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FACULDADE TEOLÓGICA BATISTA EQUATORIAL

Mantenedor: SEMINÁRIO TEOLÓGICO BATISTA EQUATORIAL - STBE


Credenciamento: Portaria MEC N°3.531, de 13/12/2002 (D.O.U. de 16/12/2002)
Reconhecimento: Portaria MEC N° 384, de 19/03/2009 (D.O.U. de 20/03/2009)
BR 316, KM 01, 6241. Castanheira. CEP 66645-003. Belém-PA. Fone(s): (91) 3235-1605/1522. Fax: (91) 3245-1174.
E-mail: fatebe@fatebe.edu.br / Site: www.fatebe.edu.br

SAMUEL MARQUES CAMPOS

HOMILÉTICA 1 – PASSOS PARA A PREGAÇÃO EXPOSITIVA:


MÉTODO DE ESCULTURA DE TEXTO
“Pregue a Palavra, esteja preparado a tempo e fora de tempo, repreenda, corrija, exorte com
toda a paciência e doutrina” (2Tm 4.2).

Apostila apresentada para a disciplina


de Homilética 1 do Curso de
Bacharelado em Teologia ministrada
pelo professor Dndo. Samuel Marques
Campos

BELÉM / PA
2016
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .....................................................................................................................4
1.1 DEFINIÇÕES IMPORTANTES ...................................................................................4
1.2 A PREGAÇÃO E AS ESCRITURAS ...........................................................................4
1.3 TIPOS DE SERMÕES ...................................................................................................5
1.3.1 Sermão tópico ou temático ..........................................................................................5
1.3.2 Sermão textual / expositivo .........................................................................................6
1.4 RESPALDO PARA A PREGAÇÃO EXPOSITIVA ....................................................8
1.5 IMPACTOS DA PREGAÇÃO EXPOSITIVA..............................................................8
1.6 PREGAÇÃO EXPOSITIVA: TRÊS PERGUNTAS QUE DEVEM SER FEITAS ......8
1.7 TIPOS DE PREGAÇÃO EXPOSITIVA .......................................................................9
1.8 MÉTODO DE ESCULTURA DO TEXTO ...................................................................9

PARTE 1 – ANALISANDO O TEXTO BÍBLICO .....................................................................10


1. PASSO 1 – INVESTIGANDO O TEXTO ...............................................................11
1.1 CONSTATAÇÃO DOS DETALHES DO TEXTO ....................................................11
1.2 SENTIDO DOS DETALHES DO TEXTO .................................................................11
1.3 OBSERVANDO / PESQUISANDO O TEXTO (KARL LACHLER) ........................11
1.4 RECURSOS IMPORTANTES ....................................................................................11
1.5 PERGUNTAS SOBRE RELAÇÕES...........................................................................12
1.6 TESTES DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA ..............................................................12
1.7 APLICAÇÃO DAS RESPOSTAS...............................................................................12
1.8 SUCINTA REVISÃO DA INVESTIGAÇÃO DO TEXTO ........................................12
2. PASSO 2 – ESTRUTURANDO O TEXTO .....................................................................14
2.1 CHAVES GRAMATICAIS – TABELA NORTEADORA .........................................14
2.2 INDICADORES DE CONTEÚDO .............................................................................14
2.3 ETAPAS DA ESTRUTURAÇÃO DO TEXTO BÍBLICO .........................................14
2.4 EXEMPLOS ................................................................................................................14
3. PASSO 3 – IDEIA CENTRAL DO TEXTO ....................................................................17
3.1 COMO ENCONTRAR A IDEIA CENTRAL DO TEXTO? ......................................17
3.2 VAMOS À AÇÃO .......................................................................................................17
PARTE 2 – AS PARTES DO SERMÃO.....................................................................................18
1. PASSO 4 – O ALVO (PROPÓSITO) DO SERMÃO .....................................................19
1.1 COMO ELABORAR O ALVO DO SERMÃO? .........................................................19
1.2 O OBJETIVO DO ALVO DO SERMÃO ...................................................................19
1.3 TESTES DE VERIFICAÇÃO .....................................................................................20
1.4 OS PASSOS BÁSICOS PARA A ELABORAÇÃO DO ALVO DO SERMÃO ........20
2. PASSO 5 – A IDEIA CENTRAL DO SERMÃO ....................................................21
2.1 COMO ELABORAR A IDEIA CENTRAL DO SERMÃO? ......................................21
2.2 AÇÃO PRÁTICA ........................................................................................................21

PARTE 3 – ORIENTAÇÕES PARA O PREPARO DO SERMÃO ..........................................22


1. PASSO 6 – O PREPARO DO SERMÃO EXPOSITIVO .......................................23
1.1 O CORPO DO SERMÃO ............................................................................................23
1.1.1 Exemplos de estruturas de sermões ..........................................................................23
1.1.2 Os pontos do sermão ..................................................................................................25
1.1.3 Transições entre os pontos ........................................................................................26
1.1.4 Aplicação.....................................................................................................................26
1.1.5 Ilustração ....................................................................................................................27
1.2 A INTRODUÇÃO .......................................................................................................27
1.3 A CONCLUSÃO .........................................................................................................28
1.4 O TÍTULO DO SERMÃO ...........................................................................................28

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .........................................................................................29

APÊNDICE 1 – PEQUENO ROTEIRO E DICAS PARA A ELABORAÇÃO DO


SERMÃO .....................................................................................................................................33

APÊNDICE 2 – TODOS OS PASSOS DE UM SERMÃO EXPOSITIVO EM


JOSUÉ 16.1-10 ............................................................................................................................35
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1. INTRODUÇÃO
Antes de trabalharmos sobre a interpretação do texto é importante sabermos
alguns conceitos relacionados com a hermenêutica e a pregação da Palavra.

1.1 DEFINIÇÕES IMPORTANTES


 Hermenêutica ( [ermêneuô]): São as regras de interpretação bíblica.
O termo “hermenêutica” provavelmente vem do deus grego Hermes, patrono
mitológico da eloquência e mensageiro dos deuses. No entanto, apesar dessa
origem, a Hermenêutica tornou-se uma disciplina que trabalha os passos para a
interpretação de textos.
 Exegese ([eksêgêsis]): Discorre sobre o que diz o texto bíblico
(intenção original do autor). Ela vem de duas palavras: ex (fora de) + egéomai
(conduzir, guiar, liderar). Tem a ideia de extrair de dentro do texto para fora. Ou
seja, é a aplicação das regras de Hermenêutica com o objetivo de extrair de
dentro do texto bíblico o seu significado original.
 Homilética ( [omilia]): Trata em como transmitir e comunicar as
Escrituras. É a arte da entrega da mensagem: é o discurso, a comunicação. Vem
do termo grego omilia que significa reunião, conversação.

É preciso saber as regras de interpretação bíblica (hermenêutica), colocá-


las em prática para interpretar o texto sagrado conforme a intenção original do
autor (exegese) e saber os elementos constitutivos de um sermão (homilética)
para preparar a mensagem bíblica com fidelidade.
Pregação = hermenêutica + exegese + homilética.

Na pregação dois horizontes são fundidos – original e atual (cf. John Stott).

1.2 A PREGAÇÃO E AS ESCRITURAS


O pregador não deve pregar sobre a Palavra, mas a Palavra. Por isso, é
importante termos uma visão elevada das Escrituras, haja vista que Ela é a fonte e
mensagem do pregador.
 “A Bíblia é inspirada, infalível, inerrante, no sentido de que seus manuscritos
originais não contêm erros” (Harris).
 “[...] as Escrituras tem o selo da inspiração divina” (Virkler).
 A Escritura Santa é o único e indispensável livro a ser usado na pregação,
porque só ela contém a interpretação dos atos de Deus no mundo (D. B. Riker).
 “A pregação é a interpretação da vida humana à luz das verdades eternas!” (D.
B. Riker)

Tendo em vista o caráter da Palavra de Deus, o pregador simplesmente deve pregá-la.


 Qual foi a principal missão de Jesus? R= Mc 1.38; Lc 4.43.
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 Qual é a principal atividade do pregador? R= 2Tm 4.1-2.

Não se deve pregar sobre etiqueta social, regras sociais, questões sociopolíticas
etc. Mas sim, a Palavra! Nunca é demais dizer que nossos sermões nada valem sem a
ajuda do Espírito Santo! Isso não quer dizer que não devamos trabalhar duro na
elaboração dos nossos sermões, afinal.
Para D. B. Riker (2009) “trabalho sem oração é ateísmo, mas oração sem
trabalho é imprudência preguiçosa”. Portanto, lembremos de um dos lemas da Reforma
Protestante: Orare et labutare! Oração e trabalho duro!!

Lema da reforma: Orare et labutare (2Tm 2.15).


1.3 TIPOS DE SERMÕES
Os estudiosos de Homilética estabelecem que há, pelo menos, três tipos de
sermões: o (1) tópico ou temático, (2) textual e (3) expositivo.

1.3.1 Sermão tópico ou temático


No sermão temático, um tema é escolhido e várias passagens são usadas para
tratá-lo. O pregador escolhe o tema e determina o desenvolvimento do sermão com
vários versículos. Exemplo (J. C. Costa):
 Tema: “Obstáculos à Oração Eficaz”
1. Pecados conhecidos em nossa vida (Sl 66.18)
2. O Egoísmo (Tg 4.1-13)
3. Desentendimentos no Lar (1Pe 3.7)
4. Rejeição aberta da Palavra de Deus (Pv 28.9)

 Pontos fortes
 É muito prático;
 Relevância imediata – imediatismo;
 Maior facilidade no preparo. Às vezes vêm desenvolvidos em livros e/ou
Bíblias de Estudo.
 É útil para congregações que estão amadurecendo na fé e precisam ser
discipulados sobre doutrinas da fé cristã, para tratar de assuntos que é
muito necessário trabalhar com a igreja (ex.: seitas e heresias, algum
assunto que tem perturbado a congregação) etc. Também é utilizado para
produzir estudos sobre determinado tema que pode ser trabalhado em
grupos pequenos, EBD etc.
 Desvantagens
 O texto fica à mercê do pregador, pois há o perigo de expressar as ideias
do pregador;
 Gasta-se energia na escolha do tema do sermão;
 O pregador é tentado a pregar somente o que ele quer;
 Risco de ser direcionado a pessoas individuais;
 Utilização de vários textos bíblicos;
 Pregação superficial.
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1.3.2 Sermão textual / expositivo


Alguns autores fazem distinção entre sermão textual e expositivo. Para, Broadus
(2009) a estrutura e as divisões do sermão textual vêm do texto. O texto fornece um
único tema e as divisões do sermão. Geralmente trata-se de um único versículo.

