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ed.

04dez/2020
umbandainiciatica.com.br

O TEMPLO FALA A DOUTRINA DO KABALA E A DOUTRINA A ERA


AO DISCÍPULO - PT.3 TRÍPLICE CAMINHO YÂNTRICA AXIAL

SOM E NÚMERO - EQUILÍBRIO


UMA INTRODUÇÃO VEGETO-MAGNETICO
O TEMPLO FALA AO DISCÍPULO carro e fui para dentro da encruzi-
lhada fazer o trabalho. Como disse
na mensagem anterior o mato era
Ah o tempo é inexorável como diz alto e chegava a bater na altura de
UMBANDA INICIÁTICA meu mestre, já tinha percorrido o meu peito, iniciei colocando os ele-
A Revista ano de 1981 e eu já atendia com mentos no chão e quando segurei
EDITORIA o Caboclo 7 Ondas e vinha ama- as velas e acendi, vi que parou um
Direção Geral: Mestre Ygbere durecendo com a prática e com camburão da polícia militar atrás do
(Olavo Solera). os ensinamentos que o mestre me Maverick amarelo do Marcio.
Supervisão: Mestra Obaocitala passava. Naqueles tempos, pro-
Desceram vários policiais e se
(Jociane Negrão). curávamos além de fazer nossos
agacharam com as armas em
Editor: Arapuan (Wilins Siqueira). preceitos nos sítios vibratórios da
punho e começaram a gritar para
Redação: Kaananty (Guilherme Pontes) e natureza, fazíamos também os dos
o Marcio descer com a mão na
Arapuan (Wilins Siqueira). irmãos de nossa casa e com isso ia
cabeça, devido a ele não respon-
Direção de Arte: Ytaocam (Bruno Ciaco). apreendendo mais e mais...
der as ordens dos policiais o clima
Coordenação de TI: Yabatsara
Quando iniciei na Umbanda, foi foi ficando tenso e a gritaria se
(Gustavo Vieira).
pela insistência de um amigo que estabeleceu.
Membros da OITC: Mestre Ygbere
queria consultar com uma enti-
(Olavo Solera), Mestra Obaocitala Eu no meio da encruza segurando
dade de Criança e que atendia na
(Jociane Negrão), Ytaocam (Bruno), as velas e o Marcio gritando que
casa de uma médium no bairro do
Arapuan (Wilins), Yacileda (Rachel), não podia descer...Os momentos
Ipiranga. E foi por meio da consulta
Yabiritan (Fabio), Yashinario (Karen), pareciam eternos.
dele que eu tinha entrado junto, é
Kaananty (Guilherme Pontes), Tashinara
que eu soube que deveria ir até um Quando um dos policiais perguntou
(Thiago), Yanaraty (Roberta), Oyanaosi
terreiro pois minhas coisas espiritu- por que ele estava ali e não podia
(Thais), Kaaoni (João Paulo), Obiatan
ais assim o pediam. descer, é que as coisas começaram
(Damião), Cyaratan (Cleane), Uaratanan
a se desvanecer, o Marcio gritava
Neto), Yabataiara (Robson), Yanahash Esse amigo que falo chamava-se
que eu estava fazendo um traba-
(Julia), Itamaram (Guilherme Bezerra), Marcio Guida e que posteriormente
lho espiritual e estava no meio do
Yaraloni (André), Yamará (Rafael), Ybiatan soubemos pelo mestre que ele
terreno da encruzilhada. Nesse
(Dalton), Yacyodhara (Eloci), Yabatsara era acobertado pelo Caboclo das
momento todos os policiais olha-
(Gustavo), Oryanan (Cintia). Águas Claras e recebeu dele uma
ram para mim e me viram surgir do
Ordem Iniciática do Tríplice Caminho guia com sinais poderosos de uma
meio do mato alto com um monte
(OITC) - Templo do Sr. das 7 Ondas antiguidade que se perdia nos
de velas acesas e uma garrafa de
Rua Latif Fakhouri, 298 – tempos...
“marafo” nas mãos, para minha
Vila Santa Catarina
Nosso amigo Marcio, utilizava- surpresa os guardas ficaram com
CEP 04.367-010. São Paulo – SP
-se de cadeira de rodas pois era uma cara terrível de espanto e logo
Telefones: +55 (11) 98110-0619
portador de necessidades espe- foram gritando: nos desculpem,
Brasília: +55 (61) 99824-8504
ciais devido a uma tetraplegia, e nos desculpem, nós respeitamos
isto nunca foi obstáculo para ele vocês... E partiram rapidamente.
realizar seus desejos, pois fomos
Quando cheguei no carro brinquei
inúmeras vezes para a mata, a
com Marcio lhe dizendo: que se ele
cachoeira e para a encruzilhada,
descesse, eu que sairia correndo...
sendo esta última a de maior prefe-
rência dele.... E demos boas risadas de tudo
aquilo!
Em uma dessas vezes, fui com
ele a encruzilhada em Heliópolis -
que citei no texto anterior, pois
Mestre Ygbere (Olavo Solera)
nosso mestre me pediu que libe-
rasse algumas coisas negativas Mestre de Iniciação da OITC –
que ele (Marcio) tinha pegado Templo do Sr. Sete Ondas
inadvertidamente.
Ygbere (Olavo Solera)
Mestre-Raiz da O.I.T.C Para lá me dirigi com o carro do pai
Templo do Sr. das 7 Ondas do Marcio, chegando lá deixei-o no

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A DOUTRINA DO TRÍPLICE
CAMINHO

Por meio da Doutrina do Tríplice


Caminho Uno gradativamente é
facultado às emanações do Espírito
adquirir a consciência de que a
crença na relatividade é a doença
mãe, a ilusão primeira responsável
pela quebra da higidez do Uno e
todas as mazelas decorrentes da
dualidade (crença em uma identi-
dade única / eu / self em oposição
a um suposto outro / não eu), e,
consequentemente da pluralidade.
O poder volitivo inerente ao espí-
rito permitiu que a “crença” na
relativização por si só resultasse
na ilusória fragmentação da uni-
dade absoluta em uma unidade
relativa (dimensão espiritual ou
reino virginal) e em uma plurali-
dade (dimensão material ou reino
primeiro pela perda do organismo nos é ensinada pelos espíritos
natural).
físico, depois pela do astral e, por dos ancestrais ilustres que são
Esta última e mais acentuada ilusão fim, do mental), e “renascer” em Senhores das Doutrinas Tântrica,
(“visão” distorcida da realidade plenitude para o Espírito, a única Mântrica e Yântrica, verdadeiros
que é o espírito) é sanada por meio realidade, a realidade absoluta. representantes da Onisciência,
da Doutrina do Tríplice Caminho Onipotência e Onipresença divinas
Precisamos despertar do sono pro-
Uno, a qual permeia a “tudo” e a em nosso planeta, que adaptando
fundo a que nos lançamos e aceitar
“todos”, dirigindo e conduzindo ao nosso grau consciencial com
a Verdade: nada mais há além
o destino das “emanações” do maestria traduzem a Sabedoria,
do Absoluto. Quanto mais rápido
Espírito manifestas em 3 orga- Amor e Ação Cósmicas libertado-
nos conscientizarmos disso, mais
nismos e 7 corpos ao Absoluto. ras dos quais são detentores.
rápido nos autocuraremos.
Seus fundamentos doutrinários
Vida longa a Mestre Ygbere, discí-
traduzem o Conjunto das Leis de E o meio de nos libertarmos da ilu-
pulo de Yamunisiddha Arhapiagha.
Deus que “nos” governa, a qual são (do único) e nos salvarmos (de
fonetizamos como AumBhanDan, nós mesmos) é a Doutrina Tríplice Vida longa a toda a sua linhagem.
OmBhanDHum, OmBuddha, Caminho (Uno), pela qual as “ema-
-
Umbanda, etc. nações” do Espírito, segundo seu
mérito, no uso do “livre” arbítrio Kaananty (Guilherme Pontes)
Se ao “imergirem” nos “abismos
que lhes é próprio, se autocurarão
oceânicos” da matéria, as ema- Discípulo de Mestre Ygbere
das doenças várias que desde a
nações do Espírito constituíram 3
eternidade produziram a partir do OITC – Templo do Sr. Sete Ondas
organismos para ganhar “vida” na
desvario consciencial da crença
matéria consubstanciando a crença
no único (ilusão / veneno) que será
ilusória em sua persona/persona-
superado pelo Uno (realidade /
lidade/ individualidade, da mesma
cura).
forma, ao “ascenderem” do tecido
espaço-temporal desconstituirão A Ordem Iniciática do Tríplice
cada um deles para “morrer” para a Caminho convida todos os
matéria (desconstituindo gradativa- irmãos planetários a conhecer
mente a expressão da sua persona esta Medicina de Síntese que

