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Português - 5º Ano

“A vida mágica da Sementinha” de Alves Redol

Resumo dos capítulos

Falam os bagos de trigo

Os bagos de trigo tinham ficado na escuridão de uma velha arca durante meses, pois
António Seareiro tinha-os guardado lá para semente. Quando a Maria Rita levantou a tampa da
arca, eles ficaram muito alegres por finalmente verem a luz do dia. Até o Serrano, um bago
gordo e sempre resmungão, saltou de alegria. Maria Rita sentou-se ao sol e colocou as
sementes num tabuleiro.
A Sementinha ficou triste e indignada com a Despedida-de-Verão, uma flor com pintinhas
vermelhas, que muito vaidosa se gabou da sua beleza, gozando com a Sementinha ao dizer que
ela era feia. Quando a viu chorar, O Amarelo de Barba Preta veio em seu auxílio, dizendo que a
Sementinha era mais bonita do que a flor, porque não era vaidosa. Entretanto, passou um
passarico que roubou a Sementinha, levando-a no seu bico.

O rapto da Sementinha

Inicialmente, a Sementinha pensou que iria viajar de avião. O seu raptor era um Rouxinol
vagabundo com plumagem cinzenta, muito ruiva por cima e amarela por baixo. Ele era professor
de Música dos pássaros sedentários e raptara a Sementinha porque não tinha que comer.
Quando ele se preparava para a comer, a Sementinha foi inventando pretextos para afastar o
pássaro da ideia de a devorar, usando a sua voz muito meiga, fazendo com que este se
comovesse. Pediu-lhe que ele cantasse para poder avaliar os seus dotes musicais. Mal ele
iniciou o seu cântico, apareceu o Chapim alcoviteiro, dizendo que era hora do ensaio geral. A
Sementinha manifestou interesse em assistir ao ensaio, conseguindo convencê-los. O Rouxinol
e o Chapim Azul desentenderam-se, porque ambos queriam transportar a Sementinha. Ela
acalmou-os, decidindo que o Rouxinol a levaria para o ensaio, enquanto o Chapim Azul a traria
para casa.

O milagre de um Rouxinol apaixonado

Quando O Rouxinol ordenou que o coro cantasse a Toada da Primavera, todos recusaram
porque não havia sol, não havia flores, estava frio e a coruja queixou-se que estava rouca. O
Rouxinol ficou irritado com a atitude dos alunos e ameaçou abandonar o ensaio, mas com a
insistência da Sementinha, que estava deitada numa teia de aranha a ouvi-los, acabou por
cantar. Com o seu canto mágico e apaixonado a primavera despertou prematuramente: o sol
apareceu, as flores cresceram e vieram os pássaros. Aproveitando a distração geral, um pardal
esfomeado raptou a noiva do Rouxinol. Um grito de terror encheu o bosque e matou a
primavera.

O ladrão escapa-se e a Sementinha cai

Ao ver o Espantalho do António Seareiro, o Pardal ficou tão assustado que largou a Sementinha
do bico e fugiu. A Sementinha caiu nas terras do António Seareiro, perdendo os sentidos. De
manhã, acordou com o sol e o Amarelo de Barba Preta a dar-lhe os bons-dias. Este decidiu
contar a história dos seus avós, que era bonita.

Velhas histórias que convém saber melhor


Os antepassados do homem viviam em pequenos grupos. Enquanto os homens se
dedicavam à caça e à pesca, as mulheres colhiam frutos selvagens e raízes ou apanhavam
mariscos. Os avós dos bagos de trigo foram descobertos entre as plantas selvagens que as
mulheres iam encontrando, uns na Mesopotâmia outros na Abissínia.
Sem se aperceberem, aproximaram-se uns bagos de trigo estranhos às cores, oriundos do
Afeganistão. Esses bagos contaram-lhes a história dos seus antepassados, que foram invadidos
por outro povo vindo do Ocidente. Acabaram por derrotar os invasores e o trigo do Afeganistão
viajou por todo o mundo, ficando conhecido. De seguida, explicaram como os homens do seu
país souberam semear o trigo graças ao trabalho das mulheres. Por essa razão, os homens
passaram a adorar esculturas toscas de mulheres grávidas. Também explicaram a origem e a
evolução dos utensílios agrícolas e que cada povo tinha os seus deuses da agricultura.
Entretanto, apareceu o António Seareiro com o boi Doirado e a Sementinha ficou coberta
por um manto negro, ficando às escuras, uma feiticeira…

Em poder da Feiticeira

Estava escuro e a Sementinha sentia-se presa… não percebia o que se estava a passar.
Passaram-se dias, a Sementinha começou a ficar irritada e desatou a dar punhadas nas paredes
que pareciam esmagá-la. Questionou-se quem seria aquela feiticeira que lhe falara. Como se o
pensamento tivesse voz, a Terra respondeu-lhe e começaram uma longa conversa. A
Sementinha apercebeu-se que teria que trabalhar muito e iria passar por muitas transformações.
Um Bicho de Conta disse-lhe que ela se iria transformar na flor mais bela do mundo.
Depois de muitas dificuldades e várias transformações, conseguiu libertar-se e ver
novamente a luz do sol. Emocionada agradeceu à Terra.

