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Vida das Plantas

nos Campos e nos Jardins

Licensed to Marcela de Oliveira Luz - marcelaluz@msn.com - 083.323.389-05 - HP1043164


Vida das Plantas
nos Campos e nos Jardins

Arabella B. Buckley

Tradução e Adaptação por Andrea Câmara

São Paulo
2021

Licensed to Marcela de Oliveira Luz - marcelaluz@msn.com - 083.323.389-05 - HP1043164


Título original em domínio público: “Plant life in
field and garden” por Arabella B. Buckley, edição
de 1901, publicado por Cassell and Company, Ltd.

Copyright © 2021 Andrea Câmara

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Esse material não deve ser reproduzido ou


compartilhado, por quaisquer meios, sem a
permissão dos autores.

Todas as imagens do livro são de domínio público.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................. 6
A BOLSA-DE-PASTOR ...................................... 7
O TRABALHO FEITO PELAS FOLHAS .............. 10
A HISTÓRIA DE UM NABO .............................. 15
COMO CRESCE UMA SEMENTE....................... 19
FAZENDO NOVAS SEMENTES ........................ 22
COMO OS INSETOS AJUDAM .......................... 29
BOLSAS DE SEMENTES QUE COMEMOS ......... 35
O REPOLHO .................................................. 39
COMO AS PLANTAS SE DEFENDEM................ 43
FLORES SELVAGENS E FLORES DE JARDIM ... 49
A FAMÍLIA ROSACEA E SEUS FRUTOS ............ 55
O LAMIO-ROXO E AS FLORES DE ERVILHAS ... 61
PLANTAS TREPADEIRAS ................................ 66
COMO AS PLANTAS ARMAZENAM ALIMENTOS
.................................................................... 72
VEGETAIS SUBTERRÂNEOS ........................... 76
COMO AS SEMENTES VIAJAM ........................ 82

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INTRODUÇÃO

Arabella Burton Buckley (1840 – 1929) foi uma


escritora e docente na área de ciências, na
Inglaterra. Seus livros visam não apenas convidar
as crianças a enxergarem a natureza e a se
encantarem com o mundo à sua volta, como a
atrai-las ao fascinante mundo da ciência.

Este livro foi escrito quando ela já estava com


cerca de sessenta anos de idade e faz parte de uma
série de livros sobre a natureza conhecidos como a
série “Eyes and No Eyes” ou “Olhos e Sem Olhos”,
o que já indica o que uma educação
verdadeiramente científica deveria almejar
alcançar.

Muito utilizado pelos educadores que seguem a


filosofia e metodologia de Charlotte Mason, que
visa um encontro genuíno com a natureza, este é
um livro que estimulará o conhecimento, a
curiosidade e a paixão pelo mundo à nossa volta.

Andrea Câmara

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CAPÍTULO I

A BOLSA-DE-PASTOR
São sete horas de uma linda manhã de verão.
Levante-se e olhe pela janela. É uma vergonha
estar na cama quando o sol está brilhando, os
pássaros estão cantando e as abelhas estão voando
de flor em flor.

Por que as abelhas trabalham tão cedo? Elas


querem coletar o pólen amarelo das flores e o
orvalho ajuda a molha-las para que possam enrola-
las em bolinhas. Então elas embalam essas
bolinhas em um sulco, em suas patas traseiras, e
voam para longe para a colmeia. Lá elas misturam
com mel e as transformam em pão de abelha para
alimentar as abelhas jovens.

É possível ver um pica-pau ocupado sob o olmo. Ele


está pegando insetos para levar para casa, para
seus pequeninos, que nasceram há mais de uma
semana. Mais longe no campo está um tordo
lutando com uma grande minhoca. Espero que ele
também esteja conseguindo um café da manhã
para a sua família.

Quão ocupados eles estão! Se eu fosse você, eu me


levantaria e tiraria alguns matinhos no jardim.
Você será útil e poderá aprender muitas coisas
interessantes, enquanto trabalha.

Logo se vê uma erva daninha crescendo entre os


repolhos. Você sabe o nome dela? É chamada de
"bolsa-de-pastor" por causa de suas curiosas

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vagens de sementes. Essas vagens crescem dos
talos até o caule da planta, sob as pequenas flores
brancas. Se você abrir uma delas com muito
cuidado, vai descobrir que há uma bolsinha de cada
lado, que pode ser puxada para fora, quando a
vagem está madura, deixando as sementes
penduradas em uma pequena divisão.

Sendo assim, a vagem é uma espécie de bolsa com


dois bolsos e nós podemos fingir que as sementes
são o dinheiro do pastor.

Vou lhe falar sobre suas diferentes partes.


Primeiro, tem a raiz. Ela sempre cresce para baixo
no solo. Ela possui pequenas radículas crescendo
para fora dela. Todas as raízes e radículas têm
pontas macias e bebem o alimento da planta que
vem do solo.

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BOLSA-DE-PASTOR

Você sabe que um jardineiro coloca estrume na


terra antes de semear suas sementes ou plantar
suas árvores frutíferas. Daí a chuva afunda na
terra e tira o suco do estrume. Isso faz uma bebida
rica para as raízes sugarem e assim as plantas
crescem fortes.

Em seguida, tem o caule. Você pode dizer onde


começa, pois um tufo de folhas cresce perto do
chão. Uma raiz nunca tem folhas nela, então onde
as folhas crescem deve ser o caule. O lugar onde o

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caule se junta à raiz é comumente chamado de
cepo.

Olhe atentamente para o tufo de folhas. Você verá


que eles não crescem exatamente um em cima do
outro. As folhas da fileira superior sempre crescem
entre as folhas da fileira de baixo. E como o caule
cresce para cima e as folhas estão distanciadas,
elas crescem de modo que não fiquem uma em
cima da outra. Dessa forma, elas pegam o máximo
de sol disponível.

Por que você acha que elas crescem assim? Porque


elas querem obter o máximo possível de sol. Se
elas crescessem exatamente uma em cima da
outra, a folha superior manteria o sol longe da
inferior. Mas agora elas recebem tanto sol quanto
é possível.

Você vê então que as plantas têm uma raiz que


cresce para baixo para sugar água do chão e caules
que servem para crescer para cima e carregarem
as folhas em direção à luz do sol. O que as folhas
fazem vamos aprender em seguida.

CAPÍTULO II

O TRABALHO FEITO PELAS


FOLHAS
As folhas precisam de muito sol e ar, pois estão
ocupadas o dia todo fazendo alimento. Você já

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pensou quão maravilhoso é as plantas poderem
fazer seu próprio alimento? Você não faz o seu
alimento e nenhum animal faz o seu próprio
alimento. O que você come já foi um animal ou uma
planta.

Em um bolo, por exemplo, a farinha vem dos grãos


de trigo, as groselhas de uma árvore pequena, o
açúcar da cana-de-açúcar, as especiarias vêm das
árvores e as frutas cristalizadas das frutas. Outras
coisas que você come são carnes, peixes, pássaros,
vegetais e frutas. E todos esses já estiveram vivos.

As plantas não se alimentam assim. Suas raízes


sugam água da terra e outras substâncias, tais
como cal, bicarbonato de sódio e potássio
dissolvidos nela. As folhas absorvem gases do ar.
Mas terra, ar e água não são alimentos vivos. Você
ou eu não poderíamos viver só com eles. A planta
pode.

As lindas folhas verdes, que amamos tanto,


trabalham muito. Quando o sol brilha sobre elas,
elas podem transformar a água e os gases em
alimentos vivos e este alimento produz mais
folhas, flores e frutos que comemos.

Veja como as plantas são úteis! Se elas não


fizessem alimento, não poderia haver nada vivo no
mundo. Os insetos se alimentam das plantas e os
pássaros se alimentam dos insetos. Ovelhas se
alimentam da grama e nós nos alimentamos de
ovelhas. Coelhos se alimentam de plantas, raposas
e doninhas se alimentam de coelhos. Se não

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houvesse plantas, não poderia haver insetos,
pássaros, animais e nenhuma pessoa viva.

Mas esse não é o único trabalho útil que as plantas


fazem. Você sabe que se muitas pessoas estão
fechadas em uma sala, elas inspiram ar fresco e
expiram de volta ar ruim, que não pode ser usado
novamente.

Agora, as plantas querem esse ar ruim. Elas


absorvem através de suas folhas e usa um gás que
está nesse ar para ajudá-las a crescer. Então, elas
não apenas transformam os gases em comida para
comermos, mas ao fazer isso elas usam o ar viciado
que colocamos para fora e devolve para nós ar
fresco e puro. É por isso que é tão saudável viver
no campo, onde existem tantas plantas.

Você vai achar muito interessante olhar as folhas


das plantas e notar suas formas e como são
dispostas em suas hastes de forma a obter luz e ar.

Você talvez conheça o lâmio, que é assim como


uma urtiga, mas que não queima. Ele cresce nas
sebes e tem uma linda flor roxa ou branca com a
forma de um capuz. Suas folhas são arranjadas em
pares por todo o caule e cada par fica exatamente
sobre o espaço do par abaixo dele, de modo a
deixar passar bastante luz.

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LÂMIO BRANCO

As folhas verdes brilhantes da hera na parede são


planas e têm longas hastes para que possam se
manter bem no ar.

As folhas do agrião, em nossos jardins, têm a


forma de um escudo redondo. O caule da folha
cresce sob o meio da folha e é muito comprido.
Então a folha cresce diretamente para o céu e
obtém muita luz e ar.

A folha do castanheiro-da-índia é dividida em


várias folhas, de modo que parece que foi feito de
cinco folhas e cada grupo de folhas é espalhado
para obter luz.

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As folhas da Oxalis, que as crianças adoram
morder porque tem gosto azedo, têm três folhas
redondas como o trevo, e essas folhas tombam à
noite ou em dia chuvoso, mas abrem bem quando
o sol está brilhando.

OXALIS

E agora vamos voltar para nossa bolsa-de-pastor.


Ainda não procuramos as flores, elas crescem em
talos que saem por entre os talos das folhas e do
caule. Nestes caules das flores existem algumas
folhas menores e muitas vagens de sementes.

Acima das vagens de sementes, no topo do caule,


estão algumas flores brancas crescendo bem
juntinho. Elas são tão pequenas que você mal

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consegue ver suas partes. Mas você pode perceber
que elas têm quatro folhas verdes externas e
quatro folhas brancas internas. Na próxima lição,
aprenderemos mais sobre isso.

Consiga seis plantas com folhas de formatos


diferentes e observe como elas crescem a partir do
caule.

CAPÍTULO III

A HISTÓRIA DE UM NABO
As flores da bolsa-de-pastor são muito pequenas,
então vamos pegar as flores de outra planta para
nos ajudar a aprender sobre elas. Se você puder
encontrar no jardim uma planta de nabo que esteja
germinando, você verá que tem flores muito
parecidas com as da bolsa-de-pastor, só que são
maiores e amarelas em vez de brancas.

