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CENTRO EDUCACIONAL VISÃO

CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO

ANDREÁ SIMÕES MENDONÇA DE OLIVEIRA


GEOVANNA DORNELAS SILVEIRA FERREIRA
LARISSA GABRIELLY LOPES LOSCHA
LORENA FRANCIELE SANTOS CORGOZINHO
LUANNY GABRIELLY SILVA MACHADO
MATHEUS FELIPHE TOMAZ DO NASCIMENTO

OS RISCOS DOS INSETICIDAS ORGANOFOSFORADOS PARA O


TRABALHADOR RURAL e seu modo de prevenção.

JOÃO PINHEIRO-MG
2023
ANDREÁ SIMÕES MENDONÇA DE OLIVEIRA
GEOVANNA DORNELAS SILVEIRA FERREIRA
LARISSA GABRIELLY LOPES LOSCHA
LORENA FRANCIELE SANTOS CORGOZINHO
LUANNY GABRIELLY SILVA MACHADO
MATHEUS FELIPHE TOMAZ DO NASCIMENTO

OS RISCOS DOS INSETICIDAS ORGANOFOSFORADOS PARA O


TRABALHADOR RURAL e seu modo de prevenção.

Trabalho apresentado ao Centro


Educacional Visão, como requisito para
obtenção do título de Técnico em Segurança
do Trabalho.

Orientador: Prof. Letícia Franco


Andrade.

JOÃO PINHEIRO-MG
2023
CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO
FOLHA DE APROVAÇÃO

ANDREÁ SIMÕES MENDONÇA DE OLIVEIRA


GEOVANNA DORNELAS SILVEIRA FERREIRA
LARISSA GABRIELLY LOPES LOSCHA
LORENA FRANCIELE SANTOS CORGOZINHO
LUANNY GABRIELLY SILVA MACHADO
MATHEUS FELIPHE TOMAZ NASCIMENTO

TÌTULO OS RISCOS DOS INSETICIDAS ORGANOFOSFORADOS PARA O


TRABALHADOR RURAL e seu modo de prevenção.

Trabalho de conclusão de curso apresentado


como requisito parcial para obtenção do título de
Técnico em Segurança do Trabalho, pelo Centro
Educacional Visão.

Aprovado em: 21 de novembro de 2023.

Banca Examinadora

______________________________________________
(Jéssica Thaise Guimarães Cordeiro, Bacharel Engenharia Civil UNIPAM,
Pós-Graduação Segurança do Trabalho UNISA, Centro Educacional Visão).

______________________________________________
(Pedro Henrique Ribeiro Silveira, Bacharel Engenharia Civil UNIPAM,
Pós-Graduação em Estruturas de Concreto UNYLEYA, Centro Educacional Visão).

______________________________________________
(João Paulo Setúbal Lino, Bacharelado Engenharia Civil UNIP, Centro Educacional
Visão).

_____________________________________________
(Hélida Cristiane Rabelo, Centro Educacional).
Dedicamos este trabalho a nossa família e amigos.
AGRADECIMENTOS
ANDREÁ: agradeço primeiramente a Deus pela oportunidade de fazer conseguir
chegar à reta final do curso, a minha família pelo apoio e motivação, aos meus
colegas de turma pelo companheirismo e aos meus professores que foram
fundamentais para a conclusão deste ciclo.
GEOVANNA: agradeço a minha mãe pelo apoio incondicional e por ter tornado
possível toda essa trajetória que estou concluído, ao meu animal de estimação Kika
que vem me dando forças a 11 anos.
LUANNY: agradeço ao meu animal de estimação Kiara, aos meus amigos e meu
grupo pelo apoio emocional nesta caminhada.
LARISSA: agradeço pela motivação e apoio dados pela minha família e meus
amigos.
MATHEUS: agradeço a Deus pela oportunidade do novo conhecimento e a minha
família pelo apoio.
LORENA: agradeço a minha família e a Deus pelo suporte e pela motivação.
"A persistência é o menor caminho do êxito". - Charles Chaplin
RESUMO

