Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
SPAS
Scanned by CamScanner
ROLANDO O. BENENZOM MANUAL
DE
MUOIGOTERÁPIA
TRADUÇÃO
CLEMENTINA NASTARI |
pE
élos
fia)
1985
Is ENELIVROS
Scanned by CamScanner
DEDICADO A MEUS FILHOS
DIEGO
SEBASTIÁN
GISELA
FLORENCIA
PREFÁCIO
Scanned by CamScanner
A vasta experiência do autor, sua sensibilidade apurada, suas
investigações e dedicado trabalho com pacientes psiquiátricos
muito regressivos, como esquizofrênicos, autistas, onde o isolamen-
to do indivíduo com o que o cerca é uma constante, propiciaram-
lhe criar, através da Musicoterapia, uma metodologia e técnicas
ideais de trabalho, chegando a definir o autismo como uma prolon-
gação patológica e deformada do psiquismo fetal.
A metodologia e as técnicas elaboradas e descritas pelo autor,
o tornam um precursor delas no cenário mundial, e constituem um
dos conteúdos principais deste manual.
Tardou esta tradução e é uma honra para nós tê-la feito.
Ficamos muito felizes em poder começar a citar Benenzon
em português, pois vários livros de sua autoria já foram traduzidos
em outros idiomas.
Felizmente esta ciência já é uma realidade no mundo, e dia a
dia vem confirmando seu espaço entre as disciplinas paramédicas.
E não temos dúvidas em afirmar que ela será uma das grandes
terapêuticas do futuro.
Clementina Nastari
Piscologa — Prof? de Musicoterapia
Scanned by CamScanner
INDICE
Scanned by CamScanner
CAPÍTULO 8 — ASPECTOS TÉCNICOS
Scanned by CamScanner
INTRODUÇÃO
Scanned by CamScanner
10 R. O. BENENZON
Scanned by CamScanner
CAPITULO 1
DEFINIÇÕES
Scanned by CamScanner
12 R. O BENENZON
e
Motriz
SISTEMA
Natureza Silêncio
AUDITIVO CÉREBRO Sensitiva
(sistema cortical)
batimento cardíaco
ruídos intestinais
Scanned by CamScanner
Orgânica
Corpo Percepção atritos articulares
humano interna movimentos musculares
pulsação | Hipófise
processos enzimáticos TALAMO (sistema
Comunicação
endócrino)
SISTEMA DE (sistema (grito)
subcortical) (pranto)
Sons rítmicos PERCEPÇÃO
melódicos INTERNA | (canto)
n-nruZL
harmônicos (dança)
RESPOSTA (voz)
Elementos eletrônicos
(música)
produtores Instrumentos (gestos)
de estímulos musicais
sonoros
SONWILSI
SISTEMA [Penido
R. O. BENENZON
Zurc>0OnoO
Ruldos
Ultrasons
Aparelhos
eletrônicos
SISTEMA
VISUAL MEDULA
| Sistema
Infre-sons Vago-simpático
Outros
Figura 1.
MANUAL DE MUSICOTERAPIA 15
fts
de atm
pao a
ISV
MAÇAoa.
Dios L =
na
Ze
a
Figura 6 — Desenho sob es-
tímulo — Música de Moda
Scanned by CamScanner
MANUAL DE MUSICOTERAPIA 17
Scanned by CamScanner
CAPITULO 2
FUNDAMENTOS
a) Biologia do som
Scanned by CamScanner
MANUAL DE MUSICOTERAPIA 23
Scanned by CamScanner
24 R. O. BENENZON
APENA
O A e ma ao
dress e ça to po jd,
E.E.G.
De RS ce E ço NESSE em,
RP.G. e E em
PNEUMO ML
sinal >
FIGURA 7.
Scanned by CamScanner
26 R. O. BENENZON
b) Psicologia do som
Scanned by CamScanner
MANUAL DE MUSICOTERAPIA 29
Scanned by CamScanner
MANUAL DE MUSICOTERAPIA 31
Scanned by CamScanner
32 R. O. BENENZON
Scanned by CamScanner
34 . BENENZON
R.0.8B
MANUAL DE MUSICOTERAPIA 35
Scanned by CamScanner
R. O. BENENZON
36
el: 5
Trem entrando num tún
edade: 4
Alma atormentada, ansi
era sideral: 3
Viagem pelo espaço, atmosf
Mundo selvático: 3
Galopar de cavalos: 2
Batimento cardíaco: 2
Rua com carros: 2
o: 1
Fábrica com máquinas em moviment
Ruído de borbulhas de lavagem: 1
Advento do mundo: 1
Paredão onde se fuzilam os prisioneiros: 1
Noite do velório de meu pai: 1
Nos últimos gráficos assinalados, estas eram as epigrafes dos
desenhos.
Esta simples experiência demonstra que o batimento cardíaco
estimulou impressões de nítido predomínio regressivo como a
água, ou os abstratos etc.
É oportuno destacar duas observações desta experiência que
mostram a tendência à recordação de certas situações traumáticas:
em um dos casos, uma doutora, que conhecia perfeitamente o esti-
mulo sonoro, não pôde, todavia, resistir à recordação de seus dias
vividos num campo de concentração, e a imagem que desenhou foi
a dos passos dos soldados, ou seja, botas de soldados em fila, num
dia de chuva.
Em outro, uma psicóloga, que também conhecia o estímulo,
não pôde evitar a sensação de desenhar um trem, pois era incessan-
te a recordação do ritmo de um trem em marcha. A mãe desta psi-
cóloga lhe contou que no dia anterior ao seu nascimento precisou
viajar de trem de uma localidade distante à capital. Praticamente o.
parto ocorreu pouco depois de ela haver chegado.
Por último, utilizei o batimento cardíaco em forma experi-
mental, submetendo um grupo de sete médicos, voluntários, espe-
cializados em psicodrama.
O batimento cardíaco utilizado foi gravado diretamente do
batimento de um deles e a experiência durou ao redor de quatro
carão O resultado foi praticamente similar em todos eles, sem ex-
Scanned by CamScanner
R. Q BENENZON
38
Scanned by CamScanner
MANUAL DE MUSICOTERAPIA 39
Scanned by CamScanner
40 AR. O. BE NENZON
Scanned by CamScanner
MANUAL DE MUSICOTERAPIA 41
pício, como, por exemplo, gritos dos demais pacientes que chega-
vam de fora, expressões inadequadas, brigas etc. Permitia, ade-
mais, aceitar longos monólogos incoerentes dissociados, de algum
paciente, graças à integração harmônica que produzia segundo a se-
gundo a música, elemento que favoreceu a atitude interna da equi-
pe até eles, tornando mais eficaz a comunicação psicoterapêutica.
