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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA
DISCIPLINA: FABRICAÇÃO DE SISTEMAS MECÂNICOS

-Importância da disciplina na Formação do Engenheiro


UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA
DISCIPLINA: FABRICAÇÃO DE SISTEMAS MECÂNICOS

-Importância da disciplina na Formação do Engenheiro


UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA
DISCIPLINA: FABRICAÇÃO DE SISTEMAS MECÂNICOS

PLANO DE CURSO
•DISCIPLINA: DEM 450 - FABRICAÇÃO DE SISTEMAS MECÂNICOS
•Nº DE CRÉDITOS: 05 (cinco)
•PRÉ-REQUISITO: SISTEMAS DE MEDIDAS E INSTRUMENTAÇÃO

OBJETIVOS GERAIS:
Apresentar algumas ferramentas básicas para fabricação e
controle dimensional e geométrico de peças.
EMENTA:
Técnicas das Construções Mecânicas. Tolerâncias
Dimensionais. Controle Dimensional de Peças. Tolerâncias e
Controle Geométrico de Peças. Especificações das Tolerâncias
em Projetos Mecânicos.
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CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA
DISCIPLINA: FABRICAÇÃO DE SISTEMAS MECÂNICOS

PROGRAMA:
1ª AVALIAÇÃO
• Técnicas das construções mecânicas: necessidades e implicações;
• Conceitos gerais sobre medição;
• Definição e orientação para especificação de tolerâncias
dimensionais e geométricas em um sistema mecânico;
• Padronização e Normalização;
• Normas: DIN-7182; ABNT NBR-6158; ISO R-286;
• Intercambiabilidade;
• Conceitos básicos do sistema ISO:
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DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA
DISCIPLINA: FABRICAÇÃO DE SISTEMAS MECÂNICOS
PROGRAMA:
• Conceitos básicos do sistema ISO:
– Tolerância - Eixo base e furo base
– Medidas nominal e efetiva - Posição simétrica
– Dimensões limites - Sistema de ajustes
– Dimensões máxima e mínima - Sistema de tolerâncias
– Afastamento
- Sistema furo base
– Afastamento superior e inferior
- Representação gráfica
– Apresentação gráfica
- Sistema eixo base
– Ajuste com interferência
– Representação gráfica - Representação gráfica
– Ajuste incerto - Sistema misto
– Representação gráfica
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DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA
DISCIPLINA: FABRICAÇÃO DE SISTEMAS MECÂNICOS
PROGRAMA:
• Diâmetros fundamentais;
• Números normais;
• Séries de Renard – R5 ; R10 ; R20; R40;
• Grupos de dimensões;
• Unidade de tolerância;
• Qualidade de trabalho – tolerâncias fundamentais;
• Posição de zonas toleradas - representação gráfica;
• Resolução de exercícios;
• Sistemas de ajustes; sistema furo-base, eixo-base e misto,
exemplos;
• Ajustes equivalentes;
• Escolha dos sistema de ajuste;
• Afastamento de referência;
• Exemplos de aplicação;
• Ajustes prensados;
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DISCIPLINA: FABRICAÇÃO DE SISTEMAS MECÂNICOS

PROGRAMA:

• Extensão do sistema para dimensões entre 500mm e 3150mm;


• Resolução de exercícios;
• Tolerância para perfis estriados e chavetas;
• Representação simbólica da tolerância;
• Tolerância em rolamentos;
• Avaliação do projeto 1ª fase;
• Primeira avaliação
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DISCIPLINA: FABRICAÇÃO DE SISTEMAS MECÂNICOS

PROGRAMA:
2ª AVALIAÇÃO

• Qualidade, controle de qualidade, inspeção e metrologia industrial;


• Padrões e unidades de medida;
• Sistema métrico;
• Medição e erros;
• Vocabulário Internacional de Metrologia – Termos Fundamentais e
Gerais;
Laboratório – 1:
• Controle dimensional de peças, elaboração de relatório discutindo
os parâmetros principais envolvidos na fabricação e medição das
peças, utilizando-se paquímetros analógicos e digitais, micrometros
interno, externo e de profundidade, traçador de altura e desempeno;
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DISCIPLINA: FABRICAÇÃO DE SISTEMAS MECÂNICOS

PROGRAMA:
• Tolerâncias geométricas: necessidades e implicações;
• Desvios de forma e de posição;
• Forma e diferença de forma;
• Diferença da reta (desvio de retitude);
• Diferença do plano (desvio de planeza);
• Diferença do círculo (desvio de circularidade);
• Diferença da forma cilíndrica (desvio de cilindricidade);
• Diferença de forma de uma linha qualquer;
• Diferença de forma de uma superfície qualquer;
• Aula prática no Laboratório de Metrologia utilizando comparadores
para medir variação de espessura de peças;
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DISCIPLINA: FABRICAÇÃO DE SISTEMAS MECÂNICOS

PROGRAMA:
• Diferença angular ou desvio de inclinação;
• Diferença da posição paralela ou desvio de paralelismo;
• Diferença da posição perpendicular ou desvio de
perpendicularismo;
• Desvios de posição do ponto, da reta e do plano;
• Aula prática no Laboratório de Metrologia utilizando microscópio de
medição para determinar parâmetros de rosca API;
• Desvios de simetria;
• Desvios de concentricidade;
• Desvios de coaxialidade;
• Desvios compostos de forma e de posição;
• Desvios de batida radial, axial e cônica;
• Simbologia e indicações em desenhos;
• Orientação do projeto, segunda fase;
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DISCIPLINA: FABRICAÇÃO DE SISTEMAS MECÂNICOS

PROGRAMA:
• Rugosidade superficial;
• Importância do acabamento superficial;
• Definições básicas;
• Rugosidade e ondulação;
• Sistema de medição;
• Comprimento de amostragem;
• Parâmetros de rugosidade;
• Simbologia e indicação em desenhos;
• Orientação do projeto - 2ª fase.
Laboratório – 2:
• Controle geométrico de peças, elaboração de relatório discutindo os
parâmetros principais envolvidos na fabricação e medição das
peças;
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DISCIPLINA: FABRICAÇÃO DE SISTEMAS MECÂNICOS
PROGRAMA:
• 3ª AVALIAÇÃO
• Orientação para conclusão do projeto;
• Apresentação e discussão dos projetos;
• Avaliação do curso ministrado
• Avaliação final

• METODOLOGIA:
1 - DE ENSINO: Aulas expositivas;
Exercícios;
Práticas de laboratório.
2 - DE AVALIAÇÃO: Provas escritas;
Elaboração de relatórios das aulas práticas;
Elaboração e apresentação de um projeto.
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DISCIPLINA: FABRICAÇÃO DE SISTEMAS MECÂNICOS
PROGRAMA:
• REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
• 01 - FARAGO, F. T., Ph.D., HANDBOOK OF DIMENSIONAL MEASUREMENT.
Industrial Press Inc. 200, Madison Avenue, New York, N.Y. 10016
• 02 - HILL, R.; JENSEN, C. H. MODERN ENGINEERING TOLERANCING.
McGraW-Hill Reyerson Limited.
• 03 - GALYER, J.F. W.; SHOTBOLT, C.R., METROLOGY FOR ENGINEERS.
Cassel – London
• 04 - FORTINI, EARL WOOD T., DIMENSIONING FOR INTERCHAGEABLE
MANUFACTURE. Industrial Press Inc. 200, Madison Avenue, New York, N.Y.
10016.
• 05 - AGOSTINHO, O. L.; RODRIGUES, A. C.S. LIRANI, J., PRINCÍPIOS DE
ENGENHARIA DE FABRICAÇÃO MECÂNICA. TOLERÂNCIA, AJUSTES
DESVIOS E ANÁLISE DE DIMENSÕES. Edgard Blücher, Ed. da
Universidade de São Paulo.
• 06 - NOVASKI, O. INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE FABRICAÇÃO
MECÂNICA. Editora Edgard Blücher Ltda.
• 07 - ALBUQUERQUE, O. P. E. Tolerâncias e Ajustes. Edições Engenharia.
• 08 - ALVIM & MORAES. FABRICAÇÃO MECÂNICA. NA – Rio de Janeiro, GB.,
Almeida Neves – Editores Ltda.
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DISCIPLINA: FABRICAÇÃO DE SISTEMAS MECÂNICOS
PROGRAMA:
• REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
•09 - KENNEDY. INSPECION E CALIBRADO. Ediciones Urmo.
•10 - CATÁLOGO GERAL: MITUTOYO, STARRETT, TESA. etc.
•11 - NORMA ABNT NBR 6158, SISTEMA DE TOLERÂNCIAS E AJUSTES,
JUNHO DE 1995.
•12 - NORMA ABNT NBR 6409, TOLERÂNCIAS GEOMÉTRICAS -
TOLERÂNCIAS DE FORMA, ORIENTAÇÃO, POSIÇÃO E BATIMENTO
– GENERALIDADES, SÍMBOLOS, DEFINIÇÕES E INDICAÇÕES EM
DESENHO, MAIO DE 1997.
•13 - NORMA ABNT NBR 8404, INDICAÇÃO DO ESTADO DE SUPERFÍCIES EM
DESENHOS TÉCNICOS, MARÇO DE 1984.
•14 - www.google.com.br, acessado em 2007, para obtenção de um conjunto de figuras
de peças e sistemas mecânicos.
•15 - VOCABULÁRIO INTERNACIONAL DE TERMOS FUNDAMENTAIS E GERAIS DE
METROLOGIA – INMETRO: INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA
NORMALIZAÇÃO E QUALIDADE INDUSTRIAL, 2007.
•16 - TOLERÂNCIA GEOMÉTRICA. BRASILIA SENAI/DN, MITUTOYO, 2000.
- Discussão do Programa do Curso

- Orientação para Definição do Projeto


-Introdução:

- Breve histórico
Evolução da Fabricação Mecânica
Perspectivas Atuais e Futuras (Sistemas Modulares)
Importância da Metrologia nos Processos de Fabricação
Conceitos gerais sobre Medição:
Introdução:

i) Quando alguém for capaz de medir algum parâmetro relativo a


um dado fenômeno que está sendo analisado e expressá-lo
numericamente, alguma coisa se sabe sobre o fenômeno. No
entanto, quando não for possível medi-lo, quando não for
possível expressá-lo em números, seu conhecimento sobre o
assunto é insignificante e insatisfatório. A mensuração deve
ser o ponto de partida do conhecimento. A cada medição
caminha-se um pouco na concepção, e no sentido de se
aproximar de um estágio que se pode afirmar com estrutura
de ciência.
Introdução:

ii) A metrologia é uma ciência que condiciona as outras. Suas


leis se aplicam a todas as disciplinas: ela é uma superciência.
Mas para alcançar os seus fins deve dispor de informações
de todas as ciências e sua evolução está estritamente ligada
àqueles oriundos da experimentação é portanto uma
interciência.
Introdução:

iii) O metrologista não deve estar interessado somente com a


aferição do processo, mas estar perfeitamente ciente de
todas as etapas pelas quais passam o produto e desde o
projeto, a fabricação e os ensaios de todos os tipos, que nele
devem ser aplicados para que a meta vislumbrada na fase de
idealização se confirme no produto acabado. Mas,
engenheiros ligados ao projeto e à produção devem ter
conhecimento profundo das técnicas de mensuração sob
risco de se estabelecer especificações que não podem ser
obedecidas na realização.
Fabricação de Peças e Sistemas Mecânicos

Nos processos de fabricação, é impossível obter peças e


sistemas mecânicos exatamente iguais, uma vez que, um
conjunto de variáveis envolvidas durante a fabricação,
contribuem de forma significativa, para que haja variações entre
as dimensões especificadas e as efetivamente obtidas. A
impossibilidade de se obter peças de mesmas dimensões se
deve a:
- Máquina ferramenta usada;
- Fixação e centragem da peça na máquina;
- Vibrações;
- Falta de rigidez da peça ou da máquina;
- Desgaste da ferramenta de corte (ex. plaina)
- Erro de leitura do operador;
- Etc.
Fabricação de Peças e Sistemas Mecânicos

Os fatores acima e muitos outros, fazem com que


admitamos uma certa discrepância entre a dimensão nominal
desejada e a dimensão efetiva ou real obtida.
O erro desta dimensão efetiva obtida, depende da resolução
do instrumento utilizado.
A discrepância admissível será maior ou menor dependendo
da aplicação da peça.

Ex) 1) Diâmetro externo de uma polia


2) Diâmetro interno de um mancal
3) Peça que trabalhará associada a outra com
precisão (eixo-rolamento)
Fabricação de Peças e Sistemas Mecânicos

- Intercambiabilidade

É a possibilidade de, quando se


monta um conjunto mecânico,
tomar-se ao acaso, de um lote de
peças semelhantes, prontas e
verificadas, uma peça qualquer
que, montada ao conjunto em
questão, sem nenhum ajuste ou
usinagem secundária, dará
condições para que o mecanismo
funcione de acordo com o que foi
projetado.
Fabricação de Peças e Sistemas Mecânicos

Terminologia de Tolerâncias e Ajustes


• Dimensão nominal: é a
dimensão básica obtida a
partir do projeto 20

(dimensionamento) e que fixa


a origem dos afastamentos
nominais.
Figura 1a – Dimensão nominal

• Dimensão efetiva: é o valor


obtido medindo-se a peça
com o instrumento adequado.

Figura 1b – Dimensão efetiva


Fabricação de Peças e Sistemas Mecânicos
Terminologia de Tolerâncias e Ajustes

• Tolerância: variação permissível da dimensão de uma peça


dada pela diferença entre os afastamentos nominais.

• Dimensões Limites: valores máximos e mínimos admissíveis,


para a dimensão efetiva.

• Dimensão Máxima: é o máximo valor admissível da dimensão


efetiva.

• Dimensão Mínima: é o mínimo valor admissível da dimensão


efetiva.
Fabricação de Peças e Sistemas Mecânicos

Terminologia de Tolerâncias e Ajustes

T T
t t

dmin dmáx Dmin Dmáx dmin dmáx Dmin Dmáx

Figura 2 – Tolerância, Dimensões Máxima e Mínima


Fabricação de Peças e Sistemas Mecânicos

Terminologia de Tolerâncias e Ajustes


• Afastamento Nominal ou Afastamento: é a diferença entre
as dimensões limites e a dimensão nominal.

• Afastamento Superior: é a diferença entre a dimensão


máxima e a dimensão nominal. As para furo e as para eixo.

• Afastamento Inferior: é a diferença entre a dimensão


mínima e a dimensão nominal. Ai para furo e ai para eixo.

• Linha Zero: linha que nos desenhos fixa a dimensão nominal


e serve para a origem dos afastamentos, positivos acima e
negativos abaixo.
Fabricação de Peças e Sistemas Mecânicos

Terminologia de Tolerâncias e Ajustes

As T as
Linha As T t
Zero as

Ai t ai ai
Ai

Figura 3 – Afastamentos Superior e Inferior


Fabricação de Peças e Sistemas Mecânicos

Terminologia de Tolerâncias e Ajustes

• Eixo: termo convencionalmente aplicado, para fins de


tolerâncias e ajustes, como sendo qualquer parte de uma
peça cuja superfície externa é destinada a alojar-se na
superfície interna da outra.

Figura 4a - Eixo
Fabricação de Peças e Sistemas Mecânicos

Terminologia de Tolerâncias e Ajustes

• Furo: termo convencionalmente


aplicado, para fins de tolerâncias e
ajustes, como sendo todo espaço
delimitado por uma superfície
interna de uma peça destinada a
alojar um eixo.

Figura 4b - Furo
Fabricação de Peças e Sistemas Mecânicos

Terminologia de Tolerâncias e Ajustes

• Ajuste: é o comportamento dimensional de um eixo num


furo, ambos com a mesma dimensão nominal, e
caracterizado pela folga ou interferência apresentada.

• Folga: diferença entre as dimensões do furo e do eixo


quando este é menor que o furo.

• Ajuste com Folga: é aquele em que o afastamento superior


do eixo é menor ou igual ao afastamento inferior do furo.
Fabricação de Peças e Sistemas Mecânicos
Terminologia de Tolerâncias e Ajustes
• Folga Máxima: diferença entre as dimensões máxima do furo
e mínima do eixo, quando o eixo é menor do que o furo.
• Folga Mínima: diferença entre as dimensões mínimas do
furo e máxima do eixo, quando o eixo é menor do que o furo.
Fmáx Fmin

dmin dmáx
Dmáx Dmin

Figura 5 – Folgas Máxima e Mínima


Fabricação de Peças e Sistemas Mecânicos
Terminologia de Tolerâncias e Ajustes

• Interferência: diferença entre as dimensões do eixo e do


furo, quando o eixo é maior do que o furo.

• Ajuste com Interferência: aquele em que o afastamento


superior do furo é menor do que o afastamento inferior do
eixo.

• Interferência Máxima: diferença entre as dimensões máxima


do eixo e mínima do furo, quando eixo é maior do que o furo.
Fabricação de Peças e Sistemas Mecânicos

Terminologia de Tolerâncias e Ajustes


• Interferência Mínima: diferença entre as dimensões mínima
do eixo e máxima do furo, quando o eixo é maior do que o
furo.

Imin
Imáx

Dmáx Dmin
“Furo” dmáx dmin
“Eixo”

Figura 6 – Interferência Máxima e Mínima


Fabricação de Peças e Sistemas Mecânicos

Terminologia de Tolerâncias e Ajustes


• Ajuste Incerto: aquele em que o afastamento superior
do eixo é maior do que o afastamento inferior do furo e o
afastamento inferior do eixo é menor do que o
afastamento superior do furo.
Imáx Fmáx Fmáx Imáx

dmáx dmin Dmáx Dmin dmin dmáx

Figura 7 – Ajuste Incerto ou Indeterminado


Fabricação de Peças e Sistemas Mecânicos

Terminologia de Tolerâncias e Ajustes


• Eixo Base: aquele cujo afastamento superior é pré-
estabelecido como sendo igual a zero e as dimensões
nominal e máxima, coincidem.

Linha zero as = 0
Ai = 0
Dmin = N dmáx = N

Figura 8 – Furo Base e Eixo Base


Fabricação de Peças e Sistemas Mecânicos

Terminologia de Tolerâncias e Ajustes


• Furo Base: aquele cujo afastamento inferior é pré-
estabelecido como sendo igual a zero e as dimensões,
nominal e mínima, coincidem.

Linha zero as = 0
Ai = 0
Dmin = N dmáx = N

Figura 8 – Furo Base e Eixo Base


Fabricação de Peças e Sistemas Mecânicos

Terminologia de Tolerâncias e Ajustes


• Posição Simétrica: é aquela em que o afastamento inferior é
simétrico ao superior, em relação a linha zero.

As as
Linha zero

Ai ai

Figura 9 – Posição Simétrica, onde As =-Ai e as=-ai


Fabricação de Peças e Sistemas Mecânicos

Terminologia de Tolerâncias e Ajustes

• Sistema de Tolerâncias: é um conjunto de princípios,


regras, fórmulas e tabelas que permite a escolha
racional das tolerâncias para a produção econômica de
peças mecânicas intercambiáveis.
• Sistema de Ajustes: é um conjunto de princípios,
regras e tabelas que permite a escolha racional das
tolerâncias no acoplamento eixo-furo, para se obter,
economicamente, uma condição pré-estabelecida.
Fabricação de Peças e Sistemas Mecânicos

Terminologia de Tolerâncias e Ajustes

Existem basicamente dois sistemas de ajuste:

• Sistema Furo-Base: sistema de ajuste pelo qual, para


todas as classes de ajustes as medidas mínimas dos
furos são iguais à medida nominal. Os eixos são
maiores ou menores, dependendo se o ajuste é com
interferência ou folga.
Fabricação de Peças e Sistemas Mecânicos

Terminologia de Tolerâncias e Ajustes

Este sistema é usualmente utilizado para acoplamento


entre eixos, engrenagens, polias, etc., pois, é mais fácil
usinar-se uma dimensão externa do que uma interna.

Linha zero

Figura 10 – Sistema Furo-Base


Fabricação de Peças e Sistemas Mecânicos

Terminologia de Tolerâncias e Ajustes

• Sistema Eixo-Base: sistema de ajuste pelo qual, todas


as classes de ajustes, as medidas máximas dos eixos
são iguais à medida nominal. Os furos são maiores ou
menores, dependendo se o ajuste é com interferência
ou com folga.
Fabricação de Peças e Sistemas Mecânicos

Terminologia de Tolerâncias e Ajustes


Este sistema é usualmente utilizado em ajustes da
capa externa do rolamento com carcaça, bucha
intermediária pré-usinada (comprada pronta) com um furo
de polias, etc.

Linha zero

Figura 11 – Sistema Eixo-Base


Fabricação de Peças e Sistemas Mecânicos

Terminologia de Tolerâncias e Ajustes

• Sistema Misto: em casos excepcionais utiliza-se o


sistema misto na fabricação de peças especiais, onde
obtem-se jogos e interferências, fazendo-se variar as
dimensões do eixo e do furo.
A tolerância passa a ter, portanto, uma posição
qualquer, diferente de H e h.
A ISO prevê a normalização para certos elementos de
material ferroviário, tais como M9/A11; D8/c12; D8/d12.
Fabricação de Peças e Sistemas Mecânicos

Terminologia de Tolerâncias e Ajustes

É também o caso para utilização em ajustes de furos estriados e


canais de chavetas.
Deste modo temos:
50M8/f8 → 50 +0 , 005
− 0 , 034
50 −−00,,025
064 - Ajuste indeterminado
60R7/g6 → 60 −−00,,030
060
60 −−00,,010
029 - Ajuste com interferência
70A11/c11 → 70 +0 ,550 70 −−00,,150 - Ajuste com folga
+ 0 , 360 340
Fabricação de Peças e Sistemas Mecânicos

• Sistema Furo-Base:


t T=As
as ai
Linha zero Ai=0

ai = N - dmin  dmin = N - ai
 dmáx = N - as
Dmáx dmáx dmin
Dmin=N
as = N - dmáx
Eixo t = dmáx – dmin  t = ai – as
Fmáx = Dmáx - dmin Figura 12– Representação de um
Fmin = Dmin - dmáx Ajuste no Sistema Furo-Base

as + t + dmin = N  t = N - as – dmin (1)


Mas, dmin + ai = N  dmin = N – ai (2)
Substituindo (2) em (1) temos:

t = N - as – N + ai  t = ai - as
Fabricação de Peças e Sistemas Mecânicos

• Sistema Furo-Base:

t T=As


as ai
Linha zero Ai=0

Dmáx dmáx dmin

Ai = Dmin – N
Dmin=N
ou N - Dmin
ou N - Dmáx
As = Dmáx - N
Furo
T = Dmáx – Dmin  T = Dmáx - N = As Figura 12– Representação de um

 T = Dmáx - N (1)
Ajuste no Sistema Furo-Base

Dmáx – T = N

Mas, Dmáx – As = N  Dmáx = N + As (2)

