Você está na página 1de 79

Nãotecidos

Por

Prof. Rasiah Ladchumananandasivam, B.Sc., M.Sc., PhD, AUMIST., CText FTI., FRSA.,
CCOL FSDC., SENIOR MEMBER AATCC.

Professor Associado II, Centro de Tecnologia,


UFRN, Natal-RN, Brasil.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE


CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E TÊXTIL
CURSO DE ENGENHARIA TÊXTIL
Natal, RN - Brasil.
2003 (REVISADO 2009)
Nãotecidos - Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam, PhD., CText FTI ii

NÃOTECIDOS

FICHA CATALOGRÁFICA

Ladchumananandasivam, Rasiah, 2003 (revisado 2009)

Nãotecidos
Nãotecidos - Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam, PhD., CText FTI iii

Prefácio

Estruturas fabricadas a partir de fibras ou filamentos e consolidados de um processo


mecânico, químico, térmico ou combinações são definidos como nãotecidos.A produção de
nãotecidos pode ser considerada, num senso ampla, que uma área mais nova do setor têxtil
e vem crescendo e enfrenta um futuro promissor econômico pelo seu desenvolvimento de
novas tecnologias não convencionais. Cada ano, a produção em volume vem aumentando e
como também as diversas formas e produtos de nãotecidos. O fator co mum nestas
tecnologias foi a eliminação parcial ou completa das operações convencionais têxteis como,
fiação, tecelagem, malharia, estiragem, ou cardagem. Uma das características marcantes
destes produtos que não podem ser identificados pelos critérios ado tados pelos têxteis
convencionais são as propriedades específicas e os usos finais.
O presente apostila traz os conhecimentos básicos com relação às matérias primas
utilizadas, os diferentes processos e maquinaria no mundo de nãotecidos.
Este trabalho faz parte da série das apostilas preparadas pelo Prof. Rasiah
Ladchumananandasivam como apoio às aulas ministradas no Curso de Engenharia Têxtil da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Nãotecidos - Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam, PhD., CText FTI iv

CONTEÚDO

Página
1.0 NÃOTECIDOS 1
1.1 Introdução 1
1.2 O termo “Nãotecido” 2
2.0 PROPRIEDADES E AS CARACTERÍSTICAS DOS NÃOTECIDOS 4
2.1 Mecanismos de deformação dos tecidos têxteis e nãotecidos 4
3.0 ESTRUTURA DOS NÃOTECIDOS 7
4.0 CLASSIFICAÇÃO DOS NÃOTECIDOS 9
4.1 Os princípios da classificação 10
4.2 Termos e definições 11
4.3 Padrões de classificação dos tecidos nãotecidos 11
5.0 IDENTIFICAÇÃO DOS TECIDOS NÃOTECIDOS 14
5.1 Identificação dos métodos de produção da camada fibrosa básica. 14
5.2 Teste e avaliação dos tecidos nãotecidos 15
5.3 Critério principal da avaliação dos tecidos nãotecidos 16
6.0 ADESÃO E LIGAÇÃO 17
6.1 Mecanismo de ligação 19
6.2 Fatores que influenciam o processo de ligação 20
7.0 MATERIA PRIMA FIBROSA 21
7.1 As funções das fibras no nãotecido 21
7.2 Perfil das fibras 25
7.3 Fibras para fabricação de papel 27
7.4 Fibras de vidro 27
8.0 TECNOLOGIA DE PRODUÇÃO DE NÃOTECIDOS 27
8.1 Produção do Véu 28
8.2 Sistemas Mecânicos 30
8.3 Sistemas pneumáticos 34
8.4 Sistemas diretos de polímero a manta através de fiação por fusão. 45
8.5 Sistema úmido de estiramento (sistemas hidrodinâmicos, sistemas de 48
estiramento pelo afastamento).
8.5.1 Processos 48
8.5.2 Produção do véu – fusão e sopro 50

8.6 Sistema úmido (deposição por afastamento) 51


8.7 Sistemas eletrostáticos 51
8.8 Sistema de divisão dos filmes 55
8.9 Princípios da produção por ligação mecânica dos nãotecidos 56
8.9.1 Sistema de interligação de fibras individuais 56
8.9.2 Sistemas de ligação aleatória de feixes de fibras – Sistema de 56
agulhagem
8.9.2.1 Formação do Véu 56
8.9.2.2 Os teares de agulha ou as Agulhadeiras (Needle punching) 57
8.9.3 Ligação por costura sem fios de amarração (Stitch bonding) 60
8.9.4 Ligação por costura com o sistema de fios de amarração (Stitch
bonding)
Nãotecidos - Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam, PhD., CText FTI 1

1. NÃOTECIDOS

1.1 Introdução

Nãotecidos: “Estruturas têxteis fabricadas a partir de fibras ou filamentos e consolidados


através de um processo mecânico, químico, térmico, ou combinações” – ABINT –
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS INDÚSTRIAS DE NÃOTECIDOS.
O nãotecido também é conhecido como nonwoven (inglês), notejido (espanhol),
tessuto nontessuto (italiano), nontissé (francês) e vliesstoffe (alemão).
A produção de nãotecidos pode ser considerada, num senso ampla, que uma área
mais nova do setor têxtil e vem crescendo e enfrenta um futuro promissor econômico pelo
seu desenvolvimento de novas tecnologias não convencionais. Cada ano, a produção em
volume vem aumentando e como também as diversas formas e produtos de nãotecidos. O
fator comum nestas tecnologias foi a eliminação parcial ou completa das operações
convencionais têxteis como, fiação, tecelagem, malharia, estiragem, ou cardagem. Uma das
características marcantes destes produtos que não podem ser identificados pelos critérios
adotados pelos têxteis convencionais são as propriedades específicas e os usos finais.
Existem uma variedade de técnicas de produção e produtos e às vezes é difícil de
dizer que, o método usado na produção deste novo produto pode ser considerado uma nova
tecnologia ou uma modificação ou adaptação de um método / processo conhecido. As novas
tecnologias foram desenvolvidas gradualmente e também desenvolveu meios na
determinação e diferenciação destas novas tecnologias e produtos. Também quais as
propriedades esperadas e uso final destes produtos oriundos destas novas tecnologias e
além de todos, qual é a sua fatia na produção têxtil.
Os nãotecidos são estruturas formadas por fibras ou filamentos têxteis dispostos em
direções variadas. Essas estruturas podem ser consolidadas ou torna-se permanente,
através de processos químicos, mecânicos, ou físicos. As matérias primas têxteis usadas
podem ser de origem natural ou sintética sem restrições de diâmetros, seções e
comprimentos. Os títulos das matérias primas e as suas combinações variam de acordo com
o produto final e a sua aplicação. Os nãotecidos podem ser leves, pesados, macios, flexíveis
ou rígidos, tingidos ou estampados. Eles podem ser absorventes, impermeáveis ou porosos.
A origem dos nãotecidos surgiu sob pressões e as necessidades externas:
 A necessidade de simplificar o processo têxtil;
 A necessidade de desenvolver novos produtos têxteis;
 A importância da necessidade de reciclagem dos resíduos têxteis
Nãotecidos - Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam, PhD., CText FTI 2

 Aspectos econômicos;
 A possibilidade de aplicar os produtos e desenvolvimento de outras áreas i ndustriais.
Os nãotecidos se encontram das mais variadas qualificações e diferentes
características. Utilizados com grande freqüência, os produtos nãotecidos muitas vezes
passam despercebidos. São muito versáteis e podem ser em várias maneiras, usados em
combinação com outros materiais.
Os não tecidos podem ser encontrados no lar: como panos de mais diversas
variedades possíveis, no polimento, na limpeza ou para enxugamento. Alguns exemplos são:
saches de chá, café, filtros de óleo, toalhas de mesa, guardanapos, como protetores das
máquinas / equipamentos, na decoração como papel de parede, pisos, carpetes, cortinas e
persianas e na cama, mesa e tantos outros produtos.
Encontram-se nãotecidos na higiene pessoal como, absorventes, fraldas descartáveis
e de incontinência urinária, lenços úmidos para higiene, lenços refrescantes, removedores de
maquiagem, etc.
Na área médica, nos hospitais como roupas descartáveis na indumentária médica,
máscaras, toucas, aventais, luvas, protetores de calçados e nas ambulatoriais, como
fronhas, campos operatórios, bandagens, curativos, etc.
No setor do vestuário, como entretelas, cós, lapelas, calçados, componentes e como
matéria primam para calçados e tênis, palmilhas, forros, cabedais, reforços, nas roupas
infantis, nas roupas protetoras e do ambiente.
Outra grande área em que os nãotecidos são empregados em grande escala é o
setor automobilístico. Neste setor os usos são como revestimento interno para laterais,
forros, tetos, porta pacotes, tapetes, estofamento, como material isolante térmico, material de
isolante acústico também como separador de baterias, filtros de óleo, ar e combustível.
No setor de engenharia, na construção de estradas, barragens, canalizações,
controle de erosão e proteção de meio ambiente. Também no setor de saneamento,
impermeabilização, canais de irrigação, aeroportos, ferrovias, portos e isolamento térmico e
acústico nos prédios. Usados em grande escala como filtrantes para líquidos e gases. Na
confecção de cabos elétricos e fitas adesivas. Plásticos reforçados para barcos, tubulações e
peças técnicas, abrasivos, correias, etiquetas, disquetes para computador, pisos plásticos,
envelopes, etc. Na indústria moveleira, como suporte para laminação de plásticos, malas,
bolsas, revestimento de colchões, etc.
No setor de comércio, como material de embalagens, sacos e fitas decorativas, folhas
de invólucros de calçados e presentes, revestimentos para estojos e na decoração de
vitrines.
Nãotecidos - Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam, PhD., CText FTI 3

A produção de nãotecidos envolve diversas indústrias em diferentes formas e


maneiras, usando tecnologias e diversos materiais como de têxtil, da papelaria, de couro, de
plástico que podendo adequar qualquer tipo de tecnologia nova.

1.2. O termo “Nãotecido”


Uma das inconsistências na assessoria de um novo produto e a sua classificação
numa maneira apropriada surge na classificação dos têxteis produzidos pela agulhagem
como feltros de agulhagem. Nos comércios da Bélgica e Alemanha, os veios das fibras
reforçados pela agulhagem numa máquina agulhadeira foram classificados como feltros de
lã. Irrelevante de fato de que a maioria dos produtos fabricada continha fibras sintéticas e
não lã. A produção comercial iniciou em 1942 nos EUA, de veios de fibras produzidas pela
colagem e neste período que o termo nãotecido nasceu. O termo foi traduzido literalmente
nas outras línguas. Assim como, os nomes destes novos produtos e novas tecnologias de
produção foram criados.
A definição do termo nãotecido foi descrita numa das revistas Textile Organon, como,
“Nãotecidos são produtos feitos pela formação de veios de fibras em disposição nas direções
paralelas, cruzadas ou aleatórios e coladas pela aplicação de um adesivo ou fibras
termoplásticas sob calor pressão”. Em 1960 Dr. Radko Kroma sugeriu numa conferência
internacional, que o termo nãotecido deve incluir as técnicas de produção e produtos que
contêm fibras têxteis em formas de fios e cordas, como também produtos combinados
(laminados) colados pelos meios químicos ou mecânicos.
Alguns dos termos mais usados na indústria de nãotecidos são:
Nãotecidos: tecidos têxteis feitos de uma camada de fibras que pode ser um veio
de carda, um veio de fibras, um sistema de disposição das fibras em forma aleatória ou
ordenada ou de fios, possivelmente combinados com materiais têxteis ou não têxteis, tais
como tecidos têxteis convencionais, filmes plásticos, camadas de isopor, folhas metálicas,
etc. e também geração de um produto têxtil através de processo de colagem química ou
mecânica.
Nãotecidos colados pelo processo mecânico: tecidos têxteis feitos de camadas
de fibras através de entrelaçamento das fibras entre si ou com feixes de fibras ou com
sistema de fios de amarração.
Tecidos de colagem: tecidos têxteis feitos de camadas de fibras e adesivo. O adesivo
pode ser aplicado na camada durante o processo de colagem que segue a formação do veio
ou pode ser um dos componentes da camada da fibra. A adesão é desenvolvida durante o
processo de produção.
Nãotecidos - Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam, PhD., CText FTI 4

Tecidos laminados: tecidos têxteis feitos pela laminação de pelo menos uma das
camadas com outras camadas têxteis ou camadas não têxteis. As camadas podem ser
juntadas mecanicamente ou pela colagem de adesivo.
Princípios técnicos da produção de nãotecidos: os princípios de amarração ou
colagem da camada fibrosa original que resulta na formação da estrutura característica tais
como:
 Amarração das fibras entre si baseado nas propriedades de feltragem da lã ou da
tendência para feltrar das fibras celulósicas ou da fibrilação das fibras sintéticas nos
sistemas de processos úmidos.
 Amarração de feixes de fibras na máquina agulhadeira ou na máquina de colagem
por costura sem os fios de amarração.
 Amarração com um sistema de fios de amarração na máquina de colagem por
costura.
 Amarração por segmentos baseados na impregnação dos veios de fibras com
dispersões adesivas.
 Amarração por aglomeração baseado na colagem com fibras termoplásticas, pó,
filmes.
 Amarração por pontos baseado na colagem das fibras multicomponente.
Tecnologia da produção: especificações do princípio da produção dos nãotecidos
com a indicação do método de aplicação do elemento da colagem (adesivo) e a formação da
estrutura de colagem ou o desenvolvimento da adesão.
Formação mecânica da camada da fibra (veio): preparação de uma camada de
fibra nas cardas convencionais com aparelho mecânico que forma o veio, isto é, a formação
de disposição paralela, cruzada ou aleatória de veios da fibra.
Formação pneumática da camada da fibra: preparação da camada da fibra
baseada na deposição das fibras singelas do ar de um cilindro perfurado ou de uma tela.
Formação eletrostática da camada da fibra: preparação da camada da fibra
dentro de um campo eletrostático.
Formação pelo deslocamento da camada da fibra (processo úmido); preparação
de uma camada de fibra baseada na deposição de fibras pelo deslocamento de uma
suspensão de água num cilindro perfurado ou uma tela.