Em ambas as flores existem quatro folhas verdes


exteriores. Elas são chamadas de sépalas. Elas
formam o copo ou cálice da flor. Então há as quatro
folhas coloridas que crescem acima das sépalas.
Elas são chamadas de pétalas. Elas fazem a coroa
ou corola da flor. Elas são brancas no bolsa-de-
pastor e amarelas na flor de nabo. Mas em ambas
as flores elas têm a forma de uma cruz.

Em seguida, vêm seis fios finos com pequenos


gomos no topo. Dois deles são curtos e quatro são
longos. Esses fios são chamados de estames. Os

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gomos são chamados de anteras, são os sacos de pó
que contêm a poeira amarela ou o pólen.

Por último, no meio da flor está a bolsa-semente


ou ovário. Na bolsa-de-pastor, o ovário tem a
forma de um coração, na flor do nabo é uma longa
vagem.

As vagens crescem em pequenos talos na haste.


Uma vez elas tinham folhas de flores ao redor
delas. Mas estas murcharam e as vagens
cresceram.

Alguns dos melhores vegetais do seu jardim tem


flores como essas, em forma de cruz e com quatro
estames longos e dois curtos. Alguns, como o nabo
e o rabanete, têm raízes boas para comer. Outros,
como o repolho e o agrião, comemos as folhas. No
caso da couve-flor e do brócolis, comemos as
flores.

Agora, voltemos ao nosso nabo. Que esplêndida


raiz redonda ele tem! Você pode encontrar uma
espécie de nabo selvagem crescendo nos caminhos,
mas a raiz é dura - você não apreciaria comê-la.
Nossos nabos são bons porque eles cresceram em
bom solo e tiveram boa comida por centenas de
anos e apenas as melhores sementes são semeadas.

Agora, atrevo-me a dizer que talvez você pense que


enquanto cavamos o solo e semeamos as sementes,
temos que manter o nabo só para nós. Mas existem
muitos animais e insetos que desejam sua parte
também.

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Assim que a semente de nabo tiver lançado suas
primeiras folhas verdes, um pequeno besouro
estará ali, pronto para comê-las. Quando suas asas
estão fechadas não é muito maior do que a letra O
no título deste capítulo. Tem longas pernas
traseiras e pode pular muito longe, por isso é
chamado de besouro-saltador do nabo.

No inverno, esses besouros dormem sob os torrões


de terra ou sob folhas mortas. Quando chega a
primavera, eles acordam e se alimentam da bolsa-
de-pastor, ou alguma outra erva daninha que surge
no início do ano, a mãe besouro-saltadora põe seus
ovos sob as folhas e logo as minúsculas larvas
saem e comem fazendo túneis nelas.

Em quinze dias eles estão gordos. Então eles caem


na terra e se embrulham em sua pele casulo, assim
como as formigas bebês fazem no formigueiro. Em
uma quinzena a mais, eles se tornam pequenos
besouros.

A essa altura, os primeiros nabos estão apenas


enviando suas primeiras folhas e os besouros-
saltadores terão um longo caminho para conseguir
comê-los. Então, quando você levanta em alguma
manhã, você pode achar a sementeira de nabo
muito vazia e, se você tiver olhos afiados, você
pode achar os pequenos besouros pretos brilhantes
que fizeram essa travessura. Todo um campo de
nabos suecos ou amarelos pode ser comido dessa
maneira.

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Se você limpar todas as ervas daninhas no início
do ano e ancinhar a terra para que os jovens nabos
cresçam rapidamente, você talvez consiga manter
o besouro-saltador longe. Mas, então, outras
criaturas também querem sua parte.

O percevejo do nabo porá seu ovo na raiz


subterrânea da mesma forma que os percevejos
das nozes fazem com as nozes nas arvores. Se você
puxar um nabo com pequenas protuberâncias ou
vesículas nele, você pode saber que uma larva de
percevejo saiu dali de dentro.

Então, quando as grandes folhas de nabo crescem,


a linda mosca-serra deixa seus ovos nelas para que
os vermes as devorem. O coelho, se conseguir se
acercar, vai comer os topos, enquanto os ratos
mordiscarão a raiz.

Por último, se você cultiva nabos para obter


sementes, o lindo pequeno besouro verde da flor
quer a sua parte e ele come os botões da flor.

Então você vê, os nabos alimentam muitas


criaturas além das ovelhas e de nós. Um bom
jardineiro gosta de estudar como manter longe
esses ladrões de jardim.

Veja se encontra flores de goivo-amarelo,


Matthiola, Iberis, Erysimum, flor de nabo e bolsa-
de-pastor, e observe suas semelhanças na forma e
no arranjo de suas partes.

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CAPÍTULO IV

COMO CRESCE UMA SEMENTE


Vimos nas duas últimas lições que uma planta tem
raiz, caule, folhas, flores e bolsas de sementes.
Hoje, gostaria de lhe dizer como elas crescem.

Se o seu instrutor permitir que você faça uma


pequena experiência, você pode observar uma
planta enquanto ela cresce a partir da semente.
Pegue um pires e um pedaço pequeno de flanela.
Coloque a flanela no pires e despeje água sobre ela
até que fique bem úmida. Então peça a alguém para
lhe dar um pouquinho de semente de mostarda e
espalhe na flanela. Coloque no peitoril da janela,
ou sobre a mesa, e tome cuidado para manter a
flanela molhada. Então observe o que acontece.

No segundo dia, depois de plantar as sementes,


você verá que elas estarão inchadas e moles. Elas
sugaram um pouco da água e estão usando-a para
crescer. No terceiro dia, muitas das sementes
despontarão uma pequena raiz branca, que se
agarrará na flanela.

A ponta da raiz agora vai sugar mais água e se você


abrir uma semente, descobrirá que ela está
dividindo-se ao meio. Cada uma das metades está
se tornando uma folha. Mas elas não são verdes,
elas ainda são bem brancas e você não pensaria
que elas são folhas.

Quando você for olhar na quarta manhã, você


poderá encontrar essas duas metades fora do seu

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invólucro. Algumas delas são brancas, mas
algumas delas estão se tornando verdes em cima e
roxas embaixo, e agora todos chamá-las-iam de
folhas. Elas crescem no caule e a camada vazia da
semente ainda pende no local onde o caule e a raiz
se encontram.

Olhe bem o formato dessas folhas, elas são feitas


de duas partes redondas com uma parte denteada
no meio. Elas são as folhas-sementes da planta de
mostarda. Elas saíram da semente e usaram o
alimento que estava nela para se espalhar e se
levantar em direção à luz do sol.

Agora, enquanto a luz incide sobre elas, elas ficam


verdes e podem fazer seu próprio alimento da água
e dos gases que as raízes sugam. Pois a raiz agora
tem muitas radículas e pelos absorventes nela,
como você verá se puxar uma da flanela.

Em alguns dias, uma pontinha verde aparecerá


entre as duas folhas-sementes e crescera, abrindo-
se em mais duas folhas. Essas têm novamente uma
pequena protuberância crescendo entre elas, que
se espalha formando outras folhas, e assim a
planta continua crescendo cada vez mais.

Mas as novas folhas têm formas bem diferentes


das folhas da semente. Elas são longas e são
recortadas em cinco folhetos, uma maior na ponta
e duas pequenas de cada lado.

O que você viu acontecer com a mostarda na


flanela é exatamente o que acontece com toda
semente que você semeia no solo. Primeiro incha

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quando a chuva morna cai nela. Em seguida, ela
germina uma pequena raiz. As folhas-sementes se
estendem, seu caule cresce, elas germinam de seu
invólucro e encontram seu caminho acima do solo.

Lá elas se tornam verdes sob a luz do sol e


começam a produzir alimentos nutritivos. Com
esse alimento, elas fazem caules e folhas frescas
até que elas se tornam grandes plantas, ou mesmo
árvores.

Outra bela experiência que você pode fazer é


molhar um feijão em água morna e colocá-lo no
topo de um pouco de terra, em um vasinho.
Mantenha a terra umedecida e observe o feijão,
como você fez com a mostarda semente. Vai
demorar mais para crescer. Pode ser quase uma
semana antes que a raiz encontre seu caminho
para a terra e mais uma semana antes das grandes
folhas-sementes verdes saírem da semente.

É muito curioso observar a raiz. Primeiro ela envia


apenas uma radícula. Em seguida, várias crescem
até que o feijão se pareça com uma grande aranha
de longas pernas. O pesado grão ainda está na
terra, enquanto o caule continua crescendo. Então
o caule forma um arco, com a semente em uma
extremidade e a raiz na outra.

Por fim, as folhas-semente tornam-se mais finas,


conforme a planta usa o alimento delas e a haste é
forte o suficiente para levantá-las de modo que
elas fiquem no ar. Ela não deixa o tegumento
embaixo, como a semente de mostarda fez. Ela o

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carrega junto e ele seca e cai do topo. Então você
pode ver o novo broto entre as folhas-semente, que
logo se abrem em novas folhas.

UM FEIJÃO CRESCENDO
1. Semente umedecida 2. Raiz aparecendo 3. Caule arqueando, antes das
folhas-sementes se elevarem 4. Folhas-sementes com brotos no meio
5. Planta do feijão crescida

Cultive o grão de mostarda em uma flanela úmida.


Molhe um feijão em água morna por uma noite e,
em seguida, mantenha-o em uma terra bem úmida,
em um vaso de flor.

CAPÍTULO V

FAZENDO NOVAS SEMENTES


Nós deixamos nossas plantas, no final da última
aula, crescendo folhas verdes à luz do sol. Agora

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elas continuam muito rapidamente. Suas raízes
absorvem água do solo e as folhas absorvem gases
do ar.

Quando a planta tiver feito muitas raízes, caules e


folhas, ela começa a armazenar alimentos para
fazer flores, nas quais novas sementes serão
formadas. Esse é um trabalho muito importante,
pois as sementes são necessárias para novas
plantas crescerem e tantas são destruídas pelos
pássaros e insetos, ou sufocadas por outras
plantas, que se não houvesse abundância as
plantas morreriam.

Portanto, a bolsa de sementes ou ovário é muito


protegida. Ela cresce bem no meio da flor, onde
pode ficar bem embrulhada no botão. Mesmo
quando cresce embaixo da flor, como na
madressilva, a ponta pegajosa está sempre segura
dentro do gomo.

Pegue uma prímula, um botão-de-ouro do campo e


uma flor de uma fileira de ervilhas e procure suas
bolsas de sementes. No meio da flor do botão-de-
ouro você encontrará um grande número de
formatos de pera, de ponta cabeça, com os talos
para cima, e em cada uma dessas bolsas de
sementes há o início de uma sementinha.

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BOTÃO-DE-OURO
1. Flor 2. Fruta com bolsas de sementes ou ovários separados (0)
3. Bolsa de sementes aberta para mostrar a semente

Você terá que puxar a coroa amarela da prímula


antes de poder ver a pequena e circular bolsa de
sementes posicionada no cálice verde. Tem um
tubo crescendo para fora dele com uma
protuberância redonda na parte superior.