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A ERA AXIAL trouxeram esses grandes espíritos
e que alguns escritores/historiado-
uma revolução espiritual à altura de
nosso gênio tecnológico, é impro-
res chamaram de: vável que salvemos nosso planeta.
Uma educação puramente racional
Nos dias de hoje eminentes histo- A Era Axial...
não será suficiente. Descobrimos,
riadores buscam explicar o grande
Toda geração talvez acredite ter com pesar, que uma grande uni-
número de taumaturgos que surgi-
chegado a um ponto crítico da versidade pode funcionar perto
ram em um período de tempo e se
história, porém nossos problemas de um campo de concentração.
perguntam por que e como muitos
parecem particularmente difíceis Auschwitz, Ruanda, Bósnia e a
saberes de locais tão distantes
e nosso futuro se mostra cada vez destruição do World Trade Center
puderam existir ao mesmo tempo.
mais incerto. Muitas de nossas constituem sinistras demons-
Em um mesmo momento surgiram
dificuldades mascaram uma crise trações do que pode acontecer
os filósofos pré-socráticos e os
espiritual mais profunda. Ao longo quando perdemos o sentido da
grandes mestres indianos e tam-
do século XX, assistimos à erupção sagrada inviolabilidade de cada ser
bém Sidarta o Budha.
de uma violência sem precedentes. humano.
O que fez com que esses grandes Infelizmente, nossa capacidade de
A religião, que deveria nos ajudar a
Homens surgissem nesse período nos infligir danos e mutilações tem
cultivar esse sentido, com frequ-
de mil anos antes de Cristo e mil acompanhado nosso extraordinário
ência parece refletir a violência
anos depois? progresso econômico e científico.
e o desespero de nossa época.
Como suas doutrinas era tão Parece nos faltar sabedoria para Praticamente todo dia nos depara-
semelhantes? refrear nossa agressividade e mos com exemplos de terrorismo,
mantê-la dentro de limites segu- ódio e intolerância de motivação
A triplicidade era a forma de
ros. A explosão das primeiras religiosa.
explicar o sagrado e nos dias de
bombas atômicas em Hiroshima e
hoje não é diferente, estamos em Um número crescente de pessoas
Nagasaki revelou a autodestruição
via de chegar a esses momentos considera irrelevantes e inacre-
e o niilismo existentes no bojo das
novamente e precisamos buscar ditáveis as doutrinas e práticas
brilhantes realizações de nossa
esses caminhos. A Doutrina do religiosas tradicionais e busca
cultura moderna. Corremos o
Tríplice Caminho tem o objetivo de nas artes plásticas, na música, na
risco de uma catástrofe ambiental
restaurar o Amor e a Sabedoria e literatura, na dança, no esporte ou
porque já não vemos a terra como
tudo corre muito rápido em direção nas drogas a experiência transcen-
sagrada, mas a consideramos um
a esse novo horizonte. Mas vamos dente que parece necessária aos
simples “recurso”. Se não houver
entender melhor essa era que seres humanos. Todos ansiamos

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por momentos de êxtase, quando na China, hinduísmo e budismo espiritual, quando o que precisa-
vivemos nossa humanidade com na Índia, monoteísmo em Israel mos é criar uma fé mais inovadora
uma plenitude maior que a habitual e racionalismo filosófico na que reflita as realidades de nosso
e nos sentimos profundamente Grécia. Essa foi a época de Buda, próprio mundo. Contudo, nunca
tocados por dentro e elevados Sócrates, Confúcio e Jeremias, superamos de fato os achados da
acima de nós mesmos. dos místicos das Upanishads, de Era Axial. Em momentos de crise
Mêncio e Eurípides. Nesse perí- espiritual e social, homens e mulhe-
Somos criaturas à cata de sentido
odo de intensa criatividade, gênios res constantemente se voltaram
e, ao contrário de outros animais,
espirituais e filosóficos inaugu- para esse período à procura de
facilmente nos desesperamos, se
raram um tipo inteiramente novo orientação. Podem ter dado inter-
não conseguimos ver significado
de experiência humana. Muitos pretações distintas às descobertas
e valor em nossas vidas. Alguns
trabalharam no anonimato, porém axiais, porém nunca as ultrapas-
procuram novas maneiras de ser
outros se tornaram luminares que saram. O judaísmo rabínico, o
religiosos. Desde a década de 1970
ainda conseguem nos emocionar, cristianismo e o islamismo, por
vem ocorrendo, em muitos luga-
porque nos mostram como uma exemplo, são rebentos tardios da
res do mundo, um renascimento
criatura humana deveria ser. A Era Era Axial original. Como veremos
espiritual, e a devoção militante
Axial foi um dos períodos mais no último capítulo, essas três tradi-
que muitas vezes chamamos de
seminais de mudança intelectual, ções redescobriram a visão axial e
“fundamentalismo” é apenas uma
psicológica, filosófica e religiosa a traduziram esplendidamente num
manifestação de nossa busca pós-
que a história registra; não haveria idioma que falava direto às circuns-
-moderna de esclarecimento.
nada comparável até a Grande tâncias de seu tempo.
Em nossa atual conjuntura, creio Transformação Ocidental, que insti-
Os profetas, místicos, filósofos e
que podemos encontrar inspi- tuiu nossa modernidade científica e
poetas da Era Axial foram tão avan-
ração no período que o filósofo tecnológica.
çados e expuseram uma visão tão
alemão Karl Jaspers chamou de
Mas como os sábios da Era Axial, radical que gerações posteriores
Era Axial, porque foi decisivo para
que viveram em circunstâncias tão trataram de diluí-la.
o desenvolvimento espiritual do
diversas, podem falar a nossa atual
gênero humano. Entre aproxima- Com isso, muitas vezes produziram
condição? Por que haveríamos
damente 900 e 200 a.C., surgiram, exatamente o tipo de religiosidade
de buscar ajuda em Confúcio ou
em quatro regiões distintas, as que os reformadores axiais queriam
em Buda? Certamente um estudo
grandes tradições mundiais que eliminar. A meu ver, é o que tem
desse período distante só pode
continuam alimentando a huma- acontecido no mundo moderno.
ser um exercício de arqueologia
nidade: confucionismo e daoísmo Os sábios axiais deixaram uma

