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de referência em transportes
e mobilidade urbana sustentável
Assessment system of cities that are reference
in transport and sustainable urban mobility
Resumo Abstract
Diversas externalidades resultantes de um modelo Several externalities resulting from an
inadequado de planejamento de transportes urba- inadequate model of urban transport planning
nos afetam diretamente a qualidade ambiental e directly affect the environmental and living
de vida da população. Nesse sentido, este trabalho quality of the population. In this sense, the
tem por objetivo analisar cidades de referência em purpose of this study is to analy ze cities
mobilidade urbana sustentável, avaliando-as por of reference in sustainable urban mobilit y,
meio de indicadores, determinados pelos sistemas evaluating them through indicators determined
de avaliação de cidades: Mercer, Copenhagenize, through cit y assessment systems : Mercer,
Walk Score, UITP Index e European Green Capital. Copenhagenize, Walk Score, UITP Index and
Foram selecionadas as cidades mais bem classifi- European Green Capital. The best ranked cities
cadas para validar indicadores relacionados a in- were selected to validate indicators related to
fraestrutura e gestão de transportes e mobilidade transportation infrastructure and management
urbana. Os resultados demonstraram quais as prá- and urban mobility. The results demonstrated
ticas exitosas essas cidades referência têm adotado the successful practices these reference cities
para a melhoria da mobilidade urbana, qualidade have adopted to improve urban mobility, urban
ambiental urbana e qualidade de vida da popula- environmental quality and the quality of life of
ção, servindo de orientação para o planejamento the population, serving as an urban planning
urbano para as cidades brasileiras. guide for Brazilian cities.
Palavras-chave: cidades; planejamento urbano; Keywords: cities; urban planning; sustainable
mobilidade urbana sustentável; transportes; siste- urban mobilit y ; transpor t ; cit y assessment
ma de avaliação de cidades. system.
Cad. Metrop., São Paulo, v. 21, n. 45, pp. 481-509, maio/ago 2019 Artigo publicado em Open Acess
http://dx.doi.org/10.1590/2236-9996.2019-4506 Creative Commons Atribution
Vinicius Tischer, Marcus Polette
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ambiental urbana – e prejudicam a competi- melhores práticas adotadas, mesmo não tendo
tividade e dinamismo econômico das cidades a situação financeira como o maior limitante.
(Andrade et al., 2017; Dey, Caulfield e Ghosh, Uma comparação dos indicadores e práticas de
2018; Rubin e Leitão, 2013). cidades de referência pode subsidiar essas to-
Nota-se que, mesmo a partir de avanços madas de decisões, ampliando a discussão e as
como a Política Nacional da Mobilidade Urbana estratégias de resolução de conflitos urbanos
(PNMU, promulgada em 2012, com orientação e consequentemente, obtendo um desenvolvi-
de ações voltadas para o transporte ativo), o mento urbano resiliente e fundamentado em
País ainda necessita de medidas mais efetivas e práticas testadas e reconhecidas.
duradouras de melhoria do transporte público Com isso, este trabalho tem a intenção
coletivo e de ações estruturais de melhoria das de contribuir com a avaliação de ações adota-
condições para transportes ativos. Citam-se, das por cidades, de modo a subsidiar a tomada
ainda, problemas de crescimento desorientado de decisões com base em ações já implemen-
das cidades e dispersão urbana que afetam o tadas e que conduziram a resultados positivos
acesso da população e que potencializam os nas cidades do estudo de caso. A comparação
desafios de mobilidade urbana, sobretudo no do desempenho das cidades de referência em
atendimento dos anseios da população, que termos de mobilidade urbana sustentável au-
deseja melhoria da eficiência nos deslocamen- xiliará, ainda, a compreender os impactos ge-
tos, segurança, qualidade, conforto e custo rados pelo sistema de transportes e permitirá
compatível (NTU, 2017; CNM, 2016). estabelecer metas e objetivos com base em um
Com isso, este trabalho fornecerá uma benchmarking, ou seja, nas melhores práticas,
avaliação das condições de sistema de trans- fornecidas pela comparação dessas cidades
portes e mobilidade urbana por meio de indi- bem-conceituadas.
