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Histó rico

PRINCÍPIO DAS ARTES MARCIAIS E DO KARATE FORMAS DE


AUTO DEFESA SÃ O, PROVAVELMENTE, TÃ O ANTIGAS
QUANTO A RAÇA HUMANA.

01- O karate e as demais artes marciais atuais têm suas raízes mais remotas no século V e VI
antes de Cristo, quando se encontraram os primeiros indícios de luta na Índia. Esta luta era
chamada “Vajramushti”, cuja tradução aproximada poderia ser “aquele cujo punho cerrado e
inflexível” Vajramushti foi o estilo de luta do Kshatriya, uma casa de guerreiros da Índia.

02- Em 520 A.D um monge budista chamado Bodhidharma (também conhecido como “TaMo”
em chinês ou “Daruma Taishi” em japonês), viajou a Índia para a china para ensinar Budismo
no Templo Shaolin (shorinji). A lenda conta que quando ele chegou encontrou os monges do
templo numa condição de saúde tão precária, devido as longas horas que eles passavam
imóveis durante a meditação, ele imediatamente se preocupou em melhorar a saúde deles.

03- O que ele ensinou foi uma combinação de exercício de respiração profunda, yoga e uma
série de movimentos conhecidos como “As Dezoitos Mãos de Lo Han” (Lo Han foi um famoso
discípulo de Buda). Esses ensinamentos foram reunidos em só e os monges logo se
descobriram capazes de se defender contra os muitos bandidos nômades que os consideravam
uma presa fácil.

04- Os ensinamentos de Bodhidharma são reconhecidos pelos historiadores como a base de


um estilo de arte marcial chamado Shaolin Kung Fu.

05- Diferentes estilos de Kung Fu se desenvolveram quando as personalidades e as nuanças


dos monges emergiram.

06- Haviam dois templos Shaolin, um na província de Honan e o outro em Fukien. Entre 840 e
846 A.D, ambos os templos, assim como muitos milhares de templos menores, foram
saqueados e queimados. Isto foi supervisionado pelo Governo Imperial Chinês, que na época
tinha uma política de perseguição e importunação sobre os budistas. Os templos de Honan e
Fukien foram mais tarde reconstruídos somente para serem destruído por completo pelos
Manchus durante a Dinastia Ming de 1368 a 1644 A.D. Somente cinco monges escaparam,
todos os outros foram massacrados pelo imenso exército Manchu.

07- Os cinco sobreviventes tornaram-se conhecidos como “Os Cinco Ancestrais”. Eles vagaram
por toda a China, cada um ensinando a sua própria forma de Kung Fu. Considera que este fato
deu origem os cinco estilos básicos de Kung Fu: Tigre, Dragão, Leopardo, Serpente e Gtou.

08- Como cidadãos Chineses emigraram para ilhas de Okinawa, novos sistemas se
desenvolveram. O nome genérico dado as formas de luta de Okinawa foi “te” que significava
“mãos”.

09- Haviam três principais núcleos de “Te” em Okinawa. Estes núcleos eram as cidades de
Shuri, Naha e Tomari. Consequentemente os três estilos básicos tornaram-se conhecidos como
Shuri-te, Naha-te e Tomari-te.
10- O primeiro deles, Shuri-te, veio a ser ensinado por Sakugawa (1733- !815), que ensinou
Sokon Bushi Matsumura (1769-1893), e que por sua vez ensinou Anko Itosu (1813-1915). Foi
Itosu o responsável pela introdução da arte nas escolas públicas de Okinawa. Shuri-te foi o
precursor dos estilos japoneses que eventualmente vieram a se chamar Shotokan, Shito Ryu e
Isshin Ryu.

11- Naha-te tornou-se popular devido aos esforços de Kanryo Hiagaonna (1853-1916). O
principal professor de Hiagonna foi Seisho Arakaki (1840-1920) e seu mais famoso aluno foi
Chojun Miyagi (1888-1953). Miyagi também foi a China para estudar. Ele mais tarde
desenvolveu o estilo conhecido hoje por Goju Ryu.

12- Tomari-te foi desenvolvido juntamente por Kosaku Matsumora (1829-1898) e Kosaku
Oyadomari (1831-1905). Matsumora ensinou Chokki Motobu (1871-1944) e Oyadomari
ensinou Chotoku Kyan (1870-1915) dois dos mais famosos professores da época. Até então
Tomari-te era largamente ensinado e influenciado tanto Shuri-te como Naha-te.

GICHIN FUNAKOSHI
13- A história do Mestre Gichin Funakoshi se confunde com a própria história do Karatê, por
isso a ele é creditado o título de “Pai do Karatê Moderno”, devido aos seus esforços em
divulgar essa arte para todo o mudo e torna-la acessível a todos.

14- Gichin Funakoshi nasceu em Shuri, Okinawa, em 1868, o mesmo ano da Restauração Meiji.

15- Funakoshi era filho único, e logo após o seu nascimento fora levado para a casa dos seus
avós maternos, com quem foi educado e aprendeu poesias clássicas e chinesas. Algum tempo
depois ele começou a frequentar a escola primária, onde conheceu outro garoto de quem
ficou muito amigo. Esse garoto era filho de Yasutsune Azato, um dos maiores especialistas em
Okinawa na arte do Karate, e membro de uma família das mais respeitadas. Logo Funakoshi
começava a tomar suas primeiras lições de Karate.

16- Como na época a pratica de artes marciais era proibida em Okinawa, os treinos eram
realizados á noite, no quintal da casa do Mestre Azato. Lá ele aprendia a socar, chutar, e
mover-se conforme os métodos praticados naqueles dias. O treinamento era muito rigoroso.
Mestre Azato tinha uma filosofia de treinamento que se chamava “Hito Kata San Nen”, ou
seja, “um kata em três anos”.

17- Funakoshi estudava cada Kata a fundo, e então, quando autorizado pelo seu metre, seguia
para o próximo.

18 – Enquanto praticava no quintal de Azato com outros jovens, outro gigante do karate.
Mestre Itosu, amigo de Azato aparecia e observava-os fazendo kata, tecendo comentários
sobre suas técnicas. Era uma rotina dura que terminava sempre de madrugada sob a disciplina
rígida do mestre Azato, do qual o melhor elogio se limitava a uma única palavra: “Bom! ”. Após
os treinos, já quase ao amanhecer, Azato falava sobre a essência do karate.

19 – Após vários anos, a prática do karate deu grande contribuição para a saúde de Funakoshi,
que fora uma criança muito frágil e doentia. Ele gostava muito do karate, mas como não
pensava que pudesse fazer dele uma profissão, inscreveu-se e foi aceito como professor de
uma escola primária em 1888 aos 21 anos, aproveitando toda a sua cultura adquirida desde a
infância quando seus avós lhe ensinavam os clássicos chineses. Esta deveria ser sua carreira a
partir de então.

20 – No começo do século XX em 1902, durante a visita de Shitaro Ogawa, que era então
Inspetor Escolar da Prefeitura de Kagoshima, na escola de Funakoshi em Okinawa, foi feita
uma demonstração de karate. Funakoshi impressionou bastante devido ao seu status de
educador. Ogawa ficou tão entusiasmado que inscreveu um relatório ao ministro da educação
elogiando as virtudes da arte. Foi então que o treinamento de karate passou a ser oficialmente
autorizado nas escolas. Até então o karate só era praticado atrás de portas fechadas, isso não
significava que fosse um “segredo”.

21- As casa em Okinawa era muito próxima umas das outras, e tudo que era feito em uma casa
era conhecido pelas oitos casas adjacentes. Enquanto muitos autores pregam o Karate como
sendo um segredo aquela época, ele não era tão secreto assim. O karate era “oficialmente”
secreto (do mesmo modo que os Estados Unidos nunca penetraram no Camboja durante a
guerra do Vietnã).
22 – Contra os pedidos de muitos dos mestres mais antigos do Karate, que eram a favor de
manter tudo em segredo, Funakoshi trouxe o Karate, com a ajuda de Itosu, até o sistema de
escolas públicas. Logo, crianças na escola estavam aprendendo kata como parte das aulas de
Educação Física. A redescoberta da herança étnica de Okinawa era moda, então as aulas de
Karate em Okinawa eram vistas como uma coisa legal.

