Agricultura

Orgânica –
O uso de bens
naturais em favor
do agronegócio

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APRESENTAÇÃO ÍNDICE

Agricultura orgânica
DESENVOLVIMENTO ganha relevância e
AGRÍCOLA atrai produtores 3

O aumento na oferta de alimentos Potencial da agricultura orgânica 4

saudáveis e a preocupação crescen- Como definir agricultura orgânica 5
te da população com a saúde vêm
abrindo as portas para um mercado Agricultura orgânica x
antes pouco explorado: o de produtos Agricultura moderna 6
orgânicos.

Assim, os agricultores têm a opor- Manejo do solo na

tunidade de abrir mão dos cultivos agricultura orgânica 7
convencionais em busca de qualidade Manutenção da cobertura
de vida a partir da produção orgânica. sobre o solo 8
Se você também se interessa pelo as-
sunto, veja mais informações no nosso Adubação verde 9
e-book. Cultivo mínimo 10

Boa leitura, Plantio direto 10

Equipe Mundo Husqvarna

Irrigação na agricultura orgânica 11

Produção certificada 12

Padrões para certificação 13

expediente
E-book Agricultura orgânica - O uso de bens
naturais em favor do agronegócio Verdades & Mitos 14
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Ano I - Dezembro de 2015 - nº 6

Coordenação: Marketing Husqvarna

Planejamento e produção editorial:
Doxxa Inteligência em Conteúdo
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Fontes técnicas: Ecocert Brasil, Luiz Mazzon Neto
(Diretor Geral), Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento (MAPA)
Diagramação: Leandro Bulsing
Fotos: Shutterstock

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AGRICULTURA ORGÂNICA GANHA
RELEVÂNCIA E ATRAI PRODUTORES
A preocupação com a qualidade dos alimen-
tos é uma tendência recente. Aparentemente,
ela é fruto de dois fatores: a maior oferta de
comida (que dá escolha ao consumidor, que
com isso, se torna mais exigente) e a crescen-
te preocupação com a saúde e o bem-estar.
Nesse cenário, ganham relevância os produtos
diet, light, com menos calorias, fortificados e,
mais recentemente, os orgânicos.
Neste momento, quem procura por alimentos
que tenham a produção livre de agrotóxicos
certificada está disposto a pagar mais, aceitar
pequenas imperfeições e até interrupções
de oferta causadas pela sazonalidade. E esse
cenário vem atraindo cada vez mais produto-
res rurais dispostos a abrir mão da agricultura
convencional. Só entre janeiro de 2014 e
janeiro de 2015, o número de agricultores que
optaram pela produção orgânica no Brasil cres-
ceu 51,7%, passando de 6.7 mil para 10.1 mil.
Segundo dados de janeiro de 2015, a área total
de produção orgânica no Brasil já chega a qua-
se 750 mil hectares, sendo o Sudeste a região
com maior área produtiva, chegando com 333
mil hectares. Em seguida, estão as regiões Norte
(158 mil hectares), Nordeste (118,4 mil hecta-
res), Centro-Oeste (101,8 mil hectares) e Sul
(37,6 mil hectares). Mas, estes números podem
crescer ainda mais, já que apenas isso represen-
ta menos de 1% da produção agrícola brasileira.
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 Potencial da
agricultura orgânica

2014 2016
Setor Expectativa
movimentou de chegar em

R$ 2 bi R$ 2,5 bi

Produtos orgânicos
agregam, em média, 30% mais
valor do que os convencionais

Cadastro nacional de produtores orgânicos

Atualmente, O banco de dados é liderado pelo pelos

há mais de estados do Rio Grande do Sul

11 mil
(1,5 mil), São Paulo (1,4 mil), Paraná
(1,4 mil) e Santa Catarina (999).

