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Fichamento: A (in)distinção entre dialogismo e intertextualidade

Disciplina: Leitura e Produção de Texto


Docente: Sabrina De Cássia Martins

José Vitor Rossi – Letras/UNESP, diurno. 2023.

-MACIEL, Lucas Vinício de Carvalho. A (in)distinção entre dialogismo e


intertextualidade. 2017.

Capítulo 1: INTRODUÇÃO.

RESUMO DO CAPÍTULO:
Abordando a controvérsia em torno do uso do termo "intertextualidade" como
sinônimo ou substituto do conceito de dialogismo bakhtinano, o autor inicia a
discussão revisitando a origem da noção de intertextualidade, na década de 1970
na França, e como essa ideia se disseminou. Em seguida, ele examina as diferentes
posições adotadas por estudiosos brasileiros influenciados por Bakhtin, que variam
desde a discordância veemente com o uso do termo intertextualidade até a tentativa
de compreendê-lo ou acomodá-lo em outras abordagens teóricas.
O autor sugere que a distinção entre relações dialógicas internas e relações
dialógicas externas pode ser um princípio para diferenciar o dialogismo de
intertextualidade. Ele argumenta que o termo intertextualidade não é adequado para
representar o dialogismo, e busca fundamentar essa afirmação em bases teóricas,
discutindo sua influência no contexto acadêmico e educacional brasileiro.

"Os estudos bakhtinianos são Apresentação das polêmicas que


perpassados por polêmicas, entre as envolvem os estudos bakhtinianos,
quais: (i) a disputada autoria de alguns contextualizando a controvérsia em
textos; (ii) questões de tradução e de torno do uso da intertextualidade como
recepção das obras bakhtinianas no sinônimo de dialogismo.
Ocidente; (iii) além das disputadas
interpretações de alguns conceitos
bakhtinianos como polifonia e
dialogismo."

“A propósito, no caso do Brasil, a Destaca a influência da noção de


noção de intertextualidade chega até intertextualidade no contexto
mesmo ao âmbito de documentos educacional brasileiro, inclusive nos
oficiais como os Parâmetros currículos e práticas de ensino de
Curriculares Nacionais (PCN) de língua.
Língua Portuguesa - Terceiro e Quarto
Ciclos do Ensino Fundamental,
ecoando, assim, em materiais didáticos
e práticas de ensino de língua."
"A perspectiva de Kristeva, de que em Aponta para uma tensão entre a
lugar da intersubjetividade se coloca a perspectiva de Kristeva e a visão
noção de intertextualidade, é bakhtiniana. Destaca que a ênfase de
problemática do ponto de vista Kristeva na intertextualidade em
bakhtiniano, que valoriza as relações detrimento da intersubjetividade pode
dialógicas entre vozes pertencentes a ser problemática do ponto de vista
sujeitos." bakhtiniano, que valoriza as relações
dialógicas entre vozes e sujeitos.

"As concepções de Kristeva e o Destaca a influência das concepções


movimento futurista influenciaram a de Kristeva e do movimento futurista
valorização da intertextualidade e a na valorização da intertextualidade e
ideia de desvincular a obra de arte de na ideia de desvincular a obra de arte
qualquer realidade, inclusive do autor." de sua realidade, incluindo o papel do
autor. Isso ressalta o impacto dessas
influências no desenvolvimento e
entendimento da intertextualidade
como prática artística.

Capítulo 2: CONTEXTO HISTÓRICO: SURGIMENTO E DIFUSÃO DO TERMO


“INTERTEXTUALIDADE”