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importante mensagem para nossa explicado - com grande delicadeza axiais não estavam interessa-
época, porém seus achados serão - que essa não era uma pergunta dos em dar a seus discípulos um
surpreendentes - até chocantes oportuna. Se tivessem pergun- pequeno enaltecimento edificante,
- para muitos que se julgam religio- tado a Amós ou a Ezequiel se era após o qual eles poderiam reto-
sos hoje em dia. Com freqüência, “monoteísta”, se acreditava num mar, com renovado vigor, suas
presume-se, por exemplo, que ter Deus único, ele teria ficado igual- vidas de sempre, centradas neles
fé é acreditar em certas propo- mente perplexo. Monoteísmo não mesmos. Seu objetivo era criar
sições doutrinais. Na verdade, é era a questão. Há pouquíssimas uma espécie inteiramente distinta
comum chamar as pessoas religio- asserções inequívocas de monote- de ser humano. Todos pregavam
sas de “crentes”, como se acatar ísmo na Bíblia, mas - curiosamente uma espiritualidade de empatia e
os artigos de fé fosse sua principal - a estridência de algumas dessas compaixão; insistiam na necessi-
atividade. No entanto, a maioria afirmações doutrinais contraria o dade de abandonar o egocentrismo
dos filósofos axiais não tinha o espírito essencial da Era Axial. e a cobiça, a violência e a rudeza.
menor interesse em doutrina ou Errado não era só matar um
O importante não é em que um
metafísica. As crenças teológicas semelhante; não se devia nem
indivíduo acredita, mas como ele se
de um indivíduo eram totalmente pronunciar uma palavra áspera ou
comporta.
indiferentes para um Buda. Alguns fazer um gesto irritado. Ademais,
sábios se recusavam com firmeza Religião tem a ver com fazer coisas praticamente todos os sábios axiais
até a discutir teologia, argumen- que produzem mudanças profun- entendem que nossa benevolência
tando que era nocivo e desviava a das no adepto. Antes da Era Axial, deve abranger o mundo inteiro, e
atenção. o ritual e o sacrifício de animais não se restringir a nossa própria
estavam no centro da busca reli- gente. Com efeito, a delimitação
Outros diziam que era imaturo, irre-
giosa. Vivenciava-se o divino em de horizontes e afinidades cons-
alista e perverso procurar o tipo de
dramas sagrados que, como uma titui mais uma indicação de que a
certeza absoluta que muita gente
grande experiência teatral da atua- Era Axial estava chegando ao fim.
espera encontrar na religião.
lidade, conduziam o espectador a Cada tradição formulou sua pró-
Todas as tradições que se desen- outro nível de existência. Os sábios pria versão da Regra de Ouro: não
volveram na Era Axial empurraram axiais mudaram esse quadro; ainda faças aos outros o que não farias
as fronteiras da consciência valorizavam o ritual, porém lhe con- a ti mesmo. Para os sábios axiais,
humana e descobriram em seu feriram um novo significado ético religião é o respeito pelos sagrados
bojo uma dimensão transcen- e punham a moralidade no âmago direitos de todos os seres - e não
dente, mas não necessariamente da vida espiritual. A única maneira a crença ortodoxa. Se agíssemos
a consideraram sobrenatural e, em de encontrar o que chamavam com bondade e generosidade para
geral, se recusaram a discuti-la. de “Deus”, “Nirvana”, “Brahman” com o próximo, conseguiríamos
Precisamente porque a experiência ou “Caminho” era levar uma vida salvar o mundo.
é inefável, a única atitude correta compassiva. Na verdade, reli-
Temos de redescobrir o ethos
é um reverente silêncio. Por certo gião era compaixão. Hoje em dia,
axial. Em nossa aldeia global, não
os sábios não tentaram impor aos muitas vezes achamos que, antes
podemos mais nos dar ao luxo de
outros sua visão dessa realidade de adotar um estilo de vida reli-
uma visão estreita ou exclusivista.
suprema. Muito pelo contrário: gioso, temos de provar, para nossa
Precisamos aprender a viver e a
acreditavam que, em matéria de própria satisfação, que “Deus”, ou
nos conduzir tendo em mente que
fé, ninguém jamais deveria receber o “Absoluto”, existe. É uma boa
indivíduos de países distantes do
qualquer ensinamento. É essencial prática científica: estabelecer um
nosso são tão importantes quanto
questionar tudo e testar todo ensi- princípio e só depois aplicá-lo. Mas
nós. Os sábios da Era Axial não
namento religioso empiricamente, os sábios axiais diriam que isso
criaram sua ética da compaixão
através da própria experiência equivale a pôr o carro na frente dos
em circunstâncias idílicas. Essas
pessoal. De fato, como veremos, bois. Primeiro, é preciso compro-
tradições se desenvolveram em
a insistência de um profeta ou de meter-se com a vida ética; depois,
sociedades que, como a nossa,
um filósofo em doutrinas obriga- uma benevolência disciplinada
estavam, mais que nunca, des-
tórias em geral indica a perda de e habitual - não uma convicção
pedaçadas pela violência e pela
impulso da Era Axial. Se tivessem metafísica - forneceria indícios da
guerra; na verdade, o primeiro
perguntado a Buda ou a Confúcio transcendência que se procura.
catalisador de mudança religiosa
se acreditava em Deus, ele pro-
Isso significa que se tem de estar geralmente era uma honesta
vavelmente teria estremecido e
pronto para mudar. Os sábios rejeição da agressividade que os

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sábios viam a seu redor. Quando tinham de obedecer a essa ordem mulheres queriam desesperada-
se puseram a procurar as causas e cooperavam com os homens mente participar dele. A filosofia
da violência na psique, os filósofos para preservar as energias divinas perene ainda é um fator crucial na
axiais penetraram em seu mundo do cosmo. Se tais energias não vida de algumas tribos indígenas.
interior e passaram a explorar um se renovassem, o mundo poderia Para os aborígines australianos,
campo da experiência humana até mergulhar num vazio primordial. por exemplo, o reino sagrado do
então desconhecido. Tempo do Sonho é muito mais real
O sacrifício de animais era uma
que o mundo material. Vislumbres
O consenso da Era Axial é um prática religiosa universal na
do Tempo do Sonho lhes ocorrem
eloqüente testemunho da unanimi- antigüidade.
durante o sono ou em visões; o
dade da busca espiritual do gênero
Uma forma de reciclar as for- Tempo do Sonho é atemporal e
humano. Todos os povos axiais
ças esgotadas que mantinham “para sempre”. Constitui um cená-
descobriram que a ética da com-
o mundo vivo. Havia uma firme rio estável para a vida cotidiana,
paixão funciona. Todas as grandes
convicção de que vida e morte, constantemente enfraquecida pela
tradições surgidas nessa época
criatividade e destruição estavam morte, pelas vicissitudes, pela
concordam quanto à suprema
inextricavelmente interligadas. As incessante mudança.
importância da caridade e da
pessoas achavam que sobreviviam
benevolência, e isso nos diz algo Quando vai caçar, o aborígine
apenas porque outras criaturas
crucial sobre nossa humanidade. australiano imita de tal modo o
davam a vida por elas, e, assim,
Descobrir que nossa fé se harmo- procedimento do Primeiro Caçador
reverenciavam a vítima animal por
niza tão profundamente com outras que se sente em completa união
seu auto-sacrifício. Como não
é uma experiência afirmativa. Sem com ele, integrado a sua realidade
podia haver vida sem essa morte,
nos afastar de nossa própria tradi- mais poderosa. Depois, quando
alguns imaginavam que o mundo
ção, podemos, portanto, aprender se afasta dessa riqueza primor-
surgira em função de um sacrifício
com os outros a aprimorar nossa dial, teme que o reino do tempo o
realizado no começo dos tempos.
busca particular da empatia. absorva e o reduza a nada, junta-
Outros contavam histórias de um
mente com tudo que ele faz.
Para apreciar as realizações da deus criador que matara um dra-
Era Axial, temos de entender o gão - símbolo comum do informe Essa era também a experiência dos
que houve antes - ou seja, temos e indiferenciado - para arrancar a povos da antigüidade. Só existiam
de conhecer a religião pré-axial ordem do caos. de verdade quando imitavam os
da mais remota antigüidade. Nela deuses em rituais e abandonavam
Quando encenavam esses eventos
encontramos certas características a solitária e frágil individualidade de
míticos em sua liturgia, os devotos
comuns que seriam fundamentais sua vida secular. Só cumpriam sua
se sentiam projetados no tempo
para a Era Axial. A maioria das humanidade quando deixavam de
sagrado. Com freqüência empreen-
sociedades acreditava, por exem- ser apenas eles mesmos e repe-
diam um novo projeto, executando
plo, num Deus Alto, comumente tiam os gestos de outros.
um ritual que representava a cos-
chamado de Deus Céu, por estar
mogonia original para infundir força Nós, seres humanos, somos
associado com o firmamento.
divina em sua frágil atividade mor- profundamente artificiais. Vivemos
Sendo algo inacessível, ele tendia
tal. Nada podia perdurar se não era em luta para aprimorar nossa
a desvincular-se da consciência
“animado”, ou provido de “alma”. natureza e aproximar-nos de um
religiosa. Alguns diziam que ele
ideal. Mesmo hoje em dia, quando
“desapareceu”; outros, que fora A religião antiga dependia do que
abandonamos a filosofia perene, há
violentamente deposto por uma se denomina filosofia perene, por-
os que se curvam servilmente aos
geração mais jovem de divindades que está presente, de algum modo,
ditames da moda e até violentam
mais dinâmicas. Os indivíduos em na maioria das culturas pré-mo-
o rosto e o corpo para reprodu-
geral sentiam o sagrado como uma dernas. Cada pessoa, cada objeto,
zir o padrão de beleza vigente. O
presença imanente no mundo que cada experiência aqui na terra era
culto da celebridade mostra que
os rodeava e dentro de si mesmos. uma réplica - uma pálida sombra
ainda reverenciamos modelos que
- de uma realidade existente no
Alguns pensavam que deuses, sintetizam a “super-humanidade”.
mundo divino. O mundo sagrado
homens, mulheres, animais, plantas Há pessoas que se desdobram
era, portanto, o protótipo da exis-
e pedras partilhavam a mesma vida para ver seus ídolos e sentem uma
tência humana, e, por ser mais rico,
divina e estavam sujeitos a uma exaltação extática por estar perto
mais forte e mais duradouro que
ordem cósmica responsável por deles. Copiam seu traje e sua
qualquer coisa da terra, homens e
toda a existência. Até os deuses conduta. Parece que temos uma

