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Introdução
O Karate é uma arte marcial de origem oriental que tem como principal objetivo
a capacitação física, mental e espiritual de seus praticantes para situações que
esses possam vir a enfrentar no dia-a-dia.
Nesse trabalho abordaremos inicialmente um resumo da história do Karate de
Okinawa, ou seja, quando ainda não havia variação de estilos, e
posteriormente nos deteremos ao entendimento do desenvolvimento histórico e
filosófico do estilo Kyokushinkaikan.
A lenda diz que por volta de 525 dC, Bodhidharma viajou pela China para
ensinar o budismo e chegou a um Templo Shaolin onde notou que os monges
eram extremamente fracos fisicamente, devido à inatividade física e às longas
horas de meditação. Bodhidharma então ensinou aos monges Shaolin técnicas
de respiração e exercícios que hoje conhecemos como yoga, ao mesmo tempo
que ensinava sobre a filosofia zen. A intenção de Bodhidharma era ressaltar a
importância da união entre corpo e mente, de modo que ambos estivessem
alinhados e fortalecidos.
Origem do Karate-do
Desde então, o Karate busca reconhecimento do COI para que se torne uma
modalidade constante nos Jogos Olímpicos, apesar de já possuir grande
aceitação mundial, além de organizações e confederações mundiais
organizadas e reconhecidas como entidades máximas do esporte.
Não satisfeito, Oyama passa então a lutar contra touros utilizando somente
suas habilidades. Ao longo da vida Oyama lutou contra 52 touros, dentre os
quais matou 3. Dava o touro como vencido ao partir-lhe o chifre com a sua
técnica de Shuto (golpe com a mão em posição de faca), derrubando-o com um
só golpe.
Em 1960 o jornal The New York Times elege Oyama como “o homem mais
duro do mundo”.
Em 1964 Oyama cria a IKO (International Karate Organization Kyokushin-kai),
a primeira organização mundial de Karate Kyokushin-kai, com o objetivo de
divulgar, organizar e estruturar seu estilo de Karate, baseado no intenso
condicionamento físico e mental.
Posteriormente, a IKO de Oyama seria desafiada por outras escolas e
organizações, mas nunca superada nas competições propostas. Oyama
organizou competições mundiais, demonstrações públicas e publicou livros
para divulgação de seu conhecimento e do seu estilo de Karate.
Oyama também publicou livros. Seu primeiro livro foi “What is Karate?”, de
1958. Mais tarde, devido ao sucesso do primeiro livro, publicou “This is Karate”,
em 1965. Em 1984 publicou o livro “Karate, The World of the Ultimate”.
Atualmente as organizações do Karate Kyokushin-kai estão presente em mais
de 130 países que possuem competições regionais e nacionais, que preparam
os lutadores para o Torneio Mundial disputado em Tokyo a cada 4 anos.
Após a morte de Oyama, os direitos de utilização da marca e do estilo
Kyokushin-kai foram disputados por familiares e alunos, de modo que
ocorreram divisões na IKO criada por Oyama. Assim sendo, três variações
surgiram após isso, a IKO1, a IKO2 e a IKO3, cada uma com líderes diferentes,
mas que seguem de certo modo a mesma filosofia e tipo de treinamento
proveniente do Kyokushin-kai.
“Não devemos brigar por um motivo insignificante, mas sim lutar pela justiça e
é para essa luta que o homem necessita de forças”. - Masutatsu Oyama
Após a morte de Masutatsu Oyama, em 1994, a IKO foi dividida, sendo que o
direito de uso da marca “Kyokushin” foi disputado por familiares de Oyama e
ex-alunos. Essas disputas foram motivadas principalmente por dinheiro e
questões político-ideológicas, que levaram a IKO a ser dividida em três
organizações com comandos diferentes, a IKO1, a IKO2 e a IKO3. Essas
instituições nada mais são do que “braços” da IKO original, seguem os mesmos
princípios filosóficos e técnicos. Essas divisões originariam posteriormente,
estilos variados do Kyokushin-kai.
No Brasil, temos representantes da IKO1 (Shihan Seiji Isobe) e da IKO3
(Shihan José Koei Nagata). Há diferenças mínimas entre uma organização e
outra, como por exemplo variação de nomes de técnicas, variações mínimas
em graduações, variações no nome do estilo, etc.
O Karate Kyokushin-kai foi introduzido no Brasil pelo Shihan Seiji Isobe,
quando esse veio do Japão para o Brasil, em 10 de outubro de 1972.
Shihan Seiji Isobe escreveu certa vez, um texto no qual descreve sua chegada
ao Brasil e os sentimentos que teve no momento da chegada. Eis o texto:
Pela primeira vez em minha vida, fiquei inseguro. Estava fadado a ficar num
país desconhecido, cujo idioma não sabia nem uma palavra.
Hoje, posso dizer que meu maior aprendizado foi o de gostar deste país que é
vinte e cinco vezes maior que minha terra natal, o Japão.
Descobri que, no Brasil, a lei é o calor humano. Aqui, reina o homem, enquanto
que, no Japão, o homem concorre com o tempo e com as máquinas. Aos
poucos, percebi que o povo daqui jamais seguiria os princípios japoneses, o
que me fez tomar a primeira grande decisão: ficaria no Brasil de três a quatro
anos e, depois, retomaria a meu país de origem.
“O que você vai fazer voltando a um país tão pequeno e apertado se aí, no
Brasil que é 25 vezes maior, é certo que terá mais chances? Gostaria que você
ampliasse os princípios do Kyokushin na América do Sul e que se servisse de
base para a introdução desta atividade...".
“Já estávamos acostumados com seus métodos. Se ficar apenas quatro anos
conosco e, depois, retornar ao Japão, nos encaminharão um outro e nós nunca
saberemos em quem confiar ou de quem seguir os passos...".
Resolvi, então, fazer uma aposta comigo mesmo. Veria até onde conseguiria
chegar e o que conseguiria fazer para que o Kyokushin se tornasse conhecido
por todos.
Filho e Feitosa deixaram um caminho a ser trilhado por outros brasileiros, como
Ewerton Teixeira, por exemplo, franco favorito a vencer o mundial de 2007.
Mas, para fazer com que os competidores brasileiros atingissem esse nível, e
se tornassem atletas renomados e de grande respeito, além de meu empenho,
foi fundamental o apoio do coronel Reizo Nishi. Não poderia deixar de citar,
ainda, o amigo de mais de trinta anos, capitão Mário Ueti.
Após obter a faixa preta, o praticante poderá ser graduado em “Dan”, que vão
desde o 2º Dan até o 10º Dan. Cada Dan é representado na faixa preta do
praticante com uma linha dourada (ou em amarelo) na ponta da faixa.