RESUMO DO CAPÍTULO:
No segundo capítulo, o autor discute o surgimento e difusão do termo
"intertextualidade", destacando a obra de Júlia Kristeva como responsável por
popularizar o termo no Ocidente. A palavra "intertextualidade" ganhou prestígio
tanto no meio acadêmico quanto no contexto educacional brasileiro. No entanto,
alguns críticos, como Paulo Bezerra, consideram que o uso do termo como
sinônimo de dialogismo empobrece as ideias de Bakhtin.
Paulo Bezerra critica o emprego do termo "intertextualidade", alegando que isso
distorce o pensamento de Bakhtin, argumentando que o termo está entre os
"deméritos" de Kristeva, responsável por uma "deturpação do pensamento e da
teoria de Bakhtin".
Já Kristeva considera que todo texto é construído a partir de citações e absorção de
outros textos, substituindo assim a noção de intersubjetividade pela noção de
intertextualidade. No entanto, Bezerra e Fiorin argumentam que o termo
"intertextualidade" não representa adequadamente o dialogismo bakhtiniano, uma
vez que o dialogismo implica a relação entre vozes e sujeitos, enquanto a
intertextualidade se concentra nas relações entre textos.
O capítulo também menciona a influência das estéticas futuristas e o movimento
literário francês da década de 1960, no qual as ideias do Círculo de Bakhtin foram
recebidas e assimiladas. Barthes, por exemplo, destaca o papel de Kristeva na
introdução do conceito de linguagem dialógica. Ele argumenta que o texto é
composto por intertextos de outros textos e que a pesquisa das "fontes" e
"influências" de uma obra é um mito da filiação. No entanto, Barthes reconhece a
existência de relações entre textos, mas enfatiza que o poder do autor está em
misturar e contradizer os escritos, sem se apoiar em nenhum deles.

"A palavra 'intertextualidade' foi uma Destaca a relevância da obra de Júlia


das primeiras a ganhar prestígio no Kristeva na introdução do conceito de
Ocidente graças à obra de Júlia intertextualidade e seu reconhecimento
Kristeva. Ela obteve cidadania acadêmico pioneiro. Aponta que o
acadêmica antes mesmo de termos termo "intertextualidade" surgiu antes
como dialogismo alcançarem do termo "dialogismo" e ressalta a
notoriedade na pesquisa linguística e influência de Kristeva no campo da
literária." pesquisa linguística e literária

"Bezerra e Fiorin concordam que o Destaca a influência do texto de


termo 'intertextualidade' ganhou Kristeva na projeção do termo
projeção a partir do texto 'A palavra, o "intertextualidade" e sua introdução
diálogo e o romance' de Kristeva, em como um procedimento fundamental
que ela introduz a noção de na construção textual. Isso ressalta a
intertextualidade como procedimento importância da obra de Kristeva como
real da constituição do texto." marco na difusão e compreensão da
intertextualidade.

Capítulo 3: RECEPÇÕES ATUAIS DA NOÇÃO DE INTERTEXTUALIDADE

RESUMO DO CAPÍTULO:
Neste trecho, são apresentadas algumas recepções atuais da noção de
intertextualidade no contexto brasileiro. O autor menciona a interpretação de
Kristeva do "dialogismo bakhtiniano como intertextualidade" e destaca a contradição
com o pensamento de Bakhtin, que enfatiza o papel do sujeito na escrita. Enquanto
Kristeva propõe um apagamento do sujeito e uma relação apenas entre textos
abstratamente relacionáveis, Bakhtin considera o sujeito como parte essencial do
enunciado ou da voz.
O autor também destaca que, no Brasil, há estudiosos que negam qualquer
reconhecimento à expressão "intertextualidade", como Bezerra, enquanto outros,
como Fiorin, se esforçam para compreender a noção de intertextualidade a partir
dos escritos do Círculo. Fiorin faz uma distinção entre relações dialógicas e
intertextualidade, afirmando que a intertextualidade pressupõe uma materialização
em textos, enquanto as relações dialógicas podem ser não mostradas ou não
explícitas.
Fiorin exemplifica sua perspectiva analisando o poema "Satélite", de Manuel
Bandeira, e ressalta a diferença entre a visão da Lua como algo poético e místico e
a visão que a considera apenas como um satélite. Nesse caso, Fiorin considera que
há uma interdiscursividade, mas não uma intertextualidade, pois a relação com a
palavra do outro não é explícita. No entanto, quando menciona o poema "Plenilúnio"
de Raimundo Correa, Fiorin identifica uma intertextualidade, já que há uma relação
explícita entre os versos de Bandeira e os versos de Correa.
No entanto, o autor questiona a distinção entre relações dialógicas explícitas e
implícitas, argumentando que a noção de "explicitude" baseada no reconhecimento
da voz alheia pode limitar a compreensão da intertextualidade. A dificuldade de
definir relações dialógicas explícitas e implícitas compromete a distinção entre
interdiscursividade e intertextualidade.

