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O Mistério Ministerial

Filipe Augusto da Silva.


Dedico esta obra literária a minha família
Dedico a:
Pr. Rogerio Augusto da Silva
Pra. Karina G. da Silva
Diac. Rogerio Augusto da Silva Jr
David Augusto da Silva
Helena Maria Augusto da Silva
Rogeria Carla da Silva

Em memória de:
Luis Augusto da Silva
O Mistério Ministerial
- Filipe Augusto d’ Silva.
Introdução.
Um grande mistério.
Caros amigos e irmãos em Cristo Jesus. Acerca destas
coisas da qual irei esforçar-me a explanar nas páginas que
se seguem, posso antecipar que, o que temos hoje acerca do
ministério são apenas fragmentos comparados ao que só se
podia saber veridicamente no período bíblico. Devido à má
índole da igreja romana, que substituiu as unções por
funções.
Os crentes que queriam permanecer em seus pecados,
porem numa nova e talvez atrativa religião, sabiam do
poder e potencial de cada unção, e por isso as assassinaram
das mentes dos fiéis, fazendo-os acreditar que apóstolos
eram somente os doze e Paulo, profetas existiram apenas no
AT. Tudo se resumiu em padres para fazerem o papel de
pastoreio, e os bispos. Com o avanço do império católico
não havia a necessidade de evangelistas, pois todos eram
forçados a se converterem ao catolicismo. Mestre era algo
repudiável, porque estava estritamente ligada ao povo judeu
que estava sob acusação de heresia, mesmo aqueles que
professavam a fé em Yeshua, Jesus seu Senhor.
Os idolatras anteviram a ruina de sua estratagema caso
permitissem a permanência de cada respectiva unção assim
como ela é. Os mestres eram símbolo de resistência a
idolatria, profetas da denúncia ao paganismo. Os apóstolos
rompiam mesmo em severas perseguições mantendo viva a
sã doutrina. Com a reforma protestante, os pastores foram
reestabelecidos – Martinho Lutero é um bom exemplo do
que a igreja romana tentou evitar – e a igreja começou a
caminhar rumo a restauração ministerial.
Com os pastores na liderança da igreja, foram agora
surgindo algumas necessidades, a dar por exemplo: ganhar
almas. Se deram conta de que nem todos serviam a Cristo,
e renasceram os evangelistas; ficando estes, numa
hierarquia, abaixo dos pastores. Juntamente surgiram
métodos de evangelismos nas mais diversas formas e
juntamente com isso, uma questão, até onde vai o
evangelismo? Era chegada a hora de evangelizar outros
povos que nunca haviam ouvido falar de Jesus. Como iriam
romper as barreiras? era chegada a hora de renascer os
apóstolos, entretanto, a liderança religiosa, temendo a
autoridade apostólica decidiu não enviar apóstolos mas
apenas missionários que estariam debaixo de sua
autoridade.
Devido este drama, muito se perdeu acerca do ministério,
no momento presente há um grande véu que foi-nos posto
desde o passado, nos impedindo de enxergar a verdade. Na
história da igreja, temos apenas alguns poucos fragmentos
espalhados. Mas mediante a graça do Espirito Santo,
podemos encontrar nas Sagradas Escrituras a verdadeira
essência do ministério. Não venhamos a negligenciar este
assunto.
Sumario.
-Capitulo 1 – Fundamentos
. Chamada
. Deixando tudo para trás
. Feitos discípulos
. Chamados para servir
-Capitulo 2 – Algumas observações
. O ministério da Palavra
. A quem se destina?
. Cooperadores de Deus
-Capitulo 3 – Sacerdócio
. Fomos feitos sacerdotes
. Pequenos Samuel
. Seguindo a Arca da Aliança
. Ensinando as futuras gerações
. Tocando o chifre de carneiro
-Capitulo 4 – Diaconato
. Sua origem
. Servos d’O Profeta
. Pregue a Palavra
. Ministrando a Santa Ceia
. Obreiros do Senhor
-Capitulo 5 – O corpo de Obreiros
. As duas ordenanças
. Origem e instituição dos presbíteros
. Origem e estabelecimento dos missionários
. Paulo e os presbíteros
-Capitulo 6 – Ministério, primeira parte
. Os rebentos da Oliveira
. As duas classes
. O mestre
. O apóstolo
-Capitulo 7 – Ministério, segunda parte
. Paulo e Barnabé, Moisés e Arão
. O profeta
. O pastor
. O evangelista
-Capitulo 9 – Serviços auxiliares
. Conselheiro
. Porteiro
. O intercessor

Capitulo 1 – Fundamentos
Introdução.
...Aqueles que puxam nossas vestes, não são participantes
de nossas alfarrobas; o Senhor Jesus Cristo de Nazaré
morreu dependurado no madeiro, entregando até seu último
suspiro para salvar a mim e a você, querido leitor amigo,
este Deus que é eterno e imutável sangrou até o seu último
suspiro em nosso lugar. Lembre-se sempre, a vontade de
nosso Senhor Deus é: boa perfeita e agradável, nos
enriquece e não nos acrescenta dores... esta é a palavra de
bênçãos que nosso querido Pr. Rogerio Augusto, pastor que
tem se dedicado em cuidar de seu rebanho, tem nos deixado
e é bem verdade que por muitas vezes surgem homens ou
mulheres blasfemos de má índole... más o poder de Deus é
maior que qualquer barreira ou impedimento do maligno...
Eu tenho pedido ao Senhor, Deus de Israel que venha a
efetuar suas maravilhas assim como nos tempos de nossos
antepassados, para que esta presente geração venha a ser
impactada pelo agir do mover do espirito de Deus...
"Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu
Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não
pereça, mas tenha a vida eterna." (Jo 3:16) ... "Sabei agora
que Deus me derrubou, e me cercou com a sua rede. (...)
Ele despiu de minha glória, e tomou a coroa da minha
cabeça. (...) Ele pôs os meus irmãos longe de mim, e os
meus conhecidos estão verdadeiramente distantes de mim.
Os meus parentes me desapontaram, e meus amigos
íntimos se esqueceram de mim. Aqueles que abitam em
minha casa, e minhas servas me consideram um estranho;
eu sou um estranho à sua vista. Eu chamei o meus servo, e
ele não me deu resposta. Supliquei- -lhe com a minha
boca. O meu hálito é estranho para minha esposa; embora
eu suplicasse pelos filhos do meu próprio corpo. (...)
Todos os meus amigos íntimos me abandonaram, e
aqueles aos quais eu amava se voltaram contra mim. Meu
osso se racha até minha pele e minha carne, e escapei com
a pele de meus dentes. (...) Ó, se minhas palavras fossem
agora escritas! Ó, se fossem impressas num livro (...) Por
que eu sei que o meu Redentor vive, e que ele se levantara
no último dia sobre a terra. E embora depois que meus
vermes da pele destruírem este corpo, ainda assim, em
minha carne verei a Deus; a quem verei por mim mesmo, e
os meus olhos o contemplarão; e não outro; embora os
meus rins estejam consumidos dentro de mim."
(Jó 19. 6, 9,13-17,19, 20, 23, 25-27).

Chamada.
Jesus sempre, sem sombra de dúvida, irá chamar três tipos
de pessoas para sua obra; certa vez quando repreendia a
maneira com a qual os fariseus procediam disse: Portanto,
eis que eu vos envio profetas, sábios e escribas (Mt 23:34)
Uma destas três características deve ser extraída ao
máximo, por essência, do ministro de Cristo.
O primeiro tipo se refere aqueles que não tem medo de dizer
o que Deus manda. Eles anteveem o futuro, apontam para o
alvo.
O segundo tipo se refere aqueles que não falam pela sua
própria sabedoria, mas pela sabedoria de Deus. Estes tem
uma visão panorâmica do presente, estão sempre a
influenciar os que o rodeiam.
O terceiro tipo se refere aqueles que vão atrás da verdade.
Eles enxergam através da neblina do passado, juntando os
fatos para edificação do presente. (Cf. Nm 8:18)
Jesus está a chamar pessoas com estas características
pessoais com um objetivo: enviar. Nosso Senhor é general
de guerra, Ele tem uma estratégia para a evangelização do
mundo, a qual não pode falhar. Na antiguidade, Deus avia
levantado profetas para fazer conhecida a sua Palavra;
entrementes, como foi dito: E os profetas, viverão eles para
sempre? (Zc 1.5) Estes profetas foram rejeitados e mortos.
Nosso Mestre predisse morte e perseguição, e mesmo que
não passemos por isto em um nível significativo, um dia
morreremos.
A estratégia aqui é a seguinte: mesmo após a morte, todo
enviado deve deixar uma marca nesta terra, fazendo assim
repercutir a mensagem que Cristo o confiou que pregasse.
A palavra do profeta, mesmo que rejeitada em vida, virá a
se cumprir e o nome de Deus será glorificado através da
memória daquele profeta. O sábio mesmo que desprezado,
fara falta quando partir e seus ensinamentos permanecerão
no coração daqueles que lhe ouviram falar, fazendo-se
importante até mesmo em momentos de crise. O escriba,
mesmo que tendo seu nome esquecido por não falar de si
mesmo, seus escritos fazem-se importantíssimos para o
crescimento espiritual de outras pessoas. Estas são marcas
que todo servo de Deus deve deixar. Portanto a morte não é
o fim para estes que são enviados, pois mesmo após a morte,
sua voz continua a falar.
Deixando tudo para trás.
Não é muito fácil atender a este chamado, percebera que
não é algo muito doce de se provar. Talvez você prefira se
conformar com uma vida espiritual supérflua, sem nenhuma
novidade de Deus para contigo. Quer ser apenas um
espectador deste grande ato. Talvez pense que apenas ser
um adorador estará de bom tamanho. Porém o Pai não
enviou o seu Filho para que fossemos apenas espectadores.
Nosso Mestre e Senhor, quando estava nesta terra,
caminhando junto do mar da galileia chamou para si alguns
homens. “E, deixando logo as suas redes, o seguiram.” (Mc
1.18) Perceba que não ouve questionamentos, mas logo
deixaram suas redes. Esta chamada é maior do que qualquer
coisa que podemos ter em nosso poder ou poderíamos
almejar. Aqueles homens prontamente atenderam a este
chamado e viveram o sobrenatural, algo que nenhuma
experiência humana pode substituir. Como poderei esperar
que Deus atenda as minhas orações se não atendo ao seu
chamado para mim?
Certa vez O Príncipe dos Pregadores disse “Meu filho, se
Deus o chamou para o ministério, não se rebaixe ao ponto
de ser rei em qualquer país.” – C. H. Spurgeon. Isto pode
soar um pouco duro, um tanto grosseiro talvez, mas gostaria
de permanecer mais um instante nestas palavras “deixando
logo as suas redes”. Uma decisão deve ser tomada aqui. O
que temos em nossas mãos que nos impede de seguir este
chamado? Nos impede de segurar algo melhor? São poderes
aquisitivos? Status? Paixões? Suas próprias ideias e
concepções? Seus meios de ganhar a vida? Estas coisas não
são nada comparadas a grandiosidade do chamado. Esta
decisão de largar, seja o que estiver ainda em suas mãos,
deve ser tomada antes que seja tarde, logo.
Aqueles homens tiveram de largar suas redes para se
tornarem pescadores de homens. Isto é interessante,
homens pescando homens. Mas porque tiveram de deixar
suas redes? Sendo estas um ótimo instrumento para quem
quer fazer uma grande pesca? A resposta para esta questão
é a seguinte: O Mestre iria ensina-los a utilizar os
instrumentos adequados para esta pescaria.
Muitas pessoas chegam ao ministério ainda carregando suas
convicções adquiridas no mundo, seus próprios meios de
pensar e trabalhar. Isto é um desastre, pois utilizarão
ferramentas de que nada servem para o Reino de Deus.
Perceba, se no mundo eu utilizava de juramentos e
promessas para conquistar o que eu queria, e agora, sendo
crente no Senhor Jesus, não abri mão desta minha pratica, e
digamos que eu seja um evangelista; então penso: poxa, eu
tenho que ganhar almas para mostrar que estou gerando
frutos a minha liderança, passo então a jurar e prometer
coisas que não constam nas Sagradas Escrituras, e as almas
que eu ganhar estarão alicerçadas em uma ilusão um falso
evangelho, teremos assim uma igreja falsa e fraca também,
que rapidamente se escandalizara e voltara para o mundo.
Feitos discípulos.
O discipulado é um momento crucial para o chamado. É
quando o discípulo tem aproximação com o seu Mestre e os
fundamentos são lançados. Aqui o discípulo aprende a
pensar como o seu Mestre; aprende a agir, falar e viver
como o seu Mestre. É esta relação inicial que irá definir o
sucesso ministerial, como terminaremos nossa carreira.
Como acabara de falar, um obreiro não pode se formar
sozinho a partir de suas ideias.
Aqui Jesus irá pegar cada um de nós e extrairá aquela
essência já mencionada anteriormente. Este é um processo
que muitos desistem, ou tentam pular. Quero que agora
você imagine um Pedro impulsivo como era, liderando a
igreja de Cristo. Existem coisas em nós que impedem de
brilhar a luz que Jesus acendeu dentro de nós; impedem de
brilhar a essência de Cristo que deve prevalecer em cada
cristão.
Temos de entender que não importa a nossa sabedoria mas,
a mente de Cristo em nós. Não importa o que pensamos,
mas o que Cristo disse. Que não seja feita a nossa vontade,
mas que possamos falar como o santo Apostolo: Já não vivo
mais eu, mas Cristo vive em mim (Gl 2:20).
Pedro, Tiago e João são exemplos a se seguir. Estes três
tiveram seu modo de viver totalmente transformados, e
ministérios inspiradores, mas para isto, primeiramente
pode-se notar duas coisas. Primeiro; pelo caminho que eles
aprendiam de seu amado Mestre. Eles não estavam
aprendendo a beira do caminho, nem um pouquinho aqui
um pouquinho ali. Eles não estavam um dia ouvindo a Jesus
e outro dia ouvindo as palavras de outro mestre – seja lá
quem fosse – eles estavam dia após dia, sem sessar,
aprendendo aos pés de seu bom Mestre. Segundo; Eles
tiveram de tomar uma decisão por si mesmos. Pedro tomou
a decisão de ama-lo (Jo 21:15-19). Tiago tomou a decisão
de beber do seu cálice “sentir o que Jesus sentiu” (Mt 20:17-
28). João tomou a decisão de atentar as suas palavras “ter
maior intimidade” (Jo 13:24,25). Foram estas decisões que
determinaram a maior característica de seus ministérios; e
os fazem relevantes para nós até hoje.
Vale ressaltar que, enquanto seguiam por este caminho de
aprendizado, eles não ficaram estagnados mas foram
testados. Qual professor que após ensinar sua turma, não
passa exercícios para desenvolver seus alunos? Da mesma
forma o discípulo deve exercitar-se e desenvolver seus
dons.
Estes três, dentre a grande multidão, os setenta e os doze
discípulos de Jesus, tiveram o privilégio de estar com Jesus
nos momentos chave de seu ministério – nos momentos em
secreto. Não foram eles que subirão com Jesus, a um alto
monte onde o viram ser transfigurado? (Mt 17:1-8) Pedro
ao ver aquela cena, vendo também ali a Moises e a Elias,
impulsivo como era disse: Senhor, é bom que estejamos
aqui. Se quiseres, farei três tendas: uma para ti, uma para
Moises e outra para Elias. (Mt 17:4) Tanta era a vontade
que Pedro tinha de aprender. Ficar ali sempre ouvindo e
aprendendo.
Eles tiveram as maiores revelações, aprenderam maiores
mistérios, devido seguirem os passos do Mestre de tal
modo, que estavam com ele até mesmo onde não deveriam
estar, no secreto. Os sábios de Israel criam e ensinavam que
Elias podia aparecer e ensinar a Lei que Deus entregou a
seu povo através Moises. Pedro Tiago e João puderam ver
a Elias e Moises. Posteriormente Paulo o santo Apostolo
teve a honra de aprender com Jesus ressuscitado e já
glorificado. Mas e para nós? A igreja tem de entender que
tem a sua disposição o Espirito Santo como professor apto
para ensinar o crente em qualquer matéria.
Chamados para servir.
“Então, depois que lhes lavou os pés, e tomou as suas
vestes, e se assentou outra vez à mesa, disse-lhes: Entendeis
o que vos tenho feito?” (Jo 13:12).
Diversos escândalos poderiam ter sido evitados no decorrer
da história da igreja, caso estivéssemos atentos a isto
“Entendeis o que vos tenho feito?”. Uma simples questão.
Muitos – a grande maioria penso eu – estão no altar sem o
verdadeiro entendimento do ministério. Ministros em todo
o mundo destroem a construção de Deus chamada igreja ao
invés de 15arrega-la. A soberba e o ego inflado estão nos
holofotes; tudo o que Cristo condenou: a hipocrisia.
Homens que querem ser servidos quando na realidade o
Mestre deu o exemplo contrário. “Todo aquele que entre
vós quiser ser grande seja vosso serviçal” (Mt 20:26).
Em um de seus sermões educacionais, o evangelista John
Wesley disse acerca de Satanás: “Um de seus inúmeros
planos é dividir o evangelho e, com uma parte dele,
contradizer e golpear a outra.” A maneira mais eficaz de
prosseguir com este plano é levar ao ministério aqueles que
não entendem; não entendem as palavras do Mestre, não
entendem quem são, não entendem o que é o santo
ministério. Isto é terrível, pois leva o povo para longe de
Deus.
Muitos homens sem entendimento são elegidos para a
liderança. Pessoas que são convertidas num dia e no outro
já é o pregador da noite. Isso quando não surgi aquele grupo
que gera uma confusão dentro da comunidade local e tem
que levantar para si um novo pastor dentre aqueles que o
apoiam. Pessoas sem nenhum preparo espiritual, sem
entendimento, só machucarão o corpo de Cristo. Querem
ser servidos pelas ovelhas, sendo que o dono do rebanho
mandou-nos para cuidar destas.
Veja comigo esta cena, Jesus se despiu de suas vestes, ora,
não eram vestes qualquer. Jesus era um mestre, ele deveria
andar a caráter; as pessoas tinham de olhar de longe e
reconhecer que estava se aproximando um mestre da Lei.
Suas vestes representavam muita coisa, como o status social
ou respeito; a função de mestre é tida em alta em qualquer
sociedade antiga. Mas Jesus não pensava no status, no
prestigio ou na honra, ele se despiu daquelas veste que
somente alguém da alta sociedade costumava utilizar e
ficou semelhante a um simples servo de uma casa – servo
que muitas vezes nós nem se quer sabemos nem o nome.
Este é o exemplo que será seguido por um verdadeiro
discípulo. O Senhor ainda está a nos perguntar: Entendeis o
que vos tenho feito?

Capitulo 2 – Algumas observações


O ministério da Palavra.
A palavra é o elemento mais importante do ministério.
Todavia, tem sido menosprezada em nosso tempo – não
ocupando o lugar de destaque do qual realmente lhe
pertence. Perceba, com relação a ministração do louvor a
Deus, os anjos louvam a Deus, a natureza louva a Deus, até
simples pedras louvam a Deus. Hoje nós podemos ver
muitas igreja que trocam a palavra pelo louvor. São horas e
mais horas de culto perdidos, pois não se pode
verdadeiramente ouvir a voz do Deus vivo. A palavra não
pode jamais ser deixada para segundo plano, como algo sem
importância. A palavra de Deus foi-nos confiada para a sua
pregação e para isto até “os anjos desejam bem atentar.”
(1Pe 1:12).
Esta afirmação do apostolo Pedro me fascina. Os anjos,
ceres celestiais, que não só louvam a Deus, mas fazem isto
o vendo, atentam para a pregação do evangelho aqui na
terra. Eles bem queriam pregar a santa Palavra mas isto não
foi confiado a eles. Deus está contando comigo e com você
amigo leitor, para o anuncio das boas novas.
É triste ver em nossa geração a desvalorização do
ministério, e juntamente com isto a sua banalização. A
decisão tomada pelo colégio apostólico acerca de separar
homens para o trabalho social da igreja teve como objetivo:
permitir a possibilidade daqueles ministros perseverarem na
“oração e no ministério da palavra.” (At 6:4). Nós podemos
aprender algumas coisas com isto.
1- O ministério é da palavra: A banalização ministerial é
algo muito perigoso. Hoje em dia pode-se ver toda
qualidade de ministérios nas igrejas pelo mundo a fora,
a dar por exemplo: Ministério de louvor ou ministério
de dança. Esta banalização propriamente dita traz com
sigo um perigo muito grande, pois serve como uma
brecha para se colocar na liderança pessoas sem
entendimento, como se não houvesse a necessidade de
se obter um certo conhecimento da Palavra. Muitos
jovens saíram do corpo de Cristo devido isto, pois
desvalorizada a Palavra não surtirá o efeito correto no
coração.
Isto tem tomado grandes proporções, certa vez ouvi
um ministro falar que sua esposa tinha um ministério
de culinária, a que ponto temos chegado? Onde tudo é
visto com um olhar como que de brincadeira. Será que
alguém se sente melhor em dizer que teria um
ministério de crochê para crianças carentes? Sim isto
é uma coisa boa, pratica da caridade, mas eu não posso
mudar o nome para parecer mais atraente, para as
pessoas virem a querer participar. O ministério é tão
somente da Palavra.
2- Á dois momentos cruciais: Muitos pecam neste ponto
fundamental. “Ministros de louvor” se apostataram,
grandes cantores destruíram sua família e sua “carreira
ministerial”, até mesmo exímios pastores dispersarão
o rebanho por não entenderem esse mistério
ministerial. Para ser um ministro bem sucedido deve-
se primeiramente entender o que os apóstolos queriam
com isto, perseverar na “oração e no ministério da
palavra.” Pois esta é a única maneira de um ministério
sobreviver.
Estes são, não duas ações distintas como oração e
pregação, aqui os apóstolos se referem a algo mais
profundo, a dois momentos, o momento em secreto
com o Pai e o momento em que o pai revela suas obras
no meio da multidão.
Certa feita, conversando com um irmão ele disse: Meu
ministério é do louvor, não da oração – este homem
destruiu não só sua carreira como também sua família.
Bem suas obras foram reveladas.
3- Necessidade de foco: O terceiro ensino que podemos
absorver com esta importante decisão é a necessidade
de foco. Observe que é ministério da Palavra e não
“palavras”. Um evangelista deve ter foco em seu
ministério, e não dar uma de profeta “Mas tu, sê sóbrio
em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um
evangelista, cumpre o teu ministério.” (2Tm 4:5) Este
foco é de estrema necessidade; muitas vezes pensamos
que podemos fazer tudo sozinhos, mas, este egoísmo
atrasa o avanço da obra do Senhor.
A quem se destina?
Está é uma questão de suma importância e necessita de
maior atenção. Certamente que dá parte dos grandes
eruditos já temos uma resposta que, pode até convencer. Se
você perguntar para um acadêmico ou para alguns ministros
considerados “tradicionais” você obterá esta resposta num
alto e bom som praticamente cem por cento das vezes: O
Ministério só pode ser exercido por homens. Por ser
comumente afirmado pelos “grandes” esta questão é
deixada de lado sem receber a atenção merecida. Mas, e se
perguntarmos para Cristo, que resposta obteremos?
Quando esteve aqui na terra, Jesus investiu grande parte de
seu tempo ensinado mulheres; Ele bem que poderia ter
gasto esse tempo ensinando aos discípulos, mas ele quis
investir nas mulheres também. Este é um ponto importante
para se meditar.
