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UNIFEI/IEM Trabalho Final de Graduação
Dedicatória
Dedico este trabalho aos meus pais e irmãos como reconhecimento pelos esforços por
mim realizados.
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Agradecimentos
Sou muito grato pela ajuda recebida de diversos amigos e familiares ao longo da
graduação. Assim presto uma homenagem àqueles que são especiais em minha vida.
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-Steve Jobs
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Resumo
Turbinas a vapor são máquinas de fluxo capazes de realizar trabalho com alta
confiabilidade e eficiência. São utilizadas em centrais termelétricas para geração de base. O
presente trabalho realiza um levantamento do princípio de funcionamento da turbina a vapor,
descrevendo seus componentes básicos, arranjos e classificações. É feito um estudo de
rendimentos destas máquinas, e na sequência uma análise dos modos de falhas que as
acometem. De posse das informações mencionadas anteriormente, o trabalho foi direcionado a
avaliar os métodos de diagnóstico de falha mais apropriados, apontando seus benefícios e
desvantagens.
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Abstract
Steam turbine is capable of produce work with high reliability and efficiency. They are
used in thermoelectric plants to generate electricity as a base power source. The present report
brings up the steam turbine principle, describing the main components, setup and
classifications. An efficiency study is conducted, followed by a fail mode analysis related to
steam turbines. With all information mentioned before, the study will be directed to evaluate
diagnostics methods according to each machine, showing theirs benefits and downsides
Key words: Steam turbine, fault modes, fault diagnostic methods, fault prognostic methods.
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Lista de Figuras
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Lista de Tabelas
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Wc - Trabalho de compressão
η - Rendimento
Tm - Temperatura média
ηt - Rendimento térmico
PI - Pressão intermediária
AP - Alta pressão
BP - Baixa pressão
IA - Inteligência artificial
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SUMÁRIO
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3.6 Disponibilidade da Turbina e Severidade de Falhas ...................................................... 58
CAPÍTULO 4 – MÉTODOS DE ANÁLISE DE FALHAS EM TURBINAS A VAPOR ...... 61
4.1 Introdução ....................................................................................................................... 61
4.2 Monitoramento e Manutenção ........................................................................................ 63
4.3 Prolongamento do Tempo Entre Manutenções .............................................................. 65
4.4 Métodos Baseados no CBM (Condition Based Maintenance) ....................................... 69
4.4.1 Tipos de dados .......................................................................................................... 69
4.4.2 Processamento de dados e métodos ......................................................................... 71
4.5 Comparação Entre Métodos ........................................................................................... 76
CAPÍTULO 5 – CONCLUSÃO ............................................................................................... 77
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .....................................................................................79
ANEXO 1 .................................................................................................................................81
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1.1 Introdução
Assim como todo equipamento mecânico, as turbinas a vapor estão sujeitas à falhas,
sejam estas devido ao desgaste natural de operação ou quebra inesperada de algum componente.
Embora existam diferenças significativas de projeto, aplicação, complexidade e tamanhos das
turbinas a vapor, seu princípio de funcionamento é o mesmo. Elas compartilham diversos
componentes estruturais e estão sujeitas à mecanismos de falha semelhantes. No caso de
turbinas a vapor, falhas por falta de lubrificação, corrosão e vibração são as mais recorrentes, e
as falhas que levam ao disparo da turbina (elevação de sua rotação descontroladamente) causam
os maiores impactos. Uma análise do comportamento da turbina, do rendimento, vibração,
contaminações do fluido de trabalho e corrosão, fornecem informações cruciais quanto ao
estado da mesma. Tal conhecimento é fundamental para o planejamento das manutenções do
equipamento, ou do adiamento do mesmo, de forma que a turbina esteja sempre disponível, nas
condições de maior rentabilidade. É valido ressaltar que a turbina a vapor, diferentemente da
turbina a gás, é utilizada na geração energética de base, sendo seu uso inviável somente para os
momentos de pico devido ao longo tempo de partida requerido. Desta forma as plantas de
geração energética que utilizam turbinas a vapor necessitam de uma grande confiabilidade em
seu funcionamento.
1.2 Objetivos
Este trabalho visa apresentar os conceitos gerais de turbinas a vapor, seu funcionamento,
modos de falha e métodos de diagnóstico de falhas de acordo com as informações das condições
de operação da mesma. Leva-se em consideração para tal análise os dados de projeto e os
históricos de operação da turbina. Para relacionar as possíveis causas das alterações de
rendimento do equipamento, é necessário o conhecimento da instalação. Neste âmbito o
trabalho traz um estudo dos modos de falha de turbinas de grande porte e realiza um
levantamento das prováveis causas dessas falhas, buscando ao máximo identificar as grandezas
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envolvidas, de modo que venha a servir como referência para programação de manutenção,
automatização de softwares e estudos futuros.
As turbinas com potência nominal acima de 200MW são direcionadas para a geração de
eletricidade segundo Reinker, J.K. et al, 1996, e serão o foco do presente trabalho, visto que
envolvem mais recursos e onde pequenas variações de rendimento na turbina resultam em
grandes retornos energéticos e econômicos.
1.3 Justificativa
Ao avaliar o cenário mundial do balanço energético, tem-se que no ano de 2011, 82%
da energia gerada foi oriunda de fonte fóssil. Neste grupo enquadra-se o carvão mineral, o
petróleo, e gás natural. Já no Brasil a porcentagem de participação dos combustíveis fósseis,
em 2014, foi de 59,3 % devido à grande participação da geração hidráulica, biomassa e vegetal
(fontes renováveis), segundo BEN, 2015. Estas fontes energéticas serão melhores discutidas a
seguir e representam a disponibilidade energética total em todas possíveis formas.
De maneira análoga tem-se uma análise da matriz elétrica mundial e nacional. Em 2010,
as térmicas convencionais supriam 66,5% da geração elétrica mundial, enquanto a hidráulica
representava 16,8%, e o restante foi suprido por fontes nucleares e renováveis. No Brasil o
quadro se inverte, sendo, em 2014, a geração hidráulica responsável por 65,2% da geração
elétrica e 23% originados de geração térmica, sendo que biomassa, nuclear e eólica não se
enquadram nesta contagem, conforme BEN, 2015. Entretanto, como será mostrado na
sequência, a geração de eletricidade a partir do carvão mineral aumentou sua participação
relativa devido às condições climáticas desfavoráveis às hidroelétricas e a política de criação
de reservatórios das hidroelétricas com baixa capacidade de regularização, deixando a matriz
elétrica nacional, fundamentalmente hidráulica, vulnerável ao regime fluviométrico nacional.
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Estes dados podem ser melhores visualizados nas Figura 1-1 e Figura 1-2 onde o fluxo
energético total nacional, e o fluxo energético elétrico do Brasil são mostrados com maiores
detalhes.
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O carvão mineral, representa 40% da matriz energética mundial total. A tendência é que
esta participação relativa caia nos próximos anos, embora seu consumo em termos absolutos
continue a crescer, segundo o relatório do conselho mundial de energia, 2013 (World Energy
Council, 2013).
Ainda que o uso do carvão mineral acarrete alta taxas de emissões de CO2, particulados
e outros poluentes, o mesmo apresenta uma boa distribuição geográfica mundial, preço estável
e previsível que com novas tecnologias tem possibilitado um melhor aproveitamento de seu
potencial energético. Isto justifica porque o carvão mineral é uma das fontes de energia de base
mais utilizadas.
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de 2014 e 2015 mostram que houve um aumento de 7,8% entre 2012 e 2013 e 6,5% entre 2013
e 2014 da oferta interna de energia oriunda do carvão mineral, sendo em 2014, 17,6 Mtep
(tonelada equivalente de petróleo, 1Mtep = 11,63 x 106 GWh). De mesma forma, a geração de
eletricidade a partir do carvão mineral aumentou sua participação relativa de 1,6% em 2012
para 2,6% em 2013 e novamente para 3,2% em 2014. Dados extraídos do World Energy
Council, 2013; BEN, 2014 e BEN, 2015. Estas informações estão resumidas na Tabela 1.
Ao avaliar o petróleo, tem-se que sua participação mundial foi de 32% no ano de 2010,
segundo World Energy Council, 2013, o que mostra uma pequena variação quando comparado
com os 30% de 1990, embora tenha havido um crescimento de 50% em termos absolutos de
sua demanda mundial no mesmo período. A razão entre reservas de petróleo e produção subiu
entre 1991 e 2011 de 43 para 54, isto significa que se descobriu novas fontes de óleo antes
desconhecidas ou inexploráveis em um ritmo mais acentuado que o aumento da extração.
O Brasil detém uma reserva de 15 bilhões de barris comprovadamente, dos quais foram
extraídos 2,7 milhões barris/dia no ano de 2011. A razão de reserva/produção nacional é de
19,6. Destas reservas, 93% estão localizadas offshore e são formados por mineral de alto poder
calorífico.
A participação do petróleo na oferta interna de energia total, segundo o BEN, 2015, foi
de 39,4% e houve um crescimento de 4,6% e 3,3% entre 2012 para 2013, e 2013 para 2014
respectivamente, totalizando assim 120,3 Mtep em 2014.
Para a matriz elétrica do país, o petróleo representou 3,3% 4,4% e 6,8% em 2012, 2013
e 2014 respectivamente.
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Gás natural é apresentado como uma fonte energética mais limpa entre os de origem
fóssil. Sua contribuição no cenário mundial tem aumentado, substituindo o óleo e carvão
mineral. Plantas de geração de maiores eficiências, como ciclos combinados com turbinas a
gás, comumente utilizam o gás natural devido à qualidade da queima gerada e ausência de
impurezas ou particulados. Suas reservas exploráveis cresceram em 36% nas duas últimas
décadas, enquanto seu consumo cresceu 61%. Segundo dados do World Energy Council, 2013,
sua participação na matriz energética mundial foi de 22% em 2010, e estima-se que deve chegar
a 25% em 2030, principalmente na geração de eletricidade (40% do consumo especulado para
2030), especialmente na Ásia devido à expansão do uso do gás natural pela China.
Por fim, tem-se a hidroeletricidade, que representa 15% da produção de energia elétrica
mundial. O Brasil possui 82 GW de potência instalada, o que o posiciona entre os 5 países com
maior produção de energia elétrica a partir dessa fonte, competindo com Canadá, China, Rússia
e Estados Unidos da América. Esta capacidade reflete 45% do potencial nacional já explorado,
restando ainda as usinas que requerem maiores investimentos e que seus aproveitamentos
energéticos ainda não são suficientemente atrativos. A participação da energia hidráulica no
Brasil é de 12,5% da oferta interna de energia total, fazendo parte da parcela renovável
juntamente com a biomassa da cana e da lenha e carvão vegetal. Sua variação na matriz
energética foi de -5,4% e -5,6% entre 2012 e 2013, e 2013 e 2014, respectivamente. Totalizando
35 Mtep em 2014. Estes valores são reflexos do período de estiagem prolongado que afetou o
país no último ano, fazendo com que sua participação relativa na matriz energética total caísse,
e abrindo espaço para o crescimento do uso de combustíveis fósseis. Como esperado sua
participação na geração de eletricidade do Brasil foi afetada mais acentuadamente, caindo de
76,9% em 2012, para 70,6 em 2013 e 65,2% em 2014. A geração elétrica total foi de 592,8TWh,
609,9TWh e 624,2TWh nos anos de 2012, 2013 e 2014, respectivamente.
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2.1 Introdução
Diferentemente de outros modos de geração térmica, a turbina a vapor não gera trabalho
diretamente a partir do combustível, e sim a partir do vapor saturado ou superaquecido. Isto
possibilita o uso de diversos combustíveis para a geração do vapor, desde gás natural, carvão,
madeira, subprodutos agrícolas ou de processos industriais como o bagaço de cana, licor negro
ou borra de café, entre outros.
Como aponta Moran, M. et al, 2002, os ciclos termodinâmicos reais são complexos e
suas idealizações teóricas limitadas. Mesmo assim servem como referências para avaliar a
influência dos parâmetros de operação e quantificar a eficiência do ciclo comparando os dados
de operação com os valores idealizados. Este conceito é fundamental para prever a degradação
do equipamento, seja como um todo ou de cada componente individualmente. Para o presente
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trabalho, entre os equipamentos necessários para a realização do ciclo Rankine, a turbina será
o enfoque principal.
Turbina a vapor é uma máquina térmica de fluxo que utiliza o vapor como fluido de
trabalho. As turbinas são dotadas de movimentos rotativos característicos de alta frequência
(rotação) para seu porte, elevada potência e confiabilidade. A potência extraída do vapor é
convertida em trabalho de eixo, podendo esta forma de energia ser seu produto final ou ser
utilizada para acionar um gerador elétrico acoplado ao eixo motriz. Sua potência unitária pode
chegar a 2.000MW em grandes instalações.
Latcovich, J. et al, 2005, faz um levantamento das potências, pressões e temperatura das
turbinas em função de seu porte. Nota-se também que turbinas de grande porte e projetos mais
antigos trabalham com rotações de 3.000 (50Hz) a 3.600 RPM (60Hz) nas seções de alta pressão
sendo que nas de baixa pressão, quando em arranjos combinados duplo, a rotação é reduzida
pela metade. Quando a turbina não é conectada à um gerador, sua rotação varia de acordo com
a aplicação, podendo chegar a 12.000RPM. As pressões e temperaturas do vapor, comuns na
entrada da turbina em instalações industriais, são listadas na Tabela 2, observando que ocorrem
sobreposições dos valores.
