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A História do Karate Kyokushinkaikan

Introdução

O Karate é uma arte marcial de origem oriental que tem como principal objetivo
a capacitação física, mental e espiritual de seus praticantes para situações que
esses possam vir a enfrentar no dia-a-dia.
Nesse trabalho abordaremos inicialmente um resumo da história do Karate de
Okinawa, ou seja, quando ainda não havia variação de estilos, e
posteriormente nos deteremos ao entendimento do desenvolvimento histórico e
filosófico do estilo Kyokushinkaikan.

Origem das Artes Marciais

Arte marcial é a luta cujo ensino, prática e treinamento foram sistematizados


em graus ou graduações e que possui como principal objetivo a submissão a
um ou vários oponentes, sem que haja necessariamente o uso de armas de
fogo.

As artes marciais foram praticadas e aperfeiçoadas ao longo da história


principalmente com objetivos bélicos, onde serviam como recurso técnico de
militares, mas atualmente ganharam forte conotação esportiva e mesmo assim,
ainda são aplicadas no arsenal de diversas forças policiais e exércitos ao redor
do mundo como forma não letal de controle de revoltas ou manutenção da
segurança de civis e do próprio militar. Porém o surgimento dessas artes
marciais foi baseado no fortalecimento espiritual, mental e físico do indivíduo
que a praticava e no uso dessa força como alicerce para obtenção da paz e
justiça.

Existem muitos estilos e escolas de artes marciais ao redor do mundo e o que


diferencia esses estilos e escolas é o sistema de organização das técnicas,
graduações, regras, disciplinas, base filosófica e práticas tradicionais.

Práticas de luta que não possuam técnicas organizadas em um sistema de


treinamento, que não possuam regras estabelecidas e/ou um caráter histórico-
filosófico envolvidas na sua execução não são chamadas de artes marciais,
sendo portanto consideradas briga ou violência.

Os primeiros indícios do surgimento das artes marciais são incertos, mas


acredita-se que a origem tenha sido na Índia, com o estilo Vajramushti que
tinha como um de seus praticantes o monge budista Bodhidharma (“Ta Mo” em
chinês e “Daruma Taishi” em japonês).

Bodhidharma, representado em uma escultura.

A lenda diz que por volta de 525 dC, Bodhidharma viajou pela China para
ensinar o budismo e chegou a um Templo Shaolin onde notou que os monges
eram extremamente fracos fisicamente, devido à inatividade física e às longas
horas de meditação. Bodhidharma então ensinou aos monges Shaolin técnicas
de respiração e exercícios que hoje conhecemos como yoga, ao mesmo tempo
que ensinava sobre a filosofia zen. A intenção de Bodhidharma era ressaltar a
importância da união entre corpo e mente, de modo que ambos estivessem
alinhados e fortalecidos.

Posteriormente, já mais fortalecidos fisicamente, tecnicamente e


espiritualmente, os monges passaram a utilizar esse sistema de exercícios e
técnicas para defesa pessoal, contra saqueadores que assaltavam e destruíam
os templos. Esses ensinamentos de Bodhidharma aos monges Shaolin,
aplicados em formato de autodefesa, deram origem aos estilos de artes
marciais que conhecemos hoje por Kung Fu e posteriormente o Kenpo
(também chamado de Karate Chinês).

O Kung Fu e o Kenpo futuramente, seriam difundidos em outros países da Ásia


dando origem a outros estilos de artes marciais, dentre eles, o Karate de
Okinawa.

Evidencia-se portanto que o surgimento de grande parte das artes marciais,


dos mais variados estilos, tem como princípio base a união de corpo, mente e
espírito, no sentido de buscar a paz interior (característica essa derivada do
Budismo), ao contrário do conceito popular de que as artes marciais são
provenientes somente de treinamentos militares visando conflitos e guerras.

Origem do Karate-do

Karate-do significa “caminho das mãos vazias” (Kara = vazio, Te = mãos, Do =


Caminho).
É importante frisar que na etimologia, o “do” foi traduzido literalmente como
“caminho”, mas o sentido da expressão refere-se ao progresso físico, mental e
espiritual obtido pelo praticante, no sentido de evolução através da prática e
entendimento.
O Karate é uma arte marcial desenvolvida no arquipélago de Okinawa, território
atualmente pertencente ao Japão.
Okinawa é a maior ilha do arquipélago homônimo e possui posição geográfica
estratégica, estando no mar que separa China, Coréia, Japão, Taiwan e
Filipinas.
Por esse motivo, a cultura dessa região sofreu variações, devido a ser uma rota
comercial e naval importante, devido às invasões e períodos de conflitos
envolvendo os grandes Impérios que cercavam a ilha. Isso se torna evidente
quando analisamos o surgimento do Karate.
Localização estratégica de Okinawa.

