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SEMINÁRIO TEOLÓGICO DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS

CAMPUS DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO/SP


BACHARELADO EM TEOLOGIA

THAILAN LIRA DE MORAES

VERTENTES ESCATOLÓGICAS
UMA REFLEXÃO TEÓRICA DE FÁCIL COMPREENSÃO

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO – SP


2024
THAILAN LIRA DE MORAES

VERTENTES ESCATOLÓGICAS
UMA REFLEXÃO TEÓRICA DE FÁCIL COMPREENSÃO

Trabalho de conclusão de Curso apresentado ao


SEMINAD – Campus de São José do Rio Preto,
como requisito parcial para obtenção do título de
Bacharel em Teologia.

Orientador: Prof. Daniel Antônio Caetano

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO – SP


2024

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THAILAN LIRA DE MORAES

VERTENTES ESCATOLÓGICAS
UMA REFLEXÃO TEÓRICA DE FÁCIL COMPREENSÃO

Trabalho de conclusão de Curso apresentado ao


SEMINAD – Campus de São José do Rio Preto,
como requisito parcial para obtenção do título de
Bacharel em Teologia.

APROVADO: ___ de janeiro de 2024.

____________________________
Prof. Daniel Antônio Caetano
(Orientador)

____________________________
Prof. Isaias Ferreira
(Reitor)

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO – SP


2024

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AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar, agradeço а Deus, pela minha vida, e por me permitir ultrapassar
todos os obstáculos encontrados ao longo da realização deste trabalho.
A minha família, pelo incentivo nos momentos difíceis e por serem minha rede de apoio.
Aos meus colegas de curso, pelo companheirismo e pela troca de experiências que me
permitiram crescer não só como pessoa, mas também como formando.
A todos que participaram, direta ou indiretamente do desenvolvimento deste trabalho de
pesquisa, enriquecendo o meu processo de aprendizado.
A todos os professores, pelas correções e ensinamentos que me permitiram apresentar
um melhor desempenho no meu processo de formação profissional ao longo do curso.
Em especial, agradeço ao meu orientador Daniel Antônio Caetano, que conduziu o
trabalho com paciência e dedicação, sempre disponível a compartilhar todo o seu vasto
conhecimento.
Enfim, obrigado a todos que fizeram parte de minha história.

iii
EPÍGRAFE

“Persistir é mais valioso do que ter talento, pois


não há ganhos sem sacrifício”
(Pr. Isaías Ferreira)

iv
ESCATOLOGIA

THAILAN LIRA DE MORAES¹


¹Bacharel em Teologia, SEMINAD.

Declaro que sou autor¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o
mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído,
seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas
consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados
resultaram de investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e
administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou
violação aos direitos autorais.

RESUMO
A escatologia envolve a compreensão das profecias sobre eventos futuros, relacionados ao fim
e exerce significativa influência na crença e na prática religiosa das pessoas. As principais
religiões do mundo possuem suas próprias concepções sobre o fim dos tempos. Além da
variedade de tipos de escatologia, dentro do Cristianismo, por exemplo, há também uma
diversidade de interpretações. Por isso, este trabalho tem o objetivo de facilitar a compreensão
escatológica, expondo as grandes correntes aceitas na atualidade e suas diversas interpretações
bíblicas. Por fim, está obra também explora a perspectiva pentecostal do cristianismo sobre
assuntos concernentes ao fim dos tempos, visto que podem variar entre diferentes
denominações.
PALAVRAS-CHAVE: Interpretações, Escatologia, Arrebatamento, Vertentes.

ABSTRACT
Eschatology involves the understanding of prophecies about future events related to the end
and exerts a significant influence on people's religious beliefs and practices. The world's main
religions have their own conceptions about the end times. In addition to the variety of types of
eschatology, within Christianity, for example, there is also a diversity of interpretations.
Therefore, this work aims to facilitate eschatological understanding, exposing the major
currents accepted today and their diverse biblical interpretations. Finally, this work also
explores the pentecostal perspective of Christianity on issues concerning the end times, as they
can vary between different denominations.

