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MERCADO CADERNO ESPECIAL

Construção civil e Redes subterrâneas


indústria movimentam estão no foco das
segmento de canaletas empresas americanas

A N O 19
N º 216
ELÉTRICA, ENERGIA, ILUMINAÇÃO, AUTOMAÇÃO,
SUSTENTABILIDADE E SISTEMAS PREDIAIS
Multiplataforma

RETROSPECTIVA 2023
E PERSPECTIVA 2024

O BALANÇO DE 2023 E AS
PREVISÕES DE DESEMPENHO
PARA 2024 ENGLOBANDO A
INDÚSTRIA ELETROELETRÔNICA,
A INDÚSTRIA DE ENERGIA
EÓLICA, O SETOR SOLAR
FOTOVOLTAICO E A INDÚSTRIA DE
ILUMINAÇÃO

ARTIGO. Confira como funciona um para-raios, quais são as vantagens de instalar o


equipamento em uma edificação e quais elementos compõem um sistema de proteção
contra raios
SUMÁRIO

16

MATÉRIA DE CAPA
O faturamento do setor eletroeletrônico deverá atingir R$ 204,3 bilhões no ano de 2023, resultado 6%
abaixo do realizado em 2022. Trazemos também o balanço e as perspectivas para as indústrias eólica, solar
fotovoltaica e de iluminação.

OUTRAS SEÇÕES 66 MERCADO 80 CADERNO REDES


03 › AO LEITOR Fabricadas em plástico ou metal, as SUBTERRÂNEAS
04 › HOLOFOTE canaletas constituem um item essencial As redes subterrâneas de energia elétrica
74 › ARTIGO APLICACIONES
para o correto encaminhamento e proteção figuram entre os planejamentos de longo
dos fios e cabos em uma instalação prazo da maioria das concessionárias de
96 › ARTIGO REGULAMENTA-
ÇÃO DA ENGENHARIA elétrica. Esse mercado apresenta boas energia elétrica nos Estados Unidos.
NO BRASIL perspectivas de crescimento.
98 › ARTIGO EVOLUA
ENERGIA

100 › A
 RTIGO MITSUBISHI
ELECTRIC

102 › ARTIGO ENGETRON

104 › VITRINE

86 ARTIGO 94 ARTIGO
HÉLIO SUETA SCHMERSAL
Nesta segunda parte do artigo, um grupo Segurança é a palavra-chave para uma
de renomados especialistas apresenta empresa que se preocupa com a saúde
uma proposta de proteção contra e o bem-estar de seus colaboradores,
descargas atmosféricas diretas em inclusive quando o ambiente conta com
tanques de combustíveis cobertos com máquinas industriais. Afinal, quanto custa
Domo Geodésico de Alumínio. não investir em segurança de máquinas?

POTÊNCIA 2
EDITORIAL
EXPEDIENTE

Multiplataforma
Fundadores:
Elisabeth Lopes Bridi
DESTAQUES DA EDIÇÃO
Habib S. Bridi (in memoriam) O ano está chegando ao fim e o momento é de balanço. Também é hora de
ANO XIX • Nº 216
traçar os planos para o próximo período.
DEZEMBRO'23 Nossa matéria de capa traz uma análise de 2023 e quais são as perspectivas
Publicação mensal da HMNews Editora
para 2024 na indústria eletroeletrônica, na área de energia eólica, na indústria de
e Eventos, com circulação nacional, dirigida iluminação e na área solar fotovoltaica.
a indústrias, distribuidores, varejistas, home
centers, construtoras, arquitetos, engenharias,
instaladores, integradores e demais profissio- O faturamento do setor eletroeletrônico deverá atingir R$ 204,3 bilhões no ano
nais que atuam nos segmentos de elétrica,
iluminação, automação e sistemas prediais.
de 2023, resultado 6% abaixo do realizado em 2022 (R$ 218,2 bilhões). As expec-
tativas são de melhora no desempenho da indústria eletroeletrônica para 2024,
Diretoria porém, permanecem as incertezas em relação ao cenário interno e internacional,
Hilton Moreno
Marcos Orsolon o que deverá manter os empresários cautelosos.
Pietro Peres
Existem alguns fatores que estão gerando expectativas favoráveis para 2024,
Redação
Diretor de Redação: Marcos Orsolon
com destaque para a Reforma Tributária, muito esperada pelos empresários do se-
Editor: Paulo Martins tor, que deverá aumentar a competitividade da indústria, reduzindo a complexida-
Jornalista Responsável: Marcos Orsolon
(MTB nº 27.231) de do sistema tributário do país e desonerando as exportações e os investimentos.
Departamento Comercial O faturamento do setor eletroeletrônico deverá somar R$ 208 bilhões em
Cecília Bari e Rosa M. P. Melo
2024, crescimento de 2% em relação a 2023.
Gestor de Eventos
Décio Norberto No segmento de eólica onshore o país alcançou marcos importantes. Atingi-
mos mil parques eólicos em operação no Brasil e batemos recorde de instalação
Gestora Administrativa
Maria Suelma anual com 4,4GW, chegando à capacidade instalada de 30 GW. Para 2024 é espe-
Produção Visual e Gráfica
rado um crescimento na média de 4GW.
Estúdio AM
A fonte solar adicionou 9,5 GW de potência instalada no ano, ultrapassando
Contatos Geral 34,9 GW acumulados até novembro de 2023. As projeções da ABSOLAR para
Rua Jequitibás, 132 - Bairro Campestre
Santo André - SP - CEP: 09070-330 2024 indicam um acréscimo de aproximadamente 9,4 GW de potência na matriz
contato@hmnews.com.br
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elétrica brasileira, totalizando 46,5 GW.

Redação Por fim, o setor de iluminação deve fechar 2023 com faturamento de R$ 8 bi-
redacao@hmnews.com.br lhões. As perspectivas para 2024 são de atingir um faturamento de R$ 8,65 bilhões.
Fone: +55 11 99344-3166

Comercial
Tomara que as boas previsões se confirmem e daqui a um ano possamos voltar
publicidade@hmnews.com.br a comemorar os resultados positivos.
F. +55 11 4421-0965
Boa leitura e até a próxima edição.
Fechamento Editorial: Boas Festas!
20/12/2023
Circulação:
21/12/2023
Conceitos e opiniões emitidos por entrevis-
tados e colaboradores não refletem, necessaria-
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ORSOLON MORENO

POTÊNCIA 3
HOLOFOTE CLIQUE
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E VOLTE AO
SUMÁRIO
Ourolux investe em unidade de
produtos Solar
A Ourolux, líder do mercado de iluminação nos supermercados brasileiros, investe R$ 100 milhões em sua unidade
fotovoltaica, mirando um crescimento da representação do setor na receita da empresa. Os produtos – com foco em
sustentabilidade e economia energética – foram responsáveis por um salto de 122% no faturamento da companhia
em 2022, alcançando a cifra de R$ 219 milhões.
Hoje, cerca de 40% do que a companhia gera é proveniente das vendas da unidade de produtos fotovoltaicos e a
projeção é que esse percentual chegue a 70% até 2026. No ano passado, foram quase 6 mil pedidos. No primeiro se-
mestre deste ano, os projetos concretizados chegaram a 3 mil. Os produtos incluem geradores solares, módulos, inver-
sores, conectores e acessórios para atender necessidades de cada projeto. A companhia tem mais de 250 colaboradores
diretos, passando de 22 vendedores para 50 e 90 representantes para a área de negócios Solar.
“Nossos investimentos em energia solar demonstram uma busca por atender demandas de um mercado que se
reinventa a cada dia. Temos ainda a missão de contribuir com a preservação de recursos por meio da consolidação de
projetos sustentáveis e responsáveis. Seguimos com o conceito de fortalecer nosso portfólio de forma alinhada com
as necessidades de nossos clientes e da sociedade”, explica Rafael Carneiro, diretor Comercial de Solar da Ourolux.
Reconhecimento Procel
O módulo fotovoltaico 550W Ourolux foi reconhecido com o selo Procel de Economia de Energia, criado pelo Pro-
grama Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel) do Ministério de Minas e Energia do Brasil.
A certificação é concedida pelo INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia), após avalia-
ção de diversos fatores, como a potência do produto e o consumo de energia em diferentes situações de uso. Recebem
a validação as marcas que consomem menos energia elétrica para desempenhar a mesma função.
O selo apoia os consumidores na identificação de produtos mais eficientes em termos energéticos e que colaboram
com o meio ambiente, pois a redução do consumo de energia elétrica diminui a demanda por geração de energia, que
muitas vezes é obtida através de fontes poluentes. Os testes são renovados periodicamente, garantindo que os itens
atendam as normas de sustentabilidade e economia ao longo do tempo.

Alubar recebe selo Pró-Ética da CGU


Pela quarta vez, a Alubar recebe o reconhecimento Empresa Pró-Ética, concedido pela Controladoria-Geral da
União (CGU), em parceria com o Instituto Ethos. O reconhecimento foi concedido em São Paulo, no dia 30 de novem-
bro, Dia da Integridade Empresarial. O evento teve como objetivo conscientizar o setor privado sobre a importância
de identificar e combater atos de fraude e corrupção. Outras 83 empresas foram aprovadas no Pró-Ética 2022-2023.
O selo é destinado às empresas alinhadas às melhores práticas de conformidade e medidas de enfrentamento à
corrupção e fraude. A Alubar é a maior fabricante de cabos elétricos de alumínio da América Latina e a maior do con-
tinente na produção de vergalhões de alumínio e esteve representada no evento por Fernando Nakazato, membro do
Conselho de Administração; o CEO Maurício Gouvea; André Cruz, diretor de Auditoria Interna e Compliance; e Mau-
rício Corona, diretor Comercial de Cabos.
O processo de reconhecimento como empresa Pró-Ética avalia critérios como apoio da alta administração, comuni-
cação e treinamentos, monitoramento e auditorias, código de conduta e política de Compliance. A Alubar conquistou
esse reconhecimento por quatro edições consecutivas: 2017, 2018/2019, 2020/2021 e agora em 2022-2023.

POTÊNCIA 4
HOLOFOTE

Foto: Divulgação/Rafael Medelima


A iniciativa, criada em 2010, busca promover no país um ambiente corporativo mais íntegro e transparente. O re-
sultado deste reconhecimento atesta não apenas a performance do Programa de Integridade do Grupo Alubar, como
também a sua evolução ao longo dos anos. “Esse prêmio reflete nosso compromisso contínuo com a integridade, trans-
parência e combate à corrupção. Agradecemos a todos os colaboradores e lideranças que tornaram essa conquista
possível. Juntos, reforçamos nosso compromisso com altos padrões éticos e a construção de um ambiente empresarial
mais íntegro”, afirma o diretor de Auditoria Interna e Compliance do Grupo Alubar, André Cruz.

Leilão da Aneel
Com lance de R$ 1.936.529.074,68, com deságio de 39,90% em relação a oferta inicial, a State Grid Brazil Holding
arrematou o Lote 1 completo do Leilão de Transmissão 2/2023 realizado em dezembro pela Aneel, na sede da B3, em
São Paulo. A proposta vencedora atende às especificações do edital da Aneel e corresponde à construção, operação e
manutenção do Sistema de Transmissão 800 kV em Ultra-Alta Tensão Corrente Contínua (UATCC), interligando as su-
bestações de Graça Aranha (MA) e Silvânia (GO). O trajeto da LT se estende por 1.468 km, passando pelos estados de
Maranhão (MA), Tocantins (TO) e Goiás (GO).
A LT Graça Aranha-Silvânia e as conversoras de Graça Aranha e Silvânia integram o conjunto do Lote 1 que, por
sua vez também inclui outros trechos de LTs de 500 kV e equipamentos de compensação síncrona. O conjunto tem a
função de fortalecer todo o sistema energético, ajudando a garantir que qualquer demanda de carga seja suprida por
qualquer ponto de geração em todo o país.
“Esta conquista nos permite intensificar a cooperação tecnológica e a sinergia entre China e Brasil. Com este em-
preendimento, a State Grid amplia sua presença no Brasil, reforçando sua perspectiva de atuação de longo prazo, cien-
te e comprometida com a qualidade dos serviços essenciais que presta à sociedade brasileira, transmitindo energia
gerada por fontes limpas e renováveis, trazendo mais segurança ao Sistema Interligado Nacional (SIN)”, destacou o
Chairman da State Grid Brazil Holding (SGBH), Sun Tao.
O vice-presidente da SGBH, Ramon Haddad, acrescentou: “Com o histórico das implantações bem-sucedidas das
inovadoras linhas de transmissão da BMTE e XRTE, a State Grid Brazil agora assume nova missão nesta jornada rumo
a um futuro de mais sustentabilidade para o SIN. Estamos capacitados para vencer este novo desafio e orgulhosos por
mais esta conquista. Novamente, teremos a oportunidade de realizar um empreendimento que, além dos benefícios
que trará ao Sistema Interligado Nacional, vai gerar empregos no setor elétrico e movimentar a economia dos Estados
e dos Municípios envolvidos”.

POTÊNCIA 5
HOLOFOTE

BYD inaugura laboratório de P&D


Focada em fortalecer cada vez mais o mercado de energia limpa no Brasil, a greentech BYD dá um novo passo
no setor ao investir mais de R$ 6 milhões em um novo laboratório de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). Localizado
em Campinas (SP), será o primeiro da América Latina a estudar todo o ciclo da produção dos módulos fotovoltaicos
desde o beneficiamento do minério de silício – principal matéria-prima. Dessa forma, a BYD totaliza mais de R$ 65
milhões de investimento em P&D no setor fotovoltaico no Brasil.
A grande aposta da BYD no Brasil e no mundo é na criação de soluções sustentáveis amparadas por pesquisas. A
empresa acredita na prosperidade no mercado de energia e que o país possa ter autonomia completa neste segmento.
“Essa iniciativa só comprova que o Brasil tem o potencial de ser autossuficiente na produção de módulos foto-
voltaicos, pois foi o 3° maior exportador de silício do mundo em 2022. O nosso objetivo é estimular e fortalecer a
produção em território nacional, com pesquisa e desenvolvimento diretos do Brasil”, afirma Rodrigo Garcia, gerente
de P&D da BYD Energy.
Com um escopo completamente novo e uma estrutura muito mais complexa, o laboratório pretende aumentar o
número de colaboradores que vão integrar a equipe de pesquisa e desenvolvimento da BYD. Além disso, esse é um
reforço do compromisso da empresa em trazer não apenas suas principais soluções para o mercado brasileiro, mas
também toda a execução de P&D dessas tecnologias.
A cerimônia de inauguração do laboratório aconteceu no dia 15 de dezembro na BYD, em Campinas, e contou
com cerca de 250 convidados, entre eles, representantes da marca e autoridades do poder público. Estiveram presen-
tes Stella Li, vice-presidente executiva global da BYD, Tyler Li, CEO da BYD Brasil, Dário Saad, prefeito de Campinas,
e Felício Ramuth, vice-governador de São Paulo.
Durante o evento, a BYD também anunciou que trará ao Brasil o Battery Service Center, que servirá como suporte
para todas as operações que envolvam os produtos que utilizam baterias BYD no país e em toda a América Latina.
Esta operação garantirá serviço de excelência para toda a região. A BYD também confirmou que vai ampliar sua atu-
ação no Brasil dando início à comercialização de carregadores rápidos para veículos eletrificados.
Histórico
Neste ano, a BYD atingiu o marco de 2,3 milhões de módulos fotovoltaicos fabricados no Brasil. Parte do recurso
investido em P&D no país é direcionada a estudos realizados em parceria com as principais universidades e institu-
tos do Brasil, como Unicamp, Unesp, CTI Renato
Foto: Divulgação

Archer, UFSC, Instituto Eldorado, entre outros.


A BYD já investiu R$ 7 milhões em equipa-
mentos para sua usina própria, que conta com
uma estação meteorológica completa e dedicada
ao estudo dos mais diversos tipos de módulos
fotovoltaicos em solo tropical. A estação fornece
dados a um sistema supervisório central através
de um software responsável por unir todas as
informações que são monitoradas remotamente.
O centro de P&D brasileiro da BYD já desen-
volveu os seguintes módulos fotovoltaicos: M7K,
MBK, MGK, MGTK, MGBK, MLK, LTK, MSK, Har-
pia, HJT, APV e BIPV.

POTÊNCIA 6
HOLOFOTE

COP 28
O compromisso de triplicar o uso de energias renováveis no mundo e de duplicar a eficiência energética até 2030,
conforme documento assinado na COP28, realizado em Dubai, nos Emirados Árabes, traz uma grande oportunidade para
o Brasil se posicionar como liderança e protagonista neste processo, a partir de seus vastos recursos naturais renováveis.
A avaliação é da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR). Para a entidade, que participou
de uma série de eventos, encontros e debates ao longo da COP 28, representada pelo seu conselheiro Rodrigo Pedro-
so, o acordo reconhece o papel estratégico das energias renováveis na redução de emissões de gases de efeito estufa
e no combate às mudanças climáticas.
Um dos pontos de atenção, segundo a ABSOLAR, é a ausência de um compromisso explícito de eliminação gra-
dativa dos combustíveis fósseis. Na visão da entidade, este cenário não é insuficiente para limitar o aumento da tem-
peratura global, ameaçando intensificar eventos climáticos extremos e os danos decorrentes do aquecimento global.
A entidade espera que os compromissos assumidos pelos países evoluam na COP 29, no Azerbaijão, em 2024.
“As fontes renováveis, em especial a solar fotovoltaica, saem muito fortalecidas da COP 28, com um compromisso
claro dos governos de 119 países, de ampliar o seu uso ainda nesta década. Sem as renováveis, a meta de manter
em 1,5º C o aquecimento do planeta, conforme determinado no próprio Acordo de Paris, de 2015, seria inatingível”,
destaca Pedroso.
“Nesta COP 28, ficou evidente que muitos países planejam estar, em décadas, num patamar de desenvolvimento
de fontes renováveis que o Brasil já possui hoje. Além disso, foi consenso que a Amazônia é um dos maiores ativos
ambientais do Brasil e precisa transformar este potencial em desenvolvimento socioeconômico para a região e suas
populações”, complementa.
Para o presidente-executivo da ABSOLAR, Rodrigo Sauaia, diante do acordo assinado na COP 28, a entidade e o
setor solar brasileiro estão comprometidos e prontos para acelerar a descarbonização do Brasil. “Com a combinação
das tecnologias sustentáveis solar fotovoltaica, armazenamento de energia elétrica e hidrogênio verde podemos, em
pouco tempo, impulsionar o desenvolvimento social, econômico e ambiental, com a geração de milhares de novos
empregos verdes, trazendo mais renda para os trabalhadores e a população”, conclui Sauaia.
Indicadores da energia solar no Brasil
O País acaba de ultrapassar a marca de 36 gigawatts (GW) de potência instalada da fonte solar fotovoltaica, so-
mando as usinas de grande porte e os sistemas de geração própria de energia em telhados, fachadas e pequenos
terrenos, o equivalente a 16,3 % da matriz elétrica nacional.
Desde 2012, a fonte solar já trouxe ao Brasil mais de R$ 174,3 bilhões em novos investimentos, mais de R$ 48,7
bilhões em arrecadação aos cofres públicos e gerou cerca de 1,1 milhão de empregos acumulados. Com isso, também
evitou a emissão de 44 milhões de toneladas de CO2 na geração de eletricidade.

Crea-SP confere posse à


primeira mulher na Presidência
Os quase 90 anos de história do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de São Paulo (Crea-SP)
foram marcados, no dia 14 de dezembro, por um momento único e histórico: a posse da primeira mulher eleita para
presidir a autarquia. A engenheira civil Lígia Marta Mackey assume o cargo apenas em 1º de janeiro para a gestão de
2024 a 2026, mas já soma apoios entre profissionais registrados, entidades de classe e poder público.

POTÊNCIA 7
HOLOFOTE

“Estar aqui, sendo empossada como a primeira mu-


lher eleita em 89 anos de Crea-SP, é um grande desafio
para mim”, discursou. “Espero inspirar outras profissio-
nais que desejam e precisam assumir cargos de liderança
a acreditarem em seus potenciais”. A nova presidente do
Conselho paulista falou ainda da sucessão ao mandato
do atual presidente Vinicius Marchese. “A data de hoje
tem um outro significado muito especial. É o reconheci-
mento do trabalho que vem sendo realizado há sete anos

Foto: Divulgação
e precisa ter continuidade”, defendeu Lígia.
Marchese assumirá, também em janeiro, a Presidência
do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea). Ele foi diplomado em Brasília, e na ocasião, contou como
foi a campanha em que percorreu todos os estados brasileiros e Distrito Federal. “Podem ter certeza que o Confea
será pautado com base nesse conhecimento para que essa estrutura, que precisa elevar o nível de prestação de ser-
viço aos profissionais, alcance verdadeiramente a sociedade”. Ter em São Paulo alguém de sua confiança contribuirá
para isso. “É muito melhor para todo mundo quando trabalhamos em um espírito de entrega e de coletividade”, afir-
mou o engenheiro.
Além deles, também foram empossados, em Brasília, os conselheiros federais engenheiro Daniel Montagnoli Ro-
bles, como titular, e geólogo Ronaldo Malheiros Figueira, como suplente, que representarão São Paulo no Plenário do
Confea. Na capital paulista, quem mais tomou posse dos cargos, em reeleição, foi a diretoria da Caixa de Assistência
aos Profissionais do Crea-SP (Mútua-SP), composta pelos engenheiros Renato Archanjo de Castro, diretor geral; Cláu-
dia Aparecida Ferreira Sornas Campos, diretora financeira; e Ronaldo Florentino dos Santos, diretor administrativo.

EDP apresenta Plano Verão 2023/2024


Diante de um cenário de eventos climáticos cada vez mais severos, potencializado pelo fenômeno natural El Niño,
a EDP, distribuidora de energia elétrica de Guarulhos, Alto Tietê, Vale do Paraíba e Litoral Norte, apresenta seu pla-
no estratégico de atuação para reduzir os impactos das tempestades de verão no sistema elétrico nas cidades que
integram sua área de concessão.
O evento que oficializou o início do Plano Verão 2023/2024, aconteceu dia 14 de dezembro, em São Sebastião,
cidade que enfrentou em fevereiro uma tragédia climática, com o maior volume de chuva já mapeado no Brasil em
um único dia.
O planejamento da EDP foi construído com base nas melhores práticas utilizadas no enfrentamento das mais
diversas contingências enfrentadas ao longo de 2023, com destaque às ocorrências em São Sebastião e à passa-
gem de ciclones extratropicais e faixas de instabilidade climáticas pela área de concessão em São Paulo. Somado
a isso, de acordo com análise da Organização Meteorológica Mundial, o El Niño seguirá com forte intensidade até
abril de 2024, o que poderá provocar eventos extremos como chuvas fortes, vendavais e ondas de calor. A Clima-
tempo destaca ainda que frentes frias vão atuar no sul, litoral e leste de São Paulo, causando maior variação térmi-
ca, principalmente, em dezembro.
Investimentos
O Plano Verão da EDP compõe o investimento realizado de R$ 815 milhões ao longo do ano, com obras de in-
fraestrutura energética, substituição e instalação de redes mais robustas e resilientes, melhorias e modernização
de equipamentos, implantação de novas tecnologias e sistemas automatizados. “A EDP tem executado recordes

POTÊNCIA 8
HOLOFOTE

de investimentos para tornar suas redes mais inteligentes, digitalizadas e automatizadas, o que permite uma gestão
operacional mais ágil e segura do sistema, principalmente, em situações críticas com alto volume de ocorrências”,
destaca Dyogenes Rosi, vice-presidente da EDP.
A infraestrutura energética para acompanhar o crescimento das cidades também foi ampliada e reforçada nos
últimos anos. A EDP construiu, ampliou e colocou em operação 10 novas subestações de energia nos últimos quatro
anos. As subestações permitem mais confiabilidade e qualidade no atendimento à população, pois elevam a capaci-
dade do sistema energético local, além de trazer mais flexibilidade operativa.
A tecnologia do Centro de Operações Integrado (COI) da EDP, que completa um ano e meio de operação com sua
nova estrutura, é aliada para garantir a redução do impacto aos clientes em possíveis ocorrências, a partir do uso
da automatização, que permite manobras no sistema de forma remota. Para ampliar a inteligência da rede de dis-
tribuição também foram realizados investimentos entre 2022 e 2023, com a instalação de 814 novos equipamentos
de religação automática do sistema (self-healing), que atualmente beneficiam 85% dos clientes de toda a área de
concessão. Essa tecnologia é imprescindível para religar e seccionar, instantaneamente, trechos da rede com defeito,
isolando o local da ocorrência e, assim, reduzindo significativamente o impacto na região.
Principalmente em momentos de eventos climáticos severos, com chuvas e ventos, o sistema elétrico é fortemente im-
pactado por agentes externos, principalmente a vegetação. Por conta disso, a Companhia atua com trabalho preventivo de
poda de árvores sobre as redes elétricas. Durante o ano foram realizadas mais de 405 mil podas nas cidades de concessão,
visando minimizar este impacto. O trabalho é realizado por equipes especializadas e seguem critérios de meio ambiente.
Além disso, a parceria entre EDP e prefeituras amplia a eficácia da atuação, garantindo mais segurança à população.
Reforço operacional
Até o final de março, a EDP, por meio do Plano Ve-
rão, estará com reforço na mobilização de equipes téc-
nicas em campo e no COI. Vale destacar também o for-
talecimento da parceria com a Climatempo, prefeituras
e órgãos como Defesa Civil e Corpo de Bombeiros para
o melhor planejamento e execução de serviços preven-
tivos e emergenciais.
No caso de elevação do nível de criticidade da ope-
ração, a Companhia atua com um plano de priorização
no atendimento a ocorrências que envolvam hospitais,
postos de saúde, unidades de segurança pública e servi-
Foto: Divulgação

ços essenciais, como escolas, creches, asilos e casos que possam oferecer risco à vida, além dos clientes cadastrados
como dependentes de equipamento elétrico para a sobrevivência. Para isso, são estabelecidos níveis diferentes de
criticidade que poderão permitir uma mobilização cada vez maior conforme a necessidade.
Com relação aos canais de relacionamento, atualmente, 89% dos atendimentos da Companhia são realizados
pelos canais virtuais, site www.edp.com.br e aplicativo EDP Online. Porém, em momentos de grande volume de
ocorrências, os clientes buscam também o Call Center, pelo 0800 721 0123, para registrar as suas demandas e, por
isso, durante o Plano Verão, a Companhia reforça o efetivo de atendentes em 25%.
“Trabalhamos de forma contínua para garantir a máxima segurança e excelência no serviço prestado aos nossos
clientes. Entendemos que já estamos sendo afetados pelos eventos climáticos severos e estes serão cada vez mais
presentes. Estamos com toda nossa dedicação e empenho visando minimizar estes impactos e o Plano Verão chega
para trazer mais robustez e integração das iniciativas já praticadas pela Companhia em momentos de contingência”,
destaca o vice-presidente de Distribuição da EDP, Dyogenes Rosi.

