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Diante dos modelos díspares que nos são apresentados como o mundo
onde vivemos, não há motivos suficientes para aceitar nenhum, pois não
podemos verificar objetivamente a veracidade deles, apenas escolher algum
para acreditar. Imagens oficiais de agências espaciais e explicações
acadêmicas conquistam pessoas com tendências seculares, enquanto
pictogramas da história antiga e descrições em livros religiosos seduzem os
devotos. No final, nenhuma tentativa de explicação fornece provas irrefutáveis
que fossam ser facilmente confirmadas por todas as pessoas.
No entanto, nesse ensaio o que mais importa sobre esse lugar é que
estamos em um sistema fechado, sem contato com outros mundos. Um fato
que iguala desde a teoria da Terra plana até o globo oficial.
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Continuando com a falta de provas, em uma linha investigativa sobre
essas questões, o máximo que podemos contar são relatos de pessoas que
tiveram experiências de quase morte. Longe de serem materiais suficientes
para concluir nosso inquérito, são fenômenos que merecem ser discutidos.
O próprio termo indica que as pessoas que passaram por essas situações
não morreram e voltaram para contar o que viram. Elas apenas estavam
clinicamente mortas por meros segundos ou minutos, segundo o que os
instrumentos e saberes médicos atuais conseguem constatar. Conforme a
ciência avança, talvez descubra que o processo de morte leva horas após a
parada cardíaca e até mesmo da atividade cerebral, concluindo que as
experiências de quase morte são apenas decorrentes de um fluxo de
substâncias químicas, majoritariamente a dimetiltriptamina, comumente
chamada de DMT, causando alucinações vívidas nos pacientes. Por outro
lado, se eles acessaram o mundo espiritual, não trazem provas consigo,
apenas relatos com muitas discrepâncias entre eles.
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Devido à intensidade das experiências sofridas pelos pacientes, há
uma carga emocional associada às suas comunicações. Sem invalidar
suas descrições sobre o suposto mundo espiritual, é válido questionar a
personalização do que aconteceu com essas pessoas.
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Mais uma vez, estamos no campo das declarações sem provas. Até
mesmo experientes viajantes astrais podem estar enganados, induzidos
por alucinações ou manipulações, e alguns podem estar simplesmente
mentindo. Por outro lado, a visão remota é algo comprovável por qualquer
pessoa que se disponha a praticá-la, podendo observar eventos próximos
ou distantes enquanto o corpo físico encontra-se imóvel em um local
fechado. No entanto, esse tipo de visão é verificável apenas com objetos
físicos como, por exemplo, ver e ouvir uma conversa em tempo real entre
pessoas localizadas em uma sala, enquanto o praticante de visão remota
está em outra sala isolada.
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Essa visão de que somos vítimas inocentes subjugadas por seres
malévolos é muito similar às religiões que atribuem nossas ações erradas à
influência de um suposto diabo e seus demônios. Na psicanálise, temos o ego,
aquela voz interior que acreditamos ser nós mesmos, mas que está apenas
disfarçada com o que entendemos como nossa identidade, culpando os outros
por todos os nossos problemas e até mesmo o diabo inexistente ou qualquer
inimigo exterior imaginário. Após Castañeda, o ego se tornou a mente dos
parasitas, nos emprestando a própria mente deles para nos manipular enquanto
pensamos ser a nossa. São versão diferentes significando que padecemos
injustamente sob a tirania do mal.
Como não temos certeza de nada disso, é válido formular uma explicação
alternativa baseada nas experiências cotidianas que todos nós passamos.
Verifique ao seu redor e dentro de si os pequenos ou grandes atos de opressão
que são considerados normais na sociedade. Os seres humanos parecem ter
horror ao livre-arbítrio para ou outros, enquanto o exigem para si mesmos. Em
toda família há pequenos tiranetes comprovando esse fato, assim como a mais
libertária das pessoas ocasionalmente também apresenta esse comportamento.
Nunca se ouve dizer de um predador que peça permissão para sua presa
permanecer capturada. Algumas linhas da Nova Era que aderem à hipótese
mais comum de estarmos em uma armadilha para almas, postulam que os
parasitas agem assim de acordo com uma suposta lei universal do livre-arbítrio.
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Nesse caso, deve haver uma força policial intergalática que não faz seu
trabalho direito, pois permitem que seres inocentes sejam sequestrados
mediante enganos para serem escravizados e consumidos indefinidamente em
um sistema fechado. Incongruentemente, essa força superior impõe respeito
suficiente para que os predadores sejam obrigados a contar com a permissão
das presas para que continuem sendo manipuladas. Não faz nenhum sentido.
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época em que o trabalho análogo à escravidão é mais numeroso do que
quando ela era legalizada, mas vampirizamos uns aos outros inconsciente e
constantemente. O psicólogo e novelista norte-americano James Redfield
publicou o best-seller A Profecia Celestina em 1993, um romance cativante para
explicar algo muito importante acerca das relações humanas. O drama de
controle, a disputa pela energia, é aprendida desde tenra infância para dominar
três tipos de estratégia que roubam energia dos outros. O intimidador exaure
seus alvos com sua agressividade, o interrogador faz o mesmo criticando as
pessoas, o distante deixando os outros preocupados e o coitadinho de mim
fazendo com que sintam pena. Cada pessoa tem uma dessas características
como dominante, mas também utilizam as outras três conforme sentem
necessidade.
