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SINAGOGA ISRAELITA MESSIÂNICA

TIMÓTEO-MG

Rosh Adilson de Castro

- ESTUDO SOBRE O DIVÓRCIO -

1 A INSTRUÇÃO (TORAH) DO ETERNO NO TOCANTE AO


CASAMENTO E A SUA INDISSOLUBILIDADE.

Gênesis 2:24 - Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-
á à sua mulher, e serão ambos uma só carne.

"Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e os dois
se tornarão uma só carne. Este é um mistério profundo". (Efésios 5.31-
32a)

Levítico 20:10 - Também o homem que adulterar com a mulher de


outro, havendo adulterado com a mulher do seu próximo,
certamente morrerá o adúltero e a adúltera.

Deuteronômio 22:13-21 - Quando um homem tomar mulher, e, entrando


a ela, a aborrecer, e lhe imputar coisas escandalosas, e contra ela divulgar má
fama, dizendo: Tomei esta mulher e me cheguei a ela, porém não a achei
virgem; então, o pai da moça e sua mãe tomarão os sinais da virgindade da
moça e levá-los-ão para fora aos anciãos da cidade, à porta. E o pai da moça
dirá aos anciãos: Eu dei minha filha por mulher a este homem, porém ele a
aborreceu; e eis que lhe imputou coisas escandalosas, dizendo: Não achei
virgem tua filha; porém eis aqui os sinais da virgindade de minha filha. E
estenderão o lençol diante dos anciãos da cidade. Então, os anciãos da
mesma cidade tomarão aquele homem, e o castigarão, e o condenarão em
cem siclos de prata, e os darão ao pai da moça, porquanto divulgou má fama
sobre uma virgem de Israel. E lhe será por mulher, e em todos os seus
dias não a poderá despedir. Porém, se este negócio for verdade, que a
virgindade se não achou na moça, então, levarão a moça à porta
da casa de seu pai, e os homens da sua cidade a apedrejarão com
pedras, até que morra; pois fez loucura em Israel, prostituindo-se
na casa de seu pai; assim, tirarás o mal do meio de ti.”

Deuteronômio 24.1-4 - “Se um homem tomar uma mulher e ao se casar


com ela, não for agradável aos seus olhos, por ter ele achado coisa
indecente nela, e se ele escrever uma carta de divórcio e a entregar à
mulher, e a mandar embora; e se ela, saindo da casa dele, for e se casar com
outro homem; e se este passar a odiá-la, e escrever uma carta de divórcio e a
entregar à mulher, e a mandar embora de sua casa ou se este último homem,
que a tomou para si por mulher, vier a morrer, então o primeiro marido dessa
mulher, que a mandou embora, não poderá casar-se de novo com ela,
depois que foi contaminada, pois é abominação diante de
HaShem. Assim, vocês não farão pecar a terra que Elohim, seu Deus, lhes
dá por herança”.

Malaquias 2:12-16 - “Elohim eliminará das tendas de Jacó aquele


que fizer isso, seja ele quem for, mesmo que apresente ofertas a
HaShem dos Exércitos. Há outra coisa que vocês fazem: cobrem de
lágrimas o altar do Senhor, com choro e gemidos, porque ele já não olha para
a oferta nem a aceita com prazer. E vocês perguntam: “Por quê?” Porque
HaShem foi testemunha da aliança entre você e a mulher da sua
mocidade, a quem você foi infiel, sendo ela a sua companheira e a
mulher da sua aliança. Não fez HaShem somente um, mesmo que
lhe sobrasse o espírito? E por que somente um? Porque buscava uma
descendência piedosa.
Portanto, tenham cuidado para que ninguém seja infiel para com a
mulher da sua mocidade. Porque o HaShem, o Deus de Israel, diz que
odeia o divórcio e também aquele que cobre de violência as suas
roupas, diz o HaShem dos Exércitos. Portanto, tenham cuidado e não
sejam infiéis”.