23- Alguns anos depois, o Almirante Rokuro Yashiro (na época capitão) assistiu a uma
demonstração de Kata. Essa demonstração foi feita por Funakoshi junto a uma equipe
composta por seus melhores alunos. Enquanto ele narrava, os outros executavam kata,
quebravam telhas, e geralmente chegavam aos limites de seus pequenos corpos. Funakoshi
sempre enfatizava o desenvolvimento do caráter e autodisciplina nas suas narrações durante
essas demonstrações. Quando ele participava, gostava de executar o kata Kanku Dai, o maior
do karatê, e talvez o mais representativo. Yashiro ficou tão que ordenou a seus homens que
iniciassem o aprendizado da arte.

24- Em 1912, a Primeira Esquadra Imperial da Marinha ancorou na Baía de Chujo, sob o
comando do Almirante Dewa, que selecionou doze homens da sua tripulação para estudarem
karate durante uma semana.

25 – Foi graças a esses dois oficiais da marinha que o karate começou a ser comentado em
Tokyo. Os japoneses que viam essas demonstrações levavam as histórias sobre o karate
consigo quando voltavam ao Japão. Pela primeira vez em sua história, o Japão acharia algo na
sua pequena possessão de Okinawa além de praias bonitas e o ar puro.

26 – Em 1921, o então Príncipe Herdeiro Hirohito, em viagem para a Europa, fez escala em
Okinawa e assistiu uma demonstração de Karate, liderada por Funakoshi, e ficou muito
impressionado. Por causa disso, no final desse mesmo ano, Funakoshi foi convidado para fazer
uma demonstração de Karate em Tokyo, numa exibição Atlética Nacional. Ele aceitou
imediatamente, acreditando ser essa uma ótima oportunidade para divulgar a arte sua. Sua
demonstração de kata foi um sucesso.

27 – Ele pretendia retornar logo para Okinawa, mas depois da exibição, Funakoshi foi cercado
por pedido para ficar em Tokyo ensinado karate. Uma das pessoas que pediu para que ele
ficasse foi Jigoro Kano, o fundador do Judô e presidente do instituto Kodokan. Funakoshi
resolveu ficar mais alguns dias para demonstrações técnicas no próprio Kodokan. Algum
tempo depois, quando se preparava novamente para retornar a Okinawa, foi visitado pelo
Pintor Hoan Kosugi, quem tinha assistido uma demonstração de karate em Okinawa e pediu
que lhe ensinasse a arte. Mais uma vez sua volta foi adiada.

28 – Funakoshi percebeu que se ele quisesse ver o karate propagando por todo o Japão ele
mesmo teria de fazê-lo, por isso resolveu ficar em Tokyo até que sua missão fosse cumprida.

29 – No Japão, Funakoshi foi ajudado por Jigoro Kano, o homem que reuniu tantos estilos
diferente de Ju Justu ora o Judô. Kano tornou-se amigo íntimo de Funakoshi, e sem sua ajuda
nunca teria havido Karate no Japão. Kano o introduziu as pessoas certas, levou-o as festas
certas, caminhou com ele através dos círculos sociais da elite japonesa. Mais tarde naquele
ano, as classes mais altas dos japoneses se convenceram do valor do treinamento do karate.

30 – Funakoshi fundou um Dojo de Karate num dormitório para estudantes de Okinawa, em


Meisei Junku. Ele trabalhou como jardineiro, zelador e faxineiro para poder se alimentar
enquanto ensinava karate a noite.
31- Em 1922, a pedido do pinto Hoan Kosugi, ele publicou o seu primeiro livro: “Ryukyu Kenpo
Karate”, tratando dos propósitos e a pratica do Karate. Na introdução daquele livro ele já dizia
que “a pena e a espada são inseparáveis como duas rodas de uma carroça”. O grande
terremoto de Kanto em 01 de setembro de 1923 destruiu as placas de seu livro, e levou alguns
de seus alunos com ele. Ninguém morreu com o tremor, os incêndios que provocaram as
mortes. O terremoto ocorreu durante a hora do almoço, no momento em que cada fogão a
gás estava ligado. Os incêndios que ocorreram a seguir eram monstruosos, e a maioria das
vidas perdidas se deu ao fogo. Este livro teve grande popularidade e foi revisado e reeditado
quatro anos após o seu lançamento, com título para: “Rentan Goshin Karate Jutsu”.

32- Em 1925, Funakoshi começou a pegar alunos do vários colégios e universidades da área
metropolitana de Tokyo, e nos anos seguintes esses alunos começaram a fundar seus próprios
clubes e ensinar Karate a estudantes dessas escolas. Como resultado, o Karate começou a se
espalhar por Tokyo. No início da década de 30 haviam clubes de karate em cada universidade
de prestígio de Tokyo. Mas porque estava Funakoshi conseguindo tantos jovens interessados
em Karate desta vez? O Japão estava fazendo uma Guerra de Colonização na Bacia do
Pacífico. Eles invadiram e conquistaram a Coréia, Manchúria, China, Vietnã, Polinésia e outras
áreas. Jovens a ponto de irem para a guerra vinham a Funakoshi para aprender a lutar, assim
eles poderiam sobreviver ao recrutamento nas Forças Armadas Japonesas. O seu número de
alunos aumentou bastante.

33- Por volta de 1933, Funakoshi desenvolveu exercícios básicos para pratica das técnicas em
duplas. Tanto o ataque de cinco passos (Gohon Kumite) como o de um (Ippon Kumite) foram
usados. Em 1934 o método de praticar esses ataques e defesas com colegas de um moo
levemente mais irrestrito, semi – livre (Ju Ippon Kumite), foi adicionado ao treinamento.
Finalmente, em 1935, em estudo de métodos de luta livre (Ju Kumite) com oponentes
finalmente tinha começado. Até então, todo o karate treinado em Okinawa era composto
basicamente de Kata. Isso era tudo. Agora, os alunos poderiam experimentar as técnicas do
kata uns contra os outros se causar danos sérios.

34- Neste mesmo ano de 1935, foi publicado seu próximo livro: “Karate- Do Kyohan”. Este
livro trata basicamente dos katas.

35 – Funakoshi era Taoísta, e ele ensinava Clássicos Chineses, como o Tao Te Ching e Lao Tzu,
enquanto ele estava vivendo em Okinawa. Funakoshi era profundamente religioso. Ele tinha
muito medo de que o karate se tornasse um instrumento de destruição, e provavelmente
queria eliminar do treinamento algumas aplicações mortais dos katas. Então, ele parou de
fazer essas aplicações. Ele também começou a desenvolver estilos de luta que fossem menos
perigosos. Funakoshi teve sucesso ao remover do Karate técnicas de quebras de juntas, de
ossos, dedos nos olhos, chaves de cotovelo, esmagamento de testículos, criando um novo
mundo de desafios e luta em equipe onde somente umas poucas técnicas seriam legais. Ele fez
isso baseado nos seus propósitos e com total conhecimento dos resultados.
36 – Em 1936, Funakoshi mudou os caracteres Kanji utilizados para escrever a palavra Karate.
O caractere “Kara” significava “China”, e o caractere “Te” significava “Mão”. Para popularizar
mais a arte no Japão, ele mudou o caractere Kara por outro que significa “Vazio”. De “Mão
Chinesas” o karate passou a significar “Mãos Vazias”, e com os dois caracteres são lidos
exatamente do mesmo jeito, então a pronuncia da palavra continuou a mesma. Além disso,
Funakoshi defendia que o termo Mãos Vazias seria o mais apropriado, pois representa não só
o fato de o karate ser um método de defesa sem armas, mas também representa o espirito do
karate, que é esvaziar o corpo de todos os desejos e vaidades terrenos. Com essa mudança,
Funakoshi iniciou um trabalho de revisão e simplificação, que também passou pelos nomes dos
katas, pois ele também acreditava que os japoneses não dariam muita atenção por qualquer
coisa que tivesse a ver com dialeto caipira (interiorano) de Okinawa. Por isso ele resolveu
mudar não só o nome da arte, mas também os nomes dos katas. Ele estava certo, e seus
números cresceram mais ainda.

