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MODELAGEM DE SISTEMAS AMBIENTAIS

CAPÍTULO 1 – SISTEMAS E MODELOS

I - AS ABORDAGENS HOLÍSTICAS E REDUCIONISTAS

Os procedimentos metodológicos utilizados na análise dos fenômenos estão


relacionados com a natureza do objeto de estudo e com a visão de mundo adotada pelo
cientista. Ao lado da estrutura conceitual há necessidade de que haja disponibilidade da
instrumentação tecnológica para a coleta de informações e efetiva ação analítica.
O desenvolvimento tecnológico possibilita a produção de novos equipamentos mais
capazes e adequados às pesquisas científicas, favorecendo ampliar a obtenção de dados, a
compreensão, o diagnóstico e o manejo dos sistemas de organização complexa.
As perspectivas envolvendo a análise ecológica, a geografia e a ambiental englobam
estudos considerando a complexidade do sistema e estudo das suas partes componentes. A
abordagem holística sistêmica é necessária para compreender como as entidades ambientais
físicas, por exemplo, expressando-se em organizações espaciais, se estruturam e funcionam
como diferentes unidades complexas em si mesmas e na hierarquia de aninhamento.
Simultânea e interativamente há necessidade de focalizar os subconjuntos e partes
componentes em cada uma delas, a fim de melhor conhecer seus aspectos e as relações entre
eles. A abordagem reducionista também se enquadra como básica na pesquisa dos sistemas
ambientais, sem contraposição com a holística.

A – As concepções de mundo

A significância e a valorização a respeito de meio ambiente estão relacionados a


visão de mundo imperante em cada civilização, apresentando inclusive nuanças em seus
segmentos socioeconômicos. Por essa razão, o relacionamento entre homem e o meio
ambiente possui variações de região e ao longo da história. A formação dessa estrutura
conceitual realiza-se de modo difuso ou sistemático, envolvendo os conhecimentos do senso
comum, o religioso, o filosófico e o científico.
• Conhecimento religioso: a natureza como desígnio de Deus, sendo obra pura e
perfeita. Já o naturalista Alexandre Von Hulboldt, em decorrência das suas
viagens de estudo, argumentou longamente para demostrar que a distribuição
dos seres vivos na superfície da Terra era explicada pela ação climática e não
como sendo da vontade divina.
• Visão mecanicista: considera no mundo que a organização é composta por
peças elementares e separadas, mas que interagem em funcionamento similar
ao das máquinas, como se fosse um relógio.
• Concepção organicista: no âmbito da superfície terrestre, cada unidade regional
chega a atingir um estado de equilíbrio conforme as condições reinantes e
funciona de maneira integrada com as demais para compor a individualização e
a funcionalidade geral no planeta Terra.

B – As noções de Unidade, totalidade e complexidade

A unidade representa a qualidade do que é um único, só ou sem partes, sendo tudo o


que pode ser considerado individualmente.
A totalidade aplica-se às entidades construídas por um conjunto de partes e
específica, independente da somatória dos elementos componentes.
Inerentemente à totalidade encontra-se a concepção e a análise da complexidade. Os
sistemas complexos apresentam diversidade de elementos, encadeamentos, interações fluxos e
retroalimentação compondo uma entidade organizada.
Um sistema complexo pode ser definido como sendo composto por grande
quantidade componentes interatuantes, capazes de intercambiar informações com seu entorno
condicionante e capazes, também, de adaptar sua estrutura interna como sendo consequência s
ligadas a tais interações.

C – Holismo e reducionismo

A abordagem analítica encontra-se mais desenvolvida nas atividades científicas,


necessária à análise e interpretação. Essa redução encontra-se contrapartida na síntese e na
generalização. A ciência tem por objetivo explicar, generalizar e determinar as causas, de
modo que as hipóteses sejam formuladas e verificadas através de comparações e
experimentos, e as teorias incluem enunciados expressando leis da natureza. Essa abordagem
geral é denominada de reducionista, definida mais formalmente como conceitos ou
enunciados redefinidos em termos que são mais elementares ou básicos.
A outra abordagem considera que a análise de fenômenos deve ser realizada em seu
próprio nível hierárquico, e não em função do conhecimento adquirido nos componentes de
nível inferior. Isso significa que ela procura compreender o conjunto mais do que suas partes
e sugere que o todo é maior que a somatória das propriedades e relações de suas partes, pois
há o surgimento de novas propriedades que não emergem do conhecimento das suas partes
constituintes. Essa abordagem é denominada de holística, definida como a concepção de que o
todo possui propriedades que não podem ser explicadas em termos de seus constituintes
individuais.

