Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
DOS
DE OLIVEIRA SANTOS
20221304834 20221304200
Rio de Janeiro - RJ
2022
1.0. INTRODUÇÃO
FIGURA 1
Mapa de
divulgação do
Parque Nacional
da Tijuca; Fonte:
https://www.riodej
aneiroaqui.com/fig
uras1/mapa-
legendado-parque-
nacional-floresta-
da-tijuca-
2700px.jpg
Sendo uma das áreas protegidas mais antigas do mundo e mais velho que até
mesmo Yellowstone, nos Estados Unidos, o Parque Nacional da Tijuca, segundo
dados colhidos no site do próprio, teve suas florestas declaradas como Florestas
Protetoras por D. Pedro II em 1861. Com uma missão incumbida ao Major Manuel
Gomes Archer, iniciou-se o processo de desapropriação de chácaras e fazendas a
fim de promover o reflorestamento após extrema degradação em prol do
comercio cafeeiro e ocupação humana (figura 2). Cerca de 100 anos depois, em
1961, com o nome de Parque Nacional do Rio de Janeiro, o parque incorporou as
florestas de domínio da União existentes na área do Maciço da Tijuca, e em 1967
ganhou então sua nomeação atual junto de novas dimensões e características.
Recentemente, em 2004, outras áreas - como, por exemplo, o Parque Lage -
foram anexadas ao parque (MALTA; COSTA, 2009).
Durante 4 anos consecutivos o PNT bateu seu recorde de visitação com mais de
3 milhões de visitantes anuais. A enorme quantidade de turismo é devido a não
apenas ser a maior floresta urbana replantada do mundo e ter o Cristo Redentor,
uma das sete maravilhas do mundo moderno, em seu interior, como também as
inúmeras atividades desenvolvidas no Parque, tais quais Programa Voluntariado,
caminhadas, escaladas, banho de cachoeira, piquenique, voo livre, parque infantil,
dentre outras (PNT, 2022).
FIGURA 2
Derrubada de uma
Floresta
(Defrichement
d’une Forêt) -
Pintura de Johann
Moritz Rugendas
de 1822 sobre a
Mata Atlântica
3.1. FAUNA
FIGURA 4
Onça-pintada (Panthera
onca), animal praticamente
extinto na Mata Atlântica
3.2. FLORA
FIGURA 5
Amostra visual da
diversidade de flora
do parque: Fonte:
https://ecoa.org.br/r
ede-de-ongs-da-
mata-atlantica-e-
parceiros-
promovem-
programacao-
virtual-no-dia-da-
mata-atlantica/
3.3. CLIMA
› Rio Maracanã
› Rio Carioca
› Rio Cachoeira
› Rio das Almas
› Córrego da Pedra Bonita
› Rio da Barra
› Riacho Pai Ricardo
› Rio Cabeça
› Riacho da Lagoinha
› Rio Silvestre
Durante os anos de 2020 a 2022 o PNT que ficou fechado à visitação pública
devido a pandemia do COVID-19, teve uma reapropriação selvagem, a qual vários
representantes de diferentes espécies foram observados (figura 8) mais a
vontade e mais espalhados por diversos locais que, antes lotados graças ao
turismo, eram pouco explorados por eles (KOSSEL, 2020). De acordo com
Katyucha Von Kossel (2020), bióloga do ICMBio, a fauna do parque se sente
menos ameaçada com a ausência de pessoas e de barulho, que costuma ser
provocado pela atividade humana. Quando aberto, os animais restringem sua
circulação para o início da manhã ou à noite, quando não há mais humanos na
área.
FIGURA 8
Macacos-prego andando livremente
pelo Parque Lage; Fonte:
https://conexaoplaneta.com.br/blog/
sem-humanos-por-perto-animais-
se-reapropriam-de-seu-habitat-na-
floresta-da-tijuca-no-rio-de-janeiro/
4.1. PLANOS DE
MANEJO
A relação das diferentes sociedades com o meio ambiente natural tem de
forma frequente e ao longo dos tempos provocado conflitos motivados por
questões políticas, econômicas e sociais, em que a conservação da biodiversidade
é colocada em segundo plano e praticamente esquecida (PUREZA; PELLIN;
PADUA, 2015). No entanto, é em 1973 que é formado um marco histórico ao
ocorrer o grande encontro internacional para debater problemas ambientais,
conhecido popularmente como Conferência de Estocolmo (GOV, 2022).
