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SISTEMA ALIMENTAR
Todos os caminhos que o alimento passa, desde a produção ao descarte. Analisar os diferentes
momentos do alimento (plantio, comercialização, consumo, transporte, sustentabilidade,
desperdício).
15/08/19
Conceito de Alimentação saudável: reflexão sobre controvérsias
Definição de Saúde da OMS “Um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente
a ausência de afecções e enfermidades” 1947
ORGÂNICO X AGROECOLÓGICO
Na agricultura orgânica pode existir monocultura. Na agroecológica não é simplesmente abolir
agrotóxicos, é considerar a biodiversidade como auxílio e na a produção.
AGROECOLOGIA
Base científica de uma agricultura sustentável. Corresponde fundamentalmente a um campo de
conhecimentos de natureza multidisciplinar que pretende contribuir na construção de estilos de
agricultura de base ecológica e na elaboração de estratégias de desenvolvimento rural, tendo-se
como referência os ideais da sustentabilidade numa perspectiva multidimensional de longo prazo
(CAPORAL E COSTABEBER, 2002b).
Parte-se do princípio que um sistema alimentar insustentável não é capaz de produzir alimentos
saudáveis para o consumo. A alimentação só pode ser considerada saudável se for também
sustentável, devendo ultrapassar a perspectiva nutricional. A alimentação saudável e sustentável
deve estar relacionada à produção de alimentos que protejam a biodiversidade e promovam o
consumo variado, resgatando alimentos, preparações e hábitos culturais tradicionais. Deve ser
acessível e disponível a todos, em quantidade e qualidade, baseada em alimentos produzidos e
processados na região, por agricultores familiares, de maneira agroecológica, fundamentada na
comercialização justa, aproximando a produção do consumo. Além disso, deve ser isento de
contaminantes físicos, biológicos ou químicos que causem malefícios a todos os envolvidos, de
maneira aguda ou crônica.
29/08/19
Alimentos convencionais e orgânicos, agrotóxicos e transgênicos.
- Transgênicos: alimentos com inserção de genes de outras plantas buscando “refinar”
alguma característica.
-Biotecnologia: uso de processos biológicos naturais para produzir alimentos, bebidas, medicamentos
-Engenharia genética - manipulação de genes e seus componentes para alterar características de
plantas, fungos, bactérias... [agrega apenas características desejáveis]; geralmente adicionam gene
marcador que gera resistência a antibióticos. Exemplos: soja -roundup ready (resistente ao defensivo
roundup feito à base de glifosato)-; liberty link -resistente ao defensivo liberty, base de glifosato de
amido ambos da BAYER-; milho yieldgard e Bt -gene da bactéria Bacillus thuringiensis confere
resistência a insetos que atacam o milho, principalmente as lagartas-.
05/09/19
Prática no sítio agroecológico
10/10/19
GRUPOS ALIMENTARES
Guia Alimentar para a População Brasileira de 2006
- Grupos alimentares: criados para guiar a população acerca da alimentação saudável, separa os
alimentos em 7 diretrizes. Em cada grupo alimentar existem alimentos considerados mais ou menos
saudáveis, de acordo com o seu grau de processamento.
Como melhorar o sistema alimentar como um todo? Educação, publicidade, rotulagem, legislações
de saúde; articulação: saúde, educação, agricultura, alimentação; segurança alimentar e nutricional
acessibilidade, qualidade nutricional-sensorial-higiênico sanitária, sustentabilidade, diversidade
cultural e socioeconômica.
17/10/19
PANC: plantas alimentícias não convencionais. O termo PANC foi criado em 2008 pelo Biólogo e
Professor Valdely Ferreira Kinupp e refere-se a todas as plantas que possuem uma ou mais partes
comestíveis, sendo elas espontâneas ou cultivadas, nativas ou exóticas que não estão incluídas em
nosso cardápio cotidiano. Cerca de 90% da alimentação mundial concentra-sem em 3-4 espécies, das
390000 espécies vegetais 10% são comestíveis (+ ou – 39000 com potencial alimentício). Por qual
motivo “não se come” todo o resto? Analfabetismo botânico.
A agricultura convencional, portanto, baseada no uso de agrotóxicos, foi desenvolvida na primeira e
na segunda guerras mundiais, para servir como armas químicas de guerra! O DDT, por exemplo, é
resultado disso. A agricultura convencional, não respeitando os princípios necessários da vida, ou
seja, a diversidade e a complexidade - no caso dos agrossistemas – vem semeando a
disfuncionalidade, principalmente depois da chamada “Revolução Verde”, alegando substituir “com
vantagem” a diversidade e a complexidade dos ecossistemas agrícolas, pela artificialização extrema.
A pedra de toque é a venda de insumos, que vai parar nos mesmos oligopólios de sementes e
agroquímicos daqueles que a defendem e mandam na agricultura mundial e na nossa alimentação.
