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DE ALIMENTOS VEGETAIS
1ª Edição
Rio de Janeiro - RJ
Outubro 2020
Subsecretaria de Secretaria de
Vigilância em Saúde Saúde
Copyright © 2020
Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução parcial ou total dessa obra, desde que cita-
da a fonte e que não seja para venda ou qualquer fim comercial. A responsabilidade pelos direitos
autorais de textos e imagens dessa obra é da área técnica.
Redação:
Coordenação de Vigilância e Fiscalização de Alimentos - CVFA
Werner Moura Ewald
Demais Técnicos:
Bianca Andrade Marun - Nutricionista Renata Baranda de Oliveira Netto - Nutricionista
Edna Ferreira Santa Marinha - Méd. Vet. Maurilio Sales Machado - Farmacêutico
Ina Lucia Bahri de Oliveira Penna- Nutricionista Monica Maria Peixoto Fonseca- Sanitarista
Jacqueline Toledo Hosken - Nutricionista Sheila Fagundes Fasca - Nutricionista
Jussara de Moura Salgado - Nutricionista Vanderli Marcelino de Oliveira - Químico
Luísa Helena Bruno - Nutricionista
Revisão Técnica:
Subsecretaria de Vigilância em Saúde - SVS
Cláudia Maria Braga de Mello
Superintendência de Vigilância Sanitária - SUVISA
Adna dos Santos Sá Spasojevic
O QUE É A RASTREABILIDADE.......................................................................................................... 5
CONCEITO......................................................................................................................................................5
BASE LEGAL.................................................................................................................................................5
ÂMBITO DE APLICAÇÃO.....................................................................................................................5
PRODUTOS VEGETAIS SUJEITOS A RASTREABILIDADE........................................6
BIBLIOGRAFIA...............................................................................................................................................30
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APRESENTAÇÃO E OBJETIVOS
Este guia foi elaborado com o objetivo de orientar e informar aos profissionais das Vigi-
lâncias Sanitárias e demais interessados sobre a vigência e o cumprimento da Instrução
Normativa Conjunta nº 2 de 7 de fevereiro de 2018, e descreve as informações obrigatórias
que devem ser verificadas para garantir a rastreabilidade dos produtos de origem vegetal
oferecidos à população do Estado do Rio de Janeiro.
Demonstramos neste guia a importância e atenção necessárias que devem ser adota-
das por cada ente da cadeia de produtos vegetais frescos, a fim de se obter um alimento
seguro, preservando a saúde dos consumidores, dos produtores e trabalhadores rurais
expostos aos resíduos de agrotóxicos, através da exposição dietética e ocupacional, res-
pectivamente.
O PARA e a INC nº 2/2018 têm relação direta entre si como será demonstrado a seguir.
O QUE É A RASTREABILIDADE
CONCEITO
BASE LEGAL
Esses prazos foram alterados pela Instrução Normativa Conjunta INC nº 1, de 15 de abril
de 2019.
São 90 produtos incluídos na INC e desde 01 de agosto de 2020, todos eles já se encon-
tram dentro dos prazos de vigência plena estabelecidos pela norma.
ÂMBITO DE APLICAÇÃO
Frutas Citrus, maçã e uva Melão, morango, coco, goiaba, Abacate, abacaxi, anonáceas,
caqui, mamão, banana e cacau, cupuaçu, kiwi, maracujá,
manga melancia, romã, açaí, acerola,
amora, ameixa, caju, carambola,
figo, framboesa, marmelo,
nectarina, nêspera, , pêssego,
pitanga, pera e mirtilo
De acordo com a Lei nº 7.802/89, o processo regulatório dos agrotóxicos, seus compo-
nentes e afins, é um ato que envolve o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimen-
to, o Ministério do Meio Ambiente, através do Ibama, e o Ministério da Saúde, através
da Anvisa.
Para atender a esses fins, foi publicada, em 2018, a INC nº 2, estabelecendo que a ras-
treabilidade deverá ser fiscalizada pelos serviços de Vigilância Sanitária (VISAs) e pelo
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) - art. 3º.
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Figura 2- ANVISA.