Substituindo (2) em (1) temos: T = N + As - N  T = As


Fabricação de Peças e Sistemas Mecânicos

• Sistema Eixo-Base


Ai As
T
t=ai
Linha zero as=0

ai = N - dmin ou dmin - N Dmáx Dmin


dmin dmáx=N

as = N - dmáx ou dmáx - N
Eixo
t = dmáx – dmin ou t = ai – as = ai
Figura 13– Representação de um
Ajuste no Sistema Eixo-Base

dmin + t = N  t = N - dmin (1)

Mas, dmin + ai = N  dmin = N - ai (2)

Substituindo (2) em (1) temos: t = N - N + ai  t = ai


Fabricação de Peças e Sistemas Mecânicos
Ai
• Sistema Eixo-Base T As
t=ai
Linha zero as=0


Dmáx Dmin
dmin dmáx=N

Ai = Dmin – N  Dmin = N + Ai
As = Dmáx - N  Dmáx = N + As
Furo T = Dmáx – Dmin  T = As - Ai
Figura 13– Representação de um
Ajuste no Sistema Eixo-Base
Fmáx = Dmáx – dmin
Fmin = Dmin – dmáx

Dmáx – T - Ai = N  T = Dmáx - N - Ai (1)


mas, Dmáx - As = N  Dmáx = N + As (2)

Substituindo (2) em (1) temos: T = N + As - N - Ai  T = As - Ai


Fabricação de Peças e Sistemas Mecânicos

- Diâmetros Fundamentais

Os conceitos fundamentais emitidos anteriormente,


desenvolveu o conceito de ajustes e tolerâncias adotados
pelos países do sistema métrico, elaborado pela ISO
(International Standartization Organization). O sistema de
ajustes e tolerâncias ISO determina três condições
características:
Fabricação de Peças e Sistemas Mecânicos

- Diâmetros Fundamentais

i) Uma série de grupos de diâmetros de 1 a 500mm;

ii) Uma série de tolerâncias fundamentais, ou


simplesmente tolerâncias que determinam a precisão da
usinagem – existem vinte qualidades distintas;

iii) Uma série de posições da tolerância que definem a sua


posição em relação a linha zero, ou seja, a classe do
ajuste, onde pode-se determinar a folga ou interferência
necessária.
Fabricação de Peças e Sistemas Mecânicos

- Diâmetros Fundamentais

Utilizaremos nos parágrafos seguintes, tabelas de


ajustes, onde consideraremos somente números tomados
como nominais no seu universo de variações possíveis dos
números decimais.
A norma de ajustes tem, como primeira preocupação, a
determinação dos números sobre os quais serão
estabelecidas as respectivas normas de tolerâncias.
Fabricação de Peças e Sistemas Mecânicos

- Diâmetros Fundamentais

As principais consequências de uma normalização de


números para se cotar peças mecânicas são:
a) Menor número de ferramentas de corte (brocas,
alargadores, fresas,etc.); possibilitando-se, assim, a
redução do ferramental de produção;
b) Menor número do ferramental de controle, tais como
calibradores, micrômetros, instrumentos universais de
medida, etc.
Fabricação de Peças e Sistemas Mecânicos

- Diâmetros Fundamentais

As dimensões lineares normais, aplicáveis à medidas de


comprimentos, larguras, espessuras, profundidades,
diâmetros, etc., foram determinadas com base na teorias
dos números normais.
Fabricação de Peças e Sistemas Mecânicos

- Diâmetros Fundamentais
As tabelas de ajustes apresentadas foram normalizadas,
utilizando-se as séries de Charles Renard, denominadas séries
de Renard; cuja razão é uma raiz de 10.
R5 – Série de razão 5 10 = 1,5849 ou aproximadamente 1,5.
R10 – Série de razão 10 10 = 1,2589 ou aproximadamente 1,25.
R20 – Série de razão 20 10 = 1,1220 ou aproximadamente 1,12.
R40 – Série de razão 40 10 = 1,0593 ou aproximadamente 1,06.
Fabricação de Peças e Sistemas Mecânicos

- Diâmetros Fundamentais

A partir desses números normalizados, a norma ABNT-


6158, fixa os seguintes grupos de dimensões.
Tabela 1 - Grupos de Dimensões Nominais [mm]
Fabricação de Peças e Sistemas Mecânicos

- Unidade de Tolerância:
A tolerância é obtida da unidade de tolerância dada
pela seguinte fórmula:


coeficientes determinados
onde: a = 0,45
experimentalmente.
b = 0,001
D  Média geométrica dos dois valores
extremos de cada grupo de
dimensões (mm).
i  μm
Fabricação de Peças e Sistemas Mecânicos

- Qualidade de Trabalho:

A qualidade de trabalho é a amplitude do campo de


tolerância e é expressada em unidades de tolerância. A
norma ABNT NBR-6158 de acordo com a ISO distingue 20
qualidades de trabalho, classificadas de IT01, IT0, IT1 até
IT18, onde I = ISO e T = tolerância, ou IT significam
International Tolerance. Os graus de tolerância padrão de
IT1 a IT18 são de uso geral, e os graus IT0 e IT01 não são
de uso geral e são dados para fins de informação.
Fabricação de Peças e Sistemas Mecânicos

- Qualidade de Trabalho:

Os valores de IT01, IT0 e IT1 são definidos por:


IT01 = 0,3 + 0,008D [μm]
IT0 = 0,5 + 0,012D [μm] D em mm
IT1 = 0,8 + 0,020D [μm]
Fabricação de Peças e Sistemas Mecânicos
- Qualidade de Trabalho:
Os valores de IT2, IT3 e IT4 são dados segundo uma
progressão geométrica dos valores correspondentes de
IT1 e IT5.
IT2: Segundo termo da P.G. calculada através da
interpolação de três termos entre a1 (dado pela tolerância
IT1) e a5 (dado pela tolerância IT5).  t=a2
IT3: Terceiro termo da P.G. calculada através da
interpolação de três termos entre a1 (dado pela tolerância
IT1) e a5 (dado pela tolerância IT5).  t=a3
IT4: Quarto termo da P.G. calculada através da
interpolação de três termos entre a1 (dado pela tolerância
IT1) e a5 (dado pela tolerância IT5). t=a4
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- Qualidade de Trabalho:
Exemplo: Ø = 12 mm IT2, IT3 e IT4=?
Solução: IT2=?; Das tabelas tem-se: IT1=1,2µm; IT5=8µm;

tn n = Número de Termos; n = 5 termos;


q = n −1 t n = n'ésimo termo; = quinto termo t5
t1 t1 = 1,2µm e t5 = 8µm
8 4
q = 5−1 = 6,66 = 1,6
1,2
t1 = 1,2m; t2 = t1.q = 1,2.1,6 = 1,92  2m  IT 2 = 2m
t2 = 1,92 m; t3 = t2 .q = 1,92.1,6 = 3,07  3m  IT 3 = 3m
t3 = 3,07 m; t4 = t3 .q = 3,07.1,6 = 4,91  5m  IT 4 = 5m
Fabricação de Peças e Sistemas Mecânicos
- Qualidade de Trabalho:
Os valores de IT5 é fixado em 7i (sete unidades de
tolerâncias) e as qualidades seguintes são obtidas pelo
produto da unidade de tolerância i com os números
normalizados da série R5 de Renard. Temos que:
Qualidade de IT5 IT6 IT7 IT8 IT9 IT10 IT11 IT12 IT13 IT14 IT15 IT16 IT17 IT18
Tolerância 7i 10i 16i 25i 40i 64i 100i 160i 250i 400i 640i 1000i 1600i 2500i

As aplicações destas qualidades são mostradas na figura abaixo:


para acoplamentos para peças fundidas,
Eixo para calibradores
soldadas, laminadas, etc.