KEYWORDS: Interpretations, Eschatology, Rapture, Strands

v
SUMÁRIO

RESUMO.............................................................................................................................................. v

SUMÁRIO ........................................................................................................................................... vi

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 1

2. TIPOS DE ESCATOLOGIA ............................................................................................................ 2

2.1. ESCATOLOGIA ISLÂMICA ....................................................................................................... 2

2.2. ESCATOLOGIA BUDISTA ......................................................................................................... 2

2.3. ESCATOLOGIA JUDAICA ......................................................................................................... 3

3. MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO ............................................................................................... 3

3.1 INTERPRETAÇÃO PRETERISTA ............................................................................................... 3

3.2 INTERPRETAÇÃO HISTORICISTA ........................................................................................... 4

3.3 INTERPRETAÇÃO IDEALISTA.................................................................................................. 5

3.4 INTERPRETAÇÃO FUTURISTA ................................................................................................ 5

4. ESCATOLOGIA PENTECOSTAL ................................................................................................. 6

4.1 DISPENSACIONALISMO X ALIANCISTAS ............................................................................. 6

4.2 ARREBATAMENTO PRÉ-TRIBULACIONAL........................................................................... 7

4.3 PRÉ – MILENISMO ...................................................................................................................... 8

5. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ..................................................................................... 8

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................... 8

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................... 10

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1. INTRODUÇÃO
A escatologia, “doutrina sobre o destino último dos homens e da terra” (AULETE,
2024), ainda é assunto muito polêmico, no âmbito teológico pelas vertentes e correntes que
dividem opiniões.
Por ser um tema que se desenvolveu recentemente, na contemporaneidade e não ser
frequentemente abordado dentro das igrejas, nota-se uma grande confusão sobre o assunto entre
os fiéis.
O entendimento de que a morte não é o fim, mas sim o início da eternidade é unânime
entre os cristãos, uma vez que eles compreendem que a alma não morre, conforme aponta Alves
(2021, p. 166):
Um aspecto dessa transcendência é que no corpo humano a existência de fato (forma
ou alma intelectiva) é imortal, ao contrário do que acontece com os demais corpos
vivos não humanos. Ela é imortal devido ao seu intelecto e vontade, que a levam a
participar da imortalidade de Deus criador.

Porém a falta de instrução escatológica dos pregadores, faz com que esses temas não
sejam aprofundados dentro da instituição religiosa, deixando os membros vulneráveis a
interpretações informais e contraditórias.
É preciso ter muito cuidado para não se apegar a falsas teorias, pois as crenças
escatológicas influenciam na maneira como as pessoas vivem o presente.
PEREIRA (2021) afirma que a escatologia fornece um entendimento sobre o destino da
humanidade e a razão pela qual a vida tem significado. Ou seja, crenças sobre o julgamento
podem moldar comportamentos, pois atribuem recompensas e punições com base ações durante
a vida. Ações terrenas impactam no que acontecerá após a morte.
Aqui reside a importância de se estudar escatologia de forma ampla e sistemática,
através de uma análise organizada das diferentes perspectivas.
Eu mesmo, acredito que a igreja será arrebatada antes do início da grande tribulação.
Tenho uma visão pré-tribulacionista e uma interpretação futurista literal, mas reconheço que
conhecimento é poder e para uma compreensão rica a abrangente é necessário estudar os tipos
de escatologia, as várias correntes escatológicas aceitas no meio cristão e suas diferentes
interpretações bíblicas.
O objetivo deste trabalho é tornar o complexo compreensível, garantindo que a
informação seja transmitida de maneira clara e fácil a todos que queiram se aprofundar no
assunto.
Além disso, está obra também trará uma perspectiva pentecostal no âmbito escatológico.

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2. TIPOS DE ESCATOLOGIA
Existe uma cosmovisão escatológica de acordo com cada tradição religiosa. De certo
modo, todos têm uma concepção a respeito do fim, independentemente de serem baseadas em
textos sagrados, mitologias ou folclores.
Abaixo, estão algumas perspectivas escatológicas das três principais religiões do
mundo.