Área de produção orgânica:

São 950 mil hectares O Brasil faz negócios

Com produção de hortaliças, cana-de-
-açúcar, arroz, café, castanha do Brasil,
cacau, açaí, guaraná, palmito, mel,
sucos, ovos e laticínios Exportação
Fonte: Ministério da Agricultura
envolvendo produtos orgânicos com
mais de 76 países
Principais produtos: açúcar, mel,
oleaginosas, frutas e castanhas
4
COMO DEFINIR
AGRICULTURA ORGÂNICA
Existem várias divisões dentro da agricultura.
Pode-se separar diferentes tipos de produ-
ção por fim (subsistência e comercial), porte
(familiar e extensiva) ou técnica, por exemplo.
Para este e-book, trabalhamos com uma divisão
macro por técnica:

Tradicional Moderna Ecológica

A agricultura tradicional é
aquela que utiliza técnicas
de cultivo desenvolvidas
nos últimos 10 mil anos por
métodos empíricos.
Usam-se os recursos natu-
rais de forma intensiva e
mão-de-obra direta.
A agricultura moderna foi
desenvolvida a partir de
1945 e se caracteriza pelo
grande uso de máquinas
pesadas, adubação quími-
ca e biocidas. Também é
conhecida como agricultura
convencional, química ou de
consumo.
Agricultura ecológica tem
como base a utilização de
recursos naturais locais e
renováveis. Não admite
a utilização de produtos
químicos e organismos
geneticamente modificados.
Pode ser praticada a partir de
várias técnicas. Entre elas, a
agricultura orgânica, natural
e biodinâmica.

A agricultura orgânica é a técnica mais antiga da agricultura ecológica. Desenvolvida na Índia,

no início do século XX, pelo inglês Sir Albert Howard, ela se baseia na adubação exclusivamen-
te orgânica e na reciclagem de nutrientes no solo. Outras características importantes são a
rotação de culturas e o controle biológico de pragas e doenças.

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AGRICULTURA ORGÂNICA X
AGRICULTURA MODERNA

ORGÂNICA MODERNA
Uso de biofertilizantes Uso de agrotóxicos e hormônios

Manejo sustentável do solo Uso exaustivo do solo

Policultura Monocultura

Manutenção do ecossistema Desequilíbrio ecológico

Animais confinados com consumo

Animais criados livres sem
de hormônios de crescimento,
consumo de drogas sintéticas
anabolizantes e outras drogas

Produtos com maior quantidade

Produtos com maior valor nutricional
de água e menos nutrientes

Produtos com sabor e aroma Produtos com sabor e aroma

mais concentrados menos destacados

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Manejo do solo na
agricultura orgânica
O solo é um recurso não renovável, porém,
com boa capacidade de recuperação. Por isso,
um dos princípios fundamentais da agricultura
orgânica é respeitar os limites da terra, man-
tendo sua fertilidade e, por consequência, a
integridade do ecossistema.

Nas próximas páginas, você verá, de forma

resumida, as principais técnicas utilizadas para
manter a saúde do solo.

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Manutenção da
cobertura sobre o solo
A cobertura vegetal consiste em uma camada de material orgânico de alta relação car-
bono/hidrogênio disposta sobre a superfície do solo. Isso pode ser feito com materiais
fibrosos, como palha e cascas de árvores, com o manejo de plantas pioneiras ou com o
emprego de adubos verdes.

Benefícios:
Protege o solo contra a erosão hídrica ao evitar o impacto direto das gotas de chuva
sobre a superfície.
Aumenta a capacidade de retenção de água sobre o terreno, reduzindo a velocidade do
escoamento superficial e aumentando a infiltração de água no solo.
Eleva os teores de matéria orgânica no solo.
Aumenta a biodiversidade de microrganismos.
Aumenta a agregação do solo, diminuindo o risco de erosão.
Controla o crescimento de ervas daninhas.

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Adubação verde
A adubação verde consiste na utili-
zação de matéria orgânica gerada
pelo cultivo de plantas com capaci-
dade de se associar a bactérias que
fixam hidrogênio.
Técnicas:
Indireto: leguminosas ou
gramíneas são plantadas em
meio às lavouras permanentes.
Depois de crescer e florir, as
plantas são roçadas e deixadas
sobre o terreno. O processo de
decomposição transforma o
material em adubo natural.
Direto: leguminosas ou gra-
míneas são plantadas e, depois
de crescer e florir, são colhidas,
trituradas e deixadas sobre o
terreno. A cultura final é cultiva-
da sobre esta palhada.