01 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Furo para calibradores para acoplamentos para peças fundidas,


soldadas, laminadas, etc.
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- Qualidade de Trabalho:
As aplicações destas qualidades são mostradas na
figura abaixo:

Tabela 2 - Relação dos IT com a aplicação e o processo de obtenção


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- Qualidade de Trabalho:
Tabela 3 – Tolerâncias Fundamentais
Fabricação de Peças e Sistemas Mecânicos
- Qualidade de Trabalho:
Tabela 4 – Critérios de Arredondamento dos Valores das
Tolerâncias Fundamentais para as Qualidades de 5 à 11
Valores em m Arredondamento em múltiplos de:
 100 1
> 100  200 5
> 200  500 10

Até Acima Acima Acima Acima Acima Acima


6mm de 6 até de 30 de 120 de 315 de 1000 de 2000
Precisão
30mm até até até até até
120mm 315mm 1000mm 2000mm 4000mm
Fina  0,1  0,2  0,3  0,5  0,8  1,2  2,0

Grosseira  0,5  1,0  1,5  2,0  3,0  4,0  6,0

Tabela 5 – Afastamentos permitidos para medidas sem tolerâncias indicadas


Fabricação de Peças e Sistemas Mecânicos
- Posições das Zonas Toleradas – Representação Gráfica
A posição dos campos de tolerâncias em relação a linha
zero, pode ser observada através das figuras 14 e 15. A
posição das zonas toleradas, compostas pelos
afastamentos superior e inferior, é designada por uma ou
duas letras, maiúsculas para furo e minúsculas para eixos,
como segue:
Furos: A – B – C – CD – D – E – EF – F – FG – G – H – J –
JS – K – M – N – P – R – S – T – U – V – X – Y– Z –
ZA – ZB – Z C.
Eixos: a – b – c – cd – d – e – ef – f – fg – g – h – j – js – k –
m – n – p – r – s – t – u – v – x – y – z – za – zb – zc.
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- Posições das Zonas Toleradas – Representação Gráfica

Figura 14 – Representação esquemática das posições dos afastamentos fundamentais


Fabricação de Peças e Sistemas Mecânicos

- Posições das Zonas Toleradas – Representação Gráfica

A norma ABNT NBR 6158, prevê classes especiais para


atender casos especiais, como CD; EF; FG; JS; ZA; ZB;
ZC para furos, existindo as mesmas classes para eixos.
Esta norma também prevê, diferentes campos de
tolerâncias, representados pelas letras acima, para cada
qualidade a partir de IT4 para eixos e IT5 para furos.
Fabricação de Peças e Sistemas Mecânicos
- Posições das Zonas Toleradas – Representação Gráfica

Figura 15 – Representação esquemática das posições dos afastamentos fundamentais


Fabricação de Peças e Sistemas Mecânicos

- Posições das Zonas Toleradas – Representação Gráfica

De acordo com as figuras 14 e 15, as zonas toleradas de


a a g para eixos, encontram-se abaixo da linha zero, e as
zonas toleradas A a G para furos, encontram-se acima da
linha zero; sendo a e A as mais afastadas. As zonas k a z
para eixos, encontram-se acima da linha zero e as zonas K
a Z encontram-se abaixo da linha zero, sendo z e Z as mais
afastadas. As zonas h limitam a linha zero no seu limite
superior, enquanto as zonas H limitam a linha zero através
do seu limite inferior. As zonas j e J são cortadas pela linha
zero. Destaca-se o fato de que as zonas toleradas j e k par
eixos e J e K para furos podem ficar acima ou abaixo da
linha zero respectivamente, dependendo da amplitude de
cada uma de suas qualidades.
Fabricação de Peças e Sistemas Mecânicos

- Posições das Zonas Toleradas – Representação Gráfica


Em cada um desses campos, a tolerância fundamental é
dividida sob a forma de afastamentos para cada grupo de
dimensões.
Ex1: 40JS8
Pela ABNT NBR 6158 temos que: T = 39μm, As = 19,5 μm e
+19, 5
Ai = -19,5 μm. Logo, 40JS8 = 40 −19, 5

Ex2: Ø50h7
Pela ABNT NBR 6158 temos que: t = 25 μm, sendo as = 0 e
0
ai = - 25 μm. Logo, Ø50h7 = Ø50 −25
Fabricação de Peças e Sistemas Mecânicos

- Posições das Zonas Toleradas – Representação Gráfica

Ex. 3: Ø60K6
Pela ABNT NBR 6158 temos que: T = 19μm, As = 4 μm e
+4
Ai = -15 μm. Logo, Ø60K6 = Ø 60 −15

Ex. 4: Ø100H6
Pela ABNT NBR 6158 temos que: T = 22μm, As = 22 μm e
+22
Ai = 0. Logo, Ø100H6 = Ø 100 0
Fabricação de Peças e Sistemas Mecânicos

- Representação Simbólica da Tolerância:

Para indicação simultânea dos símbolos do furo e do


eixo correspondente, deve figurar em primeiro lugar o
símbolo do furo como mostrado abaixo.

H7
; H 7 − m6; H 7 / m6; H 7m6;
m6
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- Representação Simbólica da Tolerância:


Em desenhos mecânicos, a dimensão nominal deve ser
acompanhada da posição do campo de tolerância (letra),
seguido da qualidade de trabalho (número); do contrário,
devem ser indicados os valores dos afastamentos superior
e inferior, conforme mostrado nos exemplos abaixo:

Ø30H7 Ø30m6 Ø300+21 Ø30++21


8
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- Representação Simbólica da Tolerância:

Ø50f8 Ø50−−25
64

Ø50H9 Ø500+62
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- Representação Simbólica da Tolerância:

3 4

200+80
30+−10
50

450−300
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- Representação Simbólica da Tolerância:

Ø60 Hj67 Ø60H7 Ø60j6

Figura 16– Exemplos da representação simbólica da tolerância


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- Sistema de Ajustes:

A ABNT NBR 6158 permite a utilização de três


sistemas:
i) Sistema Furo-Base: SFB
ii) Sistema Eixo-Base: SEB
iii) Sistema misto: SM
Fabricação de Peças e Sistemas Mecânicos
- Sistema Furo-Base:
Neste sistema é feita a combinação de um furo do
campo H, no grau de qualidade α, com um eixo de
qualquer campo e de qualidade β, conforme ilustrado na
figura 17.

Figura 17– Sistema furo-base - SFB


Fabricação de Peças e Sistemas Mecânicos

- Sistema Furo-Base:
A representação simbólica para um conjunto furo-eixo
no SFB será Hα/wβ.
Sendo mais fácil usinar um eixo do que um furo, em
princípio deve-se adotar α>β.
Quando w representar um dos campos (a, b, c, cd,..., f,
fg, g), resultará um acoplamento de ajuste com folga.

+33 −7
Ex.: 20H8/g7 = 20 0 / 20 −28 , ajuste com folga
Fabricação de Peças e Sistemas Mecânicos
- Sistema Furo-Base:
Quando w representar o campo h resulta um ajuste
deslizante.
+33 0
Ex.: 20H8/h7 = 20 0 / 20 −21 , ajuste deslizante.

Quando w representar um dos campos (j, js, k,..., x, y, z,


za, zb, zc) podem resultar ajustes incertos ou com
interferências.
+33 +23
Ex.: 30H8/k7 = 300 / 30 + 2 , ajuste incerto.

+33 +62
Ex.: 30H8/t7 = 300 / 30 + 41 , ajuste com interferência.
Fabricação de Peças e Sistemas Mecânicos
- Sistema Furo-Base:
As aplicações usuais do sistema Furo-Base estão
exemplificadas na tabela 6 abaixo.

Tabela 6 – Ajustes para o Sistema Furo-Base


Fabricação de Peças e Sistemas Mecânicos
- Sistema Eixo-Base:
Neste sistema é feita a combinação de um eixo do
campo h e de grau de qualidade β com um furo de
qualquer campo e de grau de qualidade α, conforme
ilustrado na figura 18.