Os povos nativos de Okinawa praticavam variações das lutas chinesas, mas


essa prática se intensificou quando o Rei Hashi, no início do século XV, proibiu
o uso de armas com objetivo de conter revoltas populares.
As técnicas de luta sem armas eram passadas de geração em geração, entre
famílias e classes de guerreiros (clãs). Cada família ou cada classe possuía um
tipo de técnica característica que era aperfeiçoada através das gerações.
Algumas dessas técnicas envolviam também o uso de ferramentas de trabalho
rural que em uma situação de combate, tornavam-se armas. Essa prática,
similar ao Karate, mas com uso de armas, é conhecida como Kobudo, sendo
ainda hoje estudada como um estilo de arte marcial único.
A luta dos povos nativos executada com as mãos desarmadas, que era
derivada do Kenpo e dos estilos de artes marciais locais, ficou conhecida em
Okinawa como “Te” (“mão” em japonês). A prática do “Okinawa-te” se tornou
essencialmente forte em três grandes cidades de Okinawa, sendo levemente
distinta em cada uma delas.
Nessa época (por volta do séc. XVII), ainda sob proibição do uso de armas, os
treinamentos e conhecimentos eram secretos, portanto somente transmitidos
entre familiares e discípulos escolhidos com cuidado. O estilo era temido pelo
governo imperial por ser muito poderoso, já que um mestre poderia facilmente
matar seus agressores, muitas vezes soldados imperiais armados.
As cidades onde o Okinawa-te se desenvolveu mais foram Naha, Shuri e
Tomari. Portanto, por volta do século XVIII, o estilo de “Te” praticado em Naha
passou a ser conhecido em Okinawa como Naha-te, o estilo de Shuri era
conhecido como Shuri-te, e o mesmo aconteceu com a cidade de Tomari
sendo esse último estilo conhecido como Tomari-te.

Naha, Shuri e Tomari, cidades do sul de Okinawa.

O Naha-te tinha como principal característica a aplicação de ataques em


distâncias curtas com intuito traumático, compostos de velocidade em
movimentos circulares. Nesse estilo já havia a prática de canalização da
energia do ki (a energia corporal de acordo com conceitos chineses) como
parte importante de um golpe bem desferido.
O Shuri-te era caracterizado principalmente por ser composto de golpes em
pontos vitais, com velocidade e com direção linear. Era um estilo que buscava
a finalização do combate com rapidez.
O Temari-te por sua vez, era um composto das técnicas do Naha-te e do Shuri-
te, sendo que tinha como postura base uma linha central para avançar e recuar
na transição entre ataque e defesa, respectivamente.
Esses três estilos são os estilos que posteriormente formariam o Karate-do
tradicional, que passaria a ser aperfeiçoado ao longo de décadas.
Em 1922 o Ministério da Educação do Japão convidou o mestre Gichin
Funakoshi (1869-1957) para fazer uma demonstração do Karate em Tokyo,
introduzindo assim a arte marcial no Japão (na ilha principal) como disciplina
escolar. Após a demonstração, as principais universidades do Japão passaram
a ter em sua área escolar clubes de Karate.

Gichin Funakoshi (1869 - 1957), o pai do Karate moderno.

Gichin Funakoshi é o fundador do Karate Shotokan, um dos estilos mais


difundidos mundialmente, além de ser conhecido como pai do Karate moderno,
por ter moldado a prática do Karate de Okinawa em um sistema mais didático
para a demonstração feita em Tokyo e para ensinar àqueles que quisessem
aprender a arte marcial, em um período que o Japão possuía governo militar.
Treinamento de Karate comandado pelo Sensei Shinpan Gusukuma, em 1938
no Castelo de Shuri, em Okinawa.

Durante a II Guerra Mundial, Okinawa se tornou um ponto militar importante


que em determinado momento passou a ser controlado pelos Estados Unidos
da América, e assim o Karate passou a ser estudado por alguns militares
americanos que estavam em serviço nas ilhas japonesas. Esses militares, ao
regressarem ao seu país contribuíram para a disseminação da arte marcial.
Por volta da década de 30, o Karate passou a ter caráter competitivo, sendo
visto também como prática esportiva, fato esse que contribuiu para a
popularização da arte marcial.
Posteriormente, através do cinema (décadas de 60 e 70), das aplicações em
treinamentos militares e da utilização como base de formação acadêmica, de
desenvolvimento de caráter e personalidade, as artes marciais japonesas
passaram a ser ainda mais difundidas ao redor do mundo, com diferentes
escolas e estilos surgindo em vários países.
No ano 2000, o Karate foi indicado como esporte olímpico de demonstração,
sendo assim classificado como candidato a aparecer nos Jogos Olímpicos de
Atenas (2004), indicação essa que não se efetivou por uma decisão do COI
(Comitê Olímpico Internacional) que seria tomada tempos depois.

O "Karate Olímpico" é baseado no estilo Shotokan. Possui sistema de


pontuação e proteções nas mãos e pernas.

Desde então, o Karate busca reconhecimento do COI para que se torne uma
modalidade constante nos Jogos Olímpicos, apesar de já possuir grande
aceitação mundial, além de organizações e confederações mundiais
organizadas e reconhecidas como entidades máximas do esporte.

