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LPSM – 19/02/2021

- primeira aula – questões teóricas revistas de forma panorámica


- hoje trabalharemos bastante!!!
- bibliografia da unidade curricular – 3 tópicos
- o primeiro é meramente teórico, panorámico, abrangente, bastante amplo, tudo de âmbito bastante
aberto – vários tipos de abordagens
- tópico número 2 – simbolismo e Camilo Pessanha, em particular
-tópico número 3 – bastante económico
- tópico número 4
- 5 – Fernando Pessoa
- 6 – Mário de Sá Carneiro
- 7 – Almada Negreiros
- objetivo – dar instrumentos juntos do quais poderemos pesquisar conteúdos para aquilo pelo qual
temos mais interesse – se não lermos tudo isto neste semestre, o que é demasiado exigente, poderemos
utilizar este ficheiro, posteriormente, podendo ser útil nas seguintes etapas da nossa formação
- para não ficar muito abstrato – ponto 4 – Orfeu e outras revistas – atenção ao seguinte ponto - (2008),
Dicionário de Fernando Pessoa e do Modernismo Português, coord. Fernando Cabral Martins, Lisboa,
Caminho !!!!!!!!!!!!!!!!
- inclui o simbolismo como uma espécie de pré-história do modernismo – vale a pena conhecermos,
assim que tivermos oportunidade
- porquê chamar a atenção para este ponto – poderá ser um bom instrumento caso nos sintamos
perdidos em relação a algum ponto do programa – será importante dominar este dicionário
- bibliografia para ir consultando, à medida que vamos avançando no programa e nos conteúdos

- 2º documento – enviado por e-mail dinâmico - “Simbolismo Francês e Belga”


- objetivo da aula de hoje – teor mais prático
- deveríamos começar por uma espécie de revisão dos conteúdos relativos ao século anterior, século
XIX, para depois podermos entrar em conteúdos sobre o modernismo, surrealismo, as correntes
literárias terminadas em -ismo; os -ismos das vanguardas
- como aparece este -ismo? Nomeadamente em Portugal? Tentaremos responder a esta pergunta nesta
e na próxima aula
- complexo, plural e, até, contraditório, século XIX
- plural, porque é um século de muitos ismos – início do século, um país neoclássico, mas um país
que está, também, a descobrir aquilo a que chamamos pré-romantismo
- torna-se verdadeiramente romântico entre as décadas de 20 e 30, sobretudo no final da década de
30, com grandes nomes como Herculano e Garrett
- o romantismo começa por ser inglês e francês e só depois português – os primeiros românticos são
do século XVIII, da década de 1770/80
- romantismo propriamente dito em Portugal, década de 20/30
- de alguma maneira, o romantismo literário português tem cerca de 50 anos de atraso em relação ao
romantismo alemão, cerca de 30 quanto ao inglês
- acaba por se tornar estereotipado – Garret morre, Herculano deixa de escrever, surgem novos autores,
os ultra-românticos
- até que na década de 60, estudantes começam a fazer leituras vindas também da Europa – Eça, por
exemplo, que lê Flaubert – Madame Bovary, obra que poderá preludiar uma outra corrente literária,
o realismo
- uma corrente não nasce de um momento para o outro – mas de vez em quando, precisamos de uma
obra para o situar e, como tal, esta obra pode ser considerada como um marco – esta obra, este
romance não vem do nada – antes e ao mesmo tempo de Flaubert, existe Balzac, mas Flaubert vai
mais longe – para ele o realismo é uma espécie de tentativa de estudo do mundo – o romancista é um
cientista que estuda o mundo não num laboratório, mas com palavras
- o romancista não está a inventar histórias, a exprimir os mistérios da sua subjetividade, mas, sim, a
estudar e a expor o mundo lá fora – não romantiza o seu interior, analisa o exterior com um olhar
clínico- o romancista é um médico da sociedade – os ismos começam a multiplicar-se
- na verdade podemos já sacar de um outro ismo, o naturalismo – palavra perigosa – Eça quando
