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DE IBITINGA - FAIBI
CURSO DE GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA
IBITINGA / SP
2023
Elaine Maccari de Godoy
Paulo César Franscisco
IBITINGA / SP
2023
Elaine Maccari de Gogoy
Paulo César Francisco
Aprovado em:......../....../........
BANCA EXAMINADORA
___________________
Prof.(a) Ms. Maria Inês Miqueleto
___________________
Prof.(a) Titulação e Nome do Orientador(a)
___________________
Prof.(a) Titulação e Nome do Orientador(a)
Revisado por:..................................
IBITINGA/SP
2023
DEDICATÓRIA
AGRADECIMENTOS
A violência nos espaços escolares tem se tornado um fato comum e sua elevada
incidência tem gerado consequências danosas ao desenvolvimento psicossocial de
crianças e jovens em idade escolar. Trata-se de um grande e preocupante fenômeno
em expansão: o bullying. Essa prática danosa vem ganhando cada vez mais espaço
nos ambientes escolares e apresenta consequências nefastas para estes espaços,
assim como para a construção de relações saudáveis entre os estudantes. Com a
expansão das novas tecnologias, como celulares, e computadores, a maneira como
as agressões ocorrem também vem se modificado drasticamente, atingido as
crianças e os jovens de forma tão direta quanto a violência física propriamente
sofrida por estes sujeitos. Neste contexto, o presente trabalho tem como principal
objetivo mostrar esta problemática fazendo um estudo sobre suas causas e
consequências nos ambientes escolares. Como fundamentação teórica do estudo
nos embasamos em autores que transcorrem pela temática. Estes autores vêm
discutindo conceitualmente essa problemática, buscando evidenciar os transtornos
ocasionados na vida das vítimas, bem como o papel da família e da escola no
combate ao fenômeno abordado. A metodologia da pesquisa se deu por meio de
uma abordagem qualitativa, utilizando referências bibliográficas, artigos,
Constituição Federal, revistas e blogs. Os resultados comprovam que o bullying é
uma modalidade de violência que incide de forma direta na vida das crianças e dos
jovens. Neste contexto, mesmo não havendo um estudo aprofundado deste
fenômeno por parte das Instituições de Ensino, temos ciência quanto a gravidade do
fenômeno, demostrando que há uma relação direta entre os atos violentos e a
desmotivação dos discentes, gerando, consequentemente, prejuízos ao processo de
ensino aprendizagem.
Violence in school environments has become a common occurrence, and its high
incidence has detrimental effects on the psychosocial development of school-age
children and youth. One major and concerning phenomenon is bullying. This harmful
practice is increasingly prevalent in school settings and has disastrous
consequences for these spaces, as well as for the establishment of healthy
relationships among students. With the expansion of new technologies, such as cell
phones and computers, the way these aggressions occur has also drastically
changed, affecting children and youth as directly as physical violence itself. In this
context, the present study aims to highlight this issue by examining its causes and
consequences in school environments. The theoretical foundation of the study is
based on authors who delve into this topic conceptually, seeking to highlight the
disruptions caused in the lives of victims, as well as the role of family and school in
combating the phenomenon. The research methodology employed a qualitative
approach, using bibliographic references, articles, the Federal Constitution,
magazines, and blogs. The results confirm that bullying is a form of violence that
directly impacts the lives of children and youth. In this context, even without an in-
depth study of this phenomenon by educational institutions, we are aware of its
severity, demonstrating a direct relationship between violent acts and students'
demotivation, consequently leading to impairments in the teaching-learning process.
