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HISTÓRIA DO HIEP KHI DAO

Quando se fala de kung fu, o templo Shaolin e monges,vem a mente


de todos, e direcionamos nossa atenção para a China,como berço de todas as
formas de kung fu existentes.Porem pouco se ouve falar de outras artes
marciais, que com certeza tem o seu valor; como é o caso das artes marciais
vietnamitas,pelo fato de até pouco tempo, não serem divulgadas.O nosso
trabalho é tornar conhecida uma partícula desse conhecimento marcial
vietnamita, eu com larga experiência nos esportes marciais do Vietnã,como
VIET VO DAO,HAN BAI,WO WEI,QWAN KI DO,HÓ HAC
TRAO,HOSHINKI DO, procurei não inventar nada,ou criar uma arte
marcial nova,mas,unificar todas as formas ao meu alcance e fazer um
trabalho onde o corpo e a mente humana se adapte,e que seja usada no dia a
dia,procurando não ser usada apenas na área de combate;o objetivo do HIEP
KHI DAO,é unificar sua energia em um só movimento,pois como disse
ZHENWU,um monge patriarca “Um verdadeiro guerrilheiro não é
reconhecido pelas suas vestes e sim pela sua coragem”.
Foi na década de setenta, quando eu ainda era andante nas artes marciais, passei
por diversas experiências antes de conhecer o que seria o meu futuro marcial.
Aconteceu que um dia em plena Cinelandia, fui obrigado a me defender de
trombadinhas, fiquei em dificuldades, repentinamente uma pessoa entrou na briga
comigo, e me ajudou a recuperar meus pertences, após a chegada da policia ele me
convidou para ir ao seu escritório, que ficava no edifício Amarelinho, e me convidou
para uma aula de VIET VO DAO, uma arte marcial nova no pais, estranhei mas aceitei
e marquei de aparecer para conhecer. Como combinado fui a aula de meu amigo, que
recebeu muito feliz, levei meu kimono, fiz logo minha inscrição, fiquei aquecendo com
as bases das artes que havia praticado, comecei a praticar VIET VO DAO VOVINAN,
e de cara me apaixonei, com minha experiência anterior assimilei com facilidade e
consegui um bom êxito. Ao alcançar o grau de faixa preta 3ºDANG, deixei o VIET VO
DAO por questões internas e fui treinar QWANKI DO, outro estilo de VIET VO
DAO, com o mestre Serge Baubil. Nesta mesma época eu já codificava o meu HIEP
KHI DAO, já estava tomando forma, sempre estudei e treinei as artes marciais
vietnamitas, e adquiri experiências nos vários torneios que participei, sempre unificando
técnicas e movimentos dos estilos do sul – rígido e norte-flexivél. Agora após mais de
vinte anos de praticas marciais,o HIEP KHI DAO está definido como uma via de
conhecimento, em sua raiz estão diversos sistemas de lutas vietnamitas, filosofia,
trabalho de energia (khi), armas tradicionais, cung tchia (formas),alem do
desenvolvimento marcial para o combate.

ARTES MARCIAIS VIETNAMITAS

As artes marciais vietnamitas são ricas em historia,sendo seu inicio


perdido no tempo, registros arqueológicos datam de mais de 4000 anos. A
arte marcial sempre esteve presente na história do povo vietnamita, sendo
ela muitas das vezes responsável pela disciplina, coerência e liberdade deste
povo. Os primeiros achados, que datam sobre a arte marcial vietnamita,são
"OS TAMBORES DE PEDRA POLIDA NGOG LU” que mostram praticantes
de artes marciais.

Hoje existem uma centena de estilos ,formas e métodos de combate


vietnamitas. Tendo sido por muito tempo colonizado por vários povos, o povo
vietnamita com o tempo, começou a assimilar os conhecimentos destes
povos, e nas artes marciais não foi diferente, o Japão deixou o
conhecimento de (karate, aikido, kempo, kendo, ninjitsu...) a China (o kung fu
em suas várias ramificações, Shaolin, Wing chun, Hung gar, Chi kung..) a
Tailândia presenteou com as técnicas de ( Muai Tai ) a Inglaterra com
( Boxe ocidental) a Rússia (Sambo...) e mais recente, como ultima colônia que
foi do povo Francês, os vietnamitas receberam o conhecimento do (Savate),
a combinação de tantas cultura resultou em estilos fortes e preparados
para defesa do país.

