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José Mattoso
Entrevista
''Tal vez
pessoa ''
ARTEC 98
. em Dezembro a sua .6ª d
o Artec estre~a d na obra e na v~ a
dução teatral, basdea aletras portuguesas:
pro de mestre as . este espec-
de um gran oa Pretendemos com público,
Fernando P~~:ir. e cativar .o no~s~sotérico e
~~~~;~d~ecom e~e atdées~~ ~~~~~~s senhor da po-
d escnta
hu~ano a . rtente plástica
es~a. , espectáculo cuJa. ve porte à pala ·
E um el de verdade~ro su ando-a de
assume um p~~ Lendo-a e interpred~scob rindo
vra do poema~eiras vamos sempreA alucinação
mil e u~a de entendiment o. tem durao-
novas p~stas ue os actores se subme tactor uma
constant~o~aq proporciona ao á e~~~c do poeta.
t~ uma de sonho ao mundo m g~ osso' três
v ~agem do Tarot em carne Alberto caeiro
Tinha a imagem dum areal quente e macio e cart as . (Álvaro de campos' listas' um
dançava com pés nus sobre um chão frio e bafiento . h et~rón~mo sR . s) disformes e ~u;,re;félia são
Guardava na memória palavras ocas e vazias que e R~cardo e~ a "actrl.Z ' xão
f azia suas e lançava no ar como verdadeiras e . is gigantesco' e desta nossa ~e~ le
Ib das personagens . literar~a que
únicas . Era um bicho mafioso que nos olhava algumas vasta herança
desconfiado adivinhando os nossos medos e sen - teatral sobre a
timentos. Pessoa nostded~op~~ uma excel~nte ~aon~~ ~~~~~
Quando há vontade, há criação. Quando há supor a . . ela dl.recça
Laurent F~l~pe e p este espectá -
1 paixão, há criação. Mesmo quando o Sol brilha e ra d~ Rui soares Esteve~' elaboração
' O frio é imenso. Não ser para se ser . Ou talvez grat~a d~a ainda com a val~_osadec La croix e
:nunca ser para se fingir a sério que se é.
,Embrulhados numa capa qualquer que descobrimos ~~~o a~~~stas p~ás~~c~~ ~~~~~~~ e dos figuri-
1numa viagem pelo sonho. Que já não é sonho e se carlucci na cr~aça . to de 5 a
' torna caminho. O caminho para o eterno encontro nos , 1 pode ser Vl.S a
. Este espectacu o 30 de Jane iro' de 5 -
:que afinal nunca se realiza. Caminhamos sempre
tsobre a corda bamba que nos arrepia, nos assus - 19 de Dezembro e de .7 :ala do ARTEC (Bar Nov~
1ta, nos inquieta e nos faz avançar. o rosto Sábado às 21 .30, na de Lisboa/Campo Gran
:envolto numa máscara de pele e calor. As mãos ~a Faculdade de Lde~ra;3 de Novembro podem ~~~
A partir do ~a f 01 !7990530 en
' articulando gestos. As palavras soltas como uma
' melodia. E os corpos voam leves como pássaros ~:ti: as reservas ~el~ª t:l:i! ).. Bilhete_s à ve~~~
:sem asas e sem rede para os amparar. Caminhamos as 15h e ~s ~ 7h d~ eEstudantes a partlr do
1 sempre, ainda que por vezes o caminho seja o na Assoc~açao
' vazio das imagens que deixámos soltas num desa - 23 de Novembro. •
:bafo. E enquanto não avistamos o cais que desa -
tparece sempre na bruma, os gestos , os sons, os
' corpos e as intenções unem -se. São peças dum
:puzzle que se desfaz mal se refaz para voltar a
1ser feito . E vi vemos a ete rna construção do
1puzzle perfeito que nunca se vê e só se imagina
:limando arestas , tirando excessos e restituindo
1apenas a verdade que se procura.
1 Ser - se actor não é ser mas querer ser. O
;es pectáculo não se fez mas faz -se . Ser -se actor
,é nunca encontrar o caminho do labirinto que já
' se encontrou. Ser - se actor é olhar - se no espe -
:lho e nunca se reconhecer o que já se reconhe -

I
tceu . Ser -se actor é perder -se para nunca mais s e
1encontrar o que j á se encontrou . Ser -se actor é
:morrer com um so~ ri so. Ser -se actor é vi ver 9
,que não se vive . E fazer seu o que é de outro . E
1 dar o que não se tem. Ser - se actor é ter um
:farol dentro de si que f unciona da vontade huma -
, na e ilumina para além do Bo j ador . o actor não
té, (re)cria - se . •
I
megafone 1Q

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