Exemplo (Broadus, 2009):

Texto: 2Co 8.9

1. Ele era rico


2. Tornou-se pobre
3. Fez isto para que você possa ser rico

Outro exemplo (Texto: Mt 5.3)


Título: O cidadão dos céus reconhece suas misérias diante de Deus
1. Deus deseja que sejamos abençoados na sua óptica (v. 3a)
2. A verdadeira benção é para os necessitados por Deus (v. 3b)
3. Quem reconhece suas misérias diante de Deus é cidadão dos céus (v. 3c)

De acordo com Hernandes Dias Lopes (2008), a pregação expositiva consiste


em:

[...] pregar a Palavra de Deus e não sobre a Palavra de Deus. O texto da


Escritura é a fonte da mensagem e a autoridade do mensageiro. O texto dirige
o sermão. O foco, o conteúdo, as ideias, as divisões e aplicação do sermão
devem ser centrados na passagem bíblica, e não nos critérios, pensamentos e
opiniões dos pregadores ou teólogos.

“É a atualização da intenção original do Espírito Santo, de um texto bíblico, para


os dias atuais” (D. B. Riker). De acordo com R. Richard é a “atualização da proposição
central de um texto bíblico [...] [de modo que] as declarações de Deus tenham sentido
para a congregação local”. “Exposição bíblica é transmitir o sentido de um texto da
Bíblia nos termos da cultura contemporânea, com o objetivo específico de ajudar as
pessoas a compreender e obedecer a verdade de Deus” (Comissão de Exposição Bíblia).

Exemplo sucinto (Texto bíblico: João 6.60-71)


Título: Possíveis respostas a uma pregação fiel – João 6.60-71
1. Muitos não gostarão (v. 60-65; 70, 71)
a. Ficarão escandalizados (v. 61, 62)
b. Pensarão que o evangelho contempla apenas o que é terreno (v. 63).
c. Não gostarão, porque não foram trazidos pelo Pai (v. 64, 65, 70,71)
2. Muitos te abandonarão (v. 66, 67)
a. Jesus foi enviado pelo Pai e sabia do seu chamado (v. 39, 46, 57)
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b. Ministério de fidelidade vs. Ministério de “sucesso” aparente


3. Mas, vários se renderão a Cristo (v. 67-69)
a. Jesus tem as Palavras de Vida Eterna e é o Santo de Deus, o Messias,
o Pão da Vida
b. Conclusão

A pregação expositiva geralmente contempla uma perícope com vários


versículos. Consideramos o sermão textual e expositivo como estruturalmente iguais.
No sermão textual/expositivo, o tema ou proposição deriva de um versículo ou uma
passagem. Ou seja, o texto dirige e informa a pregação. O tema, o propósito e as
divisões do sermão derivam de um texto relativamente curto (até 3 versículos).

 Pontos fortes
 Expressa mais as ideias do texto bíblico que as ideias do pregador;
 É mais fácil de ser compreendido pelos ouvintes;
 Relevância de longo prazo;
 Auxilia o pregador a ser disciplinado;
 Possibilita maior conhecimento bíblico por parte do pregador e da
congregação;
 As mensagens não são encomendadas!
 Desvantagens (cuidados necessários)
 Corre o risco de ser muito analítico e pouco prático;
 Pode correr o risco de pregar apenas textos que tratam de assuntos que o
pregador gosta.
 Infelizmente, conforme constatou D. B. Riker, “São raros (se de fato
existem) os seminários que dão cursos especializados em pregação
expositiva”. O motivo da quase que total ausência do método expositivo
nas igrejas é muito simples: labor. “O esforço necessário para pesquisar,
analisar e meditar com muita oração é grande demais para a maioria dos
pregadores” (Russel P. Shedd).
Obs.: Não fazemos distinção entre pregação textual/expositivo.

De acordo com Hernandes Dias Lopes (2008), a pregação expositiva pode ser
resumida em três verbos: ler, explicar e aplicar. Na exposição das Escrituras devemos:
 Ler: ler o texto bíblico que iremos expor;
 Explicar: devemos explicar o que o texto significou para os primeiros
leitores;
 Aplicar: depois de explicar, devemos aplicar a Palavra de Deus aos
ouvintes contemporâneos.
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Público
Público
Original ATUALIZAÇÃO Moderno

Pregação Expositiva

O QUE A ATUALIZAÇÃO
O QUE A
BÍBLIA QUIS BÍBLIA DIZ
DIZER HOJE

1.4 RESPALDO PARA A PREGAÇÃO EXPOSITIVA


 Na Sinagoga: ponto central o momento da leitura da Escritura, seguida por uma
explicação da mesma pelo rabino. Esta pratica foi absorvida pela Igreja.
 Na Igreja Primitiva:
o Jesus lê e comenta Isaías (Lc 4.16-21);
o Jesus expõe as Escrituras aos discípulos de Emaús (Lc 24.27):
o O Apóstolo Paulo na sinagoga (At 17.1-3)
o Jesus, Estevão, Pedro, Paulo...
 Gigantes da História: João Crisóstomo, Agostinho, Lutero, Calvino, Spurgeon,
Wesley, Whitefield etc.
 Nos dias hodiernos: John Piper, Paul Washer, Josafá Vasconcelos, Franklin
Ferreira, Hernandes Dias Lopes, Augustus Nicodemus Lopes etc.

Obs: A FATEBE emprega esse estilo de pregação em suas Capelas.

1.5 IMPACTOS DA PREGAÇÃO EXPOSITIVA


 Crescimento no conhecimento e obediência pelo contato frequente com a
Palavra;
 Poupa o tempo e energia para a escolha de um sermão para cada semana;
 Equilibra as áreas de “especialização” bíblica;
 Evita pular assuntos “desagradáveis”;
 O ministério pastoral e da igreja é norteado pela Palavra;
 As intenções de Deus são transmitidas fielmente;
 A Igreja se familiariza com a Bíblia etc.

1.6 PREGAÇÃO EXPOSITIVA: TRÊS PERGUNTAS QUE DEVEM SER FEITAS


1. Expus o que o texto propõe?
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2. Expressei sua proposição central em termos claros e contemporâneos?


3. Expus a audiência à verdade e às afirmações de Deus, para que as aprenda e
obedeça?

1.7 TIPOS DE PREGAÇÃO EXPOSITIVA


 Lectio Continua
 Lectio continua é a exposição consecutiva de um livro.
 Lectio Selecta
 Lectio selecta é a exposição de uma perícope bíblica avulsa.

1.8 MÉTODO DE ESCULTURA DO TEXTO

TEXTO BÍBLICO – “PASSADO” APLICAÇÃO – “PRESENTE”


1) INVESTIGANDO O TEXTO TRANSIÇÃO 5) A IDEIA CENTRAL DO
SERMÃO
2) ESTRUTURANDO O TEXTO 4) O ALVO 6) A ESTRUTURA DO SERMÃO:
(PROPÓSITO) O SERMÃO ESCRITO PRONTO
3) A IDEIA CENTRAL DO TEXTO
DO SERMÃO 7) A PREGAÇÃO DO SERMÃO
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PARTE 1 – ANALISANDO O TEXTO


BÍBLICO

Trabalhando com o texto bíblico, investigando o seu


significado para os primeiros leitores.
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1. PASSO 1 – INVESTIGANDO O TEXTO

1.1 CONSTATAÇÃO DOS DETALHES DO TEXTO


Inicialmente devemos observar detalhadamente quais informações Deus pôs no
texto bíblico e como Ele a organizou em determinada passagem bíblica. Devemos estar
atentos a:
 Contexto geral do livro.
 Palavras e relações (e contexto).
 Separar uma folha de papel para cada versículo.
 Palavras: longas, incomuns e repetitivas.
 Relações:
o Contexto geral do livro: Informações gerais do livro, seu autor,
destinatários, data em que foi escrito, contexto em que foi escrito,
estrutura literária do livro etc.
o Aspectos gramaticais: quais são os substantivos, adjetivos, os verbos e
os tempos verbais etc.
o Relações lógicas entre as palavras
o Informações geográficas no texto: são citados cidades, estradas etc.
onde tais localidades estavam?
o Relações psicológicas entre o autor e seus destinatários e que tipo de
gênero estamos lidando (epístola, livro histórico, poesia, profecia,
literatura apocalíptica etc.).

1.2 SENTIDO DOS DETALHES DO TEXTO


De posse das principais palavras e suas relações, deve-se entender o texto como um
todo:
 Fazer e responder perguntas sobre o texto. Seja curioso!
 Analisar as respostas.
 Aplicar as respostas.
Perguntar o que as palavras significavam na época em foi escrita. Ex.: Estudar o
significado da palavra “Lei” em Rm 7.21.

1.3 OBSERVANDO / PESQUISANDO O TEXTO (KARL LACHLER)


o Observando: Quem? O que? Onde? Quando? Quanto? Quantos?
o Detalhes: Por que (qual a razão)? O que isto significa? Como isto se
encaixa? Qual o significado desta palavra ou frase?
o Aplicação: Como? Quando? Onde [Esta (ideia, exortação, princípio,
mandamento etc.) funciona?].

1.4 RECURSOS IMPORTANTES


Dicionários Bíblicos, Enciclopédias Bíblicas, Concordâncias Bíblicas,
Comentários Bíblicos, Livros etc.
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1.5 PERGUNTAS SOBRE RELAÇÕES


 Relações Contextuais: contexto bíblico do livro e da passagem. Analisar o
contexto imediato e remoto.
o Contexto imediato: o que os versículos anteriores e posteriores dizem?
Como essa perícope está relacionada com os versículos próximos a ela?
o Contexto remoto: Qual o tema geral do livro? Autor? Destinatários?
Data da escrita? Qual a estrutura do livro? Como o versículo que estou
investigando se relaciona com essas informações gerais do livro? Etc.
o Lembre-se: “um texto fora de contexto pode virar um pretexto para
heresia”!!!
 Gênero: aspectos literários do texto – É um Salmo, Provérbio, Parábola,
Narrativa, Profecia etc.?
 Relações Gramaticais: verbos, artigos, subst., tempo, gênero, número etc.
 Relações lógicas: assuntos, objetivos e/ou argumentos do autor.
 Relações cronológicas/geográficas: sequência dos eventos e locais
mencionados.
 Relações Psicológicas: sentimentos expressos no texto. Qual o relacionamento
do autor e os destinatários?.
Obs: Devemos “espocar” o texto bíblico!!!!