A Origem do Karate Kyokushin-kai

Kyokushin-kai significa “escola que se aprofunda na verdade” (Kyoku =


Aprofundar, Shin = Verdade, Kai = Associação, Organização ou Escola).
O Karate Kyokushin-kai (por vezes chamado de “Karate Oyama”) é um estilo
de Karate criado pelo mestre coreano Sosai Masutatsu Oyama, que teve o
primeiro dojo (“escola” ou “academia” de treinamento) inaugurado em 1953, na
cidade de Tokyo. É um estilo de Karate bastante novo, e sua história está
diretamente relacionada com a história de vida do seu fundador.

Masutatsu Oyama (1923 - 1994), fundador do Karate Kyokushin-kai.

Masutasu Oyama nasceu em 27 de julho de 1923, na cidade de Yong Eu-Choi,


na Coréia do Sul. Seu nome de batismo era Hyung Yee, mas foi forçado a
escolher um nome japonês durante sua vida no Japão, devido ao preconceito
que sofreu por ser coreano.
Ainda menino, devido ao seu mau comportamento, Oyama foi enviado à China
para viver na fazenda de sua irmã. Aos 9 anos de idade, iniciou os
treinamentos de Kenpo, ministrados por um mestre de nome Yi que trabalhava
na fazenda. Aos 12 anos de idade, já havia obtido o nível de shodan (mestre)
de Kenpo.
Após isso voltou para a Coréia do Sul e continou seus treinamentos no Kenpo,
mas em uma variação coreana conhecida por Taiken ou Chabi, sendo esse
treinamento mantido até seus 13 anos, quando viajou para o Japão, seguindo
seu sonho de unificar o Oriente, tendo como referência Otto Von Bismarck
(personalidade histórica e famoso estadista alemão).

“Sempre tive o desejo de ser o Bismarck do Oriente...” - Masutatsu Oyama.

Foi matriculado no Instituto Juvenil de Aviação de Yamanashi. Teve


dificuldades para sobreviver no Japão nesse período, por ser muito jovem e
coreano. Não obteve êxito na escola de aviação e iniciou os treinamentos de
Boxe e Judô.
Certo dia, observou um estudante japonês praticando Karate. Se interessou
muito por aquilo que havia visto e foi treinar no dojo de Gichin Funakoshi, na
Universidade de Takushoku, onde recebeu treinamento no Karate estilo
Shotokan. Sua evolução foi impressionante e com 17 anos já era graduado
faixa preta 2º Dan (grau), obtendo posteriormente a graduação de faixa preta 4º
Dan, aos 20 anos de idade.

“Pratiquei o Karate Shotokan, mas já duvidava de sua abordagem linear e não


gostava da ideia de controlar minhas técnicas. Era rígido demais para mim,
então parti...” - Masutatsu Oyama

Em seguida, se interessou novamente pelo Judô e progrediu nessa arte marcial


de modo novamente impressionante, obtendo a graduação de faixa preta 4º
Dan, em apenas 4 anos de treinamento.
Nessa época, Oyama ingressou na Butokukai (Grande Casa das Excelências
Marciais do Japão - organização histórica japonesa especializada em artes
marciais e bélicas, de origem militar) com intenções de servir o exército
japonês, mas a organização foi fechada dois anos após com o fim da II Guerra
Mundial.
Oyama então continuou seus treinamentos em artes marciais, dessa vez no
Karate Goju-ryu, sob tutela do mestre So Nei Chu.
Em 1947 Oyama se consagra campeão do primeiro All Japan Tournament
(torneio de artes marciais que agregava lutadores de todas as escolas de
Karate), no Karnyama Gymnasium, na cidade de Kyoto.
Posteriormente, aos 24 anos, em um evento na cidade de Tokyo, inicia-se uma
discussão na pista de dança entre Oyama e um jovem japonês grande e ágil.
Apesar da serenidade demonstrada por Oyama, o seu rival japonês saca uma
faca da cintura e o ataca com toda sua força. Oyama rapidamente bloqueia o
ataque e com sua técnica de Shuto (técnica de ataque e defesa com a mão em
formato de faca) desfere um golpe que mata seu agressor.
Após esse incidente, encorajado por seu mestre So Nei Chu, Oyama decide se
isolar da sociedade para meditar sozinho nos montes Kyiosumi.
Oyama permanece em exílio por 18 meses, aplicando a si mesmo um
treinamento rigoroso seguido de longas horas de meditação.
Seu treinamento teria duração de 12 horas diárias, sem dias de descanso,
realizando treinamentos técnicos sob cachoeiras geladas, praticando
tameshiwari (quebramentos) em pedras, e transformando árvores nativas em
makiwara (suporte de madeira para fortalecimento dos membros que fazem
contato na execução dos golpes). Durante o tempo em que não estava em
treinamento físico, Oyama se dedicava à leitura de clássicos da filosofia Zen e
de artes marciais.