1.1 ESDRAS: O ARREPENDIMENTO (MUDANÇA DE ATITUDE)


CONFORME REVELADO A ESDRAS:

Em 458 antes da nossa Era, o sacerdote Esdras “escriba versado na Torah”


(Ed.7.6) volta a Jerusalém, conduzindo um grupo de exilados judeus
libertados do cativeiro babilônico. Esdras estava em Jerusalém há quatro
meses (Ed.7.9-10:9), quando um grupo de líderes lhe faz relato de que havia
entre o povo um grave problema.
Muitos judeus que estavam em Jerusalém, inclusive sacerdotes e levitas,
tinham se casado com mulheres pagãs (Ed 9.1,2), que viviam na terra de
Judá, desobedecendo a preceitos divinos de se manterem afastados dos
outros povos, para que pudessem manter a obediência à Torah.
Esdras, profundo conhecedor da Torah, sabia que os matrimônios mistos, o
casamento de judeus com outros povos, era estritamente proibido por Deus
e, com certeza, conduziria o povo à apostasia e à adoração de falsos deuses
(Dt.7.1-4; Ml 2.11).
Assim, a situação enfrentada por Esdras era delicada, visto que, de pronto,
contrariava a Torah.
O que Esdras queria evitar a todo o custo era a maldição sobre o povo (Dt
28.20), e consequentemente a destruição de uma cidade que estava apenas
recomeçando.
Sabendo da gravidade da situação, Esdras toma a única posição realmente
sábia no momento: leva o assunto a Deus em oração (Ed 9.5-15).
Como resultado da oração do escriba, HaShem despertou a mente do povo
para o mal que estava no seu meio (Ed 10.1).
Prova disto, é que um representante do povo, Secanias, apesar de não estar
contando entre os transgressores, apresentou-se a Esdras, reconhecendo
o erro do povo, pedindo que este conduzisse o povo a uma restauração
segundo a Lei (Torah) de HaShem (Ed 10.2,3).
É preciso que se faça uma consideração neste relato de Secanias em Esdras
10.3 “Agora, pois, façamos aliança com nosso Deus de que
despediremos todas as mulheres, e os seus filhos, segundo o
conselho de HaShem, e o dos que tremem ao mandado do nosso
Deus: faça-se segundo a Lei”.

2 A CONFIRMAÇÃO DA INSTRUÇÃO (TORAH) DO ETERNO NO


TOCANTE AO CASAMENTO E A SUA INDISSOLUBILIDADE, NA
BRIT HADASHÁ (ALIANÇA RENOVADA).

Mateus 5:31,32 - Também foi dito: ‘Aquele que repudiar a sua mulher deve
dar-lhe uma carta de divórcio.’ Eu, porém, lhes digo: quem repudiar a sua
mulher, exceto em caso de relações sexuais ilícitas (vide porneia – Levítico
17), a expõe a se tornar adúltera; e aquele que casar com a
repudiada comete adultério”.

Mateus 19:3-9 - Alguns fariseus se aproximaram de Yeshua e, testando-o,


perguntaram: — É lícito ao homem repudiar a sua mulher por qualquer
motivo? Yeshua respondeu: — Vocês não leram que o Criador, desde o
princípio, os fez homem e mulher e que disse: ‘Por isso o homem deixará
o seu pai e a sua mãe e se unirá à sua mulher, tornando-se os dois
uma só carne’? De modo que já não são mais dois, porém uma só
carne. Portanto, que ninguém separe o que Deus ajuntou.

Os fariseus perguntaram: — Então por que Moisés ordenou dar uma carta de
divórcio e repudiar a mulher? Yeshua respondeu: — Foi por causa da
dureza do coração de vocês que Moisés permitiu que vocês
repudiassem a mulher, mas não foi assim desde o princípio. Eu,
porém, lhes digo: quem repudiar a sua mulher, não sendo por
causa de relações sexuais ilícitas, e casar com outra comete
adultério”. Os discípulos lhe disseram:
-- Se esta é a situação entre o homem e sua mulher, é melhor não
casar. Yeshua respondeu:
-- Nem todos têm condições de aceitar esta palavra; somente
aqueles a quem isso é dado. Alguns são eunucos porque nasceram
assim; outros foram feitos assim pelos homens; outros ainda se
fizeram eunucos por causa do Reino dos céus. Quem puder aceitar
isso, aceite”.

Mateus 19:6: Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto o que
HaShem ajuntou não o separe o homem.

Marcos 10:2-12 “E, aproximando-se alguns fariseus, o puseram à prova,


perguntando: — É lícito ao marido repudiar a sua mulher? Yeshua
respondeu: — O que foi que Moisés ordenou a vocês? Eles disseram: —
Moisés permitiu escrever uma carta de divórcio e repudiar. Mas Yeshua lhes
disse: — Foi por causa da dureza do coração de vocês que Moisés
deixou escrito esse mandamento. Porém, desde o princípio da
criação, Deus os fez homem e mulher. ‘Por isso o homem deixará
o seu pai e a sua mãe e se unirá à sua mulher, tornando-se os dois
uma só carne.’ De modo que já não são mais dois, porém uma só
carne. Portanto, que ninguém separe o que Deus ajuntou. Em casa,
os discípulos voltaram a fazer perguntas sobre esse assunto. E Yeshua lhes
disse: — Quem repudiar a sua mulher e casar com outra comete
adultério contra aquela. E, se ela repudiar o seu marido e casar
com outro, comete adultério”.