Como asseguram Menegel e Etchebehere (2011), as normas ambientais
brasileiras são as mais completas do mundo, e o Sistema Nacional de Unidades
de Conservação (SNUC) entende unidade de conservação (UC) por espaço
territorial provido de recursos ambientais com características relevantes
(incluindo águas jurisdicionais), que é instituído pelo Poder Público sob regime
especial da administração (BRASIL, 2000).
No entanto, o que fica claro é que em diversas situações o SNUC não é
respeitado como, a questão de exemplo, casas que ocupam unidades de proteção
integral. Isso é devido a haver uma fiscalização falha, por existir confronto entre
as leis e decretos de diferentes competências e por não haver diálogo entre as
partes envolvidas nos confrontos. Além de tudo, atualmente o número de
projetos habitacionais que vendem a ideia de morar próximo a natureza (figura
9), causando impactos por existirem habitações em áreas de preservação, cresce
cada vez mais. Portanto, as leis se tornam, em muitas dessas situações, ineficazes
para a população de alto poder aquisitivo que constrói mansões de luxo ao longo
do Alto da Boa Vista e de bairros nobres (SARDINHA, 2016).
FIGURA 9
Derrubada ilegal
de árvores para
construção de
prédio; Foto por:
Tatiana Campbell
Da mesma forma agem as classes baixas. A população hoje, segundo dados do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no ano de 2014, são de
aproximadamente 6.453.862 de pessoas que, em sua grande maioria, não
consegue moradia de qualidade e acaba por construir edificações em encostas e
até mesmo em áreas destinadas à preservação ambiental. Diante disso se torna
evidente que, mesmo com toda a política que se destaca e garante as melhores
normas ambientais, não existe um controle ou um planejamento na prática para
a preservação destas áreas do município do Rio de Janeiro. Não houve sequer no
momento de instalação das unidades de conservação uma avaliação dos
impactos ambientais ali presentes para que fosse possível buscar alternativas
para contê-los (SARDINHA, 2016).
Apesar de todos os esforços empreendidos até o presente, com inúmeros
alertas para re-orientar a legislação e rever o código de edificações nas encostas e
conservação das unidades, mais uma vez o poder público se mantém atrasado na
revisão racional das políticas de uso e ocupação do Rio de Janeiro (NETTO, 2005).
Assim como as inúmeras tentativas de biólogos para ajudar na preservação do
parque - como a campanha “Dê passagem para a vida” (figura 10), do PNT com a
Universidade Veiga de Almeida (UVA) e a organização não governamental
Engenheiros sem Fronteiras - e garantir que as espécies já em extinção não
sofram mais ainda com ações antrópicas. Muitos indivíduos utilizam as estradas
internas do parque para evitar o congestionamento da cidade e, sem se
preocupar com o limite de velocidade e sem uma equipe para fiscalizar, acabam
por atropelar e encerrar com a vida de muitos animais (ICMBIO, 2015).
FIGURA 10
Campanha “Dê passagem para
a vida” criada pelo PNT; Fonte:
https://www.icmbio.gov.br/portal
/ultimas-noticias/4-
destaques/6736-parque-
nacional-da-tijuca-lanca-
campanha-sobre-
atropelamentos-da-fauna
O receio de que a atividade turística pudesse colaborar para a degradação da
biodiversidade foi uma das razões que ajudaram a restringir o incentivo de
visitação (BOTELHO; MACIEL, 2014), mas ainda assim podemos destacar diversas
causas de devastação, como exemplo: (SARDINHA, 2016; NETTO, 2005)
Ainda sobre o extremo turismo na região, fica claro que a criação de estradas e
formação desenfreada de trilhas (figura 11) afeta diretamente a vida de
espécimes oriundos do parque, como artrópodes variados que, em escala
dominó, acaba por atingir outros indivíduos componentes de uma mesma rede
trófica (ALVES, 2007; BEIROZ, ZAÚ, CASTRO JR., 2010). Além de que dentre alguns
impactos causados por trilhas, se destacam a redução de biomassa das plantas e
grau de cobertura do solo, substituição de espécies menos tolerantes,
compactação do solo, redução do teor de matéria orgânica, diminuição da taxa de
infiltração e aumento do escoamento superficial (TIVY; O’HARE, 1981). Magro
(1999) também acrescenta a detonação dos processos erosivos.