“Utilizava tudo que a natureza colocava à minha disposição para desenvolver


minha condição física e minha força. Tomava cuidado em não negligenciar
nenhuma parte do corpo, nenhum aspecto do treinamento.” - Masutatsu Oyama

O treinamento era constituído de todas as técnicas que aprendera até então,


incluiu na sua prática a movimentação de pernas e os ataques aos membros
inferiores das artes coreanas. Agregou o trabalho respiratório do Karate Goju-
ryu e as técnicas de punhos em movimentos circulares. Do Karate Shotokan,
aplicou as técnicas lineares e moldou assim, um tipo de arte marcial oriental
mista que posteriormente, daria origem ao Karate Kyokushin-kai.
“No Karate, o que conta sempre mais do que as técnicas ou a força é o
elemento espiritual que permite ao indivíduo mover-se e agir em plena
liberdade. Para se alcançar um bom estado de espírito, a meditação Zen é
muito importante. Quando dizemos que essa meditação implica em um estado
de impassividade e na ausência total de pensamento, queremos dizer que
através dessa meditação podemos vencer a emoção e o pensamento e dar às
nossas capacidades um curso mais livre do que nunca. O homem que deseja
seguir o caminho do Karate não pode negligenciar o Zen e o aperfeiçoamento
espiritual.” - Masutatsu Oyama

Após o árduo treinamento e o longo período de isolação da sociedade, Oyama


regressa do seu exílio com uma força descomunal e passa a responder
desafios de diferentes lutadores, de vários países ao redor do mundo.
Oyama aceita e vence cerca de 270 desafios, derrotando desafiantes do Boxe,
Judô, Muay Thai, Karate, dentre outros.
Ainda nesse período, Oyama passa a viajar por Estados Unidos e Ásia,
demonstrando sua força em tameshiwari (quebramentos) com tijolos, pedras,
garrafas, árvores, etc.
Oyama, em duelo contra touro. Buscava a finalização com Ichigeki através da
técnica de Shuto.

Não satisfeito, Oyama passa então a lutar contra touros utilizando somente
suas habilidades. Ao longo da vida Oyama lutou contra 52 touros, dentre os
quais matou 3. Dava o touro como vencido ao partir-lhe o chifre com a sua
técnica de Shuto (golpe com a mão em posição de faca), derrubando-o com um
só golpe.
Em 1960 o jornal The New York Times elege Oyama como “o homem mais
duro do mundo”.
Em 1964 Oyama cria a IKO (International Karate Organization Kyokushin-kai),
a primeira organização mundial de Karate Kyokushin-kai, com o objetivo de
divulgar, organizar e estruturar seu estilo de Karate, baseado no intenso
condicionamento físico e mental.
Posteriormente, a IKO de Oyama seria desafiada por outras escolas e
organizações, mas nunca superada nas competições propostas. Oyama
organizou competições mundiais, demonstrações públicas e publicou livros
para divulgação de seu conhecimento e do seu estilo de Karate.
Oyama também publicou livros. Seu primeiro livro foi “What is Karate?”, de
1958. Mais tarde, devido ao sucesso do primeiro livro, publicou “This is Karate”,
em 1965. Em 1984 publicou o livro “Karate, The World of the Ultimate”.
Atualmente as organizações do Karate Kyokushin-kai estão presente em mais
de 130 países que possuem competições regionais e nacionais, que preparam
os lutadores para o Torneio Mundial disputado em Tokyo a cada 4 anos.
Após a morte de Oyama, os direitos de utilização da marca e do estilo
Kyokushin-kai foram disputados por familiares e alunos, de modo que
ocorreram divisões na IKO criada por Oyama. Assim sendo, três variações
surgiram após isso, a IKO1, a IKO2 e a IKO3, cada uma com líderes diferentes,
mas que seguem de certo modo a mesma filosofia e tipo de treinamento
proveniente do Kyokushin-kai.

Conceitos Filosóficos do Karate Kyokushin-kai

O Karate Kyokushin-kai tem influências da filosofia do Budismo, assim como o


tradicional Karate de Okinawa. De forma mais específica, o Karate Kyokushin-
kai segue os preceitos do Budo e do Bushido.
O Karate está intimamente ligado à busca do autoconhecimento e da
contenção dos sentimentos negativos que um homem enfrenta durante a vida.
A essa busca pela iluminação, pela paz interior e pela contenção de
sentimentos negativos, dá-se o nome de Budo.
Se traduzirmos o Budo para o aspecto de desempenho do Karate, teremos
uma das principais bases do Karate Kyokushin-kai que nada mais é que
capacitar qualquer pessoa para que ela seja capaz de superar oponentes mais
fortes e mais hábeis, com base na sua força interior.
Em outras palavras, o Budo consiste no aperfeiçoamento físico, mental e
espiritual e no alinhamento desses aspectos na formação de um artista marcial.
Além do Budo, o Karate Kyokushin-kai adota como base disciplinar o Bushido.
Samurais viviam com base no Bushido. Os Samurais que não seguiam o
código eram chamados de Rounin. Há ainda relatos de que o código não passa
de uma simples lenda, pois não se sabe a origem do mesmo.