FLORES DE PRÍMULAS
1. Flores com altas anteras (a) e protuberância grudenta no tubo (k)
2. Flores com anteras (a) no tubo e protuberância no alto (k); (o) ovário.
3. Ovario (o) com óvulos (ov) e polen (p) crescendo neles.

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Na flor da ervilha você encontrará um único casulo
dentro das flores-folhas, com um longo bico na
ponta. Quando você abrir o casulo, você verá sete
ou oito bolas brancas dentro dele, que são as bebês
ervilhas.

Se você puder cortar, abra a bolsa de sementes da


prímula, você encontrará o mesmo tipo de bolas,
mas muito pequenas. Essas bolas são macias e
transparentes. Você pode esmagá-las com os dedos
facilmente. Elas ainda não são sementes reais, mas
apenas sacos de suco, chamados de "óvulos". Antes
que elas possam crescer em duras sementes, elas
devem usar um pouco dos grãos amarelos dos
sacos de pó que crescem em volta delas.

É por isso que as bolsas de sementes têm pontas,


bicos e gomos. A ponta dos casulos do botão-de-
ouro, o bico no final da vagem da ervilha e a
protuberância no topo do tubo da prímula são
todos pegajosos. Os grãos amarelos grudam neles
como moscas em papel pega-moscas. Então os
grãos estouram e enviam um pouco de suco para
os óvulos na bolsa de sementes e transforma-os em
sementes realmente duras.

Quando você estiver em algum caminho, pegue


qualquer flor e tente encontrar sua bolsa de
sementes. Você pode talvez escolher uma papoula
no milharal. Ela tem uma boa e grande bolsa de
sementes, como um copo coberto e orifícios sob a
tampa. Quando a bolsa de sementes está madura e
fica com a cabeça pendurada, as sementes caem

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pelos buracos. Existem tantas que você não
poderia conta-las.

Você pode escolher uma violeta e quando você


tiver tirado suas folhas coloridas, você encontrará
uma curiosa bolsa de sementes. Pois o tubo e a
pegajosa protuberância na parte superior são
exatamente como o pescoço e a cabeça de um
pássaro. Os sacos de pó que se ajustam ao redor da
bolsa de sementes são de uma adorável cor laranja.

Se você encontrar uma linda flor roxa chamada


malvarisco, verá que sua bolsa de sementes é como
um queijo redondo achatado, com um longo tubo
no meio. Esse tubo tem oito ou doze pontos
pegajosos vermelhos e há muitos estames
amarelos em volta dele. As crianças do campo
costumam chamar as bolsas de sementes da malva
de "queijos", quando elas estão maduras e o tubo
comprido já está murcho.

Mas, muito provavelmente, você acabara por


escolher uma margarida ou um dente de leão.
Então você ficará confuso, pois não encontrará
uma bolsa de sementes no meio. Isso ocorre
porque a margarida ou o dente-de-leão não são
uma única flor, mas muitas flores amontoadas em
uma cabeça.

Desmonte uma flor de dente-de-leão e verá que


cada flor minúscula se separará das demais. Há
mais de cem em uma cabeça de dente-de-leão.
Pegue uma dessas florzinhas em sua mão e dê uma
olhada nela.

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No fundo existe um saco oval, que é a bolsa de
sementes. No topo dela há alguns fios de cabelo
finos, essas são as sépalas. Então há a coroa
amarela com uma longa tira nela. Dentro da coroa
vêm os estames, com sacos de pó bem longos que
se agarram em volta do tubo. No topo do tubo
estão dois chifres amarelos pegajosos.

DENTE-DE-LEÃO

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Então você vê que essa coisinha minúscula é uma
flor inteira, crescendo com suas companheiras no
dente-de-leão. A margarida é igual, com algumas
pequenas diferenças. Veja se você consegue
descobrir por si mesmo.

PARTES DE UM DENTE-DE-LEÃO
1. Uma única flor: (s) sépalas, (p) pétalas, (st) chifres pegajosos, (a) anteras,
(o) ovário
2. Almofada onde as flores crescem. Quatro são deixadas nela. (s) sépala,
(o) ovário.
3. Flor em tamanho maior com (s) sépalas, (o) ovário.

Encontre as bolsas de sementes das ervilhas, do


Erysimum, da bolsa-de-pastor, do botão-de-ouro,
da prímula, da papoula, do malvarisco e do dente-
de-leão.

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CAPÍTULO VI

COMO OS INSETOS AJUDAM


Assim que o sol começar a aquecer a terra, você
pode procurar as flores da primavera. Se você tiver
qualquer vala úmida por perto, você pode
encontrar a Caltha palustris em flor (veja imagem
abaixo). Ela é uma planta com caules ocos e folhas
verdes escuras, com formato de coração e
denteadas nas bordas. Elas têm grandes flores
amarelas e brilhantes, que as crianças comumente
chamam de "copas-de-rei".

CALTHA PALUSTRIS

O cálice amarelo tem apenas um conjunto de folhas


de flores e dentro dele há muitas bolsas de pó e
bolsas de sementes. Se você tirar uma dessas
bolsas de sementes e olhar em seus lados, você

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encontrará um pequeno buraco com um pouco de
mel nele.

As abelhas estão muito ansiosas para obter esse


mel, pois depois do inverno há poucas plantas em
flor. Elas também querem um pouco do pó de pólen
para fazer pão de abelha para os bebês-abelha.

As primeiras moscas também estão em busca de


alimento. Se você observar um canteiro de copas-
de-rei em um dia ensolarado, você vai ver uma
série de abelhas e moscas pousando nas flores.
Elas voam de flor em flor, bebendo uma gota em
cada uma, e à medida que se esfregam nas bolsas
de pó, elas carregam os grãos de pólen com elas.

Vimos no último capítulo que as plantas não podem


fazer sementes a menos que o pólen entre dentro
da bolsa de sementes. Também descobrimos, por
meio de experimentos, que elas fazem sementes
melhores quando os grãos de pólen vêm de outra
flor. Então, as abelhas fazem bem para as flores ao
carregarem o pólen em troca do mel que as plantas
lhes oferecem.

É possível que você encontre, em algum lugar das


trilhas, uma linda florzinha amarela como uma
estrela, com folhas verdes brilhantes em forma de
coração. É a celidônia menor, que tem uma copa de
cinco sépalas verdes e uma coroa de oito ou dez
pétalas amarelas. Moscas e abelhas vêm em
grandes números, pois tem uma gota de mel na
fina ponta de cada pétala, no meio da coroa.

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Se você desenterrar um pouco essa planta, você
encontrará alguns caroços brancos crescendo
entre as raízes. Cada um deles tem uma pequena
protuberância na parte superior, que vai tornar-se
uma planta se você a colocar no solo.

CELIDÔNIA MENOR

Outra flor que já está no campo é o tussilago


amarelo comum, uma erva daninha muito
cansativa para os fazendeiros. Tem um longo caule
rastejante e se espalha muito rapidamente no
subsolo. Tem uma flor como o dente-de-leão, feita
de centenas de minúsculas flores. Essa cabeça
cresce em uma haste carnuda que é coberta por
escamas rosa. As folhas não crescem até que as
flores acabem.

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TUSSILAGO AMARELO COMUM

Olhe atentamente para a cabeça da flor. Você vai


encontrar cerca de quarenta flores redondas
minúsculas no meio. Elas têm bolsas de pó nelas e
uma grande gota de mel. Ao redor delas estão cerca
de trezentas pequenas flores, cada uma com uma
longa tira amarela e dentro de cada uma dessas
flores externas há uma bolsa de sementes com dois
chifres pegajosos.

As abelhas e as moscas rastejam sobre essas


florzinhas externas para sugar o mel das flores no
meio e no caminho de volta elas trazem um pouco
de pólen e deixam-no nos pegajosos chifres.

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E agora, se você puder encontrar nas sebes a Arum
maculatum, vou te mostrar uma verdadeira
armadilha para insetos. É uma planta com um
capuz de ponta verde e uma clava roxa projetando-
se no meio.

Costumávamos chamá-la de "senhoras e


senhores", mas muitos a chamam de "Jack-no-
púlpito". Na primavera essa planta tem um cheiro
muito forte. Quando as moscas sentem o cheiro,
elas rastejam pela clava roxa para procurar mel.

ARUM MACULATUM
a. haste da flor b. pelos duros c. sacos de pó d.ovários inúteis
e. ovarios reais

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No caminho, elas passam por uma fileira de pelos
duros (b) que se dobram com seu peso, deixando-
as passar. Daí, elas chegam a um anel de pó de
sacos vermelhos (c) que ainda não estão abertos.
Em seguida elas passam por algumas bolsas de
sementes inúteis (d) e alcançam finalmente as
verdadeiras bolsas de sementes (e) com pontas
pegajosas.

Agora elas chegaram ao fundo e procuram por um


pouco de mel. Ai ai! Não há nada lá. Em seguida,
elas tentam voltar. Mas os pelos duros não vão se
curvar para cima e elas ficam prisioneiras.

Elas ficam fechadas por um ou dois dias e então as


pontas pegajosas das bolsas de sementes murcham
e cada uma libera uma gota de mel.

Portanto, as moscas não foram enganadas. Ao


mesmo tempo, os sacos de pó arrebentam e o pó de
pólen cai sobre as moscas. Em seguida, os estames
e os cabelos murcham e as moscas podem sair
novamente.

Ao passarem pelos sacos de pó ressecados, elas


escovam todos os grãos de pólen que sobraram e
têm o bastante nas costas para transportar para
outra armadilha de flores.

Você pode observar isso por si mesmo se procurar


a Arum e escolher duas plantas, uma jovem com as
bolsas de pó cheias e uma velha com as bolsas
murchas.

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Procure pela Caltha palustris, celidônia menor,
tussilago amarelo e Arum ou Jack-no-pulpito.

CAPÍTULO VII

BOLSAS DE SEMENTES QUE


COMEMOS
Quando as bolsas de sementes das plantas estão
maduras, nós as chamamos de frutas. Eu diria que
parece estranho chamar uma vagem de ervilhas de
fruta. Mas se você pensar em todas as outras frutas
que você conhece, você vai descobrir que todas
elas são bolsas de sementes.

A maçã é a bolsa de semente da flor da macieira. A


groselha contém a semente da groselheira. A noz é
o fruto da nogueira. A bolota é a fruta do carvalho.

No caso das ervilhas e das favas, comemos as


sementes da fruta. Mas nas vagens e nas feijocas
comemos a fruta inteira, a bolsa de sementes e
também as sementes. Se você andar em volta de
uma horta, eu acho que você pode encontrar um,
talvez dois, vegetais dos quais comemos a fruta
inteira.

