Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Rio de Janeiro
2018
ESCOLA DE APERFEiÇOAMENTO DE OFICIAIS
Rio de Janeiro
2018
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
DECEx DESMiI
ESCOLA DE APERFEiÇOAMENTO DE OFICIAIS
(EsAO/1919)
DIVISÃO DE ENSINO / SEÇÃO DE PÓS-GRADUAÇÃO
FOLHA DE APROVAÇÃO
SAMUEL SC
Aluno
COMPARAR AS VANTAGENS E DESVANTAGENS DA ADOÇÃO DO FUZIL IA2
(IMBEL) 5,56mm EM SUBSTITUiÇÃO AO FUZIL pARA FAL M964 (IMBEL)
7,62mm NO AMBIENTE DE SELVA
RESUMO
Este trabalho tem por objetivo discorrer sobre as vantagens e desvantagens da adoção do FuzillA2 de
calibre 5,56mm no ambiente de Selva, em substituição ao já consagrado Fuzil Pára FAL de calibre
7,62mm, atualmente em uso. O Primeiro armamento é um projeto da Indústria de Material Bélico
(IMBel), e é completamente nacional, além de mais moderno, em contrapartida ao segundo que é da
FN Herstal, e produzido sob licença pela mesma fábrica do 1A2, e que é um projeto do século passado.
O estudo busca realizar uma comparação entre os dois fuzis e levantar as implicações da adoção do
novo armamento, que agrega novas tecnologias, como tamanho e peso reduzidos, além de acoplar
acessórios diversos e principalmente se o novo calibre é capaz de suprir as demandas advindas das
características especiais do ambiente de Selva. A coleta de material foi obtida através de pesquisa
bibliográfica, pesquisa documental e pesquisa de campo, além da aplicação de entrevistas com
especialistas e questionários. O embasamento documental e bibliográfico foi obtido através de manuais
do EB, revistas e periódicos militares, nacionais e estrangeiros, trabalhos e dissertações de mestrado,
inclusive intemacionais, e monografias de pós graduação, também a relatórios de desempenho de
material e pareceres expedidos por OM de Selva do EB, além de livros, websites, artigos e materiais
extraídos da intemet. A pesquisa de campo foi baseada em entrevistas a militares pertencentes às
Forças Especiais, que utilizaram armamento de calibre 5,56mm em ambiente de Selva, e a
questionários enviados para militares que servem ou serviram em OM do CMA e CMN. Por fim o
trabalho conclui a despeito das vantagens e desvantagens advindos da adoção de um ou da
permanência do outro e propõem novas possibilidades.
Palavras chave: Estratégia Nacional de Defesa. Projetos Estratégicos do Exército. Projeto Combatente
Brasileiro (COBRA). Fuzil 1A2. 7,62 x 51 mm ou 5,56 x 45 mm vantagens e desvantagens. Calibre 5,56
mm ou .223 Remington no Vietnam. Calibre 5,56 mm e seus problemas no combate. Fuzis de 4a
Geração. Exército Americano e o desenvolvimento do calibre 6,5 mm Grendel.
ABSTRACT
This work aims to discuss the advantages and disadvantages of adopting the IA2 rifle of 5.56mm Caliber
in the tropical jungle environment, in replacement of the already established assault rifle Pára FAL of
7.62mm caliber, currently in use. The First Armament is a project of the Indústria de Material Bélico
(IMBel), and is a completely national project, in addition to being more modern, in contrast to the second
one that is of FN Herstal, and produced under Iicense by the same factory of IA2, and that is a project
from the last century. This study seeks to make a comparison between the two rifles and raise the
implications of adopting the new armament, which adds new technologies, such as size and reduced
weight, in addition to coupling different accessories and especially if the new caliber is able to meet the
demands arising from features of the tropical jungle environment. The collection of material was
obtained through bibliographical, documentary and field research. The documentary and bibliographic
background was obtained through EB manuais, national and foreign military and civilian journals,
master's dissertations, including international ones, and postgraduate monographs, as well as material
performance reports and opinions issued by OM of EB Jungle, as well as books, websites, articles and
materiais extracted from the internet. Field research was based on interviews with military personnel
belonging to the Special Forces, which used 5.56mm caliber weapons in the Jungle environment, and
questionnaires sent to military personnel who had served or are serving in Militaries Organizations of
the Amazon Military Command (CMA) and North Military Command (CMN). Finally the work concludes
despite the advantages and disadvantages arising from the adoption of one or the permanence of the
other and propose new possibilities.
