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Educação básica e
pandemia. Um estudo sobre as perceções dos professores na realidade
portuguesa. Revista Iberoamericana de Educación, 86(1), pp. 187-204.
https://doi.org/10.35362/rie8614346
Pereira, G., Fraga, N., & Gouveia, F. (2021). Ensino remoto de emergência
em tempos de pandemia da covid-19: que aprendizagens? Um estudo
exploratório no ensino superior. Revista Portuguesa de Investigação
Educacional, (21), pp. 1-22.
https://doi.org/10.34632/investigacaoeducacional.2021.10132
Maio de 2023
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I. Introdução
No que diz respeito à revisão da literatura, o artigo não apresenta um ponto com
este título; contudo, no ponto dois acaba por se fazer essa revisão sob o título “Das
medidas emergentes da pandemia e dos seus efeitos educacionais ao nível da escola”.
Assim, começa-se por se expor a situação pandémica de forma a delimitar a
investigação que vai ser realizada. Ao longo deste ponto dois, o artigo serve-se de dois
tipos de documentos de forma simultânea: por um lado, documentos de referência de
organizações internacionais (UNESCO, EU, ONU, OCDE, OEI), por outro, legislações
governativas, todos os quais funcionam como documentos orientadores para a nova
realidade pandémico-pedagógica surgida e para a investigação nacional e internacional,
que procuram refletir sobre os impactos dessa realidade na sociedade, nas relações e na
escola. Assim, a orientação-base foi a passagem para um ensino virtual e a literatura
apresentada investiga e reflete essa nova realidade geral que é, também, em parte, o
âmbito do estudo empírico que se seguirá. Esta revisão da literatura serve para lançar o
estudo para o futuro e para o objetivo já apresentado na introdução: identificar os
aspetos mais críticos e os desafios futuros. Este ponto dois está, portanto, alinhado com
os objetivos explicitados na introdução, pois no final desta revisão da literatura o artigo
já procurou expor literatura que reflete sobre uma mudança dos sistemas educativos,
não através de literatura que seja posterior ou atual em relação ao período temporário
estudado, mas através de literatura temporariamente anterior ao fenómeno estudado, o
que nos mostra, desde já, uma preocupação em centrar o estudo no futuro da educação,
em harmonia com os objetivos presentes na introdução.
coeficiente que afere a consistência interna dos questionários com escalas de Likert, que
os autores salvaguardam a fiabilidade do instrumento usado.
Numa fase final deste ponto, e antes do ponto “Descrição e análise dos
resultados”, é explanada a metodologia considerada para a análise de dados, que, tendo
em conta o carácter quantitativo deste estudo, segue procedimentos estatísticos. Posto
isto, recorreu-se à frequência para as variáveis de caracterização e à análise fatorial; à
média, uma medida de tendência central bastante habitual; e ao desvio-padrão para as
variáveis de opinião.
Por sua vez, a revisão da literatura feita neste artigo pode encontrar-se nas
secções 2 e 3, nomeadamente, “2. Ensino Remoto de Emergência” (Pereira et al., 2021,
p. 4) e “3. Ambientes de aprendizagem emergentes” (Pereira et al., 2021, p. 7). Apesar
das suas extensões ocuparem uma parte considerável do artigo, em nenhuma das
secções é possível sublinhar a definição de critérios usados na delimitação da área de
investigação. O mesmo já não se poderá dizer, contudo, quanto à identificação dos
trabalhos realizados por outros investigadores, bem como os resultados obtidos em cada
um desses trabalhos. Aqui, são abundantes as menções a trabalhos, artigos e relatórios,
com o objetivo de enquadrar e justificar a execução deste estudo. Encontramos, a título
de exemplo, referências aos de Lencastre e Araújo (2008); de Hodges, More, Lockee,
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Trust e Bond (2020); Furió, Juan, Seguí e Vivó (2015); ainda um relatório da
Organización de Estados Iberoamericanos para la Educación, la Ciencia y la Cultura; e
outros.
Ora, ao analisar-se o artigo, torna-se claro que nem todos os passos postulados
por Coutinho (2014) foram seguidos pelos autores, pelo menos não na ordem que a
autora propõe. De facto, alude-se à natureza qualitativa da investigação e expõem-se os
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seus traços mais gerais, isto é, a metodologia adotada, as suas finalidades e os seus
instrumentos.