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propensão natural para o arquetí- do tempo, eles simplesmente não comportamento agressivo de seu
pico e o paradigmático. tomavam conhecimento de sua próprio sexo que raramente pen-
existência. savam duas vezes nas mulheres.
Os sábios axiais chegaram a uma
Não podemos seguir os reforma-
versão mais autêntica dessa espi- Quando falavam sobre o “grande
dores axiais com servilidade; na
ritualidade e ensinaram a buscar homem”, ou o “homem ilumi-
verdade, tal atitude constituiria
no próprio íntimo o eu ideal e nado”, não se referiam a “homens
uma profunda violação ao espírito
arquetípico. e mulheres” - apesar de que, se
da Era Axial, segundo o qual esse
questionados, a maioria talvez
A Era Axial não é perfeita. Uma de tipo de conformismo nos aprisiona
admitisse que as mulheres também
suas maiores falhas é a indiferença numa versão inferior e imatura
são capazes dessa liberação.
pelas mulheres. Quase todas essas de nós mesmos. O que podemos
espiritualidades se desenvolveram Descobri que, justamente por fazer é estender a todos, inclusive
num ambiente urbano, dominado ser a questão das mulheres tão ao sexo feminino, o ideal axial de
pelo poderio militar e pela ativi- irrelevante para a Era Axial, qual- preocupação universal. Ao tentar
dade mercantil agressiva, em que quer discussão continuada desse recriar a visão axial, temos de levar
as mulheres tendiam a perder o tema acaba sendo maçante. Esse em conta os melhores achados da
status que detinham numa econo- assunto me pareceu incômodo, modernidade.
mia mais rural. Não existem sábias todas as vezes que tentei abordá-
Os povos axiais não tiveram uma
axiais, e, mesmo quando recebiam -lo. Creio que merece um estudo
evolução homogênea. Cada qual se
permissão para desempenhar um específico. Os sábios axiais não
desenvolveu em seu próprio ritmo.
papel ativo na nova fé, as mulheres eram rematados misóginos, como
Às vezes atinaram com algo real-
costumavam ser postas de lado. alguns padres da Igreja, por exem-
mente digno da Era Axial, porém
Não podemos dizer que os sábios plo. Eram homens de sua época e
recuaram. Os indianos sempre esti-
axiais as odiavam; na maior parte estavam tão preocupados com o
veram na vanguarda do progresso

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axial. Em Israel, profetas, sacerdo- alguns desses movimentos, sobre- não acabou aí. Os pioneiros da Era
tes e historiadores se acercaram do tudo na Índia, onde havia pouco Axial lançaram os alicerces sobre
ideal esporadicamente, a interva- interesse em história e não se os quais outros puderam construir.
los, até ser exilados na Babilônia, fez nenhuma tentativa de manter Cada geração tentaria adaptar
no século VI, e viver um breve e registros cronológicos precisos. esses achados originais a suas pró-
intenso período de extraordinária Atualmente a maioria dos indólogos prias e peculiares circunstâncias, e
criatividade. Na China houve um concorda, por exemplo, que Buda essa deve ser nossa tarefa hoje em
progresso lento e cumulativo, até nasceu um século depois do que dia.
Confúcio desenvolver a primeira se pensava. E Laozi, o sábio dao-
Karen Armstrong
espiritualidade axial plena, no final ísta, não é especulado e é provável
do século VI. Quanto aos gregos, que nunca tenhamos certeza sobre Mestre Ygbere (Olavo Solera)
desde o início tomaram um rumo ele.
Mestre de Iniciação da OITC
totalmente distinto dos outros
No entanto, apesar dessas dificul- Templo do Sr. Sete Ondas
povos.
dades, o desenvolvimento geral
Jaspers via na Era Axial uma con- da Era Axial nos fornece alguns
temporaneidade maior do que a dados sobre a evolução espiritual
existente. Achava que Buda, Laozi, desse importante ideal. Seguiremos
Confúcio, Moshi e Zoroastro, por esse processo cronologicamente,
exemplo, eram mais ou menos mapeando o progresso dos quatro
coetâneos. Estudiosos modernos povos axiais lado a lado e obser-
revisaram essa datação. Agora vando a trajetória da nova visão,
sabemos que Zoroastro não viveu que pouco a pouco se arraigou,
no século VI, e sim muito antes. teve um crescimento e se esvaeceu
É muito difícil datar com precisão no final do século III. Mas a história

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KABALA E A DOUTRINA significa em Tupy “Pedra Riscada”, estrelas e dos planetas. A melhor
estão presentes em todo o Brasil, data de plantio, colheita, os ven-
YÂNTRICA – A MOVIMENTAÇÃO de Norte a Sul do país e são classi- tos e os pontos cardeais foram
CÓSMICA. ficadas em diferentes classes pelos observações de alto valor para
antropólogos e arqueólogos, como nossos ancestrais, pois através
naturalista, esquemática, pictográ- do Cosmos, houve a percepção
fica e ideográfica. Dentro dessas que certos fênomenos na natu-
No texto anterior “ Kabala – Luz,
classes há sinais rupestres que reza mudavam ciclicamente. O
Som e Movimento” falamos da
simbolizam uma percepção visual Sol que traz a vida para os seres,
comunhão da Kabala com a
com ênfase androgônica. Esses era chamado de Coaracy pelos
Lei do Verbo, seus processos
sinais representavam alertas ou vermelhos, a Lua que atribuiam
onomatopaicos, ideográficos e
informações relevantes para o bem os fluxos e influxos das marés,
mnemônicos, sua relação com o
de todos da tribo, como animais de Yacy, as estrelas de Yacitatá,
oráculos, e como parte integrante
do habitat para caça, se determi- e a constelação do Cruzeiro do
da Doutrina do Tríplice Caminho.
nado local, possui água, chuva, luz Sul de Curuça. Tais observações
Hoje daremos uma atenção espe- e mesmo animais perigosos que cósmogônicas estão presentes
cial a Doutrina Yântrica, para poderiam colocar em perigo a tribo em nossas itacoatiaras, incor-
falarmos dos sinais pré-históri- eram expressos através desse tipo poradas na história e nos mitos
cos do Brasil, em conexão com de sinal. das tribos para que houvesse a
o Vattan, o Devanagari e a Lei de transmissão do conhecimento,
Outros sinais comtemplavam a
Pemba. Um estudo arqueométrico um exemplo disso é a Pedra do
relação do homem com o céu. O
e de síntese da Kabala. Ingá e as artes rupestres da Pedra
antigo homem vermelho necessitou
Lavrada na Paraíba copiados
Os sinais rupestres também da orientação sobre o tempo-es-
pelo engenheiro Francisco Soares
conhecidos como Itacoatiaras, que paço, e para isso utilizou-se das