Talvez alguém levante-se agora e diga bem alto: Mas Paulo
disse: “E não permito que a mulher ensine nem exerça
autoridade sobre o homem. Esteja portanto em silencio.”
(1Tm 2:12) Será que ele disse isto mesmo? Por que se disse,
as Sagradas Escrituras, a qual eu particularmente acredito
ser a inefável palavra de Deus entrara em não poucas
contradições. Agora, veja que a sentença “nem exerça
autoridade sobre o homem” pode também ser traduzida
como “nem usurpe a autoridade do homem”. Observe que,
o que o santo apostolo quer combater em sua carta é esta
espécie de feminismo nojento que tem entrado em algumas
igrejas e que já existia de certa forma naquela época.
Julgo ser importante explanarmos isto um pouco melhor
antes de prosseguirmos, para que não haja dúvidas em
nosso coração a respeito disto. Esta instrução foi dada a
Timóteo, um dos grandes cooperadores do apostolo Paulo,
este que estava na grande cidade de Éfeso (cidade da deusa
Diana). Nesta cidade, Paulo avia encontrado um certo
problema com relação a sua cultura, pois o sacerdócio da
deusa local, Diana, era exercido por mulheres e seu culto
era realizado com prostituição. Tendo isto em mente, caso
empossassem mulheres para o episcopado naquela região,
devido a sua cultura e criação, logo contaminariam os
demais crentes e iriam impor um domínio sobre os homens
como lhes foram ensinadas desde crianças através da figura
da grande deusa Diana.
Porém, está lei, quando desenvolvida pelo apostolo Paulo,
não tinha por objetivo excluir as mulheres do ministério em
toda a cristandade. Esta é uma lei para um cenário bem
especifico como já vimos; do contrário, Paulo iria
contradizer as Sagradas Escrituras. Acaso não foi Debora
profetiza e juíza entre o povo de Israel? O que dizer também
de Mirian, irmã de Moises?
O próprio Paulo saudou Andrônico e Júnias, um casal
missionário como “os quais se distinguiram entre os
apóstolos” (Rm 16:7). Ou seja, aqueles que dentre os
apóstolos se destacam. Paulo não só reconhece o apostolado
desta mulher, Júnias, como também diz que ela se destaca
no ministério, isto é lindo.
Caso ainda não lhe pareça o suficiente, cito um outro casal
de ministros, Priscila e Aquila. Este é ainda mais
interessante que o anterior e talvez nos seja mais proveitoso.
Primeiramente, Paulo se refere a eles como seus
cooperadores – este termo é empregado por Paulo quando
se refere a ministros do evangelho, a dar exemplo: Timóteo
ou Apolo. Em segundo lugar, Paulo menciona uma igreja
que se reúne em sua casa (Rm 16:5), isto indica que
exerciam o episcopado. Terceiro, caso ainda haja dúvida, é
sempre mencionado o nome de Priscila em primeiro lugar.
Isto não faria sentido caso Aquila fosse bispo e Priscila não;
seguindo este raciocínio, foram Priscila e Aquila quem
explicaram o evangelho para Apolo, veja que não somente
Aquila ou Aquila e Priscila, não, foi Priscila e Aquila quem
o fizeram. Isto nos revela algo, Priscila também ensinava e
se destacava nesta atividade, temos portanto um casal de
mestres.
Gostaria também de citar Febe, a qual servia como
diaconisa na igreja de Cencreia (Rm 16:1). Como veremos
mais a frente, não faz sentido uma mulher poder exercer o
diaconato se não puder exercer o ministério lá na frente. Se
uma mulher não pode ser pastora, então, que não seja
diaconisa pois a tendência é subir – isto será melhor visto
quando falarmos sobre os diáconos. Portanto, vemos aqui
que: Paulo não era contra as mulheres exercerem o
ministério e a resposta para nossa questão é a seguinte: O
ministério é para aquele que almeja trabalhar para o Senhor
da seara, quer seja homem ou mulher.
Mas, por que satanás investiu tanto para segar a igreja
acerca deste assunto? – e acredito que tenha conseguido.
Nosso adversário fez isto para enfraquecer a igreja em seu
avanço. É necessário entender que homem e mulher tem
seus deveres e também atributos espirituais perante Deus.
Irei agora utilizar casais como exemplo. Imagine que exista
três tipos de casais. No primeiro, o homem é bem ativo e a
mulher nem tanto, porem sabemos que aquele ditado é
verdadeiro, “por trás de um grande homem, sempre tem
uma grande mulher”; Aqui quem aparece sempre será o
homem fazendo algo, mas ele tem uma conselheira por
detrás (Aqui, muitos ministros podem se encaixar). No
segundo, o homem e a mulher são ativos e agem como uma
equipe; “os dois saem juntos na foto” pois eles estão sempre
de mãos dadas em tudo o que fazem (Aqui eu poderia dar
de exemplo os já citados Andronico e Júnias). No terceiro,
o homem já não é tão ativo, então cabe a mulher pega-lo
pela mão e movimenta-lo, leva-lo a ação (Este me parece
ser o caso de Priscila e Aquila).
Proponho ainda está ilustração. Ao longo da história da
humanidade, demostrou-se que é dever do homem, se
arriscar para conseguir alimento para a sua família, e a
mulher, devido não ter a brutalidade dos homens, mas sim
uma paciência ou delicadeza, ficar em casa para educação
dos filhos. Agora, apliquemos isto a um casal de
missionários. O marido foi chamado por Deus para uma
obra de evangelismo, entretanto, como que ele poderá sair
por aí para ganhar almas se tem de ensinar aos que já
ganhou? Aqui entra a cooperação entre o casal de ministros.
Para que o evangelista possa sair a proclamar o evangelho,
sua esposa que, suponhamos que seja uma pastora, ficara
para ensinar a congregação. Esse é o medo de satanás, ele
sabe que caso homens e mulheres entendendo seu
verdadeiro lugar no mundo proposto por Deus exercerem o
ministério, a igreja não descansará de seu propósito.
Cooperadores de Deus.
Quando nosso Senhor e Mestre esteve aqui na terra, disse:
“Eu e o Pai somos um” (Jo 10:30). Jesus teve uma missão e
sua vontade estava em conformidade com a do Pai, cumprir
a vontade de seu Pai era o que importava, não importasse o
que o adversário dissesse, Jesus sabia para o que havia
vindo. Ele tinha total consciência de que era O Apostolo
enviado por Deus//, O Profeta igual Moises que tinha as
palavras de Deus em sua boca (Dt 18:18); O Evangelista
ungido (Lc 4:18) O sumo Pastor que apascenta o rebanho
de Deus (1Pe 5:4) e o Mestre que ensinará a todas as nações
(Is 2:3). É da vontade de Deus fazer conhecida a única
maneira de salvação, e esta foi a maneira que aprouve a
Deus 23arre-la, a pregação. Quando Jesus foi assunto aos
céus ele passou essa missão para nós, a igreja; porem ele
sabia que um homem mortal não suportaria a plenitude da
unção do espirito, nem conseguiria cumprir todos os seus
deveres sozinho. Então dividiu e distribuiu este poder, por
isso o santo apostolo diz: “e ele mesmo deu uns para
apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas,
e outros para pastores e mestres,” (Ef 4:11).
O apostolo Paulo costumava chamar os ministros que
trabalhavam com sigo de seus cooperadores, pois
contribuíam para o cumprimento de sua missão especifica.
Ele também referiu-se aos ministros de Cristo como
Cooperadores de Deus (1Co 3:9), por estarem contribuindo
para o cumprimento da vontade de Deus.
Nós não tínhamos uma mensagem de esperança para o
mundo quando estávamos no mundo – na realidade, até seus
poetas quando não são deploráveis, se apegam a coisas
corruptíveis – e agradou a Deus “por em nós a palavra da
reconciliação” (2Co 5:19). Ele nos fez embaixadores, isto
é: representamos a pessoa de Cristo, e ele fala por meio de
nossa boca através da pregação do evangelho. É vontade de
Deus se reconciliar com o homem desde a queda, lá com
Adão, e Deus fez-nos agentes ativos para este propósito.
Quando pregamos a cruz de Cristo estamos cooperando
com Deus nisto, quando explicamos algum trecho bíblico
estamos cooperando com Cristo em seu ensino.
Ouvi o sermão de um ministro acerca de missões, para mim
parecia ser um sermão comum até que aquele ministro
parou sua mensagem e olhou para o céu. Aquele pastor
disse bem alto, pois queria que a multidão ouvisse
claramente: “Espírito Santo, não me deixe falando aqui
sozinho, vamos cooperar assim, eu falo a Palavra e tu tens
total liberdade para agir em nosso meio.” (Não exatamente
nestas palavras é claro.) No mesmo instante passou a haver
curas no meio do povo, entre outras coisas maravilhosas. O
que quero dizer lembrando deste episódio é o seguinte, a
cooperação com o Espirito Santo é primordial no ministério
tanto quão é entre os irmãos. Tem um salmo que diz: “Oh!
Quão bom e quão agradável é que os irmãos vivam em
união. É como o óleo precioso sobre a cabeça, que desce
sobre a barba, a barba de Arão e que desce a orla de suas
vestes”. (Sl 133:1,2) O grave motivo de não se ver uma
grande e poderosa unção na igreja hoje, assim como foi no
tempo primitivo, é devido à falta de união, de cooperação.
Se quisermos ser Cooperadores de Deus, devemos cooperar
não só com o seu Santo Espírito – algo que está sendo
deixado de lado – mas também com os demais obreiros
desta obra. Hoje é tão comum ouvir de algum pregador que
subiu no altar, algo santo que foi consagrado para o fim da
pregação da palavra, simplesmente falar contra os demais
ministros. Estes são carnais e não espirituais. O apostolo
Paulo afirma “Ora, o que planta e o que rega são um;” (1Co
3:8) isto aponta para união, cooperação. Porque como o Pai
e o Filho são um, isto deve ser refletido em todo o corpo
como testemunho.
Capitulo 3 – Sacerdócio
Fomos feitos sacerdotes.
A partir desta linha, iremos passar a realmente buscar
aprofundarmos no assunto em questão, ou por que não
dizer, neste mistério. O nosso Senhor Jesus Cristo, como já
é de nosso conhecimento, foi feito sacerdote segundo a
ordem de Melquisedec (Hb 7:17). Esta ordem sacerdotal
tem por objetivo a implantação e avanço do reino de Deus
aqui na terra – reino que é Justo. Melquisedec tem por
significado Rei de Justiça (ou O meu rei é Justiça) podendo
ser entendido como um título, não apenas um nome próprio,
como Faraó ou Cesar. Os antigos essênios que viviam nos
desertos profetizavam acerca da vinda de um Melquisedec
que reinaria com Justiça e paralelamente apresentavam um
personagem ao qual denominavam Mestre de Justiça.
Estas profecias e ensinos, messiânico-apocalípticos
proveniente dos essênios, apontaram para Cristo, mesmo
que de maneira mui ofuscada, até João. O tema da profecia
de João Batista foi: “Arrependei-vos, porque está próximo
o reino dos céus.” (Mt 3:2) No livro do apocalipse de Jesus
Cristo, quando o apóstolo saúda as sete igrejas da Ásia, diz:
“E nos fez reis e sacerdotes para Deus e seu Pai;” (Ap 1:6ª)
onde fica claro haver um paralelo entre o “Civil” e o
“Religioso”. Perceba que o mesmo ocorre com o termo
“reino dos céus” onde naturalmente utilizamos a palavra
“reino” para referirmos ao “estado” e “céus” relacionamos
ao “mundo espiritual”. Perceba caro leitor “É chegado o
reino dos céus” (Mt 10:7) a sentença se refere a uma única
coisa. Não são duas coisas distintas como “Estado” e
“Religião”. Para se manter está união, é necessário uma
liderança que tenha autoridade nós dois âmbitos, a saber:
Melquisedec, Rei e Sumo Sacerdote.
Eu não creio que o texto “E nos fez reis e sacerdotes para
Deus e seu Pai” se refira a que fez uns reis e outros
sacerdotes, não, Jesus não chamou nenhum de nós para
sermos reis nesta terra, embora seja bem verdade que um
dia reinaremos com Ele; Também seria equivocado
acreditar que isto seria somente em sua volta, e que talvez
os ministros do evangelho fossem sacerdotes e os demais
crentes deveriam aguardar o milênio. O apostolo deixou
bem claro “E nos fez” ou seja, já está feito no presente.
Agora a quem ele se refere? Aos apóstolos? Pois ele era
apóstolo e portanto se referia a sua classe? Ou ao
presbitério? Se redobrarmos a atenção em nossa leitura,
perceberemos que o apóstolo se refere aos que foram
amados e tiveram seus pecados lavados pelo sangue de
Jesus, a estes fez reis e sacerdotes (Cf. Ap 1:5,6).
O que implica sermos, portanto, reis e sacerdotes? –
sinceramente não tenho nenhum reino particular – isto na
realidade assemelhasse a Arão e seus filhos. Arão era o
sumo Sacerdote e seus filhos eram sacerdotes. Jesus é o
Sumo Sacerdote da ordem de Melquisedec e nós somos
seus filhos (pois somos filhos de Deus), portanto somos
sacerdotes da ordem a qual pertence nosso Senhor – este é
o sentido básico para “reis e sacerdotes”.
Pois bem “como é que isso funciona?” você deve estar se
questionando, “qualquer um é sacerdote agora? Isso não
trará confusão?” bem, vamos por partes. Eu ouvi certa vez
alguns judeus falarem sobre os mandamentos dos filhos de
Noé, “se um filho de Noé cumprir todos seus sete
mandamentos, ele se torna um sumo sacerdote” diziam eles.
A tese de que qualquer um é sacerdote cai por aqui, pois
isto só é concedido apenas aos que foram lavados pelo
sangue de Jesus, ou seja, não é para ímpios. Isto implica
dizer que, até mesmo um ministro cristão, caso tenha se
entregado ao pecado, anulando assim o sacrifício de Cristo,
estando ele mesmo no altar, invalida o próprio sacerdócio,
pois anulou o sangue de Cristo para si.
Agora, se todo aquele que é lavado no sangue de Jesus foi
feito sacerdote, isto implicaria dizer que todos são pastores
ou mestres? Ou que poderiam simplesmente abrir uma
igreja? Certamente que não, isto seria um grande equívoco;
creio que para explicar isto melhor devamos olhar para
Israel como nação sacerdotal, e ver melhor como isso
funcionava.
Israel foi escolhido para representar o reino dos céus aqui
na terra, apontando profeticamente para o reino milenar de
Cristo, porém falhou em sua missão. Deus queria que Israel
fosse um povo consagrado para a gloria de seu Nome, “e
vós me sereis um reino sacerdotal e o povo santo” (Ex
19:6). Portanto para Deus, todo o povo teria deveres
sacerdotais, porém Deus conhecia seu coração e foi
restringindo isto conforme a caminhada no deserto,
permitindo que resgatassem seus primogênitos – pois
seriam para obra de Deus. Isto foi ocorrendo até que o oficio
se restringiu a tribo de Levi, e posteriormente dentro desta
tribo na casa de Arão. Então ficou algo como: Casa de Arão
são os sacerdotes, Tribo de Levi eram os levitas auxiliares
dos sacerdotes, e o Povo.
Agora perceba que o povo, não exercia o “oficio”, porem
tinha seus deveres com Deus; ter seus sacerdotes não os
fazia deixar de ser “um reino sacerdotal”. A diferença da
Igreja é que Cristo não nos dá um resgate, mas nós
convida a exercer nosso sacerdócio.
Pequenos Samuel.
No dado momento em que nascemos de novo e que somos
lavados pelo sangue de Cristo, somos como que bebês e
devemos ser alimentados com o leite do evangelho
racional para termos um bom crescimento, tanto na graça
como no conhecimento. Neste momento somos Samuel
que serve ao Senhor perante Eli. Estamos na faze de
aprendizado e ao mesmo tempo já temos nossos deveres
sacerdotais. Quando Samuel foi levado para servir ao
Senhor era ainda, apenas uma criança, isto leva-me a
pensar em como ele “servia ao Senhor”, pois, sendo
menino pequeno, era muito arriscado mexer com fogo. Na
realidade o termo aqui empregado “servia ao Senhor”
aponta para o primeiro dever do sacerdote, a oração.
Todo crente tem portanto este dever, oração, pois foi feito
sacerdote como já conferimos. A oração é um talento em
nossas mãos dado pelo Senhor, e não pode ser enterrado
(Cf. Mt 25:14-30). Jesus, que é muito maior que Eli, diga-
se de passagem – Eli significa: elevadíssimo ou o meu
Deus é excelso – ensinou a nós, seus discípulos, a orar
dizendo “venha a nós o teu Reino”. Dá mesma forma que
os sacerdotes levíticos tinham de abençoar Israel orando
por eles, deve-se também orar pela obra do Senhor, pelo
avanço da Igreja. A oração é uma arma fundamental para a
implantação do Reino dos Céus aqui na terra.
É necessário também que as pessoas percebam uma
mudança, um amadurecimento espiritual, pois você não
deve ficar para sempre no leitinho. As pessoas podiam
notar que conforme Samuel crescia, seus cabelos cresciam
junto pois, era nazirel de Deus. Nazirel significa:
consagrado, separado; por isso Samuel pôde se
desenvolver tão bem em seu ministério, tornando-se não
apenas um sacerdote mas, sendo também profeta e juiz.
Será neste período de crescimento espiritual, onde pelo
menos uma daquelas três características essenciais, que já
comentamos, deverá ser extraída mediante a comunhão
intima com Deus.
Seguindo a arca da aliança.
Particularmente, eu encarava o sacerdócio como algo meio
parado, monótono, refiro-me ao sacerdócio em sua
essência. Pois comparava ele com os profetas que iam
onde Deus os mandasse ir, e com os apóstolos que foram
por todo o mundo conhecido de sua época. Isto se deu pelo
fato de estarem ligados ao Templo. Porém, meditando
acerca destas coisas, cheguei à conclusão de que o
sacerdote também deve se movimentar.
Lembremos de que quando Deus designou os sacerdotes
da casa de Arão lá no deserto, o “templo” era móvel, no
caso, o tabernáculo. Israel estava peregrinando pelo
deserto, isto impedia de ter um templo pesado de pedras
pois não poderiam transportá-lo. Gostaria de desenrolar
isto bem calmamente. Em minha juventude, meu pastor –
que também era meu pai – colocou a meu segundo irmão
como primeiro líder da mocidade e a mim que sou mais
velho, e já era diácono na ocasião, como segundo líder, e a
um dos jovens mais velhos como terceiro, isto para que ele
pudesse aprender mais de perto. Ocorreu que, este jovem
não soube lidar tão bem com isto, e os demais não
aceitavam sua liderança; ele sempre ficava com dor de
cabeça devido a isto. Então pedi uma palavra para o
Senhor que servisse tanto para este jovem quanto para os
demais que não aceitavam sua liderança. O Espirito Santo
me deu o texto que fala das cortinas do tabernáculo – na
hora exata não entendi. (Nm 4:25)
Cristo referiu-se a si mesmo como o templo e também
disse, quem vê a mim vê ao Pai, isto se deve pelo motivo
de ser o tabernáculo de Deus, como está escrito: “e
30arrega30a30o entre nós” (Jo 1:14). Paulo nos ensina que
somos o corpo de Cristo, portanto somos peças do
tabernáculo de Deus. Assim meus irmão, como cada uma
daquelas cortinas deveria estar bem encaixada em sua
posição correta e determinada por Deus, assim nós
também devemos entender nossa posição nosso dever e
nos encaixar um aos outros exercendo a união. Cada peça
daquela era importante e tinha um proposito, por menor
que ela fosse, de igual modo cada um de nós, somos
importante e temos um proposito para Deus, não importa
nossa posição; Quer seja: pastor, missionário, diácono, ou,
um simples irmão, somos todos sacerdotes.
Agora, o tabernáculo com todas as suas peças, grandes ou
pequenas, ele tinha um coração, seu utensílio mais
importante, a arca da aliança. Esta arca representa a
presença do próprio Deus. Quando Israel ia se locomover
pelo deserto, os sacerdotes erguiam a arca da aliança e iam
a frente. Era exatamente aqui onde eu queria chegar. Os
sacerdotes não eram monótonos como eu fui levado a crer,
não, na realidade eles são ativos e se locomovem. Aonde a
arca da aliança está, ali devem estar os sacerdotes, para
onde ela vai eles devem ir. Diferente do profeta que Deus
manda para lugares inóspitos onde não há sua presença, o
sacerdote deve seguir a presença de Deus, e parar quando
ela para.
Tendo isto em mente, e sabendo que até um simples irmão
é sacerdote pelo sangue de Jesus, onde houver uma
manifestação clara da ação da gloria de Deus, seja
evangelismo, seja visitas, seja trabalho social, todo aquele
que é lavado no sangue do cordeiro tem o dever de
colaborar com: oração, ministração, ação de graças e
louvores com toda comunhão (2Cr 31:2).
Ensinando as futuras gerações.
“Então disse Jesus: ‘Deixem vir a mim as crianças e não as
impeçam; pois o Reino dos céus pertence aos que são
semelhantes a elas” (Mt 19:14).
Deus tem um profundo interesse com relação as crianças,
não foi à toa que o Espirito de Sabedoria falou pela pena
do rei Salomão “Ensina a criança no caminho em que deve
andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele.”
(Pv 22:6). As pessoas não costumam aceitar quando algum
irmão diz que é crente de berço. Eu particulamente creio
que fui crente toda minha vida. A conversão genuina de
alguem não se dá no dado momento em que ela toma uma
decisão de aceitar a Jesus e vai lá na frente para que o
pastor ore por sua vida, de forma alguma, a conversão é
um prossesso, sendo esta decisão apenas uma parte do
mesmo. Agora, o irmão que aceitou Jesus vai ter de
aprender a palavra e mudar seu atos, para realmente
converter seu caminho ao Senhor.
O que ocorre é que muitos pais não ensinam o evangelho
aos seu filhos, e por isso os perdem. Acham que eles tem
de somente levantar a mão pra aceitar, e ouvir os sermões
do reverendo local; acham isso bonitinho. Se a conversão
genuina é um prossesso, é naturalmente uma caminhada
de aprendizado (Pv 22:6); lembro-me que desde sedo meu
pai me ensinou no caminho, discutiu questões comigo –
segundo minha capacidade –, me apresentou o evangelho
da cruz, ele sempre citava o salmo primeiro pra mim
“Bem aventurado o homem que não anda no conselho dos
impios...”. Devido a estas coisas posso afirmar que sigo a
Jesus desde “meus primeiros passinhos”. Já almejava o
episcopado mesmo sabendo a dores vividas pelos meus
pais, pois ele me ensinou acerca da honra que é sofrer por
Cristo, e aos dezoito fui ordenado ao presbitério, não
podendo ser chamado de “novo na fé”.
Não podemos negligenciar nossas crianças; como
sacerdotes representantes do Reino dos Ceus, é nosso
dever conduzir a futura geração à Cristo. Não espere por
pastor ou pedagogos para ensinarem o evangelho aos seus
filhos. Você que é pai ou mãe temente ao Senhor tem
autoriadade sacerdotal para sentar com seu filho e falar
acerca da Palavra com ele. “E estas palavras, que hoje te
ordeno, estarão no teu coração; e as ensinarás a teus filhos
e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo
caminho, e deitandote e levantandote.” (Dt 6:6,7) caso não
fiseres isto, certamente que Deus ira dizer de ti “Os
sacerdotes não disseram: onde esta o Senhor?” (Jr 2:8) por
deveras ter negligengiado o mandamento do Senhor.