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A primeira turbina de aplicação industrial que se tem registro foi introduzida por Gustaf
De Laval, engenheiro sueco, em 1883, constituída de apenas uma roda móvel e diversos
injetores. Como a queda de pressão é única, essa turbina passou a denominar-se de turbina de
ação de único estágio ou turbina de ação simples, e pode ser visualizada esquematicamente na
Figura 2-1. Para aproveitar toda energia, o rotor necessitava de uma alta velocidade, degradando
as pás rapidamente. Para minimizar este efeito faz-se uso de uma roda fixa após à móvel que
redireciona o escoamento para um segundo rotor móvel. Denominando-se esta nova
configuração de turbina Curtis de etapas de velocidade. A turbina Curtis é esquematicamente
mostrada na Figura 2-2 A com um bocal injetor, onde ocorre a queda de pressão a montante,
duas rodas móveis e uma fixa intermediária.
Para maior eficiência, os bocais injetores são substituídos por estatores assimétricos que
promovem a expansão do vapor e elevação da velocidade do mesmo. Quando o vapor entra em
contato com as palhetas do disco móvel, sua velocidade cai enquanto sua pressão se mantém
constante. Este conjunto caracterizado por etapas de pressão é chamado de turbina Rateau e
encontra-se esquematizada na Figura 2-2 B.
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Todas turbinas apresentadas até o momento são de ação. Este cenário muda quando
Parsons desenvolve a turbina de reação em 1884, baseado no conceito da turbina de Hero que
data da antiguidade. Ambas são mostradas na Figura 2-2 C e D.
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As turbinas de reação caracterizam-se por uma geometria das palhetas móveis que causa
a expansão do vapor no próprio rotor. Respeitando o princípio da terceira lei de Newton, nas
turbinas de ação, a força de reação gerada pela queda de pressão é absorvida pela estrutura do
estator, já nas turbinas de reação essa força é empregada para gerar torque e trabalho de eixo
no próprio rotor. O estrangulamento nas palhetas móveis gera a queda de pressão e pequena
elevação da velocidade relativa, o que eleva a eficiência do estágio de pressão da turbina.
2.2.1 Componentes
Para que a conversão de energia ocorra são necessários dois componentes básicos, a
roda fixa (estator) e a roda móvel (rotor). Entre os demais componentes estruturais e auxiliares
fundamentais para o funcionamento da turbina estão o eixo, carcaça, mancais de deslizamento,
selos mecânicos, válvula de trip, válvula de controle e regulador de velocidade.
2.2.1.1 Pás
Nos rotores com pás de reação, o vapor também entra em alta velocidade, mas menor,
quando comparado aos rotores de ação. O perfil da pá permite que o fluido sofra expansão ao
passar pela mesma, reduzindo a pressão do vapor. Rotores com pás de reação são comumente
utilizados em turbinas de pressão intermediária e baixa.
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das palhetas na roda móvel, juntamente com uma montagem demonstrativa. Nota-se o encaixe
das pás com o rotor e no topo a formação do aro de consolidação.
Aro de consolidação
Figura 2-4: Geometria de fixação das pás e montagem.
(www.ethosenergygroup.com/, 08/2015; www.act-texas.com/, 08/2015)
Para transmitir o torque produzido em cada estágio da turbina, o rotor deve estar
rigidamente acoplado ao eixo por meio de acoplamento estriado, chavetas em pequenas
turbinas, ou forjado em conjunto com o eixo. Para fixar as pás ao rotor, existem diversos
encaixes, denominados de malhetes, como mostrados na Figura 2-4. Os malhetes mais comuns
são T-slot e fir-tree. De forma similar os estatores devem estar rigidamente acoplados à
estrutura da máquina. Se este for constituído de um disco independente da carcaça, mas que é
fixado na estrutura, tem-se uma estrutura denominada diafragma. De acordo com a pressão e
temperatura, a carcaça pode ser dividida em duas, uma para acomodar os estatores internamente
e outra externa com função estrutural. Devido à grande massa desses componentes o gradiente
de temperatura nos momentos de partida e parada do equipamento são grandes e podem gerar
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distorções significativas que danificam a estrutura dos componentes. Deformação, trincas por
vibração, fadiga térmica e corrosão são mecanismos de falhas comuns aos eixos e à carcaça.
Devido à maior robustez da carcaça, essas falhas demoram mais a ocorrer ou serem detectadas
quando comparados aos mesmos problemas nas pás. A Figura 2-5 mostra um eixo tandem com
as rodas móveis expostas juntamente com os aros de consolidação e a carcaça do equipamento,
dotada de furos para fixação dos prisioneiros que prende a outra metade da carcaça.
Eixo
Furos
prisioneiro
s
Aro de
Palhetas consolidação
Figura 2-5: Eixo com as rodas móveis e carcaça estrutural de uma turbina a vapor.
(www.grupotgm.com.br/, 08/2015)
O sistema de lubrificação é composto pelo óleo em si, na maioria das vezes de origem
mineral, filtros, trocadores de calor, reservatório com indicador de nível, separadores de água-
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óleo, bomba principal, bomba auxiliar para emergências e sensores que monitoram a operação
do sistema de lubrificação. Latcovich, J. et al, 2005, cita que algumas instalações utilizam o
próprio óleo para acionar atuadores e servomotores de válvulas de controle e stop. Porém, pelo
risco de autoignição do óleo devido à elevada temperatura e pressão, o mesmo é, em muitos
casos, substituído por fluídos a base de fosfato-éster. Também é valido ressaltar a importância
do controle contínuo da qualidade do óleo, nível de particulados, viscosidade e contaminantes
para determinar o tempo de vida útil restante do mesmo. A confiabilidade do sistema de
lubrificação e monitoramento é fundamental, pois, segundo Latcovich, J. et al, 2005, esta é uma
das causas de falhas recorrentes que gera danos severos em turbinas de todos os portes.
Turbinas com reaquecimento, aquelas que redirecionam o vapor que sai da turbina de
alta pressão (AP) para a caldeira antes de inserir na turbina de pressão intermediária (PI), são
dotadas com válvulas entre as seções para evitar sobrevelocidade.
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Na Figura 2-6 pode-se notar os labirintos que fazem a vedação da carcaça de uma turbina
juntamente com o conjunto estriado instalado na carcaça.
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A classificação das turbinas pode ser feita considerando o tipo de arranjo, princípio de
funcionamento e particularidades. A disposição da turbina, geradores e sistema auxiliares
definem o layout da máquina e o agrupamento de turbinas semelhantes facilita o estudo e
compreensão do funcionamento de cada um.
Existem casos em que a carcaça e o eixo da seção de alta e baixa pressão podem ser
dispostas paralelamente e independentes. Esta configuração é chamada de arranjo combinado
cruzado e é mostrado na Figura 2-7. A esquerda na figura tem-se a turbina de alta e média
pressão conectadas a um gerador, e a direita duas turbinas de baixa pressão conectadas a um
segundo gerador. Embora as turbinas estejam separadas, o conjunto deve operar
simultaneamente como se estivessem conectadas em um arranjo tandem.