Num dado momento de uma sessão, frente a uma interpretação do
psicoterapeuta que se referia aos desejos homossexuais de um dos
pacientes, este começou com um ataque de riso espasmódico, com
violentos movimentos que o obrigavam a levantar-se da cadeira e
inclinar-se até nós, produzindo uma crescente ansiedade que, de
certa maneira, era uma projeção no paciente das próprias ansieda-
des persecutórias do terapeuta. A atuação, ou O acting out, como
se chama em matéria psicanalítica, que se viu impelido a realizar o
co-terapeuta foi elevar o volume do gravador num intuito de apla-
car o paciente, porém, na realidade, foi um fato contratransferen-
cial, já que quem queria se tranquilizar era o próprio co-terapeuta.
Na realidade, as hipóteses projetadas unem-se em si mesmas,
pois uma é favorecida pela outra, já que a possibilidade de reeditar
a relação materno-infantil ajudará no alívio das ansiedades paranói-
cas e melancólicas. É frequente observar o significado da voz como
leite que penetra pelo ouvido. Há pessoas que se sentam com os
olhos fechados e a boca aberta e bebem quando há música, em pra-
zer regressivo, como uma vez mamaram do peito da mãe. Alberto
Fontana diz: “O recém-nascido vem ao mundo com a integração
e soma dos ritmos de seus órgãos em crescimento, o tempo bioló-
gico somado aos ritmos percebidos auditivamente como provenien-
tes do mundo externo. O primeiro ritmo que ele deve comparar
com seu ritmo interior — tempo interno — aparece com relação à
sua necessidade da mãe, do peito. Ante frustrações, ante qualquer
diferença entre sua necessidade e sua satisfação, volta-se a uma fan-
tasia de detenção do tempo externo, negação da necessidade, autis-
mo, hipocondria. o
A aparição de um ritmo externo, como a música, permite sair
do corpo para reestruturar uma relação com uma mãe frustradora.
O ritmo seria a renovação de uma situação vital; fazer música/rit-
mo é conquistar tempo externo, reconectando-se assim com um
mundo frustrador. Poder-se-ia estabelecer uma verdadeira equação
entre peito materno — leite— música e tempo, sendo o tempo uma
substância equiparável ao leite. O bebê frustrado pela espera que
Scanned by CamScanner
E) A. O BENENZON
scalted by CamScanner
CAPITULO 3
PRINCIPIOS
a) O princípio de ISO
Scanned by CamScanner
44 R. O. BENENZON
Scanned by CamScanner
MANUAL DE MUSICOTERAPIA 45
Scanned by CamsScanner
46 R. O. BENENZON
Scanned by CamScanner
capaz
cem
MANUAL DE MUSICOTERAPIA 47
b) O objeto intermediário
Scanned by CamScanner
48 R. O BENENZON
Scanned by CamScanner
MANUAL DE MUSICOTERAPIA 49
c) O objeto integrador
MUSICOTERAPIA
I
I
|
|
|
L
Cultura o
Indivíduo K
7 N |
N |
O Decal |
E na N | Endocultura) |Etnocêntrica
Po NN |
Maturação N | —
Psicofisiológica 4 I Endomúsica Etnomusical
I
--L--- 7 N
"
SOL
ISO Universal
NON I
: Se Na
Desenvolvimento
.
E N
L !
ad r- Nise ISO Cultural
| Objeto E
==
lintermedtário,
e 1 sd
LL
ISO Complementário
Figura 8
Scanned by CamScanner
et tn mi en rp IA
A a | ro
pampa Mo A Pata a
ms
MANUAL DE MUSICOTERAPIA
&
|
Scanned by CamScanner
CAPITULO 4
ELEMENTOS TÉCNICOS
a) A sala de Musicoterapia
,
A
Scanned by CamScanner
A. O. BENENZON
to
ur
Scanned by CamScanner
MANUAL DE MUSICOTERAPIA 55
b) O instrumental
Scanned by CamScanner
56 R. O BENENZON
Scanned by CamScanner
MANUAL DE MUSICOTERAPIA 57
(1) Os membranofones são instrumentos cujo som é produzido por membrana estendida
sobre uma abertura.
Os idiófonos são instrumentos feitos de materiais naturalmente sonoros, que não
necessitam de tensão adicional como requerem os de corda e os de membrana.
Os instrumentos desta classe têm recebido sua forma de ação do tangedor, porquan-
to derivam da extensão das ações de golpear, bater palmas ou golpear com os pés.
(Curt Sachs: História Universal dos Instrumentos Musicais. )
Scanned by CamScanner
! 58 R. O. BENENZON
madeira, coco, cabaça, bambu etc., do que aquele feito por um ele-
mento mais sofisticado na sua elaboração.
Depois dos instrumentos de percussão, numa sequência que
iria do mais regressivo ao mais prospectivo, temos os instrumentos
melódicos. Entre estes devemos falar dos idiófonos de percussão,
como os xilofones e os metalofones, as marimbas e os sistros.
Estes instrumentos compõem-se de placas que podem ser de
madeira, no caso do xilofone, ou de metal, no caso dos metalo-
fones.
Nos que se utilizam atualmente para a Musicoterapia, estas
placas ou lâminas repousam sobre as bordas superiores da caixa
acústica e são atravessadas em ambos os extremos por cravinhos.
Isto permite que estas placas possam ser tiradas ou colocadas de
acordo com as necessidades.
Portanto, pode-se começar colocando uma só placa, ou seja,
que estes instrumentos permitem a transição entre o rítmico e o
melódico, pois a percussão dessa única placa já permite obter um
timbre e uma sonoridade distintos; ao agregar uma segunda placa
em terça menor, a percussão de uma ou outra possibilita a criação
da melodia sem necessidade de nenhum tipo de instrução prévia.
Isto converte o xilofone ou metalofone num instrumento li-
der do ponto de vista melódico, pela dinâmica de mudanças que
pode proporcionar.
Depois pode-se agregar uma terceira e uma quarta placa, até a
quinta placa, constituindo-se, assim, a escala pentafônica, que é a
base de quase todas as canções infantis. Finalmente, desta mesma
maneira constitui-se a escala diatônica e cromática.
Aqui também volto a insistir: mesmo que o instrumento des-
crito seja melódico e sua percussão se faça sobre as placas, o instru-
mento em Musicoterapia é um todo e, portanto, poder-se-á per-
cutir sobre sua própria caixa acústica de ressonância. Isto dá um
interjogo, com duas baquetas, onde o mesmo instrumento pode ser
utilizado como rítmico e melódico ao mesmo tempo.
Os grandes xilofones, alguns cujas caixas de ressonância são
feitas de cabaças, chamam-se marimbas e, no trabalho grupal, con-
vertem-se em magnífico objeto integrador.
Várias baquetas podem ser utilizadas numa só marimba, um
tocando na zona dos agudos, outro na zona dos graves, outro na
dos médios, realizando distintos jogos rítmico-melódicos, como
ocorre inclusive em alguns conjuntos musicais populares.
Scanned by CamScanner
MANUAL DE MUSICOTERAPIA 59
Scanned by CamScanner
60 A. O. BENENZON
Scanned by CamScanner
CAPITULO 5
FORMAÇÃO DO MUSICOTERAPEUTA
Scanned by CamScanner
62 N NZON
mi
Rj]
mm
m
O
Portanto, não poderé aceitar nem absorver a expressão não-
verbal do paciente, ou, pelo menos, lhe seré sumamente compli-
cado.