Muitos irmãos, até mesmo sem saber, trazem maldição
para dentro de seu lar. Não entenderam que sua casa deve
ser uma estenção do Reino dos Ceus. Seus labios estão
proferindo palavras vãs ao inves de palavras de benção.
“Porque os lábios dos sacerdotes devem quardar o
conhecimento, e da sua boca devem os homens buscar a
lei porque ele é o mensageiro do Senhor dos Exércitos.”
(Ml 2:7) Quando permitimos que o Senhor toque em nossa
boca com brasas vivas do altar, a iniquidade sera tirada, só
saira palavras de bençãos da nossa boca, isto certamente
influenciara oque estiver ao nosso derredor, incluindo
nosso lar. As passoas terão prazer em ouvir nossas
palavras, e os nossos filhos irão buscar aprender de nossa
propria boca, não de outrem.
“Eram, porem, os filhos de Eli filhos de Belial; não
conheciam ao Senhor.” (1Sm 2:12). Os jovens Ofni e
Fineias eram aqueles que iriam susseder a Eli em seu
trabalho como Sumo sacerdote da nação de Israel, e
seriam aqueles que julgariam as causas do povo;
entrementes, Eli negligenciou o ensino de seus filhos
portanto, eles “não conheciam ao Senhor”. Esta condição:
não conhecer o Senhor, os fez “filhos de Belial” aos olhos
de Deus; eles eram maús, o termo hebraico significa
literalmente: filhos do mau – Eles são um fruto mau – e o
termo em grego diz acerca deles: não serve para nada.
Um fruto mau não serve para nada, os jovens são o futuro
da igreja, as crianças são o futuro da obra de Cristo; caso
não ensinemos nossas crianças hoje, que tipo de igreja
serão amanhã? Este é um dever de todos nós,
principalmente de cada pai para com o seu filho.
Caso não ensinemos as futuras gerações, o fogo da ira de
Deus se assendera contra nós. Se nossos filhos forem
“maus frutos”, o dono do pomar não lançara fora apenas
estes frutos mas, toda a arvore. Não adiantaria de nada esta
arvore conter muitos frutos bonitos em evangelismo,
missões e caridade se seus filhos forem “maus frutos”;
sera ateada ao fogo da mesma maneira “Não pode a arvore
boa dar maus frutos; nem a arvore má dar frutos bons.
Toda a arvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no
fogo.” (Mt 7:18,19). “E sussedeu que, fazendo ele menção
da arca de Deus, Eli caiu da cadeira para trás, ao lado da
porta, e quebrou-se-lhe o pescoço e morreu;” (1Sm 4:18ª).
O Juizo de Deus não caiu simplesmente naqueles que
fizeram o mal, mas támbem em seu pai que não os ensinou
no caminho em que deveriam andar.
Note que Eli só caiu da cadeira a qual repousava seu
pesado corpo quando foi feita “menção a arca de Deus”.
Eli estava assentado esperando seus filhos voltarem da
batlha, porem seus pensamentos não estavam
simplesmente em seus filhos; ele estava “olhando para o
caminho” (1Sm 4:13), relata o texto sagrado. O caminho
ao qual ele deveria ter instruido seus filhos, “porquanto o
seu coração estava tremendo pela arca de Deus.” (1Sm
vv.) Eli sentia um peso, um tremor em seu coração, pois
sabia o que havia deixado de fazer, este é um dever moral
“os pais ensinarem seus filhos”, e foi Deus quem colocou
no coração do ser humano desde o principio – todo ser
humano tem isto, seja justo ou impio.“Porquanto o homem
era velho e pesado; e tinha ele julgado Israel por quarenta
anos” (1Sm 4:18b) Eli teve tempo o suficiente para
refletir, teve toda a sua vida para ensinar a seus filhos mas
não fez caso disso. Nenhum de nós temos desculpas para
não cumprir com este dever.
Tocando o chifre do carneiro.
O carneiro era um dos animais exigidos por Deus para o
sacrificio, o animal era imolado e seu sangue era aspergido
para o perdão de pecados. Era o sangue de carneiro e não
de cordeiro que era utilizado na cerimonia de consagração
do sacerdote para o oficio Araonico – isto representa a
maturidade. “E imolarás o carneiro e tomarás do seu
sangue, e o porás sobre a ponta da orelha direita de Arão, e
sobre as pontas das orelhas direitas de seus filhos, como
também sobre os dedos polegares das suas mãos direitas, e
sobre os dedos polegares dos seus pés direitos; e o restante
do sangue espalharás sobre o altar ao redor;” (Ex 29:20).
O mesmo acontece com a igreja através do sangue de
Cristo: O sangue na ponta da orelha direita, da liberdade
para ouvir a voz de Deus; o sangue no polegar da mão
direita, da legalidade para abençoar; o sangue no polegar
do pé direito, dá autoridade para pregar o evangelho; sobre
o altar em redor, para fazer o coração arder pelas almas.
Dentre os diversos usos do carneiro na cultura hebraica,
uma das mais importantes é a fabricação do shofar
(trombeta feita particularmente com chifre de carneiro).
Para fazer o shofar, o chifre é limpo, cortado, furado,
lixado e envernizado. Todo esse processo é necessário
para que o instrumento possa ser utilizado com excelência.
Na etapa da limpeza, ele é descascado deixando aquela
sensação áspera e grosseira – pessoas ásperas e grosseiras
não tem uma comunicação saudável. Ele é cortado para
que haja uma abertura em que o ar entre nele – aqui é
cortado o eu, que impede de se ouvir a voz de Deus. Ele é
furado para tirar o miolo que impede o ar de sair do outro
lado – aqui é removido a sabedoria humana, que impede a
pregação do puro evangelho genuíno. Ele também é lixado
tirando qualquer deformidade ou elevação desagradáveis
ao manuseador – aqui somos polidos da leviandade. E por
fim, esse belo instrumento é envernizado – aqui somos
envernizados contra a influência deste presente século.
Somente após este processo o instrumento poderá ser
usado, ele emitira um som característico; ele é um
instrumento de sopro, portanto, utiliza-se da vida para
tocá-lo, pois, esvaziando nossos pulmões utilizamos nosso
folego de vida; a pregação do evangelho só emite som
quando entregamos nossa vida por ela. O shofar era
utilizado para anunciar algo, seu anuncio mais importante
era a chegada do Jubileu, quando: restituía-se as
propriedades aos pobres, os presos eram libertos,
perdoavam-se as dívidas; era o ano aceitável do Senhor
(Lc 4:18,19). A escolha feita por Deus, disto – do
evangelho – ser anunciado pelo som de uma trombeta de
chifre de carneiro e não outro material é didática: chifre
representa poder, simples assim. Não existe pregação do
evangelho sem o poder de Deus.
Uma das passagens que mais tem me impressionado, e
creio que a cristandade de forma geral, é a da queda das
muralhas de Jerico. Aqui os “shofarot” ganham
protagonismo, pois ao seu som as muralhas ruíram. Agora,
algo que incomoda a todos nós neste texto certamente é a
maneira que Deus ordena a Josué: sete dias, sete
sacerdotes, sete trombetas, sete vezes; são quatro vezes
sete. O sete sabemos que representa a perfeição de Deus e
sua presença, e também sabemos que foi no quarto dia em
que Deus criou os luminares para: sinais e tempos
determinados e ainda para fazer separação entre a luz e as
trevas, mas a soma disso tudo “quatro vezes sete” é um –
não na aritmética, aqui há sabedoria, não pretendo me
aventurar neste terreno, irei representar isto por analogia –
um sempre representa unidade. Creio que aqui,
profeticamente Deus estava nos ensinando acerca da
pregação do evangelho, eram muitas trombetas sendo
tocadas, mas era um único som, da mesma forma o
evangelho é um e não há pluralidade.
Nós devemos pregar o evangelho que Jesus nos ensinou,
que separa as trevas da luz, que não mistura o santo com o
profano. O evangelho não precisa de alterações, por mais
sutil que sejam, pois ele é perfeito, ele é único. Quando
Jesus foi imolado como nosso cordeiro pascoal e venceu
como um leão, deu-se início a comumente denominada
dispensação da graça, ela veio na plenitude dos tempos, o
que isto significa? Que este é o ano aceitável do Senhor, o
Jubileu. “Então no mês sétimo, aos dês do mês, faras
passar a trombeta do jubileu; no dia da expiação fareis
passar a trombeta por toda vossa terra, e santificareis o ano
quinquagésimo, e apregoareis liberdade na terra a todos os
seus moradores; ano de jubileu vos será, e tornareis cada
um à sua possessão, e cada um à sua família.” (Lv
25:9,10); Deus não sugeriu que se passasse a trombeta do
jubileu, mas ordenou “faras passar a trombeta do jubileu”.
Esta é uma tecla a qual apertarei muitas vezes em minha
vida querido leitor; a pregação do evangelho não foi
confiada exclusivamente aos nossos queridos ministros,
não, nós como sacerdotes do Reino, e como discípulos de
Cristo, temos por dever e obrigação, tocar a trombeta do
anuncio do ano aceitável do senhor, o shofar das boas-
novas, proclamar com toda a força de nossos pulmões o
evangelho de Cristo. É dever da igreja conquistar almas
para o Reino; muitos estudiosos afirmam categoricamente
que o motivo humano do grande crescimento da igreja
primitiva foi o empenho de cada crente em ganhar almas.
“Pregai o evangelho a toda criatura” São palavras de nosso
Senhor, não de homens. Muitos crentes hoje em dia tratam
o próximo com desdém por não servir a Cristo ao invés de
lhes anunciar as boas-novas, os rejeitam, se esqueceram
que outrora estavam na mesma posição que eles, cativos
pelo pecado.
Por mais simples que seja sua fala, mesmo que seus lábios
sejam pesados como o de Moises, Deus quer te usar para o
avanço do Reino querido irmão. Não importa oratória ou
retorica, Deus quer alguém que simplesmente diga qual é a
palavra que Ele o falou, sem que encubra nada a seus
ouvintes, assim como Samuel, que ainda era menino.
Basta que tenhas coragem de falar a verdade como
Jeremias a quem o Senhor disse “Não digas: Eu sou um
menino; porque a todos a quem eu te enviar, irás; e tudo
quanto te mandar, falaras.” E ainda “Eis que coloco
minhas palavras em tua boca”. Meus irmãos, eu volto a
afirmar que não a necessidade de oratória ou retorica para
se ganhar almas, uma simples conversa amistosa é o
suficiente para você proferir as palavras que Deus colocar
em sua boca. Me lembro de como fiquei surpreso quando
em meu trabalho, os funcionários começaram a conversar
acerca da marca da besta, e do arrebatamento da igreja;
porque eu fiquei surpreso? Eles não eram crentes! Eles
ouviram algum destes comentaristas de internet, aqueles
que comentam acerca de cumprimentos de profecias e
notícias escatológicas. Um simples comentário é suficiente
para fazer um homem-natural matutar. Este é um método
interessante, o de comentarista; eles sempre existiram em
nosso meio mas entraram em evidencia nestes últimos
tempos. Se você não consegue fazer uma exposição da
Palavra, simplesmente comente-a, mas não deixe de tocar
sua trombeta de chifre de carneiro.
“Há milhares de cristãos, sinto dizê-lo, que nunca falaram
uma palavra acerca do Mestre. Na reunião de testemunho
ficam guardando silêncio, embora as suas línguas
trabalhem bastante em casa.” – Pr. Oswald Smith. O
mestre Tiago bispo de Jerusalém, irmão de nosso Mestre,
disse acerca da língua: “Porventura deita alguma fonte de
um mesmo manancial água doce e água amargosa?” (Tg
3:11). Muitos irmãos que não entenderam acerca destas
coisas, não deixando o sangue de Jesus purifica-los e faze-
los sacerdotes, praticam o pecado da língua: fofoca,
conversas vãs, mentiras, maldições etc. São verdadeiros
sábios na arte de fofocar; que não venhamos a ser como
estes, possamos antes nos analisar. Agora fica minha
indagação, qual pode ser a desculpa que qualquer um de
nós poderíamos dar a nosso Senhor por não falarmos aos
ainda cativos? Sendo que nossas línguas trabalham tão
bem para nossos interesses próprios?

Capítulo 4 – Diaconato
Sua origem.
O diaconato foi estabelecido na igreja de Cristo pelos
apóstolos devido ao grande crescimento do número de
pessoas que se acrescentavam a fé, isto pode ser conferido
em At 6. Este crescimento fez surgir murmurações da
parte dos judeus helenistas, eles afirmavam que suas
viúvas eram desprezadas na distribuição de alimentos. Os
Apóstolos então tomarão a decisão de eleger dentre o povo
de Deus, homens de boa reputação, cheios do Espirito
Santo e de sabedoria para exercerem o “diaconato” (At
6:2,3). A palavra “diácono” significa “aquele que serve as
mesas”, portanto a função primaria do diácono é
justamente esta: distribuição de alimentos, servir as mesas,
dar a santa ceia, etc. É dever do diácono servir a
comunidade procurando suprir com a necessidades dos
mais carentes.
Mas a origem dos diáconos como “servos” é muito
anterior a este evento, e nos fará compreender melhor seus
deveres e funcionamento. No AT, podemos ver os servos
dos profetas, jovens que ajudavam o profeta em seu
ministério. Estes servos faziam o que lhes era exigido,
como: buscar algum objeto, levar uma mensagem ou
distribuir alimento; enquanto aprendiam da boca do
profeta. Na realidade os diáconos são uma continuação
destes servos dos profetas.
Para entender melhor o que é um servo de profeta,
proponho utilizarmos algo que possamos ver em nossos
tempos. Pense em um pedreiro que vai edificar uma casa,
este homem não pode levanta-la sozinho, pois não irá
muito longe, ele se cansara muito correndo atrás de seus
equipamentos, carregando tijolos e preparando a massa.
Este pedreiro precisara de um servente de pedreiro para
lhe ajudar com estas coisas. Esta é a base de minha
ilustração. Agora pense comigo, ninguém nasce fazendo
casas, é necessário aprender. Então, torno-me primeiro
servente de pedreiro, posteriormente torno-me um
pedreiro profissional, e talvez um dia me torne mestre de
obra. Consegue perceber? Os apóstolos tinham de edificar
a igreja com a palavra, então estabeleceram diáconos para
não fazerem tudo sozinhos.
Um dia Elizeu foi servo de profeta, e o que aconteceu? Ele
subiu um degrau e tornou-se profeta no lugar de Elias. O
objetivo maior da existência dos servos de profetas ou
diáconos é o de preparar novos profetas e pastores. Temos
também o exemplo do diácono Filipe que posteriormente
tornou-se evangelista. Aqui podemos ver que para um
diácono a tendência é subir, por isso, só se deve separar ao
diaconato quem tem as especificações descritas pelos
apóstolos, a saber: Ter boa reputação; Ser cheio do
Espirito Santo; Ser cheio de Sabedoria. Gostaria de
analisa-los antes de seguirmos adiante.
1- Ter boa reputação; Este é o ponto mais esquecido
pelos presbíteros na ora de separar alguém ao
diaconato, a boa reputação tanto na sociedade tanto
na igreja, ou o bom testemunho, é importante para
evitar futuros escândalos como está escrito: “É
necessário também que tenha bom testemunho dos
que estão de fora, para que não caia em afronta, e no
laço do diabo” (1Tm 3:7). Certa vez ouvi um filosofo
falar “se você quer saber o futuro, olhe para o
passado” esta frase é verdadeira no que diz, se o
“candidato” ao diaconato carrega com sigo um mau
testemunho, se ele tem a reputação de alguém que
mente, rouba ou adultera, é muito possível que vira a
cair no laço do diabo.
O diácono como alguém que deve cuidar do corpo de
Cristo, deve ser irrepreensível. Por isto O apostolo
Paulo fala acerca deles: “Da mesma sorte os diáconos
sejam honestos, não de língua dobre, não dados a
muito vinho, não cobiçosos de torpe ganancia;” (1Tm
3:8).
2- Ser cheio do Espirito Santo; Só pode ser cheio do
Espirito Santo alguém que verdadeiramente busca a
Deus, mas o que seria alguém cheio do Espirito
Santo? Seria alguém cheio dos dons? Creio que não,
pois se assim fosse o Dr. Lucas não se referia ao
diácono Estevão como sendo cheio do poder (Cf. At
6:8) – como veremos, só um dom é exigido. Ser cheio
do Espirito Santo está muito mais ligado aos seus
frutos do que aos dons espirituais. “Mas o fruto do
Espirito é: Amor, gozo, paz, longanimidade,
benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança.”
Alguém cheio do Espirito Santo é aquele que pratica
a piedade.
“Mas rejeita as fabulas profanas e de velhas, e
exercita-te a ti mesmo em piedade; porque o
exercício corporal para pouco aproveita, mas a
piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da
vida presente e da que há de vir.” (1Tm 4:7,8); A
piedade pode ser entendida como: a pratica de boas-
obras, obras de justiça, caridade e a guarda dos
mandamentos. A maneira mais eficaz de um servo do
Senhor Jesus se encher do Espirito Santo é através do
exercício da piedade.
3- Ser cheio de Sabedoria; Este é outro ponto onde
muitos falham. Muito se diz acerca de ter sabedoria,
nos ensinam que para ter sabedoria é necessário a
experiência que só se vem com o passar dos anos.
Outros pensam que alguém sábio é algum tipo de
filosofo ou pensador. A verdade é que a sabedoria da
bíblia é diferente da que nos ensinaram; para Deus,
eu sou sábio não quando eu: leio, reflito, e
desenvolvo um raciocínio próprio, eu sou sábio
quando: deixo a sabedoria humana, terrena de lado, e
falo ou ajo através da Sabedoria de Deus. Como
funciona o dom da palavra de sabedoria? Se fosse
para falar palavras de sabedoria humana a gloria seria
para o homem. Portanto alguém cheio de Sabedoria é
alguém que tem o Espirito de Sabedoria e deixa ele
agir em sua vida através do dom da Palavra de
Sabedoria.
Talvez você tenha percebido que eu citei um texto acerca
do episcopado quando na realidade estamos falando sobre
diáconos, será que eu me precipitei em fazê-lo? Não,
como vimos ele já era exigido aos diáconos pelos 12
apóstolos, isto se deve justamente porque um dia aquele
que hoje é diácono pode se tornar bispo. Quem buscar
para si estas qualificações terá uma carreira exemplar
como teve Ananias de Damasco, a quem a escritura não
revela sua unção, não fala acerca de sua vida e morte, mas
todos admiram e se inspiram em sua pessoa. Ananias tinha
bom testemunho, era piedoso e foi sábio em não dar
ouvidos aos seus próprios pensamentos acerca do apostolo
Paulo.
Servos d’O Profeta.
O diaconato em toda a sua particularidade, um tanto
quanto enigmática, traz consigo grandes ensinos para a
comunidade de crentes em toda terra. Como já vimos, o
diácono se trata do servo que está aprendendo o oficio
para um dia substituir o profeta, ou pastor. Porém não
podemos nos esquecer que este servo tem um Senhor além
do seu tutor: pastor. O nosso Senhor Jesus também foi e é
até hoje profeta, o maior de todos, profeta anunciado por
Moises e maior do que ele. Deste Profeta somos todos
servos, e os ministros continuam sua obra terrena.
Entrementes para se tornar ministro é necessário
primeiramente servi-lo – assim como os antigos profetas –
isto não é heresia de minha parte, nosso Senhor já o disse
de antemão (Cf. Lc 22:24-30). Então descobrimos aqui
que somos servos em três instancias: Somos servos de
Cristo, de sua noiva e de nossos pastores que necessitam
de socorro para cumprir sua missão.
Assim como Elias, e posteriormente Eliseu foram um dia
professores da Escola de profetas e portanto, o principal
dos profetas de sua geração, Jesus é, semelhantemente
para conosco, sumo sacerdote, e sumo pastor da igreja; O
espirito do Senhor, de antemão já havia declarado suas
ordenanças aos seus servos e diáconos, através do
ministério dos profetas. Atentemos para as três ordens de
Cristo a seus diáconos através da boca do profeta Eliseu.
1- “Então disse ao seu servo Geazi: chama...” (2Rs
4:12). Quando o profeta queria falar com alguém,
ordenava a seu moço que fosse e chamasse aquela
pessoa para que viesse ouvir a palavra do profeta.
Cristo está dizendo aos seus servos “chama”, simples
assim; um simples convite para que a pessoa venha
ouvir a palavra do Profeta. É uma ordem simples e
clara aos diáconos, “chama” convide pessoas para a
igreja, algo tão simples como convidar alguém
certamente será cobrado.
2- “Agora, pois, corre-lhe ao encontro e dize-lhe: vai
bem contigo?” (2Rs 4:26). Eliseu estava preocupado
em ensinar ao seu sucessor a se preocupar com as
pessoas, por isso ele mesmo não o perguntou. Do
mesmo modo Jesus quer que venhamos a nos
preocupar com o bem-estar do nosso 45arrega, não
podemos ser indiferente para com aqueles que
estamos tentando salvar. Não podemos pensar em
ganhar almas para Cristo como pontos em um jogo
bobo ou pedrinhas preciosas em nossa coroa,
devemos 46arrega46a-las para o nosso Senhor.
Repreendamos toda apatia.
3- “E ele disse a Geazi: Cinge os teus lombos, toma o
meu cajado na tua mão e vai;” (2Rs 4:29). Em dados
momentos os diáconos irão ter de representar seus
pastores, seja com um sermão, seja num evento
importante, seja numa visita. Eliseu ordenou a seu
servo que cingisse os lombos e fosse com sua
autoridade; Geazi pensou que seu senhor falava
simplesmente de coisas físicas, pegou seu melhor
cinto – seu melhor terno – e foi, chegando lá nada
aconteceu. Na realidade Elizeu estava falando de
coisas espirituais a seu discípulo, da mesma maneira
que o apostolo Paulo ensinou a igreja posteriormente:
“Estais, pois, firmes, tendo cingidos os vossos
lombos com a verdade,” (Ef 6:14ª). Como bem
sabemos, Geazi faltava com um pouco da verdade as
vezes, motivo pelo qual ficou leproso. Jesus deu
autoridade a sua igreja, e disse “Ide”; não podemos
viver uma vida de aparências, temos de cingir nossos
lombos com a verdade.
Acerca destas coisas o apostolo Paulo ainda escreve:
“Vós, servos, obedecei a vossos senhores segundo a
carne, com temor e tremor, na sinceridade de vosso
coração, como a Cristo;” (Ef 6:5). O diácono deve estar
disposto para qualquer situação que possa surgir, deve
entender que a necessidade da obra de Deus é maior e
mais urgente que qualquer necessidade. No que seu
epíscopo necessitar deve estar de prontidão; não deve
existir aquele sentimento de “eu não me passo por isso” no
sentido de se rebaixar ao servir outro homem de carne e
osso, Cristo tomará estas palavras como que fossem para
Ele. É também de suma importância que o diácono saiba
que não deve em hipótese alguma servir a dois Senhores;
Não se pode servir a casa de Cristo, O Senhor, sua noiva e
seus “cabeças”, e ao mesmo tempo servir ao mundo, ao
príncipe deste século e a Mamom. “A mente indivisa é
absolutamente necessária para a realização adequada das
tarefas exteriores das quais a providência divina
encarregou você.” – John Wesley.