37- Funakoshi tinha 71 anos em 1939, e foi quando ele deu o primeiro passo dentro de um
dojo de karate em 29 de janeiro. O prédio foi feito de doações particulares, e uma placa foi
pendurada sobre a entrada e dizia: “Shotokan”. “Sho” significa “Pinheiro” “To” significa
“ondas” ou som que as árvores quando o vento batia nelas. “Kan” significa “edificação” ou
salão “Shoto” era o pseudônimo que Funakoshi usava para assinar suas caligrafias quando
jovem, pois quando ele iria escrevê-las se recolhia em um lugar mais afastado, onde pudesse
buscar inspirações, ouvindo apenas o barulho dos pinheiros ondulando ao vento. Esse nome
dado ao Shotokan Karate Dojo foi uma homenagem de seus alunos.

38- A necessidade de um treinamento nas artes militares estava em crescimento. Jovens


estavam se amontoando no dojo, vindo de todas as partes do Japão. O karate foi de carona
nessa onda de militarismo e estava desfrutando de uma aceitação acelerada como resultado.

39- Finalmente o Japão cometeu um grande erro. O bombardeio das forças navais americanas
em Pearl Harbor em 07 de dezembro de 1941, foi algo além da conta. Numa tentativa de
prevenir que as embarcações americanas bloqueassem a importação japonesa de matéria-
prima, os japoneses tentaram remover a frota americana e a varrer a influência Ocidental do
próprio Oceano Pacífico. O plano era bombardear os navios de guerra e os porta-aviões que
estavam no território do Havaí.

40- Isso deixaria a força Americana no Pacífico tão fraca que a nação iria pedir a paz para
prevenir a invasão do Havaí e do Alasca. Infelizmente, o pequeno Japão não tinha os recursos,
força humana ou capacidade industrial dos Estados Unidos. Com uma mão nas costas, os
americanos destruíram completamente os Japoneses na Ásia e no Pacífico.

41- Uma das vítimas dos ataques aéreos foi o Shotokan Karate Dojo que havia sido construído
em 1939. Com a América exercendo pressão em Okinawa, a esposa de Funakoshi finalmente
iria deixar a ilha para juntar-se a ele em Kyushu no Sul do Japão. Eles ficaram lá até 1947.

42- Os americanos destruíram tudo que estava no seu caminho. As ilhas foram bombardeadas
do ar, todas as cidades queimadas até o fim, as colinas crivadas de balas pelos cruzadores de
guerra de longe das costas, e então as tropas varreram através da ilha, cercando todo mundo
que estivesse vivo. A era dourada do Karate em Okinawa tinha acabado. Todas as artes
militares haviam sido banidas rapidamente pelas forças ocupantes americanas.
43- Primeiro uma, depois outra bomba atômica explodiu sobre as cidades de Hiroshima e
Nagasaki. Três dias depois bombardeiros americanos sobrevoavam Tokyo em tal quantidade
que chegaram a cobrir o sol. Tokyo foi bombardeada com dispositivos incendiários.
Descobrindo que o governo do Japão estava a ponto de cometer um suicídio vital sobre a
imagem do Imperador, cartas secretas foram passadas para os japoneses garantindo sua
segurança se eles assinassem sua “rendição incondicional”. O Japão estava acabado, a Guerra
do Pacífico também, mas o pesadelo de Funakoshi ainda havia de acabar.

44- Então, Gigo (também conhecido como Yoshitaka, dependendo de como se pronunciava os
caracteres de seu nome), filho de Funakoshi, um promissor jovem mestre de Karate no seu
próprio direito, aquele que Funakoshi estava contando para substitui-lo como instrutor do
Shotokan contraiu tuberculose em 1945 e morreu enquanto teimosamente recusava a comer a
ração americana dada ao povo faminto.

45- Funakoshi e sua esposa tentaram viver em Kyushu, uma área predominantemente rural,
sob ocupação americana no Japão. Mas, em 1947 sua esposa morreu deixando Funakoshi
retornar a Tokyo para reencontrar seus alunos de karate que ainda viviam. Depois que a
guerra havia acabado, as artes militares haviam sido completamente banidas. Entretanto,
alguns alunos de Funakoshi tiveram sucesso em convencer as autoridades que o Karate era um
esporte inofensivo. As autoridades americanas concederam, porque naquela época eles não
tinham ideia do que o Karate realmente era. Também alguns homens estavam interessados
em aprender as artes militares secretas do Japão, então as proibições foram eliminadas
completamente em 1948.

46- Em maio de 1949, os alunos de Funakoshi movem-se para organizar todos os clubes de
karate universitários e privados numa simples organização, e eles a chamaram de Nihon
Karate Kyokai (Associação Japonesa de Karate). Eles nomearam Funakoshi seu Instrutor
chefe. Em 1955, um dos alunos de Funakoshi consegue arranjar um Dojo para a NKK.

47- Em 1957, Funakoshi tinha 89 anos de idade. Ele foi um professor de escola primária e um
estudante de karate. Ele mudou-se para o Japão (e não é um pequeno ato de coragem) e
trouxe o Karate consigo em 1922, dando ao Japão algo de Okinawa com o seu próprio jeito
pacifista. No processo, ele perdeu um filho, sua esposa, o prédio que seus alunos fizeram para
ele, seu lar, e qualquer esperança de uma vida pacífica. Ele suportou uma Guerra Mundial que
resultou em calamidade nacional, ele treinou seus jovens amigos e conheceu suas famílias
apenas para vê-los irem lutar e serem mortos pelas forças invencíveis dos Estados Unidos. Ele
viu o Japão queimar, ele viu os antigos templos e santuários serem totalmente aniquilados, ele
viu bombardeiros enegrecerem o sol, e ele viu um pilar de fumaça negra subir de cada cidade
no Japão que envenenava o ar que ele respirava. Ele viu o Japão cai da glória para uma nação
miserável, dependendo de suprimentos de comida e roupas de seus conquistadores. O cheiro
da fumaça e o cheiro dos mortos, os berros daqueles que foram deixados para morrer
lentamente, o choro das mães que perderam seus filhos e esposas que nunca mais iriam ver os
seus maridos, o medo, o ruído ensurdecedor dos B-29’s voando sobre sua cabeça aos milhares,
os clarões como os de trovões por todo o país quando as bombas explodiram residências, os
flashes de luz na escuridão, a espero no rádio para poder ouvir a voz do Imperador pela
primeira vez, somente para anunciar a rendição, a humilhação de implorar comida aos
soldados... os intermináveis funerais e famílias arruinadas e lares destruídos... Tente imaginar
o que ele suportou!
48 – A lição mais importante que ele nos ensinou está expressa na história de quando ele
passou pelo Dojo principal de Jigoro Kano, o fundador do Judô. Caminhando pela rua, ele
parou e fez uma pequena prece quando passou pelo Kodokan. E se estivesse dirigindo um
carro, ele tiraria seu chapéu quando passasse pelo Kodokan. Seus alunos não entenderam
porque ele estaria rezando pelo sucesso do Judô. Ele explicou: “Eu não estou rezando pelo
Judô, eu estou oferecendo uma prece em respeito ao espírito de Jigoro Kano, sem ele eu não
estaria aqui hoje. ”

49 – Gichin Funakoshi, o “Pai do Karate Moderno”, morreu em 26 de abril de 1957.

50 – Em seu tumulo negro, em forma de cruz, estão as palavras “Karate Ni Sente Nashi” (No
Karate não existe atitude Ofensiva).
Aspectos Técnicos
Atualmente, o treinamento de Karate é sistematizado e divido em três componentes: Kihon,
Kata e Kumite.

Kihon
Kihon é a pratica de técnicas fundamentais: bases, defesas, socos, chutes.