escreve obras naturalistas , não tem ainda este termo teórico – 1870 – quando escreve o Crime do
Padre Amaro e o Primo Basílio
- naturalismo é o uso do romance como uma ferramenta científica
- o único pequeno se não é que Eça nunca o usou, só usou a palavra realismo, mas quando a usa, na
realidade, o que quer dizer é naturalismo, algo mais extremo e mais científico
- curiosamente, o próprio século XIX é de um forte experimentalismo em termos políticos – a geração
de Herculano e Garrett é uma geração do liberalismo – corrente de pensamento, prática, filosofia,
maneira de gerir os bens, típica dos primeiros românticos portugueses e como tal próxima da alta
burguesia, promovendo o comércio e a emancipação da alta burguesia, contra a nobreza, o clero e
muitas vezes contra o rei – ideologia política vigente no início do século XIX pelo menos
- simbiose entre romantismo literário e liberalismo económico e político
- Eça de Queirós, Adolfo Coelho, Antero de Quental, .. - geração de 70 vira-se para socialismo,
política económica que nasce entre a burguesia mas que promove uma outra forma de distribuição da
riqueza por via da revolução social
- os socialistas atacam a burguesia em favor do povo, o liberalismo a nobreza em prol da burguesia
- do mesmo modo que o romantismo se faz acompanhar do liberalismo, o realismo e o naturalismo
dialogam com várias propostas de socialismo
- uma coisa é olharmos para a estética e a política portuguesa do século XIX, décadas 20 30 40, outra
será olhar para isto nas décadas de 60 para a frente
- há um denominador comum
- em tempos românticos, o romantismo é a verdade, dá uma chave universal e absoluta para todas as
angústias e problemáticas humanas
- do mesmo modo, o liberalismo responde a tudo do ponto de vista político – as revoluções são feitas
em nome de um projeto revolucionário absoluto
- na segunda metade do século XIX, um autor acredita na verdade do naturalismo, quando se acredita
que o romance é a resposta para todas as questões do mundo, acredita-se mesmo a sério
- Eça acredita que o romance é uma ferramenta filosófica, política e científíca acredita que o romance
é a solução
- nesta altura, Paris é o centro do mundo, capital mundial da cultura
- livros que acabam de ser publicados em Paris, são lidos por estudantes universitários portugueses,
nomeadamente em Coimbra
- século XIX – comboio, lâmpada, eletrecidade, telefone, telégrafo, saltos da medicina,
desenvolvimento das ciências exatas, criação da sociologia, psicologia, antropologia, arqueologia,
psicanálise – portanto desenvolvimento de ciências exatas e criação de ciências humanas – estas
últimas anunciam a possibilidade de estudo do homem enquanto objeto – novidade
- até ali a ciência dedicava-se ao estudo dos elementos exteriores ao homem
- a ciência promete então desvendar todos os segredos do ser humano
- quando falamos de tantos ismos, projetos, programas, esperanças, utopias, revoluções o que
queremos dizer é que todos estes autores acreditam em várias verdades
- a revolução liberal traz o paraíso
- a revolução romântica vai resolver todos os problemas do ser humano
- a visão naturalista e realista vai levar à objetividade do mundo
- respondem todos de maneira diferentes, mas tem o denominador comum que são as repostas,
respostas radicais
- o que me falta duizer neste momento é que estes projetos falham todos no século XIX – realmente
eram grandes promessas e expectativas, não admiram portanto as suas falhas
- anos 80 e 90, fim do século XIX, vamos encontrando uma espécie de desânimo, uma espécie de
depressão, uma moda do desânimo (por oposição à moda do entusiasmo), uma espécie de desistência
- exemplos – realidade portuguesa
- 1890 – ultimo inglês – se Portugal não desistir das colónias, Inglaterra entraria em guerra connosco
– Portugal desiste então desses territórios, recua, porque sabe que se Inglaterra declarar guerra,