1.6 TESTES DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA


Após a análise minuciosa do texto bíblico devemos responder com sinceridade a
algumas perguntas, pois devemos investigar o texto e entende-lo e não forçar o texto a
dizer o que queremos que ele diga. Lembre-se que a Bíblia é a Palavra de Deus e
espelho que mostra nossas debilidades e a vontade de Deus!
 Autenticidade: interpretação é autêntica?
 Unidade: há unidade de significado de palavras, afirmações e interpretação?
 Coerência: há coerência com o contexto imediato, com o livro e com a Bíblia?
 Simplicidade: há clareza e simplicidade?
 Honestidade: eu tentei ser honesto na interpretação sem preconceitos?

1.7 APLICAÇÃO DAS RESPOSTAS


 Qual a pertinência do texto para hoje?
 Que tipo de aplicação devo tirar? Conteúdo (o que eu devo crer/acreditar?),
conduta (o que devo obedecer?) ou ambas?
 Minha aplicação está baseada no texto?
 Mãos à Obra !!!!
o Exemplos: Ef 6.10-12; Lc 20.27-39; Filemon etc.
1.8 SUCINTA REVISÃO DA INVESTIGAÇÃO DO TEXTO
 Leitura panorâmica do livro bíblico;
 Leitura detalhada do livro bíblico: Autor, destinatários, data em que o livro foi
escrito, gênero literário utilizado, cenário geográfico, cenário histórico, cenário
cultural, relacionamento do autor com os destinatários, tema geral do livro etc.
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 Leitura detalhada da perícope/parágrafo: principais palavras (substantivos,


verbos etc.), personagens, relação com o contexto amplo (livro) e imediato
(versículos anteriores e posteriores) etc.
 Pesquisa de livros, dicionários, Bíblias de Estudo etc.
 Determinação do parágrafo da pregação: 1) títulos que aparecem nas bíblias;
2) letras em negrito – início de parágrafo; 3) divisões encontrados em livros de
estudos especializados.
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2. PASSO 2 – ESTRUTURANDO O TEXTO


Se o Passo 1, na investigação do texto, procuramos estudar todos os detalhes do
texto bíblico, procurando fazer a interpretação, o Passo 2 busca descobrir como o autor
organizou o texto.

2.1 CHAVES GRAMATICAIS – TABELA NORTEADORA


SENTIDO PEQUENAS PALAVRAS QUE INDICAM ESTRUTURA
Causa Porque, por causa de, como, pois
Motivo Porque, por causa de, como, pois, que
Resultado Que, de modo que, assim, para
Propósito A fim de, até, para (cf. Jo 3.16b, 21)
Meio Por intermédio de, por meio de, de, em (cf. Ef 2.8)
Até, para, quando, sempre, de, por, em, por meio de, de acordo com,
Tempo
contra, com, a respeito de (cf. At 15.4)
Lugar Onde, desde, em, através, para, sobre, com, a respeito de, até
Modo Assim, como, assim como, com, para (cf. Sl 42.1)
OBS.: A lista não é exaustiva. O ideal é importante consultar as preposições,
conjunções etc. na língua original.

2.2 INDICADORES DE CONTEÚDO


Quando a estrutura de uma perícope não é indicada pela gramática (chaves
gramaticais), podemos percebê-la através de:
 Mudanças de conteúdo;
 Introdução de um novo assunto;
 Repetição;
 Mudança na forma de expressão (p.ex.: o autor faz afirmações e passa, de
repente, para um tom imperativo ou de mandamento) etc.

2.3 ETAPAS DA ESTRUTURAÇÃO DO TEXTO BÍBLICO


1. Detectar todos os possíveis indicadores de cada versículo da perícope (chaves
gramaticais e/ou indicadores de conteúdo);
2. Separar indicadores principais dos secundários (ossos grandes e pequenos);
3. Compreender o sentido ou a força dos indicadores principais;
4. Esboçar o texto de acordo os indicadores detectados e a sua importância.

2.4 EXEMPLOS
 “Porque Deus amou o mundo de tal maneira, que deu seu filho unigênito para que
todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16).
o Destacar os possíveis indicadores de estrutura.
• “Porque” tem relação com o verso anterior.
• “que” (resultado), “para” (propósito) e “mas” (propósito) .
• “Porque” tem relação a Deus dar a vida eterna (v. 15).
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• “que” expressa o resultado de Deus ter amado o mundo: Ele


deu o seu filho unigênito.
• “para” indica o propósito do amor de Deus:
 para que aquele que nele crê não pereça.

Porque Deus amou o mundo de tal maneira,


que (RESULTADO) deu seu filho unigênito
para que (PROPÓSITO) todo aquele que nele crê
não pereça,
mas
tenha a vida eterna

Resumo das Divisões do Texto:


 Porque Deus amou o mundo de tal maneira,
 Como Resultado, Deus entregou seu filho unigênito
 O propósito é que
o todo aquele que nele crê
 não pereça,
 mas
 tenha a vida eterna

 “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus”
(Jo 1.1).
No princípio era o Verbo,
e
o Verbo estava com Deus,
e
o Verbo era Deus

Resumo das Divisões do Texto:


 O Verbo já estava desde o princípio
 O Verbo estava com Deus
 O Verbo era Deus

 “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos
em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional” (Rm
12.1)
Rogo-vos, Pois [ligado aos versículos anteriores], irmãos, pela (MEIO) compaixão
de Deus, que (RESULTADO) apresenteis os vossos corpos em (MEIO) sacrifício
vivo, santo e agradável a Deus, que (RESULTADO) é o vosso culto racional.
Rogo-vos, Pois [ligado aos versículos anteriores], irmãos, pela (MEIO)
compaixão de Deus,
que (RESULTADO) apresenteis os vossos corpos em (MEIO) sacrifício
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vivo,
santo e
agradável a Deus,
que (RESULTADO) é o vosso culto racional.

Resumo das Divisões do Texto:


 Mediante as informações anteriores, Paulo rogou aos romanos
pela compaixão de Deus
 Que apresenteis os vossos corpos
o em sacrifício
 vivo,
 santo e
 agradável a Deus,
 Essa apresentação é o vosso culto racional.

 “Porque Esdras tinha disposto o coração para buscar a Lei do Senhor, e para a
cumprir, e para ensinar em Israel os seus estatutos e os seus juízos” (Ed 7.10).

Porque (LIGADO AOS VERSÍCULOS ANTERIORES) Esdras tinha disposto o


coração para (PROPÓSITO) buscar a Lei do Senhor, e para (PROPÓSITO) a
cumprir, e para (PROPÓSITO) ensinar em (local) Israel os seus estatutos e os
seus juízos.

Esdras tinha disposto o coração


Para buscar a Lei do Senhor
e
Para a cumprir
e
Para ensinar em Israel
Os seus estatutos
e
Os seus juízos

Resumo das Divisões do Texto:


 Esdras dispôs o coração para estudar a Lei do Senhor (v. 10a)
 Esdras dispôs o coração para praticar a Lei do Senhor (v. 10b)
 Esdras dispôs o coração para ensinar a Lei em Israel (v. 10c)
o Ele iria ensinar os estatutos do Senhor
o Ele iria ensinar os juízos do Senhor
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3. PASSO 3 – IDEIA CENTRAL DO TEXTO


Se no Passo 1, fazemos uma investigação do texto e no Passo 2 encontramos
como o autor bíblico organizou o texto, a ideia central do texto é uma sentença que
resume o que o autor bíblico está falando.
A Ideia Central do Texto é o cerne, o coração do texto. O sermão é a
interpretação, explicação, e aplicação de uma só ideia dominante (Haddon Robinson).
A Ideia Central do Texto é uma só unidade de pensamento que une e dá sentido a
todas as particularidades do texto.

3.1 COMO ENCONTRAR A IDEIA CENTRAL DO TEXTO?


Primeiramente a Ideia Central do Texto (ICT) é uma sentença gramatical
completa. Trata-se da resposta à pergunta: em uma sentença, o que o autor está
falando no texto?
A ICT deve ser específica, exata e abranger todos os assuntos tratados no texto.
Devemos observar a organização do texto sabendo que o tema principal da perícope
controla toda a estrutura textual. Cuidado com temas genéricos demais que podem ser
empregados em outros textos.
Lembre-se que você ainda está no passado. A ICT deve estar no passado, pois
você deve fazer uma sentença acerca do que o texto significou para os primeiros
leitores!

3.2 VAMOS À AÇÃO


“Filhos, obedecei a vossos pais no Senhor, pois isto é justo. Honra a teu pai e a
tua mãe (que é o primeiro mandamento com promessa), para que te vá bem, e
sejas de longa vida sobre a terra. E vós, pais, não provoqueis vossos filhos à ira,
mas criai-os na disciplina e na admoestação do Senhor” (Ef 6.1-4).

Vamos fazer a estrutura do texto e a ideia central do texto de Efésios 6.1-4.


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PARTE 2 – AS PARTES DO SERMÃO

De posse da investigação e interpretação do texto bíblico,


sabendo claramente o que o texto significou para os primeiros
leitores, os passos desta 2ª parte procuram atualizar o texto
bíblico para os leitores contemporâneos.
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1. PASSO 4 – O ALVO (PROPÓSITO) DO SERMÃO


Vimos que no passo 1 procuramos fazer profunda investigação do texto bíblico
(interpretação). Já no passo 2, procuramos encontrar como o autor organizou o texto.
A Ideia Central do Texto, no passo 3, procura colocar em uma sentença a ideia central
do que o autor está tratando na perícope.
Agora, de posse do significado do que o texto significou para os primeiros
leitores, temos condições de começar a atualizar os dados bíblicos para os ouvintes
contemporâneos.
O passo 4 é a afirmação de propósito. É a transição de “o que significou” para
“o que significa”. Trata-se do alvo que queremos alcançar com o sermão.