Ainda falando acerca de servos, o evangelista John
Wesley vai falar que: “Outro ponto relacionado ao
serviço a Deus é obedecer-lhe. [...] É oferecer todos os
atos com um amor santo e fervoroso, como sacrifícios a
Deus por meio de Jesus Cristo.”; servir é, doar-se pela
obra, é abrir mão de um momento de lazer para estar no
campo de batalha. É duro este serviço, diaconato, não
posso tentar enfeitar caro leitor – prefiro apresentar-lhe a
verdade para que enxergues a Cristo nela. “Ofereça cada
ato” como que fosse um sacrifício exigido
minunciosamente, que cada ação louve ao Deus de Israel,
sirva como Cristo serviu.
Pregue a Palavra.
Em seu livro “Eis-me aqui Senhor Envia-me a mim” o
evangelista-missionário Josué Yrion, que já pregou a
milhões de pessoas em setenta e quatro países diferentes,
registrou o seguinte: “Foi ali, na esquina de um bar, em
uma tarde de evangelismo no mês de Fevereiro de 1982,
que meu líder de equipe me permitiu ‘pregar’ pela
primeira vez, um ‘pequeno sermão’ evangelístico que não
passou de 5 a 8 minutos. Depois, para minha surpresa,
algumas pessoas se converteram. É logico que eu estava
nervoso em minha ‘primeira’ oportunidade. Me recordo
que ao abrir a Bíblia e ler em João 3:16 para ‘pregar’ do
lado daquele bar, em um bairro de Belo Horizonte, minha
Bíblia tremia em minhas mãos.” (Tradução livre).
O diácono deve ter em mente que sendo ele servo de
profeta, e de que um dia irá suceder seu pastor, não pode
fugir da pregação da Palavra. Ele deve ser provado e
testado nesta matéria por seus líderes espirituais. Não deve
ter vergonha de falar a congregação, ou mesmo as almas
perdidas, isto não provem de Deus. Não deixe que o medo
de falhar, a insegurança, ou vergonha te impeçam de
cumprir com a vontade do Senhor. Até os “grandes”
começaram um dia, e sentiram o mesmo que nós sentimos
hoje. Não tente fugir como Jonas, ou pior, não se
acomode; quando Jonas fugiu da pregação da palavra,
Deus mandou uma tempestade seguida de um grande
peixe, se nos acomodarmos o que o nosso Senhor fara?
Certo que tomara providencias.
No livro de Atos podemos ver qual foi a ação de Deus
para locomover seus servos: perseguição. Jesus havia
ordenado que a igreja fosse por todo o mundo, mas os
crentes queriam ficar só ali em Jerusalém recebendo
alimentação da parte dos apóstolos; para eles parecia bom
demais, não necessitavam de uma experiência com Deus
de ir pegar o próprio maná – pensavam eles. “Mas os que
andavam dispersos iam por toda a parte, anunciando a
Palavra. E, descendo Filipe à cidade de Samaria lhes
pregava a Cristo.” (At 8:4,5); a perseguição foi a resposta
de Deus para a inercia da igreja, para o comodismo de
seus diáconos. Este cenário espiritual montado pelo
próprio Deus e Senhor, possibilitou o aprimoramento
estrutural de Filipe, que era diácono na ocasião, e o levou
a novos patamares tornando-o pregador e mais a frente,
evangelista.
Filipe “pregava a Cristo” o que isto quer dizer? Certa vez
um pregador, Presbítero Jeferson, disse em nossa pequena
comunidade acerca da fé (Cf. Hb 11:1): “A fé é prego
batido, ponta virada; depois que viramos a ponta, fica
firme e não sai mais.” O que eu aprendo com isso? Que
somente a insistência da pregação do evangelho – pregar é
exatamente isto: um movimento repetido várias vezes,
como que para pregar um prego – é capaz de gerar uma fé
genuína no coração do ouvinte. “Antes que Cristo volte,
devemos insistir na pregação poderosa do evangelho.” –
Geziel Gomes. Devemos insistir em pregar à Cristo como
único e verdadeiro salvador para esta humanidade
corrompida, para este terrível século enquanto a tempo –
grande reponsabilidade temos em nossas mãos como
servos. Lembre-se querido irmão, a fé vem pelo ouvir;
“Como ouvirão se não há quem pregue?” (Rm 10:14-17).

Cristo está há nos chamar para sermos pregadores da


Palavra, Ele não faz isto segundo o mérito ou capacidade
humana, Ele o faz mediante a sua graça salvadora e
capacita o homem incapaz. Ele nos chamou para levar sua
luz, vida e incorrupção. O apostolo Paulo disse: “Para que
fui constituído pregador, e apostolo, e mestre dos gentios.”
(2Tm 1:11). A estrutura proposta pelo apostolo aqui
podemos denominar como: estrutura do servo. Ele está em
paralelo com o texto de Romanos 10:14 ao 17. Ele se diz
“mestre dos gentios”, alguém que vai apresentar os
“decretos da Lei” as nações; na antiguidade, os reis
enviavam seus mensageiros para anunciar seus decretos,
os mensageiros também eram enviados ao território
inimigo para informar as condições legais de seu rei. Ele
se refere como “apostolo”, ou um enviado; os reis
enviavam seus emissários que o representavam, suas
palavras eram as palavras do próprio rei. Ele também diz
ser “pregador”, aquele que apregoa; os antigos reis
também tinham os chamados embaixadores, porta-vozes
oficiais que levavam em sua boca a mensagem dada pelo
rei, eles levavam a proposta para que pudessem se aliar ao
reino que representam.
O embaixador ocupava a posição mais alta de sua
hierarquia, da mesma forma, a pregação é a mais alta e
sublime tarefa que um mortal poderia exercer. O pregador
é um representante do Reino de Deus, porta-voz de sua
Justiça; é através dele que se faz conhecer a proposta para
a vida eterna. Não podemos “negociar” nem um ponto
desta proposta, temos de permanecer fieis até o fim. “O
que prega a maldade cai no mal, mas o embaixador fiel é
saúde” (Pv 13,17). O pregador genuíno do evangelho de
Cristo leva a cura para as pobres almas aflitas, sua palavra
é “medicina” dos céus. Um pregador de caráter não se
passa por tão baixo nível ao ponto de rebaixar seus
companheiros, os ministros; isto é vergonhoso para o
evangelho, para o Reino ao qual representamos. A maneira
eficaz de expandir o Reino dos céus é através da pregação
fiel da Palavra. Nós temos de nos locomover ao redor de
nossas fronteiras, no objetivo de expandi-las, para
cumprirmos com nossa missão.
Ministrando a Santa Ceia.
“Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei:
que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o
pão; E tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei;
isto é o meu corpo que é partido por vós; fazei isto em
memória de mim. Semelhantemente também, depois de
cear, tomou o cálice, dizendo: Este é o cálice do novo
testamento em meu sangue; fazei isto, todas as vezes que
beberdes, em memória de mim. Porque todas as vezes que
comerdes este pão e beberdes este cálice anunciais a morte
do Senhor, até que venha. (1Co 11:23-26). A cerimonia
ritual da Santa Ceia é o momento mais importante para um
discípulo de Cristo. Nela afirmamos para nós mesmos, e
para os demais, que verdadeiramente queremos ser
participantes do corpo de Cristo e de sua incorruptível
herança. Deste sublime momento estão encarregados os
diáconos em realizar a distribuição do elementos: Pão e
Vinho.
Agora, esta não é uma mera cerimônia religiosa, mas sim
um memorial estabelecido pela vontade de Deus;
semelhante as festas sabáticas. Um memorial tem por
objetivo de “ser por sinal sobre tua mão e por memorial
entre teus olhos, para que a lei do Senhor esteja em tua
boca; porquanto com mão forte o Senhor te tirou do Egito”
(Ex 13:9) – pois Cristo nos libertou do Egito, o reino das
trevas, do pecado e da morte. Os dois elementos
apresentados aqui por Cristo, pão e vinho, são na realidade
simbólicos; nosso Mestre estava ensinando algo a nós,
seus discípulos.
O pão do qual partilhamos na Ceia representa a carne de
nosso Senhor, que foi dilacerada, Ele foi moído por nós.
Este pão não se transforma em carne de verdade como
muitos hereges ensinarão ao longo da história – isto seria
canibalismo, abominação aos olhos de Deus – o Mestre
estava fazendo uma comparação utilizando-se com a
maneira a qual iria sofrer para que seus discípulos
pusessem sua vida na causa do evangelho, pois Ele é o
Verbo encarnado (Cf. Jo 1:14). Lembremo-nos de que
certa feita, Jesus disse: “Eu sou o pão da vida” (Jo 6:48).
Portanto, o pão reprenda a carne de Cristo que é o Verbo
que se fez carne (Verbo significa lit. Palavra). Nosso
Mestre também compara o pão físico com a palavra de
Deus “Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas
de toda a palavra que sai da boca de Deus.” O que nosso
Mestre está querendo nos ensinar aqui com este primeiro
elemento é o seguinte: Quando se reunirem, que não seja
para jogar conversa fora mas, como partilham deste pão,
partilhem da minha palavra mesmo em tempos difíceis,
pois nela a vida.
Da mesma maneira que os diáconos distribuem o pão da
Santa Ceia, ele deve distribuir o pão dos céus, a palavra de
Deus. Este é um pão conquistado com muitas dores, o que
falar dos mártires que morreram para que tivéssemos
acesso a palavra em nossas mãos hoje; dos homens de
Deus que entregaram suas vidas para fazer a Bíblia
Sagrada acessível; dos santos apóstolos que em meio a
perseguição expandiram o reino de Deus levando este
alimento aos famintos em meio a perseguição romana; do
próprio Cristo que teve seu corpo desfigurado para matar
nossa fome espiritual. Tudo isto para nos acomodarmos? É
dever de todo discípulo, más os diáconos devem dar o
exemplo de: Partilhar deste pão.
Semelhantemente, o vinho que bebemos e nos alegramos
todos juntos, representa a taça da ira de Deus. Aquela
mesma que Tiago e João disseram que queriam ser
participantes; quando tomamos deste elemento, estamos
afirmando a mesma coisa. Ser participante das aflições de
Cristo. Jesus pediu em oração que se fosse possível, que o
Pai fizesse passar a taça e não o fizesse beber, porém não
haveria redenção caso esta taça não fosse derramada sobre
sua vida. Toda aflição que o Mestre sentiu por nós,
seriamos capazes de sentir por Ele? Hoje, se tomamos o
vinho dá ceia, é um testemunho de que Cristo triunfou
sobre a morte. Dá mesma maneira, quando nos reunirmos
devemos dar um testemunho de como Deus tem agido em
nossas vidas em meio a aflições e dificuldades para
fortalecermos uns aos outros com esperança no Senhor.
Um diácono que maldiz em meio as dificuldades da vida,
mata a sua comunidade.
Portanto: anunciais a morte do Senhor até que Ele venha; é
isto que deve estar em nossas bocas. Não podemos pensar
nisto como algo cansativo, repetitivo ou chato, este é o
objetivo do memorial, o anuncio. Se quando tomamos da
Santa Ceia, não sentimos vontade de anunciar a morte do
Senhor, estamos praticando um mero ato religioso e não
somos verdadeiros discípulos. Para o ministro do
evangelho, isto implica dizer que, nunca aposentara suas
luvas até que seja recolhido deste mundo, até que Ele
venha. Para o diácono é como se atasse sobre sua mão um
mapa para o caminho que a de percorrer.
A um terceiro ponto neste memorial para analisarmos.
Temos o pão, o vinho, mas Jesus estava na presença de
doze dos seus discípulos; doze homens a quem ele
escolheu, que foram testemunhas oculares daquela
declaração. Isto a imagem do evento na travessia do
Jordão, quando Deus disse a Josué que tirasse do Jordão
doze pedras para fazer um memorial. “Chamou pois, Josué
os doze homens, que escolhera dos filhos de Israel; de
cada tribo um homem;” (Js 4:4); Cada um dos doze
apóstolos representa uma destas doze pedras, a começar
por Pedro (que significa lit. pedra) “Para que isto seja por
sinal entre vós;” (Js 4:6). Esta comunhão entre aqueles
homens também era um sinal, todos eles juntos, unidos
como corpo de Cristo foram mártires, participantes das
aflições. Suas vidas, suas biografias nos ensinam acerca
das coisas que Deus faz. Certa feita perguntaram para um
reverendo: com quanto tempo se prepara um sermão?
Esperava que respondesse uma hora, talvez duas, no
máximo três dias; aquele homem lhe respondeu: Com toda
uma vida.
A vida dos primeiros homens de Deus nos ensina acerca
de: fé, esperança, perseverança. Nossa vida, nossa maneira
de agir é o maior testemunho que podemos dar de Cristo,
como acreditarão que Jesus é o messias, se não agirmos
conforme o que pregamos. Durante a comunhão entre os
irmãos, é natural que o irmão mais novo se inspire no mais
velho, “quero ser como ele” diz para si. Se surgir um
escândalo, de algum diácono por exemplo, os mais novos
na fé certamente morreram espiritualmente de tristeza.
Quando participamos da Santa Ceia como os doze
apóstolos o fizeram, estamos declarando que vamos
testemunhar como aquelas doze pedras testemunhavam
acerca da passagem do rio Jordão. “Para que todos os
povos da terra conheçam a mão do Senhor, que é forte,
para que temais ao Senhor vosso Deus todos os dias.” (Js
4:24).
Obreiros do Senhor.
“E dizia-lhes: Grande é, em verdade, a ceifa, mas os
obreiros são poucos; rogai, pois, ao Senhor da ceifa que
envie obreiros para a sua colheita.” (Lc 10:2). O diaconato
compõe o primeiro escalão do corpo de obreiros, o obreiro
é aquele que tem uma obra a fazer, a maior obra de
Marcos foi de certo escrever o evangelho; a obra confiada
a Timóteo foi a “obra de um evangelista”; a obra do
diácono Estevão foi corrigir os hipócritas. É vasto o
campo de possíveis comparações que poderia utilizar para
entendermos o que é um obreiro, porem vamos nos atentar
a dois dos quais as Escrituras Sagradas apoiam.
O primeiro já foi utilizado, tratasse da mão de obra atuante
no canteiro de obras. O obreiro deve edificar. Todas as
suas ações devem ser para a edificação da igreja, até
mesmo a correção. Muitos acham que estão fazendo algo
de bom com uma bola de demolição em suas pregações,
mas a correção funciona como uma régua que
simplesmente retira o excesso. Na construção de um
grande edifício deve-se haver um trabalho ordenado,
coordenado; quando se há muitas pessoas trabalhando em
uma mesma coisa deve-se haver uma comunicação sã,
caso contrário, ocorrera como na construção da torre de
Babel, confusão, e o edifício vai ruir – o dono que investiu
tanto não ficaria satisfeito em ver sua construção desabar.
Alguns obreiros pensam que podem servir da maneira que
quiserem, e onde bem entenderem. Se o dono da casa
disser para levantar uma coluna na esquina, não posso
levanta-la onde fica a porta. “E, se uma casa se dividir
contra si mesma, tal casa não pode subsistir.” (Mc 3:25). É
necessário que haja uma subserviência da parte do obreiro,
se submeter ao trabalho em que ele realmente se faz
necessário.
Os que fazem está obra, dos que estão ligados a
construção do Templo, são os: carpinteiros, edificadores, e
pedreiros; suas ferramentas: machados; machadinhas;
serras; cinzeis; brocas; martelos; picaretas; cordel; plaina;
e compasso. Percebe-se logo uma grande variedade de
instrumentos, cada um para o seu objetivo próprio; da
mesma forma ocorre com os vários tipos de “sermão”, é
necessário conhece-los para um manuseio correto e
seguro.
O oficio de carpinteiro nos é bem familiar da parte de
nosso mestre Jesus, ele foi carpinteiro em sua vida aqui na
terra, antes de iniciar seu ministério terreno; acerca de seu
ministério, João batista vai dizer que ele tem um machado
em suas mãos. O efeito da palavra do Mestre realmente
poderia assemelhar-se a um machado – Jesus foi o filho de
Davi que veio trabalhar arvores de cedro e de cipreste para
fazer uma morada para o Espirito Santo de Deus. Antes de
utilizar um machado, é necessário verificar se está em um
bom estado, isto é: se está em boa manutenção, se
consegue sustentar a si mesmo e não precisa de remendos,
para que não aconteça como com o profeta que estava
golpeando a arvore e o ferro lhe escapuliu para dentro do
rio.
O oficio de pedreiro assemelha-se com o que acreditamos
ter passado o apóstolo João na ilha de Patmos, local onde
foi exilado. O serviço exige o trabalho árduo e, uma força
física e mental devido suas condições. Selecionar pedras
“gigantescas”, escava-las e carrega-las. Nosso Mestre
também trabalhou com pedras, quando ele selecionou a
Pedro para o discipulado sabia o que iria ter de suportar da
parte dele, sabia que ele chegaria ao ponto de arrancar a
orelha de alguém, mesmo assim ele não esmiuçou essa
pedra. Da mesma forma, nossa pregação deve trabalhar
nas pedras, devemos utilizar até dinamite se for preciso
para escava-las, mas não podemos em hipótese alguma
esmiuçá-las.
O oficio de edificador, assemelha-se a quase o que seria
um finalizador. O edificador, primeiro, vai ter de lavrar as
pedras para deixa-las no formato necessário, vai
literalmente: edificar, colocando pedra sobre pedra, uma
de cada vez. Ele também vai ter de trabalhar com a
madeira, a finalizando para se encaixar com as pedras.
Este é o objetivo final de um obreiro, edificar, unir todas
as partes, mesmo que sejam de material tão diferente. Ele
vai ter de carregar a madeira em suas costas; semelhante a
forma em que Jesus carregou a cruz, teremos de carregar
estas madeiras pesadíssimas, suportar seu peso até que
esteja em seu devido lugar. A palavra, que é nossa
ferramenta, tem poder para talhar desenhos na madeira e
esculpi-los na pedra; ela é o único meio capaz de moldar o
caráter humano, assim como Jesus fez com seu discípulo
Pedro.
O segundo exemplo está claro em nosso texto, o segador;
este é um clamor que se faz ouvir, mas muitos tapam seus
ouvidos, estão dormindo – espiritualmente falando. Faz-se
necessário que digamos “eis-me aqui Senhor, envia-me a
mim” como o profeta Isaias que atendeu ao chamado de
sua missão. A minha e a sua missão, caro leitor, já foi
dada por Cristo quando disse: “Ide, eis que vos mando
como cordeiro ao meio de lobos” (Lc 10:3), esta é a
mesma voz que ainda diz nos dias de hoje: “Quem há de ir
por nós? A quem enviarei?”. Muitos estão a esperar que
Jesus lhe apareça numa visão mirabolante para que ele vá
pregar na esquina da rua de sua casa, enquanto Jesus já
nos instruiu a irmos pelas cidades. Eu creio que Jesus pode
sim dar uma direção espiritual acerca do seu chamado
pessoal como também o deu a Paulo, mas Cristo está
esperando que você se interesse, que você se movimente,
que diga: Eis-me aqui Senhor, vou fazer algo para o teu
Reino, então usa-me.
Certa vez, quando estava evangelizando com os jovens de
minha comunidade, senti que uma senhorinha de idade
muito avançada partiria em breve. “Tenho de falar que
Jesus a ama antes que parta” pensei comigo. Ela era
católica, aparentemente, e estava ouvindo uma rádio
evangélica. Eu comecei a falar pra ela que: mesmo que
pareça que as pessoas ao nosso redor não nos amam, tem
alguém vivo nos céus que nos ama, se importa e que ora
por nós. Aquela senhorinha parecia meia perdida, mas
quando percebeu que estava sendo ministrada – depois de
um bom tempo – abaixou o som da rádio para me ouvir.
Depois daquele evangelismo, em meu trabalho estava
ouvindo aquela mesma rádio em que a senhorinha ouvia, e
perguntava para mim mesmo: Meu Deus, por que sinto
este mal quando estou ouvindo esse programa, se é a tua
palavra sendo pregada? No mesmo momento senti o
espirito de Deus falar ao meu coração claramente: Este é
um evangelho podado devido aos acordos para ir ao ar,
mas eu irei levantar uma nova geração de pregadores que
não vendem sua mensagem e não os poderão calar. Eu
fiquei tão embriagado do espirito que fiquei sem foças – e
comecei a estragar algumas peças. É isto que estou
tentando passar, Deus quer que você dê o primeiro passo
para que ele venha te falar acerca destas coisas.
Também podem se ouvir as almas sedentas perecendo lá
fora, e nós estamos “aproveitando a viajem” ?! “Todo
esplendor e toda a glória com que a ciência e a evolução
colorem as imagens do meio ambiente da sociedade deste
final de século são insuficientes para cobrir as realidades
moral e espiritual que se estampam no cântico fúnebre de
uma sociedade moribunda e que perece sem qualquer
esperança”. – Geziel Gomes. Dá para se ouvir de longe o
grito dos enlutados, e fingimos não o ouvir. A igreja tem
que despertar e colocar a mão no arado. Já estamos no
século XXI, o século passado já se foi e levou com sigo
muitas almas cativas, o que podemos fazer hoje acerca
disso?
Veja o que o já citado pastor Oswald Smith escreveu
acerca do assunto: “Você já viu uma ceifa no noroeste do
Canadá? Quem já viu compreende o que eu estou dizendo.
Como é urgente! Quão importante é que os trabalhadores
se apressem a chegar em grande número. E por quê?
Simplesmente porque a seara deve ser aproveitada
imediatamente ou será perdida, e perdida eternamente.”.
Um pregador só é capaz de alcançar sua geração, e talvez
preparar o terreno para a próxima, mas não pode recuperar
a que se perdeu. Ser um obreiro nos tempos em que
vivemos não é uma regalia, é uma necessidade. Oremos
pois para que o Senhor da ceifa mande obreiros, ou
melhor, digamos entusiasmados: eis-me aqui! Nós temos
um desafio proposto: a ceara, nossa geração. Temos um
obstáculo a romper, o tempo que está se esgotando. Temos
um adversário, o príncipe deste século. Temos um clamor
que se faz ouvir: “quem há de ir por nós?” o que
responderemos? Temos uma necessidade em falta: o
obreiro; do qual, você leitor amigo, se encaixa no perfil.
Será para ti e para mim uma honra servir no exército de
Cristo, servir a mesa de sua noiva.
Estas são as instruções do Mestre aos seus obreiros: “Não
levais bolsa, nem alforje, nem sandálias; e a ninguém
saudeis pelo caminho.” (Lc 10:4).
1- Não levais bolsa, pois serviam ao dono do ouro e da
prata, e nada os faltaria; Eles não deveriam levar
consigo bolsas com ouro e com prata porque não
salvariam o mundo através do filantropismo ou
grandes investimentos, eles teriam de dizer: Não
tenho ouro nem prata, mas o que tenho te dou. (At
3:6).
2- Nem alforje, para não se preocuparem com
ferramentas materiais, pois Cristo, o sumo Pastor,
daria a eles as pedrinhas para derrubar os gigantes
como o fez Davi que as levava no seu alforje de
pastor; na realidade, eles eram as pedrinhas que
Cristo escolheu para si. (1Sm 17:40)
3- Nem sandálias, para garantir que venceriam e
tornariam a pagá-las de volta de suas mãos; pois seria
com eles, como foi com Josué – Cristo é o nosso
general, o príncipe do exército do Senhor – e
entregaria todo o lugar em que pisassem a planta dos
seus pés. (Js 5:13).