Lucas 16:18 - Quem repudiar a sua mulher e casar com outra comete
adultério; e aquele que casa com a mulher repudiada pelo marido
também comete adultério.”
1 CORÍNTIOS 6:9-10: Vocês não sabem que os perversos não herdarão o
Reino de Deus? Não se deixem enganar: nem imorais, nem idólatras, nem
adúlteros, nem homossexuais passivos ou ativos, 10 nem ladrões, nem
avarentos, nem alcoólatras, nem caluniadores, nem trapaceiros herdarão o
Reino de Deus.

1 Corintios 7:10-11 - “Aos casados, ordeno, não eu, mas HaShem, que a
mulher não se separe do marido. Mas, se ela se separar, que não
se case de novo ou que se reconcilie com o seu marido. E que o
marido não se divorcie da sua esposa.

1 Coríntios 7:11 - Se, porém, se apartar, que fique sem casar, ou que
se reconcilie com o marido; e que o marido não deixe a mulher.

I Coríntios 7:39 - A mulher está ligada a seu marido enquanto ele


viver. Mas, se o seu marido morrer, ela estará livre para se casar
com quem quiser, contanto que ele pertença a HaShem.

Romanos 7:1-3 - Ou vocês não sabem, irmãos — pois falo aos que conhecem
a Torah —, que a lei tem domínio sobre uma pessoa apenas enquanto ela está
viva? Por exemplo, a mulher casada está ligada pela lei a seu marido,
enquanto ele vive; mas, se o marido morrer, ela ficará livre da lei
conjugal. De modo que será considerada adúltera se, enquanto o
marido estiver vivo, ela se unir com outro homem. Mas, se o
marido morrer, ela estará livre da lei e não será adúltera se casar
com outro homem”.

Hebreus 13:4 - Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula;
porém aos que se dão à prostituição e aos adúlteros HaShem os
julgará.
APOCALIPSE 22:15: Ficarão de fora os cães, os feiticeiros, os adúlteros,
os homicidas, os idólatras, e todo o que ama e pratica a mentira.

Atos 17:30 - Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância,


anuncia agora a todos os homens, e em todo o lugar, que se
arrependam;

2 Tessalonicenses 1:8 - Como labareda de fogo, tomando vingança dos


que não conhecem a Deus e dos que não obedecem ao evangelho
de nosso Senhor Yeshua HaMashiach;

3 CONCLUSÃO:

HaShem odeia o divórcio (Ml 2.16). O ideal de HaShem para a humanidade


é o casamento monogâmico, heterossexual e indissolúvel.
O divórcio foi permitido devido à dureza do coração do homem (Mt 19.8).
Yeshua também ensina que o divórcio não tem legitimidade perante
HaShem, a não ser em caso de porneia (Deuteronômio 22: 13-22 e 24:1-4).
Em tais casos, as partes envolvidas, estarão vivendo em situação irregular
diante de HaShem e correndo o sério risco de se envolver em adultério ao se
relacionar com outra pessoa.
A melhor solução para as crises conjugais é a reconciliação. Creia, HaShem
concede graça e misericórdia a todos quantos o buscam (Jr 29.13). Não
importa quão complicada esteja a tua situação conjugal, HaShem é um
especialista em resolver casos impossíveis (Lc 1.37).
Assim:
Lucas 16.18 nos diz que todo novo casamento após o divórcio é adultério:
Qualquer que deixa sua mulher, e casa com outra, adultera; e aquele que casa
com a repudiada pelo marido, adultera também.
Este verso mostra que Yeshua não reconhece o divórcio como o término de
um casamento aos olhos do Pai.

A razão para o segundo casamento ser chamado de adultério é porque o


primeiro é considerado ainda válido. Assim, Yeshua está tomando uma
posição a favor da Torah e contra a cultura e tradição judaica, em que se
considerava que o divórcio concedia o direito a um novo casamento.

A segunda metade do versículo mostra que não apenas o homem divorciado


é culpado de adultério quando ele se casa novamente, mas também qualquer
homem que se casa com uma mulher divorciada.

