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Disciplina de Culturas Anuais

Prof. Eng° Agr° Wellington Quadros Tanno


Qual a diferença entre culturas perenes e anuais???
Introdução

• Pe.re.ne; Adj. 1) que é eterno, perpétuo, perenal; 2)


que permanece durante longo tempo. {botânica}
plantas cujo tempo médio de vida pode chegar aos
três anos ou mais.

• A.nu.al; Adj. 1) que se repete uma vez ou mais por


ano. {botânica} plantas cujo ciclo vegetativo se
completa no período de um ano ou menos.
Introdução
• Culturas perenes ou permanentes são aquelas que
você não precisa plantar (ou semear) novamente após a
colheita da safra para que dê uma nova produção;

• Apresentam um crescimento inicial mais lento,


priorizando acumulação de reserva;

• Produzem menos sementes;

• Geralmente são plantas de porte maior.


Introdução
• Culturas anuais são aquelas que produzem uma vez
somente, ou seja, após a colheita de safra ela “morre”
havendo a necessidade de se replantar para que se
tenha nova produção.

• Em cada ano nascem, frutificam e morrem.

• Desenvolvimento acelerado e grande produção de


sementes para atravessar períodos desfavoráveis.

• Geralmente plantas de menor porte.


CAFÉ

PERENE
CITRUS

PERENE
SOJA

ANUAL
AMENDOIM

ANUAL
MAMÃO

PERENE
FEIJÃO

ANUAL
UVA

PERENE
MILHO

ANUAL
ALGODÃO

ANUAL
CAJÚ

PERENE
FORRAGEIRA

PERENE
ARROZ

ANUAL
GOIABA

PERENE
GIRASSOL

ANUAL
COCO

PERENE
BANANEIRA

PERENE
CANA DE AÇÚCAR

SEMI- PERENE
Cultura Semi-Perenes???

• Após a colheita de safra, a cana-de-açúcar rebrota

na mesma planta por, em média, mais 5 vezes sem

a necessidade de replantar. Após esse período de

aproximado 6 anos a cana-de-açúcar é replantada.


AGRICULTURA
É um conjunto de técnicas utilizadas para cultivar plantas com o objetivo de obter
alimentos, fibras, energia, matéria-prima para roupas, medicamentos ou apenas
para contemplação estética.
Agricultura de subsistência
Prática agrícola rudimentar pela qual o
agricultor só produz o suficiente para
alimentar a si e a seus dependentes,
sem excedentes que geram renda.

Agricultura Itinerante
É a agricultura que não se fixa em
determinado local, um dos métodos
utilizados é atear fogo na mata (a
queimada) para então seguir com o
destocamento e semeadura.
Agricultura Familiar
É o cultivo da terra realizado por
pequenos proprietários rurais, tendo
como mão-de-obra essencialmente o
núcleo familiar.

Agricultura Extensiva
É caracterizada geralmente pelo uso de
técnicas rudimentares ou tradicionais na
produção, com o predomínio da mão-
de-obra humana e baixa mecanização
Agricultura Convencional ou Intensiva
Esse termo denomina o cultivo dos campos utilizando as técnicas tradicionais
de preparo de solo e controle fitossanitário.
No sistema convencional, o cultivo agrícola segue basicamente a seguinte
ordem:
 Aração
 Calagem
 Gradagem
 Semeadura
 Adubação
 Aplicação de defensivos agrícolas
 Capinas
 Colheitas
Agricultura Integrada
É uma abordagem mais holística, mais adaptada ao ambiente e aos seres
Ao vivos
em relação a monocultura, onde não só a produção vegetal e de alimentos é
abordada, mas também a pecuária.
Adubação verde
Agricultura Orgânica ou Biológica
Incorporação de vegetais ao solo
É a produção de alimentos e produtos
(leguminosas)
animais e vegetais que não faz uso de
produtos químicos sintéticos ou Adubação orgânica
alimentos geneticamente modificados Incorporação de resíduos
orgânicos ainda não
decompostos (esterco, tortas,
restos de cultura)
Composto orgânico
Adubo formado de matérias
orgânicas (compostagem de lixo
doméstico, dejetos animais,
tortas) através da decomposição
por microrganismos
A agricultura para ser considerada

sustentável deve garantir as

gerações futuras, a capacidade de


Agricultura Sustentável
suprir as necessidades de
Possui três objetivos principais:
- ser economicamente viável,
- ambientalmente correta, produção e a qualidade de vida do
- socialmente justa.
planeta.
SOJA

DADOS DE PRODUÇÃO
SOJA

• O Brasil é o segundo maior produtor de soja do mundo

Fonte: USDA, Informativo DEAGRO, nov 2017


SOJA

O Brasil tem 72 milhões de hectares de lavoura:


