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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINSCAMPUS DE GURUPI

BRUNO HENRIQUE DI NAPOLI NUNES


DANIEL NUNES RIBEIRO
INDIRA RAYANE PIRES CARDEAL
JOÃO FRANCISCO DE MATOS NETO
CINTIA SHAIANY CORREA DE OLIVEIRA

FEIJÃO E MANDIOCA EM CONSÓRCIO COM OUTRAS CULTURAS

Gurupi/TO
Abril de 2021
UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINSCAMPUS DE GURUPI
BRUNO HENRIQUE DI NAPOLI NUNES
DANIEL NUNES RIBEIRO
INDIRA RAYANE PIRES CARDEAL
JOÃO FRANCISCO DE MATOS NETO
CINTIA SHAIANY CORREA DE OLIVEIRA

FEIJÃO E MANDIOCA EM CONSÓRCIO COM OUTRAS


CULTURAS;
• MONOCULTIVO E CULTIVO CONSORCIADO DE FEIJÃO E
MANDIOCA
• FEIJÃO CAUPI (Vigna unguiculata) SOLTEIRO E
CONSORCIADO COM MILHO (Zea mays) NA REGIÃO DO
CARIRI CEARENSE

Disciplina de Feijão e Mandioca


Professor: Dr. Manoel Mota da
Santos.

Gurupi/TO
Abril de 2021
INTRODUÇÃO
O consórcio de culturas é um sistema de cultivo tradicional nos países em
desenvolvimento e consiste no plantio simultâneo ou não de duas ou mais culturas numa
mesma área. As vantagens do sistema consorciado quando comparado ao cultivo
solteiro, são: aumento na produtividade por unidade de área (ALBUQUERQUE et al.,
2012), proteção vegetativa do solo contra a erosão, controle das plantas daninhas (DE
LIMA et al., 2015), redução da incidência de pragas e doenças nas culturas
consorciadas, proporcionando, com maior frequência, maior lucro ao pequeno produtor,
além de diversificar as fontes de renda e oferecer diversidade de produtos para o
agricultor (ALVES et al., 2010).

O plantio do feijão em consórcio com outras culturas é procedimento comum no


Brasil, sendo realizado principalmente por pequenos agricultores. Em Minas Gerais,
estima-se que 65% do feijão das águas e 50% do feijão da seca estejam associados com
milho e outras culturas (COSTA; SILVA, 2008). O interesse pelo consórcio entre
mandioca e feijão deriva do espaçamento relativamente largo entre fileiras da mandioca,
da menor velocidade da mandioca em se estabelecer e formar o dossel, da obtenção da
colheita do feijoeiro, enquanto a mandioca se desenvolve, e do ciclo de vida
relativamente curto do feijoeiro. O consórcio de mandioca com feijão é uma prática
importante, em todas as regiões tropicais e subtropicais, não apenas pelo seu aspecto
social, como também pela sua relevância econômica e contribuição no aporte em
matéria orgânica e nitrogênio ao solo (DEVIDE et al., 2009).

O SISTEMA DE CONSÓRCIO POSSUI AS SEGUINTES VANTAGENS

Possibilita reduzir o insucesso da lavoura, disponibiliza maiores opções de


alimentos, propicia maior eficiência do uso da terra e maior conservação do solo,
mantém a área livre de plantas daninhas, permite o aproveitamento de resíduos de
fertilizantes, concorre para reduzir a sazonalidade da mão de obra, reduz os custos de
implantação das culturas consorciadas, aumenta o nível de matéria orgânica e a
atividade biológica do solo, protege o solo da radiação solar e reduz o trabalho de
manutenção da área.

AS DESVANTAGENS SÃO AS SEGUINTES

Dificulta a mecanização e a colheita e aumentam a concorrência por água, luz e


nutrientes. Para minimizar a competição por água e nutrientes, é importante a adequação
do espaçamento para evitar a competição e o sombreamento entre as culturas consortes,
principalmente no caso de culturas de portes e ciclos diferentes.
TIPOS DE CONSÓRCIO
• Mandioca e feijão

O consórcio de mandioca com feijão é uma prática importante, em todas as


regiões tropicais e subtropicais, não apenas pelo seu aspecto social, como também pela
sua relevância econômica e contribuição no aporte em matéria orgânica e nitrogênio ao
solo;

O interesse pelo consórcio entre mandioca e feijão deriva do espaçamento


relativamente largo entre fileiras da mandioca, da menor velocidade da mandioca em se
estabelecer e formar o dossel, da obtenção da colheita do feijoeiro, enquanto a mandioca
se desenvolve, e do ciclo de vida relativamente curto do feijoeiro. O consórcio de
mandioca com feijão é uma prática importante, em todas as regiões tropicais e
subtropicais, não apenas pelo seu aspecto social, como também pela sua relevância
econômica e contribuição no aporte em matéria orgânica e nitrogênio ao solo

• Feijão e Milho

Esse tipo de consorciação é mais comum na agricultura familiar e trata-se de plantar o


feijão nas linhas e entrelinhas do milho. O feijão pode ser semeado ao mesmo tempo
com o milho, tanto na hora do plantio deste ou quando já estiver crescido.