Marcos 10.11-12 chama todo novo casamento após o divórcio de adultério,


seja o marido ou a esposa quem se divorcia: E ele lhes disse: Qualquer que
deixar a sua mulher e casar com outra, adultera contra ela. E, se a mulher
deixar a seu marido, e casar com outro, adultera.
Esse texto repete a primeira metade de Lucas 16.18, mas vai além e diz que
está cometendo adultério não apenas o homem que divorcia, mas também a
mulher que divorcia, e então casa-se novamente.
Como em Lucas 16.18, não há exceção mencionada a esta regra.

Marcos 10.2-9 e Mateus 19.3-8 ensinam que Yeshua rejeitou a justificativa


dos fariseus para divórcio em Deuteronômio 24.1 e reafirma o propósito de
Deus na Criação, de que nenhum ser humano separe o que Deus
uniu.

Desta feita, tanto em Mateus quanto em Marcos, os fariseus vêm a Yeshua e


o provam ao perguntá-lo se é lícito a um homem divorciar-se de sua esposa.
Eles evidentemente tinham em mente a passagem em Deuteronômio 24.1,
que simplesmente descreve o divórcio, ao invés de dar qualquer legislação a
favor disto. Eles se perguntam como Yeshua se posicionará a respeito desta
passagem.
A resposta de Yeshua é “Moisés, por causa da dureza dos vossos corações,
vos permitiu repudiar vossas mulheres” (Mt 19.8)

Mas então Yeshua critica a falha dos fariseus em reconhecer nos livros de
Moisés a intenção original e mais profunda de HaShem para o casamento.
Então ele cita duas passagens de Gênesis. “Homem e mulher [Deus] os
criou... Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua
mulher, e serão ambos uma carne.” (Gn 1.27; 2.24)
Destas passagens de Gênesis, Yeshua conclui: “Assim não são mais dois,
mas uma só carne”. E então, ele faz sua afirmação decisiva: “O que
Deus ajuntou não o separe o homem”

A óbvia implicação é que Yeshua rejeita o uso de Deuteronõmio 24.1 dos


fariseus e apresenta o padrão de casamento para seus discípulos na
intenção original do Pai na Criação. Ele diz que nenhum de nós
deveria tentar desfazer a relação “uma só carne” que HaShem
uniu.

Antes de concluirmos de que esta afirmação absoluta deveria ser qualificada


em vista da cláusula de exceção (“não sendo por causa de pornéia”)
mencionada em Mateus 19.9, devemos seriamente aceitar a possibilidade de
que a cláusula de exceção em Mateus 19.9 deve ser entendida à luz da
afirmação absoluta de Mateus 19.6, (“não o separe o homem”),
especialmente porque os versículos que seguem a esta conversação com
os fariseus em Marcos não contêm qualquer exceção quando
condenam um novo casamento.

Mateus 5.32 não ensina que o novo casamento é lícito em alguns casos. Pelo
contrário, reafirma que casamento pós-divórcio é adultério, mesmo para
aqueles que se divorciaram inocentemente, e que um homem que se divorcia
de sua esposa é culpado de adultério do segundo casamento dela, a não ser
que ela já tenha se tornado adúltera antes do divórcio.
Yeshua assume que em muitas situações naquela cultura, a esposa que foi
repudiada por um marido será encaminhada para um segundo casamento.
No entanto, a despeito desta pressão, Yeshua chama este segundo
casamento de adultério.

O que chama atenção na primeira metade deste versículo é que o novo


casamento de uma esposa que foi inocentemente repudiada é ainda assim
um adultério: “qualquer que repudiar sua mulher, a não ser por causa de
prostituição, faz que ela (a esposa inocente que não foi infiel) cometa
adultério”. Esta é uma afirmação clara, de que o novo casamento é errado
não simplesmente quando uma pessoa é culpada no processo de divórcio,
mas também quando uma pessoa é inocente. Em outras palavras, a oposição
de Yeshua ao novo casamento parece ser baseada na indestrutibilidade
(indissolubilidade) da união do casamento instituída pelo Pai, a não ser pela
morte. Sem dúvida, uma esposa culpada que se casa novamente após o
divórcio torna-se muito mais culpada.

1 Coríntios 7.10-11 ensina que o divórcio é errado, porém se é inevitável, a


pessoa que se divorcia não deve casar-se novamente.

1 Coríntios 7.10-11: Todavia, aos casados mando, não eu mas HaShem, que a
mulher não se aparte do marido. 11 Se, porém, se apartar, que fique sem
casar, ou que se reconcilie com o marido; e que o marido não deixe a mulher.