A palavra VIET VO DAO determina todas as formas de artes marciais do


Vietnã, estilos duros, suaves; internos e externos. As artes marciais
vietnamitas eram até bem pouco tempo desconhecidas do povo ocidental,
vindo a tornarem-se conhecidas a partir das décadas de 60/70. Mestres
vietnamitas se espalharam pelo mundo para divulgarem esta arte e seus
estilos. Esta arte chegou ao Brasil na década de 70 pelas mãos do mestre
NGYUEN SHO IH, que teve apenas um aluno que hoje é o representante
máximo e oficial do VIET VO DAO estilo VO VI NAN no Brasil, o mestre
Anselmo Carlos Fortes Bezerra,Templo Lo Han Ssu ( Petrópolis).

Mestre Anselmo, formou a primeira turma de Viet do dao no Brasil,


forjada para serem os melhores lutadores, tiveram treinamento tradicional
VO DAO, durante a decada de 70/80, dois membros se destacaram, foram
os Mestres JOSÉ FERREIA DA SILVA FILHO ( GARÇA ) e LUIS CARLOS
MONTEIRO ( SUI ). Mestre Garça deixou o grupo com a graduação de 3º
dang, indo do Rj para Alagoas, fixando residência e continuou seus estudos
se graduando em outros sistemas. Mas a busca ainda era pelos estilos
vietnamitas, vindo a conhecer o mestre Serge Baulbil - introdutor do
QWAN KI DO no Brasil e aluno direto do Fundador do estilo mestre Phan
Xuan Tong - o QWAN KI DO também engloba várias ramificações de
estilos vietnamitas, tais como , NGA MI PHAI ( GARÇA BRANCA), HO
HAC TRAO ( TIGRE ), KHI CUNG ( PALMA DE FERRO) e o CO VO DAO
(arte com armas tradicionais) e técnicas dos MON PHAI (também
conhecidos como ninjas vietnamitas), graduou-se mestre Ferreira á 3ºdang
neste estilo, depois de mais de vinte anos de estudo, trabalho e pesquisas,
mestre Ferreira, deixou a escola de QWAN KI DO, e apresentou ao público
o seu trabalho, a síntese deste estudo trouxe a tona, o HIEP KHI DAO,
com a raiz forte das artes marciais vietnamitas, Mestre Ferreira colocou
seu método à prova e após 40 anos de práticas marciais, vem através de
seus alunos desenvolver um grande trabalho de divulgação.

O HIEP KHI DAO, está estruturado em uma forma de combate


completa, seu arsenal engloba, técnicas de socos, chutes, torções,
projessões, técnicas com armas, defesa pessoal, alé das incriveis tesouras
vietnamitas,possui também trabalho respiratório, base filosófica e
meditação. O HIEP KHI DAO está orientado para servir a todos, sem
discriminação. Mulheres, homens e crianças, encontram no HIEP KHI DAO,
uma terapia, uma forma de condicionamento físico e uma arte marcial
poderosa e extramente eficaz como defesa pessoal.

O HIEP KHI DAO define em seu nome o “CAMINHO DAS ENERGIAS


MONTANHOSAS” conhecido também como "KUNG FU DO
GUERRILHEIRO”

Os alunos usam um uniforme ( HIEP VO PHUC ) preto para a prática no Vo


duong (sala de treino).

UM POUCO DE HISTÓRIA:

DIZER QUE O VÕ É UMA ARTE SINO-VIETNAMITA É NEGAR-LHE A


AUTENTICIDADE COM RELAÇÃO À CULTURA PECULIAR DO VIETNAM.

Terminologia - VÕ

Os termos:
Võ-Viêtnam
Viêt Võ Dao
Võvinam
Viêt Vu Dao
Qwan Ki Do
VIêt Quyên Thuât e outros são criações recentes que associam a palavra ou
partícula "Võ"( pratica marcial ) ao nome do país de origem, o "Viêt Nam".

NOTA: Lembrando que Võ não está tão longe da pronúncia de WU de WU


SHU chinês.