II - DEFINIÇÃO E TIPOLOGIA DE SISTEMAS

Sistema é o conjunto organizado de elementos e de interações entre os elementos,


possui uso antigo e difuso no conhecimento científico (sistema solar). Os sistemas podem ser
classificados como?
a) Sistemas isolados: são aqueles que, dadas as condições iniciais, não sofrem mais nenhuma
perda nem recebem energia ou matéria do ambiente que os circundam. Dessa maneira,
conhecendo-se a quantidade inicial de energia livre e as características da matéria, pode-se
calcular exatamente o evoluir dos sistemas e qual o tempo que decorrerá até o seu final.
b) Sistemas não isolados: mantém relações com os demais sistemas do universo no qual
funcionam, podendo ser subdivididos em: fechados e abertos. Os fechados há permuta de
energia (recebimento e perda). Abertos são aqueles nos quais ocorrem constantes trocas de
energia e matéria, tanto recebendo como perdendo (bacia hidrográfica, vertente, homem,
cidade, indústria, animal, ...).
Levando-se em consideração critérios para a complexidade da composição
integrativa Chorley e Kennedy (1971) propuseram uma classificação estrutura e distinguem
onze tipos de sistemas. Entre eles, toda via, consideram que os mais relevantes para o campo
de ação da Geografia Física e análise ambiental são os quatro primeiros. As definições e as
características são as seguintes?
a) Sistemas morfológicos: são compostos somente pela associação das propriedades físicas
dos sistemas e de seus elementos componentes, ligados com os aspectos geométricos e de
composição, constituindo os sistemas menos complexos das estruturas naturais.
Correspondente às formas: comprimento, altura, largura, declividade, granulometria,
densidade e outras. A coesão e a direção da conexidade entre tais variáveis são reveladas pela
análise de correlação. Exemplo: a densidade de drenagem é uma resposta à hidrologia da área;
a densidade de estradas é resposta à intensidade demográfica e econômica de uma área.
b) Sistemas em sequência ou encadeantes: são compostos por cadeia de subsistemas,
possuindo tanto grandeza como localização espacial, que são dinamicamente relacionados por
uma cascata de matéria e energia. O posicionamento dos subsistemas é contíguo e nesta
sequencia a saída (output) de matéria e energia de um subsistema de localização adjacente.
Nos sistemas em sequencia a relevância da análise incide na caracterização dos fluxos de
matéria e energia e nas transformações ocorridas em cada subsistema. Está focado na relação
entre entrada e saída.
c) Sistema de processo-resposta: são formados pela combinação de sistemas morfológicos e
sistemas em sequencia. Os sistemas em sequencia indicam o processo, enquanto o
morfológico representa a forma, a resposta a determinado funcionamento. Ao definir os
sistemas de processo-resposta, a ênfase maior está focalizada para identificar as relações entre
o processo e as formas que dele resultam. Exemplo: aumentar a capacidade de infiltração de
determinada área, haverá diminuição no escoamento superficial e na densidade da drenagem,
o que reflete na diminuição da declividade das vertentes.
d) Sistemas controlados: são aqueles que apresentam pela intervenção humana. “Válvulas”
sobre as quais o homem pode intervir para produzir modificações na distribuição de matéria e
energia dentro dos sistemas em sequencia e, consequentemente, influencias nas formas que
eles estão relacionados.

III – DEFINIÇÃO E TIPOS DE MODELOS

Modelo é uma estruturação simplificada da realidade que supostamente apresenta, de


forma generalista, características ou relações importantes. São aproximações altamente
subjetivas, por não incluírem todas as observações ou medidas associadas, mas são valiosos
por obscurecerem detalhes acidentais e por permitirem o aparecimento dos aspectos
fundamentais da realidade.