Key Words: National Defense Estrategy. Estrategic Army Projects. Brazilian Fighter Project (COBRA).
IA2 Assault Rifle. 7,62 x 51mm or 5,56 x 45 mm vantages e disavantages. Caliper 5,56 mm or .223
Remington at Vietnãm. What's wrong with 5,56 caliper. 4th Gen Assault Rifle. US Army and the
development of 6.5 mm ammo.
• Capitão da Arma de Infantaria. Bacharel em Ciências Militares pela Academia Militar das Agulhas
Negras (AMAN) em 2008. Pós graduado em Ciências Militares pela Escola de Aperfeiçoamento de
Oficiais (AMAN) em 2018 .
•• Capitão da Arma de Infantaria. Bacharel em Ciências Militares pela Academia Militar das Agulhas
Negras (AMAN) em 2005. Pós graduado em Ciências Militares pela Escola de Aperfeiçoamento de
Oficiais (AMAN) em 2014.
1
1. INTRODUÇÃO
1.1 PROBLEMA
1.2 OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
OBJETIVOS ESPECíFICOS
2. METODOLOGIA
O IA2 foi desenvolvido baseado nestes critérios, porém no calibre 5,56 mm,
considerado mais adequado para o combate em ambiente urbano, e que proporciona
melhor precisão de tiro no regime automático ou rajada. O calibre 5,56 mm já é
adotado há algum tempo pelas tropas das Forças Especiais do Exército Brasileiro.
porém em armamentos de outros fabricantes.
Um dos principais conceitos por trás de seu emprego, foi debatido ainda durante
a Guerra Fria, e tratava sobre ferir o inimigo, a fim de, tirar de combate todos aqueles
envolvidos no seu resgate, propiciando desgaste não só psicológico, mas também
logístico, considerando que os calibres à época focavam na balística terminal,
buscando o máximo poder destrutivo e grande letalidade.
Há porém, longa controvérsia a respeito do calibre 5,56 mm, desenvolvido pelo
governo norte americano após a 2a GM, e empregado em combate pela primeira vez
no Vietnam, como vemos em (CARVALHO, EDUARDO; CARVALHO, ROGÉRIO,
2016, Apud DEFESA NET, 2016):
Embora o calibre 5.56x45 mm seja padrão da OTAN desde 1963 e portanto
existam diversas armas que compõem o binômio com este calibre, seu
emprego continua polêmico. Antes havia um calibre excessivamente potente,
agora um que parece não atender aos requisitos mínimos e falhar nos piores
momentos. A solução temporária foi aumentar a carga de propelente e o peso
do projétil, as chamadas "green tips", que acabam por produzir uma
quantidade de gases quentes que superaquecem as armas mais
rapidamente.
era considerado fraco pelas tropas em combate, levando-se em conta que o inimigo
dispunha do AK-47 no calibre 7,62 x 39 mm.
A combinação de falhas da arma, da "anemia" do calibre no ambiente de
selva, com as fortes mudanças pelas quais passava a sociedade americana
na época levaram a muitos soldados a crer que seu alto comando pouco se
importava com suas vidas e seu bem estar, quando ao contrário, a
preocupação era com aumentar o poder de fogo da tropa. (CARVALHO,
EDUARDO; CARVALHO, ROGÉRIO, 2016, Apud DEFESA NET, 2016)
Ainda hoje o uso do calibre 5,56 mm, adotado oficialmente pela OTAN, gera
polêmica e controvérsia, conforme relatado por EHRHART (2009, Apud ARMYTIMES,
2017), quando no conflito no Afeganistão, as tropas em combate notaram, que a
maioria dos embates ocorriam a distâncias acima de 300 m, e que o calibre 5,56 mm
perdia eficácia nestas distâncias, vindo a propor duas soluções: melhorar o calibre
5,56 mm ou, aquilo que se referiu como melhor escolha, o desenvolvimento de um
novo calibre entre 6,5 mm e 7mm.
De acordo com ARMYTIMES (2017, Apud, WARZONE, 2017), o Exército
norte americano está desenvolvendo um novo fuzil de combate, assim como
um novo calibre para seu emprego, qualquer que seja ele, para substituir o
M-16 e toda sua família, e deve apresentar um protótipo oficial até 2020.