Esse trabalho irá aborda e se aprofundar mais sobre o uso do


organofosforados e seus principais ricos a saúde ao trabalhador rural onde será
explicado no mesmo uma pequena introdução sobre agricultura nos primórdios dos
tempos retratado se que o uso de agrotóxicos existe muito antes do que os tempos
atuais.
Será explicado ainda em uma pequena parte como é feita a aplicação desses
agrotóxicos e como é a sua forma de ação sobre as plantas e as pragas alvos que o
inseticida deve exterminar.
O principal ponto que vem a ser abordados são o risco a saúde do
trabalhador e também a precaução que o mesmo deve tomar para que não venha
sofre nenhum tipo de intoxicação durante o uso do agrotóxico fazendo que tenha
uma aplicação de forma segura que não prejudicial à sua saúde. Também será
especificado de forma direta os EPI’s que se fazem necessários para aplicação do
agrotóxico.
Também irá abordar sobre os principais problemas e sintomas causados pela
intoxicação do organofosforados no corpo humano, mostrando as suas formas de
tratamento, o que deve ser feito e as formas correta de lidar com intoxicação.

Palavras-chave: Precaução. Riscos. Saúde. EPI’s.


ABSTRACT

This work will address and delve deeper into the use of organophosphates
and their main benefits of health for rural workers, which will also explain a small
introduction about agriculture in the beginning of times, portraying that the use of
pesticides existed long before the times current.
It will also be explained in a small part how these pesticides are applied and
how they act on the target plants and pests that the insecticide must exterminate.
The main points that will be addressed are the risk to the worker's health and
also the precautions that they must take so that they do not suffer any type of
poisoning during the use of the pesticide, ensuring that it is applied in a safe manner
that is not harmful to the Your health. The PPE that is necessary for applying the
pesticide will also be directly specified.
It will also address the main problems and symptoms caused by
organophosphate poisoning in the human body, showing how to treat it, what should
be done and the correct ways to deal with poisoning.

Key-words: Health. Precautions. PPE. Risks.


LISTA DE SIGLAS
EPI: Equipamento de Proteção Individual;
DA: Defensivos Agrícolas;
PIB: Produto Interno Bruto;
AChE: Enzima acetilcolina;
PARA: Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos:
SINAN: Sistema de Informação de Agravos de Notificação;
EPR: Equipamento de Proteção Respiratória;
EPD: Equipamento de Proteção Dérmica;
FP: Fator de Proteção;
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................11
2.1 objetivos gerais....................................................................................................12
2.2 objetivos específicos............................................................................................12
4. A AGRICULTURA NO BRASIL..............................................................................14
5. O USO DO ORGANOFOSFORADOS...................................................................14
6. PREUCAÇÕES A SEREM TOMADAS ANTES E DURANTE A APLICAÇÃO......15
8. INTOXICAÇÃO...................................................................................................... 16
8.1. intoxicação aguda...............................................................................................17
8.2. intoxicação crônica............................................................................................. 18
9. DIAGNÓSTICO......................................................................................................18
10. TRATAMENTO....................................................................................................19
10.2. descontaminação..............................................................................................20
11. EPI’s UTILIZADOS.............................................................................................. 20
11.1. epi’s de proteção dermal...................................................................................20
11.2 epi’s de proteção respiratória.............................................................................21
12. CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................22
13. REFERÊNCIAS................................................................................................... 23
11

1. INTRODUÇÃO

A agricultura teve um impacto significativo na história da sociedade como um


todo fornecendo os alimentos necessários para a sobrevivência da humanidade e
alterando sua forma de vida, prática iniciada de acordo com historiadores no oriente
médio pelos mesopotâmicos a 12 mil anos e desde então, foi desenvolvido vários
métodos de cultivo, criação de animais, fabricação de fibras e outros produtos,
principalmente no cultivo é feito o uso de agrotóxicos incluindo o principal e mais
utilizado deles, os inseticidas.