ART Artigo
CP Código Penal
CRFB Constituição da República Federativa do Brasil
ECA Estatuto da Criança e Adolescente
EV Espaço Virtual
PLACON Plataforma Conviva
SED Secretaria Escolar Digital
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO......................................................................................................... 12
1 A VIOLENCIA E A ESCOLA..................................................................................14
1.1 A VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS............................................................................15
1.2 ALGUNS TIPOS DE VIOLÊNCIA PRESENTES NO AMBIENTE ESCOLAR......18
1.3 AMEAÇAS........................................................................................................................18
1.4 BULLYING........................................................................................................................19
1.5 CYBERBULLYNG.................................................................................................20
1.6 VIOLÊNCIA SEXUAL...........................................................................................21
2. O FENÔMENO BULLYING................................................................................... 23
2.1 DEFINIÇÃO DE BULLYING`................................................................................23
2.2 PROGRAMA DE COMBATE À INTIMIDAÇÃO SISTEMÁTICA ..........................24
2.3 A VIOLÊNCIA APREGOADA PELA PRÁTICA DO BULLYING ........................... 25
3 ESCOLA É LUGAR DE BULLYING?.....................................................................31
3.1 FUNÇÃO DA ESCOLA.........................................................................................32
3.2 COMO REALMENTE É O BULLYING NA ESCOLA............................................35
3.3 BULLYING: VISTO COM OUTROS OLHOS........................................................37
3.4 PROGRAMAS E LEIS SOBRE COMBATE AO BULLYING.................................40
3.5 MEDIDAS DE PREVENÇÃO................................................................................43
REFERÊNCIAS .........................................................................................................45
12
INTRODUÇÃO
1 A VIOLÊNCIA E A ESCOLA
A violência é um ato de brutalidade e crueldade em que o indivíduo age por
impulso contra outro ser vivo ou contra um objeto. Assim:
[...] violência é todo ato que implica a ruptura de um nexo social pelo uso de
força. Quando ocorre um ato de violência, nega-se, assim, a possibilidade
da relação social que se instala pela comunicação, pelo uso de palavras,
pelo diálogo e pelo conflito (SPOSITO, 1998, p. 60).
Os casos de violência presente nos dias atuais das pessoas estão crescendo
gradativamente e para isso existem muitas influências. O tráfico de drogas ilegais é
o coadjuvante principal para que estes casos cresçam desordenadamente. O tráfico
por sua vez já é uma agressão ao ser humano, pois acabam tornando as pessoas
suas vítimas (usuários dependentes do uso) aos poucos ou até mesmo com uma
velocidade exorbitante. FONTE
Outra forma do tráfico agredir suas vítimas é a morte. Como o tráfico está
com uma prática intensa atingiu um grau excessivo, e dessa forma as mortes
tendem a se exceder também.
As formas de violência se multiplicaram, hoje podemos falar que existem
outros critérios para que aconteçam atos violentos, trata-se das Guerras Surdas da
fome, da exclusão, da pobreza, da intolerância racial, da marginalização e do
15
A situação da violência nas escolas está piorando cada vez mais. Com o
modo de proceder das gangues e grupos armados esta ação afeta diretamente na
escola, atingindo com especial perversidade as crianças e adolescentes.
Este fato está tornando-se um desafio para os educadores, pois o ambiente
escolar era antes um lugar “pacífico e estimulante para a aprendizagem e o
processo educativo. A escola é um lugar de conhecimento, de formação de
ser, de educação, como veículo, por excelência, do exercício e
aprendizagem, da ética e da comunicação por diálogo e, portanto, antítese
da violência” (ABRAMOVAY, 2002, p. 26).
Sabemos que a violência está presente em toda parte e não tem um público-
alvo, atinge a todos, sem distinção de cor, religião e classe social. Sabe-se que
existem inúmeros tipos de violência causando pânico, amedrontando e intimidando a
população.
A violência no ambiente escolar está dividida em três categorias, que são:
Violência contra a pessoa;
Violência contra a propriedade;
Violência contra o patrimônio.
Existem vários tipos de violência contra a pessoa física como: ameaças,
bullying, cyberbullying e violência sexual.