PREVISÃO DE
INSTRUMENTO AMOSTRA
EXECUÇÃO
40 Oficiais (Cap ou Ten)/ ST/ Sgt sobre as características,
Questionário vantagens e desvantagens do uso do Pára FAL 7,62 mm JUL18
e do 1A2 5,56 mm.
5 militares das Forças Especiais que empregaram Fz 5,56
mm em missões no ambiente de Selva ou na MINUSTAH,
Entrevista JUL18
sobre suas vantagens, desvantagens e características e
comparação com o Pára FAL 7,62 mm.
Quadro 1: Quadro de Instrumentos, amostra e prazos para coletas de dados.
Fonte: o autor.
7
2.2.1 Entrevistas
Nome Justificativa
Experiência em Operações em ambiente Amazônico com emprego dos
XXXXXXX - Cap EB
calibres 5,56 mm e 7,62 mm e ex integrante do DOFEsp da 3a Cia FEsp_.
Experiência em Operações em ambiente Amazônico com emprego dos
XXXXXXX - Cap EB
calibres 5,56 mm e 7,62 mm e ex integrante do DOFEsp da 3a Cia FEsp.
Experiência em Operações em ambiente Amazõnico com emprego dos
XXXXXXX - Cap EB
calibres 5,56 mm e 7,62 mm e ex integrante do DOFEsp da 3a Cia FEsp.
Experiência em Operações em ambiente Amazõnico com emprego dos
XXXXXXX - Cap EB
calibres 5,56 mm e 7,62 mm.
Experiência em Operações em ambiente Amazônico com emprego dos
XXXXXXX - Cap EB
calibres 5,56 mm e 7,62 mm.
Quadro 2: Quadro de entrevista com especialistas.
Fonte: o autor.
2.2.2 Questionário
3. RESULlADOS E DISCUSSÃO
Contudo, o novo armamento apesar de estar em vias de adoção pelo EB, ainda
não substituiu o antigo FAL e PARA FAL como um todo. O armamento é ainda alvo
de testes e experimentações nos diversos ambientes operacionais que compõem o
extenso e diversificado território brasileiro.
evitando-se estabelecer uma lista de características a serem escolhidas, mas sim uma
pergunta onde o militar pudesse reproduzir, de acordo com suas experiências,
aquelas caracteristicas que ao empregar o armamento, o militar sentiu maior
necessidade, possibilitando uma resposta sem influências e portanto mais fidedigna.
O resultado é demonstrado a seguir no gráfico abaixo.
18
16
14
12
10
o
leve Rústico Tam Curto PoderF
I 7,62 mm
I Qtd Mun
Podemos inferir dos resultados que, sob o ponto de vista da amostra, e supondo
que a mesma tem representatividade quanto ao conjunto, as vantagens mais
evidentes do IA2 5,56 x 45 mm são: o armamento mais leve, a maior capacidade de
transportar munição, seja no carregador ou na mochila e o tamanho reduzido do
armamento. As suas desvantagens são: baixo poder de fogo, desvio da munição e
alcance útil menor, e rusticidade. Quanto as vantagens do PARA FAL 7,62 x 51 mm
verificamos as seguintes: maior poder de fogo, maior rusticidade e maior alcance útil.
As suas maiores desvantagens: peso maior do armamento, tamanho maior e peso
maior da munição e consequente impossibilidade de carregar mais munição.
22 (57.9%)
17 (44,7%)
23 (60.5%)
7 (18,4%)
1 (2,6%)
1 (2.6%)
1 (2.6%)
1 (2.6%)
1 (2,6%)
1 (2,6%)
O 5 10 15 20 25
o Sr considera
que a adoção do calibre 5,56mm poderia siqnificar em uma
desvantagem para as tropas brasileir ... calibre 7,62mm no ambiente de Selva?
38 respostas
• Sim
• Não
Não lenho certeza
Por último foi perguntado se o Fuzil IA2 no calibre 5,56 x 45 mm seria um bom
substituto ao PARA FAL 7,62 mm.
• Sim
• Não
Não tenho certeza
Grafico 5 - 1A2 é um bom projeto para substituir o PARA FAL 7,62 mm.