No Viêt Nam, Võ Thuât, designa a arte de praticar as técnicas marciais, o


ideograma corresponte ao do "Wu Shu" na China e ao do "Bu-jutsu", no
Japão.
Võta - significa arte marcial nacional;
Võ cô truyên - significa arte marcial tradicional;
O principiante na arte marcial é um "Võ-sinh"( aluno ) que depois se torna
um Nguòi thuc hành ( verdadeiro praticante ) que "co vô", isto é, começa a
praticar o que lhe foi ensinado.
O tipo de estrutura das artes marciais conhecidas hoje ( grande número de
academias e de praticantes, federações ), nunca existiu no Viêt Nam, em
plano nacional, embora tenha havido algumas tentativas de unificação nos
anos 60, a fim de promover o Võ face ao desenvolvimento de disciplinas
estrangeiras.
A prática do Võ, durante a época colonial é mantida secreta e esse estado
de coisas prolonga-se mais ou menos até 1955, quando da independência e
divísão do país em duas partes antagônicas - fato que permitiu uma eclosão
rápida, no Viêt Nam do Sul, das artes marciais vindas da COréia e do Japão.
Um grande número de jovens vietnamitas foram, a partir daí, atraídos mais
pelas artes marciais coreanas e japonesas do que pela arte marcial nacional
que continuava a ser praticada quase que "confidencialmente" com pouca
abertura ao público.
O mestre Nguyên Loc foi um dos primeiros a democratizar um pouco mais a
prática.

O Võ era, antes de tudo, "propriedade" dos "mestres das aldeias" que


ensinavam um número reduzido de alunos, e das "famílias" que conservavam
zelosamente, entre seus membros , as técnicas de sua "Gia phái"( escola ).

Por outro lado, existia também uma prática diferenciada feita pelos
comediantes ambulantes, pelos monges itinerantes, pelos curandeiros ou
mercadores de plantas medicinais. Isso explica, em parte, o fato de haver
tantas escolas e estilos ( muitas vezes rivais ) e a dificuldade em
discriminar nomes e configurações das técnicas, sobretudo para o ocidental.
Para manter segredo seu "repertório técnico", era comum o mestre
dissimular a teoria e a prática de sua arte através de representações
figuradas que não deixavam entrever n em o mecanismo nem a aplicação da
técnica( salvo para o iniciado. ). ALém disso, os raros documentos escritos
traziam caractéres chineses( Chu Hán ) ou sino-vietnamitas( Chu Nôm )e só
podiam ser decifradas por alguns letrados.
Sabe-se pouco da prática atual do Võ no Viêt Nam, houve uma interdição e
depois uma retomada oficial, mas somente do Võ nos seus aspectos
esportivo e de condicionamento físico. A diáspora vietnamita de escolas e
estilos ( a partir do Võ tradicional surgem criações as mais diversar )
continua, apesar de algumas tentativas em reunir vários grupos sob a égide
de uma federação.
Antigamente, a prática não era limitada por um programa único e
estruturado.
Cada Võ-sinh definia seu próprio caminho, conduzido por seu mestre,
segundo sua morfologia e características.
Em certas escolas havia um horóscopo, o "Lá Sô Tú vi" baseado na astrologia
e na cosmologia sino-vietnamita, a partir do qual, cada aluno determinava o
"perfil" personalizado de sua prática.(*)

Finalizando essa introdução, um paralelo entre o Võ ( arte marcial do povo


vietnamita ) e o Boxe Chinês ( "Võ Táu" ou "Võ thuát bi Truyên Trung Hoa" ).
Com frequência, o Võ é citado, em comparação às artes marciais chinesas,
como um sub-produto. No entanto, o Võ está intimamente ligado a história
do povo vietnamita, que soue tornálo cada vez mais plástico, remodelando-o
sempre.
É também inegável que as Artes do Punho CHinês têm influenciado a prática
marcial no Viêt Nam( como em todos os países asiáticos ) e que certas
escolas vietnamitas antigas( Thiéu Lâm, Bach My Phái ) ou atuais( Qwan Ki
Do, Hoang Nam, etc.. ) traçam suas origens diretamente da CHina.
Entretanto, isso não autoriza definir o Võ como arte marcial Sino-
vietnamita( embora algumas escolas o sejam )
e negar-lhe toda a autenticidade com relação a uma cultura e a uma história
bem peculiares.