A – Tipologia de modelos em Geomorfologia

1. Modelos análogos naturais: tem a finalidade de esclarecer determinada categoria de


fenômenos ou sistemas, traduzindo seus aspectos supostamente importantes ou característicos
por meio de uma representação analógica considerada mais simples, melhor conhecida ou sob
um aspecto mais prontamente observável do que as ocorrências na natureza. Podendo ser
histórico ou espacial.
2. Análogos abstratos: fundamentam-se na perspectiva de que a pesquisa pode ser melhor
realizada pela análise da estrutura do sistema envolvido na problemática focalizada pela
pesquisa, discernido as suas partes supostamente componentes, de modo que o funcionamento
de cada parte e as interações entre elas possam ser examinadas convenientemente, levando a
uma possível organização completa dos componentes num todo funcional.
3. Modelos que sintetizam sistemas: visa sintetizar os sistemas que tem a finalidade de
fornecer um quadro global da totalidade do sistema, estabelecendo o grau de conhecimento
sobre as partes componentes, interações entre os elementos e funcionamento interativo entre
os inputs e outputs do sistema. O objeto é compreender o sistema como um todo em vez de se
basear no estudo detalhado de elementos individuais do sistema ou numa determinada
sequencia encadeante dos processos envolvidos em uma categoria do fluxo.

B – A tipologia proposta por Haines-Young e Petch (1986)

Eles procuraram salientar outra definição sobre modelos, considerando a


funcionalidade para a atividade científica, mostrando que são mecanismos pelos quais as
premissas são usadas para possibilitar conclusão. Mostram que os modelos são instrumentos
usados para elaborar predições. Baseia-se nos critérios de como são construídos e utilizados
no teste sobre hipóteses, considerando: se o modelo é determinístico ou estocástico; se o
modelo é parcial ou plenamente especificado; e se o modelo é hardware ou software.
O primeiro se refere à estrutura com que se organiza o modelo; o segundo quanto aos
conteúdo empírico; e o terceiro quanto às condições do procedimento usado na modelagem.

C – A tipologia dos modelos em hidrologia (Singh)

Sintetiza a classificação de modelos utilizados em estudos hidrológicos, pois são de


diferentes tipos e desenvolvimento para objetos diferenciados.

D – Classificação dos modelos de simulação em hidrologia


São utilizados modelos de síntese e de simulação, para gerar sequencias artificiais de
dados a fim de serem aplicadas na racionalização das análises em pesquisa e tomadas de
decisão como: no contexto das cheias, construção de barragens, sistemas de abastecimento de
água e recursos hídricos. A simulação é definida como a descrição matemática da resposta
de um sistema hidrológico de recursos hídricos a uma série de eventos durantes um
predeterminado período de tempo. Exemplo: calcular média diária, mensal ou anual de
escoamento fluvial. Os modelos de síntese possuem a potencialidade de ampliar os
procedimentos de simulação, sendo utilizados na análise de séries temporais com a finalidade
de gerar sequencias sintéticas de dados sobre precipitação ou escoamento fluvial.

E – A tipologia dos modelos em climatologia

É simular os processos e produzir os efeitos resultantes nas mudanças e nas


interações internas. Alguns modelos descrevem o sistema climático em função dos princípios
físicos, químicos, biológicos e, talvez, também dos sociais. Por essa razão, o modelo climático
pode ser considerado como compreendendo uma série de equações que expressão essas leis,
devendo ser uma simplificação do mundo real. Quanto mais complexa for a representação,
mais difícil se torna o uso do modelo, até mesmo em computadores muito velozes, e os
resultados sempre são meras aproximações.

F – A tipologia dos modelos no campo dos sistemas de informação geográfica

Considerando que o modelo é a representação da realidade, sob forma material ou


simbólica, há duas categorias gerais de modelos: a estrutural e a relacional. A primeira
focaliza a composição de componentes, tais como objetos e ações, a segunda focaliza a
interdependência e as relações entre os fatores e processos, sob as perspectivas funcional e
conceitual.
Os modelos no campo dos sistemas de informação geográfica são de dois tipos
básicos: cartográficos e espaciais. Os modelos cartográficos resultam da automação de
técnicas manuais que tradicionalmente usam instrumentos de desenho e sobreposição de
transparências (um mapa identificando localização de solos produtivos e vertentes suaves,
usando lógica binária expressa como geo-query (linguagem geográfica)). Os modelos
espaciais são expressões das relações matemáticas entre variáveis mapeadas (mapa de
aquecimento da superfície em função da temperatura ambiente e da irradiação solar, usando
lógica multivariada expressa como variáveis, parâmetros e relações).