Os inseticidas têm história desde antes de Cristo, existem evidências de que


pessoas na Grécia, China e Suméria usavam sais inorgânicos específicos para
combater insetos nas lavouras. Em escritos gregos e romanos de mais de três
milênios atrás foi mencionado o uso de produtos químicos como arsênico ou enxofre
como um meio de combater essas pragas e há mais de 2.000 anos, os chineses já
usavam materiais orgânicos naturais como a piretrina, desenhado das flores do
crisântemo.

A ideia do grupo para a realização do trabalho veio decorrente ao dado


exposto pelo SINAN - Ministério da Saúde que mostra que de 2010 a 2019 cerca de
7.163 trabalhadores rurais foram intoxicados por agrotóxicos no ambiente de
trabalho rural, sendo cerca de 70% são causados pelo agrotóxicos organofosforados
e apenas 787 foram estabelecidas como acidente de trabalho, além dos milhares de
anos em que não foi pesquisado nem levantado um número de pessoas nos quais
foram intoxicadas no decorrer dos anos, principalmente nas primeiras décadas que
foi iniciado a utilização de inseticidas, uma vez que ainda não eram empregados
EPI’s ou qualquer tipo de proteção a aqueles que aplicavam o produto químico. E
principalmente ainda não eram feitas pesquisas afim de identificar as desvantagens
para a saúde dos trabalhadores e até mesmo para a população final que consome o
produto e pode acabar sendo intoxicada.

A partir deste, o trabalho irá abranger os inseticidas usados no trabalho rural


apontando o inseticida organofosforados, seus riscos à saúde, treinamento e EPI’s
necessários para a utilização e aplicação segura dos inseticidas, a fim de
conscientizar a importância do uso correto e seguro de tais produtos químicos.
12
13

2. OBJETIVOS
2.1 objetivos gerais

Este trabalho tem como objetivo estabelecer uma análise abrangente dos
riscos do inseticida organofosforados na agricultura, com foco nas ameaças ao
trabalhador rural. O estudo tem como objetivo identificar os principais riscos, avaliar
as consequências para a saúde além buscar propostas de medidas de prevenção
eficazes, com o objetivo de mitigar os riscos e proteger a saúde do trabalhador rural.

2.2 objetivos específicos

 Conscientização;
 Prevenção;
 Diminuição de mortes
14

3. METODOLOGIA

A elaboração deste trabalho de conclusão de curso foi realizada por meio de


levantamento bibliográfico em livros digitais, google acadêmico e artigos científicos.
Para a realização da pesquisa foi utilizado 4 (quatro) integrantes do grupo com os
seguintes temas: Especificação do organofosforados – como funciona; EPI`s
utilizados; Quando / modo que ele é utilizado; Treinamento na utilização do
organofosforados; Riscos na saúde - tratamento se houver. O período de publicação
utilizado na seleção das pesquisas varia entre 2000 à 2021, sendo elas em língua
portuguesa. Posteriormente foi realizada a elaboração da pesquisa, a fim de
apresentar os riscos à saúde, métodos de proteção e especificação do
organofosforados.
15

4. A AGRICULTURA NO BRASIL
O Brasil, um país de dimensões continentais, ostenta um vasto potencial
agrícola. O setor do agronegócio contribui significativamente para a composição do
Produto Interno Bruto (PIB) do país. Tornou-se o principal consumidor mundial de
Defensivos Agrícolas (DA) as projeções indicam que esse mercado continuará a
expandir-se. Os pesticidas são substâncias concebidas e elaboradas com o
propósito de serem empregadas no meio ambiente como uma ferramenta destinada
a auxiliar o agricultor na redução dos danos ocasionados por pragas como insetos,
fungos, plantas invasoras e outros agentes prejudiciais.