O Võ traz raízes da antiguidade vietnamita( época precedente à presença


chinesa ) e seu desenvolvimento técnico deu-se, sobretudo, como resposta
às invasões da China dos Han ou dos Ming, além das incursões mongóis e das
guerras contra os Châms ou cambodjanos.
É no decorrer desse capítulo da história do Viêt Nam que seu povo criou e
enriqueceu suas próprias técnicas e estilos diversos de combate que, por
sua vez, foram influenciados pelas práticas não só chinesas como
indonesianas e tibetanas( mas também as influenciaram ).

HISTÓRICO
O VIÊT NAM, DOMINADO PELOS CHINESES, TENTA CONSERVAR
FEROZMENTE
SUA CULTURA ANCESTRAL E SUAS TRADIÇÕES MARCIAIS.

Buscas arqueológicas ( DONG SON ) testemunham a existência, desde a


pré-história e a Remota antiguidade, de técnicas guerreiras utilizadas pelos
antigos vietnamitas.
Essas técnicas começaram realmente a se refinar e a se desenvolver
durente a dinastia dos HUNG VOUNG ,que reinou sobre o Van Lang, reino do
antigo Viêt Nam, nos séculos 7 e 3 antes de Cristo.
O imperador Hung Voung I é considerado o criado do Võ-Thudt, por
numerosas escolas que ainda prestam homenagem, a cada ano, por este
feito.
naquela época, o estudo do Võ baseava-se sobretudo na aprendizagem de:
Técnicas de armas - Võ-Khi ou Binh-Khi como:
Machado - Can pháp;
Punhal - Dao gam;
Lança - Thuong ou Giao;
Arco - Cung ou Cai giang;
Besta - No ou Cai no;

Numerosas lendas, relativas a esse período, narram façanhas de


personagens que se tornaram célebres graças às suas armas, tidas como
"mágicas".
Por exemplo: A história de An Doung Voung que, com sua fantástica besta,
podia disparar mil setas e matar mil adversários de uma spo vez.

Diante da iminência da invasão chinesa, a formação militar do povo


vietnamita e a construção de obras fortific adas aceleraram-se( a
construção da cidadela de CO-Loa é um exemplo ).
Mas além das técnicas de combate que emergiam também as primeiras
teorias que definiam a utilização estratégica e tática da arte guerreira ( Võ
Thudt ), tanto para o exército( combate em grupos ) quanto para a prática
individual. Estas teorias deram nascimento a novas técnicas, ainda mais
ricas, algumas das quais constituem a raíz das formas hoje trabalhadas.
Certos inovadores, como TRIEU QWANG PHUC, LY NAM DE, TRUNG
VOUNG, utilizaramcontra os guerreiros chineses técnicas baseadas no "Di
doan thang truong ( superioridade das técnicas semelhantes ), no "Pahn tan
biên pháp"( Método das esquivas sem resistência ) ou ainda no "Di nhu thang
cuòng"( Utilização da suavidade contra a força ), durante a longa luta na qual
os vietnamitas desenvolveram a prática da guerrilha( DU KICH CHIÉN )face
ao poder militar dos invasores.

A presença chinesa no Viêt Nam iria durar cerca de mil anos( 111 a.C. e 938
d.C ).
A cultura, a organização, administração, língua e a filosofia( Taoismo,
COnfucionismo, Budismo ) chinesasmarcariam por muito tempo o povo
vietnamita, sem entretanto, conseguir despojar-lhes a originalidade.
Organizado à maneira chinesa, o Viêt Nam conservae salvaguarda
ferozmente sua prórpia cultura ancestral e suas tradições marciais que se
perpetuam em segredo. Levantes ocorreram( das irmãs Thung, de Ly Bon, de
Bo Cai Dai Voung ) e mostrava que o povo vietnamita tomava aos poucos
consciência de sua nacionalidade e de sua vontade de independência.
Nesta época, o Viêt Nam constituia-se num quadrilátero econômico e num
verdadeiro cadinho cultural entre a Índia e a China. Desses dois países
recebia uma influência conjugada, além da que recebia da Malásia e das ilhas
da Indonésia.