Embora muito aclamado e chamado de ecoturismo, fica evidente que a
visitação causa mais impactos negativos que positivos, causando a degradação do
meio ambiente, mudanças socioculturais (interferências no cotidiano de
populações locais) e estimulando a feitura de experiências recreativas que não
possuem um monitoramento contínuo e acarretam inúmeros danos às condições
ecológicas do PNT (MALTA; COSTA, 2009).
FIGURA 11; Trilha utilizada como forma de lazer; Foto por: Alexandre Macieira
5.0. CONCLUSÃO
ANTUNES, Paulo Bessa. Direito Ambiental. Atlas, 2015. Acesso em: 09 de março 2022.
ZAGO, P.J et al. (2007) Estudo sobre percepção ambiental de visitantes no Parque
Nacional da Tijuca. Disponível em: https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?
codigo=7345361 Acesso em: 28 de março 2022.
World Wide Fund for Nature Brasil (WWF Brasil). Disponível em: Wwf.org.br Acesso em:
29 de março 2022.
BELIANE, E.; SCHEINER, T. (2012) A contribuição da Museologia para a Difusão do
Patrimônio Geológico do Parque Nacional da Tijuca. Disponível em:
https://www.academia.edu/61877541/A_Contribuição_da_Museologia_para_a_Difusão_d
o_Patrimônio_Geológico_do_Parque_Nacional_da_Tijuca Acesso em: 4 de abril 2022.
SOLÓRZANO, A.; SALES, G.P.S; NUNES, R.S (2018) O Legado Humano na Paisagem do
Parque Nacional da Tijuca: Uso, Ocupação e Introdução de Espécies Exóticas.
Disponível em: https://www.researchgate.net/profile/Rafael-Nunes-
14/publication/329902046_O_Legado_Humano_na_Paisagem_do_Parque_Nacional_da_Ti
juca_Uso_Ocupacao_e_Introducao_de_Especies_Exoticas/links/5ed9447f299bf1c67d3cb6
a5/O-Legado-Humano-na-Paisagem-do-Parque-Nacional-da-Tijuca-Uso-Ocupacao-e-
Introducao-de-Especies-Exoticas.pdf Acesso em: 5 de abril 2022.
BEIROZ, W.; ZAÚ, A.S; CASTRO, E. (2010) Impacto das Estradas na Distribuição de
Besouros em um Fragmento de Mata Atlântica de Encosta no Parque Nacional da
Tijuca, Rio de Janeiro, RJ. Disponível em:
https://www.entomobrasilis.org/index.php/ebras/article/download/104/122 Acesso em:
5 de abril 2022.
O'HARE, G.; TIBY, J. Human Impact on the Ecosystem. Addison-Wesley Longman Ltd,
1981. Disponível em: https://www.amazon.com/Impact-Ecosystem-Conceptual-
Frameworks-Geography/dp/0050034243 Acesso em: 5 de abril 2022.
ROCHA, C.F.; BARGALLO, H.G.; POMBAL, J.P; GEISE, L.; SLUYS, M.V.; FERNANDES, R.;
CARAMASCHI, U. FAUNA DE ANFÍBIOS, RÉPTEIS E MAMÍFEROS
DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, SUDESTE DO BRASIL. (2003) Disponível em:
http://www.herpetologiamuseunacional.com.br/Pombal/pdf/04_spp_Rio.pdf Acesso em:
5 de abril 2022.