cadores obtidos em cidades com os melhores
indicadores de mobilidade e sustentabilidade
em nível mundial. Além disso, compreender
quais as ações adotadas por essas cidades,
Sistemas de avaliação
por meio das respostas dos indicadores ava- de cidades
liados, permite conceber e estabelecer metas
e objetivos que as cidades devem buscar para Inserida no contexto urbano, uma cidade é o
melhorar sua condição de mobilidade e, conse- resultado de uma interação complexa de con-
quentemente, a qualidade ambiental e de vida dições socioeconômicas, geográficas, culturais,
da população. que são parcialmente determinadas localmen-
A identificação de padrões de referência te. Mas, ao mesmo tempo, a posição de uma
é fundamental para a gestão da mobilidade cidade é fortemente influenciada por seus es-
urbana, haja vista que muito municípios imple- forços estratégicos resultantes da governança
mentam ações equivocadas que supostamente urbana (Giffinger e Gudrun, 2010).
serão melhores para a cidade, porém, acabam A comparação e a classificação das ci-
na contramão de tendências mundiais e das dades podem ser um instrumento importante
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Copenhagenize Index
• Apoio público ao uso de bicicletas • Aumento de participação do modo bicicleta
• Cultura de bicicleta • Percepção de segurança
• Instalações para bicicleta • Políticas públicas
• Infraestrutura cicloviária • Aceitação social
• Programa de compartilhamento de bicicletas • Planejamento urbano
• Divisão de uso de bicicletas por sexo • Traffic Calming
• Participação das bicicletas nos modos de transportes • Bicicletas de carga e logística
Walk Score
• Distância entre residências e serviços • Distância entre residências e transporte público
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Fonte: os autores.
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É ainda importante considerar que a ava- porém, com objetivos gerais distintos,
liação dos indicadores qualitativos permitiu desenvolvidosrespectivamente para: infraes-
identificar explicação da operacionalização de trutura cicloviária, de pedestres, mobilidade
determinado tema e, em alguns itens, expres- urbana, qualidade de vida e qualidade ambien-
sou uma lista de ações desenvolvidas em favor tal urbana.
do critério estudado. Dessa forma, não menos Todos os sistemas de avaliação conside-
importante, permite assimilações da importân- ram o sistema de transportes e mobilidade ur-
cia de determinadas ações para a eficiência na bana em sua avaliação enquanto temática fun-
mobilidade urbana. damental para que se entenda o desempenho
das cidades, considerando cada um dos objeti-
vos propostos por esses sistemas de avaliação
Resultados (vide Quadro 2).
O cruzamento dos componentes dos di-
ferentes sistemas de avaliação permitiu reunir
Os resultados serão apresentados em cinco
temas em comum entre eles, sendo possível
etapas. A primeira refere-se ao resultado da
classificá-los em dois grupos principais. O pri-
seleção de indicadores e temas relacionados à
meiro trata de temas/indicadores relacionados
mobilidade urbana, que serão utilizados para
diretamente com os transportes e impactos
validar as informações para as cidades de es-
relacionados; e o segundo caracteriza-se como
tudo de caso. Na segunda etapa, serão apre-
indicadores suplementares que relacionam as-
sentadas as cidades selecionadas como estudo
pectos do planejamento urbano, demografia,
de caso. Na terceira etapa, serão apresentados
aspectos institucionais que contribuem para a
os resultados dos indicadores validados para
melhoria da mobilidade urbana.
cada cidade de estudo de caso demonstrando
Dessa forma, os indicadores relacionados
a comparação entre elas. Na quarta etapa, es-
a mobilidade urbana pelos sistemas de avalia-
ses indicadores apresentados serão discutidos
ção exprimem mensurações relacionadas a: in-
considerando-se os aspectos relevantes e esta-
fraestrutura cicloviária e para pedestre, design
tísticos dos dados obtidos. A última etapa dos
urbano, emissões, acidentes de transportes,
resultados tratará dos indicadores qualitativos,
tempo de deslocamento e congestionamentos,
discutindo as medidas de controle institucio-
transporte público, ruído e consumo de com-
nais de planejamento urbano.
bustível (Quadro 2).
