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Conceitos Básicos

Epistemologia
Genética
Cronologia
1896 - Nasce em 9 de agosto, em Neuchatel, na Suíça.
1907 - Com 10 anos, publica na revista da Sociedade dos Amigos da Natureza de Neuchâtel
um artigo com estudos sobre um pardal branco.
1915 - Forma-se em biologia, pela Universidade de Neuchâtel.
1918 - Torna-se doutor. Sua tese foi sobre moluscos. Muda-se para Zurique para estudar
psicologia (principalmente psicanálise).
1919 - Muda-se para a França. Ingressa na Universidade de Paris. É convidado a trabalhar
com testes de inteligência infantil.
1921 - A convite do psicólogo da educação Claparède (Escola Nova), passa a fazer suas
pesquisas no Instituto Jean-Jacques Rousseau, em Genebra, destinado à formação de
professores.
1923 - Lança seu primeiro livro: A linguagem e o pensamento da criança.
1924 - Casa-se com Valentine Châtenay, uma de suas assistentes, com quem teve
três filhos: Jacqueline (1925), Lucienne (1927) e Laureni (1931).
1925 - Começa a lecionar psicologia, história da ciência e sociologia em Neuchâtel.
1929 - Em Genebra, passa a ensinar história do pensamento científico. Assume o Gabinete
Internacional de Educação (dedicado a estudos pedagógicos).
Anos 30 - Escreve vários trabalhos sobre as primeiras fases do desenvolvimento, muitos deles
inspirados na observação de seus três filhos.
1941 - Com as pesquisadoras Bärbel Inhelder e Alina Szeminska, publica trabalhos sobre a
formação dos conceitos matemáticos e físicos.
1946 - Participa da elaboração da Constituição da Unesco, órgão das Nações Unidas para a
Educação, Ciência e Cultura. Torna-se membro do conselho executivo e subdiretor geral,
responsável pelo Departamento de Educação.
1950 - Publica a primeira síntese de sua teoria do conhecimento: Introdução à Epistemologia
Genética.
1952 - É convidado a lecionar na Universidade de Sorbonne, em Paris,
sucedendo ao filósofo Merleau-Ponty
1955 - Em Genebra, funda o Centro Internacional de Epistemologia
Genética, destinado a realizar pesquisas interdisciplinares sobre a
formação da inteligência.
1967 - Escreve a principal obra de sua maturidade: Biologia e
conhecimento.
1980 - Morre em 16 de setembro, em Genebra
Extraído do livro Jean Piaget (Alberto Munari)
https://www.livrosgratis.com.br/ler-livro-online-119943/jean-piaget
Questão principal da obra de Piaget
Como se passa de um estado de menor
conhecimento para em estado de maior
conhecimento?

Conhecer é explicar, estruturar, organizar a


partir da interação com o mundo (físico,
social, histórico etc);
Algumas questões para começar...

Inteligência: o que é?
Em que se difere da
ideia de QI?
Hereditariedade da
Inteligência: o que
herdamos?
Aspecto interno - Relação
entre sistemas e
Organização subsistemas (coordenações
Inteligência
de esquemas)-
concordância do
pensamento consigo

ASSIMILAÇÃO-
incorporação de
Aspecto externo - Relação elementos do meio
Adaptação sujeito e meio- coerência
do pensamento com as
coisas ACOMODAÇÃO-
a organização se
transforma para
incorporar novos
elementos
Assimilação e acomodação
são os dois polos da
adaptação? Por que?

Esquemas de ação: o que são


Como se relacionam a
e como se coordenam?
adaptação e a organização?
Exemplos.
Assimilação
• Duas características próprias ao funcionamento assimilador levam a um conhecimento
superior: de um lado, a criança (ou adulto) introduz espontaneamente variações nas
repetições; por outro, ela tende a generalizar a aplicação de toda ação a novos objetos.

• Diversificando a aplicação desses esquemas, geram-se novas condutas por


diferenciação progressiva das precedentes; esses esquemas novos podem ser muito
úteis e se mostrarem adaptados a algumas situações. { Ex: o bebê puxa o cobertor para
pegar um objeto distante; essa conduta pode se transformar em pegar uma vara para
buscar outro objeto distante que não está sobre um cobertor, etc.}

• Acontece também que, tentando seus esquemas numa diversidade de objetos, o bebê
encontre obstáculos que o obriguem a inventar novas formas de agir e de pensar
Assimilação e acomodação
• O objeto, ou seja, o mundo exterior, não se impõe a um sujeito passivo; é a criança que vai ao seu
encontro e se esforça para integrá-lo, para assimilá-lo a seus esquemas (de ação ou de pensamento)
privilegiados. Quanto há sucesso o esquema é reforçado. Quando não, a o sujeito é obrigado a um
reajuste em seus esquemas. Neste caso temos o que Piaget chama de acomodação.

• Se apenas houvesse assimilação, o pensamento seria estático, não evoluiria. { O adulto come para
manter seu corpo funcionando, não para mudar a estrutura de seus órgãos.} Se ocorresse apenas
acomodação, o pensamento teria que mudar a cada acontecimento, os conhecimentos anteriores não
valeriam nada.

