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Q9
Histórico do Documento
TABELA DE CONTEÚDO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 1
2. ESCOPO............................................................................................................................... 2
3. PRINCÍPIOS DA GESTÃO DE RISCOS DE QUALIDADE ......................................... 2
4. PROCESSO GERAL DE GESTÃO DE RISCOS DE QUALIDADE ............................ 2
4.1 Responsabilidades ................................................................................................................. 3
4.2 Iniciando um processo de gestão de riscos de qualidade....................................................... 3
4.3 Avaliação do risco ................................................................................................................. 3
4.4 Controle do Risco .................................................................................................................. 4
4.5 Comunicação do risco ........................................................................................................... 5
4.6 Revisão do Risco ................................................................................................................... 5
5. METODOLOGIA DE GESTÃO DE RISCOS ................................................................. 5
6. INTEGRAÇÃO DA GESTÃO DE RISCOS DE QUALIDADE NAS OPERAÇÕES
INDUSTRIAIS E REGULATÓRIAS ................................................................................ 6
7. DEFINIÇÕES ...................................................................................................................... 7
8. REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 9
Anexo I Métodos e Ferramentas de Gestão de Riscos .................................................. 11
I.1 Métodos básicos de facilitação da gestão de riscos ............................................................. 11
I.2 Análise de Modos de Falhas e Efeitos (“Failure Mode Effects Analysis” - FMEA) .......... 11
I.3 Análise dos Modos de Falha, Efeitos e Criticidade (“Failure Mode, Effects and Criticality
Analysis” - FMECA) ........................................................................................................... 11
I.4 Análise de Árvore de Falhas (“Fault Tree Analysis” - FTA) .............................................. 12
I.5 Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (“Hazard Analysis and Critical Control
Points” - HACCP) ............................................................................................................... 12
I.6 Análise de Perigos de Operabilidade (“Hazard Operability Analysis” - HAZOP) ............. 13
I.7 Análise Preliminar de Perigos (“Preliminary Hazard Analysis” - PHA) ............................ 13
I.8 Classificação e filtragem dos riscos..................................................................................... 13
I.9 Ferramentas estatísticas de apoio ........................................................................................ 14
Anexo II Aplicações Potenciais para a Gestão de Riscos de Qualidade ....................... 15
II.1 Gestão de riscos de qualidade como parte da gestão integrada da qualidade ...................... 15
II.2 Gestão de risco de qualidade como parte das operações regulatórias ................................. 16
II.3 Gestão de risco de qualidade como parte do desenvolvimento ........................................... 16
II.4 Gestão de risco de qualidade para instalações, equipamentos e utilidades ......................... 17
II.5 Gestão de riscos de qualidade como parte da gestão de materiais ...................................... 18
II.6 Gestão de riscos de qualidade como parte da produção ...................................................... 18
II.7 Gestão de risco de qualidade como parte do controle do laboratório e dos estudos de
estabilidade .......................................................................................................................... 19
II.8 Gestão de risco de qualidade como parte da embalagem e rotulagem ................................ 19
Nem sempre é apropriado e nem sempre é necessário usar um processo formal de gestão de
riscos (usando ferramentas reconhecidas e/ou procedimentos internos, por exemplo,
procedimentos operacionais padrão). O uso de processos informais de gestão de riscos
(usando ferramentas empíricas e/ou procedimentos internos) também pode ser considerado
aceitável. O uso adequado da gestão de riscos de qualidade pode facilitar, mas não
desobriga o setor de cumprir com os requisitos regulatórios e não substitui as
comunicações apropriadas entre o setor e os reguladores.
2. ESCOPO
Este guia fornece princípios e exemplos de ferramentas para a gestão de riscos de
qualidade que podem ser aplicadas a diferentes aspectos da qualidade farmacêutica. Esses
aspectos incluem desenvolvimento, produção, distribuição e os processos de inspeção e
submissão/revisão ao longo do ciclo de vida de insumos, medicamentos, produtos
biológicos e biotecnológicos (incluindo o uso de matérias-primas, solventes, excipientes,
materiais de embalagem e de rotulagem em medicamentos, produtos biológicos e
biotecnológicos).
3. PRINCÍPIOS DA GESTÃO DE RISCOS DE QUALIDADE
Os dois principais princípios da gestão de riscos de qualidade são:
A avaliação do risco para a qualidade deve ser baseada no conhecimento científico
e, em última análise, ser vinculada à proteção do paciente; e
O nível de esforço, formalidade e documentação do processo de gestão de risco de
qualidade deve ser proporcional ao nível de risco.
4. PROCESSO GERAL DE GESTÃO DE RISCOS DE QUALIDADE
A gestão de riscos de qualidade é um processo sistemático para a avaliação, controle,
comunicação e revisão dos riscos para a qualidade do medicamento ao longo de todo o
ciclo de vida do produto. Um modelo para gestão de risco de qualidade é descrito no
diagrama (Figura 1). Outros modelos podem ser usados. A ênfase em cada componente da
estrutura pode diferir caso a caso, mas um processo robusto incorporará aspectos de todos
os elementos em um nível de detalhe proporcional ao risco específico.