seremos esmagados – uma espécie de trauma – um país com um ego tão grande vê-se obrigado a
recuar, sob pena de perder
- 1891 – Antero de Quental suicida-se – figura mais energética da geração de 70 – 1886 – Sonetos
Completos, momento de despedida da escrita e da literatura
- é uma espécie de figura simbólica da geração – há qualquer coisa de paternal e de líder da geração,
o pai, o líder suicida-se, devido provavelmente por um clima de depressão
- quando Antero morre, toda a geração morre, assim como as conferências
- o que acontece a Eça ? - em 1871 anuncia uma escola literária que irá resolver todos os problemas
do mundo, o realismo, talvez seja mais correto o termo naturalismo – tentativa de criação do
naturalismo português – obras revolucionárias que acreditam num diagnóstico dos males do mundo
e da sua cura desses males
- nos anos 90, já não acredita no realismo, naturalismo
- nesta altura já usa a palavra naturalismo e escreve para dizer que o naturalismo morreu, isto se
alguma vez tenha vivido
- morre em 1900, com 55 anos
- nesses últimos 10 anos de vida, afasta-se do naturalismo, como também afirma nunca ter havido
naturalismo (talvez) – as promessas de compreensão clara do mundo recuam
- o último Eça fala do mistério, do desconhecido, do incompreensível – menos importando e
interessado em estudar o mundo, mais em divagar, sonhar, imaginar
- este homem que acreditava no poder científico da literatura, na última década de vida tentava falar
com espíritos de outro mundo – a literatura não chega, é preciso perguntar aos espíritos qual o sentido
do mundo
- quase todos os autores nesta altura, abandonam a ciência, dedicam-se ao espírito
- século XIX – espécie de aflição, desespero, angústia, mal-estar, sensação de falha, de derrota
- os autores das conferências passam a chamar-se “vencidos da vida”, nome que dão a si próprios –
nome de um grupo de amigos que vai jantar a um hotel uma vez por semana – inclui o próprio Eça,
provavelmente o responsável por esta definição – embora haja uma dose de ironia, estes autores 20
anos antes diziam preparar uma revolução a todos os níveis, iam destruir o mundo velho e edificar
um novo – não são vencedores revolucionário, mas sim os vencidos da vida

- vamos mudar de país, de língua e de cosmovisão – olharemos para a literatura e cultura francesas e
belgas
- para todos os efeitos, na literatura, nas artes em geral, numa sensibilidade generalizada, vai mudar
- o romantismo português tem cerca de meio século de atraso relativamente ao contexto europei, o
realismo 20/30 anos para importar uma estética e em rigor em termos de simbolismo, também teremos
um certo desfasamento – 10/15 anos – no modernismo estamos afinados de acordo com o contexto
europeu – Orfeu em diálogo sincrónico com a atualidade
- depois com estado novo, fascismo, salazarismo, voltamos a entrar numa fase desfasamento em
relação à Europa, devido à censura – o século XX terá 48 anos de perseguição – vamos pagar muito
caro com uma fase de terror

- documento com três textos franceses, de expressão francesa, o terceiro é de um autor belga
- um poema
- um excerto de prosa
- uma cena de teatro
- seguidos de tradução
- para falarmos do português, não podemos deixar de conhecer minimamente o que vem do exterior,
porque o simbolismo se vai formando aos poucos através de outros autores exteriores
- serão textos referidos posteriormente
- poema de Baudelaire – poeta em verso e prosa, poema em prosa, género altamente problemático –
Flores do Mal – livro escandaloso, foi parar ao tribunal, assim como Flaubert devido a Madame
Bauvery
- Baudelaire foi obrigado pagar uma multa e censurar 6 poemas
- FLORES DO MAL
- cantar as flores não tem problema, cantar a floreação do mal, do obsceno, do pecado, do baixo – é
então um autor problemático
