Você está na página 1de 3

RESENHA

”UM ESTUDO SOBRE BAKHTIN E BEVENISTE"


E
”O ESTUDO DO TEXTO EM UMA PERSPECTIVA ENUNCIATIVA DE
LINGUAGEM ”

Nesta resenha, explorarei dois textos distintos, sendo eles “Um estudo sobre Bakhtin
e Benveniste/ Enunciation, Dialogism, Intersubjectivity,” de Valdir do Nascimento
Flores e Marlene Teixeira e “O estudo do texto em uma perspectiva enunciativa de
linguagem” de Carmem Luci da Costa Silva, buscando identificar suas abordagens,
pontos de convergência e divergência.
Ao mergulhar nas nuances dessas obras, pretendo oferecer uma análise que permita
ao leitor compreender não apenas o conteúdo individual de cada texto, mas também as
possíveis interseções e impactos mútuos que podem surgir ao colocá-los lado a lado
Analisando o “Um estudo sobre Bakhtin e Benveniste/ Enunciation, Dialogism,
Intersubjectivity: a study about Bakhtinand Benveniste,” percebemos que ele oferece
uma visão abrangente e detalhada sobre as teorias de dois renomados linguistas, Mikhail
Bakhtin e Émile Benveniste.
Na primeira parte do texto o autor as várias facetas da obra de Bakhtin, ressaltando
sua presença em diversas disciplinas, desde historia até linguística. O texto aborda
desafios como a problemática em torno da autoria, a falta de ordem cronológica nas
publicações e as questões de tradução. Além disso, destaca desafios específicos no
contexto brasileiro, como a redução do pensamento de Bakhtin a uma única obra. A
argumentação do texto defende a inclusão de Bakhtin na Linguística da Enunciação,
ressaltando a necessidade de uma abordagem mais abrangente de sua obra.
A comparação entre Bakhtin e Benveniste destaca a concepção dialógica da
linguagem como princípio fundamental na teoria bakhtiniana. irrepetível da enunciação
na perspectiva benvenistiana. Destaca-se a importância de adotar um ponto de vista
singular na análise textual, enfatizando a intersubjetividade e o eixo espaço-temporal. A
Teoria da Enunciação de Benveniste é apresentada como a base teórica, e uma análise
textual ilustrativa é realizada com base em um trabalho de Eduardo Galeano. O texto
enfatiza a singularidade de cada ato enunciativo, destacando elementos como tempo,
espaço e personagens.
Nos trechos seguintes, podemos analizar também a exploração das complexidades
das teorias de Bakhtin e Benveniste em maior profundidade. O texto sobre Bakhtin
aborda a operacionalização da análise enunciativa, destacando aspectos como o estudo
do discurso citado, a unidade real da língua e diálogo, bivocalidade e investigação do
sentido. Já o trecho sobre Benveniste destaca a ausência de um modelo teórico acabado,
a flutuação conceitual e heterogeneidade nocional em sua teoria, e destaca o axioma
fundamental de sua teoria, "O homem está na língua.”.
Por fim ele também oferece definições de termos benvenistianos, como língua,
linguagem, locutor, sujeito, subjetividade, intersubjetividade, língua-discurso, entre
outros. O texto enfatiza a interdependência desses conceitos na teoria de Benveniste e
destaca a necessidade de considerar a complexidade e evolução de suas ideias ao
abordar sua teoria.
Em geral, o texto foca em proporcionar uma compreensão aprofundada das teorias
de Bakhtin e Benveniste, destacando suas contribuições para a linguística e enfatizando
a importância de uma abordagem enunciativa na compreensão da linguagem.
Já o texto “O estudo do texto em uma perspectiva enunciativa de linguagem” nos
oferece uma análise aprofundada sobre a teoria enunciativa de Mikhail Bakhtin e Émile
Benveniste, destacando suas complexidades e abordagens distintas. A exposição
detalhada dos conceitos fundamentais desses teóricos fornece uma compreensão mais
clara das suas contribuições para a linguística e da maneira como abordam a relação
entre linguagem, língua e sociedade.
No que diz respeito à teoria de Bakhtin, o trecho enfatiza a superação da dicotomia
entre língua e fala. Ele destaca a operacionalização da análise enunciativa, apresentando
o "método sociológico" proposto por Bakhtin para integrar elementos virtuais da língua
à estrutura da enunciação viva. O estudo do discurso citado é abordado de maneira