1.1 COMO ELABORAR O ALVO DO SERMÃO?


Primeiramente devemos saber para que público nós iremos pregar, pois
dependendo do público, empregaremos as melhores palavras e termos para que ele
possa entender melhor as verdades da Palavra. Depois devemos responder a seguinte
pergunta: “Com base na ideia central do texto, o que Deus quer que o povo entenda e/ou
obedeça?”.
Em suma devemos responder:
 Qual é o público-alvo?
o Jovens, crianças, idosos, a igreja em geral etc.
 Com base na ideia central do texto, o que Deus quer que o povo
entenda e obedeça?
o Nosso alvo é levar o povo a .....

O alvo do sermão deriva da ideia central do texto (ICT). Respondemos, com


base na ICT, o que esperamos conseguir com o sermão, em termos de compreensão e
obediência.
Devemos ter em mente quais as necessidades e a situação da audiência em
relação à ICT. Para respondermos essa pergunta, devemos conhecer o povo!

 Observações
o Podem existir vários alvos do sermão, mas, sempre, ligados à ICT e, por
isso, não são ilimitados.
o Cada parágrafo bíblico possui uma única interpretação. No entanto, é
possível realizar várias aplicações (com limites).

1.2 O OBJETIVO DO ALVO DO SERMÃO


O alvo do sermão é uma espécie de cérebro do sermão (propósito do sermão)
que controla diversos aspectos do preparo e pregação de sermões. Com o alvo
estabelecido, ele é importante para:
 Concentra a introdução do sermão na necessidade da audiência
levantada;
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 Determina o que precisa ser incluído e/ou excluído no corpo do


sermão;
 Influencia a conclusão e toda a aplicação do sermão;
 Ajuda a escolher as ilustrações do sermão;
 Medidor da eficiência do sermão;
 Base para o passo 5, a ideia central do sermão.

1.3 TESTES DE VERIFICAÇÃO


Após elaborar o alvo do sermão devemos fazer dois pequenos testes:
 Teste da Fidelidade
o Posso provar que o alvo do sermão é compatível com a ICT?
 Teste de Relevância
o Posso provar que o alvo do sermão é compatível com as necessidades (e
entendimento) do povo?
 Obs: Temos de nos preocupar com o que o povo precisa ouvir e
não com o que gostaria de escutar!

1.4 OS PASSOS BÁSICOS PARA A ELABORAÇÃO DO ALVO DO SERMÃO


 Chegar até ao passo 3 – ICT.
 Definir o público alvo;
 Responder à pergunta: Com base na ICT, o que Deus que o povo entenda e
obedeça?;
 Fazer os testes de fidelidade à ICT e relevância à audiência.
 Podemos encontrar vários propósitos do sermão, mas não de forma ilimitada.
 Começar com um verbo – sempre deve contê-lo!
 Ação Prática: passos 2 a 4 de Ef 6.1-4.
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2. PASSO 5 – A IDEIA CENTRAL DO SERMÃO


A ideia central do texto (ICT) trata-se da resposta à pergunta: em uma sentença,
o que o autor está falando no texto? No entanto, a ICT ainda está no passado. É uma
sentença acerca do que o autor bíblico disse aos primeiros destinatários. No entanto,
precisamos atualizar essa mensagem aos ouvintes contemporâneos.
Desta forma, como estabelecemos o alvo do sermão para os ouvintes hodiernos,
temos condições de expressar em uma sentença, com palavras contemporâneas, a ideia
central do que iremos transmitir. Isto é a ideia central do sermão. Trata-se da resposta à
pergunta: “em uma sentença, o que eu estou falando ao povo?”.

2.1 COMO ELABORAR A IDEIA CENTRAL DO SERMÃO?


A partir do alvo do sermão (Passo 4), do que trata o sermão? É a ideia do
sermão, independente de quantos pontos ele tiver. Trata-se da temática do sermão
expressa em uma frase de forma curta, marcante e cristalina.
 Primeiramente elaboramos o alvo do sermão (Passo 4).
 Depois, atualizamos a ideia central do texto para os ouvintes de hoje,
olhando para o alvo do sermão.
 Desta forma, a ideia central do sermão é a atualização da ideia central do
texto através do alvo do sermão!

2.2 AÇÃO PRÁTICA


Façamos os passos 2 a 5 do Salmo 117!
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PARTE 3 – ORIENTAÇÕES PARA


O PREPARO DO SERMÃO
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1. PASSO 6 – O PREPARO DO SERMÃO EXPOSITIVO


Depois de feitos todos os cinco primeiros passos, temos condições de
elaborarmos o nosso sermão. Primeiramente trabalharemos o corpo do sermão,
abordando os pontos principais, as transições entre os pontos, bem como daremos
instruções acerca da elaboração da introdução e da conclusão.

1.1 O CORPO DO SERMÃO


O esboço do sermão segue a estrutura do texto (passo 2) com palavras
atualizadas. Os pontos principais da estrutura do texto estavam relacionados à forma
como autor bíblico organizou suas ideias aos primeiros destinatários. No entanto, agora
temos de apresentar os pontos principais do passado aos ouvintes de hoje. Por isso,
devemos atualizar esses pontos olhando para o alvo do sermão (passo 4) e a ideia
central do sermão (passo 5).

1.1.1 Exemplos de estruturas de sermões

 “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” (Jo 1.1)
No princípio era o Verbo,
e
o Verbo estava com Deus,
e
o Verbo era Deus

Resumo das Divisões do Texto:


 O Verbo já estava desde o princípio
 O Verbo estava com Deus
 O Verbo era Deus

Estrutura do sermão (estrutura do texto atualizada):


 Jesus já existia desde o início de tudo (v. 1a)
 Explicação:
 Aplicação:
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 Jesus estava com o Pai (v. 1b)


 Explicação:
 Aplicação:
 Jesus é Deus (v. 1c)
 Explicação:
 Aplicação:

 “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos
em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional” (Rm
12.1).
Resumo das Divisões do Texto:
 Mediante as informações anteriores, Paulo rogou aos
romanos pela compaixão de Deus
 Que apresenteis os vossos corpos
o em sacrifício
 vivo,
 santo e
 agradável a Deus,
 Essa apresentação é o vosso culto racional.

Estrutura do sermão (estrutura do texto atualizada):


 Deus é soberano e compassivo para conosco (v. 1a)
 Explicação:
 Aplicação:
 Por isso devemos dedicar nossas vidas ao Senhor (v. 1b)
 Explicação:
o Sacrifício vivo:
o Sacrifício santo:
o Sacrifício agradável a Deus:
 Aplicação:
 Deve ser óbvia e lógica a nossa dedicação a Deus (v. 1c)
 Explicação:
 Aplicação:
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 “Porque Esdras tinha disposto o coração para buscar a Lei do Senhor, e para a
cumprir, e para ensinar em Israel os seus estatutos e os seus juízos” (Ed 7.10).

Resumo das Divisões do Texto:


 Esdras dispôs o coração para estudar a Lei do Senhor (v. 10a)
 Esdras dispôs o coração para praticar a Lei do Senhor (v. 10b)
 Esdras dispôs o coração para ensinar a Lei em Israel (v. 10c)
o Ele iria ensinar os estatutos do Senhor
o Ele iria ensinar os juízos do Senhor

Estrutura do sermão (estrutura do texto atualizada):


 Devemos nos dispor para estudar a Bíblia (v. 10a)
 Explicação:
 Aplicação:
 Devemos nos dispor para praticar a Bíblia (v. 10b)
 Explicação:
 Aplicação:
 Devemos nos dispor para ensinar a Bíblia (v. 10c)
o Ele iria ensinar os estatutos do Senhor
o Explicação:
o Aplicação:
o Ele iria ensinar os juízos do Senhor
o Explicação:
o Aplicação:

1.1.2 Os pontos do sermão


Cada ponto principal deve envolver os três verbos da pregação expositiva: ler
explicar e aplicar. Para cada ponto principal você deve:
 LER
o ANUNCIE o ponto: anuncia claramente o objetivo deste ponto
utilizando linguagem atualizada.
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o ANCORE o ponto: sempre se refira ao texto bíblico, pois a


autoridade do ponto anunciado encontra-se no texto bíblico.
 EXPLICAR
o ARGUMENTE em favor do ponto: explique a razão de o ponto
anunciado estar relacionado com o texto.
o ACLARE o ponto: esclareça o sentido do ponto, explicando-o e
lançando mão de ilustração para clarificar o sentido da Palavra de
Deus.
 APLICAR
o APLIQUE o alvo: transforme a verdade bíblica em ordens
concretas.

1.1.3 Transições entre os pontos


 Cada parte principal deve estar relacionada com o tema ou com a seção
anterior. Como?
 Recapitulação do tema do sermão.
 Avançar sem ter de saltar obstáculos – naturalidade
 Ligar partes sem criar confusão – harmonia.
 Lembrar o sermão sem mecanicidade.
 Preservar a estrutura do sermão.

1.1.4 Aplicação
A aplicação é mover o povo a obedecer à verdade de Deus. Trata-se de
transformar as afirmações bíblicas em ordens concretas. Ela deve ser:
 Adequada ao ouvinte;
 Concreta: seja específico, nomeie. Não diga: “devemos amar os irmãos”.
Antes diga: “devemos estar dispostos a ajudar o irmão necessitado,
comprando gêneros alimentícios para matar a sua fome e, assim demonstrar
amor ao irmão”.

Se possível, o ideal é que façamos aplicações de cada ponto principal. Eis, então,
algumas perguntas norteadoras para cada ponto principal:
 Sobre o que o pregador falou? – ideia central do texto (passo 5)
Prof. Samuel M. Campos – Curso de Homilética 1 – FATEBE – 2016.1 27

 E daí? – que diferença isso faz ou deve fazer?


 E agora? – O que devo fazer, na prática, com as exigências de Deus?

