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Uma Introdução ao

Pensamento Complexo
André G. Vieira
Pensamento Complexo ou Sistêmico
Tensão básica entre a parte e o todo:
 Enfase na parte – pensamento atomístico, reducionista,
mecanicista.
 Enfase no todo – pensamento holístico, ecológico,
sistêmico ou complexo.
Pensamento Simplificador
 O estudo da matéria começa com a pergunta: “do que é
feita?”
 Leva a noções de elementos fundamentais, blocos de
construção, medição e quantificação.
Pensamento Complexo ou Sistêmico
 O estudo da forma pergunta: “qual é o padrão?”
 Leva a noções de ordem, organização e relações.
 Em vez de quantidade, envolve qualidade,
 Em vez de medição, envolve mapeamento.
Ecologia Profunda
 Perspectiva criada por Arne Naess.
 É uma visão holística que reconhece o mundo como uma
totalidade integrada, ao invés de uma coleção de partes
dissociadas.
 Reconhece a interdependência de todos os fenômenos.
 Como indivíduos e sociedades estamos todos encaixados
em processos cíclicos da natureza, dos quais
dependemos.
Ecologia Rasa
 É antropocêntrica: os valores humanos estão acima da
Natureza.
 Atribui um valor instrumental e utilitário à Natureza.
Ecologia Profunda
 Reconhece o valor intrínseco de todos os seres vivos e
concebe os seres humanos apenas como um fio particular
da teia da vida.
 A percepção ecológica é uma percepção espiritual.
 O espírito humano é compreendido como conectado e
pertencente ao Cosmos, tal como em muitas religiões.
Capra e o Taoísmo
 “Os antigos filósofos chineses acreditavam que a
realidade suprema, subjacente à multiplicidade dos
fenômenos que observamos, e que os unifica, é
intrinsecamente dinâmica. Eles a chamavam de Tao – o
caminho, ou o processo, do universo. Para os sábios
taoístas, todas as coisas, animadas ou inanimadas, estavam
incrustadas no fluxo contínuo, e continuamente mutável,
do Tao”.
(Capra & Luisi, 2014, p. 23. A visão sistêmica da vida)
Ecologia Profunda e Nova Ética
 Enquanto arraigada em valores ecocêntricos, inaugura
uma nova ética.
 Se somos parte da teia da vida, estaremos inclinados a
cuidar de toda a Natureza viva.
 A vida passa a ser o centro da ética.
O Pensamento Sistêmico
 Pensamento que se processa fazendo uso de termos
como conexidade, relações, padrões e contexto.
O Pensamento Sistêmico
 As propriedades de um sistema são propriedades do
todo, que nenhuma das partes possui.
 Essas propriedades surgem das interações e relações
entre as partes.
 Essas propriedades são destruídas quando o sistema é
dissecado, física ou teoricamente.
 A natureza do todo é diferente da soma das partes.
O Pensamento Sistêmico
 Os sistemas vivos não podem ser compreendidos pela
análise de suas partes.
 Em um sistema as propriedades das partes só podem ser
compreendidas a partir da organização do todo.
 O Pensamento Sistêmico é Contextual, o que significa
aqui, o oposto de analítico.
O Conceito de Rede
 Surge na Ecologia.
 Comunidades ecológicas consistem em organismos
conjuntamente ligados , à maneira de uma rede, por meio
de relações de alimentação.
 O próximo passo foi entender os organismos como rede
de células, de órgãos, de sistemas de órgãos, assim como
se entende os ecossistemas como redes de organismos
individuais.
O Conceito de Rede
 A visão dos sistemas vivos como rede fornece uma nova
perspectiva sobre as assim chamadas hierarquias da
Natureza.
 Uma vez que os sistemas vivos são redes, precisamos
visualizar a teia da vida como sistemas vivos (redes)
interagindo, à maneira de rede, com outros sistemas
(redes).
O Conceito de Rede
 Cada nó da rede é um organismo, que, quando
amplificado é ele mesmo uma rede.
 A teia da vida consiste em redes dentro de redes.
Características do
Pensamento Sistêmico
 Mudança de perspectiva das partes para o todo.
 Interdisciplinaridade inerente.
 Mudança de enfoque: de objetos para relações.
Características do
Pensamento Sistêmico
Mudanças Metodológicas

 De medição para mapeamento


 Busca de Padrões

 De quantidades para qualidades


 Os padrões são identificados e descritos
Características do
Pensamento Sistêmico
Mudanças Metodológicas

