Você está na página 1de 5

A agricultura urbana orgânica reduz desperdícios, contribui para a

sociobiodiversidade e para o aproveitamento de nutrientes e


sabor.
3.4. Prejuízos à saúde
Agricultura urbana é a agricultura praticada dentro ou ao redor de um espaço
urbano A agricultura urbana orgânica, por sua vez, é aquela praticada nessa mesma região,
mas com o benefício de não utilizar agrotóxicos, antibióticos, drogas veterinárias, Organismos
Geneticamente Modificados (OGM) ou transgênicos em sua produção.

Quais as diferenças entre organismos geneticamente modificados e transgênicos?


A agricultura urbana, e periurbana, orgânica tem se mostrado a melhor alternativa para o
abastecimento de alimentos para as cidades, principalmente por diminuir a distância entre a
produção do alimento e o consumidor final. Mas também por ser uma alternativa mais saudável em
relação produção agrícola convencional.

Entenda a agricultura urbana e seu objetivo


A agricultura, de modo geral, é a base de muitas coisas, não só da alimentação, mas também da
produção de matérias-primas que servirão para fazer tecidos, papéis, produtos de limpeza,
cosméticos, combustíveis, ração para a produção da carne e muitos outros produtos consumidos no
dia a dia.

Existem diversas formas de se fazer agricultura, algumas mais impactantes, como é o caso
da agropecuária, outras menos, como é o caso da agricultura agroecológica.

Seja como for, é difícil imaginarmos que ao comer, um ato tão rotineiro e aparentemente
inofensivo, estamos causando impactos socioambientais. Por isso, quem é urbano ou periurbano
precisa se conscientizar de que começar a praticar e a incentivar a agricultura
urbana (orgânica), seja com hortas comunitárias ou outras alternativas, como base para
alimentação não é só uma questão de investimento em saúde, é uma demanda socioambiental.

Como você já deve saber, a maioria dos produtos, incluindo os alimentos de casa, percorrem longas
distâncias até chegarem ao supermercado.

Essa distância entre o local de produção e o consumo traz consigo uma série de prejuízos, e isso
se dá em decorrência da configuração das cidades, que normalmente separaram a parte “rural”,
destinada à produção de insumos e alimentos (setor primário e secundário), da
parte urbana, destinada à produção de serviços e comércio de bens (setor terciário).

Benefícios da agricultura urbana orgânica


A agricultura urbana é uma prática complementar às atividades agrícolas desenvolvidas no
meio rural, com o diferencial de estar integrada aos sistemas econômicos e ecológicos urbanos. Ela
é praticada no Brasil inteiro, principalmente por pessoas que têm a atividade agrícola como base
para a subsistência.

O que é agricultura orgânica?


Imagem editada e redimensionada de Iva Rajović, está disponível no Unsplash
A agricultura urbana tem como característica principal a aproximação do local de consumo do
local de produção e, quando praticada de modo orgânico, proporciona uma série de benefícios:

Reduz o desperdício

Ao aproximar consumidores da fonte de alimentos, a agricultura na área urbana possibilita


redução no desperdício causado pelo transporte e armazenamento.

Para quem tem uma horta próxima, por exemplo, é possível colher os alimentos praticamente na
hora do preparo, o que evita transporte em longas distâncias e armazenagem, permitindo comer
um alimento fresquinho e com zero desperdício, pois até as cascas podem retornar para a horta e
serem utilizadas como composto.

Evitando a necessidade de armazenamento antes do consumo, é possível ingerir produtos


fresquinhos e que passaram pelo processo completo de maturação!

Melhora o aproveitamento de nutrientes e sabor

Tendo controle sobre a forma de produção, você evita a aplicação de organoclorados e outros
agrotóxicos ao optar por uma agricultura orgânica, mais saudável e barata.

A forma de agricultura orgânica que respeita o tempo natural de maturação dos alimentos dá
origem a produtos com maiores níveis nutricionais e mais saborosos.

Reduz o consumo de industrializados

Quem não prefere preparar um chá gelado de limão e hortelã fresquinho direto da horta no lugar
de consumir aquele de caixinha que já vem pronto, mas pode conter conservantes, agrotóxicos,
corantes, é mais cara e ainda gera descarte no final (a caixinha)? Com alimentos frescos à
disposição, é provável que estes sejam preferidos em detrimento dos industrializados,
principalmente para pessoas mais pobres.

Cisternas
Ideal para coleta de água de chuva ou para armazenar água potável. Fácil instalação
A partir de R$177,00
Economia na conta de água
Comprar
Quem produz pode escolher captar água da chuva

Na agricultura convencional, é difícil na posição de consumidores escolhermos como se darão as


formas de produção. Mas em uma horta dentro ou mais próxima de casa, nosso poder de decidir
sobre as formas de produção é maior. E você pode decidir captar água da chuva para regar
sua horta urbana.
Captação de água da chuva: conheça as vantagens e cuidados necessários para o uso da
cisterna
Utilização das ervas na fitoterapia

O tratamento de doenças ou sintomas por meio das plantas, também chamado de fitoterapia,
possui viabilidades comprovadas cientificamente. Isso ocorre desde que sejam utilizadas as plantas
certas na concentração e forma corretas.

Com acesso a esse tipo de recurso fica muito mais fácil recorrer à horta quando for preciso,
principalmente para as pessoas mais pobres que possuem acesso dificultado a medicamentos
convencionais.

