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UNIVERSIDADE FEDERAL DE

SÃO JOÃO DEL-REI

ENERGIAS RENOVÁVEIS – TE

PEQUENAS CENTRAIS HIDRELÉTRICAS

Professor: Eduardo Moreira Vicente


Sumário
Sumário
1. Automatização e Controle

2. Impacto Ambiental / Gestão Administrativa

3. Aspectos Econômicos

4. Exemplo de cálculo de investimento e rentabilidade


econômica

5. Conclusão Geral

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Automatização e Controle

A automatização de uma pequena usina hidrelétrica tem


como objetivos: reduzir os custos de operação e manutenção,
aumentar a segurança dos equipamentos e otimizar o
aproveitamento energético da instalação.

O grau de automatização depende de vários fatores: da


localização da usina, do tipo de usina e do custo do pessoal.

A automatização pode ser total, isso é, arranque,


regulação e parada, ou simplesmente parada e alarme, quando
atua alguma das proteções da usina.

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Automatização e Controle

Existem diversos equipamentos mecânicos, como as


barreiras de limpeza e comportas, cujo funcionamento também
pode ser automático.

A tecnologia utilizada para o controle remoto geralmente


consiste em relés eletromecânicos ou estáticos e um
controlador programável ou PLC de funcionamento autônomo
(Figura 1).

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Automatização e Controle

Figura 1 – Esquema geral de um sistema de automação. 5


Automatização e Controle
Os equipamentos de automatização baseados em
microprocessadores oferecem uma maior flexibilidade, sendo
possível a programação de todas as sequências de
funcionamento da central, dentre as quais estão:

 Arranque do grupo;
 Parada normal do grupo;
 Parada de emergência;
 Regulação do grupo por nível ou vazão e por tensão;
 Otimização do funcionamento do conjunto da instalação.

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Automatização e Controle

Cada sequência se subdivide em um número de estados


intermediários estáveis chamados “passos”, que estão
programados de forma sequencial no controlador.

Em cada passo se controla uma série de condições de


entrada e, em função destas, emite-se um conjunto de ordens à
instalação, esperando-se até receber daquela uma série de
respostas que determinam o salto ao seguinte passo, até que se
acabe a sequência (Figura 2).

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Figura 2 – Sinais de entrada de controle ao PLC. 8
Automatização e Controle
O funcionamento de uma ou várias centrais
automatizadas pode ser administrado por um centro de
controle distante através de técnicas de controle remoto.

O sistema de transmissão de informação pode ser feito


através da internet ou via GPS.

As manobras de controle remoto são realizadas através


de um aplicativo software SCADA e uma tela gráfica que
permite ver o estado das variáveis de controle e introduzir
valores para modificar seu funcionamento (Figura 3).

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Automatização e Controle

Figura 3 – Imagens das telas gráficas de controle de pequenas usinas hidráulicas.

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Impacto Ambiental / Gestão Administrativa
Os Estudos de Impacto Ambiental pretendem analisar e
compreender a relação de incidência entre um projeto
determinado e o meio afetado.

A avaliação do impacto ambiental exige comparar as


situações do meio em cada uma das fases do projeto:
construção, exploração e abandono.

Uma vez escolhida a melhor alternativa de projeto do


ponto de vista ambiental, passa-se ao desenho de medidas
corretivas e preventivas. Ademais, inclui-se um Programa de
Vigilância Ambiental, cuja missão é comprovar que as previsões
realizadas atendem limites admissíveis.

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Figura 4 – Esquema de um estudo de impacto ambiental. 12
Impacto Ambiental / Gestão Administrativa
A análise ambiental do projeto permitirá identificar as
possíveis causas de impacto que podem ocorrer na fase de
construção e na fase de exploração do projeto.

Particularmente, os parâmetros básicos das mini usinas


a serem contemplados nos estudos de impacto ambiental são os
seguintes:

 Objetivos da mini usina;


 Presença de outras mini usinas no trecho do rio;
 Potência instalada;
 Vazões mínimas, de equipamento e ambiental;
 Açude ou represa prevista: desenho (altura, localização, etc);
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Impacto Ambiental / Gestão Administrativa
 Vazões de derivação: localização, tipo (aberta, fechada),
comprimento, etc.;
 Câmara de carga e chaminé de equilíbrio: características;
 Conduto forçado: localização, materiais utilizados e tipo de
conduto;
 Edifício: tipologia construtiva;
 Presença de canais de descarga;
 Plano de obras e medidas de re-vegetação;
 Movimento de terras;
 Disposição e características da rede elétrica;
 Épocas de exploração previstas;
 Medidas para evitar o aterro da represa ou açude.
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Impacto Ambiental / Gestão Administrativa
- Identificação e avaliação de impactos

O objetivo da identificação de impactos é analisar os


possíveis impactos que podem ser produzidos e o da avaliação
é considerar a gravidade de cada impacto ambiental de acordo
com distintos critérios.