- Spleen de Paris – publicação póstuma de 1869 – livro fundamental – spleen tem algo de tédio, de
depressão, de doentio, de angústia, de pesadelo, de doença, mas ao mesmo tempo um orgulho, uma
satisfação por estar doente, um masoquismo, o chique de estar doente – o spleen do autor, da Europa,
de um mundo cansado de existir – completamente diferente das correntes pretéritas
- um dos primeiros poemas do livro Flores do Mal – Correspondência – análise económica
- Baudelaire é um autor muito difícil de encaixar nos -ismos, ainda é romântico, mas ao mesmo tempo
realista – aqui inaugura o simbolismo, mesmo que este ainda não existe como tal - +é uma
enciclopédia – todo o passado, todo o presente e, de alguma maneira, todo o futuro – não há nenhum
rótulo capaz de o definir de acordo com uma corrente
- este poema – interessa por uma questão pontual – terceiro verso – símbolo – palavra que dará origem
à escola simbolista, dará flor, mas não do mal, uma flor útil
- é sobre a natureza – tema já recorrente, desde sempre presente, desde os gregos, na poesia
- mas o que importa é como se fala da natureza – a maneira como um clássico, como um romântico
fala da natureza, são diferentes – tudo isso muda com o tempo
- rom – a natureza é uma projeção do sujeito, conforme o sujeito se sente, assim é a natureza que ele
observa, o desespero interior traduz-se numa natureza desesperada, a alegria que sente, numa natureza
eufórico
- realismo ou naturalismo – algo que tem de ser estudado com régua, esquadro, microscópio, nada de
junções – o ser humano é estudado pelas ciências sociais, o que está dentro – o que está fora é para
ser estudado objetivamente pelas ciências exatas, todas as abordagens laboratoriais
- aqui está propondo um poema sobre natureza- será a ordem greco-latina, o reflexo do interior do
sujeito ou um objeto de análise ?? nada disto, a natureza AQUI é mistério
- se é templo, implica divino, quer dizer que há matéria, mas enquanto ponte para o além, para atingir
os Deuses que estão para lá da Terra
- vivos pilares – não podem ser colunas mortas, estariam mortas , feitas de pedra– árvores, floresta
símbolos de vida – mas não objeto de estudo da botânica – as árvores incluem do deuses, constroem
um templo, onde surgem palavras ambíguas
- estamos em 1857, data de publicação, data em que autores naturalistas acreditam na ciência como
chave para a compreensão do mundo – B. Acredita que há palavras ambíguas, de mistério eterno, das
quais nunca chegaremos à sua essência – as ciências não são nem nunca serão suficientes
- bosque de símbolos – a árvore não é árvore, nem o rio é rio, nem a pedra, pedra – a natureza é para
ser atravessada em função de algo mais além – o que importa aqui é um outro mundo que está
simbolizado
- para um cientista, isto não faz sentido
- Para B. A pedra não é pedra, é símbolo de mais algo, de outra coisa , mas de quê? Não se pode dizer,
não há palavra para o definir – o indizível é o nosso limite
- algo novo, porque todos os poetas clássicos acreditam no dizível, tudo se pode dizer – basta imitar
Horácio, seguir Aristóteles – tudo se pode dizer
- o romântico traduz tudo numa linguagem pessoal, subjetiva – dentro do subjetivo há algo muito
radical – expõe a subjetividade – a verdade é a própria do eu, verdade que existe no fundo do sujeito
- naturalismo, realismo, positivismo, determinismo – acreditam na ciência
- aqui não e pode dizer – o poeta afirma que de facto há natureza, mas não podemos falar do que está
para lá – há um mistério que está salvaguardado – poderemos falar dos sentidos, dos cheiros, das
sensações – mas o poema serve para dizer o que não se pode dizer
- Baudelaire platónico – ambos acreditam num outro mundo, que pode haver uma verdade num outro
mundo – Platão afirma, para B. é provável
- existe verdade ou não? Existe mas é inalcançável? Será uma pergunta respondida por vários autores.
