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Capìtulo 2

Propriedades dos Fluídos


2.1 Massa Específica, Peso Específico e Densidade
2.1.1 Massa Específica de Líquidos como Função da
Temperatura
2.1.2 Massa Específica de Líquidos como Função da Pressão
2.1.3 Massa Específica de GASES e VAPORES
2.2 Viscosidade Dinâmica e Cinemática de Líquidos e Gases
2.2.1 Viscosidade dos Líquidos
2.2.2 Viscosidade dos Gases
2.2.3 Resumo das Viscosidades dos Líquidos e dos Gases
2.2.4 Fluidos Newtonianos e Não Newtonianos
2.3 Tensão Superficial
2.4 Pressão de Saturação de Vapor
2.5 Compressibilidade
2.6 Exercícios Propostos
TPC1
Anexos: Resolução dos Exercícios Propostos
UEM, Dep. de Engª Mecânica, 2º Ano Mecânica dos Fluídos e Aerodinâmica 1
2.1 Massa Específica, ρ, Peso Específico, γ,
e Densidade, δ

Massa Específica Peso Específico


m
kg/m  3   g N/m 3

V
Densidade
Propriedades
substância  substância
da mesma  
família! água  água
O volume, V, não se comporta de igual forma
entre Líquidos e Gases. Assim, ρ, δ e γ têm, por
seu turno, comportamentos diferentes.
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2.1 Massa Específica, ρ, Peso Específico, γ,
e Densidade, δ
(Exercícios de Aplicação)
Exercício 2.1.1
Determinar a massa específica de uma porção de fluido
cujo peso é de 1.5 lbf e o volume é de 57.8 in3.

Exercício 2.1.2
Se 1 ft3 de determinado óleo pesar 45 lbf, qual será o seu
peso específico?

Exercício 2.1.3
Se a densidade de um óleo for de 0.90, qual será o seu
peso específico?
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2.1.1 Massa Específica, ρ, de LÍQUIDOS
como Função da Temperatura
 Ainda não existe teoria V  V0 . .t
cinética para os líquidos.
 O volume dos líquidos V0  Volume a 0º C
depende muito da   Coeficiente de expansão
térmica, 1/º C
temperatura segundo as
derivações à direita.
 Embora o volume não Assim
dependa muito da pressão V  V0  V  V0 1   .t 
(e.g., a variação de volume
m 0
de água sujeita a 1 Atm de   
pressão que passa para V0 1   .t  1   .t
1,000 Atm é de ~5%) as Índice “0” refere-se a condições PTN
expressões no slide t = 0ºC (273.13 K)
seguinte são válidas. p = 1.013x105 Pa (1 atm ou 1 bar)

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2.1.2 Massa Específica, ρ, de LÍQUIDOS
como Função da Pressão
A Lei de Hooke permite-nos a seguinte relação:
1
V  V1  V2  V0 P
E
 P  m m 0
donde V  V0  V  V0 1   e   
 E  V  P  P
V0 1   1
 E  E
ρ, β, e E de líquidos frequentemente usados em manómetros
H20 Benzol Álcool Hg
ρ, kg/m3 999.8 879 810 13,595
β, 1/ºC -6x10-5 106x10-5 110x10-5 18x10-5
E, N/m2 2.06x10-9 1.15x10-9 0.94x10-9 28.5x10-9
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2.1.3 Massa Específica, ρ, de
GASES e VAPORES
Existe teoria cinética aplicável a gases e vapores, i.e.,
Gases Ideais Gases Reais
p
 p
RiT 
T0 Z .Ri .T
t  0 onde Z  factor do gás real
T
onde Ri  constante específica
Misturas
do gás (e.g., para ar  287J/kg.K)
 0,ar  1.245 kg/m3 m
 mis   1n1   2n2  ...   n nn
V
para os casos de   30 - 50%
onde n1, n2 , ... , nn  volume percentual
Ar húmido dos componente s do gás
 pvap ,h 20 
 h  sec 1  0.377. .  pvap,h20 = pressão de vapor de água
 p ar  par = pressão do ar
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2.1.3 Massa Específica, ρ, de
GASES e VAPORES
De lembrar que: Cp
K
Cv
K 1
Ri  C p  Cv  K  1Cv  Cp
K
R J
Ri  com R  8,314.2
Mi KMol.K
Onde:
Cv e CP são os calores específicos a volume e
pressão constante respectivamente
K é o expoente politrópico
Ri é a constante específica do gás
Mi é a massa molecular específica do gás
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2.1.3 Massa Específica, ρ, de
GASES e VAPORES
 A “densidade” dos gases e vapores não varia
substancialmente no caso de pressões baixas.
 Pode-se considerar que a “densidade” dos vapores
e gases é invariável para escoamentos com
velocidades até 50 m/s (100 m/s em casos
extremos). Na Mecânica dos Fluídos é aceitável
resolver problemas de gases e vapores como se de
substâncias imcopressíveis se tratasse.
 Atenção e muito cuidado!!!
A “densidade” é uma propriedade que depende
demasiado da temperatura.