POTÊNCIA 9
HOLOFOTE

Detronic Energia lança


produto social Luz do Bem
A Detronic, especializada em soluções de energia renovável, está lan-

Foto: Divulgação
çando o produto social “Luz do Bem”, por meio do qual assinantes do
serviço de energia solar da empresa contribuem simultaneamente para a
preservação do meio ambiente e para o desenvolvimento social. Ao fazer
a adesão, os consumidores podem direcionar 10% do valor do boleto Luz
do Bem para instituições de caridade.
O programa tem uma abordagem que combina o uso de energia re-
novável com a responsabilidade social. O “Luz do Bem”, explica André
Barreto, CEO da Detronic, gera conexão entre dois compromissos muito
importantes para a empresa – a responsabilidade ambiental e a social.
“Ao aderir ao programa, o cliente contribui para reduzir a emissão de to-
neladas de CO2 na atmosfera e faz a diferença na vida de pessoas em
situação de vulnerabilidade social, apoiando ações que promovem o de-
senvolvimento e bem-estar da comunidade”, destaca ele.
Diversas instituições serão beneficiadas pelo “Luz do Bem”. Entre elas,
está o projeto Nave, que oferece educação, cultura, arte e esporte para
centenas de crianças de baixa renda de Contagem (MG). “O apoio à edu-
cação de qualidade é fundamental para a transformação que tanto almejamos. Com cada doação, com cada ato de
apoio, potencializamos a mudança para um futuro com mais oportunidades”, ressalta o executivo.
Com compromisso social e ações concretas, a Detronic Energia reforça sua posição como uma empresa que não
apenas atende às demandas do mercado, mas que também desempenha um papel ativo na promoção de um am-
biente mais favorável para todos. “Acreditamos que, ao adotarmos práticas que transformam vidas, podemos criar um
impacto significativo em nosso planeta e, ao mesmo tempo, proporcionar benefícios reais para nossos clientes, para
as comunidades e o mundo em geral. Nosso propósito é promover uma mudança positiva na sociedade”, conclui o
CEO da Detronic.
Saiba mais sobre o Luz do Bem
Quem pode aderir?
Qualquer pessoa física ou jurídica assinante do plano de energia solar da Detronic Energia.
Como é feita a adesão?
Para fazer parte do Luz do Bem basta acessar o site https://detronicenergia.com/luz-do-bem/ preencher o
formulário e, posteriormente, assinar o termo de adesão on-line. Não há taxa de adesão.
Como será o processo de pagamento da conta de luz?
O consumidor continuará recebendo a fatura de energia com as taxas mínimas obrigatórias (Taxa de iluminação
pública, PIS/Cofins, taxa de disponibilidade), e passa a receber o boleto Luz do Bem com o consumo de energia e 10%
do valor da fatura será automaticamente destinado aos projetos sociais apoiados pelo “Luz do Bem”.
Para mais informações sobre o programa e como participar, visite o website: https://detronicenergia.com/
luz-do-bem/

POTÊNCIA 10
HOLOFOTE

Rede Graal e ABB impulsionam rede de


recarga de veículos elétricos
Em breve, uma revolução elétrica chegará à Rede Graal, graças à parceria entre ABB
Eletrificação e o Grupo Graal. Dez eletropostos ultrarrápidos e 31 carregadores semirrápi-
dos da ABB serão instalados nas unidades Graal em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janei-
ro, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Com essa colaboração, a Rede Graal oferece aos motoristas de veículos elétricos a con-
veniência da recarga ultrarrápida, capaz de abastecer um veículo em menos de 30 minutos,

Foto: Divulgação
ou a opção de carregar dois veículos simultaneamente nos carregadores ABB Terra 124CC.
Essa tecnologia de ponta é a mesma usada no emocionante Campeonato ABB FIA Fórmula E.
Os carregadores ABB Terra 124CC são capazes de recarregar um veículo elétrico em
120kW@920VDC, ou dividir essa potência entre dois veículos.
Além disso, você também terá acesso a carregadores semirrápidos AC Terra AC wallbox
de 22kW, com uma experiência de usuário aprimorada.
Toda a infraestrutura é baseada em padrões internacionais e normas brasileiras, garantindo
uma solução confiável e segura. Além disso, os carregadores ABB oferecem conectividade à inter-
net e ferramentas de gerenciamento na nuvem, tudo monitorado pelo Grupo Graal e seus parceiros.
“Essa é a mesma tecnologia que impulsiona o ABB FIA Fórmula E, o primeiro Campeonato Mundial de automobi-
lismo totalmente elétrico, e agora ela está ao alcance dos motoristas brasileiros. A ABB é uma líder global em infraes-
trutura para veículos elétricos e já vendeu mais de 1 milhão de carregadores em todo o mundo”, diz Wilson Morais,
diretor de produtos e soluções da divisão E-Mobility da ABB.
“Com a crescente adoção de veículos elétricos no Brasil, estamos comprometidos em expandir nossa rede de re-
carga para atender às necessidades de mobilidade sustentável. O futuro da mobilidade elétrica está chegando com
força, e estamos orgulhosos de fazer parte desse movimento”, afirma Nivaldo Junior, gerente de novos negócios do
Grupo Graal.

TIM supera marca de 100 usinas de


energia renovável
Foto: Divulgação

A TIM superou uma importante meta dentro


de sua jornada ESG com o início das operações de
sua 101ª usina de energia renovável – a expecta-
tiva inicial da companhia, anunciada em maio, era
ter 100 unidades até o fim de 2023. Localizada em
Brasília, a nova planta amplia ainda mais o projeto
de geração distribuída da operadora, que promove
o abastecimento da rede com a utilização de usi-
nas de fontes renováveis arrendadas de parceiros.
Agora, a companhia chega a uma produção que representa 54% do consumo total da empresa.

POTÊNCIA 11
HOLOFOTE

Essa autogeração é complementada com aquisição no mercado livre e compra de certificados de energia renovável
(I-RECs) para manter – desde 2021 – o patamar de 100% de energia limpa no seu consumo total. Como explica Bruno
Gentil, VP de Recursos Corporativos da TIM, a ideia é depender cada vez menos dessa ‘complementação’, apostando
na ampliação do número de usinas: “queremos ser a operadora com maior índice de autogeração de energia renová-
vel e estamos caminhando para isso. Agora, ultrapassamos mais de 100 unidades que alimentam nossas operações
em diferentes Estados, com predominância de plantas solares, liderando os avanços em geração distribuída de ener-
gia no setor de telecomunicações e comprometidos com a agenda ESG da companhia”.
Atualmente, a TIM mantém usinas em 22 Estados e no Distrito Federal, com geração de 31,7 GWh mensais, o sufi-
ciente para abastecer 17,5 mil antenas. A operadora tem priorizado a energia solar, que representa cerca de 80% do total
da planta, e conta também com usinas hídricas e de biogás. São mais de 20 parceiros envolvidos, incluindo a Faro Ener-
gy, que opera mais de 40 usinas com a TIM, incluindo a recém-lançada em Brasília, com produção de 1.308 MWh/ano.
Essas parcerias não apenas fortalecem o compromisso da TIM na implementação de práticas sustentáveis, como
também podem beneficiar as comunidades onde as plantas estão localizadas. Desenvolvida principalmente para ali-
mentação de torres e antenas, a produção dessa energia é injetada na rede da distribuidora local. Além disso, o pro-
jeto incentiva a criação de postos de trabalho, voltados para a construção e a manutenção das usinas. Estimativa da
Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) diz que cada megawatt de energia solar instalada de-
manda uma força de trabalho de 30 novos empregos.

Mitsubishi Electric do Brasil conquista


certificação LEED Gold
A Mitsubishi Electric reforça seu compromisso com as iniciativas de ESG ao obter a certificação LEED Gold para
seu escritório em Barueri, na Grande São Paulo. Este reconhecimento atesta não apenas o empenho em práticas
construtivas ambientalmente responsáveis, mas também a eficiência energética e o design sustentável incorporados
em todo o espaço.
O GBC (Green Building Council), por meio de seus diversos programas de certificação, incluindo o reconhecido
LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), visa incentivar a indústria da construção a adotar padrões
que contribuam para a preservação do meio ambiente e para a criação de espaços mais saudáveis e eficientes. Essas
certificações, como o LEED, estabelecem critérios rigorosos relacionados à eficiência energética, uso racional de re-
cursos, qualidade do ar interno, inovação e práticas sustentáveis de construção.
As soluções implementadas desempenharam um papel fundamental na conquista deste selo: o sistema de automação
predial Genesis64 (BMS/SCADA); gerenciamento de energia EcoWebServer; medição de energia com os multimedidores
Foto: Divulgação

POTÊNCIA 12
HOLOFOTE

EcoMonitorPlus/ME96, solução Jet Towel e ar-condicionado e climatização Mitsubishi Electric que priorizam o uso ra-
cional de energia. Já em relação ao conforto, pesquisa realizada internamente com os colaboradores indica que mais
de 93% dos ocupantes do escritório estão satisfeitos ou muito satisfeitos com as instalações e ambiente de trabalho.
“A conquista da certificação LEED comprova a eficiência das nossas soluções em automação e eficiência energé-
tica, e como elas podem ser implementadas em todos os tipos de aplicações, incluindo as edificações. E, claro, não
podíamos deixar de fazer o ‘dever de casa’, trazendo para o nosso escritório todas as inovações que contribuem para
diminuir o impacto no meio ambiente, para o bem-estar dos funcionários e da sociedade”, diz Fabiano Lourenço, pre-
sidente da Mitsubishi Electric do Brasil.
A Mitsubishi Electric continua liderando não apenas em inovação tecnológica, mas também na criação de am-
bientes de trabalho que refletem seu compromisso com o equilíbrio entre desempenho empresarial, responsabilidade
ambiental e conforto dos colaboradores.

Produção nacional de módulos


fotovoltaicos
A Abinee considera muito positivas as alterações tarifárias aprovadas pelo governo no dia 12 de dezembro e que
irão beneficiar a produção nacional de módulos fotovoltaicos, fundamentais para geração de eletricidade de fontes
renováveis e para o projeto de neoindustrialização do País em bases inovadoras e sustentáveis.
A medida divulgada pelo Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex-Camex) estabelece o fim
da redução da tarifa de importação dos painéis montados, uma vez que existe produção similar no Brasil. Determina ainda
a revogação de 324 ex-tarifários desse produto, de um total de mais de 900, que eram isentos do imposto de importação.
A atual legislação relativa à isenção do imposto de importação define que produtos estrangeiros só podem deixar
de pagar esse imposto se não houver produto nacional similar. Mas, há vários anos, temos fabricantes de módulos fo-
tovoltaicos locais, que amargam prejuízos e fecharam postos de trabalho em função da importação de produtos asiáti-
cos subsidiados em seus países de origem e que concorrem de forma desigual com os produtos fabricados localmente.
“A decisão da Camex é um primeiro passo para a neoindustrialização desse segmento, que já teve o Brasil como
um dos poucos produtores de módulos fotovoltaicos no final do século passado”, afirma o presidente-executivo da
Abinee, Humberto Barbato.
Em sua opinião, a iniciativa é inteligente e vai no sentido de dar ao País mais capacidade de agregar valor às suas ri-
quezas naturais, sem afetar o mercado consumidor, uma vez que a medida é gradual. Isto porque a decisão considera as
necessidades de curto e médio prazo do mercado e ocorre em um momento de queda nos preços dos produtos finais (mais
de 40% em 12 meses). Portanto, a elevação do imposto de importação (em 10%) não afetará o preço de mercado, dado
que será aplicada somente para novas aquisições, que ocorrerão com preços menores aos preços dos produtos em estoque.
Dos 146 milhões de módulos comercializados no Brasil em 2022, pouco mais de 500 mil foram produzidos lo-
calmente e mais de 145 milhões foram importados com imposto de importação zero. Em 2023, o cenário se repetiu,
ou seja, 99,8% dos módulos foram importados. Atualmente, são o quarto produto mais importado pelo Brasil, atrás
apenas do petróleo, do óleo diesel e de cloretos de potássio para a agricultura. Só em 2023, a isenção dada pelos
ex-­tarifários deixou de gerar aos cofres públicos US$ 364 milhões em imposto de importação, cerca de R$ 1,9 bilhão.
“A produção local dos módulos fotovoltaicos é fundamental porque a geração de energia elétrica, um insumo es-
tratégico para todos os brasileiros, é o passo básico para não dependermos de fornecimento estrangeiro para ampliar
nossa capacidade de geração”, destacou Barbato.

POTÊNCIA 13
HOLOFOTE

Produção de semicondutores
A Siemens AG, empresa líder em tecnologia, e a Intel Corporation, uma das maiores empresas do setor de se-
micondutores, assinaram um Memorando de Entendimento (MoU) com o objetivo de impulsionar a digitalização
e a sustentabilidade na fabricação de microeletrônicos. Elas concentrarão esforços no avanço de iniciativas de
manufatura, na evolução das operações de fábrica, na cibersegurança e no suporte a um ecossistema industrial
global resiliente.
“Os semicondutores são essenciais para as economias modernas. Poucas coisas funcionam sem um chip. Es-
tamos orgulhosos de colaborar com a Intel para avançar rapidamente na produção de semicondutores. A Siemens
contribuirá com seu portfólio de ponta, habilitado para IoT, tanto em hardware quanto em software, juntamente
com sua expertise em equipamentos elétricos, para esta colaboração”, afirmou Cedrik Neike, CEO global da Di-
gital Industries e membro do Board da Siemens AG. “Nossos esforços conjuntos ajudarão na conquista de metas
globais de sustentabilidade”.
O Memorando de Entendimento identifica áre-
as-chave de colaboração para explorar diversas ini-
ciativas, incluindo a otimização do gerenciamento
de energia e a redução das emissões de carbono em
toda a cadeia de valor. Por exemplo, a colaboração
se concentrará na utilização de “gêmeos digitais”
de instalações de fabricação complexas e altamen-
te intensivas em capital para padronizar soluções,
onde cada ganho de eficiência é relevante.
Além disso, a parceria buscará minimizar o uso
de energia por meio de modelagem avançada de
recursos naturais e pegadas ambientais em toda a
cadeia de valor. A Intel explorará soluções de mo-
delagem relacionadas a produtos e à cadeia de su-
primentos com a Siemens, impulsionando insights
Foto: Divulgação

baseados em dados para acelerar o progresso na redução da pegada coletiva da indústria.


“O mundo precisa de uma cadeia de abastecimento de semicondutores mais equilibrada, sustentável e resiliente
para atender à crescente demanda por chips”, afirmou Keyvan Esfarjani, vice-presidente executivo da Intel e diretor
Global de Operações. “Estamos entusiasmados em ampliar nossa colaboração com a Siemens, aproveitando as ca-
pacidades avançadas de fabricação da Intel para explorar novas áreas onde podemos utilizar o portfólio de soluções
de automação da Siemens, aprimorando a eficiência e a sustentabilidade na infraestrutura de semicondutores, ins-
talações e nas operações de fábrica. Este Memorando de Entendimento beneficiará as cadeias de valor da indústria
regional e globalmente”.
Práticas sustentáveis ao longo do ciclo de vida dos semicondutores, desde o design até a produção, ope-
ração, eficiência e reciclagem, são cruciais para atender à crescente demanda por chips poderosos e sustentá-
veis. A tecnologia desempenha um papel fundamental na aceleração de soluções para reduzir os impactos cli-
máticos relacionados à computação em toda a indústria de tecnologia e na economia global. A automação e
a digitalização são elementos-chave para enfrentar esses desafios, rumo a emissões líquidas zero de gases de
efeito estufa. Ao unirem forças e expertise, Siemens e Intel estão prontas para liderar o caminho na promoção
de mudanças positivas.

POTÊNCIA 14
HOLOFOTE

Linha de crédito para aquisição de


luminárias
A Novvalight, com 25 anos de atuação como fabricante de luminárias industriais, firmou parceria com a Broto,
plataforma digital do Banco do Brasil, com objetivo de disponibilizar seu portfólio de soluções para uma gama cada
vez maior de empresas ligadas ao agronegócio. “Um dos principais benefícios da parceria é o acesso facilitado às li-
nhas de crédito e financiamentos oferecidos pelo Banco do Brasil, que possibilitam a aquisição de luminárias e pro-
jetores Novvalight em condições mais vantajosas. Isso, aliado a expertise da companhia em criar soluções de ilumi-
nação eficientes e sustentáveis, garante aos clientes economia financeira e a promoção de práticas ambientalmente
responsáveis”, explica Roberto Payaro, CEO da Novvalight.
O executivo avalia que o acordo com uma instituição como o Banco do Brasil coloca a Novvalight em uma posição
única no mercado. “Este relacionamento nos proporciona um acesso privilegiado à inteligência de dados, inovação e
práticas sustentáveis, elementos essenciais no contexto atual do agronegócio e em total sinergia com a nossa atuação”.
Payaro considera que a colaboração enfatiza a capacidade de atender às necessidades específicas de iluminação
do campo, dos produtores rurais e da indústria de alimentos. “Isso abre portas para uma enorme variedade de opor-
tunidades de conexão e de desenvolvimento de produtos”.
Além disso, o executivo também ressalta o fato da Novvalight ser uma empresa com produção nacional. “Ao fa-
bricar localmente contribuímos para a economia brasileira, e garantimos que nossos produtos sejam desenvolvidos
com um entendimento profundo das necessidades locais. Este aspecto da nossa operação nos permite oferecer so-
luções mais adaptadas, ágeis e relevantes para o mercado brasileiro, diferenciando-nos de competidores que podem
não ter o mesmo nível de comprometimento ou atuação no contexto local”.
As expectativas da Novvalight quanto aos novos negócios gerados a partir desta parceria são otimistas. “A partici-
pação como parceiro oficial da Fenasucro & Agrocana 2023, a principal feira de bioenergia do Brasil, demonstrou um
aumento significativo no interesse pelos produtos Novvalight, especialmente no setor agro e na cadeia de bioener-
gia. Para 2024, a expectativa é de um crescimento contínuo neste segmento, com a projeção de fechar mais contra-
tos e parcerias, consolidando a presença da Novvalight no mercado de soluções luminotécnicas para o agronegócio”.
Produtos à disposição - Produtos das linhas Extreme, Matrix e Innova de luminárias e projetores estão à
disposição dos clientes a partir da parceria da Novvalight e Broto, que podem ser utilizados em estruturas de benefi-
ciamento, galpões, depósitos de armazenagem, áreas de processamento em indústrias fumageiras, pátios, estaciona-
mentos. “Temos, por exemplo, projetores solares que se integram com o sistema fotovoltaico e amplificam a geração
de energia, indicado para áreas externas, remotas, de fazendas e lavouras, que não possuem infraestrutura de rede
de transmissão elétrica”, finaliza Payaro.

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POTÊNCIA 15
MATÉRIA DE CAPA
RETROSPECTIVA 2023 / PERSPECTIVAS 2024

Indústria elétrica e eletrônica


tem queda de faturamento
AS EXPECTATIVAS SÃO DE MELHORA NO DESEMPENHO PARA 2024, PORÉM,
PERMANECEM AS INCERTEZAS EM RELAÇÃO AO CENÁRIO INTERNO E
INTERNACIONAL, O QUE DEVERÁ MANTER OS EMPRESÁRIOS CAUTELOSOS.

O
faturamento do setor eletroeletrônico deverá atingir R$ 204,3 bilhões no ano de 2023, resulta-
do 6% abaixo do realizado em 2022 (R$ 218,2 bilhões).
Neste ano, especificamente, a queda nominal de 6% pode ser também considerada como a
variação real, visto que a inflação média do setor, medida através do IPP – Índice de Preços ao
Produtor divulgado pelo IBGE, agregado pela Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrô-
nica) ficou praticamente estável em 2023.
O desempenho da indústria eletroeletrônica neste ano de 2023 ficou abaixo do esperado. Vale lem-
brar que neste mesmo período de 2022, a expectativa era de crescimento de 5% para 2023.
Desde o início deste ano de 2023, o empresário do setor mostrou-se cauteloso, com muitas incertezas
tanto no cenário interno quanto no externo, o que inibiu os negócios e os investimentos.
Essa prudência também pode ser observada no comportamento do Índice de Confiança do Empresário
Industrial (ICEI) do Setor Eletroeletrônico, divulgado pela CNI e agregado pela Abinee, que se manteve
próximo da linha divisória de 50 pontos, que separa a confiança da falta de confiança, durante todo o ano.
Vale destacar que esse índice ficou abaixo desta linha divisória em alguns momentos deste ano, inclusive

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POTÊNCIA 16
MATÉRIA DE CAPA
RETROSPECTIVA 2023 / PERSPECTIVAS 2024

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no último indicador divulgado pela CNI referente ao mês de novembro de 2023, em que o ICEI do setor
registrou 48,6 pontos, indicando falta de confiança do empresário.
A produção de bens do setor em 2023 deverá recuar 8% em relação ao ano anterior. Essa forte queda
acompanha o fraco desempenho da produção de bens de capital, que conforme dados divulgados pelo
IBGE, acumula retração de 10% nos primeiros dez meses de 2023 em relação ao mesmo período de 2022.
Por sua vez, o número de empregados do setor deverá recuar de 267,3 mil para 263,3 mil funcionários,
redução de 4 mil postos de trabalho.
A utilização da capacidade instalada deverá passar de 76% em dezembro de 2022 para 72% no final
de 2023. Vale destacar que este foi o menor percentual registrado desde junho de 2020 (68%).
Por outro lado, as exportações de produtos eletroeletrônicos deverão aumentar 7%, totalizando US$
7,2 bilhões, contribuindo com o desempenho do setor.
Destacaram-se os crescimentos nas vendas externas de bens de Automação Industrial (+32%), de Ma-
terial Elétrico de Instalação (+24%) e de bens de Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica
- GTD (+24%).

Principais indicadores do setor


Indicador 2022 2023* 2023* x 2022
Faturamento (R$ milhões) 218.226 204.282 -6%
Faturamento (US$ milhões) 42.247 40.856 -3%
Produção física (variação % no ano) -5,8% -8,4% -
Exportações (US$ milhões) 6.703 7.152 7%
Importações (US$ milhões) 45.266 43.077 -5%
Saldo (US$ milhões) -38.562 -35.925 -7%
Nº de empregados (mil) 267,3 263,3 -1%
Utilização capacidade instalada (%) 76% 72% -
Investimentos (R$ milhões) 3.753 3.514 -6%
Investimentos (% do faturamento) 1,72% 1,72% -
*projeção

POTÊNCIA 17
MATÉRIA DE CAPA
RETROSPECTIVA 2023 / PERSPECTIVAS 2024

Vale ressaltar que os itens de eletrônica embarcada foram os mais exportados do setor, somando US$
868 milhões, 14% acima do registrado em 2022.
Por outro lado, as vendas externas de bens de Telecomunicações recuaram 27%, influenciadas pela
retração de 50% nas exportações de estações rádio base.
Os principais destinos das exportações do setor continuaram sendo os países da Aladi e os Estados
Unidos, que, juntos, representaram 70% do total.
As importações deverão recuar 5% neste ano, somando US$ 43,1 bilhões, refletindo a queda da atividade.
Os semicondutores foram os itens mais importados do setor somando US$ 5,3 bilhões, seguidos dos
módulos fotovoltaicos, que totalizaram US$ 3,9 bilhões.
Destaca-se que as importações de módulos fotovoltaicos caíram 23% em relação ao ano passado, mas
vale lembrar que, em 2022, as importações destes bens haviam atingido recorde histórico, alcançando
mais de US$ 5 bilhões.
É importante destacar que o montante de semicondutores não se refere somente às importações de
um produto, mas sim às compras externas de um grupo de produtos que são classificados como semicon-
dutores, tais como: diodos, transistores, tiristores, circuitos integrados eletrônicos, memórias, etc. Portan-
to, individualmente, o produto mais importado do setor foi o módulo fotovoltaico, que mesmo com a queda
registrada neste ano, ficou na 4ª posição no total geral das importações do Brasil.
Os países da Ásia foram as principais origens das importações de bens do setor, participando com 69%
do total, sendo que apenas a China representou 47% do total.
Dessa forma, o déficit da balança comercial atingirá US$ 35,9 bilhões, resultado 7% inferior ao apresen-
tado no ano anterior (US$ 38,6 bilhões). Porém vale destacar que a queda no déficit da balança foi mais
influenciada pela retração nas importações do que pelo aumento das exportações.
Os investimentos deverão recuar 6%, totalizando R$ 3,5 bilhões, o que representa 1,72% do faturamen-
to, participação similar à registrada em 2022.

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POTÊNCIA 18
MATÉRIA DE CAPA
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Desempenho por áreas
O desempenho da indústria eletroeletrônica em 2023 ficou muito abaixo do esperado, mesmo com o
abrandamento nas principais dificuldades enfrentadas nos anos anteriores, principalmente no que se refere à
falta de matérias-primas e componentes, inclusive os semicondutores, custos, gargalos logísticos, entre outros.
Nota-se que 2023 foi marcado por muitas incertezas da economia, que resultaram na retração de in-
vestimentos e do consumo.
Neste último caso, além da antecipação de compras de bens do setor no período da pandemia, outros
fatores inibiram o consumo tais como restrição de crédito, endividamento das famílias e inadimplência.
Dessa forma, os resultados foram piores do que o esperado para a maioria dos segmentos do setor.
A área de Informática deverá encerrar 2023 com queda de 17% em relação a 2022. Essa foi a segunda que-
da consecutiva desta área, porém é importante lembrar que em 2020 e 2021 a área de Informática apontou
crescimentos bem expressivos, com aumento acumulado de 78% nestes dois anos, influenciado, principalmen-
te pelo forte aumento de vendas de notebooks para atender a demanda de home office e ensino à distância.
Com isso, já era esperado que a atividade dessa área diminuísse o ritmo entre 2022 e 2023, para voltar
a crescer nos anos seguintes, de forma menos expressiva e mais constante. Porém, com o aumento das
incertezas, acabou sendo verificada neste ano uma queda mais intensa do que a projetada.
Ao avaliar em unidades, conforme os dados da IDC, o mercado de notebooks recuou 11% em 2023,
atingindo 5,8 milhões de unidades.
O mercado de desktops atingiu 1,9 milhão de unidades, com retração de 9% em relação a 2022 e o
mercado de tablets somou 2,1 milhões de unidades, 25% abaixo do verificado no ano passado.
Diferente do ocorrido em 2020 e 2021, a queda em unidades dos bens de Informática em 2023 foi me-
nos expressiva do que a retração em receita em reais. Este fato ocorreu em função da redução de preços
de alguns bens e também devido à aquisição de equipamentos com especificações mais simplificadas,
com menos recursos e, portanto, mais baratos.
O faturamento da área de Telecomunicações caiu 21%, devido ao recuo de 26% no mercado de telefo-
nes celulares e da redução de 10% no segmento de infraestrutura em Telecomunicações.
Conforme dados da IDC, o mercado oficial de telefones celulares deverá atingir 33 milhões de unida-
des em 2023, 14% abaixo do atingido em 2022.
Assim como aconteceu na área de Informática, a retração do mercado de celulares em unidades foi
menor do que a queda da receita em reais, também decorrente da redução de preços e da preferência
por compra de aparelhos mais baratos.

POTÊNCIA 19
MATÉRIA DE CAPA
RETROSPECTIVA 2023 / PERSPECTIVAS 2024

É importante destacar o aumento significativo do mercado não oficial de smartphones, que estava por
volta de 8% a 10% nos últimos anos e deverá atingir 21% no 4º trimestre de 2023.
Conforme dados preliminares da IDC, o mercado não oficial de smartphones deverá aumentar 37% em
2023, passando de 4 milhões de unidades em 2022 para 5,5 milhões de unidades de 2023.
Este aumento do mercado não oficial de smartphones, além de prejudicar o desempenho dos fabrican-
tes de aparelhos oficiais por meio de uma concorrência desleal, traz grandes prejuízos para o país, com
perda de arrecadação, de investimentos em P&D e de geração de empregos.
O faturamento das indústrias fabricantes de Componentes Elétricos e Eletrônicos deverá registrar forte
queda de 25% em 2023. Este resultado foi influenciado pelo fraco desempenho das áreas de bens de
consumo, principalmente de bens de informática e telefones celulares e também pela queda de preços
registradas em diversos componentes eletrônicos.
Também é importante destacar o impacto causado pela seca na Região Amazônica, que provocou au-
mento de custo logísticos, afetando a produção de componentes e ocasionando atrasos no fornecimento
de insumos para bens finais.
A área de Material Elétrico de Instalação deverá registrar um leve acréscimo de 1%, com negócios pra-
ticamente parados no decorrer o ano.
Destaca-se que neste caso também ocorreu antecipação de compras nos anos 2020 e 2021, influencia-
dos pelas pequenas obras e reformas, conhecidas como “formiguinhas”, em função do confinamento das
pessoas na pandemia, reduzindo, dessa forma, o ritmo dos negócios nos dois anos seguintes (2022 e 2023).
Por outro lado, a área de Automação Industrial (+19%) foi a que registrou a maior taxa de crescimen-
to. Esse desempenho vem contando com a necessidade de digitalização da indústria, processo que foi
acelerado com a pandemia. Além disso, a busca por maior eficiência e otimização de custos em diversos
setores da economia também vem contribuindo com a área de Automação.
No caso de Equipamentos Industriais a elevação foi mais modesta, devendo atingir 4%. Os fabricantes
de bens desta área vêm sofrendo com a retração dos investimentos verificada no decorrer deste ano.
Mesmo assim, a elevação no faturamento registrada em 2023 foi beneficiada pela realização de alguns
investimentos de atualização e modernização do parque fabril.