Kata
1 – Katas são exercícios formais, executados de maneira encadeada e pré-determinada
representativo de um estilo de Karate.

2- No Shotokan atualmente são praticados 26 katas.

3- Começa com 5 katas básicos, os Heian que têm como objetivo fazer com que o praticante
adquira habilidade sobre as principais técnicas básicas. Deve-se treinar Heian até que essas
técnicas sejam assimiladas e passem a ser exultadas de formas natural.

4 – Depois vem a série Tekki, com 3 kata. Os kata tekki se caracterizam pela base Kiba-Dachi
(base do cavaleiro). E todos os deslocamentos são para as laterais, ou sejam, somente para
direita e para a esquerda. Como os golpes nesses kata não contam com grandes
deslocamentos (os golpes são curtos), os Tekki têm como objetivo o desenvolvimento do
Kime, através do treinamento, principalmente, da contratação da região subabdominal
(TANDEN).

5- Essas duas séries juntas, Heian e Tekki, foram os Kata básico do Shotokan, e devem ser
dominados por quem pretendem obter a graduação SHODAN (Faixa Preta 1º Grau).

6- Os outros 18 kata são considerados avançados e, entre eles, existem vários “tipos“ de kata.
Cada kata possui um objetivo, e da ênfase a um determinado tipo de treinamento. Existem
katas, por exemplo, que tem como objetivo o desenvolvimento de agilidade (como o Empi),
desenvolvimento e contração/expansão muscular (como Hangetsu), desenvolvimento de uma
base firme (como o Shochin), etc... nossa tarefa é estudar os movimentos dos katas e treinar
aquele que for mais necessário, para desenvolver o que estiver mais precário em nossa
técnica. Para isso é preciso já ter algum conhecimento e domínio técnico, e por isso só são
recomendando para praticante mais graduados

7- Com isso podemos concluir que os katas não são apenas uma “luta simulada”, sem nenhum
sentindo, como muitos costumam definir. Os katas possuem objetivos e aplicações e eles
reúnem todo o conhecimento e beleza do karate –Do.
ITENS PARA ESCLARECER A
HISTÓ RIA NÃ O REGISTRADA
1 – Por não haver nenhum material escrito sobre a história do início do karate, não sabemos
quem o inventou e o desenvolveu, e nem mesmo onde teve a origem e evoluiu.
Sua história pode apenas ser deduzida a partir de lendas antigas que nos foram transmitidas
oralmente, e elas, como a maioria das lendas, tendem a ser criações imaginárias e
provavelmente incorretas.

2- Como sabemos, havia em Okinawa, nos tempos antigos, duas escolas, NAHA-TE e SHURI-TE
e considerava-se que tinha ligação com duas escolas de boxe chinês chamadas WUTANG e
SHORINJi-KEMPO, que apareceram durante as dinastias YUAN, MING e CHIN.

3- A lenda nos conta que a escola Wutang recebeu seu nome a partir da montanha chinesa
onde o karate teria sido praticado pela 1ª vez, enquanto Shorinji e a sua pronuncia japonesa
para o templo Shaolin na província de HUNAN, onde DARUMA pregou o caminho do BUDA.
Seu método de treinamento era uma forma de boxe que veio a ser conhecido como Shorinji-
Kempo. Não há dúvidas de que o boxe chinês realmente cruzou o mar na direção de Okinawa,
onde se misturou com um estilo de luta de punho originaria de Okinawa para formar a base do
que hoje conhecemos como karate.

4- As escolas de boxe estavam relacionadas com duas escolas de Okinawa, Shorin- Ryu e
Shorei-Ryu, o relacionamento que existia entre elas a muito se perdeu na névoa do tempo.
Casualmente, a verdade é a mesma em relação as escolas de Shuri-te e Naha-te.

5 – As técnicas Shorei se adaptavam a uma pessoa de corpo grande, enquanto as técnicas


Shorin para pessoas de compleição menor e de menos força. A escolha Shorei, por exemplo
ensinava uma forma mais eficaz de auto- defesa, mas lhe faltava a mobilidade das escolas
Shorin.

6- Para Funakoshi a sua convicção é que essas escolas deveriam fundir-se numa única,
permitindo assim ao karate-do evoluir de maneira organizada e benéfica na direção do futuro
do homem.

7 – Devido a proibição do Karate, especialistas que praticavam artes marciais as escondidas


incorporaram aqueles movimentos nas danças para confundir as autoridades. Os dançantes de
Okinawa, de ambos os sexos, usam as mãos e os pés muito mais vigorosamente, e tanto a sua
entrada na área de dança como a saída, lembra o começo e o fim de qualquer kata do karate

8 – Na verdade, a essência da arte foi resumida nessa palavra:


“O KARATE COMEÇA E TERMINA COM CORTESIA”
GICHIN FUNAKOSHI
9 – Na época a palavra Karate ainda estava sendo escrita como “MÃOS CHINESAS”, e os
nomes dos katas que escreveu em seu livro tinha sua origem em Okinawa, Pinan, Naifanshi,
Shinto, Seishan, Sanchin, esses foram os nomes que ele aprendeu com o seu professor.
10 - O povo japonês tinha dificuldade em aprende-lo, da transformação de mãos vazias,
começou a mudar os nomes para ficar mais fácil para o uso do povo japonês e agora são
conhecidos em todo o mundo como: Tem no Kata, Chi no Kata, Hito Kata, Empi, Gankaku,
Hangetsu, Meikyo, Hakko, Kiun, Shoin, Hotaku, Shogyo e outros.

11- O Karate atual evoluiu a partir do tempo. Incialmente era conhecido como OKINAWATE, e
o mestre se lembra quando criança de ouvir os mais velhos falarem tanto do Okinawate como
de karate (neste caso a palavra Kara referindo a China) começou então a considerar o
Okinawate como uma arte de luta nativa de Okinawa e o Karate como uma forma Chinesa de
Boxe.

12 – De qualquer modo ele fazia uma clara distinção entre os dois.

13- O karate surgiu, se desenvolveu e se se tornou popular entre as pessoas das ilhas: Porque
eram proibidos por lei de portar armas.

14- Depois de assinado o tratado de paz entre Japão e EUA o karate abriu seu próprio caminho
da paz para o continente americano. Isso aconteceu quando um alto oficial americano pediu
para fazer um giro de três pelas bases do continente, demostrando o karate-do a aviadores
americanos. O escolhido como assistente foi Isao Obate (universidade de Keio), Toshio
Kamata (universidade Waseda) e Masatoshi Nakayama (universidade Takushoku).

15- Assim, o karate-do que na minha infância era uma atividade clandestina local de Okinawa,
finalmente havia se transformado em uma das artes marciais do Japão antes de criar asas e
voar para a América.

16 – Atualmente é conhecido por todo o mundo.

17 – O 1º Campeonato de Karate foi realizado em 1957.

18 – As regras foram tiradas de outros esportes pelo mestre Masatoshi Nakayama com a ajuda
do mestre de Judô Jigoro Kano. Masatoshi foi instrutor chefe do (N.K.K) de 1955 a 1957 ano
em que faleceu.
MASATOSHI NAKAYAMA
Um pouco de sua vida:

Nascido em 1913 em Kanazawa, Japão, começou a treinar karate com o grande mestre
Funakoshi. Depois de se formar pela Universidade Takushoku em 1937 ele foi a Pequim
estudar chinês, e enquanto esteve lá ele também estudou vários estilos de luta chinesa.
Antes desta viagem ele havia obtido a posição de terceiro grau de karate (san-dan). Além e
suas atividades como instrutor de karate, em 1952 se juntou ao corpo docente, que formou e
durante anos foi assistente do diretor do departamento de educação física da Universidade
Takushoku. Ele foi nomeado Instrutor Chefe da Associação Japonesa de Karate em 1955 e foi
recompensado como a posição de 8º grau. Durante anos ele ensinou karate em vários países
do mundo inteiro.

Um dos pensamentos do mestre Masatoshi Nakayama

Treinamento árduo é necessário para s obter proficiência, portem treinamento desinteressado


e não sistemático, trará mais prejuízo do que benefício.