Existem turbinas em que as seções de alta e baixa pressão são montadas em lados
opostos de um mesmo gerador, e são denominadas de modulares. A exemplo, na Figura 2-8
tem-se uma turbina da Stal VAX, onde a turbina de alta pressão encontra-se à esquerda em
conjunto com uma caixa redutora de velocidade e a direita tem-se a turbina de baixa pressão.
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extremidades do eixo para melhor adequação de espaço. No centro do rotor, tem-se a entrada
de vapor pressurizado.
Este critério classifica a turbina quanto à pressão de saída do vapor no último estágio,
podendo esta ser de condensação, contrapressão ou escape livre.
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Por último tem-se as turbinas de escape livre, nas quais a pressão de saída do vapor é a
própria pressão atmosférica.
As turbinas nas quais a expansão do vapor ocorre nas palhetas da roda móvel são
chamadas de turbina de reação ou Parsons. O estator expande parcialmente o vapor e este
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continua expandindo ao passar pela roda móvel. A expansão causada pelo efeito assimétrico
das paletas se assemelha a um efeito de bocal, causando aumento da velocidade do escoamento
relativo, de forma que o aumento da energia cinética gera uma reação no rotor que o faz girar.
É válido ressaltar que a velocidade total do vapor decai na roda móvel, porém com intensidade
menor quando comparada com as turbinas de ação.
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As turbinas de estágio único são pequenas unidade para acionar bombas, ventiladores e
equipamentos de pequeno porte em uma instalação. Operam com pressões e temperaturas
baixas o que dispensa a utilização de material especial em sua estrutura, reduzindo o custo.
Consistem em apenas duas rodas móveis, caracterizada por alta velocidade de rotação. É
comum o rotor ser fixado ao eixo por chavetas, a existência de mancal axial para suportar o
empuxo do eixo em turbinas de reação e a existência de rolamentos para os mancais radiais. Os
selos são comumente de carbono. A Figura 2-12 mostra a esquerda uma turbina de estágio
único.
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Por último tem-se as turbinas tangenciais, nas quais o vapor penetra por um bocal
colocado em posição aproximadamente tangencial à periferia e é dirigido para os canais
semicirculares dispostos obliquamente na coroa da roda móvel.
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Entretanto, seu uso é limitado, pois na temperatura usual dos condensadores, seu volume
específico é muito alto e sua pressão de vapor baixa. Outro ponto negativo é seu baixo calor
latente, o que torna necessário uma maior massa de mercúrio para transferir a energia na forma
de calor do combustível para a turbina. Estes fatores apresentados justificam o uso do mercúrio
apenas no ciclo de alta temperatura de instalações com duplo fluido ou dois estágios. Já no ciclo
de baixa temperatura, utiliza-se água.
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relacionado às instalações a vapor. Este estudo inicia-se com uma conceituação das
propriedades termodinâmicas, ciclos idealizados e ciclos particularizados.
𝐸𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 ú𝑡𝑖𝑙
𝜂= (2.1)
𝐸𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝐷𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛í𝑣𝑒𝑙
O rendimento térmico pode ser particularizado como sendo a relação entre trabalho de
um ciclo (soma algébrica do trabalho trocado) e o calor fornecido ao sistema (q+)
Como demonstra Cotton, K., 1998, o conteúdo térmico de um gás perfeito é dado por
Cv.T, onde Cv é o calor específico em volume constante (calor necessário para elevar a
temperatura em uma unidade por unidade de massa do mesmo) e T a temperatura. De forma
similar tem-se a energia de trabalho do fluido dada pelo produto P.v, onde P é a pressão, e v o
volume específico. Ao somar estes valores se define a entalpia, h, do fluido e, novamente, ao
somar a entalpia com a energia cinética do mesmo, tem-se a energia total do fluido em
movimento.
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processo ocorrer sem perdas, a variação da entropia seria nula e o processo denominado de
isentrópico, ou seja, um processo ideal.
Em um ciclo ideal, proposto por Sadi Carnot, determina-se a eficiência máxima possível
de um ciclo térmico. A Figura 2-14 mostra um diagrama temperatura x entropia do ciclo de
Carnot, no qual a área delimitada por 3412 representa o trabalho útil, a área A41B o calor
fornecido. Desta forma tem-se que o rendimento máximo de um ciclo térmico é dado pela
Equação 2.2 conhecida como eficiência de Carnot.
Figura 2-14: Representação do ciclo de Carnot com expansão na região de vapor úmido.
(FLÔRES, L. F. V., 2014)
𝑇1−𝑇2 𝑇2
𝜂= =1− (2.2)
𝑇1 𝑇1
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Ao considerar o ciclo representado na Figura 2-15, tem-se que o vapor passa por
diversos processos termodinâmicos e retorna a um mesmo estado, fechando o ciclo térmico. Na
prática estes processos ocorrem na instalação por meio da caldeira, turbina, condensador e
bomba, formando um ciclo Rankine, também chama do de ciclo Clausius-Rankine. Os
aparelhos e máquinas são mostrados na Figura 2-15 juntamente com a correspondente
numeração. A simbologia “ x’ “ refere-se ao ponto x que se encontra sobre a linha de líquido
saturado, por outro lado, o ponto “ x’’ “ refere-se ao ponto que sobre a linha de vapor saturado.
Esta notação é utilizada para distinção dos pontos.
Os fluxos de energia nas fronteiras do sistema de uma central a vapor podem ser
definidos pelas seguintes equações:
Bomba → wb = w- = h2 – h`1 = v`. (p2 – p1) → h2 = h`1 + v`1 (p2- p1) (2.3)
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Figura 2-15: Ciclo Rankine ideal e aparelhos para sua realização. (FLÔRES, L. F. V., 2014)
𝑤𝑐 𝑞− 𝑇0
𝜂= =1− =1− (2.7)
𝑞+ 𝑞+ 𝑇𝑚
Assim,
(ℎ4 −ℎ1′ )
𝜂 = 1− (2.9)
(ℎ3′′ −ℎ2 )
Outra forma de calcular o rendimento do ciclo é considerar uma temperatura média Tm,
(ver Figura 2-15) onde este valor é dado por:
2
q ∫1 𝑇𝑑𝑠
𝑇𝑚 = = (2.10)
𝑠2 −𝑠1 𝑠2 −𝑠1
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𝑞23 (h′′
3 −ℎ2 ) (h′′
3 −ℎ2 )
𝑇𝑚 = = = (2.11)
(𝑠3 −𝑠2 ) 𝑠3 −𝑠2 𝑠3′′ −s′′
1
𝑠3′′ −s′′
1
𝜂𝑡 = 1 − 𝑇0 ( ) (2.12)
h′′
3 −ℎ2
Onde:
𝑤𝑐 = Trabalho do ciclo.
𝑞 − = Calor rejeitado.
Sx = Entropia no ponto x, onde x é um ponto qualquer, (1, 2, 3, ... n), do ciclo em questão.
hx = Entalpia no ponto x, onde x é um ponto qualquer, (1, 2, 3, ... n), do ciclo em questão.