Em minha experiência, os 14 anos de dirigir a formação de
musicoterapeutas demonstraram claramente que o aluno com
as características anteriormente referidas se frustra como musico-
terapeuta e termina por abandonar a especialidade.
Isto é, o musicoterapeuta deve ser antes de tudo um terapeu-
ta, com um grande conhecimento teórico e prático da utilização
do complexo mundo sonoro, musical e do movimento.
Quando proponho que não deve ser um psicólogo, refiro-me
ao psicólogo que se formou numa concepção de verbalização dos.
fenômenos inconscientes, com uma superintelectualização dos me-
canismos psíquicos e uma tendência à interpretação verbal do la-
tente.
Ao profissional acima referido será muito difícil desligar-se
do pré-juízo interpretativo e manejar-se numa concepção do pensa-
mento não-verbal.
Em Musicoterapia a expressão, percepção e compreensão de
todos os fenômenos dinâmicos psíquicos se realiza num contexto
não-verbal.
Quando proponho que não deve ser médico, é porque consi-
dero que o médico tem que indicar a aplicação deste auxiliar da
Medicina e avaliar seus resultados no contexto geral do processo
recuperatório do paciente.
Um dos problemas estratégico-terapêuticos mais sensíveis que
enfrentará o musicoterapeuta são os núcleos regressivos incons-
cientes dos pacientes que se expressam com muita liberdade num
contexto não-verbal.
| Por isto creio que o conhecimento profundo dos próprios
núcleos regressivos do musicoterapeuta é parte fundamental de sua
preparação.
Para estar em condições de trabalhar em Musicoterapia é ne-
cessário, depois ou durante sua formação curricular, submeter-se,
por um lado, a um tratamento psicoterapeutico enfocado no co-
nhecimento e conscientização dos aspectos inconscientes profun-
dos, e, por outro, a um tratamento musicoterapêutico didático.
Ambos os tratamentos permitem prevenir: 1) conflitos
seve-
ros do aluno que regressa e deve enfrentar-se com os núcleos mais
regressivos e primitivos de seus pacientes. Este tipo de conflito
Scanned by CamScanner
MANUAL DE MUST
Scanned by CamScanner
R. O. BENENZON
Scanned by CamScanner |
66 A. O BENENZON
OUTRAS TÉCNICAS
NÃO-VERBAIS
Scanned by TamScanner
MANUAL DE MUSICOTERAPIA 67
O PACIENTE
Scanned by CamScanner
CAPITULO 7
METODOLOGIA GERAL
Scanned by CamScanner
Preaparsia a ja
) !
72 R. O. BENENZON
a) Ficha musicoterapêutica
Ficha Musicoterapéutica
Nome e sobrenome
idade
sexo:
i nada por:
ficha confeccio
Scanned by CamScanner
MANUAL DE MUSICOTERAPIA 73
1 — País de origem
2 — Região de origem
3 — Preferências e particularidades dos pais
4 — Vivências sonoras durante a gravidez
5 — Vivências sonoras durante o nascimento e primeiros dias de
vida
6 — Movimentos corporais e canções de ninar da mãe
7 — Ambiente sonoro durante a infância
8 — Reações dos pais aos sons e aos ruídos
9 — Reações do paciente aos sons e aos ruídos
10 — Sons típicos da casa (bater de portas, gritos, prantos, ruídos
de mastigar, tiques com sons, murmúrios etc)
11 — Sons durante a noite e sons corporais
12 — História propriamente dita do lugar, educação musical dos
pais e do paciente
13 — Os primeiros contatos com o instrumento
14 — Estado atual do problema sonoro-musical
15 — Associações com sons
16 — Preferências e recusas musicais, sonoras e de ruídos
17 — Desejos e recusas de instrumentos.
Scanned by CamScanner
74 R. O BENENZON
Scanned by CamScanner
MANUAL DE MUSICOTERAPIA 75
Scanned by CamScanner TT
76 R. O. BENENZON
Scanned by CamScanner
MANUAL DE MUSICOTERAPIA 7
Voltei e te encontrei
toda minha voz lhe deu a copla ao cantar,
agitando lenços voltei
sentindo também meu peito agitar.
Este mesmo paciente costuma cantar o samba De minha mãe
nos momentos mais difíceis de abandono ou crises:
Voltarei, voltarei
Onde está minha mãe esperando-me
de novo em seus braços voltar a ser menino
viver como só se vive uma vez,
Nas sessões de grupo, o material se incorpora e sofre modifi-
cações à medida que se produz a adaptação dos pacientes. Por
Scanned by CamScanner
718 R. O. BENENZON
Scanned by CamScanner
MANUAL DE MUSICOTERAPIA
19
Scanned by CamScanner
80 A. O. BENENZON
Scanned by CamScanner
MANUAL DE MUSICOTERAPIA 81
Scanned by CamScanner
82 R. O. BENENZON
Scanned by CamScanner
MANUAL DE MUSICOTERAPIA 83
Scanned by CamScanner
84 R. O. BENENZON
é) A sessão de Musicoterapia
Scanned by CamScanner
MANUAL DE MUSICOTERAPIA 85
Scanned by CamScanner
R. O. BENENZON
86
” Grupo
/
a
—— —C + —- Paciente
N
N
n
a
à Livre
ISO
Complemt.
ISO |
Gestáltico ISO Gestáltico
é
Paciente Paciente
2 ———20-—
/ a À
Musicoterapeuta Paciente
Figura 10
Scanned by CamScanner
MANUAL DE MUSICOTERAPIA 87
Scanned by CamScanner
88 R. O. BENENZON
Scanned by CamScanner
MANUAL DE MUSICOTERAPIA B9
Scanned by CamsScanner
90 R. O. BENENZON
Scanned by CamScanner
CAPITULO &
ASPECTOS TECNICOS
Scanned by CamScanner
92 A. O. BENENZON
Scanned by CamScanner
MANUAL DE MUSICOTERAPIA 93
Scanned by CamScanner
94 R. O. BENENZON
Scanned by CamScanner
MANUAL DE MUSICOTERAPIA 95
Scanned by CamScanner
R Q BENENZON
96
Scanned by CamScanner
MANUAL DE MUSICOTERAPIA 97
deseja fazer mover; por isso, Hirsch utiliza o pipeau, a flauta doce
e o tambor. O certo é que quanto maior seja o número de instru-
mentos que o musicoterapeuta saiba manejar, melhor será sua pre-
paração técnica para as sessões.
Por último, é útil saber algumas considerações de estratégias
diretivas e estratégias não-diretivas.
