 1.770.124-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 21/05/2019.

Provas

 Informativo 516 do STJ

Como regra, os documentos devem ser juntados aos autos com a petição inicial (no caso
do autor) ou com a resposta (no caso do réu). A jurisprudência do STJ admite a juntada
de documentos novos após a petição inicial e a contestação mesmo em situações não
previstas na lei desde que: (i) não se trate de documento indispensável à propositura da
ação; (ii) não haja má fé na ocultação do documento; (iii) seja ouvida a parte contrária. No

l
caso julgado, o STJ afirmou que a mera declaração do juiz de que a prova documental é
a
n
intempestiva e, por isso, deve ser desentranhada dos autos, não é capaz de, por si só,
io
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impedir o conhecimento da referida prova pelo Tribunal no julgamento de recurso, tendo
u c
d e
em vista a maior amplitude no processo civil moderno dos poderes instrutórios do juiz, ao
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qual cabe determinar, até mesmo de ofício, a produção de provas necessárias à instrução

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do processo. Assim, se a prova permaneceu nos autos mesmo tendo sido declarada
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intempestiva pelo juiz de 1ª instância, poderá o Tribunal analisá-la para fundamentar seu

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veredicto. STJ. 4ª Turma. REsp 1072276-RN, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em
e
21/2/2013
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Informativo 535 do STJ u
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O magistrado pode negar a realização de perícia requerida pela parte sem que isso importe,
jo n
necessariamente, cerceamento de defesa. STJ. 2ª Turma. REsp 1352497-DF, Rel. Min. Og
Fernandes, julgado em 4/2/2014.

 Informativo 536 do STJ

Desde que observado o devido processo legal, é possível a utilização de provas colhidas
em processo criminal como fundamento para reconhecer, no âmbito de ação de
conhecimento no juízo cível, a obrigação de reparação dos danos causados, ainda que a
sentença penal condenatória não tenha transitado em julgado.

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 STJ. 3ª Turma. REsp 1721700/SC, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado
em 08/05/2018.

É admissível a juntada de documentos novos, inclusive na fase recursal, desde que não se
trate de documento indispensável à propositura da ação, inexista má-fé na sua ocultação
e seja observado o princípio do contraditório (art. 435 do CPC/2015). Caso concreto: o
juízo e o TJ não reconheceram a condição de bem de família do imóvel pertencente à
parte. Diante disso, ela apresentou embargos de declaração no TJ juntando prova de que
moraria no imóvel e que, portanto, ele seria bem de família. O TJ não aceitou o documento
e STJ afirmou que a decisão foi correta. Isso porque tal prova somente poderia ser juntada
no recurso se fosse relacionada com fato superveniente. A apresentação de novas provas

l
é possível em qualquer momento processual, mas desde que não verse sobre algum
a
io n
conteúdo que já era conhecido pela parte. Em outras palavras, é preciso haver um fato

a c
c
novo após o ajuizamento da ação ou que foi conhecido pela parte somente em momento
u
d e
posterior. O recorrente buscou fazer prova nova sobre fato antigo em embargos de
E dad
e
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declaração, o que é manifestamente inadmissível. A prova apresentada em juízo apenas

p o So
nos embargos de declaração poderia ter sido juntada no início do processo. A utilização
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de prova surpresa é vedada no sistema pátrio (arts. 10 e 933 do CPC/2015) por permitir
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burla ou incentivar a fraude processual.
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STJ, CE, REsp 617.428-SP, Rel. Min, Nancy Andrighi, j. 4/6/2014.
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É admissível, assegurado o contraditório, prova emprestada de processo do qual não
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n
participaram as partes do processo para o qual a prova será trasladada. A grande valia da
jo
prova emprestada reside na economia processual que proporciona, tendo em vista que se
evita a repetição desnecessária da produção de prova de idêntico conteúdo. Igualmente, a
economia processual decorrente da utilização da prova emprestada importa em incremento
de eficiência, na medida em que garante a obtenção do mesmo resultado útil, em menor
período de tempo, em consonância com a garantia constitucional da duração razoável do
processo, inserida na CF pela EC 45/2004. Assim, é recomendável que a prova emprestada
seja utilizada sempre que possível, desde que se mantenha hígida a garantia do
contraditório. Porém, a prova emprestada não pode se restringir a processos em que

57
figurem partes idênticas, sob pena de se reduzir excessivamente sua aplicabilidade sem
justificativa razoável para isso. Assegurado às partes o contraditório sobre a prova, isto é,
o direito de se insurgir contra a prova e de refutá-la adequadamente, o empréstimo será
válido.

 Informativo 590 do STJ

É possível ao julgador, na fase de liquidação de sentença por arbitramento, acolher as


conclusões periciais fundadas em presunções e deduções para a quantificação do prejuízo
sofrido pelo credor a título de lucros cessantes. A utilização de presunções não pode ser
afastada de plano, uma vez que esta espécie de prova é utilizada pelo direito processual
nacional como forma de facilitação de provas difíceis, desde que razoáveis. Na apreciação

a l
de lucros cessantes, o julgador não pode se afastar de forma absoluta de presunções e

io n
c
deduções, porquanto deverá perquirir acerca dos benefícios legítimos que não foram
a
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realizados por culpa da parte ex adversa. Exigir prova absoluta do lucro que não ocorreu,

E dad d e
seria impor ao lesado o ônus de prova impossível (prova diabólica). STJ. 3ª Turma. REsp
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1549467-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 13/9/2016.
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STJ. 3ª Turma. REsp 1721700/SC, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado
em 08/05/2018.
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É admissível a juntada de documentos novos, inclusive na fase recursal, desde que não se
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trate de documento indispensável à propositura da ação, inexista má-fé na sua ocultação
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ndo contraditório (art. 435 do CPC/2015). Caso concreto: o
t a
e seja observado o princípio
a
jo n
juízo e o TJ não reconheceram a condição de bem de família do imóvel pertencente à
parte. Diante disso, ela apresentou embargos de declaração no TJ juntando prova de que
moraria no imóvel e que, portanto, ele seria bem de família. O TJ não aceitou o documento
e STJ afirmou que a decisão foi correta. Isso porque tal prova somente poderia ser juntada
no recurso se fosse relacionada com fato superveniente. A apresentação de novas provas
é possível em qualquer momento processual, mas desde que não verse sobre algum
conteúdo que já era conhecido pela parte. Em outras palavras, é preciso haver um fato
novo após o ajuizamento da ação ou que foi conhecido pela parte somente em momento
posterior. O recorrente buscou fazer prova nova sobre fato antigo em embargos de
58
declaração, o que é manifestamente inadmissível. A prova apresentada em juízo apenas
nos embargos de declaração poderia ter sido juntada no início do processo. A utilização
de prova surpresa é vedada no sistema pátrio (arts. 10 e 933 do CPC/2015) por permitir
burla ou incentivar a fraude processual.

 Informativo 817 do STF

A preferência do julgador por determinada prova insere-se no livre convencimento


motivado e não cabe compelir o magistrado a colher com primazia determinada prova em
detrimento de outras pretendidas pelas partes se, pela base do conjunto probatório tiver
se convencido da verdade dos fatos. STF. Plenário. RE 567708/SP, rel. orig. Min. Gilmar
Mendes, red. p/ o acórdão Min. Cármen Lúcia, julgado em 8/3/2016.

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 Informativo 575 do STJ
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c
Não é cabível ação de exibição de documentos que tenha por objeto a obtenção de
u
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informações detidas pela Administração Pública que não foram materializadas em
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documentos (eletrônicos ou não), ainda que se alegue demora na prestação dessas
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informações pela via administrativa. STJ. 2ª Turma. REsp 1415741-MG, Rel. Min. Mauro

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Campbell Marques, julgado em 3/12/2015.

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Informativo 554 do STJ

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É cabível a cominação de multa diária — astreintes — em ação de exibição de documentos
u
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n de telefonia celular para obtenção de informações acerca
t a
movida por usuário de serviço
a Protocol) de onde teriam sido enviadas, para o seu celular,
jo n
do endereço de IP (Internet
diversas mensagens anônimas agressivas, por meio do serviço de SMS disponibilizado no
sítio eletrônico da empresa de telefonia. STJ. 3ª Turma. REsp 1359976-PB, Rel. Min. Paulo
de Tarso Sanseverino, julgado em 25/11/2014.

 Informativo 637 do STJ

É admissível o ajuizamento da ação de exibição de documentos, de forma autônoma, na


vigência do CPC/2015. Admite-se o ajuizamento de ação autônoma para a exibição de
documento, com base nos arts. 381 e 396 e seguintes do CPC, ou até mesmo pelo

59
procedimento comum, previsto nos arts. 318 e seguintes do CPC. Entendimento apoiado
nos enunciados n. 119 e 129 da II Jornada de Direito Processual Civil. STJ. 4ª Turma. REsp
1.774.987-SP, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 08/11/2018 (Info 637).

 Informativo 532 do STJ

A parte não pode deixar para arguir a suspeição de perito apenas após a apresentação de
laudo pericial que lhe foi desfavorável. A parte deverá arguir a suspeição do perito no
momento da sua nomeação. STJ. 3ª Turma. AgRg na MC 21336-RS, Rel. Min. Sidnei Beneti,
julgado em 17/9/2013.

 Informativo 519 do STJ

a l
É possível ao magistrado, na apreciação do conjunto probatório dos autos, desconsiderar

io n
as conclusões de laudo pericial, desde que o faça motivadamente. STJ. 4ª Turma. REsp
a c
c
1095.668-RJ, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 12/3/2013.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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______. Lei nº 13.105 de 16 de março de 2015. Institui o Código de Processo Civil. Brasília:
Presidência da República, 2015.

BUENO, Cassio Scarpinella. Manual de Direito Processual Civil: Inteiramente Estruturado à


Luz do Novo CPC, de acordo com a Lei n. 13.256, de 4-2-2016. 2. ed. rev., atual. e ampl. – São
Paulo: Saraiva, 2016.

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– Salvador: Ed. Podivm, 2018.
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CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmulas do STF e STJ. 3ª Edição. – Salvador: Ed. Podivm,
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GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Direito Processual Civil Esquematizado/ Marcus Vinicius
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A J 0 ra
Rios Gonçalves; coordenador Pedro Lenza. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
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t a
MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART,
aed. rev. atual. e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2016.
jo
processo civil comentado.n2.

Neves, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito Processual Civil - Volume Único. 10ª
edição. Editora JusPodvm, 2018.

Thamay, Rennan. Manual de Direito Processual Civil – 2. ed. – São Paulo: Saraiva Educação,
2019.

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processual civil, processo de conhecimento e procedimento comum – vol. I/Humberto
Theodoro Júnior. 58. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2017.

a l
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MAGISTRATURA
FEDERAL
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Direito Processual
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SUMÁRIO

DIREITO PROCESSUAL CIVIL, Capítulo 6...................................................................................................................3


21. Formação, Suspensão e Extinção do Processo ............................................................................................. 3

21.1 Formação do Processo ............................................................................................................................... 3

21.2 Suspensão do Processo ............................................................................................................................. 4

21.3 Extinção do Processo .................................................................................................................................. 8

22. Modelos de Organização Processual (Processo de Conhecimento).......................................... 10

22.1 Processo e Procedimento....................................................................................................................... 10


a l
22.2
io n
Procedimento Comum e Especiais..................................................................................................... 10

a c
22.3
c
Petição Inicial ............................................................................................................................................... 11
u
22.3.1 E dad d e
Requisitos da Petição Inicial ......................................................................................................... 12
e
rt le
22.3.2
o So
Documentos Indispensáveis.......................................................................................................... 15
p
22.3.3 S ut 22- il.com u ra 92
Emenda da Inicial .............................................................................................................................. 16

22.3.4 r ata 86 gm um n D .4 a
Indeferimento da Inicial .................................................................................................................. 17
e
22.4
d V on 24.5 67@
Pedido ............................................................................................................................................................. 20
A J 0 ra
22.4.1 t u
Cumulação de Pedidos: .................................................................................................................. 21
n d
22.5 a ta
Valor da Causa ............................................................................................................................................ 24
jo n
22.6 Improcedência Liminar ............................................................................................................................ 24

22.6.1 Hipóteses de Improcedência Liminar ....................................................................................... 25

22.7 Ampliação, Redução e Alteração da Demanda ............................................................................ 26

22.8 Audiência de Conciliação ou de Mediação .................................................................................... 27

22.9 Teoria da Exceção ...................................................................................................................................... 29

22.9.1 Pré-Processual ..................................................................................................................................... 29

22.9.2 Processual ............................................................................................................................................. 29


22.9.3 Material .................................................................................................................................................. 30

22.10 Respostas do Réu ...................................................................................................................................... 30

22.10.1 Contestação ......................................................................................................................................... 31

22.10.2 Reconvenção ....................................................................................................................................... 37

22.11 Revelia............................................................................................................................................................. 40

22.1.1 Conceito ................................................................................................................................................ 40

22.1.2 Efeitos da Revelia .............................................................................................................................. 41

22.1.3 Ingresso do Réu Revel no Processo .......................................................................................... 43

23. Providências Preliminares e do Saneamento .............................................................................................. 44 a l


io n
c
QUADRO SINÓTICO ..................................................................................................................................................... 46
a
u c
d e
QUESTÕES COMENTADAS ....................................................................................................................................... 50
E dad
e
rt le
GABARITO ......................................................................................................................................................................... 61

p o So
S ut 22- il.com u ra 92
QUESTÃO DESAFIO ........................................................................................................................................................ 62

e r ata 86 gm um n D .4 a
GABARITO DA QUESTÃO DESAFIO......................................................................................................................... 63

V on 24.5 67@
LEGISLAÇÃO COMPILADA............................................................................................................................................ 65
d
A J 0 ra
JURISPRUDÊNCIA ............................................................................................................................................................ 66
t u
n d
a t a
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................................................. 70

jo n
DIREITO PROCESSUAL CIVIL

Capítulo 6
Neste capítulo, vamos tratar dos seguintes temas: formação, suspensão do processo e extinção
do processo, alienação da coisa ou do direito litigioso, modelos de organização processual
(Processo de conhecimento) e Providências preliminares.

21. Formação, Suspensão e Extinção do Processo

21.1 Formação do Processo


a l
io n
Como já vimos anteriormente, a função jurisdicional do Estado deve ser provocada pela
parte, uma vez que ela é inerte. Nos termos do art. 2º do CPC
c
a começa por iniciativa
“Ocprocesso
d u previstas
e em lei”.
E
da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções
e leda d
r
o So t
Dessa forma, haverá a propositura da ação quando a petição inicial for protocolada, nos
p
Su utra 22-92il.com
termos do art. 312 do CPC, o que origina a denominada litispendência. A propositura da ação

u m D .4 a
é ato unilateral do autor, representado pela apresentação da petição inicial em juízo, não
r n m
a
e nat .58 @g 6
d V
dependendo, portanto, de nenhum ato judicial que não o certificado de que a petição inicial foi
o 24 67
protocolada. A J 0 ra
d ut
No entanto, a propositura n
t a da ação gera apenas litispendência para o autor, enquanto
acitação válida.
para o réu depende de sua
jo n
Após proposta a ação, o juiz verificará a regularidade dela, detectando algum vício,
concederá prazo de 15 dias para que seja sanado o problema, especificando o que deve ser
sanado. Não detectando nenhum vício, determinará a citação do réu, formando, destarte, a
relação processual. Já no caso de descumprimento, haverá o indeferimento da inicial.

A partir da citação, ocorre a estabilização da demanda, porque o autor não mais poderá
alterar o pedido ou a causa de pedir, senão com o consentimento do réu. Após o saneamento,
nenhuma alteração poderá ser admitida, ainda que o réu com ela concorde.

3
21.2 Suspensão do Processo

Ocorre quando há a paralisação do processo. Enquanto o processo estiver suspenso,


não serão praticados atos processuais, exceto os necessários para a preservação dos direitos
das partes, a fim de evitar danos irreparáveis.

Essa suspensão pode ser total ou parcial. A suspensão total do processo é chamada de
suspensão própria, enquanto na suspensão imprópria a suspensão atinge apenas parcela do
processo, enquanto outra parte tramita normalmente. Um exemplo de suspensão imprópria é o
incidente de resolução de demandas repetitivas (IRDR). No IRDR o processo em que foi
instaurado será suspenso, mas na realidade o que fica suspenso é o procedimento principal
desse processo, porque sendo o incidente parte dele, o processo parcialmente continuará seu
a l
trâmite, por meio do incidente processual.
io n
a c
c
As causas de suspensão do processo estão dispostas no art. 313, do CPC1, vejamos:
u
E dad
 Morte ou perda da capacidade processual da parte
d e
e
rt le
p o So
Só acarretará suspensão do processo se o direto discutido for de caráter transmissível,
u ra 92
S ut 22- il.com
já que a discussão de um direito intransmissível gera a extinção do processo, nos termos do art.

um n D .4 a
r ata 86 gm
485, IX, do CPC. Independe de pronunciamento judicial, pois a suspensão é automática.
e
d V on 24.5 67@
J 0 ra
Nos arts. 687 a 692, do CPC, está prevista a ação de habilitação, que segundo o art. 687,
A t u
do CPC, é cabível quando ocorrer o falecimento de uma das partes e os interessados houverem
n d
ta
de suceder-lhe no processo. Trata-se de ação incidental de procedimento especial para habilitar
a
jo n
a sucessão processual na hipótese de morte da parte.

Falecido o autor e sendo transmissível o direito em litígio, determinará a intimação de


seu espólio, de quem for o sucessor ou, se for o caso, dos herdeiros, pelos meios de
divulgação que reputar mais adequados, para que manifestem interesse na sucessão
processual e promovam a respectiva habilitação no prazo designado, sob pena de extinção do
processo sem resolução de mérito (art. 313, § 2°, II e art. 485, IV, do CPC).

1
Vide Questão 1.
4
Falecido o réu, o juiz ordenará a intimação do autor para que promova a citação do
respectivo espólio, de quem for o sucessor ou, se for o caso, dos herdeiros, no prazo que
designar, de no mínimo 2 e no máximo 6 meses (art. 313, § 2°, I, do CPC). Descumprida a
diligência, estará configurado o abandono do processo, devendo o processo ser extinto sem
resolução do mérito (art. 485, III, do CPC).

Se a ação é proposta contra indivíduo que já estava morto, o juiz não deverá determinar
a habilitação, a sucessão ou a substituição processual. De igual modo, o processo não deve ser
suspenso para habilitação de sucessores. Isso porque tais institutos são aplicáveis apenas para
as hipóteses em que há o falecimento da parte no curso do processo judicial. O correto
enquadramento jurídico desta situação é de ilegitimidade passiva, devendo ser facultado ao

l
autor, diante da ausência de ato citatório válido, emendar a petição inicial para regularizar o
a
io n
polo passivo, dirigindo a sua pretensão ao espólio. Diante disso, o juiz deverá permitir que o

a c
c
exequente faça a emenda da petição inicial para a substituição do executado falecido pelo seu
u
espólio2.
E dad d e
e
rt le
o So
Já em caso de perda da capacidade processual, será necessário o ingresso de um
p
u ra 92
S ut 22- il.com
representante processual, porque nesse caso a parte perde a capacidade de estar em juízo.

um n D .4 a
r ata 86 gm
 Morte ou perda de capacidade processual do representante legal
e
d V on 24.5 67@
No caso de morte ou de perda da capacidade processual desse representante processual,
A J 0 ra
t
a parte volta a não ter capacidade de estar em juízo, cabendo a indicação de um novo
u
d
nse regularize sua situação no processo.
a t a
representante processual para que
n
jo de capacidade processual do advogado
 Morte ou perda

A suspensão aqui tratada só se justifica se o advogado morto ou que perdeu sua


capacidade for o único constituído nos autos, de forma que, havendo mais de um advogado
constituído, o processo deve prosseguir normalmente com o outro procurador remanescente.

 Convenção das partes

2
STJ. 3ª Turma. REsp 1559791-PB, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 28/08/2018 (Info 632).
5
Se trata de um acordo bilateral, sendo necessário que se admita a autocomposição, as
partes sejam plenamente capazes e que não exista nenhuma situação de vulnerabilidade (art.
190, do CPC).

O prazo de suspensão do processo não pode ser superior a 6 meses (art. 313, § 4º, do
CPC).

 Arguição de impedimento ou de suspeição

Apesar de não especificar para qual pessoa está dirigida essa regra, a arguição de
impedimento e suspeição capaz de suspender o processo é a do Juiz.

A mera arguição da suspeição ou impedimento do juiz suspende o procedimento principal

l
(suspensão imprópria), mas a continuidade dessa suspensão até o julgamento da arguição
a
io
depende de decisão a ser proferida pelo relator do incidente no tribunal. n
a c
u c
 Admissão de incidente de resolução de demandas repetitivas
E dad d e
e
rt le
Admitido o incidente pelo relator no tribunal de segundo grau caberá a ele suspender

p o So
os processos pendentes, individuais ou coletivos, que tramitam no Estado ou na região de
u ra 92
S ut 22- il.com
competência do tribunal (art. 982, I, do CPC).

e
 Prejudicialidade
um n D .4 a
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d V on 24.5 67@
A J 0 ra
O processo será suspenso quando a sentença depender do julgamento de outra causa
t u
d
ou da declaração de existência ou de inexistência de relação jurídica que constitua o objeto
n
a ta
principal de outro processo pendente (art. 313, V, a, do CPC).
jon
 Necessidade de verificação de determinado fato ou a produção de
certa prova, requisitada para outro juízo

A suspensão ora analisada não trata de questão prejudicial, mas de questão preliminar
ao julgamento de mérito, aqui compreendida corno fato ou prova que deve ser verificada ou
produzida anteriormente à prolação de decisão de mérito.

 Força maior

6
Haverá motivo de suspenção do processo por força maior quando qualquer causa
representada por evento insuperável, alheio à vontade dos sujeitos processuais e que os
impeça de praticar atos processuais.

 Acidentes e fatos da navegação de competência do Tribunal Marítimo

Estando em trâmite processo perante esse tribunal administrativo, e sendo a questão


lá discutida repetida no processo judicial, caberá a suspensão do processo judicial.

 Demais casos regulados pelo Código de Processo Civil

Essa hipótese torna o rol do art. 313, do CPC, meramente exemplificativo.

Como exemplo de outras hipóteses de suspenção do processo previstos no CPC, estão a

a l
instauração do incidente de desconsideração da personalidade jurídica (art. 134, § 3°, do CPC);
io n
c
a impugnação ao cumprimento de sentença ou embargos à execução (arts. 525, § 6°, e 919, §
a
u c
1°, do CPC); em razão da oposição (art. 685, parágrafo único, do CPC); em razão da não

E dad d e
localização de bens na execução de pagar quantia certa (art. 921, III, do CPC); entre outros.
e
rt le
p o So
 Pelo parto ou adoção, quando a advogada responsável pelo processo constituir
u ra 92
S ut 22- il.com
a única patrona da causa

e um n D .4 a
r ata 86 gm
O período de suspensão será de 30 (trinta) dias, contado a partir da data do parto ou

d V on 24.5 67@
da concessão da adoção, mediante apresentação de certidão de nascimento ou documento
A J 0 ra
t u
similar que comprove a realização do parto, ou de termo judicial que tenha concedido a adoção,
d
n (art. 313, § 6°, do CPC).
t a
desde que haja notificação ao cliente
a
jo n
 Pela paternidade

Essa hipótese só ocorrerá quando advogado responsável pelo processo constituir o único
patrono da causa.

O período de suspensão será de 8 (oito) dias, contado a partir da data do parto ou da


concessão da adoção, mediante apresentação de certidão de nascimento ou documento similar
que comprove a realização do parto, ou de termo judicial que tenha concedido a adoção, desde
que haja notificação ao cliente. (art. 313, § 7°, do CPC).

7
A suspensão do processo em razão da paternidade do único patrono da causa se opera
tão logo ocorra o fato gerador (nascimento ou adoção), independentemente da comunicação
imediata ao juízo. Obs.: a mesma conclusão acima exposta pode ser aplicada para o inciso IX
do art. 313 do CPC3.

21.3 Extinção do Processo

A extinção do processo ou da fase de conhecimento ocorre com a prolação da sentença,


nos moldes do art. 316 do CPC.

A esse respeito, saliente-se o importante papel do Princípio da Primazia do Exame de


Mérito e do Princípio da Cooperação, o qual determina que, antes de proferir decisão sem

l
resolução de mérito, o juiz deverá conceder à parte oportunidade para, se possível, corrigir o
a
vício (art. 317, do CPC).
io n
a c
u c
Como serão estudadas posteriormente, as causas de extinção do processo se fazem com
E dad
resolução de mérito (art. 487) e sem resolução de mérito (art. 485).
d e
e
rt le
p o So
As sentenças de extinção sem resolução de mérito geram, portanto, coisa julgada formal.
u ra 92
S ut 22- il.com
Não impedem que nova ação com mesmo pedido e causa de pedir seja ajuizada. Todavia, em
um n D .4 a
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caso de reiteração de demanda, a distribuição será feita por dependência. Ocorre nas seguintes
e
situações:
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A J 0 ra
t u
Quando o juiz indeferir a petição inicial;

n d

a ta
Quando o processo fica parado por mais de um ano, por negligência das partes
én
(nesse casojo indispensável que o juiz determine a intimação pessoal da parte para
que dê andamento ao feito em até 5 dias);
 Quando não promover os atos e diligências que lhe compete, o autor abandonar
a causa por mais de 30 dias (nesse caso, o autor deve ser intimado de forma
pessoal, por carta, mandado ou edital, se ele estiver desaparecido);
 Quando se verificar a ausência de pressupostos de constituição e desenvolvimento
regular e válido do processo;

3
STJ. 3ª Turma. REsp 1799166-GO, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 02/04/2019 (Info 645).
8
 Quando o juiz reconhecer a existência de perempção, litispendência e coisa julgada;
 Quando verificar a ausência de legitimidade e de interesse processual;
 Quando houver convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral reconhecer a
sua competência;
 Quando houver desistência da ação, que pode ser requerida e homologada até a
prolação de sentença de primeira instância. Se for manifestada após o oferecimento
da contestação, carece da anuência do réu (não confunda com renúncia!);
 Quando a ação for considerada intransmissível por disposição legal.

As sentenças de extinção com resolução de mérito geram, portanto, coisa julgada


material. Ocorre nas seguintes situações:

Quando o juiz acolher ou rejeitar o pedido do autor da ação ou reconvenção;



a l

io n
Quando o juiz pronunciar, de ofício ou a requerimento, a decadência ou a
prescrição4;
a c
 u c
Quando o juiz homologar reconhecimento da procedência do pedido formulado
na ação ou reconvenção; E dad d e
e
rt le

p o So
Quando o juiz homologar a transação;
 u ra 92
S ut 22- il.com
Quando o juiz homologar a renúncia à pretensão formulada na ação ou na

um n D .4 a
reconvenção.

e r ata 86 gm
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A J 0 ra
t u
n d
a ta
jo n

4
Vide Questão 5.
9
22. Modelos de Organização Processual (Processo de
Conhecimento)

22.1 Processo e Procedimento

De acordo com a doutrina, processo é o meio, o instrumento através do qual se obtém


a prestação jurisdicional, o caminho formado por atos processuais que obedecem a uma regra
e que vão culminar em uma sentença.

Já o procedimento configurou-se como o modo em que se executa estes atos


processuais.

a l
22.2 Procedimento Comum e Especiais
io n
a c
u c
Diferentemente do Código de 1973, que era dividido em ordinário e sumário, o Código
d e
E dad
de Processo Civil de 2015 não regulou o procedimento sumário. Assim, o procedimento comum
e
rt le
o So
passou a ser uno (ou seja, não existe mais espécies de procedimento comum).
p
u ra 92
S ut 22- il.com
Existem, portanto, apenas os procedimentos comum, que vamos estudar nesse capítulo,

um n D .4 a
r ata 86 gm
e especial, em capítulo próprio.
e
d V on 24.5 67@
Ademais, o art. 1.049, caput, do CPC estabelece que, mesmo para os casos regulados por
A J 0 ra
t u
leis extravagantes, à falta de especificação de um rito específico, aplica-se o procedimento
d
anlei remeta ao antigo procedimento sumário, doravante será
t
comum. E, para os casos em quea
a com as modificações previstas na própria lei especial, se
jo
observado o procedimento ncomum
houver (parágrafo único do art. 1.049, do CPC).

10
Além da regra estabelecida acima, é preciso atentar para a norma de direito intertemporal
prevista no art. 1.046, §1º, do CPC.

Os dispositivos do Código revogado relativos ao rito sumário (arts. 275 a 281) continuarão
a ser aplicados às ações propostas até o início de vigência da nova lei, desde que ainda não
tenham sido sentenciadas. Ou seja, embora revogado, o rito sumário continuará a ser aplicado
até que todas as ações ajuizadas anteriormente à vigência do novo Código sejam sentenciadas.
a l
io n
O procedimento comum aplica-se subsidiariamente aos demais procedimentos especiais
a c
c
e ao processo de execução, salvo disposições em contrário (art. 318 CPC).
u
E dad d e
e
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p o So
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e um n D .4 a
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J 0 ra
Enunciado 119, da II Jornada de Processo Civil do CJF/STJ: É admissível o ajuizamento de
A t u
ação de exibição de documentos, de forma autônoma, inclusive pelo procedimento comum do
n d
a ta CPC (art. 318 e seguintes).
jo n
22.3 Petição Inicial

Segundo Marcus Vinicius R. Gonçalves, a Petição Inicial “é o ato que dá início ao processo,
e define os contornos subjetivo e objetivo da lide, dos quais o juiz não poderá desbordar”.

A petição inicial tem duas funções: uma de provocar a instauração do processo e outra
de identificar a demanda, decorrência natural da necessidade de menção às partes, causa de
pedir e pedido.

11
22.3.1 Requisitos da Petição Inicial

A petição inicial é um ato processual solene, e como tal, possui requisitos essenciais,
quase todos elencados no art. 319 do CPC, sendo eles:

 Juízo singular ou colegiado a que é dirigida a petição inicial

O primeiro requisito previsto pelo art. 319, do CPC, e que constará no topo da primeira
página da petição inicial, é o juízo a que esta é dirigida. Sendo a primeira peça do processo,
necessária é a indicação do juízo que a receberá nesse primeiro momento procedimental. A
indicação do destinatário da petição (tanto a ação originária de primeiro grau como a de
competência originária de Tribunal) é necessária para a remessa da petição inicial e formação

l
dos autos perante o órgão pretensamente competente para o conhecimento da demanda.
a
io n
Eventual erro não ensejará o indeferimento da inicial, mas tão somente a remessa da petição
inicial ao correto destinatário. a c
u c
 Indicação das partes e sua qualificação E dad d e
e
rt le
o So
Na petição inicial deve constar a qualificação das partes, contendo o nome completo, o
p
u ra 92
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estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número de inscrição no Cadastro de

e um n D .4 a
Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio
r ata 86 gm
V on 24.5 67@
e a residência do autor e do réu.
d
A J 0 ra
t
Tais elementos identificadores se prestam a duas funções principais: permitir a citação
u
d
n processuais parciais.
a t a
do réu e a individuação dos sujeitos
n
joart. 319, do CPC, o legislador demonstrou sua preocupação com a
Nos parágrafos do
dificuldade do autor em qualificar o réu. Nos termos do § 1º, o autor poderá requerer ao juiz
diligências necessárias à obtenção das informações exigidas pela lei.

No §2º há previsão no sentido de não ser caso de indeferimento da petição inicial a


ausência de dados do réu, desde que seja possível sua citação, restando ao próprio réu, em
sua contestação ou qualquer outra espécie de resposta, regularizar sua qualificação, com a
indicação de dados que faltaram à petição inicial por desconhecimento do autor.

12
Finalmente, o §3º prevê que a petição inicial não será indeferida pelo não atendimento
ao disposto no inciso II do art. 319, se a obtenção de tais informações tornar impossível ou
excessivamente oneroso o acesso à justiça. O dispositivo é feito sob medida para hipótese de
réus incertos, como nas ações possessórias movidas contra multidão de pessoas responsáveis
pela agressão à posse.

 O fato e os fundamentos jurídicos do pedido;

Esse requisito consiste na chamada causa de pedir, para a qual o nosso sistema pátrio
adotou a teoria da substanciação, que se contrapõe à teoria da individuação. De acordo com
essa teoria adotada, é imprescindível a exposição dos fatos para que se possa verificar o
nexo jurídico destes com o pedido. É justamente a descrição dos fatos que vincula o
julgamento.
a l
io n
a c
Muito embora seja indispensável a exposição dos fundamentos jurídicos, é desnecessária

u c
d e
a indicação dos fundamentos legais, ou seja, o autor não precisa indicar o texto legal aplicável
E dad
e
à sua pretensão, eis que essa tarefa é do julgador. Basta ao autor trazer na petição inicial os
rt le
p o So
fatos e os fundamentos jurídicos que darão suporte ao seu pedido, visto que é inepta a petição
u ra 92
S ut 22- il.com
inicial quando da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão.

e um n D .4 a
r ata 86 gm
 O pedido com as suas especificações;

d V on 24.5 67@
A J 0 ra
O pedido nada mais é do que a pretensão jurisdicional.
t u
n d
O pedido delimita o objeto da ação e pode ser classificado como imediato e mediato. O
a ta
n
pedido imediato constitui-se no provimento jurisdicional pretendida, ou seja, o desejo de obter
jo
uma decisão que dê solução à lide (condenação, constituição, mera declaração). Enquanto o
pedido mediato consiste no bem da vida pretendido, ou seja, o resultado prático (vantagem no
mundo prático) que o autor pretende obter com a demanda judicial.

 O valor da causa;

Como já foi apresentado no capítulo 4, o art. 291 do Novo CPC estabelece que "a toda
causa será atribuído um valor certo, ainda que não tenha conteúdo econômico imediatamente
aferível". Desse modo, ainda que o bem material objeto da pretensão do autor não tenha um

13
valor economicamente aferível, é necessária a indicação de valor à causa, ainda que seja
calculado de forma meramente estimativa. Todas as demandas terão valor da causa, inclusive a
reconvenção, oposições e embargos de declaração.

 As provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados;

Como requisito da petição inicial, cabe esclarecer que não se trata de trazer as provas
com a petição inicial, mas de indicar quais os meios de prova pretende utilizar para demonstrar
a veracidade do que alega.

Essa indicação, apesar do dispositivo legal parecer que o autor deveria especificar quais
as provas ele pretende produzir, basta apenas ao autor a indicação genérica de todos os meios
de prova em direito admitidos, para que o requisito seja considerado preenchido.
a l
io n
 A opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de
a c
mediação.
u c
E dad d e
Nos termos do art. 319, VII, do CPC, cabe ao autor a indicação, em sua petição inicial, de
e
rt le
o So
requerimento para a realização ou não da audiência de conciliação ou de mediação.
p
u ra 92
S ut 22- il.com
Mesmo não havendo qualquer manifestação de vontade do autor, em descumprimento

um n D .4 a
r ata 86 gm
ao previsto no inciso ora analisado, não é caso de irregularidade da petição inicial e nem
e
V on 24.5 67@
hipótese de emenda da petição inicial.
d
A J 0 ra
t u
A realização da audiência de conciliação e de mediação é o procedimento regular,
n d
ta
cabendo às partes se manifestarem contra sua realização, de forma que, sendo omissa a petição
a
jo n
inicial, compreende-se que o autor não se recusa a participar da audiência, que assim sendo
será regularmente realizada.

Assim, a audiência do art. 334 do CPC apenas não será marcada quando ambas partes
de manifestarem em não optar pela audiência ou quando não se admitir a autocomposição.

14
Teoria da Substanciação (Substancialização) e Teoria da Individuação (individualização)

Nos sistemas processuais mais antigos, prevalecia a teoria da individuação. Era suficiente
ao autor indicar os fundamentos jurídicos do pedido (fundamentação de direito), ou seja, a
causa de pedir é composta pela relação jurídica alegada pelo autor. Acontece que a mera
indicação do fundamento jurídico do pedido não permite a correta e completa identificação da
demanda.
a l
io n
a c
É possível que duas demandas tenham as mesmas partes, mesmos pedidos e o mesmo

u c
d e
fundamento jurídico, e não sejam idênticas. Isso que foi demonstrado pela Teoria da
E dad
e
Substanciação, ou seja, mostrou a insuficiência da Teoria da Individuação. Na Teoria da
rt le
o So
Substanciação a causa de pedir é composta pela fundamentação de fato e pela
p
u ra 92
S ut 22- il.com
fundamentação de direito. O Brasil adota a Teoria da Substanciação.

e
 Endereço do patrono
um n D .4 a
r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
Além dos requisitos essenciais da petição inicial previstos nos incisos do art. 319, do CPC,
t u
d
também o art. 106, I, do CPC indica outro requisito estrutural essencial para a regularidade da
n
a ta
petição inicial: o endereço do patrono que a subscreve.
jo n
Desse modo, na petição inicial, incumbe ao advogado declarar, na petição inicial ou na
contestação, o endereço, seu número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil e o nome
da sociedade de advogados da qual participa, para o recebimento de intimações.

22.3.2 Documentos Indispensáveis

Além dos requisitos essenciais da petição inicial analisados anteriormente, toda petição
inicial será instruída com os documentos indispensáveis à propositura da demanda (art. 320, do
CPC).

15
Documentos indispensáveis à propositura da demanda são aqueles cuja ausência
impede o julgamento de mérito da demanda, não se confundindo com documentos
indispensáveis à vitória do autor, ou seja, ao julgamento de procedência de seu pedido. Esses
são considerados documentos úteis ao autor no objetivo do acolhimento de sua pretensão, mas,
não sendo indispensáveis à propositura da demanda, não impedem a continuidade da demanda,
tampouco a sua extinção com resolução do mérito.

a l
n
O Superior Tribunal de Justiça entende pela viabilidade do pedido de exibição do contrato,
io
a c
ao invés de ser elaborado por meio de ação cautelar precedente de exibição de documento,

u c
seja elaborado incidentalmente, ainda que continue a acreditar ser o contrato documento
E dad d e
e
indispensável à propositura da ação.
rt le
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22.3.3 Emenda da Inicial

um n D .4 a
r ata 86 gm
O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos arts. 319 (os
e
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requisitos da petição inicial) e 320 (documentos indispensáveis) ou que apresenta defeitos e
d
A J 0 ra
irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor, no
t u
n d
prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a complete, indicando com precisão o que deve ser
a ta
corrigido ou completado.
jo n
O prazo para emenda da inicial, informa Marcus Vinícius, não é preclusivo, de modo que,
se o autor a emendar após o transcurso do prazo de 15 dias, o juiz receberá a emenda, salvo
se tiver proferido a sentença de indeferimento. Se necessário, poderá determinar outra emenda,
até que todos os esclarecimentos hajam sido prestados.

Na hipótese de ausência de indicação do endereço do patrono, o prazo para a emenda


da petição inicial é excepcionalmente de 5 (cinco) dias (art. 106, §1º, do CPC).

16
O Superior Tribunal de Justiça, inclusive, tem entendimento de que a emenda da petição
inicial é um direito do autor, não podendo o juiz indeferir a petição inicial antes de
oportunizar ao autor seu saneamento, sempre que isso se mostrar possível no caso concreto.

Regra geral, se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial (art.
321 do CPC). Todavia, descumprida a determinação de emenda à inicial com relação à
apresentação do original de uma das cártulas que embasou a monitória, não é juridicamente
a l
possível se falar em extinção total da demanda5.
io n
a c
22.3.4 Indeferimento da Inicial
u c
E dad d e
e
rt le
Como já falamos, o juiz pode indeferir a inicial quando a emenda não tiver sido apta a

p o So
sanar a irregularidade ou vício, ou nos casos de omissão do autor em realizar a emenda no
u ra 92
S ut 22- il.com
prazo legal. O indeferimento pressupõe que o juiz sequer tenha determinado a citação do réu.

e um n D .4 a
r ata 86 gm
Porém, o juiz também pode indeferir a inicial quando se deparar com vícios insanáveis,

d V on 24.5 67@
ou seja, de nada adiantará abrir prazo de 15 dias ao autor para emendar a petição inicial,
A J 0 ra
t u
considerando-se que o autor não será capaz de sanar a irregularidade ou vício constatado.
n d
a ta
Desse modo, o art. 330, do CPC, prevê as causas de indeferimento da petição inicial,
jo n
vejamos:

 Inépcia da petição inicial

O §1° do art. 330 do Novo CPC é o responsável por elencar as situações nas quais a
petição inicial será considerada inepta:

 Lhe faltar pedido ou causa de pedir;

5
STJ. 3ª Turma. REsp 1837301-SC, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado em 18/02/2020 (Info 665).
17
A importância de tal descrição na petição inicial deriva da necessidade de fixação dos
limites objetivos da ação e da pretensão do autor, sem o que o réu não poderá exercer
ativamente seu direito de defesa.

 O pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite


o pedido genérico;

O inciso II do § 1º, do art. 330, do CPC, inclui a elaboração de pedido genérico, quando
for exigido o pedido determinado, como nova causa de inépcia da petição inicial.

 Da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão;

A petição inicial deve conter uma ordem lógica entre os argumentos utilizados pelo autor
e a conclusão a que chega quando formula seu pedido.
a l
io n
 Contiver pedidos incompatíveis entre si.
a c
 Parte for manifestamente ilegítima
u c
E dad d e
e
rt le
Nesse caso, a mera ilegitimidade não seria o suficiente para o indeferimento, sendo

p o So
necessário analisar caso a caso, dependendo da apreciação e do convencimento do juiz que irá
u ra 92
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se convencer ou não da ilegitimidade de uma das partes (ou mesmo de ambas). Convencendo-

um n D .4 a
r ata 86 gm
se, deverá indeferir a petição inicial.
e
d V on 24.5 67@
 Autor carecer de interesse processual
A J 0 ra
t u
d
Seria a falta de interesse de agir.
n
a t a

jon da petição inicial
Ausência de emenda

Como já foi falado, a perda do prazo para emendar a inicial gera o indeferimento da
inicial. Sendo, em regra, de 15 dias,

18
Nas ações que tenham por objeto a revisão de obrigação decorrente de empréstimo, de
financiamento ou de alienação de bens, o autor terá de, sob pena de inépcia, discriminar na
petição inicial, dentre as obrigações contratuais, aquelas que pretende controverter, além de
quantificar o valor incontroverso do débito, devendo o valor incontroverso deverá continuar a
ser pago no tempo e modo contratados.

As hipóteses acima enumeradas acarretam a extinção do processo sem resolução do mérito,


a l
nos termos do art. 485, I, do CPC.
ion
a c
u c
No caso de indeferimento da petição inicial, o pronunciamento será uma sentença,

E dad d e
recorrível por apelação. Havendo indeferimento da petição inicial no Tribunal (em casos de
e
rt le
o So
competência originária), o recurso cabível dependerá de quantos julgadores participaram do
p
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julgamento. Sendo o julgamento monocrático, caberá agravo interno para o órgão colegiado,

e um n D .4 a
nos termos do art. 1.021, caput, do CPC. Tratando-se de decisão colegiada, caberão recurso
r ata 86 gm
especial e/ou recurso extraordinário, dependendo do caso concreto.

d V on 24.5 67@
A J 0 ra
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n d
a ta
jo n

O art. 331, do CPC, prevê e regulamenta a possibilidade de retratação da decisão6 que


indefere a petição inicial. Chama-se de efeito regressivo do recurso. No caso, se o autor
apelar, o juiz poderá retratar-se no prazo de 5 (cinco) dias. Havendo retratação, anulando-se
a sentença, o juiz então receberá a inicial e dará curso ao processo, mandando citar o réu

6
Vide Questão 8.
19
para, em sendo o caso, comparecer à audiência de conciliação ou, ainda, contestar. Caso não
haja retratação, vendo o juiz que era caso de indeferimento da petição inicial, será, pelo juiz,
ordenada a citação do réu para responder ao recurso. Sendo a sentença reformada pelo
tribunal, o prazo para a contestação começará a correr da intimação do retorno dos autos (art.
331, §2º, do CPC), observado o disposto no art. 334, do CPC.

Caso não seja interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da
sentença.

22.4 Pedido

Como já foi analisado, o pedido7 é o objeto da ação, considerado o ato mais importante

a l
para as partes, pois, por meio do pedido, restarão fixados os limites objetivos da causa e,

io n
potencialmente, da decisão como consequência do princípio da congruência
a c
u c
d e
Está regulado nos arts. 322 a 329 do CPC. Ademais, a regra é que o pedido seja certo e
E dad
determinado:
e
rt le
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 Pedido Certo (art. 322, do CPC): é aquele que possibilita a identificação clara do
S ut 22- il.com
bem da vida pretendido, de forma explícita;

e um n D .4 a
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 Pedido Determinado (art. 324, do CPC): é aquele que apresenta claramente a

d V on 24.5 67@
extensão da pretensão, tanto da quantidade, como da qualidade.
A J 0 ra
t u
d
Porém, há situações em que se permite a formulação de pedidos genéricos, como nos
n
casos do §1º, do art. 324 do CPC:
a ta
jon
 Nas ações universais, se o autor não puder individuar os bens demandados;
 Quando não for possível determinar, desde logo, as consequências do ato ou
do fato;
 Quando a determinação do objeto ou do valor da condenação depender de
ato que deva ser praticado pelo réu.

Além disso, os pedidos também podem ser implícitos, vejamos:

7
Vide Questão 4.
20
 Pedidos Implícitos: devem ser interpretados restritivamente, dizem respeito, por
exemplo, aos juros legais, à correção monetária e às verbas de sucumbência, inclusive
os honorários advocatícios.

Ademais, na ação que tiver por objeto cumprimento de obrigação em prestações


sucessivas8 (aquelas que se cumpre mês a mês sucessivamente), estas serão consideradas
incluídas no pedido, independentemente de declaração expressa do autor, e serão incluídas na
condenação, enquanto durar a obrigação, se o devedor, no curso do processo, deixar de pagá-
las ou de consigná-las (art. 323 do CPC).

a l
io n
a c
u c
d e
Súmula 254, do STF: Incluem-se os juros moratórios na liquidação, embora omisso o pedido
E dad
inicial ou a condenação. e
rt le
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Súmula 256, do STF: É dispensável pedido expresso para condenação do réu em honorários,

e um n D .4 a
com fundamento nos arts. 63 ou 64 do Código de Processo Civil.
r ata 86 gm
V on 24.5 67@
Súmula 453, do STJ: Os honorários sucumbenciais, quando omitidos em decisão transitada em
d
A J 0 ra
t
julgado, não podem ser cobrados em execução ou em ação própria.
u
n d
a ta
22.4.1 Cumulação de Pedidos:
jo n
É lícita a cumulação, em um único processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos,
ainda que entre eles não haja conexão (art. 327, do CPC), sendo o caso de reconhecer, nesta
modalidade de pedido, a aplicação do princípio da economia processual, eis que pedidos que
dariam ensejo a demandas diferentes serão deduzidos em uma única ação.

Cumulação própria: o autor pretende que o juiz acolha todos os pedidos;

8
Vide Questão 6.
21
Cumulação imprópria: o autor formula várias pretensões, mas pretende que o juiz acolha
apenas uma delas.

Os tipos de cumulação de pedido podem ser classificados como:

 Simples: quando o autor formula vários pedidos, compatíveis entre si, requerendo
que todos sejam acolhidos pelo juiz. Nesse caso, não há relação de prejudicialidade
entre uns e outros, sendo possível que o juiz acolha alguns e não os demais. Não
é necessário que os pedidos sejam conexos entre si, bastando que sejam compatíveis
entre si.
 Sucessiva: quando o autor formula vários pedidos, sendo que o acolhimento de uns
depende do acolhimento dos outros, visto que eles guardam uma relação de
prejudicialidade. a l
io n
c
 Alternativa: quando o autor formula vários pedidos, todavia, pede que apenas um
a
u c
seja acolhido e não manifesta preferência por algum em determinado. Nesse caso,

E dad d e
o credor possibilitará ao devedor o cumprimento da obrigação de um “ou” outro
e
rt le
modo, a sua escolha.
p o So
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e um n D .4 a
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A J 0 ra
t u
n d
ta
Enunciado 109, da II Jornada de Processo Civil do CJF/STJ: Na hipótese de cumulação
a
jo n
alternativa, acolhido integralmente um dos pedidos, a sucumbência deve ser suportada pelo
réu.

 Eventual/Subsidiária: semelhante à alternativa, ocorre quando o autor formula vários


pedidos, mas, manifesta preferência por algum deles, sendo possível identificar o
pedido principal e o subsidiário. Se o juiz acolher o pedido principal, o autor não
terá interesse de agir em recorrer, mas se acolher apenas o subsidiário, aí sim terá
sucumbido e poderá recorrer da decisão.

22
Além da cumulação de pedidos, admite-se a de fundamentos, caso em que haverá duas
ou mais causas de pedir. É possível, por exemplo, que o autor funde a sua pretensão a anular
um contrato na incapacidade de um dos participantes e na existência de um vício de
consentimento.

Se cada um dos fundamentos for, por si só, suficiente para o acolhimento do pedido,
basta que um deles fique provado para que o Juiz profira sentença de procedência. Mas para
que julgue improcedente, é preciso que afaste todos os fundamentos invocados. Isso significa
que quando houver a cumulação de fundamentos, basta ao autor que demonstre um deles para
que o pedido seja acolhido; mas, para que seja rejeitado, é preciso que todos sejam afastados.

Para que ocorra a cumulação de pedidos, são necessários alguns requisitos de

a l
admissibilidade (§ 1º do art. 327, do CPC), que serão verificados pelo juiz, de ofício, quais sejam:

io n
a c
 Os pedidos sejam compatíveis entre si, sendo que um pedido não deve excluir o
u c
d e
outro, como por exemplo, não se pode pedir a rescisão do contrato e a execução
E dad
e
rt le
dele. Se a cumulação for própria e o autor formular pedidos incompatíveis entre si, o

p o So
juiz deverá conceder prazo para que ele opte por um ou outro, sob pena de
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indeferimento da petição inicial;

um n D .4 a
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 Que seja competente para conhecer deles o mesmo juízo, valendo aqui as regras
e
V on 24.5 67@
gerais de competência, sendo que, no tocante à incompetência material ou funcional,
d
A J 0 ra
o juiz determinará de ofício o desmembramento da petição inicial, encaminhando o
t u
n d
pedido ao juízo competente. Já em se tratando de incompetência em razão do
a ta
n
território ou valor da causa (relativa), caso o réu não se oponha, o juiz não deverá
jo
repelir de ofício a cumulação, prorrogando-se a competência em relação a todos os
pedidos;
 Que seja adequado para todos os pedidos o tipo de procedimento, pois, em regra,
os pedidos cumulados devem estar sujeitos ao mesmo procedimento. Contudo, o §
2º prevê que, se adotado o procedimento comum, poderá haver cumulação de
pedidos de diversos ritos, pois, quando, para cada pedido, corresponder tipo diverso
de procedimento, será admitida a cumulação se o autor empregar o procedimento
comum, sem prejuízo do emprego das técnicas processuais diferenciadas previstas

23
nos procedimentos especiais a que se sujeitam um ou mais pedidos cumulados, que
não forem incompatíveis com as disposições sobre o procedimento comum.

22.5 Valor da Causa

Toda causa deve ter valor certo, ainda que não tenha conteúdo econômico
imediatamente aferível (art. 291, do CPC), em razão da obrigatoriedade de determinação do
valor da causa. Havendo um conteúdo econômico, o valor da causa deve espelhar-se nele.

O réu pode opor-se ao valor da causa em preliminar de contestação.

O valor da causa tem os seguintes reflexos:

l
 Determinação de competência do juízo segundo as leis de organização judiciária,
a
como a fixação de competência dos “Foros Regionais”;
io n
 Definição do rito procedimento (comum e sumaríssimo); a c
u c
 Recolhimento das taxas judiciárias;
E dad d e
e
rt le
 Fixação do valor para fins de aplicação de multas, no caso de deslealdade ou má-fé

p o So
processual, que sempre leva em conta o valor da causa, seja para fixá-las em
u ra 92
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percentual desse valor, seja para desprezá-las quando o valor da causa for irrisório
ou inestimável;
e um n D .4 a
r ata 86 gm
V on 24.5 67@
 Fixação do depósito prévio na ação rescisória no valor correspondente a 5% do
d
A J 0 ra
t
valor da causa (do processo originário – art. 968, II, do CPC).
u
n d
ataLiminar
22.6 Improcedência
j on
A improcedência liminar do pedido é a decisão jurisdicional que, antes da citação do
demandado, julga improcedente o pedido formulado pelo demandante. É decisão de mérito,
definitiva, apta à coisa julgada e possível objeto de ação rescisória. Não é considerada uma
violação do princípio do contraditório por se tratar de uma sentença favorável ao réu.

Tem por objetivo o encerramento de demandas repetitivas, nas quais a mesma questão
jurídica é alegada em diversas demandas. A economia processual e a celeridade do processo
são as principais razões de ser do instituto.

24
22.6.1 Hipóteses de Improcedência Liminar

Só cabe improcedência liminar do pedido em causas que dispensem a fase instrutória, ou


seja, que dispensa audiência de instrução e julgamento (casos em que se admite julgamento
antecipado do mérito).

Além da premissa, o pedido deve contrariar:

 Enunciado de súmula do STF ou do STJ;


 Acórdão proferido pelo STF ou STJ em julgamento de recursos repetitivos;
 Entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de
assunção de competência;
 Enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local.
a l
io n
a c
u c
E dad d e
e
rt le
p o So
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A prescrição e a decadência continuam figurando como uma das hipóteses de rejeição da

e um n D .4 a
r ata 86 gm
petição inicial com exame de mérito – improcedência liminar prevista no § 1º do art. 332, do

d V on 24.5 67@ CPC.


A J 0 ra
t u
d
Esta sentença liminar não pode ser proferida sem antes o juiz manifestar ao autor o seu
n
a ta
intuito de reconhecer a decadência ou prescrição, oportunizando-o assim a possibilidade de
jon
peticionar nos autos e trazer elementos que possam influenciar para que juiz não julgue
liminarmente o processo, conforme determinação legal do art. 9º do CPC.

Atenção, futuro Juiz Federal! Com o Novo CPC, preenchidos os requisitos constantes da
legislação, o magistrado DEVE julgar liminarmente o pedido, não se tratando, pois, de uma
faculdade do julgador.

Da decisão de rejeição liminar do pedido é cabível apelação, no prazo de 15 dias, com


efeito regressivo. Além disso, interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 (cinco)

25
dias. Se houver retratação, o juiz determinará o prosseguimento do processo, com a citação do
réu, e, se não houver retratação, determinará a citação do réu para apresentar contrarrazões, no
prazo de 15 (quinze) dias.

Vale ressaltar que, com base na mesma regra, o juiz pode prolatar decisão de
improcedência liminar PARCIAL do pedido, quando, havendo cumulação de pedidos na petição
inicial, em relação a um ou alguns deles estejam presentes as hipóteses do art. 332.

22.7 Ampliação, Redução e Alteração da Demanda

Além da emenda à inicial, é possível aditar a inicial. Alteração a petição inicial significa
trocar, substituir os elementos da petição inicial, as partes, o pedido ou a causa de pedir.

a l
n
Aditamento da petição inicial, por sua vez, significa o acréscimo de elemento.
io
a c
 Alteração e aditamento objetivo (art. 329, CPC): É a troca ou acréscimo de pedido
u c
ou causa de pedir à petição inicial.
E dadd e
e
rt le
Trata-se, assim, de um direito potestativo do autor de alterar o pedido ou a causa de
p o So
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pedir. De acordo com o inciso I, do art. 329, do CPC, o autor poderá aditar ou alterar o pedido

um n D .4 a
ou a causa de pedir, independentemente de consentimento do réu, até a citação do réu.

e r ata 86 gm
Importante observar esse marco.

d V on 24.5 67@
A J 0 ra
Já após da citação e até o saneamento do processo, situação prevista no inciso II, do
t u
d
art. 329, do CPC, o autor só poderá alterar o pedido ou a causa de pedir mediante o
n
consentimento do réu. a ta
jo n
 Alteração e o aditamento subjetivos: é a troca ou o acréscimo de réu.
 Redução da demanda: podem acontecer nas determinadas hipóteses:

 Desistência parcial;
 Renúncia parcial ao direito postulado;
 Transação parcial na pendência do processo;
 Convenção de arbitragem relativa a parte do objeto do litígio, na pendência
do processo;

26
 Interposição, pelo autor, de recurso parcial contra a sentença de mérito
desfavorável.

22.8 Audiência de Conciliação ou de Mediação

Seguindo o objetivo primordial de promover a resolução extrajudicial dos conflitos, a


audiência de conciliação ou mediação surge como instrumento de efetivação da
autocomposição.

As audiências de conciliação ou de mediação podem ser realizadas ou nos centros


judiciários de resolução de conflitos ou nas câmaras privadas de mediação e de conciliação.
Deverão ser conduzidas por conciliadores ou mediadores.

a l
Recebida a petição inicial, será designada audiência de conciliação ou mediação, com
io n
c
antecedência mínima de trinta dias, devendo o réu ser citado em, no máximo, vinte dias
a
antes do ato.
u c
E dad d e
e
rt le
O prazo de antecedência mínima de 20 dias para a citação do réu é prazo que

p o So
necessariamente deverá ser atendido, sob pena de violação ao princípio do contraditório.
u ra 92
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O descumprimento desse prazo é causa de nulidade, aplicando-se ao caso o princípio da

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instrumentalidade das formas, cabendo a decretação de nulidade apenas se ficar comprovado
e
o prejuízo ao réu.
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A J 0 ra
t u
A citação para comparecimento à audiência de conciliação ou de mediação, poderá ser
n d
ta
realizada por meio eletrônico, a ocorrer após a citação do réu e antes do momento de
a
jo n
apresentação de sua resposta.

O ideal é que a solução consensual seja conseguida na primeira sessão destinada a tal
finalidade. No entanto, o § 2° do art. 334, do CPC, prevê que poderá haver mais de uma sessão
destinada à conciliação e à mediação, desde que essa multiplicidade de sessões se mostre
necessária para a composição das partes. Ou seja, só se justifica a designação de nova sessão
se houver perspectiva de solução consensual diante do que ocorreu na sessão anterior. Cabe,
portanto, ao conciliador ou mediador aferir essa possibilidade, designando uma nova sessão se

27
existir uma chance real de que nessa nova oportunidade as partes finalmente cheguem à solução
consensual.

Apesar dessa possibilidade, o legislador também não descuidou do princípio da duração


razoável do processo, prevendo no § 2° do art. 334, do CPC, que as sessões devem ser
compreendidas num período máximo de 2 meses. Esse prazo, entretanto, poderá ser
extrapolado por vontade das partes.

Conforme exposto em tópico anterior, ao instruir a petição inicial o autor informará se


tem interesse na realização da audiência. Isto ocorre porque, na eventualidade de o réu também
manifestar o desinteresse na audiência, ela não se realizará. Neste caso, com antecedência de
dez dias da realização da audiência, deverá o réu se manifestar sobre o seu desinteresse,

a l
contando, a partir do protocolo desta manifestação, o início do prazo para a contestação.

io n
a c
Neste sentido, o artigo 334, § 4º, do CPC, descreve as hipóteses em que a audiência não
u c
d e
será realizada, sendo estas: quando ambas as partes manifestarem o desinteresse e quando
E dad
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rt le
o direito pleiteado não permitir a autocomposição.

p o So
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Enunciado 24 da I Jornada de direito processual civil do CFJ: Havendo a Fazenda Pública
a ta
n
publicizado ampla e previamente as hipóteses em que está autorizada a transigir, pode o juiz
jo
dispensar a realização da audiência de mediação e conciliação, com base no art. 334, § 4°, II, do
CPC, quando o direito discutido na ação não se enquadrar em tais situações.

Havendo litisconsórcio, a audiência só não será realizada se a manifestação pelo


desinteresse for dada por todos, ou seja, basta que um dos litisconsórcios manifeste interesse
pelo ato, que ele ocorrerá.

28
Na hipótese de não ser realizada a audiência, o prazo de contestação começará a correr
para cada um dos réus, da data do respectivo pedido de cancelamento9.

As partes devem comparecer obrigatoriamente acompanhadas de seus advogados, de


maneira que o não comparecimento constitui ato atentatório à dignidade da justiça, com a
aplicação de multa de até 2% da vantagem econômica pretendida ou do valor da causa.

Segundo o § 9º do art. 334, do CPC, as partes devem estar acompanhadas por seus
advogados ou defensores públicos. Compreende-se a preocupação do legislador, porque com
uma assessoria técnica se evitam avenças inexequíveis ou temerárias, nas quais as partes podem
dispor de direitos que nem sabiam ser titulares.

Realizada a audiência, o prazo para contestar começará a correr da data de sua


a l
n
realização. Fiquem atentos, pois se trata de assunto recorrentemente cobrado em prova!
io
a c
22.9 Teoria da Exceção u c
d e
E dad
e
rt le
Exceção está para o réu assim como ‘ação’ está para o autor, assim, de acordo com

p o So
Freddie Didier, aplica-se as 3 acepções de ação, havendo, portanto, 3 sentidos de exceção:
S u ra 92
t - c o m
m
22.9.1 Pré-Processual D u 22 il.
r u a n 6 . 4 ma
V e nat .58 @g
d o 24 67
Aqui, a exceção equivale ao direito abstrato de defesa, possuindo um sentido estático.
J
A 0 tra
É um conjunto de garantias (contestar, produzir provas, recorrer, direito a uma decisão de mérito
u
n d
etc.).
ata
O réu tem direitojo
n
a um procedimento adequado.

22.9.2 Processual

É o exercício do direito abstrato de defesa em processo judicial, ou seja, a defesa


concretamente exercida. Ato de defender-se, qualquer que seja a defesa, possuindo sentido
dinâmico.

9
Vide Questão 10.
29
22.9.3 Material

É uma exceção substancial, um contradireito do réu em face do autor.

É um direito que se exercita contra o exercício de um outro direito, não o negando, mas
neutralizando ou extinguindo sua eficácia. Trata-se de uma espécie de defesa pela qual o réu
exerce um direito, uma situação jurídica ativa, cuja peculiaridade é exatamente ser exercida
contra a afirmação de um direito pelo autor.

Se relaciona, assim, com o direito material.

 Exceção de contrato não cumprido


 Prescrição
 Benefício de ordem do fiador a l
io n
 Direito de retenção
a c
 Compensação
u c
d e
E dad
e
rt le
A exceção substancial NÃO se exercita por reconvenção, pois esta se trata um

p o So
contradireito, é um direito exercitado como defesa.

S t -u ra 92
c o m
22.10 Respostas do mRéu Du 22 ail.
r u a n 6 .4 gm
V e na .58 @
t
d J o 24 67
O réu, integrado à relação jurídica processual por meio da citação, passa a ter ciência
A 0 ra t
da existência da demanda movida contra ele, sendo essa a sua primeira informação dentro do
u
procedimento. n d
a ta
jo n
Desse modo, o réu, pelos princípios do contraditório e da ampla defesa, tem o direito
de estruturar sua forma de atuar no processo, defendendo-se daquilo que pretende o autor,
bem como, se for o caso, pedindo e até reconvindo.

Apesar das inúmeras espécies de resposta do réu, analisaremos somente duas delas: a
contestação e a reconvenção.

30
22.10.1 Contestação

A contestação será oferecida em um prazo de 15 dias, incumbindo ao réu alegar toda a


sua matéria de defesa (Princípio da Eventualidade ou Concentração de defesa), expondo as
razões de fato ou de direito com que impugna o pedido do autor e especificando as provas
que serão produzidas.

O prazo para resposta será duplicado se o réu for Fazenda Pública ou Ministério Público,
se o réu for defendido pela Defensoria Pública ou se houver litisconsórcio com procuradores
diferentes.

a l
io n
a c
u c
E dad d e
e
rt le
Enunciado 119, da II Jornada de Processo Civil do CJF/STJ: O prazo de contestação é

p o So
contado a partir do primeiro dia útil seguinte à realização da audiência de conciliação ou
u ra 92
S ut 22- il.com
mediação, ou da última sessão de conciliação ou mediação, na hipótese de incidência do art.

um n D .4 a
r ata 86 gm
335, inc. I, do CPC. O prazo começa a correr a partir da audiência de tentativa de conciliação.
e
d V on 24.5 67@ (art. 335, I, do CPC).

A J 0 ra
t u
Nos casos em que a audiência não ocorre, o prazo começará a correr a partir da data
n d
ta
em que o réu protocolar a manifestando desinteresse. O termo inicial nesse caso independe
a
jon
de qualquer intimação específica para a prática do ato. Havendo litisconsórcio passivo, o prazo
de cada um terá termo inicial autónomo, contado do protocolo do respectivo pedido.

Além do mencionado, deve o réu alegar toda a matéria de defesa na contestação (art.
336, do CPC), de acordo com o princípio da eventualidade/concentração da defesa.

Quando o réu apresentar qualquer fato que possa modificar, impedir ou extinguir o
direito do autor, este será intimado para apresentar impugnação à contestação, no prazo
também de 15 dias.

31
A pretensão constante da contestação é sempre declarativa negativa. Vale ressaltar,
também, que, ao passo que a contestação não amplia os limites objetivos da lide, já que tanto
o pedido quanto a causa de pedir são definidos e determinados pela petição inicial, ela amplia
a cognição do juiz, pois esse terá que examinar tanto os argumentos trazidos pela petição inicial,
quanto os da defesa.

Chamada de defesas processuais, ou defesas indiretas, o art. 337, do CPC, prevê as


hipóteses de alegações preliminares à contestação10, sendo que, por ter incluído diversas novas
hipóteses, que antes eram alegadas por meio de exceção, é um assunto recorrentemente
cobrado em prova. Assim, o candidato deve ter conhecimento claro sobre todo o rol de
preliminares, no entanto, o rol do mencionado artigo não é taxativo.

a l
São tratadas como defesas preliminares em razão do local ideal dentro da contestação

io n
c
para serem alegadas (antes das defesas de mérito). Cabe ao juiz analisar as defesas processuais
a
u c
antes das defesas de mérito (defesas substanciais). O ponto em comum que reúne todas essas
d e
E dad
espécies de defesa é a sua característica de não dizerem respeito propriamente ao direito
e
rt le
o So
material alegado pelo autor, mas tão somente à regularidade formal do processo.
p
u ra 92
S ut 22- il.com
Com exceção da incompetência relativa e do compromisso arbitral11, as preliminares

um n D .4 a
r ata 86 gm
devem ser conhecidas de ofício, razão pela qual não precluem caso não alegadas na contestação.
e
d V on 24.5 67@
Desse modo são defesas processuais, segundo o art. 337, do CPC, são:
A J 0 ra
t u
d
 Inexistência ou nulidade da citação;
n
a t a
jon foi efetivamente realizada, por não ter sequer existido a citação
Quando a citação não
como ato notificatório do réu. Outra situação que pode ser tratada em preliminar vem a ser a
nulidade da citação, quando em verdade o ato citatório se realizou, mas de forma inválida.

 Incompetência absoluta e relativa;

As incompetências absoluta e relativa restam arguíveis na contestação como preliminar


de mérito, visando a resolver a questão o quanto antes possível, evitando perda de tempo para

11
Vide Questão 2.
32
a estrutura do processo, pois, correndo ação perante juízo incompetente, certamente algum
prejuízo da atuação jurisdicional de órgão judiciário incompetente trará, principalmente pelo
fato de realizar atos que, gerando prejuízo às partes, serão nulos.

Nesse ponto, convém fazer um destaque: caso o réu alegue incompetência como
preliminar de contestação, ele poderá apresentar a defesa no foro do seu próprio domicílio, o
que deverá ser comunicado ao juiz da causa de imediato.

 Incorreção do valor da causa;

Busca-se aqui, antes de discutir o mérito, evitar desnecessária discussão sobre o valor da
causa, fazendo com que, em sede de preliminar de mérito, na contestação, o réu traga esta
questão para que possa, de imediato, ser resolvida pelo juiz, pois, conforme estruturado o valor
a l
n
da causa, há de ser recolhido o valor de distribuição da demanda e potencial forma de fixação
io
dos honorários sucumbenciais.
a c
u c
 Inépcia da petição inicial;
E dad d e
e
rt le
o So
É verificada pelo juiz antes mesmo da citação, acarretando o indeferimento da inicial; no
p
u ra 92
S ut 22- il.com
entanto, caso o juiz não o faça, compete ao réu alegar em preliminar, cujo acolhimento

e um n D .4 a
acarretará a extinção do processo sem resolução de mérito.
r ata 86 gm
V on 24.5 67@
 Perempção;
d
A J 0 ra
t u
Concretiza-se em caso de extinção da demanda por três vezes em razão do abandono,
d
n vezes, à sentença fundada em abandono da causa, não
pois, se o autor der causa, por t3a(três)
n a o réu com o mesmo objeto, ficando-lhe ressalvada, entretanto,
poderá propor nova ação jocontra
a possibilidade de alegar em defesa o seu direito, nos termos do § 3º do art. 486 do CPC, sendo
que no quarto ajuizamento cabe ao réu alegar em preliminar a perempção, cujo acolhimento
também acarretará a extinção do processo sem resolução de mérito.

 Litispendência;

Haverá litispendência quando se constatar que se repete ação (337, §3º, do CPC) que está
em curso (ação idêntica, mesmas partes, mesma causa de pedir e mesmo pedido), anteriormente
ajuizada e ainda em curso (sem trânsito em julgado), competindo ao réu alegar como preliminar,

33
sendo que o acolhimento poderá acarretar a extinção sem resolução de mérito do processo
cujo registro ou a distribuição da petição inicial tenha sido realizado por último.

 Coisa julgada;

Ocorre quando se repete uma ação idêntica que já foi estabilizada pela imutabilidade e,
consequente, indiscutibilidade, provenientes da formação da coisa julgada, não sendo mais
possível, em decorrência disto, recorrer, sendo que o acolhimento da preliminar terá como
consequência a extinção do processo sem resolução de mérito.

 Conexão;

É forma de modificação da competência, ocorrendo quando duas ou mais ações tiverem

l
o mesmo objeto ou a mesma causa de pedir. Assim, a reunião das ações propostas em separado
a
io n
far-se-á no juízo prevento, onde serão decididas simultaneamente, evitando-se, desta forma,

a c
c
decisões conflitantes e garantindo relação entre as demandas e decisões em decorrência da
u
d e
ligação entre as ações; em sendo acolhida a preliminar de conexão entre processos, serão
E dad
e
rt le
reunidos, sendo decidido pelo juízo que tenha primeiro ocorrido o registro ou a distribuição da

p o So
petição inicial, pois prevento.
u ra 92
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e r ata 86 gm um n D .4 a
 Incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização;

V on 24.5 67@
Trata-se de vícios processuais, sendo que o acolhimento da preliminar acarretará a
d
A J 0 ra
suspensão do processo com prazo para que sejam sanados.
t u
n d
t a
 Convenção de arbitragem;
a
n
o direitos patrimoniais disponíveis, as partes com capacidade para
Em se tratando jde
contratar poderão convencionar o juízo arbitral, efetivo negócio jurídico processual, o que fará
com que a solução e decisão para o caso sejam do juízo arbitral, não excluindo, todavia, a
possibilidade de alguma questão decidida na arbitragem ser apreciada pelo Poder Judiciário;
portanto, se o autor ingressa com ação judicial, caberá ao réu alegar em preliminar a convenção
de arbitragem, sob pena de preclusão.

 Ausência de legitimidade ou de interesse processual;

Ocorre quando ausentes quaisquer das condições da ação.


34
Quando o réu alegar que é parte ilegítima ou que não é o responsável pelo prejuízo
invocado, o autor será ouvido para, querendo, aditar a inicial e substituir o réu originário pelo
que foi indicado na contestação, em 15 dias. Nesse caso, os honorários advocatícios serão
fixados entre 3% e 5%.

 Falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar;

Nos casos em que a lei exige que o autor preste caução para ingressar com a ação, a
ausência deverá ser alegada em preliminar, acarretando um vício processual, o qual, não sanado,
terá como consequência a extinção do processo sem resolução de mérito, pois indispensável o
pagamento referido

 Indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça.


a l
io n
Se não for caso de concessão de gratuidade da justiça, nos termos da lei, comprovando

a c
c
tal fenômeno, pode o réu arguir, a título de preliminar de mérito, a situação de que a concessão
u
foi indevida.
E dad d e
e
rt le
o So
Ao se analisar o art. 337, do CPC, percebemos que o réu, nas preliminares da
p
u ra 92
S ut 22- il.com
contestação, deve alegar todas as questões processuais. Frise-se, ademais, que o rol do

e um n D .4 a
mencionado artigo não é taxativo.
r ata 86 gm
V on 24.5 67@
Já as defesas de mérito dizem respeito justamente ao direito material alegado pelo
d
A J 0 ra
t
autor. Na defesa de mérito o objetivo do réu é convencer o juiz de que o direito material que
u
n d
o autor alega possuir em sua petição inicial não existe. É, portanto, o conteúdo da pretensão
a ta
n
do autor o objeto de impugnação por meio da defesa de mérito.
jo
As defesas de mérito podem ser divididas em:

 Defesa de mérito direta

Na defesa de mérito direta o réu enfrenta frontalmente os fatos e os fundamentos


jurídicos narrados pelo autor na petição inicial, buscando demonstrar que os fatos não
ocorreram conforme narrado ou ainda que as consequências jurídicas pretendidas pelo autor
não são as mais adequadas ao caso concreto.

35
 Defesa de mérito indireta

A defesa de mérito indireta desenvolve-se sem a impugnação dos fatos e da


fundamentação jurídica que compõe a causa de pedir exposta pelo autor em sua petição inicial,
consubstanciada na alegação de fato novo, que seja impeditivo, modificativo ou extintivo
do direito do autor.

São considerados fatos impeditivos aqueles que, anteriores ou simultâneos ao fato


constitutivo do direito, impedem que esse gere seus regulares efeitos, gerando um efeito
negativo sobre o fato constitutivo.

Os fatos extintivos são aqueles que colocam fim a um direito, conforme o próprio nome
sugere, sendo necessariamente posteriores ao surgimento da relação jurídica de direito material.
a l
io n
Os fatos modificativos, necessariamente posteriores ao surgimento da relação de direito
a c
c
material, são aqueles que atuam sobre a relação jurídica de direito material, gerando sobre ela
u
uma modificação subjetiva ou objetiva.
E dad d e
e
rt le
19.1.1.1 o So
Princípio da Impugnação Específica dos Fatos
p
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Segundo o art. 341, do CPC, serão presumidos verdadeiros os fatos que não sejam
um n D .4 a
r ata 86 gm
impugnados especificamente pelo réu em sua contestação. A impugnação específica é um
e
d V on 24.5 67@
ônus do réu de rebater pontualmente todos os fatos narrados pelo autor com os quais não
A J 0 ra
t
concorda, tornando-os controvertidos e em consequência fazendo com que componham o
u
n d
objeto da prova.
a ta
jo n
Ressalte-se que o ônus da impugnação específica não se aplica ao advogado dativo,
curador especial e ao defensor público, que podem elaborar a contestação com fundamento
em negativa geral, instituto que permite ao réu uma impugnação genérica de todos os fatos
narrados pelo autor, sendo tal forma de reação o suficiente para tornar todos esses fatos
controvertidos (art. 341, parágrafo único, do CPC).

Mesmo que o réu não possa se valer da negativa geral, o art. 341 do CPC, em seus três
incisos, prevê exceções ao princípio da impugnação específica dos fatos, impedindo que um

36
fato alegado pelo autor que não tenha sido impugnado especificamente seja presumido
verdadeiro:

 Fatos a cujo respeito não se admite a confissão (direitos indisponíveis);


 Petição inicial desacompanhada de instrumento público que a lei considere da
substância do ato (por exemplo, certidão de casamento, certidão de óbito);
 Fatos que estejam em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto.

19.1.1.2 Princípio da Eventualidade

Também conhecido como princípio da concentração de defesa, exige-se que de uma

a l
vez só o réu apresente todas as matérias que têm em sua defesa, ainda que os eventos

io n
narrados sejam incompatíveis entre si. A cumulação é eventual porque o réu alegará as matérias
a c
c
de defesa indicando que a posterior seja enfrentada na eventualidade de a matéria defensiva
u
anterior ser rejeitada pelo juiz.
E dad d e
e
rt le
o So
O princípio da concentração das defesas na contestação é excepcionado em três
p
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S ut 22- il.com
hipóteses, previstas pelos incisos do art. 342, do CPC, sendo que nesses casos o réu poderá

e um n D .4 a
alegar a matéria defensiva após a apresentação da contestação:
r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
 Relativas a direito ou a fato superveniente;
A J 0 ra
t
 Competir ao juiz conhecer delas de ofício;
u
d
n legal, puderem ser formuladas em qualquer tempo e

a t a
Por expressa autorização
n
grau de jurisdição.
jo
22.10.2 Reconvenção

É um mecanismo de contra-ataque, o qual deve ser exercido no mesmo prazo da


contestação, sob pena de preclusão consumativa (art. 343, do CPC). Em regra, não se permite
que o réu formule pretensão em face do autor na contestação, salvo nas ações de natureza
dúplice.

37
Portanto, caso o réu pretenda formular pedidos em face do autor, deverá fazê-lo por
meio da reconvenção (que possui a natureza de uma nova ação). Já que na contestação, o juiz
se limitará a apreciar os pedidos formulados pelo autor, acolhendo-os ou não. Na reconvenção,
o juiz terá de decidir não apenas os pedidos do autor, mas também os apresentados pelo réu,
na reconvenção.

Enunciado 120, da II Jornada de Processo Civil do CJF/STJ: Deve o juiz determinar a


a l
n
emenda também na reconvenção, possibilitando ao reconvinte, a fim de evitar a sua rejeição
io
a c
prematura, corrigir defeitos e/ou irregularidades.

u c
E dad d e
Devemos tomar muita atenção nos casos em que o juiz indefere a reconvenção de plano,
e
rt le
pois, nesse caso, NÃO se está diante de uma sentença, mas sim, de uma decisão interlocutória,
p o So
u ra 92
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já que o juiz ainda não encerrou o processo.

um n D .4 a
r ata 86 gm
Além disso, se o autor for substituto processual, o reconvinte deverá afirmar ser titular de
e
V on 24.5 67@
direito em face do substituído, e a reconvenção deverá ser proposta em face do autor, também
d
A J 0 ra
na qualidade de substituto processual12.
t u
n d
a ta
jo n

12
Vide Questão 7.
38
Enunciado 133, da II Jornada de Processo Civil do CJF/STJ: É admissível a formulação de
reconvenção em resposta aos embargos de terceiro, inclusive para o propósito de veicular
pedido típico de ação pauliana, nas hipóteses de fraude contra credores.

Vale informar, ainda, que o réu pode propor reconvenção independentemente de oferecer
contestação.

a l
io
O curador especial tem legitimidade para propor reconvenção em favor do réu cujos n
a c
interesses está defendendo (STJ REsp 1.088.068-MG, Info 613).
u c
E dad d e
e
Segundo disciplina o Superior Tribunal de Justiça, a compensação de dívida pode ser
rt le
o So
alegada em contestação. A compensação é meio extintivo da obrigação, caracterizando-se como
p
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defesa substancial de mérito ou espécie de contradireito do réu. A compensação pode ser

e um n D .4 a
alegada em contestação como matéria de defesa, independentemente da propositura de
r ata 86 gm
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reconvenção, em obediência aos princípios da celeridade e da economia processual13.
d
A J 0 ra
t u
22.10.2.1 Independência da Reconvenção
n d
a ta
Dispõe o art. 343, § 2º, do CPC que na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção
jo n
para manifestar pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa.

A reconvenção é uma nova ação, em que pese não forme um novo processo. Desse
modo, apresentada a reconvenção, a mesma passa a ser autônoma relativamente à ação
originária, de forma que, se por qualquer razão, a ação originária for extinta sem resolução do
mérito, inclusive a desistência do autor, tal extinção não afetará a reconvenção, que prosseguirá

13
STJ. 3ª Turma. REsp 1524730-MG, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 18/8/2015 (Info 567).
39
normalmente (art. 343, § 2°, do CPC). O mesmo ocorre se a reconvenção for prematuramente
extinta, prosseguindo normalmente a ação originária.

Assim, a desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de


seu mérito não obsta ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção.

Por fim, ressalte-se que a reconvenção:

a) é própria do processo de conhecimento, não sendo cabível no processo de execução;

b) apenas cabe nos processos de jurisdição contenciosa;

c) não é cabível em embargos do devedor e nos processos de liquidação;

d) é cabível nos processos de liquidação.


a l
io n
c
e) não cabe em sede de juizados especiais (seara em que cabe o pedido contraposto);
a
u c
f) exige o preenchimento das condições da ação; d e
E dad
e
rt le
g) deve ter fundamento conexo com a ação principal ou com o fundamento da defesa;
p o So
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h) para que seja cabível, o mesmo juízo que tenha competência para julgar a ação

um n D .4 a
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principal, deve ter competência para julgá-la;
e
d V on 24.5 67@
i) é preciso que tenha, ela e a ação principal, procedimentos compatíveis.
A J 0 ra
t u
22.11 Revelia n d
a ta
jo n
22.1.1 Conceito

Como já referido, o réu possui a faculdade de se defender dos fatos alegados pelo autor,
caso opte em não se defender, sofrerá as consequências de tal omissão (art. 250, II, do CPC).

Diz-se que ocorre a revelia quando o réu, regularmente citado, deixa de apresentar
contestação no prazo legal.

40
O tratamento dado à revelia não implica nenhuma afronta ao princípio do contraditório,
pois esse, no processo civil, em regra se satisfaz com a oportunidade de exercício da defesa.
Desse modo, desde que regularmente citado, está garantido ao réu o direito de se defender,
mas a sua ausência não impede o prosseguimento do processo.

Assim, a revelia é a ausência de contestação do réu devidamente citado, e presumir-se-

a l
ão verdadeiras as alegações de fato formuladas pelo autor, ocorrendo aquilo que se chama de
io n
confissão ficta.
a c
u c
d e
A revelia é uma espécie do gênero contumácia (inércia de qualquer das partes, que deixa
E dad
e
rt le
de praticar ato processual que era ônus seu), específica para a hipótese de o réu não apresentar
defesa.
p o So
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- c o m
ReveliaDu
22.1.2 Efeitos dam 22 ail.
r u a n 6 .4 gm
V e na .58 @
t
A doutrina aponta três efeitos da revelia:
d J o 24 67
A 0 tra
u
 Presunção (relativa) de veracidade dos fatos narrados na inicial
n d
a ta
A ausência jurídica de resistência do réu diante da pretensão do autor faz com que o juiz
jo n
repute verdadeiros os fatos alegados pelo autor.

Reputam-se verdadeiros somente os fatos alegados pelo autor, de forma que a matéria
jurídica naturalmente estará fora do alcance desse efeito da revelia. Aplicando-se o princípio
do iura novit curia (o juiz sabe o direito), é inadmissível a vinculação do magistrado à
fundamentação jurídica do autor somente porque o réu não contesta a demanda, tornando-se
revel. A exclusão da matéria de direito da presunção gerada pela revelia é o que explica o
julgamento de improcedência do pedido do autor mesmo sendo revel o réu e ocorrendo a
presunção de veracidade dos fatos alegados na petição inicial no caso concreto.

41
Além disso, há quatro hipóteses previstas nos incisos do art. 345, do CPC em que a revelia
não gerará a presunção de veracidade dos fatos alegados pelo autor, vejamos:

 Havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação;


 Quando o litígio versar sobre direitos indisponíveis;
 Quando a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei
considere indispensável à prova do ato;

 Quando as alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou


estiverem em contradição com prova constante dos autos.

 Desnecessidade de intimação do réu (que não tenha patrono nos autos) para os
a l
demais atos do processo
io n
a c
c
Diz o art. 346, do CPC, que contra o revel que não tenha patrono nos autos os prazos
u
d e
fluirão da data de publicação de cada ato decisório no órgão oficial. Importante notar que para
E dad
e
rt le
a geração desse efeito (dispensa de intimação) não basta que o réu seja revel, sendo também

p o So
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indispensável que não esteja representado por patrono nos autos.
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e um n D .4 a
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A J 0 ra
t u
n d
a ta
jon não se aplica nos Juizados Especiais a necessidade de publicação
Enunciado 167 do FONAJE:
no Diário Eletrônico quando o réu for revel.

 Julgamento antecipado do mérito

O art. 355, II, do CPC, prevê que o juiz julgará antecipadamente o pedido, proferindo
sentença com resolução de mérito, quando o réu for revel, ocorrer o efeito previsto no art. 344
e não houver requerimento de prova, na forma do art. 349.

42
Desse modo, o dispositivo prevê que o julgamento antecipado do mérito somente
acontecerá na hipótese de revelia com presunção de veracidade dos fatos alegados pelo autor.

Além disso, para o julgamento antecipado não será admitido se o réu, fazendo-se
representar nos autos a tempo, requerer a produção de provas.

22.1.3 Ingresso do Réu Revel no Processo

O réu revel é bem-vindo ao processo, podendo dele passar a participar a qualquer


momento. Segundo o art. 346, parágrafo único, do CPC, o revel poderá intervir no processo em
qualquer fase, recebendo o processo no estado em que se encontrar. Significa dizer que, apesar
de o réu revel ser bem-vindo, permitindo-se o seu ingresso a qualquer momento do processo,

l
essa intervenção tardia deve respeitar as regras de preclusão, de forma que não se admitirá o
a
io n
retrocesso procedimental. O réu revel terá participação garantida a partir do momento de sua

a c
c
intervenção, mas atos processuais passados, já protegidos pela preclusão, não poderão ser
u
repetidos ou praticados originariamente.
E dad d e
e
rt le
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
e um n D .4 a
r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
t u
n d
a ta
jo n

43
23. Providências Preliminares e do Saneamento

Segundo o art. 347, do CPC, findo o prazo para a contestação, o juiz tomará, conforme
o caso, as providências preliminares necessárias, fazendo-se realizar a fase de saneamento do
processo.

Nessa fase, o juiz efetivamente saneia o feito, impondo as questões controvertidas,


as provas a serem produzidas, assim como a definição do ônus da prova a cada parte
envolvida. Trata-se de fase extremamente importante de ser bem observada pelas partes para
que não ocorra a preclusão de questões que deveriam ser tratadas no curso do processo.

Desse modo, o saneamento nada mais é do que a ordenação do processo que deve ser
conduzida pelo juiz. a l
io n
O objetivo dessa fase é:
a c
u c
d e
E dad
 Integralizar o contraditório iniciado na fase postulatória: que se dá, em grande
e
rt le
medida, com as providências preliminares;
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
 Verificar as possibilidades de extinção prematura do processo, com ou sem

um n D .4 a
resolução de mérito: o que ocorre se houver julgamento conforme o estado do
processo
e r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
 Organizar o processo e sanar as irregularidades existentes, preparando-o para a
A J 0 ra
t u
instrução: saneamento propriamente dito.
n d
a ta
jo n

Em relação ao fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, é de afirmar-


se que, se o réu o pode alegar, sendo de pronto ouvido o autor no prazo de 15 (quinze)
dias, poderá ofertar sua réplica, permitindo-lhe o juiz a produção de prova (art. 350, do
CPC). De outro lado, se o réu alegar qualquer das preliminares enumeradas no art. 337 do

44
CPC, o juiz determinará a oitiva do autor no prazo de 15 (quinze) dias que poderá replicar,
permitindo-lhe a produção de prova (art. 351, do CPC).

Caso o réu não conteste a ação, o juiz, verificando a inocorrência do efeito da revelia
previsto no art. 344 do CPC, então ordenará, portanto, que o autor especifique as provas que
pretenda produzir, se ainda não as tiver indicado.

Merece destaque que ao réu revel será lícita a produção de provas (art. 349 do CPC),
contrapostas às alegações do autor, desde que se faça representar nos autos a tempo de praticar
os atos processuais indispensáveis a essa produção.

Por fim, o juiz, verificando a existência de irregularidades ou de vícios sanáveis,

l
determinará sua correção em prazo nunca superior a 30 (trinta) dias (art. 352, do CPC).
a
io n
c
Cumpridas as providências preliminares ou não havendo necessidade delas e muito
a
u c
menos de instrução processual, o juiz proferirá julgamento conforme o estado do processo
(art. 353, do CPC). E dad d e
e
rt le
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
e um n D .4 a
r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
t u
n d
a ta
jo n

45
QUADRO SINÓTICO

FORMAÇÃO, SUSPENSÃO E EXTINÇÃO DO PROCESSO


Há propositura da ação quando a petição inicial for protocolada.
FORMAÇÃO A propositura da ação gera apenas litispendência para o autor, enquanto
para o réu depende de sua citação válida.
Suspende-se o processo:
I - pela morte ou pela perda da capacidade processual de qualquer das
partes, de seu representante legal ou de seu procurador;
a l
II - pela convenção das partes;
io n
c
III - pela arguição de impedimento ou de suspeição;
a
c
IV- pela admissão de incidente de resolução de demandas repetitivas;
u
V - quando a sentença de mérito:
E dad d e
e
a) depender do julgamento de outra causa ou da declaração de existência
rt le
o So
ou de inexistência de relação jurídica que constitua o objeto principal de
p
SUSPENSÃO u ra 92
outro processo pendente;

S ut 22- il.com
b) tiver de ser proferida somente após a verificação de determinado fato

e um n D .4 a
ou a produção de certa prova, requisitada a outro juízo;
r ata 86 gm
VI - por motivo de força maior;

d V on 24.5 67@VII - quando se discutir em juízo questão decorrente de acidentes e fatos

A J 0 ra da navegação de competência do Tribunal Marítimo;


t u
d
VIII - nos demais casos que este Código regula.
n
a ta
IX - pelo parto ou pela concessão de adoção, quando a advogada

jon responsável pelo processo constituir a única patrona da causa;


X - quando o advogado responsável pelo processo constituir o único
patrono da causa e tornar-se pai.
EXTINÇÃO A extinção do processo dar-se-á por sentença.