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2.1.3 Massa Específica, ρ, de GASES e
VAPORES
(Exercício Elucidativo 1.3)

Enunciado
Ar à temperatura de 70 ºC e humidade de 100%
encontra-se a uma pressão de 1 bar. A pressão de
vapor de água nas mesmas condições é de 31,160 Pa.
Calcular a “densidade” do ar húmido.
Solução
p
 seca   1.016 kg/m3
RiT
 31,160 
húmido  1.016x 1  0.377x1.0x 5
 0.8965 kg/m 3

 1.01 x10 
Conclusão : húmido   seco
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2.2 Viscosidade
(Dinâmica, μ (ou η) e Cinemática, ν)
Viscosidade = Resitência de um Fluido ao Escoamento/Tensões de Corte

Por analogia com a Lei Ao dividir a grandeza μ


de Hooke na Mecânica pela “densidade” obtém-
dos Sólidos sabemos se a viscosidade
que y U cinamática
dy 
 
dU 
dy 
 
x
 (ou  ) é a Unidades : m 2 / s
dU
viscosidade dinâmica Unidades Imperiais de μ e ν


Unidades : N.s/m 2  Poise: [P] 1 P = 1 g/cm.s, para μ
Stokes: [St] 1 St = 1 cm2/s, para ν
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2.2 Viscosidade
(Medição da Viscosidade)
Viscosímetro Saybolt Universal Mede o tempo, em segun-
dos, que se leva a encher
um recipiente de 60 cm3
usando um tubo capilar de
comprimento e diâmetro
padronizados.
Por exemplo, um óleo a
uma determinada
temperatura pode levar 80 s
a fluir pelo tubo para encher
os 60 cm3. Este óleo tem
uma viscosidade de 80 SSU
(Saybolt Seconds Units)
Óleo SAE 30 tem 185-255
SSU
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2.2 Viscosidade
(Medição da Viscosidade)
Mede o tempo, em segundos, que
Viscosímetro Engler
se leva a encher um recipiente de
200 cm3 usando um tubo capilar de
comprimento e diâmetro
padronizados.
°E (Graus Engler) é a relação entre
os tempos necessários para evacuar
200 cm3 de líquido e o mesmo
volume de água a 20 °C (48.51 s).
Exemplo: Óleo SAE 30 tem 7 a 9 °E
Há uma fórmula empírica para a
viscosidade cinemática em °E
 0.0631
   0.0731 E  , cm /s
2

 E 
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2.2 Viscosidade
(Medição da Viscosidade)
Viscosímetro Comparativo