Faturamento total por área (R$ milhões)***


Áreas 2022 2023** 2023** x 2022
Automação Industrial 8.504 10.145 19%
Componentes 13.578 10.184 -25%
Equipamentos Industriais 42.371 44.151 4%
GTD* 24.916 26.237 5%
Informática 43.936 36.511 -17%
Material de Instalação 12.665 12.817 1%
Telecomunicações 45.810 36.098 -21%
Utilidades Domésticas 26.446 28.139 6%
Total 218.226 204.282 -6%
*GTD - Geração, Transmissão e Distribuição de energia elétrica | ** projeção | *** variação real = -6%

POTÊNCIA 20
MATÉRIA DE CAPA
RETROSPECTIVA 2023 / PERSPECTIVAS 2024

No caso de Utilidades Domésticas, a expansão deverá ser de 6% em 2023. Este resultado está con-
tando com uma base fraca de comparação, visto que no ano passado, esta área foi a que apontou o pior
desempenho entre as áreas do setor, com queda de 9%.
O faturamento da área de GTD – Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica – deverá encer-
rar 2023 com elevação de 5%. Os negócios dessa área apresentaram muita volatilidade no decorrer do ano.
Ainda no que se refere à GTD, o crescimento desta área em 2023 contou com a continuidade dos in-
vestimentos na Geração, principalmente das fontes eólicas e solar fotovoltaica. Porém vale alertar o risco
de dependência do mercado externo para a expansão de geração de eletricidade do país, tendo em vista
as expressivas importações de módulos fotovoltaicos e de componentes essenciais aos aerogeradores.
Os negócios na Transmissão permaneceram estimulados pelos leilões realizados nos últimos anos.
Neste ano, ocorreu um grande leilão em junho e outro no mês de dezembro. Também estão previstos dois
outros grandes leilões de concessão de linhas de transmissão e de subestações para 2024.
Neste caso também existe muita preocupação dos fabricantes locais de bens deste segmento, visto
que boa parte desses leilões estão contratando produtos de fornecedores estrangeiros.
Na Distribuição, os negócios estavam aquecidos no início deste ano ainda estimulados pelos investi-
mentos das distribuidoras realizados em 2022, que foi um período de retomada da atividade depois do
fim da pandemia e por ter sido um ano de revisão tarifária.
Porém, foi observada uma piora significativa nos negócios deste segmento a partir do segundo semes-
tre deste ano, o que prejudicou o resultado total da área de GTD.

Perspectivas para 2024


As expectativas são de melhora no desempenho da indústria eletroeletrônica para 2024, porém, permane-
cem as incertezas em relação ao cenário interno e internacional, o que deverá manter os empresários cautelosos.
Existem alguns fatores que estão gerando expectativas favoráveis para 2024, com destaque para a Refor-
ma Tributária, muito esperada pelos empresários do setor, que deverá aumentar a competitividade da indústria,
reduzindo a complexidade do sistema tributário do país e desonerando as exportações e os investimentos.

Projeções dos principais indicadores do setor


Indicador 2023 2024 2024 x 2023
Faturamento (R$ milhões) 204.282 208.393 2%
Faturamento (US$ milhões) 40.856 41.679 2%
Produção física (variação % no ano) -8,4% 3,0% -
Exportações (US$ milhões) 7.152 7.450 4%
Importações (US$ milhões) 43.077 44.500 3%
Saldo (US$ milhões) -35.925 -37.050 3%
Nº de empregados (mil) 263,3 266,0 1%
Utilização capacidade instalada (%) 72% 74% -
Investimentos (R$ milhões) 3.514 3.605 3%
Investimentos (% do faturamento) 1,72% 1,73% -

POTÊNCIA 21
MATÉRIA DE CAPA
RETROSPECTIVA 2023 / PERSPECTIVAS 2024

Além disso, a Política Nacional de Semicondutores e a construção de uma política de neoindustrializa-


ção, em discussão no Poder Executivo, também podem trazer perspectivas positivas para o setor.
Conforme dados da sondagem consolidada pela Abinee, 64% das empresas do setor projetam cres-
cimento para as vendas da indústria eletroeletrônica para o ano 2024, 33% esperam estabilidade e 3%
estão prevendo queda.
Este levantamento também mostrou que 78% das entrevistadas têm a intenção de investir em 2024.
Mas mesmo assim, o ano de 2024 será um ano com muitos desafios. Os indicadores econômicos, conforme
projeções da Abinee, mostram um cenário de incertezas, com crescimento do PIB mais modesto, por volta de 1,5%.
Dessa forma, os principais indicadores da indústria eletroeletrônica também deverão registrar incre-
mentos mais discretos.
O faturamento do setor deverá somar R$ 208 bilhões em 2024, crescimento de 2% em relação a 2023.
Com exceção da área de Informática (-2%) e Telecomunicações (-3%), especialmente os telefones celu-
lares (-6%), todas as áreas deverão apontar crescimentos.
Ainda no que se refere a estas duas áreas, assim como ocorreu em 2023, o ano de 2024 também de-
verá ser um período de ajustes devido à antecipação de compras registradas em 2020 e 2021.
Vale ressaltar que o desempenho do mercado de telefones celulares também vai depender das ações
que serão realizadas em 2024 no combate ao mercado não oficial.
Para o próximo ano, a produção física do setor deverá crescer 3%. A previsão é de aumento tam-
bém na mão de obra empregada no setor, que passará de 263,3 mil funcionários no final de 2023
para 266 mil no final de 2024. Já a utilização da capacidade instalada deve apresentar elevação de
72% para 74%.
Os investimentos deverão passar de 1,72% do faturamento para 1,73%, totalizando R$ 3,6 bilhões. Esse
resultado deverá ser 3% acima do verificado em 2023.
As exportações deverão continuar contribuindo com o desempenho do setor, com elevação de 4% e
as importações aumentarão 3%.

Projeções para faturamento total por área (R$ milhões)


Áreas 2023 2024 2024 x 2023
Automação Industrial 10.145 10.967 8%
Componentes 10.184 11.121 9%
Equipamentos Industriais 44.151 46.094 4%
GTD 26.237 27.077 3%
Informática 36.511 35.781 -2%
Material de instalação 12.817 13.112 2%
Telecomunicações 36.098 35.145 -3%
Utilidades Domésticas 28.139 29.096 3%
Total 204.282 208.393 2%

POTÊNCIA 22
MATÉRIA DE CAPA
RETROSPECTIVA 2023 / PERSPECTIVAS 2024

Energia eólica prevê


crescimento de 4GW
ABEEÓLICA ACREDITA QUE 2024 SERÁ O ANO DE INVESTIMENTOS EM
INFRAESTRUTURA NO PAÍS, EM PARTICULAR NAS ENERGIAS RENOVÁVEIS.
POR PAULO MARTINS

P
ara Elbia Gannoum, presidente-executiva da ABEEólica (Associação Brasileira de Energia Eólica e
Novas Tecnologias), o ano de 2023 foi fundamental para a indústria de renováveis do Brasil, consi-
derando a importância do país se colocar no cenário global da transição energética e de aproveitar
as oportunidades de negócios neste novo contexto de busca pela Economia de Baixo Carbono,
a Neoeconomia. “Para isso é importante o país apresentar um sinal adequado aos investimentos, criando
um ambiente amigável para os investidores. Um dos aspectos mais relevantes neste processo é prepa-
rar um aparato regulatório, principalmente para as novas tecnologias, como é o caso de energias eólicas
offshore e o hidrogênio renovável, além da necessária aprovação da Reforma Tributária e da regulamen-
tação do mercado de carbono. Neste ano de 2023 tivemos o encaminhamento do Projeto de Lei de eóli-
cas offshore, hidrogênio renovável e, neste cenário, temos boas perspectivas para o ano de 2024”, avalia.
No segmento de eólica onshore o país alcançou marcos importantes. Atingimos mil parques eólicos em ope-
ração no Brasil e batemos recorde de instalação anual com 4,4GW, chegando à capacidade instalada de 30 GW.
Por outro lado, prossegue Elbia, é importante apontar alguns desafios e acontecimentos que marca-
ram o ano. Um deles foi o apagão de 15 de agosto. “Foi surpreendente. Achávamos que o país teria uma
infraestrutura melhor e não passaria por um problema de tal magnitude e o impacto no setor eólico até
reestabelecer a transmissão de energia. As fortes chuvas em São Paulo e a dificuldade de reestabelecer
o fornecimento de energia também foi outro marco que impactou o setor elétrico. Independente da ação
da concessionária, que fez o que pôde para reestabelecer o mais rápido possível, ficou evidente que não
estamos prontos para enfrentar a questão climática”, alerta Elbia.

Foto: ShutterStock

POTÊNCIA 23
MATÉRIA DE CAPA
RETROSPECTIVA 2023 / PERSPECTIVAS 2024

A presidente-executiva da ABEEólica diz que outra grande conquista que também é importante res-
saltar é o posicionamento inovador do governo de adotar a transição energética e a neoindustrialização
verde como uma política transversal, endossada por ministérios importantes como o MME, Ministério da
Fazenda e MDIC. “Acredito que essa postura é, não só inovadora, mas fundamental para o país ocupar o
papel de protagonista na mitigação das mudanças climáticas e aproveitar a janela de investimento que se
abre nesse momento para fazer a transição de uma economia de baixo carbono”, considera.
A expectativa do setor para 2024, de forma geral, é colocar em prática este novo modelo econômico,
fundamentado em uma transição energética justa e em processos produtivos baseados na natureza, no
âmbito de uma economia de baixo carbono. “Para o Brasil falo sempre em uma transformação energética,
que permita transformar a economia e a sociedade como um todo, uma verdadeira transformação eco-
nômica e social. Com um olhar mais ampliado, entendo a energia num conceito de indústria, levando em
consideração toda a economia e sociedade, colocando os limites sociais e do planeta, diante de um qua-
dro grave de mudanças climáticas. Falar em indústria energética brasileira e todas as suas complexidades
e benefícios. Pensando numa economia mais integrada, regenerativa, respeitando o meio ambiente, a so-
ciedade e a governança. Do ponto de vista mais prático, em eólica esperamos um crescimento na média
de 4GW e também no primeiro leilão de cessão de uso do mar, criando um marco no desenvolvimento da
energia eólica offshore”, comenta Elbia.
Os principais desafios do setor eólico em 2024 serão viabilizar a reindustrialização verde (neoindus-
trialização) e garantir que os investimentos globais fiquem no país, e para tanto precisamos avançar na
regulamentação das eólicas offshore, hidrogênio renovável e no mercado de carbono. “O caminho está
definido, mas é necessário impulsionar e acelerar o processo”, observa Elbia.
Para a executiva, com a sinalização clara do governo e o compromisso feito com a transição energé-
tica, 2024 será o ano de investimentos em infraestrutura no país, em particular nas energias renováveis.
“Neste ano houve um esforço do Congresso em aprovar os marcos legais, agora temos que partir para as
regulamentações e iniciar os processos para investimentos”, acredita.
Elbia diz ainda que precisamos mudar nossa forma de ver o setor. “O setor elétrico não é mais denomi-
nado assim. Estamos falando de uma indústria energética brasileira. Estamos em um novo modelo de so-
ciedade nesta questão de transição energética e
mudanças climáticas. Temos que considerar todo

Foto: Divulgação
nosso complexo energético e pensar de forma
ampliada para, só assim, alcançar equilíbrio entre
os investimentos, necessidade do país e aprovei-
tamento de oportunidades. Temos que trabalhar
para uma economia integrada, regenerativa, que
respeite o meio ambiente, a sociedade e a estrutu-
ra de governança. Essa é a nova forma de gestão”,
defende.

Neste ano de 2023 tivemos o encaminhamento


do Projeto de Lei de eólicas offshore, hidrogênio
renovável e, neste cenário, temos boas
perspectivas para o ano de 2024.
ELBIA GANNOUM | ABEEÓLICA

POTÊNCIA 24
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MATÉRIA DE CAPA
RETROSPECTIVA 2023 / PERSPECTIVAS 2024

Energia fotovoltaica
mira 46,5 GW em 2024
ABSOLAR ESTIMA QUE A FONTE RESPONDERÁ POR ADIÇÃO
DE 9,4 GW DE POTÊNCIA NA MATRIZ ELÉTRICA BRASILEIRA.

POR PAULO MARTINS

C
arlos Dornellas, diretor técnico-regulatório da ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar
Fotovoltaica) avalia que o ano de 2023 foi muito relevante para a fonte solar fotovoltaica no Bra-
sil, apesar dos problemas de inversão de fluxo e conexão de transmissão.
A fonte adicionou 9,5 GW de potência instalada no ano, ultrapassando 34,9 GW acumulados
até novembro de 2023. Um dos destaques foi do setor de armazenamento, que entrou em pauta com o
marco regulatório sendo discutido e provavelmente estará no próximo leilão de capacidade. Já o hidro-
gênio verde está em discussão o marco legislativo e já possui diversos projetos bilionários anunciados
para o país.
As projeções da ABSOLAR para 2024 indicam um acréscimo de aproximadamente 9,4 GW de potência
na matriz elétrica brasileira, totalizando 46,5 GW. Assim, serão R$ 38,9 bilhões em investimentos, 281,6
mil novos empregos e R$ 11,7 bilhões em arrecadação de tributos ao poder público, os quais poderiam ser
utilizados para fomentar o próprio setor.

Foto: ShutterStock

POTÊNCIA 26
MATÉRIA DE CAPA
RETROSPECTIVA 2023 / PERSPECTIVAS 2024

Dornellas destaca que o setor ainda possui muitos desafios para seguir crescendo com consistência
nos próximos anos. Dentre os desafios, podem-se citar:
◗ Precisamos melhorar o ensino desde a base, passando pelo técnico e superior, pois o País terá uma
crescente necessidade de profissionais capacitados e qualificados.
◗ Precisamos ter cadeias de negócios de fornecedores de engenharia civil e de maquinário para a
construção de usinas aptas a desenvolverem os projetos citados (obras civis, mecânica e elétrica) e
depois a operação e manutenção.
◗ Resolver o problema de negativas de conexão de micro e minigeração distribuída, sob a alegação de
inversão de fluxo de potência, e ampliar o acesso às linhas de transmissão.
◗ Resolver os problemas tributários das baterias que pagam mais de 82% de imposto e poderiam
ajudar o setor elétrico com serviços e empregos, e, também, facilitando o alcance das metas de des-
carbonização, além de proporcionar a maior inserção de fontes variáveis no sistema e postergando
investimentos em transmissão e distribuição.
◗ Devemos incentivar a tecnologia do hidrogênio, cujo incentivo necessário para deslanchar no Brasil
é ínfimo perto dos subsídios dado às fontes fósseis, e o benefício que trará ao País será muito maior.
◗ Muitos desses desafios necessitam de uma coordenação entre os agentes do setor e governos fede-
ral, estaduais e municipais.
◗ Devemos promover a indústria nacional reduzindo os custos de produção nacionais, e não aumen-
tando impostos aos importados, ou seja, devemos promover a eficiência e competitividade e não
criar reservas de mercados ineficientes, acarretando o aumento dos custos ao consumidor.
Sobre as principais oportunidades do mercado em 2024, Dornellas diz que os valores de equipamen-
tos estão nos menores patamares, trazendo oportunidades para bons negócios. “Além disso, as novas tec-
nologias, como os sistemas de armazenamento e hidrogênio verde (H2V), devem deslanchar a depender
dos encaminhamentos dados pelo governo e cobranças do mercado”, prevê.
O dirigente pede que as empresas do setor apoiem as ações da ABSOLAR para melhorar as condições
dos negócios e cobrem dos seus políticos ações que ajudem o setor a progredir. “Ofereçam serviços dife-
renciados aos seus clientes e desenvolvam sua cadeia de fornecedores de equipamentos e serviços, para
que possam atender consumidores cada vez mais exigentes”, recomenda Dornellas.
Foto: ShutterStock

POTÊNCIA 27
MATÉRIA DE CAPA
RETROSPECTIVA 2023 / PERSPECTIVAS 2024

Indústria de iluminação
prevê alta discreta
FATURAMENTO EM 2024 DEVERÁ SER DE R$ 8,65 BILHÕES,
CONTRA R$ 8 BILHÕES DE 2023

POR PAULO MARTINS

M
arco Poli, diretor-executivo da ABILUX (Associação Brasileira da Indústria de Iluminação), en-
tende que de forma geral foi um bom ano para o setor de iluminação. Dentre os problemas,
destacou-se a taxa de juros. As conquistas foram o movimento dos investidores no mercado
da construção e a resiliência do consumo.
O setor de iluminação deve fechar 2023 com faturamento de R$ 8 bilhões. As exportações devem
atingir US$ 35 milhões e as importações, US$ 650 milhões. Vinte e três mil pessoas trabalharam na área.
Para 2024, destacam-se duas expectativas: a primeira é o crescimento advindo da conclusão dos pro-
jetos de construção e a segunda é a evolução positiva na substituição dos produtos de iluminação pelo
LED, particularmente em Iluminação Pública.
As perspectivas para 2024 são de atingir um faturamento de R$ 8,65 bilhões. As exportações devem
subir para US$ 40 milhões e as importações para US$ 700 milhões. O nível de emprego deve permanecer
estável.

Foto: ShutterStock

POTÊNCIA 28
MATÉRIA DE CAPA
RETROSPECTIVA 2023 / PERSPECTIVAS 2024

Foto: ShutterStock
Para Marco Poli, o principal desafio no novo ano será o baixo crescimento dos negócios de iluminação
em função de influências macroeconômicas por eventual baixa liquidez.
Quanto às principais oportunidades do mercado em 2024, Poli destaca os benefícios que poderão
advir dos preços dos produtos importados.
Sobre as recomendações que a ABILUX faria às empresas do setor para o ano de 2024, Marco Poli
sugere concentrar-se no básico dos negócios.

Foto: Divulgação
“Novas empreitadas devem ter os recursos previa-
mente identificados”, complementa.
O diretor da ABILUX diz ainda que a prioridade
deve ser manter a empresa saudável, com fluxo de
caixa positivo. “A estratégica aconselhável é a de
manter os clientes parceiros, com expansão sele-
tiva. Olhar para as inovações do setor e participar
dos nichos de aplicação”, finaliza.

A estratégica aconselhável é a de manter


os clientes parceiros, com expansão seletiva.
Olhar para as inovações do setor e participar
dos nichos de aplicação.
MARCO POLI | ABILUX

POTÊNCIA 29
MATÉRIA DE CAPA
RETROSPECTIVA 2023 / PERSPECTIVAS 2024

O ciclo total de vida das instalações em


atmosferas explosivas - Retrospectiva
“Ex” 2023 e Perspectivas “Ex” 2024

POTÊNCIA 30
MATÉRIA DE CAPA
RETROSPECTIVA 2023 / PERSPECTIVAS 2024

Equipamentos e instalações em atmosferas


explosivas: Retrospectiva “Ex” 2023 e
Perspectivas “Ex” 2024
Ao longo do ano de 2023 foram realizados no Brasil e em diversos outros países do mundo muitas
ações envolvendo o setor de instalações de instrumentação, automação, telecomunicações, elétricas e
mecânicas em atmosferas explosivas, sob o ponto de vista de segurança durante o ciclo total de vida des-
te tipo de instalações industriais “Ex”.
Nos âmbitos normativos e legais foram realizadas diversas reuniões, seminários, workshops, fóruns,
webinars, palestras, entrevistas, podcasts e treinamentos “on-line” e presenciais, com eventos pratica-
mente diários, fazendo com que fossem executadas uma grande quantidade de ações e atividades nas
áreas de segurança de equipamentos e instalações “Ex”, destinadas para ambientes de risco contendo
atmosferas explosivas, formadas por gases inflamáveis ou poeiras combustíveis, tanto para instalações
terrestres como marítimas.

São relacionadas a seguir algumas das ações “Ex” mais significativas ocorridas ao longo do ano de 2023.
1. Atualização de Normas Técnicas internacionais do TC-31 da IEC sobre de equipamentos e insta-
lações de instrumentação, automação, telecomunicações, elétricas e mecânicas em atmosferas
explosivas
1.1. Normas internacionais “Ex” atualizadas ou publicadas em 2023
No âmbito internacional, foram elaboradas, revisadas ou atualizadas em 2023 pelo TC-31 (Equipment
for explosive atmospheres), com a participação dos 49 países representados, incluindo o Brasil, foram
publicadas as seguintes normas internacionais sobre atmosferas explosivas:
◗ IEC 60079-11: Explosive atmospheres - Part 11: Equipment protection by intrinsic safety “i” – Ed. 7.0
◗ IEC 60079-11: Corrigendum 1 - Explosive atmospheres - Part 11: Equipment protection by intrinsic sa-
fety “i” – Ed. 7.0
◗ IEC 60079-25: Corrigendum 2 - Explosive atmospheres - Part 25: Intrinsically safe electrical systems
– Ed. 3.0

POTÊNCIA 31
MATÉRIA DE CAPA
RETROSPECTIVA 2023 / PERSPECTIVAS 2024

◗ IEC TS 60079-44: Explosive atmospheres - Part 44: Personal Competence – Ed. 1.0
◗ IEC TS 60079-48: Explosive atmospheres - Part 48: Portable or Personal Electronic Equipment – Gui-
de for the use of equipment without a certificate for use in Hazardous Areas – Ed. 1.0

As seguintes Normas técnicas internacionais se encontram em processo final (CDV ou FDIS) de elabo-
ração ou atualização pelo TC 31 da IEC
◗ IEC 60079-2 Ed. 7 - Explosive atmospheres - Part 2: Equipment protection by pressurized enclosure “p”
◗ IEC 60079-7 Ed. 6 - Explosive atmospheres - Part 7: Equipment protection by increased safety “e”
◗ IEC 60079-14 Ed. 6 - Explosive atmospheres – Part 14: Electrical installation design, selection, and
installation of equipment, including initial inspection
◗ IEC 60079-17 Ed. 6 - Explosive atmospheres - Part 17: Electrical installations inspection and maintenance
◗ ISO/IEC 80079-49 Ed.1 - Flame arresters — Performance requirements, test methods and limits for use

1.2. Publicação da IEC TS 60079-44: Atmosferas explosivas - Parte 44: Competências pessoais “Ex”
Foi publicado em 28/11/2023 pela IEC o documento IEC TS 60079-44, com o objetivo de proporcionar
orientação para estabelecer critérios mínimos recomendados para a determinação de funções bem como
para estabelecer expectativas das habilidades necessárias e evidências de competência para avaliar e
gerenciar as competências pessoais “Ex” dos profissionais que executem, conduzem, supervisionem, fis-
calizem, gerenciem ou auditem trabalhos “Ex” em atmosferas explosivas.
O objetivo deste documento IEC TS 60079-44 é apresentar orientações para estabelecer os critérios
mínimos recomendados para determinar as funções, habilidades e experiências necessárias, bem como
evidências das competências pessoais “Ex”, de forma a avaliar e gerenciar a competência do pessoal que
executam ou supervisionam trabalhos em áreas classificadas.
Este documento IEC TS 60079-44 apresenta também exemplos e recomendações de níveis mínimos
de competências pessoais “Ex” para funções “típicas” relacionadas com atmosferas explosivas, abordan-
do as qualificações, conhecimentos, experiências, treinamentos, habilidades e competências pessoais
que se espera dos profissionais envolvidos com serviços “Ex”. Além disso, são apresentados neste docu-

POTÊNCIA 32
MATÉRIA DE CAPA
RETROSPECTIVA 2023 / PERSPECTIVAS 2024

mento exemplos de evidências de competências pessoais “Ex” esperadas para cada função de trabalho,
como por exemplo, operação, manutenção, projeto, montagem, comissionamento, inspeção, recupera-
ção, classificação de áreas ou auditorias de equipamentos e instalações “Ex” em atmosferas explosivas.
Dentre os objetivos deste documento está também auxiliar
na definição, avaliação e gerenciamento de requisitos exclu-
sivos para a competência de profissionais que trabalham nos
locais em que uma atmosfera explosiva formada por gases
inflamáveis ou poeiras combustíveis possa estar presente.
As competências pessoais “Ex” para conduzir trabalhos
em áreas classificadas são adicionais a quaisquer compe-
tências pessoais que possam ser aplicadas ao tipo “geral”
de trabalho que está sendo realizado, como por exemplo,
operações de equipamentos elétricos, operações de equi-
pamentos não elétricos, projeto, montagem, comissiona-
mento, inspeção, manutenção, recuperação, auditorias ou
gestão de equipamentos e instalações “Ex”.
Este documento IEC TS 60079-44 se aplica a instalações de instrumentação, automação, telecomuni-
cações, elétricas e mecânicas em atmosferas explosivas.
Este documento identifica o nível mínimo de conhecimentos e habilidades necessários para trabalhar
em áreas classificadas e a competência específica necessária para o trabalho a equipamentos e instala-
ções em atmosferas explosivas, bem como os padrões aos quais as competências pessoais “Ex” devem
ser avaliadas e atribuídas.
Faz parte também dos objetivos deste documento proporcionar orientações para estabelecer critérios
mínimos recomendados para determinar funções, expectativas das habilidades e experiências necessá-
rias e evidência de competências pessoais “Ex”.
A principal aplicação deste documento IEC TS 60079-44 é para profissionais que estão envolvidos
com serviços de execução, supervisão, fiscalização ou auditorias de equipamentos e instalações de ins-
trumentação, automação, telecomunicações, elétricas ou mecânicas “Ex”, incluindo os seguintes serviços:
◗ Classificação de áreas com a presença de gases inflamáveis ou poeiras combustíveis
◗ Operação, produção, processamento ou armazenamento de produtos inflamáveis ou combustíveis
em áreas classificadas
◗ Projeto, comissionamento e inspeções iniciais detalhadas de equipamentos e instalações “Ex”
◗ Estratégias de criação do inventário dos equipamentos “Ex” e de gerenciamento das instalações “Ex”
◗ Seleção, instalação, testes e manutenção de equipamentos e instalações “Ex”
◗ Inspeções periódicas e por amostragem de equipamentos e instalações “Ex”
◗ Revisão, reparo, recuperação e modificação de equipamentos “Ex”
◗ Aspectos de gestão de ativos e das instalações “Ex”

De acordo com este documento IEC TS 60079-44, no que diz respeito aos processos de certificação
de competências pessoais “Ex”, é reconhecido que as competências pessoais “Ex” podem evoluir com o

POTÊNCIA 33
MATÉRIA DE CAPA
RETROSPECTIVA 2023 / PERSPECTIVAS 2024

passar do tempo, mas também podem se deteriorar, nos casos em que estas competências pessoais não
forem rotineiramente aplicadas. Portanto, para uma adequada avaliação da conformidade das competên-
cias pessoais “Ex” são requeridas a formação ou a educação continuada, bem como avaliações periódi-
cas. Estes e outros requisitos específicos podem também ser definidos em Documentos Operacionais
aplicáveis para sistemas de certificação de competências pessoais “Ex”.
Os participantes da Comissão de Estudo CE 003.031.001 do Subcomitê SCB 003.001 (Atmosferas ex-
plosivas) da ABNT/CB-003 (Eletricidade) acompanharam todo o processo e etapas de elaboração, comen-
tários, votação, aprovação e publicação deste documento. A partir de agora aquela Comissão de Estudo
inicia os trabalhos de elaboração da respectiva ABNT IEC TS 60079-44, tendo como base os requisitos da
DIRETIVA 3 da ABNT: Adoção de documentos técnicos internacionais.
Mais informações sobre a IEC TS 60079-44 podem ser encontradas em https://webstore.iec.ch/publi-
cation/59779

1.3. Publicação da IEC TS 60079-48: Atmosferas explosivas – Parte 48: Equipamento eletrônico por-
tátil ou pessoal - Diretrizes para utilização de equipamento sem certificação em área classificada
O documento IEC TS 60079-48, publicado em 28/11/2023, na forma inicial de uma “Especificação
Técnica”, apresenta orientações para um proprietário ou operador para a utilização temporária de equipa-
mentos eletrônicos portáteis ou pessoais a serem utilizados em áreas classificadas que exigem um Nível
de Proteção de Equipamento (EPL) Gb, Gc, Db ou Dc, mas que ainda não estejam comercialmente dispo-
níveis com seus respectivos certificados de conformidade “Ex”.

Este documento IEC TS 60079-48 NÃO é aplicável nos seguintes casos:


◗ Equipamentos que estejam eletricamente conectados a equipamentos fixos ou fiação fixa durante
a utilização na área classificada, por exemplo, uma
luminária LED conectada ao sistema de fiação local
por meio de um plugue e tomada,
◗ Equipamentos portáteis ou pessoais que possuam
certificados de conformidade “Ex” para utilização em
áreas classificadas
◗ Equipamentos transportáveis
◗
Equipamentos portáteis ou pessoais utilizados em
aplicações do Grupo I (Minas subterrâneas de carvão)
◗ Ferramentas portáteis centelhantes, alimentadas por
bateria, como por exemplo furadeiras e esmeril
◗ Equipamentos portáteis ou pessoais utilizados em
áreas classificadas que exigem equipamento “Ex” com EPL Ga ou Da, ou,
◗ Dispositivos médicos
Este documento não aborda outras considerações que envolvam a utilização de equipamentos eletrô-
nicos portáteis ou pessoais para outros aspectos de segurança, por exemplo, perda de segurança devido
à distração de tarefas de trabalho importantes, interferência de radiofrequência com equipamentos de
medição e controle ou equipamentos com funções médicas.