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Cultivo
Mínimo
No cultivo mínimo, a utilização de
máquinas agrícolas é mínima, já que
o preparo do solo e o plantio são
feitos ao mesmo tempo. Isso permite
um menor revolvimento do terreno
e a preservação da cobertura de
resíduos orgânicos. A técnica tam-
bém prevê o preparo do solo apenas
nas áreas de plantio, preservando o
terreno nas entrelinhas. Este cuidado
mantém as características da super-
fície, diminuindo a erosão e facilitan-
do a infiltração lenta da água.

Plantio
Direto
No plantio direto, o solo só é mani-
pulado no momento do plantio para
a abertura do sulco onde são depo-
sitadas as sementes. Assim, a palha e
os demais restos vegetais – resultan-
tes da adubação verde – são manti-
dos no terreno, evitando a erosão e
armazenando nutrientes. Com esta
técnica, a quantidade de matéria
orgânica pode até triplicar, assegu-
rando o crescimento da produção e
da produtividade.

Atenção:
A queima dos restos vegetais não
deve ser empregada em nenhuma
hipótese. Ela reduz a quantidade
de matéria orgânica, diminuindo
os microrganismos e expondo o
terreno à erosão.

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Irrigação na
agricultura orgânica
A qualidade da água é um dos primeiros
aspectos a serem observados quando falamos
em agricultura orgânica. O produtor precisa se
certificar – por meio de testes e análises regu-
lares – que o recurso utilizado na irrigação não
foi atingido por poluição, resíduos industriais,
domésticos e agrícolas.
Outra preocupação deve ser o consumo de ener-
gia, de forma a garantir a sustentabilidade econô-
mica e ambiental do empreendimento. Por isso,
de forma geral, o melhor sistema para projetos
ecologicamente corretos é a irrigação localizada
(gotejamento, micro-aspersão e nebulização).
Por outro lado, o custo da irrigação em projetos
de agricultura orgânica tende a ser menor do
que em plantações convencionais. Isso por-
que o uso intensivo de material orgânico e de
cobertura promovem a melhoria da estrutura
física do solo e, consequentemente, o aumento
de sua capacidade de armazenamento e con-
servação de água. Além disso, com turnos de
rega mais espaçados, diminuem os intervalos
com água livre no solo e na superfície da planta,
o que tende a diminuir a incidência de doenças.
IMPORTANTE: o melhor sistema de
irrigação varia de um empreendimento
para outro. O correto dimensionamento do
projeto precisa levar em conta característi-
cas da cultura, clima, solo e capacidade de
investimento.
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PRODUÇÃO CERTIFICADA
Para comercializar alimentos orgânicos, é
preciso ter o processo de produção certifi-
cado. Desde 2010, todo produto orgânico
brasileiro, exceto aqueles vendidos direta-
mente pelos agricultores familiares, precisa
ter o Selo do Sistema Brasileiro de Avaliação
de Conformidade Orgânica (SISORG), que
deve ser apresentado junto com o tipo de
certificação. Para obtê-lo, é preciso passar
pelo processo de visitação e avaliação feito
por Certificadoras Autorizadas ou Organismo
Participativo de Avaliação da Conformidade.
Hoje, o Brasil tem três
tipos de certificação:
Auditoria - é feita por certificadoras pú-
blicas ou privadas credenciadas junto ao
Ministério da Agricultura. Tem autoridade
para habilitar o produtor para obter o SI-
SORG após avaliações de conformidade que
obedecem critérios internacionais e requi-
sitos técnicos estabelecidos pela legislação
brasileira.
Sistema Participativo de Garantia – esta
certificação é feita por grupos formados
por pessoas interessadas no bom funcio-
namento do sistema, como produtores,
consumidores e técnicos. Estes coletivos
precisam ter um Organismo Participativo de
Avaliação da Conformidade (Opac) e serem
credenciados pelo Ministério da Agricultura.
Com isso, o SPG pode responder pela emis-
são do SisOrg.
Controle Social na Venda Direta – a
certificação dos produtos orgânicos para a
agricultura familiar é facultativa. Mas, para
comercializar produtos anunciadamente
orgânicos, o produtor precisa fazer parte do
Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos,
gerenciado pelo Ministério da Agricultura.
A listagem das certificadoras autorizadas
pode ser encontrada no site do Ministério
da Agricultura http://www.agricultura.
gov.br/
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Padrões
para certificação
Os padrões de certificação orgânica
são estabelecidos pelas agências
certificadoras com base em diretrizes
definidas pelas autoridades brasileiras.
Antes de entrarem em vigor (ou serem
alteradas), as normas são validadas por
técnicos, que determinam a viabilida-
de de aplicação.
Para obter ou manter a certificação, é
preciso que o produtor cumpra todos
os padrões. Isso será comprovado em
visitas periódicas de inspeção.
Se você tem interesse em certificar sua
produção orgânica, o primeiro passo
é entrar em contato com uma agên-
cia certificadora credenciada junto
ao Ministério da Agricultura. Este é o
momento em que você será informado
sobre todos os padrões vigentes, assim
como sobre o processo para a obten-
ção do SISORG.