"a interpretação de Kristeva do Destaca a contradição entre as visões


'dialogismo bakhtiniano como de Kristeva e Bakhtin sobre o papel do
intertextualidade', [...] está 'em sujeito na intertextualidade. Isso
flagrante contradição com o ressalta a importância do sujeito como
pensamento de Bakhtin, que sempre parte essencial da escrita, de acordo
enfatiza o papel do sujeito'" com Bakhtin.

"Há claramente uma distinção entre as Enfatiza a distinção entre relações


relações dialógicas e aquelas que se dialógicas e intertextualidade,
dão entre textos [...] O termo destacando que a intertextualidade
intertextualidade fica reservado apenas ocorre quando a relação discursiva é
para os casos em que a relação manifestada nos textos.
discursiva é materializada em textos"

"no texto de Bandeira, as 'expressões Demonstra um exemplo de


'golfão de cismas' e 'astros dos loucos intertextualidade, onde há uma
enamorados' remetem-nos' à segunda referência explícita a outro poema. Isso
estrofe do poema Plenilúnio de ilustra a ideia de que a
Raimundo Correia" intertextualidade envolve a exposição e
reconhecimento da palavra alheia.

Capítulo 4: RELAÇÕES DIALÓGICAS INTERNAS E EXTERNAS: UM PRINCÍPIO


PARA DIFERENCIAR DIALOGISMO DE INTERTEXTUALIDADE

RESUMO DO CAPÍTULO:
O texto discute a distinção entre intertextualidade e dialogismo, destacando que
algumas relações dialógicas ocorrem internamente ao texto, enquanto outras
acontecem externamente, apresentando exemplos de diálogos entre personagens e
narrador em textos literários para ilustrar essas relações.
No primeiro exemplo, um trecho de "O idiota" de Dostoiévski, é mostrado um diálogo
entre as personagens Míchkin e Rogójin. Há uma interação dialógica entre as vozes
das personagens, com Míchkin perguntando a Rogójin se ele foi o responsável pelo
assassinato de Nastácia e Rogójin respondendo afirmativamente. Essa é uma
relação dialógica interna, pois ocorre dentro do romance.
O texto também destaca o diálogo entre narrador e personagem como uma forma
de relação dialógica interna. É citado o caso do “discurso provocante" em "O duplo"
de Dostoiévski, em que o narrador zomba da personagem Goliádkin, usando as
próprias palavras dele. Nesse caso, as relações dialógicas ocorrem dentro dos
limites da novela.
O autor menciona que as relações dialógicas podem ser internas mesmo que a
personagem ou o narrador citem um texto externo à obra. O importante é que eles
sejam figuras da narrativa e dialoguem dentro dela. O narrador pode se apropriar
das palavras da personagem para caracterizá-la e adaptar seu discurso.
Em relação ao dialogismo externo, são mencionadas as referências que as
personagens de Dostoiévski fazem a obras literárias, filosóficas e religiosas. O texto
argumenta que nem toda voz de uma personagem dialoga com vozes exteriores à
obra, podendo haver diálogo com vozes já presentes na narrativa. É ressaltado que
embora as relações dialógicas internas e externas possam se sobrepor, elas não
são a mesma coisa. O fato de existirem relações dialógicas internas desafia a noção
de intertextualidade, que não considera essas relações.

"Dado que não se considera possível Estabelece a premissa central do texto,


distinguir intertextualidade e dialogismo que é a distinção entre
por certo princípio de 'explicitude', intertextualidade e dialogismo e a
propõe-se avançar nessa discussão ao proposta de avançar na discussão
se observar uma importante questão: sobre o assunto, considerando a
algumas relações dialógicas podem se possibilidade de relações dialógicas
dar internamente, outras internas e externas.
externamente."