1.3 AMEAÇAS
“A primeira modalidade de violência contra a pessoa consiste em ameaças, ou
seja, promessas explícitas de provocar danos ou de violar a integridade física ou
moral, a liberdade e/ou bens de outrem”. (ABRAMOVAY; RUA, 2002, p. 50)
As ameaças são gestos pelos quais se exprime a vontade que se tem de fazer
mal a alguém, tirando a paz, integridade, saúde, felicidade e a vida. Muitas vezes
são praticadas pelos alunos seja com outro aluno, com algum funcionário da
instituição ou até mesmo com o professor ou gestor. Devido ao clima de intimidação
na escola é frequente que professores/ diretores e outros membros do corpo
pedagógico expressem sentimento de insegurança. Entre as ameaças que atingem
a comunidade escolar estão aquelas relacionadas a bombas, na maioria falsas, no
intuito de transtornar a rotina escolar (ABRAMOVAY; RUA, 2002, p.51)
19
1.4 BULLYING
Bullying: ato de desprezar, denegrir, violentar, destruir a estrutura psíquica de
outra pessoa sem motivação alguma e de forma repetida. No Jornal Mundo Jovem
José Roberto Gomes afirma que: “Bullying significa usar de superioridade física ou
status para intimidar ou excluir alguém por meio de atitudes agressivas” (GOMES,
2012, p. 4).
Muitas vezes está mascarada na forma de “brincadeira” é visto como normal no
relacionamento entre crianças e adolescentes.
Não se trata de pequenas brincadeiras próprias da infância, mas de casos
de violência física e/ ou moral, muitas vezes, de forma velada, praticadas
por agressores contra vítimas (CALHAU, 2011, p. 6).
1.5 CYBERBULLYNG
O assédio na maioria das vezes acontece do (a) professor (a) contra um (a)
aluno (a), geralmente por meio de olhares, gestos, piadas, comentários obscenos,
exibições, propostas, insinuações e contato físico. Um (a) professor (a) pode usar da
autoridade para abusar da criança ou do adolescente, por isso, ficar atento e
aprender a distinguir um tratamento gentil do mal-intencionado é a melhor maneira
de se evitar o abuso sexual no ambiente escolar. fonte
23
2 O FENÔMENO BULLYING
Essa lei, composta por oito artigos, fez da luta contra o bullying escolar uma
política pública de educação e, ainda implementou um conjunto de ações voltadas à
sua erradicação, por meio de campanhas publicitárias e capacitação de profissionais
da educação. Consistiu na preparação de educadores para lidar com casos
de bullying e realização de um diálogo mais estreito entre a escola e a família.
influência que recebe do seu contexto social, isto é, todas as suas relações afetivas,
familiares e sociais.
Os jovens e as crianças que convivem em ambientes saudáveis e
harmoniosos tendem levar para a escola esta condição. Do mesmo modo, se as
crianças e os jovens vivem suas vidas em ambientes conturbados, o cenário pode
contribuir para que a escola deixe de ser um ambiente seguro, organizado, um
espaço de amizade e cooperação, transformando-se em um espaço de violência,
sofrimento, medo, angústia e insegurança. Nesta perspectiva, a escola passa a ser o
oposto de tudo aquilo que se espera da mesma, tornando-se um lugar assustador e
desagradável às vítimas dessa prática. Lopes (2005)
De acordo com Freire, o problema está no opressor, são eles quem trazem
consigo sentimentos ruins, causadores de todo o problema, o ódio, a tirania, a
negação, a intolerância, a discriminação, o preconceito, são exemplos de
sentimentos ruins que podem gerar violência.
- Quem inaugura a tirania não são os tiranizados, mas os tiranos.
- Quem inaugura o ódio não são os odiados, mas os que primeiro odiaram. -
- Quem inaugura a negação dos homens não são os que tiveram a sua
humanidade negada, mas os que a negaram, negando também a sua.
- Quem inaugura a força não são os que se tornaram fracos sob a robustez
dos fortes, mas os fortes que os debilitaram. (FREIRE, 1987. Pag. 27).
saberem agir com severidade quando o filho é vítima de situações tidas como
violentas, e com compreensão quando os filhos são os agressores. (PRINA, 2003, p.
145-183).