Produtividade e área plantada com grãos no Brasil de 1990 a 2004
SOJA
SOJA

• O Brasil é o quarto maior consumidor de soja do mundo

Fonte: USDA, Informativo DEAGRO, nov 2017


SOJA

• O Brasil é o maior exportador de soja do mundo

Fonte: USDA, Informativo DEAGRO, nov 2017


SOJA

• O Brasil possui o segundo maior estoque de soja do mundo

Fonte: USDA, Informativo DEAGRO, nov 2017


• A soja é originária da China e do
Japão.
• O grão é rico em proteínas, sendo
utilizada para a produção dos mais
diversos itens alimentares como
chocolate, temperos prontos e
massas.
• Derivados de carne também
costumam conter soja em sua
composição, assim como misturas
para bebidas, papinhas para bebes e
muitos alimentos dietéticos.

• Aproximadamente 15% da produção de soja em grãos são destinadas à fabricação


de óleo de cozinha e temperos para saladas, margarinas, gordura vegetal e
maionese.
• Também é largamente utilizada na produção de lubrificantes, explosivos, adesivos,
isolantes elétricos, tintas de impressão e vários outros produtos, inclusive,
estabilizadores de gasolina
• 70% dos alimentos processados contém soja – suco, leite condensado, queijo,
farinha, molho, pão...
SOJA

FISIOLOGIA DA PLANTA
FISIOLOGIA DA SOJA

• O conhecimento da fisiologia da planta e o


comportamento da lavoura permite ao produtor
diminuir os riscos da produção, principalmente por
se tratar de uma atividade econômica de margens
tão estreitas, não permitindo erros ou interpretações
dúbias, por menores que sejam, pois só assim terá a
máxima eficiência.
ESTÁDIOS FENOLÓGICOS
ESTÁDIOS
FENOLÓGICOS
• O uso de uma linguagem unificada da descrição dos
estádios de desenvolvimento da soja agiliza o
entendimento porque facilita a comunicação entre os
diversos públicos envolvidos com a soja.

• A metodologia de descrição deve ter uma terminologia


única, objetiva, precisa e universal capaz de descrever
uma única planta ou uma lavoura inteira, qualquer seja sua
localização ou cultivar.
ESTÁDIOS
FENOLÓGICOS
• A classificação mais utilizada no mundo é a de Fehr &
Caviness (1977).

• Essa classificação apresenta com exatidão o estádios


de desenvolvimento da cultura, que além de ser útil é
necessária para pesquisadores, agentes de assistência
técnica e produtores pois facilita a linguagem e
elimina possíveis interpretações subjetivas.
ESTÁDIOS
FENOLÓGICOS
• Para a aplicação de defensivos agrícolas é
obrigatoriamente necessário o entendimento e
identificação do estádio fenológico da cultura, pois
caso contrários poderá ter graves consequências
(econômicas, ecológicas e sanitárias)
ESTÁDIOS
FENOLÓGICOS
• Os estádios vegetativos são designados pela letra “V” e

os reprodutivos pela letra “R”

Estádio Vegetativo Estádio Reprodutivo


ESTÁDIOS
FENOLÓGICOS

Ciclo vegetativo da soja, dura de 100 e 160 dias no Brasil e podem ser classificados como
precoce, semi-precoce, médio, semi-tardio e tardio dependendo da região
ESTÁDIOS
VEGETATIVOS
ESTÁDIOS
VEGETATIVOS
ESTÁDIOS
VEGETATIVOS


ESTÁDIOS
VEGETATIVOS

Nas folhas desenvolvidas os bordos não se tocam


ESTÁDIOS
VEGETATIVOS
• Na soja se utiliza o nó (parte do caule onde a folha se
desenvolve) para se designar o estádio fenológico da planta,
visto que as folhas podem se desprender do caule.
ESTÁDIOS
VEGETATIVOS

V2

V1

Planta em estádio V2
ESTÁDIOS
VEGETATIVOS

V4

V3

V2
V1

Planta em estádio V4
ESTÁDIOS
VEGETATIVOS

V7
V6

V5
V4
V3
V2
V1

Planta em estádio V7
ESTÁDIOS
VEGETATIVOS

Fonte: Farias et al, 2007


ESTÁDIOS
REPRODUTIVOS
• Os estádios reprodutivos são representados pela letra R
seguidas dos números de 1 até 8 que descrevem o
período do florescimento a maturação.