Em muitos jardins, há algum canto onde as folhas


mortas e o lixo são empilhados para fazer uma
cama quente. Terra é jogada sobre a pilha, onde
pepinos e abobrinhas são cultivados. Veja que

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pepinos e abobrinhas são bolsas de sementes
carnudas, pois também estão cheias de sementes.

Você já olhou para as flores da abobrinha? Elas são


tão grandes e bonitas quanto muitas das flores de
jardim. Eu quero que você perceba algo curioso
nelas.

Se você olhar para suas várias flores, verá que elas


não são todas iguais. Todas têm um cálice verde
claro com cinco pontas longas e uma grande coroa
amarela, mas algumas, que são bem grandes, têm
o início de uma jovem abobrinha logo abaixo do
cálice verde, enquanto outras, que são menores,
não tem nada além do caule sob o cálice. Em
poucos dias a jovem abobrinha estará maior, mas
as flores que não têm abobrinhas estarão
murchando.

FLORES DE ABOBRINHAS
1. Flor com anteras (a) e dobras suculentas (f)
2. Flor com a abobrinha (m) com seu pistilo pegajoso (s)

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Olhe dentro das flores que estão murchando. Você
verá algumas interessantes bolsas retorcidas,
cheias de pó amarelo de pólen, mas você não
encontrará qualquer protuberância pegajosa no
meio.

Então olhe para a flor grande no topo da


abobrinha. Dentro dessa flor você vai encontrar
umas protuberâncias pegajosas e, provavelmente,
alguma poeira amarela nelas. Você descobrira que
essas protuberâncias são o topo da bolsa de
sementes, mas você não encontrará quaisquer
sacos de pó nessa flor.

Então você vê que a abobrinha tem suas bolsas de


pó em uma flor e sua bolsa de sementes em outra.
Como que os grãos amarelos podem ir de uma flor
para outra para fazer as sementes crescerem?

Aqui os insetos ajudam. Nós os achamos


problemáticos quando eles estragaram os nabos,
mas agora eles são úteis.

Dentro de cada flor de abobrinha há algumas


dobrinhas suculentas, que as abelhas e moscas
adoram mordiscar para poder pegar o suco doce.
Quando elas se espremem na flor para morder as
dobras, elas se esfregam nas bolsas e carregam
alguns grãos amarelos em suas costas.

Em seguida, elas vão para a flor maior para morder


as dobras e passam por protuberâncias pegajosas
pelo seu caminho. Os grãos amarelos grudam nas

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protuberâncias e assim os óvulos da abobrinha
obtêm o alimento-pólen e são capazes de se
transformar em sementes.

As flores de pepino são de dois tipos, como os da


abobrinha. Por isso horticultores de regiões frias
têm o cuidado de abrir suas estufas todos os dias.
Eles não devem apenas deixar entrar ar fresco.
Eles também devem dar aos insetos a chance de se
aproximar das flores. Pois se eles não viessem, não
haveria quem carregasse o pólen de uma flor para
outra.

Alguns horticultores colhem uma flor com sacos de


pó e esfregam-na contra as protuberâncias
pegajosas da grande flor e assim fazem o mesmo
trabalho dos insetos.

Abóboras, melões e cucurbitáceas têm dois tipos de


flores como o pepino e a abobrinha. Há mais uma
fruta que comemos como um vegetal, mas não
tenho certeza se você terá em seu jardim, é o lindo
tomate, que se parece com uma maçã vermelha
escura.

Se você não o tiver, você pode tentar cultivá-lo. Os


trabalhadores rurais costumam cultiva-lo em
Devonshire, mesmo quando eles têm apenas um
caminho arenoso para plantá-lo.

Semeie as sementes em uma caixa em fevereiro,


coloque um pedaço de vidro sobre elas, e
mantenha-as na cozinha, onde está quente. Então,
quando as pequenas plantas tiverem duas ou três

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folhas sobre elas, coloque cada planta em um
pequeno vaso com um pouco de terra bem arenosa.

Mantenha as plantas bem regadas e quando


começar a esquentar coloque os vasos fora de casa,
em um canto quente. Assim que eles estiverem um
pouco endurecidos, você pode fazer buracos
fundos no pé de um muro ensolarado. Encha-os
com estrume e terra, e tire as plantas dos vasos e
coloque neles.

Elas vão crescer contra a parede e dar-lhe tomates


finos. Você só deve ter cuidado para evitar as
lesmas e os caracóis, pois eles amam o suco de
tomate doce tanto quanto nós.

Quando os frutos estiverem maiores, se o tempo


não estiver quente o suficiente para amadurecer
ao ar livre, você pode colhe-los e colocá-los nas
prateleiras da cozinha e eles ficarão vermelhos e
se tornarão adequados para comer.

Traga os dois tipos de flores que crescem na


abobrinha – bem como as do pepino. Traga as
frutas de uma abobrinha, de um pepino e de um
tomate.

CAPÍTULO VIII

O REPOLHO
Quando as flores da primavera estão começando a
aparecer nos campos, belos canteiros de sementes

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de repolho, brócolis, couve-flor e couve-de-
bruxelas terão que ser semeados para serem
replantados a frente. Os primeiros nabos devem
ser semeados em suas fileiras e os rabanetes, a
mostarda e o agrião podem ser cultivados para as
saladas.

Todos eles pertencem à família que tem flores em


formato de cruz. Então você vê que esta é uma
família muito útil para os jardineiros. Essa família
nos dá também a adorável Erysimum, a doce
Alyssum e o goivo nos jardins de flores, bem como
o agrião por entre os riachos.

Mas assim que nossas plantas de repolho começam


a crescer, descobrimos que os insetos, que são tão
úteis para nos ajudar a fazer sementes, podem
fazer mal a uma horta. No início do verão, antes
que as plantas fiquem muito grandes, você vai ver
a borboleta de repolho com duas manchas pretas
em suas asas, voando pelo jardim.

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BORBOLETA DE REPOLHO

De onde você acha que ela veio? Por todo o inverno


seu corpo ficou recoberto com uma goma dura que
se espalhou sobre ela quando ela se contorceu para
fora de sua pele de lagarta e se prendeu por fios de
seda no caule de um velho talo de repolho ou talvez
ficou escondida em uma das rachaduras das
estacas.

Agora que o sol está quente, ela saiu para pôr seus
ovos. Ela não se alimenta de repolho, ela bebe mel
das flores. Mas ela se alimentou das folhas quando
ela era uma lagarta, então ela colocou ovos sob
uma folha de repolho, onde as lagartas
encontrarão comida quando nascerem.

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A borboleta Aglais urticae, nos campos, coloca seus
ovos em urtigas, porque suas lagartas se
alimentam das folhas de urtiga. Elas tecem uma
pequena tenda sob as folhas para voltar a elas à
noite e ali você, por vezes, pode encontrá-las.

Mas se você quiser salvar seus repolhos de serem


comidos pelas lagartas, você deve procurar os ovos
da borboleta de repolho sob as folhas de repolho.
Eles são muito pequenos, mas em uma quinzena
eles vão eclodir em pequenas lagartas verdes com
manchas pretas e uma linha amarela nas costas.

Elas não param de comer por cerca de um mês e,


então, no meio do verão, elas se arrastam para
alguma árvore ou paliçada e ligam-se ali por seu
fio de seda até a próxima primavera. Daí cada
borboleta sai para colocar seus ovos em repolhos
frescos.

Se você procurar, com muito cuidado, por todo o


jardim, pelos galpões e ao longo das estacas, no
inverno, você poderá encontrar e destruir as
crisálidas e ajudar a salvar seus repolhos das
lagartas.

Mas se você vir umas bolinhas brancas, mais ou


menos do tamanho de uma semente de cânhamo,
perto de uma lagarta morta, tome cuidado para
não as destruir. Elas são os casulos de uma
pequena mosca que bota seu ovo no corpo da
lagarta da borboleta de repolho branco e quando o
ovo é chocado, a larva se alimenta do interior da
lagarta.

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Não é uma história curiosa? A borboleta suga o mel
das flores e carrega seus pós de pólen para elas.
Em seguida, ela põe seus ovos sob uma folha de
repolho e morre. A lagarta se alimenta do repolho
e então talvez venha uma pequena mosca e coloque
seus ovos nela e o verme se alimente dela, de modo
que quando chega a hora da lagarta virar uma
borboleta, ela morre em vez de se transformar.

Muitas outras criaturas se alimentam de nosso


repolho. Lesmas e caracóis gostam de carne verde
e o gorgulho, que vimos se alimentando do nabo,
gosta de raiz de repolho também. A melhor
maneira de manter todos os inimigos longe é
manter o solo limpo, livre de ervas daninhas, e
eliminar todos os insetos que você encontrar.

Encontre todos os crucíferos (flores em forma de


cruz) que puder - Erysimum, Iberis, goivo,
mostarda-dos-campos, nabo e qualquer tipo de
repolho. Tente encontrar a crisálida da borboleta
de repolho.

CAPÍTULO IX

COMO AS PLANTAS SE
DEFENDEM
Em maio, as sebes estarão repletas de flores. Eu
não tenho espaço para descrevê-las todas para
você. Você deve escolher uma de cada, pelos
caminhos, e perguntar sobre elas.

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No topo das margens e aninhados na floresta, você
encontrará os jacintos selvagens, que as crianças
chamam de campainhas azuis, o Lychnis flos-
cuculi e as adoráveis morugens ou Stellaria, com
flores como puras estrelas brancas e folhas
estreitas e pontiagudas.

As crianças chamam-nas de "caixinha surpresa"


porque a bolsa de sementes, quando está madura,
estala se você beliscar. Existem muitos tipos de
Stellaria. Uma delas, com pequenas flores, é
chamada de erva-estrela.

JACINTO SELVAGEM MORUGEM LYCHNIS FLOS-COCULI

Os prados agora estão dourados com os


Ranunculus e as valas estão azuis com os miosótis.
E você pode encontrar a pequena Veronica azul ou
Veronica pérsica quase que em todos os lugares. É
uma erva daninha, com caules finos e fracos, e
você pode conhecê-la por suas quatro pétalas azuis
e seus dois estames se destacando como chifres.

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Logo a alta rainha-do-prado, com seus cachos de
minúsculas flores brancas, florescerá ao lado dos
riachos e em lugares úmidos; e a bonita cornichão,
conhecida como “trevo do pé de pássaro”,
iluminará as sebes e os campos.

MIOSÓTIS RANUNCULUS VERONICA AZUL

É possível que você conheça essa florzinha, cresce


bastante baixo e é como uma pequena e amarela
flor de ervilha. cerca de quatro ou cinco pequenas
flores crescem no topo de cada haste de flor e os
botões têm listras vermelhas brilhantes sobre eles.
Quando as vagens estão maduras, elas se destacam
como os dedos dos pés de um pássaro.

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CORNICHÃO

Essas e muitas outras flores, você pode encontrar


nos campos e nas sebes e agora você sabe como
procurar por suas bolsas de sementes e bolsas de
pó. E eu tenho certeza que você vai ficar de olho
para ver quais moscas, abelhas e besouros vêm
buscar mel e pó de pólen.