Ainda conforme o autor, os professores fazem o inverso culpando os pais,
considerando-os desatentos ou até mesmo responsáveis pelas atitudes dos filhos.
Raramente veem o ambiente escolar, como corresponsável pelos comportamentos
violentos, nem reconhecem a presença da agressividade na relação com os alunos.
Deste modo, o trabalho de combate ao bullying parte de uma condição multi-
social. Portanto, é necessária a participação dos pais, funcionários, professores e
alunos nos projetos anti-bullying.
Lopes (2005), aponta que “Essas ações visam uma conscientização geral,
indo desde o apoio às vítimas até a conscientização dos agressores sobre os seus
atos”.
As escolas podem repensar suas práticas, enxergar o que realmente está
faltando em seus alunos, perceber suas carências e criar ações que tratem das
emoções de seus discentes, de tal modo que estes sejam capazes de tornarem-se
adultos mais amorosos e menos preconceituosos, entendendo e aceitando as suas
diferenças e as dos seus pares. (LOPES, 2005, p.166).
A violência familiar, sofrida por crianças e adolescentes, também tem sido
motivo de grande preocupação dos educadores, pois “apesar de estar localizada,
quase sempre, fora dos muros escolares, tal forma de violência interfere
significativamente no cotidiano escolar”. (CANDAU, 1999, p. 35).
Estes fatores costumam prejudicar as relações sociais do aluno, influenciando
diretamente no seu desempenho escolar, principalmente com o aumento do nível de
desatenção às matérias e, consequentemente, queda no rendimento em relação aos
processos avaliativos.
O educador pode perceber as mudanças comportais da criança e,
dependendo da gravidade, tentar identificar as causas que impulsionam a violência.
Atos agressivos praticados por membros da família como, pai, mãe, tio, primo,
entre outros, podem ser um fator desencadeador para que o aluno passe a
internalizar e externalizar atos de agressividade no ambiente escolar. Se pensarmos,
principalmente na criança como um ser vulnerável e ainda dependente do auxílio e
da tutela adulta, os efeitos sobre ele podem ser mais fortemente marcantes,
ocasionando traumas para toda uma vida. Candau (1999).
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O aluno vítima de bullying pode vir a desenvolver fobia escolar, transtorno que
causa evasão e fracasso escolar, porque o trauma pelo qual ele passou dentro
desse local o impede de frequentar as aulas. A fobia escolar:
ruim dos seus trabalhos, “[...] Acreditamos que os professores deveriam ser
preparados para educar a emoção dos seus alunos”. Fante (2005).
Sobre a atuação do professor, ela reforça:
[...] caso ele não tome consciência de que está convivendo num ambiente
onde uma grave síndrome social se desenrola, poderá sofrer
consequências, aliás, esse é um tema inédito que precisa ser objeto de
pesquisa. Esperamos que, no menor espaço de tempo possível, tenhamos
no país professores que estejam a par desse tipo de comportamento
violento, sendo capazes de distingui-los dos comportamentos ditos normais
entre os alunos, contribuindo assim para fazer da escola o melhor lugar do
mundo, propício para o estudo e para o trabalho. (FANTE, 2005. Pag. 68).
maneira geral, apresenta atos que perduram por muito tempo e, portanto, não
podem ser considerados como brincadeira.
Convém ressaltar que os profissionais da escola precisam estar atentos
quando a abordagem aos alunos em relação à origem dos atos de bullying, pois é
necessário compreender o sujeito em sua totalidade e que frequenta os mais
diversos ambientes e grupos sociais. Dá-se a importância do psicólogo escolar
considerando o aluno como um ser da sociedade, familiar, escolar e com suas
singularidades e individualidades. É na escola que o aluno se socializa com outros
grupos, que desenvolve suas habilidades, descobre competências e se forma
enquanto cidadão desenvolvendo sua criticidade e opinião. Por isso, é nesse espaço
que também convém desenvolver estratégias que busquem o enfretamento do
bullying não somente no interior da escola, mas fora dela. Ressaltando a importância
da escola como espaço de formação e preocupação com o desenvolvimento do
outro, todos têm sua parcela de contribuição no enfrentamento desse problema:
[...] também é na escola o lugar onde os reflexos da sociedade fazem com
que se crie uma espécie de micro-organismo social, que tende a recriar a
sociedade em um espaço menor e isolado. A sociedade em geral é
agressiva e excludente, e esses fatores tendem a se repetir entre os jovens
no âmbito escolar. (PORFÍRIO, 2022).