O consórcio com as leguminosas consiste em uma prática recomendada, pois as plantas


estabelecem uma relação simbiótica com bactérias fixadoras de nitrogênio no solo,
beneficiando a planta consorte e possibilitando a redução do uso de fertilizantes
nitrogenados.

• Mandioca e Melancia

Com esse consorcio os produtores de melancia podem utilizar melhor a terra,


aumentar a renda e ter mais segurança na produção se plantarem mandioca com as
frutas.

Segundo os estudos, o consórcio entre as duas culturas funciona de forma simples,


mas bastante efetiva: os agricultores podem cultivar a mandioca em meio às linhas de
plantação da melancia, aproveitando a mesma adubação e irrigação. Assim, a raiz gera
poucas despesas, não prejudica o crescimento das frutas e contribui com renda extra de
até 65%, de acordo com a Embrapa.

“O ciclo da melancia varia de dois a três meses; assim, durante o período que não
houver produção de frutos, o agricultor terá renda extra com o cultivo da macaxeira, que
apresenta ciclo mais longo, de 12 a 24 meses”,
ARTIGO 1

MONOCULTIVO E CULTIVO CONSORCIADO DE FEIJÃO E MANDIOCA

Segundo Horacio; Mota; Teixeira, 2019 teve como objetivo avaliar o cultivo do
feijão e mandioca em cultivo solteiro e consorciado.
• T1 - Três fileiras simples de feijoeiro (0,7 m entre linhas);
• T2 - Quatro fileiras simples de feijoeiro (0,5 m entre linhas);
• T3 - Duas linhas simples de mandiocal (2,0 x 0,5 m);
• T4 - Duas fileiras de mandiocal + três fileiras de feijoeiro (2,0 x 0,5 m) + 0,7 m
entre linhas do feijoeiro;
• T5 - Duas fileiras de mandiocal + quatro fileiras de feijoeiro (2,0 x 0,5m) + 0,5
m entre linhas do feijoeiro.
Não houve efeito significativo entre os tratamentos para a altura de plantas,
número de vagens por planta e número de grãos por vagem, sendo apenas a massa
média de 100 grãos e a produtividade de grãos influenciadas pelos tratamentos.

As médias das características avaliadas para o feijoeiro consorciado com a


mandioca e em cultivo solteiro são apresentadas na Tabela 3. O cultivo da mandioca
não influenciou na altura das plantas do feijoeiro em consórcio, provavelmente devido à
baixa altura das plantas de mandioca e a competição por luminosidade ser pouca nesse
período. PAZ et al., 2017, avaliando o feijoeiro em consórcio com crotalária (Crotalaria
juncea) em sistema orgânico, também verificaram que a altura de plantas não foi
influenciada pelo consórcio nos diversos arranjos de plantas e épocas de cultivo.

Observa-se que, na cultura do feijoeiro e da mandioca, plantas com baixa


cobertura do solo, pode ocorrer maior competição com plantas daninhas, interferindo
assim na massa de grãos da planta podendo alterar o enchimento de grãos (Tabela 3). A
produtividade do feijão foi superior no monocultivo para os dois arranjos empregados.
Segundo TEIXEIRA et al., 2011, os sistemas consorciados promovem decréscimo de
valores de todos os componentes de rendimento do feijoeiro consorciado.

A cultivar de mandioca avaliada, atendeu ao mercado de consumo in natura. O


feijoeiro apresentou maior produtividade em monocultivo, independentemente do
arranjo populacional, em comparação ao cultivo consorciado.

ARTIGO 2

FEIJÃO CAUPI (Vigna unguiculata) SOLTEIRO E CONSORCIADO COM MILHO


(Zea mays) NA REGIÃO DO CARIRI CEARENSE

Silva et al., 2015 teve como objetivo avaliar a produtividade do feijão caupi em
sistema de cultivo solteiro e consorciado com milho na região do Cariri cearense, com
diferentes manejos da adubação de cobertura potássica.
Para a adubação em cobertura potássica utilizou-se 60 kg ha-1 de K2O (100 kg ha-1 de
Cloreto de Potássio).
• O primeiro fator estudado foi o sistema de cultivo (1 – Solteiro e 2 – Consórcio
com milho)
• O segundo com três níveis de adubação potássica em cobertura
✓ T1 - Sem cobertura;
✓ T2 - Uma cobertura aos 28 DAS – dose única
✓ T3 - Duas coberturas aos 21 DAS e outra aos 35 DAS – aplicação
parcelada.