Fonte: o autor
Desta forma podemos dizer que muitos dos combates no interior da Selva ocorrem
a curtas distâncias e através da surpresa, também chamados de "combate de
encontro". Há de ressaltarmos ainda, que a observação do exterior da floresta para o
interior é praticamente inexistente, principalmente para a vista aérea, devido ao
entrelaçamento das copas das árvores que formam uma cobertura vegetal densa.
15
Cobertas e abrigos - quanto a este aspecto, podemos dizer que são bastante ricos
e variados, havendo desde árvores e socavões (depressões no terreno semelhantes
a ravinas), até mesmo a própria vegetação em si, a longas e médias distâncias.
original; a segunda foi alterada pelo trânsito constante do homem em seu interior,
alterando o espaçamento da vegetação ao "amassar" a mesma, que ao crescer cria
uma espécie de entrelaçamento da vegetação que impede ou restringe o movimento
através da floresta.
Desta forma, podemos concluir que existem três tipos de sub ambientes de
operações, onde podem ocorrer combates, dentro do TO amazônico ou de Selva,
mais importantes e frequentes: os cursos d'água e suas margens, as localidades, e o
interior da Selva.
3.3.2 A adoção do Fuzil Colt M-16 Armalite 5,56 x 45 mm pelo Exército Americano
durante a Guerra do Vietnam
o desempenho do novo fuzil (M-16) à época da Guerra com o Vietnã foi alvo de
muitos estudos por parte do exército americano, inclusive com trabalhos de
dissertações, estudos extensos sobre a balística terminal da munição 5,56 mm, e que
os levou a desenvolver novas munições no referido calibre, a fim de suplantar as
deficiências, principalmente relacionadas a capacidade de transfixação da munição e
seu baixo poder letal e alcance efetivo. Duas principais modificações foram feitas: a
primeira relativa a quantidade de
pólvora, passando os 55 gramas
iniciais da Munição M 193 para os
62 g da Munição SS 109 e
utilizando-se pólvoras que
queimam melhor e portanto
produzem menos detritos que ficam
nas partes móveis e no cano do
Figura 1 - Dispositivo auxiliar de ejeção.
armamento e que durante o conflito Fonte: Google, 2018.
no Vietnam eram responsáveis por constantes falhas de ejeção e que requeriam
manutenção constante, obrigando a fabricante do armamento a incorporar um
dispositivo para auxiliar a diminuição das falhas por ejeção (figura 1). A segunda está
relacionada ao desenvolvimento do projétil em si, que adotou materiais mais rígidos,
como a munição SAT (Steel Arrow Tip) (Ponta de Flecha de Aço, tradução do inglês)
e cabeças expansivas, que melhoraram a penetração e seu Stopping Power.
Não é possível dizer se o novo fuzil foi capaz de resolver os problemas da falta de
adestramento no tiro e melhorar o desempenho dos soldados em combate, fato é, que
trouxe novas deficiências que os inimigos dos EUA explorariam a seu favor durante
os conflitos que sucederam sua adoção até os dias atuais.
no calibre 5,56 mm. Desde aquela época já existia a intenção por parte do Estado
Maior do Exército (EME) de dotar o EB de fuzis de assalto com o calibre padrão da
OTAN, porém devido a conjuntura econômica do país naquele momento isto não foi
possível. Em seguida a IMBEL desenvolveu o MO 97 na década de 90, visando
satisfazer os Requisitos Técnicos exigidos pelo Exército dentro dos Objetivos Básicos
Operacionais homologados pelo EME para adoção do fuzil 5,56 mm, mas novamente
o Exército adiou os planos de adoção do novo armamento. Retomadas as tratativas
no início do século XXI, a IMBEL desta vez produziu um fuzil completamente diferente,
e que desta vez atingiu todos os requisitos técnicos básicos e que possuía
características dos fuzis da nova geração, este projeto foi batizado de IA2.
O projeto 1A2 foi concebido para modernizar o fuzil de assalto do EB, contudo,
com a criação da Estratégia Nacional de Defesa (END), que através da Lei N° 12.598,
estabelece as bases de fomento às Industrias de Defesa, a IMBel, juntamente com
outras fabricantes nacionais de armamentos passam a ser, do ponto de vista
estratégico e político, as fornecedoras e desenvolvedoras de armamentos prioritárias
no âmbito do MO. Assim, cogitou-se a possibilidade do 1A2 tornar-se o fuzil de assalto
padrão das Forças Armadas como um todo, já que cada uma das três Forças utiliza
fuzis de fabricantes diferentes e em calibres diferentes. Esta intenção torna-se
particularmente verdadeira com a criação da SEPROD, que dentre suas atribuições,
encerra a responsabilidade de desenvolver os Produtos de Defesa, conjuntamente a
instituições e empresas nacionais, e os adquirir centralizadamente para as três
Forças, o que ainda não ocorre de fato.