2. PROPRIEDADES E AS CARACTERÍSTICAS DOS NÃOTECIDOS


Pelos entendimentos sobre o termo nãotecido, os nãotecidos incluem todos os
tecidos têxteis produzidos na forma não convencional. Os princípios dos métodos envolvidos
Nãotecidos - Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam, PhD., CText FTI 5

poder diferir largamente para que o termo nãotecidos cobre realmente os tecidos têxteis
baseados na colagem mecânicas das camadas dos veios e têxteis baseados na colagem
adesivas das camadas de fibras bem como colagem mecânica e adesiva dos tecidos
laminados formados por diferentes camadas de têxtil e não têxtil. É difícil de especificar
qualquer característica comum ou propriedades comuns para os produtos tão variados na
formação e da estrutura.

2.1 Mecanismos de deformação dos tecidos têxteis e nãotecidos


O trabalho baseado nos estudos de S. Backer e D. R. Petterson que compara os
mecanismos de deformação dos tecidos e nãotecidos baseasse da análise da resposta
provocada na fibra testada na estrutura da fibra ou o entrelaçamento no tecido
respectivamente pela ação das forças externas.
Levando em consideração, a tensão atua sob um eixo, o mecanismo de deformação
é caracterizado como (Tabela 1):
Tabela 1 – Características da deformação dos tecidos e tecidos nãotecidos.
Tecido Nãotecido
Deslizamento do fio Rotação da fibra
Remoção do crimp Estiramento da fibra
Achatamento do fio Rotação da ligação (adesivo)
Acumulação do fio Alongamento da ligação
Rotação da fibra Alongamento da fibra
Alongamento da fibra

Podemos proceder na mesma forma que pela análise do desenvolvimento da


deformação dos fios. A resistência de um fio é determinada pela resistência da substância da
fibra e a fricção entre as fibras. O alongamento de um fio é dependente do alongamento da
fibra e a torção inserida no fio. Como a atrito total da fibra sob uniforme pressão de atrito
(torção constante) depende da área de atrito total da superfície da fibra. Dentro do tamanho
uniforme do fio, a resistência será maior quando for as fibras são finas num fio.
Nos anos de sessenta, os pesquisadores como Hearle mostrou que as diferenças
típicas das curvas de tensão-deformação para tecidos e nãotecidos. Foi mostrado que,
existia uma semelhança no desenvolvimento da deformação nos nãotecidos por colagem e
as fibras originais. Este fato foi confirmado mais tarde por outros pesquisadores. A diferença
no desenvolvimento da deformação entre os nãotecidos por colagem e tecidos consiste no
fato que enquanto os tecidos mostram baixa rigidez, que aumenta com aumento do
Nãotecidos - Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam, PhD., CText FTI 6

alongamento e alta resistência final. Os nãotecidos típicos comportam na maneira oposta.


Neste caso, a rigidez inicial diminui com o aumento de alongamento e a resistência final é
mais baixa do que dos tecidos com alongamento alto.
A diferença principal, no mecanismo da deformação dos tecidos e nãotecidos pode
ser visto pelo fato de que, enquanto nos tecidos o efeito inicial de tensão resulta no
deslizamento e rearranjo dos fios no tecido, nos nãotecidos o rearranjo é totalmente
dependente do tipo de amarração ou ligação. Isto é que os nãotecidos amarrados por meio
mecânico o tipo de amarração e a densidade da fibra ou entrelaçamento do fio. Nos
nãotecidos de colagem, depende do alongamento das fibras e as colagens bem como a
densidade da colagem. Isto é na densidade e o arranjo de número de pontos de colagem.
Existem pelo menos três causas principais para deterioração de um tecido.
1. Deterioração da fibra ocorre - se a fibra rompe antes das forças adesivas ou a coesão
da adesiva, são afetadas;
2. Excesso de tensão nas ligações adesivas - se a resistência da fibra e a coesão da
adesiva são maiores do que as forças adesivas.
3. Deterioração da força coesiva da adesiva.
A participação das propriedades da adesiva e da fibra nos nãotecidos feitos de véu de
fibra impregnado com dispersão de adesiva é mostrado na Figura 1 e 2 de acordo com
Acralen AM
Weber, 1968.

Acralen 4266
Acaralen AB

Tensão (g/den)
Polibutilacrilato

% extensão
Figura 1- Tensão-deformação para nãotecidos por colagem contendo fibras de raion
viscose cortadas com diferentes adesivos.

As propriedades físicas dos nãotecidos são influenciadas pelo tipo e forma, o grau de
processamento do tecido convencional recebeu, das fibras bem como pela microestrutura do
tecido, isto é o método de ligação ou colagem e pelas propriedades do próprio adesivo. È
evidente, então que as propriedades dos nãotecidos variarão dentro de uma faixa grande.
Nãotecidos - Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam, PhD., CText FTI 7

viscose

acetato
p/den

poliamida

acrílico

% Extensão
Figura 2- Tensão-deformação dos tecidos de diferentes fibras colados com
poliacrilato (Acralen AB).
No caso dos nãotecidos por agulhagem é ilustrado na seguinte forma.
Propriedades da fibra Estrutura do véu de Condições de
fibra agulhagem

Estrutura do nãotecido agulhado Propriedades da fibra

Propriedades do
nãotecido agulhado

Da mesma forma no estudo das propriedades dos nãotecidos por colagem mostra as
seguintes variáveis:
Propriedades das Propriedades do Estrutura do véu Condições de
fibras adesivo (tipo da preparação colagem
do véu)

A rigidez da flexibilidade dos tecidos pode ser atribuída pela alta liberdade de
movimento pelas fibras individuais e a alta rigidez a flexão dos nãotecidos vem da baixa
mobilidade das fibras individuais que são colados por resinas. No final pode dizer que a
colagem oferece alta resistência tensil adequada ao nãotecido, simultaneamente ofusca o
movimento relativo das fibras individuais que tem o efeito adverso nas propriedades de
flexão dos nãotecidos.
A resistência e a rigidez dos nãotecidos colados são diretamente relacionadas com:
Nãotecidos - Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam, PhD., CText FTI 8

1. se o conteúdo da adesiva é aumentado, a resistência aumenta até um certo ponto,


normalmente 40% amais e então começa ceder;
2. a proporção do adesivo depositado na superfície das fibras tem um efeito negativo
na resistência;
2. soluções adesivas resultam em filmes grandes achatados;
3. dispersão do elastômero forma interligação lamelar das fibras com grandes
espaços entre fibras individuais e com ligações muito elásticas;
4. na ligação por pontos, as ligações são formadas somente nos pontos de
entrelaçamento das fibras e o uso de adesivo é ótimo e as fibras têm alta
mobilidade na flexão.

3. ESTRUTURA DOS NÃOTECIDOS.


A teoria da estrutura de qualquer substância e qualquer material que serve para
explicar: a sua composição, os tipos de ligações e as forças das ligações e isto levará a
controle de uma estrutura planejada e então para controle das propriedades destes
materiais. Se forem analisar as características objetivas de uma estrutura do nãotecido, nós
devemos expressar exatamente:
1. a estrutura da camada inicial fibrosa - o véu de fibra;
2. o arranjo das fibras no nãotecido após o processo de reforço (reforço mecânico ou
colagem adesiva);
3. os elementos de colagem como:
fibras singelas
feixes das fibras singelas
fio de amarração
4. os elementos adesivos de colagem, isto é as características da ligação adesiva sólida
entre as fibras;
5. o arranjo geométrico dos pontos da ligação produzida, pelo entrelaçamento mecânico
com fibras singelas, feixes de fibras ou fio de amarração;
6. o arranjo geométrico das ligações adesivas (a distribuição da adesiva);
7. número específico dos pontos da ligação ou pontos de colagem do qual pode se
deduzir o grau da liberdade do movimento da fibra na flexão ou as características da
flexão ou a intensidade da ligação.

As formas características das curvas de tensão-deformação dos tecidos nãotecidos


dos tipos básicos podem ser de amarração mecânica e de colagem.
Nãotecidos Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam 9

Tabela 2 – Tipos típicos dos nãotecidos - suas sistemas de ligação, e amarração.

Ite Tipo de nãotecido Sistema de Característica


m amarração ou
ligação

01 Tecido de algodão Tela Algodão Molino

02 Nãotecido agulhado Feixes de fibras 70/30 Fibra de poliéster de alto encolhimento,


de amarração 8,8 den., 60mm/ fibra de polipropileno, 3 den.,
60mm. Massa de volume 0,16g/cm2.
03 Aracne nãotecido por Fios de amarração Véu de fibra: 3,5 den., 60mm de fibra de
agulhagem viscose, material de amarração: 90den.,
filamento de poliamida.
04 Tecido (Protis) laminado, Fios de ligação e Véu de fibra: 3,5den., 60mm fibra de viscose;
de ligação por costura. substrato de Tecido (substrato) de fio fantasia de lã;
tecido material para amarração: 120den., fio de
filamento de poliamida
05 Tecido (Protis) laminado, Fios de ligação e Véu de fibra: 60/40 fibra de viscose 3,5den.,
de ligação por costura. entrelaçamento de 60mm/material re-processado; material de
felpas de fio. amarração: Nm 100/2 fio de algodão.
06 Tecido de ligação com pó Ligação de pó Véu de fibra: 70/30 fibra de viscose 3,5den.,
de polímero 60mm/ adesivo de pó de copolímero de
cloreto de vinilo – acetato de vinilo.
07 Tecido de ligação com Ligação de fio Véu de fibra: 70/30 fibra de viscose 3,5den.,
fibra termoplástica 60mm/Pe fibra como adesivos.
08 Nãotecido de colagem Ligação por tela Véu de fibra: 65/35 fibra de viscose 3,5den.,
por tela 60mm/ tela de cloreto de polivinila
plasticisado.
09 Nãotecido colagem por Ligação por Véu de fibra: 70/30 fibra de viscose 3,5den.,
impregnação dispersão 60mm/ borracha de butadieno-acrilonitrilo
como adesivo.
10 Nãotecido por fusão Ligação de fibra Véu de fibra de poliamida produzido
diretamente da fusão.
Nãotecidos Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam 10

Os tecidos nãotecidos amarrados mecanicamente e quimicamente podem ser


considerados, do ponto de vista da estrutura, como sistemas de fibras reforçadas pelos
sistemas de amarração existentes, classificados pelo processo.
1. Sistemas de ligação por meio mecânico baseado no:
i) Entrelaçamento de fibras singelas
ii) Entrelaçamento dos feixes das fibras aleatoriamente ou num sistema de
construção de malha, entrelaçando com fios de ligação numa construção
de malha.
O ponto característico de todos os sistemas de ligação por meios mecânicos é a
liberdade de movimento das fibras individuais na dobra e a resistência do sistema inteiro
que é determinada pelas forças de fricção nos pontos de contato que dependem do tipo e
do número de pontos de ligação.

2. Sistemas de ligação por adesivos baseados na formação dos pontos sólidos entre
as fibras. Depende da forma dos pontos de ligação eles podem ser separados em:

i) Estruturas de segmentos
ii) Estruturas de aglomeração
iii) Estruturas de pontos em que os pontos de ligação são formados somente
nos pontos de cruzamento das fibras.
iv) Estruturas de áreas controladas
v) Estruturas de áreas aleatórias.
O ponto característico dos todos os sistemas de ligação por meio de adesivos é a
resistência das ligações que não permitem qualquer liberdade de movimento
(deslocamento) das fibras individuais, para que as fibras não possam ser isoladas do
tecido colado sem risco de danos. A maior ou menor rigidez das ligações é determinada
pelas propriedades do adesivo, que pode formar, do ponto de vista da estrutura, e da
elasticidade, ligações do tipo:
Uma junção do tipo elástico, ou
Um tipo sólido de acoplamento.
A dureza e outras propriedades mecânicas dependem da distribuição dos pontos de
ligação e os seus números.

4. CLASSIFICAÇÃO DOS NÃOTECIDOS


Nãotecidos Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam 11

Uma classificação sistemática dos métodos de produção e os produtos tornam-se


altamente desejáveis em cada campo científico objetivando um fácil sumário oferecendo a
possibilidade de soluções simultâneas de um número de problemas comuns e permiti ndo
que o conhecimento adquirido seja aplicado mutuamente. É importante que a
classificação seja simples e que seja baseada em cada uma das características que
fornecem um padrão claro e simples.
Várias tentativas foram feitas para unificar os termos e a nomenclatura neste
campo, mas, apesar das todas as tentativas, nenhuma classificação teve sucesso em
definir totalmente as características especificas estruturais dos tipos individuais dos
tecidos nãotecidos bem como suas propriedades e os campos de aplicação.

4.1 Os princípios da classificação


Os princípios da classificação dos tecidos nãotecidos, pela sua estrutura, foram
baseados nas seguintes suposições:
1. As matérias primas básicas de qualquer tecido nãotecido são as fibras. Elas
podem ser curtas, ex. fibras celulósicas usadas na fabricação de papel, fibras de
comprimento normal nos processos têxteis, fios de filamentos, fios fiados ou fibras
produzidas diretamente dos polímeros em uma só operação.
2. Sem restrição do tipo, todas as fibras conhecidas devem ser processadas em uma
ou outra forma numa camada de fibra que pode ser de um véu de carda, um véu de fibra,
um entrelaçamento de fibras deitadas em forma aleatória, ou forçadas, etc. Este sistema
básico das fibras é então reforçado pelas técnicas diferentes. Os métodos alternativos de
preparação das camadas de fibras existem para as diversas formas de reforço.
3. A camada de fibra é reforçada durante a sua formação ou subseqüentemente, no
processo de produção, no qual a tecnologia do processamento tem uma influência
decisiva na estrutura e conseqüentemente nas propriedades do tecido nãotecido.
4. Deve-se lembrar que os tipos básicos e as formas das fibras (a), como também os
métodos de preparação da camada das fibras (b), as técnicas de reforço (c), podem ser
combinados.
5. O tratamento das camadas das fibras que já foram tratadas é considerado como o
processo de acabamento e então este processo não é incluído nas características das
técnicas de produção individual.
O passo básico da produção de qualquer tecido nãotecido é, então, a produção da
camada básica da fibra. Este pode variar, dependendo da processabilidade das fibras em
Nãotecidos Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam 12

si, e das propriedades necessárias para uma camada básica da fibra que é determinada
pela orientação das fibras nela ou a chamada estrutura da camada da fibra.
O método de preparação da camada da fibra (ex. um véu de fibra) afeta a
estrutura e ele influencia as propriedades do tecido nãotecido, como ele mais ou menos
ajuda (acompanha) na formação das ligações mecânicas ou adesivas sem ter, todavia,
qualquer influência decisiva nos tipos das ligações. Isto não significa que, claramente,
diferentes métodos de preparação da camada de fibra sempre darão os produtos finais
com propriedades semelhantes. As ligações formadas são determinadas pelos relevantes
processos de reforços (mecânica ou adesiva) e é típica da estrutura do tecido nãotecido e
como ele determina suas propriedades, ele foi escolhido como a característica que
distingue os tipos individuais dos tecidos nãotecidos.

4.2 Termos e definições


Tecidos nãotecidos são produtos têxteis, na maioria sistemas planos, contendo
fibras ou fios que são ligados (amarrados) por meios mecânicos, pelo entrelaçamento, ou
ligados com adesivos e /ou por outros sistemas planos de têxteis ou não-têxteis.
Tecidos nãotecidos que são ligados por meios mecânicos são produtos têxteis
contendo fibras ou fios que são ligados pelo entrelaçamento mecânico das fibras singelas,
feixes de fibras ou fios de amarração.
Tecidos ligados quimicamente são produtos têxteis contendo fibras ou fios que são
ligadas usando adesivos durante o processo de produção ou através do desenvolvimento
da adesão em um dos componentes da camada fibrosa original.
Tecidos nãotecidos laminados são sistemas têxteis planos compostos de pelo
menos duas camadas, isto é, uma camada é formada de fibras ou fios, e a outra camada
de fibras ou fios, ou uma ou mais das outras camadas é formada de material têxtil ou
sistemas planos não-têxteis.

4.3 Padrões de classificação dos tecidos nãotecidos


Métodos alternativos de produção das camadas básicas de fibras (véu de fibra,
entrelaçamento da fibra aleatória ou forçada):

Tabela 3 – Métodos alternativos de produção da camada da fibra.


Nãotecidos Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam 13

Feito das fibras disponíveis


comercialmente Pelos métodos mecânicos;
Pelos métodos pneumáticos;
Feito de polímeros que formam fibras Pelos métodos hidro-dinâmicos (disposição
por afastamento);
Feito de filmes partidos Pelos métodos eletrostáticos

Classes dos tecidos nãotecidos:


1. Tecidos nãotecidos feitos de fibras ou fios
2. Tecidos laminados
Tecnologias básicas:
1. Tecidos nãotecidos (tecidos laminados) ligados por meios mecânicos
3. Tecidos ligados por meio químico (laminados ligados).
Princípios técnicos da produção
1. Entrelaçamento de um sistema de fibras com fibras singelas constituintes
(baseado na propriedade da feltragem da lã, capacidade de feltragem da fibra celulósica
nas técnicas de fabricação de papel, etc).
2. Entrelaçamento de um sistema de fibras com um sistema de feixes de fibras (pela
agulhagem nas máquinas agulhadeiras, ligação por costura sem ligação dos fios).
3. Entrelaçamento de um sistema de fibras com um sistema de fios de ligação (pela
costura do véu na máquina Arachne e Maliwatt; ligação por costura de sistema de fio
como nas máquinas Malimo ou Arurex).
4. Estruturas de ligação por segmentos; as ligações são formadas nos pontos de
cruzamento ou na aproximação das fibras singelas ou grupo de fibras. A superfície das
fibras é quase coberta por um filme formado pelo adesivo que forma também filmes entre
as fibras. (Impregnação ou spray dos véus das fibras ou entrelaçamento das fibras com
soluções adesivas ou dispersões).
5. Estruturas de ligação aglomeradas; partículas adesivas aglomeradas são
formadas entre as fibras. (Ligação com adesivos na forma de pó ou resinas
termoplásticas).
6. Estruturas de ligação por pontos; as ligações são formadas somente nos pontos
de cruzamento de algumas fibras (ligação com fibras multicomponentes).
Nãotecidos Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam 14

A estrutura básica dos tecidos nãotecidos, isto é, a estrutura como vista nos
pontos de ligação formados entre o adesivo e as fibras pode ser desenvolvida pelas
técnicas de processamento numa macro-estrutura do tecido ligado nas alternativas
subseqüentes.

1. Ligação uniforme (direção idêntica) sobre a superfície total e a massa do tecido


(impregnação do véu)
2. Ligação irregular (padrão) através do deslocamento endentado das áreas adesivas
(ligação com telas termoplásticas, estampagem de padrões nos véus de fibras)
3. Distribuição do espaço do adesivo no tecido ligado (o padrão é estampado nos
véus singelos que são laminados posteriormente)
4. Ligação com a ajuda de sistemas de carregamento de adesivo de fios (Vatex,
Tetex).
A classificação padrão pode ser vista da seguinte forma:
Estrutura básica:
1. Estrutura do segmento baseado nos adesivos liofílicos
2. Estrutura do segmento baseado nos adesivos liofóbicos
3. Estrutura aglomerada (padrão) nos adesivos liofílicos
4. Estrutura aglomerada (padrão) nos adesivos liofóbicos
5. Estrutura de pontos.

Macro Estrutura:

1. Estrutura aleatória sobre a estrutura total e a massa.


2. Estrutura regular (padrão) sobre a superfície
3. Estrutura regular (padrão) no espaço
4. Estrutura com sistema de carregamento de adesivo auxiliar.
Nãotecidos Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam 15

Tabela 4 - CLASSIFICAÇÃO DOS TECIDOS NÃOTECIDOS


1- Tecidos nãotecidos feitos de 2- Tecidos laminados
camada fibrosa.

Métodos alternativos de 2.1 Ligado 2.2 Ligado


produção da camada fibrosa mecanicament quimicament
básica: e e
Pelos métodos mecânicos
Feito das fibras comercialmente Pelos métodos pneumáticos
disponíveis Pelos métodos hidro-
dinâmicos
Feito de polímeros que formam Pelos métodos eletrostáticos
fibras

Feito de filmes partidos

1.1 Tecidos nãotecidos ligados mecanicamente


Com fibras singelas Com feixes das fibras Com fios de
amarração
Baseado na Baseado na Ligação Ligado numa
capacidade capacidade aleatória construção têxtil (técnica de
de feltragem das de feltragem das (Técnica de (técnica de ligação por
fibras fibras agulhagem na costura do véu costura –
celulósicas. de lã. agulhadeira). usando fios de Arachne)
(produção dos (aplicação da amarração –
tecidos nãotecidos técnica da Arabeva).
baseados nos produção de
sistemas úmidos) feltros de lã –
Skelan)
Nãotecidos Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam 16

Tabela 4 – 1.2 Tecidos ligados quimicamente:


Aleatória Superfície regular Espaçamento Regular com
regular sistema auxiliar
Estrutura Impregnação com Solução adesiva Solução adesiva Impregnação do
segmentada soluções adesivas ou estampagem ou estampagem sistema de fibras e
ou dispersões. por dispersão no por dispersão no ligação do véu de
véu de fibra. véu individual fibras
Estrutura Ligação com fibras Adesivo Fibras Adesivo em forma
aglomerada termoplásticas, termoplástico termoplásticas, de fusão aplicada
pós, filmes. aplicado num pós, telas num sistema de
padrão, telas aplicados fibras auxiliares.
termoplásticas. regularmente em
camadas.
Estrutura Aplicação de fibras Aplicação de fibras Aplicação de fibras Aplicação de fibras
pontada multicomponentes multicomponentes, multicomponentes, multicomponentes,
com componentes efeito localizado de efeito localizado de com sistema
termoplásticos, calor e pressão. calor e pressão. auxiliar de fibras.
efeito de calor e
pressão ao longo
da espessura.

5.0 IDENTIFICAÇÃO DOS TECIDOS NÃOTECIDOS.


O problema de identificação de qualquer grupo de produtos pode ser abordado de
duas maneiras:
A identificação direta dos artigos individuais por meio de métodos específicos
baseados na determinação das propriedades específicos ou diferentes.
A classificação sistemática de um grupo inteiro de produtos pelas suas
características e a identificação contendo eliminação sucessiva de produtos, procedendo
de um grupo maior de propriedades, atravessando para grupos menores de evidência
específica do produto final.

5.1 Identificação dos métodos de produção da camada fibrosa básica.


O primeiro estágio na produção de um tecido nãotecido é a fabricação da camada
fibrosa básica, isto é, véu de carda, véu de fibra, entrelaçamento de fibras, etc., que é
Nãotecidos Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam 17

então reforçado nos estágios subseqüentes da produção, ex. pelo sistema de ligação
mecânica, pelo sistema de ligação por adesivo, ou num processo de laminação.
O diagrama de produção das camadas das fibras define os métodos de
processamento das fibras pelas propriedades principais das fibras que determinam sua
processabilidade ou não processabilidade num dado sistema de processamento, e que
determina a formação característica da estrutura da camada fibrosa para um tecido
nãotecido que pode ser identificado. O método usado na produção de uma camada
fibrosa para um tecido nãotecido pode ser então, deduzido do caráter da fibra e a
orientação na qual é examinada quando for ampliada num microscópio ótico ou
microscópio estéreo.

Tabela 5 – Propriedades características da camada de fibra básica


Material básico Características típicas
01 Fibras disponíveis comercialmente No microscópio: características padrão dos
tipos individuais das fibras, comprimento da
fibra e finura.
02 Polímeros de formação de fibras Longas fibras individuais e/ou filamentos,
(formação direta da camada fibrosa) orientação aleatória.
03 Filmes orientados (formação da Fibras individuais mostram espessuras
camada de fibras pelos métodos de diferentes e ligações aparentes em alguns
filmes partidos) pontos de contato.

Método de produção Características típicas


01 Formação mecânica do véu de fibra No microscópio (Max 10x) mostra o arranjo
paralelo das fibras na camada compacta
ou camadas individuais.
02 Formação pneumática do véu de fibra No microscópio (Max 10x) o arranjo
aleatório das fibras, na maioria das vezes,
feixes (conjunto) das fibras e o arranjo da
superfície em forma de flocos.
03 Deposição pela separação das No microscópio pequenas fibras,
camadas das fibras normalmente de 2 a 15 mm, arranjo
aleatório.
Nãotecidos Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam 18

04 Camadas de fibras formadas no No microscópio fibras de tipos idênticos,


campo eletrostático muito curtas, normalmente orientadas
verticalmente ao substrato, ou fibras
sintéticas de comprimentos variados,
arranjo aleatório (produzido diretamente do
polímero).

5.2 Teste e avaliação dos tecidos nãotecidos


Os tecidos nãotecidos pertencem aos sistemas planos que devido a sua estrutura
e propriedades não se encaixam nos padrões tradicionais dos produtos têxteis. Estes
sistemas planos não podem ser comparados com outros sistemas planos como papel,
couro ou filmes plásticos. Se considerarmos os graus de liberdade dos componentes
elementares dos sistemas planos, podemos classificá-los, pela ordem sugerida pelo
Hearle:
Filmes
Papel
Tecidos colados
Couro
Tecidos nãotecidos amarrados mecanicamente (incluindo feltros)
Tecidos
Malhas

Os testes dos nãotecidos devem ser considerados sob dois pontos principais:
O controle da operação e o controle de qualidade;
As propriedades da resistência com relação aos seus usos finais.

5.3. Critério principal da avaliação dos tecidos nãotecidos


Os requisitos da qualidade dos nãotecidos dependem dos seus usos e estes divergem
muito.
As classes dos testes dos nãotecidos podem ser especificadas como:

a) Testes físicos:
Resistência tensil, resistência à explosão, resistência ao rompimento, resistência ao
rasgo.
Nãotecidos Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam 19

Massa superficial
Resistência à flexão
Uniformidade do sistema fibrosa (véu)
b) Testes de durabilidade de uso:
recuperação dos vincos, retenção da forma, resistência ao lavagem a seco e
lavagem, permeabilidade de ar, absorção da umidade (velocidade e quantidade) e
descamação.
c) Propriedades dimensionais:
Massa superficial (amostra de 10x10cm);
Espessura (área de contato 1cm2, carga 52,27kg/cm2);
Uniformidade de espessura (coeficiente de variação estabelecida por 20 medidas)
Massa volume (g/cm3);
d) Propriedades da aparência:
Aparência (aumento fotográfico);
Desenvolvimento da deformação (curva de tensão-deformação) relacionado a
massa da amostra tex/mm);
Modulo inicial;
Tensão elástica de alongamento;
Curva de Resistência – extensão;
Relaxamento (solta após 5 minutos);
Elasticidade;
Resistência à explosão;
Flexão, cisalhamento, caimento e amarrotamento;
Propriedades anisotrópicas dos tecidos nãotecidos.
e) Propriedades tecnológicas:
Processabilidade nas máquinas de costura;
Compatibilidade com outros tecidos têxteis;
Temperatura de passar ferro;
Capacidade de forma;
f) As propriedades básicas necessárias para determinar a resistência ao uso são:

Resistência do tecido
Resistência tensil
Alongamento
Nãotecidos Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam 20

Resistência à explosão
Propriedades elásticas
Dureza
Resistência à flexão
Recuperação ao amarrotamento
Amarrotamento
Estabilidade dimensional
Propriedades fisiológicas
Permeabilidade
Permeab9ilidade ao vapor
Capacidade de remoção da umidade
Propriedades que determinam a durabilidade do produto
Resistência à tensão de flexão repetitiva
Resistência às altas temperaturas
Resistência ao envelhecimento
Estabilidade na lavagem
Estabilidade na lavagem a seco.
Além destes testes típicos citados acima deve-se ter cuidados na seleção das
amostras, seus números e tamanho, condicionamento das amostras.
Os testes e avaliações dos tecidos nãotecidos são um processo vivo e ancorado
num sistema estabelecido dos testes dos materiais têxteis e/ou outros sistema planos
flexíveis como filmes, couros e papeis.

6.0 ADESÃO E LIGAÇÃO


A produção dos tecidos nãotecidos pelo método de ligação química e tecidos
laminados é baseada na formação de pontos de ligação num sistema fibroso ou entre
camadas planas. A coerência de tais combinações depende da harmonia das forças da
ligação do adesivo e a natureza coesiva que atua entre o adesivo e a superfície de
contato da massa fibrosa envolvida.
Se pudermos aceitar que as propriedades dos tecidos ligados são basicamente as
funções das propriedades respectivas das fibras e adesivos usados, bem como seus
arranjos geométricos, então a importância do adesivo e as condições sob as quais a
ligação dos dois componentes ocorre são atingidas e serão aparentes.
Nãotecidos Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam 21

A coerência entre duas superfícies ligadas ou ligação entre uma fibra sólida e o
adesivo é geralmente entendido como adesão. A coerência de duas superfícies sólidas,
isto é, fibras ou camadas planas ligadas com adesivo, é, todavia, determinada não
somente pela adesão, mas também pela coerência da camada ligada ou sua coesão.
O que resulta que, se as fibras iam ser ligadas firmemente com um adesivo, uma
ligação forte, mecânica ou química deve ser formada entre o adesivo e a fibra enquanto a
camada adesiva da fibra deve possuir boas propriedades mecânicas. Então, a coerência
de um produto será determinada pela harmonia dos dois tipos de ligações envolvidas, isto
é, as forças adesivas que atuam na interface de contato e as forças coesivas que atuam
na camada da ligação.
Se as superfícies a serem ligadas são rugosas e se a capacidade de ligação
depende do tempo de contato e o tipo do adesivo, as propriedades reológicas do adesivo
e a relação do tempo da curva de tesão-deformação devem ser levadas em consideração.
Igualmente é importante o arranjo geométrico dos pontos de ligação.
O problema da quantidade ótima dos adesivos a serem usados está ligado ao
termo “superfície crítica de contato” O seu tamanho é expresso pela seguinte relação:
Re sistência tensil das  fibras
Superfície crítica  de  contato ( g ) 
 g 
Adesão 2 
 mm 
A relação serve para calcular em que proporções do comprimento total das fibras
devem ser interligadas se a superfície total para mostrar a mesma resistência como das
fibras usadas.
Como a adesão torna-se uma parte integral do produto final, é importante que as
propriedades mecânicas e químicas tenham compatibilidades com as propriedades das
fibras.
A natureza da adesão ou a natureza das forças que atuam entre duas superfícies
podem ser avaliadas basicamente pelas seguintes teorias:
Molecular e química
Elétrica
Dispersiva
As teorias moleculares e a química explicam a adesão entre polímeros,
principalmente como a função da interação molecular e química dos grupos funcionais
nas superfícies ligadas. Também pode atuar o fenômeno eletrostático, bem como o
fenômeno de difusão.
Nãotecidos Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam 22

A classificação das ligações nos compostos, incluindo polímeros pode ser


distinguida como:
Ligações químicas
Ligação iônica
Ligações atômicas, eletrovalente ou covalente.
Ligações metálicas
Ligações físicas (forças intermoleculares ou van der Waal’s)
Ligação polar (Força de Keesom)
Ligação dispersiva (Força de London)
Ligação indutiva (Força de Derby)
As energias das ligações são mostradas na tabela 6

Tabela – 6 Energia das ligações químicas.


Tipo de ligação Energia da ligação (kcal/mol)
Iônica 75 a 330
Atômica 25 a 225
Metálica
Física total 2 a 10
Polar
Dispersiva
Indutiva

As propriedades coesivas de um polímero são determinadas pelas suas ligações


químicas.

6.1 Mecanismo de ligação


Se tiver duas faces a serem ligadas como no caso de ligação por adesão de materiais
fibrosos, condições devem ser criadas para que os adesivos e as forças coesivas
envolvidas possam ser usados com vantagem. Os principais estágios na ligação por
adesão são:
Contato das duas fases
(Spray da solução adesiva ou dispersão nas fibras, impregnação, espalhamento,
uso de pó de polímero, mistura com fibras termoplásticas, laminação com filmes
termoplásticos, etc.)
Nãotecidos Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam 23

Molhagem da superfície das fibras ou do véu de fibra com adesivo:


Aplicação com adesivo líquido imediatamente após o contato e com adesivos
termoplásticos após sua transição em fase líquida viscosa através de aquecimento
e/ou pressão.
Cura do adesivo
(Através de evaporação do meio adesivo, coagulação num meio específico, poli-
reações de monômeros, ou com adesivos termoplásticos sólidos, através de
esfriamento).
Migração do adesivo durante a cura
(com soluções e disperções na direção para cima para ter contato com a
superfície, com adesivos de polímeros sólidos termoplásticos geralmente para o
meio do calor durante o tratamento com calor)
Distorção do tecido colado no processo de cura por causa da tensão elástica.

6.2 Fatores que influenciam o processo de ligação


O resultado do processo de ligação é a formação de uma ligação mecanicamente
resistente. Para ter uma ligação de qualidade deve-se investigar e estabelecer condições
ótimas para adesão entre as superfícies a serem coladas e o adesivo.
Grupo 1 Físico
Tensão superficial
Limpeza e tamanho da superfície
Espessura da camada adesiva
Pressão e tempo da aplicação
Temperatura e tempo de aplicação.
Grupo 2 Químico
Composição química e propriedades dos grupos funcionais do polímero
Grau de polimerização
Polidispersão (curva de distribuição)
Polaridade do substrato e superfície.
Propriedades de absorção do substrato
Viscosidade durante o processo de colagem.
Propriedades reológicas.
Nãotecidos Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam 24

Na prática os adesivos são usados nas seguintes formas básicas:


Monômeros que são capazes de formar polireações durante o processo de
colagem.
Soluções de polímeros em solventes orgânicos ou em água.
Dispersões de polímeros em água (camadas).
Polímeros sólidos em forma de:

Fibras
Fios
Redes
Filmes
No qual a adesão é desenvolvida através de:
A poli - reação (efeito de calor e meio)
A coagulação
Após a evaporação do meio disperso
Pela mudança no meio (pH).
Inchamento do polímero no solvente
Transição do polímero para o estado viscoso elástico devido ao calor.

7.0 MATERIA PRIMA FIBROSA


As fibras são, na maioria dos casos, a matéria prima iniciante que é usada na
produção de nãotecidos.
A proporção destas fibras no produto final varia de 30 a 100%. As formas também
variam de fibras singelas ou entrelaçamento de fibras produzidas pelos métodos
diferentes, na maioria dos casos de sistemas planos, como véu de carda ou véu de fibras.
Elas podem ser de forma elevada de pavios, fios e/ou tecidos ou malhas que podem
servir como um dos componentes na produção de tecidos laminados. Isto mostra que as
propriedades das fibras terão um efeito importante nas propriedades dos nãotecidos
produzidos com elas.
A seleção de fibras com relação à tecnologia da produção, ou seja as
características de uso é muito similar tanto nos nãotecidos quanto nos tecidos
convencionais.
Nãotecidos Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam 25

7.1 As funções das fibras no nãotecido


A função das fibras nos nãotecidos pode variar de acordo com o tipo de ligação ou
sistema de colagem usado no tecido.
As fibras formam o esqueleto do tecido nãotecido e a estrutura fibrosa do sistema
inteiro.
As fibras formam o elemento de amarração do tecido, devido:
As suas características de feltragem
Sendo processado em feixes de fibras de amarração
Usados em forma de fios de amarração.
As fibras formam o elemento de colagem (ligação) do tecido
Devido às propriedades de inchamento e dissolução
Propriedades termoplásticas (fibrilas finas, fibras bi - componentes, fibras de
ligação grossas)
Devido às propriedades de encolhimento.
As fibras formam o material de enchimento do sistema inteiro.
Com relação à coesão, elas têm tido uma parte passiva no sistema.
As fibras principais usadas na fabricação são:
Lã, algodão, linho, viscose, acetato de celulose, triacetato de celulose, poliamida 6,
poliéster, poliacrilonitrilo, cloreto de polivinila. A tabela 7, mostra a aplicação das fibras
individuais na produção dos nãotecidos para usos específicos com valores de 1 -
excelente; 2-bom; 3-pode ser usada; 4-ruim; 5- muito ruim.
Nãotecidos Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam 26

Uso final do nãotecido Algodão La Linho Viscose Acetato Triacetat Poliamid Poliacrilo Poliéster Cloreto
de o de a nitrilo de
celulose celulose polivinila
Filtros para
Ar 3 5 5 3 3 5 0 0 3 5
Combustível 3 5 5 4 4 5 0 0 3 5
Óleo 2 3 5 3 3 0 0 0 3 5
Água 2 5 3 4 4 4 0 0 3 5
Leite 1 5 5 2 2 0 0 0 3 5
Produtos químicos 4 5 5 4 4 3 2 2 2 3
Automóveis
Enchimento para poltronas 4 1 5 1 1 3 0 0 0 5
traseiras
Colchão 4 1 5 3 3 3 1 3 1 5
Forro para portas 4 1 5 1 1 0 0 0 0 5
Forro para teto 4 1 5 1 1 0 0 0 5
Papel de parede 3 5 5 3 3 3 1 2 2 5
Material de embalagem 3 5 2 1 1 0 0 0 0 5
(sacos, sacolas)
Entretelas 2 5 5 3 3 - 2 2 2 2
Lonas 4 5 5 3 3 3 1 - 2 5
Embalagens-fita de 1 3 5 2 2 0 0 0 0 5
Nãotecidos Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam 27

vedação
Fitas para isolamento 4 5 2 3 3 2 1 1 1 3
Lenços industriais 1 5 3 3 0 0 0 0 0 5
Isolamento nas 3 3 3 2 2 0 1 - 2 5
construções
Isolamento acústico 3 3 3 2 3 3 5 5 5 5
Encaixes plásticos 4 3 5 4 4 4 2 2 1 5
Vestuário
Bainhas 3 1 5 3 3 3 2 2 2 3
Entretelas 3 3 5 3 4 3 1 1 1 2
Forro 3 3 4 3 4 3 1 1 1 5
Tecido 3 2 5 3 3 3 2 2 2 3
Sapatos e couro
Rosto do sapato 4 3 5 3 3 3 1 2 2 5
Palmilha 3 3 5 3 3 0 2 - 0 5
Counters 3 5 5 2 2 3 2 - 3 3
Couro artificial (objetos de 4 5 5 3 3 3 1 2 2 3
fantasia, bolsa de mão etc.)
Cama
Lençol 3 3 5 3 3 3 2 1 2 5
Enchimento de colchão 3 2 5 2 2 0 0 0 0 5
Enchimento de fronhas 4 3 5 4 3 4 3 2 2 5
Nãotecidos Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam 28

Saco de dormir 4 3 5 4 4 4 3 1 2 5
Casa, decoração
Cortinas 3 5 5 2 3 3 2 2 2 5
Drapejado 4 2 5 2 3 3 2 2 2 5
Toalhas 1 5 2 3 2 0 0 0 0 5
Pano para limpeza 3 5 3 3 3 3 2 2 2 3
Adorno, enfeite, trança 3 5 3 3 3 3 2 2 2 3
Lenços 3 5 3 2 3 0 2 2 2 5
Cobertura para malas 2 5 2 2 2 0 2 0 0 5
Tapetes 4 2 2 4 4 4 2 2 2 4
Abajur 3 5 5 2 2 2 1 - 3 5
Material sanitário 1 5 5 2 3 3 5 5 5 5
Nãotecidos Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam 29

Com relação à compatibilidade das diferentes fibras com os diferentes usos


finais, dois grupos seletivos de fibras foram sugeridos:
Para uso industrial:
Viscose>acetato>algodão>poliamida>lã>
Para vestuário e outros usos pessoais:
Poliamida>poliéster>poliacrilonitrila>viscose>lã>acetato>algodão.
Os usos das fibras sintéticas têm vantagens como:
Uniformidade e limpeza
Seleção livre dos comprimentos e finura das fibras
Resistência à abrasão (principalmente nos tapetes e coberturas do chão)
Elasticidade (entretelas nos tecidos elásticos)
Resistência ao ambiente agressivo, micro-organismos, solventes específicos, etc.
Seleção livre das seções transversais (perfil), superfície suave, crimp, etc das
fibras.
Livre seleção das propriedades térmicas.
Livre seleção de encolhimento devido ao efeito de altas temperaturas e ambiente.
O uso das fibras de ligação sempre foi um dos assuntos mais explorados pelos
fabricantes dos tecidos ligados, por oferecer o método mais simples possível.
A propriedade adesiva destas fibras pode ser baseada em duas características
típicas dos polímeros que formam fibras, termoplasticidade e a transição para o estado
visco elástico dentro da faixa de temperatura conveniente tecnologicamente, ou na sua
solubilidade, e/ou propriedade de inchamento em soluções específicas.
Tabela - 8 Temperaturas de amolecimento de alguns dos polímeros que formam fibras
Temperatura de
Polímero amolecimento (0C)
Acetato de polivinila 28
Poliestireno (atático) 100 – 120
Cloreto de polivinila 80 – 85
Cloreto de polivinila clorada 70 – 105
Polietileno de alta densidade 105 – 110
Polietileno de baixa densidade 125 – 135
Policaprolactum 212 – 220
Co-polímero de Cloreto de vinilo - cloreto de vinilideno 95
(50/50)
Co-polímero de Cloreto de vinilo - acetato de vinilo (85/15) 150 – 170
Co-polímero de etileno terftalato – etileno isotalato 190
Nãotecidos Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam 30

7.2 Perfil das fibras


A importância das propriedades superficiais das fibras para coesão de qualquer
produto têxtil é evidente. Nos sistemas de ligação (amarração) mecânica, o problema
é reduzido no nível de fricção, enquanto no sistema de ligação adesiva, a superfície
total da fibra é determinada pela sua estrutura e a seu desvio da sessão transversal
circular. Devido este fato, quando é para determinar o uso de qualquer fibra não deve
omitir as fibras com secções transversais de formas ou fibras de perfil. Na figura 3
pode se ver os diferentes perfis das fibras sintéticas.
Nãotecidos Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam 31

oco
Acetato de celulose tipo estrela

Figura 3 - Formas típicas dos perfis das fibras sintéticas


Nãotecidos Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam 32

7.3 Fibras para fabricação de papel


O processamento úmido ou técnicas de fabricação de papel, na produção de
nãotecidos, necessita que as fibras que serão utilizadas possuam propriedades
especiais. Os nãotecidos de colagem são feitos no processamento úmido, isto é,
quando o véu da fibra é depositado no processo de afastamento de uma suspensão
de fibras, as propriedades que serão observadas primeiramente são as de composição
química, seu comprimento e a finura.

7.4 Fibras de vidro


As fibras de vidro têm sido usadas na forma de véu, principalmente como
reforço na fabricação de tecidos betuminosos há mais de 60 anos atrás. Desde então,
os véus de fibras de vidro têm sido cada vez mais usados na indústria como os véus
de fibras têxteis. Algumas destas aplicações são:
Como véus sem reforço para isolamento térmico nos tetos, tubulações;
Como reforço para isolamento nas tubulações;
Véu para tetos e isolamentos de superfícies;
Véus para pintura e decoração;
Filtros de ar;
Véus para separadores;
Véus superficiais.
A composição da matéria-prima de vidro determina não somente a processabilidade, e
conseqüentemente o processo tecnológico da produção da fibra de vidro mas, também
determina as propriedades físicas e químicas das fibras e os produtos fabricados.
Existem diferenças básicas entre os grupos subseqüentes:
E para indústria elétrica
A para instrumentos e aparelhos
C para aplicações químicas.
As propriedades das fibras dependem também da finura e o método da sua produção.
As outras fibras usadas para produtos especiais são fibras de safira e silicone e
metais.

8.0 TECNOLOGIA DE PRODUÇÃO DE NÃOTECIDOS


A tecnologia da produção dos nãotecidos pode ser baseada no sistema básico
de produção:
Nãotecidos Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam 33

Produção do véu

Método de reforço do véu

Método de acabamento

Como a produção da camada do véu básico e os métodos de acabamento


dependem das técnicas de produção convencional, o método de reforço da camada do
véu pode ser um véu fibroso, entrelaçamento de fibras, sistemas de fios colocados em
formas diferentes, laminados têxteis e sistemas planos não têxteis, que qualificam e
distinguem cada tecnologia na produção dos nãotecidos.

8.1 Produção do Véu


Na maioria dos casos, o sistema fibroso básico que é para reforçar com
sistemas mecânicos ou adesivos, é produzido em formas planas e na maioria dos
casos chamados de véu de carda, véu de fibra, véu de sanduíche, véus isotrópicos,
lâminas e entrelaçamentos .
As características comuns destes sistemas fibrosos planos, como também as
necessidades comuns das suas propriedades, podem ser listadas da seguinte forma:
1. As fibras são arrumadas em forma plana das quais o comprimento e a largura
são maior do que a terceira dimensão que é a espessura.
2. Os sistemas de fibras formados atuam cineticamente como partículas
independentes. Em geral feixes de fibras, flocos de fibras, etc., não são
desejáveis e surgem devido ao processo inadequado de abertura preliminar. A
única exceção pode ser para fins decorativos ou outros objetivos específicos.
3. A massa da superfície e a espessura devem ser uniformes ao longo de toda a
área.
4. As fibras devem ser orientadas para oferecer a anisotropia necessária das
propriedades do produto acabado.
5. A coesão na direção longitudinal e transversal da camada da fibra deve
corresponder às tecnologias de processamentos subseqüentes, ex. a
resistência tensil deve ser suficientemente alta para suportar a tensão
esperada durante o desenrolamento (transferência pela esteira) e também
durante a passagem através do processo de reforço.
Nãotecidos Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam 34

6. A coesão das camadas individuais deve ser suficiente para que não ocorra
descascamento ou delaminação dos nãotecidos pelo processo de colagem
adesiva ou ligação mecânica durante flexão e/ou no vestuário.
Os véus fibrosos podem ser produzidos das seguintes formas:
Sistemas mecânicos
Sistemas aerodinâmicos
Sistemas hidro-dinâmicos
Num campo eletrostático.
Os requisitos necessários que podem satisfazer estes métodos são:
Superfície da massa
Volume da massa
Número das camadas individuais que formam o sistema fibroso
resultante
A orientação no sistema fibroso resultante pode prevalecer:
Longitudinal
Cruzado
Longitudinal e cruzado
Aleatório (na maioria plana).
Os fatores que afetam as propriedades da camada fibrosa:
As propriedades da camada fibrosa largamente afetadas pelas propriedades
das fibras.
Quantidade das fibras na superfície ou volume unitário da camada
O arranjo das fibras na camada, a sua estrutura.
Propriedades características das diferentes camadas de fibras
Item Descrição Véu cardado Véu de fibra Véu
sanduíche
01 Sistema fibroso Camada
fibrosa
02 Material constituinte Fibras têxteis
03 Técnica de processamento Através de abertura sem entrelaçamento
mecânico ou interligação.
04 Massa superfície Uniforme como
requerido
05 Espessura Uniforme como
requerido
Nãotecidos Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam 35

06 Faixa aproximada da massa 0,005 – 0,09 Acima de Acima de 0,01


superfície (kg/m2 ) 0,015
07 Número de camadas 1 1 Pelo menos 2
constituintes do produto final
08 Método de produção Espalhamento Espalhamento Espalhamento
das fibras das fibras pelo do sanduíche
controladas meio solto. dos sistemas
perfeitamente já produzidos.
pelo sistema
mecânico.
09 Equipamento Cilindros e Máquinas que Máquinas que
cardas de flats formam véus espalham os
pelo sistema véus,
pneumático e horizontal,
hidro- vertical,
dinâmicos. longitudinal,
cruzados e
combinados.
Nãotecidos Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam 36

8.2 Sistemas Mecânicos


O principio da formação da manta envolve os métodos mecânicos de
processamento das fibras nas máquinas, tendo efeito de cardagem como sistema de
abertura e carda de diferentes tipos. Os véus produzidos são depositados um sobre o
outro até que a espessura desejada seja atingida e são depositadas nas orientações
desejadas das fibras no produto final.
Ambos os processos de abertura e formação de véu são parte da técnica de
fiação convencional. A deposição do véu na formação do sanduíche com as
propriedades desejadas, isto é, a orientação desejada das fibras no véu, pode ser
obtida por vários métodos. As direções de estiramento de cada camada ou a sua
combinação são escolhidas de modo a obter-se a resistência adequada em cada
direção. Alguns destes métodos de estiramento são mostrados nas Figuras 8.1 a 8.3.

Fardo de fibras
Setor de abertura

Carda

1. - Esteira de alimentação 2. - Carregador 3. - Desenrolador


do véu.

Figura - 8.1 - Estiramento descontínuo do véu numa esteira sem fim com
orientação das fibras na direção longitudinal
Nãotecidos Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam 37

1. - Carda 2. - Esteira condensador.

Figura 8.2 – Estiramento do véu das cardas organizadas em série com orientação
das fibras na direção longitudinal

Véu

1. Cardas 2. Esteira condensador


Manta

Figura 8.3 - Estiramento do véu das cardas com orientação das fibras na direção
longitudinal
Nãotecidos Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam 38

1.- Esteira alimentador 2.- Esteira oscilante dobrador 3.- Movimento


para segurar o véu.

Figura 8.4 - Estiramento do véu descontínuo na máquina de formação do lap


(manta) Blamire. O estiramento dos véus singelos é cruzado.

1.- Esteiras alimentadoras. 2.- Esteira oscilante estendedora.


3.-

Figura 8.5 - Duas máquinas de véu na formação da manta no processo descontínuo.


O estiramento dos véus singelos é cruzado.
Nãotecidos Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam 39

Carda

Véu

1.- Esteiras alimentadoras 2.- Esteiras horizontais oscilantes


3.- Esteira de saída.

Figura 8.6.- Estiramento do véu numa camada de véu vertical no processo contínuo.

1.- Esteira alimentadora. 2.- Esteiras horizontais oscilantes. 3.-


Esteira de saída.

Figura 8.7.- Estiramento do véu numa camada de véu horizontal no processo


contínuo.
Nãotecidos Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam 40

8.3 Sistemas pneumáticos


No sistema pneumático na formação do véu as fibras são removidas do
elemento abridor, que é normalmente um cilindro de entrada, sendo transferidas pelo
efeito conjunto das forças centrifugas envolvida e as forças da resistência
aerodinâmica do meio para a superfície receptora onde uma camada fibrosa ou a
manta é formada.
A orientação final das fibras na manta é determinada pelo estiramento da
camada fibrosa. O controle da orientação das fibras no véu formado pelo sistema
pneumático pode ser efetuado durante a transferência das fibras ou durante o seu
estiramento. No ultimo caso a força da deposição, a posição da camada fibrosa
formada e a distância da parede do duto podem ser variadas.
Uma das vantagens no sistema pneumático é a processabilidade de fibras
curtas e muito curtas com desperdício mínimo. Apesar de necessitar de um espaço
pequeno, esta vantagem torna-se um obstáculo na frente das cardas modernas de alta
produção.
As características do véu formado pelo sistema pneumático podem ser
especificadas da seguinte forma:
1. O véu tem uma estrutura laminada ou escamosa.
2. A estrutura do véu varia nos pontos individuais na sua secção
transversal.
3. A camada fina de fibras depositadas na superfície não é uniforme dentro
de um curto tempo e a intensidade do fluxo no sistema de deposição
varia de um lugar para outro.
4. Pode-se supor que a intensidade variada do fluxo nos pontos individuais
afetará a orientação das fibras.
5. A estrutura do véu não pode ser caracterizada somente pela orientação
das fibras na superfície.
Nãotecidos Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam 41

Figura 8.9.- Princípio básico do sistema aerodinâmico.

Os efeitos das condições dos diferentes processos na orientação das fibras no véu
são mostrados nas Figuras 8.10 (a) e 8.10 (b)

1.- Fibra. 2.- Cilindro perfurado 3.- Direção do fluxo de


ar.

Figura 8.10 (a).- Efeito da força de deposição na orientação da fibra.


Nãotecidos Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam 42

1.- Fibra. 2.- Parede do duto 3.- Tela

Figura 8.10 (b).- Orientação da fibra na vizinhança da parede do duto.

As instalações aerodinâmicas modernas são capazes de produzir massa de véu na


faixa de 10 – 2000 g/m2, dependendo do tipo e dimensões. Existem vantagens no
processamento das fibras que causam problemas nos equipamentos convencionais
por causa do comprimento médio, alto grau de poeira, densidade linear alta, ou
superfícies suaves.

Figura 11 (a).- Queda livre Figure 11 (b).- Pressão

Figura 11 (c) Sucção 11 (d).- Circuito fechado


Nãotecidos Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam 43

Figura 11 (e).- Pressão - Sucção

Figura 11.- Métodos de formação do véu pelo sistema aerodinâmico.

A B C D E

A.- Distribuição na largura. B.- Pré-abertura. C.- Formação do


véu inicial D.- Abertura final. E.- Formação do véu aleatório.
Figura 8.11 (a).- Máquina de nãotecido Fehrer V21 / K12
Nãotecidos Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam 44

Contagem da pré-abertura Distribuição na largura

Figura 8.11 (b).- Máquina de nãotecido Fehrer V21 / K12 – Sistema


aerodinâmico de formação do véu.

As máquinas usadas na produção de véu de fibra pelo estiramento aleatório podem


ser divididas em dois grupos:
1. As máquinas nas quais o sistema de condensação aerodinâmica é
simplesmente ligado ao sistema convencional de máquinas de abertura
como cardas de cilindro ou cardas de flats.
2. Máquinas especiais de formação do véu.
Os principais mecanismos das máquinas pneumáticas de formar mantas são:
 A fibra é alimentada pelo alimentador ou magazine para a máquina.
 O carregador de precisão que serve para garantir uma alimentação uniforme
das fibras, determinando assim a uniformidade da massa por unidade de
superfície da manta produzida.
 O abridor que garante a abertura perfeita e separação das fibras singelas e a
sua dispersão na corrente de ar.
 O condensador que ao recolher as fibras da corrente de ar determina a sua
distribuição aleatória no sentido pretendido e a massa por unidade de
superfície.

As figuras 8.12 a 8.22 mostram os sistemas de alimentação das máquinas


pneumáticas na formação do véu.
Nãotecidos Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam 45

1. Esteira
2. Esteira alimentadora inclinada
3. Esteira separadora
Figura 8.12.- Sistema de alimentação na máquina pneumática de formação do véu.

1. Esteira de separação (stripper).


2. Esteira alimentador inclinado.
3. Tambor de tela com cobertura.
4. Sistema de sucção
5. Mecanismo de abertura.
- Figura 8.13.- Sistema de alimentação da máquina Rando-Feeder e
Rando-Webber (ponte de ar)
Nãotecidos Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam 46

1. Esteira separadora (stripper).


2. Esteira alimentadora inclinada
3. Rolo de alimentação.
4. Eixo de carregamento
5. Controle do nível foto-elétrico.
6. Cilindro de carregamento.
7. Mecanismo de abertura

Figura 8.14.- O sistema de alimentação na máquina DOA.


Nãotecidos Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam 47

1. Esteira alimentadora
inclinada
2. Esteira de separação
(stripper)
3. Rolo alimentador
4. Tela
5. Eixo carregador
6. Cilindros de
carregamento
7. Tambor de telas

Figura 15.- Sistema de carregamento da máquina Pneumat.

1. Eixo carregador.
2. Cilindros de
carregamento.
3. Sistema de rolo
alimentador
4. Tambor apanhador com
cobertura metálica.

Figura 8.16.- A abertura da máquina pneumática DOA na formação do véu


Nãotecidos Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam 48

1.- Sistema de alimentação combinado. 2.- Tambor apanhador com cobertura


metálica.

Figura 8.17.- Sistema de abertura na máquina Rando-Webber.

1. Sistema de alimentação
combinado
2. Rolo apanhador
3. Tambor de tela com cobeertura
4. Esteira de entrega do véu

Figura 8.18.- Condensação da fibra no tambor de tela da máquina Rando-


Webber.
Nãotecidos Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam 49

1. Sistema de alimentação
2. Cilindros de carregamento com
cobertura metálica
3. Tambor de tela com cobertura
4. Esteira de entrega do véu.

Figura 8.19.- Condensação das fibras entre dois tambores de tela na


máquina DOA.

1. Sistema de alimentação
2. Cilindros de carregamento com
cobertura metálica
3. Tambor de tela com cobertura
4. Esteira de entrega do véu.

Figura 8.20.- Condensação das fibras entre dois tambores de tela na


máquina DOA.
Nãotecidos Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam 50

1. Doffer
2. Diffusor
3. Tambor de tela
4. Cortina de ar
5. Cilindro de pressão
6. Sistema de sucção de ar
7. Esteira de entrega

Figura 8.21.- Sistema de acoplamento para carda com flats – O


dispositivo Kiev.

1. Carda com flats


2. Cilindro com escova
3. Eixo de sucção
4. Esteira de tela

Figura 8.22.- Sistema pneumático a ser acoplado num par de cardas


com flats. O dispositivo Chom II
Nãotecidos Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam 51

8.4 Sistemas diretos de polímero a manta através de fiação por fusão.


Nesta técnica a solução ou a fusão dos polímeros que formam as fibras é
extrudada através de um sistema de fieiras na corrente de ar de alta velocidade o u
outro gás, e as fibras então formadas são depositadas em forma de uma camada num
suporte que pode ser uma esteira, um tecido ou um tambor de tela. Se as fibras
necessitam de estiramento, este também pode ser efetuado através de uma corrente
de alta velocidade na temperatura conveniente ou por meio mecânico.
Algumas possibilidades podem ser geradas em função da combinação
funcional de máquinas ao processo.
1. A forma polimérica inicial (fusão ou solução polimérica)
2. O método de formação da fibra (centrifuga, extrusão, corrente de ar)
3. A incorporação da seção de estiragem na máquina (corrente de ar ou
meios mecânicos)
4. Adição de uma unidade de condensação
5. Sistema de estiramento das fibras (livre pela sucção, controlado pelo
mecanismo de estiramento e oscilação).
6. Adição de uma unidade de condensação auto-suficiente (tambor de tela,
tela horizontal ou vertical).
7. Adição de uma máquina de reforço auto-suficiente (máquina de agulhar,
prensa a quente, máquina de impregnação do adesivo).
Na formação do véu pelo sistema de fieiras podem ser processados diferentes
polímeros como, polímeros vinil, poliacrilatos, poliacrilonitrilo, poliestireno, derivados
de celulose, polipropileno, polietileno, poliésteres, poliamidas, etc. A facilidade ou a
dificuldade da formação da fibra ou manta destes polímeros varia. Como por exemplo,
alguns polímeros apresentam maior dificuldade de formação da fibra (acetato de
celulose) enquanto outros são processados sem dificuldade (poliestireno).
A categoria da extrusão do polímero dos nãotecidos definido pela Holliday na
Figura 8.23:
Nãotecidos Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam 52

(Extrusão)
POLÍMERO
Fiação por sopro Fiação por fusão Outro
(spunbonded)
Filamentos quebrados, Etc. Extrusão da fibra Fibrilado, etc.
Preparação do véu
(filamentos depositados na esteira)

Reforço
Ligação do véu

Química Termica Física

Calandragem

Impregnação

Estamparia

Acabamento
Etc.

Tecido
Figura 8.23 Categoria da extrusão do polímero dos nãotecidos
Nãotecidos Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam 53

As possibilidades da ligação são identificadas na Figura 8.24.

EXTRUSOR

Spray adesivo
Ar

Calor + Pressão

Agulhadeira
Vácuo

Figura 8.24 Técnicas variadas o véu de ligação com véus, direto da fiação
por fusão.
A fieira 1 alimenta o véu na agulhadeira.
Da fieira 2, os filamentos são puxados através de um corrente de ar e então
borrifados na esteira na forma aleatória. Dois cilindros aquecidos aplicam calor e
pressão e ligam os filamentos termoplásticos entre si para formar um tecido sem
adesivos.
Da fieira 3 os filamentos são dispersados num tecido numa esteira. Este se
torna como parte do tecido durante a ligação.
Também existe a possibilidade de aplicar uma corrente elétrica nos filamentos
para influenciar a distribuição e a orientação dos mesmos.
A linha 4 utiliza uma fieira rotativa e o uso de uma unidade de spray para
oferecer a adesão do ligante.
Nãotecidos Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam 54

Deve-se observar que nestes processos o peso do tecido é controlado pela


velocidade da esteira de estiramento.
8.5 Sistema úmido de estiramento (sistemas hidro-dinâmicos, sistemas de
estiramento pelo afastamento).
Os sistemas de estiramento em meio úmido utilizados na indústria de
nãotecidos tiveram sua origem em técnicas de produção de papel. Estas técnicas são
adaptadas no processamento das fibras fortes e compridas em lugar daquelas que são
geralmente usadas na indústria de fabricação de papel.
Devido o uso de fibras sintéticas grossas e a adaptação da seção do
estiramento úmido da máquina de fabricação de papel, o comprimento da fibra
processada pode ser estendida do comprimento original de 2mm para papel, para
cerca de 55mm.
Em meio úmido a velocidade de produção dos nãotecidos é cerca de 60 a 100
m/min, enquanto que em meio seco (mantas cardadas) é de 20 a 50 m/min.
O método de preparação do véu é completamente diferente daquele do
sistema de produção seco. Na preparação as seguintes fases estão envolvidas:
 Preparação de uma suspensão aquosa de fibras (mistura, moagem e
dissolução).
 Estiramento em meio úmido numa unidade de condensação: O princípio
de formação da manta fibrosa baseia-se no depósito de uma camada
uniforme de fibras em uma tela ou tambor perfurado a partir de uma
dispersão de fibras e na extração sucessiva de água.
 A extração da água baseia-se em métodos de sucção ou espremedura.
São processos mecânicos que servem para retirar parte da água
existente nas mantas fibrosas em meio úmido. A outra parte da água
que serviu na suspensão das fibras sai espontaneamente através da
tela ou do tambor durante a formação do filme formado pelo sistema de
bicos que podem ser organizados de maneiras diferentes.
 O processo de secagem é efetuado nos cilindros revestidos com feltros
de secagem. Após a passagem pelo secador, o material ainda contém 5
a 10% de umidade residual. O encolhimento é mínimo. Os feltros de
secagem ajudam a evitar a colagem dos véus formados nos cilindros
durante a secagem.

8.5.1 Processos
O processo Monsanto para autoligação dos filamentos de náilon 6.6 pela
exposição ao gás hálito de hidrogênio. Neste processo as fibras são preparadas para
Nãotecidos Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam 55

ligação pelo aumento da umidade do regain pelo menos 25 sobre o peso e a manta é
submetida à atmosfera gasosa contendo menos de 2% de volume de gás hálito de
hidrogênio e mais de 0,5% do volume de vapor. Mas, menos do ponto em que as
formações de gotículas começam a aparecer (dew point) da mistura do gás e o vapor
para que as fibras possam aumentar a porcentagem de regain no mínimo em 3% e
absorver pelo menos 2% do gás hálito hidrogênio. A ligação é completada pela
pressão das fibras neste estado e subseqüentemente a remoção do gás.
O processo de Akzo produz uma manta resiliente, com superfície suave pela
extrusão pela faixa de orifícios numa fieira e a passagem dos filamentos através das
guias inclinados num banho de água. A manta é retirada numa velocidade menor do
que a velocidade em que os filamentos são extrudados e então as lupas são
formadas. Tal estrutura, após a corrugação forma o núcleo da esteira de material de
drenagem, Enkamat do Akzo Colbond CX 1000.

Figura 8.25 Seção transversal do material de drenagem Akzo Colbond CX


1000.
A tecnologia da Rhône-Poulenc envolve um bico que avança os filamentos
numa placa defletora, uma parte do qual é vibratória perpendicular à sua superfície por
meio de um excêntrico quadrado e coleta os filamentos numa esteira. Ar ou jato de
fluidos podem ser usados para espalhar os filamentos na placa defletora.
Os produtos de Du Pont, Typar, Tyvec e Reemay são bem conhecidos na
tecnologia de estiramento por fusão. Tyvek é de fibra de polietileno feita pelo
estiramento por fusão feito de filamentos extremamente finos (diâmetro médio menor
que 4µm), auto-ligação numa estrutura de rede contínua através de calor e pressão.
Reemay é de fibra de poliéster estendida por fusão e é o véu de filamento que tem
diâmetros têxteis normais (19 – 25 µm) e ligados com um agente de ligação. Typar é
um nãotecido de polipropileno estendido por fusão e filamentos grossos (diâmetro 40
µm) que são de autocolagem.
O Tyvek esta disponível como um produto de ligação de área (faixa de massas
44,1 – 91,5 g/m2) que são densos, suaves e relativamente duros que se assemelham a
Nãotecidos Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam 56

papel, ou ligados nos pontos discretos (faixa de massas 33,9 – 54,2 g/m2) resultam
num produto suave, mais flexível. Resulta de uma mobilização das fibras não ligadas.
Neste caso, a área ligada será entre 2 e 6% da área total da folha. Quando for
necessário obter produtos com permeabilidade de ar, existem com inúmeros orifícios
perfurados. Agulhagem hidráulica do Tyvek, na formação de uma tela de mesh finos
para suporte das telas também aumenta a permeabilidade e transforma a superfície
dos filtros em filtros de profundidade. Tyvek já foi usado como filtro de munições e
como suporte para membrana de gel permeável à água que é usada na ultrafiltração.
Um tratamento posterior na melhoria da permeabilidade para aplicações como filtração
ou drenagem do campo envolve imersão numa solução de agente de molhagem e
então numa dispersão de óxidos metálicos e um ligante que é seguida pela secagem
abaixo de 115oC. O uso significante dos produtos Tyvek é como embalagem
esterilizada para vestuário de sala de cirurgia e limpeza das salas. Os métodos de
testes das propriedades como barreiras são: testes de desafio dos microorganismos,
determinação da permeabilidade para gás óxido de etileno, que é usado na
esterilização e teste de coleta de ar para determinar a capacidade de filtração das
partículas destes tecidos.
Typar estruturas de polipropileno são fortes e resistentes com a massa de 67,8
– 118,7 g/m2, que foram inicialmente desenvolvidos para tecido de base para tapetes.
Estes tecidos substituíram o uso de tecidos de juta como tecido base para tapetes. È
importante que um tecido de juta de 339g/m2 tenha a resistência menor que um tecido
de estiramento de fusão de 101,7g/m2. Um outro produto da Kimberly Corporation, o
nãotecido de polipropileno de estiramento de fusão que é vendido principalmente para
fabricantes de camas para uso em colchões, em travesseiros, apoio aos edredons e
forros. Netas aplicações, a propriedade excelente de remoção de manchas exibida
pelo polipropileno é uma vantagem sobre as outras fibras. A mesma empresa prod uz
produtos destinados a estruturas laminadas, envolvendo materiais de estiramento de
fusão e outros véus. Absorção dos fluidos e a retenção do mesmo, com a superior
absorção de energia.
Os tecidos de estiramento de fusão são feitos de diferentes tipos de fibras
numa faixa grande de pesos e podem ser ligados para formar uma variedade de
tecidos parecidos com papel até relativamente grossos e volumosos. Os tecidos têm
aplicação na área de engenharia civil na construção de estradas e na aplicação de
drenagem e são conhecidos como geotêxtil. Um produto interessante que é usado na
fabricação de material para drenagem vertical, é o CX 1000 material produzido pela
Colbond na Holanda. (Figura 8.25).
Nãotecidos Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam 57

8.5.2 Produção do véu – fusão e sopro


Os véus produzidos pelo processo de fusão e sopro com fibras de
comprimentos finitos são classificados dentro da categoria de nãotecidos de
estiramento direto de fusão, porque eles são formados diretamente da extrusão do
polímero. Os aspectos únicos deste processo são que a finura das fibras produzidas
varia de 2-4µ e 5-1000 g/m2. O Riegel Products fabricam véus de poliéster –
polipropileno com a marca de Polyweb para uso de máscaras cirúrgicas e sacos para
aspiradores. Estruturas compósitos laminados com outros nãotecidos, papéis, ou
filmes são possíveis. Kimberly Clark produz panos de limpeza industrial feitos de véus
de polipropileno de fusão por sopro e compósitos com outras estruturas de
estiramento de fiação para aplicações medicas. No Japão a indústria petroquímica
Tonen comercializa seus produtos Tapyrus em polipropileno com variação de massas
de 15 a 200 g/m2. As fibras componentes são de 0,03 den (0,033 dtex). As aplicações
principais destes produtos são têxteis na área médica e materiais de embalagens.
Tabela 8.1 Propriedades físicas do nãotecido Tapyrus de polipropileno feito por
fusão por sopro.
Massa Espessura Resistência Alongamento Resistência Permeabilidade Tamanho
básica (mm) tensil (%) ao rasgo do ar máximo
kgf/(50mm) (kgf) (cm3/cm-2 seg-1) dos
poros

DM* DL* DM* DL* DM* DL*


15 0,07 0,8 0,8 24 29 0,04 0,06 92 60
30 0,15 1,8 1,8 22 28 0,08 0,08 56 50
50 0,27 2,5 2,5 21 27 0,15 0,14 30 45
100 0,54 4,3 4,3 19 25 0,25 0,29 17 40
150 0,82 6,9 6,9 18 24 0,34 0,40 11 37
200 1,11 10,0 10,0 17 24 0,40 0,44 8 35
MD – Direção da máquina DL – Direção lateral
A empresa 3M desenvolveu uma tecnologia para produzir fibras de microdenier
na forma de véu e usadas na fabricação de produtos de isolamento térmico chamado
Thinsulate que se encontra disponível como microfibra de estrutura homogênea ou em
combinação com fibras curtas convencionais.
Nãotecidos Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam 58

8.6 Sistema úmido (deposição por afastamento)


O princípio da formação da camada fibrosa ou na terminologia de fabricação de
papel, “a folha” é baseada na deposição por afastamento de uma camada fibrosa
uniforme de uma dispersão de fibras numa tela e na remoção de água sucessiva.
Na produção de papel parte-se de uma massa de material celulósico no estado
pastoso que é laminado, formando uma manta que após a secagem dá origem ao
papel.
Em meio úmido a velocidade de produção de nãotecidos é de cerca de 60 a
100m/min, enquanto que em meio seco (mantas cardadas) é de 20 a 50m/min.
Na preparação da matéria prima fibrosa os seguintes estágios são
considerados:
 Preparação de uma suspensão aquosa de fibras (mistura, moagem e
dissolução);
 Estiramento em meio úmido numa unidade de condensação: o princípio
de formação de manta fibrosa baseia-se no depósito de uma camada
uniforme de fibras em uma tela ou tambor perfurado a partir de uma
dispersão de fibras e na extração sucessiva de água.
 Extração da água baseada em métodos de sucção ou espremedura:
são processos mecânicos que servem para retirar a maior parte da
água existente em mantas fibrosas em meio úmido;
 O processo de secagem é efetuado em secador de cilindros que são
revestidos por feltros. Após a passagem pelo secador o material contém
ainda 5 a 10% de umidade residual. O encolhimento é mínimo. Para
evitar que os materiais colem nos cilindros, os mesmos são equipados
com feltros.

8.7 Sistemas eletrostáticos


Nestes sistemas, as cargas eletrostáticas são geradas entre dois eletrodos
convenientemente colocados para formar uma camada fibrosa uniforme. Além disso, o
sistema influencia no arranjo (orientação) das fibras e sua distribuição no plano.
Alguns dos métodos de fabricação são citados abaixo.
Método 1: Manta formada de fibras curtas num campo eletrostático, Figura
8.26.
Nãotecidos Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam 59

1. Esteira alimentador 2. Carregador de carga na fibra 3. Eletrodo que acumula as fibras 4.


Cilindro de forma 5. Esteira de entrega 6. Esteira auxiliar 7. Estampa 8. Escovas 9. Cilindro 10.
Controle
Figura 8.26 preparação da manta no campo eletrostático.

Método 2: Formação de manta na qual, as fibras são perpendiculares ao


substrato.

1. Substrato (tecido de suporte 2. Camada adesiva 3. Fibras 4. sistema de dosagem 5.


Eletrodo 6. placas eletrostáticas 7. remoção de fibras em excesso pela sucção eletrostática 8.
remoção de fibras em excesso pela sucção pneumática
Figura 8.27 Formação de manta onde as fibras são perpendiculares e a
acúmulo das fibras de cima para baixo.

Método 3: A manta obtida num campo eletrostático durante a extrusão das


soluções poliméricas fibrosas.
Nãotecidos Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam 60

1. Substrato (tecido de suporte) 2. Camada adesiva 3. Fibras 4. sistema de dosagem 5.


Eletrodo 6. placas eletrostáticas 7. Esteira alimentador 8. Desperdício da fibra
Figura 8.28 Formação de manta onde as fibras são perpendiculares e há
acúmulo das fibras de baixo para cima.

No processo da formação da manta, a velocidade da produção na ordem de


10m/min com a massa por unidade de superfície de cerca de 10 g/cm 2.

8.8. Camadas fibrosas fabricadas pelo emaranhamento de filamentos.


Os nãotecidos também podem ser produzidos das camadas fibrosas preparadas pelo
estiramento controlado ou estiramento livre, isto é, filamentos, fios e linhas.

1. Sistema de filamentos contínuos 2. Cilindros alimentadores 3. Esteira de saída


Figura 8.29 Sistema Uvutan - O princípio da produção da camada fibrosa
feito pelo livre estiramento de emaranhamento dos filamentos.

a. A formação de um emaranhamento de filamentos estendidos


livremente: os sistemas “Uvutan” e o sistema produzido diretamente da fieira, são
exemplos de emaranhamento de filamentos estendidos livremente.
Nãotecidos Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam 61

b. Formação de emaranhamento de filamentos estendidos


controladamente: neste processo as mantas fibrosas podem ser obtidas:
1. Pelo estiramento com precisão dos filamentos em um suporte

1. Sistema dos fios de urdume 2. sistema de estiramento dos fios por vai-vem 3. movimento vai-
vem 4. Calandra (adesivo para reforço) 5. sistema de fios de sobreposição
Figura 8.30 Sistema de estiramento de precisão dos filamentos
individuais numa camada fibrosa.

2. Pelo arranjo dos filamentos pelo meio de sistemas de pinos

1. Cilindras de alimentação 2. Sistema de fios 3. Entrelaçamento de fios 4. Esteira guia


5. Pinos 6. Fieiras 7. Entrelaçamento do filamento por ordenamento
Figura 8.31 - O princípio de arranjo secundário de entrelaçamento de
filamentos pelo meio de pinos.
Nãotecidos Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam 62

3. Pelo ordenamento dos filamentos por intermédio de corrente de ar.

1. Tambor de tela 2. Tela para padrão 3. Bicos do tipo vai-vem 4. Esteira alimentador do véu 5.
Saída do véu estruturado
Figura 8.32 Desenhos secundários de um véu de filamento por meio de
corrente de ar.

4. Pelo ordenamento dos filamentos por intermédio de uma corrente de


água.

1. Tambor de tela 2. Tela guia 3. Véu do filamento 4. Bicos de água 5. Véu estruturado
Figura 8.33 Ordenamento secundário de véu de filamento por meio de
corrente de água.
Nãotecidos Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam 63

8.8 Sistema de divisão dos filmes


A fibrilação dos filmes altamente orientados baseia-se no princípio no qual as
forças intermoleculares entre as cadeias poliméricas lineares podem ser superadas
mecanicamente, possibilitando a obtenção da fibrilação do filme em fibras individuais.
O material inicial é um filme polimérico. Inicialmente o filme é fibrilado por
estiragem longitudinal seguido de fricção, penteagem, vibração e ações de expansão.
Os métodos podem ser aplicados para filmes de poliolefina, poliamida, poliacrílico,
poliéster poliacrilato.
Atualmente a principal produção industrial destes tipos de técnicas de produção
de fibrilação de filmes pode ser vista na produção de fitas partidas que são substitutas
imediatas dos fios grossos usados na produção de tapetes e produtos de linho para a
indústria. Também estão sendo usados na fabricação de cordas e cordões, sacos e
tecido de fundo dos carpetes na substituição de fibras de juta e sisal.

8.9 Princípios da produção por ligação mecânica dos nãotecidos.


8.9.1 Sistema de interligação de fibras individuais.
Apesar dos feltros de lã não serem considerados como parte da família de
nãotecidos, deve-se admitir que as técnicas de produção de feltro nas quais o reforço
do véu é baseado nas propriedades de feltragem da lã pode ser classificado como da
categoria de nãotecido.
Uma das técnicas usadas na produção do feltro é a Skelan, o que prevalece na
preparação do véu é a orientação longitudinal da fibra.
A cobertura do véu de fibra num sistema de fios de reforço ou estiramento
cruzado dos fios num véu cardado durante a laminação.

8.9.2 Sistemas de ligação aleatória de feixes de fibras – Sistema de


agulhagem.
O processo principal na produção dos tecidos ligados mecanicamente dos véus
de fibras é o pela agulhagem e o mais antigo dos métodos de produção de nãotecidos.
Também é conhecido como feltragem por agulhagem e ligação por agulhagem.
O processo original para produção de ligações mecânicas nos tecidos é pelo
emprego das características naturais de feltragem da fibra da lã. Os véus cardados da
lã podem ser transformados em tecidos sólidos com a sua densidade acima de 500
kg/m3 pela aplicação de pressão e agitação na presença de alguma solução de ácidos
ou sabão. Estes agentes causam as fibras mover juntas para produzir um
encolhimento total e uma estrutura firme e estável quando as escamas das fibras da lã
se travam e resistem as forças externas. Tais produtos são usados nas aplicações
Nãotecidos Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam 64

altamente especiais mas as suas origens eram de cobertores baratos e tecido de


apoio e máquinas rústicas foram utilizadas na duplicação de tais materiais. Neste caso
os entrelaçamentos foram efetuados diretamente pela agentes externos e a
dependência nas características naturais diminuíram.

8.9.2.1 Formação do Véu


O processo de agulhagem é para converter véus de fibras num tecido com uma
estrutura coerente, normalmente por meios de agulhas enrugadas (saliências ou
barbelas) que produzem ligação mecânica dentro do véu. A produção do véu uniforme
governa a qualidade do produto agulhado. A agulhagem nunca melhora a qualidade
do véu mas, meramente destaca a não uniformidade que pode existir como pontos
grossos e pontos finos na área total do produto. Existem máquinas modernas que
controlam a espessura do véu e em seguida monitoram qualquer variação
subseqüente que pode ser corrigida, resultando num véu com mais uniformidade.

8.9.2.2 Os teares de agulha ou as Agulhadeiras (Needle punching)


A agulhadeira é basicamente uma máquina simples, com o modo de operação
na qual as agulhas oscilam verticalmente com batidas fixas através do véu que é
apoiado entre duas placas como mostrado na Figura 8.34.

A- Excêntrico ligado ao motor


Zona de agulhagem numa máquina piloto
B- Tábua com as agulhas
C- Agulhas para feltragem
D- Grelha extrator (stripper plate)
E- Mesa inferior
F- Véu de fibras
Figura 8.34 Zona de agulhagem numa agulhadeira básica.
Nãotecidos Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam 65

As tábuas são perfuradas para coincidir com as posições das agulhas na tábua.
O véu deve ser apoiado até que ele passe no espaço entre as duas tábuas (D e E na
figura). A tábua é um pouco inclinada para dar espaço ao véu volumoso na entrada. A
tábua ou mesa inferior dá apoio ao véu durante a agulhagem e o espaço entre as
tábuas pode ser ajustado para acomodar o espaço, dependendo da espessura do véu.
Após a agulhagem o tecido é retirado pelos cilindros de retirada. A ação destes
cilindros pode ser contínua ou intermitente. A desvantagem desta máquina é que, se a
velocidade de retirada do tecido e a velocidade de agulhagem não foram
sincronizadas até um certo tempo, as agulhas podem ficar mais tempo no véu, o que
resulta em estiramento do tecido e aranhões na superfície do tecido. Esta
possibilidade aumenta quando a profundidade em que as agulhas devem trabalhar
aumenta.
O elemento principal funcional é obviamente a agulha. As interligações das
fibras por meio destas agulhas com barbelas quando penetram o véu, para cima e
para baixo, podem segurar um feixe de fibras (normalmente 10 a 20) e puxar através
da camada do véu.
Pelo uso de modelos dimensionais uma relação entre os módulos do produto e
o módulo das fibras foi deduzida pelo Hearle e outros, que pode ser uma guia na
avaliação dos tecidos agulhados.

módulo do  tecido  
 funçã o da  or ientaçã o 1  (1  a )12 
Lt 
R
módulo da fibr a 
 funçã o da  or ientaçã o
1
2
(1  a )  se  Ra    Lt .10
Lt
R

Onde,
a – raio da fibra; R – raio da curvatura do caminho da fibra
µ - coeficiente de fricção L – comprimento da fibra
t – espessura do tecido.

A densidade de agulhagem por área unitária é uma função de número de


agulhas por largura unitária da mesa (tábua de agulha) e a distância em que o véu se
movimenta durante cada ciclo do tear. A seguinte relação mostra isso:
Nãotecidos Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam 66

número de agulhas
densidade.de agulhagem (cm )  2 largura unitária(cm) da tábua
movimento do véu
ciclo do tear (cm)
onde
movimento do  véu  velocidade da  passagem (cm / min)
ciclo  do  tear número de  batidas

Então para um tear com 2.500 agulhas por metro de largura trabalhando de 600
batidas por minuto com a densidade de batida necessária de 100/cm2

movimento do véu / ciclo do tear = 25  0,25cm 


100

velocidade de passagem = 0,25 x 600 = 150 cm/min = 1,5 m/min.


Então, inversamente, a densidade de batida resultante pode ser calculada com
o conhecimento da velocidade do tear, velocidade da passagem e a densidade da
tábua da agulha.
As figuras 8.35 (a), (b), (c), (d), (e), (f), (g), (h), (i), (j), mostram as diferentes
formas de movimento das agulhas e o arranjo das tábuas das agulhas, o caminho do
véu etc.
Nãotecidos Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam 67

1 – Tábua da agulha 7 - Véu


2 – Agulha 8 – Tecido agulhado
3 – Grelha extrator
4 – Mesa (tábua) de suporte
5 – Esteira alimentador
6 – sistema de retirada
1 – Suporte da agulha
2 – eixo da agulha Figura 8.35 (b)
3 – parte que trabalha da agulha
4 - barbelas
5 – ponta da gulha
Figura 8.35 (a)

Figura 8.35 (c) Figura 8.35 (d)

Figura 8.35 (e) Figura 8.35 (f)


Nãotecidos Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam 68

Figura 8.35 (g) Figura 8.35 (h)

Figura 8.35 (i) Figura 8.35 (j)


Nãotecidos Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam 69

8.9.3 Ligação por costura sem fios de amarração (Stitch bonding)

A tecnologia da produção dos nãotecidos baseada na costura do véu, com


feixes de fibras tiradas do véu para reforça-lo, é um método de modificação da
tecnologia de ligação por costura por meio de fios. Na República Checa (antiga
Checoslovaquia) este sistema Arachne, carrega o nome Arabeva, enquanto na
Alemanha (antiga Alemanha Oriental) o sistema FTT-Voltex foi desenvolvido da
técnica original de Maliwatt.
A técnica é semelhante às duas técnicas acima mencionadas, com o reforço do
véu ou manta com as fibras depositadas nas camadas superiores e inferiores. O
mecanismo especial serve para juntar as fibras em forma de feixes dentro dos
ganchos das agulhas para formação de lupas que serão juntadas numa construção de
costura em forma de corrente. Na face direita, forma um sistema de costuras que são
responsáveis pela resistência longitudinal do nãotecido, enquanto a resistência lateral
do tecido é determinada principalmente pela quantidade de fibras orientadas ao longo
da largura do nãotecido. O princípio da ligação por costura sem fios de amarração na
máquina Arabeva é mostrado na Figura 8.36.

Figura 8.36 Princípio da costura da manta sem fios de amarração

1 – agulha; 2 – lingüeta; 3 – mesa para segurar a manta; 4 – mesa para retirada; 5 – correia
para manta; 6 – manta de fibra; 7 – nãotecido costurado.

A ligação por costura sem fio de amarração pode ser executada nas máquinas
convertidas de Arachne e Maliwatt. No Maliwatt somente o sistema de agulhagem é
mudado. Véus em disposição cruzada que contêm certa quantidade de fibras longas
parecem mais bem adaptados neste sistema sem fios de amarração.
O sistema de ligação por costura sem fios de amarração tem as seguintes
vantagens/desvantagens:
Nãotecidos Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam 70

1. não necessita de fios de amarração;


2. tempos perdidos no rompimento da fibra de amarração e a sua remoção,
como também o tempo de preparação do urdume ou os fios de amarração
são eliminados;
3. a produtividade é alta: 170 m/hora enquanto a eficiência fica entre 80 –
85%;
4. os produtos são volumosos mas, a resistência é consideravelmente baixa
em relação aos nãotecidos com reforço dos fios de amarração.

8.9.4 Ligação por costura com o sistema de fios de amarração (Stitch


bonding)

A tecnologia da produção de nãotecidos baseada no reforço da camada da


fibra, isto é, uma manta/véu ou um sistema de fios com um sistema de fios de
amarração incorpora as seguintes operações:

Preparação de uma manta/véu

Costura da manta/véu

Acabamento

Dependendo do tipo da camada básica da fibra (manta/véu) podem ser


classificados da seguinte forma:
Ligação por costura de uma manta [Arachne (República Checa), Maliwatt
(Alemanha), Sistema VP (Rússia)];
Malharia através de um sistema de fios (Sistemas Malimo ou Malipol).
No sistema de ligação por costura, no qual a quantidade de fios de amarração
representa 3 a 25% da massa total do tecido produzido, é denominado de malharia de
urdume com fios de enchimento. As máquinas de todos os sistemas mencionados
acima operam com princípios semelhantes, distinguidos pelos arranjos dos elementos
de trabalho e execução dos seus elementos e engrenagens. As características
principais das máquinas Arachne são mostradas na Figura 8.37 (a) a (e), e na Figura
8.38 a máquina Maliwatt é mostrada.
Nãotecidos Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam 71

Figura 8.37 (a) Perfuração

1 – agulha; 2 – lingüeta; 3 – mesa para segurar a manta; 4 – mesa que empurra o laço; 5 –
correia que leva a manta; 6 – a manta da fibra; 7 – nãotecido ligado por costura com fio de
amarração.

Figura 8.37 (b) Fio de amarração da manta


Nãotecidos Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam 72

Figura 8.37 ( c ) Fechamento do laço

Figura 8.37 ( d ) Desenganchamento do laço


Nãotecidos Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam 73

Figura 8.37 (e) Retirada do laço


Nãotecidos Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam 74

Figura 8.38 Esquemática do arranjo geral da máquina Maliwatt.

1 – agulha; 2 – barra da agulha; 3 – barra da lingüeta; 4 – mesa para segurar a manta; 5 –


mesa que empurra o laço; 6 – unidade que guia o laço; 7 – fios de amarração; 8 – manta de
fibra; 9 – nãotecido ligado por costura.

Em todas as máquinas Maliwatt, as barras das lingüetas são controladas por


engrenagens que permitem que mais de 1.500 laços sejam formados num minuto.
As máquinas Arachne e VP são controladas por correntes de padronagem e
rodas.
Em todas as máquinas, as agulhas compostas são usadas.
Nãotecidos Prof. Dr. Rasiah Ladchumananandasivam 75

Figura 8.39 Agulha composta

Nas máquinas Maliwatt, os fios são alimentados de urdideiras, e nas máquinas


Arachne, os fios de amarração são desenrolados de rolos de urdume. Todavia, ambos
os sistemas de alimentação podem ser usados alternadamente em ambas às
máquinas.
A técnica Malimo, que foi desenvolvida na Alemanha Oriental e é baseado na
malharia de sistemas de fios longitudinais e cruzados.

Você também pode gostar