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Diversificação de espécies
vegetais como fundamento
para a sustentabilidade da
cultura da soja
Henrique Debiasi
Júlio Cezar Franchini
Alvadi Antonio Balbinot Junior
Osmar Conte
Autores
Embrapa Soja
Londrina, PR
2015
Exemplares desta publicação podem ser adquiridos na:
Embrapa Soja
Rodovia Carlos João Strass, acesso Orlando Amaral, Distrito de Warta
Caixa Postal 231, CEP 86001-970, Londrina, PR
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www.embrapa.br/soja
https://www.embrapa.br/fale-conosco
1ª edição
On line (2015).
© Embrapa 2015
Autores
Henrique Debiasi
Engenheiro Agrônomo, Dr.
Pesquisador da Embrapa Soja
Londrina/PR
Osmar Conte
Engenheiro Agrônomo, Dr.
Pesquisador da Embrapa Soja
Londrina/PR
Apresentação
Considerações finais................................................... 56
Referências............................................................... 58
Diversificação de espécies
vegetais como fundamento
para a sustentabilidade da
cultura da soja
Henrique Debiasi
Júlio Cezar Franchini
Alvadi Antonio Balbinot Junior
Osmar Conte
Ano/estação
Talhão 1 2 3 42
Inv 1
Ver Inv Ver Inv Ver Inv Ver
Aveia Milho 2ª
A Milho Trigo Soja Soja Trigo Soja
branca safra
Aveia Milho 2ª
B Trigo Soja Milho Trigo Soja Soja
branca safra
Milho 2ª Aveia
C Soja Trigo Soja Milho Trigo Soja
safra branca
Milho 2ª Aveia
D Trigo Soja Soja Trigo Soja Milho
safra branca
1
Inv: período de outono-inverno; Ver: período de primavera-verão; 2 Como se trata de um sistema de
rotação com quatro anos, a partir do 5º ano um novo ciclo se inicia, com a repetição da primeira
cultura prevista para o talhão (ano 1).
A B
Figura 1. Consórcio milho + braquiária ruziziensis na 2ª safra. (a) Foto obtida durante
o ciclo do milho, em 15/04/15. (b) Foto obtida três semanas após a colheita do milho
(21/08/15), mostrando a cobertura viva do solo proporcionada pela braquiária.
Foto: Henrique Debiasi
Figura 2. Nabo forrageiro cultivado durante o período (“janela”) entre a colheita da soja e
a semeadura do trigo, em Londrina/PR. Data de semeadura: 25/03/2015. Data da foto:
06/05/2015.
Diversificação de espécies vegetais como fundamento para a
sustentabilidade da cultura da soja 13
Foto: Henrique Debiasi
A B
C D
Figura 5. Cobertura do solo logo após a semeadura do trigo sobre resíduos culturais de
soja safra 2014/2015 (a), e de milheto (b), nabo forrageiro (c) e Crotalaria ochroleuca (d),
semeados na janela soja-trigo. Data de semeadura das culturas de janela: 25/03/2015.
Data da dessecação: 11/03/2015. Data das fotos: 22/05/2015.
Foto: Eleno Torres
A B
Figura 7. Aspecto geral (a) e detalhe (b) de aveia preta cultivada durante o período
(“janela”) entre a colheita do milho 2ª safra e a semeadura da soja em Campo Mourão/
PR. Foto obtida em 15/08/2015.
Benefícios da diversificação
de culturas
A diversificação de culturas é essencial para a maior sustentabilidade
da produção de soja, independentemente do sistema de manejo do
solo utilizado (preparo convencional ou sistema plantio direto – SPD).