Desta forma o Fuzil IA2 não figura apenas como um projeto de modernização do
armamento individual básico da tropa, mas como uma tentativa de investimento nas
capacidades da indústria nacional de defesa de desenvolver projetos legitimamente
nacionais, capazes de assegurar às Forças Armadas brasileiras o pareamento
tecnológico necessário para os conflitos modernos, dotando-as de capacidades
modernas e necessárias a adequação aos novos atores adversários, sem contudo
tornarmo-nos dependentes da indústria estrangeira, fato este bastante consolidado
pela experiência argentina no conflito das Malvinas.
20
Com relação aos testes comparativos conduzidos pelo 520 BIS, foram realizados
os testes de penetração em árvores de espessuras de 400 mm e 250 mm, tiro em
campo aberto na distância de 200m em estande, teste de tiro no interior da selva em
alvos na distância de 70 m, tiro embarcado em alvos colocados na margem, e tiro em
embarcações de alumínio em profundidades diversas. Podemos concluir a respeito
dos testes realizados que a escolha dos tipos de testes e suas distâncias não foram
adequadas, tendo em vista que as diferenças de desempenho dos calibres se dá em
circunstâncias distintas àquelas utilizadas, desta forma as vantagens e desvantagens
de cada tipo de armamento e munição não puderam ser devidamente avaliadas.
Não foi possível obter os resultados dos testes conduzidos pelo 10 BIS (Amv).
O termo Rifle de Assalto surgiu durante a 2a Guerra Mundial (2a GM), quando o
exército alemão buscando substituir o K98 Mauser de 8 mm e capacidade de 5 tiros,
desenvolve o MP-44 (Sturmgewehr, Rifle de Assalto em alemão), no calibre 7,92 mm,
com capacidade de 30 tiros e totalmente automático. Este fuzil introduz novas
capacidades ao combatente individual, como arma básica da infantaria, tornando
obsoleto o armamento individual básico dos aliados. Anos depois o engenheiro
responsável pelo seu desenvolvimento, Hugo Schmeisser, capturado pela URSS, e
trabalhando na mesma fábrica de Mikhail Kalashnikov, muito provavelmente,
influencia o desenvolvimento do AK-47, devido as grandes semelhanças que o
segundo tem com o primeiro, desenvolvido quase 5 anos depois.
"Men Against Fire" de S.L.A. Marshall, cujo ponto central dizia que apenas 15 a 25 %
dos soldados aliados em combate disparavam seus rifles durante as batalhas na 2a
GM, baseado nestes dados o governo Norte Americano passa a buscar um
armamento que ofereça alto volume de fogos em contrapartida à precisão, isso foi
corroborado no TO do Pacífico e mais tarde no conflito do Vietnam, quando o inimigo,
tanto Japonês no caso do Pacífico, quanto do Vietcongue, utilizavam-se da cobertura
da floresta para atacar, e desta forma, frequentemente não era visto, o que obrigava
os soldados norte americanos a responder fogo em uma direção geral de onde se
supunha estar o inimigo.
Em 2009 um estudo feito pelo US Army Command and General Staft College,
chamado "Increasing Small Arms Lethality in Afghanistan", considerou o armamento
(BCW), o calibre, os equipamentos optrônicos, a doutrina, entre outros fatores,
inadequados e responsáveis pelas perdas de vidas de soldados em combate, não
apenas no Afeganistão, mais em
todos os conflitos. Isso levou as
tropas da 101 Airborn Division a
trazer de volta o M-14 durante os
combates em solo Afegão.
o mesmo pode-se dizer da substituição do calibre .45 das pistolas pelo calibre 9 mm,
que a semelhança do 5,56 mm possibilita carregar maior quantidade de munição nos
carregadores, e tem as mesmas características de transfixação associado a alta
velocidade do projétil, além da baixa energia e poder de parada. O calibre .45 voltou
a aparecer nos novos cenários de batalha (Afeganistão e Iraque), tendo a Colt voltado
a produzir a pistola M911 a pedido do Corpo de Fuzileiros Navais Norte Americanos
"Mariners", que se mostrou muito eficiente durante os combates no TO do Pacífico
durante a 2a GM, contra os ataques suicidas japoneses a curta distância.