Se você fizer isso e mantiver os olhos abertos, você


vai descobrir que outras criaturas procuram as
plantas e flores, que não lhes são tão úteis quanto
as abelhas. Tem a vaca, que arranca grandes
bocados de suas folhas, enquanto ela pasta. Tem o
burro, que se alimenta dos cardos. Aparece o
coelho, que sai à noite para beliscar os tenros
rebentos. E logo vem os pequenos camundongos,
que raspam a terra e se alimentam de caules
grossos e raízes subterrâneas.

Agora, deixe-me falar de algumas plantas que se


protegem e que você talvez possa encontrar.

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Primeiro vêm a anêmona e a Ranunculus do prado.
Ambas têm folhas amargas que queimam sua
língua quando você as morde.

Se você atravessar um campo que tem muitas


Ranunculus, você vai descobrir que as vacas e as
ovelhas as deixam em paz tanto quanto podem. Se
elas comerem as folhas, elas não vão tocar nas
flores, que são muito mais azedas. Então, essas
plantas impedem as vacas de mata-las. Da mesma
forma, as folhas dos gerânios selvagens têm sabor
e cheiro desagradáveis.

Daí temos as samambaias. Elas têm uma grande


incidência de um amargo tanínico nelas. Você vai
descobrir que se as vacas ou ovelhas têm se
alimentado onde a samambaia Pteridium está
crescendo, elas não a tocarão. Então as
samambaias se mantêm seguras.

Em seguida, a pequena Oxalis tem gosto ácido e as


Veronicas secam o interior da sua boca se você
comer suas folhas. Por isso essas plantas são
deixadas em paz. Por fim, a Arum maculatum tem
uma substância tão venenosa em suas bagas,
folhas e caules subterrâneos, que nenhum animal
acima do solo vai comê-la e nenhum sensato rato
do campo pensaria em mordiscá-la no subsolo.

Ainda há as plantas que crescem espinhos em suas


hastes. Vacas e cavalos não gostam de comer tojo
por isso, machuca suas bocas sensíveis. Esses são
alguns exemplos. Eu não posso te oferecer mais
porque eu quero te contar algo ainda mais curioso.

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As plantas querem que as abelhas e as moscas
visitem suas flores porque elas carregam o pólen
de uma flor para outra. Mas outros insetos, como
formigas e aranhas, gostam de mel também e elas
apenas rastejam. Elas perdem qualquer poeira que
caia sobre elas antes que alcancem outra flor.
Então, elas roubam as flores de seu mel e não
oferecem nada em troca.

Como você acha que as plantas se protegem? De


muitas maneiras diferentes. A Dipsacus tem uma
grande flor cheia de mel. Mas as formigas não
podem rouba-la porque suas folhas crescem em
posicionamento oposto umas às outras no caule e
juntam-se ao redor dela de forma a fazer um
pequeno pote. O orvalho e a chuva são coletados no
pote e impedem as formigas de passar por elas.

As plantas que chamamos de Silene, dos quais a


Silene flos-cuculi é um exemplar, muitas vezes tem
seus caules de flores cobertos por finos pelos e o
caule próximo à flor é muito pegajoso. Quando as
formigas sobem para tentar roubar o mel, elas
colam rapidamente e não conseguem prosseguir. É
por isso que algumas das Silenes são chamadas de
"pega-moscas".

Uma planta muito comum nas sebes é a Euphorbia


helioscopia, que tem pequenas e peculiares flores
verdes. Essa planta tem um suco leitoso venenoso
em sua haste. Quando as formigas tentam subir,
elas fazem pequenos buracos com suas patas,
grudam nelas e morrem. Eu gostaria de poder
contar mais sobre a maneira como as plantas se

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protegem de grilos, através de pelos e venenos,
mas você deve descobrir por si mesmo.

EUPHORBIA HELIOSCOPIA SILENE FLOS-CUCULI DIPSACUS

Procure plantas como a Euphorbia helioscopia, a


Silene flos-cuculi ou “pega-moscas”, a Oxalis, a
Dipsacus e o gerânio selvagem.

CAPÍTULO X

FLORES SELVAGENS E FLORES


DE JARDIM
Agora você sabe como as plantas selvagens
crescem, como os insetos ajudam a fazer as
sementes e como as plantas precisam defender-se
de inimigos que comeriam suas folhas ou
roubariam seu mel.

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A seguir, vamos dar uma olhada nas flores de
nossos jardins e ver o quão longe elas estão das
flores selvagens dos campos. Todas as plantas de
jardim crescem selvagens em alguma parte do
mundo. Nós as levamos para os nossos jardins e
tornamos suas flores maiores e mais brilhantes.
Algumas ainda vivem selvagens na Inglaterra,
outras foram trazidas de países estrangeiros.

As miosótis, nas bordas do jardim, são muito


parecidas com as que encontramos nas trilhas
inglesas. A Galanthus já correu solta em muitas
partes da Inglaterra. A congoça, com suas folhas
escuras e brilhantes, crescem em todas as ruas de
Devonshire. As grandes margaridas, que crescem
em nossos jardins, são as mesmas que aquelas dos
campos de milho. A madressilva é tão linda nas
sebes como na treliça da varanda.

MADRESSILVA GALANTHUS CONGOÇA

Mas a grande Clematis roxa e os belos crisântemos


amarelos e brancos, que crescem em tantos jardins

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de chalés, vêm de fora do país. Eu conheci uma
senhora uma vez que as chamou de "hinos de
Natal". Eu acho que ela imaginou que eles
florescessem no final do ano, de propósito, para o
Natal.

Os adoráveis amores-perfeitos, amarelos e roxos,


que florescem durante todo o verão, parecem
inicialmente sublimes demais para virem de meios
selvagens. Mas você pode colher pequenos amores-
perfeitos selvagens nas trilhas e se você olhar
dentro da flor do amor-perfeito de jardim você
verá a curiosa cabeça de pássaro no topo de sua
bolsa de sementes que nós encontramos na violeta.
Então o amor-perfeito é uma verdadeira planta
inglesa.

AMOR-PERFEITO E AMOR-PERFEITO SELVAGEM

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Há uma boa chance de você ter alguma Polyanthus
amarela e marrom em seu jardim. A princípio, você
vai pensar que não há nada desse tipo nos campos.
Mas se você tiver uma Prímula veris e comparar
com a Polyanthus, você descobrira que todas as
suas partes são iguais. Pois a Polyanthus já foi
selvagem como a Prímula veris e os jardineiros as
adubaram e escolheram as melhores sementes até
que tivessem as cores brilhantes que elas têm
agora.

A razão pelas quais as flores de jardim costumam


ser maiores e mais bonitas em suas cores do que
as flores selvagens é porque as plantas não são
obrigadas a se esforçar tanto para viver nem para
fazer tantas sementes. O jardineiro as coloca em
terreno bom, alimenta-as bem e colhe as melhores
sementes das flores para semear no próximo ano.

ROSA SELVAGEM E ROSA DE JARDIM


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Você pode fazer o mesmo se tentar e, embora você
não possa fazer muito no início, em alguns anos
você conseguirá flores bem mais finas como
resultado de seu trabalho.

Você deve observar a planta e arrancar todas as


folhas secas, manter o solo ancinhado, bem
adubado e livre de ervas daninhas. Daí você deve
decidir qual das plantas têm as flores melhores e
mais brilhantes. Amarre um pequeno pedaço de
algodão em volta do caule dessas flores e observe
quando suas bolsas de sementes estão maduras,
então guarde essas sementes para semear no
próximo ano. Em dois ou três anos você terá flores
bem mais bonitas.

Os Dianthus e cravos são algumas das flores mais


bonitas e encantadoras do nosso jardim. Eles
pertencem a uma família inglesa chamada de
família Caryophyllaceae. Você pode não ter
nenhum rosa selvagem em sua parte do país, mas
você poderá encontrar a Lychnis flos-cuculi e a
Silene, e estas pertencem à mesma família.

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CRAVOS

Se você comparar suas flores com o Dianthus, você


vai descobrir que ambas têm folhas estreitas
crescendo opostas umas às outras. O caule é
inchado nas juntas onde elas crescem. Ambas têm
um longo cálice verde com pontas e cinco pétalas
rosa ou brancas, irregulares nas bordas. Dez
estames crescem dentro da parte superior do
caule, e há uma bolsa alta de sementes no meio,
com dois ou três chifres pegajosos.

Agora tente encontrar uma bolsa de sementes


maduras. Estará aberta no topo e suas pontas
dobradas como no topo de um vaso. Dentro há um
pequeno pilar vertical com as sementes crescendo
ao seu redor. Quando você encontrar tudo isso em

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uma flor você saberá que ela pertence à família das
Caryophyllaceae.

Morugem, Stellaria, Silene, Saponaria, Lychnis


flos-coculi e Dianthus podem ser encontradas
pelas trilhas. Mas, sem dúvida, você tem em seu
jardim algumas flores duplas de Dianthus,
Erysimum, Mathiolas e rosas. Elas têm muitas
pétalas coloridas e quase nenhum saco de pó ou
bolsa de sementes, às vezes, nenhum mesmo.

Os jardineiros fizeram essas flores duplas ao


cultivar essas plantas em uma terra muito rica e
plantando as sementes daquelas que mais
cresceram flores, em vez de estames.

As plantas nos campos dificilmente têm flores


duplas. Elas precisam fazer muitas sementes. Se
você colocar uma planta com flores duplas no chão
e deixa-la ficar selvagem, ela voltará a ter flores
simples. Só que os jardineiros querem flores finas.
Então eles cultivam malvas-rosa, dálias, peônias e
prímulas dobradas, bem como simples.

Compare a rosa selvagem com a rosa do jardim, o


amor-perfeito selvagem e o de jardim, prímulas e
Polyanthus, Lychnis flos-cuculi e dalias.

CAPÍTULO XI

A FAMÍLIA ROSACEA E SEUS


FRUTOS
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Em junho, as rosas caninas estão em flor. Elas são
muito lindas, exibindo suas flores rosas e brancas
pelas cercas. Embora tenham espinhos, você
consegue cortar um galho e leva-la por aí. Nós
aprenderemos hoje sobre a família das rosáceas.

ROSA CANINA

Eu quero que você traga muitas flores e frutos das


cercas e do jardim, além da rosa. Você se lembra
que alguns dos nossos melhores vegetais vêm das
flores em forma de cruz. Agora você verá que
algumas de nossas melhores frutas vem da família
das rosáceas.

Portanto, procure nas sebes um ramo de rosa


selvagem. Devem ser selvagens, você se lembra
que nossas rosas de jardim transformaram a
maioria de seus estames em folhas de flores.

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Em seguida, pegue, se for possível, uma amora com
uma flor de amora. E, das margens, traga uma
planta de morango silvestre. Pegue uma se
conseguir com um morango maduro pendurado
nela, bem como com a flor. Pois existe outra planta
chamada potentilha que é tão parecida com o
morango silvestre que você pode trazê-la por
engano, a menos que você tenha visto o pequeno
fruto do morango.