Aferimos também que a amostra dos participantes é descrita neste capítulo com
mais detalhe, tendo a sua caracterização geral começado antes, nas secções iniciais
“Resumo” e “Introdução”. Com efeito, faz-se o retrato geral da amostra: «29 estudantes
dos 2.º e 3.º anos da Licenciatura em Ciências da Educação [da UMa], sendo três do
sexo masculino e os restantes 26 do sexo feminino. As suas idades oscilam entre os 19 e
os 44 anos de idade.» (Pereira et al., 2021, p. 11). Faz-se ainda uma pequena análise
estatística adicional das idades registadas, de que se conclui serem os 19 e os 21 anos as
idades com maior representatividade na amostra.
ilustrados com materiais gráficos; uma descrição dos métodos de tratamento dos dados;
a indicação dos testes estatísticos aplicados; e confirmação ou não-confirmação das
previsões iniciais (Coutinho, 2014, p. 281).
Veja-se que a proposta de Coutinho se aplica mutatis mutandis neste caso, isto é,
aplica-se, mas adaptadamente, pois segue os pressupostos da investigação qualitativa.
Por isso, o método de análise dos dados segue os pressupostos da análise de conteúdo
(interpretativa); a estatística só existe rarissimamente neste artigo, e só quando requerida
pela natureza sociodemográfica ou quantitativa das questões; e, seguindo-se o método
indutivo de produção de conhecimento, não há uma previsão inicial a comprovar (isto é,
uma teoria de base ou uma hipótese cuja cientificidade é preciso provar) mas sim uma
tentativa de compreender uma situação específica para daí formular conclusões gerais,
por outras palavras tomar um caso particular como ponto de partida para fazer uma
generalização.
ser uma ferramenta útil para colher dados, também apresentam limitações e possíveis
desvantagens, que devem ser consideradas para garantir a precisão e fiabilidade dos
resultados, assegurando a validade empírica da análise. Por sua vez, se a orientação
metodológica das questões for quantitativa, destacam-se, na nossa perspetiva, um
conjunto de desvantagens adicionais a considerar, no que diz respeito à validade
analítica dos dados recolhidos, que, partindo do artigo de natureza quantitativa que
estudámos, iremos descrever. Assim sendo, eventual desconforto, incerteza e receio
perante o confronto com as questões pode produzir o efeito do viés de resposta. Neste
caso, os questionados nem sempre fornecem respostas precisas ou honestas às questões
colocadas. Pode ocorrer, ainda, um viés de desejo social. Neste cenário, os inquiridos,
confrontados com as expectativas sociais, podem fornecer respostas socialmente
desejáveis, por oposição à verdade.
Apesar da sua relevância, estas não são, segundo o nosso ponto de vista, as
únicas problemáticas associadas à técnica do questionário que podem comprometer a
validade analítica da recolha empírica. Ao terem, geralmente, um conjunto limitado de
respostas, pelas quais os inquiridos podem optar, os questionários podem restringir,
através de um sistema de resposta fechada, a gama de opções, limitando a colheita de
detalhes e nuances analiticamente relevantes.
No geral, parece-nos que, embora as questões quantitativas possam ser úteis para
colher dados, elas também têm limitações e possíveis desvantagens que devem ser
consideradas para garantir que os resultados sejam precisos e confiáveis. É importante
considerar cuidadosamente o desenho do questionário e as limitações potenciais da
abordagem, ao usar esta técnica para pesquisa empírica, garantindo a sua adaptação ao
objeto e à natureza do estudo.
Apoiando-se num guião previamente preparado, mas não vinculativo nem restritivo, o
entrevistador tem a oportunidade de procurar explorar mais minuciosamente a resposta
do entrevistado, estudando em profundidade as suas experiências e opiniões. Isto pode
ajudar a compreender a complexidade da realidade estudada e a identificar as nuances e
particularidades da experiência humana.
como do ponto de vista dos resultados obtidos, caso fosse aplicada uma abordagem
investigativa mista, pois que esta permite «uma compreensão mais completa e holística»
do fenómeno objeto da investigação (Coutinho, 2014, p. 404).
V. Conclusão
VI. Referências
Pacheco, J., Morgado, J., Sousa, J., & Maia, I. (2021). Educação básica e pandemia. Um
estudo sobre as perceções dos professores na realidade portuguesa. Revista
Iberoamericana de Educación, 86(1), pp. 187-204. https://doi.org/10.35362/rie8614346
Pereira, G., Fraga, N., & Gouveia, F. (2021). Ensino remoto de emergência em tempos
de pandemia da covid-19: que aprendizagens? Um estudo exploratório no ensino
superior. Revista Portuguesa de Investigação Educacional, (21), pp. 1-22.
https://doi.org/10.34632/investigacaoeducacional.2021.10132