1.1.5 Ilustração
A ilustração é um recurso muito importante. É semelhante a uma casa com
janelas; quando abertas, iluminam o ambiente. Desta forma, a ilustração é muito útil
para esclarecer algum ponto do sermão, algum termo ou conceito. No entanto, tenha
cuidado. Assim como uma casa com muitas janelas pode iluminar demais o ambiente,
de forma semelhante o uso exacerbado das ilustrações pode correr o risco de chamar
para si a atenção e não para a verdade proclamada.
Em suma as ilustrações têm o proposito de ilustrar e aclarar, não de alongar. Ela:
 Auxilia: a evitar mal-entendidos, distrações, negligência, monotonia,
apatia.
 Onde encontrar?: Vida do pregador, Vida de outra pessoa*, Vida
observável de todas as pessoas.
 Como e quando usar?: o relato ou história/estória tem relação com o
ponto que se pretende esclarecer? É real ou absurda? É pertinente?

1.2 A INTRODUÇÃO
Chamado também de exórdio, a introdução deve primeiramente chamar a
atenção dos ouvintes e também apresentar as ideias principais que serão trabalhadas no
sermão.
Romanos 10.17 diz: “a fé vem por se ouvir a mensagem, e a mensagem é ouvida
mediante a palavra de Cristo” (Rm 10.17). Por isso, “no púlpito temos [como
pregadores] o dever de fazer que a Palavra da fé seja ouvida” (MORAES, 2013, p. 129).
O nosso papel não é de convencer, pois essa tarefa é do Espírito Santo. Nossa tarefa é
tornar a mensagem mais clara possível aos ouvidos das pessoas e não tornar a
mensagem agradável.
Precisamos cuidar da nossa tarefa e priorizar a pregação da Palavra em nossos
ministérios, pois nossos ouvintes são diferentes e possuem distintas necessidades
espirituais. Por isso é importante conquistar a atenção do ouvinte. Muitas mensagens
são tediosas não por serem prolixas, mas sim por não terem relação com a vida! Desta
forma, é preciso conhecer seus ouvintes.
Prof. Samuel M. Campos – Curso de Homilética 1 – FATEBE – 2016.1 28

Podemos esquematizar o que deve ser enfatizado em uma introdução nos


seguintes pontos:
a. Devemos conseguir a atenção dos ouvintes
i. Devemos usar uma história ou relato a fim de tocar numa
necessidade. O alvo do sermão (passo 4) pode auxiliar nesse
propósito;
b. Indicar explicitamente a ideia central do sermão (passo 5);
c. Declarar o alvo do sermão (passo 4).
d. Informações do contexto bíblico
i. Citar o contexto histórico/textual/literário/etc. do texto que
situará a pregação;
ii. Citar o contexto imediato.
e. Citar a previsão da estrutura do sermão;
f. Repetição da ideia central do sermão (passo 5).

1.3 A CONCLUSÃO
A conclusão é o término do sermão. Trata-se do ápice e do arremate do sermão.
Você vai trazer as implicações finais do sermão e chamar o povo a obedecer a Palavra
do Senhor. Assim, você deve reafirmar a ideia central do sermão e fazer o convite aos
ouvintes a acatar os ensinamentos das Escrituras.
Resumindo, você deve elaborar parágrafos que contemple duas informações:
 Você deve recapitular e reafirmar a ideia central do sermão (passo 5);
 Você deve fazer aplicações gerais e todas as implicações das verdades
apresentadas aos ouvintes, convidando-os a obedecer a Palavra de Deus.

1.4 O TÍTULO DO SERMÃO


O título do sermão é muito importante. Ele chama a atenção do ouvinte. Trata-se
do nome ou designação dada ao sermão. Ele pode ser retirado da ideia central do texto
(ICT). Já que a ICT é a resposta à pergunta “em uma sentença, o que o autor está
falando no texto?”, o título deve ser uma frase curta e chamativa, que retrate a ideia
central do sermão que você deseja transmitir.
Prof. Samuel M. Campos – Curso de Homilética 1 – FATEBE – 2016.1 29

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APÊNDICE 1 – PEQUENO
ROTEIRO E DICAS PARA A
ELABORAÇÃO DO SERMÃO
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PASSO 6 – A ESTRUTURA DO SERMÃO EXPOSITIVO – PEQUENO


ROTEIRO E DICAS

 TÍTULO DO SERMÃO: o tema da ideia central do sermão (passo 5) após refinamentos.

 LEITURA DO TEXTO BÍBLICO

 INTRODUÇÃO
 Conseguir a atenção (Atitudes da audiência: Eu não... “me importo”/ “sei/
“acredito”);
 Tocar numa necessidade – O alvo do sermão (passo 4) pode auxiliar;
 Indicar explicitamente a ideia central do sermão (passo 5);
 Declarar o alvo do sermão (passo 4).
 Informações do Contexto
 Citar o contexto histórico/textual/literário/etc. do texto que situará a
pregação;
 Citar o contexto imediato.
 Citar os pontos principais do sermão;
 Repetição da ideia central do sermão (passo 5).

 CORPO OU DESENVOLVIMENTO
 O esboço do sermão segue o passo 6 (passo 2 – com palavras atualizadas);
 Cada ponto principal deve ter os 5 A’s (AAAAA) – [Ler, explicar e aplicar]
 ANUNCIE o alvo – alvo do sermão – linguagem atualizada.
LER  ANCORE o alvo – autoridade do alvo no texto bíblico.
 ARGUMENTE em favor do alvo – explique a razão de o alvo estar
EXPLICAR
relacionado com o texto.
 ACLARE o alvo – o sentido do alvo – explicação – ilustração.
APLICAR  APLIQUE o alvo.
 Transições entre os pontos principais
 Cada parte principal deve estar relacionada com o tema ou com a seção
anterior. Como?
 Recapitulação do tema do sermão.
 Avançar sem ter de saltar obstáculos – naturalidade
 Ligar partes sem criar confusão – harmonia.
 Lembrar o sermão sem mecanicidade.
 Preservar a estrutura do sermão.
 Aplicação: é mover o povo a obedecer à verdade de Deus. Transformar as
afirmações em ordens concretas. Ela deve ser: Adequada ao ouvinte & Concreta:
seja específico, nomeie.
 Perguntas norteadoras para cada ponto principal:
 Sobre o que o pregador falou? – PCS (passo 5)
 E daí? – que diferença isso faz ou deve fazer?
 E agora? – O que devo fazer, na prática, com as exigências de Deus?
 Ilustração: propósito de ilustrar e não alongar.
 Ela auxilia a evitar: Mal-entendidos, Distrações, Negligência, Monotonia,
Apatia.
 Onde encontrar?: Vida do pregador, Vida de outra pessoa*, Vida
observável de todas as pessoas.
 Como e quando usar?: Pergunta da correlação, da credibilidade e exigência.

 CONCLUSÃO
 Recapitulação/Reafirmação da ideia central do sermão (passo 5);
 Aplicações/Implicações e Convite aos ouvintes a obedecer.
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APÊNDICE 2 – TODOS OS PASSOS


DE UM SERMÃO EXPOSITIVO EM
JOSUÉ 16.1-10
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TEXTO BÍBLICO: JOSUÉ 16.1-10

PASSO 1 – INVESTIGAÇÃO DO TEXTO DE JOSUÉ 16.1-10


 Autor
o “Como auxiliar principal e adjunto de Moisés, em íntimo contato com
ele no cargo de orientador do povo, Josué estava naturalmente indicado
como sucessor daquele de quem tanto recebera e com quem tanto
aprendera na dura travessia do deserto” (BLAIR, 1997, p. 1-2).
o “Eis a largos traços o homem, de cujos dotes naturais, educação e
experiência Deus se serviu para chefiar um grande povo e introduzi-lo na
Palestina. De nada lhe serviriam, porém, tais qualidades, se a força
dinâmica de que dispunha não revelasse a presença de Deus” (BLAIR,
1997, p. 2).
o “A autoria do livro, sem importar se de Josué ou de alguma outra pessoa,
que teria agido como historiador, é essencialmente a autoria de uma só
pessoa” (CHAMPLIN, s.d., p. 599). Independente de quem foi o autor,
creio que o resultado final foi inspirado, é infalível e inerrante Palavra de
Deus.
o “Josué é mencionado vinte e sete vezes no Pentateuco [...] [ele é] um
guerreiro que luta no lugar de Moisés e que conduz Israel à vitória”
(HESS, 2006, p. 22).
o “Ele é descrito como ‘filho de Num’ e como ‘moço’ [...] enquanto se
prepara para suceder Moisés” (HESS, 2006, p. 22).
o “Quando só Josué e Calebe fazem uma avaliação positiva da capacidade
de Israel de conquistar Canaã, apenas os dois são poupados da praga que
leva à morte os demais espiões e, daquela geração, só eles recebem a
promessa de entrarem em Canaã (Nm 14.6, 30, 38)” (HESS, 2006, p.
23).
o “Em Deuteronômio 34.9 o espírito de sabedoria enche Josué quando
Moisés impõe as mãos sobre ele. A intenção de Josué baseia-se nas
instruções divinas, por meio de Moisés, para nomeá-lo” (HESS, 2006, p.
24).
 Livro
o “Esta é a história da entrada de Israel no território de Canaã, da conquista
e divisão da terra sob as ordens de Josué, e a história deles até a morte
deste. O poder e a verdade de Deus são maravilhosamente divulgados ao
cumprir suas promessas a Israel e executar sua vingança contra os
cananeus” (Henry).
o “El libro de Josué trata de la tierra prometida: Su posesión (caps. 1—12),
su distribución (caps. 13—21) y su conservación (caps. 22—24). Por
otro lado, trata también del desposeimiento de ‘los perversos’ de esa
tierra. La tierra digna de reyes fue dada a un pueblo digno de ser reyes
(ver Josué 12)” (WALTKE, 2003).
Prof. Samuel M. Campos – Curso de Homilética 1 – FATEBE – 2016.1 37