2.1. ESCATOLOGIA ISLÂMICA


Essa é uma religião monoteísta e seus ensinamentos estão contidos no Alcorão, e são
oriundos de Maomé.
Segundo IQARAISLAM (2021) todos os seres humanos serão ressuscitados e julgados
de acordo com suas ações. Não se sabe quando isso acontecerá, mas há eventos detalhados nas
escrituras islâmicas que anunciam a chegada do fim. Inclusive, alguns desses eventos são bem
semelhantes com a bíblia cristã.
A escatologia islâmica ensina que tudo terminará por meio de um julgamento final,
evento que será precedido por alguns personagens, como o Mahdi, uma espécie de Messias que
de acordo com Alcorão (SURATA 10. 109) é o mais equânime dos juízes.
Para eles, um muçulmano que espera escapar da ira de ala e do inferno precisa cumprir
os requerimentos apresentados no Alcorão. Entende-se que a salvação é obtida por obras, desde
que que as boas obras superem as más. Somente assim, a pessoa irá para o paraíso. Os mártires
irão todos para o paraíso e o inferno é destinado para os não muçulmanos.

2.2. ESCATOLOGIA BUDISTA


Já a escatologia budista fundada pelo príncipe Hindu Siddhartha Gautama (563-483
a.c.), ou Buda ensina e prega sobre uma humanidade que está passando por um processo de
evolução espiritual e que no fim de tudo, todos habitantes da terra poderão herdar a salvação.
O budismo se apoia na superação do sofrimento e no alcance do nirvana (estado total de
paz), por meio da disciplina mental e de uma forma ética de vida.
BORELLI (2023) mostra que para a escatologia Budista a humanidade “está passando
por um processo de evolução espiritual e que no fim de tudo, todos os habitantes da terra
poderão herdar a salvação. ”

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2.3. ESCATOLOGIA JUDAICA
A escatologia Judaica possui uma ordem cronológica que inclui até mesmo a construção
do novo templo.
No judaísmo o fim do mundo ocorrerá quando os judeus estiverem reunidos na terra que
Deus prometera a Abraão, vencendo todos os seus inimigos.
A construção do terceiro templo de Jerusalém, a restauração dos sacrifícios e serviços e
o Messias como monarca ungido são os eventos que eles tanto esperam além de uma
Ressurreição para vida e para morte.
De acordo com BORELLI (2023) os judeus seguros não reconhecem Jesus Cristo como
Ungido, vindo de Deus. Por isso, continuam aguardando o Messias prometido. Para eles, Jesus
é visto como um bom mestre, que foi martirizado.

3. MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO
Apocalipse, “o último livro do Novo Testamento, atribuído ao apóstolo João, que prediz
e narra o fim do mundo” (AULETE, 2024).
É um livro de difícil interpretação por isso, algumas pessoas tendem a ignorá-lo. Outras
se assombram, pois as figuras e eventos amedrontam. Entretanto, o livro nos traz um
simbolismo muito grande que apontam para o fim. Muitos teólogos debatem sobre o tempo a
que esses símbolos se referem podendo ser divididos em quatro métodos de interpretação:
preterista, historicista, idealista e futurista.

3.1 INTERPRETAÇÃO PRETERISTA


Esse método considera que o contexto histórico e os simbolismos presente na
interpretação do Apocalipse estão relacionados aos acontecimentos contemporâneos da época
em que foi escrito, encerrando no ano 70d.c. essa linha interpretativa entende que todo livro do
Apocalipse já se cumpriu no mesmo tempo que foi escrito.
Os defensores do preterismo acreditam que o livro do Apocalipse de João deve ter feito
total sentido para os primeiros leitores. Assim se o livro do Apocalipse não aponta para o futuro
da igreja, está se encontra sem um direcionamento, pois as profecias já foram cumpridas no
passado.
Em oposição ao preterismo, Souza (2021) apud Milligan (p. 141) declara que:
A vinda do senhor tão frequente referida, certamente não se esgotou naquela
destruição da política Judaica, a qual agora sabemos que devia preceder, por muitos

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séculos, o encerramento da dispensação presente, há uma progressão no livro que é
somente detida com advento final do juiz de toda terra.