Como ambos cenários de combate ocorrem com muita frequência, não havendo
uma maior predominância de um ou de outro, podemos dizer que há uma maior
vantagem no emprego de ambos os calibres. Desta forma o DOFesp, que conta com
uma constituição básica de 12 militares, emprega diferentes constituições de
armamentos e calibres, sendo os mais comuns a dotação de fuzis de assalto e
25
metralhadores Minimi no calibre 5,56 mm, que garantem o volume de fogos, e fuzis
de assalto e fuzis de precisão (caçador) no calibre 7,62 mm, que garantem alcance e
poder de penetração maiores, além do já consagrado calibre 12 para os
esclarecedores.
Ta beI a 2 - d a d os bási
asrcos comparafIVOS en re os carbIres 556
, , 762
, , mm.
e 65
5,56 OTM da 7,62 OTM da 6,5 OTM da
(Distância de 600 jardas [548,64 ml)
OTAN OTAN Grendel
Velocidade em pés por segundo
1.558 (474,88) 1.666 (507,79) 1.861 (567,23)
(metros por segundo)
Energia FUlbs. (pésllibras) 415 1.079 946
Queda (centímetros) -231,34 -246,25 -205,99
Jardas (metros) Máximas Supersônico 875 (800,10) 1.075 (982,98) 1.275 (1.165,86)
4. CONSIDERAÇOES FINAIS
calibre, e mesmo assim não foram suficientes para suplantar o 7,62 x 39 mm dos AK-
47 utilizados pelos vietcongues.
REFER~NCIAS
AVERY Ph.D, Joseph P. An Army Out Gunned: Physics Demands a New Basic
Combat Weapon. Military Review. Fort Leavenworth, KS. p. 2-8. Jul-Ago. 2012.
TREVITHICK, Joseph. The Army is once again looking to replace the 5.56 mm
cartridge. THE WAR ZONE. Disponível em: < http://www.thedrive.comlthe-war-
zone/10 14 7/the-army-is-once-again-Iooking-to-replace-the-5-56rnrn-cartridge>.
Acesso em:
3 novo 2017
SOUTH, Todd. New Rifle, Bigger Bullets: inside the Army's plan to ditch the M4
and 5.56. ArmyTimes. Disponível em: < https://www.armytimes.com/news/your-
army/20 17/05/07/new-rifle-bigger-bullets-inside-the-army-s-plan-to-ditch-the-m4-and-
5-56/>. Acesso em: 3 novo 2017.
ARVIDSSON, Per. Is There a Problem with the Lethality of the 5.56 NATO
Caliber? Small Arms Defense Journal. Disponível em: <
http://www.sadefensejournal.com/wp/?p=769>. Acesso em: 3 novo 2017.
MIYAGI, Maj Vern T. 7.62mm Versus 5.56mm - Does NATO Really Need Two
Standard Rifle Calibers? 1986. Thesis. Concept Group 6. EUA. 1986.
F., Nathaniel. Frontline Vietnam: The M16A1 5.56mm Rifle. The Fire Arm Blog.
Disponível em: < http://www.thefirearmblog.com/blog/2015/03/01/frontline-vietnam-
the-m16a1-5-56mm-rifle/>. Acesso em: 3 novo 2017.
CARVALHO PhD, Eduardo Atem de; CARVALHO DSc, Rogério Atem de. Novo
Calibre Padrão para os Fuzis da OTAN: Os calibres atuais e seus limites
de emprego em Conflitos Assimétricos. Defesa Net. Disponível em: <
http://www.defesanet.com.br/armas/noticia/22563/0s-calibres-atuais-e-seus-limites-
de-emprego-em-Conflitos-Assimetricos/>.Acesso em: 3 novo 2017.
LELlS, Camilo Inácio Cardoso. Munições: calibre utilizado pela OTAN e seus
limites de emprego nos conflitos de 4a Geração. Doutrina Militar Terrestre em
revista. Brasília-DF, Ano 006, edição 014, P. 6-17, abr/jun 2018.