o “Josué é livro que conta a história de como Israel invadiu a terra de


Canaã, apossou-se dela (com várias falhas, deixando muitos nativos sem
terem sido deslocados), e então dividiu o país em regiões, cada qual
pertencente a uma tribo.” (CHAMPLIN, s.d., p. 600).
o “o livro de Josué demonstra a fidelidade de Deus às suas promessas, que
guiou Israel até à terra de Canaã, conforme também os tirara do Egito
(Gên. 15:18 e Jos. 1:2-6). A narrativa da conquista é altamente seletiva e
abreviada. Aqueles acontecimentos que são enumerados foram
considerados suficientes para servir aos propósitos que os autores
sagrados tinham em mente” (CHAMPLIN, s.d., p. 602).
o “Em defesa da visão de Deus no livro de Josué, temos argumentos que
dizem que a ira divina contra o pecado faz parte necessária da teologia.
Às vezes, os homens chegam a extremos de maldade que merecem um
tratamento muito severo. [...] Sabemos que os cananeus eram
excessivamente malignos (ver Lev. 18:21·24), e também sabemos que
existe tal coisa como contaminação pelo mau exemplo (ver Deu. 7:1-5).
Sabemos que a religião dos cananeus era tremendamente imoral”
(CHAMPLIN, s.d., p. 603).
 Teologia
o De acordo com Blair (1997, p. 8-9)
 A fidelidade de Deus
 A santidade de Deus
 A salvação [libertação] de Deus
 Sobre Efraim e Manassés
o Após José, no Egito, ter interpretado o sonho de Faraó, ele foi colocado
como o segundo mais poderoso daquela terra. Depois, ele casou e teve
dois filhos: Manassés e Efraim
 “O faraó deu a José o nome de Zafenate-Panéia e lhe deu por
mulher Azenate, filha de Potífera, sacerdote de Omb. Depois José
foi inspecionar toda a terra do Egito. [...] Antes dos anos de fome,
Azenate [...] deu a José dois filhos. Ao primeiro, José deu o nome
de Manassés, dizendo: ‘Deus me fez esquecer todo o meu
sofrimento e toda a casa de meu pai’. Ao segundo filho chamou
Efraim, dizendo: ‘Deus me fez prosperar na terra onde tenho
sofrido’” (Gn 41.45, 50-52).
o Antes de Jacó morrer, ele abençoa os filhos de José, considerando-os
como seus próprios filhos
 “Algum tempo depois, disseram a José: ‘Seu pai está doente’; e
ele foi vê-lo, levando consigo seus dois filhos, Manassés e
Efraim. E anunciaram a Jacó: ‘Seu filho José veio vê-lo’. Israel
reuniu suas forças e assentou-se na cama. Então disse Jacó a José:
‘O Deus todo-poderoso apareceu-me em Luz, na terra de Canaã, e
ali me abençoou, dizendo: ‘Eu o farei prolífero e o multiplicarei.
Farei de você uma comunidade de povos e darei esta terra por
Prof. Samuel M. Campos – Curso de Homilética 1 – FATEBE – 2016.1 38

propriedade perpétua aos seus descendentes’. ‘Agora, pois, os


seus dois filhos que lhe nasceram no Egito, antes da minha vinda
para cá, serão reconhecidos como meus; Efraim e Manassés serão
meus, como são meus Rúben e Simeão’” (Gn 48.1-5)
o Jacó abençoa os filhos de José, dando preferência ao mais novo, Efraim,
sobre o mais velho, Manassés.
 “Os olhos de Israel já estavam enfraquecidos por causa da idade
avançada, e ele mal podia enxergar. Por isso José levou seus
filhos para perto dele, e seu pai os beijou e os abraçou. E Israel
disse a José: ‘Nunca pensei que veria a sua face novamente, e
agora Deus me concede ver também os seus filhos!’. Em seguida,
José os tirou do colo de Israel e curvou-se, rosto em terra. E José
tomou os dois, Efraim à sua direita, perto da mão esquerda de
Israel, e Manassés à sua esquerda, perto da mão direita de Israel,
e os aproximou dele. Israel, porém, estendeu a mão direita e a pôs
sobre a cabeça de Efraim, embora este fosse o mais novo e,
cruzando os braços, pôs a mão esquerda sobre a cabeça de
Manassés, embora Manassés fosse o filho mais velho. E
abençoou a José, dizendo: ‘Que o Deus, a quem serviram meus
pais Abraão e Isaque, o Deus que tem sido o meu pastor em toda
a minha vida até o dia de hoje, o Anjo que me redimiu de todo o
mal, abençoe estes meninos. Sejam eles chamados pelo meu
nome e pelos nomes de meus pais Abraão e Isaque, e cresçam
muito na terra’. Quando José viu seu pai colocar a mão direita
sobre a cabeça de Efraim, não gostou; por isso pegou a mão do
pai, a fim de mudá-la da cabeça de Efraim para a de Manassés, e
lhe disse: ‘Não, meu pai, este aqui é o mais velho; ponha a mão
direita sobre a cabeça dele’. Mas seu pai recusou-se e respondeu:
‘Eu sei, meu filho, eu sei. Ele também se tornará um povo,
também será grande. Apesar disso, seu irmão mais novo será
maior do que ele, e seus descendentes se tornarão muitos povos’.
Assim, Jacó os abençoou naquele dia, dizendo: ‘O povo de Israel
usará os seus nomes para abençoar uns aos outros com esta
expressão: Que Deus faça a você como fez a Efraim e a
Manassés!’. E colocou Efraim à frente de Manassés. A seguir,
Israel disse a José: ‘Estou para morrer, mas Deus estará com
vocês e os levará de volta à terra de seus antepassados. E a você,
como alguém que está acima de seus irmãos, dou a região
montanhosa que tomei dos amorreus com a minha espada e com
o meu arco’” (Gn 48.10-21).
 Leis sobre Guerra – Dt 20.1-20
“1 “Quando vocês forem à guerra contra os seus inimigos e virem
cavalos e carros, e um exército maior do que o seu, não tenham medo,
pois o SENHOR, o seu Deus, que os tirou do Egito, estará com vocês. 2
Prof. Samuel M. Campos – Curso de Homilética 1 – FATEBE – 2016.1 39

Quando chegar a hora da batalha, o sacerdote virá à frente e dirá ao


exército:
3 ‘Ouça, ó Israel. Hoje vocês vão lutar contra os seus inimigos. Não
desanimem
nem tenham medo; não fiquem apavorados nem aterrorizados por causa
deles, 4 pois o SENHOR, o seu Deus, os acompanhará e lutará por vocês
contra os seus inimigos, para lhes dar a vitória. 5 “Os oficiais dirão ao
exército: ‘Há alguém que construiu uma casa e ainda não a dedicou?
Volte ele para sua casa, para
que não morra na guerra e outro a dedique. 6 Há alguém que plantou
uma vinha e ainda não desfrutou dela? Volte ele para sua casa, para que
não morra na guerra e outro desfrute da vinha. 7 Há alguém
comprometido para casar-se que ainda não
recebeu sua mulher? Volte ele para sua casa, para que não morra na
guerra e outro se case com ela. 8 Por fim os oficiais acrescentarão:
Alguém está com medo e não tem coragem? Volte ele para sua casa, para
que os seus irmãos israelitas também não fiquem desanimados. 9 Quando
os oficiais terminarem de falar ao exército, designarão chefes para
comandar as tropas.
10 “Quando vocês avançarem para atacar uma cidade, enviem-lhe
primeiro uma proposta de paz. 11 Se os seus habitantes aceitarem e
abrirem suas portas, serão seus escravos e se sujeitarão a trabalhos
forçados. 12 Mas se eles recusarem a paz e entrarem em guerra
contra vocês, sitiem a cidade. 13 Quando o SENHOR, o seu Deus,
entregá-la em suas mãos, matem ao fio da espada todos os homens que
nela houver. 14 Mas as mulheres, as crianças, os rebanhos e tudo o que
acharem na cidade, será de vocês; vocês poderão ficar com os despojos
dos seus inimigos dados pelo SENHOR, o seu Deus. 15 É assim que
vocês tratarão todas as cidades distantes que não pertencem às nações
vizinhas de vocês.
16 Contudo, nas cidades das nações que o SENHOR, o seu Deus, lhes
dá por herança, não deixem vivo nenhum ser que respira. 17
Conforme a ordem do SENHOR, o seu Deus, destruam totalmente os
hititas, os amorreus, os cananeus, os ferezeus, os heveus e os
jebuseus. 18 Se não, eles os ensinarão a praticar todas as coisas
repugnantes que fazem quando adoram os seus deuses, e vocês
pecarão contra o SENHOR, o seu Deus. 19 “Quando sitiarem uma
cidade por um longo período, lutando contra ela para conquistá-la, não
destruam as árvores dessa cidade a golpes de machado, pois vocês
poderão comer as suas frutas. Não as derrubem. Por acaso as árvores são
gente, para que vocês as sitiem? 20 Entretanto, poderão derrubar as
árvores que vocês sabem que não são frutíferas, para utilizá-las em obras
que ajudem o cerco, até que caia a cidade que está em guerra contra
vocês.”
Prof. Samuel M. Campos – Curso de Homilética 1 – FATEBE – 2016.1 40

ANÁLISE GRAMATICAL DAS PRINCIPAIS PALAVRAS DE JOSUÉ 16.1-10 1


V. 4
Herança – – qal – obter, receber propriedade, tomar possessão, receber
possessão hereditária (herança).
 “O território de Efraim foi esboçado primeiro porque, embora a tribo fosse
menor (Nm. 26:34, 37), Jacó garantiu o direito da primogenitura a Efraim
(Gn. 48:9 -20).” (MOODY, s.d., p. 49)
V. 10
Trabalhos forçados – – trabalho compulsório, serviço obrigatório.
Trabalhos pesados impostos a povos subjugados
o “Manassés não expulsou os habitantes de Bete-Seã, nem mesmo dos lugares
da sua jurisdição; nem a Taanaque, com os lugares da sua jurisdição; nem os
moradores de Dor, com os lugares da sua jurisdição; nem os moradores de
Ibleão, com os lugares da sua jurisdição; nem os moradores de Megido, com
os lugares da sua jurisdição; e resolveram os cananeus habitar na mesma
terra. E sucedeu que, quando Israel cobrou mais forças, fez dos cananeus
tributários; porém não os expulsou de todo. Tampouco expulsou Efraim os
cananeus que habitavam em Gezer; antes os cananeus ficaram habitando
com ele, em Gezer.” (Juízes 1:27-29).
o “una nota de fracaso (10). Josué derrotó a los jezeritas pero no tomó su
ciudad (Josué 10:33; Jueces 1:29).” (Bruce WALTKE, 2003, p. 572)
o “In the end of the chapter, Ephraim is severely censured for his effeminacy
in not having expelled the Canaanites from Gezer” (CALVIN, 1998, p. 139).
o “A fortaleza de Gezer (cons. 10:33) foi finalmente tomada por um Faraó do
Egito, que a deu a sua filha por dote quando esta se casou com Salomão (I
Reis 9:16).” (MOODY, s.d., p. 50)
o “Al final del capítulo, Efraín está severamente censurado por su
afeminamiento en no haber expulsado los cananeos de Gezer. Para tenían
procedieron de manera viril y fuerte para hacer un buen su derecho a la tierra
que había caído a ellos por mucho, la victoria estaba en sus manos. Habría
han habido temeridad en el intento, ya que la decisión de la parcela era tan
válida como si el Señor mismo había extendió su mano desde el cielo. Pero
su pereza vergonzosa está más claramente expresada y su culpabilidad
aumentaba en gran medida por el hecho, que hicieron tributarios de aquellos
con los que no era lícito entrar en cualquier tipo de arreglo. Viendo, pues,
que Dios había claramente prohibido a su pueblo a realizar transacciones
comerciales de ningún tipo con aquellas naciones, y mucho menos para
entrar en pactions con ellos, que estipula por su perdón y la seguridad, los