Sugerir a vinda de Cristo no ano 70d.c. está de acordo com o ensino preterista e desperta
muitas dúvidas. Porém não há relatos históricos que sustentem esse argumento e não se pode
responder o grande questionamento: Alguém viu Jesus vindo sobre as nuvens do céu em 70d.c.?
Não há sequer uma testemunha que tenha presenciado essa vinda e por esse motivo essa
interpretação é controversa e não é aceita por todas as correntes teológicas.

3.2 INTERPRETAÇÃO HISTORICISTA


Essa linha de interpretação considera o comprimento das profecias do livro do
Apocalipse ao longo das eras. Além disso esse método declara que as revelações apresentam
um histórico profético da igreja e do mundo, desde o seu tempo até o segundo advento.
As predições do livro do Apocalipse não são apenas movimentos gerais na história.
Dessa forma diversas profecias já se cumpriram, outras estão em pleno cumprimento, e também
há aquelas que ainda irão se cumpriu.
É como se fosse um esboço da história da igreja desde o século 1 até a segunda vinda
de Cristo. Isso fica evidente no esquema abaixo, em relação às igrejas da Ásia.
1= Éfeso: igreja apostólica - 30 a 100 d.C.
2= Esmirna: igreja perseguida - 100 a 313 d.C.,
3= Pergamo= igreja imperial -313 a 538 d.C.
4= Ttiatira: igreja papal, idade média- 538 a 1517 d.C.
5= Sardes: igreja da reforma e renascença - 1517 a 1833 d.C.
6= Filadélfia: igreja missionária- 1833 a 1844 d.C.
6= Laodiceia: igreja morta, apóstata - 1844 d.C. até a segunda vinda de Cristo
O pastor e teólogo Juliano Fraga, autoridade no assunto, refuta essa interpretação, pois
a interpretação historicista pressupõe uma continuidade histórica linear e desconsidera
revoluções e mudanças imprevisíveis. Além disso, diferentes historiadores podem ver eventos
históricos de maneiras diferentes, levando a uma falta de consenso.
Para Fraga (2022, p.63):
(...) essa vertente exige do cristão e leitor da Bíblia um conhecimento extremamente
perspicaz no que tange à história. Assim, o estudante deverá depender de
historiadores, adotando a própria Bíblia como o elemento insuficiente.

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3.3 INTERPRETAÇÃO IDEALISTA
O método idealista pode ser definido como totalmente simbólico, à medida que
interpreta toda descrição presente no livro do Apocalipse como mensagem espiritual, rejeitando
a interpretação literal.
A escola idealista de interpretação julga que o livro apocalíptico é um desdobramento
de princípios por meio de figuras e verdades espirituais que podem ser aplicadas à todas as
situações. Isso reduz a profecia a um quadro simbólico sobre o conflito do bem e do mal, igreja
e o paganismo, considerando o triunfo eventual do cristianismo.
A perspectiva simbólica ou idealista sustenta que os eventos descritos não devem ser
concebidos de forma alguma em uma sequência temporal. Eles se referem a verdades
de natureza atemporal, não indicando ocorrências históricas particulares
(MILLARD,2015).

Por ser uma abordagem menos tangível e objetiva, apresenta muitas incoerências como
por exemplo, a falta de base e desconexão com a realidade histórica compromete a credibilidade
dessa interpretação. Fatos como a volta de Cristo e o julgamento sobre a humanidade
descaracterizaria o propósito das escrituras.

3.4 INTERPRETAÇÃO FUTURISTA


É a metodologia mais adotada entre os teólogos e também a mais coerente.
Quase tudo no livro do Apocalipse estão relacionados aos acontecimentos futuros, ao
fim dos tempos. O método de interpretação futurista funciona muito bem. Assim, tudo o que
está englobado a partir do capítulo 4 ainda irá se cumprir, entendendo que os 3 primeiros
capítulos do Apocalipse já se cumpriram no primeiro século da igreja.
O método futurista ganhou corpo em 1830 por meio do dispensacionalismo de John
Nelson Darby, um de seus principais expoentes.
A principal força é a literalidade dos textos, mais claro respeitando o valor simbólico
que a própria Bíblia traz. Seus significados por meios de contextos imediatos e remotos.
A Linha futurista também é chamada de histórico- gramatical, pois respeita o contexto
apresentado na profecia, assim como as regras de gramática e histórica. Até os números se
tornam importantes nesse método. Caso contrário por que razão Deus forneceria centenas de
indicadores cronológicos e temporais na Bíblia se não tivesse a intenção de cumpri-los?
Assim o termo "vinda " se refere a uma volta corporal de Cristo a Terra.