Paulo parece saber que a separação será inevitável em alguns casos. Talvez
ele tenha em mente uma situação de um adultério sem arrependimento, ou
deserção, ou brutalidade. Mas em um caso assim, ele diz que a pessoa que se
sente constrangida à se separar não deverá procurar um novo casamento e
deve permanecer solteira. E ele reforça a autoridade desta instrução ao dizer
que ele tem uma palavra de HaShem. Portanto, a interpretação, tanto de
Paulo, quanto do ensino de Yeshua é que um novo casamento é vedado.
Como em Lucas 16.18, Marcos 10.11-12 e Mateus 5.32, o texto não explicita
consideração sobre a possibilidade de qualquer exceção à proibição do novo
casamento.

Já 1 Coríntios 7.39 e Romanos 7.1-3 ensinam que o novo casamento é lícito


somente depois da morte do cônjuge.
Em ambas as passagens (1 Coríntios 7.39; Romanos 7.2) é dito
explicitamente que uma mulher está ligada ao marido enquanto ele viver.
Nenhuma exceção é explicitamente mencionada que sugeriria que ela
pudesse ser livre de seu marido e casar-se com outro usando outra base.

Mateus 19.10-12 ensina que uma graça especial é dada por HaShem àqueles
que se sustentam na vida de solteiro, quando renunciam casar-se novamente
de acordo com a Torah.

Observa-se que logo antes desta passagem, em Mateus 19.9, Yeshua adotou
a regra de vedar o casamento após o divórcio. Isto pareceu como uma
proibição intolerável aos discípulos de Yeshua: se você fechar qualquer
possibilidade de novo casamento, então você faz o casamento tão
arriscado que seria melhor não se casar, uma vez que ou você está
“preso” a viver como um solteiro o resto de sua vida ou você estará
“preso” em um casamento ruim.

Yeshua não nega a tremenda dificuldade deste mandamento em razão da


corrupção do coração humano. Pelo contrário, ele diz no verso 11 que a
capacidade de cumprir o mandamento de não se casar novamente, caso
efetivamente não haja a real possibilidade de se manter a união, é um dom
divino. O verso 12 é um argumento de que uma vida assim é de fato possível,
porque existem pessoas que por amor ao Reino, e também por razões
menores, dedicaram-se a si mesmas para viver uma vida de solteiro.
1 Coríntios 7.15 não quer dizer que, quando um servo de HaShem é
abandonado por um cônjuge incrédulo, ele está livre para casar-se
novamente. Significa que esse servo ou serva não está obrigado (a) a lutar a
fim de preservar a união. Separação é permissível se o parceiro incrédulo
insiste nisso. Todavia, não autoriza o novo casamento!

O que deve ser entendido é que Casamento é uma ordenança do Criador


ligando todas as criaturas humanas, a despeito de sua fidelidade (Emunah)
ou falta dela!

Fato é que a cláusula de exceção de Mateus 19.9 não precisa necessariamente


implicar que o divórcio em caso de adultério libera uma pessoa a se casare
novamente. Todo o peso das evidências dadas pela Brit HaDashá é contra
esta visão, e existem várias formas de fazer um bom julgamento deste verso,
de forma que ele não entre em conflito com o ensinamento geral de que um
novo casamento após o divórcio está proibido.

Há muitos anos atrás eu ensinei nossa congregação em dois cultos noturnos


a respeito do meu entendimento deste verso e argumentei que “não sendo
por causa de prostituição” não se refere ao adultério, mas à fornicação sexual
antes do casamento que um homem ou uma mulher descobre no noivo.
Desde que descobri outras pessoas que sustentam essa visão e que deram
uma exposição muito mais acadêmica que eu fiz, tenho também descoberto
numerosas outras formas de entender que este verso também exclui a
legitimidade do novo casamento. Muitas delas estão sumarizadas em Yeshua
and Divorce, William Heth e Gordon J. Wenham (Nelson:1984).

O que deve nos chamar a atenção é a forma absoluta da denúncia de Yeshua


contra o divórcio e o novo casamento em Marcos 10.11,12 e Lucas 16.18,
sendo que não está preservada em Mateus, se na verdade esta cláusula de
exceção fosse uma brecha para o divórcio e novo casamento. Assim, temos
que questionar se de fato ou não a exceção de Mateus conforma-se com o
absoluto de Marcos e Lucas, ou melhor, com os próprios princípios da Torah,
no tocante à vontade original de HaShem de união indissolúvel!

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