O Bushido é o “Código do Guerreiro Samurai”, conceito baseado no


Confucionismo, Xintoísmo e Budismo, desenvolvido entre os séculos IX e XII e
que influenciou o modo de vida dos Samurais.
O Bushido é composto por 7 virtudes, que são: justiça, coragem, compaixão,
cortesia, sinceridade, honra e lealdade.
O Bushido aplicado no Karate Kyokushin-kai pode ser resumido com o seguinte
código de honra, que serve como referência para a vida do praticante:
1 - Esforço para a formação do caráter.
2 - Fidelidade para com o verdadeiro caminho da razão.
3 - Criar o intuíto de esforço.
4 - Ter respeito acima de tudo.
5 - Reter o espírito agressivo.
6 - Ser rigoroso consigo mesmo.
7 - Ser compreensivo com seus semelhantes.
8 - Ser fiel à pátria.

“Não devemos brigar por um motivo insignificante, mas sim lutar pela justiça e
é para essa luta que o homem necessita de forças”. - Masutatsu Oyama

Assim sendo, apesar do aparente ímpeto competitivo do praticante de Karate


Kyokushin-kai, ele será preenchido interiormente por paz e tranquilidade, não
haverá intenção agressiva nos seus atos e saberá viver sua vida de modo
digno e honroso. Terá em si mesmo e naqueles que o cercam o apoio
necessário para superar obstáculos que possam surgir e jamais desistirá dos
seus objetivos. O praticante que obtiver essas capacidades poderá aplicar as
técnicas da arte marcial com eficiência máxima se for necessário, mas saberá
tratar a todos com carinho e respeito.

“Karate Ni Senti Nashi” (O objetivo do Karate é reter o espírito agressivo).” -


Masutatsu Oyama

Dojo-kun, na sua transcrição em japonês.


Há ainda o Dojo-kun (juramento do dojo), que é uma sequência de 7
juramentos, frequentemente repetidos durante as sessões de treinamento do
Karate Kyokushin-kai.
Eis os juramentos:
1 - Treinaremos firmemente nosso coração e nosso corpo para termos um
espírito inabalável.
2 - Alimentaremos o verdadeiro significado do Kyokushin Karate, para que no
devido tempo nossos sentidos possam atuar melhor.
3 - Com verdadeiro vigor, procuraremos cultivar o espírito de abnegação.
4 - Observaremos as regras de cortesia, respeito aos nossos superiores e
abstermo-nos da violência.
5 - Seguiremos nosso Deus e eternas verdades, jamais esqueceremos a
verdadeira virtude da humildade.
6 - Olharemos para o alto, para a sabedoria e para o poder, não procurando
outros desejos.
7 - Toda nossa vida, através da disciplina do Kyokushin Karate, procuraremos
preencher o verdadeiro significado da filosofia da vida.

O conhecimento do Dojo-kun é requisito para a graduação no Karate


Kyokushin-kai e esses juramentos existem de modo a guiar a conduta do
praticante dentro e fora da academia.

Outro ponto importante e bastante presente nas práticas do Karate Kyokushin-


kai é a expressão “OSU!” (com fonética OSS).
Esse termo é uma união de palavras japonesas e a origem, assim como o
significado, tem mais de uma interpretação.
No Karate Kyokushin-kai, OSU (Oishi Shinobu) significa “perseverar enquanto
se é empurrado”, em outras palavras, nunca desistir mediante dificuldade, seja
física, financeira, espiritual, ou qualquer outra dificuldade de qualquer natureza.
Essa expressão é constantemente utilizada pelo praticante do Karate
Kyokushin-kai, para externar o desejo de prosseguir, para cumprimentar
alguém, para desejar que esse alguém prossiga e se esforce, para entrar e sair
do tatame (área de treinamento), para iniciar e/ou finalizar um movimento
técnico, para responder de modo afirmativo a uma pergunta ou para
demonstrar respeito. Muitas vezes a expressão pode ser dita em voz alta para
si mesmo, de modo que você se lembre que seu treinamento é valioso e que
não deve desistir diante do cansaço ou das dores.
A expressão deve ser externada com origem do baixo ventre (área conhecida
como Saika Tandem, o ponto de equilíbrio do corpo), para que sua energia seja
expressada em conjunto com o OSU.

Por fim, é preciso entender qual é a “verdade absoluta” citada no nome


Kyokushin-kai. Essa “verdade” é algo pessoal e subjetivo. Trata-se do objetivo
pessoal pelo qual você procura evoluir. Cada praticante busca ou possui uma
verdade única e absoluta, mas não deve se afastar dos ensinamentos do
Karate Kyokushin-kai na sua busca.
Assim como há muitas religiões e muitos deuses diferentes que merecem
respeito, o Karate Kyokushin-kai procura respeitar também as razões
individuais que levam uma pessoa buscar o aperfeiçoamento físico, espiritual e
mental.
A “escola que se aprofunda na verdade” é na realidade um modo mais intenso
e puro de buscar realizar seus sonhos, respeitando aqueles que o
acompanham e concretizando sua busca com honra e dignidade, sem que seja
necessário prejudicar outras pessoas e tirar vantagem de seu semelhante.
O Karate Kyokushin-kai capacita portanto seu praticante, para que esse esteja
fortalecido e unificado em seu corpo, mente e espírito, possibilitando assim que
seus objetivos sejam alcançados de forma digna.
Atualmente a prática do Karate Kyokushin-kai e suas estratégias de combate
são introduzidas por muitos líderes empresariais aos seus comandados, para
que esses desenvolvam a habilidade de trabalhar sob pressão de modo que
controlem os sentimentos negativos que possam surgir no ambiente hostil dos
negócios, fato esse que evidencia o caráter de aperfeiçoamento mental
oferecido por essa arte marcial.