4- E a ninguém saudeis pelo caminho, devido a urgência
de sua missão; assim como Elizeu ordenou a seu
servo Geazi que fosse ressuscitar um morto, os
obreiros foram ordenados a levar vida aos que estão
mortos no maligno. (2Rs 4:29).
Oremos pois para que o Senhor envie obreiros, oremos
pois para que se submetam de bom grado ao aprendizado e
ao trabalho serviçal dos diáconos...
Capitulo 5 – O corpo de Obreiros
As duas ordenanças.
Quando mais jovem, me encantei com o trabalho
missionário e as missões mundiais. Queria viver aqueles
testemunhos que fazem a alma arrepiar só de ouvir. Tracei
até uma rota inspirado no apostolo Paulo e disse a Deus:
“Me faça missionário, envia-me para onde desejares,
mesmo que eu seja “apenas” um evangelista.” E ficava ali,
sonhando até que Deus usou uma irmã para mim, ela veio
até mim, deu uns tapas no meu peito e disse: “É pastor,
amor pelas almas!!!” Eu chorei muito e clamei a Deus, pois
não entendia o porquê disto, e ele me respondeu e anunciou-
me coisas grandes das quais eu não sabia.
A primeira coisa que temos de entender acerca do corpo de
obreiros – ou do corpo de Cristo – é de que ele realmente
funciona como um corpo. Cristo é a nossa cabeça, nós
somos os braços que atendem ao seu comando. Imagine
agora um boxeador, ele tem dois braços, e os braços tem
seus comandos: Jab, direto, cruzado, uppercut, gancho.
Cada braço, direito e esquerdo, tem seus comandos, o
direito não pode fazer exatamente os mesmos movimento
do esquerdo, e o esquerdo não pode fazer todos os
movimentos do direito, e quando o fazem o movimento
diferente, para táticas diferentes. Dá mesma forma ocorre
no corpo de obreiros; imagine que o braço esquerdo são os
missionários e que ele está mais avançado, ele se
movimenta mais e estuda o adversário. Imagine que o braço
direito é o presbitério e que está um pouco recuado, ele não
se movimenta tanto como o esquerdo que está avançado
mas, está esperando o momento certo de acertar um direto
no queixo de seu adversário.
Existem duas ordenanças do Senhor a seus obreiros, Jesus
havia dito aos seus apóstolos “Ide por todo o mundo, pregai
o evangelho a toda Criatura” (Mc 16:15); está é a primeira
ordenança, o apelo missionário como o conhecemos.
Porém, Jesus já havia falado a Pedro em particular:
“Apascenta as minhas ovelhas.” (Jo 21:15-17); está é a
segunda ordenança. Já ouvi muitos pregadores acusarem a
Pedro por não ter ido por todo o mundo como o apostolo
Paulo, mas este não era o chamado de Pedro. O Espirito
Santo ordenou que separassem Paulo para a obra a qual o
chamou, que obra era essa? O “ide”, mas o chamado de
Pedro foi “apascenta”. Pedro chama a si mesmo de
presbítero, pode alguém ser apostolo e presbítero ao mesmo
tempo? Qual sua relação? Um obreiro, um presbítero deve
obrigatoriamente ter uma unção ministerial: apostolo,
profeta, evangelista, pastor, ou mestre. Da mesma forma
ocorre com o missionário – que também é obreiro. Pedro
foi um apostolo-presbítero, isto é: um apostolo-local. Já
Paulo foi um apostolo-missionário, isto é: um apostolo-
missionál.
Analisaremos agora o consenso-tríplice das duas
ordenanças. A “grande comissão” do “ide” vai ser feita por
Jesus e/ou registrada em três livros: Mateus, Marcos, e no
livro de Atos; assim como o “apascente” é repetido três
vezes a Pedro no livro do evangelho segundo qual escreveu
o apostolo João, este que também era presbítero. Isto tudo
veremos a seguir. Transcreverei agora os três “ides” em
paralelo; e em seguida o “apascente”.
“Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações (e pregai
o evangelho a toda criatura), batizando-os em nome do Pai,
e do Filho, e do Espirito Santo; ensinando-os a guardar
todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou
convosco todos os dias até a consumação do século. –
Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer
será condenado. Estes sinais hão de acompanhar aqueles
que creem: em meu nome, expelirão demônios; falarão
novas línguas; pegarão em serpentes; e, se alguma coisa
mortífera beberem, não lhes fara mal; se impuserem as
mãos sobre os enfermos, eles ficaram curados. – não vos
compete conhecer tempos ou épocas que o Pai reservou
pela sua exclusiva autoridade; mas recebereis poder, ao
descer sobre vós o Espirito Santo, e sereis minhas
testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e
Samaria e até aos confins da terra.” (Mt 28:19,20 / Mc
16:15-18 / At 1:7,8).
“Depois de terem comido, perguntou Jesus a Simão Pedro:
Simão, filho de Jonas, amas-me mais do que estes outros?
Ele respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo. Ele lhe
disse: Apascenta os meus cordeiros. Tornou a perguntar-
lhe pela segunda vez: Simão, filho de Jonas, tu me amas?
Ele lhe respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo.
Disse-lhe Jesus: Pastoreia as minhas ovelhas. Pela terceira
vez Jesus lhe perguntou: Simão, filho de Jonas, tu me
amas? Pedro entristeceu-se por ele lhe ter dito pela
terceira vez: Tu me amas? E respondeu-lhe: Senhor, tu
sabes todas as coisas, tu sabes que eu te amo. Jesus lhe
disse: apascenta as minhas ovelhas. Em verdade, em
verdade te digo que, quando eras mais moço, tu te cingias
a ti mesmo e andavas por onde querias; quando, porém,
fores velho, estenderas a mãos, e outro te cingirá e te levará
para onde não queres. Disse isso para significar com que
gênero de morte Pedro havia de glorificar a Deus. Depois
de assim falar acrescentou-lhe: Segue-me. Então, Pedro,
voltando-se, viu que também o ia seguindo o discípulo a
quem Jesus amava, o qual na ceia se reclinara sobre o peito
de Jesus e perguntara: Senhor, quem é o traidor? Vendo-o,
pois, Pedro perguntou a Jesus: E quanto a este?
Respondeu-lhe Jesus: Se eu quero que ele permaneça até
que eu venha, que importa? Quanto a ti, segue-me.” (Jo
21:15-22).
O consenso-tríplice missionál consiste em:
1- Sua missão... É a de ir por todo mundo, mas não apenas
isto, “fazer discípulos” e ainda “pregar o evangelho a
toda criatura”. Missões não é só passear por ai ouvindo
histórias como muitos pensam, também não é ir de
igreja em igreja mas, enfrentar as ruas para ganhar
almas. Missão não é simplesmente arrebatar grandes
multidões que não chegam a entendimento nenhum; é
fazer discípulos que aprendam o verdadeiro
evangelho, mesmo que sejam poucos. Missões não faz
distinção de pessoas, seja raça, etnia, grupo social Etc.
Certa vez um evangelista disse que “criatura” se refere
a todos aqueles que não aceitaram a Jesus, porque não
são filhos ainda, na realidade, este termo inclui filhos
e não filhos; portanto, missões também é pregar as
ovelhas perdidas e/ou machucadas da casa de nosso
Senhor.
2- Garantias... Mas como poderia cumprir com esta
missão? Jesus deu a garantia de que estaria com estes
missionários até a consumação dos séculos; somente
com Cristo a igreja será capaz de cumprir com esta
missão. Juntamente com isto concedeu da sua própria
autoridade para realizarem sinais, os sinais não são a
pregação em si, mas corroboram com a mesma para
sua confirmação.
3- Um plano... Nosso Mestre disse que não nos compete
conhecer tempos ou épocas, ele não nos concedeu um
mapa instrutivo detalhado para o seguirmos passo a
passo, mas nos concedeu o Espirito Santo para que nos
desse sua direção. É o Espirito Santo quem nos
concede poder e nos capacita a sermos testemunhas
fieis, nada poderemos fazer sem ele. É o Espirito Santo
quem nos dirige e nos diz o tempo em que iremos
pregar em nossa cidade, nosso país, nosso continente
e pelo resto do mundo. Não se pode ir por todo o
mundo de qualquer maneira, seria um trabalho
ineficaz.
O consenso-tríplice local consiste em:
1- Amor pastoral... A palavra apascentar significa lit.
Levar ao pasto. Conduzir o rebanho a um pasto verde
era o trabalho dos pastores de ovelhas na terra de
Israel, isto em meio ao deserto. O dono das ovelhas,
que também era pastor, contratava servos para serem
pastores de seu rebanho. Por muitas vezes, percorriam
longas distancias até encontrar pasto ou água; devido
a escassez de água nas redondezas tinham que cavar
seus próprios poços. Neste longo trajeto, muitas
ovelhas iam ficando para traz, e o pastor com todo
amor e paciência tinha de 66arrega-la em seus ombros.
Devido a condição de seu trabalho, no deserto, poderia
ocorrer algum imprevisto, por isso eram mandados em
grupos como os filhos de Jacó e as filhas de Jetro por
exemplo, ou com pelo menos um pastor auxiliar. O
pastor auxiliar de Pedro foi o apostolo João como
podemos ver no livro de atos.
2- Maturidade espiritual ... A palavra presbítero vem da
palavra ancião, alguém mais velho e que por
consequência adquiriu maturidade. Cristo precisava de
alguém maduro para pastorear os demais apóstolos,
pois eles também precisariam de alguém que os
apoiasse espiritualmente daqui da terra. Jesus disse
“quando eras mais moço”, moço era uma palavra que
designava o cervo de um profeta, Pedro sabia muito
bem disso, neste tempo ele fazia o que queria pois
estava aprendendo, mas quando fosse um ancião teria
de renunciar sua própria vontade e até morrer em favor
do rebanho de seu Senhor.
3- Uma instrução... A instrução que Jesus deixou para
Pedro – e para os presbíteros – foi “segue-me”; creio
que também a João o tinha falado de antemão, pois
quando Pedro olhou para o lado, este já o estava
seguindo. Jesus já havia ensinado: “Se alguém quer vir
após mim, negue-se a si mesmo, tome cada dia a sua
cruz.” (Lc 9:23). Nós presbíteros devemos seguir o
exemplo do Sumo Pastor como escreveu o apostolo
Pedro: “Aos presbíteros, que estão entre vós,
admoesto eu, que sou também presbítero com eles, e
testemunha das aflições de Cristo, e participante da
gloria que se há de revelar: Apascentai o rebanho de
Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por
força, mas voluntariamente; nem por torpe ganancia,
mas de animo pronto; Nem como tendo domínio sobre
a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao
rebanho. E quando aparecer o Sumo Pastor,
alcançareis a incorruptível coroa de gloria.” (1Pe
5:1-4). Isto se faz necessário pois estando um “entre
vós” o outro também está “entre vós”, presbíteros e
rebanho vemos que: as ovelhas não podem sobreviver
sem o presbitério, estão ali para serem cuidadas por
ele, de igual modo não existe presbitério sem ovelhas,
pois foram criados para elas, para gloria de seu Senhor.
Origem e instituição dos presbíteros.
A origem do presbitério, diferentemente do diaconato que
teve sua oficialização já no período da igreja – pois antes
era só uma ideia, “os servos dos profetas” – pode parecer
um tanto complexa – embora não o seja. Sabemos que
“Tendo havido, da parte de Paulo e Barnabé, contenda e
não pequena discussão com eles, resolveram que esses dois
e alguns outros dentre eles subissem a Jerusalém, aos
apóstolos e presbíteros, com respeito a esta questão.” (At
15:2); ora, quem são estes presbíteros que aparecem ao lado
do colegiado apostólico? Se assemelhando em autoridade
legal para julgar o caso da circuncisão apresentado por
Paulo e Barnabé? Estes são aqueles setenta chamados
posteriormente aos doze terem recebido sua missão (Cf. Lc
9 e 10). Segundo a lei, um sinédrio era composto por setenta
membros. Porém o sinédrio que existia e atuava na terra de
Israel nos tempos de Jesus estava corrompido; a palavra
sinédrio como pode se ver, não é uma palavra original
hebraica e não consta na Lei, é uma palavra que provem do
grego. Esta palavra helenista “sanhedrîn Hb. Ou synedrion
Gr.” Na cultura judaica aponta para sua corrupção moral e
espiritual a qual podemos verificar no livro do santo
evangelho. Acerca disto podemos encontrar uma profecia
no livro do profeta Isaias: “Como se fez prostituta a cidade
fiel! Ela, que estava cheia de justiça! Nela habitava a
retidão, mas agora homicidas. [...] Restituir-te-ei os teus
juízes, como eram antigamente, os teus conselheiros, como
no princípio; depois te chamarão cidade de justiça, cidade
fiel.” (Is 1:21, e 26).
Somente um Profeta como Moises teria autoridade para
realizar algo assim, o estabelecimento do sinédrio após o
exilio babilônico não foi o cumprimento da profecia, mas
quando “o Senhor designou outros setenta” (Lc 10:1); por
isso os presbíteros de Jerusalém tiveram esta importância
no livro de atos ao lado dos doze apóstolos, poderia dizer
que nosso Mestre Jesus Cristo “fundou” o que poderíamos
chamar de “Sinédrio-Apostólico” mas ele simplesmente
restituiu, restaurou o oficio de juiz, segundo a vontade do
Pai. O que faz um Juiz? Ele julga as causas, não condena as
pessoas; a condenação só poderia vir de Moisés ou de quem
está em seu lugar. Certa vez levaram uma mulher pega em
flagrante de adultério até a presença do Mestre para testá-
lo. Caso Jesus a condenasse naquele momento seria um
falso mestre pois não era líder do sinédrio, muito menos
membro, para poder dar uma sentença. Para eles, Jesus era
só um Rabi da Galileia, porem aqueles escribas e fariseus
não sabiam que Jesus está em uma posição muito superior
à de presidente do sinédrio – ou de Roma que executava as
penas capitais na época; Jesus ocupa a mesma posição que
Moises ocupou como líder do povo de Israel. Moises
designado homens para julgar as causas mais simples do
povo de Israel, mas as causas graves que envolviam penas
capitais eram apresentadas a Moises. Da mesma forma
ocorre com Cristo e seus presbítero, eles não tem poder ou
autoridade para condenar uma pessoa, somente o de julgar.
O que é julgar? Certamente não é dar um veredito acerca de
nosso próximo, não é também olhar para aparência. Julgar
é: Ouvir, discernir e aconselhar. Não devemos julgar
pessoas como muitos fazem, devemos julgar tão somente a
causa que nos apresentam – julgar é discernir entre o certo
e o errado, o bem e o mal. Lembram-se do caso das duas
mães para descobrir de quem era o filho? Este caso poderia
ter sido resolvido por um juiz, por um simples ancião, mas
foi levado ao rei Salomão – que na época estava cheio pelo
Espirito de Sabedoria. Salomão apenas liberou uma palavra
de Sabedoria que resolveu toda a questão; de igual modo,
quando famílias vierem a nós, presbíteros, apresentar-nos
suas causas, não devemos ficar procurando quem está certo
ou errado na história, não devemos sentenciar por culpado
ou inocentar. Nossa tarefa é aconselhar e liberar palavras de
Sabedoria com todo discernimento; caso seja algo mais
grave, devemos apresentar a causa da família ao Rei que
também é Justo Juiz.
O objetivo de um Juiz é o de estabelecer Justiça na cidade
a qual atua. A Justiça, que é um atributo de Deus, é muito
diferente do Juízo – também um atributo divino. “Juízes e
oficiais constituirás em todas as tuas cidades que o Senhor,
teu Deus, te der entre as tuas tribos, para que julguem o
povo com reto juízo.” (Dt 16:18). A Justiça é o código moral
de Deus, nós devemos andar em retidão conforme essas
Leis, e ensiná-las, o ensino é o único meio de estabelecer a
Justiça; a igreja é o único órgão que pode exercer fielmente
esta função estabelecida por Deus. O Juízo é o equivalente
ao peso da mão de Deus para aqueles que não andarão em
retidão conforme a Justiça; são os oficiais quem atuam
nesta área, os oficiais da lei local, a polícia. Por isso o
apostolo Paulo confiou a Tito, seu discípulo, a seguinte
missão na região de Creta: “Por esta causa, te deixei em
Creta, para que pusesses em ordem as coisas restantes,
bem como, em cada cidade, constituísses presbíteros,
conforme te prescrevi:” (Tt 1:5). Para que depois de
conquistada, se estabelecesse a Justiça do Reino de Deus.
O presbitério foi estabelecido pelo próprio Deus ainda na
Torah. Moises já havia separado anciãos para o ajudar
conforme o conselho de seu sogro Jetro – mas isto partiu do
homem. Deus quis então oficializar seus anciões/juízes
pois: “Disse o Senhor a Moises: Ajunta-me [Isto é: para
mim próprio] setenta homens dos anciãos de Israel, que
sabes serem anciãos e superintendentes do povo; e os
trarás perante a tenda da congregação, para que assistam
ali contigo.” (Nm 11:16). Isto é exatamente o que ocorre
quando “designou o Senhor ainda outros setenta,” (Lc
10:1); Os presbíteros são também superintendentes
designados por Deus para supervisionar o desenvolvimento
da obra do Reino de Deus aqui na terra. “Então, o Senhor
desceu na nuvem, e lhe falou; e tirando do Espirito, que
estava sobre ele, o pôs sobre aqueles setenta anciãos;” (Nm
11:25ª). Da mesma forma ocorreu com os setenta
presbíteros para que tivessem capacidade de estar na frente
da obra. Algumas bíblias trazem consigo uma tradução que
pode confundir alguns, ao invés de setenta discípulos no
texto de Lucas 10 está escrito setenta e dois; isto colocaria
em xeque a realidade dos presbíteros da igreja de Cristo
serem uma continuação dos setenta juízes/anciãos de
Israel? De forma alguma! Então como explicar esta
variação no texto? Simples, devido a Pedro e João também
terem sido presbíteros – e portanto por não poucas vezes,
falarem por esta autoridade – alguns pais da igreja, e seus
escribas, se confundirão e passaram uma informação
equivocada; isto a imagem do que hoje se diz: O colégio
apostólico consistia nos doze e Paulo, poderia se dizer que
o presbitério de Jerusalém consista nos setenta e Pedro e
João.
Origem e estabelecimento dos missionários.
O termo missionário como é empregado hoje não consta no
novo testamento, sendo utilizado apenas os termos enviado,
ou apostolo propriamente dito. A pessoa do missionário tem
sua construção com base bíblica, porem se estende até a
história. Quando Constantino, que tinha o apoio de alguns
pais da igreja, chegou ao poder, Roma tomou conta do
cristianismo conhecido por nós como ainda sendo
primitivo. Sendo o cristianismo agora a religião oficial do
império romano, os líderes civis e religiosos observaram
que corriam algum risco de serem confrontados pela
autoridade apostolar da igreja de Cristo, e que seriam
delatados pelo ministério profético mais cedo ou mais tarde.
Então, com o patrocínio do imperador Constantino que
tinha a posição de pontífice máximo, a igreja de Roma
literalmente matou os cinco ministérios.
No lugar dos Mestres, para que não houvesse ensino
genuíno e consistente, estabeleceram os Pais. Criaram um
novo sistema hierárquico constituídos por: Diáconos;
Padres; Arcebispos; Cardeais e o Papado, para dificultar a
chance de surgir voz para alguém que não fosse aceito por
eles. Limitarão o pastoreio a um simples sermão que os fiéis
ouvem no dia de domingo, evitando assim que os pastores
fossem defender, dos lobos, o rebanho de Deus.
Levantaram Apologistas para os defender contra a palavra
dos Profetas mediante a filosofia – isto semelhante a
apologia de Sócrates, filosofo que havia sido acusado de
ensinar doutrinas estranhas ao povo e corromper a
juventude; mas como sabemos o final desta história, o
próprio Filosofo quem bebeu o veneno de sua condenação.
Como religião oficial do império, impuseram o cristianismo
católico a todo o império, isto é basicamente: todo o mundo
conhecido de sua época; portanto, não se fazia mais
necessária a existência de evangelistas nem apóstolos.
Após a reforma protestante e o emergir da igreja evangélica,
os ministérios puderam tornar a vida cada um ao seu tempo;
primeiramente reestabeleceram o pastorado que engatinhou
tendo de redescobrir a si mesmo, neste período não
procuravam ganhar muitas almas, o sentimento era de
alguém que primeiramente tem de estabelecer primeiro a si
próprio para poder socorrer os outros depois, isto até que
surgiram os primeiros pregadores-evangelísticos. O
evangelicalismo, que surgiu no século XVII um pouco após
a reforma, trousse consigo o entendimento da necessidade
de ganhar almas para o Reino e juntamente com isto os
evangelistas. Algum tempo depois, observando a carência
espiritual das nações ao redor do mundo, surge a ideia de
missionaríssimo. Percebendo a necessidade dos apóstolos
para alcançarem estas nações vizinhas, o que fizeram a
liderança religiosa da época? Devido ao efeito da corrupção
católico-romana em suas mentes ainda, não puderam
enxergar devido ao véu da hierarquia papal. Pensaram
consigo, nós temos: diáconos, presbíteros, evangelistas e
pastores, caso acrescentemos apóstolos a equação, quem
vai responder por eles? Estarão acima de nós! Então,
olhando para a necessidade apostolar e com um certo
receio, não restaurarão os apóstolos; eles pegarão a ideia
missionál da fundação dos apóstolos de Lucas 9 e
estabeleceram os missionários.
O evangelista-missionário Hudson Taylor teve uma
experiência, um diálogo na realidade, que ilustra bem esta
carência espiritual dos povos ainda não alcançados. “Mas a
reunião estava para encerrar-se. O mestre estrangeiro
[Hudson Taylor] tinha parado de falar. Com o instinto de
alguém á muito acostumado à posição de líder em tais
assuntos, Ni levantou-se ali no seu lugar, e, olhando em
volta aos que assistiam, disse de modo simples e direto: ‘Há
muito tempo estou à procura da verdade, sem nunca a
encontrar. Fiz viagens mais longe e mais perto, sem nunca
a descobri. No Confucionismo, no Budismo, no Taoísmo,
não achei descanso. Mas eu encontro alívio e descanso
nisto que ouvimos hoje à noite. Daqui em diante, creio em
Jesus.’ (...) Foi ele que, em conversa com o missionário,
inesperadamente lhe perguntou: ‘Há quanto tempo vocês
têm as Boas Novas em seu país?’ ‘Algumas centenas de
anos.’ ‘O que! Centenas de anos? Meu pai procurava a
Verdade, prosseguiu tristemente, e morreu sem acha-la.
Ah, por que não vieram mais cedo?” – Livro: O Segredo
Espiritual de Hudson Taylor. Devido a experiências como
esta, tem se feito um esforço no estudo da missiologia, na
esperança de desenvolver estratégias que possam suprir esta
carência espiritual de toda essas centenas de anos que foram
perdidos para o evangelismo mundial; o tema deste grande
seminário missionál é: cumprindo o “ide por todo o mundo”
enquanto há tempo.
Como vimos, os missionários como conhecemos, vieram a
existir a partir de uma necessidade existente da falta dos
apóstolos; eles não são apóstolos propriamente ditos, mas
nasceram a partir deles. Um missionário deve ter
obrigatoriamente, uma unção ministerial em sua vida assim
como o presbítero; sendo estas de igual modo: apóstolos,
profetas, evangelistas, pastores e mestres. Os missionários
“modernos” – logo veremos que mais antigos do que
pensamos – tem sua base e origem na Lei de Moises, e
foram confirmados pelo teste do tempo conforme predisse
Gamaliel (Cf. At 5:33-39).
Na Torah, Deus disse a Moises que enviasse homens para
que espiassem a terra de Canaã, sendo um homem de cada
tribo, isto totaliza um total de doze homens (Cf. Nm 13);
este é o número equivalente aos doze apóstolos de Cristo.
Podemos observar também que da mesma forma como
Moises mudou o nome de Oseias para Josué, Jesus mudou
o nome de Simão para Pedro, significando que o colocaria
na liderança como havia sido com Josué. Posteriormente,
quando Josué assume a liderança do povo de Israel, ele
envia dois espias a Jericó; estes dois espias ficaram
escondidos na casa de uma prostituta que os recebeu, onde
ouve salvação, como Jesus instruiu aos seus apóstolos que:
“na casa em que entrardes, ali permanecerei e dali saireis.”
(Lc 9:4 Cf. Js 2:1). Aqueles dois espias estavam cientes de
sua reponsabilidade quando disseram: “A nossa vida
respondera pela vossa se não denunciardes esta nossa
missão;” (Js 2:14ª), eles sabiam que estavam em uma
missão importantíssima, sabiam que eram missionários.
Os nossos missionários são espias, enviados ao território
onde ainda não foi estabelecido o Reino de Deus; isto pode
ser um país ou até mesmo um beco. Eles devem espiar a
terra com o objetivo de estabelecer uma espécie de “base de
operações missionaria”, um templo, uma casa de oração, ou
uma comunidade local. Devem pois: “Penetrar nas
montanhas” indica as dificuldades e obstáculos físicos da
região; “Ver que tipo de terra é” familiarizar-se com sua
cultura; “O tipo de povo, se forte ou fraco, se poucos ou
muito” Isto aponta para as raças, povos, línguas, tribos e
nações, o alcance de sua missão; “Qual a terra que habita,
se boa ou má” referisse se no meio em que o missionário
vai atuar já existe algum conhecimento do evangelho;
“Como são as cidades em que habitam, arraiais ou
fortalezas” isto é: se são um povo comunicativo, sociável e
aberto a relações exteriores, ou antissocial e fechado ao que
vem de fora de sua bolha; “E ver se a terra é fértil ou estéril”
isto acerca se gera ou não frutos, implica dizer se será muito
árduo o cultivo do evangelho ou não, qual abordagem deve
ser tomada para implantar o Reino de Deus naquele local.
(Cf. Nm 13:17-20).
Paulo e os presbíteros.
Analisaremos agora a relação do apostolo Paulo, o mais
proeminente missionário de que tenho conhecimento, com
os presbíteros de Jerusalém. O apostolo-missionário Paulo
foi o maior plantador de igrejas e um exemplo a ser seguido
por todos. Como bem sabemos, Paulo foi separado para esta
obra, a obra missionaria e foi enviado juntamente com
Barnabé; antes disto, eram presbíteros da igreja de
Antioquia. Todas as igrejas abertas por essa dupla
missionaria ficavam sob a responsabilidade da igreja de
Antioquia, podemos ver isso quando Paulo decide ir
passando de volta pelas igrejas em sua segunda viajem
missionaria para ver se ia tudo bem com os amados irmãos.
Paulo então, como plantador daquelas igrejas, exercia
autoridade para organizá-las, levantando presbíteros,
expondo a doutrina, resolvendo suas questões Etc.
Aquelas igrejas plantadas por Paulo, eram como vertentes
da igreja de Antioquia, a qual tinha de responder por estas;
Paulo era o seu representante. As questões daquelas igrejas
podiam ser julgadas pelos presbíteros de Antioquia, caso
fosse uma causa demasiadamente grande para os
presbíteros locais e não conseguissem resolver, como
vemos na epistola aos Coríntios 5:1-5. Também podemos
ver em At 15 os presbíteros de Antioquia discutindo acerca
da falsa doutrina do partido da circuncisão que estava se
espalhando pelas suas igrejas, eles resolveram enviar Paulo
e Barnabé, que eram seus representantes, e alguns outros
com eles até os apóstolos e presbíteros de Jerusalém.
Porque eles mesmos não resolveram esta questão? Esta
questão acerca da circuncisão aos gentios era algo novo
para a igreja que ainda estava se erguendo
doutrinariamente, era uma questão de suma importância
que não poderia ter uma decisão tomada simplesmente pela
igreja de Antioquia, pois envolvia toda a igreja de Cristo.
Como vemos, este foi um caso grande para os presbíteros
de Antioquia, tiveram de encaminha para Jerusalém. O
evangelho começou a ser pregado primeiramente em
Jerusalém, como Cristo havia ordenado; portanto, todas as
igrejas espalhadas pelo mundo são uma vertente da igreja
de Jerusalém, continuação do trabalho dos doze apóstolos.
A igreja de Antioquia, como uma vertente da igreja de
Jerusalém, devia prestar relatório a ela. Foi isto que Paulo
fez “narrando a conversão dos gentios” a todos os irmãos,
como nossos missionários fazem hoje contando seus
testemunhos acerca da obra missionário para toda a
congregação quando chegam de seu campo missionário. E
também “relataram tudo o que Deus fizera com eles” aos
apóstolos e presbíteros; este é um relatório da missão para
que se soubesse o seu progresso e sucesso. A causa que os
presbíteros de Antioquia não puderam resolver, e que
estava atrapalhando a obra missionaria de prosseguir foi
apresentada aqueles anciãos que, perante as palavras de
Pedro, que era apóstolo-presbítero – Pedro tinha
experiência no campo missionário, portanto pode falar com
certa prioridade – e mediante o parecer de Tiago, irmão do
Senhor, foi resolvida esta questão doutrinaria. Escreveram
pois uma carta aos gentios acerca destas coisas e a enviaram
juntamente com dois profetas, a saber: Silas e Judas, afim
de que fortalecessem aquelas igrejas. A igreja que envia,
deve preparar material literário, seja original ou não,
estudos bíblicos, seminários, e enviar também pregadores
na qualidade de profetas para auxiliar a obra missionaria e
encorajar os irmãos. Como diz aquele velho ditado popular,
“uma mão lava a outra”.
Nós podemos aprender algumas coisas a partir desta relação
entre presbíteros e missionários. Primeiro, como vimos da
parte do apóstolo Pedro, faz-se necessário que os
presbíteros tenham experiência. Como poderão julgar a
causa missionaria e tomar a decisão correta caso não
tenham posto uma única vez seus pés no campo
missionário? Como vão exortar a ganhar almas, se nunca
evangelizarem? Como vão falar acerca de missões se
ficarem reclusos a púlpitos confortáveis? O presbítero deve
procurar sempre buscar ter estas experiências, para falar
com prioridade acerca dos assuntos pois já vivenciou em
alguma determinada ocasião.
Acerca do relatório missionário, aprendemos com o
apostolo Paulo o que realmente é uma obra missionaria.
Alguns pensam que muito fazem como missionários, indo
cantar em algumas igrejas durante a semana, isto não é uma
obra missionaria. Também buscam fazer grandes obras-
sociais para que seus superiores vejam que estão se
movimentando, porém, isto não é uma obra missionaria.
Distribuição de alimentos, disponibilização de atendimento
médico Etc. Isto é apenas desculpa para falar de Jesus. Não
devemos falar de Jesus com desculpas e receios, mas com
todo nosso ser.
Doar-se a causa da cruz é o que define o corpo de obreiros,
quer sejam missionários, quer sejam presbíteros. Está é a
experiência que faz do presbítero realmente “ancião”, em
paralelo, esta é a missão do verdadeiro missionário. O
presbitério precisa do missionário para cumprir o ide para o
avanço do Reino de Deus com eficácia, e o missionário
precisa do presbitério para que cuide das almas que
resgatará. Esta é uma relação que visa o crescimento
espiritual de ambos, que é constante e nunca terá um fim até
que nosso Senhor venha, como disse o apostolo Paulo:
“Quem pensa que sabe alguma coisa, ainda não sabe como
convém saber.”; sempre iremos aprender uns com os outros
mediante a causa da cruz.
Capitulo 6 – Ministros parte 1
Os rebentos da oliveira.
O mistério da parábola do semeador foi dado a conhecer aos
que estavam junto de Cristo: “A vós outros vos é dado
conhecer o mistério do reino de Deus; (...) O que semeia,
semeia a palavra.” (Mc 4:11,14); Como já foi afirmado por
mim anteriormente neste livro, volto a afirmar, querido
leitor amigo, que o ministério é da Palavra; e não digo que
seja da palavra, mas talvez também tenhamos ministérios
de louvor ou de dança, não, o ministério é exclusivamente
e tão somente da palavra. Agora, o que esta afirmação
implica dizer? Quando um homem de Deus anunciou a Eli
sua rejeição da parte do Senhor, disse acerca dos que
restassem de sua casa, do que eles diriam: “Rogo-te que me
admitas a algum ministério sacerdotal, para que possa
comer um pedaço de pão.” (1Sm 2:36). Portanto sabemos
que ministério é sacerdócio, os sacerdotes da casa de Arão
tinham os deveres de: ensinar o povo; interceder; abençoar;
louvar. Sabemos também que exercemos um sacerdócio
maior do que o da casa de Arão; nosso sacerdócio é segundo
a ordem de Melquisedec, e nosso sumo sacerdote é a
Palavra que se fez carne. O termo “ministério da Palavra”
se refere ao “ministério sacerdotal da ordem de
Melquisedec” do qual a Palavra viva é sumo Sacerdote.
Acerca disto está registrado no livro da profecia de
Jeremias: “Eis que vem dias, diz o SENHOR, em que
levantarei a Davi um Renovo justo; e, rei que é, reinara e
agirá sabiamente e executará o juízo e a justiça na terra.”
(Jr 23:5), e no livro do profeta Zacarias: “Assim diz o
SENHOR dos exércitos: Eis aqui o homem cujo o nome é
renovo; ele brotará do seu lugar e edificara o templo do
SENHOR. Ele mesmo edificará o templo do SENHOR e
será revestido de gloria; assentar-se-á no seu trono; e
reinara perfeita união entre ambos os ofícios.” (Zc
6:12,13); a “ideia” de renovo, que está relacionada a águia,
está ligada a alguém que se esforça até suas últimas forças
– um provável último suspiro. Este Renovo bem sabemos
que é Cristo, como escreveu o profeta Isaias: “Do tronco de
Jesse sairá um rebento, e das suas raízes, um renovo.” (Is
11:1); a evidencia do cumprimento desta profecia no santo
evangelho é que Cristo foi conhecido como Jesus de
Nazaré. O termo hebraico para a palavra Nazaré é muito
interessante pois vem da mesma raiz de “rebento”. Nós,
discípulos de Cristo, já fomos conhecidos por muitos nomes
ao longo da história, como: cristãos, os do caminho, ou
nazarenos. Se somos nazarenos, somos como “rebentos” e
acerca disto está escrito: “teus filhos, [serão] como
rebentos da oliveira, à roda da tua mesa.” (Sl 128:3b); o
texto não se refere ao bem-aventurado pai que teme ao
SENHOR como sendo está “oliveira” como faz a
comparação da esposa com a “videira frutífera”, na
realidade, esta oliveira se refere a Jesus de Nazaré, o
rebento que se entristeceu e angustiou-se no jardim do
Getsêmani, o jardim da prensa de azeite, no monte das
oliveiras.
Naquele momento agonizante em que Jesus de Nazaré
passou a suar sangue, estava sendo extraído ali o azeite que
permitiria que sua obra fosse consumada pois, como Ele
mesmo disse, a carne é fraca (Cf. Mt 26:36-46). Nós somos
rebentos de Cristo, da mesma forma o salmista está nos
ensinando que, “aquele que teme ao SENHOR e anda nos
seus caminhos” e portanto, também “ensina a criança no
caminho em que deve andar” os seus filhos serão “como
rebentos da oliveira, à roda da tua mesa” isto é, serão
nazarenos, continuadores da obra de Cristo. O azeite de
oliva era extraído em uma prensa com tecnologia de “roda”
que esmagava a azeitona; com: “à roda da tua mesa” o
salmista indica que estes filhos extrairiam o melhor de si a
favor de sua casa. Os discípulos do Mestre devem ser
esforçados em extrair o melhor de si em meio a dificuldade,
a tentação, a perseguição. A palavra rebento, além de
significar literalmente um broto, aponta para um
descendente; se pois somos rebentos da oliveira, somos
nazarenos, somos também como que seus descendentes,
fazemos parte de sua casa. Da mesma maneira em que a
casa de Arão estava encarregada do sacerdócio no seu
tempo, a igreja de Cristo está encarregada do ministério da
Palavra hoje.
O azeite puro, isto é: unção genuína, só pode ser extraída
em meio a negação do eu e da aflição, de sorte que os
rebentos da oliveira carregam com sigo o mesmo fruto de
azeite que a própria oliveira, e devem também ser extraídos.
Foi em meio deste sofrimento e dores que Cristo gerou as
cinco unções ministeriais. Temos aqui ainda um mistério,
pois o apostolo Paulo vai dizer: “Assim ele designou alguns
para apóstolos, outros para profetas, outros para
evangelistas e outros para pastores e mestres.” (Ef 4:11).
Porque “outros para evangelistas e outros para pastores e
mestres” e não simplesmente “outros para evangelistas;
outros para pastores e outros para mestres”? esta partícula
“e” que faz toda a diferença no enunciado, e foi colocada
propositalmente pelo apostolo que aprendeu aos pés de
Gamaliel, faz referência de que estamos perante uma
profecia. Isto aponta para quando todos nós – isto sem
exceções – chegaremos à: unidade da fé, pleno
conhecimento do filho de Deus e a perfeita varonilidade
que, creio eu, só pode ocorrer com o retorno do Messias.
Esta pequena partícula “e”, veja “e pastores e mestres”
parece separar mestres dos demais ministérios, um aparente
rompimento ou uma barreira. Bem sabemos que a religião
tem aversão a mestres, um dos motivos por Roma ter
assassinado os ministérios como já vimos. Hoje podemos
ver um fenômeno, de um lado, na “igreja gentílica”
pastores, e do outro lado, na “igreja judaico-messiânica”
rabinos, ou melhor dizendo: mestres; aqui há um
rompimento. Quando houver unidade outra vez no corpo de
Cristo, então acerca deste tempo está escrito: “Sobre a casa
de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém derramarei o
espírito da graça e de suplicas; olharão para aquele a
quem transpassaram;” (Zc 12:10ª), e ainda, “E acontecerá,
depois, que derramarei o meu Espirito sobre toda a carne;”
(Jl 2:28ª), como também está escrito: “Oh! Como é bom e
agradável viverem unidos os irmãos! É como o óleo
precioso sobre a cabeça, o qual desce para a barba, a
barba de Arão, e desce para a gola de suas vestes.” (Sl
133:1,2).
Aos mestres, rabis, “foram confiados os oráculos de Deus”,
para os preservarem (Rm 3:2), aos pastores gentílicos foram
confiados o rebanho de Deus, para que lutem contra lobos
e refutem as ideias da grande babilônia como está escrito:
“A formosa e delicada, a filha de Sião, eu deixarei em
ruinas. Contra ela virão pastores com os seus rebanhos;
levantarão suas tendas em redor, e cada um apascentará
no seu devido lugar. Preparai a guerra contra ela,
disponde-vos e vamos ao meio-dia. (...) Disponde-vos, e
subamos de noite e destruamos seus castelos. (...) Esta é a
cidade que há de ser punida; só opressão há no meio dela.”
(Cf. Jr 6:1-8); mas, qual é a real importância de cada
ministério e de sua restituição para nossos dias? E como
eles realmente funcionam?
As duas classes.
A Sagrada Escritura é bem clara quando diz: meu povo
perece por falta de conhecimento e do poder de Deus;
separando: a palavra de conhecimento da palavra de
sabedoria; e distinguindo que: um planta e outro rega; e
registra também que na igreja de Antioquia haviam:
profetas e mestres. Existem duas classes de ministros.
Aquele que independente da circunstância ensina a igreja a
discernir entre o que é bom e o que é mau, o que é certo e o
que é errado, o que é pecado e o que é justiça. E também
temos aquele que se havendo comodismo no meio da igreja
corrige, e se há perseguição exorta na esperança de dias
melhores fortalecendo os irmãos. Podemos ver estas duas
figuras no AT bem destacados como sacerdotes e profetas.
O sacerdote era o representante de Deus para o povo a quem
ensinava a Lei, e o profeta era a boca de Deus que cobrava
o povo para que seguissem esta Lei.
O santo ministério pode ser mapeado com base no
surgimento de cada unção, assim, podendo nos conceder
uma compreensão melhor deste tema. O sacerdócio foi
estabelecido por Deus para o povo de Israel quando este se
tornou povo, eles precisavam de alguém que os
representassem perante Deus. A figura do Sacerdote é
presente também em outras culturas, cada falso deus tinha
os seus próprios sacerdotes que serviam em seus templos.
Deus sempre teve seus sacerdotes antes mesmo de existir a
idolatria, Sete filho de Adão foi o primeiro sacerdote a
prestar culto ao Deus Altíssimo, por isso Ele simplesmente
reivindicou o que já era seu por direito – os sacerdotes
pagãos eram somente copias que as trevas fizeram da luz.
Em qualquer povo antigo, também existiam as figuras dos
Escribas e Sábios, com Israel não foi diferente. Quando o
povo de Israel foi cativo para Babilônia e o templo
destruído, não havia mais como o sacerdote exercer sua
função, então tornavam-se automaticamente sábios por toda
a bagagem de conhecimento da sua família. Estes descentes
de Arão que não podiam exercer o sacerdócio, caso
quisessem, poderiam exercer o oficio de escriba e trabalhar
com a Lei que lhe fora confiada.
Como o oficio de escriba não se restringia a casa de Arão,
qualquer judeu estudioso comum poderia exercê-lo. Com
esta popularização somada a necessidade de uma liderança
religiosa surge a figura do Mestre. Os mestres da Lei eram
estudiosos judeus reconhecidos para ensinar o povo, eles
estavam ligados a uma sinagoga como o sacerdote ao
templo. Qualquer judeu poderia se tornar mestre. Estes
mestres tinham seus representantes, outros mestres que
percorriam longas distancias para levar sua Lei e os ensinos
de seu mestre, estes representantes eram chamados
Emissários. Quando nosso Mestre Jesus esteve aqui, com
sua autoridade, não se contentou em oficializar estes
emissários, mas instituiu Apóstolos para que fossem por
todo o mundo.
Com os profetas não é muito diferente do que ocorre com
os sacerdotes, os povos pagãos tinham seus videntes – que
também foram presentes no meio do povo de Israel – sendo
a figura do profeta como conhecemos, exclusiva ao povo
hebreu. Os profetas existem muito antes de Israel, sabemos
que Enoque foi profeta, e Moises também o foi mesmo
antes de Israel se tornar povo. O profeta é a resposta de
Deus para a oração do sacerdote que representa o povo. É
do profeta que surge também a figura do pastor, que podia
ser já percebida através de Moises guiando o povo no
deserto. Os profetas utilizavam Mensageiros de forma
religiosa – diferente dos sacerdotes – para levar profecias e
mensagens de Deus a alguém especifico. A partir desta
função de mensageiro que os profetas utilizavam, surgem
os evangelistas; perceba que sempre eram os profetas que
anunciavam a vontade de Deus como João batista, não os
sacerdotes, por isso está partícula de mensageiro é tão
importante se analisar. Os mensageiros eram utilizados de
maneira civil pelos reis, ou até mesmo pelos sacerdotes
como porta-voz ou, melhor dizendo, Embaixador; é do
mensageiro também que surge a figura do Pregador.
O ministro é um despenseiro de Deus (Cf. Tt 1:7); O
despenseiro era o encarregado nas embarcações, mui bem
conhecidas pelo apostolo Paulo, pela administração do
alimento. O ministro de Cristo tem o dever de apresentar
este alimento espiritual: a palavra. Este pão deve ser
distribuído conforme a necessidade da tripulação, segundo
o estudo da teologia, existem três categorias de pregação:
pregação Textual; pregação Expositiva; pregação por
Tópico, estas são apenas a forma em que o alimento é
apresentado. Cada unção ministerial tem suas habilidades –
além de suas características singulares – são elas: Ensino;
Fala; Anuncio; Argumento e Correção. Segundo o apostolo
Paulo, a palavra fiel é segundo a doutrina, isto é: o conteúdo
da pregação é a doutrina dos apóstolos. Nesta vasta
dispensa, cabe ao ministro saber distribuir o alimento de
acordo com a necessidade fisiológica do seu ouvinte;
imagine querido leitor, se por muitas vezes o rebanho não
aguenta um alimento solido de verdadeiro Ensino, ou até
mesmo um leite de Exortação, como iria suportar seus
ventres o rígido alimento, a pura doutrina dos doze
apóstolos? Cabe ao despenseiro saber apresentar este
alimento na devida porção, que seja sadio ao rebanho de
Deus. Por isso, não existe pregar doutrina.
Agora, é a doutrina, através do ensino, quem dá poder para
exortar ou refutar. A exortação só pode surtir efeito caso a
congregação saiba á que está sendo exortada; como saberão
que há de ir a ceara se ninguém o ensinar? Como crerão na
existência da batalha espiritual se não há quem pregue? De
igual modo, o ensino da palavra só vem a existência através
do poder. Vemos que o sacerdote só pôde passar a ensinar
a Lei de Deus depois que o próprio Deus manifestou seu
poder através de Moises. Ou seja, só haverá quem ensine,
caso alguém o exorte através do poder. Qual é a doutrina
dos apóstolos em que a igreja já perseverava como Dr.
Lucas registra em Atos 2? A palavra “Doutrina” vem da
palavra “Didaque” que no hebraico equivale a “Torah”;
Torah significa: ensino, instrução, e lei. A palavra Didaque
também significa “Interpretação”, um certo pregador bem
sucedido ensinou que: a chave para a interpretação do
antigo testamento, como de toda a Bíblia Sagrada é Cristo.
O que os doze apóstolos ensinavam? Que existem apenas
dois caminhos, duas portas, um largo e outro estreito, o
caminho que leva para Deus é Cristo o Filho de Deus que:
nasceu como homem, viveu, ensinou, curou, morreu,
ressuscitou e foi assunto aos céus; isto cumprindo todas as
profecias conforme ensinou o apostolo serem sombras.
Como eles ensinavam isto? Interpretando de maneira
correta os textos sagrados revelando a Cristo. A doutrina
dos apóstolos é a própria essência de Cristo o Pão da Vida.
O mestre.
“... este Esdras subiu da Babilônia. Ele era escriba versado
na Lei de Moisés, dada pelo SENHOR, Deus de Israel; (...)
Porque Esdras tinha disposto o coração para buscar a Lei
do SENHOR, e para cumprir, e para ensinar em Israel os
seus estatutos e os seus juízos. (...) Artaxerxes, rei dos reis,
ao sacerdote Esdras, escriba da Lei do Deus do Céu: Paz
perfeita! (...) és mandado da parte do rei e dos seus sete
conselheiros para fazeres inquirição a respeito de Judá e
de Jerusalém, segundo a Lei do teu Deus, a qual está na tua
mão [como sinal]; (...) Tu, Esdras, segundo a sabedoria do
teu Deus, que possuis, nomeia magistrados e juízes...” (Cf.
Ed 7). Os rabinos-messiânicos que tem ganhado destaque
neste último tempo não são Mestres verídicos conforme a
unção biblicamente falando. Estes Rabis, como gostam bem
de ser chamados, estão ainda na Babilônia da qual nunca
subiram. Eles não tem a capacidade espiritual de interpretar
um texto sagrado, então para supri-lo se engodam na
tradição dos “sábios” de Israel rompendo com os ensinos de
nosso Mestre contra a tradição dos anciãos. Estes rabinos
tem enganado o rebanho de Deus, e muitos tem se
apostatado.
O Dr. Lucas – creio que versado mestre assim como Esdras,
pois Esdras escreveu acerca da construção do segundo
templo físico no tempo em que viveu, e Lucas escreveu
acerca da edificação da Igreja, templo espiritual – em seu
relato do evangelho vai dizer: “E muito se maravilhavam de
sua doutrina, porque a sua palavra era com autoridade.”
(Lc 4:32), isto ocorre devido ao seguinte fato: os mestres
daquela época não ensinavam com base no que está escrito,
más conforme a tradição dos sábios. Eles diziam: Hillel
interpretou assim, mas Shamai interpretou assado – Muitos
pregadores evangélicos agem de igual modo, pregando com
base em citações de teólogos e comentaristas – a
interpretação é uma habilidade do mestre, e é conforme a
Sabedoria de Deus, não de homens, como vemos no livro
de Esdras. Estes rabinos trocaram a sã doutrina dos
apóstolos pela repetição dos estudos babilônios, trocaram a
revelação da Luz pelo ocultismo das trevas. A verdadeira
unção de mestre com base na Bíblia, não em tradições que
negam a Cristo, tem o dever de inquirir a Judá e Jerusalém,
verificar a edificação da Igreja, guardar a Lei, defender o
evangelho. Isto é um posicionamento de guerra contra
Sodoma e Egito.
Estes rabinos ensinam conforme os sábios, a tradição dos
anciãos, que Êxodo 13:9 e Deuteronômio 6:8 se refere a
tefilim ou os largos filacterios cujo qual nosso Mestre
condenou. Se esquecem que o termo “será por” ou “será
como” tem o significado de imagem o que atrai o sentido de
“sirva para” ou “funcione como”. A unção de mestre
bíblica também não é o professor de escola dominical ou o
doutorado em teologia. Unção não é certificado de
doutorado. Para se receber qualquer uma das cinco unções
ministeriais é necessário sim estudar, mas é errado
reconhecer o chamado de um pastor através do óleo e o
chamado para mestre através do certificado. Este rabis
também alegam ser mestres ensinando cultura “judaica”, se
intitulam “moré” ou professor, mas ensinam cultura
babilônica, como seu calendário com nomes de deuses por
exemplo. Dizem preservar o alfabeto hebraico, língua
sagrada, mas o fazem com misticismo. Conheço um pastor,
professor de hebraico que em seu curso, além de
disponibilizar obras de ocultismo, disponibiliza uma Torah
em hieróglifos, escrita egípcia. O que estão fazendo é atar o
Egito na mão de seus alunos, o que Cristo condenou acerca
da tradição dos anciãos. Deste modo, estes professores
estão coroando a Faraó com a tiara papal, a coroa de
serpente, e a mitra do sacerdote de Dagon.
Ainda acerca da cultura babilônica, os sábios ensinam que
quando Israel foi para o exilio, e fizeram sinagogas no lugar
do templo, em “memoria” da mitra que os sacerdotes
usavam, passaram a utilizar algo para cobrir a cabeça como
turbantes, posteriormente inventaram a kipá. Utilizavam a
desculpa que a kipá é para lembrar o homem que existe
alguém acima dele, em reverencia a Deus. Posteriormente
o papado criou o solidéu, que significa do latim: somente
Deus, o que a igreja protestante apoiou na reforma com os
cinco solas: Sola gratia, Sola fide, Solus Christus, Sola
scriptura, Soli Deo gloria. O solidéu papal permaneceu na
teologia protestante através do Soli Deo gloria. Da mesma
forma, como os sábios ensinavam atar literalmente a cultura
babilônica através do tefilin, que representa também a
serpente do Faraó, esses professores ensinam seus alunos a
atarem intelectualmente a cultura que nasceu lá na
babilónia, em meio a prostituição espiritual, o que Cristo
condena. Para passar um ar de intelectualidade, estes
professores e “estudiosos” passaram a citar frases de sábios,
principalmente de rébes, em suas redes ao lado de suas fotos
fazendo orações com seus largos filácterios. Citam frases
dos rébes sem nem saber o que ensinavam, principalmente
do rébe de Lubavitch, um anticristo com emissários ainda
ativos. A palavra rebe é uma palavra Yiddsh, uma junção
do hebraico com o alto alemão, derivada de rabi, rebe
significa: “grande”. Rebe é um tipo de rabi maior que os
demais rabis. A Alemanha é um pais nórdico, vemos mais
uma vez a prostituição cultural-espiritual e a idolatria.
Citando estes rebes, mesmo sem saber o que dizem, tornam-
se participantes da rejeição de Cristo. Isto tudo conforme
disse o apostolo Paulo: “pretendendo passar por mestres da
lei, não compreendendo, todavia, nem o que dizem, nem os
assuntos sobre os quais fazem ousadas observações.” (1Tm
1:7).
Conforme o que já vimos, os mestres são guardas das
escrituras como escreveu Paulo: guardei a fé. São
defensores da letra do evangelho. Guardar é proteger,
proteger de alterações, que se mude um ponto ou traço, é
preservar, mas não como preservavam os escribas a letra no
papel e ensinavam sua tradição. Como que se defende o
evangelho? Como se defende as escrituras? O primeiro e
obvio é o Argumento, não segundo debates o que o apostolo
Paulo reprova, mas a apresentação de provas. O segundo e
mais eficiente semelhante ao ensino é a Instrução. A
instrução é a habilidade singular do mestre, por meio da
explicação, como Cristo explicou as parábolas aos seus
discípulos, como Gamaliel instruiu Paulo, como Priscila e
Aquila instruirão Apolo o expondo o evangelho. Está
instrução por meio da explicação visa preparar novos
obreiros. A instrução não é acessível a multidão que ouve,
mais aos discípulos do Mestre a Igreja, ela explica as
passagens Bíblicas revelando seus maiores mistérios.
A instrução pode ter alguns níveis observáveis nas
Escrituras Sagradas. Ela não se dirige a multidão, a toda
criatura, mas somente aos discípulos. O primeiro nível diz
respeito a igreja de forma geral, os sento e vinte que
esperavam o Espirito Santo, estes recebem poder para irem
até os confins da terra. O segundo diz respeito aos setenta
que receberão instrução acerca de sua missão. O terceiro diz
respeito aos que estão junto de Cristo, com os doze o
interrogando, a estes é dado conhecer o mistério do reino de
Deus; explicação. O quarto diz respeito aos doze que
receberam poder e autoridade espiritual, a estes discípulos
são aberto o entendimento para compreender as Escrituras.
O quinto diz respeito aos três que subirão ao monte da
transfiguração no objetivo de orar com Jesus, e receberão
revelação dos céus acerca do plano de redenção. O sexto diz
respeito aos dois que iam pelo caminho enquanto Cristo
lhes expunha as escrituras, e tiveram seus olhos abertos. O
sétimo diz respeito ao amor paternal como de Cristo para
João, o discípulo amado, a quem confiou grande revelação,
ou de Paulo para Timóteo, discípulo considerado filho
amado, a quem Paulo instruiu detalhadamente. O
discipulado não é um simples período de introdução a fé
que no final te dá um certificado de conclusão. A relação
entre discípulo e o seu “discipulador” é tão próxima quanto
de pai para filho – o discípulo não aprende a simplesmente
falar como seu mestre, ele aprende a agir e viver como o
seu mestre. Certa vez ouvi um filosofo contemporâneo
dizer que os discípulos tomavam até banho como o seu
mestre, isto, claro uma hipérbole para dizer que não são
simples alunos. Este é o motivo pelo qual os discípulos
costumavam chamar seus mestres e alguns dos profetas de
pai.
Tiago, irmão do nosso Senhor, é um exemplo de mestre
conforme diz: “Meus irmãos, não vos torneis, muitos de
vos, mestres, sabendo que havemos de receber maior
juízo.” (Tg 3:1). Tiago refere a si mesmo como mestre,
“sabendo que havemos, nós mestres, de receber maior
juízo”. Ao dizer acerca do poder da língua, e da cobrança
do ensino correto, recomenda que se busque a Sabedoria do
alto, não sabedoria humana. (Cf. Tg 3). É natural de se
imaginar que os mestres ficavam restritos a sua sinagoga ou
comunidade somente ensinando, mas a unção de Mestre
exige que, como nosso Mestre Jesus, se vá anunciar o
evangelho pelas cidades, ou como ao ainda mestre Paulo
que anunciava nas sinagogas – tem muita igreja-templo que
necessita ser evangelizada. Mas os mestres se locomoviam
desde sua origem antes mesmo de Cristo, emissários ou
não, como Cristo condena: “Ai de vos, escribas e fariseus,
hipócritas, porque rodeais o mar e a terra para fazer um
prosélito;” (Mt 23:15); O mestre, o pregador ou missionário
que vai a campo, não deve ir para levar sua tradição-
denominacional ou sua teologia – como os mestres que
desceram de Jerusalém a Antioquia – mas deve levar o
ensino do evangelho. O documento Didaque também se
refere aos mestres como uma unção que se movimenta com
regularidade, e podemos observar também Zenas, interprete
da Lei, mestre que andava com Apolo. (Cf. Tt 3:13).
O apóstolo.
O motivo pelo qual o espirito de religiosidade, comumente
com os hipócritas, terem aversão ao apostolado é pela
autoridade e ousadia com a qual falam, e pela sua
velocidade em extirpar o pecado de seu meio. O sacerdote
Fineias vendo o pecado, a imoralidade no meio do povo de
Israel, tomou consigo uma lança e atravessou o homem e a
mulher imorais pelo ventre. De igual modo fez o apostolo
Paulo, quando entregou aquele homem imoral a satanás; as
pessoas realmente não gostão de ouvir isso. Veja que o
sacerdote “levantou-se do meio da congregação, e pegando
uma lança, foi...” (Nm 25:7,8). O sacerdote não ficou no
conforto da congregação, esperando ser aprovado, não, ele
pegou uma lança e “foi”, foi onde ele sabia que estava a
operação do pecado e onde coabitava o mau. Ele foi
armado, preparado com uma lança, um instrumento de
guerra veloz e poderoso, e atravessou o ventre daqueles
dois: Judeu e Gentio. Quando Paulo está instruindo seu
discípulo Tito, cita um poema que diz: “Cretenses sempre
mentirosos, feras terríveis, ventres preguiçosos.” (Tt 1:12).
O ventre é a cavidade abdominal onde estão a maior parte
dos órgãos do aparelho digestivo e órgãos urinários – indica
também a capacidade de gerar fruto – é onde se encontra o
estomago por exemplo, a capacidade de digestão; com
ventres preguiçosos, o poeta traz a crítica destes serem
pessoas de raciocínio preguiçoso, não conseguem digerir a
informação. A palavra do apostolo é como a lança na mão
do valente, e é certeira no ventre, confrontando a
intelectualidade humana.
Como o sacerdote “foi” confrontar o pecado, o apostolo
deve “ir” pois ele é um “enviado”. O apostolo não é um
simples emissário como aqueles dos mestres
contemporâneos a Jesus – emissários estes que são menores
que nossos missionários – os apóstolos são sacerdotes que
representam o Sumo Sacerdote. As vestes sacerdotais
denotavam santidade, faziam o povo se lembrar de Deus,
cada peça de roupa do sacerdote simboliza o perdão em uma
área da vida do ser humano. A mitra representava o perdão
pelo pecado da soberba. A túnica representava o perdão por
derramamento de sangue. O cinto, pelos pecados
fomentados no coração. O calção representava perdão pelos
pecados sexuais. Este é o motivo pelo qual havia sinais de
cura através da sombra de Pedro, e também através dos
lenços e aventais (isto é “vestes”) que Paulo usava, por
conta disto está escrito: “Depois, Arão virá à tenda da
congregação, e despirá as vestes de linho, que havia usado
quando entrara no santuário, e ali as deixará. Banhará o
seu corpo em água no lugar santo e porá as suas vestes;
então sairá...” (Lv 16: 23,24); isto para que ninguém
morresse devido a santidade de Deus manifestada no Santo
dos santos que refletia em suas vestes. (Cf. At 5:15 e 19:12).
Diferente do que a “nata religiosa” ensina, o apostolado não
está restrito aos doze, e Paulo... Temos o exemplo já dado
de Andronico e Júnias, “os quais são notáveis entre os
apóstolos”. Temos também a Barnabé, o qual sempre é
curiosamente esquecido nesta contagem. A verdade é que
os líderes religiosos, estes mesmos que querem tirar o nome
Israel da Bíblia, não querem que a unção apostolar revele
suas obras mortas. O requerimento para se ser um apostolo
verídico é o mesmo das demais unções ministeriais, receber
um chamado do Espirito Santo para aquela obra especifica,
como foi com Paulo e Barnabé. Estes “reverendíssimos”
ficam falando de avivamento na coreia, citam frases
belíssimas de missionários, mas sufocam o avivamento-
apostólico genuíno como foi no tempo dos doze; eles dizem
que essas coisas não são para hoje, nem os dons, nem a
unção e ficam mortos em sua intelectualidade. Eles ensinam
contra os falsos pastores, mas são os verdadeiros lobos.
O Senhor me mostrou algo em sonho nestes últimos meses.
Eu aparecia com um carrinho de brinquedo movido a pilha,
ele: andava sozinho, fazia barulho, parava o tempo que
quisesse e ia por onde queria. Eu ficava que nem uma
criança, corria em volta do carrinho, pulava, estava muito
feliz como quando fui batizado com o Espirito Santo, mas
quando o carro parava, eu parava também para esperar e
nunca mudava seu curso. Quando olho para traz, vejo uma
mulher muito grande, ela representa a igreja brasileira, ela
puxava por um “cordão” um daqueles caminhões de latão,
era muito pesado e com aspecto velho. Aquela mulher
puxava o caminhão por onde queria, e começou a dar voltas
como o povo de Israel no deserto. Aquela mulher se
embaraçou com o “cordão” ao qual puxava o caminhão. O
carrinho, e o caminhãozinho representam o Espirito Santo
– lembra da felicidade da qual mencionei de quando fora
batizado no Espirito? Os líderes religiosos da nação
brasileira estão, ao invés de seguir a direção e o tempo do
Espirito, estão o utilizando ao seu favor e a sua própria
vontade. Estão com um discurso de que o avivamento vira
por meio de uma reforma civil, ao longo da história
reformas civis somente esfriaram a igreja e amornarão a
missão. Reforma civil traz comodismo, como vou deixar
meu país abençoado para ir sofrer na África? Vou fazer a
obra aqui! O que gera missionários é necessidade, aflição e
perseguição. Estão falando também que devemos forçar
esta conquista física, pois “o Reino se conquista pela força”,
está é a mesma ideia do Chabad que diz: queremos o
machiach já! O que irá trazer o anticristo. Esta é uma
agenda de messianismo-político contrário ao Reino dos
Céus, que é espiritual. Esta onda de profetismo
assemelhasse aos profetas que profetizavam coisas boas ao
rei Acabe.
A unção apostolar é a que difundi, espalha o evangelho
rompendo com as barreiras – quaisquer que sejam. O
apostolo, em sua pregação, ele: Ensina, Fala, Anuncia e
Argumenta semelhante ao mestre. Sua habilidade singular
é Testemunhar. Este não é um “testemunho de conversão”
mas um depoimento apresentando os fatos de que o Justo
foi assassinado e julgado injustamente. O apostolo deve
testemunhar a favor de Cristo, prestar um relato dos fatos
que ocorreram com Cristo, que tenha sido visto ou ouvido.
A maneira como Paulo o fazia é bem interessante, pois ele
não andou com Cristo; ele sempre inicia falando da Torah
e dos profetas, apontando para Cristo, falava acerca da vida
e ensino do Mestre, depois falava do julgamento, sua morte
e ressurreição, e no final falava o porquê de servir a Cristo
tão ousadamente, suas experiências com o salvador, dando
a si mesmo, sua vida, como prova cabal de sua pregação.
“Quando alguém pecar nisto: tendo ouvido a voz da
imprecação [ou blasfêmia], sendo testemunha de um fato,
por ter visto ou sabido e, contudo, não o revelar, levará sua
iniquidade” (Lv 5:1). O apostolo, que é uma testemunha de
Cristo, deve revelar as obras ocultas das trevas – o que são
blasfêmias contra Deus. Caso se negue a prestar testemunho
em favor do Justo, e não revelar que o julgamento de Jesus
foi com base em falsas acusações, se torna participante
deste ato, é um cumplice das trevas.
A testemunha deve prestar um relato fiel perante as
autoridades civis: Juízes, Governadores, Policia, Reis Etc.
Por isso o apostolo prega nos locais mais inusitados, seja
cárcere, seja arenas; Policarpo, tido como discípulo do
apóstolo João, foi convidado pelo imperador a testemunhar
ao povo que estava presente na arena, porém, negou-se a
testemunhar a não ser que fosse diretamente ao imperador.
Neste momento declarou-se cumplice de Roma. Um
pregador do evangelho não deve esperar que vá falar as
pessoas mais importantes, não, até mesmo aquele simples
irmão de sua congregação deve ser tido como uma
autoridade a se testemunhar, porventura não sabeis que este
mesmo “irmãozinho” um dia irá julgar e reinar ao lado de
Cristo? Ser apóstolo não é viver uma aventura, é ter amor
pela obra e se doar a esta causa. Quando o profeta Ágabo
tomou o cinto de Paulo e cingiu seus próprios pés e mãos,
estava falando em figura o mesmo que Jesus disse a Pedro
“estenderás as mãos, e outro te cingirá e te levará para
onde não queres” isto acerca de sua morte, logo após Cristo
ter-lhe perguntado se o amava por três vezes.
Outra habilidade do apóstolo é a fala. A capacidade de falar
é a mais importante para um ministro do evangelho. A fala
que me refiro, se assemelha ao discurso, ela tem o objetivo
de gerar fé, pois a fé vem pelo ouvir. Isto se assemelha ao
discurso do Pr. Martin Luther King: Eu tenho um sonho,
sonho de um “pais melhor” para se viver. O Dr. King gerava
esperança no coração de seus ouvintes pois realmente
acreditava naquilo. O pregador do Reino deve falar acerca
de seu sonho na esperança de um dia morar na Nova
Jerusalém e assim gerar fé em Cristo, o único que pode nos
levar para lá. Podemos ver este efeito na pregação do
apóstolo Pedro; quando Pedro falava, gerava fé em seus
ouvintes, como quando falou no dia de pentecostes onde
quase três mil pessoas creram e “ouvindo eles estas coisas,
compungiu-se-lhes o coração” (At: 2:37). A pregação
apostólica desperta seu ouvinte, o faz sentir-se pesaroso,
arrependido. Outro exemplo é o de quando os apóstolos
Paulo e Barnabé estiveram em Icônio e “falaram de tal
modo, que veio a crer grande multidão, tanto de judeus
como de gregos.” (At 14:1).
Capitulo 7 – Ministros parte 2
Paulo e Barnabé, Moisés e Arão.
Quando Paulo e Barnabé chegaram em Listra, anunciaram
a revelação de Deus aos pagãos que viviam naquele lugar,
assim como em todas as demais cidades gentílicas-
helenísticas, pregaram acerca do Cristo, o Verbo de Deus
por intermédio de quem tudo que existe foi criado, porém
as barreiras linguísticas e culturais se mostraram presentes
naquele lugar; a cultura helenista com toda a sua filosofia
cria num conceito de Logos, uma vontade cósmica, bem
diferente do que os apóstolos estavam anunciando. Aqueles
pagãos pensaram em um primeiro momento que aqueles
homens eram interpretes desta “vontade superior” da qual
tanto filosofavam, e que fossem, além de profetas,
reveladores desta “vontade”, seus portadores e que
portanto, assim como Toth (deus egípcio do conhecimento,
da sabedoria e da escrita), a quem os egípcios ensinavam
que havia criado a escrita e os confiado esta revelação, os
confiaria este “saber”. Foi um cenário “mitológico” para
aquele povo de mente corrompida pelo príncipe deste
século. É muito natural para um pagão, sincretizar suas
crenças, e acreditar que pessoas fossem na realidade deuses
e divindades; os romanos criam que Cezar fosse algum tipo
de deus, assim também como os egípcios criam que seu
Faraó fosse também um deus.
“Quando as multidões viram o que Paulo fizera, gritaram
em língua licaônica, dizendo: Os deuses em forma de
homens, baixaram até nós. A Barnabé chamavam Zeus, e a
Paulo, Hermes, porque era este o principal portador da
palavra.” (At 14:11,12). Eis ai a confusão linguístico-
cultural; pretexto para o sincretismo religioso. Os apóstolos
sabiam falar grego, porem seu pensamento era hebraico-
aramaico, o povo de listra porém, não falava oficialmente o
grego nem o latim, mas uma língua local: “língua licaônica”
e o seu pensamento era filosófico greco-romano; por ser
gentio, Lucas compreendeu o que se ocorreu neste cenário
e disse: “e a Paulo, Hermes, porque era este o principal
portador da palavra.” Existem duas maneiras de
comprovar a palavra que está sendo pregada; a primeira é o
poder de Deus como disse nosso Mestre: “Estes sinais hão
de acompanhar aqueles que creem...” (Mc 16:17a), pois
como ensinou-me meu pai, o Pr. Rogerio Augusto: “deste
modo aquele que ouve poderá falar: realmente você é um
representante de Deus, pois ele te concedeu de sua
autoridade, és realmente um enviado.”. O segundo é com
base no conhecimento, através do argumento, da explicação
e da exposição do texto sagrado.
O povo chamou a Barnabé de Zeus porque este fora o rei
dos deuses do olimpo, Zeus era o líder em sua mitologia.
Barnabé era quem estava na liderança da missão, foi ele
quem convidou a Paulo para andarem os dois juntos. O
povo percebeu que Barnabé exercia esta liderança em sua
fala, mas há ainda outra característica que o fizeram
enxergar deste modo. Na mitologia grega, Zeus era
conhecido pelo seu poder e seus raios; para demostrar o
“peso” da autoridade de sua palavra sempre era
acompanhada de demonstração de poder e ameaças de
futura destruição caso os mortais não fizessem sua vontade.
Barnabé, que outrora havia sido profeta, liberava palavras
de poder, palavras de juízo ou “palavra-profética” como
conhecemos, isto para confirmar que sua pregação vinha de
Deus. Já ao apóstolo Paulo, o relacionaram com Hermes,
filho de Zeus; Paulo certamente foi um filho espiritual de
Barnabé que o acolheu no início de sua conversão. Hermes
foi o deus mensageiro da mitologia grega, ele levava a
mensagem dos deuses, Hermes era tido também como o
deus da eloquência e interpretação. Paulo, antes de
apostolo, foi um mestre e carregava toda esta bagagem de
experiência. Paulo tinha não só uma ótima oratória ou uma
boa eloquência, não, Paulo argumentava e provava nas
escrituras que sua pregação era verídica as interpretando
corretamente – o mundo moderno conhece isto como
hermenêutica, palavra vinda do nome do deus grego
Hermes a quem Paulo foi relacionado. Como bem sabemos,
a sabedoria de Deus e seu conhecimento permitia que Paulo
se utilizasse até mesmo de textos pagãos como vimos no
areópago, isto fez com que aqueles homens realmente
cressem que Paulo fosse um deus mensageiro portador da
interpretação de seu Logos filosófico, a “vontade do
cosmos”, algo muito difícil para aqueles mortais
compreenderem.