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Figura 2-17: Aparelhagem para realização do ciclo Rankine reaquecido e seu respectivo
diagrama T-S. (FLÔRES, L. F. V., 2014)
No ciclo Rankine ideal, o rendimento relativo ao ciclo de Carnot diminui à medida que
a pressão de vaporização aumenta, uma vez que o processo não ocorre isotermicamente. Para
reduzir este efeito deve-se diminuir o calor fornecido ao sistema. Isto é feito pelo ciclo
regenerativo, no qual o próprio calor de parcela do vapor não expandido totalmente na turbina
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é utilizado para aquecer a água em regeneradores ou aquecedores que operam à pressão superior
àquela do condensador. Esta parcela de vapor é obtida por meio de sangria nas turbinas em
pressões e quantidades mássicas convenientemente estabelecidas. Com isto somente uma
parcela do vapor se expande completamente, passando pelo condensador de baixa, embora toda
massa retorne à caldeira. O esquema da instalação do ciclo regenerativo com aquecedores
abertos pode ser visto na Figura 2-18 enquanto os diagramas T- S e h – S na Figura 2-19.
Figura 2-18: Aparelhagem para realização do ciclo regenerativo com aquecedores abertos.
(FLÔRES, L. F. V., 2014)
Figura 2-19: Diagrama T-S e h-S do ciclo regenerativo. (FLÔRES, L. F. V., 2014)
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h −ℎ
𝑚𝑎 = (h 7 −ℎ6 ) (2.13)
10 6
h −ℎ
𝑚𝑏 = h 5 −ℎ4 . (1 − 𝑚𝑎 ) (2.14)
11 4
h −ℎ
𝑚𝑏 = h 3 −ℎ2 . (1 − 𝑚𝑎 ) . (1 − 𝑚𝑏 ) (2.15)
12 2
O trabalho total gerado pela turbina depende da vazão mássica e dos estados iniciais e
finais do vapor. No caso do ciclo regenerativo, as parcelas de vapor devem ser consideradas
independentemente, como mostra a Equação 2.16, devido à variação de massa de vapor após a
extração dos mesmos. De forma análoga, tem-se que a energia de bombeamento deve ser
contabilizada separadamente como mostra a Equação 2.17.
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Figura 2-20: Aparelhagem para realização do ciclo regenerativo. (FLÔRES, L. F. V., 2014)
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Figura 2-22: Aparelhagem para realização do ciclo regenerativo com resfriador de drenagem.
(FLÔRES, L. F. V., 2014)
As grandes instalações, comumente destinadas à geração de eletricidade, são projetadas
para obter o maior rendimento possível, e trabalham com ciclo regenerativo com
ressuperaquecimento. Estas instalações chegam a ter rendimento térmico superiores à 50%,
operam com elevada pressão e temperatura. Sua representação no diagrama T-S e h-S pode ser
visualizada na Figura 2-23, e os equipamentos fundamentais para a instalação na Figura 2-24.
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entalpias admitidas como exemplo da Figura 2-25. Em turbinas a vapor o rendimento varia
entre 0,8 e 0,9, sendo os maiores valores para instalações de grande porte.
h −h ∗
𝜂𝑡 = ( h3 −h4 ) (2.18)
3 4
h −h
𝜂𝑏 = (h 2 −h1 ) (2.19)
2∗ 1
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Segundo Alber, P., 1999, as perdas nos estágios da turbina podem ser classificadas em
quatro grupos. Perdas por fuga de escoamento, por atrito, perdas aerodinâmicas e por mudanças
de seções.
Entre as demais perdas, tem-se as perdas viscosas em turbinas de reação que ficam em
torno de 2%, enquanto que para turbinas de ação, 3%, segundo Cotton, K. 1998. As perdas por
variação de área implicam em flutuações de pressão, criando pontos de estagnação na saída de
um estágio que geram vórtices e perdas que podem chegar a 3%. As perdas por fuga no topo
das palhetas podem ser estimadas considerando equacionamentos de escoamento
incompressível e estas tendem a aumentar com uso da turbina devido ao aumento da folga entre
os anéis de vedação e aros de consolidação. Ocorre o aumento das fugas nos selos mecânicos
se o diferencial de pressão entre estágios aumentar. Este fator depende do tipo de selagem
utilizada, e podem representar de 0,5% a 1% de queda de rendimento do estágio. Vale ressaltar
que turbinas de fluxo duplo apresentam o dobro de vazamento do que as de fluxo simples. As
perdas por atrito lateral resultam da formação de vórtices próximo às paredes internas.
Cotton, K., 1998, demonstra por meio dos triângulos de velocidades do estator e rotor
de um estágio de ação, que 1% de perda de eficiência na roda móvel, acarreta 0,25% de perda
de eficiência do estágio enquanto que 1% de perda no estator acarreta 1% no estágio. Para
turbina de 50% de reação, 1% de perda na roda móvel ou roda fixa acarretam 0,5% de perda no
estágio. Estas relações entre perda relativa de eficiência nas pás e consequentes perdas totais do
estágio em função do grau de reação do mesmo foram traçados no gráfico da Figura 3-1.
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Figura 3-1: Perda de eficiência do estágio por perda unitária nas palhetas em função do grau
de reação. (COTTON, K., 1998)
Cotton, K., 1998 traça sobre o diagrama de Mollier, diversas turbinas típicas com seus
respectivos rendimentos, e este diagrama é mostrado na Figura 3-2. Em geral, as turbinas de
alta pressão apresentam rendimentos menores do que as intermediárias visto que perdas por
vazamentos são mais representativas. No outro extremo, a turbina de baixa pressão tem seu
rendimento prejudicado pela umidade nos últimos estágios de expansão. Em linhas gerais, 1%
de umidade implica em 1% de perda de eficiência no estágio.
A Tabela 5 lista e descreve as causas de perda de rendimento interno nas seções das
turbinas.
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Para avaliar os dados coletados em campo, é comum realizar uma separação do espectro
de vibração em intervalos convenientes, visto que cada faixa está associada às causas
características. As frequências mais baixas são denominadas de sub-harmônicas e harmônicas,
enquanto que as superiores de frequências das palhetas. A frequência harmônica é definida
como a rotação da máquina, e é comum encontrar a notação “n.x” para se referir à uma
frequência que é múltiplo “n” da harmônica. A vibração do eixo está relacionada às frequências
harmônicas, enquanto que as interferências do escoamento geram frequências mais elevadas, o
que justifica a denominação de frequência das palhetas. Estes grupos de frequências serão
melhor detalhados a seguir.
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Ao relacionar as causas de vibração harmônicas apontadas por Galka, T., 2012, nota-se
que são as mesmas apontadas por He, C. et al, 2011 como sendo folga radial desigual. Assim
tem-se que He, C. et al, 2011 mostra que este modo de falha é composto por outros 3 processos
listados na Tabela 7 com suas porcentagens de ocorrências.