MODELOS DE ORGANIZAÇÃO PROCESSUAL


PETIÇÃO INICIAL Ato que dá início ao processo.
REQUISITOS DA PETIÇÃO A petição inicial indicará:
INICIAL I - o juízo a que é dirigida;

46
II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a
profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no
Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a
residência do autor e do réu;
III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;
IV - o pedido com as suas especificações;
V - o valor da causa;
VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos
alegados;
VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou
de mediação.
DOCUMENTOS
São aqueles cuja ausência impede o julgamento de mérito da demanda.
INDISPENSÁVEIS
O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos da petição

l
inicial ou os documentos indispensáveis, ou que apresenta defeitos e
a
n
irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, determinará que
io
EMENDA DA INICIAL
c
o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a complete, indicando
a
c
com precisão o que deve ser corrigido ou completado.
u
E dad d e
Em caso de ausência de indicação do endereço do patrono, o prazo para a
emenda da petição inicial é excepcionalmente de 5 (cinco) dias.
e
rt le
o So
A petição inicial será indeferida quando:
p
INDEFERIMENTO DA INICIAL
u ra 92
I - for inepta;

S ut 22- il.com
II - a parte for manifestamente ilegítima;

e um n D .4 a
III - o autor carecer de interesse processual;
r ata 86 gm
IV – ausência de emenda da petição inicial.

d V on 24.5 67@
A regra é que o pedido seja certo e determinado. Porém é possível formular

A J 0 ra pedido genérico:
t u
d
I - nas ações universais, se o autor não puder individuar os bens demandados;
n
PEDIDO
a ta
II - quando não for possível determinar, desde logo, as consequências do ato

jon ou do fato;
III - quando a determinação do objeto ou do valor da condenação depender
de ato que deva ser praticado pelo réu.
A toda causa será atribuído valor certo, ainda que não tenha conteúdo
VALOR DA CAUSA
econômico imediatamente aferível.
Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da
citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar:
I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal
IMPROCEDENCIA LIMINAR
de Justiça;
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior
Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;

47
III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas
repetitivas ou de assunção de competência;
IV - enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local.
V - o pedido se verificar, desde logo, a ocorrência de decadência ou de
prescrição.
O juiz designará audiência de conciliação ou de mediação com antecedência
AUDIENCIA DE CONCILIAÇÃO
mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 20
OU MEDIAÇÃO
(vinte) dias de antecedência.
Contestação:
 A contestação será oferecida em um prazo de 15 dias, incumbindo ao réu
alegar toda a sua matéria de defesa (Princípio da Eventualidade ou
Concentração de defesa), expondo as razões de fato ou de direito com
que impugna o pedido do autor e especificando as provas que serão
produzidas;

l
 Além disso, incube ao réu alegar em contestação as defesas processuais:
a
I - inexistência ou nulidade da citação;
io n
II - incompetência absoluta e relativa;
a c
c
III - incorreção do valor da causa;
u
V - perempção; E dad d e
IV - inépcia da petição inicial;

VI - litispendência; e
rt le
RESPOSTAS DO RÉU p o So
VII - coisa julgada;
u ra 92
S ut 22- il.com
VIII - conexão;

e um n D .4 a
r ata 86 gm
IX - incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de
autorização;

d V on 24.5 67@ X - convenção de arbitragem;

A J 0 ra XI - ausência de legitimidade ou de interesse processual;


t u
XII - falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar;
n d
ata
XIII - indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça.

jon
Reconvenção:
 É lícito ao réu propor reconvenção para manifestar pretensão própria, no
mesmo prazo da contestação.
 A reconvenção é o exercício do direito de ação do réu dentro do processo
em que primitivamente o autor originário tenha exercido o seu direito de
ação.
Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e presumir-se-ão
verdadeiras as alegações de fato formuladas pelo autor;
Efeitos da revelia:
REVELIA
 Presunção (relativa) de veracidade dos fatos narrados na inicial;
 Desnecessidade de intimação do réu que não tenha patrono nos autos;
 Julgamento antecipado do mérito.

48
PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES E DO SANEAMENTO
 Integralizar o contraditório iniciado na fase postulatória;
 Verificar as possibilidades de extinção prematura do processo, com ou
OBJETIVO sem resolução de mérito;
 Organizar o processo e sanar as irregularidades existentes, preparando-
o para a instrução.

a l
io n
a c
u c
d e
E dad
e
rt le
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
e um n D .4 a
r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
t u
n d
a ta
jon

49
QUESTÕES COMENTADAS

Aluno, haja vista a pequena quantidade de questões da carreira de Magistratura


Federal sobre o tema, complementaremos o estudo com questões de outras
carreiras, mas que abordem o assunto com igual nível de complexidade. O
importante é que não deixemos de treinar. Vamos lá?

a l
io n
Questão 1
a c
u c
d e
(TRF - 3ª REGIÃO - 2018 - TRF - 3ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto) Relativamente à
E dad
suspensão do processo, é INCORRETO afirmar: e
rt le
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
A) Ela não ocorrerá quando se arguir impedimento ou suspeição do membro do Ministério

e um n D .4 a
Público, quando este atuar como autor da demanda.
r ata 86 gm
V on 24.5 67@
B) É causa autorizadora da suspensão o parto ou adoção, quando a advogada responsável pelo
d
A J 0 ra
t
processo constituir a única patrona da causa.
u
n d
a ta
C) Suspende-se a execução se os bens penhorados não forem alienados por ausência de
jo n
licitantes, por um ano, após o que começará a correr o prazo de prescrição intercorrente.

D) Se o conhecimento do mérito depender da verificação de fato delituoso, o juízo cível poderá


examinar incidentalmente a questão prévia se, proposta a ação penal, decorrer o prazo de um
ano sem pronunciamento do juízo criminal.

Comentário:

50
Incorreta letra C. A hipótese trazida pela assertiva não é caso de suspensão do processo, as
quais estão dispostas no art. 313, do CPC. Essa situação configura, todavia, causa de suspensão
da execução. Veja abaixo:

Art. 921. Suspende-se a execução:

IV - se a alienação dos bens penhorados não se realizar por falta de licitantes e o exequente,
em 15 (quinze) dias, não requerer a adjudicação nem indicar outros bens
penhoráveis; (suspende-se por um ano se o executado não possuir bens penhoráveis. Se nesse
prazo o exequente não se manifestar, começa a correr a prescrição intercorrente - §§ 1º e 4º).

a l
io n
a c
Questão 2
u c
d e
E dad
CESPE - 2019 - TJ-PA - Juiz de Direito Substituto: No curso de ação cível, é defeso ao juiz
conhecer de ofício e
rt le
p o So
A) convenção de arbitragem. u ra 92
S ut 22- il.com
B) falta de caução.
e um n D .4 a
r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
C) ausência de interesse processual.
t u
D) conexão. n d
a ta
E) perempção. jo n
Comentário:

Correta letra A. Veja o dispositivo legal que se segue:

Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar:

I - inexistência ou nulidade da citação;

II - incompetência absoluta e relativa;

51
III - incorreção do valor da causa;

IV - inépcia da petição inicial;

V - perempção;

VI - litispendência;

VII - coisa julgada;

VIII - conexão;

IX - incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização;

X - convenção de arbitragem;

a l
XI - ausência de legitimidade ou de interesse processual;
io n
a c
u c
XII - falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar;

E dad d e
e
XIII - indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça.
rt le
p o So
u ra 92
§5º Excetuadas a convenção de arbitragem e a incompetência relativa, o juiz conhecerá de ofício
S ut 22- il.com
das matérias enumeradas neste artigo.

e um n D .4 a
r ata 86 gm
d V on 24.5Questão
7 @3
A J 0 ra6
CESPE - 2019 - TJ-PA - Juiz de Direito Substituto: Em ação de indenização, se o autor pedir
t u
n d
indenização por danos materiais e morais, estará caracterizada a cumulação
a ta
A) sucessiva. jo n
B) simples.

C) subsidiária.

D) alternativa.

E) eventual.

Comentário:

52
Correta letra B. Simples ou própria: neste caso, os pedidos são autônomos e a procedência ou
improcedência de um não influencia os demais.

Cumulação sucessiva: os pedidos subsequentes dependem da procedência do pedido inicial.

Alternativa: se aplicam quando há possibilidade de cumprimento da prestação de mais de uma


forma

Subsidiário: há cumulação eventual de pedidos, tendo em vista que há um pedido principal e


outros subsidiários, que só serão examinados caso seja rejeitado o primeiro.

Questão 4
(TRF - 3ª REGIÃO - 2018 - TRF - 3ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto) Sobre o pedido, como
elemento da petição inicial, é CORRETO afirmar: a l
io n
a c
c
A) Tratando-se de prestações sucessivas, elas se reputam incluídas independentemente de
u
d e
declaração do autor e serão abrangidas pela condenação as que se vencerem até julgamento
E dad
em segundo grau de jurisdição. e
rt le
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
B) É lícito ao autor formular pedidos alternativos, para que o juiz conheça do posterior quando
não puder acolher o anterior.
e um n D .4 a
r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
C) É lícito ao autor cumular pedidos, desde que eles sejam compatíveis entre si, que haja
A J 0 ra
t u
uniformidade procedimental e que o juízo não seja relativamente incompetente para qualquer
n d
um dos pedidos.
a ta
jo n
D) A interpretação do pedido deverá ocorrer no contexto geral da postulação.

Comentário:

Correta letra D. “Não há julgamento extra petita quando o acolhimento da pretensão decorre
da interpretação lógico-sistemática da peça inicial, devendo os requerimentos ser considerados

53
pelo julgador à luz da pretensão deduzida na exordial como um todo” (STJ. 3ª Turma. REsp
1.537.996/DF, rel. Min. João Otávio de Noronha, j. 21.06.2016).

Questão 5
(TRF - 2ª Região - 2017 - TRF - 2ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto) Caio move ação em face
de autarquia federal. O feito é contestado e, depois, o juiz federal verifica, de ofício, que o lapso
de tempo prescricional previsto em lei foi ultrapassado, embora nada nos autos toque ou refira
o assunto. O Juiz:

A) Deve julgar o processo extinto sem resolução do mérito.

a l
io n
B) Deve julgar o pedido improcedente, tendo em vista que a prescrição pode ser reconhecida

a c
de ofício.
u c
E dad
C) Deve ser dada às partes oportunidade de manifestação.
d e
e
rt le
p o So
u ra 92
D) A hipótese, no novo CPC, é de carência de ação.
S ut 22- il.com
um n D .4 a
r ata 86 gm
E) Não conhecerá da prescrição, diante da omissão da defesa.
e
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
t u
Comentário: n d
a ta
jo n
Correta letra C. É certo que a prescrição é uma das matérias que podem ser conhecidas de
ofício pelo magistrado e que ensejam a extinção do processo com resolução de mérito. Todavia,
nos termos do art. 10 do CPC, o juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base
em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se
manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício.

Questão 6

54
(FCC - 2019 - TJ-AL - Juiz Substituto) Considere os enunciados seguintes, referentes à petição
inicial:

I. Na ação que tiver por objeto cumprimento de obrigação em prestações sucessivas, essas serão
consideradas incluídas no pedido, independentemente de declaração expressa do autor, e serão
incluídas na condenação, enquanto durar a obrigação, se o devedor, no curso do processo,
deixar de pagá-las ou de consigná-las.

II. O pedido deve ser determinado, sendo lícito porém formular pedido genérico somente se
não for possível determinar, desde logo, as consequências do ato ou do fato, ou ainda, nas
ações universais, se o autor não puder individuar os bens demandados.

l
III. É lícita a cumulação em um único processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos, desde
a
que entre eles haja conexão ou continência.
io n
a c
c
IV. Na obrigação indivisível com pluralidade de credores, aquele que não participou do processo
u
E dad d e
receberá sua parte, deduzidas as despesas na proporção de seu crédito.
e
rt le
Está correto o que se afirma APENAS em
p o So
A) II e III.
u ra 92
S ut 22- il.com
B) II e IV. e um n D .4 a
r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
C) I, II e III.
t u
n d
D) I e IV.
a ta
jo n
E) I, III e IV.

Comentário:

Correta letra D. Item I - correto: art. 323. Na ação que tiver por objeto cumprimento de obrigação
em prestações sucessivas, essas serão consideradas incluídas no pedido, independentemente de
declaração expressa do autor, e serão incluídas na condenação, enquanto durar a obrigação, se
o devedor, no curso do processo, deixar de pagá-las ou de consigná-las.

55
Item II - incorreto: também é possível formular pedido genérico, além das hipóteses
mencionadas, quando a determinação do objeto ou do valor da condenação depender de ato
que deva ser praticado pelo réu, nos termos do artigo 324, §1º, III, do NCPC.

Item III - incorreto: art. 327. É lícita a cumulação, em um único processo, contra o mesmo réu,
de vários pedidos, ainda que entre eles não haja conexão.

Item IV – correto: art. 328. Na obrigação indivisível com pluralidade de credores, aquele que
não participou do processo receberá sua parte, deduzidas as despesas na proporção de seu
crédito.

Questão 7
(TRF - 4ª REGIÃO - 2016 - TRF - 4ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto)
a l
Dadas as assertivas abaixo, assinale a alternativa correta.
io n
a c
u c
Considerando as regras do Código de Processo Civil de 2015:
d e
E dad
e
rt le
I. A incompetência, seja relativa, seja absoluta, deve ser alegada em preliminar da contestação.
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
II. A reconvenção deve ser proposta na contestação e pode ser ofertada pelo réu contra o autor
um n D .4 a
r ata 86 gm
e terceiro, bem como pode ser proposta pelo réu em litisconsórcio com terceiro.
e
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
III. Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma expressa,
t u
d
prazo próprio para o Ministério Público.
n
a ta
jonque se contam apenas em dias úteis, são dobrados em caso de
IV. Os prazos processuais,
litisconsortes com procuradores diferentes, nos processos em autos físicos ou eletrônicos, exceto
no caso de os advogados atuarem no mesmo escritório, quando o prazo será simples.

A) Estão corretas apenas as assertivas I e IV.

B) Estão corretas apenas as assertivas II e III.

C) Estão corretas apenas as assertivas I, II e III.

56
D) Estão corretas todas as assertivas.

E) Nenhuma assertiva está correta.

Comentário:

Correta letra C.

I – Correto. Artigo 64 do CPC: A incompetência absoluta ou relativa será alegada como preliminar
de contestação.

l
II – Correto. Artigo 343, §§ 3º e 4º do CPC: A reconvenção pode ser proposta contra o autor e
a
io n
terceiro e A reconvenção pode ser proposta pelo réu em litisconsórcio com terceiro.

a c
u c
III – Correto. Artigo 180, §2º, do CPC: Não se aplica o benefício de contagem em dobro, quando
E dad d e
a lei estabelecer, de forma expressa, prazo próprio para o MP.
e
rt le
p o So
u ra 92
IV – Incorreto. Artigo 229 do CPC: Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de
S ut 22- il.com
escritórios de advocacia distintos, terão prazos contados em dobro, para todas as suas

e um n D .4 a
r ata 86 gm
manifestações, em qualquer juízo ou tribunal, independentemente de requerimento. §2º Não se

d V on 24.5 67@
aplica o disposto no caput aos processos em autos eletrônicos.
A J 0 ra
t u
n d
a ta
jo n Questão 8
(FCC - 2020 - TJ-MS - Juiz Substituto) Indeferida a inicial, o autor

A) poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de cinco dias, retratar-se; se não houver retratação,
o juiz mandará citar o réu para responder ao recurso.

B) poderá apelar, subindo os autos ao Tribunal imediatamente, sem citação do réu para resposta
ao recurso.

C) poderá impetrar mandado de segurança, pelo direito líquido e certo à prestação jurisdicional.
57
D) deverá aguardar o trânsito em julgado, se quiser ajuizar nova demanda sobre a mesma
matéria, não sendo possível o juízo de retratação.

E) poderá apelar, com possibilidade de retratação do juiz em cinco dias; não havendo retratação,
os autos subirão imediatamente, não havendo citação do réu porque não chegou a se constituir
a relação jurídico-processual.

Comentário:

Correta letra A. Art. 331. Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultado ao juiz,
no prazo de 5 (cinco) dias, retratar-se. §1º Se não houver retratação, o juiz mandará citar o réu
a l
para responder ao recurso.
io n
a c
u c
E dad d e
e
rt le
Questão 9

p o So
(TRF - 4ª REGIÃO - 2016 - TRF - 4ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto) Dadas as assertivas
u ra 92
S ut 22- il.com
abaixo, assinale a alternativa correta.

r ata 86 gmum n D .4 a
Considerando as regras do Código de Processo Civil de 2015:
e
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
I. A suspeição e o impedimento devem ser suscitados em preliminar da contestação, e não por
t u
petição separada.
n d
a ta
jonfor amigo íntimo ou inimigo do advogado de qualquer das partes.
II. Há suspeição do juiz que

III. O benefício da gratuidade da justiça pode ser concedido apenas parcialmente ou consistir
na redução percentual das despesas processuais iniciais ou ainda no parcelamento dessas
despesas e não afasta o dever de o beneficiário pagar as multas processuais que lhe sejam
impostas.

IV. As espécies de intervenção de terceiros são a assistência, o chamamento ao processo, o


incidente de desconsideração de personalidade jurídica e a oposição.

58
A) Estão corretas apenas as assertivas I e IV.

B) Estão corretas apenas as assertivas II e III.

C) Estão corretas apenas as assertivas I, II e III.

D) Estão corretas todas as assertivas.

E) Nenhuma assertiva está correta.

Comentário:

a l
Correta letra B.
io n
a c
c
I - Incorreta. Deve alegar em petição dirigida ao juiz: art. 146. No prazo de 15 (quinze) dias, a
u
d e
E dad
contar do conhecimento do fato, a parte alegará o impedimento ou a suspeição, em petição
e
rt le
específica dirigida ao juiz do processo, na qual indicará o fundamento da recusa, podendo
p o So
u ra 92
instruí-la com documentos em que se fundar a alegação e com rol de testemunhas.
S ut 22- il.com
um n D .4 a
r ata 86 gm
II – Correta - Art. 145. Há suspeição do juiz: I - amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes
e
V on 24.5 67@
ou de seus advogados.
d
A J 0 ra
t u
III – Correta - art. 98, §5º: A gratuidade poderá ser concedida em relação a algum ou a todos
n d
ta
os atos processuais, ou consistir na redução percentual de despesas processuais que o
a
jo n
beneficiário tiver de adiantar no curso do procedimento.

IV - Incorreta. A oposição deixou de ser intervenção e passou a ser procedimento especial


(NCPC, art. 682). A nomeação à autoria foi excluída das espécies de intervenção de terceiro. O
NCPC incluiu como intervenção de terceiro a desconsideração da personalidade jurídica e a
figura do amicus curiae. Portanto, as hipóteses de intervenção de terceiros previstas no NCPC
são as seguintes: assistência (art. 119); denunciação da lide (art. 125); chamamento ao processo
(art. 130); desconsideração da personalidade jurídica (art. 133) e amicus curiae (art. 138).

59
Questão 10
(TRF - 4ª REGIÃO - 2016 - TRF - 4ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto) ADAPTADA.
Julgue o item que se segue:
Quando, além do autor, todos os réus manifestarem desinteresse na realização da audiência de
conciliação, o prazo de contestação tem início, para todos os litisconsortes passivos, com o
despacho judicial que acolhe as manifestações de desinteresse na realização da audiência de
conciliação.
CERTO
ERRADO

a l
io n
Comentário:
a c
u c
E dadd e
Errado. Veja a disciplina do art. 335: O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo
e
rt le
de 15 (quinze) dias, cujo termo inicial será a data: §1º No caso de litisconsórcio passivo,
p o So
u ra 92
ocorrendo a hipótese do art. 334, §6º, o termo inicial previsto no inciso II será, para cada um
S ut 22- il.com
dos réus, a data de apresentação de seu respectivo pedido de cancelamento da audiência.

e um n D .4 a
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A J 0 ra
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GABARITO

Questão 1 - C

Questão 2 - A

Questão 3 - B

Questão 4 - D

Questão 5 - C a l
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Questão 6 - D
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u c
Questão 7 - C d e
E dad
Questão 8 - A e
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Questão 9 - B u ra 92
S ut 22- il.com
Questão 10 – Errado.
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61
QUESTÃO DESAFIO

Todos os casos de petição inicial inepta incorrerão em nulidade?


Fundamente.

Máximo de 5 linhas

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GABARITO DA QUESTÃO DESAFIO

A inépcia da petição inicial, prevista no art. 330, §1º, do CPC, em regra, gera a nulidade do

processo. Todavia, existe a exceção de inépcia por falta de pedido, que incorrerá em
ineficácia do processo.

Você deve ter abordado necessariamente os seguintes itens em sua resposta:

 Em regra, inépcia causa nulidade

A inépcia da petição inicial impede o desenvolvimento válido e regular do processo. Assim, em


regra, a inépcia ocasiona nulidade. As hipóteses de inépcia estão previstas no art. 330, § 1º, do

a l
CPC: “Considera-se inepta a petição inicial quando: I - lhe faltar pedido ou causa de pedir; II -

io n
c
o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite o pedido
a
u c
genérico; III - da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão; IV - contiver pedidos
incompatíveis entre si.” E dad d e
e
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p o So
No entanto, conforme ensinamento do professor Elpídio Donizetti: “A petição inicial inepta é
u ra 92
S ut 22- il.com
eficaz para instaurar a relação processual, que se desenvolverá até que se reconheça o defeito
um n D .4 a
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invalidante. Aliás, em processo, a rigor não se pode falar em nulidade de pleno direito; ele deve
e
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sempre ser declarada. Enquanto não declarada a nulidade o ato é válido e tem aptidão para
d
A J 0 ra
t
gerar efeitos, portanto, tem eficácia. Pode ocorrer de a inépcia apenas ser reconhecida após a
u
citação e oitiva do réu. Nesse caso, d
n conquanto inválida, a petição inicial foi eficaz, na medida
t a
arelação processual.” (Donizetti, Elpídio. Curso didático de direito
em que deu origem a uma
jo n
processual civil – 22. Ed. – São Paulo: Atlas, 2019, p. 222).

 Exceção: falta de pedido

De acordo com a doutrina: “há um caso de inépcia que não resultará em invalidade, mas em
ineficácia do processo. Trata-se da falta de pedido, mencionada no inciso I. Nas demais, haverá
apenas nulidade.” (Gonçalves, Marcus Vinicius Rios. Direito processual civil – Esquematizado –
11. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2020, p. 311).

63
Assim, a inépcia por falta de pedido não incorre em nulidade processual, mas tão somente em
ineficácia do processo, vez que o juiz não pode decidir sem que haja qualquer pedido. Essa
ineficácia se explica pelo fato de que, conforme lição de Fredie Didier Jr.: “Sem pedido ou causa
de pedir, será impossível ao órgão jurisdicional saber os limites da demanda e, por consequência,
os limites da sua atuação. A afirmação incompleta da causa de pedir equivale à ausência – por
exemplo, não há a afirmação da causa de pedir remota ativa.” (Didier Jr., Fredie. Curso de direito
processual civil: introdução ao direito processual civil, parte geral e processo de conhecimento
- 21. ed. - Salvador: Ed. Jus Podivm, 2019, p. 657).

a l
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64
LEGISLAÇÃO COMPILADA

Neste capítulo, é de extrema importância a leitura de:

Formação, suspensão do processo e extinção do processo

 CPC: arts. 312 a 317;

Modelos de organização processual


a l
io n
 CPC: arts. 318 a 346;
a c
 Súmulas: 231, 258, 449, do STF.
u c
E dad d e
Providências preliminares e do saneamento
e
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 CPC: art. 347;
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Valor da Causa
e um n D .4 a
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 Súmula 449, STF
d
A J 0 ra
t
O valor da causa, na consignatória de aluguel, corresponde a uma anuidade
u
n d
Reconvenção
a ta
jo n
 Súmula 258, do STF

É admissível reconvenção em ação declaratória.

Revelia

 Súmula 231, do STF

O revel, em processo cível, pode produzir provas, desde que compareça em tempo oportuno.

65
JURISPRUDÊNCIA

Formação, suspensão do processo e extinção do processo

 Informativo 632 do STJ:

É admissível a emenda à inicial para a substituição de executado pelo seu espólio, em

a l
execução ajuizada em face de devedor falecido antes do ajuizamento da ação
io n
Informativo 644 do STJ: a c

u c
E dadd e
O vínculo de conexão a justificar a reunião de medidas cautelares preparatórias está
e
rt le
vinculado com a identidade de objeto e/ou de causa de pedir existente entre as ações
p o So
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S ut 22- il.com
principais a serem propostas e não do processo cautelar em si.


e um n D .4 a
Informativo 645 do STJ:
r ata 86 gm
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A suspensão do processo em razão da paternidade do único patrono da causa se opera
d
A J 0 ra
t
tão logo ocorra o nascimento ou adoção, não sendo necessária a comunicação imediata
u
ao juízo n d
a ta
jo n
Modelos de organização processual (Procedimento comum)

 STJ. 4ª Turma. AgInt no AREsp 778247/RJ, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em
28/06/2016)

O nome atribuído à ação é irrelevante para aferição da sua natureza jurídica, que tem a
sua definição com base no pedido e na causa de pedir.

 Informativo 703 do STF:

66
Valor da causa e ação questionando apenas parte do contrato. Em regra, se a ação proposta
tiver por objetivo questionar um negócio jurídico, o valor da causa será o valor econômico
deste contrato. Entretanto, a jurisprudência entende que, se estiver sendo impugnada
apenas uma parte do negócio ou determinada cláusula contratual, o valor da causa não
será o valor integral do contrato, mas tão somente o benefício econômico daquilo que
está sendo questionado no processo.

 Informativo 494 do STJ:

O prazo para o autor emendar a inicial. O prazo para que o autor emende a petição inicial
é um prazo dilatório (e não peremptório). Logo, o juiz poderá aceitar a emenda da petição
inicial mesmo fora deste prazo. Este prazo pode ser reduzido ou ampliado por convenção
das partes ou por determinação do juiz.
a l
io n
 Informativo 511 do STJ:
a c
u c
d e
A emenda da petição inicial é um direito subjetivo do autor, e não mera faculdade do juiz.
E dad
e
rt le
Assim, é nula a sentença que indefere a petição inicial sem que o juiz permita a correção

p o So
do vício sanável.
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S ut 22- il.com

20/03/2012 e um n D .4 a
STJ. 3ª Turma. REsp 1126.130-SP, Rel. Min. Nancy Andrigui, julgado em
r ata 86 gm
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A J 0 ra
Reconvenção e conexão com a ação principal ou com fundamento da defesa. O cabimento
t u
n d
da reconvenção deve ser apreciado em status assertionis, ou seja, segundo o que o réu
a ta
n
reconvinte afirmou na reconvenção.
jo
 Informativo 532, STJ:

Em ação para fornecimento de medicamentos, o juiz pode determinar o bloqueio e


sequestro de verbas públicas em caso de descumprimento da decisão. Tratando-se de
fornecimento de medicamentos, cabe ao Juiz adotar medidas eficazes à efetivação de suas
decisões, podendo, se necessário, determinar, até mesmo, o sequestro de valores do
devedor (bloqueio), segundo o seu prudente arbítrio, e sempre com adequada

67
fundamentação. STJ. 1ª Seção. REsp 1069810-RS, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho,
julgado em 23/10/2013 (recurso repetitivo) (Info 532).

O autor ingressa com uma ação e pede a tutela de urgência. O juiz defere. Na sentença, o
juiz julga improcedente a demanda e revoga a tutela de urgência. Ocorre que a tutela de
urgência causou danos morais e materiais ao réu. O autor da ação tem a responsabilidade
objetiva de indenizar o réu quanto a esses prejuízos, independentemente de
pronunciamento judicial e pedido específico da parte interessada. STJ. 4ª Turma. REsp
1191262-DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 25/9/2012.

Providências preliminares e saneamento

Informativo 825 do STF:



a l
io n
É possível reconhecer, também na instância extraordinária, a possibilidade da homologação
a c
c
do pedido de renúncia ao direito sobre o qual se funda a ação, quando postulado por
u
E dad d e
procurador habilitado com poderes específicos, desde que anterior ao julgamento final do
recurso extraordinário. e
rt le
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 Informativo 526 do STJ: u ra 92
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um n D .4 a
r ata 86 gm
Depois que tiver sido oferecida a contestação, o autor só poderá desistir da ação se houver
e
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o consentimento do réu. Se o réu não quiser concordar com a desistência, deverá
d
A J 0 ra
t
apresentar ao juízo um motivo justificável, sob pena de sua conduta ser considerada como
u
n d
abuso de direito. Desse modo, se a recusa do réu em aceitar a desistência for infundada
a ta
n
(sem um motivo razoável), o juiz poderá suprir a sua concordância e homologar a
jo
desistência.

 Informativo 600 do STJ:

Nas hipóteses de extinção do processo sem resolução de mérito provocada pela perda do
objeto da ação em razão de ato de terceiro e sem que exista a possibilidade de se saber
qual dos litigantes seria sucumbente se o mérito da ação fosse julgado, o pagamento das
custas e dos honorários advocatícios deve ser rateado entre as partes. Ex: João teve um
ataque cardíaco e foi internado em um hospital particular, onde colocaram um stent no

68
paciente. Inicialmente, o plano de saúde de João recusou-se a pagar ao hospital os valores
despendidos com o stent. Diante disso, o hospital ingressou com ação cobrando este valor
de João. Ocorre que João havia feito um pedido administrativo de reconsideração ao plano
de saúde, que foi acolhido e, assim, o convênio transferiu espontaneamente o dinheiro do
tratamento ao hospital. Neste caso, o juiz deverá extinguir o processo sem resolução do
mérito por perda superveniente do interesse de agir e condenar as duas partes ao
pagamento das custas e dos honorários advocatícios divididos entre elas.

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A J 0 ra
t u
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69
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Presidência da República, 1988.

______. Lei nº 13.105 de 16 de março de 2015. Institui o Código de Processo Civil. Brasília:
Presidência da República, 2015.

BUENO, Cassio Scarpinella. Manual de Direito Processual Civil: Inteiramente Estruturado à


Luz do Novo CPC, de acordo com a Lei n. 13.256, de 4-2-2016. 2. ed. rev., atual. e ampl. – São
Paulo: Saraiva, 2016.

a l
n
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Vade Mecum de Jurisprudência Dizer o Direito. 4ª Edição.
io
– Salvador: Ed. Podivm, 2018.
a c
u c
d e
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmulas do STF e STJ. 3ª Edição. – Salvador: Ed. Podivm,
E dad
2018. e
rt le
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
DIDIER JR., Fredie. Curso de Direito Processual Civil: Introdução ao Direito Processual Civil,

e um n D .4 a
Parte Geral e Processo de Conhecimento. 18. ed. - Salvador: Ed. JusPodivm, 2016.
r ata 86 gm
V on 24.5 67@
GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Direito Processual Civil Esquematizado/ Marcus Vinicius
d
A J 0 ra
Rios Gonçalves; coordenador Pedro Lenza. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
t u
d
n Sérgio Cruz; MITIDIERO, Daniel. Novo Código de
t a
MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART,
aed. rev. atual. e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2016.
jo
processo civil comentado.n2.

Neves, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito Processual Civil - Volume Único. 10ª
edição. Editora JusPodvm, 2018.

Thamay, Rennan. Manual de Direito Processual Civil – 2. ed. – São Paulo: Saraiva Educação,
2019.

70
THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil – Teoria geral do direito
processual civil, processo de conhecimento e procedimento comum – vol. I/Humberto
Theodoro Júnior. 58. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2017.

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71
MAGISTRATURA
FEDERAL
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E d e
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Direito Processual
Su utra 22-92il.com Civil
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6 . g 7
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Ad J 02 utra6
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SUMÁRIO
DIREITO PROCESSUAL CIVIL, Capítulo 7...................................................................................................................4
24. Julgamento Conforme o Estado do Processo ............................................................................................... 4

24.1 Da Extinção do Processo Sem Resolução do Mérito .................................................................... 4

24.2 Da Extinção do Processo Com Resolução de Mérito ................................................................... 6

24.3 Do Julgamento Antecipado do Mérito ............................................................................................... 6

24.4 Julgamento Antecipado Parcial do Mérito ........................................................................................ 7

24.5 Saneamento e da Organização do Processo .................................................................................... 9


a l
io n
25. Audiência de Instrução e Julgamento ....................................................................................................... 11

a c
c
26. Decisão Judicial...................................................................................................................................................... 15
u
26.1 E dad d e
Sentença ........................................................................................................................................................ 15
e
rt le
26.1.1 o So
Conceito de Sentença ..................................................................................................................... 15
p
26.1.2 S ut 22- il.com u ra 92
Elementos Essenciais da Sentença ............................................................................................. 15

26.1.3
e r ata 86 gm um n D .4 a
Espécies de Sentença....................................................................................................................... 18

d V on 24.5 67@
26.1.4 J 0 ra
Efeitos da Sentença .......................................................................................................................... 19
A t u
26.1.5
n d
Sentenças Extra Petita, Ultra Petita e Citra Petita ............................................................... 22

26.1.6 a ta
Sentença Liquida................................................................................................................................ 25
jo n
26.2 Liquidação de Sentença .......................................................................................................................... 26

26.3 Cumprimento da Sentença .................................................................................................................... 28

26.3.1 Títulos Executivos Judiciais ............................................................................................................ 28

26.3.2 Cumprimento Provisório ................................................................................................................ 29

26.3.3 Cumprimento Definitivo ................................................................................................................. 30

27. Precedentes Judiciais ............................................................................................................................................. 33

27.1 Conceitos fundamentais ......................................................................................................................... 33


27.1.1 Norma Jurídica Geral do Caso Concreto ................................................................................ 33

27.1.2 Precedentes Judiciais ....................................................................................................................... 33

27.1.3 Ratio Decidendi .................................................................................................................................. 34

27.1.4 Jurisprudência ..................................................................................................................................... 34

27.1.5 Súmula ................................................................................................................................................... 35

27.1.6 Obiter Dictum/Obter Dicta............................................................................................................ 35

27.2 Rol dos Precedentes Obrigatórios Criados pelo CPC ................................................................ 35

27.2.1 Decisões do STF em Controle Concentrado ......................................................................... 35

27.2.2 a l
Enunciados de Súmula Vinculante ............................................................................................. 36

io n
27.2.3 Acórdãos em Incidente de Assunção de Competência (IAC), Resolução de
a c
Demandas Repetitivas (IRDR) e em Julgamento de Recursos Extraordinário e Especial u c
E dad d e
Repetitivos (IAC, IRDR, RESP/REXT REP) ...................................................................................................... 36
e
rt le
27.2.4
p o So
Enunciados das Súmulas do STF em Matéria Constitucional e do STJ em Matéria

S ut 22- il.com u ra 92
Infraconstitucional ................................................................................................................................................. 37

27.2.5 r ata 86 gm um n D .4 a
Orientação do Plenário ou do Órgão Especial aos Quais Estiverem Vinculados.. 37
e
27.3 d V on 24.5 67@
Deveres dos Tribunais para a Consolidação e Efetivação do Sistema de Precedentes
A J 0 ra
t u
Obrigatórios.................................................................................................................................................................. 37
n d
27.4 ta
Aspectos Práticos da Dinâmica do Precedente ............................................................................ 38
a
jo n
27.4.1 Distinção ................................................................................................................................................ 38

27.4.2 Superação ............................................................................................................................................. 39

28. Coisa Julgada .......................................................................................................................................................... 40

28.1 Conceito de Coisa Julgada .................................................................................................................... 40

28.2 Formas de Manifestação da Coisa Julgada .................................................................................... 41

28.2.1 A Coisa Julgada Formal .................................................................................................................. 41

28.2.2 A Coisa Julgada Material................................................................................................................ 42


28.3 Limites Objetivos da Coisa Julgada ................................................................................................... 42

28.4 Limites Subjetivos da Coisa Julgada.................................................................................................. 42

QUADRO SINÓTICO ..................................................................................................................................................... 44

QUESTÕES COMENTADAS ....................................................................................................................................... 48

GABARITO ......................................................................................................................................................................... 60

QUESTÃO DESAFIO ........................................................................................................................................................ 61

GABARITO DA QUESTÃO DESAFIO......................................................................................................................... 62

LEGISLAÇÃO COMPILADA............................................................................................................................................ 64

a l
JURISPRUDÊNCIA ............................................................................................................................................................ 65

io n
c
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................................................. 72
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL

Capítulo 6
Neste capítulo, vamos tratar dos seguintes pontos: Julgamento conforme o estado do processo;
Audiência de instrução e julgamento; Decisão Judicial; Precedentes Judiciais; e Coisa julgada.

24. Julgamento Conforme o Estado do Processo

Ultrapassada a fase das providências preliminares, ainda que nenhuma delas tenha sido
necessária, mas antes da fase probatória, o juiz poderá proferir julgamento do processo no
estado em que se encontra. a l
io n
24.1 Da Extinção do Processo Sem Resolução
c
a do Mérito
c
u e
d
E dad
r t e
Trata-se de norma legal ligada ao princípio da economia processual, determinando que,
le
o o
se o juiz perceber a inutilidade da continuação do processo, em razão de vício formal insanável,
p ra S 92 m
u
S ut 22- il.co
deve determinar a extinção do processo sem a resolução do mérito.

r um n D .4
m a
a 6
São chamadas também de sentenças terminativas e as suas hipóteses se encontram no
e nat .58 @g
d V o 24 67
art. 485, do CPC, vejamos:
A J 0 ra
Indeferir a petição inicial; u t

n d

a ta
O processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes;
 jo n
Por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar
a causa por mais de 30 (trinta) dias;
 Verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido
e regular do processo;
 Reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada;
 Verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual;
 Acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo
arbitral reconhecer sua competência;

4
 Homologar a desistência da ação;
 Em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por disposição
legal; e
 Nos demais casos prescritos neste Código. (Rol exemplificativo)

Quando uma demanda é proposta contra algum Ente Federal, ele, na condição de réu, só
poderá concordar com a desistência, se o autor além de desistir, renunciar.
a l
io n
Lei 9.469/97, art. 3º As autoridades indicadas no caput do art. 1º poderão concordar com

a c
c
pedido de desistência da ação, nas causas de quaisquer valores desde que o autor renuncie
u
d e
expressamente ao direito sobre que se funda a ação (art. 269, inciso V, do Código de Processo
E dad
Civil). e
rt le
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
No entanto, em seu parágrafo único, é previsto a possibilidade de desistência sem renúncia,

e um n D .4 a
desde que o autor formule um pedido administrativo.
r ata 86 gm
V on 24.5 67@
Parágrafo único. Quando a desistência de que trata este artigo decorrer de prévio
d
A J 0 ra
requerimento do autor dirigido à administração pública federal para apreciação de pedido
t u
n d
administrativo com o mesmo objeto da ação, esta não poderá negar o seu deferimento
a ta
n
exclusivamente em razão da renúncia prevista no caput deste artigo.
jo
Em regra, destas decisões o recurso será a apelação, pois são decisões extintivas de
processo, enquanto, se a decisão puder dizer respeito a apenas parcela do processo, será
impugnável por agravo de instrumento (art. 354, parágrafo único, do CPC).

5
24.2 Da Extinção do Processo Com Resolução de Mérito

Apesar de não ser uma sentença genuína de mérito, as hipóteses previstas nos incisos II
e III do art. 487 do CPC, são tratadas também como decisões de mérito, o que gera importantes
consequências no tocante à existência de coisa julgada material nessas espécies de sentença.

São chamadas de sentenças definitivas e extingue a demanda com resolução de mérito,


nos termos do art. 354, caput, do CPC, na fase de julgamento conforme o estado do processo,
quando:

 Decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou prescrição;


 Homologar:

l
 O reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação ou na
a
reconvenção;
io n
a c
 A transação;
u c
E dad d e
 A renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvenção.
e
rt le
o So
Assim como na extinção por sem resolução de mérito, destas decisões o recurso será a
p
u ra 92
S ut 22- il.com
apelação, desde que termine o processo. Em caso de decisão parcial do processo, a decisão

e um n D .4 a
será impugnável por agravo de instrumento (art. 354, parágrafo único, do CPC).
r ata 86 gm
24.3 Do d V on Antecipado
Julgamento 4 .5 7@do Mérito
A J 02 ra6
t u
d
Ocorre logo após a fase do saneamento, em que o juiz, percebendo que não há mais
n
a ta
provas a serem produzidas e que a causa está apta para o julgamento, profere sentença,
jo n
acolhendo ou rejeitando o pedido do autor. É comumente utilizada a expressão: “a causa
encontra-se madura”.

Desse modo, o julgamento antecipado do mérito pode ser pela procedência ou pela
improcedência.

Destarte, o art. 35,5 do CPC, prevê duas hipóteses que não se confundem, mas que geram
o fenômeno acima descrito, quando:

 Não houver necessidade de produção de outras provas;

6
 O réu for revel, ocorrer o efeito previsto no art. 344 e não houver requerimento de
prova, na forma do art. 349 (aplica-se aos casos de confissão ficta).

O inciso I trata das situações em que a matéria é unicamente de direito ou que as


provas já foram apresentadas (quando muito, se poderá exigir a prova documental da vigência
de lei estrangeira ou de legislação estadual, municipal ou consuetudinária), como provas
documentais, autorizando-se que o julgamento do processo se concretize, sendo desnecessário
passar pelo longo curso temporal do direito probatório.

Com a inexistência da narração fática, basta ao juiz interpretar as normas jurídicas objeto
da ação.

l
A segunda hipótese de julgamento antecipado do mérito, prevista no inciso II do art. 355
a
n
do CPC, prevê a condição de revelia do réu e outros dois requisitos aparentemente cumulativos:
io
a c
o juiz presumir a veracidade dos fatos e não haver pedido do réu de produção de prova.
u c
E dad d e
e
rt le
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
e um n D .4 a
r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
Dessa decisão, como se trata de uma sentença, o recurso cabível será apelação.
t u
n d
ta
24.4 Julgamento Antecipado
a Parcial do Mérito
jo n
Nos termos do art. 356, do CPC, o juiz decidirá parcialmente1 o mérito quando um ou
mais dos pedidos formulados ou parcela deles:

 Mostrar-se incontroverso, ou seja, latente e sem possibilidade de afastabilidade;


 Estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355, do CPC, pois
a causa está parcialmente pronta para ser julgada, ou seja, parte da causa está madura.

1
Vide Questão 9.
7
A incontroversa de um dos pedidos ou de parcela de um pedido prevista pelo inciso I do art.
356 do Novo CPC deve ser compreendida como o parcial reconhecimento jurídico do pedido.
O dispositivo não trata da incontroversa dos fatos, mas do pedido, e a única forma de o pedido
do autor se tornar incontroverso é por meio de ato de autocomposição unilateral do réu. Nesse
caso, caberá ao juiz julgar a parcela incontroversa por meio da sentença homologatória de
mérito prevista no art. 487, III, a, do CPC

a l
n
Conforme preceitua Marcus Vinícius, o processo só terá uma sentença, já que ela é o ato
io
a c
que lhe põe fim, ou encerra a fase de conhecimento. Todavia, poderá o mérito ser apreciado
u c
d e
não apenas na sentença, mas em decisões de mérito, proferidas em caráter interlocutório.
E dad
e
rt le
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
e um n D .4 a
r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
t
O recurso cabível, por ser uma decisão parcial, é o Agravo de Instrumento, embora o
u
n d
julgamento seja feito em caráter definitivo e em cognição exauriente.
a ta
jo n
Interposto o agravo, será sempre possível que o juiz se retrate da decisão de mérito. O
§2º, do art. 356, do CPC, libera a liquidação ou execução imediata na obrigação reconhecida
na decisão que julgar parcialmente o mérito, independentemente de caução2, ainda que haja
recurso pendente de julgamento, já que o agravo de instrumento não possui efeito suspensivo.
Todavia, enquanto houver recurso pendente, a execução será provisória. Caso não haja, será,
desde logo, definitiva.

2
Vide Questão 2.
8
Com efeito, a liquidação e o cumprimento da decisão que julgar parcialmente o mérito
poderão ser processados em autos suplementares, a requerimento da parte ou a critério do
juiz, sendo isto avaliado para garantir à causa o melhor e mais célere trâmite possível.

O prazo para que seja exercido o direito à rescisão dessa decisão continua sendo de dois
anos, mas o prazo começa a contar do trânsito em julgado da última decisão proferida no
processo.

24.5 Saneamento e da Organização do Processo

Segundo o art. 357 do CPC, não ocorrendo a extinção do processo, o julgamento


antecipado do mérito ou o julgamento antecipado parcial do mérito, deverá o juiz manifestar-
se, em decisão de saneamento e de organização do processo, para:
a l
io n
 Resolver as questões processuais pendentes, se houver;
a c
u c
 Delimitar as questões de fato sobre as quais recairá a atividade probatória,
E dad
especificando os meios de prova admitidos;
d e
e
rt le
o So
 Definir a distribuição do ônus da prova, observado o art. 373;
p
u ra 92
S ut 22- il.com
 Delimitar as questões de direito relevantes para a decisão do mérito;

e um n D .4 a
 Designar, se necessário, audiência de instrução e julgamento.
r ata 86 gm
V on 24.5 67@
O saneamento e a organização do processo devem ser feitos por decisão interlocutória.
d
A J 0 ra
t u
Se a causa apresentar complexidade em matéria de fato ou de direito, o magistrado deve
n d
ta
designar audiência para sanear o processo juntamente com as partes. Essa é uma das expressões
a
jo
do princípio da cooperação.
n

9
Enunciado 28 da I Jornada de Direito Processual Civil do CJF/STJ: Os incisos do art. 357 do
CPC não exaurem o conteúdo possível da decisão de saneamento e organização do processo.
Ou seja, trata-se de um rol exemplificativo.

De fato, este é o momento processual adequado para que se possa realizar o saneamento,
pois as partes têm o direito de pedir esclarecimentos ou solicitar ajustes, no prazo comum
de 5 (cinco) dias, findo o qual a decisão se torna estável. Em princípio, dessa decisão não cabe
agravo de instrumento, salvo se ela decidir sobre alguma das questões previstas no rol do 1.015
do CPC, como é o caso, como já vimos, da alteração na distribuição do ônus da prova.

Aqui, caso as partes não se manifestem no prazo de 5 dias, restará preclusa a possibilidade
que lhes assistia antes, qual seja a de pretender que se alinhasse a causa de modo a pedir

a l
n
esclarecimentos ou solicitar ajustes que digam respeito à estruturação do processo, assim como
io
c
delimita o art. 357, §1º, do CPC. A situação apenas poderá ser reexaminada pelo órgão ad quem,
a
u c
se arguida como preliminar de apelação ou em sede de contrarrazões.
E dad d e
e
rt le
Ademais, apenas será designada a audiência de instrução e julgamento quando for

p o So
necessária a produção de prova oral (depoimento pessoal, testemunhas e, raramente, a
u ra 92
S ut 22- il.com
presença do perito para esclarecer em audiência pontos obscuros ou duvidosos de seu laudo).

e um n D .4 a
r ata 86 gm
Caso o juiz defira a prova testemunhal, já deve fixar prazo comum não superior a 15 dias

d V on 24.5 67@
J 0 ra
para que as partes apresentem rol de testemunhas (art. 357, §4º, do CPC), e, se houver a
A t u
designação de audiência, as partes deverão nesse ato apresentar o rol de testemunhas (art. 357,
n d
ta
§5º, do CPC), o que leva à conclusão de que caberá às partes o ônus de formular tal rol, mesmo
a
jo n
sem saber se haverá prova testemunhal, considerando que na hipótese do §3º do art. 357, do
CPC, o saneamento será realizado de modo compartilhado em audiência.

O número de testemunhas arroladas não pode ser superior a 10 (dez), sendo 3 (três), no
máximo, para a prova de cada fato, assim como define o art. 357, §6º, do CPC. Mesmo assim, o
juiz poderá limitar o número de testemunhas levando em conta a complexidade da causa e dos
fatos individualmente considerados.

10
25. Audiência de Instrução e Julgamento

A audiência de instrução e julgamento é um ato complexo, que se caracteriza como a


última etapa do processo de conhecimento e será necessária quando as partes necessitarem
produzir prova oral ou quando houver necessidade de esclarecimento de perito a respeito
do laudo pericial formulado.

Nos termos do art. 368, do CPC, trata-se de sessão pública, havendo, entretanto,
publicidade mitigada (limitada às partes e patronos) nos casos de que trata o art. 189 do CPC.

O art. 360, do CPC, aduz que o juiz exercerá seu poder de polícia para:

l
 Manter a ordem e o decoro, com a possibilidade de impedir manifestações
a
agressivas;
io n
a c
 Excluir determinado sujeito da sala de audiências, quando se comporte de forma
u c
extremamente inconveniente;
E dad d e
e
rt le
 Requisitar força policial sempre que necessário;

p o So
 Tratar com urbanidade as partes, os advogados, os membros do Ministério Público
u ra 92
S ut 22- il.com
e da Defensoria Pública e qualquer pessoa que participe do processo;

um n D .4 a
r ata 86 gm
 Registrar em ata, com exatidão, todos os requerimentos apresentados em audiência.
e
d V on 24.5 67@
O juiz ainda tem o poder de conduzir a audiência, mas o CPC/15 alterou o procedimento
A J 0 ra
t u
do antigo código, de maneira a possibilitar a intermediação direta entre as partes e as
d
n a intermediação do juiz (art. 459, do CPC).
testemunhas, não demandando
a t a
mais

jo n

Sobre o tema, são os seguintes Enunciados do Fórum de Permanente de Processualistas Civis:

Enunciado 156: Não configura induzimento, constante do artigo 466, caput, a utilização de
técnica de arguição direta no exercício regular de direito.

11
Enunciado 157: Deverá ser facultada às partes a formulação de perguntas e esclarecimentos
decorrentes da inquirição do juiz.

Enunciado 158: Constitui direito da parte a transcrição de perguntas indeferidas pelo juiz.

A lei estabelece uma ordem em que os atos da audiência devem ser conduzidos, podendo,
por decisão fundamentada, ser alterada, já que o código determina que os atos sigam
preferencialmente a ordem estabelecida.

Assim, regra geral, os atos seguirão a seguinte sequência:

Fixação dos
Tentativa de
Abertura Pregão pontos
conciliação

a l
controvertidos

ion
a c
u c
Debates orais
Oitiva de d e
Depoimento

E dad
pessoal das
Esclarecimento dos
peritos e dos
testemunhas
r ol e
t e partes assistentes técnicos

o
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Su utra 22-92il.com
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Prolação de
a
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sentença
d V on 24. 67@ 5
A J 0 ra
d ut
O que ocorre se a parte ou advogado não comparecerem à audiência de instrução e
ta n
a
julgamento, nem justificarem sua ausência?
n
jo
 Se a parte tiver sido intimada para depoimento pessoal, incidirá na pena de
confesso.
 Já a ausência do advogado pode ensejar a dispensa da produção de provas
requeridas pela parte que patrocina (mesma regra é aplicada ao Ministério Público
e à Defensoria Pública3).

3
Vide Questão 8.
12
Insta salientar que o perito só é obrigado a responder aos quesitos que lhe tenham sido
previamente apresentados, com antecedência de, no mínimo, 10 dias da data da audiência.

No que tange ao depoimento pessoal, será colhido primeiro o do autor, depois o do réu.
A mesma ordem será seguida para a oitiva das testemunhas: primeiro as do autor, depois as do
réu. O juiz deve, sendo possível, ouvir todas as testemunhas na mesma ocasião. Vale lembrar
que a parte poderá, independentemente do consentimento da parte contrária, desistir da oitiva
de uma ou de todas as testemunhas que arrolou.

As partes não serão pessoalmente intimadas da audiência de instrução e julgamento,


salvo se o outro litigante houver requerido seu depoimento pessoal. Não tendo sido, e tendo o
advogado poderes para transigir, sequer é necessária a presença da parte.

a l
n
Corroborando o intuito de promoção da autocomposição dos conflitos, um dos primeiros
io
a c
atos da audiência será a tentativa, por parte do juiz, de conciliação entre as partes. Vale frisar
u c
d e
que, mesmo não ocorrendo no ato inicial, a conciliação poderá ser consumada a qualquer
E dad
e
rt le
momento. A tentativa de conciliação não ocorrerá, por óbvio, caso o objeto do processo seja

p o So
um direito indisponível. Mesmo que os advogados não estejam presentes, a conciliação deve
u ra 92
S ut 22- il.com
ser proposta, já que para a celebração legítima, basta que as partes sejam capazes.

e um n D .4 a
r ata 86 gm
Qualquer das partes poderá, independentemente da autorização do juiz, gravar

d V on 24.5 67@
integralmente a audiência em imagem e áudio. A regra é que, desde que não acarrete maiores
A J 0 ra
t u
ônus, a gravação seja feita pelo próprio Poder Judiciário e, após, disponibilizado o conteúdo
d
n que os próprios interessados pratiquem o ato.
t a
para as partes. Porém, nada impede
a
jo n
Importante afirmar que a audiência de instrução é una e contínua (art. 365), como
fenômeno que visa à colheita de provas, podendo ser excepcional e justificadamente cindida na
ausência de perito ou de testemunha, desde que haja concordância das partes4. Ainda assim,
diante da impossibilidade de realização da instrução, do debate e do julgamento no mesmo dia,
o juiz marcará seu prosseguimento para a data mais próxima possível, em pauta preferencial.

4
Vide Questão 4.
13
Outras situações excepcionais que autorizam o adiamento da audiência ocorrerão nas
seguintes hipóteses:

 Por convenção das partes, não havendo neste caso limite para adiamento, desde
que seja de modo convencional;5

 Quando uma das partes não puder comparecer ao ato, desde que haja motivo
justificado para tanto;
 Quando houver atraso injustificado de mais de 30 minutos do horário marcado.

Após o fim dos debates ou da apresentação de memoriais, o juiz proferirá sentença.


Entendendo não ser o momento adequado, diante da complexidade da causa, o magistrado
terá o prazo impróprio de 30 dias, contados da audiência, para proferir decisão.

a l
n
Por fim, saliente-se que não é necessário que as partes assinem o termo de audiência,
io
a c
salvo se houver ato de disposição para cuja prática os advogados não tenham poderes.
u c
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e
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A J 0 ra
t u
n d
a ta
jo n

5
Vide Questão 3.
14
26. Decisão Judicial

26.1 Sentença

Aluno, dê uma atenção especial ao tema das decisões judiciais. O dia a dia do juiz federal
envolve a confecção muito frequente, porque não diária, desse instrumento, que não só decide
uma fase processual ou o processo, mas constitui a maior expressão do trabalho do magistrado.
É na sentença que o juiz faz uma análise do processo, diz os direitos e ônus das partes. Portanto,
comece a se familiarizar com o tema, pois você vai lidar muito com ele após a posse! Vamos lá!

26.1.1 Conceito de Sentença

a l
O conceito de sentença é encontrado no §1º, do art. 203, do CPC, onde, salvo as previsões

io n
c
expressas nos procedimentos especiais, a sentença consiste no pronunciamento por meio do
a
u c
qual o juiz, com fundamento nos artigos 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento
comum, bem como extingue a execução. E dad d e
e
rt le
p o So
Essa conceituação demonstra que o legislador quis criar um conceito híbrido, que
u ra 92
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considera tanto o conteúdo como o efeito da decisão para qualificá-la como sentença.

e um n D .4 a
r ata 86 gm
 Por seu conteúdo, que deve estar em consonância com o disposto nos arts. 485 e

d V on 24.5 67@
487, do CPC;
A J 0 ra
t
 Por sua aptidão de pôr fim ao processo, nos casos de extinção sem resolução de
u
d
nhá necessidade de execução; ou ainda nos processos de
t a
mérito; ou em que não
a extrajudicial; ou à fase cognitiva, nos casos de sentença
n
execução porotítulo
j
condenatória, que exige subsequente execução.

26.1.2 Elementos Essenciais da Sentença

O art. 489 do CPC elenca três elementos essenciais da sentença, vejamos:

 Relatório

O relatório é um resumo da demanda, no qual o juiz indicará

15
 As partes;
 Uma breve suma do pedido;
 Uma breve suma da defesa;
 A descrição dos principais atos praticados no processo.

A exigência do relatório é necessária para demonstrar que o juiz tem pleno conhecimento
da demanda que está julgando, garantindo o devido processo legal.

a l
io n
No rito dos Juizados Especiais, o relatório é dispensado, nos termos do art. 38 da Lei

a c
9.099/95.
u c
d e
E dad
A ausência de relatório gera a nulidade da sentença, presumindo-se que o juiz ao deixar
e
rt le
o So
de realizar o relatório não tem o conhecimento pleno da demanda que está julgando.
p
 Fundamentos
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e um n D .4 a
r ata 86 gm
A fundamentação da decisão é essencial, sendo inclusive um dos princípios
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
constitucionais, previsto no art. 93, IX, da CF.
t u
n d
Na fundamentação o juiz deve enfrentar todas as questões de fato e de direito que
a ta
n
sejam relevantes para a solução da demanda, justificando a conclusão a que chegará no
jo
dispositivo. São elementos comprometidos com as razões de decidir do magistrado.

Desse modo, nem sempre será necessário que o juiz se pronuncie sobre todas as causas
de pedir e sobre todos os fundamentos da defesa. O que não é possível, todavia, é que o juiz
rejeite a pretensão do autor sem examinar todos os fundamentos de fato e de direito por ele
invocados, ou acolher os pedidos sem examinar todos os fundamentos da defesa. A sentença
deverá examinar todas as questões preliminares que ainda não tenham sido analisadas, bem
como todas as prejudiciais de mérito. Por fim, a doutrina entende que o CPC não obriga o juiz

16
a enfrentar os fundamentos jurídicos invocados pela parte, quando já tenham sido enfrentados
na formação de precedentes obrigatórios.

A ausência de fundamentação é vício grave, mas não gera a inexistência jurídica do ato,
devendo ser tratado no plano da validade do ato judicial decisório, de forma que a sentença
sem fundamentação é nula.

O art. 489, §1º, do CPC elenca situações em que a decisão não estará fundamentada. Veja
abaixo:
Art. 489. (...) §1º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela
interlocutória, sentença ou acórdão, que:
I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua
relação com a causa ou a questão decidida;

a l
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua
incidência no caso;
io n
a c
III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;

u c
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese,

E dad
infirmar a conclusão adotada pelo julgador; d e
e
rt le
V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus

o So
fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles
p
fundamentos;
u ra 92
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VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela

um n D .4 a
r ata 86 gm
parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação
e
d V on 24.5 67@
do entendimento.

A J 0 ra
 Dispositivo
t u
d
ndecisória da sentença, representando o comando da decisão.
O dispositivo é a conclusão
t a
a pela geração de efeitos da decisão, ou seja, é do dispositivo
jo n
É a parte da sentença responsável
que são gerados os efeitos práticos da sentença, transformando o mundo dos fatos.

O dispositivo é a conclusão do juiz que decorre da fundamentação, indicando os


fundamentos que justificam a opção tomada no dispositivo.

A ausência de dispositivo gera vício gravíssimo, até mesmo porque uma decisão sem
dispositivo não é propriamente uma decisão, porque nada decide. Trata-se de inexistência
jurídica do ato judicial.

17
Esses elementos da sentença somente são exigidos na genuína sentença de mérito, não
havendo o formalismo previsto pelo dispositivo legal ora analisado nas falsas sentenças de
mérito e nas sentenças terminativas.

a l
io n
a c
u c
Enunciado 10, do ENFAM: A fundamentação sucinta não se confunde com a ausência de

E dadd e
fundamentação e não acarreta a nulidade da decisão se forem enfrentadas todas as questões
e
rt le
o So
cuja resolução, em tese, influencie a decisão da causa.
p
S t u ra 92
- c o m
m D u 22 il.
26.1.3 Espécies de Sentença
r u a n 6 . 4 ma
V e nat .58 @g
Adotando-se a resolução de mérito como critério, as sentenças são divididas em
d J o 24 67
A 0 tra
sentenças terminativas e sentenças definitivas.
u
n d
ta
 Sentenças terminativas são as que extinguem o processo SEM resolução de mérito,
a
jo n
nos termos do art. 485 do CPC, tratando-se, portanto, de coisa julgada formal;
Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:
I - indeferir a petição inicial;
II - o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes;

III - por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar a
causa por mais de 30 (trinta) dias;
IV - verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e

regular do processo;
V - reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada;
VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual;

18
VII - acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo
arbitral reconhecer sua competência6;
VIII - homologar a desistência da ação;

IX - em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por disposição


legal; e
X - nos demais casos prescritos neste Código.

 Sentenças definitivas sãs as que extinguem o processo COM resolução de mérito,


nos termos do art. 487 do CPC, tratando-se, portanto, de coisa julgada material;
Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz:
I - acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação ou na reconvenção;
II - decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou prescrição;
III - homologar:

l
a) o reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação ou na reconvenção;
a
b) a transação;
io n
c
c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvenção.
a
u c
d e
De acordo com o CPC, desde que possível, o juiz resolverá o mérito sempre que a decisão
E dad
e
for favorável à parte a quem aproveitaria eventual pronunciamento. Essa determinação é
rt le
p o So
expressão do princípio da instrumentalidade das formas e da primazia do julgamento de mérito.
u ra 92
S ut 22- il.com
As sentenças terminativas podem ser proferidas a qualquer tempo. Já as sentenças de

e um n D .4 a
r ata 86 gm
acolhimento ou rejeição do pedido, podem ser proferidas de início (antes de o réu ser citado);

d V on 24.5 67@
desde o momento em que tenha se configurado a revelia, em caso de julgamento antecipado
A J 0 ra
t
de mérito; após a contestação ou após a réplica do autor, ou após a conclusão da fase de
u
n d
instrução.
a ta
jo n
26.1.4 Efeitos da Sentença

São analisados a partir dos três tipos de tutela nos processos de conhecimento, quais
sejam: a declaratória, a constitutiva e a condenatória:

 Tutela (meramente) Declaratória

6
Vide Questão 6.
19
O conteúdo da sentença meramente declaratória é a declaração da existência,
inexistência ou o modo de ser de uma relação jurídica de direito material.

Por uma opção legislativa a sentença meramente declaratória só pode ter como objeto
uma relação jurídica, excepcionalmente admitindo-se que tenha como objeto meros fatos na
hipótese de declaração de autenticidade ou falsidade de documento (art. 19, II, do CPC).

Os efeitos da sentença declaratória são ex tunc, considerando-se que a declaração


somente confirma jurisdicionalmente o que já existia; nada criando de novo a não ser a
certeza jurídica a respeito da relação jurídica que foi objeto da demanda.

a l
io n
a c
u c
E dad d e
e
rt le
A exceção fica por conta do art. 27 da Lei 9.868/1999, que permite ao Supremo Tribunal

p o So
u ra 92
Federal modificar o efeito natural da decisão de procedência na ação declaratória de
S ut 22- il.com
inconstitucionalidade (instituto denominado de modulação ou limitação temporal dos efeitos

e um n D .4 a
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da declaração de inconstitucionalidade), tendo em vista razões de segurança jurídica ou de

d V on 24.5 67@ excepcional interesse social.


A J 0 ra
t u
n d
a ta
jo n

Note-se que conteúdo e efeito não se confundem, porque o conteúdo é o que está dentro,
enquanto o efeito é aquilo que se projeta para fora do ato judicial; declaração e certeza
jurídica, evidentemente, são fenômenos diferentes.

 Tutela Constitutiva

20
O conteúdo da sentença constitutiva é a criação (positiva), extinção (negativa) ou
modificação (modificativa) de uma relação jurídica.

Já o efeito dessa sentença é a alteração da situação jurídica, necessariamente com a


criação de uma situação jurídica diferente da existente antes de sua prolação, com todas as
consequências advindas dessa alteração. A sentença constitutiva tem efeitos ex nunc,
considerando-se que é a partir dela que a situação jurídica será efetivamente alterada.

As sentenças constitutivas podem ser divididas em dois grupos: necessárias e facultativas.

 Será necessária a sentença constitutiva sempre que a única forma de obter a


alteração da situação jurídica pretendida pelas partes for por meio da
intervenção jurisdicional, situação inclusive que dispensa o conflito de interesse
a l
entre as partes (por exemplo, anulação de casamento).
io n
a c
 A sentença facultativa só existirá se houver a lide clássica no caso concreto,
u c
d e
porque sem ela não seria necessária a intervenção jurisdicional. Como há um
E dad
e
rt le
conflito de interesse entre as partes e a autotutela é reservada a situações

p o So
excepcionais, faz-se necessária a intervenção do Poder Judiciário no caso
u ra 92
S ut 22- il.com
concreto, mas abstratamente seria possível a alteração da situação jurídica das

um n D .4 a
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partes mediante um acordo de vontade entre elas (por exemplo, rescisão
e
V on 24.5 67@
contratual).
d
A J 0 ra
 Tutela Condenatória
t u
O conteúdo da sentençata n d
condenatória, além da indispensável declaração de existência
a
on
do direito material, é a jimputação ao réu do cumprimento de uma prestação de fazer, não
fazer, entregar coisa ou pagar quantia certa, com o objetivo de resolver a crise jurídica de
inadimplemento.

O efeito é a criação de um título executivo, o que permitirá a prática de atos executivos


voltados ao efetivo cumprimento dessa prestação, com a consequente satisfação do autor. Assim
como a declaratória, os efeitos da sentença condenatória são ex tunc, pois retroagem à data
da propositura da ação. Em regra, a execução só poderá ter início a partir do momento em que

21
se tornem definitivas, mas a eficácia retroage à data da propositura, tanto que os juros de mora
são devidos desde a citação, se o devedor não tiver sido constituído em mora anteriormente.

A coisa julgada não representa um efeito da sentença, mas sim uma qualidade deles (o seu
caráter imutável e indiscutível).

26.1.5 Sentenças Extra Petita, Ultra Petita e Citra Petita

a l
n
São vislumbradas quando não há estrita correlação entre o que foi postulado e o que
io
foi decidido, sendo a sentença eivada de vício. a c
u c
E dadd e
e
rt le
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
e um n D .4 a
r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
Ao sentenciar o juiz deve obedecer ao PRINCÍPIO DA CONGRUÊNCIA (ou da ADSTRIÇÃO).
A J 0 ra
t
Tal princípio encontra-se previsto no art. 492 do CPC e traz uma proibição ao magistrado, qual
u
seja: não poderá o juiz concedern
d
nada a mais (ultra petita) ou diferente do que foi pedido
a t a
(extra petita)ne nem julgar menos do que foi pedido (citra petita).
jo
 Extra Petita:

É a sentença que não observa os limites da relação processual e concede algo que sequer
foi objeto de pedido ou de causa de pedir. Consiste na sentença que concede tutela
jurisdicional diferente da pleiteada pelo autor, como também a que concede bem da vida
diferente do gênero daquele pedido pelo autor.

22
O art. 322, caput, do CPC, exige do autor que o pedido formulado seja certo, regra
aplicável ao pedido imediato e mediato, sendo que a sentença que não respeita a certeza do
pedido gera vício que a torna nula, sendo extra petita sempre que conceder ao autor algo
estranho à certeza do pedido.

A sentença que vincula pessoa estranha ao processo, que dele não tenha participado
como sujeito processual, deixando de decidir relativamente aos sujeitos que participaram do
processo como sujeitos processuais, também é considerada como espécie de sentença extra
petita. Sempre que a sentença atingir somente sujeitos que não participaram da demanda
judicial será considerada extra petita.

Há situações que a lei autoriza o juiz a conceder algo que não corresponde exatamente
ao que foi pedido, mas que não configura sentença extra petita. É o caso da concessão de a l
io n
c
reintegração de posse, quando o autor ingressou com ação de manutenção. Essa fungibilidade
a
independe de requerimento da parte.
u c
E dad d e
e
rt le
Outro exemplo: o juiz pode conceder ao autor benefício previdenciário diverso do

p o So
requerido na inicial, desde que preenchidos os requisitos legais atinentes ao benefício
u ra 92
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concedido. Isso porque, tratando-se de matéria previdenciária, deve-se proceder, de forma

um n D .4 a
r ata 86 gm
menos rígida, à análise do pedido. Assim, nesse contexto, a decisão proferida não pode ser
e
considerada como
d Vpetitaon ultra
extra ou
4 .5 7@
petita 7.

A J 02 ra6
 Ultra Petita: u t
n d
a ta
Em regra, o pedido deve ser certo e determinado, devendo o juiz ficar adstrito à
jo n
determinação do pedido feito pelo autor. Neste sentido, é considerada ultra petita a sentença
que extrapola a quantidade limitada na petição, condenando o réu em quantidade superior
à postulada, e, por isso, é nula.

7
STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp 1367825-RS, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 18/4/2013 (Info 522).
23
No caso pedido genérico (§ 1º, do art. 324, do CPC), em que não há determinação do pedido,
não se pode falar em sentença ultra petita.

Quanto ao aspecto subjetivo da demanda, será ultra petita a sentença que vincular à
decisão sujeito que não participa do processo, além dos sujeitos processuais. Ou ainda a
sentença que, diante de litisconsórcio ativo, conceder pedido formulado por apenas um dos
autores a todos eles. A sentença nesse caso vai além dos limites subjetivos da demanda porque,
a l
n
apesar de figurarem nela os sujeitos que deveriam realmente figurar, haverá a indevida inclusão
io
de quem não deveria estar na decisão.
a c
u c
 Citra/Infra Petita:
E dad d e
e
rt le
o So
É a sentença em que o juiz decide de forma aquém do pedido feito pelo autor,
p
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deixando de enfrentar algum pedido do autor ou alegação da parte ré8.

um n D .4 a
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Conforme doutrina, o magistrado não é obrigado a conceder todos os pedidos
e
d V on 24.5 67@
formulados na inicial, mas deve fundamentadamente expor os motivos pelo qual está
A J 0 ra
t
indeferindo. O mesmo ocorre quanto às alegações da parte ré, já que mesmo as decisões de
u
d
n ser fundamentadas.
procedência devem obrigatoriamente
a t a
jo n

Na cumulação simples o juiz deve enfrentar e decidir todos os pedidos, que são autônomos
entre si.

8
Vide questão 5 deste material;
24
Na cumulação sucessiva, existindo prejudicialidade entre os pedidos, a improcedência do
pedido anterior dispensa o juiz de decidir o posterior, que restará prejudicado (o acessório
segue o principal).

Na cumulação subsidiária o acolhimento do pedido anterior impede o julgamento do


pedido posterior, que restará prejudicado.

Na cumulação alternativa a concessão de qualquer um dos pedidos torna os demais


prejudicados, o que dispensa decisão a seu respeito.

Além disso, haverá decisão citra petita se o juiz deixar de decidir a demanda
relativamente a um dos sujeitos processuais. Deve decidir a demanda a respeito de todos os

l
sujeitos processuais, haverá vício se a sentença não tratar de algum deles, devendo-se tomar
a
io n
como base para aferição de quais são esses sujeitos processuais o momento de prolação de

a c
c
sentença, porque, tendo sido algum sujeito excluído da relação jurídica processual, naturalmente
u
d e
não haverá necessidade de a sentença decidir a demanda no tocante a ele.
E dad
e
rt le
26.1.6 Sentença Liquida
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Aduz o art. 491, do CPC, que na ação relativa à obrigação de pagar quantia, ainda que
um n D .4 a
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formulado pedido genérico, a decisão definirá desde logo a extensão da obrigação, o índice
e
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de correção monetária, a taxa de juros, o termo inicial de ambos e a periodicidade da
d
A J 0 ra
t
capitalização dos juros, se for o caso.
u
n d
ta
Os incisos do dispositivo legal trazem as exceções a essa regra, permitindo a sentença
a
jon
ilíquida quando não for possível determinar, de modo definitivo, o montante devido ou a
apuração do valor devido depender da produção de prova de realização demorada ou
excessivamente dispendiosa, assim reconhecida na sentença. Nesses casos, o § 1º, do art. 491
do CPC, prevê que o processo seguirá após a prolação da sentença para apuração do valor
devido por liquidação.

25
26.2 Liquidação de Sentença

Liquidar uma sentença significa determinar o objeto da condenação, permitindo-se


assim que a demanda executiva tenha início com o executado sabendo exatamente o que o
exequente pretende obter para a satisfação de seu direito.

Não constitui um novo processo, mas apenas uma fase do processo único, que pode ser
requerida pelo credor ou pelo devedor, para que se estabeleça o quantum que será executado
na fase seguinte. Todavia, não é a liquidação que constitui o título executivo. Atente-se, aluno,
para o fato de que, na liquidação, o devedor não será citado, mas INTIMADO, na pessoa do seu
advogado.

l
Todos os títulos executivos judiciais poderão ser objeto de liquidação. Já o título
a
io n
executivo extrajudicial tem necessariamente que conter uma obrigação líquida, porque caso
a c
c
contrário a ele faltará um elemento indispensável para ser título.
u
E dad d e
Os incisos do art. 509, do CPC, aduz dois diferentes procedimentos para se chegar a
e
rt le
liquidação. São elas:
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 Liquidação por arbitramento

e um n D .4 a
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Segundo o art. 509, I, do CPC, a liquidação por arbitramento deve ser realizada em três

d V on 24.5 67@
J 0 ra
hipóteses: determinação na sentença; acordo entre as partes; quando o exigir a natureza do
A
objeto da liquidação9. t u
n d
a ta
n
A doutrina critica essas hipóteses, afirmando que bastaria para atingir tal objetivo ter
jo
previsto que sempre que o cálculo do valor de um bem, serviço ou prejuízo depender de
conhecimentos técnicos específicos, será o caso de liquidar a sentença por arbitramento. Ou,
em outras palavras, sempre que se fizer necessária a elaboração de uma perícia para se obter
o quantum debeatur (quantia devida), o caminho será a liquidação por arbitramento

 Liquidação pelo procedimento comum

9
Vide Questão 10.
26
A liquidação por procedimento comum é a última alternativa no âmbito das liquidações,
porque é a mais complexa e demorada entre todas as suas espécies, de forma que deverá ser
reservada somente para as situações em que não se mostre possível a liquidação por mero
cálculo aritmético do credor ou por arbitramento.

A liquidação pelo procedimento comum é cabível quando for necessária para a definição
do quantum debeatur a alegação e prova de fato novo.

Por fato novo deve-se entender aquele que não foi objeto de análise e decisão no
processo no qual foi formado o título executivo que se busca liquidar. A novidade não é
temporal, mas diz respeito ao próprio Poder Judiciário, que pela primeira vez enfrentará e
decidirá determinados fatos referentes ao quantum debeatur.

a l
n
O § 2º, do art. 509, do CPC, prevê que quando a apuração do valor depender apenas
io
a c
de cálculo aritmético, o credor poderá promover, desde logo, o cumprimento da sentença,
u c
d e
não precisando liquidar a sentença. Para facilitar a elaboração de tal cálculo o § 3° do mesmo
E dad
e
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dispositivo prevê que o Conselho Nacional de Justiça desenvolverá e colocará à disposição dos

p o So
interessados programa de atualização financeira.
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Independentemente da espécie de liquidação de sentença cabível no caso concreto, o art.

e r ata 86 gm
509, § 1º, do CPC, consagra a teoria dos capítulos da sentença, permitindo à parte

d V on 24.5 67@
concomitantemente liquidar capítulo ilíquido e executar capítulo líquido, em autos apartados.
A J 0 ra
t u
d
Também, é possível promover a liquidação, mesmo que esteja pendente recurso provido
n
a ta
de efeito suspensivo, através da liquidação provisória.
jo n
Contra o ato judicial que aprecia a liquidação, qualquer que seja a modalidade, é decisão
interlocutória, pois independentemente do resultado, não ensejará o fim do processo, razão pela
qual o recurso cabível será o de agravo de instrumento.

Após a entrada em vigor do Código de Processo Civil de 2015, é dispensável a remessa


necessária nas sentenças ilíquidas proferidas em desfavor do INSS, cujo valor mensurável da
condenação ou do proveito econômico seja inferior a mil salários mínimos. A Súmula 490/STJ

27
não se aplica às sentenças ilíquidas nos processos de natureza previdenciária a partir dos novos
parâmetros definidos no art. 496, §3º, I, do CPC/201510.

26.3 Cumprimento da Sentença

O cumprimento de sentença surge após a consolidação do fenômeno processual


denominado de sincretismo, o qual defende a bandeira da fusão de atos de cognição e de
execução.

Após o trânsito em julgado da sentença, espera-se que o devedor cumpra


voluntariamente a obrigação à qual foi condenado. Todavia, em persistindo a inadimplência e
estando o credor acobertado pela decisão judicial líquida que, por seu turno, reconheceu a
obrigação de pagar, de entregar, de fazer ou de não fazer, poderá este dar início a uma nova
a l
io
fase processual, denominada de cumprimento de sentença, com o fito de ver efetivado o seu n
a c
direito reconhecido judicialmente.
u c
26.3.1 Títulos Executivos Judiciais E dad d e
e
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Os títulos executivos judiciais estão sujeitos ao cumprimento de sentença e podemos
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elencar os seguintes, com base no art. 515, do CPC:

e um n D .4 a
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 Decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de obrigação
d
A J 0 ra
de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa;
t u
Decisão homologatória n d
de autocomposição judicial;

a t a
 jo n
Decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer natureza;

 Formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos


herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal;

10 STJ. 1ª Turma. REsp 1735097-RS, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 08/10/2019 (Info 658).

28
 Crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou honorários tiverem
sido aprovados por decisão judicial;

 Sentença penal condenatória transitada em julgado;

 Sentença arbitral;

 Sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça;

 Decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à carta


rogatória pelo Superior Tribunal de Justiça;

26.3.2 Cumprimento Provisório

a l
É todo aquele ligado a uma decisão impugnada mediante recurso ao qual não tenha
sido atribuído efeito suspensivo. io n
a c
u c
d e
E dad
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Cumprimento provisório é mais comum perante as obrigações de pagar quantia certa, mas,

d V on 24.5 67@
J 0 ra
por expressa previsão do § 5º, do art. 520, do CPC, também se estende às obrigações de
A t u
fazer, de não fazer ou de entregar coisa.
n d
a ta
n
Em relação ao procedimento, o cumprimento provisório segue os mesmos ditames do
jo
definitivo, distinguindo-se deste pelo seguinte:

 Corre por iniciativa, conta e responsabilidade do exequente, que se obriga, se a


sentença for reformada, a reparar os danos que o executado haja sofrido (inciso I, do
art. 520, do CPC);

 Fica sem efeito, sobrevindo decisão que modifique ou anule a sentença objeto da
execução, restituindo-se as partes ao estado anterior e liquidados eventuais prejuízos
nos mesmos autos (inciso II, do art. 520, do CPC);

29
 O levantamento de depósito em dinheiro e a prática de atos que importem
transferência de posse ou alienação de propriedade ou de outro direito real, ou dos
quais possa resultar grave dano ao executado, dependem de caução suficiente e
idônea, arbitrada de plano pelo juiz e prestada nos próprios autos (inciso IV, do art.
520, do CPC).

26.3.3 Cumprimento Definitivo

É todo aquele ligado a uma decisão transitada em julgado, bem como à decisão acerca
de parcela incontroversa, nesse último caso, o CPC permite o cumprimento definitivo da
decisão que julga antecipadamente o mérito, desde que esta tenha transitado em julgado.

l
O inciso II do art. 516 do CPC prevê que o cumprimento da sentença será feito perante
a
io n
o juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição. O parágrafo único, por sua vez,

a c
c
afirma que o exequente poderá optar por ingressar com o cumprimento de sentença:
u
a) no juízo do atual domicílio do executado; E dad d e
e
rt le
p o So
b) no juízo do local onde se encontrem os bens sujeitos à execução;
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c) no juízo do local onde deva ser executada a obrigação de fazer ou de não fazer.

e r ata 86 gm
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É possível que o exequente faça a opção de que trata o parágrafo único do art. 516 do
d
A J 0 ra
CPC/2015 mesmo após já ter sido iniciado o cumprimento de sentença. O STJ entendeu que o
t u
d
credor pode optar pela remessa dos autos ao foro de domicílio do executado, mesmo após o
n
a
início do cumprimento de sentença11. ta
jo n
Sobre o direito intertemporal, vale ressaltar que é aplicável o CPC/2015 ao cumprimento
de sentença, iniciado sob sua vigência, ainda que a sentença exequenda tenha sido proferida
sob a égide do CPC/197312.

11 STJ. 3ª Turma. REsp 1776382-MT, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 03/12/2019 (Info 663).
12
STJ. 2ª Turma. REsp 1815762-SP, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 05/11/2019 (Info 660).
30
A requerimento do exequente, será dado ao devedor o prazo de 15 dias para que efetue
voluntariamente o pagamento. A intimação será feita pelo Diário de Justiça, na pessoa do
advogado.

Recorde-se que são devidos honorários advocatícios no cumprimento de sentença, haja


ou não impugnação, depois de escoado o prazo para pagamento voluntário, que se inicia após
a intimação do advogado da parte executada. No cálculo dos honorários advocatícios devidos
na fase de cumprimento de sentença, após escoado o prazo legal para o pagamento voluntário
da obrigação, não devem ser incluídas as parcelas vincendas da dívida13.

A decisão transitada em julgado poderá ser levada a protesto, nos termos da lei, depois
de transcorrido o prazo para pagamento voluntário.

a l
n
Apenas se ele não pagar no prazo é que terá início o cumprimento de sentença, com a
io
a
expedição do mandado de penhora e avaliação, independentemente de nova intimação. c
u c
E dad d e
O montante da condenação será acrescido de multa de 10% e honorários de advogado
também de 10%14. e
rt le
A jurisprudência recente do STJ é no sentido de que essa multa só será
p o So
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devida se houver efetiva resistência do executado ao cumprimento de sentença15. Ademais, a

um n D .4 a
multa não entra no cálculo dos honorários advocatícios.

e r ata 86 gm
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Nos termos do art. 523, do CPC, o cumprimento definitivo se dará nos autos principais,
d
A J 0 ra
mediante requerimento do exequente, nesse particular, vale mencionar que a petição de
t u
d
requerimento deve ser instruída com o demonstrativo discriminado e atualizado do crédito,
n
a ta
bem como a indicação dos elementos previstos nos incisos os elementos previstos nos incisos
jo n
II, III, IV, V e VI do art. 524 do CPC.

A defesa do devedor em sede de cumprimento de sentença se dá por meio da


impugnação ao cumprimento de sentença, que é incidente processual que será julgado por
meio de decisão interlocutória. Deve ser apresentada em 15 dias (ou 30 em caso de litisconsortes

13
STJ. 3ª Turma. REsp 1837146-MS, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 11/02/2020 (Info 665).
14
Vide Questão 5.
15
STJ. 3ª Turma. REsp 1834337-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 03/12/2019 (Info 663).
31
com procuradores diferentes em autos físicos), a contar do fim do prazo de 15 dias para
pagamento voluntário, e corre independentemente de penhora ou intimação.

Essa impugnação, não tem efeito suspensivo automático, mas o juízo pode concedê-lo
ope judicis. A concessão do efeito suspensivo não impede a efetivação de atos de substituição,
reforço ou redução de penhora e avaliação de bens.

Na impugnação, as matérias alegáveis são restritas. São elas:

§1º Na impugnação, o executado poderá alegar:


I - falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o processo correu à revelia;
II - ilegitimidade de parte;
III - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação;
IV - penhora incorreta ou avaliação errônea;
V - excesso de execução ou cumulação indevida de execuções;
a l
io
VI - incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução; n
a c
VII - qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento, novação,

u c
compensação, transação ou prescrição, desde que supervenientes à sentença.

E dad d e
e
rt le
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A J 0 ra
t u
n d
a ta
jo n

32
27. Precedentes Judiciais

Apesar de o Brasil ser um país integrante do sistema civil-law, entende-se que,


atualmente, o ordenamento jurídico brasileiro possua características do common-law.
Corroborando com esse entendimento, nota-se que com a vigência do Código de Processo Civil
de 2015, a questão dos precedentes judiciais passou a estar previstos expressamente no
ordenamento jurídico.

Agora, todo processo serve à resolução da lide em concreto e à criação de precedente.


O contraditório passa a ser visto também como discussão em torno da fixação do precedente.
A discussão processual serve agora a duas plateias: a das partes, diante do caso concreto, e a
da coletividade, na formação do precedente.
a l
io n
27.1 Conceitos fundamentais
a c
u c
E
27.1.1 Norma Jurídica Geral do Caso dConcreto
d e
r t e leda
p o So
Possui a finalidade de regular inúmeras situações hipotéticas, construída a partir de um

Su utra 22-92il.com
caso, pois nasceu tendo em vista as peculiaridades de determinado caso concreto submetido à
apreciação judiciária.
r um n D .4
m a
a
e nat .58 @g 6
d V o 24 67
Assim, é norma construída a partir do caso, fundamenta este caso e serve como modelo
A J 0 tra
u
para a solução de casos futuros semelhantes.
d
ta n
a
27.1.2 Precedentes Judiciais
n
jo
Precedente é qualquer julgamento que venha a ser utilizado como fundamento de
um outro julgamento que venha a ser posteriormente proferido. Dessa forma, sempre que um
órgão jurisdicional se valer de uma decisão previamente proferida para fundamentar sua decisão,
empregando-a como base de tal julgamento, a decisão anteriormente prolatada será
considerada um precedente.

É o conjunto dos seguintes elementos: caso originário (problema) + argumentação


jurídica desenvolvida + norma jurídica geral construída para resolver o caso. Assim, a decisão

33
judicial passa a ser vista em dupla perspectiva, como solução do caso concreto (dispositivo) e
um precedente (fundamentação).

27.1.3 Ratio Decidendi

É a razão de decidir, o fundamento determinante. O precedente tem um núcleo central,


um elemento normativo, qual seja, a norma jurídica geral construída. Essa norma do
precedente se chama ratio decidendi, que se trata do fundamento normativo da decisão
judicial. Assim, o dispositivo – a norma individualizada – decorre da ratio decidendi, que é
universalizável.

27.1.4 Jurisprudência

a l
n
Quando uma ratio decidendi, construída a partir de determinado caso concreto, começa
io
c
a ser aplicada reiteradamente em outros casos, surge a jurisprudência.
a
u c
d e
Assim, jurisprudência é o resultado de um conjunto de decisões judiciais no mesmo
E dad
e
rt le
sentido sobre uma mesma matéria proferidas pelos tribunais. É formada por precedentes,

p o So
vinculantes e persuasivos, desde que venham sendo utilizados como razões do decidir em outros
processos, e de meras decisões.
u ra 92
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e um n D .4 a
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Não se pode confundir, portanto, jurisprudência com precedente. Apenas um precedente

d V on 24.5 67@
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já é o suficiente para fundamentar a decisão do processo julgado posteriormente, enquanto
A t u
a utilização de jurisprudência como razão de decidir exige do julgador a indicação de vários
n d
ta
julgados no mesmo sentido. Essa importante distinção deriva justamente do caráter concreto
a
jo n
do precedente e abstrato da jurisprudência.

Se a jurisprudência é reiteradamente aplicada no tribunal, torna-se jurisprudência


dominante.

No Brasil, tanto o precedente quanto a jurisprudência produzem efeitos jurídicos. Desse


modo, ambos têm força normativa.

34
27.1.5 Súmula

A súmula é uma consolidação objetiva da jurisprudência, ou seja, é a materialização


objetiva da jurisprudência. É o enunciado, o texto da ratio decidendi.

Lei Precedente Jurisprudência Súmula

Lei e súmula são textos normativos. O precedente interpreta a lei e constrói uma ratio
decidendi. A aplicação reiterada da ratio a transforma em jurisprudência. A reiteração da
jurisprudência estimula o órgão jurisdicional a editar enunciado de súmula.

27.1.6 Obiter Dictum/Obter Dicta


a l
io n
a c
É aquilo que não serve em nada para o julgado, pois nem tudo que se encontra na

u c
fundamentação pode ser considerado ratio decidendi. Pode ocorrer de o tribunal incluir na
E dadd e
e
fundamentação do julgado opiniões, argumentos laterais/pessoais, previsões, que, embora lá
rt le
o So
estejam, não são ratio decidendi, por não servirem à solução do dispositivo.
p
u ra 92
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Assim, para o sistema de precedentes, aquilo que é considerado como obter dictum não

e um n D .4 a
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pode ser confundido ou produzir os mesmos efeitos que o precedente. Um exemplo disso é o

d V on 24.5 67@
voto vencido, que, porém, a depender do caso, pode se tornar uma ratio decidendi e integra o
A J 0 ra
t
acórdão para fins de prequestionamento.
u
n d
a t
27.2 Rol dos Precedentes
a
Obrigatórios Criados pelo CPC16
n jo
27.2.1 Decisões do STF em Controle Concentrado

Segundo o art. 927, I, do CPC, os juízes e tribunais observarão as decisões e os


precedentes do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade.

Essas decisões têm natureza vinculante, devendo ser observadas por todos os órgãos
jurisdicionais. Esse efeito vinculante é da coisa julgada. A coisa julgada, nesse caso, produz

16
Vide Questão 1.
35
efeitos erga omnes. O precedente gerado é o de que lei com conteúdo similar é inconstitucional.
O dispositivo estabelece que o precedente em sede de ADIn, ADC e ADPF é vinculante.

27.2.2 Enunciados de Súmula Vinculante

O inciso II, do art. 927, do CPC, aduz que a súmula vinculante do STF consolida um
precedente obrigatório.

Essa previsão apenas ratifica o que prevê o art. 103-A da CF, ou seja, o Supremo Tribunal
Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus
membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir
de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do

l
Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e
a
io n
municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei.

a c
u c
27.2.3 Acórdãos em Incidente de Assunção de Competência (IAC),
d e
E dad
Resolução de Demandas Repetitivas (IRDR) e em Julgamento
e
rt le
p o So
de Recursos Extraordinário e Especial Repetitivos (IAC, IRDR,
u ra 92
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RESP/REXT REP)

e um n D .4 a
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O art. 928, do CPC, prevê as hipóteses que se consideram julgamento de casos repetitivos:
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
decisões proferidas em incidente de resolução de demandas repetitivas; e em recursos
t u
d
especial e extraordinário repetitivos. Os julgamentos proferidos em ambos os casos, ainda que
n
a ta
por meio de técnicas procedimentais significativamente distintas, são precedentes obrigatórios.
jo n
O incidente de assunção de competência não se confunde com o julgamento de casos
repetitivos, prevendo o art. 947, do CPC, que seu cabimento depende de inexistência de
repetição da relevante questão de direito, com grande repercussão social, em múltiplos
processos.

Consagra a previsão de que precedentes construídos nesses incidentes – assunção de


competência, resolução de demandas repetitivas e RE/REsp repetitivos – produzem
precedentes obrigatórios, caracterizando-se por organizarem e reunirem todos os argumentos
favoráveis e contrários a determinada tese jurídica.
36
Formam, portanto, um microssistema, ou seja, um conjunto de normas jurídicas, chamado
microssistema de formação concentrada de precedentes obrigatórios.

27.2.4 Enunciados das Súmulas do STF em Matéria Constitucional e


do STJ em Matéria Infraconstitucional

Segundo o inciso IV do art. 927 do Novo CPC, os juízes e tribunais observarão os


enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria constitucional, e do
Superior Tribunal de Justiça, em matéria infraconstitucional.

A norma praticamente torna todas as súmulas dos tribunais superiores com eficácia
vinculante, sejam elas súmulas vinculantes ou não, à exceção daquelas editadas pelo Supremo
Tribunal Federal que disserem respeito a normas infraconstitucionais.
a l
io n
c
27.2.5 Orientação do Plenário ou do Órgão Especial aos Quais
a
u c
Estiverem Vinculados
E dad d e
e
rt le
O inciso V do art. 927 do Novo CPC dá eficácia vinculante à orientação do plenário ou
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
do órgão especial aos quais estiverem vinculados os juízes e os tribunais.

um n D .4 a
r ata 86 gm
Diferentemente dos outros precedentes, que vinculam todo o país, estes atingem tão
e
V on 24.5 67@
somente os membros integrantes do tribunal responsável por sua emissão. Trata-se, portanto,
d
A J 0 ra
de vinculação local, interna e hierárquica – na medida em que os juízes de primeira instância
t u
d
relacionados ao tribunal também ficam vinculados.
n
a ta
27.3 Deveresjo n
dos Tribunais para a Consolidação e Efetivação do
Sistema de Precedentes Obrigatórios

O CPC, ao montar o sistema de precedentes obrigatórios, imputa aos tribunais cinco


deveres institucionais para sua consolidação e efetivação.