Tabela 1
O sistema de produção milho e feijão solteiro VS consorciados apresentaram
diferenças estatísticas significativas para a variável número de vagens por planta (VP)
onde o solteiro 6,57b e Consórcio 8,73a. E também para massa de vagens por planta
(MVP) nos testes de média, onde o solteiro 33,83b e o consorcio 46,20a). A variável
comprimento de vagens não apresentou diferenças estatísticas significativas nos testes
de média (17,37a e 17,27a). No entanto número de e a massa de vagens verdes
apresentaram valores significativos, com melhores médias no cultivo solteiro. A
adubação potássica em cobertura não apresentou nenhuma diferença em relação aos
tratamentos avaliados, provavelmente em função da aplicação de potássio na semeadura
ser suficiente para atender as demandas da cultura, devido as baixas precipitações
ocorridas no período, fato que reduz as perdas por lixiviação, melhorando o
aproveitamento do nutriente pela cultura.
Tabela 2
O cultivo solteiro apresentou valores significativos com maiores médias para as
variáveis: massa de grãos verde por hectare, massa verde de plantas e massa verde total,
sendo seus respectivos valores 3072, 10523 e 15312 kg/ ha-1. Ao analisar as variáveis
número de grãos por vagem e índice de grãos não observou diferença estatística entre os
sistemas de cultivo. Fato que pode ser explicado pela menor habilidade competitiva da
leguminosa pelos fatores de produção, destacando-se água, nutrientes e luz, este último
resultante do sombreamento causado pelas culturas mais altas, afetando a atividade
fotossintética do feijão-caupi.

O cultivo consorciado de feijão-caupi apresenta melhores resultados para vagens


por planta e massa de vagens por planta, porém o sistema solteiro apresentou maior
massa de grãos verde por hectare, massa verde de plantas e massa verde total. Quanto à
forma de aplicação do adubo potássico não se obteve diferenças significativas em
ambos sistemas avaliados em regime de sequeiro. Com isso, implica em afirmar que,
para a comercialização de grãos verdes, o cultivo solteiro apresenta melhores resultados.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALBUQUERQUE, J. DE A. A. DE et al. Cultivo de mandioca e feijão em


sistemas consorciados realizado em. Revista Ciência Agronômica, v. 43, p. 532–538,
2012.

ALVES, J. M. A. et al. Avaliação agroeconômica da produção de cultivares de


feijão-caupi em consórcio com cultivares de mandioca em Roraima. Revista
Agro@Mbiente on-Line, v. 3, n. 1, p. 15, 2010.

COSTA, A. S. V. DA; SILVA, M. B. DA. Sistemas de consórcio milho feijão


para a região do Vale do Rio Doce, Minas Gerais. Ciência e Agrotecnologia, v. 32, n.
2, p. 663–667, 2008.

DE LIMA, C. A. et al. Agricultural practices in the cultivation of cassava and


the relation to runoff, and soil and water loss. Revista Ciencia Agronomica, v. 46, n. 4,
p. 697–706, 2015.

DEVIDE, A. C. P. et al. Produtividade de raízes de mandioca consorciada com


milho e caupi em sistema orgânico. Bragantia, v. 68, n. 1, p. 145–153, 2009.

HORACIO, E. H.; MOTA, J. H.; TEIXEIRA, I. R. Monocultivo e cultivo


consorciado de feijão e mandioca. SAP Scientia Agraria Paranaensis, v. 18, p. 132–
138, 2019.

PAZ, L. B. et al. Desempenho e produtividade do milho safrinha em consórcio


com leguminosas em sistema orgânico. Revista de Ciências Agrárias, v. 40, n. 4, p.
788–794, 2017.

SILVA, T. I. DA et al. Produtividade de milho em função do consórcio com


feijão caupi para região do Cariri cearense. Essentia Revista de Cultura, Ciência e
Tecnologia, v. 18, p. 10–19, 2015.

TEIXEIRA2, I. R. et al. Desempenho Agronômico De Cultivares De Feijão-


Comum Con-Mossoró, 2011. Disponível em:
<http://periodicos.ufersa.edu.br/index.php/sistema%0AISSN>

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