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Nesta Edição:
Editorial
Matemática & Calculadoras
pelo R∴H∴ Ulisses
A Importância do “Não Sei”
por Max Gehringer
Dicionário da Maçonaria (13)
pelo R∴H∴ Jeremias Serapião
O Mistério da Forma (7)
pelo R∴H∴ Joaquim Barão
Mitos Gregos: Castor e Pólux
pelo R∴H∴ João Silas
A Linhagem Rosacruz de Sâr Alden
Adaptação, pelo R∴H∴ Libertário Augusto
A Santíssima Trinosofia (9)
Conde de S. Germain
Maus Chefes Prejudicam a Saúde?
Adaptado da Internet pelo R∴Ir∴ João Guimarães
Quando um Homem se Engana
Anónimo
Efemérides Céltico-Romanas de
Setembro
Colaboração do R∴Ir∴Fr∴ Incógnitus
Editorial
A vida de cada ser humano estabelece-se sob prática competitiva, o agente quer ser o melhor, a
determinados princípios e pontos de apoio, os todo o custo, entrando no jogo do cinismo e da
quais são determinantes no sucesso dos seus falsidade, nem que para isso seja necessário
papeis sociais. Algumas dessas referências são os erigir-se acima dos cadáveres dos outros sujeitos
principais suportes de tudo o que é edificado ao sociais, subvertendo todos, e todas as regras,
longo de décadas. para que tudo corra a seu favor.
Se, a determinada altura, se descobre que um - Competimos contra quem e para quê?
desses apoios não era fiável, pode ocorrer a ruina Como nos perguntava o escritor: “Que importância
de muito daquilo que se supunha firme, podendo é que isso tem para si daqui a cinquenta anos?”
iniciar-se um processo que faz regredir até à data Ah! A crise! Sim! A crise de humanismo!
em que esse suporte era desconhecido. Com isto, - Será difícil entender que a única necessidade
são postos em causa todos os valores que real do Ser Humano é a de Paz Profunda? Ou será
pautaram a conduta durante muitos anos. mais importante o dinheiro à custa do mal-estar
Por aqui e por ali, vão ocorrendo situações que alheio e da própria instabilidade pessoal do
levam as pessoas a passar por estados de grande perverso que assim age?
desânimo, e as fazem questionar os valores em - Para que serve a sociedade, se não for para
que se firmaram. servir o homem?
Muitas vezes, as pessoas ficam com dúvidas E neste “serviço ao homem” não há que
relativamente àquilo a que alguns chamam discriminar o aleijado nem o inapto, porque
progressso social, e são levadas a pensar que os também esses vivem nessa sociedade, a qual lhes
detentores do poder se esquecem que as foi imposta por nascimento, e não por opção.
organizações são compostas por seres humanos, Dizem-nos que “os melhores” têm que ser
os quais têm vida própria, sentimentos, valores compensados. Por um lado, isto parece-nos justo.
morais, aspirações culturais e desejos de bem- Mas, por outro lado, se são melhores é porque
estar social. E parece esquecerem-se também gostam daquilo que fazem, e essa felicidade é a
que, sendo a sociedade composta pelo conjunto maior compensação que um Ser Humano pode
destas organizações, o pleno funcionamento de obter nesta vida.
cada uma delas depende da harmonia de todos os Compensariamos então os que se sentem
elementos que a constituem. contrariados e insatisfeitos? Os que se sentem
Pelo que se pode observar algumas vezes, os que escravos num mundo que não entendem? Os que
mandam devem ver a massa obediente como uma não podem, por razões próprias, actuar como se
legião de mentecaptos, sem capacidade racional e não pensassem? Os que não dizem “sim senhor”,
sem emoções. Mas o que é verdade é que ou “não senhor”, quando pensam o contrário?
parecem ser esses – os que mandam –, quem O assunto é demasiado complexo e todos os
assume frequentemente as posturas mais dias se cometem injustiças em nome de ideais
lamentáveis, ao sobrevalorizar critérios que e valores que em nada contribuiram para
favorecem o individualismo e conduzem à aumentar a felicidade humana.