Há certo tipo de pacientes ou grupos de pacientes, como os
adolescentes, que necessitam de instruções diretivas. Isto significa
que o musicoterapeuta vá guiando e apoiando o grupo ou o pa-
ciente para atividades definidas, para objetivos precisos. Embora se
sigam os mesmos fundamentos metodológicos, ou seja, a busca do
princípio de ISO e do objeto intermediário, as propostas de traba-
lho partem definitivamente do musicoterapeuta, e são controladas,
dirigidas, através da introdução de ritmos e movimentos que par-
tem de um plano prévio. Se o enfocamos do ponto de vista dinã-
mico, diria que o diretivo tende a apoiar e fortalecer os elementos
positivos de uma estrutura egoica. Em troca, o não-diretivo tende
a mobilizar e abrir núcleos latentes para depois reestruturá-los.
Scanned by CamsScanner
CAPITULO 9
FINALIZAÇÃO DE TRATAMENTOS
Scanned by CamScanner
A. O. BENENZON
100
ndamentais:
Três aspectos são fu
andoà medi.
1) Intensificar à verbalização que deve ir aument
da que se aproximam as últimas sessões. Esta Verbalização
a do proces,
pode ser feita em forma de comentários acerc ente, das
so terapêutico, das mudanças produzidas no paci
consciente das vivên,
sensações vivenciadas e à expressão
cias atuais. Um exemplo de verbalização simples seria. Você
recorda que no começo, quando tentávamos que você me
imitasse na percussão, em seguida isolava-se e parecia estar
em outro mundo, e não respondia nem às perguntas e nim
s
aos modelos? Veja, agora está atento, conectado, po demo
trocar perguntas e respostas durante longo tempo.
2) As instruções devem ser cada vez mais diretivas. Entre elas
deve-se estimular a incorporação de canções que levam a
mensagens de despedidas, duelos, tristeza etc. Entre nós
pode aparecer o tango Adios muchachos.
3) Como disse em outros temas, é muito útil nesta etapa do
processo a incorporação de instrumentos mais estrutura-
dos, complicados e intelectuais como são o piano, o órgão
etc. Isto pode inclusive ter posteriores derivações para uma
educação musical propriamente dita. A finalização: de um
tratamento em Musicoterapia não invalida a possibilidade
de voltar a retomá-lo, seja como apoio ou como uma nova
indicação terapêutica.
Scanned by CamScanner
==) CAPÍTULO 10
Scanned by CamScanner
A. O. BENENZON
102
a) A música funcional
Scanned by CamScanner
MANUAL DE MUSICOTERAPIA 103
Scanned by CamScanner
A. O. BENENZON
104
ad
Scannêd by CamScanner
MANUAL DE MUSICOTERAPIA
10 5
Scânned by CamScanner
A. O. BENENZON
106
de
ica em determinado momento,
de um determinado tipo de mús
plementário, res.
seu dia e de sua vida. (ISO gestáltico e ISO com
blema considerem
pectivamente). Embora os que estudam º pro
sciente dos sons,
que a música funcional evita a percepção con momento, para
determinado
creio que não resta dúvida que em
rtura de núcleos
certo tipo de indivíduos, será produzida a abe
rgias em
inconscientes que darão depois curso a descargas de ene
forma de movimento ou de fortes associações mnêmicas e emocio-
nais.
Exemplo deste último seria nos perguntar o que aconteceria
com a música funcional em uma sala de internação de um hospital
onde os momentos traumáticos vividos pelo paciente seriam pos-
teriormente associados à música funcional. Outro exemplo é a
música nas salas cirúrgicas, que a nosso ver deve realizar-se em for-
ma individual e não em toda sala cirúrgica. Primeiro que os ISOS
do paciente não são iguais aos do cirurgião, e segundo que o obje-
tivo básico é colocar o paciente em ótimas condições para receber
a anestesia; e por outro lado isolá-lo dos múltiplos sons da mani-
pulação cirúrgica.
Isto é, a música funcional deve estimular, porém este estí-
mulo não deve ser tão importante como para provocar a entrada
no inconsciente.
Quase diria, para formular uma hipótese, que a música
funcional deve dar uma sensação de regressão intra-uterina, isto
é, criar, ou melhor, envolver o ambiente em um líquido amnióti-
co sonoro que protegeria e nutriria os que se encontrassem no
mesmo.
* Não obstante, creio que todos os esforços se deveriam enca-
nal que
minhar em investigar e trabalhar para criar o silêncio funcio
permitiria a prevenção de muitos transtornos, tanto físicos (hipo-
acústico), como psíquicos (tensões, angústias, ansiedades).
entre
| Antes de finalizar este tema quero esclarecer a diferença
música funcional e música de fundo. Esta última seria uma simples
músic a desem acord o com o gosto de
forma coloca
quem adecoloc a em uer demome
r umqualqtipo nto, nenhum rigor metodo”
lógico. Portanto, podem ocorrer fatos como o sucedido em uma
fábrica impor tante de Buenos Aires. Colocava-se música de fundo.
Um dia colocou-se um disco de tango s do famoso cantor Carlos
nner
Scanned by CamSca
MANUAL DE MUSICOTERAPIA
107
c) A epilepsia musicogênica
Scanned by CamScanner
R. O. BENENZON
108
Scanned by CamScanner
MANUAL DE MUSICOTERAPIA
109
Scanned by CamScanner
110 R. O. BENENZON
Scanned by CamScanner
MANUAL DE MUSICOTERAPIA
11
Schnned by CamScanner
A. O BENENZON
Scanned by CamScanner
MANUAL DE MUSICOTERA
PIA
13
Scanned by CamScanner
A. O. BENENZON
114
Scanned by CamsScanner
MANUAL DE MUSICOTERAPIA 115
d) A música eletrônica
Scanned by CamScanner
A. O. BENENZON
116
com o
ório de mús ica eletrônica do Instituto Di Tella, Objeri.
ratório . . itos psicológicos dos sons eletrônico
na especialidade de psi Quiatria,
S. For.
Scanned by CamScanner
MANUAL DE MUSICOTERAPIA 117
Scanned by CamScanner
118 A. Q BENENZON
Scanned yY CamScanner
CAPITULO 11
Scanned by CamScanner
A. O. BENENZON
120
da so
e tem sido de ágrarid e utilidade na prática clínica; guin.
que m est composto por três exemplos sonoro
e ma:de o“imagen
teste s sonoras" ao redor de 5 minutos cada uma . que
c Estas imagens sonoras (cujos exemplos se unem a este Manual
Scanned by CamScanner
MANUAL DE MUSICO TERAPIA
71
— mem
para fazê-lo. Isto ocorre em total silêncio e, depois de transcorri-
dos os 5 minutos, pedimos que coloque um título. A seguir, instruí-
mos para que tome a segunda folha e a numere com o número 2 e
em PA
se repete novamente a instrução, ou seja: “Você vai escutar uma
série de sons; escreva as palavras, frases ou orações que lhe ocor-
e
ram”, e o fazemos escutar o segundo exemplo. Ao finalizar a au-
dição do segundo exemplo, pedimos que vire a folha e escreva
e
uma história ou conto sobre o que escutou, dando-lhe 5 minutos
para realizá-lo, isto, como no anterior, em silêncio. Ao terminar
solicitamos que coloque um título na história ou conto.