A agricultura desempenha um papel fundamental na sociedade, garantindo o


fornecimento de alimentos essenciais para a nutrição humana e a segurança
alimentar global. No horizonte de 2050, prevê-se um aumento de 35% na demanda
por alimentos, com destaque para regiões como a China, Índia, outros países
asiáticos e o continente africano (BARBORA et al,. 2018). Esse cenário de crescente
demanda agropecuária, aliado à limitação de espaço disponível para cultivo no
passado, impulsionou a busca por tecnologias que pudessem otimizar a
produtividade por unidade de área, resultando na disseminação do uso de DA.

5. O USO DO ORGANOFOSFORADOS

A principal razão da vasta utilização desses compostos como inseticida são


seu intenso despenho biológico, combinado com sua instabilidade na biosfera, que
fazem com que eles tenham um tempo curto de meia vida em plantas. Eles são os
mais utilizados também devido ao seu baixo custo e fácil produção.

Apesar de serem os mais utilizados, os organofosforados são também a


classe de agrotóxicos que mais causam problemas à saúde humana. De acordo com
o Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas, eles são as maiores
causas de intoxicações, sendo responsáveis por um grande número de mortes no
Brasil devido à toxicidade concentrada. Por mais que em alguns tipos de
vertebrados ele não tenha um grau de toxicidade tão elevado, são para os humanos
extremamente tóxico causados diversos problemas de saúde aos mesmos.
16

Organofosforados são inseticidas de ação de contato e ingestão, para uso de


combate e controles de pragas nas culturas do citros, maçã e pêssego. A cultura é a
época de plantio, irrigação ou drenagem, destruição de plantas hospedeiras
alternativas, mobilização do solo ou revolvimento pode ser utilizada para expor os
organismos nocivos ao ambiente, especialmente à radiação solar e altas
temperaturas.

Há muitos estudos sobre os efeitos agudos dos compostos organofosforados,


os inseticidas não apenas trazem esse efeito ao meio ambiente, mas também
provoca efeitos crônicos sobre invertebrados e vertebrados, como o resultado da
longa exposição as moléculas do produto. Esses inseticidas possuem duas
características marcantes: São mais nocivos para vertebrados que os demais
inseticidas que venham ser quimicamente instáveis, por tanto se dispersam no
ambiente impedido sua absorção pelos seres vivos, é estimado que somente 0,01%
do inseticida aplicado no ambiente atinge as pragas alvo, enquanto os outros se
espalham pelo ambiente, criando assim a grande possibilidade de poluição da água
presente no ambiente em que é utilizado.

A ação inseticida dos compostos organofosforados é predominantemente


resultado de sua atividade neurotóxica, que se manifesta, na maioria dos casos, por
meio da inibição irreversível da enzima AChE. A AChE desempenha um papel
crucial na degradação da acetilcolina, que é o neurotransmissor principal no sistema
nervoso central dos insetos. Quando a atividade da AChE é inibida por inseticidas
organofosforados, isso pode ocasionar alterações no sítio ativo da enzima,
resultando no acúmulo de acetilcolina nas sinapses. Isso, por sua vez, interrompe a
transmissão de sinais nervosos e pode levar à morte dos insetos afetados
(BARBORA et al,. 2018).

6. PREUCAÇÕES A SEREM TOMADAS ANTES E DURANTE A APLICAÇÃO

O trabalhador responsável por fazer a aplicação do inseticida deve estar em


plena saúde, sem ferimentos expostos e são contraindicados a trabalhar de
estômago vazio. Uma vez que um trabalhador faz a aplicação do organofosforados
não poderá fazer a aplicação de mais nenhum tipo de inseticida durante sua carga
horária.
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O produto deve ser usado imediatamente após o preparo, e no momento da


sua aplicação, entre de suas contraindicações estão a não aplicação perto de
riachos e lagos, em momentos de chuvas e ventos fortes, perto de escolas e
residências.
18