No caso do SPD, sistema de manejo predominante nas áreas de produ-
ção de soja em todo o Brasil, a diversificação de culturas é ainda mais
importante, compondo, juntamente com a redução do intervalo entre
a colheita e a semeadura da cultura seguinte, a cobertura permanente
e o mínimo revolvimento do solo, os princípios básicos para utilização
com sucesso do SPD. A monocultura ou mesmo o uso contínuo da
sucessão soja-trigo ou soja-milho de 2ª safra acarretam o surgimento
de alterações de ordem química, física e biológica no solo, que podem
comprometer a estabilidade e a sustentabilidade do sistema produti-
vo, principalmente no médio-longo prazo (após cinco anos). Dentre as
alterações decorrentes do uso de modelos de produção pouco diver-
sificados, pode-se destacar: a diminuição do teor de matéria orgânica
do solo (MOS); a degradação da estrutura do solo; a intensificação dos
processos erosivos; a redução da atividade e diversidade biológica; o
aumento da incidência e severidade de alguns insetos-praga e doen-
ças; e aumento da infestação de plantas daninhas. O conjunto desses
problemas se reflete na instabilidade da produtividade da soja e no au-
Diversificação de espécies vegetais como fundamento para a
16 sustentabilidade da cultura da soja
-2
-4
-6 -5
-8 -6
-10
-12
-14
-16 -14
-15
-18
> umidade
< RP
Raízes Palha
Biologia do solo
- Alimento
Exsudatos
- Ambiente favorável
Ação mecânica (temperatura, umidade)
Estrutura do solo
Porosa, resistente e resiliente
Figura 9 conceitual simplificado do papel exercido pela diversificação de culturas
Figura 9. Modelo
na qualidade estrutural do solo.
A ação dos microrganismos sobre o material orgânico fresco adicionado ao solo (principalmente via
palha e raízes) resulta na produção de agentes agregantes (mucilagens, polissacarídeos, entre
outros) e de hifas fúngicas, levando à formação de agregados que conferem ao solo uma estrutura
porosa, resistente a forças externas (por exemplo, pressão de rodados) e capaz de se recuperar
rapidamente quando submetida a tais forças (resiliente). Simultaneamente, o crescimento das
raízes das culturas forma e estabiliza bioporos e agregados, por meio da ação mecânica, liberação
de exsudatos e formação de um ambiente (rizosfera) favorável à proliferação de microrganismos.
Em adição, a cobertura do solo proporcionada pela palha conserva a umidade do solo, diminuindo
a sua resistência mecânica (RP) o que, por sua vez, favorece o crescimento das raízes e,
consequentemente, aumenta os efeitos das mesmas sobre a estrutura do solo. Os principais
agentes agregantes são transitórios, de modo que a adição de fitomassa e a presença de raízes
deve ocorrer durante a maior parte possível do tempo. Elaboração: Henrique Debiasi.
Diversificação de espécies vegetais como fundamento para a
sustentabilidade da cultura da soja 19
Fotos: Adoildo Melo
A B
Figura 10. Estrutura do solo (camada 0-28 cm) em área manejada sob sistema plantio
direto de longa duração (27 anos) na Fazenda Experimental da Embrapa Soja, Londrina/
PR, em sucessão (trigo/soja) (a) ou rotação (tremoço/milho – aveia/soja – trigo/soja –
trigo/soja) de culturas (b).
Na sucessão trigo/soja, é possível observar uma camada (8-22 cm de profundidade) com estrutura
caracterizada predominantemente por “torrões” de grande tamanho, evidenciando elevado grau de
compactação, o que não se repete no modelo de produção mais diversificado, onde predominam
agregados de 1-4 cm de tamanho.
A B
Gestão da propriedade
Em modelos de produção pouco diversificados, como a sucessão soja-
-milho 2ª safra, ocorre a concentração das operações e atividades
necessárias à produção das culturas em períodos curtos durante o ano.
Com isso, há aumento no risco da perda dos períodos mais adequados
para a realização das operações (semeadura, colheita, aplicação de
agrotóxicos, entre outras), com prejuízos para a eficiência do uso de
insumos e a produtividade da soja. Além disso, a necessidade de rapi-
dez pelo pouco tempo disponível pode comprometer a qualidade das
operações agrícolas, não só pelo aumento da velocidade de execução,
mas também pela realização de tais operações com teores inadequa-
dos de água no solo. Exemplos desses problemas englobam: excesso
de mobilização do solo, distribuição irregular de sementes e falhas no
estabelecimento das plantas pela velocidade excessiva na semeadu-
ra da soja; perdas de grãos na colheita por velocidade excessiva da
colhedora; e compactação pelo tráfego com solo muito úmido. Por
outro lado, a diversificação de culturas, quando bem planejada, permite
uma melhor distribuição ao longo do ano das operações agrícolas, o
que pode melhorar a qualidade e reduzir os riscos de execução fora do
período mais indicado.