Por último, pedimos que pegue a terceira folha e coloque o
número três e se repete exatamente a mesma instrução dos exem-
plos anteriores. Ao terminar a audição do terceiro exemplo, nova-
mente terá que virar a folha e escrever uma história ou conto e, ao
finalizar os 5 minutos, terá que colocar o título. Desta maneira
termina a tomada do teste. Recolhem-se as folhas e teremos um
material sumamente rico, ficando inclusive o sujeito ou paciente
surpreendido com a quantidade de elementos de sua própria vida
e de circunstâncias que surgiram nas histórias sem eles o quererem.
Este material permite, ulteriormente, a elaboração do mesmo,
entre o paciente e o psicoterapeuta, fortalecendo a relação psico-
terapêutica e abrindo novos canais para continuar aprofundando
na dinâmica inconsciente do paciente.
Este teste tem vigência dentro da experiência de cada psicote-
rapeuta que o pratique, já que nas constantes tomadas, chegará a
manejar as respostas-padrão ou tipos que lhe permitam inter-
pretar com maior objetividade a problemática de seus pacientes.
experiência
Só quero juntar algumas considerações de minha
Scanned by CamsScanner
A. O. BENENZON
(22
Scanned by CamScanner
CAPITULO 12
Scanned by CamScanner
124 R. O.| BENENZON
BENENZ
e
conscientização falsa da incapacidade do deficiente mental, diant a
da prova de um quociente intelectual baixo, e não se atrevem
que são ine.
utilizar uma série de possibilidades de comunicação
-entes ao trabalho da Musicoterapia, por pensar, pré-julgando,
que não serão captadas. Entretanto, é justamente o contrário; a
Musicoterapia, por mover-se num contexto não-verbal, permite a
introdução de mensagens que pareciam difíceis ou complicadas, e
não obstante, são facilmente captadas.
Ante um deficiente mental existe o defrontamento do binó-
mio aluno/paciente, pois o deficiente dentro de uma instituição,
representa ambas as caracter ísticas sobrepostas uma na outra. Por
isso adiro aos conceitos de Teresa Hirsch que em seu livro Música
para Crianças Deficientes diz: “Eu prefiro descrever as crianças tal
como se me apresentaram no decorrer do trabalho com elas. Além
disso, todos são deficientes do ponto de vista fisicomotore senso-
rial, e, do ponto de vista psicológico, esses aspectos estão estreita-
mente ligados e se condicionam reciprocamente”. Em geral, o
deficiente mental é tratado grupalmente, pois é mais positiva a
ação terapêutica. Por isso é necessário estabelecer um contato com
“ele, que deve ser primeiro de forma individual. Todos os alunos-
pacientes devem ter de quatro a dez sessões individuais antes de
serem integrados a qualquer grupo. Alguns, excepcionalmente,
necessitarão muito mais, pois, além de estabelecer canais de co-
municação com o musicoterapeuta, este deve treiná-los para poder
incluí-los em determinados grupos, ou seja, dar-lhes também, atra-
vés dos canais de comunicação já existentes, outros novos meios
para sua futura integração grupal. Portanto, os passos sucessivos
seriam:
a) tomada de contato e descobrimento da comunicação e do
ISO do aluno-paciente: Isto dependerá da habilidade, per-
meabilidade e experiência do musicoterapeuta;
b) determinação da possibilidade imediata da inclusão em um
grupo, ou da necessidade de continuar em forma individual.
É claro que a inclusão num grupo não invalida a possibili-
dade de intercalar, em alguns deles, sessões individuais, seja
de forma esporádica, ou simultânea;
c) mesmo que se continue com as sessões individuais, estas
devem ter como finalidade a inclusão em um grupo deter-
minado.
Scanned by CamScanner
MANUAL DE MUSICOTERAPIA
125
Scanned by CamScanner
A. O. BENENZON
126
Scanned by CamScanner
MANUAL DE MUSICOTERAPIA
127
Scanned by CamScanner
MANUAL DE MUSICO TERAPI
A
129
faz balanceios de cabeça, movimentos de dedos, que podem
,
forçados pela audição de música e que são a exteri ser re-
orizaç ão e;
nizada da excitação provocada pela música; são mari
sicais (a miúdo, rítmicas ou melódicas) da rigidez dos tações mu-
mentais. . icientes
Para se sentirem melhor enquadrados num mundo demasi
mo
ou se
do vasto para eles, rodeiam-se de objetos mágicos
movimentos automáticos e repetidos que são mecanismos de de.
fesa, mais ou menos mágicos, que se encontram de maneira notável
nas atividades musicais.
Constatando-se que estes estereótipos tomam frequentemente
formas musicais, penso que a música viva pode ajudar a criar um
“marco, assegurando que, em lugar de nutrir os estereótipos, possam
diminuir os automatismos da defesa.
É improdutivo querer atacar de frente a rigidez dos deficien-
tes mentais, querer torná-los mais flexíveis ou livres a todo custo,
pois essa rigidez faz parte de um contexto, de cada um “modo de
ser”. É melhor tratar de utilizar sua necessidade de repetir, de re-
encontrar. O essencial é que esta repetição tenha um sentido, um
conteúdo e que não seja uma repetição que caia no vazio. Para es-
tes seres lentos e pesados essa pode ser a única maneira de assimi-
lar; a etapa da repetição, por outro lado, é uma etapa normal no
desenvolvimento da criança. Os pequenos, em seus jogos, repetem
incansavelmente melodias de dois ou três sons. À repetição é tam-
bém um elemento muito frequente na música. Porém, a única
maneira de explorá-la é tirando-lhe todo caráter automático e fa-
zê-la viver. Devemos, pois, integrar esta regularidade musical ao re-
conhecimento natural da regularidade vital, dos ciclos vitais, o do
sono, o do alimento etc. Isto é um conselho muito útil que dou
aos musicoterapeutas, nunca se deve cansar de repetir, pois num
contexto não-verbal, a repetição não é precisamente a monotonia,
mas a compreensão de uma mensagem. O musicoterapeuta deve
dar ao máximo sua capacidade de improvisar e, portanto, os exer-
cícios nunca devem ter estruturas rígidas.