O grande mistério

A Sementinha começou a sofrer transformações no seu corpo, que consistiam no ciclo da


vida dos bagos de trigo. Entretanto começou a chover intensamente, provocando inundações e
deixando a seara do António Seareiro quase afogada em água e condenada à morte certa.

Ressurreição

Com a ajuda do Sol e do Vento Bonançoso a seara e a Sementinha tinham escapado de


morte certa.
Dias depois, veio um rancho de raparigas fazer a monda. A Sementinha tinha-se
transformado numa espiga, por isso o seu amigo, o Chapim Azul, não a reconheceu. Ele deu-lhe
a notícia de que o Rouxinol nunca mais cantara, devido à angústia de ter perdido a sua amada,
tendo-se refugiado no seu ninho. Segundo ele, o Rouxinol teria morrido de desgosto de amor.

Uma menina com tranças

A Sementinha parecia uma menina com tranças com caracóis verdes. O Sol disse-lhe que
as suas flores voltariam a ser bagos. No dia seguinte, com o calor do Sol as suas tranças verdes
começaram a secar e a mudar de cor, ficando amareladas, loiras. Foi através da Sra. Cegonha
que ficou a saber que já não era uma semente, mas sim uma espiga loira.
Entretanto, o Amarelo de Barba Preta informou a Sementinha que estava a chegar a época
da ceifa. As ceifeiras iriam cortar as espigas, que seriam levadas para a eira, sendo aí
debulhadas, dando origem ao trigo, que iria para a moagem, donde sairia em farinha.
O Sr. Agrónomo escolheu levar a Sementinha, porque tinha amadurecido primeiro e era um
belo exemplar. Arrancou uma espiga dos braços da Sementinha, desfez as palhas com os dedos
e espalhou os bagos de trigo na palma da mão.
A Sementinha ficou preocupada, sem perceber o que se estava a passar, mas a Terra-
Feiticeira sossegou-a, dizendo para ficar descansada porque ela e os seus filhos tinham sido
escolhidos para o destino mais belo que podem ter os bagos de trigo.
A Sementinha é esquartejada

Após a colheita, a Sementinha foi levada para um sítio que nunca tinha visto. Numa espécie
de laboratório, a Sementinha foi esquartejada, dando origem a dezenas de bagos de trigo, os
seus filhos.
No ano seguinte, seriam semeados e passariam pelo mesmo trajeto da Sementinha, desde
semente, bagos de trigo, até se transformarem em farinha.

As meninas sementinhas vão à escola

As meninas sementinhas estavam entusiasmadas por irem para a escola, especialmente a


Asa de Corvo, que era morena como a mãe e também muito curiosa. O homem de bata branca
explicou-lhes que a escola era uma espécie de ginásio, onde as sementes iriam aprender a
desenvolver-se mais depressa e a resistir em regiões que precisavam de trigo. A filha da
sementinha ficou a saber que iria para o Alentejo.

A Asa de Corvo casa-se como os chineses

Até ali, a fecundação das suas avós e da sua mãe fizera-se ao acaso. Eram noivados feitos
com quem aparecia. Mas agora os homens de bata branca queriam escolher o seu par, tal como
antigamente os chineses casavam com noivas escolhidas por outrem. De igual modo, o seu
casamento foi de conveniência, foi um casamento científico e os seus filhos seriam híbridos,
novas plantas feitas pela mão do homem.
A Asa de Corvo conseguiu vencer o Vento Suão e este feito glorioso foi noticiado nos meios
de comunicação e de todo o lado surgiram pedidos para a estudarem e casarem com trigos
doutras espécies.

Um viveiro de sementes e de histórias

No último capítulo, o narrador acredita que a Ciência pode ajudar a mudar o mundo e dá os
exemplos de Carleton, que fez dos Estados Unidos da América um celeiro prodigioso de trigo e
de pão, e de Mitchurin, que, com o cruzamento de espécies de frutos do seu pomar, inventou as
escolas de sementes, como a que frequentaram as filhas da Sementinha.

Carleton e Mitchurin foram dois investigadores que tiveram um papel importante na luta
contra a fome.

Neste capítulo, Alves Redol, através da voz do narrador, apresenta-nos algumas das ideias
em que mais acreditava. Através do aumento da produção de cereais, há a esperança de se
conseguir eliminar a fome no mundo. A Humanidade deve continuar a lutar para pôr fim à fome e
às desigualdades sociais. A Ciência tem um papel muito importante na melhoria das condições
de vida das sociedades, sendo através da Ciência e do conhecimento que os sonhos da
Humanidade se vão realizando.

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