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Tabela 7: Análise estatística de causas de folga radial desigual. (HE, C. et al, 2011)
De acordo com He, C. et al, 2011, a temperatura do óleo é um fator que afeta diretamente
os parâmetros de vibração induzidas de uma turbina, e pode ser confirmado pelos dados
estatísticos apresentados na Tabela 8.
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Segundo Galka, T., 2012, estas vibrações apresentam baixa amplitude, de forma que
devem ser analisadas pelo espectro de acelerações. As frequências podem variar de algumas
centenas de Hz até 20 KHz.
Quando o vapor colide com o perfil aerodinâmico de uma pá, ocorre uma restrição no
escoamento e consequente geração de uma força contrária ao mesmo. Esta força ocorre em uma
frequência que depende da rotação da turbina e do número de pás do estágio, causando um
efeito vibratório nos componentes internos da máquina.
Galka, T., 2012 ressalta que existem outros sistemas auxiliares acoplados à turbina que
a excita nas mesmas frequências das palhetas, como bombas de óleo conectadas ao eixo da
turbina por meio de engrenagens. Estes ruídos devem ser considerados na análise da vibração
como distúrbios externos.
He, C. et al, 2011, também realiza um levantamento dos modos de falha associados ao
escoamento, e seu resultado é apresentado na Tabela 9.
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Tabela 10: Análise estatística de variação dos parâmetros. (HE, C. et al, 2011)
He, C. et al, 2011 também realiza um levantamento de outros três fatores que ajudam a
realizar o diagnóstico de falha em turbinas a vapor. Sendo estes: tempo de operação antes da
ocorrência da falha; carga à qual a turbina estava submetida e severidade da falha. Estas três
características estão detalhadas nas Tabela 11, Tabela 12 e Tabela 13.
Tabela 11: Análise estatística de tempo para ocorrência da falha. (HE, C. et al, 2011)
Imediatamente após
Após 1 ano de operação Máquinas novas
manutenção
52% 31% 17%
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Durante o processo de expansão do vapor na turbina de baixa pressão, este entra na zona
de condensação ao passar pela linha de saturação. A condensação do vapor não ocorre
imediatamente ao passar pela linha de saturação, mas sim em uma entalpia imediatamente abaixo
desta, na zona de transição de fase delimitada pela linha de Wilson, mostrada na Figura 3-5. Nesta
região bifásica, a presença de água favorece a ocorrência da corrosão, juntamente com o fato
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de que a velocidade do escoamento pode ser sônica (Mach =1) causando ondas de choque que
são fontes de excitação para as pás da turbina e consequente fadiga e corrosão por fadiga.
PARÂMETRO DESCRIÇÃO
Projeto mecânico Locais concentradores de tensão, vibração e atrito são alguns dos
fatores associados à corrosão em trincas e por fadiga.
Forma geométrica É necessário controlar pontos de acúmulo de tensão e o
acabamento superficial. A geometria dos componentes também
influencia no escoamento, gerando ressonâncias e vibração que
causam fadiga, propagação de trincas e corrosão nestes pontos.
Seleção de material Tensão de escoamento, resistência à corrosão, amortecimento
interno e efeitos galvânicos são fatores diretamente relacionados
ao processo.
Escoamento e Excitação das pás, ângulo de incidência, condensação, umidade no
termodinâmica escoamento, temperatura de estagnação e interação de ondas de
choque com condensado são problemas associados à excitação
que geram fadiga nos componentes da turbina.
Transferência de calor Temperatura da superfície. A evaporação do condensado está
relacionado à turbina de baixa pressão, onde o efeito da corrosão
está mais presente.
Jonas, O. et al, 2008, faz um levantamento dos componentes da turbina de baixa pressão,
seus materiais e os principais mecanismos de corrosão. Este estudo está mostrado na Tabela 16.
É válido ressaltar a preocupação com a seção de baixa pressão por ser mais susceptível à
corrosão devido ao condensado. Em alguns casos, utiliza-se de tratamento superficial para
proteção contra corrosão, como pintura de revestimento e eletrodeposição.
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Ação Descrição
Rotores soldados Rotores únicos não necessitam de chavetas, o que elimina pontos
de concentração de tensão.
Substituição de material Substituir ligas de alta resistência NiCrMoV por outras com tensão
de escoamento < 130ksi (896Mpa).
Aro de consolidação Eliminar fendas e reduzir tensões.
integrado
Pás estacionárias Reduz vibração ocasionada pelo escoamento.
curvadas
Sangrias de condensado Aumenta a eficiência do estágio, reduz efeito de aceleração da
corrosão e erosão por gotículas de água.
Cuidados com fendas e Fendas são locais de estagnação de impurezas e em muitos casos
frestas formação de aglomerados de oxigênio. Geram tensões ao oxidar
material e tem seu efeito facilitado pela elevada temperatura.
Cuidados com a ordem Materiais com potencial de oxidação distintos tendem a oxidar
galvânica dos materiais quando em contato.
em contato
Contato com produtos Durante a manutenção os agentes químicos utilizados devem ser
químicos escolhidos cuidadosamente, pois vestígios deixados podem reagir
sobre elevada temperatura e gerar compostos corrosivos. O
mesmo se aplica para os fluidos utilizados no processo de
usinagem. Cloreto e sulfato são comuns na base destes
componentes que se decompõem em ácido clorídrico, sulfúrico
entre outros quando expostos ao vapor.
Tabela 16: Mecanismos de corrosão dos componentes da turbina. (JONAS, O. et al, 2008)
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Nos casos em que as falhas são recorrentes e as causas não identificáveis, recomenda-
se que a unidade disponha de um rotor reserva, desta forma evita-se que o equipamento fique
parado durante o período de manutenção.
Como aponta Jonas, O. et al, 2008, o processo de corrosão está intimamente ligado à
formação e propagação de trincas. Os materiais com alta resistência mecânica estão mais
sujeitos ao efeito de corrosão nas trincas geradas por acúmulo de tensão ou nas cavidades
chamadas de pites. Nestes materiais a velocidade de propagação de uma trinca é
significativamente maior. Quando existe a oxidação puntiforme, estes apresentam uma maior
profundidade. Dito isto, a resistência mecânica de diversos componentes da turbina deve ser
limitada à 896MPa para minimizar estes efeitos.
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aplicações reais o vapor carrega consigo diversas impurezas, que alteram as propriedades
químicas do ambiente em diversas ordens de grandeza, como o Ph, concentração de sais,
hidróxidos e temperatura. De acordo com Jonas, O. et al, 2008, mesmo as impurezas sendo
controladas a nível de ppm (partículas por milhão), devido ao efeito de condensação e
evaporação do vapor, a concentração de impurezas dissolvida pode variar significativamente,
tornando o meio corrosivo.
Em alguns casos a trinca no local de fixação das pás ocorre pela combinação de corrosão
por tensões e por fadiga gerada pela vibração das pás. A experiência prática indica que as falhas
por pite e corrosão em trincas superficiais podem permanecer no equipamento em
funcionamento por anos se o ambiente for corrigido e não agredir mais o material, por outro
lado, trincas por fadiga e consequente corrosão devem ser reparadas imediatamente pois a
previsibilidade de seu tempo de funcionamento remanescente é pouco confiável.