POTÊNCIA 34
MATÉRIA DE CAPA
RETROSPECTIVA 2023 / PERSPECTIVAS 2024

Este documento complementa as orientações apresentadas na Norma ABNT NBR IEC 60079-14 com
relação à utilização temporária de equipamentos pessoais ou portáteis que ainda não possuam certifica-
dos “Ex” para utilização em áreas classificadas.
Os participantes da Comissão de Estudo CE 003.031.006 do Subcomitê SCB 003.001 (Atmosferas ex-
plosivas) da ABNT/CB-003 (Eletricidade) acompanharam todo o processo e etapas de elaboração, comen-
tários, votação, aprovação e publicação deste documento. A partir de agora aquela Comissão de Estudo
inicia os trabalhos de elaboração da respectiva ABNT IEC TS 60079-48, tendo como base os requisitos da
DIRETIVA 3 da ABNT: Adoção de documentos técnicos internacionais.
Mais informações sobre a IEC TS 60079-48 podem ser encontradas em https://webstore.iec.ch/publi-
cation/66140

1.4. Norma / Especificação Técnica sobre especificação de portas com perfil Ethernet APL / 2-WISE
- IEC TS 63444
Foi publicada pela IEC em 17/11/2023 a Especificação
Técnica IEC TS 63444, elaborada pelo TC 65 / SC 65C da
IEC - Industrial networks, aplicável a equipamentos de auto-
mação de processo utilizando a camada física (PHY - Physi-
cal Layer) 10BASE-T1L (de acordo com a IEEE Std 802-3.cg).
Os perfis de portas Ethernet APL (Advanced Physical Layer)
em circuitos intrinsecamente seguros, com valores de entida-
de pré definidos para cada tipo de porta (por exemplo alimen-
tação, alcance e comunicação, de acordo com a ABNT IEC TS
60079-47) colabora na simplificação (ou eliminação) da neces-
sidade de verificação de parâmetros de entidade ou de limita-
ção, para fins de interconexão de diferentes dispositivos com
diversos tipos de portas Ethernet APL, contribuindo para a IN-
TEROPERABILIDADE entre dispositivos e switches 2-WISE, independentemente de seus modelos ou fabricantes.
As seguintes características técnicas fazem parte desta nova Norma,:
◗ Topologia, com capacidade de instalação de circuitos tronco (trunk) / circuitos de derivação (spur)
◗ Tecnologia de cabos a dois fios (comunicação full duplex com taxa de transmissão 10 MBit/s);
◗ Longo alcance (comprimentos de cabos que variam desde várias centenas de metros até 1 000 m);
◗ Segurança intrínseca: instalação de dispositivos de campo com capacidade Ethernet em áreas clas-
sificadas contendo atmosferas explosivas de gases inflamáveis ou poeiras combustíveis (Zonas 0, 1,
2, 20, 21 ou 22);
◗ Alimentação de força aos dispositivos de campo sobre os mesmos dois fios utilizados para a comu-
nicação de dados.

Todos os trabalhos de elaboração, análise, comentários, revisão, votação e publicação desta nova
normas inédita na normalização internacional, foram acompanhados pelos participantes da Comissão de
Estudo CE 003.065.001 (Medição, controle e automação para a indústria de processo), a qual passa a
iniciar os trabalhos de elaboração da respectiva ABNT IEC TS 63444, com base na DIRETIVA 3 da ABNT:
Adoção de documentos técnicos internacionais.

POTÊNCIA 35
MATÉRIA DE CAPA
RETROSPECTIVA 2023 / PERSPECTIVAS 2024

2. Atualização de Normas Técnicas brasileiras adotadas sobre “atmosferas explosivas”


No âmbito nacional do Cobei e da ABNT, as seis Comissões de Estudo do Subcomitê SCB 003:031
(Atmosferas explosivas) da ABNT/CB-003 (Eletricidade) trabalharam para a elaboração e atualização das
respectivas normas técnicas brasileiras das Séries ABNT NBR IEC 60079 e ABNT NBR ISO 80079, de for-
ma a manter a devida equivalência com as atuais edições das normas internacionais. Foram realizadas por
estas seis Comissões de Estudo do Subcomitê SCB 003:031 da ABNT/CB-003 diversas reuniões remotas
ao longo do ano de 2023.
Foram realizados pelas Comissões de Estudo do SCB 003.031 pela ABNT ao longo de 2023, os tra-
balhos de elaboração ou atualização das seguintes Normas ou Especificações Técnicas Brasileiras sobre
equipamentos e instalações em atmosferas explosivas, sem desvios técnicos em relação às respectivas
normas técnicas internacionais da IEC:
◗ ABNT NBR IEC 60079-11: Atmosferas explosivas - Parte 11: Proteção de equipamento por segurança
intrínseca (trabalhos de atualização iniciados em 11/2022, com base na IEC 60079-11 Ed. 7.0)
◗ ABNT NBR IEC 60079-17: Atmosferas explosivas - Parte 17: Atmosferas explosivas - Parte 17: Inspeção
e manutenção de equipamentos e instalações “Ex” (trabalhos de atualização iniciados em 10/2023,
com base no documento FDIS da IEC 60079-17 Ed. 6.0)
◗ ABNT NBR IEC 60079-29-1: Atmosferas explosivas - Parte 29-1: Detectores de gás - Requisitos de
desempenho (trabalhos de atualização iniciados em 12/2023)
◗ ABNT NBR IEC 60079-29-2: Atmosferas explosivas - Parte 29-2: Detectores de gás - Procedimentos
de seleção, instalação, utilização e manutenção (trabalhos de atualização concluídos em 12/2023)
◗ ABNT NBR ISO/IEC 80079-49: Atmosferas explosivas - Parte 49: Corta-chamas – Requisitos de de-
sempenho, métodos de ensaio e limites de utilização (trabalhos de elaboração iniciados em 12/2023,
com base no documento FDIS da ISO/IEC 80079-49 Ed. 1.0)

3. Evolução das Normas Técnicas Brasileiras adotadas “Ex” publicadas pela ABNT
A ABNT atingiu, em 2023, o significativo marco de publicação ou atualização de 106 normas técnicas
brasileiras adotadas sobre o tema “atmosferas explosivas”.

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MATÉRIA DE CAPA
RETROSPECTIVA 2023 / PERSPECTIVAS 2024

As Normas Técnicas brasileiras adotadas das Séries ABNT NBR IEC 60079 (atmosferas explosivas) e
ABNT NBR ISO 80079 (equipamentos mecânicos “Ex”), idênticas às respectivas normas técnicas interna-
cionais, vêm sendo publicadas ou atualizadas desde 2005, quando foi publicada pela ABNT a primeira
norma técnica brasileira adotada da Série ABNT NBR IEC 60079.

4. Sistema CREANET - Acesso “gratuito” a normas técnicas “Ex” elaboradas e publicadas pela ABNT
De acordo com entendimentos e convênio mantido entre o CONFEA/CREA/MÚTUA e ABNT, os profis-
sionais que estiverem cadastrados no sistema CREANET podem acessar, de forma “gratuita”, um acervo
de normas técnicas ABNT, incluindo as Normas Técnicas Brasileiras adotadas da Série ABNT NBR IEC
60079 (Atmosferas explosivas) e da Série ABNT NBR ISO 80079 (Equipamentos mecânicos “Ex”), dispo-
níveis no sistema CREANET de cada Estado. No CREANET/SP, por exemplo, uma relação significativa de
Normas Técnicas brasileiras, elaboradas e publicadas pela ABNT, está disponível para acesso, por parte
dos profissionais cadastrados no sistema CREANET. No CREANET/SP as Normas da ABNT podem ser
localizadas em: Solicitações / Solicitações de Normas Técnicas:
https://creanet1.creasp.org.br/NormaTecnica/ListaSolicitacaoNormaTecnicaProfissional.aspx

Exemplo de “passo a passo” no portal do sistema CREANET/SP:


1. Fazer login no sistema CREANET com seus dados
2. Clicar em “Solicitações”
3. Clicar em “Solicitações de Normas Técnicas”
4. Clicar no ícone “Permite criar um novo registro” (localizado no campo superior esquerdo, ao lado do
ícone da “Lupa”)
5. Clicar no campo “Solicitar Norma Técnica”
6. Selecionar a norma técnica pretendida no campo “Norma Técnica” (a busca pode ser feita pelo nú-
mero da norma)
7. Aceitar a declaração de “estar ciente que a norma disponibilizada não poderá ser compartilhada com
terceiros”
8. Aceitar a declaração de “estar ciente de que a norma disponibilizada pode sofrer alterações, as
quais devem ser objeto de nova avaliação”

POTÊNCIA 38
MATÉRIA DE CAPA
RETROSPECTIVA 2023 / PERSPECTIVAS 2024

9. Clicar no ícone “Confirmar os dados na base de dados” (símbolo de um antigo “disquete”, que foi
utilizado nas décadas de 1980 e 1990 do século passado)
10. A situação “Solicitação Aberta” da norma técnica será mostrada na janela que será apresentada a
seguir, incluindo o número da solicitação no sistema CREANET
11. Quando a solicitação for “deferida” no sistema CREANET, será enviado ao e-mail cadastrado no
sistema uma mensagem de notificação sobre a norma solicitada estar disponível para visualização
12. A Norma solicitada estará disponível para visualização no caminho Solicitações / Solicitações de
Normas Técnicas no portal do sistema CREANET
Diversos CREAs implantaram, em seus respectivos Estados, em seus sistemas CREANET, uma biblio-
teca para que os profissionais cadastrados possam acessar o conteúdo gratuitamente. Nestes CREAs o
acesso às Normas elaboradas e publicadas pela ABNT pode ser considerado muito importante para os
necessários conhecimentos técnicos profissionais “Ex”. Pode ser recomendado que os profissionais ca-
dastrados no Sistema CREANET de seus respectivos Estados se informem sobre mais detalhes deste tipo
de acesso às normas técnicas brasileiras “Ex”.

5. Primeiro robô autônomo “Ex” brasileiro certificado para operar em atmosferas explosivas
Dentro do atual contexto da Indústria 4.0, da Internet Industrial das Coisas (IIoT), da Inteligência Artificial
(IA), e do Aprendizado por Máquina (Machine Learning), foi certificado em 12/2022, de forma pioneira no
Brasil, o primeiro Robô “Ex” de fabricação nacional, destinado a executar serviços autônomos de inspe-
ções industriais em áreas classificadas, fabricado pela Empresa Instor – Projetos e Robótica.
O robô “Ex” modelo Tupã “Ex” é o primeiro Robô Móvel Autônomo (AMR - Autonomous Mobile Robot)
desenvolvido na América Latina para inspeções industriais rotineiras em áreas classificadas contendo
atmosferas explosivas de gases inflamáveis, como por exemplo em plataformas de petróleo, refinarias
de petróleo, terminais de combustíveis, instalações portuárias e nas indústrias químicas, petroquímicas,
farmacêutica, siderúrgica e de mineração.
O processo de certificação foi realizado pelo Organismo de Certificação “Ex” brasileiro CPEx Certifica-
ções. A marcação deste primeiro Robô “Ex” brasileiro é: Ex db ib pxb h IIB T3 Gb.
As Normas Técnicas Brasileiras adotadas das Séries ABNT NBR IEC 60079 (Atmosferas explosivas) e
ABNT NBR ISO 80079 (Equipamentos mecânicos “Ex”), elaboradas pelas Comissões de Estudo do Subco-
mitê SCB 003.031 (Atmosferas explosivas) e publicadas pela ABNT, que foram consideradas nesta certifi-
cação, incluindo ensaios laboratoriais foram as seguintes:
◗ ABNT NBR IEC 60079-0: Atmosferas explosivas - Parte 0: Equipamentos - Requisitos gerais
◗ ABNT NBR IEC 60079-1: Atmosferas explosivas - Parte 1: Proteção de equipamento por invólucro à
prova de explosão (Tipo de proteção Ex “d”)
◗ ABNT NBR IEC 60079-2: Atmosferas explosivas - Parte 2: Proteção de equipamento por invólucro
pressurizado (Tipo de proteção Ex “p”)
◗ ABNT NBR IEC 60079-11: Atmosferas explosivas - Parte 11: Proteção de equipamento por segurança
intrínseca (Tipo de proteção Ex “i”)
◗ ABNT NBR ISO/IEC 80079-36: Atmosferas explosivas - Parte 36: Equipamentos não elétricos para
utilização em atmosferas explosivas - Métodos e requisitos básicos (Tipo de proteção Ex “h”)

POTÊNCIA 39
MATÉRIA DE CAPA
RETROSPECTIVA 2023 / PERSPECTIVAS 2024

De acordo com a Instor Projetos e Robótica este Robô “Ex” autônomo foi projetado, dentre outros obje-
tivos, para colaborar com as Indústrias “Ex” no sentido de reduzir os riscos da exposição da vida humana
a ambientes agressivos ou tóxicos, durante as inspeções de rotina em instalações industriais, inclusive em
espaços confinados e em áreas classificadas.

6. Novo laboratório brasileiro para ensaio de equipamentos elétricos e mecânicos “Ex” acreditado
pelo Inmetro
Foi acreditado pelo Inmetro, em 31/03/2023, um novo Laboratório brasileiro para Ensaios de Equipa-
mentos de instrumentação, automação, telecomunicações, elétricos e mecânicos “Ex”, o CPEx (Centro de
Pesquisa em Atmosferas Explosivas), localizado na cidade de Hortolândia, no Estado de São Paulo.
De acordo com o escopo de acreditação publicado pelo Inmetro, o Laboratório de Ensaios de Equipa-
mentos “Ex” do CPEx foi aprovado para executar ensaios para equipamentos com os seguintes tipos de
proteção “Ex”:

◗ Ex “d”: Invólucros à prova de explosão (Norma Técnica Brasileira adotada ABNT NBR IEC 60079-1)

◗ Ex “e”: Segurança aumentada (Norma Técnica Brasileira adotada ABNT NBR IEC 60079-7)

◗ Ex “i”: Segurança intrínseca (Norma Técnica Brasileira adotada ABNT NBR IEC 60079-11)

◗ Ex “m”: Encapsulamento (Norma Técnica Brasileira adotada ABNT NBR IEC 60079-18)

◗ Ex “n”: Não acendível (Norma Técnica Brasileira adotada ABNT NBR IEC 60079-15)

◗ Ex “op”: Proteção óptica (Norma Técnica Brasileira adotada ABNT NBR IEC 60079-28)

◗ Ex “p”: Invólucros pressurizados (Norma Técnica Brasileira adotada ABNT NBR IEC 60079-2)

◗ Ex “t”: Proteção por invólucro contra ignição de poeiras combustíveis (Norma Técnica Brasileira ado-
tada ABNT NBR IEC 60079-31)

◗ Ex “h”: Métodos e requisitos básicos para avaliação de equipamentos não elétricos para atmosferas
explosivas (Norma Técnica Brasileira adotada ABNT NBR ISO 80079-36)

◗ Ex “c” (Segurança construtiva), Ex “b” (Controle de fontes de ignição) e Ex “k” (Imersão em líqui-
do) para equipamentos não elétricos para atmosferas explosivas (Norma Técnica Brasileira adotada
ABNT NBR ISO 80079-37)

POTÊNCIA 40
MATÉRIA DE CAPA
RETROSPECTIVA 2023 / PERSPECTIVAS 2024

De acordo com o Inmetro, além da possibilidade de execução de ensaios no Laboratório, o escopo de


acreditação inclui também a possibilidade da execução de alguns ensaios nas instalações dos clientes,
como por exemplo, nas instalações de fabricantes de equipamentos “Ex” ou instalações de empresas
proprietárias de equipamentos “Ex” ou Empresas usuárias de instalações “Ex”.

Mais informações sobre o escopo de acreditação do CPEx como Laboratório de Ensaios de Equipa-
mentos de elétricos e não elétricos “Ex” estão disponíveis na página do INMETRO: http://www.inmetro.
gov.br/laboratorios/rble/docs/CRL1727.pdf

7. Inclusão de Anexo sobre INVENTÁRIO de equipamentos “Ex” na Norma ABNT NBR IEC 60079-14
– Projeto e instalações em atmosferas explosivas
Sobre a necessidade de criação do INVENTÁRIO dos equipamentos “Ex” de cada instalação, foi inclu-
ído em 26/05/2023, na Norma Técnica Brasileira adotada ABNT NBR IEC 60079-14 (Atmosferas explosi-
vas - Parte 14: Projeto, seleção e montagem de instalações elétricas) apresenta, o Anexo “O” - Elaboração
do inventário de equipamentos “Ex” – Dados e informações para cadastro. O início dos trabalhos de
elaboração do inventário dos equipamentos “Ex” deve ser realizado ao longo da etapa de projeto de de-
talhamento, sendo construído com base em informações de documentos certificados dos fabricantes dos
equipamentos de instrumentação, automação, telecomunicações, elétricos ou mecânicos “Ex”, obtidos
nos respectivos processos de suprimento.
A conclusão dos trabalhos de elaboração do inventário dos equipamentos “Ex” deve ser realizada duran-
te os serviços de montagem e inspeções iniciais detalhadas “Ex”, juntamente com o término dos serviços de
comissionamento (incluindo “as built”).
O inventário dos equipamentos de instrumentação, automação, telecomunicações, elétricos e mecânicos
“Ex” de cada instalação deve ser mantido atualizado, incorporando modificações decorrentes, por exemplo,
de ampliações das instalações existentes (Revamp), de substituição de equipamentos “Ex” existentes de-
vido a alterações de projeto ou necessidade de serviços de manutenção ou por descomissionamento de
instalações existentes, de forma parcial ou total.

POTÊNCIA 41
MATÉRIA DE CAPA
RETROSPECTIVA 2023 / PERSPECTIVAS 2024

POTÊNCIA 42
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POTÊNCIA 44
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De forma similar, a Norma Técnica Brasileira adotada ABNT NBR IEC 61892-7 (Unidades marítimas fixas
e moveis – Instalações elétricas – Parte 7: Áreas classificadas) também apresenta requisitos para a criação
do inventário dos equipamentos “Ex” existentes em instalações elétricas de unidades marítimas fixas e
moveis, em seu Anexo H (Lista de equipamentos elétricos e eletrônicos em áreas classificadas – Exemplo
de arquivos de dados – Requisitos relacionados aos dados do arquivo.

POTÊNCIA 45
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POTÊNCIA 46
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RETROSPECTIVA 2023 / PERSPECTIVAS 2024

8. Norma Técnica sobre marcação digital de produtos – ABNT NBR IEC 63365
Foi publicada pela ABNT em 30/05/2023, a Norma técnica brasileira adotada ABNT NBR IEC 63365
(Medição, controle e automação de processos industriais – Marcação digital), aplicável a marcação digital
de produtos utilizados na medição, controle e automação da indústria de processo. Esta Norma estabe-
lece um conceito e os requisitos para as placas de dados digitais e apresenta alternativas para soluções
de leituras eletrônicas, como Códigos 2D (QR Codes ou códigos de barra), RFID ou firmware, em relação
à tecnologia “convencional” de marcação por textos simples de produtos.

O projeto “marcação digital” foi iniciado em resposta às necessidades dos fabricantes de equipa-
mentos com tipos de proteção “Ex” para instalação em atmosferas explosivas e pelos operadores ou
proprietários (usuários finais) de instalações de instrumentação, automação, telecomunicações, elétricas
e mecânicas em áreas classificadas.
Um dos objetivos da marcação digital é assegurar que todas as informações necessárias possam ser
marcadas nos equipamentos, particularmente considerando a grande quantidade de informações reque-
ridas na área de equipamentos de instrumentação, automação, telecomunicações, elétricos e mecânicos
“Ex”, para instalação em atmosferas explosivas.
Os requisitos para a marcação de produtos “Ex” para os mercados globais têm se tornado tão extensi-
vos que frequentemente não é mais possível incluir todas as informações requeridas sobre uma marcação
“convencional”, especialmente para os produtos de menores dimensões, como, por exemplo, os sensores.
A Norma ABNT NBR IEC 63365 é também destinada à elevação da aceitação das
marcações digitais por parte dos
Organismos e Entidades Regula-
mentadoras. , como por exemplo
ANATEL, INMETRO, Ministério do
Trabalho, ANP ou ANAC, de for-
ma similar como ocorre em diver-
sos outros países do mundo. Um
objetivo em médio e longo pra-
zos é a substituição da marcação
“convencional” por uma marca-
ção digital, tanto quanto possível.
Os Organismos e Entidades Re-
gulamentadoras requerem que a

POTÊNCIA 47
MATÉRIA DE CAPA
RETROSPECTIVA 2023 / PERSPECTIVAS 2024

marcação seja aplicada aos produtos, componentes e dispositivos de forma permanente, clara e legível.
Estes requisitos podem ser atendidos também pelas marcações digitais.
As informações das marcações digitais estão contidas em um meio de leitura eletrônica, lida diretamente
por máquinas (M2M – Machine to Machine), afixadas aos produtos, sobre as embalagens dos produtos ou do-
cumentos que acompanham os produtos. As informações das marcações digitais de produtos são disponíveis
de modo “off-line”, sem a necessidade de conexão com a Internet. Após a leitura digital todas as informações
das macacões digitais são mostradas em um formato de texto para leitura pelas pessoas. As marcações digitais
também incluem a identificação de link, de acordo com a Norma IEC 61406-1 (Link de identificação), permitindo
o acesso, por parte do usuário, informações adicionais do produto de forma “on-line”, como certificados de
conformidade e manuais de instalação, operação, manutenção, inspeção e recuperação.
A principal motivação para os trabalhos de elaboração desta norma técnica internacional sobre marcação
digital é oriunda de fabricantes de produtos “Ex” e de usuários de equipamentos “Ex”. Em função das diver-
sas marcações dos equipamentos “Ex”, a marcação digital permite que os produtos “Ex” possam proporcio-
nar todas as informações necessárias de uma forma eletrônica, off-line, com um menor espaço de marcação.
Sob o ponto de vista dos usuários, a marcação eletrônica permite uma adequada gestão dos equipa-
mentos de instrumentação, automação, telecomunicações, elétricos e mecânicos “Ex”, deste a fase de
projeto, criação do inventário, montagem, As-Built, inspeções, manutenção e recuperação, ao longo do
ciclo total de vida das instalações “Ex”, permitindo um conectividade e integração com os sistemas infor-
matizados de gestão de ativos “Ex”. De acordo com a IEC 63365, “no presente momento, as marcações di-
gitais estão sendo implementadas e aceitas nos mercados internacionais, de forma crescente e contínua”.
Podem ser citados como exemplos de países onde Entidades Regulamentadoras reconhecem e acei-
tam a marcação digital em diferentes tipos de produtos: África do Sul, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá,
China, Coréia do Sul, Emirados Árabes, EUA, Filipinas, Gana, Índia, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia,
Samoa, Singapura, Taiwan, Tailândia e Vietnã. No Brasil, por exemplo, a ANATEL reconhece e aceita a
marcação digital em produtos de telecomunicações desde 2020.

9. Inclusão de Anexo sobre marcação digital de produtos “Ex” na Norma ABNT NBR IEC 60079-0
Foi incorporado em 15/09/2023 na Norma ABNT NBR IEC 60079-0 (Requisitos gerais para equipamen-
tos “Ex”) um novo anexo informativo, contendo informações sobre requisitos para a marcação digital de
equipamentos de instrumentação, automação, telecomunicações, elétricos e mecânicos “Ex”.
Este Anexo “I” foi elaborado com base nos requisitos apresentados na Norma ABNT NBR IEC 63365
(Medição, controle e automação de processos industriais - Marcação digital), servindo como orientação
para os fabricantes de equipamentos “Ex” e os Organismos de Certificação de produtos “Ex”.
O objetivo primário de uma marcação “Ex” é identificar, de forma clara, os equipamentos, componentes
e dispositivos “Ex”, bem como seus fabricantes e os certificados de conformidade. Os requisitos legais de
marcação “Ex” indicam a conformidade com os regulamentos para a colocação dos produtos no mercado,
bem como para as suas utilizações de forma segura.
De acordo com a Norma Técnica Brasileira adotada ABNT NBR IEC 63365, “no presente momento,
as marcações digitais estão sendo implementadas e aceitas nos mercados internacionais, de forma cres-
cente e contínua”. Podem ser citados como exemplos de países onde Entidades Regulamentadoras reco-
nhecem e aceitam a marcação digital em diferentes tipos de produtos: África do Sul, Argentina, Austrália,
Brasil, Canadá, China, Comunidade Europeia, Coréia do Sul, Emirados Árabes, EUA, Filipinas, Gana, Índia,
Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Samoa, Singapura, Taiwan, Tailândia e Vietnã.

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MATÉRIA DE CAPA
RETROSPECTIVA 2023 / PERSPECTIVAS 2024

POTÊNCIA 50
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POTÊNCIA 52
MATÉRIA DE CAPA
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10. Reuniões plenárias do IECEx em 2023 na Escócia


Entre os dias 18 e 22/09/2023 foram realizadas as reuniões “plenárias” do IECEx - Sistema Interna-
cional de Certificação da IEC para o ciclo total de vida das instalações elétricas e mecânicas atmosferas
explosivas.
De acordo com o IECEx, até 30/06/2023 haviam sido emitidos no Sistema IECEx um total de 149.767
certificados e relatórios, dentre os esquemas de certificação (Competências pessoais “Ex”, Empresas de
Serviços “Ex” e Equipamentos elétricos e mecânicos “Ex”). Comparados com os 135.621 documentos que
haviam sido emitidos até o mesmo período do ano anterior (30/06/2022), pode ser verificado um signifi-
cativo crescimento geral de 10.4 % de emissão de documentos no sistema IECEx ao longo do último ano.
Existe ainda a ocorrência de 32 % dos certificados emitidos pela primeira vez, evidenciando a grande
demanda existente por novas certificações neste sistema internacional “Ex” da IEC.

Evolução de emissão de certificados de conformidade e de relatórios “Ex” no IECEx

Até 2023 já haviam sido aprovados no sistema IECEx para o esquema de certificação de equipamentos
elétricos e mecânicos “Ex”: 64 Organismos de Certificação “Ex” (ExCB) (mais 5 em processo de inscrição) e
72 Laboratórios de Ensaios “Ex” (ExTL) (mais 5 em processo de inscrição). Para o esquema de certificação
de competências pessoais “Ex” já haviam sido aprovados até 2023 um total de 16 Organismos de Certifi-
cação “Ex” (mais 1 em processo de inscrição). No esquema de certificação de Empresas de Serviços “Ex” já
haviam sido aprovados até 2023 no sistema IECEx um total de 18 Organismos de Certificação “Ex” (mais 2
em processo de inscrição).
Um arquivo contendo “Detalhes do Sistema IECEx e alguns pontos de destaque das reuniões plenárias
de 2023” com um resumo dos principais assuntos que foram discutidos durante as reuniões plenárias do
IECEx em 2023 está disponível em:
https://drive.google.com/file/d/1Jj8mtvL95MiWiDy0UOGzUYWLgAJn_p82/view?usp=drive_link

POTÊNCIA 53
MATÉRIA DE CAPA
RETROSPECTIVA 2023 / PERSPECTIVAS 2024

11. Reuniões plenárias do TC-31 da IEC em 2023 nos Estados Unidos


Foram realizadas entre os dias 30/10 e 10/11/2023 as reuniões Plenárias, para discussão geral do anda-
mento das Normas das Séries IEC 60079 e ISO/IEC 80079 e ações a serem tomadas para o desenvolvi-
mento dos trabalhos em andamento por parte dos respectivos Grupos de Trabalho (Maintenance Teams)
e Subcomitês.
O Technical Committee IEC TC-31 (Equipment for explosive atmospheres) é atualmente composto por
um total de 53 países, sendo 42 países membros do tipo “P” - “Participante” (com direito a voto) e 11 paí-
ses membros do tipo “O” – “Observador”. O Brasil ocupa a posição de membro do tipo “P” neste Comitê
Técnico, com deveres e direitos de participar da elaboração e da atualização da normalização técnica
internacional nesta área da tecnologia “Ex”.
Estiveram presentes nestas reuniões realizadas na cidade de Melville, nos EUA representantes dos
Comitês Nacionais de Normalização de diversos países, como África do Sul, Alemanha, Austrália, Áustria,
Canadá, China, Coréia do Sul, Croácia,
Dinamarca, Estados Unidos, Finlândia, França, Índia, Irã, Irlanda, Itália, Japão, Malásia, Holanda, Norue-
ga, República Checa, Rússia, Suécia, Suíça e Reino Unido.
Um arquivo apresentando a estrutura do TC 31 da IEC, os principais pontos de destaque e os principais
assuntos que foram discutidos nas reuniões plenárias do TC 31 da IEC, realizadas em 11/2023 no EUA, está
disponível em:
https://drive.google.com/file/d/1BdDI_VYMZhdw-K0kdwxRvYpuK5eS5OGt/view?usp=sharing

12. Publicação de vídeos explicativos sobre os sistemas internacionais de certificação “Ex” do IECEx
Foram publicados três VÍDEOS explicativos dos sistemas de certificação do IECEx, contendo informa-
ções resumidas sobre seus principais objetivos e formas de operação. Foram publicados vídeos específi-
cos sobre o esquema de certificação de EMPRESAS DE SERVIÇOS “Ex”, certificação de COMPETÊNCIAS
PESSOAIS “Ex” e certificação de EQUIPAMENTOS de instrumentação, automação, telecomunicações, elé-
tricos e mecânicos “Ex”. Clique nas imagens para abrir os vídeos do IECEx.