 Para medições rápidas usam-se


viscosímetros comparativos.
 Têm um tubo com fluido de viscosidade
conhecida e outro de fluido de teste
 O movimento das bolas permite determinar
a viscosidade do fluido de teste
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2.2 Viscosidade
(Medição da Viscosidade)
Cientista Unidade Proposta
Saybolt Saybolt Seconds Unit, SSU
Engler Graus Engler, °E
Poiseuille Poise
Stokes centistoke, cSt

Existem escalas de conversão de uma unidade


para a outra

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2.2 Viscosidade
(Medição da Viscosidade)

1 centiStoke
= 10-6 m2/s

Água a
20 °C
ν = 10-6 m2/s

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2.2.1 Viscosidade Dinâmica, μ (ou η) e
Cinemática, ν dos LÍQUIDOS
Para além do SSU há outras Unidades de Medição da Viscosidade
Poiseuille demonstrou que a viscosidade
dinâmica depende 
da
1 temperatura

segundo a
expressão   0  1  at  bt 2 
 
para água :
0  0.0179 poise  0.00179 kg/m.s
a  0.033368
b  0.000221

a e b = constantes de um dado líquido


μ0 = viscosidade do mesmo líquido a 0 ºC
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2.2.1 Viscosidade Dinâmica, μ (ou η) e
Cinemática, ν de LÍQUIDOS

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2.2.2 Viscosidade Dinâmica, μ (ou η) e
Cinemática, ν dos GASES
A viscosidade dinâmica dos gases depende
da temperatura segundo a expressão

C C
1 1
T0
t  0  0 273.15
C C
1 1
T 273.15  t

Onde C é uma constante do gás considerado, t,


a temperatura desse gás e μ0 a viscosidade do
mesmo gás a 0 ºC
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2.2.2 Viscosidade Dinâmica, μ (ou η) e
Cinemática, ν dos GASES
Gás μ0 μ0 C
Ns/m2x10-6 kpoise/m2x10-6
O2 19.26 1.964 131
N2 16.13 1.706 112
Ar 17.20 1.706 122
CO2 13.80 1.407 266
Vapor de água 8.66 0.883 699
CO 16.56 1.688 104
H2 8.48 0.865 81.7
Gases de combustão 13.34 1.36 123
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2.2.2 Visc. Dinâmica, μ (ou η) e Cinemática, ν dos
GASES
(Exercício Elucidativo 1.4)

Enunciado
Calcular a viscosidade dinâmica, em
N.s/m2, e a viscosidade cinemática, em
m2/s, para as temperaturas de 300 ºC, 500
ºC e 750 ºC, sabendo que o gás é ar pré-
aquecido para um processo de combustão
num forno industrial.
NB: pode usar dados fornecidos nas
aulas.

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2.2.2 Visc. Dinâmica, μ (ou η) e Cinemática, ν dos
GASES
(Resolução do Exercício Elucidativo 1.4)

Solução 122
1
300  17.20x106 273  2.05x105  20.5x106 Ns/m 2
122
1
573
122
1
500  17.20x106 273  21.5x106 Ns/m 2
122
1
773
122
1
750  17.20x106 273  2.22x105  22.2x106 Ns/m 2
122
1
1023
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2.2.2 Visc. Dinâmica, μ (ou η) e Cinemática, ν dos
GASES
(Resolução do Exercício Elucidativo 1.4, cont´do)

T0 273 273
Solução (cont´do)  300   0  0  1.245  0.593 kg/m 3
T 273  t 573
273
 500  1.245  0.44 kg/m 3
773
273
 750  1.245  0.332 kg/m 3
1023
Assim
 20.5x106
 300    34.57x106 m 2 / s
 0.593
21.5x106
 500   48.86x106 m 2 / s
0.44
22.2x106
 750   66.86x106 m 2 / s
0.332