Esses parâmetros foram enquadrados
em dois aspectos principais: infraestrutura
Seleção e classificação urbana e de transportes e impactos ambien-
dos indicadores e temas tais e socioeconômicos (Quadro 3). A primeira
classe refere-se às infraestruturas de transpor-
Os sistemas de avaliações de cidades selecio- te público, cicloviária, para pedestres e o pla-
nados, Copenhagenize, Walkscore, UITP Index, nejamento urbano ( design urbano). A segun-
Mercer e EGCA, possuem temas relacionados, da está relacionada aos impactos decorrentes
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UITP Index Emissões, infraestrutura cicloviária, design urbano, acidentes, tempo de deslocamento
European Green Capital Award Emissões, ruído, transporte público, consumo de combustível
Fonte: os autores.
Infraestrutura cicloviária
Infraestrutura para pedestre
Infraestrutura urbana e de transportes
Design urbano
Transporte público
Ruído
Consumo de combustível
Impactos ambientais e socioeconômicos Emissões
Acidentes
Tempo de deslocamento/congestionamentos
Fonte: os autores.
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(1) Ano de referência: 2018. Disponível em: http://hdr.undp.org/en/2018-update. Acesso em: 3 abr 2019.
Fonte: os autores.
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Fonte: os autores.
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Em contraste com a presença de infra- 50% dos deslocamentos feitos por bicicletas.
estrutura e viagens realizadas por meio de Umeå e Helsinque, por exemplo, possuem anos
bicicletas, observam-se taxas inversamente sem ocorrências de acidentes fatais.
proporcionais de acidentes. Mesmo com boas Com relação à infraestrutura para pe-
iniciativas na promoção de transportes ativos, destre, foi identificado que todas as cidades
as cidades americanas estudadas possuem as buscam alternativas para fomentar a circula-
maiores taxas de acidentes resultante em óbi- ção de pedestres na cidade, e muitas adotam
tos, tanto de pedestres como de ciclistas; mo- a restrição de circulação de veículos em ruas
dos mais vulneráveis no sistema de mobilidade centrais, para que sejam aumentadas as taxas
urbano, com destaque para Curitiba e Santiago de circulação de pedestres, além de fomentar
(1,4 e 1,2 óbitos/100mil habitantes, respectiva- a economia e melhorar a estética da cidade
mente), com taxas muito superiores à média (Figura 5).
(Figura 4). Destaca-se que as cidades com as Destacam-se as cidades de Helsinque,
maiores taxas de deslocamentos por bicicle- Copenhague e Estrasburgo, com as maiores
tas possuem, no geral, as menores taxas de áreas de vias peatonais, com valores superio-
acidentes com fatalidades, com destaque para res a 1m² de área por habitante, estando em
Copenhague e Amsterdã, que possuem mais de Helsinquea maior infraestrutura identificada,
Fonte: os autores.
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Fonte: os autores.
* Existe mas sem dados disponíveis para Düsseldorf; ** Existe, mas sem dados disponíveis para Essen.
Fonte: os autores.
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Fonte: os autores.