1
Análise baseada no Dicionário da Bible works.
Prof. Samuel M. Campos – Curso de Homilética 1 – FATEBE – 2016.1 41

hijos de Efraín pecaron mucho más gravemente en exigir el tributo que si los
habían tolerado sin compactación.” (CALVIN, 1998, p. 139)
o “Efraim não expulsou da sua área os cananeus. Essa é a primeira menção de
uma política fatal de negligenciar o extermínio de idólatras (cf. Dt 20.16)”
(BÍBLIA DE ESTUDO MACARTHUR, 2010, p. 298, nota sobre Josué
16.10).

PASSO 2 – A ESTRUTURA DO TEXTO

Deus foi fiel na distribuição da terra aos descendentes de José (v. 1-4)
o 1 As terras distribuídas aos descendentes de José iam
 desde o Jordão, perto de Jericó, a leste das águas de Jericó, e daí
subiam pelo deserto até a serra que vai de Jericó a Betel.
 2 De Betel, que é Luza, iam para o território dos arquitas, em
Atarote,
 3 desciam para o oeste, até o território dos jafletitas,
chegando à região de Bete-Horom Baixa, e prosseguiam até
Gezer, terminando no mar.
 4 Assim os descendentes de Manassés e Efraim, filhos de José,
receberam a sua herança.
Deus foi fiel na distribuição da terra a Efraim, apesar da sua falha (v. 5-10)
o 5 Este era o território de Efraim, clã por clã:
 A fronteira da sua herança ia de Atarote-Adar, a leste, até Bete-
Horom Alta, 6 e prosseguia até o mar.
 De Micmetá, ao norte, fazia uma curva para o leste, até Taanate-Siló,
e, passando por ela, ia até Janoa, a leste.
 7 Depois descia de Janoa para Atarote e Naarate, encostava em Jericó
e terminava no Jordão.
 8 De Tapua a fronteira seguia rumo oeste até o ribeiro de Caná e
terminava no mar.
 Essa foi a herança da tribo dos efraimitas, clã por clã,
 9 que incluía todas as cidades com os seus povoados,
separadas para os efraimitas na herança dos manassitas.
o 10 Os cananeus de Gezer não foram expulsos, e até hoje vivem no meio do
povo de Efraim, mas são sujeitos a trabalhos forçados.

PASSO 3 – ICT – IDEIA CENTRAL DO TEXTO


Deus distribuiu a herança dos filhos de José, sendo fiel na distribuição da terra, apesar
da falha de Efraim

PASSO 4 – O PROPÓSITO (ALVO) DO SERMÃO


 Público-alvo: professores, funcionários e alunos da FATEBE
Prof. Samuel M. Campos – Curso de Homilética 1 – FATEBE – 2016.1 42

Com base na ideia central deste texto, o que Deus que o povo entenda e obedeça?
 Levar o povo a entender que Deus é fiel, apesar das nossas debilidades
 Levar o povo a entender que Deus é fiel, apesar da nossa teimosia
 Levar o povo a entender que Deus cumpre Sua Palavra, apesar de nós

PASSO 5 – IDEIA CENTRAL DO SERMÃO


Deus é fiel em cumprir sua eterna Palavra para com os seus servos, apesar de nós.

PASSO 6 – SERMÃO EXPOSITIVO EM JOSUÉ 16.1-10


Título do sermão: Deus é fiel em cumprir sua Palavra, apesar de nós.

INTRODUÇÃO
 A atual presidente da república e o seu partido tem sido acusados de fazerem
inúmeras promessas e não cumpri-las em seu mandato. Façamos como Paulo e
oremos por nossas autoridades!
 Já vi também pais e mães fazerem promessas, como “se você parar de chorar, papai
vai comprar sorvete”; mas muitas vezes as palavras são esquecidas e não há o
cumprimento.
 O ser humano é pecador e muitas vezes não cumpre suas palavras. No entanto, você
sabia que Deus é fiel em cumprir sua eterna Palavra? Ele não falha nunca!!!
 Levar o povo a entender que Deus cumpre Sua Palavra, independente de nós.
 Informações do Contexto
 “Como auxiliar principal e adjunto de Moisés, em íntimo contato com ele no
cargo de orientador do povo, Josué estava naturalmente indicado como
sucessor daquele de quem tanto recebera e com quem tanto aprendera na
dura travessia do deserto” (BLAIR, 1997, p. 1-2).
 “Eis a largos traços o homem, de cujos dotes naturais, educação e
experiência Deus se serviu para chefiar um grande povo e introduzi-lo na
Palestina. De nada lhe serviriam, porém, tais qualidades, se a força dinâmica
de que dispunha não revelasse a presença de Deus” (BLAIR, 1997, p. 2).
 “Josué é mencionado vinte e sete vezes no Pentateuco [...] [ele é] um
guerreiro que luta no lugar de Moisés e que conduz Israel à vitória” (HESS,
2006, p. 22).
 “Em Deuteronômio 34.9 o espírito de sabedoria enche Josué quando Moisés
impõe as mãos sobre ele. A intenção de Josué baseia-se nas instruções
divinas, por meio de Moisés, para nomeá-lo” (HESS, 2006, p. 24).
 Sobre o livro
 “Esta é a história da entrada de Israel no território de Canaã, da
conquista e divisão da terra sob as ordens de Josué, e a história deles
até a morte deste. O poder e a verdade de Deus são
maravilhosamente divulgados ao cumprir suas promessas a Israel e
executar sua vingança contra os cananeus” (Mattew HENRY, s.d.).
Prof. Samuel M. Campos – Curso de Homilética 1 – FATEBE – 2016.1 43

 “Em defesa da visão de Deus no livro de Josué, temos argumentos


que dizem que a ira divina contra o pecado faz parte necessária da
teologia. Às vezes, os homens chegam a extremos de maldade que
merecem um tratamento muito severo. [...] Sabemos que os cananeus
eram excessivamente malignos (ver Lev. 18:21·24), e também
sabemos que existe tal coisa como contaminação pelo mau exemplo
(ver Deu. 7:1-5). Sabemos que a religião dos cananeus era
tremendamente imoral” (CHAMPLIN, s.d., p. 603).
 Citar o contexto imediato.
 Nesse primeiro capítulo, o autor descreve que agora chegou a vez dos
descendentes de José, Efraim e Manassés, de receberem sua herança.
No capítulo 16 ele enfatiza os efraimitas. No capítulo 17, tratará da
tribo de Manassés.
 Nessa distribuição da terra, vemos a fidelidade de Deus para com
Efraim. Deus cumpre sua Palavra dada a José e a Jacó. No entanto,
os efraimitas tinham acabado de receber a bênção do Senhor, mas
desobedeceram às ordens divinas. Mas Deus continuou fiel
cumprindo Sua santa e imutável Palavra
 IDEIA CENTRAL DO SERMÃO: Deus é fiel em cumprir sua eterna Palavra
independentemente de nós

2. DEUS É FIEL PARA COM OS SEUS SERVOS (v. 1-4)


o Deus foi fiel na distribuição da terra aos descendentes de José (1-4)
 Explicação: nos versículos 1-3, o autor mostra a delimitação da
herança a Efraim.
 Explicação: Antes de Jacó morrer, ele abençoa os filhos de José,
Efraim e Manassés, considerando-os como seus próprios filhos (Gn
48.1-5)
 Jacó disse: “‘Eu o farei prolífero e o multiplicarei. Farei de
você uma comunidade de povos e darei esta terra por
propriedade perpétua aos seus descendentes’. ‘Agora, pois,
os seus dois filhos que lhe nasceram no Egito, antes da minha
vinda para cá, serão reconhecidos como meus; Efraim e
Manassés serão meus, como são meus Rúben e Simeão’” (Gn
48.4-5).
 Explicação: Por isso que os descendentes de Manassés e Efraim,
filhos de José, receberam a sua herança (v. 4). Deus prometeu que
daria a terra de Canaã aos descendentes de José e aquela era a hora
do cumprimento da Palavra do Senhor.
o Aplicação: Da mesma forma, o que Deus promete em Sua Palavra
certamente Ele cumprirá. Deus prometeu a herança aos filhos de José e com
certeza cumpriu. Deus, na Sua Palavra faz várias promessas aos Seus servos.
 Uma das Suas promessas a nós é que “Estou convencido de que
aquele que começou boa obra em vocês, vai completá-la até o dia de
Prof. Samuel M. Campos – Curso de Homilética 1 – FATEBE – 2016.1 44

Cristo Jesus.” (Filipenses 1.6). Somos falhos, pecadores e limitados


neste mundo tenebroso. Mas um dia Cristo completará Sua grandiosa
obra em nós para a glória de Deus.
 Podemos julgar demorada essa promessa, como os contemporâneos
de Pedro. Mas “[...] para o Senhor um dia é como mil anos, e mil
anos como um dia [...] Todavia, de acordo com a sua promessa,
esperamos novos céus e nova terra, onde habita a justiça.” (2Pe
3.8,13).
 Os descendentes de Efraim e Manassés demoraram cerca de 500
anos para ter a promessa cumprida. Demorou, foi difícil, mas “Seca-
se a erva, e murcha a flor; mas a palavra de nosso Deus subsiste
eternamente.” (Isaías 40.8). Jesus virá novamente. Se estivermos
vivos seremos transformados. Se estivermos mortos seremos
ressuscitados. O que importa é que a nossa herança eterna será um
dia revelada quando o Senhor voltar novamente e “Todo o olho o
verá” (Apocalipse 1.7). Aleluia!!!
 RECAPITULAÇÃO: Deus é fiel em cumprir sua eterna Palavra
 Deus é fiel para com os seus servos (v. 1-4)
 A fidelidade de Deus independe de nós (v. 5-10)