NO século 2 d.C., o Budismo indiano foi introduzido no então chamado Giao


Chi( outra denominação do Viêt Nam antigo ), pouco a pouco substituído
( final do século 6 )pelo Budismo Thiên ( CHAN ) de procedência chinesa. E
isso, com consequências na prática marcial.

No ano de 938, Ngo Quyen presegue o invasor chinês e funda um Estado


independente. O país se organiza e torna-se, sob a dinastia dos Ly, o Dai
Viêt.
O Võ sai enfim das sombras e começa a fazer parte da educação geral do
povovietnamita ao qual os dirigentes querem insuflar um sentimento de
unidade nacional. As técnicas do Võ atingem alto nível e sua prática se apoia
nos princípios de 3 filosofias:
o TAM GIAO( Confucionismo, Taoismo e Budismo ).
Suge o termo "DAO" ( via no sentido espiritual ).(**)
É um grande avanço, em uma época na qual os costumes ainda são rudes e
fundamentados na violência, ver a prática marcial considerada como uma via
para a realização espiritual do indivíduo.
A fronteira entre a Arte da Guerra torna-se mais definida.
Numerosos mestres deixam o cenário de frente e isolam-se nas montanhas
para se concentrarem na disciplina física e mental.
Não aceitam discípulos ou, se aceitam, apenas uns poucos aos quais ensinam
assuntos diversos, caligrafia, xadrez chinês, filosofia ou ainda os segredos
da medicina tradicional. Vivem modestamente.
Alguns tornam-se peregrinos e vão de templos a aldeias, sem se
submeterem a nenhum jugo administrativo. A literatura popular vietnamita
transborda de relatos que retraçam as peregrinações desses homens
descritos como "cavaleiros de grande coração", que não hesitavam em se
expor em socorro dos humildes aldeões.
Por outro lado, outros mestres de artes marciais ( Tháy Võ )recebem
denominações oficiais para irem ensinar nas mais longíquas aldeias( cada
aldeia deveria ter um instrutor, reconhecido como tal )ou para passar seus
ensinamentos aos membros da COrte Imperial ( todos os funiconário do
poder regente e cortesãos eram obrigados a praticar o Võ).

Encontros ( Thi Vi ) regionais aconteciam todos os anos e nacionais a cada 3


anos - o que permitia aos melhores praticantes obterem cargos oficiais na
Guarda Imperial.

Com a dinastia dos Tran( 1225-1400) são criados Liceus e Doutorados de


artes marciais( Gian Võ Doung ). É a "idade do ouro" da prática marcial no
Viêt Nam, levada agora a todas as pessoas do povo, neswte final de idade
média vietnamita.

Ao contrário de outros países asiáticos nos quais ainda é reservada a casta


militar ou aos indivíduos da nobreza.

Por ocasião das invasões mogóis no século 13, o general Tran Hung Dao
conclama que todos os mestres de artes marciais se reunam, a despeito de
quaisquer diferença de táticas de combate entre escolas e estilos, para
formarem o alicercedo Exército Popular( Nham Dãn tu vé )que deveria por
três vezes vencer o poder do exército mongol, salvando assim, por contra-
golpe, o Japão da nova invasão pelas tropas de Koubilai.

Pela primeira vez todas as técnicas vieram à tona e seriam codificadas.


Outras seriam aperfeiçoadas ou mesmo criadas para responderem a ataques
específicos, como por exemplo as técnicas de "tesoura " - GIAO LONG
CUOC - destinadas a descavalgar ou desmontar os cavaleiros inimigos depois
de serm pegos nas emboscadas de caminhos rebaixados.

Em consequência da vitória do exército mongol, o Dai VI~et, veio conhecer


forte popularidade entre diferentes povos da Península da Indochina e do
sul da China. Obviamente, suas técnicas marciais receberam uma nova luz;
foram copiadas e influenciaram a prática dos países próximos.

