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Londrina, PR
Junho, 2018
2 Circular Técnica 137
Objetivo
Avaliar a eficiência de inseticidas registrados e em fase de registro (RET-3)
para o controle do percevejo-marrom, Euschistus heros, em soja.
Metodologia experimental
Assist Consultoria e
Marcio Marcos Goussain
7 Experimentação Agronômica, 24/fev. – R5.1
Júnior
Campo Verde, MT
TAGRO - Tecnologia Agropecuária
8 Carlos Mitinori Utiamada 27/fev. - R5.4.
Ltda, Londrina, PR
9 Samuel Roggia Embrapa Soja, Londrina, PR 23/jan. - R5.2
Dose do Dose do
Produto Ingrediente ativo
produto ingrediente
comercial (grupo químico1)
comercial ativo
Beta-ciflutrina (piretroide) + 9,38 g/ha +
Connect 750 mL/ha
imidacloprido (neonicotinoide) 75 g/ha
Bifentrina (piretroide) + 15 g/ha +
Galil SC 300 mL/ha
imidacloprido (neonicotinoide) 75 g/ha
Alfa-cipermetrina (piretroide) + 60 g/ha +
Incrível/Fastac Duo 300 mL/ha
acetamiprido (neonicotinoide) 30 g/ha
Esfenvalerato (piretroide) + 14 g/ha +
Pirephos EC 350 mL/ha
fenitrotiona (organosfoforado) 280 g/ha
Para análise dos tratamentos foi realizada uma amostragem prévia, na data
de pulverização ou no dia anterior. Durante sete a dez dias após a pulveriza-
ção foram realizadas de três a quatro avaliações, a fim de avaliar o desempe-
nho dos produtos em estudo. A partir da segunda semana após a aplicação
dos tratamentos, toda a área experimental foi mantida sob controle de per-
cevejos e outras pragas, pela aplicação de um único inseticida em área total,
inclusive na testemunha, sempre que a densidade populacional atingiu dois
percevejos/pano em pelo menos uma das parcelas.
Visando compor uma análise conjunta dos resultados obtidos na rede, foi
feita a análise por boxplot a partir dos dados de produtividade relativa, taxa
de sementes picadas (tetrazólio 1-8) e da eficiência de controle média das
avaliações realizadas até cerca de 10 dias após a pulverização. Para confec-
ção dos boxplot foi utilizado um programa online, disponível no site <http://
shiny.chemgrid.org/boxplotr/>. A extensão das linhas pontilhadas (whisker) foi
8 Circular Técnica 137
determinada pelo método de Tukey, em que o limite inferior (LI) e o limite su-
perior (LS) da linha são determinados por:
Fastac.Duo.300mL +
Pirephos.EC.350mL +
Incrível.300mL +
Orthene.750.BR.800g +
Connect.750mL +
Imidacloprid.Nortox.250mL +
NUF215F1.300mL +
Acefato.Nortox.1Kg +
IME.197211.750mL +
Engeo.Pleno.250.mL +
Galil.SC.300mL +
0 20 40 60 80 100
Fastac.Duo.300mL +
Pirephos.EC.350mL +
Incrível.300mL +
Orthene.750.BR.800g +
Acefato.Nortox.1Kg +
Imidacloprid.Nortox.250mL +
IME.197211.750mL +
Connect.750mL +
NUF215F1.300mL +
Galil.SC.300mL +
Engeo.Pleno.250.mL +
0 20 40 60 80 100
Fastac.Duo.300mL +
Pirephos.EC.350mL +
Incrível.300mL +
Connect.750mL +
Imidacloprid.Nortox.250mL +
NUF215F1.300mL +
Orthene.750.BR.800g +
Engeo.Pleno.250.mL +
Galil.SC.300mL +
Acefato.Nortox.1Kg +
IME.197211.750mL +
0 20 40 60 80 100
1,0
Frequência entre os 50% melhores produtos (2013/14)
0,9
0,8 Eficiência de controle
0,7
0,6
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0,0
Figura 4. Frequência com que cada produto ocorreu entre os 50% melhores produtos
em cada ponto da rede, quanto a eficiência de controle do percevejo-marrom. À direita
do nome de cada produto é apresentada a sua dose/ha.