São eles:

37
 Dever de publicidade: os tribunais têm o dever de comunicar, de conferir publicidade,
de modo organizado, sistematizado, minucioso e parametrizado, aos seus
precedentes. Esta previsão geral encontra-se prevista no art. 927, §5o, NCPC.
 Dever de uniformização (art. 926, NCPC): os tribunais devem uniformizar a sua
jurisprudência. Não é mais uma faculdade do tribunal, e sim uma obrigação, um
dever.
 Dever de estabilidade: é o dever de evitar mudanças imotivadas, inesperadas,
injustificadas, na jurisprudência da Corte. O dever de estabilidade está ligado à “inércia
argumentativa”, segundo a qual para aplicar o precedente não há necessidade de
muitos argumentos; a carga de motivação é menor. A carga de motivação será maior
nos casos de afastamento do precedente, havendo verdadeira quebra de estabilidade.

a l
n
 Deveres de integridade e coerência: a jurisprudência do tribunal, além de uniforme,
io
estável e pública, deve ser íntegra e coerente.
a c
u c
27.4 Aspectos Práticos da DinâmicaEdod Precedente
d e
r t e leda
p o So
Diante disso, nota-se que um precedente obrigatório nunca pode ser ignorado. Ele pode

Su utra 22-92il.com
ser, portanto: a) aplicado, desde que observa a fundamentação especifica prevista no art. 489,

r um n D .4
1º, V, CPC; b) superado e ou c) distinguido.
m a
a
e nat .58 @g 6
d
27.4.1
V o 24 67
Distinção
A J 0 tra
u d
 Método de confronto entre o caso concreto e o precedente (distinção-método)
ta n
a
 Resultado a que se chega após o confronto próprio da distinção-método, quando se
n
jo
percebe que o caso tem peculiaridades que o distingue.

O juízo de distinção não é um juízo que revoga ou desrespeita o precedente. Trata-se,


portanto, de atividade ineliminável, mesmo quando se tratar de súmula vinculante.

A distinção recebe também o nome de distinguishing. O NCPC regulamentou a distinção


nos casos de recursos repetitivos, pois, quando as Cortes Superiores determinarem a suspensão
de causas enquanto não for julgado recurso repetitivo de matéria semelhante, é direito das
partes demonstrar que o seu caso é distinto, devendo o seu processo continuar em andamento.

38
27.4.2 Superação

Consiste na revogação do precedente. Esta possibilidade não fere a estabilidade do


sistema ou a segurança jurídica, pois as mudanças são justificadas e necessárias à evolução do
Direito e da sociedade. Porém, alguns critérios devem ser observados:

 Só pode revogar o precedente o tribunal que o originou.


 Não se admite em hipótese nenhuma a superação implícita, consistente na alteração
judicial sem diálogo com o passado, arbitrária (art. 927, §4o, NCPC).
 Devem-se expor os motivos que justificam a superação, como a alteração na
percepção social. Geralmente os precedentes que sofrem maior número de
superações são aqueles relacionados à moralidade.

a l
n
 Caso sobrevenha lei ou emenda constitucional contrário ao precedente, ele deixa de
io
c
ser aplicado. Esse fenômeno ocorreu com algumas súmulas após o advento do NCPC.
a
 Transformação no modo de ver o Direito. u c
E dad d e
e
rt le
p o So
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e um n D .4 a
r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
A superação de um precedente longevo, capaz de pautar inclusive a conduta social, deve
t u
d
possuir eficácia modulada.
n
a ta
jo n

39
28. Coisa Julgada

28.1 Conceito de Coisa Julgada

É um direito fundamental previsto no art. 5º, XXXVI, da CF e na Seção V, do Capítulo


XIII, do Título I, do Livro Especial do CPC de 2015 (arts. 502 a 508), o qual determina que as
decisões judiciais, após certo lapso temporal, não podem ser discutidas/alteradas, em nome da
segurança jurídica e da manutenção da pacificação social.

Essa garantia decorre da necessidade de que as decisões judiciais não possam mais ser
alteradas, a partir de um determinado ponto. Do contrário, a segurança jurídica sofreria grave
ameaça. É função do Poder Judiciário solucionar os conflitos de interesse, buscando a
a l
n
pacificação social, onde, sem essa garantia, os conflitos poderiam ser questionados e revisados
io
eternamente, e a paz ficaria definitivamente prejudicada.
a c
u c
E dadd e
Segundo Marcus Vinícius, a coisa julgada não é um dos efeitos da sentença, mas uma
qualidade deles: imutabilidade e e
rt le
indiscutibilidade17.
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
Assim, aduz o art. 502, do CPC, que se denomina coisa julgada material a autoridade

e um n D .4 a
que torna imutável e indiscutível a decisão de mérito não mais sujeita a recurso. Com isso, a
r ata 86 gm
V on 24.5 67@
doutrina é unânime em associar a coisa julgada material à imutabilidade da decisão judicial de
d
A J 0 ra
mérito que não pode ser mais modificada por recursos ou pela remessa necessária.
t u
n d
Desse modo, a partir do momento em que não for mais cabível qualquer recurso ou
t a
adas vias recursais, a sentença transita em julgado.
n
tendo ocorrido o exaurimento
jo

17
Vide Questão 4.
40
O trânsito em julgado está diretamente ligado à impossibilidade de novos recursos contra
a decisão proferida. Portanto, pode-se dizer que a “eficácia da decisão ou sentença não está
necessariamente condicionada ao trânsito em julgado, mas à inexistência de recursos dotados
de efeito suspensivo”.

28.2 Formas de Manifestação da Coisa Julgada

A coisa julgada deve ser encarada como um fenômeno processual único, sendo possível
a sua manifestação através de duas formas:

28.2.1 A Coisa Julgada Formal

l
É a imutabilidade dos efeitos da sentença, impedindo a modificação da decisão por
a
qualquer meio processual dentro do processo em que foi proferida.
io n
a c
c
Segundo alguns processualistas, ela apresenta íntima semelhança com a “preclusão”,
u
E dad d e
sendo, ademais, denominada de “preclusão máxima”, isto é, a impossibilidade de modificação
e
rt le
de um ato judicial, a diferença, diga-se, reside no fato de que a coisa julgada encerra o processo.
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
Como se pode notar, qualquer que seja a espécie de sentença - terminativa ou definitiva

um n D .4 a
r ata 86 gm
- proferida em qualquer espécie de processo – conhecimento (jurisdição contenciosa e
e
V on 24.5 67@
voluntária), execução, cautelar - haverá num determinado momento processual o trânsito em
d
A J 0 ra
julgado e, como consequência, a coisa julgada formal.
t u
d
n que o novo CPC estendeu a coisa julgada às questões
a t a
Por fim, vale a pena destacar

jo n
prejudiciais de mérito, independentemente do ajuizamento da ação declaratória incidental,
quando preenchidos os seguintes requisitos:

 Que o réu ofereça contestação;


 Que da resolução da questão prejudicial dependa o exame de mérito;
 Que o juiz seja competente para conhecê-la;
 Que a questão seja expressamente examinada;
 Que não haja restrições probatórias ou limitações à cognição que impeçam o
aprofundamento da análise da questão prejudicial.

41
28.2.2 A Coisa Julgada Material

Como aduz o art. 502, do CPC, é a decisão de mérito que torna a decisão imutável e
indiscutível além dos limites do processo em que foi proferida. Pela coisa julgada material, a
decisão não mais poderá ser alterada ou desconsiderada em outros processos.

Além disso, representa obstáculo para a propositura da mesma ação, visto que já fora
decidida em caráter definitivo.

A coisa julgada material pressupõe decisão de mérito, que aprecie a pretensão posta em
juízo, favorável ou desfavoravelmente ao autor. O exame do mérito pode ser feito na sentença,
mas também em decisão interlocutória, por meio da qual o juiz promova o julgamento

l
antecipado parcial de mérito. Ambas terão força de coisa julgada material, depois de esgotados
a
os recursos cabíveis.
io n
a c
28.3 Limites Objetivos da Coisa Julgada u c
E dad d e
e
rt le
Dizem respeito ao fato de que a coisa julgada alcança apenas as matérias tratadas
p o So
u ra 92
na sentença, as quais não poderão ser discutidas em outro processo.
S ut 22- il.com
um n D .4 a
r ata 86 gm
O art. 504 do CPC, confirma que somente o dispositivo torna-se imutável e indiscutível
e
V on 24.5 67@
em razão da coisa julgada material, prevendo que não fazem coisa julgada:
d
A J 0 ra
t
 Motivos, ainda que importantes para determinar o alcance da parte dispositiva da
u
n d
sentença;
a ta
jon
 Verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença.

Isso ocorre, pois, os motivos e a verdade dos fatos fazem parte da fundamentação da
sentença ou da decisão interlocutória de mérito, e por isso não produzem coisa julgada material.
Somente o dispositivo da decisão de mérito produz coisa julgada material, nunca a
fundamentação, por mais relevante que se apresente no caso concreto

28.4 Limites Subjetivos da Coisa Julgada

Dizem respeito ao fato de que a coisa julgada alcança somente as partes do processo.

42
O art. 506 do CPC dispõe “A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada,
não prejudicando terceiros”18. Reforça-se, portanto, a noção de que a coisa julgada no seu limite
subjetivo está relacionada unicamente às partes que irão receber a imutabilidade e
consequente indiscutibilidade da decisão de mérito que recebe a proteção da coisa julgada.

A coisa julgada não alcança terceiros, embora possa beneficiá-los.

a l
io n
a c
u c
E dad d e
e
rt le
p o So
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S ut 22- il.com
e r ata 86 gmum n D .4 a
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
t u
n d
a ta
jo n

18
Vide questão 7 deste material;
43
QUADRO SINÓTICO

JULGAMENTO CONFORME O ESTADO DO PROCESSO


O juiz não resolverá o mérito quando:
I - indeferir a petição inicial;
II - o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência
das partes;
III - por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor
abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias;

EXTINÇÃO DO PROCESSO
IV - verificar a ausência de pressupostos de
desenvolvimento válido e regular do processo; n al
constituição e de

SEM RESOLUÇÃO DO
c i o
V - reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa
MÉRITO julgada;
c a
d de u
VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual;
E
e da
VII - acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou

o r t le
quando o juízo arbitral reconhecer sua competência;
o
p S
Su utra 22-92il.com
VIII - homologar a desistência da ação;
IX - em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por

r um D .4 a
disposição legal; e
n m
a
e at 8 g 6
X - nos demais casos prescritos neste Código.

d V on 24. 67@ 5
Haverá resolução de mérito quando o juiz:
A J 0 ra
ut
II - decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência

EXTINÇÃO DO PROCESSO n d
ou prescrição;

COM RESOLUÇÃO DE a ta
III - homologar:

MÉRITO jo na) o reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação ou na


reconvenção;
b) a transação;
c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvenção.
Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos
JULGAMENTO ANTECIPADO pedidos formulados ou parcela deles:
PARCIAL DO MÉRITO I - mostrar-se incontroverso;
II - estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355.
SANEAMENTO E DA Não ocorrendo nenhuma das hipóteses deste Capítulo, deverá o juiz, em
ORGANIZAÇÃO DO decisão de saneamento e de organização do processo:
PROCESSO I - resolver as questões processuais pendentes, se houver;

44
II - delimitar as questões de fato sobre as quais recairá a atividade
probatória, especificando os meios de prova admitidos;
III - definir a distribuição do ônus da prova, observado o art. 373;
IV - delimitar as questões de direito relevantes para a decisão do mérito;
V - designar, se necessário, audiência de instrução e julgamento.

AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO


I - manter a ordem e o decoro na audiência;
II - ordenar que se retirem da sala de audiência os que se comportarem
inconvenientemente;
III - requisitar, quando necessário, força policial;
PODER DE POLÍCIA DO JUIZ IV - tratar com urbanidade as partes, os advogados, os membros do
Ministério Público e da Defensoria Pública e qualquer pessoa que participe
do processo;
a l
io n
V - registrar em ata, com exatidão, todos os requerimentos apresentados
em audiência.
a c
I - por convenção das partes;
u c
HIPÓTESES DE ADIAMENTO E dad d e
II - se não puder comparecer, por motivo justificado, qualquer pessoa que

DA AUDIÊNCIA e
rt le
dela deva necessariamente participar;

o So
III - por atraso injustificado de seu início em tempo superior a 30 (trinta)
p
u ra 92
S ut 22- il.com
minutos do horário marcado.
1 – Abertura;

e um n D .4 a
r ata 86 gm
2 – Pregão;

d V on 24.5 67@
3 – Tentativa de conciliação;

A J 0 ra
REGRA GERAL DA ORDEM
4 – Fixação dos pontos controvertidos;

DA AUDIÊNCIA t 5 – Esclarecimento dos peritos e dos assistentes técnicos;


u
n d
6 – Depoimento pessoal das partes;

a ta
7 – Oitiva de testemunhas;

jo n8 – Debates orais;
9 – Prolação de sentença.

DECISÃO JUDICIAL
Sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos
CONCEITO DE SENTENÇA arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como
extingue a execução.
I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação do caso, com
ELEMENTOS ESSENCIAIS DA
a suma do pedido e da contestação, e o registro das principais ocorrências
SENTENÇA
havidas no andamento do processo;

45
II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito;
III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões principais que as partes
lhe submeterem.
 Sentenças terminativas são as que extinguem o processo SEM resolução
de mérito (art. 485, do CPC);
ESPÉCIES DE SENTENÇA
 Sentenças definitivas sãs as que extinguem o processo COM resolução de
mérito (art. 487, do CPC).
 Meramente declaratória;
EFEITOS DA SENTENÇA  Constitutiva;
 Condenatória.
O juiz aprecia um pedido que não foi formulado, algo que está fora do
SENTENÇA EXTRA PETITA
pedido.
SENTENÇA ULTRA PETITA O juiz decide além do que foi pedido.
SENTENÇA CITRA (INFRA)
PETITA
O juiz não aprecia um dos pedidos.
a l
io n
Proceder-se-á à sua liquidação, a requerimento do credor ou do devedor:

a c
I - por arbitramento, quando determinado pela sentença, convencionado
LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA
u c
pelas partes ou exigido pela natureza do objeto da liquidação;

E dad d e
II - pelo procedimento comum, quando houver necessidade de alegar e
provar fato novo. e
rt le
p o So
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S ut 22- il.com
um n D .4 a
PRECEDENTES JUDICIAIS

e r ata 86 gm
I - as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de

d V on 24.5 67@
constitucionalidade;

A J 0 ra II - os enunciados de súmula vinculante;


t u
III - os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução
n d
PRECEDENTES
a ta
de demandas repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e

jo
OBRIGATÓRIOS DO CPC n especial repetitivos;
IV - os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria
constitucional e do Superior Tribunal de Justiça em matéria
infraconstitucional;
V - a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem
vinculados.

COISA JULGADA
É o impedimento de modificação da decisão por qualquer meio processual
COISA JULGADA FORMAL dentro do processo em que foi proferida é chamado tradicionalmente de
coisa julgada formal, ou ainda de preclusão máxima.

46
Denomina-se coisa julgada material a autoridade que torna imutável e
COISA JULGADA MATERIAL indiscutível a decisão de mérito não mais sujeita a recurso além dos limites
do processo em que foi proferida.
Apenas as matérias tratadas na sentença.
Não fazem coisa julgada:
LIMITES OBJETIVOS DA
I - os motivos, ainda que importantes para determinar o alcance da parte
COISA JULGADA
dispositiva da sentença;
II - a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença.
LIMITES SUBJETIVOS DA A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não prejudicando
COISA JULGADA terceiros.

a l
io n
a c
u c
E dad d e
e
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e um n D .4 a
r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
t u
n d
a ta
jo n

47
QUESTÕES COMENTADAS

Aluno, haja vista a pequena quantidade de questões da carreira de Magistratura


Federal sobre o tema, complementaremos o estudo com questões de outras
carreiras, mas que abordem o assunto com igual nível de complexidade. O
importante é que não deixemos de treinar. Vamos lá?

Questão 1
a l
io n
(TRF - 2ª Região - 2018 - Juiz Federal Substituto) Em termos de jurisprudência e/ou

a c
c
precedentes qualificados, indicados no art. 927 do Código de Processo Civil, com efeito
u
d e
vinculativo, para que os juízes e tribunais observem, estão:
E dad
e
rt le
o So
A) as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade;
p
u ra 92
S ut 22- il.com
os enunciados de súmula vinculante; os acórdãos em incidente de assunção de competência ou

e um n D .4 a
de resolução de demandas repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e especial
r ata 86 gm
repetitivos; os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria constitucional
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
e do Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional; a orientação do plenário ou do
t u
d
órgão especial aos quais estiverem vinculados.
n
a ta
n
B) as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade;
jo
os enunciados de súmula vinculante; os acórdãos em incidente de assunção de competência ou
de resolução de demandas repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e especial
repetitivos; os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria constitucional
e do Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional; a jurisprudência dominante dos
tribunais.

C) as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade;


os enunciados de súmula vinculante; os acórdãos em resolução de demandas repetitivas e em
julgamento de recursos extraordinário e especial repetitivos; os enunciados das súmulas do
48
Supremo Tribunal Federal em matéria constitucional e do Superior Tribunal de Justiça em
matéria infraconstitucional; a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem
vinculados.

D) as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle de constitucionalidade; os enunciados


de súmula vinculante; os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução
de demandas repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e especial repetitivos; os
enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria constitucional e do Superior
Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional; a orientação do plenário ou do órgão especial
aos quais estiverem vinculados.

E) as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade; os

a l
enunciados de súmula vinculante; os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de

io n
c
resolução de demandas repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e especial
a
u c
repetitivos; os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de

E dadd e
Justiça; a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem vinculados.
e
rt le
Comentário:
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
um n D .4 a
Correta letra A. Veja o que diz o dispositivo a seguir:

e r ata 86 gm
V on 24.5 67@
Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão:
d
A J 0 ra
t
I - as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade;
u
n d
a ta
II - os enunciados de súmula vinculante;
jo n
III - os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução de demandas
repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e especial repetitivos;

IV - os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria constitucional e do


Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional;

V - a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem vinculados.

Questão 2

49
(VUNESP - 2019 - TJ-RJ - Juiz Substituto) No que diz respeito ao julgamento antecipado
parcial de mérito, é correto afirmar que o respectivo pronunciamento judicial

A) deve ser objeto de confirmação quando da prolação da futura sentença, por se tratar de
decisão de natureza provisória.

B) configura-se em sentença, sendo, portanto, apelável.

C) é passível de cumprimento provisório, mesmo que tenha sido julgado em definitivo o recurso
dele interposto.

D) pode ser executado, independentemente de caução, ainda que esteja pendente de


julgamento recurso contra ele interposto.

a l
n
E) deve reconhecer a existência de obrigação líquida, não sendo cabível sua prévia liquidação.
io
a c
Comentário:
u c
E dad d e
Correta letra D: Art. 356 do CPC. §2º A parte poderá liquidar ou executar, desde logo, a obrigação
e
rt le
o So
reconhecida na decisão que julgar parcialmente o mérito, independentemente de caução, ainda
p
u ra 92
S ut 22- il.com
que haja recurso contra essa interposto.

um n D .4 a
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Letra A: Art. 356, §§2º e 3º do CPC. “O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais
e
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dos pedidos formulados ou parcela deles: (…) §2º A parte poderá liquidar ou executar, desde
d
A J 0 ra
t
logo, a obrigação reconhecida na decisão que julgar parcialmente o mérito, independentemente
u
n d
de caução, ainda que haja recurso contra essa interposto. §3º Na hipótese do §2º, se houver
a ta
n
trânsito em julgado da decisão, a execução será definitiva”.
jo
Letra B: Art. 356, §1º, do CPC. “A decisão que julgar parcialmente o mérito poderá reconhecer a
existência de obrigação líquida ou ilíquida”.

Letra C: Art. 356, §3º, do CPC. Na hipótese do §2º, se houver trânsito em julgado da decisão, a
execução será definitiva.

Letra E: Não há necessidade de que seja confirmada, tendo em vista que se trata de decisão
autônoma, com aptidão de formar coisa julgada material, independentemente do conteúdo da
futura sentença.
50
Questão 3
(CESPE - 2019 - TJ-PA - Juiz de Direito Substituto) É causa que, por força de lei, pode acarretar
o adiamento de audiência de instrução e julgamento em causa cível

A) atraso injustificado de vinte minutos no seu início.

B) ausência, ainda que injustificada, de testemunha.

C) convenção das partes.

D) ausência do Ministério Público.

E) ausência do advogado de uma das partes.

Comentário:
a l
io n
Correta letra C. Veja:
a c
u c
Art. 362. A audiência poderá ser adiada:
E dad d e
e
rt le
I - por convenção das partes;
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
II - se não puder comparecer, por motivo justificado, qualquer pessoa que dela deva
necessariamente participar;
e um n D .4 a
r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
J 0 ra
III - por atraso injustificado de seu início em tempo superior a 30 (trinta) minutos do horário
A
marcado. t u
n d
a ta
jon Questão 4
(TRF - 3ª REGIÃO - 2018 - TRF - 3ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto) Sobre a coisa julgada
é INCORRETO afirmar:

A) A decisão concessiva de tutela antecipada estabilizada, segundo a lei, não faz coisa julgada
material, ainda que a estabilidade só possa ser afastada mediante a propositura de ação própria
que busque a revisão, reforma ou anulação do que se decidiu.

51
B) A decisão que determina a expedição de mandado monitório, se não for cumprida a prestação
pelo requerido, nem forem apresentados embargos, enseja a formação de coisa julgada material
e, portanto, ação rescisória.

C) Como regra, a improcedência por insuficiência de provas não impede nova propositura da
mesma demanda e julgamento do mérito respectivo se o interessado apresentar novos
elementos de prova, desde que não ocorra prescrição ou decadência.

D) Em ação de dissolução parcial de sociedade, segundo a lei, a pessoa jurídica ficará vinculada
pela coisa julgada, ainda que não citada, desde que todos seus sócios o sejam.

Comentário:

a l
n
Incorreta letra C. Essa generalização trazida pela assertiva não procede, uma vez que o
io
a c
impedimento ou não depende do tipo de direito tutelado e do tipo de ação. Segue
u c
sistematização do Blog do Dizer o Direito:
d e
E dad
e
rt le
IMPROCEDÊNCIA POR FALTA DE PROVAS:
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
- SE DIFUSOS: Não fará coisa julgada erga omnes. Qualquer legitimado pode propor nova ação
um n D .4 a
r ata 86 gm
coletiva, desde que haja prova nova.
e
d V on 24.5 67@
A J 0 erga
tra
omnes
- SE COLETIVOS: Não fará coisa julgada . Qualquer legitimado pode propor nova

d u
ação coletiva, desde que haja prova nova.
ta n
a
- SE INDIVIDUAIS jon
HOMOGÊNEOS: Impede nova ação coletiva. O lesado pode propor ação
individual se não participou da ação coletiva.

Questão 5
(TRF - 3ª REGIÃO - 2018 - TRF - 3ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto) No cumprimento de
sentença, afigura-se CORRETO afirmar que:

52
A) A decisão judicial sujeita a recurso desprovido de efeito suspensivo poderá ser levada a
protesto, depois de transcorrido o prazo para pagamento.

B) É título executivo judicial a decisão homologatória da autocomposição judicial, sendo que


essa última pode versar relação jurídica que não tenha sido deduzida em juízo, desde que se
limite aos sujeitos já presentes no processo.

C) O cumprimento provisório, a ser realizado da mesma forma que o definitivo, corre por
iniciativa e responsabilidade do exequente, e será iniciado mediante prestação de caução.

D) Em se tratando de quantia certa, não ocorrendo o pagamento voluntário no prazo legal, o


débito será acrescido de multa e de honorários advocatícios, ambos no percentual de dez por
cento (10%) cada.
a l
io n
Comentário:
a c
u c
d e
E dad
Correta letra D: Art. 523, CPC. No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em
e
rt le
liquidação, e no caso de decisão sobre parcela incontroversa, o cumprimento definitivo da
p o So
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S ut 22- il.com
sentença far-se-á a requerimento do exequente, sendo o executado intimado para pagar o

um n D .4 a
débito, no prazo de 15 dias, acrescido de custas, se houver. §1º Não ocorrendo pagamento

e r ata 86 gm
voluntário no prazo do caput, o débito será acrescido de multa de dez por cento e, também,

d V on 24.5 67@
de honorários de advogado de dez por cento.
A J 0 ra
t u
n d
a ta
jo n Questão 6
(CESPE - 2019 - TJ-BA - Juiz de Direito Substituto) O juiz proferirá sentença sem resolução
de mérito quando

A) acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem.

B) homologar a transação.

C) homologar o reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação.

D) homologar a renúncia à pretensão formulada na ação.


53
E) verificar a impossibilidade jurídica do pedido.

Comentário:

Correta letra A. Observe a seguir: O juiz não resolverá o mérito quando: (art. 485 CPC)

I - Indeferir a petição inicial;

II - o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes;

III - por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar a causa por
mais de 30 dias;

IV - verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular


do processo;
a l
ion
c
V - reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada;
a
u c
d e
VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual;
E dad
e
rt le
o So
VII - acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral
p
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S ut 22- il.com
reconhecer sua competência; (correta letra A)

um n D .4 a
r ata 86 gm
VIII - homologar a desistência da ação;
e
d V on 24.5 67@
IX - em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por disposição legal; e
A J 0 ra
t u
d
X - nos demais casos prescritos neste Código
n
a ta
Haverá resolução de méritonquando o juiz: (art.487 CPC)
jo
I - acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação ou na reconvenção;

II - decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou prescrição;

III - homologar:

a) o reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação ou na reconvenção;

b) a transação;

54
c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvenção.

Questão 7
(CESPE - 2017 - TRF - 5ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto) ADAPTADA.
Com base na jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ), julgue o tem a seguir:

Mesmo após o comparecimento espontâneo do réu em juízo, é indispensável sua intimação


formal para que se inicie o prazo para a impugnação na fase de cumprimento de sentença.

CERTO
ERRADO

Comentário:
a l
io n
Errado.
a c
u c
PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA d e
E dadEM RECURSO ESPECIAL. CIÊNCIA

e
t e
INEQUÍVOCA DA PENHORA "ON-LINE". TERMO A QUO PARA IMPUGNAÇÃO. INTIMAÇÃO
r ol
o
p S
FORMAL. PRESCINDIBILIDADE. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA PROVIDOS.
Su utra 22-92il.com
um D .4 a
I - A intimação é ato solene pelo qual é cientificada a parte sobre algum ato processual, sendo
r n m
a
e at 8 g 6
V on 24. 67@ 5
desnecessária sua expedição formal quando a parte comparecer espontaneamente ao processo.
d
Precedentes.
A J 0 ra
dut
ta n
II - Demonstrada ciência inequívoca do Devedor quanto à penhora "on-line" realizada, não há
n a
jo
necessidade de sua intimação formal para o início do prazo para apresentar impugnação à fase
de cumprimento de sentença, tendo como termo a quo a data em que comprovada a ciência.

III - In casu, o Devedor peticionou nos autos, após bloqueio e transferência de valores,
impugnando pedido do Credor, com objetivo de obstar levantamento de valores, iniciado,
portanto, o prazo para impugnação, pois demonstrada ciência inequívoca da penhora.

Embargos de divergência providos.

55
(EREsp 1415522/ES, Rel. Ministro FELIX FISCHER, CORTE ESPECIAL, julgado em 29/03/2017, DJe
05/04/2017)

Questão 8
(TRF - 4ª REGIÃO - 2016 - TRF - 4ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto) ADAPTADA.
Dadas as assertivas abaixo, assinale a alternativa correta.

Considerando as regras do Código de Processo Civil de 2015:

I. É possível sentença de mérito que resolva parcialmente a lide, prosseguindo o processo quanto
à parcela não resolvida, sendo a decisão impugnável por agravo de instrumento.
a l
io n
a c
II. O rol de testemunhas deve ser apresentado no prazo de 15 dias da decisão de saneamento,
u c
d e
se escrita, ou na própria solenidade, se o saneamento for em audiência.
E dad
e
rt le
o So
III. O juiz poderá dispensar a produção das provas requeridas pelo Ministério Público caso seu
p
u ra 92
S ut 22- il.com
representante, injustificadamente, não compareça à audiência de instrução.

um n D .4 a
r ata 86 gm
A) Estão corretas apenas as assertivas I e III.
e
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
B) Estão corretas apenas as assertivas II e III.
t u
d
n I e II
t a
C) Estão corretas apenas as assertivas
a
jo n
D) Estão corretas todas as assertivas.

E) Nenhuma assertiva está correta.

Comentário:

Correta letra D.

56
I. Correta: art. 356, §5º e art. 354, parágrafo único, NCPC.

Art. 354. Ocorrendo qualquer das hipóteses previstas nos arts. 485 e 487, incisos II e III , o juiz
proferirá sentença. Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput pode dizer respeito a
apenas parcela do processo, caso em que será impugnável por agravo de instrumento.

Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados ou
parcela deles: §5º A decisão proferida com base neste artigo é impugnável por agravo de
instrumento.

II. Correta: art. 357, §4º, NCPC.

l
Art. 357. Não ocorrendo nenhuma das hipóteses deste Capítulo, deverá o juiz, em decisão de
a
io n
saneamento e de organização do processo: § 4º Caso tenha sido determinada a produção de

a c
c
prova testemunhal, o juiz fixará prazo comum não superior a 15 (quinze) dias para que as partes
u
apresentem rol de testemunhas.
E dad d e
e
rt le
III. Correta: art 362, §2º, NCPC.
p o So
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S ut 22- il.com
um n D .4 a
Art. 362. A audiência poderá ser adiada: §2º O juiz poderá dispensar a produção das provas

e r ata 86 gm
requeridas pela parte cujo advogado ou defensor público não tenha comparecido à audiência,

d V on 24.5 67@
aplicando-se a mesma regra ao Ministério Público.
A J 0 ra
t u
n d
a ta
jo n
Questão 9
(CESPE - 2019 - TJ-BA - Juiz de Direito Substituto) Caso o juiz julgue parcialmente o mérito,
reconhecendo a existência de obrigação ilíquida, a parte vencedora

A) poderá promover de pronto a liquidação, mediante o depósito de caução.

B) poderá promover de pronto a liquidação, ainda que seja interposto recurso pela parte vencida.

C) deverá aguardar a extinção do processo para promover a liquidação.

57
D) deverá promover a liquidação nos mesmos autos, em vista do princípio da eficiência.

E) poderá promover a liquidação somente após transcorrido o prazo para interposição de


recurso pela parte vencida.

Comentário:

Correta letra B. Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos
formulados ou parcela deles:

I - mostrar-se incontroverso;

II - estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355.

l
§1º A decisão que julgar parcialmente o mérito poderá reconhecer a existência de obrigação
a
líquida ou ilíquida.
io n
a c
u c
§2º A parte poderá liquidar ou executar, desde logo, a obrigação reconhecida na decisão que
d e
E dad
julgar parcialmente o mérito, independentemente de caução, ainda que haja recurso contra essa
e
rt le
interposto.
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S ut 22- il.com
§3º Na hipótese do §2º, se houver trânsito em julgado da decisão, a execução será definitiva.

e um n D .4 a
r ata 86 gm
§4º A liquidação e o cumprimento da decisão que julgar parcialmente o mérito poderão ser

d V on 24.5 67@
J 0 ra
processados em autos suplementares, a requerimento da parte ou a critério do juiz.
A t u
n d
§5º A decisão proferida com base neste artigo é impugnável por agravo de instrumento.
a ta
jo n Questão 10
(VUNESP - 2018 - TJ-SP - Juiz Substituto) Quando a sentença contiver condenação ilíquida ao
pagamento de quantia,

A) será inviável ao credor promover o cumprimento de sentença, ainda que parte da decisão
seja líquida.

B) terá lugar liquidação por cálculo, caso o credor não apresente o demonstrativo do débito
atualizado.

58
C) terá lugar o arbitramento, se assim exigir a natureza do objeto da liquidação.

D) a decisão será inválida porque a condenação deve ser sempre líquida, ainda que o pedido
do autor seja genérico.

Comentário:

Correta letra C: Art. 509, I, do CPC. “Quando a sentença condenar ao pagamento de quantia
ilíquida, proceder-se-á à sua liquidação, a requerimento do credor ou do devedor: I - por
arbitramento, quando determinado pela sentença, convencionado pelas partes ou exigido pela
natureza do objeto da liquidação”.

Letra A: Art. 509, §1º, do CPC. “Quando na sentença houver uma parte líquida e outra ilíquida,

a l
ao credor é lícito promover simultaneamente a execução daquela e, em autos apartados, a
liquidação desta”. io n
a c
u c
d e
Letra B: Não existe mais a liquidação por cálculos, bastando que o próprio credor apresente a
E dad
e
planilha e dê início ao cumprimento de sentença, nos termos do artigo 509, §2º, do NCPC,
rt le
p o So
segundo o qual, “quando a apuração do valor depender apenas de cálculo aritmético, o credor
u ra 92
S ut 22- il.com
poderá promover, desde logo, o cumprimento da sentença”.

e um n D .4 a
r ata 86 gm
Letra D: Art. 491 do CPC. “Na ação relativa à obrigação de pagar quantia, ainda que formulado

d V on 24.5 67@
pedido genérico, a decisão definirá desde logo a extensão da obrigação, o índice de correção
A J 0 ra
t
monetária, a taxa de juros, o termo inicial de ambos e a periodicidade da capitalização dos juros,
u
d
n for possível determinar, de modo definitivo, o montante
se for o caso, salvo quando: I -anão
t
a devido depender da produção de prova de realização demorada
n
devido; II - a apuração doovalor
j
ou excessivamente dispendiosa, assim reconhecida na sentença. §1º Nos casos previstos neste
artigo, seguir-se-á a apuração do valor devido por liquidação”.

59
GABARITO

Questão 1 - A

Questão 2 - D

Questão 3 - C

Questão 4 - C

Questão 5 - D
a l
Questão 6 - A ion
a c
Questão 7 - ERRADO
u c
Questão 8 - D
d e
E dad
e
rt le
Questão 9 - B p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
Questão 10 – C

e um n D .4 a
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A J 0 ra
t u
n d
a ta
jo n

60
QUESTÃO DESAFIO

Quais os efeitos principais da sentença? E o que são efeitos


secundários da sentença?

Máximo de 5 linhas

a l
ion
a c
u c
E dad d e
e
rt le
p o So
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S ut 22- il.com
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A J 0 ra
t u
n d
a ta
jon

61
GABARITO DA QUESTÃO DESAFIO

Os efeitos principais da sentença são: condenação, declaração ou constituição. Já os efeitos

secundários ou acessórios são efeitos que não estão diretamente relacionados com a
pretensão formulada, atuando em decorrência da própria lei e independentemente de
qualquer pedido das partes no processo.

Você deve ter abordado necessariamente os seguintes itens em sua resposta:

 Condenação, declaração ou constituição

O efeito formal da sentença definitiva encontra-se no art. 494 do CPC, qual seja a de pôr fim à

a l
função do julgador no processo, impedindo a sua alteração. Já os efeitos materiais são aqueles

io n
c
que criam novas situações jurídicas para as partes. Esses são os chamados efeitos principais:
a
condenação, declaração ou constituição.
u c
E dad d e
e
rt le
O professor Elpídio Donizetti conceitua esses três efeitos da seguinte forma: “A meramente

p o So
declaratória se restringe à declaração de certeza da existência ou inexistência de relação jurídica,
u ra 92
S ut 22- il.com
ou da autenticidade ou falsidade de documento. A condenatória, além da declaração de certeza
um n D .4 a
r ata 86 gm
do direito afirmado pela parte, impõe uma condenação ao devedor. A constitutiva, além da
e
V on 24.5 67@
declaração da situação jurídica preexistente, cria, modifica ou extingue a relação jurídica.”
d
A J 0 ra
t
(Donizetti, Elpídio. Curso didático de direito processual civil – 22. Ed. – São Paulo: Atlas, 2019, p.
u
658). n d
a ta
jo n
 Própria lei e independentemente de qualquer pedido

Além dos efeitos condenatórios, constitutivos ou declaratórios da sentença, os efeitos


secundários são aqueles que surgem como consequência do que foi decidido na lide,
manifestando-se automaticamente por força da previsão legal, independentemente de qualquer
pronunciamento judicial.

Humberto Theodoro cita os seguintes exemplos de efeitos secundários da sentença no direito


pátrio: “(a) hipoteca judiciária, nos casos de sentença condenatória (NCPC, art. 495); (b)

62
dissolução da comunhão de bens, nos casos de sentença de separação judicial (Código Civil,
art. 1.575) e de divórcio (CF, art. 226, § 6º); (c) perda do direito de usar o sobrenome de outro
cônjuge, quando declarado culpado na ação de separação judicial (Código Civil, art. 1.578); (d)
perempção do direito de demandar, quando o autor der motivo a três extinções do processo,
por abandono da causa (NCPC, art. 486, § 3º); (e) havendo condenação do devedor a emitir
declaração de vontade, “a sentença que julgar procedente o pedido, uma vez transitada em
julgado, produzirá todos os efeitos da declaração não emitida” (NCPC, art. 501); (f) a decisão
judicial transitada em julgado pode ser levada a protesto, depois de transcorrido o prazo previsto
para pagamento voluntário (NCPC, art. 517 c/c o art. 523).” (Theodoro Júnior, Humberto. Curso
de Direito Processual Civil – vol. I: teoria geral do direito processual civil, processo de
conhecimento, procedimento comum – 60. ed. – Rio de Janeiro: Forense, 2019, p. 1544).

a l
io n
a c
u c
E dad d e
e
rt le
p o So
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e um n D .4 a
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d V on 24.5 67@
A J 0 ra
t u
n d
a ta
jo n

63
LEGISLAÇÃO COMPILADA

Neste capítulo, é de extrema importância a leitura de:

Julgamento conforme o estado do processo

 CPC: arts. 354 a 357;

Audiência de Instrução e Julgamento

CPC: arts. 358 a 368; a l


io n
Decisão judicial
a c
u c
 CPC: arts. 485 a 501; 509 a 538 d e
E dad
e
rt le
 Enunciados NCPC: 12, 84, 88, 91, 92, 93, 94, 95, 105, 107, 184, 194, 450, 485, 529, 530,
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
531, 533, 538, 545, 586, 588, 589, 590;

Precedentes judiciais
e um n D .4 a
r ata 86 gm
d
 CPC: art. 927; V on 24.5 67@
A J 0 ra
t u
Coisa julgada
n d
a ta
 CPC: arts. 502 a 508;
jo n

64
JURISPRUDÊNCIA

Julgamento conforme estado do processo

 Informativo 562 do STJ

É válido o julgamento parcial de mérito? CPC 1973: NÃO. Não é permitido o julgamento
parcial de mérito. Adotou-se a teoria da unidade estrutural da sentença, segundo a qual
não é possível existir mais de uma sentença no mesmo processo ou na mesma fase

a l
n
processual de conhecimento ou de liquidação. CPC 2015: SIM. É permitido o julgamento
io
c
parcial de mérito. O novo CPC introduziu no sistema processual civil brasileiro a permissão
a
u c
para que o juiz profira julgamento parcial de mérito (art. 356). Ex: João ajuizou ação de
E dad d e
indenização contra determinada empresa pedindo a condenação da ré ao pagamento de
e
rt le
o So
R$ 100 mil a título de danos emergentes e R$ 200 mil por lucros cessantes. A empresa
p
u ra 92
S ut 22- il.com
apresentou contestação e pediu a realização de perícia para aferir se realmente houve

e um n D .4 a
lucros cessantes e qual seria o seu valor exato. Não foi pedida a realização de instrução
r ata 86 gm
V on 24.5 67@
probatória no que tange aos danos emergentes. Sendo permitida sentença parcial de
d
A J 0 ra
mérito, o juiz poderá cindir o feito e julgar desde logo o pedido dos danos emergentes,
t u
d
determinando o prosseguimento do feito quanto ao pedido de lucros cessantes. STJ. 3ª
n
a ta
Turma. REsp 1281978-RS, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 5/5/2015.
jo n
Decisão judicial

 Informativo 602 do STJ:

Os honorários advocatícios nascem contemporaneamente à sentença e não preexistem à


propositura da demanda. Assim sendo, nos casos de sentença proferida a partir do dia
18/3/2016, deverão ser aplicadas as normas do CPC/2015.

 Informativo 617 do STJ:

65
Configura supressão de grau de jurisdição o arbitramento pelo STJ de honorários de
sucumbência com base no CPC/2015, na hipótese em que as instâncias ordinárias utilizaram
equivocadamente o CPC/1973 para a sua fixação. Ex: TJ fixou honorários advocatícios com
base no CPC/1973, mesmo tendo o acórdão sido prolatado após o CPC/2015; no Resp, o
STJ deverá reformar o acórdão recorrido e determinar o retorno dos autos ao TJ para que
esta Corte faça um novo julgamento da apelação e analise os honorários advocatícios de
sucumbência com base no CPC/2015.

 Informativo 522 do STJ:

Concessão de benefício previdenciário diverso do requerido na petição inicial. O juiz pode


conceder ao autor benefício previdenciário diverso do requerido na inicial, desde que

a l
preenchidos os requisitos legais atinentes ao benefício concedido. Isso porque, tratando-

io n
c
se de matéria previdenciária, deve-se proceder, de forma menos rígida, à análise do pedido.
a
u c
Assim, nesse contexto, a decisão proferida não pode ser considerada como extra petita ou
ultra petita. E dad d e
e
rt le
 Informativo 866 do STF:
p o So
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Regra: É possível a execução provisória de obrigação de fazer/não fazer contra a Fazenda

e r ata 86 gm
Pública, mas não é possível para a obrigação de pagar (CF, art. 100). Afinal, o precatório

d V on 24.5 67@
só pode ser levantado após a sentença transitar em julgado.
A J 0 ra
t u
 Informativo 866 do STF:
n d
a ta
Exceção: A execução n
jo provisória de obrigação de fazer em face da Fazenda Pública não
atrai o regime constitucional dos precatórios. Assim, em caso de “obrigação de fazer”, é
possível a execução provisória contra a Fazenda Pública, não havendo incompatibilidade
com a Constituição Federal. Ex: sentença determinando que a Administração institua
pensão por morte para dependente de ex-servidor.

 STJ. 1ª Turma. AgInt no REsp 1598706/RS, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em
13/09/2016:

66
É possível a execução provisória contra a Fazenda Pública para pagar quantia, com a
expedição de precatório mesmo antes do trânsito em julgado, em caso de parcela
incontroversa da dívida. Assim, se determinada parte da dívida é incontroversa (não há
discordância da Fazenda Pública), pode-se expedir precatório a respeito dela.

 Informativo 636 do STJ:

A base de cálculo sobre a qual incidem os honorários advocatícios devidos em


cumprimento de sentença é o valor da dívida (quantia fixada em sentença ou na
liquidação), acrescido das custas processuais, se houver, sem a inclusão da multa de 10%
pelo descumprimento da obrigação dentro do prazo legal (art. 523, § 1º, do CPC/2015). A
multa de 10% prevista no art. 523, § 1º, do CPC/2015 NÃO entra no cálculo dos honorários

a l
advocatícios. A multa de 10% do art. 523, § 1º, do CPC/2015 não integra a base de cálculo

io n
c
dos honorários advocatícios. Os 10% dos honorários advocatícios deverão incidir apenas
a
u c
sobre o valor do débito principal. Relembre o que diz o § 1º do art. 523: Art. 523 (...) § 1º

E dad d e
Não ocorrendo pagamento voluntário no prazo do caput, o débito será acrescido de multa
e
rt le
o So
de dez por cento e, também, de honorários de advogado de dez por cento.
p
 Informativo 628 do STJ:
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e um n D .4 a
r ata 86 gm
O art. 85, § 7º, do CPC/2015 não afasta a aplicação do entendimento consolidado na

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Súmula 345 do STJ, de modo que são devidos honorários advocatícios nos procedimentos
A J 0 ra
t u
individuais de cumprimento de sentença decorrente de ação coletiva, ainda que não
d
n litisconsórcio. O art. 85, § 7º, do CPC/2015 não se aplica
impugnados e promovidos
a t aem

jo
para as execuções n
individuais, ainda que promovidas em litisconsórcio, pedindo o
cumprimento de julgado proferido em sede de ação coletiva lato sensu, ação civil pública
ou ação de classe. Em resumo, a Súmula 345 do STJ continua válida mesmo com o art. 85,
§ 7º, do CPC/2015. Súmula 345-STJ: São devidos honorários advocatícios pela Fazenda
Pública nas execuções individuais de sentença proferida em ações coletivas, ainda que não
embargadas. Art. 85. (...) § 7º Não serão devidos honorários no cumprimento de sentença
contra a Fazenda Pública que enseje expedição de precatório, desde que não tenha sido
impugnada.

67
 Informativo 630 do STJ:

Qual é o recurso cabível contra o pronunciamento que julga a impugnação ao


cumprimento de sentença? • Se o pronunciamento judicial extinguir a execução: será uma
sentença e caberá APELAÇÃO. • Se o pronunciamento judicial não extinguir a execução:
será uma decisão interlocutória e caberá AGRAVO DE INSTRUMENTO. Assim, o recurso
cabível contra a decisão que acolhe impugnação ao cumprimento de sentença e extingue
a execução é a apelação.

 Informativo 615 do STJ:

Dentro do sistema de execução, a fiança bancária e o seguro garantia judicial produzem

l
os mesmos efeitos jurídicos que o dinheiro para fins de garantir o juízo, não podendo o
a
n
exequente rejeitar a indicação, salvo por insuficiência, defeito formal ou inidoneidade da
io
salvaguarda oferecida.
a c
u c
 Informativo 619 do STJ:
E dad d e
e
rt le
o So
Em regra, o prazo para cumprimento voluntário da sentença é de 15 dias úteis (art. 523
p
u ra 92
S ut 22- il.com
do CPC). Se os devedores forem litisconsortes com diferentes procuradores, de escritórios

e um n D .4 a
de advocacia distintos, este prazo de pagamento deverá ser contado em dobro, nos termos
r ata 86 gm
V on 24.5 67@
do art. 229 do CPC/2015, desde que o processo seja físico. Assim, o prazo comum para
d
A J 0 ra
cumprimento voluntário de sentença deverá ser computado em dobro (ou seja, em 30 dias
t u
d
úteis) no caso de litisconsortes com procuradores distintos, em autos físicos.
n
a ta

jon do STF:
Informativo 824

A ampliação do prazo para a oposição de embargos do devedor pela Fazenda Pública para
30 dias, inserida no art. 1º-B da Lei nº 9.494/97, é constitucional e não viola os princípios
da isonomia e do devido processo legal. O estabelecimento de tratamento processual
especial para a Fazenda Pública, inclusive em relação a prazos diferenciados, quando
razoáveis, não constitui propriamente restrição a direito ou prerrogativa da parte adversa,
mas busca atender ao princípio da supremacia do interesse público. A fixação do prazo de
30 dias para a Fazenda apresentar embargos à execução não pode ser considerada como

68
irrazoável, afinal de contas esse é o mesmo prazo que o particular goza para apresentar
embargos em caso de execuções fiscais contra ele movidas pela Fazenda Pública (art. 16
da Lei nº 6.830/80).

 Informativo 916 do STF:

São constitucionais o parágrafo único do art. 741 e o § 1º do art. 475-L do CPC/1973, bem
como os correspondentes dispositivos do CPC/2015 (art. 525, § 1º, III e §§ 12 e 14; e art.
535, § 5º). São dispositivos que, buscando harmonizar a garantia da coisa julgada com o
primado da Constituição, vieram agregar ao sistema processual brasileiro um mecanismo
com eficácia rescisória de sentenças revestidas de vício de inconstitucionalidade
qualificado, assim caracterizado nas hipóteses em que: a) a sentença exequenda (“sentença
que está sendo executada”) esteja fundada em uma norma reconhecidamente a l
io n
c
inconstitucional, seja por aplicar norma inconstitucional, seja por aplicar norma em situação
a
u c
ou com um sentido inconstitucionais; ou b) a sentença exequenda tenha deixado de aplicar

E dad d e
norma reconhecidamente constitucional; e c) desde que, em qualquer dos casos, o
e
rt le
o So
reconhecimento dessa constitucionalidade ou a inconstitucionalidade tenha decorrido de
p
u ra 92
S ut 22- il.com
julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) realizado em data anterior ao trânsito em

e um n D .4 a
julgado da sentença exequenda.
r ata 86 gm

d V on 24.5 67@
Informativo 608 do STJ:

A J 0 ra
t u
O valor da multa cominatória (astreintes) não integra a base de cálculo da verba honorária.
d
n o réu a pagar: a) R$ 100 mil a título de danos morais;
t a
Ex: juiz proferiu sentença condenando
a
jo
b) R$ 40 mil de multa n cominatória (astreintes); c) 10% de honorários advocatícios sobre o
valor da condenação. Os 10% do advogado serão calculados sobre R$ 100 mil (e não sobre
R$ 140 mil). A base de cálculo dos honorários advocatícios sucumbenciais na fase de
conhecimento é a condenação referente ao mérito principal da causa.

Coisa julgada

 Informativo 585 do STJ:

69
Os autores de ações individuais em cujos autos não foi dada ciência – onus do réu informar
do ajuizamento de ação coletiva e que não requereram a suspensão das demandas
individuais podem se beneficiar dos efeitos da coisa julgada formada na ação coletiva.

 Informativo 604 do STJ).

A coisa julgada estabelecida em ações de investigação de paternidade deve ser relativizada


nos casos em que, no processo, não houve a realização de exame de DNA e, portanto, não
foi possível ter-se certeza sobre o vínculo genético (STF. Plenário. RE 363889, Rel. Min. Dias
Toffoli, julgado em 02/06/2011. Repercussão geral).

O STJ entendeu, contudo, que essa relativização da coisa julgada não se aplica às hipóteses

l
em que o magistrado reconheceu o vínculo pelo fato de o investigado (ou seus herdeiros)
a
n
terem se recusado a comparecer ao laboratório para a coleta do material biológico.
io
a c
c
Ex: Lucas ajuizou ação de investigação de paternidade contra João; este se recusou a fazer
u
E dad d e
o DNA, razão pela qual o juiz julgou a demanda procedente e reconheceu que Lucas é
e
rt le
filho de João (Súmula 301-STJ: Em ação investigatória, a recusa do suposto pai a submeter-
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
se ao exame de DNA induz presunção juris tantum de paternidade). Depois que esta

um n D .4 a
sentença transitou em julgado, João ingressou com ação negatória de paternidade pedindo

e r ata 86 gm
a relativização da coisa julgada e a realização de exame de DNA. Esta ação deverá ser

d V on 24.5 67@
extinta sem resolução do mérito pela coisa julgada (art. 485, V, do CPC).
A J 0 ra
t u
d
Em suma, a relativização da coisa julgada estabelecida em ação de investigação de
n
a ta
paternidade – em que não foi possível determinar-se a efetiva existência de vínculo
jo n
genético a unir as partes – não se aplica às hipóteses em que o reconhecimento do vínculo
se deu, exclusivamente, pela recusa do investigado ou seus herdeiros em comparecer ao
laboratório para a coleta do material biológico. STJ. 3ª Turma. REsp 1.562.239/MS, Rel. Min.
Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 09/05/2017.19

 Informativo 616 do STJ:

19
Vide questão 8 deste material;
70
Diante do trânsito em julgado de duas sentenças condenatórias contra o mesmo
condenado, por fatos idênticos, deve prevalecer a condenação mais favorável ao réu. Não
importa qual processo tenha iniciado antes ou em qual deles tenha ocorrido primeiro o
trânsito em julgado. O que irá prevalecer é a condenação que foi mais favorável ao réu.

a l
io n
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u c
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e um n D .4 a
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A J 0 ra
t u
n d
a ta
jo n

71
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Presidência da República, 1988.

______. Lei nº 13.105 de 16 de março de 2015. Institui o Código de Processo Civil. Brasília:
Presidência da República, 2015.

BUENO, Cassio Scarpinella. Manual de Direito Processual Civil: Inteiramente Estruturado à


Luz do Novo CPC, de acordo com a Lei n. 13.256, de 4-2-2016. 2. ed. rev., atual. e ampl. – São

a l
Paulo: Saraiva, 2016.
io n
a c
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Vade Mecum de Jurisprudência Dizer o Direito. 4ª Edição.
u c
– Salvador: Ed. Podivm, 2018.
E dad d e
e
rt le
o So
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmulas do STF e STJ. 3ª Edição. – Salvador: Ed. Podivm,
p
2018. u ra 92
S ut 22- il.com
um n D .4 a
r ata 86 gm
DIDIER JR., Fredie. Curso de Direito Processual Civil: Introdução ao Direito Processual Civil,
e
V on 24.5 67@
Parte Geral e Processo de Conhecimento. 18. ed. - Salvador: Ed. Jus Podivm, 2016.
d
A J 0 ra
t u
GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Direito Processual Civil Esquematizado/ Marcus Vinicius
d
nLenza. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
t a
Rios Gonçalves; coordenador Pedro
a
n
jo ARENHART, Sérgio Cruz; MITIDIERO, Daniel. Novo Código de
MARINONI, Luiz Guilherme;
processo civil comentado. 2. ed. rev. atual. e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2016.

Neves, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito Processual Civil - Volume Único. 10ª
edição. Editora JusPodvm, 2018.

Thamay, Rennan. Manual de Direito Processual Civil – 2. ed. – São Paulo: Saraiva Educação,
2019.

72
THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil – Teoria geral do direito
processual civil, processo de conhecimento e procedimento comum – vol. I/Humberto
Theodoro Júnior. 58. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2017.

a l
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MAGISTRATURA
FEDERAL
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E d e
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te ed a
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Direito Processual
Su utra 22-92il.com Civil
m D
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V e Capítulo
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n at.
a n
8
5 7@
6 . g 8
4
Ad J 02 utra6
o
d n
a t a
jon
SUMÁRIO
29. Recurso .......................................................................................................................................................................... 3

29.1 Teoria Geral dos Recursos ........................................................................................................................ 3

29.1.1 Conceito ................................................................................................................................................... 3

29.1.2 Juízo de Admissibilidade ................................................................................................................... 4

29.1.3 Juízo de Mérito...................................................................................................................................... 7

29.1.4 Efeitos dos Recursos ........................................................................................................................... 7

29.1.5 Recurso Adesivo................................................................................................................................. 10

29.1.6 a l
Tempestividade .................................................................................................................................. 11

io n
29.1.7 c
Preparo ................................................................................................................................................... 12
a
u c
29.1.8
d e
Da Técnica de Julgamento em Acórdão não Unânime .................................................... 13
E dad
29.2 e
rt le
Remessa Necessária.................................................................................................................................. 15

p o So
29.2.1
S ut 22- il.com u ra 92
Inaplicabilidade do Reexame Necessário................................................................................ 16

29.3
um n D .4 a
Recursos em Espécie ................................................................................................................................ 17

e r ata 86 gm
29.3.1
V on 24.5 67@
Apelação ................................................................................................................................................ 17
d
29.3.2 A J 0 ra
Agravo de Instrumento ................................................................................................................... 20
t u
n d
29.3.3
a t a
Agravo Interno.................................................................................................................................... 23

29.3.4 EmbargosjodenDeclaração ............................................................................................................... 25

29.3.5 Recurso Ordinário ............................................................................................................................. 27

29.3.6 Recurso Especial................................................................................................................................. 28

29.3.7 Recurso Extraordinário .................................................................................................................... 30

29.3.8 Agravo em RExt e REsp .................................................................................................................. 34

29.3.9 Embargos de Divergência .............................................................................................................. 35

30. Ações de Competência Originária dos Tribunais ................................................................................ 37


30.1 Ação Rescisória ........................................................................................................................................... 37

30.2 Ação de Nulidade/Inexistência da Sentença ................................................................................. 41

30.3 Reclamação................................................................................................................................................... 42

31. Incidentes de Competência Originária dos Tribunais ....................................................................... 44

31.1 Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas ..................................................................... 44

31.2 Incidente de Assunção de Competência ......................................................................................... 48

31.3 Incidente de Arguição de Inconstitucionalidade ......................................................................... 49

31.4 Incidente de Suspensão de Eficácia de Decisão Judicial.......................................................... 50

QUADRO SINÓTICO ..................................................................................................................................................... 52

a l
n
QUESTÕES COMENTADAS ....................................................................................................................................... 57
io
a c
GABARITO ......................................................................................................................................................................... 70
u c
E dad d e
QUESTÃO DESAFIO ........................................................................................................................................................ 71
e
rt le
o So
GABARITO DA QUESTÃO DESAFIO......................................................................................................................... 73
p
S ut 22- il.com u ra 92
LEGISLAÇÃO COMPILADA............................................................................................................................................ 75

r ata 86 gm um n D .4 a
JURISPRUDÊNCIA ............................................................................................................................................................ 81
e
V on 24.5 67@
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................................................. 92
d
A J 0 ra
t u
n d
a ta
jo n
DIREITO PROCESSUAL CIVIL

Capítulo 8
Neste capítulo, iremos adentrar em um dos assuntos mais importantes de sua prova para a
magistratura federal, com altíssimo índice de incidência, então, foco nele! Abordaremos:
Recursos, Ações de competência originária dos Tribunais, e Incidentes de Competência
Originária dos Tribunais.

29. Recurso

a l
29.1 Teoria Geral dos Recursos
io n
a c
29.1.1 Conceito
u c
E dadd e
e
rt le
A doutrina define os recursos como sendo “os remédios processuais de que se podem

p o So
valer as partes, o Ministério Público e eventuais terceiros prejudicados para submeter uma
u ra 92
S ut 22- il.com
decisão judicial à nova apreciação, em regra por um órgão diferente daquele que a proferiu, e

um n D .4 a
r ata 86 gm
que têm por finalidade modificar, invalidar, esclarecer ou complementar a decisão”.
e
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Principais características dos recursos:
A J 0 ra
t u

n d
Interposição na mesma relação processual;
 a ta
Aptidão para retardar ou impedir a coisa julgada e a preclusão;
 jo n
Possibilidade de postular anulação ou substituição da decisão;
 Impossibilidade, em regra, de invocar matérias que não foram arguidas em
instâncias anteriores;
 Salvo o caso do agravo de instrumento, os recursos são oferecidos perante o órgão
a quo.
 A decisão do órgão ad quem, em regra, substitui a do a quo.

3
Só cabe recurso contra pronunciamento do juiz, que tenha conteúdo decisório. Os
recursos atacam:

a) Sentenças;

b) Decisões interlocutórias;

c) Decisões monocráticas proferidas pelo relator;

d) Acórdãos.

Princípios:

a) Princípio da taxatividade: só existem os recursos previstos em lei;

a l
b) Princípio da singularidade ou da unirrecorribilidade1: para cada ato judicial, cabe um
io n
único tipo de recurso adequado;
a c
u c
d e
c) Princípio da fungibilidade: desde que haja dúvida objetiva a respeito da natureza da
E dad
e
rt le
decisão, que resulta de controvérsia efetiva, na doutrina ou na jurisprudência;

p o So
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d) Princípio da proibição da reformatio in pejus: no exame do recurso de um dos litigantes,

adversário. e um n D .4 a
a sua situação não poderá ser piorada. A situação só pode ser piorada se houver recurso do
r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
A JuízoJde Admissibilidade
29.1.2 0 tra
u
n d
ta
É a análise, realizada pelo órgão ad quem e antes de adentrar no mérito, da regularidade
a
jo n
dos requisitos de admissibilidade do recurso, que tratam de matéria de ordem pública e, por
isso, devem ser examinados de ofício.

 Requisitos de admissibilidade intrínsecos: são as condições para que se possa


analisar o mérito dos recursos, muito se assemelham com as condições da ação. São
eles:

1
Vide Questão 9.
4
 Cabimento: no ordenamento jurídico pátrio, são cabíveis apenas os recursos
taxativamente previstos em lei, cujo rol está previsto no art. 994 do CPC. É o
princípio da tipicidade;
 Legitimidade recursal: possuem legitimidade, as partes (autor e réu), os
intervenientes, o Ministério Público, o terceiro prejudicado (desde que
demonstrado o interesse jurídico);

a l
n
A respeito dos intervenientes, o único que não possui legitimidade recursal é o amicus
io
c
curiae, salvo para opor embargos de declaração e para recorrer da decisão que julga o
a
u c
incidente de resolução de demandas repetitivas (nos termos do art. 138, §§ 1º e 3º do CPC).
E dad d e
e
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t
Os advogados não possuem legitimidade para recorrer em nome próprio. Salvo, naquilo que
u
n d
tange aos seus honorários advocatícios. Esse é o entendimento do STJ, vejamos “têm
a t a
legitimidade, para recorrernda sentença, no ponto alusivo aos honorários advocatícios, tanto a
jo
parte como o seu patrono" (STJ-4ª Turma, REsp 361.713/RJ, Rei. Min. Barros Monteiro, j.
17/02/2004).

 Interesse recursal: verifica-se quando a parte é sucumbente, pois só haverá


interesse quando existir a possibilidade de uma situação mais favorável em
relação à sentença proferida, não estando presente, pois, diante dos casos em
que o interessado já tiver obtido o melhor resultado possível no processo;

5
 Inexistência de fato impeditivo ou extintivo do poder de recorrer: quando
não houver desistência (abdicação do direito de ter seu recurso julgado; só é
possível a partir da interposição do recurso), renúncia (abrir mão do direito de
recorrer, de forma que só pode ser realizada antes da interposição do recurso)
ou aquiescência (aceitação expressa ou tácita da decisão, gerando uma
preclusão lógica a impedir a admissão do recurso).
 Requisitos de admissibilidade extrínsecos: refere-se ao modo de exercer a atividade
de recorrer.
 Tempestividade: é a interposição dentro do prazo recursal estabelecido,
ocorrendo preclusão sempre que vencido o prazo legal sem a sua devida
interposição.

a l
ion
a c
u c
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e
rt le
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Todos os recursos previstos no CPC devem ser interpostos no prazo de 15 dias, salvo os

e um n D .4 a
embargos de declaração, que devem sê-lo no prazo de 5 dias, sendo a sua oposição motivo
r ata 86 gm
V on 24.5 67@
suficiente de interrupção do prazo para a interposição de outros recursos.
d
A J 0 ra
t u
 Preparo: são as despesas com o processamento do recurso, inclusive o
d
n de remessa e retorno, quando o recurso tiver de ser
recolhimento dot aporte
a órgão diferente daquele que proferiu a decisão, ressalvando-se
jo
examinado n
por
o processo judicial eletrônico (art. 1.007 do CPC);

 Regularidade formal: são os requisitos formais específicos que devem ser


preenchidos para que o recurso seja admitido (ex.: em regra, deve ser escrito,
deve vir acompanhado das razões recursais, dentre outas exigências).

6
29.1.3 Juízo de Mérito

Superado o juízo de admissibilidade, passa-se à análise a respeito do acolhimento ou não


do pedido do recorrente, ou melhor, se deve ser dado ou negado provimento ao recurso
interposto.

Julgar o mérito recursal, que gerará o provimento ou não do recurso, é simplesmente


analisar se o recorrente tem ou não razão em sua reclamação, o que se dá pelo
enfrentamento dos fundamentos constantes no recurso.

Justamente por ser o julgamento do mérito recursal voltado aos fundamentos recursais
(causa de pedir do recurso), é preciso enfrentar quais os possíveis vícios que o recorrente poderá
alegar em seu recurso.
a l
io n
c
Há fundamentalmente vícios formais (error in procedendo) e vícios de conteúdo (error
a
u c
in judicando). De cada espécie de vício alegado, é derivada uma diferente espécie de pedido.

E dad d e
Em razão da preclusão consumativa, cabe ao recorrente cumular a impugnação de todos os
e
rt le
o So
vícios existentes na decisão recorrida, devendo o órgão jurisdicional enfrentar, primeiramente, o
p
u ra 92
S ut 22- il.com
error in procedendo, em razão de sua prejudicialidade em relação ao error in judicando.

r
29.1.4 Efeitos um
dos n D .4
Recursos m a
a
e nat .58 @g 6
d V o 24 67
A J
Decorrem de expressa previsão legal e estão ligados às consequências que o processo
0 tra
u
sofre com a interposição de recursos. São, portanto, matérias de ordem pública, não sujeitas
d
ao fenômeno da preclusão. ta n
n a
jo
A doutrina leciona que os principais efeitos recursais são: o devolutivo, o suspensivo, o
translativo, o expansivo e o regressivo, os quais passaremos a estudar adiante.

 Efeito devolutivo: determina que todo recurso “devolve” ao conhecimento do


órgão ad quem a matéria impugnada, objeto de decisão no juízo a quo. Aliás,
TODOS os recursos são dotados de efeito devolutivo. Ressalte-se, ainda, que o órgão
ad quem está limitado àquilo que foi contestado. Desse modo, se o recurso foi
parcial, o tribunal não pode, por força do efeito devolutivo, ir além daquilo que é
objeto da pretensão recursal.
7
 Extensão do efeito devolutivo: aplica-se o brocardo “tantum devolutum
quantum appellatum” (o recurso devolve ao Tribunal apenas aquilo que foi
impugnado – art. 1.013, caput, do CPC);
 Profundidade do efeito devolutivo: é a determinação de que serão objeto de
apreciação e julgamento pelo Tribunal todas as questões suscitadas e discutidas
no processo, ainda que não tenham sido solucionadas, desde que relativas ao
capítulo impugnado (art. 1.013, §1º, do CPC); assim como diante dos casos em
que o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz acolher apenas
um deles, sendo, dessa forma, devolvido ao Tribunal o conhecimento dos demais
(art. 1.013, §1º, do CPC).
 Efeito suspensivo: é aquele que obsta a produção dos efeitos da sentença, até que

a l
n
o recurso seja examinado. Em regra, o recurso que tem tal efeito é a apelação. Se
io
c
houver recurso de um dos capítulos da sentença, sem que haja impugnação dos
a
u c
demais, aqueles que forem independentes transitarão em julgado e poderão ser
E dad d e
executados desde logo. Quando a matéria é comum, o recurso aproveita a todos e
e
rt le
o So
haverá em relação a todos a suspensão. Em caso de ações conexas, é possível que a
p
u ra 92
S ut 22- il.com
decisão de uma delas tenha efeito suspensivo e na outra, não.

e um n D .4 a
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d V on 24.5 67@
A J 0 ra
t u
n d
a ta
jo n
Os recursos não têm efeito suspensivo, como regra geral, salvo disposição legal (ope legis)
ou judicial (ope judices) em sentido contrário. São requisitos para a concessão do efeito
suspensivo, o risco de dano grave ou de difícil reparação e a probabilidade de provimento
do recurso (requisitos típicos da tutela de urgência).

 Efeito translativo: é a possibilidade de o órgão ad quem examinar as questões de


ordem pública (processuais e materiais), mesmo nos casos em que não forem objeto
do recurso.

8
Todos os recursos ordinários são dotados de efeito translativo. Assim, não se aplica tal
efeito nos recursos extraordinários, tendo em vista a exigência do prequestionamento, o qual
não permite o reexame de matéria não ventilada, mesmo que se trate de matéria de ordem
pública.

 Efeito expansivo: corresponde à aptidão que alguns recursos possuem de terem sua
eficácia ampliada, além dos limites objetivos e a l
subjetivos previamente
io n
estabelecidos.
a c
u c
Subjetivo: possibilita, por exemplo, a extensão do resultado de um recurso a litigantes
que não tenham recorrido. E dad d e
e
rt le
o So
Objetivo: quando não é possível modificar a decisão a respeito de um dos pedidos
p
u ra 92
om
sem que haja repercussão sobre os demais.
S ut 22- il.acquo
e um n D .4 a
 Efeito regressivo: é a possibilidade dada ao órgão
r ata 86 gm
de se retratar. Não que
ele seja o competente para o julgamento do recurso, mas em razão de expressa

d V on 24.5 67@
J 0 ra
previsão legal poderia rever a sua própria decisão.
A t u
n d
a ta
jo n

O efeito regressivo está presente em todas as espécies de agravo. No recurso de apelação, o


CPC prevê tal efeito em três hipóteses: no art. 331, caput, na sentença de indeferimento da
petição inicial; no art. 332, §3°, na sentença de improcedência liminar; e no art. 485, §7°, na
sentença que extingue o processo sem julgamento do mérito.

9
29.1.5 Recurso Adesivo

Para a interposição do recurso adesivo, é indispensável a ocorrência de duas


circunstâncias:

 Sucumbência recíproca, de forma que ambas as partes tenham interesse recursal,


podendo tal sucumbência recíproca derivar do julgamento de diferentes ações numa
mesma sentença, como ocorre com a ação "principal" e a reconvenção; e
 Interposição de recurso na forma principal por somente uma das partes, porque
o recurso adesivo é destinado para aquele que não pretendia recorrer, o que resta
demonstrado por meio da não interposição do recurso na forma principal.

Será cabível na apelação, no recurso extraordinário e no recurso especial.


a l
io n
c
O julgamento do recurso adesivo está condicionado ao conhecimento do recurso
a
principal, ou seja, ao julgamento do mérito desse recurso.
u c
E dad d e
e
rt le
Segundo entendimento do Superior Tribunal de Justiça, fixado em sede de recurso

p o So
repetitivo, o recurso adesivo pode ser interposto pelo autor da ação de indenização julgada
u ra 92
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procedente, quando arbitrado, a título de danos morais, valor inferior ao que era almejado2.

e um n D .4 a
r ata 86 gm
O recorrente principal poderá desistir do recurso a qualquer tempo, independente da

d V on 24.5 67@
anuência da parte contrária ou dos litisconsortes. Assim, a desistência do recorrente principal
A J 0 ra
t u
torna prejudicado o recurso adesivo, de forma que não haverá sua análise pelo Tribunal.
n d
a ta
Assim, em regra, se a parte que interpôs o recurso principal pede a sua desistência,
jo n
o recurso adesivo seguirá a mesma sorte e não será mais conhecido (art. 500, III, do CPC 1973)
(art. 997, §2º, III, do CPC 2015). Vale ressaltar, ainda, que o recorrente poderá, a qualquer tempo,
desistir do recurso, mesmo que sem a anuência do recorrido (art. 501 do CPC 1973) (art. 998
do CPC 2015). No entanto, segundo decidiu o STJ, se já foi concedida antecipação dos efeitos
da tutela no recurso adesivo, não se admite a desistência do recurso principal de apelação. A
apresentação da petição de desistência logo após a concessão dos efeitos da tutela recursal

2
STJ. Corte Especial. REsp 1102479-RJ, Rel. Min. Marco Buzzi, Corte Especial, julgado em 4/3/2015 (recurso
repetitivo) (Info 562).
10
teve a nítida intenção de esvaziar o cumprimento da determinação judicial, no momento que o
réu anteviu que o julgamento final da apelação lhe seria desfavorável, sendo a pretensão,
portanto, incompatível com o princípio da boa-fé processual3.

De acordo com o parágrafo único, do art. 998, do CPC, a desistência do recurso não
impede a análise de recurso que tenha repercussão geral conhecida ou daquele objeto de
recurso extraordinário ou especial repetitivos.

Por fim, é possível o recurso adesivo mesmo sendo ele para impugnar o resultado da
reconvenção (e não da ação)4.

29.1.6 Tempestividade

Com exceção dos embargos de declaração, que serão interpostos no prazo de cinco a l
io n
dias, todos os outros recursos serão interpostos no prazo de 15 dias.
a c
u c
d e
Interessante notar que a contagem do prazo só levará em consideração os dias úteis (art.
E dad
219, caput, do CPC). e
rt le
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Em relação à questão dos feriados, conforme entendimento dos Tribunais Superiores,

um n D .4 a
compete ao recorrente comprovar a ocorrência de feriado local, no ato de interposição do
recurso.
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A J 0 ra
Veja que, nesse ponto, o Supremo Tribunal Federal e o Superior Tribunal de Justiça
t u
d
possuem entendimento antagônicos: o calendário disponível no sítio do Tribunal de Justiça que
n
a ta
mostra os feriados na localidade é documento idôneo para comprovar a ocorrência de feriado
jo n
local no ato de interposição do recurso, nos termos do art. 1.003, §6º, do CPC/2015 (STF. 1ª
Turma. RMS 36114/AM, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 22/10/2019 (Info 957)). O STJ possui
decisões em sentido diverso: a jurisprudência do STJ entende que cópia de calendário editado
pelo Tribunal de origem não é hábil a ensejar a comprovação da existência de feriado local, pois
é necessária a juntada de cópia de lei ou de ato administrativo exarado pela Corte a quo,

3 STJ. 3ª Turma. REsp 1285405-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 16/12/2014 (Info 554).
4
STJ. 4ª Turma. REsp 1109249-RJ, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 7/3/2013 (Info 518).
11
comprovando a ausência de expediente forense na data em questão (STJ. 3ª Turma. AgInt no
REsp 1829351/RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 30/03/2020).

O art. 1.003, caput e §§ 1º e 2º, do CPC, trata do termo inicial da contagem de prazo.
Segundo o caput do dispositivo legal, o prazo para interposição de recurso conta-se da data
em que os advogados, a sociedade de advogados, a Advocacia Pública, a Defensoria Pública ou
o Ministério Público são intimados da decisão.

Na hipótese de intimação eletrônica, o prazo tem início no primeiro dia útil subsequente
à publicação, que será considerada realizada no primeiro dia útil subsequente à disponibilização
da informação no Diário Oficial eletrônico (art. 4º, §§ 3º e 4º, da Lei 11.419/2006). O Ministério
Público (art. 180, caput, do CPC), a Advocacia Pública (art. 183, caput, do CPC) e a Defensoria

a l
Pública (art. 186, §1°, do CPC) têm a prerrogativa da intimação pessoal, que poderá, nos termos

io n
c
do art. 183, §1°, do CPC, ocorrer por carga, remessa ou meio eletrônico.
a
u c
d e
Caso a decisão recorrível tenha sido proferida em audiência, todos os sujeitos
E dad
e
rt le
considerar-se-ão intimados, inclusive aqueles que têm a prerrogativa de intimação pessoal.

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São aplicáveis, no âmbito recursal, as regras de prazo diferenciado. Fazenda Pública,

um n D .4 a
Ministério Público e Defensoria Pública têm prazo em dobro para recorrer.

e r ata 86 gm
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Apesar de o termo inicial do prazo se dar com a intimação das partes, não se pode aceitar
d
A J 0 ra
a tese criada nos Tribunais Superiores de recurso prematuro ou de intempestividade ante
t u
d
tempus. O art. 218, §4°, do CPC, consagra expressamente que o ato praticado antes da
n
a ta
intimação da parte é tempestivo, independentemente de reiteração após a intimação.
jo n
29.1.7 Preparo

O preparo recursal diz respeito ao custo financeiro da interposição do recurso.

A parte deverá comprovar o recolhimento do preparo no momento da interposição do


recurso. Será dispensável o recolhimento de remessa e retorno dos autos de processo
eletrônico.

12
O §1º, do art. 1.007, do CPC, determina que estão dispensados do preparo o Ministério
Público, a União, o Distrito Federal, os Estados, os Municípios, e respectivas autarquias, e
os que gozam de isenção legal.

Também são isentos de preparo os:

 Embargos de declaração (art. 1.023, caput, do CPC);


 Agravo em recurso especial e em recurso extraordinário (art. 1.042, §2°, do CPC).

O recorrente que não comprovar o recolhimento do preparo no momento da interposição


do recurso será intimado para pagá-lo, o que, neste caso, será feito em dobro, sob pena de
deserção. Na hipótese de recolhimento insuficiente, a parte será intimada para completar o
preparo, no prazo de 05 (cinco) dias.
a l
io n
É vedada a complementação se houver insuficiência parcial do preparo, inclusive de
a c
c
porte de remessa e retorno, no recolhimento realizado após a aplicação da sanção em dobro
u
E dad d e
pelo não recolhimento do preparo no momento da interposição do recurso.
e
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o So
Há a possibilidade de se provar que o preparo não foi recolhido no momento oportuno,
p
u ra 92
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mas por motivo justo. Nesse caso, a parte terá que comprovar o preparo no prazo de 05
(cinco) dias.
e um n D .4 a
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O equívoco do preenchimento de guia de custas não implica deserção. Dessa forma,
A J 0 ra
t
deverá o relator, no caso de dúvida, intimar o recorrente para sanar o vício no prazo de 05
u
n d
(cinco) dias.
a ta
jo n
29.1.8 Da Técnica de Julgamento em Acórdão não Unânime

Os embargos infringentes não existem mais no CPC. Porém, a técnica de julgamento em


acórdão não unânime é situação parecida e prevista no código.

De acordo com o art. 942 do CPC, quando o resultado da apelação for não unânime, o
julgamento terá continuidade em outra sessão a ser designada. Serão indicados novos
desembargadores em número suficiente a possibilitar a reversão do julgamento.

13
Aplica-se a técnica de ampliação do colegiado quando não há unanimidade no juízo de
admissibilidade recursal (da apelação adesiva, por exemplo). O art. 942 do CPC não determina
a ampliação do julgamento apenas em relação às questões de mérito. Na apelação, a técnica
de ampliação do colegiado deve ser aplicada a qualquer julgamento não unânime, incluindo as
questões preliminares relativas ao juízo de admissibilidade do recurso5.

Basta o acórdão ser não unânime. É indiferente se a decisão é para reformar ou manter a
a l
antes prolatada.
io n
a c
c
A técnica é automática, independe de pedido, podendo, na sessão de julgamento, as
u
partes sustentar oralmente suas razões.
E dad d e
e
rt le
o So
De acordo com o CPC, caso seja possível, poderá, na mesma sessão, ser dado
p
prosseguimento ao julgamento. u ra 92
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e um n D .4 a
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Essa técnica de julgamento se aplica também em:

d V on 24.5 67@
A J 0 ra
 Ação rescisória, quando o resultado for a rescisão da sentença;
t u
d
 Agravo de instrumento, quando houver reforma da decisão que julgar parcialmente
n
o mérito. a ta
jo n
 Para o agravo de instrumento só vai ser aplicada essa técnica se o acórdão
reformar a decisão e se a decisão julgar o mérito da demanda.

O §4º, do art. 942, do CPC, estabelece hipóteses em que não cabe essa técnica:

 No incidente de assunção de competência e no de resolução de demandas


repetitivas;

 Na remessa necessária;

5
STJ. 3ª Turma. REsp 1798705-SC, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 22/10/2019 (Info 659).
14
 No julgamento não unânime proferido pelo pleno ou pela corte especial.

Enunciado 137: Se o recurso do qual se originou a decisão embargada comportou a aplicação


da técnica do art. 942 do CPC, os declaratórios eventualmente opostos serão julgados com a
composição ampliada.

29.2 Remessa Necessária


a l
io n
c
Também conhecida por Reexame Necessário6, o art. 496 do CPC prevê que a sentença
a
u c
proferida contra a União, o Estado, o Distrito Federal, o Município e suas respectivas
E dad d e
autarquias e fundações de direito público, bem como a que julgar procedentes, no todo ou
e
rt le
o So
em parte, os embargos à execução fiscal (havendo acolhimento de exceção de pré-
p
u ra 92
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executividade em vez de embargos do devedor, por analogia, aplica-se o dispositivo legal),

e um n D .4 a
somente produzirá efeitos após sua confirmação pelo Tribunal. É condição indispensável para
r ata 86 gm
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que a decisão possa transitar em julgado.
d
A J 0 ra
t
Desse modo, é obrigatória remessa da sentença ao Tribunal nos casos em que a Fazenda
u
n d
Pública é vencida, para fins de confirmação, mesmo que não haja recurso por parte do ente
a t a
público vencido (vide §1º, n
do art. 496 do CPC). Se o juiz não determinar a remessa, caberá ao
jo
presidente do tribunal avocar os autos.

A natureza jurídica é a de condição de eficácia da sentença, não sendo, portanto, uma


espécie recursal, razão pela qual não impede que a Fazenda Pública interponha recurso
voluntário.

6
Vide Questão 3.
15
29.2.1 Inaplicabilidade do Reexame Necessário

Não se aplicará a remessa necessária quando a condenação ou o proveito econômico


obtido na causa for de valor certo e líquido inferior a:

 1.000 (mil) salários-mínimos para a União e as respectivas autarquias e fundações


de direito público;
 500 (quinhentos) salários-mínimos para os Estados, o Distrito Federal, as
respectivas autarquias e fundações de direito público;
 500 (quinhentos) salários-mínimos para os Municípios que constituam capitais dos
Estados;
 100 (cem) salários-mínimos para todos os demais Municípios, e respectivas

a l
autarquias e fundações de direito público.
ion
a c
Ainda, independentemente do valor, não se aplica o reexame necessário se a sentença
u c
estiver fundamentada em:
E dad d e
e
rt le
 Súmula de tribunal superior;
p o So
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S ut 22- il.com
 Acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de

e r ata 86 gmum n D .4 a
Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
 Entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de

d V on 24.5 67@
J 0 ra
assunção de competência;
A
 Entendimento t coincidente ucom orientação vinculante firmada no âmbito
n d
ta
administrativo do próprio ente público, consolidada em manifestação, parecer ou
a
jo n
súmula administrativa.

Não será cabível o reexame necessário nos juizados Especiais, em razão do previsto nos arts.
13 da Lei 10.259/2001 e li da Lei 12.153/2009. Também não cabe contra pessoas jurídicas de

16
direito privado (a exemplo das empresas públicas e sociedades de economia mista), e contra
decisões interlocutórias.

29.3 Recursos em Espécie

29.3.1 Apelação

 Cabimento: da sentença cabe apelação (art. 1.009 do CPC), seja ela terminativa ou
definitiva7;
Há algumas exceções, como, por exemplo, da sentença que julga os embargos de
pequeno valor na execução fiscal, o recurso cabível é embargos infringentes; da
sentença que decreta a falência, cabe agravo de instrumento, e não apelação.

a l
io n
a c
u c
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um n D .4 a
Com o fim do agravo retido, as questões resolvidas no curso do procedimento, que não

e r ata 86 gm
comportam agravo de instrumento, não serão cobertas pela preclusão, devendo ser

d V on 24.5 67@
suscitadas em preliminar de apelação ou em contrarrazões8;
A J 0 ra
t u
 Prazo: 15 dias;
n d
a ta
 Órgão de interposição: dirigida ao juízo de primeiro grau (art. 1.010 do CPC). Lembre-
jo n
se que as razões do recurso devem acompanhá-lo, não podendo ser apresentadas
posteriormente;
 Órgão de julgamento: é o Tribunal competente (art. 1.011 do CPC);

7
Vide Questão 5.
8
Vide Questão 8.
17
 Efeitos: a regra é o duplo efeito (devolutivo e suspensivo), salvo as exceções
previstas em lei, como nos casos do §1º, do art. 1.012 do CPC (casos em que a
apelação só terá o efeito devolutivo).

Será concedido efeito suspensivo à apelação, nas hipóteses do §1º, do art. 1.012, desde que
demonstrada a probabilidade de provimento do recurso ou se, sendo relevante a
fundamentação, houver risco de dano grave ou de difícil reparação.
a l
io n
Contra a sentença de extinção sem resolução de mérito, ou de improcedência liminar,
a c
c
cabe apelação dotada de efeito regressivo, que é a possibilidade de o juiz se retratar da decisão
u
em 5 dias. d e
E dad
e
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o So
Em relação ao juízo competente, importante observar que a petição será dirigida ao juiz
p
u ra 92
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de primeiro grau. Porém, relevante alteração é no que tange ao juízo de admissibilidade do
recurso. Isto, porque o juízo
e ua m
r ata 86 gmquo
n D .4 a
não faz mais juízo de admissibilidade, sendo o recurso

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recebido, encaminhará ao juízo ad quem.
d
A J 0 ra
t
Assim, ao fazer o juízo de admissibilidade, o relator poderá decidir monocraticamente,
u
indeferindo ou dando provimento,n
d
quando:
a t a
 Não conhecer
n
jodo recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado
especificamente os fundamentos da decisão recorrida;

 Negará provimento ao recurso quando for contrário a:


 Súmula do STF, súmula do STJ ou do próprio tribunal local.
 Quando o recurso for contrário a acórdão do STF ou STJ em sede de recurso
repetitivo;

 Quando houver entendimento firmado em incidente de resolução de


demanda repetitiva ou incidente de assunção de competência.

18
Já a teoria da causa madura (artigo 1013, §3º) permite que o Tribunal julgue o mérito
do processo, se este estiver em condições de imediato julgamento quando:

 Reformar sentença fundamentada no artigo 485 do CPC;


 Decretar a nulidade da sentença, por não ser ela congruente com o pedido ou a
causa de pedir;
 Constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá julgá-
lo;

 Decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação;

a l
io n
a c
u c
d e
Enunciado 134: A apelação contra a sentença que julga improcedentes os embargos ao
E dad
e
rt le
mandado monitório não é dotada de efeito suspensivo automático (arts. 702, §4º, e 1.012, §1º,
V, CPC). p o So
u ra 92
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e um n D .4 a
Enunciado 144: No caso de apelação, o deferimento de tutela provisória em sentença retira-lhe
r ata 86 gm
o efeito suspensivo referente ao capítulo atingido pela tutela.
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
t citra
No CPC, decretada a nulidade por sentença ou extra petita, poderá o Tribunal,
n du
desde logo, julgá-la, não necessitando que seja devolvido ao juízo de origem para nova decisão.
a t a
jon
Na hipótese de se reconhecer que há decadência ou prescrição e for interposta apelação,
o Tribunal julgará as outras parcelas do mérito, se estiver em condições de imediato julgamento,
no caso de o tribunal afastar a prescrição ou a decadência.

Em regra, não é possível inovar em sede de apelação, salvo quando houver matéria de
ordem pública e quando, depois da propositura da ação, fato constitutivo, modificativo ou
extintivo do direito do autor influir no julgamento de mérito. É possível que a parte junte novos
documentos em sede de apelação, desde que atendidos os seguintes requisitos: a) não se trate

19
de documento indispensável à propositura da ação; b) não haja indício de má fé; c) seja ouvida
a parte contrária, garantindo-se o contraditório (art. 437, §1º, do CPC 2015)9.

Se não for o caso de decisão monocrática, o relator elaborará seu voto para julgamento
do recurso pelo órgão colegiado, que reexaminará a admissibilidade e, se preenchidos os
requisitos, julgará o mérito da apelação.

Constatada a ausência de unanimidade no resultado da apelação, é obrigatória a


aplicação do art. 942 do CPC/2015, sendo que o julgamento não se encerra até o
pronunciamento pelo colegiado estendido, ou seja, inexiste a lavratura de acórdão parcial de
mérito. Os novos julgadores convocados não ficam restritos aos capítulos ou pontos sobre os
quais houve inicialmente divergência, cabendo-lhes a apreciação da integralidade do recurso. O
prosseguimento do julgamento com quórum ampliado em caso de divergência tem por objetivo a l
io n
c
a qualificação do debate, assegurando-se a oportunidade para a análise aprofundada das teses
a
u c
jurídicas contrapostas e das questões fáticas controvertidas, com vistas a criar e manter uma
jurisprudência uniforme, estável, íntegra e coerente10. E dad d e
e
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p o So
No julgamento de apelação, o Tribunal poderá manter a sentença recorrida, mas
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utilizando novos fundamentos legais não invocados pelo juiz na 1ª instância11.

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29.3.2 Agravo de Instrumento
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A J 0 ra
 Cabimento: contra as decisões interlocutórias que versarem sobre as matérias
t u
n d
elencadas no art. 1.015 do CPC;
a ta
jo n

9 STJ. 1ª Turma. REsp 1176440-RO, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 17/9/2013 (Info 533).
10 STJ. 3ª Turma. REsp 1.771.815-SP, Rel. Min. Ricardo Villas BôasCueva, julgado em 13/11/2018 (Info 638).
11
STJ. 2ª Turma. REsp 1352497-DF, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 4/2/2014 (Info 535).
20
O STJ firmou tese segundo a qual “o rol do art. 1.015 do CPC é de taxatividade mitigada, por
isso admite a interposição de agravo de instrumento quando verificada a urgência decorrente
da inutilidade do julgamento da questão no recurso de apelação” (Tema 988).

 Prazo: 15 dias;
 Órgão de interposição: dirigido ao Tribunal competente (art. 1.010 do CPC);
 Órgão de julgamento: é o Tribunal competente (art. 1.011 do CPC);

a l
ion
A petição do agravo de instrumento deve preencher os requisitos dispostos no art. 1.016 do
a c
c
CPC, bem como ser instruída com os documentos enumerados no art. 1.017 do CPC, salvo nos
u
E dad d e
casos dos processos judiciais eletrônicos.
e
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p o So
 Efeitos: possui efeito devolutivo e cabe ao relator decidir a respeito do efeito
u ra 92
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suspensivo ou ativo (isto é, a antecipação de tutela da pretensão recursal). Dessa

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decisão, cabe agravo interno.
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 Hipóteses de cabimento: previstas no art. 1.015 do CPC (é um dos artigos mais
d
A J 0 ra
exigidos em prova, quanto se trata de recurso). É indispensável o conhecimento de
t u
n d
todas, quais sejam (TAXATIVIDADE MITIGADA):
a ta
n
 Tutelas provisórias;
jo
 Mérito do processo;
 Rejeição da alegação de convenção de arbitragem;
 Incidente de desconsideração de personalidade jurídica;
 Rejeição do pedido de gratuidade de justiça ou acolhimento do pedido de
sua revogação;

 Exibição ou posse de documento ou coisa;


 Exclusão de litisconsortes;
 Admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros;

21
 Concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à
execução;
 Redistribuição do ônus da prova e outros casos previstos em lei; e
 Contra decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença,
no processo de execução e no processo de inventário.

Cabe agravo de instrumento contra a decisão interlocutória que acolhe ou afasta a


arguição de impossibilidade jurídica do pedido12.

Cabe agravo de instrumento contra o pronunciamento judicial que, na fase de


cumprimento de sentença, determinou a intimação do executado, na pessoa do advogado, para
cumprir obrigação de fazer, sob pena de multa13.
a l
io n
c
A decisão que aplica a multa do art. 334, §8º, do CPC (ato atentatório à dignidade da
a
u c
justiça), à parte que deixa de comparecer à audiência de conciliação, sem apresentar justificativa

E dad d e
adequada, não pode ser impugnada por agravo de instrumento, não se inserindo na hipótese
e
rt le
o So
prevista no art. 1.015, II, do CPC. Tal decisão poderá, no futuro, ser objeto de recurso de
p
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apelação, na forma do art. 1.009, §1º, do CPC14.

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A decisão interlocutória que, na segunda fase da ação de prestação de contas, defere a
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produção de prova pericial contábil, nomeia perito e concede prazo para apresentação de
d
A J 0 ra
documentos, formulação de quesitos e nomeação de assistentes, não é imediatamente recorrível
t u
por agravo de instrumento15. n d
a ta
jon se não for o caso de processo eletrônico, o agravante deverá
Interposto o recurso,
comunicar ao juízo a quo a prática do ato, em um prazo de três dias.

12
STJ. 3ª Turma. REsp 1757123-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 13/08/2019 (Info 654).
13
STJ. 3ª Turma. REsp 1758800-MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 18/02/2020 (Info 666).
14
STJ. 3ª Turma. REsp 1762957-MG, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 10/03/2020 (Info 668).
15 STJ. 3ª Turma. REsp 1821793-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 20/08/2019 (Info 654).

22
Por ser dotado de efeito regressivo, o juiz poderá rever sua decisão para reformá-la e,
reformando, se tornará prejudicado o agravo.

Enunciado 145: O recurso cabível contra a decisão que julga a liquidação de sentença é o
Agravo de Instrumento.

29.3.3 Agravo Interno


a l
io n
 Cabimento: contra decisão monocrática proferida pelo relator (art. 1.021 do CPC);
 Prazo: 15 dias; a c
u c
d e
 Órgão de interposição: é dirigido ao relator (§2º, do art. 1.021, do CPC);
E dad
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 Órgão de julgamento: é o Órgão Colegiado (§2º, do art. 1.021, do CPC);
 Efeitos: devolutivo. p o So
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n d
a ta
n
Por ser recurso cabível contra decisão proferida por relator, alguns artigos passam a ser muito
jo
importantes para a análise de seu cabimento. Um deles é o art. 932 do CPC, pois especifica os
poderes do relator, sendo também relevante o inciso I, do art. 1.019, do CPC, diante da
competência conferida ao relator de atribuir efeito suspensivo ao agravo de instrumento.