Diversificação de espécies vegetais como fundamento para a
24 sustentabilidade da cultura da soja
Planejamento de modelos
de produção diversificados
Critérios para escolha e distribuição espacial e
temporal das espécies vegetais
A escolha das espécies vegetais para compor modelos de produção
diversificados deve levar em consideração, em primeiro lugar, a aptidão
agrícola dos diferentes talhões, definida pelas condições locais de
clima, solo e topografia. Sob o ponto de vista econômico, a tomada de
decisão a respeito da substituição de uma cultura por outra deve consi-
derar não somente a comparação direta da rentabilidade de cada uma,
mas também o potencial de aumento da produtividade e de redução
dos custos em ambas as culturas, proporcionados pela maior diversifi-
cação. Ou seja, é necessário analisar o sistema de produção como um
todo.
Diversificação de espécies vegetais como fundamento para a
sustentabilidade da cultura da soja 25
3,7
3,5
Produtividade (t/ha)
3,3
3,1
2,9
2,7
2,5
Rotação Rotação Rotação
Sucessão
(ano 1) (ano 2) (ano 3)
-
Pousio
100% - Milheto
iLP
100% - Trigo Consorciação
100% - Milho Culturas de janela
100% - Braquiárias
100% - Crotalária
+
- ruziziensis
- aveias
- crotalárias
- nabo forrageiro
Região subtropical
Para as regiões com inverno mais frio, a principal cultura utilizada
em sucessão à soja é o trigo. Resultados de pesquisa mostram que a
rotação com outras espécies vegetais de inverno, como a aveia preta
ou branca, aumenta a produtividade do trigo e da soja cultivados em
sequência (Figuras 16 e 17). Além das aveias, são opções para rota-
ção com o trigo nessas regiões a cevada, o centeio e a canola. Deve-
-se evitar o cultivo de aveia preta ou azevém para semente no inverno
anterior ao cultivo trigo no mesmo talhão, pois esta espécie pode se
tornar uma planta daninha de difícil controle no trigo. O nabo forra-
geiro e as leguminosas como a ervilhaca e o tremoço também podem
ser utilizados em rotação com o trigo, tanto em cultivo solteiro quanto
consorciado à aveia. Preferencialmente, essas espécies devem entrar
no modelo de produção como cultura antecessora ao milho de verão,
com benefícios em termos de ciclagem e fornecimento de N. Entretan-
to, a produção de sementes de ervilhaca, nabo forrageiro ou tremoço,
assim como de grãos de canola, não é indicada em áreas com histórico
de ocorrência de mofo branco (Sclerotinia sclerotiorum). As aveias,
em cultivo solteiro ou preferencialmente consorciadas com o azevém,
são alternativas para produção de forragem em sistemas de integração
lavoura-pecuária, intensificando o sistema de produção e diversificando
a renda da propriedade.
4,0
3,5
3,0 2,9 2,8 2,7 2,8
2,5
2,0
1,5 1,2
0,9
1,0
0,5
0,0
2011 2012 2013 2014
Figura 17
Figura 17. Produtividade do trigo em função da proporção desta cultura no sistema de
rotação, em quatro safras. Embrapa Soja/Coamo, Campo Mourão/PR, 2015.
Em todas as safras avaliadas, a produtividade do trigo foi menor na ausência de rotação de
culturas no inverno. Em média, a ausência de rotação no período de inverno diminuiu em 18% a
produtividade do trigo, o que pode ser atribuído principalmente à redução na incidência e severidade
de doenças. De modo geral, a melhor relação benefício/custo foi obtida com sistemas de rotação
em que 25 a 50% da área é cultivada no outono-inverno com espécies vegetais alternativas ao
trigo.
Diversificação de espécies vegetais como fundamento para a
36 sustentabilidade da cultura da soja
A B A B A B A B
1º 3º 2º 4º 3º 1º 4º 2º
2º 4º 3º 1º 4º 2º 1º 3º
C D C D C D C D
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4
185
181
Produtividade acumulada (scs/ha)
180
175
175
170
165 164
160
155
MS/Soja MS+Ruz/Soja Ruz/Soja 2012/2013
MS/Soja MS+Ruz/Soja MS/Soja 2013/2014
MS/Soja MS+Ruz/Soja MS/Soja 2014/2015
Figura 19. Produtividade da soja (valor acumulado de três safras) em função do sistema
FiguraMS
de rotação de culturas. 19 = milho 2ª safra; Ruz = braquiária ruziziensis; MS + Ruz =
milho 2ª safra consorciado com braquiária ruziziensis. Embrapa Soja/COCAMAR, Floresta/
PR, 2015.