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Rótulo: é toda inscrição, legenda, imagem ou toda matéria descritiva ou gráfica, es-
crita, impressa, estampada, gravada, gravada em relevo ou litografada, ou colocada
sobre a embalagem do produto (ANVISA).
De acordo com o art. 6º da INC nº 2/2018, os produtos vegetais frescos ou seus envol-
tórios, suas caixas, sacarias e demais embalagens devem estar devidamente identifica-
dos de forma a possibilitar o acesso, pelas autoridades competentes, aos registros com
as informações obrigatórias e documentais, observadas as legislações específicas sobre
embalagens e rotulagem de produtos destinados à alimentação humana.
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Essa identificação pode ser realizada por meio de etiquetas impressas com caracteres
alfanuméricos, código de barras, QR Code, ou qualquer outro sistema que permita identi-
ficar os produtos de forma única e inequívoca (§ 1º).
Deve colocar o rótulo: o produtor rural, pessoa física ou jurídica, ou a unidade de con-
solidação, local que recebe as cargas de origens variadas e forma um novo lote, deno-
minado lote consolidado.
Unidade de Consolidação: o local onde a pessoa física ou jurídica recebe lotes de pro-
dutos vegetais frescos de diferentes origens para formar um ou mais lotes consolidados
(INC nº 2/18, art. 2º, XV).
Assim, na prática, são responsáveis pela colocação do rótulo e pelas informações sobre a
rastreabilidade:
• o(s) produtor(es)
• o(s) embalador(es)
• o(s) fracionador(es)
1. Identificação do responsável:
2. Informações do produto:
b. Lote
e. Peso líquido
a. País de origem
2. Produto sem rótulo: o detentor é o único responsável pelo produto sem rótulo, pois
deve garantir a rastreabilidade do produto.
Tamanho das letras e algarismos da indicação de peso líquido deve obedecer às exi-
gências do INMETRO.
O MAPA fiscaliza a rotulagem dos produtos vegetais que possuem regulamentos técnicos
de identidade e qualidade
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LIMÃO TAHITI
Conteúdo do Rótulo:
• Lote consolidado/
rastreamento
• Data da consolidação
• Peso líquido
COUVE MANTEIGA
Conteúdo do rótulo:
• Código de barras
• QR Code
• País de origem
BATATA
Conteúdo do rótulo:
• Código do fornecedor
• Lote consolidado/rastreamento
• Data da consolidação
• Código de barras
No detalhe da foto:
• QR Code
Fotos 5 e 6: Batata
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BANANA NANICA
Conteúdo do rótulo:
• Endereço completo.
Inscrição estadual,
endereço eletrônico
• Código de rastreamento,
endereço eletrônico para
rastreamento, código do
fornecedor, QR Code
• Código de barras
• Data da fabricação e
validade
• Peso líquido
• Tabela de informação
nutricional
Com base nos exemplos dados, seguem abaixo algumas explicações sobre a rotulagem
dos produtos nas áreas de varejo e o uso dos anexos da INC nº 02/2018, pelos responsáveis.
A nota fiscal de compra do produto e o anexo preenchido devem ser mantidos à disposi-
ção das autoridades competentes (VISAs) no próprio estabelecimento para verificação.
Quando o supermercado compra o produto, preenche o Anexo I. Este e a nota fiscal de-
vem ser mantidos à disposição das autoridades competentes para verificação.
Nas áreas de varejo, é necessário que os produtos, quando expostos nas caixas do pro-
dutor ou nas das unidades de consolidação, estejam identificados por rótulos visíveis ao
consumidor, como mostrado em 7.2 e 7.3
Ex. 7.2
Ex. 7.3
7.4 – Exemplo de nota fiscal de venda de produtos vegetais da Ceasa-RJ para o varejo
LINHA DO TEMPO
As análises laboratoriais são realizadas pelos laboratórios de Saúde Pública que partici-
pam do Programa: FUNED(SP), IAL(SP), e um laboratório privado: EUROFINS (SP).