Em seguida, traga do seu jardim um morango, uma


framboesa, uma cereja, uma ameixa, uma maçã e
uma pera. Quanto teremos! E, no entanto, você
pode trazer um pêssego, uma nêspera, um
marmelo, uma nectarina e um damasco também,
pois todas essas frutas pertencem à família
rosácea. Só imagino que você não as encontrara
todas por perto.

FRUTOS DA FAMÍLIA DA ROSACEAE: FRAMBOESAS, MORANGOS,


AMORAS E CINÓRRODOS

Primeiro, vejamos as flores. Você verá que a rosa


selvagem tem um cálice bem fundo, com cinco

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sépalas verdes, que se destacam com suas pontas
compridas. Se for uma rosa canina, sua coroa será
feita de cinco adoráveis pétalas de rosa. Elas são
todas separadas de modo que você pode puxar cada
uma do cálice verde, sem perturbar as outras. Se
você puxar todas elas, você descobrirá que há
muitos sacos de pó crescendo na borda do cálice
verde.

Procure pelas bolsas de sementes. Seus topos


pegajosos estão espiando para fora do cálice. Mas
você terá que rasgar o cálice para encontrá-las lá
dentro. Então você verá que estão todas separadas
e que cada uma tem um topo pegajoso próprio.

Agora olhe para a flor de morango: ela também


tem cinco sépalas verdes e cinco pétalas brancas,
e muitos sacos de pó, assim como a rosa. Mas não
tem cálice profundo. Suas bolsas de sementes
crescem em um pequeno monte dentro das sépalas.
Aos poucos, esse monte incha e cresce macio,
suculento e doce, e as minúsculas bolsas de
sementes serão enterradas nele, como alfinetes em
uma almofada de alfinetes.

Olhe para o pequeno fruto do morango selvagem e


o grande fruto do morango de jardim e você vai ver
isso. As pessoas costumam chamar essas sementes
secas de “sementes", mas não são sementes, são
minúsculas bolsas de sementes, cada uma com uma
semente dentro.

Agora olhe para a flor da amoreira. É exatamente


como o morango e suas bolsas de sementes

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crescem em um monte. Mas quando a fruta está
madura, você descobrira que o monte não é maior.
Na amoreira, as próprias bolsas de sementes
crescem macias e se tornam pequenas bolas cheias
de suco doce. Você pode separa-las umas das
outras e você encontrará uma semente dentro de
cada uma.

A framboesa é como a amora, apenas as pequenas


bolsas vermelhas de sementes suculentas
encolhem para longe do monte. Então você pode
puxá-las como uma tampa, deixando o pontiagudo
monte branco para trás.

E as outras frutas? Na próxima primavera, quando


as ameixeiras e cerejeiras estiverem em flor, você
descobrirá que elas têm o mesmo tipo de flores que
a rosa. Mas elas têm apenas uma bolsa de sementes
para cada flor. Essas bolsas de sementes ficam
suculentas por fora e deixam uma casca bem dura
por dentro, em volta da semente. Então você tem
que comer a cobertura suculenta e quebrar a casca
dura antes que você possa chegar ao núcleo ou à
semente.

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1. FLOR DE AMOREIRA: cortada de forma a mostrar as frutas separadas
2. FLOR DA CEREJEIRA: cortada de forma a mostrar uma única fruta e
núcleo
3. MAÇA: cortada ao meio de modo a mostras as cinco bolsas-sementes

A maçã e a pera vão te confundir, até você cortar


uma maçã. Então você verá as cinco pequenas
bolsas de sementes organizadas como uma estrela
no meio da fruta. Cada bolsa de sementes terá uma
ou duas sementes nela e as bolsas são o que
chamamos de núcleo da maçã. O cálice verde ou
vermelho ficou grosso e carnudo ao redor delas.
Você pode ver as pontas secas das sépalas verdes
no topo da maçã. Na flor da maçã as bolsas de
sementes são separadas até que o cálice cresça ao
redor delas e faça uma grande maçã.

Traga uma rosa selvagem, uma amoreira em flor,


um morango selvagem em flor, uma maçã, uma
pera, uma ameixa, uma cereja, uma framboesa e
um morango de jardim.

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CAPÍTULO XII

O LAMIO-ROXO E AS FLORES DE
ERVILHAS
Quando uma abelha sai em busca de mel, há uma
planta que ela fica muito feliz de encontrar, o
lâmio-roxo.

Ela não se importa se as flores são brancas ou


roxas. Ela sabe que, a menos que alguma outra
abelha já tenha estado ali, ela vai encontrar um
pouco de mel. Geralmente há muitos lâmios-roxos
a serem encontrados, pois suas folhas não têm
gosto bom e elas parecem tanto com urtigas que
bem poucos animais as comem.

A verdadeira urtiga tem apenas pequenas flores


verdes, enquanto o lâmio tem aglomerados de
flores brancas ou vermelhas crescendo em todo a
haste, logo acima de cada par de folhas. Essas
flores têm um formato parecido com um elmo
antigo, e elas têm um lábio largo caído na frente,
que tem um entalhe profundo no meio.

O caule da planta não é redondo, como o caule da


maioria das plantas. É quadrado com quatro lados.
Por essas características, você sempre pode saber
quando é uma urtiga, mesmo quando não está em
flor. As folhas grossas crescem opostas umas às
outras e cada par cresce sobre o que está abaixo
dele, como vimos no capítulo II.

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Agora vamos olhar para a flor. É melhor você pegar
uma urtiga branca, pois as flores são grandes.
Pegue o elmo e puxe-o com muito cuidado. Ele vai
sair, deixando o cálice verde com seus cinco
pontos. Mas muito provavelmente você terá
arrancado o longo tubo com chifres pegajosos, que
crescem fora da bolsa de sementes, pois eles saem
facilmente.

Se você tiver, tente outra flor e abra o elmo bem


cuidadosamente. Então você verá que no fundo do
cálice há quatro pequenas bolsas de sementes,
como nozes, com um tubo longo, em pé, bem no
meio deles. Ele tem dois chifres pegajosos.

A. FLOR DE LÂMIO-ROXO
B. FLOR CORTADA NO MEIO
a. anteras, s. estigma, f. franja ou pelos, n. fruta ou bolsa de sementes, l. lábio

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Agora olhe dentro de outra flor. Você encontrará
quatro estames crescendo na coroa e duas delas
são tão longas que chegam até o capô. Antes de
tirar o capô, os chifres pegajosos estavam perto
deles. No fundo do tubo há muito mel, mas os
insetos rastejantes não podem pegá-lo, pois há
uma franja espessa de fios de cabelo no tubo para
mantê-los afastados.

Mas quando a abelha vem buscar mel, ela empurra


seu tronco através dos cabelos e enquanto ela
chupa, ela remove a poeira dos sacos. Em seguida,
ela vai para outra flor e deixa-os nos pegajosos
chifres. Existem muitas flores com lábios como a
urtiga. Hortelã, sálvia, erva-cidreira, tomilho,
hortelã-pimenta, lavanda, alecrim e as bonitas
flores azuis e brancas da ajuga, nas sebes, são
todas com lábios – você as conhecerá por suas
hastes quadradas, folhas opostas e as quatro
pequenas bolsas de sementes.

Nas plantas de salvia, as anteras balançam em uma


barra. A abelha bate na cabeça dela contra a
extremidade inferior, que está vazia, e o saco de
pó cheio vem abaixo em sua parte de trás.

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ABELHAS NA SALVIA
A: flor cortada ao meio, mostrando o balanço da (a) antera quando a abelha
entra na flor

Outra flor que a abelha adora é a flor da ervilha.


Ali, novamente, ela certamente encontrará mel. Na
horta, em uma bela manhã, você poderá ver
abelhas zumbindo ao longo de fileiras de ervilhas
e feijões, parando apenas para enfiar a cabeça nas
flores.

Pegue uma flor de ervilha e deixe-nos ver como


elas fazem isso. Segure a flor de frente para você.
Atrás está uma grande pétala, com uma cavidade
profunda no meio. Essa pétala levanta-se como
uma bandeira para dizer à abelha onde vir para
conseguir mel. Por isso, chamam-na de
"estandarte". Duas pétalas menores são dobradas

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juntas, logo abaixo dela. Elas são chamadas de
"asas". Entre essas asas estão mais duas pétalas,
que são unidas como a parte debaixo de um barco.
Chamam-nas de "quilha".

Se você segurar as asas e puxá-las suavemente


para baixo, você verá que elas trazem a quilha com
elas. Então você verá os sacos de pó de dez estames
e o bico pegajoso da pequena vagem de ervilha.
Eles antes estavam escondidos na quilha.

Se você desfizer a flor em pedaços, você verá


porque a quilha desceu. Dentro de cada asa há uma
protuberância que se encaixa em uma cavidade na
lateral da quilha. Não é curioso? Quando a abelha
se instala nas asas, ela as pressiona para baixo com
seu peso. Eles pressionam a quilha, e os sacos de
pó batem contra o peito da abelha. Então ela vai
embora para a próxima flor, coberta com pó de
pólen.

FLORES DE ERVILHA SECCIONADAS


a. anteras, b. bico grudento, o. ovário, s. sementes

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Existem quase tantas flores de ervilha quanto
existem flores de urtiga. O lindo tojo, o pequeno
trevo e todos as vicias nas sebes pertencem a essa
família, bem como os trevos amarelos que
cultivamos para feno de trevo. Cada cabeça de
trevo é um aglomerado de pequenas flores, como
as da ervilha.

Então, no jardim de flores, temos o Laburnum e,


na horta, as feijocas e as favas.

Examine a urtiga, a hortelã, o tomilho e a salvia.


Observe a curiosa antera oscilante da salvia.
Examine também uma flor de ervilha, uma flor de
tojo, uma larica e um cornichão.

CAPÍTULO XIII

PLANTAS TREPADEIRAS
Quando você colhe flores de ervilhas e de feijocas,
se você observar, verá que elas escalam as
estruturas que nós colocamos para elas. Mas eu
ouso dizer que você não se perguntou porque elas
escalam, nem como escalam.

Você sabe que se você tirasse as estacas, elas


cairiam em uma massa emaranhada no chão, pois
ervilhas e feijocas têm hastes finas e fracas. No
entanto, elas não poderiam obter luz e ar
suficientes, caídas no chão e elas seriam sufocadas
sob outras plantas. Então elas aprenderam a subir
em uma sebe ou em gravetos, ou qualquer coisa

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que pudessem encontrar, para eleva-las em
direção ao céu, por isso elas escalam.