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Estatísticas básicas
Tema Indicador
Média Máximo Mínimo Des. padrão
Área de ruas exclusivas para pedestres (km²) 0,37 2,00 0,01 0,4
Peatonal
Viagens a pé (%) * ** 16,5% 37,0% 5,8% 8,4%
Infraestrutura de ônibus Número de ônibus/100 mil hab. 124,72 237,53 24,88 59,9
Transporte público Viagens feitas por transporte público (%) 21,0% 34,0% 7,0% 7,6%
Carros elétricos Número de estações de recarga por 100mil hab. 26,2 106,7 0,1 28,6
Transporte ativo Viagens transporte ativo (%) 51,1% 91,0% 24,9% 18,3%
* EUA dados para deslocamentos exclusivos para trabalho; ** Análise não considera Curitiba, devido à ausência de dados.
Fonte: os autores.
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Quadro 4 – Indicadores qualitativos verificados nas cidades
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Ações desenvolvidas
Mecanismos
País
Controle e monitoramento de poluição
Cidade
Planejamento urbano Controle e monitoramento de ruído financeiros/ Sistema de informação
atmosférica
taxas
Restrição de uso de veículos no centro e da velocidade máxima; Estudos de percepção de ruído. Zoneamento de ruído ao redor de Ações de fomento à cultura de bicicletas, restrição do uso de Censo ciclístico (21).
criação de vias para pedestres. vias, indústrias. Fiscalização das emissões sonoras dos veículos; automóveis na cidade, todos os carros da frota municipal são Plano de Clima.
uso de pneus mais silenciosos, superfícies de estrada que reduzem elétricos ou a hidrogênio, meta de 50% dos deslocamentos Clean Air Copenhague (155).
o ruído, reduções de velocidade do fluxo, proibições em camiões habituais feitos de bicicleta, investimentos em metrô (154).
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Dinamarca
em determinadas vias, barreiras acústicas e mudança na utilização Monitoramento, medição de parâmetros, zonas de baixa emissão,
Copenhague
de edifícios. ônibus com redução de 90% de emissão de poluentes (175).
Restrição de uso de carros, redução de velocidades em diversas Noise Pollution Act com avaliação dos níveis de ruído de Monitoramento em tempo real (Air quality index) (156). Bycicle Plan (30).
ruas de 50 km/h para 30 km/h, uso prioritário de ruas por carros e transportes, fluxos e medidas mitigadoras. Formas de reduzir o Mapeamento de poluição atmosférica sistema viário (157). Fomento Plan Amsterdã (31).
Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). Estacionamentos subterrâneos, ruído do tráfego rodoviário: veículos mais silenciosos; pneus mais ao uso de bicicletas, ruas para pedestres, transporte público.
redução de tempo procurando estacionamento nas áreas centrais e silenciosos; superfícies de estrada mais silenciosas; redução de
Amsterdã
criação de espaços de Park+Ride. velocidade; barreiras de ruído; isolamento de construções (142)
Anel viário entorno cidade e instalações para park+ride, restrição Noise Pollution Act com avaliação dos níveis de ruído em sistema Zona livre de poluentes no centro. Limites excedidos com multa Action Plan 2015 – 2020. Censo
de carros no centro; traffic calming (30km/h). Estacionamento pago de transportes, fluxos e medidas mitigadoras. Formas de reduzir o (81). Monitoramento e mapeamento (158). Monitoramento em Municipal (https://utrecht.
Holanda
no centro para visitantes e residentes. Estacionamentos próximos a ruído do tráfego rodoviário: veículos mais silenciosos; pneus mais tempo real (Air quality index) 156. dataplatform.nl/data)
zonas para pedestres. Não é permitido andar de bicicleta nas ruas silenciosos; superfícies de estrada mais silenciosas; redução de
Utrecht
entre as 8:00 e 18:00h, mas há rotas alternativas para ciclistas. velocidade, barreiras de ruído; isolamento de edifícios (142)
Caminhões de serviço e entregas estão autorizados a viajar na zona
livre de carros.