Dentre as possíveis alterações do meio físico que as


instalações hidrelétricas podem gerar durante a etapa de
construção e a etapa de exploração, encontram-se:

 A inundação de extensas áreas a montante do ponto no qual


se coloca o açude ou represa;
 Perdas de solo agrícola, pecuária ou florestal com erosão e
inundação;
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Impacto Ambiental / Gestão Administrativa
 Reajustes das correntes de agua e efeitos associados sobre a
qualidade e quantidade de água e fauna aquática;
 Redução da diversidade biológica;
 Efeito barreira do açude ao transito de fauna;
 Impacto acústico originado pelas turbinas e geradores;
 Desaparição de espécies animais por degradação ou
destruição de seu hábitat;
 Subtração de vazões de água aproveitáveis para outros usos;
 Detração de vazões e efeitos sobre a qualidade de água por
fuga, descarga temporal de lodos e diminuição da capacidade
de diluição do trecho do rio afetado. Eutrofização (diminuição
do conteúdo de oxigênio dissolvido na água);
 Impacto de aves na rede elétrica.
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Impacto Ambiental / Gestão Administrativa
- Efeitos positivos do ponto de vista ambiental

Do ponto de vista ambiental, a energia hidrelétrica


apresenta efeitos positivos como:

 Seu uso não consome água: esta se coleta do rio em um


ponto e é devolvida no curso em uma quota inferior, uma vez
utilizada.

 Auto-abastecimento: seu desenvolvimento origina a redução


da dependência do setor energético exterior e o reforço da
segurança de abastecimento.

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Impacto Ambiental / Gestão Administrativa

 Energia limpa: não produz resíduos contaminantes (ou em


mínima proporção), exceto na fase de construção (nesta fase
devem ser implantadas medidas minimizadoras dos impactos
ambientais) e na de abandono.

 A energia hidrelétrica constitui um recurso renovável, não


emite CO2 nem NOx à atmosfera, não contribui com a chuva
ácida e não produz resíduos tóxicos de difícil eliminação.

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Impacto Ambiental / Gestão Administrativa

 Efeitos mínimos (quase nulos) sobre o meio ambiente: os


impactos gerados são pequenos e facilmente minimizáveis ou
evitáveis (escada de peixes, vazão ecológica, soterramento
de instalações e condutores, etc.). Deve ser realizado um
estudo ambiental específico e desenvolver-se as medidas
corretivas.

 Proximidade das áreas de demanda: Normalmente as


pequenas usinas estão localizadas próximas dos pontos de
consumo. A distância entre a geração e as áreas de consumo
gera perdas líquidas de eletricidade de 10%.

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Impacto Ambiental / Gestão Administrativa
- Trâmites Administrativos

O procedimento para a obtenção de concessões de água


para aproveitamentos hidrelétricos é estabelecido na Lei de
Águas e no Regulamento do Domínio Público Hidráulico de cada
país.

Para realizar um uso público da água requer-se uma


concessão de águas outorgada, geralmente, pela Confederação
ou Organismo da Bacia, e possuem caráter temporário. Na
Figura 5 apresentam-se os tramites administrativos para a
instalação da usina e construção da linha elétrica.

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Impacto Ambiental / Gestão Administrativa

Figura 5 – Trâmites administrativos.

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Impacto Ambiental / Gestão Administrativa

Figura 5 – Trâmites administrativos.


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Aspectos Econômicos
A rentabilidade econômica de uma pequena usina
hidrelétrica pode ser avaliada sobre a base da efetividade
comparativa. Comparam-se os investimentos na construção e a
exploração da usina com investimentos análogos pela variante
alternativa que garanta um efeito energético semelhante.

Para realizar esta comparação são utilizados diferentes


parâmetros:

 Índice de energia (Custo do investimento/energia produzida


em kWh/ano);
 Índice de potência (Custo do investimento/potência instalada
em MW;
 Horas equivalentes de funcionamento por ano;
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Aspectos Econômicos
 Fator de capacidade;
 Confiabilidade;
 Disponibilidade.

Estes indicadores não fornecem uma informação


objetiva sobre a viabilidade do projeto, mas são de grande
ajuda para, de uma forma rápida, saber se o projeto em estudo é
ou não interessante, comparado com os índices médios de
projetos semelhantes.