Em 1949, então com 36 anos, Nakayama compareceu a uma reunião com o seu Mestre
Funakoshi e alguns de seus melhores alunos para discutir as artes marciais e seu futuro num
Japão devastado pela guerra.
Foi deste encontro que nasceu a Associação Japonesa de Karatê (Nihon Karatê Kyokai).
Nakayama, provavelmente por sua afinidade com o velho mestre e seu conhecimento das
complexidades do esporte, foi encarregado de estabelecer técnicas e normas para o grupo
recém-formado, isto foi anos antes da Associação Japonesa de Karatê polarizar os diversos
grupos de Karatê no Japão.
Mas o interesse pelo esporte estava crescendo, e inclusive as forças armadas de ocupação
Americanas começavam a se mostrar atraídas pelo Karatê. Alguns grupos americanos, sob a
proteção das forças armadas pediram a diversos senseis (professores) Japoneses de gabaritos
para ensinar as tropas Americanas. Com o interesse crescia, o comando aéreo estratégico
enviou um contingente especial de homens para aprenderem Karatê. De modo a poder
importar a arte para os Estados Unidos, e Nakayama começou a viajar pelo Japão visitando as
bases militares e instruindo as tropas do comando Aéreo Estratégico.
“Aquelas Classes”, ele dizia, “eram constituídas de jovens na faixa dos vintes anos que eram
enviados por seis meses no Japão, então retornavam aos Estados Unidos para compartilhar o
que haviam aprendido com os companheiros, que serviam no seu País.” Estas aulas
continuaram por dez anos, e quando chegavam ao fim do curso às tropas Americanas
realizavam torneis de brincadeira para testarem suas habilidades, estes torneios improvisados
eram eficientes e divertidos, e deram a Nakayama uma experiência valiosa que ele utilizaria
mais tarde durante sua permanência como juiz chefe da Associação Japonesa de Karatê.
Mas suas experiências com estrangeiros sob sua orientação no aprendizado do Karatê não
parou por ai. “Agora quando visitava a Europa ou os Estados Unidos, ele dizia eu encontro
pessoas que se aproximam e dizem, eu treinei com o senhor, Nakayama Sensei, enquanto
servia a tropa Aérea ou o Exército, é uma sensação muito boa, mas não tão boa quanto saber
que fui um instrumento da difusão desta nobre arte, este era o desafio real”.
Outro grande desafio para Nakayama foi em 1957 quando o Governo Japonês oficializou a
Associação Japonesa de Karatê, o grupo imediatamente começou a trabalhar para estabelecer
os princípios fundamentais e sistemas para solidificar a Associação, e para faze-la tornar-se
está forte e ás vezes controversa entidade que é hoje.
Nakayama, sendo um dos seus fundadores, permaneceu encarregado das técnicas e recebeu a
chefia de um departamento, para substituir o que previamente fora uma designação casual.
A Associação Japonesa de Karatê estava indo a todo vapor, mas ainda se passaram seis anos
antes que a Associação fizesse esforços para registar outras escolas de Karatê, de centenas de
estilos e Dojos (academia) diferentes através do Japão. Quando a tentativa de unificação
chegou, Nakayama foi muito útil classificando as várias escolas e organizou o que agora seria
conhecida como Federação das Organizações de Karatê de todo o Japão.
Em outubro de 1964, a federação presidiu sua primeira exibição de todos os estilos, no famoso
Budokan (Ginásio de encontros que fica no centro de Tokyo), como chefe do departamento de
técnicas, Nakayama entusiasticamente empreendeu-se na tarefa de organizar e promover o
evento, que desfrutou de um sucesso sem procedentes, “Foi mais do que esperávamos”, disse
Nakayama. “Houve um grande público, especialmente Karatecas Internacionais, e muitos
vieram a mim mais tarde sugerindo que abríssemos a próxima exibição para escolas de outros
Países”.
Na verdade levou quatro anos para que aquele plano germinasse, mas em 1968
representantes de todas as partes do mundo reuniram-se para o Campeonato Central
Americano de Karatê, no qual Nakayama atuou como chefe dos juízes, portanto este torneio
não foi um completo sucesso na opinião de Nakayama, porém foi provado a diversas
organizações que a ideia de um campeonato multinacional de Karatê era viável,
subsequentemente, o “Primeiro Campeonato Mundial” foi realizado em Tokyo, e novamente
Nakayama atuou como juiz principal, apesar dos estilistas do SHOTOKAN terem dominado o
evento, 24 países participaram, não houveram maiores problemas, e foram feitos planos para
um segundo campeonato.
O sucesso projetado na nova Federação teve vida curta, e Nakayama encontrou-se em meio a
uma tempestade de controvérsias logo após o II campeonato Mundial, em Paris, como ele era
o árbitro principal, muitas nações aparentemente se sentiram lesadas durante as celebrações,
e muitos times se retiraram do tornei.
Porém todos os anos de trabalho não foram em vão e vários planos para outros campeonatos
vieram a acontecer, sem dúvidas o veterano Nakayama sempre teve sua atenção voltadas para
estes eventos, uma de suas maiores preocupações sempre foi a de tentar desenvolver novas
ideias para o Karatê, utilizando-se para isso as influências de outras artes orientais de defesa
pessoal, e com certeza ele já teve muitas experiências neste campo.
Enquanto vivia em Pequim, num intercâmbio de estudantes, na China dos anos 30, ele dedicou
muito de seu tempo aprendendo métodos chineses de defesa-pessoal, inclusive ganhando
certa notoriedade praticando lado a lado como muitos artistas marciais mandarins, “A onde o
Karatê Japoneses é forte e dinâmico”, dizia Nakayama, “os movimentos de Kempo chinês
apresenta-se frágeis e grandiosos, a onde o Karatê possui movimentos fragmentados e
separados, seu irmão chinês é continuo e fluído, a onde o karatê japonês enfatiza um golpe no
fim de cada movimento, como explosão de uma granada de mão, o Budo Chinês (arte marcial
chinesa) é mais similar ao movimento da espada ou o contínuo rajar de uma metralhadora
assim sendo ele afirmava, “A técnica Japonesa tem como objetivo conservar energia e
potência até o momento crucial, enquanto que o Kempo gasta sistematicamente a energia e
isto resulta em uma redução da potência na hora do golpe de fato”.
Nakayama, relembrando seus dias em Pequim, acreditava que retornou daquelas experiências
com o Budo Chinês e Japonês, e apesar da discrepância entre os respectivos Budos, as duas
culturas tiveram o mesmo objetivo ao criar uma forma de expressão físicas baseada na
tradição cultural e envolta em um profundo significado filosófico.
“Eu aprendi que apesar das diferenças entre os dois Budos, haviam alguns laços ideológicos
entre as pessoas de todo os Países, coisa essas que iam além do conceito de fronteiras
Nacionais”. E eu decidi que para experimentar e apreciar estas diferenças e semelhanças mais
efetivamente, eu deveria me livrar de alguns de meus preconceitos Japoneses e mergulhar