Na petição do agravo, o recorrente deverá indicar especificamente os fundamentos do


agravo, materializando o princípio da dialeticidade.

23
Súmula 181 do STJ: Não basta reiterar manifestações anteriores, é indispensável que
demonstre o motivo pelo qual está sendo agravada a decisão.

O agravo interno, a partir de agora, é um recurso que tem contraditório, devendo o


agravado ser intimado para se manifestar, no prazo de 15 dias, sobre o recurso interposto.

É vedado ao relator limitar-se à reprodução dos fundamentos da decisão agravada

a l
para rejeitar o agravo interno. Com a proibição da fundamentação referencial (per relatione), há

io n
c
entendimento superado do STJ, que antes defendia a utilização de tal método de decisão.
a
u c
d e
Quando o agravo interno for manifestamente inadmissível ou manifestamente
E dad
e
improcedente, o que será reconhecido em votação unânime da Câmara, poderá ser aplicada
rt le
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multa, no montante de 1% a 5% do valor da causa, sendo o depósito da multa indispensável
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para a interposição de outros recursos. Veja o julgado que se segue: a multa do art. 1.021, §4º,

um n D .4 a
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do CPC/2015, tem como destinatário a parte contrária e não o Fundo de Aparelhamento do
e
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Poder Judiciário. “Art. 1.021 (...) §4º Quando o agravo interno for declarado manifestamente
d
A J 0 ra
inadmissível ou improcedente em votação unânime, o órgão colegiado, em decisão
t u
d
fundamentada, condenará o agravante a pagar ao agravado multa fixada entre um e cinco por
n
a
cento do valor atualizado da causa”16.
ta
jo n
De acordo com o STJ, não será aplicável a multa do agravo interno, se esse recurso foi
utilizado com o objetivo de exaurir a instância ordinária, para fins de interposição de RE e RESP.

16
STJ. 2ª Turma. REsp 1846734-RS, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 11/02/2020 (Info 666).
24
29.3.4 Embargos de Declaração

 Cabimento: contra decisões obscuras, contraditórias, omissas17 e que apresentem


erros materiais (art. 1.0222 do CPC);

 Prazo: 5 dias;
 Órgão de interposição: é dirigido ao juízo ou ao tribunal que prolatou a decisão;
 Órgão de julgamento: é o juízo ou o tribunal que prolatou a decisão;
 Efeitos: devolutivo e modificativo (nos casos em que o seu acolhimento implica a
modificação daquilo que foi decidido, porém, saliente-se que o julgador não pode se
utilizar desse efeito com o fito de modificar a sua convicção ou reexaminar as provas).
Não possuem efeito suspensivo, porém interrompem o prazo para a interposição
de outros recursos, inclusive, em âmbito dos juizados especiais
a l
io n
Efeito interruptivo: os embargos de declaração interrompem o prazo recursal.
a c
c
Efeito translativo: ao examiná-lo, o julgador poderá conhecer de ofício as matérias
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de ordem pública, ainda que estas não sejam objeto dos embargos.
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O art. 1.026, §4º, do CPC/2015 estabelece que não serão admitidos novos embargos de
d
nhouverem sido considerados protelatórios
t a
declaração se os 2 (dois) anteriores
a
18.

jo n
Os segundos embargos declaratórios só podem ser admitidos quando o vício a ser sanado
tenha surgido pela primeira vez no julgamento dos anteriores. Assim, se os segundos embargos
de declaração são manifestamente incabíveis, eles não produzem o efeito interruptivo, de modo
que o prazo para impugnações ao julgado atacado segue fluindo até seu termo final, devendo

17
Vide Questão 7.
18
Vide Questão 2.
25
ser certificado o trânsito em julgado, além da possibilidade de fixação de multa por conta do
manifesto intuito protelatório do recurso19.

Embargos de declaração com efeitos infringentes: o juiz intimará o embargado,


para, querendo, manifestar-se em 05 (cinco) dias sobre os embargos opostos, caso
a decisão proferida nos embargos interpostos possa alterar o conteúdo da decisão
recorrida. Chamo sua atenção para o novíssimo entendimento do Supremo Tribunal
Federal sobre o tema: são cabíveis embargos de declaração, com efeitos infringentes,
para que a decisão embargada seja reajustada de acordo com a jurisprudência firmada
em teses que o Supremo Tribunal Federal e o Superior Tribunal de Justiça adotarem20;

 Fungibilidade: o órgão julgador poderá conhecer dos embargos de declaração


como agravo interno, se entender ser esse o recurso cabível. Já se tratava de um
a l
io n
entendimento do STJ e agora o CPC traz a hipótese expressa. Isto poderá ocorrer
a c
c
desde que se intime o recorrente para, no prazo de 05 (cinco) dias, complementar
u
suas razões recursais.
E dad d e
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 Princípio da complementaridade: caso o acolhimento dos embargos de declaração
p o So
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implique modificação da decisão embargada, o embargado que já tiver interposto
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outro recurso contra a decisão originária tem o direito de complementar ou alterar

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suas razões recursais, no prazo de 15 dias. Importante destacar que a

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complementação será feita nos exatos limites da modificação. Não poderá o
A J 0 ra
t
recorrente se aproveitar da situação para abordar outros temas omissos ou alterar
u
fundamentos que nãoa
d
n ligados à decisão modificada.
estão
a t
n
jo descrita acima, os embargos de declaração forem rejeitados ou
Se, na mesma situação
não alterarem os fundamentos da decisão anterior, o recurso interposto pela outra parte,
antes da publicação do julgamento dos embargos de declaração, será processado e julgado
independentemente de ratificação.

19
STF. Plenário. ARE 913264 RG-ED-ED, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 24/03/2017. STF. Plenário. ARE 654432
ED-ED, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 05/10/2018.
20
STF. 1ª Turma. Rcl 15724 AgR-ED/PR, rel. orig. Min. Rosa Weber, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado
em 5/5/2020 (Info 976).
26
 Prequestionamento: o prequestionamento é extraído da Constituição da República.
Os embargos de declaração, para fins de prequestionamento, têm por objetivo suprir
a omissão de órgão ordinário no que diz respeito a alguma matéria alegada pela
parte. Isto porque, para fins de interposição de RE e RESP, é necessário que a matéria
tenha sido analisada pela instância ordinária.

Ademais, quando manifestamente protelatórios os embargos de declaração, o juiz ou o


tribunal, em decisão fundamentada, condenará o embargante a pagar ao embargado multa não
excedente a 2% (dois por cento) sobre o valor atualizado da causa (art. 1.026, §2º, do CPC).
Em caso de reiteração, a multa pode chegar até 10% (dez por cento), e a interposição de
qualquer recurso ficará condicionada ao depósito prévio do valor da multa, à exceção da

l
Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade da justiça, que a recolherão ao final.
a
io n
29.3.5 Recurso Ordinário
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É chamado de recurso ordinário constitucional, pois tem sua previsão expressa na
E dad
Constituição Federal, nos art. 102, II, e 105, II. e
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 Cabimento: serve, em regra, para o reexame das decisões de competência

e um n D .4 a
originária dos tribunais (“faz as vezes de uma apelação”, diante das causas de
r ata 86 gm
competência originária);

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J 0 ra
 Prazo: 15 dias;
A t u
 Órgão de interposição: é dirigido ao o relator do acórdão recorrido.
n d
ta
 Órgão de julgamento: é o STF ou o STJ;
a
jo n
 Efeitos: devolutivo.
 ROC para STF: é cabível quando diante de Mandado de Segurança, Habeas Data e
Mandado de Injunção, que tenham sido decididos em única instância pelos Tribunais
Superiores, quando denegatória a decisão.
 ROC para STJ:
 É cabível quando o Mandado de Segurança for decidido em única instância
pelos Tribunais Regionais Federais ou tribunais estaduais quando a decisão
for denegatória.

27
 Em processos nos quais forem partes, de um lado estado estrangeiro ou
organismo internacional e da outra parte município ou pessoa residente no
país. A competência para o processo e julgamento desse conflito é da JF (art.
109, II, da CF). O juiz federal profere, nesse caso, uma sentença. Dessa sentença,
caberá recurso ordinário para o STJ21.

Na hipótese do julgamento desse caso, para as decisões interlocutórias caberá agravo de


instrumento, que será dirigido ao STJ, conforme §1º, do art. 1.028, do CPC.

a l
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d e
Os recursos serão interpostos perante o tribunal de origem, excluída a hipótese da alínea b,
E dad
e
do inciso II, do art. 1.027, do CPC, cabendo ao presidente ou vice-presidente determinar a
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intimação do recorrido para, em 15 dias, apresentar contrarrazões.
p
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A J 0 ra
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Não há mais juízo de admissibilidade do recurso ordinário constitucional.
jo
29.3.6 Recurso Especial

 Cabimento: as causas decididas em única ou última instância, pelos Tribunais


Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios,
quando a decisão recorrida:

 Contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;

21
Vide questão 6.
28
 Julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal;
 Der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro
tribunal.

A decisão de inadmissibilidade do recurso especial não é formada por capítulos


autônomos, mas por um único dispositivo, o que exige sua impugnação total. Em outras
palavras, o agravante deve atacar, de forma específica, TODOS os fundamentos da decisão que,
na origem, inadmitiu o recurso especial22.

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Para ser cabível o recurso especial, essa divergência deve ser:
E dad d e
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Divergência externa: divergências entre tribunais diferentes;

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Divergência atual: não pode estar superada, ou seja, é atual o risco de ter decisões diferentes;

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r ata 86 gm
Divergência sobre a mesma tese: o mesmo dispositivo legal;
e
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J 0 ra
Comparação analítica e pontual da divergência: o recorrente, nas razões, precisa pontuar os
A t u
aspectos comuns dos casos e indicar as divergências;
n d
a ta
Prova da existência do acórdão paradigma da divergência: cópia autenticada, certidão do
jo n
tribunal, citação do repositório, cópia extraída da internet, com fonte citada.

 Prazo: 15 dias;
 Órgão de interposição: é dirigido ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal
recorrido;
 Órgão de julgamento: o STJ;

22
STJ. Corte Especial. EAREsp 831.326-SP, Rel. Min. João Otávio de Noronha, Rel. Acd. Min. Luis Felipe Salomão,
julgado em 19/09/2018 (Info 638).
29
 Efeitos23: devolutivo.

Se interposto recurso especial para o STJ e o Tribunal entender que a questão é


constitucional, deve ser concedido o prazo de 15 dias ao recorrente para que ajuste seu
recurso às características do recurso extraordinário, abordando as questões da repercussão
geral e, ainda, manifestando-se sobre a questão constitucional que o STJ entendeu existir; após,
remeterá ao STF (princípio da fungibilidade). Essa regra também é aceita no sentido inverso,
a l
io
caso a parte interponha o RExt, mas o STF entenda que o caso se trate de um REsp, pode n
a c
cumprir os requisitos do recurso especial e ter seu recurso julgado.
u c
E dad d e
e
O STJ tem entendimento no sentido de que não deve ser conhecido o recurso especial
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tirado de agravo de instrumento quando sobrevém sentença de extinção do processo sem
p
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resolução de mérito, que não foi objeto de apelação24.

e um n D .4 a
r ata 86 gm
29.3.7 Recurso Extraordinário

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A J 0 ra
 Cabimento: as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão
t u
recorrida:
n d
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Compete ao STF julgar, mediante recurso extraordinário, as “causas” decididas em
jo n
única ou última instância (art. 102, III, da CF/88). O vocábulo “causa” referido no inciso
III do art. 102 da CF/88 só abrange processos judiciais, razão pela qual é incabível a
interposição de recursos extraordinários contra acórdãos proferidos pelos Tribunais

23
Vide Questão 4.
24
STJ. 3ª Turma. REsp 1750079-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 13/08/2019 (Info 654).
30
em processos administrativos, inclusive aqueles de natureza disciplinar instaurados
contra magistrados25.
 Contrariar dispositivo da Constituição;
 Declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
 Julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face da Constituição;
 Julgar válida lei local contestada em face de lei federal.
 Prazo: 15 dias;
 Órgão de interposição: é dirigido ao presidente ou ao vice-presidente do Tribunal
recorrido;

 Órgão de julgamento: é o STF ou o STJ;


 Efeito26: devolutivo.

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Tanto o recurso especial, quanto o recurso extraordinário, serão recebidos pela secretaria do

e r ata 86 gm um n D .4 a
Tribunal, que intimará o recorrido para apresentar contrarrazões, no prazo de 15 dias. Percebe-

V on 24.5 67@
se que houve mitigação à regra do CPC acerca da extinção do juízo de admissibilidade pelo
d
órgão a quo, A J 0 ra
pois, no caso de REsp e RExt, permanece a necessidade de duplo juízo de
t u
admissibilidade.
n d
a ta
jon que é possível reconhecer, também na instância extraordinária, a
Ademais, destaque-se
possibilidade da homologação do pedido de renúncia ao direito sobre o qual se funda a ação,
quando postulado por procurador habilitado com poderes específicos, desde que anterior ao
julgamento final do recurso extraordinário27.

25
STF. 2ª Turma. ARE 958311/SP, rel. org. Min. Teori Zavaski, red.p/ac. Min. Gilmar Mendes, julgado em 27/02/2018
(Info 892).
26
Vide Questão 4.
27
STF. 2ª Turma. RE 514639 QO/RS, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 10/5/2016 (Info 825).
31
29.3.8.1 Repercussão geral em recurso extraordinário:

Trata-se de requisito específico de interposição do recurso extraordinário, conforme


art. 1.035 do CPC.

Para reconhecimento de repercussão geral, é necessário que a parte demonstre a


transcendência das questões do processo. Deve-se demonstrar a relevância da questão do
ponto de vista econômico, político, social ou jurídico, sendo permitida a participação de
amicus curiae para a análise da repercussão.

Vale a pena você observar a didática explanação sobre esse julgado, produzida pelo Blog
do Dizer o Direito: Determinado indivíduo ingressou com pedido de registro para concorrer às
eleições de Prefeito sem estar filiado a partido político (candidatura avulsa). O pedido foi
a l
indeferido em todas as instâncias e a questão chegou até o STF por meio de recurso
io n
a c
extraordinário. Ocorre que, quando o STF foi apreciar o tema, já haviam sido realizadas as
u c
d e
eleições municipais. Diante disso, suscitou-se que o recurso estava prejudicado. O STF
E dad
e
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reconheceu que, na prática, realmente havia uma prejudicialidade do recurso tendo em vista

p o So
que as eleições se encerraram. No entanto, o Tribunal decidiu superar a prejudicialidade e
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atribuir repercussão geral à questão constitucional discutida dos autos. Isso significa que o STF

um n D .4 a
r ata 86 gm
admitiu o processamento do recurso e em uma data futura irá examinar o mérito do pedido,
e
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ou seja, se podem ou não existir candidaturas avulsas no Brasil. Entendeu-se que o mérito do
d
A J 0 ra
recurso deveria ser apreciado tendo em vista sua relevância social e política. Eventual prejuízo
t u
n d
parcial do caso concreto subjacente ao recurso extraordinário não é impeditivo do
a ta
n
reconhecimento de repercussão geral28.
jo
O CPC não exige mais a preliminar formal para suscitar a repercussão geral, podendo a
repercussão geral ser deduzida no teor do recurso, sendo dispensável tópico específico.

A repercussão geral é presumida quando o acórdão impugnado contrariar súmula ou


jurisprudência dominante do STF ou quando o acórdão reconhecer a inconstitucionalidade
de tratado ou lei federal.

28
STF. Plenário.ARE 1054490 QO/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 5/10/2017 (Info 880).
32
Reconhecida a repercussão geral, o STF determinará a suspensão de todos os processos
pendentes no território nacional que tratam sobre a matéria a ser julgada.

O reconhecimento da repercussão geral no Plenário Virtual não impede sua rediscussão


no Plenário físico, notadamente quando tal reconhecimento tenha ocorrido por falta de
manifestações suficientes29.

29.3.8.2 RExt e REsp Repetitivos

Existindo no Tribunal de Justiça multiplicidade de recursos com fundamentos em uma


mesma questão de direito, esses recursos serão julgados com base nos recursos repetitivos.

O Tribunal local irá selecionar dois ou mais recursos, que serão os recursos
representativos da controvérsia ou paradigmas, para que sejam encaminhados ao STF ou ao
a l
STJ, suspendendo todos os processos correspondentes ao tema, no Estado ou na região.io n
a c
c
Segundo o Enunciado 23 da ENFAM, a determinação de suspensão é obrigatória.
u
E dad d e
e
Selecionados os recursos e encaminhados à Brasília, o relator irá proferir a decisão de
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afetação, que:
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 Identificará com precisão a questão a ser submetida a julgamento;
um n D .4 a
r ata 86 gm
 Determinará a suspensão do processamento de todos os processos no território
e
d V on 24.5 67@
nacional, que tenham fundamento na mesma questão de direito;
A J 0 ra
t
 Poderá requisitar aos presidentes ou vice dos Tribunais de Justiça ou TRFs, de outros
u
d
n representativo da matéria discutida. Serão pedidos para
a t a
Estados e regiões, recurso

jo n
subsidiar o julgamento.

Contra a decisão de suspensão, havendo no entendimento da parte distinção do seu


caso quanto aos recursos suspensos, caberá requerimento de prosseguimento, que será
dirigido ao:

 Juiz, se o processo estiver em primeiro grau; (desafia agravo de instrumento);

29
STF. Plenário. RE 584247/RR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 27/10/2016 (Info 845).
33
 Ao relator, se o processo sobrestado estiver no Tribunal de origem; (desafia agravo
interno);
 Ao relator de acórdão recorrido, se for sobrestado recurso especial ou recurso
extraordinário no Tribunal de origem; (desafia agravo interno);

 Ao relator no Tribunal Superior, de recurso especial ou de recurso extraordinário


cujo processamento houver sido sobrestado; (desafia agravo interno).

O relator, no Tribunal Superior, poderá ouvir amicus curiae, designar audiência pública,
requisitar informações aos tribunais inferiores, ou ouvir o Ministério Público.

A decisão deverá ser proferida em 01 (um) ano, com preferência de julgamento,


ressalvados os casos de réu preso e pedido de habeas corpus.

a l
Após a decisão e a publicação do acórdão paradigma, deverá:
io n
a c
c
 O presidente ou vice-presidente do Tribunal de origem negar seguimento aos
u
E dad d e
recursos especiais ou extraordinários sobrestados na origem, se o acórdão recorrido
e
rt le
coincidir com a orientação do tribunal superior;
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 O órgão que proferiu o acórdão recorrido, na origem, reexaminar o processo de

um n D .4 a
competência originária, a remessa necessária ou o recurso anteriormente julgado, se

e r ata 86 gm
o acórdão recorrido contrariar a orientação do Tribunal Superior;

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 Suspensos em primeiro grau de jurisdição, o processo retomar o seu curso para
A J 0 ra
t u
julgamento e aplicação da tese firmada pelo Tribunal Superior.
d
n versarem sobre questão relativa à prestação de serviços
 t a
Se os recursos paradigmas
adeverá ser comunicada ao órgão competente que fiscalize o
jo n
públicos, a decisão
cumprimento dessa decisão.

29.3.8 Agravo em RExt e REsp

Quando o juízo de admissibilidade for negativo, caberá o agravo em RExt e REsp, salvo
quando a decisão é fundada na aplicação de precedente de repercussão geral e de recurso
especial repetitivo.

34
O recurso será dirigido ao presidente ou vice do tribunal local, independe do
pagamento de custas e despesas postais, e, ainda na origem, será permitido o contraditório,
de forma que será o recorrido intimado para, em 15 dias, apresentar contrarrazões. Não cabe
ao órgão a quo examinar a admissibilidade do agravo, mas tão somente remetê-lo à instância
superior.

Será interposto um agravo para cada recurso inadmitido e, havendo interposição


conjunta, o recurso será encaminhado primeiramente ao STJ e, após a conclusão do
julgamento, independente de pedido, os autos serão remetidos ao STF para apreciação do
agravo a ele dirigido, salvo se estiver prejudicado.

29.3.9 Embargos de Divergência


a l
io n
Visa uniformizar a jurisprudência interna do STJ e STF, em caso de divergência entre

a c
órgãos fracionários destes Tribunais.
u c
E dad d e
 Cabimento: é embargável o acórdão de órgão fracionário do tribunal que:
e
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 Em recurso extraordinário ou especial, divergir do julgamento de qualquer outro
p
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órgão do mesmo tribunal, sendo os acórdãos embargados e paradigmas de
mérito;

e um n D .4 a
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 Em recurso extraordinário ou em recurso especial, divergir do julgamento de

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qualquer outro órgão do mesmo tribunal, sendo um acórdão de mérito e outro
t u
que não tenha conhecido do recurso, embora tenha apreciado a controvérsia.
n d
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 Prazo de interposição: 15 dias.
a
jo n
Poderão ser confrontadas teses jurídicas contidas em julgamento de recursos e de
ações em competência originária.

Cabem embargos de divergência no âmbito de agravo que não admite recurso especial
com base na Súmula 83/STJ para dizer que, no mérito, o acórdão impugnado estaria em
sintonia com o entendimento firmado por esta Corte Superior30.

30
STJ. 1ª Seção. EAREsp 200299-PE, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 23/8/2017 (Info 610).
35
Cabem embargos de divergência contra acórdão que, em agravo regimental, decide
recurso especial.

A divergência que autoriza a interposição dos embargos de divergência pode ser analisada
tanto no que diz respeito ao direito material quanto ao direito processual.

Excepcionalmente, caberão embargos de divergência quando o embargo paradigma foi

a l
proferido na mesma turma que julga o da parte interessada, porém houve uma alteração na
composição em mais da metade de seus membros. ion
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u c
A interposição de embargos de divergência no STJ interrompe o prazo para a
E dad d e
e
interposição de recurso extraordinário por qualquer das partes.
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n d
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36
30. Ações de Competência Originária dos Tribunais

30.1 Ação Rescisória

No que diz respeito à natureza jurídica da ação rescisória, temos que ela é uma espécie
de ação autônoma de impugnação da decisão judicial, a qual busca a desconstituição da
coisa julgada.

A ação rescisória, contudo, não é o único meio de impugnação das sentenças transitadas
em julgado. Além dela, é possível o ajuizamento de ações anulatórias ou declaratórias de
nulidade e ações declaratórias de ineficácia.

a l
No tocante à competência, temos que o julgamento da ação rescisória é sempre realizado
pelos tribunais.
io n
a c
u c
A ação rescisória será cabível contra decisão de mérito, transitada em julgado, se:
E dad d e
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 Se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do
juiz; p o So
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 Foi proferida por juiz impedido ou absolutamente incompetente;
um n D .4 a
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 Quando a decisão resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da
e
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parte vencida ou, ainda, de simulação ou colusão entre as partes a fim de fraudar a
d
A J 0 ra
lei; t u
Ofender a coisa julgada;n d

t a
a para desconstituir decisão judicial transitada em julgado que
n
Não cabe ação rescisória
jo
apenas homologou acordo celebrado entre pessoa jurídica e o Estado-membro em
uma ação judicial na qual se discutiam créditos tributários de ICMS. É cabível, neste
caso, a ação anulatória, nos termos do art. 966, §4º, do CPC. É inadmissível a ação
rescisória em situação jurídica na qual a legislação prevê o cabimento de uma ação
diversa31.

 Violar manifestamente norma jurídica;

31
STF. Plenário. AR 2697 AgR/RS, Rel. Min. Edson Fachin, julgadoem 21/3/2019 (Info 934).
37
 Também cabe rescisória, se a decisão transitada em julgado é baseada em
enunciado de súmula, precedente e, embora baseada nesse precedente, não
considerou a existência de distinção entre a situação concreta e o padrão
decisório que lhe deu fundamento.
Na ação rescisória fundada em literal violação de lei, não cabe o reexame de
toda a decisão rescindenda, para verificar se nela haveria outras violações à lei
não alegadas pelo demandante, mesmo que se trate de questão de ordem
pública32.
O fato de o magistrado não reconhecer, de ofício, a prescrição não redunda na
ofensa à literalidade do §5º do art. 219 do CPC/1973, a subsidiar ação rescisória,
com fulcro no art. 485, V, CPC/1973 (art. 966, V, CPC/2015)33.

a l
io n
a c
u c
E dad d e
e
rt le
p o So
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Nesses casos, caberá ao autor, sob pena de inépcia, demonstrar, de forma fundamentada e

e um n D .4 a
particularizada, que a situação concreta é distinta ou que à questão jurídica não examinada
r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
precisa que seja imposta outra situação jurídica.

A J 0 ra
t
 Falsidade de prova;
u
d
n posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova, cuja

t a
Quando o autor obtiver,
aou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar
jo n
existência ignorava
pronunciamento favorável.
Quando esse inciso VII fala em prova nova, engloba não apenas a prova documental,
mas qualquer outra espécie de prova, inclusive a prova testemunhal. Assim, no novo
ordenamento jurídico processual, qualquer modalidade de prova, inclusive a

32
STJ. 3ª Turma. REsp 1663326-RN, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 11/02/2020 (Info 665).
33
STJ. 3ª Turma. REsp 1749812-PR, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 17/09/2019 (Info 656).
38
testemunhal, é apta a amparar o pedido de desconstituição do julgado rescindendo
na ação rescisória34.
 For fundado em erro de fato verificável no exame dos autos.

O §2º, do art. 966, do CPC, traz uma importante novidade, pois também será cabível ação
rescisória contra decisões que não sejam de mérito, desde que estas decisões impeçam:

 Nova propositura da demanda;


 Admissibilidade do recurso correspondente.

Referente à legitimidade ativa, o art. 967 do CPC, elenca os seguintes sujeitos:

 Quem foi parte no processo ou o seu sucessor, a título universal ou singular;


 Terceiro juridicamente interessado;
a l
 Ministério Público; e io n
a c
c
 Aquele que não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção.
u
E dad d e
e
Já no que se refere à legitimidade passiva, temos que devem figurar no polo passivo da
rt le
o So
ação rescisória, todos os que participaram da demanda originária.
p
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A ação rescisória é de competência originária dos tribunais e a eles será dirigida. A
um n D .4 a
r ata 86 gm
inicial deverá seguir o que determina o artigo 319 e, ainda:
e
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
 Cumular o pedido da rescisão e, se for o caso, o de novo julgamento do processo;
t u
d
 Depositar a importância de 5% sobre o valor da causa, que se converta em multa,
n
a ta
caso a ação seja, por unanimidade de votos, declarada inadmissível ou improcedente.
jo n
Não será recolhido o valor de 5% das pessoas jurídicas de direito público, do MP, da
Defensoria Pública e dos que tenham obtido o benefício da gratuidade judiciária, de maneira
que o depósito não ultrapassará mil salários mínimos, ou seja, os 5% estarão limitados a esse
valor.

34 STJ. 3ª Turma. REsp 1770123-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 26/03/2019 (Info 645).

39
O ajuizamento de ação rescisória não impede o cumprimento da decisão rescindenda, ao
menos que seja obtida uma tutela provisória na ação rescisória.

O relator ordenará a citação do réu, designando-lhe prazo nunca inferior a 15 dias e


nem superior a 30 dias para, querendo, apresentar resposta. Se os fatos alegados pelas partes
demandarem a produção de prova, serão os autos remetidos ao juízo que proferiu a decisão
rescindenda, fixando o prazo de 01 a 03 meses para a devolução dos autos.

O prazo para interpor a ação rescisória é decadencial de 02 anos e será contado do


trânsito em julgado da última decisão proferida no processo, havendo prorrogação para o
primeiro dia útil subsequente à data do término, na eventualidade de o termo final do prazo
ocorrer em dia que não haja expediente forense.

a l
Essa disposição traz a superação da Súmula 401 do STJ, que dizia que “o prazo
io n
a c
decadencial da ação rescisória só se inicia quando não for cabível qualquer recurso do último
u c
pronunciamento judicial”.
E dad d e
e
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Havendo conflito entre sentenças transitadas em julgado deve valer a coisa julgada
p o So
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formada por último, enquanto não invalidada por ação rescisória35.

e um n D .4 a
Se a ação for fundada em prova nova, o termo inicial do prazo será o da descoberta da
r ata 86 gm
V on 24.5 67@
prova nova, porém, deve-se observar o prazo máximo de 05 anos, contados do trânsito em
d
A J 0 ra
julgado da última decisão proferida no processo, para que se inicie o prazo de dois anos.
t u
Se a ação rescisória se dern
d
a t a em virtude de simulação ou colusão das partes, o prazo
começará a contar para o n
jo terceiro interessado e para o MP a partir do momento em que têm
ciência da simulação ou da colusão. Nesse caso, não há limite temporal, mas deverá ser
proposta no prazo de até 02 anos do descobrimento.

Segundo Marcus Vinícius Gonçalves, os limites do julgamento na ação rescisória são os


limites da lide originária. Ainda que a decisão rescindida seja uma sentença, o tribunal que julgar

35 STJ. Corte Especial. EAREsp 600811/SP, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 04/12/2019.
40
a ação rescisória terá competência para promover o novo julgamento, em substituição ao
anterior.

Juízo rescindente: aquele em que o órgão julgador rescinde a decisão impugnada;

Juízo rescisório: aquele em que, se for o caso, proceder-se-á a novo julgamento.

Por fim, vale lembrar que o entendimento recente do STJ é no sentido de que não é
cabível ação rescisória contra decisão do Presidente do STJ proferida em Suspensão de Liminar
e de Sentença, mesmo que transitada em julgado36.

a l
io n
a c
u c
E dad d e
O §3º, do art. 966, do CPC, aduz que a ação rescisória pode ter por objeto apenas 01 (um)
e
rt le
o So
capítulo da decisão. Desse modo, a ação rescisória pode ter por objeto apenas um capítulo
p
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da decisão, nos casos de decisões parciais de mérito.

e r a
ta 86 gmum n D .4 a
30.2 Ação de Nulidade/Inexistência da Sentença
V n 4 .5 7@
Ad Jo 2 contra
Além da ação rescisória, que0se voltara
u t
6 a sentença de mérito, os demais provimentos
jurisdicionais que não dependem de d
n sentença, ou quando esta for meramente homologatória,
t a
aos atos jurídicos em geral, nos termos da lei civil.
podem ser rescindidos como
jo n
Aqui, pode ocorrer demanda destinada a declarar a nulidade da sentença de mérito, por
vício do art. 145 do Código Civil (querela nullitatis insanabilis). Assim, nula a citação, não se
constitui a relação jurídica processual e a sentença não transita em julgado, podendo, a qualquer
tempo, ser declarada nula, em ação com esse objetivo, ou em embargos à execução, se for o
caso (art. 917, VI, do CPC).

36 STJ. Corte Especial. AR 5857-MA, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 07/08/2019 (Info 654).

41
Intentada a rescisória, não será possível julgá-la procedente, por não ser o caso de
rescisão. Deverá ser, não obstante, declarada a nulidade do processo a partir do momento em
que se verificou o vício.

30.3 Reclamação

No que tange à natureza jurídica da reclamação37, encontramos certa divergência


doutrinária, uma vez que, alguns defendem ser ela uma ação propriamente dita (conforme
Marcelo Novelino), enquanto outros defendem que se trata de um verdadeiro exercício do
direito de petição (Pedro Lenza).

O que devemos incutir em nossa mente é que a reclamação não pode ser equiparada a
recurso.
a l
io n
c
Basicamente, o CPC buscou valorizar a reclamação no sentido de permitir que esta serve
a
u c
não somente para preservar as decisões proferidas pelas Cortes Superiores, mas, também, para
E dad d e
garantir o efeito vinculante das decisões prolatas por TRFs e TJs.
e
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p o So
Assim, caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para:
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e um n D .4 a
 Preservar a competência do tribunal;
r ata 86 gm
 Garantir a autoridade das decisões do tribunal;

d V on 24.5 67@
J 0 ra
 Garantir a observância de enunciado de súmula vinculante e de decisões do STF
A t u
em controle concentrado de constitucionalidade; e
n d
ta
 Garantir a observância de acórdão proferido em incidente de resolução de
a
jo n
demandas repetitivas ou em incidente de assunção de competência.

É inadmissível a reclamação após o trânsito em julgado da decisão reclamada ou


quando proposta para garantir a observância de acórdão de recurso extraordinário com
repercussão geral reconhecida, ou de acórdão proferido em julgamento de recurso
extraordinário ou especial repetitivos, quando não esgotadas as instâncias ordinárias.

37
Vide Questão 10.
42
A inadmissibilidade ou o julgamento de recurso interposto contra a decisão proferida
pelo órgão reclamado não prejudica a reclamação, ou seja, o uso da reclamação não está
condicionado ao recurso eventualmente interposto contra a decisão.

É cabível reclamação no âmbito dos Juizados Especiais. Competentes os Tribunais de


Justiça para o julgamento de reclamações contra decisões de Turmas Recursais dos JESPS,
aplicando-se, no que couber, os termos dos artigos 988 a 993 do CPC.

a l
io n
Enunciado 138: É cabível reclamação contra acórdão que aplicou indevidamente tese jurídica

a c
c
firmada em acórdão proferido em julgamento de recursos extraordinário ou especial repetitivos,
u
d e
após o esgotamento das instâncias ordinárias, por analogia ao quanto previsto no art. 988, §4º,
E dad
do CPC. e
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A petição inicial da reclamação deverá ser dirigida ao Presidente do Tribunal e, após ser

e um n D .4 a
distribuída ao relator, esse requisitará informações em 10 dias, e citará o beneficiário, para que
r ata 86 gm
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apresente contestação em 15 dias. Em seguida, será ouvido o Ministério Público, desde que não
d
A J 0 ra
seja o autor da reclamação, em 5 dias.
t u
d
Contra a decisão proferidanem sede de reclamação cabe embargos de declaração e,
a ta
jon extraordinário, desde que verificadas as hipóteses constitucionais.
eventual recurso especial ou

43
31. Incidentes de Competência Originária dos Tribunais38

31.1 Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas

Podemos dizer que é um procedimento instaurado incidentalmente nos julgamentos de


processos de competência originária, recursos e remessa necessária (vide parágrafo único,
do art. 978, do CPC), perante os TJs e TRFs.

É cabível quando vislumbrada a repetição de causas fundadas na mesma questão de


direito, em circunstância que tem o condão de causar insegurança jurídica e ofensa à
isonomia, frente às decisões conflitantes sobre uma mesma questão jurídica.

a l
ion
a c
u c
E dadd e
e
rt le
p o So
O IRDR NÃO é uma espécie recursal.
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massa, demandas repetitivas.e um n D .4 a
O instituto advém de uma preocupação do legislador, no que se refere às causas de
r ata 86 gm
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A J 0 ra
Instaurado esse incidente, os processos que versarem sobre aquela questão, ficarão
t u
n d
suspensos até que o tribunal competente analise a matéria. Todos os processos que estavam
a ta
n
suspensos ficarão vinculados à decisão do tribunal.
jo
É cabível quando houver simultaneamente:

 Efetiva repetição de processos que contenham controvérsias sobre a mesma


questão de direito;

 Risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica.

38
Vide Questão 1.
44
A desistência da ação não impede o exame do mérito, já que o IRDR tem motivação pública,
havendo interesse na apreciação do mérito da matéria.

O Ministério Público será sempre intimado para atuar como fiscal da lei, devendo assumir
a ação em caso de desistência ou abandono.

Não será cabível IRDR quando o STF ou o STJ já tiverem afetado o recurso para
a l
n
definição de tese de direito material ou processual repetitiva. Ou seja, se já houver REsp ou
io
a c
RExt repetitivo sobre o assunto no Tribunal Superior, NÃO poderá ser instaurado o IRDR!
u c
E dad d e
Não caberá a instauração de IRDR se já encerrado o julgamento de mérito do recurso ou
e
rt le
da ação originária, mesmo que pendente de julgamento embargos de declaração39.
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A interposição de IRDR dispensa o pagamento de custas.

e um n D .4 a
r ata 86 gm
O pedido é instaurado perante o presidente do Tribunal, sendo partes legítimas para
tanto:
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
t u
 Juiz ou relator, de ofício;
n d
 Partes, por petição; a ta
jo n
 Ministério Público e Defensoria Pública, por petição.

O julgamento do IRDR será de competência do órgão responsável pela uniformização


de jurisprudência no Tribunal, conforme norma de organização judiciária. Instaurado o IRDR,
o CNJ terá a competência de promover a publicidade e a ampla divulgação do incidente, com
o objetivo de publicizar aos eventuais interessados em decisões sobre o tema.

39 STJ. 2ª Turma. AREsp 1470017-SP, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado em 15/10/2019 (Info 658).

45
É irrecorrível o acórdão que admite ou inadmite o Incidente de Resolução de Demandas
Repetitivas – IRDR40.

O julgamento do IRDR deverá ser feito no prazo máximo de um ano.

No julgamento do incidente, o relator exporá qual será o objeto do incidente e permitirá


a sustentação oral, ao autor e ao réu do processo originário e ao MP, pelo prazo de 30 minutos.
Também será permitido aos demais interessados sustentarem oralmente suas razões, pelo prazo
de 30 minutos, divididos entre todos. Se forem muitos interessados, poderá ser ampliado o
prazo.

São poderes do relator:

 Suspender os processos pendentes que tramitam no Estado, se corre na justiça


a l
estadual ou na região, se corre na justiça federal; io n
a c
c
 Requisitar informações a órgãos em cujo juízo tramita processo no qual se discute
u
o objeto do incidente;
E dad d e
 Ouvir partes e interessados – inclusive e
rt amicusle curiae e MP -, todos em 15 dias,
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admissível a realização de audiência pública, tendo em vista a grande repercussão

um n D .4 a
que esse processo vai trazer a todos.

e r ata 86 gm
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Julgado o IRDR, a tese será aplicada a todos os processos, individuais ou coletivos, que
d
A J 0 ra
versem sobre idêntica questão, inclusive os processos que tramitam no âmbito dos juizados
t u
d
especiais que tramitam no território de competência do tribunal.
n
a ta
jon 21 da ENFAM, o IRDR pode ser suscitado com base em demandas
Segundo o Enunciado
repetitivas em curso nos juizados especiais. Já o 44 afirma que se admite o IRDR nos juizados
especiais, que deverá ser julgado por órgão colegiado de uniformização do próprio sistema.

Também será aplicada a tese aos casos futuros que versarem sobre idêntica questão de
direito e que venham a tramitar no território de competência do tribunal, salvo se houver revisão
da tese firmada, conforme artigo 986 do CPC. Se a tese não for observada caberá reclamação.

40
STJ. 3ª Turma. REsp 1631846-DF, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, Rel. Acd. Min. Nancy Andrighi, julgado
em 05/11/2019 (Info 661).
46
Vale ressaltar que o procedimento de alegação de distinção (distinguishing) entre a
questão debatida no processo e a questão submetida ao julgamento sob o rito dos recursos
repetitivos, previsto no art. 1.037, §§9º a 13, do CPC, aplica-se também ao IRDR41.

Da decisão que julga o IRDR, caberá recursos especial ou extraordinário. Esses recursos têm,
EXCEPCIONALMENTE, efeito suspensivo e ainda têm repercussão geral presumida!

a l
io n
a c
u c
E dad d e
e
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Enunciado 140: A suspensão de processos pendentes, individuais ou coletivos, que tramitam
u ra 92
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no Estado ou na região prevista no art. 982, I, do CPC não é decorrência automática e necessária

um n D .4 a
r ata 86 gm
da admissão do IRDR, competindo ao relator ou ao colegiado decidir acerca da sua conveniência.
e
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J 0 ra
Enunciado 141: É possível a conversão de Incidente de Assunção de Competência em Incidente
A t u
de Resolução de Demandas Repetitivas, se demonstrada a efetiva repetição de processos em
n d
ta
que se discute a mesma questão de direito.
a
jo n
Enunciado 142: Determinada a suspensão decorrente da admissão do IRDR (art. 982, I), a
alegação de distinção entre a questão jurídica versada em uma demanda em curso e aquela a
ser julgada no incidente será veiculada por meio do requerimento previsto no art. 1.037, §10.

Enunciado 143: A revisão da tese jurídica firmada no incidente de resolução de demandas


repetitivas pode ser feita pelas partes, nos termos do art. 977, II, do CPC/2015.

41
STJ. 3ª Turma. REsp 1846109-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 10/12/2019 (Info 662).
47
O IAC (Incidente de Assunção de Competência) será instaurado quando a questão de
direito for relevante, mas NÃO repetitiva. Pois, se for repetitiva, o tribunal deverá instaurar o
IRDR.

31.2 Incidente de Assunção de Competência

Trata-se de um redirecionamento da competência para o julgamento de recurso,


a l
n
remessa necessária ou processo de competência originária do Tribunal a um órgão fracionário
io
mais importante do Tribunal, indicado pelo regimento interno.
a c
u c
d e
Está previsto no artigo 947 do CPC e permite que o próprio relator submeta o julgamento
E dad
e
rt le
de uma dada causa ao Órgão colegiado de maior abrangência dentro do Tribunal.

p o So
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A finalidade é a prevenção ou composição de divergência entre órgãos fracionários do
Tribunal.

e um n D .4 a
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Há, fundamentalmente, quatro requisitos, previstos no artigo 947 do CPC:
d
A J 0 ra
t u
 Existência de recurso, remessa necessária ou processo de competência originária
n d
em Tribunal;
a ta
jo n
 Relevante questão de direito a respeito da qual seja conveniente a prevenção ou a
composição de divergência entre câmaras ou turmas do Tribunal;
 Grande repercussão social sobre o assunto;
 Ausência de repetição em múltiplos processos.

É inadmissível incidente de assunção de competência fora das situações previstas no art.


947 do CPC/201542.

42
STJ. 1ª Seção. AgInt na Pet 12642-SP, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 14/08/2019 (Info 659).
48
Publicado o acórdão proferido em assunção de competência, este vinculará todos os
juízes e os órgãos fracionários vinculados ao Tribunal, exceto se houver revisão de tese.

31.3 Incidente de Arguição de Inconstitucionalidade

No ordenamento jurídico brasileiro há duas formas de controle de constitucionalidade de


lei ou de ato normativo do poder público: o controle concentrado, de competência exclusiva
do Supremo Tribunal Federal (art. 102, I, “a”, CF), realizado por meio do processo objetivo; ou o
controle difuso, de competência de qualquer juízo, e realizado de forma incidental em
qualquer processo no qual a inconstitucionalidade se mostre como prejudicial ao julgamento
do mérito.

l
Caso ocorra em sede de juízo de primeiro grau, não há qualquer especialidade
a
io n
procedimental para a declaração incidental de inconstitucionalidade, resolvendo-se como uma
a c
c
questão prejudicial. Porém, caso ocorra em sede recursal ou de ações de competência
u
E dad d e
originária, deve-se respeitar a reserva de plenário (art. 97, da CF), e deve-se seguir o
e
rt le
procedimento previsto nos arts. 948 a 950 do CPC.
p o So
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Não existe previsão a respeito da legitimidade ativa para a suscitação do incidente de

e um n D .4 a
arguição de inconstitucionalidade, então, entende-se pela legitimidade ampla.
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Quanto ao momento, não existe preclusão temporal para a suscitação do incidente de
d
A J 0 ra
t
inconstitucionalidade. A única exigência, é que o incidente seja arguido antes do julgamento
u
do recurso, reexame necessário ou d
n do processo de competência originária.
a t a
Segundo o artigojo
n
948 do CPC, suscitado o incidente de inconstitucionalidade de lei ou
de ato normativo, caberá ao relator, após a oitiva do Ministério Público, submeter a questão à
turma ou câmara competente para o julgamento do processo.

A decisão de rejeição ou acolhimento do incidente pelo órgão fracionário é somente


do incidente processual de arguição de inconstitucionalidade, restando o recurso, processo ou
reexame necessário sobrestado até seu julgamento definitivo. O sobrestamento é natural em
razão da natureza prejudicial da questão da inconstitucionalidade da lei ou do ato normativo
do poder público.

49
O artigo 949, parágrafo único, do CPC, prevê que não será cabível o incidente de arguição
de inconstitucionalidade quando já houver pronunciamento do plenário ou órgão especial do
próprio tribunal, ou do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a questão.

Sendo admitido o incidente pelo órgão fracionário e remetido ao plenário ou órgão


especial, o artigo 950, caput, do CPC, prevê que todos os juízes receberão cópia do acórdão,
cabendo ao presidente do tribunal designar a sessão de julgamento. Todos os legitimados ativos
à propositura das ações de controle concentrado de constitucionalidade (art. 103 da CF) poderão
manifestar-se por escrito, apresentando memoriais e juntando documentos (art. 950, §2º, do
CPC).

No julgamento, a declaração de inconstitucionalidade depende da manifestação nesse

a l
sentido da maioria absoluta dos juízes que compõem o tribunal pleno ou o órgão especial, e,

io n
c
possuindo o incidente natureza dúplice, o julgamento de seu mérito declarará ser a norma
a
u c
inconstitucional (procedência) ou constitucional (improcedência).

E dad d e
e
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Qualquer que seja o resultado de mérito do incidente, o órgão fracionário estará

p o So
vinculado a ele, considerando-se que o julgamento que declara a constitucionalidade ou
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inconstitucionalidade passa a fazer parte do julgamento do recurso, causa ou reexame
necessário.
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d V deoSuspensão
n 4.5 de7@
31.4 Incidente
A J 02 ra6 Eficácia de Decisão Judicial
t u
O pedido de suspensão n d
de decisão judicial proferida contra o Poder Público,
t a
a de suspensão de segurança, tem sede legal nas Leis nº
ordinariamente intitulado n
pedido
4.348/64 e nº 8.437/92.
jo
A legitimidade é da pessoa jurídica de direito público, tendo como autoridade
competente para a sua apreciação o presidente do Tribunal que apreciaria eventual recurso
contra a decisão.

Referido pedido, ao qual a doutrina atribui (corretamente) a natureza jurídica de incidente


processual e não de recurso, tem seu cabimento restrito às hipóteses taxativamente previstas

50
na legislação própria, quais sejam: evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à
economia pública.

De acordo com a jurisprudência dominante, as hipóteses de cabimento do incidente não


deixam dúvidas: o pedido tem fundamentação vinculada: grave lesão à ordem, à segurança, à
saúde e à economia, sendo estas as únicas hipóteses (STJ, AGSS 908/RJ, Min. Costa Leite), sendo
suficiente entretanto a presença de qualquer e apenas uma delas (STJ, AGSS927/RJ, Min. Nilson
Naves).

a l
io n
a c
u c
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n d
a ta
jo n

51
QUADRO SINÓTICO

RECURSO
 Cabimento;
 Legitimidade recursal;
 Interesse recursal;

JUIZO DE ADMISSIBILIDADE  Inexistência de fato impeditivo ou extintivo do poder de recorrer;


 Tempestividade;

 Preparo;
a l
 Regularidade formal;
io n
a c
JUIZO DE MÉRITO Dar ou negar o provimento ao recurso.
u c
 Efeito devolutivo; E dad d e
e
rt le
o So
 Efeito suspensivo;
p
EFEITOS DOS RECURSOS u ra 92
S ut 22- il.com
 Efeito translativo;
 Efeito expansivo;

e um n D .4 a
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 Efeito regressivo;

d V on 24.5 67@
Com exceção dos embargos de declaração, que serão interpostos no prazo
A J 0 ra
TEMPESTIVIDADE t de cinco dias, todos os outros recursos serão interpostos no prazo de 15
u
dias. n d
a ta
LUGAR DOS ATOS
jo nEm regra, os atos processuais realizar-se-ão ordinariamente na sede do juízo;
PROCESSUAIS

Remessa da sentença ao Tribunal nos casos em que a Fazenda Pública é


vencida.
Não se aplica a remessa necessária quando a condenação ou o proveito
econômico obtido na causa for de valor certo e líquido inferior a:
REMESSA NECESSÁRIA  1.000 (mil) salários-mínimos para a União e as respectivas autarquias e
fundações de direito público;

 500 (quinhentos) salários-mínimos para os Estados, o Distrito Federal,


as respectivas autarquias e fundações de direito público e os Municípios
que constituam capitais dos Estados;

52
 100 (cem) salários-mínimos para todos os demais Municípios e
respectivas autarquias e fundações de direito público.

Também não se aplica o reexame necessário quando a sentença estiver


fundada em:

 Súmula de tribunal superior;


 Acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior
Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;

 Entendimento firmado em incidente de resolução de demandas


repetitivas ou de assunção de competência;
 Entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no
âmbito administrativo do próprio ente público, consolidada em

manifestação, parecer ou súmula administrativa.

a l
io n
a c
RECURSOS EM ESPÉCIE
u c
E dad d e
 Cabimento: da sentença cabe apelação;
 Prazo: 15 dias; e
rt le
APELAÇÃO p o So
 Órgão de interposição: dirigida ao juízo de primeiro grau;
u ra 92
S ut 22- il.com
 Órgão de julgamento: é o Tribunal competente;

e um n D .4 a
 Efeitos: suspensivo e devolutivo;
r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
 Cabimento: contra as decisões interlocutórias que versarem sobre as

A J 0 ra matérias elencadas no art. 1.015 do CPC;


t u
d
 Prazo: 15 dias;
n
AGRAVO DE INSTRUMENTO
a ta
 Órgão de interposição: dirigido ao Tribunal competente;

jo n  Órgão de julgamento: é o Tribunal competente;

 Efeitos: possui efeito devolutivo e efeito suspensivo, a critério do


relator;

 Cabimento: contra decisão monocrática proferida pelo relator;

 Prazo: 15 dias;

AGRAVO INTERNO  Órgão de interposição: é dirigido ao relator;


 Órgão de julgamento: é o Órgão Colegiado;
 Efeitos: devolutivo;

53
 Cabimento: contra decisões obscuras, contraditórias, omissas e que
apresentem erros materiais;

 Prazo: 5 dias;
EMBARGOS DE
 Órgão de interposição: é dirigido ao juízo ou ao Tribunal que prolatou
DECLARAÇÃO a decisão;

 Órgão de julgamento: é o juízo ou o Tribunal que prolatou a decisão;


 Efeitos: devolutivo e modificativo.

 Cabimento: serve, em regra, para a obtenção do reexame das decisões


de competência originária dos tribunais;

 Prazo: 15 dias;
RECURSO ORDINÁRIO
 Órgão de interposição: é dirigido ao o relator do acórdão recorrido.
 Órgão de julgamento: é o STF ou o STJ;
 Efeitos: devolutivo.
a l
io n
c
 Cabimento: as causas decididas, em única ou última instância, pelos
a
c
Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito
u
E dad d e
Federal e Territórios, quando a decisão recorrida:

 e
rt le
Contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;


p o So
Julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal;

 u ra 92
S ut 22- il.com
Der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído

um n D .4 a
RECURSO ESPECIAL
outro tribunal.

e r ata 86 gm
 Prazo: 15 dias;

d V on 24.5 67@
 Órgão de interposição: é dirigido ao presidente ou ao vice-presidente
A J 0 ra
t do tribunal recorrido;
u
n d
 Órgão de julgamento: o STJ;

a ta
 Efeitos: devolutivo.

jo n
 Cabimento: as causas decididas em única ou última instância, quando a
decisão recorrida:

 Contrariar dispositivo da Constituição;

 Declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;


RECURSO EXTRAORDINÁRIO
 Julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face da
Constituição.

 Julgar válida lei local contestada em face de lei federal.

 Prazo: 15 dias;

54
 Órgão de interposição: é dirigido ao presidente ou ao vice-presidente
do tribunal recorrido;

 Órgão de julgamento: é o STF ou o STJ;


 Efeitos: devolutivo.

AÇÕES DE COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DOS TRIBUNAIS


Será cabível contra decisão de mérito, transitada em julgados, se:

 Se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou


corrupção do juiz;

 For proferida por juiz impedido ou absolutamente incompetente;


 Quando a decisão resultar de dolo ou coação da parte vencedora em

a l
detrimento da parte vencida ou, ainda, de simulação ou colusão entre
as partes a fim de fraudar a lei.
io n
 Ofender a coisa julgada;
a c
u c
AÇÃO RESCISÓRIA
E dad d e
 Violar manifestamente norma jurídica;
Também cabe a rescisória se a decisão transitada em julgado é

e
rt le
o So
baseada em enunciado de súmula, precedente e, embora baseada
p
u ra 92
S ut 22- il.com
nesse precedente, não considerou a existência de distinção entre a
situação concreta e o padrão decisório que lhe deu fundamento;

e um n D .4 a
r ata 86 gm
 Falsidade de prova;

d V on 24.5 67@
 Quando o autor obtiver, posteriormente ao trânsito em julgado, prova

A J 0 ra nova, cuja existência ignorava ou de que não pôde fazer uso, capaz,
t u
por si só, de lhe assegurar pronunciamento favorável;
n d
a ta
 For fundado em erro de fato verificável no exame dos autos.

AÇÃO DE jon
Cabível contra provimentos jurisdicionais que não dependam de
NULIDADE/INEXISTÊNCIA DA sentença, ou quando esta for meramente homologatória.
SENTENÇA

Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para:

 Preservar a competência do tribunal;


RECLAMAÇÃO  Garantir a autoridade das decisões do tribunal;
 Garantir a observância de enunciado de súmula vinculante e de decisões
do STF em controle concentrado de constitucionalidade e

55
 Garantir a observância de acórdão proferido em incidente de resolução
de demanda repetitiva ou em incidente de assunção de competência.

INCIDENTES DE COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DOS TRIBUNAIS


Será cabível quando vislumbrada a repetição de causas fundadas na mesma
INCIDENTE DE RESOLUÇÃO
questão de direito, em circunstância que tem o condão de causar
DE DEMANDAS REPETITIVAS
insegurança jurídica e ofensa à isonomia, frente às decisões conflitantes
(IRDR)
sobre uma mesma questão jurídica.

Será cabível quando houver:

l
 Existência de recurso, remessa necessária ou processo de competência
a
originária em Tribunal;
io n
INCIDENTE DE ASSUNÇÃO
a c
 Relevante questão de direito a respeito da qual seja conveniente a

u c
prevenção ou a composição de divergência entre câmaras ou turmas
DE COMPETÊNCIA (IAC)
do Tribunal; E dad d e
e
rt le
 Grande repercussão social sobre o assunto;

p o So
u ra 92
 Ausência de repetição em múltiplos processos.

S ut 22- il.com
INCIDENTE DE ARGUIÇÃO DE

e um n D .4 a
É a arguição, em controle difuso, da inconstitucionalidade de lei ou de ato
r ata 86 gm
normativo em sede recursal ou ações de competência originária dos

d V on 24.5 67@
INCOSTITUCIONALIDADE
tribunais;

A J 0 ra
INCIDENTE DE SUSPENSÃO  Cabimento: o pedido tem fundamentação vinculada: grave lesão à
t u
DE EFICÁCIA DE DECISÃO
d
ordem, à segurança, à saúde e à economia.
n
JUDICIAL
a ta
jo n

56
QUESTÕES COMENTADAS

Aluno, haja vista a pequena quantidade de questões da carreira de Magistratura


Federal sobre o tema, complementaremos o estudo com questões de outras
carreiras, mas que abordem o assunto com igual nível de complexidade. O
importante é que não deixemos de treinar. Vamos lá?

a l
Questão 1 io n
a c
c
(TRF - 2ª Região - 2018 - TRF - 2ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto) Em termos de
u
d e
E dad
jurisprudência e/ou precedentes qualificados, indicados no art. 927 do Código de Processo Civil,
e
rt le
com efeito vinculativo, para que os juízes e tribunais observem, estão:
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
A) as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade;

um n D .4 a
r ata 86 gm
os enunciados de súmula vinculante; os acórdãos em incidente de assunção de competência ou
e
V on 24.5 67@
de resolução de demandas repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e especial
d
A J 0 ra
repetitivos; os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria constitucional
t u
n d
e do Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional; a orientação do plenário ou do
a ta
n
órgão especial aos quais estiverem vinculados.
jo
B) as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade;
os enunciados de súmula vinculante; os acórdãos em incidente de assunção de competência ou
de resolução de demandas repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e especial
repetitivos; os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria constitucional
e do Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional; a jurisprudência dominante dos
tribunais.

57
C) as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade;
os enunciados de súmula vinculante; os acórdãos em resolução de demandas repetitivas e em
julgamento de recursos extraordinário e especial repetitivos; os enunciados das súmulas do
Supremo Tribunal Federal em matéria constitucional e do Superior Tribunal de Justiça em
matéria infraconstitucional; a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem
vinculados.

D) as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle de constitucionalidade; os enunciados


de súmula vinculante; os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução
de demandas repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e especial repetitivos; os
enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria constitucional e do Superior

l
Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional; a orientação do plenário ou do órgão especial
a
aos quais estiverem vinculados.
io n
a c
u c
d e
E) as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade; os
E dad
e
enunciados de súmula vinculante; os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de
rt le
p o So
resolução de demandas repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e especial
u ra 92
S ut 22- il.com
repetitivos; os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de

um n D .4 a
r ata 86 gm
Justiça; a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem vinculados.
e
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
t u
Comentário: n d
a ta
jo n
Correta letra A. É exatamente a transcrição do texto do dispositivo a seguir:

CPC, Art. 927: Os juízes e os tribunais observarão:

I - as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade;

II - os enunciados de súmula vinculante;

III - os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução de demandas


repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e especial repetitivos;

58
IV - os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria constitucional e do
Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional;

V - a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem vinculados.

Questão 2
(TRF - 3ª REGIÃO - 2018 - TRF - 3ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto) Sobre os embargos de
declaração é CORRETO afirmar:

A) Eles não são via processual adequada para a correção de erro material uma vez que esse
tipo de vício não está sujeito a preclusão.

l
B) Se opostos contra decisão unipessoal, podem ser conhecidos como agravo interno, a ser
a
julgado também monocraticamente.
io n
a c
u c
d e
C) Se eles forem rejeitados ou não houver alteração de resultado, o recurso interposto pela
E dad
e
outra parte antes da publicação do julgamento dos embargos precisará ser ratificado, sob pena
rt le
de preclusão lógica.
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
um n D .4 a
D) Na reiteração de embargos manifestamente protelatórios, haverá elevação da multa e a

e r ata 86 gm
interposição de qualquer recurso fica condicionada ao depósito prévio do valor, mas essa

d V on 24.5 67@
J 0 ra
condição não se aplica ao beneficiário da justiça gratuita.
A t u
n d
a ta
Comentário: jon
Correta letra B. Veja:

Art. 1.026, §3º, do CPC. Na reiteração de embargos de declaração manifestamente protelatórios,


a multa será elevada a até dez por cento sobre o valor atualizado da causa, e a interposição de
qualquer recurso ficará condicionada ao depósito prévio do valor da multa, à exceção da
Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade da justiça, que a recolherão ao final.

59
Questão 3
VUNESP - 2019 - TJ-RO - Juiz de Direito Substituto: Em relação à Fazenda Pública, é correto
afirmar que:

A) goza da prerrogativa do prazo em dobro para todas as manifestações processuais como


parte, mas não como interveniente.

B) proposta ação monitória contra a Fazenda Pública, escoado o prazo sem apresentação de
embargos ao mandato monitório, a constituição do título executivo judicial dependerá, em regra,
da remessa necessária ao tribunal.

C) a sentença arbitral contra a Fazenda Pública está sujeita à remessa necessária, não produzindo
efeito senão depois de confirmada pelo tribunal.
a l
io n
D) é presentada em juízo pela Advocacia Pública, devendo-se exigir a outorga de mandato pelos

a c
entes públicos a seus respectivos procuradores.
u c
E dad d e
E) quando do cumprimento de sentença que impõe uma obrigação de pagar, a Fazenda será
e
rt le
o So
intimada para impugnação, e o prazo previsto no CPC será contado em dobro.
p
Comentário:
u ra 92
S ut 22- il.com
e um n D .4 a
r ata 86 gm
Correta letra B. Ação monitória contra a Fazenda Pública:

d V on 24.5 67@
A J 0 ra
Segundo o art. 701, §4º, do Novo CPC, sendo ré a Fazenda Pública e não apresentados os
t u
d
embargos previstos no art. 702 do mesmo diploma legal, aplicar-se-á o disposto no art. 496,
n
a ta
observando-se, a seguir, no que couber, o Título II do Livro I da Parte Especial.
jo n
Significa dizer que, sendo omissa a Fazenda Pública e por essa razão se constituindo o mandato
monitório de pleno direito em título executivo judicial, será cabível o reexame necessário dessa
decisão.

Questão 4
(CESPE - 2017 - TRF - 5ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto) Caio impetrou mandado de
segurança no STJ apresentando dois pedidos cumulados de reconhecimento de nulidade de
dois atos praticados por ministro de Estado. O STJ, em decisão colegiada final, concedeu

60
parcialmente a segurança para reconhecer a nulidade apenas de um dos atos praticados pelo
ministro. Para impugnar essa decisão, Caio apresentou recurso ordinário, e a União interpôs
recurso extraordinário.
Considerando as normas jurídicas e a jurisprudência dos tribunais superiores, assinale a opção
correta a respeito dessa situação hipotética.

A) Pedido de concessão de efeito suspensivo a qualquer um dos recursos, se feito entre a


interposição e a publicação da decisão de admissão de tal recurso, deverá ser dirigido ao
presidente ou ao vice-presidente do STJ.

B) Se o Supremo Tribunal Federal negar provimento ao recurso interposto por Caio e der
provimento ao recurso da União, deverão ser fixados honorários de sucumbência em grau
a l
recursal.
ion
a c
u c
C) A admissibilidade dos recursos apresentados será examinada na origem, sendo ainda possível
d e
E dad
que o tribunal recorrido determine o sobrestamento dos recursos.
e
rt le
p o So
D) Caso o recurso de Caio verse apenas sobre matéria constitucional, o STJ deverá aplicar o
u ra 92
S ut 22- il.com
princípio da fungibilidade e receber o recurso como extraordinário.

e um n D .4 a
r ata 86 gm
V on 24.5 67@
E) Na hipótese de o presidente ou vice-presidente do STJ determinar, erroneamente,
d
A J 0 ra
sobrestamento do recurso da União, a União deverá interpor recurso de agravo em recurso
t u
extraordinário.
n d
a ta
jon
Comentário:

Correta letra A. Veja:

CPC, Art. 1.029. §5º O pedido de concessão de efeito suspensivo a recurso extraordinário ou a
recurso especial poderá ser formulado por requerimento dirigido:

61
I – ao tribunal superior respectivo, no período compreendido entre a publicação da decisão de
admissão do recurso e sua distribuição, ficando o relator designado para seu exame prevento
para julgá-lo; (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência)

II - ao relator, se já distribuído o recurso;

III – ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, no período compreendido entre


a interposição do recurso e a publicação da decisão de admissão do recurso, assim como no
caso de o recurso ter sido sobrestado, nos termos do art. 1.037. (Redação dada pela Lei nº
13.256, de 2016)

Art. 1027, §2º Aplica-se ao recurso ordinário o disposto nos arts. 1.013, §3º, e 1.029, §5º

a l
io n
a c
u c
Questão 5
d e
E dad
e
rt le
(CESPE - 2017 - TRF - 5ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto) Contra pronunciamento de

p o So
magistrado que, em primeiro grau, decida pela impugnação ao cumprimento de sentença,
caberá recurso de
u ra 92
S ut 22- il.com
e um n D .4 a
r ata 86 gm
A) apelação, se o processo for extinto, ou de agravo de instrumento, se o processo prosseguir.

d V on 24.5 67@
A J 0 ra
t
B) agravo de instrumento, em qualquer caso.
u
n d
a ta
C) agravo de instrumento, apenas se o recorrente demonstrar urgência.
jo n
D) apelação, em qualquer caso.

E) apelação, sempre que o juiz acolher a impugnação do executado.

Comentário:

Correta letra A.

62
ENUNCIADO 93, I JORNADA DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL DO CJF – Da decisão que julga a
impugnação ao cumprimento de sentença cabe apelação, se extinguir o processo, ou agravo de
instrumento, se não o fizer.

Questão 6
VUNESP - 2019 - TJ-RJ - Juiz Substituto: Com base no tratamento conferido pelo Código de
Processo Civil de 2015 aos recursos direcionados para o Supremo Tribunal Federal e para o
Superior Tribunal de Justiça, é correto afirmar:

A) da decisão que inadmite recurso extraordinário ou recurso especial em decorrência da

a l
aplicação de entendimento firmado em regime de repercussão geral ou em julgamento de

io n
recursos repetitivos, cabe agravo em recurso extraordinário ou em recurso especial.
a c
u c
B) nos processos promovidos perante a justiça federal de primeira instância em que forem partes
d e
E dad
organismo internacional e pessoa domiciliada no país, cabe agravo de instrumento dirigido ao
e
rt le
o So
Superior Tribunal de Justiça das decisões interlocutórias previstas no artigo 1.015 do diploma
p
processual. u ra 92
S ut 22- il.com
um n D .4 a
r ata 86 gm
C) se o Supremo Tribunal Federal considerar como reflexa a ofensa à Constituição afirmada no
e
V on 24.5 67@
recurso extraordinário, por pressupor a revisão da interpretação de lei federal ou de tratado,
d
A J 0 ra
t
inadmitirá o recurso interposto por se tratar de recurso exclusivamente cabível para corrigir
u
n d
ofensa direta ao texto constitucional.
a ta
on
D) quando o recurso jextraordinário ou especial fundar- -se em dissídio jurisprudencial, o
recorrente fará a prova da divergência com a certidão, cópia ou citação do repositório de
jurisprudência, oficial ou credenciado em que houver sido publicado o acórdão divergente,
bastando, nas razões recursais, transcrever a ementa do acórdão paradigma.

E) na hipótese de interposição conjunta de recurso extraordinário e recurso especial, uma vez


concluído o julgamento do recurso especial, os autos serão remetidos ao Supremo Tribunal
Federal para apreciação do recurso extraordinário ainda que este estiver prejudicado, pois é da
competência exclusiva do Supremo Tribunal Federal declarar a existência de prejudicialidade.

63
Comentário:

Correta letra B: Isso acontece porque a Constituição prevê que, das sentenças proferidas em tais
casos, cabe recurso ordinário diretamente ao STJ (art. 105, II, “c”, da CF/88). Lembre-se de que
o recurso ordinário não tem fundamentação vinculada (ao contrário do recurso especial). O STJ,
aí, portanto, funciona como segunda instância - no lugar que, ordinariamente, caberia ao TRF.
É o equivalente a uma apelação cível. Em consequência, também os agravos de instrumento
tirados contra interlocutórias de primeiro grau devem ser dirigidos ao STJ. Adotando esta lógica,
o CPC consagra:

Art. 1.027. Serão julgados em recurso ordinário: II - pelo Superior Tribunal de Justiça: b) os
processos em que forem partes, de um lado, Estado estrangeiro ou organismo internacional e,
de outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País.
a l
io n
c
§1º Nos processos referidos no inciso II, alínea “b”, contra as decisões interlocutórias caberá
a
u c
agravo de instrumento dirigido ao Superior Tribunal de Justiça, nas hipóteses do art. 1.015".
E dadd e
e
rt le
Letra A: Dessa decisão não cabe o agravo do art. 1.042, conforme expressamente previsto no

p o So
dispositivo, mas sim agravo interno, nos termos do art. 1.035, visando à demonstração, na
u ra 92
S ut 22- il.com
própria Corte de origem, da distinção entre os casos:

e um n D .4 a
r ata 86 gm
Art. 1.035. §7º Da decisão que indeferir o requerimento referido no §6º ou que aplicar

d V on 24.5 67@
J 0 ra
entendimento firmado em regime de repercussão geral ou em julgamento de recursos
A t
repetitivos caberá agravo interno. u
n d
a ta
Letra C: Art. 1.033. Se o Supremo Tribunal Federal considerar como reflexa a ofensa à
jo n
Constituição afirmada no recurso extraordinário, por pressupor a revisão da interpretação de lei
federal ou de tratado, remetê-lo-á ao Superior Tribunal de Justiça para julgamento como recurso
especial.

Letra D: Há outra fonte não citada na alternativa, e também é necessário fazer o chamado
"cotejo analítico" (art. 1.029, §1º, in fine):

Art. 1.029. §1º Quando o recurso fundar-se em dissídio jurisprudencial, o recorrente fará a prova
da divergência com a certidão, cópia ou citação do repositório de jurisprudência, oficial ou
credenciado, inclusive em mídia eletrônica, em que houver sido publicado o acórdão divergente,
64
ou ainda com a reprodução de julgado disponível na rede mundial de computadores, com
indicação da respectiva fonte, devendo-se, em qualquer caso, mencionar as circunstâncias que
identifiquem ou assemelhem os casos confrontados.

Letra E: Art. 1.031, §1º Concluído o julgamento do recurso especial, os autos serão remetidos
ao Supremo Tribunal Federal para apreciação do recurso extraordinário, se este não estiver
prejudicado.

Questão 7
(TRF - 2ª Região - 2017 - TRF - 2ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto) Caio ajuíza demanda
em face de empresa pública. Formula dois pedidos e lastreia o pedido “a” na tese “x”, firmada
em Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas, julgada recentemente pelo TRF-2" Região.
a l
n
Ao apreciar a petição inicial, o juiz profere decisão parcial de mérito, sem mencionar a tese “x”,
io
a c
julgando improcedente o pedido “a”, por considerar a matéria unicamente de direito e por já

u c
ter proferido anteriormente sentença sobre a mesma matéria. No mesmo ato, determina que o
E dad d e
e
feito prossiga, em relação ao outro pedido, com a citação da ré. O caso é típico de cabimento
rt le
do seguinte recurso:
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
um n D .4 a
A) Apelação.

e r ata 86 gm
B) Agravo interno.
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
t
C) Reclamação perante o TRF. u
n d
a ta
jon
D) Embargos de declaração.

E) Correição parcial.

Comentário:

Correta letra D.

65
Art. 1022. Cabem ED contra qualquer decisão judicial para: (I) esclaracer obscuridade ou eliminar
contradição (II) suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de
ofício ou a requerimento.

Considera-se omissa a decisão que: (I) deixe de se manifestar sobre tese firmada em julgamento
de casos repetitivos ou em incidente de assunção de competência aplicável ao caso sob
julgamento.

É exatamente a hipótese que a questão traz: "Ao apreciar a petição inicial, o juiz profere decisão
parcial de mérito, sem mencionar a tese “x, firmada em Incidente de Resolução de Demandas
Repetitivas, julgada recentemente pelo TRF-2" Região."

a l
io n
a c
Questão 8
u c
d e
E dad
(TRF - 2ª Região - 2017 - TRF - 2ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto) Analise as assertivas e,
após, marque a opção correta: e
rt le
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
I- Em regra, as questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não

um n D .4 a
comportava agravo de instrumento, serão cobertas pela preclusão caso não sejam suscitadas

e r ata 86 gm
em preliminar da apelação, eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas
contrarrazões. d V on 24.5 67@
A J 0 ra
t u
II- É preclusivo o prazo para arguição de incompetência absoluta.
d
np reclusão, a temporal, a lógica e a consumativa, o Código
t a
III- Das três hipóteses clássicas de
a e aboliu a última.
jo
de 2015 prestigiou as duas n primeiras

A) Estão corretas apenas as assertivas I e II.

B) Estão corretas apenas as assertivas I e III.

C) São falsas apenas as assertivas II e III.

D) São falsas todas as assertivas.

E) São falsas apenas as assertivas I e II.

66
Comentário:

Correta letra C.

I. Correta. Art. 1.009 do CPC. (...) §1º As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a
decisão a seu respeito não comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e
devem ser suscitadas em preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a decisão
final, ou nas contrarrazões.

II. Incorreta. Art. 64 do CPC. (...) §1º A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer
tempo e grau de jurisdição e deve ser declarada de ofício.
a l
io n
c
III. Incorreta. O NCPC não aboliu a preclusão consumativa que é a impossibilidade da parte
a
u c
praticar determinado ato por já ter praticado um ato anterior que esgotou os efeitos do ato

E dadd e
que ele quer praticar. Ex.: Imagine que o JUIZ profira a sentença, acolhendo o pedido formulado
e
rt le
o So
pelo AUTOR. O RÉU tem o prazo de 15 dias para interpor o recurso de apelação, mas resolve
p
u ra 92
S ut 22- il.com
apresentar a petição recursal antes do fim do prazo, no décimo dia. Se depois, no décimo

e um n D .4 a
segundo dia, ele perceber que deixou de alegar algo que só pode ser alegado na apelação, não
r ata 86 gm
poderá mais alegar, apesar de o prazo recursal ser de 15 dias, pois, com a apresentação, no
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
décimo dia, da peça recursal, consumaram-se os efeitos do ato de interposição do recurso.
t u
n d
a ta
jo n
Questão 9
(FCC - 2020 - TJ-MS - Juiz Substituto) Quanto aos princípios recursais,

A) o princípio da taxatividade recursal tem sido mitigado, admitindo-se a criação de recursos


não previstos expressamente em lei, desde que as partes criem tais recursos de comum acordo,
como negócio jurídico-processual.

67
B) pelo princípio da singularidade ou unirrecorribilidade afirma-se que só se admite uma espécie
recursal como meio de impugnação de cada decisão judicial, mostrando-se defeso interpor
sucessiva ou concomitantemente duas espécies recursais contra a mesma decisão.

C) o princípio da dialeticidade diz respeito ao elemento volitivo, ou seja, à vontade da parte em


recorrer, expressa na interposição do recurso correspondente à situação jurídica dos autos.

D) o princípio da fungibilidade não foi previsto normativamente no atual ordenamento jurídico


processual, não mais se podendo receber um recurso por outro em situações de pretensa
dúvida.

E) o princípio da reformatio in pejus, ou seja, reforma para piorar a situação de quem recorre,
não foi admitido em nenhuma hipótese no atual processo civil brasileiro.
a l
io n
a c
u c
Comentário: E dad d e
e
rt le
p o So
Correta letra B. Esta efetivamente é a definição do princípio da unirrecorribilidade. É possível se
interpor os recursos especial e
u ra 92
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extraordinário da mesma decisão (dois recursos
um n D .4 a
r ata 86 gm
concomitantemente), bem como apelação depois de interpostos embargos de declaração
e
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(recursos sucessivos). Todavia, estas possibilidades são exceções. A alternativa apenas trouxe
d
A J 0 ra
t
a definição do instituto, razão pela qual foi considerada correta - embora, repise-se, a afirmação
u
n d
seja um tanto problemática, considerando que as exceções são um tanto comuns e quase nada
a ta
têm de excepcional.
jo n

Questão 10
(VUNESP - 2019 - TJ-RJ - Juiz Substituto) A reclamação teve suas hipóteses de cabimento
significativamente majoradas pelo Código de Processo Civil, inserindo-se de forma determinante
no contexto de proteção aos precedentes judiciais. Nesse sentido, é correto afirmar que cabe
reclamação

68
A) mesmo que proposta após o trânsito em julgado da decisão reclamada.

B) para garantir a observância da orientação do plenário ou do órgão especial aos quais


estiverem juízes e tribunais vinculados.

C) para garantir a observância dos enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em
matéria constitucional e do Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional.

D) tanto para corrigir a aplicação indevida da tese jurídica fixada em incidente de assunção de
competência quanto para sanar a sua não aplicação aos casos que a ela correspondam.

E) para garantir a observância de acórdão proferido em julgamento de recurso especial

l
repetitivo, quando a inobservância tenha se dado por decisão proferida em primeira instância.
a
io n
a c
u c
Comentário:
E dad d e
e
rt le
Correta letra D. Veja:
p o So
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Art. 988. Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para:

e um n D .4 a
r ata 86 gm
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IV – garantir a observância de acórdão proferido em julgamento de incidente de resolução de
d
A J 0 ra
demandas repetitivas ou de incidente de assunção de competência; (Redação dada pela Lei nº
t u
13.256, de 2016)
n d
a ta
jon
§4º As hipóteses dos incisos III e IV compreendem a aplicação indevida da tese jurídica e sua
não aplicação aos casos que a ela correspondam.

69
GABARITO

Questão 1 - A

Questão 2 - D

Questão 3 - B

Questão 4 - A

Questão 5 - A
a l
Questão 6 - B ion
a c
Questão 7 - D
u c
Questão 8 -C
d e
E dad
e
rt le
Questão 9 - B p o So
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Questão 10 – D

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t u
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QUESTÃO DESAFIO

Dona Edleuza comprou um celular e, junto com ele, foi contratado


seguro contra perdas e roubos, sem o seu conhecimento e sem que

lhe tenha sido entregue apólice. Ademais, assinou apenas a nota


fiscal, não tendo assinado nenhum outro documento. Dona Edleuza
possui problemas de baixa visão e tem 72 (setenta e dois) anos. 30
dias depois da compra, que foi feita com cartão de crédito, Dona
Edleuza foi quitar sua fatura e percebeu que o valor pago pelo
a l
celular não correspondia ao valor do anúncio. Ao questionar
i o n a loja,
a c
foi informada de que o valor adicional era do
u c seguro contratado.
Dona Edleuza solicitou o cancelamento,Eporém
d dea loja informou que
r t e leda
p
não era possível realizar o mesmo, o poisS o já tinham se passado sete
S u tra -92 com
dias após a compra.m u dirigiu-se,
Insatisfeita,
D 2 2 ail. sozinha, ao juizado
r u a n 6 .4 gm
especial cível eV e nacom demanda
entrou t
. 5 8 @ tendo por escopo cancelar o
d J o 24 67
seguro e Ater reembolso0do valor a
d utr já pago em sua fatura de cartão
n
ta a sentença a favor da loja, entendendo
de crédito. O juiz prolatou
n a
j o
não ser possível cancelamento após 7 dias, porém deixou de
pontuar em sua sentença fundamentos importantes levantados por
Dona Edleuza, como o fato dela não ter assinado apólice de seguro
e tampouco possuir cópia desta, ter baixa visão e idade avançada,
e só ter descoberto a contratação no dia que fez o pagamento do

71
cartão. Neste ínterim, permanecendo insatisfeita, como Dona
Edleuza deve recorrer desta sentença?

Máximo de 5 linhas

a l
ion
a c
u c
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e
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72
GABARITO DA QUESTÃO DESAFIO

Para recorrer de sentença, via de regra, cabe apelação, todavia, nas sentenças proferidas

em sede de Juizado Especial Cível, o recurso correto é o recurso inominado, nos termos do
art. 41 da lei 9.099/95.

Você deve ter abordado necessariamente os seguintes itens em sua resposta:

 Recurso Inominado

Em regra, nos termos do art. 1.009 do CPC/15, da sentença e das decisões interlocutórias não
agraváveis (1.009, §1º) cabe apelação. Todavia, existem algumas exceções no ordenamento

a l
jurídico, dentre as quais: ROC (art. 1.027, inciso II, alínea “b”); Recurso inominado no JEC;

io n
c
Embargos infringentes na LEF (art. 34). Assim, como a ação foi proposta no juizado especial
a
cível, o recurso cabível será o recurso inominado.
u c
E dad d e
e
rt le
Neste ínterim, entende o STJ: “O rol do art. 1.015 do CPC é de taxatividade mitigada, por isso

p o So
admite a interposição de agravo de instrumento quando verificada a urgência decorrente da
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inutilidade do julgamento da questão no recurso de apelação. STJ. Corte Especial. REsp
um n D .4 a
r ata 86 gm
1.704.520-MT, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 05/12/2018 (recurso repetitivo) (Info 639).
e
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Obs: a tese jurídica fixada e acima explicada somente se aplica às decisões interlocutórias
d
A J 0 ra
t
proferidas após a publicação do REsp 1704520/MT, o que ocorreu no DJe 19/12/2018.”
u
n d
 Art. 41 da lei 9.099/95 a ta
jo n
O art. 41 da lei 9.099/95 versa que: “Da sentença, excetuada a homologatória de conciliação ou
laudo arbitral, caberá recurso para o próprio Juizado.” Nesta toada, como a legislação não
nomeou o recurso cabível contra sentenças proferidas no âmbito dos JECs, razão pela qual é
chamado de recurso inominado, por construção doutrinária. Segundo aduz o professor Elpídio
Donizetti (Donizetti, Elpídio. Curso didático de direito processual civil – 22. Ed. – São Paulo: Atlas,
2019, p. 784): “porém, a bem da verdade, não há empecilho algum em designá-lo por apelação,
desde que se atente para as peculiaridades do rito “sumaríssimo”. Aliás, nunca é demais lembrar
que o nome atribuído a uma ação ou a um recurso não constitui entrave ao seu conhecimento
73
pelo órgão julgador, sobretudo no procedimento dos Juizados Especiais, em que se dá especial
importância à simplicidade e à informalidade.”

a l
io n
a c
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LEGISLAÇÃO COMPILADA

Neste capítulo, é de extrema importância a leitura dos seguintes dispositivos:

Recursos

 CPC: arts. 994 a 1.044;


 CF: arts. 102, II e III, e 105, II e III;
 Enunciados: 29, 99, 100, 102, 103, 154, 177, 208, 208, 209, 210, 217, 218, 224, 225, 293,

a l
n
230, 307, 351, 356, 357, 358, 359, 360, 361, 390, 394, 423, 435, 464, 465, 477, 560, 564,
io
565, 566;
a c
u c
Súmulas: 5, 7, 13, 45, 83, 86, 99, 118, 126, 158, 168, 175, 196, 203, 315, 316, 318, 325,
E dad d e
331, 401, 420, , 484, 518, 568 e 579 do STJ; 247, 249, 252, 264, 279, 280, 281, 282, 283,
e
rt le
o So
292, 317, 322, 356, 514, 515, 528, 598, 614, 636, 637, 640, 733, 734 e 735 do STF.
p
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Ações de competência originária dos tribunais

e r ata 86 gm
 CPC: arts. 966 a 975;
um n D .4 a
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
Incidentes de competência originária dos tribunais
t u
 an
CPC: arts. 947 a 950; 976ta
d
993;
a
 jon
Leis 4.348/64 e 8.437/92.

Recursos

 Súmula 5/STJ

A simples interpretação de cláusula contratual não enseja recurso especial.

 Súmula 7/STJ

A pretensão de simples reexame de prova não enseja recurso especial.

 Súmula 13/ STJ

75
A divergência entre julgados do mesmo tribunal não enseja recurso especial.

 Súmula 45/STJ

No reexame necessário, é defeso ao tribunal, agravar a condenação imposta à Fazenda Pública.

 Súmula 83/STJ

Não se conhece do recurso especial pela divergência, quando a orientação do tribunal se firmou no mesmo sentido
da decisão recorrida.

 Súmula 99/STJ

O Ministério Público tem legitimidade para recorrer no processo em que oficiou como fiscal da lei, ainda que não
haja recurso da parte.

 Súmula 118/STJ
a l
io n
O agravo de instrumento é o recurso cabível da decisão que homologa a atualização do cálculo da liquidação.

a c
 Súmula 126/STJ
u c
E dad d e
e
É inadmissível recurso especial quando o acórdão recorrido assenta em fundamentos constitucional e
rt le
o So
infraconstitucional, qualquer deles suficiente, por si só, para mantê-lo, e a parte vencida não manifesta recurso
p
extraordinário. u ra 92
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 Súmula 158/STJ

e um n D .4 a
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Não se presta a justificar embargos de divergência o dissídio com acórdão de turma ou seção que não mais tenha
d
A J 0 ra
competência para a matéria neles versada.
t u
 Súmula 168/STJ n d
a ta
jo n
Não cabem embargos de divergência, quando a jurisprudência do tribunal se firmou no mesmo sentido do acórdão
embargado.

 Súmula 175/STJ

Descabe o depósito prévio nas ações rescisórias propostas pelo INSS.

 Súmula 196/STJ

Ao executado que, citado por edital ou por hora certa, permanecer revel, será nomeado curador especial, com

legitimidade para apresentação de embargos.

 Súmula 203/STJ

76
Não cabe recurso especial contra decisão proferida por órgão de segundo grau dos Juizados Especiais.

 Súmula 315/STJ

Não cabem embargos de divergência no âmbito do agravo de instrumento que não admite recurso especial.

 Súmula 316/STJ

Cabem embargos de divergência contra acórdão que, em agravo regimental, decide recurso especial.

 Súmula 318/STJ

Formulado pedido certo e determinado, somente o autor tem interesse recursal em arguir o vício da sentença
ilíquida.

 Súmula 325/STJ

a l
A remessa oficial devolve ao Tribunal o reexame de todas as parcelas da condenação suportadas pela Fazenda

Pública, inclusive dos honorários de advogado.


io n
a c
 Súmula 331/STJ
u c
E dad d e
e
A apelação interposta contra sentença que julga embargos à arrematação tem efeito meramente devolutivo.
rt le
 Súmula 401/STJ
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um n D .4 a
O prazo decadencial da ação rescisória só se inicia quando não for cabível qualquer recurso do último

pronunciamento judicial.
e r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
J 0 ra
 Súmula 420/STJ
A t u
d
Incabível, em embargos de divergência, discutir o valor de indenização por danos morais.
n
a ta
 Súmula 484/STJ
jo n
Admite-se que o preparo seja efetuado no primeiro dia útil subsequente, quando a interposição do recurso ocorrer
após o encerramento do expediente bancário.

 Súmula 518/STJ

Para fins do art. 105, III, a, da Constituição Federal, não é cabível recurso especial fundado em alegada violação de

enunciado de súmula.

 Súmula 568/STJ

77
O relator, monocraticamente e no Superior Tribunal de Justiça, poderá dar ou negar provimento ao recurso quando
houver entendimento dominante acerca do tema.

 Súmula 579/STJ

Não é necessário ratificar o recurso especial interposto na pendência do julgamento dos embargos de declaração,
quando inalterado o resultado anterior.

 Súmula 247/STF

O relator não admitirá os embargos da L. 623, de 19.2.49, nem deles conhecerá o Supremo Tribunal Federal, quando
houver jurisprudência firme do Plenário no mesmo sentido da decisão embargada.

 Súmula 249/STF

É competente o Supremo Tribunal Federal para a ação rescisória, quando, embora não tendo conhecido do recurso

a l
extraordinário, ou havendo negado provimento ao agravo, tiver apreciado a questão federal controvertida.

io n
 SÚMULA 252/STF
a c
u c
d e
Na ação rescisória, não estão impedidos juízes que participaram do julgamento rescindendo.
E dad
 Súmula 264/STF e
rt le
p o So
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Verifica-se a prescrição intercorrente pela paralisação da ação rescisória por mais de cinco anos.

 Súmula 279/STF

e r ata 86 gmum n D .4 a
V on 24.5 67@
Para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário.
d
A J 0 ra
 Súmula 280/STF t u
n d
ta
Por ofensa a direito local não cabe recurso extraordinário.
a
 Súmula 281/STF jo n
É inadmissível o recurso extraordinário, quando couber na Justiça de origem, recurso ordinário da decisão
impugnada.

 Súmula 282/STF

É inadmissível o recurso extraordinário, quando não ventilada, na decisão recorrida, a questão federal suscitada.

 Súmula 283/STF

78
É inadmissível o recurso extraordinário, quando a decisão recorrida assenta em mais de um fundamento suficiente
e o recurso não abrange todos eles.

 Súmula 292/STF

Interposto o recurso extraordinário por mais de um dos fundamentos indicados no art. 101, n. III, da Constituição,
a admissão apenas por um deles não prejudica o seu conhecimento por qualquer dos outros.

 Súmula 317/STF

São improcedentes os embargos declaratórios, quando não pedida a declaração do julgado anterior, em que se
verificou a omissão.

 Súmula 322/STF

Não terá seguimento pedido ou recurso dirigido ao Supremo Tribunal Federal, quando manifestamente incabível,
ou apresentado fora do prazo, ou quando for evidente a incompetência do Tribunal.
a l
io n
 Súmula 356/STF
a c
u c
d e
O ponto omisso da decisão, sobre o qual não foram opostos embargos declaratórios, não pode ser objeto de
E dad
e
recurso extraordinário, por faltar o requisito do prequestionamento.
rt le
 Súmula 514/STF
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um n D .4 a
Admite-se ação rescisória contra sentença transitada em julgado, ainda que contra ela não se tenha esgotado todos

os recursos.
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J 0 ra
 SÚMULA 515/STF
A t u
d
A competência para a ação rescisória não é do Supremo Tribunal Federal, quando a questão federal, apreciada no
n
ta
recurso extraordinário ou no agravo de instrumento, seja diversa da que foi suscitada no pedido rescisório.
a
 Súmula 528/STF jo n
Se a decisão contiver partes autônomas, a admissão parcial, pelo Presidente do Tribunal a quo, de recurso
extraordinário que, sobre qualquer delas se manifestar, não limitará a apreciação de todas pelo Supremo Tribunal
Federal, independentemente de interposição de agravo de instrumento.

 Súmula 598/STF

Nos embargos de divergência não servem como padrão de discordância os mesmos paradigmas invocados para
demonstrá-la, mas repelidos como não dissidentes no julgamento do recurso extraordinário.

 Súmula 614/STF

79
Somente o Procurador-Geral da Justiça tem legitimidade para propor ação direta interventiva por
inconstitucionalidade de Lei Municipal.

 Súmula 636/STF

Não cabe recurso extraordinário por contrariedade ao princípio constitucional da legalidade, quando a sua
verificação pressuponha rever a interpretação dada a normas infraconstitucionais pela decisão recorrida.

 Súmula 637/STF

Não cabe recurso extraordinário contra acórdão de Tribunal de Justiça que defere pedido de intervenção estadual
em Município.

 Súmula 640/STF

É cabível recurso extraordinário contra decisão proferida por juiz de primeiro grau nas causas de alçada, ou por
turma recursal de juizado especial cível e criminal.
a l
io n
 Súmula 733/STF
a c
u c
d e
Não cabe recurso extraordinário contra decisão proferida no processamento de precatórios.
E dad
 SÚMULA 734/STF e
rt le
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Não cabe reclamação quando já houver transitado em julgado o ato judicial que se alega tenha desrespeitado

um n D .4 a
decisão do Supremo Tribunal Federal.

e
 SÚMULA 735/STF
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A J 0 ra
Não cabe recurso extraordinário contra acórdão que defere medida liminar.
t u
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jo n

80
JURISPRUDÊNCIA

Recursos

 Informativo 590 do STJ:

Admite-se a aplicação da teoria da causa madura (art. 515, §3º, do CPC/1973 / art. 1.013,
§3º do CPC/2015) em julgamento de agravo de instrumento. Ex: o MP ingressou com ação
de improbidade contra João, Paulo e Pedro pedindo a indisponibilidade dos bens dos

a l
n
requeridos. O juiz deferiu a medida em relação a todos eles, no entanto, na decisão não
io
c
houve fundamentação quanto à autoria de Pedro. Diante disso, ele interpôs agravo de
a
u c
instrumento. O Tribunal, analisando o agravo, entendeu que a decisão realmente é nula
E dad d e
quanto a Pedro por ausência de fundamentação. No entanto, em vez de mandar o juiz
e
rt le
o So
exarar nova decisão, o Tribunal decidiu desde lodo o mérito do pedido e deferiu a medida
p
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cautelar de indisponibilidade dos bens de Pedro, apontando os argumentos pelos quais

e um n D .4 a
este requerido também praticou, em tese, ato de improbidade.
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Informativo 617 do STJ:
A J 0 ra
t u
É admissível a interposição de agravo de instrumento contra decisão que não concede
n d
ta
efeito suspensivo aos embargos à execução.
a
jo n
 Informativo 618 do STJ:

É cabível a interposição de agravo de instrumento contra decisão relacionada à definição


de competência, a despeito de não previsto expressamente no rol do art. 1.015 do
CPC/2015. A decisão interlocutória que acolhe ou rejeita a alegação de incompetência
desafia recurso de agravo de instrumento, por uma interpretação analógica ou extensiva
da norma contida no inciso III do art. 1.015 do CPC/2015, já que ambas possuem a mesma
ratio -, qual seja, afastar o juízo incompetente para a causa, permitindo que o juízo natural
e adequado julgue a demanda.
81
 Informativo 626 do STJ:

A técnica de julgamento do art. 942 é aplicada no caso de apelação não unânime em


processo no qual se apura a prática de ato infracional por adolescente?