• R1 e R2 – florescimento

• R3 e R4 – desenvolvimento da vagem

• R5 e R6 – desenvolvimento do grão

• R7 e R8 – maturação da planta
ESTÁDIOS
REPRODUTIVOS
ESTÁDIOS
REPRODUTIVOS
Florescimento da soja

R1 R2
ESTÁDIOS
REPRODUTIVOS
Formação de vagem
ESTÁDIOS
REPRODUTIVOS
Fases do desenvolvimento da vagem
ESTÁDIOS
REPRODUTIVOS
Maturação de vagem
ESTÁDIOS
REPRODUTIVOS
Maturação de vagem
ESTÁDIOS
REPRODUTIVOS
Vagem madura
ESTÁDIOS
REPRODUTIVOS
Exigências Climáticas

• Dos elementos climáticos, os que mais afetam a


cultura da soja são:

 Temperatura;

 Fotoperíodo;

 Disponibilidade hídrica.
Exigências Climáticas

• TEMPERATURA
- Bom desenvolvimento com T°C ao redor de 30°C;

- Não semear quando a temperatura estiver abaixo de


20°C;

- Regiões com temperatura que chegam a 10°C são


impróprias para o cultivo da soja – crescimento
vegetativo é quase nulo
Exigências Climáticas

• TEMPERATURA
- Temperaturas acima de 40°C abortamento de flores e
baixa capacidade de retenção de vagens;

- A floração da soja só é induzida quando ocorrem


temperaturas acima de 13°C – independente do
fotoperíodo. Por isso existem variação da data de
floração de uma mesma cultivar de um ano para outro.
Exigências Climáticas
• TEMPERATURA
- O processo de maturação é acelerado sob altas
temperaturas.

- Alta umidade diminui a qualidade da semente,


enquanto que baixa umidade provoca danos na
colheita;

- Baixa temperatura e alta umidade provocam atraso na


colheita (haste verde e retenção foliar).
Exigências Climáticas
• FOTOPERÍODO
- As exigências de Fotoperíodo variam de acordo com
a cultivar, por isso das recomendações regionais.

- Planta de dia curto, porque acima do ideal o


florescimento é atrasado.

- Esta característica ainda é restritiva ao cultivo da


soja.
Exigências Climáticas

Quanto mais perto do Equador menor é a variação do Fotoperíodo ao longo do ano


Exigências Climáticas
• NECESSIDADE DE ÁGUA
- Principal limitação para manifestação do potencial
máximo da cultura, causando grande variabilidade
do rendimento de grãos.

- Pode chegar a 80% de diferença de produtividade de


uma ano para o outro.
Exigências Climáticas
• NECESSIDADE DE ÁGUA
- A disponibilidade de água é mais importante em
duas fases: germinação e enchimento de grãos (7 a
8mm por dia);

- A semente precisa absorver 50% do seu peso em


água para uma boa germinação, os solo não pode ter
mais de 85% de água.
Exigências Climáticas
• NECESSIDADE DE ÁGUA
- A necessidade total de água no ciclo está entre 450 a
800mm de água por ciclo, variando conforme a região.

- O consumo é mais elevado no período de maior


desenvolvimento vegetativo da planta (maior
evapotranspiração)

- “É melhor ter menos água do que ser mal distribuídas as


chuvas”.
Exigências Climáticas
Exigências Climáticas
Exigências Climáticas
Exigências Climáticas
- Se todas as condições forem atendidas a planta terá
a altura mínima para a colheita mecanizada: 60cm.
- Abaixo disso as perdas serão muito elevadas;
Exigências Climáticas

Barra de corte da colhedora de soja. Altura mínima da planta de 60cm


Exigências Climáticas
- Se todas as condições forem atendidas a planta terá
a altura mínima para a colheita mecanizada: 60cm.
- Abaixo disso as perdas serão muito elevadas;
Exigências Climáticas
Exigências Climáticas
Os grupo de

maturidade tem a

função de agrupar as

cultivares de acordo

com as faixas de

latitude (duração do

fotoperíodo)
Exigências Climáticas

• Semeaduras em épocas anteriores ou posteriores ao


período indicado afetam o porte, o ciclo e o rendimento
das plantas e afetar as perdas na colheita.

• A época de semeadura determina a exposição da planta


aos fatores climáticos que definem a produtividade.