Muitas dessas mesmas empresas vendem, além de sementes e agrotóxicos associados, as vitaminas
e os remédios para tratar das nossas doenças (resultado da disfuncionalidade de nossa
alimentação).O Brasil, detentor da maior diversidade biológica até então, a partir de 2008 se tornou
o país que mais consome agrotóxicos em todo mundo!
As PANC geram AUTONOMIA para o ser humano que deseja buscar - por suas próprias mãos - os
nutrientes que necessita e os sabores que mais lhe agradam. Em conjunto, integradas com as
comunidades humanas, culturas biodiversas, esta autonomia é também fator de autoafirmação e
emancipação, no que se pode chamar de SOBERANIA ALIMENTAR E ECOLÓGICA.
Nutracêuticos: plantas com potencial alimentício e medicinal.
Capuchinha: Parte comestí vel e usos: Toda a planta. Com sabor picante semelhante ao
agrião, as flores e folhas podem ser consumidas em forma de saladas, patês, pães, em sopas,
refogados. Seus frutos podem ser preparados como alcaparra (em forma de conserva). Suas
sementes maduras podem ser tostadas e moídas, substi tuindo a pimenta-do-reino. Rica em
vitamina C, antocianina, carotenoides e fl avonoides. O suco é expectorante. As folhas
abrem o apetite, facilitam a digestão e são calmantes. Tem potencial anti-oxidante,
anti-inflamatório e hipotensor
Dente-de-Leão: folhas e raízes podem ser consumidas cruas ou refogadas. As flores podem
ser usadas em saladas, na confecção de geleias ou à milanesa. Rica em vitaminas A, B e C
além de ferro e potássio. As raízes são popularmente usadas como diuréticas e contêm
inulina. Folhas com propriedades depurativas.
Ora-pro-Nobis/ Carne-de-pobre: as folhas possuem cerca de 25% de proteínas (peso seco),
das quais 85% acham-se numa forma digestível, facilmente aproveitável pelo organismo e
muito indicada para dietas vegetarianas. come-se as folhas, frutos e flores, cruas ou cozidas.
As folhas podem ser usadas em saladas, refogados, sopas, omeletes ou tortas, além de
enriquecer pães, bolos, massas. Sua mucilagem pode substituir o ovo nas preparações. Os
frutos podem ser usados para sucos, geleias, mousse e licor. As sementes podem ser
germinadas para produzir brotos. As flores jovens podem ser usadas em saladas, salteadas
puras ou com carnes e em omelete.
Picão preto: o picão apresenta atividade antioxidante, é fonte de proteína, fibra, ferro,
magnésio e alto teor de cobre. Analgésico. Também foram detectadas atividades
antimalárica, bactericida, hepatoprotetora, anti-inflamatória, hipotensora,
imunoestimulante, e anti-hipertensiva.
Almeirão-do-campo: rico em cálcio; pode ser consumido como salada
24/10/19
Relatos de experiência sobre produção, aquisição e distribuição de alimentos.
Movimento Slow food: O Slow Food (em inglês, literalmente, "comida lenta") é um movimento e
uma organização não governamental fundados por Carlo Petrini em 1986, tendo como objetivo
promover uma maior apreciação da comida, melhorar a qualidade das refeições e uma produção que
valorize o produto, o produtor e o meio ambiente. O slow food opõe-se à tendência de padronização
do alimento o mundo, e defende a necessidade de que os consumidores estejam bem informados, se
tornando co-produtores.
Cepagro: O Cepagro – Centro de Estudos e Promoção da Agricultura de Grupo – foi fundado em
20/04/1990 por pequenos agricultores e técnicos interessados na formação de pequenas redes
produtivas locais, como forma de viabilização das propriedades rurais familiares.
Promover a Agroecologia de maneira articulada em rede em comunidades rurais e urbanas,
garantindo a incidência política.
Linhas de atuação:
Agricultura urbana:
A promoção da agricultura urbana no Cepagro enfatiza a sensibilização e articulação
comunitárias para práticas ambientalmente sustentáveis em espaços públicos e privados.
Utilizamos como estratégia de atuação a sensibilização para a gestão comunitária de
resíduos orgânicos, a assessoria a hortas pedagógicas e comunitárias e o mapeamento de
quintais produtivos. Atuamos junto a grupos comunitários, agricultores urbanos, gestores e
órgãos públicos, além da comunidade acadêmica e escolar. Trabalhamos articulados a redes
locais e nacionais, realizando incidência política e participação em conselhos, encontros e
seminários. Buscamos a troca e socialização de saberes por meio de oficinas e intercâmbios;
produção de materiais informativos e parcerias com instituições educacionais e de pesquisa.