"Possivelmente o mais evidente Destaca a importância dos diálogos


exemplo de relações dialógicas nas narrativas como exemplo de
internas são os diálogos representados relações dialógicas internas. Ela
nas narrativas. Nesse caso, há ressalta que esses diálogos envolvem
relações dialógicas entre os sujeitos, não apenas as vozes das
as personagens, participantes do personagens, mas também a interação
diálogo – além, claro, da interação com a voz do narrador/autor,
dialógica com a voz do narrador/autor enfatizando a complexidade das
que organiza e representa esse relações dialógicas internas.
diálogo."

"Vê-se, portanto, que há interações Ressalta a interação dialógica entre


dialógicas internas ao texto, na medida narrador e personagem como uma
em que a voz da personagem é relação interna ao texto. Ela destaca
retomada pelo narrador. Personagem e que as vozes do narrador e das
narrador são partícipes da novela e é personagens estão circunscritas à
no interior da narrativa, no interior do obra, relacionando-se dentro dela, e
texto, que suas vozes interagem reforça a importância dessas
dialogicamente. As relações dialógicas interações dialógicas internas na
são internas ao texto, pois as vozes de construção da narrativa.
narrador e de personagens estão
circunscritas ao romance, relacionam-
se no interior deste."

Capítulo 5: CONSIDERAÇÕES FINAIS

RESUMO DO CAPÍTULO:
O último capítulo discute a relação entre enunciados em diálogos cotidianos e em
representações literárias, como romances e novelas. Enquanto no diálogo cotidiano
os enunciados estão claramente relacionados aos enunciados exteriores dos outros,
nas obras literárias o diálogo com o outro pode se limitar ao enunciado. Existem
relações dialógicas internas entre personagens e narradores, que ocorrem dentro de
um único enunciado. O termo "intertextualidade" é frequentemente usado para
descrever as relações entre textos, mas não abrange adequadamente as relações
dialógicas internas presentes em um único texto.
O texto argumenta que é mais apropriado utilizar os termos "dialogismo" ou
"relações dialógicas" para enfatizar que não são os textos em si que se relacionam,
mas sim as vozes dos sujeitos históricos e discursivos inscritos neles. Cada texto
apresenta um arranjo dialógico interno singular, com uma ordenação específica das
relações dialógicas internas. Portanto, o termo "intertextualidade" não deve ser
usado como sinônimo de dialogismo, pois não engloba as relações dialógicas
internas.

"Em um diálogo cotidiano é evidente a Ressalta a relação entre os enunciados


relação de um enunciado com o em um diálogo comum, onde há uma
enunciado exterior do outro." clara conexão entre o que é dito por
uma pessoa e a resposta ou reação da
outra.

"O termo 'intertextualidade' sugere uma Argumenta que o termo


relação externa entre textos e, ao que "intertextualidade" é frequentemente
parece, é nesse sentido que o utilizado para se referir a relações
vocábulo vem sendo usado." entre textos, mas não abrange
adequadamente as relações dialógicas
internas presentes em um único texto.

"Cada texto apresenta um arranjo Destaca que cada texto possui um


dialógico interno singular, há uma arranjo único de relações dialógicas
ordenação específica das relações internas, com uma ordem específica de
dialógicas internas." interação entre as vozes presentes no
texto.

REFERÊNCIAS:
-ARÁN, P. O. A questão do autor em Bakhtin. Bakhtiniana, São Paulo, Número
Especial: Jan./Jul. 2014, p 4-25.
-BAKHTIN, M. M. (1929/1963). Problemas da poética de Dostoiévski. Trad. Paulo
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essais critiques IV. Paris: Seuil, 1993, p. 63-69.
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(1971). De l'œuvre au texte. In: _____. Le bruissement de la langue: essais critiques
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(1929/1963). Problemas da poética de Dostoiévski. Trad. Paulo Bezerra. 5. ed. (2.
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BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos: língua
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Editores, 2012, p. 11-18.
-BRONCKART, J.; BOTA, C. Bakhtin desmascarado: história de um mentiroso, de
uma fraude, de um delírio coletivo. Trad. Marcos Marcionilo. São Paulo: Parábola,
2012.
-CORREIA, R. (1898). Plenilúnio. In: Poesias completas. São Paulo: Ed. Nacional,
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