A rotação do milho 2ª safra com braquiária ruziziensis, de forma que a forrageira ocupe 1/3 da área
total cultivada no outono-inverno (um cultivo a cada três safras), proporcionou aumento de 17 sacas/
ha na produtividade da soja (acumulada em três safras). Da mesma forma, o consórcio do milho com
braquiária ruziziensis na 2ª safra resultou em uma produtividade acumulada (três safras) de 11 sacas/
ha a mais, comparativamente ao milho solteiro.
120
115
Produtividade relativa
110
105
100
95
50 100
Proporção da área com milho 2ª safra
Figura 20. Produtividade relativa do milho 2ª safra em função da proporção da área
ocupada pela cultura. Embrapa Soja/Coamo, Campo Mourão/PR. Fonte: Franchini et al.
(2011).
Figura 20
Diversificação de espécies vegetais como fundamento para a
sustentabilidade da cultura da soja 39
A B
Figura 21. Crotalaria ochroleuca (a) e Crotalaria spectabilis (b) cultivadas em sucessão
à soja (2ª safra), na Fazenda Experimental da Embrapa Soja, em Londrina/PR. Data de
semeadura: 27/02/2013. Data das fotos: 13/05/2013.
Diversificação de espécies vegetais como fundamento para a
40 sustentabilidade da cultura da soja
Fotos: Henrique Debiasi
A B
Ano J F M A M J J A S O N D
Soja
3º P Milho 2ª safra + braquiária3 braquiária Soja M2
A B A B A B A B
1º 3º 2º 4º 3º 1º 4º 2º
2º 4º 3º 1º 4º 2º 1º 3º
C D C D C D C D
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4
1
Soja P = soja cultivar de ciclo precoce; 2
Soja M = soja cultivar de ciclo médio; 3
Braquiária
Figura 23
ruziziensis (Urochloa ruziziensis).
Figura 23. Distribuição temporal e espacial das espécies vegetais em um exemplo de
modelo de produção com ciclo de quatro anos, para a região de transição climática.
Os quadrados abaixo do cronograma representam a distribuição dos diferentes anos do
modelo de produção nos quatro talhões (A, B, C e D) da propriedade.
Diversificação de espécies vegetais como fundamento para a
42 sustentabilidade da cultura da soja
Região tropical
Para a região tropical, a duração do período das chuvas, associada
às condições de temperatura, determinam as opções para cultivo na
entressafra de verão. O girassol, o sorgo (granífero ou forrageiro), o
milheto, o capim pé-de-galinha gigante (Eleusine coracana) (Figura 24)
e forrageiras tropicais (Urochloa spp. e Panicum spp.) são exemplos de
espécies vegetais que podem ser utilizadas em rotação com o milho de
2ª safra. O nabo forrageiro também pode ser utilizado, especialmente
em consórcio com outras espécies, como o milheto, e para o fecha-
mento de “janelas” entre as culturas principais. O consórcio do milho
ou do sorgo com forrageiras tropicais, especialmente Urochloa
ruziziensis, constitui-se em uma das melhores opções para diversificar
os sistemas de produção na entressafra de verão na região tropical,
aumentando a cobertura e melhorando a qualidade do solo. O sorgo
forrageiro, o milheto, o capim pé-de-galinha e as forrageiras tropicais
perenes podem ser utilizados como pastagens temporárias ou pereni-
zadas em sistemas de integração lavoura-pecuária. Em regiões com
Foto: José Eduardo de Macedo Soares Júnior
Figura 24. Capim pé-de-galinha gigante, cultivado durante a entressafra de soja. Fazenda
Capuaba, Lucas do Rio Verde/MT, 2013.
