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Trata-se de um relato histórico mesclado à literatura, posto que Euclides foi convidado
pelo Jornal Estado de São Paulo para cobrir a guerra no Arraial de Canudos e nesse
momento, surgiu sua obra.
Por esse motivo, "Os Sertões" representa um marco da literatura e na história do Brasil,
sendo, portanto, analisada por outras áreas do conhecimento, tal qual: Antropologia,
Sociologia, Geografia e História.
A obra possui um caráter crítico e realista nunca antes abordado por um literato do
Brasil, donde Euclides por meio de uma linguagem cientificista recrimina o
nacionalismo e ufanismo exacerbado da sociedade brasileira da época, mostrando a face
cotidiana e realista do país e das pessoas que o compõem.
De tal modo, trata-se de uma prosa científica e artística, acabando com essa visão
idealista do índio herói e do negro trabalhador, abordado com entusiasmo pelos
escritores do romantismo.
Estrutura da Obra
“Os Sertões” é uma obra extensa com cerca de 630 páginas, dividido em 3 partes, as
quais são constituídas por diversos capítulos, a saber:
A Terra
Descrição do ambiente (local, clima, relevo, fauna, flora, vegetação, etc.) do sertão e da
seca que assola a região. Trata-se de um estudo geográfico, dividido em 5 capítulos:
O Homem
Descrição do homem, da vida e dos costumes do sertão, ou seja, do sertanejo. Trata-se
de um estudo antropológico e sociológico, donde o homem é determinado pela tríade -
meio, raça e história - segundo a teoria determinista do historiador francês Hippolyte
Taine (1828-1893). Essa parte da obra é dividida em 5 capítulos:
A Luta
I. Preliminares. Antecedentes.
II. Causas próximas da luta. Uauá. Primeiro combate.
III. Preparativos da reação. A guerra das caatingas.
IV. Autonomia duvidosa. Travessia do cambaio.
Para saber mais sobre esse evento, leia o artigo: Guerra de Canudos
Resumo da Obra
Inicialmente, Euclides foca na descrição do Sertão, o local onde será desenvolvido o
enredo. Aponta para aspectos da paisagem desde o relevo, a fauna, a flora e o clima
árido. Segundo ele, a paisagem do local distante do litoral, indica a exploração do
homem durante anos.
Na Terceira parte da obra “A luta”, o autor descreve os embates que ocorreram entre o
sertanejo (considerados os bandidos do sertão) e o exército nacional do Brasil.
Aborda sobre as quatro expedições realizadas pelo exército nacional, enviados para
destruir o Arraial de Canudos, que contava com cerca de 20 mil habitantes.