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(2º) D. Jean Clandinin - F. Michael Connelly - Pesquisa Narrativa - Experiência e História em Pesquisa Qualitativa-EDUFU (2015)
(2º) D. Jean Clandinin - F. Michael Connelly - Pesquisa Narrativa - Experiência e História em Pesquisa Qualitativa-EDUFU (2015)
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:!¡ &ã o capítulo anterior, exploranos o que nos levou, e Ìevou
outros pesquisadores, à pesquisa narrativa como forma de entender a
experiência.
lntrodução
Pesquisa narrativa . 53
A taxonomia de Bloom [1992) revelou mais de 150 citações desse manual. Em uma reunião recen-
te de aproximadamente duzentos administradores e professores, o editor
Dez anos após a reunião de Manila, na Universidade das Filipinas, sênior desse volume provocou um show de mãos levantadas em resposta à
sua perguntâ, "Quantos de vocês já ouviram falar da Taxonomia de Bloom?"
um convite, para participar de outro projeto de avaliação relatado, hâvia
chegado. Dessa vez, o convite era para nos juntarmos a um grupo de tra- ReaÌmente todas as pessoas presentes levantaram suas mãos. Poucas pì.1-
balho para a revisão do que é comumente conhecido, em estudos soble blicações na área de Educação alcançaram um reconhecimento tão surpre-
Educação, como Taxonomia de Bloom (Bloonr, 1956J. A Taxonomia pode endente por tanto tempo. {Anderson e Sosnialf 1994, p.VII),
da década seguinte era para nos juntarmos ao grupo cujo propósito era compor aquele grupo.
melhorar e nlodernizat essa Taxonom¡a. A Taxonomia é composta de seis níveis de comportamento cogni-
A natureza e o s¿o¿us da Taxonomia são capturados no prefácio do Tivo - conhecimento, compreensão, aplicação, análise, síntese e dvalíação.
Livro Anual de 1994 da Sociedade Nacional para os Estudos em Educaçào. Cor]hecimento, por exemplo, é definido como "aqueles comportamentos
O autor escreve: e situações de teste que enfatizam a memória, seja por reconhecimento
ou relembrança, de ideias, materiais ou fenômenos". (Anderson e Sosniaþ
Discutivelmente, uma das monografias em Educação, mais influentes da 1994, p.18J. Síntese, para ilustrar um pouco mais, é definida como "a uniào
metade do século passado, é a Taxonomia de Objetivos Educacionais, A de elementos e partes de modo a formar um todo" (p.23J. As categorias
Classificação de Obietivos Educacionais, Manual I: domínio cognitivo. são hierarquicamente organizadas do simples para o complexo, e cada ca-
Aproximadamente quarcntâ anos após sua publicação em 1956, o volu- tegoria sendo submetida àquela acima dela. As categorias são vistas como
me se mantém como referência padrão para discussôes sobre testes e "naturais", inerentes na ordem das coisas, daí, então, a origem do termo
avaliação, desenvolvimento de cuffículo, ensino e Educação de profes- taxonomia e de sua justificativa pal"a o uso de um referente de taxonomia
sores. Uma pesquisa do mais recente Índice de Citações cla Ciência Socìal biológica [Bloom, 1956].
rentes contextos. Começamos a explorar o uso dos objetivos considerando acordo com a noção de continuidade de DeweyJ. Nessa perspectiva fins e
os fatores que influenciam seu uso". meios, currículo e instrução são tão interligados que desenhar um currí-
Com isso, queríamos ilustrar que uma revisão narrativa da culo para professores implementarem com propósitos instrucionais pare-
Taxonomia iria requerer um senso de movimento no tempo, partindo das cia irreal, algo como se a carroça estivesse na frente dos bois".
expectativas para o alvo a ser atingido. Os objetivos, ao invés de funciona- Na seção em que esse parágrafo apareciâ, estávamos tentando
rem como dados preestabelecidos, poderiam servir como uma ferramenta mostrar que a justificativa para cada conjunto pârticulâr de objetivos
de uso flexível em momentos diferentes. Mais tarde, no artigo escrito, usa- é dada pelo contexto curricular A relevância dessa noção é vista em
mos a noção de narrativa para construir uma estrutura de forma a mos- contraste à noção de currículo definido em termos da narrativa domi-
trar que objetivos diferem em relação ao momento em que são pensados nante, na qual os professores impìementam programas curriculares de
(pré-âtividades, durante o realizar de atividades e pós-realização delas). forma a atingirem objetivos pré-determinados e para atingirem deter-
Além disso, introduzimos a ideia de que para um desses momentos, ain- minados resultados. Nessa visão, a avaliação do resultâdo do compor-
da há que se considerar a mudança de contextos (contexto lural, urbano tamento do aìuno é â medida do sucesso do ensino. Em nossâ capitu-
e em grandes cenhos), a mudança de personagens (o edito¡ o governo, Iação da narrativa, queríamos mostrar que a ideia, de que meios e fins
administradores de escolas, professores e avaliadoresJ, iá que usarialn os podem ser facilmente separados, é danificada. A noção linear de que
objetivos de formas diferenciadas. Consequentemente, dependendo do objetivos e sucesso seriam medidos pelos professores e pelo currícu-
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Resumo !+ t1 J
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Ao explorarmos os pontos principais das tensões nas fronteil'as entre
*" X o capítulo dois, compusemos um relâto narrativo da
a narmtiva dominante e o pensamento narrativo, fomos lembrados que uma
nossa experiência de trabalho nas fronteiras, definindo-as com base
nas perspectivas de se pensar narrativamente e de se pensar confor-
base teór'ica para identificação das tensões nessas fronteiras vem de dois
me a narrativa dominante. Nosso foco prÌncipal até o momento tem
critérios sobre experiência, de Dewey: continuidade e interação. Questões
recaído, na maior parte do tempo, sob as tensões entre a pesquisa nar-
sobre continuidade, no trabalho com o grupo da revisão da Taxonontia,
levaram às tensões relacionadas a temporalidade, pessoas, ação e certeza.
rativa e a narrativa dominante. No capítulo dois, porém, fomos e vol-
tamos no que concerne às concepções de narrativa, como pesquisa e
Questões sobre interação levamm às tensões relacionadas a contexto, pes-
soas, ação e certeza. Pam Dewey, os dois critérios são inseparáveis e, ao pen-
como prática profissional, e pesquisa e prática profissional de acordo
sarmos nas fronteiras por meio das tensões, vemos as mesmas não como
com a rìarrativa dominante. Nosso exemplo, de modo geral, realiza-se
uma lista de fatores independentes, mas sim como interconectâdas' do ponto de vista da prática profissional. Como expusemos anterior-
No próximo capítulo, começamos a expìomr oufiä ft'onteira entre o mente, justificamos a participação no grupo de revisão da Taxonomia
pensanlento narrativo e outEs formas de pesquisa, Lidan.ros com o tema sob devido ao fato da Taxonomia ser amplamente utilizada na prática pro-
o an.rplo título: da fronteira entre o pensamento naffativo e o formalismo.
fissional da Educação. 'z