O Karate Kyokushin-kai no Brasil

Após a morte de Masutatsu Oyama, em 1994, a IKO foi dividida, sendo que o
direito de uso da marca “Kyokushin” foi disputado por familiares de Oyama e
ex-alunos. Essas disputas foram motivadas principalmente por dinheiro e
questões político-ideológicas, que levaram a IKO a ser dividida em três
organizações com comandos diferentes, a IKO1, a IKO2 e a IKO3. Essas
instituições nada mais são do que “braços” da IKO original, seguem os mesmos
princípios filosóficos e técnicos. Essas divisões originariam posteriormente,
estilos variados do Kyokushin-kai.
No Brasil, temos representantes da IKO1 (Shihan Seiji Isobe) e da IKO3
(Shihan José Koei Nagata). Há diferenças mínimas entre uma organização e
outra, como por exemplo variação de nomes de técnicas, variações mínimas
em graduações, variações no nome do estilo, etc.
O Karate Kyokushin-kai foi introduzido no Brasil pelo Shihan Seiji Isobe,
quando esse veio do Japão para o Brasil, em 10 de outubro de 1972.
Shihan Seiji Isobe escreveu certa vez, um texto no qual descreve sua chegada
ao Brasil e os sentimentos que teve no momento da chegada. Eis o texto:

Seiji Isobe, introdutor do Karate Kyokushin-kai (IKO1) no Brasil.


“...
Só então senti que estava no aeroporto de Viracopos de verdade, e me veio a
lógica de que São Paulo era um lugar amplo e repleto de oportunidades.

Minha maior surpresa aconteceu chegar ao centro de São Paulo e me deparar


com altos prédios aglomerados e uma infinita quantidade de carros correndo
para todos os lados.

Pela primeira vez em minha vida, fiquei inseguro. Estava fadado a ficar num
país desconhecido, cujo idioma não sabia nem uma palavra.

Porém, com o tempo, passei a conhecer os costumes do Brasil, e os próprios


alunos da academia me ensinaram o idioma português.

Hoje, posso dizer que meu maior aprendizado foi o de gostar deste país que é
vinte e cinco vezes maior que minha terra natal, o Japão.

Descobri que, no Brasil, a lei é o calor humano. Aqui, reina o homem, enquanto
que, no Japão, o homem concorre com o tempo e com as máquinas. Aos
poucos, percebi que o povo daqui jamais seguiria os princípios japoneses, o
que me fez tomar a primeira grande decisão: ficaria no Brasil de três a quatro
anos e, depois, retomaria a meu país de origem.

Passados seis meses, coloquei-me em xeque novamente. Lembrei as palavras


do mestre Mas. Oyama:

“O que você vai fazer voltando a um país tão pequeno e apertado se aí, no
Brasil que é 25 vezes maior, é certo que terá mais chances? Gostaria que você
ampliasse os princípios do Kyokushin na América do Sul e que se servisse de
base para a introdução desta atividade...".

Comecei a pensar também nas palavras de meus alunos brasileiros:

“Já estávamos acostumados com seus métodos. Se ficar apenas quatro anos
conosco e, depois, retornar ao Japão, nos encaminharão um outro e nós nunca
saberemos em quem confiar ou de quem seguir os passos...".

Resolvi, então, fazer uma aposta comigo mesmo. Veria até onde conseguiria
chegar e o que conseguiria fazer para que o Kyokushin se tornasse conhecido
por todos.

Em agosto de 1973, meu objetivo estava traçado. A partir de então, passei a


me dedicar intensamente à descoberta de meios para aprimorar o ensino do
Kyokushin e fazer com que os adeptos confiassem em mim e seguissem meus
passos. Queria fazer nascer, na América do Sul, atletas de nível, capazes de
enfrentar adversários de diversos países.

Após anos de árduos treinos e de convivência com vários alunos, surgiram


muitos e esplêndidos praticantes, mas ninguém conseguiu superar ou mesmo
se igualar ao nível técnico de dois atletas: Francisco Filho e Glaube Feitosa.
Desde o início, ambos cresceram como grandes atletas, disputando as
primeiras posições com caratecas de nível internacional. Em 1999, Francisco
Filho sagrou-se campeão mundial, concretizando, assim, um de meus objetivos
quando vim ao Brasil.

Filho e Feitosa deixaram um caminho a ser trilhado por outros brasileiros, como
Ewerton Teixeira, por exemplo, franco favorito a vencer o mundial de 2007.

Mas, para fazer com que os competidores brasileiros atingissem esse nível, e
se tornassem atletas renomados e de grande respeito, além de meu empenho,
foi fundamental o apoio do coronel Reizo Nishi. Não poderia deixar de citar,
ainda, o amigo de mais de trinta anos, capitão Mário Ueti.