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4. ESCATOLOGIA PENTECOSTAL
A escatologia pentecostal tem 3 pilares sistemáticos, o dispensacionalismo,
arrebatamento pré-tribulacional, e o pré-milenismo, iremos abranger esses pilares apresentando
também uma visão cronológica do acontecimento futuros numa perspectiva pentecostal.

4.1 DISPENSACIONALISMO X ALIANCISTAS


O dispensacionalismo é sistema teológico que vê as etapas da história sendo gerenciada
por Deus.
O dispensacionalismo, afirma que há sucessivas dispensações durante toda história e
que cada um envolve um teste ou uma responsabilidade.
As duas bases dispensacionalistas são:
1) uma interpretação literal das escrituras.
2) a distinção entre Israel e a igreja.
Assim, os teólogos John f. Walvoord e J. Dwight Pentecost defendem a distinção entre
Israel e a Igreja
Dessa forma o dispensacionalismo revisado trabalha com cinco dispensações enquanto
o tradicional trabalha com sete dispensações, havendo essas variações irrelevantes.
1) Inocência (antes da queda);
2) Consciência (Adão a Noé);
3) Patriarcal (Abraão a Moisés);
4) Lei (Moisés a Cristo);
5) Graça (pentecostes ao Arrebatamento);
A crença no sistema dispensacionalista é unanimidade no meio teológico; porém alguns
estudiosos tentaram criticar e se opuseram a ele devido a uma nova teoria que surgiu com John
Nelson Darby (1800-1882), que via a história bíblica em vários períodos de dispensações. Mas
a publicação da Bíblia de referência de Scofield, em 1909 desempenhou um papel importante
na popularização e disseminação das ideias dispensacionalistas nos Estados Unidos. Essa Bíblia
oferecia notas explicativas, comentários e esboços que promoviam a interpretação
dispensacionalistas da escatologia.
Já para os aliancistas não havia diferença entre Israel e a igreja. A teologia da aliança
defende que Deus estabeleceu alianças específicas com a humanidade em diferentes períodos
da história. No entanto, assim como o dispensacionalismo, eles acreditam que a igreja substituiu
Israel quanto a promessa. O grande problema para a hermenêutica: alegorizar os textos como "

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porei em vós o meu espírito, e vivereis, e vos estabelecerei na vossa própria terra" (BÍBLIA,
EZ. 37, 14) e eles olharam para aquele a quem eles traspassarão; pranteá-lo-ão como quem
pranteia por um unigênito " (BÍBLIA, EZ. 12,10),
" e assim, todo Israel será salvo, como está escrito" (BÍBLIA, Rm. 11,26).

4.2 ARREBATAMENTO PRÉ-TRIBULACIONAL


O ensino sobre o arrebatamento da igreja trata de uma das mais importantes doutrinas
dentro da escatologia bíblia.
Além disso, esse é um dos pontos mais questionáveis e intrigante entre as escolas
escatológicas a respeito do assunto.
O período tribulacional tem um caráter específico, preparar Israel para encontrar com o
senhor (BÍBLIA, Am. 4,13)
A grande tribulação é também chamada de angústia de Jacó de acordo com a Bíblia
(Jeremias. 30,7).
A tribulação também é chamada de ira de Deus. Paulo diz para igreja de Tessalonica,
"e esperar dos céus o seu filho, a quem ressuscitou dentre os mortos, a saber, Jesus, quem nos
livra da ira futura” (BÍBLIA, 1Ts. 1,10)"
" porque Deus não nos destinou para a ira, mas para a aquisição da salvação, por nosso
Senhor Jesus Cristo" (BÍBLIA, 1Ts. 5,9)".
Em toda essa questão sobre o arrebatamento pré-tribulacional, SOUZA (2021) apud
JONH WALVOORD (1957) comenta:
(...) o mesmo acontece com Noé e sua família, libertos do dilúvio pela arca, bem
como Raabe, em Jericó. Esses exemplos, embora não sejam provas conclusivas,
confirmam a ideia de que é característica e Deus livra os crentes da ira para julgar os
descrentes. Essas passagens, então, surgem que o livramento de Deus ao seu povo, da
tribulação, estará em harmonia com esse princípio geral.