5ª Turma do STJ: SIM.

Admite-se a incidência do art. 942 do CPC/2015 para complementar o julgamento da


apelação julgada por maioria nos procedimentos relativos ao estatuto do menor. STJ.
5ª turma. AgRg no REsp 1.673.215-RJ, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em
17/05/2018 (Info 627).

6ª Turma do STJ: DEPENDE.

a l
n
• Se a decisão não unânime foi favorável ao adolescente infrator: não se deve aplicar o art.
io
942 do CPC/2015.
a c
u c
d e
• Se a decisão não unânime foi contrária ao adolescente infrator: deve-se aplicar o art. 942.
E dad
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o So
É inaplicável a técnica de julgamento prevista no artigo 942 do CPC/2015 nos
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procedimentos afetos à Justiça da Infância e da Juventude quando a decisão não unânime

e um n D .4 a
for favorável ao adolescente. A aplicação da técnica de julgamento prevista no art. 942 do
r ata 86 gm
CPC, quando a decisão não unânime for favorável ao adolescente, implicaria em conferir
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A J 0 ra
ao menor tratamento mais gravoso que o atribuído ao réu penalmente imputável, já que
t u
d
os embargos infringentes e de nulidade previstos no art. 609 do CPP somente são cabíveis
n
a ta
se o julgamento tomado por maioria for contrário ao réu. Ora, se não cabem embargos
jo n
infringentes do art. 609 do CPP quando o acórdão não unânime foi favorável ao réu, com
maior razão também não se pode admitir a técnica do art. 942 do CPC se o acórdão não
unânime foi favorável ao adolescente infrator. STJ. 6ª Turma. 6ª Turma. REsp 1.694.248-RJ,
Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 03/05/2018.

 STF. 1ª Turma. ARE 1109500 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em
20/04/2018.

A tempestividade do recurso em virtude de feriado local ou de suspensão dos prazos


processuais pelo Tribunal a quo que não sejam de conhecimento obrigatório da instância
82
ad quem deve ser comprovada no momento de sua interposição. STF. 1ª Turma. ARE
1109500 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 20/04/2018.

 STJ. 3ª Turma. REsp 1746047/PA, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado em


21/08/2018.

A falta de assinatura nos recursos interpostos nas instâncias ordinárias configura vício
sanável, devendo ser concedido prazo razoável para o suprimento dessa irregularidade.
STJ. 3ª Turma. REsp 1746047/PA, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado em 21/08/2018. STJ. 4ª
Turma. AgInt no AREsp 980.664/MG, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 23/5/2017.

 STJ. 4ª Turma. AgInt no AREsp 1219271/SP, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em
23/08/2018.
a l
io n
Não é possível conhecer do recurso especial subscrito por advogado sem procuração nos
a c
c
autos caso a parte, depois de intimada para regularizar sua representação processual, nos
u
E dad d e
termos do art. 932, parágrafo único, do CPC/2015, deixa transcorrer in albis o prazo
e
rt le
concedido para o saneamento do vício, nos termos do art. 76, § 2º, I, do CPC/2015.
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Isso significa que detectado o vício na representação processual, mesmo que se trate de

e um n D .4 a
recurso especial, deverá ser dado um prazo de 5 dias para que a parte regularize a situação.
r ata 86 gm
V on 24.5 67@
Somente se a parte não regularizar, o recurso não será conhecido. STJ. 4ª Turma. AgInt no
d
A J 0 ra
AREsp 1219271/SP, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em 23/08/2018.
t u
STJ. 3ª Turma. AgIntn
d

a t a no AgInt no AREsp 1053466/MS, Rel. Min. Marco Aurélio
Bellizze, julgado em n07/08/2018.
jo
Intimada a regularizar a sua representação processual, nos termos do art. 932, parágrafo
único, do CPC vigente, a parte que deixa de proceder à juntada no prazo de 5 (cinco) dias,
faz incidir ao caso a Súmula 115/STJ. STJ. 3ª Turma. AgInt no AgInt no AREsp 1053466/MS,
Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 07/08/2018.

 Informativo 636 do STJ:

83
O rol do art. 1.015 do CPC é de taxatividade mitigada, por isso admite a interposição de
agravo de instrumento quando verificada a urgência decorrente da inutilidade do
julgamento da questão no recurso de apelação.

 Informativo 639 do STJ:

O rol do art. 1.015 do CPC é de taxatividade mitigada, por isso admite a interposição de
agravo de instrumento quando verificada a urgência decorrente da inutilidade do
julgamento da questão no recurso de apelação.

 Informativo 643 do STJ:

A decisão interlocutória que afasta (rejeita) a alegação de prescrição é recorrível, de

a l
imediato, por meio de agravo de instrumento com fundamento no art. 1.015, II, do

io n
CPC/2015. Isso porque se trata de decisão de mérito. Embora a ocorrência ou não da
a c
c
prescrição ou da decadência possam ser apreciadas somente na sentença, não há óbice
u
E dad d e
para que essas questões sejam examinadas por intermédio de decisões interlocutórias,
e
rt le
hipótese em que caberá agravo de instrumento com base no art. 1.015, II, do CPC/2015,
p o So
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sob pena de formação de coisa julgada material sobre a questão.


e um n D .4 a
Informativo 643 do STJ:
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É admissível, em caso de urgência, nos termos do art. 37 do CPC/1973 (art. 104, §1º, do
A J 0 ra
t
CPC/2015), a regularização da representação processual do autor/agravante, em segunda
u
d
ndo instrumento de procuração a ser juntado na origem no
a t a
instância, a partir do translado
prazo assinado em lei.n
jo
 Informativo 644 do STJ:

O conceito de “decisão interlocutória que versa sobre tutela provisória” previsto no art.
1.015, I, do CPC/2015, abrange as decisões que digam respeito à: 1) à presença ou não
dos pressupostos que justificam o deferimento, indeferimento, revogação ou alteração da
tutela provisória (é o chamado núcleo essencial); 2) ao prazo e ao modo de cumprimento
da tutela; 3) à adequação, suficiência, proporcionalidade ou razoabilidade da técnica de

84
efetivação da tutela provisória; e 4) à necessidade ou dispensa de garantias para a
concessão, revogação ou alteração da tutela provisória.

 Informativo 644 do STJ:

Não cabe agravo de instrumento contra a decisão interlocutória que impõe ao beneficiário
o dever de arcar com as despesas da estadia do bem móvel objeto da busca e apreensão
em pátio de terceiro. Tal situação não pode ser enquadrada no art. 1.015, I, do CPC/2015
porque essa decisão não se relaciona, de forma indissociável, com a tutela provisória. Trata-
se, na verdade, de decisão que diz respeito a aspectos externos relacionados com
autoexecutoriedade, operacionalização ou implementação fática da busca e apreensão (e
não com a tutela provisória em si).

a l
 Informativo 644 do STJ:
io n
a c
c
Cabe agravo de instrumento contra decisão interlocutória que exclui o litisconsorte; não
u
E dad d e
cabe este recurso contra a decisão que mantém o litisconsorte.
e
rt le
 Informativo 645 do STJ:
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Cabe agravo de instrumento contra decisão interlocutória que fixa data da separação de
um n D .4 a
r ata 86 gm
fato do casal para efeitos da partilha dos bens. Trata-se de decisão parcial de mérito,
e
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considerando que é uma decisão que resolve uma parcela do pedido de partilha de bens.
A J 0 ra
t u
 Informativo 645 do STJ:
n d
a ta
n
É cabível agravo de instrumento contra decisão interlocutória que defere ou indefere a
jo
distribuição dinâmica do ônus da prova ou quaisquer outras atribuições do ônus da prova
distinta da regra geral.

 Informativo 912 do STF:

Não se exige da Fazenda Pública o depósito prévio do valor da multa, podendo este
pagamento ser feito ao final.

 Informativo 892 do STF:

85
Não cabe recurso extraordinário contra decisão do TST que julga processo administrativo
disciplinar instaurado contra magistrado trabalhista.

 Informativo 636 do STJ:

É inaplicável a contagem do prazo recursal em dobro quando apenas um dos litisconsortes


com procuradores distintos sucumbe.

 Informativo 637 do STJ:

Nos processos ainda regidos pelo CPC/73, são cabíveis embargos infringentes contra
acórdão que, em julgamento de agravo de instrumento, por maioria de votos, reforma
decisão interlocutória para reconhecer a impenhorabilidade de bem, nos termos da Lei nº
8.009/90.
a l
io n
 Informativo 638 do STJ:
a c
u c
d e
Os novos julgadores convocados na forma do art. 942 do CPC/2015 poderão analisar todo
E dad
e
rt le
o conteúdo das razões recursais, não se limitando à matéria sobre a qual houve divergência

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 Informativo 639 do STJ: u ra 92
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um n D .4 a
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A técnica de ampliação de julgamento (art. 942 do CPC/2015) deve ser utilizada quando o
e
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resultado da apelação for não unânime, independentemente de ser julgamento que
d
A J 0 ra
t
reforma ou mantém a sentença impugnada
u
n d

a ta
Informativo 638 do STJ:

jo n
Necessidade de impugnação específica de todos os fundamentos da decisão proferida pelo
Tribunal de origem que inadmite o recurso especial

 Informativo 929 do STF:

Não se aplica ao processo objetivo de controle abstrato de constitucionalidade a norma


que concede prazo em dobro à Fazenda Pública

 Informativo 642 do STJ:

86
Haverá nulidade do acórdão que não contenha a totalidade dos votos declarados; por
outro lado, não haverá nulidade do julgamento se o resultado proclamado refletir, com
exatidão, a conjunção dos votos proferidos pelos membros do colegiado.

 Informativo 808 do STF:

O §2º do art. 557 do CPC 1973 (§4º do art. 1.021 do CPC 2015) prevê que, quando
manifestamente inadmissível ou improcedente o agravo, o tribunal condenará o agravante
a pagar ao agravado multa de 1% a 10% do valor corrigido da causa (CPC 1973)• 1% a 5%
do valor atualizado da causa (CPC 2015).• Essa multa é aplicada também para o beneficiário
da justiça gratuita? SIM. No entanto, há uma diferença de tratamento no caso: • CPC 1973:
a parte beneficiária da justiça gratuita não está isenta do pagamento da multa do art. 557,
§2º do CPC 1973. a l
io n
a c
Porém, o recolhimento da multa ficará suspenso por 5 anos para ver se a parte conseguirá
u c
d e
melhorar sua condição econômica e auferir recursos para pagar a sanção, conforme prevê
E dad
e
rt le
o art. 12 da Lei nº 1.060/50. Nesse sentido, decidiu o STF, 1ª Turma. RE 775685 AgR-ED/BA,

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Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 17/11/2015 (Info 808). Na prática, ela quase nunca irá
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pagar. • CPC 2015: o novo CPC prevê no art. 98, §4º que a concessão de gratuidade não

um n D .4 a
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afasta o dever de o beneficiário pagar, ao final, as multas processuais que lhe sejam
e
impostas.
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 t
Informativo 829 do STF: u
n d
a ta
O prazo de 5 dias previsto no parágrafo único do art. 932 do CPC/2015 só se aplica aos
jon
casos em que seja necessário sanar vícios formais, como ausência de procuração ou de
assinatura, e não à complementação da fundamentação. Assim, esse dispositivo não incide
nos casos em que o recorrente não ataca todos os fundamentos da decisão recorrida. Isso
porque, nesta hipótese, seria necessária a complementação das razões do recurso, o que
não é permitido.

 Informativo 829 do STF:

87
É possível condenar a parte sucumbente em honorários advocatícios na hipótese de o
recurso de embargos de declaração, interposto perante Tribunal, não atender os requisitos
previstos no art. 1.022 e tampouco se enquadrar em situações excepcionais que autorizem
a concessão de efeitos infringentes. Obs: a doutrina entende que, mesmo com o novo CPC,
não cabem honorários advocatícios no julgamento de embargos de declaração, seja em 1ª
instância, seja nos Tribunais.

 Informativo 841 do STF:

É cabível a fixação de honorários recursais, prevista no art. 85, §11, do CPC/2015, mesmo
quando não apresentadas contrarrazões ou contraminuta pelo advogado da parte
recorrida.

a l
 Informativo 592 do STJ:
io n
a c
c
É vedado ao relator limitar-se a reproduzir a decisão agravada para julgar improcedente o
u
E dad d e
agravo interno. O novo CPC proibiu expressamente esta forma de decidir o agravo interno
(art. 1.021, §3º). e
rt le
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 Informativo 608 do STJ: u ra 92
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r ata 86 gm
É possível o requerimento de antecipação dos efeitos da tutela em sede de sustentação
e
oral.
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t u
 Informativo 880 do STF:
n d
a ta
n
Determinado indivíduo ingressou com pedido de registro para concorrer às eleições de
jo
Prefeito sem estar filiado a partido político (candidatura avulsa). O pedido foi indeferido
em todas as instâncias e a questão chegou até o STF por meio de recurso extraordinário.
Ocorre que, quando o STF foi apreciar o tema, já haviam sido realizadas as eleições
municipais. Diante disso, suscitou-se que o recurso estava prejudicado. O STF reconheceu
que, na prática, realmente havia uma prejudicialidade do recurso tendo em vista que as
eleições se encerraram. No entanto, o Tribunal decidiu superar a prejudicialidade e atribuir
repercussão geral à questão constitucional discutida dos autos. Isso significa que o STF
admitiu o processamento do recurso e em uma data futura irá examinar o mérito do

88
pedido, ou seja, se podem ou não existir candidaturas avulsas no Brasil. Entendeu-se que
o mérito do recurso deveria ser apreciado tendo em vista sua relevância social e política.
STF. Plenário. ARE 1054490 QO/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 5/10/2017.

 Informativo 610 do STJ:

Cabem embargos de divergência no âmbito de agravo que não admite recurso especial
com base na Súmula 83/STJ para dizer que, no mérito, o acórdão impugnado estaria em
sintonia com o entendimento firmado por esta Corte Superior.

 Informativo 886 do STF:

Não cabem embargos de declaração contra a decisão de presidente do tribunal que não

a l
admite recurso extraordinário. Por serem incabíveis, caso a parte oponha os embargos,

io n
estes não irão suspender ou interromper o prazo para a interposição do agravo do art.
a c
c
1.042 do CPC/2015. Como consequência, a parte perderá o prazo para o agravo. Nas
u
E dad d e
palavras do STF: os embargos de declaração opostos contra a decisão de presidente do
e
rt le
tribunal que não admite recurso extraordinário não suspendem ou interrompem o prazo
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para interposição de agravo, por serem incabíveis. STF.


e um n D .4 a
Informativo 651 do STJ:
r ata 86 gm
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Em se tratando de decisão interlocutória com duplo conteúdo, é possível estabelecer como
A J 0 ra
t
critérios para a identificação do cabimento do recurso:
u
n d
a ta
a) o exame do elemento que prepondera na decisão;
jo n
b) o emprego da lógica do antecedente-consequente e da ideia de questões prejudiciais
e de questões prejudicadas;

c) o exame do conteúdo das razões recursais apresentadas pela parte irresignada. STJ. 3ª
Turma. REsp 1.797.991-PR, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 18/06/2019.

 Informativo 652 do STJ:

89
É cabível multa cominatória para compelir provedor de acesso a internet ao fornecimento
de dados para identificação de usuário. STJ. 4ª Turma. REsp 1.560.976-RJ, Rel. Min. Luis
Felipe Salomão, julgado em 30/05/2019.

Ações de Competência Originária dos Tribunais

 Informativo 603 do STJ:

Ainda existe a figura do revisor na ação rescisória? • Nas rescisórias julgadas pelo TJ e TRF:
NÃO. O CPC/2015 eliminou, como regra geral, a figura do revisor em caso de ação
rescisória. • Nas rescisórias julgadas pelo STJ: SIM. Nas ações rescisórias processadas e
julgadas originariamente no STJ, mesmo após o advento do CPC/2015, continua existindo

l
a figura do revisor. Isso porque existe previsão específica no art. 40, I da Lei nº 8.038/90,
a
que continua em vigor.
io n
a c
 Informativo 605 do STJ:
u c
E dad d e
e
A ação rescisória, quando busca desconstituir sentença condenatória que fixou honorários
rt le
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advocatícios sucumbenciais, deve ser proposta não apenas contra o titular do crédito
p
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principal formado em juízo, mas também contra o advogado em favor de quem foi fixada
a verba honorária.
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d V on 24.5 67@
Informativo 888 do STF:
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d
Necessidade de esgotamento das instâncias para alegar violação à decisão do STF que
n
a ta
decidiu pela constitucionalidade do art. 71, §1º, da Lei 8.666/93. Em 2017, o STF reafirmou
jon
o entendimento de que o art. 71, §1º, da Lei nº 8.666/93 é constitucional e deve ser
aplicado. Isso foi no julgamento do RE 760931/DF, submetido à sistemática da repercussão
geral.

O STF afirmou que a sua decisão no RE 760931/DF “substituiu” a eficácia da tese fixada na
ADC 16. Isso significa que agora o Poder Público, se quiser ajuizar reclamação discutindo
o tema, deverá fazê-lo alegando violação ao RE 760931/DF (e não mais à ADC 16).

Qual a desvantagem disso para o Poder Público:

90
• Descumprimento de decisão do STF em ADI, ADC, ADPF: reclamação mesmo que a
decisão “rebelde” seja de 1ª instância. Não se exige o esgotamento de instâncias.

• Descumprimento de decisão do STF em recurso extraordinário sob a sistemática da


repercussão geral: reclamação, esgotamento das instâncias ordinárias (art. 988, §5º, II, do
CPC/2015). (Info 888).

Art. 988 (...) §5º É inadmissível a reclamação: (...) II – proposta para garantir a observância
de acórdão de recurso extraordinário com repercussão geral reconhecida ou de acórdão
proferido em julgamento de recursos extraordinário ou especial repetitivos, quando não
esgotadas as instâncias ordinárias.

a l
io n
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u c
E dad d e
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A J 0 ra
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91
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Presidência da República, 1988.

______. Lei nº 13.105 de 16 de março de 2015. Institui o Código de Processo Civil. Brasília:
Presidência da República, 2015.

BUENO, Cassio Scarpinella. Manual de Direito Processual Civil: Inteiramente Estruturado à


Luz do Novo CPC, de acordo com a Lei n. 13.256, de 4-2-2016. 2. ed. rev., atual. e ampl. – São
Paulo: Saraiva, 2016.

a l
n
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Vade Mecum de Jurisprudência Dizer o Direito. 4ª Edição.
io
– Salvador: Ed. Podivm, 2018.
a c
u c
d e
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmulas do STF e STJ. 3ª Edição. – Salvador: Ed. Podivm,
E dad
2018. e
rt le
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
DIDIER JR., Fredie. Curso de Direito Processual Civil: Introdução ao Direito Processual Civil,

e um n D .4 a
Parte Geral e Processo de Conhecimento. 18. ed. - Salvador: Ed. Jus Podivm, 2016.
r ata 86 gm
V on 24.5 67@
GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Direito Processual Civil Esquematizado/ Marcus Vinicius
d
A J 0 ra
Rios Gonçalves; coordenador Pedro Lenza. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
t u
d
n Sérgio Cruz; MITIDIERO, Daniel. Novo Código de
t a
MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART,
aed. rev. atual. e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2016.
jo
processo civil comentado.n2.

Neves, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito Processual Civil - Volume Único. 10ª
edição. Editora JusPodivm, 2018.

Thamay, Rennan. Manual de Direito Processual Civil – 2. ed. – São Paulo: Saraiva Educação,
2019.

92
THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil – Teoria geral do direito
processual civil, processo de conhecimento e procedimento comum – vol. I/Humberto
Theodoro Júnior. 58. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2017.

a l
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MAGISTRATURA
FEDERAL
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Direito Processual
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jon
SUMÁRIO

DIREITO PROCESSUAL CIVIL, Capítulo 9...................................................................................................................3


32. Processo de Execução .............................................................................................................................................. 3

32.1 Teoria Geral da Execução .......................................................................................................................... 3

32.1.1 Conceito ................................................................................................................................................... 3

32.1.2 Princípios da Execução ....................................................................................................................... 3

32.1.3 Competência........................................................................................................................................... 7

32.1.4 Partes na Execução ........................................................................................................................... 10


a l
32.1.5
io n
Classificação da Execução .............................................................................................................. 11

a c
32.2
c
Requisitos para a Execução ................................................................................................................... 11
u
32.3 E dad d e
Título Executivo........................................................................................................................................... 12
e
rt le
32.3.1
o So
Requisitos Formais do Título Executivo ................................................................................... 12
p
32.3.2 S ut 22- il.com u ra 92
Títulos em Espécie ............................................................................................................................ 13

32.4 r ata 86 gm um n D .4 a
Demanda Executiva ................................................................................................................................... 14
e
32.4.1
d V on 24.5 67@
Petição Inicial ...................................................................................................................................... 15
A J 0 ra
32.4.2 t u
Citação.................................................................................................................................................... 15
n d
32.4.3 a ta
Devedor não Encontrado ............................................................................................................... 16
jo n
32.4.4 Reações do Executado .................................................................................................................... 16

32.5 Liquidação ..................................................................................................................................................... 17

32.5.1 Espécies de Liquidação ................................................................................................................... 18

32.6 Responsabilidade Patrimonial .............................................................................................................. 18

32.6.1 Bens Sujeitos à Execução ............................................................................................................... 19

32.6.2 Bens não Sujeitos à Execução...................................................................................................... 20

32.7 Fraudes à Execução................................................................................................................................... 22


32.8 Defesas na Execução ................................................................................................................................ 25

32.8.1 Embargos à Execução ...................................................................................................................... 25

32.8.2 Impugnação ......................................................................................................................................... 28

32.8.3 Objeção/Exceção de Pré-Executividade ................................................................................... 30

32.9 Penhora, Depósito e Avaliação ............................................................................................................ 31

32.9.1 Penhora .................................................................................................................................................. 31

32.9.2 Avaliação por Oficial de Justiça .................................................................................................. 33

32.9.3 Depósito ................................................................................................................................................ 34

32.10 a l
Expropriação e Satisfação ...................................................................................................................... 35

io n
32.10.1 c
Expropriação do Objeto da Execução ...................................................................................... 35
a
u c
32.10.2
d e
Satisfação da Execução ................................................................................................................... 36
E dad
32.11 e
rt le
Suspensão e Extinção da Execução ................................................................................................... 36

p o So
32.11.1
S ut 22- il.com u ra 92
Suspensão da Execução.................................................................................................................. 36

32.11.2
um n D .4 a
Extinção da Execução ...................................................................................................................... 37

e r ata 86 gm
V on 24.5 67@
QUADRO SINÓTICO ..................................................................................................................................................... 38
d
A J 0 ra
QUESTÕES COMENTADAS ....................................................................................................................................... 44
t u
n d
a t a
GABARITO ......................................................................................................................................................................... 56

jo n
QUESTÃO DESAFIO ........................................................................................................................................................ 57

GABARITO DA QUESTÃO DESAFIO......................................................................................................................... 58

LEGISLAÇÃO COMPILADA............................................................................................................................................ 60

JURISPRUDÊNCIA ............................................................................................................................................................ 64

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................................................. 73


DIREITO PROCESSUAL CIVIL

Capítulo 9
Neste capítulo, vamos tratar sobre um assunto importante para sua prova: Processo de Execução.

32. Processo de Execução

32.1 Teoria Geral da Execução

32.1.1 Conceito

a l
n
É um conjunto de meios materiais previstos em lei, à disposição do juízo, visando à
io
satisfação do direito.
a c
u c
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Esses atos materiais executivos podem ser praticados de diferentes maneiras, sendo, por
e
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isso, possível, a depender do critério adotado, distinguir as diferentes modalidades de execução.
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A doutrina entende que apenas as sentenças condenatórias dão ensejo à execução.

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A execução de título extrajudicial constitui processo autônomo, bem como os
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cumprimentos de sentença arbitral, penal condenatória ou estrangeira, em que o réu deverá ser
A J 0 ra
t
citado (não apenas intimado). Ademais, será sempre definitiva, ainda que haja apelação
u
d
n sem resolução de mérito ou de improcedência dos
a t a
pendente contra a sentença de extinção
embargos.
jo n
32.1.2 Princípios da Execução

 Autonomia:

Não se deve confundir a fase cognitiva (quando o juiz atua no sentido de dizer quem
tem o direito) com a fase executiva (quando o juiz atua no sentido de satisfazer o direito).

 Nulla executio sine titulo

3
Não há execução sem título que a embase, porque na execução, além da permissão
para a invasão do patrimônio do executado por meio de atos de constrição judicial (por exemplo,
penhora, busca e apreensão, imissão na posse), o executado é colocado numa situação
processual desvantajosa em relação ao exequente.

Assim, exige-se a presença de título que demonstre ao menos uma probabilidade de


que o crédito representado efetivamente exista, para justificar essas desvantagens que serão
suportadas pelo executado.

Desse modo, aduz o art. 783 do CPC, que a execução para cobrança de crédito fundar-
se-á sempre em título de obrigação certa, líquida e exigível.

 Patrimonialidade
a l
io n
A execução é sempre real e nunca pessoal, em razão de serem os bens do executado
a c
c
os responsáveis materiais pela satisfação do direito do exequente.
u
E dad d e
e
A proibição de que o corpo do devedor responda por suas dívidas, reservando-se tal
rt le
o So
garantia a seu patrimônio, é vista como representação da humanização que o processo de
p
u ra 92
S ut 22- il.com
execução adquiriu durante seu desenvolvimento histórico, abandonando gradativamente a ideia

e um n D .4 a
de utilizar a execução como forma de vingança privada do credor.
r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
Desse modo, nos moldes do art. 789 do CPC, o devedor responde com todos os seus
A J 0 ra
t
bens presentes e futuros para o cumprimento de suas obrigações, salvo as restrições
u
n d
estabelecidas em lei.
a ta
jon

No ordenamento jurídico pátrio só há um caso de prisão civil: a do devedor de alimentos. A


respeito do tema, há de se mencionar o teor da Súmula Vinculante nº 25: É ilícita a prisão civil
de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade de depósito.

4
 Exato adimplemento

Deve-se buscar o mesmo resultado que teria sido obtido caso o devedor tivesse
cumprido com a sua obrigação.

O final esperado no processo de execução é quando o direito do exequente é satisfeito,


com a extinção do feito pela sentença prevista no artigo 924, II, do CPC, que é meramente
declaratória quanto ao final do procedimento executivo.

Há apenas duas situações em que a obrigação específica será substituída pela de


reparação de danos: quando o credor preferir, ou quando o cumprimento específico tornar-se
impossível.

a l
A penhora deverá recair sobre tantos bens quanto bastem para o pagamento do principal
atualizado, dos juros, das custas e dos honorários advocatícios. ion
a c
 Disponibilidade do processo pelo credor u c
E dad d e
e
rt le
Tendo em mente que a execução é voltada para a satisfação do direito do credor, este

p o So
u ra 92
pode, a qualquer tempo, ainda que pendentes de julgamento os embargos à execução, desistir
S ut 22- il.com
dela, independentemente do consentimento do executado (art. 775 do CPC).

e um n D .4 a
r ata 86 gm
Há um caso em que a desistência da execução demanda a anuência do devedor: se
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
houver impugnação ou embargos que não versarem apenas sobre questões processuais, mas
t u
d
matéria de fundo, caso em que o executado-embargante poderá desejar o pronunciamento do
n
magistrado sobre o tema.
a ta
jo n
Sendo possível ao exequente desistir de toda a execução, também se admite a
desistência de apenas alguma medida executiva específica, em execuções nas quais há uma
pluralidade de meios à disposição do exequente.

Ao extinguir a execução por desistência, o juiz condenará o credor ao pagamento das


custas e honorários advocatícios.

 Máxima efetividade

5
Esse princípio aduz que a execução se dá em benefício do credor e, portanto, todas as
regras do CPC relacionadas à execução devem ser interpretadas em favor do credor, pois ele é
o detentor do título executivo.

 Menor onerosidade

Como já foi tratado no princípio da patrimonialidade, a execução não é instrumento de


exercício da vingança privada, não podendo o executado sofrer mais do que o estritamente
necessário na busca da satisfação do direito do exequente. Gravames desnecessários à
satisfação do direito devem ser evitados, sempre que for possível satisfazer o direito por meio
da adoção de outros mecanismos.

l
Desse modo, está previsto no artigo 805 do CPC, que quando por vários meios o
a
n
exequente puder promover a execução, o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso
io
para o executado.
a c
u c
E dad d e
Além disso, o artigo 835 do CPC prevê uma ordem de preferência para a penhora dos
bens, que busca garantir essa menor onerosidade. e
rt le
p o So
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S ut 22- il.com
Esse princípio, todavia, não autoriza que o executado escolha sobre quais bens a penhora

e um n D .4 a
deve recair, nem permite que se exima da obrigação. A escolha do bem penhorável é do credor,
r ata 86 gm
V on 24.5 67@
e o devedor não pode exigir a substituição senão por dinheiro.
d
A J 0 ra
t
 Lealdade e Boa-fé Processual
u
n d
a ta
Assim como no processo de conhecimento, na execução também é exigido das partes o
jo n
respeito ao dever de lealdade e boa-fé processuais, sendo aplicáveis as sanções previstas nos
artigos 77, 80 e 81, do CPC.

Mais até do que os outros procedimentos, já que existem normas específicas à execução,
como o artigo 774 do CPC, com a previsão dos chamados atos atentatórios à dignidade da
justiça.

 Atipicidade dos meios executivos

6
O artigo 139, do CPC, trata dos poderes do juiz, prevendo, em seu inciso IV, ser um deles
a determinação de todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias
necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial, inclusive nas ações que tenham
por objeto prestações pecuniárias.

Esse dispositivo claramente permite a aplicação ampla e irrestrita do princípio ora


analisado a qualquer espécie de execução, independentemente da natureza da obrigação.

Desse modo, é perfeitamente possível ao juiz aplicar medidas indutivas visando obter
bens para o cumprimento da dívida (as medidas indutivas persistem enquanto o patrimônio não
aparecer), não sendo admissível que as utilize para contrariar a lei ou mesmo princípios do
Direito.

a l
n
Um exemplo dado pela doutrina para esse princípio é a suspensão do direito do devedor
io
a c
de conduzir veículo automotor, inclusive com a apreensão física da CNH, em caso de não
u c
pagamento de dívida oriunda de multas de trânsito.
E dadd e
32.1.3 Competência e
rt le
p o So
32.1.3.1
u ra 92
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Cumprimento de Sentença (Título Executivo Judicial)

e um n D .4 a
r ata 86 gm
A competência para a execução fundada em título executivo judicial está prevista no

d V on 24.5 67@
artigo 516 do CPC. As regras de competência do referido dispositivo são aplicáveis a todos os
A J 0 ra
t u
cumprimentos de sentença, inclusive para aqueles que seguem procedimentos especiais, como
d
n de pagar quantia certa contra a Fazenda Pública e o
a
é o caso do cumprimento de tsentença
aalimentos.
jo
cumprimento de sentença n
de

 Dos Tribunais

Deve ser aplicada a todas as decisões proferidas pelo tribunal, em ações de


competência originária que exijam uma fase procedimental posterior à sua prolação, para
satisfazer o direito material do vencedor.

7
A única exceção fica por conta da competência para a execução de decisão proferida no
processo de homologação de sentença estrangeira, de competência originária do Superior
Tribunal de justiça, mas cuja execução é feita por juízo federal de primeiro grau, conforme
expressamente previsto no artigo 109, X, da CF.

 Do juízo que processou a causa no primeiro grau de jurisdição

a l
A regra fixada no artigo 516, II, do CPC, consagra a norma geral de competência para os

io n
títulos judiciais, estabelecendo ser competente para executá-los o juízo que tenha sido
a c
c
competente para a fase de conhecimento no processo sincrético, responsável pela prolação
u
da sentença exequenda. d e
E dad
e
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o So
 Cumprimento de sentença arbitral, penal condenatória, decisão homologatória de
p
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sentença estrangeira e acórdão proferido pelo Tribunal Marítimo

um n D .4 a
r ata 86 gm
Em razão da impossibilidade de se aplicar as regras de competência consagradas nos
e
d V on 24.5 67@
incisos I e II, do art. 516, do CPC, a solução encontrada pelo legislador, no parágrafo único do
A J 0 ra
t
art. 516, do CPC, foi determinar que a regra de foro concorrente ali prevista também se aplica
u
ao cumprimento de sentença dos n
d
títulos executivos judiciais previstos no inciso III.
a t a
n
jo da sentença arbitral será sempre relativa, podendo, portanto,
Desse modo, a execução
ser modificada pelas hipóteses de prorrogação de competência, com especial ênfase nesse caso
para a cláusula eletiva do foro, que, invariavelmente, fará parte do compromisso arbitral ou da
cláusula compromissária. Dessa forma, e na ausência de qualquer norma expressa no sentido
de fixar a competência nesse caso, deve-se aplicar a regra de foros concorrentes prevista no
parágrafo único, do artigo 516, do CPC.

8
Quanto à competência para o cumprimento de sentença penal, em regra, o processo de
execução civil da sentença penal, mesmo que proferida em vara federal, será de competência
da Justiça Estadual.

Como já vimos, no caso de homologação de sentença estrangeira, de competência


originária do Superior Tribunal de justiça, a execução será feita pelo juízo federal de primeiro
grau, conforme expressamente previsto no artigo 109, X, da CF. Fique atento a isso, aluno! As
competências dos juízes federais devem estar fresquinhas na sua cabeça para a prova.

32.1.3.2 Processo de Execução (Título Executivo Extrajudicial)

Segundo o artigo 781, I, do CPC, a execução poderá ser proposta no foro do domicílio
do executado, de eleição constante em cláusula do título ou de situação dos bens sujeitos
a l
n
à execução. Há competência concorrente apenas entre o foro do domicílio do réu e o da situação
io
a c
dos bens, considerando-se que, havendo cláusula de eleição de foro no título executivo
u c
d e
extrajudicial, esse foro prevalece sobre os demais, independentemente da vontade do
E dad
exequente. e
rt le
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No inciso II do artigo ora comentado, ocorre a hipótese de pluralidade de domicílios do

um n D .4 a
executado, sendo competente qualquer um deles, à escolha do exequente, em típico caso de

e r ata 86 gm
competência concorrente.

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A J 0 ra
Segundo o inciso III, se incerto ou desconhecido o domicílio do demandado (executado),
t u
d
a ação (execução) poderá ser proposta no lugar onde for encontrado ou no foro do domicílio
n
do demandante (exequente). a ta
jo n
Já no inciso IV, consta caso de haver dois ou mais demandados (executados), quando a
competência será do foro do domicílio de qualquer um deles, à escolha do demandante
(exequente).

Por fim, o inciso V prevê a competência do foro do lugar em que se praticou o ato ou
ocorreu o fato que deu origem ao título, independentemente de o executado não mais residir
no local.

9
32.1.4 Partes na Execução

32.1.4.1 Legitimidade ativa

No polo ativo, a doutrina divide em 3 tipos de exequentes:

 Ordinário primário ou originário

É o sujeito legitimado a propor o processo executivo ou a dar início à fase de


cumprimento de sentença, que estiver indicado como credor no próprio título executivo.
Como se nota, litigando em nome próprio por direito próprio, esse sujeito estará atuando em
legitimação ordinária e, o fato de tal legitimidade já ser criada concomitantemente com a criação
do título executivo, a torna originária ou primária (art. 778, caput, do CPC).

a l
 Ordinário superveniente ou secundário
io n
a c
c
O sujeito que demanda, apesar de fazê-lo em nome próprio e em defesa de interesse
u
E dad d e
próprio, só ganha a legitimação para propor a demanda executiva ou nela prosseguir por um
e
rt le
ato ou fato superveniente ao surgimento do título executivo (art. 778, §1º, do CPC), seja inter
p o So
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vivos ou causa mortis. Inclusive, deverá juntar à execução a prova de que o ato/fato, que lhe dá

um n D .4 a
legitimidade, efetivamente ocorreu.

e r ata 86 gm
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 Extraordinário
d
A J 0 ra
t
O sujeito litigará em nome próprio na defesa de interesse alheio. O artigo 778, §1º, I,
u
d
n Ministério Público para atuar com a legitimação ativa
do CPC, atribui a legitimidade ao
a t a
extraordinária na execução.n
jo
32.1.4.2 Legitimidade passiva:

Assim como na legitimidade ativa, a doutrina divide a legitimidade passiva em 3 grupos:

 Ordinário primário ou originário

Refere-se a alguém defendendo em nome próprio direito próprio. Previsto no artigo


779, I, do CPC, será o devedor, reconhecido como tal no título executivo.

 Ordinário superveniente ou secundário


10
São os casos em que o débito é sucedido, da mesma forma que o crédito (sucessão
causa mortis ou inter vivos). O artigo 779, II e III, prevê seus legitimados, quais sejam, o espólio,
os herdeiros ou os sucessores do devedor; ou o novo devedor que assumiu, com o
consentimento do credor, a obrigação resultante do título executivo.

 Extraordinário

O sujeito atuará em nome próprio na defesa de interesse alheio. Previsto no artigo 779,
IV, V e VI, do CPC, possuem legitimidade extraordinária o fiador do débito constante em título
extrajudicial, o responsável titular do bem vinculado por garantia real ao pagamento do débito,
e o responsável tributário, assim definido em lei.

32.1.5 Classificação da Execução


a l
io n
São diversas as classificações da execução civil, vejamos:
a c
u c
d e
 Execução Mediata: necessita de um processo autônomo, no qual o executado deve
E dad
ser citado; e
rt le
p o So
 Execução Imediata: não necessita de um novo processo, é tida como uma fase
u ra 92
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posterior à fase de conhecimento (são os casos de execução por título executivo

um n D .4 a
r ata 86 gm
judicial, ressalvadas aquelas decorrentes de sentença arbitral, penal condenatória ou
e
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estrangeira);
d
A J 0 ra
 Execução Específica: é aquela em que se busca satisfazer a pretensão do autor, nos
t u
n d
exatos termos do título executivo.
a ta
n
jo para a Execução
32.2 Requisitos

São dois os requisitos necessários para a execução, sob pena de carência da execução:

 O inadimplemento do devedor: ocorre quando o devedor não cumpre a obrigação


no tempo, local e forma convencionados. Esse ponto merece bastante atenção, pois
a execução é possível tanto no caso de mora quanto no caso de inadimplemento
absoluto. Sobre o tema, vale trazer à baila o teor da Súmula 54 do STJ, vejamos: “os

11
juros moratórios fluem a partir do evento danoso, em caso de responsabilidade
extracontratual”;
Só se pode falar em inadimplemento de uma obrigação líquida.
Se a obrigação é a termo, tem data certa para o vencimento. Nesses casos, o devedor
incorre de pleno direito em mora, assim que deixar passar o prazo de vencimento. Se
o devedor não tiver sido constituído em mora pelo vencimento do título ou pela
notificação, ela só existirá a partir da citação. Nas obrigações por atos ilícitos, o
devedor estará em mora desde a data do fato.
A regra é que a obrigação seja cumprida no domicílio do devedor (quesíveis), mas as
partes podem convencionar de forma diversa.
 Título Executivo: o qual deve estar previamente tipificado em lei.

a l
io n
a c
u c
E dadd e
e
rt le
p o So
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um n D .4 a
Súmula 27 do STJ: Pode a execução fundar-se em mais de um título executivo extrajudicial

e r ata 86 gm relativo ao mesmo negócio.

d V on 24.5 67@
J 0 ra
A Executivo
32.3 Título t u
n d
a ta
32.3.1 Requisitos Formais do Título Executivo
jo n
O artigo 786 do CPC determina que a obrigação contida no título executivo deva ser
certa, líquida e exigível. Cumpre ao juiz, de ofício, examinar a presença desses requisitos, em
abstrato, pois, apesar de o título preenchê-los, pode o devedor, demonstrar, em concreto, que
o débito não existe ou que foi extinto:

 Certeza (quem deve, para quem deve, como deve e o que deve): a certeza é a
identificação exata, no título, de todos os elementos objetivos e subjetivos da
obrigação;

12
 Liquidez (quanto deve): A liquidez é uma característica exclusiva das obrigações de
pagar quantia. Está ligada ao quantum debeatur. Essa pergunta só é feita nas
obrigações de pagar quantia, portanto, obrigações de fazer, não fazer ou dar, não
precisam ser líquidas, mas apenas certas e exigíveis. Não perde a liquidez a obrigação,
se houve pagamento parcial ou se é preciso acrescentar encargos, como juros,
correção monetária e multa, fixada no título.
 Exigibilidade (vencimento da obrigação, condição e termo): entende-se pela
inexistência de impedimento à eficácia atual da obrigação, que resulta do seu
inadimplemento e da ausência de termo, condição ou contraprestação.

32.3.2 Títulos em Espécie

a l
n
Os títulos executivos são divididos em Títulos Executivos Judiciais e Extrajudiciais.
io
 Títulos Executivos Judiciais a c
u c
E dad d e
O artigo 515, do CPC, prevê as formas de títulos executivos judiciais, vejamos:
e
rt le
p o So
 Decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de
u ra 92
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obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa;

um n D .4 a
r ata 86 gm
 Decisão homologatória de autocomposição judicial;
e
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 Decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer natureza;
d
A J 0 ra
 Formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante,
t u
n d
aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal;
a ta
n
 Crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou honorários
jo
tiverem sido aprovados por decisão judicial;
 Sentença penal condenatória transitada em julgado;
 Sentença arbitral;
 Sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça;
 Decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à carta
rogatória pelo Superior Tribunal de Justiça;

 Títulos Executivos Extrajudiciais

13
O artigo 784 do CPC aduz que são títulos executivos extrajudiciais:

 Títulos de créditos: a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a


debênture e o cheque;

 Escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor;


 Documento particular assinado pelo devedor e por 2 (duas) testemunhas;
 Instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria
Pública, pela Advocacia Pública, pelos advogados dos transatores ou por
conciliador ou mediador credenciado por tribunal;

 Contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real de


garantia1 e aquele garantido por caução;

 Contrato de seguro de vida em caso de morte;


a l
 Crédito decorrente de foro e laudêmio;
io n
a c
 Crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem
u c
d e
como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio;
E dad
e
rt le
 Certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito

p o So
Federal e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei;

 Crédito referente
u ra 92
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às contribuições ordinárias ou extraordinárias de
um n D .4 a
r ata 86 gm
condomínio edilício, previstas na respectiva convenção ou aprovadas em
e
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assembleia geral, desde que documentalmente comprovadas2.
d
A J 0 ra
t
du
32.4 Demanda Executiva
n
a t a
jon
Vamos, agora, falar sobre o procedimento executivo por quantia fundada em título
extrajudicial. Porém, é importante que, em relação às outras execuções, você leia os dispositivos
correspondentes.

1
Vide Questão 6.
2
Vide Questão 6.
14
32.4.1 Petição Inicial

 Requisitos (art. 798, CPC): o exequente deve instruir, obrigatoriamente, a petição


inicial com os seguintes elementos:
 Título executivo extrajudicial;
 Demonstrativo do débito atualizado até a data de propositura da ação,
quando se tratar de execução por quantia certa, que deverá conter:
o Índice de correção monetária adotado;
o Taxa de juros aplicada;
o Termos inicial e final de incidência do índice de correção monetária e da
taxa de juros utilizados;
o Periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso;
a l
o Especificação de desconto obrigatório realizado.
io n
a c
c
 Prova de que se verificou a condição ou ocorreu o termo, se for o caso;
u
d e
E dad
 Prova, se for o caso, de que adimpliu a contraprestação que lhe corresponde
e
rt le
ou que lhe assegure ao cumprimento, se o executado não for obrigado a
p o So
u ra 92
satisfazer a sua prestação senão mediante a contraprestação do exequente.
S ut 22- il.com
 Indicar, facultativamente:

e um n D .4 a
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 A espécie de execução de sua preferência, quando por mais de um modo

d V on 24.5 67@
puder ser realizada;
A J 0 ra
t
 Os nomes completos do exequente e do executado e seus números de
u
d
n de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa
a t a
inscrição no Cadastro
Jurídica;on
j
 Os bens suscetíveis de penhora, sempre que possível.

32.4.2 Citação

O executado será citado para pagar em três dias, não se aplicando o regramento do
prazo em dobro (art. 829, do CPC).

Todas as formas de citação previstas no CPC são admitidas.

15
O prazo inicial de três dias é contado da citação (art. 829, do CPC), e não da juntada aos
autos do cumprimento do mandado de citação.

Além disso, são três dias úteis, já que se trata de prazo de direito material, mas com
reflexos processuais (art. 219, do CPC).

32.4.3 Devedor não Encontrado

Caso o oficial de justiça não encontre o devedor, mas encontre bens, é possível o
denominado arresto executivo: “arrastar-lhe-á tantos bens quantos bastem para garantir a
execução”.

Nos 10 (dez) dias seguintes à efetivação do arresto, o oficial de justiça procurará o

a l
executado 2 (duas) vezes em dias distintos e, havendo suspeita de ocultação, realizará a citação

io n
c
com hora certa, certificando pormenorizadamente o ocorrido (art. 830, do CPC).
a
u c
32.4.4 Reações do Executado
E dad d e
e
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o So
Após ser citado, o executado poderá tomar quatro posicionamentos: realizar o
p
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pagamento, requerer o parcelamento, se manter inerte ou, ainda, apresentar defesa.

um n D .4 a
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 Pagamento (CPC, art. 924, II): no prazo de três dias, o devedor/executado deverá
e
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efetuar o pagamento do débito, o qual levará a extinção da execução com base no
d
A J 0 ra
artigo 924, II, do CPC;
t u
n d
a ta
jo n

O art. 827, §1º, do CPC, estipula um benefício para o executado: “No caso de integral
pagamento no prazo de 3 (três) dias, o valor dos honorários advocatícios será reduzido pela
metade”.

16
 Parcelamento (CPC, art. 916): no prazo de quinze dias (prazo para embargos à
execução) o devedor pode requerer o parcelamento do débito;

Essa possibilidade não se aplica ao cumprimento de sentença, por vedação expressa.

 Inércia: no prazo de três dias. Como consequência, haverá a penhora de bens, pois
o credor irá atrás dos bens para satisfação das dívidas;
a l
n
 Defesas: o devedor pode apresentar dois tipos de defesa: embargos à execução
io
a c
(arts. 914 a 920 do CPC) e objeção/exceção (art. 803, parágrafo único, do CPC).
u c
32.5 Liquidação E dad d e
e
rt le
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Como vimos anteriormente, para que o cumprimento de sentença seja realizado, é
u ra 92
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necessário que haja uma sentença líquida, isto é, com o valor determinado ou com o objeto
um n D .4 a
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da condenação individualizado.
e
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t u
n d
a ta
jo n
Conforme ensina o §4º, do art. 509, do CPC, na liquidação é vedado discutir de novo a lide
ou modificar a sentença que a julgou, uma vez que a liquidação é um complemento do título
judicial ilíquido, o qual necessita de uma decisão declaratória que o torne líquido.

Atente-se que a iliquidez pode ser total ou parcial.

17
A necessidade de elaboração de meros cálculos aritméticos não tira a liquidez do título, na
expressa previsão do art. 786, parágrafo único, do CPC.

32.5.1 Espécies de Liquidação

 Por Arbitramento: determinado pela sentença, convencionado pelas partes ou


exigido pela natureza do objeto da liquidação;

a l
 Pelo Procedimento Comum: quando houver necessidade de alegar e provar fato
io n
novo.
a c
u c
32.6 Responsabilidade Patrimonial
E dad d e
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o So
A responsabilidade patrimonial é a possibilidade de sujeição de um determinado
p
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patrimônio à satisfação do direito substancial do credor.

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jo n
A responsabilidade pela satisfação das dívidas é meramente patrimonial, nunca pessoal, não
havendo nenhuma possibilidade de o corpo do responsável responder pela satisfação do direito
do credor. A prisão civil permitida pela Constituição Federal (devedor voluntário e inescusável
de alimentos) não pode ser considerada uma exceção a esse princípio, já que o
encarceramento não é forma de satisfação da obrigação, e sim mero meio de coerção.

18
32.6.1 Bens Sujeitos à Execução

Em regra, todos os bens do devedor estão sujeitos à execução, independentemente do


momento de sua aquisição. Assim, todos estão sujeitos, os que existiam no momento que a
obrigação foi contraída e os que ainda não existiam, e só vieram a ser adquiridos posteriormente,
sejam eles corpóreos ou incorpóreos, desde que tenham valor econômico. Ademais, vale
ressaltar que apenas estão sujeitos à execução os bens que podem ser penhorados.

A impenhorabilidade não é oponível à execução de dívida relativa ao próprio bem,


inclusive àquela contraída para a sua aquisição.

Nesse sentido, o artigo 789, do CPC, aduz que o devedor responde com todos os seus
bens presentes e futuros para o cumprimento de suas obrigações, salvo as restrições
a l
estabelecidas em lei.
io n
a c
u c
No entanto, a redação desse dispositivo é bastante criticada pela doutrina. Desse modo,

E dad d e
Daniel Amorim de Assumpção Neves3 traduz a melhor forma de se analisar o artigo citado,
e
rt le
vejamos:
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
A melhor interpretação do texto legal é aquela que dá como momento inicial a ser

e um n D .4 a
considerado para fixação dos "bens presentes" o da instauração do processo executivo
r ata 86 gm
e para bens futuros aqueles que forem adquiridos durante o seu trâmite, não se

d V on 24.5 67@
excluindo, entretanto, "bens passados" alienados em fraude, quando então importará o
A J 0 ra
t
momento em que foi contraída a obrigação. Fala-se, então, em bens passados, que não
u
n d
estão mais no patrimônio do executado no momento da propositura da demanda, mas

a ta
jo n
que respondem ainda assim por suas obrigações, sempre que tiver ocorrido a alienação
em fraude, além dos bens futuros, adquiridos após a constituição da dívida e mesmo após
a propositura da execução. Outra forma de dizer exatamente o mesmo é entender-se por
"bens presentes" aqueles existentes à época do surgimento da dívida e "bem futuros"
todos os que forem adquiridos até a satisfação do direito do credor, salvo os bens
alienados nesse período sem fraude.

Todavia, a lei prevê inúmeros casos de restrições.

3
Neves, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito Processual Civil - Volume Único. 10ª edição. Editora
JusPodvm, 2018, p. 1133
19
32.6.2 Bens não Sujeitos à Execução

Inicialmente, é necessário dizer que apenas os bens que podem ser penhorados estão
sujeitos à execução. Dessa maneira, o artigo 833, do CPC, enumera os bens impenhoráveis:

 Os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução;


 Os móveis, os pertences e as utilidades domésticas que guarnecem a residência do
executado, salvo os de elevado valor ou os que ultrapassem as necessidades comuns
correspondentes a um médio padrão de vida;

 Os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de


elevado valor;
 Os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os

a l
n
proventos de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como
io
c
as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor
a
u c
e de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de
E dad d e
profissional liberal, ressalvado o §2º. Desse modo, não será oponível a
e
rt le
o So
impenhorabilidade dos vencimentos e ganhos do devedor, seja qual for o seu valor,
p
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S ut 22- il.com
nem a das cadernetas de poupança até 40 salários mínimos, se a dívida for de

e um n D .4 a
natureza alimentar, qualquer que seja sua origem. Também não será oponível a
r ata 86 gm
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impenhorabilidade dos ganhos naquilo que ultrapassar 50 salários mínimos mensais4,
d
A J 0 ra
por qualquer dívida (não apenas alimentar), já que essas permitem a penhora até
t u
d
mesmo de ganhos inferiores a 50 salários mínimos;
n
a ta
 Os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros
jo n
bens móveis necessários ou úteis ao exercício da profissão do executado5;

4
Vide Questão 2.
5
Vide Questão 4.
20
O §3º, do artigo 833, do CPC, inclui nesse rol os equipamentos, os implementos e as máquinas
agrícolas pertencentes a pessoa física ou a empresa individual produtora rural, exceto
quando tais bens tenham sido objeto de financiamento e estejam vinculados em garantia a
negócio jurídico ou quando respondam por dívida de natureza alimentar, trabalhista ou
previdenciária.

 O seguro de vida;
 Os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas forem
penhoradas;
 A pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela
família;

l
 Os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação
a
compulsória em educação, saúde ou assistência social;
io n
a c
c
 A quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40 (quarenta)
u
salários-mínimos;
E dad d e
e
rt le
 Os recursos públicos do fundo partidário recebidos por partido político, nos
p o So
termos da lei;
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S ut 22- il.com
 Os créditos oriundos de alienação de unidades imobiliárias, sob regime de

e um n D .4 a
r ata 86 gm
incorporação imobiliária, vinculados à execução da obra.

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A J 0 ra
Essas possibilidades de impenhorabilidade dos bens advêm dos princípios do patrimônio
t u
d
mínimo e da dignidade humana, nos quais a garantia de que alguns bens jamais sejam objeto
n
a ta
de expropriação judicial é a tentativa mais moderna do legislador de preservar a pessoa do
jo n
devedor, colocando-se nesses casos sua dignidade humana em patamar superior à satisfação
do direito do exequente.

A impenhorabilidade do bem é matéria de ordem pública e deve ser conhecida pelo juízo
de ofício a qualquer tempo.

É corrente na doutrina a afirmação de que razões de cunho humanitário levaram o


legislador à criação da regra da impenhorabilidade de determinados bens. A preocupação em

21
preservar o executado (e, quando existente, também sua família) fez com que o legislador
passasse a prever formas de dispensar o mínimo necessário à sua sobrevivência digna.

As demais exceções à impenhorabilidade são as seguintes:

O artigo 14, §3º, da Lei nº 4.717/1965 que prevê que na ação popular, quando o réu condenado
perceber dos cofres públicos, a execução far-se-á por desconto em folha até o integrala l
io n
ressarcimento do dano causado.
a c
u c
d e
O artigo 833, §1º, do CPC, que admite a penhora em execução de dívida relativa ao próprio
E dad
bem, inclusive àquela contraída para sua aquisição. e
rt le
p o So
u ra 92
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Súmula 449 do STJ: A vaga de garagem que possui matrícula própria no registro de imóveis

e um n D .4 a
não constitui bem de família para efeito de penhora.
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Súmula 364 do STJ: O conceito de impenhorabilidade de bem de família abrange também o
d
A J 0 ra
imóvel pertencente a pessoas solteiras, separadas e viúvas.
t u
n d
ata
32.7 Fraudes à Execução
jon
De acordo com Fredie Didier:

A fraude à execução é manobra do devedor que causa dano não apenas ao credor (como
na fraude pauliana), mas também à atividade jurisdicional executiva. Trata-se de instituto
tipicamente processual. É considerada mais grave do que a fraude contra credores, vez
que cometida no curso de processo judicial, executivo e apto a ensejar futura execução,
frustrando os seus resultados. Isso deixa evidente o intuito de lesar o credor, a ponto de
ser tratada com mais rigor.

22
Desse modo, o ato fraudulento prejudica o credor e a própria função jurisdicional do
Estado-juiz, sendo tal ato considerado atentatório à dignidade da justiça6 e apenado, nas
execuções por quantia certa, com uma multa que pode atingir até 20% do valor do débito
exequendo (art. 774, I, e parágrafo único, do CPC).

Não há fraude à execução na alienação de bem impenhorável; a impenhorabilidade impede


que o bem seja utilizado para tal finalidade, de forma que sua alienação não frustrará
a l
qualquer direito de satisfação do credor.
io n
a c
c
Assim, de acordo com o artigo 792, do CPC, a alienação ou a oneração se considera
u
fraude à execução:
E dad d e
e
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o So
 Quando sobre o bem pender ação fundada em direito real ou com pretensão
p
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S ut 22- il.com
reipersecutória, desde que a pendência do processo tenha sido averbada no

e um n D .4 a
respectivo registro público, se houver;
r ata 86 gm
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 Quando tiver sido averbada, no registro do bem, a pendência do processo de
d
A J 0 ra
execução, na forma do art. 828;
t u
d
 Quando tiver sido averbado, no registro do bem, hipoteca judiciária ou outro ato
n
a ta
de constrição judicial originário do processo onde foi arguida a fraude;
jo n
 Quando, ao tempo da alienação ou da oneração, tramitava contra o devedor ação
capaz de reduzi-lo à insolvência;
 Nos demais casos expressos em lei.

Nesse sentido, busca a lei proteger os credores contra atos fraudatórios praticados por
devedores, tornando ineficaz o negócio jurídico que objetivou impossibilitar o adimplemento

6
Vide Questão 1.
23
da obrigação. Estes atos ocorrem no curso de ação judicial, não necessariamente na ação de
execução ou na fase de cumprimento de sentença.

Ainda, objetiva a lei evitar a frustração do resultado útil do processo, que, se permitida,
retiraria da sentença judicial a sua eficácia, configurando ato atentatório à dignidade da justiça.

A alienação de bens em qualquer dessas hipóteses é ineficaz (relativa, parcial e originária)


em relação ao autor da ação, ou seja, a venda do bem não poderá ser-lhe oposta, e o bem
continuará respondendo pela dívida.

a l
io n
a c
u c
Lembre-se, não tendo havido o registro da penhora sobre o bem alienado a terceiro, a fraude

E dad d e
à execução somente poderá ficar caracterizada se houver prova de que o terceiro tinha
e
rt le
o So
conhecimento da ação ou da constrição (esta ciência caracterizará a má-fé do adquirente). O
p
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terceiro adquirente tem o ônus de provar que adotou as cautelas necessárias para a aquisição,

e um n D .4 a
mediante a exibição das certidões pertinentes, ou, ainda, se defender por meio de Embargos
r ata 86 gm
de Terceiro.
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A J 0 ra
t u
n d
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jo n

Súmula 375 do STJ: O reconhecimento da fraude à execução depende do registro da penhora


do bem alienado ou da prova de má-fé do terceiro adquirente.

Não é necessário o ingresso de qualquer ação judicial por parte do credor, bastando uma
mera petição no processo já pendente para que o juiz reconheça a fraude.

24
O §4º, do artigo 792, do CPC, prevê que, antes de ser declarada a fraude à execução, o
juiz deverá intimar o terceiro adquirente, que, se quiser, poderá opor embargos de terceiro, no
prazo de 15 dias.

32.8 Defesas na Execução

As formas de defesa do executado dividem-se em defesas típicas e atípicas. São formas


de defesa típica, os embargos à execução e a impugnação. Já a forma atípica é a
exceção/objeção de pré-executividade.

32.8.1 Embargos à Execução

Tem natureza jurídica de meio de defesa por excelência na execução fundada em título
a l
extrajudicial. Não é um incidente da execução, mas uma ação autônoma de conhecimento,
io n
a c
vinculada à execução, destinada a permitir que o executado apresente as defesas que tiver.

u c
d e
Portanto, o ingresso dessa espécie de defesa faz com que, no mesmo processo, passem a
E dad
tramitar duas ações: a execução e os embargos à execução.
e
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p o So
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Os embargos à execução deverão ser propostos em autos apartados. Se o embargante
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(executado) apresenta, de forma incorreta, os embargos à execução nos próprios autos da

e um n D .4 a
r ata 86 gm
execução, o juiz não deverá rejeitar liminarmente esses embargos. O magistrado deverá

d V on 24.5 67@
conceder prazo para que a parte faça o desentranhamento dos embargos e promova a sua
A J 0 ra
t
distribuição em autos apartados, por dependência. Isso porque a propositura dos embargos à
u
d
nexecução configura vício sanável, que pode ser, portanto,
execução nos próprios autos da
a t a
corrigido . 7
jo n
Assim, ao contrário da impugnação ao cumprimento de sentença, nos embargos à
execução o contraditório é pleno, ou seja, pode-se discutir qualquer tipo de matéria de defesa
cabível em um processo de conhecimento comum.

7 STJ. 3ª Turma. REsp 1807228-RO, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 03/09/2019 (Info 656).

25
 Competência: o art. 914, §1º, do CPC, cria regra afirmando que haverá distribuição
por dependência, autuação em apartado e instrução com cópias das peças
processuais relevantes para o juízo do processo de execução;
 Desnecessidade de garantia do Juízo: esse já era um entendimento bem antigo,
porém mantendo a mesma linha, o CPC/15 trouxe essa previsão de forma expressa,
de modo que o executado pode embargar ainda que sem garantia;

a l
n
É muito importante que você fixe essa característica, porque pode vir como “pegadinha” em sua
io
a c
prova, então se liga: art. 914, do CPC: O executado, independentemente de penhora, depósito

u c
d e
ou caução, poderá se opor à execução por meio de embargos.
E dad
e
rt le
No entanto, na execução fiscal, o Superior Tribunal de justiça continua a exigir a garantia do
p o So
u ra 92
juízo como condição de admissibilidade dos embargos à execução, nos termos do art. 16, §1º,
S ut 22- il.com
da Lei nº 6.830/1980.

e um n D .4 a
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 Prazo: 15 dias (art. 915 do CPC).
d
A J 0 ra
t u
n d
a ta
jon

Não se aplica a regra do art. 229 do CPC (prazo em dobro para litisconsórcio com advogados
diferentes) para a propositura, por expressa previsão do art. 915, §3º do CPC.

 Termo inicial: citação do executado, nos termos do artigo 231 do CPC. No entanto,
quando houver mais de um executado, o prazo para cada um deles embargar conta-

26
se a partir da juntada do respectivo comprovante de citação, salvo no caso de
cônjuges ou de companheiros, quando será contado a partir da juntada do último;
 Objeto dos embargos:
 Inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação;
 Penhora incorreta ou avaliação errônea;
 Excesso de execução ou cumulação indevida de execuções;
 Retenção por benfeitorias necessárias ou úteis, nos casos de execução para
entrega de coisa certa;
 Incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução;
 Qualquer matéria que lhe seria lícito deduzir como defesa em processo de
conhecimento (cognição plena).

a l
n
 Rejeição liminar dos embargos: o juiz extinguirá essa demanda judicial incidental,
io
c
sem nem ao menos intimar o embargado para se manifestar a respeito das alegações
a
u c
do embargante. São três as hipóteses de rejeição liminar dos embargos:
E dad d e
intempestividade, indeferimento da petição inicial e improcedência liminar do
e
rt le
o So
pedido, e embargos manifestamente protelatórios;
p
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 Efeitos: em regra, não terá efeito suspensivo. No entanto, de acordo com o art. 919,

e um n D .4 a
§1º, do CPC, o juiz poderá, a requerimento do embargante, atribuir efeito
r ata 86 gm
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suspensivo aos embargos, quando verificados os requisitos para a concessão da
d
A J 0 ra
tutela provisória e desde que a execução já esteja garantida por penhora, depósito
t u
d
ou caução suficientes (requisitos cumulativos);
n
a ta
 Revelia: a existência do título executivo impede que o embargado seja comparado
jo n
com demandados em outras demandas cognitivas, porque na execução o embargado
já tem a seu favor a presunção legal advinda do título executivo, o que falta ao
demandado em geral. Desse modo, entre a presunção do título e da omissão do
embargado, deve prevalecer a presunção legal do título, de forma que o efeito da
revelia de presunção de veracidade dos fatos nos embargos, diante da revelia do
embargado, não deve ser gerado.

27
Não configura ato incompatível com a vontade de recorrer a oposição de embargos do
devedor pela parte que recorreu contra decisão que incluiu seu nome no polo passivo da
execução8.

32.8.2 Impugnação

É defesa típica do executado no cumprimento de sentença que condena o réu ao


pagamento de quantia, prevista no artigo 525 do CPC.

Tem natureza jurídica de incidente processual de defesa do executado.

 Objeto da impugnação
 Falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o processo correu à
revelia; a l
io n
 Ilegitimidade da parte;
a c
u c
 Inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação;
 Penhora incorreta ou avaliação errônea; E dad d e
e
rt le
o So
 Excesso de execução ou cumulação indevida de execuções;
p
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 Incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução;

e um n D .4 a
 Qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento,
r ata 86 gm
novação, compensação, transação ou prescrição, desde que supervenientes à

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A J 0 ra
sentença.
t u
 Prazos: no cumprimento de sentença, o executado será intimado para realizar o
n d
ta
pagamento no prazo de 15 dias. Não ocorrendo o pagamento, o caput do artigo 525,
a
jon
do CPC, prevê o início automático da contagem de novo prazo, também de 15
dias, para a impugnação do executado. No entanto, o prazo será contado em dobro,
havendo litisconsortes passivos representados por advogados de diferentes
escritórios, nos termos do artigo 525, §3º, do CPC;

8 STJ. 3ª Turma. REsp 1655655-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 25/06/2019 (Info 652).

28
Enunciado 84 da I Jornada de Direito Processual Civil do CJF: o comparecimento
espontâneo da parte constitui termo inicial dos prazos para pagamento e, sucessivamente,
impugnação ao cumprimento de sentença.

 Desnecessidade de garantia do Juízo: na impugnação, também não é um requisito


de admissibilidade a garantia do juízo (art. 525, caput, do CPC).
 Efeitos: em regra, não tem efeito suspensivo. Porém, poderá o juiz atribuir efeito
a l
n
suspensivo se, a requerimento do executado e desde que garantido o juízo com
io
a c
penhora, caução ou depósito suficientes, seus fundamentos forem relevantes (fumus
u c
d e
boni iuris) e se o prosseguimento da execução for manifestamente suscetível de
E dad
e
causar ao executado grave dano de difícil ou incerta reparação (periculum in mora);
rt le
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e um n D .4 a
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A J 0 ra
t u
MODALIDADE DE DEFESA DO n d
a ta GARANTIA DO JUÍZO
EXECUTADO
jo n
Desnecessidade de garantir o juízo
IMPUGNAÇÃO AO CUMPRIMENTO
*execução é suspensa com a garantia (desde que
DE SENTENÇA
haja fumus + periculum)

Desnecessidade de garantir o juízo


EMBARGOS À EXECUÇÃO COMUM

29
*execução é suspensa com a garantia (desde que
haja fumus + periculum)

Necessidade de garantir o juízo


EMBARGOS À EXECUÇÃO EM
*execução é suspensa com a garantia (desde que
EXECUÇÃO FISCAL
haja fumus + periculum)

 Rejeição liminar da impugnação: com base no artigo 918 do CPC, o juiz poderá
indeferir liminarmente quando intempestiva (inciso I), quando fundada em causas de
indeferimento da petição inicial, que não sua inépcia (inciso II), e quando for
considerada manifestamente protelatória (inciso III), inclusive com a aplicação da
multa prevista no artigo 918, parágrafo único, do CPC; a l
ion
c
 Honorários advocatícios: rejeitada a impugnação, os honorários advocatícios fixados
a
u c
em favor do advogado do exequente, no valor de 10% sobre o valor da execução,

E dadd e
poderão ser majorados até 20% do valor exequendo, em aplicação analógica ao
e
rt le
artigo 827, §2º, do CPC.
p o So
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32.8.3 Objeção/Exceção de Pré-Executividade

e um n D .4 a
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O devedor pode apresentar, a qualquer tempo, a exceção de pré-executividade ou

d V on 24.5 67@
J 0 ra
objeção de executividade, pois envolve matéria que o juiz pode conhecer de ofício (art. 803,
A
parágrafo único, do CPC).
t u
n d
a ta
n
Apesar de ser uma defesa atípica, há dois dispositivos no CPC que são o objeto da
jo
exceção de pré-executividade:

 O artigo 518, do CPC, aduz que todas as questões relativas à validade do


procedimento de cumprimento da sentença e dos atos executivos subsequentes
poderão ser arguidas pelo executado nos próprios autos e nestes serão decididas
pelo juiz;
 O artigo 803, parágrafo único, do CPC, dispõe que a nulidade da execução será
pronunciada pelo juiz, de ofício ou a requerimento da parte, independentemente de
embargos à execução.
30
Os requisitos para a admissão da exceção de pré-executividade e objeção são previstos
pelo STJ, sendo admissível se a matéria alegada for cognoscível de ofício, se o executado tiver
prova pré-constituída de sua alegação e não houver necessidade de instrução probatória
para o juiz decidir seu pedido de extinção da execução.

Súmula 393 do STJ: A exceção de pré-executividade é admissível na execução fiscal


relativamente às matérias conhecíveis de ofício que não demandem dilação probatória.
a l
io n
c
 Efeitos: não existe nenhuma norma reguladora da concessão de efeito suspensivo.
a
c
Desse modo, desde que o executado convença o juiz da razoabilidade de sua
u
E dad d e
alegação e dos prejuízos irreparáveis ou de difícil reparação que ocorreriam com
e
rt le
a continuação da execução, o juiz poderá atribuir o efeito suspensivo à exceção,
p o So
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sem precisar garantir o juízo.

um n D .4 a
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Julgada procedente em parte a exceção de pré-executividade, são devidos honorários de
e
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advogado em favor do excipiente/executado na medida do respectivo proveito econômico. A
d
A J 0 ra
procedência do incidente de exceção de pré-executividade, ainda que resulte apenas na extinção
t u
d
parcial da execução ou redução de seu valor, acarreta a condenação na verba honorária9.
n
a ta
n
joDepósito e Avaliação
32.9 Penhora,

32.9.1 Penhora

Vai depender de dois casos:

9 STJ. 1ª Turma. REsp 1276956-RS, Rel. Min. Ari Pargendler, julgado em 4/2/2014 (Info 534).

31
 Bens não encontrados: caso o oficial de justiça não encontre bens, atestará ao juiz,
que, de ofício ou a requerimento da parte, poderá intimar o devedor para indicar,
sob pena de ato atentatório à dignidade da justiça e multa de 10%, onde estão os
bens penhoráveis. Caso não seja encontrado nenhum bem, mesmo após a intimação,
o juiz determinará a suspensão da execução (art. 921, III, do CPC). Essa suspenção
será pelo prazo de 1 (um) ano, durante o qual se suspenderá a prescrição. Após
esse prazo, sem que seja localizado o executado ou que sejam encontrados bens
penhoráveis, o juiz ordenará o arquivamento dos autos e começará a correr o prazo
de prescrição intercorrente;
 Bens encontrados: a penhora seguirá uma ordem preferencial (art. 835 do CPC):
 Dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em instituição financeira;

a l
n
 Títulos da dívida pública da União, dos Estados e do Distrito Federal com
io
cotação em mercado;
a c
u c
 Títulos e valores mobiliários com cotação em mercado;
 Veículos de via terrestre; E dad d e
e
rt le
 Bens imóveis;
p o So
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 Bens móveis em geral;
 Semoventes;
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 Navios e aeronaves;
d
A J 0 ra
 Ações e quotas de sociedades simples e empresárias;
t u
d
 Percentual do faturamento de empresa devedora;
n
a ta
 Pedras e metais preciosos;
jo n
 Direitos aquisitivos derivados de promessa de compra e venda e de alienação
fiduciária em garantia;
 Outros direitos.

Alguns entendimentos recentes dos tribunais sobre o tema:

32
É ilegal a decisão judicial que determina a penhora de valores de instituição financeira,
no âmbito de processo do qual não era parte, mas funcionou como auxiliar da justiça10.

São penhoráveis as verbas recebidas por escola de samba a título de parceria público-
privada com a administração pública. A situação NÃO se enquadra na hipótese do art. 833, IX,
do CPC: Art. 833. São impenhoráveis: (...)IX - os recursos públicos recebidos por instituições
privadas para aplicação compulsória em educação, saúde ou assistência social11.

É possível a penhora no rosto dos autos de procedimento de arbitragem para garantir o


pagamento de dívida cobrada em execução judicial12.

É possível a penhora, determinada por juízo da execução cível, no rosto dos autos de
execução trabalhista de reclamante falecido, devendo a análise da qualidade do crédito e sua
a l
eventual impenhorabilidade ser feita pelo juízo do inventário13.
io n
a c
c
Se forem penhorados valores que estão depositados em conta-corrente conjunta solidária,
u
E dad d e
o cotitular da conta, que não tenha relação com a penhora, pode tentar provar que a totalidade
e
rt le
do dinheiro objeto da constrição pertencia a ele. Se conseguir fazer isso, o numerário será
p o So
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integralmente liberado. Se não conseguir, presume-se que os valores constantes da conta

um n D .4 a
pertencem em partes iguais aos correntistas, de forma que se mantém penhorada apenas a

e r ata 86 gm
parte do cotitular que tenha relação com a penhora (cotitular devedor/executado)14.

d V on 24.5 67@
J 0por Oficial
A Avaliação
32.9.2
tra de Justiça
u
d
no oficial de justiça realizará a avaliação através de um laudo
t
Após a penhora, em regra,
a a
de constatação. jo n

10
STJ. 3ª Turma. RMS 49265-MG, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 10/12/2019 (Info 662).
11
STJ. 3ª Turma. REsp 1816095-SC, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 05/11/2019 (Info 660).
12
STJ. 3ª Turma. REsp 1.678.224-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 07/05/2019 (Info 648).
13
STJ. 3ª Turma. REsp 1678209-PR, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 02/10/2018 (Info 634).
14
STJ. 3ª Turma.REsp 1510310-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 03/10/2017 (Info 613). STJ. 4ª Turma. REsp
1184584-MG, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 22/4/2014 (Info 539).
33
Porém, não o fará quando forem necessários conhecimentos especializados e o valor da
execução o comportar. Nestes casos, o juiz nomeará avaliador, fixando-lhe prazo não superior
a 10 (dez) dias para entrega do laudo.

 Dispensa da avaliação:
 Se uma das partes aceitar a estimativa feita pela outra;
 Se tratar de títulos ou de mercadorias que tenham cotação em bolsa,
comprovada por certidão ou publicação no órgão oficial;
 Se tratar de títulos da dívida pública, de ações de sociedades e de títulos de
crédito negociáveis em bolsa, cujo valor será o da cotação oficial do dia,
comprovada por certidão ou publicação no órgão oficial;
 Se tratar de veículos automotores ou de outros bens cujo preço médio de
a l
io n
mercado possa ser conhecido por meio de pesquisas realizadas por órgãos

a c
c
oficiais ou de anúncios de venda divulgados em meios de comunicação, caso
u
d e
em que caberá a quem fizer a nomeação o encargo de comprovar a cotação de
E dad
mercado. e
rt le
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
Não será levada a efeito expropriação por preço inferior ao da avaliação na qual o valor

e um n D .4 a
auferido seja incapaz de garantir, ao coproprietário ou ao cônjuge alheio à execução, o
r ata 86 gm
correspondente à sua quota-parte calculado sobre o valor da avaliação15.

d V on 24.5 67@
J 0 ra
A Depósito
32.9.3 t u
n d
ta
Haverá uma eleição do depositário para verificar quem tomará conta do bem penhorado,
a
jo n
enquanto o processo não chegar ao fim, vejamos:

 Bem imóvel: devedor;


 Bem móvel: depositário judicial ou o credor;
 Dinheiro: banco.

15 STJ. 3ª Turma. REsp 1728086-MS, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 27/08/2019 (Info 655).

34
32.10 Expropriação e Satisfação

32.10.1 Expropriação do Objeto da Execução

A expropriação caracteriza-se pela finalidade de se transferirem bens ou valores do


patrimônio do executado para o patrimônio do exequente, nos limites do crédito exequendo,
sendo aplicável também à execução fundada em título extrajudicial, como também o judicial.

As formas de expropriação (art. 825 do CPC) são:

 Adjudicação (CPC, art. 876): é a forma de expropriação judicial por meio da qual o
bem penhorado (móvel ou imóvel) é retirado do patrimônio do executado e
transferido, como forma de pagamento, ao patrimônio do legitimado a adjudicar
a l
n
(em regra o exequente). O valor da adjudicação será no mínimo o valor da avaliação.
io
a c
Essa é a forma principal de expropriação, sendo permitidas as demais hipóteses no

u c
caso de não houver adjudicação;
E dad d e
e
 Alienação particular: o próprio credor (exequente) realiza a alienação do bem
rt le
p o So
penhorado, sob a supervisão do juiz. Nesse caso, será fixado um preço mínimo,
u ra 92
S ut 22- il.com
podendo ser diferente do valor da avaliação do bem;

e um n D .4 a
 Alienação pública: será realizada por corretor ou leiloeiro público credenciado
r ata 86 gm
V on 24.5 67@
perante o órgão judiciário. O juiz também fixará um preço mínimo, podendo ser
d
A J 0 ra
diferente do valor da avaliação do bem;
t u
d
 Apropriação dos frutos: poderá ser de coisa móvel ou imóvel, e possível quando o
n
a ta
juiz considerar mais eficiente para o recebimento do crédito e menos gravosa ao
jon
executado (princípio da menor onerosidade). Neste caso, o juiz nomeará
administrador-depositário, que será investido de todos os poderes que concernem à
administração do bem e à fruição de seus frutos e utilidades, perdendo o executado
o direito de gozo do bem, até que o exequente seja pago do principal, dos juros, das
custas e dos honorários advocatícios. O administrador-depositário poderá ser o
exequente ou o executado, e, não havendo acordo, nomear-se-á um terceiro
profissional.

35
32.10.2 Satisfação da Execução

A satisfação do crédito exequendo far-se-á:

 Pela entrega do dinheiro;


 Pela adjudicação dos bens penhorados.

O juiz autorizará que o exequente levante, até a satisfação integral de seu crédito, o
dinheiro depositado para assegurar o juízo ou o produto dos bens alienados, bem como do
faturamento de empresa ou de outros frutos, e rendimentos de coisas ou empresas penhoradas,
quando:

 Execução for movida só a benefício do exequente singular, a quem, por força da

a l
penhora, cabe o direito de preferência sobre os bens penhorados e alienados;

io n
c
 Não houver sobre os bens alienados outros privilégios ou preferências instituídas
a
anteriormente à penhora.
u c
E d d e
32.11 Suspensão e Extinção da Execuçãoda e
o So rt le
p
32.11.1 Sdau Execução
Suspensão t r a -92 com
u 22 il.
r um n D . 4 ma
e t 8 ga 6
De acordo com o artigo 921, do CPC, suspende-se a execução:
a .5 @
d V n
o 24 67
A J 0 tra
 Nas hipóteses dos artigos 313 e 315, no que couber (hipóteses de suspensão do

du
processo na teoria geral do processo);
n
a t a
 No todo ou em parte, quando recebidos com efeito suspensivo os embargos à
execução; jon
 Quando o executado não possuir bens penhoráveis, caso em que o juiz suspenderá
a execução pelo prazo de 1 (um) ano, durante o qual se suspenderá a prescrição.

36
Decorrido o prazo máximo de 1 (um) ano sem que seja localizado o executado ou que
sejam encontrados bens penhoráveis, o juiz ordenará o arquivamento dos autos.

Os autos serão desarquivados para prosseguimento da execução se, a qualquer tempo,


forem encontrados bens penhoráveis. Decorrido o prazo sem manifestação do exequente,
começa a correr o prazo de prescrição intercorrente16.

a l
Ainda, o juiz, depois de ouvidas as partes, no prazo de 15 (quinze) dias, poderá, de

io n
ofício, reconhecer a prescrição intercorrente e extinguir o processo.
a c
u c
d e
 Se a alienação dos bens penhorados não se realizar por falta de licitantes e o
E dad
e
exequente, em 15 (quinze) dias, não requerer a adjudicação nem indicar outros bens
rt le
penhoráveis;
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
 Quando concedido o parcelamento;

um n D .4 a
r ata 86 gm
 Se houver convenção das partes, durante o prazo concedido pelo exequente para
e
V on 24.5 67@
que o executado cumpra voluntariamente a obrigação.
d
A J 0 ra
32.11.2 t u
Extinção da Execução
n d
a ta
De acordo com o artigo 924, do CPC, extingue-se a execução, o que só produz efeito
jon
quando declarada por sentença, quando:

 A petição inicial for indeferida;


 A obrigação for satisfeita;
 O executado obtiver, por qualquer outro meio, a extinção total da dívida;
 O exequente renunciar ao crédito;
 Ocorrer a prescrição intercorrente.

16
Vide Questão 7.
37
QUADRO SINÓTICO

TEORIA GERAL DA EXECUÇÃO


Conjunto de meios materiais previstos em lei, à disposição do juízo, visando
CONCEITO à satisfação do direito.

 Autonomia;
 Nulla executio sine titulo;
 Patrimonialidade;

a l
 Exato adimplemento;

io n
PRINCÍPIOS  Disponibilidade do processo pelo credor;
a c
 Máxima efetividade;
u c
 Menor onerosidade;
E dad d e
e
rt le
 Lealdade e Boa-fé Processual;

p o So
 Atipicidade dos meios executivos;
u ra 92
S ut 22- il.com
Cumprimento de Sentença (Título Executivo Judicial):

e um n D .4 a
r ata 86 gm
 Dos Tribunais;

d V on 24.5 67@
 Do juízo que processou a causa no primeiro grau de jurisdição;

A J 0 ra  Cumprimento de sentença arbitral, penal condenatória, decisão


t u
homologatória de sentença estrangeira e acórdão proferido pelo
n d
COMPETÊNCIA
a taTribunal Marítimo;

jon Processo de Execução (Título Executivo Extrajudicial):

 Foro do domicílio do executado;


 De eleição constante em cláusula no título; ou
 De situação dos bens.

REQUISITOS PARA A  Inadimplemento do devedor;

EXECUÇÃO  Título executivo.

38
TÍTULO EXECUTIVO
 Certeza;
REQUISITOS FORMAIS DO
 Liquidez;
TÍTULO EXECUTIVO
 Exigibilidade.

 Decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade


de obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar

coisa;

 Decisão homologatória de autocomposição judicial;


 Decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer
natureza;

 Formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao

TÍTULOS EXECUTIVOS inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou


universal;
a l
JUDICIAIS

io n
 Crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou

a c
c
honorários tiverem sido aprovados por decisão judicial;
u
d e
 Sentença penal condenatória transitada em julgado;
E dad
 Sentença arbitral;
e
rt le
o So
 Sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça;
p
u ra 92
S ut 22- il.com
 Decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à

um n D .4 a
carta rogatória pelo Superior Tribunal de Justiça;

e r ata 86 gm
d V on 24.5 67@ Títulos de créditos: a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata,

A J 0 ra a debênture e o cheque;

t u
 Escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor;

n d
ata
 Documento particular assinado pelo devedor e por 2 (duas)

jon
testemunhas;

 Instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela


Defensoria Pública, pela Advocacia Pública, pelos advogados dos
TÍTULOS EXECUTIVOS
transatores ou por conciliador ou mediador credenciado por tribunal;
EXTRAJUDICIAIS
 Contrato garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real
de garantia e aquele garantido por caução;

 Contrato de seguro de vida, em caso de morte;


 Crédito decorrente de foro e laudêmio;
 Crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de
imóvel, bem como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas
de condomínio;

39
 Certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos

na forma da lei;

 Crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de


condomínio edilício, previstas na respectiva convenção ou aprovadas

em assembleia geral, desde que documentalmente comprovadas;

RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL
Todos os bens do devedor estão sujeitos à execução, independentemente
do momento de sua aquisição, sejam eles corpóreos ou incorpóreos, salvo
BENS SUJEITOS À EXECUÇÃO
os impenhoráveis.

a l
io n
 Os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à

a c
execução;

u c
d e
 Os móveis, os pertences e as utilidades domésticas que guarnecem a
E dad
e
residência do executado, salvo os de elevado valor ou os que

rt le
o So
ultrapassem as necessidades comuns correspondentes a um médio
p
u ra 92
S ut 22- il.com
padrão de vida;

 Os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado,

e um n D .4 a
r ata 86 gmsalvo se de elevado valor;

d V on 24.5 67@
 Os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações,

A J 0 ra os proventos de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios,


BENS NÃO SUJEITOS À t u
EXECUÇÃO n d
bem como as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e

(IMPENHORÁVEIS) a tadestinadas ao sustento do devedor e de sua família, os ganhos de

jon trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal,


ressalvado o §2º do artigo 833, do CPC;

 Duas exceções: execução de alimentos, em percentual que


possibilite a subsistência do executado-alimentante, e no valor
excedente a 50 salários mínimos mensais.

 Os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos


ou outros bens móveis necessários ou úteis ao exercício da profissão
do executado;

 Inclui-se nesse rol os equipamentos, os implementos e as máquinas


agrícolas pertencentes a pessoa física ou a empresa individual

40
produtora rural, exceto quando tais bens tenham sido objeto de
financiamento e estejam vinculados em garantia a negócio jurídico

ou quando respondam por dívida de natureza alimentar, trabalhista


ou previdenciária;
 O seguro de vida;
 Os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas
forem penhoradas;

 A pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que


trabalhada pela família;

 Os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação


compulsória em educação, saúde ou assistência social;

 A quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40


(quarenta) salários-mínimos;

a l
 Os recursos públicos do fundo partidário recebidos por partido político,
nos termos da lei;
io n
a c
c
 Os créditos oriundos de alienação de unidades imobiliárias, sob regime
u
d e
de incorporação imobiliária, vinculados à execução da obra.
E dad
e
rt le
 Quando sobre o bem pender ação fundada em direito real ou com

p o So
u ra 92
pretensão reipersecutória, desde que a pendência do processo tenha

S ut 22- il.com
sido averbada no respectivo registro público, se houver;

e um n D .4 a
r ata 86 gm
 Quando tiver sido averbada, no registro do bem, a pendência do

d V on 24.5 67@
processo de execução, na forma do art. 828;

A J 0 ra
FRAUDE À EXECUÇÃO  Quando tiver sido averbado, no registro do bem, hipoteca judiciária ou
t u
outro ato de constrição judicial originário do processo onde foi arguida
n d
ata
a fraude;

jon
 Quando, ao tempo da alienação ou da oneração, tramitava contra o
devedor ação capaz de reduzi-lo à insolvência;

 Nos demais casos expressos em lei.

DEFESA NA EXECUÇÃO
Prazo: 15 dias;

Não precisa garantir o juízo;


EMBARGOS À EXECUÇÃO
Objeto:

 Inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação;

41
 Penhora incorreta ou avaliação errônea;

 Excesso de execução ou cumulação indevida de execuções;

 Retenção por benfeitorias necessárias ou úteis, nos casos de execução


para entrega de coisa certa;
 Incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução;
 Qualquer matéria que lhe seria lícito deduzir como defesa em processo
de conhecimento. (Cognição plena);

Rejeição liminar:

 Intempestividade;
 Indeferimento da petição inicial e de improcedência liminar do pedido
 Embargos manifestamente protelatórios;

Efeito: não terá efeito suspensivo. Exceção: a requerimento do embargante,

a l
quando forem verificados os requisitos para a concessão da tutela

io n
provisória e desde que a execução já esteja garantida por penhora,

a c
depósito ou caução suficientes;
u c
Prazo: 15 dias;
E dad d e
e
rt le
Não precisa garantir o juízo;
Objeto:
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
 Falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o processo

um n D .4 a
correu à revelia;

e r ata 86 gm
 Ilegitimidade de parte;

d V on 24.5 67@
 Inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação;

A J 0 ra  Penhora incorreta ou avaliação errônea;


t u
d
 Excesso de execução ou cumulação indevida de execuções;
n
a ta
 Incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução;
IMPUGNAÇÃO
jon  Qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como
pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, desde que

supervenientes à sentença.

Efeito: não terá efeito suspensivo. Exceção: a requerimento do embargante,


desde que garantido o juízo com penhora, caução ou depósito suficientes,
se seus fundamentos forem relevantes e se o prosseguimento da execução

for manifestamente suscetível de causar ao executado grave dano de difícil


ou incerta reparação;
Rejeição liminar:
 Intempestiva;

42
 Causas de indeferimento da petição inicial, que não sua inépcia;

 Manifestamente protelatória;

Objeto:

 Questões relativas à validade do procedimento de cumprimento da


sentença e dos atos executivos subsequentes;
OBJEÇÃO/EXCEÇÃO DE
 Nulidade da execução.
PRÉ-EXECUTIVIDADE
Efeito: juiz poderá atribuir o efeito suspensivo a exceção, sem precisar
garantir o juízo.

SUSPENSÃO E EXTINÇÃO DA EXECUÇÃO

a l
 Nas hipóteses dos arts. 313 e 315, no que couber (hipóteses de

io n
suspensão do processo na teoria geral do processo);

a c
c
 No todo ou em parte, quando recebidos com efeito suspensivo os
u
embargos à execução;
E dad d e
e
 Quando o executado não possuir bens penhoráveis, caso em que o juiz

rt le
o So
suspenderá a execução pelo prazo de 1 (um) ano, durante o qual se
p
SUSPENSÃO u ra 92
S ut 22- il.com
suspenderá a prescrição;

 Se a alienação dos bens penhorados não se realizar por falta de

e um n D .4 a
r ata 86 gm licitantes e o exequente, em 15 (quinze) dias, não requerer a adjudicação

d V on 24.5 67@ nem indicar outros bens penhoráveis;

A J 0 ra  Quando concedido o parcelamento;


t u
d
 Se houver convenção das partes, durante o prazo concedido pelo
n
a ta exequente para que o executado cumpra voluntariamente a obrigação.

jon
 Petição inicial for indeferida;
 Obrigação for satisfeita;

EXTINÇÃO  Executado obtiver, por qualquer outro meio, a extinção total da dívida;
 Exequente renunciar ao crédito;

 Ocorrer a prescrição intercorrente.

43
QUESTÕES COMENTADAS

Aluno, haja vista a pequena quantidade de questões da carreira de Magistratura


Federal sobre o tema, complementaremos o estudo com questões de outras
carreiras, mas que abordem o assunto com igual nível de complexidade. O
importante é que não deixemos de treinar. Vamos lá?

a l
Questão 1 io n
a c
c
(TRF - 2ª Região - 2018 - TRF - 2ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto) Considera-se atentatória
u
E dad d e
à dignidade da justiça a conduta comissiva ou omissiva do executado que:
e
rt le
p o So
A) I - frauda a execução; II - se opõe maliciosamente à execução, empregando ardis e meios
u ra 92
S ut 22- il.com
artificiosos; III - dificulta ou embaraça a realização da penhora; IV - resiste injustificadamente às

um n D .4 a
r ata 86 gm
ordens judiciais; V - interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.
e
d V on 24.5 67@
J 0 ra
B) I - frauda a execução; II - se opõe maliciosamente à execução, empregando ardis e meios
A t u
artificiosos; III - dificulta ou embaraça a realização da penhora; IV - provocar incidente
n d
ta
manifestamente infundado; V - intimado, não indica ao juiz quais são e onde estão os bens
a
jo n
sujeitos à penhora e os respectivos valores, nem exibe prova de sua propriedade e, se for o
caso, certidão negativa de ônus.

C) I - frauda a execução; II - se opõe maliciosamente à execução, empregando ardis e meios


artificiosos; III - alterar a verdade dos fatos; IV - resiste injustificadamente às ordens judiciais; V
- intimado, não indica ao juiz quais são e onde estão os bens sujeitos à penhora e os respectivos
valores, nem exibe prova de sua propriedade e, se for o caso, certidão negativa de ônus.

44
D) I - frauda a execução; II - se opõe maliciosamente à execução, empregando ardis e meios
artificiosos; III - dificulta ou embaraça a realização da penhora; IV - resiste injustificadamente às
ordens judiciais; V - intimado, não indica ao juiz quais são e onde estão os bens sujeitos à
penhora e os respectivos valores, nem exibe prova de sua propriedade e, se for o caso, certidão
negativa de ônus.