Centro histórico alterado para zona de pedestres, com light rail, Mapas de ruído produzido. Fomento a formas alternativas de Monitoramento em tempo real (Air quality index) (156) Plano diretor pedestres (135); Plano
estacionamentos nas periferias, criação de anel viário (88) e transporte. Projetos mitigação acústica. (143) Diretor Cicloviário e Plano Diretor
Park+Ride (87). Transportes Coletivos (250). Plano
França
Strasbourg
de urbanismo (143).
Arquitetura de edifícios e urbanismo com foco para a segurança Pesquisas percepção da população sobre ruído. Autoridades de Estudo de emissões por modal, monitoramento de poluição Commute to work – Census Canada
de pedestres. Integração de modais. Transformações de ruas em controle de ruído. Noise Control Bylaw (147); Manual de Controle atmosférica (159) – Legislação municipal, diretrizes e limites de (50); National Household Survey
espaços para pedestres (180). Arquitetura voltada para a densidade de Ruído da Cidade de Vancouver: diretrizes para mitigação de qualidade (160). Mapa tempo real de qualidade (161) (NHS); (51) My heath community
demográfica ruído de vias em Plano Diretor (145). survey; (86) Pedestrian Volume and
Canadá
Vancouver
opinion Survey. Pedestrian safety
study (179).
Implementação de zonas para pedestres, skyways (caminhos Guide to Noise Control in Minnesota (6) Monitoramento de Benzeno. U.S. Census Bureau’s American
sobre vias) (191); Definição de áreas potenciais para Community Survey (ACS) (23);
pedestres. Esquinas com extensão de meio fio, intersecções contagens de veículos (191). City
com segurança. Bicycling Account (57). Pedestrian
Mineapolis
Masterplan (191)
Expansão de zonas para pedestres, corredores para pedestres, ações Traffic calming Programm. Monitoramento de partículas finas PM 2,5. The U.S. Census; Bureau’s American
de segurança, design de edificações, esquinas (192) e skyways. Community Survey (ACS) (23);
Estados Unidos
Amplas calçadas, bem urbanizadas e arborizadas, investimentos em Portland Bicycle Counts (59)
transporte público e cicloviário. Investimento intensivo em conforto
Portland
e estética de ruas e calçadas.
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Ações desenvolvidas
Mecanismos
País
Controle e monitoramento de poluição
Cidade
Planejamento urbano Controle e monitoramento de ruído financeiros/ Sistema de informação
atmosférica
taxas
Estabelecimento de Zonas Verdes, fomento do uso de transporte Mapa de bairros mais ruidosos (148); Mapa de ruído da Sistema Nacional Informação qualidade do ar; monitoramento e – Plano de Mobilidad, pesquisas de
público e táxi, redução de emissões, ruas peatonais e semi- cidade (149). mapeamento qualidade do ar RM Santiago; (162). Fomento ao transportes, matriz de deslocamento
Chile
peatonais, fomento no uso de bicicletas e redução no uso de uso de transporte público, arborização, manutenção de veículos, (264).
Santiago
carros (193). uso bicicleta.
Rotas cicloviárias. Redução de velocidade para 30km/h em algumas NBR Ruído. Traffic Calming 30km/h. Resolução Conama, rede de monitoramento da qualidade do ar – Pesquisas pontuais realizadas pela
zonas centrais, Zona azul. IAP (164). prefeitura.
Brasil
Curitiba
Lei de conduta para ciclistas (131). Implementação de ruas para Regulação de níveis de ruído (geral). Medidas de prevenção (uso do Monitoramento da qualidade do ar (166). Estratégias de diminuição Cobrança de Smart Mobility 2030 (265).
pedestres, zonas comerciais voltadas para circulação de pedestres, solo), fiscalização, monitoramento e educação (150). do uso de veículos nas áreas centrais, incentivo ao uso de bicicleta, taxa de con- Singapore National Cycling Plan
infraestruturas de transporte coletivo abrangente (194) taxa de congestionamento. gestionamento (266). Walking and Cycling Plan
no centro (267).
comercial e
Singapura
Singapura
horário de pico
(10).