Muita escola tem receio de lidar com esse problema e, por falta de
conhecimento, ainda o evitam, mas já se evoluiu um pouco através de alguns
trabalhos que já começaram a ser feitos, para se despertar a atenção de pais,
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professores e diretores, mas são poucos e a maioria das vítimas ainda sofre calada,
por medo de seus agressores.
Além de conhecer sobre o assunto para poder lidar com ele os responsáveis
pela escola terão que ter sensibilidade para saber ouvir, criar um laço de amizade e
confiança com o aluno para que ele se sinta à vontade em se abrir e contar o que
está incomodando, pois o medo de aumentar a perseguição assusta as vítimas
fazendo com que se calem. Silva destaca:
A pesquisa sobre o fenômeno, ao redor do mundo, aponta para o
crescimento do problema: estima-se que de 5% a 35% das crianças em
idade escolar estejam envolvidas em condutas agressivas no ambiente
educacional. Neste quadro estatístico, incluem-se tanto jovens vítimas de
violência quanto os próprios agressores (SILVA, 2010, p. 112).
Fante (2004) aponta que é preciso que nos coloquemos abertos ao diálogo e
estabeleçamos uma relação de confiança com vítimas e agressores: “Como é que
eu posso te ajudar?”, “Diga-me, vamos pensar juntos, o que nós podemos fazer para
resolver essa situação?”. Assim, auxiliamos os envolvidos na violência a encontrar
caminhos para a superação do problema.
Por certo, sem uma relação de confiança com os adultos, crianças ou
adolescentes não se sentirão seguros para resolver seus problemas, seja sendo
vítimas ou agressores. Esta mesma relação pode assegurar a participação efetiva
dos envolvidos em situação de bullying e daqueles que são expectadores para uma
reflexão sob seu papel. Neste contexto, professores e alunos podem organizar
momentos de discussão de seus próprios problemas, legislar sobre eles apontando
possíveis soluções (FANTE, 2004).
Quando ajudamos as crianças a falar de si mesmas, nós as ajudamos a tomar
consciência de sua existência e a construir suas representações de si (ou imagens,
como nos referimos no início de nossas discussões). Quando falam, as crianças têm
possibilidade de ressignificar os sentimentos e emoções presentes em si e
comunicando aos outros, ou mesmo à professora ou aos pais, têm possibilidades de
se autocontrolar e de se autoconhecer. (TOGNETTA, 2004).
Poderíamos enfim, nos perguntar: Qual a finalidade dessas ações? Digamos
que tais explicações podem finalizar essa presente discussão e elucidar enfim a
relevância dos sentimentos ao tratarmos da temática tão angustiante que é o
bullying: meninos e meninas que se conhecem têm autoridade sobre si mesmos;
têm condições de ter ao que aspirar. Se anteriormente afirmamos que uma virtude
depende de uma disposição do sujeito, da aspiração por ser melhor, e, se queremos
que nossos alunos e filhos vençam as situações de bullying, é preciso que lhes
ajudemos a encontrar um novo “sentido para a vida”. Somente pode dar um sentido
para a vida quem tem sonhos, desejos, admirações e aspirações respeitadas,
manifestadas. Essa será por certo, nossa maior contribuição para superar a
violência nas escolas. (LA TAILLE, 2002; TOGNETTA, 2005).