CAPÍTULO 2 – CARACTERÍSTICAS POTENCIAL DA MODELAGEM

I – A MODELAGEM COMO PROCEDIMENTO NA METODOLOGIA CIENTÍFICA

A modelagem pode ser considerada como instrumento entre os procedimentos


metodológicos da pesquisa científica. A justificativa reside no fato de que a construção de
modelos a respeito dos sistemas ambientais representa a expressão de uma hipótese científica,
que necessita ser avaliada como sendo enunciado teórico sobre o sistema ambiental
focalizado. Essa avaliação configura-se como teste de hipóteses. Sob essa perspectiva, a
construção de modelos pode ser considerada como sendo procedimento inerente à pesquisa
científica e a sua elaboração deve ser realizada acompanhando os critérios e normas da
metodologia científica.
Dois procedimentos gerais são adequados à investigação na pesquisa científica: o
indutivo e hipotético-dedutivo.
a) A concepção indutiva da investigação científica foi considerada por muito tempo
como o procedimento metodológico geral e clássico das ciências físicas e naturais, e suas
proposições iniciais remontam a Francis Bacon. As etapas estabelecidas nesse procedimento
são as seguintes:
• Observações e coleta de todos os fatos e informações;
• Definição, análise e classificação dos fatos e informações;
• Derivação indutiva e generalização a partir dos fatos e informações;
• Verificação adicional das generalizações, por meio de novas observações e
coleta de dados;
• Construção de leis e teorias.
As observações e a coleta de informações são necessárias à compreensão científica
por meio à compreensão científica e realizadas por meio de diversas técnicas. Através dos
processos de definição, mensuração e classificação os fatos e as informações são organizadas
e ordenadas em grupos e categorias, recebendo um determinado grau de organização. Na
concepção indutiva admite-se expressamente que nessas duas etapas iniciais não se faça uso
de qualquer estimativa ou hipótese, pressupondo que as ideias pré-concebidas prejudicariam a
isenção necessária à objetividade científica da investigação.
b) o procedimento hipotético-dedutivo surge como algo mais complexo, pois
considera o conhecimento científico como sendo espécie de especulação controlada. As
etapas são interconectadas e reflexivas e não há nenhuma razão essencial para se começar
pela primeira. O pesquisador não precisa, necessariamente, iniciar seu trabalho por uma
hipótese ou por uma teoria ou modelo. Em geral, a teoria precede a formulação de hipóteses e
de leis, mas estas logicamente encontram-se conectadas e suportando a teoria. De modo geral,
as etapas estabelecidas são as seguintes:
• Concepção teórica de como a realidade encontra-se estruturada, podendo-se
então construir modelos a priori. A teoria, em sua estruturação lógica, fornece
consistência e um conjunto de enunciados, assegurando conexão entre as
noções abstratas contidas na teoria e na formulação sobre os fatos;
• Enunciado de hipóteses, que fornece uma interpretação empírica a ser
verificada com as observações e coleta de dados. As hipóteses são deduzidas
do corpo teórico;
• Em função da hipótese, especificar as variáveis relevantes, coletar os dados
pertinentes, analisa-los e interpretá-los;
• Se a hipótese for validada, passa à categoria de leis, que se integra na teoria. Se
for refutada, ela pode promover reformulação da teoria ou proposição de nova
teoria. Há retroalimentação contínua entre teorias, hipóteses e leis;
• Desde que a significância de uma relação possa ser estabelecida, ela pode ser
testada com dados de qualquer outra área ou sistema. Por meio desses testes as
hipóteses ganham maior validade de reaplicação, sendo aceita como
generalização teórica. Não se restringindo a uma ocorrência particular, a um
exemplo único, o enunciado possui aplicação geral para a categoria de
fenômenos e pode ser referencial para a predição.
Considerando que as observações sempre são interpretadas à luz de teorias, pois elas
se fazem de modo seletivo, observa que na pesquisa “não partimos de observações, mas
sempre de problemas ou de questões práticas de uma teoria que caiu em dificuldades. Uma
vez que deparamos um problema, podemos começar a trabalhar nele”. O ponto inicial,
portanto, é a presença de um problema ou dificuldade.
Nesse contexto, a modelagem de sistemas ambientais insere-se como procedimento
metodológico hipotético-dedutivo, pois expressa configurações elaboradas em decorrência de
hipóteses ou de explicações. Os modelos são direcionados mais para a categoria, e a inserção
de valores específicos sobre as variáveis dos elementos e suas relações descrevem as
características e comportamento de um caso particular e sua ajustagem na classe referenciada
pelo modelo. O processo da modelagem é constituído por um conjunto de regras semiformais
que guiam o interessado visando a solução de um problema: a construção do modelo. Tais
regras são mecânicas nem instruções computacionais, cujo encaminhamento passo-a-passo
venha a ser garantia de chegar ao resultado final e representar êxito e sucesso do modelo.