COMO SÃO CLASSIFICADOS OS PRODUTOS ORGÂNICOS

Produto in natura orgânico (seja ele animal ou vegetal) é todo aquele obtido sem a utilização de
agrotóxicos, hormônios, drogas veterinárias, adubos químicos, antibióticos ou transgênicos em
qualquer fase da produção
Para os alimentos processados, é preciso conter pelo menos 95% de ingredientes de origem orgâ-
nica e deixar claro no rótulo quais são os convencionais.
Produtos que têm uma porção maior de ingredientes não orgânicos só podem ser chamados de
“produto com ingredientes orgânicos”. Neste caso, o percentual mínimo de itens orgânicos deve
ser 70%.

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VERDADES & MITOS
Todo alimento cultivado sem o uso de agrotóxicos é
orgânico?
MITO – A não utilização de agrotóxicos é apenas uma
das características desta produção. O cultivo do produto
orgânico deve respeitar, ainda, itens como o controle
da qualidade da água, manejo adequado do solo e uso
racional de insumos.
Produtos orgânicos são mais caros.
VERDADE – O preço dos orgânicos varia de acordo com
o local de comercialização, mas, de forma geral, eles são
mais caros. Isso acontece por fatores como quantidade
produzida e maior tempo de desenvolvimento de plantas
e animais em relação à produção convencional.
Produto hidropônico é o mesmo que orgânico.
MITO – A produção dos alimentos hidropônicos pode
utilizar agrotóxicos, que são colocados na água e absorvi-
dos pelas raízes das plantas.
Podem ser comercializados sem certificação.
VERDADE – A legislação brasileira sobre o tema é uma
das mais completas do mundo e a fiscalização de pro-
dutos orgânicos é feita pelo Ministério da Agricultura e
Inmetro de forma rigorosa. Entretanto, se você quiser
comercializar sua produção em feiras livres, não é preciso
ter o Selo do Sistema Brasileiro de Avaliação de Confor-
midade Orgânica (SISORG).
O cultivo orgânico melhora a qualidade de vida do
produtor.
VERDADE – A produção orgânica tende a melhorar a
qualidade de vida do agricultor, já que preserva o solo,
mantendo a sustentabilidade da propriedade rural. Outra
vantagem é a não exposição dos trabalhadores rurais a
elementos químicos potencialmente tóxicos.
Não é possível produzir em larga escala.
MITO – Apesar de ainda ser difícil produzir em larga
escala com manejo orgânico, pesquisas da Empresa Bra-
sileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) mostram que
isso é possível e ainda apresenta resultados superiores à
agricultura convencional.

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