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Ruas com restrições para veículos, zonas de pedestres, iniciativas Plano Diretor de redução de ruído do tráfego viário. Determinação Monitoramento da qualidade do ar. Plano de qualidade do ar – Planos de mobilidade inteligentes
para a diminuição do nível de emissões (Environmental Zones). de pontos de conflitos, medidas de mitigação (paredes, janelas, (165). Zoneamento, monitoramento, ciclismo, Volumes de tráfego e (268).
Transporte público eficiente. vegetação, redução velocidade) (151). qualidade do ar, etc.
Düsseldorf
Intersecções protegidas, ruas para pedestres, investimentos em Strategic Noise Plan. Determinação de áreas de traffic calming. Projetos de eficiência energética de mobilidade; monitoramento – Estudos de tráfego (269)
Alemanha
transporte público e infraestrutura cicloviária. Zoneamento acústico (62). de parâmetros de ruído; redução do uso de veículos a diesel, Planejamento de. Transporte público
regulações de emissões rígidas para veículos; Investimento em georreferenciado (270).
Essen
carros e bicicletas compartilhados; investimentos em veículos
elétricos (169).
Criação de zona extensiva e uniforme para pedestres (195), Ruas Traffic Noise Survey Medições nas ruas, planejamento para o uso de 10 pontos de monitoramento da qualidade do ar (8 parâmetros) – Helsinki Bicycle Account (24). Coleta
peatonais, calçadas alargadas e design para pedestres. Ruas trens e tram (63). Arborização e infraestrutura cicloviária. (65). Dados integrados de tráfego, poluição atmosférica e dados de dados de tráfego (168).
possuem pátios cobertos de vidro. Plano de expansão de áreas para meteorológicos. Fomento ao deslocamento de pedestres. (168).
pedestre. Estacionamentos e serviços de manutenção subterrâneos. Arborização e infraestrutura cicloviária, ruas exclusivas para
Finlândia
Helsinque
Maior rede cicloviária urbana da Europa. pedestres e outras de tráfego lento.
Investimentos em infraestrutura de pedestres, ciclismo Estudo de ruído ambiental urbano. Delimitação de população Plano de ação para qualidade do ar: monitoramento e gestão da – Traffic planning for bicycles in Umeå
e transporte público (196). Investimentos em zonas de afetada por nível de ruído em vias e parques. Eletrificação de mobilidade e desviando tráfego do centro da cidade (62). Parcela (271). Plano de acessibilidade para
pedestres e segurança. rede de transporte público, barreiras acústicas, monitoramento. dos ônibus operando na cidade são de baixa emissão (201). ruas e parques. Estudo de tráfego,
Umeå
Suécia
Densificação da área central, arquitetura urbana voltada para velocidade de veículo e bicicletas
reduzir impactos (152). (272).
Centro com zonas sem carros (pedestres), investimentos em Mapa de ruído, questionário de percepção de ruído. Restrição do Estímulo ao uso de transporte público, restrição do uso de veículos, – Plano de Mobilidade (273). Plano
transporte cicloviário e coletivo, garagens subterrâneas, veículos uso de carros no centro (153). aumento de taxas de estacionamento, redução de velocidades, Cicloviário (274). Contagem de
elétricos de passeio (197). zonas ambientais urbanas (171). Substituição de frota de ônibus veículos (275).
Liubliana
Eslovênia
(174).
Fonte: os autores.
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506 Cad. Metrop., São Paulo, v. 21, n. 45, pp. 481-509, maio/ago 2019
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[I] https://orcid.org/0000-0001-6305-088X
Universidade do Vale do Itajaí, Escola do Mar, Ciência e Tecnologia. Itajaí, SC/ Brasil.
tischer@edu.univali.br
[II] https://orcid.org/0000-0003-0437-4205
Universidade do Vale do Itajaí, Escola do Mar, Ciência e Tecnologia. Itajaí, SC/ Brasil.
mpolette@univali.br
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