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2.2.3 Resumo das Viscosidades Dinâmica, μ
(ou η) e Cinemática, ν de Líquidos e Gases
A viscosidade μ dos líquidos diminui com o
aumento da temperatura enquanto que a dos
gases aumenta com o aumento deste parâmetro
termodinâmico.
A dependência da viscosidade como função da
pressão é sobretudo importante para líquidos
como óleos lubrificantes; Para o efeito existem
Diagramas em diversas fontes bibliográficas.
Para fluídos não Newtonianos escolhem-se
valores a partir de Curvas Hidráulicas
concebidas para o efeito, e.g., curvas para
pastas e substâncias lamacentas.
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2.2.3 Resumo das Viscosidades Dinâmica, μ
(ou η) e Cinemática, ν de Líquidos e Gases

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2.2.3 Resumo das Viscosidades Dinâmica, μ
(ou η) e Cinemática, ν dos Gases e Líquidos

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2.2.4 Fluidos Newtonianos e não
Newtonianos
1 – Líquidos 1 e 2 passam pela origem. Isto
Newtonianos
significa que as tensões de corte (ou
τ 2 – Líquidos não
Newtonianos
3 – Óleos Lubrificantes
de cisalhamento) são iguais a zero
quando a velocidade é nula.
(material plástico)
4 – Massas Lubrificantes
Relação linear => líquido que
obedece a lei de Newton.

3 e 4 não passam pela origem. Isto


significa que, quando a velocidade é
nula, necessita-se de um esforço
unitário τ0 para iniciar o cisalhamento
(velocidade relativa implicitamente)
entre as capas do fluido. Os óleos
lubrificantes (material plástico por
dU natureza) apresentam uma relação
dy linear entre τ e dU/dy.

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2.2.4 Fluidos Newtonianos e não
Newtonianos

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Exercício 1
A Figura 2 ilustra um tubo
dentro do qual se escoa água.
O perfil de velocidades é dado
por   D  r 
2
2
 4 
U  
4

onde ß é uma constante, r é a distância radial a


partir do centro do tubo e U é a velocidade em
qualquer posição r.
Determinar a tensão de cisalhamento (ou de
corte) da água junto às paredes do tubo.
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Exercício 2
Servindo-se da e sabendo que a
expressão da deformação para
fluidos Newtonianos é dada por
calcular a tensão de
cisalhamento junto às paredes
da placa fixa.
O fluido compreendido entre as placas é óleo
SAE 30, com μ = 0.29 kg/(m.s).
A velocidade da placa é V= 3m/s e a distância
entre as duas placas é h = 2 cm.
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2.3 Tensão Superficial, σ
O que é que prende uma gota que jorra de um
tubo capilar?
A atracção intermolecular no interior de um
fluido é igual em todas as direcções, produzindo
deste modo uma resultante nula.
Nas interfaces líquido-gás (ou ar/vapor) as
atracções intermoleculares não são
equilibradas.
A superfície do líquido comporta-se como uma
membrana elástica sob tensão.

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2.3 Tensão Superficial, σ
Molécula Molécula
de sólido de gás
Tubo
Capilar

Moléculas
de líquido d=6mm
por exemplo
Há desiquilíbrio
de forças de atracção
Sólido-Líquido, Líquido-Líquido, Sólido-Gás e Gás-Líq.
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2.3 Tensão Superficial, σ
 A Tensão Superficial (σ) provocada é a mesma em
todos os pontos da superfície e age em direcções
perpendiculares às mesmas superfícies.
 σ faz com que as gotas tenham a tendência de manter a
forma esférica.
 σ é também responsável pelos fenómenos de
capilaridade que fazem com que líquidos subam em
tubos muito finos.
 Os fenómenos de capilaridade são responsáveis pela
pouca precisão dos indicadores de níveis vítreos (e.g.,
nos piezómetros), chegando a provocar erros na ordem
dos 5%.
 σ diminui com o aumento da temperatura