O.I .T.C - A R EVI STA - 10


Retumbra, contemplando possíveis expressam uma escrita pertecente origem dos nossos signos; fica
constelações, planetas e estrelas, as civilizações pré-históricas, que demonstrado porque uns julga-
fonte de pesquisas de inúmeros em grau superlativo identificam o vam ver caracteres fenícios, outros
arqueólogos brasileiros e mesmo Poder Divino. hebraicos e ainda outros troianos,
internacionais. egípcios etc.
“É dessa escrita primitiva, dessa
O homem primevo também utiliza- escrita mater, que vamos encon- Nenhum dos autores estava com a
va-se de sinais para conceber, se trar os restos, ainda em sua forma verdade, porém a verdade estava
comunicar e idealizar sua interação simples e originaria, nos grosseiros com todos sob outra forma. A
com o Plano Espiritual, sinais que riscos dos rochedos do Brasil e na escrita não era nem fenícia, nem
representavam a propria Divindade louça de Marajó. hebraica, nem ogâmica, mas conti-
que habitava nos céus e na natu- nha em gérmen, em origem, todos
Deste modo compreende-se
reza. Em Escrita Pré Histórica do os sistemas — era a antepassada,
a confusão que se estabele-
Brasil, autoria de Alfredo Brandão a geradora de todas as outras
ceu quando se quis explicar a
são apresentados 75 sinais que escritas, e ainda hoje todos os
alfabetos conservam alguma coisa
de comum.” Escrita Pré Histórica
do Brasil, pg 20 - Alfredo Brandão.

Ladislau Neto, dissertou que as


inscrições encontradas na Pedra
da Gávea, no Rio de Janeiro,
bem como as de Pouso Alto na
Paraíba eram inscrições de ori-
gem semítica, informando que os
fenícios estiveram no Brasil em
suas expedições. Mas tudo nos
leva a luz da razão por meio dos
estudos da Doutrina Yântrica, que
tais caracteres rupestres foram
pictografados por nossos ances-
trais, e que guardam pontos de
contatos arqueométricamente com
outras civilizações através das
rotas migratórias espirituais de uma
antiga tradição cabalística oriunda
de nosso Baratzil (Brasil).
O primeiro a fazer essa observa-
ção entre os sinais rupestres e a
arqueometria foi o Grão Mestre
da Umbanda Esotérica, Mestre
Yapacani, Wondrow Wilson da
Matta e Silva, orientado mediuni-
camente pelas entidades astrais
que o assistiam, que guardam esse
saber ligado as antigas escolas de
mistérios da humanidade.

O.I .T.C - A R E V IS TA - 1 1
Vedas defende, o sânscrito foi dado
à humanidade pela Divindade. Ele
não poderia ter-se desenvolvido
pelo lento processo de uma agên-
cia humana. Afinal, no período de
tempo em que o sânscrito apare-
ceu, a humanidade era considerada
por alguns como constituída de
bárbaros. Todavia, como poderia
tal povo, se isso era o que eram,
desenvolver uma língua tão refi-
nada como o sânscrito? Para tal
língua surgir, teria de vir de uma
civilização igualmente refinada e
avançada. De outro modo, por que,
após milhares de anos de nossa
civilização avançada e científica,
não vimos uma língua melhor ou
mais sofisticada?”
“ Como se pode ver, em meticu- até nós por meio dos Brâmanes,
losa observação e comparação, trata-se de um alfabeto que evolui
tudo deriva ou se filia aos Signos suas formas e encaixa-se auto-
pré-históricos do Brasil – uma lógicamente entorno da Estrela
escrita esotérica e sagrada. Veja-se Dodecagramatrica, contemplando
portanto, que o supradito, como através de seus sinais a gênese do
alfabeto adâmico, considerado por Universo e a relação do Homem
outros como o primitivo da huma- Espiritual com a Divindade. Esse Os sinais pré-históricos, o Vattan e
nidade, são sinais já trabalhados, antigo alfabeto serviu de protótipo o Devanagari se relacionam har-
obedecendo a uma articulação silá- para o devanagari, “ o Alfabeto dos monicamente com a Lei de Pemba
bica, bem particular. Nesse alfabeto Deuses Cobras”, desenvolvido na trazida por intermédio de Mestre
adâmico, todos os sinais se asse- antiga Barat Varsh, o Continente do Yapacani e Mestre Arhapiagha. A
melham, são idênticos, ou derivam Verbo Criador, terra sagrada dos Lei de Pemba não é a expressão
dos Signos Pré-Históricos do Brasil mantras, das palavras e dos textos simbólica de alfabetos ou mesmo
”– Doutrina Secreta da Umbanda, sagrados, a Índia contêmporanea. inscrições rupestres, mas assim
pg. 98 - Mestre Yapacani. como a Lei de Pemba (Yantra),
Saint-Yves d’Alveydre utilizou-se
expressa em seus sinais o metro
Mestre Yapacani conseguiu obser- do sânscrito e do védico para
sonoro divino (Mantra) e a mani-
var que os sinais rupestres assim compreender o alfabeto Vattan e
festação de vibrações e luzes
como seus fonemas se harmoni- seus fonemas, pois em minuciosa
espirituais (Tantra), esses alfabetos
zavam arqueométricamente com a análise verifica-se que o devana-
também guardam essa reflexão
Lei do Verbo resgatada através de gari deriva-se morfológicamente
divina em seus caracteres, pois
Saint-Yves D’Alveydre, e que eram do Vattan, e como todo alfabeto
trata-se de um movimento ema-
expressões ideográficas, onoma- arqueométrico é a incidência do
nado do Plano Espiritual para o
topaicas e mnemônicas de uma som divino, Saint-Yves encontrou
Plano Material, ciclos e ritmos da
antiga língua que era o Abanheenga no sânscrito uma linguagem que
Lei Cósmica que se concretizam no
“ A Língua do Homem”, guardando transcendia as proprias palavras,
plano das formas.
estreita relação com o Vattan, pois pois é uma língua que perdurou
remontam a uma mesma origem no tempo para acesso direto ao “Este alfabeto sagrado é uma
primeva do homem. planos superiores. primeira forma a velar a escrita cós-
mica, que descreve o destino dos
O alfabeto Vattan, também conhe- Sri Nandanandana Dasa afirma em
seres e a sabedoria cósmica. Está
cido como alfabeto adâmico, “Sânscrito uma introdução a sua
mais próximo da Lei de Pemba ou
devido o mesmo estar relacionado história e grandiosidade” “Com a
escrita cósmica. Dissemos que
ao homem primevo, é um alfabeto natureza avançada da língua e do
está próximo, mas não é o precur-
morfológico trabalhado nas antigas alfabeto sânscrito, alguns sentem
sor da Lei de Pemba, ao contrário,
escolas iniciáticas, que chegou que, como a fonte tradicional dos