Figura 18– Sistema eixo-base - SEB


Fabricação de Peças e Sistemas Mecânicos

- Sistema Eixo-Base:
A representação simbólica de um conjunto furo-eixo no
SEB será Wα/hβ.
Quando W representar um dos campos (A, B, C, CD,...,
F, FG, G), resultará um acoplamento de ajuste com folga.
+73 0
Ex.: 30E8/h7 = 30 + 40 / 30 −21, ajuste com folga.

Quando W representar o campo H resulta um ajuste


deslizante.
+33 0
Ex.: 20H8/h7 = 20 0 / 20 −21, ajuste deslizante.
Fabricação de Peças e Sistemas Mecânicos

- Sistema Eixo-Base:

Quando W representar um dos campos (J, JS, K,..., X,


Y, Z, ZA, ZB, ZC) podem resultar ajustes incertos ou com
interferências.
Ex.: 30M8/h7 = 30 +−429 / 30 0−21 , ajuste incerto.

−28 0
30
Ex.: 30R8/h7 = −61 / 30 −21 , ajuste com interferência.
Fabricação de Peças e Sistemas Mecânicos
- Sistema Eixo-Base:
As aplicações usuais do sistema Eixo-Base estão
exemplificadas na tabela 7 abaixo.

Tabela 7 – Ajustes para o Sistema Eixo-Base


Fabricação de Peças e Sistemas Mecânicos

- Sistema Misto: SM
Neste sistema é feita a combinação de um furo de
qualquer campo, menos o H, com um eixo de qualquer
campo, menos o h.
Representação simbólica: Wα/wβ.
Ex.: 30M8/f8

A simples observação do símbolo no SM não permite


concluir sobre a classe de ajuste, sendo necessário, para
esse fim, calcular os limites máximo e mínimo da folga.
Fabricação de Peças e Sistemas Mecânicos
- Ajustes Equivalentes:

Um ajuste é dito equivalente, quando os valores das


folgas máxima e mínima desse ajuste são iguais aos
valores das folgas máxima e mínima de um outro ajuste.
Por exemplo, o ajuste 40H9/b8 para o qual Fmáx =
+0,271mm e Fmin = +0,170mm é equivalente aos ajustes
40H8/b9; 40B9/h8; 40B8/h9.
Do mesmo modo são equivalentes os ajustes 20H8/b8 e
20B8/h8 dado que, para ambos Fmáx = +0,226mm e Fmin =
+0,160mm.
São equivalentes os ajustes com folga das formas:
Hα/wβ = Hβ/wα = Wα/hβ = Wβ/hα.
Hα/wα = Wα/hα
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- Ajustes Equivalentes:

São também equivalentes os ajustes incertos ou


interferentes de forma:

Hα/w(α-1) = Wα/h(α-1)

A equivalência deve sempre ser verificada. Por exemplo


o ajuste incerto 30H8/j7 é equivalente ao 30J8/h7 mas o
ajuste interferente 30H8/p7 não é equivalente ao 30P8/h7.
Fabricação de Peças e Sistemas Mecânicos
- Ajustes Equivalentes:
A tabela abaixo indica os ajustes equivalentes.
Fabricação de Peças e Sistemas Mecânicos
- Ajustes Equivalentes:
A tabela abaixo indica os ajustes equivalentes.
Fabricação de Peças e Sistemas Mecânicos

- Escolha do Sistema de Ajuste:


Na escolha por um dos sistemas de ajustes a
preferência sempre recai para o SFB ou SEB, porém nos
casos em que eles não satisfaçam aos problemas de
ajuste, pode se usado o SM.
Para escolha do SFB ou SEB devemos considerar:
i) Considerações de ordem construtivas;
ii) Custos da usinagem;
iii) Considerações sobre as ferramentas e calibres.
Fabricação de Peças e Sistemas Mecânicos
- Escolha do Sistema de Ajuste:
A figura 19, mostra um conjunto que por necessidade de
projeto, a peça 2 deve ser montada na peça 1 com ajuste
prensado e a peça 2 deve ser montada na peça 3 com
ajuste com folga.
Ø25
Ø25 Ø25

Figura:19
Ø25
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- Escolha do Sistema de Ajuste:

i) Considerações de ordem construtiva


Se escolhermos o SFB, teremos a parte extrema do
eixo com diâmetro maior que a parte central e na
montagem forçará o furo da peça 3, prejudicando tanto o
furo quanto o eixo.
Se escolhermos o SEB, o eixo passa livre pelo furo da
peça 3 e portanto, sob o aspecto considerado o SEB
apresenta vantagens sobre o SFB.
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- Escolha do Sistema de Ajuste:

ii) Custos da usinagem


As dimensões de um eixo, são normalmente obtidas
através de operações de torneamento, enquanto que para
furos utiliza-se alargadores. Quando trabalhamos com
tolerâncias pequenas, as dimensões tanto para eixo como
para furo são obtidas através de retificação.
Fabricação de Peças e Sistemas Mecânicos

- Escolha do Sistema de Ajuste:


Para o conjunto acima, a escolha do SEB vai permitir a
retificação do eixo em uma só operação. A escolha do SFB
condiciona a retificação do eixo em mais de uma operação,
e essas retificações oferecerão dificuldades especiais
devido a pequena diferença entre sua parte central e as
extremidades.
A obtenção dos furos deverá ser feita do mesmo modo
nos dois sistemas, por retificação.
Logo, do ponto de vista do custo de usinagem, o SEB
apresenta vantagem sobre o SFB.
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- Escolha do Sistema de Ajuste:

iii) Considerações sobre as ferramentas e calibres


 Sistema Eixo-Base
Para o eixo não é necessário nenhuma ferramenta
especial necessitando-se apenas de uma calibre de boca
para controle.
Para os furos, neste caso que são retificados, não é
necessário nenhuma ferramenta especial. São necessários
dois calibres tampão para controle dos furos e se fossem
usados alargadores provavelmente dois calibres para
fabricação de alargadores.
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- Escolha do Sistema de Ajuste:

 Sistema Furo-Base
Para o eixo será necessário dois calibres de boca. Para
os furos que neste caso serão retificados, será necessário
um calibre tampão. Para o caso do furo não ser retificado
seria necessário ainda um alargador e um calibre para
fabricação do alargador.
Considerando o custo das ferramentas e calibres, a
escolha será pelo SFB por ser mais econômico sob este
aspecto.
Fabricação de Peças e Sistemas Mecânicos

- Escolha do Sistema de Ajuste:


Conclusão:
Em todos os casos em que, por razões de montagem,
for necessário empregar um eixo oferecendo o mesmo
diâmetro em todo o seu comprimento, ou quando os
diferentes ajustes não possam ser obtidos senão mediante
pequenos ressaltos no eixo, será necessário empregar o
sistema Eixo-Base devido às razões de usinagem e
montagem, seja qual for o preço suplementar do
ferramental que ele acarreta. Em todos os outros casos, o
estudo comparativo dos custos de usinagem e do
ferramental por um lado, e das dificuldades de montagem
por outro, deverá ser feito para decidir qual o sistema que
deve ser empregado.
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- Afastamento de Referência:

Os valores dos afastamentos de referência para eixos


(superior e/ou inferior), são obtidos através das equações
abaixo. Para furos, os afastamentos de referência são
obtidos pela regra geral e pela regra especial.
Regra Geral: O valor do afastamento inferior do furo é
simétrico ao valor do afastamento superior do eixo, para
qualidades de trabalho e posição do campo de tolerância
iguais, ou seja,

Ai = -as

Para N9 e qualidades menos finas As = 0.