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2.3 Tensão Superficial, σ
(ver exemplos de valores de σ no slide 34)
σh20,ar = 0.073 N/m π 2
Peso do líquido que protrude   dh
4
Tubo Capilar
de modo que
d π 2
θ σπdcosθ  
σ σ θ 4
dh

e
d 4cosθ
h h
d

Onde
γ = peso específico do líquido
H20 d = diâmetro do tubo
h = altura de elevação do líquido
-h Hg θ = ângulo de contacto entre o
sólido e o líquido

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2.3 Tensão Superficial, σ
(Exercício Elucidativo 1.6.1)
Enunciado
Determinar a capilaridade (elevação)
máxima do mercúrio (densidade relativa
de 13.56, tensão interfacial de 0.377 N/m
e ângulo de contacto de ~140º) em
contacto com água num tubo de vidro
limpo de 6mm de diâmetro.
Nota: a água encontra-se por cima do
mercúrio.

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2.3 Tensão Superficial, σ
(Exercício Elucidativo 1.6.1)
Solução d=6mm
Actuam σHg-H20 e σH20-ar
θ σHg-H20 ↔ -σ
σH20-Ar
σH20-ar ↔ +σ
h
Ar ρHg = 13.56x103 kg/m3

4  Hg  H 20   H 20 ar 
h cos 
H20 d Hg g
Hg h
 0.377  0.073x 4 cos140
6x10-3 x13,560x9.81
θ σhg-H20  1.524 mm

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2.4 Pressão de Saturação de Vapor, pv
Há actividade molecular contínua nas interfaces
“líquidos-gases”, i.e., moléculas abandonam a superfície
e outras aderem à mesma;
Essa actividade chega a atingir um
Actividade estado de equilíbrio a uma determinada
Patm molecular
contínua pressão e temperatura;
A pressão em que se atinge o
equilíbrio, i.e., Nº de moléculas que
abandonam a superfície = Nº de
Líquido moléculas que aderem è mesma
designa-se Pressão de Saturação de
Vapor ou simplesmente Pressão de
Vapor, pv.
UEM, Dep. de Engª Mecânica, 2º Ano Mecânica dos Fluídos e Aerodinâmica 36
2.4 Pressão de Saturação de Vapor, pv

Se se aumentar a temperatura, haverá


perturbação no valor da pressão de
vapor, i.e., a pressão em que se verifica
P, T
o equilíbrio da actividade molecular na
interface.
Implicitamente, pode-se atingir o ponto
Líquido de ebulição de um líquido variando a
pressão ou a temperatura.
Uma depressão abaixo da pressão de
vapor pode conduzir à ebulição de um
líquido.
Faremos o tratado da pressão de vapor no Capítulo de Cavitação
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2.4 Pressão de Saturação de Vapor, pv
(Água)
ts, °C pv, kgf/cm2 ts, °C pv, kgf/cm2
1 0.006695 50 0.12578
3 0.007724 55 0.16050
5 0.008891 60 0.2031
10 0.012513 65 0.2550
15 0.017377 70 0.3178
20 0.02383 75 0.3931
25 0.03229 80 0.4829
30 0.04580 85 0.5894
35 0.05733 90 0.7149
40 0.07520 95 0.8619
45 0.09771 100 1.0332
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2.4 Pressão de Saturação de Vapor, pv
(Outros Líquidos)
σ,

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2.4 Pressão de Saturação de Vapor, pv
(Exercício Elucidativo 1.7)

Usando o Sistema de Unidades Internacionais


(SI):
 Determinar a pressão de saturação de vapor
de água a 20 °C.
 Determinar a pressão de saturação de vapor
de água a 100 °C.
 Determinar a temperatura de saturação de
vapor num recipiente contendo água, cuja
superfície se encontra a uma pressão de
0.2031 kgf/cm2.
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2.4 Pressão de Saturação de Vapor, pv
(Exercício Elucidativo 1.8)