anarquia moral1. Com efeito, o economicismo e a Constatou Carrel, e muito bem, que “Os que
competitividade são perniciosos à preservação da pensam, tornam-se infelizes”. Se ele vivesse
integridade do património humano, o qual deveria actualmente, talvez achasse que “é perigoso
ser a a primeira riqueza a salvaguardar. Quanto pensar” (porque proibido ainda não é).
aos perigos da competitividade, estão à vista de …………………………………………………………..………………………….
quem os quer ver: “individualismo”, “ausência de Com isto conseguimos fazer um Editorial
apoio”, “ausência de solidariedade” e “ausência de diferente, saíndo da habitual ladainha das
partilha do saber”. Se estou em “competição”, não correspondências chegadas e respondidas.
vou ensinar os outros concorrentes a chegar à TT∴AA∴FF∴ para Todos.
meta antes de mim. É tão simples quanto isto! Na
Os artigos apresentados são da responsabilidade
dos seus autores e poderão eventualmente,
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Expressão utilizada por Durkheim, ao manifestar os num ou noutro aspecto, não expressar os
seus receios relativamente ao liberalismo económico. pontos de vista dos fundadores.
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A semana passada surgiu na comunicação social Antes de responder à questão diria que penso
uma discussão interessante ligada à proposta que por detrás da aversão de muitos jovens à
para o reajustamento dos programas de matemática, costuma estar, quase sempre, um
matemática do ensino básico, que estipula que mau professor. Digo isto porque a eles compete
“ao longo de todos os ciclos os alunos devem usar despertar nos jovens o gosto pelos números,
calculadoras e computadores na realização de quebrar lugares comuns e desmistificar as
cálculos...” dificuldades. Trata-se de um processo de
A esse propósito veio a terreiro a Sociedade desenvolvimento da autoconfiança do aluno em
Portuguesa de Matemática, dizendo que o que o professor tem papel fundamental. Digo-o
incentivo ao uso das máquinas de calcular desde por experiência própria, uma vez que só
os primeiros anos escolares pode ser arriscado, despertei para a matemática depois de ter tido
uma vez que “o seu uso indiscriminado faz professores que falavam dela de forma
perder a destreza de cálculo”. Nuno Crato, interessante e motivadora. E desde então nunca
presidente da referida Sociedade diz mesmo que mais perdi o gosto...
“o ensino da Matemática é sobretudo o ensino do Para quem é professor de matemática ou de
pensamento, pelo que os elementos essenciais disciplinas que a usam como instrumento, sabe
devem continuar a ser o papel e o lápis”. como é recorrente a dúvida dos alunos quanto à
Mas deverá a matemática ensinada nas escolas necessidade do seu estudo, com o argumento de
continuar a ser a matemática do papel e do lápis? que hoje os meios computorizados tudo fazem
Ou deverá privilegiar-se o uso de calculadoras e com muito mais rigor e celeridade. Na banca, a
computadores? título de exemplo e para referir a matemática
financeira, introduzem-se cinco ou seis dados
solicitados pelo computador e rapidamente sai a
simulação do pagamento de uma renda
(empréstimo) de muitos termos (prestações),
coisa que feita à mão levaria o seu tempo e
exigiria raciocínio aplicado. Para quê tanto
trabalho, então?
Apesar de reconhecer as vantagens do uso das
tecnologias, quando alguém põe em dúvida a
matemática do papel e do lápis, defendo-a como
posso. E tenho argumentos para fazê-lo.
Acontece que a destreza de raciocínio é tanto
mais importante quando vivemos numa
sociedade em que muitas oportunidades se
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espessas camadas de chumbo, e por raios moles, físico escocês Charles Thomson Rees Wilson
que são detidos por uma camada de apenas (1869-1959) a sugerir que tais descargas podiam
10cm. dever-se à acção de algum tipo de radiação
extraterrestre.
Marie Curie
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Adaptação do livro Mitos Gregos, de Zacarias
Nascimento.