mais na cultura do País que me hospedava.
Nakayama realmente submergiu na cultura Chinesa, ele foi apresentado a um velho artista
marcial Chinês do nome Pai, ele contava, que havia aprendido a usar o interior de seus pés
com tamanha habilidade, que ele podia dominar uma ágil obstrução literalmente envolvendo
sua perna em volta do braço obstrutor para completar o golpe e derrubar o adversário. “Eu
nunca adquiri tamanha habilidade” dizia Nakayama, um dos mais reconhecidos e principais
expoentes do Karatê Shotokan em todo mundo, “Mas aprendi a usar pés com grande
versatilidade e ainda agora prefiro aplicar este golpe ao meio do que à parte mais abaixo do
corpo adversário”.
Após a derrota do Japão na segunda guerra mundial, Masatoshi Nakayama retornou a Tóquio
em 1946 com desejo de lecionar chinês, mas como a maioria dos japoneses naqueles dias
estavam empenhados na reconstrução do País, ele foi forçado a trabalhar vendendo roupas de
baixo para poder se sustentar.
Foi por esta época que ele compareceu a uma exibição no Kodo Hall em Tóquio, lá ele
encontrou muitos dos seus ex-companheiros e antigos alunos eu pelo grande respeito por sua
perícia neste tradicional esporte, homenagearam-no anunciando uma classificação especial em
seu nome, NAKAYAMA SAN DAN (Nakayama terceiro grau), designado para ser conferido
exclusivamente para os melhores budokas (praticantes de Budo), logos Nakayama foi
convidado para ensinar Karatê novamente, e seguiu esta brilhante carreira com grande zelo,
durante o tempo em que ele esteve encarregado de ensinar as Forças Armadas Americanas,
ele praticou e concebeu uma nova ideia para classificação de níveis para graduações.
Em 1954 seu departamento na Associação Japonesa de Karatê havia estabelecido cinco níveis
individuais de dans (graus) e firmado regras pelas quais os karatecas japoneses haveriam de
ser sancionadas para ensinar a arte do karatê, ele também foi muito útil ao conferir licenças
para sandan (terceiro grau) em diante, as regras anteriores eram tão negligentes que quase
qualquer um com um pouco de tino comercial e uma faixa preta poderia montar seu próprio
Dojo.
Em 1961 Nakayama expandiu ainda mais seu sistema de graduação para oito, e passou emitir
licenças de ensino a partir do quinto nível (Godan 5º Grau), entretanto, não é apenas
formulação de regras e conferir os danas para o velho mestre, o Sensei incansavelmente
estudou os vários sistemas para ele elevar o nível do Karatê, e constantemente apropriou-se
das outras artes de defesa pessoal de modo a melhorar seu estilo, em 1954 ele foi
apresentado a um grande professor de boxe Tailandês enquanto estava fazendo uma
demonstração de Karatê para o Rei Pumipon Adounded, da Tailândia, depois de ver uma breve
apresentação, o especialista de boxe-tailandês quis tomar aulas de karatê, e desafiou
Nakayama para uma luta para ver se o karatê poderia ser superior ao boxe-tailandês,
Nakayama recusou o desafio, e explicou ao público que os princípios fundamentais da sua arte
eram tão incompatíveis com o do boxe-tailandês que o resultado só poderia ser comparado a
uma briga entra cão e gato.
Durante esta viagem de demonstração na Tailândia, todavia, muitos professores de boxe-
tailandês aprenderam algumas técnicas que ele futuramente aplicaria em sua própria arte. E,
de acordo com Nakayama, muitos movimentos do Karatê, como o pontapé voador, foram
úteis no desenvolvimento do boxe-tailandês, talvez o desenvolvimento mais importante das
diferentes artes tenha sido a adaptação do boxe-tailandês em fixar um objetivo, mudando sua
característica de dar golpes indiscriminados, e contribuindo com uma confiança em maior
sofisticação ao velho jogo Tailandês. Nakayama acreditava que esta objetivação foi a maior e
mais eloquente contribuição ao boxe-tailandês, e que isto eventualmente transformou o
esporte em uma forma mais suave e hábil de defesa pessoal.
Nakayama aprendeu um pouco de “punchak” o método indonésio de luta de joelhos, ele
viajou para Indonésia a fim de dar aulas de Karatê para o pessoal militar sediado lá “O estilo
malásio de Budo se parece muito com a versão Chinesa”, ele dizia, mas é muito mais forte,
que o punchak, como o boxe-tailandês, é gasta muita energia antes que o contato seja feito,
“isto é muito imprevidente”, e continuava, o Budo Japonês, todavia, focaliza a energia e
direciona esta energia através de uma cronometragem e mira, ele através de seus estudos de
várias artes marciais, desenvolveu uma fórmula simples, a que chamou “KIMERU”, que é
baseada no conceito de que a mira (ou pontaria) mais cronometragem é igual ao foco.
Nakayama acreditava que esta fascinação pelo “foco” é de máxima importância para os
karatecas superiores, esta é a diferença básica entre o estilo de Funakoshi e os estilos
populares modernos que vêm imitando algumas artes marciais chinesas, como o kung-fu, os
estilos da Associação Japonesa de Karatê, dizia ele, são os mesmo que originalmente eram
ensinados em Okinawa, com referência aos wazas que originalmente eram ensinados em
Okinawa, com referência aos wazas (pontos) no Kumite (luta) usando-os como armas, se eu
mirar meu golpe para desferi-lo a um quarto de polegada a frente da garganta, é la que ele
será completado, se meu foco estiver correto, nós poderemos adquirir esta pontaria e
cronometragem apenas através dos treinos diários, e então só nos resta enrijecer as partes
estratégicas do nosso corpo, os calcanhares, as mãos ou os dedos, transformando-o em armas
mortais, e então podemos “focaliza-las ” melhor.
Para Nakayama não há outro método para praticar o Karatê a não ser a maneira prescrita
pelos antigos “Ryu Kyuans” (moradores das ilhas Ryukyu), eu vejo muitos senseis japoneses,
que atraídos pelos movimentos mais graciosos dos Budo Chinês, esquecem-se de enfatizar
este aspecto tão importante do Karatê, quando eles fazem isso, eles não podem ser
considerados entre os verdadeiros professores de Karatê, isto já está se tornando um sério
problema aqui no Japão, os Chineses tendem a enfatizar um aspecto de sua arte que é de criar
um corpo atlético musculoso e saudável, ao passo que o Budo Japonês tende as suas
características de defesa, é este o ênfase que o Karatê dá a defesa física que faz o único no
mundo, é óbvio que alguns praticantes mais liberais do Karatê desconsideram Nakayama como
um conservador mas aparentemente sua opinião estava formada, seu sistema de acordo com
os especialistas do Karatê, é a legitima descendência da arte trazida de Okinawa para o Japão
por Gichin Funakoshi.
O velho mestre estaria satisfeito de algum modo, seu pupilo Nakayama não acrescentou a
essência da fluidez das outras artes marciais apenas, como também conseguiu conservar o
Karatê num “FOCO” afiado durante sua longa carreira.