• Semeando na época correta a planta terá as condições


de umidade e temperatura ideais para seu pleno
desenvolvimento.
Exigências Climáticas

• Via de regra a melhor época de semeadura é


aquela logo após as chuvas da primavera que
repuseram a umidade dos solo e a temperatura
permitir que haja uma germinação e emergência
das plântulas entre 5 a 7 dias
Épocas de Semeadura
Épocas de Semeadura
Épocas de Semeadura
Épocas de Semeadura
Perdas por Semeadura
Tardia
• As principais perdas da soja devido ao atraso da
semeadura:

 Danos ocasionados pela deficiência hídrica no


período reprodutivo;

Percevejos sugadores;

 Ferrugem asiática.
Perdas por Semeadura
Tardia
PERCEVEJO
Perdas por Semeadura
Tardia
PERCEVEJOS

• Os insetos que estavam nas culturas colhidas ou mais


velhas migram para as mais verdes;

• Quanto maior a área de lavouras maduras próximas as


lavouras verdes maiores serão os danos;

• As lavouras semeadas mais cedo são visitadas por uma


população menor de percevejos
Perdas por Semeadura
Tardia
FERRUGEM ASIÁTICA (fungo Phakopsora pachyrhizi)
Perdas por Semeadura
Tardia
FERRUGEM ASIÁTICA

• O fungo inicia sua produção de esporos nas


lavouras semeadas mais cedo, portanto as lavouras
semeadas mais tarde irão encontrar uma população
maior do inóculo da doença.
Perdas por Semeadura
Tardia
DEFICIÊNCIA HÍDRICA

• Maior motivo de perdas pela semeadura tardia, mas


nem sempre é a mais severa.

• Falta água nos períodos reprodutivos (fev-mar)


causam abortamento das vagens.

• Escalonar a semeadura e utilizar cultivares de ciclos


diferentes para escapar da seca.
População de Plantas e
Espaçamento
• A planta de soja apresenta grande resposta quanto
a variação no arranjo espacial das plantas.

• O n° de ramos, o n° de vagens por planta e o


diâmetro do caule são inversamente proporcional a
população de plantas.
População de Plantas e
Espaçamento
Vazio Sanitário da Soja
• O vazio sanitário é uma estratégia de manejo
estabelecida com a finalidade de reduzir a
sobrevivência do fungo causador da ferrugem-
asiática durante a entressafra e assim atrasar a
ocorrência da doença na safra.

• No Brasil, 11 estados e o Distrito Federal adotam essa


medida, estabelecida por meio de normativas
estaduais.
PRINCIPAIS PRAGAS INSETOS DA SOJA
PRAGAS QUE ATACAM AS FOLHAS
Lagarta da Soja - Anticarsia gemmatalis
Lagarta falsa- medideira - Pseudoplusia includens
PRAGAS QUE ATACAM VAGENS E
GRÃOS
PERCEVEJO VERDE - HEMIPTERO
PERCEVEJO VERDE PEQUENO
PERCEVEJO MARROM
PRAGAS QUE ATACAM AS HASTES
E PECÍOLOS
Bicudo da Soja
Bicudo da Soja
Broca do colmo ou Lagarta
Elasmo
PRAGAS QUE ATACAM AS RAÍZES
DA SOJA
CORÓS
Percevejo da Raíz
NÍVEL DE DANO ECONOMICO - NDE
NIVEL DE DANO
ECONÔMICO
NÍVEL DE DANO ECONOMICO - NDE

O Nível de Danos Econômico (NDE) é a


densidade populacional da praga que causa
prejuízo à cultura igual ou superior ao custo do
controle desta praga.
NIVEL DE DANO
ECONÔMICO
• Para calcular a NDE é necessário entender que a
produção da cultura é reduzida à medida que a
densidade populacional da praga ou a sua injúria
aumenta.
NIVEL DE DANO ECONÔMICO

L = -(P + C)

Onde:
L = lucro
P= preço do produto
C = custo da aplicação
NÍVEL DE DANO ECONOMICO -NDE

Nível de dano econômico: densidade populacional de um


inseto que causa prejuízo econômico para a cultura
semelhante ao custo de adoção da medida de controle.

Nível de controle: densidade populacional de um inseto em


que medidas de controle devem ser adotadas para evitar que
o NDE seja atingido.

Nível de equilíbrio: densidade populacional média de um


inseto, durante um longo período de tempo, que não causa
prejuízo econômico para a cultura.
SOJA TRANSGÊNICA
• Existem vários tipos de soja transgênicas sendo desenvolvidas atualmente. A

mais conhecida e plantada comercialmente é uma planta que recebeu, por

meio de técnicas da biotecnologia, um gene de um outro organismo capaz de

torná-la tolerante ao uso de um tipo de herbicida, o glifosato.

• Esse gene foi extraído de uma bactéria do solo, conhecida por Agrobacterium,

e patenteado por uma empresa privada com o nome CP4-EPSPS. Quando

inserido no genoma da soja, tornou a planta resistente à aplicação do

herbicida.

• Com a nova tecnologia, ficou mais fácil para os agricultores controlarem a

planta daninha sem afetar a soja.


SOJA TRANSGÊNICA

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