Se o projeto é interessante em uma primeira estimativa,


será necessário aplicar os critérios objetivos de análises de
rentabilidade.
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Aspectos Econômicos
- Índice de potência

O índice de potência ou custo do kW instalado define-se


como o cociente entre o investimento total e a potência
instalada em kW e proporciona uma boa relação de comparação
entre diferentes projetos. O valor médio do índice de potência
situa-se em torno de 1.200 euros/kW.

Na medida em que aumenta a potência instalada da


usina, este índice diminui, podendo chegar a um valor próximo
de 1.800 euros/kWh para uma potência instalada de 5MW. Para
potencias instaladas pequenas, com menos de 500kW, este
índice pode chegar a 2.200 euros/kWh.

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Aspectos Econômicos
- Índice de energia

Sabendo-se qual é a produção elétrica da usina em um


ano médio, com base em um bom estudo hidrológico, cálculo da
vazão ideal de equipamento e decisões sobre as turbinas a
serem instaladas considerando a vazão mínima, pode-se calcular
o índice de energia como o cociente entre o investimento e a
energia media produzida em kWh/ano.

Como ocorre com o índice de potência, na medida em


que aumenta a potência instalada, o índice de energia diminui.
Seu valor médio situa-se em 0,36 euros/kWh. Para potências
menores do que 500 kW alcança valores em torno de 0,43
euros/kWh e para potências de 5MW diminui a 0,32 euros/kWh.

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Aspectos Econômicos
- Horas equivalentes de funcionamento ou tempo característico

As horas equivalentes de funcionamento de uma usina


podem ser calculadas como o cociente entre a produção anual
em kWh e a potência instalada em kW. Na medida em que a
potência instalada aumenta, o número de horas equivalente ou
tempo característico diminui. Este tempo característico dá uma
ideia do grau de aproveitamento da usina.

Cada tipo de usina tem um tempo característico médio:


Usinas situadas em canal de irrigação, entre 4.300 a 2.000
horas; ao pé da represa, uma média de 2.500h; de tipo
corrente, entre 3.100h e 4.000h. Como média, o número de
horas equivalentes está em torno de 3.100h.
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Aspectos Econômicos
- Fator de capacidade

Define-se como a relação entre a energia média gerada


em um ano tipo e a energia que poderia produzir a usina se
trabalhasse 8.760h por ano a plena potência:

Este fator está relacionado com as horas equivalentes de


funcionamento. Para pequenas usinas hidrelétricas que
funcionam entre 2.500 a 4.000 h, este fator está entre 29 e 43%.

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Aspectos Econômicos
- Confiabilidade e disponibilidade

A confiabilidade da usina é obtida como:

E a disponibilidade como:

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Aspectos Econômicos
Dentre os critérios para analisar a rentabilidade de um
investimento encontram-se os que se baseiam em considerações
do valor do dinheiro no tempo, podendo-se citar:

 Valor atual líquido (VAL);


 Taxa interna de retorno (TIR);
 Período de retorno do investimento (PAY-BACK).

A análise destes indicadores pode ser realizada


considerando a taxa de inflação e a taxa de interesse.

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Aspectos Econômicos
- Valor atual líquido (VAL)

Denomina-se valor atual líquido o valor presente de uma


quantidade S a ser percebida ao longo de n anos, com uma taxa
juros i. De forma matemática:

Para que um investimento seja aceito, deverá ter um


VAL positivo, o que significa que a avaliação dos fluxos de caixa,
ou cashflows, seja superior ao desembolso inicial. Entre dois
projetos será mais rentável o que tenha um VAL superior.

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Aspectos Econômicos
- Taxa Interna de Retorno (TIR)

A taxa interna de retorno é o valor da taxa de juros que


torna nulo o valor atual líquido.

Esta taxa interna pode ser interpretada como a taxa de


juros que o projeto de investimento é capaz de proporcionar e,
portanto, se é superior à taxa de juros, o investimento geral será
rentável. Entre todos os projetos comparáveis, sempre será mais
rentável o que tenha uma TIR superior.

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Aspectos Econômicos
- Período de retorno (PAY-BACK)

Define-se como o prazo de tempo que deve transcorrer


para que o investimento seja recuperado.

Um projeto será mais rentável quanto menor seja seu


período de retorno.

Para o caso de pequenas usinas hidrelétricas, o período


de retorno situa-se entre 8 e 10 anos.

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Aspectos Econômicos
Os fatores mais importantes a serem considerados para
poder realizar o estudo econômico são:

 Vida útil da instalação: pode-se tomar entre 25 e 40 anos;

 Período de amortização do investimento: como média


costuma ser de 25 anos;

 Investimento: Custo total de execução do projeto;

 Fundo de manobra: Requerido para realizar o pagamento de


impostos ou para depositar fianças;

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Aspectos Econômicos
 Gastos pré-operacionais: Deve-se considerar estes gastos
gerados pela realização do projeto concessional, gastos
administrativos, licenças, seguros de responsabilidade civil,
estudo de impacto ambiental, etc.;

 Ingressos pela venda da energia produzida a uma companhia


distribuidora de energia;

 Gastos de operação e manutenção. São os gastos produzidos


na exploração da usina, como pessoal, reposição, seguros, etc.