MASATOSHI NAKAYAMA

Falecido em 1987
A HISTÓ RIA DO BUSHIDO
O Bushido, que pode ser literalmente traduzido como “Caminho do Guerreiro”, surgiu no
Japão entre as Eras Heian e Tokugawa (Séculos IX-XII). Ele foi um código de ética e um meio
de vida para os samurais, uma classe de guerreiros similar aos Cavaleiros Medievais da
Europa.
O Bushido dava ênfase à lealdade, auto sacrifício, justiça, bom senso, modos refinados,
pureza, modéstia, sobriedade, espírito marcial, honra e afeição.

“Não tenho pais, faço do Céu do e da Terra meu pais;


Não tenho lar, faço do Saika tanden meu lar;
Não tenho poder divino, faço da honestidade meu poder;
Não tenho meios, faço da docilidade meus meios;
Não tenho mágico, faço da personalidade minha magia;
Não tenho vida nem morte, faço do eterno minha vida e minha morte;
Não tenho corpo, faço da força meu corpo;
Não tenho olhos, faço do relampo meus olhos;
Não tenho ouvido, faço da sensibilidade meus ouvidos;
Não tenho membros, faço da prontidão meus membros;
Não tenho leis, faço da autoproteção minha lei;
Não tenho estratégias, faço da liberdade de matar ressuscitar minha estratégia;
Não tenho forma, faço da astúcia minha forma;
Não tenho milagres, faço da justiça meus milagres;
Não tenho princípios, faço da adaptabilidade meu princípio;
Não tenho táticas, faço da rapidez minha tática;
Não tenho amigos, faço da minha mente meu amigo;
Não tenho inimigos, faço da imprudência meu inimigo;
Não tenho armadura, faço da benevolência e da retidão minha armadura;
Não tenho castelo, faço da mente meu castelo;
“Não tenho espada, faço do sonho e de minha mente minha espada.”
Origens e influencias
O Bushido foi influenciado pelo Budismo Zen, Xintoísmo e Confucionismo. A combinação
dessas escolas filosóficas formou o código de ética dos samurais.
Do Budismo, o Bushido recebeu sua relação com o perigo e com a morte. O samurai não temia
a morte porque ele acreditava no que o Budismo ensinava, que depois da morte haveria a
reencarnação e ele poderia viver outra vida na Terra novamente. Através do Zen, uma escola
do Budismo, pode-se alcançar o “ Absoluto”. A meditação Zen permite alcançar um nível
espiritual que não pode ser descrito através de palavras. O Zen ensina o autoconhecimento e a
não se limitar a si próprio. Um samurai usava isto como uma ferramenta para controlar o seu
medo, instabilidade e erros. Estas coisas poderiam leva-lo a morte. O Xintoísmo, outra
doutrina japonesa, deu ao Bushido sua lealdade e o patriotismo. O Xintoísmo incluía a
adoração aos ancestrais, a qual fazia a família imperial o centro de toda nação. Isso conferia ao
imperador uma reverencia divina. Ele era a personificação do Céu na Terra. Com a mesma
lealdade, os samurais comprometiam-se para com o Imperador e seus Daimyo ou Senhores
Feudais, o mais alto posto samurai. O Xintoísmo também foi a espinha dorsal do patriotismo
da sua nação. Eles acreditam que a terra não estava lá meramente para atender suas
necessidades, “ela era a residência sagrada para os deuses, os espíritos de seus
antepassados...” A terra era cuidada, protegida de criada através de um intenso patriotismo.
O Confucionismo deu ao Bushido sua crença no relacionamento com a humanidade, seu meio-
ambiente e sua família. A ênfase do Confucionismo em cinco relacionamentos morais: entre
senhor e empregado, pai e filho, marido e mulher, irmão mais e mais novo, e entre amigo e
amigo, era o que os samurais seguiam. Entretanto, os samurais discordavam fortemente de
muitos dos ensinamentos de Confúcio. Eles acreditavam que os homens não deveriam sentar e
ler livros todos os dias, nem escrever poemas todos os dias, o que para um intelectual era
considerado como uma máquina. Em vez disso o Bushido acreditava que o homem e o
universo foram feitos para serem semelhantes tanto no espírito quanto na ética.
Junto com estas virtudes, o Bushido também compreendia justiça, benevolente, amor,
sinceridade, honestidade, autocontrole e o máximo respeito. Justiça é um dos principais
fatores do código dos samurais. Atos desonestos e injustiças eram considerados baixos e
desumanos. Amor e benevolência eram virtudes supremas e atos nobres. Os samurais seguiam
uma etiqueta específica no seu dia-a-dia tanto quanto na guerra. Sinceridade e honestidade
eram tão valiosos quanto suas vidas. “Bushi no ichi gon”, ou “a palavra de um samurai”
transcendia o pacto de lealdade e confiança. Como em tai pactos não existiam necessidade de
uma garantia por escrito, eram considerados inferiores a dignidade. O samurai também
necessitava de autocontrole e estoicismo (rigidez moral, ou seja, sempre se mostrar firme e
impassibilidade em face da dor ou infortúnio, ou seja, não demonstrar fraqueza) para sem
completamente honrado. Ele não apresentava sinais de dor ou alegria. Ele suportava tudo sem
lamentos, sem lágrimas. Ele mantinha a tranquilidade de conduta e compostura de uma mente
inabalável, a qual não deveria ser perturbada por paixões de qualquer tipo. Eles foram
verdadeiros e completos guerreiros.
Ainda que simples, do Bushido criou um ponto de vista que alimentou uma nação através da
maioria de seus tempos problemáticos, através de guerras civis, desespero e incertezas.
O Samurai e o seu relacionamento
com o Bushido
No Japão a classe de guerreiro era conhecida como samurai, também chamados de Bushi (daí
o nome Bushido). Eles formaram uma classe durante os séculos IX à XII. Eles emergiram de
províncias do Japão para tornarem-se a classe dominante até o seu declínio seguido da total
abolição em 1876 durante a Era Meiji.
Os samurais eram guerreiros, habilidosos em artes marciais. O samurai tinha amplas
habilidades no seu uso do arco e flecha e da espada. Os samurais também eram grandes
cavalheiros.
Esses guerreiros eram homens que viveram através do Bushido; ele era o seu meio de vida. A
lealdade do samurai com o Imperador e ao seu lorde (ou Daimyo) era insuperável. Eles eram
leais e honestos. Eles viveram modestamente, sem interesses em riquezas materiais, mas sim
em honra e orgulho. Eles foram homens de verdadeiro valor. O samurai não tinha medo da
morte. Ele poderia entrar em qualquer batalha, não importando as desigualdades. Morrer em
batalha iria somente levar honra a sua família e ao seu lorde.
Os samurais geralmente preferiam lutar sozinhos, um a um. Em batalha, um samurai poderia
pôr em risco o nome de sua família, seu posto, e seus méritos. Por isso, ele procurava um
oponente com um posto similar e travava batalha. Quando um samurai era morto, seu
oponente o decapitava. Após a batalha, ele trazia a cabeça de seus inimigos como prova de sua
vitória. Cabeças de generais e daqueles de alto posto eram trazidos para a capital e mostrados
para os oficiais. A única saída para um samurai derrotado era a morte pelo suicídio ritual: o
seppuku.
O seppuku também era conhecido como harakiri, ou “cortar o ventre “, e quando o samurai
apunhala uma faca em seu próprio abdômen e literalmente “se esquarteja“. Após se
apunhalar, outro samurai, geralmente um parente ou amigo, corta sua cabeça. Essa forma de
suicídio era executada sob várias circunstancias: para evitar a captura em batalha, a qual o
samurai não acreditava ser desonrosa, mas geralmente mal politicamente para pagar por um
crime ou ato indigno; e talvez o mais interessante, para agradar o seu lorde. Um samurai
preferia suicidar-se do que levar vergonha e desgraça ao nome de sua família ou seu lorde. Isto
era considerado um ato de verdadeira honra.
Os samurais tornaram-se a classe dominante durante os séculos XV e XVI. No século XVII houve
um tempo de unificação, cessando as guerras no Japão. Então perto do final da Era Tokugawa,
no final do século XVIII o Japão começou a caminhar em direção a modernização e ao modo de
vida Ocidental. Não necessitavam mais de lutadores, de guerreiros, de samurais. Os samurais
em seu modo de vida foram oficialmente abolidos no começo de 1870, mas não esquecidos.
NIHON KARATE KYOKAI
A Nihon Karate Kyokai (Japan Karate Association- JKA), (Associação Japonesa De Karate) foi
fundada em 1949, e teve o seu primeiro instrutor chefe o mestre Gichin Funakoshi. Desde
então, ela tem se dedicado à popularização e expansão do karate por todo mundo, tendo sido
reconhecida em 1957 pelo governo japonês como a única organização legal de karate sem fins
lucrativos do Japão, o fato que permanece até os dias de hoje.
A Associação tem formado muitos instrutores profissionais, através de seu curso especial para
a formação de instrutores e karate e, desse modo, tem se firmado como uma das principais
organizações mundiais, desde a sua fundação. Sua filosofia educacional, voltada para formação
do caráter individual através do treinamento diário, só contribui para aumentar sua reputação.
Atualmente a cerca de 1.500 instrutores oficiais formados pela JKA ensina o karate por todo o
mundo.
O emblema vermelho e branco da JKA simboliza o Sol e a Lua. O Sol (vermelho) representa o
estado YO, e sugere força e energia, como num ataque poderoso. A Lua (branco), por sua vez,
representa estado IN, e dá a ideia de calma e tranquilidade, como numa defesa consciente. Os
estados YO e IN são opostos. Eles se completam e precisam interagir harmoniosamente. O Sol
e a Lua representam a harmonia do Universo, e também simbolizam o objetivo do karate, que
é o desenvolvimento do corpo e da mente através do treinamento.
Não há dúvidas que o karate-do, como parte da cultura japonesa, tem desempenhado um
importante papel diplomático. Durante os últimos 40 anos, Nihon Karate Kyokai enviou mais
de 200 instrutores de karate para todo mundo, proporcionando um treinamento de auto nível
e contribuindo para o fortalecimento das relações culturais entre o Japão e outros Países.
TOKYO
Desde que o Shogun Tokugawa Ieyasu unificou a nação, construindo o Castelo de Edo e
estabelecendo o Shogunato Tokugawa, a cidade de Edo Tornou-se o centro administrativo da
nação.
Em 1868, o Imperado Meiji, muitas vezes chamado de “Pai do Japão Moderno”, transferiu a
corte imperial de Kyoto para Edo. Com isso, a cidade de Edo passou a se chamar Tokyo, que
significa literalmente “Capital do Leste”, tornando-se a capital oficial do Japão
Hoje em dia, Tokyo é uma cidade excitante e fascinante, uma cidade que nunca para.
Diferentemente do ambiente tranquilo dos templos e santuários japoneses, Tokyo pode ser
considerada uma “cidade do mundo”, com muita agitação e sofisticação. Andando por suas
ruas movimentadas, cercadas por arranha-céus, facilmente pode-se encontrar alguém que fale
a língua inglesa (ainda com a pronuncia não muito boa), o que se torna uma facilidade
oferecida pela cidade aos seus visitantes vindos de todo o mundo.
Por seus muitos museus e galerias de arte pode-se fazer um excelente passeio cultural. Os
teatros são outra opção sempre presente, onde pode-se ver desde o tradicional Kabuki até as
óperas europeias. Para quem prefere a vida noturna, há boates para todos os gostos,
principalmente nos bairros de Roppongi e Ginza, os mais agitados.
Pequeno Resumo sobre outros
Estilos