Deve-se manusear o inseticida em local aberto e ventilado e sinalizar a área


que o inseticida foi aplicado.
Antes de iniciar o trabalho, é necessário verificar as condições dos
equipamentos, trocando-os por outros se necessário, ou efetuando os devidos
reparos, mas nunca usar a boca para desentupir válvulas, bicos ou qualquer outra
parte do equipamento de aplicação de praguicidas. Após cada aplicação do produto
deve-se lavar os equipamentos, as roupas daqueles que fizeram a aplicação ou que
estavam por perto no momento.
Durante a aplicação dos inseticidas, o trabalhador não deve fumar e nem
manusear alimentos, além de após a aplicação do inseticida o colaborador deve
evitar beber leite pois substâncias com alto teor de gordura colaboram para uma
maior absorção do produto tóxico pelo organismo.
O prédio no qual será armazenado o inseticida deve ficar isolado dos demais
prédios da empresa, em piso térreo e longe de percursos de água e residências.
Deve ser feito inspeções periodicamente vistoriando os equipamentos contra
incêndio e afim de encontrar possíveis vazamentos e rachaduras nas caixas de
armazenagem.
Os vasilhames de armazenagem do inseticida não devem ficar em contato
com o chão, mas sim sobre estrados de madeira sempre obedecendo as
recomendações do fabricante sobre do número máximo de embalagens empilhadas.

8. INTOXICAÇÃO
Segundo a Organização Internacional das Uniões de Consumidores, a cada 4
horas morre um trabalhador agrícola nos países em desenvolvimento, por
intoxicação por agrotóxicos. O grupo de produtos envolvido na maior parte das
intoxicações é organofosforados (TAYLOR, 2003).
O inseticida organofosforados é dito como inibidor irreversível da
acetilcolinesterase que é a enzima responsável pela transmissão dos impulsos
nervosos por todo o sistema dos vertebrados, fato que faz com que a intoxicação por
tal inseticida seja considerada grave de forma que sempre que ocorre intoxicação
deve-se destacar a importância do atendimento médico imediato, o tratamento é
fundamental para a recuperação do indivíduo, preservando sua integridade e sua
vida.
19

De maneira geral, o organofosforados pode causar dois tipos de intoxicação


ao homem. Aguda é a intoxicação em que os sinais surgem rapidamente, ou seja,
algumas horas após a exposição a produtos altamente tóxicos.
20

A intoxicação crônica é a intoxicação que se caracteriza por surgimento


tardio, em meses ou anos, por exposição pequena ou moderada a produtos tóxicos
ou a múltiplos produtos, acarretando danos irreversíveis (ALMEIDA, 2002).

8.1. intoxicação aguda

Tabela 1: Intoxicação por Organofosforados


LOCAIS AFETADOS MANIFESTAÇÕES

Glândulas Exócrinas; Sialorréia, lacrimejamento, sudorese;

Olhos Miose, borramento de visão, hiperemia


conjuntival;

Trato Gastrointestinal Náuseas, vômitos, dor abdominal,


diarréia, tenesmo, incontinência fecal;

Sistema Cardiovascular Hipersecreção brônquica, rinorréia,


broncoespasmo, dispnéia, cianose,
taquicardia, hipertensão, palidez;

Músculos Esqueléticos Cãimbras, diminuição de reflexos


tendinosos, fraqueza muscular
generalizada, paralisia, tremores;

Sistema Nervoso Central Sonolência, letargia, fadiga, labilidade


emocional, confusão mental, perda de
concentração, cefaléia, coma com
ausência de reflexos,
21

8.2. intoxicação crônica


Os efeitos tóxicos agudos são bem conhecidos, enquanto os efeitos tóxicos
crónicos que podem ser causados a longo termo por baixos níveis de exposição,
nem tanto. É considerado que existe inibição irreversível, cumulativa e crónica da
atividade da colinesterase. A toxicidade crónica pode ser causada por uma sequela
de intoxicação aguda ou resultar da exposição prolongada a baixos níveis de
organofosforados. Esta intoxicação crónica faz-se sentir essencialmente ao nível do
sistema nervoso como neuropatia tardia e da memória e ansiedade e também a
nível dermatológico aftas, dermatite de contato e estomatite ulcerosa.