Destina adequadamente os resíduos de origem vegetal

Muitas vezes quem já realiza a compostagem dos restos de alimentos e de outros resíduos vegetais
não sabe o que fazer com o produto gerado (húmus e biofertilizante). Se é o seu caso, esse é mais
um motivo para começar a praticar a agricultura urbana e destinar seu composto para a
adubação do solo. Se a compostagem ainda não for o seu caso, aproveite para adquirir esse hábito e
reduzir sua pegada ecológica.

Húmus: o que é e quais são suas funções para o solo

O que é compostagem e como fazer?


Saúde

Os benefícios à saúde que a prática da agricultura urbana pode trazer para todos e
principalmente para aquelas pessoas que habitam regiões estressantes das áreas mais urbanizadas
não se restringem à ingestão direta de alimentos saudáveis e livres de contaminantes. A própria
ação de cultivar uma horta urbana pode ser uma forma de terapia ocupacional e ajudar na
melhora da saúde mental.

Revitaliza espaços ociosos e fortalece relações sociais

Um problema muito comum da região urbana são os espaço ociosos. Praças, terrenos, canteiros,
sacadas e quintais, muitas vezes destruídos e não habitados, podem ser utilizados como áreas de
cultivo. Locais bem cuidados atraem pessoas e elas ajudam a preservá-los.

Dar início à prática da agricultura urbana com uma horta no quintal é maravilhoso, mas
melhor ainda é expandir a atividade para espaços públicos maiores, em que a vizinhança possa
ajudar a cuidar e a usufruir dos benefícios. Compartilhar um espaço de cultivo também significa
fazer novos amigos e/ou passar um tempo agradável com filhos, avós e netos, ou seja, é uma forma
de reforçar os laços sociais.

Composteira doméstica
Transforme seu lixo orgânico em um poderoso adubo natural para plantas
A partir de R$137,00
Até 20% de desconto
Comprar
Contribui para o microclima e a biodiversidade

As áreas urbanizadas costumam sofrer de escassez vegetal na paisagem. A prática da agricultura


urbana pode ser uma forma de contribuição tanto para a paisagem quanto para a regulação do
microclima, atuando como uma barreira de ruídos e ajudando na manutenção da biodiversidade,
servindo como uma reserva genética urbana.
Contribui para a economia e segurança alimentar

A agricultura urbana pode gerar oportunidades de emprego, renda alternativa, abastecimento


para os pequenos mercados, valorização das culturas locais e empoderamento comunitário e de
gênero. Além disso, essa atividade pode contribuir para promover a segurança alimentar e
nutricional da população urbana que a utilizar como estratégia de subsistência, especialmente
para os agricultores de baixa renda e grupos marginalizados, como idosos, jovens desempregados e
migrantes.

Todo mundo pode praticar

É comum achar que só é possível começar a cultivar alimentos em espaços enormes e com grande
disponibilidade de solo. Mas pensar assim é um equívoco. Até quem mora em apartamento pode
começar os seus cultivos na janela de casa.

Incentivar a agricultura urbana é contribuir para a sustentabilidade socioambiental. Pratique


essa ideia! Comece dando uma olhada na matéria “Curso de hortas orgânicas #1: conheça os
princípios e saiba como planejar a sua“.

Impactos do modelo urbano X rural


Essa forma de desenvolvimento que separa o local de produção de alimentos do local de consumo
(urbano X rural) possui uma série de desvantagens:

Desperdício e encarecimento do produto final

No percurso do alimento in natura até a prateleira do supermercado, e de lá para nossas casas, são
gastos combustível, mão de obra e espaço para alocação.

Por conta de incidentes no transporte e/ou pelo tempo de maturação no armazenamento, uma
parte dos produtos acaba estragando e sendo inviabilizada para o consumo. Isso gera desperdício
de alimentos e faz com que aumente a demanda por fertilizantes, agrotóxicos e combustíveis
utilizados na produção, transporte e na colheita de novas produções para substituir aquela que foi
desperdiçada em perdas. Tudo isso, em conjunto, aumenta o preço final dos alimentos.

Aumento da poluição e impacto ambiental

Com a necessidade de aumentar a produção para substituir as perdas, aumenta a poluição oriunda
da queima de combustíveis utilizados na colheita, em maquinarias de processamento e no
transporte; a poluição de solos, ar e lençóis freáticos
pelos agrotóxicos e fertilizantes despejados e o desmatamento. No caso de quem consome
carne, os impactos gerados são maiores ainda.

Aumento da necessidade de processamento

Tendo em vista que é difícil manter os alimentos intactos in natura, surge a necessidade de formas
de processamento que aumentem a vida útil desses produtos durante o transporte e
armazenamento.

O problema é que muitas vezes essas técnicas de processamento são prejudiciais à saúde, como é o
caso dos produtos em que são adicionados gordura, sal, conservantes, corantes, aromatizantes,
entre outras substâncias e processos que diminuem a qualidade dos alimentos em termos de
saúde e sabor.

Prejuízos à saúde
Na agricultura e pecuária convencionais dificilmente é empregada a técnica de produção
orgânica – os métodos utilizados são baseados no uso de produtos agrotóxicos, principalmente
pesticidas com base em organoclorados, que são prejudiciais para a saúde humana e ambiental.
Quem consome carne e outros produtos derivados de animais, como o leite e o queijo, acaba
ingerindo mais agrotóxicos que veganos por conta do efeito de bioacumulação no tecido gorduroso
dos animais, além de ingerir hormônios e antibióticos.

COMPARTILHE

Você também pode gostar