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4h20)
DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE.
O AMOR AO DINHEIRO
Mas, ó dinheiro! Ou antes, ó amor desordenado do dinheiro, que tudo subverte e joga
por terra! E para muitos, por causa do dinheiro, tudo se torna ninharia e fábula. Não é
de admirar que os que se dedicam aos negócios seculares fiquem envolvidos em
litígios perante os tribunais; mas que façam o mesmo muitos dos que renunciaram ao
século é inteiramente sem desculpa. Pois, se queres ver quanto te prescreve a
Escritura abster-te de tais hábitos, a saber, dos tribunais, e saber quais as leis
promulgadas, ouve o que afirma Paulo: “A lei não é destinada aos justos, mas aos
iníquos e rebeldes” (1 Tm 1,9). Se ele se refere à lei mosaica, muito mais se aplica às
leis pagãs. Se, portanto, praticas a injustiça, é evidente que não és justo; se, porém,
sofres a injustiça e a suportas (o que é especialmente peculiar ao justo), não
necessitas de forma alguma das leis pagãs. E de que modo, perguntas, poderei
suportar a injustiça? Ora, Cristo ordenou algo de maior. Não somente mandou
suportar a injustiça, mas ainda aumentar a liberalidade para com o inimigo, e superar
com a pronta disposição para o sofrimento a vontade maligna do injusto. Com efeito,
não disse apenas: E aquele que pleitear contigo, para tomar-te a túnica, deixa-lhe a
túnica, mas também com ela entrega o manto. Vence-o tolerando o mal, e não
praticando. Seria ilustre e esplêndida vitória. Em vista disso, prossegue Paulo: “De
todo modo, já é para vós uma falta a existência de litígios entre vós. Por que não
preferis, antes, padecer uma injustiça?” (1 Cor 6,7). Vou comprovar-vos que vence
antes o que sofre a injustiça do que aquele que não a suporta. Quem não suporta a
injustiça, mesmo que leve a questão a um tribunal, mesmo que supere, é então
realmente que é vencido. Sofreu o que não queria: o adversário o obrigou a aborrecer-
se e pleitear em juízo. Em que venceste? Por que recebeste todo o dinheiro? No
entanto, estiveste sujeito ao que não querias: foste obrigado a pleitear em juízo.
Efetivamente, se suportas a iniquidade, vences apesar de privado do dinheiro, mas
essa vitória não é acima da grande sabedoria: não pôde o adversário obrigar-te a fazer
o que não querias. Para verificares que é verdade, dize-me: Quem venceu? O invejoso
ou aquele que jazia no esterco? Quem superou? Jó, cujos bens lhe foram todos
arrebatados, ou o diabo que tudo tirou? É evidente que foi o diabo, que lhe roubou
tudo. A quem admiramos em vista da vitória, o diabo que feriu, ou Jó que foi ferido? É
claro que é Jó. Ora, ele não pôde conservar as riquezas perecíveis, nem preservar a
incolumidade dos filhos. E por que falo de riquezas e filhos? Não pôde manter a saúde
do corpo. No entanto, ele que perdeu todas as posses foi vencedor. Não pôde, de fato,
reter as riquezas, mas conservou com todo cuidado a piedade. Aos filhos que
morreram não pôde socorrer. E então? Entretanto, o evento tornou-os mais ilustres; e
também a ele, atingido pela tribulação, trouxe proveito. Se, de fato, não tivesse
padecido e sofrido dano da parte do diabo, não obteria aquela esplêndida vitória. Se
suportar a injúria fosse um mal, Deus não no-lo teria ordenado; pois Deus não
preceitua o mal. Não sabeis que ele é o Deus da glória? Nem haveria de querer
envolver-nos em opróbrios, zombaria e prejuízo, mas arranjar-nos-ia o contrário. Por
isso, manda-nos tolerar a injúria, e tudo faz para nos apartar das coisas seculares, e
convencer-nos a respeito do que constitui glória, o que é opróbrio, o que é dano, o que
é lucro.