Agora vamos ver como elas fazem isso, pois ambas


não trabalham da mesma forma. Você descobrirá
que na ervilha muitos lugares onde deveria haver
uma folha, há um pequeno fio verde enrolado, que
se agarra ao redor da derivação do galho, assim
como um bebê se agarra no dedo de sua mãe. Nós
chamamos esses fios de "gavinhas". Eles seguram
a planta na luz e no ar e deixam as flores
penduradas onde as abelhas possam encontrá-las.

ERVILHA E SUAS GAVINHAS

As feijocas fazem sua escalada de maneira


diferente. Elas não usam suas folhas, mas toda a
sua haste ao redor dos gravetos.

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Se você olhar ao longo das sebes, você vai
encontrar muitas plantas trepadeiras que
conseguem usar os arbustos espessos como uma
base nas quais espalhar suas folhas e flores.

Aí está o Clematis ou barbas-de-velho. Ainda não


transformou suas folhas em gavinhas ou
entrelaçou sua haste em volta dos galhos. Ela
torce firmemente o talo das folhas ao redor dos
galhos, de modo que as folhas se destacam no final.

Suas lindas flores estão, desta forma, espalhadas


por todo o topo da cerca viva e aos poucos as
emplumadas bolsas de sementes ficam penduradas
como as barbas de um velho, exatamente onde o
vento pode pegá-las e leva-las longe.

Você talvez conheça o Galium aparine ou amor-de-


hortelão, que cresce sobretudo nas trilhas. Suas
estreitas folhas verdes estão dispostas ao redor do
caule como uma estrela e tem flores brancas bem
pequenas.

O caule, folhas e bolsas de sementes estão todos


cheios de pequenos ganchos para eles agarrarem-
se à sua mão quando você os coleta. É realmente
uma planta muito fraca, mas ela gruda em outras
plantas, que são mais fortes, e assim se eleva.

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CLEMATIS E GALIUM APARINE

A amora-preta e outras amoreiras sobem da


mesma forma e a rosa selvagem sobe com seus
espinhos. Além da cerca viva, o selvagem lúpulo
pode estar crescendo. Suas hastes morrem a cada
ano e crescem novamente na primavera.

Ainda assim, consegue se espalhar por um longo


caminho, pois sua haste se enrosca em galhos e em
pequenas árvores, e qualquer coisa que possa
encontrar, espalhando suas largas folhas em forma
de coração. Você achará as flores do lúpulo um
tanto intrigantes porque seus sacos de pó e bolsas
de sementes crescem em plantas diferentes.

A madressilva também enrola sua haste, como


pode ser visto numa varanda ou em uma paliçada.
Às vezes, quando se enrosca em um galho jovem,
ela se enrola tão fortemente que o galho não
consegue crescer nos lugares onde a madressilva

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se prende. Fica marcado todo o caminho, como se
tivesse uma fita em torno dele.

MADRESILVA

Também há as belas plantas chamadas Vicia sativa


ou ervilhaca-vulgar, que têm flores semelhantes às
pequenas flores de ervilhas. Elas sobem em
qualquer lugar com suas gavinhas.

É possível que você consiga encontrar essas


plantas, bem como o Convolvulus ou cipó de veado,
que se enrosca em todas as plantas, até mesmo nas
groselhas e nos arbustos de cassis, por isso requer
uma eliminação cuidadosa.

Mas eu não tenho certeza se você consegue


encontrar uma curiosa planta chamada Cuscuta.

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Você deve procurar por ela em lugares comuns,
escalando a charneca e os arbustos de tojo. É
apenas uma haste fina e dura com cachos de
pequenas flores cor de rosa. Não há quaisquer
folhas. Como então elas conseguem viver se elas
não têm folhas para fazer alimento? Elas se
enroscam ao redor do tojo, urze ou trevo, e envia
suas raízes dentro de seus caules para sugar a
comida pronta!

As videiras e as belas Parthenocissus quinquefolia,


ou hera-americana, transformam seus pequenos
ramos em fios para escalar. É possível que você
tenha uma hera-americana por perto, que fica
vermelha no outono.

Dois tipos desta trepadeira tem um jeito muito


curioso de escalar. Quando os fios ou gavinhas
tocam a parede, suas pontas ficam vermelhas e
incham como pequenas almofadas. Essas
almofadas aderem tão rapidamente à parede que
mesmo quando o galho está morto você tem que
puxa-los para fora. Por fim, as heras sobem por
pequenas raízes, que crescem ao longo dos caules.

Agora você conhece todos os quatro artifícios que


as plantas tem para escalar. Por ganchos, por fios,
por raízes e pela planta inteira enroscando-se em
volta. Tente ver quantas você consegue encontrar.

Traga cada tipo diferente de planta trepadeira.

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CAPÍTULO XIV

COMO AS PLANTAS ARMAZENAM


ALIMENTOS
Algumas plantas vivem apenas um ano. Algumas
vivem por dois anos. Algumas vivem por muitos
anos.

Você percebeu que é preciso semear Reseda lutea,


calêndulas, ervilhas e feijões frescos todos os anos
no jardim? - A menos que você mantenha as mudas
jovens, que crescem a partir das sementes no
outono. Nos campos, o trigo e a aveia vivem apenas
até seus grãos estarem maduros e, então, morrem
se são deixados no solo até o inverno.

Da mesma forma, a morugem, a papoula e a nossa


velha amiga bolsa-de-pastor morrem quando suas
sementes estão maduras. Essas plantas são como
pessoas que ganham apenas o suficiente para viver
o dia-a-dia e não podem guardar para o próximo
ano.

Mas se você quiser ter cravos ou campânulas


dando flor no verão, você deve semear as sementes
no verão anterior. Pois essas plantas não florescem
no primeiro ano. Elas só crescem suas raízes e uma
haste curta com folhas.

A planta está ocupada fazendo alimento e


armazenando-o na raiz e no caule, como amido,
açúcar e goma, de modo que esteja pronta para
fazer uma planta forte e florida no ano seguinte.

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Então, depois de terem florescido e feito sementes,
essas plantas morrem. Elas apenas armazenam o
suficiente para uma vida curta e não conseguem
viver mais um ano. Dedaleiras, cardos e salsa
silvestre se comportam da mesma maneira.

Por último, sabemos que os pingos-de-neve,


Crocus, margaridas, prímulas, amores-perfeitos e
dálias vivem por muitos anos, morrendo no outono
e voltando novamente na primavera. Essas plantas
armazenam embaixo o amido e o açúcar, seja na
raiz, na parte mais baixa do caule ou secretamente
sob as folhas.

Algumas delas crescem mais de dois anos antes de


tentarem florescer. Elas são como pessoas que
poupam quando são jovens e continuam sempre
guardando, de forma que tenham depois de sobra.

Às vezes, você pode fazer uma planta armazenar


alimentos. Se você semear um pouco de Reseda
lutea, colocar uma delas num pote e cortar seus
botões de flores, para que não possa fazer
sementes, ela vai crescer, virar um pequeno
arbusto e florescer por dois ou três anos.

Plantas diferentes armazenam seus alimentos em


lugares diferentes. A cenoura selvagem e a bolota,
que cresce em um carvalho, armazenam-nas na
raiz. A cenoura é carnuda e dura apenas dois anos.
Mas a raiz do carvalho é lenhosa e tem uma longa
vida.

A celidônia menor, você se lembra, armazena seu


alimento em pequenos caroços brancos, como

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ameixas brancas, que são raízes inchadas com uma
protuberância no topo.

As calêndulas do pântano e as lindas lírio-amarelo-


dos-pântanos, que crescem à beira do rio,
armazenam seu alimento em uma protuberância
grossa. Você deve seguir os caules da calêndula do
pântano até chegar perto das raízes e lá você
encontrará a protuberância grossa que continua a
viver durante todo o inverno e gera folhas frescas
na primavera.

Se você conseguir um longo pedaço do rastejante


caule do lírio-amarelo-dos-pântanos, você verá as
marcas dos lugares onde as hastes floridas
cresceram ano após ano. Elas se sucedem uma à
outra, ao longo do caule, até você chegar na deste
ano. E além dela está o botão do próximo ano.

Há uma planta muito bonita chamada selo-de-


Salomão, que cresce selvagem em algumas partes
da Inglaterra e muitas vezes é cultivada nos
jardins das casas de campo. Tem um pedúnculo de
flor alto com folhas bastante estreitas e lindas
flores brancas com pontas verdes.

Todas as flores pendem de um lado da haste. Se


você desenterrar um pedaço do caule desta planta
você verá grandes cicatrizes como selos sobre ele.
Essas cicatrizes são os lugares onde as hastes
cresceram ano após ano e é por isso que é chamada
de selo-de-Salomão.

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SELO-DE-SALOMÃ E PRÍMULA
Mostra do grosso caule em que o alimento é armazenado

Você pode distinguir por si mesmo a massa de


caules e protuberâncias que as pessoas chamam de
raiz da prímula.

Eu quero agora mostrar para você uma


protuberância ou bulbo subterrâneo. Se você
desenterrar um jacinto-silvestre, também
conhecida como hiacinto, você vai descobrir que
tem uma grande protuberância com pequenas
raízes estriadas para fora. Corte-a na metade e
observe que é um bulbo feito de folhas
incrustradas, dobradas umas sobre as outras,
exatamente como uma cebola.

Se você a desenterrar na primavera, o caule da flor


estará de pé no meio e quando você puxar as folhas
incrustradas uma por uma, você encontrara outra
protuberância bem pequena perto da parte inferior
do caule da flor.

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Se você desenterrar outra planta no outono, o
caule da flor terá murchado e a incipiente
protuberância estará espiando para fora, na parte
superior do bulbo.

O que aconteceu foi o seguinte. Depois que o


jacinto parou a floração, as folhas cresceram
bastante, fizeram alimento e o enviou para as
folhas incrustradas no subsolo. O bulbo engordou,
ficou forte e esse pequeno bulbo interior ficou
maior. Nesse momento, ficou pronto para ficar
quieto durante todo o inverno. Quando a
primavera chegou, o pequeno bulbo tirou o
alimento das folhas incrustradas e grossas e
começou a crescer em uma nova planta.

Traga seis plantas - duas com alimento


armazenado na raiz, duas com alimento no caule
subterrâneo e duas em bulbos.

CAPÍTULO XV

VEGETAIS SUBTERRÂNEOS
Agora você será capaz de entender como é que nós
colhemos vegetais tão nutritivos na horta. As
abelhas tiram mel e pólen das flores das plantas.
Nós pegamos o açúcar, o amido e outros alimentos,
que elas armazenam em suas folhas, caules e
raízes.

Cenouras, pastinacas e beterrabas são plantas que


armazenam alimentos em suas raízes no primeiro

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ano e florescem no segundo ano. Então, nós as
semeamos e as alimentamos muito bem no
primeiro ano e quando elas tiverem acumulado um
bom estoque de alimentos doces, nós as
arrancamos e as comemos antes que possam
florescer.

PASTINACA

Se você conseguir que alguém deixe uma dessas


plantas no solo até o segundo ano, você a verá
florescer e fazer suas sementes.