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- Afastamento de Referência:

Regra Especial: (D > 3mm) para furos J a N até


qualidade 8 inclusive e para os furos P a ZC até qualidade
7 inclusive, aplicas-se a expressão:
As(n) = -ai(n-1) + [IT(n) – IT(n-1) ]

A tabela dos afastamentos de referência para eixo foi


obtida das seguintes expressões abaixo:
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- Afastamento de Referência:
Fabricação de Peças e Sistemas Mecânicos
- Afastamento de Referência:
Fabricação de Peças e Sistemas Mecânicos
- Afastamento de Referência:
Os valores obtidos pela aplicação destas equações são
arredondados de acordo com os seguintes critérios:
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- Ajustes Prensados:

Os ajustes prensados podem ser classificados também


como forçados.
Forçados: Ajustes conseguidos sem auxílio de
equipamentos especiais.
Prensados: Ajustes que realmente necessitam desses
equipamentos especiais para a sua efetivação.
Os ajustes, nestes casos, são conseguidos por:
a)Prensagem de uma peça contra outra.
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- Ajustes Prensados:

b)Por aquecimento da peça exterior acima da temperatura


ambiente, de modo que, após seu resfriamento, obtém-se
a fixação por contração da peça exterior.
c) Por resfriamento da peça interior abaixo da
temperatura ambiente, de modo que, após esquentá-la à
temperatura da peça exterior, consegue-se o ajuste.
d) Por aplicação simultânea dos itens b) e c) quando se
trata de um ajuste muito prensado.
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- Ajustes Prensados:

Dos tipos de prensagens acima Esforço Externo


distingue-se:
- Ajuste Prensado Longitudinal:
este ajuste é conseguido introduzindo-
se o eixo no furo sob pressão. Não há
folga entre as peças inicialmente e o
acoplamento é feito à temperatura
ambiente, através de um esforça
externo, no sentido da linha de centro
do eixo, obtido através de uma prensa.
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- Ajustes Prensados:
- Ajuste Prensado Transversal:
neste tipo de ajuste a introdução do
eixo no furo é conseguido sem
esforço externo e obtém-se da
seguinte forma:
a) Por esfriamento e contração da
peça previamente aquecida;
denominado ajuste por contração. O
aquecimento da peça pode ser feito
em óleo quente ou em forno de
aquecimento.
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- Ajustes Prensados:

b) Por aquecimento e
dilatação da peça interior
previamente resfriada; é
denominado ajuste por
dilatação. O esfriamento da
peça a até -80°C pode ser
obtido por imersão desta em
gelo seco.
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- Ajustes Prensados:

c) Prensagem por plasticidade da peça que ajusta-se a


peça exterior por uma expansão provocada por
expansores cônicos.
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- Extensão do Sistema ISO de 500 a 3150:

A norma ABNT NBR – 6158 trata dos sistemas de


ajustes para peças com dimensões maiores que 500mm,
até 3150mm.
Os grupos de dimensões normalizadas que estão
representados na tabela 8, foram obtidos de forma análoga
aos grupos de dimensões apresentados na tabela 1.
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- Extensão do Sistema ISO de 500 a 3150:

Tabela 8 – Grupo de Dimensões


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- Qualidade de Trabalho – Tolerâncias Fundamentais:


As tolerâncias estão determinadas de forma análoga às já
previstas para o sistema de dimensões abaixo de 500mm.
Prever-se dezoito qualidades de trabalho, dadas por: IT1;
IT2; IT3; IT4; IT5; IT6; IT7; IT8; IT9; IT10; IT11; IT12; IT13;
IT14; IT15; IT16; IT17; IT18; que são chamadas Qualidades
Fundamentais.
Estas qualidades fundamentais são obtidas da unidade
fundamental de tolerância dada por:
I = 0,004D +2,1
Onde: I → unidade de fundamental de tolerância (μm)
D → média geométrica dos valores extremos de
cada grupo de dimensões (mm)
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- Qualidade de Trabalho – Tolerâncias Fundamentais:

Tolerâncias Fundamentais em função de I:

IT1 IT2 IT3 IT4 IT5 IT6 IT7 IT8 IT9 IT10 IT11 IT12 IT13 IT14 IT15 IT16 IT17 IT18
2I 2,7I 3,7I 5I 7I 10I 16I 25I 40I 64I 100I 160I 250I 400I 640I 1000I 1600I 2500I
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- Qualidade de Trabalho – Tolerâncias Fundamentais:
A tabela 9 apresenta os valores das tolerâncias fundamentais para
cada grupo de dimensões.

Tabela 9 – Tolerâncias Fundamentais


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- Classes de Trabalho:

As posições da tolerância para cada grupo de


dimensões são dadas por letras maiúsculas para furos e
minúsculas para eixos.

As posições relativas aos eixos, com relação a linha


zero são dadas por:
d, e, f, g, h, js, k, m, n, p, r, s, t, u.

Para os furos são dadas por:


D, E, F, G, H, JS, K, M, N, P, R, S, T, U.
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- Afastamentos de Referência:
Os valores dos afastamentos de referência são
determinados de acordo com as seguintes expressões:
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- Afastamentos de Referência:
• Para eixos de d até h, o afastamento de referência é o
afastamento superior e é negativo.
• Para eixos de js até u, o afastamento de referência é o
afastamento inferior. O afastamento de k até u é
positivo.
• Para furos de D até H, o afastamento de referência é o
afastamento inferior e é positivo.
• Para furos de JS até U, o afastamento de referência é o
afastamento superior. O afastamento de K até U é
negativo.
• A posição do campo, correspondente a js e JS, é
simétrica em relação a linha zero.
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- Afastamentos de Referência:
A tabela 10 mostra os valores dos afastamentos de referência e a
tabela 11 trata dos valores do arredondamento.

Tabela 10 – Valores dos Afastamentos de referência

Tabela 11 – Valores de Arredondamento


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- Escolha dos Ajustes:

• Exige do projetista um conhecimento profundo dos


processos de fabricação, disponibilidade de
equipamento, etc.
• Para definição de ajustes, deve-se levar em
consideração duas situações principais:
1) Ajustes com peças normalizadas (rolamentos,
retentores, anéis elásticos, etc.).
2) Ajustes de escolha livre (Furo-Base, Eixo-Base,
Sistema Misto)
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- Tolerâncias para Perfis Estriados e Chavetas:
Para especificação do ajuste de perfis estriados através
de tolerâncias normalizadas, devemos considerar alguns
parâmetros, conforme mostrado na figura:

d1
d

b b1

D D1

Figura 20– Ajuste com perfis estriados


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- Tolerâncias para Perfis Estriados e Chavetas:

Onde:

D  diâmetro maior do furo estriado;


d  diâmetro menor do furo estriado;
b  vão circular do furo estriado;
D1  diâmetro maior do eixo estriado;
d1  diâmetro menor do eixo estriado;
b1  espessura circular do eixo estriado.
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- Tolerâncias para Perfis Estriados e Chavetas:

Nos ajustes com perfis estriados pelos flancos,


consideremos dois casos distintos:

i) Perfis estriados cujo ajuste é feito pelos flancos; neste


caso, o ajuste é obtido pela variação das tolerâncias entre
a espessura circular b1 do eixo e o vão circular b do furo,
havendo grande folga entre os diâmetros D, D1, d e d1.
ii) Perfis estriados cujo ajuste é feito pelo fundo das
estrias; o ajuste é obtido pela variação das tolerâncias
entre os diâmetros D e D1 ou d e d1, havendo grande folga
no ajuste entre as dimensões b e b1.
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- Tolerâncias para Perfis Estriados e Chavetas:

A tabela 12 apresenta todas as variações possíveis de


ajustes entre eixo e furo, considerando os dois casos
anteriores e também as variações de dureza do cubo. Os
valores das tolerâncias tabelados, consideram estrias com
grandezas normalizadas, pois, para estrias não
normalizadas, haverá necessidade de estudos particulares
para se determinar as tolerâncias especiais para cada caso.
Fabricação de Peças e Sistemas Mecânicos
- Tolerâncias para Perfis Estriados e Chavetas:
Tabela 12 – Tolerância para eixos e cubos estriados
Fabricação de Peças e Sistemas Mecânicos
- Tolerâncias para Perfis Estriados e Chavetas:
A figura 21, mostra os parâmetros que devem ser considerados,
para especificação das tolerâncias em chavetas e seus respectivos
rasgos no eixo e no furo, supondo-se sempre que a chaveta seja de
faces paralelas.
b2
b

h
b1 t
t1

d
Figura 21– Ajuste para chavetas
Fabricação de Peças e Sistemas Mecânicos

- Tolerâncias para Perfis Estriados e Chavetas:

Onde:
t  profundidade do rasgo no eixo;
b1  largura do rasgo no eixo;
t1  profundidade do rasgo mais diâmetro do furo;
b2  largura do rasgo no furo;
b  largura da chaveta;
h  altura da chaveta.
Fabricação de Peças e Sistemas Mecânicos

- Tolerâncias para Perfis Estriados e Chavetas:


As tolerâncias recomendadas para os parâmetros
observados na figura 21 são:

Eixo  t - tolerância C11


 b1 - tolerância R8
Furo  t1 - tolerância H11
 b2 - tolerância H9
Chaveta  b - tolerância h9
 h - tolerância h11
Fabricação de Peças e Sistemas Mecânicos

- Tolerâncias para Perfis Estriados e Chavetas:

Analisando as especificações acima, nota-se que o


ajuste entre chaveta e eixo, dado pelas dimensões b (h8) e
b1 (R8), é obtido com interferência entre as faces laterais
da chaveta e do rasgo do eixo; assim como, o ajuste entre
chaveta e cubo, dado pelas dimensões b (h8) e b2 (H9), é
obtido de forma deslizante entre as faces laterais da
chaveta e do rasgo do cubo; sendo com grande folga no
fundo do canal, ou seja, entre h (h11) e t (C11) para altura
da chaveta com profundidade do rasgo do eixo e h (h11) e
t1 (H11) para altura da chaveta com profundidade do rasgo
no cubo.
Fabricação de Peças e Sistemas Mecânicos
- Tolerâncias para Perfis Estriados e Chavetas:
Como caso particular, tem-se a fixação de fresas com
arraste de chaveta, cujo ajuste deve ser feito de acordo
com as tolerâncias a seguir:
- Para o diâmetro de acoplamento - Furo H7
Eixo h6
- Para o canal e chaveta - Ranhura das fresas - D10
Ranhura dos eixos - H7
Largura da chaveta - h8
As tolerâncias indicadas podem ser utilizadas em muitos
casos de fixação com chaveta cônica.
Tolerâncias para Rolamentos
- Introdução:
Tolerâncias para Rolamentos
- Introdução:
Tolerâncias para Rolamentos
- Introdução:
Rolamentos de Agulha GR
Rolamentos de agulhas sem gaiola (separador) com
roletes do tipo agulha que se estendem por toda a
pista do rolamento.
Esta série é projetada para aplicações robustas que
requerem uma capacidade maior para altas cargas
estáticas e maior rigidez radial.

Rolamentos de Rolos Esféricos


Este tipo de rolamento, projetado há mais de 30 anos,
se constitui como rolamento de uma carreira de rolos
esféricos, os quais providenciam uma ampla variedade
de vantagens, como alta capacidade de carga, alto
limite de velocidade, vida longa com proteção contra
contaminações(blindagens), que conservam o
lubrificante e impedem as sujeiras, diminuindo a
manutenção, reduzindo assim custos.
Tolerâncias para Rolamentos
- Introdução:
Rolamentos Axiais
Autocompensadores de Rolos

Estes rolamentos são capazes de


suportar cargas axiais pesadas.
Permitem também suportar uma
carga radial moderada : no máximo
55% da carga axial atuando
simultaneamente.
A pista esférica permite o seu auto-
alinhamento. Geralmente permite
um desalinhamento de 2° - 3°
dependendo da série do rolamento.
Não é recomendado para altas
velocidades e são geralmente
lubrificados a óleo.
Tolerâncias para Rolamentos
- Introdução:

Rolamentos de Giro
São produzidos para quaisquer
tipos e tamanhos de rolamento
de giro para diversas aplicações :
guindastes e máquinas de
perfuração de túneis.
Os rolamentos de giro suportam
cargas axiais, radiais e cargas
momento simultaneamente.
Possuem uma excelente
performance anti-carga / anti-
impacto.
A excelente performance da
vedação é assegurada devido ao
rolamento ser provido de
vedação anti-pressão.
Tolerâncias para Rolamentos
- Introdução:

Rolamentos Especiais EXSEV

Estes tipos são desenvolvidos


para ambientes especiais,
tais como alta temperatura,
vácuo, ambientes isentos de
contaminação. São também
utilizados em situações que
exijam performance específica
como alta velocidade, baixo
peso, isolamento elétrico e sem
magnetismo.
Tolerâncias para Rolamentos
- Introdução:
Rolamentos bipartidos
reduzem as paradas das máquinas e diminuem os custos de
montagem
Podendo ser montados em caixa de mancal
bipartida sem a necessidade de qualquer
pré-usinagem, os rolamentos bipartidos FAG
reduzem o tempo de troca e facilitam o
acesso em locais difíceis. Possibilitam
redução das paradas de máquinas e
instalações, diminuindo os custos de
montagem. Podem ser aplicados em: roda
de caçamba de escavadoras e retomadoras,
tambor de guincho e polia de cabo,
transportador de parafusos, elevadores de
caçamba e correias transportadoras,
misturadores, agitadores, laminadores e
britadores, ventiladores e sopradores,
fábricas de sintetização e fornos rotativos,
equipamentos de contenção de poeira e
eixos de acionamento.
Tolerâncias para Rolamentos
- Introdução:

- Importância da escolha do ajuste para o funcionamento


satisfatório do rolamento.
- Considerações sobre as condições de serviços e outros
fatores
- Experiência e tecnologia acumulada pelos grandes
fabricantes SKF, FAG, RIV,. TIMKEM, ETC.
- Considerações sobre a fabricação deste componente
normalizado: furo - H, com qualidades IT6 e IT7; eixo - h,
com qualidade IT5 e IT6.
Para o estudo das tolerâncias no eixo e no
alojamento, que se deseja com o rolamento indicado,
devemos considerar os seguinte fatores:
Tolerâncias para Rolamentos
- Condições de Rotação:
→ Definição da carga que atua nos anéis interno e externo;
→ Influência da carga rotativa e da carga fixa;
→ Possibilidade de pequenos deslocamentos axiais.

- Grandeza da Carga e Temperatura:


→ Efeito da carga que provoca dilatação do anel no
sentido do seu perímetro;
→ Elevação de temperatura que provoca dilatação do anel
no sentido do seu perímetro;
→ Carga e temperatura elevada requer um ajuste mais
forte.
Tolerâncias para Rolamentos
- Grandeza da Carga e Temperatura:

Para se obter uma grande precisão de giro do


rolamento, é necessário evitar deformações elásticas e
vibrações e desta forma, não é aconselhável empregar-se
ajustes leves.
Para aplicações precisas, como furos de máquinas,
ferramentas de precisão, onde são empregados
rolamentos de grande exatidão de giro, é fundamental
controlar as formas das superfícies em ajustes para se
minimizar ruídos e vibrações indesejáveis.
Tolerâncias para Rolamentos
- Escolha do ajuste:
As tolerâncias para rolamentos são padronizadas
internacionalmente, portanto, para escolha adequada das
tolerâncias para o eixo e para o alojamento é fundamental
que se considere as recomendações dos grandes
fabricantes de rolamento para as diversas aplicações:

- Critérios de Escolha:
Para a definição dos ajustes, três critérios são de
primordial importância:
→ Fixação segura e apoio uniforme dos anéis;
→ Facilidade na montagem e desmontagem;
→ Possibilidade de deslocamento axial do rolamento livre.

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