- 2º texto
- teorizador e poeta francês – publica num jornal um manifesto do simbolismo
- a palavra aparece aqui como nome de uma nova escola literária – temos um texto teórico que afirma
que existe um movimento coletivo – é um autor apenas, mas fala em nome de muitos
- para termos um movimento, não podemos ter um único autor, temos de ter vários autores, vários
textos e, até, uma teorização do mesmo
- a poesia simbólica/ simbolista (termo de preferência) – o que quer a poesia deste género?- revestir
a ideia de uma forma – ideia é aquilo a que o poeta acede intuitivamente e depois é preciso encontrar
uma forma para os sentidos – IDEIA e forma
- tenta revestir a ideia de uma forma sensível, não como fim em si própria, mas que se manteria
- arte simbólica – o caráter essencial do simbolismo consiste em nunca dar a idera pura – até porque
esta é boa para os filósofos, mas os poetas têm de atingir a forma , trabalham a ideia do ponto de vista
formal
- formas – aparências sensíveis dispostas a representar as suas afinidades isotéricas
- os fenómenos concretos não interessam por si próprio – nada importa em si – não interessam os
acidentes do mundo, mas sim a maneira como estes acidentes têm uma afinidade mágica com as
ideias primordiais
- não importa a paisagem, mas a maneira como a árvore, a pedra, o rio para algo mágico, espiritual,
religioso
- temos de falar do nosso mundo, mas este não tem de interessar necessariamente
- utilizamos as palavras para expressar algo que até não cabe em palavra nenhuma
- um texto literário para um realista é um laboratório
- aqui o texto literário é um meio para espreitar um outro mundo, adivinhar os mistérios das coisas,
estudar os segredos do além
- voltamos costas à ciência e abrimos os braços à magia
- enquanto o naturalismo queria estudar clinicamente, o simbolismo quer apenas sugerir o outro
mundo

- 3º texto – dramaturgo, poeta, autor da peça referida – uma extraordinária peça de teatro- que abre
com esta cena, praticamente
- príncipe Golaud bem concreto, bem material, vai herdar o trono posteriormente, é príncipe, será rei
- caminha na floresta, perde-se na floresta e de repente encontra uma menina, uma jovem e tem um
estranho diálogo com esta
- absolutamente revolucionário – o que sabemos de Goulaud ? É bastante concreto, é realmente de
carne, um corpo real
- o que sei eu de Mélisandre? É uma personagem fantástica, será relembrada
- pergunta “porque choras?” - a resposta correta no momento correto – ela levanta-se, tenta fugir –
ele trata a o por tu por vós, vai afinando uma distância
- ela diz-lhe para não lhe tocar, porque tem ela medo de ser tocada? Mas porquê? Mistério
- “Oh! Sois tão bela” - paradigma de beleza
- mas porquê? O que se passa com ela?
- perguntas corretas e técnicas adequadas por parte de Goulaud – ela responde sem responder –
ambiguidade
- parece que cada vez que ela fala, menos sabemos, não fala para esclarecer, torna-se cada vez mais
misteriosa
- a peça toda está cheia de enigmas a este nível, tudo o que ignoramos quanto a Mélisandre, vamos
continuar a ignorar
- podemos medir, pesar Golaud – Mélisandre nada pesa, pesa tanto como um fantasma, como uma
aparição, como uma fada, de ninfa, de deusa, de humana, também, claro por exemplos- não é um
corpo, tem algo de espírito- enquanto Golaud tem os pés na terra, a ela só lhe falta voar, é pura magia,
mistério
- acabam por casar mas não corre assim tão bem – dada a essência material e espírita dos dois
- há algo natural, de passarinho, de assombração, de anjo, vem do além, não é daqui – ele tem uma
voz térrea
- o toque implica matéria e como tal apresenta um sentido sujo – para tocar é preciso ter corpo e o
corpo no simbolismo é considerado sujo – há uma espécie de proibição do toque que vem de uma
citação – NOLI ME TANGERE – frase bíblica – não me toques, não me queiras tocar, porque eu sou
espírito, o toque é demasiado material – é uma espécie de princípio do simbolismo – há algo que é
intocável e o poema quer falar de uma magia intocável

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