 Impostos. A Confederação Hidrográfica pode exigir um


imposto por turbinar vazões que foram previamente
reguladas por obras hidráulicas localizadas a montante do
aproveitamento;
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Aspectos Econômicos

 Índice de preços ao consumo (IPC);

 Divida adquirida com uma entidade bancaria com uma taxa


de juros anual;

 Taxa de juros: costuma-se considerar entre 2 e 3;

 Subvenções.

A distribuição percentual do investimento em uma


pequena usina hidráulica, na grande maioria dos projetos, ocorre
como indicado na Figura 6.

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Impacto Ambiental / Gestão Administrativa

Figura 6 – Distribuição percentual dos custos.


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Exemplo de cálculo de investimento e
rentabilidade econômica
Como exemplo de cálculo de investimento de uma
pequena usina hidrelétrica, tomaremos uma usina tipo corrente
localizada em um curso médio de um rio, com as seguintes
características:

 Queda bruta: 7m
 Vazão de equipamento: 25 m3/s
 Vazão mínima técnica: 10 m3/s
 Potência instalada 1.500 kW
 Produção estimada (tomando os dados de um ano médio):
4848 MWh/ano
 Açude de 150m de comprimento e 5m de altura média
construído em concreto
 Obra de tomada
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Exemplo de cálculo de investimento e
rentabilidade econômica
 Canal de derivação de seção trapezoidal escavado na terra
com um comprimento de 200m
 Edifício da usina
 Conduto tipo Kaplan
 Geradores Síncrono de 1.500 kW
 Transformador principal de 1.500 kW
 Sistema elétrico geral e automatismos
 Linha elétrica de interconexão a 20 kV com um comprimento
de 2 Km
 Preparação de 0,5 hm de acesso.

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Exemplo de cálculo de investimento e
rentabilidade econômica

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Exemplo de cálculo de investimento e
rentabilidade econômica

Dados considerados para a análise financeira:

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Exemplo de cálculo de investimento e
rentabilidade econômica
O preço do MWh é diferente em cada pais. Este preço de
115,12 $/MWh, considerado neste exemplo, seria aplicável na
Colômbia.
Para a análise financeira, utilizou-se o programa
RETScreen da Natural Resources Canada (http://www.retscreen-
.net ). O resultado obtido foi:

Portanto, pode-se concluir que é rentável a construção


desta pequena central hidrelétrica.

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Conclusão Geral
As pequenas usinas hidrelétricas têm períodos de
gestação mais curtos, de dois a cinco anos, em comparação com
as grandes usinas hidrelétricas, que pode estar em torno de sete
anos. Além disso, estas pequenas usinas, ou mini usinas, têm um
período de retorno do investimento menor e seus custos de
operação e manutenção são mais baixos. São mais fáceis de
construir e de funcionar porque seu desenho é mais simples, o
que proporciona também custos menores.

As usinas hidrelétricas grandes requerem estudos


rigorosos que não são necessários para a construção de uma
pequena usina hidrelétrica.

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Conclusão Geral
Ademais, a construção de uma pequena usina de energia
hidrelétrica tem um impacto ambiental mínimo e não perturba
o habitat como é o caso das grandes plantas de energia
hidrelétrica. Sua instalação não implica a construção de grandes
represas e barragens e, portanto, não enseja os problemas de
desmatamento, inundação e reabilitação.

Além disso, não requerem uma grande superfície de


terra para sua instalação e podem ser construídas para
aproveitar pequenas correntes de água, com pequenas quedas.
São de alta confiança e disponibilidade, por ser uma tecnologia
plenamente desenvolvida e madura.

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Bibliografia
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hidroeléctricas de agua fluyente mediante sistemas expertos. Tesis
Doctoral, ETSII- Madrid 1998. Universidad del Valle en Santiago de
Cali.Colombia.
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THOMSON. Paraninfo.2003
3. Creus Solé, Antonio. Energías renovables. Editorial CEYSA. 2004
4. Carta González, José Antonio y otros. Centrales de energías renovables.
Editorial UNED- Pearson Prentice Hall. 2009.
5. IDAE .Manuales de energías renovables. Minicentrales
hidroeléctricas.1996
6. ESHA, European Small Hydropower Association. Guide on How to
Develop a Small Hydropower Plant. 2004

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