POTÊNCIA 54
MATÉRIA DE CAPA
RETROSPECTIVA 2023 / PERSPECTIVAS 2024

Os três Folhetos do Sistema IECEx e para certificação de Empresas de Serviços “Ex” e de Competên-
cias Pessoais, traduzidos pelo SC IECEx BR do Cobei, estão disponíveis para download de forma pública,
diretamente na página da IEC. Clique nas imagens para abrir os Folhetos do IECEx.

13. Oitavo Encontro sobre Atmosferas Explosivas da Abendi


O 8º Encontro sobre Atmosferas Explosivas promovido pela Abendi foi realizado nos dias 20 e
21/09/2023. Este Encontro “Ex”, realizado no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo, contou
com a presença de mais de 120 profissionais envolvidos com o tema “Ex”.
Dentre os principais temas de destaque que são abordados a cada edição destes Encontros anuais
“Ex” da Abendi podem ser citados:
◗ O sistema de certificação de equipamentos mecânicos “Ex”
◗ Apresentação das características e objetivos gerais dos sistemas de certificação “Ex”
◗ O apoio das Nações Unidas para a convergência regulatória mundial “Ex” com base nos sistemas de
certificação do IECEx para o ciclo total de vida das instalações “Ex”
◗ Requisitos de certificação “Ex” para o Ciclo Total de Vida das Instalações contendo Atmosferas Ex-
plosivas
◗ Experiências em Certificação de Competências Pessoais “Ex”
◗ Experiências em Certificação de Oficinas de Serviços de Reparo “Ex”
◗ Experiências em Certificação de Equipamentos “Ex” nacionais no sistema IECEx
◗ Experiências de Provedores de Treinamentos “Ex” reconhecidos no Brasil
◗ Panorama geral dos tipos de proteção “Ex” e os aspectos dos de montagem e de manutenção
◗ A necessidade das empresas usuárias de equipamentos e instalações “Ex” na contratação de empre-
sas de prestação de serviços “Ex” competentes e certificados

POTÊNCIA 55
MATÉRIA DE CAPA
RETROSPECTIVA 2023 / PERSPECTIVAS 2024

◗ A necessidade das empresas com instalações em atmosferas explosivas de certificação de pessoal


em atmosferas explosivas
◗ Requisitos de montagem e de inspeção de instalações elétricas e de instrumentação em áreas clas-
sificadas

O 9º Encontro Anual “Ex” da Abendi está programado para ser realizado nos dias 27 e 28/08/2024,
em São Paulo.
http://abendicertificadora.org.br/atmosferas_explosivas/index.html

14. Sistema internacional de certificação de competências “Ex” do IECEx atinge mais de 7.400 cer-
tificados de conformidade emitidos
O Sistema internacional de certificação de conformidade de competências pessoais “Ex” do IECEx,
lançado em 2010, atingiu em 12/2023 o total de mais 7.400 certificados emitidos para profissionais de 46
países do mundo. Este total inclui cerca de 190 certificados “Ex” conquistados por profissionais brasileiros,
emitidos por Organismos de Certificação aprovados internacionalmente no Sistema IECEx para o esque-
ma de certificação de competências pessoais “Ex”, abrangendo as Unidades de Competências Ex 001, Ex
002, Ex 003, Ex 004, Ex 007, Ex 008 e Ex 009.

POTÊNCIA 56
MATÉRIA DE CAPA
RETROSPECTIVA 2023 / PERSPECTIVAS 2024

Destaque para países como a Coreia, China e Singapura, que possuem, cada um, muitas centenas
de profissionais “Ex” competentes. Este tipo de demanda é decorrente, dentre outras “motivações”, às
necessidades da presença destes tipos de profissionais com “certificação de competências pessoais Ex”,
para atendimento de requisitos contratuais de empresas contratantes, demandantes de fabricação de
novas plataformas e navios FPSO nos estaleiros daqueles países.
Em especificações técnicas e documentos de licitações e de contratos de diversas empresas da indús-
tria do petróleo, tanto no Brasil como em diversos outros países do mundo, existem requisitos contratuais
com a exigência de que profissionais envolvidos em trabalhos de campo em áreas classificadas tenham
a devida certificação de suas competências pessoais “Ex”, como por exemplo as atividades de inspeções
iniciais e periódicas “Ex” (Unidades de Competências Pessoais Ex 007 e Ex 008).

Uma “guia de orientações” contendo o “passo a passo” para a obtenção de certificação de competên-
cias pessoais “Ex” é apresentada na Guia IECEx 05 A: Orientações e instruções para inscrição para obter
um Certificado de Competências Pessoais “Ex”. http://www.iecex.com/assets/Uploads/IECEx-Guide-05A-
-Ed2.1-pt-rev-3.pdf
Todos os certificados internacionais de conformidade de competências pessoais “Ex” emitidos no sis-
tema IECEx, abrangendo as 12 (doze) Unidades de Competências Pessoais “Ex” (Ex 000 a Ex 011) estão
disponíveis para acesso público, na íntegra, no sistema de certificação “on-line” do IECEx: https://www.
iecex-certs.com/#/home

15. Novos certificados internacionais de competências pessoais IECEx obtidos por profissionais bra-
sileiros
Foram emitidos até 12/2023 um total de 190 certificados internacionais de conformidade de compe-
tências pessoais “Ex” para profissionais brasileiros. Estes certificados foram emitidos por Organismos de
certificação de pessoas reconhecidos pelo IECEx, após a realização de exames teóricos e práticos sobre

POTÊNCIA 57
MATÉRIA DE CAPA
RETROSPECTIVA 2023 / PERSPECTIVAS 2024

as unidades de certificação “Ex” avaliadas nos processos de certificação “Ex” e incluem em seu escopo
as Unidades de Competências pessoais:
◗ Ex 001: Aplicação dos princípios básicos de proteção “Ex” em atmosferas explosivas
◗ Ex 002: Serviços de classificação de áreas
◗ Ex 003: Montagem de equipamentos e instalações “Ex”
◗ Ex 004: Manutenção de equipamentos e instalações “Ex”
◗ Ex 007: Inspeções visuais e apuradas em atmosferas explosivas
◗ Ex 008: Inspeções detalhadas em atmosferas explosivas
◗ Ex 009: Projeto de instalações e sistemas de fiação em áreas classificadas

Estas Unidades de Competências pessoais “Ex” estão associadas com serviços a serem executados ou
supervisionados por profissionais com base nos requisitos indicados nas Normas Técnicas internacionais
aplicáveis, as quais são adotadas pela ABNT:
◗ ABNT NBR IEC 60079-10-1 - Serviços de classificação de áreas contendo gases inflamáveis
◗ ABNT NBR IEC 60079-10-2 - Serviços de classificação de áreas contendo poeiras combustíveis
◗ ABNT NBR IEC 60079-14 - Serviços de projeto, seleção de equipamentos e montagem de instalações
“Ex”
◗ ABNT NBR IEC 60079-17 - Serviços de inspeção e manutenção de equipamentos e instalações “Ex”

Pode ser verificado no presente momento, no mercado de trabalho nacional, uma crescente “oferta”
de profissionais “Ex” certificados no Brasil, a qual tem como base uma respectiva e crescente “demanda”
por profissionais “Ex” certificados, os quais são requeridos de forma CONTRATUAL por empresas brasilei-
ras da indústria do petróleo e petroquímico, bem como por empresas que prestam estes serviços, como
empresas brasileiras de engenharia, empresas de inspeção e estaleiros de fabricação de FPSO.
Este ciclo “virtuoso” de certificação de competências pessoais “Ex”, já utilizado por diversas empresas
do Brasil e do mundo, apresenta como um dos seus objetivos a devida “CONFIANÇA” na contratação de
profissionais que tenham sido avaliados em suas competências pessoais e sejam periodicamente acom-
panhados por Organismos de Certificação de Pessoas, no sentido de avaliar a continuidade e atualidade
das competências e conhecimentos dos profissionais com certificação “Ex”.

16. Novos certificados internacionais IECEx obtidos por fabricantes brasileiros de equipamentos e
componentes “Ex”
De acordo com o sistema de certificação “on-line” do IECEx, até 12/2023 haviam sido obtidos por
fabricantes brasileiros um total de 198 Certificados de Conformidade (ExCoC) para equipamentos e com-
ponentes “Ex”, 185 Relatórios de Ensaios (ExTR) e 153 Relatórios de Avaliação do Sistema de Gestão da
Qualidade (ExQAR).
A obtenção de certificação internacional IECEx pode ser atualmente considerada como uma “boa
prática” adotada por vários fabricantes de equipamentos eletrônicos, de automação, instrumentação,

POTÊNCIA 58
MATÉRIA DE CAPA
RETROSPECTIVA 2023 / PERSPECTIVAS 2024

telecomunicações, elétricos e mecânicos “Ex” que pretendem também exportar e comercializar seus pro-
dutos em outros países, dentro do atual mercado internacional. Pela sua ampla aceitação e reconheci-
mento mundial, a obtenção de certificação IECEx tem sido considerada como sendo um “passaporte” para
o mercado internacional.
Com base nas informações públicas disponibilizadas no sistema “on-line” de certificação do IECEx, po-
dem ser citados como exemplos de alguns fabricantes brasileiros de equipamentos e componentes “Ex”
que já buscaram, até o presente momento, a certificação internacional “Ex”, de forma a comercializar no mer-
cado externo: Alutal Controles Industriais, ACE Schmersal Eletroeletrônica Industrial, Consistec Controles e
Sistemas de Automação, ExSuper Santae Equipamentos de Engenharia, Nova Smar, GE GEVISA, Haenke
Tubos Flexíveis, Sense Eletrônica, Sermatex Grun Equipamentos Elétricos, Telbra “Ex”, Tramontina Eletrik,
Valtek Sulamericana, XPERT Empreendimentos Eletrônicos e WEG Drivers e Equipamentos Elétricos.
Todos os Certificados de Conformidade (ExCoC), Relatórios de Ensaios (ExTR) e Relatórios de Avaliação
do Sistema de Gestão da Qualidade (ExQAR) emitidos no âmbito do IECEx estão disponíveis para acesso
público em: https://www.iecex-certs.com

17. Novos certificados internacionais de conformidade para equipamentos MECÂNICOS “Ex” emiti-
dos no IECEx
Foram emitidos desde 2016 até 12/2023 mais de 870 certificados internacionais IECEx para equipa-
mentos mecânicos “Ex”, destinados para instalação em áreas classificadas contendo atmosferas explo-
sivas de gases inflamáveis ou de poeiras combustíveis, de acordo com as Normas internacionais ISO
80079-36 e ISO 80079-37.
Podem ser citados como exemplos de equipamentos mecânicos com certificação “Ex”, compressores,
ventiladores, bombas, caixas com engrenagens de velocidade, skid para medição de gás, acoplamentos
para equipamentos rotativos, freios, motores hidráulicos e pneumáticos, agitadores ou misturadores para
tanques, medidores rotativos, flutuantes ou do tipo turbina, combinações de dispositivos para a fabricação
de máquinas (como elevadores, esteiras rolantes, transportadores de canecas), sistemas fixos ou portáteis
de ar condicionado, atuadores mecânicos para válvulas de controle, sistemas de “festoon” para suporta-
ção mecânica cabos de pontes rolantes, aspiradores pneumáticos de material particulado, sistemas de
enrolamento de “risers” umbilicais para FPSO e resfriadores do tipo “vortex”.
Os certificados internacionais para equipamentos mecânicos “Ex” encontram-se disponíveis para aces-
so público, na íntegra, no sistema no sistema “on-line” de certificação do IECEx e podem ser encontrados
com a pesquisa pelas Normas “ISO 80079-36” ou “ISO 80079-37”. https://www.iecex-certs.com

18. Empresas de serviços de inspeção, manutenção, reparo, revisão e recuperação de equipamen-


tos “Ex” certificadas no Brasil
Foram certificadas no Brasil, até 2023, de forma voluntária, por Organismos de Certificação brasileiros
que atuam na área sobre “atmosferas explosivas”, mais de 100 empresas brasileiras de SERVIÇOS “Ex”.
Foram certificadas em 2021 e 2023 as primeiras Empresas Brasileiras de Serviços de INSPEÇÃO e MA-
NUTENÇÃO “Ex”, com base nos requisitos técnicos, de competências pessoais e de gestão da qualidade
especificados na Norma Técnica Brasileira adotada ABNT NBR IEC 60079-17 – Inspeção e manutenção
de equipamentos e instalações em atmosferas explosivas.

POTÊNCIA 59
MATÉRIA DE CAPA
RETROSPECTIVA 2023 / PERSPECTIVAS 2024

Foram certificadas, desde 2009, cerca de 100 Empresas Brasileiras de serviços de REPARO e RECU-
PERAÇÃO de equipamentos “Ex”, com base nos requisitos de sistema de gestão qualidade, ferramental,
equipamentos, procedimentos de trabalho e competências pessoais de profissionais executantes e pro-
fissionais responsáveis pelos serviços de recuperação “Ex” especificados na Norma Técnica Brasileira
adotada ABNT NBR IEC 60079-19 – Reparo, revisão, recuperação e modificação de equipamentos para
atmosferas explosivas.
A demanda pela CERTIFICAÇÃO de Empresas de Serviços “Ex” brasileiras tem sido motivada por meio
de Empresas Brasileiras proprietárias de equipamentos “Ex” e usuárias de instalações de instrumentação,
automação, telecomunicações, elétricas e mecânicas “Ex”, que incluem, desde 2009, exigências CON-
TRATUAIS de certificação de Empresas de Serviços “Ex” e de Competências Pessoais “Ex”.
Estas Empresas brasileiras CERTIFICADAS para serviços de reparo e recuperação de equipamentos
“Ex” estão localizadas em 14 estados (AL, BA, CE, ES, GO, MG, MS, MT, PE, PR, RJ, RS, SC e SP), envolven-
do equipamentos “Ex” de diversos tipos, como aquecedores elétricos, motores elétricos de alta e baixa
tensão, invólucros de painéis elétricos, caixas de terminais, luminárias, projetores portáteis, lanternas,
tomadas, sistemas de intercomunicação industrial, equipamentos e sistemas de CFTV, cabeçotes de im-
pressão, servomotores, rádios transceptores, smartphones, tablets e motobombas submersíveis “Ex”.
https://drive.google.com/file/d/1s6pZt5PrCiaKmqjd0_RL8K881XUTOcEV/view?usp=drive_link

19. Lançamento do HandBook sobre instalações elétricas “Ex” pela Potência Educação
A Potência Educação lançou em 06/2023 um “HandBook” sobre o tema “Instalações elétricas em At-
mosferas explosivas”.
Este Handbook “Ex” sobre Instalações Elétricas em Atmosferas Explosivas é dirigido aos profissionais
envolvidos com os serviços em equipamentos ou instalações elétricas em áreas classificadas contendo
atmosferas explosivas formadas por gases inflamáveis ou poeiras combustíveis.
Este Handbook “Ex” tem por objetivo servir como fonte de consulta para a implantação de sistemas
de gestão de segurança, gestão de ativos e gestão de competências pessoais “Ex”, a serem implantados
em Empresas que possuem áreas classificadas e que são proprietárias ou usuárias de equipamentos e
instalações elétricas em atmosferas explosivas, de forma a garantir a segurança dos equipamentos e das
instalações “Ex” ao longo do seu ciclo total de vida, bem como das pessoas, do patrimônio e do meio
ambiente, sujeitos aos riscos potenciais que podem estar presentes. Este HandBook “Ex” aborda os se-
guintes assuntos, relacionados com o tema envolvendo “atmosferas explosivas”:
1. Objetivo
2. Prefácio
3. Introdução
4. Termos técnicos e definições sobre equipamentos e instalações “Ex”
5. Principais Normas Técnicas Brasileiras adotadas sobre equipamentos e instalações elétricas e mecânicas
“Ex”
6. A responsabilidade pela segurança ao longo do “ciclo total de vida” das instalações em atmosferas explosivas
7. Aspectos gerais sobre serviços de classificação de áreas, projeto, montagem, inspeção, manutenção, reparo
e recuperação de equipamentos e instalações “Ex”

POTÊNCIA 60
MATÉRIA DE CAPA
RETROSPECTIVA 2023 / PERSPECTIVAS 2024

8. Serviços de classificação de áreas contendo gases infla-


máveis ou poeiras combustíveis
9. Zonas, Grupos e classes de temperatura em áreas classi-
ficadas de gases e poeiras
10. A importância da documentação de classificação de
áreas contendo gases inflamáveis ou poeiras combus-
tíveis
11. Riscos associados ao manuseio de grãos e farelos em
atmosferas explosivas de poeiras combustíveis
12. Eletricidade estática em atmosferas explosivas - Riscos,
controle e mitigação
13. 
Seleção de equipamentos “Ex” de acordo com EPL
(Equipment Protection Level) requerido pela classifica-
ção de áreas
14. Interpretação e aplicação da marcação “tradicional” e
“digital” de equipamentos “Ex”
15. Principais características e aplicações que os equipa-
mentos elétricos “Ex” utilizados em áreas classificadas
devem atender
16. Benefícios das entradas indiretas de cabos em equipa-
mentos metálicos do tipo “à prova de explosão”
17. Passo a passo para a especificação de equipamentos
“Ex” para áreas classificadas contendo gases inflamáveis ou poeiras combustíveis
18. Detalhes típicos de projeto para a montagem das instalações elétricas “Ex”
19. Serviços de inspeção e manutenção de equipamentos e instalações “Ex”.
20. Sistemas informatizados de gestão de ativos e de inspeções de equipamentos e instalações “Ex”
21. Serviços de campo que não podem ser feitos em equipamentos e instalações “Ex” em áreas classificadas
22. Exemplos de desvios encontrados em equipamentos e instalações “Ex” durante inspeções
23. Registro em banco de dados de inventário e gestão de ativos “Ex” e prazos de correção de desvios “Ex”
24. Exemplos de “correções” de indevidos “desvios” encontrados durante as inspeções em equipamentos e
instalações “Ex”
25. Requisitos para entradas de cabos em equipamentos “Ex” por meio de prensa-cabos “Ex”
26. Distribuição de cabos em áreas classificadas por meio de sistemas de bandejamento e de eletrodutos
27. Serviços de reparo, revisão e recuperação de equipamentos “Ex”
28. A indevida “normalização” dos desvios “Ex”: Como evitar?
29. O IECEx e a participação do Brasil nos sistemas internacionais de certificação de pessoas, serviços e produ-
tos elétricos e mecânicos “Ex”

POTÊNCIA 61
MATÉRIA DE CAPA
RETROSPECTIVA 2023 / PERSPECTIVAS 2024

30. Requisitos para a certificação de empresas de serviços de projeto, montagem, inspeção e manutenção “Ex”
31. Requisitos de certificação de Empresas de Serviços de reparo e recuperação de equipamentos “Ex”
32. Requisitos de competências pessoais para execução e supervisão de atividades em atmosferas ex-
plosivas e a importância do profissional certificado
33. A tecnologia do hidrogênio e suas interfaces com a segurança de equipamentos e instalações “Ex”
34. Considerações sobre o panorama geral de segurança das instalações “Ex” e pontos de melhorias
para evitar explosões
35. Considerações gerais sobre a segurança de equipamentos e instalações de instrumentação, automa-
ção, telecomunicações, elétricas e mecânicas em atmosferas explosivas
36. Referências bibliográficas aplicáveis ao tema “Instalações Elétricas em Atmosferas Explosivas”
37. Avisos legais
38. Sobre os Autores deste trabalho sobre instalações elétricas em atmosferas explosivas

Autores deste HandBook “Ex”: André Luiz Cardoso, Angelo Souza dos Santos, Bruno Batistella, Ivan
Ferreira Pinto, Ivo Rausch, Jamy Alfredy Sampaio, João Carlos de Godoy, Ricardo Carletti, Roberval Bulga-
relli, Rogélio Gôngora da Silva e Sérgio Moises Rausch.
Este HandBook “Ex” está disponível para download gratuito na página de Potência Educação:
https://revistapotencia.com.br/handbook-instalacoes-eletricas-atmosferas-explosivas/

20. O futuro dos equipamentos elétricos, de automação e mecânicos “Ex” e das instalações em
atmosferas explosivas
Sob os pontos de vista de segurança, tecnologia, pesquisa, desenvolvimento, fabricação, certificação,
requisitos legais, serviços e competências pessoais envolvendo o tema “atmosferas explosivas”, podem
ser verificadas diversas ações que direcionam e apontam caminhos para o “futuro” ou “convergência”
desta área de especialidade “Ex”.
Podem ser destacados, dentre outros, os seguintes temas que se encontram em destaque na área de
equipamentos e instalações em atmosferas explosivas: IIoT, Indústria 4.0, Cibersegurança (Normas interna-
cionais da Série IEC 62443 - Redes de comunicação industrial - Segurança de TI para redes e sistemas), Sis-
temas Ethernet a dois fios intrinsecamente seguros, Equipamentos mecânicos “Ex”, Competências pessoais
“Ex”, certificação de equipamentos e instalações contendo hidrogênio e marcação digital de produtos “Ex”.
Quando se vê as atuais instalações e empresas brasileiras proprietárias de equipamentos “Ex” ado-
tando uma nova abordagem e uma nova postura de segurança sobre o assunto, não se vê apenas um
simples marco de números. Pode ser percebida uma real transformação, sob o ponto de vista de gestão
de ativos “Ex”, ao longo do seu ciclo total de vida.
Este novo rumo atual tem a capacidade de modificar não apenas as matrizes de fabricantes, laboratórios de
ensaios e organismos de certificação (competências pessoais “Ex”, empresas de serviços “Ex” e produtos elétri-
cos e mecânicos “Ex”), o que já é algo significativo e imprescindível; mas transformar também a sociedade de
forma mais ampla e profunda, diminuindo a ocorrência da indevida normalização dos desvios “Ex” e contri-
buindo para que seja possível um futuro melhor, para se deixar para as próximas gerações.

POTÊNCIA 62
MATÉRIA DE CAPA
RETROSPECTIVA 2023 / PERSPECTIVAS 2024

21. Considerações gerais sobre a retrospectiva “Ex” em 2023


São relacionadas a seguir algumas considerações gerais envolvendo a retrospectiva sobre o tema
“segurança das instalações em atmosferas explosivas”:
[1] Para a elevação dos níveis de conformidade normativa e de segurança industrial das instalações “Ex”,
ao longo do ciclo total de vida das instalações “Ex”, existe também a necessidade da certificação prio-
ritária das empresas de serviços “Ex” (incluindo classificação de áreas, projeto, montagem, inspeção,
comissionamento, manutenção e reparos de equipamentos e instalações “Ex”), bem como da certi-
ficação prioritária das competências pessoais “Ex” dos profissionais que executam estas atividades
[2] Para que seja evitada a indevida “normalização dos desvios Ex” que pode ser verificada nas instalações
terrestres e marítimas, é necessário que o foco da segurança e da gestão dos ativos “Ex” tenha como base
a certificação das competências pessoais dos executantes e supervisores de trabalhos “Ex”
[3] O mercado nacional e internacional já disponibiliza, há décadas, equipamentos de instrumentação,
automação, telecomunicações, elétricos e mecânicos “Ex”, devidamente certificados por Organismos
de Certificação da conformidade. No entanto, somente a compra de equipamentos “Ex” certificados
tem se mostrado insuficiente para evitar acidentes e explosões. Existe a preocupação de que os
equipamentos “Ex” sejam considerados “seguros” não somente na condição de “novos”, quando eles
saem das respectivas fábricas dos respectivos fabricantes, mas também ao longo do “ciclo total de
vida das instalações Ex”, o qual pode durar muitas décadas
[4] Sob o ponto de vista de segurança industrial, levando em consideração os indevidos “desvios” ou as
“não conformidades” que são encontrados nas inspeções das instalações “Ex” existentes, bem como
os acidentes e explosões que ocorrem na indústria “Ex”, pode ser verificado que somente a certifi-
cação dos equipamentos elétricos ou mecânicos “Ex” tem se mostrado insuficiente para garantir a
segurança das instalações em atmosferas explosivas ou das pessoas que nelas trabalham
[5] A sistemática da avaliação da conformidade por meio da certificação, aplicada a EQUIPAMENTOS
elétricos e mecânicos “Ex” deve ser aplicada TAMBÉM na certificação de EMPRESAS de SERVIÇOS
“Ex” e na certificação de COMPETÊNCIAS PESSOAIS “Ex”
[6] A crescente “oferta” de profissionais “Ex” certificados no Brasil é um positivo resultado das respecti-
vas e crescentes “demandas” geradas por empresas brasileiras da indústria do petróleo e petroquí-
mica e de empresas de serviços, como empresas de engenharia, empresas de inspeção e estaleiros
nacionais. Com relação ao ditado popular: “Quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha?” pode ser
verificado que a atual demanda por profissionais brasileiros “Ex” certificados resulta na consequente
e crescente oferta destes profissionais no mercado nacional
[7] Se encontram disponíveis no Brasil, por meio de Organismos de Certificação “Ex” brasileiros, a certificação
de equipamentos elétricos e mecânicos “Ex”, empresas de serviços “Ex” e de competências pessoais “Ex”
[8] Empresas brasileiras das indústrias de petróleo e petroquímica passaram a incluir em seus contratos
as exigências de CERTIFICAÇÃO de competências pessoais “Ex” e de empresas de serviços “Ex”
[9] Estas ações têm como base a convergência normativa “Ex” nas Normas Técnicas Internacionais das
Séries IEC 60079 e ISO/IEC 80079, bem como a convergência regulatória “Ex”, com base nos siste-
mas internacionais de avaliação da conformidade do IECEx, o qual possui apoio formal das Nações
Unidas para implantação em seus países membros. Estas ações são necessárias para a elevação dos
atuais níveis de segurança das instalações brasileiras envolvendo instalações industriais contendo
atmosferas explosivas, tanto terrestres como marítimas