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2.5 Compressibilidade
 Propriedade que os fluidos têm de diminuir de volume
quando sujeitos a tensões de compressão.
 Nos Gases (Lei de Boyle Mariotti): Duplicação de pressão =>
redução do volume até à metade
 Nos Líquidos: 100 litros de óleo mineral a 20 °C sujeito a 100
kgf/cm2 => redução de volume até 99.3 litros (i.e. diminuição em
0.7 litros)
V   *V0  p f  p0 
onde
V  redução absoluta do volume (litros)
  coeficiente de compressibilidade (cm2 /kgf)
V0  volume inicial (litros)
p 0  pressão inicial (kgf/cm2 )
p f  pressão final (kgf/cm2 )

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2.5 Compressibilidade

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2.5 Compressibilidade
(Exercício Elucidativo 2.5)

 Uma prensa oleodinâmica é


alimentada por duas bombas que
desenvolvem um caudal de 6.7
litros/min e pressões P0 = 15
kgf/cm2 e Pf = 315 kgf/cm2.
 Considerando que o volume do
óleo a comprimir é de 50 litros,
calcular o tempo necessário para
passar de 15 a 315 kgf/cm2.
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2.5 Compressibilidade
(Resolução do Exercício Elucidativo 2.5)
A partir do gráfico no slide anterior :
  0.65 *104
V  0.65 *104 * 50 * 315  15  0.98 litros
e o tempo requerido será :
0.98
t  0.146 min  8.8 seg
6.7
Trata-se, pois de um intervalo que não se pode desprezar,
o qual influi sobremaneira no cálculo do tempo total do
ciclo de compressão. Se o fluido tivesse sido considerado
incompressível, ter-se-ia cometido um erro de cálculo
muito elevado (i.e., erro inadmissível).
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2.6 Exercício Propostos
(Exercício 2.6.1)

Enunciado
Calcule a “densidade” do ar num ambiente
em que a pressão absoluta e a
temperatura são de 140 kPa e 50 ºC
respectivamente. Tomar em conta que R =
287 J/kg.K
Resposta: 1.53 kg/m3

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2.6 Exercício Propostos
(Exercício 2.6.2)
Enunciado
Um balão cheio de hidrogénio expande-se sob
forma esférica até um diâmetro d = 20 m a uma
altura de 30 km, onde a pressão absoluta é de
1,000 Pa e a temperatura -40 ºC. Assumindo a
ausência de tensão entre o material do balão e
o hidrogénio, determinar a quantidade de
hidrogénio que se pode empacotar no balão ao
nível do solo, onde a pressão absoluta é de
101.3 kPa e a temperatura 15 ºC.
Resposta: 56.2 m3
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2.6 Exercício Propostos
(Exercício 2.6.3)

Enunciado
A pressão a oito km abaixo da superfície
do oceano é de 81.7 kPa. Determinar a
densidade da água do mar nessa
profundidade se a densidade na superfície
for de 1025 kg/m3 e o módulo de
elasticidade volumétrica 2.34 GPa.
Resposta: 1,061.0 kg/m3

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2.6 Exercício Propostos
(Exercício 2.6.4)
Enunciado
À pressão absoluta de 101.3 kPa e temperatura
de 20 ºC a viscosidade dinâmica de um certo
gás é de 2x10-5 Pa.s e a viscosidade cinemática
15 mm2/s. Tomando a constante universal do
gas como 8,310 J/kg.K e, assumindo que o gás
seja perfeito, calcule o seu peso molecular
aproximado.
Resposta: 32.06 kg/kMol

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2.6 Exercício Propostos
(Exercício 2.6.5)
Enunciado
Um êmbolo hidráulico de 200 mm de diâmetro e
1.2 m de comprimento move-se dentro de um
cilíndrico concêntrico de 200.2 mm de diâmetro.
No interstício entre o cilindro e o êmbolo circula
óleo de densidade 0.85 e viscosidade
cinemática de 400 mm2/s. Determinar a força
viscosa lateral (força de resitência viscosa)
quando o êmbolo se move a 120 mm/s.
Resposta: 307.6N