O.I .T.C - A R EVI STA - 12


a Lei de Pemba que lhe deu ori- Yantra como “Instrumento da “ Quando o dia começou a averme-
gem, deu-lhe manifestação com Manifestação do Poder Divino”. lhar, uma friagem grande veio e fez
real expressão por dentro da magia dormir toda a gente. Quando o Sol
A Doutrina Yântrica é contem-
cósmica ou teurgia. Mas, para fins já havia passado do meio do céu.
plada pela “Dança Cósmica do
práticos, podemos associar sinais Do outro lado viram aquele moço, o
Universo”, do dinamismo, da
do alfabeto adâmico, relacioná-lo, Dono do Fogo e o outro, pintando
vontade, dos gestos ritualísticos,
aos três princípios do primeiro fun- pedras. Toda a gente não saiu da
guardando relações arquetípicas
damento da Lei de Pemba.” Exu o ilha. Coração deles estava cheio de
com a fortaleza e a simplicidade
Grande Arcano – F. Rivas Neto medo. Aqueles moços, depois de
dos caboclos. Yantra é o corpo do
pintar pedras, foram ao mato.”
Como falado por Mestre ritual, é a união com as Potências
Arhapiagha (F. Rivas Neto), esses Cósmicas Espirituais explícitas nos “ Eles atravessaram para onde
alfabetos e caracteres velam e se rituais Teúrgicos da antiguidade estavam soando os instrumentos e
relacionam aos primeiros funda- que expressavam a verdadeira arte, quando ali chegaram, disse o Filho
mentos da Escrita Cósmica, são a Ars Magna. do Sol. Calem-se ! Vou ensinar,
expressões espirituais relacionadas agora, para vocês os Costumes do
Tantra, Mantra e Yantra são dou-
ao Mental Concreto com o objetivo Sol e os seus instrumentos.”
trinas Unas, estando entrelaçadas
de movimentação de energias: atra-
numa contínua espiral envolta ao “ Depois de contar os novos cos-
ção, repulsão e fixação das linhas
espírito que caminha na senda da tumes, ele tirou de dentro de um
de forças, dentro da magia.
iniciação, é o contínuo movimento pacará os enfeites com que hoje se
A Escrita Sagrada do Arashas/ da expansão da consciência e da dança, e disse : Esta figura já está
Orixás, também conhecida como quebra da barreira ilusória da duali- ali na pedra. Esta outra é a mesma
Lei de Pemba, está intrinseca- dade, bem como o reencontro com que está junto dela. Esta e aquela
mente ligada a Doutrina Yântrica na a essência através da Luz Criadora, outra...
Umbanda Iniciática. Onde yantra, os Arashas/Orixás Ancestrais.
-
vem da raiz etimológica de yan que
Gostaria de terminar esse texto
significa reter, controlar e conter Arapuan (Wilins Siqueira)
com um antigo mito da tribo
e tra faz referência a instrumento,
indígena Taulipang, que vai de Discípulo de Mestre Ygbere
artefato e veículo, sendo o “
encontro com nosso pequeno
instrumento que serve para reter”. OITC – Templo do Sr. Sete Ondas
ensaio:
Hieraticamente podemos definir

O.I .T.C - A R E V IS TA - 1 3
O EQUILÍBRIO VEGETO - sempre na zona rural, sob a luta e se superar. Todos sabemos que
árdua pelo pão de cada dia. De grandes gênios tornaram possível
MAGNÉTICO NA UMBANDA alguma forma, não sei ao certo, ela a permanência da nossa espécie
INICIÁTICA se tornou a benzedeira da região, neste planeta, e portanto, algo só
parteira e curandeira da popula- poderia estar errado nesse raciocí-
ção. Nos momentos de aflição, nio pueril e recente.
recorriam a ela, que usava de seu
Quando, há 3 anos, o Templo do Com que arrogância a Ciência
conhecimento para aliviar o sofri-
Caboclo 7 Ondas foi aberto, sob o Moderna desprezou conheci-
mento de todos. Ela viveu de forma
comando de mestre Ygbere, e sob mentos que datam mais de 5500
simples, e morreu também assim.
a vibratória de Pai Moçambique e anos, como o Livro do Imperador
Mas, seu nome ecoou até minha
Caboclo 7 Ondas, eu não poderia Amarelo (Texto de Medicina mais
geração, quando nasci e me tornei
imaginar que hoje estaria escre- antigo encontrado), ou os manus-
médica. Eu sei que herdei dela
vendo para nossa revista digital. critos de Imhotep (que viveu 2500
sua Coroa, e sinto-me honrada em
Nosso trabalho foi aos poucos se anos antes de Hipócrates)? Como
receber dela esse legado. Que
apresentando e se estruturando, ignorar todo o conhecimento tra-
eu consiga combater a dicotomia
culminando com um site, mídias zido pelo Vedanta , pelo Taoísmo
entre a Ciência e Religião, que eu
digitais (facebook, Instagram, (Yin/Yang, Teoria do 5 movimentos,
consiga mostrar que essa luta entre
YouTube), e nossa revista digi- Fitoterapia ) ou pelo Hinduísmo
elas é irracional, desnecessária e
tal, que está agora no seu quarto (Medicina Ayurvédica)?
intransigente. O radicalismo nos
exemplar. Eu os convido à leitura
distancia, alimenta a violência e
deste número.
marginaliza os diferentes.
Esta é a minha introdução a um
Eu não consigo acreditar que
assunto que me encanta há anos, e
para ser uma cientista, tenho que
que me fez partir do academicismo
me afastar da fé e da religiosi-
para o conhecimento tradicional
dade. A meu favor, tenho nomes
e popular, as Ervas e seu poder
como Copérnico, Newton, Kepler,
de cura na Umbanda Esotérica/
Descartes, Einstein. Eu sei que
Iniciática.
o Iluminismo nos tornou céticos,
Para introduzir o assunto, não mas ele surgiu apenas no século
posso deixar de lembrar de minha XVIII. E em nome da racionali-
bisavó Mãe Chica. Essa simples e dade, apagamos toda a história da
forte mulher nasceu e viveu no sul Humanidade, como se até aquele
de Minas, onde se casou jovem e momento só tivessem nascido
deu a luz a muitos filhos, vivendo seres incapazes de pensar, criar,

O.I .T.C - A R EVI STA - 14


Não consigo deixar de compa- (profecias, visões, sonhos), e pode
rar a Ciência Moderna, com sua ser desencadeada pelo grupo, por
arrogância e egocentrismo, a um meio de rituais (cantos, danças,
adolescente que, recém saído da ritos religiosos, bebidas sagradas).
infância, ignora os pais e seus con- O fato é que temos necessidade de
selhos, como se tivesse recebido a comunhão com o desconhecido,
iluminação, e de nada precisasse, seja ele qual for, e isso transcende
pois seria já detentor de todo o ao aspecto de religião, e cada um
conhecimento e experiência de vai se expressar da forma que mais
que precisasse. Ao ignorar os mais lhe adequar, ou lhe falar à alma. Por
velhos e à sua sabedoria, tola- isso, tantas e diferentes religiões
mente sofre as injunções que a vida em nossa época, porque tantas
adulta traz. e diferentes são as necessidades
de cada um. O que buscamos ao
Por que a realidade é assim tão
comungar com o desconhecido
envolvente e ilusória?
é a transcendência. Do homem
Por que ignorar a subjetividade, a comum/ordinário, para o homem
fé e principalmente a experiência iluminado/superior.
religiosa?
Portanto, quando coube a mim
Se nos recusarmos a olhar além a escolha, eu optei por ouvir os
do que os olhos enxergam, deixa- mais velhos, e a não ignorar a
remos de perceber muito do que Ancestralidade que carreio em
há no nosso Universo. Se pensar- meus genes e principalmente
mos apenas nos vírus, bactérias, em meu Ori/Coroa/Astral. Eu
átomos e subpartículas, já podería- fui levada muito cedo a pen-
mos entender o quanto nosso olhar sar a respeito, graças a esses
racional é limitado. Se não fossem seres iluminados que sempre
homens e mulheres corajosos, que ampararam minha caminhada.
teimaram em olhar além, nunca E, enquanto eu crescia em inteli-
saberíamos da existência e da gência racional e conhecimento
importância que eles têm, e ainda acadêmico, eles me chamavam a
estaríamos presos à Pré-História. olhar outros aspectos da realidade
humana. E, ainda pequena (cerca
A experiência religiosa é individual
de 10 anos), buscava livros nada