Contribuímos assim para a transformação da cidade, proporcionando espaços para a
interação social com qualidade ambiental, a segurança alimentar e nutricional, além da
manutenção da biodiversidade.
Desenvolvimento Rural Sustentável:
A promoção do desenvolvimento rural sustentável no Cepagro está voltada para o fomento à
transição agroecológica e à diversificação produtiva, além do fortalecimento da identidade
de grupos de agroecologia. Trabalhamos junto a agricultores familiares, tanto os que buscam
alternativas à agricultura chamada convencional (especialmente fumicultores) quanto os que
já estão inseridos em redes agroecológicas. A fim de fortalecer a relação campo-cidade,
atuamos também junto a consumidores, estudantes, educadores e lideranças
comunitárias. Como metodologia de trabalho, priorizamos a mobilização e articulação
comunitária; a realização de oficinas, seminários e intercâmbios de saberes; a inclusão e
integração de famílias na Rede Ecovida de Agroecologia e outras redes colaborativas, além
do apoio ao Sistema Participativo de Garantia. A partir dessas ações, promovemos uma
agricultura mais sustentável, com melhorias na saúde das famílias agricultoras, no meio
ambiente e na qualidade dos alimentos; contribuindo para a permanência das famílias no
campo e a conservação e valorização da agrobiodiversidade. Paralelamente, por meio
da participação em espaços públicos de representação e ações de incidência política,
fomentamos o acesso e fornecemos subsídios para a construção de políticas públicas
voltadas para o desenvolvimento da agroecologia. Colaboramos ainda com atividades de
pesquisa e extensão universitárias.
Educação Agroecológica:
Atividades práticas, reflexivas e participativas nos contextos urbano e rural, direcionadas
para as comunidades escolar e acadêmica, agricultores familiares e urbanos, consumidores,
grupos de economia solidária e organizações diversas. Realizamos oficinas, intercâmbios,
mutirões, produção de publicações, intervenções lúdicas, formação e sensibilização de
educadores e consumidores, bem como incidência política para o fortalecimento de
temáticas agroecológicas em espaços educativos. Visamos estimular a mudança de hábitos
alimentares e de atitudes em relação ao meio ambiente e a todas as formas de vida.
Mesa Brasil:
Rede nacional de bancos de alimentos e colheita urbana, que tem como missão "contribuir para a
segurança alimentar e nutricional de pessoas em vulnerabilidade social, mediante a distribuição de
alimentos doados por parceiros, o desenvolvimento de ações educativas e a promoção da
solidariedade social em todo o país”.
Desde 2003, o programa arrecada alimentos excedentes ou fora dos padrões de comercialização,
mas ainda próprios para consumo em parceiros doadores, e entrega em instituições sociais sem fins
lucrativos, combatendo o desperdício de alimentos e contribuindo para a cidadania, sustentabilidade
e realização do Direito Humano à Alimentação Adequada.
31/10/19
Relatos de experiência sobre produção, aquisição e distribuição de alimentos.
Células de Consumidores Responsáveis: coordenado pelo Laboratório de Comercialização da
Agricultura Familiar (LACAF/UFSC). Comercialização de alimentos orgânicos e agroecológicos junto a
grupos de agricultores familiares de Santa Catarina. As CCR constituem arranjos de compra e venda
direta de alimentos orgânicos por pedido antecipado. A iniciativa promove a articulação entre grupos
de agricultores e grupos de consumidores, buscando ampliar o acesso aos orgânicos da população a
preços justos. Nesse formato de venda os agricultores não têm perdas na comercialização e incluem
alimentos não-convencionais (às conhecidas plantas alimentícias não-convencionais – PANCS), o que
favorece a redução dos desperdícios de alimentos.
A Célula de Consumidores Responsáveis (CCR) é um projeto de extensão do Laboratório de
Comercialização da Agricultura Familiar (LACAF/UFSC). O projeto iniciou em 2016, visando a
construção social de mercados mais justos para os agricultores agroecológicos, associado à
crescente demanda dos consumidores por alimentos mais limpos e saudáveis. As CCR são definidas
como organizações que integram redes agroalimentares alternativas, sendo uma tecnologia social
para a venda direta de alimentos. Elas buscam reduzir os custos de acesso aos alimentos orgânicos,
tornam mais próxima a relação entre agricultores e consumidores e, assim, promovem relações de
co-responsabilidade.
Produção e consumo de alimentos no Brasil:
Apenas 24% das terras são ocupadas por 84% dos produtores da agricultura familiar que geram 44%
da renda nacional e geram maior parte dos alimentos consumidos internamente.
Historicamente, a evolução da cultura humana pode ser explicada com referência ao meio ambiente,
o mesmo tempo em que a evolução do meio ambiente pode ser explicada com referência à cultura
humana, o que tem especial significado quando se pretende alcançar melhores patamares de
sustentabilidade.