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2.6 Exercício Propostos
(Exercício 2.6.6)
Enunciado
O espaço entre duas grandes paredes planas e
paralelas é de 25 mm. Enche-se esse espaço com
um líquido de viscosidade dinâmica de 0.7 Pa.s. No
interior desse espaço reboca-se uma placa delgada
plana de 250x250 mm2 a uma velocidade de 150
mm/s. A distância da placa a uma das paredes é de
6 mm. O movimento da placa é paralelo às paredes.
Considerando uma variação linear da velocidade
entre a placa e as paredes determinar a força
exercida pelo líquido sobre a placa.
Resposta: 1.439 N
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2.6 Exercício Propostos
(Exercício 2.6.7)
Enunciado
Uma película uniforme de óleo com a
espessura de 0.13 mm separa dois discos de
200 mm de diâmetro cada, montados co-
axialmente. Desprezando os efeitos de
borda, calcular o torque necessário para
rodar um disco em relação ao outro a uma
velocidade de 7 rotações por segundo
sabendo que a viscosidade dinâmica do óleo
é de 0.14 Pa.s
Resposta: 7.44 N.m

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2.6 Exercício Propostos
(Exercício 2.6.8)

Enunciado
Qual é a capilaridade aproximada da
subida de água em contacto com o ar
(tensão superficial de 0.073 N/m) num
tubo de vidro limpo de 5 mm de
diâmetro.
Resposta: 5.95 mm

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2.6 Exercício Propostos
(Exercício 2.6.9)

Enunciado
Por quanto a pressão de um jacto
cilíndrico de água de 4 mm de
diâmetro pode exceder a pressão
atmosférica que se faz sentir nos
arredores, sabendo que a tensão
superficial é de 0.073 N/m?
Resposta: 36.5 Pa

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Trabalho para Casa Nº 1
(Pesquisa Bibliográfica)

1. Breve historial sobre a Mecânica dos


Fluídos.
2. Enunciar as propriedades dos fluidos
que conhece.
3. Distinguir a viscosidade dos gases da
dos líquidos (use gráficos se possível).
4. Usando gráficos, distinguir a viscosidade
de Fluídos não Newtonianos da dos
Newtonianos.
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Anexos

Resolução dos
Problemas do
Capítulo 1
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Resolução dos Exercícios Propostos

Exercício 2.6.1 Exercício 2.6.4 Exercício 2.6.5


p.V  mRiT p     . H 20  850 kg/m3
 ou  
p.V RiT      0.34 Pa.s
m  68.86 kg
RiT  1.333 kg/m3 U
   408 N/m 2
mRiT0 p S
V0   56.2 m3 Ri   259.2 W.s/kg.K
p0 T F   . A   . .d .l  307.6 N

Exercício 2.6.2 R
M i   32.06 kg/kMol Exercício 2.6.6
p Ri
  1.51 kg/m3 U U
RiT F1   A1   dl  1.09 N
S1 S1
Exercício 2.6.3 U U
0 F2   A2   dl  0.345 N
  1,062 kg/m3 S2 S2
p
1 F  F1  F2  1.435 N
E
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Resolução dos Exercícios Propostos do
Capítulo 1
Exercício 2.6.7 Método 1
U  .r  2nr  4.398 m/s
U U
F  μ A  μ r 2  148.975 N
s s
M  F.rm  148.98x 0.05  7.44 N.m
Método 2
2n
  r
s
2n
F   .A   rr 2
s
2 2n r 3
dM  Fdr  M  
s 0
r dr

2 2n r 4
M   7.44 N.m
s 4
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Resolução dos Exercícios Propostos do
Capítulo 1
Exercício 2.6.8

4
hm   5.95 mm
dg
Exercício 2.6.9
F F

2l L=1m
F   2l  0.146 N
F F
p   36.5 Pa d=4mm
A d .l
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