Figura 1: Visão geral de um processo típico de gestão de riscos de qualidade
Os pontos de decisão não são mostrados no diagrama acima porque as decisões podem
ocorrer em qualquer fase do processo. Estas decisões podem ser para retornar à etapa
anterior e buscar mais informações, ajustar os modelos de risco ou até finalizar o processo
de gestão de riscos com base nas informações que apoiam tal decisão. Nota: “não
aceitável” no fluxograma não se refere apenas a requisitos estatutários, legais ou
regulatórios, mas também à necessidade de refazer o processo de avaliação de riscos.
4.1 Responsabilidades
As atividades de gestão de riscos de qualidade são geralmente, mas nem sempre, realizadas
por equipes interdisciplinares. Quando as equipes são formadas, elas devem incluir
especialistas das áreas apropriadas (por exemplo, unidade de qualidade, desenvolvimento
de negócios, engenharia, assuntos regulatórios, operações de produção, vendas e
marketing, jurídico, estatística e pesquisa clínica), além de indivíduos com conhecimento
sobre o processo de gestão de riscos de qualidade.
Os tomadores de decisão devem:
assumir a responsabilidade de coordenar a gestão de riscos de qualidade nos vários
departamentos e funções de sua organização; e
garantir que um processo de gestão de riscos de qualidade seja definido, implantado
e revisado e que recursos adequados estejam disponíveis.
4.2 Iniciando um processo de gestão de riscos de qualidade
A gestão de riscos de qualidade deve incluir processos sistemáticos configurados para
coordenar, facilitar e melhorar a tomada de decisões baseadas na ciência com relação ao
risco. As possíveis etapas usadas para iniciar e planejar um processo de gestão de riscos de
qualidade podem incluir:
Definir o problema e/ou questão de risco, incluindo premissas pertinentes que
identificam o potencial de risco;
Reunir informações básicas e/ou dados sobre possíveis perigos, danos ou impactos
à saúde humana, relevantes para a avaliação de riscos;
Identificar um líder e os recursos necessários;
Especificar um cronograma, as entregas e o nível apropriado de tomada de decisão
para o processo de gestão de riscos.
4.3 Avaliação do risco
A avaliação do risco (processo*) consiste na identificação de perigos e na análise e
avaliação propriamente dita de riscos associados à exposição a esses perigos (conforme
definido abaixo). As avaliações de risco de qualidade começam com uma descrição do
problema ou pergunta de risco bem definida. Quando o risco em questão é bem definido,
uma ferramenta de gestão de risco apropriada (consulte os exemplos na seção 5) e os tipos
de informações necessárias para abordar a questão de risco serão mais facilmente
identificáveis. Como um auxílio para definir claramente o(s) risco(s) para fins de avaliação
do risco (processo), três perguntas fundamentais são frequentemente úteis:
1. O que pode dar errado?
2. Qual é a chance (probabilidade) de dar errado?
3. Quais são as consequências (severidade)?
*
NT – O termo “risk assessment” foi traduzido como avaliação do risco no sentido do processo. O termo
“risk evaluation” foi traduzido como avaliação do risco, mas no contexto mais específico de cada caso.
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Comunicação do risco:
O compartilhamento de informações sobre o risco e a gestão do risco entre o tomador de
decisão e outras partes interessadas.
Controle do Risco:
Ações para implementação das decisões da gestão de riscos (ISO Guide 73).
Dano:
Dano à saúde, incluindo o dano que pode ocorrer devido à perda de qualidade ou
disponibilidade do produto.
Detectabilidade:
A capacidade de descobrir ou determinar a existência, presença ou fato de um perigo.
Gestão de Risco de Qualidade:
Um processo sistemático para a avaliação, controle, comunicação e revisão dos riscos para
a qualidade do medicamento (medicamento) durante todo o ciclo de vida do produto.
Gestão dos Riscos:
A aplicação sistemática de políticas, procedimentos e práticas de gestão da qualidade às
tarefas de avaliação, controle, comunicação e revisão de riscos.
Identificação do Risco:
O uso sistemático de informações para identificar possíveis fontes de danos (perigos)
referentes à pergunta sobre o risco ou descrição do problema.
Parte interessada:
Qualquer indivíduo, grupo ou organização que possa afetar, ser afetado ou considerar-se
afetado por um risco. Os tomadores de decisão também podem ser partes interessadas. Para
os fins deste guia, os principais interessados são o paciente, o profissional de saúde, a
autoridade reguladora e a indústria.
Perigo:
A fonte potencial de dano (ISO/IEC Guia 51).
Qualidade:
O grau em que um conjunto de propriedades inerentes a um produto, sistema ou processo
preenche os requisitos (consulte a definição ICH Q6A especificamente para "qualidade" do
insumo e do medicamento).
Redução do Risco:
Ações tomadas para diminuir a probabilidade de ocorrência do dano e a severidade desse
dano.
Requisitos:
As necessidades ou expectativas explícitas ou implícitas dos pacientes ou de seus
representantes (por exemplo, profissionais de saúde, agentes reguladores e legisladores).
Neste documento, "requisitos" referem-se não apenas a requisitos estatutários, legislativos
ou regulatórios, mas também a necessidades e expectativas.
Revisão do Risco:
Analise ou monitoramento dos produtos/resultados do processo de gestão de riscos,
considerando (se apropriado) novos conhecimentos e experiências sobre o risco.
Risco:
A combinação da probabilidade de ocorrência do dano e a severidade desse dano (ISO/IEC
Guia 51).
Severidade:
Uma medida das possíveis consequências de um perigo.
Sistema da qualidade:
A soma de todos os aspectos de um sistema que implementa a política da qualidade e que
garante que os objetivos da qualidade sejam alcançados.
Tendência:
Um termo estatístico referente à direção ou taxa de alteração da(s) variável(is).
Tomador(es) de decisão:
Pessoa(s) com competência e autoridade para tomar decisões de gestão de risco de
qualidade apropriadas e oportunas.
8. REFERÊNCIAS
ICH Q8 Pharmaceutical Development.
ISO/IEC Guide 73:2002 - Risk Management - Vocabulary - Guidelines for use in
Standards.
ISO/IEC Guide 51:1999 - Safety Aspects - Guideline for their inclusion in standards.
Process Mapping by the American Productivity & Quality Center, 2002, ISBN
1928593739.
IEC 61025 - Fault Tree Analysis (FTA).
IEC 60812 Analysis Techniques for system reliability—Procedures for failure mode and
effects analysis (FMEA).
Failure Mode and Effect Analysis, FMEA from Theory to Execution, 2nd Edition 2003, D.
H. Stamatis, ISBN 0873895983.
Guidelines for Failure Modes and Effects Analysis (FMEA) for Medical Devices, 2003
Dyadem Press, ISBN 0849319102.
The Basics of FMEA, Robin McDermott, Raymond J. Mikulak, Michael R. Beauregard
1996, ISBN 0527763209.
WHO Technical Report Series No 908, 2003, Annex 7 Application of Hazard Analysis and
Critical Control Point (HACCP) methodology to pharmaceuticals.
IEC 61882 - Hazard Operability Analysis (HAZOP).
ISO 14971:2000 - Application of Risk Management to Medical Devices.
ISO 7870:1993 - Control Charts.
ISO 7871:1997 - Cumulative Sum Charts.
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I.3 Análise dos Modos de Falha, Efeitos e Criticidade (“Failure Mode, Effects and
Criticality Analysis” - FMECA)
A FMEA pode ser estendida para incorporar uma investigação do grau de severidade das
consequências, suas respectivas probabilidades de ocorrência e detectabilidade, tornando-
se assim uma Análise dos Modos de Falha, Efeitos e Criticidade (FMECA; consulte IEC
60812). Para que essa análise seja realizada, as especificações do produto ou processo
devem ser estabelecidas. A FMECA pode identificar pontos onde ações preventivas
adicionais podem ser apropriadas para minimizar os riscos.
Áreas potenciais de uso(s)
A aplicação da FMECA na indústria farmacêutica pode ser realizada principalmente para
falhas potenciais e riscos associados aos processos de fabricação; no entanto, não está
limitado a esta aplicação. A saída de uma FMECA é uma "pontuação" de risco relativo
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para cada modo de falha, que é usada para classificar os modos com base em seu risco
relativo.
informações de gestão de riscos que facilitam o monitoramento dos pontos críticos, não
apenas no processo de fabricação, mas também em outras fases do ciclo de vida.
Revisão periódica
Selecionar, avaliar e interpretar os resultados das tendências dos dados de revisão de
qualidade do produto;
Interpretar os dados de monitoramento (por exemplo, para apoiar uma avaliação da
adequação da revalidação ou mudanças na amostragem).
Gestão de mudanças/controle de mudanças
Gerenciar mudanças com base no conhecimento e informações acumuladas no
desenvolvimento farmacêutico e durante a fabricação;
Avaliar o impacto das mudanças na disponibilidade do produto final;
Avaliar o impacto na qualidade do produto em razão de alterações nas instalações,
equipamentos, material, processo de fabricação ou transferências de tecnologia;
Para determinar as ações apropriadas que precedem a implementação de uma mudança, por
exemplo, testes adicionais, (re)qualificação, (re)validação ou comunicação com os órgãos
reguladores.
Melhoria contínua
Facilitar a melhoria contínua dos processos ao longo do ciclo de vida do produto.
Calibração/manutenção preventiva
Definir cronogramas adequados de calibração e manutenção.
Sistemas computadorizados e equipamentos controlados por computador
Selecionar o “design” do “hardware” e do “software” do computador (por exemplo,
modular, estruturado, tolerância a falhas);
Determinar a extensão da validação, por exemplo:
identificação dos parâmetros críticos de desempenho;
seleção dos requisitos e “design”;
revisão do código;
extensão dos testes e métodos de teste;
confiabilidade das assinaturas e dos registros eletrônicos.