Com o monitoramento realizado pelo PARA, é possível avaliar se, na prática, a apli-
cação dos agrotóxicos está sendo realizada de forma adequada, ou seja, se são res-
peitadas as Boas Práticas Agrícolas (BPAs)
A análise global dos resultados fornece informações para a tomada de ações de mitiga-
ção de risco, em especial, para subsidiar decisões a respeito de quais agrotóxicos e quais
produtos alimentares devem ser alvo de maior investigação e intervenção por parte do
Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS), em conjunto com os demais órgãos en-
volvidos – MAPA e IBAMA.
• Defensivos permitidos para uma cultura específica sendo utilizados em outra cul-
tura similar
Desde a criação do PARA já foram coletadas mais de 35 mil amostras referentes a 28 ti-
pos de alimentos de origem vegetal.
O PARA é dividido por unidades amostrais, que são responsáveis pelo envio das amostras
para os laboratórios e o cadastramento no SISGAP. Cada unidade amostral coordena um
grupo de Vigilâncias Sanitárias Municipais que são responsáveis pelas coletas de amostras.
No 3º ciclo do PARA, a SUVISA e mais dois municípios atuarão como unidades amostrais,
e seis municípios, incluindo esses dois, participarão do PARA, coletando amostras.
Para o envio das amostras, das VISA’s para os aeroportos e deles aos laboratórios, a
ANVISA contrata transportadoras para que esta logística ocorra o mais rápido possível
sem prejuízo ás análises de agrotóxicos.
1 coleta de amostras
• Niterói;
• Petrópolis;
• Teresópolis;
• Itaperuna.
• Rio de Janeiro;
• Petrópolis;
• São Gonçalo;
No 2º ciclo, foram coletadas e analisadas amostras de dez dos produtos listados no Ane-
xo III da INC nº 2/2018:
ATENÇÃO:
7. Dos 90 alimentos agrupados no Anexo III, somente são analisados no PARA os produ-
tos assinalados com asterisco (*/**).
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De acordo com a FAO e o a OMS, um consumo diário suficiente de frutas e verduras pode
ajudar a prevenir DCNTs como cardiopatias, diabetes tipo 2, obesidade e certos tipos
de câncer.
Dada a relevância desse assunto, o MS incluiu o tema “agrotóxico” no Plano de Ações Es-
tratégicas para o Enfrentamento às DCNTs, cujo foco está pautado na redução do uso de
agrotóxico, enfatizando que a promoção ao aumento do consumo de frutas e verduras é
essencial para a criação de hábitos alimentares saudáveis e como medida de prevenção
às DCNTs .
Movidos pelas exigências cada vez maiores dos consumidores, órgãos governamentais
e todos os envolvidos na cadeia produtiva vêm mantendo esforços na promoção de ali-
mentos com qualidade e segurança alimentar.
Neste sentido, a ANVISA vem desde 2001 avaliando continuamente os níveis de resíduos
de agrotóxicos nos alimentos de origem vegetal, que chegam à mesa do consumidor atra-
vés do PARA.
Dados de 2018 indicam que os alimentos de origem vegetal consumidos no Brasil são se-
guros quanto aos potenciais riscos de intoxicação aguda e crônica advindos da exposição
dietética a resíduos de agrotóxicos.
Ainda em 2018 com INC N. 2, que trata da rastreabilidade, o MAPA e a ANVISA vêm in-
tensificando esse controle, conscientizando toda a cadeia produtiva da importância de
se conhecer a origem dos vegetais frescos, possibilitando a identificação dos produtores
responsáveis pela irregularidade encontrada, para ações mais direcionadas de forma a
orientar, monitorar e fomentar as Boas Práticas Agrícolas.
BIBLIOGRAFIA
BRASIL. Decreto Lei nº 986, de 21 de outubro de 1969. Institui normas básicas sobre ali-
mentos. Diário Oficial União de 21 de outubro de 1969, Brasília, DF.
MALTA, Deborah Carvalho; SILVA JUNIOR, Jarbas Barbosa. O Plano de Ações Estratégicas
Para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis no Brasil e a definição
das metas globais para o enfrentamento dessas doenças até 2025: uma revisão. Epide-
miologia e Serviços de Saúde, Brasília, v. 22, n. 1, p. 151-164, mar. 2013. Disponível em:
<http://dx.doi.org/10.5123/S1679-49742013000100016>. Acesso em: 15 jun. 2020.