Existe uma diferença entre arrebatamento e a segunda vinda visível de Cristo.


Para o pré-tribulacionista, existe uma necessidade de intervalo entre o arrebatamento e
a segunda vinda, a fim de que a igreja seja recompensada no céu, no tribunal de Cristo, para o
julgamento dos ímpios na terra e a preparação de Israel para o encontro com Cristo na terra.
Paulo, em 1Co 15.51, diz que o arrebatamento é um mistério. Essa alegação instiga a
entender que o arrebatamento ainda não havia sido mencionado no antigo testamento, além de
ser um fato desconhecido para os judeus. Assim o evento será apenas para a igreja, por isso ele
é considerado secreto, o que diferencia da sua vinda gloriosa e visível a Israel.

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4.3 PRÉ – MILENISMO
O pré-milenismo é uma visão sobre o milênio, um período de mil anos mencionado no
livro do Apocalipse na Bíblia. O pré-milenismo acredita que a segunda vinda de Cristo ocorrerá
antes do início do milênio, durante o qual Cristo reinará de maneira literal na Terra.

5. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
“O método científico inclui uma variedade de abordagens, ferramentas e técnicas de
pesquisa, como dados qualitativos e quantitativos, análises estatísticas, experimentos, pesquisas
de campo, pesquisas de caso e assim por diante”. (CESÁRIO, 2020)
Este trabalho consiste em uma pesquisa bibliográfica, que para Cesário (apud Cachapuz
e Pérez, 2002), “fundamenta-se com base em material que já fora construído”, o que incluí
revistas, periódicos acadêmicos, artigos científicos publicados e livros.
Apesar da pesquisa bibliográfica não ser reconhecida como atividade de pesquisa por
envolver problemas menos significativos e dispensar a utilização de processos científicos, é tão
importante como fonte de conhecimento e descobertas quanto os outros meios de acesso ao
saber, segundo MELO (apud CERVO et. al.; 2007).
Em se tratando dos tipos de pesquisa segundo seus objetivos, este trabalho utilizou-se
da pesquisa exploratória que consiste em explorar informações para proporcionar maior
familiaridade com o problema estudado. (MELO apud GIL (2008)).
Por essas razões, essa pesquisa tem um foco amplo e raramente consegue fornecer
respostas definitivas para questões específicas de pesquisa, (CESÁRIO apud SITTA et
al, 2010; GARCES, 2010).
Por isso, pode-se afirmar que o presente estudo utilizou da pesquisa bibliográfica,
exploratória, com o objetivo de facilitar a compreensão escatológica, permitindo a discussão e
comparação considerando diferentes tradições religiosas, correntes teológicas e interpretações.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A conclusão sobre esse estudo é que a escatologia é uma área difícil e sua compreensão
ainda varia conforme as perspectivas teológicas e as crenças pessoais de cada um. É um assunto
tão complexo que muitos teólogos reconhecem não poder compreender todos os detalhes e
eventos finais descritos em apocalipse.