Agradeço, também, à família Okamoto pelos conselhos e, principalmente à


família que constituí aqui no Brasil, que soube me compreender sem
contradizer minhas reclamações.

Devo ressaltar o amparo recebido por parte de todos os superintendentes


desta modalidade, instrutores e alunos que participam ou um dia participaram
da família Kyokushin.” - Shihan Seiji Isobe
Shihan José Koei Nagata, fundador da Confederação Brasileira de
Kyokushinkaikan Karate (IKO3).

O Karate Kyokushinkaikan no Brasil passou a ter a entidade máxima (IKO3) a


partir de 1999, quando o Sensei José Koei Nagata fundou a Confederação
Brasileira de Kyokushinkaikan Karate, passando essa entidade a ser
responsável pela certificação de diplomas e certificados no Brasil, assim como
é essa também a entidade responsável pelas principais competições
organizadas no nosso país.

As Graduações do Karate Kyokushinkaikan

Assim como várias artes marciais, o Karate Kyokushinkaikan utiliza um sistema


de graduações para segmentar e diferenciar o aprendizado de seus
praticantes.
As graduações do Karate Kyokushinkaikan.

A graduação já obtida é determinada pela cor da faixa que prende o dogi


(uniforme de treino) do praticante, amarrada à cintura.
Cada cor representa um estágio de aprendizado, e tem um significado
diferente. Para obter a faixa seguinte, o praticante necessita passar pela
avaliação de seu mestre e cada avaliação requer diferentes habilidades
técnicas, físicas e intelectuais que envolvem o estudo do Karate
Kyokushinkaikan.
São ao todo 7 cores, divididas em 10 kyu (níveis). As cores das faixas são, na
ordem de graduação: branca, laranja, azul, amarelo, verde, marrom e preta.
No Karate Kyokushinkaikan somente o dogi (uniforme de treino ou kimono)
passa por lavagem, sendo que a faixa nunca deve ser lavada, pois acredita-se
que nela permanece a essência de todos os seus dias de treinamento árduo.
Além das cores, a faixa possui o modo correto de ser amarrada ao corpo, de
modo circular. No Budismo isso representa o ciclo da energia corporal e do
universo, sendo portanto a faixa amarrada próxima ao hara (ou tandem, centro
de equilíbrio do corpo), no baixo ventre.
A faixa branca (shiro-obi) representa a pureza do praticante e o potencial que
ele possui de absorver conhecimento. Com o tempo a faixa branca do
praticante perde sua tonalidade pura, com o treinamento e o esforço. Não há
vergonha em ser graduado faixa branca, e alguns alunos diretos de Masutatsu
Oyama, ao receberem a graduação de faixa preta voltavam a usar suas faixas
branca por um período de modo a demonstrar humildade.
A faixa laranja (daidaiiro-obi) representa estabilidade do corpo. A cor do sol.
Nesse estágio o praticante passa a conhecer melhor os limites do seu corpo e
passa a desenvolver o equilíbrio de modo mais marcante. É também nesse
estágio que o praticante começa a compreender as regras e conceitos
filosóficos do Karate Kyokushinkaikan.
A faixa azul (aori-obi) representa fluidez e adaptabilidade. É a cor do céu.
Nessa fase o praticante permanece praticando os conceitos da faixa laranja,
mas dá ênfase na parte superior do corpo, coordenação motora, força e
flexibilidade. Nesse estágio o praticante passa a notar de forma mais clara os
benefícios do Karate Kyokushinkaikan e passa a controlar melhor seu corpo e
sua mente.
A faixa amarela (kiiro-obi) representa afirmação. É a cor do sol, da luz e que
representa sabedoria. Nesse estágio do treinamento o praticante aprende a
como controlar seu centro de energia corporal (Tandem, baixo ventre). Nessa
fase ocorre o desenvolvimento mais específico da técnica e velocidade. Essa é
a última faixa iniciante do Karate Kyokushinkaikan e nesse ponto o praticante já
terá o controle mais claro de sua vida e do ambiente que o cerca.
A faixa verde (midori-obi) representa a emoção e a sensibilidade. É a cor das
árvores e da grama. É o primeiro nível avançado. O praticante passa a treinar
com mais seriedade e com praticantes e mestres mais graduados. Essa faixa
marca o início do último estágio. Esse praticante já colhe os frutos do seu
esforço de modo mais evidente.
A faixa marrom (chairo-obi) representa a criatividade e praticidade. É a cor da
terra. Nesse ponto o praticante já é habilidoso o bastante para criar suas
próprias combinações de golpes e técnicas. A mente do praticante faixa
marrom já está enriquecida com técnicas e estável, alheia ao ambiente.
A faixa preta (kuro-obi) é a última graduação que possui mudança de faixa e
representa a absorção de todo conhecimento. A cor preta absorve todas as
outras e se sobrepõe a qualquer tom, representa a força e o conhecimento de
todas as outras faixas. A faixa preta também representa um novo começo,
onde o praticante está agora apto a entender todo o caminho que fez, de modo
a percorrê-lo novamente. É a cor que representa a noite.