• O equilíbrio dinâmico entre assimilação e acomodação é indispensável à atividade cognitiva; a primeira


assegura a coerência do pensamento e a segunda a adequação ao real (Para pegar algo eu estendo a
mão e faço o movimento de preensão – assimilação; fecho mais a mão se o objeto for pequeno-
acomodação).

UFRGS - FACED : Psicologia da Educação II - ERE 2020


Equilibração das estruturas cognitivas: problema
central do desenvolvimento
• Equilíbrio e equilibração: estado e processo
• Desequilíbrio e reequilibração: retorno ao equilíbrio anterior ou
majoração?
• Sistemas cognitivos: fechados (ciclos) e abertos (trocas com o meio)
A x A’→ B; B x B’ → C ;....

Processo central de equilibração explica o desenvolvimento e a formação do


conhecimento. Esse processo pode ser definido, a grosso modo, como uma
sucessão de estados de equilíbrio, em que um determinado estado conduz a outros,
qualitativamente distintos, passando por uma série de desequilíbrios e
reequilibrações
• As reequilibrações, consistindo geralmente na formação de um
“melhor equilíbrio”, além de possibilitarem a introdução da noção de
“equilibrações majorantes”, remetem aos processos de auto-
regulação ou auto-organização;

• O equilíbrio cognitivo pressupõe um sistema de conservações mútuas


entre os subsistemas e entre esses e o todo. Dessa forma, a
equilibração não se caracteriza como um estado de inatividade, mas
sim como estados de constantes trocas, em que ocorre a conservação
do sistema, enquanto ciclo de ações ou operações interdependentes,
ao mesmo tempo em que existirem relacionamentos com o exterior.
Piaget refere-se a três tipos de conhecimento.
• Conhecimento social: refere-se a todo conhecimento que advém de uma convenção social e que
pode variar de grupo para grupo. É um conhecimento ilógico, que só pode ser aprendido através
de um modelo. Exemplos de conhecimentos sociais: conhecer o nome das letras do alfabeto;
conhecer as regras de futebol; saber a definição de raio; saber a definição de dialética; usar
corretamente os talheres à refeição; saber que o nome do objeto cadeira é “cadeira” em português,
ou “chair” em inglês.
• Conhecimento físico: este é o conhecimento que se adquire através da manipulação ou
observação de objetos. Exemplos de conhecimento físico: observar as folhas que caem; sopesar
duas pedras e sentir o peso de ambas, colocar um pacote de farinha na balança e verificar seu
peso, passar a água de um copo para outro, mais fino, e verificar o que acontece com a altura do
líquido.
• Conhecimento lógico-matemático: é uma construção interna, que envolve relações lógicas.
Exemplo: descobrir que sempre que se transfere um certo volume de água de um recipiente baixo
e largo, para outro, alto e fino, o nível da água fica mais alto no segundo recipiente. Isto se deve à
relação lógica de que volume é igual à base multiplicada pela altura. Sempre que a base for menor
a altura deverá ser maior para que o volume permaneça o mesmo.
Fatores que explicam o desenvolvimento das
estruturas:
“ Que fatores podem ser invocados para explicar o desenvolvimento de
um conjunto de estruturas para outras? Parece-me que há quatro
fatores principais: o primeiro de todos, maturação, no sentido de
Gesell, uma vez que esse desenvolvimento é uma continuação da
embriogênese; o segundo, o papel da experiência, dos efeitos do
ambiente físico na estrutura da inteligência; o terceiro, a transmissão
social em sentido amplo(transmissão por linguagem, educação, etc.); e
o quarto, um fator que é com frequência negligenciado, mas que
me parece fundamental e até o fator principal. Chamarei a este fator
de equilibração ou, se preferirem, de auto-regulação.”
Estádios do desenvolvimento intelectual da criança e do
adolescente:

• A ordem de sucessão das aquisições seja constante.


• Caráter integrativo das estruturas construídas em uma determinada
idade tornam-se parte integrante da estrutura da idade seguinte.
• Estrutura de conjunto.
• Nível de preparação e de conclusão ou término.
• Processos de formação ou de gênese e as formas de equilíbrio.
Período Período Período
Subperíodo Subperíodo

Inteligência Representação Operações-Concreto Operações-Formais


sensório-motora pré-operatória

nascimento até +/- 2 anos 3-4 até 5-6 7-8 até 9-10 11-12 até 14-15 anos
Período Período Período
Subperíodo Subperíodo

Inteligência Representação Operações-Concreto Operações-Formais


sensório-motora pré-operatória

nascimento até +/- 2 anos 3-4 até 5-6 7-8 até 9-10 11-12 até 14-15 anos

representação ação reversível e combinatórias


ação da ação interiorizada INRC

UFRGS - FACED : Psicologia da Educação II - ERE 2020


Referências
• Piaget, J. O Nascimento da Inteligência na Criança. Ed. Guanabara, RJ,
1987. (1933)
• Piaget, J. A equilibração das estruturas Cognitivas: Problema Central
do Desenvolvimento. Zahar Editores, RJ, 1976 (1975)

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