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Ralph M. Lewis
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de um dos seus parentes, e por isso sentiu por No torreão do Capitólio, Lewis terá encontrado
missão fazer reviver o movimento rosacruciano. o secretário dos rosacruzes (que era arquivista da
Para isso, recriou-o dentro do Instituto que cidade), trajado com uma túnica branca, bordada
presidia e encetou contactos internacionais. Em com símbolos, rodeado por arquivos da ordem,
1909 ter-se-á correspondido com o redactor- numa sala repleta de livros. Ter-lhe-á dito que ele
chefe de um jornal parisiense, para saber dos fora eleito, após um exame do seu mapa astral.
possíveis grupos rosacruzes sobreviventes em Entregou-lhe uma carta de recomendação e
França. Na resposta, foi-lhe indicado o endereço revelou-lhe documentos antiquíssimos.
de um professor de línguas, que vendia gravuras De lá, foi para um templo rosacruciano situado
e fotografias no Boulevar Saint-Germain. perto das ruinas da antiga Tolosa, onde terá
recebido uma importante iniciação que o insere
na Ordem R+C. Depois, terá assistido, num
mosteiro Rosacruciano nas margens da Garonne,
ao "conclave dos Illuminati". Cita dois nomes: o
de Bellcastle-Ligné, o secretário, e o de Verdier, o
Grão-Comendador.
Muitos se interrogam sobre essa "iniciação".
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arquivos rosacrucianos secretos ao lado dos Lewis também se correspondeu com Theodor
arquivos públicos da cidade (onde exercia como Reuss, o dirigente da Ordo Templi Orientis, e
funcionário público)… dele recebeu credenciais que lhe outorgaram o
Quanto às bases doutrinais onde Lewis se sétimo grau da Ordem. Tornou-se, depois disso,
apoiou, verificamos o seguinte: os nove primeiros o representante da OTO nos Estados Unidos da
graus da AMORC são muito semelhantes aos América.
graus da SRIA. Segundo Gerard Galtier, Spencer
Lewis conhecia o trabalho de Sylvester Clark
Gould, o dirigente da SRIA americana, referindo-
se a ele na sua "História da Ordem Rosacruz".
Lewis chegou a mencionar que "empreendeu um
trabalho de pesquisa para encontrar os rituais de
origem da Fraternidade".
em 1909, em busca desses ensinamentos que lhe De qualquer modo, a AMORC foi fundada em
faltavam. Porém, morreu em 19 de Julho desse 1915, em Nova York, com a benção de uma certa
ano. E foi precisamente em 24 de Julho que Senhora, May Banks Stacey, admitida como
Spencer Lewis saiu dos Estados Unidos para ir a representante do Grão-Mestre Rosacruz do
França, o que sugere que terá tentado concretizar ramo indiano
o projeto de Gould.
Theodor Reuss
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Foi por esta altura que ele efetuou uma qual atribui a origem tradicional da Ordem ao
transmutação de zinco em ouro, na presença de Faraó Tutmósis III.
um jornalista do New York World. Essa
operação foi mais tarde contestada, e parece
difícil ainda hoje saber a verdade. Mas convém
recordar que Jollivet-Castellot (com o qual
Lewis manteve relacionamento) produzia
fenómenos semelhantes, por ele designados
"arquímicos", para os distinguir dos que
pertenciam à alquimia propriamente dita.
Jollivet-Castellot
Jean Mallinger
Em 1929, com um grupo de membros da
Em 1933 entrou em contato com a Ordem
AMORC, Lewis visita o Egito. Em Luxor, terá
Rosacruz Belga, mais específicamente com Jean
recebido uma nova iniciação, na sequência da
Mallinger. Desse encontro iria nascer a FUDOSI,
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uma organização que pretendia confederar todos Imperators, juntamente com Victor Blanchard e
os grupos iniciáticos. Émile Dantinne.
Quando Spencer Lewis faleceu, em 2 de Agosto
de 1939, Jean Mallinger escreveu as seguintes
palavras (que, segundo ele, correspondiam ao
que a maioria dos membros pensava de Lewis):
"Apesar dos erros cometidos por Sâr Alden (Spencer
Lewis), guardo uma boa lembrança dele, pois soube
compreender-nos e reconhecer a superioridade do nosso
mestre, Sâr Hiéronymus (Émile Dantinne)".
FUDOSI
Émile Dantinne
Victor Blanchard
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