Diversificação de espécies vegetais como fundamento para a
sustentabilidade da cultura da soja 43
A B
Figura 25. Lavoura de algodão 2ª safra (março/2014) (a) e soja superprecoce implantada
em sucessão (outubro/2014) na mesma gleba agrícola, município de Tapurah/MT.
Figura 26. Consórcio de milho com Crotalaria spectabilis. Fazenda Adriana, Alto Garças/
MT, 2014.
A B
Figura 28. Detalhe do consórcio de soja com braquiária ruziziensis, safra 2014/15.
Diversificação de espécies vegetais como fundamento para a
46 sustentabilidade da cultura da soja
Região tropical
Ano J F M A M J J A S O N D
Soja
3º P Milho 2ª safra + braquiária3 braquiária Soja M2
Milheto + C.
4º Soja M Sorgo + braquiária3 ochroleuca4 Arroz
A B A B A B A B
1º 3º 2º 4º 3º 1º 4º 2º
2º 4º 3º 1º 4º 2º 1º 3º
C D C D C D C D
Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4
1
Soja P = soja cultivar de ciclo precoce; 2 Soja M = soja cultivar de ciclo médio; 3
Braquiária
ruziziensis (Urochloa ruziziensis); 4 C. ochroleuca = Crotalaria ochroleuca.
Figura 29. Distribuição temporal e espacial das espécies vegetais em um exemplo de
modelo de produção com ciclo de quatro anos, para a região tropical (estação chuvosa
com duração de sete meses). Os quadrados abaixo do cronograma representam a
distribuição dos diferentes anos do modelo de produção nos quatro talhões (A, B, C e D)
da propriedade.
Ano J F M A M J J A S O N D
Milho +
2º Algodão braquiária1
A 1º A 2º A 3º
B 2º B 3º B 1º
C 3º C 1º C 2º
Ano 1 Ano 2 Ano 3
1
Braquiária ruziziensis (Urochloa ruziziensis).
Figura 30. Distribuição temporal e espacial das espécies vegetais em um exemplo de
modelo de produção com ciclo de três anos, para a região tropical (estação chuvosa
com duração de cinco a seis meses). Os quadrados abaixo do cronograma representam
a distribuição dos diferentes anos do modelo de produção nos três talhões (A, B e C) da
propriedade.
Diversificação de espécies vegetais como fundamento para a
48 sustentabilidade da cultura da soja
durante todo o ano, geralmente é mantida uma área com pastagem pe-
rene, que corresponde de 25 a 35% da área total cultivada, na qual os
animais permanecem no período chuvoso – geralmente entre os meses
de outubro e março.
Fotos: Osmar Conte
A B
Figura 32. Sorgo (Sorghum bicolor) (a), milheto (Pennisetum americanum (L)) (b) e U.
ruziziensis (c) em pastejo no sistema ILP, cultivados em sucessão à soja na região Oeste
da Bahia.
Ano 1
Ano 2
Ano 3
Pastagem perene
Braquiária brizantha
Panicum sp.
Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez.
Ano 4
Considerações finais
A diversificação de espécies vegetais é essencial para a sustentabilida-
de dos sistemas de produção, contribuindo para o aumento da produ-
tividade e estabilidade da produção das culturas de grãos, bem como
para a redução dos custos e dos impactos ambientais associados às
atividades agrícolas. De maneira geral, os benefícios associados à ado-
ção de modelos de produção diversificados são bem conhecidos pelos
Diversificação de espécies vegetais como fundamento para a
sustentabilidade da cultura da soja 57
Referências
ALMEIDA, A. M. R.; TORRES, E.; FRANCHINI, J. C.; OLIVEIRA, M. C.
N.; DEBIASI, H.; FARIAS, J. R. B.; COSTA, J. M.; SIMIONATO, A. A.;
PELLIZZARO, E. C. Podridão de carvão (Macrophomina phaseolina). In:
ALMEIDA, A.M.R.; SEIXAS, C.D.S. (Ed.) Soja: doenças radiculares e
de hastes e inter-relações com o manejo do solo e da cultura. Embrapa
Soja: Londrina, 2010. p. 49-71.
DORAN, J.W.; PARKIN, T.B. Defining and assessing soil quality. In:
DORAN, J.W. et al. Defining soil quality for a sustainable environment.
Madison: Soil Science Society of America, 1994. p.3-22.
CGPE 12376