Acefato.Nortox.1Kg +
Fastac.Duo.300mL +
Pirephos.EC.350mL +
Orthene.750.BR.800g +
IME.197211.750mL +
Connect.750mL +
Incrível.300mL +
Engeo.Pleno.250mL +
Imidacloprid.Nortox.250mL +
Galil.SC.300mL +
NUF215F1.300mL +
80 90 100 110 120 130 140
Análise de Tetrazólio
IME.197211.750mL +
Engeo.Pleno.250mL +
NUF215F1.300mL +
Connect.750mL +
Orthene.750.BR.800g +
Galil.SC.300mL +
Fastac.Duo.300mL +
Acefato.Nortox.1Kg +
Testemunha +
Incrível.300mL +
Pirephos.EC.350mL +
Imidacloprid.Nortox.250mL +
0 20 40 60 80 100
0,9
Frequência entre os 50% melhores produtos (2013/14)
0,8
0,7
Produtividade e grãos picados
0,6
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0,0
Figura 7. Frequência com que cada produto ocorreu entre os 50% melhores produtos
em cada ponto da Rede quanto à produtividade relativa e taxa de grãos picados. Os
valores de grãos picados foram invertidos (1-x), de modo que os maiores valores
indicam melhores resultados. À direita do nome de cada produto é apresentada a sua
dose/ha.
Considerações finais
,
Uma visão global dos tratamentos indica que os produtos IME 197211,
NUF215F1, Engeo Pleno e Galil SC combinam bom desempenho de eficiên-
cia de controle, produtividade relativa e menor taxa de grãos picados (Tabela
3). Para aos demais tratamentos é possível destacar bom desempenho para
alguns parâmetros de forma particular como eficiência de controle e produti-
vidade para Imidacloprid Nortox; eficiência de controle de ninfas e baixa taxa
de grãos picados para Connect; eficiência de controle de adultos e baixa taxa
de grãos picados para Acefato Nortox; eficiência de controle de adultos para
Orthene 750 BR; e produtividade para Fastac Duo (Tabelas 4 a 8).
dadosa para cada caso. É possível que, nesses casos a população de per-
cevejos apresente menor suscetibilidade aos neonicotinoides, como também
observado no estudo de Husch e Sosa-Gómez (2013).
Tabela 3. Quadro resumo com as frequências com que cada produto ocorreu
entre os 50% melhores produtos em cada ponto da rede quanto à eficiência
de controle, produtividade e taxa de grãos picados. Safra agrícola 2013/14.
Eficiência de controle
Produti- Grãos
Produtos Adultos
Ninfas vidade picados
(dose/ha) + ninfas Adultos
grandes relativa (x-1)
grandes
Coeficiente de variação % 14 25 37 21 22 17 7 12 18 38 23 15 32 13 7 25
1
Valores assinalados pela mesma cor na coluna indicam que os tratamentos não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott (α=5%)
aplicado sobre a densidade média de percevejos por pano das avaliações realizadas até aproximadamente sete dias após a
pulverização; valores assinalados em preto indicam que o tratamento não difere da testemunha sem aplicação de inseticida;
cores mais claras indicam gradativamente maiores eficiências de controle.
Eficiência de inseticidas no controle do percevejo-marrom (Euschistus heros) em soja,
17
18
Tabela 5. Eficiência de inseticidas (%) para o controle de adultos do percevejo-marrom em soja. Média das avalia-
ções realizadas até aproximadamente sete dias após a pulverização. Safra agrícola 2013/14.
Locais da realização dos ensaios1
Produtos (dose/ha)
1 4 5 6 7 8 9 11 12 14 15 18 20 22 23
Connect 750mL 67 72 55 47 13 34 14 72 71 53 89 81 75 76 78
Galil SC 300mL 58 94 98 58 29 25 6 95 95 73 72 96 88 83 85
Incrível 300mL 38 89 31 65 29 28 17 83 92 47 56 73 51 56 82
Fastac Duo 300mL 21 89 22 63 22 34 4 78 92 78 72 98 29 42 23
Pirephos EC 350mL 63 39 22 81 34 30 6 66 83 80 94 87 25 60 .