POTÊNCIA 63
MATÉRIA DE CAPA
RETROSPECTIVA 2023 / PERSPECTIVAS 2024

22. Considerações gerais sobre o panorama e as perspectivas “Ex” para 2024


São relacionadas a seguir algumas das principais ações aguardadas na área “Ex” envolvendo o pano-
rama sobre o tema “segurança das instalações em atmosferas explosivas”:
[1] Continuidade das atividades práticas de inspeções iniciais detalhadas e periódicas nos equipamentos e ins-
talações elétricas, de instrumentação, de automação, de telecomunicações e mecânicas “Ex”, por empresas
e profissionais devidamente competentes e certificados e a devida correção dos “desvios” encontrados
[2] Continuidade das atividades de classificação de áreas, seleção de equipamentos, projeto, montagem
e manutenção de equipamentos e instalações elétricas, de instrumentação, de automação e de tele-
comunicações “Ex”, por empresas e profissionais devidamente competentes e certificados
[3] Continuidade das atividades de inspeções, avaliações e auditorias internas e externas sobre o atendimen-
to dos requisitos sobre o tema “atmosferas explosivas” de Normas Regulamentadoras, como NR-10 (Segu-
rança em eletricidade), NR-20 (Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis), NR-22
(Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração) e NR 37 (Segurança e Saúde em Plataformas de Petróleo)
[4] Continuidade das auditorias das instalações “Ex” por parte de entidades legais, como Secretaria do
Trabalho, Inmetro, ANP e Sociedades Classificadoras Navais
[5] Continuidade dos treinamentos teóricos e práticos presenciais, ministrados pelo Senai/Santos, Senai/Ben-
fica, Senai/Mauá e Senai/Campinas, dentre outros provedores de treinamentos teóricos e práticos “Ex”
[6] Oferecimento de novos treinamentos sobre equipamentos e instalações “Ex” no formato EAD “on-
-line” pela ABNT, IBP e USP/POLI, dentre outros provedores de treinamentos “Ex”
[7] Realização do 9º Encontro anual sobre atmosferas explosivas da Abendi
[8] Continuidade das reuniões dos Grupos de Trabalho do TC 31 da IEC para continuidade da elaboração
ou atualização das Normas internacionais das Séries IEC 60079 e ISO 80079
[9] Publicação pelo TC 31 da IEC da nova Norma ISO/IEC 80079-49 - Atmosferas explosivas - Parte 49:
Corta-chamas – Requisitos de desempenho, métodos de ensaio e limites de utilização
[10] Continuidade dos trabalhos pelo TC 31 da IEC para a Edição 8.0 da Norma Técnica Internacional IEC
60079-0 - Atmosferas explosivas – Requisitos gerais
[11] Continuidade dos trabalhos pelo TC 31 da IEC de atualização da Norma IEC 60079-2 - Proteção de
equipamentos por pressurização Ex “p”
[12] Continuidade dos trabalhos pelo TC 31 da IEC de atualização da Norma IEC 60079-7 - Segurança
aumentada
[13] Continuidade dos trabalhos pelo TC 31 da IEC de atualização da Norma IEC 60079-14 - Projeto e
montagem de instalações “Ex”
[14] Continuidade dos trabalhos pelo TC 31 da IEC de atualização da Norma IEC 60079-17 - Inspeção e
manutenção “Ex”
[15] Continuidade dos trabalhos pelo TC 31 da IEC da nova Norma ISO/IEC 80079-50 - Atmosferas explo-
sivas - Parte 50: Dispositivos de alívio de explosão
[16] Continuidade das reuniões dos Grupos de Trabalho do IECEx para o aperfeiçoamento dos docu-
mentos operacionais dos sistemas internacionais sobre certificação de competências pessoais “Ex”,
certificação de empresas de serviços “Ex” e de equipamentos elétricos e mecânicos “Ex”
[17] Continuidade das reuniões “on-line” das seis Comissões de Estudo do Subcomitê SCB 003:031 (At-
mosferas explosivas), para atualização das Normas Técnicas Brasileiras adotadas das Séries ABNT
NBR IEC 60079 e ABNT NBR ISO 80079

POTÊNCIA 64
MATÉRIA DE CAPA
RETROSPECTIVA 2023 / PERSPECTIVAS 2024

[18] Continuidade dos trabalhos pela ABNT para a elaboração da nova Norma ABNT IEC TS 60079-44 -
Competências pessoais “Ex”
[19] Continuidade dos trabalhos pela ABNT para a elaboração da nova Norma ABNT IEC TS 60079-48
- Atmosferas explosivas - Parte 48: Equipamento eletrônico portátil ou pessoal - Diretrizes para utili-
zação de equipamento sem certificação em área classificada
[20] Continuidade nos processos de certificação “nacionais” por parte de fabricantes de equipamentos
elétricos “Ex”, de empresas de serviços “Ex” e de competências pessoais de profissionais
[21] Continuidade dos processos de certificação “internacionais” pelo IECEx por parte de fabricantes de
equipamentos elétricos e mecânicos “Ex” nacionais, de empresas de serviços “Ex” nacionais e de
competências pessoais de profissionais brasileiros
[22] Continuidade nos trabalhos de pesquisa e desenvolvimento sobre os novos principais temas “Ex”,
incluindo IIoT, Indústria 4.0, Cibersegurança (IEC 62443), Ethernet 2-WISE, equipamentos mecânicos
“Ex”, competências pessoais “Ex”, marcação digital de produtos “Ex” e aplicação de equipamentos
e instalações “Ex” em áreas classificadas contendo hidrogênio
A realização continuada de ações como estas contribui para a elevação dos níveis de segurança e de
conformidade normativa e legal dos equipamentos e instalações de instrumentação, automação,
telecomunicações, elétricas e mecânicas “Ex”, ao longo de seu ciclo total de vida.
Como resultado destas constantes ações podem também ser esperadas uma redução de aci-
CLIQUE dentes, explosões, perdas de patrimônio, perdas de vidas humanas e de danos ao meio am-
AQUI
E VOLTE AO
biente em instalações industriais em áreas classificadas, tanto terrestres como marítimas.

SUMÁRIO

Foto: Arquivo HMNews

ROBERVAL BULGARELLI
CONSULTOR TÉCNICO SOBRE EQUIPAMENTOS E INSTALAÇÕES EM ATMOSFERAS
EXPLOSIVAS. MESTRADO EM PROTEÇÃO DE SISTEMAS ELÉTRICOS DE POTÊNCIA (POLI/USP)
MEMBRO DE COMISSÕES DE ESTUDO DO SUBCOMITÊ SCB 003:031 (ATMOSFERAS
EXPLOSIVAS) DA ABNT/CB-003 (ELETRICIDADE). MEMBRO DE GRUPOS DE TRABALHO DO
TC 31 (ATMOSFERAS EXPLOSIVAS), TC 95 (RELÉS DE PROTEÇÃO) E DO IECEX (SISTEMAS
INTERNACIONAIS DE CERTIFICAÇÃO “EX”) DA IEC
ORGANIZADOR DO LIVRO “O CICLO TOTAL DE VIDA DAS INSTALAÇÕES EM
ATMOSFERAS EXPLOSIVAS”

POTÊNCIA 65
MERCADO
CANALETAS

Práticas e funcionais
FLEXIBILIDADE DAS SOLUÇÕES E FACILIDADE DE INSTALAÇÃO
CARACTERIZAM MERCADO DE CANALETAS.
REPORTAGEM PAULO MARTINS

F
abricadas em plástico ou metal, as canaletas constituem um item essencial para o correto encami-
nhamento e proteção dos fios e cabos em uma instalação elétrica.
O mercado apresenta boas perspectivas de crescimento, por conta do desempenho de setores
como construção civil e indústria. As vendas normalmente são impulsionadas por novos projetos
e pelas reformas e adequações das instalações existentes.
André de Lima, diretor Comercial da fábrica de materiais elétricos da Tramontina, declara que o merca-
do de canaletas no Brasil tem apresentado um crescimento sólido, impulsionado pela expansão da cons-
trução civil e pela demanda contínua por sistemas elétricos eficientes. Ele diz que as perspectivas para os
próximos anos são positivas, prevendo-se um cenário de crescimento constante.
Lima conta que nos últimos períodos a Tramontina tem experimentado um crescimento consistente em
suas vendas na área de materiais elétricos. “Observamos um aumento significativo na demanda por nossos
produtos, refletindo a confiança que nossos clientes têm em nossas soluções de conexão elétrica. Esse
crescimento está alinhado com nosso compromisso contínuo de fornecer produtos de qualidade e soluções
inovadoras para atender às necessidades do mercado. Olhando para o futuro, mantemos uma perspectiva
otimista. Nossos planos estratégicos incluem investimentos em pesquisa e desenvolvimento para continuar
inovando e atendendo às demandas emergentes do mercado industrial. Acreditamos que essa abordagem
nos permitirá não apenas manter, mas também impulsionar nosso crescimento em 2024”, avalia.
A Tramontina possui em seu portfólio de produtos as Canaletas com e sem fita dupla face da Linha
Lizflex, que servem para conexões elétricas residenciais e comerciais, além das Canaletas para Painéis,

Foto: ShutterStock

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E VOLTE AO
SUMÁRIO
POTÊNCIA 66
MERCADO
CANALETAS

que são indicadas para instalações elétricas em painéis de comando, quadros de distribuição, circuitos
industriais, comerciais e de informática. Elas protegem e acomodam os cabos presentes em painéis de
controle, comando e telefônicos protegendo-os contra influências mecânicas externas e danos de isola-
ção, oferecendo mais segurança aos usuários.
De acordo com Fabricio Araujo, gerente de Produto e Anderson Sato, gerente de Vendas da Heller-
mannTyton, o mercado de canaletas de sobrepor, de forma geral, está bom e pode ser dividido em dois
segmentos: varejo, que são produtos do dia a dia, como as canaletas de medidas reduzidas, exemplo
20x10, 50x20. O outro segmento seria de canaletas de dimensões maiores, para projeto que envolve
dados, elétrica e voz.
No segmento de varejo o crescimento é constante, mas o segmento de projeto envolve outros fatores,
como investimento em infraestrutura, troca de equipamentos, normas etc. De qualquer forma, os executi-
vos acreditam que haverá crescimento, tanto para varejo como para projetos.
Segundo Ricardo Fragata, diretor de Vendas Mercado Elétrico e Márcio Favilla, gerente Comercial da
HellermannTyton, as vendas estão caminhando bem e a tendência para 2024 é de um crescimento de 15%.
Robson Rodrigues, engenheiro de Produto, informa que a HellermannTyton oferece aos seus clientes
a linha Heladuct (HD), para aplicação em painéis elétricos e a linha de canalização aparente, voltada para
ambientes hospitalares, clínicas, escritórios, residências etc. As canaletas HellermannTyton são produzi-
das com a matéria-prima PVC e ABS/PC (Livre de halogênios).
O engenheiro eletricista Renato Walter, especialista da DUTOTEC, conta que o volume de negócios,
por metro e unidade, está estável nos últimos anos. “O mercado está estável e espera-se aumento de
consumo futuramente. Uma fatia de share é bem atrelada à construção civil e atualmente ainda há refle-
xos do período pandêmico, guerras mundiais e taxa de juro ainda em alta no Brasil”, analisa.
A DUTOTEC trabalha com inúmeros tipos/tamanhos de canaletas, desde modelos para poucas quan-
tidades de cabos, até as maiores, que são para grandes quantidades. “Todas nossas canaletas são feitas
e comercializadas com tampas, que são removíveis apenas com auxílio de ferramenta apropriada. Nossas
canaletas são fabricadas exclusivamente com material alumínio, podendo ser pintadas ou não”, ex-
plica Walter.
Para André de Lima, a construção civil e a indústria representam os principais mer-
cados consumidores desse tipo de produto. “Além das canaletas específicas
para reformas e ampliações, existem modelos projetados para instala-
ções elétricas em painéis de comando, quadros de distribuição,
circuitos industriais, comerciais e de informática”, especifica.
O diretor da Tramontina diz que a venda de
canaletas para sistemas elétricos é impul-
sionada principalmente pelo cres-
Fot
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cimento na construção civil e
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ção
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POTÊNCIA 67
MERCADO
CANALETAS

industrial. “À medida que novos edifícios são erguidos ou existentes são renovados, há uma demanda
crescente por infraestrutura elétrica eficiente e segura, elevando a necessidade de canaletas para aco-
modar fios e cabos. Além disso, avanços tecnológicos e regulamentações mais rigorosas impulsionam a
busca por sistemas elétricos mais modernos e adequados, estimulando a venda de canaletas que ofere-
çam maior capacidade, facilidade de instalação e atendam aos padrões exigidos para a gestão adequada
dos cabos elétricos”, complementa Lima.
Fabricio Araujo e Anderson Sato, da HellermannTyton, informam que as canaletas de sobrepor são
frequentemente utilizadas em diferentes ambientes, sendo os principais segmentos:
◗ Residencial: Em residências, as canaletas de sobrepor são frequentemente empregadas para organi-
zar e proteger cabos elétricos e algumas vezes de comunicação, proporcionando uma solução esteti-
camente agradável, de baixo custo e fácil de instalar;
◗ Comercial: Edifícios comerciais, como escritórios e lojas, muitas vezes usam canaletas de sobrepor
para instalações elétricas, câmeras e de rede. Já nesses ambientes o produto precisa ter alguns tipos
de normas porque muitas vezes a rede de dados passa na mesma canaleta que a rede elétrica, com
isso a instalação torna-se mais fácil do que instalações embutidas;
◗ Varejo: Lojas de varejo muitas vezes recorrem a canaletas de sobrepor para instalações temporárias,
displays elétricos e outras necessidades de cabeamento que podem mudar com frequência;
◗ Pequenos Escritórios e Empresas: Em ambientes de pequenos escritórios e empresas, onde a flexibi-
lidade e a facilidade de instalação são importantes, as canaletas de sobrepor podem ser uma escolha
prática;
◗ Educação: Instituições educacionais, como escolas e universidades, podem utilizar canaletas de so-
brepor para atender às necessidades de instalação temporária ou mudanças frequentes nas configu-
rações de sala de aula;

Foto: ShutterStock

POTÊNCIA 68
MERCADO

Foto: Divulgação/Arquivo HMNews


CANALETAS

◗ Saúde: Em instalações de saúde, como clí-


nicas e consultórios médicos, as canaletas
de sobrepor podem ser usadas para aco-
modar a infraestrutura elétrica necessária,
permitindo fácil acesso para manutenção.
“Esses são alguns exemplos, e a escolha
pelo uso de canaletas de sobrepor dependerá
das necessidades específicas de cada ambiente e projeto”,
complementam os executivos.
Fabricio Araujo e Anderson Sato dizem ainda que a venda de canaletas de sobrepor é impul-
sionada por uma variedade de fatores, muitos dos quais estão relacionados às necessidades específicas de di-
ferentes setores e aplicações. Abaixo, alguns fatores que impulsionam a demanda por canaletas de sobrepor:
◗ Facilidade de Instalação;
◗ Versatilidade;
◗ Necessidades temporárias ou removíveis;
◗ Estética;
◗ Custo e eficiência;
◗ Manutenção simplificada;
◗ Rapidez na implementação.
Para Renato Walter, existe um certo equilíbrio entre os diversos tipos de consumidores. Ele acredita que
tanto a indústria, a construção civil (qualquer tipo de obra) e o comércio são consumidores de canaletas.
Sobre os fatores que impulsionam a venda, Walter menciona os projetos novos e modernização/refor-
mas/adequações de instalações existentes.
“Agora, em relação às nossas canaletas (falando de solução mesmo), pode-se destacar a flexibilidade
de layout, o raio de curvatura de acessórios e a linha metálica (alumínio). Além disso, a integração em
toda familiaridade de produto, ou seja, todas as linhas de produto da DUTOTEC, sejam as mais simples às
mais nobres, se comunicam com algum dos nossos acessórios. Aliás, somos a marca brasileira que mais
acessórios tem no Brasil, cerca de 450 soluções. Na prática, isso faz com que nossas soluções atendam
qualquer situação apresentada numa obra, sem gambiarra”, comenta Renato Walter.
André de Lima cita que as canaletas são amplamente usadas na construção civil, em ambientes resi-
denciais, comerciais e industriais, para acomodar fios e cabos elétricos de forma segura e organizada.
Além disso, são essenciais na proteção contra danos mecânicos e ambientais dos cabos, facilitando futu-
ras manutenções. Também desempenham papel crucial na infraestrutura de TI, permitindo a passagem e
proteção de cabos de rede e comunicação. “Em automação residencial, ajudam na organização e passa-
gem de cabos de sistemas diversos, como sensores, câmeras e sistemas de áudio e vídeo. Nas indústrias,
são utilizadas para acomodar cabos de máquinas e equipamentos, garantindo a segurança e eficiência
das operações. Essa versatilidade faz das canaletas elementos fundamentais para garantir uma infraestru-
tura elétrica organizada e segura em diversos setores”, comenta o diretor da Tramontina.
Renato Walter, da DUTOTEC, observa que os produtos podem ser usados em paredes, piso e teto. “As
canaletas são soluções versáteis e podem ser aplicadas em diferentes situações, sejam elas instalações
embutidas ou aparentes. O que possibilita isso também são os mais de 450 acessórios, que viabilizam o
uso de toda a linha escolhida no projeto”, complementa.

POTÊNCIA 69
MERCADO
CANALETAS

Tecnologia e Pesquisa e Desenvolvimento


Sobre as principais novidades nessa área, em termos de desenvolvimento tecnológico, André de Lima conta
que materiais mais resistentes e sustentáveis foram adotados, reduzindo impactos ambientais. Também houve
ênfase no design, buscando integrar as canaletas de forma discreta aos ambientes. “Além disso, a integração de
cabos de comunicação, como fibra óptica, atende à crescente demanda por redes de alta velocidade”, destaca.
Lima diz que empresas como a Tramontina priorizam altos padrões de qualidade, confiabilidade, pre-
cisão e durabilidade, oferecendo produtos duráveis, seguros e em conformidade com normas técnicas
e regulamentações de segurança. Em 2021, a companhia inaugurou em seu parque fabril o prédio do
CIPeD (Centro de Inovação, Pesquisa e Desenvolvimento), que atende com exclusividade às demandas
da fábrica de materiais elétricos. O local reúne 7 modernos laboratórios, com tecnologia embarcada que
favorece o controle de processos e a análise da conformidade dos produtos com as principais normas
de fabricação, de desempenho e segurança exigidos no Brasil e no exterior, bem como a pesquisa e o
desenvolvimento de novos itens, impulsionando o crescimento da empresa.
As Canaletas para Painéis da Tramontina são dotadas de recorte para facilitar a derivação dos cabos sem
a necessidade de corte do produto. Fabricadas em PVC antichama, na cor cinza, elas podem ser aplicadas
na passagem e derivação de cabos em instalações sob temperaturas entre -20°C e 70°C. Suas característi-
cas permitem instalações elétricas de fácil manutenção, bem como adição ou troca posterior de cabos. As
Canaletas para Painéis da Tramontina têm furações prontas para tornar mais ágil a fixação e montagem do
painel. Possuem 2 metros de comprimento e estão disponíveis em oito tamanhos: 20x20mm, 30x30mm,
30x50mm, 50x30mm, 50x50mm, 50x80mm, 80x50mm e 80x80mm, no modelo aberto.
De acordo com Lima, a política de lançamentos da Tramontina na área de canaletas é fundamentada
em pesquisa de mercado, inovação e atendimento às demandas dos clientes. “Novos produtos são con-
cebidos, testados e refinados com base nessas estratégias, visando atender às necessidades do mercado
e garantir a relevância contínua dos produtos oferecidos”, comenta.
Os últimos lançamentos foram as Canaletas para Painéis da Tramontina, indicadas para instalações elé-
tricas em painéis de comando, quadros de distribuição, circuitos industriais, comerciais e de informática.
Os próximos lançamentos serão divulgados em momento oportuno.
Segundo Fabricio Araujo e Anderson Sato, da HellermannTyton, para a área de infraestrutura elétrica,
nos últimos anos, podemos destacar novidades no design das canaletas, matérias mais leves e resisten-
tes, sustentáveis, soluções antichama, acessórios intercambiáveis, entre outros.
As canaletas da HellermannTyton atendem à norma de infraestrutura EIA/TIA 569-B, UL-BR e raios mínimos
de curvatura para cabos UTP e ópticos. Destaca-se ainda a separação efetiva de sinais em toda sua extensão.
“A linha é compatível com qualquer interruptor/tomada e espelho 4x2, possui uma linha completa de acessórios
para atender qualquer tipo de recorte ou acabamento durante a instalação, o produto é revestido com filme de
vinil para proteção contra riscos, poeira no transporte e/ou na instalação”, frisam Fabricio Araujo e Anderson Sato.
A HellermannTyton tem investido fortemente em pesquisa de materiais para o desenvolvimento de
canaletas fabricadas a partir de material livre de halogênio. O desenvolvimento visa atender às necessi-
dades de redução de impactos ambientais, principalmente voltados para a saúde humana.
Robson Rodrigues, engenheiro de Produto e Juarez Santos, gerente de Novos Produtos da Heller-
mannTyton destacam que a empresa busca aprimorar seus produtos através de lançamentos que visem
melhorar a qualidade, reduzir os impactos ambientais e apresentar tendências que contribuem com o
constante avanço do mercado. “Acabamos de lançar a linha de canaletas aparentes, pioneiras no Brasil,
com a utilização de matéria-prima livre de halogênio, que em caso de incêndio, não emite fumaça tóxica,

POTÊNCIA 70
MERCADO
CANALETAS

UNICANAL FDC100X50; MEGACANAL MC95X22; MINICANAL HT18X21; HT2010; HT40X30; HT50X20. O


próximo lançamento será a linha de canaleta livre de halogênio HTI60X40 para integração com a linha
FDC100x50 e MINICANAL”, informam os especialistas.
Renato Walter conta que a DUTOTEC reinveste no mínimo 3% a 4% do faturamento no desenvolvimen-
to de novos negócios e produtos. Destaque para soluções integradas à instalação, o que reduz o tempo
de instalação; barramento blindado em porta-equipamentos; linha 100% nobact; Inteligência Artificial; au-
tomação; indução; comando de voz; conexão A e C integrada nos porta-equipamentos, protocolo PD e
QC, tudo integrado. “No último ano investimos mais em acessórios de complementação de linha e desen-
volvimento de linha nova, porém, ainda não podemos dar mais detalhes”, diz Walter.

Problemas do setor, normas


técnicas e qualidade
Sobre os principais problemas existentes no segmento, André de Lima diz que as empresas sérias
enfrentam desafios diversos, como demanda por inovação tecnológica constante, custos de produção
e conformidade com regulamentações de segurança em evolução. Para impulsionar ainda mais o cres-
cimento desse mercado, acredita ele, é fundamental investir em pesquisa e desenvolvimento para criar
produtos mais eficientes, duráveis e alinhados com as tendências tecnológicas.
Lima destaca que de maneira geral a qualidade dos produtos tem aumentado devido a investimentos
em tecnologias de produção e matérias-primas, garantindo produtos mais seguros e duráveis.
No Brasil, as normas técnicas que regem o mercado de canaletas elétricas são estabelecidas pela
ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), principalmente a NBR 5410 e a NBR 61084, que deter-
minam os requisitos para instalações elétricas de baixa tensão e para canaletas plásticas, respectivamen-
te. “O mercado está em constante evolução, mas ainda enfrenta desafios na garantia da conformidade
total de todos os produtos, devido à diversidade de fabricantes e fornecedores. Esforços contínuos de
fiscalização e conscientização são necessários para assegurar que os produtos atendam aos requisitos
de segurança determinados pelas normas”, pondera Lima.
Sobre os cuidados que precisam ser observados na especificação/aquisição de canaletas, Lima diz
que a montagem de circuitos elétricos aparentes requer uma lista de produtos e acessórios. Os principais
itens recomendados pela Tramontina são: canaletas, eletrodutos, conduletes, junções, caixas e conjuntos
montados para interruptores e tomadas, luvas de emenda, abraçadeiras, conectores de saída, cotovelo
e curvas. Para André de Lima, ao adquirir canaletas elétricas é importante certificar-se de que as peças
são antichama e garantem qualidade e seguran-
Foto: ShutterStock

ça. “Escolha o material adequado, considerando


o ambiente de instalação, assegurando resistên-
cia à umidade, corrosão e impactos. Verifique a
compatibilidade com os cabos a serem utilizados,
evitando danos aos componentes elétricos. Priori-
ze canaletas de fácil instalação para um trabalho
eficiente. Opte por fabricantes reconhecidos para
garantir qualidade e suporte pós-venda confiável.
Além disso, avalie custos a curto e longo prazo
para fazer uma escolha financeiramente vantajo-
sa”, recomenda o diretor da Tramontina.

POTÊNCIA 71
MERCADO
CANALETAS CLIQUE
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E VOLTE AO
Sobre os problemas do segmento, Fabricio Araujo e Anderson Sato destacam que SUMÁRIO
no mercado do dia a dia, onde são utilizadas as canaletas de dimensões menores (20x10,
50x20), em muitos casos o cliente faz apenas análise das medidas, e não da qualidade do
produto ou marca. “No mercado de varejo existem desafios como uma concorrência intensa,
um mercado altamente competitivo com várias empresas nos mesmos clientes, onde o preço é
fator primordial. Para as grandes empresas, o investimento em pesquisa e desenvolvimento é constante
para permanecer relevante no mercado, tanto no cumprimento de regulamentações e nos padrões de
qualidade”, comentam.
Os especialistas mencionam que a HellermannTyton, como fabricante, orienta os instaladores, projetis-
tas e integradores a seguirem as normas vigentes na aplicação das canaletas, seja no pequeno comércio
ou em grandes projetos, visando a segurança do usuário. “Em locais com grande circulação de público,
como metrô, shoppings, templos religiosos etc., recomenda-se a utilização de canaletas HF (Livre de ha-
logênio) para atender a norma NBR 13570”, exemplificam.
Os executivos da HellermannTyton acreditam que de forma geral, a qualidade das canaletas de projeto
está boa, mas para canaletas com medidas menores precisa melhorar.
Fabricio Araujo e Anderson Sato citam os cuidados que precisam ser observados na especificação/aquisi-
ção de canaletas: “Normalmente identificar o ambiente, a parte elétrica, a quantidade de cabos que será utili-
zada, a dimensão da canaleta e buscar por um produto certificado, qualidade do produto, entre outros”, frisam.
Robson Rodrigues, engenheiro de Produto da HellermannTyton explica que as canaletas produzidas
pela empresa são certificadas pela UL Brasil. “A certificação UL é compulsória para o mercado da Ar-
gentina e voluntária para o mercado brasileiro, porém, tornando-se um diferencial de qualidade para o
mercado local. Visando aumentar nosso mercado de atuação, lançamos a linha de canaletas HF (Livre
de Halogênio). As canaletas com dimensões maiores para projetos foram desenvolvidas para atender as
normas de cabeamento EIA/TIA 569 A e NBR 14565”, diz.
Renato Walter, da DUTOTEC, ressalta que a norma principal e primordial para o segmento é a NBR
5410 (Instalações Elétricas de Baixa Tensão), da ABNT. “Como as normas são consideradas como re-
comendações de procedimentos, elas podem ser
Foto: ShutterStock

voluntárias como compulsórias, dependendo de


como elas são mencionadas nos diversos tipos de
serviços. Infelizmente, nem todo usuário/projetis-
ta/instalador cumpre as normas pertinentes aos
diversos tipos de serviços. Embora existam inúme-
ras instituições que procuram organizar a utiliza-
ção das normas da melhor maneira possível, ainda
assim, creio que o mercado ainda tem pontos para
serem melhorados”, opina.
Como cuidados necessários, Walter recomen-
da atenção primeiramente à qualidade e tipo do
material, verificando se ele atende às normas pre-
vistas e existentes. Também é preciso considerar o
acabamento e a aparência de como ficarão numa
instalação e a existência de acessórios que pos-
sam completar perfeitamente a instalação como
um todo.

POTÊNCIA 72
Chega de Harmônicas em
seus projetos e instalações!
A presença das Harmônicas causa EFEITOS TERRÍVEIS
nas Instalações Elétricas e seus componentes:
✘ Aquecimentos excessivos
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Educação
ARTIGO
PROTEÇÃO CONTRA RAIOS

O que é um para-raios?
T
odos nós sabemos para que servem, mas será que sabemos como funciona um para-raios? Está
claro quais as vantagens de se instalar um para-raios em uma edificação? Quais elementos com-
põem um sistema de proteção contra raios? Respondemos a estas e outras questões aqui.

O que é um para-raios?
Um para-raios é um sistema de captação que tem por objetivo interceptar a descarga elétrica atmos-
férica para conduzi-la à terra. É instalado em qualquer edificação ou estrutura para evitar que os raios
causem danos às pessoas, animais, equipamentos e meio ambiente.
Qualquer sistema de captação (para-raios) deve cumprir com as Normas ou Regulamentos que se apli-
cam, podendo ser nacionais, internacionais ou estrangeiras (principalmente as normas NP 4426:2013, UNE
21.186, NFC 17.102, Código técnico de Edificação apartado SUA8, Séries IEC/EN 62.305 e IEC/EN 62.561).

Quais são os efeitos do raio?


◗ Efeitos elétricos: destruição dos equipamentos. Elevação do potencial de terra e geração de sobreten-
sões que podem danificar os equipamentos ligados à rede elétrica.
◗ Efeitos eletrodinâmicos: danos em edifícios. Deformações e rupturas na estrutura devido às forças ge-
radas pelo elevado campo magnético produzido.
◗ Efeitos térmicos: incêndios. A formação de faíscas e a dissipação de calor por efeito Joule podem pro-
vocar incêndios.
◗ Efeitos sobre pessoas e animais: choques elétricos e queimaduras. A passagem de uma corrente de
certa intensidade durante um curto prazo de tempo é suficiente para provocar risco de choque elétrico,
levando a paradas cardíacas ou respiratórias. A isto somam-se os perigos de queimaduras.
◗
Efeitos de indução: Dentro de um
campo eletromagnético variável, to-
dos os condutores sofrem a passagem
de corrente induzidas. Se estes conduto-
res chegarem a equipamentos eletrônicos
ou de informática podem causar danos irre-
paráveis.