3. A FIDELIDADE DE DEUS INDEPENDE DE NÓS (v. 5-10)


 O autor detalha o terreno distribuído a Efraim (v. 5-9)
o Explicação: Efraim foi mencionado primeiro do que Manassés na
distribuição da herança, pois apesar de ser o filho mais novo de José, recebeu
o direito de primogenitura pelas mãos de Jacó. Jacó abençoa os filhos de
José, dando preferência ao mais novo, Efraim, sobre o mais velho, Manassés
(Gn 48.10-21).
 Jacó disse: “Mas seu pai recusou-se e respondeu: ‘Eu sei, meu filho,
eu sei. Ele também se tornará um povo, também será grande. Apesar
disso, seu irmão mais novo será maior do que ele, e seus
descendentes se tornarão muitos povos’.” (Gn 48.19)
o Explicação: Se Efraim recebeu o direito de primogenitura, porque recebeu
uma porção de terra quase metade do tamanho da destinada a Manassés? De
acordo com Calvino “Cuando la porción de Manasés era demasiado extensa
en proporción a la cantidad de la población, se hizo un cálculo, y algunas
ciudades se dedujeron para completar la justa distribución de la tribu de
Efraín; no que se mezclaron con los hijos de Manasés, para mantener su
viviendas entre ellos por una tenencia precaria, pero sus límites fueron
meramente extendidos en el dirección de Manasés quien posesión más
estrecho podría ser suficiente.” (CALVIN, 1998, p. 139).
 Isto significa que no momento da distribuição das terras Manassés
tinha quase o dobro de pessoas em relação a Efraim. A porção
recebida por Efraim era suficiente. Mas, de acordo com a profecia de
Prof. Samuel M. Campos – Curso de Homilética 1 – FATEBE – 2016.1 45

Jacó “seus descendentes [de Efraim] se tornarão muitos povos.” (Gn


48.19).
 “Cuando se dividió la tierra entre las tribus, los hijos de José (salvo la
mitad de Manasés que se estableció al oriente del Jordán, Números
32:33, 39-42) recibieron la zona montuosa central de Palestina, a
veces llamada monte Efraín. Efraín y Manasés parecen haber sido
rivales acérrimos (Isaías 9:20-21), siendo Manasés el grupo más
grande (Génesis 49:22) pero teniendo Efraín el liderazgo más
vigoroso. Aunque parecen haber tenido su tierra en común por un
tiempo (Josué 17:14-18) la dividieron después entre ellos. La
porción de Efraín estaba bien definida y era muy fructífera, con
suelo muy fértil y más lluvia que la de Judá al sur (Deuteronomio
33:13-16).” (DOUGLAS, TENNEY, 2003, p. 396). A porção de
Efraim era mais frutífera e era maior em qualidade.
o Aplicação: Assim como Deus escolheu Jacó, o mais novo, a Esaú, antes
deles nascerem, mostrando Sua soberania (Rm 9.10-15), Deus também
preferiu abençoar mais a Efraim a Manassés. O que está em questão aqui é a
soberania de Deus. Ele não leva em questão as convenções humanas nem as
nossas obras. Ele escolhe quem Ele quer e abençoa a quem Ele quer. É Deus
quem está no controle de tudo e não nós. Ele reina e faz tudo de acordo com
Sua soberana vontade. E a vontade de Deus sempre é “boa, agradável e
perfeita” (Rm 12)
 Deus permaneceu fiel, mesmo com a desobediência de Efraim (v. 10)
o Explicação: Os cananeus de Gezer não foram expulsos, e até hoje vivem no
meio do povo de Efraim, mas são sujeitos a trabalhos forçados.
 “Efraim não expulsou da sua área os cananeus. Essa é a primeira
menção de uma política fatal de negligenciar o extermínio de
idólatras (cf. Dt 20.16)” (BÍBLIA DE ESTUDO MACARTHUR,
2010, p. 298, nota sobre Josué 16.10).
 “una nota de fracaso (10). Josué derrotó a los jezeritas pero no tomó
su ciudad (Josué 10:33; Jueces 1:29).” (Bruce WALTKE, 2003, p.
572).
o Explicação: Se lermos Deuteronômio 20 que trata das leis sobre guerra que
Deus estabeleceu sobre o Seu povo parece que Efraim fez certo ao tratar os
habitantes de Gezer como escravos. Em Dt 20.10-12 diz “Quando vocês
avançarem para atacar uma cidade, enviem-lhe primeiro uma proposta de
paz. Se os seus habitantes aceitarem e abrirem suas portas, serão seus
escravos e se sujeitarão a trabalhos forçados. Mas se eles recusarem a paz e
entrarem em guerra contra vocês, sitiem a cidade.”
 No entanto, mais à frente Deus diz claramente: “Contudo, nas
cidades das nações que o SENHOR, o seu Deus, lhes dá por herança,
não deixem vivo nenhum ser que respira. Conforme a ordem do
SENHOR, o seu Deus, destruam totalmente os hititas, os amorreus,
os cananeus, os ferezeus, os heveus e os jebuseus. Se não, eles os
Prof. Samuel M. Campos – Curso de Homilética 1 – FATEBE – 2016.1 46

ensinarão a praticar todas as coisas repugnantes que fazem quando


adoram os seus deuses, e vocês pecarão contra o SENHOR, o seu
Deus.” (Dt 20.16-18).
o Explicação: Deus foi fiel com Efraim. Deu a sua herança, mas mesmo assim
eles não obedeceram ao Senhor.
o Explicação: Deus permaneceu fiel apesar de nós. No entanto, as
consequências do nosso pecado mais cedo ou mais tarde virão. Gezer era
uma terra real dos Cananeus. Tinha sido uma das terras destinadas a abrigar
levitas (Js 21.21). Imaginem povos idólatras, mesmo escravizados,
convivendo com aqueles que deveriam ser sacerdotes de Deus!!
o Explicação: Mais tarde, havia habitantes de Gezer mesmo após a morte de
Josué (Jz 1.29) e como cada um fazia de acordo com seus planos
esquecendo-se do Senhor, esse foi uma das consequências: o período
turbulento dos juízes quando o povo continuamente era massacrado por
inimigos e, por isso, Deus levantava libertadores (juízes) para socorrerem o
povo.
 Aplicação: Deus é fiel e misericordioso. Sempre cumpre Sua
Palavra. Mas quando desobedecemos às ordens do Senhor, estaremos
plantando consequências desastrosas que colheremos no futuro.
 Aplicação: Procure agradar a Deus. Ele sempre tem razão. Ele sabe o
que é melhor. Quando Abraão deu um jeitinho e teve um filho com a
escrava Agar, até hoje vemos as consequências da escolha errada
(árabes e judeus). Cuidado para não ouvir as sugestões do mundo,
como a ideologia de gênero, que a família não foi estabelecida por
Deus etc. A vontade de Deus sempre é a melhor. Não tente fazer
“jeitinhos”.
 RECAPITULAÇÃO: Deus é fiel em cumprir sua eterna Palavra
 Deus é fiel para com os seus servos (v. 1-4)
 A fidelidade de Deus independe de nós (v. 5-10)

CONCLUSÃO
 IDEIA CENTRAL DO SERMÃO: Deus é fiel em cumprir sua eterna
Palavra
 Deus é fiel para com os seus servos (v. 1-4)
 A fidelidade de Deus independe de nós (v. 5-10)
 Deus é fiel em cumprir sua eterna Palavra independentemente de nós
 Mesmo que Deus cumpra Sua Palavra independentemente de nós, Sua
própria Palavra traz consequências quando não obedecemos ao Senhor.
 Obedecer sempre é melhor!
Prof. Samuel M. Campos – Curso de Homilética 1 – FATEBE – 2016.1 47

OBRAS CONSULTADAS PARA O SERMÃO EXPOSITIVO


ADOUL, Andre. Notas sobre el libro de Josue. El Paso, Texas: Casa Bautista de
Publicaciones, 1965

BIBLE WORKS 7.0.

BLAIR, Hugh. Josué. In: DAVIDSON, F. (org.). O novo comentário da Bíblia. 3. ed.
São Paulo: Vida Nova, 1997.

BÍBLIA. Português. NVI. São Paulo: Vida / Sociedade Bíblica Internacional, 2001.

BÍBLIA DE ESTUDO DE GENEBRA. 2. ed. Tradução de João Ferreira de Almeida.


Edição Revista e Atualizada. São Paulo/Barueri, Cultura Cristã/Sociedade Bíblica do
Brasil, 1999.

BÍBLIA DE ESTUDO MACARTHUR. Tradução de João Ferreira de Almeida. Edição


Revista e Atualizada. Barueri, SP, Sociedade Bíblica do Brasil, 2010.

CALVIN, John. Commentary on Joshua. Grand Rapids, MI: Christian Classics


Ethereal Library, 1998

CHAMPLIN, R. N. Josué (Livro). In: _____. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e


Filosofia. São Paulo: Hagnos, s.d., p. 599-605.

DOUGLAS, J.D.; TENNEY, Merrill C. Josué. Diccionario Bíblico A-M. El Paso,


Texas, EUA: Editorial Mundo Hispano, 2003 (Biblioteca Mundo Hispano). 1 CD-
ROM.

HEISS, Richard. Josué: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 2006.

HENRY, Mattew. Comentário de Josué. S.l, s.d

Josué. In: COMENTÁRIO BÍBLICO MOODY. S.l.: Moody Bible Institute of Chicago,
s.d.

WALTKE, Bruce K. Josué. In: CARSON, D.A; FRANCE, R.T.; MOTYER, J.A.;
WENHAM, G.J.. et.al. (eds.). Comentario Nuevo Comentario Biblico Siglo
Veintiuno – Antiguo Testamento. El Paso, Texas, EUA: Editorial Mundo Hispano,
2003 (Biblioteca Mundo Hispano). 1 CD-ROM.

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