Goju – Ryu
Forte internamente.

Ju
Gentil por fora.

Esse estilo não foi criado para torneios e sim como defesa pessoal para enfrentar situações
reais, que podem enfrentar. Temos uma arte marcial forte e flexível. Quando o adversário se
encolhe ela se torna forte, dura, mas quando o adversário cresce se fortalece e ela se torna
flexível, ágil, para poder envolver e direcionar a força do oponente (como um gato) apelido de
Gogen Yamaguichi.

O nome do Goju-Ryu0 foi dado em 1935 pelo mestre Choujin Miyagi (1888- 1953) aluno de
Kanryo Higa (SHI) ona (1853- 1917).

Wado Ryu
Wa- Harmonia do Espírito Do- Caminho da paz.

Criado por Hironori Otsuka enfatizam os desvios e entretenimento do confronto.


Significado do Tigre no Karatê
Shotokan

Significado do Tigre no Karatê Shotokan - O tigre foi pintado por Hoan Kosugi, um dos homens
que ajudaram o Mestre Gichin Funakoshi na difícil missão de divulgar o Karatê por todo o
Japão.
Hoan Kosugi foi um grande artista japonês e um dos responsáveis por convencer
o Mestre Funakoshi a transmitir seus conhecimentos sobre o Karatê. Além de convencer o
Mestre Funakoshi a permanecer em Tóquio e ensinar suas técnicas, também o convenceu a
escrever um livro para que ficasse registrado seus conhecimentos.
Em 1922 a pedido do artista Hoan Kosugi, Funakoshi publicou seu primeiro livro, Ryukyu
Kempo Karatê. Com um grande terremoto em 1923, foi destruída as placas de seu livro. Este
livro foi revisado e reeditado quatro anos após seu lançamento, pois teve grande
popularidade, com o título alterado para Rentan Goshin Karatê Jutsu. E em 1935, foi publicado
mais um livro, Karatê-do Kyohan.
É neste Livro Karatê-do Kyohan, que Hoan Kosugi pinta o tigre para servir de ilustração na capa
do livro e as letras junto à cauda do tigre são a assinatura do artista.
Conta-se que o significado está relacionado com o costume de Funakoshi, que tinha o hábito
depois dos treinos e do trabalho, de querer estar só e relaxar no Monte Tora, perto de Shuri. O
monte quando visto de longe, dava a impressão de ser a “cauda de Tigre”, pois era muito
fechado pelas árvores. Era onde escutava a brisa passar sobre os pinheiros, daí a escolha do
seu pseudônimo literário.
O tigre representa força e coragem. É um animal felino, de aproximação lenta, estuda suas
presas e também seus inimigos. Capaz de percorrer distâncias para perseguir suas presas,
possui uma força muscular enorme, audição fora do comum, olfato aguçado e tem uma visão
seis vezes maior que o ser humano, principalmente à noite.
Faixa Amarela

Kiiro Obi Faixa Amarela – Amarela (6º Kyu): O Sol. Da mesma forma que o sol nasce todos os
dias, o seitôwa (aluno) dessa graduação nasce para o Karate dando inicio a longa caminhada
em seu aprendizado.
Essa faixa, pela sua vibração, dá mais energia física, mostrando que agora, mais do
que nunca é necessária força de vontade para não desistir da conquista dos seus
ideais. Persistência, força física, estímulo e poder são seus traços típicos.
Assim como o sol nascente, o conhecimento começa a aflorar para o iniciante. Agora
ele pode vislumbrar um pouco da iluminação da descoberta e da realidade do que é o
Karatê. Entretanto, assim como o amarelo é uma cor primária, isto é, não pode ser
formado pela mistura de outras cores, ele também deve manter-se puro dentro da
escola de Karatê que escolheu ainda evitando misturar outras coisas aos
conhecimentos que está recebendo para não se confundir dentro do verdadeiro
Karatê.
Yoko Gueri

Yoko Gueri: Um ataque totalmente lateral, o corpo acompanhar a perna, chute com o sabre
do pé, pode ser feito em Zenkutsu Dachi ou Kiba Dachi. Na altura Keague atingindo em baixo
do queixo e Kekomi na altura do estomago.

Ura Mawashi

Ura Mawashi: Ataque circular de fora para dentro, ao contrário do Mawashi é batido com
Josokutei a sola do pé.
Matéria de Estudo para Exame de
faixa
6ª Kyu para 5º Kyu: Faixa Amarela para Vermelha
KIHON

1º Nihon-Zuki. Avançar cinco passos.


Voltar cinco passos executando o mesmo ataque.

2º Guiaku-Zuki. Avançar cinco passos.


Voltar cinco passos executando o mesmo ataque.

3º Ague-Uke com contra-ataque de Guiaku-Zuki. Avançar cinco passos.


Voltar cinco passos executando a mesma defesa e contra-ataque.

4º Soto-Uke com contra-ataque de Guiaku-Zuki. Avançar cinco passos.


Voltar cinco passos executando a mesma defesa e contra-ataque.

5º Utchi-Uke com contra-ataque de Guiaku-Zuki. Avançar cinco passos.


Voltar cinco passos executando a mesma defesa e contra-ataque.

6º Guedan Barai com contra-ataque de Guiaku-Zuki. Avançar cinco passos.


Voltar cinco passos executando a mesma defesa e contra-ataque.

7º Morote-Uke. Avançar cinco passos.


Voltar cinco passos executando a mesma defesa.

8º Mae-Gueri com contra-ataque de Guiaku-Zuki. Avançar cinco passos.


Voltar cinco passos executando o mesmo chute e contra-ataque.

9º Mawashi-Gueri com contra-ataque de Guiaku-Zuki. Avançar cinco passos.


Voltar cinco passos executando o mesmo chute e contra-ataque

10º Ura-Mawashi. Avançar cinco passos.


Voltar cinco passos executando o mesmo chute.

11º Shuto-Uke com contra-ataque de Guiaku- Nukite em Zenkutsu-Dachi. Avançar cinco


passos.
Voltar cinco passos executando a mesma defesa e contra-ataque.

12º Yoko-Gueri Kekomi. Avançar três passos.


Voltar três passos executando o mesmo chute.

Kata: HEIAN-NIDAN.

KUMITE: - GOHON-KUMITE.
Exercício igual ao Sambon-Kumite, só que ao invés de três passos muda para cinco.

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