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divertem, se causa algum tipo de sofrimento, não pode ser considerado normal,
o bullying precisa ser levado à sério, precisa ser tratado, e suas vítimas
desenvolvem inúmeros problemas, em um momento de desespero podem chegar ao
suicídio. É necessário que os pais, responsáveis, professores e pessoas que
convivam com a criança ou adolescente, aprendam a identificar os sinais de
possíveis agressões que podem estar sofrendo, para que possam dar o suporte
necessário, a ajuda pode ser psicológica ou alguma intervenção que acabe com o
problema.
Atualmente ele já é definido como um problema de saúde pública e, por isso
mesmo, deve entrar na pauta de todos os profissionais que atuam na área
médica, psicológica e assistencial de forma mais abrangente. A falta de
conhecimento sobre a existência, o funcionamento e as consequências
do bullying propicia o aumento desordenado no número e na gravidade de
novos casos, e nos expõe a situações trágicas isoladas ou coletivas que
poderiam ser evitadas (SILVA, 2010. p. 14).
mil horas de atendimento presencial nas escolas. Também será prestado apoio
psicológico aos professores, funcionários e alunos.
Além desta medida que irá aproximar os profissionais da Educação e da
Segurança a fim ampliar a rede de proteção aos alunos de toda e rede pública
estadual de ensino, o governador Tarcísio de Freitas também estuda contratar
policiais da reserva para que eles fiquem de forma permanente nas escolas.
O PLACON (Plataforma Conviva) - instrumento de registro on-line, acessível
pelo http://portalnet.educacao.sp.gov.br) - como é chamado o sistema, é um dos
braços do programa Conviva SP, lançado após o massacre de Suzano, em 2019,
para “aprimorar a convivência na comunidade escolar”. O sistema foi criado para
receber diariamente registros de casos de violência nas escolas públicas — como
bullying, brigas, ameaças e assaltos. (CONVIVA, 2019)
Pensando na necessidade de se ter um histórico das ocorrências que
auxiliem no planejamento de ações, a Plataforma passa a ser integrada com a SED,
oferecendo uma melhor visualização e controle. Assim sendo, é possível visualizar
as ocorrências pela sed.educacao.sp.gov.br, no menu “Gestão Escolar”.
As informações são absolutamente confidenciais e protegidas nos termos da
lei, não cabendo a qualquer integrante da equipe repassar informações ou registros
para outros órgãos ou instituições. Lembrando que a cada escola é permitido
apenas a visualização dos registros de sua própria Unidade e à Diretoria de Ensino
é permitido a visualização de todas as escolas de sua jurisdição. (CONVIVA, 2019).
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REFERÊNCIAS
ABRAMOVAY, Miriam; RUA, Maria das Graças. (org.). Violência nas Escolas.
Brasília: UNESCO, 2002.
BEANE, Allan. Proteja seu filho do bullying: impeça que ele maltrate os colegas
ou seja maltratado por eles. Tradução: Débora Guimarães Isidoro, Rio de Janeiro,
RJ: Ed. BestSeller, 2010.
BRASIL. Lei nº 13277, de 29 de abril de 2016. Institui o dia 7 de abril como o Dia
Nacional de Combate ao Bullying e à Violência na Escola. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/_ato2015-2018/2016/lei/L13277.htm>. Acesso
em: 01 nov. 2023.
Bullying nas Escolas: Por que acontece e como prevenir? Disponível em:
<http://humanaeducacao.com/bullying-nas-escolas/>. Acesso em 14 de set. de 2023
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido, 17ª. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
1987. Disponível: < https://lelivros.love/book/download-pedagogia-do-oprimido-
paulo-freire-em-epub-mobi-e-pdf/>. Acesso em: 23 ago. de 2023.
SANTOS, Antônio Clarét Maciel. Código Penal. Org.; Coord. Dulce Eugenia de
Oliveira. São Paulo: Saraiva, 1999.
SILVA, A.B.B. Bullying. Mentes perigosas na escola. 2ª ed. São Paulo: Globo,
2015.
SILVA, Ana. Beatriz. Barbosa. Bullying: mentes perigosas nas escolas. Rio de
Janeiro: Objetiva, 2010.