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SUMÁRIO
POTÊNCIA 74
ARTIGO
PROTEÇÃO CONTRA RAIOS

Por que devo instalar um sistema de


proteção contra descargas atmosféricas?
O objetivo do sistema de proteção contra o raio é:
◗ Capturar o raio
◗ Conduzir a corrente de forma segura à terra
◗ Dissipar a corrente do raio na terra
◗ Proteger contra os efeitos secundários do raio
Em um mundo de edifícios e equipamentos cada vez mais complexos, o raio é um risco. Uma descar-
ga pode danificar os edifícios e produzir falhas nos equipamentos eletrônicos. Pode também originar um
incêndio e perdas econômicas muito graves.

Que elementos compõem um sistema


de proteção contra o raio?
Um sistema de proteção contra o raio contempla os seguintes componentes:
◗ Sistema de captação (para-raios com dispositivo de ionização ou pontas Franklin e malhas)
◗ Condutores de descida
◗ Malhas de terra (aterramento)
◗ Proteção contra sobretensões (DPS´s e equipamentos contra sobretensões permanentes)
◗ Outras medidas que minimizem os efeitos destrutivos do raio (uniões equipotenciais, blindagens, etc.)

POTÊNCIA 75
ARTIGO
PROTEÇÃO CONTRA RAIOS

Que tipos de para-raios existem?


A Aplicaciones Tecnológicas, fabricante especializado em sistemas de proteção contra descargas at-
mosféricas, coloca à sua disposição tanto sistemas passivos como ESE´s (para-raios early streamer emis-
sion). A seguir, explicamos o funcionamento de cada um:
◗ Para-raios Early Streamer Emission (ESE)
Os para-raios Early Streamer Emission, também conhecidos como para-raios com dispositivo de ioniza-
ção (PDI), baseiam o seu funcionamento nas características elétricas de formação do raio. O raio começa,
na grande maioria das vezes, com um traçador descendente que se propaga em qualquer direção. Uma
vez que esteja próximo dos objetos situados no solo, estes objetos emitem traçadores ascendentes e
qualquer um destes pode se conectar com o traçador descendente e receber o impacto. Os para-raios
com dispositivo de ionização caracterizam-se por emitir um traçador ascendente contínuo antes de qual-
quer outro objeto em seu raio de proteção, portanto, se tornando um ponto de impacto controlado da
descarga atmosférica, de forma que proporcione à corrente de raio um caminho à terra sem danificar
a estrutura. As principais normas que regem este tipo de sistemas de proteção contra o raio são: NP
4426:2013, UNE 21186, NFC 17-102.
O raio de proteção de um Para-raios com Dispositivo de Ionização depende do seu tempo de avanço, do Ní-
vel de Proteção da estrutura que protege e da diferença de altura sobre o ponto a se proteger. O maior tempo
de avanço que se pode aplicar, segundo as normas, é de 60 microssegundos. Os para-raios com este tempo
chegam a proteger mais de 100 metros, sempre dependendo do Nível de Proteção e da diferença altura.
Para todos os cálculos, existem três segmentos de diferença altura distintos:
◗ Entre a ponta e 2 metros abaixo, o para-raios não oferece proteção.
◗ Entre 2 e 5 metros, o raio de proteção varia drasticamente.
◗ Acima de 5 metros, o raio de proteção muda muito pouco.
É crucial proteger toda a cobertura do edifício (especialmente os cantos) e todos os elementos acima
dela. Por isso, a Aplicaciones Tecnológicas recomenda instalar o para-raios em um mastro de 6 metros de
modo a se obter um raio de proteção otimizado.
◗ Pontas Franklin e Malhas Condutoras (Sistemas Passivos)
Os sistemas de captação mediante pontas e malhas consistem em repartir e dissipar a corrente de
descarga do raio por uma rede de condutores. As secções e materiais devem cumprir o estabelecido nas
normas que definem este tipo de sistemas (série IEC/EN 62305, série IEC/EN 62561).

Como se instala um para-raios?


A instalação de um para-raios é uma operação técnica que deve seguir normas específicas para garan-
tir sua eficácia e segurança. Aqui está uma visão geral simplificada de como instalar um para-raios:
◗ Avaliação e Planejamento: Antes de qualquer instalação, é essencial realizar uma avaliação detalha-
da do local para determinar a melhor posição e tipo de para-raios a ser instalado, considerando a
estrutura do edifício, altura, localização geográfica e outros fatores relevantes.
◗ Seleção do Tipo de Para-raios: Com base na avaliação, selecione o tipo adequado de para-raios.
Como mencionado anteriormente, existem para-raios com dispositivos de ionização (PDI) e sistemas
passivos, como pontas Franklin e malhas condutoras.

POTÊNCIA 76
ARTIGO
PROTEÇÃO CONTRA RAIOS

◗ Posicionamento: O para-raios deve ser posicionado no ponto mais alto da estrutura a ser protegida,
garantindo que ele tenha um raio de ação eficaz para capturar a descarga elétrica de um raio.
◗ Instalação do Mastro: Geralmente, o para-raios é montado em um mastro metálico que é fixado no
topo da estrutura. A altura do mastro pode variar dependendo das especificações e das normas.
◗ Conexão aos Condutores de Descida e Sistema de Aterramento: Uma parte essencial da instalação é
garantir uma conexão adequada ao sistema de aterramento. Isso permite que a corrente elétrica do
raio seja direcionada de maneira segura para o solo, evitando danos à estrutura ou equipamentos.
Estes condutores de descida devem ser protegidos e instalados de maneira a minimizar os riscos de
dano ou falha.
◗ Verificação e Manutenção: Após a instalação, é crucial verificar regularmente o estado do para-raios,
dos condutores e do sistema de aterramento. Qualquer dano ou corrosão pode comprometer a efi-
cácia do sistema.
Por fim, vale ressaltar que a instalação de um para-raios é uma tarefa que deve ser realizada por profis-
sionais qualificados e familiarizados com as normas e procedimentos específicos. A segurança e a eficácia
do sistema de proteção contra raios dependem de uma instalação adequada e de manutenção regular.

Como saber se devo instalar um para-raios?


Se você tem dúvidas sobre a necessidade de instalar um sistema de para-raios, a Aplicaciones Tecno-
lógicas pode realizar um estudo baseado nas normas e em suas necessidades específicas.

POTÊNCIA 77
ARTIGO
PROTEÇÃO CONTRA RAIOS

Sustentabilidade – Aplicaciones Tecnológicas


calcula a sua pegada de carbono para
começar a reduzir as suas emissões de CO2
A Aplicaciones Tecnológicas S.A. obteve o selo que certifica seu registro como empresa compro-
metida com a redução de sua pegada de carbono, concedido pelo Escritório Espanhol de Mudanças
Climáticas. Este selo, obtido pela primeira vez ao calcular as emissões de CO2 geradas pela atividade
industrial, reforça o compromisso da empresa com a sustentabilidade e a melhoria contínua de suas
práticas ambientais.
O caminho em direção à descarbonização da Aplicaciones Tecnológicas S.A. alcançou um novo marco
com a obtenção do selo “Calculo-Reduzco-Compenso” do Escritório Espanhol de Mudanças Climáticas,
vinculado ao Ministério para a Transição Ecológica e o Desafio Demográfico. Este selo reconhece os
esforços das organizações espanholas no cálculo e redução das emissões de gases de efeito estufa ge-
radas por sua atividade.
A pegada registrada pela Aplicaciones Tecnológicas S.A. inclui um plano de redução de emissões de
CO2, que é verificado como etapa prévia à sua inscrição. A última fase envolve a compensação por meio
de projetos de absorção de dióxido de carbono, como a revitalização de áreas florestais.

Sustentabilidade – Outras certificações


Também em 2023, a Aplicaciones Tecnológicas S.A. obteve a recertificação de seu Sistema de
Gestão Ambiental, baseado na norma UNE-EN ISO 14001:2015. Este certificado reconhece os
esforços da empresa em adaptar todos os processos de produção para reduzir resíduos, cons-
cientizar a equipe para ser mais sustentável, revisar continuamente a legislação ambiental
CLIQUE e buscar oportunidades para melhorar a cada ano. Um exemplo disso é a instalação de
AQUI
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100 kW de painéis solares em seu centro de produção e logística, também inaugurado
em 2023.
SUMÁRIO
POTÊNCIA 78
DAT CONTROLER ® REMOTE
Smart para-raios

A vanguarda tecnológica que garante economia,


segurança e eficácia

Para-raios com dispositivo de antecipação,


autodiagnóstico e tecnologia IoT

Ă Tecnología que protege.

DAT CONTROLER® REMOTE é um para-raios ESE (Early Streamer


Emission) que baseia o seu funcionamento nas características
elétricas da formação do raio, emitindo o traçador contínuo
ascendente antes de qualquer outro objeto dentro do seu raio de
proteção.

Ă Tecnología inteligente.

Incorporação da conectividade IoT, permitindo a auto-avaliação e a


comunicação diária do estado do para-raios, tornando-o o primeiro
para-raios inteligente no mercado.

(+34) 961 318 250 at3w.com


www.at3w.com comercial.br@at3w.com +55-31-99528-3812
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Centro de Convenções
Frei Caneca - São Paulo (SP)
07 e 08 de Outubro de 2024

CADERNO ESPECIAL REDES SUBTERRÂNEAS


MERCADO AMERICANO

Redes subterrâneas no foco


das empresas americanas
O
tema de redes subterrâneas de energia elétrica é um dos principais destaques quando o assunto
é melhora de performance de sistemas de distribuição e transmissão de energia elétrica. Atual-
mente, nos Estados Unidos, o SAIDI (System Average Interruption Duration Index – equivalente
ao DEC no Brasil) e o SAIFI (System Average Interruption Frequency Index – equivalente ao FEC
no Brasil) variam aproximadamente 5-8 horas e 1,5 vezes por cliente, respectivamente, o que resulta em
um custo econômico para os consumidores de eletricidade dos EUA de 79 mil milhões de dólares/ano [1].
O recente aumento na frequência e
gravidade de eventos climáticos extre-
mos está deteriorando os indicadores
técnicos de qualidade de fornecimento
de energia elétrica nos Estados Unidos.
O sistema de distribuição de energia
elétrica nos Estados Unidos tem mais
de 5,5 milhões de milhas de linha dos
quais, cerca de 18% são subterrâneos.

Fonte: U.S. Energy Information Administration, Annual Electric


Power Industry Report

1. “Cost of Power Interruptions to Electricity Consumers in the United States (U.S.)” LBNL-58164 (2006) https://www.osti.gov/biblio/908489

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POTÊNCIA 80
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CADERNO ESPECIAL REDES SUBTERRÂNEAS


MERCADO AMERICANO

O gráfico abaixo é uma excelente contribuição extraída do relatório de umas das Agências do De-
partamento de Energia Norte-Americano e traz uma reflexão muito objetiva comparando a qualidade de
fornecimento de energia elétrica medida pelo SAIDI com o percentual de redes subterrâneas de diversos
Países. Embora saibamos que existem particularidades regulatórias na apuração dos indicadores de qua-
lidade, para efeitos deste artigo técnico, o valor do Brasil foi inserido para mostrar nosso posicionamento
nesta análise e, notamos que, a exemplo do mercado de distribuição de energia norte-americano, temos
muito ainda que evoluir se comparado com o mercado europeu.

Fontes: i) adaptação do gráfico existente no documento da Advanced Research Projects


Agency - Energy (ARPA-E) - U.S. Department of Energy: Grid Overhaul with Proactive, High-Speed
Undergrounding for Reliability, Resilience, and Security (GOPHURRS) construído com base na
performance média do SAIDI dos anos de 2019-2021; ii) DEC Brasil (www.gov.br/aneel/). Base de
performance de 2019-2021 em horas e convertido para minutos.

Baseado nos dados anteriormente expostos, as empresas de energia elétrica nos EUA têm se mobiliza-
do para gerar programas de conversão de redes aéreas para subterrâneas demonstrando a preocupação

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MERCADO AMERICANO

nacional sobre o tema. Abaixo, destacamos somente algumas iniciativas que estão sendo geradas motiva-
das por diferentes fatores como respostas as mudanças climáticas que o nosso Planeta vem observando:

Empresa Informações extraídas do website das empresas


“Converter redes elétricas sujeitas a interrupções para o subsolo pode reduzir significa-
tivamente quedas de energia e interrupções momentâneas de serviço, além de reduzir
custos e acelerar o tempo de restauração após um grande evento para todos os clientes.”
https://www.duke-energy.com/our-company/future/targeted-undergrounding

“As linhas elétricas subterrâneas são mais confiáveis do que as linhas aéreas particu-
larmente durante furacões e condições meteorológicas severas, quando as árvores,
a vegetação e os detritos levados pelo vento podem causar interrupções nas linhas
aéreas. Nos últimos anos, tem havido um interesse crescente por parte de clientes
Florida
individuais e comunidades em ter as suas linhas aéreas substituídas por linhas subter-
Power & Light râneas para melhorar a confiabilidade ou por razões estéticas.”
https://www.fpl.com/reliability/underground-conversions.html

“Programa Subterrâneo Estratégico - Esta iniciativa da Virgínia e da Carolina do Norte


visa reduzir os tempos de restauração de energia após grandes tempestades. Faze-
mos isso encontrando e identificando as redes de energia aéreas mais propensas a
interrupções e convertendo para proteção do subsolo.”
https://www.dominionenergy.com/projects-and-facilities/electric-projects/strategic-un-

derground-program

“Enfrentar os desafios climáticos do nosso estado requer ações ousadas. É por isso
que planejamos enterrar 10.000 milhas, ou aproximadamente um terço das nossas
linhas elétricas aéreas, em áreas de alto risco de incêndios florestais. Este é o maior
programa desse tipo nos EUA.”
 ttps://www.pge.com/en_US/residential/customer-service/other-services/electric-un-
h
dergrounding-program/electric-undergrounding-program.page

“Com um investimento total de aproximadamente US$ 430 milhões, a WPS instalou


mais de 3.200 quilômetros de circuitos subterrâneos no lugar de linhas aéreas e adi-
cionou equipamentos de automação de distribuição em 400 quilômetros de linhas”
https://www.wecenergygroup.com/csr/climate-report2022.pdf

“Como parte de nossos esforços contínuos para reduzir o risco de incêndios florestais
e o impacto dos cortes de energia na segurança pública durante condições climáticas
extremas, a San Diego Gas & Electric (SDG&E) realizará vários projetos em linhas de
energia subterrâneas.”
https://www.sdge.com/undergrounding-overhead-powerlines

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MERCADO AMERICANO

Em que pese a questão de redes subterrâneas não serem as únicas respostas para melhora de per-
formance de sistemas elétricos, elas figuram entre os planejamentos de longo prazo da maioria da con-
cessionarias de energia elétrica nos EUA para garantir a boa prestação de serviços para as comunidades
que servem.

Modelo regulatório americano [2]


Assim como no Brasil, o serviço de distribuição de energia elétrica é um “monopólio natural” e por isto,
a tomada de decisão de investimento na rede é feito através de um processo altamente regulamentado.
O modelo regulatório é um diferencial motivador para estes trabalhos pois, embora os custos de redes
subterrâneas são conhecidamente elevados, o reconhecimento na tarifa é garantido para a concessio-
naria através de um processo de aprovação dos investimentos pelas comissões de serviços públicos ou
“PUCs” (Public Utility Commissions). Isto é conhecido como “processo de cálculo de taxas” porque quais-
quer novos investimentos feitos pelas concessionárias de energia ou “IOUs” (Investor-Owned Utilities) –
responsáveis por 71% dos clientes de eletricidade nos EUA - teriam um impacto nas tarifas que os clientes
pagam nas suas contas de serviços públicos. As PUCs avaliam as propostas de serviços públicos quanto
ao seu impacto no custo, na confiabilidade, na segurança e, cada vez mais, na sua sustentabilidade am-
biental e na equidade pública, e esforçam-se por encontrar um equilíbrio entre todos estes fatores.
Conforme conversa que tive com um especialista do setor, em alguns casos, o ajuste tarifário é base-
ado no cronograma da obra apresentado e alinhado entre a concessionaria e as agências regulatórias
garantindo o equilíbrio econômico da concessionária.
Somente após a aprovação da PUC – que normalmente ocorre após extensa documentação e nego-
ciação com as concessionárias, bem como testemunho público de defensores dos consumidores, grupos
ambientalistas e outras partes interessadas – é iniciada a cadeia de valor de investimento de capital ex-
presso resumidamente na figura abaixo:

2. Advanced Research Projects Agency - Energy (ARPA-E) - U.S. Department of Energy: Grid Overhaul with Proactive, High-Speed Undergrounding for Reliability,
Resilience, and Security (GOPHURRS)

POTÊNCIA 83
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MERCADO AMERICANO

Para as empresas municipais (16% dos clientes dos EUA) e as cooperativas elétricas (13% dos clientes
do EUA), as decisões de investimentos também são feitas anteriores a aplicação dos recursos, porém
avaliadas localmente pelo citizen board.

Concluindo
Olhando para “dentro de casa”, hoje no Brasil, um dos temas não pacificados e que vem à tona quan-
do falamos de redes subterrâneas de energia elétrica é o conceito de reconhecimento do investimento
prudente: as concessionarias têm receio de que investimentos em redes subterrâneas não sejam re-
conhecidos pela ANEEL quando da revisão tarifária sendo estes potencialmente caracterizados como
investimentos não prudentes e, portanto, devendo ser transformado em despesa e não em investimento
impactando o resultado operacional da Organização. Pelo modelo utilizado nos EUA, os investimentos
são aprovados antes de serem aplicados o que elimina qualquer preocupação da concessionária de não
reconhecimento do investimento.
Outro ponto que ajuda a suportar programas de conversão de redes aéreas para subterrâneas nos
EUA é o reconhecimento dos investimentos na tarifa através de repasse conforme cronograma de obras.
Este é um ponto crucial para manter o equilíbrio econômico-financeiro da empresa de energia e permite
que os investimentos sejam mais contínuos e perenes pois não se aguarda todo um ciclo tarifário para
análise e repasse dos investimentos para a concessionária via tarifa.
Em que pese sabermos que a tarifa não pode ser a única forma de cobrir os custos de um plano es-
truturado de conversão de redes aéreas para subterrâneo, os modelos regulatórios aplicados em países
como os EUA têm trazido incentivo para as concessionárias em construir programas como estes sem que
a agência reguladora abra mão de um de seus mais importantes papeis que é garantir tarifas justas para
todos os clientes de nossas comunidades.

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SUMÁRIO NILSON BARONI JR. PMP, CONSULTOR,
ESPECIALISTA EM REDES SUBTERRÂNEAS

POTÊNCIA 84
19ª-
EDIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA E TELECOM
EXPO &
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A integração das Redes Subterrâneas com as energias
renováveis, cidades inteligentes e condomínios privados

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Outubro Exposição: 11h00 às 19h00
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ARTIGO
PROTEÇÃO CONTRA DESCARGAS ATMOSFÉRICAS

Proteção de tanques com Domo


Geodésico de Alumínio contra
as Descargas Atmosféricas
Parte 2
E
ste artigo é a continuação do artigo do mês passado também baseado em um trabalho apresenta-
do em um evento internacional (ICLEASM – International Conference on Lightning Electromagne-
tics and Applications of Semiconducting Materials) que ocorreu na cidade de Kathmandu no Nepal.
Nesta parte 2 do artigo, é apresentada uma proposta de proteção contra descargas atmosféri-
cas diretas em tanques de combustíveis cobertos com Domo Geodésico de Alumínio.

1. Análise de risco para tanques de combustíveis


O gerenciamento de risco definido na ABNT NBR 5419-2: 2015 é focado essencialmente em estruturas
ocupadas por pessoas, mas pode ser adaptado para tanques de combustíveis.
Os parâmetros importantes para esta análise de risco são:
◗ dimensões do tanque (se tiver base circular, diâmetro e altura máxima);
◗ localização (isolada; com outras estruturas ao redor, etc.); CLIQUE
◗ densidade de descargas atmosféricas por km² por ano do local; AQUI
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◗ o tipo de estrutura apresenta risco de explosão;
SUMÁRIO
◗ risco de incêndio: alto ou explosão;
◗ perigo especial: baixo nível de pânico ou perigo ambientais;

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POTÊNCIA 86
ARTIGO
PROTEÇÃO CONTRA DESCARGAS ATMOSFÉRICAS

◗ número estimado de pessoas ao redor do tanque (em geral são muito poucas pessoas);
◗ o tipo de Sistema de Proteção contra Raios (Nível de Proteção);
◗ os meios para restringir as consequências do incêndio;
◗ medidas de proteção contra tensões de toque e de passo na estrutura e linhas elétricas;
◗ as características das linhas elétricas com fios metálicos (alimentação dos sensores);
◗ os dispositivos de proteção contra surtos (SPD) instalados;
◗ o tipo de produto combustível no tanque;
◗ valores econômicos da estrutura (costado, cobertura, acessórios e produto) para cálculo do R4 (Risco
de perdas econômicas).
Com estes dados é possível calcular o risco de perda de vidas humanas (R1), o risco de perda de ser-
viço ao público (R2) e de perda econômica (R4). Caso estes riscos estejam acima dos valores toleráveis,
as medidas de proteção deverão ser ajustadas até que os riscos estejam dentro dos valores toleráveis.
Conhecendo as medidas de proteção necessárias para ter riscos toleráveis, é possível projetar um
Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA) que proteja contra descargas atmosféricas
diretas no tanque e evite centelhamentos perigosos.

2. Proposta para proteção contra


descargas atmosféricas diretas
Com as medidas de proteção necessárias, principalmente o Nível de Proteção (NP), é possível desen-
volver um projeto de proteção do tanque com domo geodésico de alumínio.
Como a espessura das chapas de alumínio do domo não possui a espessura adequada para não per-
furar ou gerar pontos quentes, deve ser especificado um subsistema de captação baseado no método da
esfera rolante.
Abaixo estão três opções que podem ser usadas:
2.1 Opção 1: Utilizar a proteção conhe-
cida como SPDA externo isolado.
Neste tipo de proteção, mastros são
instalados ao redor do tanque ou
conjunto de tanques de forma que
a descarga atmosférica atinja estes
mastros e não o tanque (ver Figura
01). O dimensionamento e posicio-
namento destes mastros devem
obedecer ao Método das esferas ro-
lantes.

Figura 01: SPDA externo


isolado para tanque

POTÊNCIA 87
ARTIGO
PROTEÇÃO CONTRA DESCARGAS ATMOSFÉRICAS

2.2 Opção 2: Tanques de menores dimensões, com linhas captoras em paralelo (ver Figura 02).

Figura 02: Domo geodésico de alumínio com subsistema de captores com condutores em paralelo.

Os mini captores (terminais aéreos) - (A4) especificados para este domo podem ser pequenas hastes
de alumínio fixadas no topo dos isoladores do pedestal (A3), sendo arredondadas e maciças com área de
seção mínima de 200 mm² e diâmetro mínimo de 16 mm. As extremidades das hastes deverão ser inter-
ligadas entre si (A5) e ao mastro angular periférico soldado ao tanque (A1), conforme a linha de captação
(A5) mostrada nas Figuras 02, 03, 06 e 07.

Figura 03: Linha de captação proposta para tanques menores

Os isoladores tipo pedestal (A3) devem ser fixados nas placas de reforço dos nós (A2) do domo (Figura
04), conforme a Figura 3.

Figura 04: Placas de reforço dos nós – suporte para os isoladores

POTÊNCIA 88
ARTIGO
PROTEÇÃO CONTRA DESCARGAS ATMOSFÉRICAS

2.3 Opção 3: Tanques de dimensões maiores, com linhas captoras em malha (ver Figura 05).

Figura 05: Linhas captoras em malha.

A Opção 3, ao contrário da Opção 2, são feitas interligações transversais nas linhas de captação para-
lelas. O dimensionamento e posicionamento destes conjuntos haste-isolador dependerão do tamanho de
cada tanque. O que vai definir se o tanque é menor ou maior é o Nível de proteção escolhido e o raio da
esfera rolante. A esfera rolante deve “rolar” ao longo de cabos de alumínio paralelos ou em malha, sem
tocar no domo. A fixação final de cada conjunto de cabos paralelos/malha será no conjunto de mastros
periféricos laterais soldados no costado do tanque (conforme Figura 6).

Figura 06: Fixação das linhas de captação no costado do tanque.

Em geral, os costados dos tanques possuem capacidade de conduzir as correntes da descarga atmos-
férica sem aumento perigoso da temperatura e sem centelhamentos.
A Figura 07 mostra um detalhe da haste (A4), do isolador tipo pedestal (A3) e sua fixação na placa de
reforço dos nós do domo (A2) e do condutor da linha de captação (A5).

Figura 07: Detalhe do conjunto de fixação da linha captora com isolador e haste

POTÊNCIA 89
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PROTEÇÃO CONTRA DESCARGAS ATMOSFÉRICAS

O subsistema de descida fica na lateral do tanque e o subsistema de aterramento deve seguir as recomenda-
ções da ABNT NBR 5419-3: 2015 [1] que depende se o tanque será isolado ou instalado em parque de tanques.
Considerando que o ambiente ao redor do tanque, principalmente na parte superior, pode ser com-
bustível (por exemplo, perto dos respiros), deve ser realizado um cálculo da elevação de temperatura dos
componentes do SPDA conforme o item D.4.1.1 da Norma ABNT NBR 5419-1: 2015 [2].
Um exemplo deste cálculo para a haste projetada será descrito a seguir:
Considerando que o raio atingirá diretamente uma haste de alumínio e que esta conduzirá toda a cor-
rente do raio com seção transversal de 200 mm² (valor mínimo para mini captores de alumínio) e conside-
rando as seguintes características dos diversos parâmetros:
◗ α - coeficiente de temperatura da resistência = 4,0 × 10-3 [1/K]
◗ W/R - energia específica do impulso de corrente = 10 [MJ/Ω] = 107 [J/ Ω]
◗ ρ0 - resistência ôhmica específica do condutor à temperatura ambiente = 29 × 10-9 [Ωm]
◗ q - área da seção transversal do condutor estudado = 200 [mm²] = 200 × 10-6 [m²]
◗ γ - densidade do material = 2700 [kg/m³]

◗ CW – capacidade térmica = 908 [J/kgK]

Utilizando a Equação (1), podemos estimar o aumento de temperatura do condutor de alumínio do domo:

(1)

Considerando a energia específica máxima descrita na norma ABNT NBR 5419-1 [2] e considerando que
toda a corrente do raio passará pela haste, o aumento de temperatura na haste de alumínio será de 3,0 K.
Considerando a mesma metodologia e demais componentes do SPDA, calculamos os seguintes au-
mentos de temperatura:
◗ interligação entre as hastes e o guarda-corpo do tanque ou mastros periféricos com fio de cobre com
seção 35 mm²: 46 K;
◗ interligação entre as hastes e o guarda-corpo do tanque ou mastros periféricos com cabos de alumí-
nio com seção de # 67,35 mm²: 27 K.
Com estes componentes verificamos que as temperaturas nos componentes estudados não atingem
valores que possam provocar uma explosão para os principais tipos de combustíveis.
Cuidado especial deve ser tomado em locais com válvulas e respiros que possam criar uma atmosfera
explosiva e possam ser um caminho das descargas atmosféricas.

2.4 Especificação dos componentes da proteção


Para a especificação do isolador suporte do subsistema de captação, é importante saber qual seria
a tensão impulsiva que poderá aparecer neste, no caso de ocorrência de uma descarga atmosférica no
subsistema de captação.

POTÊNCIA 90
ARTIGO
PROTEÇÃO CONTRA DESCARGAS ATMOSFÉRICAS

Para isso, cálculos foram desenvolvidos considerando o modelo apresentado na Figura 08.