Cada ato opressor que cometemos, cada crença em um ser superior que
domina o universo e todas as nossas ações déspotas ou passivas diante da
tirania são o que realmente nos mantêm prisioneiros.
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Outras hipóteses não podem ser descartadas enquanto nenhuma evolui
para, pelo menos, uma teoria bem fundamentada que posteriormente possa ser
uma lei irrefutável. No entanto, essa novidade é tão válida quanto todas as
tentativas de explicar porque estamos aprisionados nesse mundo.
Ao sabermos que estamos em uma prisão, seja por nossa culpa ou não,
tentar escapar sozinho não condiz com o ideal libertário. Muitos apontam todos
os dedos que têm para a elite mundial, os mestres e controladores da
humanidade, sem perceber que esses são os mais aprisionados. Na hipótese
de termos sido capturados por predadores, a elite é a classe mais apegada a
esse mundo e nem pensa em abrir mão do que possui. E se estamos
encarcerados por termos cometido o crime hediondo de limitar o livre-arbítrio de
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outros, a elite que supostamente domina esse mundo, sendo a classe
opressora da sociedade, está perpetuando sua estada no cárcere, ou seja, os
libertários deveriam ter compaixão pelos controladores, principalmente quando
eles não têm, e torcer para que mudem de pensamento algum dia.
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motivo, os acontecimentos mais debatidos são da cultura popular norte-
americana, como frases de filmes, palavras em letras de músicas, literatura
infantil, personagens de desenhos animados, logomarcas de produtos
populares e outros fatores sendo modificados, mas sendo historicamente como
se sempre tivessem sido da forma como são hoje. Invariavelmente, as novas
versões são piores do que aquelas que as pessoas lembram, como se essa
simulação estivesse degenerando. Em português, temos a troca de Exército da
Salvação para Exército de Salvação e muitos exemplos bíblicos como a ovelha
se deitando com o lobo em vez de com o leão no livro de Isaías e a famosa
oração do pai-nosso que agora termina pedindo para que deus não nos
conduza à tentação ao invés de não nos deixeis cair em tentação, no livro de
Mateus, dentre dezenas de exemplos apenas na bíblia.
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Ainda há muito a ser desenvolvido nesse tema. Portanto, peço que, por
favor, mantenha a mente aberta e reflita profundamente sobre esses assuntos
para contribuir com suas opiniões. Elas podem ser muito importantes para a
sua libertação e para outras almas.
Da mesma forma que afirmar saber de algo sem saber, dizer não saber de
absolutamente nada é fraude intelectual. Não saber de nada tornaria alguém
incapaz de fazer qualquer declaração, pois não saberia as palavras. Porém, no
âmbito espiritual, pode ser dito por força da expressão que não sabemos de
nada, no sentido de que não temos conhecimentos suficientes para transmiti-
los para outros que possam confirmar qualquer afirmação.
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dos outros, gerenciadas por seres voluntários para essa função. Como guardas
de detentos, não dão moleza, mas se algo ruim acontece no presídio,
geralmente são os próprios presidiários que causam. Por outro lado, talvez
aqueles que violam o livre-arbítrio agem assim sem impedimentos, mas nesse
caso seríamos vítimas indefesas e deixadas com mais dúvidas do que
respostas.
De qualquer forma, caso não seja possível sair antes do próximo reinício
da civilização ou em qualquer momento, é preferível permanecer como
fantasma após a morte do corpo físico para poder acumular saberes que
possibilitem sair desse sistema do que reencarnar e ter a memória novamente
apagada. Por um período de tempo, talvez seja melhor assumir a posição como
algo chamado de Serenão, almas que ainda não conseguiram sair e não
reencarnam, mas alcançam um nível tão alto de serenidade que afetam
positivamente todos os lugares por onde passam.
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dos seres humanos. Portanto, um dia todos serão livres. Mas, enquanto
estamos aprisionados, temos pressa, e com ótimos motivos.
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Caso estejamos na posição de vítimas desamparadas, considerar sermos
culpados não prejudica nenhuma estratégia para sair. Assumir responsabilidade
pela liberdade e corrigir atitudes contra o livre-arbítrio auxilia mesmo na
hipótese de termos sido capturados em uma armadilha para almas, pois reforça
na prática o propósito de liberdade. E se realmente estamos em uma prisão
para almas condenadas, a única saída é a redenção, eliminando qualquer
resquício de despotismo.
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nave-mãe, somos todos, inclusive os parasitas, produtores de qualia, enviando
nossos pensamentos para algum lugar que os utilizam para fins que não
sabemos.
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como não-ação imaginam que significa não fazer nada, mas o conceito é muito
mais realista. Não-forçar é como as bailarinas que se destacam por terem
movimentos mais fluidos e naturais em contraste com outras que dominam a
dança mas apresentam movimentos forçados, apesar de belos. Ser libertário é
ter o livre-arbítrio tão enraizado que não precisa ser forçado quando diante de
alguma situação que pareça pedir alguma ação autoritária para ser resolvida.
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