Imidacloprid Nortox 250mL 73 33 61 88 72 30 13 89 75 87 100 81 30 82 84
Acefato Nortox 1Kg 33 89 69 59 32 43 38 91 89 87 94 97 65 88 85
Orthene 750 BR 800g 67 67 79 71 50 33 21 74 75 87 100 97 . . .
IME 197211 750mL 88 . 90 68 68 33 40 76 95 93 94 86 . . .
NUF215F1 300mL 92 . 73 71 30 28 7 78 94 80 100 87 . . .
Engeo Pleno 250mL 81 67 61 36 51 37 45 80 95 73 100 96 . . 83
Coeficiente de variação % 71 55 21 37 12 7 9 22 45 31 42 36 30 13 11
1
Valores assinalados pela mesma cor na coluna indicam que os tratamentos não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott (α=5%)
aplicado sobre a densidade média de percevejos por pano das avaliações realizadas até aproximadamente sete dias após a
pulverização; valores assinalados em preto indicam que o tratamento não difere da testemunha sem aplicação de inseticida;
cores mais claras indicam gradativamente maiores eficiências de controle.
Circular Técnica 137
Tabela 6. Eficiência de inseticidas (%) para o controle de ninfas grandes do percevejo-marrom em soja. Média das
avaliações realizadas até aproximadamente sete dias após a pulverização. Safra agrícola 2013/14.
Locais da realização dos ensaios1
Produtos (dose/ha)
1 4 5 6 7 8 9 11 12 14 15 18 20 22 23
Connect 750mL 49 77 61 81 50 100 43 87 71 56 89 82 60 72 88
Galil SC 300mL 34 77 74 84 50 89 54 98 94 77 94 73 67 83 100
Incrível 300mL 52 88 35 45 34 33 17 98 91 61 83 74 44 61 88
Fastac Duo 300mL 25 93 41 33 28 83 33 98 91 38 74 86 0 53 91
Pirephos EC 350mL 32 74 43 72 41 72 38 98 82 42 89 87 0 65 .
Imidacloprid Nortox 250mL 51 87 41 70 64 89 43 98 73 51 79 80 44 85 100
Acefato Nortox 1Kg 48 84 57 54 42 72 46 100 90 18 84 69 64 86 94
Orthene 750 BR 800g 48 97 51 74 34 44 39 100 76 21 80 87 . . .
IME 197211 750mL 52 . 65 67 68 83 33 83 94 40 91 100 . . .
NUF215F1 300mL 25 . 80 86 53 89 57 96 97 72 90 88 . . .
Engeo Pleno 250mL 42 96 77 70 66 67 66 98 96 80 90 65 . . 100
na safra 2013/14: resultados sumarizados de ensaios cooperativos
Coeficiente de variação % 14 36 11 30 18 37 12 29 38 26 17 20 26 7 45
1
Valores assinalados pela mesma cor na coluna indicam que os tratamentos não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott
(α=5%) aplicado sobre a densidade média de percevejos por pano das avaliações realizadas até aproximadamente sete dias
após a pulverização; valores assinalados em preto indicam que o tratamento não difere da testemunha sem aplicação de inseti-
cida; cores mais claras indicam gradativamente maiores eficiências de controle.
Eficiência de inseticidas no controle do percevejo-marrom (Euschistus heros) em soja,
19
20
Tabela 7. Produtividade relativa (%) em tratamentos com diferentes inseticidas utilizados para o controle do perce-
vejo-marrom em soja. Safra agrícola 2013/14.