Infelizmente, esse rápido desenvolvimento das artes marciais vietnamitas


terá curta duração. COm o fim da dinastia dos Tran (1400), o poder
imperial, em plena decadÇencia, começa a temer levantes populares e proibe
toda a prática marcial entre o povo, reservando-a para oficiais, nobres,
pessoas da Corte.
O exército se separa pouco a pouco da população em geral e, quando ocorre
a invasão dos Ming (1406), o exército vietnamita literalmente desaba diante
das tropas chinesas.
A colonização dos MIng, foi praticularmente pesadaq e feroz: ocorre de
maneira forçada, uma assimilação social e cultural, os chineses chegam a
requisitar todas as grandes obras da literatura vietnamita para queimá-las
ou as conservarem, eles próprios, numa tentativa de enfraquecer o
patrimônio cultural do Viêt Nam. QUalquer início de revolta é logo esmagado
pela chamada "chapa de chumbo" estrangeira.

Seria preciso esperar que Lê-loi e seus partidários, formados nas técnicas
da Escola LAM SON, viesse enfim repelir o invasor para além das fronteiras
em 1427. Graças a um energia paciente e secretamente guardada.

Assumindo o poder, Lê-loi, reorganiza o apís, institui concursos literários


para recrutar o quadro da administração imperial( o Confucionismo acelera-
se por sobre o BUdismo ) e favorece a prática e o desenvolvimento das
artes marciais em todas as camadas da população.
Organiza exames de Võ( Minh Kinh Kháo ), em diferentes níveis, a fim de
selecionar os melhores elementos para a Guarda Imperial e para o ensino.
Proclama emergência de uma prática marcial aliada à aquisição de
conhecimentos intelectuais e filosóficos ( evidencia-se a influência de
Nguyên Trai, célebre escritor e pensador que apoiara Lê-loi por ocasião da
guerra da independência ).

Durante o longo período seguinte ( início do século 16 ao final do século 18 ),


o Viêt Nam conheceu continua guerra fraticida entre o Norte ( dinastia dos
Mac e depois dos Trinh ) e do Sul( dinastia dos Lê e depois dos Nguyên ).

O Võ se separa então em várias correntes inimigas, segundo o apoio


recebido por esta ou aquela dinastia, e conhece diferenças de prática cada
vez mais acentuadas, o que resulta na criação de estilos bem específicos.
Além disso, no Sul, a chegada maciça de emigrantes chineses ( que fugiam
da invasão dos Mandchus à China ) iria influencia por muito tempoas escolas
da região. No final do século 18, violenta revolta iria verrer os Estados de
Nguyên e de Trinh.
Os Tay-son, inteligentemente organizados e comandados por um expoente
de artes marciais de Binh Dinh chamado Nguyên Hue, desmancham as tropas
imperiais e as tropas enviadas pela dinastia chinesa dos Quing, na batalha
de Than-Long( nome da antiga capital do norte do Viêt Nam ).

Tendo reunificado o país, Nguyên Hue, toma o nome real de QUANG TRUNG
e assegura a renovação da nação vietnamita, apoiando-se em sólida
burocracia à maneira mandarim na qual os militares levavam larga vantagem
sobre os civis.
Nguyên Hue favorece a implantação das artes marciais em todo o país e
devolve ao Võ seu valor educativo através dos respeito imposto por um
código de honra e conduta acentuadamente influenciado pelas doutrinas
confucionistas. A casta militar ( mais genericamente, marcial ) passa a ter
uma estruturação semelhante à encontrada na China e sobretudo no Japão,
na mesma época:
TAM CUONG:
Quân( Imperador );
Su( Mestre );
Phu( Pai ).

NGU THUONG:
Nhãn( a bondade humana );
Nghia( o dever );
Lê( a cortesia );
Tri( a inteligência );
Tin(a confiança ).

O ato de suícidio ( Tuân-tiet ou Tu Sat )será posto em prática, pela honra,


sempre que os princípios estabelecidos pelo código de conduta não forem
respeitados pelos membros da casta guerreira ou pelos mandarins.
O reino de QUANG TRUNG seguiria asinda normas estritas ( também
baseadas nas doutrinas confucionistas ) no que se refere à entrada e
permanência em uma Escola de Artes Marciais na qual o Mestre é
considerado "PAI" dos alunos ( Su Phu ).

Nessa época surgem grupos de guerreiros muito especiais, como os Bao


TIeu( protetores dos bens ), que alugavam seus serviços aos ricos
comerciantes ou senhores, assegurando-lhes proteção em viagens contra a
cupidez dos bandidos dos caminhos.