E) I - frauda a execução; II - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato
incontroverso; III - dificulta ou embaraça a realização da penhora; IV - resiste injustificadamente
às ordens judiciais; V - intimado, não indica ao juiz quais são e onde estão os bens sujeitos à
penhora e os respectivos valores, nem exibe prova de sua propriedade e, se for o caso, certidão
negativa de ônus.

a l
io n
a c
Comentário:
u c
E dad d e
e
rt le
Correta letra D. Observe os dispositivos abaixo, e atente para o fato de que a fraude à execução

p
é um ato atentatório à dignidade da justiça! o So
u ra 92
S ut 22- il.com
executado que: e um n D .4 a
Art. 774. Considera-se atentatória à dignidade da justiça a conduta comissiva ou omissiva do
r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
I - fraude a execução; t u
n d
a ta
II - se opõe maliciosamente à execução, empregando ardis e meios artificiosos;
jo n
III - dificulta ou embaraça a realização da penhora;

IV - resiste injustificadamente às ordens judiciais;

V - intimado, não indica ao juiz quais são e onde estão os bens sujeitos à penhora e os
respectivos valores, nem exibe prova de sua propriedade e, se for o caso, certidão negativa de
ônus.

Art. 80. Considera-se litigante de má-fé aquele que:


45
I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso;(erro da letra
E)

II - alterar a verdade dos fatos;(erro da letra C)

III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal;

IV - opuser resistência injustificada ao andamento do processo;

V - proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo;

VI - provocar incidente manifestamente infundado;(erro da letra B)

a l
VII - interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório. (erro da letra A)

io n
a c
u c
Questão 2
d e
E dad
e
rt le
o So
(CESPE - 2019 - TJ-BA - Juiz de Direito Substituto) De acordo com o CPC, se, em processo
p
u ra 92
S ut 22- il.com
de execução de contrato inadimplido, ocorrer a penhora judicial de dinheiro depositado em

e um n D .4 a
conta bancária do executado, o juiz poderá cancelar o ato de penhora caso acolha o pedido de
r ata 86 gm
V on 24.5 67@
impenhorabilidade sob o argumento de que a quantia bloqueada
d
A J 0 ra
A) pertence a terceiro t u
n d
a ta
n
B) decorreu de venda de imóvel.
jo
C) corresponde a salário do executado e não ultrapassa cinquenta salários mínimos.

D) estava vinculada ao pagamento de conta exclusivamente em débito automático.

E) acarretará enriquecimento ilícito.

Comentário:

46
Correta letra C. Art. 833, IV e §2º, do NCPC – “Art. 833. São impenhoráveis: IV - os vencimentos,
os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os proventos de aposentadoria, as pensões,
os pecúlios e os montepios, bem como as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e
destinadas ao sustento do devedor e de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os
honorários de profissional liberal, ressalvado o §2º; §2º O disposto nos incisos IV e X do caput
não se aplica à hipótese de penhora para pagamento de prestação alimentícia,
independentemente de sua origem, bem como às importâncias excedentes a 50 (cinquenta)
salários-mínimos mensais, devendo a constrição observar o disposto no art. 528, § 8o, e no art.
529, §3º”.)

Questão 3

a l
(CESPE - 2019 - TJ-PR - Juiz Substituto) De acordo com o STF, a legitimidade ativa para

io
execução de condenação patrimonial imposta por tribunal de contas estadual é do
n
a c
u c
A) Ministério Público do respectivo estado.
E dadd e
e
rt le
o So
B) Ministério Público junto ao tribunal de contas estadual.
p
u ra 92
S ut 22- il.com
C) tribunal de contas prolator da decisão.

e um n D .4 a
r ata 86 gm
V on 24.5 67@
D) ente público beneficiado com a condenação.
d
A J 0 ra
t u
n d
Comentário: a ta
jo n
Correta letra D. Conforme entendimento consolidado do Supremo, os títulos executivos

decorrentes de condenações impostas pelo Tribunal de Contas somente podem ser propostos
pelo ente público beneficiário da condenação (RE 791575 AgR, Rel. Min. MARCO AURÉLIO,
Primeira Turma, DJe 27.6.2014).

Questão 4

47
(CONSULPLAN - 2018 - TJ-MG - Juiz de Direito Substituto) A sociedade empresária X,
pequena empresa que se dedica à atividade econômica de prestação de serviços (consertos de
celulares) sem atendimento domiciliar, aceitou uma duplicata emitida por seu fornecedor Y. No
vencimento, a obrigação foi inadimplida, o credor aforou ação de execução e indicou para
penhora um automóvel utilizado pelo sócio-gerente da devedora. A executada foi citada e, no
prazo legal, ofereceu embargos à execução somente para alegar impenhorabilidade absoluta do
veículo porque seria instrumento de trabalho. Nesse caso a alegação deve ser rejeitada porque

A) a impenhorabilidade é relativa.

B) o usuário do veículo pode utilizar transporte público.

C) o bem não é utilizado na atividade empresarial da devedora.


a l
io n
a c
D) a impenhorabilidade, no caso narrado, beneficia somente a pessoa natural devedora.
u c
E dad d e
e
rt le
Comentário: p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
e um n D .4 a
Correta letra C. Art. 833, CPC: São impenhoráveis: V - os livros, as máquinas, as ferramentas, os
r ata 86 gm
utensílios, os instrumentos ou outros bens móveis necessários ou úteis ao exercício da profissão

d V on 24.5 67@
do executado;
A J 0 ra
t u
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. n
d
EXECUÇÃO FISCAL. IMPENHORABILIDADE DE BEM. ART. 649,
a t a
V, DO CPC. AUSÊNCIA DE nPROVA. SÚMULA 7/STJ. ART. 332 DO CPC. PROVA TESTEMUNHAL.
jo
OBJEÇÃO DE IMPENHORABILIDADE. DILAÇÃO PROBATÓRIA. DESCABIMENTO. (...) 3. Assim, a
menos que o automóvel seja a própria ferramenta de trabalho, como ocorre no caso dos
taxistas (Resp 839.240/CE, Rel. Min. Eliana Calmon, Segunda Turma, Dje de 30/08/06), daqueles
que se dedicam ao transporte escolar (Resp 84.756/RS, Rel. Min. Ruy Rosado, Quarta Turma, Dje
de 27/05/96), ou na hipótese de o proprietário ser instrutor de auto- escola, não poderá ser
considerado, de per si, como “útil” ou “necessário” ao desempenho profissional, devendo o
executado, ou o terceiro interessado, fazer prova dessa “necessidade” ou “utilidade”. (...) [RESP

48
1196142/RS, Rel. Min. Eliana Calmon, Rel. p/ acórdão Min. Castro Meira, Segunda Turma, jul.
05/10/2010, Dje 02/03/2011].

Questão 5
(VUNESP - 2019 - TJ-AC - Juiz de Direito Substituto) A execução por quantia certa fundada
em título executivo extrajudicial tem como instrumento típico de coerção a realização da
expropriação de bens do executado, que se inicia através da penhora, sobre a qual é correto
asseverar que

A) para presunção absoluta de conhecimento por terceiros, cabe ao exequente providenciar a

a l
averbação da penhora no registro competente, necessariamente por mandado judicial.
io n
a c
c
B) em se tratando de penhora de bem indivisível, o equivalente à quota-parte do coproprietário
u
d e
ou do cônjuge alheio à execução recairá sobre o produto da alienação do bem.
E dad
e
rt le
o So
C) o executado pode, no prazo de 15 (quinze) dias contados da intimação da penhora, requerer
p
u ra 92
S ut 22- il.com
a substituição do bem penhorado, desde que comprove que lhe será menos onerosa e não trará
prejuízo ao exequente.
e um n D .4 a
r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
D) para que o executado ofereça bem imóvel em substituição à penhora realizada pelo credor,
A J 0 ra
t u
deverá juntar, ao seu requerimento, expressa anuência do cônjuge, seja lá qual for o regime de
n d
bens do casamento.
a ta
jon

Comentário:

Correta letra B. Art. 843 do CPC: Tratando-se de penhora de bem indivisível, o equivalente à
quota-parte do coproprietário ou do cônjuge alheio à execução recairá sobre o produto da
alienação do bem.

49
Questão 6
(CESPE - 2019 - TJ-SC - Juiz Substituto) O CPC considera título executivo extrajudicial

I - o instrumento de transação referendado por conciliador credenciado por tribunal, após


homologação pelo juiz.

II - o contrato celebrado por instrumento particular, garantido por direito real de garantia,
independentemente de ter sido assinado por duas testemunhas.

III - o contrato celebrado por instrumento particular, garantido por fiança, desde que assinado
por duas testemunhas.

IV - o crédito de contribuição extraordinária de condomínio edilício, aprovada em assembleia


geral e documentalmente comprovada. a l
io n
Estão certos apenas os itens
a c
u c
A) I e III.
E dad d e
e
rt le
B) I e IV.
p o So
C) II e IV.
u ra 92
S ut 22- il.com
D) I, II e III. e um n D .4 a
r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
E) II, III e IV.
t u
n d
Comentário:
a ta
jon
Correta letra C.

Item I: Art. 784, IV, do CPC – “Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais: IV - o instrumento
de transação referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública, pela Advocacia
Pública, pelos advogados dos transatores ou por conciliador ou mediador credenciado por
tribunal”.

50
Item II: Art. 784, V, do CPC – “Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais: V - o contrato
garantido por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real de garantia e aquele garantido
por caução”.

Item III: A Lei não prevê executoriedade para os contratos garantidos por fiança, salvo se for
assinado por duas testemunhas, o que, em verdade, aplica-se a todos os contratos particulares
garantidos por fiança, conforme dispõe o artigo 784, III, do CPC (Art. 784. São títulos executivos
extrajudiciais: III - o documento particular assinado pelo devedor e por 2 (duas) testemunhas).

Item IV: Art. 784, X, do CPC – “Art. 784. São títulos executivos extrajudiciais: X - o crédito
referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de condomínio edilício, previstas na
respectiva convenção ou aprovadas em assembleia geral, desde que documentalmente
comprovadas”. a l
io n
Questão 7 a c
u c
d e
(CESPE - 2019 - TJ-PR - Juiz Substituto) ADAPTADA. Julgue o item que se segue:
E dad
e
rt le
Na execução fiscal, o prazo de um ano de suspensão do processo, previsto na Lei de Execução

p o So
u ra 92
Fiscal, e da respectiva prescrição intercorrente se inicia automaticamente na data de ciência da
S ut 22- il.com
fazenda pública a respeito da não localização do devedor ou da inexistência de bens penhoráveis

e
no endereço fornecido. um n D .4 a
r ata 86 gm
CERTO
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
ERRADO t u
n d
a ta
Comentário: jon
CERTO. O prazo de 1 (um) ano de suspensão do processo e do respectivo prazo prescricional
previsto no art. 40, §§ 1º e 2º, da Lei nº 6.830/80 (LEF), tem início automaticamente na data da
ciência da Fazenda Pública a respeito da não localização do devedor ou da inexistência de bens
penhoráveis no endereço fornecido, havendo, sem prejuízo dessa contagem automática, o dever
de o magistrado declarar ter ocorrido a suspensão da execução (STJ. 1ª Seção. REsp 1.340.553-
RS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 12/09/2018 (recurso repetitivo) (Info 635)).

51
Questão 8
(CESPE - 2017 - TJ-PR - Juiz Substituto) Assinale a opção correta de acordo com as normas
referentes ao cumprimento de sentença, ao procedimento monitório e ao processo de execução.

A) As defesas processuais relativas ao controle da regularidade dos atos executórios no


procedimento do cumprimento de sentença somente podem ser arguidas por meio de
impugnação ao cumprimento de sentença.

B) A existência de título executivo extrajudicial não é óbice ao ajuizamento de ação condenatória,


podendo ainda o credor optar pelo ajuizamento de ação monitória, a despeito da possibilidade
de utilização da via executória. a l
io n
a c
c
C) É incompatível com o regime de cumprimento provisório da sentença a multa de 10% prevista
u
d e
como sanção ao executado que, devidamente intimado, deixa de adimplir voluntariamente a
E dad
condenação em quantia certa. e
rt le
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
D) O protesto da decisão que determine a prestação de alimentos somente poderá ser feito

e um n D .4 a
após o trânsito em julgado da decisão, devendo o autor se valer de outros meios coercitivos
r ata 86 gm
V on 24.5 67@
para a efetivação de decisão interlocutória que fixe alimentos.
d
A J 0 ra
t u
n d
Comentário: a ta
jo n
Correta letra B. Art. 785 do CPC. A existência de título executivo extrajudicial não impede a

parte de optar pelo processo de conhecimento, a fim de obter título executivo judicial.

Questão 9

52
(VUNESP - 2018 - TJ-RS - Juiz de Direito Substituto) O executado por título executivo
extrajudicial, independentemente de penhora, depósito ou caução, poderá se opor à execução
por meio de embargos, cujo prazo será contado, no caso de execuções por carta, da juntada

A) na carta, da certificação da citação, quando versarem unicamente sobre vícios ou defeitos da


penhora, da avaliação ou da alienação dos bens.

B) do último comprovante de citação, quando houver mais de um executado.

C) do último comprovante de citação, que será contado em dobro no caso de litisconsortes com
advogados diversos.

D) das respectivas citações, no caso de companheiros, sem contrato de união estável.

a l
n
E) nos autos de origem, quando versarem sobre a nulidade da citação na ação de obrigação de
io
pagar.
a c
u c
Comentário: d e
E dad
e
rt le
o So
Correta letra A. Art. 915. Os embargos serão oferecidos no prazo de 15 (quinze) dias, contado,
p
u ra 92
S ut 22- il.com
conforme o caso, na forma do art. 231.

um n D .4 a
r ata 86 gm
§1º Quando houver mais de um executado, o prazo para cada um deles embargar conta-se a
e
V on 24.5 67@
partir da juntada do respectivo comprovante da citação, salvo no caso de cônjuges ou de
d
A J 0 ra
t
companheiros, quando será contado a partir da juntada do último.
u
n d
ta
§2º Nas execuções por carta, o prazo para embargos será contado:
a
jo n
I - da juntada, na carta, da certificação da citação, quando versarem unicamente sobre vícios ou
defeitos da penhora, da avaliação ou da alienação dos bens;

II - da juntada, nos autos de origem, do comunicado de que trata o §4º deste artigo ou, não
havendo este, da juntada da carta devidamente cumprida, quando versarem sobre questões
diversas da prevista no inciso I deste parágrafo.

§3º Em relação ao prazo para oferecimento dos embargos à execução, não se aplica o disposto
no art. 229 (Art. 229. Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de

53
advocacia distintos, terão prazos contados em dobro para todas as suas manifestações, em
qualquer juízo ou tribunal, independentemente de requerimento. § 1º Cessa a contagem do
prazo em dobro se, havendo apenas 2 (dois) réus, é oferecida defesa por apenas um deles. §2º
Não se aplica o disposto no caput aos processos em autos eletrônicos.)

§4º Nos atos de comunicação por carta precatória, rogatória ou de ordem, a realização da
citação será imediatamente informada, por meio eletrônico, pelo juiz deprecado ao juiz
deprecante.

Questão 10
(TRF - 3ª REGIÃO - 2018 - Juiz Federal Substituto) Sobre a penhora é CORRETO afirmar:

l
A) Poderá haver requerimento de substituição quando a penhora incidir sobre bens de baixa
a
liquidez, exceto se observada a ordem legal de nomeação.
io n
a c
u c
B) Quando se tratar de ativos financeiros, a determinação de indisponibilidade que precede a
d e
E dad
conversão em penhora dar-se-á mediante prévia ciência do ato ao executado.
e
rt le
p o So
C) No caso de penhora de crédito, se o terceiro negar o débito em conluio com o executado, a
u ra 92
S ut 22- il.com
quitação dada pelo terceiro será considerada inválida perante o processo.

e um n D .4 a
r ata 86 gm
D) A penhora de percentual de faturamento de empresa, segundo a lei, é medida subsidiária e

d V on 24.5 67@
J 0 ra
será determinada se o executado não tiver outros bens penhoráveis ou se eles forem
A t
insuficientes ou de difícil alienação. u
n d
a ta
Comentário:
jo n
Correta letra D: É exatamente o teor da norma do art. 866 do CPC. O artigo positivou o
entendimento já firme do STJ:

“É possível, em caráter excepcional, que a penhora recaia sobre o faturamento da empresa,


desde que o percentual fixado não torne inviável o exercício da atividade empresarial” (STJ. 1ª
Turma. AgRg no AREsp 242.970/PR, rel. Min. Benedito Gonçalves, j. 13.11.2012).

Letra A: O artigo 848, V, do CPC, não faz qualquer ressalva quanto à obediência da ordem legal
de nomeação. Se o bem tiver baixa liquidez, poderá ser substituído, obedecida ou não a ordem

54
legal. Seria contrário ao princípio da disponibilidade da execução obrigar o credor a obedecer
a uma ordem rígida de bens penhoráveis.

Letra B: A alternativa trava da penhora on-line (via BACENJUD). De acordo com o art. 854, caput,
do CPC, a indisponibilidade de ativos financeiros dar-se-á sem prévia ciência ao executado. Ora,
caso fosse possibilitado ao executado se manifestar previamente sobre a penhora de ativos,
haveria grandes chances de que os ativos visados fossem retirados de circulação e ocultados,
frustrando o ato constritivo. Quando o assunto é penhora on-line, o contraditório é diferido
para assegurar a eficácia da medida.

Letra C: Dispõe o art. 856, §3º, do CPC: Se o terceiro negar o débito em conluio com o executado,
a quitação que este lhe der caracterizará fraude à execução. A rigor, o ato fraudatório, no curso

a l
da execução, é ineficaz perante o exequente (art. 792, §1º, CPC). Vale dizer: a fraude à execução

io n
c
não afeta a validade do ato, mas incide apenas no âmbito da eficácia do negócio jurídico, não
a
u c
sendo oponível apenas ao credor que a requereu. É preciso estar atento à acepção do termo

E dad d e
“inválido”, porque, se tomado num sentido amplo (e menos preciso), a alternativa poderia
e
rt le
o So
aparentar estar correta. Afinal, o ato efetivamente não é considerado dentro daquele específico
p
processo. u ra 92
S ut 22- il.com
um n D .4 a
r ata 86 gm
Frise-se: o ato é ineficaz e não inválido.
e
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
t u
n d
a ta
jo n

55
GABARITO

Questão 1 - D

Questão 2 - C

Questão 3 - D

Questão 4 - A

Questão 5 - B
a l
Questão 6 - C ion
a c
Questão 7 - CERTO
u c
Questão 8 - B
d e
E dad
e
rt le
Questão 9 - A p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
Questão 10 – D

e um n D .4 a
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d V on 24.5 67@
A J 0 ra
t u
n d
a ta
jon

56
QUESTÃO DESAFIO

Igor figurou como devedor em um título de crédito emitido em


favor do Banco Itaú. Como estava precisando dar uma garantia ao
banco, chamou seu amigo Luís para ser seu avalista. Luís aceitou,
mas foi informado pelo banco que, como era casado no regime de
comunhão parcial, precisaria da autorização de sua esposa Júlia.
Assim, Júlia autorizou seu marido Luís a ser avalista de Igor. No
entanto, Igor não pagou o banco na data do vencimento, levando a
instituição financeira a ajuizar uma ação de execução de título
l
extrajudicial contra Igor e Luís cobrando aio n a
quantia.
a c
u cde Igor e Luís, ou Júlia
Desse modo, está correta a cobrança apenas
E d de
também deveria ser incluída t ena ação?
d a Fundamente.
o r o l e
u p ra S 92 m
S ut 22- il.co
Máximo de 5 linhas

r um n D .4
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e nat .58 @g 6
d V o 24 67
A J 0 ra
ut
n d
a ta
jon

57
GABARITO DA QUESTÃO DESAFIO

De acordo com o STJ, apenas o devedor (Igor) e o avalista (Luís) são considerados

litisconsortes passivos necessários. Júlia somente autorizou seu consorte a prestar aval,
conforme o art. 1.647, III, do CC, não sendo considerada litisconsorte passivo necessário.
Logo, a cobrança está correta.

Você deve ter abordado necessariamente os seguintes itens em sua resposta:

Apenas Igor e Luís são litisconsortes

Conforme aduz o art. 899 do CC: “O avalista equipara-se àquele cujo nome indicar; na falta de

a l
indicação, ao emitente ou devedor final.” Assim, como o avalista responde igualmente com

io n
c
avalizado, ele é considerado um litisconsorte passivo necessário. Sobre litisconsorte necessário,
a
u c
o brilhante doutrinador Marcus Vinicius Rios Gonçalves (Gonçalves, Marcus Vinicius Rios. Direito

E dad d e
processual civil – Esquematizado – 11. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2020, p. 364) expõe:
e
rt le
o So
“É aquele cuja formação é obrigatória. O processo não pode prosseguir e o juiz não pode julgar
p
u ra 92
S ut 22- il.com
validamente, se não estiverem presentes todos os litisconsortes necessários.”

um n D .4 a
r ata 86 gm
Por fim, caso o avalista pague o título, ele terá direito de regresso contra o avalizado (art. 899,
e
§ 1º do CC).
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
t u
d
Júlia não é litisconsorte passivo necessário
n
a ta
jon III, do CC: “Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos
De acordo com o art. 1.647,
cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta: III - prestar
fiança ou aval.” Assim, para o cônjuge prestar aval é necessária a autorização do outro cônjuge,
exceto no regime de separação absoluta, sob pena de anulação do aval.

No entanto, essa autorização não faz o cônjuge também virar avalista. Esse é o entendimento
do STJ constante no informativo de nº 663, vejamos: “Destaca-se que o cônjuge que apenas
autorizou seu consorte a prestar aval, nos termos do art. 1.647 do Código Civil/2002 (outorga
uxória), não é avalista. Assim, não há falar em litisconsórcio necessário porque o cônjuge do

58
avalista não é avalista ou tampouco praticou ato visando à garantia. Dessa forma, não havendo
sido prestada garantia real, não é necessária a citação do cônjuge como litisconsorte, bastando
a mera intimação.” (STJ. 4ª Turma. REsp 1.475.257-MG, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado
em 10/12/2019).

Desse modo, apesar de Julia ter autorizado o aval de Luís, ela não será considerada uma
litisconsorte passivo necessário na ação de execução.

a l
io n
a c
u c
E dad d e
e
rt le
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
e um n D .4 a
r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
t u
n d
a ta
jo n

59
LEGISLAÇÃO COMPILADA

Neste capítulo, é de extrema importância a leitura de:

Processo de Execução

 CPC: arts. 509 a 512; 771 a 925;


 Súmulas: 46, 58, 84, 134, 195, 233, 247, 258, 268, 279, 300, 317, 364, 370, 375, 417, 451,
478, 486, 503, 517, 519, 558, do STJ; e 150, 387, do STF

a l
io n
 Súmula 27/STJ
a c
u c
d e
Pode a execução fundar-se em mais de um título extrajudicial relativos ao mesmo negócio.
E dad
 Súmula 46/STJ e
rt le
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
Na execução por carta, os embargos do devedor serão decididos no juízo deprecante, salvo se versarem unicamente

em vícios ou defeitos da penhora, avaliação ou alienação dos bens.

e
 Súmula 58/STJ
um n D .4 a
r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
Proposta a execução fiscal, a posterior mudança de domicílio do executado não desloca a competência já fixada.
t u
 Súmula 84/STJ
n d
a ta
jo n
É admissível a oposição de embargos de terceiro fundados em alegação de posse advinda do compromisso de
compra e venda de imóvel, ainda que desprovido do registro.

 Súmula 134/STJ

Embora intimado da penhora em imóvel do casal, o cônjuge do executado pode opor embargos de terceiro para

defesa de sua meação.

 Súmula 195/STJ

Em embargos de terceiro não se anula ato jurídico, por fraude contra credores.

 Súmula 196/STJ

60
Ao executado que, citado por edital ou por hora certa, permanecer revel, será nomeado curador especial, com
legitimidade para apresentação de embargos.

 Súmula 233/STJ

O contrato de abertura de crédito, ainda que acompanhado de extrato da conta-corrente, não é título executivo.

 Súmula 247/STJ

O contrato de abertura de crédito em conta-corrente, acompanhado do demonstrativo de débito, constitui


documento hábil para o ajuizamento da ação monitória.

 Súmula 258/STJ

A nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito não goza de autonomia em razão da iliquidez do
título que a originou.

a l
 Súmula 268/STJ
io n
a c
c
O fiador que não integrou a relação processual na ação de despejo não responde pela execução do julgado.
u
 Súmula 279/STJ
E dad d e
e
rt le
o So
É cabível execução por título extrajudicial contra a Fazenda Pública.
p
 Súmula 300/STJ
u ra 92
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um n D .4 a
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O instrumento de confissão de dívida, ainda que originário de contrato de abertura de crédito, constitui título
e
V on 24.5 67@
executivo extrajudicial.
d
A J 0 ra
 Súmula 303/STJ t u
n d
ta
Em embargos de terceiro, quem deu causa à constrição indevida deve arcar com os honorários advocatícios.
a
 Súmula 317/STJ jo n
É definitiva a execução de título extrajudicial, ainda que pendente apelação contra sentença que julgue
improcedentes os embargos.

 Súmula 319/STJ

O encargo de depositário de bens penhorados pode ser expressamente recusado.

 Súmula 328/STJ

61
Na execução contra instituição financeira, é penhorável o numerário disponível, excluídas as reservas bancárias
mantidas no Banco Central.

 Súmula 364/STJ

O conceito de impenhorabilidade de bem de família abrange também o imóvel pertencente a pessoas solteiras,
separadas e viúvas.

 Súmula 370/STJ

Caracteriza dano moral a apresentação antecipada de cheque pré-datado.

 Súmula 375/STJ

O reconhecimento da fraude à execução depende do registro da penhora do bem alienado ou da prova de má-fé
do terceiro adquirente.

a l
 Súmula 417/STJ
io n
a c
c
Na execução civil, a penhora de dinheiro na ordem de nomeação de bens não tem caráter absoluto.
u
 Súmula 451/STJ
E dad d e
e
rt le
o So
É legítima a penhora da sede do estabelecimento comercial.
p
 Súmula 478/STJ
u ra 92
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um n D .4 a
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Na execução de crédito relativo a cotas condominiais, este tem preferência sobre o hipotecário.
e
d V on 24.5 67@
J 0 ra
 Súmula 486/STJ
A t u
d
É impenhorável o único imóvel residencial do devedor que esteja locado a terceiros, desde que a renda obtida
n
ta
com a locação seja revertida para a subsistência ou a moradia da sua família.
a
 Súmula 503/STJ jon
O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente de cheque sem força executiva é quinquenal, a
contar do dia seguinte à data de emissão estampada na cártula.

 Súmula 517/STJ

São devidos honorários advocatícios no cumprimento de sentença, haja ou não impugnação, depois de escoado o
prazo para pagamento voluntário, que se inicia após a intimação do advogado da parte executada.

 Súmula 519/STJ

62
Na hipótese de rejeição da impugnação ao cumprimento de sentença, não são cabíveis honorários advocatícios.

 Súmula 558/STJ

Em ações de execução fiscal, a petição inicial não pode ser indeferida sob o argumento da falta de indicação do
CPF e/ou RG ou CNPJ da parte executada.

 Súmula 581/STJ

A recuperação judicial do devedor principal não impede o prosseguimento das ações e execuções ajuizadas contra
terceiros devedores solidários ou coobrigados em geral, por garantia cambial, real ou fidejussória.

 Súmula 625/STJ

O pedido administrativo de compensação ou de restituição não interrompe o prazo prescricional para a ação de
repetição de indébito tributário de que trata o art. 168 do CTN nem o da execução de título judicial contra a

Fazenda Pública.
a l
io n
 Súmula 631/STJ
a c
u c
d e
O indulto extingue os efeitos primários da condenação (pretensão executória), mas não atinge os efeitos
E dad
secundários, penais ou extrapenais.
e
rt le
 Súmula 150/STF
p o So
u ra 92
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um n D .4 a
Prescreve a execução no mesmo prazo de prescrição da ação.

e
 Súmula 387/STF
r ata 86 gm
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A J 0 ra
A cambial emitida ou aceita com omissões, ou em branco, pode ser completada pelo credor de boa-fé antes da
t u
cobrança ou do protesto.
n d
a ta
jo n

63
JURISPRUDÊNCIA

Processo de Execução

 Informativo 585 do STJ:

Aplicação da multa do art. 774, IV, do CPC 2015 é restrita ao processo de execução. A
multa por ato atentatório à dignidade da Justiça, prevista no art. 774, IV, do CPC 2015,
somente pode ser aplicada no processo de execução, em caso de conduta de deslealdade

a l
n
processual praticada pelo executado. STJ. 4ª Turma. REsp 1.231.981/RS, Rel. Min. Luis Felipe
io
Salomão, julgado em 15/12/2015 (Info 578).
a c
u c
 Informativo 565 do STJ:
E dad d e
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o So
Os recursos do Fundo Partidário são absolutamente impenhoráveis, inclusive na hipótese
p
u ra 92
S ut 22- il.com
em que a origem do débito esteja relacionada às atividades previstas no art. 44 da Lei n.º
9.096/95.

e um n D .4 a
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d V on 24.5 67@
Informativo 589 do STJ:

A J 0 ra
t u
É inválida a penhora da integralidade de imóvel submetido ao regime de multipropriedade
d
n de dívida de condomínio de responsabilidade do
t a
(time-sharing) em decorrência
organizador do jo na
compartilhamento. A multipropriedade imobiliária, mesmo não
efetivamente codificada, possui natureza jurídica de direito real, harmonizando-se com os
institutos constantes do rol previsto no art. 1.225 do Código Civil.

 Informativo 596 do STJ:

O art. 5º, XXVI, da CF/88 e o art. 833, VIII, do CPC preveem que é impenhorável a pequena
propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família. Assim, para
que o imóvel rural seja impenhorável, são necessários dois requisitos: 1) que seja
enquadrado como pequena propriedade rural, nos termos definidos pela lei; e 2) que seja

64
trabalhado pela família. Quem tem o encargo de provar esses requisitos?  Requisito 1
(pequena propriedade rural): trata-se de ônus do executado (devedor).  Requisito 2
(propriedade trabalhada pela família): não é necessário que o executado faça prova disso.
Existe uma presunção juris tantum (relativa) de que a pequena propriedade rural é
trabalhada pela família. Tal presunção é relativa e admite prova em sentido contrário. O
ônus dessa prova, no entanto, é do exequente (credor). Resumindo: no que concerne à
proteção da pequena propriedade rural, incumbe ao executado comprovar que a área é
qualificada como pequena, nos termos legais; e ao exequente demonstrar que não há
exploração familiar da terra.

 Informativo 635 do STJ:

a l
O art 649, IV, do CP/1973 previa que as verbas de natureza salarial do executado eram

io n
c
impenhoráveis O §2º do art 649 previa uma exceção explícita e dizia que era possível a
a
u c
penhora da verba salarial do devedor para pagamento de prestação alimentícia O STJ,

E dad d e
interpretando esse dispositivo, afirmou que é possível a penhora das verbas salariais do
e
rt le
o So
devedor para pagamento de outras dívidas, além da prestação alimentícia, desde que essa
p
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penhora preserve um valor que seja suficiente para o devedor e sua família continuarem

e um n D .4 a
vivendo com dignidade Nas palavras do STJ: a regra geral da impenhorabilidade de salários,
r ata 86 gm
vencimentos, proventos etc do devedor (art 649, IV, do CPC/1973) (art. 833 IV, do CPC/2015

d V on 24.5 67@
J 0 ra
também pode ser excepcionada quando for preservado percentual de tais verbas capaz de
A t u
dar guarida à dignidade do devedor e de sua família Ex: Flávio recebe salário de R 30 mil
n d
ta
por mês Ricardo ajuizou execução contra Flávio O juiz determinou a penhora de 30% do
a
jo n
salário de Flávio todos os meses, até que a dívida que está sendo executada seja paga O
STJ entendeu que essa penhora é válida e que não violou o art 649, IV, do CPC/1973

 Informativo 614 do STJ:

É possível a conversão do procedimento de execução para entrega de coisa incerta para


execução por quantia certa na hipótese em que o produto perseguido for entregue com
atraso, gerando danos ao credor da obrigação.

 Informativo 618 do STJ:

65
A execução de título extrajudicial por inadimplemento de mensalidades escolares de filhos
do casal pode ser redirecionada ao outro consorte, ainda que não esteja nominado nos
instrumentos contratuais que deram origem à dívida. Ex: mãe assina contrato com a escola
e termo de confissão de dívida se comprometendo a pagar as mensalidades; em caso de
atraso, a escola poderá ingressar com execução tanto contra a mãe como contra o pai do
aluno, considerando que existe uma solidariedade legal do casal quanto às despesas com
a educação do filho (arts. 1.643 e 1.644 do CC).

 Informativo 568 do STJ:

Natureza jurídica do termo de acordo de parcelamento para fins de execução. O TAP que
tenha sido subscrito pelo devedor e pela Fazenda Pública deve ser considerado documento

a l
público para fins de caracterização de título executivo extrajudicial, apto à promoção de

io n
ação executiva, na forma do art. 784, II do CPC/15.
a c
u c
 Informativo 553 do STJ:
E dad d e
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Contrato de seguro de automóveis NÃO É título executivo extrajudicial. A via adequada
p o So
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para cobrar a indenização securitária fundada em contrato de seguro de automóvel é a

um n D .4 a
ação de conhecimento, ao contrário do que ocorre com o contrato de seguro de vida.

e r ata 86 gm

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Informativo 606 do STJ:

A J 0 ra
t
CONSTRUCARD NÃO É título executivo. O contrato particular de abertura de crédito à
u
d
n para aquisição de material de construção, ainda que
a t a
pessoa física visando financiamento

jo n
acompanhado de demonstrativo de débito e nota promissória, não é título executivo
extrajudicial.

 Informativo 599 do STJ:

Acordo de reparação de danos feito no bojo da suspensão condicional do processo é título


executivo judicial.

 Informativo 560 do STJ:

66
Execução de título extrajudicial que contenha cláusula compromissória. Poderá, assim,
propor diretamente à execução na via judicial. Ainda que possua cláusula compromissória,
isso porque o árbitro pode penhorar bens do executado, nem os levar à hasta pública. O
arbitro, portanto, até decide a causa, mas se a parte perdedora não cumprir
voluntariamente o que lhe foi imposto, a parte vencedora terá que executar esse título no
Poder Judiciário.

 Informativo 627 do STJ:

O contrato eletrônico de mútuo com assinatura digital pode ser considerado título
executivo extrajudicial. Neste caso, não será necessária a assinatura de 2 testemunhas,
conforme exige o art. 784, III, do CPC/2015. Na assinatura digital de contrato eletrônico,

a l
uma autoridade certificadora (terceiro desinteressado) atesta que aquele determinado

ion
c
usuário realmente utilizou aquela assinatura no documento eletrônico. Como existe esse
a
u c
instrumento de verificação de autenticidade e presencialidade do contratante, é possível

E dad d e
reconhecer esse contrato como título executivo extrajudicial.
e
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 Informativo 625 do STJ:
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um n D .4 a
O pacto de impenhorabilidade de título patrimonial contido explicitamente em estatuto

e r ata 86 gm
social de clube desportivo não pode ser oposto contra exequente/credor não sócio. O

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pacto de impenhorabilidade previsto no art. 833, I, do CPC/2015 está limitado às partes
A J 0 ra
t u
que o convencionaram, não podendo envolver terceiros que não anuíram, salvo exceções
n d
previstas em lei.
a ta
jon
 Informativo 617 do STJ:

Havendo meios executivos mais adequados e igualmente eficazes para a satisfação da


dívida alimentar dos avós, é admissível a conversão da execução para o rito da penhora e
da expropriação, a fim de afastar o decreto prisional em desfavor dos executados.

 Informativo 567 do STJ:

É incabível o oferecimento de reconvenção em embargos à execução. O processo de


execução tem como finalidade a satisfação do crédito constituído, razão pela qual revela-

67
se inviável a reconvenção, na medida em que, se admitida, ocasionaria o surgimento de
uma relação instrumental cognitiva simultânea, o que inviabilizaria o prosseguimento da
ação executiva. Assim sendo, a reconvenção somente tem finalidade de ser utilizada em
processos de conhecimento, haja vista que a mesma demanda dilação probatória, exigindo
sentença de mérito, o que vai de encontro com a fase de execução, na qual o título
executivo já se encontra definido. Esse entendimento persiste mesmo com a entrada em
vigor do CPC 2015.

 Informativo 619, STJ:

O prazo para cumprimento voluntário de sentença deverá ser computado em dobro no


caso de litisconsortes com procuradores distintos (art. 229 do CPC). Em regra, o prazo para

a l
cumprimento voluntário da sentença é de 15 dias úteis (art. 523 do CPC). Se os devedores

io n
c
forem litisconsortes com diferentes procuradores, de escritórios de advocacia distintos, este
a
u c
prazo de pagamento deverá ser contado em dobro, nos termos do art. 229 do CPC/2015,

E dad d e
desde que o processo seja físico. Assim, o prazo comum para cumprimento voluntário de
e
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o So
sentença deverá ser computado em dobro (ou seja, em 30 dias úteis) no caso de
p
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litisconsortes com procuradores distintos, em autos físicos. STJ. 4ª Turma. REsp 1.693.784-

e um n D .4 a
DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 28/11/2017.
r ata 86 gm

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Informativo 621, STJ:

A J 0 ra
t u
É possível a aplicação do art. 528, §7º do CPC/2015 para execuções iniciadas na vigência
do antigo CPC. É possível taa
d
n imediata do art. 528, §7º, do CPC/2015 em execução
aplicação
n aprocessada, em parte, na vigência do CPC/1973.
jo
de alimentos iniciada e

A regra do art. 528, §7º, do CPC/2015, apenas incorpora ao direito positivo o conteúdo da
pré-existente Súmula 309/STJ, editada na vigência do CPC/1973, tratando-se, assim, de
pseudonovidade normativa que não impede a aplicação imediata da nova legislação
processual, como determinam os arts. 14 e 1.046 do CPC/2015. STJ. 3ª Turma. RHC 92.211-
SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 27/02/2018.

 Informativo 628, STJ:

68
Os valores recebidos pelo beneficiário como indenização do seguro de vida são
impenhoráveis, mas até o limite de 40 salários mínimos. A impenhorabilidade dos valores
recebidos pelo beneficiário do seguro de vida limita-se ao montante de 40 (quarenta)
salários mínimos, por aplicação analógica do art. 833, X, do CPC/2015, cabendo a constrição
judicial da quantia que a exceder.

Cuidado com a redação literal do art. 833, VI, do CPC/2015: “São impenhoráveis: (...) VI - o
seguro de vida”. STJ. 3ª Turma. REsp 1.361.354-RS, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva,
julgado em 22/05/2018.

 Informativo 584, STJ:

l
Em execução de título extrajudicial, o credor deve ser intimado para opor fato impeditivo
a
n
à incidência da prescrição intercorrente antes de sua decretação de ofício. Esse dever de
io
a c
prévia intimação do credor para decretação da prescrição intercorrente não era previsto
u c
d e
expressamente no CPC/1973, sendo aplicado pelo STJ com base na incidência analógica
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do art. 40, §§ 4º e 5º, da Lei no 6.830/80 (Lei de Execução Fiscal). O CPC/2015, contudo,

p o So
resolve a questão e prevê expressamente a prévia oitiva das partes: Art. 921 (...) §5º O juiz,
u ra 92
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depois de ouvidas as partes, no prazo de 15 (quinze) dias, poderá, de ofício, reconhecer a

um n D .4 a
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prescrição de que trata o §4º e extinguir o processo.
e
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Informativo 589, STJ:

A J 0 ra
t u
d
A cota de fundo de investimento não se subsume à ordem de preferência legal disposta
n
a ta
no inciso I do art. 835 do CPC/2015 (art. 655 do CPC/1973). Em outras palavras, as cotas
jo n
de fundo de investimento não podem ser consideradas como dinheiro aplicado em insti-
tuição financeira. STJ. (recurso repetitivo).

 Informativo 589, STJ:

Em uma execução contra um banco, o magistrado determinou a penhora de dinheiro


constante de suas agências bancárias para pagamento do credor e negou a nomeação que
havia sido feita pelo banco para que a penhora recaísse sobre cotas de fundo de
investimento. O STJ decidiu que: A recusa da nomeação à penhora de cotas de fundo de

69
investimento, reputada legítima a partir das particularidades de cada caso concreto, não
encerra, em si, excessiva onerosidade ao devedor, violação do recolhimento dos depósitos
compulsórios e voluntários do Banco Central do Brasil ou afronta à impenhorabilidade das
reservas obrigatórias. STJ. (recurso repetitivo).

 Informativo 853, STF:

É válida a penhora realizada sobre bens de sociedade de economia mista que


posteriormente foi sucedida pela União É válida a penhora em bens de pessoa jurídica de
direito privado, realizada anteriormente à sucessão desta pela União, não devendo a
execução prosseguir mediante precatório (art. 100, caput e §1º, da Constituição Federal).
STF. Plenário. (repercussão geral).

a l
n
O ato de composição entre denunciado e vítima visando à reparação civil do dano,
io
a c
embutido na decisão concessiva de suspensão condicional do processo (art. 89 da Lei nº
u c
d e
9.099/95), é título judicial apto a lastrear eventual execução. Ex: João foi denunciado pelo
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crime do art. 129, §1º, do CP por ter praticado lesão corporal contra Pedro. Na audiência,

p o So
o Promotor ofereceu ao réu proposta de suspensão condicional do processo, exigindo, no
u ra 92
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entanto, como uma das condições, que ele pagasse, no prazo de um mês, R$ 20 mil a

um n D .4 a
r ata 86 gm
título de reparação pelos danos sofridos pela vítima (art. 89, §1º, I). O réu e seu advogado
e
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concordaram com a proposta. A vítima e seu advogado, que também estavam presentes,
d
A J 0 ra
igualmente aceitaram o acordo. Diante disso, o juiz homologou a suspensão condicional
t u
n d
do processo e esse acordo que aconteceu no bojo da proposta. Esse acordo cível de
a ta
n
reparação dos danos é título executivo judicial e poderá ser executado caso o agente não
jo
cumpra o que foi combinado.

 Informativo 600, STJ:

A indisponibilidade de bens do executado deferida em ação civil pública não impede a


adjudicação de um determinado bem ao credor que executa o devedor comum com
substrato em título executivo judicial. Ex: o MP ajuizou ACP contra a empresa “X”. O juiz
determinou a indisponibilidade de todos os bens da requerida. Alguns meses depois, João
ajuizou ação de indenização contra a mesma empresa. A sentença julgou o pedido

70
procedente, condenando a requerida ao pagamento de R$ 100 mil. O juiz determinou a
penhora de um imóvel pertencente à devedora. João gostou do bem penhorado e requereu
a sua adjudicação, nos termos do art. 876 do CPC. O fato de este bem estar indisponível
não impede a adjudicação. STJ.

 Informativo 866, STF:

A execução provisória de obrigação de fazer em face da Fazenda Pública não atrai o regime
constitucional dos precatórios. Assim, em caso de “obrigação de fazer”, é possível a
execução provisória contra a Fazenda Pública, não havendo incompatibilidade com a
Constituição Federal. Ex: sentença determinando que a Administração institua pensão por
morte para dependente de ex-servidor. STF. (repercussão geral).

a l
 Informativo 614, STJ:
io n
a c
c
Não é possível a penhora do saldo do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço - FGTS
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para o pagamento de honorários de sucumbência. STJ. d e
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 Informativo 616, STJ:
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Requisitos para a impenhorabilidade da pequena propriedade rural. A pequena
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propriedade rural é impenhorável (art. 5º, XXVI, da CF/88 e o art. 833, VIII, do CPC) mesmo
e
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que a dívida executada não seja oriunda da atividade produtiva do imóvel. De igual modo,
A J 0 ra
t
a pequena propriedade rural é impenhorável mesmo que o imóvel não sirva de moradia
u
ao executado e à sua família.n
d
a ta
joncumulativos:
Apenas dois requisitos

1) seja enquadrado como pequena propriedade rural, nos termos definidos pela lei; e

2) seja trabalhado pela família.

 Informativo 617, STJ:

Possibilidade de requerer a alienação em leilão judicial em vez de fazer a alienação por


iniciativa particular. Se a parte exequente manifestar desinteresse na adjudicação e na
alienação particular do imóvel penhorado, ela poderá, desde logo, requerer sua alienação
71
em leilão judicial, pois o CPC confere ao credor a faculdade de se valer da alienação por
iniciativa particular, mas não impede que o credor opte, desde logo, pela alienação judicial
(alienação em hasta pública).

 Informativo 652, STJ:

O prazo previsto no art. 523, caput, do Código de Processo Civil, para o cumprimento
voluntário da obrigação, possui natureza processual, devendo ser contado em dias úteis.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.708.348-RJ, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 25/06/2019
(Info 652).

No mesmo sentido, ou seja, de que se trata de prazo processual, veja:

a l
O prazo comum para cumprimento voluntário de sentença deverá ser computado em

io n
dobro no caso de litisconsortes com procuradores distintos, em autos físicos. STJ. 4ª Turma.
a c
c
REsp 1.693.784-DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 28/11/2017 (Info 619).
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Presidência da República, 1988.

______. Lei nº 13.105 de 16 de março de 2015. Institui o Código de Processo Civil. Brasília:
Presidência da República, 2015.

BUENO, Cassio Scarpinella. Manual de Direito Processual Civil: Inteiramente Estruturado à


Luz do Novo CPC, de acordo com a Lei n. 13.256, de 4-2-2016. 2. ed. rev., atual. e ampl. – São
Paulo: Saraiva, 2016.

a l
n
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Vade Mecum de Jurisprudência Dizer o Direito. 4ª Edição.
io
– Salvador: Ed. Podivm, 2018.
a c
u c
d e
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmulas do STF e STJ. 3ª Edição. – Salvador: Ed. Podivm,
E dad
2018. e
rt le
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
DIDIER JR., Fredie. Curso de Direito Processual Civil: Introdução ao Direito Processual Civil,

e um n D .4 a
Parte Geral e Processo de Conhecimento. 18. ed. - Salvador: Ed. Jus Podivm, 2016.
r ata 86 gm
V on 24.5 67@
GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Direito Processual Civil Esquematizado/ Marcus Vinicius
d
A J 0 ra
Rios Gonçalves; coordenador Pedro Lenza. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
t u
d
n Sérgio Cruz; MITIDIERO, Daniel. Novo Código de
t a
MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART,
aed. rev. atual. e ampl. São Paulo : Revista dos Tribunais, 2016.
jo
processo civil comentado.n2.

Neves, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito Processual Civil - Volume Único. 10ª
edição. Editora JusPodvm, 2018.

Thamay, Rennan. Manual de Direito Processual Civil – 2. ed. – São Paulo: Saraiva Educação,
2019.

73
THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil – Teoria geral do direito
processual civil, processo de conhecimento e procedimento comum – vol. I/Humberto
Theodoro Júnior. 58. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2017.

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MAGISTRATURA
FEDERAL
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Direito Processual
Su utra 22-92il.com Civil
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4
Ad J 02 utra6
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SUMÁRIO
33. Procedimentos especiais no CPC ........................................................................................................................ 3

33.1 Procedimentos de Jurisdição Voluntária ............................................................................................ 3

33.1.1 Disposições Gerais ............................................................................................................................... 3

33.1.2 Notificação e Interpelação................................................................................................................ 3

33.1.3 Alienações Judiciais ............................................................................................................................. 4

33.1.4 Testamentos e Codicilos ................................................................................................................... 4

33.1.5 l
Interdição ................................................................................................................................................. 4
a
33.2 io n
Consignação em Pagamento ................................................................................................................... 5
a c
33.3
u c
Ação de Exigir Contas................................................................................................................................. 9

E dad d e
33.4
e
Ações Possessórias .................................................................................................................................... 10
rt le
31.1.1 p o So
Da Manutenção e da Reintegração de Posse....................................................................... 12

31.1.2 S ut 22- il.com u ra 92


Do Interdito Proibitório .................................................................................................................. 14

33.5 e r ata 86 gm um n D .4 a
Divisão e Demarcação de Terras ........................................................................................................ 14

d V on 24.5 67@
33.6
A J 0 ra
Ação de Dissolução Parcial de Sociedade ...................................................................................... 15
t u
33.7 d
Ação de Inventário e Partilha ............................................................................................................... 16
n
a ta
33.8 n
Embargos de Terceiro .............................................................................................................................. 20
jo
33.9 Oposição ........................................................................................................................................................ 21

33.10 Ação de Habilitação.................................................................................................................................. 22

33.11 Ações de Família ........................................................................................................................................ 23

33.12 Ação Monitória ........................................................................................................................................... 24

33.13 Homologação do Penhor Legal .......................................................................................................... 26

33.14 Ação de Restauração de Autos ........................................................................................................... 28

34. Procedimentos Especiais em Legislação Extravagante ..................................................................... 30


34.1 Juizados Especiais ...................................................................................................................................... 30

35.1.1 Princípios ............................................................................................................................................... 30

35.1.2 Competência........................................................................................................................................ 31

35.1.3 Juizados Especiais Federais ........................................................................................................... 33

35.1.4 Juizados Especiais Fazenda Pública ........................................................................................... 34

34.2 Remédios Constitucionais ...................................................................................................................... 35

35.2.1 Mandado de Segurança ................................................................................................................. 35

35.2.2 Habeas Corpus ................................................................................................................................... 36

35.2.3 a l
Habeas Data ........................................................................................................................................ 36
io n
35.2.4 c
Mandado de Injunção ..................................................................................................................... 38
a
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35.2.5
d e
Ação Popular ....................................................................................................................................... 39
E dad
35.2.6 e
rt le
Ação Civil Pública .............................................................................................................................. 40

p o So
35.2.7
S ut 22- il.com u ra 92
Ações de Usucapião Especial ....................................................................................................... 41

e r ata 86 gm um n D .4 a
QUADRO SINÓTICO ..................................................................................................................................................... 43

V on 24.5 67@
QUESTÕES COMENTADAS ....................................................................................................................................... 48
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A J 0 ra
GABARITO ......................................................................................................................................................................... 61
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QUESTÃO DESAFIO ........................................................................................................................................................ 62

GABARITO DA QUESTÃO jo n
DESAFIO......................................................................................................................... 63

LEGISLAÇÃO COMPILADA............................................................................................................................................ 65

JURISPRUDÊNCIA ............................................................................................................................................................ 66

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................................................. 75


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DIREITO PROCESSUAL CIVIL

Capítulo 10
Neste capítulo, vamos tratar dos seguintes pontos: Procedimentos especiais no CPC.
Procedimentos especiais em legislação extravagante.

33. Procedimentos especiais no CPC

33.1 Procedimentos de Jurisdição Voluntária

33.1.1 Disposições Gerais a l


io n
a c
Inicialmente, vale ressaltar que, quando não houver procedimento especial tratando da
u c
d e
matéria, aplicar-se-á o processo comum (compreendido entre os arts. 719 a 725).
E dad
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Ademais, os procedimentos de jurisdição voluntária iniciam por provocação do
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interessado, do Ministério Público ou da Defensoria Pública.

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No procedimento de jurisdição voluntária, NÃO cabe reconvenção.

A seguir mencionaremos alguns dos principais procedimentos de jurisdição voluntária.

33.1.2 Notificação e Interpelação

Sobre o tema, o candidato deve se atentar aos dispositivos legais pertinentes (arts. 726 a
729 do CPC) e ter em mente a ideia de que os protestos, as notificações e as interpelações não
têm caráter constritivo de direito, mas somente tornam público que alguém fez certa
manifestação.

3
33.1.3 Alienações Judiciais

Nada mais é do que a venda de bens privados por parte do Poder Judiciário, o qual
pode agir de ofício ou mediante requerimento, quando não houver acordo entre os interessados
sobre o modo como se deve realizar a alienação do bem (art. 730 do CPC).

33.1.4 Testamentos e Codicilos

A doutrina leciona que o testamento é um ato jurídico unilateral, personalíssimo, solene,


revogável e gratuito, através do qual uma pessoa dispõe de seu patrimônio, para após a sua
morte.

Já o codicilo é a manifestação de última vontade, de forma escrita, onde a pessoa pode

a l
n
estabelecer disposições para serem cumpridas após a sua morte, que sejam referentes ao seu
io
c
funeral, doações de pequenas quantias em dinheiro, bens pessoais móveis, roupas ou
a
u c
objetos de pequeno valor. Parece com um testamento, mas é mais limitado e não exige muitas
E dad d e
formalidades. Pode ser feito por meio de um documento informal, assim como uma simples
e
rt le
carta, basta que seja datado e assinado.
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
Os arts. 735 a 737, do CPC regulam o procedimento especial, razão pela qual se faz
um n D .4 a
r ata 86 gm
necessária a leitura dos mencionados artigos.
e
d V o n 4 .5 7@
J 02 ra6
33.1.5 Interdição
A t u
n d
Primeiramente, frise-se a importantíssima leitura dos arts. 747 ao 758 do CPC.
a t a
n
jo passemos a algumas análises a respeito da interdição. No que tange
Com isso em mente,
à competência, saliente-se que o pedido de interdição deve ser formulado no foro do domicílio
do interditando (art. 46, do CPC).

Já no que tange à legitimidade, conforme dispõe o art. 747 do CPC, a interdição poderá
ser promovida por:

 Cônjuge ou companheiro;
 Parentes ou tutores;
 Representante da entidade em que se encontra abrigado o interditando;
4
 Ministério Público.

O rol é taxativo, com ordem não preferencial – hipótese de legitimação concorrente – STJ
REsp 1.346.013-MG, Info 571.

Relativo à petição inicial, deve-se acentuar que os documentos indispensáveis à

l
propositura da ação são: a prova da existência do vínculo que lastreia a legitimidade para a
a
n
interdição (como, p. ex., certidão de casamento, a especificação os fatos que demonstram a
io
a c
incapacidade do interditando para administrar seus bens; o laudo médico).
u c
d e caput
E dad
A realização da entrevista do interditando, pelo Juiz (art. 751, , do CPC), pode ser

r ol e
t e
acompanhada por especialista (art. 751, §2º, do CPC). A ausência dessa entrevista acarreta a
o
p S
Su utra 22-92il.com
nulidade do processo de interdição, por violação ao princípio do contraditório e da ampla

r um
defesa de pessoa que se encontra em presumido estado de vulnerabilidade (STJ REsp 1.686.161-
n D .4
m a
SP, Info 611). a
e at 8 g 6
d V on 24. 67@ 5
A J 0 ra
Por fim, independentemente de quem tenha ajuizado a ação (MP ou não), o Juiz deverá,
obrigatoriamente, nomear curador d ut ao interditando, caso esse não apresente curador
especial
t a n
a
especial (art. 752, §2º, do CPC).
n
jo
33.2 Consignação em Pagamento

É a forma de extinção da obrigação de maneira atípica, quando o pagamento não


puder ser realizado em virtude da recusa do credor em recebê-lo ou em dar quitação ou, ainda,
quando existir um obstáculo fático ou jurídico alheio à vontade do devedor que impossibilite
o pagamento eficaz1.

1
Vide Questão 10.
5
O principal motivo do devedor em propor essa ação é evitar as consequências
prejudiciais da mora.

Em ação consignatória, a insuficiência do depósito realizado pelo devedor conduz ao


julgamento de improcedência do pedido, pois o pagamento parcial da dívida não extingue o
vínculo obrigacional2.

A consignação de alugueres e encargos de locação tem procedimento diferenciado, previsto


a l
no art. 67 da Lei nº 8.245/1991.
io n
a c
u c
O art. 539, do CPC, permite ao devedor, desde que preenchidos determinados requisitos,
E dad d e
a realização de consignação extrajudicial, sendo esta uma forma alternativa de solução do
e
rt le
o So
conflito, que dispensa a participação do Poder Judiciário.
p
u ra 92
S ut 22- il.com
São requisitos da consignação extrajudicial:

e um n D .4 a
r ata 86 gm
 A prestação deve ser pecuniária: consignação de dinheiro (art. 539, §1º, do CPC), até
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
mesmo porque o devedor se valerá de instituição financeira;
t u
 Existência no local do pagamento (sede da comarca) de estabelecimento bancário
n d
ta
oficial ou particular, preferindo-se o primeiro quando existirem ambos;
a
jo n
 Conhecimento do endereço do credor, em razão da necessidade de tal informação
para que se realize a notificação;
 Credor conhecido, certo, capaz e solvente.

2
STJ. 2ª Seção. REsp 1108058-DF, Rel. Min. Lázaro Guimarães (Desembargador Convocado do TRF da 5ª Região),
Rel. Acd. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 10/10/2018 (recurso repetitivo) (Info 636).
6
Preenchidos os requisitos legais, o devedor realizará o depósito do valor junto ao
estabelecimento bancário, sendo cientificado o credor pelo banco por meio de carta com aviso
de recebimento, para que no prazo de 10 dias se posicione com relação ao depósito realizado.

O prazo terá sua contagem iniciada a partir do retorno do aviso de recebimento.

Cientificado do depósito, o devedor poderá:


a l
io n
 Comparecer à agência bancária e levantar o valor, ato que extingue a obrigação;
a c
c
 Comparecer à agência bancária e levantar o valor fazendo ressalvas quanto à sua
u
E dad d e
exatidão, quando poderá cobrar por vias próprias a diferença;
e
rt le
 Silenciar, entendendo-se que, nesse caso, houve aceitação tácita, de forma que a
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
obrigação será reconhecida como extinta, ficando o valor depositado à espera do

um n D .4 a
levantamento do credor;

e r ata 86 gm
 Recusar o depósito mesmo sem qualquer motivação, hipótese em que o depositante

d V on 24.5 67@
poderá levantar o dinheiro ou utilizar o depósito já feito para ingressar com a ação
A J 0 ra
t u
consignatória no prazo de um mês, instruindo a petição inicial com a prova do
d
n539, §3º, do CPC).
a
depósito e da recusat(art.
a
jo n

O prazo de um mês para o ingresso com a ação de consignação em pagamento serve tão
somente para que o devedor não sofra os efeitos da mora, de maneira que, transcorrido esse
prazo, a propositura da demanda continua possível, desde que o devedor realize a consignação

7
do valor principal acrescido dos juros e devidas correções, que contarão da data de
vencimento da obrigação.

Em caso de consignação judicial, a competência será do foro do lugar do pagamento.

A instituição financeira possui legitimidade para ajuizar ação de consignação em


pagamento visando quitar débito de cliente decorrente de título de crédito protestado por falha
no serviço bancário3.

Caberá ao juiz analisar a regularidade formal da petição inicial (arts. 319 e 320, do CPC)
e, sendo superada positivamente essa fase procedimental, intimará o autor para que realize o
depósito (caso ainda não tenha feito) no prazo de cinco dias, dependendo a citação do réu da
efetiva realização desse ato pelo autor. O não cumprimento desse prazo enseja a extinção do
a l
processo sem a resolução do mérito (art. 524, parágrafo único, do CPC).
io n
a c
u c
Realizada a citação do réu, ocorrerá concomitantemente a sua intimação para que levante

E dad d e
o valor ou a coisa consignada, ou para que ofereça contestação (art. 542, II, do CPC).
e
rt le
p o So
Caso o réu aceite a consignação, requerendo o levantamento do valor ou da coisa
u ra 92
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consignada, entende-se que reconheceu juridicamente o pedido do autor, devendo ser
proferida sentença de mérito.
e um n D .4 a
r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
No entanto, o réu também poderá oferecer contestação. Nesse caso, de acordo com o
A J 0 ra
t
art. 544, do CPC, o réu poderá alegar que: u
n d
a ta
 Não houve recusa ou mora em receber a quantia ou a coisa devida, onde caberá ao
jo n
autor o ônus de provar que realmente tentou realizar o pagamento e houve a recusa
ou mora do réu;
 Foi justa a recusa, apontando a ausência de qualquer dos requisitos do pagamento,
cabendo ao réu provar o fato que o levou a recusar o pagamento.
 O depósito não se efetuou no prazo ou no lugar do pagamento;

3
STJ. 4ª Turma. REsp 1318747-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 04/10/2018 (Info 636).
8
 O depósito não é integral, cabendo ao réu indicar precisamente o valor que entende
devido, sob pena de indeferimento liminar. Alegada a insuficiência do depósito, é
lícito ao autor completá-lo, em 10 (dez) dias.

A sentença tem, em regra, natureza meramente declaratória, salvo na hipótese do réu


alegar a insuficiência do depósito e o autor não complementá-lo em dez dias, caso em que o
juiz irá condená-lo a pagar a diferença apurada (art. 545, §2º, do CPC), tornando-a de natureza
condenatória.

Tratando-se de prestações sucessivas, consignada uma delas, pode o devedor continuar


a depositar, no mesmo processo e sem mais formalidades, as que se forem vencendo, desde
que o faça em até 5 (cinco) dias contados da data do respectivo vencimento.

a l
33.3 Ação de Exigir Contas
io n
a c
u c
É a ação que busca a solução do conflito por meio do acertamento econômico definitivo
E dad d e
através da prestação de contas, com a apresentação das receitas e despesas na administração
e
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de bens, valores ou interesses.
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e um n D .4 a
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A J 0 ra
t u
n d
a ta
onNos contratos de mútuo e financiamento, o devedor não possui
Informativo 558 do jSTJ:
interesse de agir para a ação de prestação de contas.

A natureza da ação é condenatória, considerando que o seu resultado será a condenação


do devedor ao pagamento do saldo apurado.

9
É cabível a propositura de ação de prestação de contas para apuração de eventual saldo,
e sua posterior execução, decorrente de contrato relacional firmado entre administradora de
consórcios e empresa responsável pela oferta das quotas consorciais a consumidores4.

A legitimidade ativa de referida ação é daquele que afirmar que teve seus bens, valores
ou interesses administrados (art. 550, do CPC).

Já a legitimidade passiva pode ser do inventariante, do tutor, do curador, do depositário


ou de qualquer outro administrador (p. ex., sócio gerente, cooperativa, condomínio).

A competência será do lugar do ato ou fato.

Cabe agravo de instrumento contra a decisão que julga procedente, na primeira fase, a
ação de exigir contas, condenando o réu a prestar as contas exigidas. Todavia, a decisão
a l
io n
interlocutória que, na segunda fase da ação de prestação de contas, defere a produção de prova
a c
c
pericial contábil, nomeia perito e concede prazo para apresentação de documentos, formulação
u
E dad d e
de quesitos e nomeação de assistentes, não é imediatamente recorrível por agravo de
instrumento5. e
rt le
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33.4 Ações Possessórias
u ra 92
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e r ata 86 gmum n D .4 a
As ações possessórias são regidas pelo Princípio da Fungibilidade, que aduz que a

d V on 24.5 67@
J 0 ra
propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conheça do
A t u
pedido e outorgue a proteção legal correspondente àqueles cujos pressupostos estejam
n d
provados.
a ta
jo n
Nas ações possessórias, é lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de condenação
em perdas e danos e indenização dos frutos. Ademais, o autor pode requerer, ainda, imposição
de medida necessária e adequada para evitar nova turbação ou esbulho e cumprir-se a tutela
provisória ou final.

4
STJ. 3ª Turma. REsp 1676623-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 23/10/2018 (Info 636).
5
STJ. 3ª Turma. REsp 1821793-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 20/08/2019 (Info 654).
10
No caso de ação possessória em que figure no polo passivo grande número de pessoas, serão
feitas a citação pessoal dos ocupantes que forem encontrados no local e a citação por edital
dos demais6, determinando-se, ainda, a intimação do Ministério Público e, se envolver pessoas
em situação de hipossuficiência econômica, da Defensoria Pública. O oficial de justiça procurará
os ocupantes no local por apenas uma vez, citando-se por edital os que não forem encontrados.

a l
A competência dependerá da natureza do bem, no qual, se for um bem móvel, aplica-se

io n
o art. 46, do CPC, sendo competente o foro do domicílio do réu. Tratando-se de bem imóvel,
a c
c
aplica-se o art. 47, §2°, do CPC, sendo competente o foro do local do imóvel.
u
E dad d e
e
As ações possessórias possuem um caráter dúplice, assim, é lícito ao réu, na contestação,
rt le
o So
alegando que foi o ofendido em sua posse, demandar a proteção possessória e a indenização
p
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pelos prejuízos resultantes da turbação ou do esbulho cometido pelo autor, ou seja, realizar um
pedido contraposto.
e um n D .4 a
r ata 86 gm
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Na pendência de ação possessória, é vedado, tanto ao autor quanto ao réu, propor ação
A J 0 ra
t
de reconhecimento do domínio, exceto se a pretensão for deduzida em face de terceira
u
n d
pessoa.
a ta
jo n
É importante diferenciar posse nova (dentro de 1 ano e 1 dia) da posse velha (mais de
1 ano e 1 dia), pois a manutenção e a reintegração de posse só terão procedimento especial
se for de posse nova. Assim, passado o prazo referido no caput do art. 558, do CPC, será comum
o procedimento, não perdendo, contudo, o caráter possessório.

6
Vide Questão 9.
11
31.1.1 Da Manutenção e da Reintegração de Posse

O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação e reintegrado em


caso de esbulho.

Incumbe ao autor provar:

 Sua posse;
 Turbação ou o esbulho praticado pelo réu;
 Data da turbação ou do esbulho;
 Continuação da posse, embora turbada, na ação de manutenção, ou a perda da
posse, na ação de reintegração.

a l
Observe, aluno, que a notificação prévia dos ocupantes não é documento essencial à

io n
c
propositura da ação possessória. Ação possessória foi objeto de prova de 2ª fase (discursiva)
a
u c
para a prova da PGM/BV, em 2019, realizada pelo CESPE. Foi exigido do candidato o

E dad d e
oferecimento de uma petição inicial, em que era fortemente pontuada a verificação da presença
e
rt le
o So
dos requisitos acima mencionados. Ainda que essa prova não tenha sido para a carreira de
p
u ra 92
S ut 22- il.com
magistratura federal, nada impede que o tema seja cobrado em sua prova, então, fique atento!

um n D .4 a
r ata 86 gm
Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, em regra, sem ouvir o réu
e
( inaldita altera pars V n 4.5 7@
), a expedição do mandado liminar de manutenção ou de reintegração.

A d o
J 02 ra6
Caso contrário, determinará que o autor justifique previamente o alegado, citando-se o réu para
ut d
n
comparecer à audiência de justificação prévia.
ta
n a
jo
Assim, a liminar será concedida sempre que os dois requisitos, abaixo listados, forem
preenchidos, sendo dispensada no caso concreto a demonstração de periculum in mora:

 Demonstração de que o ato de agressão à posse deu-se há menos de ano e dia;


 Instrução da petição inicial que, em cognição sumária do juiz, permita a formação de
convencimento de que há probabilidade de o autor ter direito à tutela jurisdicional
(fumus boni iuris).

Contudo, contra as pessoas jurídicas de direito público não será deferida a manutenção
ou a reintegração liminar sem prévia audiência dos respectivos representantes judiciais.

12
Ademais, caso a petição inicial não esteja devidamente instruída, o juiz poderá designar
audiência de justificação prévia, com a devida citação do réu a comparecer a tal audiência.

Realizada a audiência de justificação prévia, o juiz poderá ou não conceder a liminar


requerida pelo autor. Havendo a concessão da liminar, o réu será intimado na própria audiência.
Além disso, independente da concessão da liminar, o réu será intimado em audiência para se
defender no prazo legal.

O réu terá um prazo de 15 dias para se defender, sendo cabível qualquer modalidade
de resposta.

Se o réu provar, em qualquer tempo, que o autor, provisoriamente mantido ou


reintegrado na posse, carece de idoneidade financeira para, no caso de sucumbência,
a l
responder por perdas e danos, o juiz poderá requerer a exigência de caução, real ou
io n
a c
fidejussória, sob pena de ser depositada a coisa litigiosa, ressalvada a impossibilidade da parte
u c
economicamente hipossuficiente.
E dad d e
e
rt le
Segundo o STJ, a ação possessória pode ser convertida em indenizatória (desapropriação
p o So
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indireta) - ainda que ausente pedido explícito nesse sentido - a fim de assegurar tutela

um n D .4 a
alternativa equivalente (indenização) ao particular que teve suas térreas invadidas7.

e r ata 86 gm
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Entende, também, que particulares podem ajuizar ação possessória para resguardar o livre
d
A J 0 ra
exercício do uso de via municipal (bem público de uso comum do povo) instituída como servidão
t u
de passagem8.
n d
a ta
Já sobre a
jon possessória
proteção pelo particular que invade imóvel público, veja o
importante posicionamento do STJ:

1) particular invade imóvel público e deseja proteção possessória em face do PODER


PÚBLICO: não é possível. Não terá direito à proteção possessória. Não poderá exercer interditos
possessórios porque, perante o Poder Público, ele exerce mera detenção.

7
STJ. 1ª Turma. REsp 1442440-AC, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 07/12/2017 (Info 619).
8
STJ. 3ª Turma. REsp 1582176-MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 20/9/2016 (Info 590).
13
2) particular invade imóvel público e deseja proteção possessória em face de outro
PARTICULAR: terá direito, em tese, à proteção possessória. É possível o manejo de interditos
possessórios em litígio entre particulares sobre bem público dominical, pois entre ambos a
disputa será relativa à posse9.

31.1.2 Do Interdito Proibitório

O possuidor direto ou indireto que tenha justo receio de ser molestado na posse poderá
requerer ao juiz que o segure da turbação ou esbulho iminente, mediante mandado proibitório
em que se comine ao réu determinada pena pecuniária caso transgrida o preceito. Ademais,
será, sempre, ação de procedimento especial (sumário).

33.5 Divisão e Demarcação de Terras


a l
io n
a c
Segundo o art. 569, do CPC, cabe a ação de demarcação ao proprietário para obrigar o

u c
d e
confinante a estremar os respectivos prédios, fixando-se novos limites entre eles ou
E dad
e
aviventando-se os já apagados, ao passo que cabe a ação de divisão ao condômino para
rt le
p
obrigar os demais consortes a partilhar o bem comum.o So
u ra 92
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A ação de divisão e demarcação de terras tem natureza dúplice, porque,

e um n D .4 a
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independentemente de pedido do réu nesse sentido, o resultado do processo lhe será favorável

d V on 24.5 67@
se suas alegações defensivas, contidas na contestação, forem acolhidas pelo juiz.
A J 0 ra
t u
d
Em ação demarcatória de parte de imóvel, é facultativo - e não necessário - o
n
a ta
litisconsórcio passivo entre o réu e os confinantes da área do bem que não é objeto de
demarcação10. jo n
O art. 570, do CPC, admite que o autor cumule num mesmo processo os pedidos de
demarcação e de divisão.

9
STJ. 4ª Turma. REsp 1296964-DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 18/10/2016 (Info 594).
10
STJ. 3ª Turma. REsp 1599403-MT, Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado em 23/6/2016 (Info 586).
14
33.6 Ação de Dissolução Parcial de Sociedade

É a ação que tem como autor o quotista que tem direito à dissolução total da sociedade.
No entanto, a sociedade será mantida com a retirada de tal sócio e o pagamento de seus
haveres11, porque a vontade unilateral do sócio não deve prevalecer sobre a utilidade social e
econômica representada pela empresa.

Essa retirada pode ser dar pelo falecimento do sócio, sua exclusão e o exercício de seu
direito de retirada ou recesso.

No caso de morte do sócio, há três situações previstas nos incisos do art. 1.028 do CC,
que dispensam a ação judicial:

a l
n
 Contrato para dispor pela não liquidação da quota do sócio falecido;
io
 Sócios remanescentes optarem pela dissolução total;
a c
u c
 Sócios remanescentes celebrarem acordo com os herdeiros para a substituição do
sócio falecido. E dad d e
e
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p o So
No caso de exclusão do sócio, a solução também poderá ocorrer extrajudicialmente,
u ra 92
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desde que preenchidos os requisitos do art. 1.085 do CC, quais sejam:

e um n D .4 a
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 Maioria dos sócios, representativa de mais da metade do capital social;

d V on 24.5 67@
J 0 ra
 Entender que um ou mais sócios estão pondo em risco a continuidade da empresa,
A t u
em virtude de atos de inegável gravidade;
n d
ta
 Mediante alteração do contrato social, desde que prevista neste a exclusão por
a
justa causa. jo n

11
Vide Questão 2.
15
Caso haja apenas dois sócios na sociedade, a exclusão de um sócio somente poderá ser
determinada em reunião ou assembleia especialmente convocada para esse fim, ciente o
acusado em tempo hábil para permitir seu comparecimento e o exercício do direito de
defesa (alteração legislativa de 2019).

Tratando-se de direito patrimonial disponível, as partes podem celebrar convenção de


arbitragem.
a l
io n
33.7 Ação de Inventário e Partilha
a c
u c
E dad d e
O art. 1784, do CC, aduz que com a morte da pessoa natural, seus bens transmitem-se
e
rt le
aos sucessores legítimos e testamentários, por meio do fenômeno jurídico conhecido por saisine.

p o So
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Constituindo-se o patrimônio do de cujus uma universalidade jurídica de bens, será necessária
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a definição do que exatamente o compõe, além da individualização do que cabe a cada um dos

e um n D .4 a
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sucessores, na hipótese de existir mais de um sujeito nessa condição.

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Essas duas tarefas são desenvolvidas pelo inventário e pela partilha, sendo que no
t u
d
inventário se busca identificar o patrimônio, com a indicação dos bens (móveis e imóveis),
n
a ta
créditos, débitos e quaisquer outros direitos de natureza patrimonial que compõem o acervo
jo n
hereditário. Enquanto na partilha se divide o acervo entre os sucessores, com o
estabelecimento e a consequente adjudicação do quinhão hereditário a cada um deles.

16
A Lei nº 11.441/2007 passou a permitir a realização de inventário e partilha extrajudicialmente,
por escritura pública, desde que todos os sucessores sejam capazes, não exista testamento
e que todos estejam de acordo com a divisão dos bens (art. 610, do CPC). A escritura pública
servirá como documento hábil para qualquer ato de registro, sendo também documento hábil
para levantamento de importância depositada em instituições financeiras. Ademais, o §2º,
do art. 610, do CPC, condiciona a lavratura da escritura pública à presença de advogado ou de
defensor público representando todas as partes, devendo sua qualificação e assinatura constar
do ato notarial.

O art. 611, do CPC, aduz que o processo de inventário e de partilha deve ser instaurado
dentro de 2 meses a contar da abertura da sucessão, ultimando-se nos 12 meses

l
subsequentes, podendo o juiz prorrogar esses prazos, de ofício ou a requerimento de parte.
a
io n
Não havendo a abertura de inventário no prazo, as partes ficam sujeitas à multa, que pode ser
a c
estabelecida em lei estadual.
u c
E dad d e
A competência será da justiça brasileira para julgar as ações de inventário e partilha de
e
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bens situados em território nacional (art. 23, II, do CPC). Sendo, em regra, o foro de domicílio
p
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do de cujus o competente para julgar a ação.

um n D .4 a
r ata 86 gm
O inventariante será o auxiliar especial do juízo, e administrará o acervo hereditário e
e
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representará o espólio, em juízo e fora dele, até que se verifique a partilha. Segundo o art.
d
A J 0 ra
t
617, do CPC, o inventariante, segundo essa ordem de preferência, poderá ser:
u
n d
ta
 O cônjuge ou companheiro sobrevivente, desde que estivessem convivendo com o
a
jo n
de cujus ao tempo da morte deste;
 O herdeiro que se achar na posse e na administração do espólio, se não houver
cônjuge ou companheiro sobrevivente ou se estes não puderem ser nomeados;
 Qualquer herdeiro, quando nenhum deles estiver na posse e na administração do
espólio;
 O herdeiro menor, por seu representante legal;
 O testamenteiro, se lhe tiver sido confiada a administração do espólio ou se toda a
herança estiver distribuída em legados;

17
 O cessionário do herdeiro ou do legatário;
 O inventariante judicial, se houver;
 Pessoa estranha idônea, quando não houver inventariante judicial.

Incumbe ao inventariante:

 Representar o espólio ativa e passivamente, em juízo ou fora dele;


 Administrar o espólio, velando-lhe os bens com a mesma diligência que teria se seus
fossem;
 Prestar as primeiras e as últimas declarações pessoalmente ou por procurador com
poderes especiais;
 Exibir em cartório, a qualquer tempo, para exame das partes, os documentos
relativos ao espólio; a l
io n
 Juntar aos autos certidão do testamento, se houver;
a c
u c
 Trazer à colação os bens recebidos pelo herdeiro ausente, renunciante ou
excluído;
d e
E dad
e
rt le
o So
 Prestar contas de sua gestão ao deixar o cargo ou sempre que o juiz lhe
p
determinar; u ra 92
S ut 22- il.com
e um n D .4 a
 Requerer a declaração de insolvência.
r ata 86 gm
V on 24.5 67@
Incumbe ainda ao inventariante, ouvidos os interessados e com autorização do juiz:
d
A J 0 ra
t u
 Alienar bens de qualquer espécie;
d
n dele;

a t
Transigir em juízo ou afora
 Pagar dívidasjo
donespólio;
 Fazer as despesas necessárias para a conservação e o melhoramento dos bens do
espólio.

As causas de remoção do inventariante estão previstas no art. 622, do CPC, mas a


doutrina entende que esse rol é meramente exemplificativo, sendo necessário apenas que o
juiz entenda que alguma conduta do inventariante foi desleal, ímproba ou viciada de qualquer
forma.

18
Nos autos em apenso o inventariante será intimado para manifestação no prazo de 15
dias, dando-lhe oportunidade de provar suas alegações (art. 623, do CPC). A decisão que remove
o inventariante só poderá ser proferida após o contraditório.

O inventariante removido entregará imediatamente ao substituto os bens do espólio e,


caso deixe de fazê-lo, será compelido mediante mandado de busca e apreensão ou de imissão
na posse, conforme se tratar de bem móvel ou imóvel, sem prejuízo da multa a ser fixada pelo
juiz em montante não superior a três por cento do valor dos bens inventariados.

A partilha tem início após a conclusão da fase de inventário e após a apuração de quais
os bens que efetivamente compõem a herança, os herdeiros, e o quinhão que cabe a cada um.
Consiste na distribuição de bens entre os sucessores. Pressupõe a existência de mais de um

a
herdeiro, pois, se houver um só, os bens serão adjudicados ao sucessor único. l
io n
a c
u c
E dad d e
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p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
e um n D .4 a
Quando o valor dos bens do espólio for igual ou inferior a 1.000 (mil) salários-mínimos, o
r ata 86 gm
inventário processar-se-á na forma de arrolamento, cabendo ao inventariante nomeado,
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
independentemente de assinatura de termo de compromisso, apresentar, com suas declarações,
t u
a atribuição de valor aos bens do espólio e o plano da partilha. Sendo que, se qualquer das
n d
ta
partes ou o Ministério Público impugnar a estimativa, o juiz nomeará avaliador, que oferecerá
a
jo n
laudo em 10 (dez) dias. Inclusive, é possível a utilização do arrolamento quando há interessado
incapaz, desde que concordem todas as partes e o Ministério Público.

Ressalte-se que, no arrolamento sumário, não se condiciona a entrega dos formais de partilha
ou da carta de adjudicação à prévia quitação dos tributos concernentes à transmissão
patrimonial aos sucessores.

Existem três espécies de partilha:

19
 Amigável: realizada administrativamente (por escritura pública) ou por acordo levado
à homologação judicial;
 Judicial: quando há divergência entre os sucessores;
 Em vida: ato entre vivos (doação) ou de última vontade (testamento).

Com o trânsito em julgado da sentença da partilha, o espólio será extinto, também sendo
extinta a figura do inventariante, cabendo a cada herdeiro defender em juízo e fora dele apenas
os bens pertencentes a seu quinhão.

33.8 Embargos de Terceiro

É a ação atribuída a um terceiro ou à parte a ele equiparada, sempre que sofra uma
constrição ou ameaça de constrição, em razão de uma decisão judicial12, de um bem que seja
a l
io
proprietário ou possuidor. Assim, o terceiro poderá ingressar com a ação de embargos de n
a c
c
terceiro com o exclusivo objetivo de desconstituir a constrição judicial, com a consequente
u
E dad d e
liberação do bem, ou com o propósito de evitar a realização da constrição, conforme prevê o
art. 674, caput, do CPC. e
rt le
p o So
u ra 92
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Segundo o STJ, é possível a oposição de embargos de terceiro preventivos, isto é, antes

e um n D .4 a
da efetiva constrição judicial sobre o bem13.
r ata 86 gm
V on 24.5 67@
O §2º, do art. 674, do CPC, aduz quatro hipóteses de sujeitos que são considerados
d
A J 0 ra
t
terceiros para fins de ajuizamento dos embargos de terceiro, vejamos:
u
n d
ta
 O cônjuge ou companheiro, quando defende a posse de bens próprios ou de sua
a
jo n
meação, ressalvado o disposto no art. 84;
 O adquirente de bens cuja constrição decorreu de decisão que declara a ineficácia
da alienação realizada em fraude à execução;
 Quem sofre constrição judicial de seus bens por força de desconsideração da
personalidade jurídica, de cujo incidente não fez parte;

12
Vide Questão 4.
13 STJ. 3ª Turma. REsp 1726186/RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 08/05/2018.

20
 O credor com garantia real para obstar expropriação judicial do objeto de direito
real de garantia, caso não tenha sido intimado, nos termos legais dos atos
expropriatórios respectivos.

Nos termos do art. 677, §4º, do CPC, será legitimado passivo o sujeito a quem o ato de
constrição aproveita, assim como o será seu adversário no processo principal quando for sua
a indicação do bem para a constrição judicial.

A competência dos embargos de terceiro será do juízo que ordenou a constrição, sendo
distribuído por dependência e em autos apartados.

Os embargos podem ser opostos a qualquer tempo no processo de conhecimento,


enquanto não transitada em julgado a sentença e, no cumprimento de sentença ou no
a l
n
processo de execução, até 5 (cinco) dias depois da adjudicação, da alienação por iniciativa
io
a c
particular ou da arrematação, mas sempre antes da assinatura da respectiva carta.
u c
d e
E dad
Recebida a petição inicial e estando suficientemente provada a posse do embargante,
e
rt le
o juiz deferirá os embargos e ordenará liminarmente (tutela de urgência satisfativa) a
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
suspensão das medidas constritivas sobre os bens litigiosos objeto dos embargos de terceiro

um n D .4 a
preventivo, ou a expedição de mandado de manutenção ou restituição do bem objeto da

e r ata 86 gm
apreensão judicial em favor do embargante, se a constrição já tiver ocorrido, que só receberá

d V on 24.5 67@
os bens depois de prestar caução suficiente e idônea, incidentalmente nos próprios autos, para
A J 0 ra
t u
a garantia de ressarcimento de eventuais danos do embargado na hipótese de os embargos
d
nentanto, o juiz poderá dispensar a caução no caso do terceiro
a
serem julgados improcedentes. tNo
a
jo n
ser economicamente hipossuficiente.

Os embargos poderão ser contestados no prazo de 15 (quinze) dias, findo o qual se


seguirá o procedimento comum.

33.9 Oposição

Ação por meio da qual um terceiro ingressa com processo pleiteando o direito ou
coisa sobre o que controvertem autor e réu. Significa dizer que por meio da oposição o autor

21
busca obter para si o direito ou a coisa objeto de disputa entre as partes de processo já
instaurado.

O opoente deduzirá o pedido em observação aos requisitos exigidos para propositura da


ação (arts. 319 e 320, do CPC).

A oposição será distribuída por dependência, nos termos do parágrafo único, do art.
683, do CPC, sendo a competência do juízo em que tramita o processo originário.

O prazo de contestação está expressamente previsto no artigo supramencionado e será


de 15 dias.

Admitido o processamento, a oposição será apensada aos autos e tramitará


simultaneamente à ação originária, sendo ambas julgadas pela mesma sentença. Não
a l
io n
configura nulidade, todavia, apreciar, em sentenças distintas, a ação principal antes da oposição,
a c
c
quando ambas forem julgadas na mesma data, com base nos mesmos elementos de prova e
u
nos mesmos fundamentos14.
E dad d e
e
rt le
o So
No caso de a oposição ser proposta após o início da audiência de instrução, o juiz
p
u ra 92
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suspenderá o curso do processo ao fim da produção das provas, salvo se concluir que a unidade

e um n D .4 a
da instrução atende melhor ao princípio da duração razoável do processo.
r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
Em ação possessória entre particulares é cabível o oferecimento de oposição pelo ente
A J 0 ra
t
público, alegando-se incidentalmente o domínio de bem imóvel como meio de demonstração
u
n d
da posse15.
a ta
o
j Habilitaçãon
33.10 Ação de

Tem como objetivo regularizar a sucessão processual quando ocorre a morte de


qualquer das partes.

14
STJ. 3ª Turma. REsp 1221369-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 20/8/2013 (Info 531).
15
STJ. Corte Especial. EREsp 1134446-MT, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 21/03/2018 (Info 623).

22
Nem toda morte da parte, entretanto, admite a sucessão processual, hipótese na qual o
processo de habilitação será inadmissível. Tendo o processo como objeto um direito material
intransmissível, com a morte de uma das partes, o processo deve ser extinto sem a resolução
do mérito (art. 485, IX, do CPC).

Proceder-se-á à habilitação nos autos do processo principal, na instância em que estiver,


suspendendo-se, a partir de então, o processo.

Aduz o art. 688 do CPC, que a habilitação pode ser requerida:

 Pela outra parte, em relação aos sucessores do falecido;


 Pelos sucessores do falecido, em relação à parte.

a l
Recebida a petição inicial, que naturalmente poderá ser indeferida, o juiz ordenará a

io n
citação dos réus para contestar a ação no prazo de cinco dias, sendo limitada a matéria de
a c
c
defesa do réu às questões processuais e à ausência de qualidade de sucessor do autor.
u
E dadd e
e
O juiz decidirá o pedido de habilitação imediatamente, salvo se este for impugnado e
rt le
o So
houver necessidade de dilação probatória diversa da documental, caso em que determinará
p
u ra 92
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que o pedido seja autuado em apartado e disporá sobre a instrução.

um n D .4 a
r ata 86 gm
A suspensão do processo dura até o trânsito em julgado da sentença de habilitação,
e
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quando a sentença é juntada aos autos respectivos.
A J 0 ra
t u
d
33.11 Ações de Família
n
a ta
Aplicam-se on contenciosos
aos jprocessos de divórcio, separação, reconhecimento e
extinção de união estável, guarda, visitação e filiação. Não se aplica aos procedimentos de
jurisdição voluntária de divórcio e separação consensuais, extinção consensual de união estável
e alteração do regime de bens, de patrimônio, nem às ações que versarem sobre o interesse de
criança e de adolescente.

Nas ações de família, todos os esforços serão empreendidos para a solução consensual
da controvérsia, devendo o juiz dispor do auxílio de profissionais de outras áreas de
conhecimento para a mediação e conciliação.

23
A primeira importante especialidade procedimental das ações de família vem prevista nos
parágrafos do art. 695 do CPC. O §1º prevê que o mandado de citação conterá apenas os dados
necessários à audiência e deverá estar desacompanhado de cópia da petição inicial,
assegurado ao réu o direito de examinar seu conteúdo a qualquer tempo. O §2º aduz que a
citação ocorrerá com a antecedência mínima de 15 (quinze) dias da data designada para a
audiência. Já o §3º estabelece que a citação será feita na pessoa do réu. Por fim, o §4º prevê
que na audiência as partes deverão estar acompanhadas de seus advogados ou de defensores
públicos.

Não realizado o acordo, passarão a incidir, a partir de então, as normas do procedimento


comum.

a l
io n
a c
u c
E dad d e
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u ra 92
A intervenção do Ministério Público nas ações de família, de acordo com caput do art. 698,
S ut 22- il.com
do CPC, só era permitida em uma ocasião: quando houvesse interesse de incapaz, e o MP

e um n D .4 a
r ata 86 gm
deveria ser ouvido previamente à homologação de acordo. Porém, com o advento da Lei

d V on 24.5 67@
13.894/19, foi incluído o parágrafo único ao artigo supracitado, para prever a possibilidade de
A J 0 ra
t
intervenção do MP nas ações de família em que figure como parte vítima de violência
u
d
nda Lei Maria da Penha.
doméstica e familiar, nos termos
a t a
jo n
Por fim, o art. 699 do CPC, prevê que quando o processo envolver discussão sobre fato
relacionado a abuso ou à alienação parental, o juiz, ao tomar o depoimento do incapaz, deverá
estar acompanhado por especialista.

33.12 Ação Monitória

A ideia da ação monitória é permitir ao credor de uma obrigação de pagar, de entregar


coisa, ou de fazer ou não fazer, que esteja munido de prova escrita não dotada de força

24
executiva, obter mais rapidamente o título executivo judicial, quando o devedor não oferecer
resistência.

Segundo disposição do art. 700 do CPC, a admissibilidade da demanda monitória está


condicionada à existência de uma prova escrita sem eficácia de título executivo e limitada às
obrigações de pagamento em soma de dinheiro, entrega de coisa (fungível ou infungível) ou de
bem (móvel ou imóvel) e adimplemento de obrigação de fazer ou de não fazer.

O CPC adotou a monitória documental, que exige que a obrigação esteja comprovada
por documento escrito, sem força de título executivo. No entanto, o §1º aduz que a prova escrita
pode consistir em prova oral documentada, produzida antecipadamente nos termos do art. 381.

l
O correio eletrônico (e-mail) pode fundamentar a pretensão monitória, desde que o juízo
a
se convença da verossimilhança das alegações e da idoneidade das declarações16.
io n
a c
c
Sendo evidente o direito do autor, o juiz deferirá a expedição de mandado de pagamento,
u
E dad d e
de entrega de coisa ou para execução de obrigação de fazer ou de não fazer, concedendo ao
e
rt le
réu prazo de 15 (quinze) dias para o cumprimento e o pagamento de honorários advocatícios
p o So
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de cinco por cento do valor atribuído à causa.

e um n D .4 a
Realizada a citação, o réu poderá adotar três possíveis posturas:
r ata 86 gm
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 Satisfazer a obrigação;
A J 0 ra
 Não reagir; t u
d
n ao mandado monitório.
 Ingressar com embargos
a t a
n
joapós o decurso do prazo para pagamento ou entrega da coisa sem
Em ação monitória,
a oposição de embargos pelo réu, o juiz não poderá analisar matérias de mérito, ainda que
conhecíveis de ofício17.

Os embargos podem se fundar em matéria passível de alegação como defesa no


procedimento comum, mas quando alegar que o autor pleiteia quantia superior à devida, deverá

16
STJ. 4ª Turma. REsp 1381603-MS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 6/10/2016 (Info 593).
17 STJ. 3ª Turma. REsp 1432982-ES, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 17/11/2015 (Info 574).
25
declarar de imediato o valor que entende correto, apresentando demonstrativo discriminado
e atualizado da dívida. Não apresentando o demonstrativo, os embargos serão liminarmente
rejeitados.

Cabe apelação contra a sentença que acolhe ou rejeita os embargos.

Art. 1.012, §1º, III, do CPC: Não tem efeito suspensivo automático a sentença que julga
improcedentes os embargos do executado.18
a l
io n
a c
Rejeitados os embargos, constituir-se-á de pleno direito o título executivo judicial,

u c
d e
prosseguindo-se o processo em observância ao título de cumprimento de sentença.
E dad
e
33.13 Homologação do PenhorrtLegalle
p o So
Su utra 22-92il.com
Segundo o art. 1.431, do CC, o penhor é constituído pela transferência efetiva da posse

r um n D .4
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que, em garantia do débito ao credor ou a quem o represente, faz o devedor, ou alguém por
a
e nat .58 @g 6
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ele, de uma coisa móvel, suscetível de alienação. Já o art. 1.467, do CC prevê as hipóteses de
o 24 67
A J 0 ra t
penhor legal, afirmando serem credores pignoratícios19, independentemente de convenção:
u
n d
ta
 Os hospedeiros ou fornecedores de pousada, sobre bagagens, móveis, joias ou
a
jo n
dinheiro que os consumidores ou fregueses tiverem consigo na hipótese de não
pagamento das despesas;
 O dono do prédio rústico ou urbano, sobre os bens móveis do rendeiro ou inquilino
que estiverem guarnecendo o mesmo prédio, na hipótese de não pagamento dos
aluguéis - bem como os encargos acessórios - ou rendas.