Um nabo, no entanto, floresce no primeiro ano,


caso você o semeie no início da primavera e deixe-
o ali por todo o verão. Essa é a razão pelas quais
semeamos nosso maior estoque de nabos no verão,
para que não floresçam antes que desejemos, no
inverno.

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VEGETAIS SUBTERRANEOS

Agora acho que alguém poderia dizer: "Ela


esqueceu das batatas". Não, não esqueci. Mas as
batatas não são raízes, como cenouras e nabos.
Abra uma e você verá alguns pontos escuros nela,
chamados de “olhos”. Na verdade, você pode vê-los
sem cortar, se você as lavar e olhar com cuidado.

Cada um desses olhos é um pequeno gomo, com


uma ponta crescente e início das folhas. No
entanto, você sabe que uma raiz não pode produzir
folhas. Só pode ter um gomo no topo onde o caule
começa. Então a batata não pode ser uma raiz.

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Da próxima vez que você desenterrar algumas
batatas para comer, olhe para as raízes com
cuidado antes de retirar as batatas. Você verá
então que cada batata cresce no final de um talo
branco, muito diferente de raízes. Pois uma batata
é um inchaço no final de um caule, que cresce no
subsolo. É um "tubérculo", como as alcachofras de
Jerusalém, que você talvez tenha em seu jardim.

Se você cortar uma alcachofra ou uma batata em


pedaços, e deixar um gomo em cada pedaço, vai
crescer uma nova planta, que enviará alimento
para o caule embaixo do solo e formará mais
tubérculos.

A planta da batata floresce e forma sementes todos


os anos. A bolsa de sementes é venenosa, assim
como as bolsas de sementes de vários exemplares
da família da batata.

A beladona, com suas bagas pretas escuras,


pertence a essa família. Nunca é seguro comer
qualquer baga ou fruta, a menos que você saiba o
que é, pois muitas frutas, que até os pássaros
comem, são venenosas para alguns animais e para
o ser humano.

A planta da batata armazena seu veneno apenas na


sua bolsa de sementes, que é verde, não há nada na
batata. A doença da batata, que costuma dar
muitos problemas, é uma plantinha como o mofo
da geleia, que corrói a batata.

No aipo comemos os talos que crescem acima do


chão. Mas nós os aterramos para mantê-los

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brancos, pois as plantas não podem tornar-se
verdes sem a luz solar. Nos aspargos, comemos o
caule verde com o gomo no topo. Os gomos, que
nós não comemos, ramificam no verão e tem folhas
e frutas vermelhas e brilhantes.

Por último, nas cebolas, no alho-poró e nas


chalotas, nós comemos os bulbos ou gomos
subterrâneos, como o do jacinto. Eles têm muita
comida boa neles, armazenada nas folhas
incrustradas.

Agora vamos ver o que você deve fazer se quiser


que suas raízes, bulbos e caules tornem-se bons
vegetais. Primeiro, você deve drenar o solo. Se
houver necessidade, cavar profundamente e afofar
bem a terra de modo que as raízes não tenham
protuberâncias duras em seu caminho e possam
crescer fortes e eretas. Então você deve colocar um
pouco de esterco.

E tome cuidado para cavar fundo, pois larvas e


vermes comem cenouras e cebolas tanto quanto
nós. No outono e na primavera, quando você cava
o jardim, elas estão ali em suas conchas casulos.
Se você as enterrar profundamente no solo,
quando elas se transformarem em moscas, elas
não poderão sair para depositar seus ovos.

Existe uma outra maneira pela qual você pode


levar a melhor sobre elas. Cada planta tem sua
própria larva, que se alimenta dela. Existe a larva
da mosca da cebola, da mosca da cenoura e assim
por diante. Então, quando você semeia sua

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semente, se você semear as cenouras onde as
cebolas estavam no ano passado e as cebolas no
canteiro da pastinaca, quando a mosquinha nascer,
ela não encontrara as folhas para os ovos dela por
perto e você poderá salvar suas raízes.

Então, em plantas como cenouras e cebolas, você


deve manter as raízes e os bulbos bem cobertos e
quando você as selecionar para o plantio, você
deve tornar o chão firme novamente. Pois a mosca
da cebola e o da cenoura põe seus ovos na raiz ou
no bulbo e se elas não conseguem encontrar o
caminho, a raiz fica segura.

Por último, você conhece o verme problemático


que se contorce ao longo do subsolo e come tudo o
que encontra. Para estar bem com ele, você deve
manter o chão limpo, pois ele gosta de se esconder
no lixo e é melhor você misturar um pouco de sal
ou limão na terra.

Se ele ainda for problemático, você pode colocar


algumas fatias de batata enterradas no solo e
colocar um galho ali, para mostrar onde eles estão,
e, com certeza, você os encontrara ali embaixo,
bem cedo pela manhã.

Traga seis vegetais - raiz, bulbo, caule, tubérculo,


folhas e flores.

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CAPÍTULO XVI

COMO AS SEMENTES VIAJAM


No outono, na Inglaterra, quando as plantas param
de florescer, há muito o que fazer procurando
frutas e descobrindo como elas espalham suas
sementes.

Algumas plantas largam-nas perto de casa. A


papoula, como vimos, tem uma fruta dura com
pequenas aberturas sob a cobertura. Quando o
caule dobra, as sementes caem através desses
buracos e crescem no solo a volta.

Se você olhar para as bolsas de sementes secas do


gerânio selvagem, que cresce nas trilhas, você verá
que cada uma se enrolou para cima. Haverá cinco
pequenos cachos em volta do pegajoso botão no
meio e as sementes terão ido embora (vide imagem
abaixo).

Há uma balsamina amarela que é encontrada


selvagem em algumas partes da Inglaterra e outra
com flores de coloração avermelhada, que
geralmente são cultivadas em jardins de chalés,
que têm uma bolsa de sementes muito
interessante.

Quando está madura, ela se abre e lança suas


sementes. Se você conseguir fazer um amigo tocar
em uma vagem madura, vai ser engraçado, você o
verá pular quando ela estalar em sua mão. É por
isso que a planta é frequentemente chamada de
"não-me-toques".

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Mas as plantas querem que suas sementes sejam
levadas mais longe do que um estalo possa leva-
las. Pense quantas flores estão amontoadas em
uma sebe. Se todas as sementes caíssem ao redor,
elas sufocariam umas às outras. Então, as plantas
tentam todos os tipos de artimanhas para espalhar
suas sementes.

Tenho certeza que você assoprou o emplumado


dente-de-leão nos caminhos de sua casa. Da
próxima vez que você fizer isso, olhe para um dos
pequenos mensageiros flutuantes.

Você se lembra que quando nós olhamos para o


dente-de-leão, descobrimos que é uma flor-cabeça,
com centenas de pequenas flores, e que cada flor
tinha um saco de sementes oval na parte inferior,
com uma série de cabelos finos no topo e uma
coroa amarela com uma alça comprida?

Pois agora a coroa amarela secou e o topo da bolsa


de sementes cresceu em um longo pescoço com as
sépalas cabeludas no topo e quando o vento pega
esses fios de cabelo, ele carrega a minúscula fruta,
possivelmente por quilômetros, e, então, ela desce
para crescer.

Cardos, cardincha, erva-cidreira, Dipsacus e uma


série de outras flores desse tipo têm essas
sementes emplumadas. Então você vê que quando
você as deixa crescerem em seu próprio terreno,
você estraga o terreno de outras pessoas também.
É assim que o vento carrega as sementes.

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Outras sementes são arrastadas pelos riachos e são
deixadas em suas margens. Outras ainda, muitas
vezes, são carregadas na lama que gruda nos pés
dos pássaros.

Outra artimanha é criar pequenos ganchos nas


bolsas de sementes para que os animais as
carreguem. O amor-do-hortelão faz isso. Nós já
vimos que ele tem ganchos minúsculos por todo o
seu caule e folhas, que usa para escalar. Ele tem o
mesmo tipo de ganchos em suas sementes
minúsculas. Se você pegar um monte de amor-do-
hortelão em sua mão, você terá uma série de
pequenas bolsas de sementes grudadas em seus
dedos.

Mas há um "carrapicho" muito maior, que cresce


na bardana comum das trilhas. A bardana é uma
planta alta, com grandes folhas em forma de
coração e botões de flor cor de rosa, algo como um
cardo. Você pode trazer seus carrapichos para casa
em suas roupas, os cães as carregam em seus pelos
e as ovelhas em sua lã. Cada um desses carrapichos
é uma copa de folhas cobertas com ganchos.

As folhas crescem juntas, em uma bola, com as


flores aparecendo no topo, e se você abrir uma
bardana madura, você encontrara a pequena fruta
dentro. Então você, os cães e as ovelhas carregam
as sementes para as plantas.

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GERÂNIO SELVAGEM E BARDANA COMUM
a. bolsas de sementes do gerânio, enrolando-se para cima

Mas a artimanha mais bonita de todas é quando a


bolsa de sementes se transforma em um abrunho,
ou uma frutinha, ou em alguma baga brilhante
como as bagas do espinheiro e da madressilva. Daí,
então, os pássaros vêm comer a gostosa fruta e
quando eles a levam para alguma árvore perto,
eles derrubam-na em um novo lugar. Ou eles
comem a baga, as sementes duras passam através
de seu corpo e caem com os seus excrementos em
algum lugar distante.

Agora você vê por que a amora e a framboesa têm


uma polpa suculenta em torno de suas sementes e
por que as bolsas de sementes duras do morango
ficam grudadas na suculenta intumescência. Tudo
isso é para tentar os pássaros a comê-las e
carregarem suas sementes.

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Assim também no cinórrodo da rosa selvagem, a
copa verde fica grande, macia e se torna vermelha
e brilhante apenas quando o inverno está chegando
e não há muita comida. Em seguida, os pássaros
vêm e bicam a copa e as bolsas de sementes
internas, que grudam em seus bicos ou são
engolidas, e assim são levadas longe.

Em um inverno rigoroso, o azevinho e o visco, os


cinórrodos e os espinheiros, e até mesmo os frutos
do teixo e da madressilva, normalmente
desaparecem antes do inverno. Mas imagino que
você não sabe que os pássaros carregam as
sementes para crescer no próximo ano.

Se você mantiver seus olhos abertos, você pode


aprender muitas coisas interessantes como essas,
que as crianças fechadas nas cidades não podem
ver. Você pode ter a felicidade de experienciar o
campo, entre pássaros e flores. Você respira o ar
fresco, que as plantas tornam doce, você pode
colher as flores, plantar seus próprios vegetais e
frutas, e você pode ver as plantas do jardim
crescerem e ficarem mais bonitas a cada ano.

Tente encontrar os frutos do gerânio selvagem, da


balsamina, do dente-de-leão, da erva-cidreira, do
cardo, do Dipsacus, do amor-do-hortelão, da
bardana, da rosa, do espinheiro, da madressilva,
do teixo e de outras plantas.

Fim
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