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Esse tema deveria ser mais estudado dentro das igrejas, pois além de tratar dos
acontecimentos concernentes ao fim dos tempos, também influenciam os comportamentos
éticos e morais no tempo presente. Muitos crentes veem a escatologia como uma parte essencial
de sua fé e a falta de instrução pode prejudicar até mesmo o seu desenvolvimento espiritual.
A ausência de instrução correta e sistemática deixa os fiéis vulneráveis às manipulações
por interpretações distorcidas da bíblia. Isso pode resultar em adesão a crenças e práticas que
não estão alinhadas com os princípios fundamentais da fé.
Não só os líderes religiosos, mas todos os cristãos, deveriam buscar uma compreensão
profunda da mensagem escatológica para fortalecerem sua base de conhecimento e estabelecer
um crivo sobre os inúmeros pregadores da atualidade.
Para compreender os diversos pensamentos e vertentes da escatologia bíblia, é preciso
usar a hermenêutica correta para encaixar todos os acontecimentos mostrados das sagradas
escrituras.
Sem dúvida, o posicionamento mais entendível é a escatologia do cristianismo com
metodologia futurista. Como apontado nesse trabalho, as outas interpretações são passives de
refutação, uma vez que o apocalipse ainda não se cumpriu em sua totalidade e ainda há de se
cumprir.
Sob a ótica do pentecostalismo, o pensamento mais coerente é o dispensacionalismo que
separa os acontecimentos em eras, mantem a literalidade das escrituras e separa a igreja de
Israel. Deus tem uma promessa para Israel que acontecerá no período tribulacional, após a
retirada da igreja. Dessa forma, a igreja não passará pela tribulação, não verá o anticristo e não
sofrerá a ira de Deus. O pré-tribulacionismo é ancorado pelas escrituras: “depois nós, os que
ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos
ares, e assim estaremos sempre com o Senhor” (BÍBLIA, 1Ts. 4,17).
Com o arrebatamento, a igreja participará das bodas do cordeiro no céu e será
recompensada segundo a obras no tribunal de Cristo e receberá os galardões. Além disso, haverá
mil anos literais vivendo com Cristo.

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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALCORÃO. Livro esotérico. Disponível:
<http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/le000001.pdf>. Acesso em janeiro de
2024.

ALVES, C, A. A Escatologia do Tomás de Aquino Maduro. Perspect. Teol., Belo Horizonte,


v. 53, n. 1, p. 161-180. 2021. Disponível em: <
https://www.scielo.br/j/pteo/a/XwG7QX5SHNXMhC9VWFFHjRv/?lang=pt#>. Acesso em
janeiro de 2024.

AULETE, C. Dicionário contemporâneo da Língua Portuguesa. 2024. Disponível em:


<www.aulete.com.br>. Acesso em janeiro de 2024.

BÍBLIA. Português. Bíblia Sagrada. Tradução de Antônio Pereira de Figueiredo. Rio de


Janeiro: Delta, 1980.

BORELLI, G, M. Uma introdução à escatologia. Blog Medium. 2023. Disponível:


<https://gisellemelocroborelli.medium.com/uma-introdu%C3%A7%C3%A3o-%C3%A0-
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o%20ensinamento,sua%20condi%C3%A7%C3%A3o%20na%20vida%20futura>. Acesso em
janeiro de 2024.

CESÁRIO, J. M. dos S. Et al. Metodologia científica: Principais tipos de pesquisas e


suas caraterísticas. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 05,
Ed. 11, Vol. 05, pp. 23-33. 2020. Disponível em:
<https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/tipos-de-pesquisas>. Acesso em
janeiro de 2024.
FRAGA, J. Escatologia Bíblica. A doutrina das últimas coisas. Uma visão apologética,
histórica e manual. 2ª ed. Academia Dokime. 2022

IQARAISLAM. O Fim do mundo na religião Islâmica. 2021. Disponível em:


<https://iqaraislam.com/o-fim-do-mundo-na-religiao-islamica>. Acesso em janeiro de 2024.

MELO, J. O. Et al. Exportação como fator interveniente no nível do índice de


desenvolvimento humano municipal de Minas Gerais. 2013. Trabalho de Conclusão de
Curso (Graduação em Administração) – Universidade Federal de Viçosa.

MILLARD, J. E. Teologia Sistemática. Vida Nova. São Paulo: p. 1102. 2015.

PEREIRA, D. A. A escatologia de Joseph Ratzinger: Análises e contribuições. Dissertação


de Mestrado. Rio de Janeiro. PUCRJ. 2021. Disponível em: <https://www.maxwell.vrac.puc-
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SOUZA, I. B. F. Teologia Sistemática de Escatologia. SEMINAD. São José do Rio Preto.


2021.

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