Não é recomendável ter grande quantidade de objetos, pois a
criança deve familiarizar-se com os mesmos e já é uma grande
dificuldade que o façam com um só deles. São suficientes não mais
do que cinco classes de objetos num processo de tratamento, para
que a criança chegue a reconhecê-los, vivencie-os como parte inte-
grante e tenham as características de objetos intermediários. As
canções constituem a atividade musical sintética mais importante
Scanned by CamScanner
A. O. BENENZON
130
Scanned by CamsScanner
A. O. BENENZON
132
Scanned by CamScanner
MANUAL DE MUSICOTE RAPIA
133
Scanned by CamScanner
AR. O. BENENZON
134
Scanned by CamScanner
MANUAL DE MUSICOTERAPIA
135
Scanned by CamScanner
136 R. Q BENE NZO MN
Scanned by CamScanner
MANUAL DE MUSICOTE
RAPIA
137
As sessões serão individuais ou em
grupo, porém, em
tendência é adotar a segunda forma e funda geral, a
ouvintes. Citando Maria Fux "aim
nta lme nte inte grá-
los em grupos de
se pode considerar a criança surda “como « Grei com ela que
ainda que isolado, tem suficiente capacidade cs sr normal que,
movimento da dança em forma individual ou am integrar-se ao
nho
duzir indicado para surdas
as crianças alcançarnas esta possibilidade
classes consiste
coletivas das crian cj m CAM
intro-
Mundo até
tes, pois em primeiro lugar vislumbram nessa forma um
esse momento desconhecido que as motiva favoravelmente
eas o
caminha para a expressão. Isso lhes permite elevar seu nível de
iniciativa graças à visualização e irradiação que o movimento
cole-
tivo representa”.
E importante que o musicoterapeuta conheça o diagnóstico e
o grau de diminuição auditiva de cada paciente, como também a
capacidade potencial dos audiofonos para cada paciente em par-
ticular.
O lugar de trabalho deve ter as condições gerais já estabeleci-
das para os deficientes mentais, considerando importante o piso
de madeira já que, em geral, se trabalha descalço. Inclusive há al-
guns estabelecimentos para surdos que possuem salas especiais
equipadas com bucles magnéticos e um piso de madeira flexível;
através dos bucles as crianças podem perceber as vibrações de to-
dos os pontos da sala na qual bailam. Serão utilizados todos os ele-
mentos modernos para a aplicação do som, porém recordemos que
a tendência será a possibilidade que gradualmente possam perceber
as sensações tal qual são. O princípio básico que deve prevalecer
no musicoterapeuta é que o som será percebido por um sistema
total, gtobal, de percepção, e que, portanto, o esforço de comu-
nicação será dirigido para essa totalidade e não exclusivamente
a um sistema determinado.
Como o paciente é um grande sistema de percepção, tam-
bém o é de emissão, e, portanto, o instrumento mais importan-
te será seu próprio corpo e o do musicoterapeuta, assim como o
de outros integrantes do grupo, sejam ouvintes ou não. Sentir as
vibrações do corpo do musicoterapeuta quando este canta, baila,
ou grita, e compará-las com a de seus companheiros ouvintes e
seus companheiros deficientes auditivos, é uma das experiências
mais ricas de comunicação que existe. Perceber o batimento car-
díaco do musicoterapeuta, de si mesmo e de outros, é uma valio-
sa experiência inclusive para O próprio ouvinte, não audível, mas
O
Scanned by CamScanner
138 R. O. BENENZON
Scanned by CamScanner
MANUAL DE MU
SICOTERAPIA
139
cai Mibserva
ficiente sa alhe à interessa
auditivo medida mais
que pode apreciar
o ritmo a Ti ara5 o de-
o som
e menos
Scanned by CamScanner
140 R. O BENENZON
Senhores pais,
(1) Este tema está amplamente desenvolvido em meu livro Musicoterapia na Psicose In
fantil, Buenos Aires, Paidós, 1976. Em alemão, pela editora Gustav Fishoer Verlag:
Stuttgart, 1979.
Scanned by CamScanner
MANUAL DE MUSICOTERAPIA
141
Ao preencher esta
r mínimo ou ridículo informação recorde
.
ser do CURA,
importã ncia.
fNorme
Nome e sobrenome:
Idade:
Data de nascimento:
a) Momento atual
b) Passado
Scanned by CamScanner
142 R. O. BENENZON
a) Passado
b) Momento atual
Scanned by CamScanner
MANUAL DE MUSICOTE RAPIA
143
Scanned by CamScanner
R. Q BENENZON
144
diu
uizofrênica. O 90 está div
O Grático 3 mostra a criança esq permite estabeleç a
vári os com par timentos, o que
desses compartimentos Ma
dido em
entr e OS int ers tíc ios
comunicação o,
biza rra, est ran ha, por ém com resposta Constante aos
portanto,
tímulos.
eo nm
nl
1 — Som
2 — Instrumento
3 — Fonte animada objeto-homem
Gráfico 4
Scanned by CamScanner
MANUAL DE MUSICOTERAPI
A
Scanned by CamScanner
R. Q BENENZON
146
Scanned by CamScanner
MANUAL DE MUSICOTERAPIA 147
Scanned by CamScanner
CAPITULO 13
Scanned by CamScanner
A. O BENENZON
150
Este inci .
têm a esquema coincide
fantasia qu e seu com aqueles pais que acreditam ou
fil
i ho éá surdo o U que pratic
i amente não
preende o que acontece
ao seu redor.
ã com
Mer
Scanned by CamsScanner
MANUAL DE MUSICOTERAPIA 151
'
Scanned by CamScanner
. O. BENENZON
152 O
Scanned by CamScanner
MANUAL DE MUSICOTE
RAPIA
153
ou
Scanned by CamScanner
154 NENZON
R. O BENE
ém
Estas formas de enquistamento costumam coincidir tamb
ou de in.
com as maneiras de receber as expressões do filho autista
terpretá-las.
ou tipo C,
Por exemplo: Os pais com enquistamento tipo À
estereotipados,
ou seja, com ausência de estímulos ou de estímulos
de seu
têm muitas vezes dificuldades de compreender as expressões
N
filho autista.
Em troca, os pais ou grupos familiares com enquistamento
tipo B ou tipo D, ou seja, OS de hiperestimulação ou estimulação
anômala, costumam ter uma errada interpretação das expressões
de seu filho autista.
São aqueles pais que dizem: ele quis dizer que...! ou, quer
que lhe dêem tal coisa!... etc., sem ter claramente a certeza da rea-
lidade de suas expressões, ou pensando que um mesmo gesto pode
ser sempre a expressão de um mesmo desejo.
Um dos mais importantes objetivos da Musicoterapia como
técnica de aproximação da criança autista é o de diagnosticar os
quistos de comunicação do grupo familiar com tal criança, romper
os quistos de comunicação correspondentes e estruturar novas for-
mas de mensagens nos vazios deixados pelo rompimento destes
quistos.
Em meus longos anos de trabalho aplicando a Musicoterapia
em grupos familiares com crianças autistas tenho estabelecido algu-
mas regras que são de utilidade, e que com a continuação deta-
lharei:
1º) É necessário antes de começar o trabalho com o grupo fami-
liar ter um período de trabalho em forma individual com a
criança autista.
Subentende-se que sempre que me refira a um enfoque te-
rapéutico com a criança autista, estou propondo o trabalho
dentro de uma instituição onde a criança passa todo o dia
útil, e é manejada por uma equipe multidisciplinar de recupe-
ração.