Após obter a faixa preta, o praticante poderá ser graduado em “Dan”, que vão
desde o 2º Dan até o 10º Dan. Cada Dan é representado na faixa preta do
praticante com uma linha dourada (ou em amarelo) na ponta da faixa.

As Competições do Karate Kyokushinkaikan

O Karate Kyokushinkaikan possui uma vertente competitiva forte. Há


competições mundiais, continentais, nacionais, regionais e locais, cada uma
organizada pela respectiva Federação ou Confederação responsável, sob
tutela da IKO (International Karate Organization Kyokushinkaikan).
Nas competições, há apresentações de Kata (kata é uma modalidade interna
do Karate, movimentos contra um ou mais oponentes imaginários) onde os
praticantes são avaliados pela técnica, velocidade, postura, força, ritmo e
qualidade dos movimentos executados diante dos juízes.
Atleta realiza apresentação de Kata em competição do Karate
Kyokushinkaikan.

Além disso, há a modalidade Kumite (combate), entre dois praticantes. No


Karate Kyokushinkaikan busca-se o Ichigeki (golpe finalizador ou nocauteador)
nos combates, porém há também um sistema de pontuação para caso o tempo
limite de combate termine e não haja nocaute ou desistência de nenhum dos
lutadores. Os torneios de Kumite são na maioria das vezes eliminatórios, ou
seja, o praticante vencedor prossegue no torneio e o perdedor é eliminado.

Kumite do Karate Kyokushinkaikan. Lutadores não utilizam proteções que


diminuam impacto dos golpes.
O Karate Kyokushinkaikan tem como principal característica seu Kumite
(combate), onde os praticantes não utilizam proteções que diminuam o impacto
dos golpes, sendo permitido apenas o uso do Dogi (vestimenta típica do
Karate) e o protetor bucal semelhante ao utilizado no Boxe. Normalmente os
embates são finalizados com nocaute (através do Ichigeki) ou nocaute técnico
(quando um dos lutadores é impossibilitado de continuar), porém fica a critério
dos juízes, através de um sistema de pontuação, decidirem quem foi o
vencedor caso nenhum dos competidores sofra um nocaute ou desistência. Os
combates possuem dinamismo e interrupções são evitadas a fim de fazer
prevalecer a força e a resistência dos lutadores. A pausa ocorre somente
quando um dos lutadores vai ao chão ou fica impossibilitado de se defender, e
nesses casos um juíz central ordena o reposicionamento dos lutadores para
reinício do combate.
As regras, de modo geral, são bastante semelhantes às regras do Kickboxing
ou do MMA, com exceções como por exemplo: não são permitidos golpes com
punhos ou cotovelos no rosto, segurar o oponente ou golpear enquanto o
oponente estiver caído. É comum que praticantes ou lutadores de Karate
Kyokushin-kai migrem para a prática do Muay Thai, Kickboxing e até MMA,
devido à eficiência da arte marcial oriental na luta em pé.
Dentre os principais campeões de Karate Kyokushi-kai ao redor do mundo,
temos os brasileiros Glaube Feitosa, Francisco Filho, Ewerton Teixeira e
Andrews Nakahara, todos ainda em atividade.

Praticantes Notáveis de Karate Kyokushinkaikan

O Karate Kyokushinkaikan se tornou famoso mundialmente por formar


lutadores muito fortes e resistentes. Há diversos praticantes famosos que
migraram para competições de Kickboxing e até mesmo MMA após se
graduarem no Karate Kyokushinkaikan.
Dentre os praticantes famosos, temos também artistas que buscavam
aperfeiçoamento físico, dublês de cinema e lutadores de MMA que procuravam
aperfeiçoar suas habilidades de luta em pé.
Os nomes mais famosos são: Sonny Chiba (ator e artista marcial), Sean
Connery (ator), Glaube Feitosa (lutador profissional), Francisco Filho (lutador
profissional), Andy Hug (lutador profissional), Dolph Lundgren (ator), Andrews
Nakahara (lutador profissional), Bas Rutten (ex-lutador), Semmy Schilt (ex-
lutador), Georges St. Pierre (lutador profissional), Michael Jai White (ator e
artista marcial), Michael Rooker (ator), dentre outros.
Referências Bibliográficas

GUIMARÃES & GUIMARÃES. “O Caminho das Mãos Vazias: Karatê-Dô”. 1ª


ed. Belo Horizonte, MG: Imprimátur. 2002, 216p.

SCHIOSER, Galileo de Souza. “Estrutura Organizacional do Karatê Brasileiro e


Mundial”. TCC - ESEF. Jundiaí, SP: 2003.

SCHIOSER NETO, Arnaldo. “Karatê para Deficientes Visuais”. TCC - ESEF.


Jundiaí, SP: 2003.

NAGATA, José Koei. “Apostila do Karate Kyokushinkaikan”. Sorocaba, SP.

NAGATA, José Koei - CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE


KYOKUSHINKAIKAN KARATE. “Código de Honra, Significado do Osu,
Filosofia, Kiai, Simbologia, Regras da Academia, Bushido, Juramento do Dojo”.

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