O.I .T.C - A R E V IS TA - 1 5
recomendados para minha idade. E as conhecemos pelo nome. Muitas mais passar seus conhecimentos
foi assim, que de livro em livro, da delas, nunca ouvimos falar. Mas, se ancestrais às novas gerações (
Renovação Carismática Católica, puxarmos pela memória, veremos informatizadas e digitalizadas).
Espiritismo e Esoterismo, cheguei à que elas fizeram, fazem e farão
O cheiro e o gosto das ervas nos
Umbanda Esotérica/Iniciática, onde parte de nossa vida.
acompanham desde pequenos.
hoje vivencio minha fé e minha
Quem nunca tomou um chá indi- Elas fazem parte de nossas expe-
religiosidade.
cado pela mãe, pela tia ou pela riências e ficarão guardadas nos
Ao introduzir esse tema, quero pri- avó, para aliviar cólica, diarreia, nossos arquivos do subconsciente.
meiro saudar a Oxossi/Ossae e sua cefaleia, ou uma dor qualquer? E quando precisarmos, lembrare-
Macaia, e peço agô para discorrer Quem nunca fez um escalda pés, mos e as utilizaremos novamente.
sobre esse assunto tão fascinante e uma compressa, um emplastro? Assim foi, assim é, e assim será por
misterioso. Saúdo também a Ogun/ gerações. Tolos seremos se não
Alguns já devem ter tomado uma
Obá que com sua Espada, cortou o buscarmos compreender melhor o
dose de uma garrafada indicada
mau e trouxe o equilíbrio a muitos poder curativo das plantas.
pela benzedeira local, se tiveram
que acorreram ao nosso terreirinho.
a benção de conhecer alguma e A palavra curar em inglês heal, vem
Agô aos meus queridos Pretos e
por ela ter sido atendida. Hoje, as do inglês arcaico haelan, que não
Pretas Velhas, mandingueiros de
garrafadas são menos comuns, significa apenas curar, mas tornar
luz, que com Arruda e Guiné fize-
ficando restritas às cidades peque- inteiro. Tornar novamente inteiro
ram grandes mudanças nas vidas
nas, no interior do Brasil, onde se (equilibrado) o doente (desequi-
de nossos consulentes. Abençoem
escondem as benzedeiras, com librado). E foi esta propriedade
meus humildes e despretensiosos
suas rezas, chás e defumações. que nos fez utilizar as Ervas, por
propósitos.
Antes, numerosas e valorizadas, tentativa e erro, no desejo de aliviar
Por que falar de Ervas? Hoje esta- hoje raras. Já não conseguem a dor e o sofrimento do grupo
mos tão afastados delas, que mal primitivo. Mas, algumas dessas
ervas mostraram-se dotadas de
poder muito além do alivio das
dores. Elas se mostraram úteis
para limpeza espiritual, atraindo ou
dissipando energias, fortalecendo
o campo áurico, atraindo pros-
peridade material, fortalecendo a
saúde, acalmando, alegrando. E
ainda, limpando, purificando e har-
monizando os ambientes. E, ainda
aguçando a intuição, afinando o
mediunismo, e possibilitando o
contato com os Planos Superiores.
Enfim, falar de Ervas signi-
fica descortinar um mundo de
possibilidades.
E espero despertar no leitor o inte-
resse pelo assunto. A cada número
novo desta revista digital, iremos
juntos aprender mais um pouco
sobre elas. Eu convido todos a ini-
ciarmos essa jornada. Sejam bem
vindos!
-
Mestra Obaocitala
(Jociane Negrão)
OITC - Templo do Sr. 7 Ondas

O.I .T.C - A R EVI STA - 16


SOM E NÚMERO – de Santé, nos solicitou a compo- humana com a de outros animais,
sição deste material, ele reforçou como os cães ou os morcegos,
UMA INTRODUÇÃO a necessidade de tratarmos de iremos entender este fenômeno de
assuntos profundos e muitas vezes uma forma mais interessante.
complexos de maneira simples.
Uma das medidas associadas ao
Este artigo não tem a intenção de Este processo, de transformar a
som é o Hertz (Hz), que traduz o
ser um texto técnico, mas toma- complexidade em simplicidade
conceito de ciclos por segundo,
mos a liberdade de contar com a representa verdadeiro pilar na jor-
que, por sua vez, nos remete à
paciência do leitor para que alguns nada consciencial de todos neste
ideia de frequência, ou seja, a
conceitos fundamentais possam plano denso da matéria.
quantidade de vezes que deter-
ser trabalhados. Esperamos que
E já que trataremos de certos fenô- minado fenômeno ocorre durante
estes conceitos ajudem a formar
menos físicos da matéria e de suas certo tempo.
uma base de entendimento para os
contrapartes extrafísicas, mas não
artigos futuros desta série. Enquanto nós humanos consegui-
menos materiais e sim mais sutis,
mos perceber ondas de 20Hz (20
Apesar da tarefa desafiadora de vamos falar sobre o som.
ciclos por segundo) até no máximo
se expressar conceitos técnicos e
O que é o Som? 20.000Hz – no caso de um jovem
teóricos de forma direta e clara, nos
com audição perfeita –, a audi-
esforçaremos para mantermos tais O som que ouvimos pode ser
ção canina pode chegar até os
conceitos a um mínimo necessário. classificado como um fenômeno
60.000Hz e a dos morcegos chega
psicoacústico. Em outras palavras,
Mais desafiador ainda é relacionar até 120.000Hz.
a percepção daquilo que chama-
estas informações, de forma coe-
mos de “som” ocorre no nosso O este intervalo, de 20 a 20.000Hz
rente e coesa, com os fundamentos
cérebro e é causada por um estí- constitui o que conhecemos como
da Umbanda Esotérica e Iniciática,
mulo físico, que, no caso, é a onda espectro sonoro, ou seja, o con-
de modo a analisarmos a conver-
sonora. Nossa primeira conclusão junto de frequências audíveis por
gência e o movimento dos saberes
até aqui é que não há som sem o nós humanos, que é composto
da ciência acadêmica em direção
cérebro. de frequências graves, médias
ao Sagrado.
e agudas. Quanto menos ciclos
Se compararmos a audição
Quando Mestre Ygbere, nosso pai por segundos a onda sonora