O objetivo de trabalhar individualmente é para conhecer a
fundo a criança e tratar de abrir o máximo de canais de co-
municação para nós e para o resto da equipe de saúde. É pre-
cisamente durante esta etapa que trabalho com água, como
objeto intermediário, e buscando sons que possam impactar o
ego da criança autista; e depois, em uma segunda etapa, intro-
duzir o instrumento musical como objeto intermediário, utili-
Scanned by CamScanner
MANUAL DE MUSICOTE RA
PIA
155
Scanned by CamScanner
156 R. O. BENENZON
filho. no
com o casal de pais, sem a presença do
tui-
O grupo familiar que tenha levado seu filho a uma insti
ção encontra-se com um montante de ansiedade paranóica
-
similar ao paciente que inicia uma psicoterapia. Esta ansieda
de aumenta se pretendemos num começo trabalhar com o
grupo familiar em presença do filho e, geralmente, mostra
uma imagem distorcida da realidade, através das defesas
reativas que os pais utilizam frente a nos.
Em troca, se nós trabalhamos individualmente com o casal
de pais, durante um lapso de um ano mais ou menos, depen-
dendo dos casos, antes de defrontá-los com a criança, conse-
guimos ter um grupo familiar preparado, com um montante
de ansiedade mínimo, dando-nos, portanto, uma imagem mais
real e, nós, por outro lado, também estamos preparados para
este encontro com um critério mais realista da criança.
O primeiro passo para trabalhar com o grupo familiar é
uma entrevista onde lhes relato o trabalho que realizamos
com o filho e os resultados do mesmo. Depois lhes peço uma
primeira cooperação, que consiste em gravar as mensagens co-
tidianas que ocorrem normalmente no meio familiar, com a
criança. Para realizar isto, tecnicamente lhes ensino a manejar
um gravador e os deixo a sós numa sala durante uma hora,
sem a criança. A instrução insiste em que devem fantasiar a
presença do filho em distintos momentos da vida cotidiana e
em diferentes circunstâncias, e gravar, como lhe têm falado, o
que lhe têm dito, como lhe têm gritado ou cantado etc. Os re-
sultados desta primeira gravação são: a) os pais costumam re-
produzir as mensagens estereotipadas que têm com seu filho;
b) nos provêem de um material muito rico, que paulatina-
mente permite diagnosticar os quistos de comunicação; c) ao
fazer escutar estas gravações aos respectivos filhos, podemos
observar as diferenças de respostas frente à voz e mensagem
paterna e materna. o
Desta maneira observamos pais que falam a seu filho como
se este fora surdo; outros, com negações ou afirmações cons-
tantes, outros com total dificuldade de adaptar-se ao tempo
específico de seu filho, isto é, o que fui descrevendo na dis-
tinção dos quatro quistos de comunicação. Depois de alguns
meses, que costuma oscilar entre 6 a 9, desta primeira grava-
ção, voltamos a chamar estes pais.
Scanned by CamScanner
MANUAL DE MUSICOT
E RAPIA
Scanned by CamScanner
158 R. O. BENENZON
Scanned by CamScanner
MANUAL DE MUSICO TERAPIA
159
Scanned by CamScanner
AR. Q BENENZON
160
Scanned by CamScanner
MANUAL DE MUSICOTERAPIA 161
Scanned by CamScanner
A. O. BENENZON
162
icas autoritárias, dava ordens
ajoP id aO ço o menor e brincasse com Si Nº
para que não ficasse com ciúmes e aojiião
o
irmão pu por causa dos empurrões do irmão maior, e da
e us acercasse de Sili; por outro lado, mostrava um oa
Sili, tratando de beijá-la, acariciáa,
serado afeto por |
etc.
zer-lhe cócegas as or.
de agradar seu pai cumprindo
b)o irmão maior tratava
seu irmão menor usando a força, OU leyan.
dens controlando
tando ou sacudindo Sili, ou tratando de beijá-la
do pai.
com
com à atitude
cócegas, identificando-se
c) o irmão menor chorava todo o tempo, porque era reprimj.
do e não recebia suficiente atenção, tendo ciúmes de Siji,
d)a mãe, em atitude, passiva, tratava de impor alguma ordem
a cada um, sem êxito.
e) a hipercinesia de Sili aumentava com o crescimento da hi.
percinesia tamiliar.
Depois, a musicoterapeuta tratou de realizar um simples exer.
cício rítmico, de movimentos, acompanhados com canções de
ninar, exercícios que cotidianamente realizava com Sili no institu-
to. Isto motivou uma diminuição da hipercinesia familiar, o andar
de Sili se fez mais calmo, de repente parava e ficava quieta por um
longo espaço de tempo como se esperasse algo ou sentisse o cha-
mado de seu mundo interior. Todavia, não foi fácil para a musico-
terapeuta contactar-se com Sili como o fazia habitualmente, sem a
presença do grupo familiar. Chegamos, assim, à conclusão de que
estávamos ante a presença de um grupo familiar cujo quisto de co-
municação é do tipo B (hiperestimulação indiscriminada — veja-se
Esquema Il). Sili recebia de todo o grupo familiar uma invasão
abundante de estímulos indiscriminados, provocando nela uma
completa dispersão e uma defesa estereotipada que se mantinha,
ainda sem estimulação.
Só se pôde obter um mínimo de atenção quando se convi
doua todo o grupo familiar para participar em uma roda com Sili
e nós. Sili tomava parte dessa roda de tempo em tempo, ou se
colocava no centro da mesma, ou se deitava no chão, ou saía da
roda para seu habitual passeio pela sala. Depois de vinte minutos
de extenuante trabalho, a musicoterapeuta retornou Sili à sua aula,
observando e surpreendendo-se com a calma que Sili adquiriu 20
reingressar no seu habitat cotidiano,
Scanned by CamScanner
MANUAL DE MUSICOTERAPIA
163
Scanned by CamScanner
164 AR. Q BENENZON
Scanned by CamScanner
CAPÍTULO 14
HISTÓRIA DA MUSICOTERAPIA
Scanned by CamScanner
166 R. O BENENZON
Scanned by CamScanner
MANUAL DE MUSICOTERAPIA
167
Scanned by CamScanner
168 R. O. BENENZON
va outras ações mágicas ao mesmo tempo que passava sua mão di-
reita pelo enfermo, e com a esquerda agitava um guizo; por último,
com um gesto extático, olhava para O céu e se inclinava sobre o
paciente para chupar-lhe os sucos malignos. Os circundantes repre-
sentavam com pantomimas a expectativa com que seguiam a ceri-
mônia do médico feiticeiro. Para terminar a ação de graças, o enfer-
mo curado bailava com seus amigos, enquanto os demais entoavam
o “canto do doutor”. No culto badístico das Índias Meridionais,
também encontramos o costume de atar guizos na espalda dos
mascarados que executam uma dança das espadas para expulsar os
espíritos malígnos. Alguns investigadores suspeitam que Os sinos
das igrejas também puderam ter servido num princípio para fins
exorcísticos, isto é, que com seu som, estiveram destinados a ex-
pulsar do templo os espíritos do inferno. O mesmo caráter exor-
cístico da música se encontra em muitas cerimônias de enterro; as-
sim, por exemplo, na casta Sudra da India, quando morre um de
seus membros, costuma-se tocar com duas trompas dois sons (sol
sustenido e si-bemo!) mantidos continuamente, desde o momento
da morte, até terminar a cerimônia mortuária. O sombrio som des-
tes dois tons não tem por objetivo, como se acreditava no princi-
pio, expressar um lamento fúnebre, mas o de afugentar os maus es-
píritos para que não se apoderem da alma do defunto.