II – AS CARACTERÍSTICASE FUNÇÕES DOS MODELOS

Na construção de modelos deve-se considerar aspectos envolvidos com as


características e funções, que por vezes se entremeiam. São aspectos que possibilitam
identificar e avaliar a qualidade dos modelos oferecidos, criando exigências mais específicas
para com o cuidado a ser aplicado na modelagem.

A – As características dos modelos

As principais características são as seguintes:


1. Seletividade: a característica fundamental dos modelos é que sua construção implica numa
atitude altamente seletiva quanto às informações, na qual os ruídos e os sinais menos
importantes são eliminados para permitir que se veja algo do âmago das coisas.
2. Estruturação: a construção salienta que os aspectos selecionados da realidade são
explorados em termos de suas conexões. Há um padrão integrativo entre componentes
diferenciados, considerando as suas características morfológicas e funcionais. Nesse sentido,
o modelo procura representar as relações propiciadas na dinâmica dos processos, ou na
correlação das variáveis.
3. Enunciativo: refere-se ao significador enunciativo ou potencial de sugestões, pois os
modelos bem sucedidos contêm sugestões para sua ampliação e generalização. Dois aspectos
são inerentes: a) a estruturação integrativa do modelo pode enunciar ou sugerir que as
implicações do conjunto são maiores do que as possivelmente supostas pelas suas partes
individuais; b) há o potencial enunciativo para previsões sobre aspectos no mundo real,
ganhando desse modo o caráter especulativo. Aquele que oferece implicações suficientemente
ricas para sugerir hipóteses e especulações no campo principal da investigação.
4. Simplicidade: o modelo deve ser suficientemente simples de manipular e de se
compreender pelos seus usuários, mas sem detrimento de ser representativo do espectro total
das implicações que possa ter e da complexidade necessária para representar com precisão o
sistema em estudo.
5. Analógicos: os modelos são analogias, porque são diferentes do mundo real e mostrando
uma maneira aproximada de se compreendê-lo.
6. Reaplicabilidade: é pré-requisito dos modelos nas ciências empíricas. Isso significa que o
modelo não se apresenta apenas como descritivo de um caso, mas possibilita que seja usado
para outros casos da mesma categoria.

B – As funções dos modelos

A modelagem, como procedimento técnico da abordagem teorética visa atender


requisitos envolvidos nas diretrizes metodológicas da pesquisa científica. Os modelos são
necessários por constituírem pontes entre os níveis da observação e as proposições teóricas.
Devem ser construídos com objetivos claros, delineando justamente o que poderiam prever.
Semelhantemente aos estudo de campo, que explicitamente surgem como procedimentos de
teste para modelos ou hipóteses específicas, os modelos deveriam ser definidos como
instrumentos de previsão para sítios particulares, e/ou processos particulares em tempos e
escalas espaciais devidamente especificados. Os modelos que não tem a possibilidade de
serem testados são tão inaceitáveis como as coleções de dados desestruturados. Os objetivos
mais comuns da modelagem são a comunicação de conceitos e a previsão a curto prazo,
permitindo responder e prever ou comparar previsões de alternativas como sendo um
instrumento de planejamento. Em virtude dessas finalidades, pode-se estabelecer que as suas
principais funções são as seguintes: psicológica, comunicativa, promissora, logicidade,
normativa, adequação, previsibilidade, simulação de cenários possíveis em função de
mudanças ambientais, relacionar as mensurações dos processos a curto prazo com a evolução
das formas a longo prazo, condensação tempo-espacial, desenvolver explicações aplicáveis a
todas as escalas.

III – INSTRUMENTOS BÁSICOS PARA A CONSTRUÇÃO DE MODELOS

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