Aliado a uma série de problemas econômicos e sociais, a intoxicação crônica


poderia levar ao suicídio. As lesões causadas ao cérebro pelos organofosforados
podem deixar sequelas como apatia, irritabilidade, perda de concentração e
memória; problemas que podem evoluir para depressão e chegar ao suicídio.
Pessoas mais desequilibradas emocionalmente têm risco maior de se intoxicar, pois
se protegem menos, expõe-se mais e têm uma atitude mais auto agressiva
(GIRALDI, 2002).

Além dos efeitos acima citados a intoxicação crônica pelo inseticida


organofosforados é capaz de provocar malformações e câncer. Casos de câncer
foram evidenciados em 1992, em adultos jovens indígenas que viviam em uma
aldeia na Amazônia. Nestes jovens foram encontrados níveis elevados de
organofosforados no sangue. (MATOS et al., 1988; KOIFMAN et al., 1998). O
inseticida pode resultar da exposição do indivíduo em formação e mediante a ação
mutagênica nos gametas dos progenitores nas primeiras etapas da gestação. Das
malformações congênitas de fácil diagnóstico clínico, as que se destacam pela
influência do DA. são Síndrome de Down, espinha bífida e hidrocefalia (ROJAS;
OJEDA; BARRAZA, 2000).

9. DIAGNÓSTICO
A melhor forma de prevenção é o diagnóstico das intoxicações por inseticida
organofosforados por meio do monitoramento com a determinação da atividade
colinesterásica, verificando o nível da enzima acetilcolinesterase no sangue
(OPAS/OMS 1996). A pseudocolinesterase encontrada no soro diminui antes
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daquela encontrada nas hemácias, sendo, portanto, indicador biológico da


exposição aguda a inseticidas organofosforados (FUNASA, 2001).
23

O diagnóstico de intoxicação aguda e grave pelo inseticida é facilmente


estabelecido com base na história de exposição e sinais e sintomas característicos.
Em casos suspeitos de intoxicação aguda mais leve ou crônica, a determinação das
atividades do inseticida no plasma geralmente estabelece o diagnóstico. Apesar da
considerável variação desses valores na população normal, geralmente eles estão
reduzidos naquela abaixo da faixa normal antes do aparecimento dos sintomas
(TAYLOR, 2003).

10. TRATAMENTO
Os indivíduos que estiverem prestando socorro devem evitar o contato com
as roupas contaminadas e com o vômito do paciente. As roupas devem ser
adequadamente lavadas, enquanto produtos de couro, como calçados, devem ser
descartados. Para a lavagem da pele e cabelos do paciente, é necessária a
utilização de luvas de borracha (DOMINGUES et al., 2004)

O tratamento é específico e eficaz. A atropina, em doses suficientes age


revertendo os efeitos no sistema nervoso central e periférico, assim, aliviando os
sintomas graves como por exemplo as secreções traqueobrônquicas e salivares
aumentadas. A atropina praticamente não exerce nenhum efeito ou
comprometimento neuromuscular (TAYLOR, 2003).

Muitos dos organofosforados são extremamente lipossolúveis e, caso já tenha


ocorrido distribuição extensa na gordura, a toxicidade irá persistir e os sintomas
poderão sofrer recidiva após tratamento inicial. Em alguns casos, pode ser
necessário continuar o tratamento com atropina e pralidoxima durante várias
semanas. No tratamento das intoxicações por estes inseticidas, é indicado o uso de
pralidoxima como antídoto químico (TAYLOR, 2003).
É contraindicado o uso de tranquilizantes e morfina no tratamento destas
intoxicações, isso ocorre porque esses medicamentos podem agravar os sintomas e
gerar complicações no quadro do paciente. Lembrando sempre que o tratamento
somente deve ser ministrado por profissional da saúde treinados. Após a dosagem
pode sofrer variação quanto a gravidade da intoxicação e resposta a administração
em cada paciente, assim como a monitorização do paciente continua para ajustar
necessidades e garantir a segurança do mesmo.
24