Nas fontes medievais, tanto árabes como judias, narra-se com
frequência como se chamavam os músicos para aliviar as dores dos
enfermos no hospital; um antigo manuscrito hebreu contém uma
ilustração na qual aparece um tocador de alaúde sentado na sala de
espera de um médico, chamado, provavelmente, para expurgar a
mente do possesso ou para realizar sua parte na cura do enfermo.
As virtudes mágicas da música com frequência eram transmi-
tidas aos instrumentos musicais. Sempre se atribuíram forças espe-
ciais aos instrumentos de sopro, feitos com ossos humanos, que se
enterravam junto com os cadáveres, aos quais deviam assegurar à
vida além-túmulo. Com respeito, é interessante mencionar O livro
Magia Naturalis de Gianbattista della Porta, naturalista italiano,
publicado em meados do século XVI, onde o autor preconizava à
madeira de
fabricação de instrumentos musicais feitos da mesma
plantas medicinais, e afirmava que os sons que se obtinham produ-
ziam os mesmos efeitos terapêuticos que as plantas.
As plantas de madeira de álamo, por exemplo, seriam efica-
contra às
zes contra as dores de ciática, as de madeira de heléboro
Scanned by CamScanner
MANUAL DE MUSICOTERAPIA
169
Scanned by CamScanner
170 R. 0. 8E NENZON
músi.
Por esta mesma época, o espanhol Ramos de dare, cuja ntais
ca prática aparece em 1482, associa os q undame
aos quatro temperamentos € seus planetas. o Janus profus corres-
ponde à fleuma e à Lua, O Tonus deutenus à bilise a Marte; o To-
nus tritus ao sangue e à Júpiter; o Tonus tertarus à melancolia e a
Scanned by CamsScanner
MANUAL DE MUSICOTERAPIA 171
Scanned by CamScanner
172 R. O. BENENZON
e
tra francês, célebre discípulo de Pinel, por volta do ano de 1800,
ao médico suíço, André Tissot. Esquirol comenta: “. tive que
provar a música como meio de curar os alienados; a provei de todas
as classes e maneiras e nas circunstâncias mais apropriadas para o
êxito. As vezes, chegoua irritar atéo furor, com frequência, parecia
distrair, porém não posso dizer que tenha contribuído para curar.
Tem resultado propício aos convalescentes. ...” Tissot distinguia
entre “música incitativa”” e “música calmante” e considerava como
uma vantagem da terapêutica musical o que sem causar a menor
“pudes ia suprim
moléstse ir mo o fazia esquecer a doença, ainda quando não
ao enfer
a causa do mal. Tissot estimava que unicamente
na epilepsia estava contra-indicada a música, pois com frequência
podia provocar diretamente o ataque. Profundo conceito de obser-
vação, que é confirmado mais tarde com os casos descritos com o
nome de epilepsias musicogênicas, que tratei no tema de contra-
indicações.
Creio que todos estes elementos históricos referidos são um.
subsídio histórico aos fundamentos que sobrevêm ulteriormente,
como uma disciplina científica da Musicoterapia.
Scanned by CamScanner
CAPITULO 15
DESENVOLVIMENTO E EVOLUÇÃO
DA MUSICOTERAPIA
Scanned by CamScanner
174 RO
| BENENZON
Scanned by CamScanner
MANUAL DE MUSICOTERAPIA 175
Scanned by CamScanner
176 R. O. BENENZON
Scanned by CamScanner
BIBLIOGRAFIA
Scanned by CamScanner
178 R. O BENENZON
Scanned by CamScanner
MANUAL DE MUSICOTERAPI
A 179
Scanned by CamScanner
INDICE ANAL ÍTICO
serófono 59, 92
aquecimento e catarse 84
autismo 140
batimento cardíaco 27, 29, 33, 35, 36, 47, 102, 144
canais de comunicação 11, 19, 149
caracterologia musical 6%
complexo não-verbal 18, 60
complexo som/ser humano 11, 21
complexo K 26
cocleografia 159
co-terapeuta 88
criança autista 19, 140
diálogo sonoro 80 —
dislexia 30
disritmias latentes 13
DNA 26
efeitos regressivos 11, 17
endocultura 50
ergógrafo de Mosso 12, 24
epilepsia musicogênica 13, 107, 113
esquizofrenia 143
estereotipias 149
estímulos estereotipados 152
estímulos estereotipados anômalos 153
estocástica 34
etnocentrismo 50
expressão corporal 64
fenômenos acústicos 34
ficha musicoterapêutica 72, 141, 142
gestalt 44
hiperestimulação 151
hiperestimulação indiscriminada 162
iatrogenia 9
idiófonos 57, 59, 92
identidade sonora 45
imprinting 31, 46
infra-sons 12
instrumentos líderes 56
instrumentos primitivos 42
ISO 32, 43, 47, 60, 63, 71, 83, 87, 135
Scanned by CamScanner
182 R. O. BENENZON
85,87
ISO complementário 44, 51,
ISO cultural 45, 49, 51,57
ISO do terapeuta 44, 85
ISO gestalt 44, 46, 51, 85, 87,131
ISO grupal 44, 45, 49,51
ISO universal 44, 46, 47
mãe-substituta 146
marimba 58
membranofones 49, 57, 59, 92
metalofones 58
música concreta 33, 120
música de fundo 106
música eletrônica 115
música funcional 102, 105
núcleos regressivos 62
objeto intermediário 47, 49, 84, 145
objeto integrador 49, 51, 58, 84
par terapêutico 155
pensamento não-verbal 34
psicodrama 47, 65
psicodança 64
quistos de comunicação 149, 154, 155, 156, 157, 158, 159, 163
reflexo de Moro 37
reflexo psicogalvânico da pele 24, 25
- regressão 17
região umbilical 32
sala de Musicoterapia 53
sessão de Musicoterapia 84
silêncio funcional 106
sintetizador eletrônico 54
simbiose 143
sonoterapia 13
sons caracteropáticos 117
sons corporais 73
sons eletrônicos 116, 117, 144, 146
sons regressivogenéticos 18
tálamo 22
tambor de fenda 42
tempo verbal 59
terapia não-verbal 10
terapia ocupacional 60
teste projetivo sonoro 15, 119
testificação do enquadre não-verbal 71,81
tumbadoras 56
ultra-sons 13, 14
xilofones 58
Scanned by CamScanner
A Musicoterapia se ocupa do estudo
No
Scanned by CamScanner