Embora não sejam graves as falhas por corrosão puntiforme, a mesma compromete o
acabamento superficial das palhetas e demais componentes da turbina, reduzindo a eficiência
dos estágios. Como aponta Jonas, O. et al, 2008, materiais como o titânio são mais resistentes
a este tipo de corrosão, seguido pelo aço inox duplex ferrítico-austenítico (De-26Cr-2Mo), aço
inox endurecido por precipitação (Fe-14Cr-1.6Mo) e inox comuns (12%Cr).
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Segundo Jonas, O. et al, 2008, fosfato de sódio é um agente neutralizante eficiente, pois
interage com demais impurezas decantando-as. Turbinas com sistemas de tratamento de água
com fosfato de sódio apresentam baixo índice de ocorrência de corrosão.
Visto que as seções de baixa pressão são as que mais sofrem corrosão, um maior enfoque
será dado nestas. Jonas, O. et al, 2008 compilou os dados expostos na Tabela 18, onde lista os
principais problemas de corrosão, causas, modo de detecção e consequências envolvidas. A
Tabela 17 também indica as estimativas de causas das falhas e suas porcentagens.
A corrosão sobre tensão nas trincas que ocorre nas chavetas do rotor e no mecanismo
de fixação das pás é a falha mais recorrente. Para eliminar tal efeito, usa-se materias com
resistência mecânica inferior e alteração no projeto de fixação das pás. A Figura 3-6 mostra
esquematicamente os locais de ocorrência da trinca.
Tabela 18: Degradação da turbina de baixa pressão. (Adaptado de JONAS, O. et al, 2008)
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Figura 3-6: Locais das trincas no sistema de fixação das pás. (JONAS, O. et al, 2008)
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Outro processo que ocorre nas turbinas de baixa pressão é a erosão por choque de
gotículas de água. Nos últimos estágios da turbina ocorre condensação do vapor na roda fixa,
da ordem de 0,05 a 1 µm, que são arrastados pelo escoamento para a roda móvel. Devido à
resistência ao escoamento, o condensado atinge as pás do rotor em uma velocidade inferior à
do escoamento, prejudicando a eficiência do estágio. Para solucionar este efeito, deve-se utilizar
drenos nos últimos estágios da turbina para retirar o condensado.
3.4 Incrustações
As incrustações decorrem das impurezas presentes na água. Quando o vapor está em
alta pressão e superaquecido, sua capacidade de dissolver as impurezas é elevada. A medida
que o vapor se expande, esta capacidade decai e as impurezas precipitam e aderem às superfícies
das palhetas e demais componentes internos da turbina. Cloreto de sódio e sílica são os
compostos mais encontrados. A formação de depósitos afeta significativamente a turbina de
alta pressão devido à sua área reduzida. As incrustações obstruem o escoamento, alteram o
perfil aerodinâmico das pás e consequentemente o rendimento do estágio. Afeta também o
acabamento superficial dos componentes. Nas turbinas de baixa pressão as incrustações
propiciam a concentração de oxigênio e compostos químicos que favorecem a ocorrência de
corrosão. Como exemplo, caso a água não esteja com sua composição química adequada, em
uma questão de horas as incrustações ocorrem. Detectado o problema e tratada a água, leva-se
muito mais tempo para conseguir retornar o sistema ao grau de limpeza que este se encontrava.
Daí a importância do controle contínuo da qualidade da água do sistema.
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Tabela 19: Causas de falha nas palhetas de turbina. (JONAS, O. et al, 2008)
Causa da falha BP PI AP
% % %
1 Indefinido 38 27 33
2 Corrosão sobre tensão, corrosão sobre fadiga 24 06 08
3 Dimensionamento incorreto 09 43 08
4 Ressonância 05 -- 02
5 Excitação do escoamento 05 -- 07
6 Composição química da água, impurezas 05 -- 00
7 Erosão 05 16 17
8 Ressonância do injetor 03 -- 07
9 Admissão parcial do vapor 02 -- 08
10 Indução de vapor 02 06 04
11 Outros motivos
Ressonância devido à tolerância de fabricação
Pite na partida e parada 02 02 04
Tratamento térmico da pá incorreto
Trincas no aro de consolidação
BP = baixa pressão, PI = pressão intermediária, AP = Alta pressão.
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Além destas tensões apresentadas, fadiga por baixo ciclo e fadiga térmica também
contribuem para o acúmulo de tensões das pás e consequente formação de trincas e fratura. A
fadiga por baixo ciclo ocorre nos momentos de partida e parada da máquina onde o transiente
de temperatura é acentuado, gerando distorções no material. Durante a partida e parada do
equipamento as concentrações de impurezas variam significativamente, sendo depositadas nas
pás. Outros mecanismos de fadiga de baixo ciclo são apontados por Jonas, O. et al, 2008, como
ressonância sincronizada com a frequência harmônica da turbina, escoamento desigual sobre o
rotor, influência de vibração das palhetas vizinhas, ondas de choque, efeitos de separação
devido à geometria aerodinâmica incorreta.
As vibrações nas pás podem ocorrer no modo tangencial ou axial, como mostra a
Figura 3-7. O modo tangencial é mais problemático pois afeta todas palhetas do rotor,
principalmente naqueles dotados com aro de consolidação. A vibração axial está mais
relacionada à turbulência do escoamento e pode afetar o disco como um todo ou apenas seções
do mesmo. A frequência de ressonância de uma palheta é inversamente proporcional ao seu
comprimento, para um mesmo perfil, e a análise dimensional permite relacionar diversos
tamanhos de palhetas, geometrias e velocidades de rotação com a sua frequência de rotação.
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Aços inox endurecíveis por precipitação foram utilizados em algumas turbinas a vapor,
porém requerem soldas delicadas e tratamentos térmicos para alívio de tensão. Ligas de titânio
também são utilizadas. Apresentam maior durabilidade, propriedades mecânicas favoráveis,
excelente resistência à corrosão, à impactos de gotículas de água. Em contrapartida, seu custo
é muito elevado, difícil de usinar e de baixa elasticidade.
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Figura 3-8 : As 15 causas de falhas mais comuns que geram perda de disponibilidade da
turbina que utilizam combustíveis fósseis de 1998 até 2002
(Adaptado de LATCOVICH, J. et al, 2005)
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As imagens agrupadas na Figura 3-9 são fotos de falhas geradas pelos mecanismos
descritos anteriormente.
a) Fratura por fadiga agravado por b) Indução de água agravado pela tentativa
fluxo reverso de vapor do condensador de acionar o rotor termicamente travado
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TURBINAS A VAPOR
4.1 Introdução
A manutenção de qualquer equipamento pode ser realizada utilizando uma das três
estratégias recorrentes: manutenção corretiva, manutenção preventiva ou manutenção preditiva.