O.I .T.C - A R E V IS TA - 1 7
apresentar, mais grave o som será. e animais que sejam capazes de necessitam de um meio material,
Opostamente, quanto mais ciclos ouvir, provoca algum som?” seja gasoso, líquido ou sólido, que
por segundo, mais aguda a onda tenha massa e elasticidade, para se
Antes de prosseguirmos à res-
sonora será. propagar. Esta propagação é feita
posta, devemos nos lembrar que as
por meio de compressões e des-
Quanto mais próximos dos limites ondas acústicas podem ser capta-
compressões deste meio material
deste espectro, mais dificuldade o das por instrumentos de medição
elástico. Por isso, o som não pode
ouvido humano tem de perceber os ou equipamentos de áudio, mas a
existir no vácuo, que é a ausência
sons. Ou seja, quanto mais perto captação de uma onda por dispo-
da matéria.
dos 20Hz (muito graves) ou dos sitivos eletrônicos é um processo
20.000Hz (muito agudos), menos diferente da percepção sensorial Para entendermos melhor este
escutamos. Nosso ouvido escuta do som por nós, seres dotados de fenômeno, vamos usar a analogia
muito bem as frequências médias, audição. das ondas ocasionadas ao jogar-
pois os sons da fala humana se mos uma pedra em um lago. As
A resposta à pergunta acima é não.
situam nesta região do espectro, de ondas se propagam na superfície
Então, tecnicamente, há uma dife-
aproximadamente 500Hz a 1500Hz. da água e vão diminuindo gradati-
rença entre onda acústica e som.
vamente, após o impacto da pedra
Acima dos 20.000Hz nosso ouvido
Como acontece o Som na água. Uma vez terminado o
simplesmente não consegue captar
evento que ocasionou as ondas,
nada, o que nos faria afirmar que Basicamente, som é vibração.
as águas do lago voltam à posição
não há som algum acima dessa Esta vibração é gerada por corpos
inicial como se nada tivesse acon-
frequência. Mas já sabemos que materiais, sob a forma de onda
tecido. Da mesma forma, o som vai
os morcegos e os cães reagem a mecânica.
perdendo a energia no decorrer do
frequências muito superiores a esta.
Quando, por exemplo, as cordas tempo, depois de terminado evento
Um conhecido engenheiro de áudio de um violão são tocadas, o des- que o gerou.
e professor suíço que atua no Brasil locamento contínuo das mesmas
O som pode se propagar pelo ar,
costuma fazer uma pergunta aos produz vibrações, que percorrem
água, madeira, metais, concreto,
seus alunos: “A queda de uma as moléculas do ar até chegarem
etc. A facilidade com que o som se
enorme árvore em uma floresta lon- aos nossos ouvidos.
transporta em diferentes materiais
gínqua, isolada de seres humanos
Portanto, estas vibrações é relativa à composição destes

O.I .T.C - A R EVI STA - 18


e à própria natureza do som em vibração das moléculas do ar. O utiliza-se a medida de 340 metros
questão. Diferentes frequências se som então é transportado por estas por segundo.
movem mais facilmente ou por mais ondas, que representam varia-
Além da Física, a Música
tempo através de certas substân- ções na pressão do ar, sob forma
cias do que outras. de compressões e rarefações (ou Na música, a altura diz respeito a
descompressões). como as frequências dos sons são
O meio mais comum em que perce-
percebidas pelo ouvido humano,
bemos o som é o ar. Nesse caso, o A velocidade do som no ar varia de
diferentemente do uso popular
som é causado por uma quantidade acordo com a pressão atmosférica
do termo que se confunde com
de energia mecânica que gera a e a temperatura, mas geralmente
volume. Enquanto as baixas fre-
quências são ouvidas como sons
graves, as frequências altas são
ouvidas como sons agudos.
Em relação à percepção dos sons
musicais, a maioria das pessoas
percebe as relações entre duas ou
mais notas, em vez da frequência
absoluta propriamente dita. Ao
primeiro tipo de percepção se dá
o nome de “ouvido relativo” e ao
segundo, “ouvido absoluto”, sendo
que é raro encontrar alguém que
possua esta percepção absoluta.
Apesar de a altura estar intima-
mente relacionada à frequência,
na música são utilizados os nomes
das notas musicais em vez de
suas frequências. Essas notas são
dispostas em certa ordem num
conjunto ou escala musical.
A escala utilizada como referência
para todas as outras é a Escala
Diatônica ou Escala Maior. Esta
escala possui 7 notas distintas e
se tomarmos a nota Dó como a
primeira, estas seria sua sequência
de notas: Dó – Ré – Mi – Fá – Sol –
Lá – Si – Dó (com a última sendo a
repetição da primeira).
A distância percebida entre duas
notas musicais é chamada de
intervalo. No caso da escala acima,
distância entre a primeira nota Dó
e a nota Dó é chamada de intervalo
de oitava, por esta ser a oitava nota
a partir da primeira.
As notas que ouvimos dos instru-
mentos são, na verdade, ondas
sonoras complexas, formadas de
várias frequências e não somente
da frequência fundamental, que
define a altura da nota.

O.I .T.C - A R E V IS TA - 1 9
A primeira (ou predominante) comprimento da onda. determinados aspectos sutis do
frequência que ouvimos é cha- som, sob a ótica da Umbanda
Todas estas vibrações ocorrem
mada frequência fundamental. As Esotérica e Iniciática. Até lá!
simultaneamente quando tocamos
frequências adicionais que juntas
a corda de um instrumento como -
formam o timbre do instrumento
o monocórdio, o violão, o piano, o
são chamadas de harmônicos. Yabatsara (Gustavo Vieira)
violino, etc. Na realidade física, a
Os harmônicos são múltiplos intei- série harmônica de um som musi- Discípulo de Mestre Ygbere
ros da frequência fundamental. Na cal é virtualmente infinita!
OITC– Templo do Sr. Sete Ondas
prática, isso significa que a funda-
Geralmente, os harmônicos gera-
mental é multiplicada por números
dos por um instrumento musical
inteiros em uma progressão aritmé-
são irregulares. Portanto, alguns
tica chamada série harmônica ou
dos fatores que definem o timbre
espectro harmônico.
de um instrumento são:
O grego Pitágoras (570-495 a.C.),
• Quais harmônicos estão
analisando os harmônicos em um
presentes ou ausentes;
instrumento chamado monocórdio,
descobriu essa relação de harmôni- • Quais as amplitudes ou
cos como sendo múltiplos inteiros volumes relativos dos harmônicos;
da fundamental. Observe a figura a
• Qual a proporção destes
seguir:
harmônicos; se os múltiplos pares
Esta é a representação gráfica dos ou ímpares são mais proeminentes;
harmônicos individuais da corda etc.
do monocórdio sendo tangida.
Após esta introdução mais teórica,
Partindo da observação desta ima-
ficaremos por aqui. No próximo
gem, podemos deduzir então que
artigo da série trataremos de
quanto maior a frequência, menor o

O.I .T.C - A R EVI STA - 20


CURSOS 2020/21

Desde o início dos tempos o homem sempre pro- abordados temas concernentes à gnose humana,
curou o conhecimento que o guiasse à satisfação abrangendo a Ciência, Arte, Filosofia e Religião,
e ao preenchimento do Espírito. Com a Umbanda bem como acerca da Espiritualidade Avançada
não é diferente. Temos uma série de saberes que calcada na síntese desse conhecimento, que nos
vêm se multiplicando e se consolidando ao longo tira o véu da escuridão e nos proporciona um
do tempo. maior entendimento do Sagrado.
Buscar o aprofundamento no aprendizado dos Inicialmente apresentaremos 13 (treze) cursos
fundamentos de conceitos teóricos, teológicos que falam sobre esses saberes sob a ótica da
e de temas esotéricos diversos relacionados à Umbanda Iniciática e da Doutrina do Tríplice
nossa religião é algo que todos podem fazer. É Caminho, a qual permeia e sintetiza todo o
por meio da assimilação destes conhecimentos conhecimento da Tradição Integral. Os cursos
que o médium umbandista adquire uma maior contarão com videoaulas, material apostilado e
compreensão sobre os rituais, liturgias, oferendas “lives” periódicas abordando os temas e as dúvi-
e sistemas espirituais que perfazem a tradição da das sobre cada curso. Ao final de cada curso será
Umbanda e, especificamente, o entendimento de emitido certificado em nome do participante.
nossa escola da Umbanda Iniciática.
Arapuan - Discípulo de Mestre Ygbere
A Ordem Iniciática do Tríplice Caminho – Templo
As turmas dos cursos serão confirmadas e
do Sr. Sete Ondas vem trazer ao público uma série
abertas em breve. Caso tenha interesse, por
de cursos cujos saberes fazem parte da Proto-
favor preencha o formulário no endereço em
Síntese Religio-Científica. Nestes cursos serão
nosso site abaixo, que entraremos em contato
via e-mail.

WWW.UMBANDAINICIATICA.COM.BR/CURSOS/ O.I .T.C - A R E V IS TA - 2 1


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