Mas é duro sofrer injúrias e dano? Não é duro, não é, ó homem! Até quando anelas
pelos bens presentes? Deus não o teria ordenado, se fosse um mal. Pondera, no
entanto: quem cometeu injustiça, partiu de posse das riquezas, mas também tendo a
consciência onerada; quem sofreu a injustiça, foi privado do dinheiro, mas adquiriu
junto de Deus confiança, mais preciosa que a posse de mil tesouros. Disto cientes,
reflitamos de bom grado, e que não sejamos dos estultos que não consideram dano a
aflição proveniente de um tribunal. Entretanto, constitui máximo e total prejuízo não
pensar assim por livre vontade, mas coagido. Não obtêm lucro algum os que sofrem,
vencidos em juízo, porque, enfim, o resultado advém necessariamente. Qual, então, a
vitória esplêndida? Desprezares, não pleiteares em juízo. O quê? – retrucas. Meus
bens todos me foram roubados e mandas que me cale? Sofro prejuízo e me exortas a
tolerar com mansidão? E será possível? É facílimo se olhares para o céu, se vires sua
beleza, e onde Deus prometeu que há de te receber se suportares generosamente a
injustiça. Faze isso e, tendo olhado para o céu, pensa que te tornaste semelhante
àquele que se acha ali sentado sobre os querubins. De fato, também ele sofreu
opróbrios e os suportou; foi insultado e não retribuiu; ofendido com escarros e não se
vingou, ao invés, remunerou, concedeu inúmeros benefícios àqueles que deste modo
procederam e ordenou que fôssemos seus imitadores. Pensa que nu saíste do seio
materno, nu reverterás à terra tu e aquele que te infligiu injustiça; ou antes, ele com
incontáveis feridas, onde pululam os vermes. Reflete que são temporárias as
realidades presentes, pensa no sepulcro dos antepassados. Toma claramente
conhecimento dos acontecimentos, e verás que aquele que te causou injustiça
fortificou-te. Enquanto nele a paixão, isto é, o amor do dinheiro, se fez mais grave, a
tua se enfraqueceu quando ele retirou o pábulo daquela fera. Além disso, livrou-te das
preocupações, da angústia, da inveja dos detratores, do tumulto, da agitação, do medo
contínuo e acumulou um fardo de males sobre sua cabeça. Mas, o que farei, dizes, se
tiver de lutar contra a fome? Sofrerás em companhia de Paulo, que disse: “Até o
momento presente ainda sofremos fome, sede e nudez” (1 Cor 4,11). Todavia ele
sofreu, dizes, por causa de Deus. E tu também por causa de Deus, pois quando não te
vingares, tu ages assim por causa de Deus. Mas aquele que me fez injustiça, delicia-
se com as riquezas. Ao contrário, é juntamente com o diabo, enquanto tu serás
coroado com Paulo. Não temas a fome: “O Senhor não deixa o justo faminto” (Pr
10,3). E outra passagem diz: “Descarrega teu fardo no Senhor e ele te nutrirá” (Sl
55,23). Se ele nutre os pássaros do campo, como não te nutrirá? Não sejamos,
portanto, de fé diminuta, nem pusilânimes, caríssimos. Quem prometeu o reino dos
céus e tão grandes bens, como não dará o necessário no presente? Não desejemos o
supérfluo, mas contentemo-nos com o suficiente, e sempre seremos ricos.
Procuremos veste e o sustento, e receberemos tudo, isso e muito mais. Se, porém,
ainda te lamentas e olhas para baixo, gostaria de te mostrar a alma daquele que te fez
injustiça como se reduziu a cinzas após a vitória. Pois tal é o pecado: enquanto é
cometido, ocasiona certo prazer; consumado, aquele pequeno gosto escapa, e
sucede-lhe a tristeza do espírito. De fato, é isto o que sentimos quando injuriamos os
outros; depois nós mesmos nos acusamos. Assim também ao roubarmos, alegramo-
nos; em seguida, a consciência nos atormenta.
Obs.: Não é necessário enviar essa atividade, responda em seus materiais de
estudos, pois serão importantes para a realização das Avaliações do semestre.
ATIVIDADE 3 – Resumo do texto “Poema Sobre a Natureza Humana” – Exercício
Individual (Carga horária: 4h20)
DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE