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2.

Introdução à Edição
2022-2023
• O livro – um bem cultural?
Um veículo cultural, elemento de integração e promoção social, fenómeno
artístico ou simples entretenimento
Olhar literário, cultural sobre o livro – difusão, divulgação

• O livro – um bem pessoal ou um bem público?


é desejável que alcance a maior difusão possível / mas é lido, possuído por
alguém

• O livro – um bem económico? Um bem de consumo ?


Olhar económico sobre o livro – a casa editora / investimento - negócio

• O livro - um ‘produto’ de massas? um ‘produto’ especializado?


bestsellers – produto de massas / público mais limitado, específico
*Podemos encarar o livro de uma dupla perspetiva
(carácter dual)

• por um lado
temos o livro como objeto, como suporte material, produzido em ‘linha de
montagem’, e que obedece a uma lógica comercial, de mercado.

• por outro lado


temos o livro como criação cultural, literária, intelectual, informativa, um objecto
com conteúdo, que não se insere diretamente nessa lógica.

Assim: tanto é suporte reprodutível e comercializável como é unidade intelectual,


simbólica, não materializada.

• Como conciliar esta dualidade de que o livro é uma unidade estética, artística,
intelectual e simultaneamente uma realidade, uma mercadoria económica?
Uma editora – empresa comercial // instituição cultural

• Uma das grandes questões que se colocam às editoras - devem os editores ser uma
espécie de guardiães do bom gosto, da boa literatura, da boa ciência, ou devem
limitar-se a vender aquilo que reflete as tendências de “mercado”? – bestsellers

Cf. frase mais ou menos célebre do editor português Manuel Alberto Valente:
“Publique-se o que dá para se poder publicar o que não dá”.
Esta frase resume bem esta dicotomia entre a empresa comercial e a instituição cultural

• Quando se cria uma editora, a razão fundamental terá que ver com o gosto pelos livros, mas
não podemos perder de vista o facto de que não quereremos perder dinheiro com a nossa
‘aventura’.

• Cria-se então uma empresa comercial, com fins (quase sempre pouco) lucrativos, mas
principalmente com o propósito de ser um divulgador, um ‘agitador’ cultural, capaz de agitar
os espíritos, de abalar as consciências, de abrir horizontes.
• O papel do editor, ou seja, do “publicador”, aquele que, a partir do momento em que o
“manuscrito” lhe vai parar às mãos, se transforma no responsável por todo o processo por
que passa um livro até chegar ao distribuidor (livraria, leitor).

• Um bom editor é, antes de mais, um leitor com ideias bem definidas e claras. Como diz o
escritor Gonçalo M. Tavares, “Um escritor é um leitor”, e o mesmo se pode dizer do editor.

• Gilles Clark, afirma que “os editores (“publicadores”) têm de ser oportunistas, isto é, têm de
aproveitar a ‘moda’, o tempo em que estão a publicar.

• Um bom editor tem de ter capacidade crítica, conhecer o público, saber os métodos de
produção e distribuição.

• Um bom editor é alguém que otimiza as suas qualidades e reconhece as suas fraquezas e
defeitos.

• Um bom editor sabe delegar.


El oficio de editar

• La función del editor en los tiempos de cambio. Digámoslo claramente: cuando


todo vale, cuando todo se puede editar, cuando todos podemos salir en
televisión, cuando no hay una selección, cuando todo está disponible, estamos
mayormente expuestos a la confusión. Del mismo modo que leer cuatro libros de
medicina o de ingeniería no nos capacita para operar a alguien o construir un
puente, tener las máximas facilidades para editar gracias a las nuevas tecnologías
no presupone que vayan a florecer mejores escritores. Ni que cualquiera pueda
ser editor.

• Una de las mayores pérdidas de tiempo que uno puede experimentar es cuando ve
una película mediocre, o cuando lee un libro mediocre.

• El editor, la persona responsable de seleccionar qué se debe publicar en una editorial,


es aquella que, gracias a su criterio, sus conocimientos de literatura, del mundo, de
las personas, de la vida y de los lectores sabe qué merece ser editado y qué no.
Editar bien
• Editar puede ayudar a crecer.

• Maleditar no. (Claro que cada ser humano tendrá, según su edad,
formación, momento vital y necesidad, distintos deseos.)

• Editar bien significa respetar al máximo lo que el lector busca, sin olvidar
el horizonte de la dignidad, de la calidad y de la opción que mejor refleje
una respuesta a una pregunta. O, a veces, que suscite nuevas preguntas.

• Editar es avanzar. Y debe respetar el tiempo, que es un bien no


reproducible.
• Hay que editar menos libros y mejores. Hay que leerlos bien. Hay que
defenderlos con todo el amor del mundo, y con toda la inteligencia.
• Hay que darle a un libro bueno todas las oportunidades que merece. Y
todo lo demás son historias.
Jordi Nadal - 15 de enero, 2001

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