18
Vide Questão 1.
19
A palavra penhor vem do latim “pignus”, por isso se diz credor pignoratício o credor que tem uma coisa
empenhada como garantia.
26
Como consta expressamente nos arts. 1.431 e 1.467 do CC, somente bens móveis poderão
ser objeto de penhor, desde que suscetíveis de alienação.

Segundo o §2º do art. 703, do CPC, o credor poderá, desde que preenchidos os requisitos
para a propositura da ação judicial, optar pelo procedimento de homologação de penhor legal
extrajudicial, a ser realizado perante o notário de sua escolha.

O §3º do mesmo diploma legal prevê que, recebido o requerimento, o notário promoverá
a notificação extrajudicial do devedor para, no prazo de 5 (cinco) dias, pagar o débito ou
impugnar sua cobrança, alegando por escrito uma das causas de defesa, hipótese em que o
procedimento será encaminhado ao juízo competente para decisão. No entanto, de acordo com
o §4º do mesmo artigo, transcorrido o prazo sem manifestação do devedor, o notário
formalizará a homologação do penhor legal por escritura pública. a l
ion
A defesa só pode consistir em:
a c
u c
 Nulidade do processo;
E dad d e
 Extinção da obrigação; e
rt le
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
 Não estar a dívida compreendida entre as previstas em lei ou não estarem os

um n D .4 a
bens sujeitos a penhor legal;

e r ata 86 gm
 Alegação de haver sido ofertada caução idônea, rejeitada pelo credor.

d V on 24.5 67@
A J 0 ra
A partir da audiência preliminar, observar-se-á o procedimento comum.
t u
d
n do CPC, sendo acolhido o pedido do autor, em sentença
a t a
Segundo o caput do art. 706,
de natureza constitutiva, n
consolidar-se-á a posse do autor sobre o objeto; sendo rejeitado o
jo
pedido, em sentença de natureza declaratória, o objeto será entregue ao réu, ressalvado ao
autor o direito de cobrar a dívida pelo procedimento comum, salvo se acolhida a alegação de
extinção da obrigação (art. 704, II, do CPC).

Contra a sentença caberá apelação e, na pendência de recurso, poderá o relator ordenar


que a coisa permaneça depositada ou em poder do autor.

27
33.14 Ação de Restauração de Autos

São variados os motivos de desaparecimento dos autos, desde fenômenos naturais que
os deteriorem, tais como incêndios e alagamentos, traças e cupins, até atos humanos, como a
perda desmotivada dos autos em arquivos desorganizados, o desvio e/ou destruição dolosa etc.

Aduz o art. 712, caput, do CPC, que qualquer das partes poderá ingressar com ação de
restauração de autos, inclusive o Ministério Público e o juiz, de ofício, em último caso.

No polo passivo, são legitimados todos os sujeitos que participam do processo como
parte e que não estejam no polo ativo da ação de restauração de autos.

A ação de restauração de autos deve ser proposta no mesmo juízo em que tramita o

a l
processo cujos autos desapareceram.
io n
a c
c
Segundo o art. 713 do CPC, o autor deverá instruir sua petição inicial com:
u
E dad d e
 Certidões de atos constantes do protocolo de audiências do cartório onde haja
e
rt le
corrido o processo;
p o So
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S ut 22- il.com
 Cópia das peças que tenha em seu poder;

e um n D .4 a
 Qualquer outro documento que facilite a restauração, o que pode significar
r ata 86 gm
praticamente a juntada de cópias "capa-a-capa", quando o advogado da parte

d V on 24.5 67@
J 0 ra
mantém em seus arquivos cópias ao menos dos atos processuais principais.
A t u
n d
Estando em ordem a petição inicial, o juiz determinará a citação do réu, que terá um
a ta
n
prazo de 5 (cinco dias) para contestar o pedido, cabendo a ele exibir as cópias, contrafés e
jo
as reproduções dos atos e documentos que estiverem em seu poder (art. 714, caput, do
CPC).

Se a perda dos autos tiver ocorrido depois da produção das provas em audiência, o juiz,
se necessário, mandará repeti-las.

Julgada a restauração por meio de sentença, seguirá o processo os seus termos. No caso
de aparecimento superveniente dos autos originais, a extinção deverá ocorrer por meio de
sentença terminativa fundada na perda superveniente do interesse de agir, cabendo o

28
processo principal prosseguir nos autos originais, sendo os autos da restauração apensados, nos
termos do art. 716, parágrafo único, do CPC.

O art. 718 do CPC, prevê que quem houver dado causa ao desaparecimento dos autos
responderá pelas custas da restauração e pelos honorários de advogado, sem prejuízo da
responsabilidade civil ou penal em que incorrer.

Por fim, ressalte-se que o STJ fixou tese no sentido de que Tribunal de Justiça não tem
competência para, por meio de provimento da respectiva Corregedoria, estabelecer prazo para
a propositura de ação de restauração de autos20.

a l
io n
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20
STJ. 3ª Turma. REsp 1.722.633-MA, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 07/08/2018 (Info 630).
29
34. Procedimentos Especiais em Legislação Extravagante

34.1 Juizados Especiais21

35.1.1 Princípios

O sistema processual do Juizado é regulado por princípios próprios, enumerados no art.


2º, da Lei nº 9.099/95: oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e
celeridade, buscando, sempre que possível, a conciliação ou transação. Eles também são válidos
para os Juizados Federal e da Fazenda Pública.

É inconstitucional lei estadual que crie, como requisito de admissibilidade para a

a l
interposição de recurso inominado no âmbito dos juizados especiais, o depósito prévio de 100%

io n
c
do valor da condenação. Tal norma viola a competência privativa da União para legislar sobre
a
u c
direito processual, além de vulnerar os princípios do acesso à jurisdição, do contraditório e da
ampla defesa. E dad d e
e
rt le
p o So
Ademais, por óbvio, tais princípios devem ser harmonizados com os princípios e garantias
u ra 92
S ut 22- il.com
constitucionais do devido processo legal, contraditório, isonomia, imparcialidade do juiz,
publicidade, entre outros.
e um n D .4 a
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d V on 24.5 67@
 Oralidade: no Juizado Especial, vários atos podem ser realizados de maneira oral,
A J 0 ra
t u
inclusive a propositura da ação, que será reduzida a termo pelo servidor. Desse modo,
apenas o essencial é a
d
n a termo, conferindo ao processo mais simplicidade e
reduzido
t
a medida em que se prioriza a colheita de prova em uma única
jo n
maior celeridade, na
audiência, sem a necessidade de reduzir-se a termo a prova oral, devendo a sentença,
por sua vez, referir, no essencial, os informes trazidos nos depoimentos.
 Informalidade ou simplicidade: a busca é pela informalidade e pela simplicidade,
que se evidenciam por uma redução substancial de termos e escritos do processo,
com a adoção de mecanismos diferenciados;

21
Vide Questão 3.
30
 Economia processual: tenta-se obter, sempre com o menor esforço possível, os
resultados almejados;
 Celeridade: a Constituição da República garante a todos o direito a duração razoável
do processo, porém, nos Juizados Especiais, a celeridade é ainda mais destacada, pois
está entre as suas finalidades dar uma solução mais rápida aos litígios em geral.
 Conciliação: será conduzida pelo juiz togado ou leigo ou por conciliador sob sua
orientação.

35.1.2 Competência

Para indicar quais causas são de competência do juizado, o legislador valeu-se de três
critérios: o valor da causa, a matéria e as pessoas.

a l
io n
Entre os diversos juizados, no entanto, o critério prevalente é o territorial.

a c
u c
Assim, de acordo com o art. 3º, o Juizado Especial Cível tem competência para

E dad d e
conciliação, processo e julgamento das causas cíveis de menor complexidade, assim
e
rt le
consideradas:
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
 Causas cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo;

um n D .4 a
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 Enumeradas no art. 275, II, do Código de Processo Civil;
e
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 Ação de despejo para uso próprio;
d
A J 0 ra
 Ações possessórias sobre bens imóveis de valor não excedente ao fixado no primeiro
t u
item. n d
a ta
n Especial promover a execução:
joJuizado
Ainda, compete ao

 Dos seus julgados;


 Dos títulos executivos extrajudiciais, no valor de até quarenta vezes o salário
mínimo, observado o disposto no §1º do art. 8º da Lei nº 9.099/95.

31
O Juizado Especial Cível é competente para o processamento e o julgamento de ação
proposta por associação de moradores visando à cobrança de taxas de manutenção de
loteamento em face de morador não associado22.

Ficam excluídas da competência do juizado especial as causas de natureza alimentar,


falimentar, fiscal e de interesse da Fazenda Pública, e as relativas a acidentes de trabalho, a
resíduos e ao estado e capacidade das pessoas, ainda que de cunho patrimonial.
a l
io n
No âmbito estadual, o autor pode escolher se deseja ajuizar a ação no Juizado Especial
a c
c
ou na Justiça Comum, sendo essa uma decisão da parte. Caso o autor opte pelo procedimento
u
E dad d e
do juizado especial, tal decisão importará em renúncia ao crédito excedente ao limite
e
rt le
estabelecido no art. 3º, excetuada a hipótese de conciliação.
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
Quanto ao território, é competente para as causas previstas na Lei nº 9.099/95, o juizado
do foro do:
e um n D .4 a
r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
 Domicílio do réu ou, a critério do autor, do local onde aquele exerça atividades
A J 0 ra
t
profissionais ou econômicas ou mantenha estabelecimento, filial, agência, sucursal
u
n d
ou escritório;
a ta
 Lugar onde a o n
j obrigação deva ser satisfeita;
 Domicílio do autor ou do local do ato ou fato, nas ações para reparação de dano
de qualquer natureza.

22 STJ. 3ª Turma.RMS 53602-AL, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 05/06/2018 (Info 627).

32
35.1.3 Juizados Especiais Federais

A Lei nº 10.259/2001, que trata dos juizados federais, dispõe no art. 3º, §3º que, no foro
onde estiver instalada vara do juizado especial, a sua competência é absoluta.

Assim, prevalece amplamente na jurisprudência, inclusive do Superior Tribunal de Justiça,


o entendimento de que, nas causas de sua competência, a adoção do procedimento do juizado
federal é obrigatória.

Aluno, é sempre muito importante que você esteja afiado com a jurisprudência que trata
de temas vinculados à carreira para o qual presta concurso. Por essa razão, esteja sempre muito
atento às competências dos juízes federais. Nesse toar, destaco o enunciado da Súmula 428/STJ:

l
Compete ao Tribunal Regional Federal decidir os conflitos de competência entre juizado especial
a
federal e juízo federal da mesma seção judiciária23.
io n
a c
u c
Portanto, compete ao juizado especial federal cível processar, conciliar e julgar causas de

E dad d e
competência da Justiça Federal até o valor de sessenta salários mínimos, bem como executar
e
rt le
o So
as suas sentenças. Mas, atenção! O valor da causa para fins de fixação da competência nos
p
u ra 92
S ut 22- il.com
juizados especiais federais, na hipótese de existência de litisconsórcio ativo, deve ser calculado

e um n D .4 a
dividindo-se o montante pelo número de autores.
r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
t u
n d
a ta
jo n

Não se incluem na competência do juizado especial federal cível as causas:

 Referidas no art. 109, II, III e XI, da Constituição Federal, as ações de mandado de
segurança, de desapropriação, de divisão e demarcação, populares, execuções fiscais

23
Vide Questão 8.
33
e por improbidade administrativa e as demandas sobre direitos ou interesses difusos,
coletivos ou individuais homogêneos;
 Sobre bens imóveis da União, autarquias e fundações públicas federais;
 Para a anulação ou cancelamento de ato administrativo federal, salvo o de natureza
previdenciária e o de lançamento fiscal;
 Que tenham como objeto a impugnação da pena de demissão imposta a servidores
públicos civis ou de sanções disciplinares aplicadas a militares.

Quando a pretensão versar sobre obrigações vincendas, para fins de competência do


juizado especial, a soma de doze parcelas não poderá exceder até o valor de sessenta salários
mínimos.

a l
n
É cabível mandado de segurança, a ser impetrado no Tribunal Regional Federal, com a
io
c
finalidade de promover o controle da competência dos Juizados Especiais Federais24.
a
u c
d de
35.1.4 Juizados Especiais Fazenda Pública
E
r t e leda
o So
Da mesma forma, no Juizado Especial da Fazenda Pública, que é estadual e vem
p
Su utra 22-92il.com
regulamentado pela Lei nº 12.153/2009, a competência é absoluta, como resulta do art. 2º,

um D .4 a
§4º: “No foro onde estiver instalado Juizado Especial da Fazenda Pública, a sua competência é
r n m
a
e nat .58 @g 6
absoluta”.
d V o 24 67
A J 0 tra
Assim, é de competência dos Juizados Especiais da Fazenda Pública processar, conciliar e
u d
n
julgar causas cíveis de interesse dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos
ta
n a
Municípios, até o valor de 60 (sessenta) salários mínimos.
jo

Não se incluem na competência do Juizado Especial da Fazenda Pública:

24
STJ. 2ª Turma. RMS 37959-BA, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 17/10/2013 (Info 533).
34
 Ações de mandado de segurança, de desapropriação, de divisão e demarcação,
populares, por improbidade administrativa, execuções fiscais e as demandas sobre
direitos ou interesses difusos e coletivos;
 Causas sobre bens imóveis dos Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios,
autarquias e fundações públicas a eles vinculadas;
 Causas que tenham como objeto a impugnação da pena de demissão imposta a
servidores públicos civis ou sanções disciplinares aplicadas a militares.

34.2 Remédios Constitucionais

35.2.1 Mandado de Segurança25

a l
Sobre o tema, o candidato deve tomar cuidado com as matérias novas, isto é, com as
io n
mudanças advindas da Lei nº 13.105/2015.
a c
u c
d e
O mandado de segurança é regido pela Lei nº 12.016/2009. A CF/88 estabelece que é
E dad
e
rt le
uma ação que visa proteger direitos líquidos e certos contra ato de autoridade ou de quem

p o So
exerça funções públicas (art. 5º, LXIX, da CF/88).
u ra 92
S ut 22- il.com
um n D .4 a
As regras de cabimento do mandado de segurança estão previstas no caput do art. 1º,

e r ata 86 gm
da Lei nº 12.016/2009, vejamos:

d V on 24.5 67@
A J 0 ra
 Proteger direito líquido e certo: todo aquele que não exige dilação probatória;
t u
d
 Não amparado por habeas corpus ou habeas data;
n
a ta
 Sempre que ilegalmente ou com abuso de poder;
jo n
 Qualquer pessoa física ou jurídica;
 Sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de
que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça.

Ademais, pode ser impetrado tanto por pessoa física como por pessoa jurídica.

25
Vide Questão 5.
35
35.2.2 Habeas Corpus

Esta ação é mais específica aos processos criminais, porém vamos trazer apenas linhas
gerais para você saber identificar em sua prova.

O STF/STJ entendem que o habeas corpus tem natureza jurídica de uma ação autônoma
de impugnação, estabelecendo uma nova relação processual. É previsto no art. 5º, LXVIII, CF,
e almeja a tutela do direito líquido e certo de locomoção, próprio ou alheio, contra a
ilegalidade ou abuso de poder, garantindo assim a nossa prerrogativa de ir, vir ou ficar.

A legitimidade ativa é de qualquer pessoa e a legitimidade passiva será do responsável


pela ilegalidade ou abuso de poder que compromete a liberdade de locomoção. Paciente será

l
o beneficiado pela ordem, de modo que não cabe habeas corpus em favor de pessoa jurídica,
a
nem em favor de animal.
io n
a c
35.2.3 Habeas Data u c
d e
E dad
e
rt le
Habeas data se trata de ação para a garantia do direito que assiste a todas as pessoas

p o So
de ter acesso às informações a seu respeito que constem de registros ou bancos de dados de
u ra 92
S ut 22- il.com
entidades governamentais ou de caráter público, para que delas tomem conhecimento e, se
um n D .4 a
r ata 86 gm
necessário for, para retificar os dados inexatos ou obsoletos ou que impliquem discriminação.
e
d V on 24.5 67habeas
@ data
A J
Segundo o art. 7º da Lei nº 9.507/1997 o
0 tra deve ser concedido para:

d u
n
 Assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante,
ta
n a
constantes de registro ou banco de dados de entidades governamentais ou de caráter
público;
jo
 Para a retificação de dados, quando não prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial
ou administrativo;
 Para a anotação nos assentamentos do interessado, de contestação ou explicação
sobre dado verdadeiro, mas justificável e que esteja sob pendência da sociedade ou
do Estado.

36
Não se concede habeas data para o acesso às informações de caráter sigiloso ou que
possam afetar a segurança da sociedade ou do Estado.

A natureza jurídica do habeas data é de uma ação constitucional de caráter civil, de


rito sumário.

l
Quanto ao cabimento, inicialmente, só cabe habeas data quando o pedido for indeferido
a
ou não respondido na via administrativa (Súmula nº 2 do STJ).
io n
c
a habeas data
u c
Ainda, quanto aos sujeitos, os legitimados que podem manusear o são:

E dad d e
e
 Pessoas naturais (nacional ou estrangeiro);
rt le
o So
 Entes despersonalizados com capacidade processual (espólio, massa falida);
p
 Pessoas jurídicas; u ra 92
S ut 22- il.com
e um n D .4 a
 Pessoas jurídicas de direito público ou até mesmo por determinados órgãos
r ata 86 gm
V on 24.5 67@
públicos com capacidade processual (mesas das casas legislativas).
d
A J 0 ra
O titular para impetrar o t
habeas data é somente o titular das informações constantes
ndu
a t a
dos órgãos, o que lhe confere o caráter personalíssimo. Por sua vez, o titular passivo é a

jon
entidade que mantém as informações a respeito do impetrante.

Ademais, trata-se de procedimento gratuito, segundo art. 21 da Lei, e a própria lei prevê
um procedimento administrativo prévio ao ajuizamento da petição inicial, indispensável para
o prosseguimento da ação, pois é necessária a comprovação da recusa, caso contrário, implicará
reconhecimento da carência da ação por falta do interesse de agir.

37
35.2.4 Mandado de Injunção

Mandado de injunção é uma ação (instrumento processual), de cunho constitucional


que pode ser proposta por qualquer interessado com o objetivo de tornar viável o exercício de
direitos e liberdades constitucionais ou de prerrogativas, relacionados com a nacionalidade,
soberania ou cidadania e que não estão sendo possíveis de serem exercidos, em virtude da
falta, total ou parcial, de norma regulamentando estes direitos.

Existem duas espécies de mandado de injunção:

 Individual: proposto por qualquer pessoa física ou jurídica, em nome próprio,


defendendo interesse próprio, isto é, pedindo que o Poder Judiciário torne viável o

l
exercício de um direito, liberdade ou prerrogativa seu e que está impossibilitado pela
a
falta de norma regulamentadora.
io n
a c
 Coletivo: proposto por legitimados restritos previstos na Lei, em nome próprio, mas
u c
d e
defendendo interesses alheios. Os direitos, as liberdades e as prerrogativas protegidos
E dad
e
rt le
por mandado de injunção coletivo são os pertencentes, indistintamente, a uma

p o So
coletividade indeterminada de pessoas ou determinada por grupo, classe ou categoria
u ra 92
S ut 22- il.com
(art. 12, parágrafo único, da LMI). O mandado de injunção coletivo não foi previsto
um n D .4 a
r ata 86 gm
expressamente pelo texto da CF/88, mas, mesmo assim, sempre foi admitido pelo STF
e
V on 24.5 67@
e, atualmente, encontra-se disciplinado pela Lei nº 13.300/2016.
d
A J 0 ra
t u
A legitimidade passiva (tanto do individual, como do coletivo) é do
n d
a ta
 Poder;
jo n
 Órgão; ou
 Autoridade que tenha atribuição para editar a norma regulamentadora.

Em relação à eficácia objetiva da decisão, existem duas correntes, vejamos:

 Corrente não concretista: o Poder Judiciário, ao julgar procedente o mandado de


injunção, deverá apenas comunicar o Poder, órgão, entidade ou autoridade que está
sendo omisso.

38
 Corrente concretista: o Poder Judiciário, ao julgar procedente o mandado de injunção
e reconhecer que existe a omissão do Poder Público, deverá editar a norma que está
faltando ou determinar que seja aplicada ao caso concreto uma já existente para
outras situações análogas.
 Quanto à necessidade ou não de concessão de prazo para o impetrado:
o Corrente concretista direta: o Judiciário deverá implementar uma solução
para viabilizar o direito do autor e isso deverá ocorrer imediatamente
(diretamente), não sendo necessária nenhuma outra providência, a não ser
a publicação do dispositivo da decisão.
o Corrente concretista intermediária: ao julgar procedente o mandado de
injunção, o Judiciário, antes de viabilizar o direito, deverá dar uma

a l
n
oportunidade ao órgão omisso para que este possa elaborar a norma
io
c
regulamentadora. Assim, a decisão judicial fixa um prazo e, caso esta
a
u c
determinação não seja cumprida no prazo estipulado, aí sim o Poder
E dad d e
Judiciário poderá viabilizar o direito, liberdade ou prerrogativa.
e
rt le
o So
 Quanto às pessoas atingidas pela decisão:
p
u ra 92
S ut 22- il.com
o Corrente concretista individual: a solução "criada" valerá apenas para o

e um n D .4 a
autor do MI.
r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
o Corrente concretista geral: a decisão terá efeitos erga omnes.

A J 0 ra
t
A Lei nº 13.300/2016 determina, como regra, a aplicação da corrente concretista
u
individual intermediária. n d
a ta
jo n
35.2.5 Ação Popular26

Conforme disciplina o art. 5º, LXXIII, da CF/88 “qualquer cidadão é parte legítima para
propor ação popular que vise anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que
o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e
cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da
sucumbência”.

26
Vide Questão 7.
39
Atente-se que somente o cidadão (aquele que se encontra em pleno gozo dos direitos
cívicos e políticos) é parte legítima para propor a ação popular.

Já no que tange à legitimidade passiva, temos as:

 Pessoas jurídicas, tanto públicas quanto privadas, em nome das quais foi praticado
o ato ou contrato a ser anulado;
 Autoridades, os funcionários e administradores que houverem autorizado, aprovado,
ratificado ou praticado pessoalmente o ato ou, ainda, que tenha firmado o contrato
a ser anulado, ou que, por omissos, permitiram a lesão; e
 Beneficiários diretos do ato ou contrato ilegal.

A respeito do cabimento, vale mencionar que não é necessária a comprovação de


a l
prejuízo material aos cofres públicos como condição para se propor a ação.
io n
a c
c
Por fim, frise-se que a competência é definida a partir da origem do ato a ser anulado.
u
E dad d e
Por exemplo, se emanado de uma autoridade de um órgão da União (vide art. 109 da CF/88),
deve a ação ser proposta perante o Juízo Federal. e
rt le
p o So
Su utra 22-92il.com
35.2.6 Ação Civil Pública

r u m n D .4
m a
a
e nat .58 @g 6
Está intimamente ligada à busca pela garantia de interesses difusos e coletivos, assim

d V o 24 67
como de direitos individuais homogêneos, sendo regulada pela Lei nº 7.347/85.
A J 0 tra
u d
Quanto à legitimidade ativa, o art. 5º, da mencionada Lei, define que são legítimos:
ta n
n
 Ministério Público;
a
jo
 Defensoria Pública;
 União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
 Autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista;
 Associação que, concomitantemente, esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano
nos termos da lei civil e inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao
meio ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, aos direitos de grupos raciais,
étnicos ou religiosos, à livre concorrência ou ao patrimônio artístico, estético, histórico,
turístico e paisagístico.

40
Por fim, no que tange à legitimidade passiva, são todos aqueles que praticarem condutas
que tragam prejuízos aos direitos ambientais, aos direitos dos consumidores, à ordem
econômica ou urbanística, a bens e direitos de valor estético, histórico, turístico e paisagístico
ou a qualquer outro interesse difuso ou coletivo.

35.2.7 Ações de Usucapião Especial

Estão previstas no Estatuto da Cidade, que dispõe o seguinte (arts. 10 a14): “os núcleos
urbanos informais existentes sem oposição há mais de cinco anos e cuja área total dividida
pelo número de possuidores seja inferior a duzentos e cinquenta metros quadrados por
possuidor são suscetíveis de serem usucapidos coletivamente, desde que os possuidores não
sejam proprietários de outro imóvel urbano ou rural”.

a l
o n
O possuidor pode, para o fim de contar o prazo exigido por este artigo, acrescentar sua
i
c
aascessio possessioni
uc
posse à de seu antecessor, contanto que ambas sejam contínuas ( ).

E d de
A usucapião especial coletiva de imóvel urbano será declarada pelo juiz, mediante

r t e da
le
o
sentença, a qual servirá de título para registro no cartório de registro de imóveis. Na sentença,
p S o
Su utra 22-92il.com
o juiz atribuirá igual fração ideal de terreno a cada possuidor, independentemente da dimensão

r um n D .4
do terreno que cada um ocupe, salvo hipótese de acordo escrito entre os condôminos,
m a
a
e at 8 g 6
estabelecendo frações ideais diferenciadas.

d V on 24. 67@ 5
A J 0 ra
Na pendência da ação de usucapião especial urbana, ficarão sobrestadas quaisquer
u t
d
n que venham a ser propostas relativamente ao imóvel
outras ações, petitórias ou possessórias,
a t a
usucapiendo.
jo n
São partes legítimas para a propositura da ação de usucapião especial urbana:

 Possuidor, isoladamente ou em litisconsórcio originário ou superveniente;


 Possuidores, em estado de composse;
 Substituto processual, a associação de moradores da comunidade, regularmente
constituída, com personalidade jurídica, desde que explicitamente autorizada pelos
representados.

41
Na ação de usucapião especial urbana é obrigatória a intervenção do Ministério Público.
O autor terá os benefícios da justiça e da assistência judiciária gratuita, inclusive perante o
cartório de registro de imóveis.

A usucapião especial de imóvel urbano poderá ser invocada como matéria de defesa,
valendo a sentença que a reconhecer como título para registro no cartório de registro de
imóveis.

Na ação judicial de usucapião especial de imóvel urbano, o rito processual a ser observado
é o sumário.

a l
io n
a c
u c
E dad d e
e
rt le
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
e um n D .4 a
r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
t u
n d
a ta
jo n

42
QUADRO SINÓTICO

PROCEDIMENTOS ESPECIAIS NO CPC


Os procedimentos de jurisdição voluntária iniciam-se por provocação do interessado, do
Ministério Público ou da Defensoria Pública.

NOTIFICAÇÃO E Não têm caráter constritivo de direito, mas somente tornam


INTERPELAÇÃO público que alguém fez certa manifestação.

Venda de bens privados por parte do Poder Judiciário, o qual pode


ALIENAÇÕES
a l
agir de ofício ou mediante requerimento, quando não houver
JUDICIAIS
io n
acordo entre os interessados sobre o modo como se deve realizar
a alienação do bem.
a c
u c
d e
 Testamento é um ato jurídico unilateral, personalíssimo, solene,
E dad
e
revogável e gratuito, através do qual uma pessoa dispõe de seu

rt le
PROCEDIMENTOS
p o So
patrimônio, para após a sua morte.

DE JURISDIÇÃO TESTAMENTOS E u ra 92
S ut 22- il.com
 Codicilo é a manifestação de última vontade, de forma escrita,
onde a pessoa pode estabelecer disposições para serem

um n D .4 a
VOLUNTÁRIA CODICILOS

e r ata 86 gm cumpridas após a sua morte, que sejam referentes ao seu

d V on 24.5 67@ funeral, doações de pequenas quantias em dinheiro, bens

A J 0 ra pessoais móveis, roupas ou objetos de pequeno valor.


t u
n d Deve ser formulado no foro do domicílio do interditando;
ata
jon
A interdição pode ser promovida:

 Pelo cônjuge ou companheiro;

INTERDIÇÃO  Pelos parentes ou tutores;


 Pelo representante da entidade em que se encontra abrigado o
interditando;

 Pelo Ministério Público.

Forma de extinção da obrigação de maneira atípica, quando o pagamento não puder

CONSIGNAÇÃO EM ser realizado em virtude da recusa do credor em recebê-lo ou em dar quitação ou,
ainda, quando existir um obstáculo fático ou jurídico alheio à vontade do devedor,
PAGAMENTO
que impossibilite o pagamento eficaz.

43
Demanda adequada para a solução do conflito por meio do acertamento econômico
AÇÃO DE EXIGIR
definitivo entre os sujeitos que participam da relação jurídica de direito material.
CONTAS

MANUTENÇÃO E O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso


REINTEGRAÇÃO DE POSSE de turbação e reintegrado em caso de esbulho.
AÇÕES
POSSESSÓRIAS
Ação voltada para evitar que a ameaça de agressão à
INTERDITO PROIBITÓRIO
posse se concretize.

 Cabe a ação de demarcação ao proprietário para obrigar o confinante a estremar


os respectivos prédios, fixando-se novos limites entre eles ou aviventando-se os já
DIVISÃO E
apagados.
DEMARCAÇÃO DE
TERRAS  Cabe a ação de divisão ao condômino para obrigar os demais consortes a partilhar
o bem comum.

AÇÃO DE
a l
DISSOLUÇÃO
io n
Acontece quando o quotista tem direito à dissolução total da sociedade, no entanto,

a c
a sociedade será mantida com a retirada de tal sócio e o pagamento de seus haveres.
PARCIAL DE
u c
SOCIEDADE
E dad d e
e
rt le
 No inventário se busca identificar o patrimônio, com a indicação dos bens (móveis

AÇÃO DE
p o So
e imóveis), créditos, débitos e quaisquer outros direitos de natureza patrimonial

INVENTÁRIO E u ra 92
S ut 22- il.com
que compõem o acervo hereditário.

um n D .4 a
PARTILHA  Na partilha se divide o acervo entre os sucessores, com o estabelecimento e a

e r ata 86 gm
consequente adjudicação do quinhão hereditário a cada um deles.

d V on 24.5 67@
A J 0 ra
Quem, não sendo parte no processo, sofrer constrição ou ameaça de constrição sobre
EMBARGOS DE t u
bens que possua ou sobre os quais tenha direito incompatível com o ato constritivo,
TERCEIRO n d
ta
poderá requerer seu desfazimento ou sua inibição.
a
jo n
O autor da oposição busca obter para si o direito ou a coisa objeto de disputa entre
OPOSIÇÃO as partes em processo já instaurado.

AÇÃO DE Regulariza a sucessão processual quando ocorre a morte de qualquer das partes.
HABILITAÇÃO

Aplicam-se aos processos contenciosos de divórcio, separação, reconhecimento e


AÇÕES DE FAMÍLIA extinção de união estável, guarda, visitação e filiação.

Pode ser proposta por aquele que afirmar, com base em prova escrita sem eficácia de
AÇÃO MONITÓRIA
título executivo, ter direito de exigir do devedor capaz:

44
 O pagamento de quantia em dinheiro;

 A entrega de coisa fungível ou infungível ou de bem móvel ou imóvel;

 O adimplemento de obrigação de fazer ou de não fazer.

O penhor legal pode acontecer nas seguintes hipóteses, independentemente de


convenção:

 Os hospedeiros ou fornecedores de pousada, sobre bagagens, móveis, joias ou


dinheiro que os consumidores ou fregueses tiverem consigo na hipótese de não

pagamento das despesas;


HOMOLOGAÇÃO DO
 O dono do prédio rústico ou urbano, sobre os bens móveis do rendeiro ou inquilino
PENHOR LEGAL
que estiverem guarnecendo o mesmo prédio, na hipótese de não pagamento dos

aluguéis - bem como os encargos acessórios - ou rendas.

Desse modo, tomado o penhor legal, requererá o credor, ato contínuo, a

a l
homologação.

io n
a c
Acontece quando há o desaparecimento dos autos, eletrônicos ou não.

u c
AÇÃO DE
d e
Essa destruição pode acontecer por fenômenos naturais que deteriorem os autos, tais

E dad
como incêndios e alagamentos, traças e cupins, até atos humanos, como a perda
RESTAURAÇÃO DE
e
rt le
AUTOS
p o So
desmotivada dos autos em arquivos desorganizados, o desvio e/ou destruição dolosa
etc.
u ra 92
S ut 22- il.com
e um n D .4 a
r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
PROCEDIMENTOS ESPECIAIS EM LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE
A J 0 ra
t u
 Oralidade;

n d Informalidade ou simplicidade;
ata
jon
PRINCÍPIOS  Economia processual;
 Celeridade;
 Conciliação.

JUIZADOS ESPECIAIS Para determinar qual o juizado, deve-se observar 3 critérios:

 Valor da causa;

 Matéria;
COMPETÊNCIA
 Pessoas.
Entre os juizados do mesmo tipo, o critério prevalente é o
territorial.

45
Tem competência para conciliação, processo e julgamento das
causas cíveis de menor complexidade, assim consideradas:

 Causas cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário


mínimo;
 Enumeradas no art. 275, II, do Código de Processo Civil;
 Ação de despejo para uso próprio;
JUIZADO
 Ações possessórias sobre bens imóveis de valor não
ESPECIAL CÍVEL
excedente ao fixado no primeiro item.
Ainda, compete ao Juizado Especial promover a execução:

 Dos seus julgados;


 Dos títulos executivos extrajudiciais, no valor de até quarenta
vezes o salário mínimo, observado o disposto no §1º do art.
8º, da Lei nº 9.099/95.

a l
JUIZADOS
n
Processar, conciliar e julgar causas de competência da Justiça

io
ESPECIAIS
c
Federal até o valor de sessenta salários mínimos, bem como
a
FEDERAIS executar as suas sentenças.
u c
JUIZADOS
E dad d e
Processar, conciliar e julgar causas cíveis de interesse dos
ESPECIAIS e
rt le
FAZENDA
p o So
Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios,

PÚBLICA u ra 92
S ut 22- il.com
até o valor de sessenta salários mínimos.

e um n D .4 a
r ata 86 gm
Regras de cabimento:

 Proteger direito líquido e certo: todo aquele que não exige

d V on 24.5 67@ dilação probatória;


A J 0 ra
t
MANDADO DE  Não amparado por habeas corpus ou habeas data;
u
n d Sempre que ilegalmente ou com abuso de poder;

ata
SEGURANÇA
 Qualquer pessoa física ou jurídica;
jon  Sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte

REMÉDIOS de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem

CONSTITUCIONAIS as funções que exerça.

Almeja a tutela do direito líquido e certo de locomoção, próprio


HABEAS
ou alheio, contra a ilegalidade ou abuso de poder, garantindo
CORPUS
assim a prerrogativa de ir, vir ou ficar.

Garantia do direito que assiste a todas as pessoas de ter acesso


às informações a seu respeito que constem de registros ou
HABEAS DATA
banco de dados de entidades governamentais ou de caráter
público, para que delas tome conhecimento e, se necessário for,

46
para retificar os dados inexatos ou obsoletos ou que impliquem
discriminação.

É a ação que busca tornar viável o exercício de direitos e


liberdades constitucionais ou de prerrogativas relacionadas com
MANDADO DE
nacionalidade, soberania ou cidadania e que não estão sendo
INJUNÇÃO
possíveis de ser exercidos em virtude da falta, total ou parcial,
de norma regulamentando estes direitos.

É a ação que pode ser proposta por qualquer cidadão com o


objetivo de anular ato lesivo ao patrimônio público ou de
AÇÃO POPULAR
entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa,
ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.

AÇÃO CIVIL Busca a garantia de interesses difusos e coletivos, assim como


PÚBLICA de direitos individuais homogêneos.
a l
io n
a c
u c
E dad d e
e
rt le
p o So
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r ata 86 gm
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A J 0 ra
t u
n d
a ta
jo n

47
QUESTÕES COMENTADAS

Aluno, haja vista a pequena quantidade de questões da carreira de Magistratura


Federal sobre o tema, complementaremos o estudo com questões de outras
carreiras, mas que abordem o assunto com igual nível de complexidade. O
importante é que não deixemos de treinar. Vamos lá?

a l
Questão 1 io n
a c
c
(VUNESP - 2019 - TJ-RJ - Juiz Substituto) A monitória é ação de procedimento especial que
u
E dad d e
apresenta contornos que a assemelham por vezes à execução e, em outras, ao processo de
conhecimento. e
rt le
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Sobre a ação monitória, assinale a alternativa correta.

um n D .4 a
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A) É admitida a reconvenção na ação monitória sendo igualmente permitido o oferecimento de
e
d V on 24.5 67@
reconvenção à reconvenção.
A J 0 ra
t u
d
B) Por ser ação cabível com base em prova escrita sem eficácia de título executivo, não é possível
n
a ta
ao réu, reconhecendo o crédito do autor e comprovando o depósito de trinta por cento do
jon
valor, exigir o parcelamento do restante em até seis vezes mensais.

C) Cabe apelação sem efeito suspensivo automático contra a sentença que rejeita os embargos.

D) Pelo fato de que se constitui de pleno direito o título executivo judicial, se não realizado o
pagamento e não apresentados os embargos monitórios, somente é admitida a citação do réu
na modalidade pessoal.

E) O réu, para que possa opor embargos, deverá apresentar caução suficiente e idônea, arbitrada
de plano pelo juiz e prestada nos próprios autos.

48
Comentário:

Correta letra C: Art. 702, §9º. Cabe apelação contra a sentença que acolhe ou rejeita os
embargos. Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo. §1º Além de outras hipóteses previstas
em lei, começa a produzir efeitos imediatamente após a sua publicação a sentença que: [...]III -
extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do executado.

Letra A: Art. 702, §6º. Na ação monitória admite-se a reconvenção, sendo vedado o oferecimento
de reconvenção à reconvenção.

Letra B: Art. 701, §5º. Aplica-se à ação monitória, no que couber, o art. 916. (art. 916. No prazo
para embargos, reconhecendo o crédito do exequente e comprovando o depósito de trinta por

l
cento do valor em execução, acrescido de custas e de honorários de advogado, o executado
a
n
poderá requerer que lhe seja permitido pagar o restante em até 6 (seis) parcelas mensais,
io
a
acrescidas de correção monetária e de juros de um por cento ao mês.) c
u c
E dad d e
Letra D: Art. 700, §7º. Na ação monitória, admite-se citação por qualquer dos meios permitidos
para o procedimento comum. e
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Letra E: Art. 702. Independentemente de prévia segurança do juízo, o réu poderá opor, nos

e um n D .4 a
próprios autos, no prazo previsto no art. 701, embargos à ação monitória.
r ata 86 gm
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6 7@2
A J 0 tra
u
(VUNESP - 2019 - TJ-RO - Juiz de Direito Substituto) A respeito do procedimento especial de
d
ta n
dissolução parcial da sociedade, assinale a alternativa correta.
n a
jo
A) Em caso de danos causados pelo sócio autor da ação, a sociedade não poderá formular
pedido de indenização compensável com o valor dos haveres a apurar, devendo ser submetido
o caso ao procedimento comum.

B) Se houver concordância entre os sócios a respeito da dissolução, é possível formular apenas


o pedido de apuração de haveres.

49
C) Em caso de parcela incontroversa na apuração de haveres, o juiz determinará à sociedade o
depósito, mas seu levantamento pelo ex-sócio ficará condicionado ao trânsito em julgado da
sentença.

D) No polo passivo deve constar apenas a sociedade, e os sócios ficarão sujeitos aos efeitos da
decisão e da coisa julgada.

E) Aplica-se a todas as sociedades empresariais, não personalizadas e as de capital aberto.

Comentário:

Correta letra B: Art. 599. A ação de dissolução parcial de sociedade pode ter por objeto: III -
somente a resolução ou a apuração de haveres.

a l
n
Letra A: Art. 602. A sociedade poderá formular pedido de indenização compensável com o valor
io
dos haveres a apurar.
a c
u c
E dadd e
Letra C: Art. 604, §1º. O juiz determinará à sociedade ou aos sócios que nela permanecerem que
e
rt le
depositem em juízo a parte incontroversa dos haveres devidos. §2º O depósito poderá ser, desde
p o So
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logo, levantado pelo ex-sócio, pelo espólio ou pelos sucessores.
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e um n D .4 a
Letra D: Art. 601. Os sócios e a sociedade serão citados para, no prazo de 15 (quinze) dias,
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concordar com o pedido ou apresentar contestação. Parágrafo único. A sociedade não será
d
A J 0 ra
citada se todos os seus sócios o forem, mas ficará sujeita aos efeitos da decisão e à coisa
t u
julgada.
n d
a ta
n
Letra E: Art. 599, §2º. A ação de dissolução parcial de sociedade pode ter também por objeto a
jo
sociedade anônima de capital fechado quando demonstrado, por acionista ou acionistas que
representem cinco por cento ou mais do capital social, que não pode preencher o seu fim.

Questão 3
(TRF - 2ª Região - 2018 - TRF - 2ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto) Em relação aos juizados
especiais federais, é correto afirmar-se:

A) não se deve admitir, em hipótese alguma, a impetração de mandado de segurança contra as


decisões proferidas nos juizados.
50
B) deve-se admitir a impetração de mandado de segurança contra as decisões interlocutórias
proferidas nos juizados, como sucedâneo do agravo de instrumento e apenas nas hipóteses em
que este seria cabível.

C) os mandados de segurança impetrados contra decisões proferidas pelos juizados de primeira


instância devem ser apreciados pelo Tribunal Regional Federal.

C) os mandados de segurança impetrados contra decisões proferidas pelos juizados de primeira


instância devem ser apreciados pelas Turmas Recursais.

E) os mandados de segurança impetrados contra decisões proferidas pelos juizados de primeira


instância devem ser apreciados por Juiz Federal Titular de Vara Federal.

a l
io n
a c
Comentário:
u c
E dadd e
e
rt le
Correta letra D. Nos termos da Súmula 376-STJ: Compete à turma recursal processar e julgar o

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mandado de segurança contra ato de juizado especial.
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e um n D .4 a
Ademais, observe o Enunciado 88 do FONAJEF sobre o tema: É admissível mandado de
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segurança para Turma Recursal de ato jurisdicional que cause gravame e não haja recurso.

d V on 24.5 67@
A J 0 ra
t u
n d
a ta Questão 4
jon
(FCC - 2019 - TJ-AL - Juiz Substituto) Os embargos de terceiro podem ser

A) ajuizados pelo adquirente de bens cuja constrição decorreu de decisão que declara a
ineficácia da alienação realizada em fraude à execução, dentre outras hipóteses.

B) impugnados em dez dias, após o que seguirão procedimento comum.

C) opostos até ser proferida a sentença nos autos em que ocorreu a constrição.

D) ajuizados somente pelo terceiro proprietário, ainda que fiduciário.

51
E) utilizados sempre para manutenção ou reintegração de posse, necessariamente em exame
inicial e com prestação de caução pelo embargante.

Comentário:

Correta letra A: De acordo com o Código de Processo Civil, consideram-se terceiros (art. 674,
§2º), autorizando-se o ajuizamento dos embargos respectivos, (I) o cônjuge ou companheiro,
quando defende a posse de bens próprios ou de sua meação, ressalvada a possibilidade de
alienação de bem penhorado e indivisível, (II) o adquirente de bens cuja constrição decorreu de
decisão que declara a ineficácia da alienação realizada em fraude à execução, (III) quem sofre
constrição judicial de seus bens por força de desconsideração da personalidade jurídica, de cujo
incidente não fez parte e (IV) o credor com garantia real para obstar expropriação judicial do

a l
objeto de direito real de garantia, caso não tenha sido intimado, nos termos legais dos atos
ion
expropriatórios respectivos.
a c
u c
d e
Letra B: O prazo para impugnação é de 15 (quinze) dias, de acordo com o art. 679 do CPC, de
E dad
e
rt le
fato se seguindo, então, o procedimento comum. Trata-se, portanto, de procedimento especial
impróprio.
p o So
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Letra C: Permite-se o ajuizamento dos embargos de terceiro até o trânsito em julgado. Art. 675

e r ata 86 gm
do Código de Processo Civil: Os embargos podem ser opostos a qualquer tempo no processo

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J 0 ra
de conhecimento enquanto não transitada em julgado a sentença e, no cumprimento de
A t u
sentença ou no processo de execução, até 5 (cinco) dias depois da adjudicação, da alienação
n d
ta
por iniciativa particular ou da arrematação, mas sempre antes da assinatura da respectiva carta.
a
jo n
Letra D: Também o possuidor pode apresentá-los. Art. 674, §1º, do CPC: Os embargos podem
ser de terceiro proprietário, inclusive fiduciário, ou possuidor.

Letra E: Acredito haver dois erros, quais sejam: (i) é possível a designação de audiência de
justificação para a concessão da medida de manutenção ou reintegração (art. 677, §1º, do CPC),
sendo incorreto afirmar que a análise será “necessariamente em exame inicial”, que leva à
interpretação de concessão de medidas in limine, e (ii) a caução pode ser dispensada pelo
magistrado no caso de comprovação de insuficiência econômica do embargante (art. 678,
parágrafo único, do CPC).

52
Questão 5
(TRF - 4ª REGIÃO - 2016 - TRF - 4ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto) Dadas as assertivas
abaixo, assinale a alternativa correta.
I. Para fins de mandado de segurança, considerar-se-á federal a autoridade coatora se as
consequências de ordem patrimonial do ato contra o qual se requer o mandado houverem de
ser suportadas pela União ou por entidade por ela controlada, mesmo que se trate de sociedade
de economia mista.

II. O pedido de mandado de segurança poderá ser renovado dentro do prazo decadencial, salvo
se a decisão denegatória houver apreciado o mérito.

l
III. O mandado de segurança coletivo não induz litispendência para as ações individuais, mas os
a
io n
efeitos da coisa julgada não beneficiarão o impetrante a título individual se não requerer a

a c
c
desistência de seu mandado de segurança no prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência
u
comprovada da impetração da segurança coletiva. d e
E dad
e
rt le
o So
IV. Segundo a orientação do Supremo Tribunal Federal, a previsão estatutária genérica para
p
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representação dos associados em juízo é suficiente para que a associação impetre mandado de

e um n D .4 a
segurança coletivo, prescindindo de autorização específica.
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A) Estão corretas apenas as assertivas I e II.
A J 0 ra
t u
n d
B) Estão corretas apenas as assertivas II e IV.
a ta
jo n
C) Estão corretas apenas as assertivas I, II e III.

D) Estão corretas apenas as assertivas II, III e IV.

E) Estão corretas todas as assertivas.

Comentário:

Correta letra E (embora a resposta atribuída pela banca tenha sido C)

53
ITEM I - CORRETO: LEI 12.016/09, Art. 2º. Considerar-se-á federal a autoridade coatora se as
consequências de ordem patrimonial do ato contra o qual se requer o mandado houverem de
ser suportadas pela União ou entidade por ela controlada.

ITEM II - CORRETO: art. 6°, §6º. O pedido de mandado de segurança poderá ser renovado dentro
do prazo decadencial, se a decisão denegatória não lhe houver apreciado o mérito.

ITEM III - CORRETO: art. 22, §1º. O mandado de segurança coletivo não induz litispendência
para as ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada não beneficiarão o impetrante a título
individual se não requerer a desistência de seu mandado de segurança no prazo de 30 (trinta)
dias a contar da ciência comprovada da impetração da segurança coletiva.

a l
ITEM IV - CORRETO: A banca entendeu que este item estaria errado, todavia o STF entende que,
io n
c
no caso do mandado de segurança coletivo, não é preciso autorização específica por parte dos
a
associados. Vide Informativo 746 do STF.
u c
E dad d e
e
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uQuestão
ra 6 92
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(TRF - 3ª REGIÃO - 2018 - TRF - 3ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto) Assinale a alternativa
e
CORRETA:
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A J 0 ra
t u
A) Tramitando determinada demanda previdenciária nos Juizados Especiais Federais e se fazendo
n d
ta
necessária a realização de prova técnica para o deslinde da controvérsia, se, após a apresentação
a
jo n
do laudo médico, as partes controverterem sobre as conclusões científicas do perito nomeado,
deverá o Juízo declinar da competência para processo e julgamento do feito para a vara federal
comum, sob o argumento da complexidade da matéria envolvida.

B) Tramitando determinada demanda previdenciária nos Juizados Especiais Federais, após a


prolação de sentença de improcedência que se fundou em laudo médico, na análise do recurso
contra ela interposto, poderá monocraticamente o relator, na Turma Recursal, ao não se sentir
suficientemente esclarecido pelas conclusões do perito, determinar a realização de nova perícia,
sem, entretanto, anular o julgado, com fundamento na aplicação subsidiária do disposto no CPC.

54
C) Tramitando determinada demanda previdenciária nos Juizados Especiais Federais, após a
realização de perícia médica que concluiu contrariamente ao alegado pelo autor, é direito
subjetivo seu a realização de novo exame técnico, de forma a subsidiar o deslinde da
controvérsia.

D) Tramitando determinada demanda previdenciária nos Juizados Especiais Federais e havendo


a condenação do INSS na implantação de determinado benefício e no pagamento dos valores
atrasados é possível, se apurado que o valor devido supera os 60 (sessenta) salários mínimos,
que o exequente opte pela expedição de RPV no valor do limite máximo e pela expedição de
precatório dito complementar para pagamento do montante excedente.

a l
Comentário: io n
a c
u c
d e
Correta letra B. Art. 938, §3º, CPC: Reconhecida a necessidade de produção de prova, o relator
E dad
e
rt le
converterá o julgamento em diligência, que se realizará no Tribunal ou em primeiro grau de

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jurisdição, decidindo-se o recurso após a conclusão da instrução.
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d V on 24.5Questão
6 7@7
A J 0 tra
(CESPE - 2011 - TRF - 3ª REGIÃO - Juiz Federal) No que se refere a direitos e garantias
d u
a n desses direitos e inafastabilidade do controle judicial,
fundamentais, instrumentos de tutela
t
assinale a opção correta. n
a
jo
A) O MP deve acompanhar a ação popular, cabendo-lhe apressar a produção de provas e
promover a responsabilidade civil ou criminal dos que nela incidirem, sendo-lhe vedado, em
qualquer hipótese, assumir a defesa do ato impugnado.

B) O texto constitucional determina que a lei não pode excluir da apreciação do Poder Judiciário
lesão ou ameaça a direito, seja ela proveniente de ação ou omissão de organizações públicas,
seja originada de conflitos privados; como corolário do princípio da inafastabilidade do controle

55
judicial, a CF garante, de modo expresso, o direito ao duplo grau de jurisdição em todos os
feitos e instâncias.

C) O direito de petição é direito fundamental de caráter universal, assegurado à generalidade


das pessoas físicas, brasileiras ou estrangeiras, de modo individual ou coletivo, mas não às
pessoas jurídicas, que não dispõem de legitimidade para valer- se desse instrumento de defesa
de interesses próprios ou de terceiros contra atos ilegais ou praticados com abuso de poder.

D) A jurisprudência do STF considera que o princípio do direito adquirido se impõe a leis de


direito privado, mas não a leis de ordem pública, pois estas se aplicam de imediato, alcançando
os efeitos futuros do ato jurídico perfeito ou da coisa julgada.

a l
E) O brasileiro nato, o brasileiro naturalizado e o estrangeiro não podem ser extraditados por

io n
c
crime político ou de opinião, mas, no que tange à prática de crime comum, a CF veda por inteiro
a
c
apenas a extradição de brasileiro nato ou naturalizado, admitindo-a para o cidadão estrangeiro.
u
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e
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Comentário: u ra 92
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Correta letra A. Lei 4.717/65 - Art. 6º, §4º. O Ministério Público acompanhará a ação, cabendo-
e
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lhe apressar a produção da prova e promover a responsabilidade, civil ou criminal, dos que nela
d
A J 0 ra
t
incidirem, sendo-lhe vedado, em qualquer hipótese, assumir a defesa do ato impugnado ou dos
u
seus autores. n d
a ta
jo n

Questão 8

(TRF - 4ª REGIÃO - 2016 - TRF - 4ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto) Dadas as assertivas
abaixo, assinale a alternativa correta.
Acerca dos Juizados Especiais Federais:

56
I. Compete ao Tribunal Regional Federal decidir os conflitos de competência entre juizado
especial federal e juízo federal da mesma seção judiciária.

II. Compete à turma recursal processar e julgar o mandado de segurança contra ato de juizado
especial, substitutivo de recurso.

III. O princípio da reserva de plenário não se aplica no âmbito dos juizados de pequenas causas
e dos juizados especiais em geral.

A) Estão corretas apenas as assertivas I e II.

B) Estão corretas apenas as assertivas II e III.

a l
C) Estão corretas todas as assertivas.
io n
a c
D) Está incorreta apenas a assertiva II.
u c
d e
E dad
E) Estão incorretas apenas as assertivas II e III.
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Comentário:
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A
Correta letra C. J 0 ra
t u
I. Correto. Súmula 428/STJ: Compete
d
n ao Tribunal Regional Federal decidir os conflitos de
a t a
competência entre juizado n
especial federal e juízo federal da mesma seção judiciária.
jo
II. Correto. Súmula 376/STJ: Compete a turma recursal processar e julgar o mandado de
segurança contra ato de juizado especial.

III. Correto. CONSTITUCIONAL. PROCESSUAL CIVIL. PRINCÍPIO DA RESERVA DE PLENÁRIO. ART.


97 DA CF/88. SÚMULA VINCULANTE 10. JUIZADOS DE PEQUENAS CAUSAS E ESPECIAIS.
INAPLICABILIDADE. 1. O art. 97 da Constituição, ao subordinar o reconhecimento da
inconstitucionalidade de preceito normativo a decisão nesse sentido da maioria absoluta de
seus membros ou dos membros dos respectivos órgãos especiais, está se dirigindo aos Tribunais
57
indicados no art. 92 e aos respectivos órgãos especiais de que trata o art. 93, XI. A referência,
portanto, não atinge juizados de pequenas causas (art. 24, X) e juizados especiais (art. 98, I), os
quais, pela configuração atribuída pelo legislador, não funcionam, na esfera recursal, sob regime
de plenário ou de órgão especial. 2. Agravo a que se nega provimento (ARE nº 792.562/SPAgR,
Segunda Turma, Rel. Min. Teori Zavascki, DJe 2/4/14).

Questão 9
(CESPE - 2019 - TJ-SC - Juiz Substituto) De acordo com as disposições do CPC, assinale a
opção correta relativa aos procedimentos especiais.

a l
A) Entre os legitimados para requerer a abertura de inventário, estão os credores dos herdeiros
ou do autor da herança, mas não os credores do legatário. io n
a c
u c
d e
B) No caso da ação possessória multitudinária, o oficial de justiça procurará, por uma vez, os
E dad
e
ocupantes no imóvel, sendo citados por edital os que não forem encontrados na ocasião,
rt le
p o So
independentemente de outras diligências para citação por hora certa.
u ra 92
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C) Em razão da sumariedade do procedimento monitório, o CPC vedou a possibilidade da

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reconvenção em demandas dessa natureza.

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A J 0 ra
D) Falecendo qualquer uma das partes no curso do processo, a sucessão processual acontecerá
t u
d
por meio do procedimento de habilitação, que ocorrerá nos mesmos autos da demanda,
n
a ta
independentemente de suspensão do processo.
jo n
E) Em regra, o proprietário fiduciário do bem constrito ou ameaçado não detém legitimidade
ativa para ajuizar embargos de terceiro.

Comentário:

Correta Letra B: Art. 554. A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará
a que o juiz conheça do pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquela cujos
pressupostos estejam provados.

58
§1º No caso de ação possessória em que figure no polo passivo grande número de pessoas,
serão feitas a citação pessoal dos ocupantes que forem encontrados no local e a citação por
edital dos demais, determinando-se, ainda, a intimação do Ministério Público e, se envolver
pessoas em situação de hipossuficiência econômica, da Defensoria Pública.

§2º Para fim da citação pessoal prevista no §1º, o oficial de justiça procurará os ocupantes no
local por uma vez, citando-se por edital os que não forem encontrados.

Letra A: Art. 616. Têm, contudo, legitimidade concorrente:

I - o cônjuge ou companheiro supérstite;

II - o herdeiro;

a l
III - o legatário;
io n
a c
IV - o testamenteiro;
u c
V - o cessionário do herdeiro ou do legatário; E dadd e
e
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VI - o credor do herdeiro, do legatário ou do autor da herança;
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VII - o Ministério Público, havendo herdeiros incapazes;
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VIII - a Fazenda Pública, quando tiver interesse;
d
A J 0 ra
t
IX - o administrador judicial da falência do herdeiro, do legatário, do autor da herança ou do
u
n d
a t a
cônjuge ou companheiro supérstite.

jo n
Letra C: Art. 702, §6º, do CPC. Na ação monitória admite-se a reconvenção, sendo vedado o
oferecimento de reconvenção à reconvenção.

Letra D: Art. 689, CPC. Proceder-se-á à habilitação nos autos do processo principal, na instância
em que estiver, suspendendo-se, a partir de então, o processo.

No mesmo sentido o art. 313, I, do CPC.

Letra E: Art. 674, §1º, CPC. Os embargos podem ser de terceiro proprietário, inclusive fiduciário,
ou possuidor.

59
Questão 10
(CONSULPLAN - 2018 - TJ-MG - Juiz de Direito Substituto) A tomou certa importância
emprestada de B para pagar em 60 (sessenta) dias; 10 (dez) dias antes de vencer a obrigação,
o credor faleceu. O devedor foi procurado por C e D para receberem o crédito e alegaram que
ambas teriam mantido união estável, simultaneamente, com B. Diante do impasse e pretendendo
não se sujeitar aos efeitos da mora, o devedor

A) nada fará e aguardará iniciativa por parte das supostas credoras.

B) proporá ação de consignação em pagamento e requererá ao Juiz, como tutela provisória de


urgência, decidir quem é a credora.

l
C) proporá ação de consignação em pagamento e requererá a citação das duas supostas
a
credoras para que levantem a importância ofertada.
io n
a c
u c
D) proporá ação de consignação em pagamento e requererá ao Juiz autorização para depositar
d e
E dad
a importância devida somente depois que for definido quem é a credora.
e
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Comentário: p o So
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Correta letra C. Veja o que diz o art. 547 do CPC: Se ocorrer dúvida sobre quem deva

e r ata 86 gm
legitimamente receber o pagamento, o autor requererá o depósito e a citação dos possíveis

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titulares do crédito para provarem o seu direito.
A t u
n d
a ta
jo n

60
GABARITO

Questão 1 - C

Questão 2 - B

Questão 3 - D

Questão 4 - A

Questão 5 – E/C (?)


a l
Questão 6 - B ion
a c
Questão 7 - CERTO
u c
Questão 8 - C
d e
E dad
e
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Questão 9 - B p o So
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Questão 10 – C

e um n D .4 a
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QUESTÃO DESAFIO

Qual o prazo para opor os embargos de terceiro no processo de


conhecimento? E quando o processo está na fase de execução de
sentença?

Máximo de 5 linhas

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GABARITO DA QUESTÃO DESAFIO

Por força do artigo 675 do CPC, no processo de conhecimento os embargos podem ser

opostos a qualquer tempo. Já no processo de execução, o prazo é de cinco dias da


adjudicação, alienação ou arrematação, desde que não assinada a respectiva carta.

Você deve ter abordado necessariamente os seguintes itens em sua resposta:

 Qualquer tempo

Expressa o art. 674 do CPC: “Quem, não sendo parte no processo, sofrer constrição ou ameaça
de constrição sobre bens que possua ou sobre os quais tenha direito incompatível com o ato

a l
constritivo, poderá requerer seu desfazimento ou sua inibição por meio de embargos de

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c
terceiro.” Assim, um terceiro pode opor os embargos diante da constrição ou ameaça de
a
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constrição de bem seu, por determinação judicial, em processo alheio.

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Ademais, o prazo para os embargos de terceiro vem estabelecido no art. 675 do CPC: “a qualquer

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tempo no processo de conhecimento enquanto não transitada em julgado a sentença”. Assim,
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podem-se opor os embargos até na fase recursal do processo de conhecimento, conforme nos
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explica Humberto Dalla (Pinho, Humberto Dalla Bernardina de. Manual de direito processual civil
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contemporâneo – 2. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2020, p. 1075: “No processo de
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conhecimento, a expressão “enquanto não transitada em julgado a sentença” significa que a
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n de recurso. Assim, ainda que possa se valer do recurso
medida é admissível mesmo na pendência
t a
aobsta o cabimento dos embargos de terceiro.”
n
de terceiro prejudicado, nada
jo
Além disso, o doutrinador Marcus Vinícius Rios Gonçalves aduz: “Se a apreensão ocorrer em
razão de tutela provisória antecedente, será sempre preciso que haja a formulação do pedido
principal definitivo, que pode ser de conhecimento ou de execução.” (Gonçalves, Marcus Vinicius
Rios. Direito processual civil – Esquematizado – 11. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2020, p.
1010).

 5 dias da adjudicação, alienação ou arrematação

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Também previsto no art. 675 do CPC, o prazo para opor os embargos de terceiro no processo
de execução é de 5 dias após a adjudicação, da alienação por iniciativa particular ou da
arrematação, mas sempre antes da assinatura da respectiva carta.

O professor Elpídio Donizzeti explica como será computado esse tempo, vejamos: “Quanto ao
prazo de cinco dias, deve-se fixar o termo inicial para oposição dos embargos a partir da data
da inequívoca ciência do terceiro acerca do ato de constrição judicial, que não necessariamente
coincidirá com o dia da arrematação, da adjudicação ou da alienação particular. Trata-se de
entendimento consolidado na jurisprudência que deve ser mantido no novo CPC, já que não se
justifica exigir do terceiro o cumprimento do prazo se não foi parte no processo e não recebeu
qualquer comunicado para que viesse a juízo defender seus direitos sobre o bem objeto da

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constrição. Deve-se, por conseguinte, preservar o direito constitucional de irrestrita defesa do
a
io n
proprietário ou possuidor do bem que, não intimado, ajuíza embargos de terceiro logo após
a c
c
ciência da turbação ou esbulho judicial. Pode-se concluir, assim, que o prazo para interposição
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de embargos de terceiro será de cinco dias, a contar da inequívoca ciência do ato de constrição.”
e
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(Donizetti, Elpídio. Curso didático de direito processual civil – 22. Ed. – São Paulo: Atlas, 2019, p.
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900-901).
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Importante destacar que a não interposição de embargos no prazo legal acarretará apenas a
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perda da faculdade do terceiro de se valer do procedimento especial, não prejudicando o direito
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material que poderá ser discutido em ação ordinária própria.
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LEGISLAÇÃO COMPILADA

Neste capítulo, é de extrema importância a leitura de:

Procedimentos especiais do CPC

 CPC: arts. 539 a 770;

Procedimentos especiais em legislação extravagante

Mandado de Segurança a l
io n
 Lei nº 12.016/2009: ler na íntegra;
a c
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d e
 Súmulas: 177 do STJ; 625, 614, 628, 267, 202, 248, 304, 429, 430, 474, 511, 632 do STF;
E dad
Habeas Data e
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 Lei nº 9.507/ 1997: ler na íntegra;

Mandado de Injunção
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 Lei nº 13.300/2016: ler na íntegra;
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Ação Popular n d
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 Lei nº 4.717/1965: ler na íntegra;

Ação Civil Pública

 Lei nº 7.347/1985: ler na íntegra;

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JURISPRUDÊNCIA

Ação de consignação em pagamento

 Informativo 636 do STJ

Em ação consignatória, a insuficiência do depósito realizado pelo devedor conduz ao


julgamento de improcedência do pedido, pois o pagamento parcial da dívida não extingue
o vínculo obrigacional. STJ. 2ª Seção. REsp 1108058-DF, Rel. Min. Lázaro Guimarães

a l
n
(Desembargador Convocado do TRF da 5ª Região), Rel. Acd. Min. Maria Isabel Gallotti,
io
julgado em 10/10/2018 (recurso repetitivo).
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 Informativo 636 do STJ
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A instituição financeira possui legitimidade para ajuizar ação de consignação em
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pagamento visando quitar débito de cliente decorrente de título de crédito protestado por

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falha no serviço bancário. STJ. 4ª Turma. REsp 1318747-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão,
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julgado em 04/10/2018.

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Ação de exigir contas
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 Informativo 650 do
a t aSTJ

jo n
Cabe agravo de instrumento contra a decisão que julga procedente, na primeira fase, a
ação de exigir contas, condenando o réu a prestar as contas exigidas. Como essa decisão
não gera o encerramento do processo, o recurso cabível será o agravo de instrumento
(arts. 550, §5º, e 1.015, II, do CPC/2015). Por outro lado, se a decisão extinguir o processo,
com ou sem resolução de mérito (arts. 485 e 487), aí sim haverá sentença e o recurso
cabível será a apelação. STJ. 4ª Turma. REsp 1.680.168-SP, Rel. Min. Marco Buzzi, Rel. Acd.
Min. Raul Araújo, julgado em 09/04/2019.

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 Informativo 654 do STJ

A decisão interlocutória que, na segunda fase da ação de prestação de contas, defere a


produção de prova pericial contábil, nomeia perito e concede prazo para apresentação de
documentos, formulação de quesitos e nomeação de assistentes, não é imediatamente
recorrível por agravo de instrumento. STJ. 3ª Turma. REsp 1.821.793-RJ, Rel. Min. Nancy
Andrighi, julgado em 20/08/2019.

 Informativo 636 do STJ

É cabível a propositura de ação de prestação de contas para apuração de eventual saldo,


e sua posterior execução, decorrente de contrato relacional firmado entre administradora

l
de consórcios e empresa responsável pela oferta das quotas consorciais a consumidores.
a
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Caso concreto: a empresa 1 celebrou contrato com a empresa 2, por meio do qual a
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empresa 1 organizaria e administraria um consórcio e a empresa 2 ficaria responsável por
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oferecer e comercializar as quotas consorciais aos consumidores. Vale ressaltar que, depois
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que o consumidor firmava o contrato, ele deveria efetuar os pagamentos das prestações

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diretamente para a empresa 1. A empresa 2 seria remunerada com um percentual dos
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pagamentos. Ao se analisar o ajuste celebrado, percebe-se que se trata de relação

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contratual que configura típico contrato de agência, previsto no art. 710 do CC. No contrato
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de agência, tanto uma parte como a outra possuem o dever de prestar contas: O vínculo
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contratual colaborativo originado do contrato de agência importa na administração
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recíproca de interesses das partes contratantes, viabilizando a utilização da ação da
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prestação de contas e impondo a cada uma das partes o dever de prestar contas a outra.
jo
Vale ressaltar, por fim, que, mesmo que a empresa 1 já tenha, extrajudicialmente, prestado
contas para a empresa 2, ainda assim persiste o interesse de agir de propor a ação. Isso
porque a apresentação extrajudicial e voluntária das contas não prejudica o interesse
processual da promotora de vendas, na hipótese de não serem elas recebidas como boas,
ou seja, caso ela não tenha concordado com os valores demonstrados. STJ. 3ª Turma. REsp
1676623-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 23/10/2018.

 Informativo 592 do STJ

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Não é possível a revisão de cláusulas contratuais em ação de exigir contas (ação de
prestação de contas). STJ. 2ª Seção. REsp 1497831-PR, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino,
Rel. para acórdão Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 14/9/2016 (recurso repetitivo).

Ações Possessórias

 Informativo 623 do STJ

Em ação possessória entre particulares é cabível o oferecimento de oposição pelo ente


público, alegando-se incidentalmente o domínio de bem imóvel como meio de
demonstração da posse. STJ. Corte Especial. EREsp 1134446-MT, Rel. Min. Benedito
Gonçalves, julgado em 21/03/2018.

 Informativo 594 do STJ


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A notificação prévia dos ocupantes não é documento essencial à propositura da ação
a
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possessória. STJ. 4ª Turma. REsp 1263164-DF, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em
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22/11/2016.
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 Informativo 590 do STJ
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Particulares podem ajuizar ação possessória para resguardar o livre exercício do uso de via
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municipal (bem público de uso comum do povo) instituída como servidão de passagem.
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Ex: a empresa começou a construir uma indústria e a obra está invadindo a via de acesso
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(rua) que liga a avenida principal à uma comunidade de moradores locais. Os moradores
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possuem legitimidade para ajuizar ação de reintegração de posse contra a empresa
jo n
alegando que a rua que está sendo invadida representa uma servidão de passagem. STJ.
3ª Turma. REsp 1582176-MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 20/9/2016.

Ação de inventário e partilha

 Informativo 636 do STJ

No arrolamento sumário não se condiciona a entrega dos formais de partilha ou da carta


de adjudicação à prévia quitação dos tributos concernentes à transmissão patrimonial aos
sucessores. Assim, a homologação da partilha no procedimento do arrolamento sumário

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não pressupõe o atendimento das obrigações tributárias principais e tampouco acessórias
relativas ao imposto sobre transmissão causa mortis. Isso não significa que no arrolamento
sumário seja possível homologar a partilha mesmo sem a quitação dos tributos relativos
aos bens do espólio e às suas rendas. A inovação normativa do §2º do art. 659 do CPC/2015
em nada altera a condição estabelecida no art. 192 do CTN, de modo que, no arrolamento
sumário, o magistrado deve exigir a comprovação de quitação dos tributos relativos aos
bens do espólio e às suas rendas para homologar a partilha e, na sequência, com o trânsito
em julgado, expedir os títulos de transferência de domínio e encerrar o processo,
independentemente do pagamento do imposto de transmissão. STJ. 1ª Turma. REsp
1704359-DF, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 28/08/2018 (Info 634). STJ. 2ª Turma.
REsp 1751332-DF, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 25/09/2018.

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 Informativo 634 do STJ
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No arrolamento sumário não se condiciona a entrega dos formais de partilha ou da carta

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de adjudicação à prévia quitação dos tributos concernentes à transmissão patrimonial aos
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sucessores. Isso não significa que no arrolamento sumário seja possível homologar a
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partilha mesmo sem a quitação dos tributos relativos aos bens do espólio e às suas rendas.

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A inovação normativa do §2º do art. 659 do CPC/2015 em nada altera a condição
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estabelecida no art. 192 do CTN, de modo que, no arrolamento sumário, o magistrado

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deve exigir a comprovação de quitação dos tributos relativos aos bens do espólio e às suas
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rendas para homologar a partilha e, na sequência, com o trânsito em julgado, expedir os
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títulos de transferência de domínio e encerrar o processo, independentemente do
a
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pagamento do imposto de transmissão. STJ. 1ª Turma. REsp 1704359-DF, Rel. Min. Gurgel
de Faria, julgado em 28/08/2018.

Embargos de Terceiro

 STJ. 3ª Turma. REsp 1726186/RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em


08/05/2018.

É possível a oposição de embargos de terceiro preventivos, isto é, antes da efetiva


constrição judicial sobre o bem.

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Ações de família

 Informativo 642 do STJ

O acordo que estabelece a obrigação alimentar entre ex-cônjuges possui natureza


consensual e, portanto, a incidência de correção monetária para atualização da obrigação
ao longo do tempo deve estar expressamente prevista no contrato. Os alimentos acordados
voluntariamente entre ex-cônjuges, por se encontrarem na esfera de sua estrita
disponibilidade, devem ser considerados como verdadeiro contrato, cuja validade e eficácia
dependem exclusivamente da higidez da manifestação de vontade das partes apostas no
acordo. Não confundir:

l
 acordo de alimentos entre ex-cônjuges não prevê atualização monetária da pensão
a
n
alimentícia ao longo do tempo: o valor da obrigação se mantém pelo valor histórico (valor
io
original).
a c
u c
d e
 decisão judicial não prevê atualização monetária da pensão alimentícia: mesmo assim a
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prestação deverá ser corrigida, atualizando-se o valor historicamente fixado. Observação: a

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correção monetária explicada acima diz respeito à atualização da obrigação original fixada
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no contrato e paga na data do vencimento. Não se estava tratando sobre correção

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monetária de parcelas pagas em atraso. Mesmo que o contrato não preveja, haverá
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incidência de correção monetária caso o alimentante pague a pensão alimentícia após a
d
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data do vencimento. STJ. 3ª Turma. REsp 1.705.669-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze,
t u
julgado em 12/02/2019. n d
a ta
Ação monitória jo n
 Informativo 604 do STJ

O pedido de alongamento da dívida originada de crédito rural pode ser feito em sede de
embargos à monitória ou contestação, independentemente de reconvenção. O
preenchimento dos requisitos legais para a securitização da dívida originada de crédito
rural (ou alongamento) constitui matéria de defesa do devedor, passível de ser alegada em
embargos à monitória ou contestação, independentemente de reconvenção. STJ. 3ª Turma.
REsp 1531676-MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 18/5/2017.

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Mandado de Segurança

 Informativo 912 do STF:

É desnecessária a oitiva do MP se o tribunal já tiver jurisprudência consolidada sobre o


tema discutido.

 Informativo 912 do STF:

O mandado de segurança não é o instrumento processual adequado para o controle


abstrato de constitucionalidade de leis e atos normativos.

 Informativo 634 do STJ:

l
Nos casos de anistia política, em sede de mandado de segurança, só é possível a inclusão
a
ion
de juros de mora e correção monetária na fase executiva quando houver decisão expressa

a c
nesse sentido.
u c
 Informativo 644 do STJ: E dad d e
e
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A legislação não prevê requisitos formais no pedido de contracautela (suspensão de
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segurança). Para sua análise, exige-se tão somente requerimento da pessoa jurídica que

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exerce múnus público, formalizado em simples petição dirigida ao presidente do tribunal
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ao qual couber o conhecimento do respectivo recurso na causa principal.
d
A J 0 ra
 t
Informativo 578 do STJ: u
n d
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O prazo decadencial para impetrar mandado de segurança contra redução do valor de
jo n
vantagem integrante de proventos ou de remuneração de servidor público renova-se mês
a mês. A redução, ao contrário da supressão de vantagem, configura relação de trato
sucessivo, pois não equivale à negação do próprio fundo de direito. Assim, o prazo
decadencial para se impetrar a ação mandamental renova-se mês a mês. • Ato que
SUPRIME vantagem: é ato ÚNICO (o prazo para o MS é contado da data em que o
prejudicado tomou ciência do ato). • Ato que REDUZ vantagem: consiste em prestação de
TRATO SUCESSIVO (o prazo para o MS renova-se mês a mês).

 Informativo 818 do STF:


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Compete ao STF julgar mandado de segurança impetrado pelo Tribunal de Justiça contra
ato do Governador do Estado que atrasa o repasse do duodécimo devido ao Poder
Judiciário. Nesta hipótese, todos os magistrados do TJ possuem interesse econômico no
julgamento do feito, uma vez que o pagamento dos subsídios está condicionado ao
cumprimento do dever constitucional de repasse das dotações consignadas ao Poder
Judiciário estadual pelo chefe do Poder Executivo respectivo. Logo, a situação em tela se
amolda ao art. 102, I, "n", da CF/88.

 Informativo 701 do STF:

A União pode intervir em mandado de segurança impetrado contra ato do CNJ, mesmo
que no processo esteja sendo discutido um concurso público do Tribunal de Justiça
(estadual) a l
io n
 Informativo 528 do STJ:
a c
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No mandado de segurança, se o impetrante morre, os seus herdeiros não podem se
e
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habilitar para continuar o processo. Assim, falecendo o impetrante, o mandado de
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segurança será extinto sem resolução do mérito, ainda que já esteja em fase de recurso.

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Isso ocorre em razão do caráter mandamental e da natureza personalíssima do MS.

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STJ. 2ª Turma. RMS 31.707-MT, Rel. Min. Diva Malerbi (Desembargadora

A J 0 ra
convocada do TRF da 3ª Região), julgado em 13/11/2012.
t u
d
n de inconstitucionalidade, em mandado de segurança, de
t a
É possível a declaração incidental
a normativos do Poder Público, desde que a controvérsia
jo
quaisquer leis ou atosn
constitucional não figure como pedido, mas sim como causa de pedir, fundamento ou
simples questão prejudicial, indispensável à resolução do litígio principal.

 Informativo 816 do STF:

O mandado de segurança não é a via adequada para aferir critérios utilizados pelo TCU e
que culminaram por condenar solidariamente a empresa impetrante à devolução de valores
ao erário, em razão de superfaturamento de preços constatado em aditamentos contratuais
por ela celebrados com a Administração Pública. Isso porque para a análise do pedido

72
seria necessária a análise pericial e verificação de preços, dados e tabelas, o que é
incompatível com o rito do mandado de segurança.

 STJ. 2ª Turma. RMS 30.746-MG, Rel. Min. Castro Meira, julgado em 27/11/2012.

Não é possível que o autor impetre um mandado de segurança para obter fornecimento
de medicamentos para tratamento da doença que o acomete. Isso porque a instrução de
MS somente com laudo médico particular não configura prova pré-constituída da liquidez
e certeza do direito do impetrante de obter do Poder Público determinados medicamentos
e insumos para o tratamento de enfermidade.

 STJ. Corte Especial. AgRg no MS 17.857-DF, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima,
julgado em 7/11/2012.
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Somente se admite a impetração de MS contra ato judicial se houver abusividade,
a c
c
teratologia, a existência de dano irreparável ou de difícil reparação, decorrente da prática
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do ato judicial impugnado, desde que não seja possível a interposição de recurso passível
de atribuição de efeito suspensivo. e
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STJ. 1ª Turma. AgInt no RMS 42.563/MG, Rel. Min. Regina Helena Costa,
julgado em 23/05/2017.
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A aplicação da teoria da encampação, que mitiga a indicação errônea da autoridade
A J 0 ra
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coatora em mandado de segurança, tem lugar quando presentes os seguintes requisitos:
u
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a) há vínculo hierárquico entrena autoridade impetrada que prestou as informações e aquela
a ta
jon do ato. Ex: Governador e Secretário Estadual; b) a autoridade
que determinou a prática
impetrada, em suas informações, manifestou-se sobre o mérito do mandado de segurança;
e c) se o MS for julgado, não haverá modificação na competência constitucionalmente
estabelecida. Ex: o MS foi impetrado contra o Governador, mas o ato era do Secretário de
Estado. Pela Constituição Estadual, o TJ é competente para julgar tanto MS tanto no caso
de Governador como no de Secretário.

Ação Civil Pública

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 STJ. 1ª Seção. AgRg nos EDcl no CC 113.788-DF, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima,
julgado em 14/11/2012

A competência para processar e julgar ação civil pública é absoluta e se dá em função do


local onde ocorreu o dano.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Presidência da República, 1988.

______. Lei nº 13.105 de 16 de março de 2015. Institui o Código de Processo Civil. Brasília:
Presidência da República, 2015.

BUENO, Cassio Scarpinella. Manual de Direito Processual Civil: Inteiramente Estruturado à


Luz do Novo CPC, de acordo com a Lei n. 13.256, de 4-2-2016. 2. ed. rev., atual. e ampl. – São
Paulo: Saraiva, 2016.

a l
n
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Vade Mecum de Jurisprudência Dizer o Direito. 4ª Edição.
io
– Salvador: Ed. Podivm, 2018.
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u c
d e
CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmulas do STF e STJ. 3ª Edição. – Salvador: Ed. Podivm,
E dad
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DIDIER JR., Fredie. Curso de Direito Processual Civil: Introdução ao Direito Processual Civil,

e um n D .4 a
Parte Geral e Processo de Conhecimento. 18. ed. - Salvador: Ed. Jus Podivm, 2016.
r ata 86 gm
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GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Direito Processual Civil Esquematizado/ Marcus Vinicius
d
A J 0 ra
Rios Gonçalves; coordenador Pedro Lenza. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
t u
d
n Sérgio Cruz; MITIDIERO, Daniel. Novo Código de
t a
MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART,
aed. rev. atual. e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2016.
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processo civil comentado.n2.

Neves, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito Processual Civil - Volume Único. 10ª
edição. Editora JusPodvm, 2018.

Thamay, Rennan. Manual de Direito Processual Civil – 2. ed. – São Paulo: Saraiva Educação,
2019.

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THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil – Teoria geral do direito
processual civil, processo de conhecimento e procedimento comum – vol. I/Humberto
Theodoro Júnior. 58. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2017.

a l
io n
a c
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MAGISTRATURA
FEDERAL
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a c
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E d e
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Direito Processual
Su utra 22-92il.com Civil
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V e Capítulo
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SUMÁRIO

DIREITO PROCESSUAL CIVIL, Capítulo 11.................................................................................................................3


35. Processo Coletivo ....................................................................................................................................................... 3

35.1 Microssistema Processual Coletivo ....................................................................................................... 3

35.2 Princípios do Direito Processual Coletivo .......................................................................................... 3

35.2.1 Princípio da Integratividade do Microssistema Processual Coletivo (Aplicação


Integrada das Leis Processuais Coletivas) ...................................................................................................... 3

35.2.2 Princípio do Interesse Jurisdicional no Conhecimento do Mérito do Processo


Coletivo 4 a l
io n
35.2.3
a c
Princípio da Máxima Prioridade da Tutela Jurisdicional Coletiva ................................... 4

u c
35.2.4 d e
Princípio da Disponibilidade Motivada da Ação Coletiva .................................................. 5
E dad
35.2.5 e
rt le
Princípio da Presunção da Legitimidade Ad Causam Ativa pela Afirmação de

p o So
u ra 92
Direito Coletivo.......................................................................................................................................................... 5
S ut 22- il.com
um n D .4 a
35.2.6 Princípio da Não Taxatividade ou da Atipicidade da Ação Coletiva ............................. 6

e r ata 86 gm
35.2.7
V on 24.5 67@
Princípio do Máximo Benefício da Tutela Jurisdicional Coletiva Comum ................... 6
d
35.2.8 A J 0 ra
Princípio do Ativismo Judicial ou da Máxima Efetividade do Processo Coletivo .... 6
t u
35.2.9 n d
Princípio da Máxima Efetividade da Tutela Jurisdicional Coletiva .................................. 7
a ta
35.2.10 Princípio da n
joObrigatoriedade/Indisponibilidade da Execução Coletiva........................ 7

35.2.11 Princípio da Ampla Divulgação da Demanda Coletiva (art. 94, CDC) ........................... 8

35.2.12 Princípio da Competência Adequada .......................................................................................... 8

35.3 Situações Jurídicas Coletivas .................................................................................................................... 9

35.3.1 Direitos Protegidos (art. 81, CDC) ................................................................................................. 9

35.4 Aspectos Procedimentais Específicos ................................................................................................ 10

35.4.1 Legitimados Coletivos ..................................................................................................................... 10


35.4.2 Procedimento coletivo .................................................................................................................... 14

35.5 Prescrição das Ações Coletivas ............................................................................................................ 16

35.6 Decisão Estrutural ...................................................................................................................................... 17

35.7 Coisa Julgada ............................................................................................................................................... 17

35.7.1 Suspensão e Extensão da Coisa Julgada ................................................................................ 18

35.8 Liquidação e Execução ............................................................................................................................ 19

35.8.1 Liquidação............................................................................................................................................. 19

35.8.2 Execução Coletiva .............................................................................................................................. 20

35.9 a l
Processo Coletivo Passivo ...................................................................................................................... 22

io n
c
QUADRO SINÓTICO ..................................................................................................................................................... 23
a
u c
d e
QUESTÕES COMENTADAS ....................................................................................................................................... 31
E dad
e
rt le
GABARITO ......................................................................................................................................................................... 42

p o So
S ut 22- il.com u ra 92
QUESTÃO DESAFIO ........................................................................................................................................................ 43

e r ata 86 gm um n D .4 a
GABARITO DA QUESTÃO DESAFIO......................................................................................................................... 44

V on 24.5 67@
LEGISLAÇÃO COMPILADA............................................................................................................................................ 46
d
A J 0 ra
JURISPRUDÊNCIA ............................................................................................................................................................ 47
t u
n d
a t a
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................................................. 56

jo n
DIREITO PROCESSUAL CIVIL

Capítulo 11
Por fim, neste último capítulo, trouxemos o assunto do Processo Coletivo. Esse não é um assunto
TÃO explorado nas provas de magistratura federal, como o é para as provas de membro do
Ministério Público, por exemplo. Contudo, é um tema curto, mas que foge um pouco da regra
do CPC, e que consta dos editais de provas para Juiz Federal, razão pela qual não deve ser
negligenciado. Vamos lá!

35. Processo Coletivo


a l
io n
35.1 Microssistema Processual Coletivo
a c
u c
E dad d e
Como sabemos, o processo apresenta dois modelos ou regimes: a) o processo individual,
e
rt le
regulado basicamente pelo CPC e b) o processo coletivo, decorrente da denominada
p o So
u ra 92
massificação das relações sociais e do aparecimento dos denominados direitos difusos,
S ut 22- il.com
um n D .4 a
coletivos stricto sensu e individuais homogêneos, o qual é regulado por Leis esparsas, tais

e r ata 86 gm
como a Lei nº 4.717/1965 (Ação Popular), a Lei nº 7.347/1985 (Ação Civil Pública), a Lei nº

d V on 24.5 67@
8.429/1992 (Improbidade Administrativa) e a Lei do mandado de segurança coletivo.
A J 0 ra
t u
d
Ressalte-se, ainda, que o processo coletivo além de ser regrado por um microssistema
n
a ta
processual de leis esparsas, está intimamente ligado às regras processuais dispostas no Código
jo n
de Defesa do Consumidor, isto é, está agregado a estas.

35.2 Princípios do Direito Processual Coletivo

35.2.1 Princípio da Integratividade do Microssistema Processual


Coletivo (Aplicação Integrada das Leis Processuais Coletivas)

O processo coletivo brasileiro adota a Teoria do Diálogo das Fontes Normativas. Ou


seja, o fenômeno da integratividade se caracteriza como Norma de Reenvio, na qual uma lei
manda aplicar a outra reciprocamente, quando há compatibilização entre as normas.

3
CDC Art. 90. Aplicam-se às ações previstas neste título as normas do Código de Processo
Civil e da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985 (LACP), inclusive no que respeita ao inquérito

civil, naquilo que não contrariar suas disposições.

LACP Art. 21. Aplicam-se à defesa dos direitos e interesses difusos, coletivos e individuais,
no que for cabível, os dispositivos do Título III da lei que instituiu o Código de Defesa do
Consumidor.

Pelo princípio em análise, todas as normas paralelas devem se comunicar com o núcleo,
e acabam comunicando-se entre si, gerando um total diálogo das fontes. Contudo, na falta de
norma específica, busca-se no núcleo. Porém, se não há norma aplicável no núcleo, busca-se
nas demais leis que formam o microssistema.

Importante destacar que o CPC só é aplicável subsidiariamente, vale dizer, quando não
a l
existe norma aplicável em nenhuma lei do microssistema processual coletivo.
io n
c
ano Conhecimento
c
35.2.2 Princípio do Interesse Jurisdicional
u e do
Mérito do Processo ColetivoE
d d
t e d a
o r ole
p ra S 92 m
De acordo com este princípio, o juiz deve buscar facilitar o acesso à justiça, superando
u
S ut 22- il.co
vícios processuais, pois as ações de natureza coletiva são de natureza social. Desta forma, o

r u m n D .4
m a
a
e nat .58 @g 6
Judiciário deve flexibilizar os requisitos de admissibilidade processual para enfrentar o mérito
V
do processo coletivo.
d o 24 67
A J 0 tra
u
Assim, antes mesmo de o CPC trazer como regra o julgamento de mérito do processo, o
d
a n
processo coletivo já trazia essetprincípio no seu microssistema, havendo, atualmente, apenas a
n a
sua disposição expressajono código processual civil brasileiro.

Art. 4º do CPC: As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral
do mérito, incluída a atividade satisfativa.

35.2.3 Princípio da Máxima Prioridade da Tutela Jurisdicional


Coletiva

Trata-se de prioridade de feitos destinados à tutela jurisdicional coletiva, até porque o


interesse social prepondera sobre o individual. Ademais, em consideração ao princípio da
prioridade na tramitação, trata-se de princípio implícito, decorrente da lógica do sistema.
4
Portanto, por esse princípio, o processo coletivo tem preferência sobre o processo
individual, salvo os casos de exceções legais (HC, MS, HD).

35.2.4 Princípio da Disponibilidade Motivada da Ação Coletiva

Este princípio determina a análise dos motivos da desistência da ação pelos


legitimados ativos. Se for considerada infundada, caberá ao MP assumir a titularidade do feito
quando a ação houver sido originariamente proposta por quaisquer dos legitimados
concorrentes (sucessão processual).

LACP Art. 5º, §3°. Em caso de desistência infundada ou abandono da ação por associação
legitimada, o Ministério Público ou outro legitimado assumirá a titularidade ativa.
LAP Art. 9º Se o autor desistir da ação ou der motivo à absolvição da instância, serão

a l
publicados editais nos prazos e condições previstos no art. 7º, inciso II, ficando assegurado

io n
a qualquer cidadão, bem como ao representante do Ministério Público, dentro do prazo

a c
c
de 90 (noventa) dias da última publicação feita, promover o prosseguimento da ação.
u
E dad d e
Assim, já que se trata de um princípio que aduz a indisponibilidade relativa da demanda
e
rt le
o So
coletiva, não poderá haver a desistência infundada.
p
u ra 92
S ut 22- il.com
35.2.5 Princípio da Presunção da Legitimidade Ad Causam Ativa

r u m n D .4
m a
pela Afirmação
a de 6
Direito Coletivo
Ve nat .58 @g
Ad Jo 024 ra67
No Brasil, diferentemente do sistema norte-americano, em que qualquer pessoa pode

d
propor ação coletiva, desde que proveuta adequada representação do grupo, o legislador
t a n
n a legitimados no art. 5º da LACP. Estes são os únicos que
optou por estabelecer um rol de
jo no Brasil, assim, esta é a afirmação de direito coletivo para que
podem demandar coletivamente
se presuma a legitimidade ad causam.

Com relação ao MP, a aplicação do princípio decorre da própria CF, pois os arts. 127 e
129, III, atribuem legitimidade coletiva institucional, bastando se tratar de direito social para,
naturalmente, restar configurada a legitimidade do MP.

5
35.2.6 Princípio da Não Taxatividade ou da Atipicidade da Ação
Coletiva

O rol das ações coletivas não é taxativo, uma vez que objetiva ampliar o acesso
à tutela coletiva. Assim, qualquer ação pode ser coletivizada, desde que o objeto seja a tutela
de interesses metaindividuais, conforme dispõe o art. 83 do CDC:

CDC Art. 83. Para a defesa dos direitos e interesses protegidos por este código são
admissíveis todas as espécies de ações capazes de propiciar sua adequada e efetiva tutela.

Assim, não se pode limitar as hipóteses de cabimento de ação coletiva. Qualquer direito
coletivo poderá ser objeto de ação coletiva, pois o que importa para definir uma ação como
coletiva ou não é o seu objeto e não o seu procedimento.
a l
35.2.7 Princípio do Máximo Benefício da Tutela Jurisdicional io n
a c
Coletiva Comum u c
E dad d e
e
rt le
Busca-se o aproveitamento máximo da prestação jurisdicional coletiva, a fim de se

p o So
evitar novas demandas, principalmente as individuais que possuam a mesma causa de pedir.
u ra 92
S ut 22- il.com
Devem ser extraídos todos os resultados positivos possíveis da certeza jurídica emergente do
um n D .4 a
r ata 86 gm
julgamento procedente do pedido formulado em sede de uma ação coletiva.
e
d V on 24.5 67@
J 0 ra
Assim, este princípio favorece o jurisdicionado, pois a coisa julgada coletiva só beneficia
A t u
os indivíduos, nunca prejudica. Em contrapartida, a coisa julgada negativa (improcedência da
n d
ta
ação) não impede que os indivíduos ajuízem suas ações individuais.
a
jo n
O maior exemplo disso é o transporte in utilibus da coisa julgada coletiva, que ocorre
quando a decisão do processo coletivo for de procedência, sendo a possibilidade de o autor
individual se utilizar da coisa julgada coletiva para proceder à liquidação e execução.