Mais secretos eram os Nham Da ou Kieu Dug ( semelhantes aos ninjas


japoneses ), praticantes das artes marciais de alto nível, que conheciam
perfeitamente o manejo de armas tradicionais( Tháp bat Ban ) e diversas
técnicas docultas que os permitiam introduzir-se desapercebidamente nos
castelos durante a noite, e espreitarem o momento pro´pício para atacar.
A história do Viêt Nam ( como a de numerosos países asáticos ) sofre uma
reviravolta no século 19. A influência ocudental se faz cada vez mais
incisiva, levando enfim à colonização francesa. A dinastia dos Nguyên
( Imperador Gia-Long ), atolada em uma tradição retrógada, tenta retardar
domínio estrangeiro, sem sucesso. Os franceses tomam o país cujas
estruturas arcaicas cedem ( apesar do heroísmo extraordinário de
numerosos cidadãos )e as Escolas de Artes Marciais são obrigadas a se
refugiarem novamente na cladestinidade.
Durante todo o período de colonização, o Võ, abrigado por trás das "cercas
de bambu", é perpretado pelas sociedades secretas ( Cai Dai, Minh Ly, ... ),
esquecido dos jovens que, lentamente são atraídos pelo modo de vida dos
ocidentais.

Essa situação de clandestinidade favorecia ainda mais a diferenciação entre


as escolas, segundo sua localização geográfica:

Võ Bac Ninh ao Norte - influenciado pelos estilos do Sul da China;


Võ Quang Binh e Võ Binh Dinh - na região central;
Võ Lam ao sul, influenciado pelas escolas chinesas do norte.

Às vésperas da independência( 1955 , diferentes grupos surgem, sob o


disfarce de associações esportivas, notadamente o movimento Võ-vinam, da
Mestre Nguyên Lác; o Tinh Võ Hoi ( artes marciais sino-vietnamitas )de,
entre outros Mestre Chau Qwan Ky; o Võ-Vietnam, de Mestre CUton; ou
ainda o Vu Dao( Dat Do ) de Mestre Pham Van Tan.

Esses agrupamentos conheceram estruturação mais forte nos anos 60


( somente no sul )com a criação do Tong Hoi Vo Hoc Viêt
Nam( COnfederação Nacional para o Estudo das Artes Marciais Vietnamitas
). Essa confederação foi criada principalmente com o intuito de
contrabalançar a influência crescente, sobre os jovens, das disciplinas
marciais de outros países asiáticos.
Os acontecimentos de 1975, entretanto, literalmente "arrombaram" esse
estado de coisas, obrigando as escolas a fecharem suas portas e levando
numerosos mestres e praticantes a deixarem o país, sob circunstâncias
quase sempre dramáticas, para estabelecerem-se definitivamente no
Ocidente.
VÕ DOUNG - SALA DE TREINO Võ-doung é o local em que se treina e se
aprende, a escola, no sentido estrito do termo. Contrariamente ao que
acontece no Ocidente, onde as aulas têm lugar em ginásios ou locais
esportivos, o Võ-duong, no Viêt Nam, é um local quase sagrado, onde o
respeito dos alunos ( Võ-sinh ) pelo ensino que lhes é dispensado manifesta-
se logo no iníco da aula, pelo comportamento que adotam na escola - local
que lhes dá a honra de serem aceitos; silêncio, atitudes de cortesia e
respeito, cuidados com a limpeza, etc.Os Võ-doung não eram todos iguais.
Diferenciavam-se quanto à forma de prática e de ensino. Havia escolas que
permitiam a entrada de espectadores; outras, mais secretas, sob o abrigo
de um templo ou residência de uma grande família, mantinham um ensino
exclusivo. Na grande maioria, so Võ-doung situavam-se ao ar livre ( pátio
interior da casa de um mestre, praça da aldeia, clareira, etc. ). A eclosão
das grandes salas( somente nas cidades importantes do Viet Nam do Sul ) é
um fenômeno recente ( final dos anos 60 ) devido, sobretudo, ao surgimento
das artes marciais estrangeiras que eram praticadas nesses tipos de "salas
públicas".

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