Estas são as duas vertentes. Uma conhecemos hoje como
“palavra-profética” que é uma palavra de Juízo para o
arrependimento e, palavra de demonstração de poder. A
outra conhecemos como “hermenêutica”, que é a
capacidade de interpretar, argumentar e comprovar a
pregação da palavra. Estas duas vertentes andam juntas e
necessitam uma da outra. A primeira vez que a podemos ver
é através de Moisés e Arão, profeta e sacerdote. “Vem,
agora, e eu te enviarei a Faraó, para que tires o meu povo,
os filhos de Israel do Egito. (...) respondeu Moisés: Mas eis
que não crerão, nem acudirão a minha voz, pois dirão: o
SENHOR não te apareceu. Perguntou-lhe o SENHOR: Que
é isto que tens na mão? Respondeu-lhe: um bordão. Então,
lhe disse: lança-o na terra. Ele o lançou na terra e o bordão
virou uma serpente. (...) Disse o SENHOR a Moisés:
Estende a mão e pega-lhe pela cauda; para que creiam que
te apareceu o SENHOR, (...)Então, disse Moises ao
SENHOR: Ah! SENHOR! Eu nunca fui eloquente, nem
outrora, nem depois que falaste ao teu servo; pois sou
pesado de boca e pesado de língua. (...)Então, se acendeu
a ira do SENHOR contra Moisés, e disse: Não é Arão, o
levita, teu irmão? Eu sei que ele fala fluentemente; e eis que
ele sai ao teu encontro e vendo-te, se alegrara em seu
coração. Tu, pois, lhe falarás e lhe porás na boca as
palavras; eu serei com a tua boca e com a dele e vos
ensinarei o que deveis fazer. Ele falará por ti ao povo; ele
te será por boca, e tu lhe serás por Deus.” (Cf. Ex 3 e 4).
Perceba que quando Moisés questiona a Deus dizendo “mas
não crerão”, Deus diz que Moisés faria sinais,
demonstração de poder, isto “para que creiam que te
apareceu o SENHOR”. Deus estava enviando a Moisés, ele
seria seu porta-voz, seu representante, por isto lhe concedeu
autoridade, o povo não acreditaria que ele era enviado de
Deus caso não tivesse da sua autoridade; o discípulo que é
enviado por um mestre é como o próprio mestre que o
enviou, o emissário enviado por um rei é como o próprio
rei, Moisés sendo enviado por Deus era como o próprio
Deus “e tu lhe serás por Deus”. Moisés também vai dizer
que não é “eloquente” e que tinha a boca e a língua
“pesada”; Moisés não era gago como muitos imaginam,
nem tão pouco era analfabeto. Moisés foi príncipe no Egito,
aprendeu toda a sua ciência tinha muito conhecimento
segundo o diácono Estevão. O problema de Moisés era que,
mesmo com toda esta educação, ele tinha a boca e a língua
“pesada”, isto indica que Moisés tinha uma palavra pesada,
ele falava como que com “ignorância”; Moisés tinha muito
conhecimento, mas ele não conseguia expressa-lo
devidamente, sua palavra pesadas não o permitia. Por
língua pesada, pode-se entender palavra de Juízo.
Deus refere-se a Arão como alguém “eloquente” pois diz:
“eu sei que ele fala fluentemente”. Arão conhecia toda a
história de Abraão, do povo de Israel até aquele momento,
dos ensinos passados dos pais para os filhos através de
histórias e conhecia bem as profecias acerca de seu povo;
isto tudo era mais familiar a Arão que cresceu no meio de
seu povo – eles discutiam acerca disto todas as noites –
mesmo não tendo a mesma formação de Moisés, seria mais
capaz de argumentar e explicar as profecias ao povo –
mesmo Moisés tendo também conhecimento destas
profecias, como disse: “Envia aquele que hás de enviar,
menos a mim.” Se referindo a Cristo. Se analisarmos bem,
as escrituras registam mais as palavras de Moisés a Faraó
do que as palavras de Arão, parecendo que Arão só falou no
início do confronto. Será que com o tempo Moisés tomou
coragem para falar? Não! Os dois permanecem falando
igualmente. Isto ocorre porque para Deus, era mais
importante registrar naquele momento a palavra de Juízo,
que a palavra de Explicação, perceba que no antigo
testamento temos mais palavras de profetas, de Juízo, do
que ensinos e Instrução, já no novo testamento, com os
apóstolos temos mais palavra de instrução e explicação – A
bíblia só registra o que é necessário aquele momento. É
exatamente isto que ocorre com a pregação de Paulo e
Barnabé.
O profeta.
A figura do profeta é a mais recorrente em toda a bíblia
sagrada. Deve-se ter em mente que a bíblia consta com duas
classes de profetas, ou duas dispensações podendo ser
divididos pelos períodos do AT e NT. A primeira
dispensação de profetas vai desde Moises – como primeiro
grande profeta notável – até João batista como está escrito
“pois todos os profetas e a Lei profetizaram até João.” (Mt:
11.13). A segunda dispensação de profetas tem origem em
Cristo: O profeta igual Moises.
Os nomes dos profetas mais importantes do NT são: Silas,
Judas e Ágabo. Diferente do imaginário cristão o profeta
não é aquele que profetiza como no AT. A palavra profeta
significa: “alguém que fala diante dos outros” é portanto um
“orador” do hebraico pode-se traduzir como porta voz. O
profeta cristão é na realidade o pregador.
A unção de profeta também é a mais menosprezada em
nossos dias, devido a caricatura que dela é apresentada.
Muitos pensam que o profeta é alguém que vai chegar para
você e profetizar bênçãos, vai revelar toda sua vida ou vai
fazer a oração de algum salmo milagroso. Este não é o perfil
de um profeta bíblico. Na realidade o dever do profeta
dentro da igreja é a exortação.
A figura profética deve ser encarada com sobriedade. O
profeta cristão não é aquele que traz uma nova revelação
dos céus, más, é aquele que traz a pregação fiel da palavra
viva. Como pregador, deve confrontar os falsos deuses e
exortar a igreja ao que é correto.
Silas e Judas exortaram a igreja a seguirem a doutrina e
decisão dos apóstolos tomada em Jerusalém. Em sua
epistola, Judas exorta a igreja a batalhar pela fé. É
justamente este o poder que o profeta tem em sua palavra,
o de levar a congregação a uma ação. O profeta, ou pregador
como você decidir chamar, tem sobre os seus ombros o
dever de trazer a congregação a palavra de Deus como ela
é, e não como ele a deseja que seja.
O pastor.
Diferentemente do profeta e demais unções, a figura
pastoral é a mais aceita no meio religioso. O pastor é aquele
que tem o dever de cuidar da ovelha, procurar saber se ela
está bem. Hoje em dia, os pastores estão com o “peso da
liderança sobre os seus ombros” pastor tornou-se sinônimo
de liderança, mas como era nos tempos bíblicos?
No tempo da igreja primitiva os cinco ministérios dividiam
igualmente a liderança, tendo um bispo que ficava acima
dos presbíteros. Os escritores bíblicos não deixaram claro
se algum personagem do novo testamento que trabalhava
junto aos apóstolos era pastor, mas muito se fala acerca do
pastoreio.
O ministério pastoral é uma vocação de Deus que envolve
pregar, ensinar, orientar, cuidar e liderar o rebanho que lhe
foi confiado. O pastor é responsável por orientar os
membros da igreja na vida com Cristo, oferecendo
aconselhamento, conforto e cuidado pastoral.
O escritor de hebreus vai escrever acerca do assunto:
“Obedecei a vossos pastores, e sujeitai-vos a eles; porque
velam pelas vossas almas, como aqueles que hão de dar
conta delas; para que o façam com alegria e não gemendo,
porque isto não vos seria útil.” (Hb 13:17). O verdadeiro
pastor do rebanho de Deus está sempre bem alerta, velando
pelas ovelhas de seu Senhor, contra as feras que as querem
tragar. O ministério pastoral é um ministério apascentador,
(apascentar significa levar ao pasto) Pedro, embora fosse
apostolo, teve um ministério apascentador, como lhe disse
Jesus: apascenta minhas ovelhas.
O evangelista.
O ministério de evangelista é o terceiro ministério citado
pelo apostolo Paulo. O evangelista é alguém que proclama
o evangelho de Cristo com ousadia e é um arauto Deus no
mundo. O ministério de evangelista foi concedido por Deus
para que, com graça e paixão, as pessoas fossem tocadas
pela mensagem do evangelho. É um carisma de ordem
ministerial que o Pai dispensou ao seu povo.
Um evangelista é um pregador que tem como objetivo
principal anunciar o evangelho de nosso Senhor e levar as
pessoas a se converterem ao senhor. Já um pastor é alguém
que lidera uma igreja local e é responsável por cuidar do
rebanho, alimentando-o com a Palavra de Deus e
orientando-o em sua caminhada. Embora ambos os
ministérios sejam importantes, eles tem funções distintas.
Enquanto o evangelista é um arauto do Evangelho que
proclama a mensagem de salvação, o pastor é um guia
espiritual que cuida do rebanho e o ajuda a crescer em sua
fé.
O evangelista mais proeminente da Bíblia Sagrada foi
Filipe, que ganhava multidões para Cristo, mesmo em meio
a perseguição. Timóteo também foi um evangelista, como
está escrito: “Tu, porém, vigiai em todas as coisas; sofre as
aflições, faze a obra de um evangelista, faz plena
demonstração do seu ministério.” (2Tm 4:5).
O evangelista deve ser exemplo a congregação: na palavra,
isto é na pregação do evangelho pois está na linha de frente
do campo de batalha; acerca disso disse Spurgeon: “o dever
do pregador do evangelho, tanto em recinto fechado como
ao ar livre, é dizer: ‘Posso falar com muita arte, mas, neste
caso os ouvintes poderiam se fixar no meu modo de falar.
Portanto, vou falar de maneira que observem somente o
valor intrínseco da verdade que desejo lhes ensinar’.” O
evangelista deve inspirar, através da arte de sua pregação,
os irmãos a pregar e a evangelizar.
O evangelista deve combater as fabulas que existem no
imaginário popular. Muitas pessoas mais simples tem suas
crenças baseadas em fabulas e não nos fatos do evangelho
registrados nas Sagradas Escrituras, o que acarreta a
confusão. Cabe ao evangelista combater estas: fabulas,
lendas urbanas, mitos, etc. Com a doutrina da verdade.

Capitulo 8 – Serviços auxiliares


Conselheiro.
Os antigos reis, isto inclui também os reis de Israel, tinham
toda uma equipe que o auxiliavam a reger a nação, ou
melhor, como alguns estudiosos dizem “a pastorear o
povo”. O conselheiro geralmente era alguém mais velho e
experiente do que o rei, alguém que veio da geração anterior
e por isso tem consigo uma certa bagagem de experiências
que podem ser uteis ao líder daquele povo. O conselho é um
dos sete espíritos de Deus enumerados em Isaias 11:2. Ser
conselheiro é, não simplesmente ter experiências e um certo
nível de sabedoria para aconselhar, é uma condição
espiritual de alguém que recebeu o Espirito de conselho. O
conselheiro não está autorizado a tomar decisões por conta
própria, mas somente a aconselhar seu líder; os
conselheiros de Israel haviam se corrompido por muitas
vezes e, ao invés de aconselhar seus reis, os manipulavam
para que tomassem a decisão que fosse de seu próprio
agrado, por torpe ganancia ou por achar seu rei incapaz para
o serviço. Isto é irritável aos olhos de Deus, pois impede
que o novo liderando se desenvolva como tal.
Conselheiro é o segundo nome de Cristo, nós podemos
aprender muito com isto. Por ser o segundo nome, o número
dois representa cooperação e união; o Filho cooperou com
o plano do Pai, desde a criação até o projeto de redenção e
acerca disto está escrito: “Quem pois conheceu a mente do
Senhor? Ou quem foi seu conselheiro?” (Rm 11:34). Todas
as coisas foram criadas por intermédio d’Ele e para Ele, e
Ele próprio tem por nome de Conselheiro, ele mesmo é a
Sabedoria de Deus e a sua Palavra e, mesmo assim “... não
julgou por usurpação ser igual a Deus; antes a si mesmo se
esvaziou, assumindo a forma de Servo, tornando-se em
semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana,
a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte
e morte de cruz.” (Fp 2:6b-8).
Devido a corrupção moral de Israel, que deveria ser um
povo sacerdotal para a gloria do Senhor, Deus rejeitou seus
conselheiros e retirou seu Espirito do meio deles. Devido a
esta corrupção moral Deus falou por intermédio do profeta
Isaias: “Restituir-te-ei os teus juízes, como eram
antigamente, os teus conselheiros como no princípio;
depois, te chamarão de cidade de justiça, cidade fiel.” (Is
1:26); os conselheiros são importantes agentes na
instauração do Reino de Deus, o Reino de Justiça, aqui na
terra. A restauração dos conselheiros, assim como já vimos
a dos juízes, se iniciou quando Jesus Cristo “partilhou do
seu espirito” isto é, de sua autoridade espiritual com os
setenta.
Eu não quero aplicar esta função de conselheiro apenas a
um conselheiro de jovens como temos em muitas igrejas
por exemplo – embora eu não o anule, mas quero ir além –
pois isto seria muito simplório, e não teria o peso de uma
evidência profética – apenas seria uma apropriação do
termo. Podemos observar o cumprimento desta profecia em
Cristo olhando para o decorrer da história, onde o tempo
confirmou que ouve sim esta restauração. O reverendo Billy
Graham, evangelista contemporâneo a alguns que ainda
estão entre nós, foi “conselheiro espiritual” de muitos
presidentes dos EUA, e devido a esta capacidade espiritual
foi-lhe permitido falar até mesmo a presidentes de outros
países como da China por exemplo.
A igreja, como uma extensão do Reino, deve sim ter seus
conselheiros. Isto é importante para auxiliar aqueles que
estão exercendo a liderança, principalmente para os mais
jovens que ainda são inexperientes, como também para os
que já tem experiência, devido a certas decisões mais
complexas que devemos tomar. O líder de evangelismo por
exemplo, necessita de conselheiros para o auxiliarem e o
aconselharem em como chegar a melhor maneira de levar o
evangelho pelas ruas. O líder de jovens necessita também
de alguém que já teve certa experiência em sua vida como
jovem para o aconselhar a agir da melhor maneira. Um
pastor local que acaba de receber a ordenança deve ter bons
conselheiros que já tiveram esta experiência antes dele. O
bispo, que tem de dirigir muitas comunidades e muitos
ministros ao mesmo tempo, também necessita de uma
equipe de conselheiros cheios do Espirito para chegarem as
decisões corretas. Perceba que “Onde não há conselho
fracassam os projetos, mas com muitos conselheiros há
êxito” (Pv 15:22); uma pessoa que se recusa a escutar bons
conselhos acaba tendo de aprender da pior maneira.
O conselheiro deve ter em mente que, seus conselhos não
são ordens como: faça assim, assim e assim, e também não
devem ser opinião ou achismo. Deve também saber que
muitas vezes, mesmo dando um bom conselho, ele não
deverá ser seguido à risca; o conselho tem por objetivo:
possibilitar que a liderança que o está recebendo possa
simplesmente pensar melhor e tomar sua própria decisão. O
conselheiro sábio, não dá logo a resposta do que fazer, mas
visa o desenvolvimento daquele que está sendo
aconselhado, lhe ensinando a pensar por si próprio.
Porteiro.
“Olhai, vigiai e orai; porque não sabeis quando será o
tempo. É como um homem que, partindo para fora da
terra, deixou a sua casa, e deu autoridade aos seus servos,
e a cada um à sua obra, e mandou ao porteiro que
vigiasse.” (Mc 13:33,34). Dentre as muitas funções e
serviços necessários, a função de porteiro é a mais
menosprezada, tanto pelos fieis, como pelos candidatos a
portaria. Em muitas congregações, já vi isto muitas vezes,
os porteiros chegam a ser excluídos do culto prestado ao
Senhor; eles são colocados do lado de fora do templo, com
as portas fechadas em muitas ocasiões, como iremos
esperar que cresçam na fé juntamente com o restante da
congregação se são realmente excluídos do culto? “Mas
eles podem ouvir a pregação mesmo lá de fora, se
prestarem atenção” alguém vai dizer, más isto não é o
suficiente, eles também necessitam do trabalho completo:
cabelo, barba e bigode.
Muitos dos que servem na portaria não sabem a real
importância e desconhecem o verdadeiro peso de suas
obrigações, isto porque foram instruídos com base no
carnal, não no espiritual. Quando separamos alguém para
esta tarefa temos em mente que: algum bêbado possa
entrar e fazer bagunça no meio do culto, ou um meliante
talvez, e por isso o incumbimos para esta “gloriosa
missão” e os deixamos ali plantados na recepção da igreja.
Isto pode até ser verdade em partes, mas, devido esta má
inclinação para a carne, esta má instrução, não sabem eles
que estão no dever de verdadeiros atalaias do Senhor. Veja
que o Senhor da casa “mandou ao porteiro que vigiasse”;
Como pode a igreja de Cristo estar vigilante quando nem
seus porteiros estão? Este é um mandamento do dono e
Senhor da casa ao qual podemos utilizar por termômetro
espiritual.
Meu pai sempre conta uma história acerca da portaria das
igrejas. Certa vez seu irmão, que é meu tio, resolveu fazer
uma visita a uma certa igreja; ele conhecia dos costumes
dos chamados crentes e resolveu se vestir a caráter: terno e
gravata. Ora, ele não era crente nem sua esposa que foi de
calça. Chegando lá, o porteiro da igreja que estava ali na
recepção o viu todo engomado, “todo crente” – não sendo
ele crente – e o cumprimentou calorosamente com toda
pompa “a paz do Senhor, meu querido irmão, seja bem-
vindo!”, quanto para com a sua esposa, por não
demonstrar aparentar ser crente, o que eles realmente não
eram, não a cumprimentou. Devido a este ocorrido, meu
tio disse para si mesmo “nunca mais coloco meus pés
numa igreja” e até este exato momento em que vos
escrevo, ele é ateu.
Veja a responsabilidade de um porteiro, se eles não entram
no céu fecham a porta para que os outros também não
entrem (Cf. Mt 23:13). Imaginem comigo, caso aquele
homem não tivesse olhado para as aparências, não tivesse
olhado com os olhos carnais mas com os espirituais. Se ele
estivesse vigilante e liberasse uma palavra de benção.
Atalaia do deserto – ou O intercessor.
A atalaia não pode ser um cão preguiçoso como os
descritos pelo profeta Isaias (Cf. Is 56:10) que ao invés de
abrir suas bocas para anunciar o que se aproxima, ficam
sonhando com um ministério futuro cheio de aventuras,
esperam que Deus faça deles um apostolo Paulo da vida
mas, ficam dormindo espiritualmente. Ela deve: ter visão
espiritual, sabedoria, voz, postura e uma boa condição
espiritual.
“Nisso chegou Judá à atalaia do deserto; e olharam...”
(2Cr 20:24), Este é o dever mais importante de uma atalaia
do Senhor: Olhar, vigiar. Não olhar para a aparência, mas
para os sinais espirituais, olhar para Cristo e declarar que
ele está voltando! Ser “Atalaia do Senhor” é estar em uma
condição espiritual como se pode ser visto no livro do
profeta Ezequiel: “Filho do homem, eu te dei por atalaia
sobre a casa de Israel; da minha boca ouvirás a palavra e
os avisarás da minha parte” (Ez 3:17). Judá foi atalaia no
reinado de Jeosafá, vejamos o contexto em que ela surgi
na história. O rei havia ordenado “cantores para o Senhor,
que louvassem a Majestade santa, saindo diante dos
armados e dizendo: louvai ao Senhor porque a sua
benignidade dura para sempre. E, quando começaram a
cantar e a dar louvores, o Senhor pôs emboscadas...” (2Cr
20:21,22). A primeira característica pessoal de Judá à
atalaia do deserto, que denota sua condição espiritual, é
justamente esta mesma do cenário a qual nos é
apresentada. O nome Judá significa “Louvor ao Senhor”.
Como Deus ira cuidar de nós neste deserto se elegermos
para nós obreiros rabugentos e maldizentes? Como Deus
manifestara sua gloria como pedimos se nossos porteiros
não refreiam a língua e espalham fofocas? Como Deus nos
dará livramentos na peleja se nossos atalaias são ranzinzas
e grosseiros maldizentes? Um obreiro, um intercessor deve
ter por característica o “impulso natural”, a inclinação, por
abençoar as pessoas e por louvar ao Senhor, não o
contrário.
A atalaia Judá é descrita como sendo do deserto. Aquela
paisagem árida era comum a sua vista, assim como o foi a
João batista; o deserto, diferente do que muitos pensam
que seja uma simples prova, é um lugar para se encontrar
com Deus. O deserto é uma oportunidade única de
amadurecimento espiritual. Quando entendemos isto,
paramos de tentar fugir do deserto e, aprendemos a
sobreviver nele; isto é: confiando plenamente em Deus. O
obreiro que não sabe lidar com o deserdo enfraquece a fé
da congregação. Para se sobreviver ao deserto é necessário
fortalecer o discernimento – lendo a palavra – para não
ficar a ver miragens. Faz-se também necessário a boa
pratica de cavar poços, para não se ter de sempre ir buscar
agua em lugares longínquos e inóspitos. Além disso tudo,
é necessário ter as vestes adequadas ao ambiente, devido a
perca de suor, a desidratação – leia efésios 6:10-20.
Os atalaias ficavam sempre posicionados em um local
mais elevado, fosse em torres, fosse em montes. Agora,
gostaria que você imaginasse comigo, nossa atalaia, Judá,
em seu posto no alto de uma torre no meio do deserto. É
certo que o seu sentimento seria o seguinte: “Torre forte é
o nome do Senhor; a ela correra o justo, e estará em alto
refúgio.” (Pv 18:10); e ainda mais, “Pois tens sido um
refúgio para mim, e uma torre forte contra o inimigo.” (Sl
61:3). O Senhor Deus é a nossa torre forte, ele está a
esperar que a subamos e fiquemos no ponto mais elevado.
Muitos obreiros esperam ver Deus como a sua torre forte,
mas se esquecem de subia-la, degrau por degrau – ou
acham muito cansativo um cântico a cada degrau. A voz
da atalaia só pode ser ouvida por todos caso estiver no
ponto mais alto da torre, é necessário consagração caso
queira ser ouvido pelos outros; não adianta, quem quer que
seja, ficar querendo dar cobranças, ordens, dar opinião ou
aquela ideia “abençoada por Deus” se não estiver em
consagração.
Gostaria de ainda comentar acerca do que chamei de “o
dever mais importante de uma atalaia do Senhor”. A
habilidade aguçada de “Olhar” das atalaias, lhe dão uma
melhor percepção dos fatos. Ela deve do alto de uma torre
avistar quem vem de longe e discernir se é aliado ou
inimigo – Bem ou Mal. Tendo feito isto, ela deverá tocar a
trombeta caso a situação o peça, ou fara alçar a sua voz
(Cf. Is 52:8). Alçar a voz seria torna-la mais alta que o
comum, ergue-la como se ergue algo para que todos
possam ver, fazer a sua voz ser ouvida. Não é porque sou
um diácono, um simples auxiliar ou um porteiro que vou
calar-me, não, alce sua voz e diga: Aí vem o esposo! Sai-
lhe ao encontro! Lembre aos demais servos que o dono da
casa está voltando.

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