Locais da realização dos ensaios1
Produtos (dose/ha)
2 4 5 6 7 8 9 11 12 14 15 18 20 22 23
Connect 750mL 109 107 102 108 102 99 97 100 132 95 115 85 109 126 101
Galil SC 300mL 101 112 110 105 110 96 103 103 137 102 124 78 109 133 99
Incrível 300mL 102 105 105 113 100 105 102 100 135 104 118 83 108 114 102
Fastac Duo 300mL 114 108 113 101 100 99 103 99 134 97 103 86 98 113 101
Pirephos EC 350mL 105 102 102 114 103 109 103 101 125 99 106 85 94 123 .
Imidacloprid Nortox 250mL 102 116 109 107 104 99 108 101 123 98 131 82 103 136 100
Acefato Nortox 1Kg 101 106 109 93 93 95 103 90 133 104 120 84 85 123 98
Orthene 750 BR 800g 110 111 106 101 98 100 96 101 121 108 131 80 . . .
IME 197211 750mL 97 . 108 103 93 103 107 108 135 105 124 79 . . .
NUF215F1 300mL 128 . 108 115 95 95 108 102 135 108 126 88 . . .
Engeo Pleno 250mL 105 113 108 118 98 107 104 101 136 100 121 85 . . 99
Coeficiente de variação % 6 5 2 4 3 4 2 4 14 2 4 6 5 3 0,5
1
Valores assinalados pela mesma cor na coluna indicam que os tratamentos não diferem entre si pelo teste de Scott-
-Knott (α=5%) aplicado sobre a produtividade por hectare, a 13% de umidade; valores assinalados em preto indicam
que o tratamento não difere da testemunha sem aplicação de inseticida; cores mais claras indicam gradativamente
maiores produtividades.
Circular Técnica 137
Tabela 8. Taxa de grãos picados (%) em tratamentos com diferentes inseticidas utilizados para o controle do perce-
vejo-marrom em soja. Safra agrícola 2013/14.
Locais da realização dos ensaios1
Produtos (dose/ha)
2 7 8 92 11 182 20
Connect 750mL 31 26 38 25 10 13 51
Galil SC 300mL 42 28 43 28 13 17 41
Incrível 300mL 36 30 54 31 15 31 44
Fastac Duo 300mL 31 31 43 25 18 35 43
Pirephos EC 350mL 30 27 44 30 16 29 70
Imidacloprid Nortox 250mL 36 30 48 31 18 19 65
Acefato Nortox 1Kg 39 25 42 24 21 17 65
Orthene 750 BR 800g 34 25 44 28 22 26 .
IME 197211 750mL 33 18 35 25 14 20 .
NUF215F1 300mL 28 19 48 22 22 17 .
Engeo Pleno 250mL 26 21 40 29 16 20 .
Coeficiente de variação % 5 7 6 7 14 12 8
na safra 2013/14: resultados sumarizados de ensaios cooperativos
1
Valores assinalados pela mesma cor na coluna indicam que os tratamentos não diferem entre si pelo teste de
Scott-Knott (α=5%) aplicado sobre a taxa de grãos picados; valores assinalados em preto indicam que o tratamento
não difere da testemunha sem aplicação de inseticida; cores mais claras indicam gradativamente menores taxas
de grãos picados. 2 Locais em que na testemunha houve taxa de picadas significativamente menor do que os
tratamentos marcados em preto.
Eficiência de inseticidas no controle do percevejo-marrom (Euschistus heros) em soja,
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22 Circular Técnica 137
Referências
ABBOT, W. S. A method of computing the effectiveness of an insecticide. Journal of Economic
Entomology, v. 18, p. 265-267, 1925.
PANIZZI, A. R.; BUENO, A. de F.; SILVA, F. A. C. da. Insetos que atacam vagens e grãos. In:
HOFFMANN-CAMPO, C. B.; CORRÊA-FERREIRA, B. S.; MOSCARDI, F. (Ed.). Soja: manejo
integrado de insetos e outros artrópodes-praga. Brasília, DF: Embrapa, 2012. p. 335-420.
Supervisão editorial
Vanessa Fuzinatto Dall’ Agnol
Normalização bibliográfica
Ademir Benedito Alves de Lima
Editoração eletrônica
Ruy Rafael de França Santos
Foto da capa
Jovenil José da Silva