Figura 08: Detalhe do modelo do SPDA utilizados nos cálculos

Considerando a Opção 2 (menor custo e que acarreta maiores valores de tensão no isolador, portanto
a favor da segurança).
Os principais parâmetros são valor de corrente de pico (Ip), tempo de frente (tf) e tempo de meia cauda
(th), conforme mostrado na Tabela 1.
Tabela 1 – Dados de entrada utilizados nos cálculos (adaptado de [5])

Porcentagem que excede


50% 5%
o valor tabulado
Parâmetros Ip (kA) tf (µs) th (µs) Ip (kA) tf (µs) th (µs)
Primeira descarga de retorno 30 5.5 75 80 18 200
Descarga subsequente 12 1.1 32 30 4.5 140

Porém, para estimar a sobretensão no isolador é necessário conhecer o valor de di/dt (derivado da
corrente, mostrado na Equação 2), pois com base neste parâmetro e na indutância típica da haste para
surto, é possível calcular a sobretensão, conforme resultados da Tabela 2.

(2)

onde L é a indutância da haste vista pelo surto de corrente e di/dt é a derivada referente ao tempo de
subida da corrente. Normalmente, o valor da indutância L é da ordem de 2 µH/m para o canal do raio [4],
cujo valor também é semelhante para a haste.
Tabela 2 – Valores das sobretensões calculadas através da Eq. 2.
Porcentagem que excede o valor tabulado 50% 5%
Parâmetros di/dt (kA/µs) Umax (kV) di/dt (kA/µs) Umax (kV)
Primeira descarga de retorno 12 24 32 64
Descarga subsequente 40 80 120 240

Considerando este modelo, para um caso extremo, o valor de sobretensão obtido fica em torno de 240
kV, para o caso de uma descarga subsequente, considerando a Tabela 2.

POTÊNCIA 91
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3. Discussão e conclusões SUMÁRIO


Este artigo apresenta um estudo de caso, no qual é adotada uma metodologia para mi-
nimizar possíveis efeitos decorrentes de descargas atmosféricas, caso ocorra uma descarga
atmosférica no topo de um tanque de combustível com domo geodésico de alumínio.
No cálculo da tensão no isolador projetado foi considerado o valor de referência de 240 kV, mas nenhum
outro efeito foi considerado, como reflexões de ondas. Assim, considerando a segurança, recomenda-se utilizar um
fator de segurança de no mínimo 50%, fazendo com que o valor da tensão impulsiva seja de, no mínimo, 360 kV.
Neste sentido, o isolador a ser instalado na base das hastes captoras para a Opção 2 ou 3, deverá
possuir Tensão Suportável Nominal de Impulso Atmosférico superior a 360 kV.
Além disso, devem ser sempre adotadas medidas básicas, como: equipotencialização, adoção de MPS
(Medidas de Proteção contra Surtos) em relação aos sensores presentes no tanque, bem como adoção
de DPS, blindagem e roteamento de fiação, etc. para proteção contra descargas atmosféricas de acordo
com a série das normas ABNT NBR 5419: 2015 [1-4].
É importante ressaltar que esta solução apresentada para cobertura com domo geodésico também
é adequada para qualquer tanque de combustível que não tenha a espessura mínima, e para proteger
eventuais descargas em acessórios do teto, como válvulas e bicos, que possam ocasionar centelhamen-
tos, devido a um parafuso mal apertado ou por densidade de corrente, por exemplo.

Referências
[1] Associação Brasileira de Normas Técnicas - “ABNT NBR 5419-2: 2015 - Proteção contra Descargas
Atmosféricas - Parte 2: Gerenciamento de risco”, Brasil, 2015.
[2] Associação Brasileira de Normas Técnicas - “ABNT NBR 5419-3: 2015 - Proteção contra Descargas
Atmosféricas - Parte 3: Danos físicos a estruturas e perigos à vida”, Brasil, 2015.
[3] Associação Brasileira de Normas Técnicas - “ABNT NBR 5419-1: 2015 - Proteção contra Descargas
Atmosféricas - Parte 1: Princípios gerais”, Brasil, 2015.
[4] Associação Brasileira de Normas Técnicas - “ABNT NBR 5419-4: 2015 - Proteção contra Descargas
Atmosféricas - Parte 4: Sistemas elétricos e eletrônicos internos na estrutura”, Brasil, 2015.
[5] V. A. Rakov e M. Uman, “Review and Evaluation of Lightning Return Stroke Models Including Some
Aspects of their Application,” IEEE Trans. on Electromagnetic Compatibility, Vol. 40, No. 4, novem-
bro 1998.
Fotos: Divulgação

HÉLIO E. SUETA MILTOM ROBERTO ZILLES CLOVIS YOSHIO OSCAR ROMÃO


INSTITUTO DE SHIGIHARA IEE USP KODAIRA ROMÃO
ENERGIA E IEE USP IEE USP TECNOLOGIAS
AMBIENTE – USP INDUSTRIAIS

POTÊNCIA 92
ARTIGO
GESTÃO DE RISCOS

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Quanto custa não investir em


segurança de máquinas?
S
egurança é a palavra-chave para uma empresa que se preocupa com a saúde e o bem-estar de
seus colaboradores, inclusive quando o ambiente de trabalho conta com máquinas industriais.
Podemos definir como segurança de máquinas a aplicação de medidas de eliminação de perigos
e de redução de risco para evitar que os profissionais que trabalham com o equipamento sofram
acidentes e prejuízos por mau uso.
De acordo com a Agência Brasil, um levantamento divulgado no fim de março de 2023 pelo Observató-
rio Digital de Saúde e Segurança do Trabalho, desenvolvido pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) em
cooperação com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), indicou que máquinas e equipamentos
estão entre os principais causadores de acidentes de trabalho no Brasil, respondendo por 15% do total
registrado entre 2012 e 2021 – somente este grupo corresponde a 734.786 ocorrências no período, uma
média de 200 acidentes por dia.
Máquinas e equipamentos que se encontram em más condições por falta de investimento, mau uso pelo
trabalhador ou, muitas vezes, imprudência da empresa para cortar custos, podem causar estes terríveis
acidentes. Portanto, adotar a avaliação e a gestão de riscos para determinar os requisitos de saúde e se-
gurança que se aplicam à máquina é fundamental. Para essa análise é preciso: identificar os riscos (estudo

POTÊNCIA 94
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GESTÃO DE RISCOS

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detalhado para identificar possíveis riscos em cada máquina), avaliar as consequências (medição do impac-
to potencial de cada risco na segurança dos trabalhadores e na operação geral) e gerir e mitigar os riscos
(implementação de medidas de segurança adequadas para reduzir os riscos e proteger os trabalhadores).
Infelizmente, a grande problemática é que muitas das indústrias não possuem uma cultura forte e consoli-
dada acerca da segurança do trabalho, ou seja, temas como NR-12 e elaboração dos estudos de áreas classi-
ficadas se tornam um “segundo plano”, nos quais entram em ação após a ocorrência de algum sinistro em seu
ambiente de trabalho. É preciso mudar a mentalidade e estabelecer uma cultura por um futuro mais seguro.
Mas, afinal, quanto custa não investir em segurança de máquinas? Despesas médicas – alto custo com
tratamento de ferimentos e reabilitação; processos judiciais – multas, indenizações e gastos com advo-
gados e tribunais; danos a equipamentos – reparos ou substituição de máquinas danificadas; interrupção
da produção – downtime nas operações e perda de pedidos e contratos; perda de produtividade – baixo
desempenho devido a colaboradores lesionados ou inseguros; e reputação danificada – perda de clien-
tes e dificuldade em atrair novos negócios – são os principais custos.

Outra causa
Não menos importante, uma outra causa de acidentes industriais é a falta de investimentos em estudo
de área classificada – local com probabilidade de formação de uma atmosfera explosiva devido à nature-
za da sua operação, seja de gás/líquidos inflamáveis ou poeira combustível. O correto é que essas áreas
passem por uma análise minuciosa dos riscos e que todas as condições e características das misturas
combustíveis, que estejam presentes no local, sejam identificadas, conhecidas e classificadas.
Sendo assim, podemos concluir que os investimentos em segurança em máquinas e em estudo de
área classificada são essenciais para evitar riscos, proteger os trabalhadores e ga-
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rantir a eficiência e a sustentabilidade das operações. Não deixe de investir nesta


área fundamental para o sucesso da empresa. Por um futuro mais seguro, juntos
vamos além!

ROBERTO ITTALO DA SILVA SOUZA ENGENHEIRO DE SEGURANÇA DA SCHMERSAL

POTÊNCIA 95
ARTIGO
ENGENHARIA

90 anos da Regulamentação
da Engenharia no Brasil
A
regulamentação da Engenharia no Brasil se sucedeu décadas após os Estados Unidos da Amé-
rica regulamentarem o exercício profissional da Engenharia. Os EUA começaram a regulamen-
tação da Engenharia no fim do século IX, sendo que em 1891 o Estado da Califórnia aprovou a
primeira lei de licenciamento da Engenharia. Em 1907, o Estado do Wyoming aprova sua primeira
lei de licenciamento da Engenharia e em 1950 todos os estados dos EUA, além do Alasca, Havaí, Distrito
de Columbia e Porto Rico, aprovaram suas leis de licenciamento da Engenharia.
Entretanto, a primeira reunião de Conselhos Estaduais de Licenciamento da Engenharia ocorreu em
Chicago, no ano de 1920, com a participação de 7 dos 10 conselhos dos estados que têm lei de licencia-
mento. Por isso, em 2020 o NCEES (Conselho Nacional de Licenciamento de Engenheiros e Agrimenso-
res) comemorou 100 anos.
No Brasil a regulamentação da Engenharia começou no século XX, na década de trinta. Especificamen-
te em 11 de dezembro de 1933, o Presidente Getúlio Vargas fez publicar o Decreto Federal nº 23.569, que
exordiou a regulamentação do exercício profissional da engenharia no Brasil e instituiu o Sistema CONFEA/
CREA, conjunto de autarquias federais responsáveis pela verificação, controle e fiscalização dos engenhei-
ros e empresas de engenharia no território nacional.
Assim, enquanto no Brasil adotamos o mo-
delo de autorregulamentação continental
europeu, os Estados Unidos adotam o
modelo inglês. Nosso país tendo au-
torregulamentação da engenha-
ria estatal e os americanos por

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POTÊNCIA 96
ARTIGO
ENGENHARIA

associações privadas. Por esta razão, comemora-­


se no dia 11 de dezembro de 2023 os 90 anos da
criação do Sistema CONFEA/CREA, enquanto nos
Estados Unidos comemorou-se o centenário da
fundação do seu Conselho Nacional em 2020, em
alusão a primeira reunião de conselhos de licen-
ciamento estaduais em Chicago em 1920.
Mais do que garantir espaço no mercado aos
Engenheiros Brasileiros afigurava-se necessário
disciplinar e dar garantias de segurança e qualida-
de para proteção da sociedade, visto que sucedeu

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perigoso cenário de execução de obras e serviços
da engenharia por leigos e estrangeiros sem for-
mação profissional e habilitação certificada.
Entretanto, logo após a criação do Sistema CONFEA/CREA, verificou-se a falta de lastro financeiro
para cumprimento de suas atribuições administrativas de verificação, controle e fiscalização do exercício
profissional da engenharia, agronomia e arquitetura, razão pela qual foi instituída a obrigação tributária de
pagamento de anuidade pelos profissionais registrados nos Conselhos Regionais, através do Decreto-Lei
nº 3.995, de 31 de dezembro de 1941. Por sua vez, o Decreto-Lei nº 8.620/1946 estabeleceu a natureza
jurídica autárquica dos mencionados Conselhos de Fiscalização Profissional.
Com a vigência da Constituição de 1934, sobreveio a determinação de que somente a lei formal – e
não mais decretos regulamentares autônomos – poderia estabelecer restrições à liberdade de exercício
de qualquer profissão, situação que não estaria contemplada com os efeitos jurídicos dos Decretos Fede-
rais nº 23.569/1933 e 23.196/1933.
Assim, em 24/12/1966 foi publicada a Lei Federal nº 5.194 destinada a disciplinar o exercício das pro-
fissões de engenheiro, arquiteto e engenheiro-agrônomo, instituindo regra de transição para salvaguarda
de direitos adquiridos, ao preconizar que os profissionais já em exercício laboral e os estudantes ma-
triculados em instituições de ensino na data da publicação da lei não seriam prejudicados pelas novas
disposições normativas (art. 86).
A discriminação das atividades e campos de atuação das diferentes modalidades profissionais da enge-
nharia, arquitetura e agronomia deu-se, por força da edição da Resolução Confea nº 218, de 29 de junho de
1973, abrigada no poder-dever regulamentar tipificado no art. 27, alínea “f” da Lei Federal nº 5.194/66, de modo
a assegurar a fiel execução do diploma legal de regulamentação das profissões liberais então catalogadas.
Nos tempos atuais, passados noventa anos da criação do Sistema CONFEA/CREA, o sistema multipro-
fissional tem mais de um milhão de profissionais registrados e mais de trezentas mil empresas registradas.
Assim, demonstra-se a dimensão do Sistema CONFEA/CREA, conselho de fiscalização multiprofissional
um sistema de autarquias federais parafiscais através do qual o Estado Brasileiro garante a qualidade e
segurança nas obras e/ou serviços da Engenharia, Agronomia, Geologia, Geografia e Meteorologia
através da verificação, controle e a fiscalização do exercício profissional visando ao benefício e à
proteção dos interesses da sociedade.
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ENG. ELETRICISTA ROGERIO MOREIRA LIMA COORD. NACIONAL ADJUNTO
DA CCEEE/CONFEA COORD. REGIONAL DA CEEE/CREA-MA, DIRETOR DE INOVAÇÃO
SUMÁRIO DA ABTELECOM, MEMBRO DA AMC E PROFESSOR DO PECS/UEMA

POTÊNCIA 97
ARTIGO
ENERGIA FOTOVOLTAICA

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SUMÁRIO

DO SOL PARA O SEU BOLSO:


Como a energia solar está
transformando a fatura de
energia no Brasil
A
tualmente, o Brasil vive um cenário de transformação dentro da sua matriz energética. Com a
necessidade de diversificar as suas fontes de energia, principalmente pela preocupação com a
sustentabilidade do planeta, o país tem se aproveitado do surgimento de novas tecnologias para
encontrar meios de suprir a sua alta demanda a partir de fontes renováveis.
Diante desse contexto, a energia solar vem aparecendo como uma forte candidata à protagonista.
Gerada a partir dos raios solares, ela pode ser captada diretamente nas residências ou nas usinas por
meio da geração distribuída, método em que a energia captada no local é inserida nas companhias de
distribuição e compartilhada entre os consumidores cadastrados no serviço.
Além do baixo impacto ambiental, uma vez que se trata de uma fonte renovável e que não emite po-
luentes durante o processo de geração, a energia solar também se destaca por conseguir trazer econo-
mia na conta de luz dos brasileiros.
Até por conta desse contexto, o mercado fotovoltaico não para de crescer no país. Mais de 88% da
capacidade instalada na matriz elétrica brasileira neste ano têm origem nas fontes solar e eólica. De acor-
do com a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), de janeiro até agora, a expansão da capacidade
instalada da matriz elétrica foi de 7 GW, sendo que 6,2 GW foram solar (3 GW) e eólica (3,2 GW). Além
disso, os investimentos na área vão superar a marca de R$ 56 bilhões, enquanto mais de 300 mil novos
empregos serão gerados no setor até o final de 2023.
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POTÊNCIA 98
ARTIGO
ENERGIA FOTOVOLTAICA

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Não é à toa que o país hoje ocupa a 8ª colocação no ranking mundial de produção de energia solar,
além de somar mais de 20 mil empresas voltadas para a geração fotovoltaica. Todo esse panorama, soma-
do ao avanço intenso da tecnologia, contribui para que a fonte de energia se torne cada vez mais acessí-
vel à população. De acordo com dados publicados pela Absolar, o custo médio de um módulo fotovoltaico
caiu cerca de 80% durante a última década.
No entanto, há de se destacar que o atual nível da disrupção inerente ao mercado fotovoltaico é tanta
que já é possível os consumidores também aproveitarem os benefícios sem nem mesmo precisar instalar
placas solares no imóvel. Graças ao modelo chamado de geração compartilhada, em que a energia limpa
é captada em parques solares e depois inserida na rede da distribuidora da região, a população consegue
desfrutar do benefício através de uma adesão simples e gratuita.
Assim, a companhia que oferta esse tipo de serviço promove economia a curto prazo, sem a necessi-
dade de investimento em equipamentos ou de possíveis adaptações na casa.
Por todas essas razões, o Brasil está bem posicionado para aproveitar todo o potencial da energia
solar. Pela maturidade e o rápido avanço que o mercado vem demonstrando, a tendência é de que as
instalações e equipamentos fotovoltaicos fiquem ainda mais baratos nos próximos anos, fazendo com
que mais pessoas a utilizem. Com esse cenário, quem só tem a agradecer é o meio ambiente e o bolso
da população.
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SUMÁRIO KIM LIMA DIRETOR DE COMERCIAL E
MARKETING DA EVOLUA ENERGIA

POTÊNCIA 99
ARTIGO
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL

A tendência das redes


industriais e o mercado
da automação
A
tualmente, a base instalada de tecnologias de rede para automação industrial é dominada por
protocolos de Ethernet Industriais, que estão sendo rapidamente impulsionados por uma tecno-
logia mais recente, a rede TSN - Time-Sensitive Networking. A rede TSN, compatível com pro-
tocolos antigos, é um conjunto de padrões que permite comunicação determinística e de baixa
latência em redes Ethernet para automação industrial.
A adoção da arquitetura TSN, uma extensão da Ethernet definida pelo IEEE (Institute of Electrical and
Electronics Engineers), aplicada em redes de automação industrial reverte em altos benefícios financei-
ros e operacionais, oferecendo o potencial de um nível sem precedentes de desempenho padronizado
e determinístico nas linhas de automação industrial, além das vantagens comerciais da convergência de
vários tipos de rede que separavam os processos de TO/TI (Tecnologia da Operação e Tecnologia da
Informação).

A importância das redes determinísticas


Redes determinísticas, como a TSN, estão no centro de fábricas inteligentes e conectadas, e oferecem
a capacidade de determinar com precisão o tempo necessário para transferência de informações entre
diversos pontos, controlando e priorizando os fluxos de dados em redes Ethernet, impulsionando as apli-
cações críticas em tempo real.

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POTÊNCIA 100
ARTIGO
AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL

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SUMÁRIO

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Entre as principais tendências nas linhas de produção de diversos setores está a adoção de Inteligên-
cia Artificial e de estratégias de Manutenção Preditiva para garantir alta produtividade e qualidade. Essa
transformação requer comunicação de alta velocidade e controle determinístico de grandes volumes de
dados dos sistemas de TI.
A comunicação inovadora proporcionada pelas redes TSN aumenta a eficiência dos processos e a
produtividade, com redes inteligentes que suportam comunicações industriais, com fácil configuração dos
dispositivos. Além disso, suporta diagnóstico de softwares de terceiros, permitindo a solução de proble-
mas de dispositivos de rede.
O uso de redes TSN em aplicações de automação industrial certamente beneficiará os usuários finais
em diversos setores, oferecendo a capacidade de mesclar diferentes tipos de tráfego de dados, levando a
ambientes mais flexíveis e colaborativos. Ao mesmo tempo, isso simplifica arquiteturas de rede, tornando-
-as mais econômicas, e promove sistemas integrados de hardware e software.
Reconhecida por representar o futuro da Ethernet Industrial, pois estabelece os princípios para fábricas
inteligentes e conectadas orientadas por dados, a rede TSN é mais do que uma simples solução ao nível
de produto, é uma tecnologia que oferece uma solução sistêmica para apoiar o determinismo, a conver-
gência e a transparência dos processos. Esses recursos inovadores são a razão pela qual a adoção do
TSN faz parte dos mais inovadores projetos de automação industrial.
Os dados do mercado comprovam essa adesão. Segundo estudo da Global Market Insights, o volume
de venda da tecnologia TSN ultrapassou US$ 200 milhões em 2019 e deverá ter
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uma taxa composta de crescimento anual (CAGR) de mais de 30% entre 2020 e
2026, elevando o tamanho do mercado para mais de US$ 1 bilhão até o final desse
período. É uma tendência que a cada dia se consolida como o novo normal.

PEDRO OKUHARA ESPECIALISTA DE PRODUTO E


APLICAÇÃO DA MITSUBISHI ELECTRIC BRASIL

POTÊNCIA 101
ARTIGO
SEGURANÇA ENERGÉTICA

Alta Disponibilidade: O Papel


Estratégico do UPS IoT
A
crescente dependência de tecnologias digitais e sistemas cloud posiciona os Data Centers no
epicentro das operações de diversas empresas. A continuidade nesse cenário é crucial para ga-
rantir a integridade das operações e, por conseguinte, o êxito dos negócios de vários setores.
Dessa forma, a Alta Disponibilidade (HA) emerge como fator estratégico, e a importância dos
equipamentos de proteção torna-se essencial para assegurar a continuidade operacional.
Em um mundo no qual a informação é um ativo de valor inestimável, as empresas dependem cada vez
mais dos Data Centers para armazenar, processar e distribuir dados de maneira eficiente. Interrupções
nesses serviços podem acarretar perdas financeiras irreparáveis, danos à reputação e impactos operacio-
nais. Portanto, garantir a alta disponibilidade deve ser uma prioridade.
Pesquisa global do Uptime Institute destaca que, em 2022, 60% dos gestores de Data Center relata-
ram ter enfrentado algum tipo de interrupção ao longo dos últimos três anos. A longo prazo, a frequência
dessas paradas pode resultar em custos financeiros elevados, danos à reputação e riscos para a continui-
dade das empresas.
Diversas aplicações operam em tempo real e possuem requisitos específicos que demandam alta
disponibilidade. Seja nos controles de voo, cuja confiabilidade é crucial, nos sistemas de suporte à vida,
nos quais a performance é vital, ou na Inteligência Artificial e no Aprendizado de Máquina, que exigem
robustez global, evitar falhas é essencial para mitigar consequências graves.
Nesse cenário de criticidade, a energia é uma das principais causas de interrupções em Data Cen-
ters. No entanto, há tecnologias disponíveis capazes de ajudar os negócios a manterem seus sistemas
operacionais. O UPS, também conhecido como nobreak, evita desligamentos inesperados de servidores

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SUMÁRIO
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POTÊNCIA 102
ARTIGO
SEGURANÇA ENERGÉTICA

e equipamentos, garantindo a segu-


rança e continuidade das operações
mesmo diante da falta de energia ou
oscilações prejudiciais à rede.
Na jornada da inovação, o UPS
baseado em Internet das Coisas (IoT)
oferece ainda mais benefícios, incluin-
do reconfigurações automáticas em
tempo real, monitoramento remoto,
gerenciamento proativo e inteligente,
manutenções sem interrupção e a ca-
pacidade de se conectar a dispositivos
de medição e controle que podem ser
ativados automaticamente ou progra-
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mados para fornecer alertas.


O UPS IoT atua proativamente ao
identificar e resolver possíveis problemas antes que atinjam níveis críticos. Utilizando diagnósticos avan-
çados por meio de um osciloscópio virtual e correlação automática de alarmes e eventos, os gestores
obtêm uma visão abrangente do estado operacional do Data Center. Essa tecnologia permite uma res-
posta eficiente e antecipada, contribuindo para a otimização do desempenho e a prevenção de falhas
significativas.
Para os gestores de Data Centers, a integração de UPS IoT oferece uma série de benefícios, incluindo
o aprimoramento da confiabilidade e disponibilidade operacional. Essa abordagem proporciona maior
agilidade e eficiência nas manutenções, tanto corretivas quanto preventivas, resultando em uma significa-
tiva redução de custos relacionados a paradas técnicas.
Em ambientes digitalmente interconectados, a alta disponibilidade dos Data Centers é mais do que
uma necessidade operacional; é uma estratégia de negócios. O UPS IoT emerge como um aliado essen-
cial, proporcionando confiabilidade, eficiência e segurança necessárias para enfrentar os desafios com-
plexos da gestão de energia em ambientes críticos. Investir nessa tecnologia não apenas protege os Data
Centers de falhas inesperadas, mas também impulsiona a eficiência operacional e, consequentemente, a
competitividade das empresas no cenário digital atual.
Adotar UPS IoT não é apenas uma decisão técnica, mas sim uma escolha estratégica que impacta
diretamente a competitividade e o desempenho das empresas. Atualmente, a conectividade é essencial,
e a capacidade de manter operações ininterruptas é um diferencial competitivo que não pode ser subes-
timado. Assim, a combinação de UPS e IoT não só protege a infraestrutura crítica dos Data Centers, mas
também impulsiona a eficiência operacional e a confiabilidade dos serviços, contribuindo para o sucesso
a longo prazo das organizações.
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MARCOS PEGO PRESIDENTE
SUMÁRIO EXECUTIVO DA ENGETRON

POTÊNCIA 103
VITRINE

FILTRO DE LINHA
A TS Shara, fabricante nacional de nobreaks e estabilizadores de energia, anuncia novo modelo de filtro de
linha para proteção contra picos de tensão. O lançamento faz parte da estratégia da companhia em capilarizar
ainda mais suas soluções e produtos de proteção de energia no segmento residencial. Os novos filtros de linha
da TS Shara estão disponíveis nas versões com 4, 6 ou 8 tomadas, e contam com entrada e saída bivolt de 115 V
/ 220V, uma chave liga e desliga com disjuntor rearmável de proteção e um cabo de alimentação de 1,5 metro. Os
filtros de linha são um dos itens core do portfólio de produtos da TS Shara, trazendo aos consumidores mais pro-
teção a choques elétricos e praticidade no dia a dia. Eles funcionam como um protetor de energia básico, po-
rém essencial, protegendo equipamentos como notebooks, desktops, impressoras, TVs, home theaters, além
de diversas outras aplicações domésticas e profissionais que necessitam de proteção básica e mais tomadas
para conexões de outros aparelhos, respeitando o limite de potência a serem conectados em suas instalações
contra curtos-circuitos e choques elétricos. Outro ponto a se destacar é que um equipamento conectando a um
filtro de linha fica coberto contra picos de tensão e ruídos eletromagnéticos oriundos da rede elétrica.

INVERSOR DE FREQUÊNCIA
A multinacional japonesa Yaskawa Elétrico do Brasil, referência na fabricação de inversores com
reconhecimento mundial pela eficiência e confiabilidade dos seus produtos, lança no mercado na-
cional o inversor de frequência FP605 capaz de conferir uma redução de até 60% dos custos de
energia e 50% de redução de emissão de CO₂, graças as funções dedicadas desse inversor, que
reduzem o consumo de energia de bombas e ventiladores. Essas reduções podem ser estimadas
através de um software que possibilita o cálculo do retorno do investimento, utilizando os dados
dos sistemas (carga instalada, ciclo de trabalho das máquinas e custo da instalação). “Além da redu-
ção dos custos de energia, os inversores FP605 possuem um operador digital gráfico, com menus
e descrições de parâmetros bastante intuitivos, permitindo parametrização e monitoramento fáceis
e rápidos, otimizando o tempo de colocação em marcha do inversor”, explica Guilherme Silva, da
Departamento de Engenharia de Aplicação da Yaskawa Elétrico do Brasil. Guilherme Silva ressalta
que os inversores da marca Yaskawa Elétrico possuem um MTBF de até 28 anos, “isso significa que,
dependendo de fatores externos, há menos paradas de máquina devido a falhas no drive”, justifica.

TESTADORES DE ISOLAMENTO
A Fluke do Brasil anuncia o lançamento dos Testadores de Isolamento Fluke 1535 e Fluke 1537. Adequa-
dos para aplicações industriais e solares, os novos equipamentos chegam para o portfólio da companhia com a
capacidade de testar uma ampla gama de equipamentos de forma rápida e fácil. Dentre as funcionalidades dos
testadores, destacam-se os testes de tensão selecionáveis; alcance de até 500 GΩ na medição da resistência
de isolamento; cálculos inteligentes, alta capacidade de medição e recursos de segurança aprimorados, em con-
formidade com a categoria de segurança CAT IV 600V. Segundo Osvaldo Conegundes, gerente de Produtos
LATAM da Fluke, os testadores de isolamento são essenciais na rotina de manutenção, pois podem ser usados
para determinar a integridade de enrolamentos ou cabos em motores, transformadores, painéis de distribuição
e instalações elétricas. “O motivo mais importante para testar o isolamen-
to é garantir a segurança pública e pessoal. Além disso, os testes são
importantes para proteger e prolongar a vida útil dos sistemas elétri-
CLIQUE cos e dos motores, uma vez que podem fornecer informações va-
AQUI
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liosas sobre o estado de deterioração dos isolamentos, ajudan-
do a prever possíveis falhas do sistema”, explica Conegundes.
SUMÁRIO
POTÊNCIA 104

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