10.2. descontaminação
A descontaminação é uma etapa muito importante, interrompendo a
exposição ao agente químico. Após realizar o procedimento o paciente deverá
continuar com seu acompanhamento médico para sim combater os efeitos do
agrotóxico dos pesticidas e aliviar seus sintomas. A descontaminação deve ser
realizada por profissionais da saúde treinados evitando novos riscos. Após o
atendimento médico este procedimento deve ser adotado para evitar exposição
contínua do produto químico:
 Remoção das roupas contaminadas: todas as roupas que forem expostas ao
pesticida devem ser cuidadosamente retiradas. Incluído internas e externa;
 Lavagem do corpo: Já sem as roupas o corpo deve ser lavado
cuidadosamente com água e sabão, lembrando de dar atenção às áreas que
tiveram contato direto;
 Descarte seguro das roupas: Devem ser manuseadas com cuidado dando
descarte de forma segura para evitar novas contaminações;

11. EPI’s UTILIZADOS

As três vias de contaminação pelas quais o inseticida organofosforados


penetra no organismo são digestiva, dérmica e respiratória, o que determina que os
EPI’s utilizados devem ser baseados na proteção de tais áreas. Os olhos e ouvidos
também deverão ser protegidos dependendo da atividade realizada.

11.1. epi’s de proteção dermal

Qualquer cobertura que se interponha entre a pele e o agente tóxico pode ser
considerada um EPD. Os itens citados abaixo dizem a respeito aos EPD utilizados
para a prevenção dos riscos gerados pelo organofosforados:
 Calçados: é ideal a utilização de calçados que protegem os pés e os
tornozelos;
 Capacete de aba total: proteção contra insolação e respingo de partículas na
nuca;
25

 Calças e camisas de mangas longas de brim caqui: proteção de possíveis


gotículas do inseticida entre em contato com a pele, a troca dessas roupas
deve ser feita diariamente;
 Aventais: deve ser de cobertura total, para evitar respingos de material tóxico;
26

11.2 epi’s de proteção respiratória

Purificador de Ar: deve ser usado obrigatoriamente pelos aplicadores do


inseticida organofosforados, uma vez que para aplicar o inseticida se deve
fragmentar e impulsionar partículas para serem colocadas em determinada massa
de ar, deixando o aplicador sujeito a respirar uma grande quantidade dessas
gotículas. O purificador de ar funciona de maneira a evitar que as maiores gotículas
cheguem ao interior do pulmão, e fiquem retidas nas dobras nasais, pelos e
secreções ali presentes.
Os EPR’s podem ser peças faciais que oferecem proteção da boca, queixo,
nariz e olhos, diferenças que influenciam em sua classificação de FP que é medido
por instituições especializadas. O FP fornece o nível de proteção que se espera
alcançar com determinado purificar de ar. A tabela 1 apresenta os tipos de
purificadores de ar e seus índices de FP.

Tabela 2 – Fator de Proteção Atribuída aos Diferentes Tipos de Respiradores


TIPO PROTEÇÃO FATOR DE PROTEÇÃO

PEÇA FACIAL ¼ Boca e nariz 10


PEÇA FACIAL ½ Boca, nariz e queixo 10

PEÇA FACIAL Boca, nariz, queixo e 100


olhos
27

12. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesta pesquisa foi abordado os riscos causados pelo inseticida