 De estruturas para processos


 A construção dos padrões é vista em uma perspectiva
histórica, que estuda a sua construção e sua manutenção
dentro de um contexto/sistema
Características do
Pensamento Sistêmico
Mudanças Metodológicas
 Da ciência objetiva para a ciência epistêmica
 Segundo Heisenberg (citado por Capra e Luisi), “o que nós
observamos não é a própria natureza, mas a natureza
exposta a nosso método de investigação”. A investigação
científica tem de levar em conta os pressupostos do
método, da teoria e do investigador. Não existe
conhecimento neutro e a-teórico.
Características do
Pensamento Sistêmico
Mudanças Metodológicas
 Da certeza cartesiana para o conhecimento aproximado
 No paradigma sistêmico, reconhecemos que todos os
conceitos e teorias científicos são limitados e aproximados.
 A exigência de ideia clara e distinta é substituída pelo
reconhecimento do conhecimento aproximado.
Auto-Organização
 O fenômeno da auto-organização está relacionado à ideia
de padrão.
 Um padrão é uma configuração de relações
características de um sistema em particular.
 Do ponto de vista sistêmico, a compreensão da vida
começa pela compreensão do padrão.
Auto-Organização
 As propriedades de um sistema surgem de uma
configuração de relações ordenadas.
 Propriedades sistêmicas são propriedades de um padrão.
 O que é destruído quando um organismo vivo é
dissecado é seu padrão.
Auto-Organização
 Um sistema mantém-se organizado em relação com o
meio.
 A busca de equilíbrio se dá em relação com o meio.
 É o que J. Piaget chama de Equilibração Majorante.
 É o que Morin (2015) chama de Auto-Eco-
Organização.
Auto-Organização

 Um sistema é sempre um sistema aberto.


Geometria Fractal
uma linguagem para falar de nuvens
 Algumas características da natureza são geométricas no
sentido tradicional.
 O tronco das árvores é mais ou menos cilíndrico, a lua
cheia aparece mais ou menos como um disco circular, os
planetas orbitam o sol mais ou menos em elipses.
 Entretanto…
Geometria Fractal
uma linguagem para falar de nuvens
 “A maior parte da natureza é muito, muito complicada.
Como poderíamos descrever uma nuvem? Uma nuvem
não é uma esfera… Ela se parece com uma bola, mas é
muito irregular. Uma montanha? Uma montanha não é um
cone… Se você quer falar de nuvens, de montanhas, de
rios, de relâmpagos, a linguagem geométrica que você
aprendeu na escola é inadequada” (Mandelbrot, citado
por Capra & Luisi, 2014).
Geometria Fractal
uma linguagem para falar de nuvens
 Mandelbrot criou a geometria fractal para descrever e
analisar a complexidade das formas irregulares no mundo
natural que nos cerca.
Geometria Fractal
uma linguagem para falar de nuvens
 A propriedade mais notável das formas fractais está no
fato de que seus padrões característicos são encontrados
repetidamente em escalas descendentes, de modo que
suas partes são semelhantes ao todo.
Geometria Fractal
uma linguagem para falar de nuvens
 Esses padrões de similaridade são encontrados na
Natureza: ramificações de relâmpagos, bordas de nuvens,
linhas litorâneas, deltas de rios, ramificações das árvores,
ramificações de vasos sanguíneos etc.
Geometria Fractal
uma linguagem para falar de nuvens
 Uma importante característica da geometria fractal é a
mudança da quantidade para a qualidade.
 É impossível calcular o comprimento de uma forma
fractal ou área que ela cobre, mas podemos definir o grau
de “denteação” de uma maneira qualitativa.
Geometria Fractal
O Conjunto de Mandelbrot
Geometria Fractal
uma linguagem para falar de nuvens
Geometria Fractal
uma linguagem para falar de nuvens
Geometria Fractal
uma linguagem para falar de nuvens
Geometria Fractal
uma linguagem para falar de nuvens
Geometria Fractal
uma linguagem para falar de nuvens
Geometria Fractal
uma linguagem para falar de nuvens
Geometria Fractal
uma linguagem para falar de nuvens
Geometria Fractal
uma linguagem para falar de nuvens
Referências
Essa apresentação foi construída com a finalidade de aula,
majoritariamente com textos citados de:
 Capra, F. & Luisi, P. L. (2014). A visão sistêmica da vida. São
Paulo: Cultrix.
 Morin, E. (2015). Introdução ao pensamento complexo.
Porto Alegre: Sulina.

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