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de operação da turbina pode ser feito remotamente pelo próprio fabricante da mesma, estando
estas condições cobertas por contratos de compra, operação e manutenção. Desta forma, o
próprio fabricante, que detêm o conhecimento detalhado da máquina, pode operá-la, e apenas
uma equipe reduzida de funcionários é necessária em campo para fins de pequenas manutenções
quando necessárias.
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Figura 4-3, onde um indicador chamado de fator de perda de capacidade não planejada está
relacionado ao tempo de operação da turbina em anos. Este fator pode ser compreendido como
a probabilidade de ocorrência de uma falha.
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Figura 4-4: Árvore funcional de uma turbina a vapor. (DEWANGAN, D. N. et al, 2014)
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turbine risk assessment program) e o TOOP (turbine outage optimization program). Ambos se
baseavam fundamentalmente no risco de falha, dado pelo produto da probabilidade de falha
pela gravidade da mesma entre outros fatores. A combinação de todos itens gera um fator que
possibilita uma abordagem holística das turbinas. Este método mostrou-se eficiente, gerando
intervalos de manutenção que variam de 5 até 12 anos, dependendo das condições de
funcionamento da turbina. Um fato interessante é que mesmo as paradas de manutenção após
longos intervalos de tempo, não se nota maior degradação, custo ou tempo da manutenção
quando comparado com as instalações com menor tempo entre manutenção, reforçando a
eficácia destes métodos.
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manualmente com auxílio de visualização gráfica dos dados. Sua limitação consiste na
necessidade de mão de obra altamente qualificada para analisar os resultados, além de depender
exclusivamente do conhecimento deste analista. Para solucionar este problema, é desejável
programas de reconhecimento automáticos. Isto é possível por meio de classificação dos sinais
em grupos.
Os dados coletados para serem analisados podem ser classificados em três categorias.
Valor ondulatório – Valores coletados a partir de um tempo determinado e que seu valor
varia em função do tempo, como exemplo, dados de vibração do equipamento.
A análise baseada no domínio do tempo utiliza o sinal em sua forma direta para calcular
características como pico, frequência, valor médio, desvio padrão entre outros. Um método
comum de análise no tempo é o TSA (time domain average) que baseia na média de vários
valores para eliminar os ruídos que possam ocorrer durante a captação de sinal. Outra
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abordagem mais complexa usa parametrizações em séries para manipulação dos dados, e é
denominada de AR (autoregressive) também chamada de ARMA (autoregressive moving
average model).
O primeiro passo para analisar os dados é utilizar um filtro contra ruídos. Dados fora do
esperado causados por erros humanos ou sensores descalibrados que comprometem os
resultados. Diversos métodos para realizar esta análise prévia estão disponíveis, mas em alguns
casos, ainda é necessária uma inspeção manual dos valores.
Para processar os dados coletados e tomar decisões, duas metodologias são aplicadas,
diagnóstico e prognóstico, como mencionado anteriormente. O diagnóstico foca na detecção,
isolamento e identificação de falhas, enquanto o prognóstico tenta prever falhas antes que estas
ocorram. O método de prognóstico é mais vantajoso por auxiliar a equipe de manutenção a se
preparar para uma falha eminente, reduzindo custo e tempo de reparo. Embora o método de
prognóstico seja mais apurado, seu uso não dispensa a aplicação de diagnóstico, isto se deve ao
fato que existem falhas que não são previstas pelo diagnóstico, e quando o são, é impossível
garantir com 100% de confiabilidade que a falha ocorrerá e qual o tempo de vida restante.
Uma divisão significativa ocorre quanto ao modo de análise. Alguns métodos são
baseados em abordagens estatísticas para à tomada de decisão, outros métodos utilizam
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inteligência artificial para criar correlações entre causa e efeito. Os métodos baseados em
inteligência artificial são recentes e ainda requerem estudos. Seu potencial é alto por conseguir
criar correlações não captadas pelos métodos convencionais, além da alta velocidade de
convergência do resultado e capacidade de análise de grande volume de dados.
HMM (hidden Markov model) é outra abordagem que consiste em dois processos
estocásticos: uma ordenação de estados com números finitos e um processo de ordenação
dependente do estado oculto gerado pelo primeiro fator. O HMM não é indicado para
monitoramento contínuo em situações que o equipamento funciona até o momento de falha.
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Ao estudar métodos de inteligência artificial, Jardine, A.K. S. et al, 2006, relata que
embora seu uso tenha se disseminado recentemente, ainda existem limitações na obtenção de
bancos de dados e conhecimentos específicos dos métodos. O método de rede neural artificial
e sistemas inteligentes são os mais aplicados. Outros métodos como lógica fuzzy, rede neural
fuzzy e algoritmos evolutivos também são aplicados, porém em menor escala.
De acordo com Heng, A. et al, 2008, inteligência artificial (IA) é atualmente a forma
mais utilizada de prognóstico baseado em banco de dados. Neste método o programa é
informado com um nível (layer) para dados fornecidos, um ou mais níveis escondidos de
informações essenciais, um nível de resultados e pesos distintos que conectam estes níveis de
informações. O programa consegue criar uma função desconhecida entre um dado fornecido e
um resultado alterando os pesos entre cada informação de níveis diferentes em função da
observação de diversos casos anteriores “ensinados” ao programa a priori. Entre as vantagens
do uso de IA pode-se destacar que o mesmo consegue gerar resultados mais rápido do que
técnicas de identificação de falhas por multi-variáveis, apresenta uma confiabilidade igual ou
superior aos melhores métodos estatísticos e conseguem capturar fenômenos complexos sem
conhecimento antecedente de uma falha similar. Por outro lado, o método é conhecido pela falta
de transparências ou documentação das tomadas de decisão feitas, em especial para os casos de
maior complexidade, embora possível demonstrar a modelagem do fenômeno feita pelo
programa e que a complexidade dos métodos estatísticos convencionais quando aplicado para
problemas complexos é a mesma.
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Entre os diversos métodos de prognósticos existentes, alguns são listados na Tabela 23,
adaptada de Heng, A. et al, 2008, com as vantagens e limitações de cada método. Maiores
detalhes e referências de outros métodos podem ser encontradas no artigo de Heng, A. et al,
2008.
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CAPÍTULO 5 – CONCLUSÃO
Dentre os fatores que reduzem a eficiência de uma turbina a vapor, podem-se listar
causas inevitáveis, como perda de carga no escoamento, que chega a representar 10% de perda
de pressão do vapor e correspondente 1% de eficiência global da instalação, perdas por fugas e
irreversibilidades.
Vale ressaltar que 52% das turbinas apresentam falhas após 1 ano de operação. Destas,
43% são consideradas graves e decorrem dos mecanismos de falhas apontados. Assim é notório
que sistemas de monitoramento contínuo e diagnóstico de falhas são importantes na operação
das turbinas a vapor, pois podem minimizar estes valores.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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ANEXOS 1
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