organofosforados e o modo de preveni-los, com o objetivo de evitar que ocorra mais
mortes e invalidez de trabalhadores da área rural que fazem a aplicação de tal
inseticida, fazendo que esta pesquisa que foi elaborada seguindo todas as normas
previamente estabelecidas sobre o assunto seja utilizada também como um meio de
prevenção através da informação que aqui contém.
É crucial ressaltar que os inseticidas organofosforados assim como
muitos outros é feito por compostos altamente tóxicos para os seres humanos. A
exposição a esses produtos químicos pode ocorrer através da inalação, digestão e
dérmico. Essa exposição pode causar ao ser humano efeitos diversos entre os graus
de intoxicação, como por exemplo distúrbios neurológicos, problemas respiratórios,
distúrbios gastrointestinais e até mesmo a morte em casos de intoxicação grave.
Para a prevenção desses riscos acima citados, é essencial adotar
medidas adequadas, sendo fundamental promover o uso responsável e continuo dos
EPI’s indicados para tal função sempre seguindo as orientações e recomendações
de uso dos fabricantes e órgãos reguladores, além de é claro a capacitação através
do treinamento dos trabalhadores rurais responsáveis pela aplicação dos produtos e
dos agricultores para que os resíduos de tal agrotóxico não ultrapasse os limites
estabelecidos pelo PARA, tal capacitação e fundamental para garantir a aplicação
segura e eficaz.
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13. REFERÊNCIAS

ARAÚJO, A. (08 de Agosto de 2006). Acesso em 20 de Setembro de 2023,


disponível em Exposição múltipla a agrotóxicos e efeitos à saúde: estudo:
https://www.scielosp.org/pdf/csc/v12n1/11.pdf
Barbosa, H. (26 de Novembro de 2018). Acesso em 21 de Agosto de 2023,
disponível em Compostos Organofosforados e seu Papel na Agricultura:
https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/105000/INTOXICA
%c3%87%c3%83
CAVALLETI, L. (14 de Fevereiro de 2008). Acesso em 01 de Setembro de 2023,
disponível em Resíduos de Organoclorados, Organofosforados e Carbamatos
em Leite, Água e Alimentação Animal.:
http://livros01.livrosgratis.com.br/cp070717.pdf
eCycle. (17 de Maio de 2020). Acesso em 24 de Agosto de 2023, disponível em
ORGANOFOSFORADOS: Oque são e principais impactos.:
https://www.ecycle.com.br/organofosforados/
Fundação Nacional de Saúde. (29 de Janeiro de 2001). Acesso em 14 de Agosto de
2023, disponível em Controle de Vetores e Procedimentos de Segurança:
file:///C:/Users/Usuario/Downloads/controle_vetores%20(2).pdf
INTERMINAS. (04 de Agosto de 2019). Acesso em 23 de Agosto de 2023,
disponível em INSETICIDAS: O uso e as Técnicas Corretas na Agricultura:
https://agropos.com.br/inseticidas/
LIMA, J. (15 de Julho de 2018). Acesso em 29 de Agosto de 2023, disponível em
INSETICIDA ORGANOFOSFORADO METAMIDOFÓS: ASPECTOS:
file:///C:/Users/Usuario/Downloads/3132-6239-1-PB.pdf
MACIEL, J. P. (14 de agosto de 2006). Protocolo de Atenção à Saúde dos
Trabalhadores Expostos a Agrotóxicos. Fonte:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolo_atencao_saude_trab_e
xp_agrotoxicos.pdf
Mais Soja. (25 de Dezembro de 2020). Acesso em 20 de Setembro de 2023,
disponível em Como funcionam os inseticidas carbamatos e
organofosforados?: https://maissoja.com.br/como-funcionam-os-inseticidas-
carbamatos-e-organofosforados/
Manual MDS. (19 de Junho de 2022). Acesso em 27 de Agosto de 2023, disponível
em Intoxicação por organofosfarados e carbamatos:
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/les%C3%B5es-intoxica
%C3%A7%C3%A3o/intoxica%C3%A7%C3%A3o/intoxica
%C3%A7%C3%A3o-por-organofosfarados-e-carbamatos
MOTA, A. (03 de Setembro de 2021). Acesso em 22 de Agosto de 2023, disponível
em EXPOSIÇÃO AOS AGROTÓXICOS ORGANOFOSFORADO EM
POPULAÇÕES QUILOMBOLAS NO ESTADO DO PARÁ:
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