inovadora, como enunciação na enunciação, destacando a intersubjetividade e a reação
ativa do discurso de outrem. A unidade real da língua é compreendida como diálogo,
onde a linguagem só ganha sentido na interação entre enunciações. A bivocalidade e a
investigação do sentido são conceitos bakhtinianos essenciais, destacando a dinâmica
entre a estabilidade do sistema e a instabilidade da enunciação.
Quanto à exposição sobre Émile Benveniste, o trecho destaca a ausência de um
modelo teórico acabado, ressaltando que sua teoria da enunciação é derivada de
diferentes leituras ao longo de quatro décadas. A flutuação conceitual e a
heterogeneidade nocional são apresentadas como características intrínsecas da obra de
Benveniste. O axioma fundamental, "O Homem está na Língua," é apontado como
central na teoria benvenistiana, onde "língua" e "linguagem" são utilizadas de maneira
intercambiável. A interdependência entre conceitos como locutor, sujeito, subjetividade
e intersubjetividade é destacada como crucial para compreender a teoria benvenistiana.
O trecho encerra fornecendo definições precisas de termos benvenistianos, como
língua, linguagem, locutor, sujeito, subjetividade e intersubjetividade. Essas definições
esclarecem a abordagem de Benveniste em relação à linguagem e à enunciação,
destacando a importância de compreender a interdependência desses conceitos em sua
obra.
Em síntese, a exposição fornece uma visão clara e abrangente das teorias de Bakhtin
e Benveniste, destacando suas nuances e complexidades, contribuindo
significativamente para o entendimento da linguagem, da enunciação e da relação entre
os sujeitos e a língua.
Agora que analisamos os textos separadamente podemos ver a diferença dos dois
textos que, abordam diferentes tópicos na área de teoria linguística, mas ambos
compartilham o foco na análise textual e na interpretação linguística. Vamos destacar as
principais diferenças entre eles.
O primeiro texto trata da complexidade da obra de M. Bakhtin e os desafios
associados à compreensão de sua obra. Ele aborda Bakhtin como uma figura convocada
em várias disciplinas, como história, teoria literária, filosofia, psicologia e linguística. Já
o segundo texto discute a perspectiva enunciativa de Émile Benveniste sobre o discurso,
a enunciação e a relação entre o locutor e o ato de se expressar linguisticamente. Ele
explora a natureza irrepetível da enunciação e destaca a importância da singularidade de
tempo, espaço e pessoas a cada ato de enunciação.
Falando sobre a abordagem teórica no primeiro texto não menciona explicitamente
uma teoria linguística específica, mas destaca as diferentes interpretações e
classificações da obra de Bakhtin, como marxista, neo-humanista ou precursora do pós-
modernismo, mas no segundo texto podemos ver a que o autor adota explicitamente a
Teoria da Enunciação de Émile Benveniste como perspectiva teórica para analisar a
natureza singular da enunciação, a relação entre homem e linguagem, e a ênfase no
processo enunciativo.
Valdir do Nascimento aborda questões específicas relacionadas ao legado de Bakhtin,
como a autoria de alguns textos, a falta de ordem cronológica na publicação e a
divulgação tardia de sua obra no Ocidente quando o assunto é ênfase analítica e
Carmem Luci foca na análise textual ilustrativa do "Crônica Familiar" de Eduardo
Galeano, utilizando a perspectiva enunciativa benvenistiana. Ele destaca elementos
como tempo, espaço e pessoas do discurso na análise da crônica.
O primeiro texto é finalizado com a ideia de que o estudo de textos de Bakhtin
prioriza a compreensão de sua obra em meio a desafios específicos, porém o segundo
texto encerra enfatizando a importância do estudo enunciativo, destacando a
singularidade de cada ato de enunciação e a vida da língua ao se refazer a cada instância
de uso.
Em resumo, podemos concluir que enquanto o primeiro texto se concentra na
complexidade e legado de Bakhtin, o segundo explora a perspectiva enunciativa de
Benveniste e sua aplicação na análise textual, destacando a singularidade e a vida da
língua em cada ato de enunciação.

Você também pode gostar