35.2.8 Princípio do Ativismo Judicial ou da Máxima Efetividade do


Processo Coletivo

Trata-se de princípio implícito em que o Poder Judiciário possui, no direito processual


coletivo, poderes instrutórios e deve atuar independente da iniciativa das partes para a busca

6
da verdade processual e a efetividade do processo coletivo. Impõe-se que sejam realizadas
todas as diligências para que se alcance a verdade, o que exige do juiz a realização do novo
papel a ele conferido pelo sistema constitucional vigente.

O próprio papel do juiz modifica-se, enquanto cabe a ele a decisão a respeito de conflitos
de massa. Não há espaço para o “juiz neutro”, motivo pelo qual todas as leis processuais têm
investido o julgador de maiores poderes de impulso.

35.2.9 Princípio da Máxima Efetividade da Tutela Jurisdicional


Coletiva

São cabíveis todos os tipos de tutelas no direito processual coletivo: preventivas,

l
repressivas, condenatórias, declaratórias, constitutivas, mandamentais, executivas, cautelares etc.
a
io n
Da mesma forma, podem ser utilizados todos os ritos e medidas eficazes previstos no sistema
a c
c
processual, a fim de se garantir a tutela efetiva dos direitos ou interesses coletivos.
u
35.2.10 Princípio da E dad d e
Obrigatoriedade/Indisponibilidade da
e
rt le
Execução Coletiva
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
um n D .4 a
Trata-se de princípio previsto nos arts. 15, da LACP, e 16, da LAP, dispondo que, havendo

e r ata 86 gm
desídia dos outros legitimados ativos, caberá ao MP, por dever, a promoção da execução

d V on 24.5 67@
coletiva.
A J 0 ra
t u
d
Assim, ajuizada a ação coletiva e julgada procedente, é dever do Estado (através do MP)
n
a ta
efetivar o direito coletivo lato sensu. O autor é obrigado a executar a sentença proferida em
jo n
ação coletiva em 60 dias, ou o MP o fará.

LACP Art. 15. Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado da sentença condenatória,
sem que a associação autora lhe promova a execução, deverá fazê-lo o Ministério Público,
facultada igual iniciativa aos demais legitimados.

LAP Art. 16. Caso decorridos 60 (sessenta) dias da publicação da sentença condenatória
de segunda instância, sem que o autor ou terceiro promova a respectiva execução, o
representante do Ministério Público a promoverá nos 30 (trinta) dias seguintes, sob pena
de falta grave.

7
Desta forma, é impossível não se proceder à execução da decisão de ação coletiva, ela é
obrigatória, ou seja, não há a possibilidade nem de desistência motivada. Para os
colegitimados é faculdade a execução, mas para o MP é dever.

Contudo, importante destacar que os artigos acima mencionados se aplicam aos direitos
difusos e coletivos. Em contrapartida, em relação aos direitos individuais homogêneos, aplica-
se a regra própria prevista no art. 100 do CDC.

CDC Art. 100. Decorrido o prazo de um ano sem habilitação de interessados em número
compatível com a gravidade do dano, poderão os legitimados do art. 82 promover a

liquidação e execução da indenização devida.

35.2.11 Princípio da Ampla Divulgação da Demanda Coletiva (art.


94, CDC) a l
io n
a c
Trata-se do denominado fair notice do direito americano.
u c
E dad d e
CDC Art. 94. Proposta a ação, será publicado edital no órgão oficial, a fim de que os
e
rt le
interessados possam intervir no processo como litisconsortes, sem prejuízo de ampla

p o So
consumidor.
u ra 92
divulgação pelos meios de comunicação social por parte dos órgãos de defesa do

S ut 22- il.com
e um n D .4 a
r ata 86 gm
CDC Art. 104. As ações coletivas, previstas nos incisos I e II e do parágrafo único do art.

d V on 24.5 67@
81, não induzem litispendência para as ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada

A J 0 ra
erga omnes ou ultra partes a que aludem os incisos II e III do artigo anterior não
t u
d
beneficiarão os autores das ações individuais, se não for requerida sua suspensão no prazo
n
a ta
de trinta dias, a contar da ciência nos autos do ajuizamento da ação coletiva.

jo n
Assim, tal princípio é importante pois é necessário que o beneficiário seja notificado da
ação coletiva para que opte por permanecer com a ação individual ou não. Assim, é
obrigatória a comunicação ao beneficiário.

35.2.12 Princípio da Competência Adequada

Nas demandas coletivas a competência territorial (local do dano) concorrente é


absoluta e será determinada pela prevenção. Nada obsta, entretanto, que o juízo prevento1

1
Vide Questão 7.
8
decline da sua competência em favor de outro juízo, que seja mais adequado para a apreciação
do caso concreto.

35.3 Situações Jurídicas Coletivas

35.3.1 Direitos Protegidos (art. 81, CDC)

A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas poderá ser exercida
em juízo individualmente ou a título coletivo. Porém, a defesa coletiva será exercida quando se
tratar de:2

 Interesses ou direitos difusos: assim entendidos, para efeitos do CDC, os


transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas
indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato; n al
c i o

c a
Interesses ou direitos coletivos: assim entendidos, para efeitos do CDC, os

d de u
transindividuais, de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe
E
e da
de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica base;

o r t ole

p S
Interesses ou direitos individuais homogêneos: assim entendidos os decorrentes de
origem comum. Su utra 22-92il.com
r um n D .4
m a
a
e at 8 g 6
d V on 24. 67@ 5
A J 0 ra
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Normas Fundamentais
ta n
n a
jo
DIVISIBILIDADE DETERMINAÇÃO EXISTÊNCIA DE RELAÇÃO
MODALIDADE DO BEM DOS TITULARES JURÍDICA
JURÍDICO

DIREITOS Indivisível Indeterminados NÃO


DIFUSOS (ligados por circunstâncias de fato)

2
Vide Questão 2.
9
DIREITOS Indivisível Determináveis SIM
COLETIVOS (ligados por uma relação-jurídica base)

DIREITOS Determinados ou IRRELEVANTE


INDIVIDUAIS Divisível determináveis (decorrentes de origem comum)

HOMOGÊNEOS

35.4 Aspectos Procedimentais Específicos

35.4.1 Legitimados Coletivos

Conforme explicitado acima, somente as pessoas com representatividade adequada


estão habilitadas a agir como legitimados ativos nas ações coletivas.

a l
Existem dois sistemas para aferir a representatividade adequada:
io n
a c
c
 Ope legis: a adequação é previamente determinada em lei, apenas o legislador
u
d e
prevê requisitos para a legitimação, assim há uma previsão taxativa na lei. É a teoria
E dad
adotada no Brasil. e
rt le
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
É necessário então um critério objetivo da pertinência temática como forma de controle

e um n D .4 a
da adequada representação, de modo que, por exemplo, as associações civis devem incluir em
r ata 86 gm
seus fins institucionais a defesa dos interesses objetivados na ACP por elas propostas.

d V on 24.5 67@
OpeA
judicis
J 0 ra
: o juiz tem o dever-poder de verificar a adequada representação, sendo

t u
n d
que nestes casos o controle será in concreto, em decisão fundamentada. É a teoria
a ta
n
adotada nos Estados Unidos.
jo

Tem sido utilizado no Brasil para o controle da adequada representação do MP nos casos
de direitos individuais homogêneos disponíveis (“relevante interesse público”).

10
Para proteger os direitos coletivos latu sensu, previstos no art. 81 do CDC, são
legitimados concorrente e disjuntivamente, pois cada legitimidade possui autonomia para
ingressar com a ACP, de acordo com o art. 82 do CDC, o:

 Ministério Público:

Há possibilidade de litisconsórcio entre MPU, MPDF e MPE, desde que as circunstâncias


do caso recomendem, ou seja, depende da demonstração de alguma razão específica que
justifique a presença de ambos na lide.

Ademais, conforme já exposto, há necessidade de relevância social para a defesa dos


direitos individuais homogêneos pelo MP.

a
Segundo entendimento recente do STJ, o Ministério Público Federal possui legitimidadel
io n
para propor ação civil pública a fim de debater a cobrança de encargos bancários supostamente
a c
c
abusivos praticados por instituições financeiras privadas3, para ajuizar ação civil pública que vise
u
E dad d e
anular ato administrativo de aposentadoria que importe em lesão ao patrimônio público4, e para
e
rt le
a propositura de ação civil pública em defesa de direitos sociais relacionados ao Fundo de
p o So
Garantia do Tempo de Serviço (FGTS)5.
u ra 92
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e um n D .4 a
Ademais, segundo a Súmula 601/STJ: O Ministério Público tem legitimidade ativa para
r ata 86 gm
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atuar na defesa de direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos dos consumidores, ainda
d
A J 0 ra
que decorrentes da prestação de serviço público. Todavia, o exercício da legitimação
t u
d
extraordinária, conferida para tutelar direitos individuais homogêneos em ação civil pública, não
n
a ta
pode ser estendido para abarcar a disposição de interesses personalíssimos, tais como a
jo n
intimidade, a privacidade e o sigilo bancário dos substituídos. Configura quebra de sigilo
bancário a decisão judicial que antecipa os efeitos da tutela para determinar que o banco

3 STJ. 3ª Turma. REsp 1573723-RS, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 10/12/2019 (Info 662).
4
STF. Plenário. RE 409356/RO, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 25/10/2018 (repercussão geral) (Info 921).
5
STF. Plenário. RE 643978/SE, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 9/10/2019 (repercussão geral – Tema
850) (Info 955)
11
forneça os dados cadastrais dos correntistas que assinaram determinado tipo de contrato, a fim
de instruir ação civil pública6.

Sobre a Defensoria Pública, o CDC não previu expressamente a legitimidade da defensoria, a


previsão está somente na LACP. Contudo, a DP será legitimada sempre que houver interesses
de necessitados (missão constitucional). É imperativa a existência de hipossuficientes no
grupo, econômicos ou jurídicos, mas a existência de pessoas não necessitadas no grupo não
elide a legitimação.
a l
io n
a c
 União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal. O STJ já decidiu que o
u c
d e
Município tem legitimidade ad causam para ajuizar ação civil pública em defesa de
E dad
e
direitos consumeristas questionando a cobrança de tarifas bancárias7;
rt le
p o So
 Entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou indireta, ainda que sem
u ra 92
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personalidade jurídica, especificamente destinados à defesa dos interesses e direitos
protegidos pelo CDC;
e um n D .4 a
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 Associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que incluam entre
d
A J 0 ra
seus fins institucionais a defesa dos interesses e direitos protegidos pelo CDC,
t u
n d
dispensada a autorização assemblear, sendo aplicável a todo microssistema. Caso
a ta
n
ocorra dissolução da associação que ajuizou ação civil pública, é possível sua
jo
substituição no polo ativo por outra associação que possua a mesma finalidade
temática8.

Para fins de pertinência temática, não precisa ter uma finalidade específica, bastando
que tenha finalidades institucionais compatíveis com a defesa do interesse transindividual que
pretendam tutelar. Por exemplo: uma associação que tenha fins específicos de proteção ao

6
STJ. 3ª Turma. REsp 1611821-MT, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 13/6/2017 (Info 607).
7
STJ. 3ª Turma. REsp 1509586-SC, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 15/05/2018 (Info 626).
8
STJ. 3ª Turma. EDcl no REsp 1405697/MG, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 10/09/2019.
12
consumidor não possui legitimidade para o ajuizamento de ação civil pública com a finalidade
de tutelar interesses coletivos de beneficiários do seguro DPVAT. Isso porque o seguro DPVAT
não tem natureza consumerista, faltando, portanto, pertinência temática9.

A autorização das associações poderá ser manifestada por dois meios: a) por declaração
individual do associado, ou b) por aprovação na assembleia geral da entidade. Contudo,
excepcionalmente, no caso de impetração de mandado de segurança coletivo, a associação
não precisa de autorização específica dos filiados. Isto porque se trata de hipótese de
legitimação extraordinária (substituição processual), ou seja, a associação defende, em nome
próprio, direitos dos filiados10.

a l
io n
a c
u c
E dad d e
e
rt le
Súmula 629 do STF: A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de

p o So
u ra 92
classe em favor dos associados independe da autorização destes.
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9
A J 0 ra
STJ. 2ª Seção. REsp 1091756-MG, Rel. Min. Marco Buzzi, Rel. Acd. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em
13/12/2017 (Info 618). t u
n d
ta
10
As associações possuem legitimidade para defesa dos direitos e dos interesses coletivos ou individuais

n a
homogêneos, independentemente de autorização expressa dos associados (STJ. 2ª Turma. REsp 1796185/RS, Rel.
jo
Min. Herman Benjamin, julgado em 28/03/2019). As associações de classe atuam como representantes processuais,
sendo obrigatória a autorização individual ou assemblear dos associados - STF, RE 573.232. Esse entendimento,
todavia, não se aplica na hipótese de a associação buscar em juízo a tutela de interesses ou direitos difusos - art.
82, IV, do CDC (STJ. 4ª Turma. AgInt no REsp 1335681/SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 26/02/2019).
Por se tratar do regime de substituição processual, a autorização para a defesa do interesse coletivo em sentido
amplo é estabelecida na definição dos objetivos institucionais, no próprio ato de criação da associação, sendo
desnecessária nova autorização ou deliberação assemblear. As teses de repercussão geral resultadas do julgamento
do RE 612.043/PR e do RE 573.232/SC têm seu alcance expressamente restringido às ações coletivas de rito
ordinário, as quais tratam de interesses meramente individuais, sem índole coletiva, pois, nessas situações, o autor
se limita a representar os titulares do direito controvertido, atuando na defesa de interesses alheios e em nome
alheio (STJ. 3ª Turma. REsp 1649087/RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 02/10/2018. STJ. 3ª Turma. AgInt no
REsp 1719820/MG, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 15/04/2019. Extraído do Blog do Dizer o Direito).
13
Ademais, há impossibilidade de a ação coletiva ser ajuizada pela associação em favor
de seus filiados futuros, assim, a associação não tem legitimidade ativa para defender os
interesses dos associados que vierem a se agregar somente após o ajuizamento da ação de
conhecimento11.

O requisito da pré-constituição pode ser dispensado pelo juiz quando haja manifesto
interesse social, evidenciado pela dimensão ou característica do dano, ou pela relevância
do bem jurídico a ser protegido.
a l
io n
35.4.2 Procedimento coletivo12 a c
u c
E dad d e
Em relação ao procedimento coletivo, em 2010, o STJ já decidiu que o réu não pode fazer
e
rt le
o So
pedido de declaração incidental em ação coletiva, já que não há, no Brasil, processo coletivo
p
passivo. u ra 92
S ut 22- il.com
um n D .4 a
r ata 86 gm
Quanto à competência, a ação coletiva compete sempre ao 1º grau de jurisdição, não
e
V on 24.5 67@
havendo critério hierárquico. Não há, assim, foro especial.
d
A J 0 ra
t u
n d
a ta
jo n

COMPETÊNCIA TERRITORIAL

DANO DE ÂMBITO LOCAL Justiça Estadual local

DANO DE ÂMBITO REGIONAL Justiça Estadual na capital do Estado

11
STJ. 2ª Turma. REsp 1.468.734-SP, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 1º/3/2016 (Info 579).
12
Vide Questão 3.
14
DANO DE ÂMBITO NACIONAL Justiça Estadual na capital do Estado ou no
DF

CAUSAS EM QUE A UNIÃO, ENTIDADE


AUTÁRQUICA OU EMPRESA PÚBLICA
FEDERAL FOREM INTERESSADAS NA Justiça Federal
CONDIÇÃO DE AUTORAS, RÉS,
ASSISTENTES OU OPONENTES

a l
io n
a c
u c
Súmula 489 do STJ: reconhecida a continência, devem ser reunidas na justiça federal as ações
E dad d e
e
civis públicas propostas nesta e na justiça estadual.
rt le
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
Para garantir os direitos coletivos, há a aplicação do instituto da tutela específica ou

um n D .4 a
resultado prático equivalente, se impossível, perdas e danos (se por elas optar o autor). O juiz

e r ata 86 gm
poderá também aplicar multa diária, também chamada de astreintes, em decorrência do não

d V on 24.5 67@
cumprimento da obrigação, independentemente da condenação em perdas e danos, uma
A J 0 ra
t u
vez que essa tem caráter indenizatório, enquanto aquela tem caráter coercitivo.
n d
a ta
No processo coletivo não há adiantamento de custas, emolumentos, honorários
jo n
periciais e quaisquer outras despesas, salvo comprovada má-fé. Assim, havendo a litigância
de má-fé das associações, a associação e os diretores responsáveis pela propositura da ação
serão solidariamente condenados em honorários advocatícios e ao décuplo das custas, sem
prejuízo da responsabilidade por perdas e danos.

Detalhe: a parte que foi vencida em ação civil pública não tem o dever de pagar
honorários advocatícios em favor do autor da ação13. A justificativa para isso está no princípio

13
Vide Questão 9.
15
da simetria. Isso porque se o autor da ACP perder a demanda, ele não irá pagar honorários
advocatícios, salvo se estiver de má-fé (art. 18 da Lei nº 7.347/85)14.

No procedimento coletivo, há a aplicação subsidiária do CPC e da LACP. Desta forma,


todo o procedimento previsto no art. 8º da LACP sobre o inquérito civil pode ser utilizado para
investigar fatos sobre direitos coletivos.

Havendo a propositura da ação, será publicado edital para que os interessados possam
intervir como litisconsortes. A sentença no processo coletivo é genérica se for procedente, ou
seja, somente estabelecerá a obrigação de indenizar (sentença ilíquida). Na liquidação, os
legitimados devem demonstrar os danos sofridos, para que seja possível mensurar o que cada
um tem direito, o que ocorrerá por procedimento comum (alegação de fatos novos: o evento
danoso, o dano e o nexo causal). a l
io n
a c
Por fim, vale ressaltar que não se admite o cabimento da remessa necessária, tal como
u c
d e
prevista no art. 19 da Lei nº 4.717/65, nas ações coletivas que versem sobre direitos individuais
E dad
e
rt le
homogêneos. Ex: ação proposta pelo MP tutelando direitos individuais homogêneos de
consumidores15.
p o So
S t -u ra 92
c o m
35.5 Prescrição dasm u 22 il.
AçõesDColetivas
r u a n 6 . 4 ma
V e nat .58 @g
d J o 24 67
No que diz respeito à prescrição das ações coletivas, regra geral é de 5 anos
A 0 ra t
prescricionais16. Contudo, não significa que não se poderá intentar uma ação individual sobre o
u
tema. Assim, vejamos: n d
a ta
jo n

OBJETO DA ACP PRAZO PRESCRICIONAL

14
(STJ. 2ª Turma. REsp 1796436/RJ, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 09/05/2019).
15
STJ. 3ª Turma.REsp 1374232-ES, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 26/09/2017 (Info 612).
16
Vide Questão 6.
16
REGRA GERAL 5 anos (art. 21 da LAP)

Dano ao erário Imprescritível

Danos ambientais Imprescritível

Contra a Fazenda Pública 5 anos (art. 1º do Decreto 20.910/32)

Execução INDIVIDUAL 5 anos do trânsito em julgado da sentença


proferida em ação coletiva

35.6 Decisão Estrutural

A sentença é genérica se for procedente, ou seja, somente estabelecerá a obrigação de

a l
indenizar (sentença ilíquida) e essa liquidação será por procedimento comum (alegação de
io n
fatos novos: o evento danoso, o dano e o nexo causal).
a c
u c
35.7 Coisa Julgada
E dad d e
e
rt le
o So
Primeiramente, devemos ressaltar que o art. 103 do CDC, ao tratar do tema em análise,
p
u ra 92
S ut 22- il.com
determina que a sentença fará coisa julgada:

r u m n D .4
m a
 Direitos difusos: erga a
omnes
e at 8 g 6
, exceto se o pedido for julgado improcedente por

d V on 24. 67@ 5
insuficiência de provas, hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra
A J 0 ra
ação com idêntico fundamento,
u t valendo-se de novas provas;
d
Direitos coletivos: ultranpartes, mas limitadamente ao grupo, categoria ou classe,

a ta
jon por insuficiência de provas;
salvo improcedência
 Direitos individuais homogêneos: erga omnes, apenas no caso de procedência do
pedido, para beneficiar todas as vítimas e seus sucessores17.

Os limites objetivos da coisa julgada coletiva são iguais aos do processo individual,
previstos nos arts. 502 a 508 do CPC/2015, ou seja, apenas a parte dispositiva da decisão é
atingida pela imutabilidade da coisa julgada. Por sua vez, quanto aos limites subjetivos,

17
Vide Questão 5.
17
aplicam-se os arts. 103 e 104 do CDC, 16 da LACP e 18 da LAP, que preveem os limites ultra
partes e erga omnes da coisa julgada.

No caso de coisa julgada de direito difuso e coletivo, a coisa julgada é denominada


secundum eventum probationis e, por sua vez, no caso de direito individual homogêneo, a
coisa julgada é denominada secundum eventum litis.

l
Lembremo-nos, por último, que a coisa julgada (isto é, o caráter de imutabilidade de uma
a
decisão), só é vislumbrado frente às sentenças definitivas (de mérito).
io n
a c
c
35.7.1 Suspensão e Extensão da Coisa Julgada
u e
d
E dad
t e
Conforme dispõe o art. 104 do CDC, para o autor da ação individual já proposta aproveitar
r le
o transporte in utilibus o o
p ra S 92 m
da coisa julgada coletiva, deverá requerer a suspensão da sua ação
u
S ut 22- il.co
individual em 30 dias, a contar da ciência do ajuizamento da ação coletiva. Se não pedir a

r um n D .4
suspensão, não será beneficiado pela decisão coletiva.
m a
a
e nat .58 @g 6
d V o 24 67
Assim, além da obrigatoriedade de ser comunicado sobre o processo coletivo, cabe ao
A J 0 ra
ut
beneficiado requerer a suspensão. Apesar de a lei estabelecer que se trata de uma faculdade
d
t a n que a suspensão das ações individuais é obrigatória,
18
do beneficiado, o STJ já decidiu
n a das ações coletivas, o que não impede o ajuizamento de outras
jo
enquanto aguarda o julgamento
individuais.

CDC Art. 104. As ações coletivas, previstas nos incisos I e II e do parágrafo único do art.
81, não induzem litispendência para as ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada
erga omnes ou ultra partes a que aludem os incisos II e III do artigo anterior não
beneficiarão os autores das ações individuais, se não for requerida sua suspensão no prazo

de trinta dias, a contar da ciência nos autos do ajuizamento da ação coletiva.

18
STJ. 2ª Seção. REsp 1.525.327-PR, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 12/12/2018 (Info 643);
18
De acordo com o art. 16 do LACP, a sentença civil fará coisa julgada erga omnes, nos
limites da competência territorial do órgão prolator:

LACP Art. 16. A sentença civil fará coisa julgada erga omnes, nos limites da competência
territorial do órgão prolator, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência
de provas, hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação com idêntico
fundamento, valendo-se de nova prova.

Contudo, para o STJ19, o art. 16 da LACP não é válido, de modo que a decisão do juiz
na ação civil pública não fica restrita apenas à comarca ou à seção (ou subseção) judiciária
do juiz prolator. Assim, a eficácia das decisões proferidas em ações civis públicas coletivas NÃO
deve ficar limitada ao território da competência do órgão jurisdicional que prolatou a
decisão20.
a l
35.8 Liquidação e Execução io n
a c
u c
35.8.1 Liquidação
E dad d e
e
rt le
o So
Os legitimados para a liquidação e execução dos direitos individuais homogêneos são as
p
u ra 92
S ut 22- il.com
vítimas e sucessores. Se em 1 ano não houver a habilitação de um número de interessados

e um n D .4 a
compatível com a gravidade do dano, os legitimados do art. 82 do CDC assumirão.
r ata 86 gm
V on 24.5 67@
Assim, o prazo para habilitação dos interessados (vítimas e sucessores) não é de 1 ano,
d
A J 0 ra
t
mas sim o prazo prescricional do direito material. Caso não se habilitem interessados e os
u
n d
legitimados do art. 82 promovam a liquidação, a indenização será revertida ao fundo. Contudo,
a ta
n
deve ser reservada quantia até que flua o prazo prescricional (para os retardatários).
jo
Desta forma, como a liquidação é realizada por cada um dos titulares individuais, haverá
um processo autônomo. Se a liquidação for coletiva, pode ser buscada numa fase do processo
coletivo.

19
STJ. Corte Especial. EREsp 1134957/SP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 24/10/2016;
20
Vide Questão 1.
19
Em sede de execução de direitos individuais homogêneos, a liquidação é imprópria: tem
objetivo mais amplo do que a liquidação tradicional e elevada carga cognitiva
(individualização, liquidação, juízo sobre a titularidade do exequente).

35.8.2 Execução Coletiva

Para que ocorra a execução coletiva, é necessário que se tenham as indenizações fixadas
em sentença de liquidação. Assim, a execução promovida pelos entes legitimados somente
abrangerá as vítimas que já tiverem suas indenizações liquidadas.

Existem dois modelos de execução da sentença: a) execução coletiva e b) execução


individual:

a l
 Execução da pretensão coletiva: de acordo com o art. 15 da LACP (princípio da

io n
c
indisponibilidade da ação coletiva), o primeiro legitimado será o autor da ação,
a
u c
contudo, depois de 60 dias, qualquer colegitimado pode e o MP deve executar ação,
se ninguém o fizer; E dad d e
e
rt le
p o So
O destinatário da indenização será o poder público lesado, de modo que o dinheiro vai
u ra 92
S ut 22- il.com
para o FDD (Fundo de Defesa dos Direitos Difusos/Fundo de Bens Públicos Lesados)21.

e um n D .4 a
r ata 86 gm
 Execução da pretensão individual: a sentença em processo de interesse difuso e

d V on 24.5 67@
coletivo pode ser usada pelo particular (transporte in utilibus da coisa julgada); os
A J 0 ra
t u
legitimados são as vítimas do dano ou sucessores, sendo eles também os
d
n deve proceder a uma liquidação de sentença (liquidação
t a
destinatários. O indivíduo
prévia). Assim,jo nabasta provar o quantum debeatur (quanto é devido); o indivíduo
não
deve provar o an debeatur (existência da dívida), ou seja, deve demonstrar o nexo
de causalidade entre o a ação danosa e o prejuízo por ele sofrido.

21
Vide Questão 4.
20
Vamos analisar por meio de tabela a execução coletiva:

EXECUÇÃO DA SENTENÇA CONDENATÓRIA GENÉRICA – DIREITOS INDIVIDUAIS


HOMOGÊNEOS

No juízo da
liquidação da
Proposta pelas vítimas (art. 97) sentença ou no juízo
da ação
EXECUÇÃO DE DANOS
condenatória
INDIVIDUAIS

Proposta pelos legitimados a l


n
cio
No juízo da ação
coletivos (somente as vítimas
c a condenatória
u
com indenizações liquidadas)
d de
E
e da
EXECUÇÃO DE INDENIZAÇÃO
o r t ole
PARA O FUNDO – p S
“fluidrecovery” (somente quando Su utra 22-92il.com
Proposta pelos legitimados No juízo da ação

r um n D .4
m a coletivos (art. 100) condenatória
a
não haja habilitação individual
e at 8 g 6
d V on 24. 67@
no prazo de 1 ano) 5
A J 0 ra
dut
ta n
EXECUÇÃO DA SENTENÇA CONDENATÓRIA COLETIVA (DIREITOS DIFUSOS/COLETIVOS)
n a
jo
EXECUÇÃO DA PRETENSÃO Proposta pelos legitimados No juízo da ação
COLETIVA coletivos condenatória

EXECUÇÃO DE PRETENSÃO
INDIVIDUAL – transporte in No juízo da liquidação
utilibus da coisa julgada Proposta pela vítima da sentença ou da
coletiva para o plano individual ação condenatória
(art. 103, §3º)

21
35.9 Processo Coletivo Passivo

Vamos trazer breves apontamentos sobre o assunto, apenas para você contextualizar nos
seus estudos, ok?

Entende-se processo coletivo passivo como sendo uma demanda proposta em face de
uma coletividade, devidamente representada, cuja causa seja de interesse social relevante.
Contudo, o Projeto de Lei (PL) 5.139/2009 – nova Lei da Ação Civil Pública (ACP) –, que buscava
prevê-lo, não contemplou o instituto das Defendant Class Action.

Fredie Didier aduz que o “objeto da ação coletiva passiva são deveres e estado de sujeição
a l
n
coletivos”, onde a coletividade é uma espécie de titular de um dever: deveres ou estados de
io
a c
sujeições que uma determinada coletividade venha a experimentar, seja ela formada por uma

u c
d e
classe, categoria ou grupo de pessoas indeterminadas, seja ela composta de indivíduos que
E dad
sofram prejuízos divisíveis fruto de origem comum.
e
rt le
p o So
u ra 92
Porém, importa dizer que tal processo possui baixa aplicabilidade inclusive no sistema
S ut 22- il.com
common-law, presente nos Estados Unidos, de modo que, aliado à ausência de previsão legal

e um n D .4 a
r ata 86 gm
no ordenamento jurídico brasileiro e ao fato de que dificilmente qualquer obrigatoriedade em

d V on 24.5 67@
se vincular ao regime da coisa julgada, por certo, ofenderia a CF e caracterizaria um retrocesso
A J 0 ra
t
em relação às ações comuns, dificilmente a sistemática da ação coletiva passiva lograria êxito
u
n d
no ordenamento brasileiro.
a ta
jo n

22
QUADRO SINÓTICO

PROCESSO COLETIVO
O processo apresenta dois modelos ou regimes: a) o processo individual, regulado
MICROSSISTEMA basicamente pelo CPC e b) o processo coletivo, decorrente da denominada massificação

PROCESSUAL das relações sociais e do aparecimento dos denominados direitos difusos, coletivos

stricto sensu e individuais homogêneos.

PRINCÍPIO DA
INTEGRATIVIDADE
a l
DO
io n
O processo coletivo brasileiro adota a Teoria do Diálogo das
MICROSSISTEMA
a c
Fontes Normativas, ou seja, o fenômeno da integratividade se
PROCESSUAL u c
caracteriza como Norma de Reenvio, na qual uma lei manda
COLETIVO E dad d e
aplicar a outra reciprocamente, quando há compatibilização
(APLICAÇÃO e
rt le entre as normas.

p o So
INTEGRADA DAS
u ra 92
S ut 22- il.com
LEIS PROCESSUAIS

e um n D .4 a
r ata 86 gm
COLETIVAS)

PRINCÍPIOS DO
d V on 24.5 67@
PRINCÍPIO DO

A J 0 ra
INTERESSE De acordo com este princípio, o juiz deve buscar facilitar o
DIREITO COLETIVO
t
JURISDICIONAL NO u acesso à justiça, superando vícios processuais, pois as ações de
n d
a ta
CONHECIMENTO natureza coletiva são de natureza social. Desta forma, o

jo n
DO MÉRITO DO Judiciário deve flexibilizar os requisitos de admissibilidade
PROCESSO processual para enfrentar o mérito do processo coletivo.

COLETIVO

PRINCÍPIO DA Trata-se de prioridade de feitos destinados à tutela jurisdicional


MÁXIMA coletiva, até porque o interesse social prepondera sobre o
PRIORIDADE DA individual. Ademais, em consideração ao Princípio da
TUTELA Prioridade na Tramitação, trata-se de princípio implícito,
JURISDICIONAL decorrente da lógica do sistema.

COLETIVA

23
Este princípio determina a análise dos motivos da desistência
da ação pelos legitimados ativos. Se for considerada

PRINCÍPIO DA infundada, caberá ao MP assumir a titularidade do feito,


DISPONIBILIDADE quando a ação houver sido originariamente proposta por
MOTIVADA DA quaisquer dos legitimados concorrentes (sucessão processual).
AÇÃO COLETIVA Assim, já que se trata de um princípio que aduz a

indisponibilidade relativa da demanda coletiva, não poderá


haver a desistência infundada.

PRINCÍPIO DA No Brasil, diferentemente do sistema norte-americano, em que


PRESUNÇÃO DA qualquer pessoa pode propor ação coletiva, desde que prove a

LEGITIMIDADE AD adequada representação do grupo, o legislador optou por


CAUSAM ATIVA estabelecer um rol de legitimados no art. 5º da LACP, os

PELA AFIRMAÇÃO quais são os únicos que podem demandar coletivamente no

a l
DE DIREITO
n
Brasil. Assim, esta é a afirmação de direito coletivo para que se

io
COLETIVO
a c
presuma a legitimidade ad causam.

c
O rol das ações coletivas não é taxativo, uma vez que objetiva
u
E dad d e
ampliar ao acesso à tutela coletiva. Assim, qualquer ação pode
PRINCÍPIO DA NÃO e
rt le
ser coletivizada, desde que o objeto seja a tutela de interesses
TAXATIVIDADE OU
p o So metaindividuais, conforme dispõe o art. 83 do CDC:
DA ATIPICIDADE DA u ra 92
S ut 22- il.com
Logo, não se pode limitar as hipóteses de cabimento de ação

e um n D .4 a
AÇÃO COLETIVA
r ata 86 gm
coletiva. Qualquer direito coletivo poderá ser objeto de ação
coletiva, pois o que importa para definir uma ação como

d V on 24.5 67@ coletiva ou não é o seu objeto e não o seu procedimento.


A J 0 ra
t Busca-se o aproveitamento máximo da prestação jurisdicional

n du coletiva, a fim de se evitar novas demandas, principalmente as

a t a
PRINCÍPIO DO individuais que possuem a mesma causa de pedir. Devem ser
jon
MÁXIMO BENEFÍCIO extraídos todos os resultados positivos possíveis da certeza

DA TUTELA jurídica emergente do julgamento procedente do pedido


JURISDICIONAL formulado em sede de uma ação coletiva.

COLETIVA COMUM O maior exemplo disso é o transporte in utilibus da coisa

julgada coletiva, que ocorre quando a decisão do processo


coletivo for de procedência, sendo a possibilidade de o autor
individual se utilizar da coisa julgada coletiva para proceder à
liquidação e execução.

PRINCÍPIO DO Trata-se de princípio implícito em que o Poder Judiciário


ATIVISMO JUDICIAL possui, no direito processual coletivo, poderes instrutórios e

24
OU DA MÁXIMA deve atuar independente da iniciativa das partes para a busca
EFETIVIDADE DO da verdade processual e a efetividade do processo coletivo.

PROCESSO Impõe-se que sejam realizadas todas as diligências para que se

COLETIVO alcance a verdade, o que exige do juiz a realização do novo


papel a ele conferido pelo sistema constitucional vigente.

PRINCÍPIO DA São cabíveis todos os tipos de tutelas no direito processual


MÁXIMA coletivo: preventivas, repressivas, condenatórias, declaratórias,
EFETIVIDADE DA constitutivas, mandamentais, executivas, cautelares etc. Da

TUTELA mesma forma, podem ser utilizados todos os ritos e medidas


JURISDICIONAL eficazes previstos no sistema processual, a fim de se garantir a

COLETIVA tutela efetiva dos direitos ou interesses coletivos.

Trata-se de princípio previsto nos arts. 15 da LACP e 16 da LAP,


dispondo que, havendo desídia dos outros legitimados ativos,

a l
PRINCÍPIO DA
n
caberá ao MP, por dever, a promoção da execução coletiva.

io
OBRIGATORIEDADE/
c
Assim, ajuizada a ação coletiva e julgada procedente, é dever do
a
INDISPONIBILIDADE
u c
Estado (através do MP) efetivar o direito coletivo lato sensu. O
DA EXECUÇÃO
E dad d e
autor é obrigado a executar a sentença proferida em ação
COLETIVA e
rt le coletiva em 60 dias ou o MP o fará.

p o So
Desta forma, é impossível não se proceder à execução da
u ra 92
S ut 22- il.comdecisão de ação coletiva. É obrigatória, ou seja, não há a

e um n D .4 a
r ata 86 gm
possibilidade nem de desistência motivada. Para os
colegitimados é faculdade a execução, mas para o MP é dever.

d V on 24.5 67@
PRINCÍPIO DA Trata-se do denominado fair notice do direito americano.
A J 0 ra
AMPLAt Assim, tal princípio é importante pois é necessário que o

n
DIVULGAÇÃO DA du beneficiário seja notificado da ação coletiva para que opte por

a t
DEMANDA
a permanecer com a ação individual ou não. Assim, é obrigatória
jon
COLETIVA (CDC, a comunicação ao beneficiário.

ART. 94)

Nas demandas coletivas a competência territorial (local do

PRINCÍPIO DA dano) concorrente é absoluta e será determinada pela

COMPETÊNCIA prevenção. Nada obsta, entretanto, que o juízo prevento decline


ADEQUADA da sua competência em favor de outro juízo que seja mais
adequado para a apreciação do caso concreto.

INTERESSES OU Assim entendidos, para efeitos do CDC, os transindividuais, de


DIREITOS
DIREITOS DIFUSOS natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas
PROTEGIDOS
indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato;

25
INTERESSES OU Assim entendidos, para efeitos do CDC, os transindividuais, de
DIREITOS natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou

COLETIVOS classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por


uma relação jurídica base;

INTERESSES OU
DIREITOS Assim entendidos os decorrentes de origem comum.
INDIVIDUAIS
HOMOGÊNEOS

LEGITIMADOS COLETIVOS

Conforme explicitado acima, somente as pessoas com Representatividade Adequada


estão habilitadas a agir como legitimados ativos nas ações coletivas.
 Ope legis: a adequação é previamente determinada em lei, apenas o legislador

l
prevê requisitos para a legitimação, assim há uma previsão taxativa na lei. É a teoria
a
adotada no Brasil.
io n

a c
Ope judicis: o juiz tem o dever-poder de verificar a adequada representação,

u c
sendo que nestes casos o controle será in concreto, em decisão fundamentada. É a

E dad
teoria adotada nos Estados Unidos. d e
e
rt le
p o So Legitimados:

Su utra 2-92 l.com


 Ministério Público: Há possibilidade de litisconsórcio entre MPU, MPDF e MPE,

m D 4 2 ai
desde que as circunstâncias do caso recomendem, ou seja, depende da

u .
er tan 86 gm
demonstração de alguma razão específica que justifique a presença de ambos
ASPECTOS
V n a .5 @
na lide.
PROCEDIMENTAIS
d J o 24 67
A 0 tra
 União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal;

du
 Entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou indireta, ainda que sem
n
t a
personalidade jurídica, especificamente destinados à defesa dos interesses e
a
jon direitos protegidos por este código;
 Associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que incluam
entre seus fins institucionais a defesa dos interesses e direitos protegidos pelo

CDC, dispensada a autorização assemblear, sendo aplicável a todo microssistema

PROCEDIMENTO COLETIVO

Quanto à competência, a ação coletiva compete sempre ao 1º grau de jurisdição, não


havendo critério hierárquico. Não há, assim, foro especial.

 Competência territorial:
 Dano de âmbito local: Justiça Estadual local
 Dano de âmbito regional: Justiça Estadual na capital do Estado

26
 Dano de âmbito nacional: Justiça Estadual na capital do Estado ou no DF
 Causas em que a união, entidade autárquica ou empresa pública federal
forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes:

Justiça Federal

Para garantir os direitos coletivos, há a aplicação do instituto da tutela específica ou


resultado prático equivalente, se impossível, perdas e danos (se por elas optar o autor).
O juiz poderá também aplicar multa diária, também chamada de astreintes, em
decorrência do não cumprimento da obrigação, independentemente da condenação
em perdas e danos. Não há adiantamento de custas, emolumentos, honorários
periciais e quaisquer outras despesas, salvo comprovada má-fé.
Havendo a litigância de má-fé das associações, a associação e os diretores responsáveis

pela propositura da ação serão solidariamente condenados em honorários advocatícios

l
e ao décuplo das custas, sem prejuízo da responsabilidade por perdas e danos.
a
io n
No procedimento coletivo, há a aplicação subsidiária do CPC e da LACP.

a c
No que diz respeito à prescrição das ações coletivas, regra geral é de 5 anos prescricionais.

u c
Contudo, não significa que não se poderá intentar uma ação individual sobre o tema.

 E dad
Regra geral: 5 anos (art. 21 da LAP)
d e
e
rt le
Dano ao erário: Imprescritível
PRESCRIÇÕES DAS 

p o So
AÇÕES COLETIVAS 


u ra 92
Danos ambientais: Imprescritível

S ut 22- il.com
Contra a Fazenda Pública: 5 anos (art. 1º do Decreto 20.910/32)

e

um n D .4 a
r ata 86 gm
Execução individual: 5 anos do trânsito em julgado da sentença proferida em

d V on 24.5 67@
ação coletiva

A J 0 ra
DECISÃO t
A sentença é genérica se for procedente, ou seja, somente estabelecerá a obrigação de
u
n d
indenizar (sentença ilíquida) e essa liquidação será por procedimento comum (alegação
ESTRUTURAL
a ta
de fatos novos: o evento danoso, o dano e o nexo causal).

jo n Conforme dispõe o art. 104 do CDC, para o autor da ação


individual já proposta aproveitar o transporte in utilibus da
coisa julgada coletiva, deverá requerer a suspensão da sua ação
individual em 30 dias, a contar da ciência do ajuizamento da
SUSPENSÃO DO ação coletiva. Se não pedir a suspensão, não será beneficiado
COISA JULGADA
PROCESSO pela decisão coletiva.
Assim, além da obrigatoriedade de ser comunicado sobre
o processo coletivo, cabe ao beneficiário requerer a suspensão.
Apesar de a lei estabelecer que se trata de uma faculdade do

beneficiado, o STJ já decidiu que a suspensão das ações

27
individuais é obrigatória, enquanto aguarda o julgamento das
ações coletivas, o que não impede o ajuizamento de outras

individuais.

De acordo com o art. 16 do LACP, a sentença civil fará coisa

EXTENSÃO DA COISA julgada erga omnes, nos limites da competência territorial do


JULGADA órgão prolator. Contudo, para o STJ22, o art. 16 da LACP não é
válido, de modo que a decisão do juiz na ação civil pública não
fica restrita apenas à comarca ou à seção (ou subseção)

judiciária do juiz prolator.

Os legitimados para a liquidação e execução dos direitos

individuais homogêneos são as vítimas e sucessores e se, em

a l
1 ano, não houver a habilitação de um número de interessados

io n
compatível com a gravidade do dano, os legitimados do art. 82

a c
LIQUIDAÇÃO do CDC assumirão.
u c
d e
Desta forma, como a liquidação é realizada por cada um dos
E dad
e
titulares individuais, haverá um processo autônomo. Se a
rt le
p o So
liquidação for coletiva, pode ser buscada numa fase do processo
LIQUIDAÇÃO E

EXECUÇÃO DAS
u ra 92
S ut 22- il.com
coletivo.

um n D .4 a
Em sede de execução de direitos individuais homogêneos, a
AÇÕES COLETIVAS
e r ata 86 gm liquidação é imprópria: tem objetivo mais amplo do que a

d V on 24.5 67@ liquidação tradicional e elevada carga cognitiva

A J 0 ra (individualização, liquidação, juízo sobre a titularidade do


t u
n d exequente).

a ta EXECUÇÃO COLETIVA

jo n
Para que ocorra a execução coletiva, é necessário que se tenham as indenizações fixadas
em sentença de liquidação. Assim, a execução promovida pelos entes legitimados somente
abrangerá as vítimas que já tiverem suas indenizações liquidadas.

22
STJ. Corte Especial. EREsp 1134957/SP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 24/10/2016
28
 Proposta pelas vítimas (art. 97)

 No juízo da liquidação da sentença

EXECUÇÃO DE ou no juízo da ação condenatória

DANOS  Proposta pelos legitimados coletivos


INDIVIDUAIS (somente as vítimas com

EXECUÇÃO DA indenizações liquidadas)

SENTENÇA  No juízo da ação condenatória


CONDENATÓRIA
EXECUÇÃO DE
GENÉRICA –
INDENIZAÇÃO
DIREITOS
PARA O FUNDO –
INDIVIDUAIS  Proposta pelos legitimados coletivos
fluidrecovery
HOMOGÊNEOS (art. 100)
(somente quando
 No juízo da ação condenatória
não haja
a l
habilitação
io n
individual no
a c
prazo de 1 ano) u c
E dad
EXECUÇÃO DA
d e Proposta pelos legitimados
e
rt le

p o So PRETENSÃO coletivos

Su utra 2-92 l.com


COLETIVA  No juízo da ação condenatória
EXECUÇÃO DA
m D 4 2 ai
u .
er tan 86 gm
SENTENÇA
EXECUÇÃO DE

PRETENSÃO
V a .5 @
CONDENATÓRIA
n
d J o 24 67 INDIVIDUAL – Proposta pela vítima
A 0 tra
COLETIVA (DIREITOS
transporte in

du
DIFUSOS/COLETI-  No juízo da liquidação da sentença

t
VOS) a n utilibus da coisa ou da ação condenatória
a julgada coletiva
jon para o plano
individual (art.
103, §3º)

Entende-se processo coletivo passivo como sendo uma demanda proposta em face de
uma coletividade, devidamente representada, cuja causa seja de interesse social relevante.
Contudo, o Projeto de Lei (PL) 5.139/2009 – nova Lei da Ação Civil Pública (ACP) –, que
PROCESSO
buscava prevê-lo, não contemplou o instituto das Defendant Class Action. Porém, importa
COLETIVO dizer que tal processo possui baixa aplicabilidade inclusive no sistema common-law,
PASSIVO presente nos Estados Unidos, de modo que, aliado à ausência de previsão legal no
ordenamento jurídico brasileiro e ao fato de que dificilmente qualquer obrigatoriedade

29
em se vincular ao regime da coisa julgada, por certo, ofenderia a CF e caracterizaria um
retrocesso em relação às ações comuns, dificilmente a sistemática da ação coletiva passiva

lograria êxito no ordenamento brasileiro.

a l
io n
a c
u c
E dad d e
e
rt le
p o So
u ra 92
S ut 22- il.com
e um n D .4 a
r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
t u
n d
a ta
jo n

30
QUESTÕES COMENTADAS

Aluno, haja vista a pequena quantidade de questões da carreira de Magistratura


Federal sobre o tema, complementaremos o estudo com questões de outras
carreiras, mas que abordem o assunto com igual nível de complexidade. O
importante é que não deixemos de treinar. Vamos lá?

Questão 1
a l
io n
(TRF - 2ª Região - 2018 - TRF - 2ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto) Nos termos do

a c
c
entendimento fixado pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça, sobre
u
d e
o alcance territorial da sentença coletiva transitada em julgado, diante da limitação determinada
E dad
pelo art. 16 da Lei n. 7.347/85: e
rt le
p o So
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A) a sentença pode ser executada nacionalmente independentemente do que foi fixado no
título.
e um n D .4 a
r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
B) a sentença fará coisa julgada erga omnes, nos limites da competência territorial do órgão
A J 0 ra
t u
prolator, ainda que o título tenha estabelecido de modo mais amplo.
n d
a ta
n
C) o Supremo Tribunal Federal entendeu que o tema possuía repercussão geral, estabelecendo
jo
que a coisa julgada deve prevalecer, em razão da proteção constitucional.

D) o Supremo Tribunal Federal entendeu que o tema possuía repercussão geral, estabelecendo
que limitação determinada pela lei não ofende a coisa julgada.

E) a sentença pode ser executada fora dos limites da competência territorial do órgão prolator,
por força da coisa julgada, ainda que em contrariedade à limitação legal, se fixado no título.

31
Comentário:

Correta letra E. “Os efeitos e a eficácia da sentença prolatada em ação civil coletiva não estão
circunscritos a lindes geográficos, mas aos limites objetivos e subjetivos do que foi decidido”
(STJ. Corte Especial. REsp 1.243.887⁄PR, Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 19/10/2011) (STJ.
3ª Turma. AgRg no REsp 1326477/DF, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 06/09/2012). (STJ.
2ª Turma. REsp 1.377.400-SC, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 18/2/2014).

Questão 2
(VUNESP – 2019 – TJ/RJ – Juiz Substituto) Em conformidade com o que disciplina o Código

a l
de Defesa do Consumidor sobre os interesses ou direitos individuais homogêneos, assinale a

io n
alternativa correta.
a c
u c
d e
A) O Ministério Público não é parte legítima para atuar em defesa dos interesses individuais
E dad
homogêneos dos consumidores. e
rt le
p o So
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S ut 22- il.com
B) A respectiva coisa julgada terá efeitos ultra partes, com a reparabilidade indireta do bem cuja

um n D .4 a
titularidade é composta pelo grupo ou classe.

e r ata 86 gm
V on 24.5 67@
C) A marca de seu objeto é a indivisibilidade e a indisponibilidade, ou seja, não comportam
d
A J 0 ra
fracionamento e não podem ser disponibilizados por qualquer dos cotitulares.
t u
D) São interesses na sua essênciaa
d
n não podendo ser exercidos em juízo individualmente.
coletivos,
a t
n
jo para a configuração dos interesses individuais homogêneos pode
E) A origem comum exigida
ser tanto de fato como de direito.

Comentário:

Correta letra E. Em relação aos direitos individuais homogêneos: "Origem do direito: titulares
ligados entre si por uma situação de fato ou de direito comum ("decorrentes de origem comum")
posterior a lesão (ex post factum)” (2019, 376).

32
O Ministério Público tem legitimidade para a defesa dos interesses individuais homogêneos dos
consumidores. Assim, de acordo com a Súmula 601/STJ, o Ministério Público tem legitimidade
ativa para atuar na defesa de direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos dos
consumidores, ainda que decorrentes da prestação de serviço público.

Os efeitos trazidos na assertiva B dizem respeito aos direitos coletivos e não aos direitos
individuais homogêneos, como pede a questão.

Os direitos individuais homogêneos são aqueles cujo objeto pode ser dividido (divisibilidade do
direito) e cujos titulares são perfeitamente identificáveis (titularidade do direito) (2019, p. 377)

Os direitos individuais homogêneos são aqueles que podem tanto ser exercido individualmente

l
quanto coletivamente. Por esse motivo, na sua essência, são tidos como "direitos acidentalmente
a
n
coletivos". "Ada Pellegrini aponta dois requisitos para a tutela dos direitos individuais
io
a c
homogêneos, quais sejam, a predominância das questões comuns sobre as individuais e a
u c
utilidade da tutela coletiva no caso concreto" (2019, p. 379)
E dad d e
e
rt le
p o So
tu ra 92
S Questão 3 - c o m
m D u 22 il.
r ata 86 gmu n .4 a
(CESPE – 2019 – TJ/PA – Juiz Substituto) Em ação civil pública que tenha por objeto o
e
V on 24.5 67@
cumprimento de obrigação de fazer, caso o juiz determine o cumprimento de prestação da
d
A J 0 ra
t
atividade devida em trinta dias, cominando multa diária para o caso de descumprimento, a
u
multa será exigível n d
a ta
jo n
A) a partir da citação do réu.

B) se o autor assim requerer no caso de não cumprimento da prestação.

C) após decorrido o prazo para o cumprimento da prestação.

D) após proferida sentença favorável ao autor, se este assim requerer.

E) após o trânsito em julgado da decisão favorável ao autor.

Comentário:

33
Correta letra E. Art. 11, LACP. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de
fazer ou não fazer, o juiz determinará o cumprimento da prestação da atividade devida ou a
cessação da atividade nociva, sob pena de execução específica, ou de cominação de multa diária,
se esta for suficiente ou compatível, independentemente de requerimento do autor.

Art. 12, LACP. Poderá o juiz conceder mandado liminar, com ou sem justificação prévia, em
decisão sujeita a agravo. §2º A multa cominada liminarmente só será exigível do réu após o
trânsito em julgado da decisão favorável ao autor, mas será devida desde o dia em que se
houver configurado o descumprimento.

Questão 4
(CESPE - 2017 - TRF - 5ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto) Em se tratando de ação civil
a l
pública por danos ambientais ajuizada
io n
a c
c
A) por associação de vítimas, eventuais multas processuais serão revertidas em favor dos
u
associados.
E dad d e
e
rt le
p o So
B) pelo Ministério Público, a indenização arbitrada em sentença será destinada às vítimas diretas
do prejuízo ambiental.
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e um n D .4 a
r ata 86 gm
C) por estado-membro, a indenização arbitrada em sentença será destinada ao erário estadual.

d V on 24.5 67@
A J 0 ra
t
D) por associação, a indenização arbitrada em sentença será destinada aos associados.
u
n d
a ta
E) pelo Ministério Público, eventuais multas processuais serão revertidas em favor do Fundo de
jon
Direitos Difusos.

Comentário:

Correta letra E. Lei nº 7347/1985 - LEI DA ACP, Art. 13. Havendo condenação em dinheiro, a
indenização pelo dano causado reverterá a um fundo gerido por um Conselho Federal ou por
Conselhos Estaduais de que participarão necessariamente o Ministério Público e representantes
da comunidade, sendo seus recursos destinados à reconstituição dos bens lesados. § 1o.

34
Enquanto o fundo não for regulamentado, o dinheiro ficará depositado em estabelecimento
oficial de crédito, em conta com correção monetária.

Questão 5
(CESPE - 2017 - TRF - 5ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto) O Ministério Público de
determinado estado da Federação e o Ministério Público Federal ajuizaram, em litisconsórcio,
ação civil pública para tutela de direitos individuais homogêneos de consumidores lesados por
contrato de consumo.
De acordo com o STJ, nessa situação hipotética,

a l
A) caso seja rejeitado o pedido, com sentença transitada em julgado, estará vedada a propositura
io n
c
de nova demanda coletiva, com o mesmo objeto, por outro legitimado coletivo.
a
u c
d e
B) se o réu for condenado em obrigação de dar quantia certa, os juros de mora incidirão a partir
E dad
e
rt le
da sentença condenatória que vier a ser prolatada na fase de conhecimento.

p o So
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C) o juiz deve extinguir o processo sem resolução do mérito em razão da ilegitimidade do

e um n D .4 a
Ministério Público, por se tratar de tutela de direitos individuais homogêneos em situação
r ata 86 gm
V on 24.5 67@
decorrente de contrato particular.
d
A J 0 ra
t u
D) deve ser permitida a formação do litisconsórcio ativo independentemente de razão específica
d
nna lide, bastando que se verifique a legitimidade ministerial
t a
que justifique a atuação conjunta
a
jo n
para propositura de demanda.

E) caso seja julgada procedente a ação, a contagem do prazo prescricional aplicável às execuções
individuais de sentença condenatória só se iniciará com a publicação de edital no órgão oficial.

Comentário:

Correta letra A. Após o trânsito em julgado de decisão que julga improcedente ação coletiva
proposta em defesa de direitos individuais homogêneos, independentemente do motivo que
35
tenha fundamentado a rejeição do pedido, não é possível a propositura de nova demanda com
o mesmo objeto por outro legitimado coletivo, ainda que em outro Estado da federação.

STJ. 2ª Seção. REsp 1.302.596-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, Rel. para acórdão Min.
Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 9/12/2015 (Info 575).

Questão 6
(CESPE - 2019 - TJ-SC - Juiz Substituto) O Ministério Público ajuizou ação civil pública contra
determinada empresa e seus sócios, visando tutelar direitos de consumidores lesados por
contratos celebrados para a prática de esquema de pirâmide financeira. A sentença condenatória

a l
na ação coletiva foi publicada em 5/1/2003 e, após recurso, transitou em julgado em 2/6/2005.
io n
c
Em 6/7/2012, um consumidor beneficiário da referida demanda apresentou execução individual
a
da sentença coletiva.
u c
E dad d e
Nessa situação hipotética, de acordo com o entendimento do STJ, é correto afirmar que, à época
e
rt le
o So
da propositura da execução individual pelo beneficiário, a sua pretensão
p
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A) estava prescrita desde o transcurso de cinco anos após o trânsito em julgado da sentença
coletiva.
e um n D .4 a
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A J 0 ra
B) não estava prescrita, e só será assim considerada após o transcurso de dez anos do trânsito
t u
em julgado da sentença coletiva.
n d
a ta
jon
C) estava prescrita desde o transcurso de cinco anos após a publicação da sentença coletiva.

D) não estava prescrita, e só será assim considerada após o transcurso de dez anos após a
publicação da sentença coletiva.

E) estava prescrita desde o transcuro de três anos após o trânsito em julgado da sentença
coletiva.

36
Comentário:

Correta letra A. TEMA 515/STJ - RECURSO ESPECIAL REPETITIVO

Tese: "No âmbito do Direito Privado, é de cinco anos o prazo prescricional para ajuizamento da
execução individual em pedido de cumprimento de sentença proferida em Ação Civil Pública".
(Paradigma: REsp 1273643/PR, 2ª Seção, DJe 04/04/2013).

Questão 7
(VUNESP - 2019 - TJ-AC - Juiz de Direito Substituto) Assinale a alternativa correta, em relação

l
à ação civil pública, que representa um dos instrumentos processuais da tutela ambiental.
a
io n
c
A) Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interessados compromisso de
a
u c
ajustamento de sua conduta às exigências legais, mediante cominações, que terá eficácia de
título executivo judicial. E dad d e
e
rt le
p o So
u ra 92
B) Tem legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar a associação que esteja
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constituída há pelo menos 2 (dois) anos nos termos da lei civil.

e um n D .4 a
r ata 86 gm
V on 24.5 67@
C) A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as ações posteriormente
d
A J 0 ra
intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto.
t u
d
n ou abandono da ação por associação legitimada, o
t a
D) Em caso de desistência infundada
a exclusiva para assumir a titularidade ativa.
jo n
Ministério Público tem atribuição

Comentário:

Correta letra C. Lei nº 7.347/85, Art. 2º. As ações previstas nesta Lei serão propostas no foro do
local onde ocorrer o dano, cujo juízo terá competência funcional para processar e julgar a causa.
Parágrafo único: A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as ações
posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto.

37
Questão 8
(CESPE - 2017 - TJ-PR - Juiz Substituto) No que concerne aos procedimentos especiais
previstos no CPC e nas leis extravagantes, assinale a opção correta à luz da legislação e do
entendimento dos tribunais superiores.

A) Em se tratando de ação de reintegração de posse, deve-se observar o procedimento comum,


se for ajuizada após o prazo de ano e dia do esbulho, caso em que não terá as características
inerentes às ações possessórias, como, por exemplo, a fungibilidade.

B) Em observância ao princípio da celeridade, o procedimento dos juizados especiais cíveis é

a l
incompatível com qualquer uma das modalidades de intervenção de terceiros previstas no CPC.

io n
a c
c
C) A utilização do procedimento de arrolamento para o inventário quando o valor dos bens do
u
d e
espólio for igual ou inferior a mil salários mínimos será expressamente proibida se houver
E dad
interessado incapaz. e
rt le
p o So
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S ut 22- il.com
D) Tratando-se de tutela provisória que determina a indisponibilidade de bens do réu em ACP

e um n D .4 a
por ato de improbidade administrativa, dispensa-se a comprovação de periculum in mora.
r ata 86 gm
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
t u
Comentário:
n d
a ta
n do STJ, no julgamento do REsp 1.366.721/BA, sob a sistemática
joSeção
Correta letra E. A Primeira
dos recursos repetitivos (art. 1.036 do Novo Código de Processo Civil), consolidou o
entendimento de que o decreto de indisponibilidade de bens em Ação Civil Pública por ato de
improbidade administrativa constitui tutela de evidência e dispensa a comprovação de
dilapidação iminente ou efetiva do patrimônio do legitimado passivo, uma vez que o periculum
in mora está implícito no art. 7º da Lei 8.429/1992 (LIA).

38
Questão 9
(VUNESP - 2016 - TJ-RJ - Juiz Substituto) O Ministério Público ajuizou ação civil pública em
face de ex-prefeito de município por ato de improbidade administrativa, causador de lesão ao
erário e atentatório aos princípios da Administração Pública, praticado no exercício do mandato
eletivo. A partir desses fatos, assinale a alternativa correta, considerando a jurisprudência
majoritária dos Tribunais Superiores.

A) Em ação civil pública não há adiantamento de custas, emolumentos, honorários periciais e


quaisquer outras despesas, nem condenação das partes do processo em honorários de
advogado.

l
B) Se o Ministério Público requerer realização de perícia e houver determinação de adiantamento
a
io n
de honorários periciais, estes sempre devem ser arcados pelo fundo dos direitos difusos.

a c
u c
C) Se a ação for julgada improcedente, não é possível a condenação do Ministério Público no
pagamento de honorários advocatícios. E dadd e
e
rt le
p o So
u ra 92
D) Se a ação for julgada procedente, tratando-se de ação civil pública, não cabe condenação
S ut 22- il.com
dos réus no pagamento de honorários advocatícios, nem pagamento das custas da perícia, se a
um n D .4 a
r ata 86 gm
mesma já foi suportada pelo Estado em adiantamento.
e
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
E) Se a ação for julgada procedente, como ela foi proposta pelo Ministério Público, não cabe
t u
d
condenação em honorários advocatícios, por ser verba destinada a advogado.
n
a ta
jo n
Comentário:

Correta letra E. “EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA – PROCESSO CIVIL – AÇÃO CIVIL PÚBLICA –


HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS – MINISTÉRIO PÚBLICO AUTOR E VENCEDOR. 1. Na ação civil
pública movida pelo Ministério Público, a questão da verba honorária foge inteiramente das
regras do CPC, sendo disciplinada pelas normas próprias da Lei 7.347/85. 2. Posiciona-se o STJ
no sentido de que, em sede de ação civil pública, a condenação do Ministério Público ao
pagamento de honorários advocatícios somente é cabível na hipótese de comprovada e

39
inequívoca má-fé do Parquet. 3. Dentro de absoluta simetria de tratamento e à luz da
interpretação sistemática do ordenamento, não pode parquet beneficiar-se de honorários,
quando for vencedor na ação civil pública. Precedentes. 4. Embargos de divergência providos.”
(STJ, ERESP - EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM RECURSO ESPECIAL – 895530, 1ª Seção, Relatora
Ministra ELIANA CALMON, DJE 18/12/2009).

Questão 10
(FCC - 2015 - TRT - 6ª Região (PE) - Juiz do Trabalho Substituto) Os órgãos de controle

l
interno de determinada autarquia federal apontaram a ocorrência de danos ao patrimônio da
a
io n
entidade, especialmente em função da inadequada conservação de seus imóveis, alguns dos

a c
quais de valor histórico. A situação narrada
u c
E dadd e
e
A) permite a celebração de compromisso de ajustamento de conduta dos responsáveis, desde
rt le
o So
que previamente à instauração do competente Inquérito Civil Público.
p
u ra 92
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um n D .4 a
B) poderá ensejar, mediante provocação de qualquer pessoa, a instauração, sob a Presidência

e r ata 86 gm
do Ministério Público, de Inquérito Civil para averiguar a existência de fundamentos para a

d V on 24.5 67@
propositura de Ação Civil Pública.
A J 0 ra
t u
n d
C) determina a apuração, em litisconsórcio necessário, dos danos ao patrimônio público e
a ta
n
histórico, pela União e pelo Ministério Público, mediante a instauração de Inquérito Civil sob a
jo
presidência deste último.

D) uma vez noticiada ao Ministério Público, obriga a imediata interposição de Ação Civil Pública,
no bojo da qual poderá ser firmado compromisso de ajustamento de conduta.

E) comporta apuração em sede de Inquérito Civil Público, com competência concorrente entre
Ministério Público e a pessoa jurídica de direito público atingida pelos danos indicados.

40
Comentário:

Correta letra B.

Artigo 6º da Lei nº 7.347/85. Qualquer pessoa poderá e o servidor público deverá provocar a
iniciativa do Ministério Público, ministrando-lhe informações sobre fatos que constituam objeto
da ação civil e indicando-lhe os elementos de convicção.

Artigo 8º, §1º, da Lei nº 7.347/85. O MP presidirá o inquérito civil, cuja finalidade é averiguar a
existência de fundamentos para propor a Ação Civil Pública.

a l
io n
a c
u c
E dad d e
e
rt le
p o So
u ra 92
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e um n D .4 a
r ata 86 gm
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t u
n d
a ta
jo n

41
GABARITO

Questão 1 - E

Questão 2 - E

Questão 3 - E

Questão 4 - E

Questão 5 - A
a l
Questão 6 - A ion
a c
Questão 7 - C
u c
Questão 8 - E
d e
E dad
e
rt le
Questão 9 - E p o So
u ra 92
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Questão 10 – B

e um n D .4 a
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A J 0 ra
t u
n d
a ta
jon

42
QUESTÃO DESAFIO

Quais as espécies de direitos protegidos pela tutela coletiva?

Máximo de 5 linhas

a l
ion
a c
u c
E dad d e
e
rt le
p o So
u ra 92
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t u
n d
a ta
jon

43
GABARITO DA QUESTÃO DESAFIO

Existem fundamentalmente três espécies de direitos materiais abrangidos pela tutela

coletiva: Interesses ou direitos difusos; Interesses ou direitos coletivos; e Interesses ou


direitos individuais homogêneos.

Você deve ter abordado necessariamente os seguintes itens em sua resposta:

 Interesses ou direitos difusos

De acordo com o art. 81, parágrafo único, I, da lei 8078/90, são interesses ou direitos difusos:
“os transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e

a l
ligadas por circunstâncias de fato.” O professor Elpídio Donizetti aduz que nos direitos difusos:

io n
c
“Há relação jurídica dos titulares com a parte contrária, mas posterior à lesão (no caso dos
a
u c
direitos coletivos em sentido estrito a relação é anterior e, no caso de direitos individuais
d e
E dad
homogêneos, anterior ou posterior). Exemplos de direitos difusos: direito à informação adequada
e
rt le
o So
e direito ao meio ambiente preservado.” (Donizetti, Elpídio. Curso didático de direito processual
p
u ra 92
S ut 22- il.com
civil – 22. Ed. – São Paulo: Atlas, 2019, p. 677).

um n D .4 a
r ata 86 gm
 Interesses ou direitos coletivos
e
d V on 24.5 67@
A J 0 ra
Conforme expõe o art. 81, parágrafo único, II, da lei 8078/90, os direitos coletivos são: “os
t u
d
transindividuais, de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas
n
a ta
ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica base.” Assim, o titular do
jo n
direito coletivo em sentido estrito é uma comunidade, determinada por um grupo, classe ou
categoria de pessoas, diferente do direito difuso, que é a coletividade como um todo. A doutrina
traz como exemplos de direitos coletivos em sentido estrito, vejamos: “Quando se analisa a
relação jurídica base derivada de uma vinculação entre os membros do grupo, classe ou
categoria, pode se imaginar os associados de uma associação de proteção aos direitos do
consumidor. Analisada a relação jurídica base com relação “à parte contrária”, um bom exemplo
é o grupo de alunos de uma escola quando discutem a reformulação da grade curricular.”
(Tartuce, Flávio; Neves, Daniel Amorim Assumpção. Manual de direito do consumidor: direito

44
material e processual – 7. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO,
2018, p. 679).

 Interesses ou direitos individuais homogêneos

Fundamentado no art. 81, parágrafo único, III, da lei 8078/90, os interesses ou direitos individuais
homogêneos ocorrem quando as causas tiverem origem comum. Como pode ser observado,
diferente dos direitos difusos e coletivos em sentido estrito, os direitos individuais homogêneos
são direitos individuais, mas por possuir vários direitos individuais idênticos, faz-se necessário a
unificação para evitar decisões conflitantes, com otimização da prestação jurisdicional.

Assim, segundo ensinamento do brilhante professor Daniel Amorim: “a origem comum decorre

a l
dos dois elementos que compõe a causa de pedir: fato e fundamento jurídico. Havendo um

io n
c
dano a grupo de consumidores em razão de um mesmo fato, ou ainda de fatos assemelhados,
a
c
pode-se afirmar que os direitos individuais de cada um deles ao ressarcimento por seus danos
u
E dad d e
são de origem comum. Da mesma forma, sendo possível que, mesmo diante de fatos distintos,
e
rt le
um grupo de consumidores possa postular por um direito com base em um mesmo fundamento
p o So
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jurídico, também se poderá afirmar que seus direitos individuais decorrem de uma origem

um n D .4 a
comum.” (Neves, Daniel Amorim Assumpção. Manual de processo coletivo: volume único – 4ª

e r ata 86 gm
ed. rev. atual. e ampl. – Salvador: Ed. JusPodivm, 2020, p. 165).

d V on 24.5 67@
A J 0 ra
t u
n d
a ta
jo n

45
LEGISLAÇÃO COMPILADA

Neste capítulo, é de extrema importância a leitura de:

Processo Coletivo

 CDC: 81 a 106;
 Lei de Ação Civil Pública (Lei 7347/85): integralmente.
a l
 Súmulas: 470, 489, 601, do STJ; 629 do STF.
io n
a c
u c
 Súmula 629, STF
E dad d e
e
rt le
A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor dos associados independe da

autorização destes. p o So
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um n D .4 a
 Súmula 489, STJ

e r ata 86 gm
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Reconhecida a continência, devem ser reunidas na justiça federal as ações civis públicas propostas nesta e na justiça

d
estadual.
A J 0 ra
t u
 Súmula 601, STJ
n d
a ta
n
O Ministério Público tem legitimidade ativa para atuar na defesa de direitos difusos, coletivos e individuais
jo
homogêneos dos consumidores, ainda que decorrentes da prestação de serviço público.

 Súmula 470, STJ

O Ministério Público não tem legitimidade para pleitear, em ação civil pública, a indenização decorrente do DPVAT

em benefício do segurado.

Este enunciado sumular foi cancelado em virtude da decisão do Supremo que, em regime de repercussão geral.

46
JURISPRUDÊNCIA

Processo Coletivo

 Informativo 815 do STF

Compartilhamento no inquérito civil das provas colhidas em investigação criminal mesmo que acobertadas pelo
sigilo. É possível compartilhar as provas colhidas em sede de investigação criminal para serem utilizadas, como

a l
prova emprestada, em inquérito civil público e em outras ações decorrentes do fato investigado. Esse empréstimo

io n
é permitido mesmo que as provas tenham sido obtidas por meio do afastamento ("quebra") judicial dos sigilos

financeiro, fiscal e telefônico.


a c
u c
 Informativo 522 do STJ
E dad d e
e
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o So
Inquérito civil para apurar evolução patrimonial de vereadores. É possível a instauração e o prosseguimento de
p
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inquérito civil com a finalidade de apurar possível incompatibilidade entre a evolução patrimonial de vereadores e
seus respectivos rendimentos, ainda que o referido procedimento tenha se originado a partir de denúncia anônima,

um n D .4 a
r ata 86 gm
na hipótese em que realizadas administrativamente as investigações necessárias para a formação de juízo de valor
e
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sobre a veracidade da notícia. Ressalte-se que o art. 13 da Lei de Improbidade obriga os agentes públicos a
d
A J 0 ra
disponibilizarem periodicamente informações sobre seus bens e evolução patrimonial. Vale destacar que os agentes
t u
d
políticos sujeitam-se a uma diminuição na esfera de privacidade e intimidade, de modo que se mostra ilegítima a
n
ta
pretensão de não revelar fatos relacionados à evolução patrimonial.
a
jo
 Informativo 520 do STJ
n
Continência no caso de ações coletivas propostas por entidades distintas. No caso em que duas ações coletivas
tenham sido propostas perante juízos de competência territorial distinta contra o mesmo réu e com a mesma causa
de pedir e, além disso, o objeto de uma, por ser mais amplo, abranja o da outra, competirá ao juízo da ação de
objeto mais amplo o processamento e julgamento das duas demandas, ainda que ambas tenham sido propostas

por entidades associativas distintas.

 Informativo 527 do STJ

47
Suspensão dos processos individuais enquanto se aguarda o julgamento da ação coletiva. É possível determinar a
suspensão do andamento de processos individuais até o julgamento, no âmbito de ação coletiva, da questão

jurídica de fundo neles discutida.

 Informativo 530 do STJ

ACP com litisconsórcio passivo facultativo comum e apenas um dos réus com foro na justiça federal. Em ação civil
pública ajuizada na Justiça Federal, não é cabível a cumulação subjetiva de demandas com o objetivo de formar

um litisconsórcio passivo facultativo comum, quando apenas um dos demandados estiver submetido, em razão de
regra de competência ratione personae, à jurisdição da Justiça Federal, ao passo que a Justiça Estadual seja a

competente para apreciar os pedidos relacionados aos demais demandados.

 STJ. Corte Especial. EREsp 1134957/SP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 24/10/2016.

Eficácia subjetiva da ação civil pública. A eficácia das decisões proferidas em ações civis públicas coletivas NÃO

a
deve ficar limitada ao território da competência do órgão jurisdicional que prolatou a decisão. l
io n
 Informativo 520 do STJ
a c
u c
d e
Execução provisória em ação coletiva. No âmbito de execução provisória em processo coletivo, para a aplicação da
E dad
e
regra constante do art. 475-O, § 2º, do CPC 1973 (art. 521 do CPC 2015), deve o magistrado considerar a situação
rt le
individual de cada um dos beneficiários.
p o So
 Informativo 572 do STJ
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r ata 86 gm um n D .4 a
Afastamento da presunção de legitimidade de associação para propositura de ação coletiva. É possível ao juízo, de
e
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ofício, reconhecer a inidoneidade de associação regularmente constituída para propositura de ação coletiva? SIM.
d
A J 0 ra
Quando houver sintomas de que a legitimação coletiva vem sendo utilizada de forma indevida ou abusiva, o
t u
d
magistrado poderá, de ofício, afastar a presunção legal de legitimação de associação regularmente constituída para
n
ta
propositura de ação coletiva. A legitimidade de uma associação para a propositura de ACP pode ser afastada pelo
a
jo n
fato de o estatuto da associação ser exageradamente genérico? SIM. O argumento de que o estatuto da associação
é desmesuradamente genérico tem respaldo na jurisprudência do STJ. Embora a finalidade da associação, prevista
no estatuto, possa ser razoavelmente genérica, não pode ser, entretanto, desarrazoada, sob pena de admitirmos a
criação de uma associação civil para a defesa de qualquer interesse, o que desnaturaria a exigência de
representatividade adequada do grupo lesado.

 Informativo 570 do STJ

Alteração de polo ativo de ação civil pública promovida por associação. Caso ocorra dissolução da associação que
ajuizou ação civil pública, não é possível sua substituição no polo ativo por outra associação, ainda que os interesses
discutidos na ação coletiva sejam comuns a ambas.

48
 Informativo 579 do STJ

Legitimidade ativa de associação para defender os interesses de seus filiados. A associação não tem legitimidade
ativa para defender os interesses dos associados que vierem a se agregar somente após o ajuizamento da ação de

conhecimento.

 Informativo 591 do STJ

Mesmo sem 1 ano de constituição, associação poderá ajuizar ACP para que fornecedor preste informações ao
consumidor sobre produtos com glúten Como regra, para que uma associação possa propor ACP, ela deverá estar

constituída há pelo menos 1 ano. Exceção. Este requisito da pré-constituição poderá ser dispensado pelo juiz
quando haja manifesto interesse social evidenciado pela dimensão ou característica do dano, ou pela relevância do
bem jurídico a ser protegido (§4º do art. 5º da Lei nº 7.347/85). Neste caso, a ACP, mesmo tendo sido proposta
por uma associação com menos de 1 ano, poderá ser conhecida e julgada. Como exemplo da situação descrita no

l
§4º do art. 5º, o STJ decidiu que: É dispensável o requisito temporal (pré-constituição há mais de um ano) para
a
n
associação ajuizar ação civil pública quando o bem jurídico tutelado for a prestação de informações ao consumidor
io
sobre a existência de glúten em alimentos.
a c
u c
 Informativo 565 do STJ
E dad d e
e
rt le
Impossibilidade de execução individual de sentença coletiva por pessoa não filiada à associação. A associação dos

p o So
servidores públicos federais do órgão "XX" ajuizou ação coletiva pedindo que fosse reconhecida e paga determinada
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gratificação devida à classe. A ação foi julgada procedente, tendo transitado em julgado. João é servidor público

e r ata 86 gmum n D .4 a
federal do órgão "XX", mas não é nem nunca foi filiado à referida associação. Mesmo sem ser associado, João
poderá pegar a sentença proferida na ação coletiva e ajuizar execução individual cobrando o pagamento das verbas

d V on 24.5 67@
J 0 ra
relacionadas com a aludida gratificação? NÃO. As associações, quando propõem ações coletivas, agem como
A t
REPRESENTANTES de seus associados (e não como substitutas processuais). Diante dessa mudança de perspectiva,
u
n d
tem-se o seguinte cenário: Regra: a pessoa não filiada não detém legitimidade para executar individualmente a

a ta
sentença de procedência oriunda de ação coletiva proposta pela associação.  Exceção: será possível executar
jo n
individualmente, mesmo se não for associado, se a sentença coletiva que estiver sendo executada for mandado de
segurança coletivo.

 Informativo 864 do STF

Para ser beneficiada pela sentença favorável é necessário que a pessoa esteja filiada no momento da propositura
e seja residente no âmbito da jurisdição do órgão julgador A eficácia subjetiva da coisa julgada formada a partir
de ação coletiva, de rito ordinário, ajuizada por associação civil na defesa de interesses dos associados, somente

alcança os filiados, residentes no âmbito da jurisdição do órgão julgador, que o fossem em momento anterior ou
até a data da propositura da demanda, constantes da relação jurídica juntada à inicial do processo de conhecimento.

49
 Informativo 746 do STF

O disposto no artigo 5º, inciso XXI, da Carta da República encerra representação específica, não alcançando previsão
genérica do estatuto da associação a revelar a defesa dos interesses dos associados. As balizas subjetivas do título

judicial, formalizado em ação proposta por associação, é definida pela representação no processo de conhecimento,
presente a autorização expressa dos associados e a lista destes juntada à inicial.

 Informativo 555 do STJ

Retenção de honorários contratuais em execução de demanda coletiva. Na execução de título judicial oriundo de
ação coletiva promovida por sindicato na condição de substituto processual, não é possível destacar os honorários

contratuais do montante da condenação sem que haja autorização expressa dos substituídos ou procuração
outorgada por eles aos advogados.

 Informativo 515 do STJ

a l
n
Prazo prescricional para ajuizamento da execução individual de sentença proferida em ACP. O prazo para o
io
c
ajuizamento da ação civil pública é de 5 anos, aplicando-se, por analogia, o prazo da ação popular, considerando
a
u c
que as duas ações fazem parte do mesmo microssistema de tutela dos direitos difusos. É também de 5 anos o

E dad d e
prazo prescricional para ajuizamento da execução individual em pedido de cumprimento de sentença proferida em
ACP. e
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p o So
 Informativo 628 do STJ u ra 92
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e r ata 86 gmum n D .4 a
A Súmula 345 do STJ continua válida mesmo com o art. 85, §7º, do CPC/2015. O art. 85, §7º, do CPC/2015 não
afasta a aplicação do entendimento consolidado na Súmula 345 do STJ, de modo que são devidos honorários

d V on 24.5 67@
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advocatícios nos procedimentos individuais de cumprimento de sentença decorrente de ação coletiva, ainda que
A t
não impugnados e promovidos em litisconsórcio. O art. 85, §7º, do CPC/2015 não se aplica para as execuções
u
n d
individuais, ainda que promovidas em litisconsórcio, pedindo o cumprimento de julgado proferido em sede de

a ta
jo n
ação coletiva lato sensu, ação civil pública ou ação de classe. Em resumo, a Súmula 345 do STJ continua válida
mesmo com o art. 85, §7º, do CPC/2015.

 Informativo 618 do STJ

Associação de defesa do consumidor não tem legitimidade para ajuizar ACP discutindo DPVAT. Uma associação

que tenha fins específicos de proteção ao consumidor não possui legitimidade para o ajuizamento de ação civil
pública com a finalidade de tutelar interesses coletivos de beneficiários do seguro DPVAT. Isso porque o seguro
DPVAT não tem natureza consumerista, faltando, portanto, pertinência temática.

 Informativo 626 do STJ

50
Legitimidade do Município para defesa dos consumidores. Município tem legitimidade ad causam para ajuizar ação
civil pública em defesa de direitos consumeristas questionando a cobrança de tarifas bancárias. Em relação ao

Ministério Público e aos entes políticos, que têm como finalidades institucionais a proteção de valores fundamentais,
como a defesa coletiva dos consumidores, não se exige pertinência temática e representatividade adequada.

 STJ. 4ª Turma. REsp 978.706-RJ, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 20/9/2012.

Custas judiciais. O autor da ACP, ao propor a ação, não precisa adiantar o pagamento das custas judiciais.

 Informativo 558 do STJ

Aplicabilidade do art. 18 da LACP para ação civil pública movida por sindicato. O art. 18 da Lei 7.347/85 prevê que
o autor da ACP, antes de ajuizar a ação, não terá que adiantar custas, emolumentos, honorários periciais e quaisquer

outras despesas, nem será condenado em honorários advocatícios, custas e despesas processuais, salvo comprovada
má-fé. O STJ decidiu que esse art. 18 da Lei 7.347/85 é aplicável também para a ação civil pública movida por

SINDICATO na defesa de direitos individuais homogêneos da categoria que representa.


a l
io n
 Informativo 556 do STJ
a c
u c
Alcance da regra de isenção de custas processuais da LACP e do CDC.
E dad d e
e
rt le
O art. 18 da LACP e o art. 87 do CDC preveem que, nas ações de que tratam estas leis, não haverá adiantamento

p o So
de custas, emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas, nem condenação da associação autora,
u ra 92
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salvo comprovada má-fé, em honorários de advogado, custas e despesas processuais. O STJ decidiu que essas

e um n D .4 a
regras de isenção só se aplicam para as custas judiciais em:
r ata 86 gm
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• ações civis públicas (qualquer que seja a matéria);
d
A J 0 ra
t
• ações coletivas que tenham por objeto relação de consumo; e
u
n d
ta
• na ação cautelar prevista no art. 4º da LACP (qualquer que seja a matéria).
a
jo n
Não é possível estender, por analogia ou interpretação extensiva, essa isenção para outros tipos de ação (como a
rescisória) ou para incidentes processuais (como a impugnação ao valor da causa), mesmo que tratem sobre direito
do consumidor.

 Informativo 677 do STF

Legitimidade ativa do Ministério Público: O Ministério Público tem legitimidade para promover ação civil pública
sobre direitos individuais homogêneos quando presente o interesse social.

 Informativo 921 do STF

51
O Ministério Público pode ajuizar ACP para anular aposentadoria que lese o erário: O Ministério Público tem
legitimidade para ajuizar ação civil pública que vise anular ato administrativo de aposentadoria que importe em

lesão ao patrimônio público.

 Informativo 523 do STJ

Legitimidade do MP para ACP em benefício de uma só pessoa em questões de saúde: O Ministério Público tem
legitimidade para ajuizar ACP contra a concessionária de energia elétrica com a finalidade de evitar a interrupção

do fornecimento do serviço à pessoa carente de recursos financeiros diagnosticada com enfermidade grave e que
dependa, para sobreviver, da utilização doméstica de equipamento médico com alto consumo de energia. Conforme

entendimento do STJ, o MP detém legitimidade para propor ACP que objetive a proteção do direito à saúde de
pessoa hipossuficiente, porquanto se trata de direito fundamental e indisponível, cuja relevância interessa à
sociedade.

 Informativo 524 do STJ


a l
io n
MP pode assumir a titularidade da ACP em caso de vício na representação da associação autora: Na ação civil

a c
c
pública, reconhecido o vício na representação processual da associação autora, deve-se, antes de proceder à
u
d e
extinção do processo, conferir oportunidade ao Ministério Público para que assuma a titularidade ativa da demanda.
E dad
 Informativo 629 do STJ e
rt le
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u ra 92
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O Ministério Público possui legitimidade ativa para postular em juízo a defesa de direitos transindividuais de

um n D .4 a
consumidores que celebram contratos de compra e venda de imóveis com cláusulas pretensamente abusivas.

e r ata 86 gm
 Informativo 585 do STJ

d V on 24.5 67@
A J 0 ra
Necessidade de demonstração de motivos para a formação de litisconsórcio ativo facultativo entre o MPE e o MPF:
t u
d
Em ação civil pública, a formação de litisconsórcio ativo facultativo entre o Ministério Público Estadual e o Federal
n
ta
depende da demonstração de alguma razão específica que justifique a presença de ambos na lide.
a
jo n
 Informativo 552 do STJ

Efeitos em caso de ACP proposta pelo MP no DF com a participação de entidades de âmbito nacional: Tem

abrangência nacional a eficácia da coisa julgada decorrente de ação civil pública ajuizada pelo Ministério. Público,
com assistência de entidades de classe de âmbito nacional, perante a Seção Judiciária do Distrito Federal, e sendo
o órgão prolator da decisão final de procedência o STJ. É o que se extrai da inteligência dos arts. 16 da LACP, 93,

II, e 103, III, do CDC.

 Informativo 575 do STJ

52
Não é possível a repropositura de ação coletiva de direitos individuais homogêneos julgada improcedente, ainda
que por falta de prova. Após o trânsito em julgado de decisão que julga improcedente ação coletiva proposta em

defesa de direitos individuais homogêneos, independentemente do motivo que tenha fundamentado a rejeição do
pedido, não é possível a propositura de nova demanda com o mesmo objeto por outro legitimado coletivo, ainda
que em outro Estado da federação.

 Informativo 585 do STJ

Extensão dos efeitos de coisa julgada coletiva a autores de ações individuais não suspensas: Os autores de ações
individuais em cujos autos não foi dada ciência do ajuizamento de ação coletiva e que não requereram a suspensão

das demandas individuais podem se beneficiar dos efeitos da coisa julgada formada na ação coletiva.

 Informativo 617, STJ:

Uma associação que tenha fins específicos de proteção ao consumidor não possui legitimidade para o ajuizamento

a l
de ação civil pública com a finalidade de tutelar interesses coletivos de beneficiários do seguro DPVAT. Isso porque

io
o seguro DPVAT não tem natureza consumerista, faltando, portanto, pertinência temática. n
a c
 Informativo 892, STF:
u c
E dad d e
e
A associação privada autora de uma ação civil pública pode fazer transação com o réu e pedir a extinção do
rt le
o So
processo, nos termos do art. 487, III, “b”, do CPC. O art. 5º, §6º da Lei nº 7.347/85 (Lei da Ação Civil Pública) prevê
p
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que os órgãos públicos podem fazer acordos nas ações civis públicas em curso, não mencionando as associações

um n D .4 a
privadas. Apesar disso, a ausência de disposição normativa expressa no que concerne a associações privadas não

r ata 86 gm
afasta a viabilidade do acordo. Isso porque a existência de previsão explícita unicamente quanto aos entes públicos
e
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diz respeito ao fato de que somente podem fazer o que a lei determina, ao passo que, aos entes privados, é dado
d
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fazer tudo que a lei não proíbe.
t u
 Informativo 624, STJ: n d
a ta
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O Ministério Público é parte legítima para pleitear tratamento médico ou entrega de medicamentos nas demandas
de saúde propostas contra os entes federativos, mesmo quando se tratar de feitos contendo beneficiários
individualizados, porque se refere a direitos individuais indisponíveis, na forma do art. 1º da Lei n. 8.625/1993 (Lei
Orgânica Nacional do Ministério Público). O pedido para tratamento médico ou para a entrega de medicamento
em favor de uma pessoa é uma demanda que envolve direito individual INDISPONÍVEL? SIM. O direito à saúde é
um direito indisponível. Isso porque está relacionado com o próprio direito à vida.

 Informativo 911, STF:

53
ACP. LEGITIMIDADE DO MP PARA AJUIZAR AÇÃO PEDINDO O FORNECIMENTO DE MEDICAMENTO. O Ministério
Público é parte legítima para ajuizamento de ação civil pública que vise o fornecimento de remédios a portadores

de certa doença.

 Informativo 955, STF:

LEGIMIDADE MP PARA FGTS. Ministério Público possui legitimidade para propor ACP em defesa de direitos sociais
relacionados com o FGTS, O Ministério Público está legitimado a promover ação civil pública para a defesa de

direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos. No entanto, o MP somente terá representatividade adequada
para propor a ACP se os direitos/interesses discutidos na ação estiverem relacionados com as suas atribuições

constitucionais, que são previstas no art. 127 da CF. No entanto, há certos interesses individuais que, quando
visualizados em seu conjunto, em forma coletiva e impessoal, têm a força de transcender a esfera de interesses
puramente particulares, passando a representar, mais que a soma de interesses dos respectivos titulares, verdadeiros
interesses da comunidade. FGTS tem enorme relevância social. O Ministério Público possui legitimidade

a l
constitucional para ajuizar ação civil pública cujo objeto seja pretensão relacionada ao Fundo de Garantia do Tempo

io n
de Serviço (FGTS) porque esta demanda tutela direitos individuais homogêneos, mas que apresenta relevante

a c
c
interesse social. Mas e a vedação do art. 1º, parágrafo único da Lei nº 7.347/85? É necessário que seja feita uma
u
d e
interpretação conforme a Constituição Federal do parágrafo único do art. 1º da Lei 7.347/85, ou seja, é necessário
E dad
e
que esse dispositivo seja lido em conformidade com o texto constitucional. O objetivo desta previsão foi apenas o
rt le
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de evitar a vulgarização da ação coletiva, evitando que fossem propostas ações civis públicas para fins de simples
p
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movimentação do FGTS ou para discutir as hipóteses de saque de contas fundiárias. Assim, esse art. 1º, parágrafo

um n D .4 a
único não constitui obstáculo para que o Ministério Público proponha ação civil pública discutindo FGTS em um

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contexto mais amplo, envolvendo interesses sociais qualificados, ainda que sua natureza seja de direitos individuais
e
homogêneos.
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 Informativo 626, STJ:
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Município tem legitimidade ad causam para ajuizar ação civil pública em defesa de direitos consumeristas
a
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questionando a cobrança de tarifas bancárias. Em relação ao Ministério Público e aos entes políticos, que têm como
finalidades institucionais a proteção de valores fundamentais, como a defesa coletiva dos consumidores, não se
exige pertinência temática e representatividade adequada.

 Informativo 629, STJ:

O Ministério Público possui legitimidade ativa para postular em juízo a defesa de direitos transindividuais de
consumidores que celebram contratos de compra e venda de imóveis com cláusulas pretensamente abusivas.

 Informativo 921, STJ:

54
O Ministério Público tem legitimidade para ajuizar ação civil pública que vise anular ato administrativo de
aposentadoria que importe em lesão ao patrimônio público.

 Informativo 643, STJ:

Transportadora que constantemente descumpre o Código de Trânsito e trafega com seus veículos com cargas
acima do peso permitido pode ser condenada ao pagamento de danos morais coletivos e danos materiais. O

tráfego de veículos com excesso de peso gera responsabilidade civil em razão dos danos materiais às vias públicas
e do dano moral coletivo consistente no agravamento dos riscos à saúde e à segurança de todos. Neste caso, além
da condenação a pagar a indenização, a transportadora também poderá ser condenada a não mais trafegar com

excesso de peso, sendo viável a aplicação de multa civil (astreinte), como medida coercitiva, mesmo que já tenham
sido imputadas as multas administrativas previstas no CTB.

 Informativo 648, STJ:

a l
O prazo de 5 (cinco) anos para o ajuizamento da ação popular não se aplica às ações coletivas de consumo.

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a c
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e r ata 86 gmum n D .4 a
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55
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Presidência da República, 1988.

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